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TCMSP EMITIU PARECER FAVORÁVEL ÀS CONTAS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL PALESTRA DA PROFESSORA WEIDA ZANCANER NO LANÇAMENTO DE NOVOS CURSOS DA ESCOLA DE CONTAS Tribunal de Contas do Município de São Paulo Nº 36 Maio/Junho - 2007 www.tcm.sp.gov.br ISO 9001 QUESTÕES AMBIENTAIS EM DEBATE NO TCMSP PRESIDENTE DO TCMSP EM 1987, 1991 E 1995, O CONSELHEIRO APOSENTADO FRANCISCO MARTIN GIMENEZ FALECEU NO DIA 15 DE JUNHO. Página 27 Em sessão extraordinária realizada no Plenário Paulo Planet Buarque, em 26 de junho, os conselheiros aprovaram, por unanimidade, o Balanço das Contas da Prefeitura do Município de São Paulo, exercício de 2006. O conselheiro corregedor Roberto Braguim e o conselheiro vice-presidente Edson Simões foram, respectivamente, relator e revisor das Contas. Na foto, o colegiado reunido na sessão para a votação das Contas da Administração Municipal. Página 3 Oito novos cursos da “Escola de Contas Conselheiro Eurípe- des Sales” foram lançados no evento realizado no Tribunal de Contas em 19 de junho. Na ocasião, a professora Weida Zancaner proferiu palestra sobre “Administração Pública e os princípios da moralidade, razoabilidade, proporcionali- dade e segurança jurídica”, tema pertinente ao conteúdo dos novos cursos. Na foto, a professora Weida Zancaner durante a sua exposição. Página 2 No mês em que se comemorou o “Dia Mundial do Meio Ambiente”, o Grupo Ambiental do TCM convidou dois técnicos em questões ambientais, o professor e especialista em recursos hídricos, Aristides Almeida Rocha, e a especialista em educação ambiental e coordenadora municipal do Programa Agenda Ambiental da Administração Pública – A3P, Thaís Horta que, em oportunidades diferentes, lotaram o plenário da Instituição durante as suas palestras. Na foto, o plenário lotado durante a palestra de Thaís Horta. Páginas 6 e 7

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TCMSP EMITIU PARECER FAVORÁVEL ÀS CONTAS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

PALESTRA DA PROFESSORA WEIDA ZANCANER NO LANÇAMENTO DE NOVOS

CURSOS DA ESCOLA DE CONTAS

Tribunal de Contas do Município de São Paulo Nº 36 Maio/Junho - 2007

www.tcm.sp.gov.br

ISO 9001

QUESTÕES AMBIENTAIS EM DEBATE NO TCMSP

Presidente do tCMsP eM 1987, 1991 e 1995, o Conselheiro aPosentadoFranCisCo Martin GiMenez FaleCeu no dia 15 de junho.

Página 27

Em sessão extraordinária realizada no Plenário Paulo Planet Buarque, em 26 de junho, os conselheiros aprovaram, por unanimidade, o Balanço das Contas da Prefeitura do Município de São Paulo, exercício de 2006. O conselheiro corregedor Roberto Braguim e o conselheiro vice-presidente Edson Simões foram, respectivamente, relator e revisor das Contas. Na foto, o colegiado reunido na sessão para a votação das Contas da Administração Municipal.

Página 3

Oito novos cursos da “Escola de Contas Conselheiro Eurípe-des Sales” foram lançados no evento realizado no Tribunal de Contas em 19 de junho. Na ocasião, a professora Weida Zancaner proferiu palestra sobre “Administração Pública e os princípios da moralidade, razoabilidade, proporcionali-dade e segurança jurídica”, tema pertinente ao conteúdo dos novos cursos. Na foto, a professora Weida Zancaner durante a sua exposição.

Página 2

No mês em que se comemorou o “Dia Mundial do Meio Ambiente”, o Grupo Ambiental do TCM convidou dois técnicos em questões ambientais, o professor e especialista em recursos hídricos, Aristides Almeida Rocha, e a especialista em educação ambiental e coordenadora municipal do Programa Agenda Ambiental da Administração Pública – A3P, Thaís Horta que, em oportunidades diferentes, lotaram o plenário da Instituição durante as suas palestras. Na foto, o plenário lotado durante a palestra de Thaís Horta. Páginas 6 e 7

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N O T A S

ESCOLA DE CONTAS LANÇOU OITO NOVOS CURSOS

O lançamento de novos cursos da “Escola de Contas Conselheiro Eurípedes Sales” aconteceu no dia 19 de junho, no plenário do Tribunal. A palestra “Adminis-tração Pública e os princípios da Moralidade, Razoabi-lidade, Proporcionalidade e Segurança Jurídica”, ministrada pela professora e especialista em Direito Administrativo, Weida Zancaner, integrou o evento, com tema pertinente aos conteúdos dos novos cursos.

Segundo a professora, a iniciativa do Tribunal em oferecer cursos ministrados por uma Escola de Contas do próprio órgão cumpre de forma honrosa a missão de ensinar e atualizar os servidores públicos. “Isso garante o melhor funcionamento da máquina administrativa”, disse Zancaner.

Sobre o tema abordado durante a sua palestra, a professora enfatizou os princípios da Moralidade, Razo-abilidade, Proporcionalidade e Segurança Jurídica como vitais para o Estado Democrático de Direito. “Sem que

eles sejam devidamente aplicados, fica inviabiliza-da a existência do Estado Democrático de Direito”, explicou a professora.

Ao final da palestra, o conselheiro Eurípedes Sales cumprimentou a palestrante pela brilhante explanação. Em seguida,

os oito novos cursos lançados pela Escola de Contas foram apresentados pelo diretor do Centro de Ensino, Moacir Marques da Silva. São eles: A Administração Pública em Ação, Análise das Demonstrações Contábeis, Auditoria Governamental, Concessão de Adiantamento: uma abordagem prática, Gestão Financeira e Orçamentária do SUS, Introdução à Lei de Responsabilidade Fiscal para o nível médio, Previdência dos Servidores Publicos: aposen-tadoria e pensão e Parcerias na Administração Pública.

Moacir Marques da Silva ressaltou que, com o lan-çamento dos novos cursos, a Escola passa a oferecer 27 cursos de curta duração, que atendem às necessidades de servidores do nível médio e superior. “Há um projeto para a Escola de Contas oferecer cursos para servidores do nível operacional, além do curso de pós-graduação em Administração Pública - o primeiro gratuito no Brasil – já aprovado pelo MEC e com previsão de início para o segundo semestre”, explicou Silva.

O diretor concluiu o seu discurso com agradecimen-tos dirigidos ao presidente Antonio Carlos Caruso, que não mede esforços para viabilizar os projetos da Escola, e ao conselheiro Eurípedes Sales, dirigente do Centro Educa-cional, pelo incentivo e motivação na busca constante de um trabalho de qualidade.

INSTITUTO MACKENZIE E ASTCOM FIRMAM CONTRATO PARA A REALIZAÇÃO DE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO NO TCMSP

A Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Município de São Paulo – ASTCOM e o Instituto Mackenzie assinaram, no dia 18 de maio, um contrato para a realização de um curso de pós-graduação em Gestão Pública, a ser ministrado nas dependên-cias da Escola de Contas do TCM.

O curso de 368 horas, distribuídas

em três semestres, terá início no segundo

semestre. Será destinado a bacharéis e/ou

técnicos com formação de nível superior

que integram o quadro de servidores do

Tribunal de Contas e são associados da

ASTCOM.

Servidores do Tribunal e de diversos órgãos municipais estiveram presentes no lançamento dos novos cursos da Escola de Contas. No detalhe, a

professora Weida Zancaner durante a palestra

Comissão do Curso de Especialização em Gestão Pública do TCM reunida com o Assessor de Negócios do Mackenzie, Waldomiro Barbosa, e o presidente da

ASTCOM, José Ferreira do Carmo

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N O T A S

TCMSP APROVA CONTAS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Por unanimidade, após

cinco horas de sessão

extraordinária realizada no

dia 26 de junho, o Tribunal

de Contas emitiu parecer

favorável à aprovação das

Contas da Prefeitura do

Município de São Paulo

relativas ao exercício de 2006.

Acompanharam o parecer do

Tribunal, alguns destaques e

recomendações que deverão

ser seguidas pela atual Admi-

nistração Municipal.

O relatório sobre o

Balanço de 2006 foi lido na íntegra pelo conselheiro relator,

Roberto Braguim que, na seqüência, proferiu o seu voto.

O conselheiro revisor, Edson Simões, acompanhou o voto

do relator, assim como os conselheiros Eurípedes Sales

e Maurício Faria. Como não houve empate, o presidente

Antonio Carlos Caruso não votou.

APROVADAS AS CONTASDO TRIBUNAL DE CONTAS

Os conselheiros do TCM, por unanimidade, emitiram parecer favorável à aprovação das Contas do Tribunal relativas ao exercício financeiro de 2006. O Balanço foi apreciado em sessão extraordiná-ria realizada no dia 27 de junho.

A despesa empe- nhada no exercício foi menor do que os valores financeiros recebidos, re-sultando na devolução de

mais de 1 milhão de reais aos cofres da Prefeitura do Município de São Paulo.

O conselheiro Eurípedes Sales, em nome do colegiado, cumprimentou o presidente da Casa, Antonio Carlos Caruso, pela economia processada no exercício de 2006 e estendeu os cumprimentos ao quadro de servi-dores do Tribunal pela exação no cumprimento do dever.

VOTO DE JÚBILO À ESCOLA DE CONTASVereadores paulistanos manifestaram seus votos

de júbilo e congratulações com a“Escola de Contas Con-

selheiro Eurípedes Sales”, cumprimentando o Centro

Educacional pela implantação do curso de especializa-

ção em Administração Pública, que será oferecido gra-

tuitamente aos servidores municipais ainda este ano.

Em sessão plenária do Tribunal, realizada no dia

23 de maio, o conselheiro Eurípedes Sales, dirigente

da Escola de Contas vinculada ao Tribunal, comunicou ao

colegiado o recebimento de uma cópia do apoio da Câmara

Municipal de São Paulo ao curso de pós-graduação.

O conselheiro Eurípedes Sales agradeceu à

Câmara Municipal por esse reconhecimento às iniciativas

da Escola e estendeu as congratulações ao presidente

Antonio Carlos Caruso, pelo constante apoio ao trabalho

desenvolvido pelo Centro de Ensino.

Em sessões extraordinárias realizadas nos dias �6 e �7 de junho, o colegiado emitiu, respectivamente, parecer favorável às Contas da Prefeitura do Município

de São Paulo e do Tribunal de Contas

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N O T A S

AVALIAÇÃO POSITIVA PARA O CURSO DE TRABALHOEM EQUIPE REALIZADO NOS GABINETES DO TCMSP

Servidores do expediente e da assessoria do ga-binete do conselheiro Mauricio Faria concluíram o curso “Trabalho em equipe e relacionamento interpessoal” com uma avaliação positiva do trabalho realizado e dos resulta-dos alcançados. Foi o primeiro gabinete a concluir as duas etapas que compõem o treinamento destinado a desen-volver o espírito de equipe e aperfeiçoar o relacionamento das pessoas no ambiente de trabalho.

O curso foi organizado pela Unidade de Recursos Humanos. Segundo a chefe da Unidade, Luiza Correia Hruschka, “é necessário que os servidores, além de bons profissionais, consigam se relacionar adequadamente para alcançar resultados satisfatórios no trabalho”.

Após a primeira etapa do treinamento, que consistiu em encontros semanais que totalizaram 16 horas, foi re-alizada uma reunião com as duas turmas, do expediente e da assessoria, para que discutissem oportunidades de melhoria para o gabinete, convertendo em ações práticas o conteúdo do curso.

Segundo José Jair Batista, da equipe de RH, “os par-ticipantes demonstraram muita dedicação e um excelente nível de abertura ao olhar para dentro de si, identificando seus pontos fortes, mas também os pontos que poderiam ser melhorados, o que possibilitou a discussão de oportu-nidades de melhorias num grau de alto profissionalismo, espírito de equipe e motivação”.

A confirmação disso veio do chefe de gabinete do conselheiro Maurício Faria, Alexandre Cordeiro. Na sua avaliação, todos os participantes demonstraram uma pos-

tura pró-ativa que culminou em um ambiente propício para o surgimento de críticas e sugestões voltadas à melhoria das rotinas de trabalho. “Esses cursos são primordiais para o Tribunal de Contas. A melhor parte do treinamento está por vir. Se conseguirmos alcançar melhores resultados de produção no trabalho a partir - também - de uma qualificação do relacionamento inter-pessoal, restará a prova de que valeu a pena”, justificou Alexandre Cordeiro. “Apesar do pouco tempo desde a conclusão do curso, já é possível atestar essa situação com uma margem considerável de segurança”, acres-centou Cordeiro.

O chefe de gabinete esclareceu, ainda, que ao de-finirem previamente com a equipe de RH a necessidade do mapeamento de rotinas que pudessem ser aprimora-das, entendeu-se por mais produtivo dividir o Gabinete em dois grupos: funções de nível médio e operacional e superior. “Mas o encontro desses grupos foi necessário, com o propósito de verificarmos a importância de um grupo em relação ao outro.”

Como integrante da turma dos servidores do ex-pediente do gabinete do conselheiro Maurício Faria, o responsável pelo setor, Antonio Carlos de Melo Franco, também avaliou positivamente o curso. “A partir do mo-mento em que nós conseguimos adquirir a consciência de que fazemos parte de um todo, passamos a desem-penhar melhor as nossas atividades”. Segundo Franco, os vários planejamentos feitos no dia do fechamento do curso estão sendo gradativamente aplicados.

Servidores do gabinete do conselheiro Mauricio Faria reunidos para discutir as oportunidades de melhoria. No detalhe, o grupo dos servidores da Assessoria (acima) e do Expediente

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TCMSP PARTICIPOU DO IV FÓRUM IRB-PROMOEX O coordenador chefe de Fiscalização e Contro-

le, Marcos Chust, e os técnicos Ana Botelho, Irene Su-guiyama e Rodrigo de Faria representaram o TCM no “IV Fórum IRB-PROMOEX”, realizado em Florianópolis, Santa Catarina, nos dias 28 e 29 de junho. O evento, que reuniu cerca de 130 técnicos de tribunais de contas de várias partes do país, teve por principal objetivo o debate sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, com enfoque na harmonização conceitual dos pontos de controle da referida lei, promulgada em 2000.

O secretário de Gestão do Ministério do Plane-jamento, Francisco Gaetani, e o ministro-substituto do Tribunal de Contas da União, Augusto ShermanCavalcanti, proferiram as palestras de abertura do even-to. Também estiveram presentes representantes do Ins-tituto Rui Barbosa - IRB, do PROMOEX, da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil - ATRI-CON, da Secretaria do Tesouro Nacional e do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, que disponi-bilizou recursos para a implantação do PROMOEX.

As palestras foram seguidas de debates em três grupos temáticos, que na tarde do dia 28 e no dia 29, discutiram: receita corrente líquida, despesa com pes-soal e convergências e divergências dos demais pontos de controle da LRF. O produto final dos grupos foi apre-sentado na plenária de encerramento do IV Fórum.

A realização de fóruns está prevista no Progra-

ma de Modernização do Sistema de Controle Externo dosEstados, Distrito Federal e Municípios Brasileiros(PROMOEX), criado em 2005 para fortalecer, integrar eaumentar a eficiência e eficácia desses órgãos como instrumentos de cidadania e de efetiva gestão dosrecursos públicos.

O tema do IV Fórum foi escolhido tendo em vista a implantação da Rede e do Portal dos tribunais de contas, uma das ações previstas no PROMOEX com o objetivo de tornar transparentes à sociedade os dados relativos aos gastos públicos e ao cumprimento dos limites e metas da LRF por estados e municípios brasileiros. Para que os dados possam ser disponibilizados em Rede, faz-se ne-cessária a uniformização da interpretação e da aplicação dos conceitos relacionados à fiscalização do cumprimento da LRF pelos tribunais.

Segundo os técnicos do TCMSP que participaram do encontro em Florianópolis, os resultados finais apresenta-ram avanços na área de fiscalização de LRF, ampliando as convergências em relação aos conceitos de pontos de controle, fortalecendo os vínculos institucionais entre os tribunais e fornecendo subsídios importantes para a im-plantação da Rede Nacional das Cortes de Contas e do Portal dos Tribunais.

A organização do IV Fórum IRB-PROMOEX contou com o apoio técnico-administrativo do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina.

N O T A S

TCMSP PARTICIPOU DO 41º CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO DE INSTITUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA ESTADUAIS E MUNICIPAIS

A assessora de controle externo da Área Jurídica do TCM, Magadar Rosália Briguet, representou o TCM no 41º Congresso Nacional da Abipem - Associação

Brasileira de Instituições de Previdência Estaduais e Mu-nicipais realizado no dia 14 de junho, em Florianópolis - Santa Catarina.

Na ocasião, Magadar Briguet proferiu palestra so-bre “Cálculo de Benefícios Previdenciários”. A palestra integrou o painel “Concessão de Benefícios: Cálculos e Elegibilidades”, que destacou as novas regras de aposen-tadoria e pensão impostas pelas emendas constitucionais 20, 41 e 47. Durante a sua exposição, Magadar Briguet falou sobre os questionamentos de interpretação destes dispositivos constitucionais enfrentados pelos institutos de previdências municipais.

Além de palestras e workshops, o evento contou com o debate “Regimes Próprios - A quem interessa? Quem financia?”. O Congresso reuniu aproximadamente 900 ins-critos e palestrantes de todos os estados do país.

Magadar Rosália Briguet durante a palestra que ministrou no �1º Congresso da Abipem

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N O T A S

PALESTRAS PROMOVIDAS PELO GRUPO AMBIENTAL DO TCMSP

PALESTRA 1: MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS

No dia 5 de junho, data de comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, o professor Aristides Almeida Rocha, a convite do Grupo Ambiental do TCM, realizou palestra sobre “Meio Ambiente e Recursos Hídricos” para os servidores do Tribunal de Contas, no plenário da Instituição.

A abertura foi feita pelo subsecretário de Fisca-lização e Controle, Lívio Fornazieri, que ressaltou a preocupação do TCM com as questões ambientais nas auditorias realizadas.

Na seqüência, o professor Aristides Almeida Rocha iniciou a sua palestra falando sobre o sistema de

gestão ambiental que, na sua opinião, demorou muito para ser criado, desenvolvido e divulgado. “O primeiro órgão

técnico em São Paulo que se preocupou com o controle da poluição das águas e do ar foi criado nos anos 60”, disse o professor. “Se considerarmos que a industrialização começou no início do século passado, perdemos 60 anos”, acrescentou.

Segundo Rocha, na ocasião havia apenas indivídu-os, de vários extratos da sociedade, com preocupações ecológicas. “Observamos um avanço porque atualmente existem entidades e governos engajados nas questões ambientais.”

Durante o encerramento, o professor elogiou a ini-ciativa do TCM não somente pela realização da palestra, mas por ter constituído um Grupo para divulgar e melhorar as condições de trabalho com embasamento na preocu-pação ecológica. “A existência de um Grupo Ambiental no Tribunal de Contas é um fato digno de ser ressaltado, pelo papel importante que exerce na preservação ambiental do município de São Paulo”, concluiu Rocha.

(Leia o artigo do professor Aristides Almeida Rocha nesta edição

GRUPO AMBIENTAL DO TCMSP ORGANIZOU EVENTOS COMEMORATIVOS AO DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE Duas palestras fizeram parte da comemoração do “Dia Mundial do Meio Ambiente” organizada pelo Grupo Ambiental do Tribunal de Contas do Município de São Paulo. A primeira foi realizada no Dia Mundial,comemorado em 5 de junho. Na oportunidade,o biólogo, mestre e doutor em Ciências, professor, Aristides Almeida Rocha, falou sobre “Meio Ambiente e Recursos Hídricos”.

Para encerrar o mês comemorativo, foi realizada, no dia 29 de junho, uma palestra com o tema “A Agenda Ambiental da Administração Pública – A3P”, ministrada por Thaís Horta, supervisora de Educação Ambiental e co-ordenadora da A3P na cidade de São Paulo. Leia também, nesta edição do TCM Informativo, artigos dos palestran-tes sobre meio ambiente e o texto produzido pelo Grupo

Ambiental.

No plenário lotado, o professor Aristides Almeida Rocha falou sobre o meio ambiente e os cuidados com a água. No detalhe, o professor reunido com o

Grupo Ambiental do TCM

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N O T A S

PALESTRA 2: AGENDA AMBIENTAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A Agenda Ambiental da Administração Pública - A3P foi tema da palestra ministrada por Thaís Horta, coordenadora do Programa A3P na cidade de São Paulo. O evento, que aconteceu no plenário do Tribunal e marcou o encer-ramento do mês em que se comemora o “Dia Mundial do Meio Ambiente” (dia 5), foi promovido pelo Grupo Ambiental do TCM no dia 29 de junho. O A3P é um programa de âmbito federal, que se originou no Ministé-rio do Meio Ambiente, em 1988, e chegou à Prefeitu-ra do Município de São Paulo em 2005, ocasião em que o executivo assinou a adesão ao Programa. Segundo Thaís Horta, a A3P “é um Programa voltado para a construção de uma nova cultura institucional, que insere critérios socioambientais na administra-ção pública”. Atualmente, já existem 28 portarias publicadas e várias comissões de trabalho dedicadas à educação ambiental, compostas por funcionários dos órgãos públicos municipais. Cada comissão, dentro do seu local de trabalho, cuida de questões ambientais que

englobam, entre outras coisas, iniciativas para economia do consumo de água e energia, gestão adequada de resíduos e inclusão de critérios socio-ambientais nos investimentos, compras e contratações de serviços dos órgãos governa-mentais. A coordenadora do Programa A3P, que também é supervisora de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, explicou, durante a sua exposição, que a A3P é um Programa dinâmico, embasado em todas as normas de qualidade de vida, buscando e despertando a va-

lorização do servidor público no seu meio ambiente de trabalho. Embora ainda seja um Programa novo em São Paulo, com apenas dois anos, a coordenadora Thaís Horta apresentou, em suas estatísticas, os resultados positivos do trabalho. “Somos um universo de 165 mil servidores na cidade de São Paulo. Ainda não conseguimos envolver este contingen-te, mas as mudanças de hábito em favor do meio ambiente já atingiram vários pontos

da cidade”, concluiu Thaís Horta. (Leia o artigo de Thaís Horta nesta edição do TCM Informativo)

LICENCIAMENTO AMBIENTAL FOI DEBATIDO NO TRIBUNAL DE CONTAS Os servidores do Tribunal de Contas assistiram à palestra “Licenciamento Ambiental no Município de São Paulo”, minis-trada pela diretora do Departamento de Controle da Qualidade Ambiental da Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente, Regina Luiza Fernandes Barros, no dia 22 de maio. O encontro aconteceu no plenário da Instituição e foi intermediado pelo Grupo Ambiental do TCM. Durante a abertura do evento, o subsecretário de Fiscalização e Controle, Lívio Fornazieri, ressaltou a importância da troca de experiências entre o TCM e a administração pública municipal. Segundo o subsecretário, a iniciativa demonstra que o Tribunal não é um órgão que se limita somente à atividade de fiscalização. “Estamos constantemente buscando maneiras de prestar bons

serviços à população do município de São Paulo e a troca de expe-riências com a administração municipal traz novos ângulos e pers-pectivas de trabalho.” No início da sua explanação, a palestrante Regina Barros reafirmou as palavras do subsecretário de Fiscalização e Controle, destacando o Tribunal como um parceiro importante no desenvolvi-mento de trabalhos relevantes ao município de São Paulo. Em seguida, Regina Barros discorreu sobre a resolução nº 61 do CONAMA, tema central da sua palestra. Segundo Regina Barros, a referida resolução é o regulamento que determina sobre a exigibili-dade de licenciamento ambiental no município, portanto, um instru-mento estratégico para o trabalho desenvolvido pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente do Município de São Paulo.

PALESTRAS PROMOVIDAS PELO GRUPO AMBIENTAL DO TCMSP

Thaís Horta falou sobre o Programa A�P na cidade de São Paulo. No detalhe (abaixo), Thaís Horta reunida como o Grupo Ambiental e representantes da

Presidência do TCM

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A R T I G O S

Valmir Leôncio da Silva [*]

PROCESSO DE PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

A VIRADA DO SÉCULO Os anos 90 marcaram uma virada no mundo dos negócios causada por uma enorme variedade de fatores. Entre esses fatores está a tecnologia. Grandes empresas que dominavam seus respectivos mercados só sobreviveram porque se

reciclaram, inovaram e mudaram. Um exemplo é a IBM, ex-líder absoluta do universo da tecnologia, que enfrentou um terrível inferno astral e, de uma empresa eminentemente tecnológica, passou a ser uma empresa de serviços. Outro exemplo é a Enciclopédia Britânica de quase 300 anos que quebrou, foi novamente comprada e voltou com uma nova roupagem. Os reflexos do avanço tecnológico vêm, como não poderia deixar de ser, provocando mudanças também na administração pública, só que num ritmo mais lento, e isso está acontecendo mais precisamente com a parte da administração voltada para finanças e orçamento. Os administradores públicos começaram, forçadamente, a perceber que precisariam mudar, para enfrentar os novos desafios e a nova “cara” da administração pública. Dessa forma, o cenário nacional tem sido movimentado de forma intensa pela voracidade com que o poder público, de todos os níveis de poder, tem se lançado na instituição de formas variadas para aumentar a receita, com o objetivo de fazer frente ao constante déficit público, provocado, inclusive, pelo socorro ao sistema financeiro. No entanto, muito pouco havia sido feito no sentido de equacionar os gastos públicos ao nível exato da receita, através de mecanismos que combatessem a evasão de receita pela inimiga, a sonegação. A solução parecia simples: bastava que se retirasse de circulação cada vez mais recursos privados, embora provocasse desestabilização de preços correntes e bloqueasse o crescimento econômico, gerando desemprego e descumprindo a obrigação primordial do estado em realizar a promoção do bem estar social. Muito embora existam mecanismos legais para obrigar o administrador público a realizar uma administração

orçamentária, contábil e patrimonial apropriada com os princípios de legalidade, de moralidade, de probidade administrativa e de eficiência, os órgãos de controle, dentre os quais o Poder Legislativo, por si, ou por seus braços auxiliares – os Tribunais e Conselhos de Contas muitas vezes não conseguem conter, principalmente, a geração do déficit público.

UMA NOVA LEI Neste sentido, a legislação vigente até então, a Lei Federal nº4320/64, que estatui normas gerais de Direito Financeiro, voltadas para a questão orçamentária e de balanços, estava sozinha e enfraquecida pelo tempo e sem, ainda por cima, uma lei para dar guarida quanto à sanção aplicável aos maus gestores públicos. Acontece que os reflexos dos avanços acabaram, também “pegando” de jeito a administração pública, e criando uma nova aliada à Lei 4320/64, pois em maio de 2000, surgiu a LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal, lei que também dispõe sobre direito financeiro, mas voltada para a responsabilidade na gestão fiscal, ou seja, gestão dos recursos públicos, mais precisamente receitas e despesas. Dessa forma, juntas, a lei nº 101/00 e a lei nº 4320/64, ainda conseguiram uma aliada importante: a lei de crimes fiscais, lei nº 10.028/00, que alterou, entre outros, o Código Penal, além de trazer novas sanções aplicáveis aos agentes públicos em caso específicos. Com a entrada em vigor da LRF, a administração pública se viu obrigada a trabalhar melhor o dinheiro público, sob pena de severa punição. Uma importante questão abordada pela LRF, e que está na Lei 4.320/64, trata das receitas e despesas, pois um dos objetivos da LRF é fazer uma consolidação da contas públicas em nível nacional. Para poder viabilizar essa consolidação, é necessário uniformizar os procedimentos utilizados em todos os entes da federação, desde a União até o menor dos Municípios. Tarefa difícil, se pensarmos nas dificuldades enfrentadas pela maioria dos mais de 5.560 municípios existentes no Brasil. Mesmo assim, num esforço ímpar, a Secretaria do Tesouro Nacional vem por força de lei editando normas objetivando adequar esse cenário heterogêneo. Nosso objetivo, aqui, não é dizer se essas normas, como vêm sendo editadas, estão corretas ou

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A R T I G O Snão. Nosso objetivo é comentar a respeito das receitas e despesas que são, sem sombra de dúvidas, os principais atores dessas leis. Dessa forma, teceremos comentários sobre a nova “roupagem” que as receitas e as despesas passaram a ter após a LRF.

OS INGRESSOS PÚBLICOS É tudo o que a administração pública arrecada, quer seja efetivado por meio de numerário, quer seja por outros bens representativos de valores. São os valores arrecadados pelos entes da federação em decorrência de dispositivos legais e constitucionais. “Ingressos” é uma derivação do conceito contábil de “receita” agregando outros conceitos utilizados pela administração pública em virtude de suas peculiaridades. No entanto, essas peculiaridades não interferem nos resultados contábeis regulamentados pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC, por meio dos Princípios Fundamentais, até porque a macro missão da contabilidade é atender a todos os usuários da informação contábil, harmonizando conceitos, princípios, normas e procedimentos às particularidades de cada entidade. O ingresso de caráter não devolutivo auferidos pelo poder público em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura de despesas públicas, é chamado Receita Orçamentária. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas. É importante observar que nem tudo o que a administração pública arrecada aumenta o seu patrimônio e se destina a fazer face aos gastos públicos, pois está condicionada à restituição ou representa mera recuperação de valores emprestados ou cedidos e que, por isso mesmo, não podem ser consideradas como Receita Orçamentária. Ressaltamos, ainda, que a Portaria Federal nº 340, de 26 de abril de 2006, aprovou a 3ª edição do manual de procedimentos da receita pública, que deve ser utilizado pela União, Estados, Distrito Federal e pelos Municípios. Este manual objetiva padronizar os procedimentos contábeis nos três níveis de governo, de forma a garantir a consolidação das contas exigidas na Lei de Responsabilidade Fiscal. Dessa forma, utilizamo-lo como base para elaboração do item “receitas”. Já com relação à despesa, essa ainda não foi atualizada. Assim, usaremos o conceito atual.

REGULAMENTAÇÃO A Lei nº 4.320/64 regulamenta os ingressos de disponibilidades de todos os entes da federação

classificando-os em dois grupos: orçamentários e extra-orçamentários. Segundo o artigo 3º do art. 4.320/64, a Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as operações de créditos autorizadas em Lei.E em seu § único, diz: “Não se consideram para fins deste artigo as operações de crédito por antecipação de receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiro.” Conforme podemos observar, a Lei nº 4.320/64 nos esclarece sobre a existência de dois tipos de receitas: as que devem ser consideradas na Lei Orçamentária e as que não devem ser consideradas. As primeiras, trataremos como Ingressos Orçamentários; as outras, Ingressos Extra-orçamentários. Ingressos orçamentários: São as receitas públicas, logo, pertencem à entidade que as recolhe. Por isso, devem estar contidas no orçamento público e poderão ser utilizadas pela administração pública. Como exemplo de ingressos orçamentárias podemos citar a arrecadação dos tributos pelos Municípios que, de acordo com a LRF, devem instituir, prever e promover a efetiva arrecadação de todos os tributos de competência constitucional (artigo 11). São esses os tributos municipais, de acordo com o artigo 156 da CF:Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU;Imposto sobre a transmissão “intervivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;Imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS;Taxas; Contribuições de melhoria. Outros exemplos são: operações de créditos autorizadas em lei, dívida ativa, transferências constitucionais etc. Ingressos extra-orçamentários Compreendem os recolhimentos feitos que constituirão compromissos exigíveis, cujo pagamento independe de autorização legislativa. São os ingressos de numerário que correspondam a um aumento de passivo financeiro (recebimento de cauções e depósitos, empréstimos a curto prazo, retenções na fonte em favor de terceiros, etc.) ou a uma redução de ativo financeiro realizável (recebimento de créditos inscritos no subgrupo “realizável”). No primeiro caso, o ativo financeiro (pela entrada do numerário no “disponível”) e o passivo financeiro (pela obrigação financeira assumida) são aumentados de igual valor. No segundo caso, o disponível (pela entrada do numerário) é aumentado e o realizável (pelo recebimento do crédito) é diminuído, não alterando, em conseqüência, o total do ativo financeiro.

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A R T I G O S O ingresso extra-orçamentário configurará sempre, como se poderá verificar, uma entrada compensatória no ativo e passivo financeiros, representando, por isso, um fato contábil do tipo permutativo, o que equivale dizer que não altera o patrimônio líquido da entidade.Dessa forma, como se trata de ingressos compensatórios no ativo e passivo, teremos a obrigação de devolvermos ou pagarmos a quem de direito.

CONTABILIZAÇÃO De acordo com os conceitos contábeis e orçamentários estabelecidos, a receita pública pode ou não provocar variação na situação patrimonial líquida. De acordo com os efeitos produzidos ou não no patrimônio líquido, a receita pública pode ser efetiva e não-efetiva.

Receita pública efetiva A receita pública efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes e, por isto, alteram a situação líquida patrimonial.

Receita pública não-efetiva A receita pública não-efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito e, por isto, alteram a situação líquida patrimonial.

Reconhecimento da receita pública É a aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade para o reconhecimento e direitos antes da efetivação do correspondente ingresso de disponibilidades. A Lei nº 4.320/64, em seus artigos 51 e 53, estabelece o direito de cobrança de tributos com base em duas ações governamentais: a instituição de tributo e a sua inclusão no orçamento mediante lei, observadas as regras constitucionais. Portanto, a combinação da instituição de um tributo e sua inclusão no orçamento constitui reconhecimento de receita para o ente.

Recebimento de receita pública É a aplicação do regime orçamentário de caixa descrito no art. 11 da Lei nº 4.320/64 que resulta em registro contábil do ingresso de recursos, provenientes de receitas anteriormente reconhecidas ou reconhecidas no momento do recebimento. Considera-se também ingresso de disponibilidade de recursos, a compensação ou quitação de obrigações utilizando-se de direitos ou conversão de obrigações em receita, cujos recebimentos estejam previstos no orçamento.

FLUXO DA RECEITA PÚBLICA NO CONTEXTO GERAL Na administração pública, o fluxo econômico é compreendido por dois conceitos distintos, porém integrados. O primeiro é o conceito financeiro fundamentado na filosofia do ingresso de disponibilidade, no qual se baseou o orçamento, e estabeleceu o regime de caixa para a receita pública. O segundo é o conceito patrimonial que por muito tempo não foi observado tanto pela administração pública quanto pela contabilidade pública aplicada ao setor público e que, com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal, para fazer cumpri-lo, é necessária uma mudança cultural.

CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DA RECEITA PÚBLICA1 Quanto à classificação econômica, as receitas são classificadas em corrente e capital.

Receitas correntes São as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinados a atender a despesas classificáveis em “despesas correntes”.

Receitas de capital São as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívida, da conversão, em dinheiro, de bens e direitos, os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinadas a atender às despesas classificáveis em despesas de capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente.

CODIFICAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA RECEITA

NATUREZA DA RECEITA Na elaboração do orçamento público, a codificação orçamentária da natureza da receita é composta dos níveis abaixo:1º Nível – Categoria econômica2º Nível – Fonte3º Nível – Subfonte4º Nível – Rubrica5º Nível – Alínea6º Nível – Subalínea

¹Art. 11 da Lei �.��0/6�.

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DETALHAMENTO DE CÓDIGO DA NATUREZA DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA Para atender às necessidades internas, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios poderão detalhar as classificações orçamentárias constantes do anexo I, a partir do nível ainda não detalhado. A administração dos níveis já detalhados cabe à União.

Exemplo 1: 1.1.1.�.0�.10 – Pessoas físicas:1 = Receita corrente (categoria econômica);1 = Receita tributária (fonte);1 = Receita de impostos (subfonte);2 = Impostos sobre o patrimônio e a renda (rubrica);04 = Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (alínea);10 = Pessoas físicas (subalínea) - NÍVEL EXCLUSIVO DA STN.XX = NÍVEL DE DETALHAMENTO OPTATIVO.

REGIME DE EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA RECEITA PÚBLICA Conceito orçamentário Do ponto de vista orçamentário, o regime de caixa é legalmente instituído para a receita pública, ou seja, no momento do ingresso de disponibilidade. Tal situação decorre da aplicação da Lei nº 4.320/64, que em seu artigo 35, dispõe pertencerem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas. A adoção do regime de caixa para as receitas decorre do enfoque orçamentário da Lei nº 4.320/64, com o objetivo de evitar o risco de que a execução das despesas orçamentárias ultrapasse a arrecadação efetivada. A aplicação do regime orçamentário de caixa abrange também os ingressos indiretos. São denominados ingressos indiretos as operações realizadas pelo ente que consistem na utilização de direitos, cujos recebimentos estejam previstos no orçamento, para quitar obrigações também autorizadas no orçamento.

O conceito estabelecido no artigo 35 é bastante incisivo ao caracterizar como receita do exercício corrente aquela que for arrecada no próprio exercício. Não permite nenhuma exceção, mas algumas práticas têm descaracterizado esse conceito. O equilíbrio das receitas e despesas deve ser compreendido no tempo e não em cada exercício. Este

conceito é derivado da aplicação do artigo 35. Não se deve confundir equilíbrio orçamentário da previsão e da dotação, com o equilíbrio das execuções das receitas e despesas. O equilíbrio orçamentário da previsão e da dotação é baseado no princípio da anualidade, combinado com a inclusão, no total da previsão, do valor dos saldos de exercícios anteriores para justificar o suporte financeiro à dotação orçamentária. O equilíbrio da execução das receitas e despesas é baseado no princípio da origem e da aplicação de recursos, caracterizado pelo equilíbrio financeiro no tempo. Dessa forma, não são receitas arrecadadas e, portanto, não devem ser registradas como tal, até porque já foram arrecadados os recursos financeiros oriundos de:1 – Superávit financeiro – artigo 43, parágrafo 1º , inciso I – aplicação do princípio do equilíbrio de receitas e despesas, que considera o superávit financeiro fonte para aumento de despesas do exercício seguinte. Portanto, trata-se de saldo financeiro, e não de nova receita a ser registrada.2 – Cancelamento de despesas inscritas em “restos a pagar” – artigo 38 – aplicação do princípio do equilíbrio de receitas e despesas que consideram as disponibilidades de recursos destinadas ao pagamento de restos a pagar como fonte para aumento de despesas do exercício em que ocorrer o cancelamento. Portanto, trata-se de restabelecimento de saldo de disponibilidade comprometida, resultante de receitas arrecadadas em exercícios anteriores, e não de uma nova receita a ser registrada. Seria o mesmo que registrar uma receita mais de uma vez, e isso descaracteriza a aplicação tanto do princípio da competência contábil, quanto do regime orçamentário de caixa.

Entende-se por cancelamento de “restos a pagar” o estorno da obrigação constituída em exercícios anteriores em contrapartida com uma variação ativa resultante do cancelamento de despesa orçamentária inscrita em “restos a pagar” em exercícios anteriores. Não se confunde com a recuperação de despesa de exercícios anteriores. A recuperação de despesas orçamentárias de exercícios anteriores é o recebimento de disponibilidades provenientes de devoluções de recursos pagos a maior ou de descontos concedidos após o encerramento do exercício. Neste caso, trata-se de receita orçamentária.

DESPESA PÚBLICA São todos os valores que são gastos pela administração pública para as mais diversas finalidades, como por exemplo: para a manutenção de serviços existentes, pagamento de salários e para a criação, expansão ou aperfeiçoamento da ação governamental, visando à satisfação das necessidades coletivas ou até mesmo os repasses de valores que ficam consignados

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(retidos) na administração para pagamento a fornecedores ou para simplesmente serem repassados a outros entes. Nem todos esses valores diminuem o patrimônio da entidade, pois algumas dessas despesas foram feitas com valores de terceiros, os quais foram depositados no ente, e este agiu apenas como intermediador.As despesas públicas se dividem em dois grandes grupos, que, a seguir, serão comentadas, as orçamentárias e as extra-orçamentárias.

Despesa orçamentária A despesa orçamentária pode ser conceituada como aquela que a entidade de direito público, devidamente autorizada pela lei orçamentária ou pelos créditos adicionais, realiza para a manutenção de serviços anteriormente criados e para a criação ou ampliação dos serviços públicos, visando à satisfação das necessidades coletivas. Para que a despesa orçamentária possa ser realizada, é imprescindível, como se vê, que esteja programada no orçamento ou autorizada por créditos adicionais. A despesa orçamentária deve ser realizada com rigorosa observância aos três estágios que a Lei Federal nº 4.320/64 estabelece: empenho, liquidação e pagamento. Finalmente, é importante anotar que, excetuados os casos previstos pela legislação pertinente, a despesa orçamentária deve ser precedida de licitação e formalizada por meio de contrato.

Despesa extra-orçamentária Constituem despesa extra-orçamentária as saídas de numerário que não dependam de autorização legislativa, isto é, aquelas que não correspondam a pagamentos de despesas orçamentárias. A despesa extra-orçamentária caracteriza-se por acarretar um aumento do ativo financeiro realizável (quando a saída de numerário gerar um direito a ser inscrito nesse subgrupo) ou uma redução do passivo financeiro (quando, em razão da saída de numerário, ocorrer uma diminuição das obrigações financeiras inscritas nesse grupo). São exemplos de despesa extra-orçamentária: adiantamentos e empréstimos a autarquias, desfalques de numerário, com responsabilização de servidor (nesses casos, as saídas de numerário geram direitos a serem inscritos no realizável), pagamentos de restos a pagar, dos serviços da dívida a pagar, amortização do principal da dívida contraída a curto prazo, devoluções de cauções, pagamentos às entidades ou pessoas em favor das quais foram efetuadas retenções na fonte (nesses casos, as saídas de numerário acarretam diminuição do passivo financeiro). Caracteriza-se a despesa extra-orçamentária, ainda, por representar, a exemplo do que acontece com a receita extra-orçamentária, um fato contábil do tipo

permutativo, uma vez que não altera o patrimônio líquido.Observação: pode acontecer o caso em que a receita extra-orçamentária se torne orçamentária. Como? Temos, por exemplo, o caso do imposto de renda retido na fonte de servidores, que, por força constitucional, é retido e contabilizado como uma obrigação e depois é retido no próprio ente municipal. Outros exemplos são os valores recebidos como “caução” e também o cancelamento de restos a pagar (art.38).

Classificação da despesa1º Institucional: Poder, órgão e unidade orçamentária.2º Funcional programática: Função, subfunção, programas, projeto/atividade ou operações especiais.3º Por natureza: Categoria econômica, grupo de natureza da despesa e elemento de despesa. Obs. Os três itens juntos formam uma dotação orçamentária.

1º- INSTITUCIONAL: PODER, ÓRGÃO E UNIDADE ORÇAMENTÁRIA

Supondo a dotação orçamentária: 60.16.10.12.365.0151.9.565.4.4.90.51.00

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2º Funcional programática: Função, subfunção, programas, projeto/atividade ou operações especiais.

3º Por natureza: Categoria econômica, grupo de natureza da despesa e elemento de despesa.

Obs. Os três itens juntos formam uma dotação orçamentária.

1º- INSTITUCIONAL: PODER, ÓRGÃO E UNIDADE ORÇAMENTÁRIA

Supondo a dotação orçamentária: 60.16.10.12.365.0151.9.565.4.4.90.51.00

Poder 60 - PMSP

Órgão 16 - Educação

Unidade 10 - Gabinete do secretário

2º- CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL PROGRAMÁTICA

De acordo com a Portaria nº 42 de 14.04.1999, do Ministro de Planejamento, a despesa orçamentária deve ser discriminada e codificada por: função de governo, subfunção, programa, projeto, atividade e operações especiais. A discriminação ordenada na classificação funcional programática visa a conjugar as funções de governo com os programas a serem desenvolvidos. A seguir, apresentamos a discriminação e a codificação de acordo com a Portaria:

1º e 2º dígitos indicam as funções 3º ao 5º dígitos subfunções 6º ao 9º dígitos os programas

10º dígito

começando com nº impar - Projeto com par - Atividade com zero - Operações especiais: Finalistas e Não finalistas

11º a 13º dígitos subtítulo - nº Seqüencial do projeto ou atividade ou operação especial

�º- CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL PROGRAMÁTICA De acordo com a Portaria nº 42 de 14.04.1999, do Ministro de Planejamento, a despesa orçamentária deve ser discriminada e codificada por: função de governo, subfunção, programa, projeto, atividade e operações especiais. A discriminação ordenada na classificação funcional programática visa a conjugar as funções de governo com os programas a serem desenvolvidos. A seguir, apresentamos a discriminação e a codificação de acordo com a Portaria:

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2º Funcional programática: Função, subfunção, programas, projeto/atividade ou operações especiais.

3º Por natureza: Categoria econômica, grupo de natureza da despesa e elemento de despesa.

Obs. Os três itens juntos formam uma dotação orçamentária.

1º- INSTITUCIONAL: PODER, ÓRGÃO E UNIDADE ORÇAMENTÁRIA

Supondo a dotação orçamentária: 60.16.10.12.365.0151.9.565.4.4.90.51.00

Poder 60 - PMSP

Órgão 16 - Educação

Unidade 10 - Gabinete do secretário

2º- CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL PROGRAMÁTICA

De acordo com a Portaria nº 42 de 14.04.1999, do Ministro de Planejamento, a despesa orçamentária deve ser discriminada e codificada por: função de governo, subfunção, programa, projeto, atividade e operações especiais. A discriminação ordenada na classificação funcional programática visa a conjugar as funções de governo com os programas a serem desenvolvidos. A seguir, apresentamos a discriminação e a codificação de acordo com a Portaria:

1º e 2º dígitos indicam as funções 3º ao 5º dígitos subfunções 6º ao 9º dígitos os programas

10º dígito

começando com nº impar - Projeto com par - Atividade com zero - Operações especiais: Finalistas e Não finalistas

11º a 13º dígitos subtítulo - nº Seqüencial do projeto ou atividade ou operação especial

Ex. : 60.16.10.1�.�6�.01�1.�.�6�.�.�.�0.�1.00

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12 - Função - Educação.365 - Sub função - Educação infantil.0151 - Programa - Construção de creche.9.565 - Projeto e subtítulo - Construção da creche Cangaíba.

Função: Maior nível de agregação das diversas áreas de despesas que competem ao setor público. Subfunção: Uma participação da função, que visa a agregar determinado subconjunto de despesa do setor público. Programa: Instrumento de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurados por indicadores estabelecidos no plano plurianual. Projeto: É um instrumento de programação para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto final que concorre para expansão ou aperfeiçoamento da ação do governo. Atividade: É um instrumento de programação para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, necessárias à manutenção da ação do governo. O projeto caracteriza-se como se vê, por ter começo e fim e a atividade se repete ano a ano. Operações especiais: São as despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob a forma de bens e serviços. Elas constituem uma espécie do gênero das operações orçamentárias. A outra espécie seria as “ações orçamentárias” que se traduzem nos diferentes projetos e atividades.Cabe lembrar que as “operações especiais”, não vinculadas a programas constantes do plano plurianual, comporão uma função específica, denominada “encargos especiais”, sem identificação de programas. Exemplo: Dívida, ressarcimentos, transferências, indenizações e outros afins.

�º- DESPESA POR NATUREZA

I- Categoria econômica (art.1� da Lei nº �.��0/6�). Despesas correntes: O código das despesas correntes é 3, sendo classificadas nesta categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.Subdividem-se em despesas de custeio e transferências correntes. Custeio: São as destinadas à manutenção dos serviços anteriormente criados, tais como conservação

de escolas, hospitais, coleta de lixo, serviços administrativos. São elementos da despesa de custeio: despesas com pessoal, material de consumo, serviços de terceiros etc. Transferências correntes: De um modo geral são as transferências realizadas. Podem ser as transferências intragovernamentais, intergovernamentais, a instituições privadas (subvenções sociais, econômicas, contribuições correntes), ou a pessoas (inativos, pensionistas) etc.Despesas de capital: O código das despesas de capital é 4. São classificadas nesta categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital ou para adicionar um valor a um bem já existente, bem como transferir, por meio de compra ou outro meio de aquisição, a propriedade de bem entre entidades do setor público ou de setor privado para o primeiro. Não podemos confundir com o conceito contábil de bens de ativo, como tal, contabilizável. São subcategorias das despesas de capital: investimentos (Investimentos das quais resulta um bem ativo, aquisição de imóveis para a realização de obras (§4º, art.12 da 4.320/64); inversões financeiras (aquisição de um bem de capital já em utilização, aquisição de imóveis - exceto aqueles necessários à realização de obras) e transferências de capital (são as despesas que vão, nas entidades beneficiadas, contribuir para formação ou aquisição de um bem de capital) – transferências, amortizações de dívida etc).

II - Grupo de natureza da despesa Entende-se por grupos de natureza de despesa a agregação de elementos de despesa que representam as mesmas características quanto ao objeto de gasto.Observação: A natureza da despesa será complementada pela informação gerencial denominada “modalidade de aplicação”, a qual tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de governo ou por outro ente da federação e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

III – Elemento de despesa O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros de que a administração pública se serve para a consecução de seus fins. É facultado, ainda, o desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

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Em decorrência do disposto no art. 3º a estrutura da natureza da despesa a ser observada na execução orçamentária de todas as esferas de governo será “c.g.mm.ee.dd”, onde: a) “c” representa a categoria econômica; b) “g” o grupo de natureza da despesa; c) “mm” a modalidade de aplicação; d) “ee” o elemento de despesa; e e) “dd” o desdobramento, facultativo, do elemento de despesa.

Ex. Dotação:60.16.10.1�.�6�.01�1.�.�6�.�.�.�0.�1.00

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O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros de que a administração pública se serve para a consecução de seus fins.

É facultado, ainda, o desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

Em decorrência do disposto no art. 3º a estrutura da natureza da despesa a ser observada na execução orçamentária de todas as esferas de governo será “c.g.mm.ee.dd”, onde:

a) “c” representa a categoria econômica; b) “g” o grupo de natureza da despesa; c) “mm” a modalidade de aplicação; d) “ee” o elemento de despesa; e e) “dd” o desdobramento, facultativo, do elemento de despesa.

Ex. Dotação:: 60.16.10.12.365.0151.9.565.4.4.90.51.00

Discriminação Econômica

Código orçamentário

Especificação

Categoria econômica 4 Despesa de capital Grupo de natureza da despesa 4 Investimento Modalidade de aplicação 90 Aplicação direta Elemento 51 Obras e instalações Desdobramento facultativo 00 Não há

Finalizando, apresentamos abaixo a cassificação completa da dotação orçamentária.

16.10.12.365.0151.9.565.4.4.90.51-00

16 Órgão: Secretaria de Educação 10 Unidade: Gabinete do Secretário 12 Função: Educação 365 Subfunções: Infantil 0151 Programa: Crianças de 0 a 6 anos 9565 Projeto/Atividade: Construção da Creche Cangaiba 4 Categoria econômica: Despesa de Capital 4 Grupo de natureza da despesa: Investimento 90 Modalidade de aplicação: Direta

Finalizando, apresentamos abaixo a cassificação completa da dotação orçamentária.

16.10.1�.�6�.01�1.�.�6�.�.�.�0.�1-00

13

O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros de que a administração pública se serve para a consecução de seus fins.

É facultado, ainda, o desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

Em decorrência do disposto no art. 3º a estrutura da natureza da despesa a ser observada na execução orçamentária de todas as esferas de governo será “c.g.mm.ee.dd”, onde:

a) “c” representa a categoria econômica; b) “g” o grupo de natureza da despesa; c) “mm” a modalidade de aplicação; d) “ee” o elemento de despesa; e e) “dd” o desdobramento, facultativo, do elemento de despesa.

Ex. Dotação:: 60.16.10.12.365.0151.9.565.4.4.90.51.00

Discriminação Econômica

Código orçamentário

Especificação

Categoria econômica 4 Despesa de capital Grupo de natureza da despesa 4 Investimento Modalidade de aplicação 90 Aplicação direta Elemento 51 Obras e instalações Desdobramento facultativo 00 Não há

Finalizando, apresentamos abaixo a cassificação completa da dotação orçamentária.

16.10.12.365.0151.9.565.4.4.90.51-00

16 Órgão: Secretaria de Educação 10 Unidade: Gabinete do Secretário 12 Função: Educação 365 Subfunções: Infantil 0151 Programa: Crianças de 0 a 6 anos 9565 Projeto/Atividade: Construção da Creche Cangaiba 4 Categoria econômica: Despesa de Capital 4 Grupo de natureza da despesa: Investimento 90 Modalidade de aplicação: Direta

BIBLIOGRAFIA

Brasília. Portaria nº 340, de 26 de abril de 2006. Receitas Públicas: Manual de procedimentos da Receita Pública.

BLUMEN, Abrão, MONTEIRO, Izabel Camargo Lopes, SILVA, Moacir Marques da; SILVA, Valmir Leôncio da, MÉDICO, Wagner Dal Médico. Guia Municipal de Administração Pública. São Paulo: NDJ, 2006.

SILVA, Moacir Marques da; AMORIM, Francisco Antônio de; SILVA, Valmir Leôncio da. Lei de Responsabilidade Fiscal, Uma Abordagem Prática. São Paulo: Scortecci, 2002.

[*] Valmir Leôncio da Silva é bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Cidade de São Paulo, com mestrado em Administração pela UNISA. Ingressou no TCM em 1996, como agente de fiscalização (Contador). Atualmente é coordenador e professor da Escola de Contas do TCMSP e professor do curso de MBA em Administração Pública, promovido pela FIPECAFI.-Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras.

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Aristides Almeida Rocha [*]

REFLEXÕES SOBRE O RECURSO NATURAL ÁGUA (RECURSOS HÍDRICOS)

ÁGUA:IMPORTÂNCIA E CRISE

Embora o século pas-sado tenha sido carac-terizado como o do pe-tróleo, foi outro mineral líquido aquele que maio-res preocupações trou-xe para o século XXI. De fato, nos anos 70 do sé-culo XX a própria OMS

estabelecia a década da água e mais recentemente o ano internacional. Elemento vital (corresponde de 60% a 70% do peso do ser humano em média; uma pessoa de 90 kg conso-me em média/dia cerca de 3L dos quais 53% são elimi-nados pela urina, 42% evaporados pela pele e pulmões e 5% pelas fezes), desde tempos imemoráveis a água ditou o crescimento e o florescer de civilizações, que sempre procuraram estabelecer-se nas proximidades dos rios. Assim ocorreu às margens dos rios Tigres e Eufrates na Mesopotâmia e em tantas outras cidades nos vários continentes. Embora os recursos hídricos possam ser abundan-tes no globo terrestre, infelizmente não estão disponí-veis de modo eqüitativo, nos continentes, países e re-giões. A Guiana Francesa, por exemplo, é o país que apresenta a maior disponibilidade de água, estimando-se em 812.121 m3/hab ; o Brasil aparece em 25o lugar com 48.314m3/hab; e o Kwait ocupa o último lugar com apenas 10m3/hab (UNESCO, 2003). Essa disparidade conduz a conflitos não só entre as nações, mas também de usos: abastecimento, produ-ção de energia, irrigação, recreação, meio de transpor-te, dessedentar animais. O Brasil que apresenta uma disponibilidade de água “potabilizável” estimada em mais de 12% de seus recur-sos, tem também uma distribuição variável ao se consi-derar as diversas bacias hidrográficas que ocupam no total 10.724.000km2 de território. O balanço hídrico nacional aponta uma média de precipitação anual de 696.020 m3/s. Contudo, conquan-to a média na Bacia Amazônica seja de 493.191 m3/s,

na do Atlântico Leste-Norte tem-se apenas 7.784 m3/s. (Braga et al, 1998). Outro fato contrastante é a verificação de que a den-sidade de habitantes por km2 é também extremamente diferente nas áreas ocupadas pelas várias bacias hidro-gráficas. No estado do Amazonas com um potencial hídrico de 1.848,3 km3/ano a densidade populacional é de 1,50 hab/km2 havendo uma utilização total dos recursos hí-dricos de 80 m3/hab/ano (nível de utilização em 1991 praticamente 0,0), enquanto que no estado de São Pau-lo onde o potencial hídrico é de 91,9 km3/ano, há uma densidade populacional de 137,8 hab/km2, e uma utili-zação total de 373 m3/hab/ano (nível de utilização em 1991 de 12). No estado de Pernambuco a situação é mais crítica, pois o potencial é de apenas 9,4 km3/ano, a densidade populacional de 75,98 hab/km2, e o nível de utilização total de 268 m3/hab/ano (em 1991 o nível de utilização atingia 20,30) (DNAE 1985/Censo IBGE, 1996/Rebouças 1994).

GESTÃO DOS RECURSOSHÍDRICOS Em face da importância e da crise nas disponibili-dades dos recursos hídricos é preciso administrar com equilíbrio e parcimônia os usos da água. A avaliação dos problemas de abastecimento nos países filiados à Organização das Nações Unidas indi-ca, segundo o Professor Wanderley Paganini, da Facul-dade de Saúde Pública-USP (informação pessoal) que quando a utilização de água representa menos do que 5% das descargas médias dos rios de uma determinada bacia hidrográfica, pouca atividade de gerenciamento é em geral praticada, sendo a água considerada um bem livre. Quando essa relação permanece entre 5 e 10% a disponibilidade ainda é confortável para o estado ou região de abrangência da bacia hidrográfica. Contudo, nesse caso pode haver a necessidade de gerenciar os recursos hídricos para evitar ou então solucionar even-tuais problemas de abastecimento local. Entretanto, se esse coeficiente atinge patamares entre 10 e 20% é imprescindível a atividade de geren-ciamento e a exigência da destinação de recursos com investimentos de média intensidade. Porém, quando o coeficiente de utilização ultra-

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A R T I G O S

passar os 20% das descargas médias dos rios, asituação é considerada crítica, exigindo intensa ativi-dade gerencial e a soma de grandes investimentos. Esta é, pois, a situação da Região Metropolitana de São Paulo. Na América Latina e Caribe, o World Summit for Children em 1995 assinalava que a porcentagem (%) de população servida com a cobertura dos serviços coleti-vos de esgotos sanitários apresentava-se em situação crítica, por exemplo, no Paraguai, com índices abaixo de 40%; Brasil, Peru, Colômbia, Equador apareciam com cobertura variável de 41 a 70% e com 71 a 100% a Ar-gentina, México, Venezuela e outros. De fato, o Brasil, com dimensões continentais, apre-senta contrastes. Em todo o território, a cobertura de serviços de esgotos com abrangência regional chega a 38,5%. Porém, na região Norte esse atendimento aos serviços de esgotos atinge apenas 4,1%, enquanto o Sudeste tem índice de 62,7% e o Sul 93,4%; o Brasil como um todo atinge 90,6%. Deve ser considerado que há uma interdependência hidrográfica na qual o usuário que lança os seus dejetos a montante nas águas de um rio deverá servir-se dessa mesma água a jusante. Assim, para o controle e grau de tratamento a ser exigido deve-se levar em conta a dependência aos se-guintes fatores: capacidade de diluição do corpo d’água, características de uso das águas a montante e a jusante e as condições de autodepuração do corpo d’água. Nas ações de controle devem ser observados os possíveis prejuízos visíveis e os não visíveis que so-frem os recursos hídricos em função dos usos, exigindo a tomada de medidas preventivas e/ou corretivas, as-sim como o envolvimento da sociedade. As avaliações e monitoramento devem ser constantes, evitando, por exemplo, o sucedido ao longo da história com o rio Tietê na Região Metropolitana de São Paulo.

ÁGUA E SAÚDE PÚBLICA Desde o aparecimento do ser humano na Terra este sentiu a necessidade de dispor de água, em quantidade e qualidade para sua sobrevivência. Não sem razão, as cidades foram se formando às margens ou nas proximi-dades de rios.Logo também o homem percebeu a importância de pre-servar e manter a água limpa, permitindo o uso para várias necessidades, como banho, alimento, bebida etc. Os egípcios, por exemplo, guardavam a água em potes colocados em lugares arejados evitando ficasse com mau cheiro, e os romanos reservavam a água e a trans-portavam em aquedutos protegidos, assim como, outras antigas civilizações. Contudo, esses conhecimentos trazidos da antigui-

dade, parece que foram esquecidos com o advento das grandes cidades. Durante a Idade Média, na Europa, milhões de pessoas morreram devido à peste transmiti-da pela pulga dos ratos que proliferavam nas cidades e outras tantas vidas se perderam pelo consumo de água contaminada. Nessa época, o lixo e os dejetos de fezes e urina eram dispostos nas ruas ou nos fossos com água que circundavam os castelos. Acreditava-se que todos os males eram provocados pelos “miasmas” do ar. Somen-te no século XIX, os conhecimentos trazidos por Louis Pasteur e outros pesquisadores iriam comprovar que muitas doenças que afetavam a saúde pública ocorriam pela presença de microrganismos na água. Esses se-res que provocam doenças, chamados de patógenos, se desenvolvem nas águas para onde chegam com os poluentes. De fato, atualmente sabe-se que várias doenças têm sua transmissão relacionada com a água. Algu-mas ocorrem quando se toma água que recebeu urina e fezes de pessoas, ou de animais, doentes ou porta-dores, sendo exemplos, dentre outras: as bactérias da cólera, febre tifóide e leptospirose; os protozoários da amebíase e giardíase; o vírus da hepatite infecciosa. Certas doenças são causadas pela falta de limpe-za ou de higiene pessoal em decorrência da falta de água e, às vezes, com o uso de água poluída e con-taminada, por exemplo, ao se lavar os olhos, ouvidos, rosto e pele ou corpo em geral. Certas verminoses como o amarelão (ancilostomíase) e a lombriga (as-caridíase) e mesmo a pediculose (piolho) e algumas conjuntivites bacterianas surgem porque as pessoas não lavam convenientemente os pés, as mãos, o rosto. Mas há ainda doenças que são causadas por seres parasitas que são transmitidos por outros organismos que vivem na água, ou que pelo menos têm uma parte do seu ciclo de vida desenvolvido na água. Dessas, mui-tas são verdadeiros flagelos mundiais atingindo milhões de pessoas inclusive em território brasileiro. O verme Schistossoma sp., que provoca a esquistossomose, por exemplo, tem como hospedeiro intermediário o caramu-jo da família Planorbidae, Biomphalaria sp que vive na água. A larva do verme sai do corpo desse animal sob a forma de cercária, nada na água e penetra pela pele do homem, causando a doença. A malária, outra doença que atinge milhões de pes-soas em todo o globo terrestre, e particularmente no Brasil, também está relacionada à água, pois a larva do mosquito Anopheles sp, que alberga o protozoário Plas-modium sp, vive na água. O mesmo ocorre com a larva do mosquito Aedes aegypti que transmite a dengue, que prolifera em águas limpas. Entretanto, os problemas de saúde pública rela-

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A R T I G O Scionados à água podem ser ainda devidos, a produtos químicos oriundos do lançamento em terras destinadas à agricultura (os agroquímicos para proteção das plan-tações) ou provenientes das descargas industriais con-tendo metais como arsênio, cádmio, chumbo, mercúrio e outros, que podem acumular-se nos peixes e demais seres aquáticos. Como se percebe, a manutenção da qualidade sa-nitária e ecológica da água depende da ação do próprio homem. Mesmo quando existe carência de serviços de saneamento, havendo precária rede de coleta e trata-mento dos esgotos domésticos ou de falta de água tra-tada, é possível evitar as doenças com procedimentos simples, como a fervura da água, ou a simples cloração que a Prefeitura pode realizar; pois o cloro é suficiente para eliminar bactérias, protozoários e até vírus. No Brasil, ainda que em certos locais a situação do saneamento não seja de todo favorável, é preciso lembrar que nas regiões metropolitanas e nas grandes cidades está se procurando implantar projetos para tra-tamento dos esgotos domésticos e de resíduos indus-triais, muitos dos quais já estão concluídos e outros em andamento visando a recuperar a qualidade das águas. Quanto ao fornecimento de água tratada e potável para suprir as populações, nas últimas duas décadas do século XX houve satisfatório avanço com o aumento da rede de água, a construção de estações de tratamento e de reservatórios, o que está se refletindo na sensível queda da mortalidade infantil, principalmente a ocasio-nada por disenterias ou diarréias.

QUALIDADE DA ÁGUA: AÇÃO E DE-SENVOLVIMENTO A importância da água para a vida é tema tão an-cestral, quanto o aparecimento do ser humano na Terra. No Gênesis está escrito “no mesmo dia, todas as fontes irromperam das grandes profundezas e as janelas do céu foram abertas [...] prevalecendo as águas sobre a Terra”. Antigas civilizações, como sumérios e babilônios, consideravam a água como o mais valioso presente dos deuses; os chineses falavam da ajuda que a água traz para milhares de pessoas, sem nada exigir. De fato, Goethe, mais modernamente, enfatizava que tudo nasceu da água, tudo é mantido pela água. Contudo, paradoxalmente, ainda que essas conside-rações possam parecer ser verdade absoluta, desde a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra na segunda metade do século XVIII, passando o XIX e acentuando-se no século XX, a sociedade humana aprimorando os processos tecnológicos, procurando fundamentalmente gerar conforto e bem estar, cada vez mais comprometeu

e vem acentuadamente comprometendo o ambiente, afetando os ecossistemas do ar, solo e água, também contrariando e esquecendo as judiciosas ponderações de Tales de Mileto ao reconhecer a água como fonte precípua de tudo que há no universo, ou o pensamento de alguns alquimistas da Idade Média chegando a acre-ditar que fosse a água a própria “substância fundamen-tal” que tanto procuravam. Mas isto não importa, pois a toda reação correspon-de uma reação igual e de sentido contrário. Estas são as forças de uma contrafação, que no caso da água, come-çam também a surgir no século XX, passando ao XXI, inicialmente de modo incipiente, e depois, com maior intensidade, no sentido de modificar os paradigmas de atuação e produção, ações que se devem, talvez, me-nos por reconhecer o ser humano suas próprias ações nefastas afetando deleteriamente a qualidade ambien-tal, e mais pelo fato de causar perdas econômicas, en-fim a diminuição de lucros. A própria Organização Mundial da Saúde, surgida em 1945, definindo a saúde como um estado de com-pleto bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade, manifestou essa preocupação com a qualidade da água ao estabelecer a década da água nos anos 70 e o ano internacional da água já no século XXI, não a dissociando, portanto, da discussão ambiental. Essa premissa implica na necessidade da difícil ta-refa de compatibilizar a aplicação dos conhecimentos tecnológicos e a manutenção das condições essenciais à sobrevivência, não só do homem, mas de todos os se-res vivos, ou do imenso ecossistema que é a Ecosfera. A magnitude do problema é tanto maior quando se leva em conta a dimensão que atualmente assumiram os projetos engendrados pela ação antrópica visando a utilizar o meio ambiente, e em particular a água. Ne-cessário, pois, é haver um maior escrúpulo ecológico na gestão ambiental. A Agenda 21, nesse sentido, conferiu sensível alte-ração conceitual no processo de planejamento e gestão dos recursos hídricos. O Capítulo 4, referente ao eficien-te uso dos recursos hídricos, assinala que a água doce é um recurso finito e indispensável à sobrevivência das espécies, incluindo Homo sapiens. Veja-se que, finalmente se está reconhecendo tudo aquilo que as civilizações antigas (muitas vezes con-sideradas menos evoluídas, por não terem conhecido vários processos tecnológicos e tampouco atingido a era da informática) já conheciam e praticavam, até que se chegasse à época cartesiana e reducionista. Na verdade, a partir das Conferências Internacio-nais sobre “Desenvolvimento das Águas e do Meio Am-biente” e das Nações Unidas em 1992; “Avaliação e Ge-

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A R T I G O Srenciamento de Recursos Hídricos” e da OEA em 1996; de um aprofundado e pormenorizado Relatório sobre os Recursos de Água Doce do Mundo, em 1997 e das ações do PNUMA/IETC, 2001, um novo paradigma para o gerenciamento dos recursos hídricos foi apresentado. Esse modelo reconhece ser a água essencial à vida, mas esta constitui um recurso finito e vulnerável que tem de ser protegido e a sua utilização feita com parci-mônia. O gerenciamento exige uma integração sistemática baseada na percepção da água como parte integral do ecossistema, tida como recurso natural, bem social e econômico sendo que a quantidade e qualidade é que devem determinar a sua disponibilidade e utilização. Indubitavelmente, no uso dos recursos hídricos a prioridade deve relacionar-se não só ao atendimento das necessidades básicas (abastecimento de água po-tável) e também à proteção dos ecossistemas. Nesse sentido, deve ser lembrado que, em relação às bacias hidrográficas circundantes da Região Metropolitana de São Paulo, a história mostra ter acontecido exatamente ao contrário, trazendo como resultante a problemática conflituosa que até presentemente impera, exigindo vul-tosos recursos para a reversão desse cenário. A água evidentemente tem um papel social e o ge-renciamento dos recursos hídricos que deve ser inte-grado (incluindo o solo e as águas) abrangendo a bacia hidrográfica, acarreta ações que trazem um ônus eco-nômico. A cada cidadão deve-se prover uma quantidade mí-nima de água, pois como dito, esta é um bem social e econômico cujo valor é variável com o tipo de uso e qua-lidade propiciada. Portanto, deve haver uma contabilida-de de valor social, ambiental e econômico. No processo de avaliação do valor econômico da água, portanto, além do valor do mercado, devem ser considerados fatores externos não só associados à conservação ambiental e à sustentabilidade dos recursos naturais, mas, sobre-tudo às condições sociais dos usuários na bacia e sub-bacia consideradas. O problema não será resolvido pela simples construção de Estações de Tratamento de Água (ETAs), Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) ou de quilômetros de emissários e interceptores. Não resta dúvida de que cabe ao Estado estabe-lecer parâmetros quali-quantitativos para as águas, es-tabelecer medidas compensatórias e de remedição de possíveis danos causados pelos eventuais agentes de degradação, poluição e contaminação. Contudo, creio que as decisões não devem ser tomadas ao arrepio da sociedade. Essa prática oriunda de períodos ditatoriais não mais se coaduna com a moderna sociedade brasi-leira.

O aparente conforto que sentem as autoridades constituídas e aqueles que, eventualmente, detêm o poder decisório nos escalões administrativos mais in-feriores, acaba por impor, por vezes, certos ônus aos cidadãos, que na verdade são os que verdadeiramente mantêm o sistema e fazem girar a economia do país. Possivelmente, alguns ainda radicais poderão argu-mentar que o envolvimento de usuários no planejamen-to e implementação dos projetos sobre a água constitui entraves à boa resolução dos problemas. Entretanto, tendo convivido e participado nos vários segmentos, como técnico e funcionário de uma estatal do setor, atuante na iniciativa privada de consultoria, consultor e assessor de entidades internacionais; re-presentante da Universidade de São Paulo no Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA), e atualmente como professor universitário, sinto-me extremamente confortável em reconhecer que a sociedade civil muitas vezes representada nas Organizações Não Governa-mentais (ONGs) está em muito amadurecida para argu-mentar e defender os seus pontos de vista, pois quase sempre conhece e reconhece as peculiaridades de seu mundo entorno, bem como tem consciência de suas próprias dificuldades econômicas. Por derradeiro, entendo que, para haver a satisfató-ria ação e desenvolvimento do gerenciamento do uso da água, visando precipuamente a manter a qualidade, haveria que se ter uma abordagem participativa envol-vendo usuários, planejadores e políticos em todos os níveis. Creio firmemente que só assim estaremos, parafra-seando São Francisco de Assis, agradecendo ao Cria-dor: “Seja louvado, ó Deus, pela água, tão necessária, versátil, preciosa e frágil”.

[*] Aristides Almeida Rocha é mestre e doutor em Ciências, além de biólogo em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo-USP e servidor aposentado da CETESB. Atua como consultor e asses-sor da Organização Panamericana e Mundial da Saúde, bem como do Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID. Desde 1987, é membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo. É ex-Membro do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA) e professor aposentado da Universidade de São Paulo, onde minis-trou aulas de Hidrobiologia Sanitária.

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A R T I G O S

Thais Horta [*]

AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – A3PO Programa A�P na cidade de São Paulo: O programa é geren-ciado pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, pois en-tendemos que, além de ser um programa de ges-tão ambiental, é também um programa de educa-ção ambiental, porque investe na mudança de

hábitos do servidor da municipalidade, independente do local de trabalho. É um programa de caráter intersecre-tarial, perene e adaptável a cada realidade. O Programa A3P está sendo trabalhado na cidade de São Paulo desde fevereiro de 2005, sendo que o Ter-mo de Adesão foi assinado pelo prefeito José Serra em 17/08/2005. Para instituir a implantação do programa na cidade, foi publicado o Decreto nº 45.959 de 06/06/2005 e realizado um seminário para apresentação do progra-ma a todos os indicados a coordenadores, em cada ór-gão público. Para melhor trabalhar a A3P dentro da cidade, ti-vemos ações que atendem às prioridades dos órgãos públicos paulistanos. As primeiras necessidades traba-lhadas foram: a água, a energia, os resíduos e, princi-palmente, a valorização do servidor público.Cada espaço público deve formar uma comissão para trabalhar o programa, sendo os membros: um servidor de compras, que será alguém que cuidará das compras sustentáveis, priorizando os produtos ecoeficientes; um de manutenção, que deverá realizar os reparos neces-sários dentro do espaço público; um de comunicação ou informática, que deverá comunicar os servidores das ações que estão acontecendo no espaço público; um do RH, que deverá mobilizar e sensibilizar os servidores para trabalhar o programa; um que cuidará do assunto “água”; um que cuidará do assunto “energia”; um que cuidará do assunto “resíduos” e um coordenador geral do programa dentro do espaço público, que terá relação direta com a coordenação do programa na PMSP. Do total de 31 subprefeituras espalhadas pelas qua-tro macro regiões, Norte, Sul, Leste e Centro Oeste, 25 já tem sua comissão formada e várias ações acontecen-

do. Entre secretarias, autarquias e empresas, dividimos em três grupos de trabalhos onde 24 comissões estão atu-antes e com ações implantadas. Após a estruturação das comissões, deve-se publicar uma portaria no Diário Oficial da Cidade, que deve conter o nome dos membros e suplentes das comissões A3P. Essa portaria legitima os trabalhos que serão realizados nos espaços públicos. Na PMSP foram publicadas 27 por-tarias. Para trabalhar o programa em todas as pontas, reali-zamos reuniões mensais com os coordenadores em cada espaço público, de acordo com a divisão feita por macro regiões e grupos de trabalho, e cada comissão realiza, também, a sua reunião interna, mensalmente.

I – Seminário A�P: Em 01/06/2006 foi realizado o I Seminário A3P, depois da implantação do Programa, com a presença de 300 servidores públicos das mais diversas secretarias, sub-prefeituras, autarquias, empresas municipais e também o representante do MMA. No seminário, foi apresentado um diagnóstico da PMSP e os resultados desenvolvidos no programa em seu primeiro semestre de implantação, contando com a apresentação de algumas experiências de servidores públicos. Nesse seminário, foi distribuída uma caneca para cada servidor público para que, a partir daquele momento, os integrantes das comissões A3P não gerassem mais o resíduo plástico.

Água: As ações direcionadas para a minimização do uso ina-dequado do recurso água tiveram várias iniciativas. E o decreto da minimização da utilização do recurso água nº 47.279 de 17/05/2006 veio ao encontro do programa, for-talecendo as ações A3P. - Instalação de caixa acoplada de 6 litros nas Subprefei-turas do Campo Limpo, Itaim Paulista, M’Boi Mirim, Jaça-nã/Tremembé, São Mateus, CMSP, TCM, SEHAB, COHAB e EMURB. - Troca das torneiras convencionais para as torneiras com temporizador como nas subprefeituras de São Ma-teus, Freguesia do Ó, Santana/Tucuruvi, Perus, Itaim Pau-lista, CMSP, TCM, SEMPLA, EMURB. - Regulagem dos registros da água na Secretaria do Trabalho, Serviço Funerário, Teatro Municipal, COHAB, Subprefeitura de Freguesia do Ó e Jaçanã/Tremembé. A medida é simples, qualquer um pode fazer e é muito eficaz. - A Subprefeitura de Jaçanã/Tremembé utiliza água de reuso para obras e lavagem da subprefeitura.

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A R T I G O S - Planilha de acompanhamento de gastos e uso da água e energia: CET, subprefeituras de Perus, Pirituba, Campo Limpo e Jaçanã/Tremembé, Condomínio Marti-nelli (COHAB, SEHAB, EMURB, SEMPLA). - Em alguns espaços foram instalados redutores de vazão de água desenvolvidos pelo coordenador da A3P na Subprefeitura de Pirituba, em torneiras do banheiro, da pia e em tanques. - Troca das bacias sanitárias por mictórios na Sub-prefeitura de Santana/Tucuruvi, visando à diminuição no consumo desnecessário de água corrente.

Energia elétrica: Para reduzir o alto consumo de energia elétrica foram tomadas algumas medidas simples e de grande resul-tado. E o Decreto da Energia n° 47.684 de 15/09/2006 veio ao encontro das ações do programa. - Individualização dos interruptores em vários espa-ços públicos, como na SVMA, CET, EMURB, Subpre-feitura da Freguesia do Ó, Santo Amaro, Vila Mariana, Perus, Santana/Tucuruvi, Jaçanã/Tremembé, Campo Limpo e Secretaria de Educação. - Campanha “Apague a luz”, colocação de avisos nos interruptores do IPREM, SGM e Subprefeitura de Cam-po Limpo. - A instalação de sensor presencial de luz na Sub-prefeitura de Perus e a troca da posição das lâmpadas para maior luminosidade e menor consumo de energia no mesmo espaço. - Na CET foi realizado um levantamento de cada pon-to de energia elétrica existente, sendo tomadas, lâmpa-das, computadores, máquinas de café, etc. Após o le-vantamento, foram verificadas as condições em que se encontravam esses pontos. Assim, os pontos críticos, que serão os primeiros a sofrerem reparos, foram sina-lizados numa planilha com a cor vermelha. Com a cor amarela foram sinalizados os pontos nos quais se deve manter a atenção, e a cor verde sinaliza os pontos sem necessidade de reparos. Essa planilha é acompanhada por cada ponto da CET e coordenado por uma central.

Resíduos: - Iniciado o trabalho de coleta seletiva em diversos ór-gãos públicos, Edifício Martinelli, Edifício Olido, Edifício Matarazzo, Edifício São Joaquim, SVMA, HSPM, Secre-taria Municipal de Educação, Teatro Municipal, subpre-feituras de Pirituba, Freguesia do Ó, Santana/Tucuruvi, Jaçanã/Tremembé, Campo Limpo, Butantã, Pinheiros, São Mateus e Sé. O material recolhido é doado para cooperativas que suprem as necessidades do serviço público. - Na subprefeitura da Freguesia do Ó, assim como no gabinete do prefeito, foi construído um compartimen-to para acondicionar o material reciclável recolhido com

destinação à coleta seletiva. - Doação do lixo orgânico do mercado municipal, na região central, para o hospital veterinário e o Parque Ibira-puera, onde animais integrantes da fauna paulistana são alimentados e recolocados em seu habitat natural.

Ata de RP �� de �7 de maio de �006 SGP/papel reci-clado. Valorização do servidor público municipal e conscienti-zação ambiental: - Construção de bicicletário na SVMA e Subprefeitura do Campo Limpo. - Programa de ginástica laboral na Subprefeitura do Campo Limpo, aulas de dança e yoga na subprefeitura de Santana/Tucuruvi. - Criação de grêmios, restaurantes, lanchonetes, cen-tros de leitura e hortas nas subprefeituras e secretarias municipais. - Palestras, cursos e campanhas de conscientização para os servidores, como, por exemplo, na Subprefeitura de Santo Amaro. - Filmes instrutivos na praça de atendimento na Sub-prefeitura de Santana/Tucuruvi e na Secretaria do Traba-lho, para munícipes e servidores. - Capacitações realizadas pela coordenação do Progra-ma A3P em motivação, para as comissões de toda a pre-feitura de São Paulo, em novembro e dezembro de 2006.

�° Fórum Governamental da A�P – Brasília. Participação da PMSP no 2° Fórum Governamental de Gestão Ambiental na Administração Pública que foi reali-zado no dia 04 de setembro de 2006 na Câmara dos De-putados, em Brasília. Na ocasião, foram apresentadas as ações do Programa A3P implantadas na Prefeitura de São Paulo que foram modelo e referência nacional.

Metas para �007: - Supervisionar as comissões existentes e suas ações. - Consolidação do programa em equipamentos onde este ainda não foi implantado. - II Seminário de avaliação do programa em 06/2007. - Fortalecimento institucional do programa frente aos governos e órgãos públicos. - Promover curso para formar gestores ambientais ap-tos a estudar ações a serem implantadas dentro dos espa-ços públicos. - Publicar uma revista com as práticas da A3P na PMSP.

[*] Thais Horta é supervisora de Educação Ambiental da Secretaria Mu-nicipal de Verde e Meio Ambiente. É pedagoga, especialista em resí-duos, em educação ambiental e coordenadora municipal do Programa Agenda Ambiental da Administração Pública. É conselheira da Comis-são de Meio Ambiente da OAB e da Comissão Municipal de Saúde do Trabalhador.

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COMEMORAÇÃO

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE:PLANETA SUSTENTÁVEL, SIM. MAS PARA QUEM?

A Terra não é um arma-

zém infinito de recursos,

tampouco uma grande li-

xeira capaz de absorver a

imensa quantidade de lixo

que o ser humano produz.

O atual modelo de desen-

volvimento econômico tem

usado o planeta além de

sua capacidade e, com

isso, vem a conseqüência:

de um lado, o aquecimento

global, a perda maciça de

cobertura verde e de bio-

diversidade; de outro, mi-

lhões de seres humanos

vivendo abaixo da linha da pobreza.

Sustentabilidade pressupõe viabilidade econômica,

mas também justiça social e equilíbrio ambiental. Assim,

defender o “desenvolvimento sustentável” sem questionar

a quem será benéfico, não é suficiente. É fundamental que

as nações adotem um novo modelo de crescimento em

que se contemple a justiça social e a qualidade de vida.

O comportamento humano é pautado, via de regra, por

valores materialistas e egoístas, levando a uma vida vazia,

para a qual, o que realmente importa é acumular bens ma-

teriais e poder. Além disso, o que é gasto em armamentos

e na manutenção das guerras no mundo seria mais do que

suficiente para oferecer uma vida mais digna aos que não

têm acesso a condições mínimas para a manutenção da

saúde e encontram-se excluídos da sociedade.

Assim, embora seja mais cômodo creditar aos interes-

ses econômico e político a responsabilidade pela degrada-

ção do planeta, são as atitudes individuais do homem em

relação à idéia de felicidade, sucesso e valorização social

no acúmulo de bens materiais que reforçam esse modelo.

Isso significa que de nada adianta a comunidade cien-

tífica apontar os impac-

tos negativos e as con-

seqüências da ação

humana sobre o plane-

ta se não houver uma

revisão drástica nos

valores pessoais. Exi-

gir mudanças de com-

portamento apenas da

parte de terceiros não

é suficiente.

É preciso que a

conscientização se ini-

cie na primeira pessoa.

Isso significa olhar no

espelho, pois não have-

rá em todo o universo planeta suficientemente capaz de

suprir as necessidades de quem se considera o centro

de tudo.

Se o objetivo é fazer com que os outros modifiquem

os seus hábitos, em primeiro lugar, é necessário rever

atitudes individuais. A luta contra quem polui e depreda

o planeta, ou qualquer forma de vida que nele se encon-

tra, deve ter a mesma intensidade da mudança de va-

lores pessoais consumistas, hábitos e comportamentos

predatórios.

Mais do que apenas agir corretamente em relação

ao meio ambiente, é fundamental que haja um esforço

no sentido de fomentar atitudes mais justas, fraternas e

pacíficas com os outros seres humanos, uma vez que

não existe coerência em amar e proteger os animais e

as plantas enquanto se humilha, discrimina ou explora

os próprios semelhantes, como se a espécie humana

não fizesse parte do planeta Terra.

Texto de autoria do Grupo Ambiental do TCM, criado

em �00�.

Grupo Ambiental do TCM (da esq. para a dir.): Lívio Fornazieri, Carlos Alberto Martinelli, Graciela Tronco, Lectícia Maria Dias e Silva, Lígia Ribeiro Salsa Fonseca, Hércules

Ricardo Migliano e Marcos Tadeu Barros de Oliveira

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DECISÕES DO TCM

DECISÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO�.��6ª Sessão Ordinária23/08/20061) TC 2.122.04-472) Interessadas: Autarquia Hospitalar Municipal Regional Norte e Promed Santa Ângela Comércio e Remoções Ltda. – Contr. 033/2003-AHMRT R$ 465.296,70 – Termo de Retificação de 12/08/2005 (para constar que o funda-mento correto da contratação emergencial é o artigo 24, inciso IV, da Lei Federal 8.666/93 e não como constou do preâmbulo do instrumento respectivo)3) Objeto: Serviços de remoção de pacientes em am-bulâncias para o Hospital Municipal Dr. Alexandre Zaio e para o Pronto-Socorro Municipal 21 de Junho, unidades da Autarquia.4) Resultado: Julgado regular o Contrato 033/2003-AHMRT e conhecido o Termo de Retificação, de 12/08/2005, a ele atrelado.Unanimidade5) Relator: Conselheiro Roberto Braguim

�.��7ª Sessão Ordinária30/08/20061) TC 2.051.06-622) Interessadas: Cooperleste Cooperativa de Trabalho Singular dos Coletores de Materiais Recicláveis da Zona Leste – SMG3) Objeto: Representação contra o edital de Pregão 37/2006-DGSS – Prestação de serviço especializado com veículo de transporte de cargas com motorista, para transporte de gêneros alimentícios4) Resultado: Conhecida a representação em exame, uma vez que preenchidos os pressupostos de admis-sibilidade, e, quanto ao mérito, julgada prejudicada a sua apreciação, em face das modificações do edital procedidas pela Administração, em cumprimento ao quanto determinado por este Tribunal. Determinado, também, que, cumpridos os procedimentos previstos no artigo 58 do Regimento Interno desta Corte, sejam os autos arquivados.Unanimidade5) Relator: Conselheiro Roberto Braguim

�.���ª Sessão Ordinária06/09/20061) TC 4.029.03-312) Interessada: Associação Central dos Moradores do Heliópolis3) Objeto: Recebidas no exercício de 2002: Subvenção R$ 30.000,00, Rentabilidade R$ 216,44

4) Resultado: Acolhida a prestação de contas e quitada a entidade interessada.Unanimidade5) Relator: Conselheiro Roberto Braguim

�.���ª Sessão Ordinária – �0/0�/�0061) TC 2.121.04-842) Interessadas: Autarquia Hospitalar Municipal Regional Norte e Capital Ambulâncias Ltda. – Contr. 034/2003-AHMRT R$ 776.154,48 e Tº de Reti-ratificação de 12/08/2005 (para fazer constar que o correto fundamento da contratação emergencial é o art. 24, inciso IV, da Lei Federal 8.666/93)3) Objeto: Serviços de remoção de pacientes em ambulân-cias para os Hospitais Municipais Dr. Carmino Caricchio, Dr. Ignácio Proença de Gouvêa, Pronto-Socorro Municipal Lauro Ribas Braga e Pronto-Socorro Municipal Vila Maria Baixa, unidades integrantes da Autarquia4) Resultado: Julgado regular o Contrato 034/2003-AHMRT, bem como conhecido o termo de reti-ratificação a ele atrelado.Unanimidade5) Relator: Conselheiro Roberto Braguim

1) TC 14.059.98-902) Interessadas: SMG e Dáblios Comércio Representação Importação e Exportação Ltda. – Contr. 211/SEMAB-CAS/98 R$ 380.194,563) Objeto: Aquisição de 100.051,20 quilos de sardinha em óleo comestível 4) Resultado: Acolhido o Contrato 211/SEMAB-CAS/98, sem embargo da determinação feita no âmbito do processo TC 5.785.98-20 Consoante proposta do Conselheiro Edson Simões, foi recomendado à Origem que, de futuro, nos casos análogos ao presente, nos quais houver con-tratação de quantidade superior ao estabelecido em ata de registro de preços, tenha uma ampla pesquisa de preços, considerando expressamente a quantidade necessária, de modo a aferir a possibilidade de redução de preço em relação ao que foi registrado.Unanimidade5) Relator: Conselheiro Maurício Faria

�.��1ª Sessão Ordinária27/09/20061) TC 2.052.06-252) Interessadas: Cooperleste – Cooperativa de Trabalho Singular dos Coletores de Materiais Recicláveis da Zona Leste – SMG – Representação contra o Edital do Pregão

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036/2006-DGSS3) Objeto: Prestação de serviço especializado no transporte com caminhões tipo baú, com capacidade de carga de 6 a 8 toneladas, com 1 motorista e 1 ajudante, por caminhão4) Resultado: Conhecida a representação, por atender aos pressupostos de admissibilidade, e, no mérito, julgada prejudicada, pela perda de seu objeto, uma vez que a Administração tomou as providências determina-das para sanar as falhas editalícias apontadas por este Tribunal. Determinado que se proceda às comunicações previstas no artigo 58 do Regimento Interno desta Corte, com posterior arquivamento dos autos.Unanimidade5) Relator: Conselheiro Roberto Braguim

1) TC 1.972.06-082) Interessadas: Prodam e Itautec Philco S.A. – Grupo Itautec Philco – Pregão 08.001/05 – Ata de RP 02.10/05 – Contr. CO-21.12/05 R$ 2.067.945,00 e Tº de Reti-ratificação CO/TA/RR-16.01/06 (red. de R$ 547.800,00 – retificação das cláusulas I e X do contrato)3) Objeto: Fornecimento de 755 microcomputadores na configuração “Desktop Tipo Gráfico”4) Resultado: Acolhido o Pregão 08.001/05, o Contrato CO-21.12/05 e o Termo de Reti-ratificação CO/TA/RR-16.01/06 e relevadas as impropriedades apontadas nos autos, por meramente formais, tendo sido feita, entretanto, severa determinação à Companhia de Processamento de Dados do Município de São Paulo – Prodam, para que observe com máximo rigor todas as etapas do procedimento de contratação pública, espe-cialmente quanto à realização de pesquisa de mercado, tantas quantas se façam necessárias, seja previamente à abertura do certame, seja ao longo do processamento da licitação, sob pena de aplicação de sanção.Unanimidade5) Relator: Conselheiro Roberto Braguim

1) TC 2.158.02-222) Interessadas: SME e Construtora Progredior Ltda. – NE 60.99.014344.8 R$ 175.671,763) Objeto: Fornecimento e instalação de 6 módulos pré-fabricados para salas, em chapas de aço galvanizado (Acomp. TC 2.434.02-06)4) Resultado: Julgada irregular a despesa analisada e determinado à Administração que adote as providências cabíveis para que o Erário seja ressarcido, uma vez que, em conseqüência da má utilização de Atas de Registro de Preços, houve serviços complementares medidos a maior, medidos e não justificados e os que não atenderam às especificações técnicas. Aplicada com fundamento nos artigos 52, inciso II, e 53, da Lei

Municipal 9.167/80, combinados com os artigos 86 e 87 do Regimento Interno deste Tribunal, a multa de R$ 381,00 (trezentos e oitenta e um reais), individualmente, ao Senhor Secretário Municipal de Educação, à época, e aos Senhores Jair Militão da Silva, ordenador da despesa, e Ubiratan Galvão, responsável pela fiscalização da obra. Determinada, também, a apuração de responsabilidades, tendo em vista a gravidade das situações relatadas, bem como o encaminhamento de cópia do presente julgado ao Ministério Público do Estado de São Paulo.Unanimidade5) Relator: Conselheiro Maurício Faria

1) TC 4.252.01-802) Interessada: CET – Acompanhamento do edital de licitação, na modalidade Concorrência 10/20013) Objeto: Serviços de detecção, registro e processamento de imagens de infrações de trânsito referentes ao desre-speito à velocidade regulamentada para o local, através da utilização de equipamentos/sistema fixo de detecção e registro automático de imagens e dados de infração, além de outros dados de tráfego do local fiscalizado (Acomp. TCs 2.905.02-22, 4.819.01-82 e 4.958.01-89)4) Resultado: Julgada irregular a Concorrência 10/2001, eis que eivada de vícios insanáveis. Aplicada, com funda-mento no artigo 52, inciso II, da Lei Municipal 9.167/80, a multa de R$ 381,00 (trezentos e oitenta e um reais) ao ordenador da despesa, tendo em vista as irregularidades apontadas nos autos.Unanimidade5) Relator: Conselheiro Edson Simões

�.���ª Sessão Ordinária05/10/20061) TC 7.664.04-052) Interessada: SFMSP e João Hiroshi Yoshida – Concor-rência 15/03 – Ata de RP 06/04 – Tº de Compromisso de Fornecimento 16/2004 e NE 000946/04 R$ 40.000,003) Objeto: Aquisição de crisântemos4) Resultado: Julgadas regulares a Concorrência 15/03, a Ata de Registro de Preços 06/04, o Termo de Com-promisso de Fornecimento 16/2004 e o ato determina-tivo da despesa representado pela Nota de Empenho 000946/04.Unanimidade5) Relator: Conselheiro Edson Simões

1) TC 6.631.04-022) Interessadas: SF e Fundação Getúlio Vargas – FGV – Contr. SF 05/2004 R$ 3.179.450,003) Objeto: Serviços técnicos especializados de consul-toria e assessoria para implantação e consolidação de novos processos e mecanismos de atendimento direto

DECISÕES DO TCM

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ao contribuinte4) Resultado: Aprovado o Contrato SF 05/2004. Pelos votos dos Conselheiros Eurípedes Sales – Relator e Maurício Faria – Revisor, foi relevada a falha relativa à remessa extemporânea de informações a esta Corte, por seu caráter formal. Vencido, neste particular, o Conselheiro Edson Simões que, nos termos do voto apresentado em separado, tendo em vista a irregulari-dade apontada, aplicou a multa de R$ 381,00 (trezentos e oitenta e um reais) ao ordenador da despesa, com fundamento no artigo 52, inciso II, da Lei Municipal 9.167/80.Unanimidade/Maioria5) Relator: Conselheiro Eurípedes Sales

�.���ª Sessão Ordinária11/10/20061) TC 3.450.03-702) Interessadas: SMG e Comercial Milano Brasil Ltda. – Pregão 11/2003 – Contr. 185/SEMAB-DAS/2003 R$ 872.500,003) Objeto: Aquisição de 250.000 quilos de frango em pedaços congelados (coxa e sobrecoxa separados) (Acomp. TC 4.003.03-48)4) Resultado: Conhecido o Pregão 11/2003 e julgado regular o Contrato 185/SEMAB-DAS/2003. Pelos votos dos Conselheiros Roberto Braguim – Relator, Eurípedes Sales e Maurício Faria, relevada a infringência do artigo 26 da Lei Municipal 13.278/02, qual seja, a publicação a destempo do contrato, uma vez que não há nos autos indícios de dolo, má-fé ou prejuízo ao Erário. Vencido, neste particular, o Conselheiro Edson Simões – Revisor que, consoante voto apresentado em separado, em razão da extemporaneidade apontada, aplicou ao ordenador da despesa a multa de R$ 381,00 (trezentos e oitenta e um reais), com fundamento no inciso II do artigo 52 da Lei Municipal 9.167/80.Unanimidade/Maioria5) Relator: Conselheiro Roberto Braguim

1) TC 4.951.01-302) Interessadas: SVMA e Servimarc Construções Ltda. – TA 001/SMMA/2002 R$ 593.975,54 (prorrogação do prazo contratual), Tº de Recebimento Provisório 04/DEPAVE/02 e Tº de Recebimento Definitivo 05/DEPAVE/023) Objeto: Serviços de limpeza e conservação do Parque Ibirapuera4) Resultado: Julgado regular o Termo Aditivo 01/SMMA/2002 e conhecido os Termos de Recebimento Provisório 04/DEPAVE/02 e Definitivo 05/DEPAVE/02. Pelos votos dos Conselheiros Roberto Braguim – Relator, Eurípedes Sales e Maurício Faria, foi relevada a lavratura

extemporânea dos referidos termos de recebimento pro-visório e definitivo, porquanto ausentes indícios de dolo, má-fé ou prejuízo ao Erário, e determinado, entretanto, à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente que cumpra com rigor os prazos que lhe competem, sob pena de aplicação de sanção. Vencido, neste particular, o Conselheiro Edson Simões – Revisor que aplicou a multa de R$ 381,00 (trezentos e oitenta e um reais), com fun-damento o artigo 52, inciso II, da Lei Municipal 9.167/80, individualmente, aos responsáveis pela extemporaneidade mencionada.Unanimidade/Maioria5) Relator: Conselheiro Roberto Braguim

�.���ª Sessão Ordinária25/10/20061) TC 863.04-752) Interessadas: SMT e CET – Contr. 768/03-SMT R$ 1.359.960,183) Objeto: Serviços de adequação do ambiente viário para a Implantação do Novo Sistema Integrado de Transporte Coletivo – Fase II4) Resultado: Por maioria, pelos votos dos Conselheiros Roberto Braguim – Revisor, consoante declaração de voto apresentada, e Edson Simões, nos termos do voto em separado, não acolhido o Contrato 768/03-SMT, por violação aos artigos 195, § 3º da Constituição Federal, combinado com o artigo 47, inciso I, letra “a”, da Lei Federal 8.212/91, e artigo 2º da Lei Federal 9.012/95. Pelos mesmos votos, foi exarada determinação para que os futuros contratos sejam elaborados e formalizados com o correto e adequado preenchimento dos requisitos estatuídos no artigo 55 da Lei Federal 8.666/93. Vencido o Conselheiro Maurício Faria – Relator que, consoante relatório e voto apresentados, julgou regular o mencionado ajuste e relevou as irregularidades apontadas no curso da instrução processual, diante da excepcionalidade com que se reveste a contratação firmada, visando à continuidade dos serviços públicos em apreço, prestados com exclusivi-dade pela empresa contratada, por força de competência estabelecida em lei. Pelo voto do Conselheiro Roberto Braguim – Revisor, votando o Conselheiro Presidente Antonio Carlos Caruso para efeito de desempate, nos termos do artigo 26, inciso IX, alínea “a”, do Regimento Interno desta Corte, foram aceitos os efeitos financeiros já produzidos, em obediência ao princípio da estabilização e consolidação das relações jurídicas consumadas. Vencido, neste particular, o Conselheiro Edson Simões, que não aceitou os referidos efeitos.Maioria5) Relator: Conselheiro Maurício Faria

DECISÕES DO TCM

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Há algumas sema-

nas, no refeitório do

TCM, tivemos uma

experiência bem inte-

ressante. Ao chegar-

mos para a refeição,

éramos surpreendi-

dos com avisos de ali-

mentos funcionais. No

cardápio do dia havia

um alimento e, em cada mesa, uma explicação da função

daquele alimento no organismo. Mais uma vez o Tribunal

de Contas vem em apoio a seus funcionários a fim de fazê-

los refletir e viver melhor, em conjunto com a equipe do

refeitório.

Você conhece a expressão: “Você é o que come”?

No caso da sua saúde, ela não poderia ser mais verdadei-

ra. Uma dieta balanceada não só é eficaz na manutenção

do peso como ajuda a prevenir muitas doenças e, o que

é melhor, de uma maneira saborosa. Afinal, brindar com

uma taça de vinho um belo prato de peixe com arroz in-

tegral regados no azeite não soa sacrificante, ou mesmo

brindar a vida acompanhada com castanhas de caju como

aperitivo, certo? Alimentos funcionais são definidos como

“produtos alimentícios que trazem benefícios específicos à

saúde além dos nutrientes tradicionais que estes contêm”

ou “alimentos que contêm níveis significativos de compo-

nentes biologicamente ativos que trazem benefícios à saú-

de além da nutrição básica”.

Seja qual for a definição adotada, todos os alimen-

tos funcionais são vistos como promotores de saúde e po-

dem estar relacionados à redução de riscos a certas doen-

ças. Entretanto, os cientistas esclarecem que os alimentos

funcionais sozinhos não podem garantir boa saúde, eles

podem melhorar a saúde quando parte de uma dieta

contendo uma variedade de alimentos, incluindo frutas,

vegetais, grãos e legumes. Os alimentos funcionais con-

têm compostos bioativos, ou seja, os elementos que são

capazes de atuar diretamente na prevenção e no tra-

tamento de doenças. Em sua grande maioria, os com-

postos bioativos estão distribuídos entre as frutas, legu-

mes, verduras, cereais, peixes e leite fermentado. Eles

são aproveitados no próprio consumo dos alimentos in

natura ou então isolados e inseridos em outros produ-

tos passando então a ser enriquecidos com nutrientes.

Base da alimentação do futuro, o que torna funcional

um alimento é a presença ou não de um novo grupo de

compostos identificados nas frutas e nos vegetais: os

fitoquímicos (fito é um prefixo grego que significa plan-

ta). Eles não são considerados nutrientes já que nossas

vidas não dependem deles da mesma forma que das

vitaminas. Ainda não se sabe a maneira exata como os

compostos de plantas agem em nosso corpo, pois os

mecanismos de ação são tão diversos quanto os com-

postos: alguns atuam como antioxidantes, outros como

inibidores de enzimas. Existem várias ações terapêuti-

cas específicas dos alimentos funcionais, mas falare-

mos exclusivamente dos benefícios para o coração, ou

seja, na prevenção e até mesmo parte do tratamento

nas doenças cardiovasculares. Assim, os alimentos fun-

cionais mais estudados para esta finalidade são: a soja,

a aveia, os fitoesteróis, os flavonóides, os antioxidantes

e o ômega 3.

SOJA – produtos à base de soja se relacionam

com a prevenção de aterosclerose pela ação antioxidante

das isoflavonas sobre as gorduras circulantes no sangue

e ainda pela presença de fibras solúveis na sua estrutura.

TCMSp - quAlIDADE DE vIDA

Ana Cristina Magalhães Andrade [*] ALIMENTOS FUNCIONAIS E O CORAÇÃO

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A proteína de soja pode reduzir os níveis de colesterol total

e LDL-colesterol (“o colesterol ruim”). Alimentos à base de

soja são encontrados em grãos de soja, queijos (“tofu”), mo-

lhos (“shoyo”, em menor quantidade), farinhas, leites de soja

(extrato) e sucos, todos bem-vindos na sua alimentação.

AVEIA – é um cereal de alta qualidade nutricional,

rica em proteínas e seu alto teor de vitaminas também lhe

confere propriedade antioxidante. Possui parte de carboi-

dratos do tipo solúvel em grande quantidade, o que é mui-

to importante. Dietas rico em aveia ou farelo de aveia e

pobres em gordura saturada e colesterol podem reduzir o

risco de doenças coronarianas.

FITOESTERÓIS – são esteróis vegetais, naturais

de sementes de girassol e grão de soja que interferem

na absorção do colesterol a partir do intestino e reduzem

os valores de colesterol total e LDL. As principais fontes

são: margarinas especiais enriquecidas com fitoesteróis e

óleos vegetais. Pesquisas demonstram que o consumo de

20 gramas de margarina enriquecida com fitoesterol dimi-

nui o LDL em 10 a 15% em 3 semanas.

FLAVONÓIDES ANTIOXIDANTES – são encon-

trados em: verduras, frutas, grãos, sementes, castanhas,

condimentos, bebidas como o vinho tinto, sucos de uva e

chás (preto e verde). Estas substâncias dificultam a liga-

ção das placas de gordura nas membranas dos vasos san-

guíneos e também possuem ação anticoagulante. Alguns

estudos comprovam que os efeitos destes flavonóides

ocorrem no consumo de vinho tinto e de suco de uva, pela

diminuição do LDL no sangue, com melhora do endotélio

em indivíduos que apresentam colesterol elevado.

ÔMEGA � – São ácidos graxos (tipo de gordura)

encontrados em alguns peixes gordurosos que vivem em

águas profundas. São ricos em ácidos graxos ômega-3,

peixes como salmão, atum, arenque, cavala e a nossa po-

pular sardinha que, aliás, possui um dos mais altos teores.

TCMSp - quAlIDADE DE vIDAConsumidos regularmente, reduzem moderadamente

os níveis de triglicérides, diminuem a agregação das

plaquetas e reduzem a pressão arterial. É preferível não

fritar.

Não há dúvidas de que a alimentação exerce

papel fundamental no desenvolvimento do depósito de

placas de gordura, ou seja, aterosclerose das coroná-

rias e que uma dieta balanceada pode atenuar seu apa-

recimento, devendo ser introduzida precocemente nos

hábitos de nossas vidas. Estas mudanças não incluem

somente alterações na alimentação; mas uma mudança

no estilo de vida, como aliviar o estresse com descanso,

lazer e praticar atividade física. E o mais importante: vi-

ver intensamente cada momento com alegria.

(Fonte: Folha de São Paulo)

[*] Ana Cristina Magalhães Andrade é doutora em Cardiologia Clí-nica pela Universidade de São Paulo – USP e Assessora Médica do TCMSP.

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H O M E N A G E M

HOMENAGEM DO TCMSP AO CONSELHEIROFRANCISCO MARTIN GIMENEZ

Presidente do Tribunal de Contas em 1987, 1991 e 1995, o conselheiro aposentado Francisco Martin Gimenez, falecido no dia 15 de junho, dedi-cou 12 anos da sua carreira a esta Instituição, entre as inúmeras e expressivas participações que teve na área jurídica e na política paulistana. Francisco Gimenez foi Contador, Advogado e um dos responsáveis pela fundação e consolidação do MDB, embrião do PMDB. Em 1979, ingressou na Câmara Municipal de São Paulo e foi imediatamente designa-do como líder do partido no legislativo municipal. Em novembro de 1984, na condição de verea-dor e vice-líder do governo na Câmara Municipal, foi nomeado para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas pelo então prefeito Mário Covas. Sobre a sua posse, disse o então conselheiro presidente do TCM, José Altino Machado: “Modesto, o vereador Francisco Gimenez pediu que a cerimônia fosse informal e se realizasse no meu gabinete. Concordei com o pedido porque não o sabia tão querido. Nós não coubemos no gabinete, sendo necessário o plenário para aco-lher os amigos que vieram cumprimentar o novo con-selheiro.” Durante os anos em que ocupou a presidência do Tribunal, a Instituição deu importantes passos na informatização dos serviços, das rotinas e dos méto-dos. Com sua aposentadoria compulsória, em junho de 1997, o conselheiro Gimenez deixou o TCM. Por ocasião da comemoração dos 30 anos do Tribunal, Francisco Gimenez relembrou sua passagem pela instituição, em texto publicado na edição de novem-bro de 1998 da “Revista do Tribunal de Contas”. Nele, destacou o “trabalho diário e fecundo do Tribunal, con-tribuindo para a construção de uma sociedade mais justa”. Perguntado sobre o que representaram os 12 anos de vida no Tribunal, Gimenez foi enfático: “Esse

período significou uma reviravolta na forma de encarar o tempo e uma experiência para refletir sobre as coisas que podem e devem ser corrigidas.” Francisco Martin Gimenez nasceu em Lins, inte-rior de São Paulo, no dia 9 de junho de 1927. Formou-se Técnico em Contabilidade pela Escola de Comércio Ola-vo Bilac, na Lapa, em 1970, depois de uma infância e juventude humildes. Com o diploma, pôde cursar Direito em Uberaba, Minas Gerais. Formado, passou a advogar na Justiça do Trabalho. Em entrevista para o documen-tário institucional “Memórias do Tribunal de Contas do Município de São Paulo”, Gimenez lembrou: “Não me recordo de ter, entre mais de mil clientes, defendido o empregador. Eu era advogado do empregado, do traba-lhador.” Após a sua aposentadoria, o conselheiro esteve no TCM em várias oportunidades. Mais recentemente, participou do lançamento do Curso de Gestão Contratual da Escola de Contas, em 2004, e da Missa de Ação de Graças, em 2005. Com pesar, o presidente Antonio Carlos Caruso comunicou, na sessão plenária do dia 20 de junho, o falecimento do conselheiro Francisco Martin Gimenez, ressaltando o caráter, a retidão, a competência jurídica, o sentido profundamente humanista nas suas atitudes e a sua passagem iluminada por esta Corte de Contas.

Conselheiro Gimenez (1° plano à dir.) sendo aplaudido após ser anunciada a sua presença no lançamento do Curso

de Gestão Contratual

Conselheiro Gimenez (à dir.) ainda em exercício no Tribunal de Contas

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É uma publicação do Tribunal de Contas do Município de São Paulo. Av. Prof. Ascendino Reis, 1.130 • CEP: 04027-000 • Tel: (11) 5080-1012 Site: www.tcm.sp.gov.br • E-mail: [email protected]• Presidente: Cons. Antonio Carlos Caruso • Vice-presidente: Cons. Edson Simões • Conselheiro-Corregedor: Roberto Braguim• Conselheiros: Eurípedes Sales e Maurício Faria• Reportagem, fotos e revisão: Viviane Batista e Cristiano Manchini• Edição: Assessoria de Imprensa do TCMSP - Jornalista Responsável: Nadia Carlin - Mtb 35.295• Impressão: CompanyGraf e Gráfica do TCMSP

O secretário geral do TCM, João Alberto Guedes, completou, no dia 24 de junho, oitenta anos, metade

dos quais dedicou ao trabalho na Insti-tuição. O colegiado e funcionários de diver-sas áreas do Tribunal prestaram uma ho-menagem ao secretá-rio, em uma demons-tração de carinho à pessoa e respei-to ao profissional.O presidente do Tri-bunal, Antonio Carlos Caruso, destacou a experiência e o co-nhecimento de cunho administrativo e jurídi-co do secretário geral. “Ele é a coluna mestra do Tribunal e um exemplo de homem público. É com imensa satisfação que compar-tilhamos a comemoração do seu octogésimo aniversá-rio”, disse o presidente.

SECRETÁRIO MUNICIPAL PARA PARTICIPAÇÃO E PARCERIA VISITOU O TRIBUNAL DE CONTAS

O secretário municipal para Participação e Parceria, José Ricardo Franco Montoro, acompanhado do

secretário adjunto, Paulo Sérgio Costa, visitou o Tribunal de Contas no dia 25 de junho. Na ocasião, foi recebido pelo presidente Antonio Carlos Caruso, pelo vice-presidente Edson Simões, pelo conselheiro Maurício Faria e pelo secretário geral da Instituição, João Alberto Guedes. Também estiveram presentes, o subsecretário de Fiscalização e Controle, Lívio Fornazieri, o subsecretário Administrativo, Noé D´Agostini Neto e o chefe do Núcleo de Tecnologia da Informação, Mário Augusto de Toledo Reis. Na foto (da dir. para a esq.), o subsecretário Administrativo, Noé D´Agostini Neto, o presidente do TCM, Antonio Carlos Caruso, o conselheiro Maurício Faria, o secretário para Participação e Parceria, José Ricardo Franco Montoro, o conselheiro vice-presidente

do TCM, Edson Simões, o secretário adjunto da Secretaria Municipal para Participação e Parceria, Paulo Sérgio Costa, o subsecretário de Fiscalização e Controle, Lívio Fornazieri e o chefe do Núcleo de Tecnologia da Informação, Mário Augusto de Toledo Reis.

O secretário geral João Alberto Guedes foi o primeiro funcionário do Tribunal de Contas do Município de São

Paulo. Sua nomeação para prestar serviço junto ao órgão foi publicada em 19 de março de 1969, dois meses após a sessão plenária inaugural do TCM. Assumiu, em 1975, o cargo de se-cretário geral, no qual permanece há três décadas.Durante a comemora-ção, o secretário geral manifestou o orgulho de ter dedicado grande parte de sua vida ao serviço público

e ao município de São Paulo. “Também tenho honra de ter começado junto com esta Casa e de nela permanecer até hoje. Sou muito feliz por ter o reconhecimento, a amizade e o carinho de todos os funcionários”, concluiu.

METADE DA VIDA DEDICADA AO TRIBUNAL DE CONTAS

Servidores do TCM e o secretário geral João Alberto Guedes ao lado do presidente Antonio Carlos Caruso e da subsecretária geral Vanda Pasqualin