91
Raças de Cavalos ANDALUZ (ESPANHOL) O moderno Andaluz descendente do cavalo Espanhol, o qual, como o Árabe e o Berbere, teve a maior influência sobre a população equina do mundo. Até o século XIX, o cavalo Espanhol era considerado o melhor da Europa. Toda a equitação clássica das escolas do Renascimento se baseava nele. A famosa escola de equitação de Viena é chamada ‘Espanhola’ em sua honra (spanische Reitschule), e seus famosos Lipizzaners brancos descendem directamente de cavalos exportados da Espanha para Lipica, na Eslovénia, no século VI. O cavalo Espanhol teve influências dominante em quase todas as raças e é a base da maior parte dos cavalos existentes na América Latina. Criação: Na Anadaluzia, a criação está centrada em Jerez de la Frontera, Córdoba e Sevilha, onde foi preservada pelos mosteiros cartuxos. O cavalo Espanhol pode ter derivado de uma mistura do nativo Sorraia com o Tarpan e com os Berberes trazidos pelos mouros do norte da África. Características: O Andaluz é um cavalo de grande presença. Embora não seja muito veloz, é ágil e atlético. Tem uma cabeça de extraordinária nobreza, o perfil característico, dito ‘de falcão', crina e cauda longa, luxuriantes, e, com frequência, aneladas. Influências: Berbere: Responsável principal pelo ardor, bravura, robustez e grande agilidade. Sorraia: Fundamento ‘primitivo’ da raça, deu-lhe força e notável resistência. Altura: Média é cerca de 1,57m. Cores: Tordilho, Castanho, Alazão Usos: Sela, Touradas, Adestramento, Shows

Tudo sobre Cavalos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Tudo sobre Cavalos

Raças de Cavalos

 

ANDALUZ (ESPANHOL)

O moderno Andaluz descendente do cavalo Espanhol, o qual, como o Árabe e o

Berbere, teve a maior influência sobre a população equina do mundo. Até o século XIX, o cavalo

Espanhol era considerado o melhor da Europa. Toda a equitação clássica das escolas do

Renascimento se baseava nele. A famosa escola de equitação de Viena é chamada ‘Espanhola’

em sua honra (spanische Reitschule), e seus famosos Lipizzaners brancos descendem

directamente de cavalos exportados da Espanha para Lipica, na Eslovénia, no século VI. O

cavalo Espanhol teve influências dominante em quase todas as raças e é a base da maior parte

dos cavalos existentes na América Latina.

Criação: Na Anadaluzia, a criação está centrada em Jerez de la Frontera, Córdoba e Sevilha,

onde foi preservada pelos mosteiros cartuxos. O cavalo Espanhol pode ter derivado de uma

mistura do nativo Sorraia com o Tarpan e com os Berberes trazidos pelos mouros do norte da

África.

Características: O Andaluz é um cavalo de grande presença. Embora não seja muito veloz, é

ágil e atlético. Tem uma cabeça de extraordinária nobreza, o perfil característico, dito ‘de

falcão', crina e cauda longa, luxuriantes, e, com frequência, aneladas.

Influências: Berbere: Responsável principal pelo ardor, bravura, robustez e grande agilidade.

Sorraia: Fundamento ‘primitivo’ da raça, deu-lhe força e notável resistência.

Altura: Média é cerca de 1,57m.

Cores: Tordilho, Castanho, Alazão  

Usos: Sela, Touradas, Adestramento, Shows

 

 

ANGLO-ÁRABE

O Anglo-Árabe é uma raça resultante da mestiçagem do Árabe e de seu

descendente, o PSI (Thoroughbred), que combina as melhores qualidades dessas raças de elite.

Do Árabe espera-se que ele herde a resistência, a versatilidade, a frugalidade no trato e os

Page 2: Tudo sobre Cavalos

cascos densos; do PSI a estatura maior e a velocidade. De ambos a habilidade atlética para os

esportes hípicos.

Criação: A raça originou-se e aperfeiçoou-se na França, onde os Anglo-Árabes são criados

sistematicamente desde os tempos napoleônicos nas grandes coudelarias do sudoeste, em Pau,

Pompadour, Tarbes e Gelos desde o ano de 1800. Os primeiros Anglo-Árabes são o cruzamento

de éguas PSI com os garanhões Árabes (nunca o inverso), importados do Egito por Napoleão

Bonaparte e seus generais. Já em 1836 a criação francesa era famosa, tornando-se necessário a

introdução de novas linhagens par refrescamento do sangue. Foram importados dois magníficos

Árabes do oriente próximo Massoud e Aslan e três éguas PSI Dair, Common Mars e Selim. Por

volta de 1850 a raça foi considerada formada e os cruzamentos com Árabes ou PSI puros

passaram a ser cortados.

Características: Na aparência o Anglo_Árabe tende mais para o PSI. Sua fronte é recta (e não

côncava como o Árabe), e sua estatura elevada. Os ombros são inclinados e fortes, as perlas

longas e bem formadas com ossatura e cascos de boa qualidade, bons pulmões e excelente

coração. São versáteis cavalos de sela, prestando-se para corridas em hipódromos, provas se

salto de obstáculos, adestramento clássico e pólo. Na França os Anglo-Árabes têm corridas

especiais, e seu stud book não aceita produtos com menos de 25% de sangue Árabe ou

Thoroughbred.

Influências: Thoroughbred: Colaborou com tamanho, decisão, galope e potencial competitivo.

Árabe: Solidez, vigor, resistência e temperamento calmo.

Altura: Varia entre 1,62 e 1,67m.

Cores: Tordilho, Castanho, Alazão  

Usos: Sela, Desportos hípicos

 

 

ALTER–REAL (SUB-RAÇA)

Como o nome surge, a raça Alter-Real foi criada para servir à realeza. Além do

porte majestoso, o cavalo ‘real’ devia ter índole e a movimentação ideais para a escola clássica

de equitação.

Criação: A raça data de 1748, quando foi fundada pela dinastia de Bragança em Vila de Portel,

no Alentejo, Portugal. Em 1756, o haras transferiu-se para Alter. A primeira coudelaria tinha

300 das mais finas éguas andaluzas levadas para Portugal da região de Jerez de la Frontera, o

mais famoso centro espanhol de criação. Floresceu em Alter, fornecendo montarias para a corte.

E a raça ficou conhecida graças às apresentações promovidas em Lisboa. No começo do século

XIX, todavia, muitos dos cavalos se perderam ou foram roubados com o saque do haras pelas

Page 3: Tudo sobre Cavalos

tropas napoleônicas do general Junot. Em 1934, outros desastres sobrevieram e culminaram

com o fechamento dos estábulos reais. Uma reorganização chegou a ser ensaiada sob D. Maria

Pia, no fim do século, com a introdução se sangue estrangeiro Inglês, Normando, Hanoveriano e,

principalmente, Árabe. Os experimentos foram mal sucedidos e a raça quase se arruinou. Foi

salva pela importação de cavalos Andaluzes. Os arquivos dos estábulos foram destruídos com o

advento da república (1910), e só em 1932 o Ministério da Economia tomou a iniciativa de

reconstituir a criação dos Alter-Reais.

Características: A despeito das vicissitudes por que a raça passou, o Alter moderno virtualmente

Andaluz outra vez, sobrevive como um cavalo valente, de carácter físico peculiar e acção

extravagante, vistoso, altamente apropriada à Haule Ecole (Alta Escola). Dele descendem os

Mangalargas Paulista e mineiro, trazidos por D. João VI em 1807.

Influências: Espanhol: A grande coragem e o carácter próprio, inconfundível.

Altura: Entre 1,52 e 1,62m.

Cores: Marrom, Castanho, Alazão.

Usos: Sela, Desportos, Adestramento.

 

 

APPALOOSA

O gene que faz o cavalo sarapintado é tão antigo quanto o próprio equídeo

(havia cavalos malhados na China e na Pérsia), mas o crédito pela criação de uma raça

distintiva por sua pelagem cabe modernamente aos índios Nez Persé da América do Norte, que

vivem no noroeste do actual estado do Oregon. Suas terras incluíam o vale do rio Palouse, que

foi o rio que de nome aos cavalos.

Criação: A raça desenvolveu-se no século XVIII, com base nos cavalos trazidos pelos espanhóis.

Nesse lote havia exemplares de pelagens sarapintadas descendentes remotos de cavalos da

África Central. Os Nez Persé, que eram grandes criadores de cavalos, praticavam rigorosas

políticas selectivas. Finalmente obtiveram um cavalo capacitado para qualquer trabalho, de

aspecto inconfundível, além de essencialmente pratico. Em 1877, a tribo e a sua bela manada

quase foram exterminados quando o governo da união ocupou as reservas. Todavia em 1938,

com a formação do Appaloosa Horse Club, em Moscow, Idaho, a raça começou a renascer das

cinzas. Seu registo é hoje o terceiro mais numeroso do mundo.

Características: Appaloosa moderna é reprodutor, mas também animal de competição (corridas

e saltos) pela consistência, vigor e boa índole. A cinco pelagens oficiais da Appaloosa: Blanket

(cobertor), marble (mármore), leopard (leopardo), snowflake (floco de neve) e frost (geada).

Influências: Espanhol: Acrescentou força, resiliência, adaptabilidade – e a pelagem mosqueada.

Page 4: Tudo sobre Cavalos

Altura: Entre 1,47 e 1,57m.

Cores: Sarapintado

Usos: Sela

 

 

 ÁRABE (O Filho do Vento)

É a raça equina mais antiga do mundo. Sua origem perde-se na noite dos

tempos. Os mais remotos registrados de sua presença foram encontrados na câmara mortuária

do Faraó Pihiri, que viveu no século XX a. C.

Criação: Sempre criado pelos beduínos do interior da península arábica com fervor, porque eles

sabiam que os animais extremamente rústicos sobreviviam às agruras do deserto com

temperamento excessivamente quente de dia e noites muito frias no regime de pouca agua e

quase nenhum alimento. Sua resistência às intermináveis deslocações das tribos à procura de

novas pastagens é outra características universalmente reconhecidos. Foi usado desde tempos

imemoriais pelos beduínos como meio de transporte, na caça e nas constantes guerras

intertribais, sendo a mais veloz das raças equinas em estado natural. Dócil e obediente, sua

beleza física inspirou poetas, pintores e escultores desde tempos antigos. Sua resistência e

rusticidade tornou a montaria de generais famosos como Alexandre, o grande, Napoleão Bona

Parte, Reis e Príncipes.

Características: É o mais harmonioso dos cavalos. Sua silhueta e inconfundível. Cabeça

pequena, sempre alta, com perfil ligeiramente côncavo; olhos redondos, grandes e vivos;

pescoço longo finamente arqueado; espáduas inclinadas, lombo curto, garupa quase horizontal,

cauda alta com fios sedosos e longos, quando em movimento estes se elevam até a vertical.

Pernas fortes, boa musculatura, andar largo e cascos duros como marfim. Sua aparência geral

detona força e vitalidade. Ao contrario das outras raças que possuem dezoito costelas, seis

vértebras lombares e dezoito vértebras na cauda, o Árabe tem, respectivamente, dezassete –

cinco – dezasseis. Ele e o PSI são criados em todos os países do mundo e os stud books são

aprovados e dirigidos WAHO (World Arab Horse Oraganization), ao qual Portugal também

filiado.

Altura: Entre 1,47 e 1,57m.

Cores: Tordilho, Castanho, Alazão, Preto.

Usos: Sela, Corridas, Saltos de obstáculos, lida do gado, lazer e circo.

 

Page 5: Tudo sobre Cavalos

 

BERBERE

O Berbere perde apenas para o Árabe como um dos fundadores da população

equina no globo. O cavalo Espanhol, dele derivado, serviu de base às principais raças europeias

e a muitas das americanas. O Berbere desempenhou também papel na evolução do

Thoroughbred inglês (PSI).

Criação: A raça é originária de Marrocos, na África do norte. Acredita-se que se tenha formado

de cavalos selvagens sobreviventes da era glacial. Se isso for exacto, o Berbere é tão antigo

quanto o Árabe. Em algum momento da evolução, deve ter recebido uma infusão de sangue

Árabe, mas a sua conformação nada deve ao ideal Árabe – o que indica a existência de um gene

poderoso, maciçamente dominante. Nos últimos anos tem havido um grande refinamento do

Berbere tradicional – montaria suprema dos cavaleiros Berberes que tiveram parte tão saliente

nas conquistas muçulmanas na Idade Média. Embora não haja respostas definitiva à

controvertida questão da origem do cavalo Berbere, é pacífico existirem diferenças

fundamentais entre o Berbere e o Árabe.

Características: O Berbere não impressiona à primeira vista: tem a garupa caída, a cauda de

implantação muito baixa, e uma cabeça sem nada de especial, com formação craniana que se

assemelha a dos cavalos primitivos. O perfil é recto, e o chanfro às vezes, romano. Não obstante,

a resistência e o vigor do Berbere são ilimitado, indicando uma disposição à toda prova. É

cavalo de excepcional agilidade, capaz de cobrir com grande velocidade distancias curtas.

Altura: Cerca 1,50m.

Cores: Tordilho, Castanho, Alazão  

Usos: Sela

 

 

 CRIOULO

Embora seja cavalo nativo da Republica Argentina, o Crioulo pode ser

encontrado sobre formas ligeiramente diferentes e uma grande variedade de nomes, em todo o

continente Sul Americano. No Brasil, por exemplo, é o ‘Crioulo Brasileiro’. Na Argentina, o

Crioulo é a montaria indispensável do gaúcho, o comboy dos pampas, e teve importante papel

no surgimento do famoso Polopony dos país.

Page 6: Tudo sobre Cavalos

Criação: O Crioulo e descendente direito do cavalo espanhol trazido pelos descobridores do

século XVI. Esses cavalos tinham sangue berbere. As primeiras importações de vulto para o

vice-reinado do Prata foram feitas em 1535 por D. Pedro Mendoza, o fundador de Buenos Aires.

Mais tarde, quando a cidade foi saqueada pelos índios, esses cavalos se espalharam por vastas

áreas do campo e procriarão livremente – dai a disseminação.

Características: o Crioullo é um dos cavalos mais fortes e mais saudáveis que existe, um

atributo à sua as centralidade espanhola. É capaz de viver em condições de extremo calor o frio

com mínimo de alimentação, tem incrível resistência e é famoso pela longevidade.

Influencias: Espanhol: Contribui para a excepcional fortaleza e resistência da raça.

Altura: Entre 1,42 e 1,52m.

Cores: Castanho, Baio  

Usos: Sela

 

 FALABELLA

As causas naturais de pequenas estatura em equinos são de ordem ambiental:

severas condições climáticas combinadas com escassez de alimento. É possível, no entanto, obter

cavalos miniaturas ou de grande porte. Os de pequeno porte têm sido criados pelo homem

através da história, às vezes como animais de estimação, outras simplesmente para satisfazer a

curiosidade. O melhor exemplo disso é o Falabella, considerando um cavalo miniatura e não um

pónei, por sua proporções e seu caracter.

Criação: Tira o seu nome da família Falabella, responsável pela evolução da raça no ranço

Recreo de Roça, nas imediações de Buenos Aires, Argentina. Cruzaram-se os mais pequenos

Shetland disponíveis com um PSI de porte reduzido; e a partir dessa primeira operação,

praticou-se a endogamia, sempre com os menores exemplares obtidos por cruzamentos

selectivo. O alvo perseguido era um espécime equino quase perfeito, mas miniatura. Acontece,

que um processo desses pode resultar em defeitos de conformação e uma indesejável perda de

vigor. Diz-se que os Falabellas são bons para o tiro mas não como montaria. Um dos menores

exemplares conhecidos foi a égua chamada Sugar Dumpling, de Smith McCoy, de Roderfield,

Virgínia, Estados Unido. Media 51cm de altura e pesava 13,6kg.

Características: Defeitos de conformação como jarretes fracos, membros tortos e cabeças

pesadas são comuns em qualquer raça miniatura. E, no entanto, os melhores exemplares de

Falabella ostentam muitas das qualidades de um bom Shetland . como animais de estimação,

Page 7: Tudo sobre Cavalos

eles se mostram afectuosos e inteligentes. Sua pelagem pode apresentar atraentes padrões,

inclusive pintados.

Influências: Shetlands: A base foram os Shetlands, cruzados com pequenos PSI.

Altura: Até 60cm. 

Cores: Todas, inclusive combinadas.

Usos: Inovadores.

 

 

HUNTER (Caçador)

O ‘Caçador’ é um tipo de cavalo peculiar à Inglaterra e à Irlanda. Não constitui,

a rigor, uma raça, de vez que lhe faltam características comuns fixas e ele pode variar segundo

as exigências do país em que é montado. Num país de prados e cercas vivas – como as famosas

hedges da Grã-Bretanha, algumas com milhares de anos -, um cavalo do tipo do Thoroughbred

é que seria de desejar. Quando a velocidade não é requisito essencial, um cavalo mestiço

confiável e sensível, bom saltador, é mais apropriado.

Criação: Os melhores cavalos de caça são os criados na Inglaterra e na Irlanda, onde esse

desporto faz parte da vida rural há séculos. Cavalos de caça irlandeses e ingleses são, em geral,

produto do cruzamento de Irish Draughts com Thoroughbreds. Muitos têm também sangue

pónei, alguns de Cleveland bay, outros, até, de cavalos de tracção pesada. Seja qual for a

mistura, os melhores caçadores têm sempre uma boa proporção de sangue de Thoroughbred

para dar-lhes coragem, velocidade e aptidões atléticas.

Características: Um cavalo de caça deve ser bem proporcionado, saudável e dono de todos os

atributos de conformação de um bom cavalo de montaria. Deve ser equilibrado razoavelmente

rápido e audaz o bastante para enfrentar qualquer espécie de obstáculo nas condições da sua

função. Deve ser calmo, ter boas maneiras e constituição robusta.

Influências: Thoroughbred: Liberdade de acção de arrojo. Irish Draught: Ossatura (bone),

substância e sensibilidade. Cleveland Bay: Bone, porte, aptidão para o salto.

Altura: Entre 1,62 e 1,67m.

Cores: Todas, Inclusive compostas 

Usos: Sela

 

 

Page 8: Tudo sobre Cavalos

LUSITANO

O Lusitano faz-se notar como um vistoso cavalo de carruagem, bem como de

sela. Foi, em tempos idos, a montaria dos cavaleiros portugueses. É ainda o cavalo favorito dos

toureiros portugueses e, nesse papel, é treinado nos movimentos mais avançados da Haute

École. Nos últimos anos, tornou-se popular fora da península ibérica e tem admiradores

entusiastas nas Ilhas Britânicas, nos Estados Unidos e principalmente no Brasil.

Criação: A raça é, com feito, a versão portuguesa do Andaluz, difícil de distinguir do modelo,

embora seja possível, em muitos casos, perceber ligeiras diferenças.

Características: Embora possa ter pernas mais compridas que o Andaluz, aos olhos da maior

parte dos especialistas o inteligente Lusitano é tão bravo, tão rápido e tão soberbamente

equilibrado quanto o cavalo Espanhol. Seus movimentos, naturalmente elevados, são

espectaculares; e a agilidade, surpreendente.

Influências: Berbere: A natureza árdega, a bravura, força, robustez e grande agilidade.

Sorraia: Raça de base, ‘primitiva’, responsável pelo vigor e pela resistência.

Altura: Varia entre 1,52 e 1,62m.

Cores: Tordilho, Castanho, Alazão  

Usos: Sela, Tiro, Touradas, Adestramento, Shows

 

 

MORGAN

O Morgan tem uma peculiaridade: a raça nasceu de um único reprodutor

excepcionalmente prepotente, que se chamou, de início, Figure, mas ficou depois conhecido pelo

nome do seu segundo dono, o professor Justin Morgan, que o recebeu em pagamento de uma

dívida (1975). Cavalo de passeio e, cada vez mais, de competição, de sela e de tiro por igual, o

Morgan foi, até a mecanização, o cavalo de remonta do exército americano. Uma estátua de

Justin Morgan na Morgan Horse Farm da universidade de Vérmont, é um memorial

permanente a um dos mais extradionários cavalos do mundo.

Criação: O garanhão que fundou a raça nasceu em 1789 ou 1793 em West Spingfield.

Massachusetts e viveu em Randolph, no Vermont. Trabalhou duro puxando, arado, carregando

madeira e limpando florestas para plantação. Tomou parte em inúmeras competições de

velocidade e tracção e nunca foi vencido. Todos os Morgans descendem dele. Sua própria

Page 9: Tudo sobre Cavalos

origem é ainda objecto de discussão. São três as teorias principais: seria filho de um

Thoroughbred, Tru Briton; de um Frísio importado; ou de um Welsh Gob, o que não é

impossível.

Características: O Morgan foi deliberadamente condicionado para exibir uma andadura

elevada, pomposa. Mas se os cascos são aparados de modo normal, o cavalo se move livremente

no quadro das andaduras tradicionais sem levantar indevidamente os jarretes. A raça é

resistente, tem grande exuberância e vigor excepcional. Mais refinado na aparência que o

arquétipo antigo, mas parrudo também, o Morgan moderno é fogoso, mas inteligente e fácil de

adestrar.

Influências: Árabe: contribuição possível mas não documentada. Thoroughbred: O sangue

thoroughbred pode ter tido papel significativo nos primeiros tempos.

Altura: Entre 1,47 e 1,57m.

Cores: Todas, excepto Tordilho 

Usos: Sela, Tiro

 

 

ORLOV TROTTER

Antes da revolução de Outubro, a criação de cavalos estava nas mãos da

aristocracia latifundiária. O notável criador Conde Alexei Orlov criou o Orlov Trotter no seu

haras de Kherenov. Embora destinado às corridas, o Orlov foi também criado como cavalo de

carruagem e a auxiliar na agricultura.

Criação: O Conde Orlov começou o seu programa de criação em 1778, cruzando um reprodutor

árabe de cor branca, Smetanka com uma variedade de éguas. Polken I, descendente direito de

Smetanka e filho de uma égua dinamarquesa Warmblood foi acasalado com uma égua

holandesa Warmblood, de cor russa gerando Bars I (1784), o fundador da raça Orlov. Bars I

foi, cruzado com éguas árabes, dinamarquesas, holandesas e inglesas mestiças. Consegui-se o

tipo desejado por endogamia com o próprio Sir fundador. Corridas e avaliações sistemáticas de

desempenho aperfeiçoaram a raça. Orlovs foram também cruzados ocasionalmente com

Standardbreds para obter Russian Troters, mais velozes porém menos úteis.

Características: O Orlov é um cavalo alto de compleição leve, é musculoso e muito bem

proporcionado.

Influências: Norfolk Trotter: Transmitiu uma constituição robusta e excelência do trote. Árabe:

Usado para refinar a ‘matéria prima’ rústica, de utilidade agrícola. Holandês: Porte substância

índole tranquila e estável. Thoroughbred: Maior capacidade física, melhor acção e velocidade.

Altura: Cerca de 1,62m.

Page 10: Tudo sobre Cavalos

Cores: Tordilho, Castanho, Negro 

Usos: Sela, Tiro

 

 

PAINT HORSE (PINTO)

A duas sociedades nos EUA para este tipo de cavalo – a Pinto Horse Association

e American Paint Horse, ambas sedeadas em Fort Worth, Texas. A Pinto Horse Association

registra qualquer espécie de cavalo que preencha seus requisitos de cor. Ela classifica-os em

stock type (reprodutor estabulado), hunter (caçador), pleasure type(de estemição), saddle type (de

sela). American Paint Horse Association registra reprodutores com sangue de Paints, Quarter

Horse, Thoroughbreds.

Criação: O Pinto descende dos cavalos espanhóis trazidos para a América no século XVI. Até

aos séculos XVIII e XIX, uma linhagem de cavalos pampas ou pintados, derivados de sangue

espanhol, ainda existia na Europa. O nome ‘pinto’ vem dos espanhol pintado, que se tornou,

para os comboys do Oeste americano, paint. Cavalos com mais de uma cor ou mosqueados eram

também chamados de Calicos.

Caracteristicas: São dois os tipos de coloração: ovaro, e tobiano. Ovaro é a pelagem com a cor

básica de acompanhada de grandes manchas brancas irregulares; Tobiano é a pelagem de

fundo branca com grandes irregularidades de cor. É difícil dar ao Pinto status de raça, no

sentido tradicional da palavra devido à falta de consistência do tipo e do tamanho. É mais uma

pelagem.

Influencias: Atributos físicos, bem como os diversos tipos de coloração.

Altura: Entre 1,52 e 1,62m.

Cores: Compostas 

Usos: Sela

 

 

PASO

Page 11: Tudo sobre Cavalos

O Passo peruano, ou ‘cavalo marchador’ tem os mesmos antepassados que o

crioulo argentino. Distingue-se por sua andadura, conhecida por lateral gait, e uma

conformação particular, preservada e confirmada pela criação selectiva à três séculos ou mais.

Criação: A criação é dirigida para aperfeiçoamento da andadura natural, o paso. Este tipo e

acção comporta um movimento vigoroso rotativo das pernas dianteiras, garantido pelo emprego

firme das pernas traseiras, enquanto a garupa é conservada baixa. Mesmo em terreno

acidentado, a andadura pode ser mantida por vários períodos.

Características: A raça é muito forte. As pernas traseiras e suas quartelas são cumpridas; e as

juntas, em geral, extremamente flexíveis. Esse conjunto de factores contribui para o celebrado

conforto do paso como andadura.

Influências: Espanhol: As antigas andaduras típicas dos espanhol são responsáveis pelo paso.

Altura: Entre 1,42 e 1,52m.

Cores: Todas, Simples 

Usos: Sela

 

 

QUARTER HORSE

O Quarto de milha, o primeiro de todos os cavalos americanos de raça, é tido

como “o mais popular do mundo”. Mais de três milhões estam registados na American Quarter

Horse Association, fundada em Forct Worth em 1941.

Criação: Seleccionada nos Estados Unidos da América, a partir dos cavalos selvagens

"Mustangs" de origem berbere e árabe, introduzidos na América pelos colonizadores

espanhóis. A partir de 1611, com a chegada de algumas éguas vindas da Inglaterra, cruzadas

com os garanhões "Mustangs", deu como resultado animais compactos, extremamente dóceis,

muito musculosos e capazes de percorrerem pequenas distâncias com mais rapidez que

quaisquer outras raças. Sua selecção foi direccionada para produzir animais de trabalho e lida

com o gado, tornando-o imbatível para a condução do gado e captura de reses desgarradas,

graças à sua velocidade em curtas distâncias. Actualmente cruzados com o Puro Sangue Inglês

dão excelentes animais de corrida, imbatíveis nas curtas distâncias. O Quarto de Milha foi

introduzido no Brasil em 1954, por iniciativa da empresa King Ranch, na região de Presidente

Prudente.

Page 12: Tudo sobre Cavalos

Características: Cavalos muito versáteis, dóceis, rústicos e inteligentes com altura média de

1.52m,cabeça pequena, fronte ampla, perfil recto, olhos grandes e bem afastados. Pescoço

piramidal com linha superior recta, dorso e lombo curtos, garupa levemente inclinada, peito

profundo, membros fortes e providos de excelente musculatura, olhos grandes e bem afastados.

Pescoço piramidal com linha superior recta, dorso e lombo curtos, garupa levemente inclinada,

peito profundo, membros fortes e providos de excelente musculatura.

Influências: Espanhol: Contribui para a agilidade e solidez da constituição. Thoroughbred:

Melhorou a velocidade, a conformação e o movimento.

Altura: Entre 1,52 e 1,62m.

Cores: Todas, Simples 

Usos: Sela, Lida com Gado

 

 

SADDLEBRED

O mais famoso dos cavalos americanos, o Saddelebred já foi chamado

Kentuchy Saddler. Oriundo dos estados do sul, onde sempre teve múltiplas aplicações, é tido

hoje como um brilhante (se não amaneirado) cavalo de exibição, quer como montaria, quer

como animal de tiro.

Criação: O Saddlebred provém do velho Narragansett Pacer, cavalo de utilidade nas plantações

de Rhode island, e do Canadian Pacer, ambos marchadores. A raça foi refinada e adquiriu a

aparência que hoje ostenta e tanta impressão causa pela velocidade e perfeição de movimentos

graças à introdução de sangue Morgan e Thoroughbred.

Características: Cavalo imponente, de grande presença e vivacidade, o Saddlebred executa com

perfeição as andaduras passo, trote e cantêr. Chamaram-no, por isso three-gaited. As duas

andaduras adicionais, exibidas por um cavalo de cinco marchas (five-gaited) são a slow gait, em

que ele se pavoneia, arrogante; e a rack, que é um trote duro, acelerado, de tirar o fôlego.

Quando seus cascos são aparados normalmente, o Saddlebred pode ser usado como montaria de

passeio.

Influências: Thoroughbed: Qualidade, ímpeto, brilho nos movimentos. Norfolk Roadster: Fonte

de facilidade para o trote e da elegante silhueta. Narragansett Pacer: Responsável pelas

andaduras especiais. Espanhol: Responsável pelas andaduras clássicas espectaculares, e

também por sua capacidade de resistência e robustez.

Altura: Varia entre 1,52 e 1,62m.

Cores: Todas, Simples 

Usos: Sela, Tiro

Page 13: Tudo sobre Cavalos

 

 

SHAGYA ÁRABE

O mais famoso produto das grandes coudelarias húngaras do século XIX é o

Árabe Shagya, criado especificamente como cavalo de sela de qualidade e substância para

incomparável cavalaria ligeira do reino. O Shagya actual não degenerou: é tão bom de sela

quanto de tiro. E muitos são capazes de brilhar em competições equestres, inclusive de salto.

Criação: O centro do Shagya é o haras de Babolna, fundado em 1789. Depois de 1816, Babolna

concentrou-se na criação de puros Árabes ‘do deserto’; e depois, cada vez mais, na de mestiços

da ‘raça árabe’. Estes eram descendentes de garanhões puros sangues e éguas

predominantemente Árabes mas com sangue Espanhol, Húngaro e Thoroughbred, e eram

maiores do que um Árabe comum (tinha 1,52m). Proveniente da Síria, chegou a Babolna em

1836. Descendentes dele podem ser ainda encontrados em Babolna e em outras áreas da

Europa.

Características: O Shagya é inteiramente árabe no aspecto e no carácter, mas é o maior e tem

mais substancia e ossatura do que muitos dos cavalos Árabes modernos. A cernelha é menos

pronunciada; e as fortes espáduas mais obliquas. As pernas posteriores, muitas vezes alvo de

critica (legitima) aos cavalos árabes, são notavelmente correctas nos Shagya.

Influência: Árabe: A superioridade da raça Árabe desempenhou grande papel ao

desenvolvimento do Shagya.

Altura: Cerca de 1,52m.

Cores: Todas, Simples e Uniformes 

Usos: Sela, Tiro

 

SORRAIA

Acredita-se que os primeiros cavalos domesticados na Europa tenham sido os da

Península Ibérica. Hoje descendentes desses equinos primevos, i.e., das raças fundadoras, ainda

podem ser vistos tanto em Portugal como na Espanha. Entre eles estão os da raça chamada

Sorraia, em muitos dos quais a cor e a conformação têm extraordinária semelhanças com as do

Page 14: Tudo sobre Cavalos

Tarpan e com o mais refinado Garrano ou Milho, de raízes idênticas porém habitat mais para o

norte, nos vales de Garrano do Milho e Trás-os-Montes.

Criação: O Sarraia vivia nos campos que ficam entre os rios Sor e Raia; e durante anos a

famosa família d’Andrade conservou uma manada deles em estado selvagem. É de crer, e já foi

dito que esses animais, depois de submetidos à poderosa influência dos cavalos Berberes da

África do Norte, tenham contribuído para o renomeado cavalo Espanhol e, através do sangue

difundido dessa estirpe, para uma variedade de raças diferentes.

Características: durante séculos, o Sorraia foi usado por vaqueiros locais e para o trabalho

agrícola leve Não pode ter sido considerado, a esse tempo um espécime sobremodo atraente.

Pois não obstante, e malgrado a cabeça pesada e a cauda caída, conservou ele todo o vigor dos

seus antepassados selvagens.

Influências: Tarpan: Na raiz da raça, deu-lhe a excelência da compleição básica. Berbere:

Melhorou os movimentos, aumentou-lhe o tamanho e acrescentou o carácter fogoso.

Altura: Varia entre 1,27 e 1,32m.

Cores: Cinza-Pardacento 

Usos: Bravio, Leve Trabalho Agrícola 

 

 

THOROUGHBRED (PSI)

O Thoroughbred (ou PSI) é a raça de corrida que vemos nos clube jóqueis. É o

mais veloz dos equinos e a base de uma imensa indústria multinacional de criação e corridas.

Criação: A raça originou-se na Inglaterra nos fins do século XVII e princípios do XVIII com a

importação de cavalos Árabes da Arábia. Um facto incrível é que todos os PSI do mundo são

descendentes direitos pela linhagem paterna de três garanhões puro-sangue Árabes: o Byerley

Turco importado em 1684, o Darley Árabe em 1704 e o Ggolphin Árabe (algumas vezes

impropriamente chamado de Berbere) em 1731. Além desses três, houve muitos outros

reprodutores e matrizes Árabes, sendo que em sua origem a raça estava saturada de sangue

Árabe e em pequenas escalas de Berberes.

Características: Raça seleccionada para corridas curtas em distâncias de mil a dois mil metros,

em pistas planas, pilotados por leves jóqueis de 60kg. São animais muito velozes e bem

proporcionados, possuindo grande capacidade atlética e considerável vigor físico e mental. É

corajoso, mas também nervoso e excitável, com temperamento às vezes difícil.

Influências: Árabe: Velocidade, beleza e disposição atlética. Contribuição decisiva. Berbere:

Contribuiu com velocidade, ardor e grande agilidade. Galloway: Deu contribuição mínima ao

PSI.

Page 15: Tudo sobre Cavalos

Altura: Varia entre 1,62 e 1,67m

Cores: Tordilho, Castanho, Alazão  

Usos: Sela, Corridas planas, Desportos Hípicos

 

 

WELSH COB

O Welsh Cob, com sua andadura de trote explosivo, desperta tão grande fervor

na sua pátria quanto os coros galeses ou o ruby no Cardiff Arms Park. É ele o sucessor natural

da grande tradição do Norfolk Roadster, que teve, aliás, papel na sua evolução. Como animal de

tiro, nenhum outro o supera em ímpero e bravura; como montaria, é um audacioso corredor,

com grandes qualidades para o salto.

Criação: O Welsh Cob (secção D no stud book) é, em matéria de perfeição, uma versão

ampliada do Welsh Mountain Pony, de quem descende. Esses póneis foram cruzados com

animais dos romanos e, depois, nos séculos XI e XII, com cavalos Espanhóis para produzir o

Powys cob e um outro animal, mais pesado, o Welsh Cart Horse. Nos séculos XVIII e XIX,

novos cruzamentos, agora com Norfolh Roadters e Yorkshire Coach Horses, mais uma

miniatura de sangue Árabe, resultaram no Cob moderno. Já houve, no passado, um florescente

mercado de Cob para aplicação militar (Infantaria montada, tracção de canhões). E até à

década de 1960, Cobs foram utilizados, em grandes números, no transporte de pão, e outros

artigos nas cidades grandes.

Características: Welsh Cob: tem ainda alguma procura como cavalo de sela e de tiro. Cruzado

com Thoroughbred, produz excelentes cavalos de competição. O Cob é excepcionalmente

robusto na constituição e tem grande resistência.

Influencias: Welsh A: Base do Cob responsável pela andadura e solidez. Espanhol: Melhorou

tamanho e força contribuiu para a bela postura. Norfolk-Roadster: A boa qualidade do trote e a

robustez.

Altura: Entre 1,47 e 1,57m.

Cores: Todas, Simples e Uniformes 

Usos: Sela, Tiro

 

 

GALICENO

Page 16: Tudo sobre Cavalos

O Galiceno, pónei do México, é outro exemplo do legado espanhol às Américas.

A partir de 1950, a raça se espalhou para o norte, passou aos Estados Unidos, e foi reconhecida

no país em 1958. É vista como ‘ponte’ ideal para jovens cavaleiros, transição póneis para

cavalos.

Criação: O Galiceno, como o nome indica, originou-se na Galícia, província do noroeste da

Espanha, afanada, desde a antiguidade, por seus cavalos de andadura macia. O Galiceno actual

ainda se distingue por essa qualidade e pela rapidez, muito louvada na Inglaterra elisabetana.

Os ancestrais desses ‘cavalinhos’ estariam entre os equídeos trazidos pelos espanhóis da

Hispaniola para o continente no século XVI, talvez descendentes das Sorraias e Garranos

(diferentes nomes para o mesmo cavalo) indígenas da Península Ibérica.

Características: O Galiceno é resistente e robusto, tratável, inteligente, versátil. Sua natural

agilidade e velocidade lhe garantem a popularidade como pónei de rancho e de competições. É

usado como animal de transporte.

Influência: Espanhol: Contribui para a sua aparência, constituição e espírito.

Altura: cerca de 1,42m.

Cores: Todas, Desde que Uniformes  

Usos: Sela, Tiro

 

 

CAVALO FINLANDÊS

Em tempos passados havia duas raças finlandesas: a Finnish Draught (‘de tiro’)

e a Finnish Universal (‘para toda obra’). Ambas eram criadas considerando a actuação e o

desempenho e não a aparência. O Finlandês destinado à tracção, o mais pesado dos dois, era um

animal possante de aspecto comum mas andadura viva e rápida. O Universal, mais leve, podia

ser montado, usado para puxar cargas de peso moderado e, principalmente para corridas

atrelado a viaturas ligeiras. A partir da década de 1970, acentuou-se a preferência geral por

cavalos utilitários mais leves, embora haja ainda papel para os demais na lavoura e, sobretudo

na silvicultura.

Criação: O Finlandês descende, provavelmente de antigas raças europeias de cavalos pesados e

ligeiros, cruzadas com raças warmblood e coldblood. Um livro de registros de pedigrees foi

aberto em 1907, tanto para os animais leves quanto para os pesados dessa raça, e se instituíram

rigorosamente testes de desempenho para os dois tipos.

Page 17: Tudo sobre Cavalos

Características: O Finlandês, sereno e equilibrado, tem, a despeito do seu arcabouço

relativamente leve, a força da tracção de um cavalo muito mais pesado. E a isso se combinam,

com rara facilidade, o carácter, a rapidez e a agilidade das raças ligeiras. É resistente, longevo,

dono de notável robustez. Seria ocioso dizer que impressiona também por sua constituição. A

inclinação dos quartos a partir da garupa e, ainda, a acentuada extensão do dorso, são típicas

do cavalo de tiro destinado a competições e reflecte a mudança de ênfase ocorrida na criação do

Finnish Horse.

Influências: Pónei Finlandês: Os póneis nativos, notáveis pela resistência deram uma sólida base

para cruzamentos com raças de fora. Oldenburg: Fixou o carácter do Finlandês e acrescentou-

lhe porte e acção. 

Altura: Cerca de 1,57.

Cores: Todas.

Usos: Tracção Ligeira. 

 

 

DANISH WARMBLOOD

Representantes de uma das raças mais recentes da Europa, criada à propos para

competições, os cavalos Danish Warmblood só tiveram stund book próprio na década de 1960.

Em tempo curto, porém os criadores dinamarqueses produziram um animal de qualidade

superior e versatilidade maior que a de muitos cavalos europeus de reputação firmada.

Criação: A Dinamarca tem tradição equestre. Monges cistercianos do século XIV costumavam

cruzar, no Holstein (ducado dinamarquês até 1864), cavalos Espanhóis da melhor categoria com

éguas de grande porte, nativas da Alemanha sententorial. Um dos resultados disso foi

Frederiksborg. O Danish Warmblood tem por base o Fredericksborg cruzado com

Thoroughbreds ingleses. As éguas locais resultantes dessa operação eram então acasaladas com

garanhões Anglo-Normandos (Selles Français), com Thoroughbreds e com Trakehners. O

produto era aperfeiçoado para tornar-se um cavalo saudável e robusto, de excelente

conformação, estável, largo escopo de acção e aptidão para o galope. A participação do

hanoveriano prima pela ausência no caldeamento do Danish Warmblood, o que pode ter

contribuído para o seu carácter singular se comparado com outros Warmbloods.

Características: Os melhores cavalos dinamarqueses têm um perfil de Thoroughbred

combinando substância, força e boas pernas. Corajosos e árdegos, têm excelente temperamento

e acção. São brilhantes animais de dressage, com desempenho de primeira classe no cross-

country.

Page 18: Tudo sobre Cavalos

Influências: Fredericksborg: Os fundamentos, o porte vistoso, a elegância como cavalo de sela.

Trakehner: Usado por seu tipo fixo e conformação correcta. Psi: Deu-lhe melhor qualidade,

rapidez e desempenho.

Altura: Cerca de 1,67m.

Cores: Todas, Uniformes

Usos: Sela 

 

 

FREDERIKSBORG

No século XVI, a Dinamarca era um dos centros principais de criação de

elegantes e activos cavalos de sela e de cavalos de batalha de grande categoria. Esses cavalos,

ditos ‘Frederiksborgs’, eram produto de uma coudelaria fundada pelo rei Frederico II, em

1562. Pluto, cavalo branco ‘Espanhol’, e um dos fundadores da linhagem Lipizzaner que leva o

seu nome, era um Frederisborg, nascido no haras da corte da Dinamarca em 1765.

Criação: A raça descende efectivamente de cavalos Espanhóis. Só posteriormente se

acrescentaram a essa base de elementos de cavalos afins, Napolitanos, (Nápoles esteve sob o

domínio espanhol de 1503 a 1734). No século XIX ocorreram outros cruzamentos agora com

garanhões Árabes e mestiços (halfbred) Ingleses. O resultado foi um esplêndido cavalo de

montariam, empregado com êxito para melhorar outros cavalos do país, como o Jutland. A

exportação indiscriminada exauriu, porém, as caudelarias do reino, que passaram a criar PSI –

e araç original por pouco não desaparecia. Durante algum tempo, criadores independentes

asseguraram a sobrevivência dos Frederiksborgs, embora reduzidos a puxadores de carruagens.

Mas a crescente demanda de cavalos de sela acabou por generalizar a criação de PSI, e é

improvável que ainda existam representastes legítimos da antiga raça.

Características: Embora cavalo de sela, o Frederiksborg sempre conservou suas qualidades de

cavalo de carruagem: robustez e andadura aristocrática.

Influências: Espanhol: Responsável pela elegância e pela presença majestosa.

Altura: Cerca de 1,60m.

Cores: Castanho

Usos: Sela 

 

 

Page 19: Tudo sobre Cavalos

OLDENBURG

O Oldenburg foi criado no século XVII como cavalo de carruagem capaz de

enfrentar com galhardia caminhos difíceis e de desempenhar também, a conno, tarefas

agrícolas. Desde então, a raça vem se adaptando continuamente a outras exigências graças a

uma criação hábil e cuidadosamente controlada. Dos WarmBloods, o Oldenburg é ainda o mais

possante e o mais apropriado para o dressage ou como animal de competição.

Criação: A raça, baseada na Frigia, originou-se nas províncias de Oldenburg e Ost-Friesland,

hoje Alemanha. Deve sua instituição ao conde Anton Gunther von Oldenburg (1603-1667), que

usou para formá-la sangue Espanhol e Napolitano. Garanhões ingleses mestiços foram

introduzidos no fim do século XVIII; e Thoroughbred e alguns Cleveland Bays, por volta de

1897. também um cavalo Normando – Normann 700 -, produto hídrico de Norfolk Roadsters e

mestiços ingleses, teve grande participação. E quando a ênfase se deslocou para a produção de

cavalos de montaria, outro espécime Normando – Condor – foi usado, bem como um

Thoroughbred – Lupus. Cruzamento recentes têm sido efectuados também com Thoroughbreds

e, ocasionalmente, com Hanoverianos.

Características: O Oldenburg é hoje um cavalo magnífico, de temperamento calmo e estável.

Tem andadura correcta, rítmica, apesar de certa dúvida sobre a movimentação do joelho. E, o

que é de surpreender em cavalo arcabouço tão grande, o Oldenburg se faz adulto depressa.

Influências: Normando: Transmitiu-lhe as qualidades dos mestiços ingleses. Thoroughbred:

Melhorou a raça e tornou mais leves os Oldenburg, no início pesados. Frísio Foi a contribuição

principal resistência, economia, docilidade no treino.

Altura: Entre 1,67 e 1,78m.

Cores: Todas, Uniformes

Usos: Sela, Tiro

 

 Cores da Pelagem

 

A cor do pelo dos cavalos é determinada por uma combinação de 39 genes, sendo

por isso possíveis imensos tons de pelagem. Apesar de todas as associações de

criadores insistirem em que a capacidade funcional de movimento e a

conformação correcta são os aspectos mais importantes num cavalo, a cor é

considerado um factor muito relevante em algumas raças. Alguns cavalos com

pintas ou manchas como os Pintos, Paints, Appaloosas Albinos, são muitas vezes

considerados “pelagens” em vez de “raças”. A maioria das cores destas raças -

pelagens tem origem nos cavalos ibéricos mas, no entanto, já não existem nos

Page 20: Tudo sobre Cavalos

Lusitanos e espanhóis modernos. Nos puro sangue árabes, não existe pelagem

multicolor,  palomina,  pampa.  As pelagens típicas são a castanha, a tordilha e

alazã.

 

 

Alazão Alazão Avermelhado Alazão Fígado

 

 

 

Castanho Castanho Claro Castanho Escuro

 

 

 

Baio Claro Castanho Marrom Marrom

 

 

 

Page 21: Tudo sobre Cavalos

    

Tordinho Apatacado Malhado Tobiano Palominio

 

 

 

 

Ruão Vermelho Preto Tordilho

Morfologia do  Cavalo

 

O cavalo é um animal onde se conjugam a estrutura e a função. O seu corpo é adaptado para a

velocidade e para a grande dimensão, e é esta combinação que nos ajuda a compreender a sua

estrutura. Os seus membros são especializados, têm um número de dedos muito reduzido, e são

acompanhados pela perda dos músculos - os que permitem a outros animais agarrar objectos. O

cavalo apenas move os membros para a frente e para trás o que lhe dá excelentes meios de

propulsão. A força de que necessita é dada por músculos muito desenvolvidos que estão ligados

aos ossos das coxas, tronco e antebraços.

 

Page 22: Tudo sobre Cavalos

 

O esqueleto:

O cavalo é constituído por cerca de 210 ossos (não tendo em conta os da cauda). O esqueleto tem

como função suportar os músculos e os órgãos internos mas dá também mobilidade suficiente,

devido às articulações, para que o animal se deite, paste e se desloque a diversas velocidades. As

articulações são formadas por ossos, que são cobertos por cartilagem e são ainda constituídas por

uma cápsula que produz um lubrificante sinovial e por ligamentos que seguram os ossos.

No cavalo o esqueleto adapta a sua estrutura aos seus requisitos por exemplo: crânio alongado dá

espaço para os dentes enquanto que as órbitas estão posicionadas de maneira a que o ângulo de

visão do cavalo seja amplo, podendo este animal aperceber-se dos perigos durante a pastagem.

 

Page 23: Tudo sobre Cavalos

 

Os músculos:

Os músculos do cavalo consistem em massas musculares ligadas aos ossos por um lado e aos

tendões por outro. Os tendões são protegidos por bainhas sinoviais que são constituídas por

películas finas e fibrosas e que protegem os tendões do risco de fricção com o osso.

Os ligamentos, assim como os tendões, são relativamente curtos, tal como os reforçadores de

articulações. No entanto há ligamentos especiais: o restritor, que se liga ao ligamento por detrás

da articulação do joelho e junta-se ao tendão flexor digital profundo na sua parte mais baixa

atrás do osso da canela; e o suspensor, que tem a extremidade superior ligada à parte superior

traseira da canela e na fila inferior dos ossos do joelho, a extremidade inferior ligada aos

sesamóides, por baixo do boleto. Este sistema é semelhante nos membros anteriores e posteriores.

 

A pele:

A pele do cavalo possui três camadas:

Camada celular, que têm a capacidade de, à medida que a sua superfície se desgasta, se

auto-reparar;

Camada sub-epitélial em que se encontram os sensores da dor e outras estruturas

sensitivas e que alimenta a camada superficial;

Camada sub-dérmica que tem como função isolar a pele do osso ou do músculo que fica

por baixo dela e onde se situam os folículos capilares.

Page 24: Tudo sobre Cavalos

O sebo, substância gordurosa, é segregado por glândulas sudoríperas que se encontra na pele e

permite a formação de uma camada impermeável que protege o cavalo da humidade e do frio.

 Marcas de Identificação

 

As marcas ou sinais brancos na face, focinho e pernas são meios de identificação e vêm

registrados na documentação exigida pelas entidades responsáveis (stud books). Além desses

sinais, marcas no próprio corpo do animal ou manchas brancas podem ocorrer na parte inferior

do ventre e nos flancos. As manchas no corpo do cavalo são mais frequentes nos Clydesdale do

que em cavalos de outras raças.

 

Sinais de Identificação:

Pêlos brancos causados pela sela ou esfoladuras produzidas por atrito da barrigueira são ‘sinais

adquiridos como as marcas feitas com ‘ferrete’ (ferro em brasa). Como essas marcas ‘a fogo', as

marcas ‘a frio’ resultam em séries de letras ou figuras de identificação – feitas de pêlos brancos

(ou negros, em cavalos claros). Monogramas ou símbolos podem ser gravados a fogo, no casco.

Redemoinhos e topetes são usadas para identificação, já que a disposição irregular de pêlos é

permanente. As castanhas, pequenas calosidades ou excrescências córneas na face interna das

pernas do animal valem como impressões digitais. Individuais e permanentes; mas não se usam

para fins de identificação.

 

.

.

.

.

.

Page 25: Tudo sobre Cavalos

 

Calçamentos ou Calçaduras:

As pelagens nas pernas – denominadas ‘calçamentos’ podem ser. ‘traço de calçado’, se o branco

não dá volta à perna; ‘talão branco’, se atinge só o talão; ‘alto caçado’ quando chega ao joelho ou

ao joanete; ‘médio calçado’, se alcançar o meio da canela; ‘baixo calçado’, se chega ao boleto;

‘cascalvo’, se o casco é branco. Quando o animal é ‘calçado’, dos membros anteriores, se diz

‘manalvo’; se é ‘calçado’ dos membros posteriores, ‘pedralvo’. Riscas horizontais (zebra

markings), anéis de pêlos pretos, são de origem primitiva e tinham fins de camuflagem. Podem ser

vistos em raças de grandes antiguidade, como highland e fjord. Os cavalos das pinturas parietais

de Lascaux, na França têm marcas assim, sendo extraordinariamente semelhantes ao highland.

 

Page 26: Tudo sobre Cavalos

T

r

a

ç

a

d

e

C

a

l

ç

a

d

o

T

a

l

ã

o

B

r

a

n

c

o

A

l

t

o

C

a

l

ç

a

d

o

Z

e

b

r

a

 

Coloração dos Cascos:

Cascos de matéria córnea azul-ardósia são considerados ideais. Acredita-se que a ceratina de que

se compõem tenha textura densa e de grande rigidez. Em contrapartida, em cascos brancos é tido

por ‘mole’, incapaz de resistir bem à usura do atrito. Não há prova de que essas asserções sejam

verdadeiras. Pés brancos acompanham pernas ‘calçadas’. Os Appaloosas e outros cavalos

manchados têm cascos ‘tigrados’ (com listas verticais negras).

 

Casco

Azul

Casco

Branco

Casco

Listado

Page 27: Tudo sobre Cavalos

 Tipos de Andamentos

 

São quatro os ‘andamentos’ naturais dos cavalos. Ou seja, as maneiras como eles se deslocam

quando em movimento. (há andamentos adquiridos e os artificiais que são os de alta escola, como

a de Viena.) São eles: passo, trote, cânter (meio galope ou galope macio) e o galope pleno. Os

primeiros três podem ser subdivididos, na dressage, que é a arte de educar os cavalos segundo as

exigências do aprendizado. O passo pode ser calmo, ordinário, alongado e livre. As subdivisões do

cânter são calmo, ordinário, de trabalho e alongado. Além dos quatro andamentos naturais, há os

especializados, baseados no furta-passo e no passo equipado, nos quais as pernas se movem em

pares laterais. O passo equipado, empregado modernamente pelos cavalos que puxam aranhas de

duas rodas em corridas, é uma versão mais rápidas do furta-passo.

 

 

O Passo:

É o andamento natural, a quatro tempos, marcado pela progressão de cada par lateral de pés.

Quando o deslocamento começa com a perna posterior esquerda, a sequência é: posterior

esquerda, dianteira esquerda, posterior direita e anterior direita. No passo calmo, os pés de trás

tocam o solo adiante das pegadas feitas pelos pés da frente. No ordinário, os passos são mais

curtos e mais elevados, e os pés de trás tocam o solo atrás das pegadas dos pés dianteiros. No

alongado, os pés de trás tocam o chão antes das impressões dos pés da frente. No livre, todo o

esquema é prolongado. 

 

Page 28: Tudo sobre Cavalos

 

O Trote:

É o andamento simétrico, a dois tempos, em que um par diagonal de pernas toca o solo

simultaneamente e, depois de um momento de suspensão, o cavalo salta apoiado no outro par

diagonal. Por exemplo: no primeiro tempo, o pé anterior esquerdo e o pé posterior direito pousam

no solo juntos (diagonal esquerda). No segundo tempo, o pé dianteiro e o pé traseiro esquerdo

pisam juntos (diagonal direita). No trote o joelho jamais avança à frente de uma linha imaginária

perpendicular ao topo da cabeça do animal até ao solo. As estilizações supremas do trote são o

piaffer, em que o cavalo, sem avançar fica batendo no chão, trotando parado, alternadamente,

com os pés dianteiros e a passagem, em que ele se desloca para o lado, trocando os pés, sem

avançar.

 

 

O Cânter (Galope curto):

O Cânter é o andamento a três tempos, em que o cavalo avança com a perna dianteira direita

quando gira para a direita e vice-versa. Quando o cavalo tenta virar para a esquerda avançando

com a perna dianteira direita, portanto, a do lado de fora no movimento, esse avanço é chamado

um ‘avanço falso’ ou cânter com a perna errada. A sequência de pisadas que dão as três batidas

rítmicas no chão são, quando o movimento se inicia com a perna dianteira direita: posterior

esquerda, esquerda diagonal (em que as pernas dianteiras e traseira esquerda, tocam o solo

simultaneamente) e, por fim, perna dianteira direita – dita ’ de guia’.

Page 29: Tudo sobre Cavalos

 

 

O Galope (Pleno):

Galope é o mais rápido dos quatro andamentos naturais. Descrito habitualmente como um

andamento a quatro tempos, sofre variações na sequência de acordo com a velocidade. Com a

perna dianteira direita na liderança, a sequência de pisadas é a seguinte: posterior esquerda,

posterior direita, dianteira esquerda, dianteira direita, ao que se segue um período de suspensão

total, em que todos os pés estão no ar. Um puro sangue inglês galopa a 48 km/h ou mais. O pé

mais avançado toca no chão em linha como o nariz, mesmo que, estirada a perna ao máximo, o pé

fique no ar à frente dessa linha.

 

Doenças do Cavalo

 

Os fungos estão normalmente presentes no meio ambiente e na pele dos animais com uma certa

abundância, mas apenas algumas espécies apresentam a capacidade, em determinadas

circunstâncias, de causar doença. Tradicionalmente, os problemas de pele nos cavalos não são

considerados situações particularmente preocupantes. Na verdade, alguns acabam por se resolver

espontaneamente sem qualquer tipo de tratamento, embora possa demorar algum tempo. Outros,

porém, tornam-se bastante críticos, quer pela possibilidade de contágio ao homem, como é o caso

da tinha (infecção por fungos) e da sarna (infecção por ácaros, pequenos parasitas da pele), quer

pela gravidade da doença propriamente dita e dos seus sintomas.

 

Page 30: Tudo sobre Cavalos

(Hipersensibilidade à picada das moscas)

 

Animais com prurido intenso, por exemplo, coçam-se até no próprio arreio ou em qualquer

superfície rugosa ou mesmo cortante, provocando feridas que constituem uma porta de entrada

para todo o tipo de infecções. Vamos agora debruçar-nos sobre algumas situações que afectam a

pele dos cavalos, começando pelas mais frequentes. Os fungos estão normalmente presentes no

meio ambiente e na pele dos animais com uma certa abundância, mas apenas algumas espécies

apresentam a capacidade, em determinadas circunstâncias, de causar doença (tinha ou

dermatofitose). Por essa razão, uma amostra de pêlos que revele a presença de fungos não é

necessariamente significativa. Por outro lado, os fungos são agentes que facilmente se instalam

secundariamente quando outros factores danificam a pele, ou mesmo quando o sistema

imunitário se encontra enfraquecido, não sendo por vezes a causa primária da doença. Neste tipo

de infecção por fungos (dermatófitos) os animais afectados apresentam várias áreas de

descamação e alopécia (zonas sem pêlo), com ou sem prurido, não estando geralmente envolvidos

a crina e a cauda.

 

(Infecção por Fungos)

 

Page 31: Tudo sobre Cavalos

As situações de natureza alérgica são também bastante frequentes, podendo ser causadas por

alimentos, pelo contacto com produtos químicos aplicados nas instalações, por medicamentos, por

produtos de limpeza ou insecticidas aplicados sobre os animais, por picadas de insectos, etc.. As

picadas das moscas são precisamente uma das principais causas de reacções alérgicas no cavalo.

Existe uma grande variedade capaz de desencadear este tipo de reacções, mas as Culicoides são

talvez as mais frequentes. São moscas extremamente pequenas (1 a 3 mm) mas de picada

dolorosa, activas em tempo quente e sem vento (pois são fracas voadoras) e alimentam-se desde o

cair da noite até ao amanhecer. As larvas desenvolvem-se em águas estagnadas. Apenas alguns

cavalos desenvolvem uma reacção de hipersensibilidade às suas picadas, havendo uma certa

predisposição familiar. As lesões localizam-se na cabeça, orelhas, peito, crina e base da cauda,

podendo variar consoante a espécie de Culicoides. O prurido intenso é o principal responsável

pelas lesões, levando os animais a coçarem-se em qualquer aresta ou mesmo a morderem-se. Esta

situação tende a agravar-se ano após ano, após uma aparente melhoria durante os meses de

Inverno, e não tem cura desde que estejam presentes Culicoides.

 

(Infecção por Fungos)

 

O seu tratamento passa, portanto, pelo controlo destes insectos através do estábulo durante os

períodos em que estes se alimentam, do uso de insecticidas ou repelentes, de redes para

mosquitos, e ainda pela administração de medicação apropriada de modo a eliminar ou reduzir o

prurido. Outros agentes que podem causar prurido intenso são os ácaros da sarna. Estes

parasitas provocam lesões com localização diferente consoante a espécie a que pertençam: na

cabeça e pescoço, na base da crina e da cauda, ou nos membros, mas em fases avançadas as lesões

podem espalhar-se a outras zonas. Esta doença transmite-se por contacto directo e é contagiosa ao

homem, embora geralmente sem grande gravidade. Certos animais desenvolvem reacções

inflamatórias superficiais em zonas brancas ou despigmentadas do corpo (geralmente no focinho

e na extremidade dos membros). São processos de fotosensibilização, associados geralmente à

Page 32: Tudo sobre Cavalos

ingestão de certas plantas ou a alterações do metabolismo do fígado. Como podemos constatar,

situações aparentemente idênticas podem ter causas bastante distintas.

 

(Fotosensibilização)

 

A base da cauda coçada e sem pêlo, por exemplo, é geralmente um sinal de parasitismo intestinal,

mas também pode tratar-se de um caso de hipersensibilidade à picada de insectos, alergia

alimentar, sarna ou apenas um vício comportamental. Mesmo depois do cavalo parar de se coçar

ainda temos de esperar um a dois meses até a cauda voltar a crescer. Os tratamentos usados em

dermatologia equina são muito variados consoante a situação a que se destinam, mas convém não

esquecer que tratar os animais pode não ser suficiente: o ambiente, as camas, o material de

limpeza, os arreios, devem merecer atenção pois estão muitas vezes implicados. Quanto aos

cavalos de competição, fica também uma chamada de atenção: uma simples pomada, spray ou

qualquer outro produto aplicado sobre a pele pode conter substâncias que, ao serem absorvidas,

poderão vir a ser detectadas mais tarde nos testes de controlo antidoping.

 Maneio Geral

 

Cuidar de um cavalo é uma actividade que requer grande responsabilidade. Uma boa solução

para o animal é passar parte do dia ao ar livre, em que se mantém em prática mesmo que não seja

incitado a fazer exercício e outra parte do dia no estábulo; assim, o cavalo torna-se mais fácil de

montar do que se estivesse todo o dia encerrado. Deixar o cavalo sempre ao ar livre ou sempre no

estábulo são outras opções. No primeiro caso é necessário ter uma pastagem abundante, uma

fonte de água fresca e abrigo contra o mau tempo do Inverno e os insectos no verão; nestas

condições deve ser dado ao cavalo um complemento alimentar pois apenas a pastagem não é

suficiente para manter o cavalo em forma. No caso do cavalo estar encerrado é preciso evitar o

tédio visto que o cavalo não está no seu ambiente natural e é também essencial que o tratador

entenda a psicologia do cavalo.

 

 Manter um cavalo a Penso

Page 33: Tudo sobre Cavalos

O penso ou pensão é a alternativa para quem não pode ter os cavalos em casa. Para isso é

necessário encontrar um centro onde tratem cavalos e onde haja pessoal experiente. Existem 5

sistemas de penso:

O penso completo, em que se paga a alguém para fazer tudo o que for necessário inclusive

o exercício de que o animal necessita;

O faça você mesmo, onde o trabalho é feito pelo proprietário;

A pastagem, que é indicada para cavalos que vivam todo o ano ao ar livre;

O repartido que é, ideal para o proprietário manter o contacto com o cavalo, pois parte do

trabalho é feito por ele e a outra metade pelo centro;

O sistema em trabalho, em que o cavalo é utilizado por exemplo, numa escola de

equitação.

 

Requisitos de uma pastagem para Cavalos

A pastagem deve ser, para cada cavalo, de cerca de 0,2 a 0,4 há. Deve ser livre de plantas

venenosas, de lixo e de outros perigos tais como tocas de coelhos. Deve ter muito cuidado no que

diz respeito ás cercas: utilize postes e varas, sebes vivas, cercas eléctricas, de plástico ou de arame

próprio para cavalos, nunca deve ser utilizado arame farpado nem o arame simples ou concebido

para outro tipo de gado, pois podem provocar ferimentos. O campo deve ter também abrigo. Este

deve ter uma frente aberta e larga para não dificultar a entrada e saída dos cavalos e deve estar

contra o vento predominante.

Tente sempre que o cavalo esteja acompanhado por outros animais, principalmente outros

cavalos. Visite-o pelo menos duas vezes por dia mesmo que esteja permanentemente ao ar livre,

pois assim fica mais alerta para quaisquer tipos de problemas.

 

Cavalariças e camas

A boxe de um cavalo deve ser espaçosa, clara e arejada. Ter uma fila de boxes de um lado e do

outro e um corredor central facilita as tarefas dos trabalhadores. É também muito importante

que haja um constante abastecimento de água fresca e limpa.

A cama mantém o cavalo confortável e quente e evita grande parte das feridas quando este se

mantém deitado. Podem ser utilizados vários tipos de cama desde as de palha às de borracha.

Deve evitar que o cavalo viva num ambiente com muito pó e gases que provém da cama e até do

próprio feno. Todas as camas têm vantagens e desvantagens: A palha de trigo é muito poeirenta e

os cavalos comem-na; também a palha cortada e sem pó tem o inconveniente de ser comida pelos

animais; as aparas de madeira só são aconselhadas se o pó tiver sido extraído; o cânhamo

proporciona uma cama resistente e leve, mas têm também o problema do pó e de serem comidas;

as tiras de papel não são poeirentas mas são difíceis de remover e voam facilmente; os tapetes de

borracha devem ser utilizados apenas em cavalariças com boa drenagem, pois caso contrário

pode formar-se uma possa de liquido de borracha, e sempre debaixo de uma fina camada de

cama.

Page 34: Tudo sobre Cavalos

 

A limpeza do estábulo

A cama deve ser remexida e o estrume retirado todos os dias. No caso de aparas, cânhamo ou

papel, deve retirar-se apenas o estrume e deve ser limpo completamente 1 ou 2 dias por semana;

no caso de ser de palha deve ser limpa todos os dias.

Para facilitar a limpeza utilize um carro de mão, uma pá, uma vassoura e uma forquilha. Para

tirar o estrume pode calçar umas luvas de borracha e apanhá-los à mão ou então usar uma

forquilha.

Aquando da limpeza completa deve tirar todo o que esteja sujo e molhado, varrer o chão e

desinfecta-lo, deixando-o secar. Ao fazer de novo a cama utilize o material que aproveitou da

anterior no sitio que o cavalo suja mais e acrescente material novo.

 

A limpeza do cavalo

A limpeza diária do seu cavalo não serve apenas para o deixar com boa aparência pois é também

uma boa oportunidade para se aperceber se este tem feridas ou inchaços nos membros ou

temperatura nos cascos e articulações ou outro tipo de problemas físicos.

A técnica que utiliza na limpeza do cavalo deve estar relacionada da com o modo de vida e com o

tipo de cavalo: por exemplo, um pónei que passe todo o tempo ao ar livre necessita de toda a

gordura da pele sobre o pelo (para ficar impermeável; por outro lado o cavalo que passe todo o

tempo no estábulo que é tosquiado deve ser limpo mais profundamente.

A maioria dos cavalos não se opõe à limpeza desde que sejam tratados respeitosamente.

 

O estojo de limpeza  

O estojo de limpeza deve ser individual, para evitar infecções e transmissão de doenças e deve ter:

Um ferro de cascos;

Uma cardoa– escova de pelos compridos e duros – para limpeza geral do pelo;

Uma brussa– escova de pelos curtos e macios – para tirar o pó e a gordura;

Uma almofada para limpar as escovas;

Um pente (ou escova) de plástico para pentear crina e cauda;

Repelente de insectos;

Compressas de algodão descartáveis que se molhem para lavar olhos, narinas e zona do

anús.

O estojo pode também conter unto para os cascos, tesouras de rombas (para ripar e acertar

crinas e cauda).

Uma luva de crina (para remover nódoas) e um pano macio para limpar o pó e deixar o pelo

brilhante.

 

O processo de limpeza

Page 35: Tudo sobre Cavalos

No caso de ter um cavalo em semi-estábulo este deve limpar os seus cascos todos os dias e

verificar as ferraduras. Deve também escovar o pelo para tirar toda a lama seca principalmente

nas zonas onde são colocados os coberjões ou arreios. Deve lavar também os olhos, narinas e zona

do anús.

No caso do cavalo ser castrado, deve limpar a bragada com água morna.

Para tornar a limpeza mais eficiente pode seguir os seguintes conselhos:

·       Limpe o cavalo estabulado fora da boxe para não largar o pó no seu interior;

·       Limpe-o de cima para baixo, usando sempre a mão do lado do corpo do cavalo;

·       Ao usar a cardoa tenha gestos curtos e leves levantando-o no final para sacudir o pó do pelo;

·       Utilize a brussa com gestos curtos mas não tão leves e limpe-a na almofada cada 3 ou 4

passagens;

·       No caso do cavalo ter a cauda aparada em cima coloque-lhe uma ligadura várias vezes por

semana uma ou duas horas para domar a cauda, mas não muito apertada para não causar

problemas de circulação.

 Alimentação e Nutrição

 

Para alimentar cavalos é necessário não só ciência como também arte pois para além do

conhecimento das necessidades nutritivas do cavalo é também necessário dar-lhe a alimentação

mais adequada ao seu carácter individual. O aparelho digestivo destes animais adaptou-se a

comer pouco de cada vez mas muitas vezes devido a que no seu estado selvagem os cavalos

costumavam andar livremente, pastando e bebendo constantemente, podendo assim escolher as

plantas que encontravam.

Nos dias de hoje, a alimentação do cavalo está completamente alterada. Isto deve-se à sua

progressiva domesticação e ao tipo de esforço físico a que estão sujeitos. A sua dieta é agora muito

mais controlada e existe um leque muito vasto de alimentos disponíveis comercialmente.

 

O Aparelho Digestivo do Cavalo:

Mesmo sofrendo uma alteração muito significativa na alimentação, o aparelho digestivo do cavalo

mantém-se praticamente igual ao dos seus antepassados.

Após os dentes da frente e os lábios seleccionarem a comida e apanharem a comida esta é moída

pelos dentes de trás, iniciando-se nesse momento a digestão. Em seguida, a comida é engolida,

passa pelo esófago e entra no estômago – tem uma capacidade de cerca de 8 litros e tem um bom

funcionamento se cheio até dois terços. Do estômago a comida passe para o intestino delgado, o

colón largo e curto e o recto. O intestino delgado do cavalo é estreito e mede cerca de 2 metros de

comprimento e é onde são decompostos e absorvidos os açúcares, as proteínas e as gorduras. No

intestino grossos são digeridas as fibras – principal fonte de energia por intermédio de bactérias e

micróbios que as fermentam.

Page 36: Tudo sobre Cavalos

Estes microrganismos podem causar problemas caso seja feita uma mudança brusca na dieta pois

como a população microbiana se vai adaptando em função desta, dar-se o caso da população

presente não ser indicada.

 

Nutrientes essenciais:

Para que o cavalo tenha uma dieta bem equilibrada é essencial que contenha todos os elementos

seguintes:

 Água

A necessidade de água de um cavalo depende da temperatura, da quantidade de exercício, da sua

alimentação e da sua idade. Um jovem cavalo tem na sua constituição cerca de 80% de água

enquanto que num cavalo adulto esta percentagem está entre os 50% e os 60%.

 Hidratos de Carbono

Estão presentes no amido (é encontrado nos cereais), nos açúcares (presentes em todos os

alimentos, principalmente nos melaços e na erva fresca) e em certos componentes das fibras.

Óleos e Gorduras

Os óleos estão presentes em pequenas quantidades na maioria dos alimentos comerciais e é

geralmente acrescentado à dieta do cavalo sobre a forma de óleo vegetal. Estes contém duas vezes

e meia mais energia do que os hidratos de carbono, sendo assim fontes de energia concentrada.

Fibras

Encontram-se em todos os alimentos principalmente na erva no feno e na palha e são um

elemento muito importante na dieta do cavalo.

Proteínas

Ao serem decompostas dão origem aos aminoácidos que são utilizados no crescimento, na

gravidez, na produção de leite e na reparação de tecidos.

Minerais

O equilíbrio de minerais mais importante é o do cálcio e do fósforo, com uma relação de cerca de

uma parte e meia de cálcio para uma parte de fósforo. O magnésio, o sódio, o cloro e o potássio

são outros dos minerais principais enquanto que o cobre, o ferro, o manganês, o selénio e o zinco

são minerais secundários.

Vitaminas

As vitaminas principais são A, D, E, K e o grupo B. Ajudam a controlar as reacções químicas e

bastam pequenas quantidades para manter a saúde. Alimentos como o feno são pobres em

vitaminas enquanto que a erva e os alimentos verdes são boas fontes deste elemento.

 

As regras da boa alimentação:

Tendo em conta os hábitos alimentares naturais do cavalo e a fim de servir o seu aparelho

digestivo podem estabelecer-se as seguintes regras:

Tenha sempre ao alcance do cavalo água limpa e fresca;

Page 37: Tudo sobre Cavalos

Dê ao cavalo pelo menos 2 refeições por dia se estiver em trabalho leve ou médio e 3 ou 4

se tiver um esquema de trabalho completo, de modo a que coma pouco de cada vez mas

muitas vezes;

Baseie-se no peso da comida e não no seu volume – pese a amostra da comida e saiba

sempre quanto é que dá a comer ao seu cavalo;

Alimente o cavalo tendo em conta o seu peso e registe todas as mudanças, devendo

consultar o veterinário se estiver preocupado com a dieta;

Aumente o tipo de alimentos e a sua quantidade caso ache que a carga de trabalho

imposta ao cavalo assim o justifique;

Não utilize nunca rações moles ou poeirentas mas sim alimentos de alta qualidade;

Não faça alterações bruscas na dieta, de modo a evitar problemas digestivos;

Dê ao cavalo cerca de 2 ou 3 horas de descanso a seguir a uma refeição e só o alimente 1

hora após terminado o trabalho;

Obedeça a hábitos horários nas refeições;

A alimentação do cavalo dever ter pelo menos 50% de fibras;

 

O que deve dar ao cavalo:

Com fim a manter a energia necessária ao trabalho e o bem estar físico a dieta do cavalo deve ser

composta dos seguintes componentes: 

Forragem

Este deve ser o principal constituinte da dieta, quer sejam ervas ou forragens conservadas (feno,

substitutos do feno e silagem).

Cereais

Os cereais mais utilizados são o milho, a cevada e a aveia e são administrados moídos, floculados

ou micronizados (cozidos) aumentando a sua digestibilidade.

 Fibras

Encontra-se na parte fibrosa da casca dos grãos de milho e é ainda utilizada para aumentar o

volume das rações.

Beterraba

É utilizado o subproduto após a extracção do açúcar. Deve ser molhado pois caso contrário pode

provocar problemas digestivos ao cavalo. 

Rações compostas

É um alimento muito completo e equilibrado fornecendo o valor de proteínas, fibras, vitaminas e

minerais necessárias ao cavalo. É apenas necessário adicionar à dieta forragem e água.

Guloseimas

Para aumentar o volume da ração e para torná-la mais apetitosa adiciona-se alimentos como

cenouras ou maças.

 

Page 38: Tudo sobre Cavalos

Problemas relacionados com a alimentação:

Uma alimentação incorrecta ou modificações bruscas na dieta do cavalo podem levar a graves

complicações. Deve consultar imediatamente um veterinário caso suspeite de algo.

Cólicas

Um dos sintomas destas dores abdominais é o cavalo insistir em estar  deitado e rebolar-se

sistematicamente. Isto deve ser contrariado mantendo-o em pé e em movimento (a passo para

evitar um estrangulamento do intestino.

As cólicas podem ter como causa:

Acesso do cavalo à água quando se encontra sobreaquecido;

Vício de engolir ar;

Ingestão de areia;

Alimentos húmidos ou molhados;

Comer sofregamente e não mastigar antes de engolir;

O intestino dobrado;

Mudança repentina na dieta.

Laminite

É também conhecida como aguamento e são vitimas desta doença cavalos que comem em

demasia, principalmente alimentos com muitas proteínas, pode ser causada por:

Pancada ou concussão;

Situação de grande stress;

Sobre-alimentação;

Gravidez (relacionado com a inflamação do útero.

Azotúria

Tem como causas:

Desequilíbrio mineral;

Alterações hormonais;

Sobre-alimentação de cereais em cavalos em descanso

 Ferração

 

Na rotina do tratamento do seu cavalo não deve esquecer-se dos cuidados a ter com os cascos, pois

são essências para mantê-lo saudável. Desde os seus primeiros anos o cavalo deve ser

inspeccionado por um ferrador de 6 em 6 semanas, mesmo que seja somente para aparar os

cascos. Em caso de o animal precisar de usar ferraduras, para tornar o trabalho mais confortável,

estas também deverão ser tiradas num período de 6 semanas para que os cascos sejam aparados.

Page 39: Tudo sobre Cavalos

O dono do cavalo deve limpar os cascos pelo menos um vez por dia e verifica-los assim como as

ferraduras para, se necessário contactar o ferrador. Deve também saber retirar uma ferradura

solta para agir em casos de emergência, deve fazê-lo do seguinte modo:

 

        ►  Levantar o casco e, utilizando um saca-rebites, cortar as pontas dos cravos que estão

dobradas para fora;

        ►  Usar a turquês para separar a ferradura do casco, começando do talão (atrás) para a

pinça (frente);

          ►  Agarrar a ferradura a frente e arrancá-la com a turquês puxando para trás.

 

 

Métodos de Ferração:

O cavalo pode ser ferrado de dois modos: a frio ou a quente. Na ferração a frio a medida das

ferraduras é a mesma da do casco, podendo o ferrador fazer alguns acertos na sus forma. Apesar

destas ferraduras não ficarem tão perfeitas como as acertadas a quente, um cavalo bem ferrado a

frio fica melhor servido do que um mal ferrado a quente. Na ferração a quente a ferradura,

previamente aquecida é encostada ao casco; as desigualdades do corte do casco que necessitam

ser corrigidas antes de colocada a ferradura são reveladas pela área chamuscada. Esta parte do

casco pode ser queimada e pregada sem que o cavalo se magoe pois não possui nervos.

 

Page 40: Tudo sobre Cavalos

 

Tipos de Ferraduras:

O material geralmente utilizado nas ferraduras é o aço, no entanto podem ser feitas de outros

matérias: de alumínio (usadas nos cavalos de corrida dado que são mais leves); de plástico

aderente (para cavalos que não suportam os cravos). Existem também ferraduras ortopédicas ou

cirúrgicas utilizadas em casos de laminite e de doença do navicular.

As ferraduras de metal são mantidas no lugar por placas triangulares – os arpões. Nas ferraduras

das mãos é utilizado um único arpão no meio à frente; as dos pés têm dois nos quartos. Os arpões

dos quartos evitam que a ferradura se desloque para os lados, permitindo que o ferrador corte

mais o casco à frente e recue um pouco a ferradura no casco; isto evita que o cavalo bata com o pé

na mão do mesmo lado.

 

      

 

Pitons ou Rompões:

Os pitons são colocados nas ferraduras para dar uma maior aderência. São enroscados em

buracos que são feitos nos talões das ferraduras podendo ter várias formas: em bico para um piso

duro e, para piso mole forma quadrada. Quando o cavalo não está a trabalhar, os pitons devem

ser retirados e os orifícios devem ser preenchidos com um tampão próprio ou com algodão.

Page 41: Tudo sobre Cavalos

Selas e Estribos

 

As primeiras Selas, serviram de modelo para as contemporâneas, foram feitas nos primeiros anos

da era cristã por uma tribo nómada da zona do mar negro e eram feitas com armação de

madeira. Agora são utilizadas tiras de madeira mas são reforçadas com placas de metal ou então

são substituídas por plástico.

 

 

 

Sela de utilidade geral (inglesa ou húngara):

Podem ser utilizadas para todos os fins (salto, corridas cross country, caça, aulas de equitação

etc). Para o seu fabrico é utilizado o coro de porco e tiras de metal que estão ao comprido sobre a

armação de modo a dar mais elasticidade.

 

Selas especiais:

São selas que são feitas com fim específico. Há selas para os saltos, que são cortadas rentes na

parte dianteira e mais leves; selas para adestramento, que tem um corte no suadouro, permitindo

alongar a correia dupla do estribo. Existem ainda selas para aulas, para percursos longos, para

shows e para corridas (pesam cerca de 450gr).

 

Page 42: Tudo sobre Cavalos

 

Selas Western:

São selas que foram levadas para a América pelos espanhóis e que lá foram adaptadas às

necessidades dos cowboys. Estas selas pesam o dobro das inglesas mas podem ajustar-se a quase

todos os cavalos sem risco de magoá-lo, são confortáveis para percursos longos e tem espaço para

todos os objectos que os vaqueiros costumam trazer consigo.

Cabeçadas e Embocaduras

 

As cabeçadas são feitas de tiras de coro que são colocadas na cabeça do cavalo e servem para

segurar a embocadura – ferro usado na boca dos cavalos – de onde saem as rédeas. As

embocaduras podem ser dos cinco tipos seguintes:

 

Page 43: Tudo sobre Cavalos

                      

 

 

 

 

 

Bridão(snaffle)

Tem vários tipos de fins, mas são mais usadas nos desportos hípicos. É leve e articulada no centro,

pressionando os cantos da boca;

 

Bridão de Roller (Snaffle de

Roletes), que impede que o cavalo

"tome o freio dos dentes"

 

Page 44: Tudo sobre Cavalos

 

Freio(bit)

 É utilizado em cavalos de boca mais dura, pois é mais forte e possui hastes laterais com

comprimento variável, fazendo mais pressão quanto maior for as hastes, formando uma alavanca

mais forte com a barbela; obriga a montaria a baixar a cabeça pois actua sobre o palatino;

 

Freio dito Hunloko ou globo-chook, é

usado com rédias simples

 

 

Pelham

Reúne as funções do freio e do bridão; é utilizada com quatro rédeas actuando as duas inferiores

como freio e as duas superiores como bridão, formando com a barbela uma alavanca;

 

Tipo de Pelham que tem um bocado

macio, de vulcanite (ebonite), usa-se

com quatro rédias e barbela.

 

 

Dupla Embocadura

 Usa-se simultaneamente com o bridão e com o freio e com quatro rédeas. É utilizado

principalmente no adestramento;

 

Bridão, (Snaffle) do tipo Magenis, com

roletes no bocado para maior controle.

 

 

Hack More

Page 45: Tudo sobre Cavalos

 Actua fora da boca do cavalo fazendo pressão no nariz; é de metal e forma uma alavanca ligada a

barbela. O controlo do cavalo deve ser equilibrado sem movimentos bruscos, pois é um sistema

potencialmente severo. É usado principalmente no Oeste Americano.    

 

Bridão com barras faciais fixam a

posição do bocado na boca do animal;

as "chaves" encorajam o cavalo a

insalivar.

 Aprender a Montar

 

Para aprender a montar, o fundamental para ser bem sucedido mantém-se, quer seja o seu

objectivo atravessar belas paisagens em passeios pelo campo, quer tenha sonhos de competir

internacionalmente: um óptimo professor, um cavalo adequado e um ambiente seguro. Perante a

vontade de aprender, aspectos como a idade e a existência de uma deficiência são aspectos

irrelevantes, devendo, neste último caso, existir um aconselhamento médico e procura de uma

escola e um professor qualificados.

Caso surja oportunidade de montar um cavalo ou um pónei de um amigo deve sempre adquirir

bases sólidas podendo, para além de fazer aulas de equitação, pedir conselhos aos seus amigos

com experiência na área e procurar em revistas de equitação as opções que lhe convém.

Encontrar uma boa escola de equitação que lhe dê estas bases não é difícil, por exemplo em

Inglaterra, a garantia de altos desempenhos é dada pelas escolas membros da Associação das

Escolas de Equitação Britânicas e a aprovação pela British Horse Society reconhecida

mundialmente; nos Estados Unidos, existe o Programa de Certificação do Instrutor de Equitação

Americano, embora, segundo a Federação Equestre Nacional dos Estados Unidos, existam só

instrutores que não cumpriram este programa.

 

Escolher uma Escola de Equitação:

Após ter feito uma pesquisa de possibilidades, faça uma visita as instalações e assista a uma aula

para principiantes. Para avaliar a qualidade de uma escola deve ter em conta alguns pontos

essenciais:

Cavalos e póneis que aparentem estar em boa forma e serem amigáveis;

Cavalariças limpas;

Arreios e equipamentos limpos e em boas condições;

Estábulos, vedações e campos bem arranjados;

Empregados simpáticos, alunos que pareçam satisfeitos e professores competentes. 

Todavia, deve ficar reticente se observar:

Cavalos em más condições físicas e que ameaçam morder ou dar coices;

Page 46: Tudo sobre Cavalos

Ferramentas e equipamento espalhado ao acaso;

Arreios sujos ou partidos;

“Paddocks” de má qualidade e edifícios e vedação em mau estado;

Empregados antipáticos e professores rudes.

 

O Equipamento Essencial para montar:

O mais importante na compra de equipamento é você sentir-se confortável e seguro. É essencial

uma protecção para a cabeça, ou “toque”, que tenha um tamanho adequado e obedeça aos

padrões de segurança, assim como calçado seguro: as botas jodhpur ou as botas de borracha são

uma solução muito pouco dispendiosa. Usar botas de sola rígida ou calçado desportivo torna-se

perigo dado que podem escorregar para dentro dos estribos ou estes podem ficar na ponta dos

pés.

Caso não queira investir em calções de montar no início, opte por roupas nem muito largas nem

muito apertadas, calças sem costuras de lado (são muito mais confortáveis que “jeans”) e umas

luvas de algodão ou lã. Pode também adquirir um colete de protecção, quando iniciar o salto de

obstáculos, principalmente em “cross country”.

 

As primeiras lições:

As primeiras aulas devem ser individuais, podendo mais tarde ter lições em grupo onde tirará

mais proveito e divertimento.

Provavelmente no inicio, sentir-se-á um pouco nervoso e surgir-lhe-ão questões tais como:

Será que vou fazer figura de “parvo”?

Será que vou perder o controlo?

Será que vou cair e magoar-me?

Será que vou ter dores depois de montar?

A resposta deve ser sempre não. O professor deve estar sempre no controlo, escolhendo um cavalo

calmo e experiente e conduzi-lo por uma guia (uma rédea longa com que se controla o cavalo

enquanto este anda em círculo), assim, só tem que seguir as indicações e fundamentos do

professor, ficar bem concentrado e adaptar-se ao movimento do cavalo.

No inicio, o ideal é montar uma vez por semana, no entanto se o fizer duas vezes por semana vai

progredir mais rapidamente. Entre as aulas pode nadar, pedalar ou saltar á corda pois estes

exercícios ajudam a tonificar os músculos que são utilizados quando monta.

 

Comunicar com os Cavalos:

Ao aprender a montar você também vai estar a apreender a comunicar com estes animais.

A sua postura quando se senta em cima do cavalo é muito importante, e não é apenas para ficar

bonito, mas também para que consiga dar indicações ao cavalo com o assento, as pernas, as mãos

Page 47: Tudo sobre Cavalos

e também a voz. A primeira coisa a aprender é manter o equilíbrio a passo, depois a trote e em

seguida o galope.

No passo, deve conseguir contar até 1,2,3,4 ao ouvir as batidas dos cascos; no trote o ritmo é 1,2 à

medida que o cavalo avança as pernas em pares de diagonais; no galope o cavalo já se move a um

ritmo de 1,2,3. A galope o cavalo dá passadas maiores com um dos membros anteriores, assim ao

galopar em círculo, este membro deve ser o do lado de dentro devido ao equilíbrio. Nenhum

cavaleiro, nem mesmo os melhores, deixa de aprender e é sempre necessário muita prática. Pode

ter em conta os seguintes conselhos:

Não olhe para baixo mas sempre para onde quer ir;

Não sustenha a respiração, pois fica mais descontraído;

Ao segurar as rédeas pense que têm um passarinho nas mãos agarre-o para que não fuja

mas não o aperte para não o magoar;

Ao trotar ou a galopar tente captar o movimento com a cintura; um bom cavaleiro apesar

de parecer que está quieto acompanha o movimento do cavalo.

 

Compreender a mentalidade do Cavalo:

Para aumentar a sua confiança tente apreender a lidar com os cavalos e a pensar como eles:

sempre que possa mexa, limpe e aparelhe os cavalos, ao mesmo tempo que fala com eles

calmamente: evite os gestos bruscos e sons fortes, pois até o pónei mais dócil pode assustar-se com

estes estímulos.

O cavalo, têm um ângulo de visão de aproximadamente 360º, com um ângulo morto à frente,

devido aos seus olhos estarem nos lados da cabeça. Utilize a linguagem corporal para comunicar

com os cavalos, (por exemplo: se os olhar directamente nos olhos, têm tendência para se

afastarem), mas sempre aproximando-se por um lado em que o possam ver.

 

Fazendo Progressos:

Ao longo da sua aprendizagem, não deve resistir ao deparar-se com obstáculos difíceis de

ultrapassar ou se não tiver uma evolução contínua, deve procurar o seu professor sempre que

algo o preocupa.

A etapa que sucede à aprendizagem das bases à guia é montar em escola num recinto fechado.

Geralmente este recinto tem à volta letras A, K, E, H, C, M, B e F, que não têm um significado

conhecido mas a frase em inglês “All King Ed ward´s Horses Can Manage Big Fences” é uma boa

mnemónica. Estas letras servem de ponto de referência ao fazer os círculos. Pode juntar-se a um

grupo para fazer aulas em campo aberto, após ter conseguido andar a passo, trote e galope com

segurança. Isto vai ajudá-lo a ganhar confiança e também a aperceber-se que os cavalos se

tornam mais atentos ao que os rodeia nesse meio que em recinto fechado.

Observar cavaleiros mais experientes, (a trabalhar, em vídeo, em competição vai também ajudá-

lo pois vai ter uma noção visual da maneira correcta de montar podendo isso influenciá-lo.

 

Page 48: Tudo sobre Cavalos

Trabalho sobre Obstáculos e Trabalho no Plano:

Trabalhar sobre cavaletes e obstáculos pequenos só lhe vai trazer vantagens, mesmo que goste de

sentir os pés do seu cavalo bem assentes no chão: para além de incentivar o cavalo a fazer uso dos

membros posteriores no trabalho vai ensinar-lhe a captar o ritmo do cavalo, a coordenar os

movimentos e a equilibrar-se. O cavalo cria a sua impulsão (energia) na parte de trás, na garupa e

nos membros posteriores, enquanto que essa energia é controlada e dirigida pelas suas mãos, é

por isso que os saltos e o trabalho no plano são actividades que se complementam.

A sua iniciação nos saltos irá ser feita com varas no chão e cavaletes. Vai aprender a montar

sobre linhas de varas paralelas cuja distância vai ser adequada as passadas do cavalo. Com o

passar do tempo o percurso de obstáculos vai fazer combinar todas as técnicas que aprendeu.

Aprendizagem Equina

 

Comunicação com o Homem:

Parece correcto afirmar, que o homem comunica inconscientemente com o cavalo, pelo odor

que exala. Pessoas assustadas e agressivas, libertam odores que revelam o seu estado de espírito

ao equino hipersensível, tornando-o apreensivo ou agressivo.

O provérbio «Um homem confiante faz um cavalo confiante» é revelador da hipersensibilidade

do animal. Os cavalos sentem o estado de espírito do cavaleiro e reagem com ele. Um cavalo ao

ser montado consegue aperceber-se, se está a lidar com uma pessoa experiente ou não, em

função dos estímulos que este lhe envia e que o cavalo recebe através das células receptoras que

possui ao longo do seu dorso, e de todo o corpo. O homem procura comunicar ao apresentar-se

pelo toque ou através de palmadinhas. O afagar é outra forma de comunicação com os cavalos e

constrói uma relação entre os dois. O acto de tratamento é um exemplo, e quando se monta,

muitas das línguas de cooperação está relacionada com o tacto. Por exemplo, a perna exerce

pequenas pressões nas células receptoras do cavalo e a mão comunica pelo toque na boca,

através de rédeas e freio. Alguns cavalos apreendem a atrair o homem relinchando alto, se a

comida vem atrasada.

 

Comunicação entre Cavalos:

O cavalo é um animal de manada e precisa comunicar com os outros membros da mesma. Claro

que não tem discussões filosóficas, Necessitam apenas de transmitir emoções básicas e de

estabelecer uma hierarquia de dominância sem recorrer a violência. Os cavalos domestico

tratam o homem como um elemento da manada, pelo que usam o mesmo tipo de linguagem

corporal para connosco.

Essa linguagem corporal pode-se manifestar de várias formas:

- Contentamentos:

            - Sinais de Felicidade – Um cavalo satisfeito não se preocupam com os outros que se

encontram a sua volta.

- Impaciência:

Page 49: Tudo sobre Cavalos

            - Movimentos de cabeça – Os cavalos não gostam de ser ignorados, podem exigir atenção

dando um empurrão com o focinho.

            - Bater com os cascos – Um cavalo pode ficar impaciente quando espera pela comida ou

quando esta preso.

- Aborrecimento:

- Dentadas nos outros cavalos -   A dentada significa apenas « a minha posição na

hierarquia permite-me morder-te quando me apetecer».

- No estábulo – Se um cavalo quiser ser deixado em paz, vira as costas aos outros

cavalos, « não quer conversas ».

Os cavalos comunicam vocalmente, relinchando por companheirismo ou por excitação.

 

Habituação:

A aprendizagem também se pode processar através da habituação, que consiste na diminuição

de tendências para responder aos estímulos que se tornam familiares, devido a exposição

contínuas aos mesmos.

Pode ser exemplificado do seguinte modo:

Um cavalo quando e exposto a um ruído súbito assusta-se, mas se ruído for repetido, duas três

vezes, o susto vai diminuindo gradualmente ate ser ignorado.

O mesmo acontece quando se prepara um cavalo, durante o processo de desbaste para ser

montado. Primeiramente faz-se o aquecimento passando-o à guia, durante o qual se fazem

vários movimentos repentinos, como levantar a mão para sacudir uma mosca, bater com o pé

no chão etc…

A primeira vez que o cavalo presencia estes movimentos assusta-se, mas depois de serem

repetidos várias vezes, já os consegue reconhecer como sendo familiares.

Os cavalos têm normalmente medo de água, pois não conseguem ver o chão através dela. Este

tipo de medo, envolve um processo mais delicado de aprendizagem. O cavalo tem de se sentir

confiante, e o homem por sua vez tem de lhe mostrar que não existe nenhum mal com uma

pequena poça de agua e que não há motivo para ter medo.

No inicio, ao molhar as patas reage logo, acelerando o passo e até pode saltar, mostrando-se

desconfiado, mas depois de muita insistência do homem e de recusa por parte do cavalo, acaba

por passar sem receios.

O processo de habituação já se finalizou.

No que se refere à aprendizagem cognitiva, um cavalo adquire vários elementos de

conhecimento ou cognições, que se organizam para serem utilizados.

O homem quando exercita um cavalo, ou seja quando o passa á guia, ou por outras palavras,

quando o submete a um teste de preparação física, aplica a voz, que o associa aos vários

andamentos de cavalo.

Homem --à Cavalo:  Voz calma à Passo

                                   Voz Alta e Firme à Trote

                                   Voz mais alta e firme à Galope

Page 50: Tudo sobre Cavalos

                                   Assobiar calmamente à Passo

Daqui se conclui que o « O cavalo aprende fazendo, e não de outro modo.

 

Um Teste à Comunicação:

Segundo Paul Watzlawick, em 1904, o sonho de se estabelecer a comunicação entre homem e o

cavalo, tornou-se real, a noticia espalhou-se.

Hans, era um cavalo com o qual Wilhelm Von Osten estabeleceu comunicação. Ensinou-lhe

aritmética, a dizer as horas e a reconhecer pessoas através de fotografias.

Hans, batia com a pata no chão, para comunicar, Batia uma vez para o A e assim por diante.

O Cavalo foi submetido a várias experiências para se verificarem que não existiam truques na

comunicação, pois respondia sempre correctamente aos problemas que o seu dono lhe punha, e

passou a todos com distinção.

Mas foi mais tarde que Stumpt descobriu o seguinte:

O cavalo falhava sempre que a solução do problema que lhe era posto não era conhecida por

nenhum dos presentes. O cavalo também falhava quando lhe punham palas que o impediam de

ver as pessoas.

Daqui pode-se concluir que o cavalo ao longo do tempo deve ter aprendido a resolver problemas

e a prestar mais atenção, a responder ás mudanças de postura do seu dono. A recompensa era o

facto principal da motivação e atenção de Hans.

 

Conclusões:

O cavalo doméstico ocupou sempre um lugar importante na vida humana. Quando os cavalos

foram domesticados, é provável que desempenhassem dois papéis.

Os cavalos das florestas, mais lentos, eram provavelmente bestas de carga. Os cavalos das

planícies, mais velozes que um meio para deslocações rápidas.

Nos nossos dias, os cavalos já não são usados nas batalhas, os tractores substituíram-nos na

agricultura e o motor a diesel é o principal meio de transporte, mas os cavalos continuam a

merecer um grande estima. Desde que foram domesticados que os humanos os reproduziam

selectivamente de modo a satisfazerem necessidades especificas ou conceitos de beleza. Há agora

vários tipos diferentes de cavalos e um grande número de raças específicas reconhecidas

internacionalmente. Tal como no passado, os diferentes tipos de trabalho requerem diferentes

tipos de cavalos.

 Tipos de Competição

 

 

Dressage

 

 

 

 

Page 51: Tudo sobre Cavalos

 

 

 

 

 

 

Corridas de Velocidade

 

 

 

 

 

 

 

Saltos de Obstáculos

 

 

 

 

 

 

 

Raides de Resistência Equestre

 

 

 

 

 

 

 

Atrelagem

 

 

 

 

Page 52: Tudo sobre Cavalos

 

 

 

 

 

 

Apresentação Equestre

 

 

 

 

 

Concurso Completo de Equitação

 

 

 Glossário

  

► Acção: Movimento do cavalo.

 

► Acima da mão: Evasão ao contacto, em que o cavalo levanta a cabeça e empurra o focinho

para a frente, forçando a mão do cavaleiro.

 

► Ajudas: Sinais usados pelo cavaleiro que indicam ao cavalo aquilo que deve fazer. (Ver

também ajudas naturais e ajudas artificiais).

Page 53: Tudo sobre Cavalos

 

► Ajudas artificiais: Objectos tais como chicotes, esporas e gamarras que são usadas pelo

cavaleiro para reforçar as indicações que dá ao cavalo.

 

► Ajudas naturais: indicações que são dadas ao cavalo apenas com as pernas, mãos, peso do

corpo e voz do cavaleiro.

 

► Albino: Um tipo de pelagem (não uma raça) que apresenta pelo branco puro, pele clara e olhos

translúcidos.

 

► Algeira: Termo utilizado para designar uma égua estéril.

 

► Almofaça: Ferramenta de limpeza de metal ou borracha que consiste de várias lâminas

dentadas concêntricas e que serve para limpar o pelo do cavalo da sujidade mais entranhada.

 

► Alta Escola: Equitação clássica.

 

► Altura: A altura dos cavalos mede-se no garrote (base do pescoço, onde começa o dorso) que é

a parte mais alta do corpo do cavalo quando este baixa a cabeça e o pescoço. 

 

► Amazona (montar à): Técnica de montar  a cavalo com as duas pernas do lado esquerdo do

cavalo utilizada pelas senhoras no tempo em que se considerava deselegante que estas montassem

escarranchadas (com uma perna de cada lado). Pratica –se com uma sela especial e hoje em dia

constitui praticamente uma modalidade equestre ou uma arte.

 

► Amble: Uma andadura (não um andamento) lento a dois tempos em que os dois membros do

mesmo lado avançam ao mesmo tempo.

 

► Antemão: A parte do corpo do cavalo que está à frente do cavaleiro – cabeça, pescoço,

espáduas e membros anteriores.

 

► Ante-olhos: Um par de peças de cabedal que se fixam na cabeçada e que limitam o campo de

visão do cavalo obrigando-o a olhar sempre em frente.

 

► Aprendiz: Um jockey em treino para ser profissional.

 

► Arcada de trás: A parte detrás do arreio (levantada).

 

Page 54: Tudo sobre Cavalos

► Ares acima do chão: Movimentos de alta escola em que o cavalo levanta os membros anteriores

do chão ou os anteriores e os posteriores (ver balotada, cabriola, corneta, garupado, levada).

 

► Arreios: Conjunto dos aparelhos que se colocam sobre o cavalo e que permite ao cavaleiro

utilizá-lo com conforto e segurança.

 

► Assentadura: Ferida provocada pela fricção dos arreios com a pele do cavalo.

 

► Atrás da mão: Evasão ao contacto, em que o cavalo coloca o changro atrás da vertical.

 

► Baio: Cavalo de pele escura com pelo que pode ir do castanho até ao amarelo ou amarelo-

torrado, com a crina e a cauda pretas, os membros pretos da articulação média para baixo e um

risco preto que vai do garrote (onde termina a crina) até ao nascer da cauda.

 

► Balotado: Ar de escola, em que o cavalo recua colocando as pernas debaixo da massa e depois

volta para a frente com as pernas recolhidas antes de se receber com os quatro membros no chão

ao mesmo tempo.

 

► Barbela: uma corrente de metal que se prende unindo as duas cambas do freio por trás do

queixo do cavalo e que fazem o efeito de alavanca pretendido neste tipo de embucadora.

 

► Barrage: Desempate das provas de obstáculos.

 

► Barras: Obstáculo construído com pranchas de madeira em vez de varas cilíndricas (cada

prancha tem uma largura de cerca de 30cm).

 

► Bigorna: Bloco de ferro pesado com a face superior lisa, onde o ferrador (jurreiro) molda as

ferraduras que irá colocar nos cavalos.

 

► Bridão: A mais antiga e mais simples embocadura que consiste num bocado articulado com

uma argola em cada extremidade onde se fixam tanto as faceiras como as rédeas.

 

► Bronco: Um cavalo por desbastar ou mal desbastado.

 

► Bronco Riding: Uma das provas dos rodeos. A única peça do arreio que se coloca no cavalo é

uma tira de cabedal que se aperta pelo meio, de onde sai uma pega para a mão do cavaleiro.

 

► Brumby: Termo australiano para designar cavalo selvagem.

Page 55: Tudo sobre Cavalos

 

► Brussa: Uma escova compacta de pelos muito curtos que se usa para retirar o pó debaixo do

pelo do cavalo e para massajar a pele.

 

► Cabeçada: Parte dos arreios do cavalo que se coloca na cabeça.

 

► Cabeçada de manjedoura: Cabeçada sem embocadura que se serve para prender o cavalo à

manjedoura ou a qualquer argola ou para o conduzir a mão.

 

► Cabeçada sem embocadura: Qualquer uma da variedade de cabeçadas sem embocadura, com

a qual o controlo é conseguido através de pressão sobre o changro e o queixo do cavalo e não

dentro da boca.

 

► Cabeção de passar à guia: Semelhante a uma cabeçada de mangedoura mas com três argolas

na focinheira, que permitem colocar a guia em três posições diferentes.

 

► Cabriola: Um ar alto em que o cavalo recua com os posteriores bem situados debaixo da massa

e depois salta para cima e para a frente ao mesmo tempo que dá um coice para trás com os dois

membros posteriores antes de se receber com os quatro membros ao mesmo tempo bem reunidos.

 

► Cadência: O ritmo do movimento do cavalo.

 

► Camas: Podem ser feitas de palha, aparas, papel cortado, e servem para recobrir o chão do

local onde o cavalo dorme, para proteger quando se deita e para manter aquecido.

 

► Canesson: Tipo de focinheira mais simples de todas (veja também cabeção de passar a guia).

 

► Cangocha: Um salto para o ar dado pelo cavalo – normalmente com intenção de se livrar do

cavaleiro no qual o cavalo arqueia o dorso e se recebe com as mãos hirtas e a cabeça muito baixa.

 

► Cardoa: Escova de pelos longos que serve para libertar o pelo do cavalo de sujidade mais

superficial.

 

► Castrado: Cavalo (macho) que foi castrado. Constitui a maior percentagem de cavalos usados

em desporto. Os outros são inteiros (garanhões) e as éguas.

 

► Cauda: Conjunto de pelos longos e coto da cauda do cavalo.

 

Page 56: Tudo sobre Cavalos

► Cavalletti (cavaletes): Série de varas a uma altura pequena do chão (25 a 30 cm) que obrigam o

cavalo a abrir e elevar as passadas aprendendo a andar de forma mais equilibrada e

impulsionado ao mesmo tempo que exercita melhor os músculos.

 

► Cavalo de completo: Cavalo que compete ou que é capaz de competir nas três fazes do

concurso completo de equitação.

 

► Cavalo de sangue: Puro-sangue Inglês.

 

► Cavalo na mão: Cavalo que se desloca com impulsão, sem no entanto perder posição correcta

do pescoço e da cabeça, sem forçar ou evitar o contacto com as mãos do cavaleiro (através das

rédeas e da embocadura).

 

► Chakka: Um dos períodos em que se divide um jogo de pólo (veja também Pólo).

 

► Chefe de equipa: O dirigente desportivo que é responsável tanto dentro como fora da pista por

tudo o que diz respeito aos cavaleiros de uma equipa nacional quando representa o seu país no

estrangeiro.

 

► Cilha: Faixa de cabedal ou nylon com fivelas nas duas extremidades que serve para segurar a

sela sobre o dorso do cavalo apertando-o por baixo da barriga.

 

► Cirgola: Tira de cabedal que faz parte da cabeçada e que aperta por baixo do pescoço do

cavalo, na zona da garganta. Não se deve apertar muito.

 

► Cólica: Dor abdominal aguda, normalmente requer cuidados veterinários; é muitas vezes

sintoma de flatulência ou obstrução dos intestinos por comida não digerida ou fezes. Se não for

tratado pode levar à morte do cavalo.

 

► Comissário: Pessoa que está encarregue de fazer cumprir os regulamentos durante um

concurso de qualquer modalidade.

 

► Concentração: Encurtamento dos andamentos do cavalo através de um contacto suave com as

rédeas e de uma pressão permanente das pernas do cavaleiro que provocam a flexão do pescoço, a

descontracção da maxila e a entrada dos posteriores debaixo da massa com intuito de melhorar o

equilíbrio.

 

Page 57: Tudo sobre Cavalos

► Concurso completo de equitação: Uma modalidade desportiva equestre que se compõe em três

fases: ensino (dressage), cross-country e concurso de obstáculos e que se prolonga por um período

que pode ir de um a três dias.

 

► Consanguinidade: Acasalamento entre cavalos com laços de parentesco, feito com o intuito de

apurar algumas qualidades comuns àqueles cavalos que são difíceis de encontrar noutros

indivíduos ou noutras raças.

 

► Contacto: A ligação entre as mãos do cavaleiro e a boca do cavalo estabelecido através das

rédeas.

 

► Contra-relógio: Nos concursos hípicos, há provas que são disputadas ao cronómetro e outras

que o são apenas para efeitos de desempate, na “barrage”.

 

► Corrida de barris: Corrida à volta de barris ou bidons, muito popular na Austrália e nos

Estados Unidos.

 

► Corrida plana: Corrida de cavalos de obstáculos.

 

► Corveta: Um ar alto em que o cavalo recua até levantar os membros anteriores do chão e

depois salta várias vezes diante sobre os posteriores.

 

► Coudelaria: Estabelecimento onde há cavalos apenas para reprodução.

 

► Crina: Pelos longos que nascem na crista do pescoço do cavalo (crineira).

 

► Croupade (garupada): Um ar alto em que o cavalo recua e depois salta para o ar com os

posteriores debaixo da barriga.

 

► Dentes: A dentição completa de um cavalo consiste de 40 dentes: 12 incisivos, 4 caninos e 24

molares. As éguas não têm os caninos, tendo apenas 36 dentes.

 

► Desbaste: O início do treino ou ensino de um cavalo novo, para qualquer fim (o desbaste é

sempre igual, não importa para que modalidade o cavalo vai servir).

 

► Dorso (frio): Quando um cavalo reage à colocação do arreio sobre o dorso, quando ainda não

fez o aquecimento, ainda não começou a trabalhar.

 

Page 58: Tudo sobre Cavalos

► Dorso (selado): Frequente nos cavalos velhos, em que o dorso apresenta uma concavidade

entre o garrote e a garupa.

 

► Dressage: a) A arte de ensinar um cavalo a executar todos os movimentos de forma

equilibrada, ligeira, obediente e cadenciada; b) uma modalidade por si só ou a primeira fase de

um concurso completo de equitação.

 

► Égua de ventre: Égua usada para reprodução (criação).

 

► Embarrancado: Descrição do cavalo que se espoja dentro da boxe e que depois não se consegue

levantar.

 

► Embocadura: Um aparelho normalmente de metal ou de borracha que se coloca na boca do

cavalo (sobre a língua) para regular a posição da sua cabeça e para ajudar a controlar o

andamento e a direcção. A embocadura é manipulada através das rédeas.

 

► Equilíbrio: Quando o cavalo se desloca de modo correcto e eficiente, e suporta bem o seu peso

e do cavaleiro sobre os membros.

 

► Espádua adentro: Movimento da Dressage, muito útil no ensino dos cavalos, que consiste em

fazer andar ao longo da parede do picadeiro com as espáduas numa pista interior e a garupa na

pista exterior.

 

► Espora: Peças de metal que se colocam nos calcanhares dos cavaleiros e que têm uma

protuberância a que se chama para que toca o cavalo de modo mais acutilante que o calcanhar

nú.

 

► Estábulo: Edifício onde se abrigam ou prendem os cavalos.

 

► Estojo de limpeza: Todos os aparelhos utilizados para limpar e tratar o cavalo.

 

► Estribo: Peça de metal com a forma de uma argola alongada que serve para o cavaleiro

colocar os pés para se apoiar quando monta o cavalo.

 

► Faceira: A tira de cabedal da cabeçada que está ligada à argola do bridão numa ponta e à

cachaceira no outro ponto.

 

Page 59: Tudo sobre Cavalos

► Falta: Nos obstáculos ou no completo, unidade de classificações utilizada para registar os

derrubes, as recusas (desobediências) ou as quedas que o concorrente efectuar durante o seu

percurso.

 

► Fazer a cama: Colocar o material que é composto a cama do cavalo, na sua boxe ou baia.

 

► FEI: Federation Équestre Internationale (em francês no original). Órgão que gere todos os

desportos equestres no mundo, fundado em 1921 pelo Comandante G. Hector, em França; a sua

sede fica em Bruxelas. Regulamenta o condutor das três modalidades olímpicas – obstáculos,

completo e ensino – assim como as competições internacionais de atrelagens. Todas as federações

dos países onde se pratica desporto a cavalo são obrigadas a acatar os regulamentos da FEI e

adaptá-los à realidade equestre do país, em competições nacionais e a cumpri-lo à risca, em

competições internacionais.

 

► Feno: Erva cortada e seca que serve de alimento aos cavalos que não têm acesso à pastagem.

 

► Ferrador: A pessoa que faz e coloca as ferraduras.

 

► Ferradura: Peça de metal moldada de forma a assentar perfeitamente sob os cascos e que ai é

pregada e que serve para proteger e para aumentar a aderência do cavalo ao chão.

 

► Ferrar: Colocar as ferraduras ao cavalo.

 

► Ferro de cascos: Ferramenta de limpeza usada para retirar a sujidade que fica compactada

dentro da cavidade do casco do cavalo.

 

► Focinheira: A parte da cabeçada que aperta o focinho do cavalo impedindo-o de abrir

demasiado a boca, feita de cabedal e peça independente da cabeçada, que normalmente aperta

por cima da embocadura.

 

► Freio: Tipo de embucadura usada em conjunto com o bridão que consiste em duas cambas

laterais e o bocado inteiro, ligeiramente levantado no meio, formando o que se chama o montado.

 

► Gamarra: Instrumento utilizado para limitar a altura a que o cavalo levanta a cabeça. Pode

ser fixa (da cilha até à focinheira) ou de argolas (da cilha às rédeas, com uma biforcação de onde

parte uma tira na direcção de cada rédea onde prendem com argolas de metal).

 

► Garanhão: Cavalo inteiro usado para reprodução.

Page 60: Tudo sobre Cavalos

 

► Garrote: Zona na base do pescoço do cavalo, sobre as espáduas que corresponde ao ponto mais

alto do cavalo corpo do cavalo quando este tem o pescoço descido.

 

► Gestação: Período entra a concepção e o parto (cerca de 11 meses).

 

► Gincana: Jogos executados a cavalo, utilizados como meio de ensino de crianças que ainda não

têm idade ou técnica suficiente para praticar desportos federados.

 

► Hunter: Tipo de cavalo criado e treinado para as caçadas.

 

► Independência de ajudas: Forma de estar a cavalo em que o equilíbrio do cavaleiro não

depende das mãos nem das pernas e que as deixa livres para dar as indicações necessárias ao

cavalo.

 

► Jockey: Cavaleiro de corridas.

 

► Laminite (aguamento): Inflamação muito dolorosa dos tecidos moles (lâminas) no interior dos

cascos do cavalo.

 

► Lazão: Um cavalo com a pelagem de um castanho que pode ir do dourado ao vermelho escuro,

com as crinas da mesma cor, mais claras ou mais escuras mas nunca pretas.

 

► Levada: Ar alto em que o cavalo situa os posteriores bem debaixo da massa e depois eleva os

anteriores e consegue ficar imóvel nessa posição durante alguns segundos.

 

► Ligaduras: Disponíveis em três modelos: … de exercício (para proteger os membros e apoiar

os tendões) … de descanso (para aquecer e proteger os membros, especialmente durante as

viagens) e da cauda (para impedir que a cauda se fira ou desgaste ao roçar contra qualquer

superfície).

 

► Loro: Tira de cabedal que suspende o estribo no arreio (sela).

 

► Luva de crina: Instrumento de limpeza utilizado para dar brilho ao pelo do cavalo e que é feito

de crinas de cavalos ou de palha.

 

► Nanicular: Osso do pé do cavalo que se a sua irrigação é interrompida provoca uma

claudicação muitas vezes incurável e que é limitadora do exercício do cavalo.

Page 61: Tudo sobre Cavalos

 

► Obstáculo Composto: Em concursos de obstáculos, um obstáculo composto de dois ou mais

esforços separados mas que estão numerados e são julgados como um só.

 

► Obstáculos: Podem ser verticais (um só plano) ou largos (dois ou três planos) que se dividem

em rias e tríplice de varas.

 

► Parede de casco: Parte do casco que é visível quando o cavalo o tem assente no chão. Está

dividido em pinça (à frente), quartos (dos lados) e talão (atrás).

 

► Passage: Um dos ares de escola (clássicos). Trote lento e cadenciado com um tempo de

suspensão maior do que o habitual em que o cavalo eleva mais os membros do que a trote normal.

 

► Passar à guia: Meio de trabalhar o cavalo a pé, num círculo usando uma corda comprida

(guia).

 

► Peitoral: Uma peça de arreio que serve para impedir que o arreio escorregue para trás sobre o

dorso do cavalo. Prende-se ás argolas à frente do arreio e passa sobre as espáduas e por entre os

membros anteriores e aperta na cilha. 

 

► Pelham: Embocadura concebida para acumular o efeito de um freio e um bridão numa peça

única. Pode ser utilizada com quatro ou apenas duas rédeas mas neste caso as duas argolas de

cada lado estão unidas por um francelete de cabedal.

 

► Pente de crina: Pente de metal pequeno e com dentes longos que serve para pentear as crinas

(crina e cauda) do cavalo.

 

► Percurso limpo: Um percurso de um concurso de obstáculos ou de cross terminado sem faltas

quer nos obstáculos, quer em excesso de tempo.

 

► Piaffe: Trote no mesmo terreno, com a cadência e a suspensão de passage.

 

► Pironette (pirueta): Volta (semi círculo ou círculo completo) a galope ou a passo em que o

cavalo levanta e pousa o posterior de dentro sempre no mesmo sítio.

 

► Poldro: Qualquer cavalo até aos cinco anos de idade.

 

Page 62: Tudo sobre Cavalos

► Pólo: Jogo semelhante ao Hockey, disputado a cavalo por duas equipas de quatro cavaleiros.

Remonta ao não de 521 a.C.

 

► Poney: Cavalo que no estado adulto não mede mais de 1,48m ao garrote.

 

► Preto: Cavalo de pelagem preta, crina e cauda pretas, sem mais nenhuma cor presente (à

excepção de marcas brancas na cabeça e/ou nos membros).

 

► Protecções: Aparelhos utilizados para proteger os membros dos cavalos, principalmente dos

choques entre membros, com obstáculos ou em quedas.

 

► Rabicheira: Pela de arreio que se prende atrás da sela e que passa debaixo da cauda do cavalo

para impedir que a sela escorregue para a frente.

 

► Ranilha: A parte mole e sensível, de forma triangular no centro do casco do cavalo.

 

► Raspadeira: Lâmina de metal que serve para raspar o pelo do cavalo quando está molhado

para fazer sair a água em excesso e ajudar a secar o cavalo mais depressa.

 

► Rédeas: Longas tiras de cabedal presas às argolas da embocadura e que servem para o

cavaleiro dirigir o cavalo.

 

► Rédeas Longas: Método de trabalho de um cavalo em que o cavaleiro o pode conduzir sem

estar montado nele, podendo ir a pé ou montado noutro cavalo, atrás do que vai a conduzir.

 

► Resistência: Atitude de desobediência do cavalo em que este se recusa a obedecer às ajudas

dadas pelo cavaleiro.

 

► Ruço: Cavalo de pelagem originalmente escura (preta, lazã ou baia), interpolado de pelos

brancos que ganham terreno com o avançar da idade, tornando o cavalo totalmente branco a

partir de certa altura.

 

► Sangue: O sangue contido no corpo do cavalo representa aproximadamente 1/18 do seu peso

corporal total.

 

► São: Cavalo que não apresenta doenças ou deficiências nos membros.

 

Page 63: Tudo sobre Cavalos

► Sebes: Tipo de obstáculo para transpor em corridas de cavalos (normalmente feitas de

arbustos cortados).

 

► Sela: Assento para o cavaleiro. Coloca-se sobre o dorso do cavalo e pode ter vários modelos,

conforme a modalidade a que se destina.

 

► Sobrecana: Tara dura; excrescência óssea que se forma junto dos ossos longos das canelas e

que se calha situarem-se por baixo de um tendão podem provocar tendinites e claudicações no

cavalo.

 

► Sobrecilha: Cilha muito comprida que envolve cavalo e arreio, usada principalmente nas

corridas.

 

► Steeplechase: Corrida com uma distância específica em que os cavalos têm que saltar um

determinado número de obstáculos.

 

► Temperatura: A temperatura normal de um cavalo saudável é de 38º C.

 

► Testeira: Peça da cabeçada que fica na testa do cavalo pela frente das orelhas.

 

► Tétano: Doença infecciosa, frequentemente fatal causada por um bacilo que vive na terra e que

penetra no corpo do cavalo através das feridas.

 

► Transcurvo: Cavalo com os membros anteriores do joelho para baixo côncavos.

 

► Treino faseado: Processo de treino para cavalos de concurso completo ou de raides

(resistência) em que os períodos de esforço são seguidos de períodos de repouso activo (a passo)

com tempos bem definidos e de que resulta um grande aumento do volume cardíaco do cavalo e

portanto da sua resistência aeróbica.

 

► Triplo: Obstáculo composto que inclui três esforços separados.

 

► Tronco: Parte do corpo do cavalo situada entre os membros anteriores (antebraços) e os

flancos.

 

► Tusquiar: Usar máquinas de tusquia para cortar o pelo ao cavalo durante os meses mais frios,

para evitar que este sue demasiado devido ao pelo de Inverno muito espesso.

 

Page 64: Tudo sobre Cavalos

► Vala de água: Nos concursos de obstáculos, obstáculo que consiste numa vala contendo água e

que tem uma largura de 4,2 m e que pode ir até 4,8 m.

Oração do Cavaleiro e do Cavalo

 

 

Oração do Cavaleiro

 

Deus pai todo-poderoso, luz do Universo.

Vós que sois o criador da vida e de todas as

coisas, concedei derramar sobre nós, teus

filhos, cavalos, cavaleiros e amazonas que

aqui estamos, as tuas bênçãos e a tua divina

protecção.

Dai-nos Senhor:

- A saúde e o vigor, para que possamos

competir com garra em busca da vitória...

- A lealdade, para que busquemos o podium

com determinação e coragem, mas com

respeito pelos nossos adversários, vendo em

cada um deles um amigo e um companheiro

de jornada...

- A prudência, para que não venhamos a nos

ferir no ardor da disputa...

- A paciência, para que entendamos que a vitória, símbolo do sucesso, é o resultado do trabalho

árduo e deve ser conquistada degrau a degrau...

- A humildade, para façamos de cada sucesso um estímulo para caminharmos sempre em frente e

cada tropeço um aprendizado de que pouco sabemos e é preciso aprender mais...

- A gratidão, para que, no momento da vitória, saibamos que a conquista só foi possível pelo

trabalho e dedicação de muitos, cavalos, pais, técnicos, tratadores, ferradores, juízes, veterinários,

motoristas e até o nosso...

Senhor, dai-nos também:

- A bondade, para tratarmos nossos animais com respeito, amor e atenção, jamais esquecendo de

agradecer a eles pelo trabalho realizado...

- A generosidade, para que no futuro, quando nosso inseparável amigo de tantos galopes da

vitória estiver velho e cansado, não mais podendo nos auxiliar nas conquistas, receba de nós o

amor e os cuidados para que possa terminar seus dias com dignidade e, chamado por vós, galope

feliz sentindo em seu dorso o nosso carinho e nossa saudade, pelos verdes campos de tua divina

morada...

Page 65: Tudo sobre Cavalos

Pai, dai-nos finalmente:

- O patriotismo para que se um dia lograrmos merecer representar o nosso pais pelas pistas de

hipismo do mundo, saibamos, como tantos outros, honrar o seu nome, sua gente e suas tradições...

- A virtude, para que jamais nos afastemos dos nobres ideais do hipismo e para que antes de

campeões, possamos ser cidadãos de bem...

E a fé, para crermos que tudo vem de vós, senhor do universo e nosso Pai eterno.

Que assim seja!

 

 

Oração do Cavalo

(Autor desconhecido)

 

Dono meu:

Dá me, frequentemente, de comer e beber,

e, quando tenhas terminado de trabalhar-

me, dá me uma cama na qual eu possa

descansar comodamente.

Examina todos os dias os meus pés e limpa

meu pelo. Quando eu recusar a forragem,

examina meus dentes e minha boca,

porque bem pode ser que eu tenha um

problema que me impeça de comer.

Fala-me; tua voz é sempre mais eficaz e

mais conveniente para mim, que o chicote,

que as rédeas e que as esporas.

Acaricia-me, frequentemente para que eu possa compreender-te, querer-te e servir-te, da melhor

maneira e de acordo com os teus desejos.

Não corte o meu rabo muito curto, privando-me do melhor meio que tenho para espantar as

moscas e insertos.

Não me batas violentamente e nem dês golpes violentos nas rédeas, pois, se não obedeço, como

queres, é porque ou não te compreendo ou porque estou mal encilhado, como freio mal colocado,

com alguma coisa nos meus pés ou no meu ombro que me causam dor.

Se eu me assustar, não deves bater-me, sem saberes a causa disso, pois bem pode ser o defeito de

minha vista ou um proverbial aviso para ti.

Não me obrigues a andar muito depressa em subidas, descidas, estradas empedradas ou

escorregadias.

Não permaneças montado sem necessidade, pois prefiro marchar, do que ficar parado com uma

sobrecarga sobre o dorso.

Page 66: Tudo sobre Cavalos

Quando cair, tenha paciência comigo e ajuda-me a levantar, pois, faço quanto posso para não cair

e não causar-te desgosto algum.

Se tropeçar, não deves por a culpa para cima de mim, aumentando minha dor e a impressão de

perigo com tuas chicotadas; isso só servirá para aumentar meu medo e minha má vontade.

Procura defender-me da tortura do freio, não no trabalho, mas quando esteja em descanso, e

cobre-me com a manta ou com uma capa apropriada.

Enfim meu dono, quando a velhice me tornar inútil, não esqueça o serviço que te prestei,

obrigando-me a morrer de dor e privações sob o jogo de um dono cruel ou nos varais de uma

carroça, se não puderes manter-me, ou mandar-me para o campo, mata-me com tuas próprias

mãos, sem me fazer sofrer.

Eis tudo o que eu te peço, em nome daquele que quis nascer numa baia, minha morada e não num

palácio, tua casa.

Fados

 

 

Nuno da Câmara Pereira (Cavalo Ruço)

 

Eu tive um cavalo ruço

Que se chamava gingão

De uma capona bravia

Que eu queria

Sentia

Como um bom irmão

Era o cavalo mais lindo

Que nasceu no Ribatejo

E eu nunca tive outro assim

Tão manso

Que enfim

Ainda o desejo

Corria lebres com gosto

E nenhum galgo o passava

Quando o viam a correr

Com prazer

E sem sofrer

A todos pasmava

A brincar lá na lezíria

O iam admirar

Ainda parece que o vejo

À beira do Tejo

A correr e a saltar

Foi um toiro que o matou

Page 67: Tudo sobre Cavalos

Saltava que era um primor

Tudo fazia com graça

Era bom a tourear

A derribar

Sem vacilar

no campo ou na praça

Num dia de infelicidade

E eu nunca mais montei

Nem sei

Se o farei

Tal é a saudade.

 

 

 

 

Vicente da Câmara (Fado das Caldas)

 

Calça justa, bem esticada,

Haja machada no fim,

E plainas afiveladas,

Antigamente era assim,

Mantas de cor nas boleiras,

Ai para touradas e para as ceias,

Na melhor da gizeilhada,

Na cabeça da manada,

Trote largo e para a frente,

Com os seus cavalos baios,

E as pilecas eram raios,

Fivelos e apluagente,

E pela cor da tornada,

Ai por lá é que era o caminho,

Bem conduzindo a manada,

Praça cheia toca o hino,

Ai dos gramas pelo matreiro

Vítor morais o campino,

Todavia o cavaleiro,

E que sortes bem rematadas,

Ai havia nessas touradas,

Na melhor da gizeilhada,

Na cabeça da manada,

Trote largo e para a frente,

Com os seus cavalos baios,

E as pilecas eram raios,

Fivelos e apluagente,

E nos tempos em que eu vivi,

Ai findavam as brincadeiras,

Nas barracas no levi,

Page 68: Tudo sobre Cavalos

E a passo devagarinho,

E quem mandava o campino,

Era o mestre vitorio,

Na melhor da gizeilhada,

Na cabeça da manada,

Trote largo e para a frente,

Com os seus cavalos baios,

E as pilecas eram raios,

Fivelos e apluagente,

Com dois tintos nas Gaeiras,

E entre cartazes e letreiros,

Ai de toiros e cavaleiros,

Na melhor da gizeilhada,

Na cabeça da manada,

Trote largo e para a frente,

Com os seus cavalos baios,

E as pilecas eram raios,

Fivelos e apluagente.