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TUMOR MALIGNO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL ASSOCIADO A POLIPOSE DO CÓLON COM DEGENERAÇÃO MALIGNA LUIZ C. MATTOSINHO FRANÇA*; WILSON LUIZ SANVITO** Em 1959, Turcot e col. 7 relataram dois casos caracterizados pela asso- ciação de polipose familial com tumor maligno do sistema nervoso central, devendo ser assinalado que, nos dois casos, ocorreu transformação carcino- matosa de alguns pólipos. Nessa época já era corrente a noção de poli- pose familial, isolada ou em associação com tumores de outra natureza e de diferentes localizações, como ocorre na síndrome de Gardner e suas variantes 1 < 3 . Registramos, aqui, um caso no qual os pólipos intestinais, alguns deles com degeneração carcinomatosa, estavam associados a neoplasia encefálica da série gliomatosa. OBSERVAÇÃO N.A.A., com 14 anos de idade, sexo feminino, branca, brasileira, internada na Clínica Neurológica em 31-5-1966 (R.G. 137.947). Em março de 1966 foi aco- metida de processo febril agudo, rotulado como gripe, durante o qual apresentou temperaturas superiores a 39°C, recuperando-se em três dias. Nos dias que se seguiram, começou a referir tonturas, ao mesmo tempo que os familiares notaram que sua marcha não era perfeitamente normal, pois ao deambular "entortava" o pescoço para um lado. Após 15 dias do episódio agudo, começou a apresentar crises de repuxamento na hemiface direita, de rápida duração, de aparecimento irregular, que chegavam a se repetir 5 a 6 vezes num mesmo dia. Logo a seguir a paciente tornou-se excessivamente nervosa, além de apresentar certa dificul- dade para deglutir. Com dois meses de evolução instalou-se estrabismo conver- gente no olho direito, além de franca dificuldade para a marcha, que passou a ser realizada somente com apoio. Antecedentes Não casamento consanguí- neo na família. Os pais e três irmãos estão vivos e gozam saúde. Exame clínico- neurológico Estado geral regular; paciente afebril. Pressão arterial 110/70 mm Hg; pulso rítmico, com 96 batimentos por minuto. Á ausculta dos pulmões, alguns roncos esparsos; abdome escavado, flácido e indolor, não apresentando tu- morações palpáveis. Paciente lúcida, informando com precisão. Manlêm-se de alargando a base de sustentação; não piora com os olhos fechados. Discreto déficit motor nos quatro membros, sendo mais evidente no membro inferior es- querdo. Á manobra de Mingazzini observa-se queda lenta do membro inferior esquerdo e, à manobra dos braços estendidos, discreto tremor na extremidade distai do membro superior esquerdo. As provas índex-índex, índex-nariz e cal- Departamentos de Anatomia Patológica (Dr. L. C. Mattosinho França) e de Clínica Neurológica (Dr. Roberto Melaragno Filho) do Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo: *Patologista; **Neurologista.

TUMOR MALIGNO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL … · N.A.A., com 14 anos de idade, sexo feminino, branca, brasileira, ... Hemograma: hemoglobina 11,4 g% ou 71%; hematócrito 37% ... the

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TUMOR MALIGNO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL ASSOCIADO

A POLIPOSE DO CÓLON COM DEGENERAÇÃO MALIGNA

LUIZ C. MATTOSINHO FRANÇA*;

WILSON LUIZ SANVITO**

Em 1959, Turcot e col. 7 relataram dois casos caracterizados pela asso­ciação de polipose familial com tumor maligno do sistema nervoso central, devendo ser assinalado que, nos dois casos, ocorreu transformação carcino-matosa de alguns pólipos. Nessa época já era corrente a noção de poli-pose familial, isolada ou em associação com tumores de outra natureza e de diferentes localizações, como ocorre na síndrome de Gardner e suas variantes 1< 3.

Registramos, aqui, um caso no qual os pólipos intestinais, alguns deles com degeneração carcinomatosa, estavam associados a neoplasia encefálica da série gliomatosa.

O B S E R V A Ç Ã O

N . A . A . , com 14 anos de idade, sexo feminino, branca, brasileira, internada na Clínica Neurológica em 31-5-1966 ( R . G . 1 3 7 . 9 4 7 ) . Em março de 1966 foi aco­metida de processo febril agudo, rotulado como gripe, durante o qual apresentou temperaturas superiores a 39°C, recuperando-se em três dias. Nos dias que se seguiram, começou a referir tonturas, ao mesmo tempo que os famil iares notaram que sua marcha já não era perfe i tamente normal, pois ao deambular "entortava" o pescoço para um lado. Após 15 dias do episódio agudo, começou a apresentar crises de repuxamento na hemiface direita, de rápida duração, de aparecimento irregular, que chegavam a se repetir 5 a 6 vezes num mesmo dia . Logo a seguir a paciente tornou-se excess ivamente nervosa, a lém de apresentar certa dificul­dade para deglut ir . Com dois meses de evolução instalou-se estrabismo conver­gente no olho direito, a l ém de franca dificuldade para a marcha, que passou a ser real izada somente com apoio. Antecedentes — Não há casamento consanguí­neo na famí l ia . Os pais e três irmãos estão v ivos e gozam saúde . Exame clínico-neurológico — Estado geral regular; paciente afebril . Pressão arterial 110/70 m m Hg; pulso rítmico, com 96 bat imentos por minuto. Á auscul ta dos pulmões, a lguns roncos esparsos; abdome escavado, flácido e indolor, não apresentando tu-morações palpáveis . Pac iente lúcida, informando com precisão. Manlêm-se de pé a largando a base de sustentação; não há piora com os olhos fechados . Discreto déficit motor nos quatro membros, sendo mais evidente no membro inferior es­querdo. Á manobra de Mingazzini observa-se queda lenta do membro inferior esquerdo e, à manobra dos braços estendidos, discreto tremor na extremidade distai do membro superior esquerdo. As provas índex-índex, índex-nariz e cal-

D e p a r t a m e n t o s d e A n a t o m i a P a t o l ó g i c a (Dr. L. C. M a t t o s i n h o F r a n ç a ) e de Cl ín ica N e u r o l ó g i c a (Dr. R o b e r t o M e l a r a g n o F i lho) do H o s p i t a l do Se rv idor Púb l i co do E s t a d o de São P a u l o : * P a t o l o g i s t a ; * * N e u r o l o g i s t a .

canhar-joelho ev idenciam dismetria bi lateral . Hipotonia general izada. F a l a es­candida. Ref lexo pate lar diminuído à direita e sinal de Babinski à esquerda. No e x a m e dos nervos cranianos observa-se: paresia dos músculos laterais , mais acentuada à direita; paresia do nervo facial direito e paresia ve lopaiat ina bilate­ral. Exames complementares — Foram realizados quatro exames do líquido cefa-lorraquidiano (um obtido por punção lombar e três mediante punção sub-occipital) durante a primeira internação, todos normais. Hemograma: hemoglobina 11,4 g% ou 7 1 % ; hematócri to 37%; anisocitose, microcitose, poiquilocitose e hipocromia; 15.000 leucócitos por m m 3 (1% de neutrófi los metamielóci tos , 6% de neutrófi los bastonetes, 79% de neutrófi los segmentados , 1% de eosinófilos, 1% de basófilos, 8% de l infócitos, 4% de monóc i to s ) . Craniograma normal . Eletrencefalograma: sinais discretos de sofr imento cerebral na região occipital direita. Provas labirín­ticas ( conc lusão) : inexcitabi l idade vest ibular bi lateral . Campimetria: restrição con­cêntrica e global dos campos visuais bi lateralmente. Exame dos fundos oculares: edema de papila bi lateral . Evolução e tratamento — Já no primeiro dia de internação a paciente apresentou crise caracterizada por cefaléia, vômitos e repu-xamentos na semiface direita; estes s intomas se repetiram várias vezes durante a internação. A partir do terceiro dia de hospital ização, começou a apresentar dispnéia e acúmulo de secreção sal ivar e brônquica, o que obrigou à traqueostomia e emprego de respiração assistida. Nes ta ocasião, e s t a v a m sendo administrados corticóides por v ia intravenosa que foram suspensos pelo aparecimento de sangue nas fezes. Nos 10 dias seguintes a paciente se m a n t e v e com muita secreção sali­var e brônquica. A partir do 13.° dia começou a apresentar melhora discreta e, no 24.° dia, foi iniciada cinesiterapia. A afecção evoluía re lat ivamente bem quando, em 12-7-1966 (42.o dia de internação) , o estado geral da paciente e o quadro neurológico se agravaram l en tamente . Em 24-7 foi surpreendida enteror-ragia, sendo a paciente examinada por gastrenterologista , cujo relatório foi incon­c lus ivo . Com o diagnóst ico de gl ioma infi l trativo do tronco cerebral a paciente foi submetida à cobaltoterapia e apresentou nítida melhora, tendo obtido a l ta hospitalar em 23-9-1966, deambulando com apoio . Foi reinternaãa e m 8-11-1966, porque apresentou quadro de diarréia com sangue nas fezes Ao e x a m e neuroló­gico observamos paciente prostrada, com força muscular muito diminuída nos quatro membros, sendo o déficit mais evidente nos membros do hemicorpo es­querdo. Hipotonia general izada; reflexos profundos exal tados no membro inferior esquerdo; sinal de Babinski à esquerda. Paresia bilateral do nervo facial; hipo-trofia com fasciculações na hemi l íngua direita. Exame dos fundos oculares: edema de papila bi lateral . Desde o início da readmissão o caso evoluiu mal, com a paciente em péssimo estado geral, apresentando dor abdominal em cólica, a lém de sangue e muco nas fezes . Solicitado o concurso do gastrenterologista, foi cons­tatada a presença de processo tumoral no reto, que se apresentava em grande parte prolapsado. O e x a m e histopatológico de material colhido por biopsia revelou tratar-se de adenocarc inoma. A paciente continuou piorando progressivamente, com soluços intermitentes , febre, rigidez de nuca, hipertonia em f lexão e secreção pulmonar abundante, vindo a falecer em 29-11-1966.

Necropsia (A66-276) — Cadáver de adolescente em m a u estado nutricional. No exame externo observa-se protrusão de massa nodular friável pelo orifício anal . O e x a m e dos órgãos do pescoço, mediast ino e tórax não mostra particularidades dignas de nota . Topografia da cavidade abdominal conservada. Mucosas do es tô­m a g o e do intest ino delgado sem a l terações . No cólon descendente foram encon­trados dois pólipos pediculados, medindo a t é 1,5 cm no maior diâmetro. A parede do s igmóide mostra, a 23 cm da l inha pectínea, formação discoide, sal iente na mucosa, com 5 cm de diâmetro e 1 cm de al tura. A parede do s igmóide é inva-ginada a esse nível, com extensa intuscepção intestinal , que se projeta externa­mente pelo orifício anal, correspondendo a massa descrita no e x a m e externo do cadáver à tumoração da parede ceca l . O e x a m e histológico dessa tumoração mostrou tratar-se de adenocarcinoma, com infi ltração da túnica muscular do sigmóide, não havendo comprometimento dos gângl ios l infát icos regionais . As duas formações polipóides do cólon descendente são, histológicamente , pólipos

adenomatosos , com intensas at iplas ce lu lares . O fígado é aumentado de volume, contendo formações nodulares múlt ip las que, ao exame histológico, são caracterís­t i cas de metás tases de adenocarc inoma. As demais v ísceras abdominais não apre­s e n t a m al terações dignas de n o t a . O encéfa lo pesa 1 .320 g . A l eptomeninge da face ventral do tronco cerebral é discretamente espessada. Os ventr ículos la te ­rais e terceiro ventr ículo são moderadamente distendidos por l íquido l ímpido. O tronco cerebral é d iscretamente aumentado de volume, h a v e n d o áreas granulosas , opacas , acinzentadas, confluentes, na porção basi lar da ponte, mesencéfalo e bulbo . Microscopicamente observa-se, a esses níveis , a presença de neoplasia mal igna g l i a l . E s t a é formada por cé lulas a longadas , de tipo espongioblást ico, dispostas e m fe ixes entrecruzados . Os núcleos são ovóides alongados, hipercromáticos . Focos de necrose e s tão presentes . Os diagnóst icos anatômicos f inais são de espongioblas-toma polar do tronco cerebral, polipose colônica e adenocarcinoma ão sigmóide com metástases hepáticas.

C O M E N T Á R I O S

A polipose intestinal pode ocorrer isoladamente ou em associação com tumores do sistema nervoso central, com tumores de outras naturezas e diversas localizações e/ou com pigmentação da pele e mucosas, caracteri­zando respectivamente as síndromes de Turcot, Gardner e Peutz-Jeghers. Na síndrome de Gardner, aos pólipos adenomatosos do cólon, que podem evoluir para adenocarcinoma, se associam tumores ósseos (osteomas), comu-mente localizados na mandíbula, esfenóide e maxilar superior, e/ou tumo­res dos tecidos moles (cistos sebáceos, fibromas, fibrosarcomas, lipomas e leiomiomas), A síndrome de Peutz-Jeghers é caracterizada pela associação de uma pigmentação melânica, distribuída na região peri-oral e extremida­des dos membros superiores e inferiores, com pólipos de localização gastrin­testinal. Os pólipos localizam-se predominantemente no intestino delgado, porém, tem sido relatados casos de localização mais distai e até mesmo no reto. A transformação maligna dos pólipos, nesta síndrome, ainda é matéria controvertida. Além da polipose familiar e das três síndromes mencionadas, que apresentam um fundo hereditário bem evidente, faz-se necessário mencionar a polipose colônica juvenil, que também apresenta uma base disgenética. Nesta, parece não haver transformação maligna dos pólipos,

Na polipose intestinal pode ocorrer a transformação de um ou mais pólipos em adenocarcinoma. De acordo com Lynch e Krush *, é calculado que cerca de 40% dos pacientes com polipose familial já mostram evidên­cia de câncer num primeiro exame (puberdade ou adolescência), percenta­gem que pode subir a 50% ao redor dos 30 anos. Também nas síndromes de Gardner e Turcot pode ocorrer a transformação maligna de um ou mais pólipos.

A patogenia dessas diversas síndromes obedece a um mecanismo gené­tico, nem sempre bem caracterizado. Enquanto que, na polipose familial e nas síndromes de Gardner e Peutz-Jeghers, o modo de transmissão é autossômico dominante, na síndrome de Turcot ainda não foi estabelecida a modalidade de transmissão hereditária. É provável, do ponto de vista genético, que existam potencialidades blásticas num mesmo gene *. Dentro

deste conceito, cumpre assinalar a ocorrência, em algumas facomatoses, de tumores em vísceras ou em outros órgãos, como tem sido referido na escle­rose tuberosa de Boumeville e na neurofibromatose de Recklinghausen 5.

A análise de nosso caso revela aspectos que o identificam àqueles rela­tados por Turcot e col. a- 2> 7. Tanto nos dois casos relatados por Turcot e col. 7 como em nosso caso, a moléstia teve início na puberdade, em todos ocorrendo transformação maligna da polipose intestinal e, em todos desen­volvendo-se tumores do sistema nervoso central da linha gliomatosa (me-duloblastoma e glioblastoma multiforme nos casos de Turcot e col., espon-gioblastoma polar em nosso caso).

Os pacientes de Turcot e col. eram irmãos e seus pais primos em ter­ceiro grau. A nossa paciente não era oriunda de casamento consanguíneo e seus irmãos, em número de três, não foram examinados por falta de colaboração da família.

R E S U M O

É relatado um caso caracterizado pela associação de tumor do sistema nervoso central e polipose do cólon. Foram encontrados apenas dois casos dessa natureza na literatura médica, relatados por Turcot e col. em dois irmãos, nos quais a afecção teve início na puberdade, caracterizando-se pela presença de tumor do sistema nervoso central associado a polipose do cólon; nos dois casos o tumor do sistema nervoso era da linha gliomatosa e ocorreu transformação carcinomatosa dos polipos. No caso aqui relatado, a molés­tia teve início aos 14 anos de idade e, do ponto de vista histológico, foi encontrado um espongioblastoma polar no tronco cerebral associado a poli­pos múltiplos do cólon, alguns com degeneração carcinomatosa. Até o momento, a paciente estudada representa caso isolado em sua família.

S U M M A R Y

Malignant tumor of the central nervous system associated with polyposis of the colon with malignant degeneration: a case report

A case of central nervous system tumor associated with polyposis of the colon is reported. A review of the literature shows two other such cases, reported by Turcot et al., and concerning two brothers. The symp­toms of this association usually begin during puberty. All tumors described untill now are gliomas and colonic polyps have always suffered carcino­matous degeneration. The patient here concerned, a girl aged fourteen, had a spongioblastoma polare of brain stem with multiple polyposis of the colon and carcinoma in some of them. There are no other cases in the family.

R E F E R Ê N C I A S

1 . BELLEAU, R . & BRAASCH, J . W . — Gene t i c s a n d polyposis in sys temic d iseases a n d t h e g a s t r o i n t e s t i n a l t r a c t . M e d . Cl in . N o r t h A m e r i c a 2:379-392, 1966.

2 . F R A U M E N I , J . F . ; VOGEL, C. L . & EASTON, J . M . — S a r c o m a s a n d m u l ­t i p l e polyposis in k i n d r e d : a gene t i c v a r i e t y of h e r e d i t a r y polyposis? A r c h . I n t e r n . Med . 121:57-61, 1968.

3 . GORLIN, R . J . & ANAND, P . C. — Mul t ip le os t eomatos i s , f ib romas , l i pomas a n d f i b r o s a r c o m a s of t h e skin a n d m e s e n t e r y , ep ide rmid inc lus ion cysts of t h e sk in l e i o m y o m a s a n d m u l t i p l e i n t e s t i n a l polyposis . N e w E n g l a n d J . Med. 263 : 1152-1165, 1960.

4 . LYNCH, H . T . & KRUSH, A . J . — H e r e d i t a r y a n d a d e n o c a r c i n o m a of t h e co lon . G a s t r o e n t e r o l o g y 4:517-527, 1967.

5 . RODRIGUES, H . & B E R T H R O N G , M . — Mul t ip l e p r i m a r y i n t r a c r a n i a l t u m o r in von R e c k l i n g h a u s e n ' s n e u r o f i b r o m a t o s i s . A r c h . N e u r o l . 5:467-474, 1966.

6 . S H I F F M A N , M . A . — F a m i l i a l m u l t i p l e polyposis a s soc ia t ed w i t h soft t i s sue a n d h a r d - t i s s u e t u m o r s . J . A . M . A . 179:514-522, 1962.

7 . TURCOT, J . ; D E S P R È S , J . P . & S t . P I E R R E , F . — M a l i g n a n t t u m o r s of t h e c e n t r a l n e r v o u s sys t em as soc i a t ed w i t h f ami l i a l polyposis of t h e co lon : r e p o r t of t w o c a s e s . D i s . Colon R e c t u m 2:465-468, 1959.

Clínica Neurológica — Hospital do Servidor Público Estadual — Rua Pedro de Toledo 1800 — São Paulo, SP — Brasil.