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Mestrado Integrado em Medicina Dissertação | Artigo de Revisão Bibliográfica 2011/2012 Tratamento do melanoma maligno cutâneo Felisbela Gomes Orientador Dra. Inês Lobo Coorientador Dr. Virgílio Costa Porto, Ano Letivo 2011/2012

Tratamento do melanoma maligno cutâneo · de melanoma maligno cutâneo, a que correspondeu uma taxa de incidência de cancro de 6,8/100000. A incidência de melanoma foi superior

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Page 1: Tratamento do melanoma maligno cutâneo · de melanoma maligno cutâneo, a que correspondeu uma taxa de incidência de cancro de 6,8/100000. A incidência de melanoma foi superior

Mestrado Integrado em Medicina Dissertação | Artigo de Revisão Bibliográfica

Sara Raquel Lemos Rocha Mestrado Integrado em Medicina – 6º Ano Profissionalizante Instituto Ciências Biomédicas Abel Salazar Universidade do Porto Morada: Avenida de S. Jorge, 680 4820-120, Fafe – Portugal [email protected]

Orientador Prof. Dr. Franklim Peixoto Marques

Assistente Hospitalar Graduado Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto

Porto, Ano Letivo 2011/2012

Estados Trombofílicos no doente com cancro. Incidência, profilaxia, tratamento e perspetivas futuras. !

Mestrado Integrado em Medicina Dissertação | Artigo de Revisão Bibliográfica

Sara Raquel Lemos Rocha Mestrado Integrado em Medicina – 6º Ano Profissionalizante Instituto Ciências Biomédicas Abel Salazar Universidade do Porto Morada: Avenida de S. Jorge, 680 4820-120, Fafe – Portugal [email protected]

Orientador Prof. Dr. Franklim Peixoto Marques

Assistente Hospitalar Graduado Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto

Porto, Ano Letivo 2011/2012

Estados Trombofílicos no doente com cancro. Incidência, profilaxia, tratamento e perspetivas futuras. !

 

Mestrado Integrado em Medicina

Dissertação | Artigo de Revisão Bibliográfica

2011/2012

Tratamento do melanoma maligno cutâneo

Felisbela Gomes

Orientador

Dra. Inês Lobo

Coorientador

Dr. Virgílio Costa

   

Porto, Ano Letivo 2011/2012

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ARTIGO DE REVISÃO  

Tratamento do melanoma maligno cutâneo

Felisbela Gomes1

Orientador

Dra. Inês Lobo2

Coorientador

Dr. Virgílio Costa3

1Aluna do 6º ano profissionalizante do Mestrado Integrado em Medicina

Endereço eletrónico: [email protected]

Afiliação: Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – Universidade do Porto

Endereço: Largo Prof. Abel Salazar 2, 4099-003 Porto

2Médico Especialista em Dermatologia

Afiliação: Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar do Porto

3 Médico Especialista em Dermatologia

Afiliação: Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar do Porto

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Resumo A incidência de melanoma está a aumentar de uma forma mais rápida do

que qualquer outro cancro, com aproximadamente 68.000 novos casos

diagnosticados a cada ano nos Estados Unidos, sendo o quinto tumor maligno mais

comum em homens e o sétimo mais comum em mulheres.

Quando diagnosticado precocemente e adequadamente excisado, o

melanoma é potencialmente curável. No entanto, em estadios avançados a

mortalidade é alta por falta de opções eficazes de tratamento, com uma sobrevida

após 5 anos de aproximadamente 5%, no Estadio IV. Uma vez que a deteção

precoce é o fator “chave” no prognóstico destes doentes, a prevenção primária do

melanoma é fundamental, não só através de campanhas de sensibilização da

população mas também através da melhoria da capacidade de diagnóstico dos

clínicos de medicina geral e familiar.

Até 2011 os únicos fármacos aprovados pela Food and Drug Administration

(FDA) para o tratamento do melanoma avançado eram altas doses de interleucina-2

(HIL-2) e a dacarbazina, ambos com taxas de resposta entre 10-20%. Até

recentemente, nenhum dos agentes usados para o tratamento do melanoma

demonstraram um aumento na sobrevida global, salientando a necessidade de

novos agentes.

Avanços no campo da oncologia têm mostrado que os agentes que têm

como alvo componentes do sistema imunológico, bem como as terapias

molecularmente dirigidas são muito promissores no tratamento do melanoma. Na

sequência destes avanços a FDA aprovou duas novas terapias para o tratamento do

melanoma avançado: um inibidor do BRAF, vemurafenib, e um agente estimulador

imunológico, ipilimumab.

Embora esses avanços sejam animadores, diversas limitações permanecem,

pois os agentes aprovados mostraram taxas de resposta baixas ou de duração

relativamente curta. Desta forma, serão necessários novos estudos que

caracterizem quais os melhores alvos celulares, de forma a alcançar a inibição total

dos processos oncogénicos.

Palavras-chave: melanoma, terapia adjuvante, terapias-alvo, quimioterapia,

imunoterapia.

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Abstract The incidence of melanoma is increasing faster than any other cancer, with

approximately 68,000 new cases diagnosed each year in the United States, it is the

fifth most common malignancy in men and seventh most common in women.

When early diagnosed and properly excised, melanoma is potentially curable.

However, in advanced stages mortality is high due to lack of effective treatment

options, with a 5-year survival of approximately 5% in Stage IV. Since early detection

is the “key” factor in the prognosis of these patients, primary prevention of melanoma

is crucial, not only through public awareness campaigns, but also by improving the

training and diagnostic capability of clinical general.

By 2011 the only drug approved by the Food and Drug Administration (FDA)

for treatment of advanced melanoma were high doses of interleukin-2 (HIL-2) and

dacarbazine, both with response rates of 10-20%. Until recently, none of the agents

used for treatment of melanoma showed an increase in overall survival, emphasizing

the need for new agents.

Advances in Oncology have shown that agents targeting the immune system

components and the molecular directed therapies are very promising in the treatment

of melanoma. Following these advances, the FDA has approved two new therapies

for the treatment of advanced melanoma: an inhibitor of BRAF, vemurafenib, and an

immune stimulating agent, ipilimumab.

Although these advances are encouraging, several limitations remain, as

approved agents showed responses of relatively short duration or low response

rates. Therefore, further studies are necessary to characterize the best cell targets, in

order to achieve total inhibition of oncogenic processes.

Keywords: melanoma, adjuvant treatment, targeted therapies, chemotherapy,

immunotherapy.

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Lista de abreviaturas

ALM - Melanoma lentiginoso acral

CDK4 - Cyclin – dependent kinase 4

CDKN2A - Cyclin – dependent kinase inhibitor 2A

FDA - Food and Drug Administration

FGF - Fibroblast growth factor

FTI- Farnesyl transferase inhibitor

GGTI- Geranylgeranyltransferase inhibitor

IFN - α - Interferão α

IL-2 - Interleucina 2

ILI – Infusão isolada do membro

HIFN- α - altas doses de IFN - α

HIL-2- altas doses de IL-2

HILP – Perfusão hipertérmica do membro

LDH - Lactate dehydrogenase

LMM - Melanoma lentigo maligno

MAGE-3 – melanoma-associated antigen 3

MAPK - Mitogen – activated protein kinase

MC1R – melacortin 1 receptor gene

mTOR - Mammalian target of rapamycin

NM - Melanoma nodular

PD-1 - Programmed cell death protein 1

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PEG-IFN α - IFN α - Pegilado

PI3K- Phosphoinositide-3-kinase

PTEN - Phosphatase and tensin homologue

PUVA - modalidade terapêutica que associa psoralenos com radiação Ultra-VioletaA

RUV - Radiação Ultra – Violeta

SCF- Stem Cell Growth Factor

SSM - Melanoma de crescimento superficial

VEGF - Vascular endothelial grouth factor

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Índice

 

1.   Introdução  ....................................................................................................................  8  1.1  Epidemiolgia  .........................................................................................................................  8  1.2  Etiologia  .................................................................................................................................  8  1.3  Subtipos  histopatológicos  ..............................................................................................  10  1.4  Diagnóstico  ..........................................................................................................................  11  1.5  Estadiamento  ......................................................................................................................  11  

2.   Objetivo:  .....................................................................................................................  14  

3.   Material  e  Métodos  .................................................................................................  14  4.   Tratamento  do  Melanoma  Maligno  Cutâneo  .................................................  15  4.1  Tratamento  Melanoma  Cutâneo  Primário  (estadio  0,  I  e  II)  ..............................  15  A.   Cirurgia  .............................................................................................................................................  15  B.   Terapia  Adjuvante  .......................................................................................................................  16  C.   Radioterapia  (RT)  ........................................................................................................................  16  

4.2  Tratamento  Melanoma  Metastizado  ...........................................................................  17  4.2.1  Estadio  III  .........................................................................................................................  17  A.   Cirurgia  .............................................................................................................................................  17  B.   Terapias  adjuvantes  ....................................................................................................................  17  C.   Radioterapia  (RT)  ........................................................................................................................  19  D.   Imunoterapia  .................................................................................................................................  19  E.   Bioquimioterapia  .........................................................................................................................  19  

4.2.2    Estadio  IV  .........................................................................................................................  20  A.   Cirurgia  .............................................................................................................................................  20  B.   Quimioterapia  ................................................................................................................................  20  C.   Imunoterapia  .................................................................................................................................  21  D.   Bioquimioterapia  .........................................................................................................................  22  E.   Radioterapia  (RT)  ........................................................................................................................  22  F.   Inibidores  Via  MAPK  (RAS/RAF/MEK/ERK)  ...................................................................  22  G.   Via  PI3K/AKT/mTOR  .................................................................................................................  25  H.   c-­‐KIT  ..................................................................................................................................................  26  I.   Inibidores  da  Angiogénese  ........................................................................................................  27  J.   Inibidores  Apoptose  .....................................................................................................................  28  K.      Terapia  intralesional  e  Vacinas  ...............................................................................................  28  

5.   Conclusão  ..................................................................................................................  29  6.   Agradecimentos  ......................................................................................................  30  

7.   Anexos  ........................................................................................................................  31  

8.   Referências  bibliográficas  ...................................................................................  32    

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1. Introdução   O melanoma maligno cutâneo é a forma mais grave de cancro cutâneo e

resulta da proliferação e transformação maligna dos melanócitos localizados na

camada basal da epiderme, podendo evoluir a partir de nevos melanocíticos pré-

existentes ou ser um processo de novo. Neste processo de transformação estão

envolvidos tanto fatores ambientais como fatores ligados ao hospedeiro.[1-6]

1.1 Epidemiolgia   Segundo a American Cancer Society, cerca de 70.000 novos casos de

melanoma foram diagnosticados em 2010 (nos Estados Unidos), valor que

representa menos de 5% de todos os casos de cancro cutâneo. Embora o

melanoma não seja a neoplasia mais comum da pele, é sem dúvida a mais

agressiva e a que regista maior taxa de mortalidade, sendo responsável por mais de

75% das mortes registadas por cancro cutâneo tornando o seu diagnóstico precoce

uma prioridade para a saúde pública.[2]

A sua incidência tem vindo a aumentar progressivamente nas últimas

décadas devido ao aumento da exposição à radiação ultravioleta (RUV) e

diminuição da camada do ozono. Contudo a taxa de mortalidade tem se mantido

constante.[1, 2, 7-9]

Em 2001, em Portugal, segundo o Registo Nacional Oncológico elaborado

pelo Registo Oncológico Regional do Norte com a colaboração dos Registos

Oncológicos Regionais do Centro e do Sul, foram diagnosticados 688 novos casos

de melanoma maligno cutâneo, a que correspondeu uma taxa de incidência de

cancro de 6,8/100000. A incidência de melanoma foi superior no sexo feminino em

relação ao sexo masculino (442 vs 246 novos casos), contudo a taxa de mortalidade

foi superior no sexo masculino (71 vs 83). O diagnóstico de melanoma tornou-se

mais frequente com o avançar da idade em ambos os sexos, com maior prevalência

de casos nas faixas etárias > 40 anos no sexo masculino e > 30 anos no feminino.

1.2 Etiologia   Os melanócitos têm origem na crista neural, de onde migram, durante o

período embrionário, para a pele, úvea, leptomeninges e membranas mucosas –

locais onde o melanoma pode ocorrer. Após a migração, eles permanecem

indiferenciados até serem estimulados pela RUV, diferenciando-se em células

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produtoras de pigmento.[2, 4]

   

  1.2.1 Fatores de Risco/Genéticos   O melanoma é uma doença heterogénea, sugerindo uma etiologia complexa

determinada pela interação entre fatores de risco ambientais (ex. RUV) e

características fenotípicas, geneticamente determinadas. Assim, vários são os

fatores de risco identificados para o desenvolvimento de melanoma. Entre estes

estão fototipos baixos (1-2), presença de mais de 50 nevos adquiridos, mais de 5

nevos displásicos, nevos maiores que 5 mm, nevos congênitos gigantes, o uso de

fontes externas de RUV (p.ex. solários, terapêutica PUVA), genodermatoses com

alterações na reparação do DNA e imunossupressão.[1, 6, 10-13]

Aproximadamente 5-10% dos pacientes apresentam uma forma familiar

hereditária, autossómica dominante, associada a mutações raras da linha

germinativa dos genes Cyclin – dependent kinase inhibitor 2A (CDKN2A), Cyclin –

dependent kinase 4 (CDK4) e melanocortin 1 receptor gene (MC1R), bem como de

mutações somáticas nos proto-oncogenes (B-RAF, N-RAS e KIT) e genes

supressores tumorais CDKN2A, protein 53 (p53) e Phosphatase and tensin

homologue (PTEN). Estes genes são fundamentais na regulação da diferenciação,

progressão do ciclo, e apoptose celulares.[4, 5, 7, 14-16]

O melanoma apresenta padrões específicos de expressão de genes nas

diferentes fases de progressão e padrões genéticos distintos entre os vários

subtipos de melanoma. Por exemplo, as mutações do gene KIT são encontrados

com maior frequência em melanomas acrais, da mucosa, e de áreas foto

expostas.[16-18]

A ativação da via da Mitogen – activated protein kinase (MAPK) é crucial no

desenvolvimento do melanoma cutâneo, e está presente em mais de 80% dos

melanomas. A desregulação desta via está associada à mutação dos genes N-RAS

(15% -30%) e B-RAF (mais de 50%). A perda do gene supressor tumoral PTEN está

implicada no desenvolvimento de 30-60% de casos de melanoma não hereditário

(ver anexo 1).[5, 7]

A descoberta que o melanoma é um dos tumores mais imunogénicos, pela

sua capacidade de regressão espontânea, pela infiltração tumoral de linfócitos e

pela deteção de anticorpos específicos contra os antigénios tumorais no sangue

periférico levou ao desenvolvimento de vários estudos nesta área.[6, 7, 10]

     

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  1.2.2 Relação com RUV

A relação entre RUV e o desenvolvimento de melanoma maligno é complexa,

mas atualmente está bem estabelecido que a exposição à RUV é o principal fator de

risco ambiental para o desenvolvimento de melanoma, estando associado a

aproximadamente 65% dos casos.[7]

Vários estudos têm demonstrado que o aumento do risco está associado à

exposição solar durante a infância e a exposições agudas, intensas e

intermitentes.[19-21]

Estudos revelaram que a utilização adequada de protetores solares, com

fator de proteção 30, está associada a uma redução de 30%-40% no número de

nevos adquiridos, podendo ter um papel importante na prevenção do melanoma. No

entanto, outros estudos demostraram que a utilização de proteção solar está

associada um aumento na duração efetiva da exposição à RUV. Assim a utilização

de protetor solar deve ser associada a medidas educacionais de evicção solar e a

outros métodos (p.ex, chapéu, óculos de sol).[3, 10, 22-25]

1.3 Subtipos histopatológicos O melanoma é classificado de acordo com a localização anatómica do tumor

primário e as características histopatológicas da lesão, em 4 subgrupos principais:

Melanoma de crescimento superficial (SSM): é o subtipo mais frequente e

representa 60-70% de todos os melanomas cutâneos. Habitualmente surge no

tronco em homens e nos membros inferiores em mulheres, estando associado a

locais com foto exposição intermitente.[6, 10, 26]

Melanoma nodular (NM): é o segundo tipo mais comum, surge principalmente no

tronco e nos membros, normalmente em homens com idade superior a 50 anos.

Trata-se de uma forma mais agressiva e comummente origina-se na pele integra,

não possui fase de crescimento radial prévio, como acontece nos 3 outros

subtipos.[1, 6, 10, 26]

Melanoma lentigo maligno (LMM): representa 4-15% dos melanomas cutâneos,

surge principalmente em idades avançadas e em zonas com exposição solar

crónica.[1, 6, 10, 26]

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Factores de Prognóstico

Índice de Breslow (Espessura do tumor primário,

em milímetros)

Aumento da espessura do tumor ! sobrevida (a sobrevida aos 10 anos para tumores <0.5 mm é de 96% e >6 mm de 42%)

Ulceração (segundo critério na

determinação da categoria T) Presença agrava o prognóstico da doença

Índice Mitótico (nº mitoses/ mm2) ≥ 1/mm2 " Risco de metastização

LDH (Lactate dehydrogenase)

Importante no melanoma com estadio IV " Presença de metástases à distância

Outros Infiltração tumoral dos linfócitos, tipo de crescimento (Vertical) e regressão

Melanoma lentiginoso acral (ALM): é um subtipo raro, sendo mais comum em

indivíduos asiáticos, hispânicos e africanos e localiza-se essencialmente nas

extremidades (palmas, nas plantas e dedos).[1, 6, 7, 10, 26]

1.4 Diagnóstico O diagnóstico do melanoma baseia-se na conjugação de uma suspeita

clínica (regra do ABCDE), exame dermatoscópico e confirmação histopatológica. A

biopsia deve ser sempre que possível excisional, com margens clinicamente

negativas e uma profundidade suficiente para assegurar que a lesão não é

seccionada.[27]

1.5 Estadiamento O diagnostico consiste na determinação da extensão da doença, sendo

importante para o planeamento do tratamento mais adequado.

O sistema de estadiamento mais utilizado é o proposto pela American Joint

Committee on Cancer (AJCC), designado por classificação TNM, este sistema de

classificação foi revisto em 2009 e baseia-se em parâmetros clínicos e histológicos

com significado para o prognóstico (ver tabelas 1,2 e 3).[1, 28-33]

Tabela 1. Factores de Prognóstico

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Tumor Primário (T)

TX Tumor primário não estudado

T0 Sem evidência de tumor primário

Tis Melanoma in situ

T1 ≤1.0 mm a: sem ulceração e mitoses <1/mm2 b: com ulceração ou mitoses ≥1/mm2

T2 > 1-2.0 mm

a: sem ulceração b: com ulceração

T3 > 2-4.0 mm a: sem ulceração b: com ulceração

T4 >4.0 mm

a: sem ulceração b: com ulceração

Gânglios Linfáticos Regionais (N)

NX Gânglios não estudados

N0 Sem atingimento ganglionar

N1 1 Gânglio a: micrometastases1

b: macrometastases2

N2 2 - 3 Gânglios

a: micrometastases1 b: macrometastases2 c: metástases satélites3 ou em trânsito4 gânglio (s) negativo (s)

N3 ≥ 4 Gânglios, cadeia ganglionar ou metástases em trânsito com gânglio (s) metastático

Metastases Distância (M)

M0 Sem Metástases

M1a Metástases de pele, subcutâneas ou ganglionares à distância, LDH normal

M1b Metástases Pulmonares, LDH normal

M1c Outras metástases viscerais e LDH normal Quaisquer metástases distantes e LDH elevada

1Micrometastases!são!diagnos*cadas!após!biópsia!do!ganglio!sen*nela!e!linfadenectomia!(se!realizada)!2Macrometastases!são!definidas!como!metastases!ganglionares!clinicamente!detectáveis!confirmadas!por!linfadenectomia!terapêu*ca!ou!quando!metástases!ganglionares!apresentam!extensão!extracapsular!3.Metástases.satélites.–!Metastases!cutâneas!clinicamente!visíveis!ou!subcutâneas!ate!2cm!do!Tumor!Primário!.!4.Metástases.em.trânsito.–!Metástases!cutâneas!ou!subcutâneas!clinicamente!evidentes!a!mais!de!2cm!do!Tumor!Primário!entre!este!e!a!cadeia!ganglionar!de!drenagem.!

Tabela 2. Classificação TNM para o melanoma cutâneo (Adaptado da referência bibliográfica nº 28)

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Le

são

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clin

ica

e h

isto

log

ica

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ses

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ou

à d

ista

nci

a.

Estadios Clínicos Estadios Patológicos

Estadio Tumor

Primário (T)

Ganglios Linfáticos Regionais

(N)

Metástases Distância

(M) Estadio

Tumor Primário

(T)

Ganglios Linfáticos Regionais

(N)

Metástases Distância

(M)

Estadio 0 Tis N0 M0 Estadio 0 Tis N0 M0

Estadio IA T1a N0 M0 Estadio IA T1a N0 M0

Estadio IB T1b N0 M0

Estadio IB T1b N0 M0

T2a N0 M0 T2a N0 M0

Estadio IIA

T2b N0 M0 Estadio IIA

T2b N0 M0

T3a N0 M0 T3a N0 M0

Estadio IIB T3b N0 M0

Estadio IIB T3b N0 M0

T4a N0 M0 T4a N0 M0

Estadio IIC T4b N0 M0 Estadio IIC T4b N0 M0

Evi

nci

a c

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es

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m tra

nsi

to.

Estadio III T (qualquer) N1, N2, ou N3 M0

Estadio IIIA T1-4a N1a M0

T1-4a N2a M0

Estadio IIIB

T1-4b N1a M0

T1-4b N2a M0

T1-4a N1b M0

T1-4a N2b M0

T1-4a N2c M0

Estadio IIIC

T1-4b N1b M0

T1-4b N2b M0

T1-4b N2c M0

T (qualquer) N3 M0

Me

tast

ase

s e

m u

m o

u

ma

is lo

cais

à

dis

tân

cia

.

Estadio IV T (qualquer)

N (qualquer) M1 Estadio IV T

(qualquer) N

(qualquer) M1

Tabela 1. Estádios Clínicos/ Patológicos (Adaptado da referência bibliográfica nº 39)

  1.5.1 Pesquisa do Gânglio Sentinela

A forma mais comum de metastização ocorre para os gânglios linfáticos

regionais.

A AJCC recomenda a pesquisa e biopsia do gânglio sentinela como

componente de estadiamento para todos os pacientes com tumores ≥ T1b e sem

evidência clínica de envolvimento de gânglios linfáticos regionais.[28, 34-37]

Tabela 3. Estádios Clínicos/ Patológicos (Adaptado da referência bibliográfica nº 28)

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2. Objetivo:

O trabalho proposto tem como objetivo a revisão da literatura publicada nos

últimos 5 anos sobre o tratamento do melanoma maligno cutâneo e com base na

evidência científica disponível, identificar os melhores padrões de tratamento.

3. Material e Métodos

A bibliografia utilizada foi obtida por uma investigação dupla no banco de

dados PubMed. A primeira foi feita com a seguinte consulta: (("Melanoma"[Mesh])

AND ("Melanoma/therapy"[Majr] OR "Melanoma/radiotherapy"[Majr] OR

"Melanoma/surgery"[Majr])), e os limites utilizados foram língua (Português,

Espanhol e Inglês) e data de publicação (<5 anos). A segunda consulta (“melanoma

surgery AND chemotherapy AND clinical trials”), com os mesmos limites para a

linguagem e dados de publicação.

A bibliografia da literatura dos estudos referidos acima e adicionais

considerados relevantes, foi incluída nesta revisão.

As ferramentas utilizadas foram o Microsoft Word a partir do Microsoft Office

2011, EndNote X5 e My NCBI.

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4. Tratamento do Melanoma Maligno Cutâneo

4.1 Tratamento Melanoma Cutâneo Primário (estadio 0, I e II)

A. Cirurgia A cirurgia é o tratamento de escolha e a única modalidade potencialmente

curativa para o melanoma.[36]

As primeiras abordagens cirúrgicas eram agressivas e baseadas em

experiências pessoais, adotando margens de ressecção de 3 a 5 cm, muitas vezes

acompanhados de linfadenectomia eletiva dos gânglios regionais.[38]

Atualmente o estabelecimento de normas cirúrgicas com base numa melhor

compreensão biológica e dos fatores de prognóstico do tumor permitiram um

controlo durável da doença loco-regional e simultaneamente minimizar a morbilidade

relacionada com o tratamento.[38]

Assim as recomendações atuais para as margens laterais da excisão

cirúrgica do melanoma primário são determinadas pela espessura de tumor primário:

• Melanoma in situ – margem de 0,5 - 1cm.

• Melanoma ≤ 1 mm – margem de 1cm.

• Melanoma 1 – 2 mm – margem de 1 - 2cm.

• Melanoma ≥ 2 mm – margem de 2 - 3 cm.

No melanoma in situ, uma margem de 0,5 cm é adequada, pois a incidência

de recorrência local é extremamente baixa, e não há dados que suportem os

benefícios de uma margem de excisão mais alargada. Contudo margens superiores

podem ser necessárias no caso do LMM para se obterem margens histologicamente

negativas.[28, 36-40]

Para melanomas com 1 - 2 mm de espessura é necessária uma margem

mínima de 1cm. Margens superiores a 2cm não demonstraram aumento na

sobrevida ou diminuição da recorrência local.[28, 37-40]

Nos tumores com uma espessura ≥ 2 mm existe uma certa controvérsia.

Alguns autores defendem que uma margem mínima de 2cm é necessária e não

existem benefícios na recorrência local e sobrevida global com a utilização de

margens superiores, outros defendem a utilização de margens com 3cm.[28, 37-40]

Embora o principal objetivo da excisão cirúrgica seja alcançar margens

histologicamente negativas e evitar a recorrência local, a escolha das margens

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também deve ter em consideração as implicações funcionais e estéticas locais.

Assim a escolha das margens vai depender também das possibilidades cirúrgicas da

região anatómica.[28, 36-40]

A profundidade recomendada para a excisão terapêutica é ao nível da fáscia

muscular ou pelo menos do tecido adiposo profundo, dependendo da região

anatómica.[28, 37-40]

B. Terapia Adjuvante A excisão da lesão para a maioria dos pacientes com melanoma primário é

curativa. Assim nos estadios 0 a IIa nenhuma terapia adjuvante padrão é

recomendada, pois a taxa de cura nestes subgrupos apenas com cirurgia é de 70-

90%. Para os grupos de alto risco de recorrência (estadios IIb e IIc) a terapia com

HIFN-α pode ser considerada, contudo o benefício nestes pacientes ainda não é

claro devendo a decisão terapêutica ser individualizada. A participação em ensaios

clínicos deve ser incentivada.[39-41]

C. Radioterapia (RT) A RT adjuvante pode ser considerada quando as margens cirúrgicas são

inadequadas, na presença de elevado risco de metastização ganglionar ou

recorrência local (p.ex. T>4mm, ulcerados, melanoma da cabeça e do pescoço).

Contudo deve ser reservada para situações em que a recorrência local está

associada a elevado grau de morbilidade pois um ensaio clínico randomizado

recente demonstrou uma sobrevida livre de doença superior mas uma redução da

sobrevida global nos pacientes tratados com radioterapia em comparação com os

pacientes selecionados para observação (sobrevida global 2,6 vs 3,9 anos).[37, 39,

40]

 

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  17  

4.2 Tratamento Melanoma Metastizado

4.2.1 Estadio III

A. Cirurgia O tratamento padrão é a realização de uma excisão completa das

metástases loco-regionais (gânglios linfáticos regionais, das metástases satélite ou

em trânsito) podendo esta ser curativa.[36, 42, 43]

B. Terapias adjuvantes

• Altas doses de Interferão alfa (HIFN-α)

Neste estadio os pacientes possuem alto risco de disseminação sistémica da

doença e de recorrência após a ressecção cirúrgica. O desenvolvimento de

metástases à distância reduz acentuadamente a taxa de cura e a sobrevida aos 5

anos (38-78% para ≈5%), portanto, este grupo tem sido o principal alvo dos estudos

que avaliam a eficácia da terapia adjuvante, devendo a participação em ensaios

clínicos ser estimulada.

Ao longo dos últimos 30 anos várias terapias adjuvantes tem sido estudadas.

Os resultados mais promissores têm sido descritos com HIFN-α, que foi aprovado e

se tornou a terapia adjuvante padrão para o melanoma no estadio III. Assim, o

tratamento adjuvante com HIFN-α deve ser considerado em todos os pacientes com

melanoma no estadio III ressecado com uma expectativa de vida estimada ≥ 10

anos e na ausência de comorbilidades graves.[7, 39, 44]

Todos os ensaios clínicos com terapia adjuvante com HIFN-α mostraram

uma melhoria estatisticamente significativa na sobrevida livre de doença. No

entanto, os resultados em termos de sobrevida global têm sido divergentes.

Enquanto um estudo (ECOG 1684) demonstrou um benefício estatisticamente

significativo na sobrevida, esse benefício não foi observado no estudo E1690 ou na

análise conjunta dos resultados do ECOG 1684 e E1690. Os vários ensaios

realizados têm utilizado doses e durações de tratamento diferentes. A abordagem

ideal ainda não foi estabelecida.[45, 46]

Uma meta-análise com base em 14 estudos randomizados publicados entre

1990 e 2008, comparou os resultados entre 4362 pacientes tratados com IFN-α e

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3860 doentes mantidos em observação, com melanoma cutâneo de alto risco. A

sobrevida livre de doença, assim como a sobrevida global foram significativamente

melhores nos pacientes tratados com IFN-α. Contudo a meta-análise não foi capaz

de identificar qual a dose ou duração ideal do tratamento IFN-α.[46]

Na ausência de um regime estabelecido, o regime utilizado no estudo ECOG

1684 é uma escolha razoável. Esta abordagem inclui a terapia intravenosa inicial

com 20 milhões de unid/m2 cinco dias por semana durante quatro semanas, seguido

por 10 milhões unid/m2 por via subcutânea três vezes por semana até 11 meses.

Embora as HIFN-α estejam associadas a alguns efeitos colaterais, incluindo

sintomas constitucionais, como fadiga, cefaleias, náuseas, perda de peso,

depressão e mielossupressão, apenas uma minoria dos pacientes exigirá ajustes da

dose durante o tratamento. Uma abordagem alternativa é o IFN-α peguilado (PEG-

IFNα), utilizado no EORTC 18991 (terapia de indução com 6 µg / kg / semana por

via subcutânea durante oito semanas, seguido por terapia de manutenção durante

cinco anos com 3 µg / kg / semana) associado a concentrações sanguíneas

superiores e sustentadas sem aumento da toxicidade.[45, 47-51].[30, 52-58]

• Infusão isolada do membro (ILI) / Perfusão hipertérmica isolada do membro (HILP)

Para pacientes com metástases satélite e em trânsito confinadas a um

membro, não ressecáveis cirurgicamente ou com mais de 3 lesões, a terapia com ILI

ou HILP com melfalano deve ser considerada. Embora não haja ensaios clínicos

randomizados que comparem HILP com ILI, os dados disponíveis sugerem que o

tratamento com HILP está associado a taxas de resposta superiores mas com

toxicidade mais grave. Contudo a sobrevida global e a sobrevida livre de doença são

semelhantes nos dois procedimentos.[59-61] O Melfalano continua a ser o fármaco

padrão devido à sua rápida absorção e seu mecanismo de ação independente do

ciclo celular, embora outros agentes, como a cisplatina e a dacarbazina, tenham

sido utilizados. Vários estudos têm proposto a associação de fator de necrose

tumoral alfa (TNFα) e IFNα ao melfalano, no entanto nenhum deles conseguiu

demonstrar beneficio em relação ao melfalano isolado.[37, 39, 62-66]

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C. Radioterapia (RT)

O melanoma tem sido considerado um tumor relativamente radiorresistente,

contudo estudos mais recentes têm desafiado este ponto de vista, considerando RT

um componente útil para o melanoma maligno.[40]

A RT é utilizada quando existe doença extensa em que a excisão cirúrgica

não é possível e a HILP ou a ILI não estão disponíveis ou são ineficazes. Para além

dos benefícios paliativos ocasionalmente permite o controlo regional prolongado do

tumor.[37, 45, 67]

D. Imunoterapia

O papel do ipilimumab, um anticorpo contra CTLA-4, como terapia adjuvante

no estadio III está a ser estudado em dois ensaios, após a sua aprovação no

tratamento do estadio IV: EORTC18071 (ipilumimab vs placebo) e ECOG E1609

(ipilumimab vs HIFN-α).[45, 49, 67]

• Vacinas

O uso de vacinas derivadas de células do melanoma, fragmentos celulares e

antigénios tumorais como terapia adjuvante não demonstrou benefícios ao nível da

sobrevida livre de doença e global (gangliosídeo GM2, tirosinase, gp-100, Canvaxin,

GM-CSF).[37, 45, 67]

Uma nova vacina contendo o melanoma-associated antigen 3 (MAGE-A3)

está sobre investigação, num estudo multicêntrico, no tratamento adjuvante do

melanoma no estadio III.[45, 67] .[67-69]

E. Bioquimioterapia

A Bioquimioterapia é definida como a combinação de quimioterapia

(tipicamente cisplatina vinblastina, dacarbazina) e imunoterapia (interleucina-2 (IL-2)

e IFNα) e foi recentemente comparada num estudo randomizado, NCT00006237,

com HIFN-α como tratamento adjuvante para pacientes com melanoma no estadio

IIIB ou IIIC, aguardam-se os resultados.[45, 67, 70, 71]

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4.2.2 Estadio IV

O melanoma metastático possui mau prognóstico, com uma sobrevida média

de 8-9 meses e uma sobrevida global aos 3 anos inferior a 15%, com a maioria dos

pacientes a morrer da doença.[30]

A. Cirurgia

Pacientes com um número limitado de metástases à distância podem ser

candidatos a ressecção cirúrgica, e ao contrário do que se pensava, a excisão

completa das lesões tem demonstrado benefício ao nível da sobrevida livre de

doença e da sobrevida global. Contudo a cirurgia raramente é curativa pois a

maioria dos pacientes desenvolve doença metastática generalizada. Existe, assim,

uma certa controvérsia quanto ao tempo de realização da cirurgia em relação à

terapia sistémica, pois alguns autores defendem que a terapia médica deve ser

realizada em primeiro lugar de forma a evitar uma cirurgia desnecessária em

pacientes com metastização oculta rapidamente progressiva.[45, 72-75]

A qualidade de vida deve ser a questão central do tratamento nestes

doentes, devendo a cirurgia ser realizada nos pacientes nos quais será de esperar

uma sobrevida superior com cirurgia e nos pacientes cuja a sobrevida é limitada, no

alívio ou na prevenção de morbilidade devido ao crescimento local do tumor (ex. dor,

ulceração, sangramento).[36, 75]

Os princípios cirúrgicos diferem daqueles do melanoma primário, não sendo

necessário margens livres superiores à margem histológica negativa.

B. Quimioterapia

O agente mais utilizado na quimioterapia é a dacarbazina, e é considerada o

agente mais ativo em regimes de monoterapia no tratamento do melanoma com

metástases à distância. A taxa de respostas varia entre 10-20%, sendo a maioria

delas parciais e associadas a uma duração media de 6 meses. A média de

sobrevida aos 6 anos é < 2%. Outros agentes utilizados são a temozolomida, as

nitrosoureias (Carmustina, Lomustina e Fotemustina) e os análogos da platina (2ª

linha, cisplatina e a carboplatina), taxanos, paclitaxel.[37, 41, 49, 76]

Estudos iniciais sugeriam que regimes de associação entres estes agentes

poderiam aumentar tanto a taxa de resposta como a sobrevida destes pacientes

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comparativamente ao uso isolado dos agentes. Estudos de fase III não

demonstraram benefícios e evidenciaram toxicidade mais elevada.[37, 41, 49]

C. Imunoterapia

As abordagens imunológicas têm mostrado alguma atividade em doentes

com melanoma avançado no entanto, apenas recentemente foi demonstrado um

benefício evidente ao nível da sobrevida global com duas abordagens imuno-

dirigidas no melanoma metastático (ipilimumab e HIL-2 + vacina péptica gp100).[16,

41, 76]

O ipilimumab, recentemente aprovado pela FDA, é um anticorpo monoclonal

totalmente humano dirigido contra CTLA-4 que aumenta a atividade das células T e

diminui a tolerância tumoral.[41, 45, 77]

Num estudo randomizado de fase III o ipilimumab demonstrou um aumento

na sobrevida global comparativamente à vacina gp100 (10,1 versus 6,4 meses) no

tratamento do melanoma estadio IV. Os benefícios ao nível da sobrevida global

foram confirmados num segundo ensaio clínico randomizado de fase III, que

comparava a associação de ipilimumab + dacarbazina vs dacarbazina (11,2 vs 9,2

meses) em melanomas no estadio IV. Em ambos os estudos a taxa de resposta,

taxa de controlo da doença e a sobrevida após 3 anos foram superiores nos

pacientes tratados com ipilimumab, sendo esse beneficio relativamente modesto.[78,

79]

As taxas de resposta relativamente baixas têm sido uma das limitações à sua

utilização. Vários agentes (GM-CSF, temozolamida, dacarbazina, bevacizumab) têm

sido utilizados em combinação com o ipilimumab com o objetivo de aumentar as

suas taxas de resposta, contudo não existem ensaios clínicos de fase III que

demonstrem aumento das taxas de resposta com a associação a outros

agentes.[45, 49, 76, 80]

A Programmed cell death protein 1 (PD-1) nos linfócitos, está associada à

manutenção da tolerância imune ao melanoma. Um estudo de fase I utilizando um

anticorpo-PD1 (MDX-1106) mostrou evidência antitumoral em tumores sólidos

refratários a tratamentos prévios, incluindo o melanoma. Apesar da experiência

clínica limitada com o anticorpo-PD1 os resultados são promissores.[16, 49, 76, 81]

A IL-2 é um potente imunomodelador e a terapia com altas doses deste agente

demonstrou numa minoria de doentes uma sobrevida livre de doença prolongada,

embora está associada a uma toxicidade significativa, estando limitada a pacientes

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mais jovens e sem disfunção de órgãos. Recentemente um estudo de fase III onde

se comparou a utilização de HIL-2 + vacina péptica gp100 vs HIL-2, revelou

benefícios nas taxas de resposta, nas respostas completas, na sobrevida livre de

doença e na sobrevida global com esta associação.[7, 16, 40, 41]

D. Bioquimioterapia

A bioquimioterapia foi desenvolvida na tentativa de superar a resistência ao

tratamento no melanoma metastático. Frequentemente a combinação utilizada é

cisplatina, vinblastina, dacarbazina, IL-2 e IFNα. Esta abordagem foi avaliada em

pacientes com melanoma metastático em dois ensaios clínicos de fase III e numa

meta-análise. Embora as taxas de resposta iniciais fossem elevadas (19,5% -33%),

nenhum estudo documentou benefícios significativos ao nível da sobrevida em

comparação com a quimioterapia convencional.[37, 41]

Um estudo de fase II adicionou um dose de manutenção de IL-2 aos 4 ciclos

de bioquimioterapia, no entanto, as respostas foram transitórias e sem benefícios

significativos.[37]

E. Radioterapia (RT)

Os dados disponíveis sugerem que a RT fornece um tratamento paliativo

efetivo para metástases ósseas, cerebrais e viscerais, no entanto não existe

consenso nas doses que devem ser utilizadas.[37, 39, 40]

F. Inibidores Via MAPK (RAS/RAF/MEK/ERK)

A via RAS/RAF/MEK/ERK é o principal elo de ligação entre os estímulos

extracelulares e intracelulares e as respostas celulares relacionadas com

mobilidade, adesão, proliferação, diferenciação e apoptose, sendo a via de

sinalização “chave” desta neoplasia. Esta via é potencialmente ativada por todos os

fatores de crescimento e citoquinas que se conseguem ligar a recetores de cinase

de tirosina.[76, 82]

No melanoma maligno cutâneo as mutações mais frequentemente

observadas são as mutações BRAF e NRAS, sobretudo na pele não foto exposta.[7,

49]

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• Inibição do RAS

O facto das proteínas RAS estarem envolvidas na proliferação celular, na

regulação do ciclo celular e da apoptose por 2 vias distintas, a via MAPK e a

phosphoinositide-3-kinase (PI3K), juntamente com a evidência de que a sua

sobreactivação está relacionada com um aumento de VEGF (angiogénese) levou ao

desenvolvimento de inibidores destas proteínas, nomeadamente o Tipifarnib e o

Lonafarnib.[83-85]

Apesar de promissores estes inibidores demonstraram reduzida atividade

antitumoral quando utilizados em regimes de monoterapia. Contudo existe alguma

evidência de que a sua utilização em regimes de combinação possa aumentar a

eficácia de outras terapias (cisplatina, sorafenib) e ser uma alternativa para o

tratamento do melanoma.[86, 87]

• Inibição do RAF

A família RAF, de cinases de serina e treonina, é constituída por três

isoformas: RAF-1 (CRAF), ARAF e BRAF. As várias isoformas têm distribuições

diferentes nos tecidos celulares, bem como diferentes atividades e funções

reguladoras.[7]

A mutação BRAF está presente em aproximadamente 40-60% dos

melanomas e aproximadamente 90% desses casos a mutação de ativação consiste

na substituição do ácido glutâmico pela valina na posição 600 (V600E), no entanto

existem outras mutações como, BRAF V600D, BRAF V600K e BRAF V600R. A

presença desta mutação induz uma ativação da via MAPK que aumenta a

proliferação celular e foi associada a doença mais agressiva, em idades mais

precoces, em pele sem lesão solar, com localização mais frequente no tronco.[49,

88-90]

Estudos recentes revelaram que os inibidores do RAF têm uma atividade

antitumoral potente, nos tumores positivos para mutação BRAF (V600E). Estes

dados realçam a importância da seleção criteriosa dos doentes para a participação

em ensaios clínicos com inibidores do RAF.[16, 45]

O sorafenib é um inibidor não seletivo do BRAF, o tratamento com este

inibidor não demonstrou eficácia em regimes de associação com agentes

quimioterápicos (dacarbazina ou temozolamida) ou em monoterapia, no tratamento

do melanoma avançado. Esta ineficácia foi secundária à sua baixa seletividade pela

mutação BRAF, levando ao desenvolvimento de inúmeros efeitos secundários

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graves.[49, 76, 91-93]

O Vemurafenib foi o primeiro inibidor seletivo do gene BRAF a ser

desenvolvido. Estudos de fase I e II revelaram alta atividade deste inibidor para

melanomas em estadio avançado e com a presença de mutação BRAF(V600E). Um

estudo de fase III controlado e randomizado comparou o Vemurafenib com a

dacarbazina, revelando uma melhoria da taxa de resposta (48% vs 5%), da

sobrevida livre de doença (5.3 versus 1.6 meses) e da sobrevida aos 6 meses (84%

vs 64%). O tratamento com Vemurafenib foi também associado a uma redução de

63% no risco de morte. As reações adversas associadas ao Vemurafenib foram

artralgias, exantema cutâneo, fadiga, alopécia, queratoacantoma ou carcinoma das

células escamosas, fotossensibilidade, náuseas e diarreia, tendo sido necessário um

ajuste da dose em 38% dos doentes. O Vemurafenib foi aprovado pela FDA, em

agosto de 2011, para o tratamento de melanoma irressecável ou metastático com

mutação BRAF V600E, na dose de 960 mg duas vezes/dia.[49, 76, 94-98]

O dabrafenib, é outro inibidor de BRAF específico que mostrou atividade

similar ao Vemurafenib em um estudo de fase I/II em pacientes com melanoma

metastático. Possui atividade aparente em metástases cerebrais, embora o número

de pacientes tratados permaneça pequeno. Um ensaio clínico de fase II está em

desenvolvimento para analisar a sua eficácia em pacientes mutação BRAF-

V600E/V600K com metástases cerebrais (NCT01266967).[16, 40]

Embora os inibidores seletivos BRAF tenham proporcionado um grande

avanço no tratamento do melanoma, resistências a este tratamento têm sido

observadas com uma redução da sobrevida livre de doença (6 meses). Os

mecanismos associados a esta resistência são, a ativação compensatória de NRAS,

do PDGFR, do MEK1, do CRAF, do COT1, do PI3K/AKT e a perda do PTEN.[16, 40,

76]

Estratégias para superar esses mecanismos de resistência estão em

desenvolvimento. Um estudo recente de fase I/II que combina um inibidor MEK 1/ 2

oral (GSK1120212) com um inibidor BRAF (GSK2118436) está a decorrer, estando

a ser bem tolerado, contudo é muito cedo para determinar se a combinação irá

aumentar as taxas de duração da resposta. Combinações adicionais futuras serão

necessárias com provável inclusão de inibidores de BRAF com PI3K, PDGFR.[16,

76]

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• Inibição do MEK

O Selumetinib é um inibidor não competitivo do ATP do MEK, de 2ª geração.

Em ensaios pré-clínicos demonstrou atividade antitumoral em linhas celulares do

melanoma contendo mutações do BRAF e do RAS.[7, 16]

Nos ensaios de fase II a dose recomendada foi de 200mg/ 2xdia, tendo-se

observado uma regressão tumoral significativa, mas incompleta, em 12% dos

doentes com melanoma. Esta atividade antitumoral modesta foi avaliada num estudo

randomizado de fase II comparando o Selumetinib com a temozolamida. O

tratamento com Selumetinib não demonstrou beneficio significativos nem nas taxas

de respostas nem na sobrevida livre de doença. A maioria das respostas ocorreu

nos pacientes com melanoma associado a mutação BRAF V600E.[16, 49] .[21,22]

As interligações entre as várias vias de sinalização celular poderão explicar a

possível diminuição da resposta aos inibidores-MEK (ex: a ativação da via PI3K por

mutações ou perda da função do PTEN). Este facto realça a hipótese de que a

combinação de inibidores-MEK e PI3K, poderá otimizar os resultados clínicos.[16,

76, 99]

Está a decorrer um estudo de fase I para analisar a segurança e a

tolerabilidade da terapia de dupla inibição com MK2206 (inibidor ATK) e AZD6244

(inibidor MEK) em pacientes com melanoma metastático.[16, 49, 99]

G. Via PI3K/AKT/mTOR

Esta via desempenha um papel essencial em várias funções celulares que

incluem proliferação, crescimento, sobrevivência, mobilidade e metabolismo

celular.[16]

A via mammalian target of rapamycin (mTOR) está frequentemente

desregulada durante o processo de desenvolvimento tumoral, quer por alterações

genéticas, quer por fatores epigenéticos que conduzem ao desenvolvimento e

progressão tumoral (mutações em PI3K, perda da função do PTEN e elevada

expressão das isoformas AKT).[4, 16]

Devido às conexões com outras vias, a ativação da via mTOR atua

sinergicamente em diversos carcinomas, onde a inibição conjugada parece ser uma

“mais valia” terapêutica. É o caso de um tipo de melanoma, em que a via ERK

colabora com a via mTOR no processo de tumorigénese. A ativação desta via foi

associada a um mau prognóstico e ao aparecimento de resistências às terapias.[16]

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Esta via é um alvo atrativo, porque as suas cinases surgem ativadas em

diversos carcinomas. Assim, várias moléculas estão em estudo e têm como alvo

AKT, PI3K ou mTOR. À semelhança do que acontece com outros grupos

terapêuticos, a seleção dos doentes suscetíveis à ação destes inibidores é

fundamental para o sucesso da terapia.[16]

• Inibidores mTOR

Atualmente os estudos estão mais centrado na inibição do mTOR (análogos

da rapamicina como o temsirolimus, o everolimus e o sirolimus), pois estudos

anteriores não desmonstraram evidência clínica relevante com o uso de inibidores

para os alvos PI3K e AKT, atualmente disponíveis.[16, 100]

O temsirolimus e o everolimus demonstraram eficácia antitumoral contra o

melnamona metastático, em estudos de fase II. O sirolimus mostrou também ser

capaz de aumentar a sensibilidade das células do melanoma a tratamentos com

carboplatina e paclitaxel.[16]

A combinação PI-103 (um inibidor PI3K e mTORC1/ mTORC2) com

rapamicina levou a uma redução significativa do crescimento tumoral

comparativamente aos dois agentes em separado, sugerindo uma maximização da

supressão tumoral com regimes combinados.[16]

Um estudo de fase I/II está a decorrer para testar o uso de sorafenib com

temsirolimus no tratamento do melanoma no estadio III/IV(NCT00349206). Contudo

ainda está por esclarecer se a monoterapia (PI3K, AKT ou mTOR como alvos) será

eficaz ou se apenas a terapia conjugada terá utilidade, particularmente com

MAPK.[16]

H. c-KIT

O c-KIT é um receptor tyrosine kinase para o stem cell growth factor (SCF),

e é importante nos processos de regulação do número e atividade dos

melanócitos.[7, 16]

As mutações c-KIT são observadas numa percentagem pequena dos

melanomas que surgem em áreas foto expostas (mutação 17% e amplificação

28%).[45, 49, 101]

Atualmente estão em estudo vários inibidores c-KIT, como o imatinib,

desatinib e nilotinib.

Inicialmente, dois estudos de fase II não demonstraram benefício clínico no

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tratamento do melanoma avançado com imatinib. Contudo após a descoberta desta

mutação, a possibilidade de benefício do imatinib nos pacientes portadores desta

mutação foi questionada e para responder a essa questão dois estudos de fase II

foram desenvolvidos, demonstrando evidência clínica promissora na utilização do

imatinib no tratamento do melanoma nesta população de pacientes. Contudo um

estudo de fase III é necessário para confirmar este benefício.[18, 102-107]

Uma resposta significativa tem sido obtida com o uso de outro inibidor do

recetor da tirosina cinase, o dasatinib.[7, 16, 108]

O Nilotinib, um inibidor do recetor da tirosina cinase de segunda geração,

está a ser testado em pacientes portadores de melanoma com alteração do c-KIT e

que são resistentes ou intolerantes a outros inibidores da tirosina cinase.[16, 45]

Um estudo randomizado de fase III esta a comparar a eficácia do nilotinib vs

dacarbazina no tratamento do melanoma metastático e/ou melanomas inoperáveis

com mutação c-KIT(NCT01028222).[16, 45]

Apesar do número pequeno de estudos os resultados são promissores e a

inibição c-KIT no contexto genético adequado pode ser uma alternativa terapêutica

potencialmente valiosa.

I. Inibidores da Angiogénese

A angiogénese é um processo essencial na progressão do melanoma. As

células do melanoma produzem, in vitro, uma variedade de células promotoras da

angiogénese (p.ex. vascular endothelial grouth factor (VEGF), fibroblast growth

factor (FGF)). Com base nestas evidências vários inibidores da angiogénese têm

sido testados no tratamento do melanoma, tendo alguns deles demonstrado

atividade antitumoral (vatalanib, axitinib e dovitinib).[16, 80, 109-113]

Em monoterapia os anti-VEGF não demonstraram grande sucesso no

tratamento do melanoma com metástases, contudo existe algum indício que em

combinação com quimioterapia e imunoterapia possam ser úteis no tratamento

destes doentes.[16]

O axitinib, é um inibidor seletivo de segunda geração que num estudo de

fase II mostrou atividade em regime de monoterapia contra melanoma

metastático.[16, 45, 110]

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J. Inibidores Apoptose

Tem sido demonstrado que a sobre-expressão de proteínas antiapoptóticas

como Bcl-s, Bcl-xL, e Mcl-1 podem estar associadas aos mecanismos de resistência

à quimioterapia. Assim a inibição destas vias tem sido estudada.[7]

Um ensaio clinico controlado randomizado comparou o tratamento com

dacarbazina, com e sem oblimersen (inibidor-Bcl2) em paciente com melanoma

avançado. A adição do oblimersen resultou no aumento e duração da resposta,

contudo a sobrevida global foi significativamente maior apenas em indivíduos com

níveis normais de LDH. Ainda não é claro se o efeito deste agente é suficiente para

induzir maior suscetibilidade à toxicidade nas células tumorais. Um ensaio clínico de

fase III está em curso para definir o papel da oblimersen em combinação com a

dacarbazina em pacientes com LDH normal.[16, 114, 115]

Estudos recentes demonstraram que os inibidores MEK induzem a maioria

do seu efeito antiapoptótico através da inibição da Mcl-1, sugerindo que uma

inibição conjunta entre MEK/MCL-1 poderá aumentar as respostas clínicas e

melhorar os resultados do tratamento no melanoma.[7, 16, 116]

O p53 encontra-se funcionalmente inativo nas células do melanoma sendo

um importante ponto de vulnerabilidade deste tumor. A recuperação da sua função

utilizando o nutlin-3, um antagonista Hdm2 (inibe o p53), induziu um aumento dos

níveis da proteína p53, reduzindo a viabilidade in vitro das células tumorais. A

restauração da via p53 pode assim trazer grande ganho terapêutico.[16, 117, 118]

K. Terapia intralesional e Vacinas

Estas terapias estão indicadas apenas para pacientes com doença de baixo

volume como metástases irressecáveis da pele, subcutâneas, envolvendo gânglios

linfáticos ou pulmão, pois em estádios mais avançados a regressão é rara.[41]

Nenhuma vacina foi aprovada no tratamento do melanoma e os resultados

obtidos no tratamento do estadio IV são desanimadores.[41, 76]

Um estudo de fase II, atualmente em desenvolvimento, está a estudar uma

vacina GSK 2132231A contendo o MAGE-A3 no tratamento de primeira linha de

pacientes com melanoma no estadio IIIC ou IV M1a.[16]

Novas terapias intralesionais estão em desenvolvimento para o tratamento do

melanoma em estadio avançado (ver tabela 4).

Page 29: Tratamento do melanoma maligno cutâneo · de melanoma maligno cutâneo, a que correspondeu uma taxa de incidência de cancro de 6,8/100000. A incidência de melanoma foi superior

  29  

Ensaio Objetivo Tipo de Ensaio Nº Inscritos Estado

NCT00395070 Avaliar a eficácia do tratamento intralesional de 2 mg Allovectin-7

em comparação com DTIC ou TMZ em melanoma metastático recorrente

Allovectin-7 vs

DTIC ou TMZ

Fase III randomizado 375

Fechado para

Resultados

NCT00521053 Investigar a eficácia de PV-10 intralesional no tratamento do melanoma metastático locorregional

PV-10 (10% rosa de bengala dissódico)

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Fechado para

Resultados

NCT00769704 Avaliar a eficácia de intralesional OncoVEXGM-CSF

em comparação com GM-CSF em melanoma inoperável nos estadios IIIB / IIIC / IV

OncoVEXGM-CSF vs

GM-CSF

Fase III randomizado 430 Em curso

DTIC, dacarbazina; TMZ, temozolomida; GM-CSF, granulocyte-macrophage colony stimulating factor.

Tabela 3. Estudos multicêntricos: Terapia intralesional para pacientes com melanoma com metástases à distância.

5. Conclusão

O melanoma quando diagnosticado precocemente e adequadamente

excisado é potencialmente curável. No entanto, quando há disseminação sistémica

do tumor o prognóstico é reservado e a mortalidade alta por falta de opções eficazes

de tratamento, com uma sobrevida após 3 anos de aproximadamente 10-15% e uma

sobrevida média de 6-9 meses.

Uma vez que a deteção precoce é o fator “chave” no prognóstico destes

doentes, a prevenção primária do melanoma é fundamental, reduzindo os fatores de

risco e aumentando a acuidade de diagnóstico, através da sensibilização da

população para a minimização da exposição à RUV e para a realização do

autoexame. Neste contexto os clínicos de medicina geral e familiar (MGF) têm

especial importância, sendo imprescindível melhorar a sua aptidão na valorização

dos nevos melanocíticos pela regra ABCDE.

Atualmente, a cirurgia ainda representa a única modalidade potencialmente

curativa (“standard”) para qualquer estadio do melanoma cutâneo primário e a sua

excisão com margens adequadas é importante para a diminuição do risco de

recorrência local.

A única terapia adjuvante disponível é o tratamento com HIFN-α, para o

estadio III, e embora não seja o tratamento ideal, não existem outras terapias

adjuvantes eficazes disponíveis e a alternativa seria "observar e esperar".

Tabela 4. Estudos multicêntricos: Terapia intralesional para pacientes com melanoma com metástases à distância. (Adaptado da referência bibliográfica nº45)

Page 30: Tratamento do melanoma maligno cutâneo · de melanoma maligno cutâneo, a que correspondeu uma taxa de incidência de cancro de 6,8/100000. A incidência de melanoma foi superior

  30  

O melanoma no estadio IV é refratário aos tratamentos sistémicos

disponíveis, estando as estratégias de tratamento "standard" como a quimioterapia

convencional com dacarbazina e HIL-2 associadas a taxas de resposta baixas, de

curta duração e a elevada toxicidade.

Nos últimos anos, a crescente compreensão da biologia e da patogénese do

melanoma têm levado ao desenvolvimento de novas terapias-alvo e à melhoria do

tratamento destes pacientes. Embora esses avanços sejam animadores,

permanecem diversas limitações, pois os novos agentes aprovados mostraram não

ser eficazes em determinados doentes, com duração da resposta relativamente

curta, ou taxas de resposta baixas. Os mecanismos associados a estas resistências

estão em alguns casos associados à ativação compensatória de outras vias, pelo

que é necessário novos estudos que caracterizem quais os melhores alvos

celulares, de forma a alcançar a inibição total dos processos oncogénicos.

Todos estes estudos levarão, no futuro, à individualização do tratamento, isto

é, “um doente, um fármaco”.

6. Agradecimentos

À Dra. Inês Lobo e ao Dr. Virgílio Costa, pela disponibilidade e ajuda na elaboração deste trabalho.

                                       

Page 31: Tratamento do melanoma maligno cutâneo · de melanoma maligno cutâneo, a que correspondeu uma taxa de incidência de cancro de 6,8/100000. A incidência de melanoma foi superior

  31  

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7. Anexos

• Anexo 1

Page 32: Tratamento do melanoma maligno cutâneo · de melanoma maligno cutâneo, a que correspondeu uma taxa de incidência de cancro de 6,8/100000. A incidência de melanoma foi superior

  32  

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Page 38: Tratamento do melanoma maligno cutâneo · de melanoma maligno cutâneo, a que correspondeu uma taxa de incidência de cancro de 6,8/100000. A incidência de melanoma foi superior

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