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TURISMO RURAL, LAZER E AVENTURA MÓDULO DE ECOTURISMO

TURISMO RURAL, LAZER E AVENTURA MÓDULO DE … 1.pdf · Turismo de Aventura: Orientações Básicas. Está é uma publicação de coleção denominada Cadernos e Manuais de Segmentação

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TURISMO RURAL, LAZER E AVENTURA 

 

MÓDULO DE ECOTURISMO 

   

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Ecoturismo    Página | 1 

SUMÁRIO 

 

 

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................................... 2 

1.  A SEGMENTAÇÃO NO TURISMO E O DESENVOLVIMENTO DOS SEGMENTOS ................................ 3 

2.  INTRODUÇÃO AO ECOTURISMO ..................................................................................................... 5 

2.1.  Conceitos e Características ...................................................................................................... 6 

2.2.  Principais atividades praticadas no âmbito do segmento ..................................................... 12 

2.3.  Estudos e pesquisas sobre o segmento ................................................................................. 14 

2.4.  O Perfil do Ecoturista ............................................................................................................. 17 

3.  BASES PARA O DESENVOLVIMENTO DO SEGMENTO .................................................................... 22 

3.1.  Diagnóstico dos recursos naturais e de serviços ................................................................... 22 

3.2.  Controle e manutenção do meio .......................................................................................... 25 

3.3.  A cadeia produtiva do segmento .......................................................................................... 29 

3.4.  Estabelecimento de parcerias e formação de redes ............................................................. 30 

3.5.  Envolvimento da comunidade local ...................................................................................... 33 

3.6.  Agregação de atratividade .................................................................................................... 33 

3.7.  Acessibilidade ........................................................................................................................ 36 

4.  RECOMENDAÇÕES ......................................................................................................................... 39 

GLOSSÁRIO ............................................................................................................................................ 41 

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................ 43 

 

    

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Ecoturismo    Página | 2 

 APRESENTAÇÃO 

 

Este é o módulo de Ecoturismo do programa de capacitação “Turismo Rural, Lazer e 

Aventura”. Este programa de capacitação está  inserido na proposta de  realizar um  roteiro 

turístico que permita gerar renda complementar às pessoas que vivem no campo por meio 

da  venda e  comercialização de produtos e  serviços  gerados em  suas propriedades  rurais, 

seja da venda de produtos da agricultura, do beneficiamento artesanal, do artesanato, da 

vinda  de  turistas  interessados  em  conhecer  o  dia  a  dia  das  propriedades  ou mesmo  da 

própria beleza natural existente. 

Este  curso  de  turismo  é  parte  de  uma  estratégia  de  preservação  dos  recursos 

naturais ao abrigo do projeto  “Novo Modelo de Preservação e Recuperação dos Recursos 

Hídricos”, que tem como propósito elaborar um planejamento da Microbacia Hidrográfica da 

Cachoeira dos Pretos, que  se utilize de  técnicas preservacionistas dos  recursos hídricos  e 

permita pensar, de forma crítica e inovadora, as oportunidades de melhoria da qualidade de 

vida das pessoas que no município de Joanópolis vivem. 

Pensar  na  questão  ambiental  no  município  requer  uma  visão  de  futuro  que 

privilegie  de  forma  harmoniosa  o  desenvolvimento  econômico  ao  ambiente  natural, 

valorizando a cultura local e os interesses sociais e políticos inerentes a uma dada sociedade. 

E,  isto  sendo,  o  projeto  considera  ao  programa  de  capacitação  a  importância  do  setor 

comercial no estabelecimento do desenvolvimento de negócios sustentáveis no meio rural 

com possibilidades de crescimento nos próximos anos. 

Esta apostila teve como principal referência a publicação do Ministério do Turismo: 

Turismo de Aventura: Orientações Básicas. Está é uma publicação de coleção denominada 

Cadernos  e  Manuais  de  Segmentação.  Esta  coleção  tem  por  objetivo  apresentar  as 

orientações básicas para o desenvolvimento do turismo de maneira segmentada. 

Como  veremos,  a  Segmentação  é  uma  estratégia  de  organização  para  o  setor 

turístico  para  que  os  produtos  e  atividades  sejam  desenhados  a  fim  de  que  sejam 

compatíveis  com  as  premissas  do  segmento  sob  o  ponto  de  vista  da  oferta  e  levem  em 

consideração as necessidades e desejos do consumidor para que atendam suas expectativas. 

 

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Ecoturismo    Página | 3 

1. A  Segmentação  no  Turismo  e  o  Desenvolvimento  dos Segmentos 

 

Esta  é  uma  breve  introdução  para  entendermos  de  maneira  geral  porque 

atualmente  se  fala  em  tipos  ou  segmentos  diferentes  de  turismo  como,  por  exemplo,  o 

Turismo  Rural,  o  Turismo  de  Aventura,  o  Ecoturismo  e  etc.  Resumidamente,  podemos 

afirmar que esta divisão do turismo em tipos, ou melhor, segmentos, é o fruto de estratégias 

para organizar o setor de turismo. 

Estas estratégias foram desenhadas pelo órgão máximo de organização do turismo no 

Brasil – o Ministério do Turismo  (MTur) – a partir de sua separação do antigo Ministério do 

Esporte e Turismo em 2003, especificamente em janeiro de 2003, quando o MTur passou a ser 

uma pasta autônoma e inaugurou um processo de planejamento estruturado do turismo. 

Esse  planejamento  teve  diversas  fases  e  documentos  de  referência  foram  sendo 

gerados à medida que o processo avançou. Entre as referências geradas temos os Cadernos 

e Manuais de Segmentação que trazem as orientações básicas para o desenvolvimento dos 

segmentos. Vale destacar  aqui o  caderno que  trata dos Marcos Conceituais e é nele que 

temos uma primeira referência sobre a segmentação (MTur, 2006, p. 3): 

Observa‐se  que  a  segmentação  é,  portanto,  uma  estratégia  de marketing,  uma 

tendência que está presente em diversos mercados, incluindo o mercado do turismo. Assim 

para  atender  as necessidades e demandas específicas de determinados  clientes é preciso 

“desenhar”  os  produtos  com  base  no  conhecimento  das  características  e  variáveis 

relacionadas à demanda, bem como os elementos ligados à oferta. 

Assim, com base na oferta, a segmentação define tipos de turismo, cuja identidade 

será estruturada pela existência de: 

atividades,  práticas  e  tradições  como,  por  exemplo:  agropecuária,  pesca, 

esporte, manifestações culturais, manifestações de fé; 

A SEGMENTAÇÃO É ENTENDIDA COMO UMA FORMA DE ORGANIZAR O TURISMO PARA FINS 

DE PLANEJAMENTO, GESTÃO E MERCADO. OS SEGMENTOS TURÍSTICOS PODEM SER 

ESTABELECIDOS A PARTIR DOS ELEMENTOS DE IDENTIDADE DA OFERTA E TAMBÉM DAS 

CARACTERÍSTICAS E VARIÁVEIS DA DEMANDA 

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Ecoturismo    Página | 4 

 

aspectos  e  características  geográficas,  históricas,  arquitetônicas, 

urbanísticas, sociais entre outras; 

determinados  serviços  e  infraestrutura  como,  por  exemplo:  saúde, 

educação, eventos, hospedagem, lazer.  

Já o enfoque na demanda, definirá a segmentação pela  identificação de grupos de 

consumidores que possuem  suas especificidades em  relação  aos  fatores que determinam 

suas decisões, preferências e motivações de compra. 

Os  serviços  turísticos – produtos e  roteiros  turísticos –  são definidos, de maneira 

abrangente, a partir da oferta em relação à demanda, caracterizando segmentos ou tipos de 

turismo específicos. Ou seja, o que determina as características dos segmentos, a  imagem 

dos  roteiros,  a  sua  identidade  é  a  oferta,  que  irá  embasar  a  estruturação  de  produtos, 

sempre em função da demanda.  

No  decorrer  do  curso  veremos  que  apesar  de  hoje  a  segmentação  ser  um  fator 

determinante,  que  vem  sendo  utilizado  como  estratégia  no  planejamento  do  turismo 

brasileiro,  alguns  tipos  de  turismo  já  eram  tendência  e  se  desenvolviam  em  destinos 

espalhados pelo Brasil bem antes de o atual Ministério do Turismo  iniciar o planejamento. 

Este é o caso do Ecoturismo que em Bonito  (MS)  já estava dando os primeiros passos em 

meados da década de 1980 sob a denominação de Turismo Ecológico, ou o caso do Turismo 

de Aventura no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira – PETAR, que se encontra em uma 

região  que  recebia  visitantes  para  a  prática  esportiva  de  Espeleologia  antes  dos  idos  de 

1958, quando parte das cavernas e mata atlântica da região passou a ser protegida na forma 

do  PETAR.  Na  atualidade  o  Espeleoturismo  (Turismo  de  Aventura)  se  desenvolve 

conjuntamente com a Espeleologia (Esporte) e até mesmo com o Ecoturismo. 

A  segmentação,  portanto,  é  uma  das  maneiras  de  entender  e  de  organizar  a 

multiplicidade  de  atividades  e  práticas,  algumas  das  quais  já  existiam  em  função  da 

existência de oferta e demanda em determinados destinos.  

Neste módulo seguiremos com o entendimento do segmento de Ecoturismo, suas 

atividades e práticas e as orientações de base para o seu desenvolvimento. 

   

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Ecoturismo    Página | 5 

2. Introdução ao Ecoturismo  

 

O surgimento do Ecoturismo está intimamente ligado à crescente discussão sobre a 

necessidade de conservação do meio ambiente. Esse debate, que é certamente muito mais 

amplo  e  diz  respeito  a  muitos  aspectos  da  vida  moderna,  inevitavelmente  atinge  as 

atividades  turísticas,  especialmente  em  virtude  daquelas  que,  de  alguma  maneira, 

desenvolvem‐se em ambientes naturais.  

A reflexão sobre o uso sustentável dos recursos naturais e sobre a urgência de se 

encontrarem  formas  de  refrear  a  degradação  promovida  especialmente  no  último  século 

motivou a percepção de que é necessário desenvolver um modelo de turismo responsável, 

que não atue como meio de degradação e isso logo levou à proposta de que o turismo seja 

também um meio de promover uma conduta humana  responsável em  relação ao uso e à 

conservação dos recursos naturais.  

Entre os princípios do Ecoturismo estão a conservação ambiental e o envolvimento 

das  comunidades  locais,  segundo  diretrizes  de  sustentabilidade,  baseada  em  referenciais 

teóricos e práticos e na legislação nacional pertinente. Sob um ponto de vista empresarial, o 

Ecoturismo é  também uma  forma de promoção de crescimento econômico comprometida 

com a igualdade social e a preservação do patrimônio natural. Entre seus pressupostos estão 

a conservação dos ecossistemas1 e, ao mesmo tempo, a promoção de benefícios econômicos 

e  socioambientais  sustentáveis,  ou  seja,  que  satisfaçam  as  pessoas  envolvidas  e  toda  a 

sociedade sem, no entanto, exaurir tal potencial benéfico, que poderá ser usufruído também 

por gerações futuras. 

O Brasil oferece boas oportunidades para o Ecoturismo. Mas a implantação de uma 

atividade nesse segmento requer muito mais do que um belo cenário natural. Os produtos 

de Ecoturismo apresentam particularidades que envolvem a escolha da área, a seleção dos 

atrativos naturais a serem aproveitados, a identificação da legislação ambiental aplicável, as 

definição das atividades desenvolvidas, o emprego de um marketing responsável, com ações 

de  promoção  e  comercialização  que  observem  os  princípios  de  preservação  e  uso 

sustentável dos recursos e ambientes naturais.  

                                                            1 Para as palavras sublinhadas, consulte o Glossário. 

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Ecoturismo    Página | 6 

Além  disso,  é  importante  ressaltar  que  o  estabelecimento  de  parcerias  e  o 

envolvimento comunitário são fatores fundamentais para o desenvolvimento do Ecoturismo. 

Isso  porque  o  segmento  tem  por  pressuposto  a  integração  com  as  comunidades  locais 

receptoras, o que  requer um processo participativo desde o  início, com um planejamento 

que  identifique os  investimentos necessários  em  infraestrutura  e qualificação profissional 

para  viabilizar a atividade na  região escolhida. Em outras palavras, para desenvolver uma 

atividade  de  Ecoturismo  é  fundamental  um  processo  de  planejamento  multissetorial 

participativo, com todos os atores se envolvendo em todas as fases do desenvolvimento. 

 

2.1. Conceitos e Características 

O ECOTURISMO teve sua definição oficial no Brasil estabelecida por uma publicação 

do  antigo Ministério  da  Indústria,  Comercio  e  Turismo  – MICT  (1994),  que  atualmente  é 

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Assim, dois anos após a RIO‐

92 definiu‐se Ecoturismo  como  “um  segmento da atividade  turística que utiliza, de  forma 

sustentável, o patrimônio natural e cultural,  incentiva sua conservação e busca a formação 

de uma consciência ambientalista por meio da  interpretação do ambiente, promovendo o 

bem‐estar das populações”.  

Esta  foi  uma  evolução  para  a  organização  deste  segmento,  visto  que  antes  dela 

havia  uma  multiplicidade  de  produtos  sendo  comercializada  apenas  como  “propaganda 

verde”, mas que não levavam em consideração os princípios implícitos e bem desenvolvidos 

do Ecoturismo mundial. Antes de o Ministério do Turismo passar a utilizar esta definição, o 

Ecoturismo  no  Brasil  também  era  reconhecido  como  Turismo  Ecológico  e,  obviamente, 

existia  também  a  comercialização  de  produtos  que  estavam  seguindo  as  boas  práticas 

internacionais e os princípios intrínsecos do Ecoturismo. 

Aqui  temos um primeiro  indício da  relevância de  estabelecer os  conceitos,  e  em 

função  das  dimensões  e  da  diversidade  do  nosso  país,  optar  pela  segmentação  como 

estratégia  para  o  desenvolvimento  mais  coerente  dos  segmentos,  contribuindo  para  a 

melhoria do turismo como um todo. 

O  uso  sustentável  do  patrimônio  natural  e  cultural  remete  ao  conceito  de 

sustentabilidade, que é  alvo de muita  reflexão, e  também muita  crítica.  Sem  adentrar na 

profundidade  desse  debate,  pode‐se  dizer  que  a  sustentabilidade,  no  que  se  refere  ao 

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Ecoturismo    Página | 7 

patrimônio natural, diz respeito à garantida de que as gerações futuras não serão privadas 

dos  recursos  disponíveis  na  atualidade.  Dessa  forma,  o  uso  sustentável  pressupõe 

consciência e  responsabilidade, de modo que as atividades desenvolvidas não sejam mera 

satisfação  imediatista de necessidades e desejos, mas,  ao  contrário, que  sejam  realizadas 

tendo em vista a manutenção das condições que possibilitem a outras pessoas realizarem as 

mesmas atividades ou utilizarem os mesmos recursos no futuro.  

Vale  ressaltar,  no  entanto,  que  Ecoturismo  não  se  confunde  com  Turismo 

Sustentável.  Embora  este  segmento  dissemine  práticas  sustentáveis  no  setor  turístico,  os 

princípios do Turismo Sustentável são premissas para todos os segmentos turísticos. 

No que diz  respeito  ao patrimônio  cultural,  a  sustentabilidade  está  ligada  a uma 

atividade  ética  e  socialmente  equitativa,  que  respeite  os  costumes  e  a  história  das 

comunidades receptoras, e a elas se integre. 

O  Ecoturismo, no  entanto,  vai  além do uso  consciente e  responsável.  Entre  seus 

objetivos  estão  o  incentivo  à  conservação  do  patrimônio  natural  e  cultural,  bem  como  a 

promoção de uma consciência ambientalista, por meio da interpretação do ambiente. Desse 

modo, uma atividade de Ecoturismo não se limita a não degradar; mais do que isso, propõe‐

se a educar, incentivando uma reflexão que vai além do momento experimentado durante a 

atividade.  

Por  fim,  o  conceito  faz  referência  à  promoção  do  bem‐estar  das  populações. Os 

benefícios resultantes das atividades desenvolvidas devem ser distribuídos de forma justa e 

nesse  sentido  o  Ecoturismo  tem  um  compromisso  especialmente  com  as  comunidades 

receptoras,  que  devem  ser  entendidas  como  protagonistas  do  desenvolvimento  de  sua 

região, para o qual o Ecoturismo pretende contribuir. 

O Ecoturismo, portanto,  caracteriza‐se pelo  contato  com  ambientes naturais, por 

meio  de  atividades  que  proporcionem  a  vivência  e  o  conhecimento  da  natureza  e  pela 

proteção das áreas onde ocorre. Isso se traduz em três diretrizes:  

 

Em função das diretrizes, que são os pilares para o desenvolvimento do Ecoturismo, 

é necessário observar alguns cuidados  importantes para o desenvolvimento do  segmento. 

 interpretação  conservação  sustentabilidade 

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Ecoturismo    Página | 8 

Tais  cuidados  devem  ser  considerados  no  planejamento  e  operação  de  produtos  de 

Ecoturismo de forma integrada, uma vez que se tornam interdependentes nas atividades do 

segmento.  

Aqui  apresentamos  os  cuidados  essenciais  a  serem  observados.  Deve‐se,  no 

entanto, ressaltar que o desenvolvimento do Ecoturismo com excelência deve ir além desta 

lista, levando em consideração as especificidades ambientais e socioculturais dos locais onde 

as atividades são realizadas. 

A  gestão,  proteção  e  conservação  dos  recursos  naturais  é  um  destes  cuidados 

essenciais que caracterizam o segmento. O objetivo é minimizar possíveis  impactos 

negativos  da  visitação  turística  por  meio  do  emprego  de  um  modelo  de  gestão 

sustentável  da  atividade  que  consiste  principalmente  na  adoção  de  estratégias  e 

ações de conservação dos recursos.  

Aqui  é  importante  levar  em  consideração  a  legislação  ambiental  que  cria  áreas 

especialmente protegidas por  lei como, por exemplo, as Unidades de Conservação, 

sejam elas de  caráter público, ou  ainda privado,  como  as Reservas Particulares do 

Patrimônio  Natural.  Tais  espaços  são  fundamentais  no  desenvolvimento  do 

Ecoturismo,  tanto pelo  aspecto histórico quanto pelas oportunidades de educação 

ambiental,  de  geração  e  distribuição  de  renda  local  e  conservação  do  patrimônio 

ambiental.  

Assim, é preciso planejar, organizar e gerenciar um conjunto de medidas de  forma 

sistêmica, de maneira que a aplicação de tais medidas promovam a conservação, e a 

recuperação  da  área  em  questão  em  sintonia  com  as  demais  atividades 

desenvolvidas no território. 

A boa relação entre a dimensão do empreendimento e o fluxo de visitantes 

também é uma das preocupações. Para isso é importante levar em consideração dois 

aspectos principais desta  relação: A Capacidade de Suporte de cada ambiente e da 

atividade a ser desenvolvida. Considera‐se aqui o porte dos Equipamentos Turísticos, 

ou  seja,  a  dimensão  das  instalações  –  pequena, média  e  grande  –,  e  o  volume  e 

intensidade  do  fluxo  de  visitantes. O  Ecoturismo,  geralmente,  é  caracterizado  por 

empreendimentos de pequeno porte que, levando em consideração a fragilidade do 

meio  em  que  estão  inseridos,  podem  não  dar  conta  de  grandes  fluxos  turísticos. 

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Ecoturismo    Página | 9 

Ressalta‐se  que  ademais  do  porte  dos  equipamentos  turísticos  é  importante 

considerar  a  capacidade  de  suporte  dos  ambientes,  ou  seja,  a  capacidade  que  o 

ambiente  tem em  suportar uma quantidade de  visitantes  sem que  sofra  alteração 

significativa de suas qualidades.  

Existem  diversas metodologias  de  avaliação  e  dimensionamento  da  capacidade  de 

suporte. Tais métodos visam identificar os potenciais impactos, número de visitantes 

e  a  frequência  que  visitam  a  área  a  fim  de  determinar  padrões  que  sejam 

sustentáveis para o ambiente. 

Outra preocupação  consiste em minimizar as alterações na paisagem e  integrar a 

ela  as  edificações  e  serviços.  A  paisagem  é  um  dos  principais  elementos  na 

caracterização do Ecoturismo; na verdade é um recurso turístico por excelência, pois 

são os locais preservados ou conservados e sua atmosfera que compõem o cerne da 

motivação  dos  turistas.  Assim  a  preocupação  aqui  é  buscar  realizar  o mínimo  de 

intervenções  na  paisagem  quando  da  instalação  ou  ampliação  de  infraestrutura  e 

equipamentos,  e  quando  as  intervenções  forem  necessárias,  garantir  que  sejam 

realizadas  com  técnicas  que  permitam  integrar  as  estruturas  com  a  paisagem  e 

valorizando as técnicas arquitetônicas regionais, com o uso de materiais alternativos, 

bem como as fontes alternativas de energia. 

As  edificações devem  ser  realizadas  levando‐se  em  consideração o meio  físico em 

que serão  inseridas (montes, rios,  lagos, penhascos, cachoeiras,  ilhas e praias), além 

de  aspectos  biológicos  (flora  e  fauna)  e  culturais  (ser  humano  e  artefatos  em 

interação), com o emprego de elementos que expressem e fortaleçam a  identidade 

local. 

O uso de materiais, artesanato e gastronomia  locais aumenta as oportunidades de 

interpretação de características importantes do meio ambiente e da cultura em que o 

ecoturista está inserido, e permite fortalecer e resgatar o uso de técnicas tradicionais 

na confecção de produtos, que geram emprego e renda para as populações locais.  

Outra  característica  do  segmento  é  a  preocupação  em  transmitir  valores  sociais 

voltados para a conservação do meio ambiente por meio da educação ambiental. A 

educação ambiental é o processo pelo qual o  indivíduo e a coletividade constroem 

valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a 

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Ecoturismo    Página | 10 

conservação do meio ambiente. Trata‐se de usar a prática do Ecoturismo como um 

caminho para a valorização e o  respeito a  todas as  formas de vida, estimulando o 

indivíduo  a  repensar  seu  papel  na  sociedade  frente  ao  desafio  de  conservação  e 

transformação  social  necessária  para  resultar  em  um  ambiente  ecologicamente 

equilibrado e uma sociedade socialmente justa. 

No  que  tange  à  educação  ambiental,  existe  no  Brasil  o  Programa  Nacional  de 

Educação Ambiental – ProNEA (2005), o qual tem como base legal a Lei n. 9.795/99, 

que  instituiu  a  Política  Nacional  de  Educação  Ambiental.  Tal  Programa  deve  ser 

levado em consideração, pois tem por objetivo a promoção da Educação Ambiental 

tal  como  preconizada  pela  Constituição  Federal  do  Brasil:  “promover  a  educação 

ambiental  em  todos  os  níveis  de  ensino  e  a  conscientização  pública  para  a 

preservação do meio ambiente”. 

Nesse  sentido,  as  ações  do  ProNEA  têm  por  objetivo  “assegurar,  no  âmbito 

educativo,  a  integração  equilibrada das múltiplas  dimensões  da  sustentabilidade  – 

ambiental, social, ética, cultural, econômica, espacial e política – ao desenvolvimento 

do País,  resultando em melhor qualidade de vida para  toda a população brasileira, 

por  intermédio  do  envolvimento  e  participação  social  na  proteção  e  conservação 

ambiental e da manutenção dessas condições ao longo prazo” (ProNEA, 2003, p. 33). 

A preocupação em sensibilizar o turista sobre a importância da localidade e de sua 

conservação por meio da Interpretação Ambiental. Esta é uma ferramenta essencial 

para  sensibilização,  que  contribui  também  para  que  a  atividade  seja  educativa. 

Interpretação da Natureza ou  Interpretação Ambiental  trata‐se de um  conjunto de 

técnicas que estimulam o entendimento do ambiente por meio de uma experiência 

direta, despertando o  interesse e a atenção do  visitante para os aspectos do  local 

visitado, da natureza, da  cultura e as  relações entre dados e  fatos que não  seriam 

perceptíveis ao olhar desatento.  

A  Interpretação  Ambiental  serve  aos  propósitos  de  sensibilizar  e  de  conscientizar 

sobre  a  importância  da  conservação  do meio  e,  assim,  pode‐se  dizer  que  é  uma 

estratégia de educação ambiental, uma maneira de comunicação do conhecimento, 

da natureza e da cultura que se integra à prática do Ecoturismo. 

A Interpretação Ambiental pode ser obtida por um processo planejado, que exige um 

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Ecoturismo    Página | 11 

plano  de  interpretação.  Entretanto, mesmo  sem  um  plano  de  interpretação,  um 

condutor pode utilizar‐se das  técnicas  como método de  trabalho,  transformando a 

abordagem técnica usada para comunicar dados e fatos (mais fria e entediante) em 

uma  experiência  prática  (mais  rica  e  com maior  potencial  de  sensibilização).  Esta 

abordagem como método de  trabalho promove a  inter‐relação entre condutores e 

visitantes.  Diante  desse  contexto,  cabe  ressaltar  algumas  orientações  para  a 

interpretação ambiental (MTur, 2010, p. 25):  

 

 Às  preocupações  aqui  elencadas,  acrescenta‐se  o  compromisso  de  observar  a 

legislação  relativa  a  turismo,  direitos  do  consumidor,  responsabilidade  civil  e  proteção 

ambiental, bem como as normas técnicas aplicáveis, como é o caso das normas para turismo 

de  aventura  e  ecoturismo,  e  normas  de  sistema  de  gestão  da  qualidade,  ambiental  e  da 

segurança.  Esse  tema  será  tratado  de maneira mais  detalhada  no módulo  de  Legislação 

deste curso. 

    

ESTIMULAR AS PERCEPÇÕES E SENTIDOS DO VISITANTE, DE MODO A ESTABELECER UMA COMPREENSÃO DAS 

CARACTERÍSTICAS SINGULARES DO ECOSSISTEMA VIVENCIADO, PARA QUE SE SENSIBILIZE SOBRE A IMPORTÂNCIA 

DA CONSERVAÇÃO;  

NÃO APENAS INSTRUIR, MAS PROVOCAR, ESTIMULAR A CURIOSIDADE DO VISITANTE ENCORAJANDO A EXPLORAR 

O AMBIENTE INTERPRETADO POR MEIO DO USO DOS SENTIDOS – TATO, OLFATO, AUDIÇÃO;  

BUSCAR A INTERFACE NOS DADOS TÉCNICOS DA FAUNA E FLORA LOCAL COM CAUSOS, LENDAS E HISTÓRIAS DE 

OCUPAÇÃO TERRITORIAL, ENTRE OUTROS;  

REALIZAR A INTERPRETAÇÃO EM PARCERIA COM INTEGRANTES DA COMUNIDADE RECEPTORA, ESTIMULANDO A 

TROCA DE CONHECIMENTOS DOS SABERES E DOS FAZERES;  

UTILIZAR UMA LINGUAGEM ACESSÍVEL QUANDO O GRUPO FOR MAIS HETEROGÊNEO VIABILIZANDO A 

INTERPRETAÇÃO DE ASPETOS SOCIOAMBIENTAIS COMPLEXOS, PARA UM PÚBLICO MAIS LEIGO;  

PREPARAR‐SE TECNICAMENTE PARA ATENDER PÚBLICOS E PRODUTOS DE ECOTURISMO MAIS ESPECÍFICOS, COMO

OBSERVAÇÃO DE AVES, ORQUÍDEAS, MAMÍFEROS, ENTRE OUTROS;  

PREPARAR‐SE TECNICAMENTE, VERIFICAR A ACESSIBILIDADE DOS ATRATIVOS E EQUIPAMENTOS TURÍSTICOS PARA 

ATENDER PÚBLICOS QUE DEMANDAM MAIOR ATENÇÃO NA EXECUÇÃO DE ATIVIDADES COMO PESSOAS COM 

DEFICIÊNCIAS OU COM MOBILIDADE REDUZIDA;  

NÃO TENTAR VENDER UMA VERDADE UNIVERSAL, MAS DESTACAR A DIVERSIDADE AMBIENTAL E SUAS RELAÇÕES 

SOCIOCULTURAIS COM O ENTORNO.  

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Ecoturismo    Página | 12 

2.2. Principais atividades praticadas no âmbito do segmento  

Como  a  maioria  dos  segmentos  do  turismo,  a  oferta  no  Ecoturismo,  pode 

contemplar  serviços  e  produtos  tais  como  os  serviços  de  hospedagem,  transporte, 

alimentação, entretenimento, agenciamento, recepção, guiamento e condução, mas o cerne 

do  segmento  contempla  atividades  na  natureza.  No  âmbito  do  Ecoturismo  as  atividades 

devem  considerar  algumas  premissas  conforme  descrito  no  caderno  “Ecoturismo: 

Orientações Básicas” (MTur, 2010, p. 26): 

 

 

Ou  seja,  as  atividades  ecoturísticas  devem  seguir  premissas  conservacionistas  e 

também  as  exigências  contidas  na  legislação  ambiental  assim  como  os  requisitos  legais 

relacionados aos padrões de qualidade e de segurança. 

No  âmbito  do  Ecoturismo  há  um  grande  leque  de  atividades  possíveis  de  serem 

desenvolvidas e que mantêm a característica de propiciar um contato próximo à natureza, 

seja  com  a  fauna,  a  flora,  as  formações  rochosas,  as  paisagens,  os  espetáculos  naturais 

extraordinários, e até mesmo vários deles ou todos ao mesmo tempo. Por exemplo, o turista 

percorre uma trilha com a  intenção de conhecer a flora de uma região e ao mesmo tempo 

terá  a  possibilidade  de  observar  os  animais,  de  apreciar  as  paisagens  naturais  e  de 

aprofundar seus conhecimentos sobre a região como um todo. 

Nas  atividades  de  Ecoturismo  é  comum  o  acompanhamento  de  condutores 

especializados  ou  um  guia  de  turismo;  isto  contribui  para  intensificar  a  experiência  do 

visitante  na medida  em  que  a  condução  é  realizada  levando  em  conta  as  premissas  do 

Ecoturismo e fazendo o uso da Interpretação Ambiental.  

Abaixo  reproduzimos  uma  tabela  com  algumas  possibilidades  de  atividades  no 

MATERIAIS, TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS ADOTADOS NA CONSTRUÇÃO DAS INSTALAÇÕES 

RELACIONADOS COM OS PRINCÍPIOS DA SUSTENTABILIDADE E EM HARMONIA COM AS 

CARACTERÍSTICAS DO LOCAL E DA REGIÃO, COMO SEU PORTE E ESTILO ARQUITETÔNICO; 

MEIOS E VIAS DE TRANSPORTE QUE GEREM O MÍNIMO IMPACTO AMBIENTAL POSSÍVEL; 

SERVIÇOS E PRODUTOS DE ACORDO COM OS PRINCÍPIOS DA QUALIDADE, DA 

SUSTENTABILIDADE E DA CULTURA LOCAL. 

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Ecoturismo    Página | 13 

âmbito do segmento de Ecoturismo. Entretanto, essa lista não se esgota aqui, pois qualquer 

atividade  de  turismo  cuja  execução  possa  ser  adaptada  para  considerar  as  premissas  e 

preocupações  implícitas  no  Ecoturismo  poderá  ser  incluída  nesta  lista.  Percebe‐se  que 

muitas delas se relacionam com o Turismo de Aventura, exigindo o uso de equipamentos e 

vestuário  adequados,  bem  como  um  serviço  de  condução  para  garantir  a  segurança  e  o 

atendimento às premissas.  

Tabela 1 ‐ As atividades possíveis de serem desenvolvidas no segmento de Ecoturismo 

Atividade   Descrição Observação de fauna  Relaciona‐se  a  observação  do  comportamento  e  habitats  de 

determinados animais. Observação de flora  Relaciona‐se à observação e compreensão da diversidades dos elementos 

da flora, sua forma de distribuição e paisagens que compõem um bioma. Observação  de formações geológicas  

No  Brasil  esta  atividade  ainda  é  incipiente.  Trata‐se  geralmente  de caminhadas  por  áreas  com  características  geológicas  peculiares  que propiciem, por exemplo, discussão sobre a origem dos ambientes. 

Visitas  a  cavernas  – Espeleoturismo 

Atividade  originada  do  estudo  de  cavernas  (Espeleologia);  trata‐se  de visitação a cavidades, o que pode envolver caminhadas em  locais muito acidentados, travessia de rios subterrâneos e desníveis que podem exigir o uso de técnicas específicas. As cavernas têm características singulares e são ambientes de rara beleza. 

Observação astronômica 

Observação  de  estrelas,  astros  e  outros  fenômenos.  Para  realizar  a atividade é importante o uso de locais propícios com baixa luminosidade e características atmosféricas favoráveis. 

Caminhadas  Caminhadas  por  caminhos  já  definidos,  que  podem  se  estender  de algumas horas a vários dias, o que eventualmente pode exigir o uso de equipamentos para acampamentos ao ar livre. Podem estar associadas a qualquer  uma  das  atividades  de  observação  citadas  acima,  mas  a caminhada em si pode ser a atividade. 

Trilhas interpretativas  São caminhos cujo percurso  tem uma  função vivencial que possibilita a apresentação de características ecológicas e socioambientais. Podem ser realizadas  em  trilhas  autoguiadas  por meio  de mapas  e  sinalização  no terreno  ou  percorrida  com  o  acompanhamento  de  condutores  ou monitores ambientais especializados. 

 

Como mencionado anteriormente, há uma gama de outras atividades que, embora 

possam caracterizar outros tipos de turismo, podem também ser ofertadas em produtos e 

roteiros  de  Ecoturismo,  turismo  de  aventura,  atividades  náuticas,  culturais  entre  outras, 

desde  que  cumpram  as  premissas  e  cuidados  característicos  do  Ecoturismo.  Outros 

exemplos são citados em (MTur, 2010, p. 30):  

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Ecoturismo    Página | 14 

No Ecoturismo ou em outros segmentos é importante ficar atento às boas práticas 

das  atividades  específicas.  As  boas  práticas  podem  estar  documentadas  em  forma  de 

normas, como é o caso das atividades de Turismo de Aventura, ou em outras  referências, 

mas também podem ser parte da cultura e do próprio desenvolvimento da atividade, sem 

que existam documentos  sólidos como  referência. Em  todo caso, é preciso  seguir as boas 

práticas que entre outras pontos apresentam padrões de segurança e qualidade. 

 

2.3. Estudos e pesquisas sobre o segmento  

Sempre  que  pretendemos  entender  um  segmento  turístico  ou  vamos  iniciar  o 

planejamento  de  atividades  para  um  determinado  segmento,  é  interessante  recorrer  a 

estudos realizados sobre o tema com o qual se deseja trabalhar.  

De  maneira  geral  existem  algumas  referências  e  estudos  voltados  para  o 

entendimento  do  mercado  de  turismo,  tanto  do  ponto  de  vista  da  oferta  quando  da 

demanda.  Alguns  desses  estudos  já  estão  orientados  pelas  estratégias  da  segmentação, 

sendo, portanto, mais específicos. Estudar essas  fontes permite construir uma visão ampla 

sobre o desenvolvimento do segmento, o que dá apoio ao planejamento ou adequações às 

atividades de Ecoturismo em um dado destino.  

O  importante,  no  quesito  estudo  e  pesquisas,  é  entender  que  os mercados  são 

dinâmicos e o que motiva alguns consumidores hoje pode não ser tão relevante no futuro, 

assim um estudo realizado alguns anos atrás pode não ter muita importância hoje. 

VISITA A COMUNIDADES ANFITRIÃS, QUE PERMITE A INTERAÇÃO OU ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADES 

COTIDIANAS OU EVENTOS TRADICIONAIS DE COMUNIDADES LOCAIS, COMO FORMA DE VALORIZAÇÃO DO AMBIENTE 

NATURAL E CULTURAL DESSAS COMUNIDADES E DE OPORTUNIDADE DE GERAÇÃO DE RENDA EXTRA ÀS INICIATIVAS 

SOCIAIS COMUNITÁRIAS, POR MEIO DO ECOTURISMO;  

VISITAS A SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS INSERIDOS EM AMBIENTES NATURAIS, UNIDADES DE CONSERVAÇÃO OU PRÓXIMOS 

A COMUNIDADES; 

VISITA DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO EM AMBIENTES NATURAIS PARA ATIVIDADES DE CUNHO EDUCATIVO QUE 

AUXILIAM NO PROCESSO ENSINO‐APRENDIZAGEM. É UM RECURSO MOTIVADOR DE APRENDIZAGEM, CAPAZ DE 

AUXILIAR NA FORMAÇÃO DOS ALUNOS ‐ REFORÇANDO CONCEITOS COMO O DE CIDADANIA, CONSCIÊNCIA AMBIENTAL 

E PATRIMONIAL – E DE FORNECER EXPERIÊNCIAS DE VIDA EM GRUPO; 

CAMINHADAS EM PROPRIEDADES RURAIS PARA OBSERVAÇÃO DA VIDA COTIDIANA DO HOMEM NO CAMPO E DA 

BIODIVERSIDADE DA REGIÃO. 

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Ecoturismo    Página | 15 

Aqui faremos um resumo breve dos apontamentos baseados em alguns dos estudos 

apresentados no caderno “Ecoturismo: Orientações Básicas”, do Ministério do Turismo, mas 

o aluno deve estar atento e sempre buscar fontes de informação mais atualizadas e também 

utilizar estudos que se aproximem de sua área geográfica com abrangência regional ou local, 

tais como inventários turísticos e estudos de hábitos do consumidor, entre outros. 

O Ministério do  Turismo mantém em  seu portal da  internet uma  área  reservada 

especificamente  para  abrigar  dados  e  fatos  sobre  o  setor  do  turismo2,  na  qual  estão 

disponíveis  diversos  estudos.  Além  disso,  o Ministério mantém  informações  atuais  sobre 

diversos indicadores que podem ser muito úteis no processo de planejamento e adequação 

de um produto de Ecoturismo.  

Primeiro, vejamos aos dados referentes ao mercado internacional, de acordo com o 

Plano Aquarela – Marketing Turístico Internacional do Brasil 2007‐20103 (MTur, 2010, p. 32):  

 Já em relação ao mercado nacional, um estudo de demanda que apresenta diversas 

informações  importantes para compreender as principais motivações de viagem do  turista 

brasileiro  é  o  documento  com  os  resultados  da  pesquisa  de  Caracterização  do  Turismo 

Doméstico no Brasil – 20074. O documento (MTur, 2010, p. 33): 

                                                            2 Disponível em: <http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/home.html>. 3  EMBRATUR.  Plano  Aquarela  – Marketing  Turístico  Internacional  do  Brasil  2007‐2010.  Tem  como  objetivo impulsionar o  turismo  internacional no Brasil,  incrementando o número de  turistas estrangeiros no país e a conseqüente  ampliação  de  entrada  de  divisas.  Disponível  em:    <http://www.turismo.gov.br/turismo/ o_ministerio/publicacoes/cadernos_publicacoes/06planos_mkt.html>. 4  BRASIL. Ministério  do  Turismo;  FIPE.  Caracterização  e Dimensionamento  do  Turismo Doméstico  no  Brasil. Relatório  Final.  Brasília:  Ministério  do  Turismo,  2007.  Disponível  em:  <http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/demanda_turistica/domestica/>. 

O TURISMO E O LAZER DESTACARAM‐SE (70%) COMO PRINCIPAL MOTIVAÇÃO DA VIAGEM AO BRASIL EM 2004 E 2006.

DENTRE O LAZER, DE MODO GERAL, AINDA COM BASE NESSES DOIS ANOS, OS PRINCIPAIS ASPECTOS MOTIVADORES DA 

VISITA AO BRASIL FORAM AS BELEZAS NATURAIS E A DIVERSIDADE BRASILEIRA, BEM COMO O POVO E A CULTURA 

POPULAR. QUANTO À IMAGEM DOS TURISTAS ESTRANGEIROS SOBRE O BRASIL, A NATUREZA, JUNTO COM O POVO 

BRASILEIRO, REPRESENTA O ASPECTO DETERMINANTE DA IMAGEM POSITIVA PERANTE O PAÍS. 

AINDA COM BASE NO PLANO AQUARELA, NA ANÁLISE DOS PRODUTOS OFERTADOS PELO TRADE INTERNACIONAL EM 

SEUS CATÁLOGOS IMPRESSOS, O ECOTURISMO APARECE COMO O SEGUNDO SEGMENTO MAIS OFERTADO ENTRE OS 

OPERADORES INTERNACIONAIS DOS DESTINOS ANALISADOS. EM ALGUNS PAÍSES ESPECÍFICOS, COMO REINO UNIDO E A 

ESPANHA, O SEGMENTO APARECEU COMO O DE MAIOR OFERTA, TENDO AINDA NOS ESTADOS UNIDOS E NA ITÁLIA A 

MESMA PROPORÇÃO QUE O SEGMENTO DE SOL E PRAIA. 

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Ecoturismo    Página | 16 

A tabela a seguir resume informações apresentadas neste estudo. Mas ressaltamos 

que a apresentação destes apontamentos não tem o objetivo de traçar um prognóstico, mas 

apenas  demonstrar  a  relevância  do  Ecoturismo  na motivação  de  compra,  ou  seja,  o  que 

motivou os visitantes – sejam  internacionais ou do mercado doméstico – a realizarem suas 

viagens.  

Tabela 2 ‐ Principal motivação para realização de viagem doméstica, por renda (em %) 

 

Na  avaliação  de  um  estudo  como  esse,  é  importante  considerar  e  entender  seu 

conteúdo  por  completo,  observando  as  conclusões  de  seus  autores.  Entretanto,  é 

igualmente  importante e possível analisar os dados e tirar novas conclusões. Por exemplo, 

observando a Tabela 1, não se pode desprezar a possibilidade de que as pessoas que viajam 

com a motivação de visitar parentes e amigos para  lazer, por exemplo, podem, em algum 

momento da viagem, ter contato e consumir algum produto de Ecoturismo. Pode‐se chegar 

a  dizer  que  a  possibilidade  de  estas  pessoas  entrarem  em  contato  com  o  Ecoturismo  é 

razoável, visto que  sua motivação não  se opõe a qualquer dos  valores disseminados pelo 

segmento. 

Motivos Classes de Renda Mensal Familiar de 0 a 4 SM   de 4 a 15 SM  acima de 15 SM   Total  

Visita parentes/amigos (lazer)   59,0   52,3   41,9   54,4  Sol e praia   26,5   38,1   49,3   33,8  Compras pessoais (lazer)   9,8   10,5   11,9   10,3  Negócios ou trabalho   9,2   9,0   9,1   9,1  Turismo cultural   6,2   8,6   12,7   7,9  Diversão noturna   7,2   8,3   8,8   7,8  Saúde   9,4   5,4   3,4   7,0  Visita parentes/amigos (obrigação)  6,2   3,3   2,6   4,6   Religião   5,1   3,0   1,4   3,8  Ecoturismo  2,2   4,3   5,2   3,4  Eventos esportivos/sociais/culturais  3,3   3,0   2,8   3,1   Estâncias climáticas/hidrominerais  1,1   3,1   3,6   2,2   Turismo Rural   2,2   2,2   2,3   2,2  

Fonte: Adaptado de MTur e FIPE. Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil, 2007. 

POSSUI UM PAINEL COMPLETO SOBRE AS MOTIVAÇÕES POR FAIXA DE RENDA E 

LOCAL DE ORIGEM, FORMAS DE ORGANIZAÇÃO E ESTIMATIVAS DO VOLUME DE 

DESLOCAMENTOS REALIZADOS DENTRO DO PAÍS PELO PÚBLICO NACIONAL. 

DENTRE OS ENTREVISTADOS, 3,4% TÊM COMO PRINCIPAL MOTIVAÇÃO DA 

REALIZAÇÃO DE VIAGEM DOMÉSTICA O ECOTURISMO, APRESENTANDO, AINDA, 

UM CRESCIMENTO PROPORCIONAL AO AUMENTO DE RENDA.

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Ecoturismo    Página | 17 

Os  estudos  também  podem  apontar  dados  importantes  sobre  a  preferência  do 

consumidor em relação ao ambiente, se prefere montanhas ou praia, calor ou frio e assim 

por  diante  e  outras  variáveis  podem  ser  adicionadas  e  apontar  fatores  importantes  no 

momento de desenhar uma nova atividade de Ecoturismo.  

 

Nesse contexto deixamos aqui algumas referências importantes para consulta e que 

estão disponíveis na internet: 

Cadernos  e  Manuais  de  Segmentação.  Disponíveis  em: 

http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/cadernos_publ

icacoes/14manuais.html 

Planos  de  Marketing  (Nacional  e  Internacional).  Disponíveis  em: 

http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/cadernos_publ

icacoes/06planos_mkt.html 

Além  da  página  dados  e  fatos  que  é  possível  acessar  outros  estudos  e 

relatórios. Disponíveis em: 

http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/home.html 

Neste  ínterim,  vale mencionar  também um estudo bastante  atual e dirigido para 

traçar o Perfil do Turista de Aventura e Ecoturismo do Brasil5 que será tratado a seguir. 

 

2.4. O Perfil do Ecoturista  

Não  é  possível  falar  em  mercado  sem  mencionar  a  palavra  competitividade  e 

quando falamos do Ecoturismo enquanto segmento de mercado turístico podemos afirmar 

que este é um mercado bastante  competitivo. Para  conseguir êxito na participação deste 

                                                            5 BRASIL. Ministério do  Turismo; ABETA. Perfil do  Turista de Aventura  e do  Ecoturista no Brasil.  São Paulo: ABETA, 2010. 

CONHECER O PERFIL DA SUA DEMANDA, AS CARACTERÍSTICAS DA OFERTA, OS PRODUTOS E AS ATIVIDADES DISPONÍVEIS NO MERCADO, O IMPACTO ECONÔMICO DE SEU DESENVOLVIMENTO EM ÂMBITO LOCAL, 

REGIONAL E NACIONAL, ENTRE OUTROS, É DE GRANDE RELEVÂNCIA COMO SUBSÍDIO DE INFORMAÇÕES PARA 

A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E DIRECIONAMENTO DE ESFORÇOS PARA A INICIATIVA PRIVADA. A ESTRUTURAÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS TURÍSTICOS, BEM COMO DE DESTINOS, DEVE ESTAR ATENTA ÀS 

PESQUISAS RELACIONADAS AO ECOTURISMO. (MTur, 2010, p. 52)

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Ecoturismo    Página | 18 

mercado é importante que os produtos sejam compatíveis com as exigências do Ecoturismo, 

visto que é de nosso conhecimento que este “tipo” de turista possui consciência ambiental e 

busca por experiências únicas aliadas à conservação do ambiente – histórico e cultural. 

 Na  verdade,  a  pessoa  que  tem  o  perfil  específico  do  ecoturista  possui  elevada 

expectativa  em  relação  à  atividade  e  quer  estar  certo  de  que  esteja  satisfazendo  seus 

desejos como o descanso e contato com o ambiente preservado que renovam suas energias 

ao mesmo  tempo  em  que  está  contribuindo  para  a  sustentabilidade  do  local  e  região, 

podendo aprender mais sobre sua importância. 

Em  geral os  ecoturistas buscam um  relacionamento de  afinidade  com  a  região e 

com as possibilidades de recreação e roteiros possíveis antecipadamente. São pessoas que 

buscam  interagir  com  as  localidades  que  visitam  a  partir  de  informações  anteriormente 

obtidas,  preocupando‐se  com  “a  qualidade  dos  serviços  e  equipamentos,  com  a 

singularidade e autenticidades da experiência, e com o estado de conservação do ambiente” 

(MTur, 2010, p. 37). 

Um  estudo  que  apoia  o  entendimento  do  perfil  do  ecoturista  e  de  potenciais 

turistas é o  já citado “Perfil do Turista de Aventura e do Ecoturista no Brasil”. Este  foi um 

estudo  dirigido  para  identificar  informações  relativas  à  decisão  de  compra  e  também  os 

hábitos  de  consumo  de  pessoas  que  praticam  o  Ecoturismo  e  aqueles  que  demostraram 

interesse  em  algum  dia  praticar.  Esta  é  uma  boa  ferramenta  e  deve  ser  estudada  com 

cuidado, visto que é primordial entender o que as pessoas buscam em um produto turístico 

para que se possa desenvolvê‐lo a contento.  

Entre as informações relevantes para qualquer segmento do turismo que envolve o 

ambiente natural, podemos r a percepção dos entrevistados na pesquisa em relação ao que 

eles  sentem quando  estão dentro  e  fora do  sistema, ou  seja, no dia  a dia ou  fora deles. 

Vejamos a Figura 1:    

 Figura 1 ‐ Percepção dos entrevistados em relação ao “sistema” – o dia a dia. 

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Ecoturismo    Página | 19 

Fonte: MTur & ABETA. Perfil do turista de aventura e do ecoturista no Brasil, 2010 

 A  figura  mostra  bem  a  necessidade  de  viajar  como  um  contraponto  ao 

funcionamento mecânico do dia a dia das pessoas.  “São  vários os  relatos que mostram o 

desconforto  do  indivíduo  no  ‘sistema’,  a  necessidade  de  sobrevivência  e  a  contenção  de 

emoções: a vida como funcionamento de uma máquina. Desse lugar, os entrevistados olham 

para  ‘fora’,  querem  extravasar,  gritar,  chegar  mais  perto  da  natureza,  como  forma  de 

resgatar suas forças” (MTur; ABETA, 2010, p. 30). 

Em relação ao sentido da viagem para suas vidas, o resultado se resume na Figura 2, 

que mostra duas grandes necessidades como porta de entrada para o mundo das viagens, 

no qual o Ecoturismo tem  início. A primeira é a fuga, justamente para sair do cotidiano e a 

segunda é de resgatar o prazer da vida, um resgate da infância. 

 

 

Figura 2 ‐ Das necessidades às viagens, caminhos para o autoconhecimento e autodesenvolvimento. 

 Fonte: MTur; ABETA. Perfil do turista de aventura e do ecoturista no Brasil, 2010 

   

Analisando  a  Figura  2,  é  possível  notar  que  esses  dois  caminhos  são  apontados 

pelos  entrevistados,  primeiro  como  uma  fuga  em  busca  de  descanso,  que  pode  ser 

conseguido com a prática do não  fazer nada  (ócio) ou de  fazer algo diferente e,  segundo, 

como uma  forma de resgatar memórias da  infância, quando se viajava com os pais para o 

sítio  dos  avós,  para  um  parque,  para  praia  ou  para  as montanhas.  Ambos  os  caminhos 

envolvem o viajar, ainda que seja uma viagem para não fazer nada. 

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Ecoturismo    Página | 20 

As  viagens  para  a  natureza  representam  três  níveis  de  envolvimento  distintos: 

primeiro, apenas de  contato,  seguido da  interação e por último uma  combinação dos dois 

primeiros. No  contato  a natureza  aparece  como  algo  admirável,  intocável, uma espécie de 

santuário.  Na  interação,  a  natureza  dinâmica,  repleta  de  boas  surpresas,  convida  a  uma 

experiência de troca. A combinação é o equilíbrio entre todas as variáveis – turista, atividade, 

comunidade e natureza. Assim, tem‐se a viagem como (MTur; ABETA, 2010, p. 31):  

 Segundo  o  estudo,  a  maioria  das  pessoas  que  desenvolvem  atividades  de 

Ecoturismo e Turismo de Aventura possuem como características:  

sexo masculino;  

idade entre 18 e 29 anos;  

solteiros;  

ensino médio completo e ensino superior incompleto;  

classe social B;  

hábitos de viajar em grupos;  

contribui para o planejamento da sua viagem;  

demonstra respeito pelo ambiente natural e social;  

exige qualidade, segurança, acessibilidade e informação.  

É  importante  pensar  o  desenvolvimento  de  atividades  de  Ecoturismo  com  base 

nesses  dados, mas  também  notar  a  possibilidade  de  oferecer  atividades  para  diferentes 

perfis de  turistas,  lembrando ainda que, geralmente, o  turista  se dedica aos  seus diversos 

interesses passando de  forma  fluida  e dinâmica por  vários  segmentos do  turismo que os 

locais visitados oferecem.  

A PRINCIPAL FORMA DE ATENDER ÀS NECESSIDADES DE FUGA E RESGATE. O TURISMO 

PARECE SER VISTO COMO O LUGAR DE SENTIR‐SE HOMEM, DE SENTIR‐SE ALGUÉM E 

NÃO UMA MOEDA. ISSO ESTÁ RELACIONADO COM A VISÃO DA ATUALIDADE, POIS OS 

INDIVÍDUOS SENTEM, EM GERAL, A DESUMANIZAÇÃO DAS RELAÇÕES. ALÉM DISSO, 

ESTÁ RELACIONADO AO QUE ALGUNS AUTORES CHAMAM DE REALIZAÇÃO DAS 

NECESSIDADES DE AUTODESENVOLVIMENTO OU AUTOCONHECIMENTO. OS 

INDIVÍDUOS BUSCAM SE CONHECER NAS VIAGENS, QUE SÃO TAMBÉM UM RESGATE 

DO QUE A PESSOA É.

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Ecoturismo    Página | 21 

Outras  informações  importantes  estão  no  documento  e  vale  um  estudo  mais 

aprofundado.  Temos  duas  fontes  de  estudos  sobre  o  perfil  do  turista;  o  primeiro  é mais 

detalhado e está focado nos segmentos de Ecoturismo e turismo de aventura e o segundo 

contempla aspectos é mais amplos: 

  Perfil  do  Turista  de  Aventura  e  do  Ecoturista  no  Brasil.  Disponíveis  em: 

http://www.abeta.com.br/pesquisaperfil/ 

Pesquisa  de  Hábitos  de  Consumo  do  Turismo  Brasileiro.  Disponíveis  em: 

http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/demanda_turistica/pes

quisa_habitos/ 

 

   

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Ecoturismo    Página | 22 

3. Bases para o desenvolvimento do segmento  

Ao  se pensar o Ecoturismo como alternativa econômica para uma  região  turística 

deve‐se  compreender  esse  segmento  como  uma  forma  de  promover  a  conservação, 

valorização dos recursos ambientais e turísticos e a efetiva inserção das comunidades locais. 

A seguir são apresentados pontos que merecem destaque para a estruturação de produtos 

turísticos e o desenvolvimento do segmento. 

 

3.1. Diagnóstico dos recursos naturais e de serviços 

Para  iniciar  qualquer  atividade  turística,  idealmente  parte‐se  de  um  processo  de 

planejamento que tem início com a realização de um inventário que visa analisar os recursos 

naturais  e  sua  potencialidade  como  atrativo  turístico  e  dar  bases  para  a  estruturação  do 

destino, identificando equipamentos e serviços básicos e de apoio ao turismo necessários à 

prática do segmento.  

 Para a identificação dos atrativos turísticos – recursos naturais que possam atrair o 

fluxo turístico, tais como: rios, montanhas, praias, cachoeiras etc. –, é preciso verificar quais 

estão presentes na região e quais têm capacidade potencial de atrair fluxos turísticos. Para 

tanto, consideram‐se suas características singulares, a beleza da paisagem e seu valor. 

É  importante  também  identificar  as  áreas  especialmente  protegidas,  como  as 

Unidades de Conservação existentes na  região. Por concentrarem uma grande diversidade 

de recursos, tais áreas representam um grande atrativo para os ecoturistas.  

Com estas informações fica clara a importância do uso de estudos e pesquisas para 

o  correto  planejamento  de  ações  que  valorizem  o  meio  natural  e  contribuam  para  o 

desenvolvimento sustentável das regiões e o fortalecimento do Ecoturismo.  

O  inventário  da  oferta  turística  compreende  o  levantamento,  a 

identificação  e  o  registro  dos  atrativos  turísticos,  dos  serviços  e  equipamentos 

turísticos  e  da  infraestrutura  de  apoio  ao  turismo,  como  instrumento  base  de 

informações para  fins de planejamento e gestão da atividade  turística. Assim, é 

possível sistematizar dados e informações sobre a oferta turística local e regional e 

as potencialidades dos atrativos turísticos.  

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Ecoturismo    Página | 23 

Além disso, conhecer o perfil da demanda, as características da oferta, os produtos 

e as atividades disponíveis no mercado, o  impacto econômico de seu desenvolvimento em 

âmbito  local,  regional  e  nacional,  entre  outros,  é  de  grande  relevância.  Tais  informações 

consistem em  subsídio para o direcionamento de esforços por parte da  iniciativa privada, 

além de servirem de base para a formulação de políticas públicas. Por isso, a estruturação de 

produtos  e  serviços  turísticos,  bem  como  de  destinos,  deve  estar  atenta  às  pesquisas 

relacionadas ao Ecoturismo.  

Para a visitação  ser viável, o  segmento necessita de uma  rede de negócios  locais 

(hospedagem,  alimentação,  condução  etc.)  que,  juntamente  com  os  atrativos,  reúnem  as 

condições favoráveis para o estabelecimento de roteiros e produtos de Ecoturismo a serem 

comercializados por agências ou operadoras. Logo, a região deve dispor de meios de acesso 

em boas condições, serviços de infraestrutura básica (água, coleta de lixo), além dos serviços 

de hospedagem, transporte, alimentação e apoio ao turismo como centros de  informação, 

sinalização interpretativa e educativa e profissionais qualificados, entre outros fatores.  

Os  serviços  de  condução,  guiamento  ou  monitoria  são  fundamentais  no 

Ecoturismo,  assim  como os  serviços médicos  e de busca  e  salvamento  – que  devem  ser 

disponibilizados  a  partir  de  um  processo  de  capacitação  adequado  às  peculiaridades  das 

atividades do segmento. A profundidade com que os prestadores de serviço irão se capacitar 

dependerá da disponibilidade de recursos públicos de emergência na região; desta maneira, 

localidades  com menos  recursos  terão  que  articular  esforços  privados,  seja  de maneira 

individual, agregando os serviços de atendimento a emergência ao produto, ou de maneira 

coletiva,  articulando‐se  politicamente  para  mostrar  a  necessidade  destes  recursos  e 

conseguir apoio junto ao poder público a fim de que as condições locais sejam melhoradas.  

Ressalta‐se, ainda, que apesar de em geral os praticantes do Ecoturismo aceitarem 

acomodações  e  serviços  menos  sofisticados,  bem  como  formas  de  acesso  menos 

estruturadas,  isso  não  significa  que  tais  serviços  e  equipamentos  não  devam  primar  pela 

qualidade e pelo bom atendimento.  

Algumas peculiaridades dos serviços e infraestrutura devem ser observados:  

a. Acesso e Transporte : É preciso considerar o acesso ao destino e aos atrativos, 

bem como as condições destes acessos. Assim, o tipo de transporte deverá estar adaptado 

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Ecoturismo    Página | 24 

às  condições de acesso de maneira a manter a  segurança,  com atenção para minimizar o 

impacto ao meio; 

b. Hospedagem: Alguns destinos oferecem meios de hospedagem e alojamentos 

chamados “ecoturísticos”, inseridos em regiões distantes dos grandes centros urbanos, que 

podem se situar em áreas protegidas ou núcleos populacionais e comunidades adjacentes a 

elas. A maioria deles  tem poucas acomodações. Atualmente é possível observar  iniciativas 

de turismo de base comunitária e acomodações em casas das comunidades receptoras como 

uma  alternativa  de  hospedagem.  O  planejamento  de  meios  de  hospedagem  para  o 

segmento  deve  incluir  questões  organizacionais,  de  planejamento  do  local,  design  das 

edificações, utilização de energia e infraestrutura dentro do conceito de tecnologias limpas, 

disposição de resíduos e acessibilidade; 

c. Alimentação:  Observa‐se  que,  em  geral,  a  alimentação  é  oferecida  em 

conjunto  com  os  serviços  de  hospedagem,  sendo  caracterizada  pela  simplicidade,  pelo 

respeito e valorização à culinária e gastronomia  locais e pela disponibilidade de alimentos 

característicos  da  região.  Em  qualquer  situação,  é  fundamental  garantir  a  manipulação 

segura de alimentos e a higiene;  

d. Infraestrutura: Entre os aspectos de infraestrutura de apoio ao turismo, para 

o Ecoturismo é essencial que sejam disponibilizados os seguintes serviços:  

Busca e salvamento: geralmente as atividades realizadas em meio a natureza estão 

em localidades denominadas áreas remotas, o que quer dizer que na eventualidade 

de um  acidente, o  resgate oferecido pelas  forças públicas pode estar  a horas ou 

mesmo  dias  de  distância;  assim  é  importante  garantir  a  presença  de  grupos  e 

equipamentos  para  busca  e  salvamento  no  local  ou,  quando  disponíveis  na 

localidade  ou  região,  mecanismos  rápidos  para  acioná‐los.  Este  é  um  fator 

fundamental  na  execução  e  na  gerência  de  riscos  da  atividade  de  Ecoturismo  e 

precisa ser planejado de acordo com as características e recursos disponíveis.  

Serviço médico‐hospitalar:  item  fundamental para o  segmento,  tendo em vista as 

distâncias  entre  os  atrativos  e  os  centros  urbanos  capacitados  a  atendimentos 

médico  e  hospitalar.  Nesse  sentido,  recomendam‐se  ambulatórios  ou  postos  de 

atendimento emergencial  (pronto‐socorro) em concordância com os processos de 

gerenciamento de riscos existentes; 

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Ecoturismo    Página | 25 

e. Seguro  de  vida:  É  aconselhável  aos  operadores  que  forneçam  seguro  de 

viagem  ou  comuniquem  sua  não  realização,  para  que  o  cliente  neste  caso  opte  pela  a 

aquisição direta do seguro para o período de deslocamento e permanência no destino.  

f. Condução: A condução exerce papel fundamental no segmento por auxiliar e 

promover a educação ambiental por meio da  interpretação dos recursos. São algumas das 

principais  funções  dos  guias  e  condutores  em  Ecoturismo:  organizar,  liderar  o  grupo, 

interpretar  o meio  ambiente, motivar  o  grupo,  instruir  e  prover  entretenimento.  Nesse 

sentido é importante que se invista permanentemente em capacitação e aperfeiçoamento.  

É importante salientar que o papel do guia não se restringe apenas ao momento da 

atividade, mas  também  ao período que  a  antecede.  É  fundamental  fornecer  informações 

claras e detalhadas de todas as atividades, da região e do atrativo, promovendo o equilíbrio 

das expectativas do visitante com aquilo que o empreendimento tem a oferecer, diminuindo 

problemas de comunicação, como  falta de  informação, e constrangimentos pela realização 

de atividades das quais o visitante não tinha conhecimento. 

As técnicas utilizadas variam de acordo o objetivo da  interpretação e do público – 

que  está  conhecendo  a  localidade  ou  região,  visto  que  não  se  pode  desassociar  a  área 

natural interpretada de sua dinâmica sociocultural.  

g. Receptivo:  As  agências  de  turismo  locais  são  essenciais  para  promover  a 

relação entre a região turística visitada, o turista e o tipo de experiência por ele vivenciada. 

Guias, condutores ambientais locais e profissionais das áreas da biologia, geografia, história, 

entre  outras,  podem  compor  o  quadro  de  funcionários  das  agências  de  receptivo  ou 

estabelecer acordos para  terceirização de  serviços,  sendo os  responsáveis, em parte, pela 

satisfação dos  turistas. É  importante destacar ainda que o  receptivo é o  responsável pela 

articulação  dos  negócios  locais,  sejam  eles  geridos  pelo  setor  privado,  poder  público, 

terceiro  setor  ou  comunidade,  na  medida  em  que  reúne  todos  os  serviços  em  um  só 

produto.  

 

3.2. Controle e manutenção do meio 

Como  vimos,  o  primeiro  passo  para  o  desenvolvimento  do  segmento  é  a 

identificação  e  análise  dos  recursos  naturais  existentes.  Mas  não  basta  apenas  uma 

identificação  e  análise  de  qualidade,  é  necessário  controlar  seu  uso  para  garantir  a 

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Ecoturismo    Página | 26 

manutenção e a viabilidade do segmento. A minimização dos possíveis impactos negativos é 

um  eixo  que  caracteriza  segmento,  para  isso  é  necessário  utilizar  um modelo  de  gestão 

sustentável  da  atividade,  o  que  significa  dispor  de  um  conjunto  de medidas  planejadas, 

organizadas  e  gerenciadas  de  forma  sistêmica,  capazes  de  promover  a  conservação, 

recuperação,  preservação  e  manejo  da  área  em  questão,  em  sintonia  com  as  demais 

atividades no território. A isso denomina‐se gestão ambiental. 

Portanto, pode‐se afirmar que a gestão ambiental é um processo fundamental para 

o  desenvolvimento  do  Ecoturismo.  É  indispensável  observar  alguns  instrumentos  e 

mecanismos reguladores pertinentes ao processo de gestão ambiental, tais como as normas, 

os métodos e as tecnologias disponíveis para adequar os planos e os projetos de Ecoturismo 

às metas de conservação ambiental e de qualidade de vida.  

Existem  diversas metodologias  de  gestão  ambiental  e  aqui  apresentamos  alguns 

instrumentos importantes nesse processo:  

a.  Sistema  de  Gestão  Ambiental  (SGA):  o  SGA  é  parte  do  sistema  total  das 

organizações  e  inclui  a  estrutura  organizacional,  as  atividades  de  planejamento,  as 

responsabilidades,  práticas,  procedimentos,  processos  e  recursos  para  desenvolver, 

implementar,  alcançar,  proceder  à  avaliação  crítica  e  manter  as  políticas  sociais  e 

ambientais. A implementação de sistemas de gestão exigem a articulação destes elementos 

e um processo de verificação sistemático e documentado para obter e avaliar objetivamente 

o desempenho ambiental das organizações, que poderá ser atestado por meio de auditorias 

de  forma  a  determinar  se  o  SGA  está  em  conformidade  com  os  critérios  formados  pela 

própria organização. O Padrão é  instrumento de utilização  frequente na gestão ambiental, 

sendo os principais:  

Padrões de qualidade ambiental: determinam os  limites máximos de concentração de 

poluentes no meio ambiente;  

Padrões tecnológicos: determinam o uso de tecnologias específicas;  

Padrões  de  emissão:  determinam  os  limites  máximos  para  as  concentrações  ou 

quantidades  totais  de  poluentes  a  serem  despejados  no  ambiente  por  uma  fonte 

específica;  

Padrões  de  desempenho:  especificam,  por  exemplo,  a  percentagem  de  remoção  ou 

eficiência de um determinado processo;  

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Ecoturismo    Página | 27 

Padrões de produto e processo: estabelecem limites para a descarga de efluentes 

por unidade de produção ou por processo.  

Também  merecem  destaque  mencionar  os  Selos  de  Qualidade  e  Certificação, 

instrumentos de marketing oriundos da  implantação de SGAs,  remetendo diretamente ao 

consumidor  uma  comunicação  (o  selo)  de  que  determinado  empreendimento  adota 

medidas de controle de impactos sociais e ambientais.  

b. Capacidade de Suporte: A capacidade de suporte, aplicada na prática, depende 

das condições da área, do número e da qualidade dos equipamentos instalados, dos hábitos 

da  vida  animal  e  das  populações  locais.  Seu  objetivo  principal  é  minimizar  impactos 

negativos como descaracterização da paisagem, desmatamentos, erosões, entre outros. 

A capacidade de suporte pode ser entendida como um processo para monitorar as 

atividades  turísticas  e  correlatas no meio  ambiente  físico,  social  e  cultural.  Este processo 

deve  ser utilizado  como uma estratégia de manejo a  ser  implementada pelos gestores de 

destinos, das Unidades de Conservação e proprietários de empreendimentos.  

Embora sua análise esteja vinculada ao limite do número de visitantes, é necessário 

entender  as  causas  e  efeitos  da  possível  saturação  do  ambiente  para  encontrar  outras 

soluções para a resolução do problema. É uma ferramenta necessária para o gerenciamento 

dos atrativos naturais em áreas com forte pressão de demanda, como trilhas e cachoeiras. A 

gestão do  limite de  capacidade de  carga deve estar diretamente  relacionada  à  gestão da 

segurança, aliadas à qualidade da experiência do visitante.  

Por  se  tratar  de  um  processo  bastante  complexo,  existem  muitos  métodos  e 

ferramentas  que  são  mais  apropriadas  a  um  dado  contexto.  Muitos  métodos  de 

monitoramento e controle de  impactos da visitação  têm sido aplicados, mas os resultados 

desses  controles  não  são  totalmente  conhecidos.  Algumas  metodologias  estão  em 

elaboração no Brasil e no mundo. Das diversas metodologias existentes vamos apresentar 

apenas alguns exemplos que  são  facilmente encontradas em  referências  sobre manejo de 

trilhas e do uso público: 

VIM  (Visitor  Impact  Management)  –  Manejo  do  Impacto  da  Visitação,  1990  – 

metodologia que exige análise de políticas,  legislação e aspectos  sociais e ambientais, 

enfatizando a causa dos impactos. Estabelece os potenciais impactos negativos sobre os 

recursos e indica o monitoramento e ações que possam minimizar os impactos gerados. 

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Ecoturismo    Página | 28 

A  aplicação  dos  métodos  de  seleção  e  impactos  deve  ser  realizada  por  equipes 

multidisciplinares e integrar representantes das comunidades locais;  

Metodologia  de  Cifuentes  para  Capacidade  de  Carga,  1992  –  representa  um modelo 

matemático que define um número exato de visitantes em um  local. Foi desenvolvida 

para ser uma metodologia mais facilmente aplicável às áreas protegidas dos países em 

desenvolvimento,  em  razão  da  falta  de  recursos  e  de  informações  de  pesquisas 

necessárias para a utilização dos outros modelos mais difundidos;  

LAC ou Limites de Mudança Aceitável, 1985 – baseia‐se no princípio de que qualquer 

ação de manejo ou uso em um ambiente natural necessariamente gera alterações no 

mesmo. Portanto, o objetivo do gestor não deve ser evitar ou eliminar as alterações no 

ambiente natural causadas pela ação humana, mas sim mantê‐las dentro de parâmetros 

aceitáveis. No caso da visitação, os gestores devem estabelecer a quantidade e o  tipo 

admissíveis  ou  aceitáveis,  sendo  que  o método  não  define  os  limites  em  termos  de 

quantidade e tipo de uso da área, mas sim em termos de impactos gerados pelo uso.  

É importante ressaltar que o limite de saturação de um ambiente não se esgota só 

pela  análise  de  carga  ecológica  e  biofísica;  cabe  também  sinalizar  o  limite  de  suporte 

sociocultural  e  de  capacidade  de  suporte  estética,  relacionada  com  a  experiência  do 

visitante e  seu nível de satisfação na viagem por meio da prestação de  serviços  locais. Os 

moradores  da  localidade  também  precisam  ser  considerados,  evitando  que  se  formem 

situações em que, por exemplo, os  turistas  sejam por eles  rejeitados, porque destroem o 

meio, agridem sua cultura e impedem sua participação nas atividades e frequência a lugares 

da região que habitam.  

 

EM BONITO/MS, OBSERVA‐SE EM ALGUMAS PROPRIEDADES UMA ALTERNATIVA PARA SE REALIZAR O 

CONTROLE DE VISITANTES EM UMA TRILHA, EVITANDO A DEGRADAÇÃO DO AMBIENTE E A LOTAÇÃO DE 

UMA MESMA ATIVIDADE EM UM ATRATIVO TURÍSTICO. ALÉM DO CONTROLE DE VISITANTES NA 

PROPRIEDADE E DA QUANTIDADE PERMITIDA DE TURISTAS PARA REALIZAR A TRILHA POR PERÍODO, FORAM 

COLOCADOS VÁRIOS RELÓGIOS COM CRONÔMETROS. AO PASSAR, O GUIA ZERA O CRONÔMETRO. 

QUANDO O PRÓXIMO GUIA CHEGAR COM O NOVO GRUPO, SABERÁ EXATAMENTE HÁ QUANTO TEMPO O 

ÚLTIMO GRUPO PASSOU E QUANTO DEVE SER O INTERVALO ENTRE OS GRUPOS, EVITANDO QUE A 

CAPACIDADE DE CARGA SEJA ULTRAPASSADA E GARANTINDO UMA MELHOR QUALIDADE NA VIVÊNCIA DOS 

TURISTAS. (MTur, 2006)  

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Ecoturismo    Página | 29 

Afim de minimizar os  impactos, é necessário transmitir aos turistas  informações 

sobre como participar da atividade causando o mínimo de  impacto à natureza. Para isso, 

o Ministério do Meio Ambiente possui  a Campanha Conduta Consciente em Ambientes 

Naturais, que dissemina práticas de  conduta  consciente entre os  visitantes destinos de 

natureza. 

3.3. A cadeia produtiva do segmento  

A cadeia produtiva é constituída de alguns elos que,  interligados, permitem que o 

produto de Ecoturismo chegue até um determinado número de clientes. Os elos são todas 

as  organizações  que,  de  alguma  forma,  contribuem  para  que  o  produto  seja  oferecido: 

aqueles que executam o serviço de condução/monitoria, os que oferecem a alimentação, os 

que realizam o transporte dos clientes, e mesmo aqueles que estão fora do destino e apenas 

o  comercializam,  viabilizando  o  acesso  do  público‐alvo  aos  produtos  oferecidos.  Nesse 

sentido, o conhecimento das possíveis regiões emissoras é imprescindível para a seleção dos 

locais, a fim de que seja possível promover a comercialização direta e rápida dos produtos 

ecoturísticos.  

Além disso, no caso do Ecoturismo, os agentes promotores e operacionalizadores 

não são compostos apenas pelo setor privado. O governo é parte da cadeia de estruturação 

dos produtos de Ecoturismo, em  função de atividades e ações desenvolvidas em Unidades 

de  Conservação,  cuja  gestão  é  pública.  Ainda  assim,  há  diversos  parques  nacionais  e 

estaduais  que  contam  com  a  prestação  de  serviços  em  atividades  especializadas  em 

transporte,  alimentação,  hospedagem,  entretenimento  e  aventura  terceirizados  ao  setor 

privado. Porém, no que  se  refere  às unidades de  conservação,  cabe  ressalvar  as  reservas 

privadas, de propriedade de particulares e muitas vezes de entidades do terceiro setor.  

Outro elo da cadeia do Ecoturismo que merece especial atenção são organizações 

não  governamentais  (ONGs)  –  ambientalistas  ou  socioambientalistas,  que  promovem 

destinos,  serviços  e  produtos  de  caráter  ecoturístico,  especialmente  os  relacionados  às 

comunidades locais.  

No que tange ao processo de distribuição e comercialização, temos no turismo, de 

maneira geral, 4 níveis de intermediação no processo de compra: 

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Ecoturismo    Página | 30 

  o primeiro é realizado diretamente aos consumidores, quando o prestador de serviço (o 

“produtor”, seja uma agência de receptivo ou associação de guias e condutores) oferece 

e  vende  diretamente  seus  produtos,  serviços  e  atividades  diretamente  aos  turistas  e 

visitantes – aqui não há intermediação;  

  o segundo possui um nível  intermediário em que a venda é  realizada, por exemplo, o 

serviço oferecido por uma agência de turismo; 

 

o  terceiro possui dois níveis de  intermediação – uma operadora que cria um produto 

(roteiro) e uma agência que vende ao consumidor; 

 

o quarto possui três níveis de intermediação até chegar ao consumidor – operadora de 

turismo, agência de viagens e o “produtor”. 

 

3.4. Estabelecimento de parcerias e formação de redes  

Estabelecer parcerias para o desenvolvimento do Ecoturismo é fundamental, mas as 

parcerias  devem  envolver  um  nível  de  participação  da  comunidade  no  âmbito  da  qual  o 

produto  de  Ecoturismo  acontece.  Assim  as  parcerias  podem  ter  início  entre  vários 

empresários que ofertam produtos  em uma  região de  forma  conjunta,  incluindo o poder 

público e a iniciativa privada que oferece serviços complementares de apoio ao turista, bem 

como membros de uma comunidade que ofertam atividades do segmento.  

Para  isso é necessário desenvolver poder de articulação  institucional e envolver os 

diversos  atores  sociais  do  turismo  –  governo,  empresários,  organizações  não 

governamentais,  instituições de ensino e pesquisa e associações  comunitárias –, para que 

sejam  realizadas  ações  para  a  efetiva  inserção  de  produtos  no mercado  turístico,  como 

planejamento participativo, ordenamento, monitoramento, implantação de infraestrutura e 

qualificação profissional. 

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Ecoturismo    Página | 31 

Figura 3 ‐ Inter‐relações entre os diversos atores e setores dos destinos de Ecoturismo 

 Fonte: MTur. Ecoturismo: Orientações Básicas. 2010 

 

Uma prática comum no Ecoturismo é o estabelecimento de cooperativas, formadas 

por pequenos empreendedores que atuam com turismo, cujo intuito é promover e organizar 

a atividade, por meio da comercialização de roteiros que visam à geração de renda para as 

comunidades, promovendo a conservação da natureza e oferecendo maior qualidade com 

serviços diferenciados aos turistas que visitam a região.  

Outra maneira de desenvolver a capacidade de articulação é a formação de Redes. 

As  Redes são  instrumentos  de  troca  de  informações,  experiências  e  fortalecimento  das 

relações entre os diversos parceiros envolvidos no processo de desenvolvimento do turismo. 

A  troca  de  informações  organiza  a  colaboração  desses  agentes  e  permite  que  eles 

implementem ações comuns e articulações para o desenvolvimento do turismo. 

A  formação de  redes,  além do papel de  ação  coletiva para  alcance de objetivos, 

também é  fundamental para  trazer  legitimidade às decisões e ações definidas, bem como 

para  estimular  que  tais  ações  tenham  continuidade,  independentemente  de  trocas  de 

gestão  e  mudanças  políticas.  As  redes  também  constituem  uma  forma  eficaz  de 

desenvolvimento  do  setor  à  medida  que  colaboram  para  a  melhoria  da  produtividade, 

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Ecoturismo    Página | 32 

redução de custos,  facilidades de acesso a novos mercados,  trocas de experiências, maior 

acesso a informações, assim como maior acesso a instituições e programas governamentais.  

Para  o  desenvolvimento  do  turismo  em  uma  região,  é  fundamental  o 

estabelecimento  de  uma  instância  de  governança,  a  fim  de  reforçar  a  capacidade  dos 

grupos para  lidar com seus objetivos, metas e problemas  relativos à atividade, bem como 

gerenciar seus recursos. A  instância pode ser um fórum, um conselho, uma associação, um 

comitê ou outro  tipo de colegiado,  sendo ainda de nível  local ou  regional, a depender da 

forma que o turismo é desenvolvido. 

Nesse  contexto  algumas  referências  para  consulta  são  fundamentais;  entre  elas 

estão  os  Módulos  Operacionais  de  Regionalização  do  Turismo,  que  é  um  conjunto  de 

direcionamentos para promover o desenvolvimento regionalizado, propiciando a integração 

de  todos  os  setores  econômicos  e  sociais  em  prol  de  um  objetivo  comum: melhorar  a 

qualidade de vida das populações e dinamizar a economia do País. 

 

Outro  exemplo  de  metodologia  desenvolvida  pelo  Ministério  foi  aplicado  no 

município de Santarém/ PA, como Destino Referência em Ecoturismo, onde foram realizadas 

ações  de  planejamento  e  estruturação  do  segmento.  Trata‐se  de  uma metodologia  que 

estimula  o  envolvimento  dos  diferentes  setores  turísticos  na  gestão  do  destino:  Sistema 

Cores  de  Planejamento  de  Gestão  de  Destinos,  que  é  um  dos  capítulos  de:  Destinos 

Referência em Segmentos Turísticos – Metodologia6.  

O  papel  das  parcerias  também  pode  ser  percebido  na  estruturação  de  roteiros 

                                                            6  Disponível  em:  <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/cadernos_publicacoes/31 SegmetosTuristicos.html>. 

No  que  tange  à  formação  de  redes,  consultar:  Programa  de  Regionalização  do Turismo – Roteiros do Brasil – Conteúdo Fundamental – Formação de Redes.

No que diz respeito a fortalecer a capacidade de articulação, consultar: Programa de Regionalização  do  Turismo  –  Roteiros  do  Brasil  –  Módulo  Operacional  3  – Institucionalização da Instância de Governança Regional.  

Ambos  os módulos estão disponíveis em: 

<http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/cadernos_publicacoes/07modulos_operacionais.html>.

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Ecoturismo    Página | 33 

turísticos.  Neste  contexto,  é  bastante  útil  a  consulta  a  outro  módulo  do  Programa  de 

Regionalização  do  Turismo  –  Roteiros  do  Brasil  – Módulo  Operacional  7  –  Roteirização 

Turística7.  

 

3.5. Envolvimento da comunidade local  

O  envolvimento  comunitário  é  essencial  para  o  desenvolvimento  do  Ecoturismo. 

Isso  inclui  todas  as  fases  do  processo  de  criação  e  oferecimento  dos  produtos  turísticos, 

incluindo os processos de tomada de decisão – que devem ser efetivamente democráticos – 

e  também  as  ações  de  apoio  à  proteção  dos  recursos  naturais,  principalmente  em  áreas 

protegidas.  

É  fundamental  que  as  pessoas  e  instituições  envolvidas  na  atividade  turística 

percebam  seu  papel  neste  processo.  Esta  é  uma  etapa  que  envolve  sensibilizar  a 

comunidade, tornando‐a parte  integrante do processo. A sensibilização pode ser entendida 

como “oferecer, às pessoas da comunidade ou da região, os meios e os procedimentos que 

as  façam  perceber  novas  possibilidades  e  lhes  permitam  enfrentar  as  mudanças  e  as 

transformações necessárias quando se adota uma nova postura  frente ao  turismo”  (MTur, 

2007, p. 17). 

Neste  sentido,  uma  boa  referência  a  ser  consultada  é  o Módulo Operacional  I  – 

Sensibilização, do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil8.  

 

3.6. Agregação de atratividade  

Quando se  incorporam atividades, serviços, valores e outros atributos ao produto 

turístico,  sua  atratividade é,  consequentemente,  ampliada. Os produtos diferenciados  são 

mais competitivos e a sua escolha pelo consumidor ocorre porque o turista percebe maior 

valor  nos  produtos  e  atividades  complementares,  o  que  valoriza  seu  investimento  de 

viagem, além de estimular a ampliação da permanência no destino.  

Alguns meios para agregação de atratividade em produtos do segmento merecem 

destaque, como os exemplos apresentados a seguir:  

                                                            7  Disponível  em:  <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/cadernos_publicacoes/ 07modulos_operacionais.html>. 8  Disponível  em:  <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/cadernos_publicacoes/ 07modulos_operacionais.html>. 

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Ecoturismo    Página | 34 

a.  Conhecimento  –  por  meio  do  levantamento  de  informações  é  possível 

compreender as dinâmicas dos ecossistemas, seus aspectos ecológicos, culturais e  interagir 

com  os  recursos.  Durante  um  passeio  com  atrativos  naturais,  os  condutores  devem 

transmitir  aos  turistas  informações  sobre  a  flora  e  a  fauna  local  de  forma  lúdica  e 

interessante, sensibilizando os turistas para a experiência junto à natureza. 

 

 

b. Incentivo à pesquisa e promoção de conhecimento – investir na capacitação em 

resultados de pesquisas científicas, de modo a produzir informações exatas e atuais faz parte 

de um bom produto ecoturístico. Além disso, incentivar e patrocinar pesquisas e publicações 

direcionadas  à  região é estratégia para  agregar  atratividade  ao produto oferecido. Assim, 

adaptar  o  conhecimento  científico  para  o  uso  turístico,  com  informações  e  curiosidades 

ambientais, é uma excelente oportunidade de negócio.  

c. Responsabilidade social – o turismo se caracteriza pelas ações dos vários atores 

sociais envolvidos na atividade, promovendo  iniciativas que  favoreçam o desenvolvimento 

local e a  inclusão  social nas comunidades menos  favorecidas. Nas áreas ecoturísticas com 

baixo  índice de renda, é necessário, em parceria com as operadoras e visitantes, estimular 

projetos  nas  comunidades  locais  de  proteção  da  natureza,  narração  de  histórias,  artes, 

interpretação ambiental, para ampliar as possibilidades de promoção da qualidade de vida 

dessas populações. A competitividade do Ecoturismo depende da capacidade de inovação de 

suas atividades e da qualidade da oferta.  

d. Tecnologias limpas e técnicas sustentáveis – Utilização de novas tecnologias e de 

técnicas  tradicionais  ou  inovadoras  como  práticas  responsáveis  em  relação  ao  ambiente: 

geração de energia de baixo  impacto  (solar ou eólica);  tratamento de  resíduos  líquidos e 

sólidos  (implementação  de  estações  de  águas  servidas,  sistemas  de  fossas  sépticas); 

NA COSTA RICA, UM BIÓLOGO POSSUI UM BORBOLETÁRIO QUE REPRODUZ OS SEIS 

ECOSSISTEMAS DO PAÍS DE ONDE AS ESPÉCIES SÃO ORIGINÁRIAS. AUTORIZADO PELO 

GOVERNO, CRIA UM NÚMERO ESPECÍFICO DE BORBOLETAS POR ESPÉCIE, 

RESPONSABILIZANDO‐SE QUE AS EXCEDENTES SEJAM REINTRODUZIDAS NO MEIO NATURAL 

DA ESPÉCIE, COMO CONTRAPARTIDA AMBIENTAL. A ATRAÇÃO DESTE LOCAL VAI ALÉM DA 

BELEZA E DO CONTATO COM AS BORBOLETAS, POIS TRANSMITE AO PÚBLICO 

INFORMAÇÕES DESENVOLVIDAS POR PESQUISADORES.(MTUR, 2005) 

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Ecoturismo    Página | 35 

reutilização de água e materiais; coleta seletiva de lixo e reciclagem; edificações sustentáveis 

(técnicas e elementos construtivos); permacultura.  

e. Valorização  da  cultura  local  –  há  uma  tendência  à  valorização  da  diversidade 

cultural nas viagens, enfatizando os saberes e fazeres e a identidade cultural na experiência 

turística que, antes de tudo, é uma experiência cultural. Entre essas vivências destacam‐se: 

artes, artesanato, gastronomia  típica,  sítios históricos, danças, músicas,  folclore e museus. 

Além disso, a história, os costumes e o cotidiano da comunidade proporcionam intercâmbios 

entre a comunidade e o visitante.  

 

 f. Integração de atividades e segmentos – no âmbito do Ecoturismo, o território é 

um  elemento  que  permite  a  interação  com  outros  segmentos  pela  oferta  de  diferentes 

atividades, agregando‐lhes valor. O uso dos recursos com motivações e segmentos distintos 

permite  que  uma  mesma  cachoeira  seja  entendida,  no  Ecoturismo,  como  um  atrativo 

natural  a  ser  contemplado  e  interpretado  e,  no  Turismo  de  Aventura,  como  um  recurso 

adequado à prática do rapel. Assim é possível a promoção de diferentes práticas, tais como 

caminhadas,  passeios  a  cavalo,  de  bicicleta,  de  canoa, mergulho,  arvorismo,  que  podem 

fazer parte  tanto do Turismo Rural, como do Ecoturismo e do Turismo de Aventura, entre 

outros segmentos. 

 

Pressupõe‐se  que  as  atividades  sejam  oferecidas  com  qualidade,  segurança  e 

respeito  ao  ambiente  e  às  comunidades  desde  que  sejam mantidas  as  características  do 

segmento principal, que imprime identidade ao produto comercializado.  

UM EXEMPLO DE UM LOCAL QUE ALIA O DESENVOLVIMENTO DE SEUS PRODUTOS 

ECOTURÍSTICOS À VERTENTE CULTURAL É O PERU, QUE TEM O ECOTURISMO COMO FORMA 

PARA A VISITA AOS SEUS PONTOS MAIS CONHECIDOS, COMO MACHU PICCHU. (MTur, 2005) 

NO RIO GRANDE DO SUL, UMA PROPRIEDADE DE TURISMO RURAL OFERECE DUAS 

CAMINHADAS TEMÁTICAS, UMA NA LUA CHEIA E OUTRA SOBRE OS CICLOS DO SOL, ALIANDO O 

ECOTURISMO À SUA OFERTA AOS VISITANTES. 

 

(Projeto Economia da Experiência. Disponível em: 

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Ecoturismo    Página | 36 

Outro exemplo é o Ecoturismo  trabalhado em conjunto com o Turismo de Saúde, 

em que se enfatizada a questão do bem‐estar proporcionado pela pureza do ar, pelo verde 

da mata e pela beleza natural.  

 

g.  Economia  da  Experiência  –  nova  tendência  de mercado,  baseada  em  estudo 

intitulado  “Economia  da  Experiência”,  realizado  por  James  Gilmore  e  Joseph  Pine, 

renomados especialistas em mercado pela Universidade de Harvard. Neste estudo, sobre as 

tendências  de  vida  e  consumo  na  atualidade,  eles  apontaram  que  as  ofertas,  para 

contemplar as novas demandas, deveriam priorizar a  “promoção e  venda de experiências 

únicas”,  ou  seja,  “emoções  memoráveis  para  os  consumidores  em  geral”.  É  preciso 

transformar  sonhos  em  realidade,  surpreender  o  turista,  emocioná‐lo,  encantá‐lo,  buscar 

apresentar  o  inusitado,  trabalhando  com  os  seus  cinco  sentidos.  Estas  estratégias 

proporcionam ao turista uma experiência única, com alto valor agregado.  

  

3.7. Acessibilidade  

Na estruturação de um produto turístico é fundamental dedicar atenção especial à 

acessibilidade. O  Turismo  Acessível  refere‐se  à  possibilidade  e  condição  da  pessoa  com 

EM BONITO/MS, UMA PROPRIEDADE PROPORCIONA UM MAIOR CONHECIMENTO SOBRE AS 

SERPENTES, PERMITINDO, APÓS AS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, QUE O VISITANTE TOQUE NO 

ANIMAL, VISANDO A APROXIMAÇÃO E A DESMISTIFICAÇÃO DA SERPENTE.  

NA ILHA DO COMBÚ/PA, UM RESTAURANTE OFERECE UMA CAMINHADA PELA FLORESTA 

AMAZÔNICA PARA QUE O VISITANTE CONHEÇA AS ESPÉCIES NATIVAS DA REGIÃO E DESCUBRA O AÇAÍ. 

APÓS, O ALMOÇO É SERVIDO UM PEIXE COM AÇAÍ À BEIRA DO RIO, ACOMPANHADO DE UM BANHO DE 

CHEIRO.  

EM PETRÓPOLIS/RJ, UMA POUSADA, APÓS OS VISITANTES REALIZAREM UMA CAMINHADA ATÉ 

A CACHOEIRA DAS BROMÉLIAS, DENTRO DO PARQUE NACIONAL DAS SERRA DOS ÓRGÃOS, OS RECEBE COM 

ESCALDA PÉS EM BACIA DE BARRO, BOLAS DE GUDE E ERVAS FRESCAS – CAPIM LIMÃO, HORTELÃ, ALECRIM, 

PÉTALAS DE ROSA E SAL GROSSO.  

(Projeto Economia da Experiência. Disponível em: http://www.tourdaexperiencia.com) 

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deficiência alcançar e utilizar, com segurança e autonomia, edificações e equipamentos de 

interesse turístico.  

  

No Turismo de Aventura e no Ecoturismo, o conceito de acessibilidade se estende 

aos  produtos  oferecidos,  equipamentos  e  procedimentos  operacionais,  que  devem  ser 

acessíveis,  sob  o  ponto  de  vista  físico  e  também  da  comunicação,  a  todas  as  pessoas, 

inclusive as com deficiência ou mobilidade reduzida.  

 

As áreas naturais, sejam elas unidades de conservação ou propriedades particulares 

que desenvolvem o Ecoturismo, devem ser acessíveis para a visitação de qualquer pessoa, 

pessoas  com  deficiência  ou mobilidade  reduzida.  Para  tanto, muitas  vezes  é  necessário 

adaptar instalações e espaços, tornando‐as acessíveis. As adaptações devem estar de acordo 

com os princípios da preservação ambiental, permitindo que a pessoa com deficiência tenha 

a  experiência mais  completa  possível  com  a  interpretação  e  educação  ambiental.  Alguns 

A ABNT NBR 9050:2004, que trata de acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos  urbanos  e  por  isso  é  uma  das  referências  no  assunto,  define acessibilidade como a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para  a  utilização  com  segurança  e  autonomia  de  edificações,  espaços,  mobiliário, equipamentos urbanos e elementos.  

Assim, acessível é o espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que  possa  ser  alcançado,  acionado,  utilizado  e  vivenciado  por  qualquer  pessoa, inclusive  aquelas  com  deficiência  ou mobilidade  reduzida.  E  nesse  sentido,  o  termo acessível  implica  tanto  acessibilidade  física  como  de  comunicação.  (MTur;  ABETA. Manual de Boas Práticas em ecoturismo e turismo de aventura, 2010, p .13) 

Acessível x Adaptado  

A ABNT NBR 9050 define:  

Acessível: espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa,  inclusive aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessível implica tanto acessibilidade física como de comunicação. 

 Adaptado:  espaço,  edificação,  mobiliário,  equipamento  urbano  ou  elemento  cujas características originais foram alteradas posteriormente para serem acessíveis. 

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exemplos  de  adaptação  para  a  acessibilidade  são:  rampas  de  acesso  aos  equipamentos, 

instalação  de  passarelas  com  corrimãos  em  trilhas,  treinamento  de  monitores  para 

atendimento  em  libras,  material  informativo  em  Braile  e  fontes  de  textos  informativos 

ampliadas.  

Para oferecer atividades de turismo acessível, é  importante conhecer os direitos e 

necessidades de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e estar atento às inovações 

dos  recursos  de  acessibilidade  disponíveis  no  mercado  (tecnologias,  equipamentos  e 

procedimentos).  

Conhecer a  legislação sobre esses direitos é fundamental. Outro passo  importante 

para  quem  atende  ou  quer  atender  pessoas  com  deficiência  ou  mobilidade  reduzida  é 

consultar  as  disposições  da  ABNT NBR  9050:2004,  que  estabelece  critérios  e  parâmetros 

técnicos a serem observados por ocasião do projeto, construção, instalação e adaptação de 

edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade. 

Além disso, é possível  consultar o material produzido pelo Ministério do Turismo 

em 2009,  intitulado  “Turismo Acessível”9.  Trata‐se de uma excelente  fonte de pesquisa e 

referência: 

1. Turismo Acessível – Introdução a uma Viagem de Inclusão 

2. Turismo  Acessível  – Mapeamento  e  Planejamento  do  Turismo  Acessível  em 

Destinos Turísticos 

3. Turismo Acessível – Bem Atender no Turismo Acessível 

4. Turismo Acessível – Bem Atender no Turismo de Aventura Adaptada  

Outras publicações  também  servem de  referência aos  interessados no  tema, como 

Turismo  e Acessibilidade: manual de orientações, publicado pelo Ministério do Turismo em 

2006.  

 

   

                                                            9 Disponíveis em: <http://www.turismo.gov.br>.

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4. RECOMENDAÇÕES  

 Em resumo, elencamos aqui alguns aspectos essenciais para a estruturação de um 

produto no segmento de Ecoturismo (MTur, 2010):  

Entender  os  conceitos,  princípios  e  características  que  perpassam  o  segmento  de 

Ecoturismo;  

Conhecer e aprofundar o perfil do ecoturista e do público‐alvo que se deseja atingir, 

assim como dos consumidores em potencial;  

Pesquisar os marcos legais aplicáveis ao segmento, adequando‐se de forma a garantir 

o  respeito a  todas as normas estabelecidas, com base principalmente nos princípios da 

sustentabilidade;  

Perceber as diversas variações e atividades que podem ser realizadas no âmbito do 

segmento de Ecoturismo;  

Levantar  os  recursos  naturais  existentes,  assim  como  as  disponibilidades  de 

equipamentos e serviços necessários ao desenvolvimento de um produto turístico;  

Identificar  os  diferenciais  competitivos  da  região  e  do  empreendimento  turístico, 

buscando o fomento ao conhecimento,  integração de atividades com outros segmentos, 

envolvimento da cultura local e responsabilidade social;  

Buscar a  formação de  redes e parcerias entre comunidades  locais, proprietários de 

áreas naturais, empreendedores de equipamentos e serviços turísticos, gestores, órgãos 

oficiais de turismo, incentivando a conservação do patrimônio natural e o bem‐estar das 

populações;  

Desenvolver  estratégias  para  diminuir  os  impactos  da  sazonalidade,  observando  a 

capacidade  de  suporte  das  regiões  ecoturísticas  e  as  possibilidades  de  agregação  de 

atratividade;  

Utilizar  boas  práticas  relacionadas  ao  segmento  de  Ecoturismo,  incluindo  gestão 

ambiental  com  observância  aos  instrumentos  reguladores,  tecnologias  limpas, 

interpretação  e  educação  ambiental,  métodos  de  recuperação  e  reflorestamento  de 

áreas;  

Estruturar o produto ecoturístico para sua comercialização e promoção no mercado;  

Descobrir as formas existentes de incentivo ao desenvolvimento do segmento;  

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Promover as regiões e os serviços ecoturísticos com o fortalecimento da imagem do 

produto  por  meio  do  marketing  responsável  baseado  na  ética,  legalidade  e 

responsabilidade social.  

Observar  a  legislação  e  normas  técnicas  referentes  à  acessibilidade,  de  modo  a 

oferecer um produto acessível a todos,  incluindo pessoas com deficiência ou mobilidade 

reduzida. 

   

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GLOSSÁRIO 

Bioma: conjunto de diferentes ecossistemas, que possuem certo nível de homogeneidade. 

São as comunidades biológicas, ou  seja, as populações de organismos da  fauna e da  flora 

interagindo entre si e interagindo também com o ambiente físico chamado biótopo. (Fonte: 

Wikipedia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>.) 

 

Capacidade  de  Suporte:  A  capacidade  de  suporte  corresponde  ao  número  máximo  de 

visitantes e  frequência dos  fluxos  (dia/mês/ano) que um  local pode suportar em relação a 

possíveis alterações nos meio físico e social. 

 

Ecossistema:  Conjunto  formado  por  todas  as  comunidades  que  vivem  e  interagem  em 

determinada  região  e  pelos  fatores  abióticos  que  atuam  sobre  essas  comunidades. 

Consideram‐se como fatores bióticos os efeitos das diversas populações de animais, plantas 

e bactérias umas com as outras e abióticos os fatores externos como a água, o sol, o solo, o 

gelo,  o  vento.  Em  um  determinado  local,  seja  uma  vegetação  de  cerrado,  mata  ciliar, 

caatinga,  mata  atlântica  ou  floresta  amazônica,  por  exemplo,  a  todas  as  relações  dos 

organismos entre si, e com seu meio ambiente chamamos ecossistema.  

 

Equipamentos Turísticos: conjunto de serviços, edificações e  instalações  indispensáveis ao 

desenvolvimento da atividade  turística e que existem em  função desta. Compreendem os 

serviços  e  os  equipamentos  de  hospedagem,  alimentação,  agenciamento,  transporte, 

eventos, lazer etc. (BRASIL. Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – 

Roteiros  do  Brasil:  Introdução  à  Regionalização  do  Turismo.  Brasília,  2007).  (Fonte: 

Wikipedia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>.) 

 

Permacultura:  é  uma  síntese  das  práticas  tradicionais  com  ideias  inovadoras  que  une  o 

conhecimento  secular  às  descobertas  da  ciência  moderna,  proporcionando  o 

desenvolvimento  integrado  de  forma  viável  e  segura.  Envolve  o  planejamento,  a 

implantação  e  a  manutenção  consciente  de  ecossistemas  produtivos  em  relação  à 

diversidade,  à  estabilidade  e  à  resistência  dos  ecossistemas  naturais.  Deve  resultar  na 

integração  harmoniosa  das  pessoas  e  da  paisagem,  provendo  alimentação,  energia, 

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habitação,  entre  outras  necessidades  materiais  e  não  materiais,  de  forma  sustentável. 

(Adaptado  de  André  Luis  Jaeger  Soares.  Conceitos  básicos  sobre  permacultura.  Brasília: 

MA/SDR/ PNFC, 1998.)  

 

Rio‐92: ECO‐92, Rio‐92, Cúpula ou Cimeira da Terra são nomes pelos quais é mais conhecida 

a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), 

realizada  entre  3  e  14  de  junho  de  1992  no  Rio  de  Janeiro. O  seu  objetivo  principal  era 

buscar meios de conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação e proteção 

dos ecossistemas da Terra. (Fonte: Wikipedia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>.) 

 

Tecnologias  Limpas:  podem  ser  entendidas  como  ambientalmente  saudáveis,  termo 

utilizado para designar aquelas tecnologias que protegem o meio ambiente; são  inovações 

de caráter preventivo na redefinição dos processos de produção, de composição de insumos 

e de menor impacto. Informações disponíveis em: www.ibama.gov.br/ambtec 

 

Unidades  de  Conservação:  Lei Nº  9.985,  de  18  de  Julho  de  2000  –  Sistema Nacional  de 

Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). 

   

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BIBLIOGRAFIA 

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 ______.  Ministério  do  Turismo.  Projeto  Excelência  em  Turismo:  Aprendendo  com  as 

melhores experiências internacionais – Relatório de visita técnica a Peru, 2005. Disponível em: <http://www.excelenciaemturismo.gov.br>. 

 ______.  Ministério  do  Meio  Ambiente;  Ministério  da  Educação.  Programa  Nacional  de 

Educação  Ambiental  (ProNEA).  Ministério  do  Meio  Ambiente,  Diretoria  de  Educação Ambiental; Ministério  da  Educação.  Coordenação Geral  de  Educação Ambiental.  3.  ed. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2005. 

 ______.  Ministério  do  Turismo.  Segmentação  do  Turismo:  Marcos  Conceituais.  Brasília: 

MTur, 2006.  ______. Ministério do Turismo. Projeto Vivências Brasil: Aprendendo com as Boas Práticas – 

Relatório  de  visita  técnica  em  Bonito,  2006.  Disponível  em: <http://www.excelenciaemturismo.gov.br>. 

 _____. Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: 

Introdução à Regionalização do Turismo. Brasília, 2007. 

 ______.  Ministério  do  Turismo;  FIPE.  Caracterização  e  Dimensionamento  do  Turismo 

Doméstico no Brasil. Relatório Final. Brasília: Ministério do Turismo, 2007. Disponível em:  

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______. Ministério do Turismo. Secretaria de Políticas de Turismo. Conceitos básicos e apoio à  comercialização  de  produtos  segmentados.  Brasília: MTur;  Florianópolis:  SEAD/UFSC, 2009. 

 ______. Ministério do Turismo; ABETA. Manual de Boas Práticas de Competências Mínimas 

do Condutor de Turismo de Aventura. Belo Horizonte: ABETA, 2009.   ______.  Ministério  do  Turismo.  Segmentação  do  turismo  e  o  mercado.  Ministério  do 

Turismo,  Secretaria  Nacional  de  Políticas  de  Turismo,  Departamento  de  Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico, Coordenação Geral de Segmentação. Brasília: MTur, 2010. 

 ______. Ministério  do  Turismo.  Ecoturismo:  orientações  básicas. Ministério  do  Turismo, 

Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico, Coordenação Geral de Segmentação. 2. ed. Brasília: MTur, 2010. 

 ______. Ministério  do  Turismo;  ABETA.  Perfil  do  Turista  de  Aventura  e  do  Ecoturista  no 

Brasil. São Paulo: ABETA, 2010.  

Page 45: TURISMO RURAL, LAZER E AVENTURA MÓDULO DE … 1.pdf · Turismo de Aventura: Orientações Básicas. Está é uma publicação de coleção denominada Cadernos e Manuais de Segmentação

                                                                                                 

Ecoturismo    Página | 44 

 BRASIL. Ministério do Turismo; ABETA. Manual de Boas Práticas em ecoturismo e turismo de 

aventura. Belo Horizonte: ABETA, 2010.  

EMBRATUR. Plano Aquarela – Marketing Turístico  Internacional do Brasil 2007‐2010. Tem 

como objetivo impulsionar o turismo internacional no Brasil, incrementando o número de 

turistas estrangeiros no país e a conseqüente ampliação de entrada de divisas. Disponível 

em:    <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/publicacoes/cadernos_publica 

coes/06planos_mkt.html>. 

SOARES, André Luis Jaeger. Conceitos básicos sobre permacultura. Brasília: MA; SDR; PNFC, 

1998. 

 

AUTORES 

Edner Antônio Brasil  

Esportista praticante do montanhismo e da escalada. Trabalha com qualificação e desenvolvimento 

de competências técnicas e gerenciais nas áreas de gestão do risco e segurança para os segmentos 

de  Ecoturismo  e  Turismo  de  Aventura.  Desenvolve  trabalhos  diretamente  ligados  à  gestão  de 

pessoas, à produção de conhecimento  técnico sobre gestão do  risco, ao processo de normalização 

para  o  Turismo  de Aventura.  Coautor  do Manual  de  Boas  Práticas  de  Competências Mínimas  do 

Condutor. 

Contatos: (11) 3774 9068 / 5436 7844 Skype: brasil_brasa E‐mail: [email protected]  

Rubens Hashimoto 

Entusiasta  de  esportes  de  natureza,  entre  eles  o  surfe,  a  escalada  e  o  montanhismo  clássico. 

Desenvolve  trabalho  de  guia  de  montanha,  guia  de  turismo  especializado  em  atrativo  natural, 

educador ao ar  livre e  instrutor de  treinamentos empresariais, assim como de alpinismo  industrial 

(trabalho em altura). Coautor do Manual de Boas Práticas de Competências Mínimas do Condutor e 

tutor do curso de educação à distância. 

Contatos: (11) 3774 9068 / 7164 7961 Skype: rubensyuri E‐mail: [email protected]