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OSG.: 000000/14
ENSINO PRÉ-UNIVERSITÁRIO
RESOLUÇÃO
LINGUAGENS
TURNO DATA
ALUNO(A)
TURMA
Nº
SÉRIE
PROFESSOR(ES)
CURSO DE FÉRIAS
SEDE
___/___/___
LITERATURA – PARTE I
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
B C A A A A A E D E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
A C A E E C A B E A
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
C B B A C A B C A B
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C A E D B A D E C C
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
C D D D D A A D D C
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
C E E D A C C B D A
61
D
1. Em “contentamento descontente”, as palavras são
antônimas. Como elas se opõem, referindo-se uma à
outra, negando-se, temos um tipo especial de antítese
chamado oxímoro.
Resposta: B
2. No verso de Vinícius de Moraes – “que mesmo em
face do maior encanto” –, mesmo, empregado em
função adverbial, tem o sentido, de “até, ainda”, tal
como na frase apresentada na alternativa C.
Resposta: C
3. Embora a alternativa atenda adequadamente ao que se
solicita, e esteja contida no texto que se atribui
integralmente a João Cabral de Melo Neto, teria sido
conveniente especificar que apenas as passagens grafadas
em negrito são de autoria do poeta e constituem versos
octossílabos. O que se segue aos versos são acréscimos
de outra lavra, de natureza interpretativa, não poética.
Os versos transcritos têm por referência o escritor
alagoano Graciliano Ramos, a quem são dedicados.
O enunciado explicita autorreferência, o que não ocorre.
João Cabral não está se referindo à função de seus
próprios textos, mas à dos textos de Graciliano Ramos,
com quem tem inúmeras afinidades, que não justificam o
equívoco.
Resposta: A
4. Os textos de Chico Buarque e Adélia Prado retomam a
famosa imagem do poema de Carlos Drummond de
Andrade.
Notas: No poema de Drummond, fragmento I, há
omissão da vírgula que antecede o vocativo: “Vai,
Carlos!”, gramaticalmente obrigatória e constante das
principais edições. No fragmento III, de Adélia Prado,
é indevida a vírgula que antecede o verbo “anunciou”,
o que não se sabe se ocorre por responsabilidade da
banca examinadora.
Resposta: A
5. Considera-se a segunda metade do século XIX, no
Brasil, como um período de modernização, em que a
disponibilidade de capitais, devido ao fim do tráfico
negreiro e aos lucros do café, foi utilizada na
implantação de indústrias, transportes e serviços
urbanos. Deve-se observar que essa “modernização”
coexistia com o Brasil rural e agrário herdado do
Período Colonial, cujas características subsistem ainda
hoje em diversas partes do País. Por outro lado, a
limitação da capacidade de investir na indústria e a
falta de tecnologia mais avançada limitaram a
produção industrial brasileira, na época, aos têxteis e
alimentícios.
Resposta: A
6. Rubem Braga celebra, no pavão como no grande
artista, a “capacidade de atingir o máximo de matizes
com o mínimo de elementos”. Portanto, trata-se de um
prodígio de simplicidade e economia, ou, nos termos
de Drummond. “uma narrativa direta e econômica”.
Resposta: A
7. Na expressão sabor de alvorada, mesclam-se
referências a duas impressões sensoriais diversas. A
palavra sabor implica sensação gustativa; alvorada
(palavra derivada de alvo) implica sensação visual.
Resposta: A
8. Manuel Bandeira, ao condenar o “lirismo bem
comportado” e ao defender o “lirismo dos loucos”,
está combatendo o formalismo tradicionalista dos
parnasianos (ainda predominantes quando da eclosão
do Modernismo) e propondo uma poesia livre das
convenções estéticas e linguísticas até então vigentes
no Brasil.
Resposta: E
9. O texto de Machado de Assis relata a atividade
daquele escravo: tocar os sinos para celebrar grandes
acontecimentos. A natureza e o sentido político de tais
acontecimentos não eram em nada pertinentes à tarefa
do sineiro.
Resposta: D
PROFESSOR SOUSA NUNES
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
2 OSG.: 000000/14
10. A associação entre a imagem da morte e o sono,
bastante convencional, é reforçada, no dístico de
Castro Alves, pela expressão “sob a lájea fria”,
perífrase eufemística de túmulo. O verbo “dormir”,
que também pode ser associado à imagem da morte,
não tem qualquer conotação fúnebre nos versos: “—
Árabe errante, vou dormir à tarde / À sombra fresca da
palmeira erguida”, que sugerem o descanso reparador
do caminhante do deserto que chega a um oásis.
Resposta: E
11. Em “A terra é mui graciosa”, a forma apocopada do
advérbio muito foi, impropriamente, considerada como
“arcaísmo”, embora seu uso seja até hoje corrente, ainda
que não frequente. Em “Tem macaco até demais”, tanto
o emprego de tem por há quanto o da locução adverbial
até demais correspondem ao registro coloquial da
língua portuguesa do Brasil.
Resposta: A
12. Como autor renascentista afinado com o pensamento
de seu tempo, Shakespeare coloca o Sol como centro
do sistema planetário – em consonância com a teoria
heliocêntrica de Copérnico. A teoria astronômica
aceita anteriormente – inclusive endossada pela Igreja
– era o geocentrismo, que posicionava a Terra como
centro de todo o Universo.
Resposta: C
13. O narrador afasta-se da idealização sentimental do
Romantismo quando afirma que o texto que escreve não
“sobredoura a realidade” e não “fecha os olhos às sardas
e espinhas”. Fica patente, portanto, que o narrador vai
registrar também aspectos que contrariam qualquer
idealização – aspectos “realistas”, aos quais os autores
românticos fechariam os olhos.
Resposta: A
14. A alternativa se explica por si mesma. Deve-se apenas
observar, para esclarecimento, que o texto de Rui
Guerra e Chico Buarque foi escrito num contexto de
oposição ao regime militar brasileiro e seus valores, que
enfatizavam a visão tradicionalista e ufanista de nossa
História. O visconde de Porto Seguro representa esse
mesmo pensamento tradicional, inserido na estrutura
conservadora do Segundo Reinado. Já Pedro Calmon –
um historiador do século XX – demonstra uma visão.
Resposta: E
15. O enunciado, ao mencionar que “o tradicional único
ponto de vista foi abandonado!” e “a perspectiva foi
fraturada”, remete-nos a algumas das propostas do
Cubismo, corrente estética da qual Picasso foi um dos
iniciadores. Alude, especificamente, ao que se
denominou “simultaneísmo”: a fusão de planos
temporais e espaciais distintos, a mistura de planos,
como se o observador tivesse o dom da ubiquidade e
pudesse observar o objeto de vários ângulos
simultaneamente. O quadro reproduzido em e
exemplifica esses procedimentos: basta observar a
multiplicidade de perspectivas que faz com que os olhos
e a boca de Marie-Thérèse pareçam “fragmentos” de um
rosto, rearticulado de uma maneira arbitrária, não
convencional.
Resposta: E
16. A expressão do texto, segundo a qual “o escritor pode...
fazer luz sobre a realidade de seu mundo”, equivale ao
que propõe a alternativa c: “uma das funções do escritor
e, por extensão, da literatura” é “denunciar o real”.
Resposta: C
17. O que surpreende, no verso de Carlos Drummond de
Andrade, não é a aproximação entre o agente (sujeito),
“cão”, e a ação de “cheirar”, como afirma a alternativa D,
mas sim o objeto de tal ação (futuro), como propõe a
alternativa A.
Resposta: A
18. “Gotas de som” é uma metáfora sinestésica (porque
envolve percepções sensoriais de órgãos diversos –
visão e audição) que indica as badaladas de um relógio
a marcar a passagem do tempo. A mesma referência.
Resposta: B
19. O tema do poema transcrito é a passagem do tempo
(“assim se escoa a hora”) e a frágil finitude da vida
(“assim se vive e morre...”), sendo a duração da vida
comparada a “um punhado infantil de areia ressequida”.
Resposta: E
20. A “cor local” que a “velha Totinha” punha em suas
descrições corresponde à assimilação de paisagens e
personagens ao meio físico e social em que ela se
movia.
Resposta: A
21. A fantasia da menina, de que “um avião entrasse por
uma janela e saísse por outra”, corresponde à
“expectativa de algum imprevisto mágico”, nos termos
da alternativa C.
Resposta: C
22. A ideia de que a consideração das pessoas enquanto
mera força de trabalho é desumanizadora, pois ignora
características e valores individuais, encontra-se tanto
no quadro de Tarsila, segundo a crítica Nádia Gotlib,
quanto nos versos de João Cabral de Melo Neto, que
correspondem à fala de um flagelado migrante nordestino
que foge da seca e da miséria.
Resposta: B
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
3 OSG.: 000000/14
23. Desde o título – A Dança e a Alma –, o poema de Drummond relaciona a dança com o que “ultrapassa os limites físicos”. A última estrofe, especialmente, concentra-se nos aspectos anímicos da dança (“Onde a alma possa descrever / suas mais divinas parábolas”), ou seja, naquilo em que a dança transcende o corpo.
Resposta: B
24. O primeiro verso da segunda estrofe contém a antítese
em questão: “No solo não, no éter pairamos”.
Resposta: A 25. É bastante evidente a correspondência entre a
descrição contida no poema e as imagens constantes dos quadros 2 e 3.
Resposta: C
26. A fidelidade da ilustração de Portinari refere-se a
alguns aspectos propriamente descritivos do texto: “onze amigos”, “chovia”, e a situação de um orador proferindo o necrológio do finado Brás Cubas. Contudo, como enunciado na alternativa a, há “detalhes ausentes na cena descrita no texto verbal”, como as montanhas ao fundo, outros túmulos, arbustos, dois guarda-chuvas etc., elementos que podem ser subentendidos na situação evocada pelo texto, mas que não foram explicitados.
A questão envolve um conceito de fidelidade que não é possível estabelecer quando se põem em questão formas tão distintas de representação. Não há como excluir que a reprodução é fiel à cena em sua essência e não há como negar a existência de detalhes alheios ao texto verbal.
Resposta: A
27. A utilização literária da linguagem coloquial, assim
como a temática do cotidiano, são pontos importantes do programa literário do Modernismo, do qual Manuel Bandeira foi figura central. Construções como “sabe quando?” e o emprego de “a gente” como pronome impessoal ou como equivalente a “nós” são traços característicos da linguagem coloquial brasileira.
Resposta: B
28. O “primitivismo” presente no poema – que privilegia o
índio, “bárbaro” e “primitivo”, em confronto com o português “civilizado” – é um elemento central da poética modernista, assumido como fundamento do programa cultural da poesia Pau-Brasil de Oswald de Andrade.
Resposta: C
29. O poema contrasta a linguagem do cotidiano
(“A linguagem / na ponta da língua”, “em que comia” etc.) com a linguagem literária ou, pelo menos, a linguagem escrita de padrão culto (“A linguagem / na superfície estrelada de letras”). Portanto, trata-se do contraste entre a linguagem empregada em “situações formais e informais”.
Resposta: A
30. A “superfície estrelada de letras” é uma referência
metafórica à literatura (a arte das “belas letras”).
Resposta: B
31. Embora a relação entre Drummond e Michelangelo, no
caput, não seja muito precisa nem justificada, e
embora a ideia de “trabalho artesanal” pareça arbitrária
em relação ao texto, a única alternativa aceitável é a c.
Resposta: C
32. A frase da alternativa a é perfeitamente conforme o
padrão formal da língua. Em todas as demais estão
presentes coloquialismos e/ou regionalismos: “perdeu
os estribos” (b), “no toco” (c), “de mão beijada” (d) e
“baixou a pancada e amunhecou” (e).
Resposta: A
33. Monteiro Lobato, expressando uma visão “acadêmica”
e conservadora da pintura, ataca as chamadas
“vanguardas” modernistas, nomeadamente o cubismo
(“Picasso & cia.”). A única obra, entre as reproduzidas
na prova, que rompe o padrão acadêmico é o quadro
A Boba, de Anita Malfatti, que, pela deformação
expressionista dos traços e intensificação da cor,
configura para Lobato a atitude “dos que vêem
anormalmente a natureza...” (Observe-se que falta, no
título do artigo, o sinal de interrogação que há no
original – “Paranóia ou mistificação?” – e que o texto
foi publicado em O Estado de S. Paulo, não no Diário
de São Paulo.
Resposta: E
34. O que se sfirma em I é compatível com a tentativa de
incorporação da figura do roceiro pobre no campo da
ficção, como expresso no texto crítico. A incorporação
do pobre e de outros marginalizados na ficção
brasileira da década de 1930, e a tentativa de
superação da grande distancia entre o intelectual e as
camadas populares, como se afirma em II, reproduz a
consideração de Luís Bueno segundo a qual o que se
colocava ao intelectual brasileiro, naquele momento,
era a inserção do pobre na ficção de natureza regional
e neorrealista. O erro da afirmação III está em que as
obras literárias que focalizaram o sertanejo, na década
de 1930, alteraram a sua posição no quadro da
literatura brasileira, não “sua posição social... na
realidade nacional”.
Resposta: D
35. A oposição Cidade-Campo, lugar-comum da temática
árcade, é assimilada, no caso de Cláudio Manuel da
Costa, à oposição Metrópole-Colônia. O poeta, que
viveu longamente em Portugal, onde experimentou a
civilidade lisboeta, voltando ao Brasil confrontou-se
com a aspereza dos “montes” e “outeiros” de sua
Minas natal, que idealiza em seus poemas bucólicos.
Resposta: B
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
4 OSG.: 000000/14
36. No verso em questão, “ó montes” é uma apóstrofe –
um vocativo dirigido ao interlocutor imaginário do eu
lírico. Em outras palavras, é como se o poeta falasse
com os montes.
Resposta: A
37. Considerando que o “entrudo” era um folguedo
popular que precedeu o carnaval, e levando em conta
que Debret retratou a vida e os tipos do Brasil Joanino
e do Primeiro Reinado com grande poder de
observação, a única alternativa cabível é a D.
Resposta: D
38. Nas narrativas da velha Totonha, misturavam-se
elementos provenientes “da literatura e da cultura
europeia universalizada”, como é o caso da
personagem Barba-Azul, e “marcas da realidade
local”, como engenhos, rios e florestas. Essa mistura é
característica do “processo de colonização e
civilização do país”, pois marca toda a formação da
cultura brasileira, popular e erudita.
Resposta: E
39. A única característica comum, bastante inespecífica, é
apontada na alternativa C. Erros: a) “tristeza e
melancolia... movimento romântico”; b) “o texto é
apenas fantasioso”"; d) não se vê “contraste entre a
cultura europeia e a cultura indígena” no quadro de
Eckhout; e) “forte direcionamento religioso” etc.
Resposta: C
40. O romance do Nordeste retrata a miséria e a opressão
social sofrida pelo sertanejo, somada às dificuldades
enfrentadas no meio inóspito em que se desenrolam
suas histórias.
Resposta: C
41. O texto Confidência de Itabirano insere-se na 2ª fase
de Drummond, em que o social é preponderante.
O poema evidencia a visão crítica do eu sobre o meio e
ressalta a influência que o segundo tem sobre o
primeiro.
Resposta: C
42. A alternativa d descreve o procedimento inovador
empregado pelos pintores impressionistas. Na alternativa
a, está errada a qualificação “idealizadas” para as cores
da pintura impressionista. Também não era apenas o
efeito da “luz solar” que esses pintores buscavam
reproduzir.
Resposta: D
43. Tanto o trapiche abandonado e, posteriormente,
ocupado pelos capitães da areia, como o velho
ingazeiro, “a margem esquerda do rio Belém”, em
Curitiba, são espaços onde vivem personagens
marginalizados. Esses locais são índices da exclusão
social, seja dos meninos abandonados, do livro de
Jorge Amado, seja dos bêbados, no fragmento de
Dalton Trevisan.
Resposta: D
44. O fundamento do desejo de morrer e a desilusão
amorosa, como evidenciam, dentre outros, os versos “O adeus, o teu adeus, minha saudade, / Fazem que insano do viver me prive/ E tenha os olhos meus na escuridade”. Nota-se, portanto, que a rejeição amorosa traz o desejo de morte para o eu lírico.
Resposta: D
45. A resistência de Dona Inácia em aceitar a libertação
dos escravos fica evidente na passagem “Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual”. Frise-se a ironia de Monteiro Lobato, em relação não só aos atos crueis da renitente escravocrata Dona Inácia, como também aos que viam nela “uma virtuosa senhora”, “esteio da religião e da moral”.
Resposta: D
46. Rubião tem de se afastar de sua origem pobre e mineira,
assim como dos gestos que traz dela, para corresponder às exigências de representação que, segundo o amigo Palha, a nova situação social lhe impõe.
Resposta: A
47. Os artistas modernistas, principalmente em sua
primeira geração, buscavam libertar as artes do academicismo europeu e criar uma expressão artística que valorizasse a cultura brasileira.
Resposta: A
48. No texto I, a rua propicia o sentido de comunidade,
como exemplifica a passagem “Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais”. Já no texto II, a rua estimula a exibição pessoal, como indica o início do fragmento: “A rua dava-lhe uma força de fisionomia, mais consciência dela. Como se sentia estar no seu reino, na região em que era rainha e imperatriz”.
Resposta: D
49. Este teste é exemplo de extrapolação sociológica que,
partindo da identificação discutível (para dizer o mínimo!) entre “meeiro” e “agregado”, aplica ao ser – tão o esquema analítico que Roberto Schwarz aplicou a Machado de Assis e a sociedade representada em seus romances. Segundo o examinador, a condição de agregado, homem de situação simultaneamente livre e servil, repetir-se-ia no sertão na situação do meeiro. Admite-se que ele pense assim, mas é absurdo que imponha tal análise forçada aos candidatos do Enem, pois estes não tem por que identificar uma relação comercial, ainda que de exploração (meeiro), com um vínculo de puro favor (agregado).
Resposta: D
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
5 OSG.: 000000/14
50. Quem fala em Morte e Vida Severina é o retirante,
Severino, que é símbolo de todos os excluídos que
migram para buscar melhor condição de vida: “há
muitos Severinos”.
Resposta: C
51. A canção Não tem tradução valoriza a fala popular
brasileira (“Tudo aquilo que o malandro pronuncia /
Com voz macia é brasileiro, já passou de português”) e,
assim, vai ao encontro da proposta literária da Primeira
Geração Modernista (1922-1930), que propunha o
registro popular brasileiro como a base da escrita
literária.
Resposta: C
52. A alternativa e parece a mais aceitável, embora não
se entenda o sentido de “explora a construção da
essência feminina”.
Resposta: E
53. O poema apresenta o ponto de vista “das irmãs” (como
anuncia o título) sobre “os papeis sociais destinados aos
gêneros”. A limitação do espaço e das ações atribuídos à
mulher (“fechada”, “provendo”, “servindo”), assim
como a dependência desta em relação ao masculino
(“afiançada / por dote e marido”) sugerem “graus de
autorrealização desiguais”, como consta da alternativa
de resposta.
Resposta: E
54. A questão da identidade nacional aparece na síntese de
elementos opostos: tupi e alaúde. O primeiro remete
ao elemento nativo do Brasil; o segundo, ao
proveniente do estrangeiro. A proposta de assimilação
crítica da cultura europeia aparece também no
Manifesto Antropófago (1928) de Oswald de Andrade.
Resposta: D
55. A angústia com a autoimagem corporal tem como raiz o
conflito entre um modelo imposto e as certezas de ser
autêntico e único. Uma das passagens que exemplifica
esse conflito e: “Que é ser? É ter um corpo, um jeito,
um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar
quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?”
Resposta: A
56. A figura feminina da tela de Rafael apresenta
nitidamente os traços que Camões, no soneto LXXVIII,
atribui à mulher, como o semblante sereno, os lábios cor
de rubi, o sorriso doce de pérolas, a pele “neve cor-de-
rosa” – em resumo, a representação do paraíso na terra
pelo aspecto feminino angelical e portador de beleza
incomparável, próxima ao divino.
Resposta: C
57. O balanço amargo que Quaresma faz de suas
iniciativas patrióticas demonstra que todas resultaram
em frustração e desengano porque foram baseadas em
ideias irreais, míticas, a respeito do país e de seu povo.
Resposta: C
58. Os versos transcritos dão a linguagem como princípio
de “todo o sentido da vida” e especificam o poder das palavras em diversas esferas da experiência humana: o amor, o sonho, a audácia, a calúnia, a fúria, a derrota, a liberdade...
Resposta: B
59. Nenhuma das alternativas corresponde precisamente
ao conteúdo do texto, sendo a d a mais aceitável, pois, como se trata de digitalização da obra de um escritor importante, está envolvida a “memória linguística”, e, como se trada de um “inventor do Brasil”, está envolvida a “identidade nacional”.
Resposta: D
60. As conveniências sociais fazem que a cólera e os
sofrimentos humanos não sejam visíveis, pois são dissimulados. A “máscara da face” torna-os, portanto, imperceptíveis para a sociedade.
Resposta: A
61. Falta comentário.
Resposta: D
LITERATURA – PARTE II
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E E D D B E C C E A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B C E A B D D D A E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
C A A C D B E C A C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
B C C B B A E E A E
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
A D A B E E C A D B
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
A D C C B C A B E B
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
A E C E A D A B D A
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
B B D B A C B B D C
1. Tanto no poema de Olavo Bilac como no fragmento
poético de Carlos Drummond de Andrade, a cidade de
Ouro Preto é descrita a partir da refinada percepção
estética do eu lírico. Em Drummond, diferentemente
de Bilac, essa visão mostra-se desvinculada do passado
histórico, como se pode notar nos versos “Ouro Preto,
a se desprender / da sua história e circunstância”.
Resposta: E
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
6 OSG.: 000000/14
2. SONETO: pequena composição poética composta de
14 versos, com número variável de sílabas, sendo o
mais frequente o decassílabo, e cujo último verso (dito
chave de ouro) concentra em si a ideia principal do
poema ou deve encerrá-lo de maneira a encantar ou
surpreender o leitor [Pode ter a forma do soneto
italiano (o mais praticado) ou do soneto inglês.]
Resposta: E
3. O Simbolismo aproxima-se tematicamente do
Romantismo, tendo como temas recorrentes o amor e a
morte. Estilisticamente, por preferir os versos formais
e buscar a arte pela arte, torna-se próximo do
Parnasianismo.
Resposta: D
4. O texto estabelece um paralelo entre o suposto registro
poético deixado pelo Padre José de Anchieta nas areias
das praias brasileiras (um poema em homenagem à
Virgem Maria) e a modernidade da produção escrita
em meios eletrônicos. O ponto comum seria a
facilidade com que textos podem ser perdidos — por
ação da maré ou de uma queda súbita de energia, por
exemplo —, o que mostra que o meio utilizado em sua
composição não garante sua permanência. Não se pode
afirmar, como faz a alternativa b, que não haja
diferenças entre os dois meios de registro, já que o
próprio texto sugere que Anchieta teria antecipado
algo que se assemelha a um computador (“uma
espécie”). Aliás, o foco do texto é justamente a
sutileza da percepção de aspectos semelhantes entre
registros tão distintos. Isso ainda invalida as
alternativas a, c e e, porque o texto não emite
considerações sobre a obra ou sobre o autor.
Resposta: D
5. Na passagem da voz ativa para a passiva operam-se
três modificações: a) O objeto direto da ativa passa a
sujeito da passiva. É o que ocorre com o grupo
nominal “uma espécie de antecipação do computador”;
b) O sujeito da voz ativa passa a agente da passiva,
precedido da preposição por: por + o bom jesuíta = pelo
bom jesuíta; c) No predicado, introduz-se o verbo ser,
flexionado no modo e tempo em que está o verbo da
ativa, concordando, porém, em número e gênero, com
seu novo sujeito: havia criado passa a havia sido
criada.
Resposta: B
6. A primeira estrofe faz lembrar, de fato, recursos de
parte da produção ibérica medieval: a repetição de
versos, a simplicidade expressiva e a musicalidade.
Não ocorre no texto a idealização da natureza a que se
refere a alternativa a, nem o desenvolvimento de
raciocínio argumentativo suposto pela b, nem ainda
vocabulário erudito (c) ou ironia (d).
Resposta: E
7. Dentre os textos das alternativas, o único que pertence ao período em questão é aquele atribuído ao português Pero de Magalhães Gândavo (ou Gandavo). Autor de Tratado da Terra do Brasil e da História da Província de Santa Cruz, ele foi um dos maiores representantes daquela manifestação literária, a qual referia a terra recém-descoberta descrevendo-lhe as virtudes da natureza — como faz o fragmento da alternativa c — e assumindo, com isso, um caráter informativo que interessava à metrópole exploradora. Os outros fragmentos fogem tanto ao período histórico indicado (Vieira e Gregório são do século XVII, enquanto Gonçalves Dias viveu no século XIX e Alphonsus de Guimaraens, entre este século e o seguinte), quanto aos elementos caracterizadores da “literatura informativa”.
Resposta: C
8. São palavras típicas da variante popular: “saracoteio”, “cangote”, “pincham” e “rabanar” (que significa “agitar o rabo ou a cauda”). Todas as outras alternativas contêm ao menos um vocábulo que indiscutivelmente integra a variante culta: “senzalas”, “delírio”, “fazenda”, “cinzas”, “esperneiam” e “cambalhota”.
Resposta: C
9. Um dos reiterados recursos linguísticos que caracterizam o trecho do capítulo “O samba” do romance Til é a posposição do sujeito aos verbos, como se pode notar em “adumbra-se na escuridão um maciço de construções”, “É aí o quartel ou quadrado da fazenda” ou “dançam os pretos o samba”. Além disso, o narrador imprime dinamicidade à descrição dos cenários e da dança ao empregar expressões e verbos que intensificam a ideia de movimento, seja pelo significado, seja pela sonoridade, como “trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento” ou “nem se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula,
sacode, gira, bamboleia”. A análise do tempo verbal predominante no trecho precisa levar em consideração o contexto geral da obra: por se tratar de um romance publicado em 1872 acerca de fatos ocorridos em 1846, o presente do indicativo deve ser entendido em seu sentido metafórico, não literal: trata-se do presente histórico, por meio do qual o narrador torna mais atuais acontecimentos do passado.
Resposta: E
10. Depreende-se do texto que o anfitrião carioca (Plínio
Doyle), embora gentil (“com as gentilezas das reuniões cariocas”), é cioso de sua biblioteca (“não sabemos se no rigoroso sistema de vigilância de Plínio Doyle”).
Resposta: A
11. Os “ares aristocráticos” referem-se à casa de José
Mindlin, também chamada no texto de “seu palácio”. Os “descamisados” são os amigos cariocas, que deixaram de comparecer ao encontro em São Paulo. Ao dizer que o palácio perderia os ares aristocráticos, caso os recebesse, os signatários enfatizam a generosidade de Mindlin.
Resposta: B
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12. O texto crítico faz menção ao fato de o autor abordar o “processo brasileiro de guerra e acomodação entre raças”, elemento fundamental no romance O Cortiço, já que o enredo dessa obra gira em torno das relações multirraciais em uma habitação coletiva, no final do século XIX. Além disso, o excerto de Roberto Schwarz cita o “processo primitivo de exploração econômica e formação de classes”, o que pode ser claramente relacionado à ação da personagem João Romão, proprietário do cortiço, cujas relações sociais eram todas marcadas pela busca selvagem de vantagens financeiras, a partir da exploração de pessoas de seu círculo social.
Resposta: C 13. No primeiro parágrafo, o texto afirma que o uso do
“internetês” tem a mesma função das gírias, explicitando que “são termos ou novos códigos usados para definir um grupo social”.
Resposta: E
14. A partir da década de 1950, a arte brasileira tende a
abandonar o figurativo e a desenvolver trabalhos concretos e abstratos.
Resposta: A 15. O Modernismo rompe com a noção de que arte é
reprodução fiel da realidade. Assim, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, inspirados pelas vanguardas, apresentam a arte como interpretação do real.
Resposta: B 16. Ferreira Gullar afirma que a modernidade na arte
introduz “uma linguagem nova, independente, sem alusão à aparência do mundo”. Assim, a arte moderna abre mão da representação da natureza e utiliza formas puras.
Resposta: D 17. O Modernismo busca a realização de um sonho
bicéfalo, segundo Oswald de Andrade. Pretendia ser atual – sintonizado às vanguardas europeias – e, ao mesmo tempo, nacional, resgatando elementos da identidade brasileira.
Resposta: D 18. Portinari defende o caráter social da arte. Dessa forma,
temas como: trabalhadores braçais, retirantes, sofrimento humano e morte são marcantes em seu trabalho. As imagens 2, 4 e 6 representam essa tendência.
Resposta: D 19. A expressão “só vácuo” e o substantivo “sovaco”
contribuem para o efeito de humor da tirinha, pois constituem um trocadilho, construído a partir de uma paronomásia (palavras parônimas).
Resposta: A
20. O poema de Fernando Pessoa apresenta uma imagem
saudosista como resquício das grandezas de Portugal.
O desejo e a dificuldade retratados na primeira estrofe
(“Tanta foi a tormenta e a vontade!”) são valorizados
pela persistência (“Se ainda há vida ainda não é
finda”) e pela possibilidade de voltar a realizar grandes
feitos (“E outra vez conquistaremos a Distância”).
Resposta: E
21. No trecho do romance A moreninha, o narrador
descreve o sarau, buscando caracterizá-lo de forma
generalizante. A referência mais direta a um evento
específico ocorre apenas na última linha do trecho
transcrito, quando se fala da Moreninha, “princesa
daquela festa”.
Resposta: C
22. No trecho, o sarau é descrito como um evento no qual
as relações humanas se dão de forma harmoniosa.
A ironia leve e bem-humorada do narrador contribui
para fornecer uma visão otimista da sociedade.
Resposta: A
23. Em “Nem a lua sequer o sabia”, há uma personificação
que atribui à “lua”, ser não humano, a capacidade de
saber, característica humana. Em “A lua, relógio
parado”, temos uma frase nominal, com elipse de um
verbo como haver ou estar.
Resposta: A
24. Trata-se do verbo invocar. Na primeira ocorrência –
“invocar a lua” –, o verbo é empregado na acepção de
“chamar em auxílio”, “pedir a proteção de”. Na
segunda ocorrência – “os astronautas se invocaram
com ela” –, ele é usado pronominalmente na acepção
de “intrigar-se com”, “ficar cismado com”. Na acepção
da primeira ocorrência, o verbo “invocar” pertence ao
registro formal da língua, próprio da linguagem culta,
enquanto na segunda, pertence à linguagem informal,
própria do coloquialismo. Portanto, o que se afirma na
alternativa C é correto.
Resposta: C
25. No quarto parágrafo, parafraseia-se a ideia do
romancista Philip Roth de que a literatura iria acabar
“não por falta de escritores, mas de leitores”.
O enunciador reconhece que o romancista “referia-se a
certo tipo de literatura”. Dessa forma, um dos temas do
texto é, inegavelmente, o fim de determinado tipo de
literatura pela suposta falta de público-leitor.
Resposta: D
26. As Flores do Mal tiveram uma primeira edição de
“reduzida tiragem”, mas, ao longo dos últimos 150 anos,
o livro “vem sendo reeditado e traduzido em todas as
línguas” e “já deve ter atingido, no total das tiragens,
muitos milhões de exemplares”. Para o enunciador, trata-
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se de um verdadeiro “best-seller”, enquanto obras como
Harry Potter e O Código da Vinci seriam apenas
sucessos momentâneos, como outros que existiram em
todas as épocas.
Resposta: B
27. A ideia de que as “obras literárias de qualidade” são as
“que influem na construção do universo imaginário da
época” é plenamente compatível com o fragmento de
Por que ler os clássicos: segundo o escritor italiano
Ítalo Calvino, essas obras “de qualidade” (que ele
chama de clássicas) são aquelas que resistem ao
imaginário coletivo, pois “chegam até nós trazendo
consigo as marcas das leituras que precederam a nossa
e atrás de si os traços que deixaram na cultura”.
Resposta: E
28. Esses versos fazem parte de um poema em que
Baudelaire apresenta a “teoria das correspondências”,
segundo a qual haveria relação entre todos os sentidos.
Contudo, sintaticamente, a estrofe citada é insuficiente
para comprovar essa ideia, pois falta, no quarto verso, o
verbo da segunda oração correlativa. Seria necessário
ter conhecimento prévio da teoria para inferir que, assim
como “os longos ecos” se confundem, as sensações
(cor, cheiro, som) se harmonizam.
Resposta: C
29. O texto apresentado é emblemático do Concretismo,
tendência vanguardista lançada em 1956 por Haroldo
de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari,
que é o autor do poema em foco. A poesia concreta,
tendendo ao experimentalismo, rompe com a tradição,
dispondo as palavras verticalmente. Há, de fato, uma
recusa ao verso e à sintaxe tradicionais, em nome de
uma composição verbivocovisual, isto é, que trabalha
de forma integrada o sentido, o som e a visualidade
das palavras.
Resposta: A
30. Como se sabe, as obras da chamada fase realista de
Machado de Assis apresentam certos elementos da
estrutura narrativa em comum, como o narrador em
primeira pessoa e a organização da fábula em
flashback. A exceção à regra é justamente Quincas
Borba, cujo narrador se manifesta em “terceira pessoa”
(o que exclui a alternativa d. No último capítulo do
romance, reproduzido no excerto selecionado,
contudo, a voz narrativa assume a primeira pessoa do
discurso para refletir sobre a morte do cão, que atendia
pelo mesmo nome de seu primeiro dono (Quincas
Borba). As semelhanças entre a morte de seu último
proprietário (Rubião) e a do cachorro, longe de vazar
emoção, ironizam a tese sobre Humanitas, suposta
essência imanente e exclusiva do homem, então
comparado à figura de um cão esfaimado e agonizante.
Resposta: C
31. Em (c), a utilização de “fumo” por “fumaça” não é
uma hipérbole, isto é, “ênfase expressiva resultante do
exagero da significação linguística; exageração”
(Dicionário Houaiss). Em (e), a pluralização de “pára-
sol” é “pára-sóis”, e a de “guarda-civil” é “guardas-
civis”. Não se trata, pois, da mesma orientação
normativa. Em “pára-sol”, temos verbo + substantivo;
em “guarda-civil”, temos substantivo + adjetivo. Daí
formarem o plural conforme orientações normativas
distintas.
Para-sol grafa-se, consoante o novo Acordo Ortográfico,
sem acento agudo. Há, de fato, metaforização nos versos
01 e 02.
Resposta: B
32. No poema “Satélite”, o enunciador se mostra contrário
à tradição literária que se refere à Lua de maneira
exageradamente sentimental. Contudo, ele não recusa
expor seus sentimentos em relação ao astro, já que
afirma, na última estrofe, gostar da Lua como uma
coisa em si.
Resposta: C
33. Eventualmente, o prefixo des- pode se associar à ideia
de intensificação (em vocábulos como desinfeliz,
desinquieto, etc.). Contudo, nas expressões retiradas
do contexto do poema de Bandeira não é o que ocorre:
em “Desmetaforizada” e “Desmitificada”, o mesmo
prefixo serve para expressar a ideia de negação, de
oposição; já a palavra “Despojada” é oriunda de
espoliar (= roubar).
Resposta: C
34. No trecho, Alencar acompanha o rio Paquequer da
nascente à foz: inicialmente um fio-d’água na Serra
dos Órgãos, ele engrossa com os mananciais e se torna
rio caudal, momento em que atravessa as florestas
como o tapir, espumando. Posteriormente, espraia-se
na várzea e deságua no Paraíba como um “escravo
submisso”.
Resposta: B
35. Em “engrossando com os mananciais, que recebe no
curso de dez léguas”, o pronome relativo está
retomando “os mananciais”. Explicitando o sujeito do
verbo “receber” e substituindo o pronome relativo por
sua referência, obtém-se:
Um fio-d’água recebe os mananciais no curso de dez
Sujeito VTD OD
léguas.
O pronome relativo, por representar “os mananciais”
na oração adjetiva, funciona como objeto direto do
verbo “receber”.
Resposta: B
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36. A questão aborda uma relação metafórica entre o europeu dominador e o indígena dominado no processo de colonização brasileira. Nessa comparação, o europeu é associado implicitamente ao rio Paraíba e o índio ao rio Paquequer, que “curva-se humildemente aos pés do suserano” (o Paraíba), e “Perde então a beleza selvática”. Essa relação é reiterada no romance no processo de submissão do protagonista Peri e de sua cultura a D. Antônio de Mariz, fidalgo europeu e pai de Cecília.
Resposta: A
37. O emprego do par de termos “vassalo” / “suserano”
por José de Alencar em O Guarani remete a uma importante característica do Romantismo: a valorização do herói nacional. Na literatura europeia, esse herói é representado pelos cavaleiros medievais e sua relação de suserania e vassalagem. No Brasil, como não houve cruzadas nem cavaleiros, o herói genuinamente nacional é associado à figura do indígena.
Resposta: E
38. Na obra de Machado de Assis, agregados como José
Dias encarnam personagens que vivem sob a dependência e o arbítrio das elites. O sestro linguístico dos superlativos, bem como a maneira formal de falar e de se vestir são traços de um comportamento seguido menos por uma “hipocrisia inata” (como afirma a alternativa C) e mais como estratégia de sobrevivência do branco pobre em uma sociedade escravocrata.
Resposta: E
39. O trecho transcrito na questão integra o segmento IX
do famoso poema “Ideias Íntimas”, que pertence à segunda parte da Lira dos Vinte Anos. Nos versos apresentados, a voz lírica revela o imenso desejo de realização amorosa, marcado tanto pela idealização da figura feminina quanto por um erotismo latente. Assim, o conflito estabelecido entre a ideia romântica de amor e o desejo de posse física estrutura o angustiado mundo interior do eu lírico.
Resposta: A 40. A perda do ser amado provoca no eu lírico uma série de
sentimentos contraditórios. Na última estrofe, ele revela a tentativa de esquecer aquele a quem amara por meio do paradoxo “doce agonia” e pelo jogo expressivo dos termos antitéticos “esquecer”, “lembrar” e “esquecemos”.
Resposta: E
41. A obra dapoeta portuguesa Florbela Espanca (1894-1930)
é marcada pela intensidade do lirismo amoroso e pelo domínio sutil da técnica do soneto. No poema apresentado, a perda do ente querido, que “para sempre de mim desapareceu”, provoca aguda saudade (“vestiu a alma de saudade”) e dor.
Resposta: A
42. Esses versos, que pertencem ao soneto “A um poeta”,
de Olavo Bilac, apresentam uma concepção da poesia
como fruto do trabalho e da depuração verbal.
Expressões como “suplício do mestre” e “andaimes do
edifício” indicam o esforço para se alcançar a
perfeição formal, associada a aspectos como a adoção
da metrificação e de rimas raras. Tal proposta estética
é uma das características principais do Parnasianismo.
Resposta: D
43. O trecho contém importante marca de linguagem
poética: a presença de figuras de linguagem ou estilo.
É o caso da metáfora “infância deste século”, para
referir-se ao princípio do século XIX; da comparação
“alas da labareda voluteando pelos ares como um
mastro de fitas vermelhas”, em que o conectivo
medeia analogia entre fogueira e mastro; e da
onomatopeia presente no mesmo trecho, em que as
aliterações em “s” e “l” sugerem o crepitar da fogueira
de São João.
Resposta: A
44. Brás Cubas, protagonista de Memórias Póstumas de
Brás Cubas, vive em sua juventude um breve romance
com Marcela, uma cortesã espanhola “amiga de
dinheiro e de rapazes”. Após Marcela amá-lo “durante
quinze meses e onze contos de réis”, o protagonista é
obrigado a estudar Direito em Portugal. Brás volta
para o Brasil e conhece Virgília, com quem planeja se
casar. Entretanto, Virgília prefere Lobo Neves,
pretendente que se mostra mais atirado e decidido.
Brás Cubas mantém durante alguns anos uma relação
adulterina com Virgília.
Resposta: B
45. No trecho, o narrador se utiliza da técnica do discurso
indireto livre para transmitir os pensamentos do
sertanejo Fabiano diante do soldado amarelo. É o
segundo encontro entre os dois: no primeiro, ocorrido
na cidade, Fabiano foi injustamente preso pelo
soldado; agora, na fazenda, está em vantagem e chega
a pensar em vingança. O soldado, que tinha agido de
forma agressiva na cidade, nesse reencontro se mostra
covarde, suscitando a Fabiano as ofensas que lhe
dirige em pensamento: “Cachorro”, “Sem-vergonha” e
“mofino”.
Resposta: E
46. O título “A última romântica” cria o pressuposto de
que houve outras personalidades românticas, anteriores
a Amy Winehouse, que apresentavam traços de caráter
semelhantes. No texto, são mencionadas tanto outras
artistas, suas antecessoras, que morreram de overdose
também, tais como Janis Joplin e Billie Holiday,
quanto gênios do romantismo tardio, tais como
Lautréamont e Rimbaud.
Resposta: E
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47. Em “até as garotas de esquerda consomem horas dentro da academia”, a palavra “até” instaura o pressuposto de que é inesperado que garotas de esquerda dediquem parte de seu tempo à prática de exercícios.
Resposta: C 48. Transpondo a oração “Nisso, Amy evoca os gênios do
romantismo tardio” para a voz passiva analítica, teríamos: “Nisso, os gênios do romantismo tardio são evocados por Amy”.
Resposta: A 49. No contexto, “apelo” significa “sedução”. Isso poderia
ser deduzido do fato de o enunciador sublinhar que, em um mundo “cada vez mais antitabagista e alerta para os riscos das drogas”, era esperado que o universo de excessos da cantora não seduzisse tantos fãs.
Resposta: D
50. O intuito de valorização da vida boêmia é anunciado
desde a epígrafe citada na abertura do poema “Vagabundo”: “Eat, drink and love, what can the rest avail us?” (Comer, beber, amar, do que mais nós precisamos?) , versos de Byron. O poe ma é representativo do comportamento marginal assumido pela geração ultrarromântica no Brasil, especialmente por parte daqueles vinculados à Sociedade Epicureia, como Álvares de Azevedo, Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães, que cultuavam o prazer como o bem maior da vida. Inveterados bebedores de cerveja, vinho e absinto, os poetas dessa geração representavam em seus textos flagrantes da boêmia estudantil da época, com sua vida desregrada nas repúblicas ou nos cafés, onde se sentiam livres para buscar solidão ou encontrar companhia, em total desapego dos valores materiais.
Resposta: B 51. No primeiro quadrinho, “saúde” é um substantivo que
remete às preocupações do governo com o bem-estar da população e “tim-tim por tim-tim” é uma expressão popular que significa “exatamente desse modo”. No segundo quadrinho, “saúde” foi empregada como interjeição típica de celebrações, antes de brindes, e “tim-tim”, como uma onomatopeia que imita o som das taças se tocando. Pode-se dizer, assim, que a polissemia e a onomatopeia são responsáveis pelo efeito de humor da charge.
Resposta: A 52. No poema, o eu lírico insiste na certeza de que a vida
tem valor, embora “o pão seja caro / e a liberdade, pequena”. Tal convicção, associada à perspectiva de um futuro alegre, “por trás do terror” que oprime o poeta, quer-se tão inabalável quanto o resultado da operação matemática ou o tom dos olhos e da pele da mulher amada. Dessa maneira, concretiza sua visão libertária do mundo.
Resposta: D
53. Anáfora: repetição de uma palavra ou grupo de palavras no início de duas ou mais frases sucessivas, para enfatizar o termo repetido (p. ex.: este amor que tudo nos toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus nos inspira, e que um dia nos há de salvar).
Resposta: C 54. Ao longo do texto, encontram-se algumas passagens
que sugerem haver, no uso do vocabulário politicamente correto, mascaramento da realidade e artificialidade. Sobre o uso dos termos “terceira idade” e “melhor idade”, afirma-se que tais expressões “têm como objetivo mascarar a velhice”. Além disso, a palavra “afrodescendente” é tida pelo enunciador como exemplo de artificialidade nos usos linguísticos, já que se trata de “uma tradução, um pouco torta, do termo usado nos Estados Unidos”.
Resposta: C
55. O termo metabolismo é aqui empregado no seu
sentido neutro, denotativo. Trata-se de um termo técnico da biologia, com o qual se designa o conjunto de transformações químicas e biológicas que produzem a energia necessária ao funcionamento de um organismo. Não tem, pois, o sentido pejorativo que se vê em bairrismo, fanatismo, preciosismo e isolacionismo.
Resposta: B
56. A palavra “embarcar” é derivada por parassíntese da
palavra “barco”, significando originariamente “entrar em um barco”. Na ausência de um verbo que designe a entrada em outros meios de transporte (avião, trem, carro, ônibus…), acabou-se empregando o termo para designar essa entrada. Trata-se de uma nomeação feita por analogia, difere da metáfora apenas por ser de emprego corrente. No caso da palavra “desembarcar” — derivada por prefixação de “embarcar” —, pode-se considerar que se empregou o mesmo processo.
Resposta: C
57. Em períodos compostos por subordinação, estabelecem-se
relações de dependência sintática entre as orações. Por conta disso, o ato de ler um período desse tipo torna-se mais dificultoso, sendo possível afirmar-se que “a ausência de subordinação torna o texto mais ágil e mais compreensível para o leitor”.
Resposta: A
58. Os pronomes “disso” e “essa” funcionam no contexto como anafóricos, fazendo referência a termos previamente explicitados. No período anterior ao desses termos, recomenda-se que o ariano cuide “de sua rede social” e se mostre “atencioso com as pessoas”. Já na frase em questão, argumenta-se em favor dessas recomendações: o sucesso do leitor “depende disso”, e “agora” (ou seja, quando ocorre “Lunação em signo complementar” e se destaca a “importância das relações em sua vida nas próximas semanas”) “essa questão” ganha importância.
Resposta: B
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59. Quando o avô menciona casos em que não se entende algum “habeas corpus”, ele não se refere à expressão linguística em si, mas a situações nas quais a decisão do judiciário por libertar algum acusado permite que se questione o senso de justiça posto em prática. Vale destacar que essa décima questão não avalia a mera apreensão de sentidos contidos no texto, mas sim a compreensão de sentido, o que exige certo repertório cultural. Para entender a tira de Luís Fernando Veríssimo — publicada em 27/07/2008 —, portanto, é imprescindível associá-la a acontecimentos amplamente divulgados pela imprensa, no caso, referentes a discutíveis “habeas corpus” concedidos pelo judiciário. À época da publicação da tira, por exemplo, havia gerado polêmica a concessão de “habeas corpus” a acusados detidos na chamada Operação Satiagraha.
Resposta: E
60. No período “É preciso dizer-lhes tudo de novo!”,
temos a oração principal “É preciso”, cujo sujeito é toda a oração “dizer-lhes tudo de novo”, a qual, por isso, é classificada como oração subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo. A prova é que, se substituirmos a oração destacada pelo pronome isto, teremos a oração “Isto é preciso”, na qual o isto exerce a função de sujeito. Ora, na frase “Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano / Vive uma louca chamada Esperança”, o termo destacado “uma louca” tem a função de sujeito do verbo “vive”. Logo, as expressões “dizer-lhes tudo de novo” e “uma louca”, sendo ambas sujeito, exercem a mesma função sintática.
Resposta: B
61. A miséria e a falta de ânimo de Zé Brasil, personagem
sucedâneo do Jeca Tatu (ambos criados por Monteiro
Lobato), provêm da sua condição de oprimido pelos
latifundiários, que além de não fornecerem “nem uma
foice, nem um vidrinho de quina para a sezão” e de
ficarem com “metade da colheita e metade bem
medida”, expulsam os rendeiros quando o trabalho dá
bons frutos. A opressão se dá também pela estrutura
política e jurídica, que fazem da lei um privilégio de
ricos.
Resposta: A
62. Em nenhum dos poemas citados há referência ao fato
de que “ser poeta é buscar a perfeição em cada verso”,
conforme se afirma na alternativa E.
Resposta: E
63. O que se enfatiza na frase “Terra planeta água” é o
paradoxo de se chamar de Terra um planeta que, como
diz a alternativa C, é encharcado.
Resposta: C
64. Para o autor, a palavra idoso, além das três primeiras
acepções, poderia significar “alguém que está indo,
alguém em processo de ida”, sentido resultante da
junção da base de significação id ao sufixo –oso.
Nesse caso, a base id não mais se referiria à idade, mas
à noção de deslocamento agregada ao substantivo ida.
Para reforçar essa noção, o autor compara a formação
de id+osos com a de fic+osos, que equivaleria a
“aqueles que ficam”. Vale ressaltar que se trata de uma
brincadeira com base numa presumível analogia entre
idoso e ida, não de um “sentido menos conhecido”,
como afirma a alternativa e.
Resposta: E
65. Luís Fernando Veríssimo procura reproduzir na escrita
uma estrutura característica da fala: a elaboração do
raciocínio concomitante ao ato de fala. Dessa forma,
reproduzem-se na escrita formas trucadas da fala que
se caracterizam por relações sintáticas entre termos
dispostos em frases independentes, como se houvesse
elipses, que seriam preenchidas pela situação de
interlocução.
Resposta: A
66. As cartas enviadas pelos missionários jesuítas às
autoridades eclesiásticas e civis portuguesas tratavam de
diversos aspectos da vida dos silvícolas brasileiros.
A carta a que pertence o fragmento, dirigida aos padres
da Companhia de Jesus em Coimbra, descreve as
superstições, as relações matrimoniais e religiosas dos
índios, entre outras coisas. Mas o fragmento em questão
trata especificamente de práticas funerárias — o que já
elimina a alternativa a (que fala em “festividades”).
Embora mencione “superstições, a bondade” e a
“relação dos cônjuges”, como em b, não se pode afirmar
que os índios “vivenciam um processo de aculturação”,
já que o fragmento mostra uma sociedade ainda muito
ligada às suas práticas culturais originais, o que também
invalida a alternativa c, em que se fala de uma
sociedade que “adota os princípios religiosos do
cristianismo”. Finalmente, o “tratamento igualitário” a
que se refere a alternativa e é desmentido pelo próprio
texto, que mostra a especial reverência dedicada aos
mortos “principais” (linha 6). Por outro lado, o texto
confirma a alternativa d, quando afirma que “Qualquer
cristão, que entre em suas casas, dão-lhe a comer do que
têm, e uma rede lavada em que durma” (linhas 9 a 11).
Constrói-se aí a imagem de uma sociedade que, embora
não cristã (o que é indicado pelas práticas fúnebres antes
referidas), é hospitaleira e “simpática” à presença dos
jesuítas. Observação: A íntegra da carta pode ser lida
em Primeiras cartas do Brasil (1551-1555).
Tradução, introdução e notas de Sheila Moura Hue.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006, pp. 31-41.
Resposta: D
67. A produção cultural do Quinhentismo brasileiro é
marcada por duas linhas básicas que a historiografia
literária costuma designar como “literatura de
formação” e “literatura de informação”. A primeira é
constituída notadamente pelos textos escritos por
jesuítas, objetivando a catequese indígena — é o caso
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
12 OSG.: 000000/14
do Teatro do Padre José de Anchieta, ou do Diálogo
sobre a conversão dos gentios, do Padre Manuel da
Nóbrega. A alternativa e apresenta uma síntese correta
dessa tendência, mas a carta do padre Manuel da
Nóbrega de que foi retirado o fragmento do enunciado
pertence à segunda tendência, formada por
documentos que retratam a vida na colônia — o que
nos conduz à alternativa a. Inaugurada pela Carta que
Pero Vaz de Caminha escreveu ao Rei de Portugal
quando do “achamento” do Brasil, a Literatura de
Informação também contou com a contribuição dos
jesuítas, igualmente interessados em compreender os
costumes locais. Não há, no trecho transcrito,
grandiloquência ou idealização (alternativa b), nem
exploração do “imaginário renascentista” (c), ou ainda
elementos do “estilo árcade” (d).
Resposta: A
68. O escritor modernista Oswald de Andrade mostra, na
frase “Tupy or not tupy, that is the question”, alguns
dos traços mais característicos de seu estilo: poder de
síntese, humor e assimilação de estrangeirismos. Tudo
isso a serviço de uma reflexão contundente acerca das
nossas matrizes culturais. A perspectiva de Oswald,
desprovida de preconceitos, valoriza a cultura indígena
(e não a repudia, como se diz em d), mas de forma
crítica, sem a idealização sugerida pela alternativa c.
Não se trata, para ele, de um simples processo de
substituição cultural, como se pode ler em a, mas de
miscigenação, de amálgama, elementos constituintes
da identidade nacional que são aproveitados pelo
escritor, e não contestados, como traz a alternativa e.
Resposta: B
69. A afirmação II está correta. O jovem Chaplin
abandonou a Inglaterra e imigrou para os Estados
Unidos em busca de uma vida melhor. Ao citá-lo,
Rubem Braga, implicitamente, valoriza o “apetite de
vida” dos jovens e destaca o patrimônio artístico, uma
vez que Chaplin notabilizou-se no cinema e não em
atividades envolvendo “carne, alface e motores”.
A afirmação III está correta. Rubem Braga, opondo-se a
José Leal, diz que “ninguém sabe que destino
(os imigrantes) terão no Brasil”. O que eles trariam de
valor seria a procura por “novos horizontes”. O próprio
ato de emigrar implicaria a “inquietação” e o “apetite
pela vida”, ou seja, o “impulso vital”.
Resposta: D
70. Ao citar Chaplin, Rubem Braga estabelece uma
analogia entre o imigrante que se tornou um grande
homem no país que o recebeu e a possibilidade de que
a linhagem de um imigrante depreciado sob o ponto de
vista utilitário venha a produzir um grande brasileiro.
Além disso, o fato de os imigrantes serem inquietos,
possuírem capacidade artística e terem “apetite de
vida” implica um capital cultural e de vida facilmente
transmissível às próximas gerações.
Resposta: A
71. Observam-se, no texto de Rubem Braga, procedimentos típicos da dissertação: discussão temática envolvendo termos generalizantes em torno da “política imigratória”; contra-argumentação ao texto de José Leal; apresentação de tese (“a humanidade não vive apenas de carne, alface e motores”); uso de argumentação por hipótese (“e se o jovem Chaplin quisesse hoje entrar no Brasil acaso poderia?”).
Resposta: B
72. Embora a substituição de terão por “haverão de ter”
afete o sentido sob o ponto de vista do aspecto verbal, ambas as formas são gramaticalmente corretas. Quanto às demais alternativas, convém notar: a) o pronome relativo onde só pode ser
adequadamente substituído pelo relativo que se este vier precedido da preposição em;
c) por terem significados opostos, os elementos dos pares imigrante/emigrante e imigrar/emigrar não podem ser usados um pelo outro sem prejuízo do sentido original do texto;
d) em insensato, o prefixo é de negação ou privação; em imigrar, o prefixo indica “movimento para dentro”; e a grafia correta do substantivo abstrato correspondente ao adjetivo insensato é insensatez.
Resposta: B
73. A crônica é considerada por muitos analistas um
“gênero menor” da literatura. Mas, quando está sob a responsabilidade de escritores como Machado de Assis e Rubem Braga, ela pode ganhar em riqueza e profundidade, atingindo o reconhecimento literário que a alternativa c nega a Rubem Braga. Os dois fragmentos reproduzidos são comprovações dessa possibilidade. Inspirando-se em assuntos jornalísticos (Rubem Braga, a partir de uma “reportagem”, e Machado de Assis depois de ter lido “nos jornais” notícias sobre um produto farmacêutico), acontecimentos que poderiam se perder entre notícias diversas, os autores abordam aspectos que evidenciam o que há de permanente na fugacidade da vida cotidiana. Assim, Rubem Braga trata da impossibilidade de previsão de destinos humanos, enquanto Machado de Assis, em palavras escritas com certa dose de ironia, “trata da vida e da morte”. Nenhum dos dois cronistas explora uma “linguagem altamente elaborada” (alternativa a) ou “solene” (c); não se furtam a emitir juízos de valor (b) ou a buscar um aprofundamento maior em sua abordagem (e).
Resposta: D
74. No texto I, o eu lírico convida a sua musa Marília a
“lograr” (desfrutar, gozar) dos prazeres da natureza, tanto em seu plano estético — na referência que faz à beleza dos “alegres campos” — quanto em seu aspecto utilitário — na referência ao “abrigo” que encontrariam nas “copadas árvores”. No texto II, o conflito entre a racionalidade e o amor que arde no peito do eu lírico foi caracterizado pela tradição crítica como indicativo da atitude pré-romântica em Bocage.
Resposta: B
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
13 OSG.: 000000/14
75. A relação de oposição entre a ordem da Razão
(“Mandas-me não amar”) e a atitude do eu lírico (“eu
ardo, eu amo”) está corretamente indicada pela
locução conjuntiva concessiva “ainda que”. A oração
conclusiva iniciada pela conjunção “portanto”
explicita um dado que está virtualmente contido na
outra oração: a desobediência do eu lírico à Razão
permite concluir que ela é desnecessária.
Resposta: A
76. Tomás Antônio Gonzaga é um dos mais expressivos
poetas do Arcadismo brasileiro, movimento que já foi
conhecido como “escola mineira”, dada a relação da
quase totalidade de seus poetas com Minas Gerais.
Nos versos da alternativa c, a clara referência a
escravos (que, no texto, são chamados de cativos)
tirando o cascalho da “rica terra” indicia a atividade
mineradora que marcou aquela região e a economia
colonial no final do século XVIII.
Resposta: C
77. Nesta questão é apresentado um longo poema de
Castro Alves, poeta pertencente à terceira geração da
poesia romântica no Brasil. Em sua obra, o combate à
escravidão, que caracteriza o condoreirismo que marca
essa geração poética, também está presente nos versos
de A mãe do cativo. No entanto, não há traços de
indianismo nesse poema, o que nos leva a eliminar a
primeira afirmativa. Já as alternativas restantes são
relacionadas à interpretação do poema. Não há no
poema qualquer tipo de lamento com relação à
ausência ou a morte da mãe, com isso elimina-se a
terceira afirmativa. Já com relação à segunda
afirmativa, que está correta, podemos depreender a
ironia do sujeito lírico, que aconselha a mãe a ensinar
ao filho as regras da sociedade escravocrata, como
pode ser notado a partir do segundo verso do poema.
Resposta: B
78. O Barroco não é uma escola que pretende
uniformização, ao invés disso, é uma estética que
valoriza o disforme e o contraste, contrariando o que
diz a afirmativa I. A afirmativa III apresenta erro ao
indicar que a interlocução do eu lírico se estabelece
com um “anjo enviado dos céus”, sendo que se trata de
um diálogo com a própria amada através do pronome
“vós”. A única afirmativa correta é a II, pois sintetiza
de forma pontual os contrastes, tipicamente barrocos,
entre angelical e tentadora propostos pelo poema.
Resposta: B
79. A obra O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, retrata
uma habitação coletiva que tem como moradores
indivíduos pobres oriundos de diferentes etnias e
culturas. A mistura de raças e o choque entre brancos,
negros e mulatos são responsáveis por aspectos
determinantes da ação do romance. A presença do
português, como representação do colonizador que
chega ao país com a intenção de enriquecer por meio
da exploração, é marcada na figura de João Romão.
Postado na entrada da estalagem, manda, vigia e
extorque seus moradores, sem deixar de participar da
rotina agitada do local.
Resposta: D
80. Embora seja conhecido como o iniciador e grande
representante do Realismo brasileiro, Machado de
Assis também marcou presença no desenvolvimento
da estética romântica em nosso país com seus
primeiros romances (Ressurreição, A mão e a luva,
Helena e Iaiá Garcia). Mesmo como autor romântico,
a intenção reformadora de seus livros iniciais já
chamava a atenção da crítica da época. Ao longo de
seu amadurecimento e da provável percepção de que a
elite brasileira possuía uma mentalidade impossível de
ser transformada, o autor tornou-se cada vez mais
cético e pessimista, passando a escrever os livros que o
firmariam como um dos mais respeitados analistas da
nossa sociedade (Memórias póstumas de Brás Cubas,
Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e
Memorial de Aires).
Resposta: C
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
D A E C C C E D B A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B A E A D A A A A B
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
C C B C E B A D E A
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
D B A C D D E D D C
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
E E A B E E C B B A
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C C B A E A D B C A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E D D C D A C D A B
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E B C D B E A A B D
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C B D A B A A C B C
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
A D A D A D D D B D
51 52 53 54 55
C B E C E
PROFESSOR HERMESON VERAS
PROFESSOR TOM DANTAS
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
14 OSG.: 000000/14
1. A figura de linguagem que representa adequadamente a intenção do autor está assinalada em C, pois é a hipérbole que exagera a significação linguística ao apresentar o dono da empresa em atitude radical para demitir os funcionários.
Resposta: C 2. Denotativamente (de acordo com o Dicionário Aurélio da
Língua Portuguesa), uma rede é um entrelaçamento de fios que, juntos, formam uma espécie de tecido. Figuradamente, indica conjunto ou estrutura. Assim, é perfeitamente coerente a expressão “rede social”, que aponta para um conjunto de usuários da Internet que se associam em prol de interesses comuns, para compartilhar informações. Uma rede antissocial, no entanto, configura um paradoxo, já que “rede” aponta para a ideia de coletivo, de conjunto, enquanto “antissocial” transmite ideia de individualidade, já que é tudo o que é contrário a uma organização social qualquer.
Resposta: C 3. Usando palavras de sentido negativo, como
“antissocial”, “nada”, “ninguém” e “incomoda”, Joana expressa sua opinião contundente sobre as redes sociais.
Resposta: B 4. Apenas a alternativa A é correta, pois a 3ª pessoa do
plural do imperativo do verbo estar é “estejam”, o adjetivo “meia” concorda com o substantivo a que se refere (hora) e o pronome oblíquo “los” corresponde ao objeto direto do verbo levar.
Resposta: A 5. É correta a alternativa E, pois a função apelativa
ocorre em construções sintáticas orientadas para o interlocutor diretamente interessado pelo conteúdo, como no texto publicitário da imagem em que predomina o uso de verbos no imperativo (“participe”, “crie”, “preencha”,”consulte”).
Resposta: E 6. A figura humana estilizada, o uso recorrente de formas
geométricas e o desprendimento em relação aos padrões acadêmicos de perspectiva, proporção e anatomia configuram uma obra vanguardista.
Resposta: A 7. A fala da minhoca revela uma reação comum das
vítimas de discriminação que é transferir a sua condição de insignificância a outro ser mais inferior.
Resposta: D 8. A repetição e o tom exclamativo da fala da minhoca
enfatizam a ansiedade do personagem em desvincular-se da condição de inferioridade que lhe está sendo atribuída pelas cobras, como se refere em B.
Resposta: B
9. É correta a opção C, pois, no segundo quadro, a
retirada da moldura sugere o desaparecimento da
minhoca que se esconde para não ser notada pelas
cobras.
Resposta: C
10. As figuras representam pessoas circulando num espaço
que se deduz ser o do próprio cotidiano. Os balões que
reproduzem o seu pensamento apresentam letras que,
isoladamente, não apresentam qualquer valor
significativo, mas em conjunto formam a palavra
solidão. O leitor pode perceber assim, a falta de
comunicação existente entre elas, o que as remete a um
mundo individual e de consequente solidão.
Resposta: A
11. Pelas falas dos amiguinhos, percebe-se que estes são
condicionados pelos valores de sua comunidade, o que
não ocorre em relação a Hamlet.
Resposta: E
12. A formalidade do discurso da garota é interrompida no
último quadro, quando usa a expressão “vai ter de
tomar jeito”, típica da linguagem informal, para
insinuar que, quando casar com Hamlet, Hagar deve
melhorar o seu comportamento.
Resposta: D
13. A última frase de Calvin rompe com a expectativa do
leitor, pois o uso da locução interjetiva “qual é!”,
típica da linguagem informal, contrasta com o registro
linguístico altamente especializado que vinha usando
até o momento.
Resposta: D
14. Segundo o texto, o termo “comunidade”, usado
eufemisticamente para designar uma região
vulgarmente chamada de “favela”, não apaga o
estigma a que estão sujeitos os moradores do local,
pois a referência à identidade territorial já possui uma
carga negativa associada à sua condição
socioeconômica. Dependendo do ponto de vista de
quem o enuncia, a opção, por este ou aquele termo,
pode ferir a suscetibilidade de outro, como acontece na
denominação do morro Santa Marta ou Dona Marta,
entre católicos e protestantes. Assim, é correta a opção
C: “Sabemos todos que nas trocas sociais o mais
importante é o sentido que se elabora no interior das
suas dinâmicas”.
Resposta: C
15. Trata-se do recurso intertextual, quando um texto
refere-se a outro, criando uma espécie de “diálogo”
literário.
Resposta: D
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
15 OSG.: 000000/14
16. São três os entrevistados na reportagem: David Weiss, filho de Stanley Weiss, usado como modelo/inspiração para a criação do personagem por Joe Shuster e Jerry Siegel; Larry Tye, considerado o maior estudioso do personagem e; Harry Brod, autor do livro Superman Is Jewish? Os três, por razões diferentes (o primeiro por ser filho do modelo do personagem, o segundo por ser um estudioso e o terceiro por ter escrito um livro sobre o assunto), são conhecedores do assunto, tendo, portanto, autoridade para abordá-lo, o que confere credibilidade ao texto.
Resposta: A
17. As alternativas A, B, D e E são incorretas, pois os
termos assinalados em negrito, para se ajustarem corretamente à gramática normativa, deveriam ser substituídos, respectivamente, por: mantém, eram, necessitava-se e estava.
Resposta: C
18. As alternativas A, B, C e E são incorretas, pois
A) o pai, quando levava aquela única banana para casa, não a descascava imediatamente, ao contrário, demorava a fazê-lo para poder ser admirada por todos antes de dividi-la entre as crianças.
B) a autora, embora compreendesse as reclamações das mulheres, não se sentiu incomodada pelo preço e pagou satisfeita o cacho de bananas que havia escolhido.
C) no texto, não há referência à exportação de bananas do Brasil para outros países.
E) a nomenclatura usada pelos cientistas, Musa paradisíaca, revela que eles fugiram ao padrão racional e pragmático das classificações científicas.
Assim, é correta apenas D.
Resposta: D 19. No texto, não há referências à infância sofrida e cheia
de privações, nem a exposição da fruta em vitrines de lojas famosas, o que invalida as alternativas B e D. Também C é incorreta, pois a referência à composição de uma ode baseia-se apenas em hipótese (“Se eu fosse poeta”). A alternativa D é inadequada, pois a narradora, embora esteja disposta a pagar o preço pelo prazer de degustar a fruta de que mais gosta, reconhece que o comentário das donas de casa é justo. Assim, é correta apenas A.
Resposta: A
20. Apenas B classifica corretamente o 3º parágrafo, pois
trata-se de uma descrição subjetiva, provocada pelas lembranças da infância vivida pela narradora em país distante.
Resposta: B
21. Na frase da opção E, existe elipse do sujeito na oração
“que fizesse referência ao modo violento” para evitar a repetição do segmento anterior a que se refere: “a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”.
Resposta: E
22. Crase é a fusão de dois fonemas vocálicos idênticos e, na língua portuguesa, o acento grave é usado para assinalar a fusão de dois a’s. Assim, o acento só deve ser usado quando o termo regente exija a preposição “a” e o termo regido admita o artigo definido “a”. Esse fenômeno acontece em 1, pois o termo verbal é transitivo direto e indireto, sendo a expressão “à Fifa” o seu objeto indireto; em 4 e 6, porque os termos “pertence” e “assistir” – este último no sentido de “presenciar” – apresentam transitividade indireta; e em 2, por fazer parte de uma locução adverbial feminina: “à prova de”. Em 3, o pronome “ninguém” não pode ser antecedido por artigo; em 5, “uma” é artigo indefinido; e em 7, o verbo “acionar” não precisa de complemento preposicionado. Assim, é correta apenas a opção B: 1, 2, 4, 6.
Resposta: B 23. A colocação da vírgula antes do pronome relativo que
transformou o que deveria ser uma oração adjetiva restritiva em adjetiva explicativa, gerando uma informação incoerente ao admitir que os apóstolos eram os únicos amigos de Jesus, como se afirma em C.
Resposta: C
24. De acordo com o dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa, ironia é um “modo de exprimir-se que
consiste em dizer o contrário daquilo que se está
pensando ou sentindo, [...] com intenção depreciativa e
sarcástica em relação a outrem”. Pode-se, assim,
afirmar que a intenção da capa da Revista Veja é de
crítica irônica, pois a situação revela um estudante
escrevendo na lousa que a educação no Brasil é ótima,
ao passo que comete erros ortográficos em quatro
palavras, revelando que a situação do ensino é oposta
ao que se afirma na frase.
Resposta: D
25. Na primeira ocorrência, o verbo deve apresentar-se no
plural (podem) para concordar com o sujeito composto
(“Autocontrole e disciplina sem preparação
adequada”). Na segunda, à locução prepositiva
“devido a”, não deve ser acrescido o artigo definido
“a”, já que o termo regido, o pronome demonstrativo
“essa”, não o permite. Na terceira, é correto o uso do
pronome relativo “que”, pois estabelece referência
com o seu antecedente (“categoria de ioga”). Assim, é
correta apenas a opção B.
Resposta: B
26. O último parágrafo adverte para a circulação de cópias
de livros na Internet, sem que as fontes sejam
comunicadas, o que prejudica autores e editoras.
Ou seja, a circulação de cópias xerocadas, comum no
meio acadêmico, agora tem ramificações no mundo
virtual, como se afirma em E.
Resposta: E
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
16 OSG.: 000000/14
27. No anúncio publicitário, a imagem de uma turbina
eólica associada à frase “O Brasil do amanhã precisa
de respostas sustentáveis” sugere a solução para o
problema energético através da substituição de fontes
de combustíveis fósseis por fontes naturais de energia,
estabelecendo, assim, uma relação entre linguagem
verbal e não verbal. Assim, é correta a opção A.
Resposta: A
28. Os textos 1 e 3 não apresentam um público-alvo
específico, ao contrário do texto 2, que é voltado para
o público jovem.
Resposta: A
29. O texto 2 faz parte de uma campanha educativa,
promovida pelo Ministério das Cidades, para o
carnaval de 2011. O público-alvo era constituído de
jovens. Assim, o tom informal e os elementos verbais
e não verbais (como as ilustrações de dois tipos de
transporte adequados para quem ingere bebidas
alcoólicas, o ônibus e o táxi) estão adequados ao
público e são eficazes ao transmitir a mensagem – “se
beber, não dirija” – de maneira bem-humorada.
Resposta: B
30. Uma das definições de “simplório” ou “simples” é de
aquilo que não apresenta complexidade ou dificuldade.
Assim, é correta a alternativa D.
Resposta: D
31. O título que contempla o conteúdo abordado é “Spam:
perda de tempo e prejuízos financeiros”, pois, de
acordo com o texto, “Cada trabalhador perde, em
média, sete minutos por dia limpando a caixa de
mensagens, e essa quebra na produtividade custa €828
– pouco mais de R$ 2,3 mil – anuais às empresas”.
Resposta: C
32. O eu lírico confessa a sua decepção (“Mas o que eu
soube ao seu respeito /Me entristeceu ouvi dizer /Que
pra subir você desceu”) para, nos dois últimos versos,
revelar a causa dessa sensação: “não adianta estar no
mais alto degrau da fama /Com a moral toda enterrada
na lama”. Assim, é correta a alternativa B.
Resposta: B
33. O conceito de campo semântico está ligado ao
conceito de polissemia, multiplicidade de significados
de uma palavra dependendo do contexto em que ela é
usada. Na alternativa D, os termos “lama” e “moral”
(“Com a moral toda enterrada na lama”) expressam a
degradação do indivíduo que não respeitou regras e
princípios de decência para atingir o sucesso.
Resposta: D
34. O poema apresenta uma narrativa implícita (“ouvi
dizer / Que pra subir você desceu”) que justifica a
sensação de tristeza do eu lírico perante a conduta do
interlocutor para atingir a fama, concluindo com uma
reflexão: “Por isso não adianta estar no mais alto
degrau da fama / Com a moral toda enterrada na
lama”. Assim, é correta a alternativa A.
Resposta: A
35. A única frase em que a linguagem não foi utilizada de
forma figurada é: “Fui a Rio+20 e tudo que ganhei foi
este apito”, pois se trata, literalmente, de um apito,
como indica a ilustração.
Resposta: B
36. O trecho: “Aqui perto de casa, o posto da Polícia
Rodoviária em Mambucaba (RJ), fechado há dois
anos por falta de efetivo, foi reaberto – mas só para a
Rio+20” indica uma circunstância temporal que
evidencia o descaso público em relação ao assunto em
questão, já que, dias depois, o posto volta a fechar,
causa da indignação do autor, que é, a seguir,
enfatizada criticamente: “Depois que a Hillary for
embora, fecha de novo. E os bananas dos moradores
que se danem”.
Resposta: A
37. Em ambos os textos, há o sentimento do amor como
algo desconcertante e contraditório. Em Camões:
“Tanto de meu estado me acho incerto”. Em Cazuza:
“Do amor pouco sei / E quase tudo espero”. Assim, a
afirmação I está correta.
Em nenhum dos textos, no entanto, aparece diretamente
a figura da mulher como sedutora ou angelical, por isso
a afirmativa II é incorreta.
Apesar das letras comumente ardentes do vocalista e
compositor Cazuza, nessa letra de música, particularmente,
o tema do desejo intenso não está presente. Esse tema
aparece apenas em Camões de maneira sutil: “Que em vivo
ardor estou de frio”. Desse modo, a afirmação III está
errada.
Resposta: A
38. A alternância de fonemas nasais e orais nas palavras
“onda”, “anda”, “ainda” e “aonde” reproduz o som do
mar, assim como a disposição das palavras nos versos,
o seu movimento. Também as linhas onduladas da
imagem provocam um efeito de ilusão óptica de
vibração, como se afirma em B.
Resposta: C
39. Não há na letra de Noel Rosa referência explícita ao
sol como testemunha da luta cotidiana de homens e
mulheres. Pede-se apenas para que a lua se demore
mais, para que as morenas não vão embora logo, para
que dancem por mais tempo.
Além disso, no poema, a princesa Isabel aparece como
aquela que dá nome à vila, sua imagem não ressalta as
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
17 OSG.: 000000/14
tradições, os versos, as crenças, os conhecimentos e os
costumes dos moradores de Vila Isabel.
Assim, é correta apenas a afirmativa III.
Resposta: B
40. A afirmação I está incorreta porque esse sentimento de
melancolia associado a lembranças da infância não se
encontra em nenhum dos textos.
Em Milonga de Sete Cidades, não há nenhuma
evidência de que Vitor Ramil faça uma apologia à
frieza e à solidão em grandes cidades. O frio a que o
poeta se refere são as baixas temperaturas do pampa.
Assim, a afirmativa II é incorreta.
Resta como correta a afirmação III.
Resposta: C
41. O uso de aspas pode sugerir que certa palavra não deve
ser entendida em sentido literal, contrariamente à
intenção de uma empresa que pretende ser clara e
transparente com seus clientes, por isso oferece
produtos “sem trapaças”, isento de atos de má-fé que
omitem informações para enganar alguém, como se
refere em A.
Resposta: A
42. As opções A, B e C são incorretas, pois sugerem
imitação de obra intelectual ou artística alheia como
sendo de própria autoria, transcrição integral ou
adaptação de sentido do título do livro de Pedro Vieira.
Trata-se de uma paródia que estabelece
intertextualidade com Memórias Póstumas de Brás
Cubas, de Machado de Assis, como se afirma em D.
Resposta: D
43. São incorretas as opções B, C e D, pois:
B) os termos “água”, “ar” e “combustíveis” não são
sinônimos, pois cada um apresenta significação própria.
C) os termos “estudos” e “desafios” confirmam o
conteúdo da matéria, que se serve da pesquisa para
prever o que possivelmente ocorrerá no futuro.
D) o presente do indicativo do termo “somos” foi
usado para indicar fato futuro bastante próximo e
confirmar a certeza de que ele ocorrerá.
Resposta: A
44. Segundo informações contidas na figura, a população
mundial aumentará em 2 bilhões até 2045, sem
referência a espaços específicos que abrigarão este
novo contingente de pessoas, o que descarta as opções
A, B e C. É correto o que se afirma em D, pois a capa
da revista convida o leitor a conhecer o cenário
mundial futuro e a preparar-se convenientemente para
lidar com os problemas.
Resposta: D
45. O uso da função apelativa da linguagem, com verbos
no imperativo para persuadir o receptor e influenciar o
seu comportamento, assim como a presença de
metáforas e anáforas na distribuição de versos em cada
estrofe, permitem afirmar que o texto apresenta
configuração híbrida, com características dos gêneros
“receita” e “poema”, como se afirma em A.
Resposta: A
46. No poema, o eu lírico, representado na figura de um
anjo, revolta-se com atos desumanos, mostrando
indignação: “Gostaria de não saber destes crimes
atrozes / É todo dia agora e o que vamos fazer? /
Quero voar p’ra bem longe mas hoje não dá / Não sei o
que pensar e nem o que dizer”.
Resposta: D
47. A imagem da capa do livro Quem matou o livro
policial? reproduz a capa de outro livro, Assassinatos
na biblioteca, do escritor fictício Raven Hastings, cuja
trama vai ser desenvolvida por Luiz Antônio Aguiar, o
que configura uso de função metalinguística e
intertextualidade.
Resposta: D
48. A reação do eu lírico perante a vivência da dor e do
medo é diferente nos dois poemas. Enquanto o do
texto I rejeita os espaços que lhe provocam essas
sensações e parte em busca da felicidade e da paz, o do
texto II comporta-se passivamente: Vivemos esperando
dias melhores. Assim, é correta a opção D.
Resposta: D
49. A repetição do trecho “vivemos esperando” enfatiza a
ausência de reação do eu lírico perante situações que
lhe provocam inquietação, ou seja, sugere passividade,
como se afirma em B.
Resposta: B
50. A alternativa D é a que melhor expressa a necessidade
de justiça social: “a negação ao cidadão dos direitos à
saúde, à habitação, à educação, à assistência social,
entre outros”.
Resposta: D
51. Com suas atenções focadas em prazeres e festividades,
as massas acabam alienando-se e permitindo que os
mesmos grupos perpetuem-se no poder, como indica o
trecho a seguir:
“Enquanto os homens exercem / Seus podres poderes
Índios e padres e bichas / Negros e mulheres
E adolescentes / Fazem o carnaval...”
Desse modo, eventos populares como o carnaval
acabam servindo aos interesses daqueles que querem
manter o status quo.
Resposta: C
RESOLUÇÃO – CURSO DE FÉRIAS
18 OSG.: 000000/14
52. “Será que apenas / Os hermetismos pascoais
E os tons, os mil tons / Seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão / Dessas trevas e nada mais...”
Conforme o trecho acima, apenas os “hermetismos
pascoais” (referência ao músico Hermeto Pascoal), os
“tons”, “sons” e “dons geniais” são capazes de nos
salvar das “trevas”. Em outras palavras, a música
sugere que a esperança reside na arte e no talento.
Resposta: B
53. Não há qualquer alusão ao imperialismo norte-americano
ou à “ética cultural” na canção, o que invalida a afirmativa II. A afirmativa V também está incorreta: o operário não cai da construção por causa da falta de segurança de seu ambiente de trabalho, mas porque quis se matar, por conta da banalidade de sua vida. Além do vazio, da pequenice e da falta de perspectivas do trabalhador, a canção mostra a pouca importância conferida a sua morte. Portanto, estão corretas as afirmativas I, III e IV.
Resposta: E 54. Na medida em que o eu lírico quer “aproximar seu
cantar vagabundo daqueles que velam pela alegria do mundo”, pode-se estabelecer uma analogia com a aproximação entre a escola (que “vela pela alegria do mundo”) e a marginália (o eu lírico com seu “cantar vagabundo”).
Resposta: C 55. Falta comentário
Resposta: E
EXERCÍCIOS I
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
D D D C B E A E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
A C E B D E D A C B
QUESTÕES ENEM
1 2 3 4 5 6 7 8
B D E D B E C B
9 10 11 12 13 14 15 16
C B E C C B D E
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
A PARTIR DA PINTURA
1 2 3 4 5 6 7
B A C A D B C
EXERCÍCIOS II
1 2 3 4 5
D D E C E
6 7 8 9 10
E B D C D
11 12 13 14 15
B C A B B
16 17 18 19 20
E D A B C
21 22 23 24 25
B D A B B
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C E D C B A C D E B
RODRIGO: 28/05/14 – Rev.: CM/AK
PROFESSOR ARNALDO FILHO
PROFESSOR STELLER DE PAULA