74
UFRRJ INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA DISSERTAÇÃO Inclusão de Aditivos na Ensilagem de Gramíneas Tropicais Marcos Roberto Begnini 2010

UFRRJ INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS …r1.ufrrj.br/wp/ppgz/files/2015/05/UFRRJ-dissertação-Marcos... · Este trabalho foi conduzido no Centro Nacional de Pesquisa Agropecuária

Embed Size (px)

Citation preview

i

UFRRJ

INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

ZOOTECNIA

DISSERTAÇÃO

Inclusão de Aditivos na Ensilagem de Gramíneas

Tropicais

Marcos Roberto Begnini

2010

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

INCLUSÃO DE ADITIVOS NA ENSILAGEM DE

GRAMÍNEAS TROPICAIS

MARCOS ROBERTO BEGNINI

Sob a Orientação do Professor

João Batista Rodrigues de Abreu

e co-orientação do Professor

Jailton da Costa Carneiro

Dissertação submetida como requisito

parcial para obtenção do grau de

Mestre em Ciências no Programa de

Pós-Graduação em Zootecnia, Área de

Concentração em Produção Animal.

Seropédica, RJ.

Dezembro de 2010 f

f

f

D

i

s

s

e

r

t

iv

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

MARCOS ROBERTO BEGNINI

Dissertação submetida como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em

Ciências no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Área de Concentração em Produção

Animal.

DISSERTAÇÃO APROVADA EM ___/___/ 2010.

Prof. Dr. João Batista Rodrigues de Abreu - UFRRJ

(Orientador)

Prof. Dr. João Carlos de Carvalho Almeida - UFRRJ

Prof. Dr. Fábio Nunes Lista, UNIVASF

v

DEDICATÓRIA

A Deus por ter me concedido saúde, força e estar sempre me protegendo.

Ao meu pai Renato Ernesto Begnini pelo apoio incondicional e amor sem medida, e confiança

sempre em mim depositada.

A minha querida mãe Nivete Maria Pesente Begnini, pelo amor, carinho e incentivo em

minhas empreitadas.

A minha irmã Marcia Begnini Sfredo por estar sempre me apoiando em todos os momentos.

Ao meu cunhado Eleandro Sfredo pelo apoio e incentivo.

Ao meu grande amor, Ariana Luparelli Riguetti, por todo o carinho e afeto, além de ser a

minha grande companheira, que sempre me apoiou e esta sempre do meu lado.

Ao meu sobrinho Victor Angelo Sfredo.

Aos meus demais familiares e amigos.

vi

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me concedido saúde e condições de realizar mais este trabalho.

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ao Instituto de Zootecnia e ao Departamento

de Nutrição Animal e Pastagem, pela oportunidade de realização do curso.

Ao orientador e amigo Professor Dr. João Batista Rodrigues de Abreu pela credibilidade e

dedicação desde os tempos de graduação, bem como sua orientação para condução deste

trabalho.

Ao meu co-orientador Jailton da Costa Carneiro pela atenção e colaboração e pelo

aprendizado recebido na realização deste trabalho.

Aos professores do IZ, em especial aos do PPGZ, pelos ensinamentos transmitidos para

minha formação profissional.

Aos membros componentes da banca examinadora Prof. Dr. João Carlos de Carvalho

Almeida e Prof. Dr. Fábio Nunes Lista, pela avaliação do trabalho, orientação e sugestões

fornecidas.

Aos Amigos e Zootecnistas Raphael dos Santos Gomes e Flavio Henrique Vidal Azevedo,

pelo apoio e ajuda de fundamental importância para a realização deste trabalho.

Aos funcionários e administradores do Campo Experimental de Coronel Pacheco pela

colaboração sem medir os esforços na realização do experimento.

A minha irmã Marcia Begnini e meu cunhado Eleandro Sfredo, pelo carinho e votos de

confiança oferecidos.

A minha namorada e futura esposa, grande incentivadora, Ariana Luparelli Rigueti pelo amor

e paciência e por estar sempre do meu lado.

Aos amigos Anderson Ferrari e Rafael Pressoto, conselheiros e companheiros de boa

convivência.

E a todos aqueles que não foram citados, mas que contribuíram, direta ou indiretamente, para

a realização deste experimento.

A Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais por ter financiado este projeto.

vii

BIOGRAFIA

MARCOS ROBERTO BEGNINI, filho de Renato Ernesto Begnini e Nivete Maria

Pesente Begnini, nasceu em 31 de janeiro de 1983, na cidade de Xanxêre, estado de Santa

Catarina.

Cursou o 1º grau no Colégio Agrícola Demétrio Baldissareli, no distrito de Marechal-

Borman em Chapecó-SC, concluindo-o em dezembro de 1997.

Cursou o 2o grau na Escola Agrotécnica Federal de Concórdia, Concórdia-SC,

concluindo-o em dezembro de 2000.

Ingressou em 2005 no curso de graduação em Zootecnia da Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica-RJ, graduando-se em dezembro de 2008.

Em março de 2009, iniciou o curso de Pós-Graduação stricto sensu em Produção

Animal, em nível de Mestrado, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em

Seropédica-RJ, submetendo-se à defesa de tese em dezembro de 2010.

viii

RESUMO

BEGNINI, Marcos Roberto. Inclusão de Aditivos na Ensilagem de Gramíneas Tropicais.

2010. 74p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia, Produção Animal). Instituto de Zootecnia,

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2010.

Este trabalho foi conduzido no Centro Nacional de Pesquisa Agropecuária Gado de Leite

(CNPGL), no município de Coronel Pacheco, localizada na Zona da Mata-MG. Objetivou-se

avaliar o efeito da adição de polpa cítrica (PC) e de inoculante bacteriano enzimático

comercial SI-ALL C4 da Alltech sobre as características fermentativas, nutritivas e da perda

de matéria seca das silagens de gramíneas pré-secadas, da grama estrela (Cynodon

nlemfuensis Vanderyst) e da Brachiaria brizantha cv. Marandú. Foram adotados os seguintes

tratamentos: Silagem das gramíneas pré-secadas com inoculante e sem adição de polpa cítrica

(CISP); com inoculante e com adição de polpa cítrica (CICP); sem inoculante e sem adição de

polpa cítrica (SISP); sem inoculante e com adição de polpa cítrica (SICP). Também foram

analisadas as gramíneas antes de serem ensiladas. A PC foi adicionada na base de 8% do peso

da matéria original das gramíneas. O inoculante foi aplicado na dosagem recomendada pelo

fabricante de 5 g/t de forragem com auxilio de um pulverizador costal. O Delineamento

utilizado foi o inteiramente casualizado com cinco repetições, e as médias foram comparadas

pelo teste Student-Newman-Keus a 5%. O experimento foi conduzido durante o período de

julho de 2009 a setembro de 2009. Foram determinados o pH, teores de matéria seca, proteína

bruta, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, celulose, hemicelulose e lignina,

nitrogênio amoniacal, poder tampão, teor de carboidratos solúveis e a degradabilidade ruminal

in situ. Os silos experimentais foram confeccionados com tubos de PVC com diâmetro de 4

polegadas e 50 cm de altura, providos de uma válvula tipo Bunsen. Depois de realizado o

corte da brachiaria e da grama estrela aos 42 e 35 dias de crescimento vegetativo

respectivamente, as gramíneas foram emurchecidas durante um período de 6 horas. A abertura

dos silos ocorreu 60 dias após a ensilagem. A adição de 8% de polpa cítrica melhorou o perfil

de fermentação da silagem da grama estrela e da brachiaria. O uso de inoculante bacteriano e

polpa cítrica proporcionaram menores percentuais de perda de matéria seca no processo de

ensilagem para brachiaria, o que não foi verificado para a grama estrela. O inoculante

bacteriano-enzimático melhorou a estabilidade da silagem de brachiaria, mas não se verificou

diferença entre os tratamentos para estabilidade da grama estrela. A associação de polpa

cítrica e inoculante bacteriano enzimático proporcionaram maior degradabilidade ruminal e

melhores padrões de fermentação na confecção da silagem da grama estrela e da Brachiaria.

Palavras-chave: Polpa cítrica, Inoculante bacteriano enzimático, Degradabilidade in situ.

ix

ABSTRACT

BEGNINI, Marcos Roberto. Include additive on ensilage of tropical grasses. 2010.74p.

Dissertation ( Master Science in animal production) Instituto de Zootecnia, Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2010.

This study was conducted in the Centro Nacional de Pesquisa em Gado de Leite (CNPGL)

Experimental Station in Coronel Pacheco, localized on Zona da Mata-MG. The main

objective was to evaluate the effect of addition of the citrus pulp (CP) and commercial

enzymatic bacterial inoculant SI-ALL C4 of the Alltech on the fermentation and nutritious

characteristics and the dry matter damages of grass silages wilted, of the (Cynodon

nlemfuensis Vanderyst) and the Brachiaria brizantha cv. Marandú. The following treatments

were evaluated: grass silages wilted with inoculant and without citrus pulp (CISP), with

inoculant and citrus pulp (CICP), without inoculant and without citrus pulp (SISP), without

inoculant and with addition of citrus pulp (SICP). Grass were evaluated too, before had been

silaged. The citrus pulp was added of the base of 8% by weight of the original material of

grasses. The experimental design was completely randomized with five replications and the

average was comparison with Student-Newman-Keus of 5% probability. This study was

conducted from January to December of 2009. Were evaluated dry matter (DM) content,

crude protein (CP), neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF), cellulose,

hemicelluloses and lignin, fractions of nitrogen and carbohydrates, buffer capacity, soluble

carbohydrates, fermentation characteristics (pH, ammonia N), and “in situ” dry matter

digestibility. The experimental silos were making of PVC with capacity of 3 liters, fitted with

a Bunsen-type valve. After the grasses cut was realized (brachiaria and cynodon), at 42 and

35 days of vegetative growth respectively, the grasses were wilted during a period of 6 hours

of sun exposure. Silos opening occurred 60 days after ensiling. The adition of 8% of citrus

pulp improved the profile of the silage fermentation of cynodon and brachiaria. The use of

bacterial inoculant and citrus pulp caused a lower percentage of dry matter loss on the ensiling

process for brachiaria, which was not verified to Cynodon silage. The enzymatic bacterial

inoculant improved the stability of brachiaria silage, but no difference was found between

treatments for the estability of cynodon. The association of citrus pulp and enzymatic-

bacterial inoculant provided higher rumen degradability and improved the profile of

fermentation in making silage of Cynodon nlemfuensis Vanderyst and of Brachiaria brizantha

cv. Marandú.

Key words: Citrus Pulp, enzymatic bacterial inoculant, Degradability in situ.

x

INDICE DE TABELAS

Tabela 1. Composição bromatológica, características de carboidratos solúveis, e

capacidade tampão da brachiaria, pré-secada aos 42 dias de crescimento e

da polpa cítrica utilizada para confecção dos tratamentos. .................................... 25

Tabela 2. Composição bromatológica, pH e nitrogênio amoniacal (N-NH3) de

silagens de Brachiaria brizantha confeccionadas com ou sem inclusão de

polpa cítrica e ou inoculante bacteriano enzimático. .............................................. 30

Tabela 3. Perda total no processo de fermentação, Perdas em percentual do material

ensilado na forma de Gases (%) e Efluente (%) da silagem de Brachiaria

brizantha pré-secada confeccionada com e sem polpa cítrica e ou

inoculante bacteriano enzimático. .......................................................................... 32

Tabela 4. Temperatura ambiente (ºC) e das silagens de Brachiaria brizantha pré-

emurchecida após a abertura por um período de nove dias. ................................... 33

Tabela 5. Parâmetros de degradação ruminal in situ da matéria seca da Brachiaria

brizantha e da silagem de Brachiaria brizantha pré-sacada confeccionada

com e sem inoculante bacteriano enzimático e ou polpa cítrica. ............................ 34

Tabela 6. Composição bromatológica e características de carboidratos solúveis e

capacidade tampão do Cynodon nlemfuensis pré-secado aos 35 dias de

crescimento e da polpa cítrica utilizada para confecção dos tratamentos. ............. 42

Tabela 7. Composição bromatológica, pH e nitrogênio amoniacal (N-NH3) de

silagens de Cynodon nlemfuensis confeccionadas com ou sem inclusão de

polpa cítrica e ou inoculante bacteriano enzimático. .............................................. 46

Tabela 8. Perda total no processo de fermentação, Perdas em percentual do material

ensilado na forma de Gases (%) e Efluente (%) da silagem de Cynodon

nlemfuensis pré-secado confeccionado com polpa cítrica e ou inoculante

bacteriano enzimatico. ............................................................................................ 49

Tabela 9. Temperatura ambiente (ºC) e das silagens de Cynodon nlemfuensis pré-

secado após a abertura por um período de nove dias. ............................................ 50

Tabela 10. Parâmetros de degradação ruminal in situ da matéria seca da Cynodon

nlemfuensis e da silagem de Cynodon nlemfuensis pré-sacado

confeccionado com e sem inoculante bacteriano enzimático e com ou sem

polpa cítrica. ........................................................................................................... 50

xi

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................. 2

2.1 Silagem ................................................................................................................................ 2

2.2 Princípios da Ensilagem ...................................................................................................... 3

2.3 Armazenamento ................................................................................................................... 4

2.4 Gramíneas Tropicais ............................................................................................................ 6

2.5 Sazonalidade ........................................................................................................................ 7

2.6 Características da Brachiaria brizantha cv. Marandú ......................................................... 8

2.7 Características do Cynodon nlenfuensis cv. estrela de Porto Rico ...................................... 9

2.8 Características Peculiares .................................................................................................. 11

2.9 Teor de Matéria Seca de Gramíneas Tropicais .................................................................. 12

2.10 Pré-emurchecimento ......................................................................................................... 13

2.11 Aditivos Microbiológicos ................................................................................................. 14

2.12 Polpa Cítrica ..................................................................................................................... 16

2.13 Estabilidade ...................................................................................................................... 17

CAPITULO I INCLUSÃO DE ADITIVOS NA ENSILAGEM DA Brachiaria

brizantha PRÉ-SECADA ........................................ Erro! Indicador não definido.

RESUMO

ABSTRACT ............................................................................................................................ 21

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 22

2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 23

2.1 Localização e Clima ........................................................................................................... 23

2.2 Condução do Experimento ................................................................................................. 23

2.3 Tratamentos ........................................................................................................................ 24

2.4 Avaliações .......................................................................................................................... 24

2.5 Delineamentos Experimentais e Análise Estatística ........................................................... 27

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 28

3.1 Composição Bromatológica, Nitrogênio Amoniacal (N-NH3) e pH .................................. 28

3.2 Perdas Durante o Processo de Fermentação ....................................................................... 31

3.3 Estabilidade Aeróbia da Silagem ........................................................................................ 32

3.4 Degradabilidade Ruminal ................................................................................................... 33

4 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 35

CAPITULO II INCLUSÃO DE ADITIVOS NA ENSILAGEM DO Cynodon

nlemfuensis vanderyst PRÉ-SECADO ................ Erro! Indicador não definido.

RESUMO

ABSTRACT

xii

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 39

2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 40

2.1 Localização e Clima ........................................................................................................... 40

2.2 Condução do Experimento ................................................................................................. 40

2.3 Tratamentos ........................................................................................................................ 41

2.4 Avaliações .......................................................................................................................... 41

2.5 Delineamentos Experimentais e Análise Estatística ........................................................... 44

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 45

3.1 Composição Bromatológica, Nitrogênio Amoniacal (N-NH3) e pH .................................. 45

3.2 Perdas Durante o Processo de Fermentação ....................................................................... 48

3.3 Estabilidade Aeróbia da Silagem ........................................................................................ 49

3.4 Degradabilidade Ruminal ................................................................................................... 50

4 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 52

CONCLUSÕES GERAIS ...................................................................................................... 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GERAIS ................................................................. 54

1

1 INTRODUÇÃO

O clima e as estações do ano possuem grande influência sobre o crescimento e

desenvolvimento das plantas forrageiras. Assim, a produção de forragem no período seco do

ano é reduzida obtendo-se baixas capacidades de suporte das pastagens.

Com isso, é necessário e de fundamental importância efetuar ajustes nas taxas de

lotação e ciclos de pastejo (período de pastejo e descanso da pastagem), de acordo com as

flutuações na disponibilidade de forragem, evitando-se assim um super pastejo e/ou uma

degradação da pastagem. Desta forma, é imprescindível o estabelecimento de uma estratégia

para fornecimento de alimento durante o período de deficiência.

Uma das melhores práticas para esse fim é a conservação de forragem excedente ou

de campos agricultáveis e que pode ser feita através de silagem, sendo uma das formas mais

utilizada, indicada e eficaz para este fim.

Praticamente em todo mundo, a conservação de forragem tem sido um fator crucial

para obtenção de boa produtividade em ruminantes, pois permite alimentação constante

durante todo período do ano (MUCK e SHINNERS, 2001), com alimento de boa qualidade.

Esta uniformidade de quantidade e qualidade proporciona aumento médio nas taxas de

lotação, possibilitando a manutenção de um número constante de animais no rebanho durante

o ano.

No Brasil as espécies forrageiras mais utilizadas para produção de silagem são o

milho, o sorgo e o capim-elefante. Entretanto, existem outras forrageiras, como cana-de-

açúcar, Brachiaria sp., Cynodon sp., Panicum sp., entre outras que são utilizadas em menor

escala percentual para serem ensiladas, entretanto plantadas em grande escala no Brasil, e

destinadas exclusivamente como culturas ou pastagens.

Estudando algumas dessas gramíneas Bergamaschine et al. (2006) observaram que

essas forrageiras possuem características inadequadas para serem ensiladas, tais como o alto

teor de umidade, baixo teor de carboidratos solúveis e o elevado poder tampão, o que justifica

assim sua menor utilização.

Por outro lado, Nussio et al. (2002) consideraram que as gramíneas tropicais por serem

perenes e apresentarem uma alta produção de MS no período chuvoso, a ensilagem excedente

de produção destas forrageiras seria uma alternativa interessante para os produtores como

forma de minimizar a escassez de alimento, no período seco.

2

Desta forma, a utilização de técnicas que reduzam o teor de umidade como o pré-

emurchecimento e uso de alimentos com elevado teor de matéria seca ou a utilização de co-

produtos como a polpa cítrica, associadas ou não a utilização de aditivos estimulantes da

fermentação, podem constituir-se uma excelente alternativa tecnológica de forma a melhorar

o padrão de fermentação das silagens de gramíneas tropicais.

Assim o presente trabalho tem como objetivo analisar a adição de inoculante

bacteriano enzimático e da polpa cítrica sobre características fermentativas e nutritivas de

silagem de gramíneas pré-secadas, bem como a perdas que ocorrem no processo de

ensilagem.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Silagem

A ensilagem é um método de conservação que compreende o armazenamento da

forragem em condições de anaerobiose, objetivando o desenvolvimento de bactérias

produtoras de ácido lático a partir de substratos como açúcares solúveis, ácidos orgânicos e

compostos nitrogenados solúveis (SANTOS, 2010).

Essas plantas são geralmente picadas em partículas menores para favorecer o seu

armazenamento, auxiliando a compactação e eliminação do oxigênio em um curto período de

tempo e armazenada em silos (PEREIRA et al., 2008).

O tamanho de partícula inferior a 20-30 mm pode favorecer a disponibilidade de

carboidratos solúveis e, consequentemente, estimula o crescimento das bactérias láticas

segundo (MCDONALD et al. 1991).

A ensilagem é o processo físico de produção da silagem que vai desde o corte da

gramínea até o fechamento do silo (PEREIRA et al., 2008).

O principal objetivo da ensilagem é preservar o máximo possível os nutrientes

originais da planta forrageira para ser usada como alimento, em épocas do ano onde a oferta

de alimento volumoso é reduzida ou até mesmo nula ( KUNG JUNIOR, 2009).

A silagem vem sendo considerada um dos processos mais importantes de conservação

de volumoso para os animais, pois permite oferta de alimento constante nos períodos críticos

do ano, principalmente no período seco. Neste período o ganho animal é nulo ou até negativo

devido à escassez de alimento volumoso, ocasionando grandes perdas aos criadores.

3

A técnica da ensilagem é principalmente, mais estudada e utilizada em regiões frias,

devido à ocorrência de inverno mais úmido, dificultando outras técnicas de conservação como

a fenação, além do período de transição entre espécies forrageiras de verão e inverno,

comumente empregadas nestes ambientes, caracterizados por redução do crescimento da

forrageira da saída da estação e a reduzida taxa de crescimento inicial da planta empregada na

estação subsequente.

Existem varias formas de avaliar a qualidade de um alimento conservado, dentre elas o

olfato, as análises químicas e microbiológicas e o desempenho animal, além dos aspectos

físicos, principalmente a massa específica (ME) da forragem e o tamanho médio de partículas,

que devem ser priorizados nessa avaliação (JOBIM et al., 2007).

Segundo Pedreira (2010) em situações nas quais a técnica de fenação é difícil, a

ensilagem de gramas-bermuda pode ser uma alternativa para conservação. Assim, as

gramíneas dos gêneros Panicum (Tanzânia e Mombaça), Braquiaria brizantha e Cynodon

(Tifton) também têm sido utilizadas para ensilagem nos últimos anos, porém o capim-elefante

ainda é a gramínea forrageira tropical mais estudada para este fim (BERGAMASCHINE et

al., 2006).

2.2 Princípios da Ensilagem

Para que se tenha uma silagem de boa qualidade existem 3 fatores muito importantes,

o primeiro é a rápida retirada do ar do silo, o segundo é a rápida produção de ácido lático

permitindo a rápida diminuição do pH, e o terceiro é diminuir ao máximo o contato do ar com

a silagem (KUNG JUNIOR, 2009).

A conservação de uma forragem na forma de silagem envolve processos bioquímicos e

microbiológicos complexos. A forragem ensilada é conservada por um processo de

fermentação, passando por várias etapas, desde o seu corte até ser utilizada para a alimentação

animal, podendo ocorrer algumas alterações quantitativas e qualitativas deste alimento

(VILELA et al., 2005).

A fermentação anaeróbia da silagem se constitui na conversão de carboidratos solúveis

em ácidos orgânicos, através da ação de microorganismos, que se multiplicam e desenvolvem

intensa atividade fermentativa ao encontrarem condições adequadas no meio. Quando o pH

abaixo de um dado valor ou os níveis de ácidos são suficientes para inibir a fermentação, a

forragem torna-se estável e, como silagem, é preservada enquanto permanecerem aquelas

condições (MCDONALD et al., 1991).

4

A atividade aeróbia ocorre normalmente no início do processo, devido à presença de

oxigênio, propiciando o desenvolvimento de microorganismos aeróbios, principalmente,

bactérias epífitas, presentes no alimento, que consomem o oxigênio, mas reduzem as

quantidades de carboidratos solúveis oriundos, principalmente, do extravasamento celular.

Bons silos devem ter a atividade aeróbia minimizada, pois, além das perdas

supracitadas, a oxidação dos carboidratos solúveis proporcionada pela aerobiose leva a uma

produção excessiva de calor, causando danos irreparáveis à proteína da forragem, aumentando

o teor de nitrogênio insolúvel em detergente ácido (MCDONALD et al., 1991).

Segundo Kung Junior (2009), a rápida queda do pH diminui a quebra das proteínas

pela inativação enzimática das plantas, da mesma forma inibe o crescimento de

microorganismos indesejáveis como enterobacterias e Clostridium.

Devemos ressaltar que o rápido estabelecimento da condição de anaerobiose é o

princípio básico para a obtenção de uma silagem de boa qualidade. Fatores como a rápida

velocidade de carregamento do silo, influenciado por logística de corte e transporte, a

compactação adequada, que é influenciada por umidade do material ensilado, tamanho de

partículas e operação de compactação eficiente e a fonte de carboidratos solúveis em conjunto

influenciam esta qualidade.

Na fermentação, os carboidratos solúveis são convertidos a ácidos orgânicos, reduzem

o pH e conservam a silagem. Por outro lado, a proteína é convertida em vários compostos

nitrogenados não proteicos, de modo que 40-75% do nitrogênio da silagem encontra-se como

NNP (PEREIRA e REIS, 2001).

2.3 Armazenamento

As silagens são armazenadas em compartimentos denominados de silos, esses podem

ser de várias formas e tamanhos. Porém um fator preponderante para a ensilagem é a

compactação da forrageira, e este fator é dependente do tamanho da partícula em que a

gramínea foi ensilada.

Silagens confeccionadas com baixa massa específica (ME) apresentam maiores

espaços entre partículas, tendo uma alta concentração de oxigênio, este por sinal pode

aumentar o tempo para que o pH da silagem diminua a níveis de evitar que microorganismos

deteriorem a silagem, assim pode-se obter perda de MS, devido a ação enzimática das plantas,

respiração, proteólise, além do consumo de carboidratos por microorganismos que produzem

fermentações secundarias (MCDONALD et al., 1991).

5

Por outro lado Collao Saens (2005) relata que partículas de tamanho muito elevado

diminuem o consumo de alimento pelos animais.

Valores descritos na literatura considerados ideais sobre a densidade de silagem de

gramíneas é descrita por RUPPEL et al. (1995) sendo valores superiores a 550 kg/m3e

inferiores a 850 kg/m3de MV.

Entretanto Holmes e Muck (1999) encontraram valores satisfatórios para silagem de

milho de 225 kg/m3de MS. Amaral et al. (2008), avaliando 4 quatro diferentes pressões de

compactação em capim-Marandú não verificaram diferenças para produção de efluente.

Segundo McDonald et al. (1991), quando as gramíneas são ensiladas, e o tamanho de

corte das partículas forem menores que 20-30 mm pode-se ter uma melhor disponibilidade de

carboidratos solúveis, este fato pode estimular o desenvolvimento das bactérias (bactérias

láticas) para que ocorra uma boa fermentação.

No entanto em nível de campo uma correta compactação é difícil de ser verificada,

sendo devida a falta de informação por meio dos produtores e também pela dificuldade de ser

realizada.

O volume de efluente produzido em um silo é influenciado por vários fatores,

destacando-se o teor de MS, tamanho de partícula, processamento, tipo de silo e compactação

(JOBIM et al., 2007).

Entretanto quando o material possui alta umidade e for compactado excessivamente

poderá ocorrer uma grande quantidade de produção de efluente, fator este que ocasiona perdas

qualitativas e quantitativas diminuindo principalmente os teores de carboidratos solúveis

fundamentais para que ocorra uma boa fermentação (JOBIM et al., 2007).

Para avaliações de silagens os métodos mais empregados são pela avaliação

qualitativa de silagens através dos ácidos orgânicos (láctico, acético, propiônico, butírico), o

pH e o nitrogênio amoniacal (ZAPOLLATO, 2009). É com base nestes parâmetros que

ocorrem às principais transformações que possivelmente tenham ocorrido no processo de

fermentação (MCDONALD et al., 1991).

Em silagens consideradas de boa qualidade, o ácido láctico é predominante, e em

geral, deve ser maior que a soma de todos os outros ácidos presentes, com uma relação ácido

láctico/ácido acético maior que 3. O ácido butírico deverá ter baixa participação ou até mesmo

ser inexistente, condição que dificilmente ocorre (MCDONALD et al., 1991).

Entretanto, pode-se obter por meio de uma inspeção cuidadosa da silagem, através da

cor, cheiro e textura - avaliações sensitivas PUPO (1981) - uma indicação prática de alguns

6

tipos comuns de fermentação, sendo os parâmetros físicos indicadores de silagem de boa

qualidade, tais como coloração verde amarelada, odor agradável (frutas) e possuindo sabor

azedo (ácido láctico).

A digestibilidade pode ser uma maneira para avaliação, pois possui uma correlação

com o consumo de alimentos, obtendo uma melhor resposta produtiva dos animais em função

do consumo, digestibilidade e do metabolismo dos nutrientes (CABRAL et al., 2006).

2.4 Gramíneas Tropicais

As gramíneas tropicais, devido à via C4 de fixação de carbono, caracterizam-se por

apresentarem elevadas taxas fotossintéticas e, também, produtividade de matéria seca muito

superior à das forrageiras de clima temperado do tipo C3 (TAIZ e ZEIGER, 2007). Outro fator

preponderante é a taxa de acúmulo da ordem de 150 a 200 kg/ha/dia de MS no verão pode

ser atingida tal como acontece nos capins Tanzânia e Mombaça, cultivares de Panicum

maximum (SANTOS, 1997).

Outras gramíneas, como o Tifton 85, apresentam elevado potencial de produção. Alves

et al. (2001) estimaram para essa forrageira a produção de 24,2 t/ha/ano de MS, quando

adubada com 400 kg/ha/ano de nitrogênio. Carneiro et al. (2001), avaliando acessos de

Brachiaria brizantha, no Acre, verificaram para essa gramínea potencial de produção de

15.000 kg/ha/ano de MS.

Segundo Gonçalves et al. (2003) a baixa produção e a redução na qualidade da

forragem, apresentadas pelas espécies tropicais, durante a época seca do ano, acarreta baixos

índices de produtividade tanto de leite quanto de carne. Este fato leva à necessidade de se

armazenarem forragens de alto valor nutricional para alimentar os animais nesta época do

ano.

Nesse sentido, procura-se por forragens que apresentem altas produções de matéria

seca, com boa relação lâmina/colmo e alto valor nutritivo, a fim de atender as demandas de

produção, sendo considerado um alimento de alto valor nutritivo, quando comparadas a

espécies que possuem grande participação da fração colmo em sua composição

(BALSALOBRE et al., 2001).

As gramíneas tropicais quando já estabelecidas em uma determinada área são de fácil

manejo e seus tratos culturais e seu atendimento de exigências em calagem e adubação podem

propiciar alta produtividade e serem conservadas na forma de silagem (COELHO et al.,

2003).

7

Contudo devemos resaltar a grande importância do fator maturidade das gramíneas

tropicais da planta com consequente diminuição de seu valor nutritivo, fator este comum

nestas plantas e pode ser minimizado com a utilização da ensilagem destas plantas quando se

encontram com elevado valor nutritivo ( RIBEIRO, 2008).

2.5 Sazonalidade

Nos ambientes tropicais, as plantas forrageiras possuem diferentes produções de

matéria seca durante as estações do ano, diminuição significativa no período do inverno e/ou

estiagem, ocasionando uma escassez de alimento para os animais devido estas alterações

climáticas, refletindo em baixo desempenho produtivo em animais mantidos em pastagens

durante determinada época do ano (PEREIRA, 2006).

As gramíneas tropicais possuem uma alta produção de forragem (EVANGELISTA et

al., 2009), com uma qualidade variando de média a alta, porém essa produção e qualidade se

concentram principalmente no verão ou período das águas (NUSSIO, 2002) gerando muitas

vezes um excedente de produção que pode ser armazenado na forma de feno ou silagem, a um

baixo custo, reduzindo assim os problemas da falta de alimento no período seco

(EVANGELISTA et al., 2009).

A conservação de alimento na forma de silagem é considerada um processo para

manter o alimento conservado, possibilitando a manutenção da qualidade e quantidade do

alimento volumoso e a lotação das propriedades pecuárias, com os animais na condição

corporal adequada (ANDRIGUETTO et al., 1981).

Mesmo em gramíneas que possuem alto potencial de produção de matéria seca, fatores

climáticos fazem com que a distribuição seja irregular, podendo resultar em substanciais

perdas por excesso no período de chuvas ou déficit no período seco do ano.

Resultados na literatura como os apresentados por Botrel et al. (1987), ao

determinarem as taxas de crescimento de diversas gramíneas, observaram haver significativa

diferença entre os períodos chuvosos e secos. Da mesma maneira, Alvim et al. (1998) na

Zona da Mata de Minas Gerais, Alvim et al. (1999) e Alvim et al. (2000) registraram, em

condições de corte, na época da seca, produção de matéria seca pelas gramíneas Coast-cross,

Tifton 85 e Tifton 68, muito inferiores que na época das chuvas. Segundo Pedreira e Mattos

(1981), ao estudarem o comportamento de 25 plantas forrageiras, durante o período de dois

anos, concluíram que a média de produção destas plantas no período seco foi de 13.2%

comparando a produção obtida no período das águas.

8

Alvim et al. (1997), ao analisarem a produção de vacas leiteiras alimentadas com

pastagens de Coast-cross, não verificaram diferença de produção por animal entre os períodos

do ano (seca e chuva), porém ao observarem uma produção mais reduzida da pastagem no

período da seca ocasionando redução na taxa de lotação, verificaram como consequência, uma

menor produção de leite/ha nessa época do ano. Quando esses animais passaram a ser

suplementados com 3,0 kg de concentrado/vaca, a produção de leite por área no período

chuvoso foi o dobro do obtido no período seco e, quando suplementados com 6,0 kg de

concentrado, a produção de leite foi 80% superior no período chuvoso.

Resultados muito semelhantes, demonstrando o efeito negativo da menor produção de

forragem de pastagem na Coast-cross e de capim-Angola durante a época da seca sobre a

produção de leite, são descritos por Alvim et al. (1992), Alvim et al. (1999 b ) e Alvim et al.

(2001).

No entanto Bernardes et al. (2003), estudando a produção de efluente em silagens de

capim-marandu produzidas com compactação de 900 kg.m-3 e inclusão de 0, 5 e 10% de polpa

cítrica peletizada, observaram que o escoamento de líquido (109, 71 e 17 L.t-1 de silagem,

respectivamente) observando grande quantidade de efluente quando ensilada esta graminea

sem o uso de aditivo.

Desta forma a utilização de aditivos que forneçam substratos fermentescíveis e

tenham capacidade de absorção da umidade, como a polpa cítrica sãouma alternativa para a

ensilagem de gramíneas (RIBEIRO, 2008). Assim Bergamaschine et al. (2006) ao ensilarem o

capim Marandu com 24% de MS, verificaram que a inclusão de PCP ou o emurchecimento

elevaram os teor de MS e reduziram a proteólise.

2.6 Características da Brachiaria brizantha cv. Marandú

A Brachiaria brizantha cv. Marandú, também chamada de braquiarão e brizantão, é

um cultivar lançado no Brasil em 1984 pela Embrapa Gado de Corte e Embrapa Cerrados e,

segundo Macedo (2006), essa planta responde por cerca de 80% das pastagens dos estados da

região norte e por cerca de 50% das pastagens cultivadas no Brasil.

É uma planta perene, cespitosa, com colmos iniciais prostrados, mas produzindo

perfilho predominantemente ereto, possuindo rizoma, formando touceiras que podem chegar

até 1,2 metros de altura, apresentando uma produção de até 18 t/ha/ano de MS. Assim é muito

utilizada para pastejo, pois é considerada resistente à seca (SEIFFERT, 1980).

9

As plantas do gênero Brachiaria tiveram um papel importante no Brasil, permitindo o

desenvolvimento da pecuária em áreas de baixa fertilidade, assim são consideradas a base das

pastagens cultivadas Brasil, porem essa gramínea é considerada pouco tolerante a baixas

temperaturas.

Segundo Soares Filho (1994) esta planta se adapta em condições de até 3.000 m de

altitude, e com preciptação média de 700 mm com até 5 meses de secos no período do

inverno, sendo assim recomendada para ser plantada em áreas de média a boa fertilidade,

sendo tolerante a uma acidez.

Temperatura considerada ótima para seu desenvolvimento está entre 30 e 35 graus

Celsius, sendo a mínima para seu crescimento de 15 graus, é considerada tolerante a geada,

porem possui baixa tolerância ao sombreamento preferindo sol pleno (GHISI e PEDREIRA,

1987).

A Brachiaria brizantha cv. marandu apresenta elevada produção de materia seca

sendo muito utilizada na alimentação de ruminantes ( SOARES FILHO, 1994). Esta planta

apesar de adptar-se a condições adversas, responde bem a adubações podendo apresentar

elevadas produções chegando a 36 toneladas de matéria seca, segundo (GHISI e PEDREIRA,

1987).

Entretanto, no momento do corte, esta gramínea como as demais plantas forrageiras

apresenta baixos teores de CHO e MS (RIBEIRO, 2008). Fator este que pode acondicionar

perdas de matéria seca no momento da ensilagem desta planta.

2.7 Características do Cynodon nlenfuensis cv. estrela de Porto Rico

As plantas do gênero Cynodon ou também chamados pelos nomes comuns de “capim-

bermuda”, “grama-bermuda”, “capim-estrela” e “grama-estrela” compreendem um amplo

grupo de genótipos do gênero Cynodom (TALIAFERRO et al., 2004).

Harlan (1970) descreveu duas variedades de grama-estrela, a variedade Robustus,

caracterizada por plantas robustas, racemos longos e delgados e a variedade Nlenfuensis que

tendem a serem delgadas, menos robustas, com racemos mais curtos e geralmente mais

adaptados a temperaturas mais altas e ao estresse hídrico do que a variedade Robustus.

O principal centro de origem e distribuição das gramas-estrela parece corresponder à

faixa tropical do leste da África, principalmente Quênia, Tanzânia e Uganda e Angola, na

África Ocidental (PEDREIRA, 2010).

10

As gramas-estrela ocorrem em regiões cuja latitude varia de 15ºN a 15ºS e a altitudes

até 2.300 m. Adaptam-se melhor á regiões com precipitação anual superior a 800 mm e com

temperaturas que não sejam inferiores a -6oC (MISLEVY et al., 1989 citados por

SOLLENBERGER, 2008). Toleram períodos curtos (3 a 5 dias) de alagamento com lâmina

de água de 2 a 5 cm (MISLEVY, 2006). Possuem boa tolerância à seca e são pouco tolerantes

ao sombreamento.

Informações obtidas na literatura indicam que as gramas-estrela preferem solos

úmidos, desde que não encharcados e férteis (MISLEVY, 2006). No entanto, no estado do

Acre, a grama-estrela roxa é cultivada em pastagens com solos mal drenados, sujeitos ao

encharcamento, nos quais apresentaram excelente adaptação (ANDRADE et al., 2009).

A grama-estrela se destaca nos sistemas de produção pecuários devido ao fácil

estabelecimento, elevado potencial de produção de biomassa e alta aceitabilidade. A elevada

produtividade e persistência da grama-estrela estão relacionadas a solos devidamente

adubados ou de alta fertilidade natural (ANDRADE et al., 2009).

A produção anual de matéria seca varia próximo de 5.000 kg/ha em sistemas pouco

tecnificados e de 10.000 a 15.000 kg/ha em sistemas mais tecnificados, chegando a 25.000

kg/ha em sistemas intensivos que utilizam irrigação e altas dosagens de adubação nitrogenada

(COOK et al., 2005). A grama-bermuda e a grama-estrela estão entre as mais importantes

gramíneas forrageiras do grupo C4 usadas em pastagens e na produção de feno em regiões

tropicais e subtropicais (ANDRADE et al., 2009).

As gramíneas do gênero Cynodon se reproduzem tanto por mudas ou estolões

(propagação assexuada) como por sementes (propagação sexuada) (TALIAFERRO et al.,

2004). Entretanto, embora haja produção de sementes viáveis nas gramas-estrela, a

quantidade produzida é geralmente muito baixa, inviabilizando essa forma de propagação.

A grama-estrela deve ser plantada com uso de estolões maduros, colhidos de plantas

com 10 a 14 semanas (70 a 100 dias) de rebrotação (MISLEVY, 2006).

Verifica-se que o uso de intervalos entre desfolha superiores há 30 dias reduz de forma

acentuada o teor proteico da grama-estrela, com implicações importantes para o manejo dessa

gramínea em sistemas de pastejo rotacionado. Isso se deve, principalmente, à redução da

proporção de folhas e aumento de colmos que ocorre com a maturidade das gramíneas, já que

as folhas apresentam maior valor nutritivo do que os colmos (ANDRADE et al., 2009).

As gramíneas do gênero Cynodon segundo Herrera, (1996) assim como a mandioca e

o sorgo podem ter potencial cianogênico, ou seja, acumulam glicosídeos cianogênico em seus

11

tecidos, o que pode resultar na formação de ácido cianídrico (HCN) quando as folhas são

trituradas ou mastigadas pelos animais.

De acordo com Mislevy (2006), apesar de teores relativamente altos de ácido

cianídrico em gramíneas do gênero Cynodon, são pequenas as chances de haver intoxicação

de ruminantes por essas gramíneas.

2.8 Características Peculiares

Para que se tenha uma silagem de boa qualidade é necessário que ocorra uma boa

fermentação, este fato depende do teor de carboidratos solúveis, umidade e capacidade

tampão. Gramíneas tropicais apresentam baixos teores de carboidratos solúveis e alto teor de

umidade. Portanto, para que se obtenham silagens de boa qualidade reduzindo perdas de

matéria seca, isso pode ser realizado através da adição de açúcares e aditivos, e assim,

promovendo o aumento no teor de matéria seca, acelerando a fermentação inicial para que o

pH apresente declínio mais acelerado (BALSALOBORE et al., 2001).

A capacidade tampão (CT) em plantas forrageiras é definida como a resistência que a

massa de forragem apresenta ao abaixamento do pH ( JOBIM et al., 2007).

O conhecimento da CT da forragem a ser ensilada é importante, pois fornece

informações em relação à velocidade de queda do pH. Segundo Cherney e Cherney (2003)

citados por Jobim et al. (2007) quando a planta apresenta alta CT, a velocidade de queda do

pH é lenta e em consequência, as perdas na ensilagem são maiores, reduzindo a qualidade da

silagem.

Sollenberger et al. (2004) reportaram que a principal limitação de se conservar

gramíneas tropicais é decorrente dos baixos teores de carboidratos solúveis, os quais poderiam

limitar a ação de bactérias benéficas a fermentação, independentemente da população epifítica

da forragem.

Nas plantas forrageiras fresca, cerca de 75 a 90% do nitrogênio total está presente na

forma de proteína formada por aminoácidos, peptídeos, amidas, nucleotídeos e clorofila. Na

ensilagem ocorre uma proteólise, com 40 a 60% do nitrogênio sendo solubilizado em

compostos não proteicos. O tempo de ocorrência da proteólise diminui com o aumento da MS

da silagem e com a redução do pH. A diminuição rápida do pH é um dos fatores mais

importantes quando são ensiladas plantas com altos teores de proteína, como a alfafa, pois a

atividade das enzimas proteolíticas é inibida quando o pH reduz de 4,5 a 4,0 (MCDONALD et

al., 1991).

12

Quando ensilamos plantas com altos níveis de MS, pode ocorrer um aumento da

temperatura. Nestas condições de umidade e temperatura elevada, acima de 55°C, há

ocorrência de reações não enzimáticas entre os carboidratos solúveis e grupos aminas dos

aminoácidos, resultando em compostos denominados produtos da reação de Maillard (VAN

SOEST, 1994).

2.9 Conteudo de Matéria Seca de Gramíneas Tropicais

O conteúdo de MS da planta é considerado um dos principais fatores responsáveis pela

qualidade final da silagem. Este determina as alterações que podem ocorrer durante o

processo de fermentação da forragem.

Um dos principais problemas encontrados com ensilagem de gramíneas tropicais é o

ponto de ensilagem, pois existe uma disparidade entre qualidade, encontrada em estágios mais

jovens, de menor conteúdo de matéria seca e quantidade, que ocorre em estágios mais

avançados e de menor valor nutritivo. Desta forma técnicas de ensilagem com materiais com

alto valor nutritivo e MS permitem ensilar plantas com umidade inadequada obtendo assim

uma silagem de boa qualidade (EVANGELISTA et al., 2009).

A confecção de silagens de gramíneas tropicais sem o devido conhecimento deste

momento adequado acarreta em perdas por fermentações secundárias que podem favorecer o

crescimento de bactérias do gênero Clostridium que são indesejáveis para uma boa

fermentação (NUSSIO et al., 2002).

Quando ensiladas gramíneas com alto teor de umidade, uma grande quantidade de

efluente pode ser gerada e assim carrear e alguns compostos orgânicos como açúcares, ácidos,

proteína e minerais (NUSSIO et al., 2002).

Outras substâncias provenientes da degradação de aminoácidos (cadaverina,

pudestrina, histamina e demais aminas biogênicas) e amônia também afetam negativamente a

qualidade da silagem, pois são decorrentes de fermentações secundárias que diminuem o valor

nutricional da silagem (NUSSIO et al., 2002).

Com relação a perdas ocorridas por efluentes, Corrêa e Pott (2001) demonstraram

haver uma relação direta entre o conteúdo de matéria seca do material, a produção de

efluentes e perda de matéria seca da silagem.

Por outro lado, Nussio et al. (2002) acreditaram que, além do teor de matéria seca da

forragem, a intensidade de compactação está correlacionada com as perdas por efluente. Desta

forma Loures et al. (2005), que verificou que a silagem de capim-elefante com alto teor de

13

umidade (13% MS) apresentou maior perda de efluentes com a elevação na pressão de

compactação.

Como o efluente é rico em compostos solúveis (N solúvel, açúcar, produtos da

fermentação e minerais), sua perda pode resultar em desproporcional perda de nutrientes

digestíveis, bem como causar danos para o meio ambiente (MUCK e SHINNERS, 2001).

A fermentação secundarias causada por bactérias do gênero Clostridium sp, resulta em

perda de matéria seca, bem como na produção de silagem menos aceitáveis (MCDONALD,

1981).

Em alguns casos mais severos, a silagem com fermentação causada por Clostridium

sp. poderá causar doenças (MCDONALD, 1981). Uma forma de prevenir este tipo de

fermentação é promover rápida queda do pH da silagem para inibir o crescimento de

microrganismos do gênero Clostridium. Segundo Muck e Shinners (2001), o pH para

interromper o crescimento desses microrganismos varia com o tipo de forrageira e seu

conteúdo de matéria seca.

Segundo Woolford (1984), quando se possui uma alta quantidade de carboidratos,

proporcionam-se melhores condições para bactérias homofermentativas, assim há uma maior

produção de ácido lático, permitindo uma melhor conservação da forragem em meio ácido.

A silagem com níveis de matéria seca igual ou superior a 35% diminui e evita

fermentações indesejáveis, bem como perdas desse material na forma de deterioração e

efluente, além de aumentar o consumo deste alimento pelos animais (LOURES et al., 2005).

2.10 Pré-emurchecimento

O pré-emurchecimento nada mais é que a remoção parcial de água da planta, sendo

uma opção para proporcionar condições ideais para a forrageira ser ensilada, e assim permitir

que o excedente de forragem produzida possa ser armazenado para posterior alimentação dos

animais durante o período de escassez de alimentos (PEREIRA e REIS, 2001).

Segundo Pedreira (2010) o pré-emurchecimento tem objetivo de reduzir o teor de

umidade, que em valores elevados (acima de 70%) provavelmente induzirá a proliferação de

bactérias heterofermentativas, as quais promovem fermentações indesejáveis na forragem

(fermentações acéticas, butírica e o aparecimento de clostridium spp).

Outro ponto importante é que o emurchecimento diminui a eliminação de efluentes,

diminuindo as perdas que são geradas pela atividade da água, assim sendo considerada uma

técnica de redução de fermentações secundárias (CORREIA e POTT, 2001).

14

Ha ocorrência de diferenças entre características qualitativas em silagens, com ou sem

emurchecimento, desta forma a silagem pré-emurchecidas apresentam valores relativamente

mais acentuados de pH (>4,5) e, normalmente, com pouca presença de ácido lático e alto teor

de carboidratos solúveis, em consequência do aumento da pressão osmótica e/ou redução no

poder tampão da massa ensilada, proporcionando eficiente fermentação do material ensilado

(VILELA, 1998).

Pedreira et al. (2001) avaliaram o efeito do pré-emurchecimento em capim Tifton 85

(Cynodon dactylon) e demonstraram que o mesmo quando exposto ao sol por um período de

três ou seis horas, aumentou em 14,2 e 16,9 unidades percentuais o teor de matéria seca,

respectivamente. Outras características importantes foram observadas como o fato do pré-

emurchecimento da forrageira não afetar o pH e o teor de proteína bruta, mas reduzir a relação

nitrogênio amoniacal do nitrogênio total. Apesar dos altos valores de pH, a proteólise foi

considerada baixa, esse fator pode ser explicado, possivelmente, pela redução da atividade

dos Clostrídium sp., resultando na preservação da proteína bruta.

Rotz e Muck (1994) relataram que a maior parte da perda de água da planta ocorre

através da transpiração, realizada através dos estômatos, que cobrem cerca de 1 a 3% da

superfície da planta e são responsáveis por 80 a 90% da água que deixa a planta. Segundo

Wright et al. (2000) quando a planta fica por um período muito longo em exposição ao sol ou

em condições de tempo desfavoráveis, essa desidratação pode reduzir a qualidade nutricional

deste alimento.

2.11 Aditivos Microbiológicos

Segundo Kung Junior, (2009) os inoculantes tem sido usados para manter ou melhorar

o valor nutritivo das forrageiras armazenadas na forma de silagem.

O inoculante bacteriano enzimático tem como função aumentar a população de

bactérias ácido láticas e pela ação das enzimas promover a ruptura parcial de parede celular

melhorando a qualidade de fermentação e consequentemente, melhorar a preservação da

qualidade da forragem (REIS et al., 2004).

Segundo Kung Jr. e Ranjit (2001), a utilização de aditivos microbiológicos tem como

objetivo diminuir ou até mesmo impedir o crescimento de microrganismos aeróbios

especialmente aqueles associados com instabilidade aeróbia, (ex. leveduras, Listeria), além

dos anaeróbios indesejáveis como clostrídeos e enterobactérias, inibir a atividade de proteases

15

e deaminases, inserindo condições aos microrganismos benéficos para dominar a

fermentação.

Inoculantes microbianos usados como aditivos incluem bactérias homofermentativas,

heterofermentativas, ou a combinação destas. Os microrganismos homofermentativos

caracterizam-se pela taxa de fermentação mais rápida, menor proteólise, maior concentração

de ácido lático, menores teor de ácido acético e butírico, menor teor de etanol, e maior

recuperação de energia e matéria seca (ZAPOLLATO et al., 2009).

Bactérias heterofermentativas utilizam ácido lático e glicose como substrato para

produção de ácido acético e propiônico, os quais são efetivos no controle de fungos, sob baixo

pH (ZAPOLLATO et al., 2009).

Os principais fatores de não obter uma silagem de boa qualidade com o uso de aditivos

são: competitividade epífita na planta, baixos teores de açúcar, excesso de oxigênio, alta

umidade e problemas na aplicação do produto, dentre outros (KUNG JR. et al., 2003).

A maior parte das enzimas utilizadas como aditivos em silagens são co-produtos

microbianos com alguma atividade enzimática. O princípio de utilização de enzimas é o de

estimular a quebra de carboidratos complexos (amidos, celulose e hemicelulose) em açúcares

simples que seriam prontamente fermentados pelas bactérias ácido láticas (VILELA, 1998).

Segundo Ribeiro et al. (2009), a combinação de bactérias heterofermentativas e

homofermentativas favorece a redução dos valores de pH, nitrogênio amoniacal e as perdas

fermentativas em silagens tratadas.

A adoção de técnicas que reduzam a atividade de água (pré-emurchecimento), bem

como o uso de aditivos que promovam a elevação de MS e no teor de açúcares na massa

ensilada, geralmente, reduzem as perdas resultantes de fermentações indesejáveis. Materiais

(grãos de cereais, polpa cítrica etc.) podem ser utilizados para elevar a concentração de

açúcares solúveis e o teor de matéria seca (BALSALOBRE, 2001).

Segundo Lima et al. (2001), a utilização de até 15% de aditivos (sacharina ou fubá) na

silagem de capim Coast-cross (Cynodon dactylon) com sete e nove semanas de rebrota não

proporcionaram efeitos benéficos nas características da fermentação ou comprometeu-as.

Evangelista et al. (2001), observou que silagens com alto teor de MS (38%)

apresentaram dificuldade de serem compactadas durante a ensilagem. Porém, quando o

capim Coast-cross foi ensilado com cinco semanas de rebrota, verificou-se melhora nas

características fermentativas pela adição de aditivos (LIMA 2000, EVANGELISTA, 2000)

com 24 % de matéria seca.

16

No entanto Manno et al. (2002), ao ensilarem Cynodon dactylon não observaram

efeitos da utilização de aditivos microbianos sobre o pH e a digestibilidade "in vitro" da

matéria seca.

Ao avaliar a adição de substratos fermentescíveis e adição de inoculante bacteriano a

silagem de Panicum maximum cv. Tanzânia (IGARASI, 2002) observou que a adição de

polpa cítrica ocasionou um aumento da matéria seca e proporcionou uma maior densidade

energética à silagem.

Costa et al. (2001), ao realizarem uma revisão de literatura da utilização de aditivos

microbiológicos na ensilagem de gramíneas tropicais, concluíram que os resultados científicos

são inconsistentes, e baixo numero de trabalhos com essas plantas forrageiras.

Os efeitos de aditivos microbianos durante a ensilagem ainda podem ser considerado

modesto, e os resultados são, em geral, insuficientes, para o estabelecimento de posições

conclusivas sobre o assunto (ZAPOLLATO, 2009).

2.12 Polpa Cítrica

No Brasil tem aumentando o número de agroindústrias gerando uma grande

quantidade de co-produtos que poderiam ser usado como aditivos em silagens de gramíneas

tropicais, reduzindo assim os custos com alimentação dos animais e diminuindo,

possivelmente, a poluição ambiental com o não adequado destino desses resíduos

(EVANGELISTA, 2009).

A polpa cítrica peletizada é um co-produto da indústria de processamento do suco de

laranja que passa pelo processo de perda de umidade e peletização, sendo assim um co-

produto que é comercializado e utilizado mundialmente na alimentação de ruminantes

(MENEZES Jr. 2000).

Este co-produto é caracterizado por proporcionar um aumento do teor de MS da

forragem apresentando capacidade de elevar o seu peso em 145 % quando em contato com

forrageiras úmidas e apresenta conteúdos de carboidratos totais entre 11 e 43,1 % (LOPEZ,

1990).

A polpa cítrica peletizada (PC) é rica em pectina, um carboidrato altamente degradável

no rúmen, que em comparação ao amido, promove um padrão de fermentação ruminal com

maior relação acetato/propionato e reduzida produção de ácido lático. Portanto, o

fornecimento de (PC) que possui fibra de elevada digestibilidade, provavelmente ocasionou a

maior digestibilidade desse nutriente nas dietas mistas (MENEZES Jr. 2000).

17

A polpa cítrica peletizada (PCP) possui ótima qualidade nutricional e sua

disponibilidade coincide com a entressafra do milho, estimulando sua utilização na

alimentação animal (BRUNO FILHO, 2000).

Segundo Nussio et al. (2002), a polpa cítrica peletizada possui entre 85-90% do valor

energético do milho. Além de possuir uma fração fibrosa de alta digestibilidade e reduzido

teor de lignina (1%), possibilitando ampla digestão da celulose e da hemicelulose.

(MONTEIRO, 1998).

A variedade da laranja, os métodos de processamento utilizados, as condições e o

tempo de armazenagem são os principais fatores responsáveis pelas variações observadas nas

características químicas e físicas, no valor nutricional, na aceitabilidade e na qualidade

microbiológica da polpa cítrica (MEJÍA e FERREIRA, 2000).

A polpa cítrica passa por vários processos, como adição de óxido ou hidróxido de

cálcio, que além de produzir a secagem dos resíduos cítricos frescos (casca, polpa, bagaço e

semente), neutraliza os ácidos orgânicos contidos na fruta até obter um pH próximo a 6,9.

(MEJÍA e FERREIRA, 2000).

As etapas seguintes consistem basicamente de uma mistura de processos que incluem

a desidratação mecânica, secagem a temperaturas entre 100 e 160ºC, moagem, peneiramento

e, finalmente, sua apresentação sob a forma farelada ou peletizada. O produto obtido contém

entre 7 e 11% de umidade (MEJÍA e FERREIRA, 2000).

O uso de polpa cítrica resulta em menor risco de acidose do que os alimentos com alto

teor de amido, que induzem o animal a acidose porque favorecem a produção de ácido

propiônico no rúmen (SCHALCH, 2001).

Assim a utilização de polpa cítrica na ensilagem de gramíneas tropicais pode ser uma

alternativa para melhorar os padrões de fermentação das silagens, sendo útil aos pecuaristas

como fonte de alimento barata para oferecer aos animais.

2.13 Estabilidade

A estabilidade aeróbia da silagem pode ser conceituada como a resistência da massa

de forragem a deterioração após a abertura do silo, ou seja, a velocidade com que a massa

deteriora após exposta ao ar, sendo a elevação em 2 oC na temperatura da silagem exposta ao

ar, em relação ao ambiente, como medida de rompimento da estabilidade aeróbia (O´KIELY,

1999).

18

A estabilidade da silagem é determinada pela oxidação de substrato que ocorre após a

abertura do silo, assim atividade dos microrganismos que decompõem a silagem será mais

intensa, quanto melhor for a qualidade da silagem, em função dos maiores teores de

carboidratos solúveis e de ácido lático residuais. Os principais substratos utilizados são os

ácidos, o etanol e os açúcares solúveis, resultando em aumento do pH e redução na

digestibilidade e no conteúdo de energia (JOBIM, 2007).

As pesquisas sobre deterioração de silagens durante a utilização evidenciam que a

temperatura, a concentração de carboidratos solúveis, a população de fungos e leveduras e a

concentração de ácidos orgânicos em interação com o pH são os parâmetros que mais afetam

a estabilidade das silagens durante a fase de utilização (JOBIM, 2007).

Quando se observa um aumento do pH após a abertura do silo, queda no teor de

carboidratos solúveis e baixa concentração de ácido lático são os principais indicadores da

deterioração aeróbia. Mas em condições de campo, a deterioração da silagem pode ser

facilmente identificada pela elevação da temperatura no painel do silo(JOBIM, 2007).

Durante a utilização da silagem, é inevitável a exposição do painel do silo ao

oxigênio, com consequente crescimento de microrganismos aeróbios e perda de componentes

nutritivos da silagem. A preocupação com estas perdas na fase de utilização da silagem levou

pesquisadores de diferentes partes do mundo a concentrarem pesquisas com esse enfoque

(JOBIM, 2007).

19

CAPÍTULO I

INCLUSÃO DE ADITIVOS NA ENSILAGEM DO Brachiaria brizantha cv.

Marandú PRÉ-SECADO

20

RESUMO

Este trabalho foi conduzido no Campo Experimental do Centro Nacional em Pesquisa em

Gado de Leite (CNPGL) no município de Coronel Pacheco, localizada na Zona da Mata-MG.

Objetivou-se avaliar o efeito da adição de polpa cítrica (PC) e de inoculante bacteriano -

enzimático comercial SIL–ALL C4 sobre as características fermentativas, nutritivas e perda

de matéria seca das silagens da gramínea Brachiaria brizantha cv. Marandú pré-secada.

Foram realizados os seguintes tratamentos: Silagem da gramínea pré-secada com inoculante e

sem adição de polpa cítrica (CISP); com inoculante e com adição de polpa cítrica (CICP); sem

inoculante e sem adição de polpa cítrica (SISP); sem inoculante e com adição de polpa cítrica

(SICP). Também foi analisada a gramínea antes de ser ensilada. A PC foi adicionada na base

8% do peso da matéria original da gramínea e o inoculante enzimático bacteriano foi aplicado

na dosagem de 5 g/t de forragem seguindo as doses recomendadas pelo fabricante. O

Delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com cinco repetições, e as médias

foram comparadas pelo teste Student-Newman-Keus a 5% de probabilidade. Durante o

período de julho de 2009 a setembro de 2009, foram determinados os teores de matéria seca,

proteína bruta, Fibra em detergente neutro, fibra em detergente acido, celulose, hemicelulose

e lignina, as frações de nitrogênio e carboidratos, poder tampão, teor de carboidratos solúveis,

pH, nitrogênio amoniacal e a degradabilidade ruminal in situ. Os silos experimentais foram

confeccionados com tubos de PVC com diâmetro de 4 polegadas e 50 cm de altura, providos

de uma válvula tipo Bunsen. Depois de realizado o corte da gramínea aos 42 dias de

crescimento vegetativo, a gramínea foi pré-emurchecida durante um período de 6 horas. A

abertura dos silos ocorreu 60 dias após a ensilagem. Observou-se melhora (P<0,05) no pH

com o tratamento C.IC.P e melhores teores para PB e menores perdas na forma de gases e

efluentes. Obtiveram-se menores teores (P<0,05) de lignina e melhor estabilidade da silagem

com adição do aditivo bacteriano-enzimático. Não se verificou diferença quando não foi

usado nenhum aditivo para as variáveis EE, FDA, Celulose, N-FDN, N-FDA, N-NH3. A

adição de polpa cítrica aumentou (P<0,05) os teores de MS, diminuição do FDN e melhorou

os parâmetros de fermentação das silagens.

Palavras-chave: Inoculantes, degradabilidade in situ, Polpa cítrica.

21

ABSTRACT

This study was conducted in the Centro Nacional de Pesquisa em Gado de Leite (CNPGL)

Experimental Station in Coronel Pacheco, localized in Zona da Mata-MG. The main objective

was to evaluate the effect of addition of the citrus pulp (PC) and commercial enzymatic-

bacterial inoculant SI-ALL C4 of the Alltech on the fermentation and nutritious

characteristics and the dry matter damages of grass silages wilted, of the Brachiaria brizantha

cv. Marandú. The following treatments were evaluated: grass silages wilted with inoculant

and without citrus pulp (CISP), with inoculant and citrus pulp (CICP), without inoculant and

without citrus pulp (SISP), without inoculant and with addition of citrus pulp (SICP). Grass

were evaluated too, before had been silaged. The citrus pulp was added at the base of 8% by

weight of the original material of the grass and the enzymatic-bacterial inoculant was applied

at a dose of 5g/ton of forage following the manufacturer's recommended doses. The

experimental design was completely randomized with five replications and the average was

comparison with Student-Newman-Keus of 5% probability. This study was conducted from

January to December of 2009. Were evaluated dry matter (DM) content, crude protein (CP),

neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF), cellulose, hemicelluloses and

lignin, fractions of nitrogen and carbohydrates, buffer capacity, soluble carbohydrates,

fermentation characteristics (pH, ammonia N), and “in situ” dry matter digestibility. The

experimental silos were making of PVC with diameter of 4 inches and 50 cm high fitted with

a Bunsen-type valve. After the grass cut was realized, at 42 of vegetative growth, the grass

was wilted during a period of 6 hours of sun exposure. Silos opening occurred 60 days after

ensiling. Obtained smaller value (P<0,05) the lignin and bether stability aerobic of silage with

addition enzymatic additive. It was not ob obtained difference (P<0,05) whem was not used

the any additive for the varied EE, ADF, cellulose, N-FDN, N-FDA, ammonia N. The

addition of citrus pulp improve (P<0,05) the dry matter (DM), decrease of (ADF) and

improve the fermentation of silage parameter. The addition of citrus pulp and enzymatic-

bacterial inoculant provided better levels (P<0,05) for PB, pH and provided smaller losses in

the form of gases and effluents. Obtained a lower lignin and improved stability of silage with

the use of enzymatic-bacterial inoculant. There was no difference when it was not used any

additive for the variables EE, ADF, cellulose, N-FDN, N-FDA, ammonia N. The addition of

citrus pulp increased (P<0,05) the dry matter (DM), reduced ADF and improved the

fermentation characteristics of silages.

Keywords: Inoculante, degradability in situ, citrus pulp.

22

1. INTRODUÇÃO

O Brasil ocupa lugar de destaque na área pecuária, principalmente na produção de leite

e carne de bovinos. Possui um sistema de criação baseado em sistemas a pasto, apresentando

menor custo, quando comparados com os sistemas de confinamentos adotados por países de

clima temperado.

No entanto, por ser um país de clima tropical, é diretamente afetado pelas intempéries

climáticas que acometem nas diferentes estações do ano. Fato este de suma importância, pois

possui a necessidade de manter a oferta de alimento constante durante todo ano, requerendo

assim a utilização de tecnologias como a conservação de forragens por meio da ensilagem, a

fim de garantir a oferta nos meses de menor precipitação e luminosidade.

A Brachiaria brizantha cv. Marandú também chamada de braquiarão e brizantão é

uma planta perene, cespitosa, lançada no Brasil em 1984 pela Embrapa Gado de Corte

(PEDREIRA, 2010). E segundo Macedo (2006) essa planta responde por cerca de 80% das

pastagens dos estados da região norte e por cerca de 50% das pastagens cultivadas no Brasil.

A braquiária como as gramíneas tropicais quando utilizadas para ensilagem, possuem

elevado teor de umidade, são pobres em carboidratos solúveis e apresentam alto poder tampão

quando ensilados (NUSSIO, 2001), ou seja, possui características indesejáveis para o

processo de conservação.

A quantidade de carboidratos solúveis prontamente disponíveis para o

desenvolvimento das bactérias desejáveis, principalmente as láticas, promovem uma rápida

formação de acido lático e consequente diminuição rápida do pH, o que inibe a atividade

proteolítica das enzimas vegetais e do desenvolvimento das bactérias indesejáveis (MUCK,

1988). Porém quando a braquiária se encontra no ponto ideal de ser ensilada, apresenta uma

alta umidade, tornando o ambiente propicio para desenvolvimento de microorganismos que

ocasionam em perdas de matéria seca através da produção de fermentações secundarias.

Uma alternativa para melhorar ou diminuir as perdas é a adição de aditivos na

ensilagem com alto conteúdo de matéria seca ou através do pré-emurchecimento da forrageira

antes de ser ensilada.

A polpa cítrica peletizada é um co-produto da indústria de suco de laranja, utilizada

em grande escala na alimentação de ruminantes e por possuir uma um alto teor de MS pode

ser uma alternativa para ser adicionada a gramínea no momento da ensilagem.

23

Além do Co-produto, a utilização de aditivos bacteriano-enzimáticos aumentam a

população de bactérias produtoras de ácido lático melhorando a qualidade de fermentação e

consequentemente, preservação da qualidade da forragem (REIS, 2004).

Já o pré-emurchecimento pode ser uma alternativa para diminuir a umidade da planta

forrageira em exposição ao sol por um curto período de tempo.

Neste sentido objetivou-se avaliar a combinação da adição de polpa cítrica mais

inoculante enzimático bacteriano na braquiária pré-emurchecida da Brachiaria brizantha cv.

Marandú.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Localização e Clima

O experimento foi conduzido numa área de pastagem de Brachiaria brizantha, durante

o período de julho 2009 a setembro de 2009, no Campo Experimental de Coronel Pacheco,

pertencente a Embrapa Gado de Leite, localizada na Zona da Mata de Minas Gerais.

O Município de Coronel Pacheco é situado a uma latitude sul de 21° 33' 22" e 43° 06'

15" de longitude oeste, com altitude de 426 metros. A precipitação pluviométrica anual,

média de 30 anos, é de 1.600 mm, com cerca de 90% desse total ocorrendo de outubro a abril.

O clima da região é do tipo Cwa (mesotérmico) segundo Köppen é definido como clima

temperado chuvoso no verão e com inverno seco entre junho e setembro (Embrapa, 1980), em

um Neossolo Flúlvico Distrófico (Embrapa, 1999).

2.2 Condução do Experimento

A gramínea Brachiaria brizantha foi rebaixada em junho de 2009 com um corte de

padronização rente ao solo, em seguida foi realizada uma adubação com aplicação de 250 kg

da fórmula 20-05-20.

Para promover o emurchecimento da gramínea a mesma foi cortada aos 42 dias de

rebrota, e depois foi distribuída sobre uma área cimentada, permanecendo por seis horas, após

esse período, foi processada por uma picadeira do tipo forrageira estacionaria.

Após o capim pré-secado ter sido picado, este foi dividido em duas porções, em uma

foi retirada a amostra para analises químicas e outra aplicada o inoculante comercial e/ou

aditivo enzimático bacteriano SIL–ALL C4 da Alltech, que apresenta como garantia

Streptococcus faecium, Lactobacillus plantarum e Lactobacillus salivarius na proporção de 10

24

bilhões de UFC/g de cada espécie e enzimas hemicelulases e celulases a 5%. O aditivo foi

aplicado com pulverizador costal, na dosagem de 5 g/t de forragem (dissolvido em 1 litro de

água mineral) seguindo recomendações do fabricante.

Os silos experimentais foram confeccionados a partir de ductos de eletroducto com 4”

de diâmetro e 50 cm de comprimento. No fundo de cada silo foi condicionada uma bolsa

confeccionada com TNT 100 contendo areia seca, com peso conhecido, com objetivo de

adsorver o efluente produzido. Na outra extremidade, a tampa, foi provida de uma válvula

tipo Bunsen.

A polpa cítrica utilizada foi adicionada e distribuída em camadas simulando a prática

de campo, sendo a quantidade empregada de 8 % do peso da forrageira ensilada (matéria

original). O material ao ser ensilado foi compactado manualmente, com auxilio de uma barra

de ferro, para uniformizar a compactação dos silos de forma a proporcionar massa especifica

semelhante aproximada de 600/ m3 kg de silagem (matéria original).

2.3 Tratamentos

Para avaliar o efeito da polpa cítrica e do inoculante bacteriano enzimático no

processo de ensilagem realizou-se o enchimento de cinco silos experimentais, para cada um

dos seguintes tratamentos:

T1)Silagem da gramínea pré-secada, com inoculante e sem adição de polpa cítrica (C.I.S.P);

T2) Silagem da gramínea pré-secada, com inoculante e com adição de polpa cítrica (C.I.C.P);

T3) Silagem da gramínea pré-secada, sem inoculante e sem adição de polpa cítrica (S.I.S.P);

T4) Silagem da gramínea pré-secada, sem inoculante e com adição de polpa cítrica (S.I.C.P).

2.4 Avaliações

Os silos, assim como a forragem acondicionada e as bolsas com areia foram pesadas

no momento da confecção da silagem. Após 60 dias, os silos foram abertos e novas pesagens

foram realizadas para estimar as perdas por gás e efluente.

Amostras da forragem de Brachiaria brizantha e da polpa cítrica foram retiradas antes

do momento da ensilagem, bem como da silagem ao abrir os silos. De todas as amostras de

silagem, uma sub-amostra foi colocada em uma prensa hidráulica para extração do suco da

silagem sobre pressão de 2 toneladas. Com esse suco foram determinado o pH e o nitrogênio

amoniacal segundo a técnica descrita por AOAC (1970).

25

As perdas por fermentação foram calculadas pela diferença entre os pesos das massas

obtidos ao enchimento e à abertura dos silos, multiplicados pelos respectivos teores de

matéria seca.

Na tabela 1 estão apresentados os dados de composição bromatológicada matéria seca

da forragem pré-secada e da polpa cítrica utilizada para ensilagem.

Tabela 1. Composição bromatológica, características de carboidratos solúveis, e

capacidade tampão da brachiaria, pré-secada aos 42 dias de crescimento e da polpa cítrica

utilizada para confecção dos tratamentos.

Parâmetros Brachiaria Polpa

MS % 23 89,0

PB % 12,4 8,9

FDN % 66,5 30,9

FDA % 34,8 24,7

Hemicelulose % - 6,2

Celulose % 28,9 12,0

Lignina % 5,88 -

N-FDN % 0,75 0,59

N-FDA % 0,15 0,27

Cinzas % 11,0 5,8

CHO sol mg/g 220,86 -

CT (Eq.mg/100g de MS) 32,4 -

– MS – matéria seca, PB- proteína bruta, FDN – Fibra detergente neutro, FDA – Fibra detergente acido, Hcel –

Hemicelulose, Cel – celulose, N-FDN- nitrogênio em fibra detergente neutro, N-FDA- nitrogênio em fibra

detergente acido, Cin – Cinzas, CHO sol- Carboidratos solúveis, CT- Capacidade Tampão.

Corte realizado aos 42 dias.

Para a determinação da estabilidade aeróbia das silagens utilizou-se uma alíquota de

silagem não compactada, onde essa amostra foi colocada em balde sem tampa, que por sua

vez foi coberto por tecido tipo “gaze”. No meio da massa foi posicionado um termômetro, e

duas vezes ao dia (07 e 19 horas) foram aferidas as respectivas temperaturas de cada amostra,

durante nove dias após a abertura dos silos, com anotação da temperatura ambiente no

momento da tomada da temperatura das silagens. Para evitar altas variações de temperatura

ambiente, os baldes foram mantidos no laboratório com temperatura aproximada de 25 graus.

Foram determinadas matéria seca, teor proteína bruta, Fibra em detergente neutro e

Fibra em detergente ácido, celulose, hemicelulose e lignina segundo Silva e Queiroz (2002).

Além do poder tampão segundo Tosi (1973) e do teor de carboidratos solúveis segundo

(PASSOS, 1999).

Para determinar a degradabilidade ruminal e mensurar o desaparecimento de tecidos

foram utilizadas três vacas da raça Holandesa, ambas multíparas, secas, com peso médio de

aproximadamente 550 kg, munidas de fistula ruminal, adaptadas por um período de 14 dias,

26

alimentadas com dietas a base de silagem de capim elefante e foram avaliadas as respectivas

taxas de degradação da forrageira, estimadas pela técnica in situ, utilizando bolsas de tecido

sintético, de porosidade média de 45 µm, sacos de náilon (ankom-bar diamond, inc., Parma

Idaho – USA), incubados no rúmen. Essas bolsas apresentam dimensões de 10 x 20 cm.

Para determinação da degradabilidade da matéria seca o material foi secado em estufa

de ventilação forcada, a 55°C, e posteriormente moído, em moinho de faca, com peneiras de

crivo de 5,0 mm, e a quantidade de forrageira introduzida nas bolsas de nylon foi de

aproximadamente 6 g. Durante a incubação os sacos foram presos numa corrente e agrupados,

segundo seus respectivos tempos, e suspensos por um fio de náilon de 60 cm de comprimento

no rúmen. As amostras de cada tratamento para os tempos de avaliação foram colocadas em

duplicata, com o objetivo de obter amostra em quantidade suficiente para análise.

As bolsas foram embebidas em água até o total umedecimento e foram colocadas por:

6, 24, 48 e 96 horas no rúmen dos animais. Após estes períodos as bolsas foram retiradas,

lavadas em água corrente na torneira até a água sair límpida, e armazenadas em freezer a –

20° C.

Para a padronização do processo de limpeza das bolsas, somente ao final do ensaio de

degradabilidade ruminal foram posteriormente lavadas em tanquinho, e após sofrerem 2

enxágües, levadas a estufa ventilada, a 55 oc, por 72 horas, sendo posteriormente pesadas e

moídas em moinho de faca tipo “Willye”, de modo que o tamanho das partículas fosse de

aproximadamente 1 mm e assim alocadas em potes hermeticamente fechados, para posteriores

analises.

Para a determinação da temperatura inicial dos sacos foram tø, ou seja, do material que

sai da bolsa sem ser por ação dos microrganismos (material solúvel + pequenas partículas),

foram feitas quatro réplicas. As bolsas foram inseridas em balde com água, onde

permaneceram por 30 minutos. Após esta fase, as bolsas foram processadas como as demais,

que foram incubadas nos animais.

Os parâmetros da degradabilidade “in situ" foram determinados a partir da equação

exponencial proposta por Mehrez e Ørskov (1977), modificada por Sampaio (1988), conforme

descrito a seguir:

27

Onde:

d = Degradabilidade (%);

A = Potencial de máxima degradação,

B = fração degradável após t0;

c = taxa de degradação do material degradável.

2.5 Delineamentos Experimentais e Análise Estatística

O Delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com cinco repetições, e as

médias foram comparadas pelo teste Student-Newman-Keus (SNK), a 5% probabilidade. Os

resultados obtidos foram interpretados utilizando o pacote estatístico SAS, General Linear

Models Procedure, de acordo com o quadro de análise de variância (quadro 1), para os

parâmetros de composição bromatológica, carboidratos solúveis, N-NH3, poder tampão,

estabilidade aeróbia e perdas na forma de efluente e gasosa.

O modelo estatístico utilizado foi:

Onde:

yij: valor observado na unidade experimental que recebeu o tratamento

i, repetição j;

m=efeito da média geral;

ti= efeito do tratamento i;

eij= erro aleatório (resíduo).

O processamento dos resultados de degradabilidade in situ foi feito pelo método

interativo, utilizando-se o procedimento NLIN do pacote estatístico SAS (1989). Os horários

em que a taxa de degradação for inferior ao valor determinado pelo tø (material solúvel +

pequenas partículas) não foram utilizados para obtenção da equação. As vacas foram

utilizadas como repetição. Foram avaliados os quatro tratamentos descritos e a forragem verde

após o emurchecimento, totalizando cinco tratamentos.

28

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Composição Bromatológica, Nitrogênio Amoniacal (N-NH3) e pH

Observou-se uma baixa eficiência do período de pré-emurchecimento da Brachiaria

brizantha, ou seja, reduzida perda de umidade pela exposição da planta ao sol, como pode ser

observado através do teor de matéria seca da forrageira no momento em que se iniciou o

enchimento dos silos experimentais (Tabela 1), quando o teor de MS foi de 23%, valor abaixo

do preconizado por LOURES et al. (2005) para obtenção de bons parâmetros de fermentação.

Quando a gramínea foi ensilada houve diferença significativa para a característica teor

de matéria seca entre os tratamentos com e sem adição de polpa cítrica (P<0,05), na massa

ensilada. O teor de matéria seca das silagens aumentou quando foram adicionados 8% de

polpa cítrica, com base na matéria natural (Tabela 2), à silagem da gramínea pré-emurchecida.

Este comportamento pode estar relacionado ao elevado conteúdo de MS da polpa cítrica

(89%) e em relação aos tratamentos sem adição deste aditivo, sendo a maior diferença de 23

% entre os tratamentos com inclusão de polpa e inoculante bacteriano-enzimático e o

tratamento sem inclusão do inoculante bacteriano enzimático.

Este resultado foi semelhante ao obtido por Evangelista et al. (2001), ao adicionarem

doses de polpa cítrica (5, 10 e 15%) em silagem de Coast-cross e por Rodrigues (2005) ao

adicionar em quantidades de polpa cítrica 0; 2,5; 5; 7,5; 10; 12,5 e 15% em silagem de capim

Marandú onde verificaram aumento linear no teor de MS das silagens. Este fato,

possivelmente, está relacionado à capacidade de absorção de água da polpa cítrica, decorrente

do seu elevado teor de pectina. Mesmo apresentando alta umidade, é possível que a pectina

indisponibilize a água para que ocorra o crescimento de bactérias indesejáveis (Rodrigues,

2005).

Contudo, Netto et al. (2002) não verificaram aumento significativo do teor de MS ao

adicionarem 10% de polpa cítrica peletizada na silagem de capim-elefante. SILVEIRA (1975)

descreveu que o teor mínimo de MS para ensilagem deve ser de 30%. Neste trabalho as

silagens com adição de polpa cítrica obtiveram resultados muito próximos ao preconizado por

este autor apresentando teores 28,62% e de 27,99 % de matéria seca para os tratamentos

(C.I.C.P) e (S.I.C.P), respectivamente, (fato este devido à planta não ter passado por um

processo eficaz de emurchecimento para elevar o teor de MS). Deve-se ainda ressaltar que o

teor de matéria seca obtido neste trabalho são inferiores ao encontrado por Castro et al.

29

(2006), no qual observou que o emurchecimento a teores médios de MS de 450 g/kg MS

favoreceu os parâmetros de fermentação (pH, N-NH3 e poder tampão).

Devemos destacar que o teor de MS encontrado antes da ensilagem (pré-

emurchecimento) não foi eficiente para elevar os níveis de matéria seca preconizado por

SILVEIRA (1975). Evangelista et al. (2004) observaram o capim-marandu ensilado após

emurchecimento de 1,32 a 3,02 horas pode ser satisfatoriamente armazenado na forma de

silagem, conciliando vantagens operacionais e de qualidade da forragem e com seis horas de

secagem da planta em pleno sol, o teor de MS elevar de 27,22 para 62,50%, considerando as

condições que a temperatura média do dia foi de 23,1ºC.

O teor de PB, conforme apresentado na tabela 2, apresentou diferença significativa

(P>0,05) do tratamento controle para os demais, assim o valor obtido de 9,9 % PB da silagem

confeccionada sem aditivos, provavelmente, deve-se ao aumento da proteólise que ocorreu no

processo de ensilagem. Entretanto, a silagem sem aditivos apresentou teores de PB

satisfatório por Coelho da Silva e Leão (1979) que preconizando nível mínimo necessário de

7% de PB para a boa atividade da microbióta ruminal. Os demais tratamentos apresentaram

valores de PB superiores à testemunha, indicando que a utilização conjunta ou isolada dos

dois diferentes tipos de aditivos pode ter agido sobre a redução dos teores de PB, que

provavelmente teriam sido convertidos a outras frações de N como N-NH3, N-FDA e N-FDN.

Trabalhando com capim Marandú, Reis et al. (2004) e Ribeiro et al. (2009), observaram

aumento PB da silagem com adição de PC em forragem emurchecida.

Não houve efeito (P>0,05) da inclusão da PC e do inoculante bacteriano enzimático

sobre os teores de extrato etéreo, FDA, celulose, N-FDN, N-FDA e N-NH3 conforme

apresentados na Tabela 2.

Também os teores de FDN das silagens (Tabela 2) foram melhores (P<0,05) quando

houve inclusão de 8% de polpa cítrica, o que é justificado pelo baixo teor de FDN deste

aditivo (30,9 % da MS), em comparação ao teor observado na Brachiária brizantha (66,5%).

Os teores de FDN registrados neste experimento estão de acordo com os observados por

Pedreira et al. (2001).

As porcentagens de FDN encontradas nos tratamentos com uso de polpa cítrica estão

dentro da recomendada por Van Soest (1994), para não inibir consumo e digestibilidade de

MS para ruminantes, tendo ainda relatado que o aumento dos valores de FDN correlaciona-se

negativamente com consumo do alimento, e que para forragem o limite estaria próximo a 55-

60%. Igarasi (2002) observou diminuição dos teores de FDN com a adição de polpa cítrica, e

30

atribuiu este resultado ao menor teor de fibra da PC em relação à gramínea, ocorrendo,

portanto, diluição da fibra da silagem resultante. Comportamento semelhante foi verificado

por Crestana et al. (2001) ao adicionarem PC na ensilagem do capim-Tanzânia.

Tabela 2. Composição bromatológica, pH e nitrogênio amoniacal (N-NH3) de silagens de

Brachiaria brizantha confeccionadas com ou sem inclusão de polpa cítrica e ou inoculante

bacteriano enzimático.

Parâmetros Silagem de Brachiaria brizantha

C.I.S.P(T1) C.I.C.P(T2) S.I.S.P (T3) S.I.C.P (T4) CV%

MS % 22,34 B 28,62 A 21,87 B 27,99 A 3,94

PB % 10,9 A 10,7 A 9,9 B 11,4 A 5,80

EE % 2,3 A 2,6 A 2,5 A 3,2 A 35,03

FDN % 61,6 A 52,3 B 60,4 A 52,3 B 5,41

FDA % 38,3 A 35,4A 33,2 A 33,7 A 9,74

Celulose % 31,2 A 28,5 A 27,6 A 27,9 A 10,89

Lignina % 4,3 A 4,5 A 3,2 B 3,2 B 14,58

N-FDN % 0,37 A 0,43 A 0,5 A 0,40 A 18,11

N-FDA % 0,18 A 0,21 A 0,18 A 0,22 A 21,67

N-NH3 mg/100 ml 57,96 A 69,16 A 85,54 A 62,72 A 25,39

pH 4,47 B 4,07 D 5,05 A 4,29 C 2,69

– MS – matéria seca, PB- proteína bruta, FDN – Fibra detergente neutro, FDA – Fibra detergente acido, Hcel –

Hemicelulose, Cel – celulose, N-FDN- nitrogênio em fibra detergente neutro, N-FDA- nitrogênio em fibra

detergente acido, Cin – Cinzas, CHO sol- Carboidratos solúveis, PT- Poder Tampão.

Medias seguida por letras semelhantes na mesma linha não se diferenciam estatisticamente (P>0,05).

Corte realizado aos 35 dias.

Observou-se menor pH (P>0,05) no tratamento com inclusão de polpa cítrica e

inoculante bacteriano enzimático, valor este que se encontra dentro da faixa descrita por

McDonald (1981) para que ocorra uma fermentação adequada representando 20 % a menos

em relação ao tratamento sem nenhum aditivo. O mesmo não foi demonstrado por Evangelista

et al. (2000), que ao adicionarem 4% de polpa cítrica em silagem da gramínea estrela roxa

(Cynodon nlemfuensis Vanderyst), não observaram alteração do pH.

Neste trabalho o pH mais elevado correspondeu ao tratamento sem a inclusão dos

aditivos, ratificando que para esta característica essas inclusões foram adequadas a redução do

pH e consequente possível melhoria do valor nutricional e estabilidade da ensilagem. Este

resultado está de acordo com estudo realizado por kung (2001), que relatou o efeito da adição

de inoculante microbiano (bactérias homofermentativas) ocasionam rápido declínio do pH e

baixo pH final. Da mesma forma, Coan et al. (2007) relataram que a polpa cítrica, possui

elevado potencial absorvente e por disponibilizar carboidratos fermentescíveis às bactérias

acido láticas, contribui para redução do pH e desta forma para melhor conservação das

silagens acrescidas desse aditivo.

31

Assim, a adição de aditivo microbiológico ou de polpa cítrica obteve resultados

intermediários de pH (Tabela2), pois foram obtidos com a inclusão de um dos aditivos

separadamente, quando o mesmo é comparado com o tratamento controle, mostrando haver

efeito sinérgico entre a redução de umidade associada à maior disponibilização de

carboidratos fermentescíveis e o uso de microorganismos e complexo enzimático. Este fato

foi observado por Rodrigues et al. (2001), pois houve diminuição do pH quando utilizando

aditivo biológico em silagem de alfafa em comparação ao grupo controle.

Segundo Van Soest (1994), em silagens convencionalmente conservadas, o pH alto é

indicativo de maior produção dos ácidos butírico e acético que são característicos dos

processos de fermentações indesejáveis. Entretanto, o pH isoladamente não pode ser

considerado como critério seguro para avaliação da fermentação, pois seu efeito inibitório

sobre as bactérias depende da velocidade do abaixamento e da umidade do meio (Woolford,

1984).

3.2 Perdas Durante o Processo de Fermentação

Observou-se diferença significativa (P<0,05) entre o tratamento controle para os

demais tratamentos (Tabela 3) proporcionando redução na perda sob a forma de gases de

silagens de Brachiaria brizantha pré-secada. Este fato pode estar relacionado ao efeito

associativo da utilização de inoculante bacteriano enzimático e polpa cítrica.

Para a variável perda na forma de efluente verificou-se diferença significativa

(P<0,05) entre os tratamentos que foram adicionados polpa cítrica para os demais tratamentos

Este efeito pode estar relacionado à capacidade de absorção de umidade da polpa cítrica,

quando adicionada a ensilagem de Brachiaria brizantha pré-secada. Resultados semelhantes

foram encontrados por Nussio et al. (2002) ao avaliarem silagens de capim-Tanzânia com

três tamanhos de partícula diferentes, com adição de 10% de polpa cítrica ou com capim pré-

emurchecido, apresentaram redução nas perdas por efluente em relação à silagem controle.

Observou-se maior perda total significativa (P<0,05) no processo de fermentação

quando não utilizado algum aditivo. A utilização isolada de um aditivo e ou adição dos dois

aditivos, proporcionou redução destas perdas.

32

Tabela 3. Perda total no processo de fermentação, Perdas em percentual do material

ensilado na forma de Gases (%) e Efluente (%) da silagem de Brachiaria brizantha pré-

secada confeccionada com e sem polpa cítrica e ou inoculante bacteriano enzimático.

Tratamentos Gases (%) Efluente (%) Total (%)

C.I.S.P 1,27 B 0,57 A 1,84 AB

C.I.C.P 0,95 B 0,30 AB 1,26 B

S.I.S.P 1,76 A 0,77 A 2,53 A

S.I.C.P 1,25 B 0,18B 1,43B

CV% 18,75 71,27 29,41

Medias seguida por letras semelhantes na mesma linha não se diferenciam estatisticamente (P>0,05). Silagem

da gramínea pré-secada, com inoculante e sem adição de polpa cítrica (C.I.S.P), Silagem da gramínea pré-

secada, com inoculante e com adição de polpa cítrica (C.I.C.P), Silagem da gramínea pré-secada, sem inoculante

e sem adição de polpa cítrica (S.I.S.P),Silagem da gramínea pré-secada, sem inoculante e com adição de polpa

cítrica (S.I.C.P).

3.3 Estabilidade Aeróbia da Silagem

No nono dia após a abertura das silagens, o tratamento com adição conjunta dos

inoculantes apresentaram temperatura superior à ambiente e na avaliação da tarde do décimo

dia foi observada nas silagens de Brachiaria brizantha, com exceção da silagem

confeccionada com inoculante bacteriano e sem polpa cítrica, efeito negativo na estabilidade

aeróbica, ou seja, houve rompimento da estabilidade aeróbia da silagem. Segundo O´kiely et

al. (2001) este fato é verificado com a elevação da temperatura da silagem 2ºC a mais do que

a temperatura ambiente (Tabela 4).

Este comportamento pode ser justificado pelo fato de que silagens bem conservadas,

provavelmente por ação de aditivos atingiram o pH de equilíbrio antes da sem inoculante,

preservando os carboidratos e outros princípios nutritivos, disponíveis em maior quantidade

após a abertura do silo. Este maior aporte de nutrientes pode ser utilizado por

microorganismos aeróbios ou aeróbios facultativos, que acarreta na perda da estabilidade do

material ensilado. Jobim (2007) após fazer uma revisão de literatura afirmou que quanto

melhor for a qualidade da silagem, em função dos maiores teores de carboidratos solúveis e

de ácido lático residuais menor é estabilidade da silagem.

33

Tabela 4. Temperatura ambiente (ºC) e das silagens de Brachiaria brizantha pré-

emurchecida após a abertura por um período de nove dias.

DIAS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

PERÍODO T M T M T M T M T M T M T M T M T M T

Temperatura

Ambiente

(oC)

23,0 20,9 23,2 21,8 25,0 23,3 23,0 22,0 23,2 21,0 22,0 21,5 23,0 23,5 26,0 22,0 26,0 23,5 26,0

Temperatura Silagem (OC)

C.I.S.P 22,8 20,7 22,0 20,6 23,7 22,5 22,8 21,5 23,0 20,8 21,3 20,8 22,2 21,8 23,5 22,1 23,5 23,2 24,9

C.I.C.P 22,8 20,4 22,0 20,6 23,7 23,0 23,3 22,2 22,9 21,2 22,4 21,3 22,5 23,3 25,3 24,3 25,8 26,2 31,7

S.I.S.P 23,0 20,7 22,0 20,9 23,8 22,5 23,0 22,0 22,9 20,8 21,7 20,8 22,0 22,0 23,7 22,3 23,4 23,3 35,0

S.I.C.P 22,9 20,4 21,8 20,3 23,5 22,2 22,8 22,0 22,9 20,7 21,3 20,6 21,8 22,1 23,5 22,6 23,8 23,3 35,0

Silagem da gramínea pré-secada, com inoculante e sem adição de polpa cítrica (C.I.S.P), Silagem da gramínea

pré-secada, com inoculante e com adição de polpa cítrica (C.I.C.P), Silagem da gramínea pré-secada, sem

inoculante e sem adição de polpa cítrica (S.I.S.P),Silagem da gramínea pré-secada, sem inoculante e com adição

de polpa cítrica (S.I.C.P).

3.4 Degradabilidade Ruminal

As variáveis referentes à estimativa dos parâmetros de degradação ruminal da MS das

diferentes silagens de Brachiaria brizantha pré-secadas são apresentadas na Tabela 5.

Independente da utilização de inoculante bacteriano enzimático, as silagens de Brachiária

brizantha confeccionadas com 8% de polpa cítrica proporcionaram maiores valores de

potencial de máxima degradabilidade da matéria seca quando comparadas àquelas que não

foram confeccionadas com polpa cítrica. Da mesma forma Ribeiro et al. (2009) observaram

que a adição de 5 ou 10% de polpa cítrica peletizada na ensilagem do capim-Marandú

diminuiu proporcionalmente do material original os teores dos componentes de FDN da

parede celular e aumentou a digestibilidade in vitro da MS da silagem.

A degradabilidade efetiva no rúmen, com taxa de passagem estimada em 0,06%/h foi

superior em silagens de Brachiaria brizantha confeccionados com a polpa cítrica e com

inoculante (56,72 vs 48,55%), ou sem inoculante (56,90 vs 47,61%). Estes maiores índices

segundo Martins, et al. (1999) deve-se principalmente a polpa cítrica, pois apresenta alto

potencial de elevada degradabilidade, sendo de (86%), com a taxa de degradação de 2% por

hora. Quanto ao efeito do uso de inoculante bacteriano enzimático (C.I.S.P) na confecção de

34

silagem de Brachiaria brizantha pré-secado não se observa aumento no percentual na

degradabilidade efetiva do rúmen.

Tabela 5. Parâmetros de degradação ruminal in situ da matéria seca da Brachiaria

brizantha e da silagem de Brachiaria brizantha pré-sacada confeccionada com e sem

inoculante bacteriano enzimático e ou polpa cítrica.

Tratamentos A B c S

Degradabilidade efetiva

(%) em função da taxa

de passagem no rúmen

(%) (%) (/h) (%) 0,06/h R2

C.I.S.P 76,7 60,0 0,039333 24,8 48,55 0,999

C.I.C.P 80,7 59,6 0,04713 30,5 56,72 0,9993

S.I.S.P 73,2 59,8 0,04372 22,4 47,61 0,9985

S.I.C.P 79,2 62,6 0,050813 28,2 56,90 0,99990

Barquiária brizanta 72,4 62,3 0,04581 20,1 74,10 0,9990

A= fração potencialmente degradável; B = fração potencialmente degradável sob ação da microbiota se não houvesse lag-time; c = taxa constante de degradação da fração potencialmente degradável por ação da microbiota; S= fração solúvel mais

partículas com tamanho reduzido que atravessam os poros do náilon; R2 = coeficiente de determinação do ajuste dos dados ao

modelo utilizado por Sampaio (1988).

Comparando os índices de parâmetros de fermentação no rúmen da matéria seca de

Brachiaria brizantha que não foi submetido ao processo de ensilagem observa-se que o

mesmo foi ligeiramente inferior (1,2 %) ao ensilado. O resultado deste estudo indica que o

processo de ensilagem não prejudicou a degradabilidade da matéria seca no rúmen da

Brachiaria brizantha.

35

4 CONCLUSÕES

A adição de PC e inoculante bacteriano enzimático proporcionaram maior teor de PB,

maior queda do pH e menores perdas na forma de gases e efluentes.

A adição de PC aumenta os conteúdos de MS, diminui o FDN e melhora os

parâmetros de degradação das silagens.

36

CAPÍTULO II

INCLUSÃO DE ADITIVOS NA ENSILAGEM DO Cynodon nlemfuensis

vanderyst PRÉ-SECADO

37

RESUMO

Este trabalho foi conduzido no Campo Experimental da Empresa Brasileira Agropecuária

no Centro Nacional de Pesquisa em Gado de Leite (CNPGL) de Coronel Pacheco, no

município de Coronel Pacheco, localizada na Zona da Mata-MG. Objetivou-se avaliar o efeito

da adição de polpa cítrica (PC) e de inoculante bacteriano - enzimático comercial SIL–ALL

C4 da Alltech sobre as características fermentativas, nutritivas e perda de matéria seca das

silagens da gramínea pré-secada Cynodon nlemfuensis Vanderyst. Foram adotados os

seguintes tratamentos. Silagem da gramínea pré-secada com inoculante e sem adição de polpa

cítrica (CISP); com inoculante e com adição de polpa cítrica (CICP); sem inoculante e sem

adição de polpa cítrica (SISP); sem inoculante e com adição de polpa cítrica (SICP). Também

foi analisada a gramínea antes de ser ensilada. A PC foi adicionada na base 8% do peso da

matéria original da gramínea. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com

cinco repetições, e as médias foram comparadas pelo teste Student-Newman-Keus a 5% de

probabilidade. Durante o período de julho de 2009 a setembro de 2009, foram determinados

matéria seca, os teores de proteína bruta, fibra em detergente neutro, fibra em detergente

acido, celulose, hemicelulose e lignina, capacidade tampão, teor de carboidratos solúveis, pH,

nitrogênio amoniacal e a degradabilidade ruminal in situ. Os silos experimentais foram

confeccionados com tubos de PVC com diâmetro de 4 polegadas e 50 cm de altura, providos

de uma válvula tipo Bunsen. Depois de realizado o corte da gramínea aos 35 dias de

crescimento vegetativo, a gramínea foi pré-emurchecida durante um período de 6 horas (de

exposição ao sol). A abertura dos silos ocorreu 60 dias após a ensilagem. A adição de PC e

inoculante bacteriano-enzimático na silagem de Cynodon nlemfuensis Vanderyst

proporcionaram melhores teores (P<0,05) PB, FDA, pH, N-NH3 e aumento dos teores de N-

FDN. Não se verificou diferença da adição de aditivos (P<0,05) para as variáveis EE,

Celulose, Lignina, perdas de matéria seca na forma de gases e efluentes e estabilidade aeróbia

das silagens. A adição de polpa cítrica aumentou (P<0,05) a proporção de MS, diminuição do

FDN e melhorou os parâmetros de fermentação das silagens.

Palavras-chave: Inoculantes, Digestibilidade in situ, Polpa cítrica.

38

ABSTRACT

This study was conducted in the Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária of Centro

Nacional de Pesquisa em Gado de Leite (CNPGL) Experimental Station in Coronel Pacheco,

localized in Zona da Mata-MG. The main objective was to evaluate the effect of addition of

the citrus pulp (PC) and commercial enzymatic-bacterial inoculant SI-ALL C4 on the Alltech

on the fermentation and nutritious characteristics and the dry matter damages of grass silages

wilted, of the Cynodon nlemfuensis Vanderyst. The following treatments were evaluated:

grass silages wilted with inoculant and without citrus pulp (CISP), with inoculant and citrus

pulp (CICP), without inoculant and without citrus pulp (SISP), without inoculant and with

addition of citrus pulp (SICP). Grass were evaluated too before had been silaged. The citrus

pulp was added of the 8% in a fresh matter basis of the grass. The experimental design was

completely randomized with five replications and the average was comparison with Student-

Newman-Keus of 5% probability. This study was conducted from January to December of

2009. Were evaluated dry matter (DM) content, crude protein (CP), neutral detergent fiber

(NDF), acid detergent fiber (ADF), cellulose, hemicelluloses and lignin, fractions of nitrogen

and carbohydrates, buffer capacity, soluble carbohydrates, fermentation characteristics (pH,

ammonia N), and “in situ” dry matter digestibility. The experimental silos were making of

PVC with diameter of 4 inches and 50 cm high fitted with a Bunsen-type valve. After the

grass cut was realized, at 35 of vegetative growth, the grass was wilted during a periodo of 6

hours of sun exposure. Silos opening occurred 60 days after ensiling. The addition of citrus

pulp and enzymatic-bacterial inoculants in cynodon silage provided betters levels (P<0,05) for

crude protein, acid detergent fiber, pH, ammonia N and increased concentrations of N-NDF.

There was no differences in the use of additives (P<0,05) to the variables EE, cellulose,

lignin, dry matter losses in the form of gases and effluents, and silage aerobic stability. The

addition of citrus pulp increased (P<0,05) the dry matter, reduced the NDF and improved the

fermentation characteristics of silages.

Keywords: Inoculante, degradability in situ, citrus pulp.

39

1. INTRODUÇÃO

O Brasil ocupa hoje lugar de destaque em nível mundial como grande produtor de

carne e leite, sendo o sistema de produção baseado em pastagens característico de países de

clima tropical, onde requer pastagens produtivas durante todo o ano.

Entretanto, as estações do ano com as variações de precipitação, temperatura,

fotoperíodo, dentre outros fatores influenciam o crescimento das forrageiras, o que demanda a

utilização de tecnologias como de conservação de forragens, que desta forma é capaz de

manter a oferta de alimentos em épocas de escassez.

A grama estrela (Cynodon nlemfuensis Vanderyst.) é considerada uma planta rústica,

possuindo uma rápida cobertura do solo e adaptam-se as intempéries climáticas, porém

apresentam características semelhantes às demais gramíneas tropicais, apresentando baixos

teores de MS, de carboidratos solúveis e alto poder tampão (BERGAMASCHINE, 2008).

O Cynodon nlemfuensis quando se encontra no ponto considerado bom de ensilagem

possui alta umidade, fato este que implica em crescimento de microorganismos indesejáveis

que se desenvolvem em ambiente úmido (Wilkinson, 1983).

Segundo Whittemburry et al. (1967) uma pressão osmótica permite o desenvolvimento

das bactérias do gênero Clostridium e demais microorganismos que utilizem açúcares, ácido

lático, proteínas e aminoácidos e produzam ácidos acético e butírico, nitrogênio amoniacal

(N-NH3) e aminas, sendo que essas substâncias estão diretamente correlacionadas com a

aceitabilidade deste alimento pelos animais.

Para que ocorra uma boa fermentação os carboidratos solúveis são os substratos

prontamente disponíveis para que ocorra o desenvolvimento das bactérias desejáveis,

principalmente as láticas, que produzem ácido lático fazendo com que o pH rapidamente

inibindo assim a atividade proteolítica das enzimas vegetais, e principalmente inibindo o

crescimento de bactérias indesejáveis (MUCK, 1988).

Segundo Santos et al. (2010) estes fatores podem ser corrigidos e uma das maneiras é

a inclusão de aditivos no momento da ensilagem.

Outra forma de melhorar o teor de MS das gramíneas é pelo pré-emurchecimento da

gramínea ao sol e pela adição de produtos ou co-produto com alto teor de Matéria Seca como

grãos de cereais e subprodutos da industrialização de alimentos, casca de café, casca de soja,

polpa de cítrica peletizada e outros (VILELA, 1997).

A polpa cítrica é um co-produto da indústria de suco de laranja, que vem sendo

utilizada para alimentação de ruminantes, poís quando adicionada a forragens no momento da

40

ensilagem proporcionam aumento do teor de MS, melhorando a fermentação, sendo capaz de

elevar o seu peso em até 145% (EVANGELISTA, 1996). Outra vantagen é que a PC possui

alto teor de pectina, carboidrato de alta degradabilidade ruminal, melhorando a

digestibilidade dos alimentos quando adicionada a dieta.

A técnica do pré-emurchecimento é uma alternativa diminuição dos teores de água da

planta, permite reduzir perdas através da eliminação de efluentes e gases proporcionando boa

fermentação (SANTOS, 2010). Assim o pré-emurchecimento da gramínea usado junto com a

utilização de aditivos enzimáticos pode ser uma alternativa para melhorar os parâmetros de

fermentação de gramíneas tropicais.

Com base nesse propósito objetivou-se avaliar a adição de poupa cítrica (8% da

matéria natural) e inoculante enzimático na ensilagem do Cynodon nlemfuensis pré-secada.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Localização e Clima

O experimento foi conduzido numa área de pastagem de Cynodon nlemfuensis

Vanderyst, durante o período de julho 2009 a Setembro de 2009, no Campo Experimental de

Coronel Pacheco, pertencente a Embrapa Gado de Leite, localizada na Zona da Mata de

Minas Gerais.

O Município de Coronel Pacheco é situado a uma latitude sul de 21° 33' 22" e 43° 06'

15" de longitude oeste, com altitude de 426 metros. A precipitação pluviométrica anual,

média de 30 anos, é de 1600 mm, com cerca de 90% desse total ocorrendo de outubro a abril.

O clima da região é do tipo mesotérmico, que segundo Köppen é definido como clima

temperado chuvoso no verão e com inverno seco entre junho e setembro (Embrapa, 1980), em

um Neossolo Flúlvico Distrófico (Embrapa, 1999).

2.2 Condução do Experimento

A gramínea (Cynodon nlemfuensis Vanderyst), foi rebaixada com um corte de

padronização rente ao solo em junho de 2009, em seguida foi realizada uma adubação com

aplicação de 250 kg da fórmula 20-05-20.

Para promover o emurchecimento da gramínea a mesma foi cortada aos 35 dias de

rebrota, e depois foi distribuída sobre uma área cimentada, permanecendo por seis horas, após

esse período, foi processada por uma picadeira do tipo forrageira estacionaria.

41

Após o capim pré-secado ter sido picado, este foi dividido em duas porções, em uma

foi retirada a amostra para analises químicas e outra aplicada o inoculante comercial e/ou

aditivo enzimático bacteriano SIL–ALL C4 da Alltech, que apresenta como garantia

Streptococcus faecium, Lactobacillus plantarum e Lactobacillus salivarius na proporção de 10

bilhões de UFC/g de cada espécie e enzimas hemicelulases e celulases a 5%. O aditivo foi

aplicado com pulverizador costal, na dosagem de 5 g/t de forragem (dissolvido em 1 litro de

água mineral) seguindo recomendações do fabricante.

Os silos experimentais foram confeccionados a partir de ductos de eletroducto com 4”

de diâmetro e 50 cm de comprimento. No fundo de cada silo foi condicionada uma bolsa

confeccionada com TNT 100 contendo areia seca, com peso conhecido, com objetivo de

adsorver o efluente produzido. Na outra extremidade, a tampa, foi provida de uma válvula

tipo Bunsen.

A polpa cítrica utilizada foi adicionada e distribuída em camadas simulando a prática

de campo, sendo a quantidade empregada de 8 % do peso da forrageira ensilada (matéria

original). O material ao ser ensilado foi compactado manualmente, com auxilio de uma barra

de ferro, para uniformizar a compactação dos silos de forma a proporcionar massa especifica

semelhante aproximada de 600/ m3 kg de silagem (matéria original).

2.3 Tratamentos

Para avaliar o efeito da polpa cítrica e do inoculante bacteriano enzimático no

processo de ensilagem realizou-se o enchimento de cinco silos experimentais, para cada um

dos seguintes tratamentos:

T1)Silagem de gramíneas pré-secada, com inoculante e sem adição de polpa cítrica (C.I.S.P);

T2) Silagem de gramíneas pré-secada, com inoculante e com adição de polpa cítrica (C.IC.P);

T3) Silagem de gramíneas pré-secada, sem inoculante e sem adição de polpa cítrica (S.I.S.P);

T4) Silagem de gramíneas pré-secada, sem inoculante e com adição de polpa cítrica (S.I.C.P).

2.4 Avaliações

Os silos, assim como a forragem acondicionada e as bolsas com areia foram pesadas

no momento da confecção da silagem. Após 60 dias, os silos foram abertos e novas pesagens

foram realizadas para estimar as perdas por gás e efluente.

42

Amostras da forragem Cynodon nlemfuensis Vanderyst e da polpa cítrica foram

retiradas antes do momento da ensilagem, bem como da silagem ao abrir os silos. De todas as

amostras de silagem, uma sub-amostra foi colocada em uma prensa hidráulica para extração

do suco da silagem sobre pressão de 2 toneladas. Com esse suco foram determinado o pH e o

nitrogênio amoniacal segundo a técnica descrita por AOAC (1970).

As perdas por fermentação foram calculadas pela diferença entre os pesos das massas

obtidos ao enchimento e à abertura dos silos, multiplicados pelos respectivos teores de

matéria seca.

Na tabela 1 estão apresentados os dados de composição bromatológica da matéria seca

da forragem pré-secada e da polpa cítrica utilizada para ensilagem.

Tabela 6. Composição bromatológica e características de carboidratos solúveis e

capacidade tampão do Cynodon nlemfuensis pré-secado aos 35 dias de crescimento e da polpa

cítrica utilizada para confecção dos tratamentos.

Parâmetros Cynodon Polpa

MS % 27,0 89,0

PB % 9,6 8,9

FDN % 74,7 30,9

FDA % 42,1 24,7

Hemicelulose % 32,6 6,2

Celulose % 33,8 12,0

Lignina % 5,22 -

N-FDN % 0,75 0,59

N-FDA % 0,15 0,27

Cinzas % 10 5,8

CHO sol mg/g 261,4 -

CT (Eq.mg/100g de MS) 26,6 -

– MS – matéria seca, PB- proteína bruta, FDN – Fibra detergente neutro, FDA – Fibra detergente acido, Hcel –

Hemicelulose, Cel – celulose, N-FDN- nitrogênio em fibra detergente neutro, N-FDA- nitrogênio em fibra

detergente acido, Cin – Cinzas, CHO sol- Carboidratos solúveis, PT- Poder Tampão.

Corte realizado aos 35 dias.

Para a determinação da estabilidade aeróbia das silagens utilizou-se uma alíquota de

silagem não compactada, onde essa amostra foi colocada em balde sem tampa, que por sua

vez foi coberto por tecido tipo “gaze”. No meio da massa foi posicionado um termômetro, e

duas vezes ao dia (07 e 19 horas) foram aferidas as respectivas temperaturas de cada amostra,

durante nove dias após a abertura dos silos, com anotação da temperatura ambiente no

momento da tomada da temperatura das silagens. Para evitar altas variações de temperatura

ambiente, os baldes foram mantidos no laboratório com temperatura aproximada de 25 graus.

Foram determinadas matéria seca, teor proteína bruta, Fibra em detergente neutro e

Fibra em detergente ácido, celulose, hemicelulose e lignina segundo Silva e Queiroz (2002).

43

Além do poder tampão segundo Tosi (1973) e do teor de carboidratos solúveis segundo

(PASSOS, 1999).

Para determinar a degradabilidade ruminal e mensurar o desaparecimento de tecidos

foram utilizadas três vacas da raça Holandesa, ambas multíparas, secas, com peso médio de

aproximadamente 550 kg, munidas de fistula ruminal, adaptadas por um período de 14 dias,

alimentadas com dietas a base de silagem de capim elefante e foram avaliadas as respectivas

taxas de degradação da forrageira, estimadas pela técnica in situ, utilizando bolsas de tecido

sintético, de porosidade média de 45 µm, sacos de náilon (ankom-bar diamond, inc., Parma

Idaho – USA), incubados no rúmen. Essas bolsas apresentam dimensões de 10 x 20 cm.

Para determinação da degradabilidade da matéria seca o material foi secado em estufa

de ventilação forcada, a 55°C, e posteriormente moído, em moinho de faca, com peneiras de

crivo de 5,0 mm, e a quantidade de forrageira introduzida nas bolsas de nylon foi de

aproximadamente 6 g. Durante a incubação os sacos foram presos numa corrente e agrupados,

segundo seus respectivos tempos, e suspensos por um fio de náilon de 60 cm de comprimento

no rúmen. As amostras de cada tratamento para os tempos de avaliação foram colocadas em

duplicata, com o objetivo de obter amostra em quantidade suficiente para análise.

As bolsas foram embebidas em água até o total umedecimento e foram colocadas por:

6, 24, 48 e 96 horas no rúmen dos animais. Após estes períodos as bolsas foram retiradas,

lavadas em água corrente na torneira até a água sair límpida, e armazenadas em freezer a –

20° C.

Para a padronização do processo de limpeza das bolsas, somente ao final do ensaio de

degradabilidade ruminal foram posteriormente lavadas em tanquinho, e após sofrerem 2

enxágües, levadas a estufa ventilada, a 55 oc, por 72 horas, sendo posteriormente pesadas e

moídas em moinho de faca tipo “Willye”, de modo que o tamanho das partículas fosse de

aproximadamente 1 mm e assim alocadas em potes hermeticamente fechados, para posteriores

analises.

Para a determinação da temperatura inicial dos sacos foram tø, ou seja, do material que

sai da bolsa sem ser por ação dos microrganismos (material solúvel + pequenas partículas),

foram feitas quatro réplicas. As bolsas foram inseridas em balde com água, onde

permaneceram por 30 minutos. Após esta fase, as bolsas foram processadas como as demais,

que foram incubadas nos animais.

44

Os parâmetros da degradabilidade “in situ" foram determinados a partir da equação

exponencial proposta por Mehrez e Ørskov (1977), modificada por Sampaio (1988), conforme

descrito a seguir:

d A e p c*t

Onde:

d = Degradabilidade(%);

A = Potencial de máxima degradação,

B = fração degradável após t0;

c = taxa de degradação do material degradável.

O tempo de colonização (TC) foi calculado pela seguinte equação:

2.5 Delineamentos Experimentais e Análise Estatística

O Delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com cinco repetições, e as

médias foram comparadas pelo teste Student-Newman-Keus (SNK), a 5% probabilidade. Os

resultados obtidos foram interpretados utilizando o pacote estatístico SAS, General Linear

Models Procedure, de acordo com o quadro de análise de variância (quadro 2), para os

parâmetros de composição bromatológica, carboidratos solúveis, N-NH3, poder tampão,

estabilidade aeróbia e perdas na forma de efluente e gasosa.

O modelo estatístico utilizado foi:

Onde:

yij: valor observado na unidade experimental que recebeu o tratamento

i, repetição j;

m=efeito da média geral;

ti= efeito do tratamento i;

eij= erro aleatório (resíduo).

O processamento dos resultados de degradabilidade in situ foi feito pelo método

iterativo, utilizando-se o procedimento NLIN do pacote estatístico SAS (1989). Os horários

em que a taxa de degradação for inferior ao valor determinado pelo tø (material solúvel +

pequenas partículas) não foram utilizados para obtenção da equação. As vacas foram

utilizadas como repetição. Foram avaliados os quatro tratamentos descritos e a forragem verde

após o emurchecimento, totalizando cinco tratamentos.

45

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Composição Bromatológica, Nitrogênio Amoniacal (N-NH3) e pH

Houve diferença significativa para matéria seca entre os tratamentos com e sem adição

de polpa cítrica (P<0,05), na massa ensilada. A matéria seca das silagens aumentou quando

adicionado 8% de polpa cítrica com base na matéria natural (Tabela 7). Este comportamento

pode estar relacionado ao elevado conteúdo de MS da polpa cítrica (89%) e em relação aos

tratamentos sem adição deste inoculante, sendo que a maior diferença foi de 18 unidades

percentuais entre os tratamentos com inclusão de polpa e inoculante

microbiológico/enzimático e o tratamento sem inclusão dos inoculantes.

Este resultado foi semelhante ao obtido por Evangelista et al. (2001), ao adicionarem

doses de polpa cítrica (5, 10 e 15%) em silagem de Coast-cross e por Rodrigues et al. (2005)

ao adicionarem quantidades crescentes de polpa cítrica 0; 2,5; 5; 7,5; 10; 12,5 e 15% em

silagem de capim Marandú. Possivelmente, este resultado é devido à capacidade de absorção

de água da polpa cítrica, decorrente do seu elevado teor de pectina. Mesmo a pectina

apresente alta umidade, é possível que ela indisponibilize a água para que ocorra o

crescimento de bactérias indesejáveis (RODRIGUES, 2005). Contudo, Netto et al. (2002) ao

adicionarem 10% de PC ensilagem de capim elefante não observou diferença no teor de

matéria seca desta gramínea.

SILVEIRA (1975) descreveu que o valor mínimo de MS para ensilagem deve ser de

30. Neste trabalho, apenas as silagens com adição de poupa cítrica obtiveram esta

percentagem de matéria seca, sendo que tratamentos sem adição de poupa cítrica obtiveram

resultados muito próximos ao preconizado por este autor, apresentando teores 28,33% e de

27,83 % matéria seca para os tratamentos (C.I.S.P) e (C.I.CP) respectivamente, fato este

devido à planta ter passado por um processo eficaz de emurchecimento para elevar o teor de

MS.

Assim, o emurchecimento determinou menor intensidade do processo de fermentação,

com o incremento do conteúdo de MS da forragem ensilada, corroborando os relatos

encontrados na literatura (EVANGELISTA, 2000). Deve-se ainda ressaltar que o teor de

matéria seca obtido neste trabalho são inferiores ao encontrado por Castro et al. (2006), no

qual observou que o emurchecimento o que ocasionou médias de MS de 450 g/kg MS o que

favoreceu os parâmetros de fermentação (pH, N-NH3 e poder tampão).

46

Tabela 7. Composição bromatológica, pH e nitrogênio amoniacal (N-NH3) de silagens de

Cynodon nlemfuensis confeccionadas com ou sem inclusão de polpa cítrica e ou inoculante

bacteriano enzimático.

Parâmetros Silagem de Cynodon nlemfuensis pré-secado CV%

C.I.S.P(T1) C.I.C.P(T2) S.I.S.P (T3) S.I.C.P (T4)

MS % 28,33B 34,07A 27,83B 33,54A 1,95

PB % 9,8 A 9,5 A 8,8 B 9,8 A 4,95

EE % 2,1 A 2,6 A 1,9 A 2,7 A 39,01

FDN % 66,9 A 59,4 B 68,2 A 59,6 B 3,78

FDA % 39,1 B 38,3B 41,1 A 38,6 B 2,92

Celulose % 33,6 A 29,0 A 34,6 A 32,0 A 11,69

Lignina % 3,3 A 3,6A 4,1 A 4,0 A 17,27

N-FDN % 0,42 A 0,43 A 0,32 B 0,43 A 18,34

N-FDA % 0,16 B 0,2 A 0,15 B 0,23A 17,49

N-NH3 mg/100 ml 58,2 B 66,0 AB 75,9 A 64,4 AB 11,38

pH 4,45 B 4,1 C 4,85 A 4,32 B 2,42

– MS – matéria seca, PB- proteína bruta, FDN – Fibra detergente neutro, FDA – Fibra detergente acido, Hcel –

Hemicelulose, Cel – celulose, N-FDN- nitrogênio em fibra detergente neutro, N-FDA- nitrogênio em fibra

detergente acido, Cin – Cinzas, CHO sol- Carboidratos solúveis, PT- Poder Tampão.

Medias seguida por letras semelhantes na mesma linha não se diferenciam estatisticamente (P>0,05).

Corte realizado aos 35 dias.

Observou-se menor pH (P>0,05) no tratamento com inclusão de polpa cítrica e

inoculante enzimático (C.I.C.P), valor este que se encontra dentro da faixa descrita por

McDonald (1981) para que ocorra uma fermentação adequada. O mesmo não foi demonstrado

por Evangelista et al. (2000), que ao adicionarem 4% de polpa cítrica em silagem da gramínea

estrela roxa (Cynodon nlemfuensis Vanderyst), não observaram alteração do pH.

O pH mais elevado correspondeu ao tratamento sem a inclusão dos aditivos,

ratificando que para esta característica, essas inclusões foram adequadas na redução do pH e

possivelmente melhoria do valor nutricional e estabilidade da ensilagem. Este resultado esta

de acordo com estudo realizado por KUNG (2001), que relata um feito teórico da adição de

inoculante microbiano (bactérias homofermentativas) no rápido declínio do pH e baixo pH

final. Da mesma forma, Coan et al. (2007) relataram que a polpa cítrica, por possuir um

elevado potencial absorvente e por disponibilizar carboidratos fermentescíveis às bactérias

ácido láticas, contribui para a redução do pH e melhor conservação das silagens acrescidas

desse aditivo.

Desta forma, a inclusão de aditivo bacteriano enzimático e ou polpa cítrica

proporcionou valores intermediários de pH (tabela7), mostrando haver efeito sinérgico entre a

redução de umidade associada a maior disponibilização de carboidratos fermentescíveis e o

uso de microorganismos e complexo enzimático. Este fato foi observado por Rodrigues et al.

47

(2001) pois houve diminuição do pH quando utilizou-se aditivo biológico em silagem de

Alfafa quando comparando ao grupo controle.

Entretanto, segundo Van Soest (1994), em silagens convencionalmente conservadas, o

pH alto é indicativo de maior produção dos ácidos butíricos e acéticos que são característicos

dos processos de fermentações indesejáveis. Entretanto, o pH isoladamente não pode ser

considerado como critério seguro para avaliação da fermentação, pois seu efeito inibitório

sobre as bactérias depende da velocidade do abaixamento e da umidade do meio (Woolford,

1984).

Para os teores de PB (tabela 7) houve diferença (P<0,05) entre o tratamento (S.I.S.P)

para os demais, assim o valor obtido de 8,8% PB da silagem confeccionada sem polpa cítrica

e sem inoculante bacteriano provavelmente deve-se ao aumento da proteólise que ocorreu no

processo de ensilagem. Entretanto este resultado é considerado satisfatório por Coelho da

Silva e Leão et al. (1979) que preconizam o nível mínimo necessário de 7% de PB para o bom

funcionamento ruminal. Os demais tratamentos apresentaram valores de PB similares e

superiores ao tratamento testemunha, indicando que a utilização conjunta ou isolada dos dois

diferentes tipos de inoculantes pode ter agido sobre a redução da proteólise.

Os teores de N-FDA (Tabela 7) foram maiores (P<0,05) para os tratamentos com

adição de polpa cítrica, sugerindo que a adição de polpa cítrica, também promove aumento

das frações indigeríveis. Isto pode ser justificado pelo provável aquecimento da silagem,

como proposto por Mir et al. (1995). Este fenômeno pode ter ocorrido nas silagens com

elevados níveis de polpa, possivelmente em função da elevação do teor de matéria seca ou,

então, da baixa disponibilidade de água livre. O aquecimento da forragem, também é

conhecido como reação de Mayllard ou caramelização, promovendo uma complexação do

nitrogênio à fibra, especialmente a hemicelulose, levando à indisponibilização do nitrogênio

(Rodrigues, 2005).

Os valores de N-FDN (Tabela 7) foram iguais (P>0,05) para os tratamentos que

utilizaram um ou todos os tipos de inoculantes, os quais se apresentaram superiores ao

tratamento testemunha, indicando que a fração de nitrogênio ligada ao FDN apresentou

comportamento de elevação com o emprego destes inoculantes.

A confecção de silagem de grama estrela pré-emurchecida sem a utilização de aditivos

favoreceu o aumento de nitrogênio amoniacal, conforme apresentado na Tabela 7. Sendo o

menor valor obtido com o uso de inoculante bacteriano enzimático, que não diferiu dos

demais tratamentos com adição de inoculante, os quais foram semelhantes à testemunha. Este

48

comportamento indica uma possível melhor ação do complexo bacteriano-enzimático sobre a

redução de N-NH3, quando atuando sem a contribuição da maior redução de umidade

proporcionada pelo emprego da polpa cítrica, que pode(m) ter atuado sobre diminuição do

crescimento de bactérias heterofermentativas. Resultados semelhantes foram encontrados por

Coan et al. (2004) que observaram diminuição nos teores de nitrogênio amoniacal (N-NH3) da

silagem de capim Marandú quando usaram 5 ou 10% de polpa cítrica como aditivo.

Outra possível justificativa é de que a baixa proteólise resultante de atividade das

enzimas do vegetal, que desintegram proteína da forragem no interior dos silos permanecem

ativas apenas em pH acima de 5,0, condição possivelmente encontrada por mais tempo após o

fechamento do silo, apenas no tratamento testemunha. Silveira (1987), após fazer uma revisão

de literatura afirmou que as silagens com teores de nitrogênio amoniacal de até 8% do N total

são consideradas de boa qualidade.

Não houve efeito significativo (P>0,05) da inclusão da polpa cítrica e do inoculante

enzimático sobre os teores de lignina, extrato etéreo, celulose, conforme apresentados na

Tabela 7.

Os teores de FDN das silagens (Tabela 7) foram melhores (P<0,05) quando houve

adição de polpa cítrica, o que é justificado pelo baixo teor de FDN deste aditivo (30,9 % da

MS), em comparação ao teor observado no Cynodon nlemfuensis (74,4%). Os teores de FDN

registrados neste experimento estão de acordo com os observados por Pedreira et al. (2001).

As porcentagens de FDN observadas nos tratamentos com uso de polpa cítrica estão dentro da

recomendada (VAN SOEST, 1994). Para não inibir consumo e digestibilidade da MS, o autor

relata ainda que o aumento de valores de FDN correlaciona-se negativamente com o consumo

do alimento, e para forragem o limite estaria próximo a 55% a 60%.

A elevação do teor de FDA ocorreu de forma significativa (P<0,05) apenas para o

tratamento testemunha, superior aos demais, os quais foram semelhantes, conforme

apresentado na Tabela 7. Este comportamento pode estar associado a maior extensão de

fermentação neste tratamento, possibilitando o maior consumo de carboidratos solúveis e

consequente aumento dos valores de parede celular, aumentando, desta forma, os

componentes da fração fibrosa (MCDONALD, 1981).

3.2 Perdas Durante o Processo de Fermentação

A utilização de aditivos (inoculante bacteriano enzimático e polpa cítrica) não

proporcionaram diferenças para a variável redução de perda, seja na forma de gases ou

49

efluente, em de silagens de Cynodon nlemfuensis pré-secado (Tabela 8). Provavelmente o fato

de não haver diferença, pode ser definido ao fato da planta passar por um processo de pré-

emurchecimento eficiente, que diminuiu a umidade da planta, proporcionando boas condições

de ensilagem, com menores perdas de material da silagem, não demonstrando diferença entre

os tratamentos com adição de poupa cítrica e aditivo enzimático.

Tabela 8. Perda total no processo de fermentação, Perdas em percentual do material

ensilado na forma de Gases (%) e Efluente (%) da silagem de Cynodon nlemfuensis pré-

secado confeccionado com polpa cítrica e ou inoculante bacteriano enzimatico.

Tratamentos Gases (%) Efluente (%) Total (%)

C.I.S.P 1,38 A 0,21 A 1,59 A

C.I.C.P 1,42 A 0,16 A 1,58 A

S.I.S.P 2,0 A 0,29 A 2,28 A

S.I.C.P 2,25 A 0,13 A 2,34 A

CV% 27,72 65,73 26,67 Médias seguidas de letras semelhantes na mesma coluna não diferem estatisticamente (P>0,05)pelo teste SNK.

Silagem da gramínea pré-secada, com inoculante e sem adição de polpa cítrica (C.I.S.P), Silagem da gramínea

pré-secada, com inoculante e com adição de polpa cítrica (C.I.C.P), Silagem da gramínea pré-secada, sem

inoculante e sem adição de polpa cítrica (S.I.S.P),Silagem da gramínea pré-secada, sem inoculante e com adição

de polpa cítrica (S.I.C.P).

3.3 Estabilidade Aeróbia da Silagem

Não foi observada diferença significativa (P>0,05) ou efeito negativo na estabilidade

aeróbica em ambos os tratamentos. Não foi detectada elevação da temperatura da silagem

superior à 2ºC em relação à temperatura ambiente, para a silagem de Cynodon nlemfuensis

pré-secado e confeccionada com aditivos (inoculante bacteriano enzimático e ou polpa

cítrica). Estes valores estão descritos na Tabela 9.

50

Tabela 9. Temperatura ambiente (ºC) e das silagens de Cynodon nlemfuensis pré-secado

após a abertura por um período de nove dias.

DIAS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

PERÍODO T M T M T M T M T M T M T M T M T M T

Temperatura

Ambiente

(oC)

23,0 20,9 23,2 21,8 25,0 23,3 23,0 22,0 23,2 21,0 22,0 21,5 23,0 23,5 26,0 22,0 26,0 23,5 26,0

Temperatura Silagem (OC)

C.I.S.P 22,7 20,2 21,8 20,3 23,7 22,6 22,7 21,2 22,6 20,7 21,2 20,8 21,5 22,2 24,0 22,5 24,0 23,3 27,7

C.I.C.P 22,7 20,7 22,0 20,7 24,0 22,4 23,0 21,1 23,0 20,7 21,2 20,8 21,7 22,3 23,8 22,6 23,9 23,0 25,0

S.I.S.P 22,9 20,3 22,2 20,5 23,8 22,7 22,8 21,3 22,8 20,3 20,8 20,6 22,0 22,0 23,7 22,4 23,8 23,2 24,8

S.I.C.P 23,0 20,3 22,2 20,0 24,0 22,4 22,9 21,3 22,9 20,8 21,3 21,0 21,8 22,3 23,7 22,3 24,1 23,2 24,7

Silagem da gramínea pré-secada, com inoculante e sem adição de polpa cítrica (C.I.S.P), Silagem da gramínea

pré-secada, com inoculante e com adição de polpa cítrica (C.I.C.P), Silagem da gramínea pré-secada, sem

inoculante e sem adição de polpa cítrica (S.I.S.P),Silagem da gramínea pré-secada, sem inoculante e com adição

de polpa cítrica (S.I.C.P).

3.4 Degradabilidade Ruminal

As variáveis referentes à estimativa dos parâmetros de degradação ruminal da MS das

diferentes silagens de Cynodon nlemfuensis pré-secado são apresentadas na Tabela 10.

Tabela 10. Parâmetros de degradação ruminal in situ da matéria seca da Cynodon

nlemfuensis e da silagem de Cynodon nlemfuensis pré-sacado confeccionado com e sem

inoculante bacteriano enzimático e com ou sem polpa cítrica.

Tratamentos A B c S

Degradabilidade efetiva (%) em

função da taxa de passagem no

rúmen

(%) (%) (/h) (%) 0,06/h R2

C.I.S.P 74,6 58,6 0,0254 22,5 40,0 0,9992

C.I.C.P 77,8 54,8 0,02738 24,5 41,7 0,9994

S.I.S.P 71,3 60,1 0,02751 19,0 37,9 0,9991

S.I.C.P 71,4 55,6 0,036970 23,5 44,7 0,9992

Cynodon nlemfuensis 73,2 57,9 0,024995 19,5 36,5 0,9993

A= fração potencialmente degradável; B = fração potencialmente degradável sob ação da microbiota se não

houvesse lag-time; c = taxa constante de degradação da fração potencialmente degradável por ação da

microbiota; S= fração solúvel mais partículas com tamanho reduzido que atravessam os poros do náilon; R2 =

coeficiente de determinação do ajuste dos dados ao modelo utilizado por Sampaio (1988).

Independente da utilização de inoculante bacteriano enzimático, as silagens de

Cynodon nlemfuensis confeccionadas com 8% de polpa cítrica proporcionaram maiores

valores de potencial de máxima degradabilidade da matéria seca quando comparadas àquelas

que foram confeccionadas sem polpa cítrica.

51

Quanto ao efeito do uso de inoculante bacteriano enzimático na confecção de silagem

de Cynodon nlemfuensis, observou-se que o mesmo proporcionou aumento de

aproximadamente 5.2% na degradabilidade efetiva do rúmen de silagens de Cynodon

nlemfuensis que não foram confeccionadas com polpa cítrica (40,0 VS 37,90%). Entretanto,

quando a silagem foi confeccionada com polpa cítrica o resultado do inoculante bacteriano

enzimático foi inferior em aproximadamente 4 pontos percentuais na degradabilidade efetiva

da silagem de Cynodon nlemfuensis.

A degradabilidade efetiva no rúmen, estimada utilizando-se valor teórico de taxa de

passagem de 0,06%/h, se observa que em silagens de Cynodon nlemfuensis confeccionados

com a polpa cítrica e sem inoculante quando comparada às demais silagens avaliados. Esta

silagem apresentou 7% a mais de degradabilidade efetiva no rúmen quando comparada a

silagem confeccionada com polpa cítrica e com inoculante bacteriano (44,7 VS 41,7%).

Comparando-se os valores destas silagens com as confeccionadas sem polpa cítrica, este valor

é no mínimo 11,0% superior. Este maior índice deve-se principalmente a polpa cítrica, que

apresentam alto potencial de máxima degradabilidade (A) (86%, com a taxa de 2%/h)

(Martins et al., 1999). Comparando os índices de parâmetros de fermentação no rúmen da

matéria seca de Cynodon nlemfuensis que não foi submetido ao processo de ensilagem,

observa-se que o mesmo foi ligeiramente inferior 3 pontos percentuais ao ensilado. O

resultado deste estudo indica que o processo de ensilagem não prejudicou a degradabilidade

da matéria seca no rúmen.

52

4-CONCLUSÕES

A adição de PC e inoculante bacteriano enzimático na silagem de Cynodon nlemfuensis

Vanderyst, melhorou os teores para PB, FDA, N-NH3 e aumento dos teores de N-FDN e

diminuição do pH.

Não se verificou diferença da adição de aditivos para as variáveis EE, Celulose, Lignina,

perdas de matéria seca na forma de gases e efluentes e estabilidade aeróbia das silagens.

A adição de polpa cítrica aumenta os conteúdos de MS, diminuiu o FDN e melhorou os

parâmetros de degradabilidade das silagens.

53

CONCLUSÕES GERAIS

O uso de inoculante bacteriano e polpa cítrica proporcionaram menores percentuais de

perda de matéria seca na ensilagem de brachiaria brizantha.

O inoculante bacteriano enzimático melhorou a estabilidade da silagem de brachiaria

brizantha.

A associação de Polpa cítrica e inoculante bacteriano - enzimático proporcionaram

maior potencial de degradabilidade ruminal na confecção da silagem de Cynodon nlemfuensis

Vanderyst e da Brachiaria brizantha.

54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GERAIS

ALVES, M.J.; PEREIRA, O.G.; CECON, P.R. Rendimento forrageiro e valor nutritivo do

capim-tifton 85 sob diferentes doses de nitrogênio, colhido ao atingir 30, 40 e 50 cm de altura.

In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais... Piracicaba: Escola Superior

de Agricultura "Luiz de Queiroz", 2001.

ALVIM, M.J.; BOTREL, M.A. Efeito de doses de nitrogênio na produção de leite de vacas

em pastagem de Coast-cross. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 36, n.3, p. 577-

583, 2001.

ALVIM, M.J.; SIMÃO NETO, M.; DUSI, G.A. Efeito da disponibilidade de forragem e da

adubação em pastagem de capim-angola sobre a produção de leite. Pesquisa Agropecuária

Brasileira, Brasília, v. 27, n.11, p. 15411-1550, 1992.

ALVIM, M.J.; VERNEQUE, R.S.; VILELA, D.; CÓSER, A.C.; BOTREL, M.A.;

REZENDE, J.C. Estratégia de fornecimento de concentrado para vacas da raça Holandesa em

pastagem de Coast-cross. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 34, n.9, p. 1711-

1720, 1999 b.

ALVIM, M.J.; VILELA, D.; LOPES, R.S. Efeitos de dois níveis de concentrado sobre a

produção de leite de vacas da raça Holandesa em pastagem de Coast-cross (Cynodon dactylon

(L.) Pers). Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 26, n.5, p. 967-975,

1997.

ALVIM, M.J.; XAVIER, D.F.; BOTREL, M.A. Resposta do Coast-cross (Cynodon dactylon

(L) Pers) a diferentes doses de nitrogênio e intervalos de corte. Revista da Sociedade

Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 27, n.5, p. 835-840, 1998.

ALVIM, M.J.; XAVIER, D.F.; VERNEQUE, R.S.; BOTREL, M.A. Respostas de Tifton 68 a

doses de nitrogênio e intervalos de cortes. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 35,

n.9, p. 1875-1882, 2000.

ALVIM, M.J.; XAVIER, D.F.; VERNEQUE, R.S.; BOTREL, M.A. Respostas de Tifton 85 a

doses de nitrogênio e intervalos de cortes. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 34,

n.12, p. 2345-2352, 1999a.

ANDRADE, C.M.S; Assis,G.M.L.; FAZOLIN, M.; GONÇALVES, R.C.; SALES, M.F.L.;

VALENTIM, J.F.; VIDAL, J.L.; Grama-estrela-roxa: Gramínea Forrageira para

Diversificação de Pastagens no Acre. Rio Branco, AC. Embrapa Acre, 83 p. 2009.

ANDRIGUETTO, J.M. Nutrição animal. 4 ed. São Paulo: Nobel, v.1, p.396. 1981.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMICAL (AOAC). Wasghinton.

Official methodos of analysis of the Association of analytical Chjemists. 11 edition.

Washington, D.C.1015, p. 1970.

55

AMARAL, R.C.;BERNARDES,T.F.; SIQUEIRA, G.R.; REIS, R.A. Estabilidade aeróbia de

silagens de capim-Marandu submetidas a diferentes intesidades de compactação na ensilagen.

Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.6, p.977-983, 2008.

BALSALOBRE, M.A.A.; NUSSIO, L.G.; MARTHA JUNIOR, G.B. Controle de perdas na

produção de silagens de gramíneas tropicais. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de

Zootecnia, Anais.... Piracicaba: Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.38, p.890-911, 2001.

BERGAMASCHINE, A.F., PASSIPIERI M. e VERIANO FILHO W.V., Qualidade e valor

nutritivo de silagens de capim-marandu (B. brizantha cv. Marandu) produzidas com aditivos

ou forragem emurchecida. Revista Brasileira de Zootecnia, 35: p.1454-1462, 2006.

AMARAL, R.C.; BERNARDES, T.F.; SIQUEIRA, G.R.; REIS, R.I. Características

fermentativas e químicas de silagens de capim-marandu produzidas com quatro pressões de

compactação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.3, p.532-539, 2007.

BOTREL, M.A; ALVIM, M.J.; MOZZER, O.L. Avaliação agronômica de gramíneas

forrageiras sob pastejo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 22, n. 9/10, p. 1019-

1025, 1987.

BRUNO FILHO, J.R.; BERCHIELLI, T.T.; ANDRADE, P. et al. Digestibilidade da polpa

cítrica peletizada na alimentação de bovinos. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de

Zootecnia. Anais... Viçosa, MG, 37., p.400. 2000.

CABRAL, L.S.; VALADARES FILHO, S.C.; DETMANN, E., MALAFAIA, A.M.,

ZERVOUDAKIS, J.T., SOUZA, A.L., VELOSO, R.G., NUNES, P.M.M. Consumo e

digestibilidade dos nutrientes em bovinos alimentados com dietas à base de volumosos

tropicais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.6, p.2406-2412, 2006.

CASTRO, F.G.F., NUSSIO, L.G., HADDAD, C.M., CAMPOS, F.P., COELHO, R.M.,

MARI, L.J., TOLEDO, P.A. Características de fermentação e composição químico-

bromatológica de silagens de capim-tifton 85 confeccionadas com cinco teores de matéria

seca. Revista Brasileira de Zootecnia, 35: 7-20. 2006.

CARNEIRO, J.C.; VALENTIM, J.F.; WENDLING, I.J. Avaliação de Brachiaria spp., nas

condições edafoclimáticas do Acre. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE

BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38., 2001, Piracicaba. Anais..., Piracicaba: Sociedade

Brasileira de Zootecnia, p.162-163. 2001.

COELHO DA SILVA, J.F., LEÃO, M.I. Fundamentos de nutrição dos ruminantes.

Piracicaba: Livro ceres. p. 380, 1979.

COAN, R. M.; REIS, R. A.; FREITAS, D.; BALSALOBRE, M. A. A. Suplementação de

bovinos em pastagens. 1. ed. Jaboticabal: Funep, 2004.

COAN, R.M. et al. Dinâmica fermentativa e microbiológica de silagens dos capins tanzânia e

marandu acrescidas de polpa cítrica peletizada. Revista Brasileira Zootecnia, v.36, n.5,

p.1502-1511, 2007.

56

COELHO, E.M; ITAVO, L.C.V.; MIGLIANO, L.C.B.; DIAS, A.M; GOMES, R.C. Uso de

aditivos absorventes para confecção de silagem de capim elefante (Pennisetum purpureum

Schum cv. Napier). In Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais. 40., Santa

Maria, 2003.

COLLAO SAENZ, E.A. Modelagem da redução do tamanho de partículas na alimentação de

ruminantes. Ciência e Agrotecnologia, v.29, n.4, p.886-893, 2005.

COOK, B. G.; PENGELLY, B. C.; BROWN, S. D.; DONNELLY, J. L.; EAGLES, D. A.;

FRANCO, M. A.; HANSON, J.; MULLEN, B. F.; PARTRIDGE, I. J.; PETERS, M.;

SCHULTZE-KRAFT, R. Tropical forages: an interactive selection tool. Cali: CIAT; St.

Lucia: CSIRO; 1 CD-ROM. 2005.

CORRÊIA, L.A; POTT, E.B. Silagem de capim. In: Simpósio Forragicultura e Pastagens, 2.,

2001, Lavras. Anais..., Lavras: Universidade Federal de Lavras, p. 255-272, 2001.

COSTA, C.; MONTEIRO, A.L.G.; BERTO, D.A.; ALMEIDA JÚNIIOR, G.A.A.; LOPES,

A.B.R.C. Impacto do uso de aditivos e/ou inoculantes comerciais na qualidade de

conservação e no valor alimentício de silagens. In: Simpósio Sobre Produção e Utilização de

Forragens Conservadas, Maringá. Anais... Maringá: Universidade Estadual de Londrina,

Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Zootecnia, p.87-126. , 2001.

CRESTANA, R. F.; AGUIAR, R. N. S.; NUSSIO, L. G. et al. . Efeito da fermentação na

fração fibra de silagens de capim Tanzânia. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de

Zootecnia. Anais… Piracicaba: FEALQ, 38., p.354–355, 2001.

DUTRA, A.R., QUEIROZ, A.C., OLIVEIRA, J.V., PEREIRA, J. C., MÂNCIO, A. B.

Bovinos mestiços alimentados com diferentes proporções de volumoso: concentrado.

Digestibilidade aparente dos nutrientes, ganho de peso e conversão alimentar. Revista

Brasileira de Zootecnia, 30(1): p. 261-269, 2001.

EVANGELISTA, A. R., LIMA, J. A., BERNARDES, T. F. Avaliação de Algumas

Características da Silagem de Gramínea Estrela Roxa (Cynodon nlemfuensis Vanderyst).

Revista Brasileira Zootecnia, v. 29, n. 4, p. 941-946, 2000.

EVANGELISTA, A. R.; SILVA, L. V.; CORREIA, L. F. A.; et al. Efeito de diferentes níveis

de polpa cítrica, como aditivo seco em silagem de capim napier (Pennisetum purpureum,

Schum.). In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Anais... Fortaleza:

Sociedade Brasileira de Zootecnia, 33, p.354-355, 1996.

EVANGELISTA, A.R.; LIMA, J.A.; SILVA, C.L.; BERNADES, T.F.; OLIVEIRA, S.G.

Aditivos na silagem de Coast-cross (Cynodon dactylon (L) Pers.) I- Sachariana e fubá de

milho. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais..., Viçosa: Sociedade

Brasileira de Zootecnia, 37, 1 CD. 2000.

EVANGELISTA, R.A.; LIMA, J.A.; SIQUEIRA, G.R.; SANTOS, R.V. Aditivos na silagem

de Coast-cross (Cynodon dactylon (L) Pers.). Farelo de trigo e polpa cítrica. In: Reunião

Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais... Piracicaba: Sociedade Brasileira de

Zootecnia. 38., p.71-72, 2001.

57

EVANGELISTA, A.R., PINTO, J.C., LOPEZ, L., TAVARES, V.B., Opportunities for

inclusion of tropical grasses silage in ruminant total mixed rations. in: ZOPOLLATTO,

M.,MURARO, G. B., NUSSIO, L.G., Proceedings of the International Symposium On Forage

Quality and Conservation. Proceeding, Piaracicaba-SP, p. 280, 2009.

GHISI, O.M.A.A.; PEDREIRA, J.V.S. Características agronômicas das principais Brachiaria

spp. In: Encontro Sobre Capins do Gênero Brachiaria, Anais... Nova Odessa: Instituto de

Zootecnia, p. 19-57, 1987.

GONÇALVES, G. D., SANTOS, G. T., JOBIM, C. C., DAMASCENO, J.C., CACATO, U.,

BRANCO, A. F., Determinação do Consumo, Digestibilidade e Frações Protéicas e de

Carboidratos do Feno de Tifton 85 em Diferentes Idades de Corte. Revista Brasileira de

Zootecnia, v.32. n.4, p. 804-813, 2003.

HARLAN, J. R. Cynodon species and their value for grazin gand hay. Herbage Abstracts, v.

40, p. 233-238, 1970.

HERRERA, R. S. El Género Cynodon para La producción de forraje en Cuba. In: Workshop

Sobre o Potencial Forrageiro do Genero Cynodon, Anais... Juiz de Fora: Embrapa Centro

Nacional de Produção de Gado de Leite, p. 181, 1996.

HOLMES, B.J.; MUCK, R.E. Factors affecting buncker silo densities. Madison: University

of Wisconsin, p.7, 1999.

IGARASI, M.S. Controle de perdas na ensilagem de capim-Tanzânia (Panicum

maximum Jacq. Cv. Tanzânia) sob os efeitos do teor de matéria seca, do tamanho de

partícula, da estação do ano e da presença do inoculante bacteriano. Dissertação

(Mestrado em Produção Animal) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,

Universidade de São Paulo, Piracicaba, São Paulo. p.132, 2002.

JOBIM, C.C.; NUSSIO, L.G.; REIS, R.A.; SCHMIDT, P. Avanços metodológicos na

avaliação da qualidade da forragem conservada. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa -

MG, Suplemento especial. v.36, p.101-119, 2007.

KUNG JR., L.; RANJIT, N.K. The effect of Lactobacillus buchneri and other additives on the

fermentation and aerobic stability of barley silage. Journal of Dairy Science, v.84, n.5,

p.1149-1155, 2001.

KUNG Jr., L.; STOKES, M.R.; LIN, C.J. Silage additives. In: BUXTON, D.R.; MUCK, R.E.;

HARRISON, J.H. (Eds.) Silage science and technology. Madison: American Society of

Agronomy, Crop Science Society of America, Soil Science Society of America, p.251-304.

2003.

KUNG Jr, l. Effects of microbial additives in silages: facts and perspectives

in:ZOPOLLATTO, M.,MURARO, G. B.,NUSSIO, L.G., Proceedings of the International

Symposium On Forage Quality and Coservation, Procceeding. Piracicaba - São Paulo, p.

280, 2009.

LIMA, J.A.L.; EVANGELISTA, A.R.; OLIVEIRA, S.G.; SILVA, C.L.; BERNADES, T.F.

Aditivos na silagem de coast cross (Cynodon dactylon (L.) Pers.) II- Farelo de trigo e polpa

58

cítrica. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais...Viçosa: Sociedade

Brasileira de Zootecnia, 37.,1 CD. 2000.

LIMA, J.A.L.; EVANGELISTA, A.R.; SANTOS, R.V.; SIQUEIRA, G.R. Aditivos na

silagem de Coast-cross (Cynodon dactylon (L.) Pers.) 2. Sacharina e fubá. In: Reunião Anual

da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais... Piracicaba: Sociedade Brasileira de Zootecnia,

38., p.72-73, 2001.

LOPEZ, L. G. Control de calidad de pulpas de remolacha y de cítricos. In: VI CURSO DE

ESPECIALIZACIÓN MATTERIAS PRIMAS ALTERNATIVAS PARA LA

ALIMENTACIÓN ANIMAL, Universidad Politécnica de Madrid, ETSIA, Madrid, p. 31,

1990.

LOURES, D.R.S.; NUSSIO, L.G.; PAZIANI, S.F. PEDROSO, A.F.; MARI, L.J.;RIBEIRO,

J.L.; ZOPOLLATTO,M.; SCHMIDT, P.; JUNQUEIRA, M.C.; PACKER, I.U.; CAMPOS,

F.P. Efeito de enzimas fibrolíticas e do teor de matéria seca em silagens de capim-Tanzânia

sobre os parâmetros ruminais, o comportamento ingestivo e a digestão de nutrientes em

bovinos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.3, p.736-745, 2005.

LUIS, L., RAMIREZ, M. Estudio de algunos indicadores bioquimicos y microbiológicos em

em silaje de CRA-265. Pastos y Forrajes, v.11, n.1, p.88-93, 1988.

LUIS, L.; RAMIREZ, M. Estudio de los principales grupos de microorganismos presentes en

um ensilaje de Guine SIH- 127. Pastos y Forrajes, v.9, n.2, p. 147-153, 1986.

MACEDO, M.C.M Aspectos edáficos relacionados com a produção de barquiária brizanta

cultivar marandu. In: BARBOSA, R.A(ED). Morte de Pastos de Braquiárias, Campo Grande,

MS. Embrapa gado de corte, p.35-65, 2006.

MANNO, M.C.; PEREIRA, O.G.; MARTINS, H.; LIMA, K.R.S.; MONTEIRO, R.B.N.C.;

ARAÚJO, D.; PACHECO, L.B.B. Composição bromatológica de silagens de capim Coast

cross, com e sem inoculante microbiano. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de

Zootecnia, Anais... Recife: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 39., 1 CD, 2002.

McDONALD, P. The biochemistry of silage. Nova York: John Wiley & Sons, p. 226,1981.

McDONALD, P.; HENDERSON, A .R.; HERON, S.J.E. The biochemistry of silage. 2. ed.

Aberystwyth: Chalcombe Publications, p. 340, 1991.

MARTINS, A. S.; ZEOULA, L. M.; PRADO, I. N. Degradabilidade ruminal in situ da

matéria seca e proteína bruta das silagens de milho e sorgo e de alguns alimentos

concentrados. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 28, n. 5, p. 1109-

1117, 1999.

MEHREZ, A.Z., ØRSKOV, E.R. A study of the artificial fibre bag technique for determing

the digestibility of feed in the rume. The Journal of Agricultural Science, v.88, n.3, p.645-

650, 1977.

59

MEJÍA, A.M.G.; FERREIRA, W.M. Produção e caracterização bromatológica da polpa

cítrica seca. Revista Conselho Federal de Medicina Veterinária, (Suplemento técnico),

v.19, p.23-33, 2000.

MARTINEZ, J.C., SANTOS, F.A.P.; VOLTOLINI, T.V.; IMAIZUMI, H.; CARMO, C.A.;

OLIVEIRA, P.A.F. Efeito do processamento do grão de milho e sua substituição parcial por

polpa cítrica peletizada sobre a digestibilidade de nutrientes de vacas em lactação. In: Reunião

Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais... Viçosa-MG. Sociedade Brasileira de

Zootecnia, p.429, 2000.

MISLEVY, P. Stargrass. Gainsville: University of Florida, 2006. (University of Florida.

IFAS Extension SS-AGR-62). Disponível em: <http://edis.ifas.ufl .edu/ AG154>. Acesso em:

05 junho de 2010.

MISLEVY, P.; BROWN, W. F.; CARO-COSTAS, R.; VICENTE-CHANDLER, J.;

DUNAVIN, L. S.; HALL, D. W.; KALMBACHER, R. S.; OVERMAN, A. J.; RUELKE, O.

C.; SONODA, R. M.; SOTOMAYOR-RIOS, A.; STANLEY JUNIOR, R.L.; WILLIAMS, M.

J. Florico stargrass. Gainsville: University of Florida, 15 p. (University of Florida. Circular

S-361), 1989.

MIR, Z.; JAN, E.Z.; ROBERTSON, J.A.; Mir, J. A.; McCartney, D.H. Effects of microbial

inoculant and moisture content on preservation and quality of round baled alfalfa. Canadian

Journal of Animal Science, v.75, n.1, p.15-23, 1995.

MONTEIRO, A.L.G.; GARCIA, C.A.; NERES, M.A.; SPERS, R.C.; PRADO, O.R. Efeito da

substituição do milho pela polpa cítrica no desempenho e características das carcaças de

cordeiros confinados. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais...

Botucatu: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 35.,v.1, p.95-97. 1998.

MUCK, R.E. Factors influencing silage quality and their implications for management.

Journal of Dairy Science, v.71, p.2992- 3002, 1988.

MUCK, R.E.; SHINNERS, K.J. Conserved forage (silage and hay): progress and priorities.

In: Internacional Grassland Congress, 9., 2001, São Pedro. Anais ... São Pedro: Sociedade

Brasileira de Zootecnia, p. 753-762, 2001.

NETTO, A.R.; PAIVA, F.A.; HERLING, V.R. et al. Efeito de aditivos e pré-emurchecimento

na composição química de silagens de capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum cv.

Napier). In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais… Recife: 39.,

(Forragicultura. FOR-245), 2002.

NUSSIO, L. G., CASTRO, F, G., SIMAS, J.M. Effects of dry matter content and microbial

additive on tifton 85 (Cynodondactylon ssp.) wilted silage fermentation parameters. In:

International Grassland Congress, São Pedro, São Paulo. Anais... Brazilian Society of Animal

Husbandry. 19, p.790-792. 2001.

NUSSIO, L.G.; PAZIANI, S.F.; NUSSIO, C.M.B. Ensilagem de capins tropicais. In: Reunião

Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais ... Recife: Sociedade Brasileira de

Zootecnia, 39., p.60-99. 2002.

60

O'KIELY, P.; MOLONEY, A.; KEATING, T.; SHIELS, P. Maximising output of beef

within cost efficient, environmentally compatible forage conservation systems. Dunsany:

Grange Research Centre, (Beef Productions Series, 10), p. 64,1999.

PEDREIRA, M.S.; MOREIRA, A L.; REIS, R.A.; COAN, R.M.; SILVEIRA, R.N.;

AZEVEDO, P.T.; SEIXAS, P.F. Características químicas e fermentativas do Tifton 85

(Cynodon spp.) ensilado com diferentes conteúdos de matéria seca e níveis de polpa cítrica.

In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais ... Piracicaba: Sociedade

Brasileira de Zootecnia, 38., p. 100-102. 2001.

PEDREIRA, C.G.S. Genero cynodon In: FONSECA, M.F., MARTUSCELLO, J.A., Plantas

Forrageirras, Lavras. Universidade Federal de Lavras, p. 235-254. 2010.

PEDREIRA, J.V.S., MATTOS, H.B. Crescimento estacional de 25 espécies e variedades de

capins. Boletim da Indústria Animal, 38(1), p.220-231, 1981.

PEREIRA, J.A.; REIS, R.A. Produção e utilização de forragem pré-secada. In: Simpósio

Forragilcultura e Pastagens, Anais... Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2, p. 235-254,

2001.

PUPO, N.I.H. Manual de pastagens e forrageiras. Campinas: Instituto Campineiro de

Ensino Agrícola, p.343, 1981.

REIS, R.A.; BERNARDES, T.F.; AMARAL, R. Teores de compostos nitrogenados do capim

Marandu (Brachiaria brizantha, cv. Marandu) ensilado com polpa cítrica peletizada. In:

Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Campo Grande. Anais... Campo

Grande: Sociedade Brasileira de Zootecnia, CR-ROM. Forragicultura. 40, p.426, 2004.

RIBEIRO, J.L.; NUSSIO, L.G.; MOURÃO, G.B.; Mari, L.J.; Zopollatto, M.; Paziani, S.F.

Valor nutritivo de silagens de capim-marandu submetidas aos efeitos de umidade, inoculação

bacteriana e estação do ano. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.7, p.1176-1184, 2008.

RIBEIRO, J.L.; NUSSIO, L.G.; MOURÃO, G.B.; Mari, L.J.; Zopollatto, M.; Paziani, S.F.

Efeitos de absorventes de umidade e de aditivos químicos e microbianos sobre o valor

nutritivo, o perfil fermentativo e as perdas em silagens de capim-Marandú. Revista Brasileira

de Zootecnia, v.38, n.2, p.230-239, 2009.

ROTZ, C. A. AND R. E. MUCK. Changes in forage quality during harvest and storage. Pages

828-868 in Forage Quality, Evaluation, and Utilization. G. C. J. Fahey, M. Collins, D. R.

Mertens, and L. E. Moser, eds. American Society of Agronomy, Madison, WI. 1994.

RUPPEL, K.A.; PITT, R.E.; CHASE, L.E.; GALTON, D.M. Bunker silo management and its

relationship to forage preservation on dairy farms. Journal of Dairy Science, v.78, p.141-

153, 1995.

RODRIGUES, P.H.M.; BORGATTI, L.M.O.; GOMES, R.W.; Roberta PASSINI, R.; Paula

Marques MEYER, P.M. Efeito da Adição de Níveis Crescentes de Polpa Cítrica sobre a

Qualidade Fermentativa e o Valor Nutritivo da Silagem de Capim-Elefante. Revista

Brasileira de Zootecnia, v.34, n.4, p.1138-1145, 2005.

61

SAMPAIO, I.B.M. Experimental designs and modelling techniques in the study of

roughage degradation in rumen and growth of ruminant. Thesis (Phylosophy Doctor) -

University of Reading, Reading, p. 228, 1988.

SANTOS, M.V.; GÓMEZ CASTRO, A.G., PEREA, J.M.; GARCÍA, A.; GUIM, A.; PÉREZ

H. Fatores que afetam o valor nutritivo da silagens de forrageiras tropicais. Archivos de

Zootecnia, v.59, p. 25-43, 2010.

SANTOS, P.M. Estudo de algumas características agronômicas de Panicum maximum

(Jacq) cvs. Tanzãnia e Mombaça para estabelecer seu manejo. Piracicaba, Dissertação

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, São Paulo, f. 62,

1997.

SAS. Userguide: statistics. Cary: SAS Institute, p. 965, 1989.

SCHALCH, F.J.; SCHALCH, E.; ZANETTI, BRISOLA, M.L. Substituição do milho grão

moído pela polpa cítrica na desmama precoce de bezerros leiteiros. Revista Brasileira de

Zootecnia, v.30, p. 280-85, 2001.

SHEPERD, A.C.; KUNG, L. Effect of enzyme additive on composition of corn silage ensiled

at various stages of maturity. Journal of Dairy Science, Savoy, v. 79, p. 1767-1773, 1996.

SEIFFERT, N.F. Gramíneas forrageiras do gênero Brachiaria. Campo Grande: Embrapa -

Centro Nacional de Pesquisa em Gado de Corte. Circular Técnica, n.1, p.83, 1980.

SILVEIRA, A. C. Técnicas para produção de silagens. In: Simpósio Sobre Manejo da

Pastagem, Anais... Piracicaba: ESALQ, 2, p. 156-186, 1975.

SILVEIRA, A.C. Produção e utilização de silagens. In: Semana de Zootecnia, Anais…

Pirassununga: Fundação Cargill, p.119-134, 1987.

SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos.

Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, p. 235, 2002.

SOARES FILHO, C.V. Recomendações de espécies e variedades de Brachiaria para

diferentes condições. In: Simpósio Sobre Manejo de Pastagem Brachiaria, 11., Piracicaba, SP,

Anais... Fundação de estudos agrários Luiz de Queiroz, P. 25-29, 1984.

SOLLENBERGER, L. E. Sustainable Production Systems for Cynodon Species in the

Subtropics and Tropics. Revista Brasileira de Zootecnia, Número especial. v.37, p.85-100,

2008.

SOLLENBERGER, L e ; REIS, R A ; NUSSIO, L. G. ; CHAMBLISS, C G ; KUNKLE, W.

Conserved forage. In: MOSER, L.E.; BURSON, B.L.; SOLLENBERGER, L.E. (Eds.) Warm

season grasses. Madison: American Society of Agronomy, Crop Science Society of

America, Soil Science Society of America, p.355-387, 2004.

Taiz, L.; Zeiger, E. Fisiologia Vegetal. 3.ed. – Porto Alegre: Artmed Editora, p. 346, 2004.

62

PASSOS, L. P. Métodos analíticos e laboratoriais em fisiologia vegetal. Embrapa-Centro

Nacional de Pesquisa Gado Leite. Coronel Pacheco, p. 223, 1996.

PEDREIRA, M. S., MOREIRA, A. L., REIS, R. A., COAN, R. M., SILVEIRA, R. N.,

AZEVEDO, P. T., SEIXAS, P. F. Características químicas e fermentativas do Tifton 85

(Cynodon) ensilado com diferentes conteúdos de matéria seca e níveis de polpa cítrica. In:

Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 38., Piracicaba, SP, Anais... p.100-102,

2001.

PEREIRA, R.G.A. Processos de ensilagem e plantas a ensilar. Porto Velho, RO: Embrapa

Rondônia, Documentos, P.13, 2008.

PEREIRA, O.G., OBEID, J.A., NASCIMENTO Jr., D. FONSECA, D.M., Simpósio sobre

Manejo Estratégico da Pastagem, III, Viçosa, Anais...,p. 430, 2006

PUPO, N.I.H. Manual de pastagens e forrageiras.Campinas: Instituto Campineiro de

Ensino Agrícola, p.343, 1981.

TALIAFERRO, C. M.; ROUQUETTE JR., F.; MISLEVY, P. Bermuda grass and stargrass.

In: MOSER, L.; BURSON, B.; SOLLENBERGER, L. (Ed.) Warm Season (C4) Grasses.

Madison: In: American Society of Agronomy, Crop Science Society of America, Soil

Science Society of America, p.417-475, 2004.

TOSI, H. Ensilagem de gramíneas tropicais sob diferentes tratamentos. Botucatu, Tese

(Doutorado em Zootecnia) - Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, São

Paulo, p. 107, 1973.

VAN SOEST, P. J. Nutritional ecology of the ruminant. 2 ed. New York: Cornell

University Press, p.476, 1994.

VILELA, D. Aditivos para silagens de plantas de clima tropical. In: Reunião Anual da

Sociedade Brasileira de Zootecnia, 35., 1998, Botucatu. Anais ... Botucatu: Sociedade

Brasileira de Zootecnia, 1 CD. 1998.

VILELA, D.; LIMA, J.; RESENDE, J.C. Forrageiras que estão revolucionando a pecuária

brasileira. In: Relatório Técnico Anual da Embrapa – Centro Nacional de Pesquisa em

Gado de Leite. Juiz de Fora-MG, 2005.

WHITTENBURRY, R.; McDONALD, P.; BRYAN JONES, D.G. A short review of some

biochemical and microbiological aspects of ensilage. Journal of Science and Food

Agriculture, v.18, n.2, p.441-444, 1967.

WILKINSON, J.M. Silages made from tropical and temperate crops. 1. The ensiling process

and its influence on feed value. World Animal Review, v.45, n.45, p.36-42, 1983.

WOOLFORD, M.K. The silage fermentation, New York: Marcel Dekker, p.23-132, 1984.

WRIGHT, D. A.; GORDON, F. J.; STEEN, R. W. J.; PATTERSON, J. A. Factors influencing

the responses in intake of silage and animal performance after wilting of grass before ensiling:

a review. Grass and Forage Science, v.55, n.1, p.1-13, 2000.

63

ZAPOLLATO, M.; DANIEL, L.P.; NUSSIO, L.G. Aditivos microbiológicos em silagens no

Brasil: revisão dos aspectos da ensilagem e do desempenho de animais. Revista Brasileira de

Zootecnia, v.38, p.170-189, 2009.