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Um Cristianismo Avivado e Seu Pioneirismo na Proliferação dos Saberes e da Justiça Social Marlon Marques 1 Resumo No presente artigo, o cristianismo é relatado como pioneiro na preocupação com a educação, artes, ciências e demais saberes. Uma análise de uma cosmovisão cristã, que se preocupa com os valores do evangelho em todas as áreas da sociedade para o bem de todos e de todas segue-se à introdução. Para desmistificar o pensamento de que um cristianismo que busca a salvação das almas não é condizente com a transformação da sociedade, buscou-se apresentar ramos cristãos com uma visão de cristianismo fervoroso e avivado, no tocante às práticas conversionistas, que enfatizaram exacerbadamente a justiça social em suas pregações. Palavras-chave: Cosmovisão Cristã. Cristianismo Avivado. Justiça Social. Introdução O cristianismo não se restringe apenas à questão da salvação das almas sem se importar com a transformação social. É incorreto afirmar algo sobre o cristianismo sem que se atenha aos grandes feitos que cristãos fizeram no decorrer dos séculos em prol da humanidade. Não deve causar surpresa alguma a informação de que o ambiente acadêmico foi sido criado por cristãos, bem como a reintrodução dos estudos do direito romano (DAWSON, 2016, p. 223,229). As escolas monásticas e as catedrais forneceram a base para o surgimento e o desenvolvimento da educação superior (CAIRNS, 2008, p. 215). Não foi somente no campo acadêmico do ensino universitário geral e do direito em específico que o cristianismo teve proeminência e pioneirismo. A área das ciências é de iniciativa cristã. O cristianismo trouxe à tona na Idade Média o interesse pela filosofia 1 É ministro da Igreja Metodista Livre, licenciado em língua portuguesa e geografia, bacharel em teologia, especialista em ensino de língua portuguesa, professor de língua portuguesa no ensino fundamental, professor de literatura no ensino fundamental e em faculdades, professor de teologia em vários seminários e faculdades, dentre elas na Faculdade do Maciço de Baturité (FMB).

Um Cristianismo Avivado e Seu Pioneirismo na Proliferação ...teologia.faculdadefmb.edu.br/wp-content/uploads/2019/06/Artigo-07.… · para o surgimento e o desenvolvimento da educação

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  • Um Cristianismo Avivado e Seu Pioneirismo na Proliferação

    dos Saberes e da Justiça Social

    Marlon Marques1

    Resumo

    No presente artigo, o cristianismo é relatado como pioneiro na preocupação com

    a educação, artes, ciências e demais saberes. Uma análise de uma cosmovisão cristã, que

    se preocupa com os valores do evangelho em todas as áreas da sociedade para o bem de

    todos e de todas segue-se à introdução. Para desmistificar o pensamento de que um

    cristianismo que busca a salvação das almas não é condizente com a transformação da

    sociedade, buscou-se apresentar ramos cristãos com uma visão de cristianismo fervoroso

    e avivado, no tocante às práticas conversionistas, que enfatizaram exacerbadamente a

    justiça social em suas pregações.

    Palavras-chave: Cosmovisão Cristã. Cristianismo Avivado. Justiça Social.

    Introdução

    O cristianismo não se restringe apenas à questão da salvação das almas sem se

    importar com a transformação social. É incorreto afirmar algo sobre o cristianismo sem

    que se atenha aos grandes feitos que cristãos fizeram no decorrer dos séculos em prol da

    humanidade.

    Não deve causar surpresa alguma a informação de que o ambiente acadêmico foi

    sido criado por cristãos, bem como a reintrodução dos estudos do direito romano

    (DAWSON, 2016, p. 223,229). As escolas monásticas e as catedrais forneceram a base

    para o surgimento e o desenvolvimento da educação superior (CAIRNS, 2008, p. 215).

    Não foi somente no campo acadêmico do ensino universitário geral e do direito

    em específico que o cristianismo teve proeminência e pioneirismo. A área das ciências é

    de iniciativa cristã. O cristianismo trouxe à tona na Idade Média o interesse pela filosofia

    1 É ministro da Igreja Metodista Livre, licenciado em língua portuguesa e geografia, bacharel em teologia,

    especialista em ensino de língua portuguesa, professor de língua portuguesa no ensino fundamental,

    professor de literatura no ensino fundamental e em faculdades, professor de teologia em vários seminários

    e faculdades, dentre elas na Faculdade do Maciço de Baturité (FMB).

  • e ciência gregas. Isto, na verdade, foi até estimulados pelos papas do século XII

    (DAWSON, 2016, p. 236-237).

    É muito pertinente para que os cristãos busquem conhecimento nessas áreas, pois

    tem havido, no caso do ambiente científico, uma abertura grande para a aceitação de uma

    divindade transcendente (CRAIG, 2012, p. 17). A simples interação com o mundo

    moderno utilizando-se palavras e conceitos advindos das ciências torna o cristão

    entendedor e entendível em questões científicas (MORELAND, CRAIG, 2005, p. 381).

    Cosmovisão Cristã

    Vimos o pioneirismo e atenção que a academia, o conhecimento e as ciências tiveram por

    causa do engajamento cristão para com esses saberes. Tanto a vertentes católica romana

    quanto as igrejas protestantes têm ampla contribuição para isso. Earle Cairns, um

    historiador batista, relata o quanto o catolicismo romano contribuiu para o progresso

    nessas áreas vistas acima. Cairns desta que

    Não se podem ignorar as contribuições reais e positivas da Igreja Romana

    entre 590 e 1305, a despeito de tantas evidências do fracasso nas práticas

    pessoais e institucionais. Foi ela que legou a cultura greco-romana e a

    religião cristã aos germanos bárbaros que tomaram o Império Romano. Foi

    ela que forneceu a única cultura e erudição autênticas que se mantiveram

    vivas através de obras de eruditos como Beda, Alcuíno, Einhard e outros. O

    nível moral da sociedade foi melhorado com a suavização dos horrores das

    guerras feudais. A Igreja Romana possibilitou que obras de socorro e de

    caridade se fizessem na Idade Média. Foi ela que deu uma unidade intelectual

    à vida através do sistema teológico que os escolásticos desenvolveram (2008,

    p. 218).

    Como qualquer instituição, que é humana, a Igreja Católica Romana é imperfeita.

    Como o ser humano é manchado pelo pecado, como as Escrituras nos dizem (Is 64.6; Rm

    3.23), bem como a tradição cristã, sobre a criação ter caído com Adão e Eva (OLSON,

    2004, p. 219), tudo o que ele tocar, mesmo sendo nascido de novo, resultará em

    possibilidade de mancha. Logo, por mais que o catolicismo romano tenha contribuído

    para o progresso da civilização ocidental, houve grandes equívocos também por parte de

    tal instituição.

  • Uma ênfase é necessária e crucial no que deve ser crido e preservado, o que é

    comumente chamado de ortodoxia. Afinal de contas, como Charles Colson e Nancy

    Pearcey enfatizam, “os cristãos consideram a tradição e a herança ocidentais como dignas

    de serem defendidas; isto é, na medida em que elas tenham sido historicamente formadas

    por uma cosmovisão bíblica” (2000, p. 29). Contudo, meramente crer no que é certo não

    é o bastante. É preciso que possamos fazer boas obras para que o Pai seja glorificado (Mt

    5.16). Essas boas obras evidenciam que somos cristãos nascidos de novo e servem como

    prova da nossa justificação final (cf. Mt 25).

    Uma cosmovisão cristã é altamente necessária para atuarmos como agente de

    transformação não somente espiritual, mas também social neste mundo criado por Deus.

    A cosmovisão está ligada ao nosso modus vivendi (modo de vida) (COUTO, 2017, p.

    200). Como falamos em outro lugar, “o Evangelho não deve ficar somente restrito ao

    ambiente da igreja enquanto espaço físico nem somente enclausurado no âmbito familiar.

    Os princípios e valores cristãos devem, necessariamente, ser levados para o local público”

    (MARQUES, 2018b, p. 101).

    Howard Snyder propõe que devemos colocar todas as áreas da vida sob o senhorio

    de Jesus Cristo. Ele alude que o reino de Deus não chegou à sua plenitude, mas está

    chegando. Com isto, ele indaga:

    Quais são as implicações da perspectiva bíblica da realidade para a arte,

    educação, política, economia, música, filosofia? Todas essas áreas afetam as

    pessoas; todas são projeções do trabalho humano e da percepção humana da

    realidade. E todas precisam ser colocadas sob a soberania de Cristo.

    (SNYDER, 2004, p. 30)

    A questão da transformação social, abordando desde a preocupação com o saber

    acadêmico até o empenho científico, é algo que está também no cerne do movimento

    protestante. A maioria dos grandes movimentos filantrópicos, em prol da humanidade

    oprimida socialmente, vem do meio evangélico (STOTT, 1997, p. 20).

    Pietismo

    O início do evangelicalismo, segundo muitos, é estabelecido no movimento petista, que

    influenciou várias denominações cristãs tradicionais (OLSON, 2001, p. 503). Os petistas

    são conhecidos por viverem uma vida piedosa e um cristianismo avivado, como o próprio

  • nome do livro do pai do pietismo, Philip Jacok Spener, alude. O livro chama-se Pia

    Desideria (Desejos Piedosos). Infelizmente, o pietismo é tido como anti-intelectual e

    focado apenas nas coisas celestiais, esquecendo-se da vida terrena (Ibid, p. 503). Contudo,

    isto não é verdadeiro. O pietismo nasce dentro da universidade de Leipzig (OLSON;

    WINN, 2017, p. 60).

    O pietismo focou em questões sociais também. Spener tinha a preocupação de

    amparar viúvas, órfãos, camponeses, desempregados, refugiados, imigrantes mendigos e

    inválidos. Numa atitude novidadeira para a época, Spener instigou igrejas a fazerem

    parceria com o governo para providenciar ajuda, emprego, socorro, lares e assistência

    médica para com tais pessoas (Ibid, p. 27).

    Este pensamento de reforma social por parte dos pietistas não parou com seus

    fundadores.2 Chistoph Blumhardt, que viveu até o início do século passado, também se

    importou com as questões sociais tanto quanto o caráter de uma vida cristã santificada.

    Blumhardt escreveu:

    Nós não queremos primeiro nos salvar e ficar satisfeitos com isso, mas

    queremos levar a sério o suspiro de toda a criação, os lamentos e gemidos de

    inúmeros seres humanos que certamente não são ajudados por nossa salvação,

    mas que são muito ajudados se clamarmos e orarmos: “Venha o Teu Reino!”

    (Ibid, p. 158).

    Blunhardt passou a entender que a transformação real e física do Reino de Deus

    na terra será acrescida também de uma transformação das condições sociais da

    humanidade. Ele também passou a identificar a luta com os poderes e principados

    espirituais também com os poderes e principados explicitamente nos campos social e

    político (Ibid, p. 159).

    A preocupação em ver todas as pessoas sabendo ler e escrever partiu dos pietistas,

    justamente de um grupo que, como vimos, era tido como alienados do meio social. José

    Carlos de Souza afirma que “a difusão da alfabetização segundo [Roger] Chartier,

    ocorreria somente com o movimento petista, nos últimos decênios do século XVII e

    inícios do XVIII, quando a relação com a Bíblia também se modificou”. Souza continua

    2 É digno de nota mencionarmos que tanto Spener quanto August Hermann Francke são os fundadores do

    pietismo. Christian Collins Winn e Roger Olson afirmam várias atuações de Francke na ajuda para com os

    pobres e com as questões sociais de sua época (2017, p. 64-65). O espaço, entretanto, não nos permite

    atermo-nos mais nesse assunto.

  • e elucida o que foi modificado em relação à Bíblia: “De literatura destinada a pastores e

    segmentos relacionados, ela se tornou um livro para todas as pessoas” (SOUZA, 2013, p.

    103).

    Metodismo

    John Wesley é o fundador do metodismo enquanto movimento e, posteriormente,

    igreja (CAMARGO, 1986, p. 15). O metodismo teve início em um grupo de estudantes

    universitários chamado Clube Santo (DONATO, 2018, p. 23). Este clube iniciou-se entre

    os anos de 1727 e 1729 com Charles Wesley, irmão de John Wesley. Para alguns

    historiadores, Charles, e não John, é o “primeiro metodista” (REILY, 1991, p. 24).3 Além

    de Charles Wesley, o Clube Santo teve como membros iniciantes Robert Kirkham e

    William Morgan. Seis anos depois, um grande pregador famoso nessa época entrou no

    grupo, George Withefield (LELIEVRE, 1997, p. 42, 47).

    John Wesley tinha como missão para os metodistas “reformar a nação e, em

    particular, a Igreja; para espalhar a santidade bíblica sobre a terra” (HEITZENRATER,

    2016, p. 214).

    Wesley não gostava da ideia dos metodistas acumularem riquezas e usarem roupas

    caras. Ele tinha como dever tanto dele quanto de todos os metodistas a seguinte

    orientação: “ganhe tudo o que puder, economize tudo o que puder, e (mais importante)

    dê tudo o que puder; isto é, dê tudo o que você tem a Deus” (Ibid, p. 217). Ele orienta

    também que

    Depois de suprir a tua própria casa com as coisas necessárias para a vida e a

    piedade, alimenta os famintos, veste os nus, alivia os enfermos, os prisioneiros,

    os estrangeiros com tudo o que tiveres. Então Deus te vestirá com glória e

    honra na presença de homens e anjos. (Ibid, p. 217).

    É interessante frisar que tanto Wesley quanto o metodismo primitivo eram

    caracterizados como pietistas ou entusiastas (termo usado para pessoas fervorosas com as

    questões espirituais). Entretanto, isto nunca o afastou de buscar conhecimento e erudição.

    Como Richard Heitzenrater nos assevera, “mesmo estando seus dias de Oxford longe no

    tempo Wesley nunca foi capaz de descartar suas vestes acadêmicas. Ele continuava a

    3 Mesmo tendo sido Charles Wesley quem fundou o Clube Santo, que é considerado a semente do

    metodismo, John Wesley é tido como o fundador do metodismo, pois ele quem assumiu o Clube Santo

    (REILY, 1991, p. 25) e foi quem organizou o movimento metodista cerca de uma década depois.

  • alimentar seu amor ao estudo e ao mesmo tempo focalizava sua necessidade de santidade

    (2017, p. 218).

    É preciso que destaquemos, como mais acima, a ênfase acadêmica de Wesley,

    pois, infelizmente, muitos até mesmo na tradição metodista conhecem apenas Wesley

    como avivalista e pregador (MARQUES, 2018a, p. 40). Isto não está errado, mas está

    parcialmente certo. Wesley foi tanto um avivalista quanto um reformador social altamente

    conhecido no seu país com esse epíteto.

    Wesley tinha muitos pregadores que vieram das classes baixas da sociedade.

    Contudo, ele não permitia que os pregadores menos cultos permanecessem na ignorância.

    Para seus pregadores, Wesley orientou que tivesse um treinamento prático sob orientação

    de pregadores mais experientes e que tivesse um pesado programa de leitura com, no

    mínimo, seis horas de leitura (REILY, 1991, p. 48). A um de seus pregadores, John

    Trembath, Wesley recomendou obrigatoriamente para que ele atenha-se à leitura habitual:

    Reserve uma parte de cada dia para cultos individuais. Você pode adquirir o

    gosto que não tem agora; o que é entediante a princípio pode, com o tempo,

    se transformar em prazer. Quer você goste disso ou não, leia e ore

    diariamente. Isto é para sua vida; não há outro meio, do contrário você será

    uma pessoa frívola a vida inteira, e um pregador afetado e superficial. Seja

    justo com sua própria alma; dê-lhe tempo e meios para crescer. Não continue

    a se matar de fome (POTTS, 1991, p. 6).

    O conselho incisivo visto acima não poderia ser diferente. Wesley era um

    professor universitário e altamente dedicado aos estudos em diversas áreas. É conhecido

    o fato de que Wesley conhecia tão bem o grego, que era mais fácil ele se recordar de

    passagens do Novo Testamento em grego do que em inglês, sua língua de nascença

    (CAMARGO, 1986, p. 43).

    Gonzalo Baez Camargo evidencia o academicismo e a ênfase nas ciências por

    parte de John e Charles Wesley: “O metodismo foi, desde o princípio, e com seus próprios

    fundadores, favorável à ilustração [conhecimento] e pronto a aceitar o progresso

    científico como um meio de conhecer melhor o maravilhoso mundo criado por Deus...”.

    Camargo também destaca a intelectualidade dos irmãos Wesley: “João e Carlos Wesley

    eram verdadeiros ‘scholars’, eruditos estudiosos, mentes ávidas de aprender, e com uma

    admirável disciplina para o trabalho intelectual.” (Ibid, p. p. 42).

  • Leituras clássicas eram não somente lidas por John Wesley quanto quase que

    obrigatórias para seus pregadores. Dentre tais leituras estão Platão, Homero, Virgílio,

    Horácio, Júlio César, Erasmo e Pascal (Ibid, p. 44).

    No aspecto científico, Wesley tinha muito interesse em medicina, mais

    precisamente a medicina popular. Ele queria aprender a ciência da medicina para ajudar

    os mais pobres e necessitados. O seu livro mais vendido, que teve mais de vinte edições

    durante a vida dele, é chamado Primitive Physick [Medicina Primitiva] (NASCIMENTO,

    2003, p. 92). Nas palavras de Kenneth Collins, quanto ao livro de medicina de Wesley:

    “a fim de satisfazer as necessidades prementes dos que estavam praticamente

    na penúria total, Wesley criou um dispensário médico gratuito, o primeiro

    desse tipo em Londres, e reuniu o conhecimento médico que conseguiu no

    antigo, embora bem-intencionado, manual Primitive Physic” (2010, p. 348).

    Como estamos constatando, o pensamento teológico de Wesley não ficava restrito

    ao mundo espiritual, mas também ao mundo físico, no qual os seres humanos habitam.

    Como pode ser constatado, “o Evangelho wesleyano é, simultânea e consistentemente,

    um evangelho pessoal e público” (JOSGRILBERG, 2007, p. 15). Para Wesley, o

    evangelho não é algo abstrato, propondo e debatendo apenas doutrinas que não têm muita

    ação prática para o cotidiano das pessoas que precisam de um consolo espiritual.

    Rui de Souza Josgrilberg escreveu que a teologia deve ser atrelada à vida e deve

    ser soteriologicamente orientada. Para ele, “a perfeição e a theosis (deificação) cristã

    aparecem no coração da vida como práxis da salvação ou como um imperativo da

    transformação” (2007, p. 28). A theosis é a salvação, que nos tornará divinizados (ou

    deificados), ou seja, é quando participaremos da natureza divina de acordo com 2 Pedro

    1.4. Este pensamento foi desenvolvido incialmente por Ireneu (OLSON, 2001, p. 75).

    A salvação no pensamento wesleyano sempre tem uma dimensão social. O

    relacionamento que orientou Wesley e que deve orientar os wesleyanos está ligado ao

    aspecto social. Wesley afirmou que “religião solitária não se encontra aqui. ‘Santos

    solitários’ é uma frase nada mais consistente com o evangelho do que adúlteros santos”

    (RENDERS, 2011, p. 44). No mesmo contexto e texto, Wesley declara que “o evangelho

    de Cristo não reconhece nenhuma religião que não seja social; nenhuma outra santidade

    que não seja a (santidade) social” (Ibid, p. 44).

  • Charles Wesley não deixou de expressar belissimamente suas preocupações

    sociais em seus hinos. Quando não era comum uma preocupação com questões sociais,

    os irmãos Wesley dedicaram sua atenção ao cuidado com os pobres e denunciaram a

    opressão social de seu tempo. Charles Wesley compôs:

    “De Sua Igreja membros,

    Os pobres são corpo Seu, nós sabemos:

    Todos os bens que Ele tinha aqui,

    Eles deveriam Suas túnicas repartir:

    Mas os soldados gananciosos se apoderam

    Daquilo que a necessidade de Seu povo deveria suprir.

    Os membros em dificuldades renegam

    E não os alimentam nem o querem vestir (KIMBROUGH, 2015, p. 22)

    Em outros de seus versos musicais, Charles Wesley aborda a questão da graça

    social. Este termo usado no meio metodista define a preocupação com ações sociais em

    prol dos mais necessitados. Vejamos:

    Deixe-nos unir (é o mandamento de Deus),

    Unir os nossos corações e as nossas mãos;

    Ajude-nos a alcançar a esperança da nossa vocação,

    Enquanto edificamo-nos mutuamente.

    Deus derramará a sua bênção,

    Deus coroará o seu mandamento,

    Se encontrar como sugerido por Ele,

    Alimenta-nos com graça social (RENDERS, 2011, p. 45).

    Para Helmut Renders, a graça social e a redenção social estão mais ligadas à ação

    social, pois está ligada a um aspecto comunitário. A santidade social está associada a um

    aspecto público mais abrangente (Ibid, p. 45).

    John Stott expressou-se muito bem quando comentou acerca da necessidade de

    enfatizarmos tanto o evangelismo quanto a ação social. Depois de declarar que o

    evangelismo e a ação social são parceiros inseparáveis e que haverá momentos em que o

    destino eterno da pessoa será a necessidade de explanação enquanto que em outros

    momentos uma pessoa que esteja passando fome necessitará primeiro ser alimentada para

    ouvir e compreender as Boas Novas do Evangelho de Jesus Cristo, Stott, dialogando com

  • a parábola do bom samaritano, escreve que “se o nosso inimigo estiver faminto, nosso

    mandato bíblico não é evangelizá-lo, mas alimentá-lo (Rm 12.20)” (2010, p. 33).

    Não adianta pregarmos a salvação do destino eterno de perdição e separação de

    Deus se a preocupação com o corpo da pessoa, que também faz parte da criação de Deus,

    não é levada em conta. Necessitamos atentarmo-nos para os dilemas totais de todas as

    pessoas.

    O trabalho árduo de Wesley, assim como do metodismo primitivo, voltava-se

    também para a questão da libertação dos escravos negros. Aos comerciantes de escravos,

    Wesley pregava contra a indução dos comerciantes ingleses de fazerem com que os

    próprios negros africanos vendessem seus conterrâneos de pele negra: “Tu és o que induz

    o vilão africano a vender seus compatriotas; e isso para roubar, pilhar e assassinar um

    sem-número de homens, mulheres e crianças, ao permitir que o vilão inglês lhe pague por

    assim fazê-lo” (RUNYON, 2002, p. 226).

    Quanto aos donos de escravos, o fundador do metodismo foi bem enfático acerca

    da crueldade deles: “Ora, é o vosso dinheiro que paga o comerciante, e por meio dele o

    capitão e os carniceiros da África. Vós, portanto, sois culpados, sim, essencialmente

    culpados, de todas essas fraudes, roubos e assassinatos” (Ibid, p. 226). Alguns donos de

    escravos chegavam ao absurdo de dizer que eles não compraram os escravos, mas sim

    receberam-nos por herança de seus pais. Eles tinham a si mesmos como inocentes porque

    não compraram os escravos, mas sim herdaram. Wesley escreveu contra eles: “Talvez

    dirás: ‘Eu não compro negros; apenas uso os que me foram deixados por meu pai’. Muito

    bem; porém será isso o bastante para satisfazer a tua própria consciência?” Mais à frente,

    ele prossegue: “Tinha os teus pais, tens tu, tem qualquer homem vivente o direito de usar

    outro como escravo? A liberdade é direito de toda criatura humana, tão logo ela inspire o

    ar vital... Abaixo todos os chicotes, todas as correntes, toda a coerção” (Ibid, p. 227).

    A última carta que Wesley escreveu foi para o parlamentar evangélico William

    Wilberforce, que foi um ávido defensor e atuante na causa da extinção da escravidão

    negra. Wesley escreve o seguinte trecho para Wilberforce:

    A menos que Deus te haja levantado exatamente para isto, tu será abatido pela

    oposição de homens e demônios. Mas “se Deus é por ti, quem será contra ti?”

    [...] Prossiga, em nome de Deus e na força do seu poder, até que mesmo a

    escravidão americana (a mais odiosa que já viu o sol) desapareça da tua

    frente. [...] Que Aquele que te guiou desde a tua juventude possa continuar a

  • fortalecer-te nisso e em todas as coisas, é a oração, caro senhor, do teu

    afeiçoado servo João Wesley” (Ibid, p. 228).

    Wesley não se esqueceu de dar voz às mulheres. Ele as valorizava desde que

    nasceu, pois sempre teve em alta estima sua mãe Suzana Wesley, buscando sempre os

    conselhos dela (DONATO, 2016, p. 95). Ela era uma referência para ele. Com isto, este

    admirável pregador e reformador social inglês via as mulheres como dignas dos mesmos

    direitos dos homens. Quanto à atuação na obra de Deus, Wesley declarou o seguinte sobre

    elas: “Vós, tanto quanto os homens, sois criaturas racionais. Vós, tanto quanto eles, fostes

    criadas à imagem de Deus: sois igualmente candidatas à imortalidade. Vos também sois

    chamadas por Deus” (Ibid, p. 248).

    Wesley escreveu e orientou seus ouvintes e leitores acerca de outros assuntos,

    sempre baseado nos princípios cristãos. Ele abordou sobre meio ambiente, como é

    característico também da teologia wesleyana (COUTO, 2018a, p. 148), educação para

    adultos que tinham pouco estudo e também se preocupava com o estado dos animais

    (RUNYON, 2002, p. 240, 253).

    O metodismo preocupava-se com a transformação da sociedade no tocante a um

    empenho em prol dos necessitados muito antes do surgimento de movimentos cristãos

    como o evangelho social, teologia da libertação e missão integral. Embora este último

    movimento seja o mais próximo do metodismo, pois alia preocupação social com

    evangelização, como afirmamos em outro lugar (MARQUES, 2017, p. 107), não deve ser

    igualado ao amplo destaque que o metodismo teve na luta pela justiça social e ênfase no

    senhorio de Cristo.

    Avivamentos do Século XIX e XX

    O movimento de santidade tem relação direta com o pensamento metodista. Foi

    do movimento de santidade e de grupos wesleyanos que o movimento pentecostal surgiu

    no começo do século XX (MENZIES; MENZIES, 2002, p. 19). Como no caso do

    metodismo, os rebentos dele também se interessaram e firmaram compromissos com um

    compromisso social.

    Como é essencial no metodismo mais amplo e primitivo, bem como no

    pensamento de Wesley, o pós-milenismo é o mais adequado na esfera escatológica

    (COLLINS, 2010, p. 414). Vic Reasoner afirma que o entendimento wesleyano é mais

    adequado a um entendimento pós-milenista (2018, p. 174).

  • Com uma visão social mais otimista, característica do pós-milenismo, que enfatiza

    que antes de Jesus voltar os valores do Reino estarão bem divulgados e aderidos no

    mundo, o movimento de santidade alicerçou sua base nesse entendimento (DAYTON,

    2018, p. 260). A questão da perfeição cristã4 e da reforma social foram marcas cruciais

    do avivamento do século XIX (Ibid, p. 265). Charles Finney, grande avivalista do século

    XIX, associou e atrelou a perfeição cristã à reforma da sociedade, como afirma Timothy

    Smith: “O desenvolvimento da doutrina da perfeição cristã de Finney, então, refletiu e

    reforçou seu próprio interesse revolucionário, e da comunidade de Oberlin geralmente,

    em reformar a sociedade” (1981, p. 130).

    Finney enfatizava enormemente a reforma social como uma característica da

    propagação do evangelho. Finney afirmava que

    A grande tarefa da Igreja é a reforma do mundo – dar fim a todo tipo de

    pecado. A Igreja foi organizada originalmente para ser um corpo de

    reformadores. A própria tarefa do cristianismo implica na tarefa e

    virtualmente no compromisso de fazer tudo que estiver ao seu alcance para a

    reforma do mundo. A Igreja cristã foi designada para fazer movimentos

    avançados em todas as direções – levantando sua voz e pondo toda sua energia

    nos lugares altos e baixos – para reformar indivíduos, comunidades e

    governos, e não descansar até que o Reino e a grandeza do Reino sob o céu

    sejam dadas aos santos do Deus Altíssimo – até que toda forma de iniquidade

    seja varrida da face da terra (DAYTON, 2018, p. 265).

    Finney praticava o que falava. Ele não somente admitiu como incentivava

    mulheres e negros estudarem na faculdade de Oberlin, onde era reitor (CAIRNS, 2008,

    p. 457). Isto em uma época que mulheres e negros eram totalmente discriminados

    acentuadamente. Earle Cairns é bem enfático ao afirmar que “a obra de Finney como líder

    de reavivamentos, reformador social e a favor da abolição e educador em Oberlin

    influenciou grandemente a vida religiosa americana” (Ibid, p. 457).

    Também da mesma faculdade onde Finney era reitor, Henry Cowles, também

    destacado representante do avivamento do século XIX, afirmou que guerras, governos

    opressores, escravidão e toda miséria serão vencidos antes da chegada do Reino

    (DAYTON, 2018, p. 267).

    4 Para mais informações sobre a questão da perfeição cristã no entendimento wesleyano, cf: MARQUES, Marques. Salvação Integral: Salvação Pessoal e Social na Teologia de John Wesley. São Paulo:

    Reflexão, 2017.

  • Uma característica marcante do movimento de santidade, que teve grandes nomes

    como Charles Finney, Asa Mahan, Phoebe Palmer, Benjamin Titus Roberts, Phineas

    Breese dentre outros, foi o engajamento social. Era comum a pregação do evangelho junto

    à assistência a pessoas necessitadas no tocante a comidas, roupas, remédios e demais

    suprimentos (COUTO, 2018b, p. 63).

    Benjamin Titus Roberts, fundador da Igreja Metodista Livre, foi um grande

    defensor do ministério pastoral feminino e do conceito “casamento igualitário”, em que

    as mulheres não teriam que ser sempre subservientes e oprimidas por seus maridos, como,

    infelizmente, era habitual em tempos antigos (DAYTON, 1981, p. 161).

    O início do movimento pentecostal foi marcado pela busca da igualdade racial

    e/ou étnica. Considerada como um grande marco de avivamento do movimento

    pentecostal, Azusa foi palco de uma conquista monumental de harmonia racial por causa

    de William Seymour, que lutava pela igualdade racial no começo do século XX nos

    Estados Unidos (SYNAN; FOX JR, 2017, p. 84).

    Charles Mason, grande fundador da Igreja de Deus em Cristo (conhecida pela

    sigla COGIC, em inglês), também pregava que não deveria haver barreiras entre brancos

    e negros e que deveria haver laços de unidade não segregada (THUSTON, 2018, p. 233).

    Os pentecostais estão causando um impacto grande na sociedade onde estão

    inseridos. A mensagem de arrependimento dos pecados, perdão e transformação forma

    comunidades de adoração e contribui para o surgimento de famílias virtuosas e que

    capacita os pobres a prosperarem (MENZIES, 2017, p. 101).

    Conclusão

    Um cristianismo avivado deve, necessariamente, ter implicação de relevância na

    sociedade. Como C. S. Lewis, um professor universitário, escritor e pensador cristão

    reconhecido mundialmente por suas obras de ficção e pronunciamento em questões

    cotidianas, que se preocupava com a área da educação para que haja pessoas educadas

    para o reconhecimento do belo e da moral (MCGRATH, 2014, p. 131, 132), precisamos

    também nos importar com todas as áreas da sociedade.

    Há uma relação entre conversão e responsabilidade social que todos os cristãos

    devem se ater. Um cristão convertido vive tanto na igreja quanto no mundo, onde a igreja

    está inserida. Jamais a conversão vai tirar o cristão do mundo. O cristão convertido deve

    influenciar o mundo com a renovação da sua mente (Rm 12.1-2). Como John Stott

  • declara: “Se a primeira ordem de Jesus foi ‘venha!’, sua segunda foi ‘vá!’, isto é, devemos

    voltar ao mundo do qual viemos, e voltar como embaixadores” (2010, p. 145).

    Como Wesley orientou, devemos ser ricos em boas obras, pois o que recebemos

    de graça (da graça de Deus na nossa vida) devemos dar também de graça aos que

    precisam. Em uma declaração bela e empolgante, sigamos o conselho de Wesley, que

    escreveu: “defenda os oprimidos, advogue a causa dos órfãos e faça o coração da viúva

    cantar de alegria” (WESLEY, 2012, p. 191).

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