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Vitor Luís Pereira Um Estudo Abordando Infraestrutura e Serviços de Smart Cities Florianópolis 2014

Um Estudo Abordando Infraestrutura e Serviços de Smart Cities · Android-Arduino visando aplicar os conceitos estudados e aplicá-los em um estudo de caso de automação residencial

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Vitor Luís Pereira

Um Estudo Abordando Infraestrutura e Serviços de Smart Cities

Florianópolis

2014

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Vitor Luís Pereira

Um Estudo Abordando Infraestrutura e Serviços de Smart Cities

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao curso de Bacharelado em

Ciência da Computação, da Universidade

Federal de Santa Catarina, como parte dos

requisitos para a obtenção do grau de

Bacharel em Ciência da Computação.

Orientador: Dr. Mário Antônio Ribeiro Dantas

Florianópolis – SC

2014

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Monografia de graduação sob o título “Um Estudo Abordando Serviços e

Suporte para Smart Cities”, defendida por Vitor Luis Pereira, em Florianópolis,

perante a banca examinadora constituída pelos professores:

Prof. Dr. Mário Antônio Ribeiro Dantas

Universidade Federal de Santa Catarina

Orientador

Prof. Dr. Roberto Willrich

Universidade Federal de Santa Catarina

Membro da Banca

Prof. Dr. Vitório Bruno Mazzola

Universidade Federal de Santa Catarina

Membro da Banca

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Resumo

O crescimento populacional acelerado e a concentração urbana exigem medidas para a

manutenção da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. Nesse contexto, nesse

TCC foi realizado um estudo acerca da infraestrutura e os serviços que envolvem Smart

Cities. Desta forma, no presente trabalho de pesquisa é realizado um estudo de caso

particular comumente encontrado em cidades que possuem um planejamento e

implantações já em andamento do paradigma de Smart City. Visando ilustrar um cenário

mais global são apresentados trabalhos relacionados com soluções em Smart Living.

Visando prover uma ideia experimental foi desenvolvido um projeto com a tecnologia

Android-Arduino visando aplicar os conceitos estudados e aplicá-los em um estudo de

caso de automação residencial.

Palavras-chave: Smart Cities; Infraestrutura; Smart Living; Automação Residencial.

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Abstract

The fast population growth and urban concentration require measures to maintain the

quality of services provided to citizens. In this context, this work realizes a study in the

infrastructure and services involving Smart Cities. Thus, the present research one

particular case study commonly found in cities that have a planning and deployments

already underway paradigm of Smart City is performed. Aiming to illustrate a more

global scenario related solutions in Smart Living works are presented. Aiming to provide

an experimental idea to a project with Arduino-Android targeting technology apply the

concepts learned and apply them in a case study was developed for home automation.

Keywords: Smart Cities; infrastructure; Smart Living; Home Automation.

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Agradecimentos

Primeiramente agradeço aos meus pais, Sônia e Luis, aos quais dedico a minha

graduação. Obrigado pelo carinho e apoio de vocês em toda a minha vida. Mãe, você sabe

o papel essencial que teve na minha vida acadêmica. Pai, sua amizade foi determinante

por todo esse caminho que trilhei até hoje. À minha irmã Júlia, obrigado pela paciência.

Agradeço ao meu orientador, professor Mário Dantas, pela atenção e dedicação

empregados durante o desenvolvimento deste trabalho.

Um muito obrigado para o Heron, Matheus e Nivaldo, pela parceria de sempre,

durante a faculdade e antes dela. Sendo breve, simplesmente espero levar essa amizade

para o resto da vida.

Obrigado a todos os meus amigos que estiveram presentes nesse período.

Um muito obrigado ao meu irmão, Paulo Henrique, pelo apoio e presença

incondicional.

Obrigado aos meus familiares que desejaram meu bem. Em especial para aqueles

que tornaram a estadia em Florianópolis bem mais tranquila. À tia Beth e tio Gilmar,

obrigado pelo carinho e assistência prestada nesse período. À Maria Eduarda, obrigado

pela companhia. Ao padrinho Jorge, todo o sucesso possível.

Um agradecimento especial para a Lis Mariá. À amiga, pelo apoio e papel

fundamental que teve no desenvolvimento desse trabalho, desempenhando uma

verdadeira coautoria. À namorada, pelo carinho e por me mostrar a cada dia que passa o

quanto é possível gostar de uma pessoa.

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Lista de Figuras

Figura 1 – Crescimento urbano e rural 11

Figura 2 - Serviços e plataforma em uma Smart City 21

Figura 3 - Estrutura lógica de uma Smart City 22

Figura 4 - Exemplo de plataforma para serviços 23

Figura 5- Ecossistema de uma Smart City 24

Figura 6 - Esquema de rede ubíqua 27

Figura 7 - Rede de sensores para vagas de estacionamento 28

Figura 8 - Sensores em caçambas de lixo 29

Figura 9 - Fases de Maturação de uma Smart City 31

Figura 10 - Residência e dispositivos sem fio 41

Figura 11 - Ambiente computacional dos experimentos 42

Figura 12 - Arduino e a Interface do Controlador 43

Figura 13 - Controlador com servidor Web 44

Figura 14 - UML de uso geral do sistema 45

Figura 15 - Fechadura com RFID 45

Figura 16 - UML de uso do sistema com a fechadura RFID 46

Figura 17 - Tela inicial da central de controle residencial 47

Figura 18 - Tela de controle da porta 47

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Topologia das Smart Cities ........................................................................................ 16

Tabela 2 – Iniciativas e desafios das Smart Cities ...................................................................... 20

Tabela 3 - Principais projetos de Smart Cities no mundo ........................................................... 33

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Glossário

TIC - Tecnologia da informação e comunicação

IoT – Internet of Things

RFID - Radio-Frequency IDentification - Identificação por radiofrequência

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Sumário

1 – Introdução ............................................................................................................................. 11

1.1 – Objetivos .................................................................................................................. 13

1.1.1 – Objetivos Gerais ...................................................................................................... 13

1.1.2 – ObjetivosEspecíficos ................................................................................................ 13

1.1.3 – Estrutura do Trabalho .............................................................................................. 13

2– Smart Cities ............................................................................................................................ 15

2.1 – Definição ......................................................................................................................... 15

2.2 – Infraestrutura ................................................................................................................. 20

2.2.1 – Big Data e Open Data .............................................................................................. 24

2.2.2 – Computação em Nuvem .......................................................................................... 25

2.2.3 – Redes e Sensores ..................................................................................................... 26

2.2.4 – Internet of Things .................................................................................................... 29

3 – Planejamento, Maturação e Estudo de Casos ........................................................................ 31

3.1 – Projetos atuais de Smart Cities ....................................................................................... 32

3.1.1 – Iniciativas no Mundo ............................................................................................... 33

3.1.2 – Iniciativas no Brasil ................................................................................................. 36

3.2 –Smart Living e Trabalhos Relacionados ......................................................................... 37

3.2.1 – Projeto ACCESS ..................................................................................................... 38

3.2.2 – Projeto SONOPA .................................................................................................... 39

3.2.3 – Projeto HELICOPTER ............................................................................................ 39

4 – Proposta e Resultados Experimentais.................................................................................... 41

4.1 – Estrutura do Controlador de Automação Residencial .................................................... 42

4.2 –Fechadura com RFID ...................................................................................................... 45

4.3 –Resultados Experimentais ............................................................................................... 46

5 – Conclusão .............................................................................................................................. 50

5.1 – Trabalhos Futuros ............................................................................................................... 50

Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 51

Anexos......................................................................................................................................... 54

Anexo I: Artigo ....................................................................................................................... 54

Anexo II: Código da Proposta ................................................................................................. 65

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11

1 – Introdução

A sociedade contemporânea sofre com a expansão acelerada dos grandes centros.

A migração ocorre devido à premissa de que “A cidade [...] pode oferecer oportunidades

significativas para a redução da pobreza, educação, promoção da saúde, equidade de

gênero e para a promoção do desenvolvimento sustentável” (UNFPA, 2007, p. 67 apud

OJIMA; HOGAN2008, p. 4). Como resultado da procura por uma metrópole, houve um

movimento com “caráter espacialmente concentrador de urbanização” (LODDER, 1977,

p.461).

A figura 1 contém um gráfico do crescimento da população mundial esperado até

2030, evidenciando a expectativa de aceleração do êxodo rural e consequente

concentração na área urbana.

Figura 1 – Crescimento urbano e rural

[United Nations - Population Division]

Essa busca desenfreada pelas possíveis facilidades da vida urbana e

conglomeração nas áreas metropolitanas “dificultam e condicionam o atendimento das

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demandas sociais e de infraestrutura urbana” (GROSTEIN, 2001, p. 13). Espera-se,

portanto, a melhoria proporcional dos serviços urbanos para acompanhar esse movimento

populacional. Entretanto, de acordo com Lodder (1977, p. 475), “sua principal

característica é a deficiência em todos os sentidos”. Aliada a falta de planejamento e

administração sócio-política, nota-se um déficit no desenvolvimento dos meios de

transporte, comunicação, saúde e demais serviços públicos.

Nesse cenário, surgem “[...] projetos que visam tornar a economia, a mobilidade

urbana, o meio ambiente, os cidadãos e o governo mais inteligentes” (LEMOS, 2013, p.

47). A aplicação das inovações tecnológicas na melhoria destes serviços e na qualidade

de vida urbana integra o conceito de Smart Cities -cidades inteligentes.

Komninos (2006, p. 1 apud SOARES 2012, p. 9) define Smart Cities como um

ambiente “[...] com elevada capacidade de aprendizagem e inovação, que é construída

pela criatividade da sua população, pelas suas instituições de criação de conhecimento e

pela infra-estrutura digital de comunicação e de gestão do conhecimento”.

Todavia, para que a implantação dos conceitos de Smart Cities seja bem sucedida

e atinja seus objetivos, não deve ser um processo tecnológico isolado. Para Strapazzon

(2010 apud SOARES, 2012, p. 9) “as cidades inteligentes são, antes de qualquer coisa,

uma convergência entre os aspectos tecnológicos, humanos e econômicos”.

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1.1 – Objetivos

1.1.1 – Objetivos Gerais

Realizar um estudo acerca de Smart Cities e elaborar uma proposta de

projeto de uma central de controle para automação residencial.

1.1.2 – ObjetivosEspecíficos

1) Realizar um estudo bibliográfico do estado-da-arte relativo ao

tópico Smart Cities;

2) Aproximar os conceitos de Smart Cities para a aplicação prática no

cotidiano dos usuários e os desafios relacionados a sua

implantação;

3) Apresentar um breve estudo de trabalhos relacionados;

4) Entender e propor um projeto de central de controle para aplicações

de automação residencial.

1.1.3 – Estrutura do Trabalho

No Capítulo 2 consta a definição e conceitos básicos de Smart Cities. É abordado

um exemplo de topologia, problemas dos centros urbanos contemporâneos e desafios a

serem resolvidos. Tem-se então a infraestrutura necessária para a implantação. Apresenta-

se um panorama geral da estrutura de uma Smart City, e são detalhadas as principais

tecnologias presentes: Big Data, Open Data, Computação em Nuvem, Redes, Sensores e

Internet of Things.

No Capitulo 3 avalia-se os passos de implantação de uma Smart City, abordando

um modelo de maturação. Estuda-se casos de cidades que já tem projetos de Smart City

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em desenvolvimento. Também foram selecionados alguns trabalhos relacionados com a

proposta prática.

No Capítulo 4 é contextualizada a proposta de uma central de controle residencial.

É explicado seu funcionamento, esquematização e simulação.

No Capítulo 5 tem-se as conclusões finais e trabalhos futuros.

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2– Smart Cities

2.1 – Definição

Os problemas socioeconômicos do mundo moderno precisam de planejamento e

atitudes pontuais para serem solucionados. Sendo assim, a proposta das Smart Cities

(Cidades Inteligentes) mostra-se uma solução adequada e necessária. Segundo

Strapazzon (2010 apud SOARES, 2012, p. 9) “as cidades inteligentes são [...] uma

convergência entre os aspectos tecnológicos, humanos e econômicos”.

O termo inteligente “refere-se a processos informatizados sensíveis ao contexto,

lidando com um gigantesco volume de dados (Big Data), redes em nuvens e comunicação

autônoma entre diversos objetos” (LEMOS, 2013 p. 47). As diversas inovações que

integram o conceito de Smart Cities buscam contornar os problemas urbanos para

melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

Van Landegem (2012) propõe a seguinte topologia para categorizar as inovações

das Smart Cities:

Categoria Escopo

Smart Governance Inclusão social;

Democratização dos processos;

Interconexão dos serviços e

organizações públicas;

Facilitar o acesso aos serviços sociais;

Transparência dos gastos públicos.

Smart People Ensino à distância;

Fácil acesso à informação.

Smart Environment Gerenciamento do consumo

energético;

Desenvolvimento sustentável;

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Inovações na reciclagem e

reutilização de materiais.

Smart Mobility Sistemas de transporte mais

eficientes,

Inteligentes e interligados;

Gerenciamento de pessoas, veículos e

bens.

Smart Economy Inovações em e-banking, e-shopping,

e do comércio eletrônico em geral;

Manutenção do balanceamento

econômico entre as áreas.

Smart Living Acesso a sistemas de saúde de alta

qualidade;

Monitoramento remoto e histórico

médico eletrônico;

Automação residencial.

Tabela 1 - Topologia das Smart Cities

As cidades inteligentes são “erguidas com o intuito de atender às comunidades

reais, oferecendo serviços de acordo com as necessidades da população e, eventualmente,

promovendo as inclusões social e digital” (OLIVEIRA, 2006, p. 69).

Strapazzon (2010 apud SOARES, 2012, p. 10) “afirma que a adição de

inteligência em cada subsistema de uma cidade – transporte, energia, educação, saúde,

água, segurança pública, entre outros – tem sua relevância assegurada, mas eles pó si só

não são capazes de construir cidades inteligentes”. Ou seja, o envolvimento das pessoas

é fundamental, assim como a clareza dos objetivos do desenvolvimento de Smart Cities.

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“[...] Cidade Inteligente é aquela que fez um esforço consciente para usar a tecnologia da

informação para transformar a vida e o trabalho dentro de seu território de forma

significativa e fundamental” (BARBOSA et al, 2013, p. 26).

Para atingir uma abrangência em tantas áreas diferentes, é necessária uma

iniciativa público-privada com investimentos constantes tanto no desenvolvimento dos

serviços para a população e sua manutenção, como na base da infraestrutura que dará

suporte para possibilitar o funcionamento eficiente desses serviços. Além disso, a

cooperação das pessoas que utilizarão esses benefícios é fundamental para que eles sejam

eficazes. “As cidades inteligentes podem ajudar tanto o poder público a reconhecer

problemas em tempo real quanto o cidadão a produzir informação, auxiliando a mapear,

discutir e enfrentar essas dificuldades” (LEMOS, 2013, p. 47).

O objetivo principal da implantação dessas iniciativas não é a simples

modernização da sociedade. Um estudo profundo deve ser realizado para atingir o

verdadeiro intuito do desenvolvimento de Smart Cities, que é “Melhorar a qualidade de

vida nas cidades, catalisando o desenvolvimento econômico e social, através da fluência

da informação automatizada entre os seres humanos, infraestrutura e máquinas”

(traduzido de Van Landegem, 2012, p.8).

Naturalmente, apenas a aplicação das soluções tecnológicas não é suficiente. “As

cidades se tornam o foco da ação na elaboração de soluções, pois não se atingirá a

sustentabilidade global sem uma transformação no modelo de pensar, gerir e planejar

espaços urbanos” (ABDALA et al, 2004, p. 99).

A tabela 2 mostra o panorama atual e os desafios a serem alcançados pelas Smart

Cities, baseado em [IBM Center for Economic Development Analysis].

Situação atual Iniciativas Desafios

Serviços Urbanos

• Serviços que atendem a

população de maneira geral,

sem distinção.

• Uso de tecnologias para

integrar as informações

provenientes de diferentes

sistemas que possibilitam

melhores serviços para os

usuários.

• Serviços sob medida para as

necessidades de cada

indivíduo.

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Cidadãos

• Cidades têm dificuldade de

gerenciar e utilizar toda a

informação disponível.

• Cidadãos têm acesso

limitado a informações sobre

saúde, educação e habitação.

• Novo sistema de segurança

pública em Chicago – USA,

que possibilita vigilância por

vídeo em tempo real e

resposta as emergências

mais rápida e eficaz.

• Médicos em Copenhague –

Dinamarca tem acesso

instantâneo ao histórico

médico dos pacientes.

Possuem a menor taxa de

erros do mundo.

• Análise de informações em

tempo real para redução da

criminalidade e reação rápida

a problemas de segurança

pública.

• Uso de análises avançadas

para interpretar grandes

volumes de dados coletados

dos pacientes para melhorar o

atendimento e diagnóstico

médico.

Transporte

• Transporte de pessoas e

bens é afetado por

congestionamentos e

desperdício de tempo e

combustível.

• Em Estocolmo – Suécia,

foi implantado um sistema

de cobrança dinâmico para

carros entrarem na cidade,

reduzindo o tráfego em 25%

e as emissões de gases em

14%. Houve também um

crescimento de 6% no

comércio e geração de novas

fontes de receita.

• Eliminar congestionamentos

integrando os diversos meios

de transporte entre si e com

as zonas econômicas.

Comunicação

• Em muitas cidades as

conexões por vezes são

lentas, instáveis e fixas.

• Em Songdo, Coréia do Sul,

os sistemas de dados

médicos, residências,

comerciais e governamentais

convergem, fornecendo aos

cidadãos e empresas

diversos serviços

inovadores, que vão de

• Conectar os sistemas,

comércio e indivíduos via

uma conexão universal

rápida, eficiente e acessível.

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reciclagem automatizada a

smartcards universais para

pagamentos e acesso a

histórico médico.

Água

• Metade da água gerada no

mundo é desperdiçada,

enquanto a qualidade é

incerta.

• Em Galway – Irlanda uma

rede de sensores avançada e

análises de dados em tempo

real possibilitam a

monitoração e

gerenciamento da água,

fornecendo informações

atualizadas para as áreas de

interesse, como cientistas e

comércio de pesca.

• Analise e gerenciamento de

todo o ecossistema da água,

desde os rios e reservatórios

até as caixas e canos dos

consumidores.

• Fornecer aos cidadãos e

empresas dados detalhados

do seu próprio consumo de

água, motivando a

preocupação com demandas

ineficientes ou

desnecessárias.

Empresas

• Empresas têm que lidar com

encargos administrativos

desnecessários em algumas

áreas, enquanto em outras,

falta regulamentação.

• Em Dubai – Emirados

Árabes houve um aumento

da produtividade dos setores

públicos e uma

simplificação dos processos

comerciais através da

utilização de um Single

Window System, que integra

e facilita os procedimentos

de mais de 100 serviços

públicos.

• Estabelecer altos padrões

empresariais, melhorando a

eficiência comercial.

Energia

• Fontes de energia inseguras

e insustentáveis.

• Em Seattle – USA, existe

um experimento que fornece

acesso ao consumo de

• Gerenciamento da energia

para o uso consciente e

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energia e preço em tempo

real as residências, para que

elas possam controlar o

gasto.

• Houve redução de 15% na

sobrecarga da malha de

fornecimento e 10% na

média das contas de energia.

redução do desperdício.

• Investimento na utilização e

desenvolvimento de

alternativas de fontes de

energia sustentáveis.

Tabela 2 – Iniciativas e desafios das Smart Cities

2.2 – Infraestrutura

Para que se atinja o sucesso almejado pelas aplicações de Smart Cities, é

fundamental que se invista na tecnologia que dará suporte a ela e possibilitará seu correto

funcionamento. Portanto, a implantação e manutenção de uma base sólida e eficiente são

primordiais.

De acordo com o Copenhagen Cleantech Cluster (2012 apud INTELI, 2012, p.

10-11) existe “a necessidade de articulação entre a infraestrutura física (como edifícios,

estradas, redes de energias), a infraestrutura digital (fibra óptica, cloud computing,

sensores, smartphones, etc) e a infraestrutura de comunicação (como tecnologia open

source, open interfaces, linguagem de programação standard) das cidades”.

A figura 2 demonstra que os mais diversos serviços dependem de uma plataforma

de rede convergente e bem controlada.

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[Van Landegem, p.11]

De acordo com Barbosa et al (2013,p. 28)

As Cidades Inteligentes são como comunidades que usam o que existe de mais

moderno em recursos tecnológicos e arquitetônicos como resposta aos desafios

impostos pelo crescimento populacional. A ideia é criar ambientes

sustentáveis, eficientes, com alto grau de conectividade e, consequentemente,

com excelentes níveis de qualidade de vida.

De acordo com os conceitos de Van Landegem (2012), em termos de conexão,

uma rede poderosa tem a capacidade de interconectar pessoas, governo, negócios e

objetos. Ela deve possibilitar um bom gerenciamento e controle para oferecer uma melhor

experiência relativa às aplicações, além de segurança e privacidade aos seus usuários.

A figura 3 é um exemplo de estrutura lógica para uma Smart City. A base é o

gerenciamento de dados e capacidade de tomada de decisão autônoma. É ligada a sensores

em grande escala através de uma rede ubíqua de alta velocidade. Em cima desta

infraestrutura funcionam os serviços e aplicações das diversas áreas pertencentes as Smart

Cities.

Figura 2 - Serviços e plataforma em uma Smart City

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Figura 3 - Estrutura lógica de uma Smart City

[Balakrishna]

Outro fator importante que deve ser considerado é a eficiência energética. A rede

e toda a infraestrutura de uma Smart City devem almejar eficiência com baixo custo

operacional e com menor consumo energético, atingindo um equilíbrio entre a

experiência de seus cidadãos e o desenvolvimento sustentável alinhado coma

preocupação ambiental.

Diversas aplicações podem ser implementadas para gerenciar a distribuição e

gerenciamento de energia, água e mobilidade. A figura 4 demonstra um exemplo da

estrutura a ser aplicada e a plataforma na qual ela se baseia. Nela é possível verificar que

sistemas de gerenciamento de água, mobilidade e energia são desenvolvidos sobre uma

plataforma em comum.

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Figura 4 - Exemplo de plataforma para serviços

[Hitachi]

De acordo com Gama et al (2012, p. 150)

No contexto de cidades inteligentes, diversas TICs podem ser utilizadas, tais

como Internet das Coisas; sensores diversos (ex: RFID e ZigBee); sistemas de

informação; computação em nuvem para armazenar e aumentar a eficiência de

aplicações; mobilidade com aplicações para smartphones e tablets; business

intelligence como forma de minerar dados para apoio à decisão, dentre outros,

tornando possível a coleta, processamento, distribuição e análise que facilitem

a tomada de decisão estratégica governamental ou da população.

A figura 5 é um exemplo de ecossistema onde as mais modernas tecnologias de

rede interoperam para possibilitar o funcionamento dos diversos sistemas de negócios,

residências e serviços públicos:

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Figura 5- Ecossistema de uma Smart City

[Hitachi]

2.2.1 – Big Data e Open Data

Tratando-se de tantos serviços distintos em diversas áreas, que convergem e

comunicam-se entre si, naturalmente espera-se um grande volume de dados, que possam

ser trocados com velocidade e eficiência. Nesse âmbito, destaca-se a tecnologia fornecida

pelo Big Data.

Manyika et al (2011 apud NESELLO, FACHINELLI, 2014, p. 20) define Big data

como “o conjunto de dados cujo tamanho vai além da capacidade para capturar,

armazenar, gerenciar e analisar ferramentas de software de banco de dados típicos”.

Smart Cities trabalham com um volume de dados muito grande, provenientes de

diversas fontes, que devem ser corretamente tratados e analisados para que os serviços

tenham o resultado esperado. “Big Data não é apenas um produto de software ou

hardware, mas um conjunto de tecnologias, processos e práticas que permitem às

empresas analisarem dados a que antes não tinham acesso e tomar decisões ou mesmo

gerenciar atividade de forma muito mais eficiente” (TAURION, 2013).

De acordo com Sathi (2012 apud NESELLO, FANCHINELLI, 2014, p.20)

Existem duas fontes comuns de dados agrupados sob a bandeira do Big Data.

A primeira são os dados internos [...] da organização que, graças à automação

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e acesso estão sendo cada vez mais compartilhados. A segunda são os dados

de fora da organização, como as informações disponíveis em sites de mídia

social, literatura do produto distribuído livremente pelos concorrentes,

hierarquias organizacionais dos clientes corporativos, dicas úteis disponíveis a

partir de terceiros e reclamações de clientes postados em sites de

regulamentação.

Trazendo para o contexto de Smart Cities, dados internos podem ser dos serviços

fornecidos por empresas privadas, organizações públicas, ou ainda iniciativas público-

privadas. Já os externos podem ser os provenientes do feedback dos usuários, assim como

das informações coletadas de sensores, satélites e outras fontes que monitoram a situação

da cidade e seus indivíduos.

Diversos governos vêm desenvolvendo meios de compartilhar os dados públicos

em diversos formatos para os cidadãos e empresas privadas. Essa prática de disponibilizar

informação livre é conhecida como Open Data. Ela também faz parte da iniciativa de

transparência dos governos contemporâneos, que visam a prestação de contas à

comunidade.

Em termos de Smart Cities, a Open Data contribui de modo que a iniciativa

pública disponibiliza os dados relativos à cidade e a iniciativa privada desenvolve os

aplicativos que irão auxiliar os cidadãos, por exemplo.

2.2.2 – Computação em Nuvem

Os serviços na Smart Cities devem estar disponíveis de maneira fácil e rápida. A

Computação em Nuvem mostra-se como um meio essencial para alcançar esse objetivo.

A computação em nuvem pode ser definida, de forma simplificada, como um

paradigma de infraestrutura que permite o estabelecimento do SaaS (software

como serviço), sendo um grande conjunto de serviços baseados na web com o

objetivo de fornecer funcionalidades, que até então, necessitavam de grandes

investimentos de hardware e software[...] (BORGES et al, p. 3).

Os benefícios de ser multi-plataforma e dispensar grande poder de processamento

local são fatores chave para a que a utilização de serviços na nuvem seja uma alternativa

onipresente nos projetos de Smart Cities. “A computação em nuvem é a ideia de

utilizarmos, em qualquer lugar e independente de plataforma, os mais variados tipos de

aplicações através da internet com a mesma facilidade de tê-las instaladas em nossos

próprios computadores” (RUSCHEL et al, 2010, p. 1).

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Outro fator a ser considerado é o ambiente dinâmico que constitui as Smart Cities.

A infraestrutura empregada deve acompanhar a velocidade das mudanças e manutenção

dos serviços, que estão em constante aprimoramento e atualização. A Computação em

Nuvem se adequa perfeitamente a estes requisitos, pois é uma plataforma altamente

escalável e de alta performance a custos reduzidos.

Este modelo visa fornecer, basicamente, três benefícios. O primeiro benefício

é reduzir o custo na aquisição e composição de toda infraestrutura requerida

para atender as necessidades das empresas [...]. O segundo é a flexibilidade

que esse modelo oferece no que diz respeito à adição e troca de recursos

computacionais, podendo assim, escalar tanto em nível de recursos de

hardware quanto software para atender as necessidades das empresas e

usuários. O último benefício é prover uma abstração e facilidade de acesso aos

usuários destes serviços (SOUSA et al, p. 3).

A utilização da nuvem também facilita o acesso dos usuários e sistemas aos dados

gerenciados pelas tecnologias do Big Data. Um bom gerenciamento dos dados necessita

de um acesso proporcionalmente eficiente. “Com este conceito, todos os sistemas

computacionais de uma organização podem ser compartilhados, criando um pool de

recursos dinâmicos” (TAURION, 2009, p. 24).

2.2.3 – Redes e Sensores

Para que toda a infraestrutura de um ambiente tecnológico funcione

adequadamente, é essencial que a comunicação entre as partes seja eficiente. Sendo assim,

em Smart Cities, o sucesso dos serviços prestados será proporcional à qualidade das redes

que permeiam a cidade.

A figura 6 demonstra um ambiente ubíquo para onde sensores distintos se

comunicam com a Internet através de redes heterogêneas, como Wi-fi, 3G e WiMax. Os

dados coletados dos sensores podem ser armazenados na nuvem, para posterior aplicação

em serviços para os usuários. “[...] o uso da nuvem no contexto de redes inteligentes é

justificado pela escalabilidade e facilidade de integrar dados de rede provenientes de

diversas origens para posterior análise” (GAMA et al, 2012, p. 152).

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Figura 6 - Esquema de rede ubíqua

[Jiong Jin et al.]

Além da comunicação, a coleta dos dados é um fator fundamental. Toda a proposta

das Smart Cities só será válida caso o volume de dados e informações coletadas do

ambiente seja a maior possível. Assim diferentes tipos de sensores espalhados por toda a

cidade é uma característica predominantes nos diversos projetos de Smart Cities.

“[...] redes de sensores sem fio já são utilizados em diversos contextos ligados

às cidades inteligentes [...] este tipo de tecnologia permearia a cidade com

diferentes tipos de sensores que coletam dados a serem analisados para extrair-

se informação num contexto mais amplo” (GAMA et al, 2012, p. 152).

A figura 7 demonstra uma aplicação do uso de redes e sensores para alertar a

população sobre vagas de estacionamento.

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Figura 7 - Rede de sensores para vagas de estacionamento

[Libelium Platform]

Roteadores sem fio instalados nos postes recebem informações de sensores

presentes no asfalto sobre a presença ou não de um veículo. Esses roteadores processam

os dados e se comunicam. Através da rede sem fio, os usuários podem consultar essas

informações e antecipar para qual rua devem seguir para achar um lugar para estacionar

mais rapidamente.

A figura 8 demonstra outra facilidade alcançada pelo uso de sensores instalados

em caçambas de lixo.

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Figura 8 - Sensores em caçambas de lixo

[Libelium Platform]

Os sensores detectam o espaço disponível na caçamba e transmitem essa

informação através da rede sem fio. Sistemas instalados nos caminhões de lixo podem

detectar essa informação e evitar o deslocamento até uma caçamba que não tenha

quantidade suficiente de lixo ou priorizar a recolha de uma que esteja muito cheia. Essa

simples aplicação polpa recursos e melhora a qualidade do serviço prestado pela

companhia de lixo.

Esses dois exemplos são uma amostra de aplicações simples envolvendo redes e

sensores que resultam na economia de combustível, e consequente redução da poluição e

do tráfego urbano, e automatizam serviços que acabam poupando tempo e dinheiro.

2.2.4 – Internet of Things

A Internet of Things, traduzida literalmente como Internet das Coisas, é a

“interconexão entre objetos físicos e computadores com a internet e tem como principal

conceito a presença pervasiva da computação em nosso cotidiano” (SILVA, ROCHA, p.

7). É parte integrante do escopo de Smart Living, e engloba a utilização de redes, sensores

e computação em nuvem.

Vermesan e Friess, em uma definição mais técnica, “definem a IoT como uma

infraestrura global de redes que abrange padrões e protocolos de comunicação entre

objetos físicos e virtuais que interagem com o mundo através de interfaces inteligentes”

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(2011 apud SILVA, ROCHA, p. 7). Portanto, a Internet of Things é o conceito chave que

envolve a concepção de Smart Cities e automação residencial, objetivo da proposta

prática do presente trabalho.

Além da ideia do emprego da tecnologia e comunicação aos mais diversos tipos

de objetos, tem-se o intuito de alcançar um nível de inteligência tecnológica onde “é

esperado que as ‘coisas’ se tornem participantes ativas dos negócios e dos processos

informacionais e sociais [...], enquanto reagem de forma autônoma aos eventos do

‘mundo físico/real”. (“Cluster of European Research Projects on the Internet of Things”,

2009, p. 6 apud LEMOS, PASTOR, 2014, p. 13). Assim, uma aplicação de automação

residencial poderá proporcionar um nível de simplicidade, segurança e conforto genuínos.

De acordo com Lemos e Pastor (2014) “[...] a IoT propiciaria novas formas de

comunicação em rede já que promete transformar toda a estrutura TIC, ampliando a web

e englobando humanos e não-humanos em novos processos comunicativos em uma nova

comunicação das coisas”.

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3 – Planejamento, Maturação e Estudo de Casos

Devido ao seu nível de complexidade e abrangência, fica claro que o sucesso do

funcionamento dos serviços relacionados às Smart Cities é diretamente proporcional ao

bom planejamento e execução de sua implantação. “O processo de implantação para

alcançar o nível de eficiência ideal de uma cidade inteligente deve ser gradativo” (GAMA

et al, 2012, p. 153).

Gama (2012) propõe um modelo de maturação demonstrado na figura a seguir.

Figura 9 - Fases de Maturação de uma Smart City

[Gama, 2012]

Neste modelo, temos o estágio Caótico, que seria antes do início do processo de

implantação de uma Smart City, onde a cidade ainda se encontra sem tecnologias que

gerenciam a cidade.

No estágio Inicial tem-se o início da “fase de planejamento e modelagem de

sistemas de informação que irão auxiliar em determinado domínio, assim como a

identificação de sistemas existentes que potencialmente podem ser integrados à solução

da cidade inteligente”.

Já no estágio Gerenciado, dados coletados do ambiente através de sensores, são

processados, armazenados e acessíveis.

Passando para o estágio Integrado, têm-se os dados da fase anterior sendo

utilizados na prática, “[...] com sistemas utilizando o modelo de computação em nuvem,

estando integrados e disponíveis na forma de serviços tanto para cidadãos como para

aplicações de terceiros”.

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Atingindo-se o estágio Otimizado, tem-se uma “Cidade eficiente, buscando inovar

e ser pioneira nas soluções de TICs.”. Nessa fase, a cidade alcança um outro nível de

informação, indo além do acesso e serviços, obtendo “Apoio à tomada de decisões

utilizando os dados obtidos dos diversos domínios da cidade; uso de informações para

sistemas de previsão de eventos [...]; suporte a tomada de decisão, tanto para a população

quanto para governantes”.

A população deve ser colaboradora no fornecimento de informações nos diversos

domínios e também deve avaliar as informações disponibilizadas pelos meios de

comunicação. Dessa forma a população será em parte responsável pelas mudanças feitas,

tornando-as mais eficazes e legítimas, visto que atenderão realmente as necessidades dos

usuários. Além disso, o engajamento governamental no projeto é essencial para que se

alcance o nível almejado de maturidade da cidade inteligente.

Ainda, segundo Gama et al (2012), “é importante que a cidade tenha

conhecimento de todos os domínios e respectivos critérios visando planejar a inserção de

TICs da melhor forma possível”. Assim, cidades terão prioridades diferentes de acordo

com suas características, e o planejamento e desenvolvimento dos projetos deverá

corresponder a essas condições.

3.1 – Projetos atuais de Smart Cities

Diversos projetos de Smart Cities estão em desenvolvimento atualmente, nos mais

diversos estágios, desde de projetos em fase de planejamento ainda não iniciados, até em

andamento e funcionando.

Segundo Hollans (2008 apud SELADA, SILVA, p. 4),

estas iniciativas caracterizam-se por quatro tendências essenciais: utilização

intensiva de tecnologias de informação e comunicação; ênfase no

desenvolvimento urbano moldado pelas grandes empresas multinacionais;

foco nas indústrias de elevada intensidade tecnológica; e preocupação com a

eficiência energética.

De acordo com estudo realizado por Pike Research (2013 apud SELEDA, SILVA,

p. 5) “90% dos projetos de cidades inteligentes no mundo se relacionam com energia,

transportes e governo, sendo 50% centrados nos transportes e mobilidade nas cidades”.

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De acordo com Lee & Hancock (2012 apud SELADA, SILVA, p. 4) existem 143

projetos de Smart Cities a nível mundial. Na Ásia e Médio Oriente prevalecem iniciativas

associadas à construção de cidades a partir do zero, como são os casos de Masdar, nos

Emirados Árabes Unidos e de Songdo, na Coreia do Sul. Na Europa e na América do

Norte destacam-se projetos de renovação urbana inteligente, com destaque para

“Amsterdam Smart City” na Holanda e “SmartSantander” na Espanha.

A tabela 3 contempla alguns dos principais projetos de Smart Cities em

desenvolvimento no mundo:

Projeto Cidade País

Amsterdam Smart City Amsterdam Holanda

Birmingham Smart City Birmingham Reino Unido

Copenhagem Green City Copenhague Dinamarca

Dongtan Eco-city Dongtan China

Eco-sawy Town Tóquio Japão

Edimburgh Smart City Edimburgo Escócia

King Abdullah Economic City Jeddah Arábia Saudita

Malaga Smart City Málaga Espanha

Manchester Smart City Manchester Reino Unido

Masdar City Abu Dhabi Emirados Árabes Unidos

New Songdo Smart City Songdo Coréia do Sul

Smart City Malta Valleta Malta

Smart City Santiago Santiago do Chile Chile

Smart Commute Toronto Toronto Canada

Smart Santander Santander Espanha

Tianjin Eco City Tianjin China

Wuxi Smart City Wuxi China

Tabela 3 - Principais projetos de Smart Cities no mundo

3.1.1 – Iniciativas no Mundo

Silva (apud SELEDA, SILVA, p.12) relata alguns projetos de Smart Cities em

Portugal. Em Lisboa, o governo e a organização japonesa NEDO – “New Energy and

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Industrial Technology Development Organisation”, estão a colaborar no sentido de

afirmar a cidade de Lisboa como uma Smart City com foco nas áreas da mobilidade e

eficiência energética. Em Coimbra existe uma estratégia designada “Coimbra, Cidade

Inteligente e Criativa” no sentido de colocar as TICs ao serviço dos cidadãos, nas áreas

da energia, mobilidade, saúde, turismo e governação. Já em Porto está em

desenvolvimento um projeto para transformar a cidade em um living lab de

experimentação de soluções nas áreas da mobilidade, segurança e qualidade de vida.

Enquanto Faro foi uma das cidades eleitas para receber o apoio da IBM no âmbito do

“Smarter Cities Challenge”, com vista à definição de uma estratégia e implementação de

ações ligadas às cidades inteligentes com foco na economia do mar.

Greenwich, em Londres, será lugar de ensaio para o Urban OS, um sistema

operacional para Smart Cities. De acordo com Cabañero (2013, p. 50) essa será a base da

cooperação entre cinco empresas de tecnologia e um grupo chamado Living Plan IT. O

objetivo é desenvolver e recuperar espaços urbanos com iniciativas baseadas na

tecnologia.

A principal ideia atrás do Urban OS é que as construções, a iluminação pública

e os sistemas da cidade estejam todos interconectados e unidos. Os semáforos

saberão onde se apresentam os congestionamentos e assim seriam capazes de

gerir o tráfico de maneira mais eficiente. [...] A iluminação pública,

monitorando o tráfico, irá diminuir as luzes se a via não tem circulação demais

e os sensores nos edifícios serão capazes de ajudar em caso de situações de

emergência como um incêndio (CABAÑERO, 2013, p. 50).

No âmbito de projetos sustentáveis, destaca-se o da cidade de Málaga.

O projeto SmartCity Málaga constitui a maior iniciativa europeia de cidade

ecoeficiente. Seus objetivos são incrementar a eficiência energética, reduzir a

emissão de CO2 e aumentar o consumo das energias renováveis.Málaga tem

centrado quase toda sua atenção no plano energético, o que a diferencia de

tantas outras cidades (CABAÑERO, 2013, p. 51).

Já o projeto de Smart Citie em Barcelona pretende estabelecer uma plataforma

para ser reaplicada em outras cidades. “O projeto de Smart Barcelona pretende definir,

desenhar e desenvolver um modelo de referência de uma plataforma de gestão de redes e

dados sensoriais para uma Smart City” (CABAÑERO, 2013, p. 52). O projeto propõe

ainda uma padronização vinda da iniciativa pública e também uma melhor gestão da

população.

Outro dos objetivos estabelecidos pelo projeto é definir e validar um marco de

referência baseado em normas públicas, tentando evitar soluções particulares.

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[...] Como último objetivo principal, se pretende estudar, implementar e validar

os modelos de serviço e negocio adequados para a otimização da gestão dos

cidadãos (CABAÑERO, 2013, p. 52).

O projeto Smart Santander na Espanha “tem como objetivo transformar a cidade

num laboratório vivo, um espaço de investigação e experimentação de novas tecnologias

e aplicações para melhorar a qualidade e a gestão de serviços prestados pelos cidadãos”

(INTELLI, 2012, p. 14). Utilizando o conceito de Internet of Things

foram instalados 12.000 sensores em toda a cidade que permitem tratar a

informação em tempo real, com vista a um funcionamento mais eficiente da

vida urbana. Alguns resultados são já visíveis: sistemas inteligentes de rega na

gestão de parques e jardins; adaptação automática da intensidade da

iluminação da via pública; sistemas de gestão de trânsito e estacionamento

inteligente; aplicações tecnológicas para smartphones que disponibilizam

informação sobre turismo, cultura, comércio, acessibilidades, desporto e

eventos; sistemas energeticamente eficientes em edifícios públicos; entre

outros. Através da utilização de aplicações nos smartphones, os cidadãos

podem aceder e gerar informação útil a toda a comunidade sobre os

acontecimentos a ocorrer em tempo real na cidade (acidente, buraco no

pavimento, etc.) (INTELLI, 2012, p. 14).

A Masdar City, nos Emirados Árabes Unidos é uma cidade inteligente que está

sendo construída a partir do zero. Foi iniciada em 2006 e tem previsão de conclusão em

2020-25. Seu objetivo é ser a “primeira cidade ecológica do mundo” (INTELLI, 2012,

p.15). Ainda de acordo com a INTELLI (2012, p. 15)

Algumas das metas de sustentabilidade a atingir são: 100% da energia

fornecida por fontes renováveis, com a maior fonte de energia fotoelétrica do

mundo; 99% dos resíduos reciclados; e consumo de água inferior em 50% à

média mundial, sendo que todas as águas residuais serão reaproveitadas e

reutilizadas. Na área da mobilidade, Masdar pretende afirmar-se como uma

cidade sem automóveis, privilegiando o transporte público e os veículos

elétricos sem condutor (“Personal Rapid Transit”).

Em Seoul, na Coréia do Sul, o número de sul-coreanos usando smart devices

excedeu 25 milhões (50% da população coreana; 78% de Seoul) em 2012. Seoul está

instalando uma rede Wi-Fi aberta em parques, praças e outros locais públicos (projeto

será completado em 2015). Em março de 2012, Wi-Fi ficou disponível em todos os trens

subterrâneos e o governo de Seoul começou a distribuir smart devices de segunda mão

para famílias com baixo poder aquisitivo. Seoul ainda conta com um projeto em

desenvolvimento de um distrito totalmente planejado. Songdo Internacional Business

District é uma nova Smart City construída do zeroem 1500 hectares de terra ao longo da

orla de Incheon, 65 km a sudoeste de Seul, na Coréia do Sul.

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Em Amsterdã, diversos projetos estão em implantação, com foco nos pilares de

qualidade de vida, trabalho, mobilidade, serviços públicos e Open Data. Já possui

disponibilidade de dados públicos para otimizar mobilidade e transporte. Inclusive

Amsterdã foi premiada no “Smart City World Congress Award – 2012” com o projeto

"We the data, you the apps”, onde a iniciativa pública disponibiliza os mais diversos

dados coletados da cidade e a iniciativa privada, ou até mesmo as pessoas físicas,

desenvolvem os aplicativos que serão analisados e possivelmente disponibilizados a

população em geral.

3.1.2 – Iniciativas no Brasil

No Brasil, um bom exemplo de projeto relacionado à Smart City em

funcionamento atualmente está no Rio de Janeiro.

O Rio de Janeiro deu início ao seu projeto de se transformar em uma cidade

inteligente com a implantação de seu centro de operações. Inaugurado em

dezembro de 2010, o Centro de Operações Rio (COR) integra 30 órgãos e

agências governamentais que monitoram, 24 horas por dia, o cotidiano da

cidade. Lá estão integradas todas as etapas de um gerenciamento de crise,

desde a antecipação, redução e preparação, até a resposta imediata a

ocorrências que possam prejudicar a vida normal dos cidadãos e empresas,

como chuvas fortes, deslizamentos, condições do mar, condições de tráfego,

continuidade do fornecimento e outros incidentes que impactem a cidade

(WEISS et al, 2013, p. 7).

A participação da população, como já abordado anteriormente, é fundamental para

o alcance verdadeiro dos objetivos das Smart Cities. No Rio de Janeiro, esse fator está

sendo praticado e levado em conta.

Contar com a participação da população é uma das estratégias da cidade para

se tornar cada vez mais inteligente. Recentemente (maio/13), a Prefeitura do

Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Especial de Ciência e Tecnologia

(SECT), lançou a terceira edição de um programa envolvendo dois concursos:

“Rio Ideias” e “Rio Apps”. Por meio desses dois concursos a SECT pretende

capturar e implementar ideias inovadoras propostas pela população residente

na cidade e que possam ser traduzidas, posteriormente, em aplicativos para

internet, smartphones, tablets e outras plataformas digitais (WEISS et al, 2013,

p. 8).

A cidade de Porto Alegre

conta com um moderno e eficiente centro de operações, nomeado como Centro

Integrado de Comando (CEIC) inaugurado no final de 2012, subordinado

diretamente ao Gabinete do Prefeito [...] Ao CEIC estão conectadas dezenas

de câmeras de alta capacidade, equipadas com sensores de movimento por

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infravermelho, sensores de deslocamento e recursos de ampliação de imagens

em 22 vezes, que monitoram 24 horas por dia, praças, monumentos, prédios

públicos e a grande maioria de vias públicas na cidade. O CEIC também está

equipado com sistemas de monitoramento georreferenciados utilizados para o

acompanhamento de posicionamento e deslocamento de viaturas, sensores

pluviométricos e de nível de rios (WEISS et al, 2013, p. 9).

Ainda de acordo com Weiss et al (2013)

Sinais semafóricos inteligentes – Sistema de Controle de Trânsito Adaptativo

em Tempo Real - estão sendo implantados nos principais cruzamentos viários.

Por esse sistema, laços indutivos instalados no chão, captam o fluxo de tráfego

alternando o seu estado de forma automática, acelerando o tempo de circulação

em até 30% e reduzindo a taxa de emissão de gases em até 7%.

Existe ainda um portal para a população requisitar serviços públicos.

Um sistema integrado de gestão de ativos, com funcionalidades de controle de

manutenção, tratamento de alertas emitidos por sensores e registro e

encaminhamento de falhas para resolução pelas diferentes agências de serviços

vinculadas à Prefeitura também está presente na cidade. Esse sistema

contempla também uma interface disponível no portal da cidade, onde os

cidadãos podem, diretamente, registrar suas mais variadas demandas de

atendimento pelas agências: iluminação, vias públicas, conservação de praças

e jardins, segurança e outras inúmeras opções estão disponíveis para os

cidadãos (WEISS et al, 2013, p. 9).

A cidade de Curitiba também está investindo em tecnologias que já fazem parte

da vida da população. De acordo com Weiss et al (2013, p. 10),

A cidade de Curitiba conta com sistema viário e de transporte urbano de grande

eficiência, um centro de monitoramento de segurança pública e um centro de

informações estratégicas, conhecida por sala de situação. A cidade conta

também com extensa rede de fibras óticas que interconectam diferentes

equipamentos públicos, principalmente a rede pública de saúde e sistemas de

monitoramento em tempo real da frota de ônibus. A prefeitura de Curitiba

ainda disponibiliza acesso gratuito à internet em várias chamadas ruas da

Cidadania e acesso sem fio em várias áreas públicas. Ademais, a cidade de

Curitiba se utiliza das tecnologias da informação e da comunicação para

promover maior transparência e eficiência na gestão pública, incrementar as

ações de sustentabilidade e promover a democratização da informação.

3.2 –Smart Living e Trabalhos Relacionados

A proposta prática deste trabalho consiste em uma contribuição no controle das

tecnologias residenciais. De acordo com o que foi abordado no capítulo 1, projetos de

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automação residencial e demais tecnologias que auxiliam no controle doméstico se

encontram no escopo da categoria Smart Living.

A seguir têm-se projetos que estão em desenvolvimento e visam melhorar a

qualidade de vida através do emprego de tecnologia para auxiliar as pessoas na vida

doméstica.

3.2.1 – Projeto ACCESS

Um projeto chamado ACCESS utiliza tecnologias de automação residencial para

auxiliar pessoas idosas e cuidadores. Iniciado em setembro de 2013 e desenvolvido pelo

grupo CEV – Groupe Chèque Déjeuner, o projeto consiste em uma plataforma de

software que liga os idosos, cuidadores e familiares por um computador, smartphone ou

tablet. O sistema permitirá a gestão de visitas, chamadas e atividades de vida diária. Em

cima disso, ele vai lembrar idosos sobre atividades que devem fazer, como tomar as

pílulas, fazer exercícios, e permitem a troca de mensagens, documentos, e dar acesso a

serviços, como transporte e compras. Além disso, a plataforma estará ligada a sensores e

equipamentos médicos (peso, pressão sanguínea) que alertam os prestadores de cuidados

em caso de problema.

Este sistema irá fornecer uma centralização das informações sobre o usuário e

permitirá o compartilhamento de informações entre as partes interessadas. O projeto será

desenvolvido em três países: França, Itália e Bélgica, cada um de uma maneira específica

de acordo com a demanda e contexto, proporcionando um painel flexível de serviços. 200

anciãos e encarregados de educação serão envolvidos no desenvolvimento e

experimentação da solução.

Os resultados esperados do projeto ACCESS consistem no desenvolvimento e

experimentação de um piloto capaz de suportar o gerenciamento informal e profissional

da casa, especialmente a gestão das atividades da vida diária na residência. Depois de

modelar e validar aspectos técnicos a nível industrial, o piloto está previsto para ser

comercializada em todos os países europeus

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3.2.2 – Projeto SONOPA

O projeto SONOPA, liderado pela Docobo Limited e iniciado em maio de 2013,

tem como objetivo incentivar atividades através de uma coleta de dados e análise das

medições reais de atividades do usuário. Lembretes e recomendações vêm através de

displays de parede de fácil utilização personalizados colocados na casa do usuário.

SONOPA vai empregar técnicas de análise de dados para derivar um modelo para o bem-

estar do usuário ao longo de quatro dimensões: social, nutrição, hábitos de lazer e

mobilidade. As tecnologias incluem: (i) sistemas de medição que monitoram e registram

as atividades do usuário em casa e com os seus pares, (ii) modelagem de comportamento

e de uso de técnicas de criação de perfil, fornecendo um padrão de atividades do usuário

ao longo do tempo, analisando dados e logs registrados; e (iii) uma interface de usuário

que fornece recomendações personalizadas e lembretes, estimulando atividades para o

usuário.

SONOPA vai empregar um conjunto de TICs disponíveis para desenvolver uma

solução end-to-end para estimular e apoiar as atividades em casa. Os dados coletados

permitirão ao sistema controlar as variações nas atividades diárias ao longo do tempo, a

fim de detectar o momento certo para fornecer uma recomendação. Isto permite o acesso

oportuno aos dados quantitativos do usuário e permite a ativação de recomendações

individuais e sociais. As recomendações oferecidas podem ser na forma de sugerir

atividades individuais em casa, como preparar refeições ou interações sociais com os

familiares.

3.2.3 – Projeto HELICOPTER

O projeto HELICOPTER é liderado pela MeTeDa Srl e começou a ser

desenvolvido em Julho de 2013. Maus hábitos de vida desempenham um papel

importante no desenvolvimento e progressão de doenças relacionadas com a idade:

nutrição, terapias médicas e exercício físico estão entre as chaves para a prevenção e

controle. A verificação periódica de parâmetros de saúde é muitas vezes esquecida,

devido ao tédio, a complexidade ou falta de motivação. HELICOPTER visa inferir

salubridade dos utilizadores finais de uma forma discreta e simples, por meio do

monitoramento de comportamentos da vida diária e suporte ao usuário final e seus

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cuidadores com feedback, conselhos e motivação. O sistema vai reunir dados

provenientes de um conjunto heterogêneo de sistemas, incluindo sensores médicos e

ambientais, para fornecer uma avaliação qualitativa e quantitativa das atividades

realizadas. Isto faria com que a rotina de monitoramento de saúde menos chata e exigente,

possivelmente levando a reduzir a necessidade de controles frequentes de parâmetros

clínicos e permitir vários serviços, promovendo a sensibilização e motivação do usuário

e fornecendo o cuidador com insights, alarmes e relatórios.

A proposta do HELICOPTER visa explorar as técnicas de vida assistida por

ambientes para fornecer os idosos e seus cuidadores o apoio, motivação e orientação na

busca de um estilo de vida saudável e seguro. A proposta é dirigida a pessoas que não

sofrem de doenças crônicas ou deficiências graves, mas, possivelmente, podem ser

afetadas por problemas metabólicos ou mau funcionamento circulatório (por exemplo,

hipertensão, diabetes leve) ou por déficits cognitivos leves. Uma análise comportamental

é explorada para fazer o monitoramento da saúde mais eficaz e menos invasivo.

Uma rede de sensores heterogênea será projetada e implementada, incluindo

sensores ambientais, clínicos e pessoais. Um quadro global de monitoramento será

desenvolvido, em que todos os dados convergem para uma base de dados comum,

alimentando um mecanismo de análise de dados, capaz de inferir a partir de dados

registrados as atividades atuais e informações comportamentais. O modelo de inferência

envolve o conhecimento médico, bem como técnicas de análise "big data" adequadas. O

ambiente HELICOPTER será implantado e testado em vários locais-piloto, localizadas

na Suécia e na Holanda, por um período de 18 meses.

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4 – Proposta e Resultados Experimentais

A proposta do presente trabalho consiste em implementar uma simulação de uma

central controladora para automação residencial. O projeto foi baseado no livro “Projetos

com Arduino e Android”, de Simon Monk.

O projeto constitui a unidade central de um sistema de automação residencial que

servirá para controlar e programar remotamente diversos dispositivos eletrônicos que por

ventura venham a ser implantados em uma residência.

O objetivo do trabalho é simular um sistema de automação residencial, com a

possibilidade de centralizar o comando de tomadas, lâmpadas, termostatos ou qualquer

dispositivo domiciliar que possa ser operado e dependa de uma decisão humana. Além

disso, é possível programar o funcionamento automático, propiciando situações de

economia e comodidade.

Buscou-se aplicar os conhecimetos adquiridos através do estudo dos conceitos e

infraestrutura de Smart Cities, aplicando tecnologias relacionadas em uma simulação de

aplicação em menor escala que se enquadra no escopo de Smart Living.

A figura 10 demonstra uma residência com diversos dispositivos que poderiam

usufruir de um controle centralizado, como aparelhos de TV, computadores,

despertadores, dispositivos de segurança, termoestatos, entre outros.

Figura 10 - Residência e dispositivos sem fio

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Em termos de hardware foi escolhido o Arduino Uno, pela versatilidade e

facilidade de manipulação, além de possuir interfaces de comunicação padrões presentes

em um grande número de dispositivos no mercado. Esta vantagem é decisiva, pois novas

funcionalidades poderão ser adicionadas na casa futuramente, e o fato do Arduino

trabalhar com os padrões de interface de comunicação mais utilizados atualmente

facilitará a integração de novos dispositivos. Porém o Arduino não possui uma interface

simples e fácil de manipular.

Nesse âmbito, o software foi desenvolvido em Java para o sistema operacional

embarcado Android, que servirá de interface gráfica de controle para o projeto. A

principal vantagem é a portabilidade para smartphones e tablets que utilizem o mesmo

sistema. O amplo uso no mercado do Android também é um fator positivo,

proporcionando as mesmas vantagens abordadas no parágrafo anterior.

Na figura 11 têm-se o ambiente computacional utilizado nos experimentos:

Figura 11 - Ambiente computacional dos experimentos

4.1 – Estrutura do Controlador de Automação Residencial

O controlador fica por conta do dispositivo Arduino. Este não possui uma

interface amigável para que o usuário possa controlar as funcionalidades ligadas a central.

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Assim, o aplicativo desenvolvido para o Android assume esse papel, com uma interface

simples e intuitiva.

O controlador e a interface, que pode ser instalada em um tablete ou smartphone

Android, podem se comunicar através de uma conexão física, Wi-fi ou Bluetooth, graças

a versatilidade proporcionada pelo Arduino. A figura 12 esquematiza essa conexão:

Figura 12 - Arduino e a Interface do Controlador

Existem algumas opções para estabelecer a comunicação Android-Arduino, já que

ambos possuem diferentes interfaces de comunicação compatíveis: acoplar Wi-fi no

Arduino e estabelecer uma conexão por rede; conectar um módulo Bluetooth ao Arduino

e usar essa tecnologia; utilizar a conexão USB. Foi escolhida, por recomendação e

detalhamento de implementação do livro citado como referência, utilizar a saída de áudio

do tablet. Apesar de primitiva, com essa escolha é possível deixar as outras interfaces de

comunicação do tablet livres para interagir com outros dispositivos. Como foge do escopo

do trabalho, não serão detalhadas as partes técnicas do funcionamento da conexão de

áudio e codificação de dados som, e nem da eletrônica envolvida, a qual foi aplicada

seguindo os passos do livro. Foi utilizado um protoboard para realizar as conexões,

evitando a necessidade de soldas e perfurações.

A facilidade e liberdade para controlar os dispositivos conectados ao controlador

deve ser um fator chave. Assim, foi implementado um servidor Web para o dispositivo

Android. O servidor Web atende solicitações HTML enviadas pelo navegador do

dispositivo. Assim, a principal interface com o usuário do aplicativo é o navegador do

próprio tablete/smartphone. A vantagem do servidor Web instalado nesse dispositivo

central é que outros dispositivos da rede local poderão acessar o sistema. Dessa forma,

quando este for conectado ao roteador da residência, suas funcionalidades poderão ser

acessadas do navegador de qualquer dispositivo, inclusive de fora da casa, caso o modem

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esteja conectado à Internet. Cabe salientar que medidas de segurança devem ser

adicionadas para evitar que intrusos assumam o controle de dispositivos importantes que

possam causar danos aos moradores.

A figura 13 mostra o esquema anterior, com a adição do servidor Web.

Figura 13 - Controlador com servidor Web

O software para o Android consiste basicamente de uma tela principal onde será

possível abrir o browser do dispositivo e visualizar as opções de controle da casa. Quando

dispositivos forem implantados na casa de forma gradativa, é necessário programar sua

comunicação com o Android e Arduino, de modo que seu controle seja possível

chamando a função através dessa tela.

Na figura 14 têm-se um diagrama UML de uso que representa o funcionamento

de forma geral da proposta.

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Figura 14 - UML de uso geral do sistema

4.2 –Fechadura com RFID

Para simular o controle de um dispositivo real, foi acoplado um transistor de RF

ao controlador Arduino, que transmitirá sinais para liberar a entrada de uma porta

acoplada a uma fechadura com um receptor RFID. A figura 15 mostra a adição dessa

funcionalidade ao sistema.

Figura 15 - Fechadura com RFID

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Deve-se definir uma senha que deverá ser fornecida para que seja possível operar

a porta. Para os experimentos, foi realizada apenas à simulação desse funcionamento,

utilizando um receptor de RF para receber o sinal enviado pela central, identificando se

este sinal é válido, a senha corresponde e a porta pode ser liberada.

A figura 16 contém um diagrama UML de uso do sistema em comunicação com

a fechadura RFID.

Figura 16 - UML de uso do sistema com a fechadura RFID

4.3 –Resultados Experimentais

Para exemplificar o funcionamento será demonstrado os passos para liberar a

fechadura com RFID.

Acessando através de qualquer navegador têm-se acesso, através do Web Server

implementado no dispositivo Android, à página inicial da central de controle. Então

aciona-se a função porta.

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Figura 17 - Tela inicial da central de controle residencial

O link leva para a página de controle da porta. Nela, deve ser inserida a senha,

que é pré-definida no dispositivo Android, e então clica-se em “Destrancar”.

Figura 18 - Tela de controle da porta

Nesse estágio, o programa testa se a senha fornecida corresponde a armazenada.

Em caso positivo, é invocada a função que irá acionar o Arduino. O trecho de código a

seguir realiza esse procedimento:

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if (storedPassword.equals(enteredPassword)) { t.set("STATUS", "<p>PORTA DESTRANCADA</p>");

new Beeper().beep(doorKey);

A função beep(doorKey) irá transmitir ao Arduino o som correspondente para

acionar a função relacionada a porta, contendo a chave para liberá-la. O Arduino, por sua

vez, transmite um sinal RFID contendo a chave. O receptor RFID, que está

constantemente passivo, “ouvindo”, recebe o sinal. Por sua vez, ele testa se a chave é

válida no trecho a seguir:

void checkCode() { if (isValidCode(code)) { unlockDoor();

Caso a chave seja válida, é acionada a função unlockDoor(), para acionar o

mecanismo da fechadura, liberando a entrada. No caso a simulação acaba aqui. Caso a

fechadura fosse efetivamente construída, a função a seguir entraria em funcionamento:

void unlockDoor() { clearLastCode(); flash(GREEN, 1, 200); digitalWrite(doorReleasePin, HIGH); delay(doorOpenTime); digitalWrite(doorReleasePin, LOW); Serial.flush(); }

O objetivo do trecho de código acima é primeiramente limpar o código anterior

da memória, para que a porta não fique constantemente sendo liberada. A seguir têm-se

a função para mostrar ao usuário que a porta foi liberada através de uma luz verde, caso

essa fosse construída de fato. Então o impulso elétrico para liberar a fechadura é invocado,

têm-se um tempo de espera, e então é enviado o sinal para deixa-la trancada novamente

a partir do momento que a porta for fechada.

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Com os testes e experimentos realizados, foi possível pôr em prática os estudos

realizados acerca da infraestrutura de uma Smart City, utilizando diversos conceitos de

tecnologias abordadas no decorrer do trabalho.

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5 – Conclusão

O desenvolvimento urbano acelerado demanda uma evolução no modo como as

cidades são gerenciadas atualmente. O crescimento e a concentração populacional exigem

um crescimento proporcional dos serviços prestados à população para a manutenção da

qualidade dos mesmos.

Sendo assim, o investimento em Smart Cities mostra-se não apenas como uma

melhoria adicional ao desenvolvimento tecnológico dos ambientes nas metrópoles atuais,

mas como uma solução necessária que deverá estar presente na maioria dos

planejamentos urbanos futuros.

Para tal, a evolução das TICs é fundamental. Apesar de já termos diversos

exemplos de implantação gerando resultados satisfatórios, a melhoria constante e a busca

pela padronização das ferramentas empregadas na formação da plataforma para as Smart

Cities é que garantirá o sucesso e o alcance dos objetivos dessa tecnologia.

5.1 – Trabalhos Futuros

Para trabalhos futuros é indicadoo desenvolvimento de outros dispositivos que

possibilitem a integração com a central de controle de automação residencial. Também

seria interessante aplicar qualidade de contexto para analisar os dados coletados do

ambiente e tornar os serviços personalizados, dinâmicos e mais eficientes em seu

propósito. A aplicação de orientação ao contexto e qualidade de serviço a projetos de

automação residencial é um diferencial a ser explorado.

A abordagem da ética e privacidade relacionada a alguns serviços das Smart Cities

que coletam e analisam dados dos usuários é uma discussão válida.

Também seria promissor a proposta de um novo modelo de maturação para Smart

Cities, voltado para a realidade das cidades brasileiras.

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Anexos

Anexo I: Artigo

Um Estudo Abordando Infraestrutura e Serviços em Smarts Cities

Vitor Luís Pereira¹, Mário A. R. Dantas¹

¹Departamento de Informática e Estatística – Universidade Federal de Santa

Catarina (UFSC)

Florianópolis – SC – Brasil

{vitorlp, mario}@inf.ufsc.br

Resumo: O crescimento populacional acelerado e a concentração urbana exigem medidas

para a manutenção da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. Nesse contexto,

nesse TCC foi realizado um estudo acerca da infraestrutura e os serviços que envolvem

Smart Cities. Desta forma, no presente trabalho de pesquisa é realizado um estudo de caso

particular comumente encontrado em cidades que possuem um planejamento e

implantações já em andamento do paradigma de Smart City. Visando ilustrar um cenário

mais global são apresentados trabalhos relacionados com soluções em Smart Living.

Visando prover uma ideia experimental foi desenvolvido um projeto com a tecnologia

Android-Arduino visando aplicar os conceitos estudados e aplicá-los em um estudo de

caso de automação residencial.

Palavras-chave: Smart Cities; Infraestrutura; Smart Living; Automação Residencial.

Abstract: The fast population growth and urban concentration require measures to

maintain the quality of services provided to citizens. In this context, this work realizes a

study in the infrastructure and services involving Smart Cities. Thus, the present

research one particular case study commonly found in cities that have a planning and

deployments already underway paradigm of Smart City is performed. Aiming to

illustrate a more global scenario, related solutions in Smart Living works are presented.

Aiming to provide an experimental idea to a project with Arduino-Android targeting

technology apply the concepts learned and apply them in a case study was developed for

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home automation.

Keywords: Smart Cities; infrastructure; Smart Living; Home Automation.

Introdução

A sociedade contemporânea sofre com a expansão acelerada dos grandes centros,

fato que ocorre devido à premissa de que tais centros podem oferecer oportunidades para

a redução dos problemas enfrentados pela população migratória em suas antigas cidades.

A consequencia se dá na concentração urbana vivenciada pelas metrópoles.

A conglomeração nas áreas metropolitanas acaba dificultando o progresso

proporcional dos serviços públicos, ao mesmo tempo que a população pressiona o bom

funcionamento destes. Aliada à falta de planejamento e administração sócio-política,

nota-se um déficit no desenvolvimento dos meios de transporte, comunicação, saúde e

demais serviços públicos.

De acordo com Lemos (2013, p. 47), neste cenário surgem “[...] projetos que

visam tornar a economia, a mobilidade urbana, o meio ambiente, os cidadãos e o governo

mais inteligentes”. A aplicação das inovações tecnológicas na melhoria destes serviços

e na qualidade de vida urbana integra o conceito de Smart City.

Definição

De acordo com Strapazzon (2010 apud SOARES, 2012, p. 9) as cidades

inteligentes são “uma convergência entre os aspectos tecnológicos, humanos e

econômicos”. O termo inteligente “refere-se a processos informatizados sensíveis ao

contexto, lidando com um gigantesco volume de dados (Big Data), redes em nuvens e

comunicação autônoma entre diversos objetos” (LEMOS, 2013 p. 47).

Os projetos de Smart Cities visam contornar os problemas urbanos e melhorar a

qualidade de vida. De acordo com Van Landegem (2012) as inovações em Smart Cities

podem ser categorizadas da seguinte maneira: 1) Smart Governance; 2) Smart People; 3)

Smart Enviroment; 4) Smtart Mobility; 5) Smart Economy e 6) Smart Living.

Strapazzon (2010 apud SOARES, 2012, p. 10) “afirma que a adição de

inteligência em cada subsistema de uma cidade – transporte, energia, educação, saúde,

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água, segurança pública, entre outros – tem sua relevância assegurada, mas eles pó si só

não são capazes de construir cidades inteligentes”. O envolvimento das pessoas é

fundamental tal qual a clareza dos objetivos referentes à Smart City.

De acordo com Lemos (2013, p. 47) “As cidades inteligentes podem ajudar tanto

o poder público a reconhecer problemas em tempo real quanto o cidadão a produzir

informação, auxiliando a mapear, discutir e enfrentar essas dificuldades”. As cidades

inteligentes estão relacionadas a melhorias no desenvolvimento de, entre outras áreas, os

serviços urbanos, o transporte, comunicação, água, as empresas e a energia.

Infraestrutura

Além do envolvimento da população e de empresas e clareza nos objetivos, para

que uma Smart City seja bem sucedida é necessário o investimento na tecnologia que dará

suporte à essa e possibilitará seu correto funcionamento.

De acordo com o Copenhagen Cleantech Cluster (2012 apud INTELI, 2012, p.

10-11) existe “a necessidade de articulação entre a infraestrutura física (como edifícios,

estradas, redes de energias), a infraestrutura digital (fibra óptica, cloud computing,

sensores, smartphones, etc) e a infraestrutura de comunicação (como tecnologia open

source, open interfaces, linguagem de programação standard) das cidades”.

O correto funcionamento dos mais diversos serviços que atuam como base para a

Smart City depende de uma plataforma de rede convergente e bem controlada. A estrutura

lógica para uma Smart City tem como base o gerenciamento de dados e capacidade de

tomada de decisão autônoma. É ligada a sensores em grande escala através de uma rede

ubíqua de alta velocidade. Em cima desta infraestrutura funcionam os serviços e

aplicações das diversas áreas pertencentes as Smart Cities.

Outro aspecto a ser considerado é a eficiência energética. A rede e a infraestrutura

de uma Smart City devem almejar baixo custo operacional e um mínimo consumo

energético. Dessa forma, espera-se atingir um equilíbrio entre a experiência dos cidadãos

e o desenvolvimento sustentável.

De acordo com Gama et al (2012, p. 150) “diversas TIC’s podem ser utilizadas

[...]; sensores diversos; sistemas de informação; computação em nuvem [...]; mobilidade

com aplicações para smartphones e tablets; business intelligence [...], tornando possível

a coleta, processamento, distribuição e análise que facilitem a tomada de decisão

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estratégica governamental ou da população”.

Big Data e Open Data

O contexto de Smart City trata de vários serviços distintos que convergem e

comunicam-se, dessa forma espera-se um grande volume de dados, que possam ser

trocados com velocidade e eficiência. Nesse contexto destaca-se a tecnologia fornecida

pelo Big Data.

Big Data pode ser caracterizado como “o conjunto de dados cujo tamanho vai

além da capacidade de capturar, armazenar, gerenciar e analisar ferramentas de sotware

de banco de dados típicos” (Manyaka et al, 2011 apud NESELLO, FACHINELLI, 2014,

p.20). De acordo com Sathi (2012 apud NESELLO e FACHINELLI (2014, p. 20)

“Existem duas fontes comuns de dados agrupados sob a bandeira do Big Data. A primeira

são os dados internos [...] da organização. A segunda são os dados de fora da

organização”.

Relacionando ao contexto da Smart City, os dados internos podem ser dos serviços

fornecidos por empresas privadas, organizações públicas, ou ainda iniciativas público-

privadas. Já os externos podem ser os provenientes do feedback dos usuários, assim como

das informações coletadas de sensores, satélites e outras fontes que monitoram a situação

da cidade e seus indivíduos.

O Open Data diz respeito aos meios de compartilhamento de dados públicos em

diversos formatos para os cidadãos e empresas privadas. Esta prática também faz parte

da iniciativa de transparência dos governos contemporâneos, os quais visam a prestação

de contas à comunidade.

Em termos de Smart City, Open Data contribui de modo que a iniciativa pública

disponibiliza os dados relativos à cidade e a iniciativa privada desenvolve os aplicativos

que irão auxiliar os cidadãos.

Computação em Nuvem

Os serviços na Smart Cities devem estar disponíveis de maneira fácil e rápida. A

Computação em Nuvem mostra-se como um meio essencial para alcançar esse objetivo.

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De acordo com Ruschel et al (2012, p.1) a computação em nuvem é “a ideia de

utilizarmos, em qualquer lugar e independente de plataforma, os mais variados tipos de

aplicações através da internet com a mesma facilidade de tê-las instaladas em nossos

próprios computadores”. Os benefícios de ser multi-plataforma e dispensar grande poder

de processamento local são fatores chave para a que a utilização de serviços na nuvem

seja uma alternativa onipresente nos projetos de Smart Cities.

Além de ter os benefícios de multi-plataforma, a Computação em Nuvem

acompanha as velocidades das mudanças e das manutenções do serviço em Smart City,

também facilita o acesso dos usuários e sistemas aos dados gerenciados pelas tecnologias

do Big Data.

Redes e Sensores

Para que a infraestrutura de um ambiente tecnológico funcione adequadamente é

essencial que a comunicação entre as partes seja eficiente. Sendo assim, em Smart City,

o sucesso dos serviços prestados será proporcional à qualidade das redes que permeiam a

cidade. Os dados coletados pelos sensores são transmitidos por Wi-Fi, 3G ou WiMax.

Após a coleta, tais dados são armazenados e então analisados.

Internet Of Things

Vermesan e Friess (2011 apud SILVA, ROCHA, p.7) definem a “IoT como uma

infraestrura global de redes que abrange padrões e protocolos de comunicação entre

objetos físicos e virtuais que interagem com o mundo através de interfaces inteligentes”.

Portanto, a Internet of Things é o conceito chave que envolve a concepção de Smart Cities

e automação residencial, objetivo da proposta prática do presente trabalho.

Além da tecnologia e comunicação aplicada nos mais diversos objetos, espera-se

alcançar um nível de inteligência tecnológica onde “é esperado que as ‘coisas’ se tornem

participantes ativas dos negócios e dos processos informacionais e sociais [...], enquanto

reagem de forma autônoma aos eventos do ‘mundo físico/real”. (“Cluster of European

Research Projects on the Internet of Things”, 2009, p.6 apud LEMOS, PASTOR, 2014,

p. 13). Desta forma, uma aplicação de automação residencial poderá proporcionar m nível

de simplicidade, segurança e conforto genuínos.

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Planejamento

O sucesso do funcionamento dos serviços relacionados às Smart City é

diretamente proporcional ao bom planejamento e execução de sua implantação. De

acordo com Gama et al (2012, p. 153) “O processo de implantação para alcançar o nível

de eficiência ideal de uma cidade inteligente deve ser gradativo”.

Maturação

Gama et al (2012) propõe um modelo de maturação composto por cinco estágios:

1) Caótico: seria antes do início do processo de implantação de uma Smart City, a cidade

se encontra sem tecnologias capazes de gerenciar a cidade; 2) Inicial: fase de

planejamento e modelagem de sistemas de informação que irão auxiliar na cidade, e

identificar os sistemas já existentes que podem ser integrados à solução da cidade

inteligente; 3) Gerenciado: dados coletados serão processados, armazenados e analisados;

4) Integrado: os dados analisados na fase anterior serão utilizados na prática e 5)

Otimizado: a cidade tornou-se uma cidade eficiente, busca pela inovação e soluções de

TICs, obtem apoio à tomada de decisões utilizando os dados obtidos dos diversos

domínios da cidade.

Para que seja realmente eficiente a população deve ser colaboradora no

fornecimento de informações dos diversos domínios além de avaliar as informações

disponibilizadas pelos meios de comunicação. De acordo com Gama et al (2012) “é

importante que a cidade tenha conhecimento de todos os domínios e respectivos critérios

visando planejar a inserção de TICs da melhor forma possível”. Assim, cidades terão

prioridades diferentes de acordo com suas características, e o planejamento e

desenvolvimento dos projetos deverá corresponder a essas condições.

Projetos Atuais de Smarts Cities

Segundo Hollans (2008 pud SELADA, SLIVA, p.4) as iniciativas de Smart City

podem ser caracterizadas por quatro tendências: a “utilização intensiva de tecnologias de

informação e comunicação; ênfase no desenvolvimento urbano moldado pelas grandes

empresas multinacionais; foco nas indústrias de elevada intensidade tecnológica; e

preocupação com a eficiência energética”.

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De acordo com Lee & Hancock (2012 apud SELADA, SILVA, p. 4) existem 143

projetos de Smart Cities a nível mundial. Na Ásia e Médio Oriente prevalecem iniciativas

associadas à construção de cidades a partir do zero, como são os casos de Masdar, nos

Emirados Árabes Unidos e de Songdo, na Coreia do Sul. Na Europa e na América do

Norte destacam-se projetos de renovação urbana inteligente, com destaque para

“Amsterdam Smart City” na Holanda e “SmartSantander” na Espanha.

Em Portugal o foco são as áreas de mobilidade e eficiência energética, sendo suas

principais cidades são: Coimbra, a qual está focando em energia, mobilidade, saúde,

turismo e no próprio governo; Porto é um projeto de living lab, foca em segurança,

mobilidade, e qualidade de vida e Faro que está focando seus investimentos na economia

do mar.

Em Greenwich, Londres, as iniciativas esperam recuperar espaços urbanos com

iniciativas baseadas na tecnologia. Málaga foca suas iniciativas para a sustentabilidade,

priorizando a eficiência energética, redução de CO2 e as energias renováveis. Barcelona

tenta desenvolver um modelo de referência de plataforma de gestão de redes e dados

sensoriais para Smart City e a padronização da iniciativa pública junto com uma melhor

gestão da população.

Um living lab, em Santander, busca por novas tecnologias e aplicações para

melhorar a qualidade e a gestão de serviços prestados pelos cidadãos. Amsterdã busca por

uma melhoria na qualidade de vida, no trabalho, mobilidade, nos serviços públicos e em

Open Data. Outras iniciativas começadas do zero são Songdo Internacional Business

District e Masdar City.

No Brasil três cidades podem ser consideradas no âmbito de Smart Cities, Rio de

Janeiro, Porto Alegre e Curitiba. No Rio de Janeiro foi criado o Centro de Operações,

priorizando a segurança, e concursos tais quais o Rio Ideias e o Rio Apps, utilizando os

princípios de Open Data. Em Porto Alegre há o Centro de Comando, sinais semáforos

inteligentes e um portal para requisição de serviços públicos. No Paraná, em Curitiba,

existe um sistema viário e de transporte eficiente, há o centro de monitoramento de

segurança pública, e a sala de situação, um centro de informações estratégicas.

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Smart Living e Trabalhos Relacionados

Um dos projetos relacionados ao projeto do trabalho é o Projeto ACCESS, o qual

utiliza tecnologias de automação residencial para auxiliar pessoas idosas e cuidadores.

Ele possui uma plataforma de software que liga os idosos, cuidadores e familiares por um

computador, smartphone ou tablets. Fornece uma centralização das informações sobre o

usuário e permite o compartilhamento de informações entre as partes interessadas. Os

resultados esperados consistem no desenvolvimento e na experimentação de um piloto

capaz de suportar o gerenciamento informal e profissional da casa.

Um outro projeto é o SONOPA, o qual tem como objetivo incentivar atividades

através de uma coleta de dados e análise das medições reais de atividades do usuário.

Entre as tecnologias utilizadas pelo SONOPA, estão sistemas de medição, modelage, de

comportamento e de uso de técnicas de criação de perfil, além de uma interface de

usuário. O projeto SONOPA pretende empregar um conjunto de TICs disponíveis para

desenvolver uma solução end-to-end para estimular e apoiar as atividades em casa.

Um outro trabalho relacionado à Smart Living, é o HELICOPTER, o qual visa

inferir salubridade dos utilizadores finais de forma discreta e simples, por meio de

monitoramento de comportamentos da vida diária e suporte ao usuário final e seus

cuidadores. É composto por uma rede de sensores heterogênea que será projetada e

implementada, incluindo sensores ambientes, clínicos e pessoais. Dessa forma, um

quadro global de monitoramento será desenvolvido. Esse modelo de inferência envolve

o conhecimento médico e técnicas de análise big data adequadas.

Proposta e Resultados Experimentais

A proposta do trabalho consiste em implementar uma simulação de uma central

controladora para automação residencial. Este foi baseado no livro de Simon Monk,

“Projetos com Arduino e Android”. O projeto constitui a unidade central de um sistema

de automação residencial que servirá para controlar e programar remotamente diversos

dispositivos eletrônicos que por ventura venham a ser implantados em uma residência.

Buscou-se aplicar os conhecimetos adquiridos através do estudo dos conceitos e

infraestrutura de Smart Cities, aplicando tecnologias relacionadas em uma simulação de

aplicação em menor escala que se enquadra no escopo de Smart Living.

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Em termos de hardware foi escolhido o Arduino Uno, pela versatilidade e

facilidade de manipulação, além de possuir interfaces de comunicação padrões presentes

em um grande número de dispositivos no mercado. O software foi desenvolvido em Java

para o sistema operacional embarcado Android, que servirá de interface gráfica de

controle para o projeto. A principal vantagem é a portabilidade para smartphones e tablets

que utilizem o mesmo sistema.

O controlador e a interface, que pode ser instalada em um tablete ou smartphone

Android, podem se comunicar através de uma conexão física, Wi-fi ou Bluetooth, graças

a versatilidade proporcionada pelo Arduino. A facilidade e liberdade para controlar os

dispositivos conectados ao controlador deve ser um fator chave. Assim, foi implementado

um servidor Web para o dispositivo Android. O servidor Web atende solicitações HTML

enviadas pelo navegador do dispositivo. Assim, a principal interface com o usuário do

aplicativo é o navegador do próprio tablete/smartphone.

Na figura a seguir têm-se um diagrama UML de uso que representa o

funcionamento de forma geral da proposta.

Para simular o controle de um dispositivo real, foi acoplado um transistor de RF

ao controlador Arduino, que transmitirá sinais para liberar a entrada de uma porta

acoplada a uma fechadura com um receptor RFID. Deve-se definir uma senha que deverá

ser fornecida para que seja possível operar a porta. Para os experimentos, foi realizada

apenas à simulação desse funcionamento, utilizando um receptor de RF para receber o

sinal enviado pela central, identificando se este sinal é válido, a senha corresponde e a

porta pode ser liberada.

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O programa testa se a senha fornecida corresponde a armazenada. Em caso

positivo, é invocada a função que irá acionar o Arduino. A função beep(doorKey) irá

transmitir ao Arduino o som correspondente para acionar a função relacionada a porta,

contendo a chave para liberá-la. O Arduino, por sua vez, transmite um sinal RFID

contendo a chave. O receptor RFID, que está constantemente passivo, “ouvindo”, recebe

o sinal. Por sua vez, ele testa se a chave é válida. Caso a chave seja válida, é acionada a

função unlockDoor(), para acionar o mecanismo da fechadura, liberando a entrada.

Conclusão e Trabalhos Futuros

O crescimento e a concentração populacional exigem um crescimento

proporcional dos serviços prestados à população. Nesse contexto o investimento em

Smart City mostra-se como uma melhoria ao desenvolvimento tecnológico e uma solução

necessária. Junto com esse investimento a evolução das TICs é fundamental. A melhoria

constante e a busca pela padronização das ferramentas empregadas nas Smart Cities é o

que garantirá o sucesso e o alcance dos objetivos dessa tecnologia.

Propõe-se, como trabalhos futuros, o desenvolvimento de dispositivos que

possibilitem a integração com a central de controle de automação residencial. Pode-se

pensar em tornar os serviços personalizados, mais dinâmicos e eficientes. A aplicação de

orientação ao contexto e qualidade de serviço. É importante pensar na abordagem

relacionada à ética e privacidade em alguns serviços das Smart Cities. E propõe-se um

novo modelo de maturação para Smart City.

Referências Bibliográficas

II Encontro das Faculdades de Gestão e Negócios, 20, ANO, Uberlândia. SOARES,

David José, Cidades Inteligentes: um novo arranjo para o desenvolvimento, Minas

Gerais, 2012.

GAMA, Kiev; ALVARO, Alexandre; PEIXOTO, Eduardo. Em Direção a um Modelo

de Maturidade Tecnológica para Cidades Inteligentes. VIII Simpósio Brasileiro de

Sistemas de Informação, 2012.

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Índice de Cidades Inteligentes – Portugal. INTELI: Inteligência em Inovação, Centro

de Inovação. 2012.

LEMOS, André. Cidades Inteligentes. GEXECUTIVO, v 12, n 2 , p. 46- 49,

julho/dezembro, 2013.

LEMOS, André; PASTOR, Leornardo. Internet das Coisas, Automotismo e

Fotografia. Uma análise pela teoria ator-rede. 2014.

NESELLO, Priscila; FACHINELLI, Ana Cristina. Big Data: O Novo Desafio para

Gestão. Revista Inteligência Competitiva, v. 4, n. 1, p. 18-38, jan/mar 2014.

RUSCHEL, Henrique; ZANOTTO, Mariana Susan; MOTA, Wélton, Costa.

Computação em Nuvem. 2010.

SELEDA, Catarina; SILVA Carla. As Cidades Inteligentes na Agenda Europeia:

Oportunidades para Portugal.

SILVA, Flávio; ROCHA, Rogério. Internet das Coisas: A Internet e sua Evolução

Rumo a Ubiquidade.

MONK, Simon; Projetos com Arduino e Android. 2014.

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Anexo II: Código da Proposta

HomeActivity:

import java.net.InetAddress; import java.net.NetworkInterface; import java.net.SocketException; import java.util.Enumeration; import android.app.Activity; import android.content.Intent; import android.net.Uri; import android.os.Bundle; import android.util.Log; import android.view.View; import android.view.View.OnClickListener; import android.widget.Button; import android.widget.TextView; public class HomeActivity extends Activity { public DigitalOutputs outputs; public String URL = "not connected"; private WebServer mWebserver = null; private TextView mStatusView; @Override public void onCreate(Bundle savedInstanceState) { super.onCreate(savedInstanceState); setContentView(R.layout.main); URL = startWebServer(); TimerMonitor tm = new TimerMonitor(HomeActivity.this); tm.start(); HeatingMonitor hm = new HeatingMonitor(HomeActivity.this); hm.start(); Button button = (Button)findViewById(R.id.openButton); button.setOnClickListener( new OnClickListener() { public void onClick(View v) { Intent myIntent = new Intent(Intent.ACTION_VIEW); myIntent.setData(Uri.parse(URL + "home?")); startActivity(myIntent); } });

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button = (Button)findViewById(R.id.prefsButton); button.setOnClickListener( new OnClickListener() { public void onClick(View v) { Intent i = new Intent(HomeActivity.this, PrefsActivity.class); startActivity(i); } }); button = (Button)findViewById(R.id.restartButton); button.setOnClickListener( new OnClickListener() { public void onClick(View v) { mWebserver.destroy(); } }); } private String startWebServer() { mStatusView = (TextView)findViewById(R.id.statusview); URL = "http://" + getLocalIpAddress() + ":8080/"; outputs = new DigitalOutputs(HomeActivity.this); mWebserver = new WebServer(HomeActivity.this); mWebserver.start(); return URL; } public void setStatus(String status) { mStatusView.setText(status); } public String getLocalIpAddress() { try { for (Enumeration<NetworkInterface> en = NetworkInterface.getNetworkInterfaces(); en.hasMoreElements();) { NetworkInterface intf = en.nextElement(); for (Enumeration<InetAddress> enumIpAddr = intf.getInetAddresses(); enumIpAddr.hasMoreElements();) { InetAddress inetAddress = enumIpAddr.nextElement(); if (!inetAddress.isLoopbackAddress()) { return inetAddress.getHostAddress().toString(); } } } } catch (SocketException ex)

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{ Log.e("SRM", ex.toString()); } return null; }

}

WebServer:

import java.io.BufferedReader; import java.io.DataOutputStream; import java.io.InputStreamReader; import java.net.ServerSocket; import java.net.Socket; import java.util.HashMap; class WebServer extends Thread { final int PORT = 8080; private HomeActivity mActivity; public WebServer(HomeActivity activity) { super(); mActivity = activity; } public void run() { ResponseHelper helper = new ResponseHelper(mActivity); try { ServerSocket serversocket = new ServerSocket(PORT); setStatus("Started, Connect to: " + mActivity.URL + "home?"); while (true) { Socket connectionsocket = serversocket.accept(); BufferedReader input = new BufferedReader(new InputStreamReader(connectionsocket.getInputStream()), 8192); DataOutputStream output = new DataOutputStream(connectionsocket.getOutputStream()); handleRequest(input, output, helper); } } catch (Throwable e) { setStatus(e.getMessage()); }

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} private void setStatus(final String message) { mActivity.runOnUiThread(new Runnable() { public void run() { mActivity.setStatus(message); } }); } private void handleRequest(BufferedReader input, DataOutputStream output, ResponseHelper helper) throws Exception { // todo - make bullet proof !!!!!! String request = input.readLine(); // GET /page?arg1=fred&arg2=smith HTTP/1.1 int indexOfSlash = request.indexOf('/'); int indexOfQ = request.indexOf('?'); String page = null; String paramsString = null; String response = ""; if (indexOfSlash < 0 || indexOfQ <= indexOfSlash) { response = generateError("No page specified"); } else { int indexOfSpace = request.indexOf("HTTP")-1; if (indexOfSpace >= indexOfQ) { page = request.substring(indexOfSlash+1, indexOfQ); paramsString = request.substring(indexOfQ+1, indexOfSpace); response = helper.generateResponse(page, mActivity.URL, parseParams(paramsString)); } } output.writeBytes(constructHttpHeader()); output.writeBytes(response); output.close(); } private String constructHttpHeader() { String s = "HTTP/1.0 "; s = s + "200 OK"; s = s + "\r\n"; s = s + "Connection: close\r\n"; s = s + "Server: Home Automation v0\r\n"; s = s + "Content-Type: text/html\r\n"; s = s + "\r\n"; return s; }

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private HashMap<String, String> parseParams(String paramsString) { HashMap<String, String> map = new HashMap<String, String>(); if (paramsString == null) { return map; } final int READING_NAME = 0; final int READING_VALUE = 1; String name = ""; String value = ""; int state = READING_NAME; int i = 0; char ch; int n = paramsString.length(); while (i < n) { ch = paramsString.charAt(i); i++; if (state == READING_NAME) { if (ch == '=') { state = READING_VALUE; } else { name = name + ch; } continue; } if (state == READING_VALUE) { if (ch == '&' || i == n) { if (i == n) { value = value + ch; } map.put(name, value); name = ""; value = ""; state = READING_NAME; } else { value = value + ch; } } } return map; } private String generateError(String message) {

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String s = "<html><body>"; s = s + "<H1>Error</H1>"; s = s + "<p>" + message + "</p>"; s = s +"</body></html>"; return s; } }

Template:

import java.io.ByteArrayOutputStream; import java.io.IOException; import java.io.InputStream; import android.app.Activity; public class Template { private Activity mActivity; private String mValue; public Template(String resourceName, Activity activity) { mActivity = activity; mValue = readTemplate(resourceName); } public void set(String key, String value) { mValue = mValue.replaceAll("::" + key + "::", value); } public String toString() { return mValue; } private String readTemplate(String resourceName) { InputStream inputStream = null; try { inputStream = mActivity.getAssets().open("templates/"+ resourceName + ".html"); } catch (IOException e) { // TODO Auto-generated catch block e.printStackTrace(); return "Template not found: " + resourceName; } return readTextFile(inputStream); }

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private String readTextFile(InputStream inputStream) { ByteArrayOutputStream outputStream = new ByteArrayOutputStream(); byte buf[] = new byte[1024]; int len; try { while ((len = inputStream.read(buf)) != -1) { outputStream.write(buf, 0, len); } outputStream.close(); inputStream.close(); } catch (IOException e) { } return outputStream.toString(); } }

Beeper:

import android.media.AudioFormat; import android.media.AudioManager; import android.media.AudioTrack; public class Beeper { private final static int SAMPLE_RATE = 16000; private final static int ONE_DURATION = 32; private final static int ZERO_DURATION = 8; private final static int BIT_DURATION = 64; private final static int DURATION = BIT_DURATION * 32; private final static float f = 1000.0f; private short[] buffer = null; public synchronized void beep(int word) { AudioTrack at; int bufsizbytes = DURATION * SAMPLE_RATE / 1000; int bufsizsamps = bufsizbytes / 2; buffer = new short[bufsizsamps]; fillbuf(word, bufsizsamps); try { at = new AudioTrack(AudioManager.STREAM_MUSIC, SAMPLE_RATE, AudioFormat.CHANNEL_CONFIGURATION_MONO, AudioFormat.ENCODING_PCM_16BIT, bufsizbytes, AudioTrack.MODE_STATIC); at.setStereoVolume(1.0f, 1.0f); at.write(buffer, 0, bufsizsamps);

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at.play(); Thread.sleep(2000); } catch (Exception e) { e.printStackTrace(); } } void fillbuf(int word, int bufsizsamps) { double omega, t; double dt = 1.0 / SAMPLE_RATE; t = 0.0; omega = (float) (2.0 * Math.PI * f); for (int i = 0; i < bufsizsamps; i++) { if (toneRequired(t, word)) { buffer[i] = (short) (32000.0 * Math.sin(omega * t)); } else { buffer[i] = 0; } t += dt; } } boolean toneRequired(double t, long word) { int ms = (int) (t * 1000); int bitIndex = ms / BIT_DURATION; int bit = (int) ((word >> (15 - bitIndex)) & 1); int msWithinBit = ms - (bitIndex * BIT_DURATION); if (bit == 1 && msWithinBit < ONE_DURATION) { return true; } if (bit == 0 && msWithinBit < ZERO_DURATION) { return true; } return false; } }

PrefsActivity:

import android.app.Activity; import android.app.AlertDialog; import android.content.DialogInterface; import android.content.SharedPreferences;

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import android.os.Bundle; import android.view.View; import android.view.View.OnClickListener; import android.widget.Button; import android.widget.CheckBox; import android.widget.EditText; public class PrefsActivity extends Activity { public static final String PREFS_NAME = "HomeAutomationPrefsFile"; @Override public void onCreate(Bundle savedInstanceState) { super.onCreate(savedInstanceState); setContentView(R.layout.prefs); SharedPreferences settings = getSharedPreferences(PREFS_NAME, 0); String powerName1 = settings.getString("POWERNAME1", "Outlet 1"); final EditText powerNameField1 = (EditText)findViewById(R.id.powername1); powerNameField1.setText(powerName1); String powerName2 = settings.getString("POWERNAME2", "Outlet 2"); final EditText powerNameField2 = (EditText)findViewById(R.id.powername2); powerNameField2.setText(powerName2); String powerName3 = settings.getString("POWERNAME3", "Lights 1"); final EditText powerNameField3 = (EditText)findViewById(R.id.powername3); powerNameField3.setText(powerName3); String powerName4 = settings.getString("POWERNAME4", "Lights 2"); final EditText powerNameField4 = (EditText)findViewById(R.id.powername4); powerNameField4.setText(powerName4); String password = settings.getString("PASSWORD", "password"); final EditText passwordField = (EditText)findViewById(R.id.password); passwordField.setText(password); String doorkey = settings.getString("DOORKEY", "A045"); final EditText doorkeyField = (EditText)findViewById(R.id.doorkey); doorkeyField.setText(doorkey); String units = settings.getString("UNITS", "F"); final CheckBox cb = (CheckBox)findViewById(R.id.degC); if (units.equals("C")) { cb.setChecked(true); } else {

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cb.setChecked(false); } Button button = (Button)findViewById(R.id.saveButton); button.setOnClickListener( new OnClickListener() { public void onClick(View v) { SharedPreferences settings = getSharedPreferences(PREFS_NAME, 0); SharedPreferences.Editor editor = settings.edit(); editor.putString("POWERNAME1", powerNameField1.getText().toString()); editor.putString("POWERNAME2", powerNameField2.getText().toString()); editor.putString("POWERNAME3", powerNameField3.getText().toString()); editor.putString("POWERNAME4", powerNameField4.getText().toString()); editor.putString("PASSWORD", passwordField.getText().toString()); String key = doorkeyField.getText().toString(); if (validateDoorKey(key)) { editor.putString("DOORKEY", key); } if (cb.isChecked()) { editor.putString("UNITS", "C"); } else { editor.putString("UNITS", "F"); } editor.commit(); } private boolean validateDoorKey(String key) { if (key.length() != 4) { alert("Door key must be 4 digit hex"); return false; } try { Integer.parseInt(key, 16); } catch (NumberFormatException e) { alert("Door key must be 4 digit hex"); return false; }

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return true; } public void alert(String message) { AlertDialog alertDialog = new AlertDialog.Builder(PrefsActivity.this).create(); alertDialog.setTitle("Alert"); alertDialog.setMessage(message); alertDialog.setButton("OK", new DialogInterface.OnClickListener() { public void onClick(DialogInterface dialog, int which) { return; } }); alertDialog.show(); } }); } }

Home.html:

<h1>Home - Central de Controle </h1> <table cellPadding="20"> <tr> <td class="cellButtonHome" onClick="javascript:goto('door?')"><u><i>Porta</i></u></td> <td class="cellButtonHome" onClick="javascript:goto('bedtime?')">Dispositivo 2</td> </tr> <tr> <td class="cellButtonHome" onClick="javascript:goto('timers?')">Dispositivo 3</td> <td class="cellButtonHome" onClick="javascript:goto('power?')">Dispositivo 4</td> </tr> <tr> <td class="cellButtonHome" onClick="javascript:goto('heatingD?')">Dispositivo 5</td> <td class="cellButtonHome" onClick="javascript:goto('heatingW?')">Dispositivo 6</td> </tr> </table> Door.html: <h1>Controle da Porta</h1> <script> function submitWithAction(action) { document.forms[0].action.value = action; document.forms[0].submit(); } </script>

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<form action="door" method="GET"/> <input type="hidden" id="action" name="action" value="-"/> <table cellPadding="20"> <tr> <td width="50%" class="bigTD">Senha:</td> <td width="50%" class="bigTD"> <input type="password" name="password" size="20" value=""/> </td> </tr> </table> <table cellPadding="20"> <tr> <input class="offButton" type="button" value="Destrancar" onClick="submitWithAction('0')"/> </tr> </table> <input class="button" type="button" value="Home" onClick="goto('home?')"/> </form>

Sketch Central de Automação:

#include <VirtualWire.h>

#define soundPin 18

#define zeroDurationFrom 10000

#define zeroDurationTo 25000

#define oneDurationFrom 35000

#define oneDurationTo 50000

#define resetTimeout 3000

#define AonPin 16

#define AoffPin 17

#define BonPin 14

#define BoffPin 15

#define ConPin 8

#define CoffPin 9

#define DonPin 11

#define DoffPin 10

#define ButtonPressPeriod 1000

int onPins[] = {AonPin, BonPin, ConPin, DonPin};

int offPins[] = {AoffPin, BoffPin, CoffPin, DoffPin};

int remote = 0;

void setup()

{

pinMode(soundPin, INPUT);

for (int i = 0; i < 4; i++)

{

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pinMode(onPins[i], OUTPUT);

pinMode(offPins[i], OUTPUT);

}

vw_set_ptt_pin(5); // out of the way

vw_set_rx_pin(4); // out of the way

vw_set_ptt_inverted(true);

vw_setup(2000);

Serial.begin(9600);

}

unsigned int result;

int bitNo = 0;

long lastPulseTime = 0;

void loop()

{

long pulseLength = pulseIn(soundPin, HIGH, oneDurationTo * 2);

long timeSinceLastPulse = millis() - lastPulseTime;

lastPulseTime = millis();

if (pulseLength == 0 || timeSinceLastPulse > resetTimeout)

{

bitNo = 0; result = 0;

}

else

{

if (pulseLength >= zeroDurationFrom && pulseLength <=

zeroDurationTo)

{

result = result << 1;

bitNo ++;

}

else if (pulseLength >= oneDurationFrom && pulseLength <=

50000)

{

result = (result << 1) + 1;

bitNo ++;

}

}

if (bitNo == 16)

{

processWord(result);

bitNo = 0; result = 0;

}

}

void processWord(int message)

{

int device = message >> 8;

int action = message & 0x00FF;

Serial.print("Device: "); Serial.print(device);

Serial.print(" action: "); Serial.println(action);

if (device > 0 && device <= 4)

{

processPower(device, action);

}

else

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{

processRadio(device, action);

}

}

void processPower(int device, int action)

{

if (action)

{

pressButton(device, onPins);

}

else

{

pressButton(device, offPins);

}

}

void processRadio(int device, int action)

{

uint8_t msg[2];

msg[0] = (uint8_t)device;

msg[1] = (uint8_t)action;

vw_send((uint8_t *)msg, 2);

delay(400);

}

void pressButton(int channel, int column[])

{

int pin = column[channel - 1];

digitalWrite(column[channel-1], HIGH);

delay(ButtonPressPeriod);

digitalWrite(column[channel-1], LOW);

delay(ButtonPressPeriod);

}