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UM ESTUDO REALIZADO SOBRE QUAL O
DESTINO DOS EQUIPAMENTOS
ELETRÔNICOS, BATERIAS, PILHAS,
CELULARES E COMPUTADORES NA
CIDADE DE CACOAL/RO.
Fabiana Maria Alves (UNIR)
Jonathan Alves Santos (UNIR)
juander antonio de oliveira souza (UNIR)
Wallykson Gregory Garcia da Silva (UNIR)
Wesley Goncalves Pereira (UNIR)
Com os avanços da tecnologia tem aumentado o uso de equipamentos
eletrônicos no mundo torna cada vez mais rápido obsoletos os
equipamentos eletrônicos, dependente de materiais tóxicos e não
biodegradáveis, que quando descarte é feito inadequado causa dano ao
meio ambiente e a saúde. Surge uma grande preocupação o que fazer
com resíduos sólidos da era moderna. Diante dessa situação várias
legislações foram publicadas com o intuito de regulamentar e de orientar
sobre os procedimentos necessários para o manuseio, transporte,
fabricação, reciclagem e deposição desses resíduos de maneira
ambientalmente correta. Diante disso, o presente trabalho tem como
objetivo apresentar um panorama da situação do município de Cacoal/RO
frente à problemática do lixo eletrônico, realizando pesquisas com a
população e nas empresas (de eletrodomésticos, informática, relojoaria, e
operadoras), com relação ao descarte, tratamento e reciclagem deste tipo
de material, proporcionado assim uma reflexão acerca do papel social
nas questões relacionadas à qualidade de vida e ao meio ambiente.
Engenharia reversa está cada vez mais se tornando uma importante área
de pesquisas para o avanço das tecnologias existentes.
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
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Palavras-chave: Lixo eletrônico, Linha-verde, Tecnologia, Meio ambiente,
Logística reversa.
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1. Introdução
Nas últimas décadas a evolução da tecnologia, tem aumentado o uso de equipamento
eletrônico no mundo, se tornando aliada do bem estar social econômico e financeiro dando início
a era da globalização, atingindo todas as classes consumidoras.
Esta integração do “homem - tecnologia - modernidade e desenvolvimento tecnológico e
sustentável não têm sido priorizada em discussões no cotidiano da maioria das pessoas”,
(SOMMER, 2005).
Computadores, Celulares vem sendo modernizado e remodelado para melhor adaptar ao
estilo de cada um. Todo ano, vários modelos são apresentados, e a tendência é sempre renovar.
Com tanta gente trocando tão rápido os equipamentos como celulares e computadores. O que
fazer com os velhos, para onde vão todos os equipamentos que serão descartados? Ou seja, para
onde vai todo o lixo eletrônico? Será que esse mesmo lixo pode ser reaproveitado?
A ausência do conhecimento sobre a problemática do lixo eletrônico pode trazer graves
consequência socioambiental. É importante saber que além dos problemas que enfrentamos com
o aquecimento global, nos últimos anos enfrentamos outro problema ambiental chamado lixo
eletrônico.
Herança do desenvolvimento tecnológico, os resíduos sólidos de caráter tecnológico
configuram-se atualmente como o problema de coleta que mais cresce a nível mundial
(SOMMER, 2005), tendo em vista o curto ciclo de vida e a alta taxa de renovação, aliado aos
preços, extremamente altos, do desmantelamento e tratamento dos elementos químicos
encontrados nos eletroeletrônicos. (CÂNDIDO & SILVA, 2007).
Diante dessa situação várias legislações foram publicadas com o intuito de regulamentar e
de orientar sobre os procedimentos necessários para o manuseio, transporte, fabricação,
reciclagem e deposição desses resíduos de maneira ambientalmente correta.
De acordo com pesquisas realizadas pelo Greenpeace, a cada ano os eletrônicos
descartados somam até 50 milhões de toneladas de lixo (G1, 2007).
O Brasil está se tornando um dos maiores produtores do lixo eletrônico (e-lixo) dentre os
países desenvolvidos, e o quarto produtor de e-lixo provenientes de telefones celulares, terceiro
provenientes de TV, e o primeiro em computadores, (COSTA, 2010). Tendo em vista que o
Brasil tem um grande problema para enfrentar nas próximas décadas
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Existem poucas empresas no mundo, que fazem o trabalho de reciclar e recondicionar
lixos eletrônicos em geral. São eficientes, mas não conseguem suportar a produção mundial. No
Brasil a situação é ainda mais catastrófica. As pesquisas mostram que no país existem poucas
empresas que trabalham com esse tipo de reciclagem. Além disso, tais empresas estão em locais
de difícil acesso para determinadas regiões, (COSTA, et al 2011).
O Brasil produz cerca de 2,6 kg por ano de resíduos eletrônicos por habitante. Estes
produtos podem conter chumbo, cádmio, arsênio, mercúrio, bifenilas poli cloradas (PCBs), éter
difenil-polibromado entre outras substâncias perigosas, Veja tabela abaixo:
Tabela 1 - Substâncias e suas causas e efeitos no homem
Substância Origem Tipo de
contaminação Efeito
Mercúrio Computador, monitor,
televisão de tela plana.
Inalação e
toque
Problemas de estômago,
distúrbio renais e neurológicos,
alterações genéticas e no
metabolismo.
Cádmio
Computador, monitor de
tubo e baterias de
laptops.
Inalação e
toque
Agente cancerígeno, afeta o
sistema nervoso, provoca dores
reumáticas, distúrbios
metabólicos e problemas
pulmonares.
Arsênio Celulares Inalação e
toque
Agente cancerígeno, afeta o
sistema nervoso e cutâneo.
Zinco Baterias de celulares e
laptops Inalação
Provoca vômitos, diarréias e
problemas pulmonares.
Manganês Computador e celular Inalação
Anemia, dores abdominais,
vômito, seborréia, impotência,
tremores nas mãos e
perturbações emocionais.
Cloreto de
Amônia
Baterias de celulares e
laptops Inalação
Acumula-se no organismo e
provoca asfixia
Chumbo Computador, celular e
televisão.
Inalação e
toque
Irritabilidade, tremores
musculares, lentidão de
raciocínio, alucinação, insônia e
hiperatividade.
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PVC Usado em fios para isolar
correntes Inalação Problemas respiratórios
Fonte: Adaptado de BIONDO, CASTELLO BRANCO JR apud PALLONE, (2008)
Recentemente são evidenciados casos de contaminação decorrentes a exposição por altas
taxas de metais pesados tem ganhado destaque nas mídias, e os resíduos eletrônicos tem ganhado
destaque dentre os resíduos mais perigosos. Um dos casos de grande relevância mundial como a
contaminação por mercúrio, ocorrida em Minamata, no Japão (ROHLFS; SILVA, apud, LEGAT;
BRITO, 2010).
Os Celulares e computadores são compostos por materiais metálicos e polímeros
(plásticos), um celular contém diversas substâncias cerca de 40 átomos de elementos da tabela
periódica. Metais comuns como chumbo cobre estanho e metais preciosos como prata e ouro.
Aproximadamente 94% dos materiais contidos nos aparelhos eletroeletrônicos podem ser
reciclados.
“A princípio, todos os componentes do microcomputador e do monitor podem ser
reciclados. Até mesmo as substâncias tóxicas, como o chumbo, são reaproveitadas na
confecção de novos produtos, como pigmentos e pisos cerâmicos. O descarte correto dos
lixos eletrônicos, além de evitar a contaminação do meio ambiente, evita também, por
meio da reutilização, que haja extração de mais minerais”, (COSTA, et al, 2011).
A produção de cada aparelho celular consome uma pequena parte dos recursos naturais.
Em 2007 foram vendidos 1200 milhões de celular sendo que cada unidade vendida e composta
por 250 mg de Prata (Ag), 24 mg de Ouro (Au), 9 mg de Chumbo (Pb), e 9 g de Cobre 1200 M
20g por bateria, e 3,8 g Carbono (CO), (COSTA, 2010).
Quando um computador ou um celular vai para o aterro sanitário, essas substâncias
reagem com as águas da chuva e contaminam os afluentes e o solo.
Além dos problemas dos problemas ambientais causados pela à disposição inadequada de
resíduos eletrônicos e dos graves danos à saúde, a indústria de eletrônico s consume inúmeros dos
recursos naturais, principais fontes de recursos não renováveis, como combustível fóssil.
Exemplo no processo de fabricação de um computador consome aproximadamente 240 kg de
combustível, 22 kg de produtos químicos e 1,5 toneladas de água, (COSTA, 2011, Relatório da
ONU, 2009).
Na extração dos metais preciosos, provoca desastre ambiental, como desmatamento
assoreamento dos rios e lagos, degradação do solo, e contaminação das águas e toda vida
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aquática. O caso da mineração no Peru tornou-se também um exemplo de referência mundial, já
que a permissividade da legislação no setor da mineração coloca a sustentabilidade das minas de
ouro em causa, levando igualmente a processos de contaminação com chumbo, mercúrio e
cádmio, (COSTA, et al, 2013).
Ainda de acordo com COSTA (2011), o que é necessário no momento é analisar o
problema desse tipo de lixo e organizar formas de coletar, receber e encaminhar tais resíduos para
locais corretos que possam fazer a separação e, posteriormente, as doações e reciclagens e
também necessária implantação de empresas que faça este trabalho.
Reciclagem de lixo eletrônico é um tipo de negócio que o mercado brasileiro está
carente. A importância de ter alguma empresa ou instituição que coopere com o tratamento do
lixo eletrônico nas diferentes regiões do Brasil. São necessárias também campanhas de
conscientização, divulgação das empresas parceiras e compromisso por parte da gestão pública
dos municípios.
Por meio do presente projeto, foi pesquisado no município de Cacoal/RO, qual o destino
dos equipamentos eletrônicos, baterias, pilhas, celulares e computadores. Foram feitas entrevistas
para saber o nível de conscientização das pessoas e, também, se as empresas de na área de
informática e revendedoras de equipamentos eletrônicos realiza a coleta/recebimento e separação
do lixo.
2. Lixo eletrônico
O lixo eletrônico, também conhecido por e-lixo, é todo resíduo material produzido pelo
descarte de equipamentos eletrônicos. Esse projeto tem como objetivo principal a linha Verde:
computadores desktop e laptops, acessórios de informática, tablets e telefones celulares. Um dos
motivos que levou a pesquisa desse tema, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria
Elétrica Eletrônica - ABINEE, a indústria de eletroeletrônicos representa 3,3% do PIB Brasileiro
e empregando mais de 180 mil pessoas. Do total de R$ 138 bilhões em 2011, cerca de R$ 7,9
bilhões foram de exportações.
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Gráfico 1 – Penetração do mercado informal de Equipamentos Eletro
Eletrônicos
Fonte: Adaptado Apresentação ABINEE – SIREE. (2012)
Os eletrônicos têm sido os equipamentos que passam por atualizações e trocas tem um
ciclo de vida muito curto em relação aos outros eletrodomésticos, pois uma pessoa troca de
celular duas vezes por ano; e de computador, anualmente, já outros eletrodomésticos podem durar
mais tempo.
Tabela 2 - Diagnostico da Geração de Resíduos Eletroeletrônicos
Linha Itens Vida útil Peso Principais
componentes
Verde Impressora/Celular/Desktop
/Laptop 2 - 5 anos 0,09 – 30 quilos
Metais e
plástico
Marrom TV de tubo/DVD/VHS/TV
LCD/Plasma/Áudio 5 – 13 anos 1 – 35 quilos
Plástico e
vidro
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Branco Geladeira/Fogão/Lava-
roupas/Ar Condicionado 10 – 15 anos 30 – 70 quilos Metais
Azul
Ferro
Elétrico/Batedeira/Liquidifi
cador/Furadeira
10 – 12 anos 0,5 – 5 quilos Plástico
Fonte: Adaptado ABDI (2012)
Todos os equipamentos eletrônicos podem virar um lixo eletrônico e, caso o proprietário
não compreenda os seus riscos, ele pode acabar descartando tal lixo de maneira inadequada.
Dessa forma, a consciência ambiental deve ser tema desde as escolas infantis até as pós-
graduações. Muitos adultos ainda não têm consciência da gravidade do problema. Muitos
acreditam que só o computador dele irá para o lixo e, sendo só um não tem problema.
É necessário investimento em campanhas para divulgar a forma correta de descarte do e-
lixo. Além disso, é preciso que as cidades mantenham pontos de recebimento em diferentes
regiões da mesma para facilitar que as pessoas entreguem esse lixo, ficando a cargo de entidades
apropriadas reaproveitarem ou encaminhar pra reciclagem, (COSTA, et al, 2011).
A reciclagem é importante para qualquer tipo de material. Se tratando de e-lixo, pode-se
notar na Tabela 1 acima, que há elementos que não são renováveis. Ou seja, são elementos da
natureza que, caso se esgote, não há como produzir mais.
3. A logística reversa
Um importante avanço da política é a chamada “logística reversa”. Conforme definição
apresentada na própria legislação, a logística reversa é um instrumento de desenvolvimento
econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada. É através desse sistema, por exemplo, que materiais recicláveis de um
produto eletrônico em fim de vida útil descartado pelo consumidor poderão retornar ao setor
produtivo na forma de matéria-prima.
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O Brasil foi o primeiro país da América a implantar a resolução Conselho Nacional dos
Resíduos Sólidos CONAMA 451/2008.
Em 2010 o Brasil publicou a lei federal nº 12.305/ 2010 que determina "De acordo com a
política Nacional de Resíduos Sólidos têm a obrigação de realizar a logística reserva, as empresas
que fabrica materiais perigosos ao meio ambiente, deve se responsabilizar pelo recolhimento dos
mesmos descartados pelos consumidores. As empresas também devem divulgar aos
consumidores onde descartar o lixo eletrônico para ser devolvido à empresa através da logística
reversa (BRASIL, 2010).
A lei 12.305 implantada instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que está
integrada com a Política Nacional do Meio Ambiente, articula-se com a Política Nacional de
Educação Ambiental e com a Política Federal de Saneamento Básico.
A referida lei tem por objetivo Art.: 9º Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos,
deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: reduzir o volume e a periculosidade de
resíduos sólidos, priorizando a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento
dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (POLITICA
NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS, 2012).
De acordo com a própria Lei nº 12.305, há o estabelecimento do prazo limite, Agosto de
2014, para a implantação da logística reversa e de outros pontos relativos à reciclagem e
reutilização de resíduos sólidos como, por exemplo, o fim dos lixões (BRASIL, 2010).
“De forma a viabilizar a logística reversa exigida pela PNRS, todas as partes relacionadas
ao processo deverão contribuir para o encaminhamento dos produtos em fim de vida útil para a
reciclagem ou destinação final ambientalmente adequada”. (LEITE, 2012).
O ciclo de vida útil de um produto é composto pelas fases de concepção, definição,
produção, operação e obsolescência. A logística reversa atua no intuito de “fechar” esse ciclo,
visando o retorno do produto obsoleto a fim de reciclá-los transformando novamente em matéria-
prima aproveitável, direcionando os dejetos de forma ambientalmente adequada. A figura abaixo
mostra o ciclo de vida dos equipamentos Eletroeletrônicos e sua reutilização na cadeia produtiva.
(LEITE, 2012).
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Figura 1 - Ciclo de vida dos Equipamentos Eletro Eletrônicos
Fonte: ABDI (2012) apud RIS Internacional (2003) e Leite (2003)
Reciclar lixo eletrônico não se trata apenas de uma ação de sustentabilidade. É evitar
extração de alguns minerais e, também, evita que lençóis freáticos e solo sejam contaminados por
elementos químicos, é praticar a logística reversa desses produtos. Ainda promove o
desenvolvimento econômico do País de forma sustentável.
4. Estudo de caso: o lixo eletrônico no município de Cacoal
4.1 Materiais e métodos utilizados
O estudo de caso foi feito por meio de pesquisa envolvendo os procedimentos
metodológicos quantitativos e qualitativos dos resultados obtidos.
Inicialmente foram realizadas várias pesquisas bibliográficas de vários autores que falam
sobre o tema. Em seguida, foi formulado um questionário para ser aplicado em Cacoal/RO
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visando analisar a opinião da população sobre o assunto, bem como seu nível de interesse e
conhecimento sobre o mesmo.
Logo, realizou-se entrevistas com duzentos cidadãos entre onze a sessenta anos, em
diferentes pontos da cidade.
Foi abordado no questionário o conhecimento sobre o uso e descarte do lixo eletrônico, o
que são lixos eletrônicos e se a pessoa sabia como descartar esse tipo de lixo.
Foram entrevistadas vinte e sete lojas de informáticas e revendedoras de equipamentos
eletrônicos e três lojas filiais das operadoras Vivo, Oi e Claro.
Foi abordado se as lojas possuíam urna de coleta, o que faz com o lixo recolhido. E se as
lojas informam seus clientes sobre o posto de coleta.
3.2 Resultados obtidos
3.2.1 Resultados da pesquisa populacional
A partir do gráfico apresentado abaixo, conclui-se que 18% nunca ouviram falar do termo
lixo eletrônico. Os outros 82% já ouviram falar, sabem os riscos que oferecem ao meio ambiente
e para o ser humano e sabem como devem ser feitos o descarte do lixo eletrônico.
Gráfico 2 - Qual o seu conhecimento sobre lixo eletrônico?
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Fonte: Elaborado pelos autores
Ao perguntar para as pessoas, em sua opinião, de quem é a responsabilidade pelo
tratamento e descarte do lixo eletrônico? 53% responderam que e de responsabilidade das
Indústrias e Comércio. As empresas que fabricam eletrônicos e os comerciantes que vendem
devem receber o lixo eletrônico dos consumidores (logística reversa). Sim, de acordo com a
PNRs todas as empresas que produzem qualquer tipo de produto que cause danos ao meio
ambiente e saúde pública devem recolher seus produtos no fim de sua vida útil e dar destino final
adequado, ou seja, reciclando e entregando novamente ao processo produtivo já que os
equipamentos eletrônicos podem ser reciclados quase 100% de seus componentes.
Gráfico 3 - Em sua opinião, de quem é a responsabilidade pelo tratamento e descarte do lixo
eletrônico?
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Fonte: Elaborado pelos autores
Ao perguntar se tinham conhecimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei
federal nº 12.305/ 2010), 68% responderam que não. Diante disso e o dever do poder público
divulgar melhor suas leis, e manter a população mais bem informada.
Gráfico 4 - Você conhece a Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei federal nº 12.305/2010)?
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Fonte: Elaborado pelos autores.
Ao perguntar ao público se conhecem algum local de coleta na sua cidade, 58% disseram
que não conhecem nenhum local de coleta na cidade. Conforme os dados da pesquisa com as
lojas de eletrônicos da cidade, 68% das entrevistadas possuem um local de coleta, e que apenas
18% delas informa seus clientes sobre o local de coleta. As que não informam, justificaram que
por não há espaço grande para armazenar este material.
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Gráfico 5 - Você conhece algum local na sua cidade onde é feita a coleta de lixo eletrônico?
Fonte: Elaborado pelos autores
Ao perguntar ao público quantas vezes eles trocaram de celular nos últimos 3 anos, 42%
disseram que trocaram apenas uma vez de aparelho telefônico. Em relação ao avanço tecnológico
o índice de troca desse aparelho se mostrou menor que o esperado em vista a constante oferta de
novos modelos no mercado.
Gráfico 6 - Quantas vezes nestes últimos 3 anos você trocou de Celular?
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Fonte: Elaborado pelos autores
Ao se perguntar ao público quantas vezes nestes últimos 3 anos você trocou de
computador, 52% responderam que não foi feita nenhuma troca de computador pelo menos nos
últimos 3 anos. Mais 35% trocaram apenas uma vez, em busca equipamentos mais modernos,
contudo os computadores representam uma baixa porcentagem no descarte de lixo eletrônico
atendendo o ciclo vida útil desses aparelhos.
Gráfico 7 - Quantas vezes nestes últimos 3 anos você trocou de Computador?
Fonte: Elaborado pelos autores
Ao perguntar ao público quando precisou se desfazer de algum material eletrônico o que
fez? A pesquisa apontou que 47% dos entrevistados jogaram no lixo comum, o dado alarmante é
justificado por não haver local apropriado para o descarte deste lixo.
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Gráfico 8 - Quando precisou se desfazer de algum material eletrônico o que fez?
Fonte: Elaborado pelos autores
Ao Perguntar para o público se é possível reciclar o lixo eletrônico? 77% responderam
que sim, contudo 23% apresentam total ou parcial conhecimento da possibilidade do
reaproveitamento do lixo eletrônico.
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Gráfico 8 - É possível reciclar o lixo
eletrônico?
Fonte: Elaborado pelos autores
Ao perguntar para o público, o que faz com as pilhas inservíveis? 73% responderam que
descartam no lixo comum, por não haver coleta de seletiva para esses matérias.
Gráfico 9 - O que faz com as pilhas inservíveis?
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Fonte: Elaborado pelos autores
3.2.2 Resultados da pesquisa nas lojas de eletro eletrônicos
A pesquisa foi realizada em 27 lojas da cidade de Cacoal/RO. Foram realizadas as
seguintes perguntas:
Ao perguntar pelo responsável dos estabelecimentos se a loja tem local de deposito
do lixo eletrônico? 68% possui o ponto de coleta.
Também perguntou se a loja informa o seu cliente sobre o posto para o descarte do
produto? 18% das lojas responderam a loja informa o seu cliente sobre o posto para o
descarte do produto
O que é feito com os celulares ou computadores que não tem conserto? 44%
encaminham para o fabricante responsável.
O que é feito com as baterias estragadas? 60% responderam que vendido pra uma
empresa de reciclagem.
3.2.3 Resultado da pesquisa realizada nas lojas referentes às operadoras
telefônicas (Vivo, Oi e Claro).
Ao perguntar para os responsáveis pelas lojas filiais das operadoras e revendedoras de
telefone de Cacoal/RO, se na loja possui a urna para deposito do lixo eletrônico? Todas
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responderam que sim. E também foi questionado o que é feito com o lixo eletrônico que é
depositado na urna? A operadora da Vivo, ou seja, a empresa da Vivo Recolhe o material
descartado e encaminha para uma empresa privada. A empresa da Oi, recolhe o material
descartado e encaminha para uma empresa privada credenciada com a Oi. A empresa da Claro
recolhe o material descartado e encaminha para a sede em São Paulo – SP.
4. Considerações finais
Conclui-se que uma pequena parte da população, apenas 12% das pessoas entrevistadas
sabe o que é exatamente o lixo eletrônico, conhece o risco, e procura descarta em local
apropriado. O poder público deve coletar o lixo eletrônico nas residências ou em pontos de
coleta, para fazer o tratamento e descarte adequado, assim como uma orientação adequada a
população. 53% acredita que é exclusivamente de responsabilidade das Indústrias e Comércio.
As empresas que fabricam eletrônicos e os comerciantes que vendem devem receber o
lixo eletrônico dos consumidores (logística reversa). Devem ser criadas empresas para receber o
lixo eletrônico e reciclagem ou descarte deste material. Ainda há uma parcela que conhece apenas
superficialmente o tema. Muitos (58%) ainda não conhecem a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (lei nº 12.305 / 2010).
Muitos apontaram ainda não haver locais de coleta permanente de lixo eletrônico nas suas
cidades (58%), ou desconhecerem a existência desse serviço. Apenas (15%) Afiram existir esse
serviço. Ao perguntar ao público quantas vezes nestes últimos 3 anos trocaram de celular apenas
27% responderam que nenhuma vez, enquanto 45% duas ou mais vezes. Em relação ao
computador 52% não trocaram nenhuma vez de computador nesses últimos três anos, mas 35%
trocou uma vez. Pode-se observar que o consumo de celular é maior que o de computador. A
maioria dos entrevistados (73%) acredita que é possível reciclar esses equipamentos e (73%)
ainda descarta pilhas inservíveis no lixo comum. Isso corrobora a comprovar a falta de uma
política do governo para orientar e fiscalizar o descarte correto.
Das lojas entrevistas, 58% possui o posto de coleta. Mas apenas 15% das lojas informam
o seu cliente sobre o posto para o descarte do produto. Apenas 12% das entrevistadas reciclam o
material depositado no posto de coleta enquanto 31% encaminham para o fabricante responsável.
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35% das lojas vendem as baterias para uma empresa de reciclagem e outros 23% praticam a
logística reversa, encaminhando para a fabricante.
Todas as lojas filiais das operadoras e revendedoras de telefone no município de Cacoal,
que foram entrevistadas possui a urna para deposito do lixo eletrônico, e todo o material
depositado é encaminhado para um destino final adequado.
Munaretto e Santos (2012), afirma que é preciso de investimento público em
conscientização da população. Que precisam entender que o lixo eletrônico é tão preocupante
quanto quaisquer outras doenças que têm preocupado a população. O problema é que não se vê os
malefícios tão rápido quanto os de uma doença. Então, as soluções sustentáveis vão ficando de
lado. Acredita-se que a partir do momento que a administração pública der a importância devida
ao assunto, melhores resultados surgirão. Talvez o investimento em conscientizar a população
sobre o lixo eletrônico não traga lucros financeiros imediatos para o município. Mas, com certeza
trará uma melhor qualidade de vida e até a possibilidade de um novo mercado de trabalho para a
população.
5. Referências
ABDI, Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos Análise de Viabilidade Técnica e Econômica.
2012.
BIONDO, A. C., CASTELLO BRANCO JR., A. AVALIAÇÃO DAS POLITICAS AMBIENTAIS E
PROCEDIMENTOS DO SETOR BANCÁRIO EM RELAÇÃO A LOGÍSTICA REVERSA DE
EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS. Disponível em:
<http://fio.edu.br/cic/anais/2012_xi_cic/PDF/Adm/03.pdf>. Acessado em: 20/11/2014.
BRASIL, 2010. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de
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