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Um Mundo de Idéias · Um Mundo de Idéias Coordenação do projeto Telma Lúcia Lomonico Ramos ... Jessé da Silva, um dos autores, diz em seu texto “escola é sinônimo de aprender,

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Um Mundode Idéias

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Um Mundo de Idéias Coordenação do projeto

Telma Lúcia Lomonico Ramos Maria Eugenia da Costa Sosa

Coordenação EditorialSílnia N. Martins Prado

Revisão de textoSandra Aymone

Digitação e DiagramaçãoLinea Creativa

RealizaçãoFundação EDUCAR DPaschoalwww.educardpaschoal.org.brwww.academiaeducar.org.br

F: (19) 3728-8129

AgradecimentosDiretoria de Ensino de Campinas - Leste e Oeste - nas pessoas de

Célia Maria Ferreira e Antonio Admir Schiavo.Todos os professores e funcionários que tornaram este concurso possível.

Todos os livros da Fundação EDUCAR são distribuídos gratuitamente a escolas públicas, instituições e bibliotecas.

Esta obra foi impressa na Gráfica Editora Modelo Ltda., em papel SULF. RIPASA LD 90 g/m2 para miolo, e capa em COUCHE L2 LD 210 g/m2,

no ano de 2004, com tiragem de 5.000 exemplares para esta 1ª edição.

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É um prazer publicar este livro, feito para ser lido por crianças, jovens e adultos que acreditam na possibilidade de viver num mundo melhor. Os textos são fruto do Concurso Carta, Conto e Poesia realizado entre alunos da 7ª série do Ensino Fundamental das escolas públicas de Campinas.

Como preparação preliminar, os professores participaram de uma oficina de produção de textos e criatividade, cujas atividades levariam posteriormente para suas classes, juntamente com a proposta do concurso. A seleção dos textos foi realizada, num primeiro momento, pelas próprias escolas, em seguida pelas Diretorias de Ensino de Campinas e, finalmente, por jovens da Academia Educar. Os alunos participantes foram orientados a escolher o tipo de texto que queriam escrever: carta, conto ou poesia, e um dos três temas: Minha história na escola, Faça o bem sem olhar a quem; Quem vê cara, não vê coração.

Ao ler os textos vencedores será possível também ler um pouco sobre as esperanças e os anseios dos jovens. Nossa recomendação é: não leia os textos como fragmentos, leia-os como pensamentos e idéias, que muitas vezes não são ditos abertamente, mas que, com certeza, fazem parte do íntimo da juventude brasileira. Com esta preocupação, preservamos a grafia original dos textos.

É muito emocionante, e essa é a palavra, saber que nossos jovens estão conscientes de seu papel. Eles valorizam a escola sim, mesmo que muitas vezes isso não se reflita em ações. Acreditam no poder da amizade e os professores também estão incluídos nessa crença. Sabem que nossa realidade social é complicadíssima e estão dispostos a agir. E, por fim, têm muita vontade de superação para si e para o mundo que os cerca.

Alguns dirão que é uma visão ingênua. Talvez até seja, mas se não tivermos esperança, se não sonharmos, como poderemos melhorar?

Jessé da Silva, um dos autores, diz em seu texto “escola é sinônimo de aprender, de conquistar, de viver”. Gustavo Giardelli Ricciotti idealiza: “se todos olhassem como eu olhei (...)”. Terezinha Rodrigues da Silva, 33 anos, voltou para a escola muitos anos depois e seu depoimento também nos sensibiliza “me receberam nesta escola dando a mim a tão sonhada oportunidade de continuar ‘minha vida na escola’”. São essas frases que nos mostram que não somos tão ingênuos assim. Há uma esperança. E ela mora na escola.

Fundação EDUCAR DPaschoal

Caro amigo,

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Campos do Jordão, 30 de Agosto de 2000

Cordiais Saudações

Minha amiga Mariana

Eu lhe escrevo esta carta, para te contar a minha história na escola.

Bom, pra começar estou muito feliz na minha nova escola. Lá, todos são muito legais, os alunos, os professores, a diretoria e os que trabalham na escola.

Fiz vários amigos, e um deles se chama Pedro. Ele é um gato, e além de tudo é sincero, gentil inteligente e lindo.

Meus professores, ensinam muito bem. E cada um é de um jeito. O de Ciências é locão e inventa cada coisa. A de Português é bem humorada e gosta de contar piadas na entrada da aula. O de Matemática só pensa em números, e, é por isso que ele é 10. A de Geografia é muito esperta, e conhece o mundo inteiro. A de História é muito culta, e conta coisas interessantes. A de Inglês veio dos E.U.A. O professor de Artes, é um verdadeiro artista. E o último, é o de Educação Física, que é muito energético

A diretora é meio chata, mas também é meio legal, e dá para suportar ela porque ela quer o bem da escola. Os que trabalham na escola, são gentis e gostam muitíssimo dos alunos.

Essa é a minha história na escola, Mari espero que você goste.

Um grande beijo de sua amiga.

Laura.

Nome: Amanda Pereira Sant’Anna

Idade: 14 anos

Escola: E.E. Procópio Ferreira

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20 de setembro de 2004 – Jaguariúna-SP

À todos os estudantes do Brasil!

Há algum tempo venho me perguntando: O que eu faço aqui? Isso mesmo; qual a finalidade de gastar cinco horas do meu precioso dia em um lugar em que algumas pessoas insistem em me ensinar coisas “chatas”?!

Foi quando me dei conta de que cada dia essas “coisas chatas” talvez pudessem se tornar divertidas com algumas modificações. Aquelas pessoas “insistentes” começaram a demonstrar cada vez mais garra e determinação; e cada palavra, cada bronca, cada grito (às vezes com um ar de decepção) provou-me de que além de seu trabalho, o ato de nos ensinar também era uma grande paixão e nós, suas “missões”.

A partir desse dia, esse lugar ganhou um brilho especial. Comecei a gostar de freqüenta-lo, encontrei lá grandes amizades, descobri a cada dia que nunca podemos viver sozinhos e conheci o verdadeiro significado da palavra Escola.

Espero que um dia todos possam conhecer esse significado e valorizar tudo o que estão perdendo agora!

Atenciosamente,

Ana Caroline.

Nome: Ana Caroline dos Santos

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Profª Julia Calhau Rodrigues

Nome: Idade:Escola:

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Se fizeres bem ao próximoSerá algo especial.Para se sentir felizComo alguém especial

Se olhares bem quem éTalvez perca o encantoE a ajuda preciosaVira um triste desencanto

Faça o bem a todo diaToda a vida, toda horaPois o bem vence o malabrindo caminhos para a vitória

Talvez o bem seja enormeQue jamais nos esquecemosEsse bem será imensomuito mais que merecemos.

Se as pessoas não pensaremEstarão com ódio e dormas se elas refletiremViverão com mais amor

Afinal, faça o bem, e não olhe a quem.

Nome: Angélica Fernandes Alves

Idade: 14 anos

Escola: E.E. São Judas Tadeu

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Fazer o bemnão é difícil pra ninguém,Principalmente se for um amigoalguém que sempre esta contigo

Mas nem sempreisso é o ocorridoas vezes quem faz esse pedidoé um desconhecido

Nessa hora não se deve olhar quem é,não importa se éamigo ou inimigo,conhecido ou desconhecido

Deve-se ajudar semprenão importando-seDeve-se fazer o bemsem olhar a quem

Pois o pedido de ajudafoi feito por alguémagora é a horaE ninguém deve ficar de fora

Nome: Angélica Sementille de Aguiar

Idade: 14 anos

Escola: E.E. Cidade Satélite Íres II

Nome: Idade:Escola:

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Quem vê cara, não vê coração.Não vê alegria, não pode sorrirNão sente paixão, só sabe mentir.Quem vê cara, não vê coraçãoNão tem fraternidade só discriminaçãoNão pode ajudar, só pode humilhar.Pra quem tem dinheiro e não quer ajudarAbra o sorriso e passe a doar,Por que o Brasil precisa amar.Por que o Brasil precisa evoluirPara o menor fugir da violênciaE com a escola ter influência.O que interessa não é o dinheiro.Interessa que o cidadão cresça e não tenha discriminaçãoPorque o melhor do Brasil é o brasileiro.

Nome: Bruno Phelipe Silva Begalli

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Dona Veneranda Martins SiqueiraE.E. Dona Veneranda Martins Siqueira

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Marcas do passado

Em uma pequena cidade do interior, uma senhora vivia só em sua velha cabana afastada do restante da cidade. Aquela mulher já idosa, possuía aparência estranha e queimaduras espalhadas pelo corpo e rosto. Ela era temida pelos moradores da cidade e algumas pessoas chegavam até a dizer que ela era bruxa, tais comentários chegaram aos ouvidos de dois jovens jornalistas que estavam de passagem pela cidadezinha, eles ansiavam por uma oportunidade de conhecer aquela senhora.

Na manhã seguinte, os dois amigos se encaminharam à cabana, bateram á porta e foram atendidos pela velha, eles se apresentaram e a triste mulher viu neles uma oportunidade de de mostrar à todos quem realmente era.

Os jovens entrevistaram-na, e ela contou a eles que há muitos anos, quando a cidade era apenas uma aldeia, acontecera um grande incêndio, nele toda a sua família havia morrido e ela se queimara tentando salvar vidas. A partir daí os sobreviventes reconstruíram a cidade, e ela que era jovem, se entristeceu e se isolou das pessoas, passou a viver do que plantava e pescava no lago atrás de sua cabana.

Os jornalistas se comoveram com a história e fizeram uma reportagem que seria colocada no jornal da cidade no dia seguinte, e todas as pessoas que julgaram aquela senhora, tomariam consciência da injustiça cometida.

Nome: Fernanda Marinho

Idade: 14 anos

Escola: E.E. Profº Adalberto Prado e Silva

Nome: Idade:Escola:

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Nome: Flávia Orsi

Idade: 15 anos

Escola: E.E. Barão Ataliba Nogueira

Faça o bem sem olhar a quem

Em um dia quente de verão há alguns anos atrás, uma menina muito rica chamada Natasha, passeava na rua, acompanhada de seus dois seguranças. Ela sentou-se em um banco numa praça para tomar sorvete, quando uma menina muito pobre, chamada Carla, se aproximou. Natasha, com medo, pediu que os seguranças chegassem mais perto. Carla disse que ela não precisava ter medo, ela só queria uma moeda para comprar um sorvete, porque o dia estava muito quente. Mas Natasha não quis saber. Disse que não tinha nenhum dinheiro para dar para uma menina folgada, que não queria trabalhar. Levantou e foi embora acompanhada pelos seguranças.

Muito tempo se passou depois disso. Muitos verões, outonos, primaveras... Natasha, a menina rica, ficou pobre. A empresa que seu pai dirigia, faliu e demetiu todos os funcionários.

A família de Natasha teve que vender a casa, os carros, tudo para pagar as contas. Foram morar em uma casinha modesta do subúrbio.

Já Carla, a menina pobre, ficou rica. Seu pai, que era desenhista, fez um projeto de uma logomarca para uma grande empresa e foi aprovado. Gostaram tanto das idéias dele, que acabaram contratando-o. Ele passou a ganhar muito dinheiro; comprou uma casa num bairro nobre; carro do ano, televisão nova, tudo novo, de última geração.

Um dia, quando Carla saía da escola (uma das melhores da cidade), viu uma menina sentada na calçada. Era Natasha, olhando para a antiga escola (agora estudava numa escola pública, a mesma em que um dia Carla havia estudado). Carla a reconheceu daquele dia de verão, há muito tempo atrás.

As duas conversaram durante muito tempo, enquanto tomavam sorvete, que a Carla fez questão de pagar.

E.E. Barão Ataliba Nogueira

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Quem vê cara não vê coração

Olhe aquele menino, bonito, saudável, popular, o número um do futebol, o número um no coração das meninas de seu pequeno colégio. Gurias enganadas pelos seus próprios olhos que teimam em querer enxergar a fácil imagem de um bonito garoto. Ninguém podia imaginar que o “xodozinho” era um menino de atitudes violentas e maus atos...

Chegara o mês das eleições do grêmio estudantil, todos agitados faziam a mesma pergunta “quem ganhará as eleições este ano?”. Havia só duas chapas: a “vamos fazer uma escola melhor” e seus integrantes eram meninos e meninas com a proposta de melhorar as condições de limpeza e ajudar a fazer uma escola harmoniosa e a outra chapa era a: “eu sou o bonito”. Havia só um integrante, com a proposta de fazer tudo, melhorar tudo e todos.

A chapa “eu sou o bonito” ganhou, todos estavam com a esperança que o popular garoto mudasse tudo e fizesse da escola um lugar melhor.

Passaram-se 3 meses e ao invés de melhorar a escola, estava cada vez pior. “Mas cadê o grêmio?”, uma pergunta sem resposta, pois o único integrante da chapa escolhida não estava nem aí, pichava paredes, carteiras e jogava merenda em qualquer canto.

Cada vez mais os estudantes se decepcionavam, mas também escolheram para um cargo de importância, uma pessoa não pelo seus ideais, mais sim, pelo seu rosto bonito e sua popularidade.

Passaram-se mais dois meses e conseguiram reivindicar a posse do grêmio para a outra chapa.

Agora os alunos aprenderam que antes de cara, coração.

Nome: Gabriela Cristina Novello dos Santos

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Profº Carlos Lancastre

Nome: Idade:Escola:

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Nome: Gregório de Almeida Queiroz

Idade: 13 anos

Escola: E.E. José Leme do Prado

Eu aprendi

Quando eu entrei na escolanão precisei ir arrastadoMas pensei que a minha bolaacharia isso tudo muito errado

Pensem só no meu tormentotrocar o meu quintal queridoE metade do meu tempoporque mamãe me quer sabido

Uns garranchos fui traçandotinha pressa de acabarA professora me avisandopara eu não me apressar

Serão anos de escolaentão para que quer correrSe acabar a lição agoraOutra você tem que aprender

Professora, dona ou tiasaiba que a pressa na verdadeera vontade de fazer extrapoliase brincar com as amizades

Muitos cadernos eu enchie decorei a tabuadajá é muito o que aprendiE parece que não sei nada

Sétima série vai passandoE aquela pressa continuaO mundo se revelandoE eu querendo bola na rua

Faça uma força violentaPois sempre fui um bom meninomeu pai trabalha e se arrebentapara traçar o meu destino

O meu destino é melhorar

O mundo que estou conhecendo

A escola vai me ensinar

Esta lição estou aprendendo

Gregório de Almeida Queiroz

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Na Sacada da minha mansão

Era uma linda tarde de verão,Reinava a paz em meu coração,Claro, de nada eu não podia reclamar não,quanta mordomia na sacada da minha mansão!Porém, a vista era de partir o coração,Os barracos eram uma porção.

Porém, nem tudo vinha à minha visão,dentro daquele lugar a vida não era fácil não,crianças lutavam por um grão de feijão,mas a fome não era só de alimentação,a fome maior vinha do coração,amor, carinho, compaixão,eles precisavam sem compensação.

Mas como, aquela situação enfrentar?Talvez eu deveria doar o que eu não ia mais usar.Mas não! O que eu tinha de melhor eu queria doar,Tinha certeza de que o “homem de lá de cima” ia me recompensar,Mas como eu iria lá levar?O meu modo de vida era diferente pra danar e A violência de lá, ao céu podia me levar.

Mas de cabeça erguida, tudo isso enfrentei,quando eu estava lá nem acreditei.com aquele momento eu nunca sonhei,então os meus pertences eu dei,pra dizer a verdade por dentro eu choreiquando com tudo aquilo depareiminhas roupas, minha casa, minhas coisaspara tudo isso eu nem liguei,Pois muito feliz eu fiquei quando o coração de muitos eu incendiei,com coragem para o mundo eu olhei e depois pensei:“Se todos olhassem como eu olhei...”E como uma pomba cor de neve eu voei!!!

Nome: Gustavo Giardelli Ricciotti

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Profº Antônio Alves Aranha

Nome: Idade:Escola:

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Um amor adotado

Hoje, passando pela calçadaVi uma criançaFeliz da vidaBrincando numa balança

Perguntando a ela se posso lhe fazer companhiaEla disse que nãoMas quando olhei para o ladoEstava ela caída no chão

Fui até elaE tentei ajudarEntão ela me abraçouE começou a chorar

Perguntei se ela tinha famíliaEla disse que nãoEntão ofereci a elaUm pedacinho de chão

Passou um tempoE eu a adoteiE vi nelaO amor que nunca encontrei.

Nome: Jaqueline Silva de Melo

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Dr. Mário Natividade

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Escola é sinônimo de aprender...

Escola é sinônimo de aprender,de conquistar, de viver.É ter alguém em que se espelhar.Para no futuro, alguém poder ajudar.

Quando na escola cheguei,Que coisa, até me espantei.Professores, colegas,amigos e paqueras.

Dos professores, eu gostei,Os amigos ajudeiMomentos alegres passamos,Nas horas tristes aconselhamos.

Da escola vou ter saudades.e aproveitando a oportunidadeFalo à você, que ainda nela está,aproveite o tempo para estudar.

Bem, chegou a hora de me despedir,E contente posso admitir:Escola é sinônimo de aprender,de conquistar, de viver.

Nome: Jessé da Silva Marchi

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Profº Francisco Ribeiro Sampaio

Nome: Idade:Escola:

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Campinas, SP 30 de agosto de 2004

Minha querida avó,

Tudo bem? Faz tempo que não nos falamos né?

Hoje eu fiquei sabendo que aquele moço da minha rua o Marcos, aquele mal-humorado e com cara de bravo, que ele ajuda uma instituição de crianças carentes. Lá, Marcos dá aula de violão para as crianças, conta histórias que ele mesmo faz e ajuda com cestas básicas todo mês.

Quando Marcos estava aprendendo a tocar violão, o professor dele falava que ele tinha uma instituição de crianças carentes, que precisava de voluntários para ajudar a cuidar delas e Marcos se ofereceu.

Por isso, é que existe aquele dito popular “quem vê cara, não vê coração”. Depois de saber que ele ajudava uma instituição, eu me interessei e fui ver como era. Lá, há crianças de todas as idades, de um ano de idade a dezessete anos. As crianças de lá, têm muita energia, são alegres, e são muito inteligentes. Também conversei com Marcos, ele não é aquele garoto mal-humorado e chato como pensávamos, ele é muito legal, inteligente, e gosta de crianças.

Eu gostei tanto de lá, que comecei a ajudar a instituição e ir todos os dias à tarde.

Agora eu sei que não podemos julgar as pessoas pela sua aparência, precisamos conhecer a pessoa antes de dizer qualquer coisa sobre ela.

Beijos de sua neta!

Com saudades,

Jéssica!

Nome: Jéssica Lange de Camargo

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Profª M. Julieta de Godói CartezaniE.E. Profª M. Julieta de Godói Cartezani

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Campinas, 06 de outubro de 2004

Querida prima,

Quanto tempo não nos vemos, né? Por isso resolvi mandar essa carta, para contar as novidades da minha escola. São tantas!!

Tudo começou quando eu e meus amigos fomos escolhidos para o grêmio escolar. Nos reunimos e chegamos a uma conclusão: “Se os alunos nos escolheram, é porque acreditam que nós somos capazes de melhorar a nossa escola, e nós não podemos decepcionar!”. Aí veio a dúvida: “melhorar como?”

Primeiro começamos a limpeza semanal das salas, ou seja, os alunos uma vez por semana, limpam as salas. Cada semana um período limpa. Os alunos tomaram consciência da dificuldade de limpar as salas e evitam sujar muito. Depois disso, fizemos muitas outras mudanças: festas, negociamos os preços da cantina, concursos de poesia, gincanas,campeonatos, palestras, rádio no intervalo, etc...

Mas, mesmo com tudo isso, muitos alunos continuaram com más notas. Fomos investigar o porquê, e, então achamos a resposta: os alunos não freqüentavam as aulas de reforço, pois diziam que não eram interessantes. A solução: nos reunimos com os professores para elaboramos aulas mais interessantes, com teatro, momentos para trocar idéias, micos, etc...

Enfim, foram tantas mudanças na minha escola. Ano que vém eu saio da escola e não vou mais participar do grêmio escolar, mas vou ser voluntária e, sempre que poder, vou organizar programações diferentes na escola. É muito gratificante ver os alunos contentes. Muitas outras coisas interessantes aconteceram, mas se fosse escrever todas, ficaria dias escrevendo. Bom, desejo muita saúde e paz a você e que nos vejamos logo!

Um abraço!

Jéssika B.

Nome: Jéssika Boaventura Pereira

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Profº Dr. Norberto de Souza Pinto

Nome: Idade:Escola:

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Aos 7 anos comeceimas ainda não termineiE pretendo continuar a estudarpara que possa me formar.

Procuro prestar muita atençãoPara não fazer confusãoUm bom aluno procuro serpara que no futuro eu possa vencer.

As aulas de que eu mais gosto são:Matemática, Português, Ciências e ComputaçãoProcuro sempre estudarpara nas provas não me atrapalhar.

Boas notas sempre estou tendoe a cada bimestre vou vencendoSempre vou continuar a lutarpara no fim do ano finalmente passar!!

Nome: Jhonatas Agustinho da Silva

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Profº Dr. Paulo Mangabeira AlbernazE.E. Profº Dr. Paulo Mangabeira Albernaz

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Fazendo o bem

Sempre faça o bemEm qualquer lugar que estiverSeja para quem forSem olhar a quem fazer

Falar do bem é bomEspalhar o bem é melhorMas e na hora de fazer?O que iremos escolher?

Raças e cores?Línguas e povos?Ricos ou pobres?Velhos ou novos?

Sempre faça o bemSeja para quem forO bem só traz amorEspalhe-o aonde for

Fazer o bemSe ganha recompensa

O amor e a gratidãoO carinho e o perdão.

O bem é fácil de escreverBonito de falarDifícil de entenderMas gostoso de fazer

Fazer o bemTem um segredo...Deve-se fazer o bemSem olhar a quem

Faça o bemA qualquer umNão olhe a quem Mas sempre faça o bem.

Juliana de Mello.

Nome: Juliana de Mello

Idade: 14 anos

Escola: E.E. Profª Dora Maria Maciel de Castro Kanso

Nome: Idade:Escola:

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Minha vida na escola

Olá! Vou contar pra vocês minha vida na escola. Bom, é uma delícia eu adoro estar com os meus amigos, meus colegas, meus professores, amores e até diretores.

Eu adoro estar na escola pois eu sei que é aqui que eu vou garantir meu futuro.

Eu tenho 13 anos e adoro estar perto dos meus amigos para conversar, rir e se divertir. Gosto também de estudar. Estudar além de tudo é fundamental na vida de nós adolescentes. Sou bastante divertida, alegre e engraçada, acho que é por isso que tenho tantas amizades.

O que eu gosto mesmo na escola é dos professores, dos amigos, das matérias e dos diretores. As matérias são interessantes mas eu gosto mesmo é de educação física, a Dona é estrovertida, alegre acho que é por isso que todos gostam da aula dela.

Sou também muito sentimental, carinhosa e também, um pouco impaciente. Sou divertida, mas gosto das coisas certas, sou uma pessoa ás vezes muito difícil de conviver. Eu fico pensando se quando sair da escola (terminar os estudos) sentirei saudades... Acredito que sim; Me separar de alguns amigos que fiz nela será no mínimo dolorido.

Amigos, façamos com que a nossa estada nessa escola seja tranqüila, que tenha valido a pena e que quando chegar a hora de irmos embora, o nosso lugar vazio na carteira traga saudades e boas recordações para quem sentar nela...

Espero que gostem de minha carta, beijos

Fim!!!

Nome: Lenilda da Silva Feitosa

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Major Adolpho Rossin

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Um cão apenas

Acabando de subir os últimos degraus da escada, o vi, dormindo á sombra da porta; (borboletas o cercavam, pareciam até dançar).

Dormia tranqüilo, estava muito doente e machucado, mas isso parecia não incomodá-lo naquele momento.

Seu dono e seu sonho pareciam estar tão bons, que nada mais, nem o mundo lhe importava.

Seus machucados porém, estavam muito fortes e ele estava muito magro. Ao subir o último degrau para me aproximar, ele me ouviu e acordou, meio atordoado e ainda sonolento. Devagar foi se levantando, estava muito fraco, mas juntando todas as suas forças, deu um impulso e pôs-se em pé. Senti-me tão infeliz por ter interrompido seu sono, mas já havia feito.

Ele olhou-me por um tempo, como se esperasse uma palavra, um gesto... mas nada fiz.

Então juntando mais um pouco de força, começou a descer as escadas, virou a esquina e desapareceu. Nunca vou me esquecer daqueles olhos.

Eu poderia ter lhe ajudado, poderia ter lhe dado comida, o levado ao veterinário, mas nada fiz, mais uma vez, pensei: “é um cão apenas”.

O tempo passou e quando me lembro daquele cão, penso que nos momentos que mais precisamos, todos nós somos um dia, um cãozinho velho e doente a sombra de uma porta, que uma pessoa pode ver e não ajudá-lo...

Por isso sempre ajude o próximo, sendo ele quem for.

“Faça o bem, sem olhar a quem”.

Nome: Lucy Paola de Oliveira

Idade: 14 anos

Escola: E.E. Orosimbo Maia

Nome: Idade:Escola:

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Uma Lição de Vida

Seu João desde pequeno era mendigo. Sua família o abandonou numa lata de lixo, logo após ele ter nascido. Quase toda a cidade o conhecia e não gostava dele. Desde pequeno, ele sofreu vários tipos de preconceito. Quando tinha dez anos, entrou numa padaria e foi expulso a vassouradas por um funcionário. Também teve uma vez que um motorista jogou o carro em cima dele quando estava pedindo uma moeda no semáforo, e, ele escapou por pouco.

Quando ele andava pelas calçadas, as pessoas passavam longe dele. João ficava muito magoado por isso. Mas o que essas pessoas mal sabiam é que dentro do João havia um homem sofrido que queria ajudar as outras pessoas. Tinha vontade de ir à escola, mas aqui é Brasil, e ele não teria chance.

Ele foi ajuntando o dinheirinho que conseguia e que sobrava por trinta anos num saco de pano, e totalizou treze milhões de cruzeiros. Ele pegou esse dinheiro e comprou um terreno, não muito grande, e com seu esforço construiu uma escola, com o apoio da prefeitura. Ele conseguiu alguns voluntários para dar aula à ele e à outras pessoas analfabetas, mendigos ou não. Ele mudou a vida de várias pessoas e deixou as pessoas que não gostavam dele de cara no chão. Hoje, aos 60 anos, ele tem várias instituições beneficentes conseguidas por seu esforço e por doações, e ele é um farmacêutico respeitado. Quem antes via ele todo sujo e com a roupa rasgada não imaginava que ele tinha um coração grandioso.

Nome: Matheus Celso Duarte

Idade: 14 anos

Escola: E.E. Profº Carlos Francisco de Paula

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Não permita, Deus, que um dia,Eu tenha que sair da escola.Não permita, por favor,Pois nela está minha história.

Com ela eu pude crescer,Sem ela não posso continuar,Com ela, então, podereiA minha história contar.

Imploro, meu bom Deus,Que a escola nunca acabe.Peço-lhe com todo carinhoNem que o mundo desabe.

Posso até fazer bagunça,Posso até não fazer lição,Mas de uma coisa tenho certeza,Amo a escola de coração!

Quando ficar bem velhinha,Sempre, me lembrareiDa história que eu fizNa escola em que estudei

Se eu pudesse,Iria à escola até no domingo.Se isso acontecesse,Seria melhor que ficar dormindo.

Minhas palavras estão acabando,Minha imaginação está indo embora,Mas de uma coisa tenho certeza:Meu interesse é pela escola.

Nome: Maucilene Maria Santos

Idade: 14 anos

Escola: E.E. Profª Ana Rita Godinho Pousa

Nome: Idade:Escola:

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Minha história na escola,vou contar como é que é:a única coisa ruimé eu ter que ir a pé.

Na escola estou desde pequenadesde os sete anos,e o melhor de tudo:nunca reprovei nenhum ano.

Acho que sou boa alunaporque nunca reprovei,mas confesso que em provasdas amigas já colei.

As matérias que mais gosto são: matemática e artística,só não posso me esquecer, é da educação física.

Matemática é o que digoque sou craque em adição,só que às vezes me complico,é na multiplicação.

Em artística eu sou ótimatiro notas surpreendentesmas também, com desenhossou uma aluna excelente.

E em educação física,nem preciso dizer nada,pois essa é a matériaentre os alunos, mais desejada.

Na escola tenho amigosque demonstram seus valores,dentre esses meus amigostem também os professores.

Minhas notas na escola,elas são: A, B e C,só o que eu não gosto muitoé de tirar a nota D.

Terminando tudo isso,já me sinto até cansada,agora vou estudar bastantepra que eu seja aprovada.

Nome: Mayra Jenuário de Barros

Idade: 14 anos

Escola: E.E. Conjunto habitacional Campinas F2

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Fazer o bem É dar alegria a uma criança,É dar a alguém muita esperança,É fazer sorrir quem está triste, É fazer surgir o que não existe.

Faça o bem com muito amorSeja ele para quem for. Seja idoso ou criançaSeja qual raça for.

O bem é uma dança,Que todos podem aprender.Basta ter esperançaLutar, trabalhar e querer.

Fazer o bem é uma brincadeiraÉ pra qualquer idade.Vem brincar você também,Fazendo o bem sem olhar a quem.

Nome: Monaiza G. de Oliveira

Idade: 14 anos

Escola: E.E. Profº Alberto Medaljon

Nome: Idade:Escola:

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Querido André,

Quero que esta carta te encontre com saúde e muita felicidade. Porque agora eu posso desejar a você tudo de bom.

Confesso que te achava a pessoa mais chata e metida desse bairro. Não suportava te ver passando na rua; eu ficava pensando: quem ele pensa que é, pra está se achando assim.

Até que naquele dia você me livrou daquela enroscada. Me levou pra sua casa pra eu me acalmar, nós conversamos e nos tornamos grandes amigos. Eu vi que você era muito legal e tinha um coração cheio de amor pra dar, mas não tinha amigos, porque seus pais eram viajantes e estão sempre mudando de cidade.

Me sinto injusta por ter pensado tão mal de você, ter te julgado sem conhecer o seu coração.

Mas hoje cinco anos depois eu resolvi te escrever esta carta relembrando tudo o que passou quando a gente se conheceu. Estou com muitas saudades, não se esqueça de mandar o seu novo endereço, caso mude de cidade outra vez.

Um beijo carinhoso, não esqueça quem vê cara não vê coração!

Sua amiga Noylla.

Nome: Noylla Gabrielle Chagas de Melo

Idade: 14 anos

Escola: E.E. Dr. Tomás Alves

Noylla Gabrielle Chagas de Melo

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Nome: Paula Marinelle M. Santos

Idade: 14 anos

Escola: E.E. Felipe Cantúsio

Sempre pode haverUm rio lindo a olharMas podemos não ver seu interiorE com peixes ruins pode estar.

Do que adianta Uma pessoa linda ver?Não sei como é por dentroE se o bem está a fazer.

Com pessoas assimÀs vezes podemos nos enganar.Com pessoas assimÀs vezes podemos nos enganar.Com pessoas assim

Mas não são todas as pessoas Que devemos assim julgar.

Todos devíamos ficarLonge da maldade em ação.Por isso é horrívelE a sociedade não quer não!

Vamos abraçar as pessoasSem discriminação.Vamos vê-las por dentro, pois.Quem vê cara não vê coração!

Minha história na escola É cheia de lembranças que ficam na memóriaDesde um simples jogo de bolaOu até um difícil dia de prova

Ter responsabilidade na escola É saber conviver com a diversidade de idéiasAplicando-as com maturidadeSem esquecer de cultivar as amizades

Errar e reconhecerEu aprendi no verdadeiro templo do saberO lugar que me ensinou a vencerE a vida compreender.

A escola deixou marcas em minha vidaCom momentos inesquecíveisTornando reaisSonhos impossíveis.

Nome: Rafael Sant́ Ana Rocha

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Profº Pedro Salvetti Netto

Nome: Paula Marinelle M. Santos

Às vezes podemos nos enganar.Mas não são todas as pessoas

Nome: Rafael Sant́ Ana Rocha

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Campinas,10 de Setembro de 2004.

Oi!

Como vai, Jucicléia? Seus pais já voltaram da viagem de Natal -RN? Espero que tudo tenha ocorrido bem com eles. E com a Nina e a Tila, já tiveram seus filhotes?

Nossa, faz tempo que não escrevo né, tenho várias novidades.

Na escola estamos trabalhando com um concurso de cartas, contos e poesias com vários temas e eu resolvi escrever uma carta com o gênero: minha história na escola eu vou escrever essa carta para você.

Se gostar, manda um retorno para mim.

Minha história na escola começa firme quando entrei na primeira série: eu sempre chorava quando saía de casa para pegar a perua (eu não sabia por quê).

Passei para a segunda série, me acostumei a ir à escola, mas achava chato estudar e esse pensamento durou até a oitava série, foi quando percebi que quase metade de minha vida girava em torno da escola, para procurar um emprego precisava de estudo.

Já li livros de pessoas que fazem suas biografias e contam como começou sua história a partir de um emprego, etc... mas não contam o principal com eu estou fazendo agora, que minha história, minha vida, começou na escola.

Obrigado por ser minha leitora. E me fale se acha que alguma parte não está boa, no que preciso melhorar...

Um beijo

Roger

Nome: Roger Vendite

Idade: 13 anos

Escola: E.E. José Maria Matosinho E.E. José Maria Matosinho

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Nome: Terezinha Rodrigues da Silva

Idade: 33 anos

Escola: C.E.E.S. Profª Jeanette de Andrade Godoy Águila Martins

Cercada de dificuldades financeiras, pois era de família humilde, simples e bastante numerosa trabalhadores da agricultura, eu meus irmãos, papai e mamãe, lutávamos para nossa sobrevivência.

Em uma escolinha estadual, num lugarejo bem distante daqui, ir à escola era privilégio de poucas crianças e somada a isto falta de cultura dos pais, também colaborava para que isto acontecesse.

Dava-se início a minha aprendizagem fundamental, e me trazia grande satisfação, acordar todas as manhãs, e lembrar-me de que a senhora professora me aguardava, com todos os meus deveres de casa prontos. Não importava que a encontraria de cara amarrada, ela era muito rigorosa conosco, precisava impor respeito à sala. Eu sabia que ela só queria me ajudar, e o importante era estar lá freqüentando aulas que me traziam conhecimento para meu futuro. De chinelo de dedo, agasalho de flanela, caderno brochurinha, doado pelo governo, isso não era problema, importante era estar lá.

Subitamente todo este prazer foi interrompido, talvez por conseqüência do destino,...

Sexta série do ensino fundamental, apenas onze anos de idade e já não mais freqüentava a escola. Mas não conseguiram tirar, o prazer que ficou reservado no meu interior.

Hoje aos 33 anos, desperta em mim como um vulcão em erupção, e incentivada pelos meus filhos, amigos de trabalho, e pelo grupo de professoras que me receberam nesta escola, dando a mim a tão sonhada oportunidade de continuar “Minha vida na escola”.

Nome:Idade:Escola:

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Quem vê cara Não vê coração Então por isso Preste muita atenção O preconceito Não está com nadaE o racismo É uma atitude errada.

Vamos lá Brasil Tomar uma decisão Todos têm que agir certo Para acharmos uma solução Se todo mundo tratar todos De igual para igual Vamos vencer o preconceito Seja ele racial ou social.

Nome: Thamiris Menegoni Campana

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Profº Milton de Tolosa

Thamiris Menegoni Campana

E.E. Profº Milton de Tolosa

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Quem vê cara, não vê coração

Certo dia um rapaz no centro de sua cidade, estava orgulhoso mostrando a todos seu belíssimo coração, isto porque aconteceu um fato curioso naquele dia, pois as pessoas passaram a visualizar o coração das outras pessoas. O coração do rapaz era perfeito, completo, sem nenhum machucado, lindo era de dar inveja. Ele estava muito feliz de ter o coração mais belo da cidade, e quem sabe do mundo. Neste dia ele ficou horas e horas, mostrando a todos que passavam, o seu coração.

Certo momento, passou um senhor. E este foi lá: “Não! não! não! o meu coração é o mais belo!”. E o rapaz todo sem jeito disse para o senhor: “Mas como meu senhor, olhe o seu coração todo feio, manchado, machucado e todo esburacado, como o seu há de ser mais belo, do que o meu?”.

E o senhor respondeu com um grande ar de indignação: “Meu filho eu tenho esse coração, porque eu já fiz de tudo nessa minha vida”. E o senhor, começou a lhe explicar tudo que ele tinha dito do seu próprio coração: “Ele é manchado, porque na minha vida eu comecei a trabalhar de pintor! Machucado, porque já amei e fui desamado! Esburacado, ah!! já doei vários pedaços de mim para os necessitados... Feio, meu filho... Quem vê cara, não vê coração!”.

O jovem ficou pensando e naquele momento ele percebeu que o seu coração não era o mais belo, porém, não o mais feio daquela cidade.

Nome: William Augusto da Silva

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Gustavo Marcondes

Nome:Idade:Escola:

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Nome: Yoshio Jorge Matsuura Sakashita

Idade: 13 anos

Escola: E.E. Rever. Profº José Carlos Nogueira

A retribuição

Um dia, como outro qualquer, eu estava indo ao centro da cidade fazer algumas compras, então encontrei um velho amigo de infância e estudo. Eu não gostava muito dele na época, por ele não se importar com os outros alunos.

Comecei a andar com ele pelo centro e colocar a conversa em dia. Depois de algum tempo andando encontramos, um jovem, que aparentava ter uns dez anos a mais que nós, pedindo ajuda nas ruas como um mendigo. Eu parei para conversar com ele, enquanto o outro arranjou uma desculpa e saiu. Eu, então, perguntei ao rapaz porque estava lá, ele me explicou que havia entrado em uma faculdade, mas não tinha como pagar o estudo com o dinheiro do seu trabalho morava sozinho.

Por estar desesperado, foi mexer com drogas e foi preso, rejeitado pela família e expulso da faculdade. Não conseguia arranjar emprego porque seu estado era crítico. Então o coloquei para trabalhar em minha empresa. Ele ficou um tempo e não quis mais minha ajuda.

Depois de algum tempo, no centro novamente, encontrei-o em uma loja, trabalhando feliz, me dirigi até ele e perguntei o seu nome pois havia esquecido de perguntar, ele me respondeu:

– Meu nome é João Henrique Fulanato.

Fiquei assustado ao ouvir o seu nome, pois o homem que eu havia ajudado era o homem que no passado ajudou minha família quando estava também em uma situação bastante difícil. Ele ficou feliz em saber quem eu era e que eu o havia ajudado a começar a sua vida de novo.

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