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12 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOGRAFIA UM OLHAR ELEMENTAR SOBRE A CIDADE DE BANANEIRAS - PB Kleber Magno Toscano Paulino João Pessoa – Paraíba Junho/2007

UM OLHAR ELEMENTAR SOBRE A CIDADE DE BANANEIRAS …paulorosa/paginas/trab_acad/trabalhos... · 4.1 Caracterização fisiográfica 17 4.2.- ... análise leva o geógrafo à compreensão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOGRAFIA

UM OLHAR ELEMENTAR SOBRE A CIDADE DE

BANANEIRAS - PB

Kleber Magno Toscano Paulino

João Pessoa – Paraíba Junho/2007

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Kleber Magno Toscano Paulino

UM OLHAR ELEMENTAR SOBRE A CIDADE DE

BANANEIRAS - PB

Monografia apresentada ao Curso

de Geografia da Universidade Federal da

Paraíba, como requisito para obtenção do grau

de bacharel em Geografia.

Orientador MS Paulo Roberto de Oliveira Rosa

João Pessoa – Paraíba

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Junho/2007

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PAULINO, KLEBER MAGNO TOSCANO. Um olhar elementar sobre a Cidade de Bananeiras -PB PAULINO, KLEBER MAGNO TOSCANO. João Pessoa - PB. UFPB, 2007. Monografia (Graduação em Geografia) Centro de Ciências Exatas e da Natureza. Departamento de Geociências. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa – Campus I.

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Kleber Magno Toscano Paulino

UM OLHAR ELEMENTAR SOBRE A CIDADE DE

BANANEIRAS - PB

Monografia apresentada ao Curso

de Geografia da Universidade Federal da

Paraíba, como requisito para obtenção do grau

de bacharel em Geografia, aprovada pela

seguinte banca examinadora:

______________________________________ Prof. Ms. Paulo Roberto de Oliveira Rosa

Orientador

_______________________________________ Ms. Mônica Maria Ferreira Teles

Examinador Prof. UEPB

________________________________________ Ms. Maria José Vicente de Barros Examinador CREA / SECTMA

Aprovada em: _____/_____/_____

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Dedico este trabalho a todos aqueles que dependem do trabalho árduo e tem dificuldades para estudar.

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Agradecimentos Os agradecimentos não são fáceis de fazer por mais que se traga as pessoas pela memória a partir de seus feitos para a confecção e conclusão deste trabalho, mesmo assim sempre alguém fica de fora. A gente começa a agradecer ao lugar depois aqueles nos trouxeram à vida, e assim por diante até agora com Élvis, Liése e Paulo, sempre atentos ao crescimento dos outros.

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Viver significar acreditar e ter esperança

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Resumo A cidade de Bananeiras no Estado da Paraíba conta com algumas peculiaridades que a torna singular, haja vista a situação geográfica, pois está encravada nos vales do Brejo paraibano, circundada por áreas de solo rico, chamado de “Chã”. O clima apesar de em algumas épocas apresentar um gradiente térmico elevado, apresenta outra característica de estar sempre úmido, sendo que em muitos momentos as manhãs ficam repletas de nevoeiro. O clima “frio”, dá um caráter especial à vida cotidiana ao lugar. Bananeiras, não cresceu em ritmo acelerado, no entanto, cresceu sem perder o bucolismo contido na arquitetura local.

Palavras chave: Cidade, clima frio, crescimento urbano

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Mesorregião Agreste Paraibano 16 Figura 2 - Município de Bananeiras na Microrregião do Brejo 16 Figura 3 Relevo bastante movimentado onde se encontra a cidade de Bananeiras 17 Figura 4 - Cartograma 1 – Cidade de Bananeiras – Sem data oficial. (1970?) 21 Figura 5 – Foto área da cidade de Bananeiras. Registro extraído da Foto exposta na

Prefeitura Municipal de Bananeiras. 17/08/2007 22

Figura 6 – Estação Ferroviária de Bananeiras – 1922 24 Figura 7 – Edificação hoteleira na antiga Estação Ferroviária – 17/08/2007 24 Figura 8 - Casario do período da economia cafeeira. 17/08/2007 25 Figura 9 – Casario do período da economia cafeeira. 17/08/2007 26 Figura 10 – Colégio Executivo - Antigo internato feminino colégio das Dorotéias.

17/08/2007 27

Figura 11 – Cruzeiro de Roma - 17/08/2007 28 Figura 12 - Igreja Matriz Nossa Senhora do Livramento no início do Século XX 29 Figura 13 - Igreja Matriz Nossa Senhora do Livramento. 17/08/2007 30 Figura 14 – Gráfico demonstrativo da distribuição econômica nos 3 setores da economia 31 Figura 15 – Produção agrícola familiar. 17/08/2007 31 Figura 16 – Gráfico demonstrativo da produção da lavoura permanente 32 Figura 17 – Gráfico demonstrativo da lavoura temporária 32

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SUMÁRIO

1 Introdução

2 Arcabouço teórico-conceitual 13

3 Material e Métodos 15

3.1 Localização do município 15

4 Resultados e Discussão 17

4.1 Caracterização fisiográfica 17

4.2.- Caracterização histórica 18

4.2.1 Colonização e formação territorial 18

4.2.2 História e os monumentos arquitetônicos do município de

Bananeiras

23

4.3 Aspectos socioeconômicos do município 30

5 Considerações 35

Referências Bibliográficas 37

1 Introdução

Olhar as cidades do Brejo paraibano é se deparar com um misto da história e do

presente, nos permitindo assim um olhar sobre um espaço bucólico que nos permite anda para

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trás no tempo, esse sentimento não é diferente sobre a cidade de Bananeiras. O alento para

essa viagem no tempo perpassa por um clima que em muitos momentos nos faz sair da

vizinhança do semiárido tão próximo, pois a cidade está entre vales úmidos que a noite a

temperatura desce, permitindo no amanhecer uma convivência com os nevoeiros que

diminuem a visibilidade ao longo.

Não se pautou em trabalhar uma pesquisa com forte arcabouço teórico nem com

metodologias sofisticadas para se adentrar na alma da cidade, pois isso é difícil para quem é

de lá, apenas foi feito um olhar, mesmo que elementar, mas no sentido de levar para um

registro singular e subjetivo aquilo que é mais marcante e, registrou-se aqui.

O que tentou estruturar foi a partir do que vemos com o olhar não pretensioso, por isso

uma leitura breve da fisiografia da paisagem, depois de alguns acontecimentos que se fizeram

presentes na história, como a territorialização desde os tempos coloniais; não se deixou de

trazer como registros os marcos arquitetônicos que firmaram sua presença nas edificações e

para compreender melhor uma leitura, também elementar sobre a economia que se estabelece,

buscando novos parâmetros, como por exemplo, a transformação da estação de trem (que já

foi desativada a muitos tempo) em hotel e restaurante para receber não apenas o povo do lugar

mas também os visitantes.

Os registros imagéticos, ou seja, as fotografias foram fundamentais para que

pudéssemos deixar documentado aquilo que se vê com mais carinho e gratidão pelo lugar.

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2 Arcabouço teórico-conceitual

Em todo estudo de caráter geográfico, em que almeja o conhecimento de um

determinado espaço busca-se através do procedimento da análise um entendimento que

“consiste em ir do composto aos elementos” (JOLIVET, p. 74). Portanto a partir dos

procedimentos da descrição, explicação e do levantamento de questionamentos que

conduzirão o rumo do estudo, o geógrafo inicia-se em um processo de análise geográfica, que

encontramos sistematizados em Dolfuss quando ele afirma que:

De início o geógrafo localiza e situa aquilo que constitui o objeto de sua pesquisa, descreve e define as formas, o que o leva à análise de sua disposição, de sua repetição, de sua similitude e singularidade. Procura classificá-las, ordená-las, de maneira lógica, compreensiva e coerente. (...) A análise leva o geógrafo à compreensão das modalidades de organização do espaço constituído pela superfície terrestre e pela biosfera que o molda. (Dolfuss, 1973)

Partindo dessa assertiva procurou-se definir a localização da área em

observação, onde isso “consiste em indicar as coordenadas geodésicas (latitude, longitude,

altitude), mas, sobretudo definir o sítio e a posição. (...) O sítio representa o receptáculo

territorial e um elemento do espaço. A posição depende do sistema de relações que o

elemento mantém com outros elementos, estando estes próximos ou distantes” (DOLFUSS,

1973). Assim definido o sítio e a posição partiu-se para descrição e explicação da paisagem

em observação, onde esta é decorrente do elemento do meio natural como também de fatores

oriundos da intervenção humana no espaço.

Nesse estudo teremos como cenário o município de Bananeiras estando com o

foco voltado para paisagem urbana, já que é aí onde ocorrem os maiores eventos em

observação. Entenderemos paisagem urbana como a manifestação humana na produção do

espaço urbano, onde pode se perceber um ritmo como também a dimensão de um tempo

recente ou remoto. Assim, “a paisagem urbana é a expressão da ordem e do caos”,

manifestação formal do processo de produção do espaço urbano, colocando-se no nível do

aparente e do imediato. O aspecto fenomênico coloca-se como elemento visível, como a

dimensão do real que cabe intui, enquanto representação de relações sociais reais que a

sociedade cria em cada momento do seu processo de desenvolvimento. Conseqüentemente,

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essa forma apresentar-se-á como histórica, especificamente determinada, logo concreta

(CARLOS, 2001).

Outro conceito fundamental é o de cidade. A cidade é mais do que uma

aglomeração de pessoas e construções num determinado espaço territorial. É o lugar para

onde converge o fluxo de capital econômico, social, financeiro, advindo de várias localidades

que estabelecem com ela relações sociais, políticas e econômicas, e enfim, onde se

concentram os bens de reprodução do capital e a força de trabalho. O território da cidade é

formado pelos fluxos de mercadorias e pessoas, sendo ela (a cidade) a configuração da

estrutura social, e a materialização desta estrutura no território. As transformações no espaço

urbano são fruto não só das relações intra-urbanas, mas de ralações regionais e globais, já que

a cidade não é um lugar fechado em si, ela assume relações que ultrapassam a esfera local e

regional, e isto exige que se tenha uma visão da cidade inserida num contexto político-

econômico mais abrangente.

Embora existam vários impasses para a definição de cidade, já que estamos

tratando de um objeto complexo, podemos encontrar características sobre algumas

características que nos auxiliam à sua definição. Para Weber a cidade é considerada

essencialmente um local de mercado. Já para Christaller em sua teoria da localidade central, a

cidade deve ser visualizada a partir de suas atividades econômicas vistas numa perspectiva

espacial, onde são consideradas a oferta de bens e de serviços e sua abrangência, ou seja, sua

centralidade. Assim, “a cidade é um aglomerado importante, ordenado para a vida coletiva

(este ordenamento constitui o urbanismo) e onde uma parte considerável da população vive de

interesses não agrícolas ou de atividades agrícolas”. (DERRUAU, p.204). No Brasil adota-se

um conceito funcional para a definição do que é cidade, “onde os núcleos urbanos são as

cidades e as vilas, sendo que as primeiras são sedes de municípios e as segundas são sedes de

distritos” (SOUZA, 2003).

Assim, em um estudo que tenha como cenário a cidade devemos considerar “um

certo número de pontos como: a posição (ou situação) e o local da implantação; as etapas do

crescimento; as funções da cidade, e também as suas necessidades (abastecimentos, água,

transporte); a população da cidade (origem, composição, características, demográficas); os

bairros, (incluindo seu aspecto); o papel da cidade na região, e as relações com as outras

cidades, por outras palavras, o seu lugar na rede urbana da região”. (DERRUAU, p.204).

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Norteado por esses conceitos buscou-se elaborar uma caracterização do município

de Bananeiras no Brejo paraibano.

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3 Material e Métodos

A pesquisa sobre o município de Bananeiras foi desenvolvida em etapas onde uma

refere-se a coleta de informação e outra à confecção efetiva do trabalho, sendo esta realizada

em gabinete. Primeiramente foram levantados dados e materiais bibliográficos referentes ao

município, utilizando fontes como IDEME, IBGE, como também fontes do próprio web site

do município. Em seguida foi realizada uma vistoria in loco, onde foram realizadas algumas

averiguações e coleta de imagens, utilizando para isso equipamento fotográfico de alta

resolução.

Assim, realizado o processo de coleta de dados e informações necessária para o

desenvolvimento da pesquisa, iniciou-se a etapa referente à compilação dos dados. Os dados

de indicadores socioeconômicos foram inseridos analisados em planilha Excel, onde foram

confeccionados gráficos e tabelas. Para verificação da expansão urbana, como também para

visualização da posição e localização do município foram digitalizados mapas da cidade e do

município.

3.1 Localização do município

O município de Bananeiras limita-se ao norte com o município de Dona Inez e Campo

de Santana, ao sul com Borborema e Pilões, a leste com Serra da Raiz, Belém e Pirpirituba e a

oeste com Solânea. Com a nova divisão regional da Paraíba realizada a partir da década de 80

o município está situado na mesorregião do Agreste Paraibano na microrregião do Brejo

Paraibano (Moreira, 1989). Do ponto de vista da localização geográfica encontra-se no

paralelo 06° 40' 10" de latitude sul e no meridiano 35º40'10" de longitude oeste e conta com

uma altitude de aproximadamente 467 metros (Fig. 1 e 2).

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Figura 1 - Mesorregião Agreste Paraibano Fonte Atlas Escolar do Estado da Paríba

Figura 2 - Município de Bananeiras na Microrregião do Brejo Fonte Atlas Escolar do Estado da Paríba

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4 Resultados e Discussão 4.1 Caracterização fisiográfica

O município de Bananeiras está localizado na Microrregião do Brejo paraibano

que por sua vez está inserido na Mesorregião Agreste do Estado da Paraíba. O município está

inserido no Planalto da Borborema, onde se verifica um relevo ondulado recortado por rios

perenes.

Encontramos um relevo movimentado, com vales profundos, estreitos e dissecado.

Formado na sua maioria de serras e planaltos ou tabuleiros, assim como de grandes áreas de

várzeas indispensáveis à exploração de culturas diversificadas. Bananeiras destaca-se

geograficamente por situar em sua estrutura física a Serra do Jaracatiá, o Pico de Roma (ponto

culminante do município) e a Serra da Muricituba, que compreende as encostas do morro dos

Eucaliptos. Destacam-se também a Serra da Viração e a Serra do Bebedouro (Fig. 3).

Figura 3 Relevo bastante movimentado onde se encontra a cidade de Bananeiras Fonte Google Earth – acessado em 2007

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A cidade de Bananeiras fica encrava nos contrafortes a barlavento do Planalto da

Borborema, o relevo apresenta-se com bastante rugosidade denotando vertentes íngremes em

vales bem apresentados. As encostas permitem uma dissecação relativamente intensa quando

os momentos de precipitação são de elevado teor. A passagem da cidade de Bananeiras para

Solânea é interessante, pois enquanto uma cidade está dentro do vale a outra, nesse caso

Solânea, encontra-se no topo do relevo, já com um clima diferenciado em termos de umidade.

O clima1 caracteriza-se por apresentar um período de 1 a 4 meses de seca

(classifica-se como Mediterrâneo ou Nordestino quente de seca média). É classificado

também por ser do tipo tropical chuvoso, com verão seco com índice térmico variando entre

16 a 40 graus com umidade relativa do ar em torno de 80%. A estação chuvosa se inicia em

janeiro/fevereiro com término em setembro, podendo se adiantar até outubro. Seu regime

pluviométrico depende da circulação da massa Equatorial-Atlântica, começando a atuar no

outono, aumentando a umidade sob a influência dos ventos alísios do sudeste, que no inverno,

incorporado às massas polares do Sul, produzem chuvas abundantes no período citado

anteriormente. Essas características são as responsáveis diretas, dentre outras, pelo

condicionamento da vegetação local.

Encontramos unidades vegetais formadas por Florestas Subcaducifólica e

Caducifólica, sendo estas características das áreas agrestes. As ocorrências de um mosaico de

associações vegetais diversas refletem a ação conjunta de diferentes condicionantes da

natureza dos quais os mais importantes parecem ser a topografia e disposição dos relevos com

relação aos parâmetros climáticos por eles modificados (umidade, ventos e precipitação).

Assim encontramos unidades vegetais formadas por Florestas Subcaducifólica e Caducifólica,

sendo estas características das áreas agrestes contidas nos contrafores do Planalto da

Borborema.

1 Essas informações foram coletadas no Atlas Escolar do Estado da Paraíba.

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4.2.- Caracterização histórica2

4.2.1 Colonização e formação territorial

O processo de colonização das terras referentes ao município de Bananeiras

iniciou-se em meados do século XVIII com a doação de sesmarias aos portugueses Domingos

Vieira e Zacarias Melo, os quais procedia da Vila de Monte-Mor, atual cidade de

Mamanguape. Assim iniciava-se o processo de ocupação das terras férteis do referido

compartimento brejeiro, que se situava nas proximidades de uma lagoa que corria no fundo do

vale, onde aí existia uma plantação de pacoveiras, espécie de bananeira rústica que produzia

frutos inadequados ao consumo humano. Daí surge a denominação do povoamento que aí se

desenvolvia.

Até o ano de 1827 a comuna referente ao atual município de Bananeiras esteve sob

a jurisdição da Vila de São Miguel da Baía da Traição, atual município de Areia. Em virtude

da Resolução do Conselho da Província tomada em sessão extraordinária de 9 de maio de

1893, à execução do Decreto de 13 de dezembro de 1832, Bananeiras foi elevada a categoria

de Vila. No entanto, é com a publicação da com a Lei Provincial n.º 690, de 16 de outubro de

1879, que ascende a posição de município, sendo José Rodrigues Pereira júnior o então

presidente da província.

Em 1909, além da sede municipal, já existiam os povoados de Moreno, atual

município de Solânea, Pilões do Maia e Ignez. No perímetro urbano do município havia 300

casas edificadas, 15 estabelecimentos comerciais, 3 prédios públicos municipais e 7

instituições de ensino. Os principais produtos eram o café, o fumo e o algodão. A cidade

mantinha relações comerciais com algumas cidades e Estados, exportando produtos para João

Pessoa, Ceará, Pará e Amazonas, importando do Recife e João Pessoa, como também

estabelecia relações de compra e venda com cidades mais próximas.

Em 1966 a cidade já contava com uma estrutura urbana que possuía 850

edificações, distribuídas em 3 praças e 25 ruas, sendo 10 pavimentadas, e com uma rede

escolar contado com 35 unidades distribuídas na zona urbana e rural. No então o município

era caracterizado como uma unidade rural, uma vez que observamos que de acordo com o

2 Para escrever sobre esse assunto foram feitas buscas em sites na Internet, daí então se retirou as informações que mais interessavam para este trabalho. http://www.bananeiras.com.br/historiahp.htm http://www.bananeiras.pb.gov.br/bananeiras/noticias.asp?id=14

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censo demográfico de 1960 a população era de 26.232 sendo 87,1% A economia ainda

baseava-se na produção agropecuária. Dentre os produtos destacava-se a produção para

exportação aos municípios circunvizinhos de mandioca, feijão, arroz, urucu, milho e frutas, a

água ardente e a rapadura que eram produzidas pelos 13 engenhos, como também a criação de

gado bovino, caprinos, dentre outras espécies, destinados ao corte e a produção leiteira.

A partir do ano de 1953 o município sofre uma considerável perde de seu território

em decorrência da formação de novos municípios de modo que em 1966 o município tinha

uma área de 284 km² e atualmente conta com 258 km², equivalendo a uma perda de quase

10% de seu território.

Assim, ainda que Bananeira tenha sofrido perda de parte do território de seu

município em decorrência das emancipações que ocorreram ao longo da sua história, pode

observar que no que tange à área da cidade, houve uma grande expansão de sua área urbana a

partir da observação da cidade no início do século XX e no início do século XXI (Fig.. 4 e 5).

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Figura 4 - Cartograma 1 – Cidade de Bananeiras – Sem data oficial. (1970?)

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Figura 5 – Foto área da cidade de Bananeiras. Registro extraído da Foto exposta na Prefeitura Municipal de Bananeiras. 17/08/2007

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4.2.2 História e os monumentos arquitetônicos do município de Bananeiras3

As cidades em suas formas arquitetônicas, como na disposição dos logradouros e

edifícios e em sua estrutura urbana como um todo representa significados e valores de seu

processo de formação e transformações.

Na cidade de Bananeiras podemos encontrar símbolos que contam a história de

um passado de opulência de uma aristocracia rural. Na metade do século XIX Bananeiras era

um dos maiores produtores de Café da região, produzindo um milhão de sacas por ano,

competindo em qualidade e aceitação em São Paulo. No entanto, o transporte era precário, o

que impedia a vazão do produto em demanda nacional.

A estação de trem só foi inaugurada 72 anos depois, quando a economia cafeeira

já havia entrado em declínio em decorrência da praga do bicudo (Cerococus paraibensis) que

contaminou as plantações no ano de 1923.

A edificação da estação foi concluída em 1922 (Fig. 6), no entanto só em 1925

foi inaugurada a estação ferroviária de Bananeiras pela Great Western. A estrada na época se

chamava E. F. Independência ao Picuhy, e deveria ligar a estação de Independência (hoje

Guarabira), saindo pela estação de Itamataí, na linha Norte da Great Western, à localidade de

Picuhy. Foram 15 anos para construção de 35km, onde para isso foi necessária a construção

de um túnel de 202m para que o trem que oriundo de Camucá, atual município de Borborema,

chegasse a Bananeiras. Em 1967 o trem deixou de circular pelo ramal de Bananeiras, sendo

oficialmente desativado em 08/04/1970. Atualmente as edificações da antiga estação

ferroviária estão voltadas para a economia do turismo, onde funciona um hotel e um

restaurante (Fig. 7).

3 Trechos extraídos e interpretados do site: http://www.estacoesferroviarias.com.br/paraiba/bananeiras.htm

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Figura 6 – Estação Ferroviária de Bananeiras – 1922 Foto: Revista Ilustração Brasileira In. Prefeitura Municipal de Bananeiras

Figura 7 – Edificação hoteleira na antiga Estação Ferroviária – 17/08/2007

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Assim, ainda hoje podemos perceber no espaço urbano, como também no rural,

edificações, tais como residências, escolas, entre outros tipos de construções que demonstram

um período de prosperidade em decorrência da economia cafeeira.

De acordo com o IPHAEP (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado

da Paraíba) Bananeiras consta com um patrimônio histórico arquitetônico de mais de 80

casarios que se encontram em bom estado de conservação, embora ainda não sejam tombados.

Com o capital obtido na produção eram construídos casarões senhoriais, que

geralmente eram construídos no centro da cidade nas proximidades da igreja matriz. Estes

casarios foram desenhados com amplas janelas e varanda de azulejos, onde algumas vezes

usava-se material importado para a sua construção. Alguns casarios (Fig. 8 e 9) ainda

guardam aspectos externos dos tempos dos terraços de ladrilhos e dos secadores que deram à

paisagem desta cidade um aspecto próprio, entretanto, muitas destas residências já sofreram

mudanças em sua estrutura, adotando elementos modernos como portões elétricos.

Figura 8 - Casario do período da economia cafeeira. 17/08/2007

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Figura 9 – Casario do período da economia cafeeira. 17/08/2007

Além dos casarios, Bananeiras conta com edificações históricas, tais como o

prédio dos Correios e telégrafos que data de 1835, que permanece atualmente com a mesma

estrutura arquitetônica e função. Também encontramos o colégio das Dorotéias que

funcionava como internato feminino (Fig. 10), onde hoje funciona como um colégio e

cursinho pré-vestibular da rede particular.

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Figura 10 – Colégio Executivo - Antigo internato feminino colégio das Dorotéias. 17/08/2007

Uma outra edificação que se encontra no município, sendo esta de cunho religioso

é o Cruzeiro de Roma. Construído em 1899 no alto de uma serra a mais de 500 metros de

altitude, o Cruzeiro de Roma (Fig. 11) está no roteiro algumas peregrinações, tais como a

peregrinação a “Nos passos do Padre Ibiapina, como também para as que se dirigem ao

monumento da estatua de Frei Damião instalado no município de Guarabira.

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Figura 11 – Cruzeiro de Roma - 17/08/2007

O patrimônio da Capela de Nossa Senhora do Livramento teve sua origem na

escritura de doação de uma parte de terra no termo da Villa de Monte-Mor que ocorreu em

sete de abril de 1763.

Inicialmente construída de “taipa”, posteriormente foi melhorada, vindo a

desaparecer tempos depois pela ação temporal, entretanto, no mesmo local, no século XIX foi

erguido o templo da Matriz da Vila de Bananeiras, erguida à custa do poder público e dos

produtores rurais.

À parte da história oficial da construção da igreja matriz, há outra versão em que

conta que essa capela foi erguida em decorrência da promessa de Gregório da Costa Soares,

que havia se perdido de seus companheiros na região do Brejo e que acabou aprisionado por

uma tribo de índios antropófagos da região. Libertado por uma índia, Gregório foi salvo e em

paga à sua promessa ergue uma capela em homenagem a Nossa Senhora do Livramento.

Este templo ainda conserva a mesma estrutura na sua parte externa, porém,

internamente, sofreu várias modificações, permanecendo o Altar-Mór, retratando na sua

arquitetura um período histórico da vida religiosa de Bananeiras.

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É em torno da Igreja que se estrutura o núcleo de espaços de menor profundidade,

ou seja, de acessibilidade mais direta a partir dos demais espaços. Esse núcleo é formado por

um conjunto de linhas que se articulam ao redor da Igreja e da Praça Fronteiriça, gerando uma

espécie de roda deformada no centro do vilarejo, base das atividades religiosas e comerciais.

Em frente à Igreja encontra-se erguida uma estátua de Nossa Senhora das Graças

(Fig. 12 e 13), colocada em 1952 em substituição às palmeiras imperiais que foram retiradas a

pedido dos moradores. A colocação dessa estátua reconstruiu a paisagem local, configurando-

se em um signo portador de mensagens religiosas de fé.

Figura 12 - Igreja Matriz Nossa Senhora do Livramento no início do Século XX. Fonte: Centro Cultural Municipal de Bananeiras

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Figura 13 - Igreja Matriz Nossa Senhora do Livramento. 17/08/2007

A praça central é o mesmo local que serviu e ainda serve espaços de socialização

de jovens no domingo à noite, ou ainda a realização das festas religiosas congregando várias

classes de renda, unidas pela crença religiosa. Assim, a apropriação do espaço em Bananeiras

foi determinada, e ainda o é, pelas relações que se estabelecem entre seus moradores, pelo

manejo de símbolos e códigos comuns: casarios antigos, igreja-matriz, estação ferroviária e

praça.

4.3 Aspectos socioeconômicos do município

Com o declínio da economia baseada na produção de café, a economia passou a

investir na produção de cana-de-açúcar, fumo, arroz e sisal. Com a implementação do

Proálcool percebeu-se uma crescente produção de cana-de-açúcar em detrimento das

atividades policultoras.

Atualmente o município de Bananeiras possui uma grande taxa percentual da

economia provinda das atividades agropecuárias. No entanto, a maior parte da produção do

município provém do setor de serviços. De acordo com dados do IBGE, no ano de 2004 56%

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da produção do PIB era proveniente do setor de serviços, seguido por 37% da atividade

agropecuária e por último a atividade industrial com 7

Figura 14 – Gráfico demonstrativo da distribuição econômica nos 3 setores da economia

No que se refere à produção agropecuária do município, encontramos algumas

unidades de empresas agrícolas, onde se ainda destacamos a produção policultora familiar

(Fig. 15).

Figura 15 – Produção agrícola familiar. 17/08/2007

da produção do PIB era proveniente do setor de serviços, seguido por 37% da atividade

agropecuária e por último a atividade industrial com 7% do total (Fig. 14)

Gráfico demonstrativo da distribuição econômica nos 3 setores da

No que se refere à produção agropecuária do município, encontramos algumas

unidades de empresas agrícolas, onde se ainda destacamos a produção policultora familiar

Produção agrícola familiar. 17/08/2007

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da produção do PIB era proveniente do setor de serviços, seguido por 37% da atividade

(Fig. 14).

Gráfico demonstrativo da distribuição econômica nos 3 setores da

No que se refere à produção agropecuária do município, encontramos algumas

unidades de empresas agrícolas, onde se ainda destacamos a produção policultora familiar

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No que se refere a produção agrícola destacamos

a lavoura temporária (Fig. 17)

baía, batata doce entre outros produtos, onde juntos

de 1.135.544 R$.

Figura 16 – permanente

Figura 17 – Gráfico demonstrativo da lavoura temporária

Por estar situada em

como serras e temperaturas amenas, Bananeiras tem se tornado um pólo atrativo para o

No que se refere a produção agrícola destacamos n lavoura permanente (Fig. 16) e

a lavoura temporária (Fig. 17) a produção de manga, feijão, cana-de-açúcar, urucum, coco

batata doce entre outros produtos, onde juntos arrecadaram no ano de 2005 um montante

Gráfico demonstrativo da produção da lavoura

Gráfico demonstrativo da lavoura temporária

Por estar situada em uma superfície de condições geográficas favoráveis, tais

como serras e temperaturas amenas, Bananeiras tem se tornado um pólo atrativo para o

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n lavoura permanente (Fig. 16) e

açúcar, urucum, coco-da-

arrecadaram no ano de 2005 um montante

Gráfico demonstrativo da produção da lavoura

uma superfície de condições geográficas favoráveis, tais

como serras e temperaturas amenas, Bananeiras tem se tornado um pólo atrativo para o

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turismo. Com o marketing de “O circuito do frio” o município vem fazendo com que sua

economia venha desenvolvendo-se gradualmente para esse setor.

A população total é de 21.810 habitantes sendo 7.590 na área urbana. Seu Índice

de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0.599 segundo o Atlas de Desenvolvimento

Humano/PNUD (2000).

São registrados 368 domicílios particulares permanentes com banheiro ligados à

rede geral de esgoto, 1.527 domicílios particulares permanentes têm abastecimento ligado à

rede geral de água, e 1.547 domicílios particulares permanentes têm lixo coletado.

Existem 30 Leitos hospitalares, em 08 Estabelecimentos de saúde, sendo 07

estabelecimentos prestadores de serviços ao SUS. O Ensino Fundamental tem 6.242

matrículas e o Ensino Médio 1.599.

Nas Articulações entre as instituições observa-se o convênio de cooperação com

entidades públicas nas áreas de saúde, assistência e desenvolvimento social, turismo, cultura,

meio ambiente, habitação, transportes, desenvolvimento urbano, e desenvolvimento

econômico. O Apoio de entidades privadas ou da comunidade nas áreas de educação, saúde,

direito de crianças e adolescentes, turismo, cultura, meio ambiente, habitação, transportes

desenvolvimento urbano e desenvolvimento econômico. Ações Integradas com outro(s)

município(s) nas áreas de saúde, assistência e desenvolvimento social, cultura, meio ambiente,

habitação, e desenvolvimento econômico. Convênio de parceria com empresas privadas nas

áreas de cultura, meio ambiente e desenvolvimento urbano e o consórcio intermunicipal de

meio ambiente.

Observa-se a existência de loteamentos irregulares, um órgão habitacional,

cadastro ou levantamento de famílias para implementação de políticas interessadas em

programas habitacionais com execução de programas ou ações na área de habitação, e

construção de unidades, oferta de lotes, urbanização de assentamentos, regularização

fundiária, oferta de material de construção e melhoria de cortiços.

Verifica-se, ainda, a descentralização administrativa com a formação de Conselhos

nas áreas de educação, saúde, assistência social e o fundo municipal para as áreas de

assistência social, saúde e educação.

Os Programas ou Ações na área de geração de trabalho e renda são: Incentivos

para atração de atividades econômicas, benefício tributário relativo ao IPTU, cessão de terras,

fornecimento de infra-estrutura, programas ou ações na área de geração de trabalho e renda e

capacitação profissional. Existem atividades sócio-culturais como bibliotecas públicas, clubes

e associações recreativas, estádios ou ginásios poliesportivos, e banda de música.

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Nos limites da área urbana situa-se o Centro de Formação de Tecnólogos, órgão da

Universidade Federal da Paraíba. Neste complexo universitário se destacam os cursos de

Engenharia de Alimentos e de Ciências Agrárias. Professores do CFT extraem o óleo da

citronela e da erva doce, utilizado por empresas do Sudeste do País, na fabricação de

cosméticos e repelentes contra pragas agrícolas e pernilongos.

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5 Considerações

A cidade, tal como é encontrada na história, é o ponto de máxima concentração do

vigor e da cultura de uma comunidade. Assim, definir o que seja uma cidade consiste numa

tarefa árdua e com certeza não livre de imprecisões e controvérsias. Podemos contentar-nos

com os ensinamentos compilados no primeiro capítulo deste trabalho e, mesmo que aceitemos

as definições citadas como suficientes para definir o termo cidade, permanece a questão

principal: O que é a cidade? Esta pergunta permanece no ar, contudo, qualquer habitante da

cidade sabe o que ela é, posto que vive nela e constrói no seu cotidiano o cotidiano da cidade.

Para entendermos a cidade, não basta apenas observá-la ou viver nela. É preciso

verificar a sua dinâmica, a sua cultura e sua história. Ou seja, é preciso observar a

movimentação das pessoas em suas ruas, as relações comerciais, onde estão localizados os

estabelecimentos comerciais, onde moram e estudam seus habitantes, qual a cultura destes, e

seus espaços culturais.

A estrutura urbana e suas transformações não devem ser consideradas como

sinônimo de cidade enquanto elemento físico, sem considerar a inter-relação entre seus

elementos. Sendo assim a cidade, é o conjunto de elementos, físicos e humanos que se inter-

relacionam alterando-se mutuamente durante este processo, de forma que, a cidade em seu

aspecto social, como uma “estrutura especial”, deve dirigir-se no sentido da criação de

oportunidades diferenciadas para uma vida comum e um drama coletivo significativo, que é

construído de forma indireta por associações com o auxílio de sinais, símbolos e organizações

especializadas que suplantam e substituem o relacionamento face a face dos personagens

sociais.

Neste contexto maior podemos considerar as cidades como produto do tempo e da

dominação dos espaços pelos homens, são moldes dentro dos quais a existência dos homens

se resfria e condensa, dando forma duradoura, por via da ciência, arte e tecnologia, aos

momentos que se perderiam com a memória dos vivos isolados, tornando-os parte da história

e da memória da coletividade.

A mente toma forma na cidade; pois é moldada pelas formas urbanas,

territorialidades, que por sua vez são produtos dessa interação da mente humana com o espaço

físico e social. A cidade registra a atitude de uma cultura e de uma época diante dos fatos

fundamentais de sua própria existência.

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Neste estudo, foi perceptível como isso acontece: Bananeiras renasce nos seus

casarios, na sua igreja, nas suas ruas. As imagens urbanas processadas como informação, nos

mostraram um modo de viver que a partir da percepção ambiental urbana, as pessoas adotam

determinadas posturas perante a comunidade, orientando-se e construindo a forma de viver

dos habitantes. Bananeiras mudou. Sim! O pequeno vilarejo das novenas, do café, da ferrovia,

dos grandes nomes da nossa cultura mudou. Transformou-se. Agora é uma cidade é uma

cidade turística. Um novo território. Uma nova paisagem aos nossos olhos.

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Referências Bibliográficas ATLAS ESCOLAR PARAIBANO. Janete Lins Rodriguez (org). João Pessoa: GRAFSET, 1997. CARLOS, Ana Fani Alessandri. A cidade. 6ª Ed. Contexto. São Paulo, 2001. CORREA, Roberto lobato. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática, 1998. ___________________. Trajetórias geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. DERRUAU, Max. Geografia Humana II. Vol 2. Editorial presença. Livraria Martins Fontes. Trad. Arlindo Mota, 1973. DOLFUSS, Olivier. A Análise Geográfica. Ed: Difusão européia do livro, Coleção Saber Atual, 1973. MELO, Antonio Sergio Tavares de; RODRIGUEZ, Janete Lins. Paraíba: desenvolvimento econômico e a questão ambiental. Editora Grafset, João Pessoa, 2003. SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da Geografia. São Paulo: Hucitec, 1996. _________________ A natureza do espaço: técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2002. SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento urbano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. TAVARES, João de Lyra. A Parahyba. Vol II. Imprensa oficial, Paraíba, 1910.

Sites consultados

http://www.bananeiras.com.br/historiahp.htm http://www.bananeiras.pb.gov.br/bananeiras/noticias.asp?id=14