uma teologia saudavel para o seculo 21

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descreve a teologia no cristã nos ossos dias

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  • Franklin FerreiraUma Teologia Saudvel para o Sculo 21

  • 1. A urbanizao do pas1945: cerca de 30% da populao morava em cidades2000: 81,2% da populao nos centros urbanos, especialmente no sudeste

    Entre as maiores cidades (regio metropolitana) da Amrica esto:

    [1] So Paulo: 20.309.647[6] Rio de Janeiro: 11.529.194[18] Belo Horizonte: 5.731.826[26] Porto Alegre: 4.076.158[27] Recife: 4.058.657[30] Salvador: 3.843.250[33] Fortaleza: 3.655.259

    Problemas: desemprego, criminalidade, favelizao e poluio.

  • As megaigrejas como tentativa de resposta urbanizao1970-1990 presenciaram uma diviso cada vez mais acentuada entre os evanglicos e o declnio das denominaes, e com a urbanizao e crescente privatizao da f, cresceram as chamadas megaigrejas independentes, se reunindo em edifcios imponentes, com msica contempornea e centrada em pregadores carismticos e eventos.Estas so marcadas por minimalismo teolgico, pragmatismo metodolgico e cultura gerencial.Produz uma comunidade crist sentimentalista, emocionalmente imatura, confiando em clichs e impaciente com argumentao embasada.

  • 2. Por uma teologia saudvelSe desejamos ser uma igreja saudvel, precisamos afirmar as doutrinas centrais da f crist:A supremacia da Palavra de Deus, em virtude de sua inspirao nica e exclusiva.A majestade de Cristo Jesus, o Deus-Homem que morreu como sacrifcio pelos pecados.O senhorio do Esprito Santo, que desempenha uma srie de ministrios vitais.A necessidade da converso, como um encontro transformador com Deus que somente Deus pode efetuar.A prioridade da evangelizao, na qual este testemunho uma expresso do culto.A importncia da comunho, por ser a igreja essencialmente uma comunidade de crentes.

  • A forma trinitria da f evanglica: a iniciativa de Deus ao revelar-se a ns, o amor de Cristo morrendo pelos nossos pecados e o ministrio do Esprito Santo, que facilita cada aspecto do nosso discipulado cristo a Palavra, a Cruz e o Esprito so as trs nfases evanglicas essenciais.

    No devemos nos afastar da simplicidade e da pureza que h em Cristo Jesus (1Co 11.4).

    a verdadeira doutrina que produz a unidade na Igreja (Ef 4.1-16).

    Precisamos estudar todas as doutrinas bblicas, buscando saber quais so aquelas que so vitais para nossa salvao e quais so as que podemos ter opinies diferentes.

    A cultura da civilidade: Ser que no podemos abrir mo de nossos cultos a personalidades, rixas insignificantes, contendas histricas e agendas pessoais pelo bem maior do movimento? (Alister McGrath)

  • A disciplina doutrinria distinta da disciplina eclesistica da seguinte forma: esta consequncia da s doutrina, o que vale dizer, do uso correto do Evangelho, enquanto que aquela se dirige expressamente contra o abuso da doutrina. Por doutrina falsa se deteriora a fonte da vida da igreja e da disciplina eclesistica. Por isso, pesa mais o pecado contra a doutrina que o pecado contra a disciplina crist. Quem rouba da igreja o Evangelho merece condenao irrestrita; quem, porm, peca em sua conduta, para esse existe o Evangelho. Disciplina doutrinria refere-se, em primeiro lugar, aos ministros encarregados de ensinar o Evangelho na igreja. Condio prvia para tanto que, para o exerccio do ofcio, haja o cuidado de que o responsvel pelo ofcio seja didaktiks, apto para ensinar (1Tm 3.2; 2Tm 2.24; Tt 1.9), tambm idneo para instruir a outros (2Tm 2.2), que a ningum se imponha as mos precipitadamente, porque a culpa cair sobre quem o ordenou (1Tm 5.22).

  • A disciplina doutrinria, porm, no termina com a ordenao ao ministrio, mas tem a apenas o seu incio. Mesmo o ministro aprovado Timteo tem necessidade de ser continuamente admoestado a permanecer na reta e s doutrina. O que se recomenda especialmente a ele a leitura das Escrituras. O perigo de se desviar demasiado grande (2Tm 3.10; 3.14; 4.2,15; 1Tm 4.13,16; Tt 1.9; 3.8). A isso deve se acrescentar vida exemplar: Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina (1Tm 4.13ss; At 20.18). Ser admoestado castidade, humildade, imparcialidade, dedicao no vergonhoso para Timteo. Assim, a disciplina em relao aos responsveis pelo ofcio precede toda disciplina em relao igreja. dever do ministro propagar, na igreja, a reta doutrina e combater qualquer perverso. Onde se instalam heresias evidentes, o ministro ordenar que no ensinem outra doutrina (1Tm 1.3), pois ele portador do ministrio da doutrina e tem direito de ordenar. Alm disso, dever evitar contendas de palavras (2Tm 2.14). Se for comprovada a heresia, admoeste-se o herege primeira e segunda vez; se no ouvir, rompa-se a comunho com ele (Tt 3.10; 1Tm 6.4s.), pois ele seduz a igreja (2Tm 3.6s.). Quem no permanece na doutrina de Cristo, este tal no tem Deus.

  • A esse falso pregador negam, inclusive, a hospitalidade e a saudao fraternal (2Jo 9ss). No herege se nos depara o Anticristo. No o pecador contra a disciplina da vida crist, mas exclusivamente o herege denominado Anticristo. O antema de Gl 1.9 dirige-se exclusivamente contra o herege. A respeito da relao entre disciplina eclesistica e disciplina doutrinria diga-se o seguinte: no h disciplina eclesistica se no houver disciplina doutrinria. No h, todavia, disciplina doutrinria que no leve disciplina eclesistica. O apstolo Paulo acusa os cristos corntios de provocarem cismas em sua soberba, sem exercerem disciplina eclesistica (1Co 5.2). Essa separao de doutrina e conduta crist impossvel.

  • 3. A teologia saudvel e a catequeseA catequese deriva da palavra grega katche, instruir (At 18.25; Rm 2.18; 1Co 14.19; Gl 6.6). Os catecismos eram manuais de instruo popular nas doutrinas crists, normalmente na forma de perguntas e repostas. No perodo patrstico, a catequese foi usada para proteger a integridade doutrinria e a disciplina da igreja, e geralmente compunham-se de exposies do Credo dos Apstolos e da Orao Dominical. Cirilo de Jerusalm, Ambrsio, Crisstomo, Agostinho e Gregrio de Nissa escreveram prelees catequticas.

  • Catecismo Menor de LuteroNo inverno de 1528-1529, durante uma inspeo pelas igrejas da Saxnia e em Meien, Martinho Lutero descobriu que os pastores e o povo pouco conhecia da f crist, e as escolas estavam abandonadas.Para satisfazer a necessidade de instruo popular, Lutero imediatamente preparou cartazes de parede, contendo explicaes dos Dez Mandamentos, da Orao do Senhor e do Credo dos Apstolos, em linguagem simples. Com o tempo, ele reuniu todas as matrias contidas nos cartazes, e publicou o resultado como uma exposio curta e simples da f.

  • A lamentvel e msera necessidade experimentada recentemente, quando tambm fui visitador, que me obrigou e impulsionou a preparar este catecismo ou doutrina crist nesta forma breve, simples e singela. Meu Deus, quanta misria no vi! O homem comum simplesmente no sabe nada da doutrina crist, especialmente nas aldeias. E infelizmente, muitos pastores so de todo incompetentes e incapazes para a obra do ensino. No obstante, todos pretendem o nome de cristos, esto batizados e fazem uso dos santos sacramentos. No sabem nem o Pai-Nosso, nem o Credo, nem os Dez Mandamentos. Vo vivendo como brutos e irracionais sunos.

  • A principal finalidade do Catecismo Menor era ser uma fonte de ajuda no culto familiar. Em quase todas as sees, o Catecismo Menor apela para que os pais ensinem as doutrinas com simplicidade sua famlia. O pressuposto pedaggico do catecismo era o trivium, com sua nfase em gramtica, retrica e lgica.

  • 4. Richard Baxter e o ensino de uma teologia saudvelSua prtica consistia em visitar sistematicamente as famlias, com o propsito de tratar espiritualmente com cada uma delas. Baxter visitava sete ou oito famlias por dia, duas vezes por semana, a fim de visitar regularmente todas as oitocentas famlias de sua congregao a cada ano.

  • O contedo de uma teologia saudvelAquilo que eu lhes expunha e, com toda a insistncia, procurava imprimir em suas mentes era o grande princpio fundamental do cristianismo contido na aliana batismal deles, ou seja, um correto conhecimento, f, sujeio e amor a Deus Pai, Deus Filho e Deus Esprito Santo, bem como o amor para com todos os homens e a harmonia na igreja e uns com os outros... preciso muito tempo para explicar o verdadeiro e proveitoso mtodo do Credo (a doutrina da f), a orao do Pai Nosso (aquilo que desejamos) e os Dez Mandamentos (a lei da prtica); o tratar desses assuntos fornece matria adicional para o conhecimento da maioria dos que se professam cristos. E uma vez feito isso, eles precisam ser levados adiante... no ao ponto de se deixar os mais fracos para trs. Mas sempre ensinando o que subserviente aos grandes pontos da f, da esperana e do amor, da santidade e da unidade, noes essas que precisam ser constantemente inculcadas, como o comeo e o fim de tudo.

  • Primeiramente eu as ouvia recitar as palavras do Catecismo, e ento examinava as respostas quanto ao seu sentido, e, finalmente, exortava as famlias, com toda a capacidade de raciocnio e veemncia, a fim de que tais estudos resultassem em sentimento e prtica. Eu passava cerca de uma hora com cada famlia.

  • Alguns homens simples compreenderam com competncia o corpo das doutrinas teolgicas... Alguns deles mostravam-se to aptos nas suas oraes que poucos ministros os igualavam... Um grande nmero deles era capaz de orar de forma muito louvvel, com seus familiares e com outras pessoas. Sua atitude mental e a inocncia de suas vidas, todavia, ainda assim eram mais dignas de louvor do que suas habilidades. Os mestres de piedade sria geralmente tinham mentes e posturas humildes...

  • Por causa do peso do trabalho, e tambm de doenas, os cristos passaram a visit-lo em sua casa. E nenhum deles jamais recusou tal convite.

    Encontro mais sinais externos de sucesso com aqueles que vm do que em toda minha pregao pblica. Considero os benefcios e o conforto do trabalho tal que agora eu no o trocaria por todas as riquezas do mundo.

  • Uma filosofia de ministrioBaxter tinha em alta conta o ministrio pastoral e, em seu entendimento, as prioridades do pastorado seriam pregar o evangelho, ensinar as Escrituras e pastorear as almas. Sua expectativa era que se:...Deus reformar o ministrio, estimulando os pastores aos seus deveres de modo zeloso e fiel, o povo certamente ser reformado. Todas as igrejas permanecem ou caem conforme o ministrio permanece de p ou cai, no em termos de riquezas ou grandiosidades mundanas, mas em conhecimento, no zelo e na aptido para a sua obra.

  • Baxter se dedicava ao ministrio de duas maneiras complementares: sermes regulares (um a cada domingo e tera-feira, cada um com uma hora de durao) e

    encontros pastorais semanais para discusso e orao (onde ele recapitulava o sermo do domingo anterior e distribua Bblias e livros evanglicos), alm de uma catequese pessoal sistemtica de pessoas de todas as faixas etrias.

  • Em seu entendimento, constitui um inquestionvel dever de todos os ministros da Igreja catequizar e ensinar pessoalmente todos os que so entregues aos seus cuidados. Isto significava seis fatos: as pessoas deveriam ser ensinadas nas doutrinas centrais e essncias da f crist; estas doutrinas deveriam ser ensinadas da maneira mais edificante e benfica possvel; neste processo de aprendizagem deveriam ser usadas orientaes, exames e instrues pessoais; esta instruo pessoal recomendada pelas Escrituras e pela histria da Igreja; todos os membros da congregao devem ser catequizados e ensinados; esta obra tomar considervel tempo dos ministros.

  • Como realizar a catequese?Justifique o encontro.

    Fale com as pessoas individualmente: em um cmodo separado ou a uma pequena distncia do restante da famlia (mas no fique sozinho em um cmodo com um membro do sexo oposto, para evitar escndalo).

    Verifique o que eles aprenderam do catecismo.

  • Escolha um ou dois assuntos importantes e veja quanto eles entendem a esse respeito. Comece com o que obviamente diz respeito a suas vidas, por exemplo, O que voc pensa que acontece com as pessoas quando elas morrem. Sobre o que nosso corao deve estar alicerado? Evite perguntas difceis ou dbias; faa-as de tal forma que eles possam entender o que voc est dizendo. No pergunte O que Deus, por exemplo, mas O que Deus Ele feito de carne e sangue como ns? Se eles no entenderem, ajeite a resposta numa questo facilitante subsequente de forma que eles precisem responder apenas sim ou no. Se eles realmente no puderem responder, no force-os: d voc mesmo a resposta.Continue com um pouco mais de ensino apropriado a suas capacidades.Se voc pensa que eles no so convertidos, explore gentilmente o assunto com eles. Por exemplo: Voc sabe como o Esprito Santo faz a f clara e amacia nossos coraes; voc j provou isto?

  • Se eles parecem no convertidos, traga a seus coraes um senso de suas condies.Conclua mostrando nosso dever de crer em Cristo e usar os meios da graa.Antes de sair, justifique novamente o tempo gasto e expresse estima por o terem recebido.Mantenha um bom registro das visitas em um livro.Seja sensvel, sua maneira, s idades e estgios das pessoas, e facilite seu entendimento. D comprovaes bblicas ao que voc ensina. Prepare e ore com antecedncia, faa-o amorosamente; e se eles estiverem em dificuldades, d dinheiro para aliviar sua pobreza.Baxter conclui: agora v em frente!

  • O pastor reformadoOs pastores que querem igrejas saudveis devem ser, para mencionar o ttulo original do livro de Richard Baxter, reformados. Isso quer dizer que os pastores devem ser pessoas que, atravs de sua pregao, ensino e exemplo, tenham uma rica compreenso de Deus, slido conhecimento doutrinrio, afeies santificadas, contnua devoo, mais amor, alegria e firmeza nos alvos e prioridades cristos.

  • O pastor reformadoO ideal para cada igreja era que atravs de clrigos reformados cada congregao na sua totalidade viesse a tornar-se reformada - trazida, sim, pela graa de Deus a um estado que chamaramos de avivamento sem desordem, de forma a tornar-se verdadeira e completamente convertida, teologicamente ortodoxa e saudvel, espiritualmente alerta e esperanosa, em termos de carter, sbia e madura, eticamente empreendedora e obediente, e humilde mas alegremente certa de sua salvao.

  • Resultados da catequeseEscrevendo em 1665, ele disse que, a despeito da intensa presso exercida contra eles por causa de seu testemunho evanglico, durante anos, desde que os deixara, nenhum s deles, at onde tenho ouvido dizer... desviou-se ou esqueceu-se de sua retido.

  • Preciso dar este testemunho fiel quanto queles tempos, pois, pelo que eu soube, onde antes havia um pregador til e piedoso, depois havia entre seis a dez deles; e considerando vrias localidades, conjecturo que havia um aumento proporcional de pessoas deveras piedosas... onde os ministros tinham excelentes aptides e vidas santas, buscando o bem das almas, sendo totalmente devotos, dedicando seu tempo, foras e bens a esse fim, no considerando como demasiado qualquer preo ou custo; houve muitos convertidos a uma piedade sria... Deus abenoou to maravilhosamente os esforos de seus fiis e unnimes ministros que, no fora por causa da faco dos prelatistas... e por causa das faces dos sectrios levianos e turbulentos... juntamente com alguma preguia e egosmo de muitos que esto no ministrio, no fora por causa desses impedimentos, a Inglaterra estaria j bem perto de tornar-se uma terra de santos, um padro de santidade para o mundo inteiro, o inigualvel paraso na terra. Nunca to boas oportunidades para santificar uma nao foram perdidas e espezinhadas, como se tem visto ultimamente nesta terra! Ai daqueles que tm sido a causa disso.

  • Concluso: a necessidade da catequese regularQuando a igreja, por influncia do pietismo e do fundamentalismo, abandonou a catequese, h duzentos anos atrs, no ofereceu nada melhor em troca.

    As mudanas ocorridas no Metropolitan Tabernacle e na Westminster Chapel, aps a morte de C. H. Spurgeon e D. M. Lloyd-Jones, ilustram a necessidade do trabalho pastoral catequtico.

  • Concluso: um desafioOs atuais modelos de ministrio so centrados em imagem e eventos.

    O verdadeiro ministrio pastoral voltar sempre ao que bsico e simples: a Palavra, os sacramentos e a catequese.