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Rio de Janeiro, maio de 2006 Ano XIII – Nº 96 Garibaldi: turismo na capital brasileira do champanhe www.comunitaitaliana.com.br A MAIOR MÍDIA DA COMUNIDADE ÍTALO-BRASILEIRA Uma Torcida, Duas Nações Itália ou Brasil? O riundi divididos para Copa do Mundo ISSN 1676-3220 R$ 7,50

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Rio de Janeiro, maio de 2006 Ano XIII – Nº 96

Garibaldi: turismo na capital brasileira do champanhe

www.comunitaitaliana.com.br

A M A I O R M Í D I A D A C O M U N I D A D E Í T A L O - B R A S I L E I R A

Uma Torcida, Duas NaçõesItália ou Brasil? Oriundidivididos para Copa do Mundo

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N 1

676-

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R$

7,50

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4 EditorialCarta aberta ao Senador Pollastri

Maio de 2006

5 Cose NostreConsulado exibirá jogos durante a Copa

8 Marco LucchesiPoesia e Scienza

14Política

24Notizie

26Saúde

42Comportamento

50Sapori d’Italia

CAPA Coração dividido

De que lado ficam os torcedores de origem italiana, durante a Copa do Mundo?

Roberto Perrota

Sindaco di Paola firmaaccordo di gemellaggiocon comune fluminense

17

Garibaldi

Cidade dos ‘pampas’ recebe cadavez mais turistas estrangeiros

IntervistaEdoardo PollastriNuovo senatore per gli italianiall’estero viene scelto durantericonteggio dei voti

12

Bento XVI

Papa festeggia un annocome leader del Vaticano

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Arte italiana

Desde de 1954 o Brasil não recebe uma exposição tão expressiva de telas de pintores renascentistas e do Barroco

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COBRA QUE FUMA

Você sabe a origem da expressão “A cobra vai Fumar”? Ela foi criada em 1944, quando o Brasil enviou tropas à Itália para

combater os fascistas e nazistas na Segunda Guerra mundial. Dizia-se, contudo, por aqui: “Mais fácil a cobra fumar que o Brasil entrar na guerra”. A Força Expedicionária brasileira (FEB) adotou o jargão — a cobra fumante — como símbolo da em-preitada. Em bom português, o termo “a cobra vai fumar” signi-fi ca “a situação vai piorar”. Para os mais jovens, simplesmente “o bicho vai pegar”.

EDITORIAL

DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR:Pietro Domenico Petraglia

(RJ23820JP)

DIRETOR:Julio Cezar Vanni

VICE-DIRETOR EXECUTIVO:Adroaldo Garani

PUBLICAÇÃO MENSAL E PRODUÇÃO:Editora Comunità Ltda.

TIRAGEM:30.000 exemplares

ESTA EDIÇÃO FOI CONCLUÍDA EM:18/05/2006 às 15:30h

DISTRIBUIÇÃO:Brasil e Itália

REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:Rua Marquês de Caxias, 31

Centro – Niterói – RJ – BrasilCEP: 24030-050

Tel/Fax: (21) 2722-0181 /(21) 2719-1468

E-MAIL:[email protected]

SUBEDIÇÃOLuciana Bezerra dos Santos

[email protected]

REDAÇÃO:Nayra Garofl e

e Rosangela Comunale

REVISÃO / TRADUÇÃOCristiana Cocco

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:Alberto Carvalho

COLABORADORES:Franco Vicenzotti – Braz Maiolino – Lan – Pietro Polizzo – Venceslao

Soligo – Marco Lucchesi – Domenico De Masi – Franco Urani – Giovanni

Meo Zilio – Fernanda Maranesi – Giuseppe Fusco – Beatriz Rassele

CORRESPONDENTES:Guilherme Aquino (Milão)Ana Paula Torres (Roma)

Renata Gonçalez (São Paulo)

Comunità Italiana está aberto às contribuições e pesquisas de estudiosos

brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira

responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refl etem, necessariamente, as opiniões e conceitos da Revista.

La rivista Comunità Italiana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori esprimono, nella massima

libertà, personali opinioni che non rifl ettono necessariamente il pensiero

della direzione.

ISSN 1676-3220

Filiato all’Associazione

Stampa Italiana in Brasile

FUNDADO EM MARÇO DE 1994

Entretenimento com cultura e informação

Exmo. Senador Edoardo Pollastri,Até o mês passado estávamos aqui trabalhando pelo sucesso das

atividades em prol da coletividade ita-liana no Brasil e lamentávamos não ter-mos conseguido eleger um representante no Parlamento italiano. Escrevi, aqui neste espaço, sobre a derrota nas urnas sofrida pelo nosso país, assim como o cônsul Marco Marsilli e até mesmo você, ou melhor, Vossa Excelência Sr. Senador, deram entrevistas com depoimentos desenganados.

Pois bem, graças ao pedido de recontagem de votos, iniciativa da coligação derrotada de cen-tro-direita, hoje podemos contar com um representante no Senado. Inscrito na lista do partido de centro-esquerda “A União”, no dia 24 de abril tivemos a confi rmação de sua eleição com mais de 18 mil votos. Nossas expectativas são muitas. Sabemos da sua profunda relação com a comunidade ítalo-brasileira e nossas esperanças se renovam. Não estamos mais órfãos. É inegável que perde-mos um efi ciente executivo, responsável pelas atividades da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo, tendo sido o presidente responsável pela dinamização de seus serviços. Porém, depositamos a esperança de que sua voz defenderá os interesses dos mais de 25 milhões de ítalo-brasileiros junto ao Governo italiano.

Vossa Excelência, que nasceu na província de Alessandria, em 27 de agosto de 1932, e fi xou resi-dência no bairro de Higienópolis, São Paulo, tornando-se, entre outros, presidente das Indústrias Ali-mentícias Visconti e da Escola Italiana Eugenio Montale, sabe da importância de nossas instituições. Assim sendo, aguardamos ansiosos por suas iniciativas.

Se aqui estivesse, Vossa Excelência talvez não pudesse exercer suas ativi-dades normalmente por estes dias. Isso porque São Paulo está em pânico

devido à guerra entre o tráfi co e a polícia. O Estado chegou até a pedir aos bandidos do PCC, responsáveis pelo caos, que parassem com os ataques e negociou mordomias aos seus líderes nas prisões. Pesquisa encomendada pelo Ministério Público de São Paulo mostra que a corporação paulistana soluciona apenas 20% dos homicídios registrados nas delegacias da capi-tal. Nos EUA, a média nacional das polícias para esse tipo de delito é de 66%. Ou seja, a impunidade por aqui é garantida. E, apesar de sermos uma federação, não existem articulações entre União, Estados e municípios pa-ra agir tanto na prevenção como na repressão aos crimes. Mas as eleições estão chegando e com elas virão novas promessas de investimento na edu-cação, no social...

Exmo. Pollastri, e por falar em bandidagem, o que dizer da vergonha no Campeonato Italiano de futebol? É realmente impressionante como Brasil e Itália caminham juntos até mesmo neste setor.

Claro que me refi ro ao escândalo no campeonato brasileiro do ano passado. Pois agora aconteceu o mesmo por aí. Sob o nobre manto do esporte surgem relações duvidosas entre política e fi nanças e até a camorra. Agora o mercado dos árbitros fez os apaixonados italianos chorarem. As comemorações dos torcedores da Juventus pelo título foram as mais tristes de todos os tempos. Todos se sentiram en-ganados pelo envolvimento dos dirigentes da Juve com o escândalo. Sinceramente, já apreciei muito o futebol, mas a magia que atrai multidões aos estádios mundo a fora está cada vez mais nas mãos de uma indústria. Uma indústria que me fez parar de sonhar com os formidáveis toques de gênios. Hoje, o esporte está associado a dinheiro, poder, violência e intolerância. Vou esperar pelas novidades da Copa e esperar que os bons craques canarinhos e da azzurra nos façam um pouco mais felizes.

Ao chegar ao fi m de minhas disponíveis linhas, despeço-me com meu reconhecimento pela sua luta, Exmo. Senador, mas antes gostaria de lhe fazer um pedido: não deixe de lado aqueles que

depositam confi ança no seu mandato.No aguardo de suas notícias, as mais cordiais saudações.

Carta aberta ao Senador Pollastri

Pietro Petraglia Editor

EM PLENA FORMA

Apesar dos 60 anos, o corpinho continua o mesmo. Produzido

em edição limitada de 999 unida-des, o modelo comemorativo criado pela Piaggio, a Vespa GT 60, tem desenho retrô e pouco se difere do modelo original. A parte mecâni-ca, no entanto, é antenada com os tempos atuais. O motor de 250 cm3 tem injeção eletrônica e 22 cavalos de potência. O primeiro modelo da linha foi idealizado por Enrico Pia-ggio, fi lho do fundador da fábrica Piaggio, que sonhava em produzir uma scooter ágil, robusta e, princi-palmente, barata.

COPA É NO CONSULADO

O cônsul geral da Itália no Rio de Janeiro, Massimo Bellelli, resol-

veu inovar nesta Copa do Mundo. Pela primeira vez, e com alta tecnologia, a comunidade ítalo-brasileira poderá se reunir para assistir aos jogos do Bra-sil e da Itália dentro da Casa d´Italia através de um telão instalado no sa-lão de festas localizado no 4º andar. E tudo regado a um bom café à moda italiana. Segundo Bellelli, a iniciati-va foi motivada por conta da grande representatividade que os dois países possuem no mundo do futebol. Além disso, o objetivo é promover a inte-gração da comunidade e dos cidadãos italianos com o consulado.

SELEÇÃO FASHION

Os jogadores da seleção italiana vão vestir fora dos cam-pos durante a Copa da Alemanha, roupas da grife Dolce

& Gabbana. Entre as peças, terno azul escuro de cetim fei-to à mão, gravata da mesma cor com a bandeira da Itália e camisa de algodão, também na cor azul escuro, em ocasiões formais. Em outros eventos, eles vestirão paletó esporte e jeans. A badalada Giorgio Armani veste a seleção inglesa há alguns anos. Projetos de moda e esporte estão se tornando cada vez mais populares e grifes lançaram suas próprias mar-cas esportivas.

HAJA GELATO...

Pesquisa feita pelo instituto do sorvete italiano, o Eurisko-Igi,

revelou que 95% dos italianos gos-tam de sorvete e, em 2005, cerca de 3,5 milhões de porções foram vendi-das na Itália. Segundo a pesquisa, di-vulgada pela Ansa, para os italianos o sorvete é sinônimo de gosto e pra-zer (95%), de alegria (84%), de com-panhia (75%) e de liberdade (55%). Por incrível que possa ser, o italiano deixou o chocolate em terceiro lugar. Ele fi ca atrás no gosto do povo da península do creme (campeão, com 73% de preferência) e do sabores de frutas (41%), com apenas 27%.

CANAL DIRIGIDO

A partir de junho os italianinhos de até dois anos de idade te-

rão um canal de televisão somente para eles. A novidade foi publicada no jornal “La Repubblica”. Segundo os idealizadores do canal televisivo, que preferiram não divulgar por en-quanto o nome da emissora, a pro-gramação já é exibida nos Estados Unidos e em Portugal. Os pequenos vão poder assistir sem interrupção de comerciais, durante 24 horas por dia, histórias com bonecos, abece-dários animados, canções, jogos di-dáticos e até aulas de ginástica.

FÉ SOBRE TAPETES

De 15 a 18 de junho Flores da Cunha (RS) realiza a Festa de

Corpus Christi, um verdadeiro espetá-culo de tapetes com serragem colori-da. A edição deste ano será alusiva a XI Festa Nacional da Vindima 2007. A festa de Corpus Christi surgiu na França no século 13 para expressar a gratidão dos fi éis a Jesus Cristo.

LAVORO

A associação internacional de empreendedores italia-nos de hotéis e restaurantes no mundo, a La Gas-

trounion, com sede nos Estados Unidos, abriu vagas para oriundi de toda a América do Sul. As oportunidades são para cozinheiros, garçons, pizzaiolos, serviços gerais de copa e cozinha, balconistas, entre outros. A faixa etária exigida é de 25 a 45 anos. Os aprovados terão treinamen-to, cursos de línguas, hospedagem e salário dentro dos padrões internacionais. Informações: [email protected]

MÚSICA DE PUCCINI

O maestro Giacomo Puccini ganhou em abril um museu em sua home-

nagem. O monumento, instituído em 1973 pela Associazione Lucchesi Nel Mondo, tem como fi nalidade recolher peças e documentos pertencentes ao maestro em diversos países. Até o momento foram catalogados do-cumentos nos Estados Unidos e em Londres.

Julio Vanni

COSE NOSTRE

A tela acima retrata o “Transporte do corpo de São Cristó-vão decapitado”, obra de Andrea Mantegna, pintor italiano

responsável pelo início do Renascimento e do Barroco na Itá-lia. Seus principais trabalhos baseados em Donatello, são de temas religiosos. A partir de 16 de setembro os ar-frescos de Mantegna vão estar expostos na Capela Ovetari, em Pádua, em comemoração ao V centenário de morte.

CULTURA, UAI!

Lideranças políticas e intelectu-ais lideradas pelo presidente da

Casa d’Itália, Ítalo Bertolletti, estu-dam a possibilidade da implantação para o segundo semestre de um Ins-tituto Italiano de Cultura, em Minas Gerais. A iniciativa já recebeu inclu-sive o aval do governador mineiro, Aécio Neves, e do cônsul da Itália na região, Gabrielle Annis.

CANDIDATOS AO JABUTI

A Câmara Brasileira do Livro anun-ciou que 2.073 obras foram ins-

critas no Prêmio Jabuti. Entre as ca-tegorias com maior número de ins-crições estão Capa (236), Projetos/Produção Editorial (183) e Ilustração de Livro Infantil e Juvenil (182).

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Participe da ComunitàCaros leitores, aguardamos suas sugestões, comentários e críticas sobre os textos publicados.

O Pasquim – Antalogia, de Sérgio Augusto. O jornal fun-dado por Ziraldo e Ivan Lessa, entre outros. Foi o maior fe-nômeno editorial da impren-sa brasileira. Assumidamente nanico, panfl etário e abusa-do, “um folião no velório, li-vre como um táxi, equilibra-do como um pingente, sempre em alta graças ao seu baixo nível” como traduzia um dos seus slogans desse teor que ele chegava às bancas todas as semanas. Nasceu sob a sus-peita de que duraria pouco tempo, menos até que os oi-to números que, alguns anos antes, conseguira sobreviver a revista de humor Pif-Paf, cria-da por Millôr Fernandes e de certo modo o embrião do Pas-quim (que logo perdeu o arti-go defi nido). Quando o jornal estourou, quem mais se sur-preendeu com aquele impre-visto foram os seus próprios redatores e cartunistas. Mas já que os deuses, contrarian-do os militares, pareciam es-tar do lado deles. Editora De-siderata, 352 págs., R$ 69

Opinione

PARLIAMONEcon l’Avvocato Giuseppe Fusco

Lo stivale sinistro è stretto, ma anche quello destro fa male al tallone.

Insomma, Donna Italia avanza zoppicando, appoggiandosi ad un bastone presidenziale di legno di quercia.

Indossa un bel vestito rosso, ma la sottana è blu.Ogni tanto una folata di vento del nord solleva la gonna, e

il pudore arrossisce le guance rubiconde, un attimo di sorpreso smarrimento, poi avanza maestosa.

Sì, ma la gamba sinistra vuole girare a sinistra, quella destra vuole svoltare a destra, un occhio è rosso, l`altro è azzurro.

Povera signora, pure strabica è.Ecco, così mi sono immaginato la nostra Italia.E noi che fi gli suoi siamo?Figli ingrati, rissosi, ribelli, l’abbiamo messa nei guai e ades-

so piangiamo e chiediamo scusa non perché riconosciamo di aver sbagliato. Questo mai.

Piangiamo perché abbiamo paura del buio.Poi, pensandoci meglio, l’avventura è bella.Se va storto, il ritratto in salotto si puó sempre togliere o gi-

rare velocemente.Da una parte il Re, dall’altra Mussolini.Non è sempre stato cosí?Scherzi a parte, la situazione diffi cile richiede coesione,fermezza,

autoritá morale e politica, rispetto e considerazione.Questo gli Italiani si aspettano dal nuovo governo.

LO STIVALE STRETTO

[email protected]

Da tempo Ezio Maranesi, tenta un ragionamento sul ruolo delle Associazioni Regionali.

Non ho l’anzianità sul campo di Ezio, del quale almeno in parte condivido l’analisi, ma è necessario partire dalla fi ne del

suo scritto, che ritengo importante.“La guerra non è perduta: mutare un modo di pensare ed operare che dura

da oltre 60 anni nelle associazioni regionali, spesso avvolte da falsi spiriti re-torici, demagogie, o retaggi ormai trascorsi, è diffi cile, ma non impossibile”.

Sarà casuale, ma mai un argomento è entrato tanto giustamente in un dibattito: una questione del genere deve tenere il banco non solo in campagna elettorale, ma anche nel prossimo futuro, con un lavoro pre-paratorio in varie forme.

Eravamo a Napoli insieme, quando si sosteneva un’iniziativa nuova ed importante che miscelava le sinergie delle cinque regioni ad obiettivo 1 (le regioni meridionali) alle loro associazioni in Brasile. Si ricercavano partners sia in Italia che all’estero per attivare le forze delle associazioni, spingendole alla costruzione di progetti capaci di unifi care la creatività e la produzione. Sto parlando del PPTIE (Programma Partenariato Italiani all’Estero), e al suo osservatorio ITENET’s, che si sta consolidando sempre più come strumento di progettazione.

Ad oggi, cose concrete non sono state fatte, ma la via non può essere che questa. Inoltre, lo strumento si è arenato perchè la Comunità Euro-pea co-fi nanziava le Regioni, che dovevano sostenere in modo concreto i progetti ritenuti utili e praticabili.

In tal modo diamo obiettivi e respiro alle associazioni, oltre a misu-rare quanto queste stiano a cuore alle rispettive Regioni.

Le associazioni regionali possono essere rinnovate se conferiamo lo-ro contenuti veri, per i quali tutti i soci siano motivati a partecipare al-la loro vita, che non può ridursi al solo pranzo annuale. Obiettivamente la strada è tutta in salita, perché non è facile modifi care modi d’essere, mentalità e ambizioni personali.

Ho voluto passare in esame le maggiori associazioni regionali esistenti a San Paolo, creando un campione discreto. Il quadro che ne esce è molto differenziato. Alcune hanno sede propria, con un sito di buona fattura, pro-grammi e progetti annuali discreti. Altre invece esistono solo sulla carta.

Indubbiamente, dietro questa situazione non c’è solo la buona volon-tà dei singoli, ma la volontà politica delle Regioni italiane che intendano far funzionare uno strumento prezioso per loro stesse.

Purtroppo, se si analizzano i gruppi dirigenti delle associazioni, si nota che per sostenere il sistema sopra delineato spesso mancano le ca-ratteristiche necessarie.

Il rifi uto che Maranesi dice di aver incontrato, nasce a mio avviso non da un pregiudizio di sorta, ma da diffi coltà di natura culturale e dal rifi uto di vo-lersi mettere in discussione. Se si accetta questa analisi, bisogna impegnarsi anche nella formazione, oggi sempre più materia regionale, per creare gruppi dirigenti capaci di presentare progetti utili all’economia regionale e motivare la vita dell’associazione, aumentando così la partecipazione dei giovani.

Per concludere non credo che si debba gettare la spugna, ma reinven-tare ruoli e motivazioni, perché il regionalismo, visto anche come radice culturale, è molto importante.

Questo è dimostrato, per esempio, dalla quantità di persone che si è iscritta ai corsi di lingua o dialetto regionale, o dalla partecipazione ai corsi cofi nanziati dalla Regione per una maggior qualifi cazione professionale. Sa-rebbe importante che la “Comunità” continuasse un dibattito interessante, vi-tale per le nostre associazioni. Più passa il tempo e meno è chiaro per le altre generazioni quello che per alcuni di noi può apparire naturale e doveroso.

L’italianità non la si riconquista solo con appelli patriottici, ma con cose concrete che sono diffi cili da realizzare, ma che rappresentano una delle vie praticabili.

La Guerra non è perduta

Attilio Fania

cartasPORTO SEGURO

Parabenizo a revista pela excelente matéria publicada na edição N° 95. Sessão de Turismo com o título “Aconchego para Italianos”. Nela a jornalista Luciana Bezerra dos Santos retrata de maneira profi ssional, responsável e com ótimo texto, a opção de centenas de cidadãos italianos de elegerem Porto Seguro como sua segunda morada. A Secretaria Municipal órgão ofi cial do Turismo nesta ci-dade, utilizará esta publicação como fonte de afi rmação das mara-vilhas existentes nesta terra, berço da Nação Brasileira.

ANDERSON GUILHERME – secretário de TurismoPorto Seguro, BA (por fax)

CONTEÚDO

As matérias publicadas na ed. 95 da revista estão excelentes, prin-cipalmente as de Roma. Parabéns a toda equipe. Faz tempo que não tínhamos um conteúdo tão diversifi cado assim.

BEATRIZ RASSELEVitória, ES (por e-mail)

Serviço

na estante

Pornólogos I, de Pietro Arentino é um clássico da literatura erótica do renascimento italiano, o livro tem histórias contadas - com riqueza de detalhes - por uma cortesã rica, Nanna, que, com a ajuda uma amiga, de mesma profi ssão, mas pobre, precisa escolher o destino de sua fi lha: freira,

mulher casada ou cortesã. O texto é detalhado e descritivo, mas o autor raramente utiliza palavras e expressões explícitas. Editora Degustar, 142 págs, R$ 29

O Negro No Futebol Brasileiro, de Mario Filho è um dos maiores clássicos da

literatura esportiva no Brasil. Mário Filho é irmão de Nelson

Rodrigues e dá o nome ao estádio do Maracanã. A

obra traz fotos e perfi s de alguns dos primeiros craques negros e mulatos do futebol

brasileiro. Editora Mauad, 344 págs., R$ 30

Seleção brasileira 1914 – 2006, de Antonio

Carlos Napoleão e Roberto Assaf. A obra narra o cotidiano da Seleção

Brasileira desde a primeira formação, passando pela

trajetória de cada um dos cinco títulos mundiais,

incluindo o de 2002. Além de alguns episódios polêmicos e curiosos.

Editora Mauad. 404 págs., R$ 69

agenda culturalCINEMA ITALIANO

Cidade das Mulheres, 1980

Ao descer do trem no qual estava viajando com a esposa Elena, para seguir “a senho-ra do trem”, Snaporaz, um homem maduro, imprudente e indefe-so, adentra-se nos pe-rigosos meandros do pluridimensional pla-neta-mulher.

Programação:Data: quinta-feira, 25 de maio de 2006Horários: 20h30Local: Istituto Italiano di Cultura - Rua Frei Caneca, 1071 - Cerqueira César

Ginger e Fred, 1986

Há pouco mais de quarenta anos, Amélia Bonetti e Pippo Bot-ticella fi zeram uma certa fama, dançando o “tip tap” em locais de espetáculos de abertura. Com o nome artístico de “Ginger e Fred”, recompensa-vam, em escala bem mais modesta obvia-mente, os frenesis do público pelos dois gran-des bailarinos do além Oceano: Fred Astaire e Ginger Rogers. Passada a moda, cada um segue o próprio caminho, até que a televisão italiana os redescobre.

Programação:Data: quarta-feira, 31 de maio de 2006Horários: 19hLocal: Istituto Italiano di Cultura - Rua Frei Caneca, 1071 - Cerqueira César

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Marco Lucchesi - Articolo

Poesia e scienza

(testo originale in portoghese di Marco Lucchesi tradotto da Anna Palma)

Il contrario di una verità profonda è un’altra verità profonda

Niels Bohr

Con un piccolo cannocchiale e un atlante celeste io cercavo, all’età di tredici anni, di decifrare, sgangherato e a bocca aperta, i complicati ara-beschi con cui gli uomini mapparono il cielo. Di-cembre terminava, e la storia della mia solitudi-ne acquisiva uno strano componente notturno.

E tremavo con Pascal davanti al Silenzio. E mi immergevo con Leopardi nell’Infi nito. Da una parte, le stelle del fi rma-mento. Dall’altra, le mie divagazioni trapassate dall’incer-tezza. Che altro avrei potuto aspettarmi di vedere oltre allo zodiaco della vita? Specchi che mi rifl ettessero e mi demar-cassero il volto della mia transitorietà. Il resto di una stella contemplando la propria origine. Sognando il ritorno.

I miei osservatori erano la spiaggia di Piratininga e la chiesa di San Francesco, da dove padre Dante apprezzava, con il suo grande telescopio, le stelle della costellazione del Sagittario.

La mia prima emozione furono i crateri della Luna. Dopo Ariosto e Giulio Verne, eccomi cosmonauta virtuale tra co-smonauti letterari.

O forse l’incantatrice nebulosa di Orion, della cui incompa-rabile bellezza non è possibile dissertare senza stupirsene. O forse l’impatto di sapere che la luce attuale di Andromeda si originò due milioni di anni fa. O ancora la scoperta sconcertan-te che il numero delle galassie varia da 100 a 200 miliardi!

Tutto questo mi sbalordiva.L’origine dell’Universo mi confondeva. E mi bastava appe-

na l’idea di origine per confondermi. Pensare l’Universo...Mi sentii trapassato da una forte emozione metafi sica. L’anima, un composto di atomi lisci e rotondi. La mor-

te, implausibile – essendo solo disgregazione degli atomi del corpo e dell’anima, adesso decomposti e ulteriormente ricom-posti in nuove combinazioni. Il corpo e l’anima, la materia e il mondo si aggregavano e si disgregavano e tornavano ad ag-gregarsi formando un torrente che sembrava senza fi ne.

Con tutto ciò l’Universo si doveva decomporre. Le parole con le quali Lucrezio defi nisce questo momento traggono un soffi o di poesia triste e superiore.

Pallide analogie potrebbero associare il Big Bang e il Big Crunch alla decomposizione del De rerum natura. Allo stesso modo come si formò il nostro mondo, così ne nacquero anche altri uguali o differenti da questo. Si formarono spazi vuoti, metacosmici, cognominati intermundia, dimora degli dei.

Analogie incipienti, niente di più distante da Epicuro, Democrito e Lucrezio che la teoria quantica dei campi, dove entra in gioco – oltre alle differenze primarie – la compren-sione dell’antimateria. Ad ogni particella corrisponderebbe un’antiparticella, essendo l’antiparticella dell’antiparticella la propria particella.

Prendiamo un esempio. L’idrogeno è composto da un pro-tone e da un elettrone, mentre l’antiidrogeno è composto da un antiprotone e da un positrone. Richard Feynman lo spie-ga con la differenza tracciata dalla lancetta dell’orologio: la materia seguiva la direzione oraria e l’antimateria seguiva la direzione antioraria.

E qui cominciavano i miei vaneggiamenti. Tornare indie-tro nel tempo. Passare per l’Acheronte. Abbracciare i morti. Rinviare il futuro.

Chi non si è stupito con la teoria quantica non l’ha capi-ta! Così commentò Carlo Rubbia in uma conferenza nel 1993, nella Praia Vermelha.

Io volevo conoscere l’uomo che aveva dimostrato indiret-tamente il rovescio della medaglia atomica.

Rubbia aveva costruito un accelleratore protone-antipro-tone e i suoi risultati furono coronati dal successo. Seguen-do le idee di Van der Meer, il compito quasi impossibile di produrre e immagazzinare antimateria dipendeva dal raffred-damento congetturale degli antiprotoni. Qualcosa di estre-mamente arduo conseguito attraverso una ferrea disciplina e uma ciclopica determinazione per perfezionare gli accel-leratori di particelle. Il risultato fu che, da un miliardo di interazioni, se ne ottennero appena cinque che costituivano prove cabali della subparticella W. Le esperienze ribadivano la simmetria delle forze fondamentali. Nel caso speciale di Rubbia, la forza debole e l’elettromagnetismo, come teorizza Abdus Salam. Il Nobel per la Fisica sarebbe stato conquista-to nel 1982.

Quello era l’uomo che aveva comprovato l’idea straordina-ria secondo cui abitavamo una parte del multiverso. Rubbia dimostrò una grande affabilità e conversava con la più totale naturalezza, in un inglese impeccabile. Un essere vigoroso.

Una delle questioni che non dimenticherò mai di quell’in-contro, fu quella di Luís Calife, sulla complessità del model-lo padrone della fi sica quantica, che assomigliava più a un trattato di botanica. Rubbia non si fece supplicare e espose considerazioni favorevoli davanti alla complessità, al contra-rio del pensiero greco, per cui la ragione più semplice doveva presiedere alla comprensione del non-semplice.

Si trattava di uno sforzo per raggiungere l’arché. Rubbia difese la complessità come l’alfabeto basico della natura, da-vanti alla cui lettura non dovremmo indietreggiare.

Ma erano più di due millenni sotto l’infl uenza del para-digma della semplicità. Non sarebbe stato facile modifi care l’idea incomparabilmente cristallina dell’unità per accettare in modo subitaneo che la complessità accoglieva i raggi di una inaspettata bellezza. L’iperfi sica non aveva superato la metafi sica.

Comunque Rubbia difendeva la complessità con argomenti forti che decorrevano dalla sua pratica di fi sico sperimentale.

Gli feci una sola domanda: gli ricordai le parole di Dirac, Nobel per la Fisica, per il quale la speculazione cosmologica riposava nella bellezza matematica. E che i fi sici teorici ac-cettavano la necessità della bellezza matematica come un articolo di fede. Dirac affermava che la teoria della relatività godeva di um’immediato consenso universale in virtù della sua bellezza matematica. Desideravo sapere se Carlo Rubbia era d’accordo su questa opinione. Anche perché, Dirac soffri-va della nostalgia del semplice.

La risposta venne fulminea: la bellezza era uno dei lati dell’Universo e la matematica era la forma di tradurre quella bellezza. Rubbia insisteva sulla bellezza del comples-so e si sentiva orgoglioso di aver participato alla costruzione del ponte che univa la forza debole all’elettromagnetismo, e che signifi cava una parte della bellezza virtuale della Teoria Generale dell’Unifi cazione.

Cominciai allora a ricordarmi delle letture che propizia-vano il celebre viaggio al microscopico, dalla bassa all’alta energia, dal presente al passato, dalla cellula al quark.

Vediamo dentro la cellula – e qui mi prendo la libertà di parafrasare T. Ferris – una confusione di tortuosi ribossomi e ondulanti mitocondri, lisosomi sferici e stellati centrioli, insiemi di complessi apparecchi garanti delle funzioni respi-ratoria, sanitaria e produttrice di energia. Sebbene questa cellula abbia appena alcuni anni (nel mio caso trentatré), la sua struttura risale a più di un miliardo di anni, quando si formarono le cellule eucariotiche.

Andando più a fondo, cominciamo a svelare dentro il nu-cleo i singolari contorni delle macromolecole del DNA. Cia-scuno rinchiudendo, nella sua struttura a doppia elica e nei suoi ponti di idrogeno, una grande quantità di informazio-ne genetica, accumulata durante quattro miliardi di anni

di evoluzione. Custodita in un alfabeto nucleotide di quattro lettere – fatto di zuccheri e molecole di fosfato – che deter-minano la singolarità dell’individuo e la relazione di questo con la specie.

Proseguendo il viaggio per il tunnel del tempo, ci imbat-tiamo nelle molecole di DNA, formate da atomi, i cui strati elettronici appaiono inghirlandati di una sorprendente varie-tà di forme. Alcuni di questi elettroni sono appena arrivati, strappati in quel modo dagli atomi adiacenti. Altri si sono uniti ai loro nuclei atomici, più di cinque miliardi di anni fa, nella nebulosa da cui la Terra è stata formata.

Se aumentassimo più di centomila volte un atomo di car-bono, avremmo appena il nucleo nel nostro campo visivo. I nuclei furono riuniti dentro una stella che esplose prima della comparsa del Sole.

Infi ne, esaminando più da vicino, possiamo percepire i quark che formano ogni protone e ogni neutrone del nucleo. I quark furono riuniti quando l’Universo non aveva che pochi secondi di vita. Così, le strutture minori e più fondamen-tali si trovano legate da livelli altissimi di energia, perché furono forgiate nel calore altissimo dell’istante zero, della Grande Esplosione.

Lasciai la conferenza schiacciato dal sentimento del tem-po. Silenzi sovrumani e spazi interminati. Pensiero fabbrican-do immagini insondabili.

Feci una passeggiata all’Urca1, e la testa piena di cellule, neuroni e stelle. I miei abiti metafi sici decadenti mi spinge-vano verso un’altitudine maggiore. Non domandatemi l’origi-ne della spinta. Forse stavo riemergendo, di ritorno alle cose della superfi cie.

E passeggiavo nella bellezza del “Pão de Açúcar”2. Dall’al-tro lato. Per il cammino del Bem-te-vi3.

Era questo allora! Io cercavo l’altro lato. Oso confessare che Dio e l’altitudine coincidevano nella mia angustia tra-volgente?

La risposta più ardita emergeva dal Canto cosmico, di Er-nesto Cardenal: Pregunto por el mundo mas allá de los cuan-tos. Al piano vivo e denso, all’intermondo, che si può trovare oltre i quark e può rivelare un’ombra, un grido, un volto.

L’altro lato della notte?

Quasi una cronistoria

(Footnotes)1 Monte di Rio de Janeiro [N.d.T.]2 Monte di Rio de Janeiro [N.d.T.]3 Uccello presente in Sudamerica e in America centrale[N.d.T]

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Ezio Maranesi

Chi sono i conservatori?ualche mese fa vidi su Rai Internatio-nal un talk show. Erano stati invitati studenti, una cinquantina, tra i mi-gliori dei migliori licei d’Italia. Ragazzi vivacissimi, intelligenti. Si parlava del

loro futuro. A domanda precisa tutti, meno uno, dichiararono di cercare il posto fi sso. È termina-ta da qualche settimana la sommossa giovanile in Francia contro la legge che introduceva ele-menti di precarietà al posto di lavoro per i neo-assunti. La legge è stata ritirata dal governo francese tale è stata la violenza della rivolta. Il programma del governo Prodi prevede l’abolizio-ne del lavoro precario per i giovani italiani.

I francesi hanno partorito Voltaire, Rous-seau, Diderot, che hanno cambiato il mondo con le loro idee rivoluzionarie. In Francia è na-ta la rivoluzione del ’68, esportata poi in Italia e altri paesi d’Europa, che ha cambiato la co-scienza della gente. Due movimenti di pensiero che risvegliarono le civiltà occidentali da un profondo letargo culturale e sociale. Ho la net-ta impressione che il nostro modo di pensare e di vivere sia purtroppo maturo per altri violenti scossoni. Dico “purtroppo” perché non siamo di fronte ad una benefi ca evoluzione del pensiero umano alla ricerca di nuovi armoniosi equilibri fi losofi ci e sociali. È la cruda realtà del mondo odierno che ci imporrà nuovi, sgraditi equilibri. Nelle decadi scorse le democrazie occidentali hanno capito e raccolto il legittimo bisogno di sicurezza dei cittadini e hanno cercato di dare loro, in modi e forme diverse a seconda dei pae-si, leggi che stabilivano garanzie di vario tipo. Il diritto alla stabilità nel lavoro, per esempio, gode tuttora di ampie protezioni. In Italia, co-sí come in Francia, chi è riuscito a conquistarsi un posto di lavoro raramente lo perde. Grazie alla stabilità il lavoratore dipendente ha potuto pianifi care la sua esistenza, magari comprarsi una casa, farsi una famiglia, sperare in una vita serena. Aspirazioni sacrosante. In altri paesi, per esempio negli Stati Uniti, la legislazione dà meno garanzie. In compenso, la macchina

produttiva genera un forte progresso economico che, di fatto, dà alla gente una certa sicurezza. C’è anzi chi sostiene che sia proprio la scarsa pro-tezione data al lavoro una delle cause della forte crescita economica. Un economista brasiliano, commentando i disordini francesi, sosteneva, e mi sembra che abbia ragione, che diffi cilmente potrebbe nascere un Bill Gates in Francia.

Il mondo sta cambiando. Cambia ad una ve-locità tale che facciamo fatica a capire ed as-

similare le conseguenze che si addensano sui nostri destini. Due ordini di fatti che noi tutti conosciamo, percepiamo e soffriamo. Cambia la natura del lavoro: c’è sempre meno gente ne-gli uffi ci e nelle fabbriche. C’è sempre più gente che ha bisogno di lavoro e la remunerazione del fattore lavoro diminuisce. Il lavoro dei cinesi è pagato molto meno di quello italiano; i prodot-ti che loro hanno imparato a produrre costano meno di quelli prodotti dagli italiani. A lungo termine il valore della media mondiale del sa-lario tenderà ad eguagliarsi a livelli più bassi di quelli odierni. In sintesi: meno lavori fi ssi nelle economie occidentali, pagati peggio di quanto lo siano oggi. Avrà maggiore spazio il lavoro non protetto. In questo contesto saranno me-glio garantiti coloro che hanno un alto livello di istruzione e che sono aperti alla mobilità e alla fl essibilità. In queste qualità starà la vera garanzia. Le statistiche dicono che l’Italia fi gura tra i paesi in cui i giovani studiano poco e sono poco propensi a muoversi dal paesello.

Ho detto cose che tutti sanno, sono amare e quindi si deve fi ngere di non conoscerle. È profondamente umano che si difenda lo “sta-tus quo” prorogando la scadenza della resa dei conti. Cosí i migliori studenti italiani anelano il lavoro fi sso, magari in una struttura pubbli-ca, magari vicino a casa (di solito quella dei genitori), anziché affrontare alternative me-no comode. Cosí i francesi scendono in piazza per difendere il garantismo, il diritto acquisi-to, che cessa di essere un diritto il giorno in cui le circostanze impediscono di esercitarlo. Nessuna censura per chi scende in piazza. È naturale che si cerchi di difendere quello che si è conquistato. Mi chiedo però se non sia più realistico preparare animi e intelletti ad affrontare un nuovo ordine. Concessioni alla mobilità e alla fl essibilità nel lavoro sono ine-vitabili; meglio se negoziate piuttosto che im-poste in modo traumatico dagli eventi.

Milioni di italiani sono emigrati un secolo fa per cercare il lavoro che l’Italia non poteva offrire. Un esodo biblico che ha causato gran-di sofferenze e che non si deve ripetere. Ma i nostri giovani si sbagliano se pensano che un lavoro all’anagrafe del comune del paese dove sono nati li metterà al riparo dalle tempeste. E sbagliano anche, a mio avviso, i conservatori di sinistra, ex progressisti, che si rifi utano di ne-goziare una graduale transizione verso equilibri diversi. Certamente non incombe l’apocalisse, ma iniziare ad acquisire consapevolezza di un problema molto serio, che riguarda tutti noi e i nostri fi gli e nipoti, sarebbe misura prudente. A ben vedere, gli esodi biblici non sono termina-ti. Quanti milioni sono gli africani, gli asiatici, gli arabi, gli hispanici che stanno lasciando i loro paesi in cerca di un destino migliore? Un buon governo dovrebbe cercare di dare lavoro a tutti, nella loro terra, ma non sempre, quando piove, è colpa del governo. Perché i giovani di-soccupati non tentano di “darsi una mossa”, al-zano il sedere dalla sedia e fanno quello che noi e altri milioni di persone, abbiamo fatto?

Considerazioni (personale) sulle elezioni italiane

Franco Urani

Opinione Articolo

Ans

a

Sono arrivato a Torino alla vigilia delle ele-zioni del 9 e 10 Aprile e quindi ho vissuto il clima di convulsa tensione politica, ac-centuatosi durante e dopo gli equilibra-

tissimi risultati.Il duro confronto e la mancanza di qualsia-

si dialogo tra la Casa della Libertà e l’Unione era ormai un fatto consumato da vari anni, sia perché fa un po’ parte dello spirito italiano propenso alla polemica piuttosto che ai dialo-ghi costruttivi, sia per la fi gura controversa del premier Berlusconi, certamente persona di gran-de successo personale e dotato di eccezionale energia, peraltro con il problema dell’incompati-bilità del suo incarico con l’impero mediatico da lui posseduto e ripieno di populismo, protago-nismo, autoritarismo, estrema disinvoltura nel tentare di cambiare le regole elettorali e costi-tuzionali, fattori questi che ne hanno fatto una fi gura anomala in quella che dovrebbe essere una moderna democrazia.

I risultati del quinquennio di governo Berlu-sconi non sono stati profi cui per l’Italia che non è praticamente progredita in un contesto interna-zionale abbastanza favorevole ed ha perso varie posizioni in Europa. Problemi questi non imputa-bili alla durissima opposizione in quanto il Gover-no disponeva di larga maggioranza, ma in parte alle molte responsabilità dei Governi succedutisi dal 1970 in poi, quali : fortissimo indebitamen-to dell’ordine del 115% sul PIL peraltro attenuato dai bassi tassi d’interesse europeo, quasi totale dipendenza energetica dall’estero per la rinuncia a costruire centrali nucleari e quindi forti pena-lizzazioni per il rincaro del petrolio, importazioni crescenti di prodotti asiatici a scapito delle no-stre industrie, politica monetaria ancorata con il necessario avvento dell’Euro alle regole europee, con conseguente impossibilità di svalutare perio-dicamente — come in passato — la nostra mone-ta per riacquistare competitività.

Comunque, sia pure considerati i vincoli sud-detti, il Governo non aveva certo entusiasmato come idee, innovazioni, politica estera allineata a quella nord-americana in contrasto agli altri paesi europei, potendo ascrivergli a credito la fl essibilità del lavoro (legge Biagi) che aveva attenuato la disoccupazione, la politica interna del Ministro Pisanu e la stabilità motivata dalle larghe maggioranze parlamentari.

La scarsa popolarità del Governo era balzata evidente nel 2005 in occasione delle elezioni re-gionali il cui esito era stato per esso disastroso, per cui sarebbe stato lecito attendersi ad Aprile 2006 un tranquillo avvicendamento con la coa-lizione di opposizione, l’ Unione, costituita da una miriade di partiti dal centro all’estrema si-nistra che avevano delegato a Prodi (un econo-

mista progressista di estrazione democristiana, ex Presidente Finmeccanica, Ministro, Presiden-te del Consiglio, poi della Commissione Europea e senza partito) l’arduo compito di amalgamare tante diverse tendenze.

Prodi, certamente preparato e con forti ambi-zioni, non possiede le doti caratteriali per tener testa ad uno spumeggiante Berlusconi, né la sua dialettica, prontezza, spavalderia, disinvoltura.

La sua Unione aveva prevalso nettamente nelle elezioni regionali in quanto i due prota-gonisti non erano direttamente coinvolti, ma in quelle nazionali Berlusconi ha sfoderato, sia pu-re con le perplessità dei suoi alleati, un dinami-smo incredibile e spregiudicato: è riuscito a far modifi care la legge elettorale in modo assurdo (criteri maggioritari alla Camera e proporzionali/regionali al Senato, con limitazione del voto ai partiti e non ai candi-dati), a spaventa-re i benpensanti italiani con lo spauracchio del r i t o r no

impegnativi nè su confronti ideologici, ma si è alla mercé di coloro che le sparano più grosse, senza che sia prevista alcuna regola etica e qual-siasi penalità in caso di inadempienza.

Il risultato è stato che Berlusconi è riuscito, nel giro di un paio di mesi, a colmare il forte di-vario che separava la Casa della Libertà dall’Unio-ne, sia sottraendo a questa i voti di molti cattoli-ci, sia inducendo a far votare un 4% in più degli elettori previsti (84% contro 80%) per i ventilati pericoli di comunismo e di aumento dei tributi.

Si sa che la conclusione è stata praticamen-te di un pareggio in cui fortunosamente ha pre-valso l’Unione: alla Camera con 25.000 in più di voti su oltre 40 milioni di elettori, suffi cienti a conquistare il largo premio di maggioranza pre-visto dalla nuova legge elettorale; al Senato la Casa della Libertà ha avuto una piccola maggio-ranza, ma l’Unione ha eletto 2 Senatori in più per le regole regionali che erano state stabili-te chissà perché e per il voto degli italiani al-

l’estero che inaspettatamente ha dato 4 senatori all’Unione, 1 Casa della

Libertà ed 1 indipendente.In defi nitiva, la Casa della

Libertà ha fatto in fretta e furia una legge elettorale che si è ri-torta contro sé stessa, ma il Pae-se sarà diffi cilmente governabile

per la minima maggioranza dell’Unione in Senato che potrebbe forse venire atte-nuata dal voto dei senatori a vita (ex

Presidenti della Repubblica ed alcuni notabili), sussistendo comunque la possibilità di dover andare ad elezio-

ni anticipate nel breve termine, ipote-si sulla quale Berlusconi — che non

ha riconosciuto la sconfi tta — già punta apertamente

Pare che non esista — al-meno per ora — la possibilità

di una qualche conciliazione tra i due poli, ma speria-mo che possa sopravve-nire qualche fatto nuovo

che consenta alla nostra Italia stabilità politica,

ripresa economica e quello slancio ver-so nuove idee e realizzazioni che purtroppo è ve-nuto meno ormai

da decenni.

del comunismo, ha devotamente sotto-scritto la politica etica conservatrice della Chiesa, ha promesso esenzioni di im-poste di fatto impossibili in uno Stato largamente defi cita-rio come l’italiano, ha inondato i cittadini di messaggi esaltando le presunte realizzazioni del suo go-verno, ha preconizzato la rovina del-l’Italia nel caso di vittoria dell’Unione.

Le risposte di Prodi sono state coe-renti al suo carattere pacato e rifl essivo, con riluttanza ha accettato un paio di di-battiti con l’avversario e ne è uscito discre-tamente, ha presentato un lungo e serio programma di governo che certo pochissimi avranno letto, non ha avuto comunque un at-tivismo lontanamente comparabile a quello del suo antagonista.

L’assurdo di tutto questo è il consta-tare che la democrazia italiana non si basa su fatti e programmi concreti ed

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Intervista

Comunità Italiana — Come ha ricevuto la notizia della sua elezione e quale è stata la sua prima impressione?Edoardo Pollastri — Ho ricevuto la no-

tizia quando ormai mi ero totalmente rassegnato a non aver raggiunto l’obiettivo che mi ero propo-sto. Ho ricevuto la prima notizia da un’agenzia di stampa italiana che diceva che la Corte d’Appello, nel rifare i conteggi, aveva rilevato che avevo dei punti in più di quelli che aveva la mia concorrente Giai. È apparso sulla stampa che ho fatto ricorso, ma non è vero, anzi, ho accettato la non vittoria e il giornale "O Estado de São Paulo" ha pubblicato che io avevo fatto i complimenti alla mia concor-rente che era stata la vincitrice. Non c’è stata nes-suna protesta da parte mia. D’altra parte, la con-corrente faceva parte della stessa lista dell’Unione. Quindi, questa notizia della vittoria mi ha preso di sorpresa. In un giorno ho dovuto predisporre la mia venuta in Italia. È stato tutto di corsa.

Ho avuto una gioia personale perché ognuno di noi se partecipa è per vincere. Ma questa sod-disfazione personale si è unita al fatto di poter dare un rappresentante al Brasile. I risultati fi no allora davano quattro parlamentari argentini e una venezuelana. Veramente mi sembrava un’in-giustizia per i milioni di italiani che sono pre-senti in Brasile ed i brasiliani di origini italia-ne. E poi, una nazione come il Brasile, che è un po’ leader dal punto di vista economico in tutta l’America Meridionale, non poteva mancare. CI — Ci sono delle problematiche comuni tra gli italiani residenti in Sudamerica e quelli sparsi per le altre parti del mondo? Pollastri — Uno dei punti dolenti è la mancata funzionalità dei Consolati e ne abbiamo già parlato con Prodi durante la prima riunione. Poi c’è la dif-fusione della cultura italiana, lo studio di un pos-sibile assegno sociale per aiutare i più necessitati. Su questo credo che saremo molto uniti, indipen-dentemente da partito o da dove proveniamo. E su questo mi troveranno assolutamente schierato e farò tutte le pressioni possibili presso il governo.

Nel mio caso, c’è anche la connotazione eco-nomica, come presidente della Camera di Commer-cio di San Paolo, e della Visconti per vent’anni. Per questo, conosco la realtà economica del pae-se. Come presidente vicario dell’associazione di tutte le Camere di Commercio all’estero conosco anche le realtà degli altri paesi. Credo che potrò essere utile per lavorare a favore dell’aumento del-la presenza di aziende italiane all’estero. Perché gli italiani sono bravissimi, ma hanno necessità di internazionalizzarsi di più. Non possono solo

esportare, bisogna andare a produrre altrove, fare delle joint-ventures. In un mondo globalizzato ab-biamo delle sfi de grandi di fronte, come l’India e la Cina, che stanno venendo con piena forza. Fra il Brasile e l’Italia esistono degli ottimi rapporti, ma bisogna cercare di aumentarli, mostrando agli uni e agli altri le opportunità di business. Eventual-mente, si può entrare nel settore della formazione che è estremamente importante. Dobbiamo avere migliori rapporti tra le università italiane e quelle brasiliane, che oggi hanno dei gradi di eccellenza notevoli. Infi ne, aumentare questo interscambio in tutti i settori, compreso quello culturale, per creare delle basi per il futuro. CI — Lei, come valuta la missione impren-ditoriale italiana organizzata in Brasile alla fi ne di marzo? Pollastri — Io la valuto molto positivamente, ma bisogna che ogni manifestazione di questo genere abbia un seguito. Quindi, creare strut-ture, canali aperti, in modo da poter seguire queste presenze e vedere se ci sono ostacoli, impedimenti per i quali devono intervenire le istituzioni. La Camera di Commercio ha già of-ferto ben due volte la sua collaborazione, ma la nostra presenza in questa missione è stata mo-desta. Spero invece che si capisca che sono pro-prio quelle camere di commercio che hanno una maggiore presa sulla realtà, perché noi viviamo la realtà sul luogo e possiamo facilitare gli in-contri di business. Anche su questo mi ripromet-to di avere dei colloqui non appena sapremo chi sono i ministri nominati. CI — Un altro problema da affrontare riguar-da il riconoscimento dei titoli di studio con-seguiti all’estero, non crede?Pollastri — Questo dipende dagli accordi cul-turali che fanno i paesi. Bisogna proprio lavo-rarci e chiedere la collaborazione delle univer-sità per un reciproco riconoscimento dei titoli. Penso che non dovrebbe essere diffi cile pensare seriamente ad una legislazione che tenga anche conto delle differenze e proponga eventualmen-te qualche esame integrativo. CI — Il risultato delle elezioni mostra un’Ita-lia molto divisa. Non pensa sia un dato preoc-cupante?Pollastri — Effettivamente l’Italia è spaccata in due, ma direi che è sempre stato un po’ così, tra centrodestra e centrosinistra, con una prevalen-za centrale maggioritaria. Però, credo che aver messo in evidenza che il centrosinistra avrebbe aumentato le tasse, avrebbe fatto un maggior prelievo fi scale, abbia terrorizzato gli italiani. Non è stato un voto di approvazione del go-verno Berlusconi, ma un voto di preoccupazio-ne per quello che poteva fare il centrosinistra in materia fi scale. Tutto questo Prodi l’ha già smentito e sarò presente al Senato per evitare che si possano fare nuovi prelievi fi scali, perché in Italia sono già troppi. È necessario cercare delle risorse economiche attraverso altre fonti. Capisco la preoccupazione degli italiani e biso-gna toglierla con fatti concreti, per poi ridare fi ducia ai cittadini.CI — Cosa sarebbe mancato all’Unione per riuscire a conquistare più voti?Pollastri — Un po’ è un problema dell’Italia a mio avviso, e forse dalla parte dell’Unione è mancata una maggiore chiarezza delle posizioni.

Ha sempre giocato un po’ in difesa, invece che all’attacco, cercando di difendersi dall’assalto che veniva dalla parte dialettica del centrode-stra. Il programma dell’Unione ha tardato molto ad essere annunciato pubblicamente. CI — Prodi e gli altri leader del centrosini-stra hanno spesso dimostrato grande rispet-to ed ammirazione per il Presidente Lula. La tendenza è che i rapporti tra Italia e Brasile si intensifi chino, ma se Lula fosse sconfi tto ad ottobre, secondo Lei, potrebbero cambiare negativamente i legami?Pollastri — Non dimentichiamo che il partito che in questo momento fa opposizione al governo Lula è il PSDB, il quale ha una grossa tradizione di amicizia con l’Italia. Vi sono molti politici di origini italiane e addirittura ci sono quelli che sono stati rifugiati politici in Italia, durante il regime militare. Allora, quello che potrebbe esse-re l’eventuale vincitore nelle elezioni contro Lula, possiede un grande rapporto con l’Unione, spe-cialmente nell’area centrale, rappresentata dalla Margherita e tutta la parte ex-democristiana. Non

mi preoccuperei assolutamente dei buoni rappor-ti politici. E ormai, anche l’interesse economico è ben marcato (sic). È ovvio che le simpatie politi-che aiutano ad accelerare i processi, ma veramen-te mi sento tranquillissimo. Anche come rappre-sentante degli italiani residenti in Brasile, abbia-mo ottimi rapporti sia con il governo Lula che con il PSDB, ad esempio, con il governo di San Paolo. Quindi, luce verde su tutto l’arco!

CI — Lei pensa che l’elettore all’estero sia più critico e attento di chi abita in Italia?Pollastri — Una parte sì, perché non tutti sono informati e questo lo dobbiamo riconoscere. C’è una massa molto informata, molto di più di quanto pensa la stampa italiana, che pensa che quelli che vengono dall’estero abbiano poca conoscenza del-l’Italia. E questo non è assolutamente vero. Hanno una profonda conoscenza sia per rapporti econo-mici, culturali o collegati alle università. Vivono costantemente la vita italiana sia pur da lontano, e hanno una conoscenza addirittura maggiore. Evidentemente questo voto concesso agli italiani all’estero è la grande battaglia del ministro Trema-glia, che sicuramente è un po’ il padre di questo diritto. Secondo me, anche se un po’ prematuro, bisogna rivedere un po’ i meccanismi. È stata la prima volta, adesso cerchiamo di mettere a fuo-co delle soluzioni che possono (sic) assicurare una maggiore partecipazione da parte di tutti, più tra-sparenza nel voto e maggiore serietà nei risultati. CI — Cosa ne pensa del risultato che ha dato la Presidenza del Senato a Franco Marini?Pollastri — Sono molto contento. Ho votato ov-viamente per Franco Marini pur avendo una parti-colare simpatia per Andreotti. Tra l’altro sono un lettore della sua bellissima rivista che si chiama "Trenta Giorni". Gli ho (sic) anche detto al Sena-to. Direi che è rimasto più contento di sapere che sono un suo lettore che se votavo per lui o meno. Era assolutamente necessario mostrare che esiste una maggioranza, sia pure molto al limite, e che l’Unione era in grado di eleggere almeno il presi-dente del Senato. Ed è una scelta molto buona, si è visto dal discorso conciliativo che ha fatto, dicendo che sarà il presidente di tutto il Senato e non di una parte. Mi è piaciuto veramente e sono sicuro che farà un bellissimo lavoro. CI — Lei esprime grande entusiasmo davanti a questa nuova sfi da, vero?Pollastri — Nella mia vita, ai miei impegni, mi sono sempre dedicato con molta passione. Penso di farlo ugualmente con questo grande obiettivo. Questo era un mio sogno per completare la mia carriera verso le istituzioni, ma in realtà non è un sogno solo mio. Chissà quanti milioni di italiani volevano avere un rappresentante. È un sogno che abbiamo realizzato in comune tutti.

Anche il Brasile ha il suo senatore

Vittoria a sorpresa per l’imprenditore Pollastri

Ana Paula TorresCorrespondente • ROMA

Dopo giorni di intensi lavori per eleggere il presidente del Senato, il neosenatore Edoardo Pollastri ha aperto le porte della sua casa romana per concederci un’intervista. Ha parlato della sua gioia di poter rappresentare gli italiani residenti all’estero e della immensa voglia di contribuire per intensificare i rapporti tra Italia e Brasile.

‘Ho ricevuto la notizia quando ormai

mi ero totalmente rassegnato a non aver raggiunto l’obiettivo che mi ero proposto’

‘Ho votato ovviamente per Franco Marini

pur avendo una particolare simpatia

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Il senatore Edoardo Pollastri durante l’intervista nel giardino della sua casa a Roma

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È Giorgio Napolitano il nuovo Capo dello Stato che sarà alla guida del Paese per i prossimi sette anni. Mentre per Camera e Senato sono stati eletti presidenti rispet-

tivamente Fausto Bertinotti e Franco Marini. Il Presidente della Repubblica ha giurato

fedeltà lo scorso 15 maggio presso la sede del Parlamento italiano. Come prevede il rigoroso cerimoniale la campana della Camera ha suo-nato e sono state sparate 21 salve di cannone. Adesso il Paese ha il suo 11° Capo dello Stato che dopo l’impegno solenne a Montecitorio ha fatto il suo primo discorso, interrotto da 31 ap-plausi, sottolineando che sarà il presidente di tutti. In seguito, Napolitano ha ricevuto il sa-luto del sindaco di Roma Walter Veltroni pres-so l’Altare della Patria, dove ha depositato una corona di fi ori al Milite Ignoto mentre in cielo volavano le Frecce Tricolori. Da lì il Presidente è partito verso la sua nuova residenza a bordo della Flaminia presidenziale, in compagnia del premier uscente Silvio Berlusconi. Momenti do-po, il corteo, preceduto dai cavalli dei coraz-zeri è arrivato al palazzo del Quirinale dove lo attendeva Carlo Azeglio Ciampi per il passaggio delle consegne.

Una volta insediato il nuovo Presidente, sono iniziate le consultazioni per dare l’incari-

co al nuovo capo del governo. E dalla Chiesa è arrivata la richiesta di un presidente di unità, come lo è stato Ciampi. "Auguriamo al nuovo Capo dello Stato di poter essere, come il suo predecessore, punto di riferimento e fattore di unità". Parole del cardinale Camillo Ruini in occasione dell’assemblea dei vescovi italiani. Mentre dal clericato continua ferma l’opposi-zione a Pacs e coppie gay, Ruini rimprovera i tentativi di dare un improprio riconoscimento giuridico a queste unioni.

"Cercherò di contribuire ad una maggiore serenità nella vi-ta del Paese", questa è stata una delle prime dichiarazioni di Napolitano la mattina dopo la sua elezione, avvenuta il 10 maggio. Il nuovo Capo dello Stato è stato eletto al quarto scrutinio con 543 voti, 38 in più del quorum necessario e nell'aula di Montecitorio è stato applaudito per ben 90 secondi. In un primo momento, le coali-zioni di centrodestra e centro-sinistra avevano cercato inutil-mente di convincere Carlo Aze-glio Ciampi ad una rielezione.

Con il suo rifi uto si erano fatti alcuni nomi come quelli di Gianni Letta e di Massimo D’Alema, fi no ad arrivare ad un consenso che ha portato alla scelta di Napolitano, uomo di grande cultura che coltiva un forte senso delle istituzioni.

— Con lui ci conosciamo da tanti anni. Na-turalmente siamo diversi, ma sul modo di servire le istituzioni c'è un comune sentire — ha detto il presidente uscente Ciampi.

Per Camera e Senato il consenso è arriva-to giorni prima. Fausto Bertinotti è stato elet-to alla quarta votazione con 337 voti. Nel suo discorso d'insediamento ha detto: "Ringrazio il presidente della Repubblica Carlo Azeglio Ciam-pi il mio predecessore Pier Ferdinando Casini e le altre cariche istituzionali. Credo che il primo compito che tocca a tutti noi sia di valorizzare il ruolo del Parlamento. Necessità storica in questi tempi diffi cili per la democrazia in Italia e in Eu-ropa. Bisogna lavorare con attenzione ai corpi e alle amministrazioni da cui dipende la vita dello Stato e cercare di valorizzare le loro autonomie che sono una ricchezza per il paese, dalla magi-stratura all'informazione per farci sentire citta-dini di uno stato di diritto — ha poi proseguito — Il popolo deve investire tutta la sua fi ducia sulle istituzioni democratiche per essere libero da tutti i giochi che esistono, a partire dalla ma-fi a perché sicurezza deve essere intesa nel senso di diritto all'accesso al futuro".

Mentre il senatore del centrosinistra Franco Marini è stato eletto presidente del Senato alla terza votazione con 165 voti, contro i 156 di Giulio Andreotti. All’inizio del suo discorso di in-sediamento ha voluto ricordare i militari caduti recentemente in Iraq: "Permettetemi un ricordo commosso per le vittime di Nassiriya. Voglio rin-graziare tutti coloro che mi hanno dato il loro consenso, ma anche quanti hanno votato per il presidente Andreotti — ha poi richiamato i col-leghi ad un lavoro di unità — Non voglio evo-care intese che non ci sono, ma richiamare un grande senso di responsabilità e la ricerca di un impegno comune alla risoluzione dei problemi. Dobbiamo operare insieme per il bene comune della nostra Patria. La nostra ferma collocazione nelle alleanze atlantiche non ci deve impedire di muoverci liberamente nelle nuove regioni del mondo. Dobbiamo stabilire una nuova e forte coesione sociale. Più sviluppo e più coesione sociale è la sfi da diffi cile che dobbiamo affron-tare e vincere".

Politica

Momenti decisivi per il futuro dell’Italia: dalle elezioni in Camera e Senato alla nomina del Capo dello Stato

Napolitano è il nuovo presidente dell’Italia

Il presidente Giorgio Napolitano ha giurato sulla Costituzione

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CONSOLATO GENERALE D’ITALIA RIO DE JANEIROREFERENDUM POPOLARE CONFERMATIVO DI LEGGE COSTITUZIONALE

25 – 26 GIUGNO 2006 DIRITTO DI VOTO PER CORRISPONDENZA

AI CITTADINI ITALIANI ALL’ESTERO Il 25 e 26 giugno 2006 si svolgerà in Italia la consultazione referendaria per l’approvazione del testo della legge costituzionale recante “Modifi che alla Parte II della Costituzione” .

In Italia si voterà presso i seggi elettorali istituiti a cura dei Comuni nei giorni di DOMENICA 25 giugno e LUNEDI’ 26 giugno.

All’estero, in base alla Legge 27 dicembre 2001, n.459 e all’articolo 3 sexies della Legge 27 gennaio 2006 n.22, i cittadini italiani iscritti nelle liste elettorali della Circoscrizione estero, possono VOTARE PER POSTA entro il 22 GIUGNO.

A ciascun elettore il Consolato Generale invierà per posta, entro il 7 GIU-GNO 2006, un PLICO contenente: un foglio informativo , il certifi cato eletto-rale, la scheda elettorale, una busta completamente bianca, una busta già af-francata recante l’indirizzo dell’Uffi cio consolare stesso, il testo della legge sul voto all’estero. L’elettore, utilizzando la busta già affrancata e seguendo atten-tamente le istruzioni contenute nel foglio informativo, dovrà spedire SENZA RITARDO la scheda elettorale votata, in modo che arrivi al proprio Consolato entro - e non oltre - le 16 ora locale del 22 GIUGNO 2006.

E’ fatto divieto di inoltrare voti per conto di altre persone. Chiunque contravvenga a tale divieto incorre in sanzioni penali, da uno a tre anni di reclusione, e pecuniarie

L’elettore che alla data dell’ 11 GIUGNO 2006 non avesse ancora rice-vuto il plico elettorale, potrà rivolgersi al proprio Consolato per verifi care la propria posizione elettorale e chiedere un duplicato

E’ POSSIBILE IN ALTERNATIVA SCEGLIERE DI VOTARE IN ITALIA PRES-SO IL PROPRIO COMUNE, comunicando per iscritto la propria scelta (OP-ZIONE) al Consolato ENTRO l’8 MAGGIO 2006 e facendola pervenire per posta, per fax o mediante consegna.

La scelta (opzione) di votare in Italia vale solo per la presente consul-tazione referendaria.

La comunicazione di opzione può essere scritta su carta semplice e - per essere valida - deve contenere nome, cognome, data, luogo di nascita, luogo di residenza e fi rma dell’elettore.

In alternativa si può anche utilizzare l’apposito modulo disponibile pres-so il Consolato, i Patronati, le associazioni, il COMITES oppure scaricabile dal sito web del Ministero degli Esteri (www.esteri.it) o da quello del proprio Uffi cio consolare.

Sarà cura degli elettori verifi care che la comunicazione di opzione spedi-ta per posta sia stata ricevuta in tempo utile dal proprio Uffi cio consolare.

Gli elettori che scelgono di votare in Italia ricevono dai rispettivi Comuni italiani la cartolina-avviso per votare presso il proprio seggio elettorale in Italia. In tal caso, la Legge NON prevede alcun tipo di rimborso per le spese di viaggio sostenute, ma solo agevolazioni tariffarie all’interno del territorio italiano .

La scelta di votare in Italia può essere successivamente REVOCATA con una comunicazione scritta da inviare o consegnare all’Uffi cio consolare con le stesse modalità ed entro gli stessi termini previsti per l’esercizio dell’op-zione (8 MAGGIO 2006).

IL CONSOLATO GENERALE E’ A DISPOSIZIONE DEI CITTADINI PER QUAL-SIASI ULTERIORE INFORMAZIONE (tel. 021-21221315) r. 2118

CONSULADO GERAL DA ITALIA RIO DE JANEIROREFERENDO POPULAR CONFIRMATIVO DE LEI CONSTITUCIONAL

25 – 26 DE JUNHO DE 2006DIREITO DE VOTO POR CORRESPONDÊNCIA AOS CIDADÃOS ITALIANOS NO EXTERIOR

Nos dias 25 e 26 de junho de 2006 será realizada na Itália a consulta refe-rendaria para a aprovação do texto da lei constitucional sobre “Modifi cações na Parte II da Constituição”.

Na Itália se votará nas sedes eleitorais instituídas pelos Municípios no DOMINGO dia 25 de junho e na SEGUNDA-FEIRA dia 26 de junho.

No exterior, com base na Lei no. 459 de 27 de dezembro de 2001 e no artigo 3 da Lei no. 22 de 27 de janeiro de 2006, os cidadãos italianos inscri-tos nas listas eleitorais da Circunscrição do exterior, podem VOTAR POR CORRESPONDÊNCIA até o dia 22 DE JUNHO.

A cada eleitor o Consulado enviará por correio, até o dia 7 DE JUNHO DE 2006, um ENVELOPE contendo: um folheto informativo que explica como votar, o certifi cado eleitoral, a cédula eleitoral, um envelope completamente branco, um envelope já selado com o endereço do próprio departamento con-sular e o texto da lei sobre voto no exterior. O eleitor, utilizando o envelope já selado e seguindo atentamente as instruções contidas no folheto infor-mativo, deverá expedir SEM ATRASO a cédula eleitoral votada, de forma que chegue ao próprio Consulado até no máximo às 16:00 hs (horário local) do dia 22 de JUNHO DE 2006. È terminantemente proibido enviar votos por meio de terceiros. Quem contrariar esta proibição sofrerá sanções penais, de um a três anos de reclusão, e pecuniárias.

O eleitor que até a data de 11 DE JUNHO DE 2006 não tiver ainda recebido o envelope eleitoral, poderá dirigir-se ao próprio Consulado para verifi car a sua situação eleitoral e solicitar uma segunda via.

É POSSÍVEL, EM ALTERNATIVA, OPTAR PELO VOTO NA ITÁLIA JUNTO AO PRÓPRIO MUNICÍPIO, comunicando por escrito a própria escolha (OP-ÇÃO) ao Consulado ATÉ O DIA 8 DE MAIO DE 2006 por meio do correio, por fax ou entregue pessoalmente.

A escolha (opção) de votar na Itália é válida somente para a presente consulta referendaria.

A comunicação da opção pode ser escrita em papel simples e – para ser válida – deve conter nome, sobrenome, data, lugar de nascimento, local de re-sidência e a assinatura do eleitor. Em alternativa, pode ser também utilizado um específi co formulário disponível nos Consulados, nos Patronatos, nas asso-ciações, nos COMITES ou, então, no site do Ministério das Relações Exteriores (www.esteri.it) ou no site da Embaixada em Brasilia(www.embitalia.org.br).

Será responsabilidade dos eleitores verifi car que a comunicação de op-ção expedida por correio tenha chegado em tempo hábil ao Departamento Consular de competência.

Os eleitores que escolherem votar na Itália receberão dos respectivos Muni-cípios italianos um cartão de aviso para votar junto às sedes eleitorais na Itália. Neste caso, a lei NÃO prevê nenhum tipo de reembolso para as despesas de viagem, mas somente um auxílio fi nanceiro dentro do território italiano.

A escolha de votar na Itália pode ser sucessivamente REVOGADA por meio de uma comunicação escrita a ser enviada ou entregue pessoalmente ao Departamento Consular com as mesmas modalidades e dentro dos mesmos prazos previstos para o exercício da opção (8 DE MAIO DE 2006).

O CONSULADO GERAL ESTÃ A DISPOSIÇÃO DOS CIDADÃOS ITALIANOS PARA QUALQUER INFORMAÇÃO ADICIONAL (tel.021-21221315) r. 2118

Consolato Generale d’ItaliaRio de Janeiro

Per informazioni: Consolato Generale Rio de Janeiro: (xx) 2122-2118; Ambasciata – Brasilia – (xx) 61-3442-9900; Consolato Generale – São Paulo – (xx) 11-3549-5643; Consolato Generale – Curitiba – (xx) 41-3383-1751; Consolato Generale – Porto Alegre – (xx) 51-3230-8237; Consolato – Belo Horizonte – (xx) 31-3281-4211; Consolato – Recife - (xx) 81-3466-4200

Ana Paula TorresCorrespondente • ROMA

14 C O M U N I T À I T A L I A N A / M A I O 2 0 0 6

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Fedeli calabresi si riuniscono per commemorare il giorno di San Francesco di Paola

All’innalzarsi della statua, preghiere e la-crime. Sul viso di circa cinquemila fede-li, la nostalgia. L’emozione era tanta per i calabresi che passavano per la festa di

San Francesco di Paola, a Barra da Tijuca, a Rio de Janeiro, negli ultimi 5, 6 e 7 di maggio, che la semplice e piccola cittadina di Paola, in Cala-bria, sembrava fosse stata trasportata verso una della più ricche regioni di Rio de Janeiro.

Oltre alla processione, il programma ha con-tato su una presentazione di cori, sorteggio di regali, molti cibi tipici e una messa presieduta dall’Arcivescovo di Rio de Janeiro, Dom Eusébio Oscar Scheid, e celebrata insieme al frate Con-stantino Mandarino, responsabile della parroc-chia sita a Praça Euvaldo Lodi. La cerimonia ha anche ricevuto l’importante presenza dell’amba-sciatore italiano Michele Valensise e del console generale a Rio de Janeiro, Massimo Bellelli.

VITA DEL SANTO

Francesco era fi glio di contadini, è nato in

Calabria nel 1416 in un paesino chiamato Pao-la. A 13 anni è entra-to nel convento dei francescani. Nel 1435 ha lasciato l’istituzio-ne, seguito da qualche discepolo, per fondare l’Or-dine dei Minimi o degli Eremi-ti di San Francesco. Ai tre voti seguiti nor-malmente dai francescani — povertà, casti-tà ed obbedienza — San Francesco di Pao-la ne ha aggiunto un altro, quello del digiu-no quaresimale.

Il monastero dell’Ordine è stato co-struito nel 1454 a Cosenza, e Francesco ne fu nominato superiore. San Francesco era conosciuto per i miracoli che faceva. Un giorno, non avendo come traversare lo stretto di Messina dovuto al rifi uto dei barcaioli, stese il suo mantello sulle acque e cosí camminò fi no al porto.

Un’altra volta, il re di Francia Luigi XI chiese al papa che gli fosse mandato il frate calabrese per curarlo da una grave malattia. San Francesco di Paola visitò il re e lo convinse a riconciliarsi con Dio af-fi nché, cosí, ottenesse una morte tranquil-la. Prima di morire, il re chiese al religioso che divenisse il tutore spirituale di suo fi glio, Carlo VIII, prossimo successore al trono di Francia.

Dovuto alla sua fama, San Francesco di Paola attrae molti giovani alla vocazio-ne religiosa. Il santo è morto il 2 aprile 1519, un venerdí santo, a 91 anni, e fu canonizzato da papa Leone X dodici anni più tardi. Il suo corpo rimase intatto fi no al 1562. Quell’anno, durante le Guerre di Religione, i protestanti calvinisti — co-me aveva predetto il santo — invasero il convento di Plessis, ove era sepolto, tolsero il suo corpo dal sepolcro e, senza commuoversi al vederlo in perfetto stato, lo bruciarono con il legno di un grande crocifi sso della chiesa.

“L’uomo non sta dove vive, ma do-ve ama”. Il detto italiano sembra tradurre i sentimenti dei cittadi-

ni del piccolo paese di Paola, in Calabria, e dei residenti della città fl uminense di Barra do Piraí. E, per stringere ancor di più i legami affettivi e perfi no amministrativi, per il 18 di questo mese è prevista la fi rma di un accordo di gemellaggio tra i due comuni.

Per concretizzare l’iniziativa, il sindaco di Paola, Roberto Perrotta, verrà in Brasile per una serie di eventi relativi al gemellaggio. Il programma conterà su visite a chiese, associa-zioni, giornali, e anche alla Camera Municipale e all’Archidiocesi di Rio de Janeiro. Durante 13 giorni, Perrotta dovrà inoltre recarsi in altri comuni fl uminensi come Volta Redonda, Nova Friburgo, Niterói, Petrópolis e Angra dos Reis.

Secondo il presidente del Comitato degli Italiani all´Estero (Comites), Francesco Per-rotta, nella regione metropolitana di Rio de Janeiro ci sono oltre 30mila cittadini paolani, il che stimolerà le relazioni sociali, cosí come quelle commerciali, tra le città.

— Il gemellaggio dovrebbe suscitare un interscambio commerciale e industriale. Il fat-to di avere due città interlegate può incenti-vare l’interazione ed offrire più appoggio ai cittadini italiani e brasiliani — commenta il presidente del Comites.

Secondo il sindaco Perrotta, la sua venuta dimostra la volontà di offrire ai cittadini pao-lani una possibilità di partecipare attivamente alla vita in società e agli ambienti italiani.

— Cerchiamo un modo di creare nuovi le-gami, che saranno culturali ed economici allo stesso tempo. Siamo soddisfatti di vedere come le relazioni sono a buon punto e già da ora pos-siamo sentirne i risultati. Il Consolato di Rio ha perfi no nominato un corrispondente affi nché sia effettuato il legame tra la comunità e le au-torità italiane consolari — rivela il sindaco.

Dati forniti dall’Associazione Calabrese di Rio de Janeiro dicono che esistono perlomeno 500mila cittadini originari dalla Calabria, il che rappresenta quasi l’80% di tutta la comu-nità italiana della regione. Il presidente della società, Corrado Bosco, ha detto che la venu-ta del sindaco servirà da esempio perché altre iniziative simili succedano.

— Speriamo che in futuro anche altri sin-daci possano interagire con le varie comunità italiane residenti in Brasile. Abbiamo molti cit-tadini di regioni vicine a Paola, come Fuscaldo, Scalea e Mornanno, tra le tante — elenca.

Paola è qui

Secondo padre Saturnino Arto Sardina, supe-riore provinciale dell’Ordine dei Minimi (fondato da San Francesco di Paola nel 1435), la festa risale a quando i Frati seguitore del santo sono arrivati a Rio de Janeiro, nel novembre 1955.

— L’anno seguente, la colonia italiana si è unita per fare qui la festa. Il merito iniziale per la realizzazione dell’evento è della stessa colo-nia calabrese, soprattutto dei giornalai e pesci-vendoli, di cui San Francesco è il patrono (festa commemorata il 2 aprile). I calabresi avevano una grande nostalgia di questa festa, fatta nella loro città, e non potevano passare un anno sen-za quest’evento. Perciò hanno stimolato l’idea della festa che, quest’anno, celebra il quinto centenario dell’approvazione della regola del no-stro Ordine – spiega.

Uno degli esempi della grande devozione al santo viene dal commerciante Pasquale Annun-ziato Santoro, 89. Nemmeno le avversità sono riuscite ad impedirgli di compiere quello che, secondo lui, è già divenuto un rito annuale. Solo e con l’appoggio di un bastone, era tutto sorrisi mentre distribuiva foglietti stampati sulla vita di Padre Luigi Allevato, uno dei fondatori del-l’Ordine dei Minimi in Brasile e sui 25 anni dalla morte di Don Giuseppe Gravina, religioso paola-no che è stato parroco di Scarcelli, frazione di Fuscaldo, sempre in Calabria.

— Loro sono stati molto importanti per la nostra religiosità. Per questo l’omaggio. Vengo a questa festa fi n da quando è cominciata ad esi-stere in Brasile. E inoltre ho sempre fatto parte

Comunidade

della commissione organizzatrice. Stavolta sono venuto da solo perché mia moglie è rimasta in-sieme a nostro fi glio, che è malato – giustifi ca.

Quando al segreto della buona disposizione fi sica, lo stesso commerciante ne rivela il trucco. Secondo lui, la presenza di una routine giorna-liera è fondamentale per mantenere l’energia e il buon umore.

— Il segreto è non smettere di lavorare. An-cora oggi mi sveglio alle 4.00 per aprire la mia pasticceria al centro di Rio. Ho amici che sono entrati in pensione e hanno perso l’animo. Io non lo farò mai – ammette Santoro.

Per Frate Constantino Mandarino, l’entusia-smo e la religiosità dimostrati dai fedeli che par-tecipavano alla festa sono gli stessi dagli anni ‘50. Ma quello che è cambiato è la quantità di so-stenitori, che diminuisce ogni anno che passa.

— Dal 1956 ad oggi la situazione è cam-biata molto. Avevamo più aiuti. Solo per aver-ne un’idea, la chiesa ha cominciato ad essere timidamente costruita con l’aiuto della colo-nia calabrese, che ha cercato aiuti insieme al presidente del sindacato dei giornalai che, al-l’epoca, era un brasiliano. Da quel momento, passavamo a ricevere aiuti anche da grandi so-stenitori, come le grandi aziende. Adesso, ne abbiamo soltanto tre – si cruccia il religioso di Rende, un paesino vicino a Paola. Uno dei gran-di organizzatori della festa, Pietro Polizzo, 74, è d’accordo col religioso.

— Quest’anno il brutto tempo non ci ha aiu-tati molto con la questua. Per questo la parte-

Secondo il Comune di Paola, l’idea è venu-ta quando il sindaco di Barra do Piraí, Riccar-do Montuosi, ha visitato la città e ha iniziato le negoziazioni. Inoltre, la scelta del comune si è dovuta alle circa 150 famiglie di origine italiana ivi residenti. Secondo il console gene-rale d’Italia, Massimo Bellelli, l’avvenimento sarà molto importante per la comunità.

— La visita del sindaco Perrotta sarà com-pleta. Uno dei momenti importanti del suo soggiorno sarà, senza dubbio, l’opportunità di incontrare cittadini paolani. Questa venuta è fondamentale affi nché la comunità si senta appoggiata e possa interagire di più con il Co-mune di là — analizza.

Vari leader calabresi sfrutteranno la venuta del sindaco per sensibilizzarlo per ciò che ri-guarda le ultime elezioni per il Parlamento ita-liano, quando vari elettori, tra cui quelli di Pao-la, non hanno potuto votare perché non erano iscritti presso i comuni. Secondo loro, l’idea si è rafforzata ancora di più quando i voti dei cit-tadini all’estero hanno defi nito il risultato.

— Molti nomi non constavano nella lista del comune che, a sua volta, non li ha trasfe-riti all’ Aire [Anagrafe degli Italiani Residenti all´Estero]. Allora gli impiegati del Comune sostenevano [che la causa era] l’accumulo di servizio oltre alla mancanza di investimen-ti dimostrata dall’amministrazione anteriore — dice Francesco Perrotta.

Il comune di Paola ha informato che ha già aumentato il numero di impiegati legati al settore dell’Aire attraverso il trasferimento di personale da altri settori che accumulava-no meno servizi. Secondo il console di Rio, l’aspettativa è di che tutto il processo si con-cluda prima del prossimo referendum, che si avrà il 25 e 26 giugno, e che riguarda la devo-lution, in cui verrà votato il trasferimento di poteri dal governo centrale alle unità locali.

— La nostra intenzione è far sí che tut-ti i paolani possano, in breve, essere votanti — ha dichiarato Bellelli.

Santo paese!

cipazione di sostenitori è importante, visto che le entrate vengono tutte convertite in opere so-ciali della chiesa. Le uniche spese che abbiamo sono con la struttura — aggiunge.

Malgrado gli eventuali contrattempi, la festa l’anno prossimo dovrà essere ancora più anima-ta. Secondo il sindaco di Paola, Roberto Perrot-ta, questa sarà l’epoca in cui verrà celebrato il quinto centenario della morte del suo patrono. Nel luogo di nascita del santo i festeggiamenti sono già in pianifi cazione.

— L’amministrazione della città di Paola si trova già tutta coinvolta con i preparativi. Vor-remmo riunire autorità di livello nazionale ed internazionale. Sarà un evento di grande impor-tanza per i paolani — rifl ette Perrotta.

A 89 anni, Santoro partecipa assiduamente alla festa di San Francesco

La città italiana avrà Barra do Piraí come consorella

Rosangela Comunale

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Processione, messa e devozione hanno segnato la festa di San Francesco di Paola, a Barra da Tijuca (RJ). Anche l’arcivescovo di Rio de Janeiro, Dom Eusébio Scheid (sopra, al centro), ha partecipato alla cerimonia religiosa

Il sindaco Roberto Perrota nella chiesa di San Francesco di Paola

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TÍTULOS

Brasil

campeão em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002; vice-campeão em 1950 e 1998.

Itália

campeã em 1934, 1938 e 1982; vice-campeã em 1970 e 1994.

HISTÓRICOS

Brasil

17 Copas do Mundo (única seleção que nunca fi cou de fora)87 partidas60 vitórias14 empates13 derrotas191 gols pró82 gols contra

Itália

15 Copas do Mundo (fi cou de fora em 1930, no Uruguai, em 1958, na Suécia)70 partidas39 vitórias17 empates14 derrotas110 gols pró67 gols contra

CONFRONTOS

1938 – Itália 2 x 1 Brasil 1970 – Brasil 4 x 1 Itália1978 – Brasil 2 x 1 Itália1982 – Itália 3 x 2 Brasil

1994 – Brasil (3) 0 x 0 (2) Itália (disputa nos pênaltis)

JOGOS DA PRIMEIRA FASE NA COPA DA ALEMANHA

BRASIL13 de junho, às 16h – Brasil x Croácia

18 de junho, às 13h – Brasil x Austrália22 de junho, às 16h – Japão x Brasil

ITÁLIA12 de junho, às 16h – Itália x Gana 17 de junho, às 16h – Itália x EUA

22 de junho, às 11h – República Tcheca x Itália

SÃO PAULO E RIO — Copa do Mundo. Tempo de torcer, vibrar, compartilhar com o mundo a alegria que só o futebol é capaz de pro-porcionar. Rever craques pra lá de consagra-

dos na esfera mundial da bola e, ser testemunha de lances na ponta da chuteira de novos talentos. Por trás de cada uma das 32 equipes participantes, um país, uma cultura, um povo. Dentre estas, du-as se destacam pela tradição nos gramados, e por unir milhões de apaixonados, capazes de sorrir e chorar diante do espetáculo de camisas azuis e amarelas. Camisas que, por vezes, dividem cora-ções afl itos por terem de escolher uma das equipes para botar a mão na taça: Brasil ou Itália.

Mas a pergunta que não quer calar: Pode al-guém torcer simultaneamente para duas seleções em uma Copa do Mundo? Sim. Quem responde é a secretária e estudante de um curso para tradu-

Renata Gonçalez e Rosangela Comunale

Roberto Baggio e Romário, os protagonistas da final de 1994. O estádio da decisão na Alemanha, marcada para o dia 9 de julho

tor e intérprete de São Paulo, Angela Napolitano, de 17 anos, que em 1994 viveu exatamente essa experiência, quando Brasil e Itália voltaram a se enfrentar na fi nal da Copa do Mundo dos Estados Unidos. A vitória daria a qualquer um dos dois ad-versários o então inédito tetracampeonato.

Filha de mãe brasileira e pai italiano, naque-le ano, Angela vivia na cidade de Polla, na re-gião da Campania, onde nasceu. Com 9 anos de idade, naquela época, ela acompanhava, partida a partida, o desempenho da Squadra Azzurra ru-mo ao sonhado quarto título mundial. Afi nal, o time de azul, comandado por Alessandro Massa-ro, Roberto Baggio e pelo experiente Paolo Mal-dini, mostrou raça ao chegar à fi nal com o Bra-sil, após bater as seleções da Noruega, Nigéria, Espanha e a surpreendente Bulgária, com quem disputou a etapa semifi nal.

Mas a campanha obtida até ali pelo Brasil de Romário, Bebeto, Branco, Dunga e Taffarel não era ignorada pelos italianos. Em especial, após os eletrizantes confrontos da seleção Canarinho com a Holanda e a Suécia, pelas quartas-de-fi nal e semifi nal, respectivamente.

— Por isso, chorei de tristeza e de alegria, ao mesmo tempo, quando o Baggio errou o pê-nalti na fi nal contra o Brasil. Os dois sentimen-tos me dividiram na mesma medida, naquele dia. Fiquei triste pela Itália, porque sou italia-na, mas ao mesmo tempo me senti muito feliz pela vitória brasileira por causa do vínculo que minha família tem com o Brasil — afi rma a es-tudante italiana.

Ressentimento por Roberto Baggio, por ter sido ele o autor do catastrófi co pênalti cobrado que deu ao Brasil o tetracampeonato?

— De jeito nenhum. Todo mundo erra um dia. Tinha de acontecer, e aquele dia não era o dia do Baggio, nem dos italianos — conclui Angela. Ao contrário disso, a estudante apon-ta o jogador como seu craque italiano favorito. Tanto no quesito talento nos gramados como no fator beleza.

Para 2006, a ítalo-brasileira já fez sua esco-lha: quer ver o Brasil e a Itália disputando a fi nal da Alemanha:

— Como não é possível que os dois países ganhem, torço para que ao menos os dois che-guem à fi nal. Não importa quem irá ganhar. Ali-ás, que vença o melhor.

Mas os sentimentos, em tempos de Copa, não parecem ser os mesmos para todos os oriun-di. Um exemplo disso é a psicóloga Daniela Lan-nia [foto], 26. Filha de mãe calabresa, pai mara-nhense e nascida em um hospital italiano no Rio de Janeiro, ela afi rma que o Brasil é seu favori-to, apesar de declarar que torce para os italia-nos quando jogam com outros países. Aliás, ela aproveita o assunto para revelar um segredo em relação ao campeonato de 1994.

— Lembro que assistia ao jogo de 1994 na casa do meu avô italiano e tive que me conter para não comemorar visivelmente a vitória dos brasileiros. Sou 50% brasileira e 50% italiana. Não tem jeito. — ressalta a psicóloga, que é ca-sada com um italiano.

Mas o que não dá para negar é que o fute-bol, apesar das rivalidades, guarda sempre lu-gar para a revelação de talentos, mesmo que eles sejam “arquiinimigos” em campo. Apesar de não se intitular un vero tifoso, o também jornalista e oriundi Marcos Petti, 37 anos, de São Bernardo do Campo, acha que os italianos Rossi e Zoff se transformaram em verdadeiros mitos entre os brasileiros, apesar do estrago de 1982.

— Não adianta: brasileiros torcem para a Itália, e creio que a recíproca seja a mesma. Es-ses dois jogadores (Rossi e Zoff), assim como outros italianos, exercem certo fascínio nos tor-cedores brasileiros, da mesma forma que Ronal-dinho Gaúcho faz com os europeus. Já com Ma-radona é diferente, apesar de ter sido um grande jogador e ainda por cima vindo da América do Sul, mesmo continente que o Brasil — declara Petti, referindo-se, diplomaticamente à popular hostilidade cultivada entre brasileiros por Diego Armando Maradona.

‘CARRASCOS’ QUE MORAM NO CORAÇÃORespondam rápido, ítalo-brasi-leiros: quem vocês convidariam para um jantar, Diego Armando Maradona e Zinedine Zidane, ou Paolo Rossi e Dino Zoff? Para o jornalista Glauco Augusto Rossit de Araújo, 31 anos, residente em Santo André e bisneto de italia-nos, o páreo de “carrascos” do Brasil é duríssimo.

— Pelas lágrimas de 1982, não gostaria de encontrar nem o Paolo Rossi nem o Dino Zoff. O primeiro por ter sido um cara meio inescrupuloso ao fazer parte da máfi a do apito na Itá-lia, um pouco antes da Copa de 1982. O segundo era um bom goleiro, mas mes-mo assim, não dá.

Para refrescar a memória, na Copa de 1982, disputada na Espanha, o time comandado pelo técnico Telê Santana e apontado como o grande favorito, foi derrotado nas quartas-de-fi nal pela Itália, que depois sagrou-se tricampeã do mun-do sobre a então Alemanha Ocidental, na vitória por 3 a 1.

Dentre os quatro lendários “carrascos” do Brasil, o jornalista afi rma que convidaria mesmo é o francês Zidane para um jantar. Mesmo tendo sido o protagonista da tragédia brasileira na Co-pa da França, em 1998, quando a seleção Cana-rinho perdeu de 3 a 0 para os franceses, fi cando com um amargo vice-campeonato.

— É o mais humilde de todos. Já o Marado-na, sem comentários. Foi um craque, mas falta humildade à pessoa dele — declara Araújo, que nas ocasiões em que o Brasil foi desclassifi cado no mundial (como em 1986 e 1990) torceu para as chamadas seleções-zebra, como o México e as equipes africanas, em vez de torcer para a Itália, apesar de ter origem itálica.

PARA NUNCA MAIS ESQUECERFoi assim nos anos de 1938, 1970, 1978, 1982 e 1994, ocasiões em que o destino quis que os dois países se enfrentassem no campeonato es-portivo de maior importância para ambos. Por duas vezes, o embate foi justamente a grande fi nal da Copa do Mundo, como em 1970 e 1994. E nas duas edições, deu Brasil.

O primeiro confronto decisivo, ocorrido há 36 anos, teve o México como país-sede, mas os holo-fotes estavam voltados para o Brasil. E não podia deixar de ser. Com um time formado por Rivellino, Tostão, Gérson, Carlos Alberto Torres, Jairzinho, o rei Pelé e, sob o comando de Zagallo, a Sele-ção Brasileira de 1970 é até hoje apontada como a melhor equipe de futebol de todos os tempos. Tanto que sagrou-se tricampeã do mundo, feito até então inédito na história do esporte bretão, levando defi nitivamente para casa o troféu Jules Rimet, o mesmo que foi roubado da sede da Con-federação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio, no início da década de 1980.

Mas a classifi cação da Itália à fi nal de 1970 não foi por mero acaso. O nível técnico da Squa-dra Azzurra era mais que surpreendente. Quem assistiu ao duelo Itália 1x1 Alemanha nas se-mifi nais do campenato, que o diga. Com o em-pate, a partida teve de ir à prorrogação, quando

nada mais nada menos do que cinco gols foram marcados. Haja coração! Cheia de moral, a Itália acabou levando a melhor ao marcar três tentos e classifi cou-se à fi nal com o Brasil, que havia derrotado o Uruguai na outra semifi nal.

A alegria dos italianos durou muito pouco. Nem mesmo a pontaria do maior goleador do fu-tebol italiano, o atacante Luigi Riva, foi o bas-tante para a Azzurra segurar o Brasil. A derrota por 4 a 1 para o time Canarinho veio rápido, com belos gols de Pelé, Gérson, Jairzinho e Carlos Al-berto Torres. Boninsegna foi quem marcou para a Itália o chamado “gol de honra”.

— Me lembro como se fosse ontem. Os bra-sileiros saíram às ruas para satirizar os italianos que vivem aqui. Traziam consigo baldes cheios de espaguetes cozidos, e jogavam para cima, fe-lizes da vida — conta a bancária paulistana Mar-ta do Rosario Vietta, que em 1970 tinha 7 anos. — Na época as comemorações eram feitas na avenida Nazaré, no bairro do Ipiranga, que era

fechada para os festejos, O asfalto fi cou repleto de macarrão, e as pessoas cantavam “Mamma, son tanto felice” — completa Marta do Rosário.

Bisneta de italianos, a bancária afi rma que nunca titubeou diante das duas seleções nas Co-pas do Mundo que acompanhou.

— Sem dúvida que, para mim, o Brasil vem em primeiro lugar. Foi o país onde nasci, e isso é o que importa. Somente nas ocasiões em que a Seleção Brasileira foi desclassifi cada é que torci para a Itália.

Enquanto isso, para curar a ansiedade trazi-da pelos jogos, muitos apelam para os instintos e, ao mesmo tempo, à matemática, a fi m de que as esperanças sejam renovadas. Há quem acredi-te, por exemplo, que a Itália seja campeã. O mo-tivo se deve ao fato de que, desde 1970, a cada 12 anos, o país de Paolo Rossi disputa uma fi -nal. E isso já aconteceu em 1982 e 1994. Agora, quem sabe, também se concretizará em 2006. É esperar para ver.

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Às vésperas da Copa do Mundo, uma dúvida cruel paira entre amantes do futebol que possuem origem italiana. Afinal, tanto a camisa amarela quanto a azul esbanjam raça, carisma e, sobretudo, tradição de, juntas, vestirem oito títulos mundiais. É difícil não dividir o coração entre Brasil e Itália

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Azzurra ou Canarinho?

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Enquanto todos os cantos do planeta se preparam para a Copa do Mundo, que acontecerá em junho, na Alemanha, a ‘redondinha’ já desliza solta pelos gra-

mados do Rio de Janeiro. Calma, não estamos falando do campeonato brasileiro, mas, sim, da Copa dos Imigrantes — torneio que acontece a cada dois anos — e promete agitar os torce-dores mais fanáticos das colônias estrangeiras da cidade. Na disputa, equipes da Angola, Ar-gentina, Cabo Verde, Espanha, Israel, Itália, Ja-pão, Polônia, Alemanha e Portugal brigam pelo título. A Copa dos imigrantes, cujo objetivo é integrar as comunidades estrangeiras existentes no Brasil, foi criada há 14 anos e já revelou cra-ques que brilharam em times profi ssionais, como Rogério, que jogou no Fluminense, em 1994, e Lean dro, que atuou no Valência, em 2000.

Na última edição, em 2004, a taça fi cou para os italianos. Cabo Verde, em segundo, e Polônia, com a terceira colocação. As partidas desse ano vão acontecer nos estádios do Flu-minense, Olaria, Portuguesa e Maracanã. O in-gresso será um quilo de alimento não perecível para o programa de inclusão social “Fome só se for de bola”. A fi nal será disputada no dia 04 de junho, no Maracanã, quase duas semanas antes do início da Copa da Alemanha.

E a Copa parou no Rio...

Realizado a cada dois anos, torneio dos imigrantes já revelou craques que atuam em times profissionais e mobiliza comunidades estrangeiras do Rio de Janeiro

Carlos Henrique Fontela Jassus, presidente da Liga Nacional dos Imigrantes (Lndi) e idea-lizador do projeto, prefere não arriscar palpites sobre quem será o campeão.

— Acredito que todas as equipes estejam com a ânsia de vencer. Mas prefi ro não arriscar nenhum resultado. A equipe de Portugal, penta-campeã, é muito boa, assim como a da Espanha e Itália. Enfi m, acho que todas elas estejam pre-paradas — vaticina Jassus.

Para Massimo Bellelli, cônsul geral da Itá-lia no Rio de Janeiro, a participação da Itália na iniciativa, mesmo tímida, é muito impor-tante. Nesta edição, o consulado concedeu os uniformes para a equipe italiana. O cônsul adiantou também que está em negociações um projeto para a criação de uma equipe juvenil

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de oriundi, que disputará campeonatos na Itália em 2007.

O técnico do time italiano, Rodrigo Santoro, garante que o esquema tático do time é consis-tente. Segundo Santoro, se depender dele, a Itá-lia levará o bi-campeonato.

— Temos dois esquemas, o 4-4-2 e o 3-5-2. Estamos treinando há quatro semanas e, depen-dendo de como os adversários se comportarem em campo, mudaremos o esquema tático. As equipes que mais preocupam são as de Cabo Ver-de e Portugal — enfatiza o técnico.

— Os principais requisitos para a seleção dos jogadores é ser oriundi, o outro é gostar de futebol — assinala Alfredo Apicella, repre-sentante do Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni).

Quem disputa a “Copa”?

Chave A Chave B Chave CPolônia Cabo Verde Itália

Espanha Angola Portugal

Japão Alemanha Israel

Argentina

Luciana Bezerra dos Santos

Realizada desde 1992, a Copa dos Imigrantes,tem a equipe da Alemanha como maior ‘papão’ de títulos

Milan e Juventus chegaram na reta fi nal do campeonato italiano com apenas três pontos de diferença um do outro. O time de Tu-rim, contudo, acabou campeão. Mas, ao que tudo indica, deste campeonato saem perdedores todos os clubes, torcedores, patro-

cinadores. A vitória da “Velha Senhora” tem um sabor amargo. O clube ga-nhou, mas pode não levar o troféu. E o pior, ou melhor, dependendo do pon-

to de vista: a Juventus corre o risco de ser rebaixada por causa do escândalo que sa-code os alicerces corroídos do futebol italiano. As ações do clube na Bolsa de Valo-res de Milão despencaram 14% em apenas um dia e os contratos milionários de direitos de imagem poderão ser revistos. O presidente do Milan, Silvio Berlusconi, já

esbravejou que quer os dois últimos “scudetti” perdidos para a Juventus. “Estamos cansados de sofrer injustiças”, disse ele.

Futebol italiano presta contas ao juiz, não de campo, mas da justiça, a comum e a esportiva. Escutas telefônicas revelam um jogo sujo para mani-pular resultados e infl acionar passes de jogadores. E tudo isso é apenas a ponta de um gigante iceberg que derrete a olhos vistos, diante da increduli-dade dos torcedores e amantes do esporte.

As estradas paralelas percorridas ao longo dos anos 2004 e 2005 entre os procuradores de justiça de Roma,Turim e de Nápoles acabaram se encon-trando em superfaturamento de passes de jogadores e de escolha de determi-nados árbitros para estas e aquelas partidas. Juntam-se a tudo isso ligações perigosas, com reve-lações sobre presentes caros como um carro Masseratti e relógios de luxo e o que-bra-cabeças revela um futebol italiano viciado e manipulado.

NOMES AOS BOISA Gea World, uma das mais importantes em-presas do ramo do fu-tebol italiano, titular dos passes de jogado-res e treinadores impor-tantes, de propriedade de Alessandro Moggi, fi lho de Luciano Moggi, Chiara Ge-ronzi e Franco Zavaglia, procu-rador de muitos jogadores, está sendo acusado de formação de quadrilha com objetivo de fraude desportiva e con-

Futebol italiano presta contas ao juiz, não de campo, mas da Justiça. Escutas telefônicas revelam um jogo sujo para manipular resultados e inflacionar passes de jogadores

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Bola murcha

corrência desleal. Luciano Moggi é o atual ex-todo poderoso e diretor geral da Juventus, time vencedor da temporada investigada pela justiça. A Gea já havia sido acusada por um outro personagem suspeito, Luciano Gaucci, ex-presidente do Perugia e fugitivo na paradisíaca ilha de Santo Domingo, no mar do Caribe, de onde esbraveja aos quatro ventos que a empresa da família Moggi — pai e fi lho — o tinha obrigado a pagar uma comissão por baixo dos panos por conta da venda de um jogador a Lazio.

O mesmo Luciano Moggi também está sendo levado às barras do tribunal por formação de quadrilha, entre outros crimes de colarinho branco, junto com o seu amigo de longos telefonemas gravados pela polícia, Pierluigi Pairetto. O primeiro, como autoridade máxima da Juventus, e o segundo, como o homem responsável pela designação dos árbitros para as partidas. As conversas entre eles levantam fortes suspeitas de que por trás das escolhas dos juízes existem interesses comuns nos favorecimento e manipulação de resultados.

No meio deste temporal de denúncias sai de cena o pre-sidente da poderosa Federcalcio, a Federação Italiana de

Futebol, Franco Carraro. Ele pediu demissão do cargo e foi acompanhado pelo seu vi-

ce Mazzini. O intricado fi o já envolve nas malhas da justice oito jornalis-

tas, 10 procuradores, 20 juízes e 12 dirigentes dos times Milan,

Lazio, Fiorentina e Juventus. O esquema passava também

pelas casas de apostas. Três ex-jogadores da Ju-ventus e o atual goleiro do clube e titular da seleção italiana Buffon são acusados de usa-rem laranjas para jogar em partidas que eles próprios disputavam. O que é contra a lei. Os procuradores da justiça apuraram que Buffon

chegou a apostar 1,6 mi-lhão de euros ao longo de

apenas uma temporada. Ago-ra, o goleiro, mais que nunca, vai ter que se defender e já

começou: garante que somente apostava em partidas do exterior. É ver para crer.

Guilherme AquinoCorrespondente • MILÃO

Luciano Moggi, Luciano Gaucci e Franco Carraro, atores de um triste espetáculo no Calcio

Juventus, Milan e a mancha no futebol italiano

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Literatura

ressa por informática, mas possui a capacidade e o talento de desenhar. Assim, há 15 anos os irmãos juntaram o útil ao agradável. Cresceram assistindo os desenhos da Disney e Looney Too-nes, além de terem lido a brasileiríssima Turma da Mônica. Bruno Bozzetto? Não. Apesar de te-rem ascendência italiana e interesse no mundo animado, os irmãos Piologo não conheciam o milanês até esta entrevista.

— Não sabemos nossas origens, o que é al-go para repensarmos. Acho que seria bem legal conhecermos mais os nossos antepassados. So-bre o Bozzetto, pesquisamos na Internet e vimos que seus trabalhos são excelentes, mas não o conhecíamos mesmo — contou Rodrigo.

Apesar disso, há uma coisa em comum entre Bozzetto e os animadores de São Paulo: ambos já foram premiados no “Anima Mundi”, festival internacional brasileiro de animação.

— Foi uma surpresa! Tinha sido um proje-to pessoal que enviei sem esperança de ganhar.

O prêmio, que ganhamos em 1999 só ressaltou nosso lema, pois não importa a técnica e a qua-lidade usadas, o que contam mesmo é a idéia e a dedicação — enfatiza Ricardo.

As animações, baseadas sempre em humor, po-dem ser vistas no site www.mundocanibal.com.br. Os irmãos estão conectados à Internet 24 horas por dia, já que moram em Indaiatuba, no interior de São Paulo e o escritório da Fábrica de Quadri-nhos, empresa que se uniu para formar o site do Mundo Canibal, está localizada na capital. Cerca de seis pessoas fazem parte da equipe.

— Hoje somos felizes de poder viver só do site. Isso demorou a acontecer e passamos oito anos das nossas vidas mantendo e realizando tu-do à noite, pois trabalhávamos numa agência de propaganda durante o dia — ressaltou Rodrigo.

Os irmãos gostam tanto do que fazem que até criaram dois livros para suprir a demanda de e-mails que recebem. São dúvidas a respeito de co-mo criar os desenhos e de como usar o programa.

— Vimos que não havia no mercado um livro como o “Flash Animado”. Já o “Desenhar Carto-on”, escrevemos pelo fato de percebermos que muitos webdesigners não têm conhecimento em desenho. Não ligamos e ajudamos o máximo possível nos livros. Nessa área, o que conta é a criatividade — afi rmou Ricardo.

É uma pena que os irmãos Piologo não sai-bam de onde vêm seus antepassados. Mas essa veia humorística e este lado “animado” de ser, com certeza, é oriundo do outro lado do Oceano Atlântico, mais precisamente num país peninsular que fi ca no Mar Mediterrâneo. Quem sabe, depois dessa reportagem, surja uma

Humor

HHá quase 50 anos surgiu na Itália o “Signor Rossi”, personagem de dese-nho animado mais famoso criado pelo milanês Bruno Bozzetto. Entre vários

curtas e longas-metragens, o animador italia-no tornou-se conhecido nacional e internacio-nalmente, quando foi indicado para concorrer a prêmios como o “Urso de Ouro de Berlim” e o Oscar. Com a chegada da informática, Bozzetto se especializou e, entre 1999 e 2003, criou ou-tros curtas mas, dessa vez, com a ajuda de um programa de computador.

O interesse pelos desenhos animados parece estar mesmo presente no sangue dos italianos. No Brasil, os irmãos Piologo, bisnetos de italia-nos, fazem sucesso com “Avaianas de Pau”, uma animação que exibe um chinelo de madeira uti-lizado pelos pais para “educar” seus fi lhos. Este é, porém, um dos vários desenhos criados pelos irmãos, que utilizam o Flash, programa de com-putador, para dar “vida” aos personagens.

— Não usamos nada de programação e não desenhamos nada no computador. Fazemos tudo à mão, usamos o scanner (aparelho que copia e di-gitaliza a imagem), pintamos e editamos no Flash. O que fazemos é o mais puro desenho animado, o que deixa as nossas animações serem bem soltas e detalhadas — afi rma Ricardo Piologo.

COMEÇO DE TUDORicardo é autodidata. Sempre quis ser animador e o sonho de criança tornou-se real quando, há 10 anos, teve contato com alguns programas que o permitiram crescer profi ssionalmente. Ro-drigo, irmão mais novo, de 26 anos, não se inte-

Desenho brasileiro,

‘anima’ italianaNayra Garofle

Bonequicha, Donizildo e a “Avaiana de Pau”: os personagens mais famosos dos irmãos Piologo

Programas de animação criado por irmãos oriundi vira febre entre os internautas e recebe prêmio no ‘Anima Mundi’

to pessoal que enviei sem esperança de ganhar. depois dessa reportagem, surja uma inspiração e eles criem um personagem italiani-nho.

Bonequicha, Donizildo e a “Avaiana de Pau”: os personagens mais famosos dos irmãos Piologo

Ricardo e Rodrigo: humor até na hora da foto

Turim ainda está anestesiada com a Feira Internacional do Livro, que ocorreu de 3 a 8 de maio na cidade, capital Européia do livro, assim como Roma. O evento re-

cebeu cerca de 200 mil visitantes que lotaram as passarelas do Lingotto para ler, tocar, ver e ouvir os personagens e os autores de romances, contos, poesias, roteiros, letras de música. E a cidade, acostumada com a agitação do dia-a-dia industrial se preparou para receber de braços abertos os amantes da literatura.

O tema deste ano foi sobre Aventura. A idéia remete curiosidades, pesquisa, criatividade, de-safi os pessoais e o desejo de aumentar a própria consciência. Segundo o escritor francês, Marcel Proust, “a principal viagem de descoberta não con-siste em procurar novas terras, mas sim, em ter no-vos olhos”. E foi com este slogan que a Bienal foi aberta para um público com fome e sede de estó-rias. Um livro como uma viagem ao imaginário do autor, que depois de lido poderá infl uenciar a vida do leitor criando nele um novo ponto de vista — um novo olhar — sobre uma realidade qualquer.

Um dos encontros pontuais desta edição foi o “Lingua Madre”. Onde cerca de 30 escritores extracomunitários atenderam ao chamado dos organizadores. E fi zeram uma imensa torre de Babel, com dezenas de línguas se entrelaçando e decodifi cando sinais culturais vizinhos e dis-

Feira do Livro de Turim teve como tema este ano os países de língua portuguesa, 200 mil espectadores e deixou uma certeza: ler ainda faz bem para a ‘alma’

Turim à brasileira

Guilherme AquinoCorrespondente • MILÃO

Bienal de Turim atrai público com sede de cultura. Só na Itália todos os anos são editados 50 mil novos livros. Interação e criatividade, armas essenciais para conquistar leitores

tantes graças a tradução para o inglês, o francês e o italiano. Gente que faz da literatura uma ar-ma inteligente para revelar ao mundo microcos-mos que não estão nos grandes jornais, fora do alcance da maioria dos viajantes-aventureiros, realidades distantes algumas fantásticas.

A transformação de Turim numa grande livra-ria faz da cidade um parque de diversões literário. A cenografi a da Feira ia desde uma torre de livros empilhados, passando por bancos na forma de li-vros e até mesmo um teatro virtual aonde os per-sonagens de fábulas “voam” encantando os visi-tantes. Na verdade, se faz de tudo para ampliar o universo dos leitores e, principalmente, atrair no-vos leitores mirins. A oferta de títulos é impres-sionante. Apenas na Itália, por ano, são editados 50 mil novos livros. E o italiano lê pelo menos um livro a cada doze meses. Uma média aquém da expectativa dos editores, mas que signifi ca um pequeno avanço em relação ao passado. E para conquistar os adolescentes criou-se um concurso-laboratório de contos de um segredo escondido dentro de um típico quarto de um jovem. Compu-tador, cama, televisão, escrivaninha, enfi m, cada objeto simbolizava uma idéia: computador, a in-teração, a escrivaninha a mesa de reunião, a ca-ma uma arena para encontros e confrontos até se chegar a Biblioteca da Coragem e dali partir para a escritura da aventura.

FALANDO A MESMA LÍNGUA A língua portuguesa vem sendo cantada em ver-so, prosa e imagens mais do que nunca pelos ita-lianos. O idioma falado com diferentes sotaques, mas com apenas uma gramática por 210 milhões de pessoas em todo o mundo foi uma das atrações da capital internacional do Livro, Turim.

Brasil e Portugal foram os países convidados para a Feira. As honras da casa foram feitas em italiano mesmo, mas as páginas vão ser viradas na língua de Camões. Esta foi uma boa oportuni-dade para um encontro entre leitores, que estão longe de casa, e seus autores. Narradores, poe-tas e escritores debateram com o público as su-as obras e estórias. Do Brasil, participaram Luis Fernando Veríssimo, Ziraldo, Domício Proença, Marco Lucchesi, Paulo Coelho, Milton Hatoum, Moacyr Scliar, Nélida Piñon, entre outros.

O mago Paulo Coelho, terceiro autor mais li-do no mundo, perdendo apenas para Dan Brown, de o Código Da Vinci, e J.K.Rowling, da saga de Harry Potter, afi rmou durante uma entrevista que vai tentar reaver os direitos cinematográ-fi cos vendidos a um estúdio de Hollywood, no começo da década de 90. Segundo o autor de o Alquimista, não se encantou por nenhum dos roteiros apresentado a ele.

O encontro era literário, mas foi adornado por eventos musicais e cinematográfi cos. Mos-tras de fi lmes em língua portuguesa, apresenta-ção de fado estavam dentro da ampla programa-ção cultural. Da literatura ao cinema, da ciência ao jornalismo, tinha espaço para todos os tipos de manifestações que passam, obrigatoriamen-te, pela escrita antes de ganharem o “mundo”. A literatura em língua portuguesa é um canal de informação fundamental entre paises da África e o Brasil e, acima de tudo, de redescoberta da própria condição cultural e das suas raízes.

— Cinco séculos de domínio português su-focaram a cultura local do meu país — advertiu Paulina Chiziane, de Moçambique. — Na escola eu somente aprendia a história de Portugal e não sabia nada sobre a minha origem.

Uma cena bem carioca ilustra a ignorância de quem por séculos foi colonizado. O escritor Jose Eduardo Agualusa, de origem Africana, mas morador do Rio de Janeiro contou que as coisas estão mudando para melhor.

— Anos atrás, quando eu disse a um taxista que eu era de origem angolana ele, muito lison-jeado, me cumprimentou pelo meu português — lembra, entusiasmado. Enfi m, bem vinda a cultura literária capaz de unir os povos que a história e a geografi a dividiram.

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Notizie

AFFITTI SEMPRE PIÙ CARI

Dati di un’inchiesta del Sole 24 ore, che prende in esame gli aumenti dei

canoni di affi tto dal 1993 al 2005 per un appartamento di 100 metri quadrati, dimo-strano che i prezzi sono triplicati negli ulti-mi dodici mesi. In alcune città come Rimini e Bolzano, i prezzi hanno subito un rincaro del 287% e 270% contro la media del 120% delle città maggiori come Roma e Milano.

EUROPA: I NORVEGESI SONO I PIÙ PAGATI

I norvegesi sono i lavoratori meglio paga-ti in Europa, con una retribuzione annua

media di 42.475 euro contro uno stipendio medio italiano di 25.808 euro all’anno. I dati arrivano dall’Eurostat, che ha messo a confronto le buste paga di 8 milioni di lavo-ratori dipendenti delle aziende dei servizi e dell’industria. Lo stipendio medio più basso è stato rilevato in Bulgaria, dove si arriva a 1.884 euro lordi l’anno, ed in Romania a 2.321 euro.

TANTA ITALIA AL FESTIVAL DI CANNES

Dal 17 al 28 maggio l’Italia si farà molto presente alla 59°. edizione del Festival

di Cannes, insieme a tante produzioni sta-tunitensi. In corsa per la Palma sicuramente Nanni Moretti con "Il Caimano", ma si parla anche, come secondo fi lm in competizione, di Marco Belloccio con il suo "Il regista di matrimoni" o di Emanuele Crialese con "La porta d’oro".

ITALIA E UFF PIÙ VICINE

Siamo in epoca di decisione all’Universidade Federal Fluminense. Dal 30 maggio fi no al

1° giugno saranno realizzate le elezioni per il rettorato dell’istituzione. Tra i candidati, si distinguono due oriundi nella stessa lista: il professore del Dipartimento di Medicina Cli-nica e attuale vice-rettore, Antônio José dos Santos Peçanha, discendente dalla famiglia Zimbelli (originaria di Napoli) e Francisco de Assis Palharini, professore del corso di Psico-logia e direttore dell’Istituto di Scienze Uma-ne e Filosofi a (ICHF), discendente dalla fami-glia Pagliarini, di Venezia.

Nel loro programma la priorità sono gli in-teressi della comunità universitaria per ciò che riguarda la sburocratizzazione amministrativa, il problema delle residenze studentesche e inol-tre vogliono instaurare un piano di sicurezza

nei campus. Inoltre, nelle mete dei candidati c’è la lotta per il riconoscimento nazionale ed internazionale della UFF, cosí come l’eccellenza e rilevanza nelle sue attività accademiche.

LEGAMI STRETTI ALL’ESTEROIn Italia, la UFF ha già fi rmato una conven-zione con l’ Università degli Studi di Foggia, l’ Università degli Studi di Padova, l’Università degli Studi di Napoli "L´Orientale", l’Università di Studi "Tor Vergata" e a l’Università degli Studi di Siena, con la quale verrà realizza-to un workshop il 1° e il 2 giugno prossimi. L’incontro riunirà 15 professori del corso di post-laurea in Economia delle due istituzio-ni per discutere temi come amministrazione macroeconomica, disuguaglianza e politiche sociali e integrazione economica.

DANIELI: NUOVO VICE

Franco Danieli, da responsabile per gli ita-liani nel mondo della Margherita, è pas-

sato a Sottosegretario agli Esteri con delega per gli Italiani nel Mondo. Una nomina, ma-turata tra il nuovo Ministro degli Esteri, Mas-simo D’Alema, ed i parlamentari eletti nella circoscrizione Estero, che pone le questioni degli italiani all’estero sotto la guida di uno che il mondo dell’emigrazione lo conosce be-ne, anche per diretta esperienza personale.

TANTI AUGURI ALLA CITTÀ ETERNA

Lo scorso 21 aprile la città di Roma ha compiuto ben 2.759 anni. Con il se-

minario internazionale "Da Roma alla Terza Roma", giunto alla sua XXVI edizione, si sono aperti in Campidoglio i festeggia-menti per celebrare la data leggendaria della fondazione dell’Urbe: fi ssata al 21 aprile del 753 a.C. Per il Natale di Roma si sono mobilitate anche le 220 scuole roma-ne, con circa 25 mila studenti, che hanno aderito all’iniziativa "La scuola adotta un monumento". Per due giorni i ragazzi si sono trasformati in tanti piccoli ciceroni per accompagnare romani e turisti ai luo-ghi della città, sommando 131 itinerari per tutta la città.

STERILITÀ SEMPRE PIÙ COMUNE

Una coppia su cinque viene coinvolta dal problema, triplicato rispetto agli anni

’60. La colpa sarebbe dell’inquinamento chi-mico provocato da prodotti di largo consumo come i profumi, tappeti, vestiti e gli apparec-chi elettronici. Qualità dello sperma scaden-te, sterilità, anomalie genitali dei neonati e tumori dei testicoli in aumento. Inoltre, l’in-quinamento chimico provocherebbe anche un maggior numero di nascita di bambine.

RIPRENDE L’ARRIVO DI CLANDESTINI

Con la bella stagione ed il mare più calmo, tornano a pieno ritmo gli sbarchi di clandestini a Lampedusa, in Sicilia. Capita spesso che in una sola giornata arrivino più di 500 persone,

tra cui anche donne e bambini. Gli extracomunitari ricevono assistenza presso il centro di acco-glienza dell’isola e poi vengono rimpatriati.

LAUREA HONORIS CAUSA PER DARIO FO

Il premio Nobel italiano ha ricevuto il titolo dall’università "La Sapienza" di Roma. Ha così commentato la laurea honoris causa in Arti e scienze

dello spettacolo: "Ricevere la laurea qui alla Sapienza mi riempie poi di un orgoglio particolare, visto che per tre anni ho insegnato qui arte teatrale". Il riconoscimento è stato conferito il giorno del settecentotreesimo anni-versario dalla fondazione dell'Ateneo.

PETROLIO 1: BOLLETTE ALLE STELLE

Dopo il rincaro di 150 euro dell’ultimo anno su gas e luce, se il prezzo del petrolio si manterrà sui 70 dollari al barile, si attendono ulteriori

aumenti anche fi no a circa 93,4 euro: 51,4 in più sulle tariffe dell’elettricità e 42 su quelle del gas, secondo i dati delle Ricerche industriali energetiche di Bologna. L’aumento totale, dalla fi ne del 2004, arriverebbe a sfi orare la cifra record di 250 euro.

PETROLIO II: PREZZI RECORD DELLA BENZINA

Toccata quota 1,369 euro al litro, prezzo mai raggiunto in precedenza. Un record bissato anche dal gasolio, che è arrivato agli 1,239 euro al litro.

Nell’ultimo mese i prezzi dei carburanti hanno messo a segno aumenti fi no a 10 centesimi al litro. Per un "pieno", gli automobilisti italiani devono pagare 5 euro in più per la benzina, 3 per il gasolio.

OMAGGIO AI MILITARI CADUTI

L’Italia ha reso omaggio ai suoi militari morti in missione di pace. Gli alpi-ni Manuel Fiorito e Luca Polsinelli sono stati uccisi a Kabul, in Afghani-

stan. A Roma si sono svolti i funerali del capitano dell'esercito Nicola Ciardelli, del maresciallo capo dei carabinieri Franco Lattanzio e del maresciallo Carlo De Trizio, uccisi in Nassiriya. Enrico Frassanito, l’unico sopravissuto all’attentato in Iraq è morto in Italia, dopo essere rientrato dall’Iraq per curare le gravi ferite.

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Graziela Leta: substâncias utilizadas em peelings podem ser aplicadas em conjunto ou separadamente

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Ofi cialmente o inverno só começa dia 21 de junho, mas basta fazer um frio-zinho para que aumente a presença

de pacientes em consultórios dermatológicos nas regiões mais frias do país, como sul e su-deste. Por incrível que pareça é neste período mais frio do ano que pacientes preocupados com a sua aparência buscam ajuda especiali-zada para minimizar sinais na pele. O assunto é tão sério que na maioria dos consultórios de dermatologia só existem vagas para fi nal de ju-nho ou julho.

Levantamento da Sociedade Brasileira de Medicina Estética realizado em 2005 apon-ta que a procura por tratamentos de beleza cresceu 60% nos últimos cinco anos em todo o país. Parte desse crescimento se deve a um público que passou a ter acesso a esses servi-ços muito recentemente: a população de baixa renda. Alguns tratamentos nos hospitais públi-cos especializados saem por apenas 50 reais. Mas para isto o paciente deve ganhar no máxi-mo 500 reais por mês. Os mesmos tratamentos em clínicas de estética chegam a custar até 2 mil reais.

Mas nem sempre a busca por uma aparência melhor é apenas por vaidade. Há casos também de necessidade, ou mera exigência do mercado de trabalho. O envelhecimento da pele é um processo que preocupa muitos indivíduos. Um dos recursos para melhorar a qualidade da pele

Pele de porcelanaTratamentos de beleza, como o peeling, fazem mercado crescer 60% em cinco anos

AZEITE CONTRA A HIPERTENSÃO

Um dos grandes aliados para a luta contra a pressão alta é o azeite de oliva, especialmente o extra virgem. Por possuir antioxidantes em sua composição, ele evita o endurecimento das ar-

térias. O dado foi divulgado pelo cardiologista e nutricionista do Hospital do Coração, em São Paulo, Daniel Magnoni. Segundo ele, uma alimentação saudável e equilibrada, composta por alimentos ricos em antioxidantes é uma boa forma de se prevenir a doença e manter a qualidade de vida. Ricas em proteínas, cobre, ribofl avinas, fi bras, cálcio e gordura monoinsaturada, as frutas secas e as amêndoas também são destaque no combate à hipertensão.

CONTRA O BAIXO ASTRAL

Parece brincadeira, mas não há nada melhor como co-mer alho e pimenta para manter o bom humor. Segun-

do a médica ortomolecular, Sylvana Braga, além deles, o consumo de pães, massas, vegetais e biscoitos integrais, também pode provocar sensações de bem estar. No caso da pimenta, a liberação de endorfi na desperta uma sen-sação de euforia. Mas o alho ainda possui um diferencial: diminui o cansaço, a irritabilidade e a agitação.

VIDA LONGA

Comer frutas e vegetais pode aumentar a expectativa de vida de uma pessoa

em até 12 anos. Segundo um estudo feito pela Universidade de Cambridge, mudanças na rotina alimentar, física e o abandono do hábito de fumar, podem fazer a diferença na longevidade. Por exemplo, ingerir cinco por-ções de frutas ou vegetais ao dia, ou fazer exercícios moderados, podem alongar a vida em três ou quatro anos. O estudo também indica que se tome um suco em vez de chá preto, café ou refrigerante. Outras suges-tões são adicionar tomates e cogumelos na pizza e, na hora do lanche, ingerir uma fruta no lugar de salgadinhos ou chocolate.

DENTIÇÃO FEMININA

O sorriso pode mudar depois dos qua-renta para as mulheres. Devido à di-

minuição na produção de estrógeno e, con-seqüentemente, à osteoporose, os dentes podem fi car moles e propensos à queda. Normalmente, nessa faixa etária, a pessoa perde até 0,5% de cálcio dos ossos por ano. O segredo é levar uma vida sadia, baseada em muito esporte e mantendo o osso em atividade. Outra dica é ingerir, no mínimo, três copos de leite por dia e seguir uma die-ta rica em vegetais verdes. Do ponto de vis-ta odontológico, é aconselhável o consumo de alimentos consistentes, que promovam uma verdadeira ginástica mastigatória.

YES PARA A BANANA

Por ser rica em potássio, a banana con-tribui para o funcionamento do sistema

muscular, ajuda a prevenir o aparecimento das câimbras e auxilia na manutenção da pressão em níveis normais, prevenindo doenças coro-narianas. É que o potássio neutraliza a ação do excesso de sódio (encontrado no sal) no organismo. Desse modo, a banana ajuda tam-bém a impedir a ocorrência do Acidente Vas-cular Cerebral (AVC). Além disso, a fruta é rica fonte de vitamina B6, C e folato, tem fi bras e diminui o nível de colesterol no sangue.

ÁLCOOL EM EXCESSO

O consumo de álcool agravou as condi-ções clínicas de mais de 4.600 homens

com mais de 60 anos nos Estados Unidos. A pesquisa teve como foco o fator de risco em casos de comorbidades (dois ou mais trans-tornos de personalidade).

No estudo realizado pela Universidade da Califórnia, 39% dos pacientes eram alcoóla-tras, 10% estavam no limite do alcoolismo, e 69% foram considerados consumidores de alto risco, por conta da ingestão de álcool na presença de outros transtornos ou doenças. Publicado no Journal of American Geriatrics Society, a pesquisa aponta a gota (22%) e a úlcera gástrica (16%) como condições clí-nicas e psiquiátricas que mais identifi cam o consumo de alto risco de álcool.

FONTE DE JUVENTUDE

Dois copos de vinho tinto por dia previnem o envelheci-mento e a arteriosclerose. O mérito é do polifenol que

neutraliza os radicais liberais. A informação foi fornecida atra-vés de um estudo da Università Degli Studi di Roma La Sapien-za, publicado na revista “ Atherosclerosis”. A descoberta será utilizada em uma pesquisa da Agenzia Regionale per lo Sviluppo e l´Innovazione dell´Agricoltura del Lazio (Arsial) que fará um mapeamento dos vinhos produzidos na região.

é o famoso peeling químico, que utiliza várias substâncias ativas, como ácidos glicólico, reti-nóico e tricloroacético e o fenol, entre outros produtos. O peeling proporciona a esfoliação cutânea e posterior renovação celular. Depen-dendo, é claro, da concentração e do valor de PH em que são empregados. Existem hoje no mercado três tipos de peeling: superfi cial, médio e profundo, que variam de 200 reais a 500 reais.

Segundo a especialista em dermatologia, Graziela Leta, os peelings são indicados para manchas, cicatrizes de acne, rugas fi nas, alguns casos de estrias e pele foto-envelhecida. E não existe idade mínima para iniciar o tratamento.

— A intensidade e a substância a ser utili-zada nesses tratamentos serão determinadas por cada médico uma vez que depende do problema a ser tratado e outras variáveis. Quando bem indi-cado pelo dermatologista, o peeling geralmente não tem contra-indicações. E é importante que o paciente siga todas as recomendações dadas pelo médico no pré e pós peeling. Além disso, não tem uma idade certa para iniciar. Atendo de

CONHEÇA OS TIPOSDE PEELINGSuperfi cial: atinge apenas a epiderme e é indicado para manchas e melasmas [man-chas escuras]. Não há necessidade de prepa-ração prévia, mas o tratamento exige prote-tor solar até que a pele fi que totalmente re-cuperada, sem descamação ou vermelhidão.

Médio: atinge a derme e é indicado para rugas, marcas mais profundas, degeneração e cicatrizes.

Profundo: é muito útil para peles extrema-mente enrugadas. É como se a paciente fi -zesse uma cirurgia plástica, mas o peeling não muda a feição e ainda tira qualquer mancha da pele.

adolescentes a idosos todos os dias — destaca Graziela, que trabalha na área há 10 anos e re-serva um dia para atendimento voluntário em hospitais públicos na cidade.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia reco-menda que o peeling profundo seja realizado em hospitais e não em clínicas, por causa dos riscos para o coração e rins. Embora sejam raras as reações negativas, recomenda-se adotar todas as cautelas para não correr riscos.

Graziela Leta sugere ainda que para ter uma pele bonita, mesmo na baixa estação, as pessoas devem manter hábitos saudáveis, como alimen-tação balanceada e uso diário do protetor solar. Evitar tomar sol nos horários de risco entre 10h e 16h também é recomendável. O peeling nada mais é do que uma descamação da pele.

— Mas isso varia de paciente para paciente — avalia a especialista. (L.B.S.)

Frio: cuidados redobrados. No inverno, a procura por tratamentos de beleza é maior do que na alta estação

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ATTENZIONE AGLI ITALIANI NEL MONDO

Il neo-presidente Napolitano nel suo discorso di fronte alle

Camere ha sottolineato l’impor-tanza delle comunità italiane nel mondo. Loro lo ringrazia-no per questa sensibilità che si colloca nel solco del settennato del Presidente Ciampi. Così, il senatore Franco Danieli del coordinamento dell’Unione degli Italiani nel Mondo ha concluso che, per la prima volta nella storia con la presenza degli eletti all’estero, le comunità hanno la possibilità di svolgere un ruolo da protagoniste nella vita democratica del Paese. Spetterà adesso al governo, alle istituzioni, alla politica tutta, dare sostanza e continuità a questo rapporto.

Notizie

“VINCERE LA FAME SI DEVE”

In vista dello Special Forum FAO che si terrà a settem-bre a Roma, in cui Capi di Stato e di Governo da tutto

il mondo discuteranno dei risultati ottenuti nella lotta alla fame e delle strategie da adottare per il futuro, il Comitato Italiano per la Sovranità Alimentare lancerà, dal 16 settembre al 17 ottobre prossimi, un mese di mo-bilitazione per obbligare i governi a cambiare politica e affermare la “sovranità alimentare” ovunque nel mondo. “Il Comitato Italiano per la Sovranità Alimentare – ha spiegato Sergio Marelli, Presidente del Comitato - insie-me ai movimenti e organizzazioni sociali, chiama tutti ad una mobilitazione a 10 anni dal primo Vertice Mon-diale sull’Alimentazione perché vincere la fame si deve”.

MIRACEMA COMMEMORA VISITA DI CONSOLE

Il 30 aprile, il console generale di Rio de Janeiro, Massimo Bellelli, ha potuto con-

statare la forte infl uenza italiana nell’en-troterra dello Stato. A Miracema, italiani e discendenti si sono emozionati con la pre-senza del diplomatico, che ha inaugurato la "Praça Italia" e un lotto che porta il nome del paese di origine di migliaia di oriundi insediati nella regione.

"Fin dal 1929, quando Miracema era an-cora una frazione di Pádua, noi non aveva-mo la presenza di un console generale nella nostra città", ha osservato il sindaco Carlos Roberto de Freitas Medeiros.

Per l’occasione, decine di famiglie italia-ne hanno accompagnato attente e entusia-ste la presenza di Massimo Bellelli che, oltre alle inaugurazioni, ha pranzato con leader della città ed ha ricevuto una targa in suo omaggio dalla Camera dei Deputati.

Notizie

FESTA DELLA REPUBBLICA ITALIANA A RIO DE JANEIRO

VERIFICATE IL PROGRAMMA DELL’EVENTO:

FESTA DELLA REPUBBLICA 2006 E FIERA DELLE REGIONI E DEI PRODOTTI

Locale: Piazza Virgilio de Melo Franco, Centro - Rio de JaneiroData: 02, 03 E 04 giugno 200602 giugno 2006

Ore 18,00: apertura dell´evento18,30: presentazione coro dell’associazione culturale italo-brasiliana (acib) – RJ.19,30: presentazione “trio italico” RJ.21,00: presentazione escola de samba unidos de Vila Isabel.Sabato 03 giugno 2006.

Ore 13,00 apertura15,00 presentazione del coro del circolo italiano di rio.16,00 presentazione gruppo folcloristico “arcobaleno” dell’associazione calabrese di Rio de Janeiro.dalle 17,00 a 20,30 complesso di musica leggera di Carlos Bonanni - SP.20,30 toquinho in concerto e banda.Domenica 04 giugno 2006.

Ore 12,00 apertura12,30 presentazione del coro della “associação benefi cente italiana” (abita) di Niteroi.13,00 esibizione della cantante Gloria Dedda.15,00 presentazione gruppo folcloristico “tarantolati” di Juiz de Fora – MG.15,30 presentazione del coro del circolo italiano di Nova Friburgo.dalle 16,30 alle 20,30 complesso “felice italia” SP.ore 20,30 ospite d’onore Marcell Powell (fi glio del grande baden powell) ore 21,00 concerto di – Mafalda Minozzi.

Il Consolato Generale d’Italia a Rio de Ja-neiro inizierà il mese di giugno in festa.

Grazie alla Festa della Repubblica, festeggiato il 2 giugno, brasiliani ed italiani conteranno su di un programma speciale per questa data. Durante l’evento, sarà confermata la presenza dell’ambasciatore d’Italia in Brasile, Michele Valensise, e rappresentanti di varie regioni italiane. Tra le attrazioni, i visitanti potranno assistere al concerto di una delle cantanti ita-liane di maggior successo in Brasile, Mafalda

Minozzi, e ascoltare le canzoni di Toquinho, uno dei classici rappresentanti della musica popolare brasiliana in Italia, oltre a vedere da vicino la ‘ginga’ e il samba dei brasiliani al suono di ‘pandeiros’ e ‘tamborins’.

Secondo il console, Massimo Bellelli, l’obiettivo della festa è quello di offrire un’op-portunità di incontro tra le comunità italiana e brasiliana, oltre al divulgare cultura, musica, gastronomia e sociabilità del popolo origina-rio della terra di Dante.

AZIENDE ITALIANE IN BRASILE

Si è svolta il 15 maggio la XIII edizione della fi era

Agrishow di Ribeirão Preto, cit-tadina situata a poco più di 300 km da San Paolo del Brasile, nella regione in cui è concen-trato il 70% della produzione di meccanica agricola brasiliana. Organizzata ogni anno dall’As-sociazione di categoria ABIMAQ (Associazione Brasiliana dei costruttori di macchine), la fi era è diretta esclusivamente agli operatori specializzati del settore che quest’anno hanno raggiunto le 130 mila unità, di cui almeno 3 mila stranieri. Hanno partecipato più di 600 imprese espositrici, di cui 23 le italiane coordinate dall’Ice di San Paolo in collaborazione con UNACOMA (Unione Nazionale Costruttori Macchine Agricole).

MODA: UN SECOLO DI STILE ITALIANO IN UN LIBRO

I più importanti eventi, i personaggi, le invenzio-

ni, i dettagli e le rivoluzio-ni che hanno attraversato ‘Un secolo di moda italia-na - 1900-2000’ sono sta-ti raccolti dalla storica di moda e costume Sofi a Gno-li, nell’omonimo libro edi-to da Meltemi. La presentazione uffi ciale del volume, cui hanno preso parte anche il pre-sidente di Altaroma Stefano Dominella e la giornalista Laura Laurenzi, si è svolta questo mese a Roma, a Villa Sospisio. La moda sfi la come su una passerella in 252 pagine che co-minciano dall’egemonia francese sul settore dei primi del Novecento, fi no al trionfo del made in Italy e all’affermazione nel mondo dei stilisti italiani.

“SISTEMA ITALIA” IN BRASILE

Il rilancio del “Sistema Italia” in Brasile è una delle ultime iniziative lanciate dal Console Generale d’Italia a San Paolo Marco Marsilli. È per questo che l’8 maggio

scorso, nella sede del Circolo Italiano, Marsilli ha invitato ad una colazione di lavoro tutte le forze vive della comunità, tra cui i vice consoli onorari della circoscrizione consolare, un territorio vasto, che comprende, oltre allo Stato di San Paolo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre e Rondonia. “Con l’elezione di Edoardo Pollastri al Senato della Repubblica - ha riferito il Console Generale nel suo intervento - è arrivato il momento di rilanciare il Sistema Italia in tutto il Brasile”. Necessario per il diplomatico, “coinvolgere nella brillante impresa anche le città dell’interno, dove occorre un maggiore collegamento, una più effi cace azione di presenza”.

PARLAMENTARI DISCUTONO REFERENDUM, CGIE E INFORMAZIONE

ROMA — Una riunione informale per sondare la disponibilità dei neo parlamenta-ri eletti all’estero ad incontrarsi sistematicamente con il mondo dell’associazio-

nismo per discutere delle principali problematiche dell’emigrazione. Questo l’obiet-tivo dell’incontro promosso dalla Consulta Nazionale dell’Emigrazione che, nella sede romana della Regione Veneto, ha riunito nella mattina del 17 maggio il suo direttivo insieme ai senatori Claudio Micheloni, Nino Randazzo e Edoardo Pollastri e ai depu-tati Franco Narducci, Marco Fedi, Gianni Farina, Arnold Cassola e Gino Bucchino che hanno confermato la loro piena disponibilità all’iniziativa.

La rappresentanza di tutti gli italiani, in particolare di quelli all’estero, i proble-mi burocratici in vista del prossimo referendum, la risoluzione dell’empasse che ha immobilizzato il Cgie e la questione-informazione sono stati i temi affrontati negli interventi susseguitisi dopo i saluti del Presidente della Cne, Rino Giuliani, che ha sottolineato come l’ingresso dei 18 in Parlamento sia accompagnato da una “profon-da attesa” e “speranza di cambiamento”. Unifi care gli sforzi di tutte le associazioni, gli enti e le compagini che operano all’estero per “spiegare a tutti che gli italiani all’estero sono una risorsa” è quanto sottolineato da Edoardo Pollastri, secondo cui è necessaria “maggiore interazione tra le associazioni e gli imprenditori per molti-plicare i vantaggi per le nostre comunità” consapevoli che ad oggi “per l’Italia an-dare all’estero non è più um’opportunità, ma una necessita”. Quanto al loro ruolo nel Parlamento “visto che non siamo pesi, né elementi di folklore - ha concluso Pollastri - dobbiamo tutti dare una visione di serietà e preparazione”.

Preoccupato per la gestione del prossimo referendum e convinto della necessi-tà di inaugurare percorsi di educazione civica per gli italiani all’estero, Nino Ran-dazzo ha posto l’accento sul problema informazione sottolineando, in particolare, la perdurante assenza di quella di ritorno, mentre la totale inadeguatezza dei fondi a disposizione della stampa estera è stata ribadita da Domenico De Sossi, Presiden-te della Fusie, che ha pure annotato come le ultime elezioni abbiano evidenziato “strozzature e situazioni delicate per molti dei nostri periodici all’estero”.

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TurismoTurismo

scelta del cliente, e la produzione va di vento in poppa.

— Le barche sono fatte basicamente su ordinazione con tempi medi di consegna (che vanno) dai 6 mesi ad un anno, a seconda del numero di serie che il cliente vuole. Nel 2005, la nostra produzione ha fatturato 40 barche. Que-st’anno la stima è di produrne tra 45 e 50. E per il 2007, la previsione è di 60 barche — chiari-sce il direttore.

Specializzata appena in barche da diporto, la Spiritferretti lavora anche con la linea spiritspe-cion, di prodotti blindati, e suoi clienti sono la Polícia Federal e a Receita Federal. Nella linea da diporto, i clienti sono banchieri, imprenditori ed industriali. Tra i famosi, vi è il chirurgo plastico Ivo Pitanguy.

La diversità e la qualità dell’industria nau-tica brasiliana garantiscono al paese un posto di distacco nel mercato internazionale. Oggi-giorno, imbarcazioni e attrezzature brasiliani vengono esportati in circa 10 paesi, nei cin-que continenti.

Una fetta di questo mercato fa gola agli im-prenditori italiani, che erano presenti all’evento. Emanuele Spadaio, rappresentante dell’Unione Nazionale dei Produttori di Barche e Accessori Nautici italiana (Ucina), precisa che l’Italia ha un fatturato annuale di circa 2,2 miliardi di euro ed è considerata il secondo maggior mercato nauti-co del mondo. Parte della sua produzione viene destinata alle esportazioni. Sono il 57% del tota-le, di cui ha Francia (14.8%), Regno Unito (13%) e Stati Uniti (10%) come maggiori importatori. Attualmente, nell’Ucina ci sono 400 imprese re-gistrate tra piccole, medie e grandi. Insieme rap-presentano l’80% del fatturato nautico italiano.

Riccardo Landi, direttore dell’Istituto Ita-liano per il Commercio Estero, afferma che l’Italia occupa questo posto prestigioso nel mercato nautico grazie ad una serie di misure implementate all’inizio degli anni ’90 dovuto alla crescita del settore, come la riduzione delle aliquote di imposte e perfi no all’eliminazione di alcuni tributi. Questi ed altri incentivi pub-blici e privati hanno fatto sí che la catena pro-duttiva dell’industria nautica italiana crescesse esponenzialmente, arrivando ad attingere, nel 1999, il 30%. Oggigiorno, questo mercato ita-liano rivolto allo svago è in ottime acque o, se preferite, naviga in mari calmi, senza quindi causare nausee ai naviganti.

Fiera nautica brasiliana attrae imprenditori italiani e deve dar origine ad un giro di affari di circa US$ 45 milioni fino alla fine dell’anno

AAppassionati di barche e curiosi hanno dovuto aver pazienza per muoversi dei corridoi del maggior salone nautico del paese, il Rio Boat Show 2006, realizzato

tra il 6 e il 14 aprile alla Marina da Gloria, Rio de Janeiro. L’evento, a cui hanno partecipato circa 50mila persone, dovrà dar origine fi no a dicem-bre ad un giro d’affari di circa US$ 45 milioni, secondo gli organizzatori. Sono stati oltre 100 espositori, che hanno presentato le ultime no-vità del mercato nautico, motori e attrezzature, cosí come prodotti per immersione e vela. Tra gli espositori, i punti forti sono stati sei importanti fabbricanti di imbarcazioni italiani, desiderosi di concludere affari con il mercato brasiliano. Se-condo l’ambasciatore d’Italia in Brasile, Michele Valensise, alcuni di questi fabbricanti hanno già concluso affari con il Brasile.

— Imprese come Ferretti, leader mondia-le nel settore nautico di intrattenimento e in-ter-marine, già trattano affari con il Brasile da tempo. Ma l’idea è di stimolare ancora di più in

questi accordi commerciali. Questa volta l’obiet-tivo principale è quello di presentare, insieme, le tecnologie avanzate che l’Italia può offrire al settore. Un altro fattore importante è la crescita di occupazioni che il segmento sta producendo ogni anno. Tanto dirette che indirette. Secondo gli operatori, in questo momento il segmento non viene movimentato soltanto dai ricchi, ma da altre vertenti sociali, che stanno scoprendo che possono investire nel mercato — mette in risalto Valensise.

Secondo una ricerca dell’Associação Brasilei-ra dos Construtores de Barco e seus Implementos (Acobar), realizzata nel 2005, circa il 56% della fl otta nautica del paese sarebbe concentrata tra Rio e San Paolo e soltanto il 25% nella regione sud. Ogni anno l’industria immette sul mercato oltre 3.200 imbarcazioni, in cui predominano le unità con fi no a 23 piedi di lunghezza, responsa-bili per oltre il 70% del totale prodotto. Inoltre, il settore è responsabile per circa 7.400 posti di lavoro diretti ed indiretti per ogni mille imbar-

cazioni costruite. Il mercato brasiliano conta su 151 fabbricanti di imbarcazioni, 39 di gommoni, 257 di accessori nautici, 283 — che sono an-che rivenditori — di attrezzature da pesca e 111 fabbricanti e rivenditori di tavole a vela.

L’industria nautica ha una forte relazione con l’industria turistica, settore che presenta un fat-turato di oltre seimila miliardi di dollari all’anno in tutto il mondo, e ha tassi di crescita annuale di oltre 5%. Il Brasile viene considerato uno dei mercati nautici più potenziali del mondo, se-condo uno dei più importanti protagonisti dello scenario globale. Questo entusiasmo può essere spiegato dalle nostre condizioni climatiche e dai 7.480 km di costa navigabile nei 17 stati della federazione, che comprendono 395 comuni e 40 milioni di abitanti.

MERCATO NAZIONALENegli ultimi cinque anni le esportazioni brasilia-ne di barche a vela hanno attinto le 32 unità, sommando oltre 1,4 milioni di dollari, mentre sono state esportate oltre 150 imbarcazioni a motore, per un valore di oltre 14 milioni di dol-lari, secondo dati del Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior.

Vari paesi, specialmente europei, si sono in-teressati ai prodotti “Made in Brazil”, che offro-no rifi niture eccellenti, design osato, alta tec-nologia, un elevato standard di qualità e prezzi competitivi. La maggior parte della richiesta ri-cade su imbarcazioni tra i 25 e i 50 piedi.

Leader anche nel mercato brasiliano, la Spi-ritferretti, che rappresenta la marca italiana in Brasile dal 1989, detiene una fetta del 30% del settore nautico nazionale. Oggigiorno l’azienda, che impiega circa 400 persone, mantiene a San Paolo tre cantieri propri, oltre alla costruzione di un altro prevista per il 2007, garantisce Mi-guel Latorre, direttore industriale della Spiritfer-retti in Brasile. Secondo Latorre, i tempi medi per la consegna di una barca dipendono dalla

Di vento in poppa

Luciana Bezerra dos Santos

Bellelli e Valensise visitano stand italiano al salone nautico

Tom Jobim, una delle icone della MPB, era unico nel cantare le bel-lezze di Rio de Janeiro. La canzone del rimpianto compositore, “Samba

do avião”, si adatta perfettamente a questo scenario carioca. Dall’alto del Corcovado, uno dei più bei paesaggi della città, c’è la Baia di Guanabara. È con questa bella cartolina co-me sfondo che l’impresa Byboat Consultoria Marítima ha lanciato ad aprile la nuova op-zione di gita per turisti e carioca. L’itinera-rio, che ha la durata di tre ore e viene offerto soltanto nei fi ne settimana con tour guidati, riguarda punti turistici, alcuni sconosciuti perfi no per gli stessi abitanti di Rio de Ja-neiro e Niterói. Tra questi, un castellino ver-de, punteggiato da alberi da cocco e palme, costruito su di una piccola isola nella Baia di Guanabara. Scenario dell’ultimo ballo impe-riale, realizzato il 9 novembre 1889, la Ilha Fiscal richiama l’attenzione nel paesaggio e, meglio ancora, è aperta al pubblico.

Un altro punto singolare della gita è la sosta al di sotto del vano centrale del pon-te presidente Arthur Costa e Silva, meglio co-nosciuto come Ponte Rio-Niterói, inaugurato nel 1974. Ma nella Baia di Guanabara vi sono anche altri monumenti importanti, come lo Espaço Cultura da Marinha, l’Aeroporto Santos Dumont, la Escola Naval, l’Aterro do Flamen-go, il Pão de Açúcar, la Fortaleza de São João, la Ilha da Lage, la Fortaleza de Santa Cruz, il Museu de Arte Contemporânea, la Ilha da Boa Viagem e le Ilhas Enxadas e das Cobras.

A bordo del moderno catamarano, che può trasportare 230 passeggeri, i turisti possono defi nire che tipo di itinerario vogliono fare, spiega Sartarelli, uno dei soci della Byboat. Il pacchetto include musica dal vivo, un drink, frutta tropicale e uno spuntino alla fi ne della

gita. Tutto a partire da R$ 60,00. Le prenota-zioni possono essere fatte presso le agenzie autorizzate dall’Embratur.

Santarelli mette in risalto che i turisti che vogliono fare il tour marittimo possono sbar-care ad uno degli ormeggi, può fare il suo city tour e imbarcare un’altra volta negli orari di circolazione delle barche.

— Visto che il biglietto vale per tutta la giornata, uno può sbarcare in qualsiasi mo-mento dell’itinerario e prendere la barca se-guente. Le barche passano ogni ora e mezza. Ad esempio: se si imbarca a Rio e si vuole scendere a Niterói per conoscere i punti turi-stici della città, si può prendere un’altra barca e continuare l’itinerario. Un’alternativa può essere quella di passare le tre ore a Niterói e imbarcare di ritorno a Rio alla fi ne del percor-so – chiarisce l’imprenditore. (L.B.S.)

Marco Santarelli: azienda stima di ricevere il 20% del capitale investito

City tour intorno alla Baia di Guanabara è la nuova opzione di gita per turisti e abitanti dello stato di Rio de Janeiro

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GARIBALDI (RS) - Existem apenas duas ci-dades no mundo que foram batizadas em homenagem ao herói italiano Giuseppe Ga-ribaldi. Uma fi ca no Canadá e a outra no

Rio Grande do Sul. O curioso é que Garibaldi nunca visitou o país da América do Norte, porém esteve no Brasil, nos pampas. Mais curioso ainda: galopou montado em seu cavalo pelos mesmos pampas, mas sequer passou pela cidade do Sul que hoje leva o seu nome. Mas isso não tem a menor importância. Bas-tou a homenagem ao caudilho e capitão dos farrou-pilhas na “revolta dos farrapos” do século 19 para fazer de Garibaldi uma das mais procuradas por tu-ristas que visitam o solo gaúcho.

Toda essa magia em torno do lendário herói ita-liano fez com que a Secretaria de Turismo da cidade investisse maciçamente em projetos culturais e turís-ticos que, de certa forma, remetem à memória de Giu-seppe Garibaldi. Deu certo. No ano passado cerca de 130 mil turistas visitaram a região. Em 2001, o nú-mero era de no máximo 40 mil. São números expressi-vos que não acontecem apenas em função do esforço da sociedade local. Tudo conspira a favor. Até mesmo um desfi le da escola de samba do Rio de Janeiro, a Imperatriz Leopoldinense, cujo enredo foi o casal Ga-ribaldi e Anita, ou uma minisérie da TV Globo, “A ca-sa das sete mulheres”, ajudaram a projetar — e mui-to! — o marketing turístico sobre Garibaldi.

— Por isso, que criamos no museu uma ala per-manente a Giuseppe Garibaldi — lembra a secretária de Turismo de Garibaldi, Ivane Fávero.

Se a cidade faz sucesso é porque há história para se contar. Pesquisadores também procuram-na mui-to. Um exemplo disso é a historiadora Elma Santana que está sempre na cidade envolvida com seus estu-dos sobre Giuseppe Garibaldi. No segundo semestre, será lançado um livro sobre o herói italiano e a cida-de que leva o seu nome.

Escolas de samba do Rio, minisérie de televisão, livros... todo esse apelo cultural e, por que não, mer-cadológico, só poderia mesmo culminar na necessi-dade de mais projetos turísticos para a cidade, que já estão prontos para saírem do papel em 2007. E da terra natal do herói tem muita gente interessada pe-la cidade gaúcha.

— Recebemos comitivas da Itália que vêm moti-vadas pelo nome da cidade. O curioso é que na Itália não tem nenhuma cidade com o nome de Garibaldi. Ela [a cidade] acaba sendo interessante porque no mundo inteiro se pergunta: ‘Por que que no Brasil tem uma cidade que se chama Garibaldi?’ — comenta Ivane Fa-vero, bisneta de italianos de Loria, em Treviso. — Eles vieram para o Brasil em 1883, na primeira leva dos imi-grantes italianos. Na cidade temos registro de famílias de 1873, isso é bem interessante, porque as pessoas só dão importância aos dados de São Paulo — completa.

A cidade de Garibaldi, apesar de, ainda no século 19, a primeira colonização ser alemã e francesa, tem uma grande presença italiana também. Há na cidade duas associações ligadas a italianidade, a trentina e a veneta, que auxiliam na pesquisa genealógica dos descendentes e na obtenção da cidadania. O esforço é necessário. Em Garibaldi, pelo menos 98% da po-pulação — garante Ivane — são oriundi.

PEQUENA ‘EUROPA’ NOS PAMPASOs primeiros imigrantes chegaram em 1870. Todos originários da antiga Prússia, atual Alemanha. A partir de 1875 começaram a chegar novas levas de estrangeiros. Eram suíços, italianos, franceses, aus-

O herói italiano, que liderou, com Bento Gonçalves, a revolta gaúcha dos Farrapos do século 19, sequer imaginaria que uma cidade dos pampas, onde nunca botou os pés, levaria o seu nome. E a bela Garibaldi, graças ao xará famoso, transformou-se na terra do champanhe e é uma das cidades do Sul mais procuradas por turistas internacionais

NemTurismo

Garibaldisoube

disso

tríacos e poloneses. Assim, em 31 de outubro de 1900, o governo elevou a localidade à condição de município, que passou a chamar-se Garibaldi, em homenagem ao caudilho italiano.

— Houve a vinda de um grande número de imigrantes italianos. Mesmo assim a cidade tem uma característica diferente devido à imigração francesa, que chegou antes mesmo dos italianos e sírio-libaneses. Os franceses foram os responsáveis pela arquitetura da cidade, as casas de alvenaria, os adornos nas fachadas das casas, características diferente dos design italianos. Apesar de a imigra-ção francesa ter sido bem menor que a italiana, eles mudaram to-talmente a cultura e a educação do município — explica a secre-tária de Turismo de Garibaldi.

No Parque da Fenachamp, uma área de lazer com 12 hec-tares onde se faz camping, tem restaurante, bosque com chur-rasqueira, parque de rodeio, pa-vilhão de exposições e lago. É lá em que se encontra o memorial da colonização italiana. O museu também oferece uma retrospecti-va da casa do imigrante italiano, exposições variadas como o maquinário antigo da produção do champanhe.

— Os irmãos maristas, as irmãs de São José e depois os capuchinhos, todos de origem francesa, ditaram regras durante um longo período. Para se ter uma idéia, a segunda língua obrigatória na região era o francês. E os imigrantes italianos, que mal falavam o português, eram obrigados a aprender também o francês. Acredito que por to-da essa tradição o município se tornou a capital brasileira do champanhe e grande produtora. An-tes detínhamos 100% de toda a produção nacio-nal de espumante — assinala Ivane Favero.

E na pequena Europa dos pampas, a “capital brasileira do champanhe, hoje com 80% da pro-dução nacional, a arquitetura seduz pela sim-plicidade e até mesmo um lirismo implícito nas casas do centro histórico. A Igreja Matriz, em seu estilo gótico, traduz-se em marco da história local. No interior da igreja há magnífi cas obras de autores desconhecidos.

— O centro da cidade é um dos poucos no Brasil que tem a rua em curva. A região foi obe-decendo a passagem dos tropeiros, dos mascates e, depois, dos sírio-libaneses, responsáveis pe-los comércio da região, atraídos por esse tráfe-go, a estrada Buarque de Macedo, que foi a prin-cipal rota que ligava várias cidades e estados — recorda Ivane.

Garibaldi é abençoada. Como já dissemos, tudo conspira a favor para que a cidade literal-mente “dê certo”. É um município, que além de ser batizado com nome do caudilho italiano, tem uma situação geográfi ca privilegiada, a 640m de altitude, está distante 110 quilômetros da capi-tal Porto Alegre e tem fácil acesso aos demais municípios da região dos vinhos. E por falar em vinhos, é de Garibaldi quase o monopólio da produção de espumantes.

O CHAMPANHE É NOSSO!Se os bolivianos se arvoram de gritar ao mundo que o gás é deles, o cidadão de Garibaldi, evi-

dentemente num tom mais ameno que o do pre-sidente Evo Morales e sem patriotadas, poderia perfeimante bradar que a “champanhe é nossa!. Tem motivos para isso. Lá, um dia, já foram con-centrados 100% da produção de champanhe na-cional. Hoje caiu, contudo, para 80%. Outro da-do relevante é que sessenta por cento de todo o vinho fi no brasileiro nascem dos parreiras de lá. E não fi ca apenas no champanhe, não. Ninguém produz mais frango de corte em solo gaúcho que aquela “pequena Europa” gaúcha.

A cidade tem um potencial para além do tu-rístico. Tem força na avicultura, onde investem os frigorífi cos Nicolini, Frinal, Pena Branca e Frangonosso; na vitivinicultura, com a Bacardi Martini do Brasil, M. Chandon, Georges Aubert e Peterlongo, e na metalurgia, com Tramontina, Telasul e Metalúrgica Simonaggio. Mas o charme mesmo e a principal mola-motriz da economia da região está na produção de espumantes, co-nhecida mundialmente.

CHAMPANHES E VINHOSCaves sombrias, garrafas empoeiradas e imen-sos barris imersos na obscuridade de subterrâ-neos são segredos na fabricação da mais nobre bebida: o champanhe, o “rei dos vinhos”. A fa-bricação do primeiro champanhe brasileiro foi em 1913 e deve-se a Dom Perignon, monge be-neditino francês, e grande apreciador das artes da enologia.

— Temos a ‘Rota dos espumantes’, com sete vinícolas, onde os turistas são acompanhados para conhecerem de perto a fabricação da bebida. Pe-terlongo foi a primeira empresa a produzir cham-panhe no Brasil e tem o maior prédio em pedra basalto da América Latina. Depois trabalhamos o aspecto da italianidade e resgatamos a produção de vinícolas dos agronegócios. Garibaldi tem uma produção muito forte de produtos ecológicos, que é a Estrada do Sabor — assinala Ivane.

A expertise em vinhos fi nos atraiu a atenção de enólogos internacionais. E o resultado não

poderia ser outro senão acordos com centros de enologia do exterior, como a escola de Treviso, na Itália, a primeira sobre enologia da Europa. A primeira comitiva brasileira, em parceria com o Istituto Fernando Santi, deverá ir à Itália ainda este ano. Três comitivas de italianos estiveram em Garibaldi no ano passado.

Segundo a secretária de Turismo, esses pro-jetos de intercâmbio são recentes e busca-se com eles incentivos ou desenvolvimento sus-tentável, principalmente nas áreas do turismo, cultura, indústria e saúde.

— Sobre verbas, ainda estamos discutindo tanto no projeto com a Itália quanto com o Is-tituto Fernando Santi, com abrangência em toda a Itália. No plano de ação vamos desenvolver o primeiro seminário de desenvolvimento sus-tentável Itália-Brasil/Garibaldi-Corneliano. Em 2007 o seminário será realizado aqui. Já temos pessoas indo para lá e empresas de lá se ins-tando aqui em dezembro de 2005, como a Ever, empresa de produtos com base em enologia. A idéia é por aí: trazer empresas de lá para cá e que pessoas daqui possam se qualifi car lá, nas áreas que eu mencionei. Na área da saúde, de-vemos receber alguma verba, mas nada chegou ainda. Até porque nem só de valores vão ser fei-to os projetos, mas sim para trazer benefícios e know how — assinala Ivane Fávero.

Quem for à Garibaldi, já está ciente: não deixe de apreciar um bom vinho ou champanhe. O que não falta lá são boas vinícolas e canti-nas, como a Courmayer, Generino Rossoni, Cha-moanha George Aubert S.A., M. Chandon (Pro-vifi n), Cooperativa Vinícola Garibaldi, Estabele-cimento Vinícola Armando Peterlongo, Bacardi & Martini e Seagran do Brasil. Para os mais em-polgados, a Bacardi & Martini, além da degus-tação, oferece cursos de degustação de vinhos. Realmente Garibaldi é imperdível. Quem visita, já agenda a passagem para retornar à cidade, outros chegam e nunca mais partem da terra do champanhe.

Luciana Bezerra dos Santos

Ao lado, Ivane Fávero, secretária de Turismo de Garibaldi. Acima, operários da fábrica Peterlongo em seu período áureo

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Luiza Picinatto Fávero passou uma infân-cia sacrifi cada, ia para a roça diariamen-te, junto com seus familiares. Estudou por 10 meses, aprendeu a ler, escrever e

fazer cálculos (as quatro operações) e, quando moça aprendeu a confeccionar roupas, “corte e costura”, com facilidade. Fazia vestidos, cami-sas, casacos, fatiotas, entre outros.

Filha de Luiggi Picinatto e de Ângela Fi-lippon, nasceu em 2 de novembro de 1902, na Linha 1ª Secção de Santa Bárbara, Distrito de Santa Tereza, Município de Bento Gonçalves. Os avós paternos chamavam-se Giovanni Picinatto e Domênica Polese, italianos, vindos ao Brasil

GARIBALDI (RS) — Infelizmente es-tava chovendo quando chegamos a Osteria della Colombina, um pequeno restaurante na Estrada dos Sabores, em

Garibaldi. Cercado por um lago repleto de peixes e um colorido com ares europeus pela bela pai-sagem das fl ores que se misturam ao verde das árvores frutíferas, o lugar talvez seja ainda mais reluzente com um brilhante dia de sol. Na porta, já a nossa espera, estava Odete Lazzari Bittu, uma jovem senhora de 56 anos, que mora na região desde que nasceu. A história dessa neta de italianos não é diferente das de outros oriun-di que vivem na região sul do Brasil. A maioria tira da agricultura e do cultivo de videiras, sua renda. E muitos vivem ainda como se estivessem no início do século 20. Foi assim, que Odete conseguiu criar quatro fi lhas e as marcas em seu rosto não escondem a vasta experiência vivida. Mas a pior delas, Odete viveu em 1999 com a morte de seu companheiro. Segundo ela, na época eles estavam prestes a mudar a vida com a adesão ao projeto Estrada dos Sabores, criado pela Prefeitura da cidade e que atende outras cinco famílias.

— Depois que perdi meu marido fi quei sem rumo. Era como se o chão fosse desaparecendo debaixo dos meus pés. Mas como neta de italia-nos, que já nasce com a determinação no san-gue, busquei forças para me levantar. E, hoje, o projeto mudou bastante minha vida. Não só na questão fi nanceira, mas também no aprendizado — diz, emocionada.

Apaixonada por coisas antigas, desde peque-na tudo que ela encontrava pela frente guardava sem ao menos defi nir o que fazer com eles. Com a abertura do restaurante resolveu decorar o antigo porão, onde funciona a Osteria, com esses objetos. A idéia não poderia ter sido me-lhor. Hoje, os turistas fi cam fascinados quando entram no lugar. Também não é para menos, o espaço nos faz viajar literalmente ao túnel do

GARIBALDI (RS) — Um dos mais impor-tantes esforços culturais em Garibaldi é o projeto turístico “Passadas — A arquitetura do olhar”, lançado em no-

vembro de 2001 com a meta de valorizar a tradi-ção cultural da cidade gaúcha, com uma infl uên-cia italiana bastante acentuada, e de preservar um conjunto arquitetônico de casas e prédios, alguns seculares, erguido nas ruas centrais de Garibaldi principalmente pela família do enge-nheiro Agostinho Mazzini, cuja história de imi-gração é uma das mais singulares. Em período de alta temporada, o projeto recebe diariamente a visita de 350 pessoas.

— O primeiro Mazzini veio da Itália para construir as estradas de ferro. Construiu na ci-dade sua mansão inspirada numa vila italiana não do campo, mas da cidade. Para a época a obra é bem evoluída — recorda a pesquisado-ra Ieda Traiber, uma das responsá-veis pelo projeto “Passadas”.

Ieda conta que Mazzini tinha cinco fi lhos, quatro homens e uma mulher. Os meninos sofriam de uma doença e acabaram mor-rendo. Ficando apenas a menina. Conta-se que, em 1921, Mazzini constrói a mansão, que hoje está sendo preservada pelo patrimô-nio de Garibaldi, para presentear sua fi lha caçula, Adelina Mazzini. Ela se casa com seu primo Heitor, engenheiro trazido por Agostinho para o Brasil, que seria anos depois prefeito de Garibaldi. Hoje, já fa-lecida, Adelina deixou cláusulas testamentá-rias relativas a casa, entre elas a que proíbe a venda do imóvel durante seis gerações, bem como proíbe o uso da mesma para outros fi ns que não sejam residência ou museu.

A visitação percorre, além da casa dos Mazzi-ni, outras pérolas arquitetônicas, como o Museu Municipal (onde foi estruturada a Casa do Arte-são), a Prefeitura Antiga e a Igreja Matriz, onde há uma grande relíquia: um órgão de tubos feito pelos irmãos Bohn, de Novo Hamburgo, um dos poucos que ainda existem no Rio Grande do Sul.

TurismoTurismo

Considerada uma das primeiras edifi cações da colônia Conde D’Eu, (sua construção data de 1878), o Museu Municipal sediou a Societá Ita-liana di Mutuo Socorso Stella D’Itália, que coor-denava todos os trâmites relativos aos imigrantes italianos que chegavam a nossa região. Com o fi m da imigração, a Sociedade doou o prédio à comu-nidade garibaldense, no qual encontra-se hoje o Museu Municipal e Arquivo Histórico, contando a história do município e da elaboração de vinhos e espumantes. O prédio, que chegou ser transforma-do em hospital em 1913, serviu em 1938, como ponto de reuniões e assistência social da socie-dade e, por ocasião da II Guerra Mundial, com a restrição de atividades das populações de origem italiana, suas instalações foram invadidas e todo o seu patrimônio apreendido e queimado.

Os imigrantes italianos che-garam a Garibaldi para fugir do desemprego e das epidemias de malária que assolavam o povo na Itália. Segundo a pesquisado-ra Ieda Traiber, em Garibaldi se instalaram pessoas que tinham poder aquisitivo na Itália.

— Fizemos uma pesquisa orientada pelo Sebrae sobre todas as famílias de Garibaldi. O que elas trouxeram. O que achei mais

curioso das famílias italianas é como eles sentiam muita falta, muita saudade da terra deles. Procu-raram trazer para o Brasil o máximo de coisas que tinham na Itália. Junto com as roupas e objetos trouxeram as mudas de videira, sementes de trigo, entre outras — lembra Ieda.

Pérolas arquitetônicas erguidas por engenheiros italianos na cidade são amparadas por projeto cultural

Tijolos e alvenarias históricosLuciana Bezerra dos Santos

Projeto Passadas abraça 22 casas centenárias. Na rua Buarque de Macedo, as mais antigas da cidade

Volta por cimaLuciana Bezerra dos Santos

tempo. Nas paredes, fotos, louças e utensílios de tudo quanto é jeito, de várias décadas ou mesmo do século 19. Além de compotas e doces caseiros produzidos por ela.

Fazendo jus ao nome da estrada, por aqui também se come bem. Na Osteria della Colom-bina, Odete Lazzari prepara um delicioso café da tarde, com pão assado na hora, bolo e frios. “Para grupos maiores de turistas o cardápio é diferenciado”, justifi ca a simpática oriundi.

coral e faz trabalhos voluntários na cidade.

Ao responder sobre seus antepassados, Odete desconversa, mas em seu semblante, algo parece incomodá-la. Mesmo assim, in-sisto para que ela fale e, com os olhos rasos d’água, diz:

— Meus parentes que moram na Itália não são muito simpáticos com a parte da família que veio para o Brasil. São fechados e nem um pouco acessíveis. Nunca fi z questão de conhecer a Itália. Tenho o sangue italiano, mas sou bra-sileira e o Brasil tem muitos lugares lindos para se conhecer. Para quê ir a Itália? Recebo muitos italianos, mesmo assim, meu pensamento é o mesmo de antes — desabafa.

Ela também se orgulha de fazer a colombina, um delicioso pãozinho típico italiano em forma de pomba, que dá até pena de comer de tão perfeito.

Durante toda a entrevista, Odete oscilou várias vezes seu estado emocional. Ora chorava, ora sorria. Em um desses momentos de descon-tração ela comentou que casou com 22 anos, “velha para época”, já que naquele tempo as moças casavam muito cedo.

— Hoje brinco com as amigas que têm a minha faixa etária. A maioria casou com menos de 19 anos. Eu fui a única do grupo que casou com 22 — recorda Odete que faz parte de um

Ao lado, decoração inusitada da Osteria della Colombina. Acima, Bittu, a determinada oriundi dos ‘pampas’

Singela biografia de uma oriundiem 1880, originários de Secile, Província de Udi-ne, Reino Unido da Itália. Os avós maternos chama-vam-se Vicenzo Filippon e Luiggia Filippi, italianos de Trisanco, Província do Reino Unido da Itália, vin-dos ao Brasil em 1881.

Era católica pratican-te, possui muita fé, que

transmitiu, no decorrer dos anos, aos seus fi lhos e a comunidade. Casou-se, em 11 de julho de 1925, com João Antônio Fávero, professor. No

início da vida de casados, residiram numa casa de aluguel e tiveram 13 fi lhos, 3 dos quais já falecidos. Posteriormente, adquiriram uma área de terra, onde construíram sua casa.

Como o esposo era professor, Luiza teve que tomar a dianteira da casa. Trabalhava na roça, cuidava dos animais, tirava o leite das vacas e conduzia as crianças no lombo dos animais, dentro de cestos, ao trabalho árduo de todos os dias. Voltava da roça, carregando as crianças menores no colo e as outras caminhavam atrás do jumento carregado de pasto e milho para as vacas. A estrada era uma picada e, enquanto ca-minhava, ensinava as orações às crianças.

Costurava para familiares, parentes e comu-nidade, quando chovia e à noite, à luz de lan-ternas que exalavam cheiro de querosene, seu combustível, já que não havia energia elétrica neste período.

Juntamente com o marido, dedicava-se às obras sociais, atendendo as pessoas mais neces-sitadas. Passou a atender as senhoras na hora do parto, com instruções do sr. Amadeu Picinini, farmacista em Santa Tereza na época.

Foram mais de 500 partos, já que ela atendia a diversas comunidades e, neste período, era comum famílias de 9, 10, 11 fi lhos. Felizmente, todos os partos foram feitos com sucesso, sem nenhuma ocorrência de falecimento dos bebes. Nenhuma parturiente teve infecção ou hemorra-gia, pois Luiza tomava todas as medidas de hi-giene necessárias, inclusive, aplicando injeções para evitar possíveis hemorragias.

Quando chamavam-na, antes de qualquer coi-sa, Luiza rezava em frente à imagem de Santa Ana, onde colocava, diariamente, fl ores. Depois, pega-va a lanterna a querosene (geralmente, os partos eram a noite) e lá ia, noite adentro, a pé, com uma bengala na mão, rezando por todo o percur-so, pedindo à Santa que tudo desse certo. Andava, algumas vezes, por diversos quilômetros.

Seus fi lhos lembram bem que poucas noites dormia em casa, pois cedo da manhã o pai cha-mava-os para que levantassem já que a mãe não se encontrava.

Luiza voltava no dia seguinte, embora cansada, tranqüila e feliz. Todas as mulheres confi avam nela e sabiam que era correto o aten-dimento por ela prestado.

Foi uma mulher simples, mas corajosa e decidida, enfrentava qualquer situação por mais triste que fosse. Sabia sofrer em silêncio e

sentia orgulho dos seus fi lhos, que lembram ter sua mãe dizendo “tenho muito a agradecer, por terem nascido todos perfeitos”.

Convivia harmoniosamente com todas as pessoas da comunidade. Ajudava o marido a fazer a cura pelas ervas ou banhos a todos que necessitassem ou procurassem este tratamento.

Luiza foi um rochedo, uma força invencível, um amor eterno, afi rmam seus fi lhos. Não possui eloqüência nas palavras, mas deu a todos um grande testemunho de vida e fé.

Faleceu atendida pelos médicos e enfermeiros do Hospital Tachini, em Bento Gonçalves, às 21 horas, do dia 13 de março de 1975. Está sepultada no cemitério da Capela Nossa Senhora das Dores, na localidade em que nasceu e viveu.

(*) Texto de Terezinha Fávero Ferronatto, fi lha de Luiza.Colaboração de Ivane Fávero, neta de Luiza.

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Trés bien. Non basta fare molti giri per il centro di Rio de Janeiro per percepire l’infl uenza culturale portata dai francesi, specialmente a partire dal secolo 19. Ma

quello che pochi possono immaginare è che una delle costruzioni più imponenti del complesso architettonico del quartiere, il Teatro Municipa-le, alla Cinelândia, ha ricevuto la marca impres-sionista dell’italiano Eliseu Visconti, che veniva da una città sita quasi nella parte fi nale dello stivale: Salerno, in Campania.

Giusto per avere un’idea, Visconti è stato il responsabile per la produzione del sipario del palco del teatro (che sta quasi per completare un secolo di esistenza), elaborato tra il 1905 e il 1908 e che raffi gura personaggi storici di varie

Marca italiana al MunicipaleArtista salernitano del secolo 19 è il principale responsabile per le pitture del Teatro

epoche e luoghi. La pittura, di 16 metri di larghezza e 14 di altezza, rappresen-ta Omero, Dante, Leonardo da Vinci, Shakespeare, Mozart, Victor Hugo, Rossini, João Caetano, Gonçalves Dias, Carlos Alves e Carlos Gomes.

Visconti è nato nel 1866 e, quando aveva meno di un anno d’età, è venuto a vivere in Bra-sile ove ha studiato al Liceu de Artes e Ofícios

e all’Academia Imperial de Belas Artes, a Rio de Janeiro. Da allora, è stato allievo dei fratelli Henrique e Rodolfo Bernadelli, nati rispettiva-mente in Cile e in Messico, e anche loro oriundi italiani. Nel foyer del Municipale vi sono quadri di Henrique Bernadelli che condividono lo spa-zio con quelli di Visconti. Invece sul tetto del palazzo sono esposte sei sculture di suo fratel-lo, Rodolfo.

Nel 1999 il sipario del palco ha subito il suo primo restauro completo. Quasi 16 restauratori vi hanno lavorato durante tre mesi per recupe-rare la pittura di Eliseu Visconti, che misura 226

metri quadrati.Il professore e arti-

sta plastico Edson Mot-

ta, 55, ha partecipato a tutto il processo di restauro. Secondo lui, questa è stata la prima grande opera rilavorata da lui.

— Partecipare a questo lavoro è stato ottimo per me. Abbiamo

recuperato tutte le aree perdute. Eliseu Visconti è stato il maggior pittore dell’inizio del secolo 19 — dice.

Oltre al sipario, Motta pone enfasi anche sul-l’importanza della pittura e dice che “è l’opera più spettacolare del Brasile”.

Teatro per tuttiMalgrado tutta la pompa e imponenza del

teatro, l’attuale amministrazione del luogo non permette che il grande pubblico (special-mente i ceti più popolari) ne rimanga intimi-dito. Cosí, ora c’è la “Domenica al Municipa-le”, in cui balletti, musica e opera costano R$ 1,00.

C’è anche il Projeto Escola, in cui ven-gono organizzate grande presentazioni del corpo artistico del Teatro agli allievi delle scuole pubbliche. Inoltre, le visite guidate sono un’altra maniera di conoscere la storia del locale.

Inoltre, per attrarre l’attenzione del pub-blico c’è, nel foyer del Municipal, un’esposi-zione di foto recenti del Teatro. L’obiettivo, secondo la fautrice dell’iniziativa, Daniela Pe-dras, è quello di rendere possibile la percezio-

Nayra Garofle e Rosangela Comunale

Accanto, panno di bocca realizzato nel 1905 ritratta pittura di artisti divesi. Iluminazione da un tocco in più al Teatro

ne di dettagli della costruzione che, spesso, non vengono percepiti dai visitanti.

— Abbiamo deciso di comporre e aggior-nare la collezione del Teatro. Non c’erano foto attuali per giornalisti, studenti e per il pubbli-co in generale – spiega Daniela.

Il 2005 è stato segnato da un considere-vole numero di visitatori. Secondo la coordi-natrice, circa 35 mila persone sono passate per il Teatro, di cui studenti e perfi no la Poli-zia Militare, i Pompieri e la Comlurb.

— Abbiamo fatto un buon lavoro di divulga-zione del Teatro, offrendo al pubblico spettacoli di qualità. Così, siamo riusciti a democratizzare l’accesso alla cultura – ha concluso Daniela.

— Adesso desiderano ripetere le esperienze che abbiamo avuto nell’anno scorso. I risultati sono stati meravigliosi — ha concluso Daniela.

Sul tetto, opere di Rodolfo Bernardelli

Flor exótica, pertencente à mesma família das margaridas e dos girassóis a alcacho-fra (nome científi co: Cynara scolymus), há séculos faz parte da cultura gastro-

nômica e rural das populações do centro da Itá-lia, sendo um ingrediente fundamental da die-ta mediterrânea. Alimento muito nutritivo que contém um baixo teor calórico, é um produto da natureza que possui origens muito antigas. De acordo com estudos, este alimento já era empre-gado pela Antiga civilização egípcia. Na Itália, a sua cultivação teria tido início na época dos etruscos. A comprovação dessa tese vem de re-presentações encontradas no interior de alguns túmulos da necrópole etrusca de Tarquinia, no litoral do Lácio. Porém foi somente depois da segunda guerra mundial que a alcachofra come-çou a se difundir, tanto pelas suas propriedades organoléticas, como pela sua versatilidade na cozinha. Atualmente é uma hortaliça muito con-

sumida nas regiões centro-sul da Itália,

mas é no Lácio que se cultiva uma das qualida-des mais nobres, tanto é que a alcachofra roma-nesca é a primeira e única que hoje possui o selo IGP (indicação geográfi ca protegida).

As propriedades atribuídas à alcachofra são inúmeras, de tonifi cante a sedativo para tosse, de estimulante para o fígado a purifi cador do sangue. Mas também fortifi ca o coração, dis-solve cálculos, desintoxica o organismo, reduz o colesterol, e é muito indicada para pessoas diabéticas. Contém sódio, potássio, cálcio, fós-foro, ferro, proteínas, vitaminas e uma subs-tância chamada cinarina, presente nas folhas e no caule e que possui poder diurético, além de favorecer a regularização do intestino. A alca-chofra também é utilizada em produtos cosmé-ticos, em tratamentos contra forúnculos, horti-cária e irritações da pele, além de ser um ótimo tonifi cante.

Na cozinha, é um alimento muito versátil, que se adapta a vários tipos de receita. Uma das

mais conhecidas é a alcachofra à romana, co-zida em fogo lento e temperada com

pão ralado, alho, cheiro verde, pimenta do reino e óleo de

oliva em abundância. Ou-tra delícia é a alcachofra à judia, cortada em tiras grossas para permitir a eli-minação da chamada "bar-ba", frita no óleo de oliva

com o cabo virado para o alto e bem crocante. Se a alcacho-

Bem precioso da natureza

fra é jovem e macia pode até mesmo ser ingerida crua, cortada em fatias fi nas e temperada com óleo, limão e lascas de parmesão.

O período de maior colheita é entre março e abril e as alcachofras romanas são o símbo-lo do Lácio, sendo que muitas cidades realizam festas durante o período de maior produção. É o caso da cidade de Ladispoli, a cerca de 60 qui-lômetros de Roma, cidade litorânea que detém a fama de produzir uma das melhores alcachofras da Itália, que é o maior produtor mundial, com cerca de 50 mil hectares cultivados. A qualidade romana é mais aredondada e pode ser consumi-da quase na sua totalidade, apresentando pouco descarte. Na realidade, toda a fl or e o coração são as partes comestíveis da planta.

‘SAGRA DEL CARCIOFO’Foi em 2 de abril de 1950 que aconteceu a pri-meira edição da "Sagra del carciofo" (festa da alcachofra), em Ladispoli. O evento obteve gran-de sucesso, antecipando o início do período do ano com maior fl uxo de turistas na cidade, que é um dos lugares mais bonitos do litoral entre Ro-ma e Civitavecchia. A festa passou a ser realiza-da todo ano, na primavera, geralmente no últi-mo fi nal de semana de abril. Hoje, é muito mais do que uma simples ocasião para experimentar os produtos dessa região do Lácio. Tornou-se um evento tradicional, ligado ao folclore e às carac-terísticas regionais.

Neste ano, vários restaurantes aderiram a uma iniciativa gastrônomica de valorização das qualidades da alcachofra. Com menu e preço fi -xos, foram oferecidas refeições completas a base de alcachofra, para ressaltar a grande versatilida-de desse alimento que possui um sabor delicado, adaptando-se a uma vasta gama de receitas.

NO BRASILNativa do sul da Europa e norte da África, a al-cachofra chegou ao Brasil há aproximadamente 100 anos, pelas mãos dos imigrantes italianos. E’ uma planta típica de clima temperado a frio, temperatura média de 20°C e áreas úmidas.

Alguns detalhes no momento da preparação da alcachofra evitam que o alimento escureça e perca parte de suas importantes propriedades nutritivas. O ideal é cortar o talo perto da base, em seguida lavar a alcachofra e colocá-la de mo-lho em água com sal e limão. Dar preferência à panelas esmaltadas ou de aço-inóx, evitando o alumínio e respeitar um tempo médio de 40 mi-nutos em fogo baixo para o cozimento.

Curiosidades

Utilizada na alimentação e indústria cosmética, a alcachofra traz grandes benefícios ao nosso organismo

Ana Paula TorresCorrespondente • ROMA

A primeira festa da alcachofra de Ladispoli aconteceu em 1950. Hoje tornou-se um evento tradicional,

ligado ao folclore e às características regionais

História

Reprodução

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La Basilica diHistória

IIl 18 aprile 1506 veniva posata la prima pietra per la costruzione di quella che sa-rebbe diventata la più grande cattedrale della cristianità. Papa Benedetto XVI duran-

te l’Angelus del 17 aprile scorso ha annunciato con queste parole l’anniversario:

— Desidero ricordare con gratitudine i Som-mi Pontefi ci che hanno voluto questa opera straordinaria sulla tomba dell’Apostolo Pietro. Ricordo con ammirazione gli artisti che hanno contribuito con il loro genio a edifi carla e de-corarla, come pure sono grato al personale della Fabbrica di San Pietro che egregiamente provve-de alla manutenzione e alla salvaguardia di un così singolare capolavoro d’arte e di fede. — Ha poi augurato che questa ricorrenza sia di buon auspicio per i credenti

— Possa la circostanza felice del cinquecen-tesimo anniversario risvegliare in tutti i cattolici il desiderio di essere pietre vive per la costru-zione della Chiesa santa, nella quale risplende la luce di Cristo, attraverso la carità vissuta e testimoniata davanti al mondo".

I festeggiamenti dureranno circa un anno. Il 29 giugno sarà celebrata una Messa di ringra-ziamento nella Solennità degli apostoli Pietro e Paolo, mentre il 3 ottobre verrà inaugurata la mostra sull'arte e San Pietro dal titolo "Petros Eni", preso dalla scritta "Pietro è qui", presente sulla tomba di San Pietro, che potrà essere visi-tata fi no all’8 marzo 2007. Il prossimo 2 luglio sarà eseguito l’Oratorio "Petrus Eni" nell’Aula delle Benedizioni, mentre il 19 novembre ci sarà la Messa solenne del Requiem di Mozart, nella Basilica di San Pietro. Inoltre, è in programma il convegno internazionale "San Pietro nella Sacra Scrittura, nella devozione, nell’iconografi a" che

avrà luogo il 19 gennaio 2007, presso la Sala del Sinodo. Il Governatorato dello Stato della Città del Vaticano emetterà una serie di francobolli celebrativi in due valori e verranno coniate due medaglie, una in argento e l’altra bimetallica. Con il volume "Tu es Petrus" si racconta la storia della costruzione della Basilica attraverso le 130 medaglie fatte coniare dai Papi nel corso dei la-vori. Durante la presentazione delle celebrazioni del V centenario della basilica, il cardinale Mar-chisano, arciprete della patriarcale Basilica di San Pietro, ha commentato:

— La basilica è uno dei monumenti più visi-tati al mondo. Ogni giorno passano da qui fi no a 30 mila visitatori. Io al mattino compio una visita nella cattedrale, anche per incontrarmi con qual-che visitatore proveniente da lontane nazioni. Resto sempre ammirato quando mi raccontano le loro impressioni nel trovarsi in questa chiesa.

compie 500 anniSan Pietro

Fitto calendario di manifestazioni per festeggiare il V centenario del più grande tempio del cristianesimo

Ana Paula TorresCorrespondente • ROMA

La Fabbrica di San Pietro, attualmente sot-to il comando dell’arcivescovo Angelo Comastri e del cardinale Francesco Marchisano, custodi-sce un ricchissimo archivio contenente oltre 3 milioni di pezzi, tra progetti, modelli, bozze, relazioni e lettere. Uno di questi preziosi do-cumenti è una lettera che Michelangelo inviò al Vaticano nella quale chiedeva che la basilica fosse costruita seguendo il suo progetto. "Ho dato la mia anima per questa basilica e per la gloria di nostro Signore, prego che non sia trasformata", ecco cosa scriveva Michelange-lo due anni prima di morire. Una sorta di let-tera-testamento indirizzata al papa e datata 1562, periodo in cui l’artista fi orentino rico-priva l’incarico di architetto della Fabbrica di San Pietro.

Così, cinquecento anni fa ebbe inizio la storia della Basilica di San Pietro, voluta da Papa Giulio II che pensava di innalzarvi il suo mausoleo, al posto della basilica eretta dal-l’Imperatore Costantino intorno al 330 d.C., consacrata da Papa Silvestro II. La vecchia cattedrale, che ospitava anche alcuni affreschi di Giotto, era ormai in condizioni di pesante degrado. Papa Niccolò V ne decise un radica-

le restauro affi dato a Leon Battista Alberti e a Bernardo Rossellino. Ma, successivamente, Papa Giulio II decise di interrompere i lavori varando il progetto per la costruzione dell’at-tuale basilica. Per la conclusione dei lavori ci sono voluti più di cento anni, periodo nel qua-le per il Vaticano si sono succeduti 22 Papi. I lavori alla Fabbrica di San Pietro si concluse-ro nel 1626, durante il pontifi cato di Urbano VIII. Mentre il portico a colonnato che circon-da la piazza fu progettato e realizzato da Gian-carlo Bernini tra il 1655 ed il 1667.

Secondo la tradizione, tanto l’attuale come l’antica basilica furono costruite sulla tomba dell’apostolo Pietro, crocifi sso verso il 60 d.C. I lavori furono iniziati dal Bramante per poi esse-re guidati dai più grandi artisti dell’epoca come Raffaello Sanzio, Antonio da Sangallo il Giovane e Michelangelo Buonarroti. Quest’ultimo disegnò il famoso "cupolone", come viene affettuosa-mente chiamata dai romani la bellissima cupola che oggi migliaia di turisti ogni giorno possono ammirare e dalla quale si gode un panorama uni-co della città di Roma, grazie ai suoi 136 metri di altezza. Michelangelo, che è anche autore di altri capolavori come la Pietà e gli affreschi del-

la Cappella Sistina, seguì personalmente la rea-lizzazione della cupola fi no alla sua morte nel 1564. Negli anni successivi, la Fabbrica di San Pietro venne affi data prima alla direzione del Vignola e poi a quella degli architetti Giacomo Della Porta e Domenico Fontana, che portarono a compimento intorno al 1588 il progetto mi-chelangiolesco della cupola.

La Basilica Vaticana è un’opera di immensa importanza, che nei suoi 130 metri di altezza e 190 di lunghezza custodisce i capolavori di grandi artisti del Rinascimento e del Barocco. L’attuale aspetto della cattedrale si deve al lavo-ro dell’architetto Carlo Maderno, che fece ritor-nare l'impianto basilicale a croce latina, e defi nì l'aspetto scenografi co della facciata, caratteriz-zato dalla scalinata, le colonne affi oranti nelle murature, le fi nestre con la loggia delle bene-dizioni al centro ed in alto le statue di Gesù, Giovanni Battista e degli apostoli. La Basilica può ospitare fi no a ventimila fedeli e l’altare che oggi tutti possono ammirare risale al pontifi cato di Clemente VIII. La lastra di marmo rinvenuta nel Foro di Nerva è sormontata dal Baldacchino, opera del Bernini, e si affaccia sulla cripta dove giace il corpo di San Pietro.

Tutti i giorni migliaia di fedeli ammirano la basilica e la statua di S. PietroLa basilica fu costruita sulla tomba di Pietro, crocifisso verso il 60 d.C

La cupola della Basilica di San Pietro, uno dei capolavori di Michelangelo Fedeli attendono in fila per visitare la tomba di Papa Giovanni Paolo II

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Religione

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UUn anno fa veniva eletto Papa Bene-detto XVI, che dal suo predecessore ha ereditato tutto l’affetto dei fedeli spar-si per il mondo. Alle 17.50 del 19 aprile

2005, una fumata bianca è comparsa sul tetto della Cappella Sistina in segno dell’avvenuta scelta del nuovo pontefi ce. Dopo quattro vota-zioni, i cardinali riuniti in conclave erano arriva-ti ad un consenso scegliendo il tedesco Joseph Ratzinger come successore di Pietro.

Il 19 aprile 2006, circa 60 mila persone era-no presenti in Piazza San Pietro per festeggiare il primo anniversario del Papa. I fedeli sono ar-rivati da ogni parte del mondo, dalla Bosnia agli Stati Uniti, dall’Australia all’Argentina. Il Papa era visibilmente commosso e ha così ricordato la sua elezione: "Vorrei insieme a voi ringraziare il Signore che dopo avermi chiamato esattamente un anno fa a servire la Chiesa come successore dell'apostolo Pietro non manca di assistermi con il suo indispensabile aiuto" — e in seguito ha completato dicendo — "Io ricordo con emozione il primo impatto che dalla loggia centrale della basilica ho avuto subito dopo la mia elezione con i fedeli raccolti in questa stessa piazza".

Il Papa, interrotto varie volte dagli applausi della folla, ha poi continuato il suo discorso fa-cendo riferimento alle proprie parole, dette l’an-no scorso in occasione della sua elezione, che riguardavano la consapevolezza di non essere capace di governare da solo. E ha poi prosegui-to: "E sempre di più sento che da solo non potrei portare avanti questo compito, questa missione, ma sento anche come voi mi aiutate, e così so-

no in una grande comunione e in-sieme possiamo portare avanti la missione del Signore".

B e n e d e t -to XVI ha con-

cluso con un emoz ionato ringraziamen-

to: "Grazie

di vero cuore a tutti coloro che in vario modo mi affi ancano da vicino e anche da lontano, spiritual-mente, con il loro affetto e la loro preghiera — ha poi aggiunto — a ciascuno chiedo di continuare a sostenermi e di pregare Dio che mi conceda di es-sere pastore mite e fermo della sua Chiesa".

E molti sono stati gli auguri da parte di au-torità di tutto il mondo. "Sono lieto di rinnovar-Le il mio grato apprezzamento per l’amichevole attenzione che dimostra nei confronti dell’Italia" — ha detto il Presidente della Repubblica Carlo Azeglio Ciampi, in occasione del primo anniver-sario del pontifi cato di Papa Benedetto XVI.

A distanza di un anno dalla sua elezione, Pa-pa Benedetto XVI ha già incontrato più di quat-tro milioni di pellegrini: 1.121.500 persone con le udienze del mercoledì, 384.900 con le udien-ze speciali, 697.200 con le celebrazioni liturgi-che, 1.875.000 con i saluti domenicali. Si tratta di una vera folla da record per il primo anno del suo pontifi cato, nonostante Ratzinger sia una persona che non ama apparire.

Papa Benedetto XVI è convinto che la Chie-sa abbia bisogno di una riforma. Qualche cam-biamento è già palpabile. Nel suo primo anno di pontifi cato ha pronunciato 291 discorsi, contro i 569 del suo predecessore Papa Giovanni Paolo II. Ancora di meno le celebrazioni con il popolo, che da 68 sono passate a soltanto 31. Così, Benedet-to XVI potrebbe essere visto come un papa che si

preoccupa più della vita interna della Chiesa che di quanto essa possa agire nel mondo.

Ha deciso di non celebrare più le beatifi cazio-ni, ma solo le canonizzazioni. Il 23 ottobre scor-so, il Papa ha proclamato i suoi primi 5 santi, 2 italiani, 2 polacchi e 1 cileno, mentre in dodici mesi ha tenuto 47 udienze generali. Il Papa vuole cercare di ridurre i suoi impegni, magari per avere una giornata meno straziante, o quantomeno, po-ter dedicare più tempo al contatto con i suoi col-laboratori, in particolare al dialogo con i vescovi.

La giornata tipo del Papa inizia con la sve-glia alle 6 del mattino. Alle 7.30 celebra la mes-sa presso la sua cappella privata. Poi, la cola-zione all’italiana con caffèllatte, pane, burro, marmellate, miele e biscotti. In mattinata la-vora presso il suo uffi cio, fi no all’ora di pranzo, che viene servito alle 13.30. Papa Benedetto XVI non ha l’abitudine di mangiare in compagnia di vari ospiti, come faceva Giovanni Paolo II. An-che il pranzo è all’italiana, spesso composto da pasta, carne o pesce, insalate, verdure e frutta. Dopo un breve riposo, fa una passeggiata di cir-ca un’ora presso i giardini vaticani. Nel pomerig-gio, alcune altre ore di lavoro e incontri e poi, alle 19.30, viene servita la cena, di solito molto leggera. Successivamente, il Papa torna nel suo studio per un breve periodo e poi si raccoglie

nella sua camera privata.

‘A ciascuno chiedo di continuare a sostenermi e di

pregare Dio che mi conceda di essere

pastore mite e fermo della sua Chiesa’

BENEDETTO XVI

Un anno con Papa Benedetto XVIAna Paula Torres

Correspondente • ROMA

Numeri da record per un papa che non ama apparire

Inaugurato nel gennaio scorso a Nuova Trento il santuario dell’italiana Madre Paolina, canonizzata da Giovanni Paolo II, riceve circa 40 mila fedeli ogni mese

LLa piccola Vígolo, a Nuova Trento, lon-tana 100 chilometri da Florianópolis, ha smesso di essere un piccolo paese di contadini per diventare un vero centro

di pellegrinaggio e di pietà. Lo dimostra il cre-scente numero di fedeli che vi si recano per rin-graziare le grazie ricevute e chiedere protezione. Secondo suor Maria Dalila, che lavora da cinque anni nell’amministrazione della parrocchia, circa 40 mila fedeli visitano il santuario ogni mese.

— Riceviamo quotidianamente fedeli di tutto il Brasile da quando è stato inaugurato il santuario. Durante la settimana santa, vi so-

MIRACOLI DELLA SANTA

Il primo miracolo si diede nel settembre 1966, quando la catarinense Eluiza Rosa de Souza scoprì che portava un feto senza vi-ta nel grembo, ma con le preghiere a Madre Paolina riuscì a guarire.

Il più conosciuto è il caso di Iza Bru-na, che sarebbe nata a Rio Branco in Acre, con malformazione congenita del sistema neurologico centrale. Dopo l’intervento, la bambina ha avuto tre arresti cardiaci, una serie di convulsioni ed è entrata in coma.

no venute persino persone dall’Argentina. Ma la presenza maggiore riguarda le persone del Sud e di San Paolo – sottolinea Dalila.

Vígolo è la terra in cui crebbe Amabile Vi-sintainer, o semplicemente Madre Paolina del Cuore Agonizzante di Gesù, la prima persona beatifi cata in terre brasiliane. È il luogo in cui Madre Paolina iniziò la sua opera di santifi cazio-ne personale e la Congregazione delle Suore del-l’Immacolata Concezione. Questa cittadina dello stato di Santa Catarina, con meno di diecimila abitanti, è composta quasi solo di discendenti di italiani.

Il Santuario di Nuova Trento ha trasformato la città adottiva della suora nella capitale del turismo religioso catarinense, Nuova Trento (SC) dopo la Legge regionale nº 10.568 del 7 novem-bre 1997. Dall’altra parte, la popolazione esige dalla Chiesa provvedimenti per evitare che il luogo sacro per la presenza della santa non di-venti un mercato ‘persiano’ di ambulanti e com-mercianti che ad ogni angolo offrono prodotti religiosi al pellegrino.

Attento a tutto questo, e dopo aver sentito la comunità religiosa locale e l’Uffi cio Pastorale, Dom Eusébio [prete della zona] ha fondato un Santuario Archidiocesano sotto il titolo di San-tuario Madre Paolina presso la Cappella Nostra Signora di Lourdes, a Vígolo.

CANONIZZAZIONEIl processo religioso per la canonizzazione ini-ziò a Roma nel 1965, ma è stato soltanto nel

2002 che ha ricevuto la fi rma del Papa Gio-vanni Paolo II. Prima della sua conclusione è stato necessario che medici, periti e rap-presentanti delle alte cariche del Vaticano confermassero almeno due miracoli realizza-ti per intercessione di madre Paolina.

La canonizzazione è una delle richieste

più antiche dei religiosi in Brasile, considerata la maggior nazione cattolica del mondo. Il pae-se non ha mai avuto un santo riconosciuto dal Vaticano. Oltre a madre Paolina, ci sono spagno-li, italiani e persino un indigeno messicano nel-l’elenco di nuovi santi cattolici.

DALL’ITALIA PER IL BRASILE Malgrado sia considerata la prima santa brasilia-na, madre Paolina nacque in Italia, ma venne in Brasile all’età di nove anni, nel 1875. Nel 1890, quando aveva 25 anni, la suora scoprì la sua vo-cazione religiosa e fondò la sua congregazione presso il comune di Nuova Trento, all’interno dello stato di Santa Catarina. Lei morì nel 1942, con 77 anni a Ipiranga, quartiere di San Paolo.

Durante tutta la sua vita, la suora lavorò in ospedali prendendosi cura di malati di vario ti-po. La tradizione è mantenuta fi no ad oggi dalle suore della congregazione. (colaborou Beatriz Rassele)

Pellegrinaggio per Madre Paolina

Luciana Bezerra dos Santos*

Fedeli riuniti davanti alla Basilica di San Pietro, a Roma, nel giorno in cui Madre Paolina è stata cannonizzata

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A Itália é um dos países com maior nú-mero de idosos no mundo, mas quando se trata de centenários, fi ca a frente de todos, até mesmo do Japão. Atualmente

existem nove mil velhinhos e velhinhas espalha-dos pela bota, mas com o constante avanço, até 2011 poderão ser 18 mil pessoas. E não se trata somente de pessoas com 100, 101 ou 102 anos, muitos deles já apagaram até 115 velinhas ao mesmo tempo. E como é possível imaginar, são as mulheres que resistem mais: para cada cente-nário existem cinco centenárias.

Claudio Franceschi, diretor científi co do Instituto nacional de internação e tratamento para idosos de Ancona e professor de imuno-logia da Universidade de Bolonha, apresentou resultados de sua pesquisa, durante um con-gresso sobre a terceira idade, em Roma. Entre os idosos, a faixa dos centenários é a que mais aumenta. Há poucas décadas, dava para contar nos dedos o número de centenários na Itália. Segundo Franceschi, a explicação para o fenô-meno poderia estar na capacidade de adaptação biológica que alguns idosos possuem. Quando jovens, na maioria dos casos essas pessoas não eram de constituição mais robusta do que ou-tros, mas possuiam um organismo capaz de se defender dos radicais livres, vírus e bactérias presentes no ambiente. A genética, o ambiente

A Itália orgulha-se por possuir uma das populações mais longevas do mundo, mas a pequena presença de crianças e jovens traz preocupação para o futuro

e o estilo de vida são os grandes segredos para uma longa vida saudável.

Hoje, um italiano a cada cinco possui mais de 65 anos, sendo que esse quadro pode sofrer um aumento de 34% até 2050. Segundo dados do Is-tat (Instituto de Estatística), apesar do índice de natalidade ter apresentado um incremento de nas-cimentos nos últimos dez anos, as crianças con-tinuam representando uma parcela sempre menor da população. Em 1995 era 18,4%, em 2005: 17,1% e, segundo as previsões, até 2050 chegará a 15,4%.

A região Marche é a que apresenta maior índice de longevida-de: 79 anos para os homens e 85 para as mulheres; enquanto a Campânia possui a menor expectativa de vida: 76 anos para os homens e 82 anos para as mulheres.

De acordo com os últimos números, houve uma pequena evolução relacionada à taxa de fertilidade. Em 2005, a estimativa média de fi -lho por mulher chegou a 1,34 contra 1,19 de 1995, valor mínimo histórico. Mas é no norte

e no centro da Itália que nascem mais crian-ças, contrariando estereótipos, pois o sul atu-almente está registrando uma queda, passando de 1,41 para 1,35 fi lho por mulher. Se nos pró-ximos anos o quadro continuar evoluindo dessa forma, a Itália vai chegar à metade do século com um idoso a cada três pessoas e uma crian-ça a cada sete.

Outra preocupação está relacionada à dimi-nuição da população italiana. Em 2005, mais uma vez o número foi negativo: faleceram seis mil pes-soas a mais do que as que nasceram. Nesse ritmo, em 45 anos, estima-se que a população passará de 58 milhões para 52,5 milhões de indivíduos. E o mais grave é que para duas pessoas em idade de trabalho, existirá um aposentado. Nas próximas décadas a previsão é de 20,5 milhões de nasci-mentos, contra 31,5 milhões de mortes, chegan-do ao saldo negativo de 11,2 milhões de pessoas. Em contra partida, deverão chegar ao país cerca de 5,5 milhões de imigrados.

Em 2005 o fl uxo de entrada foi de 300 mil pessoas, as quais se concentraram prin-

cipalmente no norte e centro, devido à maior oferta de

trabalho. Apesar da boa

notícia relaciona-da à expectativa de vida dos ita-lianos, pesqui-sas mostram que houve também um crescimento

de doenças on-cológicas. Para os

idosos que neces-sitam de remédios e

assistência domiciliar, os gastos chegam a 3 mil euros

por mês. Cerca de 500 euros são destinados aos medicamentos e o restante ao pagamento de enfermeiros e damas de companhia. O problema se agrava quando se trata de uma pessoa que recebe menos de 500 euros mensais de aposen-tadoria, o caso de um aposentado a cada quatro. O número de aposentados na Itália é em cres-cimento. Atualmente existem 16 milhões e 500 mil pessoas, com um aumento anual de 1,2%. Comparando com dados da população total, para

cada 100 pessoas que trabalham, existem 72 aposentados.

Como ocorre nas outras faixas etárias, os idosos também possuem perfi s con-trastantes. Existem aqueles que levam uma vida saudável, independente e até ajudam fi lhos e ne-tos, doando uma par-

te da aposentadoria. Mas, uma parcela ainda maior da população encontra-se em situação totalmente oposta. São idosos, na maioria das vezes abandonados pela família ou sozinhos, que recebem uma aposentadoria baixa e depen-dem de auxílio das instituições governamentais e de voluntários.

Comportamento

Ana Paula TorresCorrespondente • ROMA

País de centenários

A Itália vai chegar à metade do século

com um idoso a cada três pessoas e uma criança a cada sete

Um ator ‘rock’Rosangela Comunale

Se tivéssemos que defi nir o ator Ricardo Petraglia, a letra da música “O tempo não pára”, de Cazuza e Arnaldo Brandão, cai-ria como uma luva. E não é para menos.

São 55 anos de vida, dos quais 38 nos palcos — inclusive como cantor —, em sets cinematográ-fi cos e em estúdios de TV, e uma incontrolável vontade de inovar continuamente. Quando me-nos se espera, o ator aparece com uma novidade artística. O próximo capítulo tem como enredo o Mobi Dick, um programa musical na Rádio Me-tropolitana AM (1090 KHz RJ). A apresentação, segundo Petraglia, será das segundas às sextas-feiras, das 18 às 19h.

Com vasta estrada na TV, cinema e teatro, o incansável ator Ricardo Petraglia agora ‘ataca’ nas ondas do rádio

— Será um programa essencialmente musi-cal e com participação do ouvinte. O nome faz justamente uma referência à comunicação com a palavra mobile [telefone celular em inglês] e a um clássico da banda de rock Led Zeppelin [Mo-by Dick] — explica, com entusiasmo.

Porém o espírito empreendedor do artista encontra justifi cativa quando ele mesmo se re-mete à lembrança de seus antepassados. Bisne-to de italianos, ele se orgulha ao falar de seu bisavô, Ambrosio Margutti, originário de Milão, região da Lombardia.

— Ele saiu de Milão e veio morar em Santa Cruz das Palmeiras, em São Paulo. Arrumou um

emprego como contínuo num banco francês e italiano. Porém, se aposentou como diretor da instituição — resume Petralia.

Aliás, ao falar da Itália, o ator demonstra profunda admiração pela terra de seus antepas-

sados. A paixão pela bota é tanta que ele chegou a morar em Ro-ma por dois anos, logo depois de participar do fi lme Gabriela, lançado em 1983.

— Me apaixonei logo que cheguei para fazer as dublagens do fi lme na Itália. Você vai pra lá e começa a sentir arrepios. São sentimen-tos sangüíneos, muito ligados a gente mesmo — conta o ator, justi-fi cando que voltou ao Brasil porque, na épo-ca, não possuía a cida-dania italiana.

E como todo típico oriundi, Petraglia ainda encontra tempo para a família, mesmo quando as horas de lazer são es-cassas. Pouco antes de fazer uma participação especial na peça Mágico de Oz — The Dark Side, na Fundição Progresso, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, o ator fez questão de receber a equipe da Comunità, juntamente com seu fi lho, João Miguel, de oito anos, que acompanhava a preparação para a apresentação do pai.

— Ele já tem a cidadania. Aliás, todos os meus três fi lhos a possuem. Inclusive o passa-porte. Fiz questão disso — ressalta o artista.

E para quem acha que, depois do rádio, Ricardo Petraglia interromperá seus projetos artísticos, está enganado. Mesmo tendo seu currículo preenchido com participações na soap opera Malhação e em versões teatrais shakes-perianas, dentre outras, o ator ainda tem um sonho à vista.

— Penso em me apresentar um dia na Itália. Quem sabe? Sou um ator rock “olha Petraglia falando de música novamente”. Comecei a atuar rompendo as barreiras da minha família na qual minha mãe não me deu apoio. Cheguei até a vi-rar hippie! — pontua o ator.

Acompanhado do filho João Miguel, Petraglia lembra com saudosismo os anos vividos na Itália

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Arte

Os pintores italianos Tiziano, Lo-renzo Lotto, Veronese, Tintoretto e Guido Reni; o espanhol El Greco, o francês Claude Vignon e o ale-mão Johann Heinrich Schonfeld. Todos estes artistas estão no Pa-

ço Imperial no Rio de Janeiro. Ou melhor, suas obras. O que importa, contudo, é que o públi-co brasileiro está conhecendo algumas das te-las mais extraordinárias do Renascimento antes mesmo dos italianos. Explica-se. Em pouco mais de dez anos, o colecionador milanês Luigi Koelli-ker, uma espécie de Assis Chateaubriant da Itália (o ex-magnata da imprensa brasileira fi cou fa-moso por manter um monumental acervo de te-las dos mais renomados pintores), comprou duas mil antiguidades e obras de arte, grande parte de pinturas italianas, formando um museu par-ticular. Todo acervo da exposição “Luz e sombra na pintura italiana — Entre o Renascimento e o Barroco”, que está no Rio, nunca foi apresenta-do em museus da Itália. Quem passeia pelo Pa-ço chega a seguinte conclusão: muitos diretores dos badalados museus europeus ou americanos venderiam a alma para terem em seus acervos algumas das pinturas do colecionador de Milão.

E não é para menos. Quem não queria um mecenas como Koelliker? O crítico de arte, Vitto-rio Sgarbi, que foi subsecretário do Ministério da Cultura na Itália em 2001 e 2002, organiza a ex-posição e, de quebra, enaltece o quase altruísmo cultural do milanês. Para Sgarbi, Koelliker ocupou na Itália o papel que deveria ser do Estado. Coçou o bolso e retirou dele uma fortuna monumental para manter obras que não estão hoje em museus por falta de políticas públicas de apoio à cultu-ra na Itália. Falando dessa forma, parece até que nos referimos ao Brasil, onde, apesar do esforço do ministro da Cultura, Gilberto Gil, os museus brasileiros estão literalmente caindo aos pedaços. Para evitar cenário semelhante na Itália, o cida-dão Koelliker abriu o cofre e montou em Milão uma fundação que leva o seu nome e que tornou-se mantenedora do extraordinário acervo.

A exposição, que esteve na Pinacoteca do Estado de São Paulo, é composta por 65 telas dos mestres italianos dos séculos 16 e 17 pin-tadas em Veneza, Bolonha e Roma. Trata-se de uma exposição que sintetiza a centralidade do homem renascentista. São obras que, em sua maioria, observam o homem individual, por is-so, grande. O acervo inclui obras de artistas que são referencia do Renascimento e, sobretudo, do Maeirismo e do Barroco italianos. Esse perí-odo histórico corresponde à época das grandes descobertas náuticas de Cristóvão Colombo e Fernão de Magalhães e da conseqüente recon-fi guração do mundo. Abrange dois séculos de produção com estilos, em particular o Barroco, formadores da cultura nas Américas, matriz para o pensamento e para a arte no Brasil.

Koelliker, destacou Sgarbi, tem predileção por Caravaggio, ou suas telas. Curiosamente o contem-porâneo de Michelangelo não está na exposição. Mas Caravaggio está lá, nas telas de alunos ou discípulos cujas telas, com um viés predominante-mente barroco, comum em Roma e Nápoles daque-le período, estão expostas no Paço Imperial.

— Acredito que a arte italiana, não somente a de 1900, mas, bem ou mal, com De Chirico, Moran-di e Schifano, tomou dimensões tão internacionais, que permitiram que se visse também nos museus e bienais na América Latina. Mas a arte italiana mais universal, que é a da Renascência e do Barroco, tem uma ligação inevitável com o mundo da Amé-rica Latina, mas é mais difícil fazer com que se des-loque, é mais difícil fazer com que pinturas antigas viagem, como Tiziano, Bernini... e, portanto, esta é uma ocasião única porque a parte mais importante da arte italiana é, geralmente, guardada nos mu-seus com zelo, quase ciúme — explica Sgarbi.

A exposição, que, segundo Sgarbi, também deveria ir à Brasília, permanecerá no Rio até o fi nal de junho. Depois regressa à Itália.

— Dois séculos da grande pintura italiana, através da loucura de um colecionador. Como foi para a arte moderna Peggy Guggenheim, em Veneza e em New York, e como na Itália, nos úl-timos 15 anos, Koelliker poderá transformar sua coleção em um “Masp italiano” — como compa-ra Sgarbi — nas mesmas proporções e relevância do Museu de Arte de São Paulo, inaugurado em

1947 por Assis Chateaubriand e pelo crítico de arte italiana Pietro Maria Bardi.

— Essa é uma das mostras historicamente mais importantes da cultura italiana já apresen-tada no Rio. Artistas como Lotto e Baciccio são grandes pintores da Renascença e do Barroco, período este onde os artistas exerceram sua cria-tividade e originalidade. As obras são desconhe-cidas até mesmo na Itália porque o acervo é de um colecionador particular e comprou com seu dinheiro as peças no mercado internacional — ressalta o diretor do Istituto Italiano di Cultura do Rio de Janeiro, Franco Vicenzotti.

O presidente da TIM Brasil, patrocinadora ofi cial da grande mostra, Mario Cesar Pereira de Araujo, não pestanejou e aproveitou a oportuni-dade com o público brasileiro:

— Como o povo brasileiro é muito simpáti-co e aprecia a arte italiana resolvemos presen-teá-lo. A empresa resolveu investir na exposição porque desde 1954, o Brasil não recebia uma mostra tão importante quanto esta. A iniciati-va faz parte também do elo entre a Tim italiana e a Tim Brasil. É uma exposição particular que nem na Itália o turista consegue ver no museu e agora o carioca pode apreciá-la de perto e gra-tuitamente. Coisa que nem mesmo os italianos fi zeram. — exaltou o executivo.

Acervo de telas renascentistas e barrocas chega ao público brasileiro antes mesmo dos

museus italianos

Essa, nema Itália

sabiaLuciana Bezerra dos Santos

Ao lado, morte de Cleópatra, interpretada por Guido Reni traduz instantes de solidão da personagem em

seu pranto de morte. Domenico Fetti e aiuti pincelam em traços detalhados da morte de Golias

Bellelli, Sgarbi e Mario Cesar Pereira, no lançamento da mostra no Paço Imperial, Rio de Janeiro

Pietro Bellotti inspira-se na velhice e mostra que a beleza vai murchando

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Cultura

Esposizione ‘Gênio Siciliano’ presenta la nuova faccia della Sicilia

Ricchezza di una cultura

Isola del sud d’Italia e la maggiore del mar Mediterraneo, la Sicilia è approdata a Rio de Janeiro. L’esposizione “Gênio Sicilia-no”, che riunisce quadri, fotografi e, cine-ma, musica, sculture e installazioni di ar-tisti siciliani, oltre a 12 costumi apparte-

nenti alla collezione del Museo di Palazzo Mirto (Palermo), sta incantando i carioca e gli oriundi che visitano il Museu Histórico Nacional.

I costumi popolari e le vesti nobili e borghe-si sono stati confezionati tra il 178 e il 1970. La mostra, che avrà luogo fi no al 28 maggio, pre-senta un panorama della ricca tradizione e della forza rinnovatrice di un popolo. La bella isola italiana purtroppo viene ricordata nel mondo più per il suo legame con la mafi a, che ha dominato la regione per molti anni. Ma in Sicilia ci sono tante bellezze naturali che la regione viene ri-cordata internazionalmente come regione con-sorella di Rio de Janeiro. E infatti, ambedue presentano geografi a privilegiata, come mare e montagne all’interno del perimetro urbano, quindi è un’ondata di allegria, spontaneità e vocazione per valorizzare l’arte tanto siciliana, quanto carioca.

Contemporaneamente all’esposizione, la settimana siciliana, realizzata tra il 24 e il 28 aprile, ha promosso un recital della pianista ita-liana Vera Pulvireni e della mezzosoprano Rossa-na Leonti, al Palácio Capanema, come parte del programma “Música no Museu”. Nel programma, arie delle più conosciute opere e canzoni tradi-zionali della cultura popolare dello Stivale. An-che la letteratura si è fatta presente con il lan-cio del libro “Il Cammino di un uomo”, di Felice Garofano, che ha vissuto in Brasile dal 1990 al 1996, quando si è specializzato in chirurgia pla-stica con Ivo Pitanguy.

La collaborazione tra Rio de Janeiro e la Sicilia è iniziata nel 2005, durante i festeggia-menti in Brasile della Proclamazione della Re-pubblica, che si è estesa durante la Fiera delle Americhe, organizzata dall’ Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav).

— È la prima volta che viene creata que-sta esposizione. Il nostro impegno è quello di continuare ancora un anno, presentando aspetti della cultura siciliana in Brasile. È in studio la

Esposizione: Genio Siciliano – Sicilia, la ricchezza di una cultura, di una tradizione, di un popolo e la forza del suo rinnova-mentoMuseu Histórico Nacional – Praça Marechal Âncora, s/n°. Telefono: (21) 2550-9220 / 2550-9224Visite: fi no al 28 maggio 2006Dal martedí al venerdí dalle 10.00 alle 17.30. Sabato, domenica e giorni festivi, dalle 14.00 alle 18.00Ingresso: R$ 6.

possibilità di mandare l’esposizione a San Paolo, prima di tornare in Italia – dice il console gene-rale d’Italia a Rio de Janeiro, Massimo Bellelli.

Il progetto è una realizzazione del Consolato Generale d’Italia, dell’Istituto Italiano di Cultu-ra di Rio de Janeiro, del Museu Histórico Nacio-nal e del Palácio Gustavo Capanema, tra le varie istituzioni. Vera Lúcia Bottrel Tostes, direttrice del Museu Nacional, ha detto questa è la prima esposizione che il museo riceve dopo la ristrut-turazione. Secondo lei, Rio e la Sicilia sono simi-li in molti aspetti.

— La Sicilia somiglia molto a Rio. Inoltre, l’esposizione porta una tematica così diversifi -cata, con la ceramica mil-lenaria italiana che ha poi infl uenzato il resto d’Euro-pa, la pittura e l’abbiglia-mento.

ARTE COME HOBBYUno dei punti forti della mostra è il lavoro dell’arti-sta plastico Luigicamarillo, che espone nove altari. Ha cominciato a creare i pezzi con resti di barche che tro-vava sulla spiaggia e a cui ha aggiunto frutti, foglie e altri utensili.

Un altro aspetto singolare della mostra è quello del lavoro della professoressa di scien-ze matematiche Liliana Guarino, per la quale “la pittura è un hobby”. Liliana ha cominciato a sbozzare i primi disegni da piccola con la ma-dre. Dal 1998 espone i suoi lavori, che sono già passati per Roma, Milano, Montecarlo e adesso il Brasile. La maggior parte dei suoi quadri rappre-senta la sofferenza, il dolore e la salvezza del-l’uomo di fronte a Dio, oltre ad un legame molto forte tra madre e fi glio per mezzo del cordone ombelicale. Secondo Liliana, questo legame tra madre e fi glio simbolizza il cielo e la terra. In maggio l’artista, che ha in Pirandello il suo prin-cipale stimolo oltre a Ricasso, Pucli e ai con-temporanei Burri e Fontana, partecipa, insieme a Vittorio Sgarbi, alla Mostra a Taormina.

— Adoro Pirandello perché nelle sue opere raffi gura punti negativi espliciti, esistenti nel mondo, oltre alla mancanza di valori e alla guer-ra – segnala la professoressa di matematica.

Luciana Bezerra dos Santos

Liliana Guarino: quadri ispirati in Pirandello, Pucli e Burri

Vaso dipinto a mano da artigiani siciliani del secolo XVIII

Civetta è uno dei pezzi più belli in ceramica della regioni di Caltagirone

Il cinema italiano è stato rappresentato dal premiato regista Pietro Messina che, anche se ancora giovane, ha già accumulato molti premi.

Il cortometraggio “Stidda ca curri” racconta la storia di un giovane pastore che, fuggendo dal suo padrone, trova riparo presso una casa in cam-pagna. La sceneggiatura costituisce un partico-lare ritratto della Sicilia, dei suoi paesaggi, della sua cultura, tradizioni e del suo popolo. Invece “Vita Pirrera” è un documentario dedicato ai mi-neratori siciliani che hanno sofferto con il duro lavoro nelle miniere di zolfo. L’argomento serve per tracciare il ritratto di un’antica Sicilia che su-biva lo sfruttamento, e dei suoi progressivi cam-biamenti, le cui storie devono essere raccontate oggi perché non siano dimenticate.

Le ceramiche esposte nella mostra sono di Caltagirone, terra ricchissima di argilla e cono-sciuta in tutto il mondo per la sua produzione artigianale di ceramica, e perché dà impiego a centinaia di artigiani ed artisti che hanno perfe-

Abbigliamento siciliano usato dai re tra i secoli XVIII e XX

La mostra ha portato nove altari dell’artista plastico Luigicamarillo, tutti prodotti con materiale riciclato

zionato la tecnica dell’esecuzione e decorazione, che conserva ancora oggi i colori della tradizio-ne (turchese, verde rame, giallo oro). Chi visita l’esposizione ne esce con la certezza di che la cultura italiana, senza dubbio, ha infl uenzato non soltanto l’Europa, ma il resto del mondo. E che continua ad incantare e ipnotizzare perfi no una persona non esperta in arte.

A MUSICA DA COR

A retrospectiva tem 135 obras - 20 inédi-tas - de Alfredo Volpi, cujo nascimento

completa 110 anos em 2006. Entre os des-taques está uma pintura a óleo de cerca de três metros de altura, nunca exposta em São Paulo. Horários: terça a domingo e feriados, das 10h às 18h. O MAM fi ca no Parque Ibi-rapuera - na avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº. Informações: (11) 5549-9688.

LÍNGUA, EDUCAÇÃO E CULTURA ITALIANA

A Scuola Eugenio Montale é mais do que uma escola que alfabetiza em língua

italiana e portuguesa. É, na verdade, uma instituição bicultural, onde todo o progra-ma curricular se desenvolve em um diálo-go permanente entre as realidades cultu-rais italiana e brasileira. Criada em 1982, a Scuola Eugenio Montale é mantida por uma Associação Educacional sem fi ns lucrativos. É reconhecida pelos governos italiano e brasileiro, com títulos de estudo válidos em ambos os países. Ao fi nal do Ensino Médio, os alunos obtém diplomas que permitem seu ingresso em universidades brasileiras, italianas e da União Européia, bem como o título de tradutor e intérprete. Informações: (11) 3759-5959 ou www.montale.com.br

ERRATA CORRIGE:Cestino a Pranzo: O conteúdo desta nota foi publicado duas vezes na página 23 (edi-ção 95/2006). As fotos referem-se a mostra “Gênio Siciliano” exposta no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. O texto anterior está incorreto. Este mês a Comunità fez uma matéria especial sobre a exposição.

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Luciana Bezerra dos Santos

Estilista italiana expõe pela primeira vez no Brasil coleção inspirada no barroco do século 18

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ue o mundo fashion tem como prin-cipal fonte a moda italiana, isso não é novidade. Agora, saber que a moda mediterrânea da Sicília esbanja estilo de causar inveja aos maiorais de Milão,

só mesmo o estilista siciliano Domenico Dolce, um dos donos da badalada grife italiana Dloce & Gabana, para apresentar os detalhes da façanha. Dolce costuma dizer que a principal caracterís-tica da mulher européia é a mediterrânea, como as belíssimas sicilianas, cujo desenho dá formas a uma insinuante morena, carnal e provocante, mas ao mesmo tempo austera e nobre. Não tem para ninguém. E Dolce sabe disso. Tanto que

desde 1986 se apropria da cultura, inclusive li-teratura, da Sicília para estampar a marca mun-do a fora.

A Sicília é tradição e paixão, mistura de cul-turas e arquitetura barroca. Um prato cheio para inspirar qualquer escritor, roteirista, estilista... seja lá o que for. Mas como esquecer da máfi a! Embora os sicilianos detestem ser lembrados por esse fato, não há como negá-lo. Para despistar, dizem que “a máfi a existe no mundo inteiro”, e não somente na Sicília. Mas isso não importa. A bela região banhada pelo Mediterrâneo é inega-velmente singular. Incomparável.

Inspirada nessa riqueza multicultural, a es-tilista italiana Loredana Roccasalva lançou no Brasil, durante a semana siciliana, realizada de 24 a 28 de abril, no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, uma coleção com 25 peças exclusivas que mistura feminilidade e romantis-mo. A grife apostou nos babados, rendas, borda-dos de fl ores, véus e laçarotes. Abusou também dos tons sóbrios, como o preto, branco e bege e

Sicília, novo point da moda?não descartou as cores, com tons fortes de ver-de, vermelho e cores suaves em degradê, mistu-rando azul, laranja e amarelo, tudo inspirado no barroco siciliano afi rmou a estilista.

— O estilo utilizado na coleção foi inspi-rado no barroco siciliano de 1700. Além disso, juntei a tradição dos tecidos com bordados, ren-das, uma tradição siciliana de séculos. São 25 vestidos criados exclusivamente para a exposi-ção no Brasil. A próxima parada será Nova York — enfatiza Roccasalva. Pela primeira vez em solo brasileiro a estilista, que está há dez anos no mundo fashion, se diz apaixonada pelo país. Para ela, Brasil e Sicília são quase irmãos.

Roccasalva nasceu em Módica, na Sicília, e se formou como estilista de moda no Istituto Europeu de design de Roma onde também se es-pecializou em marketing de moda. Dona de um currículo singular, trabalhou para monstros da moda como Capucci, Le Fendi e Gattinoni en-tre os anos de 1985 e 89. De lá para cá realiza desfi les e participa de importantes eventos de moda. Em 2005 foi convidada pela Alta Roma internacional de Moda para participar do desfi le Anni 50, em Roma. Sua peculiar criação ligada à motocicleta Vespa faz muito sucesso. Em 2006 apresentou sua coleção “Affi ni contrasti” em Ro-ma, na Alta Moda, utilizando a nova técnica em 3D. Seu sonho? Participar das badaladas sema-nas de moda de Milão e Paris. Alguma dúvida de que a talentosa moça chegará lá?

Modelo desfila vestido de noiva do século 21

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Moda brasileira em Milão

De 19 a 21 de junho, Milão será palco do projeto Brasil Oggi (Brasil Hoje), promo-

vido pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX Brasil). Cerca de 30 em-presas dos setores de confecções, calçados, jóias e cosméticos vão apresentar seus produtos e em contrapartida participar de rodadas de negócios com distribuidores previamente selecionados. O objetivo do projeto, segundo a Apex, é mostrar aos italianos as características do Brasil moder-no, criativo e tecnológico, além de promover as marcas brasileiras no mercado italiano.

Fashion Rio 2006

A edição primavera-verão 2007 do Fashion Rio será realizada de 7 a 12 de junho, na

Marina da Glória, no Rio de Janeiro e não mais no Museu de Arte Moderna (MAM), como nos anos anteriores. Motivo: A construção de uma casa de espetáculos com 1500 lugares no lo-cal. Segundo os organizadores, a edição de ve-rão do evento é a mais importante do mundo fashion carioca. Por enquanto, nomes badala-dos como o da top Gisele Bundchen que agitou a edição outono-inverno desfi lando pela Colcci em janeiro deste ano, não foram confi rmados.

RomaAna Paula Torres

“Buona piazza a tutti!”, foi assim que o prefeito de Ro-ma, Walter Veltroni, inaugurou a nova Praça de Es-panha, após a conclusão das reformas que duraram

mais de um ano. Nos últimos sessenta anos a praça tinha abaixado cerca de 20 centímetros. A pavimentação de sampietrini (parale-lepípedos) foi toda trocada. A praça está mais espaçosa e também dispõe de nova iluminação e serviço higiênico. Foram investidos 1,8 milhões de euros e a reforma permitiu que um dos mais conhe-cidos cartões postais do mundo voltasse ao seu antigo esplendor, exatamente como era no século XVII. Agora a praça se tornou uma área totalmente destinada aos pedestres, com exceção para ônibus elétricos e táxis.

No futuro, com a ampliação das li-nhas de metrô, espera-se transformar to-do o centro histórico em área reservada a pedestres. Segundo Veltroni, a região do Tridente vai ser a próxima a receber esse tipo de benefi ciamento.

— Os carros serão estacionados em uma área embaixo do Pincio e o estacio-namento no Tridente será reservado so-mente aos portadores de defi ciência físi-ca — explicou o prefeito de Roma.

La bella piazza

GASTRONOMIA

Para quem quer comer bem economizando, o restaurante e pizzaria Il Riccio di Mare

pode ser uma boa opção. Especializado em pra-tos a base de peixe e frutos do mar, também oferece vários tipos de pizza. Aconselháveis os menus com preço fi xo: bedida, bruschetta, suplì e pizza por 6,00 euros, ou risotto alla crema di scampi, fritura de frutos do mar e ba-tata frita ou salada, por 11,00 euros. Aberto também para almoço. Viale delle Orchidee, 72 – Roma. Tel. 06/2156943. Fechado de quarta-feira no almoço.

ÓPERA

Com a chegada do verão, recomeçam as exibições de óperas ao ar livre no espetacular cenário das

Termas de Caracalla. Dia 18 de julho às 21 horas es-tréia "Aida", ópera em quatro atos, texto de Antonio Ghislanzoni, música de Giuseppe Verdi. A produção, or-questra, coro e atores são do Teatro de Ópera de Roma. Os ingressos custam de 110,00 a 25,00 euros.

MOSTRA

“Scicolone, Lazzaro, Loren” é o nome da expo-sição que Roma preparou para homenagear a

mais diva das atrizes italianas, símbolo de italianida-de e de beleza mediterrânea no mundo. Durante um mês, todos os admiradores de Sophia Loren puderam visitar a mostra que reuniu mais de quatro mil obje-tos selecionados pela própria atriz. A exposição teve a assinatura de Vincenzo Mollica e Alessandro Nico-sia. Fotos de família, de quando Sophia Loren era Sofi a Scicolone, passando pelas primeiras imagens como atriz e modelo, período em que usou o sobre-nome Lazzaro, até chegar à diva Sophia Loren, nome escolhido pelo produtor Goffredo Lombardo para dar um toque internacional à grande estrela. Cartas, do-cumentos, jóias, objetos, fi gurinos, vestidos de gala, troféus como os dois óscares, também estavam ex-postos na Sala Central do museu do Vittoriano.

SHOW

Dia 21 de junho Gianna Nannini se apre-sentará em Roma, no Fiesta Roma Rock,

via Appia Nuova, 1245. O show da mais fa-mosa das rockeuse italianas vai contar com sucessos do último álbum “Grazie”. A turnê iniciada em 1° de maio se concluirá em 26 de agosto com um show em Viareggio.

TRADIÇÃO RELIGIOSA

Como em todo ano, com a primavera, reco-meçaram as peregrinações noturnas a pé

do centro de Roma até o Santuário da Madonna del Divino Amore. Romanos e turistas italianos e estrangeiros participam desse evento que sai todo sábado à meia-noite da praça de Porta Capena, percorre 14 quilômetros, muitos dos quais na sugestiva via Appia Antica e se con-clue às 5 horas do domingo com uma missa no Santuário. Segundo consta, durante a segunda guerra mundial, a Madonna del Divino Amore, teria protegido a cidade contra a invasão de tropas inimigas.

Com reforma de 1,8 milhões de euros, a Praça de Espanha voltou ao seu antigo esplendor, como era no século 17

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Seduzidospelo paladar?

Luciana Bezerra dos Santos

Sapori d’Italia

Iguaria típica da costa do Mediterrâneo seduz turistas que visitam Porto Seguro. Alguns até ficam por lá

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SERVIÇO: AV. BEIRA MAR, 10130, PRAIA DO MUTÀ, PORTO SEGURO

TEL.: (73) 3677-1266

Porto Seguro (BA) — A chamada dieta mediterrânea agora faz parte do cardápio de restaurantes brasileiros, princi-palmente nas cidades onde há forte propensão turística. Baseada no consumo de frutas, legumes, verduras, peixe,

grãos, azeite de oliva e vinho (com moderação), a dieta, comum na França, Itália e Grécia, vem sendo difundida em Porto Segu-ro, que apesar de descoberta por portugueses há 500 anos hoje é, literalmente, adotada como “segundo lar” de muitos italianos. Conforme publicou a Comunità em sua edição de abril, cerca de mil deles vivem na região. Há seis anos, o chef e proprietário do restaurante Recanto do Sossego, Ettore Dertoni, trocou a fria Itá-lia pelo calor e simpatia de Porto Seguro, a 730 quilômetros de Salvador, na Bahia. A casa, que tem 34 funcionários diretos e in-diretos, atende na alta temporada cerca de 400 pessoas por dia e 100 na baixa. É no restaurante que Dertoni prepara um verdadeiro manjar dos deuses: o grelhado de frutos do mar, um dos pratos mais pedidos entre os turistas que visitam a região. Iguaria famo-sa da costa do mediterrâneo e que faria até mesmo Pedro Álvares Cabral querer redescobrir o Brasil.

Tudo começou em 1990 quando o italiano Dertoni, que vendia carros na Itália, se viu sem rumo com a perda dos pais. Não pen-sou duas vezes, se desfez de tudo que tinha e partiu para o Brasil desembarcando primeiramente no Rio de Janeiro. Mal sabia ele o que o destino lhe reservava. Em 1995, durante férias com a espo-sa, a capixaba Adenuzia Vargas, traçaram como destino Salvador. Mas sequer passaram na “boa terra”. Ficaram é mesmo em Porto Seguro. E foi lá que Dertoni descobriu que podia ganhar dinheiro com um antigo hobby: a gastronomia. O que era uma simples brin-

cadeira se tornou negócio rentável. Além do restaurante, Dertoni é sócio, juntamente com o também italiano Giancarlo Cagnola, de um centro comercial na cidade com cerca de 15 salas comerciais.

O ambiente climatizado com espaço para 250 pessoas, ilu-minação agradável e decorado com quadros de artistas italianos e da região nas paredes é um dos mais chiques da orla norte de Porto Seguro. Além de oferecer ao turista o conforto de um bom restaurante. Porém, com uma diferença, a vista é espetacular. O cardápio completa o clima de bom gosto, trazendo cozinha inter-nacional com toques regionais. Outro fato curioso é que ele nun-ca investiu um único centavo em marketing. A clientela assídua, garante Dertoni, é atribuída a simpatia e ao bom atendimento. Segundo ele, apesar do desgaste físico o melhor presente é o re-conhecimento do público.

— O trabalho é exaustivo e recompensador ao mesmo tempo. Tenho clientes que me telefonam agradecendo o acolhimento ou marcando lugar com antecedência. O meu maior prazer é atendê-los de mesa em mesa, mas infelizmente na alta estação não con-sigo devido ao grande número de pedidos — assegura.

Grelhado SossegoRendimento: para 2 pessoas

Ingredientes: 200 gramas de lula, 250 gr de fi lé de badejo, 400 gr de lagosta, 200 gr de camarão pistola, azeite extra virgem, vinho branco secco, limão, salsinha, alho, manteiga, sal e pimenta do reino a gosto.

Modo de preparo: Preparar a lula em dois espetos compostos de rodelas. Cortar as lagostas ao meio, separando em duas par-tes. Preparar o fi lé de badejo. Descascar os camarões deixan-do a cabeça. Em seguida, preparar em uma panela o primeiro molho com azeite, salsinha, alho, limão, vinho branco, sal e pimenta do reino. Numa panela a parte, doure na manteiga o alho e a salsinha somente para a lagosta. Depois é só colocar todos os peixes e mariscos sobre uma chapa ou grelha. Pince-lar o molho o primeiro molho os camarões, fi lé de badejo e lu-la. E por ultimo pincelar a lagosta com o segundo molho. Assar até o ponto sempre mantendo os alimentos bem temperados.

A decoração interna do restaurante, além de aconchegante, faz o cliente viajar pelo cubismo

Quando se pensa em Itália, as referências são as melhores.

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