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Escola Profissional Vasconcellos Lebre - Mealhada
Mealhada, 10 de Maio de 2010
Uma Abelha na ChuvaDe Carlos de Oliveira.
Disciplina: Portugus
Mdulo 12 Texto Narrativo
Docente: Snia Taira
Trabalho realizado por:
Bruno Rodrigues N. 1081
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ndiceIntroduo ................................ ................................ ................................ ............................... 3
Perfil biogrfico Carlos de Oliveira ................................ ................................ ......................... 4
Suas obras: ................................ ................................ ................................ ........................... 4
Seus Romances: ................................ ................................ ................................ ................... 4
Suas crnicas: ................................ ................................ ................................ ....................... 4
Contextualizao da corrente literria do Neo-Realismo ................................ .......................... 5
Anlise da obra Aco ................................ ................................ ................................ ........... 7
Personagens................................ ................................ ................................ ............................. 8
O tempo ................................ ................................ ................................ ................................ ... 9
Tempo da Histria: ................................ ................................ ................................ ............... 9
Tempo Psicolgico:................................ ................................ ................................ ............... 9
O Espao ................................ ................................ ................................ ................................ 10
Espao Fsico Exterior: ................................ ................................ ................................ ..... 10
Espao Fsico Interior: ................................ ................................ ................................ ...... 11
Espao Social: ................................ ................................ ................................ ..................... 12
Espao Psicolgico: ................................ ................................ ................................ ............. 13
Espao da Narrativa:................................ ................................ ................................ ........... 13
Ttulo da Obra ................................ ................................ ................................ ........................ 14
Smbolos e ideologia:................................ ................................ ................................ .......... 15
gua: ................................ ................................ ................................ .............................. 15
Fonte: ................................ ................................ ................................ ............................. 15
Chuva: ................................ ................................ ................................ ............................ 15
Poo: ................................ ................................ ................................ .............................. 15
Abelha: ................................ ................................ ................................ ........................... 15
Mel:................................ ................................ ................................ ................................ 15
Estbulo: ................................ ................................ ................................ ........................ 15
Concluso ................................ ................................ ................................ .............................. 16
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Introduo
Este trabalho foi realizado no mbito da disciplina de portugus,em relao ao
ltimo mdulo, mdulo 12. O trabalho consiste numa anlise cuidada ao Romance
Uma Abelha na Chuva de Carlos de Oliveira.
"Uma Abelha na Chuva" a leitura cinematogrfica de Fernando Lopes do romance homnimo
de Carlos de Oliveira num filme que traa um Portugal rural desencantado, sombrio e enclausurado, no
final da dcada de 60 e que um crime brutal vem abalar.
Resumidamente Uma Abelha na Chuvaconta-nos as peripcias de lvaro
Rodrigues Silvestre, sujeito s instigaes de sua esposa, D. Maria dos Prazeres
Pessoa de Alva Sancho Silvestre. O livro comea com uma confisso de lvaroe com a
sua vontade de a tornar pblica na primeira pgina daComarca uma redeno
consigo prprio.
Esta histria leva-nos aldeia de Montouro num Outono chuvoso, onde
conhecemos as personagens que rodeiam este casal e constituem a aldeia Joo
Medeiros, Padre Abel, D. Violante, Dr. Neto, o irmo Leopoldino, Clara, mestre
Antnio, sua filha Ana, Mariana, Jacinto (o ruivo), Marcelo, Joo Dias, e pelos quais
ficamos a conhecer o Portugal provinciano de meados do sculo XX. Como afirma o
autor, Por onde a solido a fazia resvalar. E o quarto to frio. Talvez os ventos, os
granizos do norte, as grandes chuvas. Talvez D. Violante. Mas sobretudo a velha casa
de Alva, quando a misria no chegara ainda e, atrs dela, os Silvestres.
Agora o marido labrego e doentio, as bebedeiras, o desencanto, isto. Quer
melhores nortadas, D. Violante?.O escritor ironiza a sabedoria popular, o largo da aldeia quando acolhe um
ajuntamento popular, ancestral, onde tudo se discute, onde tudo se decide num
julgamento popular e, tantas vezes, tacanho. E a morte, que persegue lvaro numa
bebedeira de brandy, a morte que tolhe Jacinto e Clara, chuva, persiste em vingar
neste livro.
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Perfil biogrfico Carlos de Oliveira
Carlos de Oliveira nasceu em Belm do Par, a 10 de Agosto de 1921 e morreu
a 1 de Julho de 1981. Filho de imigrantes portugueses, veio aos dois anos para
Portugal. Fixou-se em Cantanhede, mais precisamente na vila de Febres, onde o paiexercia Medicina. considerado como um dos grandes responsveis pelo movimento
neo-realista em Portugal.
Em 1933 muda-se para Coimbra onde permanece durante quinze anos, a fim de
concluir os estudos liceais e universitrios.Ingressa na Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra em 1941, onde estabelece amizade, convvio intelectuale
solidariedade ideolgica e politica com outros jovens, entre os quais Fernando
Namora, Joaquim Namorado e Joo Cochofel.
Termina a licenciatura em Cincias Histrico-filosficas em 1947, instalando-se
definitivamente em Lisboa, no ano seguinte. Periodicamente volta a Coimbra e
Gndara. Em 1949 casa-se com ngela, jovem madeirense que conhecera na
Faculdade.Colabora com Fernando Lopes no filme por este realizado e terminado em
1971, Uma Abelha na Chuva, a partir da obra homnima.Morre na sua casa em
Lisboa com 60 anos por completar.
Suas obras: Turismo (1942); Me Pobre (1945); Colheita Perdida (1948); Descida aos Infernos (1949); Terra de Harmonia (1950); Cantata (1960); Micropaisagem (1968, 1969); Sobre o Lado Esquerdo, o Lado do Corao (1968, 1969); Entre Duas Memrias (1971); Pastoral (1977).
Seus Romances: Casa na Duna (1943; 2000); Alcateia (1944; 1945); Pequenos Burgueses (1948; 2000); Uma Abelha na Chuva (1953; 2003); Finisterra: paisagem e povoamento (1978; 2003).
Suas crnicas: O Aprendiz de Feiticeiro (1971, 1979).
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Contextualizao da corrente literria do Neo-Realismo
As caractersticas formais do romance neo-realista portugus so:
1. A aco do romance neo-realista normalmente aberta, sem progressodramtico linear, composta em geral por uma aglomerao de factos, dequadros panormicos, s ligados entre si pelo narrador e pela semelhana de
situaes que so muitas vezes vistas como smbolos. Desta forma, a intriga de
tipo tradicional ou no existe ou corre enfraquecida em segmentaes do
estiloda reportagem.
2. As personagens so quase sempre colectivas, grupos opostos constitudos, deum lado, por representantes do capital e, de outro, por conjuntos de
trabalhadores agrcolas e mais raramente de operrios esmagados pela
ambio de uma minoria dirigente. A estreita localizao destes grupos trouxe
para o neo-realismo portugus uma caracterstica que no afiana: o
regionalismo alentejano. Convm, no entanto, ter presente que temas
citadinos e outros ligados burguesia rural, foram tratados tambm em
algumas obras neo-realistas, por exemplo: Casa na Duna e Pequenos Burgueses
de Carlos de Oliveira.
3. Estas personagens no figuram na aco como tipos psicologicamenteestudados mas apenas como tipos de uma classe. Se h um protagonista que
merece destaque, por ser o mais atingido entre a multido ou por reflectir as
reaces do todo. Por isso, o romance Neo-Realista abandona a personagem
vista nos sales da psicologia tradicional, para descer personagem vulgar do
campo ou da fbrica, conhecida por processos anotadores de um
comportamento externo que se reduz a gestos de protesto social e tambm a
atitudes de revolta contra o determinismo do meio geogrfico. Diante dos
factores materiais e das foras sociais que as bloqueiam, as personagens neo-
realistas no esboam qualquer atitude de espiritualidade.
4. O autor observa as situaes com imparcialidade pelo menos fingida, coloca osprotagonistas no ambiente prprio, deixa-os agir e viver uma vida muito real;
faz depois jornalismo, reportagem. Selecciona, no entanto, as situaes aanalisar e, quando calha, pe-se a interpretar os factos em funo do fim que
tem em vista. Com efeito, os neo-realistas so totalmente objectivos, recriando
a realidade social. Mas o egotismo no lhes de todo estranho, pois no se
limitam a recriar a realidade: orientam-na para alteraes profundas com que
sonham e em que esto interessados.
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5. Minimizam os neo-realistas o cuidado da forma (que julgam encobrir ou pelomenos atenuar-se a verdade do romance) e, uma vez ou outra, no corrupio de
retratar a realidade do modo mais simples possvel, chegam a desprezar as
regras gramaticais.
6. O autor neo-realista gosta de pr na boca das personagens a linguagempopular regional, como se a tivesse gravado do natural em fita magntica e a
repetisse. Leva o dilogo muitas vezes a assumir funes narrativas. Emprega
frases curtas, bem aplicadas ao pensamento exacto que o domina. Com
tendncia para a substantivao do real, usa moderadamente o adjectivo.
Neste aspecto, Uma abelha na chuva integra-se perfeitamente na tradio geral doromance neo-realista portugus, espelhando cenrios sociais e histricos que no
apresentam uma aco completa, mas fatias de vidas acidentadas.
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Anlise da obra Aco
A aco est dividida em duas aces interligadas. A primeira constituda pela
relao conflituosa de lvaro Silvestre e D. Maria dos Prazeres, a segunda constituda
pelo romance de Jacinto e Clara, um casal de namorados empregados do casalSilvestre, namoram s escondidas devido ao pai de Clara no querer que ela case com
um pobre mas sim com um lavrador. Ou seja esta segunda aco uma intriga, est
encaixada na primeira e pode dizer-se que uma intriga fechada, porque dirigida por
uma srie de factos de forma causal e encerrados com um fim trgico(a morte de
Jacinto e o suicdio de Clara). A primeira aco aberta devido a apenas apresentar
retalhos da vida do casal, e no apresentar melhorias, solues ou mudanas entre o
casal Silvestre.
O neo-realismo a problemtica nas duas aces. As personagens so revistas
em luta com o meio ambiente humano numa lgica de exploraolibertao para a
comunidade da qual retiram informaes e as utilizam, informaes que so: anlise
dos factores histricos e econmicos; a descrio do despertar da conscincia de
classe nas personagens, da sua actuao em funo dessa conscincia e um processo
efabulatrio que integra a dinmica social que, com uma maior complexidade,
encontra na luta de classes a possibilidade de canalizao histrica para um mundo
mais equilibrado.
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Personagens
O casal Silvestre muito conflituoso, Maria dos Prazeres e sua famlia foram
falncia e o seu pai obrigou-a a casar-se com lvaro Silvestre um lavrador
endinheirado, ela como tinha um nvel na sociedade acima dele humilhava-o, elemostrava amor por ela mas ela no sentia nada a no ser desprezo. Ele bebia para
esquecer e porque tambm estava na falncia. Maria dos Prazeres tinha uma
personalidade muito forte, enfrentava o seu marido sem medo.lvaro Silvestre tinha
tambm uma grande personalidade, quando estava mau e bebia e discutiam chovia
com maior densidade, quando Maria dos Prazeres estava calma a chuva parecia
acalmar.
O casal Jacinto e Clara, um par de namorados apaixonados, o oposto do casal
Silvestre, eram seus empregados, Jacinto o cocheiro e Clara a criada da casa.
Namoravam escondidos no palheiro da casa dos patres, tinham esperanas de um
futuro melhor, livres, e queriam enfrentar tudo e todos, at o pai de Clara, o oleiro que
queria casar a sua filha com um lavrador. Clara estava grvida e queriam fugir para
serem felizes, Jacinto era admirado pela patroa Maria dos Prazeres, e sabia que os
patres no se davam bem e que era um casamento por convenincia.
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O tempo
Tempo da Histria:
Pelas cinco horas duma tarde invernosa de Outubro... :assim se inicia ahistria, que se desenrolar ao longo detrs dias, ou seja, desde essa tarde de Quinta-
feira at aoamanhecer do Domingo seguinte.
A partir do Cap. XV - O primeiro alvor da madrugada dajanela do escritrio,
um comeo de luz apenas, ainda porfixar no contorno do mundo.- So narrados
osacontecimentos de Sexta-feira; e a partir do Cap. XXVI O som matinal das
trindades ondeou pela aldeia. Aaco decorre no dia de Sbado e situar-se- nesse
dia atao Domingo Domingo, dia de missa.
TempoP
sicolgico:
A leitura do romance transmite-nos a impresso de umcerto arrastamento que
se explica pelo facto daspersonagens se voltarem constantemente para o passado
eviverem o tempo de uma maneira muito pessoal. Destemodo, so frequentes as
analepses, em que as personagensse refugiam no passado, tentando escapar a um
presenteinsuportvel.
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O Espao
Espao Fsico Exterior:
Geograficamente, a aco situada com alguma preciso. Passa-se emMontouro, freguesia de S. Caetano, concelho de Corgos. Algumas das localidades
referidas no romance, como Montouro, S. Caetano, existem realmente com esses
nomes. Corgos, a vila em que lvaro Silvestre entra logo no primeiro capitulo, , muito
provavelmente Cantanhede.
Todas estas terras se situam na regio de Gndara, (terreno arenoso, pouco
produtivo ou estril; zona litoral no distrito de Coimbra): grave assunto o trouxera
decerto, penando por atalhos gandareses, por aquele tempo desabrido. (Cap. I)
Nos pinhais cerrados, a nvoa era mais branca do que a luz difcil. Pelos
barrancos. () Arrastou-se penosamente, gatinhando na areia. Ao fundo da ravina
ergueu-se. A nvoa de Outono desprendia-se dos pinheiros, aquosa e fina,desvendando (no muito) a paisagem nascente: a extensa massa dervores e a aldeia
(uma geometria confusa de estbulos e casas). (Cap. XV): trata-se de uma paisagem
rida e agreste que se coaduna com a relao conflituosa e agressiva dos protagonistas
da aco principal: lvaro Silvestre e D. Maria dos Prazeres.
Parece at, nalguns passos, que o prprio tempo atmosfrico acentua as
emoes das personagens ou para elas contribui, como acontece quando lvaro
regressa a casa depois de escutar o dilogo entre Clara e Jacinto no palheiro.
O vento e tambm a chuva, com todo o seu significado simblico, acentuam o
dramatismo da obra, surgindo nos momentos de maior tenso e tornando a atmosfera
ainda mais sufocante.
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Espao Fsico Interior:
fundamental nesta obra, a clara oposio que se estabelece entre o quarto de
lvaro Silvestre/D. Maria dos Prazeres e o palheiro onde Clara e Jacinto se encontram.
O quarto era espaoso, carregava-o de mveis para lhe dar algum conforto,mas a moblia de castanho, o lustre macio de madeira, a mesa de pau-santo em
frente da janela, as ramagens densas do papel que forrava as paredes dealto a baixo,
no tinha alcanado a intimidade que sonhara. Tencionava agora mobil-lo de coisas
simples, claras. Comeara pelo tapete novo de cor de cinza. (Cap. XIV)
O quarto de lvaro/D. Maria caracteriza-se pelo desconforto, o frio e, apesar de
todos os mveis que o enchem, a ausncia da intimidade. Envolvia-os o calor do
gado: a vaca, o jumento, duasou trs galinhas. Afundados na palha, cingidos um
aooutro, mal sentiam o frio da madrugada que entrava pelasfendas do soalho. Da meia
obscuridade vinha orespirar sereno dos animais. A vaca tinha-se aquietado eno
tornara a mugir. (...) O ar pesava. Adensara-o arespirao nocturna, deles e dos bichos.Na meia-luzfermentava um cheiro a estrume e madrugada. (Cap. XVI):- o
palheiro, apesar de ser um espao destinado aosanimais, um lugar aconchegante,
cheio de calor, de sonse de cheiros.O frio do quarto em casa dos Silvestres representa
a faltade comunicao, a frustrao amorosa, os conflitos que ocasal vive; a descrio
sensorial do palheiro representa acomunicao, o amor, a fecundidade, a harmonia
quecaracterizava a relao entre Clara e Jacinto.
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Espao Social:
Tanto o fracasso do casamento de lvaro e D. Maria,como a impossibilidade docasamento de Clara e Jacintose justificam por razes de ordem social.
No primeiro caso, a aristocracia arruinada v-se obrigadaa aliar-se burguesiacom dinheiro, e o pai de D. Mariano pode fugir a essa fatalidade: (...) as casas defidalgosna penria amparavam-se a lavradores boais e ricos, aslidos comerciantes,retemperavam o braso no suor daboa burguesia; (...)(Cap.IV)
No segundo caso, o que impediu que Clara e Jacinto secasassem foi o desejo deascenso social do pai darapariga, o moleiro Antnio: Casar a filha com umlavrador.Desde o nascimento de Clara que embalava osonho de sair da pobreza pela mo darapariga: a pobreza,que a maior cegueira. (Cap.XX)
O povo tambm est representado no romance: Camponeses speros como oareeiro que faziamdesabrochar em milho e vinho, crianas sujas, pobres depedir,mulheres envelhecidas. (Cap. XXX)
esta a multido que D. Maria expulsa da porta de suacasa.Influenciado pelo movimento neo-realista, Carlos deOliveira coloca a questo
social na base dos conflitos.
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Espao Psicolgico:
O espao psicolgico manifesta-se em Uma Abelha naChuva atravs domonlogo interior de algumaspersonagens. recorrendo a essa tcnica narrativa queserevelam os conflitos vividos pelos protagonistas na suaconscincia.
Na representao do espao psicolgico das personagens o monlogo interior,assume uma importncia muitogrande. No entanto, h outras ocasies em que acorrentede conscincia representada sem o recurso a esse modode expresso.
Espao da Narrativa:
O romance organiza-se em sequncias narrativas:
1 Cap. I a III Carta2 Cap. IV a VI Viagem de regresso3 Cap. VII a X 1 Sero na casa dos Silvestres4 Cap. XI a XIV A noite de Silvestre5 Cap. XV a XVII Descoberta do romance6 Cap. XVIII a XXVI Planeamento / morte de Jacinto7 Cap. XXVII a XXXI Agitao popular8 Cap. XXXII a XXXIV 2 Sero em casa dosSilvestres9 Cap. XXXV Suicdio de Clara
As sequncias que narram a aco principal estoorganizadas porencadeamento e as sequncias da acosecundria ligam-se s da aco principal pelatcnica deencaixe.
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Ttulo da Obra
Existem ttulos que instituem e criam a dvida,deixando-nos perplexos,longamente cativados indeciso perante o seu figurado e sem dvidamisterioso
significado, no nos fornecendo qualquer pistade orientao.Ora o ttulo Uma Abelha na Chuva, no nos fornecequalquer pista para o
rumo que a histria poder ter.Podemos dizer que a personagem Clara a abelha e que foi apanhada pela
chuva ou melhor pela morte, ao ter acabado por se suicidar.Mas no aparenta que seja esse o rumo dela nem de nenhuma personagem
este ttulo.
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Smbolos e ideologia:
gua:esta evoca globalmente o sentido da agressividade (relacionada com o tema daopresso). Agressividade, porque com a sua presena gera o desconforto das personagens eacentua os seus conflitos. A gua tambm fonte e rio.
Fonte: quando a gua jorra e corre da terra simboliza a evocao de memrias dopassado: quando lvaro Silvestre recorda a sua infncia como refugio; um tempo de bem-estarpor oposio ao desconforto do presente. Para Maria dos Prazeres a fonte tambm aimagem do passado, mas depois torna-se num rio.
Chuva: o sinnimo de agressividade no ambiente social e esta presente nos conflitospessoais e nos momentos mais importantes da aco. Nos momentos de grande desconforto,de grande tenso, a chuva est patente, aumenta a sua densidade consoante e conflito estacentuado.
Poo: do poo se recolhe a agua que a vida, sendo por isso um espao de origem davida. No entanto, Clara atira-se ao poo, acabando por provocar-lhe a morte, como se fosse
castigada pela ousadia de projectar uma outra vida sem o apoio do seu pai.
Abelha: o casal lvaro/D. Maria dos Prazeres so identificados como abelhas cegasobcecadas" (p.170), tal como o so os seus amigos ntimos. Deste modo, encontra-seexplicitamente posto em causa, pela via do simbolismo, o equilbrio de, um estrato dasociedade (o dominante no microcosmos social deste romance) corrompido por fora de umaaliana de interesses inconciliveis, o que explica a amarga concluso do Dr. Neto, de que,tendo ajudado, "anos e anos aquela obra de pintar repintar, a colmeia dos Silvestres " noatendera "a que l dentro o enxame apodrecia" (pp. 77-8). Portanto o smbolo da abelhaserve, numa primeira utilizao, para vincar, pela negativa, o que, de degradado e imperfeitoexiste num determinado nvel social. Clara que juntamente com Jacinto forma um casalequilibrado onde reina a harmonia, tal como na colmeia. O Jacinto tem nome de flor da qual
Clara se alimenta para produzir mel, o filho. O zango o Jacinto que aps a cpula com aabelha morre. No ltimo captulo, a referncia a de que a abelha foi apanhada por umachuva forte, da qual no consegue sair ou abrigar-se pelo que tentou debater-se, mas acaboupor morrer. Tudo estava contra ela, pelo que no se conseguiu defender, era uma luta injusta.Dr. Neto tambm tem todas as qualidades da abelha, para alm de ser ele prprio apicultor.
Mel: evoca a ideia de perfeio e de doura e tambm o da transformao. Ao nvel delvaro e D. Maria, dos Prazeres "todos eles fabricam fel", junto do par Jacinto/Clara que omel (isto , a doura, a perfeio apoiada no tempo) susceptvel de ser encontrado: tanto agravidez de Clara como os projectos de ambos e at o envolvimento espacial em que estesltimos so considerados (c. XVI) apontam para um futuro de optimismo (ou seja, de douraidntica do mel) que o decorrer do tempo social e histrico propiciar.
Estbulo: a comunicao, o amor, a fecundidade, a harmonia que caracterizava arelao entre Clara e Jacinto.
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Concluso
A obra embora seja fcil de ler, com vocabulrio simples, difcil de interpretar.Ao aprofundar-me mais no estudo da mesma, consegui perceber aquela
sociedade e ver que os casamentos forados no levam as filhas a serem mulheres de
verdade, so pessoas frustradas e sem amor-prprio. Nunca conseguiram encontrar afelicidade com um homem que no amam e s sentem desprezo. E quando amamquem os pais no querem sofrem imenso, e acabam como o casal Clara e Jacinto.
Podemos ser todos diferentes, mas se vivemos em sociedade porque noaprendermos com os que nos rodeiam?
Realmente todos ns somos abelhas e a sociedade o enxame, snecessitamos de ficar juntos e lutar em equipa.