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    Administrao das Contas a Receber e dos Estoques

  • Renata Ferreira

    Os investimentos em capital de giro esto concentra-dos basicamente nas disponibilidades, duplicatas a receber e estoques. Os investimentos em duplicatas a receber depen-dem do comportamento das vendas e da formulao de uma poltica de crdito para as vendas a prazo. O crdito fator

    facilitador das vendas, com ele a empresa pode vender muito mais do que se tivesse apenas a modalidade venda vista. Porm, conceder crdito um fator de risco, j que pode

    haver inadimplncia e at perdas com alguns devedores, sem

    contar que vendas a prazo provocam despesas adicionais

    com anlise de crdito e de cobrana. Da, a importncia de

    se aplicar tcnicas adequadas para a gesto do crdito e das

    polticas e cobrana, visto que a cobrana a principal funo

    operacional de contas a receber.

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    aOs estoques tambm costumam absorver um mon-

    tante significativo no total dos investimentos das empre-sas industriais e comerciais. Os estoques provocam custos

    financeiros e despesas operacionais, o que faz com que as

    empresas tenham uma poltica de estoques com rpida rota-o como forma de elevar a rentabilidade e contribuir para a manuteno da liquidez, da a relao entre gesto da produ-o e administrao financeira.

    O objetivo desta unidade apresentar os elementos

    que envolvem a gesto dos valores a receber e dos estoques, destacando os elementos da poltica de crdito, o processo de

    concesso de crdito, a poltica de cobrana, os tipos e os cus-tos dos estoques.

    Administrao de Valores a ReceberNa economia moderna, toda transao comercial

    envolve algum tipo de operao de crdito ou, no mnimo,

    a concesso de um perodo de carncia para o pagamento. O

    departamento Contas a Receber tem como finalidade contro-lar os valores a receber provenientes das vendas a prazo, e

    deve ser organizado para: fornecer informaes sobre o total

    dos valores a receber de clientes; estimar os valores a rece-ber que entraro no caixa da empresa, por perodos de ven-cimento, conhecer o montante das contas j vencidas e os respectivos perodos de atraso, bem como tomar providn-cias para a cobrana e o recebimento dos valores em atra-sos; fornecer informaes sobre os clientes que pagam em dia; fornecer informaes para a elaborao do fluxo de caixa

    (ROSS et al, 2008).Cria-se uma conta a receber quando h concesso de cr-

    dito e a administrao destes valores a receber de responsabi-lidade do gestor financeiro, especialmente, porque a concesso

    de crdito deve ser suportada pela existncia de recursos para

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    financi-la, pois interfere no equilbrio econmico-financeiro

    da empresa. Assim, quanto maior o volume de vendas a cr-dito maior ser a necessidade de capital de giro para financiar

    este ativo e o custo desse financiamento deve ser agregado ao

    custo dos produtos. (LEMES JR. et al, 2010)Tambm importante que haja integrao com a rea

    de Marketing, j que a poltica de crdito compreende diretri-zes e procedimentos de seleo de clientes, cobranas e des-contos, constituindo importante elemento para a consecuo dos objetivos de venda atuando como instrumento de atrao de procura para o que a empresa oferece no mercado.

    Parece lgico, mas a postura do administrador muito

    importante para o gerenciamento e o controle das Contas a Receber. Se o devedor estiver ciente de que o credor espera receber e que tomar aes efetivas caso isso no acontea, mais provavelmente ele o pagar. Tratando as Contas a

    Receber com seriedade, os clientes faro o mesmo. Todavia,

    se o credor trat-las sem a devida importncia permitir que

    os seus clientes sempre levem vantagem.

    Poltica de CrditoA poltica de crdito fixa os parmetros da empresa

    em termos de vendas a prazo, ou seja, fornece os parmetros

    que determinam se deve ser ou no concedido crdito a um

    cliente e, em caso afirmativo, qual o valor do limite de crdito

    a ser atribudo.

    Uma poltica de crdito define a forma pela qual a

    empresa vai conduzir as suas operaes, se de uma forma

    conservadora ou agressiva. Por exemplo, se o objetivo da empresa aumentar o volume de vendas, por exemplo,

    dever ela adaptar uma poltica de crdito mais flexvel,

    porm, esta postura trar um risco maior exigir um moni-toramento mais preciso. J se a empresa quiser reduzir o

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    avolume de duplicatas a receber e tambm de estoques, ela

    poder trabalhar com uma poltica de crdito mais rgida,

    na qual ela assumir um nvel de risco menor, o que prova-velmente resultar em menores despesas com cobrana, mas tambm em um menor volume de vendas.

    Uma poltica de crdito envolve basicamente o estudo

    dos seguintes elementos:

    Poltica mais

    flexvel

    Poltica mais

    rgida

    Menosduplicatase estoque

    Maisvendas

    Maisriscos

    Menosriscos e vendas

    = =

    = =

    Poltica de

    crdito

    Padres de crdito

    Prazo deconcesso

    Desconto por

    antecipao

    Polticas de cobrana

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    Padres de CrditoOs padres de crdito estabelecem as condies mni-

    mas que o pretendente deve possuir para receber crdito da

    empresa. Segundo Lemes Jr. et al (2010), os padres de crdito influenciam as seguintes variveis:

    O estabelecimento desses padres envolve geralmente

    o agrupamento dos clientes em diversas categorias de risco, as quais visam mensurar o custo das perdas associadas s vendas realizadas a um ou mais clientes de categorias semelhantes.

    Prazos de concesso de crditoO prazo de concesso de crdito o perodo de tempo

    concedido ao cliente para efetuar o pagamento do compro-misso assumido. um fator relevante tanto para quem plei-teia o crdito, visto que quanto maior o prazo obtido, menor o

    seu ciclo de caixa, quanto para quem concede o crdito, j que

    quanto maior o prazo concedido, maior o ciclo de caixa e maior

    a necessidade de aporte de recursos no Ativo Circulante.Geralmente, os prazos so definidos nas polticas de cr-

    dito, no entanto, como prazo um componente negocial, pode

    ser analisado de acordo com as necessidades de cada cliente. O

    estabelecimento de prazos est relacionado com os costumes

    da sociedade, natureza do produto vendido, nvel de atividade

    econmica, caractersticas do mercado comprador, concorrn-cia, condies negociais, capacidade da empresa em sustentar capital de giro adicional, entre outros. Gitmam (2010) coloca

    Vendas Condies mnimas muito exigentes dificultam a realizao das vendas

    Valores a receber

    Padres de crdito que facilitam a realizao das vendas so indicativos de aumento na necessidade de recursos para financiamento de valores a receber.

    Risco Padres de crdito menos exigentes aumentam os riscos de perdas pelo no recebimento.

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    aque os prazos regulares de crdito de uma empresa devem

    assemelhar-se aos do setor, mas os prazos concedidos a um

    cliente especfico devem refletir o risco do cliente.

    O prazo para pagamento influi tambm na determina-o do preo vista. H casos em que a empresa no esta-belece diferena entre o preo vista ou a prazo, induzindo

    o comprador a adquirir o produto a prazo, pois no recebe

    recompensa pela compra vista. Vale lembrar que compras com carto de crdito so consideradas vendas a prazo, mas

    no Brasil, a legislao exige que sejam praticados preos iguais para a modalidade vista e no carto de crdito.

    Descontos por antecipao de pagamento Inadimplncia o no cumprimento, no todo em parte, de

    uma obrigao, objeto de clusula contratual, em determi-nado prazo, ficando o inadimplente, alm de permanecer em dbito, sujeito ao pagamento de juros de mora, multa contratual e outros encargos. J a insolvncia a situao de uma pessoa ou uma empresa que, por falta de disponibili-dade financeira, no pode fazer face s suas dvidas.O Sebrae (www.sebrae.com.br) aponta que existem vrios fatores que contribuem para a inadimplncia. Tais como: Comprar alm da capacidade (A maioria dos devedores assume compromissos de pagamentos mensais alm da sua capacidade financeira e, nesses casos, recebe quem cobrar primeiro e insistir na negociao. Comprar no basta, pre-ciso adquirir sempre cada vez mais para no correr o risco de ficar por fora! Este o princpio que prevalece na mente de muitos consumistas, mesmo aqueles que no se consi-deram, porm exercem as prticas de compra no se dando conta do rombo mensal); Concesso de crdito sem crit-rios (As prprias empresas contribuem com a elevao da inadimplncia, por no adotarem medidas e critrios na hora de vender a prazo); Falta de estabilidade econmica O desemprego uma das principais causas que leva a pessoa a no pagar seus dbitos e em termos empresariais, a retrao da economia e a instabilidade pode afetar as ven-das das empresas e, consequentemente, o fluxo de caixa.

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    Da mesma forma que o prazo de concesso de crdito,

    o desconto constituiu um instrumento de poltica de crdito

    da empresa. O desconto financeiro pode ser definido como

    um abatimento no preo de venda efetuado quando os paga-mentos das compras realizadas forem feitos vista ou a pra-zos bem curtos.

    Normalmente, a incluso de um desconto tem por objetivo acelerar os recebimentos sem exercer presso sobre os clientes, j que funciona como um incentivo para os clien-tes pagarem mais depressa. Ao acelerar os recebimentos, o desconto reduz o investimento em contas a receber e, conse-quentemente, o prazo mdio de cobrana, tende a reduzir o

    risco e as perdas, e tambm reduz o lucro por unidade ven-dida, mas pode atrair novos clientes interessados em adquirir o produto a um preo inferior. Cabe ao gestor financeiro ana-lisar os custos e os benefcios de uma poltica de descontos

    para a empresa para determinar se essa iniciativa rentvel.

    Polticas de CobranaA Cobrana pode ser definida como sendo o ato de

    recebimento das contas a receber da empresa. A poltica de

    cobrana, por sua vez, representa os procedimentos adotados

    para receber os crditos concedidos aos clientes, na data do

    vencimento. Ou seja, a poltica de cobrana existe para que as

    vendas j efetuadas transformem-se em recebimentos. Esses procedimentos, cuja avaliao realizada pela observao

    dos inadimplentes ou incobrveis, normalmente resultam das polticas de crdito adotadas pela empresa (GITMAN,

    2010). Lemes Jr. et al (2010) colocam que cobrar to impor-tante quanto vender, pois o ciclo operacional s se completa quando o valor da venda recebido.

    A eficincia da poltica de cobrana da empresa

    pode ser avaliada parcialmente, observando-se o nvel dos

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    ainadimplentes ou incobrveis. Esse nvel depende no s

    da poltica de cobrana, mas tambm da poltica em que se

    baseou a concesso de crdito.

    A adoo de medidas mais rgidas de cobrana pode

    refletir-se sobre a venda, mediante uma retrao por parte

    dos consumidores e, polticas mais dilatadas tendem a gerar

    um aumento no custo de inadimplncia e um agravamento das perdas inflacionrias.

    Modelo de anlise e concesso de crdito: os 5 CsA poltica de crdito de uma empresa envolve o levan-

    tamento de informaes sobre o cliente. Em administrao financeira estas informaes referem-se s diretrizes tradi-cionais e subjetivas conhecidas como os Cs do crdito.

    CarterO carter refere-se ao comportamento do cliente no

    cumprimento das obrigaes assumidas por ele. Ross et

    Carter

    Condies

    Colateral

    Capacidade

    Capital

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    al (2008) afirmam que a experincia do banco ou de uma empresa que esteja concedendo crdito, em termos de conhe-cimento de seu cliente, bem como informaes obtidas junto a outros bancos e/ou fornecedores, se traduz em um eficiente

    instrumento de conhecimento da pontualidade do devedor no cumprimento de suas obrigaes.

    Assim, importante considerar, em qualquer processo

    de crdito, os dados relativos ao passado de uma pessoa ou

    empresa, como subsdios tomada de deciso, pois os hbi-tos de um devedor no passado podem revelar o seu carter no momento presente. Por exemplo, a existncia de ttulos pro-testados pode ser evidncia de que o cliente passou ou passa por dificuldades financeiras, fato que interfere na concesso

    do crdito.

    CapacidadeA capacidade est relacionada habilidade adminis-

    trativa e competncia empresarial dos dirigentes de uma empresa e potencial de produo ou de comercializao dessa

    empresa. Ross et al (2008) apontam que a capacidade de uma pessoa apesar de revestir-se de uma certa subjetividade, tor-nando difcil medi-la, pode ser conhecida atravs de uma

    anlise de seu currculo; ao passo que a capacidade fsica de

    uma empresa pode ser conhecida atravs de uma visita s

    suas instalaes, conhecendo seus mtodos de trabalho e o

    grau de tecnologia utilizado. Lemes Jr. et al (2010) descre-vem que o item capacidade deve considerar se os ganhos ou o desempenho operacional e financeiro do cliente permitiro

    a gerao de recursos para efetuar o pagamento do compro-misso pretendido. Para as empresas, a anlise dos demons-trativos financeiros pode ajudar, visto que permite verificar a

    liquidez, rentabilidade e endividamento.

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    aCapitalO capital se refere situao econmico-financeira da

    empresa, no qual diz respeito aos bens e recursos possudos

    pela mesma para saldar seus dbitos. Preocupa-se com o com-prometimento do patrimnio lquido com valores exigveis da

    empresa o os respectivos ndices de lucratividade. Portanto, o

    C de capital medido atravs da anlise dos ndices finan-ceiros (rentabilidade, atividade, endividamento e liquidez),

    tendo, evidentemente, um significado muito mais amplo que

    aquele que dado conta de capital na contabilidade.

    ColateralO colateral refere-se capacidade do cliente em ofere-

    cer garantias que se constituem em uma segurana adicional que, na sua falta, pode inviabilizar uma concesso de crdito.

    CondiesAvalia o grau de exposio aos possveis efeitos de

    ocorrncias externas sobre a capacidade do cliente para pagar suas dvidas como, por exemplo, influncias de variao no

    nvel de atividade econmica, agressividade da concorrncia,

    entre outros.

    Processo de Concesso de CrditoO processo de concesso de crdito passa por trs fases:

    Cadastro Ficha cadastral

    Documentao

    Confirmao das informaes

    Atualizao cadastral

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    Crdito Anlise das informaes

    Classificao do crdito

    Limite de crdito

    Garantias

    Cobrana Procedimentos de cobrana

    Mecanismos de cobrana

    Monitoramento

    CadastroO processo de concesso de crdito inicia-se com o pre-

    enchimento da ficha cadastral, que deve possuir dados com-pletos e atualizados do cliente, seja ele pessoa fsica ou jurdica.

    A ficha cadastral deve estar estruturada e conter infor-maes essenciais, de tal forma que permita uma deciso rpida e segura sobre a concesso do crdito. O nvel de pro-fundidade das informaes a serem utilizadas est relacio-nado com o limite de crdito pretendido, ou seja, quanto

    maior o limite de crdito pretendido, maior ser a exigncia e

    aprofundamento das informaes.No existe um modelo nico de ficha cadastral, cada

    empresa a sua ficha especfica, entretanto, algumas informa-es so fundamentais.

    DicaO SEBRAE fornece algumas dicas sobre a elaborao de uma ficha cadastral: Evite montar uma Ficha Cadastral muito longa e complicada, que contenha dados que voc no vai utilizar na anlise do crdito e que tome muito tempo seu e do cliente para preench-la.Mais informaes em www.sebrae.com.br

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    aTodos os dados registrados na ficha cadastral devem

    ser conferidos com base nos documentos apresentados pelo cliente. As informaes e/ou documentos mais utilizados e

    fornecidos pelos clientes so:

    Pessoas Jurdicas: Documentao legal da pessoa jurdica como esta-tuto, ou contrato social, acionistas majoritrios, pro-prietrios, vnculos com outras empresas, eleio de

    pessoas autorizadas a assinar pela pessoa jurdica,

    poderes de quem assina, documentao legal de bens, documentao que confirme o registro da empresa

    (CNPJ, Inscrio Estadual etc.).

    Demonstraes Financeiras dos ltimos perodos

    (geralmente trs anos). De preferncia com parecer de auditor independente, visando elaborao de anlise financeira e, com ela, a definio do limite de crdito.

    Referncias comerciais e financeiras como a indi-cao dos principais clientes e fornecedores, alm de

    referncias bancrias.

    Pessoas Fsicas: Documentos pessoais como RG, CPF, Carteira de Trabalho, comprovante de residncia, comprovante de

    renda, comprovante de propriedade de bens e se esto onerados ou no.

    Referncias comerciais e bancrias.

    A partir das informaes fornecidas, os analistas de crdito da empresa devem verificar sua veracidade, ou seja,

    inicia-se o processo de Confirmao das informaes. Essa

    etapa importante, pois o tomador de crdito sempre tende

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    a demonstrar uma situao melhor do que a real, por isso a checagem das informaes tem que ser rigorosa. Esta che-cagem feita geralmente atravs de consultas como (LEMES

    JR., 2010):

    Cadastro prprio, no caso de no ser cliente novo;

    Para clientes novos e antigos, esto disponveis e

    so utilizadas agncias ou empresas especializadas em

    confirmar informaes de pessoas fsicas e jurdicas,

    e tambm informar sobre seu comportamento finan-ceiro. Entre as agncias mais conhecidas, destacam-se:

    Servio de Proteo ao Crdito SPC das

    Associaes Comerciais.

    SCI/Equifax (Segurana ao Crdito das

    Informaes) www.sci.com.br.

    SERASA www.serasa.com.

    Dun & Bradstreet www.dnb.com.

    Cmaras de Dirigentes Lojistas (CDL).

    Bancos com os quais a empresa opera.

    Outras fontes de informaes apresentadas pelo

    cliente.

    As restries cadastrais devem ser bem analisadas, determinando sua relevncia dentro do processo de conces-so de crdito (anlise caso a caso) e confrontadas com as

    informaes positivas do cliente. importante observar se as restries so recentes, valores, se h tendncia de cres-cimento etc. Muitas vezes a empresa erra ao no aprovar o

    crdito para o cliente, cujo cadastro possui dados positivos e

    pouqussimas restries.

    Em razo de mudanas que ocorrem ao longo do tempo

    na situao financeira e no patrimnio das pessoas e empre-sas, no basta fazer o cadastro do cliente uma nica vez.

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    a necessrio realizar atualizaes peridicas, para man-

    ter, aumentar ou reduzir o crdito do cliente. Recomenda-se

    atualizar o cadastro dos clientes uma vez por ano ou em

    eventual reviso do limite de crdito. Alm disso, a empresa

    deve manter o cadastro ou o histrico de seus clientes para facilitar seu relacionamento e, ao mesmo tempo, reduzir per-das com vendas a prazo.

    CrditoA partir da confirmao das informaes sobre o

    cliente, a empresa dispe dos elementos necessrios para ela-borar a anlise das informaes, que preferencialmente ser realizada com o auxlio de programas de processamento de

    dados especficos para essa funo. Lemes Jr. et al (2010) colo-cam que a abrangncia desta anlise deve destacar indica-tivos que facilitaro a deciso sobre a concesso do crdito

    pretendido. Esta anlise deve ser feita de forma gil (o cliente deseja ser atendido com rapidez), eficiente (da o uso de tc-nicas ou indicadores importantes), de modo a no constran-ger o cliente.

    Algumas informaes importantes que podem ser colhidas a respeito dos clientes e suas respectivas anlises so (LEMES JR. et al, 2010 e RENDE, 2007):

    Pessoas fsicas: Nvel de renda: mostra a capacidade de pagamento;

    Outras rendas: mostra a possibilidade de ampliao

    da capacidade de pagamento;

    Bens e imveis: situao patrimonial;

    Nvel de comprometimento dos ganhos do cliente

    quando adicionado o crdito pretendido (exposio ao

    risco);

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    Tempo de servio: mostra estabilidade profissional;

    Referncias comerciais e financeiras: conceito no

    mercado;

    Consultas cadastrais: restries cadastrais; e

    Possibilidade de garantidor da operao (fiador)

    caso o pretendente ao crdito no se enquadre nos

    nveis de exposio ao risco de crdito estabelecido.

    Pessoas Jurdicas: Comparao entre o perodo mdio de pagamento e

    o prazo mdio de cobrana do cliente, que deve indicar

    a sincronizao entre os fluxos de entrada e de sada

    de caixa;

    Anlise temporal e setorial dos ndices financei-ros da empresa, visando conhecer a evoluo favorvel (ou desfavorvel) dos indicadores de endividamento, liquidez, rentabilidade, entre outros. Tambm poss-vel conhecer a posio da empresa perante seu setor de atividade;

    O volume e frequncia dos negcios para se conhe-cer o nvel de atividade da empresa;

    Organizao, experincia no ramo. Algumas infor-maes no so obtidas formalmente, mas por meio de contatos estabelecidos com a empresa, seus gerentes, pessoal da rea de compras, at mesmo as instalaes

    fsicas so um bom indicador sobre a qualidade e orga-nizao da empresa como um todo; e

    Anlise dos dados conseguidos com as agncias especializadas.

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    aA prxima etapa, chamada de classificao do crdito,

    um procedimento que, por meio de pontuao, determina o

    potencial financeiro de um solicitante de crdito, a partir da

    mdia ponderada dos pontos relativos a algumas caractersti-cas financeiras e creditcias de cada cliente. A empresa deter-mina os itens relevantes para analisar a situao do cliente e estabelece a pontuao referente aos itens, aos quais atribui pesos considerando sua importncia relativa.

    Definida a estrutura da tabela de classificao de cr-dito, a empresa estabelece limites mnimos de classificao

    ou faixas de classificao com condies especficas para cada

    faixa de crdito, nas quais estabelecer exigncias negociais e

    de garantias para a concesso de crdito. Esse processo cha-mado de Credit scoring (escores de crdito).

    A seguir temos um exemplo de Tabela de Classificao

    de Crdito para pessoas fsicas:

    Caractersticaspeso

    fixado (a)

    Pontos atribu-dos (b)

    Pontuao pontuada (c=axb)

    Fonte de renda 0,25 80 20

    Residncia prpria 0,10 100 10

    Comprometimento do ganho 0,15 70 10,5

    Tempo de residncia 0,10 70 7

    Tempo de emprego 0,10 60 6

    Tempo de cliente 0,15 80 12

    Informaes creditciais 0,15 90 13,5

    Total 1,00 79

    Pontuao Montante de crdito a ser concedido100 Limite mximoDe 75 a 99 75% do limite mximoDe 50 a 74 50% do limite mximoDe 25 a 49 25% do limite mximoMenos de 25 No concede crdito

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    No exemplo, o cliente atingiu pontuao de 79, situa-o enquadrada como conceder 75% do limite mximo, o que indica que deve ser concedido um limite de crdito e prazos

    mnimos para incio das transaes. O cliente deve ser moni-torado para reviso de seus padres.

    A informao ao cliente sobre o crdito deve ser for-mal. Na impossibilidade de concesso do crdito nas condi-es normais, deve ser aberta a possibilidade de reforo de garantias (como a utilizao de avalistas, por exemplo).

    Aps a classificao do crdito, importante estabe-lecer o limite de crdito. O limite de crdito corresponde ao

    valor mximo que a empresa est disposta a financiar e a cor-rer risco com o cliente. Qualquer solicitao de compra que

    ultrapasse esse limite dever ser recusada ou examinada por instncia superior da empresa.

    Segundo Rende (2007) para calcular o valor do limite de crdito do cliente, pode ser usada uma das alternativas a seguir:

    Limite de crdito mltiplo da renda comprovada do

    cliente.

    Limite de crdito baseado na mdia histrica de

    compra do cliente.

    Limite de crdito calculado com base em percentual

    da renda do cliente e no prazo mximo de financia-mento da empresa (para tanto preciso determinar o

    valor mximo das prestaes que o cliente pode assu-mir, com base no percentual mximo de comprometi-mento de sua renda com o pagamento das prestaes - 30%, por exemplo - e o nmero mximo de presta-es do plano de financiamento. O limite de crdito

    obtido multiplicando-se o valor mximo da prestao pelo nmero de prestaes possveis).

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    aGarantiasO mecanismo utilizado para reduzir o risco nas ven-

    das a crdito a exigncia de garantias. Segundo Lemes Jr.

    et al (2010), as garantias representam o comprometimento de outras pessoas, fsicas e jurdicas, pela dvida assumida ou

    a definio de bens, que podem ser mveis ou imveis, que

    respondero pela dvida caso o devedor no consiga pag-la.

    A obteno de garantias tem como objetivo aumentar a segurana da venda a prazo, porm no configura, por si s, a

    certeza do recebimento. Portanto, o crdito no deve ser con-cedido com base apenas na garantia oferecida, e sim na capa-cidade do cliente em liquidar o dbito na data estabelecida.

    Dispensa de garantias se aplica quando no existirem dvidas de que o cliente pagar as parcelas do credirio no vencimento. Para se chegar a essa concluso, devem-se consi-derar os seguintes aspectos, entre outros:

    Experincia de crdito com a empresa

    Capacidade de pagamento

    Situao patrimonial

    Tradio do cliente no mercado

    Caso seja indicada a exigncia de garantias para a venda a prazo, o passo seguinte ser definir o tipo de garantia

    a ser solicitada. As garantias esto classificadas em garantias

    pessoais, tambm chamadas de fidejussrias, e as denomina-das garantias reais.

    Garantias Pessoais Aval a garantia pessoal do pagamento de um ttulo

    de crdito. uma obrigao assumida por algum a

    fim de garantir o pagamento de uma compra realizada

    por outro. Por ser uma garantia exclusiva de transa-o comercial, o aval somente pode ser dado em ttulos

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    de crdito, no sendo vlido em contratos. Vencido o

    ttulo, o credor pode cobrar tanto do devedor como

    do avalista. Este responde apenas pelo valor expresso no ttulo, no podendo ser cobrado dele os encargos

    financeiros por atraso no pagamento. O garantidor

    responde pelo aval com todos os seus bens, exceto os denominados bens de famlia. O avalista que pagar o

    ttulo adquire o direito de cobr-lo do devedor ou dos

    demais avalistas, podendo utilizar medidas judiciais

    para fazer valer o seu direito de ressarcimento, por ter

    arcado sozinho com a quitao da dvida.

    Fiana a outra forma de garantia pessoal comu-mente utilizada, s que se aplica em dvidas formali-zadas em contrato. O fiador, que pode ser pessoa fsica

    ou jurdica, presta garantia de cumprimento da obri-gao assumida pelo comprador caso ele no o faa. O

    fiador responde pela dvida principal e pelos encargos

    financeiros pelo atraso. Para que essa garantia seja efe-tiva, o fiador precisa ter bens disponveis, que possam

    garantir a dvida.

    Garantias Reais A alienao fiduciria o tipo de garantia feita por

    meio de instrumento pblico ou particular arquivado no Registro de Ttulos e Documentos ou no Cartrio

    de Registro de Imveis, na qual o devedor detm posse

    e utilizao dos bens mveis oferecidos em garantia,

    mas a propriedade do credor. O devedor ser o res-ponsvel pela preservao e manuteno dos bens alie-nados e por danos sofridos pelos bens. Pela facilidade de execuo, a alienao fiduciria tida como uma

    das formas mais seguras de garantia, pois permite a ao de busca e apreenso do bem.

  • 232

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    a A hipoteca representa o tipo de garantia no qual, por instrumento pblico, so utilizados bens im-veis, veculos, aeronaves e embarcaes para garantir

    dvida contrada pelo devedor. preciso considerar

    que os denominados bens de famlia no podem ser

    objetos de hipoteca porque esto protegidos por lei.

    O penhor consiste no estabelecimento de quanti-dade suficiente de mercadorias, mquinas, equipa-mentos ou ttulos de crdito oferecidos para garantir

    a divida. Se o que for penhorado ficar na propriedade

    de devedor, este deve ser designado como fiel deposi-trio do que for penhorado e ficar responsvel pela

    sua guarda.

    CobranasA terceira fase a cobrana. A poltica de cobrana visa

    fazer com que os recebimentos ocorram nas datas de venci-mento e estejam prontamente disposio da administra-o de caixa da empresa. Essa poltica deve estabelecer desde

    mecanismos de como o dbito ser cobrado at os procedi-mentos nos casos de atrasos e inadimplncia.

    Mesmo tomando todas as precaues, fazendo um

    cadastro completo dos clientes e adotando uma poltica de

    crdito adequada para as vendas a prazo, alguns clientes aca-bam atrasando o pagamento de suas prestaes. Para comba-ter a inadimplncia, to logo ela ocorra, o principal remdio

    agir com rapidez. Ou seja, iniciar prontamente o processo

    de cobrana, para receber os recursos financeiros em atraso, a

    fim de preservar a sade financeira da empresa.

    Diferentes procedimentos de cobrana costumam ser empregados pelas empresas. Se uma conta no for paga na data de vencimento, com a passagem do tempo os esforos

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    de cobranas tornam-se mais pessoais e rigorosos. Ross et al (2008) descrevem os procedimentos mais utilizados no caso

    de clientes em atraso:

    Avisos de Cobrana: dias aps o vencimento de uma duplicata, a empresa normalmente envia uma carta ou e-mail corts, lembrando o cliente de sua obri-gao. Se a dvida permanecer em aberto por mais

    alguns dias, a empresa envia outra carta ou e-mail, agora com texto mais duro, informando que o ttulo

    est sendo enviado para o departamento jurdico e/ou

    que o nome do cliente ser includo na lista de devedo-res das agncias especializadas.

    Telefonemas: se as cartas no surtirem efeito, pode--se ligar para o cliente e insistir que o pagamento seja efetuado ou ainda propor uma negociao para o par-celamento da dvida.

    Visitas pessoais: essa tcnica mais comum com relao ao crdito ao consumidor; entretanto, pode ser

    empregada por fornecedores industriais. Enviar um vendedor ou um cobrador ao cliente pode ser um pro-cedimento eficiente de cobrana. O pagamento ou a

    negociao da dvida pode ocorrer no ato da visita.

    Agncias de cobrana: uma empresa pode transfe-rir as duplicatas incobrveis a uma agncia de cobrana para receber seus crditos.

    Protesto judicial: uma medida mais extrema, uma alternativa ao uso de uma agncia de cobrana.

    As polticas de cobrana tambm podem definir as

    taxas de desconto por pagamento antecipado ou no ven-cimento da obrigao. As multas, taxas de juros, correo monetria, quando permitidas pela legislao, tambm so

    componentes importantes da poltica de cobrana.

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    aAs consequncias das polticas de cobrana traduzem

    resultados diretos nos valores aplicados em contas a receber, diminuindo-os ou aumentando-os de acordo com maior ou menor presso de cobrana. Polticas eficazes tendem a redu-zir as perdas com devedores incobrveis, pois sabido que

    maus pagadores esto mais expostos a cobradores mais exi-gentes (LEMES JR. et al, 2010).

    A eficincia da poltica de cobrana pode ser avaliada

    parcialmente, observando-se o nvel de inadimplncia ou

    dos dbitos incobrveis. Cabe ressaltar que este nvel no

    depende apenas da poltica de cobrana, mas da poltica em

    que se baseou a concesso do crdito.

    Os custos de cobrana devem ser analisados em ter-mos de custo-benefcio. Algumas empresas vo at o final de

    uma ao para cobrar uma divida de valor pequeno com o objetivo de mostrar aos clientes sua postura rgida em relao

    cobrana. A eficincia e o custo dos diversos procedimen-tos de cobrana so fatores a serem considerados na deciso sobre os mecanismos de cobrana.

    Lemes Jr. et al (2010) destacam os mecanismos mais usados:

    1 | Via Bancria: atravs da rede bancria que ocorre o maior volume de cobranas formais da economia. preciso escolher o banco e negociar as tarifas e proce-dimentos para que os servios prestados ocorram den-tro das expectativas da empresa, atingindo a eficincia

    e o baixo custo operacional. Dentro da cobrana banc-ria algumas modalidades como:

    Cobrana simples: o banco atua como simples pres-tador de servios de cobrana. Recebe o border, que

    um formulrio onde constam todas as informaes da empresa e dos ttulos colocados em cobrana, e lana

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    o dbito pelo servio de cobrana. Recebido o paga-mento, o banco efetua o crdito na conta da empresa.

    A emisso dos boletos pode ser feita pelo banco ou pela empresa, at o vencimento o boleto pode ser pago

    em qualquer agncia bancria ou pela internet, porm,

    aps o vencimento o pagamento s pode ser feito nas agncias do banco que emitiu o boleto. As aes de cobrana, caso o cliente no pague, ficam sob a respon-sabilidade da empresa emitente do ttulo.

    Cauo de ttulos: os procedimentos so os mes-mos da cobrana simples; a diferena que os ttulos

    e o produto da cobrana representam garantia para emprstimos obtidos pela empresa emitente junto

    instituio bancria.

    Desconto dos ttulos: a empresa realiza operao de

    captao de recursos junto ao banco e vincula o rece-bimento dos ttulos descontados para liquidao do

    emprstimo. Embora os ttulos atuem como garantido-res da operao de captao de recursos, o banco no detm sua propriedade. No vencimento, caso o deve-dor no pague, o valor do ttulo debitado na conta da

    empresa emitente. Neste caso, o banco acaba, de forma indireta, ajudando a empresa na escolha dos ttulos a

    serem descontados, pois s aceita e desconta os ttulos

    que considera que oferecem um menor risco.

    2 | Via Carteira: o mecanismo que tem os menores custos e maior flexibilidade, mas sua eficincia discu-tvel. Os ttulos ficam depositados na rea de cobrana

    da empresa e so acionados nas respectivas datas de vencimento, geralmente por cobradores da empresa. Muitas instituies do poder pblico somente efetuam

    pagamentos em carteira.

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    aOs controles devem ser muito rgidos, especial-mente no registro dos ttulos emitidos e seus paga-mentos. Algumas atividades comerciais preferem o uso da cobrana em carteira, por emisso de carns de cobrana; dessa forma procuram fazer com que

    os clientes retornem loja para efetuar pagamentos, abrindo oportunidades para a realizao de novas ven-das. uma forma de trazer o cliente empresa. Porm,

    a popularizao dos cartes de crdito tende a dimi-nuir essa forma de concesso de crdito e cobrana.

    3 | Via Representante: trata-se de uma modalidade via carteira, porm, a cobrana realizada atravs de

    representantes ou empresas especializadas (por exem-plo, contact centers).

    A ltima questo a ser considerada por uma empresa em sua gesto de contas a receber o monitoramento de cr-dito. Segundo Gitman (2010), trata-se de uma reviso cont-nua das contas a receber para verificar se os clientes esto

    pagando de acordo com os prazos de crdito estabelecidos. Se

    no estiverem saldando suas contas em dia, o monitoramento alertar a empresa para a existncia do problema. Pagamentos lentos acarretam custos, porque ampliam o prazo mdio de

    recebimento e, com isso, aumentam o investimento em con-tas a receber.

    As tcnicas mais usadas para monitoramento das con-tas a receber so:

    Aging de valores a receberO aging uma medida de estudo cronolgico dos valo-

    res a receber (ou a pagar) mantidos por uma empresa. Essa uma tcnica usada para avaliar as polticas de crdito e

    cobrana, pois indica as propores de saldos de duplicatas

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    a receber, relativamente a perodos especficos de tempo. Na

    media em que esta tcnica destaca possveis irregularidades,

    os analistas podem determinar as causas de problemas na poltica de crdito e/ou cobrana.

    A elaborao de um cronograma de vencimentos exige que as duplicatas sejam subdivididas em grupos, de acordo com a data de vencimento. Por exemplo:

    O exemplo mostra que 71,4% das duplicatas emitidas

    esto na condio a vencer, sendo que 57,1% vencero no pr-ximo ms (at 30 dias) e 14,3% vencero daqui a dois meses.

    Alm disso, 26,6% das duplicatas emitidas esto vencidas,

    sendo que 12,9% esto vencidas h mais de 30 dias.Esses nmeros assumem maior representatividade

    quando tratados por meio de sries temporais, refletindo a

    evoluo das faixas de vencimentos da empresa e, de modo simplificado, a eficincia da cobrana, ao comparar as faixas

    de vencidos.Assaf Neto (2010) coloca que para maior representativi-

    dade na anlise do aging, os diversos valores a receber devem ser apurados em moeda representativa de mesmo poder de compra. Assim, as duplicatas a vencer devem ser deflaciona-das para a data atual da anlise, a partir de uma taxa de infla-o prevista para o perodo, corrigindo-se, por outro lado,

    para a mesma data, os valores a receber j vencidos.

    Descrio Valor %Ttulo a vencer at 30 dias 200.000 57,1%Ttulo a vencer de 30 a 60 dias 50.000 14,3%Total de duplicatas a vencer 250.000 71,4%Ttulos vencido (at 30 dias de atraso) 55.000 15,7%Ttulos vencido (de 31 a 60 dias de atraso) 45.000 12,9%Total de duplicatas vencidas 100.000 28,6%Total geral da carteira 350.000 100%

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    aDias de Vendas a Receber (DVR) ou Perodo mdio

    de cobranaO DVR uma medida de controle que permite, pela

    relao entre os valores a receber e as vendas mdias di-rias, apurar o nmero mdio de dias necessrio para realizar

    financeiramente as vendas a prazo, ou seja:

    Por exemplo, se as vendas anuais de uma empresa atin-giram R$ 750.000 e as duplicatas a receber registradas pela

    contabilidade totalizaram R$ 120.000 no final do mesmo per-odo, temos que:

    O resultado ndica que, em mdia, 58 dias das vendas

    realizadas no ltimo exerccio ainda no foram recebidas, ou

    seja, encontram-se inseridas no contas a receber da empresa 58 dias das vendas anuais da empresa.

    Segundo Assaf Neto (2010), de forma idntica ao estudo do aging, importante que em contexto inflacionrios os valo-res de clculo do DVR estejam em moeda de mesmo poder de compra. Assim, os valores a receber devero ser deflacio-nados (para as contas a vencer) ou corrigidos (para as contas vencidas) para o final do perodo, e as vendas devem tambm

    ser corrigidas para a mesma data. Ou, pelo menos, deve-se

    comparar o saldo a receber com as vendas corrigidas.O DVR tambm usado como medida aproximada

    para o clculo do investimento em contas a receber. Por exemplo, considerando os dados do exemplo anterior e se a empresa possui uma relao entre custos e despesas totais/vendas totais igual a 90% (a margem de lucro neste caso

    DVR ou prazo mdio de cobrana = valores a receber no final de um perodo

    vendas mdias dirias do perodo

    DVR = 120.000 = 0,16 ano x 360 = 57,60 58 dias 750.000

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    de 10%), o montante do investimento necessrio em valores a receber, considerando que das vendas totais, 80% so a prazo:

    Investimento mdio em valores a receber = vendas a

    prazo mdias por dia x DVR Investimento mdio em valores

    a receber = 1.666,67 x 58 diasInvestimento mdio em valores a receber = R$ 96.666,86

    Vale ressaltar que alteraes no DVR influenciam no

    investimento em contas a receber. Se o DVR cair, o investi-mento mdio em valores a receber tambm sofre redues,

    exercendo menor presso sobre o fluxo de caixa da empresa.

    O DVR tambm permite calcular o giro dos valores a

    receber:

    Conceder crdito representa custos para a empresa.

    Esses custos relacionam-se ao maior volume de recursos aportados em valores a receber e a possibilidade de aumento nas perdas com devedores duvidosos (PDD).

    A expanso do crdito em valores e em prazo implica

    aumento de recursos aplicados em capital circulante da empresa. A empresa incorre em custos de oportunidade por no aplicar esses recursos em outro investimento de mesmo nvel de risco. Para o clculo do investimento mdio em dupli-catas a receber podemos considerar o investimento mdio em

    valores a receber e o custo de oportunidade. Assim:

    Vendas totais no perodo = 750.000Vendas a prazo (80%) = 600.000Vendas a prazo mdias por dia = 600.000/360 = 1.666,67

    DVR = 120.000 = 0,16 ano x 360 = 57,60 58 dias 750.000

    Giro dos valores a receber = Investimento mdio x custo de oportunidade em valores a receber

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    aVale reforar que o custo de oportunidade a taxa de

    juros que a empresa conseguiria obter em uma aplicao de mesmo nvel de risco, utilizando o montante que est apli-cado no investimento mdio em contas a receber.

    Administrao de EstoquesDentro do ativo circulante, os estoques apresentam a

    menor liquidez, visto que so representados por matrias--primas, componentes, insumos, produtos em elaborao e produtos acabados e se constituem nos bens comercializveis

    pelas empresas comerciais e destinados produo e venda pelas empresas industriais.

    Nas empresas industriais e comerciais, a gesto dos estoques relevante visto que o volume a ser estocado

    grande. J nas empresas de servios a relevncia dos estoques

    pequena, j que o foco est na prestao de servios e no na

    comercializao dos produtos.

    A administrao dos estoques deve procurar estabele-cer aes e procedimentos para saber:

    a) quanto comprar ou produzir;

    b) em que momento comprar ou produzir; e

    c) quais itens de estoque merecem maior ateno.

    Quem o responsvel pela gesto dos estoques em uma empresa?

    Os estoques no so administrados diretamente pelo

    administrador financeiro. Em geral, so de responsabili-dade das reas administrativas (compras) e/ou industrial (produo e logstica). Isso torna a gesto dos estoques mais

    complexa, j que podem surgir divergncias funcionais na definio e execuo das polticas de estocagem.

    Como a gesto de estoques no cabe diretamente admi-nistrao financeira, no trataremos das tcnicas de compras

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    e sistemas de estoques (lote econmico de compra, ponto de pedido, sistema da curva ABC, clculo dos estoques de segu-rana, sistema MRP Materials Requirement Planning, sistema Just in time JIT entre outros). Esses so assuntos pertinentes rea da Administrao da Produo e Logstica.

    Tipos de EstoquesSegundo Assaf Neto (2010), os estoques podem ser

    definidos como os materiais, mercadorias ou produtos man-tidos fisicamente disponveis pela empresa, na expectativa de

    ingressarem no ciclo de produo, de seguir seu curso produ-tivo normal, ou de serem comercializados.

    Existem diferentes tipos de estoques, caracterizados

    pela sua condio ao nvel de produo e comercializao.

    So eles:

    Matria-primaSo bens que, no seu todo ou parcialmente, faro parte

    do produto acabado. Estoques de matrias-primas insufi-cientes causam graves problemas na produo e comerciali-zao e afetam negativamente os resultados financeiros da

    empresa. Dentre os tipos de estoques, as matrias-primas so

    os de menor liquidez, pois precisam ser transformados em

    produtos acabados para serem vendidos e se tornarem caixa.

    InsumosSo bens e produtos utilizados no processo produ-

    tivo, mas no fazem parte do produto final. No possuem a

    mesma importncia relativa das matrias-primas em termos

    de valor, mas tambm so imprescindveis ao processo pro-dutivo. Tm a mesma classificao em termos de liquidez, ou

    seja, so tambm poucos lquidos.

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    aProdutos em processoInclui todas as matrias-primas e demais custos relati-

    vos ao estgio de produo em que os produtos se encontram em determinada data (data do balano). Efetivamente, no apresentam condies fsicas de comercializao, pois neces-sitam ainda passar por algumas etapas de produo. Quando

    prontos estes itens so transferidos, com toda a carga assu-mida de custos, para o estoque de produtos acabados.

    Produtos acabadosSo os produtos que esto prontos para a venda. nos

    produtos acabados que se concentram grandes volumes de investimentos da empresa, especialmente as comerciais. o mais lquido dos estoques, pois sua transformao em caixa

    depende da venda, do prazo e da cobrana.

    Materiais de consumoInclui, entre outros, os itens destinados ao consumo

    industrial, materiais de consumo dos escritrios, material de limpeza, material de propaganda etc.

    O montante de estoques influenciado, principal-mente, pelo comportamento e volume previstos da atividade da empresa (produo e vendas) e pelo nvel de investimen-tos exigidos. Se possvel, interessante evitar quantidades

    excessivas de estoques, as quais, em funo de imprimirem maior lentido ao giro dos ativos, reduzem a rentabilidade

    da empresa. No entanto, em algumas situaes, essa queda de rentabilidade pode ser mais compensada pela introduo de determinados benefcios. Por exemplo, as matrias-primas

    podem atingir preos atraentes quando adquiridas em gran-des quantidades, uma previso de escassez de um material

    pode justificar uma antecipao de compra etc.

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    Em geral, as empresas costumam deixar estocado um volume maior que as suas necessidades normais, chamado de Estoque de Segurana, como forma de atender a certos impre-vistos, tais como aumentos inesperados na demanda, surgi-mento de problemas no processo produtivo etc.

    Assaf Neto (2010) coloca que, para cada tipo de esto-que, podem ser enumerados os seguintes fatores que influen-ciam o seu volume:

    Custo dos estoquesAs polticas de gesto de estoques devem estar foca-

    das na determinao do nvel ideal de estoques de cada pro-duto ou grupo de produto. Segundo Lemes Jr. et al (2010), o nvel ideal estabelecido em relao flexibilidade operacio-nal proporcionada pela manuteno dos estoques. Quanto

    maior for o volume de estoques maior ser a flexibilidade da

    empresa e vice-versa. As vantagens dessa flexibilidade devem

    ser comparadas com os custos de manuteno dos estoques.Os custos vinculados aos estoques esto classificados

    em trs diferentes categorias: custo de manter, custo de com-prar ou repor e custo de faltar estoque.

    Fatores que influenciam mais diretamente o investimento em estoque de:

    Produtos acabados

    Produtos em elaborao

    Matrias-primas

    e insumoMateriais de

    consumo

    DemandaExtenso do

    ciclo de produo

    Prazo de

    entrega

    Peculiaridades operacionais e

    administrativas

    Perecibilidade e obsolescncia do

    produto

    Nvel de

    desenvolvimento tecnolgico da

    produo

    Intensidade de uso no processo

    produtivo

    Economia de escala

    Perecibilidade

    Custos de produo e

    armazenagem

    Problemas com importao

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    aCusto de manterO custo de manuteno dos estoques, tambm cha-

    mado de custo de carregar e carrying costs, engloba os custos variveis associados s decises de se manterem determi-nados itens estocados. So includos nestes custos todos os

    gastos incorridos pela empresa no armazenamento (manu-teno) de seus produtos e mercadorias durante certo per-odo de tempo. Como exemplo, podemos considerar os custos de armazenagem, despesas com seguros, custos de opor-tunidade (retorno de uma alternativa no aproveitada pela empresa para investir em estoque), eventuais perdas, deterio-rao e obsolescncia, impostos e taxas etc.

    O custo de manuteno calculado pelo prazo em que

    o item permanece estocado. Por definio, esses custos em

    termos unitrios so fixos (constantes) em relao s unida-des estocadas.

    Exemplo:

    Considere uma empresa que utiliza 42.000 peas por

    ano na fabricao do seu principal produto de venda. Faz

    compras a cada dois meses (seis compras por ano) e cada pea custa R$ 15.

    Volume comprado por encomenda: Ue = 42.000/6 =

    7.000 peasEstoque mdio: Uem = 7.000/2 = 3.500 peas

    Valor do estoque mdio: V = 3.500 x 15 = R$ 52.500

    Se o custo financeiro de manter o estoque for de 18%

    ao ano, o encargo de financiamento ser de: 52.500,00 x 0,18

    = R$ 9.450

    Se a empresa tem custos de armazenamento de R$

    1.000, custo de seguro de R$ 500 e custos com perdas por

    obsolescncia de R$ 700, ento o custo total para manter o

    estoque de:

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    CM = custo financeiro + custo de armazenamento +

    custo de seguro + custo com perdas

    CM = 9.450,00 + 1.000 + 500 + 700 = R$ 11.650

    Em termos percentuais: 11.650,00/52.500,00 = 0,221905

    = 22,1905%

    Confirmando:

    CM = taxa x p x Uem = 0,221905 x 15 x 3500 = R$ 11.650

    O custo de estocagem se ater de acordo com o nmero

    de pedidos por ano, a quantidade pedida e a quantidade consumida.

    Custo de comprarO custo de compra representa todos os gastos resultan-

    tes da necessidade de adquirir materiais ou de autorizar uma

    ordem de produo, sendo excludo o valor de compra (ou de

    produo) efetivo do bem (ASSAF NETO, 2010).

    Esses custos so importantes, pois muitos deles ocor-rem sempre que houver nova compra ou reposio e isso deve influenciar a definio dos nveis de estoques. Segundo

    Lemes Jr. et al (2010), os principais custos de comprar ou repor esto relacionados com:

    Pesquisa de preos.

    Comunicaes (correio, telefone, FAX, internet etc).

    Emisso de ordens de compra.

    Negociao com fornecedores de bens e servios.

    Recepo e conferncia dos produtos comprados.

    Devolues ocasionais.

    Esse custo , normalmente, representado por um valor

    fixo por pedido, no se alterando diante de variaes na quan-tidade de estoques solicitada. Em consequncia, em termos

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    aunitrios. O custo de compra diminui conforme se eleva o

    volume fsico de solicitao.

    O custo de compra :

    CC = N x Cce Onde:

    CC = custo de comprarN = nmero de encomendasCce = custo de comprar por encomenda

    Exemplo:

    Considerando o exemplo anterior, calcule o custo total do estoque sabendo que o custo fixo de comprar de R$ 180.

    Temos que:

    N = nmero de encomendas = 6 por anosCce = custo de comprar por encomenda = 180,00 Assim:

    CC = 6 x 180 = R$ 1.080

    O custo total do estoque ser a soma do custo de man-ter e do custo de comprar. Assim:

    Custo total = 11.650 + 1.080

    Custo total = R$ 12.730

    Custo de faltarA falta de estoques pode trazer consequncias negati-

    vas srias para empresa como:

    Atraso na produo e entrega do produto ao cliente, quando todo o pedido do cliente no pode ser atendido.

    Custo da compra eventual, fora da programao e com reduzido poder de negociao.

    Custos de reemisso de faturamento, embalagem e despacho da mercadoria, quando parte do pedido

    atendido e os produtos em falta seguem posteriormente.

    Custo da venda perdida, quando o cliente vai com-prar com o concorrente.

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    Custo do cliente perdido, quando o cliente vai com-prar com o concorrente e troca defornecedor.

    HORA DE FIXAR:Considere uma empresa que vende um produto por R$

    10 a unidade. As vendas totais a prazo no ltimo ano foram

    de 60 mil unidades. O custo varivel por unidade de R$ 6 e

    os custos fixos totalizam R$ 120.000. A empresa est conside-rando a possibilidade de flexibilizar seus padres de crdito,

    esperando com isso, os seguintes resultados: o aumento de

    5% nas unidades vendidas, o aumento de perdas com clien-tes de 1% das vendas (nvel atual) para 2%, aumento no prazo

    mdio de recebimento de 30 dias (seu nvel atual) para 45

    dias. O retorno exigido pela empresa em investimentos com

    o mesmo risco de 15%. Calcule o efeito desta poltica para:

    O lucro da empresa.

    O investimento em contas a receber.

    As perdas com clientes.

    RESOLUO:

    Efeito sobre o lucro:

    A contribuio total das vendas adicionais (3.000 uni-dades) ao lucro ser de R$ 12.000, um incremento de 10%.

    Atual Nova polticaVendas (Q x 10) 600.000 630.000(-) CV (Q x 6) (360.000) (378.000)(=) Margem de contribuio 240.000 252.000(-) Custo fixo (120.000) (120.000)(=) Lucro 120.000 132.000

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    aO investimento em contas a receber

    A nova proposta gera um aumento nos investimentos em contas a receber em 57,50%, passando de R$ 50.000 para

    R$ 78.750. Com isso, o custo total aumenta na mesma propor-o, passando de R$ 7.500 para R$ 11.812,50.

    As perdas dos clientesO custo das perdas com clientes obtido calculando a

    diferena entre os nveis de perdas antes e depois do relaxa-mento proposto nos padres de crdito. Assim:

    Plano proposto (2% das vendas) = 630.000 x 0,02 = R$ 12.600,00

    Plano atual (1% das vendas) = 600.000 x 0,01 = R$ 6.000,00

    Custo das perdas marginais = R$ 6.600,00

    O acrscimo lquido ao lucro total da empresa ser de

    R$ 1.087,50 por ano. Como o resultado positivo, a empresa

    pode adotar esta nova poltica de crdito.

    Atual Nova polticaA. Vendas a prazo 600.000 630.000

    B. Vendas a prazo mdias por dia (B =

    A/360)1.666,67 1.750,00

    C. DVR ou prazo mdio de cobrana 30 dias 45 dias

    D. Investimento mdio em valores a

    receber (D = BxC)50.000,00 78.750,00

    E. Custo do investimento em contas a receber (15%)

    7.500,00 11.812,50

    Ganho no lucro da empresa (132.000 - 120.000) 12.000,00Custo das contas a receber (11.812,50 - 7.500) (4.312,50)Custo das perdas (6.600,00)Ganho lquido R$ 1.087,50

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    R ef eR nci asASSAF NETO, A. Finanas Corporativas e Valor. 5. ed. So Paulo: Atlas, 2010. BRAGA, R. Fundamentos e Tcnicas de

    Administrao Financeira. So Paulo: Atlas, 1995.

    GITMAN, L. Princpios de Administrao Financeira. 12. ed. So Paulo: Addison Wesley Brasil, 2010.

    LEMES JR., A. B. et al. Administrao Financeira: princpios, fundamentos e prticas brasileiras. 3. ed. Rio de Janeiro: Cam-pus, 2010.

    RENDE, R. et al. Como elaborar um plano de cadastro, crdi-to e cobrana. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2007.

    ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J., F. Administra-o Financeira corporate finance. 2. ed. So Paulo: Atlas,

    2008.