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1 UNIOESTE UNIVERSIDADE DO OESTE DO PARANÁ ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA SANDRA REGINA DE OLIVEIRA SANDRA REGINA DE OLIVEIRA O papel das APMFs no processo de gestão e funcionamento das escolas municipais de Cascavel Monografia apresentada ao Curso de História da Educação Brasileira, como registro parcial para obtenção do grau de Especialista, sob orientação da Professora Dra. Edaguimar Orquizas Viriato.

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UNIOESTE – UNIVERSIDADE DO OESTE DO PARANÁ

ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

SANDRA REGINA DE OLIVEIRA

SANDRA REGINA DE OLIVEIRA

O papel das APMFs no processo de gestão e funcionamento

das escolas municipais de Cascavel

Monografia apresentada ao Curso de História da Educação Brasileira, como registro parcial para obtenção do grau de Especialista, sob orientação da Professora Dra. Edaguimar Orquizas Viriato.

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Cascavel 2009

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BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Edaguimar Orquizas Viriato

(orientadora)

Profª Dra. Aparecida Favoretto

Profª Ms. Renata Cristina da Costa

Gotardo

Cascavel, 17 de novembro de 2009.

DEDICATÓRIA

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Às nossas famílias e filhos, com

carinho.

AGRADECIMENTOS

À Deus, que nos guiou nessa jornada.

À todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram

para a realização do curso.

À professora amiga, Dra. Edaguimar Orquizas Viriato,

orientadora desta monografia.

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SUMÁRIO

Introdução .......................................................................................................... 07

Seção I

Autonomia da Escola na gerência dos recursos

financeiros..............................................................................................................

16

1.1 A escola da periferia ................................................................................. 23

.....1.2 A escola da região central ........................................................................ 25

Seção II

Atuação dos membros das APMFs nas tomadas de decisões .............................

28

Conclusões ............................................................................................................ 35

Referências ........................................................................................................... 39

Anexos ................................................................................................................... 40

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O papel das APMFs no processo de gestão e funcionamento

das escolas municipais de Cascavel

Resumo

O presente trabalho tem por finalidade analisar e explicitar o papel das APMFs -

Associações de Pais, Mestres e Funcionários das escolas públicas municipais de

Cascavel no atual contexto educacional, verificando a sua atuação quanto à

gerência dos recursos municipais e federais recebidos. Para cumprir com esta

análise, foi realizada uma investigação das funções exercidas pela diretoria das

APMFs, da aplicação das verbas, da forma de prestação de contas e como este

processo auxilia no sucesso escolar. A pesquisa de campo foi realizada em duas

escolas públicas municipais, sendo uma da periferia e a outra da região central. O

estudo aponta que, para que a democratização nas relações internas da escola

possa ocorrer de fato, se faz necessária uma maior participação dos pais,

professores, funcionários e alunos na construção das diretrizes traçadas pela

escola, tanto na gestão financeira quanto na pedagógica.

Palavras-chave: APMFs, escolas municipais, verbas públicas.

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INTRODUÇÃO

Visando que os estabelecimentos de ensino da rede pública municipal de

Cascavel recebam verbas federais e municipais para o seu funcionamento e

manutenção, faz-se necessário que todas as escolas tenham instituída, através de

eleições, a APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários, conforme

Estatuto próprio que normatiza as associações. Esse estatuto segue normas da

Secretaria Estadual de Educação – Curitiba/PR, conforme Anexo I. Através desta

normatização1, cada unidade escolar elabora o seu próprio estatuto.

A APMF é uma importante instância de participação democrática e representa

pais, professores e funcionários que buscam integrar os segmentos escolares e

colaborar no aprimoramento do processo educacional e na integração família-

escola. A APMF não tem caráter político-partidário, atua sem fins lucrativos e não

remunera seus membros.

A Associação de Pais, Mestres e Funcionários é um órgão formado não

somente por representantes de pais, mas também com a participação de toda a

comunidade escolar2, na qual todos os envolvidos no processo educacional são

igualmente responsáveis pelo sucesso da Educação da Escola Pública, que

objetiva dar apoio à direção da escola, primando pelo entrosamento entre pais,

alunos, professores, funcionários e toda a comunidade, com as atividades sócio-

educativas, culturais e desportivas.

A diretoria da APMF é composta por presidente, vice-presidente, tesoureiro,

suplente de tesoureiro, secretário, suplente de secretário, diretor cultural, diretor de

esporte, diretor social, sendo estas três últimas funções facultativas. Os cargos de

presidente, vice- presidente, tesoureiro e suplente de tesoureiro devem

obrigatoriamente ser representados por pais. Juntamente com a diretoria, é eleito o

Conselho Fiscal, que tem por obrigação examinar os livros e documentos fiscais da

Diretoria, apreciar os balancetes, dar parecer aos relatórios, à prestação de contas

e aprovar as despesas da APMF, de acordo com o Estatuto.

Uma das grandes responsabilidades dos membros da APMF é discutir,

1 www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Sobre o modelo de estatuto, criação e registro de uma APMF,

acessar o portal da Secretaria Estadual de Educação do Paraná.

2 Entendemos por comunidade escolar os pais, professores, alunos, servidores, diretores,

coordenadores e moradores pertencentes à localidade onde a escola se situa.

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colaborar e participar das decisões coletivas sobre as ações da equipe pedagógico-

administrativa, visando à assistência ao educando, o aprimoramento do ensino e à

integração família-escola-comunidade.

É através da representatividade da diretoria das APMFs que a comunidade

escolar participa e administra os recursos financeiros, realizando reuniões nas

quais são discutidas a aplicação de verbas, as prioridades na aplicação, os

orçamentos, a aquisição de bens, a prestação de contas, o estudo de decretos que

normatizam a função e as responsabilidades de cada membro que, por estarem

representando seus respectivos pares, assumem toda a responsabilidade pelas

decisões tomadas.

Devido ao fato de trabalhar na rede pública municipal de Cascavel há

catorze anos e acompanhar a atuação da APMF no decorrer deste período e, além

disso, ter feito parte, por diversos mandatos, da diretoria da APMF e também da

Unidade Gestora de Transferência – UGT é que direcionei este trabalho de

pesquisa, no intuito de ampliar conhecimentos e ter subsídios para realizar uma

melhor análise da conjuntura educacional sob a perspectiva da gestão financeira

das escolas.

A UGT atesta as notas fiscais que são encaminhadas juntamente com as

planilhas de prestação de contas à apreciação do Tribunal de Contas. Para fazer

parte da UGT, é necessário cadastrar-se junto ao Tribunal de Contas, e somente

as pessoas cadastradas podem atestar as notas fiscais.

Com participação sempre atuante, realizei o acompanhamento de reuniões e

assembléias, observando a gerência dos recursos que mantêm a escola. Minha

experiência em escolas públicas em Cascavel ao longo de catorze anos como

professora e coordenadora pedagógica, mostrou-me que é preciso mais autonomia

para as escolas gerirem as verbas recebidas. Outra questão que percebo diz

respeito à falta de discussão nas próprias escolas sobre a autonomia, além das

constantes mudanças na elaboração e na execução das políticas do governo

federal e municipal em relação às verbas para a manutenção das unidades

escolares. Surgem novas exigências e não há tempo para discussão sobre elas,

nem mesmo para analisar e, até mesmo contestar o que está sendo imposto.

Estas indagações me impulsionaram a procurar o Curso de Especialização

em História da Educação Brasileira, buscando analisar a atuação dos

representantes das APMFs de duas escolas públicas municipais de Cascavel,

verificando sua participação nas decisões e na gerência dos recursos financeiros

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municipais e federais recebidos pelas escolas.

Para o desenvolvimento da pesquisa, além do referencial teórico existente

sobre a temática em estudo que mais se aproximou com o objeto de pesquisa,

subsidiei as reflexões também por meio da pesquisa empírica. A pesquisa empírica

ocorreu em duas escolas públicas municipais de Cascavel. A opção pelas escolas

consiste no fato de que apresentam localizações distintas. A primeira localiza-se na

periferia, é a maior em número de alunos atendidos na rede, atende uma clientela

sócio-econômica baixa e distingue-se por funcionar com a Educação em Tempo

Integral – ETI, oferta o Ensino Fundamental anos/séries iniciais, Educação Infantil e

as modalidades Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial. A segunda

escola atende número reduzido de alunos em relação à primeira, oferece o Ensino

Regular, Educação Infantil, Ensino Fundamental anos/séries iniciais, localizada na

região central da cidade, atende uma clientela sócio-econômica média. É

necessário ressaltar que, no decorrer do trabalho, ao referir-me a essas duas

escolas, estarei denominando a primeira escola como sendo da periferia e a

segunda escola como sendo da região central3.

No desenvolvimento da pesquisa, utilizei como instrumento de investigação

entrevistas4 com base em roteiros de questões abertas com os diretores das duas

escolas, questionário à diretoria representante dos segmentos que compõem as

APMFs, e para alguns pais, professores e servidores que não fazem parte da

diretoria das APMFs. Investiguei a participação da diretoria das APMFs, presidente,

vice-presidente, tesoureiro, suplente de tesoureiro, secretário, suplente de

secretário, diretor cultural, diretor de esporte, diretor social, quanto à aplicação dos

recursos envolvidos, o nível de atuação dos membros da diretoria da associação e

a autonomia na gerência dos recursos recebidos para a manutenção das unidades

escolares e, finalmente, como esse processo auxilia no sucesso escolar.

Também realizei levantamento de dados através da leitura e análise de

fontes primárias como as atas das reuniões e assembléias, e documentos

relacionados à gestão e gerência dos recursos financeiros, assim como as normas

que regem o Programa Construindo a Autonomia Escolar – PCAE (Programa

Municipal), e o Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE (Programa Federal),

que encontram-se arquivadas nas escolas.

3 Para manter o anonimato das escolas envolvidas na pesquisa, optamos por denominar a primeira

como sendo da periferia e a segunda como sendo da região central. 4 As entrevistas e questionários aplicados no decorrer da pesquisa encontram-se no Anexo II.

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Abordarei, ainda, nas questões a gerência dos recursos formais recebidos

pelas escolas (PCAE e PDDE- anexo III), bem como os informais (aluguel de

ginásio, taxa da APMF, festa, rifas), chamados de recursos próprios.

Pretendo, através da análise, explicitar a atuação dos representantes das

APMFs, bem como de seus respectivos pares, o nível de participação dos pais,

professores e servidores na tomada de decisões, onde e como são aplicadas as

verbas recebidas, como é feita a prestação de contas junto aos órgãos

competentes e acesso da comunidade escolar aos documentos e notas.

É preciso ressaltar que fiz a validação do questionário na escola onde

trabalho atualmente como coordenadora pedagógica, com alguns professores,

servidores e pais cujas respostas não fizeram parte da aplicação formal do

questionário.

Em termos práticos, não se pode analisar a gerência de recursos sem

abordar questões relacionadas à autonomia e descentralização, em função disso

busquei autores que tratam desse tema para auxiliar no presente trabalho.

Segundo pesquisa realizada no Portal Educacional do Paraná, Secretaria de

Estado da Educação do Paraná, Curitiba5, a instituição das Associações de Pais e

Mestres – APMs, foi estabelecida em 1963, por meio do Decreto nº 10.527/1963,

em substituição à Caixa Escolar, cuja existência data da segunda metade do

século passado e cujo objetivo era arrecadar fundos para a escola. Constata-

se que a escola sempre se valeu de ações de complementação ao seu trabalho

educativo. No

início, a APM tinha um caráter mais assistencialista, voltado para os aspectos

financeiros, mas foi assumindo, ao longo do tempo, o papel de principal órgão de

integração escola-comunidade, cuja finalidade era cooperar com a escola no

processo educacional, assegurando ao educando o máximo desenvolvimento na

sua educação.

A Resolução nº 2135/1974 determinou às Inspetorias Regionais de Ensino

que providenciassem, junto às direções dos estabelecimentos, a criação e

dinamização de Associações de Pais e Professores, que tinham como objetivo

estabelecer um diálogo para que se discutissem as dificuldades apresentadas na

educação de seus filhos, visando solucionar os problemas que se apresentavam

como também melhorar o nível sociocultural da comunidade escolar.

5 www.diaadiaeducacao.pr.gov.br; acesso em 15/08/2009. Ver histórico das APMFs.

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No ano de 2001 criou-se, por intermédio do Decreto n.º 5123/01, a Área de

Mobilização Educacional, Secretaria Estadual de Educação – Curitiba/PR, tendo

como papel estimular e promover a mudança de visão e comportamento da

comunidade e da sociedade de que a escola pública não é só do governo e sim de

todos nós.

No ano de 2003, a Coordenação de Assistência ao Educando passou a

denominar-se Assessoria de Relações Externas e Interinstitucionais, que por

intermédio da Divisão de Apoio e Acompanhamento das APMFs visa envolver os

pais num trabalho de colaboração no aprimoramento do processo educacional, na

assistência ao educando e na integração: família - escola - comunidade. A busca

constante para envolver toda a comunidade externa e interna da escola levou a

Assessoria de Relações Externas e Interinstitucionais – AREI – por meio da Divisão

de Apoio e Acompanhamento das APMs, a realizar um projeto de Atualização dos

Estatutos6, com a participação dos Núcleos Regionais de Educação do Paraná,

estimulando a cultura da participação efetiva da comunidade em busca de

resultados positivos nas Escolas Públicas Estaduais, gratuitas e universais no

contexto atual.

Durante todo o segundo semestre de 2003, com a participação dos Núcleos

Regionais de Educação do Paraná, e após ampla discussão com os representantes

dos segmentos da escola e da comunidade, foi construída uma nova sugestão de

Estatuto, no qual foi contemplado o segmento dos funcionários, passando a ser

intitulada APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários), a partir de 06 de

dezembro de 2003.

Até 1988, as APMs eram normatizadas pelo Decreto: Nº 10.527/63 e

Resolução Nº 2135/1974, ambos estaduais. Após a Constituição Federal de 1988,

surgiram Leis Federais de Responsabilidade Fiscal e do Tribunal de Contas da

União, todas com finalidade de conferir aos gestores do dinheiro público

responsabilidades na sua aplicação e formas de punição para quem não cumprir

com suas determinações. A Lei de Responsabilidade Fiscal incentiva o exercício

pleno da cidadania no que se refere à participação do contribuinte no processo de

acompanhamento da aplicação dos recursos públicos e de avaliação de resultados.

6 AREI - Assessoria de Relações Externas e Interinstitucionais: em 2003, juntamente com os

Núcleos Regionais de Educação construíram uma nova sugestão de Estatuto, no qual foi contemplado o segmento dos funcionários, passando a ser intitulada APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários).

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Nas escolas, as APMFs realizam reuniões periódicas para prestação de

contas; nestas os membros do Conselho Fiscal aprovam ou não a prestação de

contas após análise dos documentos apresentados. A prestação de contas deverá

ser realizada ao final de cada mês ou trimestralmente, conforme o Art. 70 da

Constituição Federal, Parágrafo Único, ao afirmar que:

Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (CONSTITUIÇÃO DO BRASIL, Art. 70).

Além disso, no Art. 4º da Lei nº 3.812/2004 – Programa Construindo

Autonomia Escolar, do município de Cascavel, ao prever que “As APMs e APFs7

prestarão contas regularmente da aplicação dos recursos à comunidade e ao

Município, na forma que dispor a normatização vigente”.

A descentralização política e financeira promulgada pela Constituição de

1988 permitiu a democratização no interior das escolas, mas criou também a

responsabilidade na aplicação e controle dos recursos financeiros

descentralizados.

As Associações de Pais, Mestres e Funcionários das escolas se limitam a

cumprir normas e regras definidas legalmente; a autonomia é regulamentada, não

se cria condições no interior da escola para que ela seja construída de acordo com

as suas especificidades locais

Essas associações vêm exercendo na maioria das escolas papéis

secundários, participando de reuniões ou assembléias, referendando decisões já

tomadas ou em festas, com o objetivo de arrecadar fundos para cobrir despesas

que os programas governamentais não dão conta, por serem os recursos

insuficientes para manter o bom funcionamento da escola, em detrimento do

aspecto pedagógico e político tão importante: o de planejar, com a direção da

escola, os projetos educacionais envolvendo a família e a escola, ou seja, a

atuação das associações se limita ao que se refere à manutenção e aquisição de

material de consumo e bens materiais, assumindo assim somente a gestão

financeira das escolas.

7 APFs: Associação de Pais e Funcionários dos Centros Municipais de Educação Infantil do Município de

Cascavel (CMEIs).

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Ressalta LIBÂNEO (2001, p.79-81), que a gestão democrática se dá pela

participação, não basta envolver toda a comunidade escolar: professores, pais,

alunos, funcionários para participarem de eleições, assembléias e reuniões, se não

for para participar efetivamente no processo de tomada de decisões. Gestão

democrática implica estar a serviço dos objetivos de ensino, sendo um deles a

qualidade de ensino e aprendizagem.

No município de Cascavel, a APMF é o único órgão de participação

democrática da comunidade escolar. Os Conselhos Escolares8, embora sua

criação esteja prevista na Lei Orgânica Municipal de Cascavel (1990) e nas metas

do Plano Municipal de Educação de Cascavel (2004, p. 117), até o momento não

foram criados. Estes Conselhos são colegiados de natureza consultiva,

deliberativa, avaliativa e fiscalizadora, ou seja, têm o poder de tomar decisões e

emitir pareceres relativos às diretrizes e ações pedagógicas, administrativas e

financeiras, especialmente quanto ao direcionamento das políticas públicas

desenvolvidas no âmbito escolar, acompanhar as ações educativas desenvolvidas

na unidade escolar, com o objetivo de identificar os problemas e propor alternativas

para melhorar o seu desempenho; e, ainda, acompanhar as ações da escola

garantindo sua legitimidade.

É importante ressaltar a grande importância da formação dos Conselhos

Escolares, de modo que possam dirigir e avaliar todo o processo de gestão escolar,

pois a escola precisa ter autonomia, isto é, ter condições concretas para decidir e

interferir nos rumos da Escola Pública, apresentando alternativas, solucionando

problemas pertinentes à escola e administrando os recursos financeiros e

materiais, tornando possível uma participação ativa e representativa. Na prática,

isto significa autonomia para gerir os recursos financeiros e desafio para melhorar a

qualidade de ensino.

Há no município de Cascavel sessenta escolas públicas municipais, sendo

que cinqüenta e cinco delas têm instituídas as APMFs. Cinco escolas localizadas

na zona rural não possuem APMF devido ao número reduzido de alunos e por ser

bastante burocrático gerir os recursos recebidos. A Prefeitura, através da SEMED –

Secretaria Municipal de Educação, designa um de seus funcionários para estar

representando essas escolas no recebimento, repasse e prestação de contas das

verbas.

8 www.diaadiaeducacao.pr.gov.br; Ver sobre Conselhos Escolares.

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Atualmente, o Estatuto das APMFs é regulamentado pelas seguintes Leis

Estaduais: Decreto nº 10.527, art. 5º, item C, de 09 de janeiro de 1963; Resolução

nº 2135, de 23 de maio de 1974 e Decreto nº 5123/2001, e pelas Leis Federais:

Constituição Federal de 1988, (Art. 70, 71); Lei Complementar nº 101/00 –

Responsabilidade Fiscal e Lei nº 8.443, de 16 de junho de 1992 – Lei Orgânica do

Tribunal de Contas da União.

A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, trouxe inúmeras alterações no

modo de administração do Poder Público, pois estabeleceu normas de gestão dos

recursos públicos voltados para a responsabilidade na gestão fiscal. Destacam-se

nessa lei o planejamento, o controle, a transparência e a responsabilidade como

premissas básicas de gestão. Foram criados novos procedimentos para o gestor

demonstrar os atos pertinentes à sua administração. A cada quadrimestre, o gestor

encaminha relatórios de gestão fiscal pertinentes à aplicação de recursos no

período aos órgãos responsáveis pelo controle social dos recursos públicos.

Em função disso, a relevância deste trabalho apresenta-se como esforço em

acreditar que a participação efetiva da comunidade escolar na gestão democrática

pode ser um dos fatores a contribuir para a autonomia das escolas públicas

municipais de Cascavel, através das APMFs.

Portanto, com esse trabalho, pretendo contribuir para que importantes

discussões aconteçam dentro da escola, principalmente no que se refere à busca

da autonomia na gerência dos recursos financeiros recebidos pelos governos

federal e municipal através dos programas PCAE e PDDE, acreditando que se

pode pensar em uma autonomia que não seja imposta através de mecanismos de

controle e fiscalização.

Nesta direção, esta monografia está organizada em duas seções

denominadas, respectivamente, Autonomia da Escola na Gerência dos Recursos

Financeiros; e Atuação dos Membros das APMFs nas Tomadas de Decisões,

seguidas das conclusões. Na primeira seção, o estudo visa compreender a

implementação de programas de financiamento das escolas públicas e os

mecanismos burocráticos de controle, o que distancia a implantação de um

processo de autonomia nas escolas, já que as regras são impostas pelo sistema e

têm que ser aceitas pelas organizações e pelos sujeitos que fazem parte delas; na

segunda, pretende-se verificar o nível de atuação dos associados e compreender

como estes participam exercendo sua cidadania no interior da escola quanto aos

recursos financeiros envolvidos. Na conclusão, pretende-se mostrar que as leis que

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regulamentam os programas e os financiamentos da educação criam mecanismos

burocráticos de controle, mantendo a escola dependente do poder central para

administrar seus recursos financeiros em detrimento da autonomia das unidades

escolares.

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1 AUTONOMIA DA ESCOLA NA GERÊNCIA DOS RECURSOS FINANCEIROS

Visando compreender a participação da diretoria das APMFs, constituída

pelo presidente, vice-presidente, tesoureiro, suplente de tesoureiro, secretário,

suplente de secretário, diretor cultural, diretor de esporte, diretor social, quanto à

aplicação dos recursos envolvidos, faço uma descrição das entrevistas coletadas

nas duas escolas pesquisadas. Relato, segundo o estatuto das APMFs, a função

de cada membro da associação, ou seja, em linhas gerais, descrevo quais são as

verbas que as escolas recebem, bem como as leis que regulamentam o sistema

educacional brasileiro no que se refere aos programas de financiamentos da

educação. Para coletar os dados das duas escolas pesquisadas, foi utilizado um

roteiro, como já anunciei na introdução do trabalho.

No Brasil, a própria Constituição promulgada em 1988 estabelece, em seus

artigos 1º e 206, o “pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas” e a “gestão

democrática do ensino público”, instituindo assim a participação e a possibilidade

do povo exercer o poder diretamente.

A democracia é uma reivindicação dos educadores brasileiros após um

longo período autoritário (1964-1985). A promulgação da Constituição consagrou o

princípio da gestão democrática nas escolas. A Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional afirma que deve ser assegurada às escolas públicas

“autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira” (Art. 22).

Uma das políticas do governo federal, através do Ministério da Educação, é

conceder maior autonomia para as escolas captarem recursos próprios, via

cobrança de taxas e colaboração da comunidade nas despesas da escola. Desta

forma, estará repassando para o município e para a comunidade escolar a

responsabilidade com parte das despesas escolares. No entanto, segundo o

governo, estaria dando maior autonomia às instituições de ensino,

descentralizando o poder.

Uma professora da escola da região central não concorda com esta política

governamental. Ela explicita que é de inteira responsabilidade do governo manter

os estabelecimentos de ensino e é responsabilidade da escola garantir o ensino de

qualidade e não ficar preocupando-se em captar recursos ou controlar verbas por

estas serem insuficientes.

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Na implementação de programas de financiamento das escolas públicas,

criam-se mais mecanismos burocráticos de controle, ao invés de eliminá-los como

está no discurso oficial sobre descentralização e autonomia. Na verdade,

aumentam as atribuições e os mecanismos de controle, o que distancia a

implantação do programa de um processo de autonomia, já que as regras são

impostas pelo sistema e têm que ser aceitas pelas organizações e pelos sujeitos

que fazem parte delas.

Não há nesse processo, ainda que o programa preveja a participação da

comunidade, a garantia de construção de novas regras nem a criação de nenhum

poder instituinte, já que a comunidade participa, quando o faz, de forma inconstante

e irregular.

Podemos compreender, com base em Gadotti, que:

A palavra “autonomia” vem do grego e significa capacidade de autodeterminar-se, de auto-realizar-se, de “autos” (si mesmos) e “nomos” (lei). Autonomia significa autoconstrução, autogoverno. A escola autônoma seria aquela que se autogoverna. Mas não existe uma autonomia absoluta. Ela sempre está condicionada pelas circunstâncias, portanto, a autonomia será sempre relativa e determinada historicamente.( GADOTTI, 1992, p.10).

Nos documentos governamentais, a palavra autonomia está relacionada à

descentralização, em um sentido mais próximo à desconcentração, com a

eliminação de entraves administrativos, e não à realização da autonomia. Ela não

passa, portanto, nesses documentos de exercício de retórica do Estado com a

educação, transferindo responsabilidades para a comunidade pela manutenção da

escola.

Libâneo afirma que:

Certamente trata-se de uma autonomia relativa. As escolas públicas não são organismos isolados, elas integram um sistema escolar e dependem das políticas públicas e da gestão pública. (...) Portanto, o controle local e comunitário não podem prescindir das responsabilidades e da atuação dos órgãos centrais e intermediários do sistema escolar. Isso significa que a direção de uma escola deve ser exercida tendo em conta, de um lado, o planejamento, a organização, a orientação e o controle de suas atividades internas, conforme suas características particulares e sua realidade; por outro, a adequação e aplicação criadora das diretrizes gerais que recebe dos níveis superiores da administração do ensino. (LIBÂNEO, 2001, p.116).

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Libâneo reforça ainda que “as autoridades podem atribuir autonomia às

escolas para, com isso, desobrigar o poder público de suas responsabilidades”.

(LIBÂNEO, 2001, p.116).

A autonomia é assunto comum em várias discussões no campo da

Educação. Conceitos tradicionalmente relacionados às teorias marxistas de

sociedade, como os de autonomia, democracia e participação foram "apropriados"

por teóricos de várias ideologias, com os mais diversos significados, nos discursos

de candidatos aos governos de Estados e Municípios, em documentos do

Ministério da Educação, com relação à administração dos recursos pelas escolas,

em documentos das secretarias estaduais e municipais de educação.

Pode-se considerar a autonomia sob dois pontos de vista distintos. Ela pode

ser considerada como a liberdade individual que o sujeito pode ter para conduzir

sua vida e sua convivência social, mas pode também ser vista do ponto de vista

institucional, como a possibilidade de as organizações serem geridas por quem

participa delas, quando as leis a que se submetem as organizações não são

recebidas de um elemento que lhes seja exterior.

Como qualquer organização social, a escola se organiza

administrativamente de acordo com o momento histórico em que vive. Podemos

ressaltar, com base em Libâneo que:

A organização e os processos de gestão, incluindo a direção, assumem diferentes significados conforme a concepção que se tenha dos objetivos da educação em relação à sociedade e a formação dos alunos (...) numa concepção tecnicista de escola, a direção é centralizada numa pessoa, as decisões vêm de cima para baixo, bastando cumprir um plano previamente elaborado, sem participação de professores especialistas e usuários da escola. Já uma concepção democrático-participativa, o processo de tomada de decisões se dá coletivamente, participativamente. A direção pode, assim, estar centrada no indivíduo ou no coletivo, sendo possível uma direção individualizada ou uma direção coletiva e participativa. (LIBÂNEO, 2001, p.79).

Numa sociedade onde o trabalho é explorado pelo capital, e que a classe

detentora dos meios de produção domina o restante da sociedade, só haverá

transformação social com a eliminação dessa dominação. A administração escolar

não se realiza por si só, ela depende das forças sociais presentes em sua

comunidade. Segundo VEIGA (1995, p. 122), gestão democrática, descentralizada

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e com autonomia pede desburocratização e desregulamentação; a legislação deve

fiscalizar questões que envolvam recursos públicos, pois autonomia muito

regulamentada deixa de ser autonomia.

A democratização da gestão é uma importante dimensão da democratização

na escola, sendo necessário o acesso aos recursos materiais, sem os quais é

impossível a tomada de decisões.

Os programas federais que direcionam recursos para as escolas devem ser

gerenciados com ampla participação da comunidade, envolvendo a equipe gestora

da escola e especialmente as APMFs.:

A garantia do avanço democrático passa pela igualdade e eqüidade nas condições de participação dos segmentos que formam a comunidade escolar, respeitando-se os seus diferentes saberes, responsabilidades. Inverter a lógica autoritária significa fortalecer o coletivo, democratizar as informações a cada segmento, a construção das suas falas, o seu conhecimento sobre o funcionamento e a gestão da escola. Isso possibilita a construção de poderes compartilhados [ ...] (LIBÂNEO, 2000, p. 70).

A autonomia da escola é, pois, um exercício de democratização de um

espaço público e coloca na escola a responsabilidade de aprimorar escola e

família, capaz de permitir uma participação realmente efetiva da comunidade.

[...] Por isso mesmo, a autonomia precisa ser gerida, implicando uma co-responsabilidade consciente, partilhada, solidária, de todos os membros da equipe escolar, de modo a alcançar, eficazmente, os resultados de sua atividade – a formação cultural e científica dos alunos e o desenvolvimento das potencialidades cognitivas e operativas. (LIBÂNEO, 2001, p. 116).

Neste sentido, as APMFs tornam-se órgãos fundamentais no progresso da

autonomia das unidades escolares, tão reivindicadas há décadas, sendo que esta

se intensificou a partir da década de 1980 com o princípio de gestão democrática

na Educação na Constituição Federal (1988), e na Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, LDB (Lei nº 9394/96), que resultou em abertura de maior

liberdade para a escola pensar, discutir e planejar o seu projeto político

pedagógico, conforme se encontra na Lei 9.394/96, Art. 15: “Os sistemas de ensino

assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram,

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progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão

financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público”.

A escola, mesmo com autonomia, deve seguir as leis que a regulam,

portanto, a autonomia é decretada. Um exemplo é a Lei Complementar nº 101, de

04 de maio de 2000, intitulada Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece

normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal,

mediante ações que previnam riscos e corrijam desvios capazes de afetar as

contas públicas, destacando-se o planejamento, o controle, a transparência e a

responsabilização como premissas básicas.

A autonomia precisa ser conquistada e requer luta daqueles que estão

inseridos nos processos educativos. Vale ressaltar que autonomia é sinônimo de

responsabilidade.

A LDB também explicita, no art. 12, parágrafo II, que os estabelecimentos de

ensino terão incumbência de administrar seu pessoal e seus recursos materiais e

financeiros. Também estabelece como princípio para a gestão democrática no

Art.3º, Capítulo VII, que “O ensino será ministrado com base nos seguintes

princípios: gestão democrática do ensino público, na forma da Lei e da legislação

dos sistemas de ensino”.

Neste sentido, a escola é entendida como espaço de deliberação coletiva na

área administrativa, financeira e pedagógica. Quanto à dimensão financeira, essa

responsabilidade, diferente de antigamente, não fica mais restrita à figura do

diretor. A comunidade escolar, através dos membros que representam as APMFs,

tem o direito de participar das discussões e decisões das verbas que são

empregadas, surgindo novos marcos de gestão. Gestão esta que faz parte do

processo de descentralização almejada pelos educadores desde a década de 80,

no sentido que se efetive a descentralização, porém, acompanhada pela autonomia

administrativa e pedagógica. As escolas devem ter a oportunidade de desenvolver

relações democráticas de participação com a comunidade definindo seus rumos de

acordo com suas peculiaridades.

Segundo Gadotti (1992, p.50), para que a comunidade escolar participe, esta

precisa apropriar-se das informações e conhecer as leis que regem a

administração pública. “Contudo, de nada adiantam todas as condições, se a

população for chamada apenas para legitimar decisões tomadas em gabinetes”.

Lima, na sua dissertação de mestrado (1995, p. 66), afirma que, quando a

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comunidade escolar participa da gestão escolar, contribui efetivamente para a

transformação da sociedade e da melhoria da qualidade de ensino.

A atual configuração do sistema do ensino no Brasil em relação às políticas

públicas de gestão é fruto de mudanças que são conseqüência das alterações

introduzidas em 1998 por meio da promulgação da Constituição da República

Federativa do Brasil. Há ainda a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,

Lei 9.394/96, o Plano Nacional de Educação PNE (2001) e, recentemente, o

Decreto 6.094 (2007), da Presidência da República, Implementação do Plano de

Metas, Compromisso Todos pela Educação, além das Leis Orgânicas dos

Municípios, que estabelecem as normas para a organização e gestão da educação

do país, bem como as ações políticas a serem efetivadas visando garantir a gestão

democrática nas escolas públicas.

O Ministério da Educação, por meio de suas secretarias e do Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, desde 1992, mantém um

programa que repassa verbas diretamente para as escolas através do Programa de

Descentralização de Recursos Financeiros, que visa o repasse anual de recursos

às escolas públicas do ensino fundamental através do Programa Dinheiro Direto na

Escola - PDDE, feito às contas bancárias das unidades escolares, cabendo a elas

utilizar os recursos de acordo com a “decisão” das APMFs das escolas.

A decisão para se gastar essa verba consiste em definir as prioridades e

elaboração do plano de aplicação de recursos, envolvendo toda a comunidade

escolar (diretor da escola, presidente da APMF, pais de alunos, funcionários) com

registro em atas, desde que sejam seguidas as determinações do Programa que

orienta para que os recursos recebidos poderão ser destinados: a) aquisição de

materiais de consumo e a contratação de serviços para funcionamento e

manutenção da escola (Recursos de Custeio), e aqueles destinados a cobrir

despesas com aquisição de material permanente para as escolas (Recursos de

Capital). O Programa cita uma listagem com exemplos de despesas de custeio e

de capital que deverá, obrigatoriamente, ser usado em sua categoria e recursos

que não poderão ser utilizados, conforme consta no ANEXO IV.

Após validação do plano de aplicação de recursos pelas comunidades

escolares, e com a finalidade de melhor utilizar o dinheiro público, o gestor deve

realizar no mínimo três cotações de preços, a fim de garantir à escola bens e

serviços de qualidade pelo menor preço. É obrigatório arquivar os orçamentos

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obtidos com as pesquisas de preços para possibilitar maior transparência na

utilização do dinheiro público.

O valor da verba é determinado com base no número de alunos

matriculados. Em razão deste programa se caracterizar pelo repasse de dinheiro às

escolas públicas, as APMFs das escolas são responsáveis pela utilização dos

recursos. Este processo de acompanhar e avaliar a aplicação é um canal de

participação de todos os segmentos da escola no uso dos recursos. A prestação de

contas deverá ser elaborada pela APMF e encaminhada à Secretaria de Educação

formulários e demais comprovantes de execução (notas fiscais).

As escolas municipais participam também de PCAE – Programa

Construindo a Autonomia Escolar, regulamentado pela Lei nº 3.812/2004 – Decreto

8.014/2008, que consta no Artigo 1º, que os recursos financeiros necessários ao

desenvolvimento do programa serão administrados pelos diretores e

coordenadores das unidades de ensino, em conjunto com as APMFs. A receita do

PCAE será composta pela transferência de recursos do Município, através da

Secretaria de Educação às APMFs, destinadas à cobertura de pequenas despesas

de custeio e concessão de auxílio para pequenas despesas de capital. Os valores

repassados às unidades de ensino - Educação Infantil ou Ensino Fundamental – 1º

segmento - terá como base de cálculo o número de alunos matriculados no censo

escolar do ano imediatamente anterior ao do repasse.

A prestação de contas do PCAE ocorrerá junto à Secretaria Municipal de

Educação e ao Tribunal de Contas (Resolução 03/06 do TCE), através do SIM-AM

(Sistema de Informações Municipais - Acompanhamento Mensal). As prestações

de contas ao TCE deverão ser encaminhadas ao Tribunal pelo gestor, anualmente,

de acordo com os prazos estabelecidos pelo TCE (Art. 34 e 35, Resolução

03/2006).

A Secretaria de Educação somente aceita prestações de contas se estas

forem apreciadas previamente pela APMF, o que é feito a cada trimestre, com o

parecer do contador que cada escola contrata, não podendo usar dinheiro do

PDDE e do PCAE. Para as despesas do serviço prestado pelo contador, utiliza-se

recursos próprios da APMF. Os gestores do PCAE são o presidente e o tesoureiro

da APMF e o diretor da escola. A prestação de contas deve ser feita junto à Divisão

Financeira da SEMED, através de formulários próprios e deve conter notas fiscais

originais, demonstrativo da receita e da despesa, extratos bancários, declaração de

gestores que prestaram contas às comunidades.

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Ambos os programas (PCAE, PDDE), dão muita ênfase aos procedimentos

de prestação de contas e ao controle. As escolas têm o mínimo de liberdade para

gerir os recursos livremente.

Como podemos observar, as leis são fundamentais à regulamentação do

sistema educacional brasileiro no que se refere às políticas públicas, aos

programas e financiamentos da educação. Porém, toda esta organização não

indica um sistema totalmente descentralizado e autônomo. A escola mantém-se

dependente do poder central para administrar seus recursos financeiros, cuja

aplicação está subordinada às leis e decretos que determinam como e onde o

dinheiro pode ser gasto. O estado acredita que as escolas não apliquem

corretamente as verbas se não houver diretrizes gerais do sistema que as

regulamentem. Desse modo, a escola tem certa autonomia para decidir

coletivamente as prioridades, de acordo com os recursos disponíveis, desde que

sigam a legislação e normas emitidas pelos órgãos competentes.

1.1 A escola da periferia

A escola municipal da periferia iniciou suas atividades no dia 04 de março de

1991, com 487 alunos matriculados.

No ano de 1994, a escola foi transferida e inclusa no CAIC- Centro de

Atenção à Criança e ao Adolescente, sob a direção de uma professora designada

para o cargo de confiança, onde permaneceu até o ano de 2000. A partir de 2001

foi implantada a eleição para o cargo de diretor do estabelecimento.

O bairro onde se localiza a escola é predominantemente residencial, com

aproximadamente 10 mil habitantes. É um bairro ativo, com várias casas

comerciais e a distribuição da população é de forma equilibrada. A maioria dos

moradores possui casa própria e renda aproximada de 1 a 3 salários mínimos,

sendo que a maioria dos casais trabalham. O nível de escolarização dos pais é, em

média, o Ensino Fundamental incompleto e muitos estão retornando aos estudos à

procura de uma melhor qualidade de vida.

No dia-a-dia, a escola fornece muito material escolar para os alunos sem

condição de adquiri-los, pouquíssimos alunos usam uniforme e trazem lanche de

casa. Os alunos que participam da ETI – Educação em Tempo Integral, fazem três

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refeições diárias na escola.

As vagas da escola são ofertadas para o Ensino Regular e Período Integral.

Atualmente a escola atende Sala de Recursos, EJA – Ensino de Jovens e Adultos

e 32 turmas, sendo 13 delas em Período Integral, num total de 863 alunos

matriculados.

A escola possui 65 funcionários entre professores e servidores e 26

estagiários atendendo projetos no contraturno: Xadrez, Dança, Artesanato,

Informática, Videoteca, Brinquedoteca, Teatro, Laboratórios de Ciências, Português

e Matemática e Esporte.

Desde a criação da escola, esta conta com a APMF, instância de

participação dos Pais, Mestres e Funcionários.

No primeiro trimestre do ano de 2009, a escola da periferia recebeu o valor

de R$ 11.358,00, recurso recebido com base no número de alunos matriculados no

censo escolar do ano imediatamente anterior ao do repasse.

Na entrevista com a diretora desse estabelecimento de ensino, esta

informou que grande parte da verba é utilizada para a compra de material de

higiene e limpeza, pois o espaço físico e o número de alunos é bastante grande. A

distribuição de material às zeladoras é feito uma vez na semana e, sem esse

controle e economia, a verba não daria para manter a escola limpa e faltaria

material de higiene e limpeza. A menor parte da verba destina-se à aquisição de

bem permanente, material didático e de expediente, e pequenos consertos.

Quanto ao valor recebido dos Programas PCAE9 e PDDE, segundo coloca a

diretora, estes não são suficientes para manter a escola da periferia, pois os pais

não contribuem com a taxa anual voluntária da APMF. Assim, a escola realiza

festas para complementar as verbas, faz locação do ginásio de esportes e refeitório

para eventos particulares, cujos valores auxiliam na complementação das

refeições, já que a escola atende em período integral, utilizando, portanto, menor

parte da verba para pagar prestações de serviços, compra de equipamentos,

material pedagógico.

O valor determinado para gasto em prestação de serviço não pode

ultrapassar duzentos e cinqüenta reais, sendo que uma reforma no banheiro, por

exemplo, ultrapassa muito o valor determinado. Assim, a escola faz as reformas

9 Valor repassado pelo programa PCAE em Cascavel/PR: Ensino fundamental = R$ 4,00/aluno/dia, a Educação

infantil = R$ 8,00/aluno/dia e Educação em Tempo Integral = R$ 2,00/aluno/dia (além dos R$ 4,00 da matrícula no turno normal).

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aos poucos ou espera que a prefeitura realize as reformas necessárias. A diretora

explicita que a escola da periferia nunca teve reformas desde a sua inauguração e

não foi por falta de solicitação via ofícios e reuniões com secretários de educação

solicitando reformas. No entanto, mudam os governantes e a promessa da reforma

tão necessária ainda não foi cumprida.

É importante ressaltar que há vários anos não ocorre reajuste no valor custo-

aluno repassado pelos governos municipal e federal, enquanto as mercadorias

continuam sofrendo aumentos consideráveis, principalmente os de limpeza e

higiene. Até dois anos atrás, a escola podia destinar a maior parte da verba PCAE

recebida em material de limpeza e higiene. Isso mudou porque foi baixada uma

Portaria, que estipulou o valor máximo de nove mil reais a ser utilizado, não

podendo ultrapassar este valor. A escola da periferia, que tinha um gasto de, em

média, vinte e dois mil anuais, teve que controlar todo material utilizado; como a

regra é válida para todas as escolas, as de maior porte foram prejudicadas,

enquanto uma escola de porte pequeno não utiliza toda a verba em material de

limpeza e higiene que a lei permite.

1.2 A escola da região central

A Escola da região central foi inaugurada em 1969, dando atendimento a

alunos de 1ª a 4ª séries. De 1976 a 1979, foi ampliado seu atendimento, passando

a oferecer ensino de 1ª a 8ª séries. No ano de 1980, foi extinto o ensino de 5ª a 8ª

séries, retornando o atendimento somente de 1ª a 4ª séries.

Em 2001, atendendo o processo de municipalização que vinha ocorrendo no

Estado do Paraná, foi criada a Escola Municipal, sendo nomeada para a direção

uma professora. Somente em 2002 ocorreu a primeira eleição para diretor do

estabelecimento.

A escola atende aproximadamente 325 famílias; 83,9% dos alunos

matriculados residem nas proximidades; 6,3% residem na área rural e 9,8% dos

alunos residem em bairros muito distantes da escola. O bairro é residencial e

comercial. A maioria das famílias possui casa própria; 56% das famílias mantém-se

com renda familiar de 3 a 5 salários mínimos, 16% das famílias ganham acima de 5

salários mínimos; o restante não possui renda fixa, pois trabalham como

autônomos.

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No dia-a-dia, percebe-se que as crianças possuem condições de adquirir

seus materiais escolares, não necessitando que a escola forneça, usam uniforme

escolar e trazem lanche de casa, mesmo que a escola ofereça.

Desde a criação da escola, existe a APMF, instância de participação dos

Pais, Mestres e Funcionários.

No primeiro trimestre do ano de 2009, a escola da região central recebeu o

valor de R$ 4.020,00. Segundo relatou na entrevista a diretora desse

estabelecimento, a verba é suficiente para manter a escola, não tem problemas

com falta de material de higiene e de limpeza, considerados materiais de alto custo,

porque a escola é pequena e o número de alunos e funcionários também é bem

reduzido em relação a outras escolas de porte grande do município e, ainda, vários

pais contribuem com a taxa da APMF.

Para gerenciar os recursos do PDDE, PCAE e recursos próprios, as

diretoras o fazem juntamente com a diretoria das APMFs, cujas atribuições são

delegadas por seus pares em eleição direta. Ao conversar com as duas diretoras, a

da escola da região central e da periferia constatou-se que o trabalho maior recai

sobre a figura do diretor, pois é ele quem está na escola todos os dias, que faz as

cotações de preços, organiza documentos, enfrenta os problemas com vidros

quebrados, fechaduras, problemas nos banheiros, falta de material, notas fiscais,

entre outros. Geralmente quando são realizadas reuniões para prestação de

contas, toda a documentação deve estar disponível para análise, conferência in

loco de aquisição de materiais e bens permanentes. Tudo isso é feito no decorrer

dos dias, os integrantes da diretoria não estão presentes todos os dias na escola.

É de competência do Presidente das APMFs administrar a associação,

representando-a em juízo ou fora dele, estimular a participação de toda a

comunidade escolar, assinar juntamente com o tesoureiro cheques, balanços e

outros documentos com endosso do Conselho Fiscal, que importem em

responsabilidades financeiras ou patrimoniais, vistar os livros de escrituração,

convocar e presidir reuniões e assembléias, analisar e apreciar a prestação de

contas e promover atividades diversificadas que possam interessar a todos os

integrantes efetivos. Ao Vice-presidente compete auxiliar o Presidente em todas as

suas atribuições e substituí-lo por renúncia ou saída do filho da escola. Ao

Secretário compete lavrar as atas de reuniões e assembléias, manter atualizados e

em ordem os documentos da APMF; ao suplente de secretário compete auxiliar o

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secretário em todas as suas atribuições e substituí-lo em seus impedimentos. Ao 1º

tesoureiro compete assinar junto com o presidente todas as obrigações, controlar

os recursos, realizar pagamentos, apresentar para assembléia geral a prestação de

contas e fazer prestação de contas perante a Administração Pública, quando

houver solicitação; ao suplente de tesoureiro compete auxiliar o tesoureiro em

todas as suas ações e substituí-lo em seus impedimentos. Compete aos diretores

Social, Cultural e Esportivo promover a integração escola-comunidade através do

planejamento e execução de atividades sociais, culturais e esportivas. O Conselho

Fiscal tem por obrigação examinar os livros e documentos fiscais da Diretoria,

apreciar os balancetes, dar parecer aos relatórios, à prestação de contas e aprovar

as despesas da APMF de acordo com o Estatuto.

A participação da comunidade escolar na gestão financeira da escola às

vezes fica restrita ao cumprimento de normas burocráticas exigidas pela legislação.

Na declaração das duas diretoras entrevistadas, pode-se comprovar essa

realidade, quando relatam que é muito grande a exigência burocrática,

preenchimento de papelada, dados e resultados quantitativos, ocasionando maior

envolvimento da direção e da diretoria da APMF com questões administrativo-

financeiras, como é o caso das duas escolas pesquisadas.

O grande desafio é envolver a comunidade nos assuntos financeiros da

escola e lutar por propostas que defendam a autonomia diante dos órgãos

superiores, não aceitando que a autonomia seja implantada por leis e decretos.

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2 ATUAÇÃO DOS MEMBROS DAS APMFS NAS TOMADAS DE DECISÕES

A APMF tem sua institucionalização, constituição e funcionamento

determinados por lei, com definições específicas para, também, atuar na

fiscalização da gestão financeira, isto é, exercer o controle social sobre a aplicação

orçamentária da Instituição Escolar, emitindo pareceres, acompanhando,

fiscalizando e aprovando a gestão do dinheiro público no âmbito da escola.

Ao analisar os objetivos e atribuições da APMF, percebe-se que sua atuação

vai muito além da gerência dos recursos financeiros. No artigo 3º de seu Estatuto,

a APMF tem como objetivos, entre outros: discutir ações de assistência ao

educando, de aprimoramento do ensino e integração família – escola –

comunidade; prestar assistência aos educandos, professores e funcionários,

assegurando-lhes melhores condições de eficiência escolar; proporcionar

condições ao educando para participar de todo o processo escolar; colaborar com

a manutenção e conservação do prédio escolar e suas instalações,

conscientizando sempre a comunidade para a importância desta ação.

Nas duas escolas, após análise das atas de assembléias e reuniões,

constatou-se através das assinaturas nos livros que, tanto na escola da periferia

quanto na da região central, os pais comparecem mais na primeira reunião de

início do ano letivo e depois nas reuniões de entrega de boletins. Quando a

convocação trata de assuntos relacionados à gestão dos recursos, prestação de

contas e palestras envolvendo os mais variados assuntos, a participação dos pais é

mínima. Até mesmo quando são convocados a votar na eleição para direção da

escola são pouco os pais que comparecem.

Geralmente, os assuntos tratados com maior freqüência nas reuniões são as

prestações de contas dos Programas PCAE, PDDE e de Recursos Próprios, o

processo de prestação de contas destes programas é muito burocrático, toma

grande parte do trabalho do diretor, conforme expôs a diretora da escola da

periferia:

Vejo com preocupação o fato de o diretor ter que priorizar o financeiro (orçamentos, compras, prestação de contas, notas) sendo que a prioridade da escola é a aprendizagem, a qualidade de ensino. Os programas não dão autonomia para o gestor utilizar conforme necessidade da escola, pois é necessário que se tenha grande controle principalmente na prestação de

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serviços, o que inviabiliza determinadas ações necessárias para o momento.

Nesse sentido, Paro ressalta que

Parece que a APM tem sua existência real ligada mesmo ao dinheiro; sua obrigatoriedade, antes que um dispositivo legal, é uma imposição da própria maneira de o Estado relacionar-se com a unidade escolar. Como a escola não tem autonomia para movimentar recursos financeiros, diretamente, a necessidade da APM se impõe como última forma de receber e aplicar recursos provindos de órgãos como a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) ou para movimentar dinheiro resultante de festas, bingos e contribuições dos pais e da comunidade. (PARO, 1995, p. 128,129).

O autor defende que a população deve ter uma educação de qualidade e a

escola autonomia para gerir os recursos financeiros, e que esses recursos já foram

pagos por meio de impostos inerentes às relações capitalistas de produção. Por

outro lado, depara-se com a realidade de muitos pais e professores favoráveis a

cobrança da taxa da APMF e realização de festas, rifas e eventos com fins

lucrativos para remediar a situação de muitas escolas.

As duas escolas pesquisadas contam com recursos próprios oriundos de

locação de ginásio de esportes, feira de livros, contribuição voluntária dos pais

(taxa da APMF), festa junina, rifas e outros. Essa é uma realidade encontrada em

praticamente todas as escolas públicas, pois a manutenção das escolas públicas

ao longo dos anos tem contado, além dos recursos públicos, a geração de recursos

pela própria escola, sendo que cada escola se mobiliza para buscar novas fontes

de recurso. O Capítulo V das Normas do Estatuto prevê, em seu Art. 5º, a

contribuição voluntária dos associados, através de moeda corrente ou outras

formas de arrecadação, tais como :materiais de consumo, de expediente e

serviços.

Os educadores preocupam-se com uma educação de qualidade, o que

pressupõe maior autonomia para as escolas gerirem os recursos financeiros, assim

os gestores teriam mais tempo para atenderem a parte pedagógica da escola.

Na investigação, foi possível notar que os professores enfatizam a

importância e a necessidade de os pais participarem quando convocados e

reclamam da falta da presença dos pais na escola. Segundo uma professora da

escola da periferia “São poucos os pais que buscam participar nas decisões

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escolares, o que geralmente acontece nas assembléias”.

A diretora desta mesma escola ressalta que, sempre que necessário, os pais

são chamados para comparecerem a escola, porém, nas assembléias a

participação é maior enquanto nas reuniões são poucos os que comparecem.

Percebe-se que a participação é maior quando o pai está interessado no boletim de

notas do filho, não valorizando o que acontece na escola, principalmente no que se

refere à utilização dos recursos financeiros.

As diretoras das duas escolas apontam como razões para o baixo índice de

participação dos pais quando convocados: o trabalho e a falta de compromisso no

acompanhamento da vida escolar dos filhos. Segundo as duas diretoras, marcam-

se reuniões e assembléias no período noturno para que mais pais participem, pois

quando as reuniões são feitas durante o dia são pouquíssimos os pais que

comparecem.

Quanto aos professores, estes foram unânimes em citar a importância dos

pais como membros atuantes na escola e na participação das decisões tomadas.

Geralmente são sempre os mesmos pais que comparecem e participam nas

decisões da escola, enquanto a grande maioria só comparece no fim do ano letivo

para saber se o filho foi aprovado. É como se a maioria dos pais delegasse o poder

de decisão para o diretor e a diretoria da APMF quando são eleitos, assim ficam

ausentes na participação da gestão da escola.

No contexto da investigação, foi possível perceber que os pais membros da

diretoria das APMFs, são mais conscientes dos seu papel e de suas

responsabilidades, muitos desconheciam a complexidade a respeito dos problemas

enfrentados no interior da escola, conforme informou um integrante do Conselho

Fiscal da escola da periferia: “ eu desconhecia como é administrar uma escola com

tantas questões legais e burocráticas para gastar e prestar contas.” Desta forma,

são os membros das diretorias das APMFs que arcam com toda a

responsabilidade, juntamente com o diretor do estabelecimento nas decisões

tomadas. Não que a participação de todos os pais pudesse resolver todos os

problemas da escola, mas teriam força para lutar e pressionar os governos para

cumprirem com suas obrigações de manter o bom funcionamento das unidades

escolares.

Nota-se que alguns pais preocupam-se com a vida escolar do filho, mas que

alguns pensam que o filho, a partir do momento que está na escola, a

responsabilidade é do professor, porém, reconhecem que falta interesse em tirar

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um tempo para se fazer presente na escola.

Já os pais que fazem parte da diretoria das APMFs, participam com maior

freqüência em reuniões e assembléias e demonstram conhecer os problemas que

a escola enfrenta, acompanham os gastos e orçamentos realizados, analisam

notas e aprovam ou não as prestações de contas. Os pais que aceitam fazer parte

da APMF querem de uma forma ou outra acompanhar a vida escolar do filho e

trabalhar junto com a direção da escola para garantir que seu filho tenha um bom

aproveitamento escolar.

Contudo, foi constatado na entrevista realizada com as duas diretoras, que

cada vez mais a comunidade escolar rejeita o “convite” para participar da diretoria

da APMF, principalmente quando ficam sabendo quais serão as suas

responsabilidades. Parece estranho ter usado a palavra convite, pois na realidade

é isto que vem acontecendo quando tenta-se compor uma chapa para concorrer a

eleição para diretoria. Na assembléia, quando é informado que é necessário eleger

uma nova diretoria, poucas pessoas se dispõem a participar; a maioria precisa ser

convidada no momento em que trazem os filhos para a escola e quase são

“forçadas” a participar. “Se deixasse livre, não haveria eleição porque não haveria

chapa para concorrer”.(diretora da periferia). A diretora da escola da região central

também salientou a dificuldade de compor uma chapa para eleição da APMF de

sua escola, sendo difícil conseguir o número de pais para representar a

associação. Não havendo disputa nas eleições, faz com que alguns representantes

permaneçam por mais de um mandato.

É comum hoje ouvir diretores falarem que sua gestão é democrática. A

própria Constituição de 1988 institucionalizou o discurso da democracia em seu

artigo 205: “A educação [...] será promovida [...] visando ao pleno desenvolvimento

da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho.” Também a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, em seu artigo

15, prevê que os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas

de educação básica progressivos graus de autonomia. Ou seja, a escola poderá

definir os seus rumos através da prática da democracia, oportunizando a

participação de toda comunidade escolar de acordo com suas peculiaridades. No

entanto, os diretores reclamam que poucos pais, professores e funcionários

participam, exercendo sua cidadania no interior da escola. Isto é comprovado na

entrevista com as duas diretoras, quando expuseram a dificuldade em se compor

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uma chapa para concorrer a diretoria da Associação de Pais, Mestres e

Funcionários. As pessoas não se dispõem livremente a participarem, na maioria

das vezes são “intimados” pela diretora a participarem.

Outro problema levantado pelas duas escolas é a definição prévia,

registrada em ata, do destino da verba (no que a escola vai gastar), que deve ser

decidida antes mesmo do depósito ser realizado em conta própria. A lei vigente no

Brasil determina que o gestor da escola reúna toda a comunidade escolar para, em

conjunto, determinarem as prioridades de gasto com as verbas em material

permanente e de consumo. Parte-se do pressuposto que, com o orçamento feito

previamente, a escola não terá problemas futuros, pois já sabe quanto e no que

pode gastar as verbas. Assim, o governo controla as ações dos gestores. Com o

gasto previamente planejado, as verbas já teriam destino. Suprindo este

planejamento, o governo não teria preocupação de que viesse surgir alguma

emergência no futuro, esta passaria a ser da comunidade escolar, já que o que foi

determinado como prioridade não pode ser mudado.

Ao perguntar aos servidores das duas escolas, já que todos devem participar

opinando no que gastar as verbas, um dos aspectos observados em relação à

resposta desses servidores diz respeito à concepção de participação que eles têm

concebido. Ao serem perguntados como participam na escola, responderam que

participam com o seu trabalho. Parecem entender que não existe outra forma de

participação que não seja exercendo a sua função.

A tomada de decisões para estas refere-se, conforme afirma PARO (1995, p.

307) mera execução, como se não houvesse participação coletiva no interior das

escolas. A participação é vista como trabalho individualizado, no qual cada um

exerce a sua função para o todo funcionar.

Quando o diretor reúne todos os funcionários da escola para definir com

antecedência os gastos dos recursos que a escola irá receber, os servidores

participam e têm a oportunidade de opinar. No entanto, estes não veiculam essa

prática como forma de participação na tomada de decisões. O que essas pessoas

entendem por participação tem a ver com o sujeito desempenhando o seu papel,

executando a sua função.

Pressionado pelas exigências burocráticas, os diretores se vêem sem tempo

para cuidar dos assuntos relacionados ao processo ensino-aprendizagem. Essa

dificuldade transparece na fala da diretora da escola da periferia: “Na prática, as

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escolas fazem o que é determinado, porém, não conseguem cumprir

rigorosamente, tornando-se inviável a prática do orçamento prévio. Ao colocar na

ata que pretende-se comprar uma televisão, faz-se três orçamentos e o valor dos

orçamentos não pode sofrer alterações até o ato da compra. O problema é que as

empresas não garantem o mesmo preço até que a escola receba a verba e pague

o produto. Transfere-se para a escola uma responsabilidade a qual dificilmente

poderá ser cumprida”.

O governo cria mecanismos burocráticos de controle ao invés de eliminá-los,

já que as regras são impostas pelo sistema e a prestação de contas não pode estar

diferente do que foi determinado, correndo o risco de não ser aceita pelos órgãos

competentes. Quando uma prestação de contas não é aprovada, as contas ficam

bloqueadas e a instituição não recebe verbas enquanto não fizer os ajustes

necessários, podendo a diretora, presidente e tesoureiro da APMF sofrer processos

administrativos.

Quando a diretoria da APMF é convocada para a realização da prestação de

contas, toda a documentação exigida deve estar em ordem para a apreciação. Este

trabalho é exclusivo do diretor da escola, que deve conhecer a lei que rege estas

verbas. Juntamente com o diretor da escola, trabalha um contador que presta

serviços à escola e os encargos deste serviço contratado deve ser pago pela

instituição. Para isso, é necessário ter recursos próprios, já que a lei não permite

que tal gasto seja pago com verbas do PCAE e PDDE.

Após análise da atuação dos membros das APMFs na gerência dos recursos

financeiros federal e local recebidos, entendemos que para as escolas exercerem

a autonomia financeira na sua manutenção, aquisição de materiais e aplicação das

verbas não basta terem descentralizados do poder central os recursos, mas sim

terem autonomia de se autogovernar, tomar decisões, poder optar e decidir

questões internas.

Acreditamos que, a construção de uma escola autônoma deve ser um dos

objetivos de todos aqueles que acreditam que é possível os sujeitos gerirem suas

organizações, conduzindo-as para uma maior participação administrativa e

pedagógica.

A comunidade tem que participar de todos os aspectos que envolvem a

unidade de ensino. Ser chamada a participar das decisões sobre os aspectos

pedagógicos e financeiros permite à comunidade escolar uma co-responsabilidade

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para com a escola pública.

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CONCLUSÕES

Com esse trabalho, por meio da análise da participação dos membros das

APMFs para a concretização do processo democrático, espero poder contribuir

para o fortalecimento dessas associações. Foi a partir daí que desenvolvi uma

pesquisa com o objetivo de estudar o nível de atuação dos representantes das

APMFs em duas escolas públicas municipais de Cascavel, procurei investigar as

dimensões da participação dos professores, servidores, diretores e principalmente

dos pais na melhoria do ensino aprendizagem através da atuação na associação.

As políticas públicas de organização e gestão da educação do país são fruto

de alterações introduzidas em 1988, por meio da promulgação da Constituição da

República Federativa do Brasil, que resultou em abertura de maior liberdade para

as escolas, assegurando-lhes progressivos graus de autonomia pedagógica e

administrativa e de gestão financeira. Porém, para receberem os recursos

financeiros, as escolas devem seguir normas de finanças públicas voltadas para a

responsabilidade na gestão fiscal, destacando-se o planejamento, o controle, a

transparência e a responsabilização como premissas básicas.

Criaram-se novos procedimentos para o gestor demonstrar os atos

pertinentes à sua administração. Portanto, para que a democratização possa

ocorrer de fato, se faz necessário maior participação dos pais, alunos, professores,

funcionários, enfim, toda comunidade escolar, tanto na gestão financeira quanto na

gestão pedagógica.

Nessa perspectiva de autonomia, consideramos importante que haja a

possibilidade de os sujeitos gerirem suas organizações. Para isso, a autonomia não

deve restringir-se somente na administração das verbas, mas envolvimento em

todo o processo educativo.

Toda instituição escolar pública municipal de Cascavel necessita ter

instituída a Associação de Pais, Mestres e Funcionários - APMF, para assegurarem

o recebimento de verbas dos governos federal e local para o seu funcionamento e

manutenção. Embora os objetivos das associações, conforme rege seu Estatuto,

seja o de discutir, colaborar e decidir sobre ações para a assistência do educando,

o aprimoramento do ensino e a integração família-escola-comunidade, verificou-se

que sua atuação fica restrita a gerência dos recursos financeiros. As leis que

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regulamentam os programas e os financiamentos da educação criam mecanismos

burocráticos de controle, mantendo a escola dependente do poder central para

administrar seus recursos financeiros em detrimento à autonomia das unidades

escolares tão reivindicadas pelos educadores desde a década de 80.

Nesse sentido, Libâneo ressalta que:

[...] Autonomia de uma instituição significa ter poder de decisão sobre seus objetivos e suas formas de organização, manter-se relativamente independente do poder central, administrar livremente recursos financeiros. Sendo assim, as escolas podem traçar seu próprio caminho envolvendo professores, alunos, funcionários, pais e comunidade próxima, que se tornam co-responsáveis pelo êxito da instituição. É assim que a organização da escola se transforma em instância educadora, espaço de trabalho coletivo e aprendizagem. (LIBÂNEO, 2001, p. 115).

Em função disso, trata-se de uma autonomia relativa, visto que as escolas

integram um sistema escolar e dependem das políticas públicas para se manterem.

A escola deve seguir leis que a regulam, portanto, a autonomia é decretada.

Da análise dos programas PCAE e PDDE, pode-se concluir que nenhum dos

dois realiza a autonomia das escolas, pois a ênfase destes programas está na

prestação de contas e no controle dos gastos, não permitindo às escolas a

liberdade de utilizá-las conforme suas reais necessidades. A maioria das pessoas

entrevistadas nas escolas reclamam da falta de liberdade para a utilização das

verbas, da grande burocracia na utilização e da prestação de contas, acarretando

uma demanda enorme do trabalho, principalmente dos diretores dos

estabelecimentos. São os diretores que ficam com a maior carga de trabalho; são

eles que fazem os orçamentos, preenchem formulários, contratam serviços do

contador, deixam toda documentação em ordem para apreciação e aprovação da

diretoria das associações, levam toda documentação ao setor financeiro da

prefeitura e prestam conta ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná, através do

portal na internet.

Os pais, os professores e os funcionários que não fazem parte da diretoria

pouco sabem ou desconhecem as decisões tomadas, participam de reuniões e

assembléias quando convocados para referendar decisões já tomadas e quando

trata-se de convocações para decisão da aplicação das verbas, são poucos os que

comparecem.

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Até mesmo quando ocorre eleição para troca da diretoria da associação,

verificou-se nos Livros Ata de registro de freqüência que menos da metade dos

pais comparecem para exercerem o direito ao voto.

Os diretores entrevistados demonstraram insatisfação com o modelo de

descentralização implantado pelos governos federal e local. Afirmaram que são

necessárias mudanças na gestão dos recursos financeiros dos programas PCAE e

PDDE, desejam maior liberdade para utilizá-los e menor burocracia na prestação

de contas.

Em conformidade com PARO:

Significa que conferir autonomia à escola deve consistir em conferir poder e condições concretas para que ela alcance objetivos educacionais articulados com os interesses das camadas trabalhadoras. E isso não acontecerá jamais por concessão espontânea dos grupos no poder. Essa autonomia, esse poder, só se dará como conquista das camadas trabalhadoras. Por isso é preciso, com elas, buscar a reorganização da autoridade no interior da escola. (PARO, 1998, p. 11).

Constatou-se na realização das entrevistas e questionários aplicados que a

participação nas decisões da escola é bastante tímida. Portanto, a escola deve

intensificar o diálogo com a comunidade escolar, dando oportunidade para que os

seus integrantes sintam-se responsáveis pelo sucesso da instituição, concretizando

o processo democrático, contribuindo para o fortalecimento das associações e

assim, diminuir a distância entre a escola e a comunidade representada pelas

APMFs.

Pode-se observar que ocorreram poucas mudanças no que se refere à

função dos membros constituídos; as maiores mudanças têm acontecido no campo

burocrático, ou seja, no setor financeiro, cujas mudanças sempre são efetivadas

em nome da descentralização e autonomia das escolas. Cada vez mais, as escolas

deparam-se com novas normas oriundas de decretos e leis promulgadas, referindo-

se a como e em que gastar as verbas recebidas. Há cada vez mais mecanismos de

controle e fiscalização, exigindo principalmente do gestor maior disponibilidade de

tempo e conhecimentos técnicos para cumprir as exigências.

Os dados demonstraram que, apesar da legislação garantir maior autonomia

para a escola, esta continua sofrendo um controle exagerado dos órgãos

financiadores: federal e local.

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A luta por uma escola mais autônoma já conseguiu algumas conquistas,

porém muitas transformações ainda são necessárias, constituindo-se como um

processo possível de realização, principalmente contra a burocracia.

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39

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 5 de outubro de 1988.

______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação: Lei nº 9.394 de 1996.

______. Plano Nacional de Educação. PNE, Apresentação de Vidal Didonet.

Brasília: Ed. Plano, 2000.

______. Presidência da República. Decreto 6.094/2007. Implementação do Plano

de Metas Compromisso Todos pela Educação. Diário Oficial da União, Ed. 79 de

25 de /04/2007.

CASCAVEL. Plano Municipal de Educação. Prefeitura Municipal. Secretaria de

Educação. 2004, 128p.

GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1992.

Coleção Polêmicas do nosso tempo, v.50.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática.

Goiânia: Alternativa, 2001.

LIMA, Antônio Bosco de. Burocracia e Participação: análise da (im)

possibilidade da participação transformadora na organização burocrática

escolar. Dissertação de mestrado. Campinas: UNICAMP, 1995.

OLIVEIRA, Sandra Regina. Entrevista com diretoras dos estabelecimentos de

ensino. Julho, 2009. Cascavel, PR.

_____________________. Aplicação questionário. Cascavel,PR/ 2009.

PARANÁ, Cascavel. Ata da APMF: Escola da Periferia. Livro 1, 1995 a 2009.

_______, Cascavel. Ata APMF: Escola da Região Central. Livro 1, 2000 a 2009.

PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática da escola pública. 2.ed. São Paulo:

Ática, 1998.

________________. Por Dentro da Escola Pública. 1.ed. São Paulo: Xamã,

1995.

VEIGA, Ilma Passos A. Projeto PoIítico – pedagógico da Escola: uma construção possível. Campinas, SP. Papirus, 1990.

www.inep.gov.br; acesso em 15/08/2009.

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ANEXOS

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ANEXO I

Modelo Estatuto das APMFs e serem seguidas conforme normas da Secretaria

Estadual de Educação – Curitiba PR

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42

CAPÍTULO I

DA INSTITUIÇÃO, SEDE E FORO

Art. 1- A Associação de Pais, Mestres e Funcionários da(o)

___________________________________________________,APMF/_________

_____

_ _______________________, com sede e foro no Distrito de

___________________ Município de ________________________________,

Estado do Paraná, localizado à __________________________________ nº

_________, reger-se-á pelo presente Estatuto e pelos dispositivos legais

ou regulamentares que lhe forem aplicados.

CAPÍTULO II

DA NATUREZA

Art. 2º - A APMF ou similares, pessoa jurídica de direito privado, é um

órgão de representação dos Pais, Mestres e Funcionários do

Estabelecimento de Ensino, não tendo caráter político partidário,

religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus

Dirigentes e Conselheiros.

CAPÍTULO III

DOS OBJETIVOS

Art. 3º - Os objetivos da APMF são:

I. Discutir, no seu âmbito de ação, sobre ações de

assistência ao educando, de aprimoramento do ensino e

integração família – escola – comunidade, enviando

sugestões, em consonância com a proposta pedagógica

para apreciação do Conselho Escolar e equipe-pedagógicaadministrativa.

II. Prestar assistência aos educandos, professores e

funcionários, assegurando-lhes melhores condições de

1

eficiência escolar em consonância com a proposta

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pedagógica do estabelecimento de ensino.

III. Buscar a integração dos segmentos da sociedade

organizada, no contexto escolar, discutindo a política

educacional, visando sempre a realidade dessa

comunidade.

IV. Proporcionar condições ao educando, para participar de

todo o processo escolar, estimulando sua organização em

Grêmio Estudantil com o apoio da APMF e o Conselho

Escolar.

V. Representar os reais interesses da comunidade escolar,

contribuindo dessa forma, para a melhoria da qualidade do

ensino, visando uma escola pública, gratuita e universal.

VI. Promover o entrosamento entre pais, alunos, professores e

funcionários e toda a comunidade, através de atividades

sócio-educativa-cultural-desportivas, ouvido o Conselho

Escolar.

VII. Gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os

que lhes forem repassados através de convênios, de acordo

com as prioridades estabelecidas em reunião conjunta com

o Conselho Escolar, com registro em livro ata.

VIII. Colaborar com a manutenção e conservação do prédio

escolar e suas instalações, conscientizando sempre a

comunidade para a importância desta ação.

CAPÍTULO IV

DAS ATRIBUIÇÕES

Art. 4º - Compete à APMF:

2

I. Acompanhar o desenvolvimento da proposta pedagógica,

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44

sugerindo as alterações que julgar necessárias ao Conselho

Escolar do estabelecimento de ensino, para deferimento ou

não;

II. Observar as disposições legais e regulamentares vigentes,

inclusive Resoluções emanadas da Secretaria de Estado da

Educação, no que concerne à utilização das dependências

da Unidade Escolar para realização de eventos próprios do

estabelecimento de ensino;

III. Estimular a criação e o desenvolvimento de atividades para

pais, alunos, professores, funcionários, assim como para a

comunidade, após análise do Conselho Escolar;

IV. Promover palestras, conferências e grupos de estudos,

envolvendo pais, professores, alunos, funcionários e

comunidade, a partir de necessidades apontadas por esses

segmentos, podendo ou não ser emitido certificado, de

acordo com os critérios da SEED;

V. Colaborar, de acordo com as possibilidades financeiras da

entidade, com as necessidades dos alunos

comprovadamente carentes;

VI. Convocar, através de edital e envio de comunicado, a todos

os integrantes da comunidade escolar, com no mínimo 2

(dois) dias úteis de antecedência, para a Assembléia

Geral Ordinária, e com no mínimo 1 (um) dia útil para a

Assembléia Geral Extraordinária, em horário compatível

com o da maioria da comunidade escolar, com pauta

claramente definida na convocatória;

VII. Reunir-se com o Conselho Escolar para definir o destino

dos recursos advindos de convênios públicos mediante a

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elaboração de planos de aplicação, bem como, reunir-se

para prestação de contas desses recursos, com registro em

ata;

3

VIII. Apresentar balancete semestral aos integrantes da

comunidade escolar, através de editais e em Assembléia

Geral;

IX. Registrar em livro ata da APMF, com as assinaturas dos

presentes, as reuniões de Diretoria, Conselho Deliberativo

e Fiscal, preferencialmente com a participação do Conselho

Escolar;

X. Registrar as Assembléias Gerais Ordinárias e

Extraordinárias, em livro ata próprio e as assinaturas

dos presentes, no livro de presença (ambos livros da

APMF);

XI. Registrar em livro próprio a prestação de contas de valores

e inventários de bens (patrimônio) da associação, sempre

que uma nova Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal

tomarem posse, dando-se conhecimento à direção do

estabelecimento de ensino;

XII. Aplicar as receitas oriundas de qualquer contribuição

voluntária ou doação, comunicando irregularidades,

quando constatadas, à Diretoria da Associação e à Direção

do Estabelecimento de Ensino;

XIII. Receber doações e contribuições voluntárias, fornecendo o

respectivo recibo, preenchido em 02 vias;

XIV. Promover a locação de serviços de terceiros para prestação

de serviços temporários na forma prescrita no Código Civil

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ou Consolidação das Leis do Trabalho mediante prévia

informação à Secretaria de Estado da Educação;

XV. Mobilizar a comunidade escolar, na perspectiva de sua

organização enquanto órgão representativo para que esta

comunidade expresse suas expectativas e necessidades;

XVI. Enviar cópia da prestação de contas da Associação à Direção do

Estabelecimento de Ensino, depois de aprovada pelo Conselho

Deliberativo e Fiscal e, em seguida, torná-la pública;

4

XVII. Apresentar, para aprovação, em Assembléia Geral

Extraordinária, atividades com ônus para os pais, alunos,

professores, funcionários e demais membros da APMF, ouvido o

Conselho Escolar do Estabelecimento de Ensino;

XVIII.Indicar entre os seus membros, em reunião de Diretoria,

Conselho Deliberativo e Fiscal, o(os) representante(s) para

compor o Conselho Escolar;

XIX. Celebrar convênios com o Poder Público para o

desenvolvimento de atividades curriculares, implantação e

implementação de projetos e programas nos

Estabelecimentos de Ensino da rede Pública Estadual,

apresentando plano de aplicação dos recursos públicos

eventualmente repassados e prestação de contas ao

Tribunal de Contas do Estado do Paraná dos recursos

utilizados;

XX. Celebrar contratos administrativos com o Poder Público,

nos termos da Lei Federal n°8.666/93, prestando-se contas

ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná, dos recursos

utilizados com o acompanhamento do Conselho Escolar;

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XXI. Celebrar contratos com pessoas jurídicas de direito privado

ou com pessoas físicas para a consecução dos seus fins, nos

termos da legislação civil pertinente, mediante prévia

informação à Secretaria de Estado da Educação;

XXII. Manter atualizada, organizada e com arquivo correto toda

documentação referente a APMF, obedecendo a dispositivos

legais e normas do Tribunal de Contas;

XXIII.Informar aos órgãos competentes, quando do afastamento do

presidente por 30 dias consecutivos anualmente, dando-se

ciência ao Diretor do Estabelecimento de Ensino.

Parágrafo Único - Manter atualizado o Cadastro Nacional de

Pessoa Jurídica (CNPJ) junto à Receita Federal, a RAIS junto ao

Ministério do Trabalho, a Certidão Negativa de Débitos do INSS,

o cadastro da Associação junto ao Tribunal de Contas do Estado do

5

Paraná, para solicitação da Certidão Negativa, e outros documentos

da legislação vigente, para os fins necessários.

CAPÍTULO V

DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

Art. 5º - A contribuição social voluntária será:

I. Fixada em reunião de Diretoria, Conselho Deliberativo e

Fiscal, e Conselho Escolar, com a maioria de seus membros,

no final do ano letivo. Tal contribuição não poderá

ultrapassar anualmente a 10% do salário mínimo vigente;

II. Recolhida mediante recibos numerados, emitidos em duas

vias, sendo uma via para o integrante contribuinte e a outra

para tesouraria da Associação de Pais, Mestres e

Funcionários;

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III. Fixada por família, independente do número de filhos

matriculados na Unidade Escolar, por professores e

funcionários;

§ 1° Aos pais, responsáveis legais ou responsáveis pelo

acompanhamento da vida escolar do(a) aluno(a), professores e

funcionários que contribuírem com valores maiores que o limite

fixado, será fornecido, além do recibo de contribuição social,

outro recibo a título de doação, com a diferença de valor;

§ 2° O total arrecadado com as contribuições voluntárias,

será depositado em estabelecimento bancário, em conta

vinculada da APMF, ou similares, a ser movimentada

conjuntamente pelo Presidente e Tesoureiro da Associação,

devendo ser endossada por um dos pais do Conselho

Deliberativo e Fiscal escolhido pelos demais;

§ 3° Os recursos arrecadados serão utilizados para melhoria

da qualidade do ensino e atendimento do aluno carente,

ouvido o Conselho Escolar, em consonância com a proposta

pedagógica do Estabelecimento de Ensino;

6

§ 4° A contribuição voluntária não poderá ser vinculada ao

ato de matrícula, podendo acontecer em qualquer época do

ano letivo.

§ 5º A contribuição social voluntária, poderá ser moeda

corrente ou outras formas de arrecadação, tais como:

materiais de consumo, de expediente e serviços.

§ 6º O descumprimento dos dispositivos elencados neste

capítulo ensejará responsabilidade civil dos membros da

Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal da APMF ou

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similares, cabendo a defesa com recursos;

CAPÍTULO VI

DO PATRIMÔNIO

Art. 6º - O patrimônio da APMF é constituído pelos bens móveis e

imóveis, incorporando qualquer título:

I. Os bens móveis e imóveis, assim como os valores da APMF,

devem ser obrigatoriamente contabilizados e inventariados

em livro próprio, integrando seu patrimônio e ficando sob

responsabilidade da Diretoria e Conselho Deliberativo e

Fiscal, permanecendo uma cópia atualizada do registro com

a Direção do Estabelecimento de Ensino;

II. A APMF deve manter em dia o cadastro de seu patrimônio;

III. A compra, venda ou doação do todo ou de parte do

patrimônio da APMF, deverá ser decidida em Assembléia

Geral pela maioria dos votos;

IV. Manter escrituração completa de suas receitas e despesas

em livros próprios, assegurando a respectiva exatidão dos

registros contábeis.

Parágrafo Único – O patrimônio público não integrará o

patrimônio da APMF, ou similares, em nenhuma hipótese.

7

CAPÍTULO VII

DA CAPTAÇÃO E APLICAÇÃO DOS RECURSOS

Art. 7º - Os recursos da APMF serão provenientes de :

I. Contribuição social voluntária dos integrantes;

II. Auxílios, subvenções e doações eventualmente concedidos

pelos poderes públicos e pessoas físicas ou jurídicas;

III. Campanhas e promoções diversas em conformidade com a

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legislação vigente;

IV. Juros bancários e correções monetárias provenientes de

aplicações em Caderneta de Poupança e/ou Conta Corrente;

V. Investimentos e operações monetárias previamente

autorizadas pelo Conselho Deliberativo e Fiscal e o Conselho

Escolar;

VI. Recursos auferidos a partir da celebração de convênios e

contratos, administrativos e civis, com pessoas de direito

público e privado, observando-se a legislação em vigor;

VII. Exploração da Cantina Comercial, respeitando-se a

legislação específica;

Art. 8º - A Diretoria, Conselho Deliberativo e Fiscal da APMF no início

do ano letivo deverão elaborar, com base em seus objetivos, um plano

de ação, aplicação de recursos, atendendo ao desenvolvimento de

ações que representem os reais interesses da comunidade escolar,

ouvida a Assessoria Técnica conforme Proposta Pedagógica;

§ 1As despesas mensais da APMF, acima de 3 (três) salários

mínimos, deverão ser autorizadas em primeira instância pela

Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal , Conselho Escolar

e em segunda instância pela Assembléia Geral ouvido o

Conselho Escolar do estabelecimento de ensino;

§ 2As despesas mensais da APMF, compreendidas entre 2

(dois) e 3 (três) salários mínimos serão autorizadas em

8

primeira instância, pelo Conselho Deliberativo e Fiscal e, em

Segunda instância pela Assembléia Geral ouvido o Conselho

Escolar, atendendo-se preferencialmente o disposto no

inciso V, do Art. 3º, deste estatuto;

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51

§ 3As despesas mensais da APMF até o limite de 2 (dois)

salários mínimos serão autorizadas pelo Presidente e

Tesoureiro, conforme prioridades estabelecidas no inciso V

do artigo 3°.

§ 4As despesas efetuadas com recursos provenientes de

convênios e contratos celebrados com entidades públicas,

deverão ser submetidas, também, à aprovação do Conselho

Escolar, conforme determinado no instrumento específico;

CAPÍTULO VIII

DOS INTEGRANTES

Art. 9º - O quadro social da APMF será constituído com número

ilimitado das seguintes categorias de integrantes: efetivos,

colaboradores e honorários.

§ 1Serão integrantes efetivos todos os Pais, ou responsáveis

legais, Mestres e Funcionários da Unidade Escolar.

§ 2Serão integrantes colaboradores, ex-alunos, pais de exalunos,

ex-professores, ex-funcionários e membros da

comunidade que manifestarem o desejo de participar.

§ 3Serão integrantes honorários, por indicação dos

integrantes efetivos, com a aprovação da Assembléia Geral,

todos aqueles que tenham prestado relevantes serviços à

educação e à APMF.

§ 4São considerados Mestres para efeito deste estatuto

todos os professores e especialistas em exercício na unidade

escolar.

Art. 10 - Constituem direitos dos integrantes efetivos:

9

I. Votar e ser votado;

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52

II. Apresentar novos integrantes para ampliação no quadro

social;

III. Apresentar sugestões e oferecer colaboração à APMF;

IV. Convocar Assembléia Geral Extraordinária, observando o

disposto no parágrafo único do artigo 18;

V. Solicitar em Assembléia Geral, esclarecimentos acerca do

controle dos recursos e encaminhamentos da APMF;

VI. Verificar a qualquer momento que se fizer necessário, livros

e documentos da APMF;

VII. Participar das atividades promovidas pela APMF, bem como,

solicitar utilização das dependências do estabelecimento nos

termos do artigo 4° do inciso II deste Estatuto.

Art. 11 - Constituem deveres dos integrantes efetivos:

I. Participar e estimular o envolvimento dos demais

componentes nas atividades propostas pela APMF;

II. Conhecer, respeitar e fazer cumprir este Estatuto assim

como as deliberações da APMF;

III. Comparecer às Assembléias Gerais e às reuniões da APMF;

IV. Desempenhar cargos e as atribuições que lhe forem

confiadas;

V. Colaborar na solução dos problemas do aluno, professor,

funcionário e do estabelecimento;

VI. Tratar com respeito os alunos e demais integrantes.

Parágrafo Único - Os integrantes que não compõem o quadro da

Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal não respondem

subsidiariamente pelas obrigações da Associação.

Art. 12 - Constituem direitos e deveres dos integrantes colaboradores:

10

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I. Apresentar sugestões à Diretoria, Conselho Deliberativo e

Fiscal, em Assembléia Geral, oferecendo colaboração à

APMF;

II. Solicitar, em Assembléia Geral, esclarecimentos acerca dos

recursos e encaminhamentos da APMF;

III. Participar das atividades promovidas pela APMF,

conhecendo, respeitando e fazendo cumprir este Estatuto;

IV. Tratar com respeito os alunos e demais integrantes.

Art. 13 - Constituem direitos e deveres dos integrantes honorários:

I. Apresentar sugestões à Diretoria, Conselho Deliberativo e

Fiscal, em Assembléia Geral, oferecendo colaboração à

APMF;

II. Participar das atividades promovidas pela APMF,

conhecendo, respeitando e fazendo cumprir este Estatuto;

III. Tratar com respeito os alunos e demais integrantes.

CAPÍTULO IX

DA ADMINISTRAÇÃO

Art. 14 - São órgãos da administração da APMF:

I. Assembléia Geral;

II. Conselho Deliberativo e Fiscal;

III. Diretoria;

IV. Assessoria Técnica;

Art. 15 - A Assembléia Geral Ordinária, será constituída pela

totalidade dos associados, será convocada e presidida pelo presidente

da APMF.

11

Parágrafo Único - A convocação far-se-á por edital, em local

visível e de passagem, com no mínimo 2(dois) dias úteis de

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antecedência, e por comunicado enviado a todos os associados.

Art. 16 - As Assembléias Gerais e Extraordinárias só poderão ser

instaladas, em primeira convocação, com presença da maioria

absoluta (metade mais um) dos associados, ou, em segunda

convocação, meia hora depois, com a presença de pelo menos 1/3 dos

associados.

Parágrafo Único – Para deliberação de alteração de Estatuto e

destituição de administradores, é exigido voto concorde de 2/3

(dois terços) dos presentes à assembléia especialmente

convocada para esse fim, observado o disposto no captu, do artigo

16, do presente Estatuto.

Art. 17 - Compete à Assembléia Geral Ordinária:

I. Eleger, bianualmente a Diretoria e o Conselho Deliberativo e

Fiscal;

II. Discutir e aprovar o plano anual de trabalho da APMF;

III. Aprovar o relatório anual e prestação de contas referentes

ao exercício anterior, com base em parecer do Conselho

Deliberativo e Fiscal e parecer do Conselho Escolar;

IV. Deliberar sobre assuntos gerais de interesse da APMF,

constantes do edital de convocação.

Art. 18 - Compete à Assembléia Geral Extraordinária:

I. Deliberar sobre os assuntos motivadores da convocação;

II. Deliberar sobre as modificações deste Estatuto e homologálas

em Assembléia Geral convocada para este fim;

III. Deliberar sobre a dissolução da APMF, em Assembléia

convocada especificamente para este fim.

12

IV. Decidir sobre a prorrogação do mandato de Diretoria e

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55

Conselho Deliberativo e Fiscal, que não poderá exceder a 30

(trinta) dias consecutivos, nos casos em que esteja vencido e

as eleições regulamentares não tenham sido realizadas, em

Assembléia convocada para este fim;

V. Definir e aplicar as penalidades para os ocupantes de cargos

de Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal em Assembléia

Geral designada para este fim;

VI. Cumprir o disposto no § 1º do artigo 8° deste Estatuto.

VII. Na vacância e/ou ausência do Presidente e vice-presidente

por mais de 30 (trinta) dias consecutivos, a Assembléia

Geral extraordinária elegerá os substitutos, em reunião

convocada pelo Conselho Deliberativo e Fiscal, para tal

finalidade;

Parágrafo Único - Sempre que justificado, poderá ser convocada

Assembléia Geral Extraordinária da APMF, pelo Presidente, pelo

Conselho Deliberativo e Fiscal ou por 1/5 (um quinto) dos

integrantes, com 1 (um) dia útil de antecedência, por meio de

editais afixados em locais visíveis e do envio de comunicado a

todos os integrantes.

Art. 19 - O Conselho Deliberativo e Fiscal será constituído por 2 (dois)

Mestres, 2 (dois) funcionários e 04 (quatro) pais, desde que não sejam

Mestres ou Funcionários do Estabelecimento de Ensino, em questão;

Art. 20 - Compete ao Conselho Deliberativo e Fiscal:

I. Examinar, obrigatoriamente a cada semestre ou a qualquer

tempo, os livros e documentos fiscais da Diretoria,

registrando o parecer no livro ata da APMF;

II. Apreciar os balancetes semestrais e dar parecer aos

relatórios semestrais e anuais, à prestação de contas e ao

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13

plano anual de atividades da Diretoria, registrando o

parecer no livro ata da APMF;

III. Emitir parecer sobre a observância dos preceitos do

presente Estatuto pelas chapas concorrentes às eleições,

previamente à sua votação pela Assembléia Geral;

IV. Autorizar investimentos e operações monetárias dos

recursos provenientes da APMF, registrando o(s) parecer

(es) em livro ata da APMF;

V. Aprovar em primeira e/ou segunda instâncias as despesas da

APMF, de acordo com o disposto nos § 1° e 2° do artigo 8°

do presente Estatuto;

VI. Receber sugestões provenientes dos integrantes efetivos;

VII. Convocar, sempre que justificado, Assembléia Geral

Extraordinária;

VIII. Analisar e aprovar as decisões tomadas pela Diretoria nos

casos de emergência não previstas no presente Estatuto;

IX. Dar parecer quanto à aceitação de doações com encargos

para a APMF;

X. Dar parecer sobre contratos e convênios a serem firmados

com outros órgãos e entidades;

XI. Todas as deliberações do Conselho Deliberativo e Fiscal,

deverão ser aprovadas por maioria simples, em reunião, da

qual será lavrada ata, em livro próprio da APMF, ou

similares;

XII. Indicar um Conselheiro representante do segmento de

Pais, para endossar toda movimentação financeira da

APMF.

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Art. 21 - A Diretoria da Associação de Pais, Mestres e Funcionários

será composta de:

14

I. Presidente;

II. Vice-Presidente;

III. 1° Secretário;

IV. 2° Secretário;

V. 1° Tesoureiro;

VI. 2° Tesoureiro;

VII. 1° Diretor Sócio-Cultural-Esportivo;

VIII. 2° Diretor Sócio-Cultural-Esportivo.

Art. 22 - Os Cargos de Diretoria serão ocupados somente por

integrantes efetivos, eleitos em Assembléia Geral, convocada

especificamente para este fim.

§ 1° - Os cargos de Presidente, Vice-Presidente, 1°

Tesoureiro e 2° Tesoureiro, serão privativos de pais, e/ou,

responsáveis legais de alunos matriculados com freqüência

regular, vedados aos Servidores Públicos Estaduais.

§ 2° - Os cargos de 1° e 2º Secretário e 1° e 2º Diretor

Sócio-Cultural-Esportivo, serão privativos de professores e

ou funcionários do estabelecimento de ensino, desde que

respeitada a paridade.

Art. 23 - Compete à Diretoria:

I. Elaborar o plano anual de atividades, submetendo-o à

aprovação do Conselho Deliberativo e Fiscal, Assembléia

Geral, ouvido o Conselho Escolar do Estabelecimento de

Ensino;

II. Elaborar os relatórios semestrais, encaminhando-o à

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apreciação do Conselho Deliberativo e Fiscal e Assembléia

Geral Extraordinária, convocada para tal fim e, após, enviar

cópia à Direção do Estabelecimento de Ensino;

III. Elaborar o relatório anual, encaminhando-o para apreciação

do Conselho Deliberativo e Fiscal, Conselho Escolar e da

Assembléia Geral;

15

IV. Gerir os recursos da APMF, no cumprimento de seus

objetivos;

V. Colocar em execução o plano anual de atividades e as

deliberações aprovadas em Assembléia Geral, bem como as

atividades necessárias para o cumprimento da Proposta

Pedagógica do Estabelecimento de Ensino;

VI. Decidir sobre a aceitação de doações com encargos, ouvido

o parecer do Conselho Deliberativo e Fiscal e Conselho

Escolar;

VII. Apresentar balancetes semestrais ao Conselho Deliberativo

e Fiscal e Conselho Escolar, colocando à sua disposição os

livros e os documentos;

VIII. Executar e fazer executar as atribuições constantes do

artigo 4° deste Estatuto;

IX. Reunir-se ordinariamente a cada 03 (três) meses e

extraordinariamente, por convocação do Presidente ou 2/3

( dois terços) de seus membros;

X. Adotar procedimentos de emergência não previstos neste

Estatuto, submetendo-os à posterior aprovação do Conselho

Deliberativo e Fiscal e Assembléia Geral;

XI. Responsabilizar-se pelo patrimônio da Associação de Pais,

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Mestres e Funcionários;

XII. Responsabilizar-se pela elaboração e entrega das obrigações

e documentos fiscais, nos prazos previstos em Lei, aos

órgãos competentes da Administração Pública;

Parágrafo Único - Todas as deliberações da Diretoria deverão

ser tomadas em reunião conjunta dos seus membros e constar em

livro ata próprio da APMF.

Art. 24 - Compete ao Presidente:

16

I. Administrar a Associação de Pais, Mestres e Funcionários,

representando-a em juízo ou fora dele;

II. Estimular a participação de toda a comunidade escolar nas

atividades da Associação de Pais, Mestres e Funcionários;

III. Assinar, juntamente com o tesoureiro, as obrigações

mercantis, cheques, balanços e outros documentos com o

endosso do Conselho Fiscal que importem em

responsabilidades financeiras ou patrimoniais para a

Associação de Pais, Mestres e Funcionários, bem como

vistar os livros de escrituração;

IV. Cumprir o disposto no inciso XVIII do artigo 4° deste

Estatuto;

V. Aprovar aplicações, observando o disposto nos § 2° e 3° do

artigo 8° deste Estatuto;

VI. Convocar e presidir reuniões ordinárias e extraordinárias

da Diretoria e Assembléia Geral;

VII. Promover atividades diversificadas que possam interessar a

todos os integrantes efetivos;

VIII. Analisar e apreciar o balanço anual e prestação de contas

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ao término de seu exercício, com parecer em livro ata da

APMF;

IX. Informar, com 3 (três) dias úteis de antecedência, à

Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal da APMF, seu

afastamento da Associação, que não poderá exceder a 30

(trinta) dias consecutivos.

Art. 25 - Compete ao Vice- Presidente:

I. Auxiliar o Presidente em todas as suas atribuições e

substituí-lo em seus impedimentos por até 30 (trinta) dias

consecutivos;

II. Assumir o cargo do Presidente em caso de vacância, por

renúncia e/ou destituição, ou saída da escola, do(a) filho(a)

17

do(a) Presidente da APMF no máximo 30(trinta) dias

consecutivos.

Art. 26 - Compete ao 1° Secretário:

I. Lavrar as atas das reuniões de Diretoria, Assessoria Técnica

e das Assembléias Gerais;

II. Organizar relatório semestral e anual de atividades;

III. Manter atualizados e em ordem os documentos da APMF,

observando o disposto do inciso XIV, do artigo 4° deste

Estatuto;

IV. Encaminhar os comunicados da APMF aos integrantes.

;

Art. 27 - Compete ao 2° Secretário:

I. Auxiliar o 1° Secretário em todas as suas atribuições e

substituí-lo em seus impedimentos por até 30 (trinta) dias

consecutivos.

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Art. 28 - Compete ao 1° Tesoureiro:

I. Assinar, junto com o Presidente da APMF, as obrigações

mercantis, cheques, balanços e outros documentos, que

importem responsabilidade financeira ou patrimonial para a

APMF, segundo o art.24 inciso III;

II. Promover a arrecadação e fazer escrituração contábil das

contribuições dos integrantes e demais receitas da APMF,

em livros próprios, assegurando a respectiva exatidão dos

registros;

III. Depositar todos os recursos financeiros da APMF, em

estabelecimento bancário (Conta Bancária em nome da

APMF);

IV. Controlar os recursos da APMF;

18

V. Realizar pagamentos através de cheque nominal ou em

espécie, observando o disposto nos § 1°, 2° e 3° do artigo 8°

deste Estatuto, solicitando as respectivas notas fiscais e/ou

recibos;

VI. Realizar inventário anual dos bens da APMF,

responsabilizando-se pela guarda e conservação dessa

documentação;

VII. Fazer balanço anual e prestação de contas ao término de

cada exercício, submetendo-os à análise e à apreciação do

Presidente, do Conselho Deliberativo e Fiscal e Assembléia

Geral, respectivamente;

VIII. Arquivar notas fiscais, recibos e documentos relativos aos

valores recebidos e pagos pela APMF, devidamente

preenchidos, responsabilizando-se por sua guarda;

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IX. Responsabilizar-se pela elaboração e entrega das

obrigações e documentos fiscais, nos prazos previstos em

Lei, aos órgãos competentes da Administração Pública;

X. Apresentar para aprovação em Assembléia Geral, a

prestação de contas da APMF;

XI. Fazer a prestação de contas perante a Administração

Pública, quando houver solicitação;

XII. Fazer cotação de preços e licitações quando necessário no

mínimo 3(três).

Art. 29 - Compete ao 2° Tesoureiro:

I. Auxiliar o 1° Tesoureiro em todas as suas atribuições,

substituindo-o em seus impedimentos por até 30 (trinta)

dias consecutivos.

Art. 30 - Compete ao 1° Diretor Sócio-Cultural-Esportivo:

19

I. Promover a integração escola-comunidade através do

planejamento e execução de atividades sociais, culturais e

esportivas.

Art. 31 - Compete ao 2° Diretor Sócio-Cultural-Esportivo:

I. Auxiliar o 1° Diretor Sócio-Cultural-Esportivo em todas as

suas atribuições, substituindo-o em seus impedimentos por

até 30 (trinta) dias consecutivos.

Art. 32 - O Diretor Social, Cultural e Esportivo, deverá colaborar para

a elaboração do plano anual de atividades e relatórios semestral e

anual, fornecendo subsídios de suas respectivas áreas de atuação.

Art. 33 - A Assessoria Técnica é constituída pelo (a) diretor (a) e

representantes da equipe pedagógica-administrativa da Unidade

Escolar, independente do mandato da Diretoria da APMF.

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Art. 34 - Compete à Assessoria Técnica:

I. Orientar quanto às normas para criação, funcionamento e

registro da APMF;

II. Apreciar projetos a serem executados pela Associação

visando sempre a garantia da execução da Proposta

Pedagógica e da assistência ao aluno.

III. Participar na implantação e complementação do Estatuto

da APMF;

IV. Participar das Assembléias Gerais, reuniões da Diretoria e

do Conselho Deliberativo e Fiscal da APMF;

V. Opinar sobre a aplicação dos recursos de acordo com as

finalidades da APMF;

VI. Providenciar a lista de votantes (só para consulta/controle)

e a cédula eleitoral da APMF;

CAPÍTULO X

20

DAS ELEIÇÕES, POSSE, EXERCÍCIO E MANDATO

Art. 35 - As eleições para Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal

realizar-se-ão bianualmente podendo serem reeleitos por mais 2(dois)

mandatos observando-se o disposto no Capítulo X.

Art. 36 - Convocar-se-á a Assembléia Geral para:

I. Escolher durante a Assembléia Geral a comissão

eleitoral que será composta por Presidente, Secretário e

Suplentes, sendo os cargos preenchidos por pais, mestres e

funcionários paritariamente.

a) cabe à comissão eleitoral designar os componentes da(s)

mesa(s) apuradora(s) e escrutinadora(s) que serão

compostas por Presidente, Secretário e Suplentes, sendo

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os cargos preenchidos por pais, mestres e funcionários,

paritariamente.

b) os componentes da mesa apuradora/escrutinadora não

poderão fazer parte de nenhuma das chapas

concorrentes.

c) cada chapa poderá indicar um fiscal por mesa

apuradora/escrutinadora para acompanhar os trabalhos.

II. Definir na Assembléia, data, horário e local para as eleições

com antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis;

III. Apresentar e/ou compor durante a Assembléia Geral as

chapas que concorrerão às eleições, incluindo os elementos

do Conselho Deliberativo e Fiscal, devendo ser

apresentadas por escrito à comissão eleitoral.

§ 1Compondo-se, no mínimo, uma chapa completa na

Assembléia, não haverá prazo para apresentação de novas

chapas.

§ 2A partir da composição das chapas será enviado

comunicado aos integrantes, apresentando os seus

componentes.

§ 3Uma mesma pessoa não poderá compor mais de uma

chapa, mesmo em cargos distintos;

21

§ 4Havendo participação do casal na composição da

mesma chapa, os mesmos não poderão ocupar

concomitantemente o cargo de Presidente, Vice-Presidente

e 1° e 2° Tesoureiro.

IV. Definir os critérios para a campanha eleitoral.

V. O pleito eleitoral poderá ser acompanhado pelo NRE.

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65

Art. 37 - A solicitação de impugnação do processo eleitoral deverá ser

apresentada, por escrito, embasada em documentos e motivos

explicativos relevantes ao Presidente da comissão eleitoral ou a quem

por ele designado, até às 18 horas do 1° dia útil subsequente ao pleito.

Parágrafo Único - A decisão, quanto à impugnação do processo

eleitoral, será de responsabilidade da comissão eleitoral prevista

no artigo 36, devendo ser dada ciência por escrito à parte

interessada, imediatamente após a decisão, no prazo máximo de

3(três) dias úteis.

Art. 38 - A campanha eleitoral terá início a partir da composição das

chapas, até 24 (vinte e quatro) horas antes da realização do pleito.

Art. 39 - O pleito será realizado por voto secreto e direto, sendo

considerada vencedora a chapa que obtiver maior número de votos

válidos, não sendo computados os votos brancos ou nulos.

§ 1º - Ocorrendo empate entre as chapas concorrentes, procederse-

á a uma nova votação entre as chapas empatadas, no prazo de

até 7(sete) dias úteis da primeira votação.

§ 2º - Ocorrendo a inscrição de apenas uma chapa, o pleito será

realizado por voto secreto e direto e a chapa será considerada

eleita, se obtiver número maior de votos válidos do que a soma

dos votos nulos e brancos.

§ 3º - Caso a chapa única não seja eleita, conforme o citado no §

2º, deste artigo, novas eleições serão convocadas no prazo de até

7(sete) dias úteis.

22

Art. 40 - O mandato da Diretoria e do Conselho Deliberativo e Fiscal

da APMF será cumprido integralmente, no período para o qual seus

membros foram eleitos, exceto em casos de destituição ou renúncia,

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66

em que os cargos deverão ser preenchidos até o prazo máximo de

30(trinta) dias consecutivos, mediante convocação de assembléia Geral

Extraordinária.

Art. 41 – A Assessoria Técnica deverá providenciar a lista dos votantes

para consulta/controle e a cédula eleitoral.

Art. 42 – Terão direito a voto somente os integrantes efetivos.

§ 1Cada família terá direito a um voto (pai ou mãe ou

responsável) independente do número de filhos

matriculados na escola.

§ 2O professor que possuir 2 (dois) padrões na mesma

escola, terá direito a 1(um) voto.

§ 3O mestre e o funcionário com filhos freqüentando

regularmente o estabelecimento de ensino poderão votar

na categoria de pais, ou na categoria de mestres e

funcionários, tendo direito a apenas um voto.

Art. 43 - A Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal, eleitos,

tomarão posse imediatamente após a apuração.

§ 1A Diretoria anterior terá o prazo de até 5 (cinco) dias

úteis para a prestação de contas de sua gestão, bem como

para proceder a entrega de toda a documentação referente

à Associação, sendo obrigatória a presença do Presidente,

1° Tesoureiro, 1° Secretário e Conselho Deliberativo e

Fiscal de ambas as Diretorias, com registro em ata.

§ 2A nova Diretoria deverá analisar em reunião toda a

documentação recebida e dar parecer da aceitação das

contas em caso de dúvidas ou detectadas irregularidades,

23

solicitar esclarecimentos e/ou providências à gestão

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anterior, mediante ofício, em duas vias, com recebimento

em até 15(quinze) dias registrando em ata as conclusões.

Art. 44 - O Conselho Deliberativo e Fiscal será considerado eleito em

virtude da eleição da Diretoria da APMF com a qual compôs a chapa.

CAPÍTULO XI

DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES

Art. 45 – Constitui infração disciplinar dos membros da Diretoria:

I. Deixar de prestar contas à Assembléia Geral dentro dos

prazos previstos;

II. Exercer funções quando estiver legalmente impedido de

fazê-lo;

III. Valer-se da função exercida para lograr proveito pessoal em

detrimento dos interesses da APMF;

IV. Favorecer a terceiros em detrimento dos interesses da

APMF;

V. Utilizar os bens da APMF, e similares, em assuntos

particulares, sem autorização dos membros da Diretoria;

VI. Constranger ou impedir que os membros da Diretoria

exerçam plenamente suas funções;

VII. Omitir ou sonegar informações sobre a situação financeira,

contábil e administrativa aos integrantes da APMF;

VIII. Praticar usura em todas as suas formas;

IX. Deixar de atender aos dispositivos do presente Estatuto.

Art. 46 – As penas disciplinares aplicáveis são:

24

I. Destituição da função, nos casos previstos no Art. 45, incisos

II, VI, VII;

II. Repreensão por escrito, nos casos previstos no Art. 45, nos

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incisos I, IX;

III. Suspensão até noventa dias, nos casos previstos no Art. 45,

no inciso V;

IV. Expulsão, nos casos previstos no Art. 45, nos incisos III, IV,

VIII;

Parágrafo Único – Nos casos de reincidência, será aplicada a

pena de Expulsão.

CAPÍTULO XII

DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES

Art. 47 – A denúncia de irregularidade será recebida, por escrito, pelo

presidente da APMF e/ou Conselho Deliberativo e Fiscal.

Art. 48 – A apuração das irregularidades se dará mediante

procedimento de sindicância realizada por três membros indicados

pelo Conselho Deliberativo e Fiscal.

Art. 49 – A comissão será presidida conforme a indicação do Conselho

Deliberativo e Fiscal.

Art. 50 – Instaurada a sindicância, a Comissão terá o prazo de

15(quinze) dias para concluir as diligências que entender necessárias

para o esclarecimento dos fatos, devendo encaminhar ao Conselho

Deliberativo e Fiscal relatório circunstanciado.

25

Art. 51 – O Conselho Deliberativo e Fiscal encaminhará aos possíveis

infratores cópia do Relatório de Sindicância para no prazo de 10 (dez)

dias apresentarem defesa por escrito.

Art. 52 – O Conselho Deliberativo e Fiscal se reunirá para analisar o

relatório e a defesa, conforme o disposto no Art. 20, inciso XI.

§ 1° Julgando as denúncias improcedentes determinará o

arquivamento do processo.

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§ 2º Julgando procedentes as denúncias, o Presidente do

Conselho Deliberativo e Fiscal convocará a Assembléia Geral

Extraordinária e comunicará por escrito o denunciado.

Art. 53 – Reunida a Assembléia Geral Extraordinária, será lido o

relatório da comissão e a defesa, na presença do denunciado.

Art. 54 – O denunciado terá direito de apresentar defesa oral por 20

minutos.

Art. 55 – A Assembléia Geral Extraordinária decidirá a penalidade a

ser imposta ao denunciado, dentre as previstas no Art. 46, conforme o

disposto no Art. 16 do presente Estatuto.

CAPÍTULO XIII

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 56 - A Associação de Pais, Mestres e Funcionários poderá ser

dissolvida:

I. Em virtude da lei, emanada do Poder competente;

II. Por decisão de 2/3 (dois terços) dos participantes efetivos,

manifestada em Assembléia Geral Extraordinária,

especialmente convocada para este fim.

Parágrafo único - Em caso de dissolução, todos os bens móveis,

imóveis e valores de qualquer espécie reverterão em benefício da

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Unidade Escolar, de acordo com critérios definidos em

Assembléia Geral Extraordinária.

Art. 57 - A Associação de Pais, Mestres e Funcionários não distribuirá

lucros, bonificações e vantagens a dirigentes, conselheiros

mantenedores ou integrantes, sob nenhum pretexto, e empregará suas

rendas, exclusivamente na Unidade Escolar, atendendo a Proposta

Pedagógica e na manutenção de seus objetivos institucionais.

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Art. 58 - No exercício de suas atribuições a APMF manterá rigoroso

respeito às disposições legais, de modo a assegurar observância aos

princípios fundamentais da política educacional vigente no Estado.

Art. 59 - O mandato da Diretoria e do Conselho Deliberativo e Fiscal,

poderá ser prorrogado por até 30 (trinta) dias, quando tomará posse a

chapa eleita.

Parágrafo único - A decisão quanto à prorrogação do mandato

será de competência da Assembléia Geral convocada para este

fim.

Art. 60 – A Diretoria da Associação de Pais, Mestres e Funcionários,

providenciará a sua regulamentação junto aos órgãos competentes, a

saber:

I. Segundo Ofício do Distribuidor;

II. Ministério da Fazenda- Receita Federal;

III. Banco (os);

IV. Secretaria Estadual da Educação;

V. Outros órgãos.

Art. 61 – A Associação de Pais, Mestres e Funcionários se extinguirá

quando assim deliberar a Assembléia Geral Extraordinária, convocada

especificamente para este fim.

§ 1º São necessários os votos de dois terços dos integrantes

presentes, para tornar válidas as deliberações de que trata este artigo.

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§ 2º Em caso de extinção da APMF o seu patrimônio passará a

integrar, através de doação, o patrimônio do Estabelecimento de

Ensino a que está vinculada.

Art. 62 - Em qualquer dos casos previstos neste Estatuto, será vedada

a dupla representatividade.

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Art. 63 - Os casos omissos deste Estatuto serão dirimidos pela

Diretoria e Conselho Deliberativo e Fiscal da APMF, em reunião

conjunta e aprovados em Assembléia Geral pela maioria dos presentes.

Curitiba, 06 de dezembro de 2003.

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ANEXO II

Entrevistas com base em roteiros de questões abertas com os diretores das duas

escolas, questionário à diretoria representante dos segmentos que compõem as

APMFs, e para alguns pais, professores e servidores que não fazem parte da

diretoria das APMFs.

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Roteiro de pesquisa para Diretores, membros da diretoria da APMF e para professores, servidores e pais que não fazem parte da diretoria.

Pós graduação História da Educação –Unioeste – Cascavel/Pr Aluna: Sandra Regina de Oliveira Projeto de Pesquisa: O papel das APMFs no processo de gestão e funcionamento das escolas municipais de Cascavel

Escola:____________________________________________________________ Diretor do Estabelecimento:________________________________________

1. A escola possui APMF? Como ela foi instituída? 2. Existe um trabalho com os pais? São feitas reuniões, assembléias? Com que freqüência? 3. Os pais comparecem? 4. Aponte razões (caso os pais participem pouco nas reuniões e assembléias) para a falta da participação dos pais na escola. 5. Como é a participação dos pais na tomada de decisões? 6. Qual é o tipo de gestão adotada pela escola? 7. O valor recebido pelos Programas PDDE e PCAE são suficientes para administrar as despesas da escola? 8. Além dos Programas PDDE e PCAE, a escola tem outras fontes de renda? Quais? 9. Os Programas PDDE e PCAE dão autonomia para o gestor utilizar conforme necessidade da escola? 10. A partir do momento em que a escola realiza cotação de preços, e conforme determina a Lei deve optar pela empresa que apresentou menor preço, como fica a qualidade do produto? 11. Em relação às prestações de contas do PCAE e PDDE, aponte os pontos positivos e negativos?

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Pós graduação História da Educação –Unioeste – Cascavel/Pr

Aluna: Sandra Regina de Oliveira Projeto de Pesquisa: O papel das APMFs no processo de gestão e funcionamento das escolas municipais de Cascavel

Escola:___________________________________________________________ PAI/MÃE____________________________________________________________ 1. Como se dá a sua participação na escola? 2. Com que freqüência participa de reuniões e assembléias? 3. Como é a participação dos pais nas reuniões e assembléias? 4. Quais assuntos são tratados nos encontros? 5. Qual é o maior empecilho para a falta de participação dos pais? 6. O que os pais poderiam fazer para estarem mais presentes na vida escolar do filho? 7. Concorda em pagar a taxa da APMF? Por quê? 8. Como você acompanha a prestação de contas? Tem acesso? Como? 9. Como são aplicados os recursos recebidos?

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Pós graduação História da Educação –Unioeste – Cascavel/Pr Aluna: Sandra Regina de Oliveira Projeto de Pesquisa: O papel das APMFs no processo de gestão e funcionamento das escolas municipais de Cascavel

Escola:_____________________________________________________________ Professor:_________________________________________________________ 1. Qual a visão a respeito da sua participação nas decisões da escola? 2. E a respeito da participação dos pais? 3. Como você acompanha a aplicação das verbas recebidas? Opina na

previsão de gastos, no que gastar? 4. Concorda em realizar festas na escola para arrecadar fundos e

complementar as verbas recebidas? Por quê? 5. Como você acompanha a prestação de contas? Tem acesso? Como?

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Pós graduação História da Educação –Unioeste – Cascavel/Pr Aluna: Sandra Regina de Oliveira Projeto de Pesquisa: O papel das APMFs no processo de gestão e funcionamento das escolas municipais de Cascavel

Escola:__________________________________________________________ Servidor:__________________________________________________________ 1. Como se dá a sua participação na escola? 2. Participa de reuniões e Assembléias? 3. Como você acompanha a prestação de contas? Tem acesso? Como?

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Pós graduação História da Educação –Unioeste – Cascavel/Pr

Aluna: Sandra Regina de Oliveira Projeto de Pesquisa: O papel das APMFs no processo de gestão e funcionamento das escolas municipais de Cascavel

Escola:____________________________________________________________ Diretoria APMF

Nome:_____________________________________________________________

_

1. Qual a sua função? 2. Quais as atribuições de sua função? 3. Participa das reuniões e assembléias? 4. O que o levou a fazer parte da APMF? 5. Quais assuntos são tratados com maior freqüência nas reuniões? 6. Quem preside as reuniões com a diretoria? 7. Como é sua participação na tomada de decisões? 8. Como você acompanha a prestação de contas? Tem acesso? Como? 9. Como e onde são aplicados os recursos recebidos?

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ANEXO III

Programas : PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola ( Aplicação e valores).

PCAE- Programa Construindo a Autonomia Escolar

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO CONSELHO DELIBERATIVO

RESOLUÇÃO Nº 04 DE 17 DE MARÇO DE 2009 Dispõe sobre os processos de adesão e habilitação e as formas de execução e prestação de contas referentes ao Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), e dá outras providências. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL Constituição Federal de 1988. Lei n.º 4.320, de 17 de março de 1964. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei n.º 9.608, de 18 de fevereiro de 1998. Lei Complementar n.º 101, de 4 de maio de 2000. Lei n.º 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Lei n.º 11.768, de 14 de agosto de 2008. Lei n.º 11.897, de 30 de dezembro de 2008. Medida Provisória n.º 455, de 28 de janeiro de 2009. Decreto n.º 59.308, de 23 de setembro de 1966. Portaria Interministerial n.º 17, de 24 de abril de 2007.

Portaria Normativa n.º 27, de 21 de junho de 2007. O PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE), no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 14, Seção IV, Capítulo V, do Anexo I, do Decreto n.º 6.319, de 20 de dezembro de 2007, republicado no Diário Oficial da União de 2 de abril de 2008, e pelos arts. 3º, 5º e 6º do Anexo da Resolução CD/FNDE nº 31, de 30 de setembro de 2003, e CONSIDERANDO a política de fomento ao fortalecimento da participação social e da autogestão dos estabelecimentos de ensino públicos e privados sem fins lucrativos que ministram educação especial, como meio de consolidação da escola democrática; CONSIDERANDO a necessidade de sistematizar, disciplinar e aperfeiçoar os procedimentos administrativos relativos aos processos de adesão e habilitação e às formas de execução e de prestação de contas dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), destinados aos estabelecimentos de ensino públicos e aos privados sem fins lucrativos que ministram educação especial, com o fito de garantir meios que possibilitem a consecução dos propósitos da escola democrática; CONSIDERANDO os benefícios advindos com a racionalização e simplificação dos procedimentos administrativos; CONSIDERANDO o objetivo de minorar as desigualdades socioeducacionais entre as regiões pela observância do princípio redistributivo dos recursos;

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CONSIDERANDO a relevância do planejamento estratégico para a sistematização de procedimentos, atividades e ações implementadas no ambiente escolar e para o fortalecimento da autonomia das escolas, com vistas à consecução de seus fins sociais; CONSIDERANDO a importância da ação Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE Escola) como parte do conjunto de estratégias previsto no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e o propósito de concorrer para a melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) em escolas de ensino fundamental nas regiões brasileiras; CONSIDERANDO a necessidade de realizar adequações arquitetônicas nas escolas públicas das redes estaduais, distrital e municipais, com o objetivo de favorecer a igualdade de acesso e as condições de permanência aos alunos, com ou sem deficiência, em suas sedes, assegurando o direito de todos os estudantes compartilharem os espaços comuns de aprendizagem; CONSIDERANDO que para a aprovação ou licenciamento ou emissão de certificado de conclusão de projeto arquitetônico deverão ser observados os princípios do desenho universal e atestado o atendimento às regras de acessibilidade previstas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); CONSIDERANDO a importância da utilização dos recursos de informática como instrumento de ampliação dos métodos empregados no processo de ensino e aprendizagem, bem como a necessidade de adequação das instalações das unidades escolares para adoção das novas tecnologias; CONSIDERANDO a importância da escola como espaço no qual a vivência democrática pode ser exercitada por meio de atividades educativas e recreativas; CONSIDERANDO a necessidade de estimular a ampliação da jornada e espaço escolares para o mínimo de sete horas diárias, em conformidade com o “Programa Mais Educação”, visando à implementação da Educação Integral na rede pública de ensino com atividades nas áreas de aprendizagem, culturais e artísticas, esportivas e de lazer, de direitos humanos, de meio ambiente, de inclusão digital e de saúde e sexualidade; CONSIDERANDO a necessidade de estimular a promoção de modelo de co-responsabilidade pela gestão do tempo educativo nos municípios mediante ação intersetorial das áreas sociais; RESOLVE “AD REFERENDUM”: Art. 1º Estabelecer os processos de adesão e habilitação e as formas

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de execução e prestação de contas referentes ao Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), cujos recursos financeiros se destinam a beneficiar as escolas: I – públicas das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal, que possuam alunos matriculados na educação básica, de acordo com dados extraídos do censo escolar, realizado pelo Ministério da Educação (MEC), no ano anterior ao do atendimento; e II – privadas de educação básica, na modalidade especial, recenseadas pelo MEC no ano anterior ao do atendimento, mantidas por entidades definidas na forma do inciso III do parágrafo único, do art. 3º. Art. 2º A transferência de recursos financeiros no âmbito do PDDE será realizada de forma automática, sem necessidade de convênio, ajuste, acordo, contrato ou instrumento congênere, nos termos facultados pela Medida Provisória nº 455, de 28 de janeiro de 2009, e destina-se à cobertura de despesas de custeio, manutenção e pequenos investimentos, de forma a contribuir, supletivamente, para a melhoria física e pedagógica dos estabelecimentos de ensino beneficiários, devendo ser empregados: I – na aquisição de material permanente, quando receberem recursos de capital; II – na manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade escolar; III – na aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento da escola; IV – na avaliação de aprendizagem; V – na implementação de projeto pedagógico; VI – no desenvolvimento de atividades educacionais; VII – na implementação do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE Escola); VIII – no funcionamento das escolas nos finais de semana; e IX – na promoção da Educação Integral. § 1º É vedada a aplicação dos recursos do PDDE em gastos com pessoal, em implementação de outras ações que estejam sendo objeto de financiamento pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e em pagamentos de tarifas bancárias e de tributos federais, distritais, estaduais e municipais quando não incidentes sobre os bens adquiridos ou produzidos e os serviços contratados para a consecução dos objetivos do programa; § 2º Os recursos do PDDE poderão ser utilizados para custear despesas cartorárias decorrentes de alterações nos estatutos das unidades executoras definidas na forma do inciso II, parágrafo único, do art. 3°, bem como as relativas a recomposições de seus membros, devendo tais desembolsos ser registrados nas correspondentes prestações de contas.

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Art. 3º Os recursos do PDDE serão destinados às escolas definidas pelos incisos I e II do art. 1º, por intermédio de suas Entidades Executoras (EEx), Unidades Executoras (UEx) e Entidades Mantenedoras (EM). Parágrafo único. Por Entidade Executora (EEx), Unidade Executora (UEx) e Entidade Mantenedora (EM) entende-se o órgão ou instituição responsável pela formalização dos processos de adesão e habilitação e pelo recebimento, execução e prestação de contas dos recursos transferidos que, na forma desta Resolução, compreende: I – Entidade Executora (EEx) – prefeituras municipais e secretarias de educação distrital e estaduais, responsáveis pelo recebimento, execução e prestação de contas dos recursos destinados às escolas públicas que não possuem UEx; II – Unidade Executora (UEx) – entidade sem fins lucrativos, representativa das escolas públicas, integrada por membros das comunidades escolar e local, comumente denominada de caixa escolar, associação de pais e mestres, conselho escolar, círculo de pais e mestres etc., constituída para receber, executar e prestar contas dos recursos destinados às referidas escolas; e III – Entidade Mantenedora (EM) – entidade sem fins lucrativos, registrada no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) como beneficente de assistência social, ou de atendimento direto e gratuito ao público, responsável pelo recebimento, execução e prestação de contas dos recursos destinados às escolas privadas de educação especial. Art. 4º As escolas públicas com mais de 50 (cinqüenta) alunos matriculados na educação básica, para serem beneficiadas com recursos do PDDE deverão, obrigatoriamente, constituir suas respectivas Unidades Executoras (UEx). § 1º Às escolas públicas, com até 50 (cinqüenta) alunos matriculados, é facultada e recomendada a constituição de UEx. § 2º Às escolas públicas que possuírem, cada uma de per si, até 99 (noventa e nove) alunos, é facultada a formação de consórcio, desde que este congregue, no máximo, 5 (cinco) unidades escolares, necessariamente integrantes da mesma rede de ensino, com vistas à constituição de uma única UEx. § 3º Os consórcios formados até dezembro de 2003 poderão continuar com até 20 (vinte) escolas em sua formação e os formados após essa data deverão observar o disposto no parágrafo anterior. Art. 5º Os recursos financeiros do PDDE serão repassados, anualmente, da seguinte forma: I – à Entidade Executora (EEx) a cuja rede de ensino pertençam as

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escolas públicas, no caso destas terem até 50 (cinqüenta) alunos e não possuírem Unidade Executora (UEx); II – à Unidade Executora (UEx), representativa da escola pública; e III – à Entidade Mantenedora (EM), no caso de escola privada de educação especial. Art. 6º O montante devido, anualmente, a cada escola pública beneficiária do PDDE, será calculado de acordo com: I – o número de alunos matriculados na educação básica, considerados, isoladamente, os totais de cada nível de ensino, obtidos do censo escolar do ano anterior ao do repasse; e II – a tabela “Referencial de Cálculo dos Valores a Serem Repassados às Escolas Públicas Situadas nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, Exceto o Distrito Federal”, conforme a seguir: Região Norte/Nordeste/Centro-Oeste (*) Intervalo de Classe de Número de Alunos Valor Base (1) (R$) Fator de Correção (2) Valor Total (3) (R$) 21 a 50 600,00 (X – 21) x K 600,00 + (X – 21) x K 51 a 99 1.300,00 (X – 51) x K 1.300,00 + (X – 51) x K 100 a 250 2.700,00 (X – 100) x K 2.700,00 + (X – 100) x K 251 a 500 3.900,00 (X – 251) x K 3.900,00 + (X – 251) x K 501 a 750 6.300,00 (X – 501) x K 6.300,00 + (X – 501) x K 751 a 1.000 8.900,00 (X – 751) x K 8.900,00 + (X – 751) x K 1.001 a 1.500 10.300,00 (X – 1.001) x K 10.300,00 + (X – 1.001) x K 1.501 a 2.000 14.400,00 (X – 1.501) x K 14.400,00 + (X – 1.501) x K Acima de 2.000 19.000,00 (X – 2.001) x K 19.000,00 + (X – 2.001) x K (*) Exceto o Distrito Federal. (1) Valor Base: parcela mínima a ser destinada à instituição de ensino que apresentar quantidade de alunos matriculados, segundo o censo escolar, igual ao limite inferior de cada Intervalo de Classe do Número de Alunos, no qual o estabelecimento de ensino esteja situado. (2) Fator de Correção (X – Limite Inferior) x K: resultado da multiplicação da constante K pela diferença entre o número de alunos matriculados na escola e o limite inferior de cada Intervalo de Classe do Número de Alunos, no qual o estabelecimento de ensino esteja situado, representando X o número de alunos da escola, segundo o censo escolar, e K o valor adicional por aluno acima do limite inferior de cada Intervalo de Classe do Número de Alunos.

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(3) Valor Total: resultado, em cada intervalo de classe, da soma horizontal do Valor Base mais o Fator de Correção; III – a tabela: “Referencial de Cálculo dos Valores a Serem Repassados às Escolas Públicas Situadas nas Regiões Sul, Sudeste e no Distrito Federal”, conforme a seguir: Região Sul/Sudeste/Distrito Federal Intervalo de Classe do Número de Alunos Valor Base (1) (R$) Fator de Correção (2) Valor Total (3) (R$) 21 a 50 500,00 (X – 21) x K 500,00 + (X – 21) x K 51 a 99 1.100,00 (X – 51) x K 1.100,00 + (X – 51) x K 100 a 250 1.800,00 (X – 100) x K 1.800,00 + (X –100) x K 251 a 500 2.700,00 (X – 251) x K 2.700,00 + (X –251) x K 501 a 750 4.500,00 (X – 501) x K 4.500,00 + (X –501) x K 751 a 1.000 6.200,00 (X – 751) x K 6.200,00 + (X –751) x K 1.001 a 1.500 8.200,00 (X – 1.001) x K 8.200,00 + (X –1.001) x K 1.501 a 2.000 11.000,00 (X – 1.501) x K 11.000,00 + (X – 1.501) x K Acima de 2.000 14.500,00 (X – 2.001) x K 14.500,00 + (X –2.001) x K (1) Valor Base: parcela mínima a ser destinada à instituição de ensino que apresentar quantidade de alunos matriculados, segundo o censo escolar, igual ao limite inferior de cada Intervalo de Classe do Número de Alunos, no qual o estabelecimento de ensino esteja situado. (2) Fator de Correção (X – Limite Inferior) x K: resultado da multiplicação da constante K pela diferença entre o número de alunos matriculados na escola e o limite inferior de cada Intervalo de Classe do Número de Alunos, no qual o estabelecimento de ensino esteja situado, representando X o número de alunos da escola, segundo o censo escolar, e K o valor adicional por aluno acima do limite inferior de cada Intervalo de Classe do Número de Alunos. (3) Valor Total: resultado, em cada intervalo de classe, da soma horizontal do Valor Base mais o Fator de Correção.PROGRAMA CONSTRUINDO A AUTONOMIA ESCOLAR - PCAE Programa criado pela Lei nº 3.812/2004 e regulamentado pelo Decreto nº 8.014/2008.

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PCAE – PROGRAMA CONSTRUINDO AUTONOMIA ESCOLAR CASCAVEL/ PR FINALIDADE Viabilizar com maior agilidade repasse de recursos aos Estabelecimentos de Ensino da rede pública municipal, abrangendo os níveis de Educação Infantil, Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, EJA e Educação Especial, para a manutenção do estabelecimento e outras despesas relacionadas com a atividade educacional. CRITÉRIOS DE DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS: Os Estabelecimentos de Ensino receberão recursos com base no número de alunos matriculados no censo escolar do ano imediatamente anterior ao do repasse. VALORES: Ensino fundamental = R$ 4,00/aluno/dia Educação infantil = R$ 8,00/aluno/dia Educação em Tempo Integral = R$ 2,00/aluno/dia (além dos R$ 4,00 da matricula no turno normal). Os recursos destinados aos Estabelecimentos de Ensino através do CAE somente poderão ser aplicados em despesas nas categorias econômicas de CUSTEIO e CAPITAL. ADMINISTRAÇÃO DO CAE: O CAE será administrado pelos gestores: APMF e Diretor(a) da Escola; APEF e Coordenador(a) do CMEI. PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE A comunidade escolar, representada pelos membros da Associação de Pais e Mestres – APMF/APEF ou do Conselho Escolar, participará da aplicação dos recursos repassados da seguinte forma: a) No acompanhamento da realização das ações; b) Na Prestação de Contas. No final de cada trimestre os Gestores do CAE oportunizarão a apreciação da Prestação de Contas do Programa a toda a Comunidade Escolar. Com o acompanhamento, supervisão e encaminhamento de sugestões ao Gestores do CAE, a Comunidade Escolar poderá contribuir para a otimização da aplicação dos recursos públicos