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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL A PSICOPEDAGOGIA NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA Rute Xavier de Moraes da Silva Professora Orientadora Ms.Fabiane Muniz RIO DE JANEIRO 2015

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES AVM FACULDADE … filematerial didático e leitura realizada em livros que tratam a temática. Através desta pesquisa, pretendeu-se analisar a Psicopedagogia

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

A PSICOPEDAGOGIA NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA

Rute Xavier de Moraes da Silva

Professora Orientadora Ms.Fabiane Muniz

RIO DE JANEIRO 2015

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

A PSICOPEDAGOGIA NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA

Rute Xavier de Moraes da Silva

Monografia apresentada à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Psicopedagogia.

Orientadora: Prof. Ms. Fabiane Muniz

RIO DE JANEIRO 2015

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Professora e Orientadora Fabiane Muniz, pelo apoio e encorajamento contínuos na pesquisa, aos demais Mestres da casa, pelos conhecimentos transmitidos, e à Coordenação e Diretoria da Pós-graduação da Universidade Cândido Mendes – AVM Faculdade Integrada, pelo apoio institucional e pelo encorajamento e compreensão nos momentos difíceis.

DEDICATÓRIA

À minha família que tem me amparado e apoiado em minhas buscas por qualificações em momentos em que paralelamente o tempo não os contempla. E aos meus alunos que me apontam sempre, o quanto é essencial se atualizar, para dar excelência a minha atividade profissional.

RESUMO

A Psicopedagogia pode ser considerada como orientadora da ação psicomotora, intelectual, psicológica e pedagógica. Através da Educação, unida à Psicopedagogia, a prática do movimento, do raciocínio lógico e social. Em toda a vida do ser humano pode ser utilizada, principalmente como auxiliadora na aprendizagem da Leitura e da Escrita. Esta nova concepção se fundamenta nos conceitos da educação preventiva, como uma nova maneira de educar e ajudar as crianças com dificuldades de aprendizagem ou não. Pois é uma forma também de prevenção às possíveis dificuldades. Atualmente, esta visão tende a revigorar os sistemas educacionais, pois ela se transforma em função das relações sociais, das ideias morais, das capacidades individuais e da forma de ser de cada um, além de seus valores: educar o movimento, na mesma hora em que põe em jogo as funções da inteligência, assim, a partir dessa concepção, pode-se ver a relação intrínseca das funções motoras cognitivas, que estando unidas à psicopedagogia, que enfatiza a afetividade, a Leitura e a Escrita podem ser auxiliadas e estimuladas.

METODOLOGIA

A pesquisa bibliográfica é uma busca em livros, revistas, sites, jornais,

documentários a respeito de um assunto.

Ela tem o objetivo de auxiliar o pesquisador no desenvolvimento de sua

pesquisa, pois ela irá apresentar e explicar o conhecimento atual sobre o tema

selecionado e identificará pesquisas que estão sendo feitas ou foram no passado,

dentro do campo e do tema escolhidos.

A metodologia aplicada para fundamentação desta pesquisa foi de natureza

exploratória, do tipo pesquisa bibliográfica e qualitativa, hipotético-dedutiva, onde

foram analisados autores que tratam sobre o assunto, em sites especializados,

material didático e leitura realizada em livros que tratam a temática.

Através desta pesquisa, pretendeu-se analisar a Psicopedagogia sobre as

suas intervenções na leitura e na escrita para que o processo a ser desenvolvido em

sala de aula, com os alunos e os professores ocorra de maneira tranquila e

produtiva.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 01

CAPÍTULO I - O QUE É PSICOPEDAGOGIA? .................................................... 03

1.1 – A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL..................................................... 06

CAPÍTULO II – A FORMAÇÃO DO SER PARA A APRENDIZAGEM ESCOLAR 10

2.1 – PIAGET ........................................................................................................11

2.1.1 – ASSIMILAÇÃO, ACOMODAÇÃO E EQUILIBRAÇÃO ..............................13

2.1.2 – ESTÁGIOS COGNITIVOS ........................................................................14

2.2 – VYGOTSKY .................................................................................................20

CAPÍTULO III – PSICOPEDAGOGIA, LEITURA E A ESCRITA .........................22

3.1 – INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS ..................................................26

CONCLUSÃO ....................................................................................................... 30

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 31

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é verificar a que se destina a

Psicopedagogia e como esta analisa e interfere na aquisição da leitura e da

escrita no surgimento das dificuldades de aprendizagem.

Já houve e há vários olhares e muitas formas de se atender às

dificuldades de aprendizagem. Alguns organizam aulas de reforço e de

recuperação de conteúdo não compreendido ou organizam outras maneiras

de se ensinar o mesmo.

Há aqueles que se detêm no desenvolvimento cognitivo e adequam os

programas e recursos didáticos ao aprendiz; atendem aos pré-requisitos, à

retenção de informações, à reeducação. Muitos cuidam das questões que

transversalizam os momentos do aprender. Às vezes envolvem as famílias,

e se preocupam com o meio sociocultural, com o psiquismo e as relações

com o inconsciente. Outros tentaram e tentam atender às dificuldades sociais

e financeiras fornecendo o alimento e material básico para a aprendizagem

na escola, em especial; observam o organismo e suas necessidades de

sobrevivência.

A Psicopedagogia se coloca frente a um ser que é orgânicamente

biológico e cognitivo, mas que é ser também afetivo e sócio cultural. Por isso,

ela se detém a conhecer o sujeito, ser transcendental que, a partir do

biológico, se constrói pessoa. Por isso, a Psicopedagogia tem um campo de

estudo tão amplo.

Ela caminha entre tantas outras ciências e se faz parceira delas.

Transita num espaço que está entre a Psicologia e a Pedagogia, entre o

afetivo e o cognitivo - os dois ligados e influenciados pelo ambiente familiar,

cultural e social do ser.

As teorias básicas que sustentam a Psicopedagogia são: o

Desenvolvimento Cognitivo, particularmente estudado por Piaget, Vygotsky e

Wallon e a Psicanálise.

Há de se conhecer como se aprende, para compreender porque não

se aprende e para cooperar com quem ensina e com quem aprende. Há de

se estar consciente de que a emoção é a mola que impulsiona o pensar, que

esta pulsão é construída no conviver, que envolve outras pessoas, inseridas

em culturas diversas, com modos de pensar e sentir diferentes.

É importantíssimo, também, que se conheça o como se ensina porque

a Psicopedagogia lida diretamente com a aprendizagem e se existe

dificuldade, esta tem que ser observada através de múltiplos olhares.

Podemos chamar este olhar de olhar psicopedagógico.

A metodologia de trabalho do psicopedagogo também não é única. Há

vários ângulos para se observar o aprender de alguém: através do brincar,

do dramatizar, da produção textual, do conto e reconto, dos jogos

estruturados, entre outros, pois aprender envolve o jogo, o lúdico, o desafio,

o risco de errar tentando construir.

O que faz a diferença no atendimento psicopedagógico é o olhar do

psicopedagogo que devolve ao aluno a imagem enquanto alguém que

aprende, para que seja olhada por si mesmo, elaborada, relida e que se

apresente com várias possibilidades de escrita da própria história, dando-lhe

novos significados. Resgatar a possibilidade de aprender é resgatar a

capacidade de viver e se desenvolver e este é o objetivo da Psicopedagogia.

Voltando à reflexão inicial, Psicopedagogia é uma ciência que tem,

como objeto de estudo, o sujeito aprendente. É uma forma de tratar as

questões de aprendizagem olhando esta construção como algo que acontece

em todos os espaços em que o ser humano transita e se desenvolve.

Assim sendo, este estudo foi dividido em três capítulos. Apresenta em

seu Capítulo I uma visão geral do campo de atuação do Psicopedagogo e o

objeto de estudo da Psicopedagogia Institucional. No Capítulo II temos uma

análise da formação da pessoa para a aprendizagem escolar a as

contribuições de Piaget e Vygotsky. No Capítulo III, tem-se a função social da

leitura e da escrita, uma amostra de algumas das dificuldades que podem se

apresentar e a Psicopedagogia como meio de intervenção.

CAPÍTULO I - O QUE É PSICOPEDAGOGIA?

Este capítulo abordará uma conceituação sobre a Psicopedagogia e

demonstrará as suas áreas de abrangência. Se analisará as contribuições da

Psicopedagogia na área escolar.

A Psicopedagogia é um campo do conhecimento em Educação e Saúde

que se ocupa do educando em seu processo de ensino-aprendizagem.

Considerando com o mesmo grau de importância, tanto os aspectos físicos,

como os psicológicos e os sociais do aprendente. A intervenção

psicopedagógica implica em um trabalho terapêutico (clínico) ou preventivo

(institucional).

Segundo Fagali e Vale (2009): A Psicopedagogia pensa a sua prática, tanto clínica quanto institucional, num enfoque transdisciplinar, sendo necessário aprofundar e analisar os princípios que regem o processo de aprender. Princípios esses que estão presentes na existência do homem, na sua constituição, na sua modalidade de aprender e/ou ensinar, em suas diferenças e singularidades. A Psicopedagogia surgiu como necessidade de compreender os problemas de aprendizagem, refletindo sobre as questões relacionadas ao desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo, implícitas nas situações de aprendizagem. (FAGALI; VALE, 2009, p.9-10)

Sendo dividida em dois eixos de atuação, a Psicopedagogia trouxe

enormes progressos psicológicos e pedagógicos às crianças que

apresentavam qualquer dificuldade de aprendizagem, que antes de seu

surgimento, eram apenas tratadas como crianças-problema.

Em 1946, na Europa, foram criados os primeiros Centros

Psicopedagógicos por J. Boutonier e George Mauco, onde médicos e

pedagogos eram responsáveis pela condução do trabalho. Lá iniciou-se um

trabalho, hoje conhecido como multidisciplinar, onde a psicologia, a psicanálise

e a pedagogia trabalhavam unidas para readaptar crianças com

comportamentos sociais inadequados na escola, em casa, atendendo também

à crianças com dificuldade de aprendizagem, mesmo sendo inteligentes.

A Psicopedagogia Argentina foi influenciada, principalmente pelas ideias

francesas, e esta influenciou de maneira significativa a nossa Psicopedagogia.

Inicialmente a Psicopedagogia era vista como um caráter médico

pedagógico, onde médicos, psicólogos, psicanalistas e pedagogos faziam parte

da equipe de um centro psicopedagógico, afinal era importante para a época

diferenciar os que não aprendiam, apesar de inteligentes, dos que

apresentavam alguma deficiência física, mental ou intelectual.

A corrente europeia influenciou significativamente a Argentina. Conforme

a Psicopedagoga Alicia Fernández (apud BOSSA, 2000:41), a Psicopedagogia

surgiu na Argentina há mais de 30 anos e foi em Buenos Aires, sua capital, a

primeira cidade a oferecer o curso de Psicopedagogia.

A Psicopedagogia chegou ao Brasil, na década de 70, cujas dificuldades

de aprendizagem nesta época eram associadas a uma disfunção neurológica

denominada de disfunção cerebral mínima (DCM) que virou moda neste

período, servindo para camuflar problemas sociopedagógicos.

No Brasil a Psicopedagogia inicia as suas atividades a partir da metade

do século XX, com forte influência teórico cultural de autores da argentina,

como Sara Pain, Jorge Visca, e Alicia Fernández. Em 1980 surge o primeiro

curso de Psicopedagogia em São Paulo que resulta da fundação da

Associação Paulista de Psicopedagogia, atual Associação Brasileira de

Psicopedagogia (ABPp).

Um dos maiores colaboradores e influenciadores da Psicopedagogia

brasileira, Jorge Visca foi o criador da Epistemologia Convergente, onde

propunha a integração da psicologia através da psicogenética de Piaget, da

escola psicanalítica de Freud e as contribuições da psicologia social de Enrique

Pichon Rivière .

Visca implantou CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública) no Rio

de Janeiro, São Paulo, capital e Campinas, Salvador, e Curitiba. Deu aulas em

Salvador, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Itajaí, Joinville,

Maringá, Goiânia, Foz do Iguaçu e muitas outras.

Tendo por objeto de estudo a aprendizagem, a Psicopedagogia tem sua

trajetória marcada pelo processo individualizado de aquisição de conhecimento,

da construção do conhecimento. A preocupação maior da Psicopedagogia é o

ser que aprende, o ser cognoscente e o seu objetivo geral é desenvolver e

trabalhar esse ser, de forma a potencializá-lo como uma pessoa autora,

construtora da sua história de conhecimentos, e adequadamente inserida em

um contexto social.

Ser cognoscente, como já vimos é aquele que aprende, mas não apenas

o seu lado cognitivo. Temos aí uma ligação com a psicomotricidade, pois a

Psicopedagogia vê a criança como um todo. A Psicopedagogia explora o

assunto dificuldade de aprendizagem, pois com ela o processo ensino-

aprendizagem não se encerra em si mesmo, vai além, tornando a criança, que

antes não tinha esperança de aprender em aquele que aprende, não importando

a maneira em que isto acontece.

A Psicopedagogia pode ser preventiva, que vai perceber a dificuldade na

criança e vai trabalhá-la, antes de ela se manifestar e que ela também pode ser

terapêutica, onde o problema existe, já foi diagnosticado e faz-se uma

programação de tratamento, para amenizar ou acabar com o problema.

.

A Psicopedagogia utiliza na prática recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios. E apresenta duas fortes tendências de ação, sendo-as de caráter preventivo e clínico. A atuação clínica caracteriza-se por ter como objetivo reintegrar o sujeito com problemas de aprendizagem ao processo. Esta ação tem se desenvolvido em consultórios, possuindo uma conotação mais individualizada. Já a atuação preventiva tem a meta de refletir e discutir os projetos pedagógico-educacionais, os processos didático-metodológicos e a dinâmica institucional, melhorando de maneira qualitativa os procedimentos em sala de aula, as avaliações, os planejamentos e oferecendo assessoramento aos professores, pedagogos, orientadores.(FAGALI; VALE, 2009, p. 9-10).

O Psicopedagogo é o profissional que colocará em prática a

Psicopedagogia e tudo o que a envolve. Deve ser um profissional que possua o

embasamento teórico, sempre procurando atualizar-se ou capacitar-se através

de cursos, simpósios, livros e textos. Sensibilidade e equilíbrio emocional

também são requisitos importantíssimos do Psicopedagogo, para que ele possa

acolher e criar vínculos com a criança que apresenta qualquer tipo de

dificuldade, que fragilizada por ela, precisa sentir-se valorizado e estimulado.

Cabe ao Psicopedagogo fazer renascer nesta criança o desejo de aprender, de

saber, de ser cognoscente.

A Psicopedagogia deve ser transdisciplinar, onde diversas pesquisas

podem chegar a um melhor diagnóstico, por necessitar do conhecimento das

outras áreas para sua atuação e deve ser livre para passar por todos estes

conhecimentos, escolhendo o mais adequado ao seu aluno, para que lhe seja

garantido o direito de aprender e aprender com qualidade, com perspectivas de

sucesso.

A psicopedagogia vem avançando em seu campo de atuação e a cada

dia surgem necessidades de aprimorar sua formação, para que este profissional

tenha conhecimentos transdisciplinares.

No diagnóstico psicopedagógico, a atividade lúdica pode ser um

excelente instrumento de investigação e observação, pois através dela ele pode

conhecer a verdadeira personalidade da criança, estabelecer vínculos

significativos e proporcionar à criança momentos de alegria e descontração.

Através destas observações poderá formular hipóteses e diagnósticos para que

possa intervir corretamente na resolução da dificuldade.

1.1 – A Psicopedagogia institucional

Estamos no século XXI e vê-se, na sociedade, uma transformação

crescente, onde as mudanças dos valores sociais e individuais acontecem

especialmente através da influência direta dos meios de comunicação de

massa existentes. Essas transformações tornam-se mais visíveis na família e

na escola, pois estas são dos mais diferentes tipos e geram novas pautas de

conduta da geração atual e influenciam de maneira marcante e futura.

Todas as crianças merecem e precisam de cuidados e estímulos para

canalizar seu potencial e suas habilidades de forma positiva, devem ser

monitoradas por adultos responsáveis, para que tenham a intervenção correta

na hora certa. Sem acompanhamento adequado, elas podem desviar-se do

que é esperado, atrofiando-se para uma aprendizagem sadia. Podem se

rebelar, e usar seu potencial contra si mesmo, seus responsáveis ou o grupo

social de que fazem parte.

Nem sempre as crianças têm um desempenho brilhante na escola e

muitas vezes na fase de alfabetização muitos problemas são iniciados por falta

de afeto adequado, tornando essas crianças indisciplinadas ou muito agitadas,

sendo consideradas as mais problemáticas e preocupantes, evadindo-se das

escolas.

Esta reflexão se faz necessária, embora haja professores que já refletem

e conhecem o que precisa mudar. Porém muitas vezes não conseguem ou não

podem interferir diretamente em tais mudanças.

Pensar a família e a escola, busca na Psicopedagogia a introdução em

diferentes e diversos sistemas. Considerando a aprendizagem inserida em um

processo que resulta da interação de vários contextos.

Surge no trabalho do Psicopedagogo, que pode ser um bom observador

dos comportamentos e das transformações que a criança pode demonstrar em

suas atitudes diárias, a intervenção, auxiliando o professor a lidar com esse

comportamento e orientando as famílias em como colaborar com a escola para

que a aprendizagem da criança não seja prejudicada.

A Psicopedagogia deve atuar de forma efetiva sobre os fatores do processo de aprendizagem, pode estar presente no processo de si e do mundo pelas crianças, mesmo que perceba antes como indivíduo. É necessário conhecer o estado atual de cada criança e suas possibilidades futuras. O psicopedagogo trabalha com todos os aspectos do desenvolvimento da criança o afetivo, cognitivo e sócio cultural, deve olhar sempre a partir da singularidade da criança. Cada criança é de um contexto único e intransferível e o psicopedagogo deve fazer parte dele, participando, construindo e agindo em seu processo de desenvolvimento contribuindo em todos os campos de conhecimento onde a aprendizagem mediada é o foco fundamental (SOUSA, 2011).

Orientar a respeitar as diferenças, a estimular o trabalho colaborativo

dentro da escola, com atividades que possibilitem a interação entre todos, deve

ser o papel da Psicopedagogia ao professor que está frente a uma sala de

aula, pois como continua Sabatella (2005): “É impossível pensar em integração

se não houver um profundo respeito às diferenças e uma enorme vontade de

estudar e aprender.” (SABATELLA, 2005, p. 82)

No campo escolar, o Psicopedagogo atua fundamentado no diagnóstico

da instituição, ocupando-se da avaliação, compreensão e atuação da

aprendizagem numa dinâmica complexa, com diferentes formas de interações

individuais ou em grupos. É necessário ser conhecedor do Projeto Político

Pedagógico da instituição, suas formas de avaliar e as interações de sua

comunidade escolar. Busca-se contribuir com o cumprimento da função social

da escola para com seus sujeitos, que é de aquisição e de socialização de

conhecimentos, incluindo o aprendente em seu mundo sociocultural.

De fato o trabalho psicopedagógico na instituição é essencialmente preventivo, pois é na escola que se manifesta e tornam-se visíveis as chamadas dificuldades de aprendizagem, sendo ainda o lugar onde estas podem ser ocasionadas, pois acreditamos que grande parte das dificuldades de aprendizagem acontecem devido à inadequada pedagogia da escola. (Bossa, 2007)

Como ponto de partida para a busca de soluções, deve-se investigar e

se trabalhar sobre os fatos e não partir de fórmulas prontas para situações que

não estão profundamente conhecidas. O indivíduo traz em sua singularidade,

características e histórias que apontam para abordagens mais específicas e

eficazes, delineando a trajetória que se deve seguir para as intervenções. Para

isto, é necessário que em todo espaço escolar haja uma interação que se

permita conhecer o outro em relação às dificuldades que já estejam enraizadas

ou possam vir a existir. São dimensões sociais para a relação indivíduo-

sociedade e dificuldade-intervenção.

O meio escolar é importante para o desenvolvimento da criança, pois ela

não recebe todo o conhecimento apenas no meio familiar.

A escola, para ele, é o meio mais rico e mais diferenciado, pois oferece à

criança convivência com colegas da mesma idade e com adultos que não

possuem a mesma posição de seus pais. As relações familiares são menos

livres que as escolas, pois poderá manter ou romper as relações colegas.

A escola é a instituição que tem a função de promover atividades, com

os alunos, dos meios necessários para realizá-las. Cabe ao psicopedagogo,

utilizar meios pedagógicos adequados para ajudar o professor a guiar a criança

de maneira a tirar o máximo de proveito dos meios e de seus recursos próprios.

Segundo Weiss:

Professores em escolas desestruturadas, sem apoio material e pedagógico, desqualificados pela sociedade, pelas famílias, pelos alunos não podem ocupar bem o lugar de quem ensina tornando o conhecimento desejável pelo aluno. É preciso que o professor competente e valorizado encontre o prazer de ensinar para que possibilite o nascimento do prazer de aprender. A má qualidade do ensino provoca um desestímulo na busca do conhecimento. (Weiss, 2003, p. 18)

Uma escola é um sistema organizado culturalmente. Com um olhar

globalizado, tem-se a relação aluno-professor, professor-aluno, aluno-família,

família-aluno, família-escola, escola-família. Para o trabalho psicopedagógico é

preciso compreender todo o processo de organização da instituição escolar, de

forma a promover criativamente as intervenções. Estas devem partir para a

ampliação das capacidades das organizações, facilitando o desenvolvimento

do pensamento sistêmico, conduzindo-os da parte para o todo, tornando a

aprendizagem contínua. Há de se ampliar as projeções de futuro a partir da

aprendizagem, para que haja continuidade de movimentos. Há de se

abandonar o que está enraizado, mas que não possui serventia e desgasta as

relações de ensino e aprendizagem. Faz-se necessário validar as percepções

dos sujeitos aprendentes. É necessário que em atuação seja promovida uma

relação de respeito as diferenças, de companheirismo, de troca e de reflexão

frente à complexidade e diversidade que compõe cada um dos espaços em

que se faça indispensável atuar.

Embora não exista a agregação desse profissional na maioria das

escolas como elemento indispensável, fazendo assim com que uma minoria

tenha acesso a partir de consultórios e associações, o profissional que previne

e trata as dificuldades de aprendizagem é o elemento capaz de contribuir

fascinantemente com tarefa tão complexa. Com a reorientação das relações

para a obtenção da aprendizagem, muda-se a realidade escolar.

CAPÍTULO II – A FORMAÇÃO DO SER PARA A

APRENDIZAGEM ESCOLAR

Neste capítulo será apresentado um pouco da psicologia da inteligência

para conhecer como se processa a transição do menor para o maior

aprendizado.

Para entendermos melhor a relação da aprendizagem com a

psicopedagogia é necessário entendermos como ela acontece nas diferentes

fases do desenvolvimento humano, por isso, citaremos as ideias de dois

estudiosos do assunto que trouxeram informações relevantes para a educação.

São eles Piaget, Vygotsky.

Ao falarmos em alfabetização não poderíamos esquecer do ambiente,

onde primordialmente ela acontece, a escola.

A sociedade precisa participar das decisões tomadas dentro do

ambiente escolar, fazendo-se presente na estruturação do espaço, na

elaboração dos currículos e na qualidade de ensino proporcionada por ela.

A escola deve ser um espaço onde a aprendizagem acontece em meio

às vivências culturais, à socialização, onde a autonomia seja valorizada, com

estímulos e desafios que ajudem a criança a sentir prazer e alegria em

aprender, ela deve ser um lugar onde o desenvolvimento do ser humano em

todas as suas dimensões seja priorizado.

Quando a escola toma o papel de polo gerador de conhecimento e

cultura, onde o aluno pode permanecer o quanto quiser e achar necessário,

pode apropriar-se e pode produzir conhecimento, sendo responsável pela

formação do cidadão, comprometida com a construção social do aluno e da

comunidade, ela cria assim, um ambiente genuinamente de alfabetização e

aprendizagem.

Quando falamos em alfabetização não podemos esquecer alguns

fatores importantíssimos para este momento da aprendizagem, pois o ser

humano é dotado de múltiplas dimensões e todos aprendem, mas podem ser

em tempos e ritmos diferentes.

Por estar em desenvolvimento e crescimento contínuo, o ser humano e

a criança, em especial, devem ter oportunidade de aprender e adquirir

conhecimento continuamente, processualmente, onde este conhecimento deve

ser transmitido em sua totalidade.

Nem seria necessário falar neste artigo da importância de a escola ser

democrática e aberta a toda a comunidade, com participação de todos em sua

gestão, podendo assim ter melhores projetos, elaborados de maneira a atender

todos os nichos da comunidade.

Para que a criança aprenda de verdade é necessário que haja na escola

uma diversidade metodológica e que a avaliação seja diagnóstica, processual e

formativa, onde a inclusão de crianças com as mais diversas dificuldades seja

inserida.

A procura para compreender o processo de aprendizagem é instigante

e despertou o interesse e estudos de correntes teóricas, que buscam

explicações sobre o ato de aprender. Dentre elas podem-se destacar as

seguintes: Inatismo – Essa perspectiva sustenta que as pessoas naturalmente

carregam certas aptidões, habilidades, conceitos e conhecimentos em sua

bagagem hereditária. Empirismo – Sustenta que o conhecimento está na

realidade exterior e é absorvido pelos sentidos. O professor detém o saber, e o

aprendizado é adquirido por meio da cópia e por consequência de

memorização. Construtivismo – Criado por Jean Piaget estabelece que a

capacidade de aprender é construída e desenvolvida nas ações do sujeito por

meio do contato ativo com o conhecimento. O desenvolvimento ocorre de

maneira gradual e crescente por meio da interação entre sujeito e objeto.

Interacionista – Criado por Vygotsky, defende que a aprendizagem é um

processo social, que ocorre na interação com os sujeitos, no contato do

indivíduo com o meio, que por sua vez desenvolverá processos internos de

desenvolvimento.

2.1 – Piaget

Piaget foi um dos primeiros a despertar para a ação da criança sobre o

meio, pois se preocupou em estudar a gênese do pensamento humano. Ele

observou a criança e percebeu que desde que esta nasce já possui um tipo de

inteligência, que é anterior a linguagem, assim pôde entender o

desenvolvimento da inteligência.

Para o teórico existe uma inteligência chamada motora, que é a primeira

desenvolvida pelo ser humano. A criança traz consigo uma bagagem genética,

que são os movimentos chamados reflexos e a partir do contato com o

ambiente, no que Piaget chama de reações circulares, ela constrói um

movimento intencional.

Para Piaget o desenvolvimento da inteligência é um processo que

oscilava entre o equilíbrio e o desequilíbrio, através de dois mecanismos

denominados por ele como: a assimilação e acomodação. A assimilação é a

integração do mundo exterior às estruturas do indivíduo, e a acomodação, a

mudança que ocorre no interior do indivíduo em função das influências

exteriores. É através desses dois mecanismos que a criança desenvolve sua

inteligência prática, denominada por Piaget como sensório-motora, onde

diferentes esquemas de ação vão se aperfeiçoando, tornando-se mais

variáveis e adaptáveis a diferentes situações.

Nos primeiros meses e anos de vida, cada toque, movimento e emoção

sentidos por uma criança significam uma imensa atividade elétrica e química no

cérebro, pois à medida que qualquer informação é transmitida através do

sistema nervoso, ela deve repetidamente converter-se de um lado para o outro

de um Impulso Elétrico para uma Liberação Química. O que torna este

processo de mensagens de estímulo em uma resposta do cérebro uma vez que

bilhões de células estão se organizando em redes que requerem trilhões de

sinapses entre si.

A socialização da criança acontece através de diversos processos de

desenvolvimento, onde o conhecimento que a criança e seu grupo social têm é

importante. A criança deve ser considerada como um ser que existe, pensa,

realiza ações.

Segundo Cunha:

No âmbito das teorias do conhecimento que se encontra a maior afinidade de ideias de Piaget com a educação escolar, mais precisamente com uma certa pedagogia. Seus conceitos epistemológicos fundamentam-se em concepções da esfera filosófica, originadas antes mesmo de sua época, que consistem em considerar que o conhecimento só é possível quando o Sujeito, aquele que irá conhecer, e o Objeto, aquilo que será conhecido, relacionam-se de uma determinada maneira: o Sujeito age sobre o Objeto. Nessa perspectiva temos, primeiramente a existência de algo que impulsiona o Sujeito Epistêmico em direção ao Objeto, como que para superar o desnível em que se encontram. O Objeto exerce pressão perturbadora sobre o Sujeito, que se traduz propriamente em atitudes de busca, desvendamento, pesquisa, enfim, ação sobre o Objeto a ser conhecido. (CUNHA, 2008, pag. 61)

Analisa-se a partir dessa concepção que no espaço escolar o aluno

precisa ser despertado para o vá ser-lhe apresentado, tornando o Objeto

relevante e não parte de um processo formal. Precisa reconhecer a utilidade do

conteúdo, para que esse significado forme um vínculo entre ele e o currículo

que tem que ser trabalhado. O vínculo precisa ser desafiador ativando a

percepção de desnível entre o Sujeito e o Objeto de estudo, que é o conteúdo

escolar.

2.1.1 – Assimilação, Acomodação e Equilibração

A inteligência se desenvolve por meio da assimilação e da acomodação.

Experiências devem ser planejadas para que facilitem a ocorrência desses dois

processos. De acordo com as epistemologias de Piaget, as crianças deveriam

explorar, manipular, experimentar, questionar e procurar, elas próprias, pelas

respostas. Uma postura ativa seria então essencial para a aprendizagem. Mas

isso não significa, contudo que a criança fizesse tudo que deseja. Ao professor,

caberia avaliar o nível de desenvolvimento cognitivo da criança, seus pontos

fortes e fracos. As instruções dadas por ele deveriam ser as mais

individualizadas possíveis e às crianças deveriam ser dadas oportunidades

para se comunicar entre si, arguirem e debaterem entre si.

A assimilação diz respeito à incorporação de novas informações nas

estruturas cognitivas pré-existentes. A acomodação é o conjunto de mudanças

que ocorrem nessas estruturas para acomodar a informação nova. Esses dois

processos ocorrem juntos e são eles que permitem que a criança forme um

esquema sobre a situação. Como exemplo, pensa-se em um aluno que precisa

conhecer e escrever uma letra. A esse aluno, a professora pode utilizar uma

palavra conhecida por essa criança, uma letra em material que a criança possa

manusear e perceber o formato dessa letra, tateando-a, entre outras

abordagens. O aluno, antes da experiência, pode buscar em seu arquivo

pessoal o que já imaginava sobre a letra. Assim a partir de seus referenciais

em conjunto com o que será lhe oferecido ocorrerá a assimilação. A segunda

etapa desse processo refere-se as modificações sofridas a partir da

assimilação. Consiste na acomodação. Os esquemas cognitivos do aluno

foram alterados e o desnível ocorrido entre as etapas de assimilação e de

acomodação, provocaram um desequilíbrio. Há esforço adaptativo entre o

aluno e o objeto de conhecimento. Incorporada a nova informação, que passa a

formar no Sujeito esquemas cognitivos mais avançados, denomina-se

equilibração.

O professor deveria ser, antes de qualquer coisa, um facilitador do

conhecimento, guiando e estimulando seus alunos. É fundamental permitir aos

alunos errarem e aprenderem com os erros. Para Piaget a aprendizagem

adquire sentido para o aprendiz quando ele vivencia os conceitos no lugar de

apenas ouvir falar deles. Assim, ao professor caberia apresentar aos alunos

materiais e situações que permitiriam que eles fizessem descobertas,

relacionando as práticas às teorias.

2.1.2 – Estágios cognitivos

O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intrauterino e vai

até aos 15 ou 16 anos. Piaget diz que a embriologia humana evolui também

após o nascimento, criando estruturas cada vez mais complexas. A construção

da inteligência dá-se, portanto em etapas sucessivas, com complexidades

crescentes, encadeadas umas às outras. O indivíduo constrói e reconstrói

continuamente as estruturas que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio.

Essas construções seguem um padrão denominado de estágios que seguem

idades mais ou menos determinadas.

O período Sensório Motor, vai do recém-nascido até os dois anos de

idade da criança, antes do surgimento da fala, sendo marcado pelo

desenvolvimento mental. Representa a evolução psíquica através da

percepção e dos movimentos de tudo o que cerca a criança que, a partir de

reflexos básicos, começa a construir esquemas de ações para assimilar

mentalmente o meio. A assimilação sensório-motora do mundo exterior inicia-

se com o desenvolvimento de noções de objeto, em que o bebê traz tudo para

perto de seu corpo. A inteligência é essencialmente prática, baseando-se em

exercícios de aparelhos reflexos: coordenações sensoriais e motoras de fundo

hereditário, que correspondem aos instintos, como a nutrição.

O desenvolvimento da inteligência e da vida afetiva apresenta três estágios: o

dos reflexos, o da organização das percepções e hábitos e o da inteligência

sensório-motora. O recém-nascido assimila uma parte de seu universo aos

reflexos de sucção, que melhoram com o exercício. O recém-nascido mama

melhor no decorrer dos dias. Esses reflexos conduzem à uma generalização

dessa atividade. O lactente passa a sugar tudo o que está ao seu alcance, não

somente a mama, mas também o polegar e os objetos.

Estes exercícios reflexos vão tornando-se mais complexos por interação nos

hábitos e percepções organizadas, surgindo novas condutas com a ajuda da

experiência. Da quinta semana em diante, os gestos de virar a cabeça na

direção de um ruído, seguir um objeto em movimento, reconhecer pessoas são

vistos com frequência. Entre três a seis meses, o bebê começa a pegar o que

vê e esta capacidade de preensão, seguida de manipulação, aumenta a

formação de novos hábitos. O lactente passa a reproduzir movimentos novos a

partir da assimilação dos movimentos anteriores, formando um esquema

sensório-motor unindo os hábitos motores novos e os perceptivos,

representando a forma mais evoluída de assimilação. A terceira etapa é a mais

importante no desenvolvimento da criança: o da inteligência prática ou

sensório-motora, que aparece bem antes da linguagem (pensamento interior

com emprego verbal). É uma inteligência totalmente prática, que se refere à

manipulação de objetos e que só utiliza percepções e movimentos organizados

em esquemas de ação, ao invés de palavras e conceitos. A criança passa a

coordenar suas ações com um objetivo previsto, como o uso de um

instrumento para alcançar o objeto, que necessita compreender

antecipadamente a relação entre ela e o objeto, para descobrir o instrumento

como meio. Outro exemplo é aproximar o objeto puxando a cobertura ou o

suporte sobre o qual está colocado, por volta do fim do 1º ano.

Existem dois tipos de fatores que constroem estes atos de inteligência.

Primeiro, as condutas que se diferenciam até atingir uma maleabilidade

suficiente para registrar os resultados da experiência. É assim que nas reações

circulares o bebê não se contenta mais apenas em reproduzir os movimentos e

gestos que o conduziram a um efeito interessante, mas os varia

intencionalmente para estudar os resultados destas variações, entregando-se a

verdadeiras experiências para viver. Estes esquemas de ação se coordenam

entre si, de maneira que uns determinam o fim da ação total e outros lhe sirvam

de instrumentos, começando a inteligência propriamente dita.

A finalidade deste desenvolvimento intelectual é transformar a representação

das coisas, invertendo a posição inicial da criança em relação aos objetos e o

universo à sua volta, pois no inicio do desenvolvimento mental, a criança não

diferencia seu corpo e o mundo exterior, as experiências vividas por ela não

são relacionadas nem à consciência pessoal “eu” nem à objetos entendidos

como exteriores.

A consciência começa por um egocentrismo inconsciente e integral, em

que a criança constrói uma realidade interna ou subjetiva, vendo-se no centro,

até que o desenvolvimento da inteligência a levem à construção de um

universo objetivo: o próprio corpo aparece como elemento entre os outros,

opondo-se à vida interior. Durante os dois primeiros anos de vida, este

desenvolvimento intelectual caracteriza-se por quatro processos fundamentais:

construções de categorias do objeto e do espaço, da causalidade e do tempo,

sendo estas categorias práticas ou de ação pura e não ainda como noções do

pensamento. O esquema prático do objeto é a capacidade de mantê-lo na

memória mesmo quando não o temos mais ao alcance de nossa vista.

Durante os primeiros meses, o lactente não percebe os objetos situando-os no

espaço, reconhecem apenas certos quadros sensoriais familiares, mas não os

situam quando fora do campo perceptivo. Não atribuem um corpo no espaço

quando não o vê mais. Só por volta do final do primeiro ano que os objetos são

procurados depois que saem do campo de percepção, iniciando a

exteriorização do mundo material. A elaboração do espaço ocorre devido à

coordenação de movimentos, estando relacionado ao desenvolvimento da

inteligência sensório-motora e à construção de objetos, compreendido a partir

das ações. A causalidade está ligada à atividade em seu egocentrismo, entre

um resultado empírico e uma ação qualquer que o atraiu. Une-se a causa de

uma ação sobre o efeito gerado. A construção do espaço é paralela à

causalidade, que permite à inteligência sensório-motora sair do egocentrismo

inconsciente e radical para se situar num universo.

A evolução da afetividade durante os dois primeiros anos pode ser dividida em:

sentimentos e pensamento. O elemento mais importante para se analisar a

vida mental é a conduta, que integra movimentos e inteligência. Mas toda

conduta implica modificações e valores dos fins: os sentimentos.

Dessa forma, afetividade e inteligência passam a ser indissociáveis e

constituem os dois aspectos complementares de toda conduta humana.

Assim, o primeiro estágio corresponde a reflexos afetivos relacionando com o

sistema fisiológico das atitudes. A segunda etapa corresponde aos afetos

perceptivos ligados às atividades próprias: o agradável, o prazeroso, o sucesso

ou fracasso, que dependem da própria ação. Resulta um egocentrismo geral: o

lactente passa a se interessar por seu corpo e seus movimentos. É um

narcisismo sem consciência pessoal. A terceira etapa de afetividade é

caracterizada pela escolha do objeto, através da elaboração de um universo

exterior. Objetivando os sentimentos e projetando-os sobre as outras atividades

que não apenas a do “eu”. Surge o sentimento ligado aos atos intencionais.

A escolha do objeto refere-se primeiro à pessoa da mãe, depois à pessoa do

pai e dos próximos. Começa o desenvolvimento das empatias.

O Pré-operatório de 2 a 7 anos, é a fase que surge na criança a

capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação e

essa substituição é possível, conforme Piaget, graças à função simbólica.

Assim esta etapa é também muito conhecida como o estágio da Inteligência

Simbólica. A Inteligência Simbólica vai dos dois anos aos quatro anos,

aproximadamente. Neste período surge a função semiótica que permite o

surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, entre

outras. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação. É o

período da fantasia, do faz de conta e da simbologia. Com a capacidade de

formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação de seu

prazer. Pode fazer de um lápis “voando”, um avião, por exemplo. É também o

período em que o indivíduo dá animação aos diversos objetos. A linguagem

está a nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem

que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças dialogando dizem

frases que não têm relação com a fala do outro. Sua socialização é vivida de

forma isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares são

constantemente trocados. Existem outras características do pensamento

simbólico como, por exemplo, o nominalismo que consiste em dar nomes às

coisas das quais não sabe o nome ainda, super determinação que consiste na

teimosia, o egocentrismo que consiste em acreditar que tudo é de sua posse, e

de não conseguir se colocar, abstratamente, no lugar do outro, etc.

A Inteligência Intuitiva aparece dos quatro anos aos sete anos,

aproximadamente. Neste período já existe um desejo de explicação dos

fenômenos. É a “idade dos porquês”, pois o indivíduo pergunta o tempo todo,

não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação. Distingue a

fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que acredite nela. Seu

pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz de

organizar coleções e conjuntos sem, no entanto, incluir conjuntos menores em

conjuntos maiores (casaco no conjunto de roupas). Quanto à linguagem não

mantém um diálogo longo, mas já é capaz de adaptar sua resposta às palavras

do companheiro. As Inteligências Simbólicas e Intuitivas são também

comumente apresentadas como Período Pré-Operatório.

No Período Operatório-concreto, de sete aos onze anos, as crianças vão

desenvolvendo conceitos de número, relações, processos e assim por diante.

Elas se tornam capazes de pensar através de problemas, mentalmente, mas

sempre pensam em objetos reais, isto é, concretos, não em abstrações. Estão

desenvolvendo habilidade maior de compreender regras. Em média, a criança

de mais ou menos sete anos de idade começa a passar do estágio do

pensamento intuitivo para o estágio das operações concretas. Em resumo,

dizemos que a criança atua no estágio das operações concretas quando é

capaz de organizar as experiências num todo consistente, fazer juízo racional

de suas experiências, fazer classificações e agrupamentos, conservar estas

classificações e agrupamentos, tornar reversíveis as operações que efetuam e

pensar sobre um evento de diferente perspectivas, simultaneamente.

Quanto ao pensamento e raciocínio, a criança pode efetuar operações

mentalmente, embora continue pensando em objetos reais quando o faz. É

capaz de conservar quantidades, comprimentos, números, e outros, isto é,

mantê-los constantes em sua mente, apesar do reagrupamento de partes ou

mudanças na aparência. Ela pode tornar reversíveis as operações,

desfazendo-as mentalmente, permitindo assim a exploração mental de vários

procedimentos com a habilidade de retornar ao início, sempre que necessário.

Quanto a honestidade, a criança “mentia” simplesmente para embelezar,

inventar ou repetir as experiências de outros sem qualquer real intenção de

enganar com malícia. Ela torna-se capaz de desassociar a “verdade” de

situações temporárias e específicas. Isto significa que vê a verdade com uma

ideia e não meramente como parte de uma situação específica. Ela pode,

quando as condições favorecem, fazer tentativas conscientes de enganar

através da mentira. Ela tem um conceito de moralidade. Portanto desenvolveu

uma consciência baseada, pelo menos em parte, no respeito pelos outros e na

consciência da obediência coletiva de regras e expectativas de convivência em

grupo. Comportamento social: as crianças estão crescendo quanto ao respeito

que elas têm pelos outros. Ao mesmo tempo, cresce o desejo de estar com

outras crianças, de ter jogos em grupo, começar a formar grupinhos, clubes e

relações mais sólidas. E certamente, as crianças se veem umas às outras sob

o prisma de sua posição social.

No Operatório-formal, que compreende a fase a partir dos 12 anos,

neste período a criança amplia as capacidades conquistadas na fase anterior e

já consegue raciocinar sobre hipóteses na medida em que ela é capaz de

formar esquemas conceituais abstratos e através deles executar operações

mentais dentro de princípios da lógica formal. Com isso, conforme aponta a

criança adquire capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos

códigos de conduta, discutindo valores morais de sua família e construindo os

seus. É a fase da autonomia. De acordo com Piaget ao atingir esta fase, o

indivíduo adquire a sua forma final de equilíbrio, ou seja, ele consegue alcançar

o padrão intelectual que persistirá durante a idade adulta. Isso não quer dizer

que ocorra uma estagnação das funções cognitivas, a partir do que for

adquirido na adolescência. Esta será a forma predominante de raciocínio

utilizada durante a fase adulta. Seu desenvolvimento posterior consistirá numa

ampliação de conhecimentos tanto em extensão como em profundidade, mas

não na aquisição de novos modos de funcionamento mental.

Para Piaget, existe um desenvolvimento da moral que ocorre por etapas, de

acordo com os estágios do desenvolvimento humano. Piaget entende que nos

jogos coletivos as relações interindividuais são regidas por normas que, apesar

de herdadas culturalmente, podem ser modificadas consensualmente entre os

jogadores, sendo que o dever de as respeitar implica na moral por envolver

questões de justiça e honestidade. Para Piaget, a criança não se limita mais a

representação imediata nem somente as relações previamente existentes, mas

ela é capaz de pensar em todas as relações possíveis, buscando soluções

lógicas a partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade. As

estruturas cognitivas alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e

tornam-se aptos a aplicar o raciocínio lógico a todas as questões que lhes são

impostas. Para analisar um acontecimento, é capaz de fazer uso da

subjetividade na busca de solução. O pensamento hipotético dedutivo é o mais

importante aspecto apresentado nessa fase de desenvolvimento, pois o ser

humano passa a criar hipóteses para tentar explicar e resolver os problemas, o

foco desvia-se do que "é" para o que "poderia ser".

2.2 – Vygotsky

Vygotsky acreditava na ideia de que as constantes interações entre as

condições sociais que são mutáveis, são a base biológica do comportamento

humano. Através de estruturas orgânicas elementares, que são determinadas

pela maturação, nascem novas e complexas funções mentais que vão

depender da natureza das experiências sociais a que as crianças

experimentam.

A maneira como a fala é usada na interação social com os adultos e os

colegas mais velhos, vai enfatizar um papel importante na formação e na

organização do pensamento complexo e abstrato individual, pois o pensamento

infantil é largamente dirigido pela fala e pelo comportamento dos mais

experientes e aos poucos ganha a capacidade de se autorregular.

O processo de internalização é, ao contrário, um processo ativo, no qual

a criança apropria-se do social de uma forma particular. Reside aí, na verdade,

o papel estruturante do sujeito: interiorização e transformação. Essas

interagem constantemente, de forma que o sujeito, ao mesmo tempo em que

se integra no social, é capaz de posicionar-se frente ao mesmo, ser seu crítico

e seu agente transformador. Assim, à medida que as crianças crescem, elas

vão internalizando a ajuda externa que se forma cada vez menos necessária. A

criança mantém o controle sobre sua própria conduta.

A relação entre fala externa e pensamento modifica ao longo do

desenvolvimento. Até por volta dos três anos de idade, a fala acompanha

frequentemente, o comportamento infantil. É comum a criança de dois anos

agir e descrever o que faz, ao mesmo tempo. A partir de então se observa que

a fala começa a preceder o comportamento: o menino ou a menina anuncia o

que irá fazer a seguir. A fala adquire, pois, uma nova função, que é

característica do pensamento complexo: a de planejar a ação, de guiar as

atividades da criança. Isto é verificado quando observa a modificação do “falar

para si em voz alta”, típico das menores.

É possível dizer que Vygotsky acreditou na visão de que pensamento e

linguagem são dois círculos diretamente interligados, sendo sua interseção,

produzindo-se o que se chama pensamento verbal, o qual não inclui todas as

formas de linguagem. Existem, áreas do pensamento que não têm relação

direta com a fala, como é o caso da inteligência prática. Ele deu muita

importância ao pensamento verbal, afirmando que as estruturas de linguagem,

que são dominadas pelas crianças, passam a construir as estruturas básicas

de sua forma de pensar.

Ao reconhecer a imensa diversidade nas condições histórico-sociais em

que as crianças vivem, para Vygotsky, os fatores biológicos preponderam

sobre os sociais apenas no início da vida das crianças e as oportunidades que

se abrem para cada uma delas são muitas e variadas, adquirindo destaque, em

teoria, as formas pelas quais as condições e as interações humanas afetam o

pensamento e o raciocínio.

A criança descobre o prazer de brincar com suas mãos e com os pés,

que é o essencial prazer do movimento do seu corpo. O domínio do corpo é a

aprendizagem progressiva que acompanha diferentes movimentos. A riqueza

de interação presente na brincadeira faz com que se promova e se consolide

diversas aprendizagens, que somam para o desenvolvimento e formação da

criança.

As crianças de seis anos distinguem-se das demais faixas etárias, por

causa de sua grande imaginação, pela curiosidade latente, a vontade de

aprender e de conhecer todas as coisas, sempre ligando aprendizagem e o seu

conhecimento de mundo ao ato de brincar, pois brincando ela pode criar

símbolos para compreendê-lo, estruturando assim seu pensamento e

apropriando-se do uso das múltiplas linguagens existentes.

Brincando a criança amplia seu vocabulário e sua expressividade,

constrói papéis por ela representados, ajustando-se emocionalmente para

desempenhar tais papéis. Por ter um lugar específico na sociedade, a criança

utiliza-se dele para representar a sociedade em que está inserida, ampliando

seu vocabulário linguístico e psicomotor.

O ato de brincar incorpora à criança valores morais e culturais,

principalmente nas atividades lúdicas que estimulam a autoimagem, a

autoestima o autoconhecimento e a cooperação, pois podem assim, moldar

suas vidas conforme sua necessidade e a necessidade de seu meio social

solicitarem.

As crianças, com ou sem dificuldade aprendem através do lúdico, pois

ao experimentar constroem seu conhecimento. O brincar proporciona à criança

um conhecimento abrangente e não isolado, favorecendo a aprendizagem de

conceitos que ela levará para a vida toda.

CAPÍTULO III – PSICOPEDAGOGIA, LEITURA E

ESCRITA

No processo de desenvolvimento da criança compreende-se a educação

através do corpo em movimento. Esse processo significa o aumento das

estruturas sociais, afetivas, cognitivas e motoras, pois o movimento do corpo

relaciona-se com as brincadeiras e o que as crianças aprenderão a partir do

seu nascimento.

Vale lembrar que a psicopedagogia nasceu com a intenção de estudar o

indivíduo humano e suas relações com o corpo, a mente e a sociedade, onde

este estudo levou a se unir as múltiplas ideias relacionadas à aprendizagem e

sua relação com a dificuldade de aprendizagem.

Como já visto a psicopedagogia tem suas origens na neurologia, no

século XIX. Observando a o indivíduo humano e seu desenvolvimento,

percebe-se que ela é dividida em três partes distintas, que se inter-relacionam:

o motor, o conhecimento e a linguagem.

Através dessa ciência, aliada à pedagogia pode-se reeducar o indivíduo

nas habilidades que ele não possui ou precisam ser aprimoradas, reeducando

o corpo através do movimento e o cérebro através do pensar. Com a união

dessas áreas podemos ajudar várias crianças com dificuldades de

aprendizagem, reeducando-as.

Foi Piaget quem mais estudou as inter-relações entre a motricidade e a

percepção, sempre através das experiências. Para ele, a motricidade interferia

na inteligência antes de a criança adquirir a linguagem.

Já Vygotsky acreditava como Piaget que o pensamento era científico,

pois buscava fatos e discutia as ideias a partir destes fatos, acreditando assim

no que afirmava a psicologia experimental.

Falando especificamente com relação à linguagem escrita, constatou-se

que a criança desta idade, que vive cercada de símbolos e estímulos com

letras, tem uma grande vontade de aprender a ler e a escrever, por isso sente

um forte desejo de frequentar uma escola.

Quando uma criança é estimulada socialmente, com qualidade e com a

possibilidade de muitas interações entre os adultos e as outras crianças, seu

desenvolvimento será maior. Estimular e criar oportunidades de exploração, de

conhecimento, faz dessa criança uma criança com mais possibilidades de

aprendizagem e assim de sucesso.

A sociedade, a família, a escola, os professores, os amigos, têm papel

importante em suas vidas, pois estes são seus mediadores culturais no

processo de sua formação humana.

Como já citado anteriormente, o professor é de fundamental importância

nesta fase delicada e cheia de detalhes a ser enfrentada pelas crianças das

séries iniciais, por isso ele deve valorizar e dar ênfase ao contexto sócio afetivo

ao invés de não usar mais deste artifício. Usar o conhecimento que ela traz da

fase anterior também é importante. O carinho, atenção e a respeito à sua

individualidade garantirá à criança de seis anos que ingressa no Ensino

Fundamental mais cedo, a continuidade, a ampliação das oportunidades e um

ambiente acolhedor para que possam enfrentar com sucesso os desafios da

nova etapa.

Aos seis anos, as crianças que têm contato com as diferentes formas de

representação e sendo desafiadas a usarem estas formas das mais diversas

maneiras, vai descobrindo, aos poucos, aprendendo assim a usar as múltiplas

linguagens, conhecidas como: a linguagem gestual, a corporal, a oral, a

plástica, a musical, a escrita e a mais importante de todas, pois está dentro

dela, no seu dia-a-dia, que é a linguagem do faz-de-conta, a linguagem do

brincar.

O desenvolvimento dessas linguagens pode ser feito em diversos

lugares: na rua, em casa, no parque, na igreja, onde quer que a criança exerça

alguma atividade social, pois a relação com o outro e consigo, através dos

objetos da natureza e da cultura é intermediada por estas linguagens.

Quando falamos em aprendizagem da linguagem escrita, entregamos à

escola este trabalho, o que não deixa de ser verdadeiro, uma vez que é dela

este papel fundamental e decisivo, principalmente quando falamos das

crianças de baixa renda, que muitas vezes não têm estímulos em casa ou na

sua comunidade.

Trabalhar a alfabetização nessa idade é importante, pois como ele

inicia antes dessa idade, dependendo do estímulo recebido pela criança, e do

ambiente social dela, através do uso da língua escrita, está mais facilmente

pré-disposta à aprendizagem da escrita e da leitura.

Receber a criança desta idade na escola predispõe um grande

investimento na criação de um ambiente adequado e alfabetizador, para que

ela possa interagir com o ambiente, ter acesso aos estímulos letrados e tenha

à sua disposição livros que estimulem a leitura.

A alfabetização não deve ser considerada um evento isolado e único,

apesar de sua importância e relevância. Por ser direito da criança, sua inserção

no ensino fundamental aos 6 anos, ela não deve ser vista como uma

obrigatoriedade, mas como uma possibilidade de aprendizagem, onde a

interação com os amigos e parceiros da mesma idade possa criar momentos

de aprendizagem significativa, onde a troca de experiências vai permitir a ela o

que Vygotsky chama de aprender com os mais experientes.

Aprender a ler e a escrever é uma aprendizagem complexa e

trabalhosa, pois para a criança, muitas vezes o símbolo a ela apresentado, não

significa, muitas vezes o real, mas algo que ela imagina ser real.

Ao se estudar o processo de alfabetização é importante conhecer alguns

termos, muito usados entre os educadores especialistas nesta área.

Surge outro conceito importante: o letramento a partir de estudos e

contribuições de Emília Ferreiro e Ana Teberosky. A nova ideia de que mais

importante do que ensinar a codificar e decodificar a língua, é fazer uso da

leitura e da escrita para atuar no mundo a sua volta através da imersão no

mundo. Como assinala Freire “Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso

compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem

trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho. ” (FREIRE, 1991)

Segundo Soares:

O surgimento de novos termos faz parte da necessidade que a sociedade tem para nomear coisas e objetos para que realmente elas existam. Assim a palavra “letramento” nasceu para caracterizar aquele que sabe fazer uso do ler e do escrever, que responde às exigencias que a sociedade requer nas práticas de leitura e de escrita do cotidiano. Hoje, saber ler e escrever de forma mecânica não garante a uma pessoa a interação (SOARES, 2010, pag. 39)

Percebe-se que existe uma diferença entre saber ler e escrever, ser

alfabetizado, e viver na condição de saber ler e escrever, ser letrado. Assim,

uma pessoa que aprende a ler e a escrever, que é alfabetizada, passando a

fazer uso da leitura e da escrita e suas práticas sociais, que se torna letrada,

torna-se diferente de uma pessoa que ou não sabe ler e escrever, que é

analfabeta ou não sabe fazer uso deste instrumento de socialização.

Nesse ponto cruzamos alfabetização e letramento. Alfabetização é um

processo de aquisição individual das habilidades necessárias para a leitura e a

escrita, ou até o processo de representação de objetos, coisas, pessoas e

naturezas diferentes. Ela é um processo que não termina ao se conhecer este

processo, vai além e aprimora-se no decorrer dos anos, através do processo

de transformação social do homem.

Muitos professores abandonaram os métodos tradicionais e aderiram as

novas ideias trazidas, priorizando as práticas sociais da língua, mantendo as

concepções sobre os estágios de desenvolvimento da inteligência de Piaget e

Vygotsky.

Aprender a ler e a escrever é a primeira etapa que marca a vida escolar

de uma criança. E é nessa etapa que surgem as primeiras situações de

dificuldades de aprendizagem. Como criar oportunidade para que todos

aprendam? Esse desafio consiste em um estudo de como se ensina e de como

se aprende. Nessas situações, tanto a família, a escola, quanto a própria

criança costumam direcionar seus olhares para as dificuldades. A

Psicopedagogia vai redirecionar esse foco, a luz das potencialidades de cada

um, para que possam compreender quais caminhos devem percorrer, quais

são os próprios papeis como coautores dessa dificuldade.

3.1 – Intervenções Psicopedagógicas

No decorrer do processo ensino aprendizagem alguns alunos podem

apresentar dificuldades de aprendizagem. Para alunos que tem dificuldade de

aprendizagem a vida escolar pode ser bem dura e muitas vezes frustrante. A

maioria desses alunos possui sentimentos de incompetência e inadequação,

parecem abatidos, desmotivados, agitados e por vezes agressivos. Além disso,

crianças com problemas de aprendizagem podem rapidamente tornar-se um

foco de conflito entre pais, equipe escolar e profissionais externos.

Desse modo, verifica-se que é necessário um profissional que conheça o

problema que o aluno vem enfrentado, que conheça estratégias de

intervenção, experiências, técnicas e atividades motivadoras para que haja

uma mudança nas ações desse aluno e sobre esse aluno. É nessa hora que

entra o papel do Psicopedagogo, como profissional que pode contribuir para

analisar o porquê de o aluno não aprender e quais são os fatores que levam o

aluno a ter dificuldade no processo. Este também se dedica ao

assessoramento da comunidade escolar através de orientações e auxiílio

quanto à aprendizagem, com estratégias de atuação.

O processo de aprendizagem, de aquisição de conhecimento pode ser

agradável ou doloroso, depende da forma como é adquirido. É um processo

cognitivo, e como processo, está associado há inúmeros fatores que envolvem

o indivíduo de forma integral: físico, emocional e intelectualmente. É um

processo individual, próprio de cada pessoa, pois envolve aspectos da

personalidade de cada um e está relacionado às expectativas, anseios e

história pessoal. Além disso, cada pessoa aprende de uma forma, tem

habilidades e capacidades diferentes, um ritmo próprio.

A falta de capacitação e o despreparo de muitos profissionais da

educação pode ser um grande problema, quando falamos em alfabetização,

pois a desinformação leva-os a uma prática sem objetivo e sem utilidade social.

Para um auxílio eficaz, cabe ao psicopedagogo conhecer o Projeto

Político Pedagógico da instituição, sua comunidade escolar, as ações gerais e

específicas de cada grupo que se fará a intervenção. Partindo para as

identificações mais específicas, que são as dificuldades dos alunos. A

identificação das dificuldades a partir dos comportamentos das crianças deve

ser feita o mais rápido possível e podem ser um dos principais problemas:

Problemas graves de comunicação: A criança com dificuldades de

aprendizagem pode apresentar um bloqueio ao se expressar com outros.

Mutismo seletivo: é uma condição de ansiedade social, na qual uma pessoa

que é capaz de falar é incapaz de expressar-se verbalmente dadas certas

situações.

Dislalias: a dislalia (do grego dys + lalia) é um distúrbio da fala, caracterizado

pela dificuldade em articular as palavras. Basicamente consiste na má

pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um

fonema por outro ou ainda os distorcendo ordenadamente.

Disglossias: É caracterizada por uma dificuldade na produção oral ocasionada

por alterações anatômicas e/ou fisiológicas dos órgãos envolvidos na fala e

cuja causa seja de origem periférica, não relacionada diretamente com

alterações neuropsicológicas.

Atraso da fala: Algumas crianças apresentam perturbação no desenvolvimento

da linguagem que não pode ser explicado por déficits de percepção sensorial,

capacidades intelectuais ou funcionamento motor ou socioeconômico. Os

atrasos de linguagem podem acarretar dificuldades em toda a vida do sujeito,

pois a aquisição de linguagem acontece como uma continuidade durante todo o

desenvolvimento. Alguns processos facilitadores da fala, vocábulo restrito, uso

reduzido de artigos, preposições, expressões incorretas de tempos verbais

evidenciam uma habilidade reduzida do uso da língua, caracterizando um

atraso leve de linguagem. Quanto maior a intensidade das características

acima citadas maior é a complexidade e o agravamento do grau do atraso na

linguagem.

Disfemias: são perturbações intermitentes na emissão das palavras, sem que

existam alterações dos órgãos da expressão. Neste grupo de transtornos da

linguagem o distúrbio mais importante é a gagueira (tartamudez).

Afasia: A afasia é uma deterioração da função da linguagem, depois de ter sido

adquirida de maneira normal e sem déficit intelectual correlativo. Caracteriza-se

por dificuldade em nomear pessoas e objetos. Podem levar a um discurso vago

ou vazio caracterizado por longos circunlóquios e pelo uso excessivo de

referências indefinidas como “coisa” ou “aquilo”. Pode evoluir para um

comprometimento grave da linguagem escrita e falada e da repetição da

linguagem.

Disfasia: Transtornos raros da evolução da linguagem. Trata-se de crianças

que apresentam um transtorno da integração da linguagem sem insuficiência

sensorial ou fonatória; que podem, embora com dificuldade, comunicar-se

verbalmente e cujo nível mental é considerado normal.

Dislexia: a dislexia (da contração das palavras gregas: dis = difícil, prejudicada,

e lexis = palavra) caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita

e soletração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a

alfabetização sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado.

A dislexia é um defeito de aprendizagem da leitura caracterizado por

dificuldades na correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal

reconhecidos, e fonemas, muitas vezes, mal identificados.

A dislexia não é uma doença. É apenas um bloqueio apresentado por crianças

que se encontram no início do processo de alfabetização. A dislexia é

caracterizada pela dificuldade de aprendizagem na leitura e escrita. Pessoas

disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra (alfabeto) e

também tendem a trocar algumas letras ou mesmo escrevê-las na ordem

inversa.

Hiperatividade: Alguns fatores de desenvolvimento no início da infância como o

bebê com dificuldades para dormir e para se acalmar, possam colocar essa

criança no grupo de risco de ser uma criança hiperativa. O diagnóstico de

hiperatividade é difícil e complexo. Alguns pontos comuns: Desatenção e

agitação. Uma criança hiperativa não consegue se concentrar e muitas vezes

não pensam antes de agir, o que resulta num comportamento inadequado.

A hiperatividade é um problema muito complexo e se não for tratado na

infância traz consequências drásticas pelo resto da vida.

As dificuldades de aprendizagem aumentam na presença de escolas

superlotadas e mal equipadas, além de contarem com muitos professores

desmotivados. A escola não pode continuar a ser um espaço de fracasso.

Podemos concluir que os professores assim, como as escolas devem trabalhar

com competência e dedicação, revendo seus métodos de ensino e adaptando-

os quando necessário, para atraírem os alunos para a escola, onde terão a

oportunidade de aprender a ler e escrever. E também a melhorar as

estatísticas quanto ao fracasso escolar, embora, não podemos negar que

independente do tipo de escola ou sala de aula há alunos que realmente,

apresentam dificuldades de aprendizagem e devem ser diagnosticados e

tratados devidamente por um profissional competente e ter o apoio da família.

De quem é a responsabilidade quando uma criança apresenta dificuldades de

aprendizagem na alfabetização? O que fazer? Os pais, a escola, o professor e

a criança devem estar em sintonia, cada um fazendo sua parte. A

responsabilidade é de todos. Na escola a criança vai receber ajuda do

professor, e em casa deve ser auxiliado pelos pais. Pais e professor devem

auxiliar a criança que está em processo de aprendizagem, para que ela venha

a desenvolver-se.

Diante do exposto, o especialista em Psicopedagogia fará uso de

elementos de sua pesquisa, de jogos, de atividades lúdicas, que promovam o

repensar da metodologia aplicada, do olhar que se tem sobre o aluno com

dificuldade, com a comunicação que é estabelecida entre as partes e o todo,

sobre as formas de se estimular os alunos e os professores na tarefa de

constituir-se aprendentes e ensinantes.

CONCLUSÃO

Criar é produzir algo novo, muitas vezes reinventar, envolver a

habilidade em usar o cérebro para alterar, renovar, recombinar os aspectos da

vida. Significa sentir o mundo com vitalidade e fazer um novo uso do que se

percebeu. É expressar nossas vivências, sonhos, conforme os sentidos e

descobrir novas formas segundo as quais uma sociedade pode ser edificada, a

arte se oferece como espelho de muitas facetas em que o homem pode se

perceber e vir suas experiências refletidas, a arte não concorre nem com a

ciência e nem com a razão. Ela só pode ser entendida por ela mesma e na sua

divergência ela se realiza, sustenta e se abre para o social.

Na construção deste trabalho, a escolha dos materiais adequados cabe

ao psicopedagogo que deve analisar e criar estratégias de uma aprendizagem

da leitura e da escrita que sejam significativas, junto ao indivíduo, favorecendo,

deste modo, a criação dentro de cada singularidade com o objetivo de

estimular o crescimento interno de cada indivíduo.

Portanto, a pedagogia e a psicopedagogia são processos educacionais e

terapêuticos que visam estimular o desenvolvimento interior, abrir novas

possibilidades e aumentar a consciência do sujeito sobre si e sobre sua

existência, por isso é um trabalho criativo, tendo em vista as várias formas de

intervenção, pois favorece os insights, sendo um processo importante no

trabalho terapêutico preventivo, que é importante na escola.

Analisando os dados pretéritos, conclui-se que a pedagogia, que

representa a escola e a psicopedagogia não devem ser usadas para fazer

diagnósticos através da produção educacional, mas sim para abrir portas, para

aumentar o espaço opcional, para desbloquear conflitos internos que são fonte

de sofrimento, para desenvolver a criatividade e a capacidade de comunicação,

num enquadramento terapêutico, individual ou grupal.

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