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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A CONTROLADORIA E O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL Por: Márcia C. Guimarães Orientador Prof. Dr. Vilson Sergio de Carvalho Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A CONTROLADORIA E O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NO

ÂMBITO ORGANIZACIONAL

Por: Márcia C. Guimarães

Orientador

Prof. Dr. Vilson Sergio de Carvalho

Rio de Janeiro

2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A CONTROLADORIA E O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NO

ÂMBITO ORGANIZACIONAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Auditoria e

Controladoria.

Por: Márcia C. Guimarães

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AGRADECIMENTOS

...agradeço Deus por ser tão generoso

comigo.

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DEDICATÓRIA

...dedico esta monografia a

minha irmã Maristela, a minha

grande amiga Mirian e aos

colegas de curso Tereza e

Antonio Marcio pelo incentivo de

não ter deixado que eu

desistisse.

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RESUMO

A área de Controladoria é responsável pela gestão econômica da

organização, assim como um papel fundamental no processo de obtenção dos

melhores planos para o cumprimento da missão da empresa. Com foco neste

contexto esta pesquisa teve como objetivo analisar a importância do papel da

controladoria no planejamento estratégico das organizações. A meta da

Controladoria é assessorar aos gestores o cumprimento das metas definidas

nas etapas do planejamento estratégico e sua finalidade maior é conduzir a

organização a cumprir sua missão. Como resultado de pesquisa, verificou-se a

importância da participação da área de controladoria no processo decisório da

organização, tendo em vista que a área de controladoria tem como objetivo dar

suporte a todas as etapas do processo de gestão. Também foi analisada a

importância do planejamento estratégico que tem como objetivo atender a

necessidade de obtenção das melhores diretrizes e planos para que a

organização garanta o cumprimento de sua missão e assegure a sua

continuidade.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica, da leitura

e análise de livros, artigos e internet, buscando destaque a importância da

controladoria no processo decisório e do planejamento estratégico como

ferramenta de tomada de decisão administrativa nas organizações.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................8

CAPÍTULO I - A Controladoria.........................................................................10

CAPÍTULO II – O Planejamento Estratégico....................................................15 2.1 - A Estratégia........... .........................................................15 2.2 - O Planejamento...............................................................15 2.3 - O Planejamento Estratégico............................................18 2.4 - Análises do Ambiente......................................................20 CAPÍTULO III – Análises Estratégicas..............................................................22

3.1 – Matriz SWOT.................................................................24 CAPÍTULO IV – Diretrizes Estratégicas............................................................28

4.1 – O Balancend Scorecard.................................................29

4.2 – Estratégicas Organizacionais.........................................33

CONCLUSÂO...................................................................................................34

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................35

WEBGRAFIA....................................................................................................37

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INTRODUÇÃO

O objetivo desse trabalho foi o de refletir sobre a importância da

Controladoria no processo decisório da empresa. Como a Controladoria no

cumprimento de suas funções contribui para que a organização alcance sua

missão e os seus objetivos definidos no planejamento estratégico.

A fim de cumprir esse objetivo o presente estudo foi estruturado em

quatro capítulos:

Capitulo I – A Controladoria: Neste capítulo será apresentado à

importância da controladoria no processo decisório da organização. Uma breve

análise de seu surgimento, sua importância no processo decisório da

organização, sua missão, funções e princípios. A figura do controlador

“controller” e as principais fases: informação, motivação, coordenação,

avaliação, planejamento e acompanhamento.

Capitulo II - O planejamento estratégico: Neste capítulo será

apresentado um breve histórico de seu surgimento, os pontos essenciais do

planejamento: como onde estamos, para onde vamos e qual vai ser o custo. O

seu processo de avaliação, implantação e de execução, e as análises de

ambiente.

Capítulo III – Análises Estratégicas: Este capítulo traz uma análise

dos Pontos fortes e fracos; e as Oportunidades e Ameaças. Analisaremos

através da Matriz SWOT, as fraquezas e oportunidades e as forças e as

ameaças.

Capítulo IV – Diretrizes Estratégicas: neste capitulo será apresentado à

importância da organização em estabelecer sua missão, visão e valores. A

missão está relacionada com o propósito, a razão, a finalidade da organização.

A missão é o papel desempenhado pela organização em seu negócio. A visão

são as aspirações para o futuro, o que a empresa pretende ser. Analisaremos

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9 através da ferramenta Balanced Scorecard quatro perspectivas: a financeira, a

do cliente, dos processos internos e do aprendizado e crescimento.

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CAPÍTULO I

A CONTROLADORIA

“A Controladoria é o ramo do conhecimento responsável

pelo estabelecimento de toda base conceitual e é o órgão

administrativo que responde pela disseminação de

conhecimento, modelagem e implantação de sistemas de

informações.” (Almeida, Parisi e Pereira apud Catelli,

2001, p.344)

Inicialmente nos EUA, na década de 60, a função de controlador

“Controller” conquistou a confiança dos Presidentes e da alta administração

nas organizações, por sua capacidade de conhecimento dos anseios

gerenciais, disponibilizando informações adequadas. A controladoria começou

a emitir relatórios gerenciais importantes e de grande valia com informações

relevantes da época.

Segundo Mendes (2002) com o mundo em constante crescimento e

grandes mudanças a partir da metade da década 70 até a década de 80 e

sucessivos acontecimentos como: a alta do preço do petróleo (1973 e 1979); a

alta taxa de juros internacionais (1975); a elevação da inflação americana,

percebe-se a necessidade de se evoluir para adequar-se aos novos tempos

em que a velocidade de absolescência dos produtos crescia exigindo

constantes ajustamentos a um mercado volátil e competitivo. Houve a

necessidade da adoção da técnica de valoração dos ativos com base no custo

corrente corrigido, para que as informações contábeis refletissem a dinâmica

do mercado regido pela lei de oferta e demanda.

No Brasil a figura do controlador surgiu com a instalação das

multinacionais norte-americanas em nosso país.

No inicio a função estava ligada a profissionais da área financeiras ou

da contabilidade.

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11 Segundo Perez (1997) inicialmente o Controlador era incumbido de

verificar e controlar as contas. Com a abrangência das funções, atualmente,

nem mesmo só os conhecimentos de finanças ou contabilidade são suficientes

para o desempenho. Hoje, o controlador se cerca de um verdadeiro batalhão

de administradores, psicólogos industriais, analistas de sistema, engenheiros,

estatístico e outros que têm a tarefa de conduzir, cada um no seu campo de

conhecimento, um imenso número de informações necessárias na função de

“Controller”.

O Controller tem uma função diversificada. Deve constatar e considerar

os pontos fracos da organização em suas análises, identificar problemas

atuais, prever problemas futuros que venham afetar o desempenho da

organização, apresentar alternativas de solução e monitorar os gestores para

as políticas do plano de gestão que devem ser cumpridas.

As informações que chegam ao “Controller” são predominantes, de

natureza quantitativa, e esses profissionais já estão familiarizados com os

números.

Sendo assim, o “controller” é um gestor que ocupa um cargo na

estrutura de linha porque toma decisões quanto à aceitação de planos, sob o

ponto de vista da gestão econômica. Dessa forma, encontra-se no mesmo

nível dos demais gestores, na linha da diretoria ou da cúpula administrativa,

embora também desempenhe funções de assessoria paras as demais áreas.

Os três fatores (verticalização / diversificação e expansão geográfica) e

o aumento da complexidade das atividades e a descentralização da gestão,

fizeram surgir à figura do Controller.

Como órgão administrativo a controladoria tem missão, funções e

princípios, definidos pelo modelo da gestão e plano estratégico da

organização; e, como área do conhecimento humano tem fundamentos,

conceitos, princípios e métodos oriundos de outras ciências. Seus objetivos

são garantir informações adequadas ao processo decisório, colaborar com os

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12 gestores em seus esforços de obtenção da eficácia de suas áreas quanto aos

aspectos econômicos e assegurar a eficácia empresarial, também sob

aspectos econômicos, através da coordenação dos esforços dos gestores das

áreas.

A controladoria trabalha para sustentação e expansão do negócio da

organização, mantendo e expandindo sua competitividade para melhorar

continuamente seus resultados e através das informações de planejamento e

controle influenciarem o processo decisório. Assim como todas as áreas de

responsabilidade de uma organização, deve esforça-se para garantir o

cumprimento da missão e a continuidades da organização. Seu papel

fundamental nesse sentido consiste em coordenar os esforços para conseguir

um resultado global, isto é, superior à soma dos resultados de cada área.

No Departamento financeiro a Controladoria tem importantes funções:

- Obtenção do capital para o andamento dos negócios;

- Relações com os investidores: pela manutenção de um mercado

adequado para os valores da organização e contatos com os banqueiros,

investidores, analistas financeiros e acionistas;

- Financiamento de capital de terceiros;

- Manutenção de convênios com os bancos, recebimento e

desembolso de dinheiro e valores da empresa;

- créditos e cobrança;

- Investimentos de fundos; e seguro dos ativos.

A controladoria é qualificada como sendo um órgão de staff, já que

cada gestor tem autoridade para controlar sua área e se responsabiliza por

seus resultados, portanto, não poderia controlar as demais áreas, mas

prestaria assessoria no controle, informando aos gestores sobre os resultados

das áreas.

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13 A palavra “Controller” serve para designar o executivo titular da

controladoria que tem a tarefa de controlar ou verificar todas as contas da

organização.

Segundo Kanitz (1977) as principais fases da Controladoria são: a

informação, a motivação, a coordenação, a avaliação, o próprio planejamento,

e o acompanhamento. Detalhando essas funções, observam-se seus

relacionamentos com o processo de gestão das organizações:

- Informação: compreende os sistemas contábeis-financeiros-

gerenciais. A organização possui vários bancos de dados, que compreendem

sistemas contábeis e financeiros da organização, sistema de custos, sistema

de pagamentos e recebimentos, folha de pagamentos etc. Essa é uma fase de

grande importância para a tomada de decisão dos gestores;

- Motivação: refere-se aos efeitos dos sistemas de controle sobre o

comportamento das pessoas diretamente atingidas. É de suma importância

para o desenvolvimento organizado do processo como um todo;

- Coordenação: visa centralizar as informações vistas à aceitação de

planos sob o ponto de vista econômico à assessoria de direção da

organização, não somente alertando para situações desfavoráveis em algumas

áreas, mas também sugerindo soluções. O controller toma conhecimento de

eventuais inconsistências dentro da organização e assessora a direção,

sugerindo soluções.

- Avaliação: interpreta fatos, informações e relatórios e avaliar

resultados por centro de resultado, por área de responsabilidade, por

processos, por atividades e desempenho gerencial;

- Planejamento: visa determinar se os planos são consistentes ou

viáveis, se são aceitos e coordenados, e se realmente poderão servir de base

para uma avaliação posterior;

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14 - Acompanhamento: verifica e controla continuamente a evolução dos

planos traçados para fins de correção de possíveis falhas ou revisão do

planejamento.

Dessa forma, observa-se uma forte relação entre as funções da

controladoria a as fases de desenvolvimento do planejamento, que são

informar, motivar, coordenar, avaliar, planejar e controlar (acompanhar).

A função básica da Controladoria é comparar os resultados gerados

pela atividade com os que haviam sido projetados. Para que isso possa ser

adequadamente executado, é necessário o plano conhecimento, por parte de

toda a organização, dos objetivos estabelecidos e da forma com que se

pretende alcançá-los. A documentação dessas informações é feita através de

um documento chamado Plano ou Planejamento Estratégico que é o principal

instrumento de orientação e controle de todas as atividades da organização.

A missão da Controladoria é melhorar continuamente os resultados

econômicos da organização para garantir sua continuidade e expansão,

através da integração de esforços das áreas.

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CAPÍTULO II

O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

2.1 – A Estratégia

O Novo Dicionário Aurélio (1996) defende a estratégia como sendo a

arte militar de escolher onde, quando e com quem travar um combate.

Também em outro contexto é a arte de explorar condições favoráveis com o

fim de alcançar objetivos específicos ou a arte de aplicar os meios disponíveis

com vista à consecução de objetivos específicos.

A estratégia é definida no contexto organizacional, como um curso de

ação com vistas a garantir que a organização alcance seus objetivos. O

enfoque central da estratégia organizacional é como lidar satisfatoriamente

com a concorrência. Isso diz respeito também ao posicionamento correto

frente às situações principais quando se está diante de incertezas e

turbulências do ambiente , seja ele no plano financeiro, seja ele no âmbito de

suas atividades internas e processuais.

2.2 – O Planejamento

Conforme foi definido, a função básica da controladoria é acompanhar

o processo de execução e os resultados gerados pela atividade e compará-Ios

com os que haviam sido projetados. Já enfatizamos a importância de toda a

organização ter pleno conhecimento da forma pela qual se pretende alcançar

os objetivos. A peça básica que contem essas informações é o documento

chamado Planejamento e que se constitui no principal instrumento de

orientação e controle de todas as atividades da organização.

De acordo com Silva (2001) o planejamento, é a parte fundamental da

administração, e tem suas origens nas remotas civilizações, desde o momento

em que o homem precisou realizar tarefas e organizar recursos disponíveis.

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16 Planejar significa a formulação sistemática de objetivos e ações

alternativas, que ao final, a escolha se dará sobre a melhor ação. Também diz

respeito a implicações futuras de decisões presentes, pois é um processo de

decisões recíprocas e independentes que visam alcançar objetivos

anteriormente estabelecidos.

Planejar é a mais básica de todas as funções e a habilidade com que

esta função desempenhada determina o sucesso de todas as operações da

organização. Ele pode ser entendido como o processo de reflexão que precede

a ação e é dirigido para a tomada de decisão agora, com vistas no futuro.

Embora qualquer empreendimento ofereça riscos, é possível prevenir-

se contra eles através de algumas ferramentas operacionais que podem

diminuir os riscos e auxiliar o administrador na tomada de decisão.

No entanto, o planejamento corresponde a uma serie de decisões

tomadas anteriormente ao momento da ação, correspondendo a um conjunto

de decisões tomadas em um momento inicial para implementação posterior,

considerando-se as incertezas em cada elemento da cadeia de alternativas a

serem implementadas.

Planejar engloba conhecer a realidade e agir de acordo com esse

conhecimento para se conseguir o que se deseja. O esforço do planejamento

estratégico é de otimização em relação ao custo de oportunidade do capital

empregado. O planejamento é o processo continuo que vai da elaboração de

um plano à sua avaliação passando por sua execução, no qual, estão incluídos

órgãos de decisão, coordenação, acompanhamento e aferição devidamente

coordenados.

Verificamos, portanto, que o campo do planejamento é a organização e

que fundamentalmente ele é feito por líderes na organização.

Segundo Perez (1997) ao inserir o fator humano e interligá-lo

diretamente ao planejamento, podemos afirmar que a atitude gerencial ativa,

isto é, uma gerencia profissional, onde se procura fazer as coisas

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17 acontecerem, tem enorme importância no desenvolvimento de um

planejamento bem sucedido.

Pontos essenciais no planejamento:

A teoria do planejamento leva-nos à formulação de três perguntas

chaves para instalação do inicio de um processo de planejamento:

- Onde estamos? - significa, em ação concreta, efetuar os estudos

preliminares de concepção do sistema e proceder a uma análise da

organização.

- Para onde vamos? - significa formular diretrizes de políticas e

objetivos mensuráveis a serem atingidos pela organização.

- Qual vai ser nosso custo? – significa definir precisamente prazos e

custos envolvidos.

Os estudos e os diagnósticos preliminares, levarão em conta as

tendências históricas que determinarão à filosófica da organização.

Serão analisados aspectos econômico-setorial, mercadológicos, de

recursos humanos, de produção, financeiros e administrativos em relação a

uma situação atual existente.

Portanto, serão formuladas as análises e objetivos que darão o

resultado necessário ao desenvolvimento de ações corretivas para alcançar-se

a melhoria global da organização.

A concretização das etapas entecedentes dar-se-á na medida em que

foram formulados os programas de ação necessários ao cumprimento dos

objetivos fixados no planejamento global, sendo os mesmos, custeados

implementados, controlados e devidamente avaliados, realimentando-se assim

o processo inicial.

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18 Um planejamento bem sucedido deverá, portanto, levar em

consideração as seguintes premissas básicas: deve ser orientado no sentido

de resultado; deve motivar subordinados de forma significativas; deve basear-

se em fatos concretos; deve atribuir tarefas específicas e prazos a pessoas

determinadas; precisa oferecer mecanismos de controle e aferição dos

resultados alcançados em relação aos objetivos propostos; deve contar com a

participação e o apoio ativo do Presidente da organização.

O planejamento estratégico define as políticas e diretrizes da

organização e acionam os órgãos de assessoramento no sentido de serem

estabelecidos os mecanismos de acompanhamento e avaliação do

cumprimento dos objetivos propostos.

2.3 – O Planejamento Estratégico

“O planejamento estratégico é o processo gerencial de

desenvolver e manter um ajuste viável entre objetivos,

habilidades e recursos de uma organização a as

oportunidades de um mercado em contínua mudança”

(Kotler, 2000, p.86)

Segundo Generoso (1999) nos últimos tempos muito se tem discutido

sobre planejamento. Muitos autores consagrados dedicaram e dedicam parte,

senão toda uma vida, na busca de embasamentos teóricos que justifiquem a

prática do planejamento nas organizações. Várias são as fontes e vários são

os argumentos a favor ou contra, alguns defendendo uma linha de conduta

mais racional, enquanto outros, se mostrando totalmente contrários a essa

visão.

Contudo, apesar do estudo científico sobre planejamento ser recente,

e de nunca terem sido encontradas obras que comprovem seu

desenvolvimento na Antigüidade, há fortes indícios de que o planejamento já

existisse nesta época. As grandes realizações arquitetônicas dos antigos

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19 impérios (3200 a 2300 a.C), por exemplo, foram marcos daquela época e

comprovam a hipótese de que, naquele tempo, existia algum tipo de plano que

orientava as ações humanas.

Segundo Kwasnicka (1990) na Idade Média o domínio da técnica

mostrou-se bem mais rico e eficiente do que na Antigüidade, mas ainda não

havia o desenvolvimento de uma abordagem racional do trabalho. Essa

abordagem só se confirma na Idade Moderna, período que é marcado pelo

misticismo e a tradição. A partir do advento do renascimento, essas

características dão lugar a objetividade e a racionalidade. Com a Revolução

Industrial o planejamento tomou grande impulso em fins do século XVIII, na

Inglaterra, mas antes dela, as economias e as sociedades eram

essencialmente estáticas e os valores políticos envolviam apenas decisões

unilaterais e havia pouco, ou nenhum interesse em se criar um pensamento

administrativo.

Segundo Kwasnicka (1990) a partir de 1950 as mudanças começaram

a serem intensas, contínuas e cada vez mais rápidas e, a cada década, novos

conceitos foram surgindo e tomando o espaço de outros, como por exemplo:

Planejamento Estratégico, Marketing, Finanças, Produção, Globalização,

Tecnologia e Qualidade.

Neste contexto tornou-se cada vez mais importante a identificação de

ações e estratégias para organizações com a finalidade de mantê-las

saudáveis e em desenvolvimento. Durante a tarefa de identificação é

fundamental levar-se em conta, além do ambiente interno, o ambiente externo.

Dentro do processo administrativo estas questões são pertinentes à

fase de planejamento, onde se decidem à programação das tarefas e

mudanças em função das ações e estratégias escolhidas para a organização.

No Brasil, apesar de muitas organizações já estarem utilizando a

metodologia do Planejamento Estratégico, ainda pairam dúvidas sobre o que

realmente este vem a ser e como deve ser formulado. A maior dúvida diz

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20 respeito a uma acentuada tendência para a utilização dos termos

“Planejamento Estratégico” e “Planejamento a Longo Prazo” como se fossem

sinônimos.

Somente um número reduzido de empresas utiliza o verdadeiro

Planejamento Estratégico. A grande maioria das organizações continua

empregando as antiquadas técnicas do Planejamento a Longo Prazo, que se

baseiam em extrapolação das situações passadas.

Para Certo & Peter (1993) o processo do planejamento estratégico

com relação ao sistema de administração estratégica contempla as seguintes

fases: análise organizacional (interno e externo); diretriz organizacional

(objetivos, visão, missão e valores); formulação das estratégias;

implementação da estratégia; e controle estratégico.

A implantação do planejamento estratégico nas organizações deve ser

iniciada através de um projeto. Para elaborar, gerir e implementar o projeto de

planejamento estratégico para organização sugere-se a metodologia com as

seguintes fases: diretrizes estratégicas; análises estratégicas; estratégias

organizacionais; controles organizacionais e gestão do planejamento.

As quatro fases para o planejamento estratégico podem ser

elaboradas de forma seqüencial, mas também podem ser elaboradas

concomitantemente e de forma integrada e complementar uma da outra.

O projeto de implantação para o planejamento estratégico pode ser

iniciado tanto pela elaboração das “Diretrizes Estratégicas” como pelas

“Analises Estratégicas”.

2.4 – Análises do Ambiente

Certo & Peter (1990) afirmam que a análise do ambiente pode ajudar

a garantir o sucesso da organização, mas as regras organizacionais para

garantir esse sucesso variam de organização para organização. Três dessas

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21 regras são: a função orientada para a política; o papel do planejamento

estratégico integrado e o papel orientado para a função.

A função orientada para a política: o principal propósito dessa função é

melhorar o desempenho organizacional mantendo os gestores informados

sobre as principais tendências emergentes do ambiente e enfatizar a

descoberta antecipada e a reação adequada das estratégicas como atitudes,

normais e leis que afetaram a organização como um todo.

O papel do planejamento estratégico integrado: o principal propósito

dessa análise é melhorar o desempenho organizacional mantendo os gestores

e gerentes cientes das questões que surgem no ambiente da organização que

afetaram diretamente o planejamento e ligar o planejamento corporativo e

divisório. Sua tarefa específica dentro do processo de administração

estratégica é a preparação de previsões ambientais que geram hipóteses

básicas sobre o planejamento e fornecem informações mais detalhadas sobre

partes do ambiente à medida que planos organizacionais específicos comecem

a se materializar.

O papel orientado para a função: o principal propósito dessa análise é

melhorar o desempenho organizacional fornecendo informações ambientais

concernentes ao desempenho efetivo de funções organizacionais específicas.

Essa analise é feita para aumentar o desempenho de uma função especifica

em especial ou de uma atividade organizacional principal.

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CAPÍTULO III

ANÁLISES ESTRATÉGICAS

A primeira fase do Planejamento Estratégico está na análise

estratégica e esta análise procura responder a seguinte pergunta básica: “Qual

a real situação da organização quando aos seus aspectos internos e

externos?” verificando o que a organização tem de bom, de regular ou de ruim

no seu processo administrativo.

De acordo com Oliveira (1987) esta análise deve ser efetuada da forma

mais real possível, pois qualquer tomada de posição errada nesta fase

prejudicará todo o resto do processo de desenvolvimento e implementação do

planejamento estratégico na organização.

A análise pode ser interna e externa a organização. Pode-se afirma

que as projeções completam a análise, uma vez que, combinando-se os dias,

obtém-se a projeção-base, que corresponde a uma estimativa futura, com base

na situação atual.

A análise que corresponde a uma análise estratégica apresenta

algumas premissas básicas:

- Deve-se considerar o ambiente e suas variáveis relevantes no qual

inserida a organização;

- Este ambiente proporcionara a organização oportunidades que

deverão ser usufruídas e ameaças que deverão ser evitadas;

- Para enfrentar esta situação ambiental, a organização deverá ter

pleno conhecimento de seus pontos fortes e dos pontos fracos;

Este processo de análise interna e externa deverá ser integrado e

contínuo.

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23 A análise estratégica apresenta determinados componentes, que são

apresentados a seguir:

- Pontos Fortes são as variáveis internas e controláveis que propiciam

uma condição favorável para a organização, em relação ao seu ambiente;

- Pontos Fracos são as variáveis internas e controláveis que provocam

uma situação desfavorável para a organização, em relação seu ambiente;

- Oportunidades são as variáveis externas e não controláveis pela

organização que podem criar condições favoráveis para a organização, desde

que a mesma tenha condições e/ou interesse de usufruí-los;

- Ameaças são as variáveis externas e não controláveis pela

organização que podem criar condições desfavoráveis para a mesma.

- Os pontos fortes e fracos compõem a análise interna da organização,

enquanto as oportunidades e ameaças compõem sua análise externa.

- Os pontos fortes e fracos representam as variáveis controláveis,

enquanto as oportunidades e as ameaças representam as variáveis não

controláveis pelo administrador.

Fica evidente que o problema maior são as variáveis sobre as quais

não se tem controle. Após o estabelecimento dos pontos fracos (internos) e

das ameaças (externas), devem se estabelecer às questões criticas que

representam aspectos controláveis com maior ou menor dificuldade.

Os pontos fracos representam aspectos controláveis e, caso o

administrador não saiba, de momento, como revolver o problema, deverá

envida todos os esforços para identificar a solução, sem o que este ponto fraco

poderá criar sérios problemas para a organização.

O mapa do ambiente interno e externo da organização pode ser

elaborado por meio da técnica das forças e fraquezas, ameaças e

oportunidades chamada de Matriz SWOT.

3.1 – Matriz SWOT

SWOT é uma sigla que indica a primeira letra das palavras Strenghts,

Weaknesses, Opoortunities e Threats (Pontos fortes, Pontos fracos, bem como

as oportunidades e ameaças) inseridos em um ambiente.

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24 Com análise SWOT, podemos identificar as forças, fraquezas,

ameaças e oportunidades. As forças podem ser consideradas como os

recursos disponíveis. As franquezas podem ser também recursos não

administrados e todas as falhas que não levem ao aperfeiçoamento em um

determinado segmento. As oportunidades compreendem tudo que propicie que

venha a somar na estrutura, na qualidade e crescimento da organização,

enquanto as ameaças podem ser compreendidas como tudo o que leve perigo

para alcançar as metas e objetivos da organização.

Seguem alguns exemplos de assuntos para a aplicação da Matriz

SWOT:

- A organização (sua posição no mercado);

- Seu método de distribuição;

- Um marca ou produto;

- Estratégias para penetrar em um novo mercado ou o lançamento de

um novo produto;

- Uma oportunidade de expansão do negócio;

- A escolha de um parceiro em potencial;

- Uma estimativa de oportunidades de investimento.

Análise ambiental externa (oportunidades e ameaças)

- Cenário econômico, político e fiscal;

- Ambiente de negócios;

- Tamanho do mercado;

- Meio ambiente, saúde, segurança.

Análise ambiental Interna (Pontos Fortes e Pontos Fracos)

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25 - Processos operacionais;

- Qualidade da gestão;

- Tecnologia empregada;

- Situação financeira estrutura para crescimento.

As forças e fraquezas são determinadas pela posição atual da

organização e se relacionam, quase sempre, a fatores internos. Já as

oportunidades e ameaças são antecipações do futuro e estão relacionadas a

fatores externos.

ANÁLISE DOS AMBIENTES - Matriz SWOT

Na conquista do objetivo

- Diagrama representativo dos componentes da matriz SWOT.

Ajuda Atrapalha

Interna

(Organ

ização

)

S - Forças W - Fraquezas

Externa

(Ambiente)

O - Oportunidades T - Ameaças Fonte Wikipédia (2007)

Aplicação prática

MATRIZ Predominância de SWOT PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Predominân

cia de

AMEAÇAS

sobrevivência Manutenção

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OPORTUNIDADES

Crescimento Desenvolvimento

Fonte Wikipédia (2007)

Fraqueza x Oportunidade

Como podemos transformar essa Fraqueza em Força, de modo a

poder aproveitar melhor essa oportunidade?

Força x Ameaça

Como utilizar essa força para neutralizar ou minimizar essa ameaça?

Esta análise de cenário se divide em ambiente interno (Forças e

Fraquezas) e ambiente externo (Oportunidades e Ameaças).

O ambiente interno pode ser controlado pelos executivos da

organização, uma vez que ele é resultado das estratégias de atuação definidas

pelos próprios membros da organização. Desta forma, durante a análise,

quando for percebido um ponto forte, ele deve ser ressaltado ao máximo; e

quando for percebido um ponto fraco, a organização deve agir para controlá-lo

ou, pelo menos, minimizar seu efeito.

Já o ambiente externo está totalmente fora do controle da organização.

Mas, apesar de não poder controlá-lo, a organização deve conhecê-lo e

monitorá-lo com freqüência, de forma a aproveitar as oportunidades e evitar as

ameaças.

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27

CAPÍTULO IV

DIRETRIZES ESTRATÉGICAS

Depois de analisar as variáveis internas (Pontos Fortes e Fracos) e as

externas (Oportunidades e ameaças) nas análises estratégicas passarei agora

para as diretrizes estratégicas.

As diretrizes estratégicas podem ser definidas como sendo um

conjunto de indicações de caráter amplo que direcionam o comportamento da

organização como um todo, e orientam o raciocínio no processo de tomada de

decisões para a escolha dos objetivos estratégicos globais.

Na diretriz estratégica existem dois indicadores principais de direção

para os quais uma organização é levada: a missão e os objetivos estratégicos.

A missão organizacional é a finalidade de uma organização ou a razão de sua

existência. Os objetivos são as metas das organizações.

Existem também outros dois indicadores de direção que, atualmente,

as organizações estabeleçam: a visão, que é o que as empresas aspiram a ser

ou se tornar, e os valores que expressam a filosofia que norteia a empresa e a

que a diferencia das outras.

O planejamento Estratégico define o caminho a seguir. A missão e a

visão estabelecem ações que serão implantadas, analisadas e acompanhadas

visando atingir as metas e os objetivos estipulados na organização.

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28 A Visão é a descrição do cenário ou do sonho da organização. É a

declaração da direção em que à organização pretende seguir, ou ainda, um

quadro do que a organização deseja ser.

A missão é o que a organização se propõe a fazer, e para quem. A

missão é uma declaração concisa do propósito e das responsabilidades da

organização perante os seus clientes e deve responder as seguintes

perguntas:

- Por que a organização existe?

- O que a organização faz?

- para quem?

Hering - "Ser a maior e a melhor empresa de vestuário em

produtos básicos e básico-moda".

"Uma missão bem difundida desenvolve nos funcionários

um senso comum de oportunidade, direção, significância

e realização. Uma missão bem explícita atua como uma

mão invisível que guia os funcionários para um trabalho

independente, mas coletivo, na direção da realização dos

potenciais da empresa." (Kotler, 1998, p.95)

Os Valores são princípios, ou crenças, que servem de guia, ou critério,

para os comportamentos, atitudes e decisões de todas e quaisquer pessoas,

que no exercício das suas responsabilidades, e na busca dos seus objetivos,

estejam executando a Missão, na direção da Visão.

Hering – “Encantar os nossos clientes e consumidores através do

fornecimento de excelentes produtos entregues pontualmente e com preço

justo, de acordo com nossa política de qualidade total”.

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29 4.1 – O Balanced Scorecard

“O Balanced Scorecard traduz a missão e a visão das

empresas num conjunto abrangente de medidas de

desempenho que serve de base para um sistema de

medição e gestão estratégica” (Kaplan & Norton, 1997,

p.2).

O Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta para a administração

que traduz a visão e a estratégia da organização, desenvolvida por Robert

KAPLAN e David NORTON em meados dos anos 90. O BSC é uma sigla que

pode ser traduzida para indicadores de Balanceados de Desempenho. O termo

se dá ao fato da escolha não ser só focado nos indicados econômico-

financeiro, mas também nos indicadores em ativos intangíveis como:

desempenho de mercado junto a clientes, desempenhos dos processos

internos e pessoas, inovação e tecnologia. O somatório desses fatores,

alavancarão o desempenho desejado pelas organizações, consequentemente

criando valor futuro.

NEGÓCIO O que somos?

MISSÃO Por que existimos?

VALORES O que é importante para nós?

VISÃO O que queremos ser?

POLÍTICAS ESTRATÉGICAS O que definimos como foco?

FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO Quais as áreas ou processos têm atenção redobrada?

MAPA ESTRATÉGICO Traduzir ou operacionalizar a estratégia em objetivos

BALANCED SCORECARD – BSC Mensurar (focos, indicadores, metas) Focar e alinhar.

METAS, INICIATIVAS OU AÇÕES O temos que fazer para alcançar?

ANÁLISE DE AMBIENTE Onde estamos inseridos?

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · 3.1 – Matriz SWOT ... análise de seu surgimento, sua importância no processo decisório da organização, sua missão, funções

30 Figura 1 – Objetivos do BSC. Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton (2004).

A pirâmide, figura 1 identifica os objetivos do BSC. A pirâmide mostra

os diferentes níveis de abordagens em uma organização. Iniciando com o

entendimento do negócio, descreve-se a sua missão, os seus valores, a visão,

suas políticas estratégicas, a análise do ambiente, os fatores críticos de

sucesso, o desenho do mapa estratégico, o painel do BSC com seus objetivos,

indicadores, metas e por final o plano de ação para alcançá-los.

O BSC é um sistema de suporte à decisão, um sistema de

acompanhamento do cumprimento da estratégia da organização. Reflete o

equilíbrio entre os objetivos de curto e longo prazo, entre medidas financeiras e

não financeiras, entre indicadores de tendências e de ocorrências e entre

perspectivas internas e externas de desempenho.

O Balancend Scorecard cria uma estrutura, uma linguagem, para

comunicar a missão e a estratégia, e utiliza indicadores para informar os

funcionários sobre os vetores do sucesso atual e futuro.

Financeira Para sermos bem sucedidos Financeiramente, como deveríamos ser Vistos pelos nossos acionistas?

Clientes Para alcançarmos nossa visão, Como deveríamos ser Vistos pelos nossos clientes?

VISÃO e ESTRATÉGIA

Processos Internos Para satisfazermos nossos clientes, Em que processos de negócios Devemos alcançar a excelência?

Aprendizado e Crescimento Para alcançarmos nossa visão, Como sustentaremos nossa Capacidade de mudar e melhorar?

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31 Figura 2 – As perspectivas do BSC. Fonte: Kaplan e Norton (1997, p.10).

Segundo Kaplan e Norton (2000) a medição é importante, pois, o que

não é medido não é gerenciado. Os objetivos e as medidas estratégicas

devem ser transmitidos para toda a organização, sob quatro perspectivas:

perspectiva Financeira; perspectiva do Cliente; perspectiva dos Processos

internos; perspectiva do Aprendizado e crescimento.

- Perspectiva Financeira: esta perspectiva representa a meta de longo

prazo da organização. O BSC permite tornar os objetivos financeiros, como

lucratividade, retorno em dobro dos ativos e aumento da receita.

Indagação: Para termos sucesso financeiros, como devemos ser vistos

por nossos acionistas?

- Perspectiva do Cliente: esta perspectiva identifica os seguimentos de

clientes e mercado nos quais a unidade de negócios competirá. Entre as

medidas essenciais de resultado está a satisfação do cliente, retenção de

clientes, a aquisição de novos clientes, a lucratividade dos clientes.

Indagação: Para atingir nossa visão, como devemos ser vistos por

nossos clientes?

- Perspectiva dos Processos internos: esta perspectiva identifica os

processos internos críticos da organização dos quais devem alcançar

excelência. O objetivo é aplicar valores capazes de atrair e reter clientes no

segmento-alvo de mercado e satisfazer às expectativas que os acionistas têm

de excelentes retornos financeiros.

Indagação: Para satisfazer nossos acionistas e clientes, em quais

processos devemos nos sobressair?

- Perspectiva do Aprendizado e crescimento: esta perspectiva

identifica a infra-estrutura que a organização deve construir para gerar

crescimento e melhoria a longo prazo.

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32 Indagação: Para atingir nossa visão como preservaremos nossa

capacidade de mudar e melhorar?

O processo de implantação do BSC não é apenas a definição do mapa

estratégico, objetivos, indicadores, metas e iniciativas, nem somente

operacionalizar um software. O BSC é um ferramenta que deve ser mantida

VIVA nas organização para gerenciamento da estratégia.

4.2 – Estratégias Organizacionais

Se as análises estratégicas visam o ontem e o hoje e as diretrizes

estratégicas o hoje e o amanhã, as estratégias organizacionais visam o

amanhã e o depois.

Segundo Rezende (2008) as estratégias organizacionais se referem à

terceira fase do planejamento estratégico. Esta fase requer a elaboração, a

discussão, o entendimento e principalmente a aprovação das fases “Análises

Estratégicas e Diretrizes Estratégicas”.

O planejamento estratégico é essencialmente planejar as estratégias

organizacionais. Esta fase é a mais desafiadora ou intelectual do planejamento

da organização.

Na doutrina clássica do processo da administração estratégica, as

estratégias organizacionais podem ter duas orientações. O direcionamento das

estratégias é a primeira orientação e a segunda orientação é a formulação das

estratégias.

O cenário orientado para o direcionamento das estratégias

corresponde aos cenários de posicionamentos estratégicos ou

macroestratégias que podem ser entendidos como as grandes estratégias da

organização. Os cenários de posicionamentos estratégicos também são

conhecidos como mapa estratégico e tem relação com os objetivos e a visão

da organização.

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33 As estratégias organizacionais bem formuladas constituem um

requisito para a sobrevivência e sucesso das organizações.

As estratégias da organização podem ser criadas a partir do meio

ambiente interno e externo da organização, essencialmente com base nas

fases “análises estratégicas” e “diretrizes estratégicas”.

CONCLUSÃO

Ao longo do desenvolvimento deste estudo, podemos constatar que o

planejamento estratégico é um tema atual que pode apresentar através de

muitas fases que devem ser corretamente interpretadas para o bom uso desta

importantíssima ferramenta de gestão.

Para alcançar o efeito desejado, o planejamento estratégico necessita

do apoio e comprometimento de todo o corpo funcional da empresa por

ocasião da implementação das diversas ações estratégicas dele decorrentes.

Neste sentido, o planejamento estratégico é uma importante forma de

atender à necessidade de obtenção das melhores diretrizes e planos para a

organização, para que essa tenha garantido o cumprimento de sua missão,

além de assegurar sua continuidade. Enfatiza-se, também, a participação da

área de controladoria, auxiliando na elaboração de um modelo de obtenção de

diretrizes táticas e estratégicas, que permitem a contribuição de cada área da

organização naquilo que é especialista. Um dos pontos fortes do modelo é a

tentativa de envolvimento de um bom número de pessoas no processo de

elaboração das diretrizes estratégicas. Desta forma, pode-se otimizar a

utilização de um relevante recurso organizacional, seu pessoal. Considerando

que o planejamento estratégico concebido é instrumento valioso na condução

dos negócios empresariais, haja vista que as fases de elaboração intensificam

a interação entre as áreas, por permitir momentos de reflexão e discussão

conjunta sobre a situação atual e futura da organização.

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34 Deste modo, concluímos que as organizações devem ter, em seu

processo de gestão, o planejamento estratégico formalizado, haja vista que as

variáveis ambientais impactam suas missões de forma favorável ou

desfavorável. A controladoria deve participar deste processo, elaborando seu

planejamento tático e oferecendo auxílio em avaliações econômicas

significativas para as áreas, na análise das variáveis ambientais, quando

necessário.

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