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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA OS RECURSOS HUMANOS POR: ADRIANA DA COSTA SIQUEIRA MARCOS Orientadora Mary Sue Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA OS

RECURSOS HUMANOS

POR: ADRIANA DA COSTA SIQUEIRA MARCOS

Orientadora

Mary Sue

Rio de Janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA OS

RECURSOS HUMANOS

A presente monografia tem por objetivo apontar a importância da

Língua Portuguesa em processos de Recrutamento, Seleção e T&D, abordando a

Educação Corporativa, num paralelo com o tema principal, apresentando

conseqüentemente, suas vantagens, desvantagens e efeitos diante da velocidade

do mundo globalizado e do intenso desenvolvimento tecnológico dos dias atuais.

Por: Adriana da Costa Siqueira Marcos

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AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que contribuíram direta e indiretamente para que este trabalho

fosse realizado. Especialmente à professora-orientadora Mary Sue por sua

dedicação, carinho e entusiasmo com que me orientou, facilitando o resultado

desta monografia. A todos os professores do Projeto “A Vez do Mestre” que nos

muniram com sua sabedoria e eficiência em todas as aulas ministradas no curso

de pós-graduação em Gestão de Recursos Humanos. A meu marido pela

confiança, carinho e compreensão diante dos momentos de isolamento e

profundas pesquisas aos quais precisei me dedicar para obter o resultado final

deste trabalho acadêmico.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a todos aqueles que, como eu, são verdadeiros

apaixonados pela magnífica Língua Portuguesa e buscam encontrar em cada

caminho que sigam respostas e soluções para alguns enigmas e vastas

dificuldades que a vida nos impõe.

Adriana da Costa Siqueira Marcos

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RESUMO

Se cada pessoa parasse para analisar sobre a importância da Língua

Portuguesa em todos os aspectos de sua vida, ficaria surpreso com a magistral

ferramenta que possuímos desde que começam os primeiros balbucios infantis.

Esta monografia não se propõe a expor regras gramaticais nem apresentar

“macetes” que facilitem a comunicação oral e escrita. Contudo, pretende-se

reconhecer o domínio da língua como um grande diferencial competitivo no mundo

globalizado em que vivemos.

Diante de avançadas tecnologias, o mercado de trabalho se vê forçado a

selecionar, investir e reter profissionais cada vez mais capacitados e que sejam

referenciais de sucesso em qualquer sentido, e nisso encaixamos a sua

comunicação oral e escrita. A acirrada competitividade atualmente evidenciada no

mercado empresarial não permite espaço para a ocorrência de qualquer tipo de

deslize, portanto destaca-se a validade e aplicabilidade da Língua Portuguesa nos

processos de Recursos Humanos, dando foco especial à Educação Corporativa e

ao endomarketing empresarial. O trabalho é finalizado com a apresentação de um

estudo de caso de sucesso em empresa conceituada no Rio de Janeiro.

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METODOLOGIA

A escolha de uma metodologia de pesquisa é fundamental para saber o que

se pretende descobrir, confirmar e aprender com o trabalho monográfico. O ponto

de partida é , sem dúvida alguma, a maneira pela qual o pesquisador observa e

entende o mundo à sua volta, isto é, os paradigmas norteadores do pesquisador.

Buscou-se realizar a monografia através de uma boa pesquisa bibliográfica,

intensas consultas a Internet e a utilização de um estudo de caso real e de

sucesso aplicado em empresa carioca de renome no mercado varejista.

A dissertação é descritiva e explicativa, utilizando-se de poucos diagramas,

que são elucidados no texto que o acompanha. Além de anexos relacionados ao

estudo de caso supracitado no parágrafo anterior. Todo material teórico gira em

torno de temas como Educação Corporativa, Cultura Organizacional,

Endomarketing e à aplicabilidade da Língua Portuguesa para os Recursos

Humanos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - CULTURA ORGANIZACIONAL 11

CAPÍTULO II – ENDOMARKETIG EMPRESARIAL 15

CAPÍTULO III – EDUCAÇÃO CORPORATIVA 20

CAPÍTULO IV - A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA OS

PROCESSOS DE RH 24

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA 37

ÍNDICE 38

FOLHA DE AVALIAÇÃO 40

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INTRODUÇÃO

Atualmente, o maior desafio das empresas tem sido acompanhar a

evolução tecnológica imposta pela velocidade da globalização. Além disso, é

preciso buscar e reter profissionais conceituados que possam atuar com agilidade,

produtividade e alta qualidade, garantindo assim, a geração de um ambiente que

possua a energia, a sinergia e as informações de que necessita para permanecer

competitiva no mercado.

Diante desse cenário de alta transição e extrema competitividade, para

manter sua adequação ao mercado de trabalho, o profissional do século XXI se vê

forçado a acompanhar de perto toda a evolução de conhecimento para minimizar

o rápido obsoletismo que os tempos atuais impõem, ou seja, é preciso cada vez

mais estar preparado para as mudanças que surgem.

“Formar e desenvolver os talentos humanos na Gestão dos Negócios,

promovendo a geração, assimilação, difusão e ampliação do conhecimento

organizacional, através de um processo de aprendizagem ativa e contínua, e

gerando resultados” (Marisa Eboli) tem sido a grande missão da Universidade

Corporativa, estratégia que ultimamente tem sido adotada por grandes empresas,

visando diminuir a distância com que as universidades (externas) preparam os

profissionais para o mercado de trabalho, adequando-os efetivamente à realidade

da empresa.

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O presente estudo pretende transitar pelo abrangente universo corporativo,

fazendo uma analogia entre a importância da Língua Portuguesa na Cultura

Organizacional, no endomarketing e na Universidade Corporativa.

Atualmente qualquer aprofundamento maior em T&D está diretamente

vinculado à Educação Corporativa e à sua aplicabilidade nas empresas, que visa

justamente a adequação e atualização no mercado de trabalho, fato este que é o

grande diferencial no mundo globalizado em que vivemos.

A Língua Portuguesa como veículo de comunicação é vital em qualquer

processo que envolva relacionamento humano e, dessa forma, também é

ferramenta indispensável para a atualização e desenvolvimento profissional. Por

isso, pretende-se defender os aspectos positivos e relevantes de nossa língua

materna nos processos de Recursos Humanos (Recrutamento – Seleção – T&D),

visando o desenvolvimento eficaz da comunicação oral e escrita e também

enfocando a vantagem de ser vista como grande fator motivacional para o

desenvolvimento de uma carreira de sucesso.

Partindo-se do princípio que num processo seletivo vários aspectos positivos

ou não podem ser retratados simplesmente através da expressão oral do

candidato, sua redação e da forma como são concatenadas suas idéias, a Língua

Portuguesa é prioritária para que uma empresa tenha um pouco dos aspectos que

envolvem ordenação lógica, planejamento, clareza, poder de análise e síntese de

qualquer profissional que se proponha a assumir uma vaga no mercado de

trabalho e, sem dúvida alguma, trata-se de uma excelente vantagem competitiva

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para quem deseja ingressar no restrito mercado de trabalho, que tem deixado

tantos profissionais em disponibilidade.

Enfim, é preciso destacar e defender a idéia de que a Língua Portuguesa é

um excelente instrumento para seleção, retenção e desenvolvimento dos

Recursos Humanos; além de ser ferramenta fundamental para o endomarketing

de empresas que adotam a Educação Corporativa com o intuito de aliar sempre a

teoria à prática profissional, priorizando a atualização e adequação ao mercado

de trabalho.

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CAPÍTULO I

CULTURA ORGANIZACIONAL

“Não basta conhecer uma realidade para agir sobre ela. É necessário dominar todas as variáveis endógenas e exógenas aos processos em que essa realidade está envolvida, bem como possuir uma bagagem cognitiva adequada para poder garantir uma interferência, no mínimo acidental e casuística.”

Jean Pierre Marras

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CULTURA ORGANIZACIONAL

Um pouco de história

Durante muitos anos as organizações pouco se importavam com seus empregados, com seus direitos e possíveis participações nos resultados das mesmas. Era uma sociedade extremamente mecanicista e operacional. Tudo o que importava era a produção dos serviços que gerassem lucros , independente de qualquer outro fator.

“O primeiro marco de estruturação e formalização dos sistemas organizacionais aconteceu com a introdução do taylorismo-fordismo nas empresas, quando se definiram alguns princípios para a gestão de pessoal e contratualização das relações empregatícias ” (Fleury – 2000).

A partir da introdução da abordagem sociotécnica para a organização do

trabalho, passou-se dar uma importância maior às habilidades de relacionamento pessoal, visando melhorar o clima no ambiente de trabalho e o desenvolvimento de competências sociais, que agregassem valor à organização, ou seja, passou-se a dar um enfoque mais humanista às relações com os trabalhadores, priorizando não somente a competência técnica do funcionário, mas também a sua sociabilização e adaptabilidade à organização.

Nesse cenário começou-se a ver as primeiras vertentes de valorização da

cultura organizacional como possível diferencial estratégico competitivo. “A saída proposta é o desenvolvimento de uma cultura forte, de um conjunto de valores básicos consensuais, que possibilitem a identificação dos interesses do empregador e do empregado” (Fleury- 2000). Nesse sentido, nos finais dos anos 70 e ao longo de toda a década de 80 se desenvolve um interesse notório pelo estudo da cultura organizacional. Presencia-se a “tomada de consciência , por parte de teóricos e práticos, da importância dos fatores culturais nas práticas de gestão e a crença no fato da cultura constituir um fator de diferenciação das organizações bem sucedidas das menos bem sucedidas, sendo a ‘boa cultura’ da organização (no sentido de adequada) um fator explicativo do sucesso econômico. (Ferreira – 1996).”

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A partir da década de 90 até os nossos dias, percebe-se que os desafios

ampliaram, pois diante da crescente competitividade e globalização das atividades a exigência de mais fatores que motivem o autodesenvolvimento dos funcionários e mobilizem os mesmos para a fidelização aos valores organizacionais, é tarefa das mais difíceis para as empresas, pois garante o comprometimento e resultados positivos compartilhados por todos.

1.1 - Conceito Pode-se dizer que a cultura organizacional é o conjunto de valores, crenças

e regras comuns a todos os integrantes de uma empresa. Compreende além das normas formais, também o conjunto de regras não escritas, mas que condicionam as atitudes tomadas pelas pessoas dentro da organização.

A cultura de uma organização será o conjunto de características que a

individualiza e a torna única perante qualquer outra. Define-se como um conjunto de valores, expressos através de rituais, mitos, hábitos e crenças comuns aos membros de uma instituição, que compartilham e produzem normas de comportamento genericamente aceitas por todos.

Esta definição sugere que a cultura cumpre funções primordiais numa

organização. O estilo de administração, a transmissão de valores e filosofias, socializando a todos os membros da organização, motivam todo o pessoal e facilitam o conhecimento de grupo e o compromisso com as metas relevantes. Para tanto a cultura organizacional possibilita algumas funções importantíssimas às instituições:

• Transmitir um sentimento de identidade aos membros da organização; • Facilitar o compromisso com algo maior que os próprios objetivos

pessoais; • Reforçar a estabilidade do sistema social; • Oferecer premissas reconhecidas e aceitas para a tomada de decisões.

Naturalmente, a cultura organizacional está em constante formação e aperfeiçoamento, adaptando-se às alterações no meio ambiente e aos distintos problemas internos; entretanto, os elementos-chave estáveis na vida do grupo, já completamente assimilados, não sofrem qualquer alteração.

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1.2 – Contextualização com o RH

Tomando por base o papel mobilizador e unificador de todo um conjunto de indivíduos em torno do bem comum da organização, os Recursos Humanos devem atuar de forma estratégica para disseminar todas as crenças, valores e filosofia da empresa, buscando garantir a cultura organizacional e definir com clareza as suas particularidades.

Nesta medida, a preocupação com os aspectos que giram em torno da

imagem, da comunicação, ou os rituais que distinguem uma organização das restantes, multiplicam-se e uma gestão estratégica se faz necessária.

Além disso, as organizações não podem ser vistas apenas sob o ponto de vista de critérios puramente econômicos; é preciso reconhecer-se parte da realidade social, possibilitando uma nova política de relações humanas.

“É difícil pensar em alguma organização que tenha se mantido em uma

posição de grandeza na ausência de metas, valores e missões profundamente compartilhadas na organização (Peter Senge – 1990).” Nesse aspecto o RH tem papel fundamental e deve atuar como facilitador desse processo de construção e implantação da visão compartilhada; afinal, “quando existe uma visão genuína, as pessoas dão tudo de si e aprendem , não porque são obrigadas, mas porque querem”(Peter Senge – 1990).

A prática da visão compartilhada, tarefa essencial do RH, estimula o

compromisso genuíno e o envolvimento dos funcionários nos processos da organização, não ocorre a mera aceitação dos fatos, os funcionários sentem-se co-produtores do sucesso organizacional.

A clara utilidade de uma cultura organizacional é a redução do grau de

ambigüidade, a utilização de uma linguagem própria, facilitando o seu entendimento em relação àquilo que a organização espera de si no que diz respeito aos comportamentos, à concretização da tarefas e às atitudes perante os distintos tipos de situações. Conseqüentemente, se a organização prioriza as questões supracitadas, valoriza a língua materna como fator relevante para que sua imagem seja efetivamente respeitada no mercado. E pode-se dizer que todos estes aspectos contribuem para a formação de um forte endomarketing, assunto que será melhor elucidado em nosso próximo capítulo.

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CAPÍTULO II

ENDOMARKETING EMPRESARIAL

“Em relação à inadequação cada vez mais ampla e profunda entre, de um lado, os saberes desunidos e divididos e, de outro, a realidades ou problemas cada vez mais multidisciplinares e transacionais, o processo de aprendizagem deve evidenciar o contexto de sua aplicação. Pois o conhecimento das informações ou dos dados isolados é insuficiente. É preciso situar as informações e os dados em seu contexto para que adquiram sentido, e facilitem o processo de aprendizagem.” Morin

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ENDOMARKETING EMPRESARIAL

Conceito

Preocupadas com o endomarketing, ou seja, a comunicação interna, as organizações têm buscado alternativas para torná-la mais eficaz ; de maneira que seus efeitos possam ser percebidos não só no âmbito interno, mas também por seus clientes, fornecedores e parceiros. Portanto, os ganhos obtidos por intermédio da comunicação interna devem se manifestar também na qualidade de seus produtos, serviços e na estratégia de atendimento prestado pela organização.

Pode-se definir endomarketing (comunicação interna) “como o conjunto de práticas introduzidas e aprimoradas na organização, e que tem por objetivo obter ou elevar o comprometimento de seus funcionários” (Cerqueira – 1999). A partir desse comprometimento, mudanças nas atitudes e comportamento que refletem-se positivamente tanto no público interno como no externo.

Kotler (1998) todavia, conceitua marketing interno como uma “tarefa bem

sucedida de contratar, treinar e motivar funcionários hábeis que desejam atender bem aos consumidores.”

Bekin (1995) identifica o endomarketing como “ações de marketing voltadas

para o público interno da empresa a fim de promover, entre seus funcionários e os departamentos, valores destinados a servir o cliente.” Esta definição é compartilhada também por Nikles e Wood (1999) que percebem a comunicação interna como “processo de satisfazer os clientes internos (empregados) como pré-requisito para satisfazer os clientes externos”.

Dessa forma, embora não se consiga de fato uma unanimidade entre os

estudiosos do assunto, percebe-se que alguns pontos são comuns e bastante freqüentes nas definições, que garantem um eixo comum que gira em torno de motivação dos funcionários, comunicação, comprometimento, valores,

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instrumentos de marketing e satisfação do consumidor; pontos estes que estão intrinsecamente ligados à cultura organizacional de uma empresa.

2.1 A importância do Endomarketing

À medida que uma organização compromete-se de fato com os fundamentos da visão compartilhada , desenvolve-se nos funcionários da empresa um sentimento de orgulho e sensação de pertencimento organizacional, que é um fator primordial para que se adote uma perfeita comunicação interna.

“As relações internas afetam o comportamento da equipe frente aos

clientes” (Cerqueira –1994). Portanto, ao promover e estimular a melhoria no relacionamento interno da equipe, a agilidade e a transparência dos fluxos de comunicação, a introdução de mudanças nas atitudes e as práticas do marketing interno favorecem o desenvolvimento nos funcionários de uma consciência de que todas as suas ações devem voltar-se para a satisfação das necessidades dos clientes. É dessa forma que o endomarketing pode contribuir para a formação de uma vantagem competitiva para as empresas, pois formar uma equipe motivada e comprometida com os resultados organizacionais e com a satisfação de seus clientes, faz da empresa algo inigualável e sem possibilidade de imitação, pois reside aí a grande chave do sucesso de uma empresa. 2.2 Contextualização com o RH

A coordenação do marketing interno deve estar ligada ao setor de marketing da organização. Entretanto, Brum (1998) defende a idéia de que o endomarketing deve ser conduzido numa parceria estreita entre as áreas de marketing e recursos humanos pois, “a primeira tem o know-how para a condução de projetos e instrumentos de marketing , enquanto a segunda tem o conhecimento e a facilidade de acesso ao público alvo.”

Percebe-se que na maioria das empresas a comunicação interna é

conduzida pelo RH e, diante dessa vertente, faz-se necessário que este seja um trabalho realizado de forma muito consciente para que , sobretudo, venha trazer resultados positivos para a organização.

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As estratégias adotadas devem seguir uma linha de raciocínio bem clara e

objetiva, para que não ocorram ruídos na comunicação. É nesse contexto que a Língua Portuguesa entra como importante aliada, uma vez que oferece todos os instrumentos necessários para o que pretende alcançar, tanto com os clientes internos, como com os externos.

Não é raro perceber que algumas campanhas internas ou não, publicitárias,

corporativas ou apenas em nível organizacional, não dão certo. Para que o sucesso seja garantido é imprescindível que a linguagem utilizada ganhe força nos quesitos ordenação lógica, clareza, objetividade e perfeição gramatical, além da escolha de palavras simples que facilitem o entendimento de qualquer leitor ou cliente. Muitas empresas afastam clientes (internos e externos) em potencial por adotarem uma imagem refinada e intelectual demais. Outras, já pecam por exagerarem na utilização de linguagem coloquial, além de cometerem deslizes eventuais na normativa da língua, fato este que pode prejudicar a imagem da organização, provocando preconceitos e gerando pouca credibilidade nos produtos e serviços oferecidos.

O RH possui papel fundamental para que o endomarketing de uma

organização seja efetivamente um sucesso. Em parceria com o marketing, deve atuar de forma bastante estratégica, visando atrair e esclarecer aos clientes internos e externos as principais novidades, mudanças, produtos e serviços, ou seja, os objetivos organizacionais propostos.

Para isso, tem-se à disposição uma gama de instrumentos facilitadores

desse processo (foders, painéis, murais corporativos, vídeos, cartazes motivacionais, etc.), contudo, é importante ressaltar que estes , não podem ser utilizados de forma isolada, pois, dessa forma, não produziriam os resultados esperados. Os efeitos só serão eficientes e eficazes de fato, se os instrumentos atuarem coerentemente articulados, sendo fruto de um projeto sistemático, antecedido de um diagnóstico, preferencialmente, conduzido pela própria empresa, de acordo com Bekin (1995).

Um assunto vasto como o endomarketing poderia preencher tranqüilamente

todas as páginas desta monografia, entretanto, o que se pretende com este capítulo é apenas fazer uma ponte para o desenvolvimento do tema principal e, finalizando-o, vale reforçar que é importante que as diretrizes, as estratégias de implantação e o desenvolvimento do endomarketing devam originar-se a partir da missão , da visão e dos objetivos gerais da empresa, ou seja, de sua cultura organizacional. E se a organização além de praticar a visão compartilhada, adotar como diferencial a Educação Corporativa, visando a formação de profissionais cada vez mais capacitados e atualizados no mercado, teremos uma empresa pioneira e à frente de qualquer outra; e este será o tema do próximo capítulo.

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CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO CORPORATIVA

“A organização, situada em um ambiente institucional, define sua estratégia e as competências necessárias para implementá-la, num processo de aprendizagem permanente. Não existe ordem de precedência nesse processo, e sim um círculo virtuoso, em que uma alimenta a outra através do processo de aprendizagem.”

Maria Teresa Leme Fleury

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EDUCAÇÃO CORPORATIVA

Educação Corporativa e as Mudanças no Mundo dos Negócios

No ambiente empresarial globalizado, altamente concorrido, as modernas

práticas de gestão e desenvolvimento profissionais são fatores decisivos na busca da vantagem competitiva.

Diante desse cenário, o conceito de Educação Corporativa tornou-se foco e

“estas tendências definem o cenário para compreendermos as sete competências básicas no ambiente de negócios identificadas pelas empresas” (Jeanne C. Meister – 1999). Estas competências somam as qualificações, conhecimentos e habilidades necessárias para superar o desempenho da concorrência e garantir a empregabilidade. São elas:

• Aprender a aprender; • Comunicação e colaboração; • Raciocínio criativo e resolução de problemas; • Conhecimento tecnológico; • Conhecimento de negócios globais; • Desenvolvimento de liderança; • Autogerenciamento da carreira.

“Nos dias de hoje, não se pode pensar que a conquista de um diploma seja suficiente para a formação profissional, pois a evolução tecnológica e as transformações ocorridas nos processos de produção, pela necessidade de se alcançar maior competitividade, fazem com que os saberes e as competências, na formação profissional, tornem-se, rapidamente, obsoletos e exijam o desenvolvimento de uma formação profissional permanente. “(Mundim – 2002) Dessa forma, o grande desafio da Educação Corporativa está na capacidade das empresas em avaliar continuamente as competências de seus funcionários,

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frente a essas novas necessidades empresariais, para poder oferecer oportunidades de treinamento e desenvolvimento em tempo hábil e preciso. Como vivemos a era da informação, do conhecimento, o que se percebe é que, na maior parte das vezes, as universidades não preenchem as necessidades das grandes organizações; então, cada vez mais as empresas assumem esse papel, ou seja, de educar e preparar o funcionário, fornecendo os conhecimentos necessários à constante atualização no mercado. Vale destacar que, em função disso, as Universidades Corporativas priorizam como foco “vincular desenvolvimento de pessoas com as estratégias do negócio”(Marisa Eboli – 2003); além de ser fator de retenção de talentos na empresa, uma vez que os atuais profissionais não mais estão preocupados com a segurança de emprego, mas sim com a sua empregabilidade. Segundo Marisa Éboli a Universidade Corporativa “deve ser encarada como um estratégico guarda-chuva para todo o tipo de educação, para todos os empregados e também para os consumidores, fornecedores e comunidade. Ela é sobretudo um processo e uma mentalidade que permeiam toda a organização. Sua missão consiste em formar e desenvolver os talentos na gestão dos negócios, promovendo a geração, assimilação, difusão e aplicação do conhecimento organizacional, por meio de um processo de aprendizagem ativo e contínuo.” Todo esse processo da educação corporativa - mesmo parecendo um tanto óbvio de se dizer – é multidisciplinar. Ele envolve um grande número de tecnologias e alternativas de organização. “A chave para atingir-se a excelência nesse processo está na educação. E a educação não pode ser confundida com treinamento” (Mundim – 2002). É importante reforçar que a educação formal já não é mais suficiente para garantir as condições para o desenvolvimento de produtos e de profissionais dentro da realidade específica de uma empresa. Para isso deve-se fomentar e praticar sempre a educação corporativa. 3.1 Organizações que aprendem e contextualização com RH

Um conceito bastante claro e simples de organizações que aprendem foi proposto por Garvin (1993), como o de “organizações capacitadas em criar, adquirir e transferir conhecimentos e em modificar seus comportamentos para refletir esses novos conhecimentos e insights.”

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Entretanto, é grande a dificuldade de se operacionalizar esse conceito, pois

de acordo com Senge “o ser humano vem ao mundo motivado a aprender, explorar e experimentar. Contudo, a maioria das instituições é orientada mais para controlar do que para aprender, recompensando o desempenho das pessoas em função da obediência a padrões estabelecidos e não por sua prática de aprender (Fleury e Fleury – 1995)”.

O ambiente de trabalho é um cenário em que tudo muda constantemente,

então a função da educação não deveria ser ensinar, mas facilitar a mudança e a aprendizagem. As empresas começam a entender que a maior vantagem competitiva vem de uma força de trabalho treinada, capaz de pensar criticamente, tomar decisões, resolver problemas, trabalhar em equipe e, principalmente, criar relacionamentos com os clientes.

O grande desafio está na capacidade das empresas para avaliar

continuamente as competências de seus funcionários, frente a essas necessidades empresariais, para oferecer conscientemente oportunidades de treinamento e desenvolvimento, em tempo hábil. E, como as universidades formais não estão atendendo a esta demanda, as grandes organizações estão assumindo esse papel, valorizando as potencialidades de seus funcionários e priorizando as habilidades que necessitam ser aprimoradas.

Neste cenário, o RH tem importância essencial, pois uma vez definido o

perfil de cada cargo, diferenciando os variados níveis existentes, cada profissional pode saber nitidamente o que é necessário conhecer, desenvolver, aprimorar e executar para realizar seu trabalho.

Quando o RH atua de forma estratégica e tem a sua política de cargos bem

definida, as cartas são jogada às claras. E numa empresa que adota a educação corporativa como referencial, todos podem desenvolver as habilidades necessárias para exercer sua função profissional, mesmo que não possuam a experiência prática. Até porque os objetivos primordiais destas são agregar valor às estratégias da empresa, disseminar valores e propósitos, aumentar a qualificação humana e profissional, conquistar e manter profissionais comprometidos com os resultados da empresa, promover o conhecimento do capital intelectual como diferencial competitivo e orientar programas internos rumo à melhoria global

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CAPÍTULO IV

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA OS PROCESSOS DE RH

“ Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar idéias e harmonizá-las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou”

( Othon M. Garcia)

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A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA OS PROCESSOS DE RH

Contextualização histórica Os capítulos anteriores desta monografia serviram apenas como apêndices para o foco essencial que norteia esse trabalho. Sem o breve parâmetro conceitual, deixar-se-ia de fornecer os principais alicerces que fazem de uma organização algo vital e latente. A Cultura Organizacional, o Endomarketing e a Educação Corporativa fazem hoje das grandes organizações grandes diferenciais competitivos para o conturbado mundo dos negócios. E sábia é a organização que valoriza a sua língua materna, buscando constantes contextualizações e contínua interdisciplinaridade nos seus processos corporativos.

Desde os primórdios da civilização, o homem sentiu a necessidade de se comunicar. No começo utilizava-se apenas da oralidade, pequenos “grunhidos” e gestuais, que aos poucos tornaram-se sinais que começaram a traçar o início da comunicação humana. Com o tempo surgiu a necessidade de se registrar essa comunicação e o homem primitivo passou a retratar sua história através de hieróglifos nas paredes das cavernas – o que marcou o início da linguagem escrita.

O desenvolvimento humano e o avanço das civilizações dependeram

principalmente da evolução dos meios de receber, comunicar e de registrar o conhecimento e, particularmente, do desenvolvimento da escrita, uma vez que o homem é essencialmente um animal comunicativo e social, o que faz com que a linguagem humana esteja em perene e constante mudança.

E por que escrever corretamente? Talvez esta pergunta esteja sempre

pairando no ar...

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Ora! A resposta pode ser bem simples. Basta pararmos para perceber que,

quando falamos, através da oralidade, os fatos podem ser facilmente esquecidos ou confundidos. Porém, quando escrevemos, o nosso discurso fica registrado através da grafia das palavras. Assim, a escrita é algo fundamental para a cultura de um povo. É através dela que demonstramos o grau de conhecimento da língua que falamos. E é por isso que cada vez mais as grandes organizações preocupam-se com a sua comunicação interna e a externa, o que faz com que seu marketing no mercado seja o mais positivo possível. “As hesitações e os bloqueios na capacidade de escrever, ao denunciarem uma falha no manuseio da língua, apontam a ameaça mais devastadora para o Ser do homem, pois a essência humana reside no poder da linguagem. Os variados aspectos e os diversos níveis da realidade se esboçam, se configuram e se firmam através da língua, não sendo demais lembrar que o homem, no ato de falar, abre espaço indispensável para o Ser se revelar. A captação do mundo e do universo se processa por meio de representações simbólicas que se fundamentam nas estruturas lingüísticas. A partir do princípio de que o uso da língua traça o caminho de acesso à realidade e assinala a especificidade do humano, é lícito pensar no irreparável dano acarretado pelo embotamento dessa faculdade.” (Helena Parente Cunha – 1980) Quem não consegue redigir adequadamente demonstra ineficiência no uso da própria língua e, portanto, uma impermeabilidade ao advento do ser. Compromete a sua própria capacidade de expressar opiniões, conhecimentos e habilidades. E, diante de um processo seletivo de Recursos Humanos, apresenta-se inapto à principal e mais inerente capacidade do homem – a de comunicar-se efetivamente. Vale destacar que mesmo diante de toda a conquista definitiva das inovações tecnológicas , o homem precisa se libertar. “O homem que sabe escrever bem é aquele que sabe perceber e imaginar, pensar e sonhar. Existe e é.” (Helena Parente Cunha – 1980) 4.1 A importância da Língua Portuguesa em processos de

seleção nos Recursos Humanos

Muitas são as etapas e as diferentes estratégias utilizadas pelos Recursos Humanos para se selecionar os ditos melhores candidatos em uma processo seletivo.

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O processo de seleção é essencial para o sucesso de uma organização, pois é através dele que as empresas podem identificar talentos (tanto interno como externos) para fazer a diferença neste mercado já tão saturado e extremamente competitivo. O grande desafio atual é a condução do processo de contratação que, na maioria das vezes, é muito falho. A falta de critérios e instrumentos adequados é um dos principais motivos deste fracasso, e na maioria das vezes, pode gerar muitas perdas financeiras. O interesse de um candidato pela aquisição de conhecimento, seu acesso a treinamentos, o desenvolvimento de habilidades ou atitudes não podem ser observados simplesmente nas linhas gerais de um pomposo currículo. Para isso, faz-se necessário uma entrevista individual, orientada por um profissional de RH extremamente habilidoso para conduzi-la.

É neste momento que a Língua Portuguesa começa a entrar em destaque! “Numa economia na qual a única certeza é a incerteza, a única fonte segura de vantagem competitiva duradoura é o conhecimento.” Durante a condução de uma entrevista, que não precisa ser profundamente formal, o profissional de RH tem boas condições de avaliar a linha de raciocínio do candidato; se este apresenta-se munido de efetivos conhecimentos ou utiliza-se de frases de efeito pouco reveladoras; se tem habilidade para tratar de diversos temas em pauta da atualidade ou se é desprovido de condições simples de coordenar suas idéias.

Além das tão conhecidas dinâmicas de grupo, muitas empresas têm

adotado a estratégia da redação nos processos seletivos realizados por seus profissionais de RH, pois esta valiosa ferramenta fornece vasto material a ser analisado pelos psicólogos que utilizam-se da grafologia, uma vez que através da forma, do espaço e do movimento da grafoanálise, os psicólogos podem identificar o estilo da pessoa, suas principiais características, os interesses e as preocupações mais relevantes do indivíduo, além da conduta e capacidade de organização e adaptação do sujeito ao ambiente de trabalho.

Muito mais do que análises grafológicas, as grandes organizações já

tendem a fazer uma análise bem mais realista do profissional que deseja contratar, analisando efetivamente através de sua redação, a sua capacidade de expressão, concatenamento de idéias, ordenação lógica e desenvolvimento de temas sobre cultura geral, dados que fazem da comunicação escrita um efetivo diferencial competitivo. Pois, no mundo globalizado em que vivemos não é raro perceber que os profissionais adotam o consagrado inglês como o idioma do mundo dos negócios, esquecendo-se de regras tão simples e vitais como a habilidade de comunicar-se bem, tanto na escrita como na oralidade, no próprio idioma materno, ou seja, na Língua Portuguesa.

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4.2 A Contextualização da Língua Portuguesa em processos de T&D Na busca por aumentar a empregabilidade, profissionais procuram se aprimorar em vários aspectos, de idiomas a especializações diversas. Vale lembrar que dominar bem a Língua Portuguesa também é uma competência profissional. A grande prova disso é que vários autores, gramáticos e estudiosos da língua têm se dedicado a fornecer dicas básicas para possibilitar tanto aos grandes executivos como a qualquer outro profissional que deseja manter-se competitivo no mercado de trabalho, dicas para evitar possíveis e terríveis “escorregões“ gramaticais, com as devidas correções e fáceis explicações. Além disso, encontramos também diariamente em jornais, dicas sobre a Língua Portuguesa.

Seria esta preocupação algo infundado? Será que na realidade tudo isso não passa de mero modismo? Acreditem: não é! Nunca se escreveu tanto dentro das empresas e nem se procurou desenvolver tantos programas para melhorar a comunicação interna. Às vezes a dificuldades começa com o simples fato de se redigir um relatório ou mesmo para se enviar um comunicado, via e-mail. E falando em tecnologia de informática, temos à nossa disposição, o recurso do corretor ortográfico; entretanto, se a pessoa não dominar a língua, pode cometer erros crassos, pois esta ferramenta não está preparada para adequar-se aos homônimos de nossa língua. E tudo isso depende do contexto da frase, ou seja, do que a pessoa deseja expressar.

Basicamente, todos os profissionais precisam escrever. Na sociedade da informação e do conhecimento, dominar a escrita é fundamental, na medida em que as decisões dependem das cartas, dos relatórios, das propostas, dos e-mails, que todos necessitam escrever, ainda que esporadicamente. Certa vez uma conceituada revista de RH notificou que 80% do tempo dos profissionais que atuam em Recursos Humanos está destinado a atividades voltadas para ações de comunicação. O profissional de RH é, sobretudo, um profissional de comunicação. Preocupadas com essas questões, as grandes empresas têm adotado como estratégia, para suprir as dificuldades encontradas por seus profissionais com a Língua Portuguesa, cursos básicos da língua, visando diminuir as grandes lacunas deixadas por nossa formação escolar.

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Muitas empresas que adotam a Educação Corporativa, além de fornecerem cursos indispensáveis à formação essencial dos profissionais em sua área de atuação, disponibilizam cursos básicos de Gramática e de Redação empresarial. Essa experiência tem se revelado o mais positiva possível, pois diferentemente do que acontecia na época do ensino médio ou até mesmo universitário, os cursos são especialmente adequados à sua realidade e à sua experiência profissional; além de retratar uma efetiva ação de responsabilidade social, pois contribui para o pleno exercício da cidadania dos profissionais. 4.3 Estudo de Caso de Sucesso

Uma conceituada empresa de Varejo no Rio de Janeiro resolveu apostar na estratégia de incluir em seus programas de Educação Corporativa, cursos básicos de Língua Portuguesa.

A Leader Magazine é uma empresa que possui um RH estruturado em três

diferentes áreas: Recrutamento e Seleção – ELEVAR (Escola Leader de Varejo) e Responsabilidade Social. A ELEVAR é responsável por todos os processos de T&D e atua com missão e visão bem definidas:

Inicialmente, a Leader Magazine, enfrentou o questionamento de alguns

críticos que teimavam em indagar: O que a Língua Portuguesa tem a ver com o mercado de Varejo? Poderíamos dizer que tem tudo a ver! Pois é através da língua que os funcionários podem se comunicar com seus clientes; a língua é fator

“ A missão da ELEVAR é capacitar pessoas, disseminando e compartilhandoconhecimentos técnicos e humanos, agregando valores que contribuam para oexercício da cidadania e o desenvolvimento do varejo e da sociedade.”

“ A visão as Escola Leader de Varejo é ser pioneira e inovadora em suasações, conquistando uma posição de destaque na formação de profissionais.”

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vital de comunicação humana, afinal as palavras e as atitudes exercem poder assustador na vida das pessoas.

Contrariando as ressalvas dos mais céticos, o programa de treinamento

revelou-se um sucesso total junto aos funcionários, desde o nível gerencial à base.

Composto de duas etapas (Curso Básico de Gramática da Língua

Portuguesa e Curso de Redação Empresarial), o programa de treinamento da Língua Portuguesa, inicia-se com um “pré-teste” para avaliar o nível dos funcionários inscritos. Como a empresa lida com cargos bem operacionais, alguns funcionários apresentam dificuldades primárias que precisam ser trabalhadas em cursos específicos externos. Contudo, como a maior parte do quadro da empresa é de profissionais com o ensino médio concluído, poucos se enquadram no caso supracitado.

O curso é ministrado por uma profissional de RH, formada em Letras, que

atua amparada na andragogia e com a habilidade necessária para transformar as maçantes regras gramaticais em momentos lúdicos de grande satisfação para os funcionários. Com carga horária de 20 horas, o curso é dividido em quatro horas diárias, dentro do horário de trabalho dos funcionários, que se inscrevem por vontade própria. Como o número máximo de participantes por turma é de 20 treinandos, toda vez que o curso é divulgado internamente, esgotam-se as inscrições em 2 dias no máximo. A proposta agora da empresa é estender o curso para os fornecedores e parceiros também.

O curso é conduzido sempre por interpretações de texto que trazem

mensagens bem atuais e relacionadas à realidade dos profissionais. O pacote básico de Gramática trata de temas que causam muitas dúvidas no dia a dia dos profissionais que necessitam redigir, como: acentuação gráfica, crase, pontuação, concordância nominal, concordância verbal e regência; já o de redação empresarial trabalha com as dificuldades da comunicação escrita no universo profissional, como: relatórios, memorandos, atas, cartas comerciais, bilhetes e e-mails.

Além dos cursos básicos de Língua Portuguesa, a empresa adota uma

excelente estratégia de endomarketing, veiculando seu Jornal Informe, no qual transmite e compartilha notícias internas sobre as suas principais realizações, promoções de funcionários; enfim informações genéricas sobre treinamentos e compartilhamento de dicas tanto de qualidade de vida como de moda. Um grande sucesso deste Informe é a coluna que esclarece mensalmente dúvidas de

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gramática da Língua Portuguesa. A próxima proposta é estabelecer um canal on-line em sua Intranet com sugestões de temas para as próximas colunas, além de esclarecimento de dúvidas variadas, visto que já é intensa a procura, via telefone, dos esclarecimentos da profissional de RH idealizadora dos cursos.

Desde 2002 aplicando cursos de Língua Portuguesa para seus

funcionários , a Leader Magazine realizou uma pesquisa interna para testar a aplicabilidade do programa de treinamento aos resultados da empresa e teve uma grande surpresa , pois os resultados da pesquisa revelaram que, além de ser fator de aumento no nível de motivação e comprometimento dos funcionários, muitos resolveram investir na continuidade de seus estudos, passaram em vestibular e o nível de promoção dos funcionários que fizeram o curso foi acentuado. De fato, os resultados alcançados por intermédio da valorização de nossa língua materna, possibilitaram uma mudança de comportamento nos funcionários da Leader Magazine que fizeram parte do curso , pois estes passaram a expor com mais clareza sua opiniões, ampliando seus conhecimentos, sua capacidade de análise, interpretação e de síntese. Vale destacar também que, como já é uma filosofia da empresa a valorização dos talentos internos, através de RI (recrutamento interno), temos como etapa de seleção a prática de redações como parte imprescindível do processo seletivo. Essa prática também se aplica a programas como o de Trainees (tanto interno como externo), que trata especificamente de líderes em potencial, que necessitam entre tantas outras habilidades de uma perfeita comunicação oral e escrita, logo o domínio da língua materna. Nas páginas seguintes serão apresentados os dados da pesquisa utilizada e a tabulação dos seus resultados, que refletem o sucesso desse estudo de caso. Além da tabulação da pesquisa, fornecemos um condensado de opiniões sobre o curso que valem a pena ser compartilhados com os leitores desta monografia.

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AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DO CURSO DE PORTUGUÊS Estamos realizando esta pesquisa com o objetivo de verificarmos sua opinião em relação ao Curso Básico de Língua Portuguesa. Teremos 05 perguntas bem objetivas, deixando sempre um espaço para comentários particulares. Sinta-se bem à vontade para expressar livremente a sua opinião sincera, marcando a opção que mais se aplica à sua realidade. 1- Como você avalia o seu desempenho na comunicação oral; escrita, após a realização do Curso de Português ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo ____________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________

2- Com o Curso de Português você se considera mais atento(a) ao redigir documentos internos ou externos ( ) Sim ( ) Nada a declarar ( ) Não ____________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________

3- O Curso de Português contribuiu de alguma forma para o seu crescimento pessoa /profissional: ( ) Sim ( ) Nada a declarar ( ) Não ____________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________

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4- O Curso de Português contribuiu de alguma forma em algum processo seletivo do qual você tenha participado, que acarretou em promoção profissional ( ) Sim ( ) Não ____________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________

5- Após o Curso de Português, você se sentiu estimulado a investir em

novos estudos e atualização de conhecimentos (por exemplo cursos, faculdade etc.) ( ) Sim ( ) Não ____________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________

6- Espaço reservado para comentários particulares, críticas e sugestões.

Deixe aqui o seu depoimento.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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TABULAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA DO

CURSO DE PORTUGUÊS

02468

1012141618

Categoria de avaliação

Ruim Regular Bom Ótimo

Nº de resposta

Desempenho na Comunicação oral e escrita

05

10152025

Nº de Respostas

Sim Nada adeclarar

Não

Categoria de Avaliação

Maior facilidade na redação de documentos após o curso

0

10

20

30Nº de

Respostas

Sim Nada adeclarar

Não

Categoria de Avaliação

Aplicação/ Contribuição imediata nas tarefas do dia a dia

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Além das tabulações já retratadas, a pesquisa registrou também um condensado de comentários mais freqüentes na opinião dos participantes do curso. Vejamos a seguir: 1) Maior segurança na linguagem oral e escrita 2) Maior estímulo para crescimento profissional e pessoal 3) Expectativas de novos cursos/ módulos 4) A extroversão e o dinamismo da facilitadora como estímulo imprescindível para

a aprendizagem 5) Pelo menos 10 funcionários que fizeram o curso (de uma média de 25

participantes) participaram de programas de liderança e obtiveram promoções 6) Tivemos relatos de 05 funcionários que passaram a fazer uma faculdade após

a realização do curso.

05

101520

Nº de Respostas

Sim Não

Categoria de Avaliação

Contribuição do curso em promoção profissional

05

10152025

Nº de Respostas

Sim Não

Categoria de Avaliação

Maior estímulo para investir em estudos e atualização profissional

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CONCLUSÃO

Evolução é a palavra de ordem na atualidade. Para que as empresas consigam resultados satisfatórios é preciso, antes de mais nada, desmobilizar os velhos hábitos, quebrar os paradigmas e construir uma nova base cultural, comprometendo todos os funcionários no processo. O endomarketing prova que as pessoas só caminham para a excelência quando percebem a Empresa, respeita seus valores e sua cultura organizacional, investe no desenvolvimento de modelos gerenciais avançados e participativos, acreditando e estimulando sempre o potencial humano. O endomarketing melhora a comunicação, o relacionamento e estabelece uma base motivacional para o comprometimento entre as pessoas e das pessoas com a área organizacional. Para valorizar cada vez mais o potencial humano e profissional de seus funcionários, as empresas investem em Educação Corporativa para capacitar cada vez mais seus colaboradores à sua própria realidade, adequando-os às necessidades e exigências de sua área de atuação, através de programas de treinamentos contínuos e gradativos. Dessa forma, o RH deve agir de forma estratégica para atrair, reter, treinar e desenvolver as pessoas que atuam na organização, viabilizando o uso organizado do trabalho, valorizando a dedicação, o talento e a criatividade dos profissionais que nela atuam.

É fácil perceber quão estratégico se tornou o papel de T&D, encarregado de manter atualizados todos os quadros da empresa, desde a cúpula até a base, para enfrentar novas tecnologias que são extremamente rápidas na sua alteração. Há constantemente novos softwares, novos processos, inovações permanentes, novas relações de trabalho e de poder que se construíram a partir disso. Na verdade não se trata mais de treinar profissionais, mas de desenvolvê-los e educá-los no sentido forte da expressão. Como a maior proposta desta monografia foi tratar da importância da Língua Portuguesa nos processos de RH, deve-se reforçar que mesmo diante de toda a evolução tecnológica e da forma imperativa com que os profissionais se vêem impostos a acompanhar o processo da globalização, algo tão primordial e primitivo como o processo de comunicação, possui destaque e valor incomparáveis.

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Já foi mencionado anteriormente, e vale reforçar mais uma vez, que o

domínio das linguagens - oral e escrita - sempre serão um forte e inquestionável diferencial competitivo e esta habilidade tornou-se uma das mais prementes no mundo do trabalho, tanto para os profissionais como para as empresas que desejam manter-se conceituadas e respeitadas por seus clientes internos e externos. A capacidade de se expressar corretamente pode ser decisiva para o crescimento pessoal e profissional.

Escrever corretamente não é uma questão de elegância, de refinamento, é

algo fundamental a qualquer profissional que deseje estar atuante no competitivo mercado de trabalho. Um mero deslize pode macular a imagem de uma organização, ridicularizando-a no cenário atual do mundo globalizado. “Mas o domínio dessa competência não deve ser apenas observado pelo prima de mercado de trabalho. Trata-se de algo vinculado ao crescimento pessoal. O filósofo austríaco Ludwing Wittgenstein pregava que tudo o que pode ser pensado, pode ser dito. Segundo o filósofo, os limites da linguagem são os limites do pensamento” (Paulo Jebaili – Editor da revista Melhor - Vida & Trabalho – 2002).

Muitas vezes um texto incompreensível ou dúbio pode gerar grandes

problemas de comunicação e, é por isso que as empresas devem priorizar desde o processo seletivo de seus funcionários essa habilidade classificatória. Erros graves de Português no currículo de um candidato, em muitos casos (se não na maioria), podem alijar o candidato da disputa. Além disso, faz-se necessário aprimorar e desenvolver ainda mais tanto a comunicação oral como a escrita de seus funcionários, que serão referenciais extremamente positivos para seu marketing junto aos colaboradores e clientes, gerando empregados cada vez mais motivados e comprometidos com os resultados da empresa em que trabalham, uma vez que freqüentemente os clientes (e os futuros clientes também) elogiam os documentos bem escritos. Por fim, vale reforçar que a Língua Portuguesa é um excelente instrumento para seleção, retenção e desenvolvimento dos Recursos Humanos; além de ser ferramenta fundamental para o endomarketing de empresas que adotam a Educação Corporativa com o intuito de aliar sempre a teoria à prática profissional, priorizando a atualização e adequação ao mercado de trabalho.

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BIBLIOGRAFIA CASTRO, Ramon Pefia. Tecnologia, trabalho e educação. ANPAD, 15º encontro Anual: mimeo,1992. GRION, Laurinda. Cem erros que um executivo come ao redigir (mas não poderia cometer). São Paulo: DFC – Consultoria e treinamento, 1998. GRION, Laurinda. 400 Erros que os executivos cometem ao falar e redigir. São Paulo: Edicta, 2002. RIBEIRO, Camila. Na ponta da Língua & Sem Escorregões. Revista: Melhor – Vida & Trabalho –Gestão de Emoções, n.º 188. São Paulo: Segmento, 2003. EBOLI, Marisa (coord.). Educação para empresas do século XXI. São Paulo: Schmukler, 1999. FLEURY, Afonso & FLEURY, Maria Teresa Leme. Estratégias Empresariais e Formação de Competências : Um quebra-cabeça caleidoscópio da Indústria Brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. MEISTER, Jeanne C. Educação Corporativa: A gestão do capital intelectual através das Universidades Corporativas. São Paulo: Makron boocks,1999. MUNDIM, Ana Paula Freitas. Desenvolvimento de Produtos e Educação Corporativa. São Paulo: Atlas, 2002. PEREIRA, Ubirajara de Araújo. Monografia : Os Técnicos precisam escrever bem?. Rio de Janeiro, 1995. SENGE, Peter. A Quinta Disciplina: arte, teoria e prática das organizações de aprendizagem. São Paulo: Best Seller, 1990.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

CULTURA ORGANIZACIONAL 11

UM POUCO DE HISTÓRIA 12

1.1 – Conceito 13

1.2 – Contextualização com o RH 13

CAPÍTULO II

ENDOMARKETING EMPRESARIAL 15

CONCEITO 16

2.1 – A importância do endomarketing 17

2.2 - Contextualização com o RH 17

CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO CORPORATIVA

EDUCAÇÃO CORPORATIVA E AS MUDANÇAS NO MUNDO DOS NEGÓCIOS 20

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3.1 – Organizações que aprendem e contextualização com RH 21

CAPÍTULO IV

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA OS PROCESSOS DE RH

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 24

4.1 – A importância da Língua Portuguesa em processos de seleção nos recursos

humanos 25

4.2 – A contextualização da Língua Portuguesa em processos de T&D 27

4.3 – Estudo de caso de sucesso 28

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA 37

ÍNDICE 38

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UCAM – Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: A Importância da Língua Portuguesa para os Recursos Humanos

Autor: Adriana da Costa Siqueira Marcos

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final:

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