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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A DINÂMICA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Por: CLEI DEJOSI NERY Orientador Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · de reportar as relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho. No capítulo segundo terá como ponto a cultura organizacional

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A DINÂMICA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Por: CLEI DEJOSI NERY

Orientador

Prof. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A DINÂMICA DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Recursos

Humanos.

Por: . Clei Dejosi Nery

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AGRADECIMENTOS

Aos professores pela dedicação e

contribuição no decorrer do curso.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha esposa e

filhas, por estarem sempre juntas a todos

os momentos na minha vida.

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RESUMO

Esta monografia tendo como tema a Dinâmica da Qualidade de Vida no

Trabalho, e tem como objetivo partindo do princípio de que o atual conceito de

QVT, é um diferencial competitivo para as organizações. Aponta-se caminhos

para superação de obstáculos que conduzem para uma melhor relação moral,

motivação e desempenho dos trabalhadores, buscando não apenas

remunerações digna, mas espaço e oportunidade de demonstrar sua aptidões

de participar, crescer profissionalmente e ver seus trabalhos reconhecidos.

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METODOLOGIA

Diante das atuais transformações no mundo do trabalho, tornou-se

essencial aprofundar sobre a relação do trabalho nas organizações,, bem como

o reconhecimento dessa relação, para tanto far-se-à uma ampla pesquisa pura

de cunho bibliográfico utilizando material já existente, composto por livros e

artigos científicos em relação ao tema, e também buscando informações

necessárias à realização de um trabalho de qualidade, em fontes seguras,

como internet, cuja ferramenta valiosa por seu valor de atualização avançado

conduz maior alcance das alterações, trazendo visões de autores referente ao

tema e em diversas fases de pesquisas, que permitam avançar tanto do ponto

de vista teórico como também em relação a aplicação prática dos

conhecimentos produzidos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - O Processo Social e a Organização na Empresa 11

1.1 – Estrutura Organizacional Adequada 13

1.2 – Contexto de Nível para um Maior Desempenho 15

CAPÍTULO II – A Cultura Organizacional na Qualidade de Vida 17

2.1 – O Papel da Cultura de Apoio a Família na Redução do

Conflito entre Trabalho e a Família 22

2.2 - Gestão Pessoal. Gestão Vital, Um Modo de Vida como família 24

CAPÍTULO III – A QVT Humaniza as Relações e o Trabalho nas

Organizações 25

3.1 – O Bem-Estar Social com base nos Modelos da QVT 31

CONCLUSÃO 33

ANEXO 35

BIBLIOGRAFIAS 36

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INTRODUÇÃO

A Dinâmica da Qualidade de Vida no Trabalho é uma ferramenta de

primordial importância no dia-a-dia das empresas organizacionais e das

pessoas, esta voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao

trabalhador na execução de sua tarefa. A Dinâmica da Qualidade de Vida no

Trabalho afeta atitudes pessoais e comportamentos importantes para a

produtividade individual e grupal, tais como: motivação para o trabalho,

adaptabilidade e mudanças no ambiente de trabalho, criatividade e vontade de

inovar ou aceitar mudanças.

Em toda parte do mundo o trabalho ocupa um espaço importante na

vida dos indivíduos, sejam eles técnicos especializados, administrativos ou

executivos, ou seja, quase todo mundo trabalha, e uma grande parte da vida se

passa dentro do ambiente de trabalho,

Nesse contexto, as pessoas passam assumir importância cada vez

maior nas organizações, onde a valorização do ser humanos e suas relações

de trabalho, a partir da implementação de programas de qualidade de vida,

consistem em um diferencial competitivo no sentido de que esses programas

têm a capacidade de manter as pessoas satisfeitas e motivadas,

proporcionando assim, um melhor desempenho profissional.

Para um princípio na busca das necessidades das empresas se

tornarem maior parte de nossas vidas nas organizações, seria ideal que as

transformássemos em lugares mais aprazíveis e saudáveis para a execução do

nosso trabalho. Lugares que ficássemos de fato, passar algumas horas

planejando e criando, com satisfação e alegria as atividades do trabalho.

O Setor de Recursos Humanos assume literalmente uma posição

importante nas organizações, sendo que um dos principais se refere ao

comprometimento das pessoas com o trabalho. A distribuição certa das

pessoas nos setores é muito importante e se faz necessário, pois as

organizações precisam estimular em seus funcionários algumas a atitudes,

adequação, cooperação, participação e vontade agir.

O indivíduo deve ser o foco principal da função de Recursos Humanos.

São as pessoas que garantem o nível de flexibilidade o grau e a velocidade de

adaptação da empresa que agregam valores aos produtos e aos serviços em

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termos da qualidade e produtividade e que respondem pelo processo de

aprendizagem e pelo grau de inovação na organização.

Como todos os processos – dos decisórios aos operacionais –

envolvidos no dia-a-dia organizacional que busca e eficácia requerem um

comprometimento participativo e motivado por parte de todos os empregados,

seria, por demais ingênuo aceitar que as empresas conseguissem atingir as tão

sonhadas metas de eficácia, sem contar com pessoas motivadas.

Sendo assim, sabemos que a organização não é um grupo de pessoas

que estão juntas por acaso. São pessoas que procuram atingir determinados

objetivos que seus membros não seriam capazes de atingir por si sós.

As organizações são unidades sociais. Orientadas para consecução de

objetivos ou metas específicas. Deste modo podem ser concebidas como

instrumentos que conquistam seu significado e direção diretamente por sua

função.

Podemos dizer com isto, que a qualidade de vida no trabalho ( QVT) é

importante tanto para as organizações como para as pessoas. Este é o foco

dos problemas do nosso estudo.

O objetivo deste trabalho é identificar e estudar os fatores que

contribuem para que as empresas possam obter uma dinâmica na qualidade de

vida para os seus funcionários, e um dos objetivos específicos é identificar de

que forma geral como a qualidade de vida no trabalho contribui no sentido de

manter um bom nível de motivação dos colaboradores.

As organizações são criadas para produzir alguma coisa, produtos ou

serviços. Com isso, utilizam energia humana e não humana para transformar

matérias-primas em produtos ou serviços. Embora possuam coisas

inanimadas, como edifícios, máquinas e equipamentos, instalação, mesas,

arquivos, pois elas são constituídas por pessoas. Somente pode funcionar

quando as pessoas estão em seus lugares de trabalho e desempenham

adequadamente os papéis para os quais foram selecionadas, admitidas e

preparadas. Para tanto, as organizações delineiam sua estrutura formal,

definem órgão e cargos e preestabelecem com certo volume de regras

burocráticas os requesitos necessários as atribuições impostas aos seus

membros.

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A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é uma ferramenta primordial

na dinâmica no dia-a-dia das empresas e das pessoas, está voltado para

facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de sua

tarefa, A Qualidade de Vida no Trabalho afeta atitudes pessoais e

comportamentos importantes para a produtividade individual e grupal, tais

como, motivação para o trabalho adaptabilidade e mudanças no ambiente de

trabalho, criatividade e vontade de inovar ou aceitar mudanças.

Nesse sentido justificamos a relevância dessa pesquisa com o

fenômeno da globalização, a sociedade de uma forma geral, e os

trabalhadores, que de uma forma específica, que tem vivido um intenso

processo de mudanças e adaptações no sentido de atender aos objetivos das

organizações, e assim garantir uma vida pessoal e profissional que atenda às

suas necessidades e expectativas.

A metodologia utilizada no primeiro capítulo deste trabalho será

direcionado ao trabalho, tendo como tópicos o contexto social do trabalho, e

ainda a importância que a motivação exerce para o alcance dos seus objetivos,

e o que ele representa na vida pessoal, as expectativas dos funcionários, além

de reportar as relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho.

No capítulo segundo terá como ponto a cultura organizacional e ainda

suas características vivenciando de que forma a qualidade de vida no trabalho

contribui no sentido de manter um bom nível de motivação dos colaboradores.

E por estarmos inseridos na qualidade de vida organizacional, percebe-

se que o foco deste trabalho é necessário para promover um estudo voltado

aos fatores que de forma especial, tragam a satisfação de suas necessidades

sociais e procurar fazer com que os colaboradores sintam a sua utilidade e

importância pessoal no ambiente de trabalho.

No Capítulo terceiro, vem mostrar como a Qualidade de Vida no

Trabalho, visa proporcionar um ambiente favorável ao bem estar de todos, na

tentativa de humanizar as relações e o trabalho nas organizações, conduzindo

a melhorias na execução das tarefas e o cosequente aumento do nível de

satisfação do funcionário com a organização.

Este presente trabalho torna-se importante, uma vez que pode

contribuir para as empresas organizacionais, através da definição dos fatores

motivacionais, inserindo-os na busca da qualidade de vida, e bem como

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aproveitar a potencialidade de seus funcionários numa ação ativa alcançando

resultados significativos e inovadores.

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CAPÍTULO I

PROCESSO SOCIAL E A ORGANIZAÇÃO NA EMPRESA

A Qualidade de Vida no Trabalho existe nas maiorias das

empresas, porém uma organização não é um grupo de pessoas que estão

juntas por acaso, São pessoas que procuram atingir determinados objetivos

que seus membros não seriam capazes de atingir por si só.

Pode-se dizer que uma organização opera dentro de um ambiente

juntamente com outras organizações. Desse ambiente recebe informações e

dados para tomar decisões, portanto as organizações são importantes para

criar, transformar, e fazer mudanças no ambiente de trabalho, onde os

membros aprende o sistema de valores, as normas e os padrões de

comportamento requeridos pela organização na qual ingressa.

Alguns estudos tem sido desenvolvidos desde da primeira década do

século, com o objetivo de desenvolver as dimensões. Os determinantes

“causas possíveis”, os correlatos (conceitos semelhantes), as consequências,

promovem técnicas de mensuração de um sentimento que emerge quando o

homem se relaciona com a situação de trabalho, sentimento este identificado

como satisfação no trabalho.

A satisfação decorre em grande parte de suposições elaboradas por

gestores e pesquisadores a respeito do seu papel determinante sobre o

comportamento dos funcionários considerados relevantes para a organização

(Zanelli, 2004). Pode-se dizer o autor que a relevância da satisfação laboral

implica a preocupação de uma concepção social segunda a qual funcionário

satisfeito com seu trabalho pode se tornar uma pessoa com mais possibilidade

de ser cidadão integrado a sociedade, à sua família e apresentar melhores

índices de bem estar físico e metal. Essas preocupações refletem efetivamente

o eixo central de estudos sobre o quanto o trabalho e as condições em que é

realizado podem influir sobre o bem estar e a saúde.

Nesse sentido, almejar, dentro de uma organização uma melhora no

desempenho do trabalho em todos os sentidos, espera-se caminhar na

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construção de relações de trabalho, mais humanizados que resultem em maior

satisfação e produtividade dos funcionários em seu ambiente de trabalho.

Para Chiavenato (2004a, p. 367), a Qualidade de vida no trabalho

abrange, dentro outros pontos:

[...] a satisfação com o trabalho executado, possibilidade de futuro na organização, reconhecimento pelos resultados alcançados, o salário percebido, benefícios auferidos, relacionamento humano dentro do grupo e da organização, ambiente psicológico e físico de trabalho, liberdade de decidir, possibilidade de participar e coisas assim.

Inúmeros modelos foram construídos com intuito de investigar a

qualidade de vida no trabalho, dentre eles de Walton (alicerçado em oito

critérios e indicadores), considerado um dos mais abrangentes e utilizado.

(anexo I)

Com isto, evidenciam que além desses critérios e indicadores, existem

os “benefícios sociais” além do trabalho. Os autores pontuam que o termo

benefícios além do trabalho pode, em um primeiro momento, parecer estranho

do ponto de vista racional, a um sistema em que é justo receber conforme o

trabalhado.

De acordo com Moretti e Treichel (2003, p. 11), os benefícios constituem

uma remuneração indireta, pois custa dinheiro à organização. No entanto,

seguindo uma linha filosófica humanista, os seres humanos, “talvez devido ao

progresso tecnológico e social que vivenciaram, almejam mais da organização

do que apenas a paga pelo ‘justo’ trabalho. Eles reivindicam o papel social da

organização na qual trabalham”.

Segundo Chiavenato (1985, apud MORETTI), benefícios sociais são

“facilidades, conveniências, vantagens e serviços que as organizações

oferecem aos seus empregados, no sentido de poupar-lhes esforços e

preocupação [...]”.

Além dos benefícios sociais, Chiavenato (2004a) afirma que dois

aspectos devem ser considerados para a QVT: o ambiente de trabalho, o qual

deve abranger: credibilidade, respeito, imparcialidade e orgulho; e o perfil da

empresa (benefícios, remuneração, ética e cidadania, desenvolvimento

profissional e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal).

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Para Maximiano (2002), a QVT pode ser avaliada através de dois meios,

sendo o primeiro as práticas da empresa. Pelo lado da organização, a

qualidade de vida no ambiente de trabalho pode ser julgada pelas práticas que

forma a considerá-los como seres humanos integrais, não apenas como

máquinas que executam atividades.

A segunda se refere à satisfação dos funcionários. Para que a qualidade

de vida tenha níveis altos, se faz necessário que a maior parte, se não todos,

estejam satisfeitos com as condições de trabalho. Os trabalhadores também

podem não estar tão satisfeitos com a empresa, ou seja, os fatores

motivacionais, higiênicos, e também os fatores, como vida familiar, sua própria

educação, e oportunidades para desfrutar de atividades culturais e sociais.

Porém o modo de lidar com as pessoas, de buscá-las no mercado, de

integrá-las e orientá-las, de fazê-las trabalhar, de desenvolvê-las, de

recompensá-las ou monitorá-las e controlá-las, ou seja, a qualidade da atitude

como as pessoas são geridas na organização é um aspecto crucial na

competitividade organizacional.

Atualmente, a moderna gestão de pessoas consiste em várias

atividades, como descrição e análise de cargos, planejamento de RH,

recrutamento, seleção, orientação e motivação das pessoas, avaliação do

desempenho, remuneração, treinamento e desenvolvimento, segurança, saúde

e bem-estar, etc.

1.1 - Estrutura Organizacional Adequada

De acordo com Chiavenato (1999), são seis os processos básicos da

Gestão de Pessoas, a saber: processos de agregar pessoas; processos de

aplicar pessoas; processos de recompensar pessoas; processos de

desenvolver pessoas; processos de manter pessoas; processos de monitorar

pessoas.

Assim, a Qualidade de Vida no Trabalho tem como propósito principal

contribuir para a eficácia organizacional, valendo-se para isso dos seguintes

meios: ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão;

proporcionar competitividade à organização; proporcionar à organização

colaboradores bem treinados e motivados; aumentar a auto-realização e a

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satisfação dos empregados no trabalho; administrar a mudança; manter

políticas e comportamento socialmente responsável; desenvolver e manter

qualidade de vida no trabalho. A importância dentre o fatores do conceito sobre

a Qualidade de Vida no Trabalho, é que diversos autores discutem, é preciso

olhar as questões centrais da reflexão sobre a qualidade de vida, muitas

pessoas buscam no trabalho o meio de satisfação, ou seja, algum significado

para sua vida, onde desejam fazer parte da organização e sentir-se

socialmente incluídos e reconhecidos pela sociedade.

Para que se avalie um conceito na Qualidade de Vida, as expectativas

são muitos abrangentes uma vez que as posições profissionais dos

funcionários dentro de uma organização são meios que chegam a satisfazer as

necessidades de forma integral em alguns casos, o qual inclui fatores pessoais

que são entendidos como necessidades, valores, crenças e expectativas dos

funcionários e fatores situacionais como tecnologia, ambiente de trabalho e

estado geral de toda organização. Onde a motivação precisa ser positivamente

estimulada, a fim de liberar todo potencial das pessoas que compõe a

organização.

O significado do termo QVT, tão pouco divulgado, assimila duas

posições contrárias, de um lado as reivindicações dos empregados quanto ao

bem-estar e satisfação no trabalho e em contrapartida o interesse das

empresas quanto aos seus efeitos potenciadores sobre a produtividade e a

qualidade de seus serviços. Este novo movimento configura duas faces da

qualidade de vida dos colaboradores: a individual e a organizacional.

A QVT tem sido questionada e sua avaliação através dos anos,

caracterizando-se não apenas como modismo passageiro, mas como um

processo que consolida a busca do desenvolvimento humano e organizacional,

por se tratar de um tema muito amplo e flexível, permite uma diversidade de

interpretações. O conhecimento das teorias que tentam delimitar ou esclarecer

esse assunto, relacionadas a outros aspectos como: a relação desempenho

organizacional x satisfação; a abrangência do termo qualidade vinculada à

qualidade de vida no trabalho; a motivação e satisfação e como estas podem

influenciar a Qualidade de Vida no Trabalho. É fundamental que se conheça a

interação entre estes assuntos e como cada um deles pode contribuir para

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melhor compreensão e desenvolvimento da própria organização frente ao

acirrado e competitivo mercado no qual se encontra inserida.

A Qualidade de vida no Trabalho vem como uma ferramenta que visa

aproveitar as habilidades mais exímias dos funcionários, proporcionando aos

mesmos um ambiente mais agradável e saudável ao desenvolvimento de suas

atividades laborais. Grabarschi (2001) cita em sua pesquisa que:

Um local de trabalho, seja um escritório ou uma oficina, deve ser sadio e agradável. O homem precisa encontrar aí condições capazes de lhe proporcionar um máximo de proteção e, ao mesmo tempo satisfação no trabalho. Mais ainda, o ambiente deve poder cumprir uma finalidade social de educar, criando no homem hábitos de higiene e de ordem que venha a estender ao seu lar. Um ambiente de trabalho é o resultado de um complexo de fatores, materiais ou subjetivos, todos importantes e que, tantas vezes, são mais fáceis de serem entendidos. (VERDUSSEN), 1978, p. 49 apud GRABARSCHI, 2001, p. 39).

1.2 - Contexto de Nível para um Maior Desempenho na QVT

Pode-se considerar, de um modo mais amplo, que todas as nossas

atividades acontecem em um contexto de grupo e, nele, qualquer trabalhador é

tão influenciado que o seu desempenho pode ser sensivelmente alterado. Por

outro lado não basta simplesmente colocar as pessoas juntas para que se

alcance um desempenho. É preciso que a pessoa aprenda como interagir de

maneira a compartilhar informações, confrontar diferenças e cooperar com os

seus próprios colegas.

Na empresa moderna é nítida a preocupação e importância dos grupos

para o alcance de melhores resultados, e isto ocorre em todos os níveis da

hierarquia. Os grupos se formam nas empresas com base no agrupamento por

função (por tarefas que os seus membros executam) ou no agrupamento por

fluxo de trabalho (desde o início do trabalho até sua conclusão).

Em uma empresa a gerência que conhece as fases de desenvolvimento

de um grupo sabe que não pode cobrar resultados enquanto os indivíduos que

trabalham juntos não tenham resolvido algumas questões entre eles. Assim, é

possível diferenciar um grupo de uma eficaz equipe de alto desempenho. Pode

se considerar um grupo como duas ou mais pessoas que interagem entre si de

tal forma que cada uma influencia e é influenciada pelas demais.

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Em certos grupos existem algumas distinções, como: as pessoas

consideram-se membros, identificam-se umas com as outras, interagem

frequentemente, têm papéis interdependentes e compartilham normas comuns.

Um grupo de alto desempenho apresenta características distintivas,

como um alto grau de interdependência entre seus membros. Pois estes têm

elevado grau de responsabilidade no desempenho de diversas funções e, além

disso, as diferenças entre os membros em termos de experiência e

conhecimento são aproveitadas de tal forma que elas interferem nos resultados

e desempenho final. Alguns fatores que podem impedir um bom rendimento do

grupo, como o seu tamanho, o grau de motivação de seus membros, a falta de

coesão, dificuldades de comunicação e até mesmo normas restritivas ao seu

bom funcionamento.

Algumas providências são eficazes quanto ao bom funcionamento de um grupo

com Qualidade de Vida, :

1. Favorecer a integração das pessoas,

2. Observar a liderança voltada para a tarefa, tanto quanto os fatores de

manutenção do grupo que dizem respeito às questões sociais;

3. Classificar papéis e expectativas;

4. Intensificar os valores e respeito às normas;

5. Favorecer, sempre, uma maior coesão das pessoas.

Os resultados alcançados pelos grupos dependem muito do grau de

participação de cada um, bem como do nível de empowerment (delegação,

empoderamento), de que as pessoas dispõem. Especificamente isto é

encontrado nas chamadas equipes autogerenciadas que são pequenos grupos

de trabalho onde cada membro tem a responsabilidade sobre si e sobre o

trabalho que faz, com o mínimo possível de supervisão direta.

Especificamente isto é encontrado nas chamadas equipes autogerenciadas

que são pequenos grupos de trabalho onde cada membro tem a responsabilidade

sobre si e sobre o trabalho que faz, com o mínimo possível de supervisão direta.

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CAPÍTULO II

A CULTURA ORGANIZACIONAL NA QUALIDADE DE VIDA

Pode-se dizer que pela expectativa organizacional, muitas dessas

expectativas se frustram, onde colocar a pessoa certa no lugar certo ainda é o

grande desafio, e nem todas as práticas individuais se concretizam em

decorrência de aspectos de ordem lógica e concretas.

O Setor de uma organização é composto por instituições ou forças que

estão do lado de fora e que tem o potencial de afetar seu desempenho, pois

algumas organizações enfrentam ambientes relativamente estáveis, como

também há aquelas que se deparam com ambientes muito dinâmicos.

Enfatizamos que a cultura não afeta apenas o modo com que os

gerentes atuam na organização, mas também as decisões que eles tomam

sobre as relações da organização com seu ambiente e sua estratégia. A cultura

tem um grande impacto na estratégia da empresa.

Uma empresa com cultura forte corre o risco de, rejeitar pessoas de

bom potencial, tendo em vista que muitas chefias se sentem ameaçados,

quando se admite pessoas bem preparadas, fazendo também que muitos

colegas fiquem com inveja ou até ciúme, criando um ambiente desfavorável a

adaptação.

O Departamento de Recursos Humanos além de desafios a serem

alcançados, promove iguais oportunidades de emprego, também procura

melhorar a qualidade de vida no trabalho. Os esforços para melhorar a

qualidade de vida no trabalho procuram tornar os cargos mais produtivos e

satisfatórios, como também aproveitar as ideias de funcionários qualificados ao

desenvolvimento para empresa. Quando os cargos precisam ser reformulados,

muitas vezes, as mudanças são feitas por gerentes operativos sem o

envolvimento direto do setor de Recursos Humanos. Já outros gerentes

buscam a assistência desse departamento, porque este pode ajudar a

combinar as necessidades humanas com as do cargo, sabendo classificar de

modo ao nível operacional. Os técnicos e especialistas de pessoas precisam

estar informados a respeito de como melhorar a qualidade de vida no trabalho

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por meio a reformulação de cargo. Fatores que influenciam o projeto de cargo e

qualidade de vida no trabalho. (MORETTI, 2005)

A qualidade de vida no trabalho é um desafio importante à administração

do setor de Recursos Humanos. As exigências sobre o projeto de cargo são

organizacionais, ambientais e comportamentais. Quando são cuidadosamente

consideradas e consequentemente combinadas com um projeto apropriado do

cargo, o resultado é um cargo produtivo e satisfatório. Mas quando os insumos

ou produtos desejados são omitidos, resultam problemas. Os elementos

organizacionais do projeto de cargo dizem respeito à eficiência e os cargos

projetados eficientemente permitem que um trabalhador altamente motivado e

capaz consiga o máximo de produção.

Um outro aspecto do projeto de cargos refere-se aos elementos

ambientais. Como acontece com a maioria das atividades de pessoal, o projeto

de cargo não podem ignorar a influência do ambiente externo. Ao projetar

cargos, os especialistas de pessoal e os gerentes devem considerar a

habilidade e a disponibilidade de empregados potenciais ao mesmo tempo, as

expectativas sociais também devem ser ponderadas. Habilidades e

disponibilidades de empregados, as considerações de eficiência precisam estar

equilibradas com as habilidades e disponibilidades das pessoas que vão

realizar o trabalho.

As funções de cargos não podem ser projetados, utilizando apenas os

elementos que ajudam à eficiência. Agir dessa maneira omite as necessidades

humanas das pessoas que devem desempenhar o trabalho. Em lugar disso, os

projetistas de cargo recorrem pesadamente à pesquisa comportamental a fim

de promoverem um ambiente de trabalho que ajude a satisfazer as

necessidades individuais. Um problema com alguns cargos é que eles têm falta

de qualquer identidade de tarefa. Os trabalhadores não podem apontar alguma

peça de trabalho completo quando um cargo tem falta de identidade. Eles têm

pouco senso de responsabilidade e podem não sentir orgulho pelos resultados.

Depois de completarem seu trabalho, podem sentir pouco senso de realização.

Quando as tarefas são agrupadas de modo que os empregados sintam que

estão fazendo uma contribuição identificável, a satisfação no cargo aumenta de

modo significativo.

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Os elementos comportamentais de um projeto de cargo informam os

especialistas de pessoal, é para acrescentar mais autonomia, variedade,

identidade de tarefa e retro informação. Mas os elementos de eficiência

apontam para maior especialização, menor variedade, autonomia mínima e

outros elementos contraditórios. Assim, tornar os cargos mais eficientes pode

fazer com que sejam menos satisfatórios. Inversamente, cargos satisfatórios

podem revelar ser ineficientes.

A fim de aumentar a qualidade de vida no trabalho, para os que têm

cargos que não ofereçam oportunidades para realização, reconhecimento e

crescimento psicológico, os setores de Recursos Humanos podem usar uma

variedade de métodos a fim de melhorar os cargos através de reformulação. As

técnicas mais amplamente praticadas incluem rotação de cargo, promoção de

cargo e enriquecimento de grupo de trabalho. Essas técnicas, usualmente, são

referidas como programas de qualidade de vida no trabalho.

Com isto mostra que um programa genuíno de qualidade de vida no

trabalho, que deve vislumbrar as necessidades humanas de todos os níveis. É

preciso ultrapassar o paradigma no qual a busca de motivação e da qualidade

de vida esquece ou, simplesmente, ignora a satisfação das necessidades

superiores.

As experiências dos trabalhadores com o trabalho podem interferir, de

forma positiva ou negativa, na vida pessoal e social destes, assim diz Walton

(1974); por esta razão, o autor recomenda a busca do equilíbrio através de

esquemas de trabalho e crescimento profissional. Faz-se necessário que a

verificação do nível de satisfação do trabalhador em relação à influência

exercida pelo trabalho sobre a vida privada dos mesmos seja avaliada através

de opiniões com relação ao balanceamento da jornada, estabilidade de

horários e mudanças geográficas que afetam a disponibilidade de tempo para

lazer e para a família. A Papel Balanceado do Trabalho: nada mais é que o

equilíbrio satisfatório entre o trabalho e outras atividades existentes na vida dos

trabalhadores.

Com as mudanças a serem implantadas e com avanço da tecnológico de

QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) podem ser utilizada para que as

organizações renovem suas formas de organização no trabalho, de modo que,

ao mesmo tempo em que se eleve o nível de satisfação do pessoal, se eleve

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também a produtividade das empresas, como resultado de maior participação

dos empregados nos processos relacionados ao seu trabalho.

No conceito de Qualidade de Vida no Trabalho de certa forma,

abrangente, precisa ser definida com clareza, uma vez que, os cargos / postos

de trabalho representam não apenas uma fonte de renda para os

trabalhadores, mas também um meio de satisfazerem suas necessidades de

toda ordem, com reflexos evidentemente em sua qualidade de vida.( Wether e

Davis (1983).

Justifica-se a preocupação com o conceito de QVT porque certas

atividades empresariais, atribuindo-se o título de programas de QVT,

constituem-se apenas em esquemas de manipulação, baseados em

abordagens simples relativamente ao comportamento humano nas

organizações, motivando críticas a movimentos orientados por esta linha de

trabalho como sendo um "modismo" da área de Recursos Humanos. Por outro

lado, constata-se que o simples uso da expressão "qualidade de vida " induz à

imediata associação com melhorias nas condições físicas e de instalações,

atendimento a reivindicações salariais, redução da jornada de trabalho e outras

medidas do gênero que, sem dúvida, tem implicação de custos adicionais.

Na verdade, porém, são as reformulações ao nível do trabalho em si que

constituem o objetivo principal das ações implicadas na Qualidade de Vida no

Trabalho (QVT), visando garantir maior eficácia e produtividade e, ao mesmo

tempo, o atendimento das necessidades básicas dos trabalhadores.Assim

sendo, quando adequadamente proposto, um programa de QVT tem como

meta "gerar uma organização mais humanizada", na qual o trabalho envolve,

simultaneamente, relativo grau de responsabilidade e de autonomia do cargo,

recebimento de recursos de "feed back" sobre o desempenho, com tarefas

adequadas, variedade, enriquecimento do trabalho e com ênfase no

desenvolvimento pessoal do indivíduo".

É evidente que nem todos os problemas das empresas, e que nem todo

tipo de insatisfação do empregado, em qualquer nível, podem ser resolvidos

pela tecnologia da QVT. Entretanto, sua aplicação conduz, sem dúvida, a

melhores desempenhos, ao mesmo tempo que evita maiores desperdícios.

Isto porque os programas de Qualidade Total exigem pessoas que "saibam

fazer "; sendo assim, mas acima de tudo que "queiram fazer " mais e melhor,

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precisam contar com empregados satisfeitos. Ou seja, mais do que nunca as

empresas tem que ser competitivas, e para tal tem que se preocupar com as

pessoas, porque é através do comprometimento das pessoas com as

propostas da empresa que os resultados serão atingidos com sucesso.

Para valorização neste ponto de vista, a melhor qualidade de vida dos

trabalhadores é o alicerce para a implantação da Gestão da Qualidade Geral,

porque a participação é fundamental para o sucesso de tais programas, com

citado anteriormente.

Desse modo, pode-se observar por parte das empresas que há um certo

exagero relativo aos aspectos técnicos orientados para a qualidade de

processo produtivo em si, esquecendo-se de investir nas pessoas. Destaque-

se que Qualidade Total só se faz através das pessoas. São as pessoas que

conseguem atualizar os projetos da empresa. E, somente atendendo às

necessidades das pessoas e as desenvolvendo, maximizando as suas

potencialidades é que a empresa também se desenvolverá, atingindo suas

metas.

Nesse sentido como vemos a vida, as pessoas e o mundo dependem

dos nossos valores. Eles são componentes dos nossos modelos

comportamentais. Se tivermos modelos de boa qualidade, teremos uma melhor

representação da realidade; se estes são de má qualidade, teremos uma visão

mutilada e deturpada do mundo. Por exemplo: Um funcionário que valoriza a

integridade e competência, suas escolhas, decisões e implementações serão

sustentadas por esses valores.

Desse modo, como as pessoas têm seus valores e são o ponto de partida para

uma relação saudável ou não, as organizações se constroem sobre seus

valores. Esses valores virtuosos como disciplina, respeito, lealdade,

honestidade e, perseverança, encontram-se presentes na missão de

organizações e têm sido responsáveis pela longevidade e credibilidade de

algumas, por longas décadas.

Desse modo é preciso ter em mente que os valores ditos, mas não

presentes nas ações são declarações apenas de princípios, e isto é pouco. É

necessário que sejam os pilares que sustentam a definição de negócio da

empresa.

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As questões relacionadas às características biográficas, quanto àquelas

que envolvem o funcionamento de um grupo, tornaram-se relevantes para se

compreender e atuar sobre a cultura, estrutura e processos organizacionais.

Com o alto desempenho é possível considerar, de maneira ampla, que

todas as nossas atividades acontecem em um contexto de grupo e, nele,

qualquer trabalhador é tão influenciado que o seu desempenho pode ser

sensivelmente alterado. De outro modo não basta simplesmente colocar as

pessoas juntas para que se alcance um bom desempenho. É preciso que a

pessoa aprenda como interagir de maneira a compartilhar informações,

confrontar diferenças e cooperar com os seus pares.

Em uma empresa nova é nítida a preocupação e importância dos grupos

para o alcance de melhores resultados, e isto ocorre em todos os níveis da

hierarquia.

As Chefias ou Gerentes que tem conhecimento das fases de

desenvolvimento de um grupo sabe que não pode cobrar resultados enquanto

os indivíduos que trabalham juntos não tenham resolvido algumas questões

entre eles. Assim, é possível diferenciar um grupo de uma eficaz equipe de alto

desempenho. Podemos considerar que um grupo com duas ou mais pessoas

que interagem entre si de tal forma, que cada uma influencia e é influenciada

pelas demais.

Podemos ver que existem em grupo, algumas distinções, como: as

pessoas consideram-se membros, identificam-se umas com as outras,

interagem frequentemente, têm papéis interdependentes e compartilham

normas comuns. Uma equipe de alto desempenho apresenta características

distintivas, como um alto grau de interdependência entre seus membros.

Estes têm elevado nível de responsabilidade no desempenho de

diversas funções e, além disso, as diferenças entre os membros em termos de

experiência e conhecimento são aproveitadas de tal forma que elas interferem

nos resultados e desempenho final.

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2.1 - O papel da cultura de apoio à família na redução do conflito

entre trabalho e a família.

As pesquisas têm constatado que os funcionários que percebem culturas

organizacionais que apoiam mais o trabalho e a família tem uma probabilidade

maior de utilizar os benefícios trabalho e família do que aqueles que percebem

culturas menos apoiadoras (THOMPSON ET AL., 1999). Além disso,

demonstrou-se que as culturas que apoiam o trabalho e a família tem relação

significativa com o comprometimento afetivo com a organização, intenções de

deixar o emprego e conflito entre trabalho e família, mesmo após se controlar

os efeitos da utilização dos benefícios trabalho e família. De forma semelhante,

constatou-se que os funcionários que tinham a percepção de que sua empresa

dava mais apoio à família utilizavam mais os benefícios trabalho e família

disponíveis. Efeitos significativos entre as percepções organizacionais de apoio

à família, e diversas variáveis de resultado mostraram que os funcionários que

percebiam que sua organização dava maior apoio a família tinham menos

conflitos entre trabalho e família, estavam mais satisfeito com seu emprego,

eram mais comprometidos com a empresa e tinham menos intenções de deixar

o emprego do que os funcionários que achavam que a organização dava

menos apoio à família, mesmo após se considerar a disponibilidade de

benefícios e apoio da gerência (ALLEN, 2001).

É importante observar que, até onde o autor saiba, nenhum desses

estudos examinou o efeito moderador de uma cultura de apoio à família. No

entanto, pesquisadores encontraram efeitos moderados de diversos construtos

de clima e cultura em outras áreas da pesquisa organizacional como clima de

segurança organizacional. Assim como outras áreas de pesquisa

organizacional elaboraram e testaram as variáveis a nível de clima, propomos

que a pesquisa sobre o trabalho e família também estabeleça uma variável

contextual para o conflito entre o trabalho e família. Propomos o

estabelecimento de uma variável contextual, conforme já observado, a

existência do conflito entra trabalho e família afeta os recursos emocionais,

podendo leva a exclusão emocional (GRANDEY;CROPANZANO, 1999). A

criação de uma cultura de apoio família no local de trabalho atuaria como um

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recursos para amortecer os efeitos negativos do conflito entre o trabalho e a

família, levando a níveis menores de exaustão emocional. Além disso, a

criação de uma cultura de apoio à família no trabalho permitiria que os

funcionários se sentissem mais a vontade em receber apoio a pedir caso

surgissem preocupações referentes à sua família.

Finalmente, a pesquisas tem demonstrado que uma cultura de apoio a

família faz com que os funcionários fiquem mais inclinados a utilizar as políticas

favoráveis à família (ALLEN,2001). Portanto a cultura de apoio a família é uma

variável contextual que auxiliará no avanço da literatura sobre a relação entre

trabalho e família, além de apresentar diversas implicações práticas às

organizações. Com esse argumentos em mente, propomos que a cultura de

apoio a família interagirá com o conflito entre trabalho e família, de forma que a

relação do conflito entre trabalho e família com a exaustão emocional mudará

dependendo do nível alcançado pela cultura de apoio a família.

Dessa forma a qualidade tem um conceito relacionado as percepções

de cada indivíduo, ou seja, diversos fatores como cultura, modelos diversos,

tipo de produto ou serviço prestado, necessidade e expectativas influenciam

diretamente a essa definição.

2.2 – Gestão Pessoal, Gestão Vital, um modo de vida como família.

A virtualização do local de trabalho, a possibilidade de trabalhar em

qualquer canto, não significa necessariamente que se facilitou a nossa

existência. Poder trabalhar em qualquer lugar hoje significa que se pode

trabalhar o tempo todo. Agora, está-se procurando um ajuste que não tem a ver

somente como mundo do trabalho, mas como o nosso modo de vida. Há

executivos que entram em estado de desespero porque não conseguem mais

conviver com a família. E como o mundo da competitividade é muito acelerado

e ele precisa de fato estar o tempo todo em atenção, produzindo, procurando

competência e eficácia, não sobra tempo para outras coisas. Então tem-se um

nível de infelicidade muito grande.

A responsabilidade é um mundo obsessivamente competitivo, mas ela é

muitas vezes também de um modo de vida como uma família vive. Por

exemplo: hoje há um alto nível de consumo nas famílias de classe média dos

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executivos. Esse consumo é responsabilidade do homem ou da mulher, no

caso do executivo ou da executiva. Se ele baixar a qualidade de vida no

trabalho que faz, ele baixa o padrão salarial. Se ele diminuir esse padrão, as

pessoas trabalham menos e consomem menos. A questão central é como você

faz um pacto com sua família para que se perceba que você está oferecendo a

eles uma condição absolutamente privilegiado de vida, com condições

melhores de vida, mas isso não esta lhe matando, infelicitando-lhe,

amargurando-lhe e você não quer fazer mais isso? É quase que uma reunião

familiar, temos que pensar sobre aquele que tudo tem, mas ele parece que o é

muito pouco em relação ao que acha que deveria ter. Contar com mecanismo

de reconhecimento é sinal de inteligência.

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CAPÍTULO III

A QVT HUMANIZA AS RELAÇÕES E O TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES

Sabe-se que dentre os fatores que promovem a satisfação ao trabalho,

pode dizer que o ser humano está em permanente mudança e as organizações

em que ele participa estão incessantemente alterando suas disposições e

estruturas. Se a mudança é um processo inevitável, todos os temas abordados

pelo Comportamento Organizacional influenciam ou são influenciados pelas

exigências de mudança.

O trabalhador vive experiência pessoal única, pois ambiente em que

vivemos não é estático, o que implica estarmos permanentemente tendo que

alterar nossa postura diante do mundo. Sem estas alterações contínuas não há

garantia de que uma pessoa ou organização possa continuar tendo sucesso.

Inicialmente deve-se considerar os gerentes como os principais agentes de

mudança de uma organização, o que não exclui a responsabilidade de cada

membro em fazer a diferença. E nesse sentido, é ele quem toma decisões e

serve de modelo para o restante da empresa.

Os setores das organizações que apresentam um alto grau de inovação

frequentemente favorecem a criatividade em trabalhos de equipe, garantem

apoio às novas idéias, e a alta direção se envolve por inteiro nas questões que

devem ser mudanças.

Sabe-se que dentre os fatores que efetivamente alcançam sucesso são

aquelas que envolvem as pessoas e cujo processo de implantação pode ser

continuamente revisto. É preciso sermos capazes de criar um ambiente que

incentive os nossos colaboradores (em uma organização que aprende não

existem funcionários, e sim colaboradores) a buscar seus objetivos, sem medo

de errar. Enfim, aprender a aproximar a realidade da visão pessoal. O mundo

que construímos a partir das nossas vivências e por meio dos quais nos

orientamos. A Qualidade de Vida , no que concerne desta disciplina é rever

nossos modelos mentais para ajustá-los à realidade. Quanto mais próximo

estivermos da realidade, mais capazes seremos de tomar caminhos que nos

conduzam aos objetivos estabelecidos. Trabalhando em grupo é que se

alcança sucesso, mas criar conhecimento em grupo é uma tarefa difícil. Assim,

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é cada vez mais importante que se construa, nas organizações, a idéia de que

a eficácia não é resultado de um esforço apenas individual, mas sim resultado

de ações positivas, com um forte sentido de cooperação.

O ambiente de uma organização é composto por instituições ou forças

que estão do lado de fora e que têm potencial de afetar seu desempenho, mas

com uma visão genuinamente compartilhada envolve os vários níveis da

organização na construção da sua visão. As pessoas precisam ter um espaço

para falar e serem ouvidas, pois só assim terão motivação para construir uma

visão que vá ao encontro de suas aspirações e do futuro que desejam para a

empresa, em vez de uma visão que só atenda aos desejos dos seus

superiores.

As Organizações dependem das pessoas para alcançarem o sucesso,

pois a força desta disciplina está em que, ao permitir várias visões pessoais,

terão uma maior possibilidade de explorar as diferentes perspectivas da

realidade e do futuro.

A Qualidade de Vida no trabalho evidencia os colaboradores como

detentores de merecida importância pela Instituição que envolvidos em

diversos níveis, são abordados como parceiros e, não mais como recursos

humanos, mas integrando indivíduos à organização de forma harmoniosa,

mantendo sua integridade física e mental, valorizando-o literalmente como

pessoa, considerando fatores psicológicos, políticos, econômicos e sociais do

trabalhador. No mundo do trabalho ocorreram inúmeras mudanças não só no

processo produtivo devido inovações tecnológicas, mas no impacto causado na

saúde do trabalhador tanto na esfera física como psíquica.

Segundo Santos e Filho (apud MERINO, 2000, p. 13) “o trabalho é uma

forma de atividade própria do homem, enquanto ser social”. Algumas

organizações já começam a entender, que trabalho se relaciona diretamente

com algum tipo de retorno, preferencialmente de ordem material ou monetária.

A compatibilidade as exigências no trabalho constitui a aplicação de forças e

faculdades para atingir um objetivo. O trabalho sempre ocupou um lugar muito

importante na vida de todas as pessoas, pois grande parte dela se passa

dentro das organizações, assim ele possui um grande valor em nossa

sociedade.

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Segundo “Chiavenato”, as empresa mais sucedidas são as que sabem

conduzir a pessoas e torná-las verdadeiras parceiras do negócio e não

simplesmente réus humanos, empregados ou meros funcionários. Empregado

satisfeito é aquele que tem melhor qualidade de vida no seu emprego e

consequentemente dedica-se com maior vontade devido ao estímulo que essa

parceria traz sucedidas trabalho e a qualidade de vida têm sido uma

preocupação constante do homem desde o início de sua existência.

Quando se define a qualidade de vida no trabalho, pode-se dizer que é

uma grande importância, a evolução e todas as suas vertentes, passa-se então

a ter a dimensão do por que existe essa ligação da Qualidade de Vida no

Trabalho com o trabalho humanizado e, consequentemente com a

humanização organizacional.

Nesse sentido ressalta-se que uma empresa humanizada é aquela que,

voltada para seus funcionários e/ou para o ambiente, agrega outros valores

que não somente a maximização do retorno para os contribuintes. Realiza

ações que, no âmbito interno, promovem a melhoria na qualidade de vida e de

trabalho, visam à construção de relações mais democráticas e justas, tanto

com as desigualdades e diferenças de raça, sexo ou credo, além de

contribuírem para o desenvolvimento das pessoas sob os aspectos físico,

emocional, intelectual e espiritual.

Entende-se que a humanização nas organizações também pode se vista

simplesmente, como a criação de um clima propício para o bem estar não

apenas do colaborador, mas de todas as pessoas que participam da empresa,

a fim de que o trabalho seja menos oneroso e mais produtivo para todos. Em

citar e falar em humanizar a organização é fácil entender que o que se

pretende é a criação de climas propícios para que as pessoas e grupos

possam, pelo exercício da participação, da autonomia, do autocontrole,

encontrar condições de motivação e desenvolvimento (TOLEDO, 2003, p. 52).

Com o conceito dessa premissa, de criar um clima organizacional

propício para a humanização, a política de Qualidade de Vida no Trabalho atua

com maior liberdade e consequentemente com maiores possibilidades de

resultado, visto que ambas caminham com objetivos similares. A relação entre

QVT e humanização pode ser entendida, portanto, concluindo-se da seguinte

forma: a humanização organizacional opera com o objetivo de criar um

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ambiente que motiva e desenvolve o indivíduo na empresa, enquanto a

qualidade de vida no trabalho é uma ferramenta que dá suporte a essa tarefa.

A real consequência da Qualidade de Vida é afetar positivamente a

humanização, pois como vimos, ela é a responsável por promover ações com o

intuito de desenvolver e estimular as pessoas à produtividade em um contexto

de bem estar, tal como a humanização, e, portanto, é uma ferramenta

fundamental para trazer esse conceito à organização. A Qualidade de Vida,

produz um ambiente de trabalho mais humanizado, Segundo Davis e

Newstrom (2001, p. 148). Seu objetivo é servir tanto às aspirações mais altas

dos trabalhadores quanto às suas necessidades mais básicas. Ela procura

aproveitar as habilidades mais refinadas dos trabalhadores e proporcionar um

ambiente que encoraje a desenvolver suas capacidades.

Na importante atuação, um dos objetivos da humanização

organizacional é desenvolver capacidades, para tanto é necessário

proporcionar um ambiente de trabalho onde o colaborador se sinta autônomo

para dar ideias, criar coisas novas e contribuir de uma forma geral para o

desenvolvimento da empresa. Há de se esclarecer é que, ao contrário do que

se pensa, o fato de que atualmente exista essa preocupação com o trabalho

humanizado nas empresas, não é fruto de simples compaixão humana ou

sentimentos afins, mas é fruto de estudos que nos permitiram ver ao longo dos

anos que o ser humano não se submete de boa vontade ao autoritarismo de

uma “minoria esclarecida”, em contrapartida, o trabalho em equipe sempre foi

gerador de bons resultados não somente nas empresas, mas em quaisquer

grupos sociais (TOLEDO, 2003). Uma empresa que trabalha a humanização

em suas atividades diárias, conquista o cliente interno, e posteriormente o

cliente externo. É bastante pertinente a observação feita por Albuquerque e

França (1998), que consideram que a sociedade vive novos paradigmas de

modos de vida dentro e fora da empresa, gerando novos valores e demandas

de QVT, pois também está claro que aquilo que tem prevalecido no mundo

organizacional é um bombardeio de estratégias inadequadas de implantação

do conceito qualidade de vida no trabalho, geralmente oportunistas e

imediatistas, e não passam de mais um modismo frequentemente

experimentado, vendo que onde nem sempre o público interno é considerado a

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parte mais importante da empresa, especialmente na implantação dos

programas.

Dessa postura decorre o gerenciamento improvisado com ações, medida

sem base quantitativa, com consequências diretas não só sobre o desempenho

da organização, mas também no nível de satisfação dos trabalhadores. No

trabalho, a insatisfação e a desmotivação são desastrosos tanto para as

organizações quanto para o trabalhador. As organizações se constroem ou se

destroem pelo desempenho das pessoas que nelas trabalham.

O ser humano, no contexto organizacional, é o diferenciador que

impulsiona e, às vezes, até desestabiliza o desenvolvimento da organização.

Nesta sociedade altamente competitiva, a qualidade dos produtos e serviços

oferecidos será preponderante para a sobrevivência da organização. No tempo

que se inicia, as empresas serão julgadas por seus compromissos éticos, pelo

foco nas pessoas (empregados, clientes, fornecedores, concorrentes e

cidadãos em geral) e pelas relações responsáveis com o ambiente natural”

(VERGARA; BRANCO, 2001), ou seja, a humanização antes de qualquer

benefício, representa competitividade estratégica no mercado atual e futuro.

Todas as empresas que enfatizam o valor humano, normalmente desenvolvem

ações junto à sociedade, o que deixa uma imagem positiva da empresa

perante o mercado e atrai novos clientes. Isso representa ganhos de

competitividade, aumento de lucros, crescimento produtivo e acima de tudo,

satisfação e compromisso dos gestores e dos colaboradores em desenvolver

suas tarefas de forma a alcançar todos esses objetivos.

Em um ambiente empresarial humanizado não está ligado a utopias,

tampouco visa exclusivamente investimentos para benefícios ao funcionário,

quando se fala em humanizar pode-se interpretar isso como aumento da

participação das pessoas, com ações democráticas, atitudes proativas, que

possam trazer o desenvolvimento humano à organização (TOLEDO, 2003). Um

ambiente humanizado requer dinamismo tanto da empresa quanto do

colaborador, para que o todo formado pela sociedade empresarial possa estar

flexível às constantes variações da economia e do mercado globalizado.

Contudo esse processo de humanizar a organização não acontece

rapidamente, pois está ligado a muitas variáveis do ambiente, como por

exemplo, as condições de qualidade de vida no trabalho, que é fundamental

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para este processo. Basicamente o processo é lento, pois envolve também o

trabalho motivacional com pessoas para estarem em constante participação

nas atividades, no planejamento, nas decisões, no controle e na organização

da empresa (TOLEDO, 2003). O processo de humanização de uma empresa

que está no seu estágio inicial, requer de que a própria qualidade de vida no

trabalho entrará em fase de desenvolvimento, pois, como vimos, uma está

intimamente ligada à outra (DAVIS; NEWSTROM, 2001, mas pode-se

perceber que existe uma boa premissa para a existência de uma política de

humanização na empresa, pois a empresa abre espaço para a participação dos

seus funcionários e preocupa-se com a opinião dos mesmos. Isso já é um

passo importante na busca pela humanização organizacional.

De acordo com Chiavenato(1999), “a teoria das Relações Humanas

surgiu através da ideia de humanizar e democratizar a administração,

libertando-se dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica

efetivamente, porém esta teoria surgiu com a experiência”.

Muitas empresas instituem a motivação dos funcionários a se sentirem

mais motivados e reconhecer que a empresa esta preocupada com o bem-

estar, o que aumenta sua produtividade, há redução de custos com relação as

doenças de trabalho, estreita-se o relacionamento interpessoal dentro da

empresa facilitando os processos, os funcionários se sentem estimulados a

buscar sempre mais, em seguida, um maior aperfeiçoamento profissional, o

que acaba revertendo em benefícios não só para os funcionários mais também

para a própria empresa. E nesse sentido visando encontrar equilíbrio, motiva a

empresa investir cada vez mais na qualidade de vida dos seus funcionários, o

que faz ter na empresa um profissional saudável, e que se sente bem no

ambiente de trabalho, produzindo muito mais do que aquele que não se sente

bem. Na organização o trabalho em equipe também é importante por estimular

valores e comportamentos como ouvir e responder de forma construtiva

pontos de vista expressados por outras pessoas, dando aos outros o benefício

da dúvida, dando apoio aos que necessitam dele e reconhecendo os interesses

e realizações dos outros.

Permanentemente tais valores ajudam sempre as pessoas a se

comunicarem e trabalharem com os outros de forma eficaz culminando em

comportamentos saudáveis e valiosos. Todos esses ensinamentos nos

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permitem concluir que os fundamentos da equipe incluem tamanho, propósito,

objetivos, conhecimentos, abordagens e responsabilidades, isto é, condições

variáveis e intervenientes na sua formação e que estão ligadas à razão de ser

de cada um.

Nesse sentido a qualidade devem ser cria um ambiente próprio à

discussão, assegurando a liberação da capacidade criativa formulando um

visão futura, encorajando, emocionando, contextualizando, facilitando,

cultuando o desprendimento e a diversidade, admirando e respeitando as

diferenças, e aproveitando as peculiaridades para obter as melhores ações,

intenções e soluções.

3.1 - O Bem-Estar Social com base nos modelos de QVT

Conhecendo os modelos de qualidade de vida no trabalho é possível à

implantação de um programa de bem-estar social voltado para os funcionários.

Em um mundo onde muitas organizações desenvolvem seus próprios

modelos, adaptados a sua realidade para que tenham eficácia. Observando os

modelos existentes, pode-se ter noção da dimensão que os programas de

bem-estar deverão abranger, conflitos com equidade salarial, formação

educacional e profissional, entre outros, são exemplos de áreas que deverão

ser analisadas. Segundo Chiavenato (1999), programas deste tipo servem para

baratear custo com saúde, tendo assim um caráter profilático. Os programas de

bem-estar dos funcionários ainda enfrentam muitos desafios a serem vencidos

para que possam ser implementados com a colaboração de todos os

envolvidos pelo programa.

Uma organização com cultura e a mentalidade tem papel fundamental

na implementação de programas de qualidade. A cultura pode ser favorável ou

um grande obstáculo para que não ocorra essa implementação. Para Silva e

De Marchi (1997), dentre os muitos desafios que se apresentam para o mundo

empresarial, dois são fundamentais. O primeiro estaria relacionado com a

necessidade de uma força de trabalho saudável, motivada e preparada para a

extrema competição existente, já o segundo, seria a capacidade da empresa

de responder a demanda para seus funcionários em relação a uma melhor

qualidade de vida no trabalho.

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Desta forma, podemos ressaltar a importância de programas com estes

objetivos e sua eficácia esta condicionada com à maneira que a política de

QVT está sendo conduzida junto dos funcionários. Segundo Levering (1986),

um bom lugar para se trabalhar possibilita, entre outras coisas, que as pessoas

tenham, além do trabalho, outros compromissos em suas vidas, como família,

os amigos entre outras atividades. A importância da QVT é mais que mera

política de redução de custos, pois a mesma possibilita o bom convívio do

indivíduo com a organização em que trabalha. Ter um bom ambiente e

benefícios que satisfaçam seus anseios podem garantir um clima de confiança

entre empresa e empregado.

As organizações que apresentam um alto grau de inovação

frequentemente favorecem a criatividade em trabalhos de equipe, garantem

apoio às novas idéias, e a alta direção se envolve por inteiro nas questões que

devem ser mudadas.

As mudanças que efetivamente alcançam sucesso são aquelas que

envolvem as pessoas e cujo processo de implantação pode ser continuamente

revisto.

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CONCLUSÃO

A conclusão deste trabalho monográfico da Dinâmica da Qualidade de

Vida no Trabalho, constatou que os Programas de QVT podem incrementar a

produtividade através da melhoria da comunicação e coordenação entre os

empregados e os diversos setores da organização; do crescimento da

motivação do trabalhador, no que diz respeito aos seus aspectos individuais; e

da constante capacitação para o aprimoramento do desempenho.

No que diz respeito ao fato, acredita-se que os momentos de

transformação organizacional constituem potencialmente uma oportunidade

para reorganizar o trabalho de tal forma onde a qualidade de vida e a eficácia

organizacional sejam melhoradas, e as características que se atribuem a um

trabalho que tem um sentido, possam orientar as decisões e as intervenções

dos responsáveis pelos processos de transformação organizacionais.

Outros fatores é essencial aos efeitos da supervisão na conduta dos

empregados e têm enorme influência no desempenho dos profissionais. A

tarefa essencial do líder consiste em propiciar a existência de condições e

métodos de trabalho, de modo que as pessoas alcancem seus próprios

objetivos através da orientação de seus esforços em direção às metas da

empresa. Com o estabelecimento de objetivos bem elaborados e mutuamente

definidos, os empregados terão incentivo próprio para realizar o esforço

necessário para atingir um bom desempenho, gerador de satisfação tanto dos

objetivos empresariais quanto individuais.

É importante lembrar que num ambiente heterogêneo em que

trabalhamos, não existem indivíduos que estejam sempre motivados nem

tarefas igualmente motivadoras para todos. Os administradores devem atuar

sobre os fatores externos, cuidando para que não surjam insatisfações que

podem levar a desmotivação. O trabalho deverá ser provido de significado para

provocar vontade de realizá-lo. Outra ferramenta que pode ser utilizada é a

reorganização das tarefas para aumentar o significado do trabalho para aquele

que o realiza.

É essencial que se invista em capacitação para a criatividade nas

organizações. E Sendo assim a criatividade estaria muito relacionada e

humanizada aos aspectos motivacionais: o que realmente distingue as pessoas

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criativas é uma motivação intrínseca para o trabalho; são pessoas que

trabalham duro, preferem definir seu próprio caminho, lutam para ser originais

e mostram grande flexibilidade na resolução de problemas. As pessoas com

criatividades se caracterizam, principalmente, por: enorme motivação para o

trabalho e para a ação, grande habilidade para analisar e simplificar um

problema, capacidade de transferir conceitos de um campo para outro.

Para tanto são necessários auto-avaliação, feedback, pelo menos uma

vez por ano para avaliar como o trabalhador se sente em relação ao ambiente

de trabalho e, também, em relação ao próprio trabalho.

Considerando os aspectos discutidos neste estudo, verifica-se a

importância de haver mudança na forma de pensamento dos administradores

que devem repensar nas empresas, no sentido de humanização. Uma empresa

humanizada voltada para seus funcionários, agrega outros valores, promovem

a melhoria na qualidade de vida e de trabalho, visando à construção de

relações mais democráticas e justas, mitigam as desigualdades e diferenças de

raça, sexo ou credo, além de contribuírem para o desenvolvimento e

crescimento das pessoas.

As organizações precisam estar atentas a qualidade de vida das

pessoas que dela fazem parte, pois isto reflete diretamente nos resultados da

empresa.

Salienta-se ainda que, para a manutenção de um clima em harmonia, é

importante às organizações compreenderem que atender somente seus

interesses individuais não é o suficiente para a concretização dos objetivos

desejados mas deve haver um conhecimento dos interesses daqueles que

também integram suas equipes e quais são as necessidades que desejam

satisfazer. A partir do momento em que as organizações mantêm equilibradas

as relações entre seus objetivos e os individuais, conseguem utilizar melhor e

de modo preciso os métodos a serem aplicados, consequentemente

satisfazendo ambas as partes, promovendo assim, a motivação de seus

colaboradores e atingindo com eficácia seus processos desejados

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ANEXO 1: Critérios e indicadores de qualidade de vida no trabalho Fonte: Adaptado de Walton (1973, apud DETONI, 2001). Compensação justa e adequada Remuneração adequada

Equiparação salarial dentro da organização Equiparação salarial com o mercado de trabalho Partilha dos ganhos de produtividade

Condições de trabalho Jornada de trabalho adequada Ambiente físico seguro e saudável Salubridade

Uso e desenvolvimento de capacidade Autonomia Qualidades múltiplas Informação sobre o processo total de trabalho

Oportunidade de crescimento e segurança Crescimento e desenvolvimento pessoal Perspectivas de avanço salarial Estabilidade

Integração social na organização Ausência de preconceitos Igualdade Relacionamento Senso comunitário

O trabalho e o espaço total de vida Estabilidade de horários Poucas mudanças geográficas Tempo para lazer da família

Relevância social do trabalho na vida Responsabilidade social da empresa

Responsabilidade pelos produtos

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