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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM Por: Celeste de Souza Correia Orientador Prof a . Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2005

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … DE SOUZA CORREIA.pdf · Winnicott (1979) lembra que o jogo não é uma simples recreação ou passatempo, mas a forma mais completa

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO ENSINO

APRENDIZAGEM

Por: Celeste de Souza Correia

Orientador

Profa. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO ENSINO

APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Educação

Infantil e Desenvolvimento.

Por: . Celeste de Souza Correia.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço sempre a Deus pela possibilidade de ter tido

garra em atingir mais este objetivo em minha vida.

Agradeço também, a minha mãe que soube respeitar os

meus momentos de angústia, proporcionando-me

tranqüilidade e segurança, transmitindo-me, sempre na

hora certa, palavras de apoio.

Não poderia deixar de agradecer as minhas amigas da

turma que também foram de muita importância para mim,

pois estavam sempre a minha disposição para qualquer

ajuda necessária.

4

RESUMO

A presente monografia pretende mostrar a importância das atividades

lúdicas no desenvolvimento da criança, por estes tornarem o ensino mais

prazeroso .

Por muitos anos o jogo era visto como entretenimento ou passatempo,

juntamente com o tempo, os jogos foram evoluindo e cada vez mais sendo

inovados para garantir melhor desempenho na sua atuação. Hoje ele é um agente

facilitador no processo ensino aprendizagem, pois ele tem um intuito de promover a

diversão, e a educativa, com a finalidade de motivar e auxiliar o aluno na sua

aprendizagem.

Através da atividade lúdica é possível atingir a personalidade da criança,

colocá-la em contato com as pessoas e o mundo que a rodeia, integrá-la no

convívio da sociedade, promover todo o seu desenvolvimento.

A observação e a pesquisa foram realizadas em um Colégio Particular e

uma Escola Pública: Colégio Particular situado no Bairro de São Cristóvão no

Município do Rio de Janeiro e a outra na Escola Pública situada no Bairro do Caju

no Município do Rio de Janeiro, com o objetivo principal de destacar a importância

da atividade lúdica na sala de aula.

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METODOLOGIA Para a realização deste trabalho monográfico utilizou-se livros da área

pedagógica para coleta de dados, incluindo também pesquisa de campo como

subsídios teórico levando a melhor reflexão e compreensão do tema abordado.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I 9

A ORIGEM DOS JOGOS 9

CAPÍTULO II 14

REFERENCIAL TEÓRICO 14

CAPÍTULO III A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LÚDICA EM UMA SALA DE AULA 25 CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA 40 ATIVIDADES CULTURAIS 42 INDICE 47 FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

7

8

INTRODUÇÃO

A presente monografia reflete sobre a temática da importância do papel da

Atividade Lúdica no desenvolvimento da criança, tendo como objetivo principal

discutir, refletir a importância dos Atividades Lúdicas na sala de aula em uma

Instituição de Ensino.

A Educação Infantil fornece ao educando o caminho para o ingresso no

mundo adulto. Esta mudança ocorre com a criança passando por várias etapas de

desenvolvimento, que devem ser respeitadas e superadas de forma gradual para

que possa ter novas acomodações de acordo com a estrutura de pensamento e

alcançar a autonomia de aprender a aprender.

Os professores encontram alguns obstáculos que dificultam a

aprendizagem escolar de seus alunos. Apesar de várias técnicas existentes, que

apontam como ultrapassá-los, ainda assim, aparecem alguns alunos das escolas

que se mostram desinteressados pelo conteúdo escolar.

A medida em que a criança se aproxima das pessoas, ela interage e

aprende com elas, ampliando suas relações sociais, interações e formas de

comunicação. Este fato ocorre nas trocas sociais com diferentes crianças e

adultos, cujas percepções e compreensões da realidade também são diversas.

Winnicott (1979) lembra que o jogo não é uma simples recreação ou passatempo,

mas a forma mais completa que a criança tem de se comunicar consigo mesma e

com o mundo, desenvolvendo a auto – estima, a imaginação, a confiança, o

controle, a cooperação e o relacionamento interpessoal. Por isso, a aprendizagem

acontece quando o indivíduo consegue interferir tanto na realidade interna quanto

na externa. Modificando-a, isto é, quando cria algo novo. Exigir que a criança

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consiga abstrair sentenças matemáticas sem dar-lhe a oportunidade de imaginar é

tolhir seu mundo e cortar suas asas.

A escolha pelo tema “A Importância do Lúdico no Processo Ensino-

Aprendizagem” deu-se a partir das observações feitas ao longo da experiência

adquirida nos estágios de magistério. Observei que é falho a inclusão do lúdico no

processo ensino-aprendizagem, faltando aos profissionais de educação a busca

por caminhos que desperte na criança o prazer de estar na escola ou qualquer

outro ambiente educativo e de considerar apenas o lápis, o caderno e o livro

didático instrumentos indispensáveis para formação e desenvolvimento do

cognitivo.

Assim como assegura o Referencial Curricular para Educação Infantil “A

Atividade Lúdica é fundamental para o desenvolvimento da identidade e da

autonomia da criança”(1998,p22). Acompanhando isso, a atividade lúdica percebe

outra dimensão: não simplesmente o brincar, mas sim inclusa em uma

metodologia.

Este trabalho, elaborado para estudar a Importância do Lúdico no Processo

Ensino Aprendizagem, se constituirá de três capítulos: No primeiro, é a

apresentação da Origem do Jogo. No segundo, é o Referencial Teórico onde

constam Jean Piaget - (Piaget); Friederich Wilhelm August Froebel - (Froebel); Lev

Vygotsky- (Vygotsky); Winnicot; Brunner dando sua contribuição sobre referido

tema. No terceiro, busca a consciência da Importância do Papel da Atividade

Lúdica no Processo Ensino Aprendizagem, Algumas Propostas de Atividades

Lúdicas e caso realizado em uma Escola da Rede Pública e outra da Rede

Privada;

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CAPÍTULO I

A ORIGEM DOS JOGOS.

Segundo os historiadores, a prática de jogos usados para o entretenimento

ou passatempo, encontra-se nas civilizações da antigüidade.

Ainda no tempo em que se construíram as pirâmides do Egito, o baralho

aparecia em forma de discos de papelão, ornados com desenhos, fossem para o

domínio das ciências ocultas ou pelo simples divertimento dos faraós.

Outros atribuem ao imperador da China, Sunen-Ho, a invenção das cartas,

para que pudesse manter o sossego das suas inúmeras esposas. Ele teria se

inspirado nas peças do jogo de xadrez, as figuras clássicas das cartas, todas

partidas ao meio, em busto.

Também no Egito, foram encontrados quadros de damas, que datam de

3.300 A.C., em escavações no Vale do Nilo.

Na Grécia, muitos consideravam ser o jogo de damas a Ptéia, inventada por

Palamedes.

Atribuem ainda, que a origem do jogo de damas e do jogo de xadrez, esteja

na China, dada somente à paciência dos chineses.

No Gólgota, os soldados romanos jogavam dados como passatempo.

11

Quanto ao dominó, apesar de sua invenção Ter sido atribuída ao Monge

William Makepeace Thakeray, nos anos de 1811 a 1863, há indícios de sua

existência na antigüidade. O dominó teria sido usado pelos chineses e egípcios.

Ainda nas civilizações mais antigas, a prática dos jogos físicos já era

conhecida. Estes jogos eram utilizados como diversões e como adestramento

militar, no preparo dos soldados para a guerra. Com o tempo, evoluíram

extraordinariamente e passaram a ser disputados em olimpíadas. Como

exemplos, o arremesso de dardos e discos, as corridas, os saltos e outros.

Alguns jogos que foram citados como passatempo, divertimento ou mesmo

para o uso das ciências ocultas, aparecem desde os mais remotos tempos em

civilizações mais desenvolvidas em sua cultura e que supostamente eram

utilizados somente pelos nobres. A própria história mostra a evolução atemporal

desses povos, nos dando a impressão de que os jogos estariam muito ligados não

só ao divertimento e ao desenvolvimento físico, mas também e principalmente ao

desenvolvimento intelectual, aprimorando reflexos, estimulando a memória e

exercitando o raciocínio.

1.1 Teorias das finalidades do jogo.

As finalidades do jogo, por serem abundantes, originaram algumas teorias

que são geralmente aceitas e descritas segundo Claparéde:

a) Teoria da Descontração – considera o jogo como um meio de libertação das

preocupações e cansaço. É a mais divulgada nos dias de hoje.

b) Teoria do Excesso de Energias de Schiller-Spencer – concebe o jogo como um

meio de expressar as forças não utilizadas. Porém, para Jean Chatêau, o que

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deve interessar, não é a energia utilizada, mas sim o sentido em que essa energia

está sendo orientada, mantendo a característica lúdica desta atividade, pois de

outra forma, poderia se expandir as energias com qualquer outra atividade que

não seja o jogo.

c) Teoria do Ativismo de Stanley-Hall – admite-se aqui, a infância representando,

de forma acelerada, a evolução da raça humana. Os jogos, então, representariam

as atividades dos homens, aproximadamente pela ordem em que surgiram no

passado.

d) Teoria do Exercício Preparatório de Gross – a idéia fundamental desta teoria,

apresentada no fim do século passado, é da semelhança entre as atividades

lúdicas e os comportamentos que caracterizam depois, os adultos da mesma

categoria. A Jeanne Bandet lembra que teve como base os jogos dos animais,

acentuando a importância do jogo no desenvolvimento humano e animal, por

exemplo: “O gatinho salta sobre o pedaço de papel ou sobre a folha seca como

saltará, mais tarde, sobre o rato ou sobre o pássaro”. O jogo seria, então, um

exercício de preparação para a vida adulta.

Como Gross, outros autores relacionam o jogo com o desenvolvimento

biológico, podendo encontrar em outras teorias atualmente aceitas, a mesma

concepção das finalidades do jogo como fator de evolução da personalidade.

No congresso da UNESCO, 1968, alguns trabalhos mostraram que, se é na

primeira infância que os nervos se mielinizam e as células nervosas se multiplicam

dando condições a novas relações psíquicas. O jogo auxiliaria a estes

mecanismos, contribuindo no desenvolvimento do indivíduo.

Segundo Konrad-Langue, o jogo permitiria o exercício das tendências

inatas geralmente não utilizadas, ou seja, um meio de compensar a realidade. O

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jogo pode, então, apresentar-se tanto como função formativa, através do treino de

hábitos úteis (socialmente aceitos), ou como função libertadora, através de

atividades não muito aceitas pela sociedade. Nesta última função, onde o

indivíduo conflitua-se entre o desejo de seguir uma tendência anti-social e a

necessidade de combatê-la, percebe-se a influência da teoria psicanalítica de

Freud. Nesta teoria catártica, o jogo toma a forma de sublimação de instintos

perigosos.

As teorias que foram descritas, são geralmente aceitas porque são

concepções diferentes que reunidas permitem caracterizar bem as finalidades do

jogo. Permitem também caracterizar o jogo das crianças quanto ao seu

aparecimento e sua evolução.

1.2 O jogo como integrador sociaL.

Cada cultura dispõe de uma variedade de jogos de espécies diferentes que

são passados de geração à geração.

Para a criança, participar de jogos transmitidos culturalmente significa estar

em maior contato com o seu contexto social, pois vivência suas regras.

Durante o desenrolar de um jogo, cultural ou não, a criança desempenha

papéis que não são fixos, correspondendo em ser de outro modo. Também os

outros participantes estarão com os papéis a desempenhar que são prontamente

observados entre si. Essa proximidade física, propiciada pelo jogo, auxilia a

socialização entre os seus membros (crianças), oportunando a cada um, uma

melhor compreensão do desempenho próprio e alheio, e das suas relações. Desta

forma, a adaptação à realidade social implica ter consciência do outro, da

existência de limites.

14

Mesmo que em muitos jogos esteja presente a competitividade, o ganhar ou

perder de uma partida, assume um caráter flutuante, pois em outro momento o

mesmo desfecho poderá ou não ocorrer. Como diz Jean Chatêau:

Sermos nós mesmo, tal é a finalidade do jogo; e sermos nós mesmos é

quase sempre superarmo-nos; Também o jogo, teste de si próprio, é

aindaconquista de si mesmo. O homem não se define pelo que é, mas pelo que

não desejaria ser. (Jeanne Bandet, A criança e os brinquedos, p. 24)

O jogo, como função essencial no desenvolvimento infantil, é também uma

introdução às relações sociais da vida da criança.

Para o desenvolvimento infantil, o jogo engloba não só os aspectos

cognitivos e sociais, como também o afetivo, que emerge e se estabelece como

um verdadeiro motor de toda a atividade da criança.

Através do aspecto afetivo, implícito nesta função, a criança é capaz de

conquistar seu espaço, percebendo-se como um ser vivo único e integrante em

seu meio.

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CAPÍTULO II

REFERENCIAL TEÓRICO

Atualmente, a Psicologia tem mostrado que a brincadeira exerce grande

influência no desenvolvimento da criança e que satisfaz algumas de suas

necessidades.

A importância do jogo tem levado os estudiosos envolvidos com a educação

e com a psicologia a observar como as crianças o utilizam e como é a sua

evolução.

Determinar os jogos através da idade das crianças, não é tarefa possível,

pois as condições externas e as características individuais modificam a evolução

da atividade lúdica.

2.1 - Jean Piaget – (Piaget)

Biólogo.

Nasceu em 1896, em Neuchâtel, Suiça.

Faleceu em 1980, em Genebra, Suiça.

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Ele foi professor das Universidades de Gèneve e Lausanne, diretor do

“Bureau International d’Education”. Dedicou se à elaboração de uma psicólogia

genética do conhecimento.

Segundo Piaget “a brincadeira infantil como uma quase pura assimilação do

real ao eu”. Para ele, a criança pequena sente constante necessidade de integrar-

se ao mundo social dos adultos e a uma infinidade de objetos, acontecimentos e

relações que ela ainda não compreende. Apesar da grande vontade, ela não

consegue satisfazer todas as suas necessidades afetivas e intelectuais nesse

processo de adaptação ao mundo adulto.

O brincar da criança, do nascimento aos sete anos, tem uma significação

especial para educação e eles foram classificados em: jogo de exercício, jogo

simbólico, jogo com regras (regulamentados) e jogo de construção.

2.1.1 - Jogo de Exercícios

O jogo de exercício surge no período sensório –motor( o recém-nascido e o

lactente – 0 a 2 anos). As atividades lúdicas surgem sob forma de simples

exercícios motores, dependendo para sua realização apenas da maturação do

aparelho motor. Quando a criança exercita um novo movimento do seu corpo,

simplesmente pelo prazer de dominar o que aprendeu. Utiliza repetidamente

qualquer nova habilidade, promovendo sua interiorização. Deste modo, garante o

domínio desses esquemas de ação já conhecidos e assim promove a construção

de novas formas de ação. Com isso, a criança testa suas habilidades

experimentando suas possíveis atuações sobre o meio, assim conhecendo o

mundo pela manipulação. Sua finalidade é tão somente o próprio prazer do

funcionamento.

17

Alguns exercícios motores consistem na repetição de gesto e movimentos

simples, com um valor exploratório:

- nos primeiros meses de vida;

- o bebê estica e recolhe os braços e as pernas;

- agita as mãos e os dedos;

- toca os objetos e os sacode;

- produção de alguns sons ou ruídos.

2.1.2 - Jogo Simbólico

O jogo simbólico ocorre entre 2 a 7 anos aproximadamente(período pré-

operatório), onde a principal característica desta segunda etapa está na função

simbólica, presente tanto para as atividades lúdicas, quanto para as atividades

verbais da criança.

Dividido em duas fases, a fase I corresponde a criança de 2 a 4 anos,

quando esta for capaz de imitar uma ação ou uma pessoa, demonstrando que sua

capacidade de representar não mais corresponde simplesmente ao exercício

sensório–motor. Contudo, estes exercícios existirão sempre que aprender uma

nova habilidade, que tão logo será subordinada à função simbólica.

A fase II apresenta três etapas. Corresponde a faixa de 4 a 7 anos, onde os

jogos simbólicos se aproximam cada vez mais do real. Na primeira etapa desta

fase, a criança de 4-5 anos faz pequenas narrativas, expressando

progressivamente sua coerência através de atividades lúdicas e verbais. Logo,

inicia o declínio do caráter subjetivo dos monólogos que anteriormente

expressava.

Na segunda etapa, a criança, por volta dos 6 anos será capaz de

desenvolver papéis com diálogos que complementam os de outra criança. É o

18

início do simbolismo coletivo. Assim, ela evolui de uma atividade simbólica

subjetiva para uma de linguagem mais articulada, imposta pela regra.

Neste jogo que estão incluídos a metamorfose de objetos:

- um cabo de vassoura se transforma num cavalo;

- uma caixa de fósforo num carro;

Não se esquecendo do desempenho de papéis:

- brincar de mãe e filho;

- de professor e aluno;

- brincar de médico.

Na imaginação ou imitação, tem como função assimilar a realidade, seja

através da liquidação de conflitos, da compensação de necessidades não

satisfeitas, ou da simples inversão de papéis. È o passaporte para o mundo de

faz-de-conta, que possibilita à criança a realização de sonhos e fantasias, revela

conflitos interiores, medo e angústias, aliviando a tensão e as frustrações.

2.1.3 - Jogo de Regra

O jogo de regras começa a se manifestar por volta dos 5 anos, mas se

desenvolve principalmente na fase que vai dos 7 aos 12 anos, podendo ficar por

toda a vida do indivíduo.

Para Piaget ele começa ser praticado por volta dos 7 anos, quando a

criança “abandona o jogo egocêntrico das crianças mais pequenas, em proveito

de uma aplicação efetiva de regras e do espírito de cooperação entre os

jogadores”

Para que a criança chegue a este terceiro momento – o jogo de regras,

precisa ter adquirido dois recursos essenciais. Em primeiro está o seu

desenvolvimento cognitivo. Nesta etapa do jogo, a criança chega à inteligência

19

operacional concreta. Possui um raciocínio reversível, capacitando-a a relacionar

a regra aos elementos que a compõe.

O outro recurso está no domínio do signo, que permite a criança o acesso a

um universo social institucionalizado.

Esses dois recursos estão interligados oferecendo à criança a

oportunidade de desempenhar papéis que escolhe e de observar os

desempenhados pelas outras, durante a atividade lúdica.

Em sua maioria, os jogos de regras são passados através de gerações,

como por exemplo:

- o jogo de amarelinha;

- bola de gude;

- jogar bola;

- jogar carta;

- corridas.

Isto possibilita verificar como uma comunidade lida com suas regras, como

as executa ou como as recria. Para a criança, participar desses jogos significa

estar inserida nesta realidade dos seus antepassados. A brincadeira torna-se uma

atividade que transforma a realidade por assimilação atendendo às suas

necessidades, em razão dos interesses afetivos e cognitivos.

2.1.4 - Jogo de Construção

Jogo de construção destinam-se ao manuseio de peças estimulando a

imaginação infantil, através da qual a criança constrói o seu mundo.

20

Construindo, transformando ou destruindo, a criança expressa o próprio

imaginário, assim aumentando suas experiências sensoriais, estimulam a

criatividade e desenvolvem as habilidades infantis.

É neste momento que a criança constrói realmente os objetos desejados,

em vez apenas representá-los como no faz-de-conta.

2.2 - Friederich Wilhelm August Froebel - (Froebel)

Nasceu em 1782, na Alemanha.

Faleceu em 1852.

Com ele nasceu o Jardim de Infância e a concepção de educar crianças, de

idade inferir a sete anos, em ambientes especialmente criados para tal. Esta

filosofia foi concebida para estimular o desenvolvimento da criança que não tinha

idade para freqüentar a escola comum e, talvez, por este motivo, com esta

conviveu por tantos anos, sem choques. Hoje oficialmente no Brasil ela tomou o

nome de Educação Infantil, deixando clara a sua abrangência para crianças de

idade inferior á idade escolar.

Embora não tenha sido o primeiro a analisar o valor educativo do jogo,

Froebel foi o primeiro a colocá-lo como parte essencial do trabalho pedagógico, ao

criar o jardim de infância com uso dos jogos e brinquedos. Entendeu o jogo como

objeto e ação de brincar, que se caracteriza pela liberdade e espontaneidade. Ele

defendia que o brincar tem um fim em si quando se caracteriza pela auto-

21

expressão e espontaneidade, sendo um meio de ensino quando busca algum

resultado.

A partir de sua filosofia educacional, baseada no uso dos jogos infantis,

Froebel delineia a metodologia dos dons e ocupações, dos brinquedos e jogos,

propondo:

§ Dons, materiais como bola, cubos, varetas, anéis, etc., que permitam a

realização de atividades denominadas ocupações, sob a orientação da jardineira;

§ Brinquedos e jogos, atividades simbólicas, livres, acompanhadas de música e

expressão das relações que estabelece sobre objetos e situações do seu

cotidiano. Os brinquedos são atividades imitativas livres, e os jogos, atividades

livres com o emprego dos dons.

Brincar é a fase mais importante da infância– do desenvolvimento

humano neste período ]...[ A brincadeira é a atividade espiritual

mais pura do homem neste e, ao mesmo tempo, típica da vida

humana enquanto um todo – a criança que brinca sempre, com

determinação, auto– ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga

física, pode certamente tornar-se um homem determinado, capaz

de auto- sacrifício para a promoção dos eu bem e de outros ]...[

Como sempre indicamos, o brincar em qualquer tempo não é

trivial, é altamente sério e de profunda significação. (Froebel,

1912, p.5)

2.3 - Lev Vygotsky- (Vygotsky)

22

Psicólogo.

Nasceu em 1896, em Orsha, Rússia.

Faleceu em 1934, em Genebra, Suiça.

O brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal (capacidade que a

criança possui), pois na brincadeira a criança comporta-se num nível que

ultrapassa o que está habituada a fazer, funcionando como se fosse maior do que

é.

O jogo traz a oportunidade para o preenchimento de necessidades

irrealizáveis e também a possibilidade para exercitar-se no domínio do

simbolismo. Quando a criança é pequena, o jogo é o objeto que determina sua

ação.

Segundo Vygotsky, a brincadeira possui três características: a imaginação, a

imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras

infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz de conta, como ainda nas que

exigem regras. Podem aparecer também no desenho, como atividade lúdica.

Através das brincadeiras, a criança nos revela uma parte de si, o que ela é

como pensa, como se vê e aos outros. Além disso, a capacidade para brincar não

é uma tendência inata, mas resultado das relações sociais e das condições

concretas de vida, que fazem emergir um sujeito lúdico.

Do ponto de vista psicológico, Vygotsky atribui ao brinquedo um papel

importante, aquele de preencher uma atividade básica da criança, ou seja, ele é

um motivo para a ação.

Para o autor, a criança pequena, por exemplo, tem uma necessidade muito

grande de satisfazer seus desejos imediatamente. Quanto mais jovem for a

23

criança menor será o espaço dentre o desejo e a satisfação. Na Educação Infantil

há uma grande quantidade de tendências e desejos não possíveis de ser

realizados imediatamente, e é nesse momento que os brinquedos são inventados,

justamente para que a criança possa experimentar tendências irrealizáveis. A

impossibilidade de realização imediata dos desejos, cria tensão e a criança se

envolve com o ilusório e o imaginário, onde seus desejos podem ser realizados. É

o mundo dos brinquedos.

A imaginação é um processo novo para a criança, pois constitui uma

característica típica da atividade humana consciente. É certo, porém, que a

imaginação surge da ação, e é a primeira manifestação da criança em relação às

restrições situcionais. Isso não significa necessariamente que todos os desejos

não satisfeitos dão origem aos brinquedos.

2.4 - Donald Woods Winnicot – (Winnicot)

FOTO

Médico pediatra e psicanalista especialista em

psicanálise e psicologia infantil.

Nasceu em 1896.

Faleceu em 1971.

Para Winnicot, a brincadeira é universal e projeto de saúde: o brincar facilita

o crescimento e, portanto, a saúde. O brincar conduz aos relacionamentos

grupais, podendo ser uma forma de comunicação na psicoterapia. Portanto, a

brincadeira traz a oportunidade para o exercício da simbolização e é também uma

característica humana.

Sua contribuição mais original ao tema, entretanto, é o desenvolvimento dos

aspectos transacionais e fenômenos transacionais (1951, 1971), para descrever a

experiência de viver em uma área de transição da experiência, isto é, transição

com respeito à realidade interna e externa.

24

Na obra “A criança e seu mundo”, 1976, Winnicot faz colocações

fundamentais sobre a brincadeira:

As crianças têm prazer em todas as experiências de brincadeira

física e emocional ]...[Deve-se aceitar a presença da

agressividade, na brincadeira da criança]...[ A angústia é sempre

um fator na brincadeira infantil e freqüentemente, um fator

dominante]...[ A brincadeira é a prova evidente e constante da

capacidade criadora, quer dizer vivência.

(Winnicot, 1976, p. 78)

No ato de brincar, tanto o adulto quanto a criança estão plenamente libertos

para a criação. É através da criatividade, que o indivíduo torna-se pleno e

sincronizados com a vida, dando valor a esta, percebendo suas potencialidades,

além da importância das trocas.

2.5 - Brunner

Psicólogo.

Nasceu em 1915, em New York.

Faleceu em

Para Brunner considera o jogo uma atividade séria sem conseqüências

frustrantes para a criança, sendo um ótimo meio de exploração e invenção.

25

Desse modo, não é casual nem aleatório em pode ser entendido como uma

projeção da vida interior para o exterior e também como fonte de diversão.

O jogo livre oferece à criança a oportunidade inicial mais importante de

atrever-se a pensar, a falar e a ser ela mesma. Ele define o jogar como uma

“maneira de experimentar formas de combinar o pensamento, a linguagem e a

fantasia”. Nesse sentido afirma que a escola deve valorizar a espontaneidade e

também proporcionar o diálogo, que transforme e leva à autonomia.

26

CAPÍTULO III

A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LÚDICA EM UMA SALA

DE AULA

Se voltarmos no tempo, vamos nos deparar com um período em que a

Educação Infantil era vista como um depósito de crianças. Hoje, com a nova

LDB, Lei no. 9394/96, finalmente a Educação Infantil é reconhecida como parte

integrante da Educação Básica.

O artigo 29, seção II, sinaliza que a “Educação Infantil, primeira etapa da

Educação Básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até

seis anos de idade. Em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,

completando a ação da família e da comunidade.

Assim conclui-se que avanços significativos aconteceram na Educação

Infantil, uma vez que a importância é reconhecida como direito social para todas

as crianças.

Hoje, num mundo globalizado, e de constantes mudanças, temos que

repensar qual é o papel da escola. Cada aluno participa, hoje, de múltiplas

redes de relações e de conhecimentos, sendo a escola de hoje, um espaço onde

se encontra esta multiplicidade de informações.

27

Nesta forma de pensar, delineia-se um importante papel para o professor,

pois a Escola passa a ser um local de fazer e de criar junto, de valorização da

comunidade, de troca de experiências e aprendizagens.

O professor deve ser aquele que gera necessidade de ação no aluno, de

modo que seja comprometido de fato com o desenvolvimento, assim cabe a ele

proporcionar oportunidade de experiências e novos objetos a serem descobertos

e compreendidos e proporcionar um ambiente agradável .

As crianças estão indo para a escola cada vez mais cedo. Esta, por sua

vez, tende a assumir o papel da família, meio gerador, onde a criança dispunha de

espaço – físico e emocional necessário para executar sua vontade de explorar,

experimentar e se interessar pelo mundo externo. No ambiente familiar, a criança

amplia seus horizontes e, por conseqüência, as suas respostas sociais.

Na escola, ao contrário, o espaço de atuação da criança fica limitado. Sua

vontade é trocada pelos programas e currículos objetivos lhes trazem verdades

prontas. A infância, fica limitada a sistemas de valores de utilidade. O lúdico

geralmente não tem lugar na escola. Brinquedo e brincadeira são postos de lado.

Na escola a fantasia é colocada de lado.

O lúdico pode ser um importante recurso do professor, pois com estas

atividades a criança aprende, desprende-se de limitações, torna-se independente,

expressiva e criativa.

A escola, então, deve refletir e retomar a questão da ludicidade e da

contribuição do pensamento e hipóteses do aluno na construção de conceitos

mais amplos e significativos, fundamentada na ‘Teoria de Construção do

Pensamento de Jean Piaget’.

28

A proposta curricular deve respeitar o direito da criança de falar, agir, ter

consciência de sua ação e do ambiente que a cerca. Ela deve poder brincar,

exercitar suas necessidades psicológicas, buscar a solução de problemas e ter um

local seguro para desenvolver-se.

Observações

Analisando o contexto , realizei uma pesquisa em duas Instituições, sendo

uma da Rede Privada e a outra da Rede Pública, ambas localizadas no

Município do Rio de Janeiro.

A instituição pertencente à Rede Privada está situada no Bairro São

Cristóvão. Ela atende as pessoas de médio poder aquisitivo, abrangendo os

moradores da comunidade local e adjacências.

Para consecução de seus objetivos, a instituição mantém em regime de

externato com freqüência diária e em dois turnos manhã e tarde as seguintes

modalidades de ensino:

Manhã – Das 07h.e 30 min. Às 12 h e 30min. (Ensino Fundamental ao Ensino

Médio)

Tarde – Das 12h e 45 min. às 17horas.(Pré-escolar e Ensino Fundamental do C.A.

à 4ª série)

A instituição tem como finalidade precípua ministrar educação e ensino de

acordo com as leis vigentes proporcionando aos educandos formação integral.

Constituem objetivos principais:

29

a) proporcionar ao educando desenvolvimento harmonioso e integrado de sua

personalidade;

b). oferecer ao aluno preparo intelectual, físico, social e moral;

c). proporcionar ao educando oportunidade para a preservação e ampliação de

seu patrimônio cultural;

d). desenvolver no aluno o senso estético de amor à arte;

e).despertar o educando para valores e a significação do trabalho, possibilitando-

lhe a descoberta de suas potencialidades, através de sondagem vocacional.

A instituição pertencente à Rede Pública está situada no Bairro Caju,

localizada na Área Militar pertencente ao Exército. Ela atende uma grande

demanda da população trabalhadora, a qual é moradora de favelas, bairros e

loteamentos populares da Cidade do Rio de Janeiro, enfim atende a classe

baixa.

Para consecução de seus objetivos, a instituição mantém em regime de

externato com freqüência diária e em dois turnos manhã e tarde as seguintes

modalidades de ensino:

MANHÂ 07:30 às 12:00 (Pré-escolar e Ensino Fundamental do C.A. à 4ª série)

TARDE : 12:30 às 17:00 (Pré-escolar, e Ensino Fundamental do C.A. à 4ª série)

O objetivo da instituição é sedimentar uma sólida bagagem teórica prática,

orientando seus alunos na construção do conhecimento através do

desenvolvimento de sua expressão criadora e consciência crítica.

30

A escola efetivamente a cidadania do indivíduo, entendendo a mesma

como participação de exercícios de direitos e deveres sociais, políticos, civis,

éticos e estéticos.

A entrevista tem como meta principal: saber a opinião sobre a

importância das atividades lúdicas em uma sala de aula formada por professores,

diretores, supervisores e serventes.

Em seguida apresento as perguntas elaboradas e respondidas

voluntariamente pelos professores:

Pergunta 1: Como é a relação do professor com as atividades lúdicas na sala de

aula ? Explique-a.

Profissional X: Boa. Trabalho muito com as atividades lúdicas, são ótimas como

recurso , pois fiz um curso que valorizava essas atividades, agora não quero outra

coisa. (Pública)

Profissional W: Òtima. Em minhas aulas sempre incluo uma atividade lúdica para

fixar os conteúdos, as crianças adoram e ficam mais motivadas. (Pública)

Profissional T: Indiferente. Jogo aqui é só na hora do recreio, criança aprende é

fazendo dever.(Pública)

Profissional P: Boa. Não costumo trabalhar com elas todos os dias, pois eles são

lentos, me atrasa no conteúdo. (Particular)

31

Profissional Q: Boa. Embora seja uma profissional dedicada procuro sempre

utilizar esses métodos em minhas aulas, mas vejo distância na compreensão de

alguns pais e funcionários da escola. (Particular)

Pergunta 2: Você acha importante o professor participar das atividades lúdicas

com as crianças?

Profissional X: Sim, é muito importante o professor observar as brincadeiras e

quando for solicitado auxilia-los. (Pública)

Profissional W: Sim é nesta hora que o professor fornece espaço, tempo,

materiais apropriados e convidativos para o brincar. (Pública)

Profissional T: Não. Fica muito tumultuado, não tenho tempo para isso. (Pública)

Profissional P: Não. Este é o único tempo que tenho para corrigir caderno, livro e

folha. (Particular)

Profissional Q: Sim, mas não tenho tempo para nada, é neste momento que eu

me organizo. (Particular)

.

De acordo com os relatos das duas instituições, observei que a alguns dos

entrevistados sabem a importância da utilização das atividades lúdicas na sala

de aula, porém, na prática, no dia-a-dia destas instituições, não pode abusar

deste método. Assim, são muitos os fatores que interferem na qualidade do

processo educativo.

32

Em uma instituição(pública), os professores não tem muito recurso, mas o

que eles podem contribuir para a realização destas atividades eles fazem e as

crianças gostam. O professor é o profissional que tem consciência dessa

realidade, desenvolve um trabalho que proporcionará aos alunos condições para

experimentações e observações. Dando ao aluno subsídios para desenvolver sua

criatividade, seu pensamento crítico e incentivos aliado a sua vontade de

conhecer, por certo haverá melhor aprendizagem.

Enquanto na outra(particular) percebi que os professores sabem da

verdadeira importância, mas no dia-a-dia fica difícil aplicar todos os dias essas

atividades., pois tem muito conteúdo para dar. A supervisora só admite essas

brincadeiras (atividades Lúdicas) nas sextas-feiras e os pais cobram deveres

realizados em sala (no livro) e dever de casa.

Observei que é falha a inclusão das atividades no processo ensino-

aprendizagem, faltando aos profissionais da educação (diretores, coordenadores

e supervisores) a busca por caminhos que despertem na criança o prazer de estar

no Colégio ou em qualquer outro ambiente educativo e de considerar apenas o

lápis, o caderno e o livro didático instrumentos indispensáveis para a formação e o

desenvolvimento do cognitivo.

Percebe-se claramente que esta é uma das conseqüências mais graves

que encontrei.

A presente entrevista foi muito proveitosa, contribuiu muito para o meu

desenvolvimento como futura professora de educação infantil.

Durante a entrevista pude observar que em um Colégio a atividade

lúdica é algo muito amplo e não significa só estar presente quando tiver um

tempinho, pelo contrário, sempre presente para auxiliar no processo ensino-

33

aprendizagem. No outro infelizmente existe uma cobrança nos conteúdos que

devem ser trabalhados pelos professores e assim esquecem que temos outros

meio para conseguir a assimilação do conteúdo pela criança.

PROPOSTA DE ATIVIDADES

Tais sugestões foram feitas numa perspectiva de transformar qualquer sala

de aula de um colégio num ambiente agradável e de estimular o interesse do

aluno, buscando o seu pleno desenvolvimento no processo de ensino-

aprendizagem.

Atividades:

Caça Palavras:

Descrição

O jogo de caça palavras consiste num conjunto de cartelas com figuras e nomes e

um alfabetário.

Material

Caixa, cartolina e figuras.

Confecção

Selecionam-se figuras de uma mesma família (animais, frutas) ou palavras com a

mesma inicial ( alho, abacaxi etc.).

Cortar a cartolina em forma retangular ( 3 cm x 10 cm).

Colar a figura numa das extremidades.

Escrever o nome logo após a figura.

34

Com cartolina menores ( 3 cm x 3 cm) escrever todas as letras do alfabeto duas

vezes e mais três vezes as vogais.

Guardar todo o material em uma caixa.

Objetivo

O caça palavras tem por finalidade desenvolver a percepção visual, a função da

leitura, a escrita bem como convívio com o material letrado e novo vocabulário.

Regra

Distribuir os cartões para as crianças. Cada um deverá buscar as letras iguais às

dos nomes escritas nos cartões.

Bingo de letras

Descrição

O bingo de letras consiste num jogo comum de bingo, isto é, um conjunto de

elementos ( letras) colocadas em cartelas e cartas.

Material

Cartolina ou folha de papel 40 Kg.

Confecção

Cortar 10 cartelas ( 16 cm x 16 cm) e dividir este quadrado em 16 quadrados de 4

cm x 4 cm.

Colocar 16 letras de maneira que nenhuma cartela seja igual à outra.

As letras nas cartelas podem ser repetidas.

35

Cortar 23 quadrados de 4 cm x 4 cm e colocar as letras do alfabeto formando um

baralho.

Objetivo

O bingo de letras tem por finalidade desenvolver a atenção, a percepção visual,

rapidez de pensamento e de movimentos, a função da escrita e exercício de

ganhar e perder(controle de emoções).

Regra

O bingo de letras deve ser jogado em equipe; cada elemento do grupo recebe uma

cartela, e o comandante do jogo fica com as cartas, mostrando-as uma a uma.

Quem as identificar na sua cartela marca ponto. Ganha aquele que primeiro

preencher a cartela.

Memória

Descrição

O jogo de memória consiste num conjunto de pares de peças.

Material

Caixas, papel e figuras.

Confecção

Selecionar 20 caixas exatamente iguais.

Selecionar 10 pares de figuras de animais.

36

Encher as caixas com jornal picado e forrar com papel de uma só cor.

Colar uma figura em cada caixa.

Objetivo

Este jogo tem por finalidade desenvolver a atenção, a percepção visual, a memória

e a identificação dos animais.

Regras

A memória joga-se em dupla ou equipe. Espalham-se as peças na mesa, com as

figuras voltadas para baixo. O primeiro jogador vira duas peças na tentativa de

achar o par, e, se conseguir, pega outro. Caso não consiga, vira a peça e passa

para o jogador seguinte. Ganha quem fizer mais pares.

Dominó

Descrição

O dominó consiste num conjunto de peças com figuras ou elementos. Cada peça é

composta por duas figuras colocadas nas extremidades. O número de peças

dependerá do número de figuras selecionadas.

Material

Cartolina, papel colorido e figuras.

37

Confecção

Para confeccionar um dominó, deve-se escolher um número X de elementos

diferentes, que serão os elementos básicos. Cada elemento básico deverá estar

representado duplamente em uma peça, e após, associado cada um dos outros

elementos ( ex.: dominó de animais). Assim, um dominó de sete elementos básicos

terá 20 peças.

Para fazer um dominó de animais:

Coletar seis figuras de cachorro, seis figuras de gato, seis figuras de borboleta, seis

figuras elefante, seis figuras pato, seis de figuras peixe e seis figuras de tartaruga.

Objetivo

O dominó tem por finalidade desenvolver o pensamento lógico, a atenção, a

concentração, a identificação de semelhanças e diferenças e exercício de ganhar e

perder(controle de emoções).

Regra

O dominó pode ser jogado em dupla ou em equipe. Distribuem-se todas as peças

em quantidades iguais para cada participante. O que inicia coloca a primeira peça

no centro da mesa, e, por ordem, os participantes terão que ir completando com a

mesma figura de um dos lados da peça. Quem não tiver peça para completar

passa a vez de jogar. Aquele que terminar primeiro suas peças ganha o jogo.

Trabalhar com atividades que incluam jogos, revistas, jornais, e sucatas, de

modo lúdico, dramatizar historinhas contadas pela professora, construir jogos

através dos quais a criança descubra a palavra-chave através de desenhos, motiva

e ajuda a criança no seu desenvolvimento.

38

Estes jogos acima citados podem ser instrumentos 9 que podem auxiliar no

processo ensino-aprendizagem).Os professores precisam saber como irão utilizar

os recursos propostos, pois não terão o resultado desejado usando-os de maneira

inadequada.

Os jogos podem ser considerados com uma alternativa importante e eficaz.

Não exclui os outros caminhos metodológicos, para aprendizagem bem aplicada,

contribuirá concretamente para a melhoria do relacionamento e ajustamento das

pessoas na sociedade.

Tais sugestões foram feitas numa perspectiva de ajudar um professor em

sala de aula num ambiente agradável e de estimular o interesse do aluno,

buscando o seu pleno desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem.

É importante que não só os professores, diretores, supervisores, pais e sim

todos dêem importância aos jogos, pois eles são recursos também para outras

áreas com facilitadores da autonomia, da criatividade e da experimentação.

39

CONCLUSÃO

Através desta monografia tive oportunidade de compreender a importância

que as atividades lúdicas representa em relação ao desenvolvimento da

individualidade da criança a nível físico, sensorial e intelectual. Também a nível de

grupo favorece socialização, a integração, o respeito, a responsabilidade,

experimenta situações de vida, conhece melhor a si própria e dentre outros.

Os historiadores relatam que a descoberta de certos objetos comprovam a

prática dos jogos nos mais remotos tempos. Destacam-se as civilizações mais

evoluídas na antiguidade (como por exemplo: o Egito), em que, supostamente, os

jogos eram utilizados mais pelos nobres.

O desenvolvimento atemporal destas civilizações, mostrado pela própria

história, levou-me a supor que, teve a contribuição do jogo como um fator

importante, dentre os vários que também contribuíram.

Dada a sua persistência, o jogo resistiu ao tempo e atravessou fronteiras,

sendo encontrado diferentes tipos em todas as culturas. Hoje, tem sido um rico

objeto de estudo para pesquisadores das mais diversas áreas, como: Educação,

Sociologia, Antropologia, Psicologia e outras. Todas, enfim, na busca de uma

melhor compreensão do seu valor para o homem.

Surgem, então, algumas teorias das finalidades do jogo, que em síntese,

mostram que o jogo serve para descontrair, formar hábitos úteis, extravasar

40

alguma tendência anti- social, auxiliar no processo de mielinização das células

nervosas e como exercício preparatório para a vida adulta.

O desenvolvimento da criança através do jogo, possibilita a integração das

estruturas lógicas e infralógicas. Essas estruturas dão subsídios indispensáveis

para que os aspectos cognitivos, afetivos e sociais sejam bem atendidos e

articulados ao mesmo tempo.

Para a criança, diferentemente do adulto, o brincar é indispensável para o

seu crescimento, precisa do jogo como forma de equilíbrio com o mundo externo. A

atividade escolar deverá ser uma forma de lazer para o aluno, porque ele aprende

melhor brincando, nesse sentido, os conteúdos podem ser ensinados através de

brincadeiras e jogos (atividades lúdicas). Se alguma coisa não é possível de

transformar-se em jogo, como desafio, certamente não será útil para a criança no

momento.

O professor tem que oferecer uma variedade de situações criadas com jogos

e brincadeiras e assim devem permitir à criança a possibilidade de acerto na

aquisição de novos conceitos.

Oferecer oportunidades para a criança brincar é criar espaço para a

reconstrução do conhecimento.

41

BIBLIOGRAFIA

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pedagógicos.São Pauo: loyola, 1998.

BANDET, Jeanne, SARAZANAS, Rejane. A criança e os brinquedos.

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FERREIRA, Idalina Ladeira, CALDAS, Sarah P.Souza. Atividades na Pré-escola.

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KAMMI, Constance, DEVRIES, Rheta. Jogos em grupo.São Paulo: Trajetória

Cultural, 1991.

KISHIMOTO, T. Morchida. O jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São

Paulo: Cortez, 1999.

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RIZZO, Gilda. Jogos inteligentes. A construção do raciocínio na escola natural.

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43

ATIVIDADES CULTURAIS

44

ATIVIDADES CULTURAIS

45

ATIVIDADES CULTURAIS

46

ATIVIDADES CULTURAIS

47

ATIVIDADES CULTURAIS

48

INDICE

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I A ORIGEM DOS JOGOS 9

1.1Teoria das finalidades do jogo 10

1.1 O jogo como integrador social 12

CAPÍTULO II REFERENCIAL TEÓRICO 14

2.1 Jean Piaget 14

2.1.1 Jogo de Exercícios 15

2.1.2 Jogo Simbólico 16

2.1.3 Jogo de Regra 17

2.1.4 Jogo de Construção 19

2.2 Froebel 19

2.3Lev. Vygotsky 21

2.4 Winnicot 22

2.5 Brunner 24

CAPÍTULO III A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LÚDICA

EM UMA SALA DE AULA 25

3.1 A visão da importância em duas Instituições de Ensino 25 3.2 Proposta de atividade 32

49

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título do Livro: A Importância do Lúdico no Processo Ensino

Aprendizagem

Data da Entrega: 23/07/2005

Auto Avaliação:

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Avaliado por : ______________________________Grau __________

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