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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
MARKETING DE SERVIÇO NO SEGURO HABITACIONAL
Por: Pablo Ambrósio Cupello
Orientador (a)
Prof.ª SERGIO MAJEROWICZ
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
MARKETING DE SERVIÇO NO SEGURO HABITACIONAL
Apresentação de monografia à AVM
Faculdade Integrada como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Empresarial.
Por. Pablo Ambrósio Cupello
3
AGRADECIMENTOS
À minha família que sempre me
apoiou e aos meus amigos que sempre
estiveram ao meu lado.
4
DEDICATÓRIA
Dedico a minha família que sempre
me apoiara em todos os momentos.
5
RESUMO
O Sistema Financeiro de Habitação, que não consiste apenas no
simples de se conceder financiamento de casas próprias ou na construção de
grandes centros residenciais, mas também na venda do seguro residencial
vinculada á liberação do dinheiro de forma a garantir o patrimônio e em todo o
planejamento de crescimento de uma cidade. A verificação de áreas que
podem ou não ser ocupadas, a disposição de serviços básicos como
saneamento, luz e água, sistema de esgoto.
6
METODOLOGIA
Por atuar profissionalmente na área de Seguro Habitacional, tendo
assim conhecimento específico da área, ter entendimento no tema abordado e
fácil acesso as informações e material de estudo e através de pesquisa de
material didático de grandes pensadores (por exemplo KOTLER, Philip),
realizando assim pesquisas técnicas e análise de material didático, para a
elaboração, composição e esclarecimento desse trabalho monográfico.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A HISTÓRIA 09
CAPÍTULO II - ANALISE DO PROBLEMA 14
CAPÍTULO III – JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA 20
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 31
ÍNDICE 33
8
INTRODUÇÃO
Considerando o aumento significativo na comercialização de imóveis nas
ultimas décadas e o pouco esclarecimento da população em geral sobre seus
direitos e suas respectivas garantias no seguro habitacional, pretendo a partir
desse trabalho monográfico levar informações sobre o Seguro Habitacional,
me desenvolver profissionalmente, esclarecer a quem possa interessar e
também mostrar a importância de uma boa comunicação entre o segurador e o
segurado.
Assim demonstrar o quanto importante é, em seguro, construir com clientes e
segurados um relacionamento de confiança, credibilidade, longo e sólido.
Levar ao mercado segurador meios de se inserir no mercado de seguro
habitacional, maneiras de se construir um bom e estreito relacionamento com
clientes e futuros clientes. Demonstrar o quão fundamental e importante é
manter um relacionamento de pós venda do seguro e garantia do imóvel, fazer
o segurado entender o quanto é importante contratar e manter o pagamento do
imóvel e de seu seguro em dia, cumprindo com seus deveres e assim podendo
usufluir de seus direitos.
9
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA
O Brasil teve por muito tempo algo que chamamos de demanda
reprimida, se voltarmos no tempo lembraremos de medidas políticas do
adotadas pelo governo Sarney, onde ficou claro essa situação dos produtos
chamados da "linha branca", nome dados aos eletrodomésticos como
Geladeira, fogão, fornos e que sumiram do mercado, os gêneros alimentícios
desapareceram das prateleiras, o crédito foi restrito, esse foi um período que
iniciou-se o processo de melhoria no padrão de consumo da população
brasileira, passado outros planos e propostas para vencer a inflação após
superação de alguns planos foram considerados um fracasso quanto ao
objetivo de estimular os consumo e que só teve solução com a chegada do
plano real trazido pelo governo Fernando Henrique.
Com o crescimento da nossa economia, veio uma oportunidade de um
aumento no consentimento de crédito, possibilitando a ampliação do crédito e
consequentemente o aumento do consumo. Mas para o consumidor que se
utiliza do crediário, essa promessa de uma política estável e ampliação nos
prazos de financiamentos e com taxas de juros cada vez mais baixas tem sido
uma grande atração nos últimos tempos, o que não é na maioria das vezes,
uma compra não muito bem planejada pelo consumidor e onde também não se
leva muito bem a sua real capacidade de compra/pagamento, o acumulo de
pequenas prestações podem levar o consumidor a inadimplência.
10
O que percebemos na maioria das vezes é que os executivos em geral
não desejam vender seus produtos à vista para não perder a oportunidade de
aumentar seus ganhos com os juros dos financiamentos, no mínimo quando o
valor á vista é oferecido um desconto, o desconto deixa a desejar em relação
ao juros embutidos no financiamento, juros estes que não são divulgados,
justamente para que consumidor não exija sua retirada no caso de compra à
vista, no caso das taxas de financiamentos nos CDC's tem sido algo de
extrema falta de respeito com consumidor, a maioria das financeiras, quando
informam a taxa informam um percentual abaixo da taxa efetiva, exemplo: em
um financiamento de um apartamento no valor de R$ 120.700,00; com uma
entrada de R$ 40.000,00 é informado uma taxa de 1,72 por cento; sendo que a
prestação final de financiamento ficou em R$ 3.720,00; portanto se
calcularmos essa taxa o seu valor efetivo será de 2,546627%; portanto bem
diferente dos 1,72% anunciado pela empresa que está vendendo o
apartamento.
Tal situação pode, e quase sempre leva ao não pagamento das parcelas
ainda mais quando o imóvel sofre algum tipo de dano durante o período em
que está sendo pago. O Mutuário se vê sem opção e normalmente prefere
recuperar o imóvel ou recuperar os bens perdidos a honrar o compromisso
financeiro.
Daí o importante papel do seguro, pois em casos como este o mutuário
fica garantido quanto ao reparo de seu imóvel e o banco com relação ao
pagamento. Podemos inclusive dizer que há uma co-responsabilidade da
inadimplência, quando o consumidor não obtêm as informações reais no
processo de financiamento, bem como uma analise de crédito superficial,
quanto mais branda for a análise mais suscetível estará esse consumidor a
inadimplência.
Este seguro torna viável a operação do crédito imobiliário, protegendo a
instituição financeira que concede o financiamento para o comprador do
imóvel, chamado de mutuário. É um produto que garante a quitação do saldo
11
devedor para a instituição financeira no caso de falecimento ou invalidez
permanente do mutuário, além de cobrir danos físicos ao imóvel previstos na
apólice. Obrigatório nos financiamentos pelo SFH, o seguro habitacional
também é utilizado nas demais operações de crédito imobiliário.
As exigências do seguro para morte, invalidez permanente (MIP) do
mutuário e para os riscos físicos do imóvel (DFI) também estão presentes no
crédito imobiliário fora do SFH. Por suas peculiaridades, o seguro habitacional
permite que o mutuário desembolse parcela menor de entrada na compra da
casa própria.
O seguro é fundamental para garantir a segurança e permanência do
imóvel pela família do segurado, na falta do mutuário por morte ou invalidez, é
uma vez que o seguro proporciona a indenização e ou a reconstrução do
imóvel caso ocorram danos físicos ao imóvel é assim também uma garantia
para o crédito imobiliário, e para a instituição financeira pois o seguro garante a
quitação do imóvel financiado em questão. Tornando assim um benefício para
todas as partes envolvidas.
São duas as modalidades de seguro habitacional: do Sistema
Financeiro da Habitação (SFH) e de apólices de mercado (AM). A primeira
delas é exclusiva e obrigatória para os imóveis financiados pelo SFH. As
condições são padronizadas, em uma única apólice, para todas as
seguradoras. O governo federal participa dessa operação, por meio do Fundo
de Compensação de Variações Salariais (FCVS), responsável pela liquidação
de eventuais saldos devedores residuais. As apólices de mercado, por sua vez,
são utilizadas para imóveis financiados fora do SFH. Cada seguradora
administra sua carteira de seguro habitacional, cujas condições de operação
seguem as normas definidas pela Susep (Superintendência de Seguros
Privados, autarquia subordinada ao Ministério da Fazenda, responsável pela
regulamentação e fiscalização do setor de seguros).
Quando compramos um imóvel financiado, a instituição financeira
contrata este seguro com as coberturas para morte e invalidez permanente do
mutuário (MIP) e para danos físicos ao imóvel (DFI). Esta última cobertura,
12
DFI, cobre os riscos de incêndio, queda de raio, explosão, inundação e
alagamento, destelhamento, desmoronamento total e parcial e também a
ameaça de desmoronamento. O valor da indenização é igual ao valor
necessário para a reposição dos prejuízos, com a recuperação do imóvel em
condições idênticas às que apresentava antes do sinistro (materialização de
um dos riscos previstos na apólice). A cobertura de MIP, por sua vez, protege o
mutuário e sua família na eventualidade de morte ou invalidez permanente do
mesmo ou de um dos integrantes da renda familiar, quando o financiamento do
imóvel foi concedido prevendo essa hipótese, isto é, a mais de uma pessoa. O
saldo devedor será totalmente quitado na hipótese de o único responsável pelo
contrato de financiamento falecer ou ficar inválido. Mas a indenização será
proporcional quando houver mais de um participante da renda familiar para a
garantia do empréstimo.
O valor que você paga pelo seguro habitacional e a quantia das
indenizações são reajustados pelo mesmo índice das prestações e do saldo
devedor. O período de vigência do seguro é o prazo do financiamento do
imóvel. As coberturas começam a valer no ato da promessa do financiamento
e terminam quando se encerra o contrato de financiamento, qualquer que seja
a sua causa. Em geral, o seguro habitacional (MIP e DFI) costuma representar
em torno de 1,5% a 4% do valor total da prestação, dependendo da idade do
segurado, do valor do imóvel e do montante financiado, entre outros fatores. O
valor do prêmio do seguro de morte e invalidez permanente (MIP), é pago
todos os meses e varia de acordo com a idade do mutuário, tendo reajuste por
mudança de faixa etária, além da correção habitual pelo mesmo índice que
atualiza as prestações e o saldo devedor. Já o custo do seguro de danos
físicos do imóvel (DFI), também é pago mensalmente e corresponde à
aplicação de um percentual sobre a avaliação do imóvel financiado.
O SH/SFH foi concebido quando da criação do SFH e do Banco
Nacional da Habitação (BNH), pela Lei n 4.380, de 21 de agosto de 1964. A
operação inicial se deu através de consórcio entre várias seguradoras e
13
perdurou até 1967. Em 1967, foi criada sistemática de co-participação do BNH,
Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e Seguradoras, estas escolhidas
mediante sorteio, uma líder para cada qual das oito regiões definidas pelo
Banco. Em 1977, o BNH deixou de participar diretamente dos riscos,
instituindo em seu lugar um sistema de co-seguro nacional, integrado pelas
seguradoras sorteadas (líderes) e por outras companhias que se interessaram
pela modalidade. O IRB continuou participando do SH/SFH na condição de
ressegurador, detendo 20% das responsabilidades, tendo criado o Fundo de
Compensação Global de Desvios de Sinistralidade.
As Seguradoras e o IRB, quando apresentavam, em cada exercício,
sinistralidade superior aos limites de equilíbrio, 82% e 85%, respectivamente,
poderiam fazer saques contra o Fundo, compensando desequilíbrios regionais
e transitórios, devolvendo-os quando em condições favoráveis, com vistas a
estabelecer de novo o equilíbrio.
Além disso, o IRB fornecia às Seguradoras e Co-seguradoras a
Cobertura Adicional de Catástrofe, à taxa de 3% dos prêmios. Por essa
cobertura, nas ocorrências de sinistros com prejuízos superiores a três vezes o
limite máximo de financiamento permitido pelo BNH, limite esse que variou no
tempo, indo de 2.250 Unidades Padrão de Capital – UPC, no início, até 5.000
UPC, as Seguradoras e as Co-seguradoras recuperavam junto ao IRB a
parcela dos prejuízos até o equivalente a 300.000 UPC.
14
CAPÍTULO II
ANALISE DO PROBLEMA
Embora tenha deixado de participar diretamente dos riscos em 1977, o
BNH continuou sendo garantidor do SH/SFH e com o compromisso de
autorizar a revisão das taxas de prêmios ou de suprir os recursos necessários
a compensar os participantes, na hipótese de desequilíbrio geral. O SH/SFH
contemplava duas coberturas básicas: a Compreensiva Especial e a de
Crédito. A cobertura Compreensiva era composta pelos seguros de Morte e
Invalidez Permanente (MIP) e de Danos Físicos nos Imóveis (DFI). Já a de
Crédito compreendia os seguros de Crédito do Adquirente (ADQ) e, a partir de
1970, de Crédito do Empresário (EMP). Em 1973, em decorrência de convênio
firmado com o IRB e com as Seguradoras, o BNH passou a assumir
inteiramente os riscos do Seguro de Crédito, passando as Seguradoras à
condição de operadoras, recebendo remuneração pelos serviços prestados.
Essa atuação das Seguradoras foi conveniente para o BNH, pois elas já
estavam envolvidas com a cobertura Compreensiva, evitando a criação de
estrutura própria por parte do Banco.
A partir de 1974, foi inserida na cobertura Compreensiva o seguro de
Responsabilidade Civil do Construtor (RCC) e, em 1975, a taxa única que
vigorava para os seguros de MIP e de DFI passou a ter tratamento
diferenciado, com o prêmio de MIP sendo apurado a partir da incidência da
taxa correspondente sobre o valor de financiamento, enquanto o prêmio de DFI
calculado a partir da multiplicação da respectiva taxa pelo valor de avaliação
do imóvel. Também em 1975, com a divulgação de nova versão das Normas e
Rotinas, documento que faz parte integrante das condições do SH/SFH,
passaram as Seguradoras a providenciar a realização de perícia judicial, nos
casos de sinistros de danos físicos no imóvel em que o vistoriador da
15
Seguradora se referia, no laudo de vistoria, à existência de vício de construção
como fato gerador do sinistro. Esse procedimento diferia completamente do
que era adotado pelas Seguradoras nos seguros habitacionais não
enquadráveis no SFH, denominado pela Superintendência de Seguros
Privados (SUSEP) como Seguro Habitacional Fora do SFH (SH/FSH), ramo
680, em que os riscos decorrentes de vício de construção são excluídos
de cobertura.
Desde então, com o surgimento de problemas de falhas construtivas
nos imóveis financiados (em construção ou prontos), os desembolsos com
sinistros de danos físicos com tais características foram crescentes,
culminando com valores elevados na última década, em decorrência de ações
judiciais promovidas por segurados, nos estados de Santa Catarina e do Rio
Grande do Sul, ora também se iniciando nos estados do Nordeste. Em março
de 1979, o BNH extinguiu a cobertura de Crédito do Empresário e, em
fevereiro de 1984, a de Crédito do Adquirente. Desde então, as Seguradoras
continuam operando as coberturas remanescentes (MIP, DFI e RCC) na
condição de prestadoras de serviço, recolhendo os prêmios mensais dos
poucos contratos que ainda possuem a cobertura de Crédito e regulando os
correspondentes sinistros.
Ainda no rol das mudanças acontecidas em 1977, o BNH definiu que, na
cobertura de MIP, o SH/SFH passaria a indenizar não mais o “Estado da
Dívida”, consistente no valor atual das prestações vincendas à data do sinistro.
Ao invés, as Seguradoras passaram a indenizar o “Saldo Devedor”,
correspondendo ao valor efetivo da dívida do segurado no momento do
sinistro, levando-se em conta as quotas de amortização constantes das
prestações teoricamente pagas e a evolução do saldo devedor reajustado
periodicamente com base no índice contratual (usualmente, a UPC). Como a
partir do final da década de 70 os índices inflacionários se elevaram, as
prestações mensais de amortização e os prêmios (que acompanham a “sorte”
das prestações) passaram a ser reajustadas em ritmo distinto do dos saldos
devedores. Enquanto as prestações eram reajustadas anualmente, os saldos
devedores tinham atualização trimestral ou, a partir de novembro de 1986,
16
mensal. Como conseqüência, passou a existir um descompasso cada vez
maior entre os saldos devedores e as prestações, reduzindo drasticamente o
potencial amortizante destas. O resultado desse descompasso foi que as
parcelas de juros contratuais (que equivalem à incidência da taxa de juros
sobre os saldos crescentes) passaram a ser inferiores aos próprios valores
pagos pelos mutuários, trazendo como conseqüência a incorporação da
parcela de juros não paga aos saldos devedores, gerando o conhecido efeito
“bola de neve” (quanto mais se paga em número de prestações, mais se deve).
Além disso, devido a diversas medidas adotadas pelo governo para
recuperar a capacidade de pagamento por parte dos mutuários, as prestações
passaram a ter sub-reajustamentos, o que acelerou o efeito “bola de neve”. A
mais drástica dessas medidas aconteceu em 1985, quando as prestações e os
prêmios do seguro foram reajustados em 112%, enquanto os saldos devedores
tinham acumulado um aumento de cerca de 246%, num período de 12 meses.
Considerando que o efeito perverso do sub-reajustamento das prestações e
dos prêmios atinge em cheio o seguro de MIP, e que as indenizações pagas
por conta de tal cobertura representam 80% do total, o desequilíbrio do seguro
tornou-se inevitável. Daí porque, em duas oportunidades, em 1984 e em 1985,
o BNH aportou recursos às Seguradoras e ao IRB, tendo no início de 1985
também autorizado um aumento médio de 30% nas taxas de prêmio, que
passaram a ter diferenciação em função dos valores de financiamento (os
menores valores não tiveram reajuste e os maiores tiveram cerca de 60%).
Como isso não foi suficiente à obtenção do seu equilíbrio, que foi
comprometido ainda mais com as tentativas de ajustes iniciados em março de
1986 com o Plano Cruzado, o SH/SFH sinalizou a necessidade de mudanças
profundas em sua estrutura.
Como o FCDS administrado pelo IRB já se esgotara, tendo o SH/SFH se
valido de recursos. Emprestados por outros fundos administrados pelo Instituto
(FGGO e FESR), o IRB e o BNH iniciaram entendimentos visando uma solução
para o desequilíbrio, consistindo na transformação do SH/SFH em um sistema
funcionando em regime de caixa, em que o Banco passaria a dar garantia
financeira mensal, e as Seguradoras somente seriam operadoras do seguro.
17
Contudo, apesar de adiantadas, essas tratativas foram abruptamente
interrompidas com a extinção do BNH, em 21 de novembro de 1986, pelo
Decreto-Lei n.º 2.291. O IRB, então, deu seqüência àquela intenção e dias
após, em 8 de janeiro de 1987, pela Circular PRESI 002/87, extinguiu a
Cobertura Adicional de Catástrofe e substituiu o FCDS pelo Fundo de
Equalização de Sinistralidade da Apólice de Seguros do Sistema Financeiro da
Habitação (FESA). Por essa sistemática, as Seguradoras passaram a ter a
garantia de que o equilíbrio financeiro se daria na faixa de 85% a 90% dos
prêmios arrecadados, em função da sinistralidade (relação S/P entre os
desembolsos com sinistros e os prêmios), ficando o IRB como o administrador
do FESA.
O tempo mostrou que as medidas adotadas a partir de 1987
evidenciaram-se adequadas, período em que o IRB, como administrador do
FESA, a SUSEP, as Seguradoras e os estipulantes (representados pela
Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança -
ABECIP e pela Associação Brasileira de COHABs - ABC) se engajaram na
busca conjunta de solução operacional para os problemas do SH/SFH, até
porque somente cinco anos após, em 30 de outubro de 1993, é que surgiram
os instrumentos de regulamentação da Lei n.º 7.682, por meio da Resolução
CNSP n.º 02/93, e da Portaria do Ministério da Fazenda(MF) n.º 569/93. Em
novembro de 1993, o cosseguro foi considerado extinto.
Com tais instrumentos, mais a Portaria MF n.º 256, de 3 de maio de
1994, o SH/SFH passou a ter suas atividades disciplinadas a partir de
orientações oriundas do Conselho Curador do FCVS (CCFCVS), o qual a
FENASEG, o IRB e a SUSEP passaram a integrar, com representantes titular e
suplente, quando o assunto tratado diz respeito ao SH/SFH. Em 24 de
setembro de 1996, pela Medida Provisória n.º 1.520 (atual Lei n.º 10.150, de
21 de dezembro de 2000), foi instituído o Comitê de Recursos do Seguro
Habitacional de SFH (CRSFH), órgão colegiado, integrante do CCFCVS, e
composto atualmente por representantes do Ministério da Fazenda e do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (ambos com dois titulares e
dois suplentes) e do IRB, Caixa Econômica Federal (CAIXA), SUSEP, ABECIP,
18
ABC e FENASEG (estes, com um titular e um suplente), cabendo a
presidência e a secretaria - executiva aos representantes do MF.
Até outubro de 2000, a administração do SH/SFH foi exercida pelo IRB,
que controlava toda a movimentação operacional e financeira do Seguro
mediante as prestações de contas mensais das Seguradoras ao FESA
(subconta específica do CCFCVS), apresentando ao CCVCVS os relatórios
correspondentes a sua atuação e à movimentação financeira, cujo resultado
(superávit ou déficit) era repassado mensalmente. Em decorrência das
medidas adotadas àquela altura, visando a privatização do IRB, o Ministério da
Fazenda, por meio da Portaria n.º 243, de 28 de julho de 2000, transferiu à
CAIXA as funções administrativas desempenhadas pelo instituto no SH/SFH,
razão pela qual, desde então, as Seguradoras passaram a se relacionar com a
CAIXA.
O SH/SFH atingiu o pico de crescimento em 1982, ano em que contava
com cerca de 3,6 milhões de operações seguradas (contratos de
financiamento). De lá para cá só se teve queda no volume de prêmios e de
contratos. Uma das principais razões desse declínio foi a redução dos
financiamentos no SFH pela inexistência de novos recursos e pela falta de
retorno dos empréstimos realizados. Como as remunerações aos aplicadores
de recursos (depositantes de cadernetas de poupança e do FGTS) cresceram
em ritmo diferenciado das prestações amortizantes, e como a inexistência de
liquidez no FCVS impediu que os resíduos ao final dos contratos pudessem ser
honrados pelo Fundo junto às instituições financeiras credoras, a reaplicação
esperada dos recursos não aconteceu e o volume de término dos contratos
superou a da concessão de novos financiamentos.
Outra causa foi o incentivo concedido pelo governo às quitações
antecipadas dos financiamentos, com o intuito de reduzir o crescimento
vegetativo do enorme déficit do FCVS, estimado, em 31.12.04, como sendo de
cerca de R$73 bilhões.
Dependendo das datas dos contratos e de algumas outras condições,
são concedidos abatimentos de 30% a 100% quando das quitações
antecipadas e renegociações dos contratos.
19
Assim, condicionada à aceitação do agente financeiro (Estipulante), os
contratos firmados até 31 de dezembro de 1987 poderão ser inteiramente
quitados, deixando de contar com o Seguro daí em diante, sendo esse, de
2000 para cá, o maior motivo do declínio das operações seguradas.
Por último, na mesma época, duas outras medidas contribuíram para a
mudança estrutural da movimentação quantitativa do SH/SFH. Uma delas foi a
edição da Medida Provisória n.º 1.635-2, de 10 de junho de 1998 (atual Lei n.º
10.150, de 21 de dezembro de 2000), que permitiu a transferência das
operações seguradas no SH/SFH (ramo 660) para apólices Fora do SFH (ramo
680), desde que observadas certas condições. Tal processo de transferência é
conhecido como “migração de apólice”. A segunda foi à edição da Medida
Provisória n.º 1.671, de 24 de junho de 1998 (atual Medida Provisória n.º
2.197-43, de 24 de agosto de 2001), pela qual qualquer nova operação de
financiamento no SFH pode ser incluída diretamente em apólice Fora do SFH.
Nas operações novas o seguro continua obrigatório, pelo menos no que se
refere à cobertura de MIP, mas não mais há a obrigatoriedade de inclusão no
SH/SFH. Daí resultou que, desde 1998, as inserções no SH/SFH passaram a
ser mínimas.
Desde 1977 prevalece sistemática de escolha anual de seguradora por
parte do estipulante. Inicialmente, a seguradora credenciada era sorteada para
atuar em uma só região dentre as 8 Regiões em que o BNH dividiu o Brasil
para essa finalidade. Assim, o estipulante que atuava em âmbito nacional
acabava se relacionando com várias seguradoras. Atualmente, as oito regiões
antes anunciadas ainda prevalecem, mas a Seguradora não é mais escolhida
por sorteio, bastando estar habilitada e se manifestar junto à CAIXA, na
condição de Administradora do SH/SFH, até julho de cada ano, dizendo em
quais dessas regiões pretende atuar. Com base nessas manifestações, a
CAIXA divulga a lista das seguradoras credenciadas e as respectivas regiões
de atuação, de modo que até 1º de outubro o agente financeiro (estipulante)
possa fazer a indicação da Seguradora com a qual pretende se relacionar em
cada região. Assim, na atual sistemática, querendo, um estipulante pode se
relacionar com uma só seguradora em todo o País.
20
CAPÍTULO III
JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
A medida em que o país cresce, aumenta a necessidade de novas ruas,
hospitais, áreas de lazer e moradias, porém, não são todas as classes que
atualmente podemos dizer que são capazes de somente com o próprio salário
ter sua residência, moradia própria e em local adequado, gerando assim , uma
favelização dos grandes centros, famílias inteiras que por não ter situação
financeira satisfatória e que combine com o custo de vida das grandes cidades
vão para comunidades, constróem suas casa em áreas de risco ou se sujeitam
a morar na rua, a viver em busca de restos e de pequenas doações, sejam
financeiras ou materiais e fadados a, enquanto permanecerem nesta situação,
conviverem com todos os problemas sociais.
Mas não é só o pobre que sofre com isso, às classes média e alta, por
melhor instalados que estejam dentro da sociedade, sofrem com a falta de
preservação de nosso meio ambiente, sofrem em abrir a janela e ter que em
meio a mata, ver barracos, lixo. Em parar no sinal e ser abordado por uma
criança vendendo bala, pedindo esmola.
O crescimento das favelas ao redor de nossa cidade é um dos, senão, o
principal responsável pela degradação de nossa paisagem. Ao final de 2004
um levantamento do tribunal de contas revelou que 17 favelas, entre elas o
Morro da Babilônia, no Leme, ocupavam áreas de preservação ambiental, tal
invasão vai em direção aos prédios desde 2002 seguindo pelas clareiras
abertas, com a construção de novos barracos, muitos inclusive localizados em
21
regiões de Área de Proteção Ambiental (APA) e, portanto, muito restritiva
quanto a sua ocupação.
E qual o risco, prejuízo, se assim preferirmos falar para nossa sociedade
em relação a segurança dessas pessoas, em relação a organização e
funcionamento de uma cidade em situações críticas. Em casos de enchentes
por exemplo, as quais ocorrem anualmente tanto em nosso país, como no
mundo todo e que acontecem devido ao grande acumulo de água, geralmente
trazidas pelas chuvas. Tal acumulo não se dá somente pelo fato de a chuva
cair por horas e mais horas a fio e com isso gerar o acumulo de água nas ruas,
rios e nos córregos, mas muito desta catástrofe se dá pelo simples fato do
crescimento desordenado das grandes cidades, pela falta de estrutura nos
sistemas de escoamento em ter que absorver água, mas também a grande
quantidade de lixo e terra que desce das comunidades.
Nos últimos 44 anos a população mundial praticamente duplicou seu
número, passando de 2,700 bilhões de habitantes para 6,8 bilhões de
habitantes. Segundo as últimas estimativas da ONU. Em 1974, quando se
celebrou em Bucareste a primeira conferência mundial sobre população,
tentou-se reduzir os índices de crescimento demográficos nos países em
desenvolvimento, com vários tipos de programas de "planificação familiar", o
PAC por exemplo. No Brasil, os programas de planificação familiar ainda não
estão dando resultados, hoje conseguiu-se uma importante evolução em
matéria de analise e planejamento da população. Sabe-se que só os números
relativos ao crescimento populacional não esgota a questão. Os demógrafos
começaram a investigar que há muito mais variáveis além dos números,
considerando os problemas sociais e culturais de caráter geral, entre eles os
relativos ao meio ambiente e seu entorno. A pobreza e a situação geográfica
dos seres humanos em relação aos recursos e a densidade da população são
fatores que causam graves problemas ao meio ambiente. Nas últimas
décadas, o mundo em desenvolvimento conseguiu enormes progressos
econômicos. Porém, ao mesmo tempo, o número de seres humanos que vivem
em "absoluta pobreza" aumentou demasiadamente assim como a ocupação de
áreas de risco ou de proteção ambiental. Os efeitos prejudiciais ficam
22
agravados por causa dos sistemas educacionais deficientes. E se a educação
ambiental é uma das formas de conter a deterioração do meio ambiente, e
quebrar o "ciclo vicioso entre miséria e degradação ambiental", nesta situação
fica muito mais difícil algum tipo de melhora, uma vez que se transmite, de
uma geração a outra, a cultura da pobreza, que sacrifica os recursos humanos,
ambientes e cria obstáculos para a mobilidade social e a paz mundial.
E qual, ou quais conseqüências o crescimento desordenado pode nos
trazer, em uma inundação por exemplo, de uma hora para outra qualquer
população pode ficar desabrigada e sem nenhum teto para morar, colheitas
inteiras podem ser perdidas, animais para consumo podem se afogar. Grande
parte da questão envolvendo as enchentes em qualquer parte do mundo está
ligada também a falta de planejamento de áreas, pois muitas vezes o lugar
onde são construídas as casas não pode ser ocupado, mas por alguma razão
a família só tem aquele local para morar e acaba por lá mesmo construindo
sua moradia, ou seja, se torna uma questão voltada ao parâmetro econômico,
o político juntamente com o social e o das estruturas ligado obviamente ao das
enchentes.
No Rio de Janeiro, a favelização ou o crescimento desordenado de
comunidades veio com a construção de muros ao redor das favelas, com a
retirada de construções irregulares independente de se a família que ali
morava ter ou não outro lugar para ir e com a inclusão de UPPs, tais medidas
permitiriam ao governo programar o crescimento, dar condições básicas de
saneamento básico, de coleta de lixo, escolas e segurança a população. Já no
Brasil, tal plano de crescimento/desenvolvimento, veio com o PAC – Programa
de Aceleração do Crescimento.
Sim, temos o PAC. Para se opor a condição precária do
desenvolvimento brasileiro foi proposto pelo Governo Federal e o Congresso
Nacional aprovou uma série de ações de modo a favorecer o Programa de
Aceleração do Crescimento, situação a qual, chamou a atenção da sociedade.
Sensível às inconformidades manifestadas por diferentes classes sociais,
dentre os quais os empresários e estudiosos da economia brasileira, o
Governo, embora tardiamente, resolveu implementar medidas que poderão, de
23
fato, acelerar o crescimento econômico do país, sem o qual será impossível
atender às demandas da sociedade, principalmente as das classes menos
favorecidas. Porém, apesar da grande boa vontade do governo em se
melhorar a qualidade de vida das pessoas de modo geral, a implementação do
PAC está servindo também para revelar de forma enfática as grandes falhas
na educação, no ensino técnico e formação profissional e que revelam a
insuficiente quantidade de técnicos que possam realizar as tarefas exigidas
pelo programa. Assim, destacam-se carências de engenheiros de várias
especialidades, técnicos de nível médio, gestores adequadamente
capacitados, destacando-se entre estes últimos economistas e administradores
com conhecimentos de finanças e matemática.
Em outros países, a Índia por exemplo, que é a economia aberta que
mais cresce no mundo, para alcançar as elevadas taxas de crescimento, forma
cerca de 300 mil engenheiros e mais 75 mil especialistas em tecnologia da
informação e da comunicação anualmente. No Brasil, embora não suficientes,
os investimentos em infra-estrutura deverão proporcionar o cumprimento de
padrões de crescimento, por outro lado, há aspectos bastante inusitados que o
programa está contemplando, como o do PAC Favela, que deverá atender
áreas e pessoas normalmente esquecidas ou ignoradas pelo poder público. As
obras e ações que estão sendo previstas para o Morro do Alemão e a Rocinha,
além de outras regiões menos favorecidas e normalmente esquecidas pelo
governo.
Em outros países, Colômbia por exemplo, localidades semelhantes às
nossas favelas receberam transportes urbanos de última geração, teleféricos
que conduzem adequadamente moradores e visitantes na subida ou descida
dos morros, solução a qual, no Brasil, inicialmente só foi adotada para
transporte de carga na para as obras do PAC, visto a grande dificuldade de
acesso de caminhos às partes altas das favelas. Mas o PAC não gera só
moradia, gera também emprego, saneamento básico e a urbanização, uma
cidade mais limpa.
Mas de que adianta dar casa, dar emprego, dar dignidade ao cidadão se
no futuro, num próximo governo todo o investimento pode ser colocado em
24
risco, perdido. É o que acontece na construção de imóveis sem seguro, que
são feitos com material de baixa qualidade e que não duram até a eleição
seguinte. É a transformação de conjuntos habitacionais em ruínas, prédios
abandonados que são deixados pelos atuais moradores e invadidos por sem
teto, sem casa.
São enormes prédios que estão espalhados pelas e que por falta de
manutenção se tornam inabitáveis, um modelo de moradia popular
verticalizada, que se desenvolveu e pode considerado uma solução
arquitetônica e urbanística viável para a população pobre ainda hoje. A
questão é observar se o conjunto habitacional é utilizado no contexto urbano
certo, se respeita os requisitos básicos desse tipo de projeto e se tem a
qualidade indispensável para qualquer moradia. Um sonho que pode virar
pesadelo, trazer de volta para uma família a sensação de viver na miséria, na
pobreza.
Quando os conjuntos habitacionais começaram a ser planejados, no
início do século XX, representavam uma inovação na maneira de encarar a
moradia. Tratava-se de começar a pensar a cidade de maneira mais
democrática. Antes, a arquitetura e o urbanismo só se ocupavam das áreas
nobres da cidade. Os locais onde os trabalhadores moravam se desenvolviam
sem planejamento ou supervisão.
O objetivo consistia em deixar de lado a casinha com quintal para
abrigar uma família e priorizar a racionalização dos espaços, com prédios
multifamiliares. O conjunto habitacional era uma conceito novo e influenciado
por idéias socialistas e priorizava o uso coletivo do terreno fazendo que um
terreno não fosse mais ocupado somente por uma família, em geral quem
tomava posse. A proposta era de grandes áreas internas nas quais haveria
área de lazer e estrutura urbana como postos de saúde e escolas. O objetivo
era gerar um espírito de coletividade baseado na convivência, fazer com que
todas as atividades urbanas sejam concentradas, com exceção do trabalho.
Para as cidades em crescimento acelerado, o conjunto habitacional
significava organização/planejamento. Para as grandes massas de
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trabalhadores que deixavam o campo e vinham para as cidades, movidos pela
industrialização, representava uma alternativa barata de moradia.
Acontece que essas idéias originais foram se perdendo ao longo do
tempo, em sua aplicação pelo mundo afora. A proposta de produção em
grande número não significava que todas as unidades devessem ser iguais,
mas foi esse o modelo largamente adotado. Os equipamentos coletivos, como
escolas e postos de saúde, foram deixados de lado ou implementados em
número insuficiente para a demanda. A lógica de uso do espaço também foi
deixada de lado, áreas de circulação deixaram de ser pensadas, não foram
criadas identidades ou separação por blocos nas primeiras Cohabs, moradores
saiam para trabalhar e no retorno não conseguiam localizar sua residência.
Os projetos do Banco Nacional de Habitação, que foi o canal de
financiamento mais adotado para moradias de baixa renda durante o regime
militar, deixava de considerar os parâmetros fixados pelo projetos de criação
dos conjuntos habitacionais e o resultado disso foi a criação de grandes
conjuntos desprovidos de conteúdo, obras de péssima qualidade. A partir dos
anos da ditadura, conjunto habitacional passou a ser sinônimo de gente
empilhada e bem longe do centro consolidado das cidades. A cidade de
Tiradentes é exemplo da ênfase equivocada do Sistema Financeiro de
Habitação, que construía moradia não como desenvolvimento urbano, mas
como mera produção de unidades habitacionais.
Muitos outros conjuntos habitacionais construídos nas últimas décadas
têm relação oposta à esperada com a cidade, no lugar de promoverem a
integração de novas moradias e espaços com o meio ambiente, com o local
onde estão sendo construídos, são construídos de forma que mais promovem
a exclusão social de seus ocupantes. São construídos cada vez mais longe
dos grandes centros, onde não há transporte ou que proporcione condições
mínimas para uma vida de qualidade. As limitações de financiamento são
responsáveis em grande parte pela deterioração da qualidade dos projetos de
construção dos conjuntos habitacionais pois há que se equiparar o valor do
imóvel com o valor da parcela a ser paga afim de viabilizar um custo
compatível com a capacidade de financiamento de imóveis para baixa renda,
26
os custos foram reduzidos a ponto de comprometer a qualidade mínima dessa
forma de habitação.
A cidade de São Paulo já foi exemplo de área para a qual os conjuntos
habitacionais eram recomendáveis. Em 1940, tinha perto de 1,3 milhão de
habitantes e seu crescimento acelerado levou o número de habitantes a mais
de 10 milhões. Hoje, no entanto, faz mais sentido usar os espaços vazios que
sobraram no interior da mancha urbana do que construir um novo pedaço de
cidade mais adiante, por meio de conjuntos habitacionais. É uma forma de
usar a infra-estrutura de serviços já instalada, como rede de luz e esgoto, de
deixar o morador mais próximo dos empregos, diminuindo a necessidade de
deslocamentos com transporte de massa, e de dar nova vida a áreas
degradadas. Isso não quer dizer que os conjuntos habitacionais não possam
ser cogitados como solução para determinados tipos de cidade, desde que
bem utilizados. O governo federal atualmente prepara um Plano Nacional de
Habitação, que vai fixar as diretrizes para a área em todo o país, sem no
entanto descer a detalhes de projeto para cada cidade ou região.
Num país como o Brasil, com tanta diversidade de classes e elevada
carência de moradias, não se devem desprezar os diferentes tipos de solução
disponíveis. O Brasil só pode superar a crise crescendo, atraindo
investimentos, melhorando a oferta de empregos, vendendo mais para o
exterior e aquecendo o mercado interno. Mas, infelizmente, estamos
engessados pelos gargalos na infra-estrutura. Nossas rodovias estão em
péssimas condições, os processos de privatização são demorados e muitas
vezes atrapalhados por falcatruas, o descongestionamento de estradas que
são fundamentais, nas regiões metropolitanas estão em ritmo lento. A
manutenção do PAC como prioridade é condição para o futuro de curto prazo e
o Presidente está certo em procurar garantir prioridade ao programa. O setor
elétrico está pronto, com projetos, com estudos, mas sem liberações.
O crescimento de nossa produção depende desses investimentos. E
a garantia de que serão feitos, a tempo, mesmo com a crise, é condição
para atrair capitais internacionais. O biocombustível no Sudeste precisa de
27
terminais modernos e livres do sindicalismo do atraso. O que vale é a
produção, o emprego, o desenvolvimento integrado. Para isso, fazem-se
necessárias reformas, sérias. Temos de alterar a legislação, o emprego está
ameaçado por esta legislação ultrapassada. Há de se ter uma simplificação
dos impostos e se diminuir esta informalidade na economia que chega a ser
ultrajante.
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CONCLUSÃO
O seguro está baseado em garantir um bem móvel ou imóvel em
decorrência de um sinistro qualquer, em se tratando de casas e apartamentos,
estes sinistros quando tem sua cobertura negada, seja por ser um evento
anterior a contratação do seguro, por ser vício de construção, por se tratar de
uma segunda enchente dentro de determinado período ou até mesmo devido a
tal sinistro já ter sido indenizado anteriormente e o mutuário não ter utilizado a
indenização para reparar sua casa, em muitos casos a parcela do
financiamento deixa de ser paga para que o reparo seja feito ou até mesmo
para que sejam repostos bens materiais.
Ocorre que quando a parcela do financiamento deixa de ser paga, a
seguradora se vê obrigada a indenizar o banco e é obrigada a buscar com o
mutuário, proprietário do imóvel, solução para que o financiamento seja
colocado em dia.
Em se tratando de financiamento imobiliário para classes menos
favorecidas, podemos dizer que se a parcela contratada já não cabe no bolso,
quem dirá a parcela mais o refinanciamento do que deixou de ser pago. Enfim,
ao final da negociação o mutuário tem duas prestações a serem pagas,
situação extremamente desconfortável para uma família que mal conseguia
pagar uma. O final da história é que esta situação começa a se repetir e o valor
total do financiamento vai aumentando até o ponto em que um imóvel avaliado
em vinte mil reais por exemplo e já bastante castigado, acumula em
dívidas/refinanciamentos quase três vezes mais que seu valor original.
Daí o problema para as seguradoras, que eram cobradas pelos bancos
o valor integral do financiamento. Com a nova medida provisória, o BNH definiu
que, na cobertura de MIP, o SH/SFH passaria a indenizar não mais o “Estado
da Dívida”, consistente no valor atual das prestações vincendas à data do
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sinistro. Ao invés, as Seguradoras passaram a indenizar o “Saldo Devedor”,
correspondendo ao valor efetivo da dívida do segurado no momento do
sinistro.
Outra questão que veio com a nova medida é que os bancos,
acostumados a ter em seu balcão de vendas somente às seguradoras
referentes à sua própria bandeira, agora serão obrigados a no ato da
contratação do seguro, ter pelo menos duas outras propostas, por exemplo, no
balcão de venda do Itaú, além da proposta do próprio banco, deverá haver
também outras duas propostas da Sul América e Caixa. Fora isso, se caso o
segurado desejar e tiver outra proposta melhor do que as apresentadas pelo
banco, poderá apresentar uma quarta apólice. Daí a necessidade de a partir
deste momento, ficar enfatizada a necessidade de as seguradoras se unirem
cada vez mais com seus próprios bancos e oferecerem não somente taxas
mais atrativas, mais cobertura ou serviços adicionais. Mas deverão se engajar
em manter tais taxas, serviços, atendimento. Já que a partir de agora, apólices
podem migrar de uma seguradora para outro, um mutuário insatisfeito poderá
sair de uma seguradora para outra.
Do ponto de vista da oferta, esta nova era vai ser marcada pela
crescente diversidade de produtos e serviços e pelo acirramento da
concorrência. Um mercado cada vez mais saturados e que não cresce na
mesmas proporção de antigamente. A obtenção de conhecimento do cliente e
de suas necessidades torna-se uma tarefa cada vez mais desafiadora e
complexa, uma vez que os consumidores estão se tornando mais exigentes e
diversificados. Alcançar o consumidor vai ser um grande desafio, os produtos e
serviços precisam ser completos e diferenciados em meio a chuva de opções.
Do ponto de vista da demanda, percebe-se um mercado cada vez mais
exigente.
Os grandes avanços ocorridos na tecnologia de informação também
colaboraram para esse quadro, uma vez que um indivíduo pode consultar e
comparar via Internet, por exemplo, inúmeras opções de produtos e serviços,
em tempo real e a um custo baixo. O cliente, portanto, tende a ter
comportamentos bastante diversificados, a buscar ser mais bem-informado e
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identificar o que melhor atende às suas exigências, suas possibilidades a um
preço mais baixo. Outros fatores, do ponto de vista da demanda, têm
influenciado a estratégia das organizações. No mercado consumidor, a maior
afluência da população e o acesso da mulher ao mercado de trabalho fazem
crescer a pressão sobre a alocação do tempo pessoal e, consequentemente, a
busca por maior conveniência no processo de escolha e compra entre as
inúmeras alternativas disponíveis.
No mercado institucional, a pressão em busca de maior competitividade
e o grau de inovação no mercado - a necessidade de soluções cada vez mais
complexas para o processo produtivo ou administrativo - também levam as
organizações a buscarem fornecedores mais integrados em seus negócios,
facilitando o processo de busca de soluções para uma melhor performance em
seus mercados.
O relacionamento é portanto o fator chave para o sucesso e
diferenciação na oferta de serviços ao mercado, uma vez que o valor só é
possível por meio do conhecimento adquirido, após teste.
31
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BRETZKE, M. Marketing de relacionamento e competição em tempo real: com CRM(Customer Relationship Management), São Paulo: Editora Atlas, 2000.
GRANROOS, Cristian. Marketing, gerenciamento de serviços: a competição por serviços na hora da verdade. Rio de Janeiro: Campus, 1995. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios do Marketing. & ed. Rio de Janeiro: LTC, 1998. MALHOTRA, N.K. Pesquisa de Marketing – Uma Orientação aplicada. 3º ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MCKENNA, Regis. Competindo em Tempo Real: estratégias vencedoras para a era do cliente nunca satisfeito. Rio de Janeiro: Campus, 1992. A História do SHF.(Manual Delphos Serviços Técnicos S/A.) MEDIDA PROVISÓRIA N.º 513, DE 26 DE NOVEMBRO DE 2010. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO – SEÇÃO 1, N.º 234, quarta feira, 8 de Dezembro de 2010. http://www.portalemfoco.com.br/artigos.php?pag=artigo&artigoid=198 http://www.guiagratisbrasil.com/enchentes-no-brasil-e-no-mundo/ http://ecoviagem.uol.com.br/noticias/ambiente/crescimento-desordenado-aumenta-vulnerabilidade-para-problemas-de-saude-5280.asp http://lazaroprof.blogspot.com/2008/01/conseqncias-do-crescimento-populacional.html http://www.cofecon.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1273&Itemid=99 http://www.tudosobreseguros.org.br/sws/portal/pagina.php?l=391 http://www.artigonal.com/credito-artigos/de-quem-e-a-culpa-da-inadimplencia-1356983.html
32
http://www.pensandomarketing.dreamhosters.com/home/id78.html
33
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 09
CAPÍTULO II 14
CAPÍTULO III 20
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 31
ÍNDICE 33