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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A ROTATIVIDADE DE TRABALHADORES DO CONHECIMENTO NAS CORPORAÇÕES PRIVADAS Por: Ana Cristina Eiris Pimentel Orientador Profº Mario Luiz Trindade Rocha Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A ROTATIVIDADE DE TRABALHADORES DO CONHECIMENTO

NAS CORPORAÇÕES PRIVADAS

Por: Ana Cristina Eiris Pimentel

Orientador

Profº Mario Luiz Trindade Rocha

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A ROTATIVIDADE DE TRABALHADORES DO CONHECIMENTO

NAS CORPORAÇÕES PRIVADAS

Monografia apresentada à Universidade Candido

Mendes e Faculdade Integrada AVM, como requisito

parcial à obtenção do título de pós-graduação em

Gestão Empresarial.

Por: Ana Cristina Eiris Pimentel

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que através da força do teu

espírito, me fez superar as dificuldades encontradas

no caminho e conseguir mais uma conquista.

Agradeço também a toda minha família que sempre

me apoiou e me apóia em todos os momentos de

minha vida.

Agradeço aos professores que foram incentivadores

nesta jornada e seus ensinamentos que serão a

partir de agora essenciais em minha caminhada

pessoal e profissional.

Á todos aqueles que de alguma forma contribuíram

ou torceram pela concretização desse sonho, objeto

de muita abdicação e esforço.

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DEDICATÓRIA

Dedico está monografia ao meu marido Paulo e às

minhas filhas Ana Paula e Ana Carolina que são os

motivos para eu sempre querer me aventurar em

novas conquistas.

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RESUMO

Esse estudo faz uma análise da rotatividade de trabalhadores do

conhecimento nas corporações atuais, a partir do entendimento de que o

capital intelectual de uma empresa representa um diferencial competitivo junto

à concorrência. Isso porque, é fato que atualmente as organizações não

conseguem segurar um colaborador meramente por um salário atrativo, é

preciso um envolvimento maior. O funcionário tem que gostar da empresa e se

identificar com a sua cultura organizacional. Isso faz com que ele permaneça

mais tempo, mesmo que o salário não seja o melhor do mercado.

Nesse contexto, a pergunta que norteou tal estudo foi: quais são as

causas e as consequências da rotatividade de talentos nas empresas privadas

brasileiras?Visando responder tal questionamento, a opção foi por uma revisão

de literatura de caráter qualitativo.

Conclui-se que é importante para as empresas fidelizarem os

colaboradores que contribuem com seu capital intelectual para o sucesso da

organização, a fim de manterem e conquistarem competitividade junto á

concorrência, além de evitar gastos desnecessários.

Palavras-chave: Rotatividade, capital intelectual, organizações.

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METODOLOGIA

O método da elaboração deste trabalho foi desenvolvido a partir de

pesquisas feitas na internet referente ao tema escolhido, como também, com a

leitura de livros que tratam do assunto.

O interesse pelo tema surgiu com o objetivo de entender, e

conseqüentemente, saber interpretar os índices de rotatividade da empresa

que atuo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO I - SOBRE O CAPITAL INTELECTUAL ....................................... 11

CAPÍTULO II - TURNOVER ............................................................................. 25

CAPÍTULO III - MANTENDO OS FUNCIONÁRIOS DESEJADOS ................. 40

CONCLUSÃO .................................................................................................. 53

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..................................................................... 54

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .............................................................................. 60

INDICE ............................................................................................................. 61

AUTORA .......................................................................................................... 62

FOLHA DE AVALIAÇÃO................................................................................. 63

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INTRODUÇÃO

Devido ás transformações oriundas do fenômeno da globalização, as

empresas vêm enfrentando diversas mudanças no âmbito econômico, de

competitividade e na organização interna. Nessa perspectiva, a evolução

apresentada pelas teorias administrativas trouxe consigo uma preocupação

essencial com a capacitação dos colaboradores da organização. Esta

preocupação vai desde a mera sistematização de atividades, visando a

minimização de falhas operacionais até a gestão dos Recursos Humanos como

ferramenta para a sustentação de vantagens competitivas.

Isso porque, as empresas buscam essa vantagem competitiva no

ambiente interno e externo da organização. Nesse sentido, a qualidade e

diversidade dos benefícios pode ser um diferencial para a captação de

funcionários qualificados, e a consequente fidelidade deles à empresa,

tomando decisões eficientes baseadas em informações.

Quando os talentos decidem deixar uma corporação, deixam uma fileira

de gastos que Chiavenato (2002) traduz em custos primário, secundário e

terciário, que são respectivamente, os recursos gastos no seu desligamento e

substituição, perda na produtividade, enquanto um novo talento não substitui o

desligado e o reflexo na imagem e nos negócios da empresa que podem ser

provocados pela queda na qualidade dos produtos ou serviços executados por

colaboradores inexperientes ou em fase de ambientação.

Para se reduzir os custos tangíveis e intangíveis, é necessário, obter

mais informação sobre as causas do dinamismo dos talentos, nas empresas,

na era do Conhecimento, e assim, apresentar às corporações possíveis

estratégias para redução destes percentuais, e consequente redução dos seus

efeitos nas empresas.

É fato que atualmente as organizações não conseguem segurar um

colaborador meramente por um salário atrativo, é preciso um envolvimento

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maior. O funcionário tem que gostar da empresa e se identificar com a sua

cultura organizacional. Isso faz com que ele permaneça mais tempo, mesmo

que o salário não seja o melhor do mercado. Uma organização que tem nos

seus valores a preocupação com seus funcionários vai longe, pois terá estes

do mesmo lado da organização na busca de melhores resultados e no mesmo

objetivo em comum, além de proporcionar sempre para os seus colaboradores

melhores condições de trabalho, benefícios e oportunidades de crescimento.

Sendo assim, se faz presente nas empresas a grande preocupação de

não apenas contratar bons profissionais, mas também em mantê-los.

Geralmente as empresas, somente quando necessário, investem no ambiente

de trabalho para melhorá-lo e em melhores benefícios para seus

colaboradores.

Segundo Marras, (2000, p.143) “denomina-se benefício o conjunto de

programas ou planos oferecidos pela organização como complemento ao

sistema de salários”. Constituem meios indispensáveis na manutenção de força

de trabalho dentro de um nível satisfatório de moral e produtividade. A

remuneração não visa apenas recompensar os funcionários pelo seu trabalho e

dedicação, mas tornar a sua vida mais fácil e agradável.

Mas, faz-se necessário ressaltar que para obter vantagem competitiva,

as organizações precisam possuir algo que seus concorrentes almejem, mas

não alcancem. Para Dessler (2003, p.14), “vantagem competitiva são quaisquer

fatores que permitam à empresa diferenciar seus produtos ou serviços dos

seus concorrentes, a fim de aumentar sua participação no mercado”.

Atualmente, o principal instrumento de competitividade é o homem, mas não a

sua capacidade de realizar trabalhos físicos e sim a sua capacidade mental.

Nesta perspectiva, afirma Carneiro (2004, p.76), “ter pessoas

capacitadas que atendam as demandas, torna-se fundamental e estratégico

para o sucesso do negócio”, ou seja, os esforços dos dirigentes que

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vislumbram construir empresas de sucesso devem estar concentrados no

sentido de entender as mudanças necessárias que deverão ser implementadas

para que a empresa valorize e cultue o conhecimento, uma vez que este é o

seu maior patrimônio.

Nesse contexto, a pergunta que norteia tal estudo é: quais são as

causas e as consequências da rotatividade de talentos nas empresas privadas

brasileiras?

Portanto, o objetivo geral é analisar as implicações do capital intelectual

e da rotatividade de talentos nas organizações privadas brasileiras.

Parte-se da hipótese de que a causa do turnover ou rotatividade de

colaboradores no mundo contemporâneo em organizações privadas, advém da

busca por melhores oportunidades de trabalho ou de salário oferecidos pela

concorrência.

A justificativa para o estudo advém da importância que representa para

as organizações na conjuntura atual, manter seus funcionários motivados para

o trabalho e com intenção de permanecer na empresa, visto que os gastos com

novas contratações, o excesso de faltas ao trabalho, perda de tempo nas

tarefas cotidianas, características essas típicas de funcionários insatisfeitos,

representam custos significativos e que interferem ainda na competitividade, o

que por si só já merece uma análise aprofundada. Assim, oferecer benefícios

para os colaboradores, representa uma forma eficiente e atrativa de reter os

talentos desejados no âmbito organizacional.

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CAPÍTULO I

SOBRE O CAPITAL INTELECTUAL

1.1 Contexto Histórico

No mundo contemporâneo, a criação e a aplicação de conhecimento são

fundamentais para que as organizações possam criar oportunidades e reagir às

crises em um ambiente de rápidas transformações. Krueger (2000, p.93),

ressalta que “as organizações bem-sucedidas na identificação de novas

estratégias possuem algum tipo de infra-estrutura intangível ou cognitiva que

serve de suporte à percepção e ação sobre essas oportunidades”. O

desenvolvimento da economia atual é quase totalmente baseado nesse

conjunto de ativos intangíveis ou de Capital Intelectual.

O aumento do interesse sobre a temática, como revelam Schmid e

Santos (2002, p.104), “deveu-se à proliferação das organizações ‘virtuais’, que

apresentam diferenças substanciais no seu valor de mercado, que é muito

superior ao contábil”. No entanto, a história do Capital Intelectual começa nos

anos 80, quando gerentes, acadêmicos e consultores começaram a perceber o

papel dos ativos intangíveis e do Capital Intelectual para a performance

empresarial.

Em conformidade com Harrison e Sullivan (apud TERRA, 2005, p.51),

“duas abordagens foram se consolidando em meados dos anos 90: a primeira

trata da criação e expansão do Capital Intelectual, enquanto a segunda refere-

se à geração de valor e lucro através do seu gerenciamento”.

Ainda segundo os mencionado autor, na gênese desses estudos

pesquisadores como “Patrick Sullivan, Gordon Petrash e Leif Edvinsson

realizaram uma reunião em 1995 para discutirem sobre capital intelectual, sua

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conceituação, mensuração e contribuição para o aumento dos lucros” (TERRA,

2005, p.52). Esse encontro foi denominado ICM Gathering e definiu capital

intelectual como o “conhecimento que pode ser transformado em lucro” ,

segundo este autor.

Também nesse período, Thomas Stewart escreveu sobre a temática,

onde afirmou que:

“Capital intelectual é a soma dos conhecimentos de todos em

uma empresa o que lhe proporciona vantagem competitiva. Ao

contrário dos ativos, com os quais empresários e contadores

estão familiarizados – propriedade, fábrica, equipamentos,

dinheiro – constituem a matéria intelectual: conhecimento,

informação, propriedade intelectual, experiência, que pode ser

utilizada para gerar riqueza” (STEWART, 1998, p. 37).

Essa preocupação com um maior e melhor aproveitamento do

conhecimento presente nas organizações, como bem explicitam Antunes e

Martins (2002), surgiram frente a um mercado que desde a segunda Guerra

Mundial estava voltado para as massas onde a escassez dos produtos criaram

esse tipo de necessidade. Como os tempos são outros, as prioridades também

mudaram e hoje os consumidores mais exigentes e cientes de seus direitos

passaram a exigir produtos e serviços com qualidade, inovação, o que acirra a

competitividade entre as empresas para garantirem a satisfação do cliente e os

lucros da empresa, algo que o capital intelectual é uma das ferramentas a

garantir tal feito.

Sendo assim, com a crescente competitividade no meio empresarial faz-

se necessário que as empresas compreendam o que é vital em termos de

ativos que façam a diferença nas relações comerciais e as mantenha no

mercado. Assim, saber os tipos de conhecimentos existentes para usá-los em

prol da organização, já era interesse de muitas organizações a partir dos anos

1990, quando começaram a ser observadas algumas práticas administrativas

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que, de alguma forma, já representavam esforços para gerenciar um bem até

então não reconhecido como um dos principais recursos das empresas: o

conhecimento (DUFFY, 2000).

Essa preocupação em saber como aproveitar melhor o capital intelectual

presente na empresa, advém das inovações tecnológicas, cada vez mais

acessíveis a todos os setores econômicos, que reduziram a distância

diferenciadora entre as empresas, que passaram a ter possibilidade de acesso

a novidades e evoluções surgidas em qualquer parte do mundo, exigindo a

criação de um diferencial competitivo.

Percebe-se então como bem explicita Rezende (2002), que o diferencial

hoje dentro das organizações é o conhecimento gerado e adquirido, as

habilidades criativas, os valores, atitudes e motivação das pessoas que as

integram e não mais apenas o maquinário. São esses ativos intangíveis, os

conhecimentos tácitos ou explícitos que geram valor econômico para a

empresa e cuja origem está diretamente relacionada aos agentes criativos,

complementa a autora.

1.2 Conceituação

Em termos conceituais, em consonância com Rezende (2002, p.01),

“capital intelectual é o conhecimento existente em uma organização que pode

ser usado para criar vantagem diferenciada” Dessa maneira, quanto mais

inteligente, sofisticada e integrada à economia globalizada, mais chances a

empresa terá de sobreviver e crescer.

De acordo com o entendimento de Edvinsson & Malone (1997, p.20),

presente em toda a literatura sobre a temática, “capital Intelectual é um capital

não financeiro que representa a lacuna entre o valor de mercado e o valor

contábil, portanto, a soma do capital humano e do capital estrutural.”

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Para Chiavenato (2000, p.418), “capital intelectual é a soma de tudo o

que você sabe” e ainda afirma que,

“em termos organizacionais, o maior patrimônio de uma

organização é algo que entra e sai pelas suas portas todos os

dias, ou seja, são os conhecimentos que as pessoas trazem

em suas mentes – sobre produtos, serviços, clientes,

processos, técnicas etc. Este capital intelectual, algo que não

vê que não é físico nem ocupa lugar, não é contabilizado pelas

tradicionais partidas dobradas nem equacionado em número

quantificáveis, mas que está transformando rapidamente o

mundo dos negócios. Isto significa que ter as pessoas certas e

saber aplicá-las, mantê-las e monitorá-las é vital para as

organizações de hoje e de amanhã” (CHIAVENATO, 2000,

p.419).

Nessa conjuntura, Duffy (2000, p.73), entende que “os conceitos de

capital humano e capital intelectual estão estreitamente articulados, mas o

capital intelectual é mais amplo, abrangendo o próprio capital humano”.

Por fim, vale citar ainda a concepção defendida por Lopes de Sá (2000,

p. 39), segundo a qual “o patrimônio imaterial das empresas é produto do

aumento de funções do próprio capital material e dos fatores que atuam sobre

o mesmo, dinamizando-o e conferindo-lhe maior eficácia”.

Assim, o próximo tópico aborda a questão da relevância do capital

intelectual ou conhecimento organizacional para as organizações.

1.3 Capital intelectual nas organizações

Falar de capital intelectual nas organizações exige falar do

conhecimento organizacional que para muitos pesquisadores da área são

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sinônimos. Sobre a importância do conhecimento para o crescimento

empresarial, vale mencionar Nonaka e Takeuchi (2000), onde argumentam

que,

“a criação do conhecimento leva à inovação contínua, e por

sua vez, leva a vantagens competitivas. Consequentemente, o

que vai determinar o sucesso da empresa nesse processo de

transformação de conhecimento existente nas pessoas, em

ações que possam diferenciá-la de seus concorrentes, é a sua

eficiência. Cabe à empresa, portanto, atuar como agente

organizador do conhecimento que existe dentro dela, tornando

o aplicável e gerador de novos conhecimentos,

desempenhando essa tarefa de forma superior à concorrência.”

(NONAKA & TAKEUCHI, 2000, p.06).

O grande desafio para as organizações, no entanto, é saber direcionar

corretamente esse conhecimento presente na empresa em prol da mesma,

pois esse conhecer vai além do aspecto cognitivo envolvendo também a

competência interpessoal o que vai de encontro ao pensamento de Sabbag

(2007, p.49), que diz, “serve-se do pensar, mas incorpora sensações e

percepções. Desenvolve destreza e maestria. Mas é conhecimento, pois

determina o modo de agir”.

Desta forma, segundo Nonaka e Takeuchi (2000, p. 43), “pode-se dizer

que a criação do conhecimento organizacional ou capital intelectual é o

subprocesso da gestão do conhecimento”.

Vale lembrar ainda Mcgee e Prusak (1999, p. 87), onde salientam que

“conhecimento não é algo novo. Novo é reconhecê-lo como um ativo e

entender a necessidade de geri-lo e cercá-lo do mesmo cuidado dedicado à

obtenção de valor de outros ativos mais tangíveis”. A necessidade de extrair o

máximo de valor do conhecimento organizacional ou capital intelectual é maior

agora do que no passado.

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Sobre a diferenciação entre informação e conhecimento, segundo

apontam Nonaka e Takeuchi (2000, p. 61), “informação é um fluxo de

mensagens, enquanto que o conhecimento surge a partir desse fluxo de

informações, ancorado nas crenças e compromissos de seu detentor”, ou seja,

essencialmente relacionado com a ação humana.

Faz-se necessário salientar, no entanto, a diferença entre os dois tipos

de conhecimento segundo Nonaka & Takeuchi (2000): conhecimento explícito

e conhecimento tácito, que conforme o autor,

“conhecimento explícito consiste no conhecimento adquirido

formalmente nas academias, nos livros, etc. e é empregado

como sinônimo de informação; o segundo consiste no processo

em que o indivíduo, por meio dos conhecimentos adquiridos

formalmente, mais a visão que possui do mundo e que é

impactada por seu sistema de crenças e valores e experiências

adquiridas, trabalha e utiliza a informação criando valor, ou

seja, transformando seu conhecimento explícito em tecnologia,

novos produtos e serviços, sobressaindo-se de alguma forma”

(NONAKA & TAKEUCHI, 2000, p.63).

Já Sveiby (2000, p. 77), argumenta que “o valor não está na informação

armazenada, mas na criação de conhecimento de que ela pode fazer parte”.

Isso devido ao fato de que, conforme este autor, “ informação é a disposição

dos dados de tal forma que possuam sentido, criando padrões e ativando

significados na mente das pessoas”. Assim, pode-se dizer que o conteúdo de

valor agregado do pensamento humano resultante da percepção e

manipulação inteligente das informações, se transforma em conhecimento.

Sendo assim, nas organizações, o conhecimento explícito passa a ser

utilizado como base para o desenvolvimento de novas habilidades, pois, sem

estas, torna-se improdutivo, mas não é mais diferencial, pois a oferta de

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profissionais especializados é grande. Por isso, passam a ser valorizados

atributos como criatividade e a versatilidade, e não só a racionalidade, o que

resulta no que se denomina capital intelectual (NONAKA & TAKEUCHI, 2000,

p.64).

No entanto, faz-se necessário acrescentar segundo Drucker (1993, p.

154), que “independente da conceituação entre informação e conhecimento, o

importante é que, as organizações precisam de informações de qualidade para

cumprir seu papel de criadoras de riquezas, através do capital intelectual”.

1.4 Capital intelectual como fator de competitividade

As transformações econômicas e sociais típicas da revolução

tecnológica mudaram os valores e a estrutura da sociedade. Essas mudanças

deram origem à sociedade do conhecimento onde os tradicionais fatores de

produção como terra, capital e trabalho, ganharam outro fator imprescindível

para a criação de riquezas, o conhecimento, que se tornou segundo Crawford

(1999, p.111), “o recurso mais importante de uma organização na economia

pós- industrial, constituindo-se como fonte de vantagem competitiva para os

negócios”.

Isso se explica pelo fato de que atualmente, as organizações se

diferenciem a partir daquilo que sabem. Assim, de acordo com Davenport &

Prusak (2001, p. 89), “cada vez mais as atividades baseadas no conhecimento

e voltadas para o desenvolvimento de produtos e processos tornam-se

importantes para as empresas”. Significa dizer que precisam conhecer o que

sabem para usarem efetivamente o conhecimento organizacional como um

diferencial.

Nesse contexto, as vantagens para as organizações adotarem uma

estratégia de valorização do seu capital intelectual são grandes, pois em

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conformidade com Valentim (2002, p.114), “oferece maior agilidade nas

decisões, aumenta qualitativamente e quantitativamente a produtividade e

contribui para que estas se tornem mais competitivas e rentáveis”. Mas, nada

disso resolve caso o conhecimento existente não seja partilhado internamente,

ser atualizado, processado e aplicado em benefício organizacional, criando

desta forma novos conhecimentos para a empresa.

Para Oliveira Júnior (2007, p.237), “a vantagem competitiva a partir do

capital intelectual está relacionada com esses recursos que a empresa tem e

que são difíceis de imitação, transferência e substituição”. Em síntese, a

empresa é um repositório de conhecimento, que é o seu capital intelectual.

Diante disso, compreende se que os desafios são grandes começam na

identificação de quais são os recursos estratégicos e de como desenvolvê-los.

Segundo Davenport & Prusak (2001, p.114), “as organizações, só nos

últimos anos passaram a valorizar a experiência e o know-how de seus

funcionários – isto é, seu conhecimento”. Isso porque, no entendimento do

autor, as empresas estavam perdendo milhões de dólares com a demissão ou

aposentadoria de seus funcionários uma vez que levavam consigo todo o

conhecimento construído. Ou seja, todo aquele conhecimento subjacente as

rotinas e práticas de produção (de bens e serviços) e ao relacionamento com

clientes e com fornecedores.

Daí vem o desafio para as organizações de “criar e implantar processos

que gerem, armazenem, organizem, disseminem e apliquem o conhecimento

produzido e utilizado na empresa de modo sistemático, confiável e acessível à

comunidade da organização”, afirmam McGee & Prusak (1999, p. 109). Tais

processos, planejados e desenvolvidos para operar integradamente em

sistemas de informação podem oferecer uma base para a obtenção de

vantagens competitivas sustentáveis pelas organizações em relação às

concorrentes.

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Diante do que foi apresentado, pode-se afirmar que o capital intelectual

é um dos principais geradores de riqueza das organizações atuais, e nessa

perspectiva, a gestão desse conhecimento passa a ser essencial a qualquer

empresa que pretende permanecer no mercado de forma ativa.Assim, o

próximo tópico apresenta, ainda que de maneira sucinta, os principais aspectos

da gestão do conhecimento.

1.5 Gestão do conhecimento

Para compreender a relevância da gestão do capital intelectual vale

mencionar Lévy & Authier (2003, p. 24), onde argumentam sobre o tema que,

“enquanto os revolucionários da antiguidade preconizavam a reforma agrária e

os da era industrial a propriedade dos meios de produção, hoje é sobre o

conhecimento que repousa a riqueza das nações e a força das empresas”.

Conforme Tarapanoff (2001, p. 35), “gestão do conhecimento é um

processo corporativo focado na estratégia e que envolve a gestão das

competências, gestão do capital intelectual, aprendizagem organizacional, a

inteligência empresarial e a educação corporativa”.

A Competência para Miller (2002, p. 103), “é a capacidade de gerar

resultados observáveis, necessários ao alcance dos objetivos definidos no

posicionamento estratégico da empresa e no propósito de manutenção e

desenvolvimento de sua ideologia essencial”. É um conceito pelo qual se define

quais são as atitudes, as habilidades e os conhecimentos necessários para

alcançar resultados diferenciados, o conjunto de qualificações que a pessoa

tem para executar um trabalho com um nível superior de desempenho. Não

pode ser copiada com exatidão, é transferida pela prática.

Sendo assim, pode-se dizer que a competência diz respeito àquilo que

os funcionários produzem e não é resultado de treinamento. Consiste em

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colocar em prática o que se sabe em um determinado contexto, pois na

perspectiva organizacional, o que interessa é o conhecimento aplicado que

produz resultados.

O capital intelectual “é criado a partir do intercâmbio entre o capital

humano, capital estrutural e ao capital de clientes”, afirma Coelho (2005, p.

138). Assim, o capital humano é a capacidade organizacional que uma

empresa possui de suprir as exigências do mercado, nas habilidades dos

funcionários, em seus conhecimentos tácitos, nas informações documentadas

sobre clientes, concorrentes, parceiros e fornecedores. As pessoas no meio na

qual estão inseridas trocam informações a partir das quais tece o conhecimento

social, o que influencia o seu comportamento e suas atitudes. O conhecimento

competente não envolve crenças, e sim aptidões; não é intelectualizado, é fruto

da prática no contexto social.

Já o capital estrutural é entendido como a soma das patentes,

processos, manuais, marcas, conceitos, sistemas administrativos, bancos de

dados disponibilizados, tecnologia, estruturas organizacionais (TAKEUCHI &

NONAKA, 2000).

A aprendizagem organizacional, segundo Freitas (2000, p. 78),

“estabelece o pensamento sistêmico, os modelos mentais, o domínio pessoal,

a visão compartilhada, a aprendizagem em grupo como elementos inevitáveis

do seu desenvolvimento”. Assim, a organização que aprende possui a

capacidade de, continuamente, criar o futuro que realmente deseja. Para isto,

reflete sobre o desempenho atual e os fatores que o geram, pensa sobre os

diversos futuros possíveis e qual entre eles é o desejado, e planeja e

implementa as ações para se mover da situação atual para a desejada.

Outro aspecto da gestão do conhecimento, é a inteligência empresarial

ou organizacional, entendida como sendo a transformação de informações

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soltas, desarticuladas em conhecimento estratégico relevante e utilizável sobre

concorrentes, mercado, desempenho, capacidades e metas.

Na concepção de Torres (apud TERRA, 2001, p.122), “a inteligência

empresarial é um programa sistemático para coleta e análise de informações

sobre as atividades de concorrentes e tendências dos negócios a fim de

alcançar os objetivos da organização”. Isto significa dizer que é uma coleção de

peças de informação que são filtradas, destiladas e analisadas e que

constituem o que os dirigentes realmente necessitam para a tomada de

decisão.

Por fim, outro componente da gestão do conhecimento é a Educação

Corporativa, que segundo Meister (2001, p. 44), “representa importante

componente da Gestão do Conhecimento, podendo ser considerada como uma

ferramenta de suporte no cumprimento de socializar o conhecimento”.

Não se pode deixar de frisar que as transformações que vêm ocorrendo

no mercado de trabalho, exige profissionais que aprendam de forma não

convencional e saibam trabalhar cooperativamente para gerar soluções

inovadoras. Por isso, faz-se necessário um novo paradigma de formação,

agora necessariamente continuada, para que as pessoas permaneçam

produtivas, em condições de acompanhar as mudanças e otimizando seu

tempo. Além disso, a tecnologia vem permitindo desenvolver experiências para

treinar mais pessoas com maior economia e flexibilidade de tempo (MEISTER,

2001, p.45).

1.6 Recrutando capital intelectual

Recrutar capital intelectual é uma das principais funções do setor de

recursos humanos e pode ser definida em conformidade com Chiavenato

(2008, p. 57), como “a escolha do homem certo para o cargo certo visando a

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manter ou aumentar a eficiência e desempenho do pessoal”, ou seja, entre os

candidatos recrutados, selecionar e classificar aqueles mais adequados aos

cargos existentes na empresa.

Nesse contexto, Corseuil et al (2007), refletem que “ o mercado de

trabalho está em permanente efervescência, com as pessoas sendo

empregadas ou saindo da força de trabalho a todo instante. Empregos estão

sendo criados ou destruídos e empresas nascem ou morrem constantemente”.

No mundo contemporâneo, por efeito de mudanças tecnológicas e do processo

de globalização, os tipos de empregos estão sempre se alterando, não apenas

em termos de qualificação requerida e salários ofertados, mas também em

termos de setores da atividade econômicas e localização geográfica.

Diante do mercado competidor contemporâneo, enfatizam Brunherotto e

Carravero (2006, p. 111), “é necessário se preocupar não apenas como deve

fazer para captar bons profissionais, mas também com a satisfação dos que

permanecem na organização”. Assim, apostar no desenvolvimento da equipe é

um importante fator para se obter o nível de desempenho desejado em uma

empresa, considerando-se que o crescimento das organizações é feito pelas

pessoas. Logo, complementam os autores, para evitar o risco de perder para o

concorrente, considerando que o profissional tiver desenvolvido competências

técnicas e comportamentais, é preciso oferecer ao funcionário a chance de

ascensão profissional através da valorização do processo seletivo interno, ou

seja, dar o seu devido valor.

É fato notável que oferecer oportunidades internas de crescimento e de

aprendizagem parece ser atualmente uma das bases de sustentação para a

competitividade no mercado. Daí, reflete o autor, a vantagem das empresas

terem profissionais de recrutamento e seleção que conhecem as necessidades

e potencial da organização, o que orienta na contratação de funcionários.

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Um programa adequado de recursos humanos tem como passo inicial o

recrutamento de empregados capacitados. O objetivo principal do recrutamento

é buscar candidatos em potencial que atendam as necessidades de

desempenho de determinadas tarefas (ALBUQUERQUE, 1999). A localização

de candidatos é de suma importância para o provimento de vagas que venham

a surgir numa empresa. O recrutamento e a seleção de empregados

estabelecem a base para relacionamentos humanos de uma empresa. A

contratação de funcionários talentosos e ambiciosos conduz o negócio a uma

forte organização humana através de um gerenciamento eficaz.

A curto prazo, uma seleção mal conduzida resulta em um baixo índice

de produtividade e um nível elevado de rotatividade de pessoal, turnover. Em

longo prazo compromete a empresa, pois o ingresso frequente de funcionários

de baixo rendimento ocasiona, com o decorrer do tempo, o estabelecimento de

um padrão baixo nos seus recursos humanos.

Também preconiza Nunes (2002), que “recrutar e selecionar com

qualidade é fundamental para qualquer empresa. Se a seleção é bem

realizada, significa que a empresa contará com uma equipe qualificada e

alinhada com a cultura e os valores da empresa”. E uma equipe coesa e

competente, certamente, será capaz de gerar melhores resultados. Já uma

seleção mal realizada pode trazer muitas consequências: geração de conflitos

internos, aumento da rotatividade, aumento de custo com maior número de

admissões e demissões, queda da produtividade, entre outros.

Um outro aspecto relevante e vantajoso sobre seleção e recrutamento é

que as grandes empresas em sua maioria colocam no perfil do funcionário que

ele precisa, ser empreendedor.Nessa perspectiva, em se tratando de

empreendedorismo, refletem Lapolli et al (2009,p.92), “no mercado

contemporâneo parece existir uma seleção natural com as empresas e

funcionários, onde aqueles que são empreendedores se encaminham para as

médias e grandes empresas e os não empreendedores são selecionados pelas

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pequenas empresas”. Mas isso é arriscado para as últimas, justamente porque

funcionários não empreendedores não oferecem vantagens competitivas no

mercado de trabalho para suas empresas.

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CAPÍTULO II

TURNOVER

2.1 Conceituação

De acordo com Lapolli et al (2009, p. 118), “a rotatividade ou turnover

assume grande importância na dinâmica das organizações, já que é um índice

que mensura a relação entre as admissões e demissões de uma empresa”. O

termo rotatividade de recursos humanos é usado para definir a transação de

pessoal entre uma empresa e o seu ambiente. Em outras palavras, revela

Chiavenato (2002, p.177), “o intercâmbio de pessoas entre a empresa e o

ambiente é definido pelo volume de pessoas que ingressam e que saem da

empresa”.

Em conformidade com Pomi (2006, p.01), “gestão da rotatividade é

fundamental para todas as organizações nos dias de hoje”. Perder pessoas

significa perder conhecimento, capital intelectual, inteligência, entendimento e

domínio dos processos, perda de conexões com clientes, de mercado e de

negócios.

Vale citar ainda os estudos de Pereira (2006, p.54), onde este afirma

que no mundo atual “perder talentos em um ambiente extremamente

competitivo pode gerar ansiedade nos gestores de recursos humanos por

desconhecimento de atitudes e comportamentos humanos e comprometer os

resultados conquistados”. Logo, políticas agressivas de manutenção de

recursos humanos devem ser aplicadas hoje por organizações que desejam

sobreviver, se manter e crescer em um ambiente sem fronteiras. Para tanto, é

importante a questão da satisfação no trabalho.

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2.2 Fatores que levam ao turnover

Frequentemente, os fatores mais pesquisados de satisfação no trabalho,

segundo Tamayo (1998, p. 59), são satisfação com a natureza do trabalho,

satisfação com o salário, satisfação com o sistema de promoções, satisfação

com os colegas e satisfação com os gerentes. Estes fatores são, muitas vezes,

utilizados na mensuração de satisfação no trabalho.

Em seus estudos sobre percepção de justiça nas organizações, Gomide

Jr (1999, p.68-69) constata que “a intenção de deixar a organização está

positivamente correlacionada com as percepções de saída e negativamente

relacionada com comprometimento organizacional, satisfação no trabalho, bem

como com a percepção de justiça e satisfação com o salário”.

Na concepção de Maximiano (2006, p. 88), “as organizações precisam

atentar para o fato de que é oneroso para empresa a rotatividade de pessoal,

pois a cada saída de funcionário normalmente segue admissão de outro

funcionário o que cria um custo alto de mão-de-obra”. O custo com a

rotatividade de pessoal muitas vezes não é conhecido pela organização e, por

isso, não é controlado. No entanto, uma vez que se conhecem os custos

envolvidos e o impacto no gerenciamento do negócio, deve-se determinar

quais destes custos são razoavelmente controláveis e focar a atenção neles,

visando reduzi-los.

Segundo Chiavenato (1997), há algumas causas da rotatividade de

pessoal que incluem:

“fatores externos (situação de oferta e procura de recursos

humanos, conjuntura econômica, oportunidades de emprego no

mercado de trabalho etc.) e fatores internos: política salarial;

política de benefícios; tipo de supervisão exercida sobre o

pessoal; oportunidades de crescimento profissional oferecidas;

tipo de relacionamento humano dentro da organização;

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condições físicas e ambientais do local de trabalho; o moral do

pessoal da organização; a cultura organizacional; a política de

recrutamento e seleção; os critérios e programas de

treinamento; a política disciplinar da organização; os critérios

de avaliação de desempenho e os graus de flexibilidade das

políticas da organização” (CHIAVENATO, 1997,p. 69).

Vale ressaltar que, no entanto, algumas formas de turnover ou

rotatividade podem ser desejáveis como, por exemplo,quando se perdem

empregados com baixa produtividade. No entanto, a perda de empregados

valiosos é considerada como um índice negativo de eficácia organizacional

(VANDENBERG apud MAXIMIANO, 2006).

2.2.1 A cultura organizacional

Para compreender o que é uma cultura organizacional é necessário o

entendimento a priori de que todas as organizações, independentemente do

porte, possuem cultura organizacional, formalmente instituída ou não. De

acordo com Nassar (2000),

Cultura organizacional é o conjunto de valores, crenças e tecnologias

que mantém unidos os mais diferentes membros, de todos os

escalões hierárquicos, perante as dificuldades, operações do

cotidiano, metas e objetivos. Pode-se afirmar ainda que é a cultura

organizacional que produz junto aos mais diferentes públicos, diante

da sociedade e mercados o conjunto de percepções, ícones, índices

e símbolos que chamamos de imagem corporativa. (NASSAR, 2000,

p.37).

Ocorre que, a cultura da organização por vezes mostra-se inadequada

para o atual ambiente competitivo. A mudança na cultura organizacional

possibilita assim às organizações criarem uma cultura de aprendizado contínuo

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para que possam estar adaptadas às mudanças oriundas da sociedade,

baseadas em informação e no conhecimento.

Em conformidade com Oliveira (1999, p. 69), “a cultura organizacional é

composta de vários elementos, entre os quais se destacam, pela importância

que assumem os valores, as crenças, os ritos, os tabus, os mitos, as normas, a

comunicação formal e informal”. Todos esses elementos condicionam e

direcionam o desempenho das pessoas, que, por sua vez, irá influenciar o

desempenho das organizações. Portanto, para que mudanças sejam feitas, é

necessário um estudo antecipado sobre os valores e as crenças que

predominam na organização.

Também Mendes (2002, p.34), explica que, “para se compreender as

organizações e o comportamento dos indivíduos nas mesmas, pressupõe-se o

estudo da cultura organizacional e dos valores que constituem o seu núcleo”.

Assim, a cultura da organização, os seus valores e crenças, explicitadas

pelo conteúdo cultural próprio de cada membro da organização analisa esse

autor, “deve ser analisada de forma prioritária no processo de desenho do

programa de Gestão do Conhecimento e sua busca por mudança”. É como

dizer que todo o aparato metodológico e tecnológico pode ser facilmente

descartado se as pessoas não são atingidas e envolvidas pelos processos. Por

isso, a importância dos valores expressos na cultura organizacional da

empresa.

Schwartz e Bilsky (1994, p.123) apontam que “os valores são expressos

por meio de domínios motivacionais e estão fundamentados em um conjunto

de motivações universais, que originam e organizam os valores nas diferentes

culturas”. Funcionam como padrões para julgar e justificar as ações e são

adquiridos tanto por meio da socialização de valores de grupos dominantes

quanto por meio de experiências de aprendizado único do indivíduo.

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Os valores no contexto organizacional têm sido estudados nas suas

relações com a cultura organizacional. Tamayo (1996, p.181) afirma que “os

valores organizacionais são crenças e princípios que ensinam o que é bom e

desejável para a organização, com relação às metas organizacionais e

constituem o núcleo da cultura organizacional”. Servem à própria sobrevivência

da organização e, por essa razão, são usados para mediar conflitos na solução

de problemas. São também um dos elementos responsáveis pela socialização

das normas e regras que definem formas específicas de o trabalhador vivenciar

sua tarefa e compartilhar suas relações sociais, afetivas e profissionais no

contexto organizacional.

Mendes (2002, p.35) afirma que “os valores são importantes para

compreensão da cultura organizacional e, como experiência subjetiva

compartilhada, criam nas organizações a possibilidade de simbolização e

mediação das necessidades individuais e organizacionais.

Para Robbins (2002, p.497), a cultura organizacional diz claramente aos

membros a “maneira como as coisas são feitas aqui”. Uma cultura muito forte

pode ser muito resistente a mudanças e influenciar significativamente o

comportamento de seus colaboradores. Ainda segundo esse autor, cultura

organizacional é o que a empresa valoriza, é o conjunto de características-

chave.

Sendo assim, a cultura presente na empresa influencia no clima

organizacional, fator que contribui decisivamente para o turnover como aborda

o próximo tópico.

2.2.2 O clima organizacional

O clima organizacional é formado pela atmosfera psicológica, a

característica da organização. O clima pode ser quente ou frio, negativo ou

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positivo, satisfatório ou insatisfatório, saudável ou doentio, este está ligado a

moral e a satisfação das necessidades e depende de como os membros

participantes se sentem diante da organização. O conceito de clima

organizacional abrange fatores estruturais, tais como, tipo de organização,

tecnologia utilizada, políticas da companhia, entre outras, além de costumes e

comportamento social que, dependendo dos fatores sociais, são encorajados

ou sancionados (CHIAVENATO, 2000, P. 446).

De acordo com Edela (apud GASPARETTO, 2008, p.39), “o clima

organizacional é um fenômeno resultante da interação dos elementos da

cultura, como preceitos, caráter e tecnologia”. Advém dos efeitos de cada um

desses elementos culturais, estilos gerenciais, comportamentos dos indivíduos

envolvidos no processo e também do conjunto de instrumentos, conhecimentos

e processos operacionais da organização.

Conforme Silva (2005, p. 425), a cultura é o fator mais adequado dentre

todos os artifícios administrativos para gerar a motivação. “Cada organização é

um sistema complexo, com uma cultura específica (com um sistema de

valores) que se reflete no que se denomina clima organizacional”.

Clima organizacional é a atmosfera psicológica, resultante dos

comportamentos, dos modelos de gestão e das políticas

empresariais, refletida nos relacionamentos interpessoais. (SILVA,

2005, p.425).

Na concepção de Chiavenato (2000, p. 446), “cada organização possui

características próprias e típicas da sua cultura e do seu clima organizacional,

sendo assim um sistema humano e complexo”. Se necessário mudar a cultura

e o clima organizacional, a organização precisa ter capacidade inovadora.

Vale destacar que o clima organizacional, segundo Luz (2003, p.19),

“influencia direta e indiretamente nos comportamentos, na motivação, na

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produtividade do trabalho das pessoas envolvidas com a organização”. Ainda

complementa o referido autor que,

o clima retrata o grau de satisfação material e emocional das pessoas

no trabalho. Observa-se que este clima influencia profundamente a

produtividade do indivíduo e, conseqüentemente da empresa. Assim

sendo, o clima deve proporcionar motivação e interesse nos

colaboradores, além de uma boa relação entre os funcionários e a

empresa. (LUZ, 2003, p.20)

O clima terá sua primeira origem dentre os valores, tradições que cada um dos

envolvidos no processo trouxerem para dentro da organização, sendo que

esses pressupostos influenciarão diretamente no estilo gerencial ou de

liderança. De acordo com Lima e Albano (2002, p.77) “o clima gerencial é

determinado primeiro pelos pressupostos sobre a natureza do homem,

prevalentes na organização.”

Isso se explica pelo fato de que o clima organizacional reflete as

motivações, comportamentos e relações estabelecidas entre os agentes

organizacionais, dos seus processos de trabalho, das modalidades de

comunicação e do perfil de quem exerce a autoridade dentro do sistema.

(BRAGA, 2003)

Segundo Silva (2005, p.424), para que haja a mudança organizacional,

existem cincos passos principais:

• Nivelamento das normas atuais: os grupos de empregados analisam as

normas atuais e verificam se estas influenciam nas atitudes e ações.

Buscam identificar as normas que causam impacto negativo sobre a cultura;

• Articulação de novas direções: o grupo debate sobre a direção atual.

Considera quais comportamentos serão indispensáveis para o sucesso da

organização;

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• Identificação de fendas culturais: etapa necessária para identificar as

grandes diferenças entre as normas reais e as que influenciam

positivamente a eficácia da organização.

• Fechamento das fendas culturais: nesta etapa conecta as novas normas e a

melhor forma de reforçá-las, podendo ser através de sistemas de

recompensas, que animam os membros a adotar as novas normas culturais.

Em conformidade com Luz (2003, p. 22),“o clima indica o grau de

satisfação dos funcionários da empresa, relacionados á missão,valorização

profissional, modelo de gestão, política de recursos humanos e processos de

comunicação”.Portanto há a necessidade de que as empresas pesquisem o

clima organizacional, e para tanto há que se buscar a opinião de seus

funcionários verificando as seguintes variáveis segundo Luz (2003),

trabalho realizado, salário, benefícios, integração entre

departamentos, liderança, comunicação, treinamento, possibilidades

de progresso profissional, relacionamento interpessoal, estabilidade,

condições físicas de trabalho,relacionamento da empresa com

sindicados e funcionários, pagamento de salários, orientação para

resultados, estrutura organizacional, ética,satisfação do cliente,

reconhecimento,valorização,comprometimento, trabalho em

equipe,modernidade,orientação para os clientes, planejamento e

motivação.(LUZ, 2003, p.23)

Nessa conjuntura, Tamayo, Lima e Silva (2002, p. 02) relatam que “clima

organizacional refere-se à forma como o ambiente organizacional é percebido e

interpretado pelos empregados”. As pessoas de uma mesma organização não

irão perceber e interpretar da mesma forma o ambiente de trabalho, mas que

há elementos comuns na percepção e na interpretação desse ambiente e

resumindo diz que “o que define mais precisamente o clima organizacional são

as percepções compartilhadas entre os membros da organização sobre o

ambiente organizacional”.

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Em termos de importância do clima organizacional no âmbito

empresarial, vale salientar que, quando o ambiente é ruim podem ocorrer

diversos fatores negativos para a organização, inclusive o turnover como

explicita Luz,

o clima organizacional é bom quando predominam as atitudes

positivas que dão ao ambiente de trabalho uma tônica favorável,

quando há alegria, confiança, entusiasmo, dedicação, motivação e

comprometimento na maior parte dos funcionários. O clima de uma

empresa é bom quando os funcionários indicam seus conhecidos e

parentes para trabalharem nela, quando sentem orgulho em participar

dela. O baixo turnover e o alto tempo de permanência na empresa

são bons indicadores desse tipo de clima. (LUZ, 2003, p.25).

Nessa perspectiva, percebe-se que ao criar um clima organizacional

favorável, as empresas evitam o turnover indesejado, diminui custos, aumenta

a sua competitividade, pois trabalhadores satisfeitos com o ambiente laboral

irão faltar menos ao trabalho e fazer suas tarefas com mais afinco e eficiência,

pois teme perder tal colocação além de sentir prazer em realizar seu trabalho.

Assim, a organização ganha em todos os sentidos, assim como os seus

colaboradores evitando os aspectos negativos da rotatividade, assunto do

próximo tópico.

2.3 Aspectos negativos do turnover

Fernandez (2003, p. 46), argumenta que “os colaboradores de uma

organização detêm o conhecimento das rotinas de trabalho e, após algum

tempo na mesma, esses profissionais passam a dominar essas atividades e a

desempenhá-las sem problemas”. Dessa forma, quando alguém da equipe sai,

as atividades sofrem mudanças que em maior ou menor grau afetam a

organização. Assim como um motor que para de funcionar caso alguma

engrenagem se deteriore, a empresa também sente essa saída.

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Não se pode deixar também de mencionar como apontam Caçador e

Santos (2008, p. 71), que “o fator que envolve os investimentos realizados com

treinamentos pela empresa para qualificação profissional envolvem além do

valor pago por determinado curso, as despesas adicionais”. Custos estes

complementados pelas horas de perda de produção do treinando, das horas

adicionais pagas para a recuperação desta produção, as horas de aprendizado

prévias e pós-treinamento, o planejamento e gerenciamento para esta ausência

e outros custos variáveis de empresa para empresa, igualmente diferentes de

funcionário para funcionário.

Segundo Marras (2005, p. 127), “é necessário que as empresas

considerem, principalmente, a importância dos seus ativos intangíveis, como o

capital intelectual e as competências profissionais dos seus trabalhadores”.

Isso porque, conforme Bohlander et al (2005, p. 10), “o capital humano é

intangível e não pode ser gerenciado da mesma maneira que as empresas

gerenciam cargos, produtos e tecnologias”. O quadro abaixo apresenta

exemplos de possíveis consequências negativas do turnover na concepção de

Mobley (apud MARRAS, 2000).

__________________________________________________________

ORGANIZAÇÃO

- custos (recrutamento, admissão, ajustamento, treinamento)

- custos de substituição

- custos do processo de demissão

- abalo nas estruturas social e comunicacional

- menor produtividade (durante a procura do substituto e o re-treinamento)

- evasão de empregados de alto desempenho

- menor satisfação entre os que ficam

- estímulo para uso de estratégias indiferenciadas de controle do turnover

INDIVÍDUO (QUE SAI)

- perda da condição de empregado antigo e gratificações correlatas

- perda de benefícios extra-oficiais

- abalo nos sistemas de suporte social e familiar

- “fenômeno da grama mais verde” e subseqüente desilusão

- custos referentes à inflação (hipoteca, por exemplo)

- estresse relacionado à transição

- interferência no curso da carreira do cônjuge

- regressão no curso da carreira

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INDIVÍDUO (QUE FICA)

- abalo nos padrões social e comunicacional

- evasão de colegas de trabalho funcionalmente valorizados

- menor satisfação

- aumento de carga de trabalho durante e imediatamente após a procura do substituto

- menor coesão

- menor comprometimento

SOCIEDADE

- aumento nos custos de produção

- inabilidade regional para manter ou atrair indústrias

_______________________________________________________________

Quadro 01 Exemplos de possíveis consequências negativas do turnover

Fonte: Mobley ((apud MARRAS, 2000).

Sendo assim, as organizações devem procurar manter os colaboradores

desejados, pois, no entendimento de Bohlander et al (2005, p.10), “são os

funcionários e não a empresa, os detentores do capital humano. Ao saírem

funcionários valiosos da empresa eles levam consigo seu capital humano”.

Isso, na concepção do autor, “representa um prejuízo de tempo e qualquer

investimento que a empresa tenha feito no treinamento e desenvolvimento

dessas pessoas fica perdido para ela”.

Marras (2005, p. 126), argumenta em seus estudos sobre a temática que

“organizações que não conseguem reter, atrair, desenvolver e aproveitar seu

capital humano, correm o risco de dar ao concorrente uma mina de ouro, pois

todo o seu investimento em um colaborador pode ser perdido”. Isso não

significa que a empresa não deva investir, pelo contrário o investimento nas

pessoas é de fundamental importância e para que seus investimentos não se

percam é necessário aprender que não basta ter e sim desenvolver, reter e

aproveitar.

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2.4 Aspectos positivos do turnover

Segundo Brunherotto e Carravero (2006, p. 109), faz-se necessário

ressaltar que “a rotatividade não pode ser encarada como somente no aspecto

negativo, pois, em alguns casos se faz necessário a contratação de

profissionais vindos de outras empresas, os quais trarão para a mesma, novas

experiências, habilidades e conhecimentos”.

Num mercado competitivo como estamos vivenciando exige cada vez

mais a busca pelo profissional ideal, ou seja, aquele que produz ótimos

resultados para organização, principalmente quando o mesmo atua na área

comercial da empresa, pois o cliente muitas vezes se identifica muito mais com

o colaborador do que propriamente com a empresa.

Entretanto, as empresas também se deparam com alguns funcionários

que não respondem às necessidades da organização. Nesses casos, a

rotatividade tem conseqüências positivas como explicita Mobley (1992, p.109):

• Afastamento de empregados de baixo desempenho – Talvez a mais óbvia

das conseqüências organizacionais positivas seja a substituição por

empregados de melhor desempenho.

• Inovação, flexibilidade e adaptabilidade – O turnover cria oportunidades de

substituições daqueles que não correspondem às expectativas da

organização e isso pode trazer consigo novos conhecimentos, idéias,

abordagens, tecnologias e estilos.

• Diminuição de outros comportamentos de afastamento – quando os

indivíduos querem deixar seu emprego, mas não são capazes de fazê-lo

(por falta de oportunidades, problemas familiares, etc.), podem engajar-se

em outras formas de afastamento, como o absenteísmo, apatia, sabotagem

ou queda na qualidade do trabalho. Quando isso ocorre, é benéfico para a

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organização, o desligamento desses indivíduos, mais do que suportar os

custos de formas alternativas de afastamento.

• Redução de conflitos – Na medida em que um conflito profundamente

enraizado perturba o funcionamento organizacional, o turnover, como último

recurso para sua resolução, pode ser, sim, positivo, sob ambas as

perspectivas organizacional e individual (MOBLEY, 1992).

2.5 Cálculos de Turnover

Conforme dito anteriormente, “rotatividade de pessoal ou turnover é o

fluxo de entrada e saída, isto é, uma flutuação de pessoal entre uma

organização e o seu ambiente" (CHIAVENATO, 2000, p.178). Essa rotatividade

passou a ser objeto de estudo, devido às consequências econômicas que traz

à organização.

O índice de rotatividade nas empresas, em consonância com o

mencionado autor, “é considerado ideal quando a organização consegue reter

o pessoal bem qualificado e substituir aqueles que apresentam deficiência no

desempenho. A rigor, não há um número que defina esse índice ideal”

(CHIAVENATO, 2000, p.179). Isso porque depende da situação específica de

cada organização e do mercado externo.

Em conformidade com Pomi (2006, p.01), em seus apontamentos sobre

o assunto, “o alto turnover é sinônimo de perda de produtividade e de saúde

organizacional. Impacta na motivação das pessoas o que acaba gerando ainda

mais absenteísmo interferindo na credibilidade junto aos clientes”.

Essa rotatividade de pessoal explicita Lemos (2010, p.21), “ é expressa

pelo índice de rotatividade expresso em uma dada percentagem considerando

um período específico (mês, trimestre, semestre, ano)”. O acompanhamento

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das taxas de turnove

períodos dentro da me

ainda com o mercado e

rotatividade nas organiz

Para mensurar

cálculos possíveis, com

2.5.1 Forma clássic

O indicador Turn

“tenta captar a flutuação

o impacto potencialme

planejada pela empresa

(admissão) e de saída

Assis (2005, p.49) é:

Quadro 02 Exemplos de Fórmula p

Fonte: Assis (2005, p49).

No entanto, comp

criada em agosto – e s

trata de turnover, visto

demissão em função d

deve contabilizar como

envolverá substituição

rnover, bem como suas comparações ao l

da mesma empresa ou com empresas do m

ado em geral, pode ser bastante útil para o ge

rganizações (MARRAS, 2000).

urar o índice de turnover nas empresas,

, como apresentados abaixo:

lássica de cálculo do turnover

r Turnover Global ou Clássico, segundo Ass

tuação (entrada e saída) no quadro de pessoa

cialmente negativo de uma rotatividade nã

presa”. É na realidade a média dos indicado

saída (desligamento). A fórmula para o cálcu

mula para o cálculodo turnover.

complementa o referido autor, “se uma deter

e se por essa razão um empregado foi co

visto que a vaga não existia”. Da mesma

ção de uma vaga extinta, ainda segundo este

como rotatividade, tendo em vista que tal de

ição” (ASSIS, 2005, p.50).

38

ao longo de vários

do mesmo setor ou

a o gerenciamento da

sas, existem alguns

o Assis (2005, p.49),

essoal tendo em vista

de não desejada ou

dicadores de entrada

cálculo proposta por

determinada vaga foi

foi contratado não se

sma forma que uma

o este autor, “não se

tal desligamento não

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39

Por fim vale mencionar ainda Lemos (2010) que faz um alerta quanto à

adequação desta fórmula a organizações cuja taxa de turnover apresenta

grande variação como o Os call centers, por exemplo. Isso porque passam por

grandes oscilações em razão da sazonalidade da demanda por determinados

produtos ou serviços. Muitas empresas tendem a aumentar o ritmo de atividade

na época do Natal, por exemplo, e essa sazonalidade não representa turnover.

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40

CAPÍTULO III

MANTENDO OS FUNCIONÁRIOS DESEJADOS

Diante da percepção dos custos e prejuízos oriundos da rotatividade de

pessoal qualificado e desejado, muitas organizações vêm procurando

estratégias para manter seu pessoal, com o objetivo de motivá-los a

permanecerem na empresa, oferecendo para isso melhores condições de

trabalho através de um clima organizacional favorável, salários mais atraentes,

benefícios, como se pode ver a seguir.

3.1 O papel da motivação

A palavra motivação, segundo Almeida e Vasata (2003) vem do latim

motivus, relativo a movimento, coisa móvel. Quem motiva uma pessoa, isto é,

quem causa motivação, provoca um novo ânimo. Em uma organização, esses

aspectos motivacionais se refletem no clima organizacional graças á satisfação

do funcionário em executar seu trabalho e assim fazer mais pelos objetivos

pessoais e da empresa.

De acordo com Kotler (2000, p.284), “satisfação é descrita como uma

sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do

desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às

expectativas do comprador”. Para uma organização alcançar o sucesso

perante o mercado competitivo é necessário que a mesma tenha como objetivo

principal a satisfação do seu cliente, sendo ele interno (funcionários) ou

externo.

Para Vroom (apud CHIAVENATO, 2004, p.91), “motivação é o processo

que governa a escolha de comportamentos voluntários alternativos”.Isso

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significa que as pessoas analisam a quantidade de esforço que deveriam

dedicar a uma tarefa antes de realizá-la. Assim, conforme este autor, “a

motivação aparece se há uma expectativa de um desfecho favorável. Sua

teoria ficou conhecida como Teoria cognitiva da expectativa de Vroom”.

Segundo sua teoria, a motivação depende de três fatores: o valor que ela

atribui ao resultado advindo de cada alternativa; a percepção de que a

obtenção do resultado está ligada a uma compensação e a expectativa que ela

tem de poder obter cada resultado (VROOM apud CHIAVENATO, 2004).

Ainda nesse paradigma, reflete Bergamini (2005, p.75), “motivação é

resultante de pulsões internas, de necessidades individuais que cada pessoa

busca concretizar. O meio externo, as organizações não são origem da

motivação”. Isso porque, a organização, enquanto meio social, poderá facilitar

ou barrar a realização dos desejos e a satisfação das necessidades.

Locke (apud BERGAMINI, 2005, p.78) considera que “a satisfação no

trabalho surge em função da relação percebida entre o que um indivíduo quer

de seu trabalho e o que ele entende que está conseguindo”. A satisfação no

trabalho seria, então, um estado emocional prazeroso resultante da avaliação

do trabalho em relação aos valores do indivíduo, relacionados ao trabalho.

Como os gostos, os interesses, os desejos, as convicções de cada um

impulsionam-no a agir de determinada maneira, o cuidado com o fator

motivacional advém da necessidade de perceber o ambiente ao redor e

examinar cuidadosamente as diferenças individuais, caracterizar a situação em

que elas vivem, para que se possa tirar conclusões mais realistas sobre a

conduta e a motivação do funcionário que se reflete em ganhos para a própria.

Por fim, vale ressaltar que muitas organizações conseguem níveis de

desempenho excelentes motivando e satisfazendo seus funcionários

corretamente. Isso ocorre segundo Spector (2003, p.54), “quando se consegue

unir os objetivos pessoais dos colaboradores aos objetivos corporativos, o

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resultado quase sempre é uma boa produtividade e dedicação maior ao

trabalho”. Isso gera uma reação em cadeia: os motivados impulsionam os

desmotivados, e juntos procuram seguir frente ao foco da organização além de

diminuir o absenteísmo.

3.2 A liderança

De acordo com Nanus (2000, p. 65), “liderança é a habilidade de inspirar

pessoas, traduzindo a visão da organização, obtendo o compromisso dos

seguidores de forma voluntária”. Assim, a liderança é um processo de

influência intencional - direta ou indireta - e explícita de uma pessoa sobre

outras, com a finalidade de guiar, estruturar e facilitar atividades e

relacionamentos em grupo ou organização.

Para Dubin (2003, p. 45), “o conceito de liderança envolve três

elementos: influência, grupo e objetivo. Os líderes tratariam de influenciar,

induzir e impactar o comportamento de outros, processo que se dá em um

contexto grupal”. O último elemento envolve a idéia de direção - o

comportamento dos membros do grupo é influenciado no sentido de

determinados objetivos. Esses elementos tiveram destaque e foram aplicados

na teoria e pesquisa sobre liderança marcadamente até a metade dos anos 80.

A partir de então, as definições empregadas utilizam a idéia da gestão do

simbólico (BRYMAN, 1996).

Ainda conforme esse autor, “a característica fundamental da liderança,

na perspectiva simbólica, seria promover valores que forneçam significados

partilhados sobre a natureza da organização” (BRYMAN, 1996, p.112). Desta

forma, o líder conforma o sentido de direção e propósito através da articulação

de uma visão de mundo. Zaleznik (apud BRYMAN, 1996, p.113), enfatizando a

compreensão da gestão pelo simbólico, aponta os líderes como aqueles que

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"mudam a forma das pessoas pensarem sobre o que é desejável, possível e

necessário".

Kotter et al. (1986,p.192) já afirmava que “o fator liderança será a

vantagem competitiva essencial do futuro”. Este autor, salienta ainda a

importância da liderança responsável pelo desenvolvimento de uma visão

condizente com a realidade, pela criação de estratégias para implementar essa

visão, pela comunicação efusiva da visão no sentido de conquistar adeptos a

ela, pela delegação de poder às pessoas que estão ao seu redor e, pelo

depósito de confiança nas pessoas para que possam criar e implementar

aquela visão. Isso propicia ainda um clima organizacional favorável o que gera

satisfação aos colaboradores, conforme abordado no capítulo anterior.

Isso se explica pelo fato de que, o grande desafio do gestor de recursos

humanos no mundo contemporâneo é desenvolver políticas de gestão

direcionadas para o desenvolvimento do ser humano como indivíduo e

profissionalmente (BOHLANDER et al, 2005).

Entretanto, existem vários tipos de liderança e isso influência

significativamente na cultura organizacional, no turnover e no desempenho dos

colaboradores. Assim, vale analisar os tipos de liderança, como explicita o

tópico abaixo.

3.2.1 Tipos de liderança

Existem vários estilos de liderança, salienta Schein (2009,p.97),

“como a liderança afetiva, a autoritária, a democrática, a liberal, a

coaching, a diretiva, a modeladora, a participativa, a visionária, entre outras”.

Porém, a defesa de apenas um estilo como sendo o mais adequado é

praticamente impossível, já que existem inúmeras situações pelas quais um

grupo pode estar passando e que exigirá uma forma ou outra de liderança.

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Ainda em consonância com o autor, “fatores como a maturidade dos

membros do grupo, o relacionamento grupal, as crenças e valores pessoais, as

diferentes tarefas que serão cumpridas e os prazos para execução deverão

certamente influenciar no comportamento do líder” (SCHEIN, 2009, p.98).

Segundo Chiavenato (1992, p.149) “destacam-se três diferentes estilos

básicos de liderança, a autocrática, a liberal e a democrática”. Adair (1992)

enfatiza que além destes três estilos acrescenta como básico, também, o estilo

laissez-faire ou faça o que quiser, que se assemelha como modelo liberal. Na

visão de Blanchard, Zigarmi e Zigarmi (1986, p. 32) “os estilos que se

destacam são os da “[...] direção, do treinamento, do apoio e delegação”.

Porém, o que se percebe é que cada estilo tem seu devido valor dentro de

sua área de atuação, como por exemplo, numa atividade militar, em que as

pessoas precisam de uma liderança mais firme.

Conforme explicita Covey (2002, p.146), “liderança não deve ser

confundida com chefia ou com gerência. Um bom gerente ou chefe não deve

ser, necessariamente, um bom líder. O líder nem sempre é um gerente ou

chefe”. Na realidade, os líderes devem estar presentes em nível de direção,

gerência e em todos os seus níveis hierárquicos, ou seja, em todas as

suas áreas de atuação.

Contudo, é na gerência que reside o ponto mais crítico da liderança.

Nele, são elaborados e traduzidos os objetivos e necessidades da empresa e

transformados em metas e esquemas de trabalho para serem implementados e

realizados pelos demais níveis da hierarquia empresarial. A gerência passa a

atuar como intermediária entre os objetivos fixados pela alta direção e os

meios utilizados pelo nível operacional, que são os funcionários. De acordo

com Cusins (1994, p. 9) “a gerência assume o papel de direcionar e conjugar

esforços, comunicar, liderar, motivar, avaliar e recompensar as pessoas

dentro da organização”.

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Por isso, pode-se afirmar que uma liderança autoritária, inflexível, que

não sabe elogiar, incentivar, ouvir, vai acarretar a médio e longo prazo

prejuízos para a organização e o aumento do turnover, visto que o ambiente de

trabalho se torna nocivo e desagradável aos funcionários.

3.3 Remuneração satisfatória

Buscar pagar salários atraentes, é uma das ferramentas utilizadas pelas

empresas para evitar a rotatividade desnecessária, que como já mencionado

anteriormente, gera custos e perda de tempo para as organizações. Assim,

muitas empresas adotam um sistema de remuneração estratégica nada mais é

que uma combinação equilibrada de diferentes formas de remuneração.No

modelo tradicional de remuneração o foco é no cargo e não na pessoa, como

demonstra o quadro abaixo:

Figura 03 – Partes de um sistema de remuneração funcional

Fonte: Luz,2003.

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Como esse modelo de remuneração não é o bastante em muitos casos

para se manter funcionários desejados, as empresas vêm inovando com a

mescla das diversas formas de remuneração tem crescido bastante, pois as

empresas tem buscados formas e maneiras criativas de aumentar cada vez

mais o vínculo entre as empresas e seus funcionários.

Essa modalidade de remuneração representa segundo Silva (2008,

p.65), “os salários devem seguir primeiramente o valor praticado pelo mercado,

que periodicamente é publicado em revistas, jornais de grande circulação ou

internet”. Mas, deve em um segundo momento, acrescenta o autor, “ criar uma

política salarial que estimule os funcionários”. O salário não deve se tornar um

instrumento punitivo, mas conduzir o funcionário a sesentir estimulado com o

valor recebido.

Também nessa corrente, salienta Pontes (2002, p. 98), para toda

organização “uma política salarial é importante e os cargos devem possuir

níveis de salários diferentes de forma a estimular o funcionário a almejar um

cargo melhor e despertar o desejo de continuar na equipe”.

A remuneração estratégica segundo Marras (2002, p.53) é, portanto,

“um agente transformador e catalisador para a convergência de energias na

organização, e a medida que o sistema de remuneração é alinhado ao contexto

e à estratégia da empresa, constitui fator de harmonização de interesses”. Isso

porque ajuda a gerar consensos e atuando como alavanca de resultados.

3.4 O uso de benefícios

De acordo com Marras (2000, p.137) “denomina-se beneficio o conjunto

de programas ou planos oferecidos pela organização como complemento ao

sistema de salários. O somatório compõe a remuneração do empregado”.

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Já no entendimento de Wood Jr. JR e Picarelli Filho (1999, p.100), refletem

que “em sua forma mais tradicional, os benefícios são oferecidos como

pacotes, compreendendo itens e números cujo teor variam de acordo com o

nível hierárquico”. Nessa forma, relacionam-se diretamente com os objetivos de

longo prazo da empresa, reforçando estabilidade, comprometimento e

lealdade.

Segundo Boudreau e Milkovich (2000,p.442),em seus estudos sobre a

temática “os benefícios são planejados para atender a três objetivos

específicos: competitividade, atendimento da legislação; escolhas que levem

em conta o funcionário, incluindo preferências”.

Chiavenato (2010,p.345) complementa que “os benefícios procuram

preencher deficiências, lacunas ou carências da previdência social, do sistema

educacional e dos demais serviços prestados pelo governo ou pela

comunidade, como transporte, segurança, etc”.

De acordo com Silva (2008, p. 109), “existem os beneficios legais que são

exigidos por lei (Férias, 13º Salário, aposentadoria, seguro de acidentes de

trabalho, etc.), e os beneficios que as empresas criam de acordo com sua

política interna, chamados benefícios espontâneos ou marginais”. O quadro

abaixo apresenta exemplos de cada um dos benefícios citados:

Benefícios legais

Férias, 13º Salário, Aposentadoria, Seguro de acidente de trabalho, Auxílio doença, Salário – família, Salário – maternidade.

Benefícios espontâneos

Gratificações, Refeições , Transportes, Seguro de vida em grupo, Empréstimo aos funcionários, Assistência médico-hospitalar diferenciada mediante convênio, Assistência odontológica, Complementação de aposentadoria ou planos de seguridade social.

Benefícios Monetários Férias, 13º Salário, Gratificações, Complemento do salário nos afastamentos prolongados por doença.

Benefícios Não-Monetários

Refeitório, Assistência médico-hospitalar, Assistência odontológica, Serviço social e aconselhamento, Clube, grêmio ou associação de funcionário, Transporte de casa para a empresa e vice-versa, Horário móvel ou flexível

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Benefícios Assistenciais

Assistência médico-hospitalar; Assistência odontológica; Assistência financeira através de empréstimos; Serviço social; Complementação da aposentadoria ou planos de previdência social; Complementação do salário em afastamentos prolongados por doença; Seguro de vida em grupos ou de acidente pessoais; Creche para filhos de funcionários.

Benefícios Recreativos

Grêmio, associação ou clube; Música ambiente; Atividades esportivas e comunitárias; Passeios e excursões programadas

Planos Supletivos

Transporte; Restaurante no local de trabalho; Estacionamento privativo; Horário móvel de trabalho; Cooperativa de gêneros alimentícios ou convênio com supermercados; Agência bancária no local de trabalho.

Quadro 04: Tipos de benefícios

Fonte: Chiavenato, 2004.

É preciso lembrar ainda que um benefício que agrega valor e deixa os

empregados satisfeitos é o 14º salário que algumas empresas estão pagando.

No entanto, pelo alto custo, somente empresas de grande porte podem arcar

com tal ônus.

Krauter (2007, p. 46), explicita que, “enquanto o salário está relacionado

com o cargo, os benefícios estão relacionados com o fato de a pessoa ser

funcionária da organização”. Dessa maneira, o real impacto dos benefícios

sobre o bem estar dos colaboradores em determinados setores, um dos meios

seria criar um bom plano de benefícios para diminuir a concorrência entre as

empresas, e também para manter os profissionais qualificados dentro da

organização.

Em conformidade com Pontes (2002, p.71), “os benefícios procuram

atender às necessidades individuais das pessoas, proporcionando uma vida

pessoal/familiar e de trabalho mais tranquila e produtiva”. Visam proporcionar

condições para que cada pessoa possa desligar-se das preocupações

cotidianas e concentrar-se nas atividades do trabalho para satisfazer

necessidades mais elevadas.

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O quadro abaixo demonstra de forma sucinta as vantagens dos benefícios

para as empresas e também para os funcionários.

Quadro 05 – Vantagens dos benefícios.

Fonte: Chiavenato, 2001.

Vale ressaltar que esse tipo de benefícios são os mais valorizados pelos

colaboradores e que são realmente levados em conta no momento da seleção

ou para negociar a sua permanência na empresa (SILVA, 2008).

Como se pode perceber, os benefícios são fundamentais para que as

organizações consigam reter os talentos que possui seu capital intelectual, que

representa um diferencial competitivo dentro do mercado. Mas, as vezes o

benefício definido pela empresa em um único molde não atende às

necessidades dos funcionários, de onde surge a proposta de benefícios

flexíveis, objeto de estudo do próximo tópico.

3.4.1 Os benefícios flexíveis

Os benefícios flexíveis são benefícios oferecidos pela organização que

podem ou não ser escolhidos pelo funcionário. Normalmente a empresa cria

uma lista de benefícios que ela pode fornecer ao seu colaborador, porém

devido à diversidade de funcionários nem sempre o item que é bom para um, é

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para o outro. Assim, nessa modalidade de plano cada um tem a possibilidade,

de escolher aquele que supre às suas necessidades.

Esse tipo de benefícios está sendo adotado por organizações mais

inovadoras que se preocupam com a rotatividade que apenas um bom salário

não consegue evitar. Robbins(200,p.177), comenta que “a idéia é permitir que

cada empregado escolha um pacote de benefícios que seja personalizado de

acordo com suas necessidades ou situação”. Assim podem ser substituídos os

tradicionais programas “um plano de benefícios para todos” que dominaram as

organizações por mais de cinquenta anos. Ainda segundo este autor,

“a organização comum oferece benefícios que valem

aproximadamente 40% do salário do empregado. Os benefícios

tradicionais foram planejados para os funcionários típicos dos anos

50, tendo uma família que se constituía por um homem, mulher e dois

filhos. Atualmente, menos de 10% dos empregados se encaixam

nesse perfil.Com isso, os programas tradicionais acabam não

atendendo as necessidades de todos os trabalhadores,

principalmente com a diversidade existente” (ROBBINS, 2000).

Já, os benefícios flexíveis atendem essas necessidades variadas.Assim,

podem ter planos de saúde baratos com deduções altas; planos de saúde

caros com deduções baixas ou sem deduções; com cobertura para audição,

dentes e olhos; incapacidade extensiva; seguro de vida; variedades de planos

de poupança e pensão; planos de reembolso de mensalidades de

universidades; opções de férias (ROBBINS, 2000).

Para França (2009,p.81), com o uso de benefícios flexíveis a organização

possibilita que o profissional escolha os benefícios a partir das alternativas

oferecidas que atendam melhor suas necessidades, diferentemente dos planos

tradicionais. Assim, “a empresa abre uma cota de despesas flexíveis para cada

empregado baseada numa porcentagem de seu salário e especificar cada

benefício disponibilizado. Os empregados vão selecionando as opções de

benefícios até terem usado sua cota.”

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Também Wood Jr. e Picarelli Filho (1999, p.101), afirmam que “os planos

flexíveis dão aos funcionários a opção de escolher, entre os benefícios

disponíveis, aqueles que são mais adequados a seu perfil e condição familiar”.

Entre a empresa e funcionário passa a existir uma relação mais igualitária, tipo

cliente-fornecedor.

Além da maturidade, tal processo exige alto nível de participação e

envolvimento dos funcionários. Assim, um plano flexível, além de possibilitar

maior ajuste entre o valor investido pela empresa e valor percebido pelo

funcionário, é também fator de reforço de traços culturais e apoiador de um

estilo gerencial mais aberto e moderno, que acaba consolidando a cultura

organizacional local.

3.4.2 Objetivos dos Planos de Benefícios Flexíveis

Com a preocupação crescente das organizações com seu corpo de

colaboradores, a criação de um plano de benefícios que se adequem ao estilo

de vida de cada funcionário, tem por objetivo fazer com que ele se sinta

satisfeito e que sua individualidade seja respeitada. O funcionário se vê como

um ser único e não mais apenas como parte de um grupo totalmente

homogêneo.

Segundo Boudreau e Milkovich (2000,p.450), “o principal objetivo dos

benefícios é proporcionar escolhas que levem em conta o indivíduo, incluindo

suas necessidades e preferências”. Dessa maneira, pode oferecer maior

flexibilidade e uma visão ampliada da realidade a partir de uma metodologia

moderna e um sincronismo maior.

Com os benefícios flexíveis os empregados sentem-se mais valorizados

e melhor remunerados o que contribui para a organização. A expressão flex, é

um mecanismo que permite definir um valor de remuneração total, disponibiliza

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os recursos aos usuários (aposentadorias, planos odontológicos, vale refeição,

bolsa de estudos,etc.), de formas diversificadas para cada colaborador

escolher seu próprio pacote de benefícios. Seus objestivo é facilitar o controle

de custo por parte das empresas.

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CONCLUSÃO

Diante do que foi apresentado no decorrer desse estudo, pode-se

afirmar que frente às grandes mudanças que vêm ocorrendo no mundo

organizacional geradas pelo fenômeno da internacionalização das economias,

as empresas têm se aberto a um modelo de gestão a partir do paradigma de

que conhecimento é poder.

Primeiramente é preciso considerar que o mundo empresarial vem

vivenciando uma série de exigências que vão sendo apresentadas pelos

clientes externos e internos. Por isso, a busca por qualidade no atendimento,

qualidade nos produtos e serviços, alta nível de competitividade, são fatores

pertinentes a toda organização atualmente e para conseguir esses resultados

favoráveis é preciso mais do que nunca um clima organizacional agradável que

preze pelo bem estar dos seus colaboradores, oferta de benefícios, no intuito

de fidelizar seus funcionários e evitar o turnover não desejado tanto pelo fator

econômico, pois gera custos, quanto pela perda de capital intelectual.

Com a competitividade acirrada, percebe-se que oferecer apenas bons

salários no mundo atual, não é o bastante para manter os colaboradores que

muito contribuem para o sucesso das organizações. E, perder bons

colaboradores significa também perder competitividade junto à concorrência.

Por isso a preocupação das empresas com o clima organizacional, em manter

os funcionários motivados e em ofertar benefícios flexíveis.

Por fim, em resposta á questão que norteou esse estudo sobre quais

são as causas e as consequências da rotatividade de talentos nas empresas

privadas brasileiras, pode-se afirmar que a relevância é muito grande, pois ter

e manter seu capital intelectual, proporciona ás empresas um diferencial

competitivo e a oportunidade de estar sempre um passo à frente em relação ás

suas concorrentes e atendendo o nível de qualidade exigido pelos clientes,

além de evitar gastos com a rotatividade e os valores gastos em treinamento.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 01 Exemplos de possíveis conseqüências negativas do turnover... 34

Quadro 02 – Cálculo do Tunorver ................................................................ 38

Figura 03 – Partes de um sistema de remuneração funcional....................... 45

Quadro 04 – Cálculo do Tunorver ................................................................ 47

Figura 05 – Vantagens dos benefícios.......................................................... 49

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INDICE

FOLHA DE ROSTO...........................................................................................02

AGRADECIMENTOS........................................................................................ 03

DEDICATÓRIA.................................................................................................. 04

RESUMO...........................................................................................................05

METODOLOGIA............................................................................................... 06

SUMÁRIO......................................................................................................... 07

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 08

CAPÍTULO I - SOBRE O CAPITAL INTELECTUAL ....................................... 11

1.1 Contexto Histórico ................................................................................... 11

1.2 Conceituação ............................................................................................ 13

1.3 Capital intelectual nas organizações ..................................................... 14

1.4 Capital intelectual como fator de competitividade ................................ 17

1.5 Gestão do conhecimento ....................................................................... 19

1.6 Recrutando capital intelectual ............................................................... 21

CAPÍTULO II - TURNOVER ............................................................................. 25

2.1 Conceituação ............................................................................................ 25

2.2 Fatores que levam ao turnover ............................................................... 26

2.2.1 A Cultura Organizacional ..................................................................... 27

2.2.2 O Clima Organizacional ........................................................................ 26

2.3 Aspectos negativos do turnover ............................................................ 33

2.4 Aspectos positivos do turnover ............................................................. 36

2.5 Cálculos de Turnover............................................................................... 37

2.5.1 Forma clássica de cálculo do turnover ............................................... 38

CAPÍTULO III - MANTENDO OS FUNCIONÁRIOS DESEJADOS ................. 40

3.1 O papel da motivação .............................................................................. 40

3.2 A Liderança ............................................................................................... 42

3.2.1 Tipos de Liderança................................................................................ 43

3.3 Remuneração satisfatória ...................................................................... 45

3.4 O uso de benefícios ................................................................................. 46

3.4.1 Os Benefícios Flexíveis ........................................................................ 49

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3.4.2 Objetivos dos Planos de Benefícios Flexíveis ................................... 51

CONCLUSÃO .................................................................................................. 53

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..................................................................... 54

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .............................................................................. 60

INDICE ............................................................................................................. 61

AUTORA .......................................................................................................... 63

FOLHA DE AVALIAÇÃO................................................................................. 64

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• ANA CRISTINA EIRIS PIMENTEL

Aluna do curso de pós- graduação em Gestão empresarial pela

Universidade Cândido Mendes.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: A ROTATIVIDADE DE TRABALHADORES DO

CONHECIMENTO NAS CORPORAÇÕES PRIVADAS

Autor: ANA CRISTINA EIRIS PIMENTEL

Data da Entrega: 04/02/2012

Avaliado por: Prof. MARIO LUIZ TRINDADE ROCHA Conceito: