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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE TABELA PERIÓDICA: ANÁLISE DA UTILIZAÇÀO EM LIVROS DIDÁTICOS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO. Por: Felipe Falbo Carneiro Orientador Prof. Ms. Antônio Fernando Vieira Ney Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

TABELA PERIÓDICA: ANÁLISE DA UTILIZAÇÀO EM LIVROS

DIDÁTICOS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO.

Por: Felipe Falbo Carneiro

Orientador

Prof. Ms. Antônio Fernando Vieira Ney

Rio de Janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

TABELA PERIÓDICA: ANÁLISE DA UTILIZAÇÀO EM LIVROS

DIDÁTICOS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO.

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Docência do Ensino Superior.

Por: Felipe Falbo Carneiro

.

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AGRADECIMENTOS

....aos colegas, professores e a

companheira de curso Zeni.

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DEDICATÓRIA

Dedico ao meu filho, pela sua amizade,

carinho e amor.

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RESUMO

A tabela periódica vem sendo aplicada desde o ensino fundamental até

as Universidades no ensino de química, principalmente. Uma análise da sua

utilização em livros do ensino médio é de grande importância, pois muitos

autores objetam o átomo como estudo principal e muito jovens vão ter seu

primeiro encontro com o alfabeto da matéria.

Os alunos, em sua maioria, estudam a tabela periódica em livros

didáticos, mas não compreendem o por quê da aplicação e utilização dos

elementos ali tabelados.

A utilização de tabelas periódicas no cotidiano: o aluno identifica os

átomos e suas propriedades em alimentos, medicamentos e materiais; passa a

interagir com o meio ambiente com mais cuidado; principalmente a organização

da tabela deixa de ser um assunto maçante para ser de interesse comum, por

exemplo, a poluição.

Analisando a maioria das tabelas contidas em livros didáticos é

necessário saber como são assimilados, com dados gráficos e que os autores

estão fazendo.

Uma proposta de utilização paralela da tabela periódica durante todas as

aulas até em cursos de graduação, pois pela grande importância, a tabela,

precisa deixar de ser apenas um conteúdo estudado, para ser o referencial,

ferramenta e material constante de uso. Proponho que seja um livro paralelo

para todas as séries e curso relacionados com a química, sempre mostrando

esses elementos no cotidiano.

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METODOLOGIA

A pesquisa descritiva analisando o uso de tabelas periódicas de dos

elementos nos livros. Descrevendo o processo histórico do estudo da tabela

periódica química do ensino fundamental, médio e superior, relacionando com

a aplicabilidade cotidiana dos elementos, vida do estudante e o seu interesse

pelas aulas de química. Observando o os parâmetros curriculares nacionais em

vigor.

A pesquisa explicativa da aplicação cotidiana da tabela é a base

fundamental para os demais conteúdos de química favorecendo o aluno

domínio sobre as propriedades dos elementos e estimulando o interesse pela

química.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – A História da tabela 10

CAPÍTULO II – Analisando a tabela nos livros 20

CAPÍTULO III – A função da Experimentação com tabelas 33

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

BIBLIOGRAFIA CITADA 47

ÍNDICE 49

FOLHA DE AVALIAÇÃO 50

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INTRODUÇÃO

A história do átomo desde a Grécia até hoje e da tabela de Mendeleev

como início do estudo e para análise das tabelas usadas como recurso

pedagógico.

Todos livros didáticos possuem tabelas periódicas que servem para os

alunos consultarem nos seus estudos de química ou ciência relacionada, mas

nem todos autores são igualmente cuidadosos no aspecto da compreensão do

cotidiano e procurando motivá-lo para um estudo independente, agradável e

interessante.

Por esse motivo decidi analisar tabelas periódicas químicas e suas

metodologias em livros didáticos aplicados no ensino médio. Este trabalho

ressalta um perfil pedagógico da tabela periódica química apenas de forma

orientadora para alunos e professores.

Proponho que nas universidades seja criada uma nova cadeira de

formação de profissionais da química, ela seria chamada de Tabela Periódica

Química e Aplicações de Seus Elementos, que teria como objetivo o

fundamento das outras cadeiras e um conhecimento melhor da matéria e suas

implicações na natureza.

Não é só uma análise crítica, mas construtiva da realidade que os

professores de química encontram nos livros e também faz uma análise

descritiva de autores observando seu caráter pedagógico.

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Neste trabalho, ainda, contar a história da tabela e da classificação

periódica, comparando a tabela como uma régua que acompanha os

estudantes todos os momentos de estudo sobre química.

Os procedimentos descritivos e explicativos, relacionados com as

tabelas periódicas químicas, encontradas facilmente em quase todos os livros

didáticos, serão observadas as suas funções pedagógicas como: facilidade,

aplicação na vida diária e preparação para o trabalho.

Muito se tem escrito sobre a tabela dos elementos químicos, mas pouco

discutido em palestras, sobre o grau de sua importância. Esta monografia é de

vital importância para que aumente o interesse pelo curso de química, no

tocante licenciatura.

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CAPÍTULO I

HISTÓRIA DO ÁTOMO E TABELA PERIÓDICA

“Há algo mais belo que as mais belas

descobertas, é o conhecimento da maneira

pela qual são feitas”. Leibniz

É necessário que antes de analisar tabelas de livros didáticos que seja

feita um breve histórico sobre o átomo e a tabela que fundamentam os livros de

ensino médio e que muitas das vezes são cópias.

Não é possível aprofundar muito do que é ensinado em termos de tabela

e átomo no ensino médio, pois é constante a aplicação de um histórico do

nascimento da tabela, para que tenhamos como entender sua funcionalidade e

aplicação.

O átomo nasceu por volta do ano 470 a.C.junto com seu descobridor

filosófico, na cidade grega de Abdera. Foi Demócrito, chamado de “filósofo

risonho” pelo sue sorriso triste diante da necessidade humana. Considerado

louco por suas idéias fora de seu tempo.

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Demócrito parecia defender, realmente, idéias muito peculiares.

Preocupava-o, por exemplo, até onde se podia dividir uma gota de água.

Podia-se ir obtendo gotas cada vez menores até quase perdê-las de vista. Um

limite chegar-se-ia alguma vez até um ponto em que fosse impossível

continuar.

Leucipo mestre de Demócrito havia sugerido que essa divisão tinha um

limite. Demócrito acatou a idéia e anunciou finalmente a sua convicção de que

a menor porção ou partícula de qualquer classe de substância era indivisível e

denominou essa partícula mínima de átomo, que em grego quer dizer

indivisível. Demócrito acreditava que no universo não havia nada além dessas

partículas diminutas e indivisíveis e espaço vazio entre elas.

Para Demócrito, havia distintos tipos de partículas que, ao se

combinarem em diferentes ordenações, formavam as diversas substâncias. Se

a substância ferro se convertia na substância ferrugem, era porque as

diferentes classes de partículas eu havia no ferro se reordenavam. Se um

mineral se convertia em cobre, acontecia a mesma coisa; e assim também com

a madeira ao queima e se converter em cinzas.

A maioria dos filósofos gregos riu de Demócrito. Não acreditavam na

indivisibilidade, pois qualquer partícula ocupava espaço ou não ocupava

espaço, conseqüentemente ela não era nada. As substâncias não podiam ser

feitas de nada.

Para os filósofos as idéia de átomos era absurda. Não era de se

estranhar que pessoas desconfiassem que Demócrito estivesse louco. Nem

mesmo consideravam convenientes confeccionar muitos de seus escritos.

Demócrito escreveu mais de 70 obras, porém nenhuma foi preservada.

Mas para alguns filósofos, a idéia das partículas indivisível fazia sentida.

Um deles foi Epicuro, que fundou uma escola em Atenas no ano de 306 a.C.,

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quase um século depois da morte de Demócrito. Ele era um mestre de grande

renome e tinha muitos discípulos. O seu estilo filosófico, o epicurismo, manteve

a sua importância durante séculos. Parte dessa filosofia eram de Demócrito

sobre as partículas.

Epicuro não conseguiu convencer os seus contemporâneos, e seus

seguidores permaneceram em minoria. Tal como no caso de Demócrito,

nenhuma das muitas obras que escreveu conseguiu sobreviver até os nossos

dias.

Por volta do ano 60 a.C. aconteceu algo muito bom: o poeta romano

Lucrécio, interessado pelo epicurismo, escreveu um longo poema intitulado

Sobre a natureza das coisas, no qual descrevia o universo como se estivesse

composto de partículas indivisíveis de Demócrito. A obra teve grande

popularidade e foram feitos exemplares em número suficiente para que

sobrevivesse aos tempos antigos e medievais. Foi através dessa obra que o

mundo teve o conhecimento exato das teorias de Demócrito.

Desse modo que os sábios dos tempos modernos tiveram acesso às

teorias de Demócrito. Em Alguns, como Pierre Gassendi, filósofo francês do

século XVII, deixaram marca decisiva. Gassendi tornou-se epicurista e

defendeu veementemente a teoria das partículas indivisíveis.

Discípulo de Gassendi era o inglês Robert Boyle, que em 1660 estudou

o ar e se perguntou por que se podia comprimi-lo, fazendo com que ocupasse

cada vez menos espaço. Boyle supôs que o ar era composto de partículas

minúsculas que deixavam grandes vãos entre elas e comprimi-lo equivaleria a

aproximar mais as partículas, deixando menos espaço vazio.

Boyle Tornou-se, assim, um novo seguidor de Demócrito. Durante dois

mil anos houve uma cadeia ininterrupta de partidários da teoria das partículas

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indivisíveis: Demócrito, Epicuro, Lucrécio, Gassendi e Boyle. A maioria,

entretanto, jamais aceitou a sua idéia.

Mas chegou o século XVIII e os químicos começaram a reconsiderar a

maneira como se formavam os compostos químicos. Sabiam que eram

produtos da combinação de outras substâncias: cobre, o oxigênio e o carbono,

por exemplo, se uniam para formar o composto chamado de carbonato de

cobre. Mas, pela primeira vez na história, fez-se à tentativa de medir os pesos

relativos das substâncias componentes.

No final do século, Joseph Louis Proust, químico francês, realizou

medições muito cuidadosas. Comprovou, por exemplo, que sempre que o

cobre, o oxigênio e o carbono formavam carbonato de cobre, eles se

combinavam nas mesmas proporções de peso: cinco partes de cobre para

quatro de oxigênio e uma de carbono.

Em outras palavras, se Proust usava cinco onças de cobre para formar o

composto, tinha de usar quatro de oxigênio e uma de carbono. Nascia também

o cálculo estequiométrico.

Não era como fazer um bolo, mas fizesse o que fizesse, a “receita” do

carbonato de cobre (CuCO3) era imutável e sempre na proporção de 5:4:1.

A lei de Proust ou Proporções definidas foi um pouco modificada por

John Dalton, voltando a idéia de partículas indivisíveis ele provou que qualquer

quantidade de matéria cobre, oxigênio e carbono iria se combinar sempre na

proporção 5:4:1. Então, Dalton, concluiu que eram as partículas partes

indivisíveis da matéria, como pensamento de Demócrito.

Hoje, a palavra átomo não representa mais o indivisível, mas por uma

pequena parte da matéria que guarda propriedade do todo e que é dividida em

outras partículas chamadas de fundamentais, entre elas: os prótons, neutros e

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elétrons. Todas estas considerações sobre o átomo através do tempo levaram

ao interesse de uma organização dos elementos. (Geraldo Camargo de

Carvalho)

Foi no começo dos anos de 1800 um número considerável de elementos

já tinha sido descoberto, e as suas propriedades e as de seus compostos eram

razoavelmente conhecidas e muitas semelhanças nas propriedades químicas e

físicas se tornaram aparentes. Certos grupos de elementos podiam ser

chamados de famílias, pois como, naquele tempo, os pesos atômicos eram

conhecidos (ou presumivelmente conhecidos) para muitos elementos, nada

poderia ser mais natural do que procurar correlações entre as propriedades

observadas e os números atômicos. As primeiras destas correlações foram

pequenas em número e atraíram pouca atenção do mundo científico.

Entretanto, isto levou a uma base muito firme da existência de inter-relação

entre as propriedades dos elementos: a lei periódica. (Martha Reis)

A Química é uma ciência que se ocupa basicamente do estudo dos

materiais e suas transformações. O desenvolvimento desta ciência tem

permitido ao homem não só controlar certas transformações conhecidas,

tornando-as mais lentas ou mais rápidas, como também obter um número cada

vez maior de novos materiais.

Para ter uma idéia da função da tabela periódica Química na atualidade,

entre outras é importante conhecer a história do átomo e da própria tabela.

Provavelmente, os primeiros a se preocuparem em especular sobre a

constituição da matéria foram os gregos, cerca de 2400 anos.

O homem pré-histórico, por tentativas e erros, descobriu como lascar a

pedra como construir armas e algo muito importante na história da matéria, o

fogo.

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Foram importantes na história da Química as descobertas de alguns

metais, milhares de anos antes de Cristo. O ouro, que deve ter sido encontrado

na forma bruta, o cobre, talvez livre ou chamando atenção por sua cor quando

alguma fogueira junto com o minério.

Em 1829, Johann W. Döbereiner, um químico Alemão, observou que

certos grupos de três elementos possuíam propriedades semelhantes. As

tríades de Döbereiner, como eram chamadas, incluíam cloro, bromo e iodo;

cálcio estrôncio e bário; e enxofre selênio e telúrio. Döbereiner chamou a

atenção para o fato de que o membro do meio de cada tríade tinha peso

atômico muito próximo da média aritmética dos pesos atômicos dos outros

dois. A maioria dos químicos da época não se impressionou. As relações de

Döbereiner pareciam poder ser aplicadas somente para poucos elementos.

Entretanto, ele foi, aparentemente, o primeiro a mostrar as relações

sistemáticas entre alguns elementos.

Em 1859, o químico alemão R.W. Bunsen e o físico G.R. Kirchhoff

desenvolveram o espectroscópio, com o qual foram descobertos rapidamente

muitos novos elementos. Então, em 1860, o químico alemão Stanilav

Canizzaro esclareceu a diferença entre átomos e moléculas e mostrou que

muitos “pesos atômicos” previamente determinados eram, na realidade pesos

moleculares. Isto permitiu o tabelamento de números atômicos dos elementos

com razoável precisão.

A tentativa seguinte de relacionar propriedades com o peso atômico

somente aconteceu em 1862, quando um geólogo francês, Alexandre de

Chancourtois, tabelou os elementos então conhecidos numa linha espiral em

volta de um cilindro, de baixo para cima. Ele dividiu a circunferência em 16

subdivisões e mostrou que os elementos que os elementos com propriedades

semelhantes apareciam um sobre os outros em voltas adjacentes da espiral.

De Chancourtois denominou sua representação de parafuso telúrico. Não

cativou a comunidade científica.

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Em 1864, o químico inglês John Newlands, que era um amante da

música, noticiou que se os elementos fossem tabelados seguindo-se o

aumento do peso atômico, haveria uma repetição nas propriedades a cada oito

elementos. Newlands acreditava que havia alguma conexão misteriosa entre a

música e a química, o que provocou risos em seus companheiros químicos. A

aparência ridícula obscureceu o real significado do trabalho de Newlands, o

qual era chamado de lei das oitavas. E não foi reconhecido publicamente

durante 23 anos. Mas muito tempo depois às várias versões da tabela

periódica foram publicadas.

O conceito de periodicidade química deve seu desenvolvimento a dois

químicos, Lothar Meyer e Dimitri Mendeleev, mais do que a quaisquer outros.

Trabalhando independentemente eles descobriram a lei periódica e publicaram

tabelas periódicas dos elementos.

Meyer publicou primeiro em 1864, mas em 1869 estendeu suas tabelas

para incluir mais de 50 elementos. Ele mostrou que quando várias

propriedades, tais como volume molar, ponto de ebulição, dureza e etc., eram

representadas graficamente em função de seu peso atômico, uma curva

periódica, repetitiva, era obtida em cada caso. No mesmo ano, Mendeleev

continuou seu trabalho revisando e melhorando a tabela. Em 1871 ele publicou

a versão na Tabela 1. Com sua tabela ele foi capaz de mostrar que certos

elementos, até então não descobertos, deveriam e iriam preencher os espaços

vazios da mesma. Ele não só previu a existência dos elementos gálio e

germânio, mas também estimou suas propriedades com grande exatidão. O

valor da tabela periódica na organização do conhecimento químico foi

demonstrado.

Esta primeira organização da tabela propiciou a hipótese de novos

elementos que mais tarde foram comprovados na prática. (Ricardo Feltre)

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TABELA 1

Tabela periódica de Mendeleev como os pesos atômicos

Grupo

II

Grupo

II

Grupo

III

Grupo

IV

Grupo

V

Grupo

VI

Grupo

VII

1 H

1

2 Li

7

Be

9,4

B

11

C

12

N

14

O

16

F

19

3 Na

23

Mg

24

Al

27,3

Si

28

P

31

S

32

Cl

35,5

4 K

39

Ca

40

__

44

Ti

48

V

51

Cr

52

Mg

55

5 Cu

63

Zn

65

__

68

__

72

As

75

Se

78

Br

80

6 Rb

85

Sr

87

Yt

88

Zr

90

Nb

94

Mb

96

__

100

7 Ag

108

Cd

112

In

113

Sn

118

Sb

122

Te

125

I

127

A tabela periódica moderna mudou completamente o destino da

humanidade, com a descoberta de novos elementos que estavam faltando, foi

possível a confecção de novos materiais, medicamentos e sínteses. Mesmo

com tantos elementos alocados com suas propriedades ainda não é possível

que todos dominem suas propriedades e apliquem em suas vidas.

É apresentada uma tabela conhecida na maioria dos livros didáticos

desde o ensino fundamental até o superior, com seus respectivos símbolos e

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números atômicos de terminados pela IUPAC (União Internacional de Química

Pura e Aplicada). (Martha Reis)

Tabela 2.

1A 2A 3A 4A 5A 6A 7A 8A 9A 10A 11A 12A 13A 14A 15A 16A 17A18A

0

1 IA IIA

IIIA IVA VA VIA VIIA

He

2

2 Li

3

Be

4

B

5

C

6

N

7

O

8

F

9

Ne

10

3 Na

11

M

g

12 IIIB IVB VB VIB VIIB VIIIB IB IB

Al

13

Si

14

P

15

S

16

Cl

17

Ar

18

4 K

19

Ca

20

Sc

21

Ti

22

V

23

Cr

24

Mn

25 Fe

26

Co

27

Ni

28

Cu

29

Zn

30

Ga

31

Ge

32

As

33 Se

34

Br

35

Kr

36

5 Rb

37

Sr

38

Y

39

Zr

40

Nb

41

Mo

42

Tc

43

Ru

44

Rh

45

Pd

46

Ag

47

Cd

48

In

49

Sn

50

Sb

51

Te

52

I

53

Xe

54

6 Cs

55

Ba

56

La

57 L Hf

72

Ta

73

W

74

Re

75

Os

76

Ir

77

Pt

78

Au

79

Hg

80

Tl

81

Pb

82

Bi

83

Po

84

At

85

Rn

86

7 Fr

87

Ra

88

Ac

89 A Rf

104

Ha

105

106

Lantanóides Ce

58

Pr

59

Nd

60

Pm

61

Sm

62

Eu

63

Gd

64

Tb

65

Dy

66

Ho

67

Er

68

Tm

69

Yb

70

Lu

71

Actinóides Th

90

Pa

91

U

92

Np

93

Pu

94

Am

95

Cm

96

Bk

97

Cf

98

Es

99

Fm

100

Md

101

No

102

Lr

103

A repetição expressa na lei periódica é a base da tabela periódica

moderna, na qual famílias de elementos, como os halogênios, gases nobres e

metais alcalinos, aparecem nas colunas verticais. As linhas horizontais da

tabela são chamadas de períodos. Elas são numeradas de 1 a 7, usando

números arábicos. Eles variam muito em largura do primeiro período (dois

elementos) até o sexto (32 elementos) e sétimo (potencialmente 32 elementos).

H 1

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As colunas verticais na tabela periódica são chamadas grupos. Cada um

deles é uma família de elementos. Alguns grupos consistem em cinco ou seis

elementos. Estes são chamados principais ou representativos (A). Eles são

numerados de um até sete usando números romanos e a letra A, atualmente

número em arábico de um até dezoito. Os elementos de transição fazem pare

do subgrupo ou grupos B.

Esta tabela é reconhecida pela comunidade científica mundial e a

IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada). Esta tabela é de

grande utilidade em diversos campos da ciência, sendo a química e a área

educacional amplamente difundida e estudada.

A necessidade de analisar algumas tabelas de livros didáticos para

realinhar seu objetivo inicial determinado pelos seus organizadores, ou seja,

propriedades periódicas. (Martha Reis)

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CAPÍTULO II

ANALISANDO A TABELA NOS LIVROS

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas

criar as possibilidades para a sua própria

produção ou a sua construção” Paulo Freire

Quase todos os professores de química preferem usar a tabela periódica

tradicional, onde os elementos estão em ordem de número atômico, ou seja, a

quantidade de prótons do núcleo do átomo. (Geraldo Camargo de Carvalho)

O autor Geraldo Camargo de Carvalho introduz o tipo de tabela

periódica tradicional que só explora valores, mesmo importante, não atrai e

estimula o aluno. Uma mistura de distribuição eletrônica e muita exceções

forma um emaranhado de idéias difícil para quem está aprendendo. Vejamos

um trecho o retirado do livro na página 45 e 46. (Geraldo Camargo de

Carvalho)

“Na tabela, temos as distribuições eletrônicas dos elementos,

seguindo a regra de preenchimento dos subníveis. Embora alguns elementos,

como Cr, Cu e Ag, não obedeçam a essa regra, para nosso estudo interessa a

distribuição eletrônica teórica”. (Geraldo Camargo)

Reunindo todos os elementos cujo subnível de maior energia é s1,

temos:

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1H

1s1

3Li

2s1

11Na

3s1

19K

4s1

37Rb

5s1

55Cs

6s1

87Fr

7s1

Nota-se que a seqüência dos elementos em ordem crescente de Z,

periodicamente repetem-se configurações eletrônicas semelhantes (no caso,

s1, como subnível de maior energia) “. (Geraldo Camargo).

Podemos observar o quanto é difícil para o aluno entender quando o

assunto não está ligado com sua realidade. (Geraldo Camargo de Carvalho)

Outro autor muito utilizado por professores do ensino médio é o Ricardo

Feltre que também segue a mesma filosofia do Geraldo Camargo e torna o

estudo da tabela periódica cansativa no tocante excesso de distribuição

eletrônica.

Ele divide a tabela em blocos s, d e f seguindo também a distribuição de

Linus Pauling repetindo várias vezes o mesmo assunto. Sem dúvida é de

excelente qualidade, mas para quem está começando fica perdido com tanta

informação teórica e pouco prática. (Ricardo Feltre)

Tabela 3.a

s

s

d

p

s

f

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Tabela 3.b

As tabelas 3.a e 3.b aparecem no livro de Ricardo Feltre e na página

110 e 111 faz a seguinte colocação:

“Nas colunas 1A e 2A (Bloco s) os elétrons estão “entrando” nos

subníveis ns da última camada eletrônica do átomo”. Ricardo Feltre.

Nas colunas B(Bloco d) os elétrons vão preenchendo os subníveis ns da

última camada do átomo, isto é, (n-1)d, exceto na série dos lantanídeos e na

série dos actinídeos (Bloco f), onde o elétron entra nos subníveis f da

antepenúltima camada do átomo, isto é, (n-2). É por esse motivo que

elementos das colunas B (ou, melhor, das colunas de 3B a 2B) são chamadas

de elementos de transição, enquanto os lantanídeos e actinídeos são

denominados, mais especificamente, elementos de transição interna;

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Nas colunas de 3A a zero (Bloco p) os elétrons vão ocupando os

subníveis p da última camada eletrônica do átomo (np).

Nas colunas 1A, 2A, 3A... o número de elétrons na última camada

eletrônica é respectivamente 1, 2, 3..., isto é, o próprio número de elétrons na

última camada do átomo (camada mais externa ou de valência).

Podemos constatar que com tanta informação sem aplicação o

estudante fique confuso e sinta muita dificuldade. (Ricardo Feltre)

Analisando o livro volume único de Química Integral de Martha Reis,

pude observar um avanço no que diz respeito ao relacionamento da tabela com

experimentos e materiais do uso cotidiano do estudante, mas no tocante

complexo teórico não perde para nenhum outro autor.

Em seu livro, Martha Reis, menciona aplicações de certos elementos

químicos, com também expõe fotos e experimentos.

Não é comum encontrar em outros autores a mesma prática pedagógica

para atingir o estudante, mesmo sendo direcionado para o comércio, livros com

conteúdos de tabela iguais a estes são bem aceitos, embora não sejam o ideal

na vida do estudante.

A qualidade das informações apresentadas é de bom nível e as

complicações teóricas são amenizadas pela ligação real do elemento com sua

forma concreta. Este tipo de livro é muito valorizado, pois seu preço não

alcança a maioria dos alunos. (Martha Reis)

Apresenta algumas características físicas dos elementos, dividindo-os

em metais e ametais e apresenta as figuras que veremos a seguir:

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A dificuldade esta para o volume de informações e o pouco tempo para

ser amadurecida. No entanto, os estudantes e professores preferem mostrar

figuras a montar um laboratório, pois o custo é muito alto e nem sempre ao

alcance dos colégios mais carentes. (Martha Reis)

Pela nova LDB e o PCNEM (Plano curricular Nacional do Ensino Médio)

a proposta apresentada para o ensino de Química se contrapõe à velha ênfase

na memorização de informações, nomes, fórmulas e conhecimentos como

fragmentos desligados da realidade dos alunos. Ao contrario disso, pretende

que o aluno reconheça e compreenda, de forma integrada e significativa, as

transformações encontradas na atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera, e

suas relações com os sistemas produtivos, industriais e agrícolas.

O aprendizado de Química no ensino médio “[...] deve possibilitar ao

aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si. Quanto da

construção de um conhecimento científico em estreita relação com as

aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e

econômicas”.

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Desta forma, os estudantes podem ”[...] julgar com fundamentos as

informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar

decisões automamente, enquanto indivíduos e cidadãos” (PCNEN, 1999).

As competências gerais a serem desenvolvidas na área de Ciências da

Natureza, Matemática e suas Tecnologias dizem respeito aos domínios da

representação e comunicação, envolvendo a leitura e interpretação de códigos,

nomenclaturas e textos próprios da Química e da Ciência, a transposição entre

diferentes formas de representação, a busca de informações, a produção e

análise crítica de diferentes de textos; da investigação e compreensão, uso de

idéias, conceitos, leis, modelos e procedimentos científicos associados a essa

disciplina; e da contextualização sócio-cultural, ou seja, a inserção do

conhecimento disciplinar nos diferentes setores com a tecnologia e cultura

contemporâneas. (PCNEN, 1999).

Dos autores mais estudados por professores do ensino médio é o

Antônio Sardela que é um autor muito didático e atualizado. A forma mais

didática, porém menos ligada a realidade do educando e aprendiz.

Suas tabelas já não possuem mais a designação de semimetais, pois

esta já foi eliminada desde 1995. Embora em seu livro não faça menção a

modificação de 1995 o autor apresenta uma tabela periódica atualizadíssima. O

único problema é a extensão e a pouca ligação com a realidade do estudante.

Observe, na tabela 3 do autor Antônio Sardela, nem todos os autores

vão concordar com as cores das propriedades dos elementos, sendo que na

tabela área verde corresponde aos metais, amarelo ametais e azul os gases

nobres:

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Tabela 3

De fato Antônio Sardela é um bom autor e preocupado com o

conhecimento da química, mas em nenhuma parte do estudo da tabela sequer

tem uma figura ou aplicação prática de algum elemento. (Antônio Sardela).

Um outro autor de livros de química e muito utilizados pelos estudantes

é o Tito e Canto, Química Na abordagem do Cotidiano, que de modo notável

explica a tabela para um publico que deseja aprender um pouco de química,

mas sem ficar traumatizado com cálculos mirabolantes e textos fora de sua

realidade.

Em anexo 1 é descrita uma tabela que realmente fornece ao estudante

mais compreensão do que esta estudando. (Tito e Canto).

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O livro de química da autora Vera Novais também é interessante, mas

repete o mesmo descuido igual a dos outros autores, não procura ligar a

química com a realidade vivida pelo estudante e repete o mesmo tipo de tabela

que já vimos acima. No entanto procura fazer com seus textos o estudante

pensar ao invés de apenas dar respostas. Em destaque cito:

“Que papel tem a Química?”. “Produto isento de substâncias

químicas”. “cuidado! Não coma isto porque tem química!”. “Eu só como

produtos naturais porque eles fazem bem à saúde. Não como nada

com química.” (Vera Novais).

Este emprego popular da palavra química, que certamente você

conhece, denota que a associação que se faz à Química é, em geral, bastante

negativa.

De qualquer forma, ao empregarem o termo química em situações do

tipo das propostas inicialmente, as pessoas estão confundindo o seu

significado com o de substância artificial, com a conotação de prejudicial a

saúde.

Quer dizer que a química é uma ciência que se ocupa basicamente do

estudo de aquilo que é artificial e nocivo à nossa saúde?

Os tecidos, o náilon, plásticos, cobertores defensivos, medicamentos,

ligas, substituição de partes do corpo humano, computadores, estrutura de

foguetes e etc. (Vera Novais).

É claro que trecho de um texto do livro não é tudo, mas o livro contém

muitas informações e conhecimentos elucidativos que tornam os alunos mais

competentes e mais aptos para o trabalho. (Vera Novais).

O livro dos autores Usberco e Salvador são como Tito e Canto, pois

utilizam textos simples e a tabela periódica é descrita levando em conta o que

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os estudantes conhecem. Figuras sempre explicando a origem e a forma do

elemento químico.

O único problema é a presença de grande quantidade de conteúdo,

muito conteudista, mas para turmas com maior horário para estudar química

vai conseguir aprender mais. O autor não se limita apenas em descrever

número atômico, massa atômica, períodos, famílias ou grupos, propriedades

periódicas e aperiódicas, mas aprofunda em termos de orbitais, estabilidade

dos elementos, exceções eletrônicas de alguns elementos, ou seja, do

esperado ao comprovado.

A tabela desses autores não esta atualizada e deve ser observado pelo

professor até na biblioteca do colégio (Usberco e Salvador).

O autor do livro Química: Teoria à Realidade, de Carmo Gallo Netto é

entre os livros de química de grande importância, pois a maioria dos elementos

químicos tem sua reconhecida aplicação, mas sempre feita no decorrer dos

capítulos, a tabela esta presente em todo volume. (Carmo Gallo Netto).

Um conjunto de três autores: Hartwig, Souza e Mota. A análise de um

livro de química geral e inorgânica que aborda a química de forma fácil e

crítica. A tabela periódica é descrita de forma didática e lembra o livro do

Sardela, mas é conteudista demais. O que salva é os autores colocarem

figuras elucidando a utilização dos elementos na vida cotidiana, mas sempre

pecando pela quantidade de explicações.

A tabela esta atualizada até 1994, pois ainda aparecem os semimetais.

A organização das cores e a clareza para consultar tornam o livro muito bom

para estudo. (Hartwig, Souza e Mota).

Lançado recentemente, o livro química volume único de Ramanoski e

Joseph não fica atrás dos outros conteudistas, mas é um dos livros com preços

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menores do mercado. A tabela periódica dele é a mesma da maioria dos livros

e também não esta atualizada. O conteúdo relativo à ligação dos elementos

com a realidade do estudante é fraca e poucas vezes é visto no livro

experiências relativas aos elementos da tabela. Massa atômica, número

atômico, períodos, grupos, propriedades periódicas e aperiódicas são apenas

exemplificados.

Não leva o estudante a querer saber mais, pelo contrário, faz o

estudante desistir por achar complicado. (Ramanoski e Joseph).

Outro autor é o Victor Nehmi, com seus livros bem didáticos e

semelhantes ao do Antônio Sardela já foi muito usado por alunos do ensino

médio, suas tabelas periódicas são no estilo acadêmico, ou seja, cheio de

minúcias, que para o estudante é muito complicado.

A ligação com a realidade do estudante é de fraca a muito fraca, pois

quem estudou neste livro jamais viu ou conheceu uma aplicação daqueles

elementos da tabela.

Embora seja grande em conteúdo e com muitas informações, o livro de

Victor Nehmi é prático para o professor que reduz muito escrever no quadro-

de-giz, mas aumenta consideravelmente a dificuldade do estudante em

entender a organização periódica.

A tabela periódica não possui atualização de acordo com a resolução de

1995, que acabou com o termo semimetais. Victor Nehmi teve seu livro muito

aplicado em colégios particulares por volta de 1980. (Victor Nehmi).

Analisando a tabela periódica no livro dos autores Teruko Y. Utimura e

Maria Linguanoto, volume único, foi observado que a tabela periódica não

possui atualização, ligação com a realidade do estudante e apenas conteúdo.

Pelo fato de ser um volume único o assunto tabela periódica é “pincelado”, só

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fornecendo o conteúdo básico para o estudo de ligações químicas. O conteúdo

básico quase sempre o mesmo em cada livro fica limitado ao número atômico,

número de massa, distribuição eletrônica e propriedades periódicas e

aperiódicas.

Para um livro de química de curso noturno o conteúdo de tabela

periódica esta de bom tamanho. É necessário o professor complementar com

outra mídia para informar as características físicas e químicas do elemento

através de figuras ou mesmo com trabalho experimental. (Teruko e

Linguanoto).

Continuando a análise de tabelas em livros podemos observar ao

consultar a tabela periódica do livro Juan Ferré que não trás novidades, pois

além de ser um livro volume único perde logo em conteúdo em relação aos

outros, mesmo só abordando os conhecimentos de massa atômica, isotopia,

número atômico, propriedades periódicas e aperiódicas. O assunto tabela

periódica é muito curto e sem atualização, mas seria bem usado em cursos

noturnos de base.

A tabela só apresenta os elementos sem mostrar nenhuma ligação com

a realidade do estudante e assim não conduz ao interesse pelo assunto. A

tabela é apresentada igualmente como a maioria dos livros aqui analisados.

(Juan Ferré).

O livro: Química completa para o vestibular é um volume único e o autor

Marcos Araújo apresenta a tabela periódica de forma igual à quase todos

autores, ou seja, apenas se delimitando as famílias, grupos, número atômico,

número de massa e propriedades periódicas e aperiódicas. Em um capítulo

descreve a tabela periódica e apresenta suas propriedades apenas para ajudar

no conteúdo seguinte que é a ligação química.

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A tabela 4 é a forma mais comum encontrada em capas e conteúdos de

química do ensino médio. Mesmo não atualizada ela é editada anualmente em

quase todos os livros de química e ciências, e isto torna difícil para o aluno que

estuda sozinho ou que faz pesquisa, acaba por tomar como verdade algo que

nem esta atualizado.

As análises das tabelas mostram que entre os autores e também Marcos

Araújo há predominância só de simbologia e muito pouco e explicação em que

é usado tal elemento. (Marcos Araújo)

Um livro interessante que todo professor e estudante de química

deveriam ler é chamado de Química e Sociedade e seus autores são de um

projeto conhecido como: Projeto de Ensino de Química e Sociedade. O livro

baseado na idéias de Paulo Freire, trás não só conhecimentos práticos da

química no cotidiano do estudante, mas sua ligação na sociedade.

A tabela periódica é a mesma que em outros livros, contudo a forma de

apresentar é inédita em que o estudante visualiza os elementos em situações

como aparecem em jornais, revistas, propagandas, medicamentos e etc.

(Projeto de Ensino de Química e Sociedade).

Tabelas periódicas como a apresentada na tabela 4 é de grande

utilização até em vestibulares, mas pouco informa ao estudante que a consulta

sobre sua grande aplicação no cotidiano, É uma tabela quase numérica que

dever ser modificada para ganhar mais interesse de quem estuda e trabalha

com ela.

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Tabela 4

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CAPÍTULO III

A função da Experimentação com Tabelas

“É próprio de pensar certa a disponibilidade ao

risco, a aceitação do novo não pode ser

negado ou acolhido só porque é novo, assim

como o critério de recusa ao velho não é

apenas o cronológico”. Paulo Freire

Ciente das dificuldades da maioria das escolas de ensino médio e

sabemos que poucas delas mantêm espaços reservados para laboratórios de

ciências. A melhoria desse quadro, pois seria conformismo partir do

pressuposto de que esta é a única situação possível e de que os educadores

nada têm a fazer senão cruzar os braços e nos entregar a um ensino livresco,

desprovido de qualquer apreensão da natureza pratica da ciência. A situação

não deve ser encarada assim, com tamanha passividade.

Propor diversos experimentos que podem ser selecionados conforme a

realidade da escola, pois muitos deles são conduzidos de maneira

demonstrativa enquanto outros são apenas discutidos. É muito importante que

as escolas disponham de laboratórios, até que para os alunos entendam que

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fazer ciência exige investimento e uso de material especializado. Mas não é só

isso que conta.

Em química a teoria deve estar associada à prática. Assim, não é

suficiente não é suficiente uma escola contar com uma excelente instalação

para experimentos, e até mesmo destacar um professor específico são para

aulas de laboratório, se o trabalho prático se mantiver dissociado da

abordagem teórica. É considerado que muitas vezes se torna mais adequado o

desenvolvimento de muitas dessas atividades práticas na própria sala de aula.

(Mol, G. de S.; Santos, W. L.)

A tabela periódica pode ser usada constantemente em todas as aulas,

sempre sendo lembrado suas propriedades e aplicações práticas como

relatado no livro de Martha Reis. (Martha Reis).

Ensinar a química envolvida na tabela periódica significa ensinar um

modo de pensar e dominar a linguagem e os métodos de obtenção desse

conhecimento. E, para isso, precisamos ensinar os alunos a observar,

interpretar, ler tabelas, analisar dados e controlar variáveis. Não se espera

formar cientistas, mas levar os alunos, na qualidade de cidadãos, a entender

como os cientistas trabalham e compreender as potencialidades e limitações

da química. (Chrispino)

Os experimentos com elementos da tabela periódica trazem as

orientações básicas sobre sua aplicação diária nos diversos tipos de trabalho,

desde a metalurgia até a medicina.

Há um consenso na comunidade dos pesquisadores de Química de que

o principal objetivo do ensino de Química de que o principal objetivo do ensino

médio, etapa final da educação básica, é fornecer conhecimentos relevantes

que possam servir de ferramenta cultural para o jovem particular ativamente da

sociedade moderna, caracterizada, sobretudo pela presença da ciência e da

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tecnologia. É nesse sentido que se tem recomendado que os currículos

incorporem aspectos sociocientíficos, tais como questões ambientais, políticas,

econômicas, éticas, sociais e culturais relativas à tecnologia. A abordagem

desses temas tem os seguintes objetivos:

1. desenvolver atitudes e valores em uma perspectiva humanística

diante das questões sociais relativas à ciência e à tecnologia;

2. auxiliar na aprendizagem de conceitos científicos e de aspectos

relativos à natureza da ciência;

3. encorajar os alunos a relacionar suas experiências escolares

reais;

4. ajudar os alunos a verbalizar, ouvir e argumentar;

5. desenvolver habilidades de raciocínio lógico.

O intuito da proposta da monografia é levar o estudante de graduação

em licenciatura de química a entender as implicações sociais da Química e das

tecnologias em sua vida e desenvolver valores e atitudes para uma ação social

mais responsável. Portanto, a tabela periódica, passa de apenas um conjunto

de símbolos e números, mas um montante de elementos que influenciam a

vida de todos os homens no planeta.

É importante que seja feito uma alternância cuidadosa de diferentes

estratégias de ensino e de recursos didáticos nas aulas de tabela periódica,

mais cuidada para não contribuir para que as aulas sejam desligadas das

abordagens temáticas (como lixo, poluição, medicamentos, nutrientes e etc),

em que os alunos representam papéis de diferentes personagens, como de

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prefeito, líderes comunitários, industriais, comerciantes e etc., tendo de

questionar, opinar e agir como tais pessoas em situações-problema simuladas.

Ainda nessa perspectiva podem-se promover debates em que dois blocos

diferentes defendem idéias opostas sobre o encaminhamento de possíveis

soluções para questões polêmicas. Ressaltando sempre a importância dos

elementos químicos e a organização na tabela periódica.

Outra interessante forma de aprender muito sobre a tabela periódica é

convidar especialistas para ministrar palestras na escola sobre temas atuais e

constituir uma excelente oportunidade para que os alunos se enriqueçam de

informações.

Há ainda a possibilidade de visitas a indústrias, laboratórios,

universidades, museus, centro de ciência e locais da comunidade em que haja

problemas ou projetos ambientais, como rios, áreas rurais desmatadas, centros

de reciclagem, reservas florestais etc. Tudo isso contribui para a formação de

cidadãos comprometidos com a sua comunidade. (Santos,W.L.P. dos;

Schnetzler, R. P.).

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CONCLUSÃO

“Se nada ficar destas páginas, algo, pelo menos,

esperamos que permaneça: nossa confiança no povo. Nossa fé

nos homens e na criação de um mundo em que seja menos

difícil amar”. Paulo Freire

Depois de analisar vários livros e suas tabelas periódicas, parece-me

que todos autores fazem o mesmo, entretanto o conteúdo corretíssimo não

justifica a quantidade de alunos que odeiam esta disciplina pelo fato de não

entenderem nada.

Não resolve mudar de livro, de professor, tentar criar métodos mágicos

ou musiquetas sem fundamento, pois lembram da música e esquecem para

que serve tudo aquilo que estudou.

Todos autores se preocupam com a estrutura da tabela e deixam de

lado o que realmente motivou Mendeleev para construir a primeira tabela de

elementos químicos. É resgatando esta motivação que é possível tornar

interessante e prazeroso estudar ou ensinar química.

Pesquisas em ensino de química demonstraram a ineficácia dos

programas e suas metodologias, muitas das quais ainda continuam ser

editadas em muito dos autores citados. Uma reforma educacional vem aos

poucos se impondo e diversos projetos de ensino já foram propostos. Muitos,

por não seguir a padronização de conteúdo e a metodologia a que professores

já estavam acostumados, não conquistarão seu espaço e acabarão

desconhecidos. Novas propostas estão florescendo no meio educacional,

auxiliando o processo de mudança.

A função da escola não se limita a preparar o aluno para concorrer em

exames: tal preparação na verdade de ser somente decorrência da formação

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que a escola vai lhe propiciar. Além disso, a sociedade requer muitos outros

conhecimentos e habilidades dos nossos alunos - que não serão eternos

candidatos a exames, mas, principalmente, cidadãos. E é nessa hora que o

conhecimento de Química revela sua grande importância no preparo para o

exercício consciente da cidadania, pois vivemos em uma sociedade tecnológica

que exige de seus cidadãos atitudes para um modelo de desenvolvimento

viável, garantindo assim a existência das gerações futuras. E isso implica a

compreensão de um mínimo necessário do conhecimento científico e

tecnológico, que vai além do domínio estrito dos conceitos de Química: envolve

entendimento de suas atitudes e valores. Não menosprezando o que existe de

trabalho pedagógico, mas é aperfeiçoando continuadamente.

A tabela periódica que foi analisada nesta monografia ainda esta muito

longe de atingir a plenitude do aprendizado do que se dispõe, mas

paulatinamente professores e autores vão conseguir.

Com respeito a tantos problemas no aprendizado da tabela periódica,

venho apresentar uma idéia para que as editoras, instituições de ensino em

todos os níveis, autores e professores observem que uma nova disciplina

chamada de Estudo da Tabela Periódica dos Elementos Químicos que seria

ministrada por um professor de química, paralelo as aulas de química regular.

O propósito desta disciplina é tornar o estudo da tabela periódica aprazível e

constantemente lembrada na vida estudantil do aluno aprendiz. A nova

disciplina teria seus materiais práticos e não práticos, como uma tabela

construída a partir de materiais caseiros e industriais, também buscar os

diversos empregos dos elementos químicos. Enfim, o estudante será o agente

ativo nesta disciplina e dará tanto de si que ao finalizar o curso nunca mais

esquecerá e que aprendeu. Isto o tornará apto para qualquer necessidade,

dentro do que estudou.

Outra sugestão é o uso da tabela periódica constantemente, como fosse

uma régua de cálculo ou calculadora, sendo capaz de fazer pequenas análises

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e procurar respostas para suas perguntas. A tabela periódica não é um

material para decorar, mas é para aprender a usar como consulta, pois é um

engano julgar que o aluno só terá chances no vestibular se o professor treina-

lo, entre outras matérias, a tabela periódica. Pelo contrário: ao propiciarmos

uma formação mais ampla ao aluno, estamos ajudando-o a consolidar

conceitos e a desenvolver o raciocínio lógico requerido pelos exames

vestibulares.

A tabela periódica não é um amontoado de símbolos e nomes, mas é o

conjunto de anos de trabalho de cientistas e colaboradores que levou séculos

para chegar a ter essa forma mostrada no capítulo II.

Todos os livros didáticos de Química para o ensino médio incorporam

fotos, ilustrações e textos explicativos sobre as aplicações tecnológicas

relacionadas à Química. Essa formatação, porém, muitas vezes é aplicada

apenas com a função de motivação ou de informação, pois para estudar

ligação química é necessário conhecer o átomo e suas propriedades tabeladas,

para que o aluno compreenda melhor o mundo que op rodeia. Isso sem dúvida

é fundamental para a formação do estudante; contudo não dever ser apenas

essa expectativa quando se adota a abordagem de aspectos sociocientíficos.

Restringir a abordagem a esse mínimo é reduzir o seu potencial educativo de

desenvolver atitudes compromissadas com o ambiente e a sociedade.

O enfoque da abordagem da tabela periódica nos livros de ensino médio

está em explorar os aspectos da vivência do aluno, motivando a reflexão e

adoção de uma postura necessária para a transformação da sociedade

tecnológica em uma sociedade mais justa na qual se busque assegurar a

preservação do ambiente em escala até mundial.

Nem todos os autores concordam com respeito às figuras e práticas

envolvendo os elementos químicos, os mais próximos foram: Ant6onio Sardela

e Martha Reis.

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Todos os autores procuram colocar muita distribuição eletrônica para

depois compreenderem as propriedades periódicas e aperiódicas. Esta

preocupação é a maior causadora de transtornos para os alunos e

desapontamento para muitos professores. A tabela periódica é uma fonte de

informações que deve ser consultada várias vezes durante o curso de química,

procurando sempre livros que tenha figuras e experimentos práticos com os

elementos.

Utilizando os conhecimentos prévios de algo semelhante conhecido ou

familiar com a tabela periódica o estudante faz analogias e fixa melhor, daí a

responsabilidade com o ensino da tabela periódica analisado para alguns

autores como: Martha Reis, Antônio Sardela e (Tito e Canto).

Entretanto, como os conceitos envolvidos nas tabelas periódicas que se

pretende ensinar não é exatamente igual ao que se utiliza como referência, é

comum que os estudantes estabeleçam certa confusão nesse processo, às

vezes misturando as duas coisas. Nota-se ao analisar as tabelas em livros de

química que é muito fácil desistir de estudar química nesse ponto, logo é a hora

de fomentar ou estimular com experimentos e trabalhos que leve aos

estudantes ver e manipular os elementos.

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ANEXO 1

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

HISTÓRIA DO ÁTOMO E DA TABELA PERIÓDICA 10

CAPÍTULO II

ANALISANDO A TABELA NOS LIVROS 20

CAPÍTULO III

A FUNÇÃO DA EXPERIMENTAÇÃO COM TABELAS 33

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

BIBLIOGRAFIA CITADA 47

ÍNDICE 49

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: