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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE JOAQUIM VENÂNCIO: HISTÓRIA DE UMA ESCOLA DE SAÚDE E SUA GESTÃO NO CONTEXTO SÓCIO-POLÍTICO PÓS-DITADURA POR: BÁRBARA ALESSANDRA RIBEIRO DE MIRANDA LIMA Orientadora Profª Drª Maria Claudia Dutra Lopes Barbosa RIO DE JANEIRO 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

JOAQUIM VENÂNCIO: HISTÓRIA DE UMA ESCOLA DE SAÚDE E SUA GESTÃO NO CONTEXTO

SÓCIO-POLÍTICO PÓS-DITADURA

POR: BÁRBARA ALESSANDRA RIBEIRO DE MIRANDA LIMA

Orientadora Profª Drª Maria Claudia Dutra Lopes Barbosa

RIO DE JANEIRO 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

JOAQUIM VENÂNCIO: HISTÓRIA DE UMA ESCOLA DE SAÚDE E SUA GESTÃO NO CONTEXTO

SÓCIO-POLÍTICO PÓS-DITADURA

Apresentação de monografia ao Instituto A

Vez do Mestre – Universidade Candido

Mendes, como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em

Administração e Supervisão Escolar

Por: Bárbara Alessandra Ribeiro de

Miranda Lima

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AGRADECIMENTOS

À minha mãe Sonia Miranda e aos meus irmãos Bernard Miranda e

Bruno Miranda, pela confiança e admiração depositada.

À minha enorme e barulhenta família, formada por mulheres guerreiras e

encantadoras. Que me deram base para ser quem eu sou e acreditar que

posso chegar onde estou e além.

A amiga que ouviu diversas vezes o tema sem reclamar auxiliando na

referencia e nos sorrisos Marluce Antelo.

Às minhas amigas de Colégio, que fazem parte de toda essa história

Anna Eliza e Thatiana Martins.

Aos amigos que fiz no mundo acadêmico e que vou levar para sempre:

Alex Martins, Carlos Eduardo, Cátia Pereira, José Carlos, Jana Branco,

Sebastião, Leonardo dos Santos.

A FIOCRUZ, por proporcionar o aprendizado pratico da profissão com o

suporte, necessário.

À Santa Bárbara, que me guia e protege.

E, em especial, à minha avó Romelia, que com certeza aonde quer que

esteja, está de pé batendo palmas para mim, do jeito que só ela sabia fazer.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho à minha mãe que acreditou em mim,

mesmo quando eu era só uma idéia.

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RESUMO

O final dos anos 80 e o inicio dos 90 foram marcados pela reformulação

da organização e gestão educacional no Brasil. As reformas privilegiaram a

descentralização, a autonomia e a democratização dos processos

administrativos. A democratização no âmbito administrativo escolar é

associada à maior participação popular. Nesse novo cenário, especialmente

quando se trata de gestão de escolas publicas, é inegável a importância da

gestão democrática para garantir a efetivação das conquistas legais e

democratização nas relações de ensino. Compreender por que isso ocorre

implica investigar a origem histórica da Instituição de ensino, entender as

especificidades administrativas, analisas suas principais formas de provimento

e suas principais atribuições.

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METODOLOGIA

É imprescindível, portanto, antes de todo e qualquer trabalho científico

fazer uma pesquisa bibliográfica exaustiva sobre o tema em questão, e não

começar a coleta de dados e depois fazer a revisão de literatura, como

algumas vezes se observa em alguns profissionais de saúde e acadêmicos no

início de formação científica. (AMARAL, 2007).

A metodologia empregada no presente estudo foi fundamentada na

pesquisa bibliográfica, tendo como base de autores da área educacional, bem

como material educacional adquirido no curso de Pós-Graduação em

Administração e Supervisão Escolar da Universidade Candido Mendes.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO 11 CAPÍTULO II - PROJETO POLÍTICO PEDAGOGICO 14 CAPÍTULO III – A TEORIA ADMINISTRATIVA NO BRASIL 15 CAPÍTULO IV-A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA DEMOCRATICA 18 CAPITULO V-O CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E SEUS PARADIGMAS 20 CAPÍTULO VI-O GESTOR E A GESTÃO DEMOCRATICA 23 CAPÍTULO VII- POLITECNICO DA SAUDE: UMA CONQUISTA DA DEMOCRACIA 27 CONCLUSÃO 31 BIBLIOGRAFIA ÍNDICE 59 FOLHA DE AVALIAÇÃO 37

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Introdução

Os estudos de instituições escolares representam um tema de pesquisa

significativo entre os educadores, particularmente no âmbito da historia da

educação. Tais estudos, realizados quase sempre nos programas de pós-

graduação em educação, privilegiam a instituição escolar considerada na sua

materialidade e nos seus vários aspectos: o contexto histórico e as

circunstâncias específicas da criação e da instalação da escola; seu processo

evolutivo; origens; apogeu social; a vida da escola; o edifício escolar:

organização do espaço, estilo, acabamento, implantação, reformas e eventuais

descaracterizações; os alunos: a origem social, destino profissional e suas

organizações. Além do tipo de escola estudada, há outros aspectos

importantes a considerar: a motivação dos autores, a distribuição geográfica

das instituições pesquisadas, o foco e as fontes da pesquisa (BUFFA, 2005).

No Brasil, a administração da educação não se desvincula dos princípios

administrativos empresariais, dada a sua característica de sociedade

capitalista, em que os interesses do capital estão sempre presentes nas metas

e nos objetivos das organizações que devem se adaptar ao modelo que lhe

impõe esse tipo de sociedade. Atribui-se a todo e qualquer problema uma

dimensão administrativa, isolando-o de todo social que é de onde provêm as

suas causas, vendo-o apenas como produto de fatores tais como:

incompetência de pessoa e grupos envolvidos, decisões incompatíveis com a

solução, entre outros (HORA, 1994).

O gestor de uma escola, antes de ser um educador comprometido com a

formação do educando, se depara com situações nas quais se reduz a mero

repassador de ordens, burocrata atado atrás das mesas, assinando papeis de

pouco significado para a educação. Buscando se manter no cargo, mergulha

na ação centralizadora e autoritária que lhe permite o controle e a fiscalização

das atividades, desenvolvendo um modelo de organização que acaba por

separar a concepção da execução, fazendo com que o professor tenha sua

ação fragmentada, obrigando-o a realizar uma atividade pedagógica planejada

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9por técnicos ou especialistas em educação que são responsáveis também pelo

seu controle (BUFFA, 2005).

Procurando compreender as questões acima relatadas, este é um

estudo que tem como foco o processo de democratização das relações

administrativas no interior da escola e sua articulação com a comunidade, da

forma como é desenvolvida em uma unidade escolar Publica e Federal de

Educação Politécnica, no subúrbio do Rio de Janeiro.

A percepção dos princípios democráticos na gestão educacional chegou,

por meio da permanente busca da construção coletiva do processo educacional

em toda a sua amplitude. Percebendo a construção coletiva da democracia,

que vem se desenvolvendo na escola estudada, desenvolve-se, mediante os

avanços e retrocessos próprios de um processo que está presente nas ações e

reflexões cotidianas dos sujeitos envolvidos, ficando claro, em cada um deles,

o fundamento da pesquisa (HORA, 1994).

Assim, este trabalho de conclusão de curso permite compreender o

significado da participação da comunidade na gestão escolar, para se atingir a

autonomia nas decisões e no uso dos recursos disponíveis para serem

aplicados nesta escola. E, por fim, foi possível identificar, claramente, como um

trabalho de análise de um microcosmo pode contribuir para o macrocosmo dos

estudos da administração escolar.

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CAPÍTULO 1

ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM

VENÂNCIO

A escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) foi criada em

agosto de 1985, como órgão da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)

responsável pela formação de profissionais de nível médio e elementar na área

de saúde. Hoje em dia a escola já não oferece os cursos de supletivos de

ensino elementar, como no seu inicio, mas mantém os cursos de nível médio

de curta duração, totalizando vinte e duas modalidades na área de saúde, um

programa de iniciação cientifica no segundo grau e o curso de habilitação

técnica de segundo grau, de longa duração (MALHÃO, 1987).

Em março de 1988 começa a funcionar o Curso Técnico de Segundo

Grau. Em 1993 o curso passou a contar com quatro anos letivos; em junho de

1994 inicia-se um projeto de capacitação dos docentes da Escola, incentivando

projetos de pesquisa particularmente em relação ao ensino. O objetivo do

Curso Técnico é o de formar profissionais em nível de segundo grau, nas

habilitações de Administração Hospitalar, Patologia Clinica e Histologia. O

curso realiza-se em regime de tempo integral (das 8h às 17h). Compreende

disciplinas de formação geral, formação específica (conforme opção

profissional do aluno) e destina uma ampliada carga horária aos estágios

práticos nas unidades de Assistência, Pesquisa e Produção da Fiocruz. O

curso funciona de março a dezembro, totalizando 5.520 horas de carga horária,

incluindo estágios (Idem.; 1987).

Todos os alunos recebem transporte e alimentação gratuitos. A escola

conta cm a biblioteca própria, mas os alunos podem freqüentar quaisquer das

outras bibliotecas da Fiocruz. A grade curricular procura equilibrar as

necessidades de sólida formação técnica sem depreciar os conteúdos de

formação geral. Nas três séries iniciais, a parte da manhã é dedicada à

formação geral e a parte da tarde à formação técnica. São quatro tempos de

aula (45 min cada) semanais de Matemática, três de Historia e dois das demais

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11disciplinas: Língua Portuguesa, Literatura Brasileira, Inglês, Física, Química,

Biologia, Filosofia, Geografia, Artes (optativo entre Artes Plásticas, Musica e

Teatro) e Educação Física (optativo entre Desporto e Expressão Corporal).

Na primeira série, a formação técnica na parte da tarde é comum para

todos, com aulas de programa de Saúde e Processo de Trabalho em Saúde. A

partir da segunda serie os alunos passam a ter aulas especificas de acordo

com cada habilitação. As disciplinas para a opção de Técnico em

Administração Hospitalar são Fundamentos de Administração da Saúde,

Administração Hospitalar, Legislação Hospitalar da Previdência, Documentação

Médica, Psicologia, Ética Médica Hospitalar e Estatística. Para a opção de

Técnico em Histologia as disciplinas são Fundamentos, Biologia Celular,

Anatomia Macroscópica e Microscópica e Técnicas Histológicas. Finalmente

para a opção de Técnico em Patologia Clinica as disciplinas são Fundamentos,

Biologia, Celular, Microbiologia, Parasitologia, Imunologia, Hematologia e

Bioquímica. Na quarta série, eliminam-se as aulas propriamente ditas e os

alunos dividem-se entre o estagio no local de trabalho, na parte da manhã, e a

elaboração de uma monografia, para a qual recebem orientação dos

professores, majoritariamente da formação geral, na parte da tarde (MALHÃO,

1987).

A localização mesma da Escola, nas dependências da Fiocruz, guarda

elementos do novo e do velho, da miséria e da abundância. O campus da

histórica instituição, com o belíssimo castelo que abriga a sua sede, em meio a

vasta área verde, parece magicamente isolado, ilhado da dura realidade que o

cerca. Como principal via de acesso, destaca-se a tumultuada e árida Avenida

Brasil, uma das principais artérias viárias da cidade, ladeada por suas muitas

favelas e manguezais, que batizam geograficamente o bairro em que se

inscreve: Manguinhos (Idem, 1987).

Nos seus primórdios, a Escola se consubstanciou num contexto singular.

Terminado o longo período de ditadura-militar (1964-1982), iniciou-se o

processo da abertura democrática. Reconstruía-se uma nação. À época, a

Fiocruz contava, na sua direção, com quadros especializados, igualmente, na

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12área da saúde e na militância política de esquerda, destacando-se a figura de

Sérgio Arouca. A Escola foi gerada em lutas, sonhos, frustrações e

esperanças. Acumulava uma formidável energia, empregada no passado

tantas vezes de forma subterrânea, e eu naquele momento via-se em

condições de canalização objetiva numa atividade propositiva: a educação

(opus. cit., 1987).

O modelo para esta escola de caráter transformador foi buscado na

própria instituição. A Fundação Oswaldo Cruz que, historicamente, abraçou a

vocação para a pesquisa, o ensino, a prestação de serviços e a produção. No

entanto, na sua trajetória destacou-se pela transmissão de conhecimentos

científicos, por meio da relação mestre-aprendiz realizada no próprio ambiente

de trabalho, contornando a escolarização tradicional. Esta é a relação

privilegiada, consolidada na escolha de Joaquim Venâncio para patrono da

Escola. Negro e semi-analfabeto, iniciando a vida de trabalho nas tarefas mais

humildes, acabou por se tornar colaborador inseparável do grande Dr. Adolfo

Lutz, no inicio do século, adquirindo invejável conhecimento e competência

técnica especializada a partir do convívio cotidiano com os procedimentos

científicos nos laboratórios da instituição. Assim sendo,

“Joaquim Venâncio conseguiu durante cerca de 35 anos em que trabalhou ativamente aprender zoologia, que conhecia de modo invejável. Como decorrência das contingências da vida, não teve oportunidade de instruir-se, as sua mentalidade era de homem culto. Pela convivência com o doutor Lutz e com outros zoólogos, pela observação direta do que via nas excursões, no laboratório, adquiriu conhecimento detalhado de vários grupos zoológicos, principalmente anfíbios, moluscos fluviais e trematódeos. Chegou a conhecer muito bem os anfíbios, e com grande facilidade se distinguia, nas excursões, pela voz... Entrou no laboratório como servente, para limpar o chão. Um dia, o doutor Lutz chamou Bertha e disse: -Precisamente, você deve ensinar algumas técnicas a esse jovem. Ele é inteligente. Vai longe... Joaquim Venâncio era, sem duvida, um naturalista. Era competente- tinha o domínio do oficio, da maestria da arte.” (FERREIRA,1988, p.29 apud NUNES , 1996)

Os anos de 1993/1994, por sua vez, marcam um novo fôlego na

orientação do Curso Técnico e no sentido de consolidação da própria Escola

como um todo. É realizada ampla reforma administrativa (no âmbito da Escola);

inicia-se o Projeto 4ª. Série (em termos de Curso Técnico), recebido como

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13proposta ousada e inovadora, assim como o Programa de Aperfeiçoamento do

Ensino Técnico (PAETECE: Programa de aperfeiçoamento que atinge os

profissionais da EPSJV). Este último buscou garantir minimamente a

permanência dos professores na escola. Dado o caráter ainda experimental

que ela apresentava, além da própria impossibilidade de realização de

concursos públicos que preenchessem todas as vagas necessárias ao

andamento dos diferentes cursos e projetos desenvolvidos, concebia-se, desde

então o professor enquanto um pesquisador, daí desejar dar a este condições

materiais concretas, no que diz respeito à remuneração e carga horária

distribuída entre docência e pesquisa, para sua valorização e formação

continuada (MALHÃO,1987).

Pode-se afirmar que a EPSJV se insere numa longa trajetória de

propostas educacionais alternativas ou progressistas. Seus formuladores

basearam-se em diferentes fontes, mas pode-se destacar a iniciativa de dar

continuidade à tradição iniciada pela trilha da educação popular, da qual o

nome Paulo Freire é indissociável (Idem.; 1987).

Não se pode deixar de mencionar a peculiaridade da inserção desta

escola numa fundação ligada ao Ministério da Saúde. A história de sua origem

precisa, entretanto, ser entendida também pelo viés da produção de ciência e

tecnologia e da constituição do campo de saúde pública no Brasil, em especial

a partir do movimento de expansão do setor saúde iniciado nos anos setenta, e

do contexto de onde brotaram as políticas de saúde nos anos oitenta (NUNES

& TEIXEIRA,1996).

Essa escola resgata, assim, o trabalho “desalienado” encontrado nos

modos de produção pré-capitalistas, do qual Venâncio é figura paradigmática, a

fim de afirmar-se o trabalho da positividade que só vai se completar, por ser a

negação do passado e a ponte necessária e contraditória para o futuro

(MALHÃO, 1987).

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CAPÍTULO 2

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

O projeto pedagógico do Politécnico da Saúde passou por modificações

necessárias, na medida em que a proposta de criar os cursos de formação de

técnicos de nível médio em saúde não se restringia a adaptações curriculares,

muito menos acertos legais. O projeto possui um sentindo político no qual a

pratica não se faz administrativa, como uma atividade estanque (COSTA,

2006).

A adoção de uma metodologia própria foi a opção que se buscou para

superar a dualidade presente no sistema educacional brasileiro. Tal opção em

nada impediu a implantação do projeto político-pedagógico, ou mesmo

acarretou alguma confrontação legal. A base para a instituição desse projeto foi

à incorporação em sua proposta da noção de Politécnica, tendo como eixo

norteador o trabalho como principio educativo (Idem, 2006).

Esta noção propõe a ruptura com a antiga dualidade presente na rede

escolar que separa a formação profissional da educação geral. Pretende-se

combinar no mesmo processo educativo a formação tecnológica e os princípios

científicos presentes nas técnicas. A idéia de Politécnica visa a articular os

aspectos manuais e intelectuais do trabalho. O profissional formado segundo a

concepção politécnica teria o conhecimento do todo, sendo, pois, um sujeito

unilateral (opus cit.; 2006).

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CAPÍTULO 3

A TEORIA ADMINISTRATIVA EDUCACIONAL NO

BRASIL

A administração escolar como disciplina e prática administrativa, por não

ter ainda construído o seu corpo teórico próprio, demonstram em seu conteúdo

as características das diferentes escolas da administração de empresas.

Percebe-se, assim, à atividade especifica da educação, havendo, portanto,

uma relação estreita entre a administração escolar e administração de

empresas. Tanto este fato ocorre, que no Brasil, a tendência de se adotarem

pressupostos da administração de empresas para a educação fica clara,

quando Querino (1978), um dos primeiros teóricos da administração escolar

brasileira afirma que:

“A complexidade alcançada pela escola, exigindo-lhe cada vez mais unidade de objetivos e racionalização do seu funcionamento, levou-a a que ela se inspirasse nos estudos de Administração em que o Estado e as empresas privadas encontraram elementos para renovar suas dificuldades decorrentes do progresso social. Sendo evidente a semelhança de fatores que criam a necessidade de estudos de administração publica ou privada, a escola teve apenas de adaptá-las à sua realidade. Assim, a Administração Escolar encontra seu ultimo fundamento nos estudos gerais de Administração” (QUERINO, 1978, p.59).

Os pressupostos básicos que estão apoiando as posições assumidas

pelos teóricos de administração de empresas e escolas são dois. O primeiro

afirma que as organizações, mesmo com objetivos distintos, são semelhantes

e, portanto, suas estruturas são similares como tais, os princípios

administrativos podem ser os mesmo, desde que sejam feitas adaptações para

o alcance das suas metas. O segundo pressuposto afirma que a organização

escolar e o sistema escolar como um todo precisa adotar métodos e técnicas

de administração que garantam a sua eficiência e atendam os sés objetivos

estabelecidos pela sociedade (HORA, 1994).

Faz-se necessário, entretanto, esclarecer que a similaridade das

organizações é resultado da relação que há entre a estrutura econômica da

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16sociedade capitalista e a sua superestrutura jurídica, política e cultural.

Destaca-se o fato de que a generalidade das teorias da administração de

empresas não é o resultado do desenvolvimento dos seus estudos capaz de

determinar a elaboração de uma tória que englobe toda a realidade pratica

administrativa da organização, qualquer que seja a sua natureza, deste modo,

Felix (1986) afirma que:

“É a elaboração das teorias da Administração no bojo do capitalismo que determina a sua aplicação generalizada na maior parte das organizações, cujos padrões de eficiência, racionalização, produtividade são determinados, também, pelo próprio modo de produção capitalista. Nesse sentido o que se generaliza é o modo de organização na sociedade capitalista que é legitimado pelas teorias da administração que buscam comprovar ‘cientificamente’,que este é o modo mais correto e adequado de organizar e administrar” (FELIX,1986, p.76).

A concepção de administração escolar que predominou durante todo

este período apoiou-se no modelo clássico da administração empresarial.

Dizendo-se em outras palavras, a administração era concebida como um

processo técnico, cientificamente determinado e burocrático, cujo fim era obter

unidade, economia de tempo e de recursos e maior produtividade. Esse

processo envolvia normas rígidas, autoridade centralizada, hierarquia,

planejamento, organização detalhada e avaliação de resultado (BARROSO;

2001).

Nos anos 70 e inicio dos anos 80, as lutas pela democratização da

sociedade se fortaleceram, criando um contexto favorável à ampliação e à

reorganização dos movimentos sociais. Nos primeiros anos da década de 80,

presenciou-se uma ampla mobilização da sociedade em favor das eleições

diretas para os cargos executivos, sobretudo para a presidência da Republica,

como um aumento do controle publico sobre o Estado, ressaltando-se aqui a

gestão democrática da educação, tanto na definição da política educacional

quanto na gestão das unidades de ensino nos diversos níveis. A partir dos

anos 90, o termo administração foi substituído pelo termo gestão. Esta

substituição não significa uma mera mudança terminológica, mas uma

alteração conceitual ou mesmo paradigmática, que tem sido motivo de muitas

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17controvérsias. Para alguns, este processo se relaciona coma transposição do

conceito do campo empresarial para o campo educacional, a fim de submeter a

administração da educação à lógica de mercado. Para outros, o novo conceito

de gestão ultrapassa o de administração, uma vez que envolve a participação

da comunidade nas decisões que são tomadas na escola (LÜCK, 2000).

Outros, ainda, entendem que o conceito de administração é mais amplo, já que

é “... utilizado num sentido genérico e global que abrange a política educativa”,

ao passo que o termo “gestão escolar” refere-se a uma [...] “função executiva

destinada a pôr em prática as políticas previamente definidas” [...] (BARROSO,

2001, p.10).

A gestão passa a ser sinônimo de ambiente autônomo e

participativo, o que implica trabalho coletivo e compartilhado por varias pessoas

para atingir objetivos comuns. O diretor deixa de ser alguém que tem a função

de fiscalizador, que centraliza em si as decisões, para ser mais democrático.

Com essa nova concepção de gestão, se intensificaram os debates sobre a

necessidade de profissionalização das pessoas envolvidas com a

administração escolar, como condição para melhoria da qualidade da educação

básica. Estes debates resultaram em propostas de “capacitação de dirigentes”,

pautadas especialmente nas “competência gerencias” (LÜCK, 2000).

Apesar do amplo papel do gestor a LDB 9394/96, pouco se inovou em

relação ao cargo de diretor escolar, contemplando-se, apenas, a formação de

profissionais com curso de pedagogia, bem como a norma de escolha de

dirigentes. Em seu Art.67, a mencionada lei determinou a exclusividade de

ingresso em qualquer cargo público, por meio de concurso público de provas e

títulos (sem definir seus critérios), e o pré-requisito da experiência docente para

exercício do cargo (BRASIL, 1996).

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CAPÍTULO 4

A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA

DEMOCRÁTICA

A organização escolar estruturada pela sociedade capitalista procura,

em ultima instância, a manutenção das relações sociais de produção, refletindo

as divisões sociais existentes, com tendência a perpetuá-las e acentua-lãs ,

enfatizando, assim, a manutenção do poder da classe dominante. Estando sob

a influência da ideologia burguesa, a escola realiza escolhas, estabelece

critérios que desfavorecem aos já desfavorecidos, excluindo de seus limites a

bagagem de experiência da criança, especialmente a criança do povo,

utilizando-se do autoritarismo e das práticas centralizadoras, tanto que Snyders

(1977) afirma que

“A escola não é um feudo da classe dominante; ela é terreno de luta entre classes dominante e a classe explorada; ela é o terreno em que se defrontam as forças do progresso e as forças conservadoras. O que lá se passa reflete a exploração e a luta contra a exploração. A escola é simultaneamente reprodução das estruturas existentes [...] É esta dualidade, característica da luta de classes, que institui a possibilidade objetiva de luta” (SNYDERS, 1977, p.105).

Logo, a escola não é apenas a agência que reproduz as relações

sociais, mas um espaço em que a sociedade produz os elementos da sua

própria contradição. É o lócus em que as forças contraditórias, próprias do

capitalismo, se defrontam. Na medida em que a educação é dialética e assume

formas de regulação ou libertação, a escola é arena onde os grupos sociais

lutam por legitimidade e poder. A escola é um espaço livre de circulação de

ideologias na qual a classe dominante espalha suas concepções, ao mesmo

tempo em que permite a ação dos intelectuais orgânicos, rumo ao

desenvolvimento de práticas educacionais em busca da democratização. Na

condição de instituição, a escola deve procurar a socialização do saber; deve

estar comprometida, politicamente, e ser capaz de interpretar as carências

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19reveladas pela sociedade, direcionando essas necessidades em função de

princípios educativos capazes de responder às demandas sociais (HORA,

1994).

A questão da democratização da escola tem sido analisada sob três

aspectos, de acordo coma percepção dos órgãos oficiais ou na perspectiva dos

educadores, especialmente daqueles que fazem uma análise mais critica do

processo educacional: democratização como ampliação do acesso à instituição

educacional; democratização dos processos pedagógicos e democratização

dos processos administrativos. Os órgãos oficiais entendem a democratização

do ensino como a facilidade de acesso à escola pelas camadas mais pobres da

população. Para tal, desenvolvem programas de acesso mais rápido e fácil. Na

pratica, não atentam para as condições mínimas necessárias para a efetivação

desse processo “democrático”. Os educadores encaram a democratização

como o desenvolvimento de processos pedagógicos que permitam a

permanecia do educando nos sistema escolar, por meio da ampliação de

oportunidades educacionais. Compreender que o processo de democratização

da escola passa, necessariamente, pelo atendimento desses três aspectos é

fundamental (HORA, 1994).

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CAPITULO 5

O CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E SEUS

PARADIGMAS

A administração escolar tem seus fundamentos gerais na Teoria Geral

da Administração. Historicamente, a teoria administrativa do século XX

desenvolveu-se por meio de três escolas: a clássica, a psicossocial e a

contemporânea. A escola clássica, no bojo da consolidação da Revolução

Industrial no inicio deste século, foi representada por meio de três movimentos

a administração cientifica de Taylor, a administração geral de Fayol e

administração burocrática originada de uma disfunção da racionalidade de

Weber.(TAYLOR, 1978)

Taylor (1978), criador da administração cientifica, mostra claramente as

intenções do capital quando se preocupa com o controle e a racionalização do

trabalho. O mesmo estabelece o controle do trabalho como essencial para a

gerencia, produzindo uma nova forma de organização na qual havia a

necessidade de um trabalhador responsável pelo planejamento e controle das

atividades: o administrador, cuja ação passou a garantir ao capitalista um poder

maior sobre os trabalhadores. Fayol (1981) aponta como base para a Teoria da

Administração os princípios da divisão do trabalho, autoridade, disciplina;

unidade de comando; unidade de direção; subordinação de interesses

individuais gerais; remuneração; centralização; hierarquia; ordem; iniciativa;

espírito de solidariedade e lealdade que constituem um dos modelos da

estrutura capitalista. Weber (1978) apresenta a chamada administração

burocrática, como uma disfunção do principio de racionalização elaborada. A

organização do trabalho e do capital na estrutura burocrática reforça a

separação entre planejamento e execução, trabalho manual e intelectual,

intensificando a dominação do capital sobre o trabalho, dada a sua extensão a

todos os níveis da atividade humana.

A contraposição ao critério da eficiência econômica trazida pela escola

clássica de administração surge a escola psicossocial, a partir da década de

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211920, baseada no movimento das relações humanas e no comportamento

administrativo de Barnard e Simon (FAYOL, 1981).

Barnard (1981) concebia o administrador como o agente integrador que

procura obter melhores resultados na produção institucional, através da

eficiência. Simon (1981) vê a organização como um sistema de decisões em

cujo centro encontra-se o homem administrador como decisor, em contraponto

ao homem econômico da escola clássica. Assim sendo, a administração tem

função de regular o processo de decisões (Id.;1981).

No sistema educacional, a eficácia da administração preocupa-se com a

consecução dos objetivos intrinsecamente vinculados aos aspectos

pedagógicos, propriamente ditos, e a capacidade administrativa será medida

pelo alcance dos objetivos educacionais propostos. Desse modo, a eficácia,

por ser um critério intrínseco ao sistema educacional, sobrepõe-se ao critério

da eficiência que lhe é extrínseco (HORA, 1994).

Ao se aplicar o conceito de efetividade a administração de educação,

tem-se como perspectiva a consecução de objetivos sociais mais amplos

externos ao sistema educacional, que supera sua pretensa neutralidade

cientifica, enfatizada pelos critérios de desempenho político da administração

da educação, revelando a capacidade de responder e atuar de forma real, em

função do atendimento às demandas externas de natureza política do sistema

educacional (QUERINO, 1978).

O critério da relevância humana tem um desempenho filosófico e

antropológico que implica a articulação definida, significativa e lógica entre

duas realidades: de um lado a administração e de outro a qualidade de vida

humana dos participantes, qualidade esta que está definida de acordo com a

próprias opções existenciais. A relevância humana é um critério eticamente

filosófico e antropológico, cuja medida se dá em termos do significado, do

valor, da importância e da pertinência dos atos e fatos administrativos para a

vida dos participantes. Apenas uma teoria de administração concebida a partir

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22da experiência reação é que permitirá a percepção e a interpretação desses

significados (HORA, 1994).

No sistema educacional, a concepção teórica do critério de relevância

está em função direta com a postura participativa dos responsáveis pela sua

administração. Desse modo, quanto mais participativo, solidário e democrático

for o processo administrativo, maiores as possibilidades de que seja relevante

para indivíduos e grupos, assim como maiores serão as probabilidades para

explicar e promover a qualidade de vida humana necessária. O papel da

administração da educação, neste contexto, será o de coordenar a ação dos

diferentes componentes do sistema educacional, sem perder de vista a

especificidade de suas características e de seus valore de modo que a plena

realização de indivíduos e grupos seja efetivada (QUERINO, 1978).

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23

CAPÍTULO 6

O GESTOR E A GESTÃO DEMOCRÁTICA:

POSSIBILIDADES E DESAFIOS

Nos últimos anos, o termo gestão vem sendo utilizado para designar

atividades administrativas. Na sua origem etimológica, segundo Cury (1997) o

termo encontra sua origem no latim:

“gero, gestum, gerre e significa chamar pára si, executar, gerar [...] vem de gestio, que, por sua vez, vem de gerere, que significa trazer em si, produzir”. Assim, compreende-se claramente que a “gestão não é só o ato de administrar um bem fora-de-si, mas é algo que se traz para si, porque nele esta contido.” . Neste sentido, “o conteúdo deste bem é a própria capacidade de participação, sinal maior de democracia” (CURY, 1997, p. 201).

A gestão, assim, pode adquirir uma dimensão muito diferente daquela

associada à idéia de comando. Isto significa que se pode administrar por meio

do dialogo e do envolvimento do coletivo. (Id.;1997)

A partir do final dos anos 80, a gestão democrática foi instituída por

alguns municípios e Estados da Federação, por meio da criação dos conselhos

deliberativos, eleição para diretores e da possibilidade de construção do projeto

político-pedagógico. Em decorrência disso, houve uma grande valorização da

figura do gestor escolar e, ao mesmo tempo, a preocupação com sua

capacitação profissional. A finalidade é que ele correspondesse à forma de

“gerir” o bem público numa perspectiva de “descentralização”, “autonomia” e

“democratização”. (CURY, 1997)

A década de 90 foi marcada pela construção de uma nova racionalidade

no campo da gestão da educação, oriunda dos compromissos assumidos pelo

Brasil na Conferência Mundial de Educação para Todos, em Jontien, Tailândia

(1990) e na Declaração de Nova Delhi (1993) com vistas à universalização do

ensino básico. Estes compromissos convergiram para a adoção de novos

modelos de gestão do ensino publico: mais flexíveis, participativos,

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24descentralizados, desvinculados das formas de administração taylorista/fordista

e, portanto, supostamente democráticos.(ONU,1993)

Observa-se que no fazer cotidiano, a gestão do ensino público ainda

está associada ao controle das ações de outros, predominando os modelos

tradicionais nos quais a administração, consolidada, a partir de uma estrutura

hierarquizada e burocrática de Estado, tem um caráter centralizado e

autoritário. Desta forma, administrar, na maioria das vezes, ainda é

confundindo com mandar, determinar, impor, ordenar. O caráter essencial da

administração é o de mediação na busca de objetivos, ou seja, a administração

é a utilização racional de recursos para a realização de determinados fins. Esta

concepção de administração induz-nos a identificar como não-administrativas

todas aquelas medidas ou atividades que, perdendo de vista o fim para o qual

foram pensadas, se constroem como fins em si mesmo, dedicando-se a

práticas burocratizadas. A administração pode se articular com uma variedade

infinitiva de objetivos, o que permite que ela não esteja necessariamente

relacionada com autoritarismo e centralização/controle das ações e sim com a

democratização da gestão do sistema escolar (HORA, 1994).

A palavra democracia, de origem grega, num sentido genérico significa

“governo do povo, pelo povo e para o povo”(ANTUNES,2008).Na sociedade

atual, especialmente a partir dos anos 80, sua importância se ampliou em

razão, por um lado, do processo de redemocratização política do país, com o

fim da ditadura militar (ANTUNES, 2008).

Cabe ressaltar que a democracia, em nossa sociedade, não possui um

sentido único, mas se reveste de diferentes conotações. Importa destacar duas

concepções consideradas principais, devido ao seu teor e à sua influencia na

formulação das políticas educativas atuais, mesmo que geradoras de

concepções opostas (Idem, 2008).

Segundo Coutinho (2000), democracia é o “regime que assegura a

igualdade, a participação coletiva de todos na apropriação dos bens

coletivamente criados” (COUTINHO, 2000, 2000, p.20). Na perspectiva deste

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25autor, democracia implica não apenas igualdade política, mas também

igualdade de condições de vida para todos. Nestes termos, a participação e o

exercício da cidadania no campo educacional, e mais especificamente na

gestão da escola, “estão ligados a um processo mais amplo de extensão da

cidadania social à cidadania educacional, e, portanto, ligado a sua função

social” (FONSECA, 1994, p. 84).

A democracia, por outro lado, numa perspectiva neoliberal, vem sendo

associada à liberdade de fazer escolhas e à responsabilidade individual por

esta escolha. Sob esta ótica, a democracia se submete à lógica do consumo,

ou seja, à liberdade de os sujeitos satisfazerem seus interesses particulares e

imediatos, perdendo sua dimensão coletiva. Assim, a democratização da

escola não é uma via de mão única. Existem várias alternativas para sua

implementação, resultantes dos embates e das varias possibilidades políticas

desencadeadas coletivamente pelos diferentes atores em cada unidade

escolar, em especial pelo gestor escolar (CARVALHO, 2005).

Pensar a democratização da gestão educacional implica compreender a

cultura escolar e os seus processos, bem como articulá-los Às suas

determinações históricas, políticas e sociais. Significa especialmente entender

as diferentes concepções de “gestão democrática”. O gestor escolar, em

especial o da escola publica, se vê incumbido, em sua função, de atividades

que retratam claramente os princípios de reengenharia do modo de produção,

ou seja, o da multifuncionalidade, autonomia, criatividade, autocontrole e

flexibilização. Nestes termos, segundo CARVALHO (2005, p.163):

“As políticas públicas, acompanhando as mudanças ocorridas na gestão empresarial, passam a implementar as reformas administrativas do setor educacional com base nos novos paradigmas e conferem ao administrador escolar uma importância estratégica. A descentralização operacional aumentou as responsabilidades da escola, levando seu gestor a se defrontar com novos desafios e a assumir o novo papel de coordenar do diferentes componentes do sistema educacional na tomada de decisões conjuntas, a estimular o trabalho em equipe e as dinâmicas de trabalho identificadas por cada escola e resolver seus problemas de forma autônoma, para melhorar as condições da escola, especialmente materiais. Ele torna-se o elemento central e fundamental para o encaminhamento do processo

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26participativo no interior da escola e para sua integração com a comunidade” (CONSED, 1999, p.13).

No atual modelo de gestão, tende-se a atribuir uma maior importância à

figura do gestor, visto como “liderança empreendedora”. Este passa a ser

valorizado por sua capacidade de influenciar, motivar, identificar e resolver

problemas, partilhar informações, desenvolver e manter um sentido de

comunidade na escola, estimular o trabalho em equipe, compartilhar

responsabilidades e poder, tomar decisões conjuntas (CARVALHO, 2005).

Considerando-se que a gestão da escola, por se configurar como um ato

político, requer sempre uma tomada de posição política entendendo-se que o

gestor não pode se esquivar deste desafio, já que suas ações resultarão do

posicionamento que ele assume (ANTUNES, 2008).

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27

CAPÍTULO 7

POLITÉCNICO DA SAÚDE: UMA CONQUISTA DA

DEMOCRACIA

Atentos às transformações pelas quais o país passava, os sanitaristas

procuraram se articular, tendo em vista a obtenção de um consenso que

facilitasse a aprovação de suas propostas no processo constituinte que então

se avizinhava. Para tanto, foram organizados, em todo o país, diversos fóruns,

contando com a participação de profissionais de outros setores, e

representantes de inúmeras instituições publicas e privadas. A idéia era ampliar

ao máximo a interlocução com os mais variados setores da sociedade, uma

vez que se tinha como certo que somente um movimento social abrangente e

suprapartidário reuniria forças para viabilizar as transformações almejadas pela

população do país (COSTA, 2006).

A formação técnica de nível médio em saúde tem sua origem muito

recente. Historicamente, o conjunto de trabalhadores que exerciam as

atividades voltadas à assistência e às ações de saúde pública não tinha sua

formação associada a níveis específicos de escolaridade. Essa formação foi

sendo socialmente desenvolvida no processo de trabalho, sendo resultado de

um saber construído na prática que, por algum tempo, possibilitou a esse

contingente de trabalhadores uma “qualificação”. Contudo, na medida em que

se ampliaram as redes de infra-estrutura urbana do país; o que provocou o

crescimento populacional, necessárias adequações do sistema formador dos

profissionais da saúde se fizeram importantes, ao término da primeira metade

do século XX. Sendo assim, um número expressivo de trabalhadores com

pouca escolaridade, apresentando apenas as quatro primeiras séries do Ensino

Fundamental, acrescido do pequeno contingente com nível médio, passaram a

ser objeto de atenção do Estado brasileiro (opus. cit.;2006).

A partir da década de 70, a ampliação da rede ambulatorial e da

urgência na elevação do nível da qualidade do atendimento prestado nos

hospitais provocou a alteração na composição interna das equipes de saúde,

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28gerando um aumento significativo na participação dos profissionais de nível

médio. Este movimento intensificou-se com a proposta de unificação e

universalização dos serviços no setor de saúde, no contexto da Reforma

Sanitária, cujo ápice foi a VIII Conferencia Nacional de Saúde (CNS), em 1986.

Com o propósito de se pensar a Saúde a partir de suas determinações sociais,

e de se buscar novas diretrizes para a formação de seus trabalhadores, essa

Conferência contribuiu, fortemente, para fortalecer as mudanças no sistema

formador desses profissionais. Logo, o papel da Educação na formação do

pessoal de nível médio em saúde tornou-se um caminho necessário e possível

a se conquistar, superando a prática cristalizada do treinamento em serviço,

que mantinha o trabalhador alijado do aceso a uma qualificação profissional,

significando, assim, passaporte para a construção do reconhecimento de uma

categoria de trabalhadores (COSTA, 2006).

O aparato legal, para a efetiva certificação de profissionais técnicos em

saúde, foi o mesmo que regulou o sistema escolar dos técnicos em geral, tendo

sua origem muito antes da implantação do SUS, na década 80, sendo esta, a

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 4.024/1961. Em certa

medida, as estruturas formativas que embasaram essa LDB tiveram sua origem

na década de 40, a partir de concepções e práticas escolares dualistas: de um

lado, um direcionamento escolar acadêmico-generalista; e de outro, a

educação profissional. Nesta última, o aluno recebia informações relevantes

para o domínio de seu ofício, sem aprofundamento teórico, cientifico e

humanístico que lhe conferisse condições de prosseguir nos estudos, ou

mesmo, qualificar-se em outros campos, ainda que houvesse entre elas uma

equivalência formal. De fato, essa dualidade estrutural permaneceu e

determinou a composição e estrutura das escolas e cursos voltados a essa

formação. O que se pode perceber é que essa legislação, inicialmente

favorece as entidades do S, dentre elas Senac, Senai, Sesc etc., construídas

segundo a ótica e as necessidades dos setores empresariais, que tiveram

períodos de grande expansão, principalmente a vigência do regime militar. Os

governos militares (1964-1985) optaram por uma estratégia de

desenvolvimento voltada para grandes projetos nacionais, implementados com

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29capital internacional. Para que esses projetos viessem a ter êxito, era

necessário um contingente considerável de mão-de-obra minimamente

capacitada, sem grandes especializações. Por outro lado, no âmbito do

sistema escolar como um todo, esses governos também foram responsáveis

pela implantação do projeto de reforma do Ensino Fundamental e Médio, por

meio da LDB 5.692/71. Esta Lei instituiu a profissionalização universal e

compulsória para o ensino secundário, tentando superar a dualidade do ensino

pela imposição de um único modelo. Sendo assim, pretendia-se fazer a opção

pela profissionalização universal, no antigo Segundo Grau, transformado o

modelo humanístico/cientifico num modelo cientifico/tecnológico. De fato,

coube ao sistema educacional a atribuição de preparar os trabalhadores

necessários ao mercado de trabalho e ao fortalecimento de um economia com

vistas a acompanhar a lógica do capital, na busca de uma profissionalização

universal e compulsória (COSTA, 2006).

O diagnóstico, quanto à carência de pessoal neste âmbito especifico dos

serviços de saúde, não incluía o consenso quanto ao modelo de formação que

se deveria oferecer, porque de um lado havia a necessidade premente de se

atender a um demanda real e crescente frente a um quadro que se agravava e

de outro, as atenções deveriam, também, estar voltadas para as ações de

médio e longo prazo, com vistas à apresentação de respostas sólidas para um

problema estrutural que não dava sinais de recuo (Idem, 2006).

A criação do Politécnico da Saúde Joaquim Venâncio, em meados da

década de 80, resulta de uma teoria de fatores que abrange, em escala

ampliada, desde o processo de redemocratização então vivido pelo país até os

debates travados no campo da Saúde no contexto do movimento de reforma

sanitária. A proposta de criação de uma Escola Politécnica se dá em um

contexto no qual a Fiocruz, capitaneada pó Sérgio Arouca e seu grupo, amplia

fortemente o seu poder de intervenção nos debates sobre os rumos a serem

assumidos pela Saúde Publica no país. Nesta perspectiva, a Escola surge

como uma resposta a duas ordens de questões. A primeira delas estava

referida ao ambiente interno da própria Fiocruz, onde segmentos ligados ao

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30movimento de organização dos trabalhadores, atuando em consonância com

as diretrizes gerais traçadas pela nova direção, passava a operar (opus.cit.,

2006).

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Conclusão

Buscar superação das situações que distanciam discurso de ação

implica entender os espaços possíveis de democracia participava no interior da

escola. Para tanto, é premente entender a relação entre a gestão democrática

da educação publica determinada pela Constituição Federal(1988) e os

dispositivos da LDB (1996). Com A democratização da gestão, a escola deve

deixar de ser uma instituição meramente burocrática para se tornar um

instrumento de efetivação da intencionalidade política e pedagógica norteada

por princípios que se fundamentem nos objetivos educacionais pensados pela

comunidade escolar. (BRASIL,1996)

Neste sentido, a preocupação central da gestão escolar deve ser a de

contemplar os interesses e as necessidades da maioria da população, uma vez

que democratizar a gestão deve significar promover participação efetiva da

comunidade na escola para poder pensá-la para além de seus muros.

(HORA,1994)

Assim, a escola reveste-se de uma dimensão política que lhe é

especifica: o compromisso com a democratização efetiva do saber socialmente

elaborado, capaz de compreender e captar as contradições presentes nas

relações sociais. (Idem;1994)

Construir uma gestão da escola pautada em relações democráticas

passa, necessariamente, pela ação do gestor da escola, tanto para manter

como para construir um caminho de rompimento com a forma como vem se

construindo ou processando essas relações. Um processo de gestão que seja

democrático e que objetive a construção da cidadania não é um processo

mecânico e sem compromisso. Ele só existirá na medida que for desenvolvida

a articulação entre o discurso e a ação e, ao mesmo tempo, a defesa dos

interesses coletivos, tendo por referência os compromisso públicos e a

construção de uma sociedade mais justa. (LUCK,200)

Para finalizar, cabe declarar que a gestão democrática não é um fim em

si, ela é produto da ação concreta e objetiva de homens, ou seja, é expressão

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32de suas relações sociais estabelecidas no processo de produção de suas

existência. Neste sentido, a discussão sobre a democratização da educação

escolar não pode centrar-se apenas nos aspectos pedagógicos e/ ou

administrativos. A discussão sobre democracia, “ incluiria questões muito mais

amplas, ou seja, não pode perde-se de vista as relações entre as classes, os

conflitos e a perspectiva de superação das atuais relações.” (CARVALHO,

,2005, p.104)

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO 11 CAPÍTULO II - PROJETO POLÍTICO PEDAGOGICO 14 CAPÍTULO III – A TEORIA ADMINISTRATIVA NO BRASIL 15 CAPITULO IV-A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA DEMOCRATICA 18 CAPITULO V-O CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E SEUS PARADIGMAS 20 CAPITULO VI-O GESTOR E A GESTÃO DEMOCRATICA 23 CAPITULO VII- POLITECNICO DA SAUDE: UMA CONQUISTA DA DEMOCRACIA 27 CONCLUSÃO 31 BIBLIOGRAFIA 33 ÍNDICE 36

FOLHA DE AVALIAÇÃO 37

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37 FOLHA DE AVALIAÇÃO UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título da monografia: JOAQUIM VENÂNCIO: HISTÓRIA DE UMA ESCOLA DE SAÚDE E SUA GESTÃO NO CONTEXTO SÓCIO-POLÍTICO PÓS-DITADURA Data da Entrega: 28/07/09 Avaliação: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. Avaliado por: ________________________________ Grau: ______.

_______________________de ______________ de 200____