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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM O PAPEL DA NEGOCIAÇÃO NOS CONTRATOS EMPRESARIAIS Por: Carlos José Garcia Abreu Orientador Prof. Jorge Vieira da Rocha Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

O PAPEL DA NEGOCIAÇÃO NOS CONTRATOS EMPRESARIAIS

Por: Carlos José Garcia Abreu

Orientador

Prof. Jorge Vieira da Rocha

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

O PAPEL DA NEGOCIAÇÃO NOS CONTRATOS EMPRESARIAIS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Estratégica de Vendas e Negociação.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me concedido

mais uma oportunidade de aprimorar

meus conhecimentos.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha noiva Kelli,

por sempre me apoiar em todos os

momentos da minha vida.

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RESUMO

A negociação é uma ferramenta muito valiosa para o crescimento

das empresas, com ela muitos benefícios poderão ser conquistados por

profissionais capacitados no decorrer dos acordos firmados. O negociador tem

que alcançar as habilidades necessárias, pois atualmente existe um grande

despreparo por parte dos profissionais. As negociações não se resumem em

apenas bons diálogos e sim um estudo prévio dos cenários que irão acontecer.

O Processo da negociação é composto por etapas que devem ser

seguidas buscando o melhor desfecho do caminho até o fechamento final do

contrato. Diante de tantas mudanças que interferem no nosso dia-a-dia, alguns

valores e princípios básicos como a ética e a honestidade são fatores valiosos

que produzem melhores resultados na arte da negociação, somados também,

à flexibilidade e confiança que compõem os pilares de uma negociação de

sucesso.

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METODOLOGIA

Esse trabalho trata de uma pesquisa bibliográfica, artigos e revistas.

Os principais autores utilizados na realização dessa pesquisa foram

WANDERLEY, José Augusto (1998); SAFARI, Gilberto (2010); MARTINELLI,

Dante Pinheiro (2006)

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................9

CAPÍTULO I - A estrutura da negociação....................................................11 1- A importância da negociação.......................................................................11

2- O processo de Negociação.........................................................................13

2.1 As etapas do processo de negociação............................................15

2.1.1 - A Preparação.............................................................................16

2.1.2 - A abertura..................................................................................17

2.1.3- A exploração...............................................................................18

2.1.4- A apresentação...........................................................................18

2.1.5- Clarificação.................................................................................19

2.1.6 - Ação final...................................................................................20

3- As variáveis da negociação.........................................................................21

3.1-.Variável tempo...............................................................................22

3.2-Variável informação........................................................................23

3.3- Variável poder...............................................................................23

CAPÍTULO II- Desenvolvimento da negociação........................................25 1- Os cenários da negociação.........................................................................25

2- As táticas da negociação............................................................................26

2.1-Táticas ganha/perde.......................................................................27

2.2-Perde/perde...................................................................................28

2.3-Ganha/ganha..................................................................................29

3- Habilidades dos negociadores....................................................................29

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CAPÍTULO III - Aspectos éticos e morais da negociação...........................33

1-A ética nas Negociações................................................................................33

2-Aplicabilidade da ética nas negociações empresariais............................36

CONCLUSÃO..................................................................................................40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA......................................................................41

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INTRODUÇÃO

O tema dessa pesquisa é apresentar o papel da negociação nos

contratos empresariais, explorar as ferramentas, processos e destacar a

importância da ética. A palavra “negociação”, tem origem do latim negocium,

formada pela junção dos termos nec (nem, não) + ocium (ócio, repouso), cujo

significado estrito é o de atividade difícil, trabalhosa. Seu uso mais freqüente,

porém, tanto no latim quanto no português, gira em torno de comércio, tráfico,

relações comerciais, transação, combinação. Segundo URY, W. (1991) A

Negociação é um processo de mútua comunicação destinado a conseguir um

acordo com outros, quando existem alguns interesses compartilhados e outros

opostos. Já na visão de OLIVEIRA (1994). Num sentido secundário, que é

exatamente o oposto do que se verifica na morfologia da palavra e que

também se manifesta no português, o termo está associado também a

estratagema ou truque para ganhar dinheiro com facilidade, oportunidade.

No inglês, o termo equivalente negociate tem apenas o significado

de transação comercial. As negociações sempre estiveram presentes nas

relações humanas. No início do século XVI, os Portugueses já negociavam

com os indígenas bugigangas tais como apitos, espelhos, chocalhos. Em troca

de trabalho, os nativos deveriam cortar as árvores de pau-brasil e carregar os

troncos até as caravelas portuguesas, denominando assim o chamado

escambo. Ao passar dos anos, nada mudou, a todo o momento estamos

negociando sem mesmo perceber.

Neste sentido, negociação é o ato de negociar, transacionar.

Vivemos num mundo de negociações, e negociar faz parte do nosso cotidiano,

seja na vida profissional seja na vida particular.

Negociar pode ser um breve diálogo com nosso colega de trabalho

com o objetivo de alcançar um entendimento, até um longo e complexo

processo de conversações entre dois países, envolvendo vários

representantes de cada uma das partes. Pode ser uma simples compra na

feira no dia de domingo.

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Segundo WANDERLEY (1998) Negociação é um processo, uma

sequência de etapas que se desenrolam do início até o final da negociação. A

maneira como desenvolvemos este processo é decisiva para o desfecho da

negociação.

O principal ponto está nas concessões, e na idéia que as partes

devem obter as máximas vantagens. Na atualidade, muitos são os

profissionais que utilizam do recurso da arte de negociar para obterem maiores

rendimentos como Advogados, Comerciantes, Executivos e Profissionais de

Vendas. A competência em negociar é hoje uma habilidade imprescindível em

qualquer área de atuação, especialmente para os empresários e

empreendedores.

No mundo dos negócios, as mudanças são constantes e rápidas,

mas não são acompanhadas na mesma velocidade pelos profissionais dessa

área. Empresas estão perdendo clientes e grandes oportunidades negociando

de forma deficiente, algumas negociações podem durar semanas dependendo

de sua complexidade. Já em outros cenários, profissionais qualificados são

contratados por grandes Empresas para realizarem os grandes contratos como

o Grupo Pão de açúcar que comprou a rede de varejo de eletrônico e

eletrodoméstico Ponto Frio, em operação que recoloca a companhia na

liderança do varejo brasileiro.

Quais são as melhores técnicas de negociação na elaboração

dos contratos empresariais? Na realidade, não existe um modelo básico de

negociação, mas um conjunto de habilidades que serão empregadas no

momento adequado objetivando a melhor estratégia de fechamento.

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CAPÍTULO I

A ESTRUTURA DA NEGOCIAÇÃO

1- A importância da negociação

A negociação é uma ferramenta muito valiosa para o crescimento

das empresas, com ela muitos benefícios poderão ser conquistados por

profissionais altamente capacitados no decorrer dos acordos firmados.

Atualmente as fusões tornaram-se comum em alguns seguimentos e muitos

imaginam que negociar no universo globalizado refere-se apenas a

transações entre empresas, mas o ato de vender um produto ou serviço em

sua essência é extremamente importante.).

A prática da negociação não é exclusividade dos grandes executivos, ao contrário, todos negociam constantemente, dia após dia tanto na vida quanto na profissional. Negocia-se com famílias as tarefas do lar, os passeios de férias; negocia-se no trabalho. Dessa forma, com o passar dos anos, reuni-se naturalmente uma série de experiências que, combinadas com as características pessoais de cada indivíduo, irão formar o estilo do negociador. (MARTINELLI, 2006, p118)

Segundo artigo Variáveis básicas da negociação.<URL:

http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Variaveis-Basicas-Da-

Negocia%C3%A7%C3%A3o/7397.html> data de acesso: 15/07/2011

Negociação é o processo de buscar aceitação de idéias, propósitos ou

interesses visando ao melhor resultado possível, de tal modo que as partes

envolvidas terminem a negociação consciente de que foram ouvidas, tiveram

oportunidade de apresentar toda a sua argumentação e que o produto final

seja maior do que a soma das contribuições individuais.

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Deste modo, é inegável que a arte de negociar está presente em

boa parte dos momentos da vida, desde quem vai ao mercado comprar carne

a decisões de grandes investimentos. As decisões que são derivadas das

negociações são diretamente ligadas ao bem estar das pessoas, e é óbvio que

isto é real também para a conclusão das negociações das quais estas pessoas

fazem parte. As esferas das negociações sempre necessariamente estão em

mudança pressupostos de hoje podem não mais ser válidos amanhã. E

também o próprio potencial negociador deve estar sempre em busca

incansável de desenvolvimento, para que por conseqüência possam antecipar-

se as mudanças, administrando-as favoravelmente.

Devido à inabilidade, ou falta de preparo, muitas oportunidades e

clientes são perdidos, principalmente no mercado que vem crescendo

estimulado pelo aumento da renda dos brasileiros e pela emergente classe C.

Segundo WANDERLEY (1998) a necessidade de negociar também se impõe,

e cada vez mais, por ser a forma mais apropriada de resolver problemas,

conflitos e antagonismo decorrentes de nossa transformação. Nos níveis de

negociações, toda empresa precisa ser dinâmica, competitiva e capaz de

responder prontamente as demandas dos clientes e desafios dos

concorrentes.

Uma boa comunicação na negociação sempre fará grande

diferença. Segundo artigo CASTANHA, Marcelo. A importância da

comunicação na

negociação<URL:http://revistapegn.globo.com/revista/common/0..EMI148439

1714.00-A+IMPORTANCIA+DA+COMUNICCACO+NA

+NEGOCIACAO.HTML> data de acesso: 15/07/2011.

Normalmente, uma comunicação se dá 7% de forma escrita, 38% de

forma oral (tons de voz, inflexões e outros sons) e 55% de modo não-verbal

(gestos, expressões e movimentos). Daí a importância de identificar qual o

canal de comunicação predominante das pessoas que estão envolvidas em

uma negociação. Quando isso não for possível, sugiro comunicar sua proposta

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com clareza pelos três canais simultaneamente: oralmente, considerando que

podem ser auditivas; por relatórios, diagramas e gráficos caso sejam visuais; e

permita, sempre que possível, tocar, sentir o cheiro ou o paladar do que está

sendo vendido, a fim de contemplar também os sinestésicos.

O bom negociador deve conhecer o mercado, o cliente para

alcançar os grandes objetivos das empresas. A negociação referente aos

contratos empresariais não depende somente de uma capacitação individual.

De acordo com WANDERLEY (1998) negociadores excelentes, mas com

condições organizacionais adversas, podem ter desempenhos medíocres e, o

que é pior, ser responsabilizados por um desempenho cujo fator determinante

foi a baixa capacitação organizacional, e não individual. As empresas que

apresentam um foco nos aspectos estratégicos certamente aproveitarão as

oportunidades.

2- O processo de negociação

Processo de negociação é composto por etapas que devem ser

seguidas buscando o melhor desfecho do caminho percorrido até o

fechamento final do contrato. Atualmente existem estratégias e táticas que se

tornam ponto de partida para um excelente negócio. A estratégia define qual

caminho devemos percorrer e como devemos negociar. As empresas do ramo

do varejo, como os supermercados quando vendem não costumam negociar,

os preços já são estabelecidos, no entanto, quando compram procuram obter o

máximo de vantagem.

O processo da negociação sempre terá uma proposta de um acordo

entre as partes, empresas buscam compreender possíveis fracassos, pois

certamente não seguiram procedimentos estabelecidos por profissionais, e não

foram ousadas em suas negociações. Outras já se destacam com uma postura

mais ofensiva no mercado como o Grupo Pão de Açúcar que nesse semestre

novamente surpreendeu a todos com a possível compra do Hipermercado

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Carrefour. A negociação é um processo de alcançar objetivos deve-se,

portanto analisar as influencia as quais a negociação está sujeita e como se

devem utilizar as informações sobre cenários, habilidades e relacionamento

pessoal. Segundo MARTINELLI, (2006) Cada agente envolvido em uma

negociação tem uma visão particular das situações com base no seu ponto de

vista e na sua conveniência, a qual ao longo do tempo pode vir a se modificar

em situações diversas.

Segundo Artigo Comunicação e Negociação nas Empresas.

<URL:http://www.conexaomg424.com.br/verArtigo.php?id=391>data de

acesso: 05/07/2011. A negociação dentro de uma organização empresarial

pode ser definida como o procedimento que busca a aceitação de propósitos,

interesses ou idéias com o objetivo de conseguir o melhor resultado possível,

de tal maneira que as partes envolvidas nesse processo finalizem a

negociação tendo a certeza de que tiveram oportunidades de expor seu

pensamento através da argumentação feita e que o objetivo final foi atingido

pela prevalência dos interesses profissionais que deve ser sempre superior aos

interesses pessoais dos negociantes. De acordo com alguns especialistas a

negociação está relacionada à comunicação, pois é através de técnicas de

comunicação que os empresários conseguem fazer sua negociação de

maneira satisfatória para todos.

Os diálogos devem ser sempre harmoniosos a colheita de

informações relevantes sempre será bem vinda. Valores pessoais devem ser

considerados, pois este pode ser um ponto que fará a diferença em um

negociador tornando-o mais hábil ou não na negociação.

Para Sebenius (1998), negociação é um processo científico quando

estabelecemos o problema conjunto que deve ser resolvido: criar, reivindicar e

sustentar um valor ao longo do tempo; mas a maneira como esse problema

conjunto é resolvido mistura-se ciência e arte, o processo é muito criativo e

oportunista, visto que se está pedindo tudo que é possível obter em

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determinada situação; e a comunicação interpessoal tem componentes de arte

e de ciência, como nos mostram a psicologia;

Segundo artigo o processo de negociação

<URL:http://empregocerto.uol.com.br/info/dicas/2010/07/14/o-processo-de-

negociacao.html#rmcl> data de acesso: 05/05/2001. Deve se observar alguns

pontos importantes negociação é um processo, isto é, uma atividade dinâmica

que requer determinados procedimentos para ser realizada; As partes

envolvidas se deslocam, desprendem-se de idéias previamente concebidas,

movimentando-se em direção às necessidades e expectativas de outras

pessoas. As posições inicialmente divergentes buscam um ponto no qual o

acordo possa ser realizado. Dessa forma, o conflito deve ser considerado

como uma possibilidade de acordo na medida em que entre o que eu quero e o

que o outro quer, sempre haverá alternativas que podem ser viabilizadas. Uma

boa metodologia sempre servirá para qualquer tipo de negociação e se aplica

ás negociações de qualquer área ou segmento. Numa negociação devemos

lembrar que há vários valores envolvidos, tais como dinheiro,

status,consideração,prestigio etc.; pode-se não ganhar tanto dinheiro como a

outra parte, mas o prestígio,status, também contam para o grau de satisfação.

2.1- As etapas do processo de negociação

As etapas do processo de negociação são utilizadas para obter o

máximo de aproveitamento das ferramentas que os profissionais podem

empregar. São constituídas pela preparação, abertura, exploração,

apresentação, a clarificação e ação final. Os contratos empresariais

normalmente são de alta complexidade, na maioria das vezes demoram

semanas para se concretizarem. Atualmente é necessário um excelente

conhecimento técnico e uma boa habilidade para solução de eventuais

problemas nas negociações, pois cada parte lutará pelos seus objetivos.

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De acordo com artigo As etapas de uma boa negociação URL:

http://www.iopen.com.br/asetapasdeumaboanegociacao.html> data de acesso:

15/07/2011. A negociação exige algumas etapas que devem ser

seguidas e observadas. Elas não devem ser vistas como algo rígido.

Em alguns casos, pode-se suprimir uma ou outra. O importante é

conhecê-las para que consiga sistematizar o processo de negociação.

O processo da negociação está divido em três etapas: antes da

reunião de negociação, reunião de negociação e após a reunião de

negociação. Um processo bem estruturado promove o alicerce do negociador e

propicia bons resultados, vantagens competitivas e novas oportunidades.

2.1.1 - A Preparação

A Preparação das negociações nos contratos empresariais é a

melhor maneira de obter respostas sobre possíveis questionamentos. Deve-

se conhecer todos os modos de uma negociação, pois existe uma estratégia

específica para cada tipo. Segundo MARTINELLI (2006) Seja qual for à

negociação em questão, uma empresa de grande ou pequeno porte, uma

empresa do setor varejista, é fundamental analisá-la e planejá-la sob a ótica

sistêmica, considerando, nesse contexto, o processo de negociação, o tempo,

o poder, os padrões éticos. Planejamento é o momento em que se exige o

máximo do negociador, para que ele reúna, antecipadamente, uma gama de

informações que o conduzirá ao sucesso da empreitada. A preparação prévia

certamente dará mais apoio, as palavras serão empregadas de forma

persuasiva. O mapeamento é uma das formas de reunir informações para que

futuramente possa ser construído um cenário. Ninguém sai investindo ou

comprando em qualquer empresa que aparecer. Primeiramente alguns fatores

são identificados tais como preço, marca e qualidade.

De acordo com artigo Revista Fae Busisnes, n.7, nov. 2003 grande

maioria dos negociadores insiste em repetir os mesmos erros. Entre os mais

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comuns, está aquele que mais compromete o sucesso da negociação: a falta

de planejamento do que deverá ser realizado durante os encontros negociais.

Saibamos que frases como “Mande para mim que eu negocio qualquer coisa a

qualquer momento” soam infantis ou sem sentido, pois levam a uma

negociação sem a devida preparação e concentração necessárias para se

alcançar um acordo vantajoso para ambas as partes. Alguns outros erros

podem ser:

• negociar com a pessoa errada;

• insistir em uma posição;

• sentir-se impotente durante uma negociação;

• perder o controle da negociação;

• afastar-se das metas e limites estabelecidos;

• preocupar-se demais com o outro;

• pensar na “resposta certa” no dia seguinte;

• culpar-se pelos erros dos outros.

A maioria dos negociadores não se prepara adequadamente, um

plano de ação deve-se ser montado para que no decorrer da negociação não

se tenha surpresas e eventuais perdas. Para MARTINELLI (2006) planejar é

um dos principais pontos de sucesso, é a primeira etapa, refere-se aos

procedimentos formais. As empresas devem estar atentas em algumas

negociações, pois em determinados momentos pode haver uma negociação

sem interesse real de fechar negócio, mas tendo como objetivo final pressionar

uma terceira empresa, que pode ser um fornecedor ou um cliente.

2.1.2 - A abertura

A abertura da negociação deve-se ter o máximo de tranqüilidade. O

negociador do outro lado da mesa estará atento em todos os movimentos,

evitar gestos bruscos, má postura e desvios de olhares. Por isso, é

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extremamente importante criarmos um clima favorável ao entendimento desde

o início. Saber ouvir é uma habilidade que permite obter muitas respostas e

identificar os interesses envolvidos na negociação, facilitando a decisão e

evitar ao máximo de passar insegurança. Criar um clima de receptividade, de

contrair o ambiente quebrando o gelo. Segundo MARTINELLI (2006), a

abertura tem certa semelhança com o preparo da terra pelo agricultor antes do

plantio, para que a colheita seja boa, ele precisa preparar a terra, não adianta

lançar sementes em terreno árido.

2.1.3- A exploração

Esta é a fase em que os participantes formulam um entendimento

da posição de cada um e seus interesses. Esta fase permite identificar áreas

onde há interesses mútuos compatíveis. A exploração visa investigar o maior

número de informações pertinentes, nesse momento as perguntas tornam-se

fundamental. Dessa forma, é conveniente observar alguns pontos: o que se

quer saber, como perguntar e como explicar a informação recebida. Quanto

maior o número melhor. Bons negociadores perguntam mais que o dobro dos

negociadores comuns. A melhor estratégia será sempre começar com

perguntas abertas e só passar para as perguntas fechadas em casos mais

específicos. Estabelecer pontos comuns e evitar sempre ênfase nas

diferenças.

2.1.4- A apresentação

O momento da apresentação ao cliente corresponde, à menor em

tempo, das etapas do processo de negociação, no entanto, não menos

importante. Para uma boa apresentação, o negociador deverá mostrar a sua

proposta, deverá ser bem contundente ao ponto do outro negociador sentir-se

contagiado Segundo artigo A preparação: etapa curta. Porém decisiva no

processo de

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negociação<URLhttp://www.investimentosenoticias.com.br/colunistas/b2b-

revisitado/a-apresentacao-etapa-curta-porem-decisiva-no-processo-consultivo-

de-negociacao.html> Data de acesso 25/07/2011 É fundamental, que o

profissional comercial, no instante que esteja organizando uma reunião de

trabalho, aplique, de forma parcial, o que detalhou durante a fase de

preparação.Recomenda-se informar ao cliente ou prospecto, quais são os

objetivos da reunião, ou seja, antecipar os temas de interesse comum, pois, é

muito importante que a outra parte também se prepare para receber o

negociador.Sempre evite reuniões que causem surpresas, pois no ambiente

negócio a negócio é comum se dizer que: - surpresas, nem se forem

boas.Respeite o tempo, as tensões e angústias que cercam o trabalho e a

carreira de seus clientes.No momento de contato para o encontro pergunte

quais temas adicionais devam ser adicionados à pauta, pois, assim será

possível aprimorar o preparo para o encontro. Tal atitude mostrará cortesia de

sua parte, bem como, seu compromisso sincero aos assuntos de interesse da

empresa.

Segundo WANDERLEY (1998) é o momento da proposta, não deve

somente atender aos interesses opostos deve-se colocar claramente os

objetivos e expectativas iniciais de ambas as partes. A linguagem empregada

certamente fará grande diferença, procurar produzir o uso de metáforas,

parábolas e analogias. Procurar evitar certas frases tais como: Para início de

conversa..., Minha oferta inicial..., eu acho que... A proposta deve ser feita de

acordo desejável, e não com o mínimo necessário.

Existem inúmeras estratégias simples e adequadas para a manutenção de um bom relacionamento. Dentre elas está o “quebra-gelo”, que consiste no estabelecimento de conversas sobre assuntos de interesse comum, tais como esporte, família, viagens. Afirma (SAFARI, 2010, p.112)

2.1.5- Clarificação

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Nessa etapa, todos os pontos terão que ser discutidos e apreciados

com a maior clareza. Procurar evitar falhas na comunicação e evitar questões

subjetivas. Clarificação é o momento que devemos considerar as objeções

levantadas como oportunidades para detalhar mais o objetivo. Assumir uma

postura de ouvinte atento. Segundo WANDERLEY (1998) É o momento da

compreensão e da resposta à proposta que apresentamos. Essa resposta

pode vir sob a forma de concordância e aceitação ou dúvida, ceticismo,

objeção, impasse e uma contraproposta.

2.1.6 - Ação final

Na ação final é o momento dos negociadores chegarem a um

acordo. Alguns pontos merecem maior atenção tais como: estar atento aos

sinais de aceitação, propor a todo o momento o fechamento do acordo. A

negociação certamente não termina na ação final, a pós- reunião é uma

estratégia para o acompanhamento da satisfação das partes envolvidas e uma

forma de identificar se o que foi combinado está efetivamente sendo cumprido.

De acordo com WANDERLEY (1998) uma empresa fez uma

pesquisa de preços para comprar um produto com 24 mil horas de vida útil.

Um fornecedor que só tinha produtos com 12 mil horas ganhou a concorrência.

Ao ser questionado sobre o fato de ter omitido a verdade, o fornecedor

respondeu não estar nem um pouco preocupado, pois o comprador não tinha

nenhum controle. Além do mais, quem comprava não era quem utilizava o

produto e não havia comunicação interna entre os setores da empresa.

As ações devem ser cuidadosamente observadas a todo o

momento segundo artigo Uma análise técnica de negociação <URL:

http://www.hsm.com.br/editorias/uma-analise-das-tecnicas-de-

negociacao?gclid=CIf-9NyvlaoCFcXs7QodszwN0w> data de acesso

22/07/2011 Caso se conclua que uma negociação deva ser conduzida na base

da barganha de propostas, existem alguns procedimentos clássicos que

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costumam servir de guia, entre eles: pedir mais do que se espera receber; não

aceitar a primeira proposta e ainda fazer cara de quem comeu e não gostou;

dizer ao outro que tem que fazer melhor do que isto para se poder pensar em

fechar o acordo; só conceder caso se receba algo em troca, de preferência de

valor maior do que aquilo que se concedeu; utilizar a tática do mocinho e

bandido direta ou indiretamente, neste caso com o emprego de autoridade

limitada; fazer uma falsa demanda para depois conceder e obter algo em troca;

solicitar concessão no momento do fechamento. Neste último caso existem

dois procedimentos, a mordida e a surpresa final. A mordida consiste em

solicitar uma pequena concessão, como por exemplo, uma gravata como

condição para se comprar um terno. Já a surpresa final é mais pesada. Na

reunião de fechamento do acordo, quando um dos lados está firmemente

convicto de que tudo está resolvido e que a reunião é somente para a mera

formalização do que já foi combinado, o outro lado, com base num um pretexto

qualquer, solicita uma grande concessão, como um desconto de 20% ou mais.

E esta é a razão do nome da tática. Se você não estiver preparado para esta

possibilidade, pode cair direitinho.

3- As variáveis da negociação

Para WANDERLEY (1998), a estratégia de negociação faz parte da

área processo de negociação, a maneira como vamos negociar, uma vez

definidos nossos objetivos. A estratégia de negociação deve começar com o

entendimento amplo da situação e com a organização das informações. Ela

está dividida em três variáveis.

De acordo com artigo padrão de negociação<

http://www.ime.usp.br/~kon/MAC5715/PLoP/2006/PadraoDeNegociacao.pdf>

data de acesso: 15/06/2011 como existem vários fatores influenciando uma

negociação, diversas variações do padrão podem ser consideradas. Elas

envolvem variações nos parâmetros inicias, como quantidade de variáveis,

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simetria da vontade das partes e quantidade de negociadores, entre outros. Há

muito a se dizer sobre as implicações dessas alternativas, e uma breve idéia

delas é apresentada a seguir. Uma das possíveis variações é relativa à

negociação de grandes quantidades da variável denegociação. Isso ocorre

quando o valor estabelecido por uma parte diz respeito a uma unidade, e a

outra parte deseja negociar muitas dessas unidades. Sabendo que o outro

negociador tem uma pequena vantagem em cada unidade da variável, o

primeiro negociador considera que quanto maior a quantidade da variável,

mais o custo unitário dela pode diminuir para ele. Por exemplo, ao comprar um

computador o comprador deve pagar o suficiente para que o lucro seja

razoável ao vendedor mas ao comprar cem computadores, o lucro por unidade

pode ser 10 vezes menor que o vendedor ainda irá lucrar dez vezes mais.

3.1- Variável Tempo

Esse elemento poderá facilitar toda estrutura, pois negociações

derivadas de urgências ou imprevistos comprometem todo resultado almejado.

Segundo WANDERLEY (1998) Sempre temos um prazo para fechar uma

negociação e o prazo limite força uma decisão. É importante saber que esse

prazo pode ser resultado de uma pressão real ou psicológica. Existe um tempo

para planejar e outro para colher. De acordo com ( MARTINELLI, 2006) o

tempo deve ser cuidadosamente analisado verificando como ele afeta o

processo o tempo deve ser ponto de apoio para projetar o negócio e a

conseqüente satisfação dos envolvidos, além de permitir que se conclua que é

ilimitado, podendo, entretanto, ser controlado.

De acordo com artigo Como ganhar mais nas negociações. URL:>

http://www.artigonal.com/gestao-artigos/como-ganhar-mais-nas-negociacoes-

555218.html> Data de acesso em 15/07/2011. A negociação sempre envolve

interesses conflitantes e por isto mesmo o elemento tempo é básico. A

exemplo do elemento informação você tem que administrá-lo não somente

durante a reunião como também antes e depois da mesma, procurando pré-

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agendar os assuntos com a outra parte, trabalhar na reunião para pilotar o

tempo do outro lado e após o fechamento do acordo administrar o tempo de

cumprimento de cláusulas e condições estabelecidas, por exemplo: o pré-

agendamento da reunião, o estabelecimento da duração do encontro, um

determinado prazo para início de obras, entregas parceladas ou uma condição

de pagamento que ocorra no transcorrer de um contrato Vê-se logo que a

negociação não termina quando um acordo é celebrado. Existe a fase de pós-

negociação inserida no processo.

3.2 - Variável Informação

Diz respeito ao ato ou efeito de informar-se acerca de alguém ou de

algo (Martinelli, 2006). Identificada como conhecimento ou instrução que um

indivíduo ou grupo obtém através de diversas fontes, essa variável é

importantíssima para o sucesso da negociação. Quanto mais informações

confiáveis às partes têm, mais distante se fica de um resultado inesperado.

Nas negociações, deve haver um grande empenho em reunir uma grande

quantidade de informações antes de se iniciar o processo. Além disso, essa

preocupação deveria permanecer durante o processo de negociação,

desenvolvendo a capacidade de perceber informações passadas

indiretamente, através de comunicação não-verbal (gestos, expressões faciais,

tom de voz) ou deixas (mensagem transmitida indiretamente, cujo significado

pode ser ambíguo e requerer interpretação) e associá-las à negociação. Afirma

( MARTINELLI, 2006) que a informação é ideal a que se tende para um

máximo de originalidade. No entanto, quanto mais imprevisível ela for, menos

possível será de apreensão por um receptor para quais as mensagens surgem.

De acordo com artigo Como ganhar mais nas negociações. URL:>

http://www.artigonal.com/gestao-artigos/como-ganhar-mais-nas-negociacoes-

555218.html> Data de acesso em 15/07/2011. Modernamente os negociadores

profissionais atuam como autênticos gerenciadores de informações sobre

pessoas, mercados, ambiente, concorrência, tendências e premissas, variáveis

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presentes antes, durante e depois do evento. Como o rol é muito grande você

terá que hierarquizá-las em função dos interesses daquela negociação.

Ninguém conseguiria negociar sem ter informação suficientemente trabalhada.

3.3- Variável poder

A terceira variável diz respeito a estratégia de poder, conhecer as

fontes é o ponto de partida de acordo com WANDERLEY (1998) toda

negociação implica em um jogo de poder entre as partes, existem dois tipos de

poder: o poder pessoal e o poder externo. O poder externo está ligado à

legitimidade que se refere aos regulamentos, normas, leis. O poder não é fruto

do acaso, é decorrente de investimentos que fazemos para mate-lo e ampliá-

lo. Dentro dos limites razoáveis, é possível conseguir tudo o que se deseja, se

estiver ciente das opções, testar suposições, correr riscos calculados e basear-

se em informações sólidas, acreditando que se tem poder.

De acordo com artigo Como ganhar mais nas negociação. URL:>

http://www.artigonal.com/gestao-artigos/como-ganhar-mais-nas-negociacoes-

555218.html> Data de acesso em 15/07/2011. Por mais que se prepare ao

negociar você estará frente à dimensão humana já que quem negocia são

pessoas e não computadores ou máquinas - e procurará buscar fechar

acordos os mais satisfatórios possíveis. Para isto terá que trocar concessões e

tomar decisões muitas vezes decorrentes da imprevisibilidade do processo.

Portanto é fundamental que o seu poder seja pré-determinado. Se você

perceber que existe a probabilidade de ações e decisões que possam

extrapolá-lo será necessário pré-negociar internamente este poder, dividindo-o

com alguém que o detenha ou recebendo delegação para agir naquele evento.

Por outro lado convém verificar se o outro negociador está, de fato, investido

de poder suficiente para tomar decisões no encontro pré-agendado.

A dinâmica do poder e da dependência são fatores importantes a

serem considerados, pois eles permitem uma visão de como a estrutura do

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canal pode influenciar. Existem dentro dessa variável algumas características

como pessoais que lutam pelo objetivo desejável e competência e

conhecimento do seu negócio sobre várias óticas. O poder de acordo com

(MARTINELLI, 1998) está sempre presente em qualquer tipo de negociação

podendo ser uma negociação individual, coletiva, política. O poder não se

define facilmente.

CAPÍTULO II

Desenvolvimento da negociação

1- Os cenários da negociação

As negociações não dependem única e exclusivamente dos

negociadores envolvidos nos contratos empresariais, existem fatores externos

que irão influenciar de alguma forma todo contexto como, por exemplo, os

cenários onde acontecem as discussões.

O desenvolvimento da negociação está bastante condicionado por duas variáveis extremas importantes: o clima e a confiança. O clima refere-se às emoções e os sentimentos que fluem entre os negociadores no cenário da negociação. Está ligado à atmosfera do aqui e agora. Os negociadores podem estar se sentindo bem, tranqüilos, seguros, mal, tensos, ameaçados, desconfiados ( WANDERLEY, 1998, p.96).

De acordo com o artigo Sempre negocie para ganhar <URL:

http://www.guiarh.com.br/pp73.htm> data de acesso: 18/07/2011. Toda

negociação tem três cenários. O primeiro diz respeito ao local e às pessoas

que estão diretamente envolvidas na negociação, ou seja, àqueles que estão

buscando chegar a um acordo. É sempre necessário saber a autoridade da

pessoa com quem se está negociando. Caso não se tenha esta preocupação

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pode-se perder muito tempo negociando com a pessoa errada ou se fazer

concessões sem não obter nada em troca. O segundo cenário diz respeito ao

que está por traz destes negociadores, tal como pessoas que consideram

importantes ou tem como modelo, e pessoas que lhes dão os parâmetros a

que devem se ater e definem seus limites de autoridade. A estas pessoas

chamamos de eleitorado dos negociadores e saber quem é o eleitorado do

outro negociador pode ser uma informação de grande valia. Inclui-se aqui,

também, todo o apoio logístico necessário para que se efetue uma boa

negociação, tal como uma sólida base de informações, de análise e de

assessoria. Pode-se pensar em alguma coisa semelhante ao que acontece nas

partidas de xadrez. Quando uma partida é suspensa, cada lado tem um

conjunto de assessores que vai analisar o que ocorreu prever quais os

possíveis desdobramentos e oferecer sugestões. O terceiro cenário é o macro

ambiente econômico, político, social e cultural. Nestes tempos de globalização,

tem um peso bastante acentuado. Várias negociações já foram perdidas em

função do desconhecimento da cultura de outros povos.

Segundo WANDERLEY (1998) os seres humanos tem a propensão

de considerar, se apegar e defender uma área particular. Quando estamos em

algum território desconhecido, fatalmente existirá uma pequena sensação de

insegurança.

1- As táticas da negociação

As táticas da negociação procuram atender interesses das partes

em determinados momentos em um curto espaço de tempo. São ações

praticadas e estão diretamente relacionadas com os elementos tempo,

informação e poder. Essas ações são meios para se alcançar os objetivos

desejados e devem ser aplicadas conforme as condições peculiares de cada

negociação e seus negociadores para melhor aproveitamento dos resultados

por conta das empresas.

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De acordo com o artigo Negociação <URL:

http://www.zanco.com.br/art-empreede-negocios_negociacao.htm> data de

acesso: 18/06/2011 Uma negociação não é propriamente uma guerra, mas o

uso de estratégias e táticas é uma possibilidade que não se pode desprezar.

Entendemos por estratégia a arte de utilizar os recursos disponíveis,

explorando condições favoráveis, para alcançar determinado objetivo. As

táticas seriam os meios utilizados com esse fim. As estratégias estão

relacionadas basicamente, a três elementos valiosos em negociação: o tempo,

a informação e o jogo do poder. Dentro desse triângulo existe uma quantidade

ilimitada de "táticas", cuja aplicação conveniente deve estar condicionada a

situações bem específicas.

2.1- Táticas ganha/perde

A tática ganha-perde de acordo com WANDERLEY (1998) são

utilizadas por pessoas que só pensam única e exclusivamente em seus

interesses. Os negociadores devem tomar muito cuidado, pois nesses casos

pessoas estão dispostas a tudo, inclusive Roubo de informações, falsas

negociações. Essa tática é utilizada para fragilizar o negociador de modo a

colocá-lo em um esgotamento psicológico. Nesse artifício situações bem

estressantes ao ponto de deixar o outro esperando por muito tempo sem

qualquer atenção, realizar reuniões longas e deixar o negociar extremamente

em desconforto.

Afirma SÁ FREIRE, Negociação: adentrando o ganha perde.

<URL:http://www.callcenter.inf.br/artigos/23167/negociacao---administrando-o-

perde-e-ganha/ler.aspxque>. data de acesso: 10/05/2011. Todo processo de

negociação evidencia o processo do perde e ganha, pois na maioria das vezes

é preciso abrir mão de uma coisa a favor de outra. Perde-se por um lado, mas

abre-se caminho por outro. Como o próprio nome sugere o resultado

consensual tem que ser bom para ambas as partes, o que não significa que as

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duas saíram ganhando, mas sim que ficarem satisfeitas, justificando a relação

perde e ganha.

Segundo artigo Quais são os tipos de negociação mais presentes na

sua vida?<URL:http://www.empregoecarreira.com/quais-sao-os-tipos-de-

negociacao-mais-presentes-na-sua-vida> data de acesso: 10/05/2011. Apenas

uma das partes se dá bem, enquanto a outra sai perdendo. Trazendo ao

mundo dos negócios, é comum que se estabeleçam metas e objetivos maiores

daqueles que realmente interessam, para que, durante a negociação, as

concessões sejam feitas até um meio termo que aparentemente é o ideal, esse

era o padrão de negociação no começo do século XX. Vamos a um exemplo

prático: o funcionário quer um aumento de 15% e para isso, pede um aumento

de 25% ao chefe, que oferece como resposta um aumento máximo de 8%, por

questões financeiras da empresa, que está em fase de vacas magras. Após a

negociação, chega-se ao acordo de 15%, ou seja, o funcionário ganhou o

salário desejado, mas a empresa abriu uma concessão maior da que seria o

ideal para ela.

2.2 - Táticas perde/ perde

O modelo de negociação perde/perde, não é comum encontrarmos,

trata-se dos dois lados saírem perdendo. Esse é o resultado a ser evitado de

todo modo no mundo corporativo, nesse caso:

Tenta-se se fazer com que uma das pessoas mude de posição ou ajude baseada no fato de que se isso não acontecer ambas terão grandes prejuízos. É o caso de uma empresa que está em difícil situação e, se os credores não ajudarem, poderão perder tudo. (WANDERLEY, 1998 p.186).

Segundo artigo Quais são os tipos de negociação mais presentes na

vida?<URL:http://www.empregoecarreira.com/quais-sao-os-tipos-de-

egociacao-mais-presentes-na-sua-vida> data de acesso: 10/05/2011. Nenhum

negociador que se preze parte para uma argumentação tendo esse acordo

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como objetivo. O resultado é uma perda para os dois lados – a negociação não

foi indiferente, mais do que isso: foi danosa. Esse é o resultado a ser evitado

de todo modo no mundo corporativo, principalmente. Exemplos desse tipo de

negociação também não faltam: imagine um menino de 10 anos está

assistindo TV e seu irmão de 6 anos quer ver desenho animado a todo custo.

Os dois não se acertam, começam a brigar até que a mãe lhes impõe um

castigo de uma semana sem televisão para os dois.

2.3 Táticas ganha/ganha

A negociação ganha/ganha não tem limites, as propostas na

realidade são boas para ambas as partes esse tipo de negociação ainda sofre

crítica por não existir essa modalidade. Segundo artigo Negociação:

inverdades perigosas <URL:http://www.guiarh.com.br/p29.html data acesso:

10/05/2011. “Esta é uma das maiores inverdades que temos encontrado. Em

primeiro lugar vamos lembrar que há várias moedas envolvidas numa

negociação, tais como dinheiro, status, consideração, prestígio etc.; pode-se

não ganhar tanto dinheiro como a outra parte, mas o prestígio, status, também

conta para o grau de satisfação. O ganha-ganha também está extremamente

relacionada com a preocupação com os objetivos e necessidades do outro

lado durante a negociação; quem tem este genuíno tipo de preocupação e

transmite isto à outra parte, certamente contribuirá para uma solução de ganho

comum. Por último, vale mencionar o item flexibilidade (disposição para mudar)

que em muito contribui para a sinergia durante a negociação (2 x 2 = 5),

quando o resultado final é maior que a soma das parcelas das contribuições

individuais; aí o ganha-ganha fica mais fácil”.

3 - Habilidades dos negociadores

A habilidade nada mai é que a capacidade, inteligência. Nas rotinas

empresarias as negociações não são tão simples, os profissionais devem ser

altamente qualificados em virtude dos poderes de certas organizações. Os

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negociadores são diferentes à medida que as habilidades são mais

empregadas nos contratos empresariais. O sucesso da negociação está,

também, ligado ao equilíbrio entre as partes. O estado mental sempre irá

prevalecer naqueles que tem expectativas e grande desejo. O

condicionamento físico em alguns casos pode influenciar nas habilidades dos

negociadores, pois as grandes empresas costumam passar horas discutindo

questões, e nem sempre vão chegar a lugar algum. Todos os momentos são

lançados grandes desafios, nem sempre as negociações acontecem simples.

Em uma abordagem mais filosófica:

temos de fazer para convencer alguém, pois isso está relacionado ao número de repetições que temos de fazer para impactar alguém, ao tempo de aceitação década pessoa e aos canais sensoriais que devem ser empregados. Existem pessoas as quais basta falar uma ou duas vezes sobre o beneficio de alguma coisa enquanto outras necessitam ouvir mais vezes, mesmo que a mensagem já tenha sido entendida anteriormente. WANDERLEY,1998 p.53).

Safari afirma que:

Que o primeiro passo para lidar com uma situação complexa é

reconhecer que ó problema não está no outro e sim em nós mesmos. Ou seja,

é natural que quando você tenta direcionar e enfrenta um forte oposição se

sinta atacado. Logo você pensa que do outro lado está uma pessoa que não

quer escutá-lo, mas tem que escutar. (SAFARI, 2010, p.112).

Segundo Artigo As sete habilidades do bom negociador <URL:

http://www.vendamais.com.br/php/materia.php?id=39279> data de acesso:

10/05/2011. Em recente passagem pelo Brasil, o professor William Ury abriu o

Fórum Mundial de Negociação, realizado em São Paulo pela HSM, definindo

negociação como uma comunicação em duas vias, com um interesse em

comum. Ury identificou sete habilidades muito importantes para um profissional

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se tornar um negociador bem-sucedido. Alessandra Assad, editora executiva

da revista Venda Mais, esteve em sua palestra e nos conta aqui quais são

estas sete habilidades:

1. Habilidade de ser filósofo – Mantenha a calma, o autocontrole e tenha

uma perspectiva. Não perca de vista o objetivo.

2. Habilidade de ser psicólogo – Coloque-se no lugar dos clientes. Ouça

mais do que fale e faça isso para entender, não para refutar.

3. Habilidade de ser detetive – Tente descobrir o máximo possível de

informações da pessoa com quem está negociando.

4. Habilidade de ser inventor – Em vez de criticar a proposta do outro ou

dizer: "Isso não é o que quero”, tente inventar situações.

5. Habilidade de ser juiz – Durante a negociação, você precisará ser um

juiz, ou seja, decidir o que é ou não é justo no que está sendo

conversado.

6. Habilidade de ser estrategista – Ser um estrategista inclui imaginar quais

são as ações que a outra parte pode tomar.

7. Habilidade de ser diplomata – É preciso criar uma ponte para que o seu

adversário possa chegar até você.

Segundo artigo Negociação: inverdades perigosas <URL:

http://www.guiarh.com.br/p29.html> data de acesso: 10/05/2011. Uma

negociação eficiente e eficaz requer conhecimento sobre as pessoas com

quem se negocia, sobre o assunto/negócio objeto de negociação, bem como

sobre técnicas de negociação (etapas, estratégias e táticas, impasses,

concessões. Estratégias e táticas são apenas um instrumento no arsenal da

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negociação; um instrumento perigoso pois seu uso repetido pode tornar o outro

negociador extremamente defensivo.

De acordo com (MARTINELLI, 1998) para alcançar as habilidades

necessárias os negociadores são divididos em convencionais e não

convencionais.

HABILIDADES

Negociadores convencionais Negociadores não convencionais

Para obter informações, utilização de

questões que terminam abertamente,

evitando respostas somente com “sim” ou

“não”

Utilização de equívocos:

compreender mal a outra parte,

propositadamente, para forçar o

outro a esclarecer sua posição e a

acrescentar informações

Uso da paráfrase ou reformulação

daquilo que o outro negociador disse,

com o intuito de demonstrar interesse,

verificar sua compreensão, ganhar tempo

e proporcionar à outra parte a

oportunidade de acrescentar algo à

discussão.

Exagero: ampliar tudo aquilo que o

outro negociador diz para

questionar uma posição extrema, a

qual se sabe que a outra parte

está pronta.

Uso do silêncio para forçar a outra parte

a compartilhar informações

Mudança inesperada: dizer ou

fazer Mudança inesperada: dizer

ou fazer algo, repentinamente,

para criar um efeito de surpresa.

Sumarização para medir o progresso da

negociação e construir acordos prévios.

Sarcasmo: utilizar-se de zombarias

para provocar reações emocionais.

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Confirmação dos sentimento e emoção

para aliviar a tensão e reforçar a

confiança.

Sufocação: sufocar a outra parte

com excesso de questões e

informações para tentar

enfraquecê-la

Fonte: Elaborado a partir de (MARTINELLI, 1998, p.114).

As habilidades na negociação são principalmente constituídas de

táticas que no artigo Conheça algumas táticas em negociação. <URL:

http://www.dicas-l.com.br/crescimento-profissional/crescimento-

profissional_20100517.php> Data de acesso: 10/05/2011. Relata que o

controle do ambiente pode ajudar a aumentar a dramaticidade e reduzir as

ofertas. Sempre que possível tente levar os compradores a um local neutro,

mais atraente. Em negociações muito importantes, verificamos o quanto é

vantajoso tirar os compradores de seus escritórios, afastá-los dos telefones,

dos chefes que poderão distraí-los ou fazê-los perder o entusiasmo pelo seu

produto. Se você forçar as pessoas a viajarem para longe, a própria viagem

será um grande investimento de tempo que intensifica seu comprometimento.

Se elas forem levadas a um lugar bonito e relaxante, a ocasião se transforma

num período de férias. Todos nós sabemos que as pessoas em férias tendem

a gastar mais.

Capitulo III

Aspectos éticos e morais da negociação

1-Ética nas negociações empresariais

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Atualmente vivemos em um mundo completamente corrompido em

todas as classes sociais. As inseguranças das negociações são constantes, no

sentido de realização dos acordos que são firmados. A palavra ética torna-se

rara no meio dos cenários empresariais. Segundo (MARTINELLI, 2006) O

estudo da ética começou a se desenvolver pelos empresários na década de

70. A questão é que um dos grandes desafios é definir uma filosofia de

conduta e um conjunto de princípios éticos para orientar todos os profissionais

das áreas. Hoje atingir altos padrões éticos no ambiente competitivo requer um

realinhamento muito mais radical.

Chanlat relata que:

O interesse crescente pelo tema da ética nos negócios empresariais é explicado pela freqüência de comportamentos egoístas ente jovem executivos. Um fator agravante é o exemplo negativo de alguns empresários, os quais admitem que as concessões morais transformam-se em símbolo de status no meio empresarial. (CHALANT 1996, Apud MARTINELLI, 2006, p.172).

Para Nash A ética dos negócios ou ética empresarial

É estudo da forma pela qual normas morais e pessoais aplicam-se às atividades e aos objetivos da empresa comercial. Não se trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos a pessoa moral que atua como um gerente desse sistema. (NASH 2001, Apud MARTINELLI, 2006, p.172).

Moreira define ética empresarial como:

O comportamento da empresa entidade lucrativa, quando ela reage de acordo com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade. (MOREIRA 1999, Apud MARTINELLI, 2006, p.173)

Segundo Denny, “a ética empresarial consiste na busca do interesse

comum, ou seja, do interesse do empresário, do consumidor e do trabalhador”.

(DANNY 2001, Apud MARTINELLI, 2006, p.173).

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Zajdznajder menciona que:

Grandes empresas introduziram códigos de ética e de conselhos para tratar desse assunto. Todavia, é certo que, tendo o ambiente organizado caminhado na direção do fortalecimento dos padrões éticos, houve, realmente, por parte das empresas e de seus membros, algum tipo de movimento visando à não-colocação dos ganhos e lucros acima de qualquer valor. (ZAJDZNAJDER 2001, Apud MARTINELLI, 2006, p.173).

Na visão de Arruda,

No momento em que grandes escândalos são divulgados, muitos profissionais parecem despertar para ética em finanças. No dia a dia, porém, se transações financeiras não estiverem apoiadas em determinadas regras e comportamentos morais, o mercado se ressentirá e a impressão de oportunismo poderá comprometer negativamente os investimento de muitos cidadãos, bem como os de empresas e de instituições financeiras. (ARRUDA 2001, Apud MARTINELLI, 2006, p.173).

Ser ético nada mais é que pensar de acordo com o bem, agir na

legalidade sem prejudicar os outros. Segundo artigo Ética, Empresarial, Moral

<URL: http://www.webartigos.com/articles/1700/1/Etica-etica-Empresarial-

Moral-E-Responsabilidade-Social/pagina1.html> Data de acesso: 05/06/2011.A

ética é na verdade como a educação de nosso caráter, temperamento ou

vontade pela razão, em busca de uma vida justa, bela e feliz, que estamos

destinados por natureza. Traduzindo o processo consciente ou intuitivo que

nos ajuda a escolher entre vícios e virtudes, entre o bem e o mal, entre o justo

e o injusto. É a predisposição habitual e firme, fundamentada na inteligência e

na vontade, de fazer o bem. Ser ético, portanto, é buscar sempre o bem,

combater vícios e fraquezas, cultivar virtudes, proteger e preservar a vida e a

natureza.

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A ética e os aspectos morais vão além da capacidade de ser um

profissional na área da negociação são valores que cada pessoa deve ter em

sua essência exemple disso em artigo Uma análise sobre as técnicas de

negociação < URL:http://www.hsm.com.br/editorias/uma-analise-das-tecnicas-

de-negociacao?gclid=CIf-9NyvlaoCFcXs7QodszwN0w> Data de acesso:

22/07/2011 que em Certa ocasião, uma empresa solicitou um produto com 24

mil horas de vida útil e o vendedor só dispunha, e entregou, um com 12 mil

horas. Quando perguntado ao gerente comercial por que havia feito aquilo, a

resposta foi: lá ninguém controla nada e quem compra não é quem usa o

produto. Além do mais, não há um bom banco de dados e sistema de

comunicação interna. Também deve-se considerar que existem as chamadas

empresas com números imbatíveis, que não são de alto nível, como pode

parecer à primeira vista. São empresas em que nada bate com nada. Os

números do financeiro não batem com os do comercial e os da produção.

1- Aplicabilidade da ética nas negociações Empresariais

A aplicabilidade das negociações de acordo com (MARTINELLI,

2006), a empresa pode estabelecer normas de conduta para seus dirigentes e

empregados, exigindo que ajam com lealdade e dedicação. A negociação deve

ser conduzida a partir de um parâmetro ético, muitas empresas matem um

manual que deve ser seguido, dessa forma os negociadores também devem

respeitá-los nos momentos dos acordos. Segundo artigo, Ética nos negócios

<URL:http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/etica-nos-

negocios/27406/ Data de acesso: 19/07/2011. Em negociações comerciais, a

necessidade da existência de regras de comportamentos bem como direitos e

deveres respeitados e obedecidos é talvez ainda mais importante. Em ética

empresarial, a menor das infrações provoca um impacto gravíssimo na

reputação de uma companhia ou das equipes que a compõe. O que foi

construído em um longo tempo é perdido rapidamente. Um exemplo de

Prejuízo foi da empresa Siemens que numa atitude de tentar subordinar uma

parte do processo de negociação, teve um prejuízo de 1,4 bilhões de dólares.

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Quanto mais houver obediência espontânea de ética, menos tempo e dinheiro

serão desviados para a defesa de eventuais comportamentos não-éticos.

Como afirma Moreira, os procedimentos éticos facilitam e solidificam

os laços de parceria empresarial, quer com clientes, quer com fornecedores,

quer ainda com sócios efetivos ou potenciais. Isso ocorre, segundo o autor em

função do respeito que um agente ético gera em seus parceiros. (MOREIRA

1999, Apud MARTINELLI, 2006, p.180).

A confiança na negociação é um fator indispensável, com ela,

sempre os acordos serão realizados com extrema rapidez de acordo com

artigo Importância de saber negociar URL:http://www.artigonal.com/gestao-

artigos/a-importancia-de-saber-negociar-1084053.html data de acesso:

20/06/2011. rela que o negociador, não é aquele que simplesmente buscar tirar

o maior proveito possível para si ou a aquele ao qual ele defende os

interesses, mas sim aquele que busca a melhor relação do tipo “ganha-ganha”,

lembrando que a ética, bons costumes, leis e regras estabelecidas, não deve

ser ignoradas. Para estabelecer parcerias, é necessário, tentar compreender a

posição da outra parte envolvida, e a relação de “perda-ganha”, se torna

perigosa no estabelecimento de possíveis parcerias, muitas vezes

pressionamos nossos colaboradores, fornecedores, a fim de obtermos o maior

número de vantagens possíveis. No primeiro momento, esta formula, pode se

mostrar de grande valia, entretanto esta se desgasta ao longo dos tempos, ao

pressionarmos um acordo vantajoso apenas para um lado, criamos uma

sensação de derrota, conformismo e desprezo no outro, o que gera uma

frustração, que merece uma melhor reflexão.

Segundo (MARTINELLI, 2006) existem empresas que omitem

algumas informações que possam favorecer o outro lado da negociação, no

entanto, muitas vezez, essas informações já são conhecidas, forma

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conseguidas nommercado. Quamdo esse tipo de sitiação acontece, torna-se

dif´cil confiar totalmente na proposta da outra parte.

Todo negociador tem condutas diferentes na hora do fechamento

dos acordos, ocorre que alguns não estão pautados na ética. Aquestão da

confiança é extremamente delicada relata em sua obra (WANDERLEY,1998

p.99). “Existe um golpe chamado pato da arara que um cliente negocia um

pedido bastante bom, em condições que nos parece favoráveis. Verificamos o

CGC e as empresas com que ela opera. Conferimos as referencias e

constatamos que não há títulos protestados. Só pontos positivos, melhor

impossível. Entretanto na hora de receber o pagamento. Quando a fatura

vence, nada acontece. A empresa sumiu”. Esse golpe é chamado de arara

pois esse animal depois de 45 dias começa a bater as asas, uma analogia não

muito interessante. É preciso ter muito cuidado na hora de fechar qualquer tipo

de negocio.

Afirma Martinelli que:

A empresa ética preocupa-se em remunerar o seu fornecedor com justiça, buscando sempre o valor justo do fornecimento é interessante notar que as organizações terão de aprender a equacionar a necessidade de obter lucros, obedecendo as leis, ter um comprometimento ético e envolver-se em alguma forma de filantropia que beneficie as comunidades nas quais se inserem. Além disso, algumas mudanças, como as formas pelas quais são concebidos e comercializados produtos e serviços, trazem consigo questões éticas com as quais as empresas tem de aprender a lidar, principalmente, porque cada vez mais as novas tecnologias de informação e as oportunidades comerciais e empresariais abertas pela globalização. (MARTINELLI, 2006, p.179).

Atualmente as pessoas estão mais atinadas e acompanhando todas as

questões éticas das negociações, a imprensa não costuma ocultar

procedimentos que vão de encontro à ilegalidade. O artigo Casino: Abílio

Diniz ignorou ética em negociação com Carrefour<

http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201106291142_RT

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R_1309345763nN1E75S02Z> data de acesso: 29/07/2011. O grupo francês

Casino afirmou por meio de comunicado oficial que o empresário Abílio Diniz,

presidente do Grupo Pão de Açúcar, ignorou a ética na negociação de compra

do grupo Carrefour. O grupo francês afirmou, por meio de nota, divulgada

nesta quarta-feira, que "ao conduzir as negociações, o Carrefour e o sr. Abílio

Diniz ignoraram deliberadamente tanto a lei e os contratos quanto os princípios

fundamentais da ética comercial". Segundo uma fonte próxima ao assunto, o

presidente do Casino quer discutir a situação no Brasil com seu sócio no

controle do Grupo Pão de Açúcar nos próximos dias. Casino e Diniz dividem o

controle do Pão de Açúcar por meio da Wilkes, que detém 66% do capital da

varejista brasileira. Ambos têm estado em atrito desde que Diniz, que ocupa a

presidência do conselho de administração do Pão de Açúcar, abordou o

Carrefour, arquirrival do Casino, sem permissão prévia para discutir uma

possível fusão.

Para alicar a ética nas negociações, é preciso uma postura mais

enérgica por parte da diretoria da empresa, atualmente muitas estão frizando a

quetões de alguns códigos de ética que veverão ser respeitados. Treinamentos

filosóficos são oferecidos para conscientização de todo grupo. Quando se

passa uma postura mais ética e uma grande transparencia, as pessoas são

mais respeitadas.

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CONCLUSÃO

A negociação sempre estará presente em nossas vidas,

principalmente nos profissionais que trabalham desenvolvendo grandes

acordos nas empresas. Entender a negociação como um processo em que

se pretende chegar a um acordo entre duas partes, talvez seja a fórmula

ideal para compreender os sucessos e fracassos que ocorrem em

empresas de vários setores. O estudo prévio, o planejamento e estratégia

devem fazer parte das ferramentas utilizadas. As Técnicas são construídas a

partir de cada negociação. Portanto, em qualquer contexto, a habilidade de

negociação é fundamental e, com isso, cada vez mais profissionais, das mais

diversas áreas, estão interessados em se aperfeiçoar buscando padrões éticos

e a total excelência. Uma boa metodologia sempre servirá para qualquer tipo

de negociação e se aplicará a qualquer área ou segmento.

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apresentacao-etapa-curta-porem-decisiva-no-processo-consultivo-de-

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http://www.iopen.com.br/asetapasdeumaboanegociacao.html> data de acesso:

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