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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTANCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Por: Monique Guedes da Silva Orientador Prof. Jorge Tadeu Rio de Janeiro 2007

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Técnico e Administração de recursos humanos. ... Finanças é a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTANCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS

EMPRESAS

Por: Monique Guedes da Silva

Orientador

Prof. Jorge Tadeu

Rio de Janeiro

2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTANCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS

EMPRESAS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em finanças e

gestão corporativa.

Por: Monique Guedes da Silva.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus.

Agradeço a minha filha Larissa e ao meu esposo

Anderson, por compreender e respeitar a minha

ausência devido a intensa dedicação aos estudos.

Ao Anderson por nunca ter agido de forma que pudesse

impedir a realização dos meus sonhos e sempre

colaborando para o meu sucesso.

A minha filha que sempre esteve do meu lado em todas

as minhas realizações.

Ao meu eterno diretor de controladoria Ricardo

Siqueira, que além de incentivar os meus sonhos, me

ajudou também a transformá-los em realidade.

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DEDICATÓRIA

Ao meu Deus que é justo e fiel!

Por ter me ajudado a superar todos os

obstáculos em todos os momentos de minha

vida.

Deus te amo!

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar as bases conceituais e

exemplos do fluxo de caixa, possibilitando o controle financeiro das pequenas

empresas e evidenciando esse instrumento como de fundamental importância

nas tomadas de decisões. É cada vez maior a necessidade de um sistema

gerador de informações que possibilite as pequenas empresas condições

mínimas de planejamento de suas atividades e controle de seus resultados.

Com a implantação de um fluxo de caixa conseguimos trazer para a empresa

um resultado satisfatório em relação ao controle do financeiro, evidenciando

informações confiáveis, permitindo assim, uma análise mais segura da

situação financeira da empresa.

Palavras-chave: Fluxo de Caixa, Gestão Financeira, Planejamento e Controle

Interno.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa

DOAR - Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

FASB – Financial Accounting Standards Board

MPE’s – Micro e Pequenas Empresas

MPE’s – Micro e Pequenas Empresas

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – DFC pelo método direto........................................................... 46

QUADRO 2 - DFC pelo método indireto..........................................................47

QUADRO 3 – Demonstração DOAR................................................................49

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – A fraude como uma séria ameaça à empresa (%)...........................33

Figura 2 – Tendência x Fraude.........................................................................34

Figura 3 – O autor da fraude (%)......................................................................34

Figura 4 – Como a fraude foi identificada (%)..................................................35

Figura 5 – Ações executadas após a descoberta da fraude (%)......................35

Figura 6 – Relação entre as áreas funcionais................................................39

Figura 7 - Método Direto vs. Método Indireto...................................................65

Figura 8 - Demonstração do fluxo de caixa - Método direto.............................66

Figura 9 - Demonstração do fluxo de caixa - Método indireto..........................67

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METODOLOGIA

Quanto aos fins

O trabalho está definido com uma pesquisa descritiva e explicativa, e o objetivo

é descrever os conceitos do fluxo de caixa, e as formas decorrentes do método

direto e do método indireto, a distinção entre os métodos de elaboração e

apresentação do mesmo, e o processo derivado das atividades operacionais e

os fatores que afetam o próprio fluxo de caixa.

Quanto aos meios

Quanto aos meios a pesquisa pode ser classificada, como bibliográfica a

fundamentação teórica para apresentar os assuntos voltados para as possíveis

influências do fluxo de caixa, e como pesquisa de campo o estudo de caso que

evidencia na prática a importância da ferramenta Fluxo de caixa nas pequenas

empresas, será desenvolvida também com bases em materiais publicado em

rede eletrônica.

Perante o processo da pesquisa serão utilizados os preceitos das normas da

ABNT – Associação Brasileira de Normas técnicas.

Universo e amostra

O universo de pesquisa de campo foi a estrutura financeira da Micro Empresa

Asset Financial ABC, que inclui dois sócios gerentes e um chefe de

departamento, responsáveis pelas áreas de Contas a pagar, Contas a

receber, Faturamento, Suprimentos, RH e Vendas.

A amostra foi definida pelo critério de acessibilidade, sendo composta pelo

sócio gerente da área financeira e o chefe de departamento, onde a mesma foi

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constituída da seguinte forma: Seleção do Gerente da área chave relacionado

ao tema pesquisado, tais como: Planejamento financeiro, planejamento

Técnico e Administração de recursos humanos.

Coleta de Dados

Os dados serão coletados através de pesquisa bibliográfica em livros, material

da Internet, apostilas. Foram utilizadas fontes primárias e secundárias.

Tratamento dos dados

Os dados bibliográficos foram tratados de forma qualitativa.

Limitação de Método

Em se tratando de um método bibliográfico e também conta com a experiência

profissional dos pesquisadores, a pesquisa sofre subjetividades nas

interpretações.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 12

CAPITULO I

ADMINISTRAÇAO FINANCEIRA 16

CAPITULO II

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PARA A GESTÃO DO FLUXO DO CAIXA 30

CAPITULO III

FLUXO DE CAIXA 42

CAPITULO IV

ESTUDO DE CASO 79

CONCLUSÃO 83

ÍNDICE 88

FOLHA DE AVALIAÇÃO 92

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INTRODUÇÃO

Nos últimos anos a contabilidade sofre inúmeras transformações em

conseqüência da rapidez da informação, onde esta é um meio necessário para

alcançar o objetivo de uma sociedade. Até 1994 os grandes empresários não

davam muita importância aos dados apresentados pelo sistema de informação,

em contra partida, os profissionais da área contábil geravam grandes esforços

para garantir os números sem que a inflação pudesse distorcê-los.

Nos dias de hoje essa situação vem mudando constantemente, surgindo a

necessidade de novos relatórios gerenciais que auxiliem na tomada de

decisão, ou seja, demonstrativos contábeis que apresentam informações

necessárias para alcançar a eficiência do mercado. Em tempos de dinheiro

escasso, juros elevados e situações econômicas variáveis, o empresário dos

novos tempos precisa controlar com rigor e detalhadamente a situação de sua

empresa. Surge então ferramentas úteis para melhorar o desempenho e

agilizar processos, e uma delas é o fluxo de caixa, o qual será abordado em

nosso estudo.

O fluxo de caixa é um sistema de gestão financeira de recursos monetários,

em um determinado período. É considerado um dos principais instrumentos de

análise e avaliação de uma empresa, permitindo ao administrador uma visão

futura dos recursos financeiros da mesma. A movimentação deve ser

levantada com as projeções econômico-financeiras atuais da empresa, cujo

principal objetivo é fornecer informações para a tomada de decisão, tais como:

necessidade da captação de recursos, aplicar o que exceder no caixa nas

alternativas mais viáveis para a empresa sem comprometer sua liquidez. O

fluxo de caixa pode e deve ser utilizado em empresa de pequeno a grande

porte e sua projeção permite a que uma empresa tenha a capacidade de gerar

recursos para suprir o aumento do seu capital de giro que são gerados,

remunerar os proprietários efetuar pagamentos de impostos. A projeção pode

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ser feita mês a mês, trimestre a trimestre, ano a ano ou até mesmo diária. Seu

conceito permite aos profissionais organizar registros e obter informações

gerenciais adequadas para uma visão futura.

Silva (2005, p. 11), Conceitua o fluxo de caixa da seguinte forma:

“É o principal instrumento da gestão financeira que

planeja, controla e analisa as receitas, as despesas e os

investimentos, considerando determinado período

projetado.”

Realizando uma análise reflexiva sobre o conceito acima, consideramos que o

fluxo de caixa é um adequado instrumento de trabalho, pois evidencia a

necessidade de crédito que a empresa terá em curto prazo antes dos

vencimentos das obrigações que os demandem, e das possíveis folgas

financeiras de curto prazo possibilitando a sua aplicação em operação de

curtíssimo prazo otimizando o seu desempenho financeiro.

Portanto a presente pesquisa tem como objetivo abordar um estudo sobre as

possíveis influências da ferramenta fluxo de caixa nas pequenas empresas

para a tomada de decisão.

Supõem-se que o Fluxo de caixa venha contribuir nas pequenas e micros

empresas como uma ferramenta que facilite a gestão financeira, pois muitas

das pequenas empresas têm na sua maioria cerca de 01(um) ou 02(dois) ou

até (05) cinco funcionários, e receitas baixas, estas ficam com uma dificuldade

enorme para entrar na legalidade, e por outro lado não usam os recursos

técnicos que as grandes empresas utilizam para melhorar o seu desempenho,

devido uma pratica de ocultar informações, para poderem sobreviver no

mercado.

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Dentro desse contexto, considerando as características do tema pesquisado,

pretende-se encontrar elementos para inferir respostas para a seguinte

questão:

Quais as possíveis contribuições que o fluxo de caixa pode proporcionar na

gestão financeira das empresas de pequeno porte?

Demonstra as possíveis influências do fluxo de caixa nas pequenas empresas

para a tomada de decisão.

Conceituar e definir Fluxo de Caixa

Este trabalho se propõe abordar as possíveis influências na utilização da

ferramenta do fluxo de caixa nas pequenas empresas, não sendo objetivo

deste trabalho estudar as empresas de grande porte , públicas e mistas.

No âmbito pessoal é de grande importância, devido ao interesse em se realizar

um estudo sobre o fluxo de caixa com o objetivo principal de agregar

conhecimento técnico, no que tange a administração financeira das pequenas

empresas.

No âmbito profissional, deve-se ao crescente número de pequenas empresas

de diversos setores que estão fechando as portas no mercado devido à falta

de conhecimentos técnicos sobre gestão financeira, afim de que se possa

contribuir para o crescimento da mesma e possibilitando em contrapartida o

nosso crescimento profissional.

No âmbito acadêmico, esse trabalho contribui como fonte de pesquisas e no

auxilio para abertura de novos caminhos.

No âmbito social, esse trabalho visa abordar de maneira simplificada as formas

utilização do fluxo de caixa nas pequenas empresas de modo que as mesmas

consigam elaborar um planejamento financeiro eficaz e conseqüentemente

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sobreviver dentro do mercado, mantendo ou até gerando mais empregos para

a sociedade.

Com o acelerado crescimento do capitalismo não se pode deixar de abordar as

questões éticas em finanças onde segundo (RAE, 2005 p. 7):

“(...) Vivemos em uma sociedade capitalista e consumista,

nada mais a dizer; com raras e, porque não dizer, belas,

necessárias e comoventes exceções, como Betinho e

Madre Tereza. Sabemos que a maioria absoluta de nós

tem ideal de vida bastante distinto dos desses dois, que

infelizmente já nos deixaram, não fosse assim o mundo já

seria o paraíso terrestre e não um vale de lágrimas.”

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CAPÍTULO I

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

1.1 - Introdução

Com o advento da globalização, que inseriu no mercado mundial a figura da

economia globalizada, surgiram fatores determinantes para o sucesso das

empresas. A "economia globalizada" traz consigo uma rápida evolução do

mercado financeiro , o que exige dos profissionais que atuam na área agilidade

no processo de tomada de decisões.

O papel da administração financeira depende também do porte da empresa.

Numa empresa pequena, muitas vezes não há um órgão específico e

responsável pelo gerenciamento das operações financeiras, ficando essas

atribuições divididas entre a contabilidade e o proprietário.

Passa-se então a ver a necessidade uma administração financeira atuante e

eficaz, pois através desta pode se planejar e alcançar as metas e objetivos

definidos pela empresa. A administração financeira é um guia para empresa

que em curto ou em longo prazo, onde poderá ter garantias de como serão as

condições de caixa bem como os lucros ou prejuízos que poderá adquirir.

1.2 – Conceito

Finanças é a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos os

indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou

investem. Finanças ocupam-se do processo, instituições, mercados e

instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e

governos.

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Finanças poderia simplesmente ser definida como os bens de valor liquido ou

agregado, porém, a área de finanças é muito mais ampla e dinâmica. È a arte

e a ciência de administrar fundos. De uma forma ou de outra, afeta

diretamente a vida de todas as pessoas e organizações financeiras ou não,

privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos.

Finanças podem ser definidas como o estudo de como as pessoas alocam

recursos escassos ao longo do tempo.

Diz ainda que, há muitas áreas de estudos e um grande número de

oportunidades de carreira nesse campo. Pode ser também definida como um

conjunto de conceitos que ajudam a organizar o pensamento das pessoas e

organizações assim como também poderá ser um conjunto de modelos

quantitativos para ajudar as famílias e as empresas a tomarem decisões,

avaliar alternativas e implementá-las.

1.3 Objetivo

O objetivo econômico das empresas é a maximização de seu valor de

mercado, pois dessa forma estará sendo aumentada a riqueza de seus

proprietários (acionistas de sociedades por ações ou sócios de outros tipos de

sociedades).

Diz ainda que, os proprietários das empresas privadas esperam que seu

investimento produza um retorno compatível com o risco assumido, por meio

de geração de resultados econômicos e financeiros (lucro e caixa) adequados

por longo prazo, ou melhor, indefinidamente, pois o investimento é feito em

caráter permanente.

Do ponto de vista dos acionistas, uma empresa pode ser visualizada como um

sistema que gera lucro e aumenta os recursos nela investidos. A empresa,

representada por seus administradores (diretores e gerentes) e empregados

em geral interage com os agentes econômicos do ambiente em que esta

inserida, gera os resultados econômicos e financeiros e remunera os

acionistas pelo investimento realizado.

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"... o objetivo básico implícito nas decisões de

administração financeira é a maior rentabilidade possível

que possa proporcionar o investimento efetuado por

indivíduos ou instituições caracterizados como

proprietários – acionistas ordinários, no caso de uma

sociedade anônima" (SANVICENTE, 1997).

Cita, entretanto, que é feita uma ressalva: a rentabilidade máxima, desde que

não seja comprometida a liquidez da empresa.

A existência de um conflito entre esses dois objetivos, dos quais o de

rentabilidade deve ter primazia sobre o de liquidez, que o condiciona e

restringe, manifesta-se em termos de um dilema entre aplicar todos os fundos

disponíveis (o que deve levar à maior rentabilidade total possível para uma

dada empresa), e manter inativos alguns fundos para, por exemplo, proteção

ou defesa contra riscos de não se poder pagar alguma divida. Parece claro,

entretanto, que o dinheiro que permanece inativo, embora útil como proteção

contra risco, não produz retorno algum.

1.4 Administração financeira nas empresas

A função financeira nas empresas resume-se em: "... transformação dos dados

financeiros, de forma que possam ser utilizados para monitorar a situação

financeira da empresa; avaliação da necessidade de se aumentar ou reduzir a

capacidade produtiva e; determinação de aumentos ou reduções dos

financiamentos requeridos" (ARTHUR, 1994).

Diz ainda que, essas funções abrangem todas as demonstrações contábeis

atualmente utilizadas, porém com ênfase maior no balanço patrimonial e na

demonstração de resultado do exercício. Embora a análise e o planejamento

financeiro estejam fortemente vinculados a demonstrativos financeiros

elaborados sob o escudo do regime de competência, seu objetivo fundamental

é avaliar o fluxo de caixa da empresa e desenvolver planos que assegurem

que os recursos adequados estarão disponíveis para o alcance dos objetivos.

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1.5 Principais áreas de decisões na administração financeira

1.5.1 Decisões de Investimento

As decisões de investimentos do administrador financeiro determinam a

combinação e o tipo de ativos constantes do balanço patrimonial da empresa.

Essa atividade diz respeito ao ativo da empresa. A combinação refere-se ao

total de recursos aplicados em ativos circulantes e em ativos permanentes.

Estabelecidas essas metas, o administrador financeiro deve fixar e procurar

manter alguns níveis de qualidade para cada tipo de ativo circulante. Deve

também decidir quais são os melhores ativos permanentes a adquirir, e saber

quando os ativos existentes precisam ser modificados, substituídos ou

liquidados (ARTHUR, 1994).

"... a preocupação primordial diz respeito à avaliação e

escolha de alternativas de aplicação de recursos nas

atividades normais da empresa" (SANVICENTE, 1997).

São classificadas as atividades executadas em conseqüência das decisões de

recursos em caráter temporário ou permanente, para dar suporte a atividades

operacionais. As atividades de investimentos correspondem às contas

classificadas no balanço patrimonial, em investimentos temporários e em ativo

permanente.

1.5.2 – Decisões de Financiamento

Essa atividade relaciona-se com o passivo da empresa e abrange duas áreas.

Primeiro, a harmonia entre financiamentos a curto e a longo prazo deve ser

estabelecida. Um segundo ponto é que fontes individuais de financiamento, a

curto ou longo prazo, são as melhores, em um dado instante. Muitas dessas

decisões são ditadas pela necessidade, mas algumas requerem uma profunda

análise dos financiamentos que estão acessíveis à empresa, seus custos e

suas implicações a longo prazo.

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As atividades de financiamento refletem os efeitos das decisões tomadas

sobre a forma de financiamento das atividades de operações e de

investimentos. As atividades classificadas nesse grupo correspondem às

contas classificáveis no passivo financeiro e no patrimônio líquido .

Segundo Sanvicente (1997), "... o que se deseja fazer é definir e alcançar uma

estrutura ideal em termos de fonte de recursos, dada a composição dos

investimentos".

1.5.3 – Decisões de Utilização (destinação) do lucro líquido

Há uma área de decisões, também comumente conhecida pelo nome de

política de dividendos, que se preocupa com a destinação dada aos recursos

financeiros que a própria empresa gera em suas atividades operacionais e

extra-operacionais.

1.5.4 – Decisões de operação

As decisões de operações (ou atividades operacionais) existem em função do

negócio da empresa e são executadas com a finalidade de proporcionar um

retorno adequado para os investimentos feitos pelos proprietários.

1.6 – O Papel da administração financeira

A Administração Financeira diz respeito às responsabilidades do administrador

em uma empresa, desempenha um papel crucial nas operações da empresa.

Preocupar-se com a avaliação do desempenho financeiro e defende propostas

que tenham, pelo menos em parte, méritos financeiros, para conseguir

recursos da administração.

A dimensão e a importância da função da administração financeira dependem

do tamanho da empresa. Em pequenas empresas, a função geralmente é

exercida pelo departamento de contabilidade. À medida que a empresa cresce,

a importância da função financeira conduz, em geral, à criação de um

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departamento próprio, dirigido pelo vice-presidente de finanças e diretamente

subordinado ao presidente ou ao executivo principal da empresa (GITMAN,

2002).

1.6.1 – Funções e atribuições do administrador financeiro

A administração financeira de uma empresa, como todos os departamentos

empresariais existentes, é exercidas por pessoas, ou grupos de pessoas que

podem ter diferentes denominações, como: vice-presidente de finanças, diretor

financeiro, controller e gerente financeiro (HOJI, 2004).

O administrador financeiro contribui consideravelmente com os conhecimentos

técnicos que conduzem de forma harmônica as atividades e operações

existentes em função do negocio da empresa. O mesmo apenas "contribui",

visto não ser de sua competência determinar como tais atividades e operações

devem ser conduzidas (ARTHUR, 1994).

Diz ainda que, como qualquer outro profissional da área financeira, o

administrador financeiro possui um suporte técnico de profissionais altamente

qualificados em tesouraria e controladoria. Os responsáveis por essas duas

áreas, denominados tesoureiro ou gerente financeiro e controller ou contador,

são de extrema importância ao administrador financeiro, visto que são os

responsáveis em fornecer relatórios periódicos necessários ao

desenvolvimento das atividades financeiras da empresa.

O tesoureiro é responsável pelo planejamento, controle e movimentação de

recursos financeiros e o controller é responsável pelo planejamento, controle e

analise das operações e investimentos. Ambos fornecem ao administrador

financeiro o suporte necessário para a tomada de decisões (ARTHUR, 1994).

Ainda segundo Arthur, o administrador financeiro, como já vimos

anteriormente, possui três atribuições básicas, que são a análise e

planejamento financeiro; tomada de decisões de investimentos e a tomada de

decisões de financiamentos.

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Não só como atribuições podem se caracterizar pontos acima mencionados,

mas também podem ser considerados como áreas de decisões do

administrador financeiro (ARTHUR, 1994)

Segundo Sanvicente (1997), o administrador financeiro é: "... um indivíduo ou

grupo de indivíduos preocupados com a obtenção de recursos monetários para

que a empresa desenvolva as suas atividades correntes e expanda a sua

escala de operações, se assim for desejável, e a análise da maneira

(eficiência) com a qual os recursos obtidos são utilizados pelos diversos

setores e nas várias áreas de atuação da empresa".

1.6.2 – Relacionamento com a contabilidade

As atividades financeiras e contábeis de uma empresa estão, geralmente, sob

o comando do vice-presidente financeiro. Essas funções estão estreitamente

relacionadas e em geral se superpõe; de fato, a Administração Financeira e a

Contabilidade nem sempre se distinguem facilmente. Em pequenas empresas,

o controller freqüentemente assume a função financeira e em grandes

empresas, muitos contadores estão intimamente envolvidos em varias

atividades financeiras. No entanto há duas diferenças básicas entre Finanças e

Contabilidade: a ênfase no fluxo de caixa e na tomada de decisão (GITMAN,

2002).

1.6.2.1 – Ênfase no fluxo de caixa

A principal função do contador é desenvolver e fornecer dados para medir o

desempenho da empresa, avaliar sua posição financeira e pagar impostos.

Baseando-se em certos princípios padronizados e geralmente aceitos, o

contador prepara as demonstrações financeiras, que reconhecem as receitas

no momento da venda e as despesas, quando incorridas. Essa abordagem é

comumente conhecida como regime da competência (GITMAN, 2002).

Diz ainda que, o administrador financeiro, por outro lado, enfatiza o fluxo de

caixa, ou seja, entradas e saídas de caixa. Ele mantém o a solvência da

empresa, analisando e planejando o fluxo de caixa para satisfazer as

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obrigações e adquirir os ativos necessários ao cumprimento das obrigações e

dos objetivos da empresa. O administrador financeiro adota o regime de caixa

para reconhecer as receitas e despesas que efetivamente representam

entradas e saídas de caixa.

O fluxo de fundos (ou fluxo de recursos) tem conceito mais abrangente do que

fluxo de caixa. Enquanto o fluxo de caixa refere-se a movimentação de

dinheiro, o fluxo de fundos refere-se a movimentação do capital de giro (HOJI,

2004).

Segundo Jaffe (2002), "...não é tão fácil assim observar os fluxos de caixa

diretamente. Grande parte das informações que obtemos provém de

demonstrações financeiras, e boa parte do trabalho de análise financeira

consiste em extrair informações sob a forma de fluxo de caixa das

demonstrações financeiras disponíveis".

1.6.2.2 – Distribuição de fluxos de caixa no tempo

O valor de um investimento feito pela empresa depende do momento do que

ocorrem os fluxos de caixa. Uma das premissas mais importantes em finanças

é a de que os indivíduos preferem receber o fluxo de caixa mais cedo. Um

dólar recebido hoje vale mais de que um dólar recebido daqui a um ano. Essa

preferência temporal desempenha um papel importante na formação de preços

de ações e obrigações (JAFFE,2002).

1.6.2.3 – Riscos de fluxos de caixa

A empresa precisa considerar o fator risco. O volume e a distribuição dos

fluxos de caixa no tempo geralmente não são conhecidos com certeza. A

maioria dos investidores possui aversão a risco (JAFFE,2002).

1.6.2.4 – Tomada de decisão

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Enquanto o contador volta sua atenção para a coleta e apresentação de dados

financeiros, o Administrador Financeiro analisa os demonstrativos contábeis,

desenvolve dados adicionais e toma decisões, baseado em suas avaliações

acerca dos riscos e retornos inerentes. O papel do contador é fornecer dados

consistentes e de fácil interpretação sobre as operações passadas, presentes

ou futuras da empresa. O administrador financeiro utiliza esses dados, na

forma como se apresentam ou após realizar alguns ajustes, e os toma como

um importante insumo ao processo de tomada de decisão. Obviamente, isso

não significa que os contadores nunca tomem decisões ou que os

administradores financeiros nunca coletem dados; mas, as ênfases principais

da Contabilidade e de Finanças são muito distintas (GITMAN, 2002).

1.7 – Planejamento financeiro

Ao planejar uma empresa, procura-se formular de maneira explicita as tarefas

a serem cumpridas e prever a obtenção dos recursos necessários para isso,

dentro de uma limitação específica de prazo. Portanto ao falarmos em termos

de planos, ou seja, expressões formais das atividades da empresa e suas

subunidades para um período futuro, a própria dimensão temporal já introduz

uma distinção entre o planejamento a longo prazo e o planejamento curto

prazo (SANVICENTE,1997).

Diz ainda que, em referência aos planos de desempenho, que se transformam

numa etapa subseqüente em orçamentos de desempenho, é preciso levar em

conta, antes de mais nada, que uma das primeiras etapas do processo de

planejamento, como foi indicado, alias, na própria explanação do planejamento

a longo prazo, é a fixação de objetivos. O planejamento consiste em

estabelecer com antecedência as ações a serem executadas dentro de

cenários e condições pré-estabelecidos, estimando os recursos a serem

utilizados e atribuindo as responsabilidades, para atingir os objetivos fixados.

Os objetivos fixados poderão ser atingidos somente com um sistema de

planejamento adequadamente estruturado (HOJI,2004).

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Planejamento financeiro é o processo por meio do qual se calcula quanto de

financiamento é necessário para se dar continuidade às operações de uma

companhia e se decide quando e como a necessidade de fundos será

financiada. Sem um procedimento confiável para estimar as necessidades de

financiamento, uma companhia pode acabar não tendo fundos suficientes para

pagar seus compromissos, como juros sobre empréstimos, duplicadas a pagar,

despesas de aluguel e despesas de serviços públicos. Uma empresa fica

inadimplente se não for capaz de saldar suas obrigações contratuais, como

despesas de juros sobre empréstimos. Portanto, a falta de um planejamento

financeiro sólido pode causar falta de liquidez e, por isso, a falência mesmo

quando os ativos totais, incluindo ativos não – líquidos, como estoque,

instalações e equipamentos, forem maiores que os passivos. A administração

precisa fazer um planejamento financeiro metódico para avaliar as

necessidades futuras para financiamento. A época dos diferentes tipos de

financiamento também é critica para o planejamento financeiro (BRAGA,

1996).

As fontes de financiamento incluem: dívidas de curto e de longo prazo, ações

ordinárias e preferências, e lucros retidos. Esses, que são lucros acumulados

após impostos e dividendos, são uma fonte de financiamento especialmente

desejável. A capacidade de a empresa expandir suas operações usando os

lucros retidos é sinal de solvência financeira, porque tais fundos tornam uma

empresa financeiramente auto-suficiente (BRAGA, 1996).

O processo de planejamento financeiro inicia-se com planos financeiros a

longo prazo, ou estratégicos, que por sua vez direcionam a formulação de

planos e orçamentos operacionais a curto prazo. De forma geral, é por meio

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desses planos e orçamentos a curto prazo que se implementam os objetivos

estratégicos a longo prazo da empresa (GITMAN, 2002).

1.7.1 Objetivos do Planejamento Financeiro

Os objetivos constituem enunciados das posições em que a empresa deseja

estar futuramente, em termos de algum aspecto ou de vários aspectos

essenciais. Nos termos do que apresentamos como linha mestra ao longo de

todo este texto, a empresa deve ter um grande objetivo dominante: a

maximização do valor do investimento de seus proprietários

(SANVICENTE,1997).

1.8 Controle financeiro

Se de um lado acredita que a elaboração de planos e orçamentos para um

período futuro contribui para a realização mais eficaz dos objetivos das

empresas, também é verdade, por outro lado, que não há planejamento

adequado sem controle (SANVICENTE,1997).

Diz ainda que, "... para controlar é preciso registrar os resultados que vão

ocorrendo durante a execução dos planos e orçamentos. Esse é,

fundamentalmente, o papel a ser desempenhado pela contabilidade".

Conforme Hoji (2004),"...o papel do controller, que é um executivo responsável

pela área de controladoria, ainda não esta claramente definido em algumas

empresas. A principal função do controller é dar suporte a gestão dos negócios

da empresas,para que esta atinja seus objetivos, por meio de informações

gerencias em tempo hábil para tomada de decisões,a um custo razoável".

1.9 – Administração de riscos

Hoje em dia, e cada vez mais, o mercado é facilmente abalado por crises

avassaladoras. A celeridade de que se revestem as negociações do mercado

internacional hoje, sobretudo com as facilidades criadas entre os países

integrantes dos Blocos Econômicos, as grandes somas de capital que

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envolvem as chamadas megafusões – questões mais atuais no painel

financeiro mundial – facilitam em muito as crises em nível internacional

(ARTHUR, 1994).

Diz ainda que, a questão da proteção, em tempos neoliberais, aponta cada vez

mais para a procura de segurança por meio de instituições particulares, ligadas

diretamente ao mercado especulativo, e que sejam tão sólidas a ponto de

oferecer seus préstimos àqueles que navegam em águas tão atormentadas.

Num mercado tão predatório, empresas consideradas antes sólidas torres,

podem ser derrubadas em um único dia, e grandes impérios podem ser

derrotados por uma ou outra negociação errada. Hoje e doravante, o mercado

demanda e demandará cada vez mais decisões rápidas. Essa celeridade, por

sua vez, deve ser revestida de proteção (ARTHUR,1994).

Por causa de diversos fatores fora do controle da administração da empresa,

os retornos prometidos por um projeto de investimento estão sujeitos a

incerteza: modificação de tecnologia, surgimento ou desaparecimento de

novos concorrentes ou produtos complementares ou substitutos, o

comportamento da economia nacional e internacional, mudanças de política

governamental de controle de preços ou de custos de insumos utilizados,

variações climáticas, etc (SANVICENTE,1997).

O risco existe em todas as atividades empresariais. Tudo o que é decidido hoje

visando a um resultado no futuro, está sujeito a algum grau de risco. Somente

o que já aconteceu esta livre de risco, pois é um fato consumado. Com base

em condições e fatos conhecidos, podem-se estabelecer premissas e projetar

os fatos que acontecerão no futuro. Esses fatos projetados poderão realmente

acontecer, mas não serão "exatamente" como aviamos projetados

(HOJI,2004).

A existência de uma relação positiva entre risco e retorno nominal e esperado

deve ser evidente. Depois de avaliar o risco inerente a um dado título, os

investidores tendem a comprar aqueles títulos que se espera que forneçam um

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retorno condizente com o risco percebido. O retorno efetivo obtido nesse titulo

afetará os atos desses investidores subseqüentes – se venderão, manterão ou

comprarão títulos adicionais. Alem disso, a maioria dos investidores procura

certos tipos de títulos que forneçam uma determinada faixa de comportamento

de risco e retorno (GITMAN, 2002).

Diz ainda que, os administradores financeiros devem tentar manter receitas

elevadas e custos baixos, mas devem também considerar os riscos associados

a cada alternativa de investimento e de financiamento. Afinal, as decisões se

apoiarão em uma análise do impacto do risco e do retorno do preço da ação.

1.9.1 – Gestão de riscos

A gestão de riscos é um processo por meio do qual são tomadas decisões de

aceitar um perigo em potencial conhecido ou de minimizá-lo, com a utilização

de instrumentos apropriados (HOJI,2004).

Diz ainda que, a gestão de riscos é muito importante em qualquer empresa,

pois num mercado globalizado, um fato econômico ocorrido na Ásia, do "outro

lado do mundo" ,provoca reflexo imediato na economia brasileira. A economia

global "não dorme" ; fica ativo o dia todo, acompanhando a luz do sol: Brasil,

EUA, Ásia, Europa, Brasil...

Para definição do foco de estudo, vamos dividir os riscos empresariais,

segundo sua natureza, em: operacional e financeiro (HOJI,2004).

1.9.1.1 – Riscos de natureza operacional

Os riscos de natureza operacional são basicamente inerentes as atividades de

operações, e podem ser causados por catástrofes, fraudes, falha humana,

produtos e serviços, legislação, etc.,ou ate por problemas de imagem. (HOJI,

2004).

1.9.1.2 – Riscos de natureza financeira

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Os riscos de natureza financeira (englobando, nesse caso, os riscos de

natureza econômica) podem exercer impacto sobre os ativos e passivos

financeiros, bem como sobre os preços futuros, em nível considerável e

inesperado, e podem causar grandes prejuízos financeiros (HOJI,2004).

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CAPÍTULO II

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PARA A GESTÃO DO

FLUXO DE CAIXA

Desde quando os computadores se tornaram parte integrante das

organizações, o gerenciamento da atividade de negócios passou a depender

cada vez mais do processamento da informação. Até pequenas empresas, que

antes não tinham condições de possuir um computador, hoje em dia não

sobrevivem sem esse recurso.

Para uma empresa garantir sua sobrevivência, elas necessitam

essencialmente de informações. Essas informações, hoje em dia, estão

incorporadas a esses meios eletrônicos.

Como todo bem de uma empresa, as informações também precisam de

proteção, principalmente se considerarmos alguns aspectos:

• A informação é tão importante para a empresa como para seus

concorrentes;

• Sua indisponibilidade acarreta prejuízos financeiros;

• A informação, embora imensurável, é o ATIVO mais valioso da

organização, por isso precisa ser preservado, garantido e bem

gerenciado.

Uma Política de Segurança da Informação bem elaborada e devidamente

implantada protege a informação e ajuda a minimizar os problemas de acessos

indevidos internos, vírus, pirataria, falta de cultura dos usuários que não se

preocupam com segurança e fraudes. Porém, apenas a criação e implantação

desta política não são suficientes se não existirem mecanismos de controle

para assegurar que as normas estipuladas nessa política estão sendo

efetivamente adotadas. Uma das maneiras de controlar tudo isso é através de

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auditorias permanentes, fazendo com que, uma das responsabilidades da

auditoria interna seja, não somente verificar a existência de uma Política de

Segurança da Informação, mas também de verificar se suas normas estão

sendo efetivamente cumpridas e de redigir relatórios de recomendações de

melhoria a cada trabalho realizado, a fim de evidenciar que falhas foram

encontradas e que devem ser corrigidas.

Contudo, não basta exclusivamente a adoção desta política para garantir, de

forma aceitável, a segurança das informações de uma empresa. São

necessárias aplicações de recursos informatizados, como softwares de

segurança, monitoração e antivírus, além de treinamento constante de

usuários e, obviamente, um investimento financeiro considerável.

Além disso, devido à crescente importância atribuída à segurança dos dados

da empresa, é importante desenvolver funções de Auditoria Interna

especializada, com a finalidade de monitorar, avaliar e recomendar melhorias

nos aspectos de controle interno e de segurança dos ambientes informatizados

da organização.

2.1 Sobre a Tecnologia da Informação

O termo informática passou nos últimos anos a ser substituído pela expressão

Tecnologia da Informação (IT – Information Tecnology), que designa o

conjunto de recursos tecnológicos e computacionais necessários para a

geração e uso da informação. A TI está fundamentada nos seguintes

componentes:

• Hardware e seus dispositivos periféricos;

• Software e seus recursos;

• Sistemas de telecomunicações (comunicação de dados / internet);

• Gestão de dados e informações e

• Pessoas

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Entender os usos e impactos que a Tecnologia da Informação pode ter para o

negócio passou a ser uma competência essencial para o sucesso profissional

em qualquer área de atuação.

Algumas razões básicas que levaram à disseminação do uso da TI foram:

• Única maneira de fazer determinadas atividades;

• Melhorar processos internos;

• Aplicar melhores controles internos;

• Reduzir custos e tempo de execução das atividades;

• Melhorar a qualidade e disponibilidade das informações interna e

externamente ligadas à organização;

• Agregar valores aos serviços de produtos ofertados e

• Alavancar os negócios (vide exemplo da diversificação de serviços de

um banco, por exemplo).

Um dos principais benefícios que a Tecnologia da Informação trouxe para as

organizações foi a sua capacidade de melhorar a qualidade e a disponibilidade

de informações para a empresa, seus clientes, seus fornecedores, e, com a

disseminação da Internet, para a população em geral. Os sistemas de

informação mais modernos oferecem às empresas oportunidades sem

precedentes para a melhoria dos processos internos e dos serviços prestados

ao consumidor final.

Na era em que vivemos o sucesso das empresas passou a depender de sua

capacidade de inovar em todos as áreas: produtos, serviços, canais e

processos. Nesse contexto, a Tecnologia da Informação assume um papel

crítico, permitindo às organizações modificarem-se rapidamente e levar essas

inovações até o mercado. A necessidade de operar num ambiente dinâmico

faz com que as empresas concentrem-se em adquirir excelência operacional, o

que exige, entre outros requisitos, na disponibilidade de sistemas de

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informação integrados, confiáveis e de alta velocidade, além de outras

tecnologias, a fim de obter maior eficiência e controle operacional.

2.2 Análise de Riscos

Segundo pesquisa realizada pela empresa KPMG Forensic em

dezembro/2002, com executivos-chefes de mais de 1.000 (mil) empresas

nacionais, de diversos setores industriais, foi observado que grande parte

deles considera a fraude como uma séria ameaça à empresa.

Figura 1 – A fraude como uma séria ameaça à empresa (%)

A porcentagem daqueles que consideram a fraude um problema grave é de

50%, enquanto 35% julgam que ela pode tornar-se um problema. Os que

disseram não acreditar que a fraude seja um problema grave, acreditam ter

uma segurança eficaz e controles internos bons e eficientes implantados em

suas empresas.

Segundo esses executivos, a grande maioria de suas empresas já sofreu

algum tipo de fraude, além disso a perspectiva de que as fraudes aumentem é

notória.

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Figura 2 – Tendência x Fraude

Dentre estas pessoas que já sofreram algum tipo de fraude, 48% delas haviam

sido ocasionadas por funcionários da própria empresa, e a outra partem 52%,

dividiu-se em prestadores de serviço (21%), clientes (17%) e fornecedores

(10%).

Figura 3 – O autor da fraude (%)

A identificação destas fraudes originou-se de diversas fontes, como

Informações de funcionários ou terceiros, Controles Internos, Auditoria,

Contabilidade, etc, mas, de modo geral, grande parte da detecção ocorreu

internamente e, métodos internos de detecção mostraram-se mais eficazes do

que os externos. No gráfico abaixo demonstramos esses números:

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Figura 4 – Como a fraude foi identificada (%)

A maioria das empresas procedeu realizou investigações como resposta à

detecção de fraude. Outras medidas adotadas são demissão dos envolvidos,

investigação pela Auditoria Interna, denúncia criminal e pedido de indenização:

Figura 5 – Ações executadas após a descoberta da fraude (%)

Conforme observamos nos quadros anteriores, observamos que a maioria das

fraudes ocorre por conta de fatores internos, porém, da mesma forma que

controles internos deficientes permitiram a ocorrência de fraudes, bons

controles internos foram citados como sendo um dos métodos mais comuns de

detecção (Auditoria Interna, por exemplo). Isso ressalta o papel central dos

controles internos no combate à fraude.

Esses executivos têm como principais estratégias para dirimir a eventual

ocorrência de fraudes, a concentração dos investimentos em métodos internos

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de detecção, o treinamento de pessoal e o estabelecimento de um código de

conduta ou de um manual de comportamento profissional.

2.3 Classificação da Informação

Conforme cita a autora Cláudia Dias em seu livro "Segurança e Auditoria da

Tecnologia da Informação", podemos dividir as informações em quatro níveis,

a saber:

• Públicas ou de uso irrestrito: podem ser divulgados a qualquer pessoa

sem que haja implicações para a instituição. Exemplos: serviços de

informação ao público em geral, informações divulgadas à imprensa ou

pela Internet.

• Internas: não devem sair do âmbito da instituição. Porém, se isso

ocorrer, as conseqüências não serão críticas. Exemplos: serviços de

informação interna ou documentos de trabalho corriqueiros que só

interessam aos funcionários.

• Confidenciais: informações e sistemas tratados como confidenciais

dentro da instituição e protegidos contra acesso externo. O acesso a

esses sistemas e informações é feito de acordo com sua estrita

necessidade, sito é, os usuários só podem acessá-los se estes forem

fundamentais para o desempenho de suas funções na instituição. O

acesso não autorizado a esses dados e sistemas pode comprometer o

funcionamento da instituição, causar danos financeiros ou perda de

fatias de mercado para o concorrente. Exemplos: dados pessoais de

clientes e funcionários, senhas informações sobre as vulnerabilidades

de segurança dos sistemas institucionais, contratos, balanços, listas de

preços, etc.

• Secretas: o acesso interno ou externo de pessoas não autorizadas a

esse tipo de informação de extremamente crítico para a instituição. São

imprescindíveis que o número de pessoas autorizadas seja muito

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restrito e o controle sobre o uso dessas informações seja total.

Exemplos: dados militares e de segurança nacional.

2.4 Importância dos Sistemas de Informações Gerenciais para

as Empresas

Avaliar a importância e benefícios que um SIG traz para uma empresa é muito

difícil. Segundo Oliveira (1999, p. 45):

Pode-se afirmar que o sistema de informação gerencial, sob determinadas

condições proporciona os seguintes benefícios para as empresas:

a) redução dos custos das operações;

b) melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos e

rápidos, com menor esforço;

c) aumento do nível de motivação das pessoas envolvidas;

d) melhoria na tomada de decisões, através do fornecimento de informações

mais rápidas e precisas;

e) melhores projeções dos efeitos das decisões;

f) redução do grau de centralização de decisões na empresa;

g) melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não

previstos, a partir das constantes mutações nos fatores ambientais;

h) redução dos custos operacionais e outros.

Alguns benefícios podem ser medidos, como a redução de custos

operacionais, redução de mão-de-obra burocrática, aumento dos lucros. Mas

outros, como o aumento do nível de motivação das pessoas e outros pontos de

caráter pessoal são relativos. Mas os benefícios são muitos. Eles fornecem as

informações corretas à pessoa certa, da maneira certa e na hora certa.

Promovendo a tomada de decisão correta, gerando assim, resultados no

funcionamento e crescimento da empresa.

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Para que a empresa possa usufruir das vantagens básicas do Sistema de

Informação Gerencial é necessário que alguns aspectos sejam observados,

dentre os quais podem ser citados, conforme Oliveira (1999, p. 46):

a) o envolvimento adequado da alta administração e média administração com

o SIG. O executivo deve lembrar-se de que o SIG é um instrumento básico

para resultados;

b) a competência por parte das pessoas envolvidas no SIG. Isso porque, antes

de ser um sistema com um conjunto de relatórios, exige uma competência

intrínseca às pessoas que irão utilizá-lo;

c) a atenção específica ao fator humano da empresa;

d) a habilidade dos gestores da empresa em tomar decisões com base em

informações;

e) o apoio catalisador de um sistema de controladoria (contabilidade, custos e

orçamentos);

f) o apoio global dos vários planejamentos da empresa;

g) a existência de dados e informações relevantes e atualizadas; e

h) a adequada relação custo versus benefícios.

Sem o envolvimento da alta e média administração e, se os gestores não o

utilizarem como um instrumento básico para o processo decisório e de apoio à

otimização dos resultados, o SIG perde a sua eficácia.

"O Sistema de Informação Gerencial é representado pelo conjunto de

subsistemas, visualizados de forma integradas e capazes de gerar informações

necessárias ao processo decisório" (OLIVEIRA, 1999, p. 46).

"Muitas organizações estão estruturadas por áreas funcionais. Isto é

geralmente mostrado no organograma da empresa que, caracteristicamente

apresenta o presidente e o vice-presidente em hierarquia. Algumas das áreas

funcionais tradicionais são as de Contabilidade, Finanças, Recursos Humanos,

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Industrial, Marketing e outras áreas funcionais. (...) SIG é uma coleção

integrada de sistemas de informações funcionais, cada um dando suporte as

áreas funcionais específicas" (STAIR, 1998, p. 212).

A figura 6 – Relação entre as áreas funcionais.

Fonte: Stair (1998, p. 212).

Figura 3: Sistema de Informação Gerencial.

A área funcional da Contabilidade executa inúmeras atividades importantes,

fornecendo informações agregadas sobre Contas a Pagar, Contas a Receber,

Compras, Faturamento, Tesouraria, Custo de Produção, Controle Patrimonial,

Balanço Patrimonial e Demonstrações de Resultado, que são usadas pela

maioria dos outros sistemas gerenciais.

O Financeiro fornece informações a todos os administradores dentro de uma

organização, como: análise das atividades financeiras, projeções às

necessidades financeiras futuras, monitoramento e controle do uso de recursos

através do tempo.

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Os Recursos Humanos incluem a análise e o planejamento da força do

trabalho, a contratação e o treinamento.

No Industrial incluem-se programações da produção planejamento de

necessidades de materiais, controle de estoque, de processos e de qualidade.

O Marketing dá apoio à atividade administrativa e industrial. Baseia-se em

fontes externas de dados. Incluem concorrência, clientes, jornais, revistas e

outras publicações.

Pode-se considerar que o processo de transformação de dados em informação

se caracteriza como um sistema de informação. E, quando esse processo está

voltado para a geração de informações que são necessárias e utilizadas no

processo decisório da empresa, diz-se que este é um Sistema de Informação

Gerencial.

Um sistema de informações pode ser fator decisivo para o estabelecimento de

uma estratégia competitiva da empresa, a qual determinará as diretrizes e,

conseqüentemente, as atividades que deverão ser desenvolvidas para

alcançar os objetivos planejados. Este sistema deve estar alinhado às

necessidades dos clientes e realidade do mercado, tornando-os dependentes

de informações externas que possibilitarão aproveitar, por meio de

informações internas, os recursos e habilidades da empresa. Este processo

tem o objetivo de atender às expectativas dos clientes e/ou mercado,

procurando alguma inovação ou diferencial em relação aos concorrentes,

precisando, então, do estabelecimento de metas e objetivos formalizados para

serem alcançados pela empresa.

Para a elaboração deste sistema de informações, empresários e profissionais

da informação precisam ter conhecimento das fontes de informações

disponíveis que podem ser importantes para o cliente ou usuário da

organização, trazendo para o sistema suas necessidades de informação, além

de uma orientação de conteúdo e alguns exemplos de como outras

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organizações ou até mesmo concorrentes estão administrando suas

informações.

Para que o proprietário de uma pequena empresa possa obter suporte para

melhoria da qualidade e gerenciamento de sua empresa, é necessário que um

sistema de informações possa atender às principais necessidades de

informações gerenciais, considerando aspectos importantes utilizados para o

gerenciamento das empresas, dos quais podemos destacar alguns que foram

encontrados pela análise dos dados levantados neste trabalho, tendo suas

características classificadas por setores econômicos.

Esta realidade das pequenas empresas favorece a centralização das decisões,

tornando muito característica a relação da empresa com funcionários, clientes

e fornecedores, em função do estilo e personalidade do dirigente. Este

procedimento fortalece a relação direção/propriedade, normalmente

pertencente a um indivíduo, a grupos de família ou mesmo a pequenas

sociedades comerciais. Estas não recorrem ao mercado de capitais ou nem

necessariamente estão vinculadas a grandes empresas ou a grupos

financeiros, não possuindo também administração especializada (Bortoli,

1980).

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CAPÍTULO III

FLUXO DE CAIXA

As empresas brasileiras enfrentam desafios jamais vistos, tais como a

globalização da economia e ambientes externos e internos cada vez mais

dinâmicos. Todas essas mudanças contribuem para aumentar o risco e a

incerteza, tornando o gerenciamento das empresas uma atividade bastante

complexa e desafiante, por isso elas precisam desenvolver ferramentas

gerenciais que possibilitem agilizar e aperfeiçoar o processo decisório.

Uma importante ferramenta é o fluxo de caixa, pois por meio do controle do

fluxo de caixa, o gestor pode programar e acompanhar as entradas e saídas

de recursos financeiros, tanto a curto como à longo prazo. Pois a partir do

momento em que a empresa controla tais recursos, terá capacidade de

descobrir escassez de caixa ou um possível excesso de recurso financeiro que

poderiam ser aplicados no mercado financeiro, rendendo recursos a mais para

a empresa.

O fluxo de caixa é indispensável para um administrador financeiro planejar,

organizar, e controlar os recursos financeiros de uma empresa, para um

período pré-estabelecido. A boa utilização da ferramenta fluxo de caixa

também possibilita o conhecimento do grau de independência financeira da

empresa, com base na avaliação do seu potencial para geração de recursos

no futuro para saldar seus compromissos e para pagar a remuneração dos

seus empreendedores.

3.1 - Fluxo de Caixa

Para Silva (2005, p. 11),

“O fluxo de caixa é o principal instrumento da gestão financeira que planeja,

controla e analisa as receitas, as despesas e os investimentos, considerando

determinado período projetado.”

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Segundo Júnior, Antônio Barbosa Lemes. Rigo, Cláudio Miessa. Cherobim,

Ana Paula Mussi Szabo (2005, p.62)

“Demonstrações do fluxo de caixa assume características padronizadas por

métodos contábeis normalmente aceitos e reflete o fluxo de recursos para

dentro e fora da empresa. Descaracteriza o princípio da competência e

prioriza a visualização dos recursos efetivamente disponíveis para a empresa

por emo do denominado regime de caixa.”

Demonstra-se que o fluxo de caixa é de suma importância, como ferramenta

para gerir a saúde das organizações.

O fluxo de caixa auxilia os administradores das empresas a enfrentar antes

dos vencimentos das obrigações que os demandem, e das possíveis folgas

financeiras de curto prazo possibilitando a sua aplicação em operações de

curtíssimo prazo otimizando o seu desempenho financeiro.

3.2 - Administração do fluxo de caixa

Para Silva (2005, p. 14),

“Para se visualizar o cash management nas empresas, é fundamental que o

administrador financeiro atente para os seguintes aspectos”:

conhecimento geral do caixa do ponto de vista dos negócios, isto é, o

administrador financeiro ou tesoureiro não deve estar voltado apenas para a

geração de caixa, mas também para todas as oportunidades operacionais

de todas as áreas, e tem que estar preocupado com o aumento de receitas

e redução de despesas.

Comprometimento com a competitividade e desempenho, como, por

exemplo, cobrar da área de vendas maior liquidez nas vendas, da mesma

forma, cobrar da área de Compras as solicitações de suprimentos que

devem ser feitas dentro dos prazos estabelecidos.

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Definição do perfil de investimentos que a empresa deseja operar; escolha

das instituições financeiras com que se quer trabalhar; política de crédito

para os clientes; política de cobrança; entre outras definições, na verdade

esta se falando em gestão de caixa.

Transmissão da importância do fluxo de caixa com instrumento gerencial da

empresa para todos os executivos, pois muitos não têm essa visão.

Elaboração de fluxo de caixa com a participação de todas as áreas, ou seja,

toda a empresa deve estar comprometida com a seriedade das informações

passadas para a Tesouraria.

Explicação sobre os efeitos gerados pela liquidez das vendas, para a equipe

de Vendas.

Discussão e análise das idéias e sugestões entre as áreas para saber se

haverá impactos nos resultados, antes de colocar em prática.

“Constante preocupação com o equilíbrio financeiro.”

Segundo Júnior, Antônio Barbosa Lemes. Rigo, Cláudio Miessa. Cherobim,

Ana Paula Mussi Szabo (2005, p.334)

“A gestão do caixa ou cash management é a atividade de tesouraria da

empresa que acompanha os reflexos das políticas de investimentos, de

vendas, de crédito, de compras, e de estoques. O gestor do caixa participa

das definições dessas políticas orientando-as para que não ofereçam

problemas de liquidez para a empresa.”

3.3 - Demonstração do fluxo de caixa

Segundo FIPECAFI , (2002,Internet), podemos entender que:

“Em alguns países a Demonstração das Modificações da Posição

Financeira, que no Brasil é denominada Demonstrações das Origens e

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Aplicações de Recursos - DOAR, vem sendo substituída pela Demonstração

do Fluxo de Caixa”.

A Demonstração do Fluxo de Caixa apresenta a modificação ocorrida no

saldo de disponibilidades da empresa durante determinado período, através

dos fluxos de recebimentos e pagamentos.

A Demonstração do Fluxo de Caixa baseia-se no conceito de disponibilidade

imediata, dentro do regime de caixa (recebimentos/pagamentos) puro.

O entendimento do fluxo financeiro da empresa, notadamente para o usuário

não familiarizado com a Contabilidade.”

Para Silva (2005, p. 9),

“Foi encaminhado ao ministério da fazenda, em 5-7-1999, o anteprojeto que

modifica a Lei das Sociedades por Ações – Lei nº 6404/76-, alterando

alguns artigos, (...), as mudanças mais importantes são”:

Introdução da Demonstração do fluxo de caixa, em substituição a

Demonstração das Origens e aplicações de (...).”

As duas considerações acima estão de acordo com o nosso entendimento,

pois torna-se muito mais simples o entendimento e análise do fluxo de caixa

através da Demonstração do Fluxo de Caixa.”

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3.4 - Metodologia do fluxo de caixa

3.4.1 - Método direto

Campos Filho (1999, p. 41) comenta que é recomendado às empresas “relatar

os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente, mostrando as

principais classes de recebimentos e pagamentos operacionais (método

direto)”. No método direto as entradas e saídas operacionais são apresentadas

de forma direta, isto é, primeiro as entradas, depois as saídas. A elaboração da

DFC pelo método direto encontra-se representada no quadro 1.

Quadro 1 - DFC pelo método direto

FLUXO DE CAIXA - MÉTODO DIRETO

Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa

Fluxo de caixa das atividades operacionais: Venda de mercadorias e serviços (+) Pagamento de fornecedores (-) Salários e encargos sociais dos empregados (-) Dividendos recebidos (+) Impostos e outras despesas legais (-) Recebimento de seguros (+) Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de investimento: Venda de imobilizado (+) Aquisição de imobilizado (-) Aquisição de outras empresas (-) Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de financiamento: Empréstimos líquidos tomados (+) Pagamento de leasing (-) Emissão de ações (+) Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)

Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa Fonte: TELES, Egberto Lucena. A demonstração do fluxo de caixa como forma de enriquecimento das demonstrações contábeis exigidas por lei. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, ano XXVI, n.5, p.64-71, jul./1997, p.69.

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3.4.2 - Método indireto

Segundo Campos Filho (1997, p. 41), as empresas que decidirem não mostrar

os recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a mesma

importância de fluxo de caixa líquido das atividades operacionais

indiretamente, ajustando o lucro líquido para reconciliá-lo ao fluxo de caixa

líquido das atividades operacionais (método indireto ou de reconciliação)”. O

método indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de

forma indireta, realizando ajustes ao lucro líquido do exercício. A Quadro 2

apresenta a demonstração da estrutura da DFC quando elaborada pelo

método indireto.

Quadro 2 - DFC pelo método indireto

FLUXO DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO

Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa

Fluxo de caixa das atividades operacionais: Lucro líquido Depreciação e amortização (+) Provisão para devedores duvidosos (+) Aumento/diminuição em fornecedores (+/-) Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-) Aumento/diminuição em contas a receber (+/-) Aumento/diminuição em estoques (+/-) Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de investimento: Venda de imobilizado (+) Aquisição de imobilizado (-) Aquisição de outras empresas (-) Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de financiamento: Empréstimos líquidos tomados (+) Pagamento de leasing (-) Emissão de ações (+) Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)

Aumento / diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa

Caixa e equivalentes de caixa - início do ano

Caixa a equivalentes de caixa - final do ano Fonte: TELES, Egberto Lucena. A demonstração do fluxo de caixa como forma de enriquecimento das demonstrações

Tanto o método direto quanto o indireto possuem finalidades importantes no

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fluxo de caixa, porém o método mais apropriado para atender de imediato as

necessidades das pequenas empresas no nosso ponto de vista é o direto.

O método direto é, em relação a sua forma de apresentação, o modelo que

mais se diferencia da forma atual de evidenciação das origens e aplicações de

recursos das empresas.

Diante do exposto, observa-se nitidamente a semelhança da DFC elaborada

pelo método indireto com a DOAR, enquanto que se elaborada pelo método

direto, a DFC assume uma forma mais clara.

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3.5 Estrutura da DOAR

Quadro 3 – Demonstração DOAR

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

Exercício finda em 31.12.XXXX

I – Origens de Recursos A - Lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros;

B - Realização do capital social e contribuições para reservas de capital; C - Recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a

longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do

ativo imobilizado.

II – Aplicações de Recursos A – Dividendos distribuídos; B – Aquisição de direitos do ativo imobilizado; C – Aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do

ativo diferido; D – Redução do passivo exigível a longo prazo.

III – Aumento ou Diminuição do Capital Circulante Líquido - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, representado aumento ou redução do capital circulante líquido.

III – Mutação do Capital Circulante Líquido - os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício. Ativo Circulante Passivo Circulante Capital Circulante Líquido

Fonte: TELES, Egberto Lucena. A demonstração do fluxo de caixa como forma de enriquecimento das demonstrações contábeis exigidas por lei. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, ano XXVI, n.5,

Saldo em

31.12.X0

Saldo em

31.12.X1

Aumento

ou

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3.5.1 Comparação do DFC com a DOAR

Iudícibus e Marion (1999, p.218) explicitam que a DOAR propicia a avaliação

da:

“folga financeira de curto prazo – excesso de ativos

circulantes sobre passivos circulantes, ou o inverso”.

Complementam esclarecendo que, a DFC evidencia todo

o fluxo de dinheiro pelo caixa em um dado período”.

Silva, Santos e Ogawa (1993) apresentam algumas vantagens e desvantagens

na utilização dos demonstrativos aqui discutidos. A seguir são apresentadas

algumas vantagens, por eles citadas, da DFC sobre a DOAR:

“DFC apresenta-se em uma linguagem comum e de fácil

compreensão aos usuários, enquanto a DOAR, em geral,

é de difícil compreensão pelos usuários, devido a

linguagem técnica com que é apresentada;

Propicia melhor visualização do fluxo dos recursos

financeiros, enquanto a DOAR envolve a avaliação de

ativos não-monetários;

DFC se faz necessária na previsão de problemas de

insolvência e na avaliação de riscos, caixa e dividendos

futuros, enquanto a DOAR não propicia previsões futuras

quanto a disponibilidade financeira da empresa; e

DFC utiliza o conceito de curto prazo, evidenciando

apenas elementos monetários. Já a DOAR engloba

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elementos de longo prazo, inclusive não-monetários.

No que diz respeito as vantagens da DOAR sobre a DFC

mencionam que:

DOAR fornece informações que não constam em outras

demonstrações, além de apresentar maior volume de

informações que a DFC;

Possibilita melhor conhecimento da política de

investimentos e financiamentos da empresa;

É mais abrangente, pois representa as mutações na

posição financeira como um todo, enquanto a DFC não

apresenta informações relacionadas a negociações

financeiras a longo prazo; e

Possui maior capacidade analítica no longo prazo.”

A principal discussão parece consistir na exigência ou não da divulgação da

DFC, além dos diversos debates quanto a substituição da DOAR pela DFC, ou

da divulgação de ambas.

Sendo o principal argumento daqueles favoráveis a substituição o de que a

DOAR é de difícil entendimento e, por isso, pouco utilizada. A DFC é defendida

por ser mais acessível, porém também é suscetível a manipulações.

A análise da DFC, em conjunto com a DOAR e demais demonstrações

contábeis, permite ao usuário um maior leque de conclusões e conhecimento

sobre a empresa, do que a análise isolada de qualquer uma das

demonstrações, o que leva a proposição de que as mesmas se complementam

no sentido de dar suporte ao processo decisório nas empresas.

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3.6 A Importância do Fluxo de Caixa

"Entende-se como Fluxo de Caixa o registro e controle sobre a movimentação

do caixa de qualquer empresa, expressando as entradas e saídas de recursos

financeiros ocorridos em determinados períodos de tempo" (CAMPOS FILHO,

1997).

Acrescentamos que a boa utilização da ferramenta Fluxo de Caixa também

possibilita o conhecimento do grau de independência financeira da

organização, com base na avaliação do seu potencial para geração de

recursos no futuro, para saldar seus compromissos e para pagar a

remuneração dos seus empreendedores.

Qualquer que seja a empresa, independente de seu tamanho, ela é movida a

caixa e não a lucros. Você não pode pagar contas com lucros, somente com

caixa. E quando alguém lhe pergunta "você tem conseguido obter algum

lucro?", o que ele provavelmente quer saber é se você obteve caixa. Não

importa o campo de atuação de sua empresa no final, você precisa ter

suficiente dinheiro para pagar suas obrigações ou você estará fora do negocio.

O fluxo de caixa viabiliza, ainda, a avaliação da capacidade de financiamento

do seu capital de giro ou a identificação da necessidade de recursos externos.

Permite conhecer a capacidade de expansão com recursos próprios, gerados a

partir de suas próprias operações, e aferir o potencial efetivo das organizações

para implementar decisões de investimento, financiamento, distribuição de

lucros e/ou pagamento de dividendos.

Também gera indicadores do momento ideal para a realização de empréstimos

ou captações de recursos externos, tanto para a cobertura de eventuais

situações de déficits, como para implementar decisões que dependem de

aportes adicionais, além de orientar as aplicações dos excedentes de caixa

(superávits) no mercado financeiro, possibilitando maiores ganhos para a

organização e melhor compatibilizarão dos prazos.

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Mesmo entre os fluxos de caixa pode-se observar que, enquanto o fluxo

histórico limita-se a explicar o passado, o fluxo de caixa projetado lança-se à

frente procurando estabelecer o futuro.

3.7 A Utilização do Fluxo de Caixa nas Empresas: Fluxo de

Caixa Histórico X Projetado

Existem duas formas para tratamento das informações relativas ao Fluxo de

Caixa: a primeira forma refere-se ao fluxo de caixa histórico, que apresenta o

desempenho passado; e a segunda ao fluxo de caixa projetado (ou orçamento

de caixa), que procura antever as situações relacionadas ao caixa das

organizações.

O fluxo de caixa histórico ou Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) coloca-se

como instrumento complementar às demais demonstrações contábeis,

especialmente ao balanço patrimonial e à demonstração de resultado do

exercício. Procura esclarecer e historiar as atividades operacionais de

investimento e de financiamento estabelece o rastreamento da atividade

passada com vistas a elucidar pontos críticos no desempenho financeiro das

organizações, fornecendo subsídio para a tomada de decisões, correção de

rumos e incrementos de resultados.

Sua análise permite avaliar a forma como o recurso de cada fonte vem sendo

aplicado e proporciona uma visão acerca do crescimento da organização.

Também, aliado aos outros indicadores, serve como base para a construção

do Fluxo de Caixa Projetado.

O Fluxo de Caixa Projetado, ou orçamento de caixa, antecipa situações futuras

de caixa, antevendo pontos críticos que poderão ser antecipadamente tratados

ou situações de excesso de caixa que podem ensejar decisões de

redirecionamento de recursos.

Construído a partir de critérios previamente definidos, aliado às informações

disponíveis nas organizações e com o auxílio de modelos matemáticos e

estatísticos, essas previsões não estão isentas dos efeitos da subjetividade,

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sendo, portanto de extrema importância a observação do princípio da

prudência por ocasião de sua elaboração.

A importância de um e de outro é relativa e poderá ser maior ou menor

dependendo do momento e da utilização que se deseje dar. Se a antevisão do

futuro possibilita agilidade na adaptação às situações novas, o conhecimento

do passado e a sua comparação ao planejado se constitui em elemento aferido

dos critérios utilizados para as projeções. Assim sendo, essa facilidade de

projetar uma situação financeira futura é que faz do fluxo de caixa uma

poderosa ferramenta para os gestores, na medida em que suas ações poderão

ser redirecionadas, dependendo do saldo disponível projetado, segundo o foco

definido pela administração superior. O conhecimento, com antecedência, de

uma situação negativa no fluxo de caixa projetado possibilita a discussão

prévia do problema, sob a ótica do raciocínio sistêmico, para a adoção das

medidas definitivas para saná-lo.

3.8 - O Processo de Planejamento Utilizando o Fluxo de Caixa

Segundo Spiro (1990, p.144), o orçamento de caixa é um instrumento que

possibilita à administração financeira planejar, ao invés de meramente reagir a

situações emergentes, sendo, portanto, um instrumento chave da

administração. A administração financeira, por sua vez, centraliza-se na

captação, na aplicação dos recursos necessários e na distribuição eficiente

dos mesmos, para que a empresa possa operar de acordo com os objetivos e

as metas a que se propõe a cúpula diretiva. Tem como princípio básico cuidar

em ter-se o numerário para saldar em tempo hábil os compromissos

assumidos com terceiros e maximizar os lucros (ZDANOWICZ, 1995, p. 24).

O processo de planejamento do fluxo de caixa da empresa consiste em

implantar uma estrutura de informações úteis, práticas e econômicas. A

proposta é dispor de um mecanismo seguro para estimar os futuros ingressos

e desembolsos de caixa da empresa.

Para Zdanowicz (1995, p.37), elabora-se o fluxo de caixa a partir das

informações recebidas dos diversos departamentos, setores, seções da

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empresa, de acordo com o cronograma anual ou mensal de ingressos e

desembolsos, remetidos ao Departamento ou Gerência. Da mesma forma, a

posição de caixa recebe continuamente impacto de vários fatores, tanto

internos quanto externos, que precisam ser considerados pelo administrador

financeiro no dia-a-dia da empresa.

Para Frezatti (1997, p.35), "é fundamental considerar que o fluxo de caixa não

deve ser montado isoladamente por uma área, mas deve ser um compromisso

conjunto da empresa toda, com base em informações fornecidas pelas várias

áreas participantes".

Para esse autor, isto permite à empresa tornar o fluxo de caixa visível,

transparente e não uma caixa preta nas mãos de uma área privilegiada.

Assim, o fluxo de caixa apresenta-se como uma ferramenta de aferição e

interpretação das variações dos saldos do disponível da empresa. É o produto

final da integração das contas a receber com as contas a pagar, de tal forma

que, quando se comparam as contas recebidas com as contas pagas tem-se o

fluxo de caixa realizado, e quando se comparam as contas a receber com as

contas a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado. (SÁ, 1998, p.3).

O fluxo de caixa é um retrato fiel da composição da situação financeira da

empresa. É imediato e pode ser atualizado diariamente, proporcionando ao

gestor uma radiografia permanente das entradas e saídas de recursos

financeiros da empresa. O fluxo de caixa evidencia tanto o passado como o

futuro, o que permite projetar, dia a dia, a evolução do disponível, de forma que

se possam tomar, com a devida antecedência, as medidas cabíveis para

enfrentar a escassez ou o excesso de recursos.

Por outro lado é importante ressaltar que o fluxo de caixa também apresenta

suas limitações. Uma delas é a incapacidade de fornecer informações precisas

sobre o lucro e sobre os custos dos produtos da empresa. Isto porque as

apurações e demonstrações são realizadas pelo regime de caixa e não pelo

regime de competência. Todavia, pode-se afirmar que o fluxo de caixa é um

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instrumento de controle e análise financeira que juntamente com as demais

demonstrações contábeis torna-se efetivamente um instrumento de apoio à

tomada de decisões de caráter financeiro.

3.9 - Importância do Fluxo de Caixa no Planejamento

O fluxo de caixa projetado é a ferramenta de que dispõe o administrador

financeiro para visualizar com antecedência uma situação deficitária e evitar

que ela ocorra.

O fluxo de caixa histórico permite ao administrador visualizar a adequação ou

não das decisões tomadas, além de servir de base de lançamento para os

números projetados (CAMPOS FILHO, 1993, p. 109).

É importante o planejamento do fluxo de caixa, porque irá indicar

antecipadamente as necessidades de numerário para o atendimento dos

compromissos que a empresa costuma assumir, considerando os prazos para

serem saldados. Com isso, o administrador financeiro estará apto a planejar,

com a devida antecedência, os problemas de caixa que poderão surgir em

conseqüência de reduções cíclicas das receitas ou de aumento no volume dos

pagamentos.

Para Zdanowicz (1998, p. 38-40), a projeção do fluxo de caixa depende de

vários fatores como o tipo de atividade econômica, o porte da empresa, o

processo de produção e/ou comercialização, se é contínuo ou não, etc.

Depende da periodicidade dos ingressos, bem como da forma como a

empresa efetua seus desembolsos de caixa. É necessário estar consciente

que quanto maior a incerteza das projeções futuras, mais flexíveis terá que ser

o planejamento econômico-financeiro do fluxo de caixa, bem como com maior

freqüência deverão ser feitos os ajustes das estimativas.

Outros papéis importantes, que desempenha o fluxo de caixa, é a possibilidade

de evitar a programação de desembolsos vultosos para o período em que os

ingressos orçados sejam baixos, por questões de mercado, por exemplo. O

planejamento do fluxo de caixa permite ao administrador financeiro verificar se

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poderão realizar aplicações em curto prazo com base na liquidez, na

rentabilidade e nos prazos de resgate.

Nestes termos, o fluxo de caixa é de vital importância para a eficiência

econômica financeira e gerencial das empresas, sejam elas, micros, pequenas,

médias ou grandes, a tal ponto que muitas instituições de crédito exigem a sua

apresentação antes de concederem empréstimos a seus clientes. Segundo

Bangs Jr. (1995, p. 13), a despesa que drena a empresa, secando-a (levando-

a a iliquidez), é quase sempre aquela que foi negligenciada ou gravemente mal

interpretada e, desta forma, não teve o planejamento devido. Há algumas

despesas que não podem ser previstas. A melhor maneira de proteger a

empresa contra elas é documentando todas as suposições e sendo

conservador nas estimativas. Ser "conservador" significa subestimar as

receitas e superestimar as despesas. É muito melhor ultrapassar uma

estimativa conservadora do que cair diante de projeções otimistas.

Assim, todos os valores das entradas e saídas previstas, confirmadas ou já

realizadas, deverão constar do Fluxo de Caixa, cuja forma básica de

apresentação dos valores.

3.10 - O Controle Interno na Administração do Fluxo de Caixa

Para que as operações internas da empresa sejam feitas da maneira correta e

para o bom andamento das atividades, faz-se necessário que os controles

internos sejam eficientes para acompanhar todo o processo operacional, cada

um em seu departamento. Segundo o Comitê de Procedimentos de Auditoria

do Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (AICPA), controle

interno: é o plano de organização e o conjunto ordenado dos métodos e

medidas, adotados pela empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a

exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência

operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração (ATTIE,

1992).

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Para Attie (1992) o controle interno é parte integrante de cada segmento da

organização e cada procedimento corresponde a uma parte do conjunto do

controle interno. Isso significa que cada departamento irá possuir seus

controles internos, visando sempre à eficiência máxima do setor, evitando

erros e possíveis fraudes que possam ocorrer. Esses controles servirão para

levantar informações precisas em cada área da empresa, no auxílio para a

tomada de decisões.

Estes controles internos facilitam a visualização de problemas e possíveis

fraudes que possam ocorrer quando da entrada de informações durante o

exercício das atividades da empresa. O controle interno faz parte da

elaboração do fluxo de caixa, pois se não houver controle sobre o saldo

disponível da empresa, dificilmente o fluxo de caixa terá os saldos corretos

com as programações de pagamentos e recebimentos. Segundo Attie (1995) a

revisão do controle tem a finalidade de determinar qual a confiabilidade

depositada no controle interno (...). Desta forma, o controle interno deve ser

revisado para que se possa confiar no mesmo.

Conforme Attie (1995) deve ser feita a contagem física do caixa com a

presença do responsável, verificando se a documentação é válida e se os

processos estão sendo feitos da maneira correta. Pode ser feita a contagem

surpresa do caixa para prevenir a encoberta de valores.

As contas bancárias devem ser cuidadosamente conciliadas para verificar se

as pendências são decorrentes de operações normais. Através do extrato

bancário pode ser feita a confirmação dos saldos e verificação dos

lançamentos. Existem também as aplicações financeiras, decorrentes das

sobras de numerários com período de resgate bem curto. A verificação das

aplicações segue as mesmas aplicações utilizadas na conferência de caixa,

através do exame da documentação que comprove as aplicações e resgates

(ATTIE, 1995).

Outro aspecto importante se refere à administração das contas a receber, e

tem por objetivo:

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ü Determinar a sua existência e representatividade contra os devedores

envolvidos;

ü Determinar se é de propriedade da companhia;

ü Determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade geralmente

aceitos, em bases uniformes;

ü Determinar a existência de restrições de uso, de vinculações em

garantida ou de contingências;

ü Determinar que esteja corretamente classificada nas demonstrações

financeiras e que as divulgações aplicáveis foram expostas nas notas

explicativas (ATTIE, 1995).

Dentre os circulantes possuímos também o controle dos estoques que visa,

principalmente:

ü Determinar sua existência, que poderá estar na companhia, em

custódia com terceiros ou em trânsito;

ü Determinar se é pertencente à companhia;

ü Determinar se foram aplicados os princípios de contabilidade

geralmente aceitos, em bases uniformes;

ü Determinar e existência de estoques penhorados ou dados em

garantia;

ü Determinar que estejam corretamente classificados nas

demonstrações financeiras e que as divulgações cabíveis foram

expostas por notas explicativas (ATTIE, 1995).

Estes são os principais controles que devem existir no ativo circulante. Outro

ponto que requer atenção é quanto às obrigações para com terceiros, ou seja,

os passivos que devem ser pagos. Para o bom controle das contas do passivo

circulante, devem-se fazer as seguintes verificações:

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ü Determinar se são pertencentes à companhia;

ü Determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade

geralmente aceitos, em bases uniformes;

ü Determinar a existência de ativos dados em garantia ou vinculações

aos passivos;

ü Determinar se estão classificados nas demonstrações financeiras, e

se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas

(ATTIE, 1995).

Ainda, segundo Attie (1992) as principais características de um bom controle

interno são:

ü Plano de organização que proporcione segregação de funções

apropriadas das responsabilidades funcionais;

ü Sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados,

que proporcionem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receitas,

custos e despesas;

ü Observação de práticas salutares no cumprimento dos deveres e

funções de cada um dos departamentos da organização;

ü Pessoal com adequada qualificação técnica e profissional, para a

execução de suas atribuições.

Os principais controles internos que podem existir na tesouraria são, segundo

Hoji (2001): fluxo de caixa, disponibilidades, aplicações financeiras,

empréstimos e financiamentos, contas a receber, contas a pagar, talões de

cheques, cheques cancelados, cheques devolvidos, tarifas bancárias, fundos

fixos de caixa, cheques emitidos e não retirados.

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3.11 - Demonstração do fluxo de caixa realizado

A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) não é um demonstrativo novo, pois

há tempo é utilizado por muitas empresas para fins gerenciais. No entanto,

com a crescente importância dada ao fluxo de caixa na avaliação de

viabilidade econômica de projetos, na avaliação de riscos de investimentos,

nas operações de fusão e aquisição de empresas, criou-se a necessidade de o

usuário externo ter acesso a essas informações, para conhecer a real situação

financeira da empresa. Assim, o fluxo de caixa realizado de um período passa

a fazer parte das demonstrações contábeis dirigidas aos usuários externos,

com o propósito de informá-los sobre o fluxo de ingressos e desembolsos de

recursos financeiros resultantes das atividades da empresa.

No Brasil a DFC não é obrigatória para efeito de publicação. Entretanto,

estudos em andamentos no Conselho Federal de Contabilidade e no Instituo

Brasileiro de Contadores – IBRACON, vêm demonstrando tendência favorável

à publicação, de forma que algumas empresas e os fundos de investimentos

imobiliários já estão publicando-a junto com as demonstrações contábeis, pois

a mesma evidencia as entradas e saídas de caixa no período, numa linguagem

que facilita a interpretação para os usuários das demonstrações financeiras

(Terco Auditoria e Consultoria S/C, 1998).

Segundo Yoshitake e Hoji (1997, p.149), os analistas de balanços com visão

moderna dão mais importância ao fluxo de caixa:

“... não é muito importante saber se uma empresa teve

lucro ou prejuízo em determinado exercício, pois o

resultado pode ter sido maquilado por algum artifício

contábil permitido pela lei e, portanto, sem conhecer o

fluxo de caixa, não se pode saber que capacidade a

empresa tem em gerar receita.”

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Seguindo esse raciocínio, pode-se concluir que lucro não é sinônimo de caixa,

de forma que a empresa pode apresentar lucro em suas demonstrações

contábeis, no entanto, estar com dificuldade de geração de caixa. Segundo

Paravoto (2001, p. 553) "sem caixa suficiente nos momentos certos, a empresa

pode perder oportunidades de ouro ou mesmo ir à falência". Cabe, porém,

ressaltar, que as empresas também não sobrevivem sem lucros, pois sem

remunerar o capital investido, a tendência é que as atividades operacionais

consumam todo o capital de giro disponível e as levem ao processo de

falência.

Para conhecer a capacidade de geração de caixa de uma empresa, é

necessário obter, além das demonstrações contábeis clássicas, uma

demonstração que evidencie os recebimentos e pagamentos de um

determinado período. Buscando atender a essas necessidades dos usuários

da informação contábil, países como Inglaterra, Japão, Estados Unidos e

outros estão exigindo a publicação da demonstração do fluxo de caixa, por

entenderem que somente as demonstrações contábeis clássicas não permitem

uma análise segura da situação financeira da empresa.

Nos Estados Unidos, o Financial Accounting Standards Board – FASB (Comitê

de Normas de Contabilidade Financeira), através do pronunciamento FASB 95

de novembro de 1987, passou a exigir a apresentação da demonstração do

fluxo de caixa, em substituição à DOAR, por entender que essa demonstração

facilita o entendimento por parte do usuário externo. De acordo com os §§ 4º e

5º do FASB 95, a Demonstração do Fluxo de Caixa tem a finalidade de

fornecer informações sobre os recebimentos e pagamentos da empresa em

um determinado período, que utilizadas em conjunto com as informações das

outras demonstrações contábeis, possibilitarão aos investidores, credores,

acionistas e outros interessados conhecerem aspectos importantes da forma

de condução do negócio e avaliarem a capacidade da empresa de geração de

caixa futuro. Além desses aspectos, as informações sobre o fluxo de caixa

poderão identificar a necessidade de financiamento a curto e a longo prazo.

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3.11.1 - Demonstração dos fluxos de caixa realizado por

atividades

Numa visão moderna e buscando aumentar a capacidade informativa dessa

demonstração é que muitos países, inclusive o Brasil, estão aderindo ao

modelo apresentado pelo Financial Accounting Standards Board – FASB, que

classifica as atividades em três categorias: atividades operacionais, atividades

de investimentos e atividades de financiamentos.

Atividades Operacionais: são classificadas nessa categoria aquelas atividades

normalmente decorrentes da operação da empresa, tais como: recebimentos

pela venda de produtos e serviços; pagamento de fornecedores; despesas

operacionais; salários; encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos

não classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos.

Atividades de Investimentos: compreendem as transações: concessão e

recebimento de empréstimos, compra e resgate de títulos financeiros,

aquisição e venda de participações em outras sociedades, compra e venda de

ativos utilizados na produção de bens e serviços ligados

ao objetivo social da entidade. Não compreendem porém, as aquisições de

ativos com o objetivo de revenda.

Atividades de Financiamentos: incluem-se nessa categoria: a captação de

recursos dos proprietários ou acionistas; a devolução dos recursos e os

rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou não; a captação de

empréstimos de terceiros, sua amortização e remuneração e a obtenção e

amortização de outros recursos classificados no longo prazo.

Segundo Pinho (1996, p.9):

“A demonstração dos fluxos de caixa para um

determinado período deve apresentar o fluxo de caixa

líquido oriundo ou aplicado nas atividades operacionais,

de investimentos e de financiamentos e o seu efeito

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líquido sobre os saldos de caixa, conciliando seus saldos

no início e no final do período”.

A movimentação dos recursos financeiros apresentados na demonstração dos

fluxos de caixa não inclui somente os saldos de moedas em caixa e os

depósitos em contas bancárias: considera também os equivalentes de caixa,

ou seja, as contas que possuem as mesmas características de liquidez e de

disponibilidade imediata.

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3.11.2 - Apresentação do fluxo de caixa realizado

O fluxo de caixa realizado pode ser apresentado por meio de duas formas: o

método direto e o método indireto. Veja o exemplo a seguir:

Figura 7 - Método Direto vs. Método Indireto

Fonte: (Sá, 1998, p.36)

O método direto demonstra os recebimentos e pagamentos derivados das

atividades operacionais da empresa em vez do lucro líquido ajustado. Mostra

efetivamente as movimentações dos recursos financeiros ocorridos no período.

Apresenta-se a seguir modelo adaptado de Yoshitake e Hoji (1997, p.153).

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Figura 8 - Demonstração do fluxo de caixa - Método direto

INGRESSOS DE RECURSOS

(+) Recebimentos de Clientes

(-) Pagamento a Fornecedores

(-) Despesas de Vendas / Administrativas / Gerais

(-) Imposto de Renda

(+) Dividendos

(=) Ingressos Provenientes das Operações

(+) Resgate de Investimentos Temporários

(+) Recebimentos por Vendas de Investimentos

(+) Recebimento por Venda de Imobilizado

(+) Ingressos de Novos Empréstimos

A (=) Total de Ingressos de Recursos Financeiros

DESTINAÇÃO DE RECURSOS

(+) Aquisição de Bens do Imobilizado

(+) Aplicações no Diferido

(+) Pagamento de Empréstimo Bancário

(+) Pagamento de Dividendos

B (=) Total das Destinações de Recursos

Financeiros

C (A – B) Variação Líquida de Caixa

D Saldo Inicial de Caixa

(C + D) Saldo de Caixa (Final / Atual)

Como se verifica, a demonstração pelo método direto facilita ao usuário avaliar

a solvência da empresa, pois evidencia toda a movimentação dos recursos

financeiros, as origens dos recursos de caixa e onde eles foram aplicados.

Já o método indireto é aquele no qual os recursos provenientes das atividades

operacionais são demonstrados a partir dos lucros líquidos, ajustados pelos

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itens considerados nas contas de resultado que não afetam o caixa da

empresa.

A seguir apresenta-se um modelo adaptado de Yoshitake e Hoji (1997, p.151).

Figura 9 - Demonstração do fluxo de caixa - Método indireto

ORIGENS

Lucro Líquido do Exercício

Acertos / Conciliação

(+) Depreciação e Amortização

(+) Variações Monetárias de Empréstimos e Financiamentos

(LP)

(-) Ganhos de Equivalência Patrimonial

(-) Correção Monetária

(-) Lucros nas vendas de Imobilizado

Variações Patrimoniais

(+/-) Aumento / Diminuição em Fornecedores

(+/-) Aumento / Diminuição em Contas a Pagar

(+/-) Aumento / Diminuição em Juros a receber

(+/-) Aumento / Diminuição em Juros e Impostos

(+/-) Aumento / Diminuição em Contas a Receber

(+/-) Aumento / Diminuição em estoques

(+/-) Aumento / Diminuição em Despesas de Exercícios Futuros

(=) Caixa Gerado pelas Operações

(+) Resgate de Investimentos Temporários

(+) Venda de Investimentos

(+) Venda de Imobilizado

(+) Ingressos de Novos Empréstimos

(+) Ingresso de Capital

A (=) Total de Ingressos Disponíveis

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APLICAÇÕES

(+) Integralização de Capital em Outras Companhias

(+) Aquisição de Imobilizado

(+) Aplicação no Diferido

(+) Aplicações em Outras Empresas

(+) Pagamento de Empréstimos

(+) Pagamento de Dividendos

B (=) Total das Aplicações de Disponível

C (A – B) Variação Líquida do Disponível

D (+) Saldo Inicial

(C + D) Saldo Final Disponível

Observa-se, pelo modelo apresentado, que a demonstração pelo método

indireto é semelhante a DOAR, principalmente pela sua parte inicial, exigindo

do usuário maior conhecimento de contabilidade. Os modelos apresentados

seguem a estrutura tradicional da demonstração do fluxo de caixa, que tem

como objetivo principal mostrar apenas as entradas e saídas dos recursos

financeiros.

De acordo com Yoshitake e Hoji (1997, p.153), basicamente demonstram os

seguintes itens:

Entradas – Saídas = Diferença (a – b)

Saldo Inicial + Saldo Final (c + d)

3.12 - Caracterização dos Fluxos de Caixa

Destacada as formas de apresentação da DFC, neste momento faz-se

necessário a conceituação de alguns elementos que a compõe, para uma

adequada caracterização dos fluxos por ela demonstrado. Entre os conceitos

destacamos:

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Equivalentes de caixa: são aplicações financeiras realizáveis num prazo

curtíssimo, feitas através de fundos de liquidez imediata ou em títulos que

garantam uma remuneração imediata, visando a manutenção dos valores

inicialmente aplicados. Deverão ser considerados como equivalentes de caixa

as aplicações cujo prazo entre a emissão ou aplicação no fundo e o

vencimento final não seja superior a 30 dias. A exceção se faz às entidades

que possuem operações financeiras consistindo largamente em aplicações

financeiras de curtíssimo prazo, pois devem ser consideradas como atividades

de investimento. Nas demais entidades tais investimentos em títulos do

mercado financeiro de curtíssimos prazos devem ser caracterizados como

caixa.

Atividades operacionais: compreendem as transações que envolvam produção

e venda de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto social da entidade.

Ex.:

• numerários recebidos de: clientes por venda de serviços; subsidiárias

avaliadas pelo método de equivalência patrimonial, por recebimento de

dividendos; devedores por juros de empréstimos e qualquer outros

reembolsos recebidos de fornecedores, companhia de seguro,

restituição de imposto, etc.

• numerários pagos a: fornecedores; empregados; credores por juros de

empréstimos e quaisquer outros pagamentos por processos, reembolso

a clientes, impostos e contribuições governamentais, etc.

Atividades de investimentos: compreendem as transações, aquisições ou

vendas de participações em outras empresas, ativos utilizados na produção de

bens ou prestação de serviços ligados a outros objetos sociais da entidade.

Neste tipo de atividade não estão compreendidas as aquisições de ativos

adquiridos com o objetivo de revenda. Ex.:

• numerários recebidos por: vendas de ativos permanentes, distribuição

de lucros/dividendos de outras investidas.

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• numerários pagos por: aquisições de ativos permanentes.

Atividades de financiamentos: compreendem a captação de recursos dos

acionistas e seu retorno em forma de dividendos: a captação de empréstimos,

sua amortização e remuneração; e a obtenção e amortização de outros

recursos classificados no longo prazo. Ex.:

• numerários recebidos por: integralização de ações; colocação de

títulos a longo prazo (debêntures e equivalentes), obtenção de

empréstimos a longo prazo.

• numerários pagos a: acionistas por dividendos ou reembolso de

capital; credores de obrigação a longo prazo.

Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p.178) comentam que existem

algumas discussões sobre a natureza dos ativos equivalentes a caixa que

devem ser utilizados nessa demonstração. Para o FASB a indicação é de

limitá-los apenas a aplicações de curto prazo e de elevada liquidez, com prazo

de vencimento de até três meses. Em outros países, como o Canadá, por

exemplo, o conceito de equivalente de caixa utilizado é mais abrangente

compreendendo as aplicações de curto prazo menos os empréstimos de curto

prazo.

Ainda sobre a caracterização dos fluxos de caixa uma outra discussão faz-se

em relação ao tratamento das chamadas "operações virtuais de caixa". Este

termo é utilizado para designar aquelas operações de financiamentos e

investimentos que não afetam o caixa. Santos e Lustosa comentam que o

FASB orienta que essas operações deveriam ser apenas evidenciadas em

notas explicativas, fora da DFC. Para este órgão só devem fazer parte dessa

demonstração às operações que efetivamente afetam o caixa da empresa.

Os autores advogam que de alguma forma todas as transações ocorridas na

empresa um dia passaram, passa ou passará pelo caixa, e em função disso,

essas operações deveriam ser evidenciadas na DFC do período em que

ocorreram. Esse procedimento evita distorções nas informações geradas.

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discussão levantada pelos autores diz respeito à classificação de algumas

operações em Operacional, de Investimento e de Financiamento. Dentre essas

operações destacam-se as que envolvem estoque. Estes devem ser tratados,

quando da sua aquisição, como uma atividade operacional ou de

investimento? E se essa compra foi a prazo, deve ser considerado, ou não

como uma atividade de financiamento?

Provavelmente essas serão discussões que farão parte dos fóruns e conclaves

das pessoas e entidades ligadas à atividade contábil, quando dos debates

acerca do modelo de DFC que será adotado no Brasil. Somos de opinião de

que todos os conceitos que sejam utilizados estejam coerentes com as demais

demonstrações contábeis, notadamente o Balanço Patrimonial e a

Demonstração de Resultado do Exercício, e que as discussões irrelevantes

sejam descartadas, haja vista o papel da contabilidade de evidenciarão de

informação útil para os diversos tipos de usuários. Uma informação útil tem

que ser verdadeira.

3.13 Fluxo de Caixa e a Pequena Empresa

3.13.1 A Constituição Federal e o Estatuto

Os artigos 146, 170, 179 da Constituição de 1988 contêm os marcos legais

que fundamentam as medidas e ações de apoio às micro e pequenas

empresas – MPE no Brasil. O artigo 170 insere as MPE nos princípios gerais

da ordem econômica, garantindo tratamento favorecido a essas empresas. O

artigo 179 orienta as administrações públicas a dispensar tratamento jurídico

diferenciado ao segmento, visando a incentivá-las pela simplificação ou

redução das obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e

creditícias, por meio de leis. O artigo 146 contém dois novos dispositivos,

aprovados pela Reforma Tributária de 2003, prevendo que uma lei de

hierarquia superior, a lei complementar, definirá tratamento diferenciado e

favorecido para as PME, incluindo um regime único de arrecadação dos

impostos e contribuições da União, dos Estados e dos Municípios, além de um

cadastro unificado de identificação. Os artigos acima constituem as principais

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referências para a adoção de medidas de apoio às MPE, por meio de

legislação infra-constitucional, como leis, decretos e outros instrumentos legais.

Em termos evolutivos, a primeira medida legal no Brasil estabelecendo

tratamento especial às empresas de pequeno porte foi definida em 1984, com

a instituição, pela Lei nº 7.256, do Estatuto da Microempresa, contemplando

apoio ao segmento nas áreas administrativa, tributária, previdenciária e

trabalhista.

Um segundo Estatuto foi aprovado em 1994, com a Lei 8.864, prevendo

tratamento favorecido nos campos trabalhista, previdenciário, fiscal, creditício e

de desenvolvimento empresarial. Tal como o Estatuto anterior, a aprovação

dessa lei não resultou em desdobramentos em termos de regulamentação de

todos os benefícios definidos na Lei. Somente em 1996 ocorreu a

implementação de uma medida importante, no campo tributário, através da

ação decisiva do SEBRAE e das instituições de classe representativas das

empresas de pequeno porte junto ao Congresso Nacional. Foi obtida a

aprovação da Lei 9.317, que aprimorou e ampliou o sistema de pagamentos de

impostos já em vigor para as microempresas. O novo regime, o Sistema

Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições – SIMPLES, incluiu as

pequenas empresas como beneficiárias da tributação simplificada e ampliou a

relação dos impostos e contribuições incluídos no benefício da arrecadação

única.

Também a maioria dos Estados e alguns municípios adotaram regimes

simplificados de tributação para as MPE, com o objetivo principal de diminuir a

carga tributária e incentivar a formalização das empresas. No final de 2005, 25

estados, além do DF, possuíam legislações de tratamento tributário

diferenciado para as MPE.

Em 1999 foi aprovado um novo Estatuto da Microempresa e da Empresa de

Pequeno Porte, pela Lei n.º 9.841/99, com fundamento nos artigos 170 e 179

da Constituição Federal, regulamentada pelo Decreto nº 3.474/00. A Lei

estabeleceu diretrizes para a concessão de tratamento diferenciado aos

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pequenos negócios nos campos administrativo, tributário, previdenciário,

trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial. Como medida inicial,

o Estatuto simplificou o registro de novas MPEs, retirando determinadas

exigências (subscrição por advogado do ato constitutivo e a apresentação de

algumas certidões negativas). Diversas outras ações de apoio estão previstas

no Estatuto e no Decreto 3.474, necessitando de implementação, como as

seguintes: aplicação nas MPE de vinte por cento dos recursos federais em

pesquisa e capacitação tecnológica (art. 20);

constituição de sociedades de garantia solidária (art. 25); implantação de

incentivos fiscais e financeiros para o desenvolvimento empresarial (art. 19),

entre outras medidas. Infelizmente, vários dispositivos dessa legislação ainda

não foram alvo de regulamentação, o que reduz a eficácia prática do estatuto

para os pequenos negócios.

3.13.2 A contribuição do Fluxo de Caixa nas Pequenas

Empresas

Na pequena empresa, devido à simplicidade de sua estrutura, que muitas

vezes prescinde de áreas, departamentos e seções, a principal contribuição do

fluxo de caixa é exatamente na compreensão dos efeitos das decisões

tomadas, com relação às disponibilidades da empresa. O empreendedor, ao

conceder prazo para pagamento ou descontos aos clientes, pode gerar a

necessidade de captação de recursos para pagamento das obrigações e,

conseqüentemente, implicar na inocorrência de despesas financeiras. E isso

deve ser considerado o custo da operação, ao calcular-se, por exemplo, os

preços praticados para vendas a prazo. A contribuição do fluxo de caixa é

portanto, fundamental no entendimento do funcionamento da própria empresa

e das implicações das decisões tomadas. Além disso podemos citar outros

aspectos da atividade que a manutenção de um fluxo de caixa pode ajudar a

perceber e compreender:

ü Existência de concentração de pagamentos/recebimentos;

ü Sazonalidade nas vendas;

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ü Necessidade e resultados das políticas de marketing e promoções;

ü Estrutura de custos/despesas fixa;

ü Necessidade da separação dos controles pessoais e da empresa;

ü Necessidade de uma remuneração pelo trabalho do empreendedor;

ü Efeitos dos tributos;

ü A noção de passivos/obrigações.

Outra razão para se considerar com administração das disponibilidades é

característica especial da pequena empresa de dispor escassos recursos de

caixa, pelo menos durante os primeiros anos de operação e ficam vulneráveis

a qualquer mudança repentina tanto dentro da empresa quanto no ambiente

geral do negócio.

Muitas empresas pequenas, por escassez de caixa, fracassam exatamente no

momento que na verdade estão tendo lucro.

A sobrevivência antecede o sucesso. A única pré-condição para a

sobrevivência da empresa é a disponibilidade de dinheiro na mão quando você

realmente precisar. Ficar sem dinheiro significa ficar fora do negócio. A

administração do caixa é uma condição decisiva para a sobrevivência e o

sucesso de uma pequena empresa

3.13.3 Modelo de fluxo de caixa para uma pequena empresa

O fluxo de caixa é elaborado de acordo com o tipo de atividade econômica,

dependendo também do porte da empresa e de seu processo de

comercialização.

Considerando-se a legislação tributária vigente as empresas de pequeno porte

classificam-se em optantes e não optantes pelo SIMPLES a nível federal,

conforme o ramo de atividade e faturamento anual, segundo a lei nº 9.317/96 e

alterações posteriores. Sendo optante pelo SIMPLES elas classificam-se em

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micro-empresa ou empresa de pequeno porte, conforme faturamento anual. Já

na esfera estadual as empresas classificam-se em micro-empresa, empresa de

pequeno porte e modalidade em geral conforme receita bruta e ramo de

atividade.

As instituições de apoio às pequenas e médias empresas no Brasil dedicam-se

a prestar auxílio empresarial, atuando através de treinamentos, consultorias,

preparação de estudos e pesquisas, publicações de livros e folhetos,

divulgação de informações comerciais, suporte tecnológico, promoção de

negócios e articulação institucional. Ressalte-se também a preocupação que

surge nas principais universidades de incluir nos currículos de seus cursos de

graduação e pós-graduação, disciplinas preocupadas com a análise dos

problemas e com a formação de empreendedores e consultores para as

pequenas empresas. Infere-se que a mesma preocupação deveria atingir os

cursos de contabilidade, onde os professores tenham possibilidade de

apresentar as características da contabilidade voltadas para as pequenas

empresas, objetivando principalmente a preparação de relatórios simples

voltados à tomada de decisões pelo empreendedor. Surge desse contexto um

novo papel a ser exercido pela contabilidade. Mensurando, comunicando e

constituindo-se em um sistema de informações gerenciais úteis e confiáveis,

respeitando as características específicas das pequenas empresas. Alcançaria,

assim, inicialmente, o singelo objetivo de conduzir o gestor a um maior

conhecimento do funcionamento do negócio. E posteriormente, à

compreensão de conceitos contábeis complexos como depreciação e provisão.

Propõe-se como instrumento inicial para cumprir esse objetivo a adoção do

Fluxo de Caixa devido a sua facilidade de compreensão, associado que está

ao conceito concreto de disponibilidade financeira, e a sua importância na fase

inicial da empresa onde o essencial é garantir recursos para cumprir com suas

obrigações. É capaz ainda de resumir e refletir todas as atividades da

empresa, sejam elas operacionais, econômicas ou financeiras; sejam

relacionadas à administração do capital de giro ou à administração financeira

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de longo prazo. Ao final apresenta-se um modelo que objetiva atender as

características apontadas.

Espera-se, assim, ter contribuído no sentido de oferecer s pequenas empresas

alternativas para que possam mensurar os seus negócios de forma adequada.

3.13.4 A importância do Fluxo de Caixa nas pequenas

empresas

O segmento das Empresas de Pequeno Porte é muito importante na

sustentação da economia nacional, tanto pelo número de estabelecimentos e

desconcentração geográfica, quanto pela sua capacidade de gerar empregos.

Ainda que reconhecida sua importância socioeconômica, o segmento das

Empresas de Pequeno Porte encontra sérios obstáculos ao seu crescimento,

sustentabilidade e competitividade.

Cabe ressaltar que o mercado de crédito impõe muitas exigências para a

viabilidade e sustentabilidade das Empresas de Pequeno Porte, que por vezes

levam ao asfixiamento econômico-financeiro e são responsáveis pelo

encerramento das atividades de inúmeras empresas. O alcance destas

exigências pressupõe a adaptação de instrumentos e a criação de ambientes

institucionais favoráveis.

A criação de novas empresas é um mecanismo fundamental para o

desenvolvimento econômico de uma região. O crescimento no número de

empresas, ao invés do crescimento das grandes empresas, propicia uma

melhor distribuição da renda e o surgimento de novas oportunidades para o

aproveitamento de recursos naturais e humanos.

O fluxo de caixa constitui-se em instrumento essencial para que a empresa

possa ter agilidade e segurança em suas atividades financeiras. Logo, o fluxo

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de caixa deverá refletir com precisão a situação econômica da empresa, em

termos financeiros de futuro.

Com a nova conjuntura econômica mundial, se exige que o administrador

financeiro esteja preparado para os novos desafios. Hoje, é preciso gerenciar

com competência todos os recursos financeiros disponíveis na empresa.

Porém só será possível, se for realizado com a participação e integração de

todos os responsáveis pela empresa.

No processo de elaboração do fluxo de caixa deverão ser utilizadas técnicas

gerenciais para se projetar as vendas e os custos da empresa, de forma que

não existam desperdícios para os seus caixas.

A gestão financeira enfatiza os problemas de caixa e liquidez da empresa, de

forma a permitir a tomada de decisões em termos de programação financeira.

São basicamente duas as funções da gestão financeira:

a) a aquisição dos fundos de que a empresa precisa para operar; e

b) a distribuição eficiente desses fundos entre vários usos.

A administração financeira tem um objetivo no qual deve basear-se, e esse

objetivo não pode estar dissociado do objetivo da empresa como um todo. O

dinheiro é eficientemente empregado quando melhor contribuir para o

atingimento do objetivo da empresa.

Na maioria das micros e pequenas, encontramos uma má administração dos

recursos financeiros. Os empresários ainda não têm uma mentalidade de

planejamento. Isso dificulta muita a sobrevivência da empresa, pois, estas

geralmente não possuem grandes reservas de capital, e ao encontrar as

primeiras pedras no seu caminho, não estão preparadas e acabam caindo.

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O fluxo de caixa da empresa pode ser feito e planejado semanalmente,

quinzenalmente ou mensalmente, desde que o empresário observe a cada dia

se o que foi planejado está acontecendo realmente na prática.

Pode-se classificar o Fluxo de Caixa como um instrumento gerencial, cuja

finalidade principal é de auxiliar o processo decisório de uma organização,

visando sempre atingir os objetivos esperados. O Fluxo de Caixa se difere dos

balancetes contábeis por retratar a situação real do caixa na empresa, não

existindo portanto categorias relacionadas ao patrimônio físico da empresa.

Na verdade, a preocupação com relação ao caixa passa a ser visualizada por

todos os membros da empresa, de modo que cada um possa perceber a

importância de se buscar a otimização do caixa, através do aumento de

entradas ou redução de saídas.

Por fim, para que o Fluxo de Caixa possa atingir resultados significativos para

a empresa, é necessário que todos os membros e departamentos estejam

envolvidos com o processo, de maneira a alcançar a sinergia e otimizar o

desempenho da empresa.

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CAPÍTULO IV

ESTUDO DE CASO

Este trabalho tem por objetivo consolidar a importância da implantação de

Fluxo de Caixa em Pequenas Empresas.

A Aseet Finanças ABC foi analisada visando demonstrar a importância de se

ter um Fluxo de Caixa, o qual é o ponto chave para o Negócio, Produtos,

Missão, Visão e Princípios, que norteiam uma organização. Quando temos

clareza deste ponto chave, podemos levantar dados para a análise das

oportunidades e ameaças que se encontram no ambiente empresarial e

também dos pontos fracos e pontos fortes que a empresa tem em sua

estrutura. O que nos faz ter embasamento necessário para formularmos os

objetivos da empresa bem como as metas, usando de estratégia que tem

como ferramenta a tomada de decisões.

Estudo de caso: Asset Finanças ABC

Negócio: Empresa independente de gestão de recursos.

Principais produtos e serviços da ABC: Fundos de Renda Fixa e Fundos de

Renda Variável

Missão: Oferecer aos clientes a excelência na gestão de recursos.

Visão: Consolidar uma rede de Assets no Brasil e no Exterior.

Valores: Integridade, Confiabilidade, Atitude para a Mudança, Crescimento

Humano, Criatividade com austeridade, Qualidade e Comunicação.

Princípios: Administração participativa visando a satisfação dos funcionários.

Oportunidades: O atendimento diferenciado aliado à tradição vêm

proporcionando a consolidação de sua Gestão no mercado.

• Gerenciar grandes fundos.

• Aceitar a idéia e a ajuda de seus funcionários .

• Localização apropriada.

• Legislação própria. (CVM)

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• Notas elogiosas na mídia.

• Prêmios por melhor Gestão

Ameaças: É cada vez mais forte a implantação de empresas na gestão de

recursos. Com isso a competição na administração de um fundo fica cada vez

mais fechada. É preciso um diferencial para a projeção da empresa no

mercado é uma boa administração desses recursos.

Pontos Fortes:

• Tradição.

• Competência.

• Crescimento programado

• Otimização da estratégia.

• Amplo conhecimento do negócio.

• Treinamento profissional próprio.

• Persistência.

• Planejamento estratégico.

Pontos Fracos: Profissional sem graduação para o setor financeiro.

• Falta de organização do contas a pagar e do contas a receber.

• Falta de relatório gerencial de ordem financeira para provisionamentos.

Objetivos:

-Teoria: Alvo ou situação que se pretende atingir,onde se determina para onde

a empresa deve atingir seus esforços.

-Pratica: Organizar o departamento financeiro e criar relatórios gerenciais para

facilitar a tomada de decisões, entre eles o Fluxo de Caixa.

Meta: Implantar planejamento e controle do fluxo de caixa.

Implementação da meta: A primeira etapa foi realizada na separação diária das

despesas correntes no mês e das receitas já realizadas. Com isso surge a

necessidade de um Fluxo para a projeção e a situação da empresa dentro do

mês vigente.

A segunda etapa foi identificar a forma de como as informações eram inseridas

no sistema que se apresentava. O sistema estava totalmente desatualizado no

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módulo financeiro enquanto que no contábil todos os saldos se encontravam

corretamente.

A terceira etapa foi fazer um corte no saldo financeiro e partir para frente

atualizando o sistema diariamente para que pudesse ter o Fluxo correto, mas

essa atividade foi feita em paralelo com a planilha criada em Excel até este

poder ser abolido, conforme demonstrada a seguir:

O Ambiente Interno de uma organização é formado pelos

recursos,características e situações em que se encontra a empresa. Forma-se

pela:

• - Tecnologia utilizada.

08/01/07

CONTA REALIZADO POST./ANTEC. AD./EXCL. SALDO PG REALIZADO POST./ANTEC. AD./EXCL. SALDO REC. SALDOSafra - 9998-4 0,00 0,00 129.269,02

0,00 0,00 00,00 0,00 0

POSTCIPADO ADICIONADOS SALDO A POSTCIPADO ADICIONADOS SALDO ADATA SALDO REALIZADO ANTECIPADO EXCLUÍDOS PAGAR REALIZADO ANTECIPADO EXCLUÍDOS RECEBER SALDO08/01/07 129.269,02 (48.136,52) 44.440,63 0,00 (79.660,62) 79.660,62 0,00 129.269,0209/01/07 129.269,02 0,00 0,00 135.888,9210/01/07 135.888,92 23.380,10 30.000,00 135.888,9211/01/07 135.888,92 0,00 0,00 134.287,9612/01/07 134.287,96 1.600,96 0,00 134.287,9613/01/07 134.287,96 0,00 0,00 154.287,9614/01/07 154.287,96 0,00 20.000,00 154.287,9615/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9616/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9617/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9618/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9619/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9620/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9621/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9622/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9623/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9624/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9625/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9626/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9627/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9628/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9629/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9630/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9631/01/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9601/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9602/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9603/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9604/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9605/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9606/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9607/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9608/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9609/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9610/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9611/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9612/02/07 154.287,96 0,00 0,00 154.287,9613/02/07 154.287,96 0,00 0,00 149.473,34

TOTAL 5.581.818,56 (48.136,52) 0,00 44.440,63 24.981,06 (79.660,62) 0,00 79.660,62 50.000,00 5.506.837,50

FLUXO DE CAIXA Asset Finanças ABC

SAÍDA ENTRADA

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• - Equipamentos utilizados.

• - Mão-de-obra.

• - Eficiência gerencial

• - Capital e outros recursos.

Resultado obtido: Com a implantação do fluxo de caixa na Empresa Asset

Finanças ABC, houve melhora no planejamento de compras e nos pagamentos

dos fornecedores.

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CONCLUSÃO

Freqüentemente, contadores e consultores especializados em pequenas

empresas dizem que estas não prestam atenção suficiente ao fluxo de caixa,

que é a medida da quantidade de dinheiro que realmente existe na empresa.

Pequenos empresários aceitam grandes pedidos que acabam colocando a

empresa em situações difíceis, eles querem ganhar o grande contrato, mas

não recebem antecipadamente dinheiro suficiente, nem têm reservas de caixa

para pagar os trabalhadores e outras contas enquanto esperam pelo

pagamento do cliente. Podem até exibir lucro em termos de provisão contábil,

mas do ponto de vista do fluxo de caixa, isso não se repete.

Judith Dacey, contadora pública certificada, considera a demonstração de fluxo

de caixa "provavelmente a ferramenta mais importante para indicar se a

empresa está no caminho certo". Ela descreve como os membros do conselho

de administração de uma organização sem fins lucrativos, por exemplo, não

estavam cuidando corretamente dos demonstrativos de fluxo de caixa."Eles

contratavam pessoas, gastavam dinheiro nas campanhas dos membros e

faziam tudo isso usando o dinheiro que pensavam ter com base nos

demonstrativos de lucros e perdas", recorda Dacey. "Não percebiam que o

demonstrativo de lucros e perdas era uma provisão contábil, o que

basicamente significa que você está lidando com promessas em papel de

pagamentos futuros, e não com dinheiro que já está depositado no banco".

O conselho notou a dificuldade somente quando a organização teve um

cheque devolvido por falta de fundos. Foi necessário demitir empregados e

apertar o cinto para valer. "Aquilo poderia ter sido evitado se eles tivessem

observado os demonstrativos de fluxo de caixa", sustenta Dacey. "É a

demonstração de fluxo de caixa que diz 'olhem, sei o que dizem os números

maravilhosos das perdas e lucros, mas este aqui é o dinheiro que entrou de

verdade na conta e que está disponível para vocês'".Uma demonstração de

fluxo de caixa começa com a parte final da demonstração de perdas e lucros

— a linha que mostra sua receita líquida. Vários ajustes então são feitos nesse

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número, inclusive reduzindo a receita com faturas registradas como receita e

que ainda não foram pagas, incluindo a depreciação regressiva, considerando

as contas que sua empresa ainda não pagou e vários outros ajustes. Não vou

entrar em detalhes sobre a demonstração do fluxo de caixa — um bom

programa de contabilidade que calcula perdas e lucros e balanços patrimoniais

também pode fazer essa demonstração.

Sabemos que ativos são tudo aquilo que a empresa possui. Controlar a

quantidade de equipamento, mobília, imóveis e outras posses deve ser tarefa

fácil. Mas para ter uma idéia real do valor da empresa, também será

necessário acompanhar as oscilações do valor desses bens. Não é incomum

vermos pequenas empresas localizadas em imóveis que valem mais que o

próprio negócio. Da mesma forma, também será uma boa prática verificar o

declínio no valor (depreciação) de bens como computadores e móveis de

escritório.

Mais uma vez, é uma tarefa aparentemente fácil — obrigação é que você deve.

Mas suas dívidas nem sempre são óbvias como um boleto bancário. Impostos

sobre a folha de pagamento são um tipo de obrigação que você pode adiar

mensal ou trimestralmente, dependendo do tamanho da empresa.

Empréstimos são uma obrigação clara, mas ao pagá-los é uma boa idéia

controlar o quanto foi gasto no principal e nos juros.

Se você estiver comprando um item pronto para revenda, essa é uma tarefa

relativamente fácil. Fica mais complicado quando é preciso calcular todos os

fatores, como mão-de-obra, que integram a fabricação de um produto.

Publicidade, marketing, mão-de-obra, estoque e a categoria genérica da

sobrecarga — é útil saber quanto custa colocar um produto no mercado, bem

como o custo de sua criação.

Se a margem de lucro bruto permanecer consistente ou tender a subir, é

provável que você esteja ajustando os preços adequadamente para refletir as

mudanças entre o preço pago e o custo da venda ou produção.

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A possibilidade de identificar uma margem em declínio permite que você ajuste

seus preços ou custos. Na pior hipótese, é claro, o lucro bruto e a margem

bruta desaparecem totalmente. Nesse caso, você será como a pessoa que

perdeu dinheiro em todas as vendas, mas imaginou que pudesse compensar

no volume. Não siga esse caminho.

Essa relação pode permitir que você conheça a quantidade de itens que

existem na empresa e que pertencem à outra pessoa — seu financiador. Um

aumento nessa relação pode ser um mau sinal — ele tanto pode ocorrer

devido a uma grande expansão, como indicar que você está dando um passo

maior que a perna.

Esse é o montante que outras pessoas devem a você. Valorize a capacidade

de controlá-lo: se as contas a receber estiverem aumentando, isso pode ser

um sinal de que o pessoal que está comprando de você está começando a

tropeçar. E isso é especialmente verdadeiro se as contas a receber, como

porcentual do total de vendas, estiverem aumentando.

Provavelmente, esta é uma das informações mais importantes para empresas

em contenção de despesas, porque ela indica o tempo durante o qual você

atuará como 'banqueiro' para seus devedores. Para calculá-lo, você precisará

conhecer a média diária de vendas e dividi-la pelo número de contas a

receber.

O outro lado das contas a receber. Um aumento nas contas a pagar pode

simplesmente refletir uma política de alongamento do prazo de pagamento de

contas, ou um número maior de compras. Mas um aumento não planejado ou

gerenciado pode ser um aviso interno de que a estrutura financeira da

empresa está enfraquecendo.

Algumas vezes, até mesmo no mundo do negócio just-in-time, é uma boa idéia

montar um estoque robusto.

A capacidade de controlar o estoque e de saber quanto tempo ele demora para

ser vendido ou transformado permite identificar se o negócio está crescendo

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ou minguando. Essa capacidade também indica o valor que poderia ser usado

em outros pagamentos e investimentos e que está atrelado a esses bens

improdutivos.

No contexto mundial, em virtude da complexidade da economia, da expansão

e competitividade dos mercados, verifica-se uma crescente necessidade das

empresas em buscarem instrumentos que as auxiliem no planejamento e

controle de seus recursos para que estes sejam usados de maneira adequada,

a fim de salvaguardar a atividade empresarial e alcançar o objetivo almejado

pela empresa. O sucesso empresarial demanda cada vez mais o uso de

práticas financeiras apropriadas. A realidade aponta para gestores sedentos

por informações relevantes que irão auxiliar seu processo decisório. Assim

sendo, o trabalho ora intitulado: A Importância do Fluxo de Caixa nas

Pequenas Empresas, foi elaborado através de pesquisa bibliográfica e

exploratória sobre o assunto em questão, tendo como base artigos, livros e

dissertações. Seu objetivo principal é enfatizar a importância do demonstrativo

de Fluxo de Caixa como ferramenta para os gestores obterem eficiência na

administração financeira de sua empresa. Para tanto, iniciamos ressaltando a

importância do planejamento financeiro e definindo fluxo de caixa, seus

objetivos, características, vantagens e desvantagens, caracterizando as

situações de equilíbrio e desequilíbrio financeiro, seus sintomas, causas,

conseqüências e apresentando medidas de saneamento para este

desequilíbrio. Num segundo momento, buscamos comentar os mecanismos de

elaboração, importância do planejamento, informações para elaborar o fluxo de

caixa e sua forma de apresentação. Finalizando, apresentamos a necessidade

de uma gestão financeira , o fluxo de caixa, implementação do fluxo de caixa

em Pequenas Empresas, para ressaltar sua importância no processo

empresarial.

Ao respondermos as questões do escopo deste estudo, nosso trabalho de

pesquisa abre espaço para outros estudos relevantes para a melhor

compreensão da ferramenta de gestão Fluxo de Caixa.

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Nesse contexto, recomendamos uma sugestão para futuras pesquisas,

conforme descrita a seguir:

ü Na implementação da obrigatoriedade da demonstração do fluxo de

caixa, qual é o método mais adequado para ser divulgado pelas

empresas?

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 6

LISTA DE QUADROS 7

LISTA DE FIGURAS 8

METODOLOGIA 9

SUMÁRIO 11

INTRODUÇÃO 12

CAPÍTULO I

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 16

1.1 Introdução 16

1.2 Conceito 16

1.3 Objetivo 17

1.4 Administração financeira nas empresas 18

1.5 Principais áreas de decisões na administração Financeira 19

1.5.1 Decisões de Investimento 19

1.5.2 Decisões de Financiamento 19

1.5.3 Decisões de Utilização (destinação) do lucro líquido 20

1.5.4 Decisões de operação 20

1.6 O Papel da administração financeira 20

1.6.1 Funções e atribuições do administrador financeiro 21

1.6.2 Relacionamento com a contabilidade 22

1.6.2.1 Ênfase no fluxo de caixa 22

1.6.2.2 Distribuição de fluxos de caixa no tempo 23

1.6.2.3 Riscos de fluxos de caixa 24

1.6.2.4 Tomada de decisão 24

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1.7 Planejamento financeiro 24

1.7.1 Objetivos do Planejamento Financeiro 26

1.8 Controle financeiro 26

1.9 Administração de riscos 27

1.9.1 Gestão de riscos 28

1.9.1.1 Riscos de natureza operacional 29

1.9.1.2 Riscos de natureza financeira 29

CAPÍTULO II

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PARA A GESTÃO DO FLUXO DO CAIXA 30

2.1 Sobre a Tecnologia da Informação 31

2.2 Análise de Riscos 33

2.3 Classificação da Informação 36

2.4 Importância dos Sistemas de Informações Gerenciais nas Empresas 37

CAPÍTULO III

FLUXO DE CAIXA 42

3.1 Fluxo de Caixa 42

3.2 Administração do fluxo de caixa 43

3.3 Demonstração do fluxo de caixa 44

3.4 Metodologia do fluxo de caixa 46

3.4.1 Método direto 46

3.4.2 Método indireto 47

3.5 Estrutura da DOAR 49

3.5.1 Comparação do DFC com a DOAR 50

3.6 A Importância do Fluxo de Caixa 52

3.7 A Utilização do Fluxo de Caixa nas Empresas 53

3.8 O Processo de Planejamento Utilizando o Fluxo de Caixa 54

3.9 Importância do Fluxo de Caixa no Planejamento 56

3.10 O Controle Interno na Administração do Fluxo de Caixa 57

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3.11 Demonstração do fluxo de caixa realizado 61

3.11.1 Demonstração dos fluxos de caixa realizado por atividades 63

3.11.2 Apresentação do fluxo de caixa realizado 65

3.12 Caracterização dos Fluxos de Caixa 68

3.13 Fluxo de Caixa e a Pequena Empresa 71

3.13.1 A Constituição Federal e o Estatuto 71

3.13.2 A contribuição do Fluxo de Caixa nas Pequenas Empresas 73

3.13.3 Modelo de fluxo de caixa para uma pequena empresa 74

3.13.4 A importância do Fluxo de Caixa nas pequenas empresas 76

ESTUDO DE CASO 79

CONCLUSÃO 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 88

INDICE 92

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Instituto a Vez do Mestre

Título da Monografia: A importância do fluxo de caixa para as pequenas

empresas

Autor: Monique Guedes da Silva

Data da entrega: 01/10/2007

Avaliado por: Jorge Tadeu Conceito: