42
1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E SUA APLICABILIDADE NAS ESCOLAS Por: Julia Lobo Vieira Matias dos Santos Orientadora: Professora Magaly Vasques Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Em 1983, Howard Gardner publicou seus estudos pela primeira vez. Ele acreditava que essas oito áreas demarcadas no cérebro

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E SUA APLICABILIDADE NAS ESCOLAS

Por: Julia Lobo Vieira Matias dos Santos

Orientadora:

Professora Magaly Vasques

Rio de Janeiro

2012

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AS MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS E SUA APLICABILIDADE NAS ESCOLAS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Psicopedagogia.

Por: Julia Lobo Vieira Matias dos Santos

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que me deu capacidade,

inteligência e vontade para realizar este trabalho.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao meu marido

Adriano,

a minha mãe Rejane, ao meu pai Célio

César,

a todos os que me apoiam em meus estudos,

e a meu filho Gabriel, pelo qual lutarei,

com todas as minhas forças,

para dar-lhe sempre um futuro melhor.

5

RESUMO

Este trabalho de monografia aborda a teoria das múltiplas inteligências

elaborada pelo psicólogo americano Howard Gardner. Neste estudo, ele

acredita que existem áreas demarcadas no cérebro humano e que cada uma

delas é responsável em controlar uma inteligência específica. São oito áreas e,

portanto, oito inteligências e “meia”. Essa “meia” inteligência significa a nossa

marca pessoal, a forma e a intensidade como cada inteligência está organizada

em cada um e incluindo ainda nossos desejos e motivações, o que nos torna

únicos. Apresenta também como os psicopedagogos podem orientar os

professores a estimular cada tipo de inteligência em seus alunos em sala de

aula. E destaca as inteligências pessoais - a inteligência emocional. De que

maneira o psicopedagogo institucional pode trabalhar com elas na escola,

como uma forma de prevenir futuros problemas de aprendizagem de ordem

emocional e por que ela deve ser incentivada desde a educação infantil.

6

METODOLOGIA

Os métodos na construção desta monografia foram livros, revistas

especializadas, sites de internet e estudos de casos internacionais que

obtiveram resultados positivos. Para o embasamento teórico, foram

consultados textos dos seguintes autores: Howard Gardner, Daniel Goleman,

Celso Antunes, Marta Relvas, Diva Maranhão, Dayse Serra e Maria da Graça

Azenha. Finalmente, é importante citar que também foram utilizados textos e

apostilas de professores da AVM Faculdade Integrada.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 9

CAPÍTULO II 16

CAPÍTULO III 23

CAPÍTULO IV 32

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 42

8

INTRODUÇÃO

Como lidar com as pressões na vida adulta se a maioria das escolas

ainda não nos ensina a gerir nossas emoções e sentimentos, e nem a

desenvolver habilidades para amenizarmos o impacto delas em nossas vidas?

E quais matérias as escolas podem incluir em seus currículos para desenvolver

essas inteligências e habilidades?

Esta monografia tem como objetivo principal apresentar a maneira pela

qual os pais e os professores podem estimular as inteligências múltiplas de

seus filhos e alunos e explicar a importância das escolas adotarem programas

de desenvolvimento da inteligência emocional desde o jardim de infância.

Também tem a proposta de explicar de que forma os psicopedagogos

institucionais podem trabalhar esses conteúdos, partindo do princípio que

esses profissionais atuam desenvolvendo habilidades e de modo preventivo.

Por último, demonstra exemplos de currículos e programas já

implantados em algumas escolas nos Estados Unidos que tem apresentado

resultados positivos.

O embasamento teórico desta monografia foi realizado através da leitura

de livros e artigos dos seguintes autores: Howard Gardner, Daniel Goleman,

Celso Antunes, entre outros.

9

CAPÍTULO I

INTELIGÊNCIA OU INTELIGÊNCIAS?

A inteligência humana vem sendo estudada há séculos. É um tema

polêmico e curioso. Muitos pesquisadores já realizaram testes na tentativa de

quantificá-la. No entanto, com os avanços da tecnologia e, principalmente, com

a utilização da ressonância magnética, novas pesquisas vêm revolucionando

seu conceito.

“Inteligência” é a junção de outras duas palavras de origem latina. Inter

significa entre; e eligere significa escolher. Ou seja, de maneira geral, podemos

dizer que inteligência significa escolher a melhor entre duas ou mais opções.

Segundo a Enciclopédia Britânica, inteligência “é a habilidade de se

adaptar efetivamente ao ambiente, seja fazendo uma mudança em nós

mesmos, ou mudando o ambiente ou achando um novo ambiente”. Também

segundo a mesma fonte, “inteligência não é um processo mental único, mas

sim uma combinação de muitos processos mentais dirigidos à adaptação

efetiva do ambiente”.

(RELVAS, 2012, p.65)

De acordo com essa definição, que se relaciona à evolução do ser

humano, desde a época dos homens da caverna até hoje, é importante

conhecer a si próprio, o ambiente externo e ter a capacidade de se relacionar e

de se adaptar a esse ambiente.

Sternberg, apropriando-se dessa ideia, elaborou uma “teoria da

inteligência”, na qual afirma que a mesma é composta por três pilares

interligados: “o mundo interno, as relações com o mundo externo, e as

experiências que relacionam o mundo externo e o interno”.

(RELVAS, 2012, p.65)

10

Em sua teoria, o autor define o mundo interno como cognição

(processos de decisão, o que fazer, como aprender para fazer); o mundo

externo, define como percepção e ação (capacidade de se adaptar e de

selecionar os melhores ambientes para se instalar); e a “integração dos

ambientes internos e externos por meio da experiência seriam a (capacidade

de enfrentar novas situações, criação de metas de ação).

Jean Piaget, ao pesquisar sobre os estágios do desenvolvimento

infantil, também estudou a inteligência humana e seus processos de aquisição

de conhecimento. Segundo o mesmo autor, uma parte da inteligência é

hereditária, mas precisa ser estimulada.

Muitos outros autores também se interessaram pelo tema da

inteligência. De acordo com a ideia defendida por Pièrre Levy que, em 1993,

desenvolveu a ideia de uma ecologia cognitiva, na qual uma pessoa não

poderia ser considerada inteligente sem linguagem, sem cultura, sem sua

história, sem religião e sem o meio que nos envolve.

Em 1905, a pedido do governo francês, Alfred Binet, juntamente com

Theodore Simon, elaborou uma escala para medir a inteligência, um tipo de

teste para identificar em que idade mental cada criança estava. Esse teste

classificava as crianças em “normais” e “retardadas”. Depois desse, outros

testes de QI foram criados. Alguns, até hoje utilizados, medem o grau

acadêmico de cada aluno.

No entanto, esses testes para QI valorizam mais as inteligências

linguística e lógico-matemática. Inclusive Piaget, ao estudar seus próprios filhos

e elaborar estudos sobre os estágios de desenvolvimento infantil, também

valorizava as mesmas duas áreas cognitivas.

Howard Gardner, psicólogo e grande estudioso de Piaget, pelo fato de

gostar muito de música e de artes, não compreendia a razão pela qual essas

duas e todas as demais áreas do conhecimento não estavam sendo

devidamente valorizadas nos currículos das escolas e das faculdades.

11

Também ficava muito curioso ao verificar como algumas pessoas, após

terem sofrido sérios acidentes que afetaram parte do cérebro, perdiam algumas

habilidades, mas não perdiam outras. Essa curiosidade acabou levando

Gardner a estudar neurociência.

O próprio autor e pesquisador conceitua a inteligência “como um

potencial biopsicológico para processar informações e que pode ser ativado

num cenário cultural para solucionar problemas ou criar produtos que sejam

valorizados numa cultura”.

(GARDNER, 2001, apud MELCA e BLOIS, 2005, p.65)

As novas pesquisas em neurobiologia nos instigam a pensar que o

cérebro humano possui áreas aproximadas específicas para cada tipo de

aprendizado, significando que cada uma dessas áreas pode representar um

tipo de inteligência.

Em 1983, Howard Gardner publicou seus estudos pela primeira vez. Ele

acreditava que essas oito áreas demarcadas no cérebro humano seriam, cada

uma delas, responsáveis por um tipo de inteligência, dando origem à sua teoria

das Múltiplas Inteligências.

Em entrevista à Revista Mente e Cérebro (edição 175 / agosto 2007),

Gardner responde:

A visão tradicional a respeito da inteligência, que prevalece há centenas de anos, sustenta que em nosso cérebro existe um único computador, de capacidade muito geral. Quando funciona bem, a pessoa é inteligente e capaz de destacar-se em qualquer atividade. Se o desempenho for apenas razoável, o portador consegue resultado satisfatório em diversas circunstâncias. Mas, se funcionar mal, o dono desse equipamento é um tolo, incapaz de estabelecer relações coerentes. Discordo disso tudo. Creio que a relação cérebro-mente pode ser descrita como um conjunto de oito ou nove sistemas distintos de elaborações fundamentais. Um deles pode atuar muito bem, enquanto outro apresenta rendimento mediano e um terceiro funciona mal.

12

Portanto, a teoria das múltiplas inteligências veio para substituir a ideia

de que existia uma inteligência geral, única e inata.

Veremos resumidamente cada uma delas:

Linguística ou verbal: refere-se à linguagem escrita e falada. Revela-se

na capacidade de interpretar diferentes gêneros textuais, de se expressar bem,

de ler e escrever com facilidade, de contar histórias, de perceber diferenças de

entonação, de ritmos e significado das palavras; na capacidade de convencer,

de transmitir ideias, de ensinar. Tem sua maior expressividade em poetas,

escritores, palestrantes, teatrólogos, etc.

Inteligência lógico-matemática: envolve a capacidade de realizar

cálculos mentais, de reconhecer padrões, de lidar com símbolos abstratos, de

resolver cálculos complexos. É mais facilmente reconhecida em matemáticos e

cientistas. No entanto, Gardner ressalta que esses profissionais, apesar de

apresentarem de forma acentuada a mesma inteligência, possuem motivações

diferentes em seus trabalhos.

Musical: revela-se nas habilidades de perceber diferenças nas notas

musicais, ritmos e timbres. Inclui a capacidade de apreciar e compor músicas,

criar melodias, e de tocar instrumentos musicais. Tem sua maior expressão em

músicos, compositores, etc.

Visual ou espacial: revela-se nas habilidades de perceber o mundo real

e espacial com precisão, de visualizar ou criar objetos e formas geométricas

mentalmente, sob qualquer perspectiva, e de imaginação fértil. Tem sua maior

expressão em artistas plásticos, escultores, pintores, cartógrafos, desenhistas,

etc.

Cinestésica-corporal: é a capacidade de solucionar problemas com o

corpo ou partes dele, coordenação fina e grossa bem desenvolvidas, aptidão

para manipular objetos. Os profissionais que têm essa inteligência mais

apurada são os dançarinos, artistas circenses, esportistas, etc.

13

Naturalista: é a habilidade de reconhecer e classificar espécies

botânicas e animais. Botânicos, biólogos e naturalistas possuem essa

habilidade bem apurada.

Interpessoal: envolve a capacidade de se colocar no lugar do outro, de

ouvir, de interpretar expressões faciais, mudanças de temperamento e de

humor, de se comunicar e de entender o outro, facilidade para trabalhar em

equipe e de liderar. Tem maior expressão em psicólogos, professores,

políticos, chefes de equipe, líderes religiosos, etc.

Intrapessoal: capacidade conhecer a si mesmo, de perceber suas

próprias emoções, domínio próprio, de reconhecer a maneira pela qual aprende

melhor, senso crítico e intuição aguçados, etc. Por ser a mais pessoal de todas,

essa inteligência só pode ser observada através de manifestações das demais

inteligências, expressando-se, por exemplo, verbalmente, através de uma

música, de um desenho ou de uma dança.

Gardner ainda acrescenta (mas não de modo oficial) uma “meia”

inteligência. Essa “meia” inteligência seria relativa ao fato de cada indivíduo ter

o potencial para todas as inteligências, mas a intensidade de cada uma varia

de inteligência para inteligência e de pessoa para pessoa. Essa variação

depende do quanto cada inteligência for estimulada e do quanto ela for

importante para cada cultura.

Segundo a revista “Mente e Cérebro” (edição especial de aniversário –

setembro de 2011) “Ele acredita que todo o ser humano tem uma forma única

de desenvolver processos cognitivos influenciada por interesses e desejos – é

a “meia” habilidade particular a mais”. (p.46)

Também segundo a mesma revista, Gardner define a “meia inteligência”,

como sendo um tipo de característica pessoal, que torna única a combinação e

o somatório das inteligências de cada indivíduo.

Segundo o próprio Gardner, há três aplicações para o termo inteligência.

Na primeira, a inteligência seria uma propriedade inerente a todos os seres

14

humanos, e que todos nós temos no mínimo oito delas. Na segunda, a mesma

seria a dimensão pela qual os indivíduos diferem. E na última, a inteligência é

definida como a maneira pela qual uma pessoa executa um trabalho em função

de seus próprios desejos pessoais.

De acordo com sua teoria, podemos considerar oito múltiplas

inteligências, mas esse número ainda é relativo e já antecipa que essa

quantidade ainda pode aumentar. Gardner ainda pensou em considerar mais

algumas inteligências como a pictórica, a existencial, a espiritual, a pedagógica,

a sexual e até a capacidade de concentração.

Quanto à inteligência pictórica, Gardner, mesmo tendo consciência de

que o talento para reproduzir ou inventar imagens por meio de uma pintura ou

de um desenho seja elevado em poucos, mesmo sendo inerente ao ser

humano, acredita que ela possa conter traços de outras inteligências, como a

espacial (para captar o espaço que pode ser utilizado para a criação ou

reprodução da imagem); da cinestésica-corporal (na habilidade de manuseio do

lápis, pincel, ou qualquer outro material utilizado); e da inteligência interpessoal

(pela habilidade de perceber a maneira pela qual outras pessoas podem vir a

interpretar seus quadros).

Podemos perceber a “inteligência pictórica” pela elevada habilidade de

se expressar pelo desenho, pelo movimento dos traços, pela sensibilidade na

escolha das cores, etc. Também revela-se através da habilidade em desenhar

utilizando a computação gráfica.

No entanto, essa capacidade ainda é motivo de discussão. Nilson

Machado, um brasileiro e estudioso de Gardner, discorda do autor e defende a

ideia de que a habilidade descrita acima pode ser considerada uma inteligência

independente.

Gardner acredita que, mesmo havendo a polêmica se a capacidade para

se expressar através de desenhos e criação de imagens pode ser considerada

uma inteligência ou não, mais importante é os pais e professores saberem:

15

identificá-la; aceitá-la como uma forma de linguagem independente; e de poder

incentivá-la em seus filhos e/ou alunos.

A respeito de outras capacidades, o próprio autor respondeu em

entrevista:

“Eu mesmo considerei a possibilidade de uma capacidade adicional da

inteligência pedagógica, ou o talento de ensinar os outros, mas não realizei o

estudo sistemático necessário para introduzi-lo na lista”.

(Revista Mente e Cérebro, p.52)

Seu colega de trabalho, Antonio Battro, tentou convencê-lo da existência

da inteligência digital; e o neurocientista Michel Posner o desafiou a

acrescentar a capacidade de se concentrar como mais uma inteligência.

No entanto, apesar de tantas especulações se novas inteligências serão

acrescentadas ou não, por enquanto existem oito inteligências determinadas

pela teoria das Inteligências Múltiplas.

O mais importante a partir deste estudo é que pais, professores e

demais profissionais da área de educação saibam reconhecer essas

inteligências em seus filhos e/ou alunos e ajudá-los a estimulá-las, pelo menos

as que se destacam mais. Indiscutivelmente, ao fazermos o que gostamos ou

aquilo para que possuímos mais facilidade, nos tornamos pessoas mais felizes

e realizadas.

16

CAPÍTULO II

COMO ESTIMULAR INTELIGÊNCIAS?

Preocupado com a área educacional, Howard Gardner começou a

desenvolver sua própria linha pedagógica, concentrando-se na importância dos

anos anteriores à universidade para a apreensão de conteúdos nas principais

matérias.

A partir deste estudo, chegou à conclusão de que um bom professor que

se apropria da teoria das múltiplas inteligências, deveria “individualizar” e

“pluralizar”.

Individualizar no sentido de entender como cada um de seus alunos

aprende melhor (o perfil de inteligência de cada um) e, na medida do possível,

ministrar suas aulas e realizar avaliações de modo que eles possam

desenvolver suas próprias potencialidades.

E pluralizar no sentido de que o mestre deve ensinar os conteúdos que

considerar mais relevantes, formas diferentes; porque a partir do momento que

o mesmo tópico é apresentado de várias maneiras, mais chances o professor

oferece a seus alunos de entenderem cada uma delas.

Gardner afirma que, quando realmente apreendemos um conceito,

podemos analisá-lo sob vários ângulos e, desta maneira, utilizarmos nossas

inteligências múltiplas. De outro modo, se ficarmos presos a uma única forma,

a compreensão do conteúdo será mais superficial.

Ao se modernizarem, as escolas também deveriam rever seus

conteúdos e sua maneira de ensinar. De diversas maneiras os diretores, os

professores e até mesmo os pais em casa, podem desenvolver as Múltiplas

Inteligências nas crianças e adolescentes.

17

Para a aprendizagem da matemática, é muito importante “matematizar”

as situações do cotidiano. Antes de aprender as quatro operações, as crianças

já podem e devem aprender que existe matemática num jogo de futebol e no

troco que sua mãe recebe ao comprar o pão na padaria, por exemplo. Também

podem perceber que, às vezes, certas situações não possuem lógica nenhuma.

Jogos de damas, xadrez, gamão, entre outros, são ótimos para a criança

desenvolver sua percepção e seu raciocínio lógico matemático.

Jean Piaget fundamenta, com muita propriedade, o estímulo a essa

inteligência ao afirmar que o bebê, ainda no berço, inicia suas percepções

lógicas-matemáticas ao explorar suas chupetas, chocalhos e móbiles.

Já um pouco mais crescida, a criança se torna capaz de perceber a

“permanência” de seus brinquedos, e é capaz de falar sobre eles mesmo sem

vê-los; depois passa a reconhecer semelhanças e diferenças entre os mesmos,

podendo separá-los em conjuntos de cores, tamanhos, formas, categorias, etc.

No estágio operatório concreto, ela já é capaz de dar valor aos objetos,

de confrontar conjuntos, de verificar qual deles possui maior quantidade.

As habilidades operatórias (confrontar, identificar, comparar, calcular) ganham contornos definidos e a criança adquire uma razoável noção sobre o conceito de quantidade. O desenvolvimento matemático segue a passagem das ações sensório-motoras para as operações formais concretas, e da capacidade de cálculo avança para raciocínios lógico- experimentais.

(ANTUNES, 2010, p. 31)

A capacidade para essa inteligência aparece de forma mais acentuada

em algumas pessoas do que em outras. Em alguns casos, ela pode se

destacar em relação a outros talentos mesmo sem estímulos. No entanto, o

fato é que pais e professores, sabendo alfabetizar seus filhos e alunos

matematicamente, obterão resultados muito mais significativos e positivos.

18

A inteligência verbal ou linguística é uma das mais valorizadas em nossa

cultura.

Apesar de ter sido desvalorizado por algum tempo, alguns cientistas e

pesquisadores tentam provar que o método fônico é a melhor forma de

alfabetização, pelo menos numa língua “grafo-fonêmica” como a nossa.

Com o avanço e o modismo do “construtivismo” e a alfabetização

ocorrendo pela própria leitura através do método global, acabou por aumentar

o número de alfabetizados funcionais, que sabem ler, mas não compreendem o

que lêem.

Celso Antunes afirma que a alfabetização fonética é o centro da

inteligência linguística, e acredita que ainda é a de maior aceitação em nossa

cultura.

Para estimular a inteligência linguística, é necessário um ambiente

letrado e com muitas conversas.

Um bebê, ainda no berço, já começa a querer balbuciar suas primeiras

palavras. É muito importante, neste primeiro momento, que os pais apreciem

esse balbucio e que estimulem seu filho a “falar” mais conversando com ele,

cantando para ele, contando histórias para ele.

Uma maneira de estimular a criança consiste em falar bastante com ela, mas não como quem apresenta um receituário de atitudes desejáveis, e sim como quem procura um interlocutor para colher suas impressões, estimulando com audição atenta a expressão de suas opiniões. Mesmo quando essas opiniões se distanciam do real e invadem o campo da espacialidade, é essencial que a criança opine, cante, invente, sobretudo, disponha de ouvintes estimulantes, dispostos a “arrancar” depoimentos.

(ANTUNES, 2010, p.46)

19

Com seis ou sete anos, a criança já é capaz de brincar com jogos de

palavras, telefone sem fio e outras brincadeiras afins. Também é interessante,

nesta faixa etária, pedir para que a criança reescreva uma história contada.

No entanto, é válido destacar que, embora seja importante aumentar o

vocabulário, podemos considerar que uma pessoa tenha essa inteligência mais

apurada se ela conseguir, por exemplo, descrever imagens e transmitir

sentimentos, mesmo com vocabulário restrito.

Quanto à inteligência espacial, seu estímulo pode ser feito de diversas

maneiras e com estratégias apropriadas para cada faixa etária.

Com crianças menores, podemos, por exemplo, contar histórias sem

encerrá-las, para que tenham a oportunidade de interagir com as mesmas e

criar mentalmente um final para elas.

Também é interessante que pais e professores questionem e perguntem

a seus filhos e alunos suas opiniões sobre fatos do cotidiano, mas com o

cuidado de não julgar se suas respostas estarão certas ou equivocadas.

O uso do brainstorming para as crianças é uma maneira interessante de

estimular o pensamento criativo a inteligência espacial, pois a permite se

expressar sem nenhum tipo de censura.

O uso do brainstorming com as crianças pode ser complementado

através de desenhos. Oferecer papéis de vários tamanhos diferentes, de

preferência começando do menor para o maior, é válido porque delimita a área

que a criança pode utilizar para a sua arte. É também importante que ela se

sinta à vontade para criar, e os pais e professores precisam entender que sua

vontade de, por exemplo, desenhar um cachorro azul é legítima, e devem

estimular para que ela continue desenhando assim. Mas, em contrapartida,

precisam dizer a ela que não existem cachorros azuis.

Para as crianças de maior faixa etária, um estímulo importante oferecido

pela escola é o trabalho com a utilização de mapas.

20

A Inteligência cinestésica corporal não é tão valorizada em nossa cultura

como a verbal e a lógico-matemática. Apesar do Brasil ser considerado o “País

do Futebol” e da educação física ser obrigatória nas escolas, muitos pais e

educadores ainda não compreendem a real relação entre atividade física e

aprendizagem.

“Corpo são, mente sã”, já diziam os grandes filósofos gregos. No

entanto, a nossa cultura ocidental dá mais valor ao trabalho mental do que ao

braçal.

A inteligência corporal pode ser estimulada de diversas maneiras. Em

casa, ainda pequena, a criança pode ser estimulada a se vestir e a comer

sozinha. Por estar relacionada ao aprimoramento dos cinco sentidos, também

pode ser estimulada a provar diversos tipos de alimentos, a sentir diferentes

cheiros, a observar cores, a tocar em diversos tipos de objetos e texturas.

Na escola, ela costuma ser estimulada pela educação física, pelos jogos

de psicomotricidade. Mas as mesmas deveriam voltar a valorizar as aulas de

artes, de costura, de marcenaria, de pintura, etc.

Mesmo no caso da atenção, tão cobrada e reclamada, mas jamais ensinada em nossas escolas, há indícios seguros de sucesso com o emprego sistemático de alguns exercícios específicos. Diante desse quadro, parece importante destacar que o estímulo dessa inteligência deve ser promovido”... “com programas que disciplinem, sistematizem e saibam avaliar o aprimoramento do tato, do paladar, do olfato, da atenção com atividades teatrais e circenses como jogos mímicos diversificados, mas principalmente com a plena aceitação, por parte dos pais e educadores, do fato de que a educação do corpo é possível e plausível até mesmo para harmonizar melhor o desenvolvimento mental.

(ANTUNES, 2010, p.53)

Como dito anteriormente, apesar de não ser tão valorizada quanto

outras em nossa cultura, essa inteligência, quanto mais trabalhada, representa

para a criança mais facilidade em se concentrar e mais aprimorada será a sua

21

coordenação fina e grossa. Um médico-cirurgião, por exemplo, necessita ter

uma boa coordenação para realizar com sucesso suas operações.

A inteligência musical é uma das mais fáceis de identificar. Em quase

todas as culturas, conseguimos perceber a criança que é mais afinada, que

possui um “bom ouvido” para a música, se ela demonstra facilidade para tocar

algum instrumento, etc.

Comumente, essa habilidade é considerada um talento. Mas devemos

ter cuidado ao usar essa palavra, pois talento apresenta uma ideia de exclusão.

De maneira geral, todas as inteligências são encontradas em todas as

pessoas, mas algumas apresentam essa capacidade mais desenvolvida do que

outras.

O Brasil é um país rico em musicalidade, devido principalmente aos

ritmos trazidos pelos escravos africanos. Mas, infelizmente nem todas as

escolas oferecem educação musical.

Para aprender música, é necessário que a criança aprenda teoria

musical: aprender as notas, os símbolos musicais, a ler partituras, etc.

O estímulo a essa inteligência pode ser iniciado com o bebê ainda na

barriga de sua mãe. Já foi comprovado que o feto consegue escutar a voz e o

timbre de sua mãe ou de quem fala com ela. Consegue perceber também se a

voz demonstra carinho ou sentimento de raiva.

Quando os bebês começam a balbuciar, normalmente repetem sons que

já conhecem e já são capazes de se envolver em brincadeiras com sons. A

partir dos dois anos, as crianças já são capazes de inventar sons e melodias.

Na escola, uma brincadeira interessante que pode ser feita na educação

infantil, é pedir para a criança identificar sons: se o som escutado é de algum

animal, se são vindos da natureza, se são produzidos por instrumentos

musicais, se podem ser encontrados no cotidiano, nas ruas etc.

22

Um elemento que parece importante destacar no estímulo da inteligência musical é a preocupação em separar a aprendizagem da música e a aprendizagem do som. Parece ser mais importante estabelecer que a “linguagem do som” deve ser estimulada em todos, ainda que alguns, certamente com maior competência, possam aperfeiçoá-la com a aprendizagem musical propriamente dita.

(ANTUNES, 2010, p.59-60)

A inteligência naturalista só foi considerada por Howard Gardner em

suas obras posteriores.

Para estimulá-la, podemos realizar passeios e excursões em sítios e

parques com reservas naturais e, ao mesmo tempo propondo uma “aventura

interativa”, instigando a curiosidade dos estudantes, fazendo perguntas sobre

as plantas e os animais.

De vez em quando, é importante com que a escola se aproprie de

elementos da natureza como chuva, ventania ou rastros e sons de pequenos

animais. Uma aula-passeio em um parque ou a uma floresta, além de ser mais

interessante para as crianças, une o estímulo da inteligência naturalista a

várias outras, cabendo ao professor saber explorá-las.

Como já dito anteriormente, Gardner defende a ideia de que os

professores devem ensinar os conteúdos mesclando as metodologias de

maneira que, alguma ou algumas delas possam fazer sentido a seus alunos.

Quanto mais cedo um bebê começar a ser estimulado, e quanto mais

tipos de estímulos ele tiver, mais facilidade ele terá para adquirir novos

conhecimentos.

Este capítulo apresentou algumas ideias de como pais e mestres podem

melhorar as habilidades de seus filhos e alunos. No entanto, as inteligências

pessoais (intrapessoal e interpessoal) serão descritas no próximo capítulo.

23

CAPÍTULO III

AS INTELIGÊNCIAS PESSOAIS E A ATUAÇÃO DO

PSICOPEDAGOGO

O cérebro humano possui três partes responsáveis pelo processo de

aprendizagem: o hipotálamo, o córtex e o sistema límbico.

O hipotálamo é responsável pelas funções ligadas à sobrevivência e

reprodução; o córtex controla a nossa parte motora, perceptiva, sensitiva e o

nosso pensamento; o sistema límbico é a parte responsável pelas nossas

emoções e sentimentos. É o que nos torna equilibrados ou desequilibrados

emocionalmente.

Pesquisas neurológicas do final do século XX, principalmente as

realizadas pelos doutores Paul Maclean, Joseph LeDoux e Stanyslaw Grof,

comprovaram que essas três partes do cérebro humano são interdependentes,

funcionam ao mesmo tempo e se complementam. No entanto, dependendo da

natureza do estímulo enviado, uma parte pode sobressair momentaneamente

sobre a outra.

Assim, poderíamos dizer que cada cérebro possui uma capacidade própria de aprender e uma forma toda particular de trabalhar esta aprendizagem; em outras palavras, possuiria três estruturas biológicas de inteligência, sendo: a Inteligência Instintiva, a Inteligência Racional e a Inteligência Emocional.

(RELVAS, 2012, p.77)

Portanto, é de fundamental importância para o equilíbrio de um

indivíduo, receber todos os tipos de estímulos: motores, cognitivos, sensoriais e

emocionais.

24

Todas as emoções são, em essência, impulsos, legados pela evolução, para uma ação imediata, para planejamentos instantâneos que visam lidar com a vida. A própria raiz da palavra emoção é do latim movere – “mover” – e acrescida do prefixo “e” – que denota afastar-se, o que indica que em qualquer emoção está implícita uma propensão para um agir imediato.

(GOLEMAN, 2007, p. 32)

Sob esse ponto de vista da própria etimologia da palavra, todas as

emoções do ser humano foram essenciais para a história de sua sobrevivência

e evolução. Em muitas situações, como fugir do ataque de um animal feroz,

parar para raciocinar o que fazer, poderia custar a vida de uma pessoa; mas

agir impulsivamente pela reação do medo, poderia garantir a sua

sobrevivência.

No entanto, com o avanço da civilização humana, a “alfabetização

emocional” adquiriu um novo enfoque. Além de continuar a garantir a

sobrevivência, a reprodução e a evolução da espécie, a inteligência emocional

para a modernidade significa a capacidade de nos relacionarmos mais

adequadamente com outras pessoas; de melhor conhecermos e controlarmos

a nós mesmos e de evitarmos conflitos e algumas doenças tipicamente sociais,

como o estresse e a depressão.

Segundo Antunes, a inteligência interpessoal tem como base principal a

habilidade para perceber distinções nas pessoas; principalmente, as diferenças

em seus estados de humor, suas motivações, seus desejos e até em seus

temperamentos.

As inteligências intrapessoal e interpessoal são as mais complexas de

se entender, pois muitas vezes dependem da manifestação de outras

inteligências. Como exemplo, um artista pode expor seu estado emocional

através de um quadro, mas necessita de suas habilidades cinestésicas,

espaciais e de seus conhecimentos artísticos para conseguir pintar aquilo que

deseja.

25

Uma característica de ambas as inteligências pessoais, é que seu

excesso ou sua escassez, muitas vezes são considerados casos patológicos.

Como exemplo, um indivíduo que apresente uma acentuada baixa estima, a

ponto de atrapalhar seus relacionamentos e seu rendimento no trabalho, deve

ser incentivado a se consultar com um psicólogo. O mesmo não ocorre com o

fato de uma pessoa ter ou não habilidades para tocar instrumentos musicais.

Existem sinais característicos e funções específicas para cada reação

emocional. Quando sentimos medo, empalidecemos porque o sangue e a

nossa energia fluem para nossas pernas, para estarmos prontos para fugir;

quando ficamos com raiva, nosso sangue “corre” para nossas mãos, para

estarmos prontos para dar um soco em alguém ou sacar uma arma; quando

ficamos tristes, quase deprimidos, ficamos com uma baixa de energia, como

uma defesa natural para não nos afastarmos muito de casa; quando ficamos

alegres, ficamos naturalmente mais relaxados, afastamos pensamentos de

preocupação e, ao mesmo tempo, ficamos com mais energia e disposição para

fazermos atividades que nos interessam. Além desses exemplos,

manifestações de choro como sinal de tristeza e mal-estar, e sorriso como sinal

de alegria e bem-estar são assim interpretados em todas as culturas.

O emocional de um indivíduo deve sempre estar funcionando em

harmonia com a área cognitiva. Caso contrário, ele entraria em desequilíbrio.

Portanto, é muito importante que as inteligências intrapessoais e interpessoais

sejam estimuladas desde a mais terna infância.

Sentimentos e suas reações podem “aparecer” desde quando o bebê

ainda está na barriga de sua mãe, pois a relação entre a mãe e o filho vai além

do cuidar físico. Como já dito anteriormente, desde o ventre o feto já escuta a

voz humana, e percebe se o tom é de carinho ou de agressividade.

Com dois meses de idade, um neném é capaz de reconhecer algumas

expressões faciais como de alegria, tristeza, carinho ou rejeição.

26

Podemos ressaltar então a importância da educação infantil para uma

criança. Em uma fase em que a criança é altamente voltada para si mesma, a

socialização com outras crianças de sua idade faz toda a diferença em seu

desenvolvimento.

Sabe-se que a infância é o período mais importante na construção global de uma pessoa e que se determinam certos marcadores que permanecerão ativos por toda a vida. É imprescindível o manejo adequado desta fase que trem seu início no útero materno e se estende até os doze anos da criança.

(RELVAS, 2012, p.84)

Segundo Vygotsky, a aprendizagem ocorre na relação da criança com o

ambiente. E é interagindo com o seu amigo de infância que ela descobre a si

mesma.

Vygotsky, em concordância com Piaget e Wallon, menciona em suas

obras a importância da afetividade no processo de ensino-aprendizagem.

Atualmente, sabemos que a memória é fundamental para a aprendizagem. No

entanto, tudo o que aprendemos com “um toque” de emoção, se fixa melhor em

nossa memória.

Mas antes de demonstrarmos de que maneira os psicopedagogos, pais

e professores podem estimular a inteligências pessoais em seus filhos e/ou

alunos, vejamos brevemente o seu surgimento e os objetivos da

psicopedagogia.

A psicopedagogia é uma área de estudo recente e, em nosso país,

existe há aproximadamente trinta anos.

Teve sua origem na Europa, mais especificamente na França, durante o

século XIX. Apareceu no intuito de intervir nos problemas de aprendizagem da

época.

No entanto, foi aprimorada na Argentina, tendo Pichón Rivière e Jorge

Viska como seus maiores representantes.

27

Abrange várias outras áreas do conhecimento como a psicologia, a

psicanálise, a sociologia, a linguística e a neurociência.

De acordo com o código de ética da Associação Brasileira de

Psicopedagogia:

CAPÍTULO I: DOS PRINCÍPIOS

Artigo 1º

A psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio – família, escola e sociedade – no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.

E acrescido em parágrafo único:

“A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento

relacionado com o processo de aprendizagem”.

Ou seja, a psicopedagogia tem como foco principal de seu estudo a

aprendizagem humana. Portanto o profissional da área pode atuar em qualquer

âmbito que a aprendizagem aconteça.

Da mesma maneira que a aprendizagem pode ocorrer a qualquer tempo

em qualquer lugar de nossas vidas, também podem aparecer dificuldades de

aprendizagem. Essas dificuldades podem surgir de várias origens: cognitivas,

afetivas, sociais e culturais.

O psicopedagogo institucional atua de maneira preventiva, normalmente

com pequenos grupos heterogêneos de alunos, visando elevar o potencial de

cada um deles e ensinando habilidades.

Essas novas capacidades permitem aos estudantes aprender de forma

mais eficaz os conteúdos escolares, e evitam que os alunos venham a

apresentar futuras dificuldades de aprendizagem.

28

Na instituição escolar, o psicopedagogo trabalha orientando a equipe

docente e os professores. Aos primeiros, ajuda na elaboração do projeto

político pedagógico, a rever metodologias e didáticas, contextualizando-as, e

até a repensar a parte de estrutura física da escola, de modo a torná-la mais

inclusiva, entre outros aspectos. Aos mestres, ajuda a pensar a maneira pela

qual podem lidar melhor com cada um de seus alunos, orientando-os a realizar

as adaptações curriculares que se fizerem necessárias, e de que maneira

podem tornar suas aulas mais atrativas e significativas para os alunos.

Diante da mesma ótica, neste grupo heterogêneo em que atua, o

profissional da psicopedagogia poderia também incluir habilidades de

concentração e autodomínio, incluindo o controle dos impulsos e das emoções,

uma vez que, como já dito anteriormente, auxilia bastante o aluno a conseguir

aumentar seu rendimento nos conteúdos escolares.

Com base nesta afirmação, o psicopedagogo pode orientar os

professores a buscarem formas didáticas de estimular as inteligências

emocionais em seus alunos através de jogos socializadores; de brincadeiras

utilizando espelhos, a fim de que a criança perceba a si mesma e ao outro;

brincando de feliz e triste; nomeando as emoções e, principalmente,

legitimando os sentimentos das crianças, mesmo em situações nas quais a

atitude que o aluno apresente, pareça “bobagem” para um adulto.

Histórias de contos de fadas são interessantes de serem contadas para

crianças, pois a grande maioria delas, apresenta a “batalha” do bem contra o

mal, questões ligadas à superação, o enfrentamento da morte, relações de

família alteradas com o aparecimento da madrasta, entre outras situações que

são importantes que as crianças saibam que existem e que tirem suas próprias

conclusões de como enfrentá-las.

29

A estimulação da inteligência interpessoal não é muito difícil, ainda que seus resultados sejam extremamente lentos e seus métodos necessitem do emprego de fundamentos adequados. Ao que tudo indica, esses métodos integram em verdadeira multidisciplinaridade alguns fundamentos da educação, da psicologia, da neurolinguística e da psicopedagogia, e devem estabelecer diferenças claras e nítidas entre seu enfoque “pedagógico”, a ser empregado com todos os alunos, da educação infantil à terceira idade.

(ANTUNES, 2010, p. 89)

Em escolas de nível fundamental, a “alfabetização emocional” pode vir

disfarçada entre outros conteúdos. Por exemplo, ao dar uma matéria específica

de português, o professor pode dar um texto que fale sobre relações de

amizade.

No cenário atual, inclusive no Brasil, no qual aumentaram os casos de

bullying, também podem ser trabalhados textos e debates em que o professor

possa fazer com que o “agressor” se coloque no lugar da vítima.

Em casa, os pais devem estar cientes de que é mais relevante a

qualidade do tempo que passa junto com os filhos, do que a quantidade do

tempo em si.

Também é importante que os pais reaprendam a dizer “não” para seus

filhos, impondo limites e fazendo com que as crianças aprendam a lidar com as

suas frustrações. Adiar recompensas, fazendo-as aprender a esperar, é

igualmente fundamental para o desenvolvimento emocional delas.

Os pais podem atrapalhar ou auxiliar no desenvolvimento emocional dos

filhos. Os erros mais comuns dos pais que inconscientemente prejudicam seus

filhos nesse sentido são: ignorar os sentimentos das crianças por acreditarem

que os motivos pelos quais seus filhos estão chateados são banais e perder a

oportunidade de conversar com eles ou de demonstrar alguma forma de

solidariedade ou afeto; poder até entender o que os filhos estão vivenciando e

sentindo, mas permitir que eles se “virem” sozinhos, até mesmo se a solução

30

encontrada for bater em outras crianças; “comprar” os filhos, para que

esqueçam o que os deixou tristes, sem ao menos conversar sobre o que

sentiram; ou serem severos demais com as críticas e censuras, sendo capazes

de colocar seus filhos de castigo, apenas por terem manifestado sua raiva.

De fato, para poderem ajudar seus filhos, os pais devem ter algum

conhecimento em inteligência emocional, como, por exemplo, saber distinguir e

nomear sentimentos. Devem também ter paciência e sensibilidade para

escutarem seus filhos e legitimar seus sentimentos. Devem ser capazes de

desvendar o medo de um filho com carinho; e não simplesmente dizer que o

que ele está sentindo é uma “bobagem” de criança.

Crianças que sabem minimamente controlar seus impulsos são mais

aceitas emocionalmente, menos agressivas e mais relaxadas “biologicamente”.

“A primeira oportunidade para moldar os ingredientes da inteligência

emocional, é nos primeiros anos, embora essas aptidões continuem a formar-

se durante todo o período escolar”.

(GOLEMAN, 2007, p. 211)

Durante os três ou quatro primeiro anos de vida da criança o cérebro

humano cresce aproximadamente dois terços de seu tamanho final. É um

período único, em que ela é capaz de aprender tudo o que lhe é ensinado com

mais rapidez e com mais facilidade, mais do que na vida adulta. Por isso que é

tão importante a criança nesta faixa etária possuir todos os tipos de estímulos,

inclusive os emocionais.

É importante destacar que Daniel Goleman e Howard Gardner são dois

influentes pesquisadores no estudo da inteligência emocional. No entanto, seus

pensamentos divergem na medida em que o primeiro acredita, e deixa

transparecer em seus livros, nos valores morais que a “educação” das

emoções pode conferir a um indivíduo; enquanto o segundo acredita que essa

mesma “educação” das emoções pode elevar o potencial das pessoas tanto

31

para o bem quanto para o mal. Isso dependeria mais da índole de cada uma

delas, do que da inteligência propriamente dita.

Este capítulo procurou explicar a importância das inteligências

emocionais em nossas vidas e os motivos pelos quais devemos aprender mais

sobre elas. Procurou também demonstrar a função da psicopedagogia e do

psicopedagogo e até mesmo dos pais quanto a seu estímulo.

32

CAPÍTULO IV

METODOLOGIAS E CASOS DE SUCESSO

Ao iniciarmos este novo capítulo, é relevante ressaltar que há

controvérsias a respeito do que foi exposto até o presente momento sobre

“alfabetização emocional”. Há autores que não acreditam que o controle das

emoções possa ser realmente ensinado. Acreditam que existem apenas dois

“tipos” de indivíduos: os resilientes, que criam vínculos seguros; e os de risco,

que criam vínculos frágeis com as pessoas de sua convivência.

No entanto, pretendemos aqui expor algumas metodologias criadas por

algumas escolas e centros de referência em “alfabetização emocional” dos

Estados Unidos, no intuito de defender a ideia central desta monografia.

No Centro de aprendizado Nueva Lengua, na cidade de São Francisco,

há uma aula denominada “Ciência do Eu”, um “treinamento modelar em

inteligência emocional”, cujo foco principal são os sentimentos. Durante a aula,

a professora posiciona seus alunos sentados em roda em estilo hindu e, ao

fazer a chamada, ao invés de os alunos responderem “presente”, eles

respondem como estão se sentindo no dia e justificando a sua resposta. E em

qualquer conflito que as crianças e os adolescentes enfrentem, a professora

atua como mediadora e faz com que eles reflitam sobre a razão de estarem

agindo assim, o que provocou a situação e o que eles estão sentindo em

relação a ela.

O Projeto Spectrum de Howard Gardner, um currículo elaborado nos

moldes de sua teoria das Inteligências Múltiplas e aplicado na “Pré-Escola

Eliot-Pearson”, também nos Estados Unidos, tem como objetivo central

identificar e valorizar as aptidões inatas das crianças pequenas, além daquelas

focadas pelas escolas tradicionais.

33

Gardner acredita que toda escola deve incentivar todas as aptidões das

crianças, e não somente aquelas que evolvam números e letras. O autor

pretende, com esse projeto, aumentar o espectro de talentos humanos.

Esse currículo inclui atividades que dão oportunidade às crianças de

desenvolverem diversos talentos e ajuda a identificarem onde se sentem

melhor. Assim, a principal contribuição que esse modelo de educação pode

oferecer a uma criança é auxiliá-la a, no futuro, optar por uma profissão para a

qual possua um talento inato e, consequentemente, ser mais feliz e competente

em sua atuação.

Na escola Augusta Lewis Troup, também nos Estados Unidos, durante a

“Aula de Aptidões para a Vida”, quando a professora percebe que alguma

criança está furiosa, a ponto de sair do controle, ou, pelo contrário, está

retraída por algo que a perturbou ou chorando demasiadamente, utiliza a

metodologia aplicada para o aprendizado do controle do impulso: um cartaz

confeccionado no formato de um sinal de trânsito, subdividido em seis etapas:

Sinal vermelho:

1-Pare, se acalme e pense antes de agir.

Sinal amarelo:

2-Diga qual é o problema e como você se sente.

3-Estabeleça uma meta positiva.

4-Pense em muitas soluções.

5-Tente prever as consequências.

Sinal verde:

6- Siga e tente o melhor plano.

(GOLEMAN, 2007, p. 291)

34

Os currículos em alfabetização emocional, como os utilizados na Escola

Troup e nas aulas da “Ciência do Eu”, foram criados a partir de uma tentativa

desesperada de contornar a onda de pobreza, violência e abuso de drogas

no bairro de New Heaven, nos Estados Unidos.

Durante a década de 1980, uma equipe de educadores e psicólogos da

Universidade Yale, elaborou o “Programa de Competência Social”.

Além dos problemas citados acima, New Heaven é o bairro que

apresenta o maior índice de mulheres portadoras do vírus da Aids do país.

Sendo assim, com tantos problemas desta natureza, seria impossível ensinar

apenas matérias acadêmicas.

Outro projeto em alfabetização emocional que também surgiu em função

de problemas sociais é o “Programa de Solução Criativa para Conflitos” e que

foi implementada em várias escolas públicas do país. Esse currículo

diferenciado inclui aulas de como solucionar conflitos internos na escola sem

ser através de agressões físicas.

Linda Lantieri, fundadora e diretora do centro nacional do curso, acredita

que seu projeto pode ir além de controlar brigas. Para isso, alguns alunos são

selecionados para serem mediadores de conflitos dentro e fora das salas de

aula.

O “Projeto de Desenvolvimento da Criança” idealizado pela equipe de

Eric Schaps, tem por finalidade transmitir ensinamentos emocionais e sociais

incluídos em outras disciplinas escolares – o currículo invisível.

Todos os professores que ensinam sobre o controle das emoções

passam por uma capacitação específica.

35

Além do treinamento do professor, a alfabetização emocional amplia a visão acerca do que é a escola, explicitando-a como um agente da sociedade encarregado de constatar se as crianças estão obtendo os ensinamentos essenciais para a vida- isto significa um retorno ao papel clássico da educação.

(GOLEMAN, 2007, p.295)

O controle das emoções permite diminuir o índice de violência, de

distúrbios alimentares, do uso de drogas, de sexualidade precoce, de

repetência, entre outros aspectos nas escolas e nas comunidades.

Qualquer indivíduo com prática emocional bem desenvolvida tem mais probabilidade de sentir-se satisfeito e de ser eficiente em sua vida, dominando os hábitos mentais que fomentam a sua produtividade; os que não conseguem exercer nenhum controle sobre sua vida emocional travam batalhas internas que sabotam a capacidade de concentração no trabalho e de lucidez de pensamento.

(MARANHÃO, 2007, p.81)

A criança mais confiante, menos ansiosa e, consequentemente sabendo

solucionar seus conflitos de maneira mais racional, apresenta um rendimento

melhor nas aulas.

Uma das mais importantes contribuições da “alfabetização emocional” é

fazer com que as pessoas parem para pensar antes de agir. Essa afirmação

até parece óbvia, mas a verdade é que a maioria delas não sabe controlar seus

impulsos e acabam por se agredir por vários motivos irrelevantes.

Pensar antes de agir pode significar mudar as consequências

positivamente.

Como exemplo de melhoria, o diretor da escola Troup havia imposto

uma regra na qual todos os estudantes que fossem vistos se agredindo seriam

suspensos. No entanto, no decorrer de alguns anos, constatou-se uma queda

na quantidade de suspensões.

36

Porém, além deles, existem dados estatísticos que demonstram que,

apesar de ninguém conseguir mudar seu interior de um dia para o outro, à

medida que as crianças avançam nos currículos, apresentam melhorias

incontestáveis em seus comportamentos dentro e fora da escola e em sua

capacidade de aprender, em relação a outros meninos e meninas que não os

cursaram.

Daniel Goleman afirma que o projeto ideal dos cursos que oferecem

alfabetização emocional é iniciar na primeira infância, ser adequado à idade,

corresponder ao tempo de escolaridade e que os trabalhos possam ser

realizados não somente na escola, mas também em casa e na comunidade.

Citando as palavras do mesmo autor:

“Apesar do grande interesse que têm os educadores na alfabetização

emocional, esse gênero de treinamento é difícil de ser encontrado; a maioria

dos professores, diretores e pais simplesmente nem sabem que eles existem”.

(GOLEMAN, 2007, p.301)

É claro que nenhum trabalho em educação é milagroso e a maioria dos

esforços realizados na área são a longo prazo. Mas se essa proposta de

currículo pode fazer alguma diferença em nossas vidas, por que não

começarmos logo sua divulgação?

37

CONCLUSÃO

O papel desta monografia e, principalmente do último capítulo, é tentar

demonstrar que a educação não pode ser constituída apenas por conteúdos

escolares. O ser humano, por ser altamente complexo e holístico, deve possuir

uma educação de qualidade, que seja abrangente e que o prepare para a vida.

Em um mundo cada vez mais globalizado e tecnológico, onde as

pessoas estão sendo separadas em prol da competitividade, precisamos

reaprender a conviver entre nós mesmos, seres humanos. E um ensino mais

humanizado é o primeiro passo para revermos nossos conceitos e

concretizarmos minimamente nosso desejo de viver mais harmonicamente.

Através do estímulo das Inteligências Múltiplas, um indivíduo é capaz de

se desenvolver mais plenamente e de poder reconhecer em si mesmo a área

para a qual possui maior aptidão. Desenvolvendo o que gosta e o que tem mais

facilidade em trabalhar, o ser humano é indiscutivelmente mais feliz.

E sendo capazes de agir mais racionalmente, nos apropriando dos

conhecimentos em alfabetização emocional, podemos nos relacionar com

outras pessoas de maneira mais saudável.

Finalmente, precisamos continuar acreditando que a educação possa

fazer a diferença na vida das pessoas e, portanto, devemos ajudar a divulgar e

a concretizar todos os conhecimentos que possam tornar a nossa educação

mais eficaz e positiva.

38

ANEXO

O CURRÍCULO DA CIÊNCIA DO EU

Principais componentes:

• Autoconsciência: observar a si mesmo e saber exatamente o que está

sentindo; formar um vocabulário para nomear sentimentos; saber a

relação entre pensamentos, sentimentos e reações.

• Tomar decisões: examinar suas ações e avaliar as consequências delas;

saber se uma decisão está sendo ditada pela razão ou pela emoção,

utilizar essas intuições para questões que digam respeito a sexo e ao

uso de drogas.

• Lidar com sentimentos: monitorar a “conversa consigo mesmo” para

captar rapidamente mensagens negativas tais como, por exemplo,

repreensões internas; compreender o que está por trás de um

sentimento (por exemplo a mágoa por trás da raiva); encontrar meios de

lidar com o medo, a ansiedade, a raiva e a tristeza.

• Lidar com a tensão: aprender o valor dos exercícios, imagística

orientada, métodos de relaxamento.

• Empatia: compreender os sentimentos e preocupações dos outros e

adotar a perspectiva deles; reconhecer as diferenças no modo como as

pessoas se sentem em relação às coisas.

• Comunicação com o outro: falar efetivamente de sentimentos, ser um

bom ouvinte e um bom perguntador; distinguir entre o que alguém faz ou

diz e suas próprias reações ou julgamento a respeito; enviar mensagens

do “Eu” ao invés de culpar.

39

• Auto-revelação: valorizar a franqueza e construir confiança num

relacionamento; saber quando convém falar de sentimentos.

• Intuição: identificar padrões em sua vida e reações emocionais;

reconhecer padrões semelhantes nos outros.

• Auto-aceitação: aceitar-se tal como é e ver-se sob uma luz positiva;

reconhecer as consequências de suas decisões e ações, aceitar seus

sentimentos e estados de espírito, ir até o fim nos compromissos (por

exemplo, nos estudos).

• Assertividade: declarar suas preocupações e sentimentos sem raiva nem

passividade.

• Dinâmica de grupo: cooperação; saber quando e como tomar a liderança

e quando se submeter a uma liderança.

• Solução de conflitos: como lutar limpo com outras crianças, com os pais,

com os professores; o modelo vencer/vencer para negociar acordos.

Fonte: Self Science: The Subject is Me, de Karen F. Stone e Harold Q.

Dillehunt (Santa Monica: Goodyear Publishing Co., 1978).

40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: Por que ela pode ser mais

importante que o QI? 10ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

ANTUNES, Celso. As Inteligências Múltiplas e seus estímulos. 16ª ed.

Campinas, SP: Papirus, 1998.

RELVAS, Marta Pires. Neurociência na Prática Pedagógica.

Rio de Janeiro, RJ: WAK, 2012.

MARANHÃO, Diva Nereida Marques Machado. Ensinar brincando: a

aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. 4ª ed. Rio de Janeiro: WAK,

2007.

AZENHA, Maria da Graça. Construtivismo: de Piaget a Emília Ferreiro.

7ª ed. São Paulo, SP: Ática, 2003

SERRA, Dayse Carla Gênero. Teorias e práticas da Psicopedagogia

Institucional. 2ª ed. IESDE, 2009.

GARDNER, Howard. A identidade da inteligência. Mente e Cérebro, São

Paulo, SP, nº24, (p.46-53), setembro de 2011 – Edição especial de aniversário.

www.wikipedia.com.br acessado em 20/05/2012

www.pedagogiaaopedaletra.com.br acessado em 25/07/2012

www.psicodagogia.com.br acessado em 26/07/2012

www.abpp.com.br acessado em 26/07/2012

41

BIBLIOGRAFIA CITADA

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: Por que ela pode ser mais

importante que o QI? 10ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

ANTUNES, Celso. As Inteligências Múltiplas e seus estímulos. 16ª ed.

Campinas, SP: Papirus, 1998.

RELVAS, Marta Pires. Neurociência na Prática Pedagógica.

Rio de Janeiro, RJ: WAK, 2012.

MARANHÃO, Diva Nereida Marques Machado. Ensinar brincando: a

aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. 4ª ed. Rio de Janeiro: WAK,

2007.

GARDNER, Howard. A identidade da inteligência. Mente e Cérebro, São

Paulo, SP, nº24, (p.46-53), setembro de 2011 – Edição especial de aniversário.

www.abpp.com.br acessado em 26/07/2012

42

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 9

CAPÍTULO II 16

CAPÍTULO III 23

CAPÍTULO IV 32

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

BIBLIOGRAFIA CITADA 41

ÍNDICE 42