UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GINÁSTICA LABORAL COMO CONTRIBUIÇÃO DO

CRESCIMENTO DA EMPRESA

Por: Solange de Oliveira Vieira Silva

Orientadora

Profª Adélia Araújo

Niterói

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GINÁSTICA LABORAL COMO CONTRIBUIÇÃO DO

CRESCIMENTO DA EMPRESA

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Recursos Humanos por: Solange de Oliveira Vieira

Silva

3

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, em primeiro

lugar, a Deus, pela força e coragem

durante toda esta longa caminhada.

A minha família pelo carinho,

compreensão e pela grande ajuda. A

minhas amigas do curso Mauricéia e

Ludmila pela cumplicidade, ajuda e

amizade.

E aos demais, que de alguma

forma contribuíram na elaboração

desta monografia.

4

DEDICATÓRIA

.....Dedico este meu trabalho de pesquisa

aos meus pais pelo apoio irrestrito em

todos os momentos de minha vida.

À meu marido Altamiro e meus filhos

Gabriel e Juliana que souberam tão bem

compreender os meus momentos de

ausência em função deste trabalho.

5

RESUMO

Neste presente trabalho de pesquisa bibliográfica vem apontar nos

capítulos de forma clara sobre a importância da Ginástica Laboral no ambiente

de trabalho, focando a importância ao combate do sedentarismo, visando

melhorar o crescimento da empresa através da melhoria da qualidade de vida

dos funcionários reduzindo os afastamentos médicos por lesões. No primeiro

capitulo vem contextualizar um linear histórico sobre a Ginástica Laboral nas

empresas. Nesta explanação foram apontados a evolução histórica, as

condutas dos funcionários na implantação e na conscientização da importância

da Ginástica Laboral no ambiente de trabalho. No segundo capitulo foi

explanado os tipos de Ginástica Laboral e a dinâmica de implantação na

empresa, que além de proporcionar durante a rotina de atividades melhores

condições físicas, harmoniza o ambiente e as pessoas. No terceiro capitulo

aborda a importância da Ginástica Laboral na prevenção e redução de doenças

do trabalhador, também a promoção dos benefícios nas melhorias da qualidade

de vida e na produtividade na empresa.

6

METODOLOGIA

O Trabalho de pesquisa é de caráter exploratório e terá como base

inicial a pesquisa bibliográfica baseada no conteúdo de livros no campo da

Ginástica Laboral, trabalhos acadêmicos, artigos e normas referentes ao

assunto abordado, complementada pela consulta de informações e publicações

disponibilizadas revistas e jornais impressos ou disponíveis na Internet.

A pesquisa tornou-se satisfatória, pois promoveu estudos paralelos,

tendo como foco verificar a importância da Ginástica Laboral como um

incentivo ao combate do sedentarismo, visando melhorar o crescimento da

empresa através da melhoria da qualidade de vida dos funcionários reduzindo

os afastamentos médicos por lesões.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

O SURGIMENTO DA GINÁSTICA LABORAL 10

CAPÍTULO II

A APLICAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL NO AMBIENTE

DE TRABALHO 20

CAPÍTULO III

A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL NA PREVENÇÃO E

REDUÇÃO DE DOENÇAS DO TRABALHADOR 32

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA CITADA 45

ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

8

INTRODUÇÃO

As pessoas, hoje em dia, estão cada vez mais em busca de um estilo de

vida mais ativo e saudável. Os fatores que podem influenciar essa busca a

prática regular de exercícios físicos têm sido valorizada por inúmeros motivos,

tal como os desgastes físico e mental decorrente do estresse das grandes

cidades. Encontrando, assim, no exercício físico regular uma válvula de escape

para minimizar os efeitos maléficos da vida moderna.

A expansão da Ginástica Laboral tem ocorrido de forma consciente e

motivada pelas influências do dia-a-dia dos funcionários. Visando uma melhoria

na qualidade de vida profissional. O corpo reconhece, brinca, sente, se recolhe,

existe, encontra, cria e significa. A corporeidade inclui todas as formas de

dinamismo vital: é a realidade concreta por intermédio do qual o homem habita

o mundo. A ginástica laboral tem como objetivo despertar a consciência de

que os seres humanos foram feitos para movimentos globais, podendo

descobrir a capacidade do próprio corpo e saber ouvi-lo, senti-lo, descobri-lo a

cada dia, pois o corpo se reconhece.

Sendo muitas vezes os fatores responsáveis pelo elevado número de

absenteísmo, a ginástica laboral pode ser um forte aliado na luta contra as

doenças ocupacionais. Levando-se em consideração que um dos fatores que

pode contribuir para a melhora do bem-estar do individuo é a disposição, que

as pessoas demonstram quando começam a praticar um exercício físico

regular, conseqüentemente ajudando essas pessoas a compreender o próprio

corpo, possibilitando assim uma real visão do mundo.

9

A Ginástica Laboral disciplina o corpo é o grande laboratório onde ocorre

a química lúdica no trabalho. Sabendo que os funcionários podem ser de

muitas formas estudas, a possibilidade de estudá-los através de movimentos

nos apresenta uma chance de evoluirmos na parte psicológica, fisiológica,

social e empresarial. As atividades físicas reduzem o nível de estresse dos

trabalhadores.

Sendo assim, os exercícios físicos são formas de descarregar tensões e

de carregar alegria, sendo um forte aliado do organismo físico. Contudo há

uma melhora na auto-imagem, uma vez que esta está diretamente ligada à

auto-estima e ao reconhecimento pessoal. Somente vem reforçar que o contato

social e a proximidade com os colegas são eficazes na prevenção contra a

monotonia, agindo, desse modo, contra o isolamento social, e incentivando a

busca pelo o exercício físico.

10

CAPÍTULO I

O SURGIMENTO DA GINÁSTICA LABORAL

“O trabalho é uma necessidade humana. A

Ginástica Laboral é um dos melhores meios

para aumentar a qualidade de vida...” (CARVALHO,2007,p.11)

A vida do homem moderno, notadamente nos grandes centros urbanos,

está cada vez mais voltada ao enfrentamento de situações críticas para sua

subsistência, tais como alimentação, moradia, transporte, ensino, saúde e a

própria manutenção do emprego, todas elas sabidamente, situações geradoras

de stress.

A administração deste stress tem se mostrado uma ferramenta vital nas

novas técnicas de administração empresarial, já que comprovadamente, a

melhoria dos níveis de qualidade de vida, baseados nas situações críticas

acima mencionadas, é hoje fator diferencial entre as empresas, na competição

por produtividade, qualidade e desempenho comercial.

A atividade física tornou-se uma medida importante no desenvolvimento

de uma prática de saúde preventiva nas empresas, promovendo a saúde

ocupacional e assim, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida do

trabalhador, proporcionando-lhe um estilo de vida mais saudável.

A Ginástica Laboral é composto por um conjunto de ações, que podem

ser Implantadas em conjunto ou separadamente. Porém, para todas as

11

atividades regulares, idealiza-se um projeto de educação para saúde (palestras

regulares, sistema de informação constante e outros).

1.1. – História da Ginástica Laboral

“Desde a Antiguidade, um bom condicionamento físico é primordial para

trazer benefícios à sobrevivência humana.” A ginástica é um conceito que

engloba modalidades competitivas e não competitivas e envolve a prática de

uma série de movimentos exigentes de força, flexibilidade e coordenação

motora para fins únicos de aperfeiçoamento físico e mental.

(CARVALHO,2007,p.16)

Desenvolveu-se, efetivamente, a partir dos exercícios físicos realizados

pelos soldados da Grécia Antiga, incluindo habilidades para montar e

desmontar um cavalo e habilidades semelhantes a executadas em um circo,

como fazem os chamados acrobatas.

O termo ginástica originou-se do grego gymnádzein, que tem por

tradução aproximada "treinar" e, em sentido literal, significa "exercitar-se nu", a

forma como os gregos praticavam os exercícios. “A palavra exercício é definida

como atividade física, em alguns dicionários, mas também em outros com

desempenho da função ou profissão”. Seu sentido advém da idéia primeira,

que é a prática milenar de exercícios físicos metódicos, ao contrário da

ginástica surgida como modalidade esportiva. A denominação ginástica, foi

ainda inicialmente utilizada como referência aos variados tipos de atividade

física sistematizados, cujos fins variavam de atividades para a sobrevivência,

como na pré-história, aos jogos, ou à preparação militar, para o atletismo e as

lutas. (CARVALHO,2007,p.15)

12

Segundo Carvalho 2007, na história antiga a ginástica fez parte da vida

do homem pré-histórico enquanto atividade física, pois detinha um papel

importante para sua sobrevivência, expressada, principalmente, na

necessidade vital de atacar e defender-se, pois “os esportes foram utilizados

para servir de treinamento para as guerras, preparando os soldados para o

combate.” O exercício físico utilitário e sistematizado de forma rudimentar era

transmitido através das gerações e fazia parte dos jogos, rituais e festividades.

Mais tarde, na antiguidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos

apareceram nas várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo e na

arte de atirar com o arco, além de figurar nos jogos, nos rituais religiosos e na

preparação militar de maneira geral. (CARVALHO,2007,p.17)

Como prática esportiva, a ginástica teve sua oficialização e

regulamentação tardiamente, se comparada a seu surgimento enquanto mera

condição de prática metódica de exercícios físicos, já encontrados por volta de

2 600 a.C., nas civilizações da China, da Índia e do Egito, onde valorizava-se o

equilíbrio, a força, a flexibilidade e a resistência, utilizando, inclusive de

materiais de apoio, como pesos e lanças. “Indivíduos saudáveis sempre foram

os mais bem-sucedidos em conquista de território e na disputa pela liderança

de tribos.” Este conceito começou a desenvolver-se pela prática grega, que o

levou através do Helenismo e do Império Romano. (CARVALHO,2007,p.16)

Foram os gregos os responsáveis pelo surgimento das primeiras escolas

destinadas à preparação de atletas para exibições de ginásticas em público e

nos ginásios. Foi ainda na Grécia Antiga, que a ginástica adquiriu seu status de

educação física, pois esta desempenhava papel fundamental no sistema

educativo grego para o equilíbrio harmônico entre as aptidões físicas e

intelectuais.

13

A ginástica está inserida na sociedade como influência nas artes e no

meio social desde a Grécia Antiga. Os artistas gregos, observadores dos

exercícios físicos, eram precisos conhecedores do corpo humano. O culto ao

físico era admirado por estes artistas, que esculpiam a figura humana com

perfeição. Na arte grega da época, as condições físicas e espirituais variavam

constantemente. Tais modificações passadas pelo homem grego

acompanhavam as mudanças sofridas pela ginástica, a maneira mais comum e

difundida de cultuar a forma física.

Com o passar dos anos, a ginástica, enquanto parte formadora do

conceito da educação física nascida na Grécia Antiga, tornou-se um campo de

conhecimento e uma prática pedagógica do conjunto das manifestações

corporais que ainda se fazem presentes em diferentes espaços, como escolas,

academias, centros culturais e até praças de lazer.

Apresentado à Roma, este conceito esportivo atingiu fins estritamente

militares, de prática nas palestras, para os jovens acima dos quatorze anos, e

adquiriu um novo nome, o de ginástica higiênica, aplicada nas termas, já que

os romanos viam o culto físico como algo satânico e, em nome de Deus e da

moral, decretaram o fim dos Jogos Olímpicos antigos, nos quais estava

inserida a ginástica enquanto festividade e preparação. No entanto, parte do

povo manteve o culto ao corpo e a educação física como práticas secretas.

Na Idade Média, a ginástica perdeu sua importância devido à rejeição do

culto ao físico e à beleza do homem, ressurgindo somente na fase

renascentista, influenciada pela redescoberta dos valores gregos, aparecendo

assim nos teatros de rua, que motivavam os espectadores a praticarem em

grupo as atividades físicas.

14

Com a evolução da educação física, a ginástica especializou-se, de

acordo com as finalidades com que é praticada ou então em correspondência

com os movimentos que a compõem. Fora das escolas e dos ginásios, a

ginástica conquistou espaço por desempenhar função na sociedade industrial,

apresentado-se capaz de corrigir os vícios da postura acarretados pelos

esforços e repetições físicas no ambiente de trabalho.

Segundo Polito (2010) os primeiros registros da prática da Ginástica

Laboral são de 1925. Neste ano, na Polônia, “operários se exercitavam com

uma pausa adaptada a cada ocupação particular.” Alguns anos depois, esta

ginástica foi introduzida na Holanda e na Rússia. “Na Rússia, 150 mil empresas

envolvendo 5 milhões de funcionários, praticavam e ainda praticam a Ginástica

de Pausa, adpatada a cada cargo.” (POLITO,2010,p.25)

Para Lima (2008) no início da década de 60, ela começou a ser

praticada na Alemanha, na Suécia, na Bélgica e no Japão. A Ginástica Laboral

teve origem no Japão, em 1928, sendo aplicada, diariamente, em funcionários

dos correios, visando a descontração e o cultivo da saúde, “também na década

1960, ocorreu a consolidação e a obrigatoriedade da Ginástica Laboral

Compensatória.” (LIMA,2008,p.25)

Segundo Lima 2008 a transmissão do programa da Rádio Taissô por

pessoas especializadas, que consistia em um tipo de ginástica rítmica, com

exercícios específicos, acompanhados por música própria, que “desenvolve o

funcionamento do cérebro, porque ativa a circulação sangüínea” e foi o

responsável pela grande propagação da "Ginástica Laboral" no Japão. O

programa é acompanhado não só da orientação de exercícios, como também é

acompanhado de palestras de curta duração sobre assuntos relativos à saúde

do trabalhador e a produtividade. “A transmissão era feita pela estatal NHK,

15

diariamente, ás 6h e 30m da manhã, para todo território Nacional.”

(LIMA,2008,p.27)

De acordo com Polito (2010), o Brasil, mais especificamente, nos

estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso do Sul a

Federação da Rádio Taissô coordena mais de 5 mil praticantes da Ginástica

laboral que chegou ao país através de executivos nipônicos em 1969, nos

estaleiros Ishikvajima, “visando primordialmente a prevenção de acidentes de

trabalho.” (POLITO,2010,p.26)

Os Estados Unidos adotaram a Ginástica Laboral em 1968, devido a “um

programa visando diminuição do risco de problemas cardíacos em executivos.”

(CARVALHO,2007,p.17)

Após a Segunda Guerra Mundial, o hábito foi difundido por todo o Japão,

pois “os trabalhadores de fábricas japonesas executavam atividades físicas

para se manterem fisicamente aptos em caso de necessidade de engajamento

nas forças armadas.” (CARVALHO,2007,p.17)

No Brasil, surgem as primeiras manifestações de atividades físicas entre

funcionários, em 1901, mas a Ginástica Laboral teve sua proposta inicial

publicada somente em 1973, “pela Universidade pioneira em nosso país sobre

o estudo com o tema FEEVALE, no Rio Grande do Sul”. Segundo Carvalho

(2007) algumas empresas começaram a investir em empreendimentos, com

opção de lazer e de esporte para os seus funcionários, como a Fábrica de

Tecidos Bangu, a pioneira, e o Banco do Brasil, com a posterior criação da

Associação Atlética do Banco do Brasil. (CARVALHO,2007,p.17)

16

1.2. – Conceitos e objetivos da Ginástica Laboral

A preocupação com o bem estar físico e mental não deve se restringir

somente em academias, mas também ser explorada em outros ambientes,

como o laboral, onde a maioria das pessoas passa a maior parte do dia.

Para Polito (2010) a aplicação destes programas nas empresas e

fábricas se deve ao processo acelerado de industrialização que, nas últimas

décadas, valorizou o instrumental, o maquinário e os métodos de produção,

fazendo com que o homem trabalhasse num ritmo acima de sua capacidade,

“acarretando uma série de doenças ocupacionais, como o D.O.R.T., também

conhecido como lesões por esforço repetitivo (L.E.R).” (POLITO,2010,p.23)

A Ginástica Laboral é a principal responsável pela redução de despesas

por afastamento médico, por acidentes e lesões de trabalho, condiciona a

melhora da imagem da instituição perante os funcionários e também da

sociedade, além de aumentar a produtividade e a qualidade do trabalho.

Com os avanços tecnológicos e a globalização da economia aumentou-

se os riscos nos ambientes de trabalho, principalmente em razão ao

capitalismo e da exigência de maior produtividade, com altíssima qualidade,

menor custo e em menor tempo.

Segundo Carvalho (2007) a qualidade de vida na empresa está

diretamente ligada ao aumento de produção, pois colaboradores com

alterações físicas, com sensação de peso nos ombros, dor, redução, na

capacidade funcional, fadiga, perda de controle dos movimentos devido ao uso

excessivo ou inadequadas estruturas osteomusculares, que “é o resultado de

17

uma descompensação entre capacidade de movimentação da musculatura e a

execução rápida e constantes.” (OLIVEIRA,2006,p:13)

De acordo com Oliveira (2006) a Ginástica Laboral nada mais é do que a

combinação de algumas atividades físicas que tem como característica comum,

melhorar sob o aspecto fisiológico, a condição física do indivíduo em seu

trabalho; emprega exercícios de fácil execução que são realizados no próprio

local de trabalho que contribuirão para um melhor condicionamento e

desempenho físico, concentração e um melhor posicionamento frente aos

postos de trabalho. “Contribui direta ou indiretamente para melhoria do

relacionamento interpessoal, sem falar na redução dos acidentes de trabalho.”

(OLIVEIRA,2006,p:11)

Ainda para Oliveira (2006) a Ginástica Laboral nas empresas têm o

propósito de oferecer melhores condições de trabalho, além de diminuir o nível

de sedentarismo, tornando os funcionários mais saudáveis, dispostos e

animados, prevenindo acidentes, exercitando o corpo e tornando a relação com

os colegas de trabalho mais produtiva e sadia, e “conseqüentemente, no

aumento da produtividade.” (OLIVEIRA,2006,p:11)

Os exercícios físicos durante a jornada de trabalho, têm a finalidade de

desenvolver e aprimorar as qualidades físicas dos colaboradores, além de

desenvolver a consciência corporal. Com isso “a prática de atividade física foi

então ganhando importância maior com verificação de seus resultados,

denotando a grande visão sobre a importância do condicionamento físico para

atuação plena do profissional” no ambiente de trabalho.

(CARVALHO,2007,p.18)

18

Carvalho acrescenta ainda:

“A atividade física cria um vinculo de cumplicidade do

funcionário com a empresa, e o primeiro desenvolve uma

consciência de que existe preocupação da organização

para sua condição de saúde e qualidade de vida.”

(CARVALHO,2007,p.75)

De acordo com Polito (2010) o objetivo geral da Ginástica Laboral na

empresa é proporcionar uma melhor utilização de sua capacidade funcional

através de exercícios de alongamento, de prevenção de lesões ocupacionais e

dinâmicas de recreação, “desenvolver excepcionalmente certas qualidades que

a natureza da profissão escolhida exige”. Segundo Oliveira (2006) o programa

de atividades deve ser desenvolvido após uma avaliação criteriosa do ambiente

de trabalho e de cada funcionário em particular, respeitando a realidade da

empresa e as condições disponíveis, “com intuito de melhorar a qualidade de

vida dos funcionários.” (OLIVEIRA,2006,p:11)

Para Polito (2010), a rotina da Ginástica Laboral no ambiente de trabalho

também apresenta alguns efeitos específicos que melhora as condições físicas

e mentais dos trabalhadores, como:

. Equilíbrio do estresse e redução do absenteísmo;

· Melhoria e manutenção de saúde física, mental, social e no relacionamento

interpessoal;

19

. Energização para encarar melhor as atividades pertinentes ao trabalho diário

e diminuição das queixas;

· Preparação bio-psico-social para o trabalho com harmonização interior e

aumento de energia;

· Favorecer saúde e qualidade de vida com o objetivo de prevenir contra

doenças do trabalho para o aumento da disposição para o trabalho.

· Liberação dos movimentos bloqueados por tensões emocionais e sensação

de um corpo mais relaxado com aumento da flexibilidade do corpo;

· Melhora da coordenação motora;

· Ativação da circulação para prevenção de lesão dos músculos ligamentos e

tendões;

20

CAPÍTULO II

A APLICAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL

NO AMBIENTE DE TRABALHO

“...o lazer deve ser compreendido como um

direito social, fruto de conquistas dos

trabalhadores por um tempo liberado, e como

uma possibilidade de produzir e consumir

cultura.” (LIMA,2008,p.89)

Muitas empresas ainda mantêm o pensamento de que devem retirar ao

máximo do potencial do trabalhador e designam diversas tarefas que

ultrapassam os horários de trabalho, o que gera estresse e baixa produtividade.

No entanto para Lima (2008), quando os profissionais estão

descansados trabalham com mais vontade, ânimo e se concentram mais nas

atividades no qual está sendo propostas. Por isso, especialistas e empresários

concluem que o ócio pode realmente ser produtivo, quando “a cobrança por

profissionais cada vez mais criativos, bem-humorados, sensíveis uns aos

outros, é preciso resgatar o espaço para a brincadeira, o lazer, o lúdico. Isso

torna-se possível dentro dos programas de Ginástica Laboral e de lazer nas

organizações.” (LIMA,2008,p.86)

As empresas inovadoras saem na frente ao proporcionar espaços de

lazer e anti-stress. Do próprio espaço físico, pode-se reservar locais para

prática de jogos, massagem, ginástica em grupo, dança e natação. “ Um dos

21

aspectos a enfatizar é que os jogos podem ser considerados verdadeiros

espelhos de uma cultura e de sociedade.” (LIMA,2008,p.85)

De acordo com Lima (2008), é imprescindível que se trace o perfil dos

colaboradores, para saber do que eles mais gostam, como se relacionam e

como crescem no seu ambiente de trabalho, portanto existe um estilo de vida

em sua rotina diária. “Apesar de toda essa evolução, percebemos que nossa

relação conosco, com as pessoas e com a natureza, ainda se encontra na

Idade da Pedra.” (LIMA,2008,p.87)

Para Lima (2008) o contato em um ambiente descontraído ainda

aproxima mais o trabalhadores. Ao conhecer melhor com quem se trabalha, as

pessoas passam a respeitá-las mais, com uma intimidade que não ultrapasse

limites. “A humanização do ambiente de trabalho se faz cada vez mais

necessário dentro do atual mundo em que vivemos e as atividades lúdicas,

dentro do programas de Ginástica Laboral, têm um papel importante nesse

processo.” (LIMA,2008,p.86)

Com isso é um ponto positivo para aumento de produção nas empresas.

Com um relacionamento mais aberto é possível colocar opiniões/pensamentos

e aceitar críticas/questionamentos/análises, o que incentiva discussões.

Portanto, “cada vez mais o poder e o valor vêm de coisas abstratas, como as

idéias, o conhecimento e a criatividade” - fator saudável e importante para

criação e realização de projetos pela sua equipe. (LIMA,2008,p.87)

2.1. Dinâmica de implantação dos programas

A ginástica laboral, em média, após três meses a um ano de sua

implantação em uma empresa, tem apresentado benefícios tais como:

22

diminuição dos casos de LER/DORT, menores custos com assistência médica,

alívio das dores corporais, diminuição das faltas, mudança de postura e estilo

de vida e, o que mais interessa para as empresas, o aumento da produtividade.

Para Polito (2010) é de grande importância a um conjunto de atributos

que envolvem a ginástica, a ergonomia, a produtividade, os benefícios e o

investimento em qualidade de vida. “Nesse caso, relacionam-se com

processos de percepção e expressão corporal e com informação e

treinamento.” (POLITO,2010,p.39)

Neste sentido, a implantação de um programa de ginástica laboral busca

despertar nos trabalhadores a necessidade de mudanças do estilo de vida e na

mudança na expressão corporal/postura. “As posturas são de extrema

importância no trabalho. Elas representam, em parte, atitudes psicomotoras, ou

atitudes posturais.” (POLITO,2010,p.39)

Segundo Polito (2010), do ponto de vista empresarial, desenvolver

ações de promoção da saúde e da qualidade de vida para os trabalhadores

representa um investimento com retorno garantido a médio e longo prazo. É

importante entender neste sentido que ações isoladas não surtirão o efeito

desejado.

Para Carvalho (2007) o melhor funcionamento da Ginástica Laboral, em

alguns aspectos práticos podem ser levados em consideração. Primeiramente,

o professor de educação física será um gestor e responsável pelo programa,

pois é um dos profissionais indicados para assumir tal responsabilidade.

“Portanto, profissionais ou empresas capacitadas em Educação Física devem

ser escolhidos para que o programa de atividades físicas seja efetivo e

23

contribua para o bem-estar do funcionário e progresso da empresa.”

(CARVALHO,2007,p.84)

Trabalhadores bem informados e conscientes de que seus

comportamentos podem determinar o risco maior ou menor de adoecer (ou

mesmo de ficar incapacitado ou morrer precocemente) são, certamente, mais

saudáveis, produtivos e, possivelmente, mais felizes. “As tensões emocionais

da vida moderna levam centenas de pessoas a afastarem-se de suas

atividades, prejudicando sua vida pessoal e profissional.” (POLITO,2010,p.40)

Para Lima (2008) ao iniciar o programa, uma palestra de sensibilização é

o primeiro ponto para aceitação. Por sua vez está deve abordar o que é a

Ginástica Laboral e, principalmente, os seus objetivos. Nela, deve-se ressaltar

que a participação de todos e de suma importância para o sucesso do

programa. Cartazes, panfletos e outras formas de sensibilização também

podem e devem ser agregadas à palestra. Contudo, “devem ser entendidos os

processos de mudança de comportamento para que se consiga manter um

individuo ou um grupo praticando exercícios.” (CARVALHO,2007,p.99)

Uma excelente forma de estimular e motivar a participação é através do

uso de materiais, como rádio, bastões, bolas, elásticos, etc. Um outro

importante dado para a gestão do programa e que auxilia a motivação é a

divulgação do número de participantes, bem como a divulgação de fotos dos

grupos participantes. “Assim, estimula-se o funcionário a sair do sedentarismo

buscando uma forma de atividade que ele escolha, com a vantagem de haver

uma dedicação maior do praticante na modalidade escolhida, com uma

probabilidade na execução da atividade de forma positiva.”

(CARVALHO,2007,p.98)

24

Ministrar palestras sobre temas relacionados ao programa como postura

e ergonomia, é de extrema importância. As intervenções educacionais

possuem um papel importante na redução de absenteísmo futuro e na

prevenção da dor lombar crônica. “Quanto mais considerações envolvem

aspectos psicossoais, maiores são as discordâncias, principalmente porque as

questões se tornam mais abstratas e de difícil comprovação.” Portanto, estas

podem ser feitas no próprio período de prática da Ginástica Laboral.

(POLITO,2010,p.47)

A Ginástica Laboral deve se associar à ergonomia para estimular a

reeducação postural e diminuir o grau de risco de lesões, pois a realidade do

professor não permite posturas inadequadas, exigindo contrações musculares

estáticas, levando a sobrecarga do sistema músculo-esquelético.

Para que o programa de Ginástica Laboral aconteça na forma eficaz, foi

organizado etapas durante o expediente, para que os trabalhadores pudessem

perceber o bem-estar na execução das atividades, como a seguir:

2.2. Tipos de Ginástica Laboral

“Atualmente, num país como o nosso, infelizmente as questões

relacionadas com a adequação ergonômica dos ambientes de trabalho ainda

estão longe de ser realidade. Apenas algumas empresas e instituições estão

preocupadas em oferecer aos seus colaboradores condições ideais, não se

preocupando com o investimento inicial, mas apenas com o que elas poderão

representar de economia para a empresa.” (OLIVEIRA,2006,p:11)

25

O indivíduo adulto, por volta dos trinta anos, geralmente se encontra

numa fase de grande produtividade profissional e na busca de importantes

ascensões de emprego, ao mesmo tempo em que se dá o declínio de seu

desenvolvimento motor.

Segundo Carvalho (2007) com o passar dos anos seu rendimento já não

será mais o mesmo, verificando-se uma tendência à moderação e à diminuição

na prática de atividades motoras. O problema será ainda maior, caso essas

pessoas não tenham praticado qualquer tipo de atividade em fases anteriores.

Carvalho (2007) acrescenta ainda:

“O trabalho é uma necessidade humana. O Lucro é um

imperativo da empresa. Entretanto, a busca do lucro não

pode prejudicar a saúde humana. Condições de trabalho

devem ser revistas quando se percebe o potencial

enfraquecimento da saúde pela execução de

determinadas tarefas e funções ao longo do tempo.”

(CARVALHO,2007,p.11)

Para Carvalho (2007) entre as ferramentas utilizadas na procura desta

melhoria de qualidade de vida, a ginástica laboral tem tomado lugar de

destaque em vários segmentos industriais e não mais somente entre as

empresas de origem oriental, como era comum até duas décadas atrás. Dentro

deste enfoque, a ginástica laboral tem ganhado destaque no Brasil nos últimos

anos, sendo utilizada como uma importante ferramenta, dentro do conjunto de

medidas que visam prevenir o aparecimento de lesões músculo ligamentares

26

ligadas a atividades dentro do ambiente de trabalho. Carvalho (2007) ressalta ainda:

“As empresas buscam maneiras de minimizar o impacto

negativo destas atividades, adequando o ambiente de

trabalho (ergonomia) e tentando encontrar meios de

diminuir as lesões ao mesmo tempo em que tentam

aumentar a produtividade.” (CARVALHO,2007,p.13)

Baseando-se na premissa de que o homem passa parte de sua vida

ativa envolvido com o trabalho, Carvalho (2007) complementa que é necessário

que ações sejam desenvolvidas a fim de que diminuam os efeitos causados

pelo desempenho inadequado das atividades laborais.

Com isso, Carvalho (2007) afirma que a ginástica laboral consiste em

exercícios específicos que são realizados no próprio local de trabalho atuando

de forma preventiva, fundamentando a valorização da pratica de atividades

físicas, sem levar o trabalhador ao cansaço, por ser de curta duração e

trabalhar mais no alongamento e compensação das estruturas musculares

envolvidas nas tarefas operacionais diárias. Carvalho (2007) ressalta ainda

neste trecho:

“As lesões musculares podem se tornar crônicas caso

haja uma imediata ação corretiva e tratamento, e podem

ser prevenidas, atenuadas e evitadas com as ações de

atividade física.” (CARVALHO,2007,p.37)

27

A ginástica laboral atua de forma preventiva e terapêutica, não levando o

trabalhador ao cansaço. O público-alvo abrange desde executivos, gerentes e

diretores, até os funcionários administrativos e de produção.

De acordo com Lima (2008) a ginástica laboral pode ser realizada no

início (preparatória), durante o trabalho (compensatória) e após o trabalho

(relaxamento).

2.2.1 - Ginástica Laboral preparatória

Segundo Lima (2008) é realizada no início da jornada de trabalho ou nas

primeiras horas, tem como objetivo principal preparar o trabalhador, aquecendo

os grupos musculares que serão solicitados nas suas tarefas, e despertando-os

para que se sintam mais dispostos ao iniciar o trabalho.

Para Lima (2008) a Ginástica Preparatória é indicada para os setores

onde existe emprego de força ou esforço físico intenso, com duração de 5 à 10

minutos. “A ginástica de aquecimento faz que as pessoas despertem,

espreguicem e sorriam, brincando com os colegas e renovando suas energias

iniciando suas atividades com muito segurança. (LIMA,2008,p:34)

Lima ainda ressalta:

“Outro ponto positivo da ginástica de aquecimento é a

preparação muscular e articular para o esforço exigido no

28

trabalho, sendo fundamental diferenciar quando os

exercícios de alongamento têm como objetivo aquecer ou

provocar mudanças articulares.” (LIMA,2008,p:34)

Deve-se fazer um aquecimento independente da função ou local de

trabalho todos os dias, pois, o organismo inicia suas atividades após um

período de repouso, sendo que o corpo ainda não está totalmente ativado.

2.2.2. - Ginástica Laboral compensatória

Segundo Lima (2008) é realizada durante a jornada de trabalho, com

duração aproximada de 10 minutos. Interrompe a monotonia operacional,

aproveita as pausas para executar exercícios específicos de compensação aos

esforços repetitivos, e às posturas inadequadas solicitadas nos postos

operacionais. “A Ginástica compensatória “é importante, pois permite ao,

individuo uma melhor condição para realização dessas tarefas, contribuindo

para evitar lesões que podem afastá-lo de sua atividade principal.”

(LIMA,2008,p:36)

Sessão de exercícios realizada durante a atividade laborativa em forma

de pausa ativa, que visa compensar o corpo da fadiga física e mental, além da

exposição a agentes lesionadores. Promove a “drenagem muscular”, que

elimina o excesso de toxinas musculares, compensando as posturas

inadequadas e melhorando a atenção. Indicada para os setores onde há

repetitividade ou necessidade de atenção centrada por período extenso.

29

Lima (2008) relata concluindo neste trecho:

“Percebe-se que a maioria dos trabalhadores, de forma

inconsciente, tende a relaxar sua postura diante da

bancada de trabalho, no computador ou no telefone, nos

momentos de maior cansaço e, muitas vezes,

permanecem com esta má postura no restante do dia.”

(LIMA,2008,p:36)

Com a ginástica de pausa, é possível, além de aplicar os exercícios

compensatórios, incentivar a correção postural, a conscientização, as auto-

massagens e massagens.

2.2.3. - Ginástica Laboral de relaxamento

Para Lima (2008) é realizada após o expediente de trabalho, com

duração aproximada de 10 minutos. Tem como objetivo reduzir a tensão

muscular criada pelas atividades realizadas no trabalho, para que estes

músculos não desenvolvam aos poucos, micro lesões que irão acarretar em

lesões maiores com o passar dos dias. “Outro objetivo dessa ginástica é

promover alguns minutos de relaxamento, para que o trabalhador possa

meditar e se auto-avaliar.” (LIMA,2008,p:37)

Sessão de exercícios realizada ao final das atividades laborativas, que

visa recuperar o corpo da fadiga física e mental, provocando a sensação de

bem-estar. Tem ótimo efeito sobre o trabalhador, melhorando sua disposição

30

para o dia seguinte. Indicada para todos os setores, principalmente aqueles

que dependem de descanso após o trabalho (turnos noturnos), setores

administrativos e atendimento ao público.

Lima (2008) finaliza dizendo:

“A Ginástica de Relaxamento possibilita um aprendizado

motor significante para reduzir a ansiedade e a tensão,

podendo até mesmo despertar a consciência do

trabalhador para uma melhor coordenação, com maior

economia de movimento, menor consumo de energia e

menor fadiga.” (LIMA,2008,p:37)

Lima (2008) acrescenta que os exercícios de relaxamento realizados em

forma de alongamento e consciência corporal, possibilitam que a pessoa

encontre o auto conhecimento.

É de extrema importância à pessoa responsável pela ginástica na

empresa que desenvolva outras atividades como: torneios de modalidades

esportivas, recreação, palestras sobre saúde ocupacional. Lima (2008) ressalta

ainda, para que possa manter os participantes sempre motivados, porque com

o passar dos dias a ginástica se torna repetitiva e diminui a freqüência dos

participantes. Sem contar que se não houver colaboração dos gerentes, técnico

de segurança do trabalho, médico do trabalho e recursos humanos será quase

impossível desenvolver o programa de ginástica na empresa.

31

Portanto a Ginástica Laboral possui um papel importante dentro da

rotina da empresa, pois reduz consideravelmente a redução de doenças, além

de proporcionar um ambiente amistoso e solicito, mantém em equilíbrio o

estado emocional da equipe. Mediante a estes questionamentos, acontecerá a

exposição deste assunto no próximo capitulo.

32

CAPÍTULO III

A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL NA

PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE DOENÇAS DO

TRABALHADOR

“Os sentimentos são uma das formas

motivadoras fundamentais para realização de

determinado ato que, com muita freqüência, se

convertem em motivos da conduta do homem.”

(Polito,2010,p.50)

Falar de programas de qualidade de vida no meio empresarial era algo

utópico nos últimos vinte anos. Hoje, o grau de interesse aumentou muito, e as

empresas começaram a perceber que a qualidade de vida de seus

trabalhadores está diretamente relacionada à produtividade. “Vários estudos

têm demonstrado os benefícios da melhoria do estilo de vida na redução das

faltas ao trabalho, do presenteísmo, da produtividade e das doenças

ocupacionais.” (LIMA,2008,p:294)

Para Lima (2008) a qualidade de vida no âmbito do trabalho pode trazer

inúmeros benefícios às pessoas, é de suma importância à implementação de

programas de qualidade de vida nas empresas. Assim sendo, “o ambiente de

trabalho tem se mostrado como um espaço privilegiado para abordagem da

questão do estilo de vida” dos funcionários nas atividades dentro e fora da

empresa. (LIMA,2008,p:294)

33

Dizer dos benefícios de viver bem é falar de pessoas que pensam e age

de acordo com suas metas e até aproveitam dos programas de Ginástica

Laboral para usufruir de bem-estar, interação e oferecer maior produtividade

para a empresa. “Para o empregado, esses programas constituem-se em

oportunidade única. (LIMA,2008,p:294)

O estresse é um componente da vida moderna presente em qualquer

ambiente, não escolhe a quem atingir. Isto justifica a criação de programas de

qualidade de vida para lidar com os fatores de risco à saúde dos empregados

As empresas, que visam lucro disponibilizam tempo para os funcionários

e oferecem meios, ambiente e profissionais para conciliar recursos X humanos.

“A questão é se as empresas estão preparadas ou não para essas ações.”

(LIMA,2008,p:294)

No ambiente de trabalho é de suma importância hábitos saudáveis que é

um dos fatores elementares na qualidade de vida. O trabalho é uma atividade

na vida das pessoas que muitas vezes pode ser, para uns uma fonte de prazer

e, para outros, de desprazer. “Os estudos têm demonstrado que os programas

realizados nas empresas representam um custo menos do que os realizados

em clinicas e hospitais especializados.” (LIMA,2008,p:294)

Um programa de qualidade de vida na empresa deve promover ações

que se reverta em benefícios à saúde e deve criar mecanismos para contornar

as dificuldades que os trabalhadores têm para aderirem à prática contínua de

atividades físicas.

34

3.1- Benefícios da Ginástica Laboral

Segundo Polito (2010) é claramente necessário que as capacidades

físicas e mentais do indivíduo estejam equilibradas para que ele possa

desenvolver-se com o máximo rendimento em todos os sentidos: com atenção,

agilidade e urgência, qualidade, trabalho em equipe, produção, satisfação de

clientes e motivação. É esse equilíbrio das capacidades de seus funcionários,

advindo da melhora na qualidade de vida, “pois um funcionário com mais

saúde, vai por exemplo, faltar menos ao trabalho.” Entretanto, essa visão que

as empresas visam quando implantam os programas de ginástica laboral.

(CARVALHO,2007,p.39)

Carvalho (2007) ainda acrescenta que os benefícios são de caráter

físico, psicológico e social para o trabalhador e são inúmeras as vantagens

para a empresa também, como a efetiva melhoria do meio ambiente de

trabalho, relações interpessoais saudáveis e felizes, com certeza produzem

mais e melhor, mas os principais pontos notados com a ginástica laboral são as

diminuições na ocorrência de faltas ao trabalho por motivos médicos e também

a diminuição dos acidentes de trabalho.

3.1.1 - Benefícios para a empresa

“Diminuir os problemas de saúde do trabalhador é sinônimo de aumento

de produtividade na empresa”. Para Carvalho (2007), essa afirmativa se

verifica de diversas formas, mas os principais pontos notados são as

diminuições na ocorrência de faltas ao trabalho por motivos médicos e também

a diminuição dos acidentes de trabalho. (CARVALHO,2007,p.39)

35

Portanto, Carvalho (2007) acrescenta, se por um lado o fator de

sofrimento humano é significativamente reduzido, por outro lado a empresa é

beneficiada ao promover programas orientados de Ginástica Laboral, “pois

permite buscar melhoria nos parâmetros em que se deseja intervir.”

(CARVALHO,2007,p.40)

3.1.2. - Benefícios físicos para o trabalhador

Os benefícios dependem diretamente do tipo de trabalho realizado.

A maioria dos exercícios tentam diminuir o efeito da solicitação

constante a que é submetido um trabalhador ao executar determinada tarefa,

seja ela uma tarefa física ou não. “Os aspectos de liderança e cooperação

também podem ser trabalhados através da prática de atividades físicas.”

(CARVALHO,2007,p.68)

Desse modo os trabalhadores que utilizam seus músculos para manejar

instrumentos, ferramentas ou produtos podem ser beneficiados por um

programa de atividades para trabalhadores braçais. Afinal, a jornada de

trabalho pode durar até mais de 10 horas, às vezes.

Assim, um bom programa de atividades para trabalhadores

administrativos ajudará a diminuir lesões por tais fatores. “Funcionários bem

dispostos e mais satisfeito têm maior estabilidade no emprego e menor change

de gastos futuros com reclamação de saúde.” (CARVALHO,2007,p.74)

36

Os programas promovem a saúde mental, física e social do indivíduo.

Alguns de seus benefícios, segundo Polito (2010) estão listados a seguir:

a) Fisiológicos

- Provoca o aumento da circulação sangüínea em nível da estrutura muscular,

melhorando a oxigenação dos músculos e tendões e diminuindo o acúmulo do

ácido lático;

- Melhora a mobilidade e flexibilidade músculo articular;

- Diminui as inflamações e traumas;

- Melhora a postura;

- Diminui a tensão muscular desnecessária;

- Diminui o esforço na execução das tarefas diárias;

- Facilita a adaptação ao posto de trabalho;

37

- Melhora a condição do estado de saúde geral.

b) Psicológicos

- Favorece a mudança da rotina;

- Reforça a auto-estima;

- Mostra a preocupação da empresa com seus funcionários;

- Melhora a capacidade de concentração no trabalho.

c) Sociais

- Desperta o surgimento de novas lideranças;

- Favorece o contato pessoal;

- Promove a integração social;

38

- Favorece o sentido de grupo - se sentem parte de um todo;

- Melhora o relacionamento.

Carvalho explica que “o estresse é quase sempre motivado por

estímulos externos que provêm do trabalho, do lar ou dos demais afazeres da

vida. Estes estímulos agem no psiquismo da pessoa, estimulando sentimentos

tais como medo, raiva, ambição exagerada e culpa, que irão, por sua vez,

provocar uma reação do sistema nervoso, das glândulas que irão provocar as

conseqüências físicas do estresse" (POLITO,2010,p:35).

Para Polito (2010) ginástica laboral atua na prevenção e no combate ao

estresse, visto que durante a atividade física é liberado um neurotransmissor

chamado endorfina, o que causa bem-estar e alívio das tensões. Além disso,

Polito (2010) acrescenta que os exercícios ajudam a reavaliar o modo de

pensar, organizar seu tempo, espaço e atuação, compreensão, alimentação

saudável, descontração, fatores preventivos dos sinais de estresse. Os

programas quebram a rotina e relaxam o indivíduo, o ambiente de trabalho

passa a ser menos formal, mais feliz e agradável.

A ginástica laboral está suprindo, ao menos em partes, esta necessidade

de um "espaço de liberdade", de uma quebra de ritmo, na rigidez e na

monotonia do trabalho. Além disto, a organização do trabalho ataca primeiro e

maciçamente a vida mental dos indivíduos. O desgaste neste aspecto é bem

maior devido a todo o esforço para manter-se sob controle, como ressalta

Polito que “a atividade física na empresa é um importante fator de prevenção

no que diz respeito à saúde e bem-estar do ser humano.” (POLITO,2010,p:33).

39

“Assim ao começarem a participar da ginástica, os trabalhadores

descobrem que é um momento, talvez o único do dia. Onde podem ser ele

mesmos de forma integrada, expandindo o corpo, a mente e o espírito.”

(POLITO,2010,p:33).

É possível, então, relaxar e abrir mão do autocontrole, livres de risco de

acidentes, erros e tensão decorrentes. Podem sair das posturas

automatizadas, conversar com seus colegas e desligar das pressões aliviando

o estresse. “A ginástica laboral preenche também uma carência de atenção e

valorização das pessoas, sendo percebida como uma diferença da empresa

para com elas e um sinal de humanização do ambiente de trabalho.” (POLITO,

2010,p:33).

A ginástica laboral, segundo Carvalho (2007), também é parte integrante

da motivação e qualidade dos trabalhos de equipes de uma organização.

Os resultados das empresas que implantam os programas são certos:

há uma melhora nas relações interpessoais no ambiente de trabalho; redução

do absenteísmo e do afastamento; redução dos custos com assistência

médica; aumento da produtividade e redução do número de acidentes. Todos

os benefícios que as empresas fornecem aos seus funcionários terão retornos

para si próprias, pois “este programa preenche também a carência de

valorização das pessoas, mostrando o caminho da humanização do ambiente

de trabalho.” (POLITO,2010,p:33).

40

3.2 – O papel da ginástica laboral na promoção da saúde do

trabalhador

Uma empresa que adota o programa de ginástica laboral será

extremamente beneficiada, pode ser subdivididos em três grupos: benefícios

fisiológicos, psicológicos e sociais, conforme citado anteriormente. “Os

benefícios estão amplamente comprovados. O sucesso das empresas está

relacionado a um conjunto de profissionais criativos, motivados e saudáveis.”

Apesar de vários estudos terem demonstrado a importância da atividade física

para a saúde e da divulgação através da mídia desses benefícios, muitas

pessoas ainda adotam hábitos sedentários. (LIMA,2008,p:295)

Contudo para Lima (2008) os trabalhadores estarão com maior

disposição, mais motivados, uma maior integração com o grupo, harmonização

no ambiente de trabalho, liberação de movimentos bloqueados por tensões

emocionais, melhoria da coordenação motora, aumento da flexibilidade,

ativação do aparelho circulatório, desenvolvimento da consciência corporal,

proporcionando o bem estar físico e mental, com menores riscos de serem

acometidos de doenças ocupacionais ou de estresse, melhorando a condição

do estado de saúde geral.

A partir do momento que os trabalhadores passam a participar das

aulas, eles percebem que este é talvez o único momento do dia em que eles

podem ser eles mesmos, abrindo mão do autocontrole, livre dos riscos de

acidentes e erros. Podem conversar com os colegas, saindo de uma postura

automatizada. “Desse modo, o desafio é transformar a Ginástica Laboral de um

momento de stretching breck, para uma ação efetiva que apóie a modificação

41

de estilo de vida, de melhoria da qualidade de vida em suas varias dimensões.”

(LIMA,2008,p:295)

Segundo Lima (2008) analisar a eficácia de programas de ginástica

laboral, sua execução deve ser prezada pela liberdade de expressão e

iniciativa própria do trabalhador, e não ser imposta como mais uma tarefa a ser

realizada nas jornadas de trabalho, como completa Lima: “acredito que a busca

por uma vida sadia e plena esteja diretamente relacionada à maneira como

tomamos decisões.” (LIMA,2008,p:304)

Assim, pode-se considerar que a ginástica laboral é uma medida

preventiva coadjuvante de uma abordagem que considere o trabalhador e no

que trabalha, podendo contribuir para que se alcance a redução dos índices de

doenças ocupacionais; e promovendo a saúde do trabalhador e aumento do

rendimento da empresa, como ressalta Lima neste trecho: “é necessário

aprendermos a fazer escolhas que nos permitem propiciar equilíbrio em todas

as questões que interfiram em nosso bem estar.” (LIMA,2008,p:304)

Baseando nisto, a Ginástica Laboral oferece sua contribuição para a

qualidade de vida dos funcionários, criando um espaço de quebra no ritmo, na

rigidez e na monotonia do trabalho.

Juntamente a isso é necessário dar atenção ao tipo de profissional que a

oriente, visto que muitas empresas têm experimentado resultados

significativamente frustrantes, porque em muitos casos, os orientadores do

programa não estavam preparados para conduzir e administrar

adequadamente seus programas de exercícios; ou em algumas vezes, o

conteúdo não estava diretamente relacionado à atividade laboral.

42

Muitos trabalhadores passam horas em condições limitadas de

movimento em pé de frente a bancada de trabalho ou sentados em cadeiras de

escritórios. Da mesma forma que a maioria das vezes usam seu tempo livre de

maneira passiva com a televisão, internet e jogos eletrônicos. Com esse

comportamento sedentário, provocam uma série de manifestações no sistema

cardiovascular, sistema vegetativo e nas glândulas endócrinas, provocando

determinadas doenças, como ressalta Polito:

“A fadiga geral pode ser de natureza psicológica,

normalmente associada à falta de motivação, à falta de

interesse, podendo também constituir um sintoma do

estresse.” (POLITO,2010,p:51).

Diante deste contexto, parte do pressuposto que o contato direto com o

professor de educação física com o trabalhador é de fundamental importância

para motivar, corrigir e estimular os exercícios; e em outros casos, em que

distúrbios mioesqueléticos já estão instalados, faz necessária a presença do

fisioterapeuta. A atuação desses profissionais torna-se um instrumento de alto

valor educativo, promovendo a saúde do trabalhador.

43

CONCLUSÃO

Qualidade de vida é uma expressão muito ampla que apresenta infinitas

definições por variar de indivíduo para indivíduo, grupos sociais para grupos

sociais, entre trabalhadores de diferentes funções, enfim, não existe

unanimidade. A qualidade de vida pode ser melhorada através de várias

maneiras: fisicamente, como exercitar e alimentar-se adequadamente;

psicologicamente, como cuidar de si mesmo e, socialmente, interagindo com

outras pessoas. Um fator importante que leva a resultados positivos para a

qualidade de vida é a adoção de hábitos saudáveis.

A doença do homem com uma rotina exaustiva no ambiente trabalho já

foi detectada. E as empresas se vêem cada dia mais interessadas em tratá-la.

Isso porque o homem saudável e feliz representa maior produtividade. Ou seja,

as empresas têm percebido que seu sucesso depende da compreensão da

dimensão do significado do ser humano e atuação na direção do seu pleno

desenvolvimento e satisfação. Dessa forma, os dados confirmam a importância

da promoção de ações que ofereçam condições para um estilo de vida mais

saudável aos trabalhadores.

A qualidade de vida é uma expressão muito ampla que apresenta

infinitas definições por variar de indivíduo para indivíduo, grupos sociais para

grupos sociais, entre trabalhadores de diferentes funções, que pode ser

melhorada através de várias maneiras: fisicamente, como exercitar e alimentar-

se adequadamente; psicologicamente, como cuidar de si mesmo e,

socialmente, interagindo com outras pessoas. Um fator importante que leva a

resultados positivos para a qualidade de vida é a adoção de hábitos saudáveis.

44

Neste contexto, uma das ações que conduzem ao aprimoramento da

qualidade de vida no trabalho, a aplicação da ginástica laboral, esta sendo

gradativamente comprovado e aceito pela comunidade científica. A aplicação

da ginástica, como seus benefícios, já citada e exemplificada nesse trabalho.

Portanto, a prática de atividades físicas é um desses hábitos que mais

influenciam uma boa qualidade de vida. Nesse aspecto, existem várias

modalidades que podem ser trabalhadas em diferentes situações; uma delas é

a Ginástica Laboral.

Sendo assim, a Ginástica Laboral realizada no ambiente de trabalho, é

um tipo de atividade física específica direcionada à musculatura mais

requisitada durante as tarefas, preparando o organismo para o trabalho físico,

promovendo a manutenção e normalização do tônus muscular e também

compensando e relaxando qualquer esforço repetitivo.

45

BIBLIOGRAFIA

CARVALHO, Sérgio Hiroshi Furuya de. Ginástica nas empresas. São Paulo:

Editora Pedagógica Universitária, 2007.

LIMA, Valquíria de. Ginástica Laboral: Atividade Física no ambiente de

Trabalho. 3ª edição, São Paulo: Editora Phorte, 2007.

OLIVEIRA, João Ricardo Gabriel de. A Prática da Ginástica Laboral, 3ª

edição, Rio de Janeiro: Editora Sprint, 2006.

POLITO, Eliane. Ginástica Laboral: Teoria e Prática. 4ª edição, Rio de

Janeiro: Editora Sprint, 2010.

46

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - O SURGIMENTO DA GINÁSTICA LABORAL 10

1.1. – História da ginástica Laboral 11

1.2. – Conceitos e objetivos da Ginástica Laboral 16

47

CAPÍTULO II - A APLICAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL NO AMBIENTE

DE TRABALHO 20

2.1. Dinâmica de implantação dos programas 21

2.2. Tipos de Ginástica Laboral 24

2.2.1 - Ginástica laboral preparatória 27

2.2.2 - Ginástica laboral compensatória 28

2.2.3. - Ginástica laboral de relaxamento 29

CAPÍTULO III - A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL NA

PREVENÇÃO E REDUÇÃO 32

3.1 - Benefícios da ginástica laboral 34

3.1.1 - Benefícios para a empresa 34

3.1.2 - Benefícios físicos para o trabalhador 35

3.2 – O papel da ginástica laboral na promoção da saúde

do trabalhador 40

48

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA 45

ÍNDICE 46

FOLHA DE APROVAÇÃO 48

49

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: Ginástica Laboral como Contribuição do Crescimento

da Empresa

Autor: Solange de Oliveira Vieira Silva

Data da entrega: 09/08/2011

Avaliado por: Adélia Araújo Conceito: _________

50

30/07/11 00:32

Título da Monografia Protocolo Imprimir GINÁSTICA LABORAL 20110730003151

Verifique periódicamente a orientação do professor no link Envio de Monografia. Lá você poderá enviar mensagens ao professor quanto as suas dúvidas.