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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A LUDICIDADE ATRAVÉS DOS JOGOS NA CLASSE DE ALFABETIZAÇÃO Por: Beatriz Estevan Pereira Orientador Prof. Mary Sue Carvalho Pereira Duque de Caxias 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · processo dinâmico e criativo através de jogos, brinquedos, brincadeiras e ... através de adivinhas, charadas, anedotas

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A LUDICIDADE ATRAVÉS DOS JOGOS NA CLASSE DE

ALFABETIZAÇÃO

Por: Beatriz Estevan Pereira

Orientador

Prof. Mary Sue Carvalho Pereira

Duque de Caxias

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A LUDICIDADE ATRAVÉS DOS JOGOS NA CLASSE DE

ALFABETIZAÇÃO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Orientação

Educacional e Pedagógica.

Por: . Beatriz Estevan Pereira

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos amigos que direta ou

indiretamente contribuíram para o meu

sucesso, em especial as amigas Vera Lúcia,

Geruse e Gisele pela contribuição e

companheirismo durante este período de

convivência; pela compreensão recebida

daqueles com quem convivo; Minha querida

mãe Rosalina que tanto batalhou por mim. E

sem esquecer-se da minha amiga Lorena

que muito contribuiu para a realização desta.

Enfim...

Quero te agradecer Deus, pois sem a tua

misericórdia, sem o teu sustento nada seria

possível.

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DEDICATÓRIA

A Deus que é responsável por tudo o que

tenho e sou, que me dá força para

caminhar e as principais pessoas da

minha vida: ao meu esposo Cláudio que

tanto me apoiou e aos meus filhos Miguel

e Gustavo que são tudo na minha vida.

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RESUMO

O presente trabalho científico tem como objetivo pesquisar e contribuir

para o processo de inserção do lúdico na alfabetização, qual o papel do

orientador educacional e pedagógico, e como ele pode contribuir no auxílio aos

profissionais de educação, apresentando algumas sugestões de jogos que

poderão auxiliar na alfabetização.

As crianças, ao brincarem, aprendem com prazer, alegria e mais

tranquilidade, pois gostam de brincar e a brincadeira faz parte do seu mundo

infantil. Quando brinca, esta exercita sua capacidade de concentração e

atenção, cria um mundo de possibilidades, de situações criadoras que a levam

a autonomia, desenvolve habilidades motoras, diminui a agressividade, exercita

a criatividade e aumenta a integração, promovendo, portanto, o

desenvolvimento intelectual e social.

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METODOLOGIA

O presente trabalho científico trata-se de uma pesquisa qualitativa, onde

o primeiro momento o estudo foi marcado pelo levantamento de referenciais

bibliográficos, buscando fundamentação teórica para pesquisa. Posteriormente,

a pesquisa de campo envolvendo a temática trabalhada ao longo desta

monografia, sendo realizada através de um questionário estruturado por

questões que abordam a temática do lúdico e suas relações com o fazer

docente e o papel do orientador. Realizada com três supervisoras e três

professoras do município de Duque de Caxias, de escolas públicas atuando em

suas funções regulares.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O Lúdico 10

CAPÍTULO II - O jogo como recurso pedagógico na alfabetização 21

CAPÍTULO III – A orientação educacional e o seu papel transformador 24

CAPÍTULO IV – A práxis da orientação educacional e pedagógica, a

docência e suas relações com o lúdico 39

CONCLUSÃO 44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46

ANEXOS 49

ÍNDICE 58

FOLHA DE AVALIAÇÃO 60

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INTRODUÇÃO

“Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá–lo. Se é triste ver meninos sem escola, mais triste é vê-los sentados, enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis à formação do homem cidadão”.(Carlos Drummond de Andrade)

O jogo e a brincadeira estão presentes em todas as fases da vida do

ser humano, tornando especial sua existência, pois no jogo, o indivíduo

aprende a aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o resultado, lidar com

frustrações, experimentar, descobrir, inventar, além de ter estimulada a

curiosidade, a autoconfiança, a autonomia, proporcionando o desenvolvimento

da linguagem, do pensamento, da concentração, e de ser um momento de

auto-expressão e realização.

O lúdico é um assunto bastante abrangente, que vem sendo estudado

e discutido desde a Antigüidade, pelos filósofos e estudiosos que vieram antes

da Era Cristã, pois acreditavam que todo ser humano já vinha em sua essência

com uma inclinação para a diversão e para os jogos, o que explicava, de certa

forma, alguns costumes de povos primitivos em suas atividades de dança,

caça, pesca e lutas, como sendo aspectos de divertimento e prazer natural.

Atualmente, o tema jogo, como um agente facilitador da aprendizagem,

é bem mais desenvolvido por teóricos e pedagogos do que há algum tempo,

até mesmo pela preocupação cada vez maior em estar aliando o ensino a

metodologias que garantam eficazes resultados na educação.

Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de

atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o

processo de aquisição de autonomia de aprendizagem. Para tanto, o saber

escolar deve ser valorizado socialmente e a alfabetização deve ser um

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processo dinâmico e criativo através de jogos, brinquedos, brincadeiras e

musicalidade.

Com a utilização desses recursos pedagógicos, o professor poderá

utilizar-se, por exemplo, de jogos e brincadeiras em atividades de leitura ou

escrita em matemática e outros conteúdos, devendo, no entanto, saber usar os

recursos no momento oportuno, uma vez que as crianças desenvolvam o seu

raciocínio e construam o seu conhecimento de forma descontraída.

Sendo assim, O orientador educacional e pedagógico precisa auxiliar e

preparar os professores para estimulando-os para que reflitam sobre a

importância da inserção das atividades lúdicas na alfabetização, pois o lúdico é

uma opção de trabalhar o conhecimento de forma prazerosa.

Portanto, no desenvolvimento deste trabalho investigaremos a

importância do lúdico na alfabetização, qual o papel do orientador educacional

e pedagógico, e como ele pode contribuir no auxílio aos profissionais de

educação, apresentando algumas sugestões de jogos que poderão auxiliar na

alfabetização.

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CAPÍTULO I

O LÚDICO

A origem da palavra lúdico vem do latim “ludus”, que, em sua

etimologia, quer dizer jogo. Traduzida também no dicionário como relativo a

jogos, brinquedos e divertimento, entretanto, na prática, seu significado

ultrapassa esse conceito.

O lúdico apresenta históricos desde a época medieval, quando a norma

pedagógica era o ensinar brincando. Alguns educadores buscavam tornar a

aprendizagem mais diversificada, através de adivinhas, charadas, anedotas e

jogos, como xadrez, por exemplo.

Com o passar dos anos, essa temática veio adquirindo dimensões

ainda maiores. Mais precisamente nos anos 70, os jogos assumiram uma

visibilidade abrangente na área educacional. Baseadas nos trabalhos de

Piaget, diferentes publicações tratavam do assunto.

“O jogo é um caso típico das condutas negligenciadas

pela escola tradicional, dado o fato de parecerem

destituídas de significado funcional”. (Jean Piaget)

Para Piaget (1976), o jogo é uma atividade preparatória, o indivíduo

que joga desenvolve suas percepções, sua inteligência, sua curiosidade em

estar experimentando, além de seus valores sociais. É pelo fato de o jogo ser

um meio tão valioso e eficiente na aprendizagem, que em todo lugar em que se

consegue transformar leitura, cálculo, ortografia em brincadeira, observa-se

que os alunos se apaixonam por essas ocupações tidas comumente como

maçantes.

Machado (1998), em considerações do que venha a ser a ludicidade no

ensino, afirma que “nem sempre jogo significa atividade lúdica”. O jogo, para

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ser lúdico, precisa gerar uma tensão positiva suficiente para não prejudicar o

aprendizado do aluno, tem de levar à ação e não à frustração.

Antunes (2000) parte de um princípio etimológico ao considerar jogo

como sendo “um divertimento, brincadeira, passatempo sujeito a regras que

devem ser observadas quando se joga”. Além de “balanço, oscilação, astúcia,

ardil, manobra”, e amplia a noção, explicando que estes devem sempre

oferecer meios ao crescimento do indivíduo na aprendizagem, como pessoa, e

não precisam estar necessariamente dentro de uma competição entre grupos

em que um tem de ganhar e o outro perder.

Para Antunes (2000), o jogo é o mais eficiente meio estimulador das

inteligências, permitindo que o indivíduo realize tudo que deseja. Quando joga,

passa a viver quem quer ser, organiza o que quer organizar, e decide sem

limitações. Pode ser grande, livre, e na aceitação das regras pode ter seus

impulsos controlados. Brincando dentro de seu espaço, envolve-se com a

fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real.

Antunes (2000), entende jogo como sendo toda e qualquer atividade

que impõe desafios, seja, por exemplo, um jogar com as palavras através de

uma conversa, de uma pergunta, de um olhar, enfim, desde que o outro esteja

estimulado. O jogo, em si próprio, precisa trazer os segredos e respostas para

que se desvendem os enigmas da vida.

Macedo (2000) expõe que, nos jogos, os indivíduos precisam se

deparar com situações-problema para que sejam estimulados corretamente,

sendo justamente estes desafios que darão sentido ao jogo. Precisam

apresentar alguma situação de impasse em que venha a se desenvolver uma

solução.

Além de o profissional da educação ter a consciência de estabelecer

objetivos, fundamental para dar significado às atividades tais como: aonde

quero chegar e porquê, conhecer seu público, idade, número de participantes,

classe social, etapa do desenvolvimento psicológico do indivíduo e organização

prévia de um material adequado para que o trabalho se torne viável, além de

tempo, espaço, dinâmica, proximidade de conteúdos, dentre outros.

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Macedo (2000) é bem claro ao afirmar que a proposta de um trabalho

com jogos não pode ser entendida como um receituário de bolo, que deva ser

seguido fielmente por quem o utiliza. A idéia seria propor algo de referencial,

podendo ser modificado, adaptado, à prática pedagógica, de acordo com as

necessidades de cada professor, e que os jogos sejam sobretudo

transformados em material de estudo e ensino, bem como aprendizagem e

produção de conhecimento.

Macedo, assim como a maioria dos estudiosos na área, não só acredita

como pode comprovar, no decorrer de sua prática com jogos, que muito mais

que a aplicação de jogos em si na sala de aula é a intervenção dos professores

na manipulação de tarefas e desafios. Afirma que “qualquer jogo pode ser

utilizado quando o objetivo é propor atividades que favorecem a aquisição de

conhecimento. A questão não é o material, mas no modo como ele é

explorado. Pode-se dizer, portanto, que serve qualquer jogo mas não de

qualquer jeito”.

Para Cury (2003), levando em consideração tudo que foi exposto

anteriormente, não há técnica e metodologia pedagógica que funcione sem que

haja a afetividade. O jogo para ele consiste em se poder trabalhar sobretudo a

auto-estima, o controle da emoção, a capacidade de lidar com perdas e

frustrações, de dialogar, de ouvir, ao lado do que se pode comumente extrair

com finalidades didáticas.

A eficiência maior estaria mais na figura do professor do que dos jogos

em si. Aposta no lúdico, no jogo, porém com o objetivo principal de estimular os

alunos a serem pensadores, questionadores, e não repetidores de informação.

É, sobretudo, saber “valorizar mais a pessoa que erra do que o erro da

pessoa”.

Como bem nos lembrou na Idade Média Tomás de Aquino, “Ludus est

necessarius ad conversationem humanae vitae – O brincar é necessário para a

vida humana”, então, esse pensamento aguça-nos a relacioná-lo ao

questionamento central deste trabalho, que a ludicidade através dos jogos

pode sim ser um excelente meio incentivador de auxílio a aprendizagem e

quais caminhos e intervenções podem ser exercidas pelo orientador

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educacional e pedagógico para a reflexão sobre essa realidade e a

possibilidade da inserção do lúdico na classe de alfabetização.

1.1. O Lúdico como Facilitador da Aprendizagem.

Aliar as atividades lúdicas ao processo de ensino aprendizagem pode

ser de grande valia para o desenvolvimento do aluno, um exemplo de atividade

que desperta e muito o interesse do aluno é o jogo.

O jogo como promotor de aprendizagem e do

desenvolvimento, passa a ser considerado nas práticas

escolares como importante aliado para o ensino, já que

coloca o aluno diante de situações lúdicas como o jogo

pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos

conteúdos culturais a serem vinculados na escola.

(KISHIMOTO, 1994, p.13)

Os jogos não são apenas uma forma de divertimento, mas são meios

que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Para manter o seu

equilíbrio com seu mundo, a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar.

O brincar é vital para o desenvolvimento do corpo e da mente. Nele se

reconhece um meio de proporcionar educação integral, em situações naturais

de aprendizagem que geram forte interesse em aprender e garantem prazer.

O lúdico viabiliza a construção do conhecimento de forma interessante

e prazerosa, garantindo nas crianças a motivação intrínseca necessária para

uma boa aprendizagem, até convertê-las em adultos maduros, com grande

imaginação e autoconfiança, mesmos aqueles que apresentam alguma

dificuldade na sua aprendizagem ou na aquisição do conhecimento.

Damos ênfase às metodologias que se alicerçam no “brincar”, no

facilitar as coisas do aprender através do jogo, da brincadeira, da fantasia, do

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encantamento. A arte-magia do ensinar-aprender ( ROJAS,1997), permite que

o outro construa por meio da alegria e do prazer de querer fazer.

O jogo e a brincadeira estão presentes em todos as fazes da vida dos

seres humanos, tornando especial a sua existência. De alguma forma o lúdico

se faz presente e acrescenta um ingrediente indispensável no relacionamento

entre as pessoas, possibilitando que a criatividade aflore.

De acordo com VYGOTSKY (1991, p. 122):

É na atividade de jogo que a criança desenvolve o seu

conhecimento do mundo adulto e é também nela que

surgem os primeiros sinais de uma capacidade

especificamente humana, a capacidade de imaginar

(...)Brincando a criança cria situações fictícias,

transformando com algumas ações o significado de

alguns objetos.

Nos estudos de Vygotsky ele afirmou que não existem brincadeiras

sem regras, partindo do princípio de que os pequenos se envolvem nas

atividades de faz-de-conta para entender o mundo em que vive. Para isso,

usam a imaginação. Quando finge que está dirigindo um carro, a criança

procura seguir regras de conduta social e de convivência. É uma forma de

expandir sua compreensão sobre o mundo, por isso durante os jogos é muito

importante que as crianças tenham oportunidades de construir suas próprias

regras.

Brincar é tão importante quando estudar, ajuda a esquecer momentos

difíceis, quando brincamos, conseguimos sem muito esforço encontrar

respostas a varias indagações, podemos sanar dificuldades de aprendizagem,

bem como interagirmos com nossos semelhantes, pois no brincar com outras

pessoas a criança aprende a viver socialmente, respeitando regras, cumprindo

normas, esperando sua vez e interagindo de uma forma mais organizada,

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aprende a partilhar e a fazer um movimento rotativo tão importante para a

socialização e o dialogo.

Além de muitas importâncias o brincar, desenvolve os músculos, a

mente, a sociabilidade, a coordenação motora e além de tudo deixa qualquer

criança feliz.

Quando brincamos exercitamos nossas potencialidades, provocamos o

funcionamento do pensamento, adquirimos conhecimento sem estresse ou

medo, desenvolvemos a sociabilidade, cultivamos a sensibilidade, nos

desenvolvemos intelectualmente, socialmente e emocionalmente.

Toda criança que brinca vive uma infância feliz, além de tornar-se um

adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, conseguirá superar com

mais facilidade, problemas que possam surgir no seu dia-a-dia.

O brincar é a tarefa do dia-a-dia que nem os pais nem os professores

conseguem transmitir.

A criança é curiosa e imaginativa, está sempre experimentando o

mundo e precisa explorar todas as suas possibilidades. Ela adquire experiência

brincando. Participar de brincadeiras é uma excelente oportunidade para que a

criança viva experiências que irão ajudá-las a amadurecer emocionalmente e

aprender uma forma de convivência mais rica.

Por meio da brincadeira a criança envolve-se no jogo e sente a

necessidade de partilhar com o outro. Ainda que em postura de adversário, a

parceria é um estabelecimento de relação. Esta relação expõe as

potencialidades dos participantes, afeta as emoções e põe à prova as aptidões

testando limites.

Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver

capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como

atenção, afetividade, o habito de permanecer concentrado e outras habilidades

perceptuais psicomotoras. Brincando a criança torna-se operativa.

A formação lúdica possibilita ao educador conhecer-se como pessoa,

saber de suas possibilidades, desbloquear resistências e ter uma visão clara

sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do jovem e

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do adulto (SANTOS,1997; KISHIMOTO,1999). Onde brincar é um aspecto

fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da criança.

1.2 O papel do brinquedo

Ainda hoje, percebemos visões retorcidas sobre o papel do brinquedo.

Para alguns, ele representa um objeto voltado para o preenchimento de tempo

ou, ainda, uma atividade meramente divertida, em que o agente ativo é o adulto

que oferece o brinquedo e o passivo é a criança que o recebe.

Perceber o brinquedo como caminho em direção ao desenvolvimento é

primordial para a mudança desse pensamento, pois, além de aproximar a

criança do mundo que a cerca, fazendo as devidas ordenações, tal atividade

possibilita suporte para a transposição de situações-problema vivenciadas por

ela.

O brinquedo é a essência da infância e seu uso permite um trabalho

pedagógico que possibilita a produção do conhecimento e também a

estimulação da afetividade na criança. A criança estabelece com o brinquedo

uma relação natural e consegue extravasar suas angustias e paixões, suas

alegrias e tristezas, suas agressividades e passividades.

O brinquedo supõe uma relação íntima com o sujeito, uma

indeterminação quanto ao uso, ausência de regras. O jogo pode ser visto como

um sistema lingüístico que funciona dentro de um contexto social, um sistema

de regras, um objeto (KISHIMOTO,1999).

Independente de época, cultura e classe social, os jogos e os

brinquedos fazem parte da vida criança, pois elas vivem num mundo de

fantasia, de encantamento, de alegria, se sonhos, onde realidade e faz-de-

conta se confundem (KISHIMOTO,1999). O jogo está na gênese do

pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de

criar e de transformar o mundo.

Por sua vez, a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do

individuo, seu saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo.

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Segundo Kishimoto(1994), o brinquedo “é entendido como objeto,

suporte da brincadeira”.

Vygostsky ( 1984), dia que o “ brinquedo tem um papel importante,

aquele de preencher uma atividade básica da criança, ou seja, ele é motivo de

ação.”

Através do brinquedo a criança instiga a sua imaginação, adquire

sociabilidade, experimenta novas sensações, começa a conhecer o mundo,

trava desafios e busca satisfazer sua curiosidade de tudo conhecer.

Para Wallon (1979, p. 45) "a criança aprende muito ao brincar. O que

aparentemente ela faz apenas para distrair-se ou gastar energia é na realidade

uma importante ferramenta para o seu desenvolvimento cognitivo, emocional,

social, psicológico".

De acordo com Oliveira (1995, p. 36) "no brinquedo a criança

comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades na vida real e

também aprende; objeto e significado".

Os brinquedos são parceiros silenciosos que desafiam as crianças,

eles permitem que as crianças conheçam com mais clareza importantes

funções mentais como o desenvolvimento do raciocínio abstrato e dá

linguagem, sendo assim, um instrumento importantíssimo que auxiliam para a

aprendizagem e a construção do conhecimento.

O brinquedo não é apenas um objeto que as crianças usam para se

divertirem e ocuparem o seu tempo, mas é um objeto capaz de ensiná-las e

torná-las felizes ao mesmo tempo.

O brinquedo como suporte da brincadeira tem papel estimulante para a

criança no momento da ação lúdica. Tanto brinquedo, quanto à brincadeira,

permitem a exploração do seu potencial criativo de numa seqüência de ações

libertas e naturais em que a imaginação se apresenta como atração principal.

Por meio do brinquedo a criança reinventa o mundo e libera suas atividades e

fantasias.

Através da magia do faz-de-conta explora os limites e, parte para

aventura que a leva ao encontro do outro-eu.

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A entrada da criança no mundo do faz-de-conta marca uma nova fase

de sua capacidade de lidar com a realidade, com os simbólicos e com as

representações. Com o brinquedo a criança satisfaz certas curiosidades e

traduz o mundo dos adultos para a dimensão de suas possibilidades e

necessidades.

Frente a estas reflexões podemos afirmar que o processo de

construção do aprendizagem será efetivado mediante a participação da criança

no brincar. O prazer, não é suficiente para justificar a importância do brincar.

Possui, porém um papel relevante justamente com outros fatores, uma vez que

leva a criança a ter iniciativa. A criança é incapaz de separar a principio, a

realidade da fantasia, o brincar para a criança e muito séria.

Devemos conhecer de fato esse instrumento (brinquedo) para

compreendermos seu real valor na vida criança. Se, como educadores e pais,

desconhecemos as necessidades das crianças e os incentivos capazes de

levá-las a atuar, estaremos prejudicando seu processo de desenvolvimento.

O brinquedo é a riqueza do imaginário infantil, através ele a criança

libera seus sentidos, em todas as ocasiões, fazendo assim com que a criança

tenha mais segurança no aprender, algo, onde o brinquedo e sem duvida um

instrumento capaz de ajudar a criança a se desenvolver, intelectual,

socialmente e cognitivamente.

Segundo Vygotsky (1987, p. 123) "a atividade principal da criança, o

seu trabalho, é o jogo". Por isso torna-se indispensável que o orientador

educacional traga constantemente à tona que ao contrário do que algumas

pessoas pensam, o brinquedo exerce uma concepção pedagógica, pois possui

um conjunto de referências teóricas que fundamentam essas práticas, na

medida em que contribui para o desenvolvimento de diferentes habilidades,

sendo elas motoras, psicológicas e afetivas.

Enfim, com todas as contribuições apontadas acima, pode-se

considerar o importante papel do orientador como mediador na inserção do

lúdico no âmbito educacional, pois este exerce um papel fundamental na

construção humana, pois brincar, além de ser indispensável à saúde física,

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emocional e intelectual, pode contribuir, no futuro, para o desenvolvimento de

um adulto crítico, eficiente e equilibrado.

1.3 Brincadeiras populares, diversões de antigamente que

encantam

A criança está sempre pronta para brincar. Por que, então, não

transformarmos aulas descritivas, monótonas, em momentos de alegria e

prazer, apresentando os conteúdos em forma de jogos e brincadeiras?

Quem nos explica a magia dos velhos brinquedos e brincadeiras que

sobrevivem a nossos bisavós, avós, pais e chegaram ainda fascinantes até

nós? Quem descobriu essas brincadeiras que nunca enjoam, que estão apenas

esquecidas? Foi a televisão? Foram os engenheiros das fábricas de

brinquedos? Não. Foram as próprias crianças através dos séculos. Uma

herança que deve ser transmitida às gerações futuras através do resgate das

brincadeiras infantis. Afinal, brincar é preciso.

Ludicidade possui uma função organizadora específica, que permite ao

homem produzir formas novas de comportamento, o jogo é processo interativo

que oferece a criança troca de papéis, de tempos e espaços, sua

singularidade, experimentando o que é diferente de si mesma. (VYGOTSKY,

1987, p.123).

As crianças atualmente, na maioria das vezes, vivem absorvidas em

uma atitude estática na frente da televisão, computador e variados tipos de

brinquedos eletrônicos. Deve partir da escola, então, fazer o ressurgimento de

atividades que irão proporcionar as crianças momentos inesquecíveis de sua

infância, que são as brincadeiras populares. Estes tipos de atividades

desenvolvem a criatividade, psicomotricidade e socialização integral.

Quando as crianças utilizam as brincadeiras populares, a uma

continuidade sócio-cultural, participação entre elas, aumento de sentimentos e

valores comuns. Que fada ou duende inventou o pião, a pipa, as bolas de

gude, o jogo da amarelinha, o cabo-de-guerra, o bilboquê, os cubos de montar

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e inventar, os jogos de damas ou dominó para as intermináveis tardes

chuvosas de inverno, o barro para modelar coisas e sujar crianças, as

brincadeiras de roda, o esconde-esconde? Os nomes podem até variar de um

lugar para outro, mas as brincadeiras populares estão presentes em todo país.

"De tão importantes, elas são estudadas por diversos pesquisadores e

reunidas em dezenas de livros. Mas comuns no passado ou nas cidades

menores, essas brincadeiras ensinam as crianças a aceitar derrotas, claro, a

vibrar com as vitórias" (NOVA ESCOLA, 2006, p. 09).

Há uma infinidade de jogos e brincadeiras que ultrapassam o tempo e

permanecem vivos na memória de todos nós. As brincadeiras de antigamente

trazem, em sua bagagem cultural, suas técnicas e regras, que são transmitidas

de geração a geração pelos pais e avós. Junto vem o resgate da convivência,

da ternura, dos momentos felizes, de sua história através dos tempos.

No convívio com a criança, vemos claramente o quanto brincar é

natural na vida dela. Para que isso aconteça, não é necessário muito mais do

que lhe propiciar o espaço. Nesse espaço expressa sua forma de pensar,

organizar, desorganizar, destruir, construir o mundo, respeitar o seu espaço e o

do outro, podendo, de modo simbólico, mostrar seus sentimentos, vontades e

fantasias. "O ensino, absorvido de maneira lúdica, passa adquirir um aspecto

significativo e efetivo no curso de desenvolvimento da inteligência da criança"

(NOVAES, 1992, p. 28).

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CAPÍTULO II

O JOGO COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA

ALFABETIZAÇÃO

Podemos notar que o brinquedo se aproxima mais de

uma representação imitativa da realidade. Começa a

mostrar uma ordem, uma organização que se assemelha

à realidade, ou mesmo uma imitação exata do real. (...) já

podemos notar também o início do simbolismo coletivo.

Várias crianças brincam em conjunto, tendo cada uma

delas seus papéis definidos. Apenas na fase das

operações concretas o jogo se tornará realmente

interativo, com predomínio, então, das brincadeiras com

regras (RAPPAPORT; FIORI, [et al] 1981, p. 54-55).

O jogo na perspectiva construtivista constitui-se num recurso

pedagógico de inestimável valor na construção da escrita e da leitura, além de

propiciar o desenvolvimento cognitivo (desenvolvimento da inteligência, social e

moral da criança). A melhor forma de conduzir a criança à atividade, a auto-

expressão, ao conhecimento e a socialização é através dos jogos. A

aprendizagem acontece de forma interessante e prazerosa.

As crianças aprendem a ler, lendo; aprendem escrever, escrevendo; e

é nesse esforço que elas vão experimentando e aprendendo a língua materna

e suas normas de convenção. Entendemos alfabetização como um processo

natural e gradativo, assim como a fala e o andar. A criança vai construindo a

sua base alfabética à medida que é estimulada e colocada em contato com o

objeto de conhecimento, no caso da leitura e a escrita – com as letras, as

palavras, os textos.

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Numa perspectiva construtivista, o primeiro contato sistemático da

criança com o objeto da leitura (as letras, as palavras e o texto) é através do

seu próprio nome e o dos colegas. A teoria construtivista preconiza a interação

do sujeito com o objeto do conhecimento dentro de um contexto social. Para

aprender a ler e escrever o aluno precisa, portanto, ter uma intensa interação

com a leitura e a escrita e ainda estar munido de um forte significado afetivo.

Reforçando, para a acriança, o jogo é o exercício, é a preparação para

a vida adulta. A criança aprende brincando através de jogos que a fazem

desenvolver suas potencialidades. O professor pode adaptar o conteúdo

programático ao jogo, onde estará trabalhando a motricidade, a área cognitiva

e afetiva de seus alunos. Ao inter-relacionar diversas áreas de conhecimento, o

professor atende às necessidades do educando de modo que o mesmo seja

sujeito ativo do processo ensino-aprendizagem.

A importância do jogo não se limita apenas em relação à alfabetização,

praticamente todos os conteúdos poderão ser apresentados em forma de

jogos, tornando as aulas atraentes, variadas, dinâmicas e, conseqüentemente,

muito mais produtivas.

2.1 Sugestões de Jogos Pedagógicos

O jogo ajuda grandemente o processo de alfabetização, porque através

dele o aluno aumenta o conhecimento de novas palavras, desenvolvendo a

leitura e a escrita entre desenhos, palavras, sílabas e letras. O jogo deverá ser

introduzido na sala de aula de forma clara e com atrativos para que a criança

tenha mais facilidade de identificação e não perder o interesse. As atividades

devem ser desafiadoras, aonde o aluno vai construindo conceitos e relações,

desenvolvendo tanto o nível cognitivo quanto o nível afetivo.

O jogo no ensino-aprendizagem da língua portuguesa proporciona

grande interesse nas crianças e ao mesmo tempo, o desenvolvimento da

memorização, observação, raciocínio e atenção.

Jogos que podem ser trabalhados em sala de aula (ver anexo):

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v Jogo da memória, palavras e números de letras;

v Dominó de palavras e letras iniciais;

v Dominó de letras

v Dominó de palavras com desenhos;

v Dominó com singular e plural;

v Dominó de masculino e feminino;

v Dominó com aumentativo e diminutivo;

v Dominó de antônimos e sinônimos;

v Jogo da metade (profissões);

v Jogo da palavra e frases;

v Caixinha das sílabas;

v Bingo de palavras

v Bingo de letras

v Jogos com o alfabeto

v Jogo dos sete erros

v Jogo de rimas

v Formando palavras

v A palavra é...

v Alfabeto ilustrado

v Forca

v Quebra-cabeça das sílabas

v Ache o estranho

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CAPÍTULO III

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E O SEU PAPEL

TRANSFORMADOR

A orientação Educacional e Pedagógica, hoje, tem um papel

fundamental nas instituições escolares, pois podemos perceber os OE’s como

agente participativo e ativo no processo ensino-aprendizagem e na construção

do conhecimento dos alunos além de oferecer suporte e orientação aos

professores.

Tradicionalmente, o orientador educacional é visto como um

profissional, cujo papel principal é atuar com os educandos. Assim é que a

orientação é definida como “um método pelo qual o orientador educacional

ajuda o aluno, na escola a tomar consciência de seus valores e dificuldades,

concretizando principalmente através do estudo, sua realização em todas as

suas estruturas e em todos os planos de vida”. Em vista disso, o mesmo faz

levantamentos de dados (sondagem de aptidões), realiza sessões de

orientação e de aconselhamento e desempenha uma série de funções de maior

ou menor importância, relacionadas com a concepção do atendimento ao

educando.

Neste capítulo iremos abordar o surgimento da profissão, sua

regulamentação, seu papel transformador e sua postura frente à abordagem do

lúdico no cotidiano escolar.

3.1 Surgimento e regularização da profissão

A Orientação Educação, no país, percorreu um longo

caminho comprometido com a educação e com as

“políticas” vigentes. Todo o processo da Orientação

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manteve, sempre, estreita relação com as tendências

pedagógicas, sendo o seu trabalho desenvolvido a partir

do que dela se esperava nas diversas concepções. A

análise desta relação engloba diferentes aspectos e

significados da prática da Orientação e de suas

dimensões no cenário educacional, configurado pelos

princípios e propósitos daquelas concepções.

(GRINSPUN, 2001, p.11)

Em 1924, em São Paulo no Liceu de Artes e Ofícios, surge a

Orientação Educacional, criada pelo engenheiro suíço Roberto Mange. Essa

Orientação pretende ser um serviço de orientação profissional do curso de

mecânica, com a necessidade de orientar os jovens para uma correta decisão,

capaz de lhe assegurar êxito no recente mercado de trabalho.

Em concordância com a psicologia científica, a orientação profissional

elaborou testes psicológicos de inteligência, de personalidade e de interesses,

capazes de detectar as diferenças individuais, tornando-se um modo e

persuasão psicológica, visto que objetiva convencer os indivíduos de que

conseguir um emprego depende das capacidades pessoais.

A princípio o trabalho de orientação profissional era realizado pela

empresa, mas depois foram criados os escritórios de orientação profissional,

visando orientar os indivíduos sobre as várias opções de que dispunha, com

base em suas próprias capacidades. Posteriormente esse trabalho passa a ser

solicitado no interior da escola, para orientar os educandos nos planos de

carreira e estudo conforme as aptidões de cada um, e passou a ser

denominado de orientação escolar.

Contudo, a seleção profissional, a orientação profissional e a

orientação escolar não sanaram os problemas existentes nas organizações,

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pois havia necessidade de preocupar-se com o ser humano, ocupante do

cargo, surgindo então os estudos sobre as relações humanas no trabalho.

Assim, a orientação profissional passa a integrar a área da orientação

educacional, pois a formação do profissional tem início com a formação do

homem, nos vários aspectos da vida: familiar, escolar, social e profissional.

Na França, a orientação era desenvolvida em âmbito escolar, como um

serviço de psicologia escolar, objetivando conhecer o educando no ambiente

formal e informal. Tornou-se orientação profissional, embasada na aplicação de

testes, sendo que o profissional da área era denominado de psicólogo escolar,

cabendo-lhe elaborar dossiês com todas as informações disponíveis sobre os

educandos.

No Brasil, a história da orientação educacional inspira-se nesses dois

modelos, o americano e o francês que, embora divergentes em alguns

aspectos, estão alicerçados em um mesmo conceito de sociedade, isto é,

conforme Pimenta (1995, p. 26), concebem a sociedade como um todo

orgânico ao qual todos os indivíduos se devem ajustar nas mesmas bases

psicológicas.

Em solo pátrio, a orientação educacional foi criada seguindo

experiências externas que se delinearam através das leis, com base na

dimensão psicológica e em consonância com os objetivos educacionais mais

amplos.

Em 1931, orientação torna-se oficial através do professor Lourenço

Filho, diretor do Departamento de Educação do Estado de São Paulo, surgindo

com isso o primeiro Serviço Público de Orientação Educacional e Profissional

do país. No Rio de Janeiro, a experiência pioneira, datada de 1934, coube a

Maria Junqueira Schmidt e Aracy Muniz Freire, na Escola Comercial Amaro

Cavalcanti.

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A legislação concernente à Orientação Educacional data do início dos

anos 40. Conforme Grispnun (2001), pela Reforma Capanema, a Lei Orgânica

do ensino Industrial (1942) criou o Serviço de Orientação Educacional, visando

a correção e encaminhamento dos alunos-problemas e a elevação das

qualidades morais.

De acordo com a Lei 4.073/42, art. 50, Inciso XII, instituir-se-á, em cada

escola industrial ou escola técnica, a Orientação Educacional mediante a

aplicação de processos adequados, pelos quais se obtenham a conveniente

adaptação profissional e social e se habilitem os alunos para a solução dos

próprios problemas.

A Lei 5.692/71, em seu art. 10, declara que será instituída

obrigatoriamente a Orientação Educacional, incluindo aconselhamento

vocacional em cooperação com os professores, a família e a comunidade. Com

isso, pretendia-se preparar trabalhadores para atender os interesses e as

necessidades empresariais, justificando o desenvolvimento econômico.

Pelo Decreto-Lei 72.846/73, art. 1.º, constitui o objeto da Orientação

Educacional a assistência ao educando. Portanto, o orientador educacional

deveria prestar assistência ao aluno a partir do planejamento estabelecido no

Decreto, em consonância com os interesses do Estado, sendo que o indivíduo

teria que se conformar com sua situação perante a sociedade dominante, a

qual destinava o ensino profissionalizante aos menos favorecidos, para que

pudessem adentrar no mercado de trabalho.

Nos anos 80 ocorreram algumas mudanças, avanços e contradições na

história da orientação educacional, mas os profissionais dessa área assumiram

um papel mais político e comprometido com a sociedade, defendendo uma

escola pública de qualidade e filiando-se à Federação Nacional de Orientação

Educacional (FENORE), à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e, mais

tarde, à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

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Na década seguinte extingui-se a FENOE, ocorrendo o

enfraquecimento e a fragilização da identidade do Orientador Educacional.

Com o advento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,

LDBEN 9.394/96, não há uma referência específica à Orientação Educacional.

Contudo, não deixa de ser mencionada em vários artigos, principalmente no

art. 39, segundo o qual a educação profissional, integrada às diferentes formas

de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente

desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.

De acordo com Placco (1998, p. 115) cabe ao orientador formar o

cidadão responsável e transformador:

"O papel básico do Orientador Educacional será o de auxiliar o

educando a tornar-se consciente, autônomo e atuante nessa tarefa, auxiliando

também o aluno, na identificação de seu processo de consciência, dos fatores

sócio-econômico-político-ideológico que o permeiam e dos mecanismos que

lhe possibilitem superar a alienação decorrente desses processos, tornando-se

assim, um homem-coletivo: responsável e transformador".

Assim, a Orientação Educacional passou por vários períodos, que

podem ser assim sintetizados:

v Período Implementar: compreende o período de 1920 a 1941 e

está associada à Orientação Profissional, preponderando a seleção e

escolha profissional;

v Período Institucional - de 1942 a 1961: caracterizado pela

exigência legal da Orientação Educacional nos estabelecimentos de

ensino e nos cursos de formação dos orientadores educacionais; nesse

período há a divisão funcional e institucional; surge a Escola Pública;

v Período Transformador - de 1961 a 1970: pela Lei 4.024/61, a

Orientação Educacional é caracterizada como educativa, ressaltando a

formação do Orientador e fixando as Diretrizes e Bases da educação

Nacional;

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v Período Disciplinador - de 1971 a 1980: conforme a Lei 5.692/71,

a Orientação Educacional é obrigatória nas escolas, incluindo o

aconselhamento educacional. O Decreto 72.846/73, regulamentando a

Lei 5.564/68, sobre o exercício da profissão de Orientador educacional,

disciplina os passos a serem seguidos;

v Período Questionador - de 1980 a 1990: o Orientador discute

suas práticas, seus valores, a questão do aluno trabalhador, enfim, a

sua realidade no meio social; a prática da orientação volta-se para a

concepção de educação como ato político;

v Período Orientador - a partir de 1990: a orientação volta-se para a

"construção" do cidadão comprometido com seu tempo e sua gente,

trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do

diálogo.

Atualmente, a orientação educacional caracteriza-se por um trabalho

mais abrangente, na dimensão pedagógica, possuindo caráter mediador junto

aos demais educadores e atuando com todos os protagonistas da escola no

resgate de uma ação mais efetiva e de uma educação de qualidade. Busca

conhecer a realidade e transformá-la, para que seja mais justa e humana.

3.2 As atribuições do Orientador

No contexto educacional trabalhando com uma diversidade de

profissionais, o Orientador depara-se com alguns questionamentos que rondam

a sua prática, entre elas, qual é o seu real papel dentro da instituição de

ensino? Afinal, em quem ou em que deve focar o seu trabalho? Quais precisam

ser as suas prioridades?

Ao conceber que a ação educativa é política, devemos concordar que

ao exercer a orientação de professores buscando minimizar as problemáticas

que emergem no cotidiano escolar, planejando, construindo e reconstruindo o

Projeto Político Pedagógico, o Orientador Educacional estará fazendo a

mediação em um trabalho coletivo, atuando assim de forma política.

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Podemos perceber algumas atribuições do Orientador Educacional:

v Contribuir para o acesso e a permanência de todos os alunos na

escola, intervindo com sua especificidade de mediador na realidade do

aluno;

v Mobilizar os professores para a qualificação do processo

aprendizagem, através da composição, caracterização e

acompanhamento das turmas, no horário escolar.

v Considerar, nas questões curriculares, as condições materiais de

vida dos alunos

v (compatibilizar trabalho-estudo), influindo junto aos funcionários

da escola, no sentido de que, estes, se comprometam com o

atendimento às reais necessidades dos alunos;

v Participar da articulação, elaboração e reelaboração de dados da

comunidade escolar, como suporte necessário ao dinamismo do

Projeto Político Pedagógico, promovendo a contribuição de pais e

alunos;

v Participar junto à comunidade escolar na criação, organização

funcionamento das instâncias colegiadas, tais como: Conselho de

Escola; A.P.P.; Grêmio Estudantil e outros, incentivando a participação

e à democratização das decisões e das relações na Unidade

Educativa;

v Contribuir para o desenvolvimento do auto-conceito positivo do

aluno, visando à aprendizagem do mesmo, bem como à construção de

sua identidade pessoal e social;

v Participar junto com a comunidade escolar no processo de

elaboração, atualização do Regimento Escolar e utilização deste, como

instrumento de suporte pedagógico;

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31

v Coordenar o processo de escolha de representantes de turma

(aluno, professor) com vistas ao redimensionamento do processo

aprendizagem;

v Coordenar a elaboração, execução, acompanhamento e avaliação

de projetos, planos, programas e outros, objetivando o atendimento e

acompanhamento do aluno, no que se refere ao processo ensino-

aprendizagem, bem como, o encaminhamento dos alunos a outros

profissionais, se necessário;

v Coordenar, junto com aos professores, o processo de

sistematização e divulgação das informações sobre o aluno, para

conhecimento dos professores, pais e, em conjunto, discutir

encaminhamentos necessários;

v Participar da análise qualitativa e quantitativa do rendimento

escolar, junto aos professores, especialistas e demais educadores,

visando reduzir os índices de evasão e repetência, qualificando o

processo ensino-aprendizagem;

v Visar o redimensionamento da ação pedagógica, coordenando

junto aos demais especialistas e professores, o processo de

identificação e análise das causas, acompanhando os alunos que

apresentem dificuldades aprendizagem;

v Coordenar o processo de orientação profissional do aluno,

incorporando-o à ação pedagógica;

v Realizar e/ou promover pesquisas e estudos, emitindo pareceres

e informações técnicas, na área de Orientação Educacional;

v Desenvolver o trabalho de Orientação Educacional, considerando

a ética profissional;

v Acompanhar e avaliar o aluno estagiário em Orientação

Educacional, junto à instituição formadora;

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v Desenvolver outras atividades, conforme o decreto nº 72.846/73,

que regulamenta a Lei nº 5.564/68, que prevê o exercício da profissão

de orientador Educacional;

v Cumprir e fazer cumprir o código de ética do Orientador

Educacional;

v Realizar outras atividades correlatas com a função.

Em resumo, o orientador educacional assume funções de assistência

ao professor, aos pais, às pessoas da escola com as quais os educandos

mantêm contatos significativos, no sentido de estes se tornem mais preparados

para entender e atender às necessidades dos educandos, tanto com relação

aos aspectos cognitivos e psicomotores, como aos afetivos.

3.3 O Orientador Educacional como agente transformador

O Orientador Educacional em sua ação pode optar por qual postura

tomará frente as novas demandas educacionais, sendo tratada de forma

abrangente ou restrita, política ou alienada, relapsa ou comprometida.

Rosa (2001) aborda entre outras temáticas, a questão do professor

como “construtor ou destruidor de ilusões”, assim como o Orientador, nos

fazendo refletir sobre o seu papel nocivo, o que mesmo inconsciente, leva as

crianças a renunciarem, pois alguns docentes distinguem o aprender do

brincar, pensam ser atividades distintas, que não podem ser associadas.

Quantas vezes já nos deparamos com frases do tipo: “escola não é lugar de

brincadeira”, ou então, “tem hora para tudo, agora é hora do dever, deixa para

brincar depois”. E por que não aprender brincando? O Orientador precisar levar

o professor a atentar para o que realmente é importante para a criança, como

ela apreende os conhecimentos e de que forma trazer a atenção e a vontade

de participar das atividades. Afinal para as crianças, brincar é coisa séria!

Contudo, o ponto de partida e questionamento central para a

intervenção do Orientador Educacional nesta realidade é: O que será que

influencia esta postura de aversão ao lúdico tomada por alguns professores? E

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embora diferentes fatores, entre eles, a base de formação, a falta de

conhecimento sobre o assunto, as vivências, a cultura escolar em que estão

inseridos e até mesmo seus pensamentos e crenças com relação ao assunto,

sejam tidos como mola propulsora, a resposta ainda é uma incógnita para a

compreensão de tais pensamentos e práticas. Segundo Rosa, [...] sim, a escola

é um lugar onde também se pode brincar. O que ainda não sabemos é até que

ponto o professor-educador, carregando todo o peso da imagem da “seriedade”

associada ao seu “fazer”, se permite brincar[...] (2001, p.68).

Na prática docente, tanto o professor quanto o Orientador precisam

estar atentos e conscientes de todas as possibilidades que o lúdico pode lhe

proporcionar, uma das principais é a aproximação afetiva com seus alunos.

Tais atividades despertam situações de interação entre os alunos e também

com o professor, e é a partir daí que ele pode estabelecer a relação sócio-

afetiva, desenvolver o respeito mútuo e resolver possíveis problemas de

caráter emocional. Segundo Castro e Mattos:

A relação pedagógica interativa entre professor e aluno

proporciona um clima de confiança e segurança entre os

sujeitos da educação, facilitando a aprendizagem. É

fundamental promover no processo de ensino

aprendizagem uma inter-relação dialógica de respeito,

amizade, valorização, estímulo e participação. (2000,

p.24)

Através do lúdico o professor estabelece um vínculo afetivo maior com

seus alunos, proporcionando um envolvimento capaz de aflorar emoções,

conquistar confiança e tornar a aprendizagem mais produtiva, pois a partir

desta interação o aluno se sente seguro para se entregar de forma completa,

sem medo e receio de possíveis repreensões.

Preparar e executar atividades lúdicas, onde as crianças possam

interagir e se desenvolver em diversos aspectos (como vimos no capítulo

anterior) é um exercício que requer do professor trabalho, dedicação e

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paciência, porém mesmo que pareça ser esta uma tarefa complexa, o

professor estará exercendo seu verdadeiro papel, proporcionando aos seus

alunos que se apropriem e recriem os seus e novos saberes. O Orientador

Educacional por sua vez precisa ser parceiro do professor, cooperador, com

posições e posturas definidas em comum, buscando minimizar as dificuldades

que emergem no cotidiano escolar.

3.4 A Influência da Orientação Educacional e Pedagógica na

Formação de Professores

Atualmente a lógica de mercado impõe-se na formação profissional,

sua tarefa prioritária com relação aos cursos de graduação no magistério é

formar professores no mínimo de tempo, para estarem atuando na tarefa

docente de forma precária. Podemos perceber que a escolha pela profissão, a

vocação e o sonho de exercer tal atividade tem dado lugar ao desejo de

conseguir se incluir no mercado de trabalho independente da aptidão que o

indivíduo precisa ter para o exercício de determinadas funções.

Muitas são as razões atribuídas pelos professores acerca da escolha

da sua profissão e também muitos e diferentes são os caminhos percorridos

por eles, alguns por influência familiar ou de seus professores, outros por

escolha própria, mas existem também, aqueles que dizem ser por falta de

escolha.

Porém é importante salientar que nenhum curso “forma” professor, o

indivíduo não sai pronto e acabado com todos os conhecimentos adquiridos e

determinados para serem colocados em prática, não existe um manual que

garanta a eficácia de um bom trabalho do professor recém formado, nem

tampouco um certificado que atribua a excelência por tempo de carreira.

Ser professor é estar em constante construção de aprendizagens, é ser

pesquisador e questionador de sua própria prática, é se colocar no lugar de

ouvinte e aprendiz possibilitando a si mesmo e a seus alunos experiência que

possibilitem o criar, o fazer e o viver.

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O Orientador pode contribuir nesta formação à partir do momento em

que proporciona momentos de articulação entre a teoria e a prática,

problematizando situações, mediando o trabalho, questionando paradigmas,

intervindo na realidade, fazendo assim um círculo de contínuas e mútuas

aprendizagens.

As políticas educacionais têm sido marcadas pelo discurso pragmático,

pois importante é que atinja os objetivos, as habilidades no final dos cursos,

sendo a competência e a qualificação pontos principais para a formação de um

bom professor. Nesse sentido, a preocupação da formação técnica é exaltada,

e empobrecida a capacidade criativa e reflexiva. Conforme bem nos lembra

Santin (1994), [...] o homem da ciência e da técnica perdeu a felicidade e a

alegria de viver, perdeu a capacidade de brincar[...].

Preparar educadores com o objetivo de estarem aptos a transmitir

conteúdos restritos tem sido uma visão questionada por aqueles que são

adeptos a educação transformadora e capaz de construir indivíduos criativos e

autônomos. Outra questão inquietante está no currículo se restringir apenas a

atos técnicos e a transmissão de informações, muitas experiências surgem

para demonstrar caminhos possíveis.

Os currículos dos cursos de formação dos professores raramente

abordam atividades que trabalhem com o desenvolvimento pleno do

profissional. Na formação inicial a grade curricular é formal, traçada por

disciplinas teóricas, conteúdos e atividades de estágio distantes da realidade

vivenciada nas escolas, logo torna-se perceptível o distanciamento na relação

entre a teoria e a prática.

Os cursos de formação continuada por sua vez têm perpetuado esta

dinâmica, pois demonstram pouca eficiência para alterar a prática docente.

Posso dar um exemplo pessoal, pois em minha formação inicial não foram

abordados conteúdos e saberes que tratassem do meu tema de monografia, o

lúdico na educação e cursando pedagogia na universidade, pude perceber a

ausência de tais conhecimentos, pois pouco se valoriza tal prática.

Segundo Bolzan (2002) [...] os professores ensinam da forma que

aprenderam[...], mas também agem de acordo com o que pensam, conforme

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suas concepções adquiridas ao longo de seu percurso de formação e suas

experiências, daí a importância da reflexão ser uma constante na prática

cotidiana docente, pois somente assim este poderá rever seus conceitos e

práticas.

Então se os professores exercem o seu trabalho de acordo com o que

conhecem e experimentaram, como trabalhar o lúdico sendo algo

desconhecido?

Mesmo já sendo comprovados tantos benefícios trazidos pelas

atividades lúdicas inseridas em sala de aula, percebemos pouca ênfase de tal

temática nos cursos de formação. Há ausência de disciplinas que tratem

especificamente do lúdico, também o desenvolvimento de estudos que

possibilitem aos formandos um maior aprofundamento e conhecimento sobre o

assunto.

É necessário proporcionar vivências e experiências com atividades

lúdicas aos educadores, dando-lhes a oportunidade de se colocar no lugar das

crianças, permitindo o despertamento da criatividade e imaginação, para que

então através do conhecer e do experimentar possam praticar com seus

alunos.

Para tal, seria necessário uma reformulação dos currículos

educacionais, inserindo um novo pilar ao trame do currículo oficial do curso de

formação dos educadores, sendo também exercida a formação lúdica.

Esta formação além de possibilitar um novo olhar e propiciar práticas

inovadoras permite que o professor se liberte dos pré-conceitos em relação ao

brincar e das resistências frente a essa prática, reconhecendo a importância do

jogo e do brinquedo para a vida das crianças em suas diferentes faixas etárias.

Então como sujeito ativo de sua prática, o professor precisa estar

sempre buscando conhecimentos que possibilitem o crescimento em sua ação

como educador, enfocando na formação cujas vivências nas atividades

contemplem suas as necessidades e de seus alunos.

O lúdico permite abrir espaços para troca de experiências, compartilhar

conhecimentos e desenvolver relacionamentos pessoais, sociais e culturais,

tornado a sala de aula um lugar onde se queira estar.

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3.5 A Interferência da Cultura Escolar

Tendo como ponto de partida que cultura é um conjunto de

conhecimentos adquiridos e acumulados historicamente, podemos considerar

que a escola tem uma cultura própria construída ao longo do tempo no

contexto em que estiver inserida e que uma de suas principais funções tem

sido desenvolver e reproduzir esta cultura dominante.

Porém tal cultura tem sido manipulada por interesses de grupos

dominantes, a escola vem refletindo uma imagem diferente da necessidade e

da realidade social, se apropriando de instrumentos que legitimam o formato e

a estrutura hierárquica de funções e saberes.

O processo educativo nas escolas precisa ser caracterizado como um

fenômeno social e cultural e não apenas como um mero instrumento de

adestramento utilizado para transmitir um conjunto de acontecimento e dados

isolados, insignificantes aos sujeitos.

Portanto, devido a esta cultura, a escola tem se transformado em uma

instituição excludente, onde as vivências e conhecimentos prévios dos alunos

não são tomados como ponto de partida para a construção do conhecimento,

mas sim trabalhados em prol da representação de uma sociedade capitalista

tendo seu foco na produtividade.

Em contrapartida, a escola passa a difundir um ensino metódico,

voltado para atividades mecânicas e de reprodução, não permitindo o

desenvolvimento de atividades que propiciem na construção do indivíduo,

diferentes habilidades e conhecimentos. Torna-se inviável que se alcance os

objetivos possíveis, não preparando o indivíduo para o mercado nem para a

vida.

Nesta concepção, ensinar e aprender são concebidos como um

processo fechado, carregado de responsabilidades e seriedade. Então será

que nesta perspectiva haverá conciliação entre o aprender e o brincar ou até

mesmo permitir que a criança brinque na escola?

À luz desta reflexão faz-se urgente repensar e redirecionar

(principalmente na visão do orientador) a prática da cultura escolar, pois esta

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ao invés de estipular normas e padrões condicionados inerentes às reais

necessidades encontradas no cotidiano escolar deve ser propulsora e

facilitadora da interação professor/aluno, proporcionando uma maior

aproximação entre estes para a eficácia do processo ensino-aprendizagem.

A escola precisa estar exercendo um olhar atento no contexto escolar,

na busca de sanar as dificuldades e necessidades que emergem no cotidiano

da escola. Primeiramente com relação ao trabalho dos profissionais que por

vezes é desvalorizado no reconhecimento social e nos baixos salários.

Além da formação deficiente, a infra-estrutura precária, a hierarquia

das relações e a carência de materiais pedagógicos, são aspectos que

dificultam e por vezes impossibilitam a realização de um bom trabalho.

A escola também deve estar revendo suas atribuições em relação aos

profissionais que nela atuam, estes não representam apenas um número,

também não possuem características homogêneas, torna-se necessário focar

na premissa de que cada um é diferente, pensa de uma forma e age conforme

suas vivências e bagagem cultural.

Todo processo de aprendizagem precisa estar articulado com a

história de cada indivíduo, pois estará aprendendo mais facilmente quando o

novo estiver sendo articulado com algum aspecto de seu conhecimento e

experiência prévia.

Pensar no espaço escolar como local de atividades pré-determinadas

por conhecimentos validados pelo currículo oficial de uma realidade ausente é

um equívoco, a escola não é apenas um espaço fechado e rotineiro, mas um

ambiente sócio-cultural, onde se reproduz sim, mas também se produz e

reinventa o saber, a cultura, a vida e os sujeitos singulares.

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CAPÍTULO IV

A PRÁXIS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E

PEGAGÓGICA, A DOCÊNCIA E SUAS RELAÇÕES COM

O LÚDICO

Dentre as novas perspectivas de trabalho, um dos maiores desafios da

orientação educacional e pedagógica é orientar os professores quanto a

estratégias e dinâmicas que possam abordar uma proposta com possibilidades

de reconstrução do ensino, pois o lúdico tem demonstrado diferentes faces na

área educacional. Por vezes, professores conhecem a teoria, mas não como

praticar; em outras, associam teoria à prática, porém não podem exercê-la

devido a algumas problemáticas que rodam a prática docente.

A cultura escolar tem sido um fator intrínseco nessa abordagem. A

postura tradicional traz implicações acerca do trabalho lúdico. O enaltecimento

dos conteúdos (não descartando sua importância) frente aos objetivos a serem

atingidos em um determinado período de tempo, a grande busca por resultados

vêm comprometendo o processo de desenvolvimento pleno, alcançando

apenas algumas áreas de conhecimento e não possibilitando a construção da

criança como ser autônomo e criativo.

Outro aspecto relevante é a utilização dos recursos para o

desenvolvimento das atividades lúdicas. O brinquedo é um dos principais

instrumentos que possibilitam a relação da criança com o concreto, a ponte

entre o mundo da fantasia e o real, levando-a ao despertar e ao querer fazer. A

materialização de sentimentos, anseios e emoções, bem como o

desenvolvimento intelectual nas diferentes áreas, são alguns dos aspectos que

têm estimulado a orientação na busca pela inserção do concreto (brinquedo) na

metodologia de trabalho docente. Porém existem também algumas questões

que giram em torno dessa prática, entre elas estão o “como” trabalhar, a

estrutura escolar, a receptividade dos alunos. Torna-se imprescindível que o

fazer pedagógico diário esteja sendo acompanhadas e incentivadas através de

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textos, sugestões de bibliografia, intervenções e participações sistemáticas da

orientação educacional e pedagógica, sempre ciente da importância de seu

papel para promover um trabalho em conjunto na escola.

Como vimos anteriormente, poucos professores estão preparados para

exercer o lúdico em sala de aula e precisam de interferência na prática docente

por parte da supervisão para a tomada de novas posturas, pois o currículo dos

cursos de formação mostra-se deficiente em relação a tais práticas. Os

docentes estão sendo levados a negar o lúdico em nome da produtividade da

sociedade moderna, em detrimento da preparação para o futuro.

Outro aspecto relevante é pensar que mesmo que a existência do

lúdico tenha surgido no século passado, talvez pela falta de pesquisas que

produzam conhecimentos, essa prática venha perdendo sua verdadeira

essência. O modismo acerca das atividades lúdicas faz com que professores

tornem-se adeptos da reprodução de atividades. Mesmo sem as conhecerem

ou concordarem com elas, apenas as praticam devido ao movimento do

processo educativo que os envolve. Podemos perceber tal indicação na fala de

outra supervisora “... em alguns momentos chegaram a ser divulgadas

(atividades lúdicas), a sua utilização quase de forma ditadora. Caso o não uso,

o educador seria considerado arcaico, creio que isso precisa estar internalizado

e ser uma prática reflexiva.”

Torna-se imprescindível ressaltar a importância de se avaliar a forma

como o lúdico vem sendo implementado nas escolas. A falta de profissionais

preparados na área, a insuficiente estrutura das instituições, a receptividade

dos educandos são, entre outros, aspectos que distanciam essa prática da

realidade escolar.

Entretanto, temos percebido que, para muitos profissionais de

educação, a atividade lúdica restringe-se a atividades realizadas fora da sala

de aula, a recreação, por exemplo, em que as crianças fazem o que querem,

sem orientação ou acompanhamento em horários predeterminados. Contudo

Vygotsky (1984) afirma a importância da brincadeira do ponto de vista cultural,

social e, principalmente, pedagógico.

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Então, o brincar não é apenas uma atividade para se passar o tempo

ou divertir as crianças, mas traz em si uma gama de possibilidades de

desenvolvimento de potencialidades e propicia o despertar da criatividade do

professor e principalmente dos alunos. O orientador, por sua vez, precisa

constantemente mediar o trabalho docente nesta abordagem.

Este precisa criar situações de trabalho coletivo, onde o professor

possa praticar e confrontar problemas que emergem no cotidiano escolar, cuja

resolução necessita de reflexão. Então o seu papel será o de auxiliar no

processo ensino-aprendizagem, encorajando, valorizando e incentivando o

professor a constantes reflexões sobre a sua prática. Segundo Libâneo:

De fato, como toda instituição, as escolas buscam

resultados, o que implica uma ação racional, estruturada e

coordenada. Ao mesmo tempo, sendo uma atividade

coletiva, não depende apenas das capacidades a

responsabilidades individuais, mas de objetivos comuns e

compartilhados, de meios e ações coordenadas dos

agentes do processo. (2003, p.132)

Ainda na perspectiva de atribuição do lúdico para a aprendizagem dos

discentes, a grande maioria das profissionais envolvidas na pesquisa concorda

com que muitas são as contribuições trazidas pelas atividades lúdicas, entre

elas o desenvolvimento, o interesse, a participação nas atividades e a

possibilidade de trabalhar questões sociais, “ os alunos aprendem a lidar com

questões importantes como: respeito, organização, cognição, afetividade,

aspectos que estão atrelados ao projeto político pedagógico da escola.”

Por último, retomamos a questão que pode trazer respostas para

tantos questionamentos tratados no decorrer deste trabalho: Na sua opinião, a

orientação educacional e pedagógica pode auxiliar o trabalho dos professores

na inserção do lúdico na classe de alfabetização?

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Muitas reflexões e algumas críticas foram apontadas acerca desse

questionamento. Algumas profissionais com um posicionamento favorável ao

trabalho da orientação como mediação do processo educativo, “Creio que

através de momentos de trocas, compartilhando experiências e materiais que

possamos, juntamente com o apoio pedagógico, utilizar em nossa prática

docente, o trabalho em prol do lúdico e acontecerá de forma natural.” Outros

ainda com críticas acerca da escola e/ou especialista.

“As escolas, muitas vezes não permitem o trabalho através de

brincadeiras Querem conteúdos e resultados em um tempo determinado e os

orientadores e professores tendem a se adequar a estas e outras exigências

impostas.”

“Não, se formos esperar da orientação e supervisão estrutura e auxílio,

nada ou quase nada poderá ser feito.”

Pudemos perceber que, assim como muitos outros, alguns professores

ainda necessitam de intervenções por parte da orientação pedagógica para

exercerem reflexões e alçarem vôo em direção a novas abordagens. Uma das

docentes entrevistada concorda com que sala de aula é um lugar formal onde a

seriedade impõe ordem e respeito (o que já vimos anteriormente não ser

indicativo de que as crianças estejam aprendendo). Segundo ela, “Estou

escrevendo o que escrevi e meus alunos estão fazendo as atividades do

quadro em silêncio e com disciplina, pois acredito que só com disciplina,

respeito e limites possam chegar a algum lugar. Acredito na liberdade com

responsabilidade e respeito e, se necessário, liberdade vigiada.”

Infelizmente, essa é uma realidade ainda vivenciada em nossas

escolas e, a partir de algumas divergências encontradas, foi possível salientar

e confirmar as várias problemáticas que já haviam sido tratadas no decorrer de

todo o trabalho.

Pode-se afirmar que o lúdico ainda não está sendo praticado da forma

como deveria no cotidiano escolar. Apesar de a maioria dos profissionais

entenderem (mesmo que de forma subjetiva) a tal prática e serem favoráveis a

ela, há empecilhos e barreiras que limitam o trabalho, sendo as principais a

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falta de estrutura, a “má” influência da cultura escolar e a escassez de

profissionais habilitados para que o processo seja bem sucedido.

Contudo queremos crer que alguns docentes, ainda acreditam no

trabalho compartilhado, na parceria e troca com os especialistas para o

crescimento profissional, primam pela opção de fazer do processo de ensino-

aprendizagem um ato de prazer e alegria, valorizando, sim, o produto final do

processo, mas principalmente privilegiando a construção, o caminho a ser

percorrido. Pensamos que, se todos estivessem conscientes do verdadeiro

valor do lúdico para o desenvolvimento humano, atitudes e cobranças descritas

acima não estariam presentes no cotidiano escolar.

Portanto torna-se indispensável que o orientador atente para a

importância do seu trabalho como mediador de todo o processo, fazendo uma

ponte entre os pares, proporcionando trocas, viabilizando estudos e

possibilitando a transformação e renovação das práticas educativas.

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CONCLUSÃO

Ao longo do presente trabalho podemos perceber que o lúdico não é

somente um facilitador da aprendizagem, mas sim um fator fundamental e

essencial para um bom desenvolvimento global do individuo, como podemos

perceber, a criança aprende melhor brincando, pois o brincar é uma

necessidade, ela busca a satisfação de seus desejos imediatos, ela está

sempre pronta para criar outros sentidos para os objetos que possuem.

O lúdico como possibilidade e instrumento para o desenvolvimento

humano ainda não encontrou verdadeiramente um reconhecimento nas

práticas educacionais. Como também podemos perceber ao longo deste

trabalho, o seu reconhecimento ainda não tem sido validado, pois, tanto nas

instituições de formação dos profissionais da área, nas que já apresentam uma

experiência secular, quanto nas de ensino superior e docentes, mantém-se

pouquíssimas experiências ou inexpressivas linhas de pesquisa que abordem

tais atividades em suas práticas.

Foi possível constatar a relevância do trabalho do orientador, que além

de mediar o processo, tem a necessidade de estimular a inserção de novas

concepções pedagógicas para produção de aprendizagens, a aquisição do

conhecimento necessária para que o educador conheça e pratique as

atividades lúdicas em sala de aula. Levando o professor a modificar sua

prática, buscando novas estratégias e trabalhando em prol de uma educação

mais dinâmica e interativa.

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Ousamos a posicionar-nos como orientadora e acreditar que a inserção

das atividades lúdicas como instrumento pedagógico é possível sim e, apesar

de não ser uma realidade hoje, está em discussão nos cursos de formação, em

grupos de pesquisa e na formação continuada, o que já proporciona uma

expectativa de avanço.

Torna-se necessária a conscientização de todos os envolvidos no

processo educativo, mas, enquanto isto não acontece, pensamos ser o

orientador o elo, pois, apesar de ainda não ter total influência na formação dos

professores, podem trazer abordagens que estimulem tais práticas, levando-os

a enfrentarem as resistências com relação à “permissão” para desenvolver

esse trabalho dentro das instituições.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e

bases da educação nacional. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil,

Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/CCIVIL03/leis/L9394.htm. Acesso no dia 02 de jan

de 2010.

CASTRO, Elza Vidal; MATTOS, Maria do Carmo. Reflexões sobre a prática

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CURY, Augusto. Pais Brilhantes e Professores Fascinantes. 9. ed. Rio de

Janeiro: Sextante, 2003.

FERREIRO, Emília. Reflexão sobre alfabetização. 24. ed. São Paulo: cortez,

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GRINSPUN, Mirian P. S. Zippun (org) et al.,: A prática dos Orientadores

Educacionais, 4. ed. São Paulo: Cortez , 2001.

KISHIMOTO, Tizuko M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 3ª ed. São

Paulo: Cortez, 1999.O Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira, 1994.

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LIBÂNEO, José Carlos et alli.Educação escolar, São Paulo: Cortez, 2003.

MACEDO, Lino de; PETTY, Ana Lúcia Sicolli; PASSOS, Norimar Chirte.

Aprender com Jogos e Situações-Problema. Porto Alegre: Artmed, 2000.

MACHADO, Luiz. Manual do professor. 4. ed. Rio de Janeiro: Rodrigo da

Cunha Lima e Paulo Américo Gomes e Magalhães, 1998.

NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, Ed. Especial, 2006.

NOVAES, J. C. Brincando de Roda. Rio de Janeiro: Agir, 1992.

OLIVEIRA, V. B. O Brincar e a Criança. Petrópolis: Vozes, 1996.

PIAGET,J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo,imagem e

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PIAGET, Jean. A Formação do Símbolo na Criança: imitação, jogo e sonho.

Rio de Janeiro: Zanar, 1978.

PIMENTA, S. G. O pedagogo na escola pública. 3. ed. São Paulo: Loyola,

1995.

PLACCO, V. M. N. S. Formação e prática do educador e do orientador:

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SANTIN, S. Da alegria do Lúdico à opressão do rendimento. Porto

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SANTOS, Santa Marli Pires dos. (org.). Brinquedoteca: o lúdico em diferentes

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WALLON, Henri. Do Ato ao Pensamento. Lisboa: Morais, 1979.

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VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Fontes, 1987.

. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 4ª ed., 1991.

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ANEXO

Como podem ser confeccionados os jogos

O JOGO DA MEMÓRIA - PALAVRA E NÚMERO DE LETRAS

Inicialmente, escolher um vocabulário que faça parte do dia-a-dia da criança;

Depois, poderá ampliá-lo a um universo maior de palavras;

Apresentar jogos bem variados, em que as crianças possam escolher

livremente junto com seu grupo, de acordo com o nível em que se encontram:

pré-silábico, silábico ou alfabético.

Material:

Canetas hidrocor, lápis de cor, papéis variados, figuras de revistas ou

desenhos dos alunos.

No verso, os cartões deverão ser da mesma cor, para que os alunos não

possam identificá-los.

Como jogar:

Os cartões serão colocados virados para baixo;

Quem começa o jogo é quem vira dois cartões;

Se for iguais, ele guarda os cartões para si e joga outra vez;

Se os cartões forem diferentes, coloca-os novamente virado para baixo no local

onde estavam;

Vencerá o jogador que ficar no final com o maior número de cartões.

DOMINÓ

Materiais:

Placas de isopor;

EVA, cola para EVA ou isopor;

Lápis de cor, hidrocor;

Desenhos de animais, frutas ou objetos que iniciem com as letras do alfabeto;

Os desenhos podem ser pintados ou confeccionados pelas crianças,

recortados de revistas e livros.

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Como jogar;

O objetivo deste jogo é que as crianças identifiquem figuras e suas respectivas

letras iniciais.

JOGO DA METADE – PROFISSÕES

Deveram ser escolhidas várias profissões, de preferência que as letras iniciais

não se repitam para facilitar a assimilação das crianças.

Material:

EVA, hidrocor para escrever os nomes;

Cola para EVA, papel chamex em cores variadas.

Como jogar:

Os nomes das profissões deverão ser colocados em triângulos do mesmo

tamanho e da mesma cor, a criança deverá identificar as profissões iguais,

montando os triângulos e formado um quadrado.

JOGO DE PALAVRAS E FRASES

Material:

Caixa ou sacola com tipos variados de palavras em fichas;

Papéis variados para confeccionar as fichas.

Como jogar:

Dividir a turma em duas equipes: masculino e feminino;

Uma criança retira uma ficha com uma palavra;

Ela lê a palavra baixinho para o professor (se acertar, ganha ponto);

Depois ela faz a mímica da palavra para os colegas descobrirem;

A equipe que descobrir em primeiro lugar ganha ponto;

Depois ela prega a ficha no quadro e escreve uma frase com a palavra;

Os colegas lêem a palavra e a frase que ele escreveu;

O aluno ao escrever a frase ganha ponto.

CAIXINHA DA SÍLABAS

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Material;

O material é o mesmo utilizado no jogo de palavras e frase;

Colocar vários cartões com sílabas variadas.

Como jogar:

Os alunos ficarão sentados nas carteiras em círculo;

A caixinha é passada de mão em mão, na sua vez, o aluno retira uma ficha;

Ele deverá dizer rapidamente uma palavra começada com aquela sílaba. Se

demorar a dizer a palavra, ele deverá pagar uma prenda: dizer um versinho,

cantar, dançar, imitar um animal, etc.

Variação:

O professor poderá variar o joguinho, colocando na caixinha fichas com as

letras do alfabeto para as crianças dizerem a palavra começada com a letra ou

escrevê-la no quadro.

BINGO DE PALAVRAS

Material:

Folhas de papel ou cartelas com uma palavra escrita na parte superior.

Como jogar:

Dividir a turma em equipes de 04 (quatro) ou 06 (seis) alunos;

Entregar a cada componente do grupo uma cartela com palavras diferentes;

Os alunos preenchem a cartela, escrevendo as palavras de acordo com a

primeira letra de cada coluna;

O professor marca o tempo para os alunos preencherem a cartela;

Findo o tempo, os alunos recolhem as cartelas do seu grupo e fazem a

contagem total de pontos;

Cada acerto de palavra valerá um ponto;

A equipe que obtiver mais pontos será a vencedora.

Variação:

O professor poderá passar no quadro a palavra chave e os alunos fazem no

caderno;

O professor marcará o tempo;

No final, o aluno que conseguir escrever mais palavras será o campeão

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BINGO DE LETRAS

As cartelas devem conter letras variadas. Algumas podem conter só letras do

tipo bastão; as outras, somente cursivas; e outras, letras dos dois tipos,

misturadas.

Bingo de palavras: as cartelas devem conter palavras variadas. Algumas

podem conter só palavras do tipo bastão; as outras, somente cursivas; e

outras, letras dos dois tipos.

JOGOS COM O ALFABETO

Utilize um alfabeto móvel (1 consoante para cada 3 vogais). Divida a classe em

grupo e entregue um jogo de alfabeto para cada um.Vá dando as tarefas, uma

a uma:

*levantar a letra ___

* organizar em ordem alfabética

* o professor fala uma letra e os alunos falam uma palavra que inicie com ela.

* formar frases com a palavra escolhida

*formar palavras com o alfabeto móvel

* contar as letras de cada palavra v separar as palavras em sílabas

*montar histórias com as palavras formadas

* montar o nome dos colegas da sala

* montar os nomes dos componentes do grupo.

FORMANDO PALAVRAS

Número de jogadores: 4 por grupo.

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Material: 50 cartões diferentes (frente e verso) Um kit de alfabeto móvel por

grupo (com pelo menos oito cópias de cada letra do alfabeto)

Desenvolvimento: Embaralhe os cartões e entregue dez deles para cada grupo;

Marque o tempo – 20 minutos – para formarem a palavra com o alfabeto móvel

no verso de cada desenho. Ganha o jogo o grupo que primeiro preencher todos

os cartões.

Variações: Classificar (formar conjuntos) de acordo:

* com o desenho da frente dos cartões;

*com o número de letras das palavras constantes dos cartões;

*com o número de sílabas das palavras dos cartões;

* com a letra inicial;

JOGO DE RIMAS

Material:

Lápis, papel e relógio;

Como executar:

O professor proporá as crianças que escrevam o maior número de palavras

que tenham o mesmo som final (ex. balão, pavão, botão etc.) Este jogo poderá

ser individual ou em grupo.O professor dará um tempo para as crianças

terminarem a tarefa minutos.No final a criança ou grupo, irá ler as palavras que

conseguiram escrever.Vence quem conseguir o maior número de palavras.

A PALAVRA É...

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Material:

Rótulos de produtos, fichas com palavras recortadas de jornais e revistas ou

palavras que fazem parte do conhecimento da criança.

Como jogar:

Colocar dentro de uma sacola, envelope ou caixa o rol de palavras

significativas. O aluno retira uma palavra e lê em voz alta. Ganha quem

conseguir ler mais palavras.

BINGO DE PALAVRAS

Material:

Cartela com palavras contextualizadas em sala de aula (nomes de pessoas,

animais, frutas, flores, brinquedos, etc.).

Como jogar:

Cada criança recebe uma cartela do bingo com nomes diversificados.Colocar

em uma sacola cartões com as letras do alfabeto.Sortear uma letra. Quem tiver

na cartela a letra sorteada vai marcando com tampinhas ou sementes. Vence

quem primeiro preencher a cartela.

ALFABETO ILUSTRADO

Material:

Confeccione 23 palavras em cartões que fazem parte do vocabulário da criança

e mais 23 cartões com os desenhos das palavras.

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Como jogar:

Para começar, os cartões devem ser virados com a face para baixo e

embaralhados. Cada criança recebe 4 cartões e os demais ficam no monte. A

cada rodada, o jogador compra uma carta no monte. Vence quem tiver o maior

número de associações.

DOMINÓ DE LETRAS

Através desse jogo, crianças a partir de 5 anos aprendem a diferenciar letras

maiúsculas e minúsculas do alfabeto.

Material:

Confeccionar 24 peças tipo dominó, uma parte com letra maiúscula e a outra

com letra minúscula. A primeira peça terá a mesma letra nas duas partes,

porém as demais em peças diferentes.

Como jogar:

Poderão participar até 4 jogadores. Embaralhar as peças e dividir em número

igual aos participantes. O primeiro a jogar será o jogador que tiver a peça A a.O

próximo será o jogador que tiver a peça com a letra “A” maiúscula. Os

Jogadores deverão encaixar sempre as letras minúsculas nas maiúsculas.

Sempre que for a vez de um jogador e ele não tiver a peça que encaixa, ele

deverá passar a vez para quem tiver.Vencerá quem encaixar todas as peças

no jogo primeiro.

FORCA

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Colocar na lousa as lacunas da palavra e desenhar a forca.Consiste em

adivinhar qual a palavra que está escondida. O aluno vai sendo enforcado aos

poucos a cada letra que errar. Deve dizer as letras que acha que vão formar a

palavra.

Duas modalidades do jogo:

1) Jogo sem dica e sem tempo limite. Tem que adivinhar as letras para formar

a palavra.

2) Jogo com dica e com limite de tempo. A resposta é a palavra escondida. Se

oferecer a dica da palavra, o aluno terá um limite de 2 minutos pra conseguir

adivinhar.

QUEBRA-CABEÇA DAS SÍLABAS

Materiais:

- Imagens diversas;

- Palavras Digitadas no computador e impressas;

- Papel cartaz;

- Contact;

- Cola bastão, tesoura e lápis de cor.

Confecção:

Corte o papel cartaz em cartões com 15cm de altura por 10 cm de largura;

Cole as figuras no cartão recortado com seu nome logo abaixo (se as figuras

forem preto e branco pode-se colorir com lápis de cor);

Cubra tudo com contact;

Corte o cartão na vertical separando as sílabas da palavra

Modo de jogar

Pode-se jogar individualmente ou em duplas;

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O aluno deve encaixar as peças até formar a figura e a palavra correta.

JOGO DOS 7 ERROS

A professora elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, inverte a ordem de 2

letras (ex: cachorro – cachroro). A criança deve achar esses 7 erros.

ACHE O ESTRANHO

A professora recorta, de revistas, rótulos, logomarcas, embalagens, etc.

Agrupa-os por categoria, deixando sempre um "estranho" (ex: 3 alimentos e um

produto de limpeza; 4 coisas geladas e 1 quente; 3 marcas começadas por "A"

e uma por "J"; 4 marcas com 3 letras e 1 com 10, etc.) Cola cada grupo em

uma folha, e pede ao aluno para achar o estranho.

JOGO DOS 7 ERROS

A professora escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e acrescenta

7 palavras que não façam parte dele. A criança deve localizar quais são elas.

JOGO DOS 7 ERROS

A professora escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e omite 7

palavras. O aluno deve descobrir quais são elas.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O LÚDICO 10

1.1 – O Lúdico como Facilitador da Aprendizagem 13

1.2 – O papel do brinquedo 16

1.3 – Brincadeiras populares, diversões de antigamente que encantam 19

CAPÍTULO II

O JOGO COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA ALFABETIZAÇÃO 21

2.1 – Sugestões de jogos pedagógicos 22

CAPÍTULO III

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E O SEU PAPEL TRANSFORMADOR 24

3.1 – Surgimento e regularização da profissão 24

3.2 – As atribuições do Orientador 29

3.3 – O Orientador Educacional como agente transformador 32

3.4 – A Influência da Orientação Educacional e Pedagógica na

formação de Professores 34

3.5 – A Interferência da Cultura Escolar 37

CAPÍTULO IV

A PRÁXIS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PEDAGÓGICA,

A DOCÊNCIA E SUAS RELAÇÕES COM O LÚDICO 39

CONCLUSÃO 44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46

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ANEXOS 49

ÍNDICE 58

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