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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E SUA IMPORTÂNCIA NAS EMPRESAS DE CENTRAL DE ATENDIMENTO Por: Denise Ricardino da Silva Machado Orientador Prof. Paulo José Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · Qualidade de vida no Trabalho é o conjunto das ações de uma empresa que envolve a implantação de melhorias e inovações

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1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E SUA IMPORTÂNCIA

NAS EMPRESAS DE CENTRAL DE ATENDIMENTO

Por: Denise Ricardino da Silva Machado

Orientador

Prof. Paulo José

Rio de Janeiro

2011

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E SUA IMPORTÂNCIA

NAS EMPRESAS DE CENTRAL DE ATENDIMENTO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Recursos Humanos.

Por: Denise Ricardino da Silva Machado.

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar,

aos meus pais, esposo e a todos

aqueles que de alguma forma

contribuíram para o desenvolvimento

deste trabalho.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus pelo seu

infinito amor e sua misericórdia, aos meus

pais e cônjuge pelo amor e carinho.

5

RESUMO

Este trabalho é um estudo sobre Qualidade de Vida no Trabalho e

teve como campo de pesquisa a área de Central de Atendimento. O objetivo

deste trabalho é avaliar o quanto o cuidado e o tratamento diferencial de uma

empresa com o seu colaborador, reflete diretamente na sua produtividade.

Para tal, foi realizado uma pesquisa quantitativa com os funcionários de

algumas empresas de Call Center com a finalidade de identificar se essas

empresas estão interessadas em trabalhar a qualidade de vida dessas

pessoas e até que ponto, é exigido por essas empresas aos seus

colaboradores, uma contra partida pelos benefícios que eles recebem.

6

METODOLOGIA

O principal método utilizado para o desenvolvimento deste trabalho

será a pesquisa quantitativa através de questionários com perguntas fechadas

que proporcione traçar as causas e consequências que influenciam na

produtividade e rendimento de uma equipe de colaboradores que atuam

diretamente em um Call Center.

Todo o material será analisado através da coleta de dados e com

base em uma conceituação teórica retirada das pesquisas bibliográficas sobre

o assunto.

A amostra será constituída por 60 pessoas que aceitaram participar

da pesquisa.

Uma vez concluída a coleta de dados e a análise das entrevistas

realizadas, será realizado um levantamento sobre a importância de

investimento na satisfação dos clientes internos de uma empresa, através de

ações e programas de qualidade de vida, que interferem diretamente no

cotidiano de trabalho dos colaboradores que atuam no setor de call center.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Comunicação no atendimento – A Evolução 10

CAPÍTULO II - Qualidade de Vida no Trabalho – O Conceito 13

CAPÍTULO III - Origem e Evolução da Qualidade de Vida no Trabalho 16

CAPITULO IV – Demonstração e Análise dos dados coletados na pesquisa

realizada com os colaboradores da área de Central de Atendimento, das

empresas Contax, Atento e Tivit. 19

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37

ANEXOS 39

ÍNDICE 42

8

INTRODUÇÃO

Segundo Agner Erlang (1909), o conjunto de facilidades

(equipamentos, sistemas e pessoal) que tem como objetivo fazer a ligação

entre clientes e a empresa é denominado Call Center ou Central de

Atendimento. Sua função seria centralizar o recebimento de ligações

telefônicas distribuindo-as aos operadores e possibilitando o atendimento aos

usuários, realizações de pesquisas de mercado, vendas, retenção e outros

serviços por telefone, chat, web ou e-mail.

Conforme Limongi (2003) a qualidade de vida em um Call Center é o

ponto de excelência pessoal e organizacional que fazem inúmeros benefícios

ao empregado e empregador, ou seja, a empresa. As empresas de Call Center

que aderem as atividades de qualidade de vida, acabam também vivenciando

os inúmeros benefícios que produzem saúde e bem estar aos funcionários.

Dessa forma, as empresas ganham mais produtividade, através de um maior

envolvimento dos funcionários e estes, ganham maior satisfação em trabalhar

e consequentemente produzem melhor. Atrelada a essa forma de gerir

pessoas, passam a ocupar os rankings de classificação de melhores empresas

para seus colaboradores.

No caso do Call Center, um dos maiores desafios, tem sido a

manutenção da motivação dos operadores das centrais de atendimento, visto

que após um período na mesma função, a atividade torna-se desgastante e

consequentemente improdutiva. Um funcionário saudável, que se sente bem

no seu ambiente de trabalho e na função que desempenha, pode produzir

muito mais do que aquele que não se reconhece e não se identifica como

colaborador do espaço que ocupa e como responsável pelo trabalho que

desenvolve, ou seja, não sentir-se valorizado ou necessário à empresa, pode

produzir no colaborador um desgaste que vai refletir diretamente na

produtividade de toda equipe e posteriormente nos lucros dessa mesma

empresa.

9

Qualidade de vida no Trabalho é o conjunto das ações de uma

empresa que envolve a implantação de melhorias e inovações

gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho, onde a

qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em

que se olha a empresa e as pessoas como um todo.

(VASCONCELOS, 2001, p.25).

Por entender que formas de motivação e ações de valorização têm

reflexo direto na qualidade de vida dos colaboradores em suas empresas, este

estudo na área de Central de Atendimento, visa demonstrar como a falta de

condições apropriadas para o desenvolvimento do trabalho, acabam por gerar

alguns transtornos na rotina diária dos profissionais desta área e

consequentemente na dinâmica das empresas que eles representam.

10

CAPITULO I

COMUNICAÇÃO NO ATENDIMENTO – A EVOLUÇÃO

Conforme Bekin (2004), seja qual for a política ou método de

atendimento via telefone ou face a face, a empresa não pode deixar de

controlar sua qualidade nem deixar de dar adequada formação aos seus

profissionais que entrarão em contato direto com os clientes, quer para

promover seus produtos ou serviços, quer para responder à reclamação ou dar

esclarecimentos através de um atendimento receptivo.

Segundo um dito popular, “a primeira impressão é a que fica!” Na

área de atendimento esse ditado popular funciona como real, visto que quando

um cliente liga para uma central de atendimento para tirar dúvidas, comprar ou

reclamar de algum produto ou serviço, a primeira impressão que ele tem dessa

empresa, seja ela positiva ou negativa, consequentemente ele levará para

outros clientes e também para os concorrentes.

O telefone utilizado como ferramenta de atendimento, integrado aos

objetivos da empresa, passou por diversas fases ao longo dos últimos anos,

fases essas que correspondem ao aumento dos modelos mercadológicos, ao

incremento da competividade, da globalização e a busca por uma gestão de

qualidade, eficácia e eficiência.

Seguem abaixo os estágios que utilizam o telefone como ferramenta

para a empresa:

Televendas

De acordo com Mancini (2001), o registro mais remoto que se tem

do emprego do telefone de forma empresarial foi datado em 1880, apenas

quatro anos após sua invenção. Neste ano, segundo o autor, um fabricante de

doces resolveu vender seu produto por telefone. Formou uma equipe com mais

11

de 100 pessoas, que passaram a cadastrar e contatar clientes. Esse processo

utilizando o telefone foi denominado televendas.

O autor acrescenta que o conceito de televendas engloba os

procedimentos mais simples e vantajosos que envolvem o telefone, visto que

quando um serviço ou produto é apresentado a um cliente em potencial, por

esse meio de comunicação, este tipo de procedimento atende um número

maior de clientes em uma variedade maior de lugares, em menos tempo e com

menor custo.

Telemarketing

O surgimento oficial do termo “telemarketing” vem da década de 80

e se instalou no Brasil junto com a chegada das multinacionais americanas,

ganhando força e abertura dentro das áreas de atendimento ao cliente nas

empresas.

Para Stone e Wyman (1992), o telemarketing aplica a tecnologia

com o intuito de otimizar o mix das comunicações de marketing da empresa,

com a finalidade de atingir diretamente o cliente.

Já segundo Freitas (2000), considera-se telemarketing, toda e

qualquer atividade realizada por meio de diversos sistemas de tele-informação

e multimídia objetivando desenvolver ações padronizadas de marketing.

O telemarketing pode ser desenvolvido de três formas:

Ativo

Neste tipo de telemarketing, o operador liga para o cliente com o

objetivo de vender os produtos ou serviços da empresa que está

representando.

Receptivo

Quando o cliente entra em contato com o atendente tanto para

esclarecer, realizar reclamações, como para realizar pedidos, como é o caso

de sistemas de entrega a domicílio via telefone, web ou outro canal de

comunicação escolhido por ele.

Telemarketing Ativo – Receptivo

12

Neste caso, o operador recebe a ligação do cliente para adquirir

produtos ou serviços e o operador, aproveitando a mesma ligação, oferece

outros produtos ou serviços para o cliente. Esta ferramenta de marketing vem

crescendo espantosamente e obtendo ótimos resultados tanto em grandes

como em pequenas empresas, em diversos setores da economia.

13

CAPITULO II

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO – O CONCEITO

A qualidade de vida no Trabalho (QVT) é algo que ocorre entre as

pessoas, num processo de relacionamento baseado no respeito mútuo entre

todos os membros da equipe. Este é um processo participativo na solução de

problemas, para o qual a empresa e colaboradores não somente produzirão

melhores soluções e discussões, como também, um clima de maior satisfação

com as pessoas no cotidiano do trabalho.

Alguns conceitos da Qualidade de Vida no Trabalho são:

a participação do empregado nas decisões que afetam o

desempenho de suas funções, a reestruturação de tarefas, as

estruturas e os sistemas para que estas ofereçam maior

liberdade e satisfação no trabalho, os sistemas de

compensações que valorizem o trabalho de modo justo e de

acordo com o desempenho, a adequação do ambiente de

trabalho às necessidades individuais do trabalhador e a

satisfação com o trabalho desenvolvido. (PILATTI e

BEJARANO, 2005, p. 85-104).

Conforme Carmello (2007), Qualidade de Vida nas Organizações

significa encorajar e apoiar hábitos e estilos de vida que promovam saúde e

bem estar entre todos os colaboradores e suas famílias, durante toda a sua

vida profissional.

Os programas de qualidade de vida existem como forma de gerar

estratégias que tenham a finalidade de promover um bom ambiente de

trabalho, que incite e dê suporte ao colaborador e à empresa, conscientizando

a ambos, sobre a condição de saúde do colaborador que está diretamente

relacionada à qualidade dos produtos e/ou serviços oferecidos pela empresa,

bem como pelo desenvolvimento e crescimento de sua produtividade.

14

De acordo com Carmello (2007), não é suficiente para a empresa,

ter como principal objetivo mudar relevantemente o estado de saúde e estilo de

vida dos seus profissionais, porém encorajá-los a cuidarem e gerenciarem sua

própria saúde, adquirirem hábitos saudáveis, que proporcionem a eles

satisfação e crescimento, gerando consequentemente para a empresa, o

aumento de produção e redução de custos.

Principais benefícios identificados com a adoção dos programas

de qualidade de vida no trabalho:

Melhoria da produtividade

Empregados mais alertas e motivados

Melhoria da imagem corporativa

Menos absenteísmo

Melhoria das relações humanas e industriais

Baixas taxas de enfermidade

Melhoria da moral da força de trabalho

Redução em letargia e fadiga

Redução de turnover

Missão Estratégica

Segundo Conte (2003), trabalhadores com Qualidade de Vida no

Trabalho são mais felizes e produzem mais. Para o autor, a QVT é baseada no

princípio de que o comprometimento com a qualidade, ocorre de forma mais

natural nos ambientes em que os trabalhadores se encontram intrinsecamente,

envolvidos nas decisões que influenciam diretamente suas atuações.

Segundo Chiavenato (1996), a Qualidade de Vida no Trabalho

representa o grau em que os membros da organização são capazes de

satisfazer as suas necessidades pessoais através de suas experiências na

organização.

Chiavenato (1996) ressalta ainda, que as organizações são

inventadas pelo homem para se adaptarem a circunstâncias ambientais, a fim

de alcançarem objetivos. Se essa adaptação é conseguida e os objetivos são

alcançados, então a organização será considerada eficaz.

15

Fernandes (1996) define a Qualidade de Vida no Trabalho como

a gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sócio-

psicológicos que afetam a cultura e renovam o clima organizacional, refletindo

no bem-estar do colaborador e na produtividade da empresa, com relação aos

fatores sócio-psicológicos.

16

CAPITULO III

ORIGEM E EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO

Segundo Vasconcelos (2001), a qualidade de vida teve a atenção do

ser humano, sendo contextualizado de várias formas, e estando sempre

voltada a facilitar ou trazer satisfação e bem estar ao colaborador na execução

de suas tarefas.

O autor considera que a Qualidade de Vida no Trabalho tem sua

origem marcada em 300 a.c. pela contribuição de Euclides de Alexandre, para

a melhoria do método de trabalho dos agricultores a margem do Rio Nilo e em

287 a.c., por Arquimedes ao propor a Lei de Alavancas, que tinha como

finalidade diminuir o esforço físico físico dos trabalhadores.

Ainda segundo Vasconcelos (2001), Durante anos, estudiosos

(sociólogos, filósofos, engenheiros e pesquisadores) contribuíram para o

estudo sobre satisfação do indivíduo no trabalho. Entre os pesquisadores,

mostrou-se relevante o estudo comportamental do indivíduo, de sua motivação

para obtenção das metas organizacionais e da qualidade de vida do

trabalhador.

Para Fayol (1990), não chegaram a ser irrelevantes coisas como

salário, iluminação, calefação e viveres para os funcionários, porém sem

dúvida, tanto a empresa quanto os trabalhadores tem muito a ganhar maior for

a instrução, a estabilidade social, afetiva, a saúde e até a moralidade de seus

funcionários.

Como esses são elementos fundamentais para o bom andamento

da empresa, Fayol considera como responsabilidade das organizações,

promover tais projetos, e como não é possível ser feito somente nas oficinas,

vem ressaltar a importância de um trabalho fora das dependências da

empresa.

Entretanto um fator importante ressaltado por Fayol, como fator

determinante para atingir o objetivo, é que projetos devem ser discretos e

17

prudentes para que o próprio trabalhador possa se interessar e se envolver e

no final, havendo uma aceitação, sem imposições e autoritarismo.

A contribuição do patrão para o bem-estar do operatório pode

ser variada. Na fábrica, ela desenvolve-se sobre questões de

higiene e conforto: ar, luz, limpeza, refeitório. Fora da fábrica,

aplica-se a moradia, a alimentação, a instrução e a educação.

(Fayol, 1990 p.56).

Segundo Vasconcelos (2001), é relevante mencionar o trabalho de

Frederick Herzberg, cuja Teoria de dois fatores associava a insatisfação do

funcionário com o trabalho ao ambiente de trabalho e ao trabalho em si.

Os fatores higiênicos para a produção de insatisfação,

compreendem: o político e a administração da empresa, as relações

interpessoais com os supervisores, condições de trabalho, salários, status e

segurança no trabalho.

Os fatores motivacionais de satisfação abrangem: realização,

reconhecimento do próprio trabalho, responsabilidade e progresso ou

desenvolvimento.

Ressalta-se, portanto, que os desafios enfrentados continuam, isto

é, tornam a Qualidade de Vida no Trabalho, uma ferramenta gerencial e não

mais um processo passageiro.

Nota-se que, nos dias atuais, o indivíduo tem trabalhado cada vez

mais, e por consequência, tem tido menos tempo para si mesmo.

Conforme Pilatti (1999, p.25), declarou dessa forma: “O problema

começou quando transformamos o tempo das empresas em nossas empresas

em vez de comprar a produção”.

De acordo com Vasconcelos (2001), o acúmulo de diversos

trabalhos e a excessiva carga horária, promove ao colaborador uma posição

de inércia, o que leva a desmotivação e consequentemente ao

desenvolvimento do trabalho de forma insuficiente para um rendimento que

seja produtivo e de interesse da empresa em mantê-lo. De outra forma

também, as empresas acabam não identificando a necessidade do

colaborador em ter algo que o mova de forma mais eficaz no desenvolvimento

18

de suas atividades e até mesmo na sua capacidade criativa e propositiva no

trabalho.

Tabela – Evolução do Conceito de QVT

CONCEPÇÕES

EVOLUTIVAS DO QVT

CARACTERISTICAS OU VISÃO

1 – QVT como uma variável

(1959 a 1972)

Reação do indivíduo ao trabalho.

Investiga como melhorar a qualidade de vida no trabalho

para o indivíduo.

2 – QVT como uma

abordagem (1972 a 1975)

O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional;

Mas, ao mesmo tempo, buscava-se trazer melhorias tanto

ao empregado quanto à direção.

3 – QVT como um método

(1972 a 1975)

Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para

melhorar e tornar o trabalho mais produtivo e satisfatório.

QVT era vista como sinônimo de grupos autônomos de

trabalho, enriquecimento de cargo ou desempenho de

novas plantas como integração social e técnicas.

4 – QVT como um

movimento (1975 a 1980)

Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as

relações dos trabalhadores com a organização.

Os termos “administração participativa” e “democracia

industrial” eram frequentemente ditos como ideais do

movimento de QVT.

5 – QVT como tudo (1979 a

1982)

Como panaceia contra a competição estrangeira,

problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade,

problemas de queixas e outros problemas

organizacionais.

6 – QVT como nada (Futuro) No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no

futuro, não passará de um “modismo passageiro”.

19

CAPITULO IV

DEMONSTRAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

COLETADOS NA PESQUISA REALIZADA COM OS

COLABORADORES DA ÁREA DA CENTRAL DE

ATENDIMENTO

Para o desenvolvimento desse estudo, foi utilizado como aporte

metodológico uma pesquisa quantitativa e realizada a abordagem aos

colaboradores através de questionários com perguntas fechadas que

proporcionasse traçar as causas e consequências ao conhecimento de que

forma as condições de trabalho influenciam na produtividade e no rendimento

de uma equipe de colaboradores que atuam diretamente em uma Central de

Atendimento.

O quantitativo, conforme o próprio termo indica, significa

quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de

informações, assim como também com o emprego de recursos

e técnicas estatísticas desde as mais simples, como

percentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, até as

de uso mais complexo, como coeficiente de correlação, análise

de regressão, etc., normalmente utilizamos em defesas de

teses. O método quantitativo é muito utilizado no

desenvolvimento das pesquisas descritivas, na qual se procura

descobrir e classificar a relação entre variáveis, assim como na

investigação da relação de causalidade entre os fenômenos:

causa e efeito. (Oliveira, 2001 p.115).

Todo o material foi analisado através da coleta de dados e com

base em uma conceituação teórica retirada das pesquisas bibliográficas sobre

o assunto.

20

A amostra foi constituída por 60 pessoas que aceitaram participar da

pesquisa.

Uma vez concluída a coleta de dados e a análise das entrevistas, foi

realizado um levantamento sobre a importância de investimento na satisfação

dos clientes internos de uma empresa, através de ações e programas de

qualidade de vida, que interferem diretamente no cotidiano de trabalho dos

colaboradores que atuam no setor de call center.

Esta pesquisa foi aplicada durante os meses de abril e maio de

2011 e responderam aos questionários um total de sessenta pessoas dos

sexos masculino e feminino e em diferentes turnos dentro de três importantes

organizações no ramo de call center situadas no Centro do Rio de Janeiro:

Contax, Atento e Tivit.

Abaixo seguem os gráficos e as principais impressões dos mesmos.

Gráfico I - Idade

Idade

25%

42%

13%

20%De 21 a 25 anos

De 26 a 30 anos

De 31 a 35 anos

36 anos ou mais

De acordo com o gráfico acima, constata-se que a maior faixa etária

corresponde a indivíduos que tem entre 26 a 30 anos de idade.

Gráfico II – Sexo

28%

72%

0%

50%

100%

Maculino Feminino

Sexo

Série1

21

Considerando o total de pessoas abordadas, os resultados mostram

que as mulheres são a maioria dos colaboradores, pois representaram 72%

dos entrevistados.

Gráfico III – Tempo de trabalho na empresa atual

Tempo de Empresa

13%

32%55%

Menos de 2 anos

De 02 a 03 anos

Mais de 3 anos

Conforme o gráfico 13% dos colaboradores tem menos de 2 anos de

empresa, 32% entre 2 e 3 anos, apenas 55% tem mais de 3 anos. Percebe-se

que não há rotatividade entre os colaboradores, pois a maioria tem entre 2 e 3

anos de empresa.

Gráfico IV – Nível de Formação Escolar

Escolaridade

22%

13%

37%

28%

Ensino MédioCompleto

Ensino MédioIncompleto

Ensino SuperiorCompleto

Ensino SuperiorIncompleto

Interessante notar que 37% dos colaboradores possuem nível superior,

no qual a maioria cursaram ou cursam administração de empresa, pedagogia,

ciências contábeis, psicologia.

Para Mendes (2005), vemos que a média da escolaridade, visto com a

medida da qualificação, está ligada ao seu entendimento de que as novas

22

tecnologias consequentemente necessitam e buscam trabalhadores

qualificados, mesmo que o tipo de trabalho seja degradante, no sentido do

trabalho repetitivo e rotineiro.

Gráfico V – Manutenção do Ambiente de Trabalho

17%

63%

18%2%

0%20%40%60%80%

MuitoBoa

Boa Razoável Ruim

Limpeza do seu ambiente de Trabalho

Série1

Como visto 63% dos funcionários consideram a limpeza e a

manutenção das condições de higiene de seu ambiente de trabalho de boa

qualidade.

Para Chiavenatto (1999), um ambiente de trabalho agradável pode

melhorar o relacionamento e a produtividade, assim como reduzir acidentes,

doenças e rotatividade do pessoal. Fazer do ambiente um local agradável para

se trabalhar tornou-se uma verdadeira obsessão para as empresas bem

sucedidas.

Gráfico VI – Considerações sobre a alimentação dos

colaboradores

Alimentação

15%

30%52%

3%Muito Boa

Boa

Razoável

Ruim

23

Sobre o aspecto apresentado neste gráfico, 52% consideram sua

alimentação razoável, pois identificam e relatam que apenas 15 minutos de

intervalo não possibilita que se tenham as condições ideais para realizar de

uma refeição adequada e de qualidade.

Gráfico VII – Intensidade e dinâmica de trabalho

Ritmo de trabalho

3%28%

54%

15%Muito Boa

Boa

Razoável

Ruim

No que se refere ao ritmo de trabalho, 54% dos colaboradores

consideram razoável a sua jornada diária.

A sobrecarga de agentes estressores também pode ser considerada

um fator importante para eclosão do estresse patológico no trabalho. A

sobrecarga de estímulos estressores é um estado no qual as exigências do

ambiente excedem nossa capacidade de adaptação.

Os quatro fatores principais que contribuem para a demanda

excessiva de agentes estressores no trabalho são: urgência de tempo,

responsabilidade excessiva, falta de apoio e expectativas excessivas de si

mesmo e daqueles que os cercam.

Gráfico VIII – Prevenção de Doenças Ocupacionais

Preocupação da empresa em prevenir doenças ocupacionais

8%

40%42%

10% Muito Bom

Bom

Razoável

Ruim

24

Observa-se que 42% dos empresários se preocupam em prevenir

doenças ocupacionais e essa porcentagem pequena se dá em função do

discurso que atrela o cuidado com a saúde a um maior custo para a empresa.

Segundo COCCO (2001), as empresas devem pensar na saúde do

trabalhador numa nova perspectiva, a promoção à saúde no trabalho, que tem

reflexos na competitividade das empresas e do país, além de investir na

qualidade de vida no trabalho e do trabalhador. Isso ocorre devido a

determinados aspectos serem importantes tanto para a empresa quanto para o

país, como é o caso do custo com os dias de afastamento, a retirada precoce

do trabalho por invalidez e os acidentes de trabalho. Deve ainda ser

considerada a relação saúde mental e trabalho, uma vez que se identifica um

aumento do número de pessoas acometidas principalmente por distúrbios

leves, como ansiedade, tristeza, depressão e stress.

Gráfico IX – Políticas de Premiação

Politica de premiação pelo trabalho apresentado

3%

39%

30%

28% Muito Boa

Boa

Razoável

Ruim

Conforme o gráfico acima apresentado demostra que 39% dos

colaboradores estão satisfeitos com a política de premiação da empresa.

Segundo Ana Maria Moreira Monteiro (2005), segue passo a passo

como traçar o melhor plano incentivo:

- Desenvolva um plano – Monte um plano de incentivos que seja

simples e direto, e que ofereça algo de últil para os vencedores. “Pessoas

diferentes são motivadas por coisas diferentes”.

- Seja ágil – Quanto mais longe um fato estiver da recompensa,

menor será o impacto quanto à motivação. Não demore, não deixe para

depois. Diga em que acertaram e porque isso ajudará a empresa.

25

- Seja específico – Deixe claro a todos o motivo da premiação ou

qualquer congratulação.

- Ouça os participantes – Pergunte quais são as principais

dificuldades e envolva os participantes na busca de soluções. As pessoas se

desmotivam quando não se interessam por elas. Repreensões é uma forma

de feedback. Seja “duro” com o desempenho e não com as pessoas.

- Elogie – Pegue as pessoas fazendo algo certo, seja específico com

os elogios, valorize as atitudes positivas.

- Seja um pesquisador e pergunte – O que motiva você? Que tipo de

coisa gosta de fazer? O que realmente te entusiasma?

- Faça com que eles persistam – Isso se consegue através de

acompanhamento, reconhecimento, organização, “delegação” e boa

comunicação.

- Crie um clima que gere motivação: promova encontros fora do

ambiente de trabalho, fortalecendo a integração da equipe; faça reuniões

periódicas para alinhar informações; além disso, você pode realizar gincanas,

valorizar as competências dos colaboradores, elaborar metas relâmpago, estar

sempre acessível e procurar livros e artigos interessantes incentivando o hábito

da leitura.

Gráfico X – Satisfação com o resultado do trabalho

desenvolvido

Satisfação quanto ao resultado do seu trabalho

7%

50%38%

5%Muito Boa

Boa

Razoável

Ruim

26

Como visto neste gráfico 50% dos colaboradores estão satisfeitos

com o resultado do seu trabalho e consequentemente com a sua empresa,

sendo assim o funcionário satisfeito produz mais, ou seja, oferece um maior

rendimento.

Satisfação no trabalho é um fenômeno complexo e de difícil

definição, por se tratar de um estado subjetivo, podendo variar de pessoa para

pessoa.

No presente estudo foi adotado o conceito de Locke (1969:1976)

que determina que os elementos causais da satisfação no trabalho estão

relacionados ao próprio trabalho e a seu conteúdo, possibilidades de

promoção, reconhecimento, condições e ambiente de trabalho, relações com

colegas e subordinados, características da supervisão e gerenciamento e

políticas e competências da empresa. Estes aspectos são os fatores

psicossociais no trabalho, aqueles que se referem à interação no ambiente de

trabalho, contendo condições organizacionais e habilidades do trabalhador,

necessidades, cultura, causas extratrabalho pessoais e que podem, por meio

de percepções e experiência, influenciar a saúde, o desempenho no trabalho e

a satisfação no trabalho.

Gráfico XI – Política de Incentivo

Incentivo dado pela empresa para seu crescimento e desenvolvimento

13%

45%32%

10% Muito Boa

Boa

Razoável

Ruim

No gráfico acima 45% dos colaboradores acham que o incentivo

dado para seu crescimento e seu desenvolvimento é bom.

É importante notar que o colaborador que é incentivado pela sua

empresa para seu crescimento e desenvolvimento consequentemente

apresenta um melhor rendimento. Cursos nas áreas específicas, incentivos

27

para que inicie uma graduação, biblioteca disponível para o funcionário ter

acesso a leitura e curso de língua estrangeira é uma das oportunidades que a

empresa pode fornecer ao seu colaborador. Dessa forma vemos que o

incentivo oferecido agrega também para o crescimento da empresa.

Gráfico XII – Relacionamento interpessoal com a gestão

Relacionamento interpessoal com seu superior que estimule seu envolvimento com trabalho

13%

59%

25%3% Muito Bom

Bom

Razoável

Ruim

Nota-se que o bom relacionamento é também um fator importante,

principalmente quando se trata de relacionamento entre o colaborador e seu

gestor imediato. Na amostra acima 59% dos entrevistados relatam a

experiência de bom relacionamento com seu gestor.

Para Bergamini (1997), o resultado apresentado por experiências

de pessoas que assumiram cargos de liderança desde o início deste século, o

segredo da eficácia do líder reside, sobretudo, na sua sensibilidade

interpessoal. Ele passa a ser respeitado e aceito pelos seus seguidores à

medida que é percebido favoravelmente pelos mesmos. Ser percebido, assim,

implica conhecer as expectativas pessoais dos seguidores, interpretando a

realidade para eles e ajudá-los a chegar aos objetivos almejados. Percebe-se

que motivação e liderança são conceitos inseparáveis. Isso significa que a

crise organizacional está ligada à crise de motivação dentro das empresas.

Ao se falar que pessoas motivadas não percebem o tanto que

trabalham, necessariamente estamos considerando que existe nesse processo

uma disponibilidade do ser motivado que brota do seu interior, isto é, que tem

início e fim dentro da pessoa. Com esse enfoque, o tema motivação passa a

ser encarado a partir de uma das suas mais importantes características, que é

28

a da gratuidade ou da sua independência perante a recompensa vinda de fora

do próprio indivíduo.

Aquilo que importa e que, portanto, mais energiza um

comportamento motivacional é a busca da felicidade pessoal – o homem

procurará estar sempre fazendo aquilo que o torna pessoalmente feliz – caso

se possa oferecer a ele a oportunidade de escolher livremente o seu programa

de vida!

Depoimentos de pessoas que se dizem sentir altamente motivadas

são unânimes em acusar sentir que o tempo para elas passa depressa demais,

que sempre lhes falta maior disponibilidade para executarem tudo aquilo que

planejaram para si mesmas. Em resumo, para as pessoas motivadas, a vida

parece ser sempre curta demais.

De maneira oposta, aqueles que acusam possuir baixo nível de

satisfação motivacional queixam-se de que estão muito frequentemente

fazendo coisas que os aborrecem e que isso lhes rouba tempo

demasiadamente longo. É como se diz no jargão popular, eles experimentam

um sentimento de culpa por sentirem que passam a vida ”matando tempo”,

especialmente em atividades que nada têm a ver consigo mesmos.

Gráfico XIII – Relacionamento interpessoal com colegas de

trabalho

20%

62%

18%

0%

20%

40%

60%

80%

Excelente Bom Razoável

Relacionamento com as pessoas do seu setor

Série1

29

Como visto no gráfico acima 62% dos entrevistados tem um bom

relacionamento com as pessoas do seu setor, isso mostra que trabalhar em

harmonia gera produtividade.

Segundo Keith Davis e John W. Newstrom (1996), alguns

funcionários executam sozinhos, tarefas operacionais, mas a maioria deles

trabalha em pequenos grupos onde os seus esforços se unem como que as

pecas de um quebra-cabeça. Quando o trabalho é independente, eles agem

como um grupo de trabalho e buscam desenvolver uma condição de

elaboração denominada trabalho em equipe, que nada mais é que um

pequeno grupo cooperativo que se encontra regularmente, estando

comprometido numa ação coordenada.

Quando os membros sabem dos seus objetivos, contribuem

responsável e entusiasticamente para a tarefa e se dão apoio mútuo, eles

estão demostrando um trabalho em equipe. Existem pelo menos quatro

ingredientes que contribuem para o desenvolvimento de um trabalho em

equipe: um ambiente de apoio, habilidades adequadas às necessidades do

cargo, metas superiores e recompensas à equipe.

Gráfico XIV – Relação de confiança

A relação de confiança nos seus colegas de trabalho

13%

65%

22%Muito Boa

Boa

Razoável

Neste gráfico, demonstramos que 65% dos entrevistados tem uma

boa relação de confiança com seus colegas de trabalho.

Segundo Bispo (2002), o cenário organizacional vive um processo

de constante transformação e em virtude dessa realidade precisam de

30

profissionais dinâmicos e que se mostrem capazes de acompanhar as

transformações. No entanto, não basta apenas adquirir tecnologia de última

geração e ensinar novas metodologias aos funcionários.

Hoje é preciso ir além para alcançar uma performance que atenda

às necessidades do negócio. É um pré-requisito fundamental e para que isso

aconteça é necessário fazer com que as pessoas não apenas formem grupos,

mas sim consigam trabalhar em equipe, onde cada um exerce um papel que

complementa o desempenho do outro para atingirem objetivos comuns.

Mas, como é possível fazer com que um grupo formado por vários

indivíduos, onde cada um possui suas percepções de vida, experiências e

opiniões próprias forme uma equipe? A resposta pode estar no fortalecimento

das relações interpessoais, através de investimentos em programas

direcionados para que as pessoas colaborem para a construção de um clima

organizacional agradável e produtivo.

Gráfico XV – Grau de felicidade no trabalho

73%

27%

0%

50%

100%

Sim Não

Você é feliz na empresa

Série1

Como visto acima, 73% das pessoas relatam que estão felizes na

empresa em que trabalha e isso é um fator predominante para o crescimento e

desenvolvimento da empresa via colaborador.

A expectativa pessoal dos profissionais é que, se as empresas

esperam qualidade nos produtos e serviços por elas oferecidos, ações de

Qualidade de vida no trabalho, devem ser incorporadas definitivamente no

cotidiano das empresas.

Outra expectativa dos profissionais é de que as empresas, ao

conceberem um programa de qualidade, percebam que o mesmo não será

31

implantado com sucesso se não houver um efetivo envolvimento e participação

dos funcionários atuando com satisfação e motivação para a realização de

suas atividades.

Isso é qualidade de vida no trabalho, que, consequentemente,

resulta em maior probabilidade de se obter qualidade de vida pessoal, social e

familiar, embora sejam esferas diferentes e nelas se desempenhem papéis

diferentes, as relações estão interligadas, pois o ator principal de todas as

relações é o mesmo sujeito que trabalha diariamente, vai para sua casa,

convive com seus amigos, filhos companheiros (as), familiares, vizinhos, etc.

O que mais desejamos na vida é felicidade, busca antiga do

homem, porém para ser feliz, é necessário ter saúde, satisfação consigo

próprio e com seu trabalho, e tudo isso compreender qualidade de vida.

É interessante avaliarmos o conceito de empresa feliz apresentada

por Matos (1996), cujo valores são muito próximos aos indicadores de

qualidade de vida no trabalho: aquela que oferece as condições motivacionais

à plenitude da realização humana, ou seja, um clima estimulador à

participação e à criatividade, canais abertos de comunicação e expressão,

exercício regular da delegação de autoridade de autoridade e do trabalho em

equipe, incentivos ao desenvolvimento da capacidade de liderança,

reconhecimento ao esforço empreendedor e à obtenção de resultados. Isto é,

a empresa feliz é a empresa bem administrada.

Gráfico XVI – Pontos consideráveis para análise da qualidade

Pontos que auxiliam a qualidade do seu trabalho

13%

16%

23%22%

8%

7% 11%

Relacionamento interno

Reconhecimento

Benef icio

Salário

Programas de premiação

Condições f ísicas de trabalho

Qualidade de Vida

32

O gráfico mostra a importância de três pontos fundamentais que

auxiliam na qualidade de vida no trabalho, onde 23% acham que benefícios

(plano de saúde, ticket alimentação/refeição, etc) é o mais importante; 22%

apostam no salário e 16% acreditam que ter reconhecimento faz com que

tenha uma qualidade de vida melhor.

Um dos custos de maior relevância e importância para as

organizações é representado pela remuneração-direta ou indireta- de seus

empregados, em todos os níveis hierárquicos. A remuneração direta isso é, o

salário, dentro dessa abordagem, é proporcional ao cargo ocupado, enquanto

a remuneração indireta – isso é, os serviços e benefícios sociais – é

geralmente comum para todos os empregados, independente do cargo

ocupado. Algumas organizações, tem desenvolvido planos diferentes de

serviços e benefícios sociais para diferentes níveis de empregados: diretores,

gerentes, chefes e empregados mensalistas, horistas,etc.

Do lado da empresa, os benefícios incorporados são analisados sob

o ponto de vista da relação com os custos de remuneração total, custos

proporcionais dos benefícios, oferta do mercado (o que as outras empresas

oferecem a seus empregados) e seu papel em atrair, reter e motivar talentos

na organização. Do lado dos empregados, os benefícios incorporados são

analisados em termos e de equidade (distribuição justa e balanceada) e

adequação as suas necessidades pessoais.

Segue abaixo uma definição de benefícios e salários, conforme a

política das empresas abordadas neste estudo.

BENEFÍCIOS - O salário pago em relação ao cargo ocupado

constitui somente uma parcela do pacote de compensações que as

organizações costumam oferecer a seus empregados. A remuneração

geralmente é feita de muitas outras formas além do pagamento em salário:

considerável parte da remuneração total é constituída de benefícios extras que

compreendem um salário indireto.

SALÁRIOS - Os salários representam uma das mais complicadas

transações, pois quando uma pessoa aceita um cargo, existe um

comprometimento com uma rotina diária, um padrão de atividades e uma

ampla faixa de relações interpessoais dentro de uma organização e, para

33

tanto, receber salários. Assim em troca desse elemento simbólico e

intercambiável: o dinheiro, o homem é capaz de empenhar parte de si mesmo,

de seu esforço e de sua vida.

Para as pessoas o trabalho é considerado um meio para atingir um

objetivo intermediário que é o salário. Com o salário, muitos objetivos finais

podem ser alcançados pelo individuo. O salário é a fonte de renda que define

um padrão de vida de cada pessoa em função de seu poder aquisitivo.

Em resumo:

1. Os salários representam a base do padrão de vida da pessoa, de

seu conforto, dos serviços e das reservas financeiras que ele proporciona para

si e para sua família;

2. Os salários percebidos apresentam elevada influencia no status

da pessoa em sua comunidade; o status é avaliado mais pelo ganho material

do que pelo tipo de seu trabalho, o qual, as vezes, só pode ser conhecido pelo

seu superior. Dentro companhia, o salário pode ser uma fonte de status pois,

em que comparação com os salários percebidos pelos demais empregados,

serve como uma medida da importância relativa que o cargo e seu ocupante

possuem para a companhia; e

3. A possibilidade de ganhos mais elevados pode motivar as

pessoas a aumentar seu valor, aprimorando suas qualificações pessoais e

suas contribuições à companhia.

RECONHECIMENTO: Segundo Wood Jr e Picarelli Filho (2004) no

sistema de remuneração de carreira por habilidade ou competência a

progressão tende a ser horizontal, ou seja, o colaborador evolui

profissionalmente quando busca seu desenvolvimento e a aplicação de

habilidades formalmente pré-estabelecidas e avaliadas pela organização.

Empregados que adquirem habilidades relacionadas a diferentes funções

tornam-se mais valiosos para a empresa e tem mais possibilidade de evolução

e consequentemente de serem melhores recompensados.

Deste modo, evidenciou-se que neste caso, um dos principais

motivos para a causa da rotatividade de pessoal é a falta de oportunidade para

34

o desenvolvimento profissional, considerando a falta de treinamentos e

capacitação na área de atuação, apesar de existir em uma das empresas

abordadas, o sistema de remuneração variável.

Outro fator considerado importante que contribui com o

desligamento solicitado pelo empregado foi a empresa deixar de oferecer ou

reconhecer os colaboradores como eles acham que devem ser reconhecidos,

pelo seu desempenho. Assim, os mesmos buscam por oportunidade em

outras organizações que podem ou que estejam interessadas no seu

conhecimento e que ofereçam melhores condições de trabalho e oportunidade

de crescimento.

35

CONCLUSÃO

A qualidade de vida dos funcionários influi na produtividade de uma

empresa e este estudo foi focado no setor de Call Center, onde atualmente há

um crescimento dentro da organização que querem vender seus serviços.

O objetivo final deste trabalho, foi investigar os investimentos em

Qualidade de Vida no Trabalho que as organizações oferecem aos seus

funcionários.

A satisfação é importante para a conservação de um clima

organizacional gerando produtividade. Funcionários satisfeitos com seu

ambiente de trabalho reduzem o nível de falta de assiduidade, da rotatividade,

estresse, e são favoráveis ao trabalho e melhoram a qualidade de vida.

Foi identificado que do total de 60 pessoas entrevistadas,73%

relataram que estão satisfeitos com a política adotada pela empresa sobre

Q.V.T, ou seja, a organização está se preocupando com seus colaboradores.

Sendo assim, esse estudo evidenciou que a qualidade de vida do

indivíduo é a somatória da satisfação das necessidades físicas, psicológicas e

sociais, que imediatamente é transferida para uma melhor produtividade da

empresa.

As empresas que foram abordadas nesse estudo proporcionaram a

possibilidade de identificar alguns fatores importantes para a discussão de

qualidade de vida no trabalho, principalmente após análise dos dados

coletados nas entrevistas.

Desta forma, chegou-se a conclusão que fatores como política

salarial, salários indiretos (como vale-refeicão, vale transporte, plano de saúde,

etc.) e premiações podem sim trazer motivação e proporcionar um aumento na

produtividade de uma equipe. Porém atrelado a esses fatores as empresas

devem proporcionar reconhecimento profissional, um ambiente favorável para

o desenvolvimento das rotinas diárias e acima de tudo cultivar uma política de

bom relacionamento interpessoal entre componentes da equipe, entre gestores

e suas equipe, direcionando o dia a dia do trabalho de forma saudável e

36

favorável ao crescimento não só da empresa, mas do colaborador enquanto

profissional e enquanto indivíduo.

37

BIBLIOGRAFIA

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38

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Curitiba: análise da continuidade do taylorismo/fordismo no trabalho flexível

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Atlas, 1999.

VASCONCELLOS, A.F. Qualidade de vida no trabalho: origem, evolução e

perspectivas, caderno de pesquisas em administração, São Paulo: Atlas, 2001.

39

ANEXOS

QUESTIONÁRIO DE INVESTIGAÇÃO

1. Idade:

(A) De 18 a 20 anos.

(B) De 21 a 25 anos.

(C) De 26 a 30 anos.

(D) De 31 a 35 anos.

(E) 36 anos ou mais.

2. Sexo:

(A) Masculino

(B) Feminino

3. Tempo de Empresa:

(A) Menos de 02 anos.

(B) De 02 a 03 anos.

(C) Mais de 03 anos.

4. Qual o seu grau de escolaridade?

(A) Ensino Médio completo

(B) Ensino Médio incompleto

(C) Ensino Superior completo, Qual Curso?

(D) Ensino Superior incompleto, Qual Curso?

5. Em relação a limpeza do seu ambiente de trabalho: (A) Muito boa (B) Boa C) Razoável (D) Ruim 6. Em relação à alimentação: (A) Muito boa (B) Boa

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(C) Razoável (D) Ruim 7. Quanto ao ritmo de trabalho: (A) Muito bom (B) Bom (C) Razoável (D) Ruim 8. Preocupação da empresa para prevenir doenças ocupacionais: (A) Muito bom (B) Bom (C) Razoável (D) Ruim 9. A política de premiação pelo trabalho apresentado: (A) Muito boa (B) Boa (C) Razoável (D) Ruim 10. Em relação a sua satisfação quanto ao resultado do seu trabalho: (A) Muito boa (B) Boa (C) Razoável (D) Ruim 11. Incentivo dado pela empresa para que você procure investir no seu crescimento e desenvolvimento profissional: (A) Muito boa (B) Boa (C) Razoável (D) Ruim 12. Quanto ao fato de seu superior possibilitar um relacionamento interpessoal que estimule o seu envolvimento com o trabalho: (A) Muito bom (B) Bom (C) Razoável (D) Ruim 13. Sinto que o relacionamento entre as pessoas do meu setor é: (A) Excelente (B) Bom (C) Razoável (D) Ruim 14. A relação de confiança nos meus colegas de trabalho: (A) Muito boa

41

(B) Boa (C) Razoável (D) Ruim 15. Você é feliz na sua empresa: (A) Sim (B) Não Comente ____________________________________________ 16. Aponte 3 pontos positivos que podem auxiliar na qualidade do seu trabalho: (ordem de prioridade) ( ) Bom relacionamento interno (colegas e chefia) ( ) Reconhecimento ( ) Benefícios ( ) Salário ( ) Programas de premiação ( ) Condições físicas de trabalho (segurança, limpeza, organização, instalações e recursos) ( ) Qualidade de vida

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Comunicação no Atendimento – A Evolução 10

CAPÍTULO II

Qualidade de Vida no Trabalho – O Conceito 12

CAPÍTULO III

Origem e Evolução da Qualidade de Vida no Trabalho 16

CAPÍTULO IV

Demonstração e Análise dos dados coletados na

Pesquisa com os colaboradores da área da Central de

Atendimento, das empresas Contax, Atento e Tivit. 19

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA 37

ANEXOS 39

ÍNDICE 42