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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Auditoria Ambiental na empresa Pennant Serviços Marítimos Por: Leandro Martins dos Santos Orientadora Prof. Maria Esther Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Auditoria Ambiental na empresa Pennant Serviços Marítimos

Por: Leandro Martins dos Santos

Orientadora

Prof. Maria Esther

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

AUDITORIA AMBIENTAL NA EMPRESA

PENNANT SERVIÇOS MARÍTIMOS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Ambiental.

Por: Leandro Martins dos Santos

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar à Deus pelas

bênçãos concedidas e em especial,

por mais esta conquista.

À minha esposa e filho, minha gratidão

por todo apoio e amor a mim

dedicados.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha esposa que

me incentivou e esteve ao meu lado

durante toda minha caminhada. Aos

meus professores e orientadora por seus

ensinamentos, e aos meus amigos

Hamilton, Alberto e Orlando, por toda

ajuda e apoio durante este trabalho

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RESUMO

A Auditoria Ambiental como um instrumento de gestão é um

procedimento que avalia o comportamento de uma empresa em relação ao

Meio Ambiente.

Os problemas precisam ser conhecidos para que possam se eliminados,

para isso, a auditoria os identifica e justifica as medidas apropriadas para

reduzir as áreas de impacto na empresa, fiscalizando o cumprimento de

diretrizes preestabelecidas por normas e legislações de cada área.

Este artigo tem por objetivo identificar e caracterizar as etapas de

implantação de uma auditoria realizada na empresa PENNANT SERVIÇOS

MARÍTIMOS, e analisar os critérios e requisitos necessários para atender aos

órgãos reguladores e as normas aplicáveis na mesma.

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METODOLOGIA

A auditoria, numa etapa de planejamento, começou com um

levantamento de dados sobre a empresa a ser auditada. Após esse

levantamento foram analisados documentos cedidos pela empresa, como

licenças de operações e relatórios ambientais para só então ser traçado um

plano de ação.

Tal plano incluiu a análise crítica dos documentos disponibilizados,

leitura de bibliografia especializada, bem como, informações coletadas durante

a visita aos locais, nas observações de atividades e condições de trabalho na

área sob exame.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO 1- DA TEORIA PARA A PRÁTICA 11

1.1. ISO 11 1.2.Desempenho Ambiental 11 1.3.Objetivo geral da ISO 12 1.4.Diretriz 14.000 14 1.5.Escopo da ISO 14.000 14 1.6 .Escopo da ISO 14.001 15 1.7 .Escopo da ISO 14010 15 1.8 .Requerimentos para uma Auditoria Ambiental 16 1.9 .Escopo da ISSO 14.011/1 16 1.10. Escopo da ISSO 14.012 17 CAPÍTULO 2- EDUCAÇÃO E EXPERIÊNCIA DE TRABALHO 20 2.1.Treinamento dos Auditores 20 2.2. Atributos e habilidades pessoais 21 2.3. Manutenção da Competência 22 CAPÍTULO 3 – A PRÁTICA USANDO A TEORIA 23 3.1. Pennant Serviços Marítimos 23 3.2. Relatório de Auditoria Ambiental 23 3.3. Características da Auditoria 24 3.4. Características da empresa auditada 25 3.4.1 Aspectos técnicos 25 3.4.2. Estrutura administrativa 27 3.4.3. Política ambiental da empresa auditada 27 4.Gestão Ambiental: aspectos técnicos 28 4.1. Conscientização ambiental dos funcionários 29 CAPÍTULO 4 – ATENDIMENTO A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 30 5. Outros requisitos legais aplicáveis 33 5.1. Atendimento a Legislação Ambiental 34 6. Aspectos ambientais de segurança e de trabalho 35 7. Gerenciamento de Produto 36 7.1. Gerenciamento de resíduos e emissões 37 8. Impactos positivos e negativos ao Meio Ambiente 38 9. Apresentação das Não-conformidades do RAA 2009 39 10. Plano de ação proposto 41 CONCLUSÃO 43 BIBLIOGRAFIA 44

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INTRODUÇÃO

A Auditoria Ambiental é vista de uma forma bastante abrangente, para

González-Malaxechevarria (1995), um componente ou compartimento da

auditoria social, e deve ser independente, sistemático, periódico, documentado

e objetivo; realizado por uma equipe interdisciplinar de auditores ambientais,

estes, especializados nos campos contábil-financeiro-econômico-ambiental.

Ele vai mais além, quando sugere que os profissionais desta auditoria devem

possuir conhecimento de biologia, de engenharia, de direito, de ciências

sociais e da indústria e principalmente do Governo Nacional, capacitados na

aplicação dos respectivos procedimentos de auditoria financeira e de gestão.

Um instrumento de gestão, como a Auditoria Ambiental, deve permitir

fazer esta avaliação não só nos sistemas de gestão, mas também, como indica

Valle (1995), sobre o desempenho dos equipamentos instalados em um

estabelecimento de uma empresa, para fiscalizar e limitar o impacto de suas

atividades sobre o Meio Ambiente.

Para a Comissão Européia, a Auditoria Ambiental, além de contribuir

para salva guardar o meio, avalia o cumprimento de diretrizes da empresa, o

que incluiria o atendimento das exigências de órgãos reguladores e normas

aplicáveis.

Quanto à sua periodicidade, nos lembra Malheiros (1996), os

procedimentos de auditoria podem ser também ocasionais, principalmente

quando relacionados às atividades ambientais de uma empresa, sendo

considerados como instrumentos de aprimoramento de seu desempenho

ambiental e das ações relativas a essa questão.

Esses procedimentos, conforme assinala a Environmental Protection

Agency – EPA, devem ser utilizados, principalmente, por entidades

regulamentadas relacionadas com o atendimento aos requisitos ambientais.

As Auditorias Ambientais são consideradas ainda, segundo Antunes

(1997), instrumentos voluntários de gestão ambiental que permitem verificar a

compatibilidade da atividade empresarial com a melhoria constante dos

padrões ambientais e com o atendimento das normas aplicáveis.

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No Brasil, as normas para Auditoria Ambiental foram publicadas pela

ABNT (1997) e define Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental – SGA como

um processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter

e avaliar, de forma objetiva, evidências que determinem se o sistema de

gestão ambiental de uma organização está em conformidade com os critérios

de auditoria do sistema de gestão ambiental estabelecido pela organização, e

para comunicar os resultados desse processo à administração.

Segundo a NBR ISO 14001:1996 (ABNT, 1997), uma organização deve

estabelecer e manter procedimentos para identificar os aspectos ambientais

(produtos ou serviços) de suas atividades, a fim de determinar aqueles que

possam ter impacto da elaboração para as normas série ISO 14000.

Auditoria Ambiental, para o Tribunal de Contas da União – TCU, é o

conjunto de procedimentos aplicados ao exame e avaliação dos aspectos

ambientais envolvidos em políticas, programas, projetos e atividades

desenvolvidas pelos órgãos e entidades sujeitos ao seu controle (Manual de

Auditoria Ambiental. Brasília, TCU: 2001). Os Tribunais de Contas também

exercem o controle externo das ações de responsabilidade do Governo

Federal, assim como da aplicação de recursos federais em atividades

relacionadas à proteção do meio ambiente.

O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD,

em suas normas operacionais, assim define a auditoria ambiental: “Auditoria

ambiental: um instrumento para determinar a natureza e a extensão de todas

as áreas de impacto ambiental de uma atividade existente. A auditoria

identifica e justifica as medidas apropriadas para reduzir as áreas de impacto,

estima o custo dessas medidas e recomenda um calendário para a sua

implementação. Para determinados projetos, o Relatório de Avaliação

Ambiental consistirá apenas da auditoria ambiental; em outros casos, a

auditoria será um dos componentes do Relatório”.(World Bank, 1999).

Segundo a Organização Internacional das Entidades Superiores de

Fiscalização – INTOSAI, a Auditoria Ambiental requer um critério totalizador,

compreensivo, holístico e, para o caso das Entidades Fiscalizadoras

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Superiores (no Brasil, os Tribunais de Contas), necessariamente um enfoque

governamental. São algumas fontes de critérios geralmente aceitos pela

INTOSAI: Organização Mundial de Saúde – OMS, Programa das Nações

Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, a norma inglesa BS7750, dentre

outras.

Enfim, a Auditoria Ambiental nada mais é do que um processo de

auditoria convencional, mas que também inclui em seus objetivos, escopo e

critérios de avaliação, o quesito ambiental. Sendo assim, este tipo de auditoria

segue o mesmo processo de uma auditoria operacional.

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CAPÍTULO 1 – DA TEORIA PARA A PRÁTICA

1.1. ISO

A ISO – Internacional Standardization for Organization é uma

organização não-governamental sediada em Genebra, fundada em 23 de

fevereiro de 1947 com o objetivo de ser o fórum internacional de

normalização, para o que atua como entidade harmonizadora das diversas

agências nacionais.

Noventa e cinco por cento da produção mundial estão representados

na ISO por mais de uma centena de países-membros, os quais são

classificados em P (Participantes) e O (Observadores). A diferença

fundamental entre ambos é o direito de votação que os membros P têm nos

vários Comitês Técnicos, Subcomitês e Grupos de Trabalho.

Para exercer seus direitos, é exigido que os países estejam em dia

com suas cotas anuais de participação e atuem de forma direta no processo

de elaboração e aperfeiçoamento das normas.

1.2. Desempenho Ambiental

À medida que aumentam as preocupações com a manutenção e a

melhoria da qualidade do meio ambiente, bem como a proteção da saúde

humana, organizações de todos os tamanhos vem crescentemente voltando

suas atenções para os potenciais impactos de suas atividades, produtos e

serviços. O desempenho ambiental de uma organização vem tendo

importância cada vez maior para as partes interessadas, internas e

externas. Alcançar um desempenho ambiental consistente requer

comprometimento organizacional e uma abordagem sistemática ao

aprimoramento contínuo.

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1.3. Objetivo geral da ISO

O objetivo geral da ISO 14.000 é fornecer assistência para as

organizações na implantação ou no aprimoramento de um Sistema de

Gestão Ambiental (SGA). Ela é consistente com a meta de

“Desenvolvimento Sustentável” e é compatível com diferentes estruturas

culturais, sociais e organizacionais.

Um SGA oferece ordem e consistência para os esforços

organizacionais no atendimento às preocupações ambientais através de

alocação de recursos, definição de responsabilidades, avaliações correntes

das práticas, procedimentos e processos.

1.4. Diretriz 14.000

A Diretriz 14.000 especifica os elementos de um SGA e oferece ajuda

prática para sua implementação ou aprimoramento. Ela também fornece

auxílio às organizações no processo de efetivamente iniciar, aprimorar e

sustentar o Sistema de Gestão Ambiental. Tais sistemas são essenciais

para a habilidade de uma organização em antecipar e atender às crescentes

expectativas de desempenho ambiental e para assegurar, de forma

corrente, a conformidade com os requerimentos nacionais e/ou

internacionais.

A ISO 14.001 inclui os elementos centrais do SGA a serem utilizados

para certificação/registro. A ISO 14.000 inclui princípios e elementos

adicionais que a organização poderá considerar. As relações entre elas

estão apresentadas a seguir:

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Figura 1 – Relação entre alguns documentos da série ISO 14000:

Fonte: Maurício José Lima Reis – ISO 14000 – Gerenciamento Ambiental

As organizações podem considerar diferentes usos da série ISO

14.000:

1. Usando a ISO 14.000 - Diretrizes para Princípios, Sistemas e Técnicas

de Suporte, ou parte dela, para iniciar e/ou aprimorar seu SGA. A ISO

14.000 não é destinada ao uso por entidades de registro.

2. Usando a ISO 14001 - Especificação do Sistema de Gestão Ambiental,

para alcançar certificação por terceiros. A ISO 14.001 é destinada ao uso

por entidades de registro.

3. Usando a ISO 14.000 - Diretrizes ou a ISO 14.001 – Especificações,

para reconhecimento de segunda parte, entre contratados, o que pode ser

apropriado para algumas relações comerciais.

4. Usando documentos ISO pertinentes.

A escolha dependerá de uma série de fatores, tais como:

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1. Grau de maturidade da organização: se já existir um gerenciamento

sistemático poderá ser facilitada a introdução de um gerenciamento

ambiental sistemático.

2. Possíveis vantagens e desvantagens, influenciadas pela posição no

mercado, reputação atual, relações externas.

3. Dimensão da organização.

A diretriz 14.000 pode ser usada por organizações de qualquer

tamanho. Todavia, a importância das Pequenas e Médias Empresas (PME)

vem sendo crescentemente reconhecida pelos governos e meios

empresariais. A diretriz reconhece e acomoda as necessidades das PME.

1.5. Escopo da ISO 14.000

A ISO 14.000 oferece diretrizes para o desenvolvimento e

implementação de princípios e sistemas de gestão ambiental, bem como

sua coordenação com outros sistemas gerenciais.

Tais diretrizes são aplicáveis a qualquer organização, independente

do tamanho, tipo ou nível de maturidade, que esteja interessada em

desenvolver, implementar e/ou aprimorar um SGA.

As diretrizes são destinadas ao uso interno como uma ferramenta

gerencial voluntária, não sendo apropriada para uso por parte de entidades

de Certificação/Registro de SGA, como uma norma de especificações.

As diretrizes baseiam-se nos elementos centrais da especificação para SGA

encontrados na ISO 14.001 e incluem importantes elementos adicionais

para um Sistema de Gestão Ambiental amplo.

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1.6. Escopo da ISO 14.001

A Norma 14.001 específica as principais exigências para Sistemas de

Gestão Ambiental. Não são apresentados critérios específicos de

desempenho ambiental, mas se exige que uma organização elabore sua

política e tenha objetivos que levem em consideração os requerimentos

legais e as informações referentes aos impactos ambientais significativos.

Ela aplica-se aos efeitos ambientais que possam ser controlados pela

organização e sobre os quais se espera que tenha influência.

A Norma se aplica a qualquer organização que deseje:

1. implantar, manter e aprimorar um Sistema de Gestão Ambiental; e/ou

2. assegurar-se do atendimento à sua política ambiental; e/ou

3. demonstrar tal conformidade a terceiros; e/ou

4. buscar certificação/registro do seu Sistema de Gestão Ambiental por

uma organização externa; e/ou

5. realizar auto-avaliação e emitir declaração de conformidade à Norma.

Todos os elementos especificados na Norma destinam-se a ser

incorporados num Sistema de Gestão Ambiental. O nível de aplicação

dependerá de fatores como: a política ambiental da organização, a natureza

de suas atividades e as condições em que opera.

1.7. Escopo da ISO 14.010

A Norma Internacional ISO 14.010 pretende orientar organizações,

auditores e seus clientes quanto aos princípios gerais comuns para a

execução de auditorias ambientais. Ela oferece uma definição de auditoria

ambiental e termos relacionados, bem como identifica os diferentes tipos de

auditorias ambientais para os propósitos das Normas.

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1.8. Requerimentos para uma Auditoria Ambiental

Uma auditoria ambiental deverá enfocar objeto(s) claramente

definido(s) e documentado(s).

A(s) parte(s) responsável(eis) pela definição do(s) tema(s) deverá(ão)

estar também claramente definida(s) e documentada(s).

O auditor somente deverá comprometer-se com a auditoria se, depois

de consultado o cliente, estiver convencido de que:

1. Existem informações suficientes ou apropriadas sobre o objeto da

auditoria.

2. Existem recursos adequados para atender ao processo de auditoria.

3. Existe adequada cooperação por parte do auditado.

1.9. Escopo da ISO 14.011/1

Organizações de todos os tipos têm necessidades em demonstrar

sua responsabilidade ambiental. O conceito de Sistema de Gestão

Ambiental (SGA) e as práticas associadas de auditoria ambiental têm

avançado como uma das formas de satisfazer tal necessidade. Estes

sistemas pretendem ajudar uma organização a estabelecer e continuar a

atender sua política, objetivos, normas e outros requerimentos ambientais.

A ISO 14.011 oferece procedimentos para a condução de auditorias

de SGA. É aplicável a todos os tipos e tamanhos de organizações que

operam um SGA.

As seguintes Normas contêm provisões que, através de referências

constantes deste texto, constituem provisões da 14.011:

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Tabela 4: Provisões para 14.011.

ISO

14.001

Sistemas de

Gerenciamento Ambiental

Especificações com Guia para

Utilização

ISO

14.010

Diretrizes para Auditoria

Ambiental

Princípios Gerais de Auditoria

Ambiental

ISO

14.012

Diretrizes para Auditoria

Ambiental

Critério de Qualificação de Auditores

Ambientais

Para os propósitos da Norma ISO 14.011, as definições oferecidas

nas normas ISO 14.010 e ISO 14.001 são aplicáveis, junto com as

seguintes definições:

Auditoria de Sistema de Gestão Ambiental: Um processo de

verificação sistemático e documentado para, objetivamente, obter e avaliar

evidências que determinam se o Sistema de Gestão Ambiental de uma

organização atende aos critérios de auditoria de SGA e para comunicar os

resultados deste processo ao cliente.

Requerimentos derivados da política, práticas, procedimentos e

outros elementos, conforme considerado pela ISO 14.001 e, se aplicável,

quaisquer outros requerimentos adicionais do SGA, contra os quais o

auditor compara as evidências coletadas sobre o objeto.

1.10. Escopo da ISO 14.012

Para dar suporte à aplicação de Sistema de Gestão Ambiental e de

Auditoria Ambiental, é necessária uma diretriz sobre o critério de

qualificação para auditores ambientais. A Norma Internacional 14.012

oferece tal diretriz.

A 14.012 indica os requerimentos de qualificação para auditores e

líderes de equipes de auditoria. Requerimentos para a qualificação coletiva

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da equipe de auditoria não estão incluídos; para maiores informações sobre

este aspecto, deve ser feita referência à Norma ISO 14.011.

É aplicável para auditores internos e externos.

Os auditores internos precisam do mesmo elenco de competências

que os auditores externos, mas não necessariamente precisam atender, em

todos os aspectos, os requerimentos detalhados aqui descritos,

dependendo de fatores como:

1. o tamanho, a natureza, a complexidade e os impactos ambientais da

organização;

2. o nível de desenvolvimento de habilidades e experiências da

organização;

3. o nível de desenvolvimento de habilidades e experiência relevantes no

âmbito da organização.

Para os propósitos da 14.012, as definições oferecidas pelas Normas

ISO 14.010 e ISO 14.050 são aplicáveis, juntamente com as seguintes:

1. Experiência Apropriada de Trabalho

Experiência de trabalho que contribua para o desenvolvimento de

habilidade e conhecimento em alguma ou em todas as seguintes áreas:

2. Ciência e tecnologia ambiental;

3. Aspectos técnicos e ambientais de instalações operacionais;

4. Requerimentos relevantes da legislação ambiental, regulamentos e

documentos pertinentes;

5. Sistemas de Gerenciamento Ambiental e normas;

6. Procedimentos, processos e técnicas de auditoria.

7. Auditor (Ambiental): Um indivíduo que realiza uma auditoria, ou parte

dela, e que atende aos critérios especificados nesta Norma Internacional.

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8. Auditor Líder (Ambiental):Um auditor que lidera uma auditoria específica

e que atende aos critérios especificados nesta Norma Internacional.

9. Diploma: Um diploma nacional ou internacionalmente reconhecido, ou

qualificação equivalente, normalmente obtida após a educação secundária,

através de um período formal e integral mínimo de três anos, ou estudo

equivalente em tempo parcial.

10. Educação Secundária: A parte do sistema nacional de educação que

vem após o primário ou o estágio elementar, e que é completado

imediatamente antes do ingresso numa universidade ou instituição similar.

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CAPÍTULO 2 – EDUCAÇÃO E EXPERIÊNCIA DE TRABALHO

Os auditores devem ter completado, no mínimo, a educação

secundária, ou o equivalente.

Auditores que tenham apenas completado a educação secundária ou

o equivalente devem ter, no mínimo, cinco anos de experiência apropriada

de trabalho. Este requerimento poderá ser reduzido através de conclusão

satisfatória de educação formal em tempo integral ou parcial, cujo conteúdo

atenda algum ou todos os tópicos listados no item Experiência Apropriada

de Trabalho. Qualquer redução não deve exceder o período total de

educação sobre aqueles tópicos e a redução total não deve ser superior a

um ano.

Auditores que obtiveram um diploma devem ter, no mínimo, quatro

anos de experiência apropriada de trabalho. Este requerimento poderá ser

reduzido através da conclusão satisfatória de educação formal em tempo

integral ou parcial, cujo conteúdo atenda algum ou todos os tópicos listados

no item Experiência Apropriada de Trabalho. Qualquer redução não deve

exceder o período total de educação sobre aqueles tópicos e a redução total

não deve ser superior a dois anos.

2.1. Treinamento dos Auditores

Em complementação ao critério acima descrito, os auditores devem

ter completado treinamento formal e prático para desenvolver competência

na condução de auditorias ambientais. Tal treinamento poderá ser oferecido

pela própria organização do auditor ou por uma entidade externa.

A competência alcançada através do treinamento deve ser

demonstrada por meios adequados.

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Treinamento Formal

O treinamento formal deve atender:

1. Ciência e tecnologia ambiental;

2. Aspectos técnicos e ambientais de instalações operacionais;

3. Requerimentos relevantes da legislação ambiental, regulamentos e

documentos pertinentes;

4. Sistema de Gerenciamento Ambiental e normas, contra os quais as

auditorias podem ser realizadas;

5. Procedimentos, processos e técnicas de auditoria.

Os requerimentos para treinamento formal em uma ou todas as áreas

acima poderão ser reduzidos, caso a competência possa ser demonstrada a

examinadores autorizados ou a profissional com qualificações relevantes.

Treinamento Prático

Um auditor deve ter completado um período de treinamento prático

equivalente a 20 dias de auditoria, ou no mínimo, quatro auditorias. Isto

deve incluir o envolvimento em todo o processo de auditoria, sob a

supervisão e a orientação de um auditor líder.

Este treinamento prático deve ocorrer num período não superior a

três anos consecutivos.

2.2. Atributos e Habilidades Pessoais

Os auditores devem possuir atributos e habilidades pessoais que

incluem, mas não se limitam a:

1. Competência em expressar conceitos e idéias, de forma clara e fluente,

escrita e oralmente.

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2. Habilidade de conduta interpessoal, tais como: diplomacia, tato e

capacidade de ouvir, visando a um desempenho eficiente e eficaz da

auditoria.

3. Habilidade de manter suficiente objetividade e independência, que

permitam cumprir com as responsabilidades do auditor.

4. Habilidade em organização pessoal, necessária para um desempenho

eficiente e eficaz da auditoria.

5. Capacidade de compartilhar julgamentos concretos, comparados em

evidências objetivas.

2.3. Manutenção da Competência

Os auditores devem manter suas competências assegurando

conhecimentos atualizados sobre:

1. sistemas de Gerenciamento Ambiental e normas relacionadas;

2. processos, procedimentos e técnicas de auditoria;

3. legislação ambiental, relevante, regulamentos e documentos correlatos;

4. aspectos relevantes da ciência e tecnologia ambiental;

5. aspectos técnicos e ambientais apropriados de instalações operacionais.

Os auditores devem assegurar-se de que suas experiências na

execução de auditorias é a mais atualizada, sendo que, conforme

necessário, deve participar de treinamentos para recapitulação.

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CAPÍTULO 3 – A PRÁTICA USANDO A TEORIA

Para exemplificar através de um estudo de caso, apresento a auditoria

por mim realizada na empresa Pennant Serviços Marítimos, na qual sou

funcionário, responsável pela área administrativa e membro eleito da CIPA

(Companhia Interna de Prevenção de Acidentes).

3.1 Pennant Serviços Marítimos

Empresa 100% nacional com aproximadamente trezentos funcionários,

com sede na cidade do Rio de Janeiro, operadora portuária (pessoa jurídica

pré-qualificada para execução de operação portuária na área do porto

organizado), cuja as atividades englobam a movimentação de cargas no

interior do porto e na sua retro-área.

Face as atividades da empresa envolverem o recebimento,

armazenagem, recarga ou embarque direto de cargas no porto, e tais cargas

contemplarem granéis sólidos (cargas relacionadas em atividade

potencialmente polidora), o estudo foi focado em cima de sua Licença de

Operação/INEA e de sua política ambiental.

3.2. Relatório de Auditoria Ambiental

Este Relatório apresenta os resultados da auditoria ambiental realizada

na PENNANT SERVIÇOS MARÍTIMOS LTDA. Estabelecida na Avenida

Rodrigues Alves, S/N° - Anexo I – Porto do Rio de Janeiro – Santo Cristo,

Município do Rio de Janeiro, com base na Lei Estadual 1.898 de 26 de

novembro de 1991, que dispõe sobre a realização de auditorias ambientais e

conforme estabelecido na DZ-056 R.2 “Diretriz para Realização de Auditoria

Ambiental” aprovada pela Deliberação nº 3427 de 14 de novembro de 1995 da

Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA).

A Auditoria Ambiental foi conduzida por Leandro Martins e realizada em

janeiro de 2011, avaliando as atividades da PENNANT SERVIÇOS

MARÍTIMOS LTDA., correspondendo à seguinte Licença de Operação:

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Nº da LO Atividade

FE 007029 a realizar operações portuárias de carga, descarga e

armazenamento

O Relatório de Auditoria Ambiental deverá ser assinado pelos auditores

e pela diretoria da empresa ou atividade.

3.3. Características da Auditoria:

a- objetivos :

• verificar o cumprimento e o atendimento à legislação ambiental

aplicável;

• verificar a adequação da política ambiental da empresa à magnitude e

abrangência de seus aspectos ambientais;

• verificar as condições de operação e manutenção dos sistemas de

controle de poluição e de prevenção de acidentes, bem como das

próprias unidades de operação e manutenção;

• verificar as condições de manipulação, estocagem e transporte de

matérias-primas e produtos quando aplicáveis;

• verificar potenciais impactos e eventuais riscos para a qualidade

ambiental na empresa e em sua área de influência;

• verificar o treinamento e a capacitação dos responsáveis pela operação

e manutenção dos sistemas, rotinas, instalações e equipamentos

críticos para o controle ambiental;

• verificar as ações para redução, reuso, reciclagem, tratamento,

transporte e a destinação de resíduos em conformidade com a

legislação vigente; e,

• identificar as oportunidades de melhoria de desempenho ambiental da

empresa, visando o atendimento à legislação ambiental e a manutenção

das boas práticas ambientais.

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b: abrangência

A auditoria foi realizada considerando-se o item 7.5 da diretriz DZ-056

R.2 – Diretriz para a Realização de Auditoria Ambiental, o qual estabelece a

abrangência requerida na auditoria.

Todos os aspectos previstos no item 7.5 da referida diretriz foram

auditados nos seguintes Setores:

• Departamento de Segurança e Meio Ambiente

• Gerência de Manutenção de Máquinas e Equipamentos

• Gerência de Terminal do Porto

• Superintendência de Operações Portuárias

• Departamento de Operações Portuárias

• Departamento de Materiais

• Departamento de Granéis

• Departamento de Estiva

• Departamento de Transporte

3.4 Características da Empresa Auditada

A Pennant Serviços Marítimos LTDA. foi fundada em 1990 e atualmente

é o maior operador portuário do Rio de Janeiro, atendendo a diversos tipos de

carga.

A matriz está localizada no Rio de Janeiro, cobrindo os serviços

comerciais e operacionais dos portos de Niterói, Arraial do Cabo, Vitoria, entre

outros. Como Operadora Portuária, opera navios e cargas em qualquer berço,

preferencial de contratos de arrendamento e/ou públicos da Cia. Docas do Rio

de Janeiro.

Atende navios como Tankers, navios de cruzeiros marítimos, bulk

carriers, full containers, PCC, Ro-Ro, navios multi-purpose e rebocadores.

Também opera as seguintes cargas: grãos, derivados de petróleo, fertilizantes,

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containers, veículos, produtos siderúrgicos, tubos, carga paletizada, granéis

sólidos e todos os tipos de carga geral / solta.

3..4.1. Aspectos Técnicos

Abaixo, encontra-se um breve descritivo sobre as áreas da unidade, bem como

sobre os setores de apoio, que contribuem para o bom funcionamento das

atividades da Empresa.

Os granéis são descarregados dos navios atracados nos berços

públicos do Porto do Rio de Janeiro por descarregadores tipo grab (caçambas).

O granel descarregado dos navios é transportado por caminhões basculantes

trucados até a área de estocagem. Os caminhões são lonados atendendo a

Norma Regulamentadora - NR29.

a. Departamento de Segurança e Meio Ambiente: Responsável pela

segurança dos trabalhadores da empresa, distribuição de EPIs, controle de

riscos dos trabalhadores, controle ambiental, controle dos procedimentos,

integração de novos funcionários e exames admissionais.

b. Gerência de Manutenção de Máquinas e Equipamentos (Pátio

DEMAPE): Responsável pela manutenção das máquinas, empilhadeiras, pás

carregadeiras, ligados a movimentação das cargas, inclusive transporte interno

de cargas soltas e containeres, e desenvolvimento de equipamentos.

c. Gerência de Terminal do Porto: Responsável pela parte de

armazenagem de cargas nas áreas internas do Porto. Gerenciamento de

movimentação de cargas e granéis.

d. Superintendência de Operações Portuárias: Responsável pela

definição dos procedimentos operacionais de embarque e descarga de cargas

e granéis.e. Departamento de Operações Portuárias : Responsável pela

coordenação de operações dentro das embarcações.

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f. Departamento de Materiais : Responsável pelo fornecimento de

materiais e implementos para estivagem de cargas.

g. Departamento de Transporte: Responsável pelo transporte de cargas

secas e containeres próprios e/ou terceirizadas.

h. Departamento de Estiva: Responsável pelo lingamento e

deslingamento de cargas nas plataformas e carretas.

i. Departamento de Granéis: Responsável pela coordenação de

movimentação de granéis dentro da área portuária.

3.4.2. Estrutura Administrativa

A Pennant Serviços Marítimos, na área interna ao Porto do Rio de

Janeiro, possui o seguinte número de funcionários: 150 funcionários próprios

e 50 terceirizados (número flutuante). Regime de funcionamento: 24 horas,

com parte da equipe trabalhando em horário administrativo e parte em

regime de turno de revezamento de oito horas.

O responsável pela área de meio ambiente da Pennant é a

superintendendência de QSMS, que responde diretamente à Diretoria

Executiva.

3.4.3. Política ambiental da empresa auditada

A empresa possui uma política de QSMS específica e uma política

ambiental corporativa implementada e considerada na definição das metas

ambientais. Foi evidenciado que a política está difundida pelos colaboradores

da empresa.

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A Pennant Serviços Marítimos LTDA., busca assegurar a satisfação dos

clientes, funcionários e sociedade reconhecendo a gestão ambiental como

prioritária nos seus processos decisórios.

Este compromisso se fortalece com:

1 – O cumprimento da legislação ambiental e os trabalhos assumidos em

Conformidade Legal;

2 – A prevenção dos impactos ambientais;

3 – A melhoria contínua do desempenho ambiental através da redução dos

resíduos e da otimização do uso de recursos naturais;

4 – A promoção do senso de responsabilidade individual com relação ao meio

ambiente, por meio de treinamento e participação em ações de educação

ambiental.”

4. Gestão ambiental: aspectos técnicos

A Pennant não utiliza matérias primas. Foi observado, durante a

auditoria, um cuidado com a conservação de energia, apesar de não haver um

programa formalmente estabelecido.

Apesar de não manter um programa de avaliação de performance de

seus funcionários, com indicadores corporativos, de saúde e segurança e

ambiental, a empresa realiza Diálogos Diários de Segurança, onde por vezes,

contempla assuntos referentes à conservação do meio ambiente e ainda

realiza campanhas esporádicas no dia mundial do meio ambiente e em outras

datas.

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4.1. Conscientização Ambiental dos Funcionários

A empresa não mantém um Programa Contínuo de Treinamento de

seus funcionários com relação às boas práticas de Meio Ambiente e

Segurança do Trabalho, à exceção do momento da contratação, por onde os

contratados e terceirizados participam do Plano de Integração da Unidade.

Através de entrevistas em campo, verificou-se que os funcionários

envolvidos nas atividades de manutenção estão conscientes dos impactos de

suas atividades sobre o meio ambiente, porém se recomenda treinamentos

específicos para gerenciamento de resíduos.

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CAPÍTULO 4 - ATENDIMENTO À LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Avaliar o tipo e a validade da licença ambiental existente e o

cumprimento das restrições e exigências nela contidas.

Licença de Operação LO FE007029 de 27 de Abril de 2009: “a realizar

operações portuárias de carga, descarga e armazenamento”.

1 – Publicar comunicado de recebimento desta licença no Diário Oficial do

estado do Rio de Janeiro e em jornal diário de grande circulação no Estado,

no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de concessão desta licença,

enviando as cópias das publicações para a FEEMA, conforme determina a

NA-052.R1, aprovada pela Deliberação da CECA nº 4.093, de 21.11.01, e

publicada no D.O.R.J, de 29.11.01;

2 – Esta Licença diz respeito aos aspectos ambientais e não exime o

empreendedor do atendimento às demais exigíveis por lei.

3 – Esta licença não poderá sofrer qualquer alteração, nem ser plastificada,

sob pena de perder sua validade.

4 – Requerer a renovação desta Licença de Operação, no mínimo, 120

(cento e vinte) dias antes do vencimento do seu prazo de validade.

5 – Atender à NT 202 R-10 – Critérios e Padrões para Lançamento de

Efluentes Líquidos, aprovada pela Deliberação CECA nº 1007, de 04.12.86,

publicada no D.O.R.J de 12.12.86.

6 – Atender à DZ-1310. R-7 Sistema de Manifesto de Resíduos, aprovada

pela Deliberação CECA Nº 4.497, de 03.09.04, publicada no D.O.R.J. de

21.09.04;

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7 - Atender à DZ-1311. R-04 - Diretriz de Destinação de Resíduos, aprovada

pela Deliberação CECA nº 3327, de 29.11.94, publicada no D.O.R.J. de

12.12.94;

8 – Atender à Resolução N° 001/90 do CONAMA, de 08.03.90, publicada no

D.O.U. de 02.04.90, que dispõe sobre critérios e padrões de emissão de

ruídos;

9 – Atender à DZ-056. R-02 – Diretriz para Realização de Auditoria

Ambiental, aprovada pela Deliberação CECA nº 3427, de 14.11.95,

publicada no D.O.R.J. de 21.11.95;

10 - Atender à Resolução nº 005/93 do CONAMA, de 05.08.93, publicada no

D.O.U. de 31.08.93, que estabelece definições, classificação e

procedimentos para o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de

serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários;

11 – Atender à Lei n° 9.966, de 28.04.00, que dispõe sobre a prevenção, o

controle e a fiscalização da poluição causada por lançamentos de óleo e

outras substancias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e

dá outras providências;

12 – Armazenar os resíduos de acordo com as Normas Técnicas NBR 11174

e NBR 12235, da ABNT;

13 – Não lançar quaisquer resíduos e/ou produtos na rede de drenagem ou

nos corpos d’água;

14 – Adotar medidas de controle para evitar o carregamento e o

transbordamento de material particulado para as vias públicas e para os

corpos d’água;

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15 – Realizar cobertura da carga estocada à granel e ao ar livre a fim de se

evitar emissão de material particulado;

16 – Implantar Plano de Gerenciamento de Resíduos e Plano de Ação de

Emergência;

17 – Implantar plano de controle e combate a vazamento de óleo, em

conjunto com a Companhia Docas do Rio de Janeiro e Capitania dos Portos;

18 – Manter atualizado o Plano de Ação à Emergência (PAE), revisando-o no

máximo a cada 30 meses, encaminhando cópia à FEEMA sempre que

houver mudança significativa, principalmente na equipe de emergência e nos

telefones de contato.

19 – Manter disponíveis e prontos para uso os equipamentos e materiais de

atendimento a emergências;

20 – Realizar anualmente, com ciência da Companhia Docas do Rio de

Janeiro, Capitania dos Portos, Defesa Civil e FEEMA, simulados de

acidentes com produtos químicos durante o transporte, nas vias de acesso

ao porto;

21 – Informar a Companhia Docas do Rio de Janeiro, Capitania dos Portos,

Defesa Civil e FEEMA qualquer acidente que ocorra no transporte e

manipulação na área do porto ou mesmo fora dele;

22 – Acondicionar os resíduos de óleo em recipientes dotados de tampa e

estocá-los em área abrigada até ser encaminhados para empresas de re-

refino licenciadas pela FEEMA, mantendo os comprovantes à disposição da

fiscalização;

23 – Não realizar queima de material ao ar livre

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24 – Evitar todas as formas de acúmulo de água que possam propiciar a

proliferação do mosquito Aedes aegyptii, transmissor da dengue.

25 – Eliminar métodos de trabalho e ambientes propícios à proliferação de

vetores (insetos e roedores nocivos);

26 – Manter atualizados, junto a FEEMA, os dados cadastrais relativos à

atividade ora licenciada;

27 - Submeter previamente à FEEMA (atual INEA), para análise e parecer,

qualquer ampliação ou alteração na atividade;

28 – A FEEMA (atual INEA) exigirá novas medidas de controle, sempre que

julgar necessário.

5. Outros Requisitos Legais Aplicáveis

A empresa não possui uma sistemática de identificação da legislação

aplicável ao empreendimento.

Em atendimento ao artigo 17 da Lei nº 6.938/81 – Política Nacional do

Meio Ambiente e a Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000 – Cadastro

Técnico Federal, e conforme o artigo 8º da Instrução Normativa IBAMA nº 96,

de 30 de Março de 2006 a empresa está cadastrada no IBAMA sob o nº

686344 (Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras),

com a seguinte atividade: Proprietário de moto-serras e Transporte, Terminais,

Depósitos e Comércio/Depósitos de Produtos Químicos e Perigosos. Não foi

apresentado o certificado de regularidade, devido ao parcelamento das taxas a

serem pagas, impossibilitando a emissão do mesmo.

Em relação à Lei Estadual nº 1.893, de 20 de novembro de 1991, a

empresa ainda não efetua a limpeza e higienização dos seus reservatórios de

água.

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Não foi apresentado o inventário de resíduos, em conformidade com a

Resolução Conama 313.

As medidas relativas ao controle de vetores foram realizadas pela

empresa Bio Service Controle de Pragas S/C CRH IN000123, sendo

evidenciado, o Procedimento para Controle e Combate a Vetores (PAMB 01) e

as ordens de serviço (OS) 0462 , 0463, 0468 e 0475, referentes aos vetores:

Barata, rato, cupim, broca, mosca, pombo, pulga, carrapato e mosquitos dos

gêneros Aedes e Culex. As áreas contempladas foram os armazéns 04, 10 e

Administrativo.

A empresa não apresentou a Declaração de Carga Poluidora, conforme

prevê o Art. 46 da Resolução CONAMA 357/05 .

5.1. Atendimento à Legislação Ambiental

A Pennant Serviços Marítimos apresentou o Plano de Ação as

Emergências (PAERV00), e que contempla ações relativas a derrames de

granéis sólidos no mar e na pista de rolamento.

A Pennant mantém um Centro de Atendimento às Emergências (CAE),

localizado dentro de um container no pátio 09 e que realiza o atendimento às

emergências, tais como, queda de granéis sólidos no mar, na pista de

rolamento, arrasto de granéis e vazamento, incêndio e explosões envolvendo

produtos perigosos.

O Porto do Rio de Janeiro também possui um Centro de Atendimento as

Emergências (CAE), localizado entre os armazéns 14 e 15. Foi evidenciado o

contrato firmado entre a Companhia Docas do RJ, SINDOPERJ e Hidroclean,

sendo as operações da Pennant e das empresas arrendatárias atendidas pelo

CAE. Este CAE atende exclusivamente vazamentos e derrames de óleo e

produtos químicos no mar.

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6. Aspectos Ambientais, de Segurança e de Trabalho

A manutenção interna dos equipamentos de pequeno porte é realizada

por empresas terceirizadas. A manutenção predial é realizada pela empresa

ARTEC.

A manutenção de equipamentos de grande porte, tais como, empilhadeiras,

pás carregadeiras, compressores e borracharia é realizada pela própria

Pennant, na oficina de manutenção no pátio DEMAPE. Esta área estava

adequada e os sistemas de controle ambiental estavam funcionando

corretamente, tais como o armazenamento de resíduos, a caixa separadora de

água e óleo e as canaletas desobstruídas.

A empresa apresentou os checklists relacionados à manutenção

preventiva de seus equipamentos, incluindo as empilhadeiras, caminhões

carreta e pás carregadeiras, que fica a cargo do Departamento de

Manutenção.

As áreas que foram visitadas estavam adequadas e sem vestígio de

acúmulo de água.

No pátio 10 e no armazém 11 foi evidenciado que os extintores de

incêndio estavam obstruídos e sem espaço delimitado.

A empresa apresentou o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

– PPRA, como prevê a NR-9 (Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde

do Trabalho, Portaria 3214). A empresa atualiza anualmente o PPRA, listando

causa/fonte, efeito, métodos de controle e riscos ambientais. Além disso

explicita a avaliação dos riscos ambientais, medidas de proteção coletiva,

medidas de proteção individual e a relação de EPIs por função.

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A empresa também apresentou o relatório do Programa de Controle

Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO elaborado pela Medicina do Trabalho.

O PCMSO e a grade de exames foram baseados nos riscos encontrados no

PPRA, que vem atender à NR-7. Foi apresentado o PCMSO, confeccionado

pelo médico do trabalho Dr. Altino Guilherme Romar (CRM 52.22919-6), e

indica os exames admissionais, periódicos e demissionais.

7. Gerenciamento de Produto

Foi evidenciado o armazenamento inadequado de cilindros de gases

nos anexos 10-11 e no pátio 10, visto que não tinham baia específica e nem

estavam acorrentados.

Foi evidenciado o armazenamento inadequado de combustíveis no

Departamento de materiais do armazém 10, visto que não tinham local

específico nem dique de contenção. No local também foi encontrado um

carrinho transportador de óleo diesel sem contenção, placa informativa e em

local inapropriado .

Ainda no armazém 10 foi constatado acúmulo de latas de tintas vazias,

madeira e papelão dispostos diretamente no chão.

Foi constatado que a empresa não está utilizando o armazém 22 para

nenhum tipo de armazenamento de produto.

Os concentrados de zinco e chumbo estão sendo armazenados no

armazém de lona, próximo ao armazém 22 de forma adequada. A saída do

armazém possui um lavador de pneus ligado a uma canaleta, a qual escoa os

resíduos provenientes dos caminhões e carretas até um tanque de

sedimentação. Os efluentes do tanque são encaminhados para o mar e não

são realizadas as análises destes efluentes, conforme prevê a NT 202 .

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Os concentrados de zinco e chumbo são transportados por malha

ferroviária pela empresa MRS. O transporte rodoviário interno é realizado pela

empresa Clean Química com licença de operação N° FE014033, para realizar

atividades de coleta e transporte rodoviário de resíduos industriais perigosos

classe I e não perigosos classe II e efluentes líquidos a granel. O transporte

externo é realizado pela empresa Rodeiro.

7.1. Gerenciamento de Resíduos e Emissões

Tem como objetivo avaliar os dados qualitativos e quantitativos obtidos

através do monitoramento das emissões de contaminantes e produção de

resíduos, localizando as irregularidades encontradas.

• Resíduos Sólidos

A Pennant possui um Programa de Gerenciamento de Resíduos que

contempla a coleta seletiva de resíduos desde a fonte de geração, de forma a

garantir a segregação dos resíduos por tipologia e classe.

A empresa não realizou seu Inventário de Resíduos e nem o

encaminhou ao INEA. Foram evidenciados manifestos de alguns resíduos,

como: Resíduos de Madeira, de papel, e sucata de metais não ferrosos.

Foi evidenciado o Plano de Gerenciamento de Serviços de Saúde

(PGRSS) do Órgão Gestor de Mão de Obra Avulsa (OGMO), o qual presta

serviços em toda área portuária. A responsável pela coleta e transporte é a

Clean Ambiental, devidamente licenciada (LO FE007885), e cujo contrato de

prestação de serviços também foi evidenciado.

• Efluentes Líquidos

Os efluentes sanitários são encaminhados para a rede de esgoto da

CEDAE sem tratamento prévio.

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Não é monitorado o ponto de emissão de efluentes líquidos

provenientes da caixa de sedimentação anexa ao armazém de lona.

• Emissões Gasosas

A empresa não realiza medições de emissão de fumaça preta nas

empilhadeiras e outros equipamentos exigidos pela Portaria IBAMA nº 85, de

17 de outubro de 1996.

8. Impactos Positivos e Negativos ao Meio Ambiente

Impactos Ambientais

Tipo Aspecto Localização Causas Conseqüência(s) Padrão Violado / atendido

Positivo Gerenciamento de Risco

Empresa e Região

Atividade operacional e transporte

Adequado gerenciamento de

risco.

Restrição nº 14,15 e 19 da LO

Negativo Atendimento à legislação

Toda empresa

Atividade produtiva

Baixo índice de atendimento à

legislação ambiental e de segurança do

trabalho.

Lei 1898/91

DZ 056

Positivo Social Empresa e Município

Atividade operacional e administrativa

Alta capacitação e conscientização dos

funcionários; geração de empregos.

DZ 056

Negativo Gestão de efluentes

Toda empresa

Atividade operacional

Gestão inadequada dos efluentes gerados.

NT-202 R.10

Negativo Gestão de Resíduos

Toda a empresa

Atividade operacional

Área inadequada para o

armazenamento de resíduos.

NBR 12.235

Negativo Gerenciamento de produtos ETA

Armazenagem de produtos sem adequadas

condições de uso e de contenção; armazenamento de produtos

incompatíveis no mesmo local.

Contaminação ambiental.

Decreto 2657/98, NBR 14.725

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9. Apresentação das Não-conformidades do RAA 2009

Abaixo a descrição das não-conformidades detectadas na auditoria, os

respectivos itens da norma de referência e o título correspondente:

NC 1 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Lançamento de Efluentes Líquidos Industriais

Item DZ: 7.5.5

Descrição da Não-Conformidade: A empresa não possui monitoramento dos

efluentes industriais provenientes da caixa de sedimentação do armazém de

lona, portanto não atendendo a NT 202 R-10 .

NC 2 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Emissão de Ruídos

Item DZ: 7.5.5

Descrição da Não-Conformidade: A empresa não realiza o monitoramento de

ruídos, portanto não atendendo a Resolução N° 001/90 do CONAMA .

NC 3 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Diretriz para Realização de Auditoria Ambiental

Item DZ: 7.5.5

Descrição da Não-Conformidade: A empresa não realizou auditoria ambiental

no ano de 2008 .

NC 4 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Armazenamento de Resíduos Perigosos

Item DZ: 7.5.5

Descrição da Não-Conformidade: Foi evidenciado o armazenamento

inadequado de resíduos perigosos no armazém 11.

NC 5 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Plano de Ação à Emergência

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Item DZ: 7.5.5

Descrição da Não-Conformidade: A última revisão do Plano de Ação à

Emergência, enviada para o INEA foi em 11.10.05.

NC 6 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Simulados de acidentes com produtos químicos

Item DZ: 7.5.5

Descrição da Não-Conformidade: A empresa não realizou nenhum simulado

referente ao transporte de produtos químicos.

NC 7 – Outros Requisitos Legais Aplicáveis

Aspecto: Limpeza e higienização dos reservatórios de água

Item DZ: 7.5.4

Descrição da Não-Conformidade: A empresa não realizou a limpeza e

higienização dos seus reservatórios de água.

NC 8 – Outros Requisitos Legais Aplicáveis

Aspecto: Inventário de Resíduos

Item DZ: 7.5.4

Descrição da Não-Conformidade: Não foi apresentado o inventário de

resíduos, em conformidade com a Resolução CONAMA 313.

NC 9 – Gerenciamento de Produto

Aspecto: Armazenamento de produtos inflamáveis

Item DZ: 7.5.10

Descrição da Não-Conformidade: Foi evidenciado o armazenamento

inadequado de combustíveis no armazém 10 .

NC 10 – Gerenciamento de Resíduos e Emissões

Aspecto: Emissão de Fumaça Preta

Item DZ: 7.5.11

Descrição da Não-Conformidade: A empresa não realiza medições de emissão

de fumaça preta nos equipamentos exigidos pela Portaria IBAMA nº 85/1996 .

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NC 11 – Outros Requisitos Legais Aplicáveis

Aspecto: Declaração de Carga Poluidora

Item DZ: 7.5.4

Descrição da Não-Conformidade: A empresa não apresentou a Declaração de

Carga Poluidora exigido pela Resolução CONAMA 357/05 Art. 46 .

10. Plano de Ação proposto

Abaixo se encontra o Plano de Ação proposto pela empresa, para as

não conformidades desta auditoria.

NC 1 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Lançamento de Efluentes Líquidos Industriais

Ação: Contratação de laboratório para realização das análises dos efluentes

industriais.

NC 2 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Emissão de Ruídos

Ação: Contratação de empresa para realização da medição de ruídos.

NC 3 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Diretriz para Realização de Auditoria Ambiental

Ação: Contratação de empresa para realização da auditoria ambiental.

NC 4 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Armazenamento de Resíduos Perigosos

Ação: Adequação da área de armazenamento de resíduos.

NC 5 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Plano de Ação à Emergência

Ação: Revisão do plano de ação à emergência.

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NC 6 – Licenças e Processos Ambientais

Aspecto: Simulados de acidentes com produtos químicos

Ação: Realização de simulados periódicos referente ao transporte de produtos

químicos.

NC 7 – Outros Requisitos Legais Aplicáveis

Aspecto: Limpeza e higienização dos reservatórios de água

Ação: Contratação de empresa para realização de limpeza e higienização dos

reservatórios de água.

NC 8 – Outros Requisitos Legais Aplicáveis

Aspecto: Inventário de Resíduos

Ação: Atualização do inventário de resíduos

NC 9 – Gerenciamento de Produto

Aspecto: Armazenamento de produtos inflamáveis

Ação: Adequação da área de armazenamento de produtos inflamáveis.

NC 10 – Gerenciamento de Resíduos e Emissões

Aspecto: Emissão de Fumaça Preta

Ação: Criação de procedimento interno para controle de emissão de fumaça

preta dos equipamentos.

NC 11 – Outros Requisitos Legais Aplicáveis

Aspecto: Declaração de Carga Poluidora

Ação: Preparação da declaração de carga poluidora referente ao ano base

anterior.

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CONCLUSÃO

A auditoria ambiental é uma ferramenta utilizada pelas empresas para a

avaliação da gestão ambiental. Inicialmente realizada de forma voluntária, a

auditoria ambiental vem ganhando caráter compulsório, passando a ser

legalmente exigida por órgãos governamentais de controle ambiental, como

acontece, por exemplo, no Estado do Rio de Janeiro. Este trabalho teve por

finalidade avaliar as vantagens e desvantagens da realização de uma auditoria

ambiental determinada por lei.

O maior motivador da auditoria ambiental é determinar onde a empresa

está atendendo a legislação e onde estão as oportunidades para corrigir os

problemas. Por isso, o acompanhamento das ações para a correção das não-

conformidades verificadas, deve ser feito com especial atenção, envolvendo,

inclusive, a alta administração da empresa, pois atualmente o gerenciamento

ambiental é crítico para o negócio, ganhando crescente participação nas

decisões empresariais.

Em relação a auditoria feita na empresa Pennant, ela demonstrou

transparência no fornecimento de informações e apresentação dos

documentos solicitados. No entanto, a empresa, não possui sistema de gestão

ambiental implementado. Não havendo assim, controle dos aspectos

ambientais, tratamento de não conformidades, estabelecimento e controle de

objetivos e metas ambientais.

Recomenda-se a empresa, portanto, manter um programa de avaliação

de performance de seus funcionários, com indicadores corporativos, de saúde

e segurança ambiental. Bem como, um programa contínuo de treinamento de

seus funcionários com relação às boas práticas de Meio Ambiente e

Segurança do Trabalho.

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