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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A PEDAGOGIA COGNITIVISTA E O ANALFABETISMO MOTOR:
Uma Realidade na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino
Fundamental das Escolas do Alto Solimões, Amazonas.
Por: Márcio Rocha Abensur
Orientadora
Profa. Maria Esther de Araújo
Tabatinga
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A PEDAGOGIA COGNITIVISTA E O ANALFABETISMO MOTOR:
Uma Realidade na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino
Fundamental das Escolas do Alto Solimões, Amazonas.
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Psicomotricidade.
Por: Márcio Rocha Abensur
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, em quem tenho buscado
sabedoria e inspiração para tudo em
minha vida; aos professores Sidney
Netto, Alberto dos Santos Puga
Barbosa e Gilberto Cabral da Costa,
pela motivação no mundo acadêmico; à
minha tutora, Natália Pacheco Junior, e
à minha orientadora, Maria Esther de
Araújo, por compreender minha longa
trajetória na confecção e conclusão
deste trabalho; aos amigos; e a todos
aqueles que direta ou indiretamente
colaboraram para a realização desta
monografia.
4
DEDICATÓRIA
A meus pais, Raimundo Pinheiro Abensur
e Dulcinéia Rocha Abensur, minhas
referências na vida; a minha esposa,
Elisângela, companheira de todos os
momentos; e a minha filha Maysa, a quem
tanto amo.
5
RESUMO
Após uma observação em vários estabelecimentos de ensino da região
do Alto Solimões, notou-se que as crianças em sala de aula seguem uma
tendência de educação que enfatiza a leitura, a escrita e o cálculo como sendo
os pilares do processo, privando os alunos de atividades mais dinâmicas,
limitando-os quase que exclusivamente às tarefas de coorenação motora fina.
Em outras palavras, na prática, nas turmas observadas as crianças não são
estimuladas ao desenvolvimento dos fatores psicomotores, já que não têm uma
rotina de exploração de sua capacidade motriz. Neste sentido, foi criado um
questionário com a finalidade de verificar a afinidade dos docentes de
educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental (pedagogos e
normalistas) com a motricidade humana e a educação psicomotora, sendo
aplicado a vários professores de escolas da Região do Alto Solimões, Estado
do Amazonas. O mesmo questionário foi aplicado na cidade de Letícia,
Colômbia (fronteira com nossa região), onde a educação infantil e das séries
iniciais é desenvolvida semelhantemente. Também foi realizada uma avaliação
psicomotora com alguns alunos desses professores, a qual forneceu dados que
foram comparados com uma segunda avaliação, realizada ao final de um
periodo de quatro meses de atividades mais diversificadas, desenvolvidas com
as respectivas turmas. O resultado apresenta um paradoxo caracterizado pela
incoerência entre a prática do ensino nesses segmentos e a necessidade de
desenvolvimento integral da criança. O quastionário aplicado aos professores
revelou que praticamente todos desenvolvem em sala de aula principalmente
atividades de pintar, recortar e colar papel. A primeira avliação psicomotora dos
alunos revelou em todos vários aspectos psicomotores deficientes, o que na
avaliação final foi compensado. O resultado deste estudo nos leva a refletir
sobre uma conseqüência preocupante no desenvolvimento de nossas crianças,
consequência esta que parece ainda estar longe do conhecimento e atuação
do professor pedagogo ou normalista: o analfabetismo motor.
6
METODOLOGIA
O presente trabalho apresenta um estudo original de pesquisa de campo
com observação durante quatro meses e análise quantitativa e qualitativa com
o intuito de levantar dados que sirvam de referência para reflexões e, o mais
importante, mudanças na prática pedagógica infantil em nossa região.
Após aprovação do projeto de pesquisa pela Comissão Julgadora do
Projeto A Vez do Mestre, da Universidade Cândido Mendes, foram realizados
os procedimentos para a execução do mesmo, sendo feito um estudo
cuidadoso sobre os meios necessários para a realização da pesquisa proposta.
A metodologia de estudo inclui para cada indivíduo participante a
aplicação de um questionário desenvolvido especificamente para professores
de educação infantil e séries iniciais. Este questionário, criado pelo autor do
projeto, é composto por vinte e uma questões relacionadas com a atuação do
entrevistado e com a rotina das crianças, tanto em sua sala de aula como na
recreação. Foram entrevistados professores de escolas públicas e particulares
dos municípios de Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte e São Paulo
de Olivença, todos componentes da região do Alto Solimoes, no Estado do
Amazonas.
Paralelamente aos trabalhos de aplicação do questionário, seis escolas
foram escolhidas aleatoriamente nos municipios de Tabatinga, Benjamin
Constant e Atalaia do Norte (duas por localidade). Em cada uma delas foram
apontadas, também aleatoriamente, duas turmas que, com a orientação do
autor do projeto e a colaboração dos respectivos professores, passaram a
desenvolver atividades mais diversificadas com o acompanhamento e o apoio
de professores de Educação Física, todas relacionadas ao desenvolvimento
integral dos alunos e direcionadas ao estímulo da coordenação motora, da
tonicidade, do equilíbrio, da lateralidade, da orientação espacial e temporal, e
do esquema e imagem corporais. Em cada uma dessas escolas, também foram
escolhidos aleatoriamente dois alunos, que passaram por duas avaliações
psicomotoras, uma no início dos trabalhos e outra ao final dos mesmos.
7
Terminado o período previsto para a realização da pesquisa, os dados
dos questionários aplicados foram organizados e comparados inicialmente no
âmbito de cada município. Após isto, foram organizados a partir dos resultados
de todas as localidades, de modo a oferecer uma idéia da visão dos
educadores da região do Alto Solimões em relação à atual prática pedagógica
infantil. Quanto às crianças avaliadas, como já era de se esperar, as mesma
apresentaram alguns problemas de aprendizagem e psicomotores. Porém,
depois da aplicação das atividades previstas, na últma avaliação, estas
crianças apresentaram melhora significativa, além de podermos constatar que
em todas as turmas escolhidas para a referida prática, os alunos estavam
muito satisfeitos pelo tipo de atividades que passaram a desenvolver a partir
daquele período.
Por fim, como forma de reforçar nossos trabalhos de pesquisa, duas
turmas de 6º período do Curso de Pedagogia, da Universidade do Estado do
Amazonas também foram escolhidas para a aplicação do questionário. É
importante frisar que estas turmas já haviam assistido à disciplina
Psicomotricidade, oferecida nesta universidade com carga horária de 60 horas
e sem prática, como previsto na respectiva ementa. Uma observação a ser feita
é que estas turmas tiveram esta disciplina ministrada por um Profissional de
Educação Física, que possui maior afinidade com a questão do movimento e
suas influências no desenvolvimento infantil. Os resultados podem ser
encontrados nos anexos deste trabalho.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
A Educação Infantil no Brasil 11
CAPÍTULO II
O pensamento cognitivista na Educação Infantil e Séries Iniciais 19
CAPÍTULO III
O Analfabetismo Motor 33
CAPÍTULO IV
Educação Física: qual a contribuição? 46
CONCLUSÃO 55
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 58
BIBLIOGRAFIA CITADA 60
ANEXOS 62
ÍNDICE 193
FOLHA DE AVALIAÇÃO 195
9
INTRODUÇÃO
Apesar das pesquisas, estudos e doutos apontarem para uma nova
tendência educacional, o Brasil ainda vive um constante debate sobre a
qualidade da educação no país, num visível e inegável paradoxo que se
manifesta mesmo diante das inúmeras referências que abordam o homem
como um ser holístico.
Mesmo com o fato de vários autores, como Lapierre (1982),
enfatizarem a psicomotricidade como fator importante no desenvolvimento
cognitivo, na leitura e escrita e na inteligência, a escola ainda dá pouca
importância à atividade motora, evidenciando uma realidade na qual educar um
ser integral não é uma prática comum ao professor de educação infantil e
séries iniciais, uma vez que sua formação ainda é cunhada em princípios
cognitivistas.
Não obstante, tradicionalmente a sociedade tem o domínio da leitura e
da escrita como ápice do processo educacional, traduzindo tal capacidade
como sinônimo de educação. Desta forma, de acordo com Guerrero (2002), o
aluno que por algum motivo não conseguir se destacar na escrita, passa por
um processo de discriminação que começa na própria escola, propagando-se
posteriomente para todo o seu meio social.
Para Coste (1992), o desenvolvimetno psicomotor caracteriza-se por
uma maturação que integra movimento, ritmo, construção espacial, o
reconhecimento dos objetos, das posições, da imagem e esquema corporais, e,
por fim, a palavra. O autor chama a atenção para o fato de ser o cognitivo um
fator consequente e dependente do aspecto motriz, o que Dupré, em 1909,
com a atualização do termo debilidade motriz para debilidade psicomotora ,
já preconizava. Para ele, falhas no desenvolvimento psicomotor estão sempre
associadas a déficits intelectuais.
Isto nos leva a ressaltar a necessidade de reflexão sobre as atuais
práticas educacionais infantis, que, de uma forma preocupante, não tem
propiciado estímulos variados e nem reforçado as aquisições psicomotoras do
aluno. Na verdade, o status que a inteligência possui na educação tem
10
gerado a necessidade da busca por ocupar o tempo fora da escola com reforço
em matérias específicas, ou cursinhos específicos. Isto, somado às vantagens
tecnológicas da vida contemporânea (computadores, video-games, tv, etc),
acaba por reduzir a atividade natural infantil a poucas ações motoras livres,
mergulhando-as num mal tipicamente adulto no dias atuais: o sedentarismo.
Esta realidade de propensão à inatividade proporcionada inclusive pela
própria escola, na fase onde a motricidade é fator imprescindível, afeta em
muito a capacidade de desenvolver até mesmo movimentos simples, o que é
retratado por Fonseca, em sua afirmação:
[...] a ausência de espaço e a privação de movimento é uma
verdadeira talidomida da atual sociedade, continuando na família
(urbanização) e na escola. A não aceitação da necessidade de
movimento e da experiência corporal da criança põe em causa as
atividades instrumentais que organizam o cérebro (Fonseca, 1987,
p.21).
Até mesmo o grande ícone da Pedagogia no Brasil ressalta em seus
estudos a existência de um primeiro passo no processo do desenvolvimento
humano: o movimento. Para Piaget (1996), esse processo pode ser revelado
desde os primeiros reflexos que o ser apresenta no período sensório-motor,
sendo a inteligência construída através do contato com o meio e as
experiências vividas, ou seja, a ação. É interessante frisar que em sua teoria
não encontramos referências ou orientações ao desenvolvimento de prática
educacional nos moldes desta aqui em questão.
No que tange ao educar crianças, a realidade apresenta-se, de um
lado, com uma prática educacional fundamentada na busca do domínio da
leitura, da escrita e do cálculo, numa pedagogia que ignora o fato de o
educando ser muito mais do que intelecto. De outro lado, um ser
biopsicossocial fagmentado, limitado a atividades que estão muito aquém de
suas necessidades de educação integral, constituindo-se em um analfabeto
não apenas intelectual, mas, também, motor.
11
CAPÍTULO I
A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL
A educação tradicional, enraizada na sociedade de classes
escravagista da Idade Antiga, destinada a uma pequena minoria,
começou seu declínio já no movimento renascentista, embora
sobreviva até hoje. A educação nova, que apareceu com vigor na
obra de Rousseau, desenvolveu-se nesses dois últimos séculos e
trouxe numerosas conquistas, sobretudo nas ciências da educação e
nas metodologias de ensino. (...) Mas a educação tradicional e a
educação nova, esses grandes movimentos da história do
pensamento pedagógico e da prática educativa, têm um traço
comum, que é de conceber a educação como um processo de
desenvolvimento pessoal, individual. O traço mais original deste
século, na educação, é o deslocamento da formação puramente
individual do homem para o social, o político, o ideológico. A
pedagogia institucional é um exemplo disso. A experiência de mais
de meio século de educação nos países socialistas é outro exemplo.
A educação deste fim de século tornou-se permanente e social
(Moacir Gadotti, 1999, p.267/268).
Para podermos compreender melhor o contexto de nossa proposta,
precisamos ter em mente que a educação é uma das manifestações culturais
de uma sociedade, que se manifesta através de sua arte, religião, ciências e da
estruturação política, econômica e social. Portanto, neste capítulo faremos um
breve histórico do processo de modelagem da educação, conhecendo seu
processo de evolução e características ao lonogo da história.
1.1
Educação: dos primórdios ao contexto atual
Com uma tragetória dividida basicamente em dois momentos, a
educação nos primórdios era desenvolvida, inicialmente, num regime patriarcal,
com influência de uma prática mágico-religiosa . Neste primeiro momento, em
que a sobrevivência era a regra de vida, o patriarca era o principal elemento
12
educador e a educação era basicamente voltada para a manutenção da prática
de atividades da vida cotidiana.
Posteriormente, num segundo momento, com o desenvolvimento da
agricultura e do estabelecimento das povoações, surge o matriarcado como
elemento principal da educação. A religião agora está voltada para a nova
cultura de sobrevivência e a educação, ainda a serviço da comunidade,
desenvolve um papel importante na transmissão dos conhecimentos agrícolas.
No oriente, a civilização chinesa desenvolveu um sistema no qual os
letrados regiam a cultura, por sinal, muito valorizada, tendo como base a
tradição. A arte ganha um refinamento em meio à prática religiosa de culto aos
antepassados. Ali surgiram várias das grandes invenções e descobertas que
contribuem até hoje em nosso dia a dia, como o papel e a imprensa, por
exemplo. A educação, influenciada pela filosofia Taoísta, de origem atribuída a
Lao Tsé, e por vários outros pensadores, ganhava um caráter mais
democrático, sendo um meio de transmissão de valores morais contidos nos
livros de Confúcio. Agora, a estrutura social manifesta-se num sistema
matriarcal-patriarcal, tendo como base a família.
Os hindus, regidos pela sociedade de castas e tendo os brâmanes
(sacerdotes) no topo da pirâmide social, alcançaram grande destaque no
campo da matemática, desenvolvendo os algarismos arábicos. A educação era
influenciada pela cultura da arte religiosa, e, assim como na sociedade egípcia,
inexistia nas classes inferiores.
A civilização egípcia apresentou a primeira escola de que se tem
noticia: Doutrina , de Ptahotep. Esta civilização reservava instrução superior
para os descendentes de classes altas, destacando nas ciências, medicina,
matemática e astronomia. Já o livro hebraico Talmud regulava a vida escolar,
baseada na numa cultura religiosa teocrática monoteísta, que originaram as
religiões judaica e cristã.
A civilização grega destaca-se pela descoberta do valor humano e da
personalidade como fatores independetes independentes das influências
religiosa e política. Considerada como o berço da ciência ocidental, a
civilização grega proporcionou ao desenvolvimento de um dos grandes
13
episódios da história: o surgimento da Pedagogia. Assim, esta nova ciência
torna-se objeto de reflexão metódica e a educação passa a ser um fator
decisivo na vida social e individual, influenciando também a civilização romana.
Esta, cuja contribuição e influência em nossas normas de Direito é ainda
presente, ofereceu também uma contribuição significativa na educação, com o
desenvolvimento da Psicologia em Educação.
Na Idade Média, período em que a criança possuía uma pequena
expectativa de vida consequente da precariedade social e era vista como um
adulto em miniatura, a Igreja controlava as poucas escolas existentes na
época, reservando a educação para um pequeno grupo de clérigos. A
educação sofre influências culturais religiosas, diferenciando-se da educação
romana, que pregava a consciência universal humana e igualdade entre os
homens. O clero passava a ser o principal elemento educador num sistema
feudal onde o poder era concentrado nas mãos dos senhores das terras e a
Igreja ligada ao Estado. O latim firmou-se como língua oficial de uma educação
que era desenvolvida sem influência científica. Enquanto isto, a burguesia
crescia desenvolvendo uma educação de cunho profissional.
Na renascença, a figura de Martinho Lutero surge em meio às
contradições da uma cultura religiosa que enfraquecia na medida em que a
consciência humana despertava e encarava um paradoxo. A educação
controlada pela Igreja, agora sofre influência das correntes humanista e
religiosa, e passa por um processo de nacionalização , afirmando os idiomas
vernáculos nacionais em confrontação à cultura da universalidade medieval.
A partir da segunda metade do século XVII, a criança passa a
frequentar a escola somente aos dez anos, sob o argumento de que antes
desta idade, seu nível intelectual ainda é fraco, sendo qualificada como
incapaz. Esta incapacidade também justificava o emprego do castigo corporal
como de educação disciplinar tanto na família como na escola. Neste século,
com o surgimento de uma nova pedagogia influenciada pela filosofia de Francis
Bacon e de René Descarte, a didática desenvolve-se e dá início a uma nova
fase da educação, a partir dos trabalhos de Comenius.
14
Na Idade Moderna, surge uma nova concepção de criança, quando a
nobreza passa a tratá-la diferentemente da criança pobre. Surgem as primeiras
propostas de educação e moralização infantil. Agora, com o crescimento da
burguesia, a criança passa a ter a importância de alguém que precisa ser
preparada para uma atuação futura. Mas, apesar dessa mudança no contexto
educacional, ainda existia a divisão de classes e a discriminação entre sexos,
podendo as meninas ter acesso à educação somente a partir do século XVIII,
considerado pela filosofia como o século das luzes .
E é exatamente neste século que surgem grandes expoentes da
pedagogia, dando a esta fase o status de referência pedagógica. Jean Jacques
Rousseau, Johann Heinrich Pestallozi e Friederich W. A. Froebel contribuíram
bastante para o avanço educacional, sendo os precursores da Escola Nova.
Rousseau preconiza uma educação fundamentada na descoberta pela
ação, com aprendizagem a partir da própria experiência, e influencia
Pestalozzi, o fundador da escola primária popular, que contribui com um
pensamento baseado na ação e método educativos e na interrelação trabalho
manual-intelectual. Para Pestalozzi, a vida, enquanto meio de educação
natural, não educa apenas com palavras, mas com ação, com atividade.
Considerando o brinquedo como forma de autoexpressão, Froebel é o
primeiro a reconhecer o jogo como fator importante no processo educacional,
baseado num método de atividade construtiva e estudo natural, dando origem
ao tão conhecido Jardim de Infância, que ultrapassou as fronteiras européias,
chegando aos Estados Unidos e influenciando a indústria de brinquedos, a
literatura infantil e o material recreativo. Este educador costumava
cumprimentar as crianças cantando, obtendo também respostas cantadas,
uma característica dos precursores da escola nova e da pedagogia musical,
desenvolvida no segmento da educação infantil.
A Pedagogia moderna é marcada também pelas orientações teóricas
de vários outros autores, indo de Decroly, Claparède e Piaget, a Skinner,
Wallon, e Vygotsky. Assim, em meio às primeiras idéias de educação universal,
ao desenvolvimento da antropologia cultural, aos avanços da Biologia, ao
surgimento da Fisiologia Comparada, da Sociologia, da Psicologia e da
15
Pedagogia Científica, a educação chega ao século XX sofrendo rápidas
transformações e dando origem a novas filosofias e diferentes métodos
pedagógicos. Agora, a mesma educação com fins de manutenção e
transmissão de cultura, enfoca esta mesma cultura num processo de
transformação.
1.2
Educação Infantil no Brasil
A educação infantil brasileira apresenta um maior desenvolvimento
principalmente a partir dos anos de 1970. Até a Constituição de 1988, o
atendimento às crianças até 6 anos não era concebido como uma atividade de
natureza educacional, havendo até aquele momento uma atenção de caráter
assistencial. Inexistiam também diretrizes nacionais voltadas para a educação
infantil, o que veio a ocorrer com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), em 1996.
No período escravagista, o Brasil começa a empregar as crianças
escravas entre 6 e 12 com pequenas atividades auxiliares, passando a ser
vistas como adultas para o trabalho e para a vida sexual a partir dos 12 anos.
As crianças brancas, por sua vez, recebiam atenção diferenciada, iniciando os
primeiros estudos com língua, gramática, matemática e boas maneiras. Este
quadro passa a apresentar mudanças quando o alto índice de mortalidade
infantil leva o país a desenvolver as primeiras iniciativas voltadas à criança,
porém, com um caráter higienista.
Após a abolição da escravaura e a proclamação da República, surgem
as primeiras creches, com um diferencial em relação às creches de outros
países: no Brasil, essas instituições eram populares, atendendo tanto os filhos
das mães que trabalhavam na indústria, como os filhos das empregadas
domésticas. Eram direcionadas à atenção alimentar, higiênica e à segurança
física.
Na década de 1970 foi instituída a pré-escola como educação
compensatória
para crianças de quatro a seis anos, em resposta à crescente
evasão escolar e repetência nas classes pobres do primeiro grau. Tal iniciativa,
16
fundamentada na idéia que os pais não conseguem dar às crianças condições
para o seu bom desempenho na escola, visava suprir essa carência tão comum
às famílias pobres.
Esta idéia de preparação , vinculada à compensação das carências
infantis, refletia a concepção de educação infantil assistencialista adotada no
país, seguindo o modelo das creches do século XVIII. Porém, o caráter informal
dessa pré-escola colaborou para a desvalorização da ação pedagógica
eficiente e séria na educação infantil, quando o trabalho era desenvolvido por
voluntários e sem contratação de profissionais qualificados.
Finalmente, com a Constituinte e a Constituição Federal de 1988, a
pré-escola entra em uma nova fase e ganha uma conotação mais relacionada à
idéia de educação, tendo amplianda sua importância social ao ser integrada à
formação comum indispensável para o exercício da cidadania.
O atendimento a crianças de zero a seis anos de idade em creches e
pré-escolas é reconhecido como processo fundamental na educação, sendo
previsto no inciso IV do artigo 208 da Carta Magna como dever do Estado e
Poder Público. A educação infantil, então, é definida como primeira etapa da
educação básica, no artigo 29 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional de 1996, que mostra no parágrafo 1º, de seu artigo 26, uma
preocupação em proporcionar ao aluno uma educação que em muito se difere
daquela praticada nos moldes aqui contestados. Além do estudo da língua
portuguesa e da matemática, o referido capítulo prevê a obrigatoriedade
também do conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e
política, especialmente do Brasil .
Um ponto importante que merece destaque na LDB é a visão holística
em relação ao aluno. O artigo 29 prevê como finalidade da educação infantil o
desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social . Observemos com atenção: aspectos físico, psicológico,
intelectual e social.
O artigo 32 estende esta proposta aos demais segmentos, prevendo
por objetivo do ensino fundamental, além do desenvolvimento da capacidade
de aprender pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, também a
17
compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,
das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade . Não menos
importantes, também são previstos o fortalecimento dos vínculos de família,
dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se
assenta a vida social , além da formação de atitudes e valores.
Para tanto, como forma de nortear a organização das propostas
pedagógicas das instituições de educação, a referida Lei estabelece
competências e diretrizes nacionais para este e demais segmentos, dando
origem às diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em seu livro 1 (Introdução aos
Parâmetros Curriculares Nacionais), indicam, dentre os vários objetivos do
ensino fundamental:
[...] desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o
sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física,
cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção
social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no
exercício da cidadania (PCN, Livro 01, 1986, p. 69).
Aqui encontramos o argumento que deu origem ao presente trabalho,
quando encontramos, de um lado, na legislação vigente o reconhecimento da
importância do desenvolvimento integral do aluno da educação básica, e de
outro lado, a educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental sendo
desenvolvidas quase que exclusivamente como um ensino fragmentado,
contrariando o fato de que o trabalho educativo com crianças e adolescentes
exige dois aspectos indissociáveis para a eficiência do processo: o educar e o
cuidar.
Eis aí um fato que merece atenção especial na educação brasileira,
pois evidencia-se no processo educacional de crianças um aspecto que parece
inadequado para uma fase e respectivos indivíduos que naturalmente
apresentam necessidade de desenvolvimento em todos os aspectos,
necessidade esta impressa na capacidade de utilização do corpo, enquanto
meio de expressão do nível de aprendizagem e desenvolvimento próprios.
18
Infelizmente, o que podemos constatar é que o docente destes
segmentos não consegue desenvolver práticas coerentes com os referenciais
em educação integral, pois lhe falta o domínio sobre o processo integral do
lúdico, do brincar, do movimento, da motricidade, fato reconhecido pelo o
próprio profissional.
3135
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não
Gráfico 1: Questão 21 - Você acredita que a grade curricular do curso de Pedagogia (ou Normal Superior) contempla a Educação Infantil em suas necessidades de educação integral?
19
CAPÍTULO II
O PENSAMENTO COGNITIVISTA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL E SÉRIES INICIAIS
[...] é preciso que os profissionais de educação infantil tenham
acesso ao conhecimento produzido na área da educação infantil e da
cultura em geral, para repensarem sua prática, se reconstruírem
enquanto cidadãos e atuarem enquanto sujeitos da produção de
conhecimento. E para que possam, mais do que implantar
currículos ou aplicar propostas à realidade da creche/pré-escola em
que atuam, efetivamente participar da sua concepção, construção e
consolidação (KRAMER apud MEC/SEF/COEDI, 1996 p.19).
No último século o crescente movimento pelo estudo da criança
caracterizou-se também em lutas políticas em sua defesa, sinalizando para a
construção social da mesma enquanto sujeito social de plenos direitos. Porém,
nossa sociedade de paradoxos não exclui essa faixa etária de sua
abrangência.
Sujeitos sociais. Seria um ótimo pretexto para argumentarmos aqui
uma reflexão sobre a prática do cuidado com o ser integral nas escolas, uma
vez que nossas crianças seguem tendências de desenvolvimento de sujeitos
inteligentes e fragmentados. E é sob o argumento de que a corrupção da
natureza da criança é fato, que ainda encontramos em atividade nos dias
atuais uma espécie de educação disciplinar , na qual impera a imposição de
regras, a prática do copismo e a autoridade do adulto, privando a criança de
liberdade e de sua própria espontaneidade. Aliás, em se tratando de
incoerência na prática pedagógica no país, notamos que esta deficiência vai
além do contexto de desenvolvimento integral do aluno, atingindo também os
objetivos de qualidade na educação. Micotti (2003) aponta como um dos mais
graves problemas educacionais a presença de alunos analfabetos ou mal
alfabetizados em séries avançadas do ensino fundamental, mais um exemplo
da incoerência entre referência e prática.
20
2.1 - O paradigma cartesiano e o pensamento cognitivista
Ao abordarmos aqui o pensamento cartesiano, queremos traçar um
pequeno paralelo entre este e a prática na educação de crianças atualmente
desenvolvida nas escolas brasileiras. Hoje, a Organização Mundial de Saúde
(OMS), por exempo, preconiza o homem como um ser biológico, psíquico e
social, chamando a atenção para a necessidade de uma abordagem integral.
No entanto, esta mudança de pensamento que aos poucos começa a interferir
na ciência cartesiana, parece ainda estar distante de uma prática adequada e
coerente com sua realidade.
Um reflexo desta visão mecanicista pode ser encontrado nas palavras
de Marilena Chauí (1984), quando aborda a utilidade do corpo em muitas
sociedades, especialmente na nossa:
A divisão social do trabalho, as pedagogias (nas escolas, nas
prisões, nos hospitais), o direito penal, a medicina, o consumo ou a
filosofia, evidenciam a presença de idéias e práticas que procuram
confirmar o corpo à região das coisas observáveis, manipuláveis e
controláveis. Considerado pelo direito civil como propriedade
alienável num contrato (de casamento, de trabalho); pela economia
como força produtiva ou instrumento; pela medicina como conjunto
de funções e disfunções; pela escola e instituições reformatórias
como disciplinável; pelo consumo, como espetáculo, o corpo é o lado
menor, a parte inferior, curiosamente útil (pelo trabalho) carente (pelo
desejo) e perigosa (CHAUÍ, 1984, pag. 96)
Consideremos o significado desta utilidade
para a Medicina, por
exemplo. Enquanto a OMS orienta as autoridades em saúde para uma prática
mais coerente com as características humanas, o que se vê na verdade é um
sistema de saúde composto por 14 profissões diferentes, sendo representado
quase que exclusivamente por apenas uma delas: Medicina. O resultado é o
que todos têm ciência: milhões de reais investidos na atenção ao adoecimento
e suas consequências, sendo inadmissível por parte dos conservadores a
21
participação de outras especialidades no cuidado com um ser que precisa de
atenção integral.
No que se refere a educação, a autora aponta semelhanças com o
setor anteriormente abordado. Não precisamos ir muito longe para entedermos
o contexto conservador na essência de uma educação que, em teoria, segue
tendências de interdisciplinaridade, trasdicisciplinaridade, etc. Mais a frente
abordaremos uma situação no mínimo desagradável, tanto para docentes
quanto para educandos, sejam eles futuros professores, ou mesmo suas
crianças, futuros educados .
Para debatermos com maior propriedade a participação da visão
cartesiana na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, faz-se
necessária uma breve introdução sobre suas origens.
Com uma pequena e desordenada evolução até meados do século
XVI, a ciência passou a sofrer, então, forte influência dos grandes gênios da
época, como Galileu Galilei e Francis Bacon, mestres da dedução teórica e do
emprismo da investigação, respectivamente. René Descartes e Isaac Newton
aparecem como protagonistas de um pensamento que ainda nos dias atuais
influencia fortemente a ciência e, inevitavelmente, a educação.
Descartes defendeu o dualismo do ser humano (corpo e alma),
considerando o corpo como algo externo e a alma pensante por natureza. Para
ele, o conhecimento humano dependeria apenas da razão, considerando a
matéria, incluive o homem, uma máquina cujo funcionamento obedece a
princípios mecânicos. Já Isaac Newton, consolidando o método racional e
dedutivo de Descartes, dando origem ao que podemos chamar de paradigma
Newtoniano-Cartesiano, que, como dito anteriormente, influencia ainda hoje
praticamente todos os campos do conhecimento científico.
De uma forma simplificada, este pensamento parte do pressuposto de
que, para se compreender o todo, é preciso fragmentá-lo e estudar cada parte
separadamente. Em outras palavras, o todo seria o resultado da união e
entrelaçamento dessas partes menores. Os conceitos deste paradigma deram
origem às diferentes especialidades no campo do conhecimento científico,
ficando a abordagem do ser como um todo em segundo plano.
22
No final do século XVIII, Maine de Biran identifica o movimento como
um componente essencial do Eu, sendo na ação que este adquire consciência
de si e do mundo a sua volta, diferindo de Descartes com a idéia de que a alma
precisa do corpo para assumir sua intencionalidade. Em meados de 1907,
Ernest Dupré correlaciona motricidade e inteligência (paralelismo).
Com o reconhecimento da capacidade de análise e resposta da medula
espinal e as relações entre o cérebro psíquico e o cérebro motor, houve uma
revisão do antigo modelo do corpo autômato. O corpo que segundo Descartes
era neutro, agora começa a ser situado na centralidade dos processos
psíquicos. Note que aqui encontramos uma inversão de valores.
Poderíamos apresentar vários outros fatos históricos relacionados
como o desenvolvimento motor, com a educação piscomotora e com a
Psicomotricidade, porém, chegamos até aqui com o intuito de mostrar ao leitor
que, mesmo com as mudanças de conceitos em relação à condição de ser total
do homem, ainda não conseguimos pôr em prática uma pedagogia com
abordagem holística de educação do seres humanos. Na verdade, no que
tange a educação de crianças, o que temos visto é uma pedagogia
contraditória, que se fundamenta em diversas referências e conceitos
coerentes com o contexto educacional, inclusive no aspecto do
desenvolvimento integral, mas que não consegue visualizar este processo de
forma mais abrangente e que o mesmo vai muito além do fragmento
inteligência, que, por sua vez, também é explorado apenas em seu aspecto
cognitivo.
Isto significa que em meio à busca constante pela implantação e
desenvolvimento da educação integral, um paradoxo se manifesta quando o
objetivo fundamental da educação infantil e ensino fundamental traduz-se em
desenvolver a capacidade cognitiva. Desta forma, o ser criança é alienado e
privado de suas especificidades de aprendizagem e de desenvolvimento,
sendo, de uma forma ditatorial, representado como um adultinho
carregado
de capacidades que podem acelerar a aprendizagem. Por ventura não
encontramos uma essência do espírito cartesiano nesta prática?
23
Para Kishimoto (2001), antecedendo a palavra escrita vem a
representação, que é simbólica, motora e expressiva, devendo o
professor/adulto respeitar as características do desenvolvimento infantil.
Este paradigma, marcado pelo reconhecimento da subjetividade e pela
recuperação da consciência como objeto de estudo, apresenta uma forte
conexão com o pensamento cartesiano, como por exemplo, a
descorporificação do pensamento. Ainda que termos como transculturalidade,
transversalidade, multiculturalidade, complexidade e holismo indiquem uma
nova tendência na educação, percebemos que ainda falta muito para que
tenhamos na educação infantil e séries iniciais não só a aceitação de que o
homem - neste caso, a criança - transcende a concepção cognitivista de
educação e de formação humana, o que outro grande ícone da educação no
Brasil, Paulo Freire, já conclamava:
O ato de aprender a ler e escrever deve começar a partir de uma
compreensão muito abrangente do ato de ler o mundo, coisa que os
seres humanos fazem antes de ler a palavra. Até mesmo
historicamente, os seres humanos primeiro mudaram o mundo,
depois revelaram o mundo e a seguir escreveram a palavra. Esses
são momentos da história. Os seres humanos não começaram por
nomear A! F! N! Começaram por libertar a mão e apossar-se do
mundo (FREIRE e MACEDO, 1990, p. 32).
Neste sentido, faz-se necessário ressaltar a importante contribuição de
Henry Wallon, que relacionou o tônus muscular ao desenvolviemento das
crianças. O autor correlaciona o movimento ao afeto, à emoção, ao meio
ambiente e aos hábitos infantis, apontando sua relação com a função tônica
como fator presente na busca do desenvolvimento global da criança. Para ele,
o desenvolvimento da personalidade não pode ocorrer de forma separada das
emoções, concebendo o tônus como pano de fundo de todo ato motor,
estando o mesmo diretamente correlacionado com as emoções e vice-versa.
Henry Wallon (1987) ressalta a importância da base da proposta
formativa do indivíduo, que condiciona nossas ações, uma vez que é por meio
desta relação estabelecida com o meio, com os objetos e com os outros, que a
24
inteligência se edificará, do contrário, o único estímulo que estaremos
causando é a síndrome de privação. Para este autor, o movimento vai muito
além de um deslocamento da criança no espaço e de uma pura contração
muscular. O movimento possui uma relação afetiva muito estreita com o
mundo, sendo a primeira forma de expressão emocional e de comportamento.
Enquanto os estudos de Piaget nos levam a considerar o processo de
desenvolvimento infantil como o conhecimento progressivo das partes e
funções do corpo, Wallon concebe o Esquema Corporal como resultante das
múltiplas relações que o indivíduo estabelece com seus pares humanos.
Piaget, que não desenvolveu seus estudos com o propósito de definir um
conceito de Esquema Corporal, traz em suas formulações uma definição para
esta categoria a partir de uma visão cognitivista, na qual a consciência do
corpo é resultante do amadurecimento da interação entre as estruturas
cerebrais.
Não pretendemos, como este estudo, supervalorizar o trabalho de
Wallon em relação à obra de Jean Piaget, mas, sim, refletir sobre os conceitos
básicos de seus estudos, apontando a contribuição de cada um deles para a
educação infantil e, principalmente, para a Psicomotricidade. Em outras
palavras, apesar de não ser uma referência em motricidade humana e em
educação psicomotora, Piaget tem participação importante nos estudos desse
campo, enquanto formulador de uma teoria pautada numa perspectiva
biopsicossocial que evidencia a importância do movimento no desenvolvimento
de uma inteligência essencialmente prática.
É fato que os estudos sobre a gênese do psiquismo, tanto na visão de
Piaget, quanto na visão de Wallon, deixam para a motricidade o papel de
suporte para as construções perceptivas e intelectuais ulteriores, porém, a
teoria piagetiana no campo psicomotor
que apresenta-se de forma
hegemônica na educação de crianças - limita a importância do movimento
apenas ao estágio sensório-motor.
Se por um lado existe a incontestável necessidade conhecida por todos
- leigos ou profissionais
de que criança precisa brincar, correr, pular, etc. ,
fato que encontra fundamentação nos doutos e pesquisas que subsidiam as
25
novas tendências educacionais, por outro lado, a certeza de que, segundo
Brêtas (1991), antes da alfabetização é necessário que a criança tenha em seu
corpo a experiência da cor, da espessura, da longitude, da latitude, da
trajetória, do ângulo, da forma, da orientação e da projeção espacial, parece
passar despercebida nas salas de aula.
Esta dicotomia cartesiana que resiste fortemente no processo
educacional infantil brasileiro, vem contribuindo para a deturpação do conceito
de ação educativa, a qual, na visão de Pinchon Rivière (1995), deve ser
entendida como ação humana, que complementa-se na busca de ajuda,
compreensão, entendimento e principalmente vínculo com o ser. O ser
humano, como já comentamos, é um ser biopsicossocial.
2.2 - O conceito de inteligência na visão cognitivista
Conceituar o pensamento humano não é tarefa simples, ao contrário,
caracteriza-se em algo que exige cuidado na abordagem de um contexto muito
mais abrangente que a simples capacidade de responder a testes de
inteligência. Ao longo dos anos, a busca pela compreensão da inteligência
humana deu origem a vários estudos e conceitos, trazendo consigo tendências
que se difundiram e perduraram por muito tempo na comunidade científica.
Uma delas, a Craniometria, defendida por de Francis Galton (1822-1911),
consistia na medição do crânio, que, segundo a teoria, quanto maior fosse sua
a medida, mais inteligente seria a pessoa.
Outra tendência de avaliação da capacidade cognitiva bem difundida é
o Teste de QI, desenvolvido na França em 1900, por Alfred Binet e Théodore
Simon. Este compreendia vários questionários com o objetivo de definir a
idade mental da criança. Consistia basicamente em comparar a idade mental
com a idade cronológica, obtendo-se dessa comparação a possibilidade de
saber se o desenvolvimento de uma criança era atrasado ou acelerado em
relação à outra criança da mesma idade. O teste foi a resposta à solicitação de
alguns pais procupados em saber se através de testes psicológicos haveria
26
alguma possibilidade de detectar o sucesso ou o insucesso de seus filhos nas
séries primárias.
Piaget, que iniciou a carreira trabalhando com Binet e Simon, mais
tarde teria seus estudos sobre o desenvolvimento infantil reconhecidos como
de grande importância, ao ajudar a ampliar o campo de aplicação da psicologia
cognitiva.
Desde então a capacidade de raciocinar tem sido considerada o carro-
chefe de um processo que cada vez mais sofre críticas e ao mesmo tempo se
fortalece, paradoxalmente ao interesses da criança, caracterizando a escola
como um espaço para submissão.
Numa abordagem mais ampla da educação no país, podemos verificar
as ações pedagógicas que resultam em propostas que direcionam os esforços
em adquirir na escola resultados (numéricos) positivos, no que tange a
aprovação de seus alunos. Enquanto os índices são importantes na medida em
que a educação brasileira deve apresentar-se cada vez melhor , aposta-se
cada vez mais num maior número de alunos aprovados a cada ano. Enquanto
isso, a sociedade toma como referência de inteligência um pensamento
equivocado que reflete diretamente no conceito familiar de educação.
Provavelmente este seja um dos motivos pelos quais se justifica o fato
de nos maravilhar-mos com nossa própria ignorância, ao vermos no comercial
da televesão uma criança dar um show de inteligência , ao explicar para o pai
como se utiliza um computador!
2.3
A contribuição de Piaget
Entre os pensadores, cientistas e filósofos que se dedicaram a
entender como o homem desvenda e interage com o mundo, Jean Piaget tem
grande destaque. Este biólogo, epistemólogo e psicólogo nascido no ano de
1896, em Neuchâtel, na Suíça, alcançou lugar de destaque na comunidade
científica mundial com seus estudos sobre os processos de construção do
pensamento nas crianças, publicando, juntamente com seus colaboradores,
mais de trinta volumes sobre o assunto.
27
Do auge de sua magnífica contribuição para a compreensão do
pensamento humano, Piaget chama a atenção para o papel da ação enquanto
fator fundamental no processo de desenvolvimento da inteligência, pois, para
ele, o pensamento lógico tem como característica fundamental ser operatório,
prolongando a ação para interiorizá-la. Neste contexto, o autor é rigorozo ao
criticar a escola tradicional, quando afirma que os sistemas educacionais
diferem totalmente de qualquer proposta coerente com as necessidades reais
da criança, ao objetivarem a acomodação do aluno ao conhecimento
tradicional, deixando de lado a busca pela inteligência criativa e crítica.
Apesar de não ter proposto método de ensino, Piaget proporcionou ao
campo da educação um grande avanço nos estudos da inteligência, o que veio
a ser comentado por Howard Gardner, quando da formulação da Teoria das
Inteligências Múlltiplas. Deixou sim, muitas pesquisas que influenciam bastante
ainda nos dias atuais a Psicologia e, principalmente, a Pedagogia.
Agora, chamamos a atenção para um comentário de Sonia Kramer e
colaboradoras (1999), na abordagem dos trabalhos de Piaget quando de sua
aplicação na educação infantil. Observe que entres os princípios básicos
fudamentados na teoria piagetiana aqui apresentados, o reconhecimento da
necessidade de integração de disciplinas é notório, o que ainda não ocorre na
pática educacional infantil ora vigente. Outro detalhe significativo que reforça
nossa teoria, enquanto meio de busca de uma explicação para o paradoxo aqui
abordado, também é notório no mesmo comentário: a ação constante.
Há, no entanto, alguns princípios básicos que, em geral orientam a
prática pedagógica de uma pré-escola fundamentada na teoria de
Piaget, a saber:
1) Tudo começa pela ação. As crianças conhecem os objetos,
usando-os (um esquema é aplicado a vários objetos e vários
esquemas são aplicados ao mesmo objeto).
2) Toda atividade na pré-escola deve ser representada (semiotizada),
permitindo que a criança manifeste seu simbolismo.
3) A criança se desenvolve no contato e na interação com outra
crianças: a pré-escola deve sempre promover a realização de
atividades em grupo.
28
4) A organização é adquirida através da atividade e não o contrário É
fazendo a atividade que a criança se organiza.
5) O professor é desafiador da criança: êle cria dificuldades e
problemas . Assim, a pré-escola deixa de ser vista como
passatempo, e passa a ser um espaço criativo, que permite a
diversificação e ampliação das experiências infantis, valorizando a
iniciativa, curiosidade e inventividade da criança e promovendo sua
autonomia.
6) Na pré-escola é essencial haver um clima de expectativas
positivas em relação às crianças, de forma a encorajá-las a ter
confiança nas suas próprias possibilidades de experimentar,
descobrir, expressar-se, ultrapassar seus medos, ter iniciativa, etc..
7) No currículo da pré-escola informado pela teoria de Piaget, as
diferentes áreas do conhecimento (linguagem, matemática, ciências
naturais e sociais) são integradas. O eixo central desse currículo são
as atividades
(KRAMER, 1999, p. 30-31)
Como podemos notar, Piaget direcionou seus trabalhos na busca de
decifrar os segredos da cognição, deixando-nos uma enorme contribuição nos
campos da inteligência, posteriormente classificados por Gardner de
Linguística e Lógico-matemática.
Tal contribuição tem importância significativa na compreensão do
desenvolvimento infantil, bem como da inteligência nessa faixa etária, porém, é
fato que precisa ser complementada, sem dúvida nenhuma, por outras teorias
anteriores e posteriores à obra de Piaget. O que não se pode deixar de
questionar é o fato de a Pedagogia brasileira ainda enfatizar este autor como
sendo uma espécie de alicerce da prática educacional infantil, apesar de os
cursos da referida área abordarem a maioria das tendências educacionais,
inclusive a Psicomotricidade, fato constatado também em nossa pesquisa,
como mostra o gráfico a seguir.
29
1
1
1
1
2
1
2
13
43
0 10 20 30 40 50 60 70
Pestalozzi
Froebel
Rousseau
Wallon
Emília Ferreiro
Maria Montesori
Vygotsky
Paulo Freire
Piaget
Gráfico 2: Questão 10 - Que teórico você acredita que se identifica melhor com a Pedagogia (ou Normal Superior)?
2.4
E as inteligências múltiplas?
É sabido que entre as linhas de pensamento com abordagem dos
estudos sobre a gênese do psiquismo, a cognitivista é uma das que mais
tiveram (e, neste caso, ainda tem) influência sobre a área da educação,
principalmente a partir de autores como Jean Piaget e Vygotsky.
Apesar do primeiro não ter deixado orientações para aplicação de sua
teoria na educação de crianças, ele é sem dúvida o autor que mais influencia
as práticas pedagógicas dos respectivos segmentos, fato comprovado na
opinião dos professores participantes de nossa pesquisa, conforme mostra o
gráfico a seguir.
30
0
1
1
2
7
12
22
23
49
0 10 20 30 40 50 60 70
Claparède
Decroly
Aucouturier
Lapierre
Wallon
Froebel
Rousseau
Pestallozi
Piaget
Gráfico 3: Questão 11
Nas opções abaixo, indique o(s) teórico(s) que você tem como referência para suas aulas em Educação Infantil.
Vygotsky, por sua vez, não teve como meta a elaboração de uma teoria
de desenvolvimento infantil, recorrendo à infância com o objetivo explicar o
comportamento humano no geral. Este, outro grande referencial nos estudos
da cognição, deixou uma obra sócio-interacionista na qual se pode notar que o
mesmo buscava superar a realidade do estudo único do aspecto intelectual do
ser humano, uma característica da psicologia de seu tempo. Dentre as várias
idéias do pensamento de Vygotsky, uma muito importante foi a consideração
das características tipicamente humanas como resultado da interação indivíduo
e meio sócio-cultural.
Voltando ao conceito de inteligência, de acordo com a Enciclopédia
Britânica, esta faculdade é definida como a habilidade de se adaptar
efetivamente ao ambiente, seja fazendo uma mudança em nós mesmos, ou
mudando o ambiente, ou achando um novo ambiente , dando a esta
capacidade uma abrangência que transcende ao conceito intelecto. Mas, se a
educação brasileira, em especial a infantil, tem na inteligência do indivíduo o
ápice de seus objetivos, o que representa para o processo educacional a teoria
31
das Inteligências Múltiplas, uma vez que esta trata não apenas de inteligência,
mas de inteligênicas?
A incessante busca pela compreensão do mundo do intelecto levou os
estudiosos a encararem novas perspectivas na compreensão e aceitação do
conceito de inteligência, dando origem a novas visões dessa faculdade,
chegando a uma nova proposta, na qual cada indivíduo diferencia-se um do
outro em forma e estilo cognitivos.
Fundamentado na ciência cognitiva associada à neurociência, Howard
Gardner criou a teoria das Inteligências Múltiplas definindo-as como a
capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que sejam valorizados
em um ou mais ambientes culturais ou comunitários (Gardner, 2000).
É interessante frisar que o autor chegou a tal definição com base nas
habilidades de diferentes profissionais, com diferentes perfis cognitivos,
diferentes culturas e até de diversas espécies animais. Para Gardner, as
inteligências não se manifestam isoladamente, ocorrendo sempre em conjunto,
podendo ter predominância de uma ou mais sobre outra. Ou seja, um bom
praticante de artes marciais chinesas, por exemplo, modalidade que envolve
bastantes técnicas de salto, equilíbrio, flexibilidade e muita plástica,
caracterizando uma inteligência corporal cinestésica bem desenvolvida,
necessita naturalmente do auxílio das inteligências interpessoal e espacial,
associando sua expressão corporal ao espaço físico onde atua.
E por falar em inteligência corporal cinestésica, cabe aqui uma reflexão
sobre sua importância na respectiva teoria, bem como no que tange ao
desenvolvimento integral do indivíduo. Exploração do ambiente e os objetos
através do toque e do movimento são apenas alguns exemplos do que uma
criança em processo maturacional apresenta. Para Campbell (2000), enquanto
vai adquirindo coordenação e senso de ritmo, desenvolvendo gosto pela
experiência de aprendizagem concreta, ao mesmo tempo em que adquire
destreza na utilização de movimentos coordenados, paralelamente desenvolve
um melhor aprendizado através do envolvimento e da participação direta,
demonstração de habilidades para representações, esportes, dança; invenção
de novas abordagens para as habilidades físicas, dentre outras características.
32
Esta inteligência desencadeia no indivíduo um processo que parte do
controle de movimentos automáticos e voluntários para movimentos
extremamente diferenciados e complexos, unindo o corpo e a mente para o
desempenho físico perfeito.
As atividades físicas concentram a atenção do aluno na sala de aula
e auxiliam na memória, codificando a aprendizagem através da
neuromusculatura do corpo (Campbell, 2000, p.78).
Celso Antunes (1999) apresentou estudos e classificou uma série de
jogos para o estímulo desta inteligência por meio da motricidade associada à
coordenação manual e a atenção, a coordenação viso-motora e tátil, a
percepção de formas e percepção tridimensional, a percepção de peso e
tamanho e jogos estimuladores do paladar e da audição.
Sendo assim, a que outra conclusão poderíamos chegar se não a de
que a vivência corporal amplia o leque de idéias e imagens? Afinal,
É seguindo os esquemas motores que fazemos toda a elaboração
intelectual das palavras, das idéias, dos conceitos. O cérebro
manipula o significado e as conexões entre as palavras exatamente
da forma e no limite em que o corpo manipula objetos. Pobreza
motora significa pobreza intelectual (Gaiarsa, 1975, p.108).
Como vimos, as inteligências múltiplas formam a base de uma teoria
que supera em muito aquela idéia inicial de inteligência baseada apenas no
raciocínio lógico, afirmando-se como um fundamento muito importante para a
educação em geral. Esta teoria traz uma nova proposta para o conceito e a
abordagem de uma faculdade que, na teoria piagetiana, limita-se aos contextos
linguístico e lógico-matemático. O próximo passo é o educador compreender e
aceitar essa nova abordagem de inteligência, e que a mesma, em sua
diversidade, manifesta-se necessariamente na motricidade.
33
CAPÍTULO III
O ANALFABETISMO MOTOR
Os vícios da vida moderna têm levado cada vez mais nossas crianças
a adotarem uma vida sedentária, reforçada pela imagem do homem moderno
que a mídia corporativista projeta com tanta prioridade e propriedade. Como se
não bastasse, o estímulo escolar também parece responder a esta tendência
de comodismo, o que afeta não só a educação em si, mas também a saúde
infantil.
Hoje o número de crianças obesas é bem maior do que há anos atrás,
o que tem preocupado as autoridades em educação. Já estas, por sua vez, não
conseguem dar uma resposta concreta a uma questão que abala a imagem da
qualidade da educação brasileira, convivendo com realidades paradoxais como
a alimentação escolar, que sofre com a passividade no cardápio de suas
cantinas, onde imperam as frituras e bebidas artificiais.
Se o movimento, que é requisito fundamental para o controle do peso
corporal, encontra barreiras na fase em que mais necessita de estímulos, este,
que também é imprescindível no desenvolvimento integral, parece ser um fator
desconhecido como tal, tendo sua importância esbarrando em uma falta de
conhecimento de causa que leva a uma consequência também desconhecida
pelo professor da educação infantil e séries iniciais.
3.1 - O homo-intelectus
Hoje não é comum notarmos crianças subindo em árvores, correndo
num gramado, ou mesmo dando cambalhotas. Podemos até arriscar a
perguntar se hoje em dia nossas crianças sabem fazer tais coisas que outrora
já foram muito comuns, o que desmente qualquer tentativa de justitificar a
incapacidade de realizar certas tarefas com o discurso de limite humano, por
exemplo. Tenham certeza de que muitos arriscariam tal artimanha!
34
Em meio à preocupação em resolver o problema do analfabetismo
(cognitivo), por exemplo, outra classe de analfabeto surge sem que haja
qualquer percepção ou reação por parte do professor. É o analfabeto motor,
moldado a partir de práticas baseadas num pensamento onde o homem evolui
na medida em que sua capacidade cognitiva avança.
Entendemos por analfabetismo motor a consequência de uma prática
educacional cunhada em séculos de cultura cartesiana, cujo resultado leva o
indivíduo a reconhecer-se como ser limitado em suas potencialidades, ainda
que o corpo disponha de capacidade muito superior àquela almejada pelas
escolas com abordagem cognitivista.
O maior exemplo que podemos citar é a questão da lateralidade.
Ensina-se nos respectivos cursos que a lateralidade é uma propensão do
sujeito em utilizar mais um lado do corpo que outro. Porém, é também verdade
que os estudos deixam claro que esta propensão pode atingir os dois lados
desse corpo, podendo definir-se como homogênea, cruzada ou ambidestra.
Mesmo com várias referências neste sentido, o educador acaba por
seguir a tendência do incentivo à preferência por apenas um dos lados. O mais
interessante é que a própria escola assume que produz sujeitos limitados,
quando a partir de determinada série, oferece carteiras para destros. Para os
sinistros, quando existem, o número de assentos é bem pequeno.
3.2 - O cérebro canhoto
Se nosso cérebro é duplo, obviamente devemos desenvolver estímulos
específicos, de modo a prepará-lo por inteiro. Neste contexto, agora vamos
falar um pouco sobre os hemisférios do cérebro humano.
Os hemisférios cerebrais do ser humano desenvolvem-se
assimetricamente em termos de função, o que pode ser constatado pelo uso
preferencial de uma das mãos, por exemplo.
Note na tabela a seguir que o hemisfério esquerdo oferece os meios
necessários ao desenvolvimento das capacidades cognitivas, o que justifica
sua hegemonia em relação ao hemisfério direito, já que a grande maioria das
35
pessoas sofre influência do paradigma cartesiano, que se baseia no raciocínio
lógico, linear e seqüencial.
HEMISFÉRIO ESQUERDO HEMISFÉRIO DIREITO
Função verbal: seleciona palavras para descrever, definir.
Simbólica: Usa símbolos para representar.
Analítica: Desenvolve a habilidade passo a passo.
Abstrata: Seleciona pequena parte da informação para representar o todo.
Temporal: Marca o tempo e a seqüência.
Racional: Busca razão nos fatos.
Lógica: Extrai conclusões lógicas.
Função não verbal: Percebe as coisas através de imagens.
Concreta: Concebe coisas em sua integralidade.
Sintética: Agrupa informações e forma num todo.
Analógica: Compreende relações e percebe semelhanças.
Não temporal: Não possui sensação de tempo.
Intuitiva: Prefere seguir palpites ou amostras.
Tabela 1
Funções cerebrais
Por outro lado, o hemisfério direito apresenta funções que caracterizam
o todo, o integral, a emoção, a intuição, a criatividade, a capacidade de ousar
soluções diferentes. Como o hemisfério racional é mais usado, os benefícios do
hemisfério direito, como a imaginação criativa, a serenidade, visão global,
capacidade de síntese, facilidade de memorizar, dentre outros, não são
usufruídos.
Na década de 1960, estudos levaram os cientistas a reformular sua
opinião quanto às aptidões relativas das duas metades do cérebro humano:
ambos os hemisférios estariam envolvidos no funcionamento cognitivo
superior, sendo cada metade especializada, de maneira complementar, em
diferentes modalidades de raciocínio, ambas altamente complexas. Mesmo
assim, nossos sistemas escolares são estruturados para o desenvolvimento de
práticas típicas do hemisfério esquerdo, como as disciplinas oferecidas (verbais
e numéricas), com as quais os alunos aprendem a ler, escrever e contar.
Assim, podemos notar uma hegemonia do hemisfério esquerdo sobre o
direito, conseqüencia da limitação que o homem impõe a si mesmo em poder
explorar o próprio potencial.
Sabemos que o sistema nervoso liga-se ao cérebro de forma cruzada,
ou seja, o hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo e o hemisfério
36
direito controla o lado esquerdo. Desta forma, a mão esquerda é ligada ao
hemisfério direito e a mão direita, ao hemisfério esquerdo, como mostra abaixo.
Figura 1 - As conexões cruzadas da mão esquerda com o hemisfério direito, e da mão direita com o hemisfério esquerdo.
Historicamente podemos constatar na cultura humana uma prática de
associação de virtudes à mão direita (hemisfério esquerdo) e de maldade , por
exemplo, à mão esquerda (hemisfério direito). Um exemplo bem comum é o
antigo preconceito contra a mão esquerda, que leva pais e responsáveis de
crianças canhotas a forçá-las a usar a mão direita para escrever, comer, etc.
Esta prática ainda pode ser vista principalmente em comunidades ribeirinhas
de nossa região.
Tais idéias afetam nossa sociedade em contextos como costumes
culturais, como o lugar de honra num jantar formal, que fica à direita do dono
da casa, ou o simples aperto de mão com a mão direita, evitando-se fazê-lo
com a esquerda, por sentir que assim é errado. Na política, a direita é
admiradora do poderio nacional, enquanto a esquerda admira a autonomia
individual e promove mudanças, até mesmo quando estas são radicais.
Apesar de sabermos que ambos os hemisférios do cérebro recebem a
mesma informação sensorial - cada um lidando com a parte mais adequada ao
seu estilo, geralmente o esquerdo, que é o dominante, assume o comando",
inibindo o direito.
O Sistema Nervoso Central possui capacidades adaptativas,
modificando sua organização estrutural própria e funcionamento. A estas
37
capacidades chamamos de plasticidade, a qual permite o desenvolvimento de
alterações estruturais em resposta à experiência, e como adaptação a
condições mutantes e a estímulos repetidos. Então, se o ser humano é
complexo e com capacidade total incontestável, porque usar apenas meio
cérebro se podemos usá-lo por completo?
3.3 - O movimento e a inteligência
"O movimento é antes de tudo a única expressão e o primeiro
instrumento do psiquismo" (Wallon apud Le Camus, 1986, p. 22).
A Psicomotricidade, dentre vários outros conceitos pode ser definida
como ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo
em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas
possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo
mesmo, estando relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a
origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas, de acordo com a
respectiva sociedade brasileira (SBP).
Tansley (1993) defende a inclusão de pelo menos dez aspectos da
educação motora como base para um currículo que objetive a educação
integral:
[...] a linguagem de movimento; a atividade motora ampla e fina, a
formação do esquema corporal e dos movimentos controlados no
gespaço; o treinamento do equilíbrio; atividades rítmicas;
desenvolvimento da lateralidade, da orientação esquerda - direita e
da dominância da mão e do pé; coordenação olho - e - mão e olho-
pé; o uso das atividades motoras como uma preparação e
complementação para o treinamento da percepção visual e auditiva;
atividades dramáticas; desenvolvimento da resistência força e
agilidade, das sensações de bem estar e de auto-valorização; além
das resoluções de problemas (TANSLEY, 1993, p. 80).
Chamamos a atenção para o fato de um pedagogo enfatizar tão
nitidamente as atividades motoras como requisito fundamental para o
desenvolvimento do aluno, o que hoje nos cursos brasileiros para professores
38
de educação infantil e séries iniciais é difundido, porém, ainda sem resultados
práticos, provavelmente pelo fato da formação de professor dessas faixas
etárias desenvolver no futuro docente um conceito de educar crianças com
sinônimo de desenvolvimento intelectual.
Esta afirmação, que está livre de qualquer tom de ironia ou ofensa, de
maneira alguma tem o objetivo de levantar dúvidas sobre esta profissão ou que
a mesma é menos importante que as demais, mas, sim, que seu processo de
formação ainda não tem contexto biopsicossocial, não abordando o ser
humano em sua complexidade, o que pode ser comprovado simplesmente
verificando na mídia as várias situações relatadas por profissionais da
educação, ou, não muito longe, nas escolas de nossa cidade.
Se a criança tem a chance de executar suas potencialidades naturais,
então ela brinca espontânea e intencionalmente, ampliando ainda mais suas
possibilidades se houver a disponibilidade de elementos diversos. Assim, ela
testa os limites do seu corpo e das regras, executando ações mais amplas e
diversificadas, como pular, correr, dançar, cantar dramatizar, fantasiar, etc.,
tudo isto com o vínculo de afeto, o que representa e proporciona ganhos reais
em seu desenvolvimento e aprendizagem.
Neste contexto, Macedo (1995), ao abordar a questão do jogo na
escola, propõe uma estratégia para a recuperação do sentido desta prática
tanto no ambiente escolar quanto na própria vida, a partir de uma postura
menos rígida da escola, enfatizando, ao menos por algum tempo, o estímulo e
a prática da criatividade, tanto pelas crianças quanto pelos professores.
Não obstante, se perguntarmos a qualquer professor de educação
infantil e séries iniciais sobre a influência do brincar no desenvolvimento de
seus alunos, a resposta, sem dúvida alguma, será proferida com segurança em
afirmar que a brincadeira é fundamental nesse processo. Mas, então, se existe
tal certeza, o que causa esta incoerência entre as tendências atuais em
educação e a prática educacional nesses segmentos?
39
3.4
Uma Pedagogia estática
[...] Pelo brincar as crianças crescem. Elas estimulam os sentidos,
aprendem a usar os músculos, coordenam o que vêem com o que
fazem, e adquirem domínios sobre seus corpos. Elas exploram o
mundo e a si mesmas. Elas adquirem novas habilidades, tornam-se
mais proficientes na língua, experimentam diferentes papéis e, - ao
reencenarem situações da vida real
manejam emoções complexas.
(PAPALIA & OLDS, 2000, p.219)
Todo educador tem ciência que através do movimento a criança
expressa sentimentos, emoções e pensamentos, por meio do qual tem suas
possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais ampliadas.
Também não é nenhuma novidade, mesmo para o senso comum, que a
infância é a etapa mais importante no desenvolvimento do indivíduo,
constituindo-se num momento adequado para o estímulo do aprendizado e do
desenvolvimento motor.
Para Winnicott (1975), o brincar é um fator fundamental para o
crescimento da criança, influenciando diretamente na promoção da saúde,
sendo a ausência dessa prática o indicador de que a mesma esteja com algum
problema.
Nesta fase, as crianças estão em acelerado processo de
desenvolvimento, o que serve como parâmtro para o professor refletir sobre
relevância de uma proposta pedagógica voltada para as séries iniciais do
ensino fundamental, tendo como primeiro fator fundamental, o desenvolvimento
integral da criança. O problema é que a interpretação desta norma conhecida
por todos é convertida num brincar limitado à prática de atividades que não
ultrapassam o limite do desenvolvimento cognitivo.
Voltando à proposta de Macedo (1995), é necessário levar em
consideração que a ação educacional deve ser reflexo da interpretação das
intencionalidades dos parâmetros atuais em educação integral, libertando-se
de uma prática tradicional que assemelha-se à leitura moralista e pedagógica
do século XVI. Neste sentido, Ariès (1981), ao considerar a idade dos sete
40
anos como início de uma nova etapa de certa importância na vida da criança
daquele século, relata na história de Luis XIII:
Tenta-se então fazê-lo abandonar os brinquedos da primeira
infância, essencialmente as brincadeiras das bonecas: não deveis
mais brincar com esses brinquedinhos, nem brincar de carreteiro:
agora sois um menino grande, não sois mais criança . Ele começou a
aprender a montar cavalo, a atirar e a caçar (Ariès, 1981, p.87).
Analisando o modelo pedagógico acima citado e projetando esta
prática numa comparação com a realidade pedagógica atual, podemos
encontrar uma semelhança em termos de limitação de atitudes e ações
necessárias ao desenvolvimento integral da criança.
Primeiramente, façamos uma reflexão sobre o comportamento natural
de crianças. Observando-as em qualquer local onde estejam livres e
espontâneas, como ruas ou praças, por exemplo, poderemos perceber que
cumprem suas regras, exercitando-se incansavelmente e desenvolvendo o
simbolismo na vivência de papéis, explorando sua criatividade.
Tanto no caso anterior quanto no atual, podemos notar o papel do
adulto como fator importante de grande influência no desenvolvimento da
criança. Este papel torna-se ainda mais decisivo quando se trata de um adulto
na função de educador.
Lapierre considerava que, para entender a vivência da criança, o
educador deveria possuir, além de conhecimento teórico e objetivos definidos,
principalmente, passar pelas próprias vivências corporais, alcançando, assim,
um maior preparo e adequação para intervir no jogo infantil. Neste contexto, é
de suma importância que o educador saiba que a criança precisa adquir
confiança naquele com quem vai trabalhar . Para isto, sua criança interior
deve se manifestar, uma vez que a criança, como sugere Winnicott (1975), só
se exprime criativamente quando brinca, sendo que para que isto ocorra na
presença do adulto, é preciso que sinta a disponibilidade do mesmo.
Para Carreiro da Costa (1994), o sucesso educativo é resultado da
efetiva materialização na capacidade de intervenção do professor no ensino,
41
onde o docente torna-se elemento essencial do processo formativo e a prática
pedagógica passa ser encarada como o problema central da ação educativa. A
educação constitui-se em atividade estritamente humana, caracterizada pela
ação consciente, organizada e coerente. Lembremos que os ganhos
alcançados pela criança, como o andar, engatinhar, montar cubos, encaixar,
etc., só serão possíveis a partir de
... uma maturidade racional e emocional do adulto que se relaciona
com ela: cabe ao adulto, a partir de suas atitudes, assegurar à
criança condições para que ela possa se organizar e realizar as
conquistas que sua maturidade biológica lhe permite (CRAIDY, M.
1998, p. 35)
E que condições seriam estas? A resposta, que não é tão difícil, parece
ser uma incógnita para o docente de educação infantil e séries iniciais, que
encontra dificuldade para perceber o referido problema central da ação
educativa.
3.5
Lúdico e movimento vs distúrbios
Atualmente, abordar a educação inclui necessariamente falar de
educação integral, uma evidência de que a proposta de abordagem humana
total ganha cada vez mais força numa batalha aparentemente incessante
contra a insistente visão biológica do homem, que não o caracteriza em sua
plenitude. Mas, como todos sabemos, uma coisa é a proposta na teoria, outra
coisa é o emprego desta proposta, na prática.
Enquanto o lúdico, por exemplo, é bastante enfatizado por todas as
autoridades e referências em educação com fator fundamental na infância e
adolescência, por outro lado, em sala de aula, as crianças devem se
comportar, dando exemplo de bons alunos, sendo obrigadas a dar
continuidade, dentre outros, ao tradicional recortar e colar papel . Claro que
estas atividades são importantes para o desenvolvimento da coordenação
motora fina, porém, esta é apenas um de vários fatores da motricidade que
42
devem ser desenvolvidos no ser humano, sem esquecer que um complementa
e é interdependente do outro. Aliás, recordemos que a motricidade fina não se
carateriza apenas nas mãos.
Por outro lado, na recreação, onde também deveriam ser explorados
os potenciais dessas crianças que agem como antenas captadoras de
estímulos, o movimento não tem o acompanhamento direto do professor,
esquecendo (ou desconhecendo) os argumentos favoráveis para a utilização
da educação psicomotora, que dizem respeito à prevenção das dificuldades
escolares que possam vir a surgir. Aliás, dificuldades, distúrbios, diferenças,
deficiência ou déficit em aprendizagem, são termos que compõem um contexto
que vai muito além de apenas conhecer o conceito de dislexia, dislalia,
discalculia ou disgrafia, por exemplo.
Realizando um trabalho de avaliação psicomotora em várias turmas
infantis de qualquer escola, podemos constatar a deficiência do emprego da
prática pedagógica nos moldes atuais, tendo como resultado índices que
passam despercebidos nas salas de aula.
É necessário que o docente entenda que o contexto da formação
integral da criança e, consequentemente, do ser adulto, diz respeito também ao
conhecimento das habilidades motoras no desenvolvimento infantil, bem como
seu estímulo e respectivas técnicas, enfocando principalmente a prevenção
desses distúrbios e, se manifestados, a intervenção nos casos específicos.
Mas, como podemos detectar distúrbios psicomotores, tão comuns no ser
humano? Ou, indo mais além, o que podemos fazer para resolver um desses
distúrbios? Esta é uma questão que deixa praticamente todos os educadores
em dúvida, uma limitação que ocorre como consequência da abordagem
humana fragmentada na educação da criança, limitada a uma concepção de
inteligência cognitiva em meio a tantas referências e doutos afirmando e
reafirmando a influência do desenvolvimento motor no desenvolvimento
cognitivo.
43
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não
20
47
Gráfico 4: Questão 16 - Você considera-se preparado para detectar distúrbios de aprendizagem?
Se a tendência lúdica da motricidade é um fator permanente no
processo de desenvolvimento inclusive cognitivo - o que explica a mudança de
gesto da criança durante a realização de uma atividade - é necessário que
levemos em conta que, além dos resultados da ação motora, também devemos
observar a ação motora em si. Neste sentido, recorremos à capacidade de
comunicação do corpo para melhorarmos os próprios movimentos, o que
infelizmente foge ao conhecimento do educador infantil pedagogo ou
normalista. Isto pode ajudar a explicar o emprego da repetitiva coleção de
atividades infantis
na escola, e também o avanço alcançado pelas turmas que
passaram a adotar atividades diversificadas previstas e acompanhadas por
Professor de Educação Física, durante o desenvolvimento de nossa pesquisa,
como mostram os gráficos a seguir.
44
65
38
139
4
47
8
0
10
20
30
40
50
60
70
Desenhar epintar
Recortar ecolar papel
Grafismo Quebra-cabeça
Dominó Leituras Outras
Gráfico 5: Questão 6 - Em sala de aula, que tipo de atividade você desenvolve com seus alunos? (no máximo três opções)
179158
125
280
10280
0
60
120
180
240
300
Primeira Avaliação Segunda Avaliação
COMPARATIVO DAS AVALIAÇÕES
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 6: Comparativo entre as avaliações de alunos das turmas participantes do projeto.
45
Freud descobriu a tendência natural que temos em repetirmos padrões
de nosso cotidiano social e cultural, atendendo a uma sistematização mais
econômica da comunicação, levando ao condicionamento de movimentos. Ora,
Ângelo Gaiarsa questiona essa limitação imposta a nós mesmos, reforçando
nossa teoria sobre a ineficiência educacional aqui em questão.
Se vocês levarem em conta todos os movimentos que podemos
fazer, concluirão que nos comportamos como paralíticos: ninguém
usa mais do que 5% dessas aptidões de movimento. Diante de tudo o
que cada um podia fazer de variado, nós não fazemos quase nada.
Somos robôs ultralimitados, ultra-rotineiros, sempre quadradinhos,
fazendo sempre a mesma coisa (GAIARSA, 1975, p. 76)
Henry Wallon, numa proposta de abordagem integral do ser humano,
considera que o desenvolvimento é emocional, cognitivo e motor, sendo
determinado por fatores orgânicos e sociais. Para ele, é fundamental a
influência que o meio exerce sobre o desenvolvimento da pessoa humana.
Numa cultura onde inteligência cognitiva e abordagem científica
mecanicista são niveladores da educação, o educador infantil ganha um
estereótipo injusto, uma imagem de especialista no assunto que, entretando,
dedica-se a desenvolver em seu aluno uma capacidade que lhe fora imposta
como prioridade, afinal, alfabetização, por exemplo, é um termo que carrega na
própria etimologia o retrato do paradigma cognitivista.
E quanto à proposta de educação de qualidade voltada para um ser
humano complexo, integral e holístico, como fica?
46
CAPÍTULO IV
EDUCAÇÃO FÍSICA: QUAL A CONTRIBUIÇÃO?
O desenvolvimento motor é comprovadamente um processo contínuo e
gradativo, que ocorre lentamente e de acordo com os estímulos recebidos
durante toda a vida do indivíduo, sendo seus primeiros anos o período que
mais apresenta mudanças nesse sentido.
Partindo da premissa de que o movimento é objeto de estudo e
aplicação da Educação Física, e considerando que os estudos sobre as
mudanças que ocorrem no comportamento motor humano desde a concepção
até a morte têm ganhado cada vez mais importância na comunidade científica,
podemos afirmar sem dúvida alguma que esta disciplina é parte essencial no
processo educacional integral do ser humano, pois é justamente a área do
movimento e da motricidade humana que tem abrangência em todas as fases
da vida do homem.
4.1
A Educação Física Escolar
Não se pode negar que durante muito tempo as aulas de Educação
Física escolar foram rotuladas como momento de lazer ou de condicionar o
corpo, chegando até ao cúmulo de ser discriminada pelas demais disciplinas
por sua suposta irrelevância no rol de estímulos ao conhecimento do aluno, o
que também por muito tempo perdurou, reforçado pelas aulas ministradas por
leigos contratados pela escola, que considerava a disciplina uma prática que
qualquer pessoa poderia conduzir. Hoje, a Educação Física é legalmente uma
disciplina integrante do projeto pedagógico da escola, prevista na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) como obrigatória em todos os
níveis da educação básica.
Também é inegável que, assim como qualquer outra área do
conhecimento, a Educação Física evolui e procura ajustar-se para melhor
atender às solcitações apresentadas em cada realidade, público ou momento
47
da história, discutindo-se academica e cientificamente as deficiências e
apresentando sugestões e soluções.
Estas discussões têm levado à superação de antigas concepções,
tornando a interdisciplinaridade uma das propostas de maior repercussão. Por
outro lado, ao nos perguntarmos sobre qual a importância do movimento no
desenvolvimento humano, podemos sugerir como resposta o fato das
dificuldades de aprendizagem simbólica refletirem uma deficiente integração
das noções espaço e tempo, por exemplo, fundamentais para a organização do
sistema sensório-motor da criança. Ou ainda, lembrar que a aprendizagem da
leitura, da escrita ou de cálculo, é fundamentalmente um processo de relação
perceptivo-motora. Em outras palavras, um correto desenvolvimento
perceptivo-motor garantirá à criança uma concepção mais ajustada sobre o
mundo externo que a rodeia.
Há apenas algumas semanas, um estudo realizado pela Universidade
de Gotemburgo (Suécia), com mais de um milhão de homens de 15 a 18 anos
comprovou que exercícios físicos aeróbicos estão associados a uma melhor
cognição em jovens. Este estudo, publicado na revista Proceedings of the
National Academy of Sciences, apresenta mais uma amostra da influência do
movimento na capacidade do cérebro em processar informações, cruzá-las e
dar respostas a um estímulo. Eis aqui mais uma justificativa para a
obrigatoriedade da Educação Física em todos os níveis da Educação Básica.
Aliás, numa fase na qual a criança tem sua educação conduzida por um
profissional com formação generalista, preparado para ministrar conteúdos de
diversas disciplinas diferentes, é notório que a Educação Física ganha
destaque neste segemento a partir da própria Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, ou seja, além do pedagogo ou normalista, o outro professor que
deve atuar nessa fase inicial da vida escolar do homem é justamente o
Profissional de Educação Física.
Mas, apesar da LDB, em seu artigo 26, parágrafo 3º, definir que A
educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente
curricular obrigatório da educação básica [...] , as Secretarias de Educação não
obrigam as escolas a oferecerem Educação Física na educação infantil e séries
48
iniciais, privando as crianças da possibilidade de terem atendidas suas
necessidades educativas integrais com o profissional da motricidade humana.
Em seu artigo 62, a LDB exige para a atuação na educação básica, a
formação em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena,
admitindo, no entanto, formação mínima oferecida em nível médio, na
modalidade Normal, para o exercício do magistério na educação infantil e nas
quatro primeiras séries do ensino fundamental. É justamente neste detalhe da
legislação que se tenta encontrar respaldo para a desvalorização da disciplina
obrigatória e para o descaso com as expectativas naturais da criança.
Por outro lado, vale ressaltar que o Referencial Curricular Nacional
para a Educação Infantil, ao defender a utilização de diferentes linguagens no
processo educativo, inclui entre estas a linguagem corporal, reiterando, assim,
a importância do acompanhamento e do desenvolvimento da capacidade física
e das habilidades motoras da criança. Desta forma, não há como deixar de
reconhecer que o conhecimento e a qualificação do professor da educação
infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental não devem prescindir dos
conhecimentos específicos da área de Educação Física.
4.2
O Profissional de Educação Física
O Profissional de Educação Física, como qualquer outro profissional,
tem sua formação cunhada em disciplinas essenciais para a execução da
respectiva função, tudo sob o olhar rigoroso da ciência. Este, não é especialista
apenas em preparar atletas, nem atua somente em academias fitness, ou
compõe unicamente o quadro de docentes do Ensino Básico. Ele, na verdade,
é um profissional com formação holística, especialista em cuidar, preparar e, se
necessário, ajudar pessoas a recuperar o equilíbrio biopsicossocial.
Enquanto educador, este profissional atua na formação do homem não
apenas na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, mas, em
todas as faixas etárias do ser humano. Na fase mais importante para a
educação na vida do homem, como nenhum outro, tem todo um preparo que
49
engloba as tendências educacionais que há mais de um século são aplicadas
na França e que cada vez mais vêm se fortalecendo como referência em nosso
país.
Quando mencionamos que na educação infantil e séries iniciais o
Profissional de Educação Física tem uma formação como nenhum outro, de
maneira alguma estamos afirmando que as demais áreas do conhecimento são
menos importantes, mas, sim, que sua formação tem um conteúdo
biopsicossocial, pedagógico, e, o mais importante, holístico, abordando o ser
humano em sua complexidade, o que pode ser comprovado simplesmente
verificando a abrangência de sua atuação, influenciada pelas ciências
humanas, extatas, biológicas, da saúde, sociais, entre outras que compõem
seu currículo.
Neste contexto, o Profissional de Educação Física é um agente que
segue a tendência da totalidade, sendo coerente com a complexidade humana,
a qual é ratificada pelas palavras do Professor Doutor Manoel Sérgio Vieira e
Cunha, então Reitor do Instituto Jean Piaget de Almada (Portugal), durante o I
Congresso Internacional de Epistemologia da Educação Física, realizado em
21 e 22 de setembro de 2006: A monocultura do saber não parece própria de
quem pretende educar o ser humano na sua complexidade .
Como agente incumbido de compreender, analisar, estudar,
pesquisar (profissional e academicamente), esclarecer, transmitir e aplicar
conhecimentos biopsicossociais e pedagógicos, o Profissional de Educação
Física torna-se um parceiro importante na execução da atividade
interdisciplinar com o Pedagogo/Normalista, buscando o desenvolvimento
global do indivíduo, que é baseado nas aprendizagens motoras e no
desenvolvimento das aptidões psicomotoras.
É com esta certeza que um Projeto de Lei que exige que a disciplina
Educação Física seja ministrada exclusivamente por professores dessa área foi
apresentado na Câmara dos Deputados. O PL 6.520/09, apresentado no dia 02
de dezembro de 2009, altera a Lei 9.394/96 (LDB), incluindo o Art. 62-A, que
enfatiza a ministração da disciplina Educação Física por profissional da referida
50
área no ensino infantil, fundamental e médio, como podemos verificar na
imagem abaixo:
Figura 2: PL Nº 6.520/09. Fonte: http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=462540
Na verdade, este PL surge como uma forma de pressão sobre a já
enfraquecida insistência no descumprimento à LDB, no que diz respeito à
disciplina em questão, e como reforço à Lei 9.696, de 01 de setembro de 1998,
que regulamenta a profissão em Educação Física e define as prerrogativas do
respectivo profissional. Em outras palavras, já que as duas leis anteriormente
51
citadas por algum motivo não estão sendo muito bem interpretadas, faz-se
necessária uma nova que seja mais explícita e objetiva nesse sentido.
4.3
Educação vs educação
Como mencionado anteriormente, a Educação Física, mesmo prevista
em Lei Federal como obrigatória em todos os segmentos da Educação Básica,
ainda sofre embargo
na educação infantil e séries iniciais, quando as
Secretarias de Educação parecem considerar esta disciplina desnecessária
nestes níveis, encarregando o Pedagogo/Normalista de desenvolver atividades
recreativas infantis, considerando tais atividades suficientes para alcançar os
objetivos de uma educação integral e ignorando o fato de que recreação não é
Educação Física.
Com estímulos tão ousados quanto inadequados, as autoridades em
educação só podem esperar um feed-back também inadequado, o qual, por
sua vez, desencadeia equívocos de competências, como a ministração da
Educação Física na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental
por pedagogos e normalistas, por exemplo.
Do ponto de vista ético e profissional, o mínimo que se pode esperar é
uma contestação do Conselho Regional de Educação Física, o que levou a
coordenação da Escola Normal Superior (ENS) de uma respeitada
universidade a decidir retirar a referida disciplina da grade curricular de seus
cursos Normal Superior e Pedagogia.
Em reunião realizada com vários docentes de diversos cursos dessa
universidade, a coordenadora da referida ESN, com aparente tom de ironia,
falava sobre as portas que se fecharam para a Educação Física . Segundo a
coordenadora, em resposta à intervenção do Conselho Regional de Educação
Física, a ENS decidiu retirar a disciplina Educação Física na Educação Infantil
e Anos Iniciais do Ensino Fundamental da grade curricular do Curso Normal
Superior, que está em processo de extinção e substituição pelo Curso de
Pedagogia, no qual esta disciplina é substituída por Psicomotricidade.
52
Outro momento que chamou a atenção foi sua afirmação de que o
concurso para professores daquela casa não mais admitiria Profissionais de
Educação Física no curso de Pedagogia, pois, segundo a referida senhora,
este profissional não se enquadra no perfil de docente ministrante da disciplina
Psicomotricidade. É uma afirmação equivocada e contraditória, pois, além da
formação e de inúmeras referências que respaldam este profissional na
ministração desta disciplina, até o presente momento são Profissionais de
Educação Física que ministram Psicomotricidade nos cursos de Pedagogia em
várias unidades acadêmicas da universidade em questão, inclusive naquela
onde ocorreu a reunião supracitada.
Provavelmente, o fato da ementa desta disciplina ter seu conteúdo com
uma carga de 60 horas, sem prática (o que não é caracteristico da
Psicomotricidade) e com uma conotação quase que totalmente fundamentada
em Piaget, também deve ser fruto da intervenção profissional anteriormente
citada, o que nos faz pensar que a meta seria não deixar margem para que os
educadores físicos
encontrem equivalência de perfil na disciplina.
De maneira alguma pretendemos aqui contestar a indubitável
competentência da equipe de profissionais da referida Escola Normal Superior,
mas, por se tratar de uma área específica, acreditamos que o conteúdo da
ementa em questão colabora com o insucesso da inclusão de uma nova linha
de pensamento no curso de Pedagogia, uma vez que, além de não prever
aulas práticas, segue uma tendência teórica que a faz entrar em contradição
com a própria essência e não oferece ao aluno do referido curso a chance de
vivenciar uma abordagem renovadora, que traz uma proposta de quebra de
paradigmas.
Enquanto Le Boulch (1978) afirma que a prioridade na fase pré-escolar
é a atividade motora global, concentrando-se na necessidade fundamental de
movimento, de investigação e de expressão, Rosa Neto (2002) oferece reforço
em nosso questionemento, enfatizando que o controle motor possibilita à
criança experiências concretas, que servirão como base para a construção de
noções básicas para o seu desenvolvimento intelectual.
53
No que tange à retirada da disiplina Educação Física na Educação
Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, esta decisão também afeta
diretamente a qualidade da educação nestes segmentos, uma vez que a
referida disciplina oferece ao Pedagogo/Normalista noções mais específicas de
atividades lúdicas infantis e suas respectivas características e objetivos. Não
há dúvidas de que a disciplina proporcionaria uma maior afinidade entre este
profissional e o corpo em movimento, dando-lhe maior conhecimento em
motricidade humana e, consequentemente, um maior aprofundamento no
assunto quando de sua participação na outra disciplina: a Psicomotricidade.
Harrow (1988) nos dá amparo na interdependência entre habilidades
motoras e aprendizagem, quando afirma que a riqueza dessas habilidades
depende do desenvolvimento neuromuscular; tendo, em contrapartida, a
influência da aprendizagem sobre certas habilidades motoras, como falar,
escrever, abotoar e amarrar os sapatos.
Acreditamos que o fato de o concurso para professores dessa
universidade não enquadrar o Profissional de Educação Física no perfil de
Psicomotricidade pode ter origem em um mal entendido por parte da ENS, pois
é fato que esta tendência renovadora legitima-se como conteúdo da Educação
Física Escolar em contraposição ao modelo hegemônico de uma teoria de
abordagem limitada ao raciocínio e, ao que parece, neste caso, também
corporativista, que não leva em consideração e nem se importa com a
qualidade da educação.
Uma situação tão desagradável e desconfortável como esta nos leva a
refletir sobre os objetivos e a qualidade da própria educação. Se a
interdisciplinaridade, por exemplo, é um fator muito enfatizado durante todo o
processo formativo dos professores educadores
afinal, trata-se de um
elemento imprescindível no processo educacional
como esta pode ocorrer
numa prática onde apenas um profissional responde pela educação da
criança? Lembremos que é justamente nesta fase que o ser humano mais
precisa de estímulos e experências variados. Neste sentido, é importante
reconhecermos que as questões relacionadas à Educação Física têm
particularidades que devem ser observadas no desenvolvimento do aluno, pois
54
são um direito fundamental do educando. Ou será que é comum a todos os
educadores o conhecimento específico para, por exemplo, ensinar uma criança
a ler e escrever sem utilizar lápis e papel, mas o próprio corpo?
Então, nos perguntamos: como podemos praticar a interdisciplinaridade
se a atuação não é multiprofissional e multidisciplinar? Como podemos falar de
educação integral se a própria educação impõe barreiras a esta meta tão
frisada na formação de um educador?
Estas questões vêm corroendo a imagem da educação infantil e das
séries iniciais há muito tempo e ameaçam continuar aterrorizando nossas
metas de processo educacional eficiente e eficaz. Se o professor não refletir
urgentemente sobre as contradições e sobre os males dessa visão docente
unitária (e em alguns casos também corporativista) que sobrecarrega a si
próprio, provavelmente tão cedo não teremos mudanças significativas, pelo
menos na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, não.
55
CONCLUSÃO
As inúmeras referências e pesquisas que sustentam o presente estudo
já seriam suficientes para apresentarmos uma argumentação plausível na
abordagem do respectivo objeto de estudo, porém, acreditamos que a opinião
dos professores protagonistas da investigação represente maior credibilidade
na fundamentação de nosso trabalho. Assim, com a participação de
professores de educação infantil e séries iniciais opinando sobre suas
necessidades de maior conhecimento em motricidade humana, pudemos
verificar que sua formação ainda não lhes oferece conhecimento específico
suficiente para desenvolver em suas aulas atividades direcionadas aos
aspectos integrais da criança.
De acordo com Weineck (1999), a ampliação do repertório de
movimentos deve ser utilizada em um contexto global que possibilite a
capacidade de movimentação geral e não específica, mas, no conjunto das
ações motoras que as aproximam.
Ora, ao nos depararmos com uma realidade tão contraditória no
contexto educacional infantil, somos levados a questionar certas imposições
feitas às crianças em nível pré-escolar e anos iniciais do ensino fundamental.
Se os argumentos científicos alertam sobre os males de uma educação
estática baseada em princípios cartesianos, bem como, sobre seus inegáveis e
incontestáveis problemas que afetam a formação e a educação do indivíduo
(agora não mais nos referimos apenas às crianças, mas ao ser humano em
todos os estágios de sua vida), o que causa essa distorção no emprego do
conhecimento adquirido sobre educar crianças? O que justifica o fato de as
respectivas aulas se limitarem a atividades estáticas, que fogem totalmente à
regra da necessidade natural de movimento dessas faixas etárias?
Quando falamos em imposições , nos referimos aos vários exemplos
negativos que afetam a educação brasileira
e de vários outros países
também. Como se não bastasse a natural limitação do professor desse
segmento em explorar a capacidade motora e psicomotora das crianças (falta-
lhe conhecimento específico), ainda temos que conviver com a inegável
56
ignorância das autoridades educacionais , que, sem nenhum respaldo legal,
muito menos científico, decidem não cumprir a obrigatoriedade da Educação
Física na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. Lembremos
que esta acaba por se tornar a única disciplina obrigatória nesses segmentos,
pois as demais são desenvolvidas pelo professor formado em Pedagogia ou
Normal Superior. Este detalhe tão explícito caracteriza a importância dessa
área do conhecimento.
Decisões corporativistas também não são novidade nessa triste
realidade. Nas decisões sobre o que é melhor ou não para a formação do
professor, não temos dúvida de que atitudes do tipo se não podemos ministrar,
então retira a disciplina! são muitíssimo prejudiciais à educação. Mas,
infelizmente, são também reais.
Se na infância e na adolescência o movimento é naturalmente
explorado no processo de desenvolvimento, também de forma natural o ser
humano passa a se preocupar com os problemas da vida adulta sedentária na
medida em que ultrapassa esse período. Entretanto, atualmente, esta fase
importante de nossas vidas já não se caracteriza pela riqueza de atividades
motoras, o que significa que a escola tem um compromisso muito maior com o
estímulo à cultura corporal do movimento nesses anos iniciais, já que fora dela
a vida cotidiana também já não favorece às crianças no desenvolvimento de
atividades tipicamente infantis.
Gallahue (2002) chama a atenção para o processo permanente de
aprender a mover-se com controle e competência, no qual todos nós estamos
envolvidos, em reação aos desafios que enfrentamos diariamente em um
mundo em constante mutação.
De um lado, material científico suficiente para reconhecermos que
existe a necessidade particular das crianças e adolescentes em
desenvolvimento integral. De outro lado, uma educação assumidamente
cognitivista que não atende às expectativas de uma tendência de educação
integral é imposta ao aluno e ao próprio professor do segmento.
Os resultados deste trabalho nos levam a refletir sobre mudanças na
prática vigente na educação infantil e séries iniciais. E, de acordo com os
57
próprios professores entrevistados e com as avaliações das crianças
particpantes da pesquisa, a mudança começaria no preparo do docente.
Portanto, seria interessante as universidades estudarem a possibilidade da
inserção de disciplinas específicas no curso de Pedagogia ou Normal Superior,
reconhecendo que não é retirando da grade curricular as poucas horas
disponíveis que tratam sobre o assunto, mas, sim, aumentando a carga horária
em motricidade humana, oferecendo aos respectivos futuros docentes uma
chance poder empregar com mais segurança e propriedade o conhecimento
adquirido.
É claro que estas horas a mais dedicadas ao conhecimento do
desenvolvimento motor não seriam suficientes para justificar o não
cumprimento da obrigatoriedade da Educação Física também na educação
infantil e anos iniciais da Educação Básica, afinal, ainda lhe faltaria a formação
específica. Mas, não temos dúvida de que, a exemplo dos casos aqui
estudados, que em apenas quatro meses apresentaram avanço significativo no
controle das funções motoras e psicomotoras, os alunos nessas respectivas
faixas etárias poderiam fugir um pouco mais dessa realidade atual, onde o
sedentarismo reflete a imagem do homem da sociedade moderna. A interação
entre pedagogo e professor de Educação Física seria muito mais favorável ao
desenvolvimento de uma educação de qualidade.
Assim, é chegado o momento de reconhecermos que educação
integral ainda não é uma realidade, mas, uma meta, já que se trata de um
processo que exige atenção também integral, afinal, transversalidade,
transdisciplinaridade, complexidade, são palavras que perdem o sentido numa
prática onde apenas um profissional é sobrecarregado com várias atribuições,
inclusive com competências que fogem à sua formação. É chegada a hora de
reconhecermos juntos que, enquanto a escola produz sujeitos inteligentes , ao
mesmo tempo concebe e estimula um outro tipo de sujeito, sujeito este com
capacidades bem menores do que o professor desses segmentos imagina: o
analfabeto motor.
58
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 5ª edição. Petrópolis: Vozes, 1999.
CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Revista EF nº 35. Rio de Janeiro: 2010.
COSTA, Auredite Cardoso. Psicopedagogia e Psicomotricidade. Petrópolis: Vozes, 2001.
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62
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 - Questionário de Avaliação da Prática Educacional Infantil;
Anexo 2
Tabela de Dados Gerais da Pesquisa;
Anexo 3
Tabela de Comparação de Resultados dos Professores com Resultados dos Acadêmicos de Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas.
Anexo 4
Gráficos com os dados de todos os municípios participantes da pesquisa;
Anexo 5
Gráficos do Questionário das Escolas de Tabatinga;
Anexo 6
Gráficos do Questionário das Escolas de Benjamin Constant;
Anexo 7
Gráficos do Questionário das Escolas de Atalaia do Norte;
Anexo 8
Gráficos do Questionário das Escolas de São Paulo de Olivença;
Anexo 9
Gráficos do Questionário Aplicado a Acadêmicos do 6º período do Curso de Pedagogia, da Universidade do Estado do Amazonas;
Anexo 10
Gráficos do Questionário das Escolas de Letícia, Colômbia;
Anexo 11
Ficha de Avaliação Psicomotora;
Anexo 12
Gráficos da avaliação psicomotora dos seis escolhidos nas escolas participantes da pesquisa.
63
ANEXO 1
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA PRÁTICA EDUCACIONAL INFANTIL
O presente questionário foi desenvolvido para coletar dados sobre a Educação Infantil e o analfabetismo motor nas escolas do Alto Solimões. Leia cada questão com bastante atenção e seja sincero em suas respostas, pois as mesmas darão origem a dados estatísticos que servirão de base para propostas de aperfeiçoamento do profissional e da própria Educação Infantil.
MUNICÍPIO: _______________________________________________________________
ESCOLA: _________________________________________________________________
PROFESSOR(A): ___________________________________________________________
1. Qual dos motivos abaixo o levou a cursar Pedagogia (ou Normal Superior)? ( ) Sempre quis cursar ( ) Quis conhecer ( ) Desejo de ser professor ( ) Necessidade de voltar a estudar ( ) Falta de opção
2. Você gosta de crianças? ( ) SIM ( ) NÃO
3. O que você acha da atividade de educar crianças? ( ) Prazerosa ( ) Divertida ( ) Difícil de exercer ( ) Estressante ( ) Difícil e estressante ( ) Cansativa
4. Qual o objetivo principal de suas aulas na educação infantil? ( ) Desenvolvimento da fala, leitura e escrita ( ) Alfabetização ( ) Desenvolvimento integral do aluno ( ) Desenvolvimento cognitivo
5. De modo geral, como são as crianças em sua sala de aula? ( ) Pulam, gesticulam, se movem muito, conversam, não param
( ) São quietas, mas conversam muito ( ) São calmas e obedientes
6. Em sala de aula, que tipo de atividade você desenvolve com seus alunos? (no máximo três opções) ( ) Desenhar e pintar ( ) Recortar e colar papel ( ) Grafismo ( ) Quebra-cabeça ( ) Dominó ( ) Leituras ( ) Outras (especifique) ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7. E nessas atividades, como as crianças ficam? ( ) Bem a vontade ( ) Sempre brincando ( ) Comportadas
64
8. E na recreação, como elas são? ( ) Correm, pulam, gesticulam, se movem muito, conversam, não param
( ) São quietas, mas brincam. ( ) São calmas e apenas conversam.
9. Quanto às atividades de recreação? ( ) As crianças brincam espontaneamente, sem interferência do professor. ( ) As atividades são definidas pelo professor.
10. Que teórico você acredita que se identifica melhor com a Pedagogia (ou Normal Superior)? R : ________________________________________________________________
11. Nas opções abaixo, indique o(s) teórico(s) que você tem como referência para suas aulas em Educação Infantil: ( ) Rousseau ( ) Pestallozi ( ) Froebel ( ) Decroly ( ) Claparède ( ) Piaget ( ) Aucouturier ( ) Lapierre ( ) Wallon
12. Você sabe o que é Educação Psicomotora? ( ) Sim ( ) Não ( ) Já ouvi falar
13. Você sabe o que é Esquema Corporal? ( ) Sim ( ) Não
14. E Imagem Corporal, você sabe o que é? ( ) Sim ( ) Não
15. Você acredita que fatores como equilíbrio, toncidade, coordenação motora, orientação espaço-temporal, entre outros, têm influência direta na aprendizagem do aluno? ( ) Sim ( ) Não
16. Você considera-se preparado para detectar distúrbios de aprendizagem? ( ) Sim ( ) Não
17. Você considera-se preparado para atuar em casos de distúrbios de aprendizagem? ( ) Sim ( ) Não
18. Entre seus alunos existe algum caso de dislalia, dislexia, discalculia, rinolalia, ou outro distúrbio? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei
19. Você seria capaz de indicar uma atividade para um aluno com distúrbios psicomotores, como uma apraxia, por exemplo? ( ) Sim ( ) Não
20. Você costuma procurar outro(s) professor(es) para tratar de casos específicos de problemas de aprendizagem entre seus alunos?
( ) Sim ( ) Não
21. Você acredita que a grade curricular do curso de Pedagogia (ou Normal Superior) contempla a Educação Infantil em suas necessidades de educação integral? ( ) Sim ( ) Não
65
ANEXO 2
TABELA DE DADOS GERAIS DA PESQUISA
Questão Resposta mais assinalada Total Percentual
1 Motivo que o levou a cursar Pedagogia (ou Normal Superior). Desejo de ser professor 32 48%Sempre quis cursar 16 24%
2 Gosta de crianças? Sim 68 100% 3 O que você acha da atividade de educar crianças? Prazerosa 53 78% 4 Objetivo principal das aulas na educação infantil. Desenvolvimento Integral 41 61%
5 Como são as crianças em sua sala de aula? Pulam, gesticulam, se movem muito, conversam, não param
44 66%
6 Atividades desenvolvidas com os alunos em sala de aula. Desenhar e pintar 65 35%Leituras 47 26% Recortar e colar papel 38 21%
7 E nessas atividades, como as crianças ficam? Bem a vontade. 62 94%
8 E na recreação, como elas são? Correm, pulam, gesticulam, se movem muito, conversam, não param
64 94%
9 Quanto às atividades de recreação. As atividades são definidas pelo professor 43 63%
10 Teórico que se identifica melhor com a Pedagogia (ou Normal Superior). Piaget 43 65%Paulo Freire 13 19%
11 Teórico(s) referência para as aulas em Educação Infantil. Piaget 49 41% Pestalozzi 23 20% Rousseau 22 19%
66
TABELA DE DADOS GERAIS DA PESQUISA (CONTINUAÇÃO)
Questão Resposta mais assinalada Total Percentual12 Você sabe o que é Educação Psicomotora? Sim 43 64% 13 Você sabe o que é Esquema Corporal? Sim 49 73%
14 E Imagem Corporal, você sabe o que é? Não/Não responderam 37 54% Sim 31 46%
15Você acredita que fatores como equilíbrio, toncidade, coordenação motora, orientação espaço-temporal, entre outros, têm influência direta na aprendizagem do aluno?
Sim 61 90%
16 Você considera-se preparado para detectar distúrbios de aprendizagem? Não 47 70%
17 Você considera-se preparado para atuar em casos de distúrbios de aprendizagem? Não 52 78%
18 Entre seus alunos existe algum caso de dislalia, dislexia, discalculia, rinolalia, ou outro distúrbio? Sim 32 47%
19 Você seria capaz de indicar uma atividade para um aluno com distúrbios psicomotores, como uma apraxia, por exemplo? Não 51 76%
20 Você costuma procurar outro(s) professor(es) para tratar de casos específicos de problemas de aprendizagem entre seus alunos? Sim 66 97%
21Você acredita que a grade curricular do curso de Pedagogia (ou Normal Superior) contempla a Educação Infantil em suas necessidades de educação integral?
Não/Não reponderam 35 53%
67
ANEXO 3
TABELA DE COMPARAÇÃO DE RESULTADOS DOS PROFESSORES COM RESULTADOS DOS ACADÊMICOS DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
Questão Professores Total Acadêmicos Total1 Atividades desenvolvidas com os alunos em sala de aula. Desenhar e pintar 35% Desenhar e pintar 32%2 E nessas atividades, como as crianças ficam? Bem a vontade. 94%
Bem a vontade 72%
3 Quanto às atividades de recreação. As atividades são definidas pelo professor 63% As atividades são definidas
pelo professor 56%
4 Teórico que se identifica melhor com a Pedagogia (ou Normal Superior). Piaget 65% Piaget 65%
5 Teórico(s) referência para as aulas em Educação Infantil. Piaget 41% Piaget 39%6 Você sabe o que é Educação Psicomotora? Sim 64% Sim 91%7 Você sabe o que é Esquema Corporal? Sim 73% Sim 87%8 E Imagem Corporal, você sabe o que é? Não/Não responderam 54% Sim 87%
9Você acredita que fatores como equilíbrio, toncidade, coordenação motora, orientação espaço-temporal, entre outros, têm influência direta na aprendizagem do aluno?
Sim 90% Sim 97%
10 Você considera-se preparado para detectar distúrbios de aprendizagem? Não 70% Não 75%
11 Você considera-se preparado para atuar em casos de distúrbios de aprendizagem? Não 78% Não 75%
12 Entre seus alunos existe algum caso de dislalia, dislexia, discalculia, rinolalia, ou outro distúrbio? Sim 47% Não sei 56%
13Você seria capaz de indicar uma atividade para um aluno com distúrbios psicomotores, como uma apraxia, por exemplo?
Não 76% Não 66%
14Você acredita que a grade curricular do curso de Pedagogia (ou Normal Superior) contempla a Educação Infantil em suas necessidades de educação integral?
Não/Não reponderam 53% Sim 53%
68
ANEXO 4
GRÁFICOS COM OS DADOS DE TODOS OS MUNICÍPIOS PARTICIPANTES DA PESQUISA
Neste anexo encontram-se os gráficos referentes à opinião de todos os
68 professores que responderam ao questionário. Observe que a falta de
atividades mais dinâmicas que estimulem aos fatores específicos e necessários
ao desenvolvimento e educação integrais do aluno, e o reconhecimento de que
existe a necessidade de um maior conhecimento em desenvolvimento motor
são quase unâmimes.
1. Qual dos motivos abaixo o levou a cursar Pedagogia (Normal
Superior)?
Esta questão não foi respondida por um dos professores participantes.
16
3
32
610
0
10
20
30
40
50
60
70
Sempre quiscursar
Quis conhecer Desejo de serprofessor
Necessidade devoltar a estudar
Falta de opção
Gráfico 1
Respostas da 1ª questão.
69
2. Você gosta de crianças?
68
0
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não
Gráfico 2
Respostas da 2ª questão.
3. O que você acha da atividade de educar crianças?
53
49
0 0 20
10
20
30
40
50
60
70
Prazerosa Divertida Difícil deexercer
Estressante Difícil eEstressante
Cansativa
Gráfico 3
Respostas da 3ª questão.
Observe nos dois gráficos anteriores a afinidade com a atividade
infantil afirmada pelos acadêmicos.
70
4. Qual o objetivo principal de suas aulas na educação infantil?
17
7
41
3
0
10
20
30
40
50
60
70
Desenvolvimentoda fala, leitura e
escrita
Alfabetização Desenvolvimentointegral do aluno
Desenvolvimentocognitivo
Gráfico 4
Respostas da 4ª questão.
5. De modo geral, como são as crianças em sua sala de aula?
Esta questão não foi respondida por um dos docentes.
44
19
4
0
10
20
30
40
50
60
70
Pulam, gesticulam, semovem muito,
conversam, "não param"
São quietas, masconversam muito
São calmas eobedientes
Gráfico 5
Respostas da 5ª questão.
71
6. Em sala de aula, que tipo de atividade você desenvolve com
seus alunos? (no máximo três opções)
65
38
139
4
47
8
0
10
20
30
40
50
60
70
Desenhar epintar
Recortar ecolar papel
Grafismo Quebra-cabeça
Dominó Leituras Outras
Gráfico 6
Respostas da 6ª questão.
Nesta questão, que foi formulada com possibilidade de citar até três
opções entre as disponíveis e outras que o acadêmico desejasse, tivemos
apenas oito docentes que marcaram a opção Outras (especifique) , a saber:
1. Brincadeiras que envolvem equilíbrio.
2. Ditado de palavras, frases.
3. Escrita, caligrafia
4. Instigar o questionamento.
5. Tracejado, rasgadura, recorte, colagem, dobradura.
6. Trabalhos que desenvolvem habildades de pintar, recortar e colar
usando a interdisciplinaridade, porém, busco a diversidade na
metodologia.
7. Rodinha de conversa.
8. Bingo, trabalhos de leitura e escrita.
Destes, três anda fizeram as observações: "Porém trabalho também a
lateralidade, coordenação motora fina e grossa, a oralidade, expressão
72
corporal, etc. ; "Porém, são desenvolvidos também a oralidade, a coordenação
motora fina e grossa, a lateralidade, esquema corporal, etc ; desenvolvemos
nossas atividades conforme a dificuldade singular de cada criança . Cinco
docentes marcaram mais de três opções, ignorando o limite solicitado. Nestes
casos, foram computadas apenas três indicações.
Este gráfico revela que a importância da educação integral esbarra em
uma prática onde em sala de aula o movimento não é prioridade.
7. E nessas atividades, como as crianças ficam?
0
10
20
30
40
50
60
70
Bem a vontade Sempre brincando Comportadas
64
04
Gráfico 7
Respostas da 7ª questão.
73
8. E na recreação, como elas são?
64
40
0
10
20
30
40
50
60
70
Correm, pulam,gesticulam, se movemmuito, conversam, "não
param"
São quietas, masbrincam
São calmas e apenasconversam
Gráfico 8
Respostas da 8ª questão.
9. Quanto às atividades de recreação?
25
43
0
10
20
30
40
50
60
70
As crianças brincamespontaneamente, sem
interferência do professor
As atividades são definidas peloprofessor
Gráfico 9
Respostas da 9ª questão.
74
10. Que teórico você acredita que se identifica melhor com a
Pedagogia (ou Normal Superior)?
Esta questão foi formulada com o cuidado de proporcionar ao professor
a liberdade para escolher um teórico que, em sua opinião, representa a
identidade da profissão que escolheu. Aqui foram computadas normalmente as
respostas com apenas um teórico e, nos casos em que foram apontados mais
de um autor, somente o primeiro da lista. Assim, apesar da orientação para
marcar apenas um autor, tivemos 11 professores citando mais de uma
referência, a saber: Paulo Freire, Piaget e Emília Ferreiro; Rousseau, Piaget e
Pestalozzi; Piaget e Paulo Freire (citados por quatro docentes); Paulo Freire e
Piaget; Piaget, Paulo Freire, Froebel e Emília Ferreiro (citados por dois
docentes); e Emília Ferreiro e Piaget (também citados por dois docentes).
Piaget aparece em todas as citações, o que significa que teríamos 54
citações somente deste autor, sendo o autor mais destacado pelos professores
que responderam ao questionário e apontado como o que mais se identifica
com o curso de Pedagogia/Normal Superior. Três professores não citaram
nenhum autor, o que explica o valor 65, se somadas as colunas.
1
1
1
1
2
1
2
13
43
0 10 20 30 40 50 60 70
Pestalozzi
Froebel
Rousseau
Wallon
Emília Ferreiro
Maria Montesori
Vygotsky
Paulo Freire
Piaget
Gráfico 10
Respostas da 10ª questão.
75
11. Nas opções abaixo, indique o(s) teórico(s) que você tem como
referência para suas aulas em Educação Infantil:
0
1
1
2
7
12
22
23
49
0 10 20 30 40 50 60 70
Claparède
Decroly
Aucouturier
Lapierre
Wallon
Froebel
Rousseau
Pestallozi
Piaget
Gráfico 11
Respostas da 11ª questão.
12. Você sabe o que é Educação Psicomotora?
Um docente não respondeu a esta questão.
43
1410
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não Já ouvi falar
Gráfico 12
Respostas da 12ª questão.
76
13. Você sabe o que é Esquema Corporal?
Esta questãgo também não foi respondida por um dos docentes.
49
18
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não
Gráfico 13
Respostas da 13ª questão.
14. E Imagem Corporal, você sabe o que é?
Esta questão não foi respondida por quatro dos professores.
31 33
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não
Gráfico 14
Respostas da 14ª questão.
77
15. Você acredita que fatores como equilíbrio, toncidade,
coordenação motora, orientação espaço-temporal, entre
outros, têm influência direta na aprendizagem do aluno?
61
7
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não
Gráfico 15
Respostas da 15ª questão.
As duas questões a seguir não foram respondidas por dois dos
docentes. Um deles acrescentou à mão a opção Às vezes , na questão 17.
16. Você considera-se preparado para detectar distúrbios de
aprendizagem?
20
47
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não
Gráfico 16
Respostas da 16ª questão.
78
17. Você considera-se preparado para atuar em casos de
distúrbios de aprendizagem?
15
52
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não
Gráfico 17
Respostas da 17ª questão.
18. Entre seus alunos existe algum caso de dislalia, dislexia,
discalculia, rinolalia, ou outro distúrbio?
32
22
14
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não Não sei
Gráfico 18
Respostas da 18ª questão.
79
19. Você seria capaz de indicar uma atividade para um aluno com
distúrbios psicomotores, como uma apraxia, por exemplo?
Esta questão não foi respondida por um dos professores.
16
51
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não
Gráfico 19
Respostas da 19ª questão.
20. Você costuma procurar outro(s) professor(es) para tratar de
casos específicos de problemas de aprendizagem entre seus
alunos?
66
2
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não
Gráfico 20
Respostas da 20ª questão.
80
21. Você acredita que a grade curricular do curso de Pedagogia
(ou Normal Superior) contempla a Educação Infantil em suas
necessidades de educação integral?
3135
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não
Gráfico 21
Respostas da 21ª questão.
Nesta última questão, dois dos docentes deixaram de marcar uma das
alternativas. Um escreveu de próprio punho a opção Às vezes e o outro, a
opção Nem sempre .
Uma observação a ser feita é o fato de que, diferentemente dos demais
professores, nesta última questão os docentes do município de São Paulo de
Olivença afirmaram estar satisfeitos com a grade curricular do curso que
frequentaram, o que inclui conhecimento em desenvolvimento motor e
psicomotor.
Neste município, 86% dos professores mostraram-se satisfeitos com
sua formação docente. Mas, apesar de afirmarem na questão 21 que o curso
que freqüentaram oferece preparo adequado para o ofício de educar crianças,
os docentes em questão entram em contradição, quando apresentam dúvidas
81
sobre conhecimento em atividades coerentes com a importância do movimento
e sobre motricidade humana e psicomotricidade, como podemos constatar nos
gráficos das questões referentes ao tipo de atividade desenvolvida em sala de
aula e aos fatores específicos do desenvolvimento motor e psicomotor. Assim,
São Paulo de Olivença não foge à realidade dos demais municípios, o que
reforça a contradição entre a afirmação desta última questão e a prática citada.
Como pudemos verificar, no geral, apesar da afinidade com a docência
apresentada pela maioria dos entrevistados, e de afirmarem saber sobre
Psicomotricidade, o resultado do questionário aplicado aos professores do Alto
Solimões mostrou que, no que diz respeito à vivência dessa tendência
educacional, o conhecimento que os mesmos possuem sobre motricidade
humana é ainda muito pequeno, sobretudo no que tange à sua aplicação
prática.
Mesmo tendo a maioria respondido que o objetivo principal de suas
aulas na educação infantil é o desenvolvimento integral dos alunos (Gráfico 4),
pudemos observar que a outra metade é ainda bastante significativa. Dos 66
professores, 40 indicaram a educação integral como objetivo, porém, se
somarmos os demais valores, teremos 26 docentes indicando uma educação
framentada. O que podemos concluir é que a prática ainda é caracterizada pelo
emprego de uma tendência tipicamente cognitivista, como mostram os gráficos
das questões 6, 10, 11, 16 e 17.
O gráfico da questão 21 mostra a sinceridade dos docentes em
reconhecer que sua formação ainda não lhes prepara adequadamente para
atender às expectativas em educação integral, o que justifica a prática
inadequada na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.
82
ANEXO 5
GRÁFICOS DO QUESTIONÁRIO DAS ESCOLAS DE TABATINGA
Em Tabatinga foram entrevistados 16 professores de 4 escolas
diferentes. Apesar de outros professores com formação em áreas diferentes de
Pedagogia/Normal atuarem nas séries iniciais em várias dessas escolas,
apenas professores Pedagogos e Normalistas responderam ao questionário.
Apesar das orientações para o preenchimento do questionário, alguns
professores acabaram não respondendo a algumas questões, o que nos leva a
crer que apresentam dúvidas sobre os objetos questionados.
1. Qual dos motivos abaixo o levou a cursar Pedagogia (Normal
Superior)? ok
8
1
6
01
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sempre quiscursar
Quis conhecer Desejo de serprofessor
Necessidade devoltar a estudar
Falta de opção
Gráfico 1
Respostas da 1ª questão.
83
2. Você gosta de crianças?
16
0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não
Gráfico 2
Respostas da 2ª questão.
3. O que você acha da atividade de educar crianças?
8
2
5
0 01
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Prazerosa Divertida Difícil deexercer
Estressante Difícil eEstressante
Cansativa
Gráfico 3
Respostas da 3ª questão.
84
4. Qual o objetivo principal de suas aulas na educação infantil?
32
11
00
2
4
6
8
10
12
14
16
Desenvolvimento dafala, leitura e escrita
Alfabetização Desenvolvimentointegral do aluno
Desenvolvimentocognitivo
Gráfico 4
Respostas da 4ª questão.
5. De modo geral, como são as crianças em sua sala de aula?
10
5
1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Pulam, gesticulam, semovem muito, conversam,
"não param"
São quietas, masconversam muito
São calmas e obedientes
Gráfico 5
Respostas da 5ª questão.
85
6. Em sala de aula, que tipo de atividade você desenvolve com
seus alunos? (no máximo três opções)
15
10
0
4
1
15
00
2
4
6
8
10
12
14
16
Desenhar epintar
Recortar ecolar papel
Grafismo Quebra-cabeça
Dominó Leituras Outras
Gráfico 6
Respostas da 6ª questão.
7. E nessas atividades, como as crianças ficam?
16
0 0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Bem a vontade Sempre brincando Comportadas
Gráfico 7
Respostas da 7ª questão.
86
8. E na recreação, como elas são?
16
0 00
2
4
6
8
10
12
14
16
Correm, pulam,gesticulam, se movemmuito, conversam, "não
param"
São quietas, mas brincam São calmas e apenasconversam
Gráfico 8
Respostas da 8ª questão.
9. Quanto às atividades de recreação?
5
11
0
2
4
6
8
10
12
14
16
As crianças brincamespontaneamente, sem
interferência do professor
As atividades são definidas peloprofessor
Gráfico 9
Respostas da 9ª questão.
87
10. Que teórico você acredita que se identifica melhor com a
Pedagogia (ou Normal Superior)?
Nesta questão, um dos professores não citou nenhum autor, o que
explica o valor 15, se somadas as colunas.
12
0 0 01
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Piaget EmíliaFerreiro
Pestalozzi Paulo Freire MariaMontesori
Vygotsky
Gráfico 10
Respostas da 10ª questão.
11. Nas opções abaixo, indique o(s) teórico(s) que você tem como
referência para suas aulas em Educação Infantil:
0
0
0
0
0
1
4
5
16
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Froebel
Decroly
Claparède
Aucouturier
Lapierre
Wallon
Rousseau
Pestallozi
Piaget
Gráfico 11
Respostas da 11ª questão.
88
12. Você sabe o que é Educação Psicomotora?
8
1
7
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não Já ouvi falar
Gráfico 12
Respostas da 12ª questão.
13. Você sabe o que é Esquema Corporal?
11
5
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não
Gráfico 13
Respostas da 13ª questão.
89
14. E Imagem Corporal, você sabe o que é?
Esta questão não foi respondida por dois professores.
3
11
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não
Gráfico 14
Respostas da 14ª questão.
15. Você acredita que fatores como equilíbrio, toncidade,
coordenação motora, orientação espaço-temporal, entre
outros, têm influência direta na aprendizagem do aluno?
14
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não
Gráfico 15
Respostas da 15ª questão.
90
16. Você considera-se preparado para detectar distúrbios de
aprendizagem?
Nesta questão uma das professoras não marcou uma das opções,
mas escreveu sua resposta: Às vezes .
2
13
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não
Gráfico 16
Respostas da 16ª questão.
17. Você considera-se preparado para atuar em casos de
distúrbios de aprendizagem?
Esta questão também deixou de ser respondida por um dos
professores.
3
12
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não
Gráfico 17
Respostas da 17ª questão.
91
18. Entre seus alunos existe algum caso de dislalia, dislexia,
discalculia, rinolalia, ou outro distúrbio?
7
3
6
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não Não sei
Gráfico 18
Respostas da 18ª questão.
19. Você seria capaz de indicar uma atividade para um aluno com
distúrbios psicomotores, como uma apraxia, por exemplo?
1
15
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não
Gráfico 19
Respostas da 19ª questão.
92
20. Você costuma procurar outro(s) professor(es) para tratar de
casos específicos de problemas de aprendizagem entre seus
alunos?
16
0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não
Gráfico 20
Respostas da 20ª questão.
21. Você acredita que a grade curricular do curso de Pedagogia
(ou Normal Superior) contempla a Educação Infantil em suas
necessidades de educação integral?
5
10
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sim Não
Gráfico 21
Respostas da 21ª questão.
93
Apesar da afinidade com a docência apresentada pela maioria dos
entrevistados, e de saberem o que é Educação Psicomotora, o resultado do
questionário aplicado a professores do município de Tabatinga mostrou que, no
que diz respeito à vivência dessa tendência educacional, o conhecimento que
os mesmo possuem sobre o assunto é ainda muito pequeno, sobretudo no que
tange à sua aplicação prática.
Mesmo tendo respondido que o objetivo principal de suas aulas na
educação infantil é educação integral dos alunos, o que podemos concluir é
que a prática ainda é caracterizada pelo emprego de uma tendência
tipicamente cognitivista, como os gráficos das questões 6, 10, 11, 16 e 17.
Por fim, o gráfico da questão 21 mostra a sinceridade dos docentes em
reconhecer que sua formação ainda não lhes prepara adequadamente para
atender às expectativas em educação integral. Neste caso, apenas cinco
professores deram respostas positivas e somente um não respondeu,
marcando de próprio punho o texto Nem sempre .
94
ANEXO 6
GRÁFICOS DO QUESTIONÁRIO DAS ESCOLAS DE BENJAMIN CONSTANT
No município de Benjamin Constant, 14 professores de três escolas
diferentes responderam ao questionário. Estes, como mostram os gráficos a
seguir, apresentam certo conhecimento em educação psicomotora, como
esquema corporal e imagem corporal, além de afirmarem a importância dos
fatores psicomotores no desenvolvimento da criança. Porém, a maioria
reconhece que não está preparada para lidar com questões de distúrbios de
aprendizagem e, muito menos, para indicar atividades específicas direcionadas
a estes casos e a casos de distúrbios psicomotores.
1. Qual dos motivos abaixo o levou a cursar Pedagogia (Normal
Superior)?
6
1
5
0
2
0
2
4
6
8
10
12
14
Sempre quiscursar
Quis conhecer Desejo de serprofessor
Necessidade devoltar a estudar
Falta de opção
Gráfico 1
Respostas da 1ª questão.
95
2. Você gosta de crianças?
14
0
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não
Gráfico 2
Respostas da 2ª questão.
3. O que você acha da atividade de educar crianças?
11
0
2
0 01
0
2
4
6
8
10
12
14
Prazerosa Divertida Difícil deexercer
Estressante Difícil eEstressante
Cansativa
Gráfico 3
Respostas da 3ª questão.
96
4. Qual o objetivo principal de suas aulas na educação infantil?
4
2
7
1
0
2
4
6
8
10
12
14
Desenvolvimento dafala, leitura e escrita
Alfabetização Desenvolvimentointegral do aluno
Desenvolvimentocognitivo
Gráfico 4
Respostas da 4ª questão.
5. De modo geral, como são as crianças em sua sala de aula?
Esta questão não foi respondida por um dos docentes.
9
3
1
0
2
4
6
8
10
12
14
Pulam, gesticulam, semovem muito, conversam,
"não param"
São quietas, masconversam muito
São calmas e obedientes
Gráfico 5
Respostas da 5ª questão.
97
6. Em sala de aula, que tipo de atividade você desenvolve com
seus alunos? (no máximo três opções)
Nesta questão, três professoras citaram outras opções. Uma descreveu
que desenvolve brincadeiras que envolvem habilidades, equilíbrio, etc. A
segunda descreveu que desenvolve ditado de palavras, frases . A última,
afirmou incitar o questionamento .
12
7
43
1
9
3
0
2
4
6
8
10
12
14
Desenhar epintar
Recortar ecolar papel
Grafismo Quebra-cabeça
Dominó Leituras Outras
Gráfico 6
Respostas da 6ª questão.
7. E nessas atividades, como as crianças ficam?
14
0 0
0
2
4
6
8
10
12
14
Bem a vontade Sempre brincando Comportadas
Gráfico 7
Respostas da 7ª questão.
98
8. E na recreação, como elas são?
14
0 00
2
4
6
8
10
12
14
Correm, pulam,gesticulam, se movemmuito, conversam, "não
param"
São quietas, masbrincam
São calmas e apenasconversam
Gráfico 8
Respostas da 8ª questão.
9. Quanto às atividades de recreação?
0
2
4
6
8
10
12
14
As crianças brincam espontaneamente, sem
interferência do professor
As atividades são definidas pelo professor
6
8
Gráfico 9
Respostas da 9ª questão.
99
10. Que teórico você acredita que se identifica melhor com a
Pedagogia (ou Normal Superior)?
0
0
0
3
11
0 2 4 6 8 10 12 14
Emília Ferreiro
Pestalozzi
Maria Montesori
Paulo Freire
Piaget
Gráfico 10
Respostas da 10ª questão.
11. Nas opções abaixo, indique o(s) teórico(s) que você tem como
referência para suas aulas em Educação Infantil:
0
0
0
1
1
1
2
5
14
0 2 4 6 8 10 12 14
Aucouturier
Claparède
Lapierre
Decroly
Froebel
Pestallozi
Rousseau
Wallon
Piaget
Gráfico 11
Respostas da 11ª questão.
100
12. Você sabe o que é Educação Psicomotora?
Um docente não responde a esta questão.
11
0
2
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não Já ouvi falar
Gráfico 12
Respostas da 12ª questão.
As duas questões a seguir não foram respondidas por um dos docentes.
13. Você sabe o que é Esquema Corporal?
12
1
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não
Gráfico 13
Respostas da 13ª questão.
101
14. E Imagem Corporal, você sabe o que é?
6 6
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não
Gráfico 14
Respostas da 14ª questão.
15. Você acredita que fatores como equilíbrio, toncidade,
coordenação motora, orientação espaço-temporal, entre
outros, têm influência direta na aprendizagem do aluno?
14
0
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não
Gráfico 15
Respostas da 15ª questão.
102
16. Você considera-se preparado para detectar distúrbios de
aprendizagem?
6
8
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não
Gráfico 16
Respostas da 16ª questão.
17. Você considera-se preparado para atuar em casos de
distúrbios de aprendizagem?
2
12
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não
Gráfico 17
Respostas da 17ª questão.
103
18. Entre seus alunos existe algum caso de dislalia, dislexia,
discalculia, rinolalia, ou outro distúrbio?
7 7
00
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não Não sei
Gráfico 18
Respostas da 18ª questão.
19. Você seria capaz de indicar uma atividade para um aluno com
distúrbios psicomotores, como uma apraxia, por exemplo?
3
11
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não
Gráfico 19
Respostas da 19ª questão.
104
20. Você costuma procurar outro(s) professor(es) para tratar de
casos específicos de problemas de aprendizagem entre seus
alunos?
14
0
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não
Gráfico 20
Respostas da 20ª questão.
21. Você acredita que a grade curricular do curso de Pedagogia
(ou Normal Superior) contempla a Educação Infantil em suas
necessidades de educação integral?
3
11
0
2
4
6
8
10
12
14
Sim Não
Gráfico 21
Respostas da 21ª questão.
105
Como pudemos verificar, os professores do município de Benjamin
Constant que responderam ao questionário mostraram ter afinidade com a
docência e com a atividade de educação infantil e séries iniciais, mas, a
exemplo dos colegas do município de Tabatinga, reconhecem que o
conhecimento adquirido sobre o assunto, especificamente motricidade humana
e psicomotricidade, ainda não é suficiente para atender às expectativas de uma
educação integral, como mostra o gráfico da questão 21.
106
ANEXO 7
GRÁFICOS DO QUESTIONÁRIO DAS ESCOLAS DE ATALAIA DO NORTE
Em Atalaia do norte, particparam da pesquisa 15 professores de quatro
escolas municipais.
Note que os docentes deste município que responderam ao
questionário, logo na primeira questão, apresentam uma surpresa: o número de
docentes que apontaram ter escolhido a carreira que desenvolvem por motivos
que necessidade de estudar e por falta de opção supera em muito os que
cursaram Pedagogia ou Normal Superior por afinidade.
1. Qual dos motivos abaixo o levou a cursar Pedagogia (Normal
Superior)?
10
4
6 6
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sempre quiscursar
Quis conhecer Desejo de serprofessor
Necessidade devoltar a estudar
Falta de opção
Figura 1
Respostas da 1ª questão.
107
2. Você gosta de crianças?
17
0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim Não
Figura 2
Respostas da 2ª questão.
3. O que você acha da atividade de educar crianças?
14
12
0 0 00
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Prazerosa Divertida Difícil deexercer
Estressante Difícil eEstressante
Cansativa
Figura 3
Respostas da 3ª questão.
108
4. Qual o objetivo principal de suas aulas na educação infantil?
12
12
2
02468
1012141618
Desenvolvimentoda fala, leitura e
escrita
Alfabetização Desenvolvimentointegral do aluno
Desenvolvimentocognitivo
Figura 4
Respostas da 4ª questão.
5. De modo geral, como são as crianças em sua sala de aula?
13
4
00
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Pulam, gesticulam, semovem muito, conversam,
"não param"
São quietas, masconversam muito
São calmas e obedientes
Figura 5
Respostas da 5ª questão.
109
6. Em sala de aula, que tipo de atividade você desenvolve com
seus alunos? (no máximo três opções)
Nesta questão, que foi formulada com possibilidade de citar até três
opções ent re as disponíveis e outras que o acadêmico desejasse, apenas três
docentes apontaram outras opções, a saber: bingo, trabalhos de leitura e
escrita; bastante brincedeiras, aulas lúdicas e conversa informal.
15
11
0 0
2
15
3
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Desenhare pintar
Recortar ecolarpapel
Grafismo Quebra-cabeça
Dominó Leituras Outras
Figura 6
Respostas da 6ª questão.
7. E nessas atividades, como as crianças ficam?
16
01
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Bem a vontade Sempre brincando Comportadas
Figura 7
Respostas da 7ª questão.
110
8. E na recreação, como elas são?
17
0 00
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Correm, pulam,gesticulam, se movemmuito, conversam, "não
param"
São quietas, mas brincam São calmas e apenasconversam
Figura 8
Respostas da 8ª questão.
9. Quanto às atividades de recreação?
10
7
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
As crianças brincamespontaneamente, sem
interferência do professor
As atividades são definidas peloprofessor
Figura 9
Respostas da 9ª questão.
111
10. Que teórico você acredita que se identifica melhor com a
Pedagogia (ou Normal Superior)?
9
2
4
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Piaget Emília Ferreiro Paulo Freire
Figura 10
Respostas da 10ª questão.
Esta questão foi formulada com o cuidado de proporcionar ao professor
a liberdade para escolher um teórico que, em sua opinião, representa a
identidade da profissão que escolheu.
Aqui, dois docentes não responderam à questão e outros três
apontaram mais de um autor, sendo computado apenas o primeiro da lista.
Dois citaram Emília Ferreiro e Piaget, e o outro, Piaget e Paulo Freire. Observe
que Piaget é o autor mais destacado pelos professores que responderam ao
questionário, sendo apontado como o que mais se identifica com o curso de
Pedagogia/Normal Superior.
112
11. Nas opções abaixo, indique o(s) teórico(s) que você tem como
referência para suas aulas em Educação Infantil:
0
0
0
0
1
3
4
6
17
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Decroly
Claparède
Aucouturier
Lapierre
Wallon
Rousseau
Froebel
Pestallozi
Piaget
Figura 11
Respostas da 11ª questão.
A exemplo da questão anterior, podemos verificar neste gráfico que
Piaget mais uma vez é apontado como maior referência para a carreira dos
entrevistados.
12. Você sabe o que é Educação Psicomotora?
14
21
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim Não Já ouvi falar
Figura 12
Respostas da 12ª questão.
113
13. Você sabe o que é Esquema Corporal?
14
3
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim Não
Figura 13
Respostas da 13ª questão.
14. E Imagem Corporal, você sabe o que é?
11
6
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim Não
Figura 14
Respostas da 14ª questão.
114
15. Você acredita que fatores como equilíbrio, toncidade,
coordenação motora, orientação espaço-temporal, entre
outros, têm influência direta na aprendizagem do aluno?
16
1
02
468
10
121416
18
Sim Não
Figura 15
Respostas da 15ª questão.
16. Você considera-se preparado para detectar distúrbios de
aprendizagem?
98
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim Não
Figura 16
Respostas da 16ª questão.
115
17. Você considera-se preparado para atuar em casos de
distúrbios de aprendizagem?
3
14
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim Não
Figura 17
Respostas da 17ª questão.
18. Entre seus alunos existe algum caso de dislalia, dislexia,
discalculia, rinolalia, ou outro distúrbio?
10
2
5
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim Não Não sei
Figura 18
Respostas da 18ª questão.
116
19. Você seria capaz de indicar uma atividade para um aluno com
distúrbios psicomotores, como uma apraxia, por exemplo?
2
15
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim Não
Figura 19
Respostas da 19ª questão.
20. Você costuma procurar outro(s) professor(es) para tratar de casos
específicos de problemas de aprendizagem entre seus alunos?
15
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim Não
Figura 20
Respostas da 20ª questão.
117
21. Você acredita que a grade curricular do curso de Pedagogia
(ou Normal Superior) contempla a Educação Infantil em suas
necessidades de educação integral?
5
11
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim Não
Figura 21
Respostas da 21ª questão.
Nesta questão, um docente não respondeu a uma das alternativas,
acrescentando de próprio punho no questionário a opção em parte .
Observemos que em Atalaia do Norte os professores participantes da
pesquisa também reconhecem que a educação integral ainda não é uma
realidade na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, afirmando
que sua formação ainda não lhes prepara adequadamente para atuarem dentro
das expectarivas de uma fase que tem como necessidade fundamental o
movimento e a motricidade.
118
ANEXO 8
GRÁFICOS DO QUESTIONÁRIO DAS ESCOLAS DE SÃO PAULO DE OLIVENÇA
No município de São Paulo de Olivença, 21 professores participaram
da pesquisa. Este município, diferentemente dos outros, mostrou que a grande
maioria de seus professores escolheu a profissão por desejar atuar na
docência, como podemos ver no gráfico a seguir.
1. Qual dos motivos abaixo o levou a cursar Pedagogia (Normal
Superior)?
1 1
17
01
0
3
6
9
12
15
18
21
Sempre quiscursar
Quis conhecer Desejo de serprofessor
Necessidade devoltar a estudar
Falta de opção
Figura 1
Respostas da 1ª questão.
Esta questão não foi respondida por um dos professores participantes.
119
2. Você gosta de crianças?
21
0
0
3
6
9
12
15
18
21
Sim Não
Figura 2
Respostas da 2ª questão.
3. O que você acha da atividade de educar crianças?
20
10 0 0 0
0
3
6
9
12
15
18
21
Prazerosa Divertida Difícil deexercer
Estressante Difícil eEstressante
Cansativa
Figura 3
Respostas da 3ª questão.
Observe nos dois gráficos anteriores a afinidade com a atividade
infantil afirmada pelos professores.
120
4. Qual o objetivo principal de suas aulas na educação infantil?
9
1
11
00
3
6
9
12
15
18
21
Desenvolvimentoda fala, leitura e
escrita
Alfabetização Desenvolvimentointegral do aluno
Desenvolvimentocognitivo
Figura 4
Respostas da 4ª questão.
5. De modo geral, como são as crianças em sua sala de aula?
12
7
2
0
3
6
9
12
15
18
21
Pulam, gesticulam, semovem muito,
conversam, "não param"
São quietas, masconversam muito
São calmas eobedientes
Figura 5
Respostas da 5ª questão.
121
6. Em sala de aula, que tipo de atividade você desenvolve com
seus alunos? (no máximo três opções)
21
17
8
0 0
16
3
0
3
6
9
12
15
18
21
Desenhare pintar
Recortare colarpapel
Grafismo Quebra-cabeça
Dominó Leituras Outras
Figura 6
Respostas da 6ª questão.
Nesta questão, que foi formulada com possibilidade de citar até três
opções entre as disponíveis e outras que o acadêmico desejasse, tivemos
apenas três docentes que marcaram a opção Outras (especifique), a saber:
1. Tracejado, rasgadura, recorte, colagem, dobradura.
2. Trabalhos que desenvolvem habildades de pintar, recortar e colar
usando a interdisciplinaridade, porém, busco a diversidade na
metodologia.
3. Rodinhade conversa.
Dois fizeram observações: "Porém trabalho também a lateralidade,
coordenação motora fina e grossa, a oralidade, expressão corporal, etc. ;
"Porém, são desenvolvidos também a oralidade, a coordenação motora fina e
grossa, a lateralidade, esquema corporal, etc . Cinco docentes marcaram mais
de três opções, ignorando o limite solicitado. Nestes casos, foram computadas
apenas três indicações.
Este gráfico revela que a importância da educação integral esbarra em
uma prática onde em sala de aula o movimento não é prioridade.
122
7. E nessas atividades, como as crianças ficam?
18
0
3
0
3
6
9
12
15
18
21
Bem a vontade Sempre brincando Comportadas
Figura 7
Respostas da 7ª questão.
8. E na recreação, como elas são?
17
4
00
3
6
9
12
15
18
21
Correm, pulam,gesticulam, se movemmuito, conversam, "não
param"
São quietas, mas brincam São calmas e apenasconversam
Figura 8
Respostas da 8ª questão.
123
9. Quanto às atividades de recreação?
4
17
0
3
6
9
12
15
18
21
As crianças brincamespontaneamente, sem
interferência do professor
As atividades são definidaspelo professor
Figura 9
Respostas da 9ª questão.
10. Que teórico você acredita que se identifica melhor com a
Pedagogia (ou Normal Superior)?
1
1
1
1
6
11
0 3 6 9 12 15 18 21
Pestalozzi
Froebel
Wallon
Rousseau
Paulo Freire
Piaget
Figura 10
Respostas da 10ª questão.
Esta questão foi formulada com o cuidado de proporcionar ao docente
a liberdade para escolher um teórico que, em sua opinião, representa a
identidade da profissão que escolheu. Aqui foram computadas normalmente as
respostas com apenas um teórico e, nos casos em que foram apontados mais
de um autor, somente o primeiro da lista.
124
Assim, apesar da orientação para marcar apenas um autor, tivemos 8
professores citando mais de uma referência, a saber: Paulo Freire, Piaget e
Emília Ferreiro; Rousseau, Piaget e Pestalozzi; Piaget e Paulo Freire (citados
por três docentes); Paulo Freire e Piaget; e Piaget, Paulo Freire, Froebel e
Emília Ferreiro (citados por dois docentes).
11. Nas opções abaixo, indique o(s) teórico(s) que você tem como
referência para suas aulas em Educação Infantil:
0
0
1
1
2
7
11
13
21
0 3 6 9 12 15 18 21
Decroly
Claparède
Aucouturier
Wallon
Lapierre
Froebel
Pestallozi
Rousseau
Piaget
Figura 11
Respostas da 11ª questão.
Nesta questão podemos verificar que Jean Piaget é apontado como
maior referência para a carreira dos entrevistados, o que não foge à realidade
dos outros municípios. Observe que Henry Wallon tem apenas uma citação
neste município.
125
12. Você sabe o que é Educação Psicomotora?
1011
00
3
6
9
12
15
18
21
Sim Não Já ouvi falar
Figura 12
Respostas da 12ª questão.
13. Você sabe o que é Esquema Corporal?
12
9
0
3
6
9
12
15
18
21
Sim Não
Figura 13
Respostas da 13ª questão.
No gráfico da questão 12, constatamos que pouco mais da metade dos
docentes afirmam não saber o que é Educação Psicomotora, porém, no caso
da questão 13, a pequena maioria afirma saber o que é esquema corporal, o
que nos parece contraditório e nos dá uma idéia do conhecimento limitado em
psicomotricidade que possuem os docentes que participaram da pesquisa.
126
14. E Imagem Corporal, você sabe o que é?
A exemplo dos dois anteriores, este gráfico também mostra que é
pequena a afinidade dos professores com a Psicomotricidade.
1110
0
3
6
9
12
15
18
21
Sim Não
Figura 14
Respostas da 14ª questão.
15. Você acredita que fatores como equilíbrio, toncidade,
coordenação motora, orientação espaço-temporal, entre
outros, têm influência direta na aprendizagem do aluno?
17
4
0
3
6
9
12
15
18
21
Sim Não
Figura 15
Respostas da 15ª questão.
127
16. Você considera-se preparado para detectar distúrbios de
aprendizagem?
3
18
0
3
6
9
12
15
18
21
Sim Não
Figura 16
Respostas da 16ª questão.
A questão anterior foi formulada com a finalidade de verificar o
conhecimento dos docentes em identificar nos alunos problemas educativos.
Quase todos os professores afirmaram não estar preparados para reconhecer
anormalidades nas atividades dos escolares. Com relação a atuar em casos já
diagnosticados, a realiade é a mesma, como mostra o gráfico da próxima questão.
17. Você considera-se preparado para atuar em casos de
distúrbios de aprendizagem?
2
19
0
3
6
9
12
15
18
21
Sim Não
Figura 17
Respostas da 17ª questão.
128
18. Entre seus alunos existe algum caso de dislalia, dislexia,
discalculia, rinolalia, ou outro distúrbio?
810
3
0
3
6
9
12
15
18
21
Sim Não Não sei
Figura 18
Respostas da 18ª questão.
19. Você seria capaz de indicar uma atividade para um aluno com
distúrbios psicomotores, como uma apraxia, por exemplo?
Esta questão não foi respondida por um dos professores.
7
13
0
3
6
9
12
15
18
21
Sim Não
Figura 19
Respostas da 19ª questão.
129
20. Você costuma procurar outro(s) professor(es) para tratar de
casos específicos de problemas de aprendizagem entre seus
alunos?
21
0
0
3
6
9
12
15
18
21
Sim Não
Figura 20
Respostas da 20ª questão.
21. Você acredita que a grade curricular do curso de Pedagogia
(ou Normal Superior) contempla a Educação Infantil em suas
necessidades de educação integral?
18
3
0
3
6
9
12
15
18
21
Sim Não
Figura 21
Respostas da 21ª questão.
130
No município de São Paulo de Olivença encontramos uma realidade
diferente das demais localidades. Enquanto em Tabatinga, Benjamin Constant
e Atalaia do Norte os docentes que responderam ao questionário afirmam que
a grade curricular do curso de Pedagia ou Normal Superior não contempla a
criança em suas expectaivas de desenvolvimento integral, neste município os
docentes participantes da pesquisa afirmam o contrário, mostrando-se
satisfeitos com a referida grade.
É importante ressaltar que, apesar de estes profissionais afirmarem na
questão 21 que o curso que freqüentaram oferece preparo adequado para o
ofício de educar crianças, os entrevistados mostram-se em dúvida quanto ao
conhecimento em desenvolvimento motor e atividades coerentes com a
importância do movimento, bem como sobre motricidade humana e
psicomotricidade, como podemos constatar nos gráficos 12, 13, 14, 16, 17 e
19.
131
ANEXO 9
GRÁFICOS DO QUESTIONÁRIO APLICADO A ACADÊMICOS DO 6º PERÍODO DO CURSO DE
PEDAGOGIA, DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
A seguir veremos o resultado do questionário respondido por alunos de
uma das turmas de Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas
(UEA), no município de Tabatinga. A maioria dos acadêmicos apresentou como
objetivo de suas aulas o desenvolvimento integral do aluno (questão 4), porém,
quando olhamos o questionário de modo geral, constatamos que a prática não
difere muito dos profissionais das escolas participantes da pesquisa. A turma
como um todo encontra-se limitada ao contexto cognitivo.
1. Qual dos motivos abaixo o levou a cursar Pedagogia (Normal
Superior)?
42
14
3
9
0
8
16
24
32
Sempre quiscursar
Quis conhecer Desejo de serprofessor
Necessidade devoltar a estudar
Falta de opção
Figura 1
Respostas da 1ª questão.
No gráfico acima podemos verificar que dos trinta e dois alunos que
responderam ao questionário, quatorze afirmaram ter escolhido o curso que
132
frequentam por desejar ser professor, enquanto que nove deles disseram estar
cursando Pedagogia ou Normal Superior por falta de opção. De modo geral,
quatorze acadêmicos apresentam-se afins com o exercício da docência,
enquanto dezoito estão cursando por outros motivos.
2. Você gosta de crianças?
Observe nos dois gráficos a seguir a afinidade com a atividade infantil
afirmada pelos acadêmicos.
32
0
0
8
16
24
32
Sim Não
Figura 2
Respostas da 2ª questão.
3. O que você acha da atividade de educar crianças?
23
3 40
20
0
8
16
24
32
Prazerosa Divertida Difícil deexercer
Estressante Difícil eEstressante
Cansativa
Figura 3
Respostas da 3ª questão.
133
4. Qual o objetivo principal de suas aulas na educação infantil?
4 3
21
4
0
8
16
24
32
Desenvolvimentoda fala, leitura e
escrita
Alfabetização Desenvolvimentointegral do aluno
Desenvolvimentocognitivo
Figura 4
Respostas da 4ª questão.
5. De modo geral, como são as crianças em sua sala de aula?
22
9
1
0
8
16
24
32
Pulam, gesticulam, semovem muito,
conversam, "nãoparam"
São quietas, masconversam muito
São calmas eobedientes
Figura 5
Respostas da 5ª questão.
Comparando os gráficos das duas questões anteriores, observamos
que a maior parte dos acadêmicos mostra-se ciente da importância da
educação integral para o aluno, indicando a exploração do movimento em suas
aulas.
134
6. Em sala de aula, que tipo de atividade você desenvolve com
seus alunos? (no máximo três opções)
29
19
7 8
2
23
3
0
8
16
24
32
Desenhar epintar
Recortar ecolar papel
Grafismo Quebra-cabeça
Dominó Leituras Outras
Figura 6
Respostas da 6ª questão.
Nesta questão, que foi formulada com possibilidade de marcação de
até três opções, entre as disponíveis e outras a critério do acadêmico, ficamos
em dúvida sobre o desenvolvimento das atividades dinâmicas em sala de aula,
afirmadas nas questões 4 e 5. O gráfico nos revela que as atividades
executadas pelos alunos são predominantemente direcionadas ao
desenvolvimento cognitivo. Como podemos verificar, as atividades mais
desenvolvidas são desenho, pintura, leitura e recortar e colar papel, de acordo
com os vinte e nove acadêmicos que marcaram até três opções das
disponíveis. Apenas três citaram outras atividades, a saber:
- Um citou a atividade de boliche com cores, algarismos, tabuada;
atividades de dramtização; e produção textual. É iteressante ressaltar que este
acadêmico marcou também as opções Desenhar e pintar; Grafismo; e Leituras.
- Outro citou atividades de cantigas de roda; parlendas; jogo da
memória; e advinhação. Este marcou também as opções Desenhar e pintar;
Recortar e colar papel; Grafismo; Quebra-cabeça; e Leituras.
- O último citou Trabalhar o meio ambiente , além de marcar também
as opções Desenhar e pintar; e Leituras.
135
7. E nessas atividades, como as crianças ficam?
23
63
0
8
16
24
32
Bem a vontade Sempre brincando Comportadas
Figura 7
Respostas da 7ª questão.
O gráfico acima nos mostra que as atividades citadas na 6ª questão
são desenvolvidas pelas crianças de forma livre, sem regras.
8. E na recreação, como elas são?
29
30
0
8
16
24
32
Correm, pulam,gesticulam, se movemmuito, conversam, "não
param"
São quietas, masbrincam
São calmas e apenasconversam
Figura 8
Respostas da 8ª questão.
Segundo a grande maioria dos acadêmicos entrevistados, na
recreação as crianças realmente brincam à vontade, como nos mostra o gráfico
acima.
136
9. Quanto às atividades de recreação?
14
18
0
8
16
24
32
As crianças brincamespontaneamente, sem
interferência do professor
As atividades são definidaspelo professor
Figura 9
Respostas da 9ª questão.
Aqui podemos constatar que a turma apresenta-se quase equilibrada
em relação ao desenvolvimento das atividades na recreação. Esta questão foi
formulada para verificar se os educadores desenvolvem na recreação
atividades com objetivos específicos, visando o desenvolvimento integral
(afirmado na 4ª questão), que requer necessariamente a exploração do
potencial de movimento das crianças.
Quatorze acadêmicos afirmaram que deixam as crianças a vontade na
recreação, sem interferir nas atividades que as mesmas desenvolvem. Por
outro lado, uma pequena maioria afirmou acompanhar as atividades que são
definidas pelos próprios professores, o que caracteriza uma preocupação com
desenvover atividades com fins específicos, ainda que sejam bincadeiras.
É importante frisar que este gráfico de duas questões, mesmo com
duas opiniões de valores quase iguais, nos dá uma pequena amostra de como
a turma apresenta um índice considerável de falta de prática coerente com a
educação integral, que tem como uma de suas premissas o desenvolvimento
dos aspectos psicomotores.
137
10. Que teórico você acredita que se identifica melhor com a
Pedagogia (ou Normal Superior)?
1
3
2
5
18
0 8 16 24 32
Freud
Emília Ferreiro
Pestalozzi
Paulo Freire
Piaget
Figura 10
Respostas da 10ª questão.
Esta questão foi formulada com o cuidado de proporcionar ao
acadêmico a liberdade para escolher um teórico que, na sua opinião,
representa a identidade da profissão que escolheu. Aqui foram computadas
normalmente as respostas com apenas um teórico, como solicitado, e apenas o
primeiro da lista daqueles que apontaram mais de um autor.
Três alunos não responderam à questão e seis apontaram mais de um
autor. Estes seis apontaram mais de um autor: Emília Ferreiro e Pestalozzi;
Piaget, Wallon e Emília Ferreiro; Paulo Freire e Emília Ferreiro; Piaget,
Pestllozzi e Decroly; Piaget e Vigotsky; e Piaget e Freud. Note que quatro
destes seis também citaram Piaget.
Aqui também podemos notar claramente a hegemonia piagetiana
sobre as demais referências apontadas pela turma entrevistada, realidade que
pode ser constatada também nos dois gráficos da próxima questão, que
mostram que Piaget, comparado aos outros autores disponíveis nas opções,
está bem à frente de Henry Wallon e muito mais distante de Lapierre, o criador
da Psicomotrididade Relacional.
138
11. Nas opções abaixo, indique o(s) teórico(s) que você tem como
referência para suas aulas em Educação Infantil:
0
1
2
4
6
9
10
15
30
0 8 16 24 32
Aucouturier
Lapierre
Claparède
Froebel
Wallon
Decroly
Rousseau
Pestallozi
Piaget
Figura 11
Respostas da 11ª questão.
Como citado anteriormente podemos verificar neste gráfico que Piaget
mais uma vez é apontado como maior referência para a carreira dos
entrevistados.
12. Você sabe o que é Educação Psicomotora?
29
03
0
8
16
24
32
Sim Não Já ouvi falar
Figura 12
Respostas da 12ª questão.
139
13. Você sabe o que é Esquema Corporal?
28
4
0
8
16
24
32
Sim Não
Figura 13
Respostas da 13ª questão.
Como podemos notar, praticamente todos os acadêmicos que
responderam ao questionário afirmam saber o que é Educação Psicomotora e
Esquema Corporal.
14. E Imagem Corporal, você sabe o que é?
28
4
0
8
16
24
32
Sim Não
Figura 14
Respostas da 14ª questão.
A exemplo dos dois anteriores, este gráfico também mostra a
afirmação da maioria dos acadêmicos em conhecer aspectos da
Psicomotricidade, neste caso, a Imagem Corporal. A questão a seguir reforça
as afirmações.
140
15. Você acredita que fatores como equilíbrio, toncidade,
coordenação motora, orientação espaço-temporal, entre
outros, têm influência direta na aprendizagem do aluno?
31
1
0
8
16
24
32
Sim Não
Figura 15
Respostas da 15ª questão.
A partir de agora entraremos em aspectos mais específicos da
educação motora e psicomotora, sendo as questões a seguir formuladas com o
objetivo de verificar o que os entrevistados conhecem de motricidade humana e
psicomotricidade. Lembremos que nas questões 12, 13, 14 e 15 a turma afirma
conhecer a importância dos fatores psicomotores na Educação Infantil.
Observe nos próximos gráficos que, apesar da afirmação citada, a
maioria dos acadêmicos afirmou não ter conhecimento em um aspecto muito
importante na Educação Infantil: os distúrbios de parendizagem.
141
16. Você considera-se preparado para detectar distúrbios de
aprendizagem?
8
24
0
8
16
24
32
Sim Não
Figura 16
Respostas da 16ª questão.
Nesta questão, que foi formulada com a finalidade de verificar o
conhecimento dos entrevistados em identificar nos alunos problemas
educativos, a maioria dos acadêmicos afirmou não estar preparada para
reconhecer anormalidades nas atividades dos escolares. Com relação a atuar
em casos já diagnosticados, a realiade é a mesma, como mostra o gráfico da
prõxima questão.
17. Você considera-se preparado para atuar em casos de
distúrbios de aprendizagem?
8
24
0
8
16
24
32
Sim Não
Figura 17
Respostas da 17ª questão.
142
18. Entre seus alunos existe algum caso de dislalia, dislexia,
discalculia, rinolalia, ou outro distúrbio?
Aqui podemos constatar um reforço no resultado das questões
anteriores.
7 7
18
0
8
16
24
32
Sim Não Não sei
Figura 18
Respostas da 18ª questão.
A questão a seguir foi formulada com o objetivo de verificar a afinidade
dos entrevistados com reeducação psicomotora. Como podemos notar, a
maioria desconhece esta prática. Já a 20ª questão mostra que praticamente
todos os entrevistados afirmaram procurar outros professores para tratar de
assuntos sobre problemas de aprendizagem.
19. Você seria capaz de indicar uma atividade para um aluno com
distúrbios psicomotores, como uma apraxia, por exemplo?
11
21
0
8
16
24
32
Sim Não
Figura 19
Respostas da 19ª questão.
143
20. Você costuma procurar outro(s) professor(es) para tratar de
casos específicos de problemas de aprendizagem entre seus
alunos?
30
2
0
8
16
24
32
Sim Não
Figura 20
Respostas da 20ª questão.
Finalmente, verificando se a grade curricular do curso frequentado está
coerente com as expectativas em educação integral, podemos notar que o
resultado positivo foi alcançado com uma pequena diferença de apenas dois
alunos, como mostra o gráfico a seguir.
21. Você acredita que a grade curricular do curso de Pedagogia
(ou Normal Superior) contempla a Educação Infantil em suas
necessidades de educação integral?
1715
0
8
16
24
32
Sim Não
Figura 21
Respostas da 21ª questão.
144
Esta turma, que tem em seu curriculo a disciplina Psicomotricidade
(como já mencionado, prevista para 60 horas sem prática), consegue
apresentar uma pequena variação nos resultados que apontam para um
avanço positivo, no sentido do conhecimento em motricidade humana e
psicomotricidade. Infelizmente, apesar do otimismo dos acadêmicos
apresentado na questão 21, os outros gráficos demonstram o contrário, já que
estes discentes também desenvolvem com seus alunos atividades tipicamente
cognitivas, e também afirmaram não estar preparados para lidar com uma
realidade tão comum na educação infantil das séries iniciais: os problemas de
aprendizagem.
145
ANEXO 10
GRÁFICOS DO QUESTIONÁRIO DAS ESCOLAS DE LETÍCIA, COLÔMBIA
A seguir veremos o resultado do questionário respondido por 18
professores e alunos finalistas de Pedagogia da Escola Normal Superior, da
cidade de Letícia, Colômbia, na fronteira com o Brasil e o Peru. O curso de
Pedagogia na referida instituição colombiana é semelhante ao curso brasileiro,
freqüentado pelos participantes do presente estudo.
Um detalhe a ser observado é que o curso colombiano em questão não
tem a disciplina psicomotricidade na grade curricular, porém, professores de
Educação Física ministram disciplinas específicas de recreação e lúdicas.
1. Qual dos motivos abaixo o levou a cursar Pedagogia (Normal
Superior)?
2 2
14
0 00
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sempre quiscursar
Quis conhecer Desejo de serprofessor
Necessidade devoltar a estudar
Falta de opção
Figura 1
Respostas da 1ª questão.
146
2. Você gosta de crianças?
18
0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sim Não
Figura 2
Respostas da 2ª questão.
3. O que você acha da atividade de educar crianças?
89
0 01
00
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Prazerosa Divertida Difícil deexercer
Estressante Difícil eEstressante
Cansativa
Figura 3
Respostas da 3ª questão.
147
4. Qual o objetivo principal de suas aulas na educação infantil?
10
17
00
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Desenvolvimentoda fala, leitura e
escrita
Alfabetização Desenvolvimentointegral do aluno
Desenvolvimentocognitivo
Figura 4
Respostas da 4ª questão.
5. De modo geral, como são as crianças em sua sala de aula?
11
43
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Pulam, gesticulam, semovem muito,
conversam, "nãoparam"
São quietas, masconversam muito
São calmas eobedientes
Figura 5
Respostas da 5ª questão.
Aqui, dois docentes marcaram mais de uma opção, sendo computada
apenas a primeira da sequência. Um deles indicou a primeira opção,
observando en rondas y juegos ; e a segunda opção, indicando em el aula .
148
6. Em sala de aula, que tipo de atividade você desenvolve com
seus alunos? (no máximo três opções)
13
10
1
6
0
11
7
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Desenhare pintar
Recortar ecolar papel
Grafismo Quebra-cabeça
Dominó Leituras Outras
Figura 6
Respostas da 6ª questão.
Como podemos verificar, as atividades mais desenvolvidas também
são desenho, pintura, leitura e recortar e colar papel. No entanto, no caso dos
colobianos, 7 dos 18 participantes apontaram outras opções, enquanto que nos
municípios brasileiros, o maior número referente a outras atividades é 3.
Por outro lado, o total obtido com todos os professores dos referidos
municípios participantes da pesquisa, apontando outras atividades, chega
apenas a 8.
Dentre as outras opções apontadas pelos 7 profesores colombianos,
encontramos algumas similares àquelas disponíveis na questão, mas, também,
atividades ligadas ao movimento e aos aspectos psicomotores, como equilíbio
e ritmo, por exemplo. Abaixo, as outras atividades citadas, por cada um dos 7
docentes:
- Lenguage grafico, narraciones, cuentos, ejercicios para el desarrollo
de equlibrio, ritmo, coordinación, para escucharm expresión corpral;
- Cantar, movimiento, juegos;
- Actividades lúdicas, como antos, rondas;
- Juegos dirigidos, descripciones, picado, recortado, etc;
149
- Juegos lúdicos, exposiciones, lechuras reflexivas, creación de textos
dependiendo del nvel de os estudiantes;
- Se desarolla junto com os estudiantes dinámicas relacionadas com el
tema, junto com canciones; e
- Lenguage grafico, lectura de imagen, juegos dirigidos, ejercicios de
atención e coordinación, ritmo.
7. E nessas atividades, como as crianças ficam?
15
12
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Bem a vontade Sempre brincando Comportadas
Figura 7
Respostas da 7ª questão.
O gráfico acima nos mostra que as atividades citadas na 6ª questão
são desenvolvidas pelas crianças de forma livre, sem regras.
150
8. E na recreação, como elas são?
15
21
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Correm, pulam,gesticulam, se movem
muito, conversam, "nãoparam"
São quietas, masbrincam
São calmas e apenasconversam
Figura 8
Respostas da 8ª questão.
9. Quanto às atividades de recreação?
8
10
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
As crianças brincamespontaneamente, sem
interferência do professor
As atividades são definidas peloprofessor
Figura 9
Respostas da 9ª questão.
151
10. Que teórico você acredita que se identifica melhor com a
Pedagogia (ou Normal Superior)?
1
2
6
8
0 3 6 9 12 15 18
Porlan
David Ausubel
Carlos Cajamarca
Piaget
Figura 10
Respostas da 10ª questão.
Nesta última questão foram computados somente as respostas com
apenas um teórico, ou seja, apenas 11. Um não respondeu à questão e seis
apontaram mais de um autor. Destes seis, computamos apenas o primeiro da
relação. Observe que Piaget é citado nas cinco relações, conforme abaixo:
- Jean Piaget, Carlos Henrique Cajamarca ;
- J. Piaget, Vigotsky, David Ausubel, C Cajamarca ;
- Piaget, Wallon, Rousseau, Decroly ;
- David Ausubel, Carlos E. Cajamarca, Vigotsky;
- Carlos Enrique Cajamarca, Jean Piaget ; e
- Carlos Cajamarca, Jean Piaget.
152
11. Nas opções abaixo, indique o(s) teórico(s) que você tem como
referência para suas aulas em Educação Infantil:
0
0
0
2
2
3
4
9
18
0 3 6 9 12 15 18
Claparède
Aucouturier
Lapierre
Froebel
Wallon
Decroly
Pestallozi
Rousseau
Piaget
Figura 11
Respostas da 11ª questão.
Como no caso dos docentes brasileiros, aqui também podemos
verificar nos dois gráficos anteriores que Piaget mais é apontado como maior
referência para a carreira dos entrevistados.
12. Você sabe o que é Educação Psicomotora?
17
10
0
3
6
9
12
15
18
Sim Não Já ouvi falar
Figura 12
Respostas da 12ª questão.
153
13. Você sabe o que é Esquema Corporal?
18
0
0
3
6
9
12
15
18
Sim Não
Figura 13
Respostas da 13ª questão.
Como podemos notar, praticamente todos os entrevistados que
responderam ao questionário afirmam saber o que é Educação Psicomotora e
Esquema Corporal.
14. E Imagem Corporal, você sabe o que é?
17
0
0
3
6
9
12
15
18
Sim Não
Figura 14
Respostas da 14ª questão.
154
15. Você acredita que fatores como equilíbrio, toncidade,
coordenação motora, orientação espaço-temporal, entre
outros, têm influência direta na aprendizagem do aluno?
17
1
0
3
6
9
12
15
18
Sim Não
Figura 15
Respostas da 15ª questão.
16. Você considera-se preparado para detectar distúrbios de
aprendizagem?
Esta questão não foi respondida por um dos docentes.
16
1
0
3
6
9
12
15
18
Sim Não
Figura 16
Respostas da 16ª questão.
155
17. Você considera-se preparado para atuar em casos de
distúrbios de aprendizagem?
Esta questão não foi respondida por dois dos docentes.
11
5
0
3
6
9
12
15
18
Sim Não
Figura 17
Respostas da 17ª questão.
18. Entre seus alunos existe algum caso de dislalia, dislexia,
discalculia, rinolalia, ou outro distúrbio?
Esta questão não foi respondida por três dos entrevistados.
5
8
2
0
3
6
9
12
15
18
Sim Não Não sei
Figura 18
Respostas da 18ª questão.
156
19. Você seria capaz de indicar uma atividade para um aluno com
distúrbios psicomotores, como uma apraxia, por exemplo?
9
6
0
3
6
9
12
15
18
Sim Não
Figura 19
Respostas da 19ª questão.
Esta última questão não foi respondida por três dos entrevistados, o
que nos leva a supor que têm dúvida em relação à prática em questão.
20. Você costuma procurar outro(s) professor(es) para tratar de
casos específicos de problemas de aprendizagem entre seus
alunos?
15
3
0
3
6
9
12
15
18
Sim Não
Figura 20
Respostas da 20ª questão.
157
Na questão 20, três afirmaram acompanhar os casos específicos de
problemas de aprendizagem sem o apoio de outros profissionais.
21. Você acredita que a grade curricular do curso de Pedagogia
(ou Normal Superior) contempla a Educação Infantil em suas
necessidades de educação integral?
16
2
0
3
6
9
12
15
18
Sim Não
Figura 21
Respostas da 21ª questão.
Por fim, o gráfico da última questão mostra que os docentes e
discentes colombianos que responderam ao questionário estão satisfeitos com
o conteúdo de sua formação, sendo, para eles, a grade curricular de Pedagogia
suficiente para atender às expectativas de uma educação integral.
Os gráficos em geral apontam para uma maior segurança desses
profissionais em suas respostas, que indicam afinidade com os aspectos mais
comuns do desenvolvimento motor e psicomotor, o que já não constatamos nos
dados dos profissionais brasileiros que participaram de nossa pesquisa.
Vale ressaltar que os professores colombianos, a exemplo de seus
colegas brasileiros de mesma profissão, também não têm no conteúdo de
formação uma carga horária específica que trata das questões inerentes ao
desenvolvimento motor e à motricidade humana. Entretanto, na formação
158
desses docentes existe a participação de professores de Educação Física,
colaborando com a preparação de um profissional que tem grande importância
na educação de crianças, fato que, sem dúvida alguma, influencia bastante
nesse diferencial entre os profissionais brasileiros e colombianos.
Na educação infantil e séries iniciais colombianas, a Educação Física
também sofre com a mesma dificuldade encontrada nesses segmentos em
nosso país, pois, semelhantemente ao nosso sistema, o sistema educacional
colombiano julga suficiente para o desenvolvimento motor do aluno as
atividades de recreação, realizadas pelos normalistas e pedagogos, apesar das
referências legais.
Isto significa que a importante colaboração do Profissional de
Educação Física na formação do professor desses segmentos ainda não é
suficiente para atender às necessidades de desenvolvimento integral a partir do
movimento e da motricidade, afinal, tais necessidades somente poderão ser
supridas com uma carga horária específica muito mais ampla e diversificada,
ou seja, com a disciplina Educação Física sendo ministrada também para
essas faixas etárias.
159
ANEXO 11
FICHA DE AVALIAÇÃO PSICOMOTORA
Nome: _________________________________________________________
Idade: _______ Data de Nascimento: ___/___/____ Sexo: M ( ) F ( )
Naturalidade: _________________________
Escola: _______________________________________________________
Os campos referentes a cada uma das atividades deverão ser preenchidos com o número de uma das opções a seguir:
1
Realizou 2
Realizou com dificuldade 3
Não realizou
I
FUNÇÃO MOTORA
1. Motricidade Facial Levantar as sobrancelhas Encher a outra bochecha Franzir sobrancelhas Contrair um lado da face Fechar um olho Contrair o outro lado Fechar o outro olho Torcer a boca para um lado Encher as bochechas Torcer a boca para o outro lado Encher uma bochecha
2. Coordenação motora grossa, postura e equilíbrio Dissociação de movimentos (mão-pé) Coordenação mão, nariz e orelha Coordenação óculo-manual Coordenação óculo-pedal Pular para frente com um pé só Pular corda Equilíbrio estático 30 (uma perna) Andar em frente sobre linha reta Caminhar para trás Pular com os pés juntos Imobilidade por 30 (olhos abertos) Imobilidade por 30 (olhos fechados)
3. Coordenação digital Abrir e fechar as mãos Oposição do polegar Separar e juntar os dedos Elevação dos dedos Pianotagem ou dedilhado Petelecos Abotoar e desabotoar Empilhagem Recortar papel (borda do desenho) Enfiar contas
160
II
FUNÇÃO PERCEPTUAL
1. Esquema corporal Nomear partes do corpo em si Nomear partes do corpo no outro Discriminar partes do corpo no objeto Desenhar figura humana
2. Orientação espaço-temporal Organização espaço-temporal. Estruturação dinâmica.
3. Estruturação Rítmica Ritmo espontâneo. Ritmo codificado.
III
LATERALIDADE
1. Discriminação Esquerda/Direita Mostrar sua mão direita Mostrar sua mão esquerda Mostrar seu olho direito Mostrar sua orelha esquerda Mão direita na orelha esquerda Mão esquerda no olho direito Mão direita no olho esquerdo Mão esquerda na orelha direito Tocar a mão esquerda do outro Tocar a mão direita do outro
2. Dominância lateral Manual
Provas Direita Esquerda IndefinidaRecortes Baralho Movimento das mãos em leque Movimento dos dedos (pianotagem) Desenho Ocular
Provas Direita Esquerda IndefinidaProva de sighting Olhar pelo cone Pedal
Provas Direita Esquerda IndefinidaEquilíbrio estático Equilíbrio dinâmico Chute Rebote Subir na cadeira Descer da cadeira
161
ANEXO 12
GRÁFICOS DA AVALIAÇÃO PSICOMOTORA DOS SEIS ALUNOS ESCOLHIDOS NAS ESCOLAS PARTICIPANTES DA PESQUISA
Os gráficos a seguir estão organizados de forma a podermos comparar os resultados da primeira e da segunda avaliações
psicomotoras de cada aluno. Começaremos pelo município de Tabatinga, denominando os respectivos alunos de A e B, resguardando
suas identidades. Os gráficos estão dispostos lado a lado, por funções.
1. Avaliações dos alunos de Tabatinga
Aluno A.
64%
18%18%
MOTRICIDADE FACIAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
MOTRICIDADE FACIAL
82%
9% 9%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 1
1ª avaliação Gráfico 2
2ª avaliação
162
59%
33%8%
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
83%
17%
0%
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 3
1ª avaliação Gráfico 4
2ª avaliação
50%
40%10%
COORDENAÇÃO DIGITAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
80%
10% 10%
COORDENAÇÃO DIGITAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 5
1ª avaliação Gráfico 6
2ª avaliação
163
50%
50%0%
ESQUEMA CORPORAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
75%
25%0%
ESQUEMA CORPORAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 7
1ª avaliação Gráfico 8
2ª avaliação
50%
0%
50%
ORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
100%
0%
0%
ORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 9
1ª avaliação Gráfico 10
2ª avaliação
164
50%
50%0%
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
100%
0%
0%
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 11
1ª avaliação Gráfico 12
2ª avaliação
40%
40%20%
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
80%
10%10%
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 13
1ª avaliação Gráfico 14
2ª avaliação
165
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
4
0
1 1
0
4
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
4
11
3
0
1
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 15
1ª avaliação Gráfico 16
2ª avaliação
0
1
2
Direita Esquerda
2
00 00
2
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
0
1
2
Direita Esquerda
2
00 00
2
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 17
1ª avaliação Gráfico 18
2ª avaliação
166
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
4
0
2
3
0
3
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
5
3
1
2
0
1
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 19
1ª avaliação Gráfico 20
2ª avaliação
167
2. Avaliações dos alunos de Tabatinga
Aluno B.
MOTRICIDADE FACIAL
46%
36%18%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
MOTRICIDADE FACIAL
82%
0% 18%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 1
1ª avaliação Gráfico 2
2ª avaliação
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
50%
42%8%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
83%
17%
0%
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 3
1ª avaliação Gráfico 4
2ª avaliação
168
COORDENAÇÃO DIGITAL
50%
40%10%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
70%
20% 10%
COORDENAÇÃO DIGITAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 5
1ª avaliação Gráfico 6
2ª avaliação
ESQUEMA CORPORAL
50%
50% 0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
ESQUEMA CORPORAL
100%
0%
0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 7
1ª avaliação Gráfico 8
2ª avaliação
169
0%
100%
0%
ORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
50%
50%
0%
ORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 9
1ª avaliação Gráfico 10
2ª avaliação
0%
100%
0%
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
50%
50%0%
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 11
1ª avaliação Gráfico 12
2ª avaliação
170
40%
50% 10%
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
60%
30%10%
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 13
1ª avaliação Gráfico 14
2ª avaliação
2
3
0 0
1
4
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
5
2
0 00
3
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 15
1ª avaliação Gráfico 16
2ª avaliação
171
0
1
2
Direita Esquerda
2
00 00
2
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
0
1
2
Direita Esquerda
2
00 00
2
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 17
1ª avaliação Gráfico 18
2ª avaliação
3
2
1
0
3 3
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
6
0 0
2
1
3
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 19
1ª avaliação Gráfico 20
2ª avaliação
172
3. Avaliações dos alunos de Benjamin Constant
Aluno C.
MOTRICIDADE FACIAL
64%
18% 18%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
MOTRICIDADE FACIAL
82%
0% 18%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 1
1ª avaliação Gráfico 2
2ª avaliação
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
58%
25%17%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
83%
17% 0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 3
1ª avaliação Gráfico 4
2ª avaliação
173
COORDENAÇÃO DIGITAL
70%
20%
10%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
COORDENAÇÃO DIGITAL
80%
10%10%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 5
1ª avaliação Gráfico 6
2ª avaliação
ESQUEMA CORPORAL
50%
50% 0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
ESQUEMA CORPORAL
75%
25% 0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 7
1ª avaliação Gráfico 8
2ª avaliação
174
50%
50%
0%
ORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
50%
50%
0%
ORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 9
1ª avaliação Gráfico 10
2ª avaliação
50%
50%0%
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
50%
50%0%
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 11
1ª avaliação Gráfico 12
2ª avaliação
175
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
30%30%
40%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
30%
70%0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 13
1ª avaliação Gráfico 14
2ª avaliação
3
2
0 0
1
4
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
4
1
0 0
2
3
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 15
1ª avaliação Gráfico 16
2ª avaliação
176
0
1
2
Direita Esquerda
2
00 00
2
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
0
1
2
Direita Esquerda
2
00 00
2
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 17
1ª avaliação Gráfico 18
2ª avaliação
3 3
0 0
2
4
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
4
2
0
1
3
2
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 19
1ª avaliação Gráfico 20
2ª avaliação
177
4. Avaliações dos alunos de Benjamin Constant
Aluno D.
MOTRICIDADE FACIAL
46%
18%36%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
MOTRICIDADE FACIAL
36%
46%18%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 1
1ª avaliação Gráfico 2
2ª avaliação
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
67%
25% 8%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
84%
8%8%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 3
1ª avaliação Gráfico 4
2ª avaliação
178
COORDENAÇÃO DIGITAL
50%
40% 10%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
COORDENAÇÃO DIGITAL
90%
0% 10%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 5
1ª avaliação Gráfico 6
2ª avaliação
ESQUEMA CORPORAL
0%
100%
0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
ESQUEMA CORPORAL
25%
75% 0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 7
1ª avaliação Gráfico 8
2ª avaliação
179
ORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
0%
100%
0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
50%
50%
0%
ORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 9
1ª avaliação Gráfico 10
2ª avaliação
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
0%
100%
0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
50%
50%0%
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 11
1ª avaliação Gráfico 12
2ª avaliação
180
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
0%
40%
60%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
40%
20%40%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 13
1ª avaliação Gráfico 14
2ª avaliação
1
4
0 0
1
4
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
3
2
0
1
2
4
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 15
1ª avaliação Gráfico 16
2ª avaliação
181
2
0 0 0 0
2
0
1
2
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
0
1
2
Direita Esquerda
2
00 00
2
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 17
1ª avaliação Gráfico 18
2ª avaliação
3
2
1 1 1
4
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
4
2
0
2
0
4
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 19
1ª avaliação Gráfico 20
2ª avaliação
182
5. Avaliações dos alunos de Atalaia do Norte
Aluno E.
MOTRICIDADE FACIAL
37%
27% 36%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
MOTRICIDADE FACIAL
36%
46% 18%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 1
1ª avaliação Gráfico 2
2ª avaliação
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
50%
25% 25%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
75%
17%
8%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 3
1ª avaliação Gráfico 4
2ª avaliação
183
COORDENAÇÃO DIGITAL
60%
30% 10%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
COORDENAÇÃO DIGITAL
80%
10%10%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 5
1ª avaliação Gráfico 6
2ª avaliação
ESQUEMA CORPORAL
0%
50%
50%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
ESQUEMA CORPORAL
50%
50% 0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 7
1ª avaliação Gráfico 8
2ª avaliação
184
ORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
0%
50%
50%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
ORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
50%
50% 0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 9
1ª avaliação Gráfico 10
2ª avaliação
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
0%
50%
50%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
50%
50% 0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 11
1ª avaliação Gráfico 12
2ª avaliação
185
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
20%20%
60%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
20%40%
40%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 13
1ª avaliação Gráfico 14
2ª avaliação
1
2 2
0 0
5
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
2
3
0
1 1
3
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 15
1ª avaliação Gráfico 16
2ª avaliação
186
2
0 0 0 0
2
0
1
2
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
0
1
2
Direita Esquerda
2
00 00
2
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 17
1ª avaliação Gráfico 18
2ª avaliação
3
1
2
1 1
4
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
4
2
0
1
2
3
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 19
1ª avaliação Gráfico 20
2ª avaliação
187
6. Avaliações dos alunos de Atalaia do Norte
Aluno F.
MOTRICIDADE FACIAL
46%
36% 18%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
MOTRICIDADE FACIAL
64%
18%
18%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 1
1ª avaliação Gráfico 2
2ª avaliação
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
50%
33% 17%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA,POSTURA E EQUILÍBRIO
75%
17%
8%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 3
1ª avaliação Gráfico 4
2ª avaliação
188
COORDENAÇÃO DIGITAL
50%
40% 10%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
COORDENAÇÃO DIGITAL
80%
10%10%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 5
1ª avaliação Gráfico 6
2ª avaliação
ESQUEMA CORPORAL
0%
50%
50%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
ESQUEMA CORPORAL
50%
25%25%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 7
1ª avaliação Gráfico 8
2ª avaliação
189
ORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
0%
100%
0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Organização espaço-temporal. 1Estruturação dinâmica. 2
Realizou 1Realizou com dificuldade 1Não realizou 0Total de provas 2
Gráfico 9
1ª avaliação Gráfico 10
2ª avaliação
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
0%
50%
50%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
ESTRUTURAÇÃO RITMICA
50%
50% 0%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 11
1ª avaliação Gráfico 12
2ª avaliação
190
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
20%
60%
20%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
DISCRIMINAÇÃO ESQUERDA/DIREITA
40%
40%
20%
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 13
1ª avaliação Gráfico 14
2ª avaliação
1
3
1
0
2
3
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
3
2
0 0
2
3
0
1
2
3
4
5
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL MANUAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 15
1ª avaliação Gráfico 16
2ª avaliação
191
2
0 0 0 0
2
0
1
2
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
0
1
2
Direita Esquerda
2
00 00
2
DOMINÂNCIA LATERAL OCULARProva de Sighting e Olhar pelo cone
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 17
1ª avaliação Gráfico 18
2ª avaliação
3
2
1 1
3
2
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
5
1
0
3
1
2
0
1
2
3
4
5
6
Direita Esquerda
DOMINÂNCIA LATERAL PEDAL
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
Gráfico 19
1ª avaliação Gráfico 20
2ª avaliação
192
7. Comparativo entre as duas avaliações dos alunos.
Nas avaliações, cada aluno realizou 77 atividades, distribuídas nas
categoras: motricidade facial; coordenção motora grossa, postura e equilíbrio;
coordenação digital; esquema corporal; orientação espaço-temporal;
estruturação ritmica; discriminação esquerda/direita; e dominância lateral.
O gráfico abaixo demonstra os números das atividades realizadas,
das realizadas com dificuldade e das não realizadas pelos seis alunos
avaliados, computando um total de 462 provas. Observe a mudança
significativa alcançada com o emprego de uma nova rotina de atividades, de
acordo com o previsto no presente projeto.
179158
125
280
10280
0
60
120
180
240
300
Primeira Avaliação Segunda Avaliação
COMPARATIVO DAS AVALIAÇÕES
Realizou Realizou com dificuldade Não realizou
193
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
(A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL) 11
1.1 - Educação: dos primórdios ao contexto atual 11
1.2
Educação Infantil no Brasil 15
CAPÍTULO II
(O PENSAMENTO COGNITIVISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES
INICIAIS) 19
2.1
O paradigma cartesiano e o pensamento cognitivista 20
2.2
O conceito de inteligência na visão cognitivista 25
2.3
A contribuição de Piaget 26
2.4
E as inteligências múltiplas? 29
CAPÍTULO III
(O ANALFABETISMO MOTOR) 33
3.1
O homo-intelectus
33
3.2
O cérebro canhoto 34
3.3
O movimento e a inteligência 37
3.4
Uma Pedagogia estática
39
3.5
Lúdico e movimento vs ditúrbios
41
194
CAPÍTULO IV
(EDUCAÇÃO FÍSICA: QUAL A CONTRIBUIÇÃO?) 46
4.1
A Educação Física escolar 46
4.2
O Profissional de Educação Física 48
4.3
Educação vs educação 51
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 58
BIBLIOGRAFIA CITADA 60
ANEXOS 62
ÍNDICE 193
195
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes
Título da Monografia: A pedagogia Cognitivista e o Analfabetismo Motor: Uma
Realidade na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental das
Escolas do Alto Solimões, Amazonas.
Autor: Márcio Rocha Abensur
Data da entrega: 00/05/2010
Avaliado por: Conceito:
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