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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA EFEITOS PERIODONTAIS DA EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA NA DENTADURA MISTA: AVALIAÇÃO POR MEIO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA. Maria Helena Ocké Menezes São Paulo 2010 Dissertação apresentada à Universidade Cidade de São Paulo como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ortodontia.

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA

EFEITOS PERIODONTAIS DA EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA NA DENTADURA MISTA: AVALIAÇÃO POR MEIO DA

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA.

Maria Helena Ocké Menezes

São Paulo

2010

Dissertação apresentada à Universidade

Cidade de São Paulo como parte dos

requisitos para a obtenção do título de Mestre

em Ortodontia.

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA

EFEITOS PERIODONTAIS DA EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA

NA DENTADURA MISTA: AVALIAÇÃO POR MEIO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA.

Maria Helena Ocké Menezes

São Paulo

2010

Dissertação apresentada à Universidade

Cidade de São Paulo como parte dos

requisitos para a obtenção do título de Mestre

em Ortodontia.

Orientador: Prof. Dr. Danilo Furquim Siqueira

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FOLHA DE APROVAÇÃO Menezes, M. H. O. Efeitos periodontais da expansão rápida da maxila na dentadura mista: avaliação por meio da tomografia computadorizada. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2010.

São Paulo, ____/____/_______

Banca Examinadora

1) ........................................................................... Julgamento: ......................................... Assinatura: ....................................... 2) ........................................................................... Julgamento:.......................................... Assinatura: ....................................... 3) ........................................................................... Julgamento:........................................... Assinatura: ....................................... Resultado: .............................................................................................................

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DedicatóriaDedicatóriaDedicatóriaDedicatória

Dedico esta conquista a quem representa

a mais bonita mensagem de incentivo, o melhor livro que eu possa ler,

a melhor faculdade que eu poderia cursar, o melhor curso que poderia realizar.

Dedico esta conquista

à morfologia do amor na terra: minha mãe,

meu maior estímulo, pela sua vida de renúncias e esforços

totalmente dedicada à minha formação e a de meus irmãos.

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AAAAgradecimentos especiaisgradecimentos especiaisgradecimentos especiaisgradecimentos especiais

A DeusDeusDeusDeus que me permite acordar todos os dias com o coração repleto de alegria por ter tantos motivos para agradecer Sua infinita bondade.

Ao meu amado EnricoEnricoEnricoEnrico pelo companheirismo, cumplicidade e por

compartilhar tantos momentos especiais, sonhos e projetos.

À Dra Daniela GaribDaniela GaribDaniela GaribDaniela Garib, minha querida Dani, que desde o princípio me adotou e cujo exemplo de equilíbrio pessoal e profissional representa

grande estímulo para minha caminhada.

Aos meus irmãos GeorgiaGeorgiaGeorgiaGeorgia e JorginhoJorginhoJorginhoJorginho pelo apoio e amor fraternal que sempre nos unirá.

A minha querida aaaavó Elviravó Elviravó Elviravó Elvira pelos gestos diários de amor em todas as

fases de estudos e dificuldades.

Aos meus amados tios: Ocké, Zaki, Jorge,Ocké, Zaki, Jorge,Ocké, Zaki, Jorge,Ocké, Zaki, Jorge, Binho e Jamil Binho e Jamil Binho e Jamil Binho e Jamil pelo amor constante em todos os períodos da minha vida. Vocês são muito mais que

tios para mim, serei eternamente grata.

A toda famíliafamíliafamíliafamília pela torcida.

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Agradecimentos Agradecimentos Agradecimentos Agradecimentos

Ao professor Velliniprofessor Velliniprofessor Velliniprofessor Vellini, mestre acessível e presente, pelo que representa para a Ortodontia;

Ao professor Flávio CotrimFlávio CotrimFlávio CotrimFlávio Cotrim pela amizade e sorriso acolhedor de sempre;

Aos admiráveis jovens professores do curso de mestrado em Ortodontia

da UNICID: Ana Carla Nahás, Ana Carla Nahás, Ana Carla Nahás, Ana Carla Nahás, Danilo Furquim, Danilo Furquim, Danilo Furquim, Danilo Furquim, HélioHélioHélioHélio Scavone Jr Scavone Jr Scavone Jr Scavone Jr, , , , KarynaKarynaKarynaKaryna d d d doooo Vale Vale Vale Vale---- CorottiCorottiCorottiCorotti, Rívea, Rívea, Rívea, Rívea Inês Inês Inês Inês Ferreira Ferreira Ferreira Ferreira , Paulo , Paulo , Paulo , Paulo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo CarvalhoCarvalhoCarvalhoCarvalho pela capacidade de transmitir conhecimentos, dedicação à profissão e

amizade;

Ao Dr.OOOOmar Gabrielmar Gabrielmar Gabrielmar Gabriel e toda a sua equipe de Bauru que me abriram as portas da Ortodontia e por terem me permitido aprender tanto com os

pacientes do “Centrinho”.

Aos queridos colegas da X turma de mestrado em Ortodontia da UNICID: Alex, Caio, Eduardo, GleAlex, Caio, Eduardo, GleAlex, Caio, Eduardo, GleAlex, Caio, Eduardo, Gleison, Manuel, Marcosison, Manuel, Marcosison, Manuel, Marcosison, Manuel, Marcos eeee em especial em especial em especial em especial,,,, às amigas às amigas às amigas às amigas

Renata Renata Renata Renata eeee Patrícia Patrícia Patrícia Patrícia, , , , pelos gestos companheiros e gentis em toda essa caminhada;

À Dona ArlindaDona ArlindaDona ArlindaDona Arlinda pelo auxílio e carinho em todos os dias de clínica

durante o curso;

Aos funcionários do funcionários do funcionários do funcionários do CDI (CDI (CDI (CDI (Centro de Diagnóstico Centro de Diagnóstico Centro de Diagnóstico Centro de Diagnóstico por Ipor Ipor Ipor Imagemmagemmagemmagem)))) de Bauru pela gentileza e carinho com que me trataram durante toda a fase

experimental desta pesquisa;

Ao meu amável cunhado DárioDárioDárioDário pela ajuda na confecção das tabelas;

Ao professor Dr. José Roberto Pereira Dr. José Roberto Pereira Dr. José Roberto Pereira Dr. José Roberto Pereira LaurisLaurisLaurisLauris pela presteza na elaboração da análise estatística deste trabalho;

À equipe do Centro de Ortodontia de Ilhéus: Dra. Thays Santos, Dra. Thays Santos, Dra. Thays Santos, Dra. Thays Santos, Bárbara Jamile e EduardaBárbara Jamile e EduardaBárbara Jamile e EduardaBárbara Jamile e Eduarda pela dedicação ao consultório na minha

ausência;

Aos meus queridos pacientespacientespacientespacientes----amigosamigosamigosamigos do Centro de Ortodontia de Ilhéus pela força e incentivo;

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Às amigas de Iamigas de Iamigas de Iamigas de Ilhéuslhéuslhéuslhéus pela compreensão pelas ausências e falta de tempo.

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Menezes, M. H. O. Efeitos periodontais da expansão rápida da maxila na dentadura mista: avaliação por meio da tomografia computadorizada. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2010.

RESUMO

Este estudo retrospectivo teve como objetivo avaliar as mudanças nas tábuas

ósseas vestibular e palatina ocasionadas pela expansão rápida da maxila na

dentadura mista, por meio da tomografia computadorizada helicoidal. A

amostra compreendeu 23 exames tomográficos de pacientes com 6 a 10,4

anos de idade (idade média de 8,6 anos) com deficiência transversal da maxila,

tratados com o expansor tipo Haas. Os pacientes foram submetidos à

tomografia helicoidal antes da expansão e logo após o término da fase de

ativação do parafuso. O recurso digital de reconstruções multiplanares foi

empregado para mensuração da espessura das tábuas ósseas vestibular e

palatina, e do nível da crista óssea vestibular dos dentes superiores posteriores

decíduos e permanentes. As alterações interfases foram avaliadas por meio da

aplicação do teste “t” pareado (p<0.05). A espessura das tábuas ósseas

vestibular e palatina permaneceu constante após a expansão. Não foi

observado o desenvolvimento de deiscências ósseas vestibulares nos

elementos de ancoragem após a expansão. A expansão rápida da maxila

realizada na dentadura mista não produz efeitos indesejáveis nos tecidos

periodontais.

Palavras-chave: Expansão maxilar, tomografia computadorizada, Periodontia,

dentadura mista.

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Menezes, M. H. O. Periodontal effects of rapid maxillary expansion in the mixed dentition: CT findings [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2010.

ABSTRACT

This study aimed at evaluating buccal and lingual bone plate changes caused

by rapid maxillary expansion (RME) in the dentition mixed, by means of spiral

computed tomography (CT). The sample comprised 23 patients from 6 to 10

years of age (mean age of 8.6 years) with posterior crossbite treated with Haas-

type expanders. Patients were submitted to spiral CT scan before expansion

and right after the screw activation period. Multiplanar reconstruction was used

to measure buccal and lingual bone plate thickness and buccal bone crest level

of maxillary posterior deciduous and permanent teeth. Expansion changes were

evaluated using paired t test (p<0.05). The thickness of buccal and lingual bone

plates remained unchangeable during the expansion period. Buccal bone

dehiscences were not observed in the supporting teeth after expansion. RME

performed in the mixed dentition does not produce undesirable effects on the

periodontal tissues.

Keywords: Maxillary expansion, helical computed tomography, Periodontium,

mixed dentition.

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LISTA DE TABELAS

p.

Tabela I Avaliação do erro sistemático (teste “t” pareado) e o erro casual (fórmula de Dahlberg) para as medidas da tábua óssea vestibular ..............................................

46

Tabela II Avaliação do erro sistemático (teste “t” pareado) e o erro casual (fórmula de Dahlberg) para as medidas da tábua óssea lingual ........................................................

47

Tabela III Avaliação do erro sistemático (teste “t” pareado) e o erro casual (fórmula de Dahlberg) para as medidas da crista óssea ...................................................................

47

Tabela IV Comparação da espessura da tábua óssea vestibular entre as fases pré e pós-expansão ........................

48

Tabela V Comparação da espessura da tábua óssea lingual entre as fases pré e pós-expansão ........................

49

Tabela VI Comparação do nível da crista óssea vestibular entre as fases pré e pós-expansão ................................... .

50

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LISTA DE FIGURAS

p.

Figura 2.1 Primeira geração de tomógrafo (Pencil Beam) ...................... 22

Figura 2.2 Segunda geração de tomógrafo (Fan Beam) ...................... 22

Figura 2.3 Terceira geração de tomógrafo (Wide Beam) ...................... 22

Figura 2.4 Quarta geração de tomógrafo ........................................... 22

Figura 4.1 Fotografia extra-bucal frontal de paciente da amostra ........... 28

Figura 4.2 Fotografia extra-bucal perfil de paciente da amostra ........... 28

Figura 4.3 Oclusão frontal da paciente antes da expansão ........... 28

Figura 4.4 Oclusão lado direito da paciente antes da expansão ........... 28

Figura 4.5 Oclusão lado esquerdo da paciente antes da expansão ....... 28

Figura 4.6 Vista oclusal superior da paciente antes da expansão .......... 29

Figura 4.7 Vista oclusal inferior da paciente antes da expansão ........... 29

Figura 4.8 Expansor tipo Haas utilizado na amostra ...................... 30

Figura 4.9 Relação transversal alcançada após a expansão ...........

30

Figura 4.10 Disjunção palatina observada na radiografia oclusal ........... 30

Figura 4.11 Aparelho de tomografia computadorizada helicoidal utilizado....................................................................................

31

Figura 4.12 Linhas luminosas de referência para a padronização da cabeça ...........................................................................

32

Figura 4.13 Escanograma com a representação da área maxilar englobada no exame de tomografia computadorizada...........

33

Figura 4.14 Representação da reconstrução multiplanar realizada através das ferramentas do software Alatoview .....................

33

Figura 4.15 Corte coronal com barra horizontal passando pela trifurcação do elemento 55 possibilitando mensurações nas regiões dos dentes decíduos ...........................................

35

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Figura 4.16 Corte coronal com barra horizontal passando pela trifurcação do elemento 16 possibilitando mensurações nas regiões dos dentes permanentes ............................................

36

Figura 4.17 Ampliação do corte axial e mensuração da espessura das tábuas ósseas vestibular e palatina dos elementos 53, 63, 55 e 65 ...........................................................................

37

Figura 4.18 Ampliação do corte axial e mensuração da espessura das tábuas ósseas vestibular e palatina dos germes do 13,23,14,24,15,25,16 e 26. ............................................

38

Figura A Sequência de utilização das ferramentas do programa

Alatoview para padronização das medições da tábua óssea vestibular e palatina ......................................................

38

Figura 4.19 Linha perpendicular ao 53 e imagem ortorradial correspondente para mensuração do nível da crista óssea vestibular ...........................................................................

40

Figura 4.20 Linha perpendicular à região central do 16 e imagem ortorradial correspondente para mensuração do nível da crista óssea vestibular ......................................................

41

Figura B Sequência de utilização das ferramentas do programa Alatoview para padronização da medição da crista óssea vestibular ...........................................................................

41

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................

1

2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................... 2.1 Alterações transversais promovidas pela expansão rápida da maxila ....................................................................................... 2.2 Efeitos periodontais resultantes da expansão rápida da maxila ....................................................................................... 2.3 Tomografia Computadorizada ............................................

5 6 13 18

3 PROPOSIÇÃO ............................................................................

24

4 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................

26

4.1 MATERIAL ............................................................................

27

4.2 MÉTODOS ............................................................................ 4.2.1 Obtenção do exame de TC .............................................

4.2.2 Aquisição das imagens .......................................................

4.2.3 Mensurações ..................................................................

A. Espessura das tábuas ósseas vestibular e palatina ..

B. Nível da crista óssea alveolar vestibular .......................

4.2.4 Análise estatística ..................................................................

4.2.5 Erro do Método ..................................................................

29 30 31 34 34 40 43 43

5 RESULTADOS .............................................................................

45

6 DISCUSSÃO .............................................................................

51

7 CONCLUSÃO ............................................................................. 68

REFERÊNCIAS .............................................................................

70

ANEXOS ....................................................................................... 78

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1 INTRODUÇÃO

Cem anos após o primeiro relato de abertura da sutura palatina

mediana descrito por Angell, em 1860, os estudos de Haas foram

determinantes na consolidação do procedimento de expansão ortopédica da

maxila na prática ortodôntica (HAAS, 1961, 1965). Seus resultados

evidenciaram a abertura da sutura palatina mediana, por meio do uso de

ancoragem pesada seguida de reparação óssea, como Angell previamente

havia observado.

O protocolo de indicação da expansão rápida da maxila tem se

estendido para as fases de dentadura decídua e mista, já que o principal

critério para a expansão ortopédica - a presença da atresia maxilar,

independe do estágio de desenvolvimento oclusal (SILVA FILHO et al.,

2006).

A abertura da sutura palatina mediana e a separação dos processos

maxilares após ativação do parafuso expansor, com o objetivo de aumentar

as dimensões transversais do arco dentário superior, consistem no efeito

ortopédico da expansão rápida da maxila (ERM), cuja evidência clínica é o

diastema entre os incisivos centrais.

Concomitante ao cobiçado efeito ortopédico, a ERM inevitavelmente

envolve o efeito ortodôntico de movimentação vestibular dos dentes

posteriores. A força liberada durante a ERM produz áreas de compressão no

ligamento periodontal dos dentes de ancoragem e ocasiona deiscências

ósseas principalmente em pacientes com tábua óssea vestibular inicialmente

delgada (GARIB et al., 2006).

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Alguns estudos têm mostrado forte correlação entre o movimento

dentário vestibular e as deiscências ósseas (ANDLIN-SOBOCKI; BODIN,

1993; ANDLIN-SOBOCKI; PERSSON, 1994; ENGELKING; ZACHRISSON,

1982; STEINER; PEARSON; AINAMO, 1981; THILANDER et al., 1983;

WENSTROM et al., 1987).

Com a consolidação do procedimento de expansão rápida da maxila

na rotina da clínica ortodôntica, alguns estudos se desenvolveram com o

intuito de avaliar suas repercussões biológicas na estrutura dentária

radicular (LANGFORD; SIMS, 1982; FRANÇA et al., 2002; ODENRICK et al.,

1991; KITTEL; SAMPSON, 1994; BARBER; SIMS, 1981; VARDIMON et al.,

1991; WEHRBEIN; FUHRMANN; DIEDRICH, 1995). Outros autores

acrescentaram informações a respeito das consequências periodontais da

ERM (GREENBAUM; ZACHRISSON, 1982; HANDELMAN et al., 2000;

MORTELLARO et al., 2000; SILVA FILHO; HERNANDEZ; OKADA, 1994;

WATSON, 1980) e poucos estudos se desenvolveram com o objetivo de

estudar os efeitos periodontais da ERM no osso alveolar (BALLANTI et al.,

2009; GARIB et al., 2006; RUNGCHARASSAENG et al., 2007)

Nesse contexto, há que se considerar a dificuldade de avaliação das

estruturas periodontais utilizando-se as imagens bidimensionais

disponibilizadas pelas radiografias convencionais. Somente há pouco, o uso

da tomografia computadorizada (TC) tornou-se uma ferramenta precisa para

este tipo de estudo (FUHRMANN, BÜCKER, DIEDRICH, 1995; RAMESH et

al.; 2001).

Com o advento da TC, redefinem-se novos parâmetros no campo do

diagnóstico orofacial. A visualização clara, devido ao grande contraste da

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imagem, de secções do corpo humano nos três planos do espaço, sem

sobreposições, permitiu avaliação das tábuas ósseas vestibular e palatina e

mensurações das dimensões transversas em quaisquer regiões da maxila. A

tomografia computadorizada ampliou ainda mais a visão concernente às

repercussões da movimentação dentária sobre o osso alveolar vestibular e

lingual. Entretanto, a literatura ainda é escassa no que se refere à avaliação

dos efeitos periodontais da ERM utilizando a TC como método de estudo

(BALLANTI et al., 2009; GARIB et al., 2006; RUNGCHARASSAENG et al.,

2007).

Os efeitos da ERM na dentadura mista já são conhecidos (COZZA,

GIANCOTTI, PETROSINO, 2001; COZZANI et al., 2003; COZZANI et al.,

2007; GERAN et al., 2006; SARI et al., 2003; SILVA FILHO; PRADO

MONTES; TORELLY, 1995; SILVA FILHO; VILLAS BOAS, CAPELOZZA

FILHO, 1991). A expansão rápida da maxila realizada precocemente, nas

fases de dentadura decídua e mista, promove maiores efeitos ortopédicos

que a expansão encetada na fase de dentadura permanente jovem (KREBS,

1964). Já em 1964, Krebs constatou que o efeito ortopédico da ERM na

dentadura permanente equivale a 1/3 da quantidade de abertura do parafuso

expansor, e ½ da quantidade de expansão em estágios precoces do

desenvolvimento oclusal. Conseqüentemente, o efeito ortodôntico da

expansão mostra-se menor nas dentaduras decíduas e mista.

Portanto, o objetivo deste trabalho consistiu em verificar, por meio da

tomografia computadorizada, os efeitos periodontais do procedimento de

expansão rápida da maxila realizado previamente à dentadura permanente e

ancorado exclusivamente em dentes decíduos.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Alterações transversais promovidas pela expansão rápida da

maxila

Os primeiros estudos sobre a expansão rápida da maxila iniciaram-se

na metade do século XIX e a primeira publicação sobre o assunto coube a

Angell, em 1860, que promoveu a separação da sutura palatina mediana de

uma paciente, comprovada clinicamente pelo aparecimento do diastema

entre os incisivos centrais superiores. Ele instalou um aparelho com um

parafuso posicionado transversalmente na maxila de uma menina de 14

anos e 5 meses de idade, com o objetivo de conseguir espaço para um

canino superior esquerdo, que se encontrava em vestíbulo-versão. Após

duas semanas, percebeu que os espaços criados no arco permitiram o

posicionamento do canino, dispensando extrações dentárias.

Os clássicos estudos de Haas (1961,1965) consolidaram clinicamente

o procedimento de expansão rápida da maxila e resultaram no

desenvolvimento do aparelho que levou o seu nome, o disjuntor de Haas

largamente empregado até os dias de hoje.

Com o propósito de normalizar as atresias do arco dentário superior,

a expansão rápida da maxila constitui um procedimento clínico congregado à

prática ortodôntica, independentemente da técnica emprega (GARIB;

HENRIQUES; JANSON, 2001). Ao liberar forças de grande magnitude, a

ativação do parafuso expansor ocasiona a abertura da sutura intermaxilar.

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A ERM aumenta a dimensão transversal do arco superior pela

abertura da sutura palatina mediana e separação das duas metades da

maxila (efeito ortopédico) seguida pelo movimento vestibular dos dentes.

Em 1990, Adkins; Nanda; Currier, no intento de verificarem a relação

entre expansão rápida da maxila e o aumento no perímetro do arco dentário

superior, realizaram um estudo em 21 jovens submetidos à expansão com o

aparelho Hyrax. Todos os pacientes encontravam-se no segundo período

transitório da dentadura mista ou na dentadura permanente, com idades

entre 11 e 17 anos. Os autores utilizaram os modelos de gesso pré-

expansão e pós-contenção para realização das mensurações. Os resultados

indicaram que a expansão rápida da maxila produz um aumento no

perímetro do arco dentário superior equivalente a 0,7 vezes a quantidade de

aumento na largura entre os pré-molares, informação que facilita o

planejamento de casos sem extrações. Observou-se ainda, um pequeno

movimento dos incisivos superiores para lingual, a inclinação dos dentes de

ancoragem para vestibular e uma suave verticalização compensatória dos

dentes póstero-inferiores.

Capelozza Filho e Silva Filho, em 1997, chamaram atenção para que

o diagnóstico da atresia maxilar seja realizado através da contemplação da

morfologia isolada do arco dentário superior, de maneira que um arco de

contorno triangular, associado à correta posição vestibulo-lingual dos dentes

posteriores, exige o aumento de suas dimensões transversas com a

expansão ortopédica, em detrimento da expansão ortodôntica.

Cozza; Giancotti e Petrosino (2001) realizaram estudo cefalométrico

das alterações esqueléticas e dentárias induzidas pela ERM em amostra de

20 pacientes com idades variando entre 6 e 10 anos (idade média de 8

anos), na dentadura mista com mordida cruzada uni ou bilateral, má oclusão

suave de Cl II e dimensão vertical aumentada. Os autores compararam o

grupo experimental a um grupo controle não-tratado constituído por 20

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indivíduos com a mesma idade média (8 anos). Os resultados mostraram

pequenas mudanças na altura facial anterior total e nos ângulos sagitais e

sugerem que a ERM corrige satisfatoriamente a atresia maxilar e pode ser

utilizada em pacientes com tendência a crescimento vertical e má oclusões

de Cl II, na fase de dentadura mista.

Cozzani et al., em 2003, descreveram o comportamento dos primeiros

molares superiores permanentes após a ERM em 32 pacientes na dentadura

mista, com idade média de 8,3 anos divididos em dois grupos: com mordida

cruzada posterior uni ou bilateral (grupo A) e sem mordida cruzada posterior

(grupo B). O protótipo do aparelho expansor tipo Haas consistia em bandas

nos segundos molares decíduos e apoio nos caninos decíduos, sem

extensão palatina para os primeiros molares permanentes. As medidas

foram realizadas nos modelos de gesso confeccionados antes da expansão

(T1), após a fixação do parafuso expansor (T2) e após a remoção do

aparelho (T3), 5 a 10 meses após a fase ativa. No grupo A, a distância inter-

molares permanentes superiores foi 40,6 mm em T1, 46,0 mm em T2 e 46,3

mm em T3. No grupo B, 42,4 mm em T1, 46,3 mm em T2 e 45,3 mm em T3.

Os autores concluíram que a dimensão transversal dos primeiros molares

permanentes superiores pode ser indiretamente modificada quando se utiliza

os dentes decíduos como unidade de ancoragem durante a ERM.

Ainda em 2003, Sari et al., compararam os resultados do

procedimento de ERM com expansores cimentados e sem bandas nas

dentaduras mista e permanente. Telerradiografias laterais, frontais e

modelos de estudo foram avaliados antes do tratamento (T1), depois do

tratamento (T2) e depois da contenção (T3) que variou de 3 a 6 meses.

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Considerando a fase de T1 para T3 algumas diferenças foram consideradas:

na dentadura mista, os molares superiores inclinaram mais e na dentadura

permanente o ângulo ANB aumentou mais, devido a um maior deslocamento

posterior da mandíbula. Os autores relataram que o efeito ortopédico da

ERM não é tão grande quanto eles esperavam e sugerem ainda que talvez

seja melhor retardar a ERM até a dentadura permanente.

Em 2004, Chung e Font, com o objetivo de estudar a resposta

imediata da maxila e da mandíbula à ERM, em todas as três dimensões

(planos sagital, vertical e transversal), avaliaram telerradiografias laterais,

frontais e modelos de estudo pré (T1) e pós-expansão (T2) de vinte

pacientes com idade média de 11,7 anos, com o aparelho tipo Haas. Os

resultados mostraram que de T1 para T2 o SNA aumentou 0.35º, o ANB

aumentou 1º, a espinha nasal anterior (ENA) e a espinha nasal posterior

(ENP) se deslocaram inferiormente (1,3 mm e 1,43 mm, respectivamente) e

o ângulo do plano mandibular (SN-GoMe) aumentou 1.72º. Após a ERM, o

aumento médio da distância inter-pré-molares, inter-molares, inter-maxilar,

largura nasal e distância inter-orbital foram 110,7%, 104,5%, 30,1%, 23,1% e

3,3% do parafuso expansor, respectivamente. A maxila se deslocou

suavemente para frente e para baixo; a mandíbula sofreu rotação póstero-

inferior e a altura facial, as larguras da maxila e da cavidade nasal

aumentaram significativamente.

Comparando os efeitos dentoesqueléticos da expansão rápida da

maxila em dois grupos de meninas de 11 a 14 anos de idade, na dentadura

permanente, que utilizaram expansores dentomucossuportados e

dentossuportados, por meio de tomografia computadorizada helicoidal, Garib

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et al. (2005) concluíram que os dois tipos de expansores produzem efeitos

esqueléticos similares e aumento de todas as dimensões transversais, as

quais reduzem em magnitude no sentido dos arcos dentários para o osso

basal. A expansão transversal ao nível do assoalho nasal correspondeu a

1/3 da quantidade de ativação do parafuso expansor. Em ambos os grupos a

ERM levou à movimentação vestibular (inclinação e translação) dos dentes

posteriores de ancoragem. Os segundos pré-molares inclinaram mais para

vestibular que os dentes ancorados no aparelho (primeiros pré-molares e

primeiros molares superiores). O expansor tipo Haas

(mucodentossuportado) produziu uma maior mudança na inclinação axial

dos dentes de ancoragem, especialmente os primeiros pré-molares,

comparados com o expansor Hyrax (dentossuportado).

Geran et al., em 2006, realizaram um estudo longitudinal para avaliar

as alterações em curto e longo prazo nas dimensões dos arcos dentários de

pacientes tratados com aparelho expansor de Mc Namara, na dentadura

mista precoce, seguido de aparelho fixo na dentadura permanente. Os

modelos de gesso de 51 pacientes tratados (TG) em três fases (pré-

tratamento – T1, após expansão e tratamento com aparelho fixo – T2 e em

fase de contenção – T3) foram comparados com 26 pacientes do grupo

controle (CG). As idades médias foram 8 anos e 10 meses em T1, 13a 10m

em T2 e 19a 9 m em T3. Foram observados aproximadamente 4 mm de

aumento no perímetro de arco superior em longo prazo e 2,5 mm no

perímetro do arco inferior no grupo tratado. Os autores assim sugerem que

este protocolo é efetivo e estável para tratar arcos superiores atrésicos e

pode corrigir deficiências moderadas no perímetro do arco.

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Em 2007, Cozzani et al., avaliaram as mudanças dimensionais após a

ERM realizada na fase de dentadura mista, com dentes decíduos como

ancoragem. O grupo A foi composto de 31 pacientes na dentadura mista

com mordida cruzada posterior, tratados com aparelho de Haas ancorado

nos molares e caninos decíduos. Modelos de gesso foram realizados antes

da ERM (T1), no momento da remoção do aparelho (T2) e com no mínimo 1

anos após a remoção do aparelho (T3). Um grupo controle de 30 indivíduos,

com idade média compatível ao grupo tratado em T2, com mordida cruzada

posterior que não se submeteram a tratamento ortodôntico foi classificado

como grupo B e outro grupo controle com mordida cruzada posterior não

tratado foi composto por 30 indivíduos com idade média comparada com os

pacientes tratados em T3. A mordida cruzada dos molares permanentes foi

corrigida e esta correção foi mantida em T3 em todos os pacientes. A

distância média entre os molares permanentes superiores foi 42,6 ± 2,3 mm

em T1; 46,7 ± 1,9 em T2 e 46,3 ±1,8 mm em T3 no grupo A; 42,9 ±2,7 mm

no grupo B e 44,4±3 no grupo C. Os autores por fim concluem que uma

estável correção transversal pode ser alcançada com o aparelho expansor

ancorado em dentes decíduos a fim de se evitar efeitos indesejáveis nos

molares permanentes.

Com o objetivo de avaliar os efeitos em longo prazo da ERM, através

de expansores com bandas tipo Haas e Hyrax, Garib et al., em 2007,

estudaram uma amostra de 25 pacientes que se submeteram à ERM,

seguida de tratamento ortodôntico corretivo através da técnica edgewise

convencional. Esta amostra foi comparada com um grupo de 25 pacientes

com tratamento ortodôntico corretivo apenas e sem expansão e com um

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grupo controle não tratado de 26 pacientes. As telerradiografias laterais

foram realizadas antes do tratamento (T1), no final do tratamento (T2) e 3

anos pós-tratamento, totalizando uma média de 5 anos de

acompanhamento. Os resultados mostraram que a ERM, em longo prazo,

não influenciou a posição sagital das bases apicais ou a dimensão vertical

da face, ou seja, as alterações cefalométricas desfavoráveis resultantes,

imediatamente após a ERM, são temporárias. Assim, restrições em relação

à ERM em pacientes verticais ou com padrões faciais extremamente

convexos não têm embasamento.

Os efeitos da ERM sobre as dimensões transversais do arco dentário

superior e as alterações esqueléticas suscitadas por este mecanismo,

mostram-se evidentes em inúmeros estudos que utilizam as radiografias

convencionais e/ou modelos de estudo, componentes da documentação

ortodôntica convencional (CHUNG; FLONT, 2004; COZZA; GIANCOTTI;

PETROSINO, 2001; COZZANI et al., 2007; CROSS; MC DONALD, 2000;

DORUK et al., 2004; GARIB; HENRIQUES; JANSON, 2001; GARIB et al.,

2007; GERAN et al., 2006; SARI et al., 2003). A partir da utilização da TC,

vários autores lançaram mão deste recurso como método de estudo,

possibilitando assim avaliação mais precisa dos efeitos da ERM (BORYOR

et al., 2008; DORUK et al., 2007; GARIB et al., 2005; GOLDENBERG et al.,

2007; GUYEN; GORSE; VACHER, 2007; HABERSACK al., 2007; HANSEN

et al 2007; HOU; FUKAI; OLSEN, 2007; KORBMACHER et al., 2007; PAN et

al.; 2007; PODESSER et al., 2004; SILVA FILHO et al., 2006).

Garret et al., em 2008, utilizaram a tomografia computadorizada

“cone-beam” para quantificar a expansão esquelética e a inclinação alveolar

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na região dos caninos superiores (C1), primeiros pré-molares (P1),

segundos pré-molares (P2) e primeiros molares superiores (M1) após a

ERM, em pacientes com média de idade 13,8 anos. Observaram que a

expansão ortopédica da maxila tem padrão triangular com a base mais larga

na região anterior, ou seja, a expansão foi mais eficiente em P1 e P2 que em

M1. Quanto à inclinação alveolar, essa esteve presente em 6% da expansão

total em P1, 9% em P2 e 13% em M1.

2.2 Efeitos periodontais resultantes da expansão rápida da

maxila

Os benefícios do tratamento ortodôntico representam inconteste

ganho para o paciente. Seu custo biológico, porém é questão indiscutível,

mas pouco conhecida em profundidade, principalmente no que diz respeito à

integridade das estruturas periodontais, após a influência da movimentação

dentária. Isso se justifica levando-se em consideração a dificuldade de

avaliação das estruturas periodontais utilizando-se as radiografias

convencionais, anteriormente à era da TC.

De acordo com Haas, em 1973, a força liberada durante a expansão é

considerada ortopédica, e ultrapassa a força requerida para a movimentação

dentária. Desta maneira, os dentes impossibilitados de movimentarem-se,

tornam-se unidades de ancoragem para o movimento da maxila.

Já Watson, em 1980, ressaltou que a expansão rápida da maxila, ao

inclinar os dentes de ancoragem para vestibular, poderia incitar o

desenvolvimento de deiscências e fenestrações ósseas, contribuindo para o

desenvolvimento de recessões gengivais em longo-prazo.

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Greenbaum e Zachrisson, em 1982, compararam clinicamente as

condições periodontais de adolescentes que receberam tratamento

ortodôntico corretivo com expansão rápida da maxila, com expansão lenta, e

sem qualquer mecânica expansionista (controle). Quatro parâmetros

periodontais foram examinados através do uso de sonda periodontal

calibrada: altura do osso alveolar (distância entre a junção amelo-cementária

e o nível do osso marginal), nível de inserção (mensurada da junção amelo-

cementária em três pontos na face vestibular dos primeiros molares

superiores), profundidade de sondagem e extensão de gengiva

queratinizada. Três anos após a remoção do aparelho fixo, constataram

boas condições periodontais em todos os grupos. Os grupos que receberam

expansão demonstraram mínimas diferenças em relação ao grupo controle.

No entanto, as variações individuais foram marcantes. A maioria dos

pacientes que desenvolveram as maiores perdas de inserção na face

vestibular dos primeiros molares superiores pertencia ao grupo submetido à

expansão rápida da maxila.

Adkins et al., em 1990, relataram uma alta variação nas medidas de

inclinação dentária após a expansão rápida da maxila e não encontraram

correlação significante de vestibularização da coroa com a idade,

profundidade inicial do palato, quantidade de expansão e presença de

mordida cruzada. Eles concluíram que a vestibularização dos dentes de

ancoragem deve ser considerada como parte do procedimento de ERM.

As deiscências ósseas são esperadas quando há movimentação

dentária em direção ao osso cortical do processo alveolar (ZACHRISSON,

1999).

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Em 2000, Handelman, Begole e Haas, com o objetivo de estudar a

eficiência do procedimento de ERM em adultos e determinar a incidência de

complicações, avaliaram, através de modelos de estudo, um grupo de 47

crianças na fase de dentadura mista e 47 adultos, que passaram pelo

processo de ERM com o expansor de Haas e um grupo controle de 52

adultos que passaram por tratamento ortodôntico sem ERM. Os grupos

experimentais e controle dos adultos incluíram indivíduos a partir dos 18

anos de idade. O aumento da largura do arco foi similar em adultos e

crianças que alcançaram a disjunção palatina. A ERM, nos adultos, teve

como conseqüência a inclinação dos molares para vestibular cerca de 3

graus em cada lado, já no grupo das crianças não foi verificada mudança na

inclinação dos molares. A perda de inserção periodontal, representada pelo

aumento do comprimento da coroa clínica dos pré-molares e molares

superiores, não foi estatisticamente significante para os indivíduos do sexo

masculino quando o grupo de ERM em adultos foi comparado com o grupo

controle. Entretanto, as mulheres tiveram maior perda do que o grupo

controle. O trabalho concluiu que a ERM convencional em adultos

representa sucesso clínico e é um método seguro para correção da

deficiência transversal do arco superior.

Mortellaro et al. (2000) compararam a incidência de recessão gengival

em dois grupos: pacientes tratados com expansão rápida da maxila assistida

cirurgicamente e pacientes submetidos à expansão convencional. O grupo

cirúrgico foi composto de 35 pacientes: 17 adultos com média de idade 24,4

anos e 18 crianças com idade média 11,5 anos e o grupo de expansão

convencional foi composto de 26 pacientes: 7 adultos com idade média 31,7

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anos e 19 crianças com idade média 12,1 anos. Os aparelhos expansores

utilizados no segundo grupo foram: quadrihélice e aparelho com parafuso de

Burstone. A avaliação periodontal foi realizada através de modelos de gesso

e fotografias intra-bucais realizados antes e após a expansão cirúrgica ou

convencional. O comprimento da coroa clínica foi utilizado como referência e

sua mensuração foi realizada do ponto mais oclusal ou incisal da coroa

dentária ao ponto imediatamente abaixo da gengiva marginal. Ambos os

grupos alcançaram aumento das dimensões transversais, com uma média

de 5,3 mm para o grupo cirúrgico e 4,4 mm para o grupo sem cirurgia. Uma

diferença significante foi encontrada para a incidência de recessão gengival

dos pré-molares e molares superiores entre os grupos. O grupo sem cirurgia

apresentou índice de recessão gengival maior que o dobro em relação ao

grupo cirúrgico.

Nahás et al., em 2000, acrescentaram que o movimento ortodôntico

em direção vestibular favorece o desenvolvimento de deiscência óssea e a

diminuição tanto da espessura como da largura do tecido gengival, criando

um ambiente em que a placa bacteriana e/ou o trauma da escovação

possam causar recessões gengivais. Frisaram, no entanto, que se o tecido

gengival permanecer espesso, esta alteração mucogengival raramente se

estabelece.

O custo biológico da expansão rápida da maxila foi considerado por

França et al., em 2002. Segundo os autores, a intensidade da força

ortopédica liberada pela ativação do parafuso tem como consequência a

hialinização do ligamento periodontal e a reabsorção radicular por vestibular.

Entretanto, com o subseqüente reparo tecidual, por meio de aposição de

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cemento e reinserção de fibras periodontais, tais reabsorções não

inviabilizam o procedimento.

Comparando os expansores dentomucossuportados e

dentossuportados em relação aos efeitos periodontais na dentadura

permanente, em pacientes com faixa etária de 11 a 14 anos, Garib et al.

(2006) observaram, através de tomografia computadorizada helicoidal,

aumento na espessura da tábua óssea lingual (0,8 a 1,3 mm); redução da

tábua óssea vestibular dos dentes de ancoragem (0,6 a 0,9 mm) e

deiscências, principalmente em indivíduos com tábuas ósseas vestibulares

mais delgadas, com gravidade maior no grupo do expansor dentossuportado

que foi responsável também por uma maior redução do nível da crista óssea

alveolar vestibular do primeiro pré-molar.

Rungcharassaeng et al., em 2007, por meio da TC por feixe cônico,

propuseram-se a determinar os fatores que poderiam influenciar as

alterações ósseas vestibulares dos dentes posteriores após a ERM em

pacientes na dentadura permanente com média de idade 13,8 anos. Os

pacientes utilizaram o aparelho expansor tipo Hyrax (com duas ou quatro

bandas) e foram avaliados antes da expansão e 3 meses após a fase ativa

de expansão. Seus resultados sugerem que a inclinação da coroa para

vestibular, redução da espessura do osso vestibular e da altura do osso

marginal vestibular dos dentes posteriores são efeitos imediatos esperados

da ERM. Os fatores que demonstraram correlação significante com as

alterações ósseas vestibulares e inclinações dentárias na região de

primeiros pré-molares e primeiros molares foram: idade, desenho do

aparelho expansor, espessura inicial do osso vestibular e tipo de expansão

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(rápida ou lenta). A taxa de expansão e o tempo de contenção não tiveram

associação significante. Nenhuma variável influenciou na inclinação dentária

e alteração óssea vestibular dos segundos pré-molares.

Ballanti et al., em 2009, a fim de determinar os efeitos dentários e

periodontais da ERM, através de um protocolo de tomografia

computadorizada helicoidal, avaliou amostra de 17 indivíduos com idade

média de 11,2 anos. As tomografias foram realizadas antes da ERM (T0) ao

final da fase ativa de expansão (T1) e após 6 meses de contenção (T2). Na

avaliação das mudanças T0-T1, as medidas periodontais foram

estatisticamente significantes no aspecto vestibular dos dentes bandados

com uma redução na espessura do osso alveolar das raízes mesial (-0,5

mm) e distal (-0,4 mm) do primeiro molar direito e raiz mesial do primeiro

molar esquerdo (-0,3 mm). Na avaliação das mudanças totais (TO-T2), a

espessura da tábua óssea lingual de ambos os primeiros molares foi

significativamente aumentada (0,6 mm).

2.3 Tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada (TC) é um exame de diagnóstico por

imagem que utiliza a radiação X e permite obter a reprodução de uma

secção do corpo humano em quaisquer dos três planos do espaço. Essa

modalidade de exame foi criada no início da década de 70 pelo engenheiro

inglês Hounsfield e pelo físico norte-americano Comark. Os componentes

básicos de um tomógrafo são: o gantry, composto pelas fontes de raios X e

anel de detectores, a mesa que acomoda o paciente e o computador ou

console de operação (HOUNSFIELD, 1973).

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Além da sua utilização na Implantodontia para avaliação prévia à

colocação de implantes e na Ortodontia para o diagnóstico da posição de

dentes retidos, a TC vem sendo empregada mais recentemente para

detecção de perdas ósseas alveolares.

Em 1995, Fuhrmann; Bücker; Diedrich realizaram um estudo a fim de

comparar a eficiência das radiografias periapicais obtidas pela técnica do

paralelismo e da tomografia computadorizada de alta resolução no

diagnóstico de defeitos ósseos horizontais e verticais. Demonstrou-se assim

a superioridade da TC, principalmente na avaliação de defeitos ósseos

verticais, já que as radiografias periapicais evidenciaram 60% destes,

enquanto que a TC evidenciou 100%. É importante ressaltar que a maioria

das perdas ósseas não aparentes nas radiografias periapicais, localizava-se

por vestibular e lingual.

No mesmo ano, Fuhrmann et al. confeccionaram deiscências ósseas

em maxilares de cadáveres e avaliaram-nas por meio de cortes axiais e

coronais obtidos com tomografia computadorizada, comparando-os com

cortes histológicos dos mesmos espécimes. Os autores demonstraram que a

TC possibilita a visualização do osso alveolar vestibular e lingual desde que

este apresente uma espessura mínima de 0,2 mm. Mediante os cortes

axiais, 70% dos defeitos ósseos provocados puderam ser identificados, e

nos cortes coronais, apenas 50%. Nenhum defeito foi visível em radiografias

convencionais. Diante desses resultados, os autores concluíram que, na

Periodontia, a preferência deve recair sobre os cortes axiais dos exames

tomográficos.

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Webber e Horton, em 1997, justificaram a utilização de exames em

três dimensões na Odontologia, afirmando que a tecnologia mostra-se capaz

de eliminar as limitações da imagem radiográfica convencional, o que

poderia reduzir o número de tomadas necessárias para obtenção de

informações precisas, economizando o tempo e o dinheiro gasto, assim

como reduzindo as exposições do paciente à radiação ionizante.

Nos exames de TC, os raios X, em vez de incidirem sobre o filme

radiográfico, são detectados por cristais ou gases sensitivos e convertidos

em informação digital. Estes dados são manipulados por um programa de

computador que os transforma em uma imagem composta por diversos tons

de cinza. A imagem é composta por pixels, cada um dos quais apresenta um

número que traduz a densidade tecidual ou o seu poder de atenuação da

radiação. Esses números são conhecidos como a escala Hounsfield e

variam de -1000 (densidade do ar) a +1000 (densidade da cortical óssea),

passando pelo zero (densidade da água) (FLOYD; PALMER; PALMER,

1999).

A partir do surgimento do sistema de TC, a evolução tecnológica já

permitiu cinco gerações. O método de classificação para cada sistema é

baseado na organização das partes individuais do dispositivo e movimento

físico dos feixes de raios X na captura de dados.

Em 1999, Cavalcanti et al. chamaram atenção para a substituição da

tomografia computadorizada convencional, composta por quatro gerações

de aparelhos em que somente o gantry movimentava-se, pela tomografia

espiral ou helicoidal, classificada, na época, como nova geração. A

tomografia espiral é caracterizada pelo movimento simultâneo de translação

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do paciente e de rotação das fontes de raios X. Segundo os autores, a

principal vantagem desses aparelhos é sem dúvida, a rapidez de aquisição

da imagem, evitando a exposição do paciente a doses excessivas de

radiação.

Sukovic, em 2003, enfatizou que, com o passar das décadas, várias

modalidades de aquisição de imagens foram utilizadas, porém, sem resultados

satisfatórios. Sendo assim, muitos clínicos têm escolhido a TC para melhorar o

planejamento de seus casos. Descreve ainda que após a criação do primeiro

tomógrafo, esta tecnologia foi rapidamente desenvolvida e apareceram quatro

gerações de escaners. A primeira usava um único detector para a captura do

feixe de raio X, que após o registro transladava para aquisição de nova

imagem e assim sucessivamente até cobrir toda a área de interesse (FIGURA

2.1). Este modelo estava indicado para trabalhar somente na cabeça do

paciente. Em 1975, uma nova geração de TC foi introduzida no mercado.

Conhecidas como máquinas hibridas, utilizavam mais de um detector e

possuíam feixe em leque (Fan Beam). Porém ainda levavam muito tempo na

aquisição de imagens, o que limitava seu uso apenas para a cabeça, dado o

elevado número de artefatos criados pela movimentação do paciente durante

um exame longo (FIGURA 2.2). Logo após, em 1976, surgiu a terceira geração,

com um sistema que obtinha as imagens todas de uma vez (Wide Beam), com

várias centenas de detectores, utilizando a radiação de forma mais eficiente

(FIGURA 2.3). A quarta geração se caracteriza pela substituição do arco de

detecção por detectores em todo o circulo do “gantry”, além de possuir fonte

giratória (FIGURA 2.4). Nos anos 90, os avanços continuaram e um novo

conceito de captação de imagens foi criado a partir do desenvolvimento da TC

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helicoidal, que permite, através do movimento simultâneo da mesa e da fonte

de raio x, vários cortes ao mesmo tempo e, reduzindo consideravelmente o

tempo de exame, permite com isso, imagens com menor número de artefatos.

Figura 2.1 - Primeira geração – uma fonte e um sensor (Pencil Beam) e Figura 2.2- Segunda geração – fonte em leque e “n” sensores (Fan Beam)1

1 Disponível em URL: www.geocities.com/tomografiademadeira/geracoes.html

2.1 2.2

2.3 2.4

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Figura 2.3 - Terceira geração – Todo o objeto de uma vez (Wide Beam) e Figura 2.4- Quarta geração – apenas a fonte gira, sensores estacionários²

Com o objetivo de fornecer imagens com mínima distorção e dose de

radiação reduzida em comparação à TC tradicional, no final da década de

noventa, os italianos Mozzo et al. apresentaram um novo aparelho de TC

para imagens odontológicas, baseado na técnica do feixe em forma de cone

(cone-beam technique). O tomógrafo New Tom - 9000 representou um

avanço importante na captação de imagens para a Odontologia. Este

scanner de nova geração utiliza a tecnologia da tomografia computadorizada

para fornecer uma imagem em 3D da maxila e mandíbula, com

relativamente alta resolução e baixa exposição do paciente à radiação

(HATCHER; ABOUDARA , 2004).

Em 2007, Garib et al, realizaram estudo sobre os principais aspectos

relacionados à tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone Beam).

Comparando a TC tradicional e a TC Cone Beam sob vários aspectos,

citaram um ponto negativo da TC por feixe cônico: o baixo contraste entre

tecido duro e mole. Já com relação à produção de artefato na presença de

materiais metálicos, a TC por feixe cônico torna-se superior, pois produz

reduzido nível de artefato.

3 PROPOSIÇÃO

O objetivo do presente estudo foi avaliar, por meio da tomografia

computadorizada helicoidal, os efeitos periodontais da expansão rápida da

maxila na dentadura mista, logo após a fase ativa de expansão, segundo os

parâmetros abaixo descritos:

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• Espessura das tábuas ósseas vestibular e palatina dos caninos

superiores decíduos e segundos molares superiores decíduos;

• Espessura da tábua óssea vestibular e palatina dos germes dos dentes

permanentes: caninos, primeiros pré-molares, segundo pré-molares e

primeiros molares superiores;

• Nível da crista óssea alveolar vestibular dos caninos decíduos, primeiros

molares decíduos, segundos molares decíduos e primeiros molares

permanentes.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo clínico foi desenvolvido em conformidade com as normas

e os preceitos adotados pela Comissão de Ética em Pesquisa da

Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, tendo sido aprovado sob o

protocolo n. 13391190 (ANEXO).

4.1 MATERIAL

Este estudo com caráter retrospectivo utilizou arquivos de tomografias

computadorizadas tomadas de 23 pacientes ortodônticos, sendo 10 do

gênero masculino e 13 do gênero feminino, tratados no curso de Ortodontia

da Profis (Sociedade de Promoção dos Fissurados Labiopalatinos), em

Bauru – SP, com idades variando entre 6 anos e 10,4 anos, no momento da

tomografia pré-expansão e idade média total da amostra de 8,6 anos

(FIGURAS 4.1 e 4.2). Todos os pacientes se encontravam na dentadura

mista (LINDEN, 1986) no momento da expansão e apresentavam

maloclusões de Classe I, II ou III com atresia do arco dentário superior,

acompanhadas ou não de mordida cruzada posterior unilateral ou bilateral.

(FIGURAS 4.3 - 4.7)

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Fig. 4.1 Fig. 4.2

Figuras 4.1 e 4.2: Fotografias extra-bucais de frente e perfil de paciente da

amostra. A paciente possui padrão facial I.

Fig. 4.3

Fig. 4.4 Fig. 4.5

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Fig. 4.6 Fig. 4.7

Figuras 4.3-4.7: Fotografias intrabucais da paciente antes da expansão. A

paciente apresentava mordida cruzada posterior unilateral (lado direito) e

relação sagital de Cl II.

4.2 MÉTODOS

Os pacientes da amostra foram submetidos ao procedimento de

expansão rápida da maxila, com o aparelho expansor dentomucossuportado

tipo Haas, cujo protótipo consistiu em bandas nos segundos molares

decíduos, grampos em “c” nos caninos decíduos e extensões na superfície

palatina dos primeiros molares permanentes (SILVA FILHO et al., 1989)

(FIGURA 4.8). O protocolo de ativação utilizado foi o de uma volta completa

do parafuso por dia. Os pais dos pacientes foram orientados a realizar 2/4 de

volta pela manhã e 2/4 de volta à noite durante a fase ativa, até a obtenção

de uma sobrecorreção, observada clinicamente quando as cúspides

palatinas dos primeiros molares superiores alcançavam as cúspides

vestibulares dos primeiros molares inferiores (FIGURA 4.9). A ativação

média foi de 7 mm e o diastema central foi o sinal clínico da disjunção

palatina, a qual pode ser avaliada também pela radiografia oclusal (FIGURA

4.10)

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Fig. 4.8: Expansor tipo Haas utilizado na amostra e diastema central observado

após as ativações.

Fig. 4.9: Relação transversal alcançada após a ERM (relação cúspide palatina

superior com cúspide vestibular inferior)

Fig. 4.10: Disjunção palatina observada na radiografia oclusal.

4.2.1 Obtenção do exame de tomografia computadorizada (TC)

Os pacientes se submeteram ao exame por TC helicoidal (Toshiba

modelo Xvision EX) (FIGURA 4.11) trabalhando com 120kVp, 100mA e

tempo de exposição de um segundo por corte, em duas fases: antes da

expansão e imediatamente após a expansão, quando o expansor foi

removido, para evitar artefato na imagem de tomografia. Utilizou-se o filtro

30 para melhor evidenciação dos tecidos duros. A dimensão da matriz

equivaleu a 512 x 512 pixels, com campo de visão (FOV) de 12,6 x 12,6cm.

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Fig. 4.11: Aparelho de tomografia computadorizada helicoidal.

4.2.2 Aquisição das imagens

No intento de padronizar a posição da cabeça nos três planos do

espaço, permitindo a comparação das imagens pré e pós-expansão, utilizou-

se um recurso do tomógrafo de prover linhas luminosas perpendiculares

entre si. Deste modo, posicionou-se o paciente deitado na mesa com o plano

de Camper perpendicular ao solo, a linha luminosa longitudinal passando

pelo centro da glabela e do filtro labial e a linha luminosa transversal

coincidindo com o canto lateral dos olhos (FIGURA 4.12). Durante o exame,

mantiveram-se os dentes desocluídos, para que o arco dentário inferior não

participasse das imagens.

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Fig. 4.12: Linhas luminosas de referência para a padronização da cabeça. Os

dentes foram desocluídos com auxílio de um mordedor de borracha.

Foram realizados cortes axiais, de um milímetro de espessura,

paralelamente ao plano palatino, englobando as regiões dentoalveolar e

basal da maxila, até o terço inferior da cavidade nasal (FIGURA 4.13). A

extensão escaneada totalizou aproximadamente 36 a 40 mm, e portanto, 36

a 40 cortes.

Imediatamente após o término do exame tomográfico, o aparelho

expansor foi recimentado no paciente no próprio centro de radiologia com o

objetivo de evitar recidiva da expansão.

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Fig. 4.13: Escanograma com a representação da área maxilar englobada no

exame de tomografia computadorizada.

Posteriormente, os dados foram enviados a uma Workstation* ou

estação de trabalho independente. Neste computador, desvinculado do

aparelho de tomografia computadorizada que adquiriu as imagens, o

software Alatoview** possibilitou a execução de reconstruções dos cortes

axiais, de modo a obter também imagens coronais, sagitais e oblíquas da

maxila, recurso denominado reconstrução multiplanar (Figura 4.14).

* Silicon Graphics, Toshiba Corporation Medical Systems Company, Otawara-Shi, Japão.

** Toshiba Corporation Medical Systems Company, Otawara-Shi, Japão.

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Fig. 4.14: Representação da reconstrução multiplanar realizada através das

ferramentas do software Alatoview**. No quadrante inferior esquerdo

visualiza-se o corte original axial. Nos quadrantes superiores esquerdo e

direito, e no quadrante inferior direito aparecem, respectivamente, as

reconstruções coronal, sagital e oblíqua (neste caso, ortorradial).

4.2.3 Mensurações

Por meio do programa Alatoview tornou-se possível introduzir

modificações às características das imagens, principalmente nos tons da

escala Hounsfield, facilitando a identificação das estruturas anatômicas de

interesse. Dessa forma, o mesmo examinador previamente calibrado

realizou, através das ferramentas de mensuração do software de

reconstrução multiplanar dos cortes axiais as medidas da espessura das

tábuas ósseas vestibular e palatina. O nível da crista óssea alveolar

vestibular foi medido através das imagens oblíquas ou ortorradiais.

A) Espessura das tábuas ósseas vestibular e palatina

A espessura do osso alveolar que envolve os dentes póstero-

superiores por vestibular e palatina foi mensurada em dois cortes axiais,

paralelos ao plano palatino; selecionados a partir do posicionamento da

barra horizontal (ferramenta do software Alatoview) do corte coronal em

duas referências distintas: ao nível da trifurcação do 2º molar superior

decíduo direito (Figuras 4.15) e ao nível da trifurcação do primeiro molar

superior permanente direito (Figuras 4.16).

** Toshiba Corporation Medical Systems Company, Otawara-Shi, Japão.

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Fig. 4.15: Corte coronal (quadrante superior do lado esquerdo) com barra

horizontal passando pela trifurcação do segundo molar decíduo superior do

lado direito (55) para originar a imagem axial (quadrante inferior do lado

esquerdo) e possibilitar mensurações nas regiões dos dentes decíduos.

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Fig. 4.16: Corte coronal (quadrante superior do lado esquerdo) com barra

horizontal passando pela trifurcação do primeiro molar superior permanente

do lado direito (16) para originar a imagem axial (quadrante inferior do lado

esquerdo) e possibilitar mensurações nas regiões dos dentes permanentes.

No primeiro corte, tendo como referência a trifurcação do 2º molar

decíduo superior direito, foram mensuradas a espessura das tábuas ósseas

vestibular (ETOV) e palatina (ETOP) dos elementos 53, 63; espessura da

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tábua óssea vestibular das raízes mesiais e distais dos segundos molares

decíduos superiores (55 e 65) e espessura da tábua óssea palatina das

raízes palatinas do 55 e 65 (Figura 4.17).

Fig. 4.17: Ampliação da área de interesse do corte axial e mensuração

da espessura das tábuas ósseas vestibular e palatina dos

elementos 53, 63; espessura da tábua óssea vestibular das raízes

mesiais e distais dos segundos molares decíduos superiores (55 e 65) e

espessura da tábua óssea palatina das raízes palatinas do 55 e 65.

No segundo corte, tendo como referência a trifurcação do primeiro

molar permanente superior direito, a ETOV foi mensurada desde o limite

externo da cortical vestibular até o perímetro vestibular da raiz dentária,

perpendicularmente ao contorno do arco dentário, no centro dos germes dos

caninos permanentes, primeiro pré-molares, segundos pré-molares e centro

das raízes mésio e distovestibular dos primeiro molares superiores de

ambos os lados. A ETOP, foi mensurada desde o limite externo da cortical

palatina até o perímetro palatino da raiz dentária, no centro dos germes dos

ETOV

ETOP

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caninos, primeiros pré-molares, segundos pré-molares e centro da raiz

palatina dos primeiros molares, de ambos os lados (Figura 4.18).

Fig. 4.18: Ampliação da área de interesse do corte axial e mensuração da

espessura das tábuas ósseas vestibular nos germes dos caninos

permanentes, primeiro pré-molares, segundos pré-molares e centro das

raízes mésio e disto-vestibular dos primeiro molares superiores, de

ambos os lados. A mensuração da tábua óssea palatina foi realizada ao

nível dos germes dos caninos permanentes, primeiros pré-molares,

segundos pré-molares e centro da raiz palatina do primeiro molar, de

ambos os lados.

A figura A expõe a sequência de utilização das ferramentas do

programa Alatoview para padronização das medições da tábua óssea

vestibular e palatina.

1. Ajuste da janela para tecido duro

1451x3341;

ETOV

ETOP

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2. Ajuste, através da ferramenta “rotate”;

do plano palatino paralelo ao solo, na

imagem sagital;

3. Ajuste da barra horizontal da imagem

coronal na referência selecionada

(trifurcação do segundo molar decíduo

ou trifurcação do primeiro molar

permanente);

4. Maximização da imagem axial com

clique nos ícones e ;

5. Realização das medidas tendo como

referência o ponto central das

superfícies vestibular ou palatina das

raízes ou coroas dentárias até o limite

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externo da cortical palatina ou vestibular

perpendicularmente ao contorno do arco

dentário.

Fig. A: Sequência de utilização das ferramentas do programa Alatoview

para medição da tábua óssea vestibular e palatina.

Diante de giroversões dentárias, mensurou-se a espessura da tábua

óssea na região em que a raiz ou coroa dentária mais se aproximava do

contorno externo do rebordo alveolar .

B) Nível da crista óssea alveolar vestibular

A fim de avaliar o nível da crista óssea vestibular dos dentes póstero-

superiores, reconstruções ortorradiais foram utilizadas, perpendiculares ao

contorno do arco dentário, passando pelo centro da face vestibular dos

caninos decíduos (Figura 4.19), primeiros molares decíduos e pela região

central, mesial e distal da face vestibular dos segundos molares decíduos e

primeiros molares permanentes (Figura 4.20).

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Fig. 4.19: Linha perpendicular ao 53 e imagem ortorradial

correspondente para medição do nível da crista óssea vestibular.

Fig. 4.20: Linha perpendicular à região central do 16 e imagem

ortorradial correspondente para medição do nível da crista óssea vestibular.

A figura B ilustra a sequência de utilização das ferramentas do

programa Alatoview para padronização da mensuração da crista óssea

alveolar vestibular.

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1. Ajuste da janela para tecido duro

1451x3341;

2. Ajuste, através da ferramenta

“rotate”, do plano palatino paralelo ao

solo, na imagem sagital;

3. Centralização da barra horizontal da

imagem axial na trifurcação do 55;

4. Ativação da ferramenta “oblique

display” e “view orientation 180º”,

5. Maximização da imagem oblíqua

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com clique nos ícones e ;

6. Posicionamento da barra oblíqua

perpendicular aos elementos dentários

7. Realização da medição com

ferramenta “measure”.

8. Mensuração da grandeza linear nível

da crista óssea vestibular, estabelecida

por meio da distância entre a ponta de

cúspide vestibular e a crista óssea

alveolar vestibular.

4.2.4 Análise Estatística

Os dados foram descritos por meio dos parâmetros de média e desvio

padrão.

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Para comparar a variação entre as fases pré e pós-expansão foi

utilizado o teste “t” pareado e adotado nível de significância de 5% (p<0,05).

Todos os cálculos foram executados no programa Statistica for

Windows versão 5.1 (StatSoft Inc., Tulsa, USA).

4.2.5 Erro do Método

Para verificar o erro sistemático foi utilizado o teste “t” pareado.

Entende-se por erro sistemático a tendência de desvios constantemente

para uma determinada direção. Calculou-se a significância deste tipo de erro

comparando-se as duas medições realizadas nas imagens tomográficas,

pelo mesmo examinador, em dois momentos distintos, com intervalo de 30

dias, por meio da aplicação do teste “t” pareado.

O segundo tipo de erro calculado, denominado erro casual ou

aleatório, advém da dificuldade na identificação precisa das estruturas

anatômicas nas imagens (DAHLBERG, 1940). Na determinação do erro

casual utilizou-se o cálculo de erro proposto por Dahlberg (Houston, 1983).

nerro

d2

2∑

=

onde, d = diferença entre 1a. e 2

a. medições

n = número de casos repetidos

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É importante ressaltar a ausência do fator de magnificação nas

imagens provenientes da tomografia computadorizada.

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5 RESULTADOS

Os resultados das avaliações do erro sistemático, avaliado pelo teste

“t” pareado, e do erro casual medido pela fórmula de Dahlberg são

mostrados nas tabelas I a III.

Não foi identificado erro casual ou sistemático para quaisquer medidas

da tábua óssea vestibular (Tabela I), pois os valores de “p” foram maiores

que 0.05 para todas as medidas.

Tabela I – Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual nas medidas da tábua óssea vestibular.

Tábua 1a. medição 2a. medição

óssea média dp média dp t p

erro

13V/23V 1,54 0,60 1,52 0,59 0,260 0,798 0,21

14V/24V 0,97 0,46 0,95 0,42 0,356 0,727 0,12

15V/25V 2,10 1,01 2,15 1,17 -0,612 0,549 0,25

16MV/26MV 2,96 1,21 2,77 1,21 1,121 0,277 0,52

16DV/26DV 2,92 0,88 2,87 0,90 1,334 0,200 0,11

A avaliação do erro do método das mensurações da tábua óssea

lingual mostrou mais uma vez a confiabilidade das mensurações em

tomografia computadorizada, já que apenas a medida 16PL/26 PL (tábua

óssea lingual da raiz palatina do 16 e 26) apresentou diferença

estatisticamente significante, porém, a magnitude do erro foi pouco superior

a um décimo de milímetro (0,13 mm) e portanto, pode ser considerada

inexpressiva (Tabela II).

Tabela II – Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual nas medidas da tábua óssea lingual.

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Tábua 1a. medição 2a. medição

óssea média dp média dp t p

erro

13L/23L 5,60 2,03 5,72 2,07 -1,170 0,259 0,30

14L/24L 3,09 0,97 3,03 1,05 0,637 0,534 0,29

15L/25L 2,71 1,05 2,74 1,02 -0,421 0,680 0,16

16PL/26PL 1,41 0,57 1,30 0,61 3,082 0,007* 0,13

* – diferença estatisticamente significante (p<0,05)

Quanto às mensurações das imagens em tomografia

computadorizada do nível da crista óssea alveolar vestibular com exceção

da região central dos segundos molares decíduos superiores, nenhuma

medida mostrou diferença estatisticamente significante (p<0,05). Além disso,

o erro identificado foi de apenas 0,24 mm, medida clinicamente insignificante

(Tabela III).

Tabela III – Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual nas medidas da crista óssea.

Crista 1a. medição 2a. medição

óssea média dp média dp t p

erro

53/63 9,14 2,02 9,28 2,12 -0,690 0,512 0,39

54/64 7,66 1,16 7,67 1,18 -0,031 0,976 0,27

55M/65M 7,72 1,40 7,72 1,44 -0,026 0,980 0,35

55C/65C 7,80 0,45 7,98 0,40 -2,545 0,020 * 0,24

55D/65D 8,10 0,58 8,03 0,62 1,108 0,284 0,18

16M/26M 8,39 1,24 8,50 1,08 -1,130 0,275 0,29

16C/26C 7,64 1,02 7,71 1,21 -0,725 0,479 0,27

16D/26D 7,79 0,88 7,79 0,90 0,000 1,000 0,22

* – diferença estatisticamente significante (p<0,05)

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As tabelas de IV a VI expõem os resultados da comparação da tábua

óssea vestibular e lingual e do nível da crista óssea vestibular, entre as fases

pré e pós-expansão.

A tabela IV traz a comparação da espessura da tábua óssea

vestibular pré e pós-expansão. Na região dos primeiros premolares e da raiz

distal dos segundos molares decíduos, a tábua óssea vestibular apresentou

diferença estatisticamente significante. Houve um aumento na espessura do

osso vestibular do 14 e 24 de 0,18 mm e uma diminuição na região disto-

vestibular do 55 e 65 de 0,3 mm, o que clinicamente não tem significado.

Todas as outras regiões não apresentaram diferença estatisticamente

significante entre as medidas pré e pós-expansão, ou seja, não foram

provocadas fenestrações alveolares caracterizadas por defeitos ovais ou

abertura da cortical óssea sobre a superfície radicular dos elementos

dentários descritos na tabela IV.

Tabela IV – Comparação da tábua óssea vestibular entre as fases pré e pós-expansão

Tábua PRÉ PÓS

óssea n

média dp média dp dif.

t p

13V/23V 23 1,32 0,55 1,31 0,71 0,01 0,109 0,914

14V/24V 17 0,92 0,41 1,10 0,37 -0,18 -3,318 0,004 *

15V/25V 20 2,33 1,08 2,28 1,14 0,05 0,572 0,574

16MV/26MV 22 3,21 1,20 2,90 1,32 0,31 1,478 0,154

16DV/26DV 22 3,01 0,75 2,95 0,81 0,05 0,823 0,420

53V/63V 20 1,20 0,82 1,03 0,38 0,17 0,913 0,373

55MV/65MV 19 1,14 0,50 1,06 0,63 0,09 0,785 0,443

55DV/65DV 19 1,89 0,69 1,59 0,68 0,30 2,494 0,023 *

* – diferença estatisticamente significante (p<0,05)

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Na tabela V é possível observar que a tábua óssea lingual não sofreu

nenhum tipo de alteração estatisticamente significante após a expansão (p>

0,05 para todas as medidas).

Tabela V – Comparação da espessura da tábua óssea lingual entre as fases pré e pós-expansão.

Tábua PRÉ PÓS

óssea n

média dp média dp dif.

t p

13L/23L 19 5,81 2,07 5,47 1,98 0,34 1,627 0,121

14L/24L 17 3,46 1,30 3,36 1,15 0,10 0,580 0,570

15L/25L 18 2,81 1,14 2,85 1,02 -0,04 -0,331 0,744

16PL/26PL 20 1,34 0,59 1,42 0,66 -0,08 -1,128 0,273

53L/63L 21 4,77 1,72 4,81 1,54 -0,04 -0,200 0,844

55PL/65PL 17 1,26 0,53 1,19 0,55 0,07 0,714 0,486

A expansão na dentadura mista não trouxe alterações ou redução do

nível da crista óssea alveolar vestibular. Não foram constatadas deiscências

ósseas vestibulares resultantes da exposição da superfície radicular pela

migração apical da crista marginal nas regiões dos elementos dentários

descritos na tabela VI. Todos os valores de “p” foram maiores que 0,05, ou

seja, não houve diferença estatisticamente significante entre as fases pré e

pós-expansão para o nível da crista óssea vestibular nas regiões avaliadas.

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Tabela VI – Comparação do nível da crista óssea vestibular entre as fases pré e pós-expansão.

Crista PRÉ PÓS

óssea n

média dp média dp dif.

t p

53/63 17 9,02 2,67 8,01 3,55 -1,01 0,934 0,364

54/64 20 7,32 2,06 7,31 2,07 -0,01 0,088 0,931

55M/65M 18 7,82 0,67 7,60 1,19 -0,22 0,863 0,400

55C/65C 22 7,73 0,57 8,03 0,77 0,30 -1,810 0,085

55D/65D 20 7,82 1,25 8,30 0,93 0,48 -1,714 0,103

16M/26M 20 8,31 1,19 8,27 0,80 -0,04 0,190 0,851

16C/26C 21 7,68 0,96 7,59 1,10 -0,09 0,474 0,640

16D/26D 19 7,91 0,92 7,81 0,84 -0,10 0,495 0,627

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6 DISCUSSÃO

Muitos estudos preocuparam-se com a inter-relação entre a

Ortodontia e a Periodontia, enfocando os efeitos da movimentação dentária

sobre o periodonto hígido (ARTUN; OSTERBERG; KOKICH, 1986;

ENGELKING; ZACHRISSON, 1982; SADOWISKY; BEGOLE, 1981;

STEINER; PEARSON; AINAMO, 1981; THILANDER et al., 1983;

WENNSTROM et al., 1987; ZACHRISSON, 1999) ou reduzido (BOYD et al.,

1989; HARFIN, 1999; MCLAIN; PROFFIT; DAVENPORT, 1983; MELSEN,

1986; POLSON, et al., 1984; WENNSTROM et al., 1993). No entanto, as

repercussões da expansão rápida da maxila sobre o osso alveolar, em

humanos, foram somente recentemente reportadas na literatura (BALLANTI

et al., 2008; GARIB et al. 2006; RUNGHARASSAENG et al., 2007) talvez

pelas dificuldades metodológicas encontradas previamente à utilização da

TC.

Estudos prévios à introdução da tomografia computadorizada

sugeriram o desenvolvimento de deiscências ósseas ao verificar,

clinicamente, perdas de inserção e recessões gengivais por vestibular dos

dentes póstero-superiores, em alguns pacientes, certo tempo após a

expansão (GREENBAUM, ZACHRISSON, 1982; NORTHWAY; MEADE JR.,

1997; VANARSDALL JUNIOR, 1994).

Na última década, um conjunto de trabalhos que avaliaram a

expansão rápida da maxila sob a ótica da tomografia computadorizada,

observou repercussões periodontais negativas na tábua óssea vestibular dos

dentes de ancoragem como a redução em espessura e o desenvolvimento

de deiscências ósseas (GARIB et al., 2006; GARRET et al., 2008;

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RUNGCHARASSAENG et al., 2007). No entanto, estes trabalhos foram

realizados durante a dentadura permanente ou dentadura mista tardia. Por

isso, até então pouco se sabia sobre as respostas periodontais em fases

iniciais do desenvolvimento oclusal (BALLANTI et al., 2009).

Watson (1980) em artigo descritivo, sem grupo controle ou

experimental, se baseou apenas em sua experiência clinica e

conhecimentos de Periodontia para alertar os ortodontistas a observarem o

aumento da coroa clínica e o afilamento do osso que recobre raízes

dentárias proeminentes nos casos de expansão maxilar. Acrescentou ainda

que a posição das raízes e a condição do periodonto anteriormente à

intervenção ortodôntica devem estar em mente ao se avaliar o resultado de

um tratamento em longo prazo ou até de movimentações rápidas em

adultos. O autor sugere que, em adultos, seja realizada a palpação da área

onde estão localizados os dentes de ancoragem, durante a ERM, para se

evitar a fenestração e a deiscência óssea, resultantes da inclinação dentária

e criticou o protocolo de tratamento que sempre expande o arco para conter

todos os dentes. Segundo ele, esse protocolo traz problemas em muitos

casos e expõe um conhecimento limitado do ortodontista quanto à literatura,

crescimento e desenvolvimento e estética individualizada.

O estudo de Greenbaum e Zachrisson (1982) que comparou

clinicamente as condições periodontais de adolescentes que receberam

tratamento ortodôntico corretivo com expansão rápida da maxila, com

expansão lenta, e sem qualquer mecânica expansionista (controle)

encontrou diferenças mínimas na condição periodontal entre os grupos com

mecânica expansionista quando comparado ao grupo controle, três anos

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após a remoção do aparelho fixo. Eles encontraram uma grande variação

individual e os pacientes que exibiram maiores perdas periodontais na região

vestibular dos primeiros molares estavam no grupo de ERM. Os autores

utilizaram parâmetros clínicos que incluem nível da crista alveolar, nível de

inserção, profundidade de sondagem e espessura da gengiva queratinizada.

Todas essas variáveis foram obtidas através de sondagem periodontal,

método cuja precisão não se comparada à TC para diagnóstico de defeitos

ósseos, por isso estes resultados podem ter sido subestimados. Utilizando

também como método de estudo avaliação clínica, Northway e Meade Jr.

(1997) e Vanarsdall Jr (1994) sugeriram o desenvolvimento de deiscências

ósseas ao verificarem perdas de inserção e recessões gengivais por

vestibular dos dentes póstero-superiores, em alguns pacientes, certo tempo

após a expansão. Já Silva Filho, Hernandes e Okada (1994) não

encontraram nenhuma evidência de alteração ao analisarem a lâmina dura,

o ligamento periodontal e o nível da crista óssea alveolar dos pré-molares de

ancoragem do aparelho de Haas através de radiografias periapicais pela

técnica de cone longo pré e pós-expansão em pacientes submetidos à ERM.

Os autores comentam que estes resultados não esgotam as questões as

quais se dispuseram a discutir. Deve se atentar que a amostra utilizada teve

uma grande variação na idade (10 a 28 anos), inevitavelmente incluindo

pacientes nas dentaduras mista e permanente, apesar de todos os

aparelhos terem sido ancorados nos primeiros pré-molares e molares

permanentes. Além disso, a radiografia periapical atualmente já não pode

ser considerada método preciso de diagnóstico para o que propunham os

autores.

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Handelman et al., em 2000, estudando a ERM em adultos a partir dos

18 anos e em crianças, na fase de dentadura mista, observaram a inclinação

dos molares para vestibular cerca de 3 graus em cada lado no grupo dos

adultos, já no grupo das crianças não foi verificada mudança na inclinação

dos molares, provavelmente devido à translação paralela dos processos

maxilares subseqüente à disjunção do palato. A perda de inserção

periodontal, representada pelo aumento do comprimento da coroa clínica

dos pré-molares e molares superiores, não foi estatisticamente significante

para os indivíduos do sexo masculino quando o grupo de ERM em adultos

foi comparado com o grupo controle. Entretanto, as mulheres tiveram maior

perda do que o grupo controle. Segundo os autores, essa suave recessão

gengival não foi notada pelos pacientes e não comprometeu a saúde da

dentição. Os efeitos periodontais no grupo das crianças não foram

abordados pelos autores. Os resultados do estudo em questão foram obtidos

através de mensurações em modelos de gesso e o efeito periodontal foi

avaliado pelo comprimento da coroa clínica antes e após a expansão, ou

seja, através da presença do nível de gengiva inserida, o que não reproduz a

real condição periodontal ou grau de perda óssea. Esse mesmo método de

estudo, acrescido da avaliação de fotografias intra-bucais foi utilizado por

Mortellaro et al. (2000), que ao contrário de Handelman, encontrou índice de

recessão gengival maior do que o dobro nos dentes posteriores (pré-molares

e molares) em pacientes que foram submetidos à expansão através do

quadrihélice ou aparelho com parafuso de Burstone, quando comparados

com pacientes que sofreram expansão rápida da maxila assistida

cirurgicamente. Os grupos de expansão rápida assistida cirurgicamente e de

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expansão convencional foram compostos por crianças e adultos, não na

mesma proporção, com médias de idade incompatíveis (grupo cirúrgico: 17

adultos e 18 crianças, com idades médias respectivas de 24,4 anos e 11,5

anos e grupo com expansão convencional: 7 adultos e 19 crianças, com

idades médias, respectivamente de 31,7 anos e 12,1 anos). Os autores

compararam os resultados de todo o grupo cirúrgico, contendo crianças e

adultos com idades bem discrepantes, com todo o grupo de expansão

convencional. Talvez, se dentro de cada grupo, subgrupos de crianças e

adultos fossem criados e os resultados comparados entre os grupos com

faixa etária compatível, o trabalho em questão fosse mais fidedigno. Dessa

forma, os resultados do grupo com expansão poderiam apontar para um

índice ainda maior de recessão gengival, se o tipo de expansão fosse rápida

(GREENBAUM; ZACHRISSON, 1982; RUNGCHARASSAENG et al., 2007)

e se ele fosse composto por crianças e adultos na mesma proporção, já que

ele foi constituído em sua grande maioria por crianças (7 adultos e 19

crianças) que tem melhor prognóstico periodontal (BACETTI et al., 2001;

COZZANI et al., 2003; COZZANI et al., 2007); GERAN et al.,2006).

Os resultados de Garib et al., em 2006, para a dentadura permanente,

utilizando a TC como método de estudo, também apontaram para uma

redução da tábua óssea vestibular dos dentes de ancoragem, com perda

média de 0.6 a 0.9 mm de espessura. Eles concluíram que a ERM induziu

deiscências ósseas na região vestibular dos primeiros pré-molares e na

região mésio-vestibular dos primeiros molares, principalmente nos indivíduos

que já tinham tábua óssea delgada. Além da espessura inicial do osso

vestibular, Rungcharassaeng et al. (2007), por meio da TC por feixe cônico,

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citaram correlação significante entre deiscências ósseas vestibulares

ocasionadas após a ERM na região de primeiros pré-molares e primeiros

molares e fatores tais como idade, desenho do aparelho expansor, e tipo de

expansão (rápida ou lenta). Eles encontraram um aumento da inclinação da

coroa dos primeiros molares superiores proporcional ao aumento da idade

dos pacientes da amostra e afirmaram que as inclinações dentárias são mais

freqüentes com a expansão lenta. Estas afirmações, porém foram baseadas

em estudos anteriores já que todos os pacientes da amostra foram tratados

com o aparelho Hyrax e não com dispositivos para expansão lenta da

maxila. Em relação ao desenho do aparelho expansor, eles utilizaram o

aparelho de Hyrax com quatro bandas (nos primeiros molares e primeiros

pré-molares superiores) ou duas bandas (nos primeiros molares), porém a

amostra não foi dividida em grupos com quatro ou duas bandas e tampouco

os efeitos periodontais foram comparados entre esses dois grupos. Nos

estudos de Greenbaum e Zachrisson (1982), o grupo de ERM em detrimento

ao grupo de expansão lenta, também foi caracterizado com pacientes que

exibiram maiores perdas periodontais na região dos primeiros molares.

Rungcharassaeng et al. (2007), não encontraram associação entre as

deiscências ósseas e a taxa de expansão e o tempo de contenção. Os

autores avaliaram as alterações ósseas vestibulares dos dentes posteriores

após a ERM em pacientes também na dentadura permanente com mesma

faixa etária da amostra de Garib et al. (2006). Assim como no trabalho de

Garib et al. (2006), os pacientes foram avaliados antes da expansão e 3

meses após a fase ativa de expansão. Seus resultados sugerem que a

inclinação da coroa para vestibular, redução da espessura do osso vestibular

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e da altura do osso marginal vestibular dos dentes posteriores são efeitos

imediatos esperados da ERM.

A expansão rápida da maxila está incorporada na Ortodontia como

seu instrumento para corrigir as atresias esqueléticas do arco dentário

superior nos diferentes estágios do desenvolvimento oclusal.

O padrão triangular da abertura da sutura palatina com base na

região anterior e vértice na região posterior, na dentadura mista, demonstra

que a expansão vem acompanhada de um efeito ortodôntico real, mesmo

quando é realizada em idade precoce. Esse aspecto foi observado por Silva

Filho; Prado Montes; Torelly, em 1995, através de telerradiografias em

norma póstero-anterior e confirmado pelo mesmo autor, 11 anos depois

através de um estudo com TC (SILVA FILHO et al., 2006).

O efeito esquelético da ERM na dentadura permanente já foi bem

exposto pela literatura, porém pouco tem sido publicado a respeito das

alterações cefalométricas induzidas pela ERM na fase de dentadura mista

(COZZA; GIANTTI; PETROSINO 2001; SARI et al., 2003; SILVA FILHO;

VILLAS BOAS; CAPELOZZA FILHO 1991). Silva Filho; Villas Boas;

Capelozza Filho, em 1991, avaliando amostra de 30 pacientes nas

dentaduras decídua e mista confirmaram resultados de estudos anteriores

realizados na dentadura permanente quando encontraram que a maxila não

mostra nenhuma alteração estatisticamente significante na posição ântero-

posterior além dos 14 a 16 dias de ativação do aparelho; a maxila apresenta

uma tendência de deslocamento inferior e posterior aumentando o valor do

ângulo SN-PP; a mandíbula apresenta giro inferior e posterior, com

subseqüente aumento da inclinação do plano mandibular e, como

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conseqüência direta do deslocamento vertical da maxila e molares

superiores, a altura facial aumenta. Estes resultados estão em concordância

com os resultados obtidos por Cozza; Giantti; Petrosino, em 2001, que

acrescentaram ainda que o procedimento de ERM pode também ser

utilizado em pacientes com tendência de crescimento vertical, considerando

que nenhuma alteração estatisticamente significante de inclinação dos

ângulos faciais foi encontrada em seu estudo. Segundo os autores, esse

mínimo aumento da altura facial é uma alteração reversível, de curto prazo e

é efeito direto da extrusão dos molares superiores decíduos de ancoragem.

Cozzani et al., em 2003 e 2007, em seu estudo a fim de avaliar o

comportamento dos primeiros molares superiores após ERM, utilizaram o

aparelho expansor tipo Haas ancorado apenas em dentes decíduos na

dentadura mista. Os autores observaram aumento da distância inter-molares

e correção efetiva e estável da mordida cruzada posterior, quando presente,

na região do 16 e 26, apesar de nos dois trabalhos esses dentes terem

ficado livres durante a expansão. Os autores acreditam então que os dentes

permanentes seguiram o movimento ortopédico do osso basal enquanto que

os dentes decíduos foram afetados por forças ortodônticas e ortopédicas.

Eles atribuem a esse fato a ausência de recidiva dos molares permanentes,

na fase pós-contenção, nos casos que inicialmente apresentavam mordida

cruzada posterior. Nos dois artigos, os autores comentam que a ERM

ancorada exclusivamente em dentes decíduos, resulta em correção da

dimensão transversal dos molares superiores permanentes, mesmo quando

eles estão cruzados e estes, por não terem sofrido forças diretas, não se

submetem aos efeitos indesejáveis da expansão, como calcificações

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pulpares, reabsorções radiculares e problemas periodontais. Em 2007, os

autores acrescentaram ainda que a ocorrência de recessão gengival após a

ERM é proporcional à inclinação vestibular dos dentes de ancoragem e

assim presumiram que não houve aumento do risco de recessão gengival

dos primeiros molares superiores nestes pacientes. Os trabalhos em

questão estimulam assim a investigação das possíveis conseqüências

periodontais na tábua óssea e na crista óssea vestibular em dentes decíduos

causadas pela ERM realizada na dentadura mista e se esses efeitos

existem, fica o questionamento: qual o grau deste dano? Cozzani et al.

(2007) finalizam o artigo escrevendo que seria interessante avaliar as

alterações dentárias e periodontais dos dentes inferiores em um estudo

futuro. Todavia, torna-se mais propícia a busca desta resposta para os

elementos do arco dentário superior que, por sua vez, suportam as forças

pesadas produzidas pelos dispositivos para expansão rápida da maxila.

Sari et al. (2003) em mais um estudo sobre os efeitos dento-

esqueléticos da ERM, se propuseram a compará-los em amostra na

dentadura mista e na dentadura permanente. O aparelho expansor utilizado

foi colado sem a presença de bandas Os resultados finais deste trabalho

sugerem que os efeitos ortopédicos da ERM na dentadura mista não são tão

grandes quanto esperavam os autores, pois houve uma considerável

inclinação dos molares superiores, nesta fase. Já o ângulo ANB aumentou

mais na dentadura permanente, ou seja, na dentadura permanente houve

maior giro da mandíbula para trás. Eles observaram um maior aumento nas

distâncias inter-caninos e inter-molares na dentadura permanente,

provavelmente porque foi necessária uma expansão maior no grupo na

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dentadura permanente que no grupo da dentadura mista. Este resultado

discordante de Sari et al (2003) pode ter relação com a utilização de

modelos de gesso e telerradiografias frontais e de perfil como método de

estudo, meios de diagnóstico não comparáveis à TC; com o protótipo do

aparelho expansor (sem presença de bandas) ou devido a média de idade

da amostra de 9,2 anos que pode estar ligada a um maior grau de esfoliação

de dentes decíduos e conseqüente redução da ancoragem. Ao contrário,

Handelman et al., em 2000, estudando a ERM em adultos a partir dos 18

anos e em crianças, na dentadura mista, que foram também submetidas à

ERM, observaram uma inclinação dos molares no sentido vestibular cerca

de 3 graus em cada lado no grupo dos adultos, já no grupo das crianças não

foi verificada mudança na inclinação dos molares. Outra tendência

discordante no estudo de Sari et al. (2003) foi observada quando da

comparação de recidiva entre os dois grupos. O grupo de dentadura mista

mostrou maior redução nas distâncias inter-caninos e inter-molares na fase

de contenção do que o grupo de dentadura permanente, indicando que a

expansão em estágios precoces do desenvolvimento oclusal não é mais

estável. Estes resultados podem estar relacionados a um maior tempo de

contenção na dentadura mista, o que favorece o potencial de recidiva.

Outros autores, porém, que estudaram a ERM durante as fases

precoces de desenvolvimento oclusal (BACETTI et al., 2001; COZZANI et

al., 2003, 2007; GERAN et al., 2006) consideram este procedimento efetivo

e estável para a correção de deficiências transversais do arco dentário

superior.

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Geran et al. (2006) em avaliação longitudinal de amostra de pacientes

tratados com ERM (expansor de Mc Namara), na dentadura mista e que

passaram por Ortodontia corretiva na dentadura permanente observaram um

aumento de aproximadamente 4 mm no arco superior e 2,5 mm no arco

inferior (sem nenhum dispositivo inferior específico para expansão), em

relação ao grupo controle. Comparando seus resultados com o de outros

autores que avaliaram a ERM na dentadura permanente (MOUSSA;

O'REILLY; CLOSE, 1995; MCNAMARA, 2000) concluíram que a ERM

realizada durante os estágios precoces tem resultados mais esqueléticos e

mais estáveis em longo prazo. No entanto, os autores alertam que a

expansão na dentadura mista requer um período significativamente maior de

monitoramento para manutenção do ganho de espaço durante a esfoliação

dos dentes decíduos posteriores.

As conseqüências periodontais da expansão rápida da maxila na

dentadura permanente enaltecem a intervenção precoce (GARIB et al.,

2006). Porém, o único estudo existente na literatura que se propôs a

determinar, através de um protocolo de tomografia computadorizada, além

dos efeitos dentários, a repercussão periodontal da expansão rápida da

maxila nessa fase se limitou à avaliação da espessura da tábua óssea

vestibular e palatina apenas dos primeiros molares superiores permanentes

(BALLANTI et al., 2009). As tomografias foram realizadas antes da ERM (T0)

ao final da fase ativa de expansão (T1) e após 6 meses de contenção (T2).

Na avaliação das mudanças T0-T1, as medidas periodontais foram

estatisticamente significantes no aspecto vestibular dos dentes bandados

com uma redução na espessura do osso alveolar das raízes mesial (-0,5

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mm) e distal (-0,4 mm) do primeiro molar direito e raiz mesial do primeiro

molar esquerdo (-0,3 mm). Na avaliação das mudanças totais (TO-T2), a

espessura da tábua óssea lingual de ambos os primeiros molares foi

significativamente aumentada (0,6 mm).

O presente trabalho, realizado em amostra de tomografias

computadorizadas de pacientes na dentadura mista permitiu o estudo do

comportamento das tábuas ósseas vestibular e palatina dos primeiros

molares superiores permanentes, germes dos caninos permanentes,

primeiros pré-molares, segundos pré-molares e dos elementos decíduos 53,

63, 55 e 65, além das alterações ao nível da crista óssea dos dentes

decíduos 53, 63, 54, 64, 55, 65 e primeiros molares superiores permanentes

em maxilas submetidas à expansão rápida da maxila.

Uma tendência geral de perda óssea foi observada, porém os valores

foram insignificantes estatisticamente, variando de 0,01 mm de redução da

espessura da tábua óssea vestibular entre as fases pré e pós expansão para

a região dos germes dos caninos permanentes (13V/23V); 0,05 mm para a

região dos germes dos segundos pré-molares (15V/25V); 0,09 mm para a

região da raiz mesial dos primeiro molares decíduos (55MV/65MV); 0,17 mm

para a região dos caninos decíduos (53V/63V); e 0,31 mm para a região da

raiz mesial dos primeiros molares permanentes (16MV/26MV). O

adelgaçamento da tábua óssea vestibular mostrou significância estatística

somente para a região da raiz distal dos primeiros molares decíduos

(55DV/65DV), dentes que receberam banda. Porém esta redução de menos

de 1/3 de mm (0,3 mm) não representa importância clínica.

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Nota-se neste contexto uma preservação maior da tábua óssea dos

germes dos dentes permanentes do que dos elementos decíduos, os quais

participam na ancoragem do aparelho expansor. Inclusive, na região dos

germes dos primeiros pré molares, uma exceção na tendência de redução

na espessura da tábua óssea ocorreu - houve um ganho de 0,18 mm,

medida estatisticamente significante, porém sem significado clínico.

A quantidade de perda óssea dos primeiros molares permanentes

superiores no presente estudo foi menor do que os resultados de Ballanti et

al. (2009).

Em relação à avaliação das mudanças totais na espessura da tábua

óssea lingual dos primeiros molares, diferentemente de Ballanti et al (2009)

que encontrou um aumento significante (0,6 mm), no presente trabalho não

houve diferença estatisticamente significante nesta espessura para nenhuma

região avaliada e, além disso, não houve uma padronização na tendência de

aumento ou redução da espessura da tábua óssea lingual, pois das seis

regiões avaliadas três apresentam redução em espessura da tábua óssea

lingual (germes dos caninos permanentes: 13L/23L, germes dos primeiros

pre molares: 14L/24L e raiz palatina dos primeiros molares decíduos:

55PL/65PL) e outras três apresentaram aumento (germes dos segundos pre

molares: 15L/25L, raiz palatina dos primeiros molares:16PL/26PL e caninos

decíduos 53L/63L). Vale ressaltar que todos os valores foram

estatisticamente insignificantes.

A variação do “n” para as três variáveis (espessura das tabuas ósseas

vestibular e palatina e nível da crista óssea alveolar) representa a exclusão

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das imagens em que a região a ser avaliada não se mostrou devidamente

nítida para as mensurações.

Quanto à medida do nível da crista óssea, não houve alteração

estatisticamente significante entre as fases pré e pós expansão; os valores

de “p” foram maiores que 0,05 para todas as regiões avaliadas, ou seja, a

expansão na dentadura mista não trouxe alterações ou redução do nível da

crista óssea alveolar vestibular. Assim como os resultados para a espessura

da tabua óssea lingual, não houve uma padronização na tendência de

aumento ou redução do nível da crista óssea alveolar vestibular. Desta

forma, não foram constatadas deiscências ósseas vestibulares resultantes

da exposição da superfície radicular pela migração apical da crista marginal

nas regiões dos elementos dentários. Nenhum outro achado prévio está

disponível na literatura em relação às alterações do nível da crista óssea,

para efeito de comparação com o presente trabalho, já que o único estudo

existente na literatura (Ballanti et al, 2009) que se propôs a determinar,

através de tomografia computadorizada, a repercussão periodontal da

expansão rápida da maxila se limitou à avaliação da espessura da tábua

óssea vestibular e palatina e avaliou somente os primeiros molares

superiores permanentes.

Ballanti et. al. (2009) compararam seus resultados com os resultados

para a dentadura permanente de Garib et al. (2006) e relataram que a

quantidade total de perda óssea na região vestibular dos dentes de

ancoragem foi menor do que a perda óssea observada por Garib et al., em

2006. Eles atribuem essa perda óssea maior a um menor período de

contenção da amostra de Garib et al. (3 meses) e supõem que um período

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de contenção maior que 3 meses (no caso da amostra deles o período foi de

6 meses) deve ter sido adequado para promover a reparação das tábuas

ósseas vestibular e palatina, já Rungcharassaeng et al. (2007) não

encontraram relação do tempo de contenção com reparação óssea. Ballanti

et al. (2009) finalizam seu trabalho concluindo então que, ao final da fase

ativa de expansão, a espessura da tábua óssea vestibular dos dentes de

ancoragem mostraram uma significante diminuição e após um período de

contenção de 6 meses, o restabelecimento das tábua ósseas vestibular e

palatina foi observado. Outra explicação seria as diferentes idades dentárias

das amostras de cada trabalho. O estudo de Garib et al. (2006) foi realizado

em pacientes exclusivamente na dentadura permanente com idades

cronológicas de 11 a 14 anos de idade e idades médias de 12,4 anos (grupo

com aparelho de Haas) e 12,6 anos (grupo com aparelho de Hyrax). Já

Ballanti avaliou pacientes na dentadura mista com idade média de 11,2 anos

e o presente trabalho foi realizado em pacientes no primeiro período

transitório e período inter-transitório da dentadura mista com idade média

total da amostra de 8,6 anos. Assim, na dentadura mista mais precoce, o

menor efeito ortodôntico é mais favorável em termos periodontais. Acredita-

se que o tempo de contenção pode até ter tido alguma influência, porém

certamente não foi o principal responsável pelas diferenças. A correção das

atresias maxilares com ERM, ainda na dentadura mista, além de redundar

em maior efeito ortopédico transfere a ancoragem para os molares e caninos

decíduos e a futura irrupção dos sucessores permanentes se fará

acompanhada por um osso alveolar íntegro. Sugere-se para outros trabalhos

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o estudo dos efeitos periodontais na fase pós-contenção (após 6 meses do

término da ativação do parafuso expansor).

No presente estudo, não houve diferença na espessura de ambas as

tábuas ósseas e nem no nível da crista óssea, entre as fases pré e pós

expansão, assim essa condição de saúde periodontal deve se manter, numa

fase pós-contenção, em longo prazo, sob condições normais, ou seja, sem

interferência de fatores adversos como por exemplo presença de placa

bacteriana e cálculo gengival, ou escovação traumática. A prevenção destas

intercorrências deve ser a base das orientações que o paciente deveria

receber já nas primeiras visitas ao cirurgião dentista.

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7 CONCLUSÃO

• A espessura das tábuas ósseas vestibular e palatina não sofreu redução

após a fase de expansão, ou seja, a expansão rápida da maxila

realizada na dentadura mista não produz efeitos indesejáveis ao tecido

ósseo;

• A expansão rápida da maxila na dentadura mista não trouxe alterações

ou redução do nível da crista óssea alveolar vestibular dos elementos

dentários de suporte. Não foram constatadas deiscências ósseas

vestibulares nestas regiões;

• Não houve alterações na espessura da tábua óssea vestibular e palatina

dos germes dos dentes permanentes, ou seja, a expansão rápida da

maxila na dentadura mista não provoca deslocamento dos germes

dentários.

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REFERÊNCIAS1

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Anexo A – Protocolo da Comissão de Ética em Pesquisa