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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR Por Hélia Maria Levy Orientador Profª. Mary Sue Pereira Niterói Janeiro de 2012

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2012-01-17 · 9 Neste sentido, o diretor da escola tem como funções básicas organizar e administrar, numa perspectiva

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO

ESCOLAR

Por Hélia Maria Levy

Orientador

Profª. Mary Sue Pereira

Niterói

Janeiro de 2012

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Projeto apresentado à Disciplina de Metodologia da

Pesquisa e Monografia do Curso de Administração e

Supervisão Escolar da Universidade Cândido Mendes- A

Vez do Mestre, como parte dos requisitos para conclusão

do curso.

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AGRADECIMENTO

A DEUS que esteve a cada dia, em todas as horas presente em minha

vida, concedendo-me através das orações, forças para prosseguir em meu

caminho, com fé e perseverança, na realização de mais essa etapa que

considero vitoriosa.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus sobrinhos Thaís e Victor Matheus para

mostrá-los a importância da instrução e do saber, pois estas são as únicas

heranças que não acabam, só se multiplicam.

A minha gratidão as minhas tias Sebastiana e Maria Nilce, a minha

irmã Ana e a minha mãe Dorzina pelo amor, carinho e incentivo dedicados

durante este curso.

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RESUMO

Este estudo pretende trazer suporte teórico para uma reflexão e melhor

compreensão sobre a expressão gestão escolar em substituição à

administração escolar, fazendo uma abordagem sobre as conquistas teóricas

da administração de empresas capitalistas, que pudessem ser adotadas na

educação como consistente contribuição ao incremento da produtividade da

escola. Esse novo enfoque de gestão não é apenas uma questão semântica,

ele representa uma mudança radical de postura, um novo modelo de

organização baseado na participação.

Este novo paradigma da administração escolar traz, junto com a

autonomia, a idéia e a recomendação de gestão com responsabilidades

compartilhadas pelas comunidades interna e externa da escola.

Partindo deste princípio surge a figura do gestor escolar, como sendo o

indivíduo que irá articular todo o processo educacional em busca de uma

educação de qualidade.

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METODOLOGIA

O tema “Gestão Democrática na Administração Escolar” , foi escolhido

por estar ligado ao curso de Administração e Supervisão Escolar.

A metodologia utilizada neste trabalho foram pesquisas realizadas

através de leituras de livros, revistas, referências bibliográficas e buscas

realizadas na internet de fontes que me auxiliassem na construção do trabalho.

Outra base para a realização dessa pesquisa foi a observação do ambiente de

atuação profissional, que é a escola.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA

DEMOCRÁTICA

10

CAPÍTULO II - A GESTÃO DEMOCRÁTICA 20

CAPÍTULO III - OS AGENTES DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E SEUS

PAPÉIS

30

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 42

ÍNDICE

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INTRODUÇÃO

Ao explanar esta Monografia, procurarei demonstrar o processo de

democratização das relações administrativas no interior da escola e sua

articulação com a comunidade.

Mostrarei como este processo é percebido pelos alunos, professores,

pais, funcionários, representantes da comunidade, diretora e diretoras-

adjuntas.

A percepção dos princípios democráticos na gestão educacional

consegue-se através da permanente busca da construção coletiva do processo

educacional em toda a sua amplitude.

A construção coletiva, pressuposto da democracia, que vem se criando

na escola, se dá com os avanços e retrocessos próprios de um processo e que

este aspecto está presente nas ações e reflexos cotidianos dos sujeitos

envolvidos.

A constatação advinda deste trabalho passa, também, pela percepção

que obtive da possibilidade que todos têm de participar na gestão da escola,

contribuindo assim, para a apropriação de autonomia e recursos.

O desenvolvimento de trabalho na área educacional exige do educador

os exercícios de ofícios, artes e artimanhas que, ao lado da fundamentação

científica necessária, permitem-lhe a adoção de práticas pedagógicas voltadas

para o transformar-se como pessoa e profissional. Entende-se que na

administração escolar esses exercícios são também essenciais.

No Brasil, a administração da educação não está dissociada dos

princípios administrativos, dada a sua característica de sociedade capitalista,

em que os interesses do capital estão sempre presentes nas metas e nos

objetivos das organizações que devem se adaptar ao modelo que lhe impõe

esse tipo de sociedade.

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Neste sentido, o diretor da escola tem como funções básicas organizar

e administrar, numa perspectiva de que na sociedade dominada pelo capital, as

regras capitalistas vigentes na estrutura econômica tendem a se propagar por

toda sociedade, perpassando as diversas instâncias do campo social.

Assim atribui-se então, a todo e qualquer problema uma dimensão

administrativa, isolando-o do todo social que é de onde provêm as suas

causas, vendo-o apenas como produto de fatores tais como: incompetência de

pessoas e grupos envolvidos, decisões incompatíveis com a solução, entre

outros.

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CAPÍTULO I

A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA

DEMOCRÁTICA

Estruturada pela sociedade capitalista, a organização escolar procura,

em última instância, manter as relações sociais de produção, refletindo as

divisões sociais existentes, com tendência a perpetuá-las e acentuá-las,

enfatizando, assim, a manutenção do poder da classe dominante. Sob a

influência da ideologia burguesa, realiza escolhas, estabelece critérios que não

auxiliam aos já desfavorecidos, excluindo de seus limites a bagagem

experimental da criança, especialmente da criança do povo, utilizando-se do

autoritarismo e das práticas centralizadoras.

A escola é parte integrante de contexto maior – a própria sociedade,

percebendo-a, assim, um espaço em que a sociedade produz os elementos da

sua própria contradição, onde as forças contraditórias, próprias do capitalismo,

se defrontam. Na medida em que a educação é dialética e assume formas de

regulação ou libertação, a escola é palco onde os grupos sociais lutam por

legitimidade e poder.

É um local de livre circulação de ideologias onde a classe dominante

espalha suas concepções, ao mesmo tempo que permite a ação dos

intelectuais orgânicos rumo ao desenvolvimento de práticas educacionais em

busca da democratização.

Como uma organização de finalidade educativa que deve

procurar a socialização do saber, da ciência, da técnica e das artes produzidas

socialmente, a escola deve estar comprometida politicamente e ser capaz de

interpretar as carências reveladas pela sociedade, direcionando essas

necessidades em função de princípios educativos capazes de responder às

demandas sociais.

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De acordo com a percepção dos órgãos oficiais ou na perspectiva dos

educadores, a questão da democratização de escola tem sido analisada sob

três aspectos, especialmente daqueles que fazem uma análise mais crítica do

processo educacional: democratização como ampliação do acesso à

instituição educacional; democratização dos processos pedagógicos e

democratização dos processos administrativos.

Os órgãos oficiais, que não são instituições abstratas, mas compostas

por diferentes setores, entre eles os educadores, entendem a democratização

do ensino como a facilidade de acesso à escola pelas camadas mais pobres da

população. Para tal, desenvolvem programas que têm como principal objetivo o

aumento do número de vagas, com a construção de salas de aula e escolas,

tentando garantir o seu discurso de universalização do ensino. No entanto, não

atentam para as condições mínimas necessárias para a efetivação desse

processo “democrático”, nem realizando na prática o seu discurso, nem

oferecendo salário digno aos professores, que têm que se desdobrar em vários

turnos, e nem condições de trabalho favoráveis ao ensino e à aprendizagem.

Os educadores encaram a democratização como o desenvolvimento de

processos pedagógicos que permitam a permanência do educando no sistema

escolar, através da ampliação de oportunidades educacionais, e de um

processo de aprendizagem contínuo, que possibilite, de fato, o acesso a outros

níveis de saber.

Outra via para a democratização do ensino, segundo os educadores,

passa pelas mudanças nos processos administrativos no âmbito do sistema

escolar, vislumbradas através da participação de professores e pais nas

decisões tomadas, eleições para cargos diretivos, assembléias e eliminação

das vias burocráticas, devendo a escola ser avaliada em sua totalidade, ou

seja, todos os elementos integrantes da organização devem ser foco de

análise: os profissionais da escola, os conteúdos e processos de ensino; as

condições dinâmicas e relações de trabalho; os recursos físicos e materiais

disponíveis, a articulação da escola com a comunidade.

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A avaliação da escola constitui um processo de busca de compreensão

da realidade, com a finalidade de oferecer subsídios para tomada de decisões

quanto do direcionamento das intervenções sejam elas de natureza

pedagógica, administrativa ou estrutural.

Ao compreender que o processo de democratização da escola passa

necessariamente pelo atendimento desses supracitados, optamos por analisar

a democratização dos processos no interior da escola e como esta pode se

organizar.

Julgamos necessário afirmar que, para nos apropriarmos dos

fundamentos que alicerçam a gestão democrática, havemos de buscar o

conhecimento das características evidenciadas pela administração escolar no

seu processo evolutivo.

Significados de Administração Escolar

Baseando-se na história, a teoria administrativa desenvolveu-se

através de três escolas: a clássica, a psicossocial e a contemporânea.

No início do século passado, no auge da consolidação da Revolução

Industrial, a escola clássica foi representada por meio de três movimentos: a

administração científica de Taylor, a administração geral de Fayol e a

administração burocrática proveniente de uma disfunção da racionalidade de

Weber. Esses movimentos têm mantido ainda seus princípios presentes nas

práticas administrativas.

Criador da administração científica, Frederick W. Taylor apontou

nitidamente as intenções do capital quando se preocupou com o controle e a

racionalização do trabalho.

Taylor estabeleceu o controle do trabalho como essencial para a

gerência, produzindo uma nova forma de organização em que havia a

necessidade de um trabalhador responsável pelo planejamento e controle das

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atividades: o administrador, cuja ação passou a garantir ao capitalista um poder

sobre os trabalhadores.

Outro teórico, Henry Fayol, apontou como segundo movimento da

escola clássica, os princípios da divisão do trabalho, autoridade, disciplina,

unidade de comando, unidade de direção, subordinação de interesses

individuais aos interesses gerais, remuneração, centralização, hierarquia,

ordem,equidade, estabilidade no quadro de pessoal, iniciativa, espírito de

solidariedade e lealdade constituindo um dos modelos da estrutura capitalista

como bases para a teoria da administração.

A perspectiva de Fayol, no dizer de Maria de Fátima Costa Félix, é

perfeita para que

“a integração entre o saber técnico e a forma de

organização do processo produtivo permita a combinação,

no interior da empresa capitalista, do processo de

desvalorização do trabalhador, da automatização dos

produtos com a subordinação de seu produtor”.

(1986,p.43).

Surge no terceiro movimento da escola clássica da administração a

chamada administração burocrática, como uma disfunção do princípio de

racionalização elaborada por Max Weber “Estrutura burocrática pressupõe o

surgimento paralelo da concentração dos meios materiais nas mãos dos

chefes. Isso se dá nas empresas capitalistas privadas que apresentam essa

característica”.( 1974,p.48 ).

A organização do trabalho e do capital na estrutura burocrática

reforçava a separação entre planejamento e execução, trabalho manual e

intelectual, intensificando a dominação do capital sobre o trabalho, dada a sua

extensão a todos os níveis da atividade humana.

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O critério administrativo desta “escola” é a eficiência, que significa a

capacidade real de produzir o máximo com o mínimo de recursos, energia e

tempo, ou seja, a produtividade.

Em contraposição ao critério da eficiência econômica trazida pela

escola clássica de administração, surgiu a escola psicossocial, baseada no

movimento das relações humanas de Mayo, Roethliesberger e Dickson e no

comportamento administrativo de Barnard e Simon.

Barnard concebia o administrador como o agente integrador que

procura obter melhores resultados na produção institucional, através da

eficiência. Simon vê a organização como um sistema de decisões em cujo

centro encontra-se o homem administrador como decisório, em contraponto ao

homem econômico da escola clássica. Assim sendo, a administração tem a

função de regular o processo de decisões à luz dos critérios de eficiência e

eficácia.

Essa “escola” avança um pouco quanto ao que propõem Taylor e

Fayol. No entanto, continua insistindo na ordem, no equilíbrio, na harmonia, na

integração, enfim, no consenso em função dos objetivos organizacionais da

sociedade.

Definido pelos teóricos da escola contemporânea, o critério da

efetividade consiste na mensuração da capacidade de produzir a solução ou

resposta desejada, o que supõe um compromisso real e verdadeiro com os

objetivos sociais e as demandas políticas da comunidade.

A efetividade, tentando superar as limitações da eficiência associada à

produtividade interna das organizações e da eficácia comprometida com a

consecução dos objetivos educacionais, “se refere a objetivos mais amplos de

equidade e desenvolvimento econômico social” ( Motta, 1972,p.42 ).

A efetividade, como critério de desempenho que mede a capacidade de

encontrar a solução ou resposta desejada pelos participantes da comunidade,

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tem como preocupação fundamental a promoção do desenvolvimento

socioeconômico e a melhoria das condições de vida humana.

Na educação, ao se aplicar o conceito da efetividade à administração,

tem-se como perspectiva a consecução de objetivos sociais mais amplos ao

sistema educacional, que supera sua pretensa neutralidade científica,

enfatizada pelos critérios de desempenho político da administração da

educação, revelando a capacidade de responder e atuar de forma real em

função do atendimento às demandas externas de natureza política do sistema

educacional. Desse modo, a efetividade se sobrepõe à eficiência devido à sua

abrangência que alcança movimentos sociais mais amplos, indo além de suas

metas internas.

A Administração Educacional no Brasil

A propensão de adotar os projetos da administração de empresas para

a educação, no Brasil, fica clara quando José Querino Ribeiro, um dos

primeiros teóricos da administração escolar brasileira afirma que:

“a) Administração escolar é uma das aplicações

da Administração Geral; ambas tem aspectos, tipos,

processos, meios e objetivos semelhantes. b) a

Administração Escolar deve levar em consideração os

estudos que se fazem nos outros campos da

Administração e, por sua vez, pode oferecer contribuições

próprias utilizáveis pelos demais.( 1986,p.95 ).

Observam-se, aqui, dois aspectos simultâneos no processo

administrativo: de um lado, os teóricos de administração de empresas

estimulados em compor uma teoria que, difundida de maneira geral, seja

aplicável na administração de quaisquer organizações e, por outro lado, os

teóricos da administração escolar tentando tornar válidas suas propostas

teóricas em bases científicas, a partir das teorias da administração de

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empresas e assim assegurar os mesmos padrões de eficiência e

racionalização alcançados pelas empresas.

As conjeturas básicas que estão apoiando as posições assumidas

pelos teóricos de administração de empresas e escolar são dois:

1- Mesmo com objetivos diferentes, as organizações são análogas e,

portanto, suas estruturas são parecidas e, como tais, os princípios

administrativos podem ser os mesmos, desde que sejam feitas as devidas

modificações para o alcance de suas metas- “generalidade”.

2- A organização escolar e o sistema escolar como um todo precisam

escolher métodos e técnicas da administração que garantam a sua eficiência

e atendam aos objetivos estabelecidos pela sociedade – “racionalidade”.

É preciso entender que a semelhança das organizações é resultado da

relação que há entre a estrutura econômica da sociedade capitalista e a sua

superestrutura jurídico-político-cultural; a generalidade das teorias da

administração de empresas não é resultado do desenvolvimento dos seus

estudos capaz de determinar a elaboração de uma teoria que englobe toda a

realidade prática administrativa da organização, qualquer que seja a sua

natureza.

Ao lado do conceito da generalidade, divulgada pelos teóricos da

administração de empresas respeitados pelos teóricos da administração

escolar, está outro propósito que conta com os mesmos privilégios:” a

racionalidade técnica” diretamente ligada à racionalidade econômica que

significa a combinação de meios eficazes para obter resultados previstos e

desejados e que é entendida pelos técnicos em administração como a

adequação entre os meios e os fins.

A utilização desse propósito está articulada às determinações

socioeconômicas, e, portanto, usada como elemento de manutenção do modo

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de produção capitalista, porque é um instrumento de expansão do

capitalismo.

As análises da maioria dos especialistas em educação apontam a

evidência de que a relação entre a administração de empresas e a

administração escolar é o resultado de uma situação historicamente

determinada pelo modo de produção capitalista. O Estado capitalista,

entendido a partir dos pressupostos teóricos de Gramsci, estende sua

organização técnico-burocrática para as instituições sociais, dentre elas as

educacionais, como forma de “adequar a educação ao projeto de

desenvolvimento econômico do país, descaracterizando-a como atividade

humana específica” (1985, p. 188). Como também aponta Souza (2003), as

mudanças na administração pública seguiram sempre um mesmo propósito:

“dar respostas às demandas de um Estado que perseguia, e continua

perseguindo, uma melhor inserção na economia nacional e na economia

global” (p. 03).

Neste sentido, Félix reafirma o caráter predominantemente político da

administração escolar, na medida em que é instrumento de controle do

processo educativo, tendo em vista os interesses capitalistas, e não mero

conjunto de técnicas necessárias ao “bom andamento” da educação escolar.

“Assim, a principal função da Administração

Escolar é, tornando o sistema escolar cada vez mais uma

estrutura burocrática, permitir ao Estado um controle

maior sobre a educação, para adequá-la ao projeto de

desenvolvimento econômico do país, descaracterizando-a

como atividade humana específica, submetendo-a a uma

avaliação cujo critério é a produtividade, no sentido que

lhe atribui a sociedade capitalista.” ( Félix,1986,p.176 )

Outra forma de considerar a administração escolar aparece sob a

perspectiva sistêmica, em que as questões internas do aperfeiçoamento da

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estrutura do sistema escolar estão voltadas para o alcance do equilíbrio interno

e externo, determinando assim a sua eficiência pelo alcance dos objetivos

definidos pela sociedade, o que demonstra ter a escola cumprido a sua

função social.

Como um sistema social aberto, a identificação da escola classificada

de acordo com a sua função na sociedade e a adoção de nomenclatura da

informática, representada pelos termos input ( entrada ), outpud ( saída),

processo, produto, feed-back ( realimentação ), resulta na afirmação da

racionalidade, na medida em que favorece a centralização das decisões no

intuito de torná-las técnicas, a partir da lógica da razão científica, em que a

interferência do subjetivismo e, portanto, dos valores não é permitida,

ocultando o caráter seletivo do modelo e a não neutralidade como pretende.

Para uma análise da realidade educacional, a abordagem sistêmica

parece insuficiente, visto que a articulação entre o sistema escolar e o “

sistema social” não se dá de forma direta, uma vez que as expectativas sociais

são criadas pelo modo de produção capitalista e mediadas pelas instituições

jurídico -políticas e culturais e definidas a partir da inserção da organização

escolar em seu contexto social, político e econômico, portanto, nas suas

relações com a totalidade.

Na abordagem sistêmica encontra-se subentendido a idéia da

manutenção do status quo, quando ratifica os imperativos funcionais de

Parsons: adaptação, consecução de objetivos, integração, manutenção

estrutural e ainda quando indica uma integração entre os subsistemas que

compõem o sistema maior. Entretanto, esta concepção costuma ser

apresentada como característica predominante dos sistemas com flexibilidade,

dinamicidade e tendência para a inovação. Constata-se aí uma contradição: as

relações entre estrutura e superestruturas, por se fundarem no antagonismo

das classes sociais, não são relações mecânicas, mas de produção, o que não

se coaduna com a característica de manutenção do equilíbrio externo.

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Outro aspecto sempre presente na administração escolar brasileira é a

abordagem burocrática, fundamentada no saber técnico e na especialização

que garantiriam maior racionalidade e consequentemente realizariam maior

controle.

A concepção educacional como processo de “socialização”,

envolvendo a produção e a reprodução das relações sociais, tendo em vista

apenas o ajustamento e a conversão, admite a lógica da empresa capitalista: a

autonomia, a neutralidade, a parcialidade.

Mas, ao aceitar a possibilidade de transformação ante as contradições

do processo educativo, surge a politização da ação administrativa, resultante

da sua imersão na totalidade; e a democratização do saber, negando a divisão

entre teóricos e executores, passa a aceitar a formação do educador político

pronto para assumir sua função política. A rejeição à dicotomia fará educadores

conscientes de que não há verdade geral, mas verdades históricas,

socialmente construídas, parciais e provisórias.

A reconceitualização da teoria como um conjunto de proposições

resultantes do confronto do sujeito com o objeto numa dada situação

reconhece a teoria como parcial, dinâmica, histórica, sem proprietários

monopolizadores, mas elaborada por todos os que participam da ação,

considerando o administrador como um educador que se preocupa com a

organização do trabalho escolar, como um coordenador de homens

independentes, capazes de decidir juntos sua ação.

Não se limita a só esboçar planos e projetos, mas prevê condições de

sua realização, implicando opções, decisões, críticas contínuas que levantam

sérios problemas éticos. A administração não é apenas uma ciência, mas uma

reflexão sobre a ética desta ação.

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CAPÍTULO II

A GESTÃO DEMOCRÁTICA

O tema da gestão democrática da escola encontra suporte na própria

Constituição Brasileira, promulgada em 1988, que institui a "democracia

participativa" e cria instrumentos que possibilitam ao povo exercer o poder

"diretamente" (Art. 1). No que se refere à educação, a Constituição de 1988

estabelece como princípios básicos: o "pluralismo de idéias e de concepções

pedagógicas" e a "gestão democrática do ensino público" (Art. 206). Esses

princípios podem ser considerados como fundamentos constitucionais da

autonomia da escola e da gestão democrática.

Compreender a idéia de gestão é de extrema importância, pois, as

ações e procedimentos que dela transcorre, estão diretamente relacionados

aos compromissos e responsabilidades da instituição de ensino e de seus

profissionais, sempre em favor do desenvolvimento de uma prática pedagógica

que resulte na formação integral dos educandos, tornando-os aptos a enfrentar

os desafios da sociedade em que se vive.

O êxito de uma gestão está, entre outros fatores, em se perceber

alguns princípios que são determinadores no desenvolvimento e

gerenciamento dos processos típicos da escola. É preciso ter muito claro que

essa é uma função característica de um líder, desenvolvida na coletividade, na

condução de um grupo. Daí a importância de que as propostas e ações

realizadas sejam estimulantes, provocadoras e com compromisso social,

proporcionando confiança e segurança e, essencialmente, despertando o apoio

e participação de todos. Caracteriza-se aí a gestão democrática.

Para se realizar a gestão democrática na instituição escolar é

necessário que todos compreendam sua responsabilidade nesse processo.

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Tem-se como resultado a efetivação de práticas que favorecem o

desenvolvimento da cidadania e o exercício da democracia.

Apenas pela simples afirmação de valores, uma sociedade não é

democrática, mas, também, pela construção e prática cotidiana dos mesmos,

ou seja, pelos processos que os instauram e reafirmam.Segundo dados da

UNESCO ( 2000 ), “a construção da democracia muito decorre do trabalho

educativo realizado pela escola”. Ao longo do tempo, filósofos, cientistas,

políticos e educadores manifestaram-se a respeito dessa ideia, manifestando

opiniões a respeito do papel da educação para a democracia. Atualmente, essa

conscientização aumentou e espalhou-se entre os diversos setores da

sociedade que passaram a reconhecer o papel fundamental da educação para

o desenvolvimento econômico do país, para a promoção da paz, para o

respeito aos direitos humanos e, principalmente para a construção de uma

sociedade mais justa e democrática.

A gestão democrática do ensino, enquanto princípio constitucional,

traduz a participação ativa e cidadã da comunidade escolar e local na

condução da escola, pois, no contexto escolar, a gestão é um ato político que

implica na tomada de decisões que não podem ser individuais, mas coletivas.

Entretanto, para a gestão democrática se concretizar é essencial o

desenvolvimento de ações - pedagógicas e administrativas – pautadas nos

princípios de autonomia e em processos de participação e de cooperação.

Autonomia, participação

O espírito democrático que deve impregnar a educação brasileira se

dará como consequência de muitas características diversas. Duas delas,

certamente das mais importantes são: a autonomia e a participação.

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A autonomia deverá ser um processo para democratizar a prática

pedagógica, permitindo a participação de toda comunidade escolar;

participação essa nos âmbitos pedagógico, administrativo e financeiro, de

caráter consultivo, deliberativo e normativo. Prática esta que, ao dinamizar os

diversos segmentos que compõem a comunidade escolar, num projeto

totalizador e solidário, possa contribuir com o seu papel de força auxiliar na

transformação histórica da escola e da sociedade. Já a participação consiste

nos vários grupos que fazem parte dos sistemas de ensino, como dirigentes,

professores, funcionários, alunos, familiares dos alunos e membros da

comunidade, e que efetivamente tomem parte nas decisões da escola.

Torna-se oportuno evocar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, que propaga em vários artigos,

a gestão democrática do ensino. A participação e a democratização num

sistema público de ensino é a forma mais prática de formação para a

cidadania. A educação para a cidadania dá-se na participação no processo de

tomada de decisão. A criação dos Conselhos de Escola, dos Conselhos de

Classe, representam uma parte desse processo. Mas eles fracassam se forem

instituídos como uma medida isolada e burocrática. Eles só são eficazes num

conjunto de medidas políticas que visem à participação e à democratização das

decisões.

Essa participação supõe:

1º) Autonomia dos movimentos sociais e de suas organizações em

relação à administração pública. Não se trata de cooptar lideranças ou adotar

atitudes paternalistas com os movimentos. Trata-se de fazer alianças, parcerias

com base na igualdade de condições, preservada a especificidade tanto do

Estado quanto da Sociedade civil.

2º) Abertura de canais de participação pela administração.É verdade,

nem sempre a administração está disposta a abrir mão de sua capacidade

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autônoma de decidir. Ela pode decidir tecnocraticamente. É mais fácil decidir

com base em laudos técnicos, mas isso oferece riscos, entre eles o de tomar

decisões totalmente equivocadas e sem a menor adequação à realidade. São

as famosas decisões de gabinete.

3º) Transparência administrativa, isto é, democratização das

informações. A população precisa efetivamente apropriar-se das informações

para poder participar e, para que essa participação aconteça, a população

precisa compreender o funcionamento da administração em particular, do

orçamento e as leis que regem a administração pública e limitam a ação

transformadora.

A proposta de criação dos ‘Conselhos de Escola”, como originária

no movimento sindical dos profissionais de educação, surge também na

legislação atual, como iniciativa dos órgãos oficiais.

O Conselho de Escola é um colegiado, de natureza deliberativa e

consultiva, constituído por representantes de pais, professores, alunos e

funcionários. Sua função é de atuar, articuladamente com o núcleo de direção,

no processo de gestão pedagógica, administrativa e financeira da escola.

Para que os Conselhos de Escola sejam implantados de maneira

eficaz, é necessário que a participação popular, dentro e fora da escola, se

constitua numa estratégia explícita da administração. E para a participação é

preciso oferecer todas as condições. Costuma-se convocar a população para

participar em horários inadequados, locais desconfortáveis, dificuldades de

acesso, etc, sem nenhum cuidado prévio. A população precisa sentir prazer

em exercer os seus direitos. Na nossa tradição política a participação,

comumente, se tornou instrumento de manipulação em tediosas e

intermináveis reuniões ou assembleias em que, muitas vezes, a única decisão

consiste em marcar uma próxima reunião.

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Contudo a participação deve se traduzir em resultados concretos, para

que o Conselho de Escola possa realmente construir a autonomia da escola,

deliberando sobre o currículo, o calendário escolar, a formação de classes,

períodos e horários, atividades culturais, enfim, sobre o governo da escola

como um todo.

Ao Conselho cabe apontar soluções dos problemas do conjunto de

interesses e vontades da escola, tais como aplicação dos recursos,

racionalização dos horários de trabalho, elaboração do Plano Escolar,

matrícula e funcionamento geral da escola. Quanto mais pessoas se

envolverem com os assuntos da escola, maior será a possibilidade de

fortalecimento do projeto autônomo de cada escola.

A escolha democrática dos membros do Conselho deve, enfim, atender

à especificidade de cada escola e de cada região, incorporando as práticas

mais adequadas à realidade local. Sistemas de educação mais complexos irão

exigir Colegiados de Conselhos de Escola para aperfeiçoar os canais de

comunicação entre a Administração e as escolas.

Outro espaço de participação direta no processo de gestão

democrática são os Conselhos de Classe. Que, de modo geral, na visão de

Elizangela Mercado ( 2010 )

“ se transformou num espaço de julgamento da vida

acadêmica dos alunos, um lugar na qual a avaliação

excludente domina e um ambiente de ascendência às

críticas improdutivas do sistema escolar.Esta prática do

Conselho de Classe tem revelado, ao longo dos anos, o

caráter excludente, seletista e onipotente da escola.”

Apesar de entendermos a dinâmica que envolve a participação dos

professores, coordenadores e gestores nos Conselhos de Classe quando se

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reúnem bimestralmente para fazer as avaliações, especificamente, dos seus

alunos em detrimento da avaliação do processo educacional do ensino

aprendizagem, cabe-nos enfatizar que o Conselho de Classe é, ainda, o

espaço de discussão que mantém um período de reuniões regulares e onde se

oportuniza o planejamento participativo, mesmo que seja por força da cobrança

do sistema. Sendo assim, ainda é o espaço ideal para uma avaliação

diagnóstica da ação pedagógica, feita por professores, alunos, pais, gestores e

demais membros da comunidade escolar. Desta forma, o levantamento de

notas, as dificuldades em uma determinada matéria e os comportamentos

inadequados são temas que devem ser refletidos nos Conselhos de Classe,

por serem determinantes no surgimento das dificuldades de aprendizagem.

O Conselho de Classe participativo torna-se então, o espaço de diálogo,

troca de experiências, repeito à diversidade e melhoria do processo ensino e

aprendizagem.

Autonomia, autogestão

Embora a palavra “autogestão” seja recente, sua idéia, segundo um

teórico iugoslavo, Edvard Kardelj apud Nascimento (2007):

“é tão antiga como a idéia do humanismo e,

particularmente, como o movimento operário

internacional, a história de sua luta de classes e a história

da prática socialista. A mesma é resultado de aspirações

permanentes do homem em pró da liberdade e da livre

criação, pelo domínio das leis objetivas da natureza e da

sociedade, por uma vida melhor” (NASCIMENTO, 2007,

p.30)

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Autogestão não se confunde com participação, pois participar significa

engajar-se numa atividade já existente com sua própria estrutura e finalidade. A

autogestão visa à transformação e não a participação.

Autonomia e autogestão não são conceitos neutros. Podem significar

muitas coisas e, por isso, podem confundir-se com muitas coisas. Há uma

visão progressista de autonomia e uma visão conservadora. A autonomia pode

ser usada, por exemplo, como álibi pelo Estado neo-liberal para não investir

em educação.

O princípio da autogestão consiste em colocar nas mãos dos alunos

tudo o que é possível, ou seja, os tipos de atividades e organização do trabalho

pedagógico. Não só os alunos podem trabalhar ou não, como também podem

decidir por si mesmo suas relações “aqui e agora”, suas atividades comuns, a

organização de seu trabalho e os objetivos que pretendem perseguir.

No campo da educação, sobretudo na Europa e em particular na França,

o tema da autonomia pedagógica foi associado ao tema da autogestão social a

partir dos anos 60. Autonomia significativa, acima de tudo, ruptura com

esquemas centralizadores. Opunha-se a autonomia operária à burocracia

estatal-partidária conservadora. Era uma forma de repensar a prática social,

um movimento essencialmente político, um movimento de rebeldia contra

doutrinas políticas mecanicistas, notadamente os modelos do denominado

“socialismo real” que pregavam uma “linha justa” contra outras linhas que

consideravam como desvios.

Foi Michel Lobrot que, no início dos anos 70, partindo da ideia de não-

diretividade de Rogers e da pedagogia do trabalho de Celestin Freinet,

assenta as bases de uma “pedagogia institucional” que torna a autogestão

pedagógica como alavanca da autogestão social.

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A pedagogia autogestionária procura fazer na escola o que a autogestão

faz na empresa ou, pelo menos, procura formar um espaço de liberdade e de

autonomia para que a escola, a partir da autogestão, possa representar uma

contribuição significativa na transformação das relações sociais na mesma

direção.

Desde então, o conceito de autogestão tornou-se bastante amplo,

podendo englobar experiências contraditórias. Fala-se indistintamente de

autogestão como de autonomia, de liberdade, de autoformação, autogoverno,

etc.

Entretanto, no campo pedagógico a autogestão é um tema inseparável

de uma certa compreensão da sociedade. É assim que aparece tanto nas

pedagogias libertárias quanto nas pedagogias ativas, embora nas pedagogias

libertárias, sobretudo a partir de Lobrot, fala-se mais em autogestão, e nas

pedagogias ativas, trata-se mais de ensinar a criança a ser autônoma. Para

Maria Montessori “a verdadeira educação deveria consistir em tornar a criança

livre e não a sociedade.” Por isso pode-se estabelecer uma grande diferença

entre a autogestão entendida com a individualização da aprendizagem de

Rogers e a autogestão como embrião da autogestão social de Lobrot.

A pedagogia institucional propõe a autogestão como uma forma de

funcionamento da instituição escolar para quebrar a relação de dependência

psicológica adulto- criança gerada pela família, que a escola tradicional

reforça nas relações autoritárias, verticais, entre professores e alunos.

“Sem uma autogestão pelo menos

em nascimento, sem uma responsabilização dos alunos

por si próprios, sem uma destruição, pelo menos parcial,

da burocracia pedagógica não se pode esperar nenhuma

formação verdadeira, portanto, nenhuma mudança de

mentalidade dos indivíduos. Vê-se imediatamente qual é a

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repercussão no plano social. A sociedade afunda-se em

problemas e conflitos insolúveis.” ( LOBROT,1973,p.526 )

Escola Democrática

A escola democrática é aquela que está aberta ao diálogo intenso com

toda comunidade escolar, sem distinção; procura moldar as formas instituídas

de organização da escola ao novo momento de democratização da sociedade

e da educação escolar e, principalmente, precisa criar novos meios de se

adaptar ao paradigma da participação. Em uma escola democrática não pode

faltar o comum acordo entre os diferentes membros da comunidade escolar,

através, justamente, da participação ativa na construção de propostas e

alternativas que fortaleçam a união em torno da gestão do ensino.

Apesar de todo o caminho percorrido e dos avanços no sistema

educacional, muitas escolas não acompanharam as transformações que a

sociedade vem experimentando. Assim, encontra- se ainda muitos resquício de

uma educação tradicional, que marginaliza e exclui um bom número de alunos

na aplicação de seus métodos arcaicos, na seleção de conteúdos

programáticos muitas vezes fragmentados e desvinculados da vida dos

educandos, sem despertar o interesse devido, na postura autoritária do

professor que ainda se julga ser detentor do conhecimento.

Entendemos que, mudar a escola não é fácil e rápido, embora seja

necessário e urgente. A sua transformação se dá em um campo de luta pelas

conquistas sociais que têm sido a longo prazo e limitadas para a maioria da

população brasileira.

Portanto cabe à escola tornar-se um dos agentes de mudança social e

constituir- se num espaço democrático, garantindo ao educando o direito de

usufruir da construção do seu conhecimento, oferecendo aos professores

educação continuada no sentido de se sentirem comprometidos com a

qualidade da educação, viabilizando uma gestão (direção, coordenação e

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supervisão) mais democrática e atuante, criando propostas alternativas para

uma possível superação de problemas escolares.

Para a escola superar estes desafios que sabemos que são muitos, em

nossa atual sociedade, uma sociedade fragmentada, globalizada, uma

sociedade em crise e carente de valores humanos, precisamos construir e

reconstruir diariamente uma escola que tenha claro o seu papel e precisamos

urgentemente pensar nos profissionais da educação, valorizando-os,

repensando suas práticas e as políticas públicas educacionais.

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CAPÍTULO III

OS AGENTES DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E SEUS

PAPÉIS

A escola sofre mudanças relacionando-se com os momentos históricos,

de acordo com Penin & Vieira (2002, In VIEIRA, 2002,pág. 13) “Sempre que a

sociedade defronta-se com mudanças significativas em suas bases sociais e

tecnológicas, novas atribuições são exigidas à escola”, assim o papel da escola

deve estar de acordo com os interesses da sociedade atual, no entanto é

necessário também adaptar-se a essas novas atribuições e envolver todos que

atuam na escola para que o resultado seja positivo. Sendo assim, a gestão da

escola precisa se interessar em reestruturar a escola, pois neste contexto de

mudança e transformação a escola e todos os seus profissionais precisam

cada vez mais investir em conhecimento e aplicá-lo para que a escola aumente

sua capacidade de criar e inovar, no entanto vale lembrar que qualquer

mudança gera medo, conflitos, resistência...

Para desenvolver as metas e as ações que garantam a superação dos

obstáculos nas escolas em relação à gestão democrática é fundamental a

“criação de condições e situações favoráveis ao seu bem-

estar emocional e a sua formação global em face às

necessidades atuais e essenciais que é, em linhas gerais,

o papel fundamental da escola e depende da atuação dos

elementos que ocupam as diversas posições. Nesse

sentido, a formação do administrador é muito importante

para o seu papel de líder, coordenador e gestor da política

da função social da escola.”Begot e Nascimento ( 2002)

Formação esta necessária para que o administrador possa conhecer,

analisar e controlar o que se passa dentro da escola e direcionar as inovações

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necessárias ao bom desempenho de suas funções, sem que se corra o risco

de se tomar posições e medidas unilaterais e exclusivas a alguns setores, em

desconsideração ou até em detrimento de outros setores e do conjunto, é

preciso examinar a escola por meio de uma concepção sistêmica.

“Por sua própria função, a escola

constitui-se em uma organização sistêmica aberta, isto é,

em um conjunto de elementos (pessoas, com diferentes

papéis, estrutura de relacionamento, ambiente físico,

etc.), que interagem e se influenciam mutuamente,

conjunto esse relacionado, na forma de troca de

influências, ao meio em que se insere.” (FREIRE, 1980)

Dessa forma, qualquer mudança em qualquer dos elementos da escola

produz mudança nos outros elementos, mudança essa que provoca novas

mudanças no elemento iniciador e assim sucessivamente.

Sabemos que, muitos são os desafios para a escola em nossa atual sociedade,

uma sociedade fragmentada, globalizada, uma sociedade em crise e carente

de valores humanos. Nesse sentido precisamos construir e reconstruir

diariamente uma escola que tenha claro o seu papel e precisamos

urgentemente pensar nos profissionais da educação, valorizando-os,

repensando suas práticas e as políticas públicas educacionais.

O papel do gestor na administração escolar democrática

No Brasil, a partir da década de 80, as mudanças na forma de gerir

escolas decorrentes das reformas educacionais têm sido objeto de grande

interesse por parte de educadores e pesquisadores. Torna-se cada vez mais

evidente o intuito governamental (em âmbito nacional e regional) de

“institucionalizar a democracia”, no sentido de melhorar a qualidade da

educação em todo o País.

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O papel do gestor em seu ambiente de trabalho passou a ser o de

proporcionar aos seus companheiros um ambiente harmonioso procurando

articular suas funções, que não são poucas, onde enfrenta vários desafios

para executar. E um dos primeiros desafios que um gestor enfrenta é conseguir

envolver toda a equipe da escola com os objetivos a serem alcançados.

Ao assumir esse papel o gestor deve, necessariamente buscar a

articulação dos diferentes setores em torno de uma educação de qualidade, o

que implica uma liderança democrática, capaz de interagir com todos os

segmentos da comunidade escolar. A liderança do gestor requer uma formação

pedagógica crítica e autônoma dos ideais neoliberais. Nesse sentido, o objetivo

é construir uma verdadeira educação com sensibilidade e também com

destrezas para que se possa obter o máximo de contribuição e participação

dos membros da comunidade.

A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da

escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo

de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além

disso, proporcionar um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da

estrutura organizacional e de sua dinâmica das relações da escola com a

comunidade, e favorecer uma aproximação maior entre professores, alunos e

pais.

Desta forma, percebemos também que para uma redimensão do perfil

do gestor ou administrador escolar são necessários que os objetivos

educacionais sejam colocados com clareza e sinceridade por parte deste

profissional. Pois um maior dinamismo na gestão da escola implica em

considerar as potencialidades de descentralização e maior autonomia dos

profissionais da educação.

O administrador escolar passa a ser um articulador do Projeto Político

Pedagógico da escola, numa atuação dinâmica e globalizante que não

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descuidaria do clássico em administração: planejar, organizar, coordenar, dirigir

e avaliar; mas numa atuação voltada para a realidade escolar criando

condições necessárias para que o processo de ensino-aprendizagem se torne

significativamente mais construtivo e participativo.

Ainda MACHADO et. al. (2000, p.150) enfatiza:

“Ao articular o projeto pedagógico da

escola, o administrador escolar, ou o diretor, que é a

forma que prefiro, criaria, a cada momento, as condições

de partilha do poder, que é o sentido mais puro da

participação, garantindo a possibilidade de surgimento de

um verdadeiro trabalho coletivo, em que o conhecimento

global da escola aumentaria as relações entre todos os

interessados no processo educativo, e que possibilitaria a

emergência de outros fatos essenciais: à transparência e

finalmente centraria na função do ensino.”

Compreendemos, que a formação do novo perfil do administrador

escolar no Brasil, numa direção comprometida com a educação de qualidade,

seria consideravelmente um dos fatores a embasar a escola. Observamos que

este redimensionamento do perfil do administrador impede que o

“adormecimento” e a “burocracia” empresarial continue na escola, tendo assim

um novo papel ao despertar para um novo sonho possível de se tornar

realidade no ambiente escolar.

O papel do professor e sua atuação na gestão

educacional

Como ponto de partida vemos o termo professor, que é utilizado, na

prática, para todos que ensinam. Porém, o que é um professor? O termo é

muito amplo e complexo para definir, pois cada um de nós tem uma visão ou

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concepção pessoal do que é ser um professor. Aliás, são considerados

professores aqueles que ensinam e transmitem conhecimentos de arte, ciência,

disciplina, técnica, ginástica, natação, música, etc., independente de possuir

certificado de habilitação.

Importa-nos o conceito de profissão (profissionalismo) e o conceito

legal de professor. Em uma perspectiva sociológica, o termo adquiriu um

sentido muito amplo de "ocupação" ou "emprego", o que permite

utilizarmos os conceitos de Edgar Morin – "que classifica a profissão de

professor como complexa, onde a incerteza, a ambiguidade das funções, é o

seu melhor traço definido." ( Apud Fontes, 2007 )

Do ponto de vista legal, o professor é, também, quem ensina e

transmite conhecimento, mas terá de ter habilitação legal e registro no

Ministério da Educação, para atender as regras previstas na CLT (art.317).

O professor é o grande agente do processo educacional, A grande

responsabilidade para a construção de uma educação cidadã está nas mãos

do professor. O artigo 13 da LDB sobre a função dos professores:

Os docentes incubir- se ão de:

I. participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de

ensino;

II. Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do

estabelecimento de ensino;

III. Zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV. Estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento;

V. ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar

integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao

desenvolvimento profissional;

VI. Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a

comunidade.

Nota-se que o papel do professor, segundo a LDB, está muito além da

simples transmissão de informações, mas, educar nos dias de hoje não é tarefa

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fácil. Algumas pessoas acreditam que não quebramos totalmente o paradigma

moderno, visto que não temos como esquecer totalmente do passado e fazer

de conta que a história não existe, ou não é significativa. Por outro lado, alguns

pesquisadores e pesquisadoras do campo educacional têm afirmado que

vivemos na pós-modernidade, isso por que nosso mundo globalizado

transformou nossa maneira de agir, pensar e ser e que precisamos transformar

e educar num mundo em que perdemos nossos valores e identidades. Para

ambos, o momento de crise é identificado. Nos constituímos como sujeitos

sem identidades, buscamos o prazer imediato, além de buscarmos ter domínio

sobre tudo, essas são apenas algumas características de nós sujeitos desse

tempo.

A utopia da transformação da sociedade e da emancipação do ser

humano de suas amarras também é parte do papel dos profissionais da

educação como formadores de cidadãos emancipados E aí há algo difícil,

muitas vezes, em particular, para os professores, no comum das vezes, mal

pagos, insatisfeitos, impregnados de ideologias imobilizadoras. É assumir que

o mundo da emancipação é parte das lições de classe, da boa didática, mas

não se esgota nele. O mundo da política, o mundo da violência, das injustiças,

da desigualdade e das inconformidades estão fora e dentro das escolas.

Então, como lidar com tantos desafios e com tantas expectativas? Essa

missão se resume numa única frase: Amar aquilo que se faz. Isso compensa

tudo. A desvalorização profissional, a rotina estressante, os baixos salários...

Sem falar nas crianças e jovens que estão inseridos num mundo que vai,

obrigatoriamente, muito além do quadro-negro, exigindo dos seus professores

constante capacitação.

Faz-se necessário e urgente que os profissionais da educação tenham

seus direitos garantidos e que de fato o que consta na LDB quanto as

condições de trabalho seja melhorado. Precisam ser acrescentados alguns

artigos sobre o trabalho docente, para que esse não seja totalmente

burocratizado e a essência de sala de aula não se perca. O ato de ensinar e de

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aprender ficando em segundo plano. Poucas escolas e raros profissionais da

educação estão conseguindo cumprir o seu papel. Os profissionais da

educação precisam dar conta de tantas tarefas, tantas folhas, planilhas e

digitações que acabam atuando em sala de aula, muitas vezes com total

desânimo. Isso não significa deixar de lado as novas tecnologias, mas

precisamos de mais tempo para tudo isso. A LDB precisa ser mais clara nesses

aspectos e de fato garantir o ato de educar. Pois para se educar é preciso

condições e suporte político-pedagógico.

É na rotina escolar que fazemos da escola, um espaço de construção de

saberes, construção de valores, de sujeitos críticos, autônomos, capazes de

atuarem na sociedade como cidadãos e cidadãs. De fato os profissionais da

educação são extremamente importantes para o futuro de um país. Mas as

condições que são oferecidas são precárias. Tanto que muitos profissionais da

educação abandonam essa função.

Os profissionais da educação merecem um piso salarial digno, salas de

aulas com menos estudantes, pois as crianças e jovens demandam muito mais

dedicação do que em outros tempos, laboratórios completos e com

equipamentos suficientes, salas de aulas estruturadas, salas interativas,

equipamentos áudio-visuais, além de menos burocratização e mais autonomia.

Afinal, o futuro dos profissionais da educação é o futuro da escola.

Podemos ter as melhores máquinas à nossa disposição, mas nada

substitui o olhar atento, a fala que acolhe, a interferência oportuna do

professor. A história da humanidade conta com pensadores, pesquisadores,

filósofos, que foram essenciais na difusão do conhecimento. Foram grandes

mestres. Professor, portanto, é uma profissão do passado, do presente e do

futuro.

O papel da comunidade na gestão democrática escolar

“A educação, direito de todos e dever do Estado, será promovida e

incentivada com a colaboração da sociedade”. Constituição Federal de 1988.

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O Estatuto da Criança e do Adolescente também estabelece que a educação

deve ser incentivada e promovida com a colaboração da sociedade.

O estreitamento de laços entre escola e comunidade acarreta benefícios

aos moradores e à própria comunidade escolar, além de restabelecer a relação

de respeito e confiança com a escola e promover sua valorização junto à

sociedade. A criança cuja família participa de forma mais direta no cotidiano

escolar, apresenta um desempenho superior em relação àquelas em que os

pais estão ausentes do seu processo educacional. Ao conversarem com os

filhos sobre o que acontece na escola, cobrando a frequência às aulas,

ajudando-os a fazer o dever de casa, incentivando-os a tirar boas notas e ter

hábitos de leitura, estarão contribuindo para a obtenção de melhores

resultados.

A família é a base da sociedade, mas não executa essa tarefa sozinha,

pois a escola também dá contribuições importantes para o desenvolvimento

físico, mental, social e espiritual da criança. É evidente que muitas escolas

enfrentam graves problemas em relação ao processo ensino-aprendizagem, e

a solução mais viável para saná-los deve partir de uma interação entre escola

e comunidade para que ambas reconheçam a sua importância no processo de

estruturação da sociedade.

A educadora e assistente social Estela Scandola lembra que os

colégios com os melhores índices de aprendizagem do país estão abertos para

a comunidade. Para ela, o envolvimento dos pais deve ser intenso. Nada de

visitar o colégio somente quando o filho está mal em algumas disciplinas ou

“ajudar” a escola de vez em quando. Pais e mães devem participar ativamente

das decisões, da organização, do planejamento e até das atividades culturais.

Uma grande parte dos educadores modernos enfatiza que o educando

deve situar-se no mundo para que possa interagir com o mesmo a fim de

construir seu próprio conhecimento a partir de experiências concretas, e cabe à

escola unir-se à comunidade para encontrarem uma dialética eficiente, para

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que docentes e discentes possam somar conhecimentos com uma interação

contínua que facilitará o desenvolvimento de ambas, escola e comunidade.

Na medida em que esse processo de negociação de interesses e

percepções integra-se à comunidade, estabelecem-se mecanismos de

discussão e análise, superam-se conflitos e constituem-se alianças

significativas. Desse modo, a comunidade e os pais podem cobrar o trabalho

dos professores e o papel da escola no sentido de se tornarem aliados para a

exigência de melhores condições de trabalho. Ao mesmo tempo, é preciso

definir com clareza sobre o que compete aos pais e à comunidade decidir, para

que não sejam confundidas as atribuições da escola, da família e da

comunidade.

Observação sobre o funcionamento de uma Escola

Estadual

A Unidade escolar é composta de duas dimensões: a material, que se

refere à estrutura física da escola, composta por bens móveis e imóveis e todo

patrimônio físico (acervo bibliográfico, equipamentos, etc) além é claro do

prédio em si, que se bem articulado com a comunidade do seu entorno, será

conservado e defendido pela mesma.

Já a dimensão imaterial não é palpável, mas é de suma importância para

a escola, pois trata- se do conhecimento da história e da cultura da escola peça

comunidade, do papel desempenhado pela mesma ao longo de sua existência

e essa dimensão imaterial retrata o vínculo afetivo da escola com o meio na

qual está inserida.

A escola Estadual Menezes Vieira, situada no bairro do Barreto, neste

Município , atende a crianças do ensino fundamental do 3º ao 9º ano.Em seu

interior possui salas de estudos individuais e em grupo,uma cantina, biblioteca,

sala de vídeo, alguns computadores ligados a internet, livros, revistas, jornais

à disposição dos alunos. A escola dispõe de um bom espaço externo com

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mesas, cadeiras e sombrinhas onde os alunos podem estudar, conversar, etc

e possui também uma quadra de jogos.

No desenvolvimento das aulas, o livro didático para a maioria dos

professores continua sendo um recurso não só de apoio, mas também

fundamental ao processo de ensino-aprendizagem, mas recursos visuais como

os data show são bastante utilizados como importantes pontos de apoio nas

apresentações das aulas. A maioria dos professores são concursados novos e

não apresentam dificuldades no uso dos recursos tecnológicos. A escola

trabalha com projetos, aos alunos são oferecidos aulas de reforço em horários

diferenciados, os trabalhos em grupo também são realizados na escola em

outros horários, realizam-se passeios a sítios, como busca da formação de

uma consciência ambientalista e passeios culturais como o feito a Bienal do

Livro, etc.

A direção da escola procura descentralizar as ações, deixando, as

responsabilidades devidas a cada setor. A coordenação pedagógica tem a

possibilidade de fazer todo o seu planejamento anual com os professores. A

secretaria da escola tem toda responsabilidade de planejar as funções cabíveis

ao setor, tendo sempre a presença marcante da diretora, pedagoga atualizada

com amplos conhecimentos dentro da área educacional, principalmente de

legislação.

Outro Setor importante para a ajuda na construção de uma escola de

qualidade é o dos profissionais não docentes. A valorização e a dimensão

pedagógica do trabalho desenvolvido pelos profissionais não docentes:

serventes, porteiros, secretárias, inspetor de disciplina, etc... podem ser

resgatadas numa relação democrática, Em geral, funcionários tem

reconhecimento da escola, do seu valor e da importância de cada função num

trabalho coletivo.

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Observei muito comprometimento com os principais sujeitos da escola,

aqueles sem os quais a escola não teria razão de ser : são os alunos. São

eles, os alunos, a razão da existência da escola, o estímulo para que ela

evolua e continue investindo na melhoria de sua eficiência. Percebi que os

problemas de indisciplina são resolvidos com advertências assinadas pelos

responsáveis e os mais sérios são prontamente resolvidos com a

obrigatoriedade da presença dos pais ou responsáveis na escola. Vi alunos do

9° ano pedindo declarações para levarem ao Colégio Pedro II pois haviam sido

aprovados para cursarem o ensino médio neste colégio, considerado de

excelente qualidade. Analisei que a escola desenvolve um ensino estratégico

e uma pedagogia diferenciada, com objetivos claros e estáveis para lutar

eficazmente contra o fracasso escolar.

Termino com uma citação de Perrenoud (1995, pag.180 )

“A luta contra o fracasso escolar não

pode ser senão sistêmica, coletiva, organizada para o

longo prazo e perseguida por décadas. Cada ministro,

pesquisador, movimento pedagógico que acredita ter a

solução atrasa o movimento. Eles reforçam o pensamento

mágico, a ilusão de que se encontrou finalmente a pedra

filosofal. Quantas reformas não foram jogadas fora antes

de produzir seus resultados? Quantas pistas

interessantes não foram abandonadas por não

conduzirem imediatamente ao milagre? Nosso conceito

de mudança permanece mágico, ou tudo ou nada, como

se os saberes, as práticas, as instituições pudessem

mudar por decreto ou alguém tivesse a fórmula mágica.”

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CONCLUSÃO

Este estudo monográfico foi desenvolvido em três capítulos onde apresentei ao término de minha pesquisa uma retrospectiva educacional que dá enfoque aos fundamentos da teoria geral da administração representada por Frederick W. Taylor, Henri Fayol e Max Weber que estabeleceram concepções para a organização da administração de empresa e que serviram de base para a organização do sistema educacional. Fundamentos esses que fizeram quebrar o paradigma de administração e fez surgir uma nova expressão: a gestão, que ganhou evidência e aceitação no contexto educacional.

Como pude constatar, mediante as pesquisas realizadas, a gestão democrática escolar visa promover a gestão da participação e intensifica o envolvimento de todos os integrantes da escola no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Esse envolvimento está relacionado aos órgãos deliberativos, aos pais, aos professores, aos alunos, aos conselhos de classe, aos colegiados e a comunidade que se faz presente no espaço escolar, o que resulta na formação de uma comunidade educativa que interage com a sociedade civil e assegura a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem.

Participação fundamentada no princípio da autonomia da escola, que possibilita oferecer possibilidades políticas educacionais visando melhorar sua atuação empregando de forma mais objetiva a mobilização, transparência, iniciativa, criatividade, vencendo desafios enfrentados no cotidiano, que são muitos.

Constatei que a participação se dá, como em qualquer processo democrático, através de um caminho que se faz ao caminhar, e não como algo que surge espontaneamente ou que seja implantado por alguém bem intencionado em promover a democratização do ensino.

Dentre os sujeitos que fazem parte do processo, pude perceber que compete ao gestor obter uma postura necessária que expresse o seu perfil e garanta a credibilidade do seu trabalho, deve ser um facilitador da vida dos professores, provendo o melhor ambiente de trabalho possível e, assim, impactando na aprendizagem dos alunos.

Em geral, este estudo ratifica alguns dos dilemas vividos pelos profissionais da educação, mas também observa-se que há possibilidade de melhoria na educação, desde que aprendamos a construir práticas democráticas tão sonhadas e almejadas na escola.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA

DEMOCRÁTICA

10

Significados de Administração Escolar 12

A Administração Educacional no Brasil 15

CAPÍTULO II – A GESTÃO DEMOCRÁTICA 20

Autonomia, participação 21

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Autonomia, autogestão 25

Escola Democrática 28

CAPÍTULO III – OS AGENTES DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E SEUS

PAPÉIS

30

O papel do gestor na administração escolar democrática 31

O papel do professor e sua atuação na gestão educacional 33

O papel da comunidade na gestão democrática escolar 36

Observação sobre o funcionamento de uma escola estadual 38

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 42

ÍNDICE 46

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