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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS - GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO:
REALIDADE OU ILUSÃO?
MARILENE VIANA CORTÊS FERNANDES
Orientador
Profª. Maria Esther de Araújo Oliveira
RIO DE JANEIRO
2010
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: REALIDADE OU ILUSÃO?
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Administração e supervisão Escolar.
Por: Marilene Viana Cortês Fernandes
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AGRADECIMENTOS
A Deus pelas inúmeras vitórias que me concedeu. A meus pais pelo apoio em todos os momentos em que precisei. Às amigas Rosangela e Liliane pela força nos momentos em que pensei em desistir diante de tantas dificuldades. E a todos que, mesmo indiretamente, contribuíram para a realização desta monografia.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus filhos Leandro e Milena e ao meu namorado Carlos Henrique Perdigão pela paciência nos meus momentos de ausência.
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RESUMO
O referido trabalho tem como objetivo realizar um aprofundamento e uma reflexão sobre o Projeto Político Pedagógico no que se refere a sua teoria e à prática. Nesse trabalho pretende-se discutir questões referentes à elaboração do Projeto Político Pedagógico em uma escola pública de ensino Fundamental no Município do Rio de Janeiro; explicitar e compreender seu significado e fazer uma avaliação sobre a sua construção e realização. O Projeto Político Pedagógico é um instrumento muito importante para a realização do processo educativo no interior da escola e começou a ser objeto de estudos e debates mais sistemático na última década do século XX, embora seja uma reivindicação antiga dos educadores brasileiros. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, põe em questão a construção de projeto Político Pedagógico, no sentido de reconhecer a capacidade da escola de planejar e organizar sua ação política e pedagógica a partir da gestão participativa de todos os segmentos da comunidade escolar (corpo técnico-administrativo, docentes, alunos, pais e comunidade) num processo dinâmico e articulado. O Projeto Político Pedagógico visa dar um novo significado à vida e à atuação da escola, na medida em que essa construção se dá a partir da necessidade de estruturar propostas que norteiem as práticas educacionais.
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METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho foi realizada uma pesquisa de caráter
etnográfico, incluindo referencial bibliográfico utilizando obras de autores como
Moacir Gadotti, Danilo Gadin, Ilma Passos, Saviani, Celso Vasconcellos, a fim de se
obter uma visão ampliada sobre o assunto estudado.
Foi também realizada uma entrevista com professores de uma escola da rede
pública e observação da atuação dos mesmos nos centros de estudos, focalizando a
atenção para as ações relacionadas ao Projeto Político Pedagógico da escola.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08 I. O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL NO BRASIL 10 1.1 A história da Educação no Brasil 10 1.2 Planejamento Participativo 11 1.3 Gestão Escolar 14 1.4 Autonomia da escola 16 II. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 18 2.1 Fundamentos teóricos 20 2.2 Elaboração do Projeto Político Pedagógico 21 2.3 Avaliação do Projeto Político Pedagógico 23 III. O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA 25 3.1 Público alvo 25 3.2 Coleta de dados 25 3.3 Resultados e Análise 26 CONCLUSÃO 32 BIBLIOGRÁFIA 34 ÍNDICE 35 ANEXO 36 FOLHA DE AVALIAÇÃO 37
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INTRODUÇÃO
A sociedade em que vivemos é altamente capitalista, antidemocrática e
marcada por inúmeras desigualdades, e que vive em constante mudança em todos
os seus setores (social, econômico, político, religioso, etc.), e por sua vez, a
educação não tem dado conta de todas essas transformações. Para isso, torna-se
necessário um novo modelo de educação e de gestão que promova a integração e a
participação de todos os elementos da comunidade escolar, no sentido de
construírem juntos um projeto de trabalho articulado e intencional que possibilite ao
aluno uma educação significativa, de qualidade e transformadora.
O Projeto Político Pedagógico na sua intencionalidade surge para atender a
essa necessidade e apresenta um compromisso coletivo que relaciona duas
dimensões: a política e a educativa.
Nesse sentido, o Projeto Político Pedagógico é considerado um processo de
busca de alternativas para os problemas escolares, propiciando vivência democrática
necessária para a participação de todos os membros da comunidade escolar e o
exercício da cidadania.
Porém, na realidade, a construção do Projeto Político Pedagógico vem
encontrando enorme resistência por parte de muitos que não conhecem seu
significado e nem sua importância. Devido a isso, o Projeto Político Pedagógico
muitas vezes acaba sendo apenas um instrumento burocrático para atender uma
exigência legal.
Por conta disso, são poucas as escolas que têm seu Projeto Político
Pedagógico na íntegra. Muitas simplesmente fazem por fazer e outras (maioria) não
o fazem.
Neste trabalho, é apresentada uma reflexão sobre essa problemática
apontando os prováveis motivos e procurando conhecer a verdadeira situação de um
Projeto Político Pedagógico de uma escola da rede municipal de ensino da cidade do
Rio de Janeiro.
Existem muitas indagações, como por exemplo: qual o real motivo de se
elaborar um PPP (Projeto Político Pedagógico)? Porque a maioria das escolas
apresenta dificuldades em elaborar, executar e vivenciar o PPP? Quais as
orientações básicas para a construção do PPP?
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Diante de tais questionamentos busca-se saber o que é realmente um PPP e
qual a sua importância para o trabalho escolar e verificar se este é implantado nas
escolas da rede pública de ensino.
O presente trabalho está dividido em três capítulos:
No primeiro capítulo, O Planejamento Educacional no Brasil desde a vinda
dos jesuítas, mostrando que a educação teve início a partir dos interesses políticos
de Portugal e da Igreja Católica. Há também algumas considerações sobre
Planejamento Participativo como forma de expressar opiniões, idéias, sugestões,
discussões de todos os envolvidos com uma Gestão Democrática.
Faz-se referência à Gestão Democrática como forma de conquistar a própria
autonomia escolar, haja visto que sua trajetória traz a descentralização, o
crescimento profissional e a valorização da escola e do gestor.
O segundo capítulo aborda o conceito de Projeto Político Pedagógico, suas
concepções teóricas, sua importância, o processo de elaboração e implantação
como uma realidade próxima a partir do momento em que a escola abre os portões
para aceitar a colaboração da comunidade na qual está inserida.
No terceiro capítulo, O Projeto Político Pedagógico na Escola, foi mencionada
a pesquisa de campo, onde buscaram-se dados consistentes e concretos para
responder às questões surgidas.
Para a realização deste estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica, com
um embasamento teórico norteado pela visão de autores como Moacir Gadotti, Celso
Vasconcellos, Ilma Passos, dentre outros.
E, para pesquisa de campo foram utilizadas entrevistas e observações e estas
foram realizadas em uma escola da rede municipal de ensino da cidade do Rio de
Janeiro, tendo como objeto de estudo, os professores desta escola.
Também é relatada a experiência de se vivenciar os primeiros passos para a
elaboração do PPP dessa escola, a partir do mês de agosto de 2009.
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I. O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL NO BRASIL
A história da Educação brasileira vem se processando através de décadas
marcadas por políticas educacionais extremamente centralistas e autoritárias,
tornando difícil a implantação de uma escola independente, democrática, projetada
para a liberdade e a autonomia.
1.1 A história da Educação no Brasil
A educação formal no Brasil começa com a chegada dos portugueses. Não se
pode deixar de reconhecer que os portugueses trouxeram um padrão de educação
próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já
não possuíam características próprias de se fazer educação, mesmo que não fosse
do modelo educacional europeu.
Quando os jesuítas chegaram por aqui, eles não trouxeram somente a moral,
os costumes e a religiosidade européia, trouxeram também os métodos
pedagógicos. Eles se dedicaram à pregação da fé católica e ao trabalho educativo.
Perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica sem que
soubessem ler e escrever.
Os jesuítas exerciam também influência social e política, e não apenas
educacional e religiosa, à medida que mantinham autoridade sobre os índios, a
senzala e os colonos.
Este método funcionou durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando um novo
fato marca a história da educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de
Pombal.
Se existia alguma coisa muito bem estruturada em termos de educação, o que
veio a seguir foi um verdadeiro caos. O ensino regular não é substituído por outra
organização escolar, enquanto os índios, entregues a sua própria sorte,
abandonaram as missões.
O Marquês de Pombal só inicia a reconstrução do ensino uma década mais
tarde, provocando o retrocesso de todo o sistema educacional brasileiro. Nesta
época, a educação jesuítica não convinha aos interesses comerciais emanados por
Pombal. Ou seja, se as escolas da Companhia de Jesus tinham por objetivo servir
aos interesses da fé, Pombal pensou em organizar a escola para servir aos
interesses do Estado.
11
A partir daí, várias medidas desconexas e fragmentadas antecederam as
primeiras providências mais efetivas, levadas a efeito só a partir de 1772, quando é
implantado o ensino público oficial. A metrópole nomeia professores e estabelece
planos oficiais de estudos. Tentou-se as aulas régias, o subsídio literário, mas o caos
continuou até que a Família Real, fugindo de Napoleão na Europa, resolve transferir
o Reino para o Brasil.
Na verdade, não se conseguiu implantar um sistema educacional no Brasil,
mas a vinda da Família Real permitiu uma nova ruptura com a situação anterior.
Para proporcionar conforto e comodidade para sua estadia no Brasil, Dº João VI
abriu a Academia Militar, as Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o
Jardim Botânico (incentivo aos estudos de Botânica) e sua iniciativa mais marcante
em termos de mudanças, a Imprensa Régia (até então as publicações eram
proibidas). Segundo alguns autores, o Brasil finalmente é “descoberto” e a nossa
História passou a ter uma complexidade maior.
A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária. Basta
ver que a nossa primeira Universidade só surgiu em 1934, em São Paulo.
No período do Império, Dº João VI, Dº Pedro I, Dº Pedro II, pouco fizeram pela
educação brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade. Com a República
tentou-se várias reformas que pudessem dar uma virada na educação, mas a
mesma não sofreu um processo de evolução que pudesse ser considerado marcante
ou significativo em termos de modelo.
1.2 – Planejamento Participativo
O planejamento tem um papel muito importante, pois facilita as decisões, lhes
dando consistência e auxilia na organização da prática.
Planejar é fundamental para transformar sonho em realidade. Quando se
planeja, de forma sistemática e consistente, são estabelecidas metas, selecionadas
ações para que se alcance os resultados pretendidos. Para Gandin:
Planejar é transformar a realidade numa direção escolhida; planejar é organizar a própria ação (de grupo, sobretudo); planejar é implantar um processo de intervenção de realidade; planejar é agir racionalmente, planejar é dar clareza e precisão a própria ação ( de grupo sobretudo); planejar é explicar os fundamentos da ação de grupo; ,planejar é racionalizar um conjunto de ações, propostas para aproximar uma realidade de um ideal; planejar é realizar o que é importante (essencial) e, além disso, sobreviver...(1983,p.18)
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O planejamento é natural do ser humano; para qualquer coisa que se queira
fazer pensa-se em um planejamento. Motivados por algum problema, acompanhado
de alguma esperança de alcançar mudança, propõe-se um futuro desejável; faz-se
uma avaliação da realidade para ver a distância a que está deste futuro e quais são
as ações, atitudes regras e rotinas para realizar a aproximação. Desde que o ser
humano se constituiu como tal, isto é, desde que se reconheceu como ser humano,
distinguiu-se dos outros seres por ter a oportunidade de planejar seu futuro.
Todo planejamento deve ser participativo, flexível, coerente e claro.
Participativo porque deve expressar o desejo dos envolvidos, contendo opiniões,
idéias e sugestões discutidas entre todos. Flexível porque deve permitir modificações
e adequações ao longo do processo. Coerente porque todas as etapas devem estar
alinhadas coma filosofia e os objetivos do projeto. Claro porque precisa ser
entendido por todos.
O planejamento de um sistema educacional reflete e incorpora a política de
educação adotada pela escola. Tanto esta como outras instituições de ensino são
responsáveis por uma educação significativa vinculada à realidade social. E,
certamente, o planejamento não pode ser conduzido de forma autoritária e
centralizadora, uma vez que pretende instituir uma cultura mais democrática e
participativa nos processos desenvolvidos na escola.
Entender o significado da escola e suas relações no sistema educacional,
bem como com a sociedade, tornou-se uma exigência imprescindível para garantir
um planejamento realmente participativo.
Nesse sentido a realidade de cada escola deve ser pensada e planejada
segundo as suas características específicas.
Para planejar é preciso que a escola:
a) Descubra com clareza quais são os seus problemas;
b) Construa conjuntos de idéias e ideais;
c) Consiga fazer uma avaliação de sua prática para tentar alcançar aquilo que
sonha;
d) Proponha mudanças na realidade ou na prática de acordo com as
possibilidades que cada comunidade escolar oferece.
Num país com imensas desigualdades e contradições, a educação se
apresenta como um fator de esperança e de transformação para a sociedade, não
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apenas permitindo o acesso ao conhecimento, a participação, mas propiciando
condições para que o indivíduo construa sua cidadania.
Falar de cidadania é falar de igualdade de oportunidade entre as pessoas, da
consciência de que é possível transformar e conviver com as diferenças e que o bem
estar individual passa pelo bem estar coletivo. De acordo com Gandin:
O planejamento participativo parte de uma leitura do nosso mundo na qual é fundamental a idéia de que nossa realidade é injusta e de que esta injustiça se deve a falta de participação em todos os níveis e acessos de atividade humana. A instauração da justiça social pela participação de todos. (1994, p.28)
Com o planejamento surge a chance de se tentar mudar as estruturas em que
as escolas sempre se encontraram, socializando assim, o poder.
O planejamento participativo e o Projeto Político Pedagógico vão possibilitar a
vivência da prática reflexiva, democrática e democratizante, para construírem a
identidade da escola e dos sujeitos que nela se reúnem.
O resultado do processo do planejamento será influenciar e provocar
transformações nas instâncias e nos estabelecimentos educacionais e quando se
pensa em planejamento deve-se focar no Projeto Político Pedagógico da escola
como forma de exercitar a capacidade de tomar decisões coletivamente.
Um Projeto Político Pedagógico capaz de recuperar ou construir a identidade
da escola e dos sujeitos pode estruturar-se num planejamento participativo e sugere
que educadores e educandos, pais e mães precisam trabalhar juntos. Pois os
elementos dos processos sociais podem fazer do planejamento participativo um
instrumento estratégico, de transformação do social, humilde no seu propósito de
interferência direta, mas pretensioso em termos de consequência social. E que a
cada nova experiência deve haver um desafio, pois isto forçará a revisão dos
conceitos e oportunizará o avanço da compreensão.
A preocupação com a melhoria da qualidade da Educação levantou a
necessidade de descentralização e democratização da gestão escolar e,
consequentemente, a participação tornou-se um conceito nuclear.
Como diz Libâneo (2001), a participação é fundamental para garantir a gestão
democrática da escola, pois é assim que todos os envolvidos no processo
educacional da instituição estarão presentes, tanto nas decisões e construções de
14
propostas (planos, programas, projetos, ações, eventos) como no processo de
implementação, acompanhamento e avaliação.
1.3 Gestão Escolar
Cabe à escola tornar-se um dos agentes de mudança social e constituir-se em
um espaço democrático, garantindo ao educando o direito de usufruir a construção
do seu conhecimento, oferecendo aos professores educação continuada no sentido
de se sentirem comprometidos com a qualidade da educação, viabilizando uma
gestão (direção e coordenação) mais democrática e atuante, criando propostas
alternativas para uma possível superação de problemas escolares.
Nesse sentido, afirma Gadotti (1997) que, a gestão democrática pode
melhorar o que é específico da escola, isto é, o seu ensino. A participação na gestão
da escola proporcionará um conhecimento do funcionamento da escola e de todos
os seus atores.
Proporcionará um contato permanente entre professores e alunos, o que leva
ao conhecimento mútuo e, em conseqüência, aproximará também as necessidades
dos alunos dos conteúdos ensinados pelos professores.
Para que se alcance a participação tão desejada nas escolas, é preciso que
se faça um resgate na trajetória histórica da busca da democracia e da forma cultural
e econômica vivida pela educação. Desta forma, a questão sobre gestão escolar leva
à análise do que vem a ser administração no sentido amplo e escolar, pois, a visão
que o gestor tem sobre sua função é fundamental para que seu desempenho tenha
êxito, pois, Administração Geral e a Escolar possuem seus respaldos teóricos
baseados nos mesmos conhecimentos sobre administração, no entanto sua
aplicabilidade está atrelada ao ambiente, clientela e objetivo que pretende alcançar.
Diante do objetivo estabelecido pela educação em busca da democracia, é
fundamental que o gestor seja capaz de ter bem claro seu papel de “modelo” de
educador, pautado em conhecimentos acumulados ao longo de sua formação e
experiência em diversas funções desenvolvidas, antes mesmo de ser diretor.
A eleição para diretor de escola já demonstra um avanço na realidade escolar,
uma conquista que se apresenta como vitória para se chegar à Gestão Democrática.
Entretanto, para que a escola mantenha-se com tal conquista, faz-se necessário que
esse gestor esteja cada vez mais investindo em sua formação, visto que, sua
15
atuação frente a escola, estará abrindo novos caminhos para o próximo gestor ou
simplesmente construindo obstáculos para o próximo e para a educação como
reflexo de suas práticas pedagógicas.
O gestor, estimulado pela comunidade escolar, pode desenvolver uma grande
parceria em sua gestão proporcionando um melhor processo de aprendizado,
enfrentando desafios do cotidiano com esperança e perseverança, transformando a
escola em um lugar prazeroso e amigo, capaz de desenvolver em cada pessoa o
gosto pelo saber/aprender/conhecer.
Assim, o espaço escolar torna-se um lugar aberto a muitas parcerias pela
própria exigência de atenção, conhecimento e habilidades. A escola deve preparar
os alunos e ensiná-los a compreender e analisar de forma crítica os problemas da
vida, de si próprio e da sociedade da qual faz parte, tornando assim, cidadãos
participativos.
Para que se instale o processo de gestão democrática, é preciso enfrentar
desafios, pois, percebe-se que até hoje o processo para implantar a democratização
no interior da escola ainda encontra muitos obstáculos, afinal, não é possível pensar
em democracia sem que os sujeitos tornem-se conscientes para exercer essa prática
e sem quer haja uma reformulação do sistema existente.
Segundo Gadotti:
Uma gestão democrática exige, primeiramente, uma mudança de mentalidade: deixar de lado o velho preconceito de que a escola pública é apenas um aparelho burocrático do estado e não uma conquista da comunidade e um bem coletivo. A gestão democrática convoca a comunidade e os usuários da escola a agir como co-gestora e não apenas como fiscalizadores e, menos ainda, como meros receptores dos serviços educacionais. Na gestão democrática, pais e mães, alunas e alunos, professores e funcionários assumem sua parte de responsabilidade pelo projeto da escola. (1997).
O processo de gestão democrática na escola engloba também a elaboração e
o acompanhamento do trabalho/organização escolar por meio de instrumento, o
PPP.
O PPP é importante para contribuir para essas mudanças no papel da escola,
especialmente no modelo de gestão praticada, em que o autoritarismo e a
centralização do poder dão lugar à discussão, à representação e à participação de
todos os sujeitos que fazem à escola. Especialmente na proposta de democratização
do espaço escolar, o PPP se revela como instrumento de luta favorável à melhoria
16
de qualidade do ensino possibilitando a aproximação com a realidade dos sujeitos,
rompendo com a cultura dominante e seletiva.
1.4 Autonomia da escola
As questões de autonomia, cidadania e participação no espaço escolar são
temas marcantes e polêmicos do debate educacional brasileiro de hoje.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96), no
artigo 15, concedeu à escola progressivos graus de autonomia pedagógica,
administrativa e de gestão financeira. Isto quer dizer que ter autonomia significa
construir um espaço de liberdade e de responsabilidade para elaborar seu próprio
plano de trabalho, definindo seus rumos e planejando suas atividades de modo a
responder às demandas da sociedade, ou seja, atendendo ao que a sociedade
espera dela. A autonomia permite à escola a construção de sua identidade e à
equipe escolar uma atuação que a torna sujeito histórico de sua própria prática.
A luta pela autonomia insere-se numa luta maior no seio da própria sociedade.
Sua eficácia depende muito da ousadia de cada escola em experimentar o novo.
Mas para isso, é preciso percorrer um longo caminho de construção da confiança na
escola, na capacidade dela resolver seus problemas e dificuldades e de achar os
melhores caminhos para sua clientela.
Como diz Gadotti e Romão:
A autonomia se refere à criação de novas relações sociais, que se opõem às relações autoritárias existentes. Autonomia é o oposto de uniformização. Autonomia admite a diferença e, por isso, supõe a parceria. Só a igualdade na diferença e a parceria são capazes de criar o novo. Por isso, escola autônoma não significa escola isolada, mas em constante intercâmbio com a sociedade. (1997).
Na verdade, acredita-se que descentralização e autonomia devem caminhar
juntas, e, percebe-se no sistema educacional brasileiro, graças a LDB, um certo
avanço nesse sentido, o que é evidenciado pela criação do Projeto Político
pedagógico.
Gadotti e Romão ainda afirmam que:
17
A autonomia e a participação – pressupostos do Projeto Político Pedagógico da escola – não se limitam à mera declaração de princípios consignados em algum documento. Sua presença precisa ser sentida no Conselho-Escola ou Colegiado, e também na escolha do livro didático, no planejamento do ensino, na organização de eventos culturais, de atividades cívicas, esportivas, recreativas. (1997).
Portanto não se entende uma escola sem autonomia para estabelecer o seu
projeto e sem autonomia para executá-lo e avaliá-lo. No entanto, o uso da autonomia
não elimina a necessidade de competência técnica e racionalidade. A diferença é
que elas passam a ser empregadas em favor e sob a lógica da articulação das
experiências, opiniões e aspirações de todos os envolvidos e interessados nos
resultados da escola.
Até hoje fala-se muito em planejamento educacional, mas a educação
continua a ter as mesmas características impostas em todo o país, que é de
selecionar e excluir e reproduzir a ideologia dominante visando a manutenção do
sistema.
É preciso, portanto, lutar contra isso, desenvolvendo uma educação
apropriada de ferramentas de planejamento adequadas para construir o processo
permitindo, assim, que os educadores sejam sujeitos de seu desenvolvimento. Para
isso, é preciso também que a escola apresente uma certa autonomia no papel do
gestor, pois essa prática será fundamental para a participação efetiva e eficaz dos
diferentes segmentos que contribuem para o desenvolvimento da educação.
18
II. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
A escola, juntamente com a família e o meio social tem um papel fundamental
na formação do aluno, daí o motivo pelo qual ela vem sendo alvo de tantas
discussões e de propostas de reestruturação. O sistema social, a cada dia, torna-se
mais complexo e exigente quanto às habilidades e competências dos indivíduos. Por
conta disso, a escola necessita tomar novos rumos, bom como acabar com a tirania
que possa nela existir, revelando-se na maioria das vezes numa administração
centralizada, na qual o gestor não se reconhece como educador e como pessoa,
certo de que suas atribuições e competências simplesmente definem “quem manda”
e “quem obedece”.
A escola precisa despertar para o que assegura Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (nº9394/96), que regulamenta dois princípios a serem
observados para a gestão democrática (inciso I e II, artigo 14). Determinando, assim,
a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto da escola e
assegurando a participação de pais, alunos e representantes da sociedade civil nos
Conselhos Escolares. Esse processo foi incluído no inciso VI, art. 2006 da
Constituição Brasileira promulgada em 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, nº. 9394/96 de 20 de dezembro de 1996. Além disso, o Estatuto
da Criança e do Adolescente, Lei nº. 8069/90, incentiva a participação da criança e
do adolescente no que diz respeito à sua vida e ao seu direito à liberdade, opiniões e
expressões, e no art. 53 também é dito: “É direito dos pais ou responsáveis ter
ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas
educacionais”.
Hora (1994, p.52), afirma: “A dimensão política da função do educador traduz-
se no compromisso com a ação educativa revolucionária, que lhe dê condições de
inserir a organização escolar em sue contexto social, político e econômico”.
No momento em que a escola permite que a comunidade dê sua opinião e
avalie os resultados de um processo no qual ela faz parte, estará dando
oportunidade a todos os envolvidos de pensar em que tipo de homem deseja formar,
para que os alunos sejam inseridos na vida social. Esta é a dimensão política do
Projeto Político Pedagógico. Ao mesmo tempo a escola desenvolverá o pedagógico,
quando não perdem de vista as metas educacionais emanadas da Secretaria
Municipal de Educação.
19
O Projeto Político Pedagógico não se refere somente às ações na escola, mas
também àquelas praticadas no cotidiano do aluno e deverá estar articulado com a
sociedade da qual o aluno faz parte.
Ao elaborar o PPP, a escola deverá lembrar-se do alicerce principal que irá
direcionar todo o seu trabalho pedagógico, ou seja, estudar, analisar, fazer o
diagnóstico social do seu educando, suas relações afetivas, seus valores, sua
linguagem, sua cultura, sua vivência de mundo. Isso porque o aluno traz para a
escola o seu conhecimento já adquirido no meio em que vive. A escola, quando não
aceita e fecha seus portões, acaba por romper com a realidade da comunidade,
fazendo de si mesma um mero depósito de conhecimentos sem sentido e totalmente
distante para os alunos. Ao abrir seus portões, e ouvir os alunos, responsáveis,
professores e funcionários, a escola irá conhecê-los, fazer o diagnóstico da
comunidade escolar, descobrindo, além de tudo o que já foi citado acima, suas
verdadeiras necessidades, procurando, assim, através de seu PPP, buscar caminhos
para atendê-la dentro das suas possibilidades e visando, acima de tudo, o processo
educacional.
É importante que a escola procure desenvolver um trabalho de equipe, onde
os alunos são responsabilidade de todos e não apenas do professor regente.
Possibilitar aos alunos o acesso aos diversos conhecimentos é função da escola.
Sistematizando os conhecimentos espontâneos que os estudantes já possuem e
favorecendo a constituição de novos conhecimentos, a escola contribui para que o
indivíduo seja capaz de alcançar novos vôos, traçar com autonomia seus próprios
caminhos, desenvolver-se e ser capaz de participar cada vez mais da sociedade,
exercendo seus direitos e deveres de cidadão.
O PPP faz parte dessa caminhada.
É notório que problemas surgirão ao longo de desenvolvimento do PPP, mas
a escola deve se preparar para superá-los e seguir em frente para alcançar seus
objetivos.
20
2.1 Fundamentos Teóricos
Considerando o Projeto Político Pedagógico essencial para o bom
funcionamento da escola, o presente trabalho faz uma abordagem teórica acerca do
tema.
O PPP é, acima de tudo, a expressão de autonomia da escola no sentido de
formular e executar sua proposta de trabalho. É um documento que norteia e
encaminha as atividades desenvolvidas no espaço escolar e tem como objetivo
central identificar e solucionar problema que interferem no processo ensino-
aprendizagem. Esse projeto está voltado diretamente para o que a escola tem, de
mais importante “o educando” e para aquilo que os educadores e toda a comunidade
esperam da escola: uma aprendizagem de sucesso.
O Projeto Político Pedagógico é um caminho traçado coletivamente, através
do qual se deseja alcançar um determinado objetivo. Deste modo, ele deve existir
antes de tudo porque define-se como ação que é anteriormente pensada, idealizada.
É tudo aquilo que se quer em torno de perspectiva educacional: a melhoria da
qualidade do ensino através da reestruturação da proposta da escola, de ações
efetivas que priorizem a qualificação profissional do educador, do compromisso em
oportunizar ao educando um ensino voltado para o exercício da cidadania. É através
de sua existência que a escola registra a sua história, pois, é conhecido como um
conjunto de diretrizes e estratégias que expressam e orientam a prática político-
pedagógica de uma pessoa no contexto escolar.
É um processo inacabado, portanto, contínuo, que vai se construindo ao longo
do percurso de cada instituição de ensino. O projeto se dá de forma coletiva, onde
todos os personagens, direta ou indiretamente, são responsáveis pelo seu êxito.
Assim, sua eficiência depende, em parte, do compromisso dos envolvidos em
executá-lo. Veiga define o Projeto político Pedagógico, assim:
É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que maneira, para quem, por quem, para chegar a que resultados. Além disso, explica uma filosofia e harmoniza as diretrizes da educação nacional com a realidade da escola, traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso com a clientela. É a valorização da identidade da escola e um chamado à responsabilidade de uma relação contratual, isto é, o projeto deve ser aceito por todos os envolvidos daí a importância de que seja elaborado participativa e democraticamente. (2002).
21
Etimologicamente, o termo projeto – projetare – significa prever, antecipar,
projetar o futuro, lançar-se para frente. A partir desse entendimento constrói-se um
projeto, quando há uma demanda para tal, quando há um problema. Assim, falar de
um projeto é pensar na utopia não como o lugar do impossível, mas como possível
de ser realizado e não apenas como algo imaginado, visto como uma ilusão.
O desejo de mudança, a possibilidade de existir, de se concretizar é que deve
impulsionar todos os atores que apostaram e decidiram torná-lo real e operante.
O projeto é político por estar dentro de um espaço de sucessivas discussões e
sucessivas decisões, pois o exercício das ações do indivíduo está sempre permeado
de relações que envolvem debates, sugestões, opiniões, sejam contra ou a favor. A
participação de todos os envolvidos no Projeto político Pedagógico da escola, as
resistências, os conflitos, as divergências são atos extremamente políticos.
O projeto é pedagógico por implicar em situações específicas do campo
educacional, por tratar de questões referentes à prática docente, do ensino-
aprendizagem, da atuação e participação dos pais nesse contexto educativo. Enfim,
com todas as ações que expressam o compromisso com a melhoria da qualidade do
ensino. Segundo Vasconcelos:
Antes de se iniciar a elaboração do Projeto Político Pedagógico, é preciso uma etapa de sensibilização, de motivação para com a proposta de trabalho, a fim de que esta tarefa seja assumida,tenha significado para a comunidade. Se os sujeitos não perceberem o sentido, se não acreditarem, de nada adiantará os passos seguintes. (1995, p.175).
A construção do PPP não é uma tarefa fácil, o processo exige ruptura,
continuidade, seqüência, ligação com o antes, o durante e o depois.
2.2 Elaboração do Projeto Político Pedagógico
A construção do PPP surge a partir da necessidade de organizar e planejar a
vida escolar, quando o improviso, as ações espontâneas e casuais acabam por
desperdiçar tempo e recursos. Sendo o PPP a identidade da escola, ele pode propor
oferta de uma educação de qualidade, definindo ou aprimorando seu modelo de
avaliação, estabelecer e aperfeiçoar o currículo, apontar metas de trabalho.
O PPP é diferente de planejamento pedagógico. É um conjunto de princípios
que norteiam a elaboração e a execução dos planejamentos, por isso, envolvem
diretrizes mais permanentes, que abarcam conceitos subjacentes à educação:
antropológicos, epistemológicos, sobre valores e políticos.
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Algumas escolas, em número bem reduzido, mesmo antes da implantação
oficial do Projeto Político Pedagógico, a partir da Constituição Estadual do Rio de
Janeiro de 1989 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB
9394/96, já vinham desenvolvendo algumas propostas em termos de PPP.
Outras escolas, talvez, por não terem um embasamento teórico sobre o que é
o PPP, um esclarecimento sobre a importância da capacidade de participação dos
indivíduos na vida política e social, do medo que gera qualquer tipo de mudança
sobre o que aparentemente está dando certo, continuaram, assim, na mesmice ano
após ano.
Uma das maiores preocupações de quem está desencadeando o processo de
elaboração do PPP é o envolvimento dos participantes. Este é um grande desafio,
pois não se encontra muito ânimo por parte da comunidade, que geralmente está
“por fora” dos assuntos da escola e dos docentes que, muitas vezes, acham que é
uma perda de tempo, visto que, há tanto o que se fazer nas instituições de ensino,
que apresentam uma realidade caótica, necessitando de urgentes intervenções.
Entretanto, não conseguem visualizar que o PPP é justamente a forma de enfrentar
esta situação, visando sua transformação.
Diante disso, Vasconcelos afirma que:
Antes de se iniciar a elaboração do Projeto Político Pedagógico, é preciso uma etapa de sensibilização, de motivação para com a proposta de trabalho, a fim de que esta tarefa seja assumida, tenha significado para a comunidade. Se os sujeitos não perceberem o sentido, se não acreditarem, de nada adiantará os passos seguintes. (1995, p.175).
O período que precede a elaboração do PPP exige muita dedicação e
cuidado, tentando deixar clara a necessidade de se fazer o projeto e não a simples
obrigação, pois a exigência legal não é absolutamente suficiente para mobilizar os
sujeitos.
O Projeto Político Pedagógico tem como ponto de partida o conhecimento da
realidade onde o processo educativo se desenvolverá. Para tal, é necessário que se
façam coletas de informações da comunidade escolar, seguindo-se a análise e
interpretação das mesmas para em seguida passar para a ação.
Segundo Vasconcelos, o PPP é composto basicamente de três grandes
partes articuladas entre si: Marco Referencial, Diagnóstico e Programação.
Marco Referencial: O que queremos alcançar?
É a busca de posicionamento:
23
Político: visão do ideal de sociedade e de homem;
Pedagógico: definição sobre ação educativa e sobre as características que
deve ter a instituição que planeja.
Nesta etapa, a comunidade escolar expressa seus ideais sociais e políticos
estabelecendo grandes linhas de ação e não a programação de ações concretas, ou
seja, serão relacionadas as hipóteses de relevância e propostas de ação dos
diversos segmentos da escola, as possíveis soluções para os problemas, explicando
como, quando e por que cada ação será realizada. Definirá os objetivos que a escola
deseja atingir, através de uma filosofia de vida.
Torna-se necessário uma boa fundamentação teórica, pois é a teoria que
fundamenta a ação, além de esclarecer algumas posições pedagógicas.
Esta discussão antecede a realização do diagnóstico e da organização dos
programas de ação, que são desenvolvidos a partir dos objetivos maiores
estabelecidos na fundamentação.
Diagnóstico: O que nos falta para ser o que desejamos?
É a busca das necessidades, a partir da análise da realidade e/ou do juízo
sobre a realidade da instituição (comparação com aquilo que desejamos que seja).É,
antes de tudo, o resultado do confronto entre a situação que a escola vive e o que
ela deseja viver. Ele implica, assim, num juízo de valor que toma como parâmetros
os critérios definidos na fundamentação teórica. O diagnóstico comporta a
caracterização sócio-econômica e cultural da comunidade escolar e a descrição da
realidade da escola.
Programação: o que faremos concretamente para suprir tal falta?
É a proposta de ação. O que é necessário e possível para diminuir a distância
entre o que vem sendo a instituição e o que deveria ser. A escola vai estabelecer
suas ações concretas tais como: projetos para atualização de professores, projetos
interdisciplinares, projetos envolvendo a comunidade, a gestão dos recursos, compra
de equipamentos para escola, reestruturação do espaço físico, entre outros.
2.3.Avaliação do PPP
A avaliação é um aspecto fundamental para o desenvolvimento do projeto
Político pedagógico.
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Segundo Villas Boas (1998, p.180), a avaliação é a categoria do trabalho
escolar que inicia e mantém o andamento adequado do projeto Político Pedagógico,
“(...) por meio de contínuas revisões de percurso, e por oferecer elementos para a
análise do produto final”.
Desta forma, o processo de avaliação no desenvolvimento do PPP, deve se
dar de forma contínua e formativa, sendo considerado um instrumento de apoio ao
andamento do trabalho escolar em todas as suas dimensões. Assim, ao longo do
projeto, é feita uma análise de todos os fatores negativos ou não, que influenciam no
trabalho, possibilitando, assim as alterações necessárias e a continuidade e
efetivação do projeto.
Esta avaliação se dá nas dimensões pedagógica, comunitária e administrativa
e já deve ser contemplada já na etapa da Programação como uma estratégia de
mediação.
Vasconcelos ressalta que algumas pessoas podem ficar um pouco
decepcionadas no momento da avaliação global, por acharem que o projeto poderia
ter resolvido mais problemas da escola. Por isso, é importante deixar claro que o
projeto não se propõe a solucionar tudo, e sim alguns pontos bem concretos que
serão avaliados e entendidos dentro de uma caminhada maior, como base para
mudanças mais substanciais em todo o processo.
Ao elaborar o PPP, a escola deverá lembrar-se do alicerce principal que irá
direcionar todo o seu trabalho pedagógico, ou seja, estudar, analisar, fazer o
diagnóstico social do seu educando, suas relações afetivas, seus valores, sua
linguagem, sua cultura, sua vivência de mundo. Isso porque o aluno traz para a
escola o seu conhecimento já adquirido no meio em que vive. A escola, quando não
aceita e fecha seus portões, acaba por romper com a realidade da comunidade,
fazendo de si mesma um mero depósito de conhecimentos sem sentido e totalmente
distante para os alunos. Ao abrir seus portões, e ouvir os alunos, responsáveis,
professores e funcionários, a escola irá conhecê-los, fazer o diagnóstico da
comunidade escolar, descobrindo, além de tudo o que já foi citado acima, suas
verdadeiras necessidades, procurando, assim, através de seu PPP, buscar caminhos
para atendê-la dentro das suas possibilidades e visando, acima de tudo, o processo
educacional.
25
III. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA
Nesta investigação foi realizada uma pesquisa de campo com o intuito de
constatar se o que foi expresso pelos referenciais teóricos utilizados ocorre no
cotidiano da escola. Buscou-se dados consistentes e concretos para também saber
se o Projeto Político Pedagógico acontece ou não na escola pesquisada.
3.1 Público alvo
Para coleta de dados foi selecionada uma escola municipal da rede
fundamental de ensino da cidade do Rio de Janeiro, para saber o que os professores
entendem e sabem sobre o Projeto Político Pedagógico e se este é implantado na
referida escola.
A escola X pertence à 5ª CRE (Coordenadoria de Educação), possui 850
alunos distribuídos em dois turnos, tendo 14 turmas em cada turno e atende ao
primeiro segmento do ensino fundamental (1º ao 5º ano).
O corpo técnico-administrativo da escola constitui-se de 1 diretora, 1 diretora-
adjunta e 1 coordenadora pedagógica.
O corpo docente é composto por 23 professores que possuem de 1 a 30 anos
de magistério e apenas 2 professores não possuem nível superior.
A equipe de apoio é formada por 4 merendeiras, 3 garis, 1 agente
administrativo e dois funcionários readaptados.
3.2 Coleta de dados
Para realizar a coleta de dados foi elaborada uma entrevista para os
professores da escola. Os entrevistados foram chamados de Sujeitos 1, 2, 3 e 4.
Houve uma grande dificuldade para conseguir professores dispostos a
responder às questões da entrevista. Muitos disfarçaram e não responderam,
demonstrando não ter muito interesse no assunto.
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3.3 Resultados e análise
Quando foi perguntado aos professores o que eles entendiam sobre o PPP,
foram obtidas as seguintes respostas:
Sujeito 1:
“Vejo como um processo em construção, buscando a transformação para uma
comunidade estruturada com a participação e o compromisso de todos”.
Sujeito 2:
“Entendo como uma prática necessária no ambiente escolar, na qual todos
deveriam trabalhar em conjunto. Os professores fazendo seus planos em dupla,
participando de decisões da escola, tendo liberdade para criar e por em prática suas
idéias”.
Sujeito 3:
“Acho que o PPP é um mecanismo em que todos da escola participam das
cisões. Por ser uma construção coletiva tem um efeito de mobilizar todos os
envolvidos nessa atividade”.
Sujeito 4:
“Acho que o PPP é uma grande perda de tempo. É uma tentativa de desviar a
atenção do professor para o que realmente ele tem que fazer: ensinar. Antigamente
não tinha nada disso e todo mundo aprendia, Hoje em dia é projeto disso, é projeto
daquilo e ninguém aprende nada. Falo isso porque sou fruto de uma geração que
era cobrada e aprendia e graças a isso, conseguiu ingressar numa universidade
pública e se formar. Não vejo necessidade de PPP, vejo necessidade de professores
que ensinam e de alunos que estudam.”
Através da análise dos resultados, percebe-se que os professores ainda
confundem PPP que é um processo que vai além da escola, tendo um caráter social
e político, com projeto elaborado nas escolas como desenvolvimento pedagógico.
Todos os professores falaram em construção coletiva, mas esqueceram de citar os
27
elementos envolvidos nesse processo (responsáveis, alunos, professores, direção
conselhos). Os professores demonstraram não possuir um embasamento teórico
para o assunto. Inclusive um deles, simplesmente fala sobre o PPP como se fosse
algo que surgiu somente para atrapalhar o processo ensino aprendizagem.
A segunda pergunta refere-se à resistência de aceitação da construção e
execução do PPP por parte dos professores, os quais responderam da seguinte
forma:
Sujeito 1:
“Como é algo recente, há certa resistência, principalmente para discussão e
decisão coletiva, pois é muito difícil se estabelecer compromisso e responsabilidades
nas ações, ainda mais quando não se tem um conhecimento sólido sobre elas.”
Sujeito 2:
“Sim, ainda existe resistência, mas estamos empenhados na efetivação do
trabalho coletivo com a participação de todos os segmentos da comunidade escolar”.
Sujeito 3:
“Sim, pois juntar a escola no todo para discutir a diversidade de problemas
que são apresentados no cotidiano escolar é uma dificuldade que ainda não
conseguimos superar, pois sempre tem alguém que não se sente compromissado”.
Sujeito 4:
“Sim existe resistência e eu sou a número1, totalmente contra esse negócio
de comunidade dentro da escola querendo fazer o trabalho do professor. Acho que
cada um tem que assumir o seu lugar e fazer a sua parte”.
Após estas respostas percebe-se que os professores ainda encontram e
oferecem algumas resistências na construção e execução do PPP, pois há muitos
que não acreditam num trabalho que busca a interação de todos.
Na questão 3 foi perguntado aos professores se eles já tiveram acesso a um
PPP. As respostas foram as seguintes:
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Sujeito 1:
“Não. Nas escolas em que trabalhei apenas ouvi falar do Projeto, mas nunca
fui chamada para participar de nada com relação a ele. Geralmente ele era
elaborado com a direção e com a coordenação da escola”.
Sujeito 2:
“Não. Em algumas escolas que trabalhei sempre ouvia dizer que o PPP
estava em construção, mas nunca vi a parte que já estava pronta”.
Sujeito 3 :
“Não. Trabalho a quatro anos em uma escola pública e nunca tive acesso a
um PPP. Gostaria de ver um para ter idéia de como é feito”.
Sujeito 4:
“Nunca tive, nem faço questão nenhuma de ver isto”.
Diante dos resultados, percebe-se que os professores não tiveram acesso a
um PPP, mas a maioria sente a necessidade de participar da elaboração e de ter
conhecimento sobre o mesmo.
Na quarta pergunta ao serem indagados sobre o que eles achavam da
maneira que está sendo elaborado o PPP na sua escola, os professores
responderam da seguinte forma:
Sujeito 1:
“Acho bom, pelo menos estamos participando de alguma forma, mas deveria
ter mais reuniões para discussão sobre o Projeto”.
Sujeito 2:
“Não estou vendo muito empenho por parte da direção na construção desse
Projeto. Deveria haver mais entrosamento das partes envolvidas. E dar maiores
informações para os responsáveis e para a comunidade”.
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Sujeito 3:
“Acho que o projeto está sendo desenvolvido de acordo com as oportunidades
de encontro com os elementos da escola. No 1º momento houve uma reunião para
que todos tomassem ciência da construção do PPP. No 2º momento a coordenadora
entregou questionários para serem respondidos por todos. Agora estamos
aguardando as respostas desses questionários para darmos continuidade”.
Sujeito 4:
“Não sei bem porque não me interesso por isso. Faço meu planejamento, dou
minha aula e pronto”.
Diante das respostas dadas pelos professores, percebe-se que a elaboração
do PPP na escola não está sendo feito de maneira muito clara e nem está
agradando a todos. Nota-se que muito falta a ser esclarecido sobre o PPP, num
processo dinâmico e articulado com uma gestão democrática.
Diante desse quadro, pode-se constatar a grande importância da construção
do PPP na escola, na medida em que se estabelece a capacidade da escola planejar
e organizar sua ação política e pedagógica a partir da gestão participativa,
contemplando as intenções comunitárias de modo que os seus integrantes se sintam
compromissados com o processo desenvolvido na escola.
Durantes esta fase de pesquisa, também foi feito um acompanhamento,
através de observação dos relatos de professores nos centros de estudos e nos
conselhos de classe desta escola, nos quais não houve momentos destinados para
se falar de PPP. A coordenadora pedagógica somente comentou que o
planejamento deveria ser feito baseado no PPP, mas ficou claro que ninguém se
preocupou com isso. Inclusive alguns professores demonstraram sua insatisfação
com a profissão, reclamando pela falta de valorização profissional, bem como das
péssimas condições de trabalho, da questão salarial e da própria desorganização do
sistema educacional, que não oferece condições nem incentivo para os mesmos
desenvolverem um trabalho mais efetivo junto à escola. Os professores foram
unânimes em afirmar que uma das dificuldades encontradas para a elaboração do
PPP é que não se consegue uma relação recíproca entre a família e a escola.
Algumas famílias estão afastadas, outras não participam ativamente da vida escolar
de seus filhos.
30
Uma professora que leciona a 15 anos na escola falou que a família é o
alicerce dos filhos e que com a participação dos pais a criança aprende mais e se
sente mais segura.
A coordenadora sempre procurou ressaltar que a falta de compromisso de
alguns profissionais dentro da escola também é um empecilho para a construção do
PPP. E que a Educação Continuada dos professores é importante para que a escola
perceba que é preciso caminhar no sentido de acompanhar as transformações do
mundo e se comprometer com a construção de um saber que permita ao educando
viver a realidade social.
Muitos professores concordaram com ela, mas outros pontuaram algumas
dificuldades, tais como: a dura realidade do dia a dia do professor que tem uma
carga horária bem extensa, pois precisa trabalhar muito para ganhar um pouco mais,
que os impede de fazer cursos, pouca oferta de cursos de capacitação no horário de
trabalho que garantam o abono das faltas, e o próprio desânimo da classe, pois
como são desvalorizados por todos, não se sentem na necessidade de se aprimorar
em nada.
Enfim, as desculpas são muitas Mas na realidade percebeu-se, além de um
grande desencanto com a missão de educar, o medo do novo, de ousar, de mudar.
Na verdade é notória a necessidade que o professor tem de estar sempre
buscando melhorias na sua prática. È uma questão de sobrevivência profissional,
não só pelo campo da educação, mas como uma necessidade para todas as áreas
do conhecimento.
Como sugere Vasconcelos (2001, p.52): “O pedagógico (conteúdo,
metodologia, etc.) é o nosso chão, que nos dá identidade profissional, mas não se
sustenta sem ser articulado a um projeto pessoal (valores, interesses,
compromissos, visão de mundo)”.
Durante várias reuniões observadas, a coordenadora sempre expôs que na
escola havia alguns projetos que deveriam ser trabalhados pelo professor, como
Projeto de Educação Física, Projeto de Sala de Leitura, Projeto Sobre Saúde-
Qualidade de vida, projeto dos Conteúdos do Ano, mas que isso eram projetos de
ensino, ou seja, projetos voltados para o melhor andamento dos conteúdos. Isso não
é ruim, na medida em que a escola está executando um dos objetivos do PPP que é
construir o conhecimento interdisciplinar, mas não que não se pode esquecer da
prática social, que está voltada para que tipo de cidadão se quer formar na escola.
31
Na verdade, os educadores acreditam na implantação do PPP como um eixo
que norteia as atividades da escola, mas eles devem ter um novo olhar sobre o
trabalho coletivo entre a escola e a comunidade dentro e fora dos muros da escola.
Através do PPP a escola poderá implantar projetos educativos a fim de
beneficiar professores e alunos, planejar suas atividades de ensino de forma
cooperativa e promover encontros entre escola e comunidade explicitando os
objetivos e as metas da escola, para, juntos elaborarem sua estratégias de ação.
32
CONCLUSÃO
A educação como prática sócio política, conscientizadora e transformadora,
vem sofrendo, ao longo dos anos, inúmeras reformulações, visto que a escola nos
moldes tradicionais já não consegue mais dar conta de uma sociedade tão complexa
e mutável.
Estas reformulações vêm ocorrendo através da implantação de políticas
educacionais que vão lançar diretrizes e linhas de ação para todo o processo
administrativo e pedagógico.
Com isso, busca-se, então, uma escola com um espaço democrático e criador
que cumpra seu papel essencial que é o da democratização do conhecimento
visando também a construção da cidadania.
O presente trabalho, através do estudo bibliográfico e da pesquisa de campo
buscou contemplar que a escola precisa de fato definir sua organização pedagógica
e administrativa através da elaboração e execução do Projeto Político Pedagógico.
O Projeto Político Pedagógico surge como uma proposta de intervenção que
vai determinar a filosofia da escola e que vai orientar atitudes, posturas e práticas
que se desenvolvem no ambiente escolar, permitindo, assim, conhecer e refletir
sobre esta realidade, avaliando-a para propor novas formas de ação e de
intervenção para atender, na medida do possível, as necessidades dos indivíduos da
comunidade escolar.
O Projeto político Pedagógico tem sido alvo de muitos debates e discussões
entre as mais diversas instâncias educativas.
Percebeu-se com este trabalho que a maioria dos professores da escola
investigada reconhece a necessidade e a importância do PPP, porém muitos ainda
estão atrelados a um modelo de educação estagnada com práticas tradicionais e
também não têm conhecimento de sua operacionalidade, considerando-o um “objeto
desconhecido” do qual não querem nem se aproximar.
E é este movimento de resistência por parte dos educadores o maior
empecilho para a implantação do PPP.
Em virtude disso, foi constatado que o PPP ainda continua sendo uma ilusão,
pois não existe em muitas escolas e quando existem, poucos sabem o seu valor e
sua importância.
33
Na verdade, a necessidade de um PPP antecede qualquer decisão política ou
exigência legal e sua construção significa enfrentar o desafio da transformação
global da escola tanto na dimensão pedagógica, administrativa como na sua
dimensão política.
Entende-se que é preciso que alunos, professores e comunidade também
façam parte deste desafio e do processo de reformulação do pensar a educação e a
escola visando atingir o objetivo maior que é a melhoria da qualidade do ensino e a
formação de cidadãos dignos de uma participação ativa na sociedade.
34
BIBLIOGRAFIA
GADOTTI, Moacir, Romão, José E. (orgs). Autonomia da Escola: Princípios e Propostas. São Paulo: Cortez, 1997. GANDIN, Danilo. A Posição do Planejamento Participativo entre as Ferramentas de Intervenção na Realidade. Currículo sem Fronteiras, v.1, n.1, pp.81-95, Jan/Jun 2001. GANDIN, Danilo. A prática do Planejamento Participativo. Petrópolis: Vozes, 1994. LIBANEO, José Carlos. Organização e Gestão da escola: teoria e prática. 5ªed.Goiânia, GO, 2001. PIMENTA, Selma Garrido. A Construção do Projeto Pedagógico na Escola de 1º Grau. In: Série Idéias nº8. São Paulo: FDE/Governo do Estado de São Paulo, 1992. SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia: Polêmica do Nosso tempo. Campinas: Autores Associados, 1994. VASCONCELLOS, Celso S. Planejamento Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. 1995. _________________________. Planejamento: Para onde vai o professor? Liberdade: 8 ed. 2001. VEIGA, Ilma Passos A. (org). Projeto Político Pedagógico da escola: uma construção possível. 15ªed. Campinas: Papirus Editora, 2002. VILLAS BOAS, B.M.F. O Projeto Político Pedagógico e a avaliação. In Veiga, I.P.A, Resende, L.M.G. (org) Escola: espaço do PPP. Campinas: Papirus, 1998.
35
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 I. O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL NO BRASIL 10 1.1 A história da Educação no Brasil 10 1.2 Planejamento Participativo 11 1.3 Gestão Escolar 14 1.4 Autonomia da escola 16 II. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 18 2.1 Fundamentos teóricos 20 2.2 Elaboração do Projeto Político Pedagógico 21 2.3 Avaliação do Projeto Político Pedagógico 23 III. O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA 25 3.1 Público alvo 25 3.2 Coleta de dados 25 3.3 Resultados e Análise 26 CONCLUSÃO 32 BIBLIOGRÁFIA 34 ÍNDICE 35 ANEXO 36 FOLHA DE AVALIAÇÃO 37
36
ANEXO
Entrevista
Nome da Instituição: ......................................................................................................
Endereço:.......................................................................................................................
Telefone: ........................................................................................................................
Professor:.......................................................................................................................
Formação: .....................................................................................................................
1- O que você entende sobre Projeto Político Pedagógico?
R:..........................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
1 – Como você reage diante da necessidade da construção do Projeto Político
Pedagógico? Você aceita ou resiste?
R:..........................................................................................................................................
..............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
2 – Você já teve acesso a o Projeto Político Pedagógico? Fale um pouco sobre
isso.
R:..........................................................................................................................................
..............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
3 – O que você acha da maneira como está sendo elaborado o Projeto Político
Pedagógico da sua escola?
R:..........................................................................................................................................
..............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
37
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES –
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Título da monografia: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ILUSÃO
OU REALIDADE?
Autor: MARILENE VIANA CORTÊS FERNANDES
Data da entrega: 12/02/2010.
Avaliado por: Conceito: