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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” PROJETO “A VEZ DO MESTRE” PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO - CARACTERÍSTICAS DAS ABORDAGENS SISTÊMICAS E DE MARKETING Por : Cláudia Toranca Marques Pimenta Orientador: Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros Rio de Janeiro 2005

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO - CARACTERÍSTICAS DAS ABORDAGENS SISTÊMICAS E DE MARKETING

Por : Cláudia Toranca Marques Pimenta

Orientador: Prof. Carlos Alberto Cereja de Barros

Rio de Janeiro 2005

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – CARACTERÍSTICAS DAS ABORDAGENS SISTÊMICAS E DE MARKETING

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Gestão Estratégica de Qualidade.

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2AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que , direta ou indiretamente,

tiveram participação e cooperação em todos os

esforços desprendidos para esta realização.

Agradeço principalmente a Deus por permitir

que todas estas pessoas, e Ele inclusive,

pudessem me ajudar.

Obrigada

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3DEDICATÓRIA

Dedico esta a minha família que nunca

me deixou desistir.

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4RESUMO

Para entender a administração de marketing, devemos conhecer o

planejamento estratégico. Para entender o planejamento estratégico,

precisamos reconhecer que a maioria das grandes empresas consiste de

quatro níveis organizacionais: nível corporativo, nível divisional, nível de

unidade estratégica de negócio e nível de produto. A matriz da grande

corporação é responsável pela preparação de um plano estratégico corporativo

para levar toda a empresa a alcançar rentabilidade no futuro; toma decisões

sobre o volume de recursos para ser alocado a cada divisão e sobre que

negócios iniciar ou eliminar. Cada divisão estabelece um plano divisional,

cobrindo a alocação de investimentos às unidades de negócios subordinadas a

ela. Por sua vez, cada unidade de negócio desenvolve um plano estratégico de

unidade de negócio. Finalmente, cada produto (linha de produtos ou marca)

dentro de uma unidade de negócio desenvolve um plano de marketing para

atingir seus objetivos em seu mercado-produto.

O plano de marketing é operado em dois níveis. O plano estratégico

de marketing desenvolve os objetivos de marketing amplos e a estratégia

baseada na análise da situação e das oportunidades de mercado atuais. O

plano tático de marketing mostra as táticas específicas de marketing, incluindo

propaganda, merchandising, preço, canais, serviços e assim por diante.

O plano de marketing é o instrumento central para dirigir e coordenar

o esforço de marketing. Nas organizações atuais, não é o departamento de

marketing que estabelece o plano de marketing. Ao contrário, os planos são

desenvolvidos por equipes, a partir de contribuições de cada função

importante. Depois, esses planos são implementados nos níveis apropriados

da organização. Os resultados são monitorados e ações corretivas são

adotadas quando necessárias.

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5SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I 10

1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 10

1.1 Planejamento Estratégico Sob Abordagem Sistêmica 10

1.1.1 Características Básicas Do Planejamento Como Processo

Sistêmico

11

1.1.2 Filosofias do Planejamento 11

1.1.2.1 Filosofia da satisfação 11

1.1.2.2 Filosofia da otimização 12

1.1.2.3 Filosofia da adaptação 12

1.1.4 Tipos de Planejamento 13

1.1.4.1 Planejamento estratégico 14

1.1.4.2 Planejamento tático 15

1.1.4.3 Planejamento operacional 15

1.1.5 Diferenças Entre Planejamento Estratégico e Planejamento

Tático

16

1.2 - Planejamento Estratégico Sob Abordagem de Marketing 16

1.2.1 - Planejamento Estratégico Divisional E Corporativo 16

1.2.2 Definição da Missão Corporativa 17

1.2.3 Modelo do Boston Consulting Group 20

1.2.4 Modelo da General Electric 24

1.2.5 Análise da Matriz Swot 27

1.2.5.1 Planejamento Estratégico do Negócio 27

1.2.5.2 Análise do ambiente externo (análise de oportunidades

ameaças)

28

1.2.6 Administração Por Objetivos 30

1.2.7 Formulação de Estratégia 31

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6CAPÍTULO II 34

2. ANÁLISE DO AMBIENTE 34

2.1 Análise do Ambiente Sob Abordagem Sistêmica 34

2.1.1 Definição 34

2.1.2 Propósito da Análise do Ambiente 35

2.1.3 Funções da Análise do Ambiente nas Organizações 35

2.1.4 Estrutura Ambiental 37

2.1.5 O Ambiente Geral 38

2.1.6 O Ambiente Operacional 39

2.1.7 Ambiente Interno 40

2.1.8 Diretrizes Para se Executar Uma Análise do Ambiente 40

2.1.9 Determinando a Relevância dos Níveis Ambientais 40

2.2 Análise do Ambiente Sob a Abordagem de Marketing 41

2.2.1 Ambiente Demográfico 43

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA 47

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7INTRODUÇÃO

Como as empresas concorrem em um mercado global?

Constatamos que uma parte da resposta é o compromisso em criar e manter

consumidores satisfeitos. Agora, podemos acrescentar uma segunda parte da

resposta: As empresas bem-sucedidas e de alto desempenho sabem se

adaptar a um mercado em mudança contínua. Praticam a arte do planejamento

estratégico orientado para o mercado.

Planejamento estratégico orientado para o mercado é o processo

gerencial de desenvolver e manter um ajuste viável entre os objetivos,

experiências e recursos da organização e suas oportunidades de mercado

mutantes. O propósito do planejamento estratégico é moldar e remoldar os

negócios e produtos da empresa com objetivo de crescimento e lucro.

Os conceitos que fundamentam o planejamento estratégico

emergiram nos anos 70 como resultado de uma sucessão de ondas de choque

que impactaram a indústria norte-americana - crise de energia, inflação de dois

dígitos, estagnação econômica, concorrência japonesa vitoriosa e fim da

reserva de mercado em setores industriais-chaves. Anteriormente, as

empresas norte-americanas podiam confiar em projeções de crescimento

simples para planejar a produção, vendas e lucros. O planejamento estratégico

precisava substituir o planejamento a longo prazo convencional. Hoje, a

principal meta do planejamento estratégico é ajudar as empresas a selecionar

e a organizar os negócios de maneira saudável, mesmo quando eventos

inesperados descontrolam quaisquer de seus negócios ou linhas de produtos.

O planejamento estratégico exige ação em três áreas-chaves. A

primeira determina que a empresa deve determinar seus negócios como um

portfólio de investimentos. Cada negócio tem um potencial de lucro diferente e

os recursos da empresa devem ser devidamente alocados.

A segunda área-chave envolve a avaliação cuidadosa de cada

negócio, considerando-se a taxa de crescimento do mercado e a posição e

adequação da empresa naquele mercado. Não é suficiente usar as vendas ou

o lucro atual como guia. Por exemplo, se a Ford Motor Company usasse o lucro

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8atual como guia para investimentos nos anos 70, teria continuado investindo

em grandes automóveis porque estava ganhando dinheiro. Mas a análise da

Ford mostrou que o lucro decorrente desses veículos estava diminuindo

drasticamente. Portanto, a empresa precisava realocar seus investimentos para

melhorar a produção de carros compactos, muito embora estivesse perdendo

dinheiro nesses modelos naquele momento.

A terceira área-chave do planejamento estratégico é a estratégia.

Para cada um de seus negócios, a empresa deve desenvolver um plano

específico para atingir objetivos a longo prazo. Por não haver uma estratégia

que seja ótima para todas as empresas em determinado negócio, cada

empresa deve determinar a que faz mais sentido à luz de sua posição no setor

e seus objetivos, oportunidades, experiências e recursos. Cada estratégia pode

ser bem-sucedida, desde que as circunstâncias sejam adequadas.

Conforme um gerente de planejamento estratégico da General

Electric:

“... o gerente de marketing é a pessoa mais importante no

processo de planejamento estratégico, com papéis de liderança na

definição da missão do negócio; na análise ambiental, competitiva e nas

situações especificas do negócio; no desenvolvimento de objetivos,

metas e estratégias; e na definição de produto, mercado, distribuição e

de planos de qualidade para implementar as estratégias da empresa.

Esse envolvimento estende-se ao desenvolvimento de programas e

planos operacionais que estejam plenamente relacionados com o plano

estratégico.”

O Marketing exerce papel crítico no processo de planejamento

estratégico da empresa.

No capítulo I aborda-se sobre planejamento estratégico, abordagem

sistêmica, características básicas, filosofia do planejamento, tipos, níveis de

decisão, diferença entre planejamento estratégico e tático, definição da missão

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9corporativa, alocação de recursos, planejamento de novos negócios,

estratégias de crescimento e análise de ambiente.

No capítulo II aborda-se análise do ambiente sob abordagem

sistêmica, seus propósitos, estrutura ambiental e operacional, ambiente interno

e análise do ambiente sob abordagem do marketing.

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10CAPÍTULO I

1 - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

1.1 Planejamento Estratégico Sob Abordagem Sistêmica

Planejamento estratégico corresponde ao estabelecimento de um

conjunto de providências a serem tomadas pelos executivos para a situação

em que o futuro tende a ser diferente do passado, entretanto, a empresa tem

que ter condições e meios de agir sobre as variáveis e fatores de modo que

possa exercer alguma influência; o planejamento é ainda um processo

contínuo, um exercício mental que é executado pela empresa

independentemente de vontade específica dos seus executivos.

O planejamento pressupõe a necessidade de um processo decisório

que ocorrera antes, durante e depois da elaboração e implementação na

empresa.

O processo de planejar envolve, um modo de pensar; e um salutar

modo de pensar envolve indagações; e indagações envolvem questionamentos

sobre:

O que fazer, como, quando, quanto, para quem, por que, por

quem e onde.

O propósito do planejamento pode ser definido como o

desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais

proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de

decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a

tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz.

Dentro deste raciocínio, pode-se afirmar que o exercício sistemático do

planejamento tende a reduzir a incerteza envolvida no processo decisório e

consequentemente, provocar o aumento da probabilidade de alcance dos

objetivos e desafios estabelecidos para a empresa.

A atividade de planejamento é complexa em decorrência de sua

própria natureza, qual seja, a de um processo contínuo de pensamento sobre o

futuro, desenvolvido mediante a determinação de estados futuros desejados e

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11a avaliação de cursos de ação alternativos a serem seguidos para que tais

estados sejam alcançados.

E tudo isso implica um processo decisório permanente, acionado

dentro de um contexto ambiental interdependente e mutável.

1.1.1 Características Básicas Do Planejamento Como Processo

Sistêmico.

“O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às

implicações futuras de decisões presentes” (Peter Drucker).

Portanto, é um processo sistemático e constante de tomada de

decisões, cujos efeitos e conseqüências deverão ocorrer em futuros períodos

de tempo.

O planejamento não é um ato isolado. Portanto, deve ser visualizado

como um processo composto de ações inter-relacionadas e interdependentes

que visam ao alcance de objetivos previamente estabelecidos.

Processo de planejamento é muito mais importante que o seu

produto final.

O produto final do processo de planejamento, normalmente, é o

plano sendo que este deve ser desenvolvido “pela” empresa e não “para”

empresa. Se não for respeitado este aspecto, tem-se planos inadequados para

a empresa, bem como uma resistência e descrédito efetivos para sua

implantação.

1.1.2 Filosofias do Planejamento

1.1.2.1 Filosofia da satisfação

O nível que define a satisfação é aquele que o tomador de decisões

está disposto a fixar, e freqüentemente é o mínimo necessário.

O processo de planejamento começa pala determinação dos

objetivos factíveis resultantes de uma sistemática de consenso político entre

vários centros de poder da empresa.

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12O planejador que segue esta filosofia acaba não se afastando muito

das práticas correntes da empresa.

As estruturas não são alteradas porque pode-se encontrar muitas

resistências, em conseqüência, os planos serão tímidos em termos de

recursos.

Assim, não serão procuradas alternativas, isto é, muitas

oportunidades interessantes deixarão de ser exploradas.

A preocupação básica desta filosofia está no aspecto financeiro,

sendo a ênfase ao orçamento e as suas projeções.

Essa filosofia é normalmente utilizada em empresas cuja

preocupação maior é com a sobrevivência do que com o crescimento ou com o

desenvolvimento.

1.1.2.2 Filosofia da otimização

Esta filosofia significa que o planejamento não é feito apenas para

realizar algo suficientemente bem, mas para fazê-lo tão bem quanto possível.

Caracteriza-se pela utilização de temas matemáticos e estatísticos e de

modelos de simulação.

O planejador procura conduzir todo processo de planejamento

através de modelos matemáticos que serão otimizados, isto é, procura-se

otimizar o processo decisório. O planejador otimizador tende a ignorar os

aspectos que ele não pode modelar, tais como, os inerentes a recursos

humanos e à estrutura organizacional da empresa.

A filosofia da otimização visualiza a maximização do lucro para a

empresa, tendo como base o sistema de preços dos fatores e a sua função de

produção.

1.1.2.3 Filosofia da adaptação

A filosofia da adaptação é denominada de planejamento inovativo,

apresenta as seguintes características:

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13O principal valor do planejamento não está nos planos produzidos,

mas no processo de produzi-los;

O conhecimento do futuro pode ser classificado em três tipos:

Certeza, incerteza e ignorância, visto que cada uma dessas

situações requer tipo diferente de planejamento, comprometimento,

contingência ou adaptação.

A filosofia de adaptação, também chamada homeostase, procura o

equilíbrio (interno e externo) da empresa, após ocorrência de uma mudança. O

desequilíbrio pode reduzir a eficiência do sistema da empresa; daí a

necessidade de restabelecer o estado de equilíbrio.

A filosofia da adaptação aplicada no processo de planejamento

estratégico pode facilitar o posterior desenvolvimento e implementação da

reengenharia em nível de processos estratégicos e organizacionais.

“A reengenharia é o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visam alcançar melhorias em indicadores críticos contemporâneos de desempenho, tais como custos, qualidade, atendimento e velocidade” (Hammer e Champy).

É válido que o executivo, quando estiver trabalhando com o

planejamento, estabeleça qual filosofia a ser adotada, tendo em vista a

adequação entre a situação real e o processo de planejamento.

Na realidade, essas filosofias de atuação aparecem como

conseqüência do tipo de objetivos que os executivos formulam para as

empresas.

1.1.4 Tipos de Planejamento

De acordo com os níveis hierárquicos pode-se distinguir três tipos de

planejamento:

• Planejamento estratégico

• Planejamento tático

• Planejamento operacional

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14

NÍVEIS DE DECISÃO E TIPOS DE PLANEJAMENTO

• Decisões Planejamento Estratégicas

• Decisões Planejamento táticas

• Decisões Planejamento Operacionais

Resumindo: o planejamento estratégico relaciona-se com objetivos

de longo prazo e com maneiras e ações para alcançá-los que afetam a

empresa como um todo, enquanto o planejamento tático relaciona-se a

objetivos de mais curto prazo e com maneiras e ações que afetam somente

uma parte da empresa.

1.1.4.1 Planejamento estratégico:

O planejamento estratégico é conceituado como um processo

gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela

empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa

com o seu ambiente.

O planejamento estratégico é de responsabilidade dos níveis mais

altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à

seleção dos cursos de ação a serem seguidos para a sua consecução, levando

em conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução

esperada.

O planejamento estratégico deverá apresentar os seguintes produtos

finais:

• direcionamento de esforços para pontos comuns;

• consolidação do entendimento por todos os funcionários da

missão, dos propósitos, das macroestruturas, das

macropolíticas, da postura estratégica, dos objetivos gerais, dos

objetivos funcionais, dos desafios, das metas, das estratégias,

das políticas e dos projetos da empresa, bem como indicam a

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15elaboração do programa de atividades das várias unidades

organizacionais que integram a estrutura organizacional;

• estabelecimento de uma agenda de trabalho por um período de

tempo que permita à empresa trabalhar levando em conta as

prioridades estabelecidas e as exceções justificadas.

1.1.4.2 Planejamento tático:

O planejamento tático tem por objetivo otimizar determinada área de

resultado e não a empresa como um todo. Portanto trabalha com

decomposição dos objetivos estratégicos e políticas estabelecidas no

planejamento estratégico.

O planejamento tático é desenvolvido em níveis organizacionais

inferiores, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos

disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados segundo uma

estratégia predeterminada, bem como as políticas orientativas para o processo

decisório da empresa.

1.1.4.3 Planejamento operacional

O planejamento operacional pode ser considerado como a

formalização, principalmente através de documento escritos, das metodologias

de desenvolvimento e implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação,

tem-se os planos de ação ou planos operacionais.

Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de

partes homogêneas do planejamento tático.

Cada um dos planejamentos operacionais deve conter com detalhes:

• os recursos necessários para seu desenvolvimento e

implantação;

• os procedimentos básicos a serem adotados;

• os produtos ou resultados finais esperados;

• os prazos estabelecidos;

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16• os responsáveis pela sua execução e implantação.

1.1.5 Diferenças Entre Planejamento Estratégico e Planejamento

Tático

O planejamento estratégico está voltado para a dimensão

estratégica da empresa, referindo-se aos seus objetivos e a sua eficácia. As

decisões estratégicas têm alcance temporal prolongado e elevado grau de

impacto e irreversibilidade.

O planejamento tático está mais voltado aos meios para se alcançar

os objetivos especificados, isto é, refere-se aos componentes da empresa e à

sua eficiência.

De acordo com Ackoff, estratégia e tática, são dois aspectos de

comportamento.

A estratégia relaciona-se com objetivos de longo prazo e com modos

de persegui-los que afetam o sistema como um todo.

A tática relaciona-se com metas de curto prazo e com meios de

atingi-las que afetam somente uma parte da empresa.

1.2 - Planejamento Estratégico Sob Abordagem de Marketing

1.2.1 - Planejamento Estratégico Divisional e Corporativo

A matriz da corporação é responsável pela implantação do processo

de planejamento estratégico. Ao preparar declarações de missão, políticas,

estratégias e metas, a matriz estabelece a estrutura em que as divisões e

unidades de negócios preparam seus planos. Algumas corporações dão muita

liberdade à suas unidades de negócios no estabelecimento de metas de

vendas e lucro e estratégias. Outras estabelecem metas para suas unidades de

negócios, mas deixa-as desenvolver suas estratégias. Ainda outras

estabelecem as metas e ficam totalmente envolvidas nas estratégias de suas

unidades de negócios.

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17Toda a matriz das corporações devem encarregar-se de quatro

atividades de planejamento:

• Definição da missão corporativa.

• Estabelecimento de unidades estratégicas de negócios (UEN).

• Alocação de recursos a cada UEN.

• Planejamento de novos negócios.

1.2.2 Definição da Missão Corporativa

Quando a administração sente que a organização está desviando-se

de sua missão, deve renovar sua busca de propósito. Conforme Peter

Drucker1, é o momento de levantar algumas questões fundamentais. Qual é

nosso negócio? Quem é o consumidor? O que é valor para o consumidor?

Qual será nosso negócio? Qual deve ser nosso negócio? Estas questões

aparentemente simples estão entre as mais difíceis de serem respondidas pela

empresa. As empresas bem-sucedidas aumentam esta lista de perguntas e as

responde atenta e profundamente.

Cada missão de empresa é moldada por cinco elementos:

• História. Todas as empresas têm uma história de propósitos,

políticas e realizações. A organização não deve afastar-se

radicalmente de seu passado.

• Preferências atuais dos proprietários e da administração.

• Ambiente de mercado.

• Recursos. Os recursos da organização determinam que missões

são possíveis.

• Competências distintivas. A organização deve basear sua

missão no que faz melhor.

As organizações desenvolvem declarações de missão para

compartilhá-las com seus gerentes, funcionários e (em muitos casos)

consumidores. Uma declaração de missão bem preparada proporciona aos

funcionários da empresa um senso único de propósito, direção e oportunidade.

A declaração de missão da empresa atua como uma “mão invisível” que orienta

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18funcionários geograficamente dispersos a trabalhar independentemente e,

todavia, coletivamente para realizar as metas da organização.

As boas declarações de missão possuem três características

importantes: Primeiro, focam um número limitado de metas.

“Desejamos fabricar produtos da mais alta qualidade, oferecer os melhores serviços, atingir a distribuição mais ampla e vender aos preços mais baixos”

A declaração é muito ampla . Deixa de fornecer orientações quando

a administração enfrenta decisões difíceis.

Segundo, as declarações de missão destacam as principais políticas

e valores que a empresa deseja honrar. As políticas definem como a empresa

tratará seus acionistas controladores, funcionários, consumidores,

fornecedores distribuidores e outros grupos importantes. As políticas delimitam

a amplitude da discrição individual, permitindo que os funcionários atuem

consistentemente em assuntos importantes.

Terceiro, definem os principais escopos de competência em que a

empresa operará.

As declarações de missão são melhores quando orientadas por uma

visão, quase um “sonho impossível” que fornece direção para os próximos dez

ou vinte anos da empresa. Aiko Morita, ex-presidente da Sony, desejava que

todos tivessem acesso ao “som pessoal portátil”, e sua empresa criou o

walkman e o aparelho de CD portátil. Fred Smith desejava entregar

encomendas em qualquer lugar dos Estados Unidos antes das 10:30 do dia

seguinte, e criou a Federal Express.

As declarações de missão não devem ser revisadas em poucos

anos para responder a cada nova mudança econômica. Entretanto, a empresa

deve redefinir sua missão se esta perder a credibilidade ou não mais estar

definindo um curso de ação ótimo para a empresa. A Mars Inc. modificou seus

“cinco princípios” em 1994 para incorporar referências às ambições da

empresa de ir para o exterior; e a Bell Atlantic modificou sua visão –“ser a

melhor empresa mundial no gerenciamento da informação e das

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19comunicações” – ao incorporar o entretenimento com a aquisição da Tele-

Communications Inc. gigante da TV a cabo.

Um negócio pode ser definido em termos de três dimensões:

grupos de consumidores, necessidades dos consumidores e tecnologia. Por

exemplo, consideramos uma pequena empresa que define seu negócio como

projetista de sistema de iluminação incandescente para estúdios de televisão.

Seu grupo de consumidores é formado por estúdios de televisão; a

necessidade dos consumidores é iluminação e a tecnologia é iluminação

incandescente. A empresa pode desejar expandir suas atividades em negócios

adicionais. Por exemplo, pode fornecer iluminação a outros grupos de

consumidores, como residências, fábricas e escritórios. Poderia fornecer outros

serviços necessários pelos estúdios de televisão, como aquecimento,

ventilação ou ar-condicionado. Poderia desenvolver outras tecnologias de

iluminação infravermelho ou ultravioleta.

Normalmente as grandes empresas administram negócios bem

diferentes, cada um deles exigindo estratégia apropriada. A General Electric

classificou seus negócios em 49 unidades estratégicas de negócios (UEN).

Cada UEN possui três características:

• É um único negócio ou conjunto de negócios relacionados que

podem ser planejados separadamente do restante da empresa.

• Tem seu próprio conjunto de concorrentes.

• Tem um administrador responsável pelo planejamento

estratégico e lucro e que controla a maioria dos fatores que

afetam esse lucro.

Alocação de recursos a cada UEN

O propósito de identificar as unidades estratégicas de negócios da

empresa é desenvolver estratégias separadas e alocar os recursos financeiros

apropriados. A alta administração sabe que seu portfolio de negócios,

geralmente, inclui muitos “campeões de ontem” bem como “promessas de

amanhã”. Entretanto, não pode confiar apenas em impressões, necessita de

ferramentas analíticas para classificar seus negócios por potencial de lucro.

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20Dois dos modelos de avaliação de portfólio de negócios mais

conhecidos são o do Boston Consulting Group e o da General Electric.

1.2.3 Modelo do Boston Consulting Group

Matriz BCG

O objetivo da identificação das unidades estratégicas de negócios da

empresa é o desenvolvimento de estratégias esperadas e a alocação de

recursos adequados. A alta administração sabe que sua carteira de negócios

costuma incluir alguns “antigos sucessos” assim como promessas para o

amanhã. Ela não pode, no entanto basear-se apenas em impressões; precisa

de ferramentas analíticas, para classificar seus negócios de acordo com o

potencial de lucros. Dois dos melhores modelos de avaliação de carteiras são o

modelo do Boston Consulting Group e o modelo da General Eletric.

Abordagem do Boston Consulting Group

O Boston Consulting Group (BCG) líder em consultoria em gestão,

desenvolveu e popularizou a matriz de crescimento/participação (Matriz BCG).

Os oito círculos apresentados no exemplo representam os tamanhos e as

posições das oito unidades estratégicas de negócios em uma empresa

hipotética. O volume de cada negócio em dólares é proporcional à área do

círculo. Assim, os dois maiores negócios são os números 5 e 6. A localização

de cada unidade de negócios indica a taxa de crescimento do mercado e a

participação relativa do negócio no mercado.

A taxa de crescimento do mercado representada no eixo vertical

indica a taxa de crescimento anual do mercado em que o negócio opera. Na

figura apresentada, varia de 0 a 20 por cento. Uma taxa de crescimento acima

de 10 por cento é considerada alta. A participação relativa no mercado,

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21representada no eixo horizontal, refere-se a participação da UEN no mercado,

em relação a seu maior concorrente no segmento. Serve como avaliação da

força da empresa no segmento de mercado pertinente. Uma participação

relativa no mercado de 0,1 significa que o volume de vendas dessa empresa é

de apenas 10 por cento do volume de vendas do líder e tem 10 vezes as

vendas do concorrente mais próximo naquele mercado. A participação relativa

no mercado é dividida em participações altas e baixas; a linha divisória passa

pelo valor 1,0. A participação relativa no mercado é plotada em escala

logarítmica, de modo que distâncias iguais representam o mesmo aumento

percentual.

A Matriz BCG é dividida em quatro células, cada uma indicando um

tipo diferente de negócio:

1 Pontos de Interrogação – são negócios que operam em mercados de alto

crescimento, mas que tem baixas participações relativas. A maioria dos

negócios inicia como ponto de interrogação quando a empresa tenta entrar em

um mercado de alto crescimento em que já existe um líder. Um ponto de

interrogação exige muito investimento, porque a empresa tem que gastar

dinheiro em fábricas, equipamentos e pessoal para acompanhar o mercado de

alto crescimento e porque deseja assumir a posição de líder.

2. Estrelas – se o negócio do tipo ponto de interrogação for bem-sucedido, ele

se torna uma estrela. Uma estrela é líder em um mercado de alto crescimento.

Mas, não produz, necessariamente, um fluxo de caixa positivo. A empresa

deve gastar recursos substanciais para acompanhar a alta taxa de crescimento

e repelir os ataques dos concorrentes.

3. Vacas leiteiras – quando a taxa anual de crescimento de mercado cai para

abaixo de 10 por cento, a estrela se torna uma vaca leiteira se ainda tiver a

mais alta participação relativa naquele mercado. Uma vaca leiteira gera muito

caixa. A empresa não tem que financiar expansões de capacidade porque a

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22taxa de crescimento do mercado já diminuiu. Como o negócio é líder, desfruta

de economias de escala e de maiores margens de lucro. A empresa utiliza

seus negócios do tipo vaca leiteira para pagar as contas e apoiar seus outros

negócios.

4. Animais de estimação – são negócios com participações em mercados de

baixo crescimento. Geram baixos lucros ou até mesmo prejuízos. A empresa

deve avaliar se está mantendo esses negócios por boas razões (como uma

esperada reviravolta na taxa de crescimento de mercado ou uma nova chance

para conseguir a liderança) ou por razões sentimentais.

(VIDE ANEXO 1)

Com o tempo, as UENs mudam de posição na matriz BCG. UENs

bem sucedidas tem um ciclo de vida típico. Iniciam-se como pontos de

interrogação, tornam-se estrelas, depois vacas leiteiras e por fim animais de

estimação.

O pior erro que uma empresa poderia cometer seria exigir que todas

UENs tenham por meta a mesma taxa de crescimento ou o mesmo nível de

retorno. O ponto principal de análise é que cada negócio tem um potencial

diferente e exige um objetivo próprio.

Planejamento de novos negócios, redução de negócios

superados

Os planos da empresa para seus negócios lhe permitem projetar as

vendas totais e os lucros. Freqüentemente, as vendas e o lucro projetados são

inferiores ao que a gerência corporativa que fossem. Se há uma lacuna de

planejamento estratégico entre as vendas efetuadas e as vendas projetadas, a

administração corporativa terá que desenvolver ou adquirir novos negócios

para preenchê-la.

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23Oportunidades de Crescimento

A empresa pode identificar oportunidades através de um

crescimento intensivo (penetração de mercado, desenvolvimento de

mercado e desenvolvimento de produto), crescimento integrativo

(integração retrógrada, integração à frente e integração horizontal) e

crescimento por diversificação (diversificação concêntrica, diversificação

horizontal e diversificação conglomerada).

(VIDE ANEXO 2)

Crescimento intensivo: grade de expansão produto–mercado de

Ansoff

Identificar crescimento adicional dentro dos negócios atuais.

Oportunidades de melhoria do desempenho dos negócios existentes. Ansoff

propôs uma estrutura útil para identificar novas oportunidades de crescimento

intensivo, denominada “Grade de expansão produto-mercado”.

a. Estratégia de penetração de mercado: empresa verifica se

pode ter maior participação atual com seus produtos e nos seus

mercados (produtos atuais para mercados atuais).

b. Estratégia de desenvolvimento de mercados: empresa verifica

se pode encontrar ou desenvolver novos mercados para seus

produtos atuais (produtos atuais para novos mercados).

c. Estratégia de desenvolvimento de produtos: oportunidades de

desenvolver novos produtos de interesse potencial para

mercados atuais (novos produtos para mercados atuais).

• Crescimento por diversificação: novos produtos para novos mercados.

Três tipos são possíveis: concêntrico (novos produtos com semelhanças

tecnológicas e/ou de mercado com linhas existentes), horizontal (novos

produtos que interessassem aos clientes, mesmo sem relação

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24tecnológica com a atual linha) e conglomerado( novos negócios sem

relação com a tecnologia, com os produtos ou com os mercados atuais).

• Crescimento integrativo: aquisição de novos negócios: integração

retrógrada (fornecedores), integração à frente (atacadistas) e integração

horizontal (concorrentes).

• Redução de negócios superados: para perseguir o crescimento, as

empresas não devem apenas desenvolver novos negócios, mas

também, cuidadosamente, abandonar negócios antigos, exauridos.

(VIDE ANEXO 3)

1.2.4 Modelo da General Electric

1. Análise do ambiente externo (análise de oportunidades e ameaças)

• Análise das oportunidades de marketing: uma oportunidade

existe quando a empresa pode lucrar ao atender às

necessidades dos consumidores de um determinado

segmento. As oportunidades são classificadas de acordo com

sua atratividade e probabilidade de sucesso.

• Análise das ameaças ambientais: é um desafio imposto por

uma tendência ou desenvolvimento desfavorável que levaria,

na ausência de uma ação de marketing defensiva, à

deterioração das vendas ou dos lucros. Os desafios são

classificados de acordo com sua gravidade e probabilidade de

ocorrência.

2. Análise do ambiente interno (análise de forças e fraquezas)

3. Formulação de metas: estabelecimento de objetivos específicos em

termos de magnitude e prazo.

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254. Formulação da estratégia: plano de jogo para se atingirem os objetivos

estabelecidos. Existem três tipos genéricos de pensamento estratégico:

liderança total em custos, diferenciação e foco.

5. Alianças estratégicas: na forma de alianças de marketing com outras

empresas domésticas ou multinacionais, para complementar ou alavancar

capacidades e recursos de marketing.

6. Formulação de programas: desenvolvimento de programas detalhados

para apoiar a estratégia.

(VIDE ANEXOS 4 E 5)

Um objetivo apropriado a uma UEN não pode ser determinado

apenas por sua posição na matriz crescimento-participação. Se fatores

adicionais forem considerados, a matriz crescimento-participação pode ser

vista como um caso especial de matriz de portfólio multifatorial introduzida pela

General Electric (GE). Este modelo é mostrado na Figura 2, onde sete

negócios de uma empresa hipotética são assinalados. O tamanho do círculo

representa o tamanho do mercado relevante, em vez de representar o tamanho

do negócio da empresa. A parte sombreada do círculo representa a

participação de mercado do negócio. Assim, o negócio de embreagem da

empresa atua em um mercado de tamanho moderado e detém,

aproximadamente, 30% de participação no mesmo.

Cada negócio é classificado em termos de duas dimensões

importantes: atratividade de mercado e força do negócio. Esses dois fatores

têm excelente sentido de marketing na classificação de um negócio.

As empresas serão bem-sucedidas à medida que entrarem em

mercados atraentes e possuírem as forças exigidas por esses mercados. Se

faltar um desses fatores, o negócio não produzirá os resultados esperados.

Uma empresa forte operando em um mercado não atraente ou uma empresa

fraca operando em um mercado atraente, nenhuma delas será bem sucedida.

Nota-se que os dois fatores do BCG – taxa de crescimento de

mercado e participação de mercado – são pré-assumidos sob as duas

principais variáveis do modelo GE. Este modelo leva os planejadores

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26estratégicos a examinar mais fatores ao avaliar um negócio real ou potencial do

que os propostos pelo modelo BCG.

Como a empresa chega aos dados mostrados nos círculos da Figura

2 a). A administração classifica cada fator de 1 (não atraente) a 5 (muito

atraente). O negócio de bombas hidráulicas é avaliado em 4 no tamanho do

mercado, indicando uma participação muito boa, desde que o mercado total

seja 5.

Claramente, a avaliação desses fatores exige dados fornecidos pelo

departamento de marketing e por outras pessoas da empresa. Depois as

avaliações são multiplicadas pelos pesos, refletindo a importância relativa dos

fatores para se chegar aos valores, que são somados para cada dimensão. O

negócio de bombas hidráulicas somou 3,70 em atratividade de mercado e 3,40

em força do negócio, abaixo da somatória máxima de 5,00 para cada fator. O

analista coloca um ponto representando esse negócio na matriz multifatorial da

Figura 2 a) e desenha um círculo em torno do mesmo, de tamanho

proporcional à dimensão do mercado relevante. A participação de mercado da

empresa de, aproximadamente, 14% está sombreada. Fica evidente que o

negócio de bombas hidráulicas está situado em uma parte razoavelmente

atraente da matriz.

De fato, a matriz GE está dividida em nove células, que por sua vez,

concentram-se em três zonas (Figura 2 b). As três células do canto superior

esquerdo indicam as UENS fortes em que a empresa deve investir/crescer. As

células diagonais do canto inferior esquerdo ao superior direito indicam UENS

classificadas como médias em termos de atratividade global. A empresa deve

procurar seletividade e administrar os lucros nessas UENS. As três células do

canto inferior direito indicam UENS fracas em termos de atratividade global: a

empresa deve pensar seriamente em desacelerar/abandonar esses negócios.

Por exemplo, o negócio de válvulas de escape representa uma UEN com baixa

participação de mercado em um mercado de tamanho médio não muito

atraente e onde a empresa está em fraca posição competitiva: é séria

candidata a desacelerar/abandonar.

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27A administração deve também prever a posição esperada de cada

UEN nos próximos três a cinco anos, mantendo-se a estratégia atual. Essa

determinação envolve analisar onde se situa cada produto em seu ciclo de

vida, bem como as estratégias competitivas esperadas, novas tecnologias,

eventos econômicos e assim por diante. Os resultados estão indicados pela

extensão e direção das setas do ANEXO 6 a) Por exemplo, espera-se que o

negócio de bombas hidráulicas decline levemente em termos de atratividade de

mercado e que o negócio de embreagens decline fortemente em termos de

força.

Nem sempre o objetivo da empresa é o crescimento de vendas em

cada UEN. Ao contrário, o objetivo pode ser manter a demanda existente

investindo menos recursos de marketing ou retirar dinheiro do negócio,

permitindo a queda da demanda. Assim, a tarefa da administração de

marketing é gerenciar a demanda ou a receita no nível-alvo negociado com a

alta administração.

Marketing contribui para avaliar o potencial de lucro e vendas de

cada UEN, mas uma vez estabelecidos os objetivos e o orçamento de cada

uma delas, a tarefa de marketing é implementar o plano de maneira eficiente e

rentável.

1.2.5 Análise da Matriz Swot

1.2.5.1 Planejamento Estratégico do Negócio

Após examinar as tarefas de planejamento estratégico exercidas

pela administração da empresa, podemos, agora, examinar as tarefas de

planejamento estratégico desempenhadas pelos administradores de unidades

de negócios. O processo de planejamento estratégico da unidade de negócio

consiste nas oito etapas mostradas no ANEXO 7.

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281.2.5.2 Análise do ambiente externo (análise de oportunidades

ameaças)

Uma vez formulada a declaração de missão da unidade de negócio,

o gerente do negócio conhece as partes do ambiente que precisa monitorar

para atingir suas metas. Por exemplo, a empresa de iluminação de estúdios de

televisão precisa observar a taxa de crescimento dos estúdios de televisão, sua

situação financeira, os concorrentes atuais e os novos desenvolvimentos

tecnológicos, a legislação que pode afetar o design ou marketing e os canais

de distribuição para a venda de equipamentos de iluminação.

Em geral, uma unidade de negócio precisa monitorar as forças

macroambientais (demográficas, econômicas, tecnológicas, políticas, legais,

sociais e culturais) e os atores microambientais importantes (consumidores,

concorrentes, canais de distribuição, fornecedores) que afetam sua habilidade

de obter lucro. A unidade de negócio deve estabelecer um sistema de

inteligência de marketing para rastrear tendências e desenvolvimentos

importantes. Para cada tendência ou desenvolvimento, a administração precisa

identificar as oportunidades e as ameaças associadas.

Oportunidades. Um importante propósito da análise ambiental é

detectar novas oportunidades de marketing.

“OPORTUNIDADE DE MARKETING é uma área de necessidade

do comprador em que a empresa pode atuar rentavelmente”.

As oportunidades podem ser classificadas de acordo com a

atratividade e a probabilidade de sucesso. A probabilidade de sucesso da

empresa não depende apenas da força de seu negócio, das exigências básicas

para ser bem-sucedida em um mercado-alvo, mas também de suas

competências para superar seus concorrentes. A mera competência não

constitui uma vantagem competitiva. A empresa de melhor desempenho será

aquela que pode gerar o maior valor para o consumidor e sustentá-lo ao longo

do tempo.

Na matriz de oportunidades mostrada no ANEXO 7, as melhores

oportunidades de marketing enfrentadas pela empresa de iluminação de

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29estúdios de televisão listadas na célula superior esquerda; a administração

dever ir atrás dessas oportunidades. As oportunidades na célula inferior direita

são de menor importância. As oportunidades na célula superior direita e da

inferior esquerda devem ser monitoradas com atenção porque podem melhorar

a atratividade ou a probabilidade de sucesso.

Ameaças. Alguns desenvolvimentos do ambiente externo

representam ameaças.

AMEAÇA AMBIENTAL é um desafio decorrente de uma tendência

ou desenvolvimento desfavorável que levaria, na ausência de ação defensiva

de marketing, a deterioração das vendas ou do lucro.

As ameaças devem ser classificadas conforme seu grau de

relevância e probabilidade de ocorrência. A figura 3 (b) ilustra a matriz de

ameaças enfrentadas pela empresa de iluminação de estúdios de televisão. As

ameaças da célula superior esquerda são de maior importância porque podem

prejudicar seriamente a empresa e têm alta probabilidade de ocorrência. Para

lidar com essas ameaças, a empresa precisa preparar planos de contingência

para enfrentá-las antes ou durante suas ocorrências. As ameaças da célula

inferior direita são menores e podem ser ignoradas. As ameaças das células

superior direita e inferior esquerda não exigem planos de contingência, mas

que precisam ser cuidadosamente monitoradas porque, se aumentarem,

podem tornar-se mais sérias.

Uma vez a administração ter identificado as principais oportunidades

e ameaças enfrentadas por uma unidade de negócio específica, é possível

caracterizar sua atratividade global. Quatro resultados são possíveis:

• Um negócio ideal é alto em termos de oportunidades e baixo em

ameaças.

• Um negócio especulativo é alto tanto em termos de oportunidades como

de ameaças.

• Um negócio maduro é baixo em termos de oportunidades e baixo em

ameaças.

• Um negócio arriscado é baixo em termos de oportunidades e alto em

ameaças.

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30 1.2.6 Administração Por Objetivos

Após a empresa ter definido sua missão e examinado seus

ambientes externo e interno, ela pode desenvolver metas específicas para o

período de planejamento. Este estágio do processo de planejamento

estratégico do negócio é denominado formulação de metas. Os

administradores usam o termo metas para descrever os objetivos específicos

referentes a magnitude e tempo. Transformar objetivos em metas mensuráveis

facilita o planejamento, a implementação e o controle.

Poucos negócios procuram apenas um objetivo. Ao contrário, a

maioria das unidades de negócios procura um composto de objetivos,

incluindo rentabilidade, crescimento de vendas, maior participação de mercado,

minimização de riscos, inovação, reputação e assim por diante. A unidade de

negócio estabelece seus objetivos e, depois, administra por objetivos (APO).

Para um sistema de APO funcionar, os vários objetivos da unidade de negócio

devem atender a quatro critérios:

• Os objetivos devem ser hierarquizados, do mais importante ao menos

importante. Por exemplo, o objetivo-chave da unidade de negócio para o

período pode ser aumentar a taxa de retorno sobre o investimento. Isso

pode ser realizado aumentando-se o nível de lucro e/ou reduzindo o

capital investido. O lucro pode ser aumentado, elevando-se o

faturamento e/ou reduzindo-se as despesas. O faturamento pode

crescer pela ampliação da participação de mercado e/ou aumentando-se

os preços. Ao proceder desta maneira, o negócio pode começar com

objetivos amplos que, depois, são transformados em objetivos

específicos de departamentos e de indivíduos.

• Os objetivos devem, sempre que possível, ser quantitativamente

declarados. O objetivo “aumentar o retorno sobre o investimento (ROI)”

é melhor declarado como “aumentar o ROI para 15% ou, ainda melhor,

“aumentar o ROI para 15% nos próximos dois anos”.

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31• As metas devem ser realistas. Devem partir de uma análise das

oportunidades e ameaças da unidade de negócio, não daquilo que seria

desejável.

• Os objetivos da empresa devem ser consistentes. Não é possível a

maximização simultânea das vendas e dos lucros.

• Outros fatores importantes incluem o lucro a curto prazo versus o

crescimento a longo prazo, profunda penetração nos mercados

existentes versus desenvolvimento de novos mercados, metas de lucro

versus metas de não lucro e alto crescimento versus baixo risco. Cada

escolha nesse conjunto de fatores exige uma estratégia de marketing

diferente.

1.2.7 Formulação de Estratégia

As metas indicam o que uma unidade de negócio deseja atingir: a

estratégia é um plano de como chegar lá. Cada negócio deve estabelecer sua

própria estratégia para atingir suas metas. Embora muitos tipos de estratégias

estejam disponíveis, Michael Porter resumiu-as em três tipos genéricos que

fornecem um bom ponto de partida para o pensamento estratégico: liderança

total em custos, diferenciação e foco.

• Liderança total em custos. Aqui, a empresa faz grande esforço para reduzir

ao máximo seus custos de produção e distribuição, podendo, assim,

oferecer preços menores do que seus concorrentes e obter maior

participação de mercado. As empresas que adotam essa estratégia devem

ser fortes em engenharia, compras, produção e distribuição física e

necessitam de menor experiência em marketing. A Texas Instruments é

líder em praticar esta estratégia. Neste caso, o problema é que outras

empresas, geralmente, entrarão no mercado com preços ainda menores

(por exemplo, do Extremo Oriente), prejudicando a empresa que apostou

todo seu futuro nessa prática. O desafio está na empresa manter seus

custos inferiores aos concorrentes e adotar uma estratégia de diferenciação

ou de foco.

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32• Diferenciação. Neste caso, a empresa concentra esforços para alcançar

desempenho superior em uma importante área de benefício para o

consumidor, valorizada por grande parte do mercado. Pode esforçar-se

para ser líder em serviços, em qualidade, em estilo, em tecnologia etc., mas

não é possível em todas estas áreas. A empresa desenvolve aquelas forças

que possibilitam vantagem competitiva em um ou mais benefícios. Assim,

aquelas que buscam liderança em qualidade deve fabricar ou comprar os

melhores componentes, montá-los com a maior precisão, inspecioná-los

cuidadosamente etc. Esta tem sido a estratégia da Canon no mercado de

máquina copiadoras.

• Foco. A empresa aborda um ou mais segmentos de mercado menores, em

vez de ir atrás de um grande mercado. Ela deve conhecer as necessidades

desses segmentos e obter liderança em custos ou encontrar uma forma de

diferenciação dentro desse segmento-alvo. A Armstrong Rubber

especializou-se na fabricação de pneus de qualidade para veículos

agrícolas e de recreação e mantém-se procurando novos nichos de

mercado para atender.

Conforme Porter, “as empresas que adotam a mesma estratégia

dirigida ao mesmo mercado ou segmento de mercado-alvo formam um grupo

estratégico”. Aquelas que aplicam melhor essa estratégia obtêm os maiores

lucros. Assim, a empresa de menor custo entre as que adotam a estratégia de

custo baixo será mais bem-sucedida. As empresas que não definem uma

estratégia clara serão malsucedidas. Por exemplo, a Internacional Harvester

enfrentou tempos difíceis porque não adotou em seu setor industrial uma

estratégia de baixo custo ou de melhor atendimento a algum segmento de

mercado. As empresas indefinidas tentam ser bem-sucedidas em todas as

dimensões estratégicas. Entretanto, uma vez que isso exige maneiras

diferentes e, muitas vezes, inconscientes de organização, elas acabam não

sendo excelentes em nada.

As empresas estão também descobrindo que podem necessitar de

parceiros estratégicos se esperam ser eficazes. Freqüentemente, mesmo

empresas gigantes como AT&T, IBM, Philips e Siemens, não podem alcançar

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33liderança nacional ou global sem formar alianças estratégicas com empresas

multinacionais e/ou domésticas que completam ou alavancam suas

capacidades e recursos. Fazer negócios em outro país pode exigir

licenciamento de produtos a uma empresa local, formação de join ventures,

aquisição de fornecedores locais para atender às exigências peculiares do

mercado e assim por diante. Como resultado dessas complexidades, muitas

empresas estão rapidamente desenvolvendo redes estratégicas globais. As

vitoriosas serão aquelas que constroem a melhor rede global.

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34CAPÍTULO II

2 ANÁLISE DO AMBIENTE

2.1 Análise do Ambiente Sob Abordagem Sistêmica

2.1.1 Definição

A análise do ambiente é o processo de monitoração do ambiente

organizacional para identificar os riscos e oportunidades, tanto presentes como

futuros, que possam influenciar a capacidade das empresas de atingir suas

metas. Aqui, o ambiente organizacional é o conjunto de todos os fatores, tanto

internos como externos à organização, que possam afetar seu progresso para

atingir essas metas. De acordo com Michael E. Naylor, planejador estratégico

da corporação General Motors, “ter ciência do ambiente organizacional é vital

para o sucesso da organização”. Consequentemente, a administração deve

constantemente reunir e considerar as implicações dos dados relacionados

com importantes fatores ambientais.

Provavelmente, o futuro herdará uma crescente mudança em todos

os aspectos do ambiente organizacional. Como as organizações futuras serão

mais complexas e mais dependentes de seus ambientes, a realização de

análises ambientais, com certeza, será mais importante para os

administradores do futuro do que é para os atuais.

Uma consideração da necessidade dos administradores realizarem

uma análise do ambiente baseia-se na teoria geral dos sistemas. De acordo

com essa teoria, as organizações modernas são mais do que fechados,

sistemas abertos. Ou seja, as organizações modernas são influenciadas pelo

ambiente e estão constantemente interagindo com eles. Como as organizações

são sistemas abertos, os fatores ambientais inevitavelmente as influenciam, e

cabe aos administradores assegurar que essa influência seja canalizada para

uma direção positiva e que contribua para o sucesso organizacional.

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352.1.2 Propósito da Análise do Ambiente

Embora os procedimentos usados para realizar uma análise do

ambiente difiram muito de organização para organização, muitas empresas têm

a mesma razão principal para executar tal análise. Em geral, seu propósito é

avaliar o ambiente organizacional de modo que a administração possa reagir

adequadamente e aumentar o sucesso organizacional.

Esse propósito geral da necessidade de se realizar uma análise do

ambiente tem sido citado por muitas companhias. Por exemplo, na Connecticut

General Insurance Company, análise ambiental é feita para fornecer à

administração a habilidade para responder a questões críticas do ambiente. A

Connecticut General definiu que os tomadores de decisão da organização

devem levar em conta considerações externas. Similarmente, a Sun

Exploration and Production Company declarou que o propósito de sua análise

do ambiente é explorar as futuras condições do ambiente organizacional e

incorporar o que aprendeu ao processo de tomada de decisão organizacional.

2.1.3 Funções da Análise do Ambiente nas Organizações

A análise do ambiente, se usada adequadamente, pode ajudar a

garantir o sucesso organizacional. Entretanto, as regras ou papéis

organizacionais que o sistema de análise do ambiente assume para garantir

esse sucesso podem variar drasticamente de organização para organização.

Três desses papéis são:

• A função orientada para a política: O principal propósito de uma análise

do ambiente orientada para a política é melhorar o desempenho

organizacional simplesmente mantendo a alta administração informada

sobre as principais tendências emergentes no ambiente. Em geral, os

que executam essa espécie de análise do ambiente enfocam bem a

corporação como um todo e têm acesso direto à alta administração.

Essa função enfatiza a descoberta antecipada e a reação adequada da

alta administração a questões estratégicas amplas tais como atitudes,

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36normas e leis que provavelmente afetem a organização como um todo.

A análise do ambiente orientada para a política normalmente não é

estruturada e o relacionamento entre o processo de análise do ambiente

e o planejamento organi-zacional formal é indireto e informal.

• O papel do planejamento estratégico integrado: O principal propósito

desse tipo de análise do ambiente é melhorar o desempenho

organizacional, tornando os altos administradores e os gerentes de

divisões cientes das questões que surgem no ambiente da empresa;

tendo um impacto direto sobre o planejamento e ligando o planejamento

corporativo e divisional. Os que se ocupam com tais análises ambientais

trabalham tanto em nível de corporação como de divisão e informam ou

executam como parte do pessoal de planejamento da organização.

Normalmente, um sistema de análise dessa espécie tem uma tarefa

específica a realizar dentro do processo de administração estratégica.

Em geral, essa tarefa inclui a preparação de previsões ambientais para

gerar hipóteses básicas sobre planejamento organizacional e fornecer

informações mais detalhadas sobre partes relevantes do ambiente à

medida que planos organizacionais específicos comecem a se

materializar.

• O papel orientado para a função: O principal propósito da análise

ambiental orientada para a função é melhorar o desempenho

organizacional fornecendo informações ambientais concernentes ao

desempenho efetivo de funções organizacionais específicas. Esse tipo

de análise do ambiente é normalmente feito para aumentar o

desempenho de uma função em especial ou de uma atividade

organizacional principal tanto em nível de corporação como divisional.

Tais funções podem ser amplas (melhoria de práticas de recrutamento

organizacional) ou bastante específicas (atendimento rápido de um

regulamento do governo). Naturalmente, os que executam esse papel

abordam de forma muito limitada segmentos ambientais específicos

relacionados à função organizacional em questão. O sistema em que

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37eles operam é geralmente integrado ao processo de planejamento

normal para aquela função organizacional em particular.

À medida que revemos essas três funções, diversos fatos tornam-se

claros. Em primeiro lugar, a função orientada para a política parece ser a mais

ampla em termos de escopo e a menos relacionada ao planejamento

organizacional formal. Por outro lado, o papel orientado para a função parece

ser mais especificamente dirigido para questões organizacionais em particular.

Mais do que os outros dois papéis, o papel do planejamento estratégico

integrado parece enfatizar um relacionamento próximo entre a análise do

ambiente e o planejamento organizacional formal.

Esses três papéis são três exemplos simples de como um sistema

de análise ambiental pode ser projetado para trabalhar por uma organização.

Os administradores precisam ter em mente que as funções de análise

ambiental em qualquer organização devem atender a necessidades específicas

dessa organização. Quaisquer dessas funções ou qualquer combinação delas

poderão ser uma barreira para o sucesso organizacional se não refletirem

necessidades organizacionais específicas.

2.1.4 Estrutura Ambiental

Para executar uma análise ambiental de forma eficiente e efetiva,

um administrador deve entender bem a forma como ambientes organizacionais

estão estruturados. O ambiente de uma organização é geralmente dividido em

três níveis distintos: o ambiente geral, o ambiente operacional e o ambiente

interno. O ANEXO 8 ilustra o relacionamento de cada um desses níveis com os

outros, bem como com a organização como um todo, e esboça livremente os

diversos componentes que compõem cada nível. Os administradores devem

estar cientes desses três níveis ambientais, conhecer quais fatores eles

incluem, entender como cada fator e os relacionamentos entre os fatores

afetam o desempenho organizacional e, então, administrar as operações

organizacionais à luz desse entendimento.

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382.1.5 O Ambiente Geral

O ambiente geral é o nível de um ambiente externo à organização,

composto de componentes que normalmente têm amplo escopo e pouca

aplicação imediata para administrar uma organização. Que componentes são

esses?

O componente econômico do ambiente geral indica como os

recursos são distribuídos e usados dentro do ambiente. Exemplos de fatores

internos ao componente econômico são o Produto Nacional Bruto, lucros da

corporação, taxa de inflação, produtividade, taxas de emprego, balanço de

pagamentos, taxas de juros, tributos e receita de consumidores, débitos e

despesas.

O componente social do ambiente geral descreve as características

da sociedade na qual a organização existe. Níveis educacionais, costumes,

crenças, estilo de vida, idade, distribuição geográfica e a mobilidade de uma

população fazem parte do componente social do ambiente geral. É importante

que os administradores lembrem-se de que, embora as mudanças nos

atributos de uma sociedade possam ocorrer lenta ou rapidamente,

inevitavelmente elas ocorrerão.

O componente político do ambiente geral compreende os elementos

que estão relacionados à obrigação governamental. Exemplos incluem o tipo

de governo, a atitude do governo face às várias indústrias,. esforços para tentar

obter aprovação de projetos por grupos interessados, progressos na

aprovação de leis, plataformas de partidos políticos e (algumas vezes) a

predisposição dos candidatos de se empenhar no cargo.

O componente legal do ambiente geral consiste da legislação

aprovada. Este componente descreve regras ou leis que todos os membros da

sociedade devem seguir. Exemplos de tais legislações voltadas

especificamente para a operação de organizações incluem o Ato da Qualidade

do Ar de 1967, o Ato do Ar Limpo de 1963, o Ato de Saúde e Segurança

Ocupacional de 1970, o Ato de Proteção do Produto ao Consumidor de 1972 e

o Ato de Conservação e Política de Energia de 1975. Naturalmente, com o

passar do tempo, novas leis são aprovadas e as antigas rescindidas.

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39O componente tecnológico do ambiente geral inclui novas

abordagens para a produção de mercadorias e serviços: novos procedimentos

e equipamentos. Por exemplo, a tendência contemporânea para a exploração

de robôs para melhorar a produtividade é acompanhada de perto por muitos

dos administradores de hoje. O aumento do uso de robôs na próxima década

deverá melhorar em muito a eficiência da indústria americana. Espera-se que

as instalações com máquinas controladas por computador cresçam a uma taxa

de 35 a 45% durante os próximos dez anos.

ANEXO 8 - A organização, os níveis de seus ambientes e os

componentes desses níveis

2.1.6 O Ambiente Operacional

O ambiente operacional é o nível do ambiente externo à organização

composto de setores que normalmente têm implicações específicas e

relativamente mais imediatas na administração da organização. Os principais

componentes do ambiente operacional são os clientes, a concorrência, a mão-

de-obra, os fornecedores e as questões internacionais.

O componente cliente do ambiente operacional reflete as

características e o comportamento daqueles que compram mercadorias e

serviços fornecidos pela organização. Descrever em detalhes os que compram

produtos da empresa é uma prática comercial muito comum. O

desenvolvimento de tais perfis ajuda a administração a gerar idéias sobre como

melhorar a aceitação das mercadorias e serviços da organização pelos

clientes.

O componente concorrência do ambiente operacional consiste

naqueles que a organização tem de "combater" para conseguir recursos.

Entender os competidores é um fator-chave no desenvolvimento estratégico

efetivo, portanto, analisar o ambiente competitivo é um desafio fundamental

para a administração. Basicamente, o propósito da análise da concorrência é

ajudar a administração a avaliar os pontos fortes e fracos e a capacidade de

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40concorrentes existentes e em potencial e predizer que estratégias eles

provavelmente adotarão.

2.1.7 Ambiente Interno

O ambiente interno é o nível de ambiente da organização que está

dentro da organização e normalmente tem implicação imediata e específica na

administração da organização. Ao contrário dos componentes do ambiente

geral e operacional, que existem fora da organização, os componentes do

ambiente interno estão dentro dela. O ANEXO 10 relaciona diversos fatores

que são considerados componentes importantes do ambiente interno.

2.1.8 Diretrizes Para Se Executar Uma Análise do Ambiente

Tendo em mente os fundamentos da análise do ambiente e as

dimensões da estrutura ambiental, estamos preparados para propor diretrizes

que os administradores possam seguir quando realizarem uma análise do

ambiente.

Não existe forma e padrão ótimos para a execução de uma análise

do ambiente e que determine os riscos atuais e futuros para a organização na

realização de suas diretrizes. Entretanto, seguindo as diretrizes discutidas

nesta seção, os administradores podem aumentar a qualidade de sua análise

do ambiente, não importando o procedimento que usem. De acordo com essas

diretrizes, um administrador deve determinar quão relevantes são os diversos

níveis ambientais e questões estratégicas para a organização, implementar as

técnicas apropriadas de análise do ambiente e avaliar o processo de análise do

ambiente usado.

2.1.9 Determinando a Relevância dos Níveis Ambientais

Assim como é importante que saibam que o sucesso das

organizações é influenciado pela estrutura dos três níveis distintos do ambiente

organizacional, eles também devem entender que todos esses níveis não

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41afetam necessariamente a organização da mesma forma. Ou seja, em

diferentes tipos de organizações, os diversos níveis ambientais apresentam

diferentes graus de relevância.

Um método freqüentemente usado para determinar a relevância dos

níveis ambientais para as organizações é considerar o tamanho da

organização e seu grau de envolvimento em negócios internacionais. À medida

que uma organização aumenta de tamanho e envolve-se mais em negócios

internacionais, as variáveis do ambiente geral tornam-se mais relevantes para

o pleno êxito da administração da organização. De modo inverso, quanto

menor a organização, menos provável que ela se envolva em negócios

internacionais, e os fatores do ambiente geral tendem a ser menos relevantes

para sua administração bem-sucedida. Os ambientes operacionais e internos

são geralmente considerados relevantes para o sucesso, não importa o

tamanho da organização ou seu envolvimento em negócios internacionais. O

ANEXO 10 ilustra a relação entre o tamanho da organização, negócios

internacionais e a relevância dos níveis ambientais.

2.2 Análise do Ambiente Sob a Abordagem De Marketing

Todas as empresas operam dentro de um ambiente de marketing.

Esse ambiente consiste em fatores e forças que afetam a capacidade da

empresa de interagir com seu mercado-alvo de forma eficaz. O ambiente pode

se dividido em microambiente e macroambiente.

O microambiente divide-se em cinco componentes. O primeiro é o

ambiente interno da empresa, sua estrutura de departamentos e gerências, que

afeta as decisões dos administradores de marketing. O segundo são os

intermediários de marketing, as empresas do canal de marketing que cooperam

para gerar o valor. O terceiro é o grupo dos clientes para os quais a empresa

pode vender, incluindo os consumidores, produtores, revendedores, mercados

do governo e mercados internacionais. O quarto consiste nos concorrentes que

tentam afastar os clientes da empresa.

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42O último componente do microambiente consiste em todo o público

que tem interesse ou impacto na capacidade de alcançar seus objetivos:

público financeiro, mídia, governo, órgãos de defesa do consumidor, público

local, geral e interno.

A empresa também é afetada pelo macroambiente, composto das

principais forças que apresentam oportunidades à empresa. O ambiente

demográfico apresenta os desafios enfrentados pelos profissionais de

marketing quanto ás mudanças da estrutura etária da população e da estrutura

familiar, quanto aos fluxos demográficos, quanto à população atual com nível

mais alto de escolaridade e maior numero de executivos, quanto a uma maior

diversidade étnica e racial. O ambiente econômico mostra mudanças na renda

real e nos hábitos de gastos dos consumidores. O ambiente natural mostra a

escassez de certas matérias-primas, o aumento dos custos de energia, os

crescentes níveis de poluição, a crescente intervenção do governo da

administração dos recursos naturais, e uma preocupação maior dos cidadãos,

sem deixar de mencionar um maior ativismo com relação a esses problemas. O

ambiente tecnológico mostra as rápidas mudanças tecnológicas, as ilimitadas

oportunidades de inovação, os elevados orçamentos dos departamentos de

pesquisa e desenvolvimento, a ênfase em aprimoramentos menores em lugar

de grandes descobertas e a crescente regulamentação da mudança

tecnológica. O ambiente político luta na direção oposta: aumento da

regulamentação dos negócios com uma forte participação das agências

governamentais, porém têm-se ouvido cada vez mais apelos para essas

tendências pararem. Nesse ambiente há também um crescimento dos grupos

de interesse público.

Por fim, o ambiente cultural mostra as tendências a longo prazo na

direção de uma "sociedade do nós", menos lealdade às organizações, uma

exacerbação do patriotismo e do conservadorismo, maior valorização da

natureza e uma busca por valores mais significativos e duradouros.

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432.2.1 Ambiente Demográfico

A maior força macroambiental que os profissionais de marketing

monitoram é a população, pois esta envolve pessoas, e pessoas constituem os

mercados.

As empresas se interessam pelo tamanho e pela taxa de

crescimento da população nas diferentes cidades, além da preocupação com a

distribuição etária, diversidade étnica, níveis educacionais, padrão de moradia

e as características de cada região ou nação.

A população mundial têm crescido assustadoramente, totalizando

hoje 5,4 bilhões. Essa explosão populacional tem sido fonte de grande

preocupação por parte do governo e de vários grupos internacionais por duas

razões; a primeira é que os recursos finitos da terra só podem sustentar um

certo número de pessoas, especialmente nos padrões de vida a que muitos

países aspiram. Há portanto a preocupação de que o crescimento da

população e do consumo resulte em um suprimento insuficiente de alimentos,

esgotamento das jazidas minerais, densidade excessiva, poluição e

deterioração geral da qualidade de vida.

A segunda causa de preocupação é que a população cresce mais

justamente nos países e comunidades que menos podem arcar com estes

custos. Assim, o crescimento explosivo da população traz grandes implicações

para as empresas já que uma população crescente significa aumento das

necessidades humanas, mas não necessariamente o crescimento de mercado,

a menos que haja poder de compra.

As populações variam em seu composto etário. Assim, o grupo

etário que experimentar o crescimento, sinalizará para a empresa que tipos de

produtos ou serviços terão demanda alta nos próximos anos.

As empresas estão constantemente identificando subgrupos dentro

de grupos etários como possíveis mercados alvos. Assim cada grupo tem um

conjunto conhecido de produtos e serviços necessários, e preferências de

mídia que ajudam as empresas a aperfeiçoar suas ofertas de mercado.

A composição étnica e social também é de suma importância, onde

cada grupo populacional possui desejos e hábitos de compra específicos. Com

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44isso, várias empresas dirigem seus produtos ou promoções a um ou mais

destes grupos. Porém profissionais de marketing devem se preocupar em não

generalizar demais os grupos étnicos, já que em cada grupo há consumidores

diferentes entre si.

O padrão de moradia do seu target deverá ser bem analisado, já que

a moradia tradicional (mulher, marido e filhos) já não se constitui o padrão

dominante, cada grupo possui um conjunto distinto de necessidades e hábitos

de compra. Assim as empresas deverão cada vez mais considerar as

necessidades diferenciadas das moradias não tradicionais, que tem tido um

maior crescimento que as tradicionais.

O movimento migratório entre países e dentro deles, de arcas rurais

para áreas urbanas (ou vice-versa), também devem ser levado cm conta pelas

empresas, já que a localização das pessoas faz grande diferença em suas

preferências de consumo.

Toda a transformação demográfica de um mercado afeta

diretamente a estrutura de um mercado, tanto ganhando consumidores, como

perdendo.

A desestruturação de mercado gera mudanças graves, que deverão

ser analisados minuciosamente, pois não terão mais um mercado único e

estruturado, mas sim o mesmo mercado consumidor mas de forma flutuante.

Normalmente uma empresa bem assessorada não é pega de

surpresa com uma dessas mudanças no mercado, pois já terá analisado as

tendências e preparando o seu contra-ataque" para manutenção de seu target.

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45CONCLUSÃO

Abra as páginas de um jornal em qualquer dia da semana e você

poderá achar que está lendo editais de casamento. A única diferença está nos

nomes das empresas, freqüentemente concorrentes, que anunciam suas

parcerias: "A Northwest Airlines e a KTM unem-se para beneficiar o viajante a

negócios" ou "IBM e Philips Electronics associam-se na fabricação de chips".

Enquanto os anos 80 foram a década de fusões e compras de controles

acionários (takeovers), os anos 90 estão mostrando uma onda de alianças

estratégias e joint ventures.

Por que esse crescimento vertiginoso de alianças? Primeiro, elas

permitem que as empresas obtenham mais energia sem serem obrigadas a

crescer. Segundo, e, talvez, o mais importante no mercado global é que muitas

empresas descobriram não possuir os recursos necessários e o acesso a

mercados mais novos. Conforme José Coilazo, há oito razões estratégicas que

justificam a entrada de uma empresa em uma aliança:

• Preenchimento de lacunas no mercado atual e nas bases tecnológicas.

• Transformação do excesso de capacidade de produção em lucros.

• Redução do risco e dos custos de entrar em novos mercados.

• Aceleração do processo de lançamento de novos produtos.

• Geração de economia de escala.

• Superação de barreiras legais e comerciais.

• Extensão do escopo das operações existentes.

• Redução dos custos de saída no caso de abandono de operações.

As joint ventures da MCI com a British Telecommunications (BT) e o

Grupo Financeiro Banamex-Accival (Banacci), do México, estão em sincronia

com essas razões e atendem à estratégia esboçada em seu relatório anual de

1994:

"A MCI tornou-se a maior empresa mundial de telecomunicações ao adotar uma estratégia clara no decorrer dos anos: (1) aumento da rentabilidade e da participação de mercado, (2) expansão global e (3)

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46alavancagem das competências-núcleo em novos mercados."

Apesar das muitas boas razões para a combinação de forças, uma

porcentagem surpreendentemente alta de alianças acaba em fracasso. Um

estudo da McKinsey revelou que quase um terço de 49 alianças terminou em

fracasso por não atender às expectativas dos sócios. Entretanto, tais lições

dolorosas estão ensinando como conduzir uma aliança vencedora. Parecem

haver três aspectos importantes:

Conveniência estratégica. Antes de considerar uma aliança, as

empresas precisam avaliar suas próprias competências-núcleo. Depois, é

necessário encontrar-se um sócio que complemente suas linhas de negócios,

posições geográficas ou competências. Um bom exemplo de conveniência

estratégica foi a criação do serviço "Classe executiva mundial para viajantes a

negócios" pela Northwest Airlines e a KLM Royal Dutch Airlines. Ao unir

esforços, as duas linhas aéreas ficaram em condições de oferecer um novo

serviço em maior número de rotas do que se trabalhassem isoladas.

Foco no longo prazo. Em vez de unir forças para economizar algum

dinheiro, os parceiros estratégicos devem focar mais nos ganhos que podem

ser obtidos nos anos seguintes. A Corning, fabricante de vidro e cerâmica que

fatura $ 3 bilhões por ano, renomada em fazer parcerias que funcionam, define-

se como "uma rede de organizações". Essa rede inclui a Siemens, gigante

alemã da eletrônica, e a Vitro, maior fabricante de vidro do México.

Flexibilidade. As alianças podem durar apenas se forem flexíveis.

Um exemplo de parceria flexível é a aliança da Merck com a AB Astra da

Suécia. De início, a Merck começou fabricando os medicamentos de sua

parceira no mercado dos Estados Unidos. Na fase seguinte, criou uma nova

empresa para lidar com o faturamento anual de $ 500 milhões da sócia sueca,

vendendo-lhe, depois, metade do patrimônio líquido.

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47BIBLIOGRAFIA

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Metodologia e Práticas, 14ª Edição, São Paulo: Atlas, 1999.

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Vicente, Ambrósio, Plano de Marketing: Passo a Passo, Rio de Janeiro:

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Certo, S. e Peter, J., Administração Estratégica, Planejamento e

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Porter, Michael E., Estratégia Competitiva - Técnicas Para Análise de Indústrias

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Kotler, Philip e Armstrong, Gary, Princípios de Marketing, 7ª Edição, São Paulo:

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Tavares, Mauro Calixta, Planejamento Estratégico: A opção entre sucesso e

fracasso empresarial, São Paulo: Harbra. 1991.

Silva, Lenilson Naveiro, Líder Sábio, Rio de Janeiro: Record, 1998