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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Campus Universitário de Marabá
SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG): APLICAÇÕES NA GESTÃO E NO
PLANEJAMENTO DO TURISMO: ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE MARABÁ-PA
Anderson VianaEfran GomesJosué Dantas
MARABÁ2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Campus Universitário de Marabá
SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG): APLICAÇÕES NA GESTÃO E NO
PLANEJAMENTO DO TURISMO: ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE MARABÁ-PA
Anderson VianaEfran GomesJosué Dantas
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Universidade Federal do Pará, como parte dos requisitos necessários para obtenção do Título de Bacharel em Sistemas de Informação.
Orientadora: Profª. Leila Weitzel Coelho da Silva, Msc.
MARABÁ2008
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus,
nosso Criador e Mantenedor, a nossos familiares que
nos ajudaram a romper as dificuldades durante este
projeto e a nossa orientadora, que foi fundamental para
conclusão deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ao Deus Eterno, o Todo Poderoso a quem temos
servido e que pela Sua Graça e Amor Imensurável, tem
possibilitado sermos mais que vencedores em CRISTO
JESUS.
A M.Sc. Leila Weitzel, nossa orientadora, pela
disponibilidade para nos auxiliar.
Aos familiares pelo apoio irrestrito durante todo o
período do curso e durante a execução deste trabalho.
Aos Professores do curso, com quem tivemos a
oportunidade de aprender.
Agradecemos aos nossos colegas de turma, pelo
convívio e visão de mundo que nos possibilitaram
construir.
A todos que direta e indiretamente colaboraram e
torceram por nós.
AUTORIZAÇÃO
Anderson Viana, Efran Gomes, Josué Dantas AUTORIZO a Universidade
Federal do Pará - UFPA a divulgar total ou parcialmente o presente Trabalho de
Conclusão de Curso através de meios eletrônicos.
Marabá, 24/11/2008.
_____________________________
Assinatura
_____________________________
Assinatura
_____________________________
Assinatura
RESUMO
VIANA, Anderson, GOMES, Efran, DANTAS, Josué. Sistema de informação geográfica (sig): Aplicações na gestão e no planejamento do turismo: estudo de caso do município de Marabá-PA, 2008. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação em Sistemas de Informação) Curso de Sistemas de informação, Universidade Federal do Pará, Marabá, 2008.
Este trabalho faz parte de um projeto maior intitulado SIGMA, que vem sendo desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Modelagem Computacional da Faculdade de Computação do Campus Universitário de Marabá, Universidade Federal do Pará. O projeto tem como objetivo desenvolver um Sistema de Informação que contempla a gestão da informação da ocupação dos espaços urbanos capaz de disponibilizar e cruzar, de forma ágil e confiável, informações globais sobre a dinâmica urbana e sobre as demandas da comunidade por prestação de serviços públicos. O presente projeto de TCC tem como objetivo modelar e implementar o Plano de Informação de Turismo do SIGMA. A Cidade de Marabá por seus atrativos naturais, culturais e de negócios tem vocação natural para o turismo. Na modelagem conceitual do sistema utilizou-se o paradigma das ontologias. O formalismo das ontologias permite especificar um vocabulário (entidades, classes, propriedades, predicados e funções) necessário para manter a interoperabilidade entre sistemas, usuários. A Base de dados foi construída no PostgreSql, com extensão para PostGis que permite operações a dados georeferenciados. Na implementação optou-se pelo uso de softwares de livre distribuição, além disso, a implementação de um sistema de informação georreferenciado independente da interface de software de terceiros tais como o Spring, OpenJump, QuantumGis, facilita a manipulação por usuários leigos em cartografia e geoprocessamento. No desenvolvimento da interface foi utilizado o Java, que é distribuído gratuitamente pela Sun Microsystems, além de possuir a biblioteca Geotools, que possibilita a manipulação de objetos espaciais, assim, permitindo a recuperação dos dados armazenados no PostGis. O sistema de informação georreferenciado desenvolvido tem como propósito fortalecer o setor de turismo da cidade Paraense de Marabá. Disponibiliza ao usuário um sistema de interface amigável de consulta por pontos turísticos, feiras, eventos turísticos etc, apontando no mapa o local de interesse buscado, e indicando as informações relevantes, como por exemplo, endereços, telefones e datas e período quando aplicável. Assim espera-se contribuir para o desenvolvimento do setor e com a arrecadação municipal e com a geração de emprego e renda.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 : PÁGINA DA WEB...................................................................................................20
FIGURA 2 : CONSULTA AOS PONTOS TURÍSTICOS E SUAS INFORMAÇÕES...........................................21
FIGURA 3. PROCESSAMENTO NÍVEL CAD NO SOFTWARE QCAD.................................................22
FIGURA 4. PROCESSAMENTO NÍVEL SIG NO SOFTWARE SPRING 4.2..........................................23
FIGURA 5: SOFTWARE DE GEOPROCESSAMENTO SPRING...........................................................27
FIGURA 6. TELA INICIAL DO AMBIENTE DE EDIÇÃO DO SOFTWARE PROTÉGÉ ....................................28
FIGURA 7: ÁREA DE TRABALHO DO PGADMIN3.........................................................................35
FIGURA 8: UDIG – USER-FRIENDLY DESKTOP INTERNET GIS..................................................38
FIGURA 9: SIG DESENVOLVIDO UTILIZANDO GEOTOOLS EM NETBEANS..........................................38
FIGURA10: ONTOLOGIA GEOGRÁFICA PARCIAL DO PLANO DE INFORMAÇÃO TURISMO PARA O MUNICÍPIO
DE MARABÁ - OBJETOS ESPAÇO-TEMPORAIS ...............................................................................42
FIGURA 11: ONTOLOGIA GEOGRÁFICA PARCIAL DO PLANO DE INFORMAÇÃO TURISMO PARA O
MUNICÍPIO DE MARABÁ- OBJETOS ESPACIAIS .............................................................................42
FIGURA 12: ONTOLOGIA GEOGRÁFICA PARCIAL DO PLANO DE INFORMAÇÃO TURISMO PARA O
MUNICÍPIO DE MARABÁ- GEOMETRIA E OUTRAS CLASSES ............................................................43
FIGURA 13: ONTOLOGIA GEOGRÁFICA EM OWL (TRECHOS) .......................................................44
FIGURA 14: CONTRUTORES EM RDF (TRECHOS) .......................................................................45
FIGURA 15: DIAGRAMA DE TEMAS DE ASPECTOS TURÍSTICOS DE INTERESSE DO PROJETO..................46
FIGURA 16. DIAGRAMA DAS FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA.............................................48
FIGURA 17: CRIAÇÃO DE PROJETO NO SPRING...........................................................................50
FIGURA 18: IMPORTAÇÃO DA BASE CARTOGRÁFICA.....................................................................51
FIGURA 19: ILUSTRANDO OS LAYERS NA TELA............................................................................51
FIGURA 20: IMPORTANDO O SHAPEFILE QUADRAS......................................................................52
FIGURA 21: TABELA ESPACIAL DE LOTES.................................................................................53
FIGURA 22. TABELA SUBTIPO ATRIBUTOS NATURAIS NO PGADMIN................................................54
FIGURA 23. TABELA ATRIBUTOS NATURAIS NO PGADMIN..........................................................54
FIGURA 24. TABELA TIPO ATRIBUTOS CULTURAIS NO PGADMIN.................................................55
FIGURA 25. TABELA ATRIBUTOS CULTURAIS NO PGADMIN.........................................................55
FIGURA 26. TABELA TIPO PRODUTO DE TURISMO NO PGADMIN..................................................56
FIGURA 27. TABELA PRODUTOS DE TURISMO NO PGADMIN........................................................56
FIGURA 28. TABELA TIPO SERVIÇOS DE APOIO NO PGADMIN......................................................57
FIGURA 29. TABELA SERVIÇO DE APOIO NO PGADMIN..............................................................57
FIGURA 30. TABELA TIPO SERVIÇOS DE TURISMO NO PGADMIN..................................................58
FIGURA 31. TABELA SUBTIPO SERVIÇOS DE TURISMO NO PGADMIN.............................................58
FIGURA 32. TABELA SERVIÇO DE APOIO NO PGADMIN...............................................................59
FIGURA 33: MÉTODOS IMPLEMENTADOS....................................................................................64
FIGURA 34: PACOTES IMPORTADOS...........................................................................................66
FIGURA 35: TELA DE INICIAL DO SIGMA - TUR....................................................................68
FIGURA 36: SIGMA – TUR................................................................................................69
FIGURA 37: SELEÇÃO POR CATEGORIA......................................................................................70
FIGURA 38: RELATÓRIO DA CATEGORIA ARTESANATO.................................................................71
FIGURA 39: RETORNO DA PESQUISA A PARTIR DO LOCAL ESCOLHIDO..............................................72
FIGURA 40: RELATÓRIO DO ELEMENTO SELECIONADO..................................................................72
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - EXEMPLO DE PONTOS TURÍSTICOS QUE FORAM IMPLEMENTADOS NO SISTEMA...................19
TABELA 2 - IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS QUE OFERECE SUPORTE A OBJETOS ESPACIAIS DE ACORDO
COM A ESPECIFICAÇÃO SFSSQL..............................................................................................31
TABELA 3 - ANALISA OS REQUISITOS DE SOFTWARE. .................................................................31
TABELA 4 - ANALISA A COMPATIBILIDADE COM A SFSSQL.......................................................32
TABELA 5 - ANALISA A FUNCIONALIDADE DOS SOFTWARES ........................................................33
TABELA 6 - ANALISA A CONECTIVIDADE COM DIVERSOS SOFTWARES.............................................34
TABELA 7 - DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS OBJETOS DA CLASSE POSTGIS..........................................60
TABELA 8 - DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS MÉTODOS DA CLASSE POSTGIS........................................60
TABELA 9 – PACOTES IMPORTADOS NA CLASSE POSTGIS.............................................................64
SIGLAS E ABREVIATURAS
ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICASAMIH ASSOCIAÇÃO MACAENSE DA INDÚSTRIA HOTELEIRAANSI AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTEAPI APPLICATION PROGRAMMING INTERFACEBDG BANCO DE DADOS GEOGRÁFICOSBSD BERKELEY SOFTWARE DISTRIBUTIONCAD PROJETO ASSISTIDO POR COMPUTADORESESRI ENVIRONMENTAL SYSTEMS RESEARCH INSTITUTEGPL GENERAL PUBLIC LICENSEIBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAIDH ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANOJAI JAVA ADVANCED IMAGEJDBC JAVA DATABASE CONNECTIVITYMNT MODELOS NUMÉRICOS DE TERRENOPIB PRODUTO INTERNO BRUTOPNUD PROGRAMA NACIONAL DAS NAÇÕES UNIDASRISC ESTAÇÃO DE TRABALHO UNIXSEPLAN SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DO ESTADO DE SERGIPESFSSQL SIMPLE FEATURE SPECIFICATION FOR SQLSIG SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICOSIGMA SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA MARABÁSMI DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA MEDICAUNOESC UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................................................17
3 METODOLOGIA...................................................................................................................25
3.1 FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA OBTER A BASE DE DADOS..............................26
3.2 FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA CRIAR O BANCO DE DADOS............................28
3.3 FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA CRIAR A INTERFACE......................................35
4 ESTUDO DE CASO...............................................................................................................39
5 CONCLUSÃO.......................................................................................................................73
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................74
13
1 IntroduçãoEste trabalho faz parte de um projeto maior intitulado SIGMA - Sistema de
Informações Geográfica do Município de Marabá. O SIGMA vem sendo desenvolvido pelo
Grupo de estudos em Modelagem Computacional da Faculdade de Computação do Campus
de Marabá da Universidade Federal do Pará. O projeto tem como objetivo desenvolver um
Sistema de Informação que contempla a gestão da informação da ocupação dos espaços
urbanos para Governança Municipal capaz de disponibilizar e cruzar, de forma ágil e
confiável, informações globais sobre a dinâmica urbana e sobre as demandas da comunidade
por prestação de serviços públicos.
Na primeira fase do projeto foi desenvolvido um sistema de monitoramento de áreas
de risco de enchentes (WEITZEL et al., 2007). O projeto teve como objetivo mitigar os
efeitos destes desastres naturais. Na segunda fase do projeto abordam-se três frentes: na
primeira, desenvolve-se um SIG (Sistema de Informação Geográfica) na área de Educação.
Este sistema tem como o objetivo principal permitir a visualização espacial dos serviços
públicos de educação e que são oferecidos aos munícipios. Na segunda, um SIG que mapeia
as unidades comerciais, onde se criam oportunidades de melhoria na arrecadação de tributos
municipais. E na terceira, o objeto deste projeto desenvolve-se um SIG onde se mapeia
informações turísticas, de modo a incentivar o turismo como atividade econômica.
Os SIG - Sistemas de Informações Geográficas, por apresentarem a capacidade de
relacionar localizações geográficas (dados geográficos) com informações sobre elas (dados
alfanuméricos), têm atualmente se apresentado como uma poderosa e importante ferramenta
de auxílio na tomada de decisões em diversas áreas, tais como: habitacional, agrícola,
comercial, saúde, turismo, entre outras, facilitando a gestão e planejamento desses diversos
setores.
Neste sentido, o projeto tem como objetivo desenvolver um Sistema de Informação
14
que disponibilizará informações turísticas geo-referenciadas. O estudo de caso abrange a
Cidade de Marabá no sudeste do estado do Pará.
O Município de Marabá é pólo de desenvolvimento econômico do sudeste paraense,
centro comercial de decisões e negócios. Região rica em minérios concentra investimentos e
empreendimentos de indústrias, distribuída nas diferentes atividades da economia formal e
informal do município. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE,
2008) Marabá é um dos municípios mais populosos do Sudeste do Estado contando com
duzentos mil e oitocentos e dez habitantes. Conforme dados do Programa Nacional das
Nações Unidas (PNUD, 2000), Marabá tem um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)
de 0,714. Do total de impostos gerados na região de Carajás o município de Marabá tem
percentual de 27% do total arrecadado na região. Marabá se sobressai no cenário regional com
força da indústria mineral, sendo que o município é um centro comercial, com rede de
distribuição para o sudeste paraense, onde está um grande número de indústrias minero-
metalúrgicas, sendo o ferro-gusa o principal produto do município.
Marabá conta hoje com mais de 200 indústrias (particularmente Produtos Minerais
Não-Metálicos e Produtos alimentares), sendo a siderurgia (ferro-gusa) a mais importante. Em
segundo lugar está a indústria madeireira, e a fabricação de telhas e tijolos. O Município ainda
registra em sua pauta de produtos extrativos a pesca, extração de madeiras, seguido de lavoura
e pecuária, esta última com um dos mais expressivos rebanhos bovinos do Estado
(MARABÁ, 2008). Com esses atrativos, a cidade tem vocação para o turismo de negócio1. O
turismo de negócio engloba atividades tais como: congressos de todas as espécies,
conferências, seminários, palestras, feiras, exposições agropecuárias e agroindustriais ou
qualquer outro tipo de reunião de pessoas, em torno de um ou vários assuntos, é o setor que
1 É a atividade no turismo identificada pela compreensão de todos os elementos que identificam um deslocamento voluntário temporário, como transporte, hospedagem, alimentação e de lazer, por um indivíduo com o propósito de desenvolver empreendimentos com fins lucrativos, através de reuniões de negócios, a fim de fechar acordos, comprar produtos ou serviços ou acertar outras questões pontuais relacionadas a atividade de mercado.
15
tem maior crescimento no segmento turístico no Brasil. Além disso, tem um mercado receptor
na alta estação (mês de julho-verão nortista) aproximadamente de 32.713 visitantes brasileiros
e 121 estrangeiros gerando para o município uma receita de U$$ 2.165.536,00 (PARÁ, 2008).
O turismo de negócio assim como o turismo receptivo deve assumir práticas da
sustentabilidade, como por exemplo: utilização racional dos recursos naturais e culturais; ter
justa e auto sustentada a base comercial/econômica com foco no visitante, além disso, deve
respeitar a autenticidade sociocultural da comunidade local e assegurar a viabilidade
econômica de uma operação de longo prazo. Turismo sustentável é um processo contínuo e
requer monitoramento constante dos impactos no destino.
As cidades devem se preocupar com a infra-estrutura e logística voltada ao
desenvolvimento do turismo de negócios. Um bom exemplo é o município de Guarulhos, na
região metropolitana de São Paulo, que serve como porta de entrada ao visitante estrangeiro
que desembarca no Aeroporto Internacional de São Paulo, o maior terminal de cargas da
América do Sul e o segundo da América Latina. Guarulhos, de acordo com o IBGE (IBGE,
2008), integra o ranking nacional dos dez municípios que, juntos, concentram 25% do PIB -
representa 1,03% do PIB nacional. Outro bom exemplo é a cidade de Macaé no estado do Rio
de Janeiro. A indústria do petróleo em Macaé trouxe mais do que desenvolvimento para a
cidade, hoje considerada referência nacional quando se fala em crescimento econômico. O
progresso trazido pelas dezenas de empresas offshore2 que se instalaram no município nos
últimos 25 anos fez surgir uma gama de outros setores que antes não tinham tanta expressão
no cenário econômico local. No setor de serviços, o turismo de negócios é um dos que mais
vem se destacando, atraindo investimentos de grandes nomes do setor hoteleiro. Segundo
levantamento feito pela prefeitura, o turismo de negócios corresponde a 71% do setor e a 10%
do PIB do município. De acordo com a Associação Macaense da Indústria Hoteleira – AMIH
2 Offshore são organizações com personalidade jurídica própria, não se confundindo com as personalidade de seus sócios (ou de uma pessoa), sendo que, suas atividades econômicas tem como objetivo a produção de bens de serviços.
16
(MACAÉ, 2008), a cidade tem hoje o segundo maior parque hoteleiro do estado, com cerca
de três mil leitos, distribuídos em aproximadamente 100 hotéis e pousadas.
Destaca-se que o mercado de viagens corporativas no Brasil movimenta anualmente
R$ 33,6 bilhões e gera 260.574 empregos diretos e indiretos. As empresas gastam por ano um
total de R$ 15,5 bilhões com viagens de seus funcionários que representam 66,21% do PIB
dos segmentos de: locação de veículos (25%), aéreo (57%) e hoteleiro (62%), (ABAV, 2008).
O fomento ao turismo de negócio envolve setores variados e abrangentes, abarcando:
alimentos, artefatos, bebidas, carne, café, cosméticos, cerâmica, calçados, confecções, jóias,
flores, móveis, mármores, máquinas e equipamentos, informática, papel e celulose, cerâmica
e todo o tipo de atividades industriais, comerciais, científicas/tecnológicas, culturais,
agrícolas/pecuária/pesca, entre outras. O marketing que alavanca todos esses serviços é
altamente específico, necessitando de mecanismos variados e ampla conscientização que o
turismo de negócios é a principal mola ao negócio do turismo. O Município conta com uma
Infra-estrutura para feiras, convenções, congressos e seminários, auditórios equipados e bons
hotéis.
A infra-estrutura hoteleira conta com hotéis de 3 estrelas a pequenos hotéis que
oferecem de boa hospedagem espalhados em todos os núcleos da cidade. Bastante variados
são os cardápios encontrados nos restaurantes da cidade, desde: pratos típicos da região
paraense como o famoso "pato no tucupi", comida italiana, o churrasco gaúcho, comida
mineira, e baiana, a comida caseira como o feijão com arroz boas saladas, peixes, lanches e
sanduíches naturais a comida japonesa.
Desta forma, o Sistema de Informações Turísticas desenvolvido permitirá a gestão das
unidades de paisagem por meio de apresentações visual e espacial, conhecendo as
possibilidades atuais e projetando as futuras no setor de Turismo do Município.
17
2 Revisão BibliográficaNEVES (2006) discorre sobre as geotecnologias que são ou podem ser empregadas na
ordenação e manejo do turismo desenvolvido no Pantanal Mato-grossense, com vista à
conservação dos seus recursos naturais.
Segundo BENI (2003) os mapas disponibilizam uma gama de informações
importantes, que permitem uma melhor visualização do espaço em geral, fornecendo
conceitos ou características de uma porção pequena com detalhes muitos significativos;
citando como referência dentre outras a carta turística. Através destas, é possível notar os
mapas são instrumentos de grande serventia para elaboração de um estudo aprofundado sobre
determinado local. Pois estes trazem informações especificas sobre áreas desconhecidas,
permitindo a melhor localização na respectiva área.
NEVES (2006) destaca que o SIG possibilita a construção de um projeto para
viabilização do turismo, sendo que no área de estudo cada objeto geográfico possui uma
localização geográfica exata e está sempre associado a certos atributos descritivos
armazenados no banco de dados; dados do tipo imagens representam formas de captura direta
de informação espacial, armazenadas como matrizes; e dados de modelos numéricos de
terreno (MNT), que é um modelo matemático que reproduz uma superfície real a partir de
algoritmos e de um conjunto de pontos (X, Y) em um referencial qualquer, com atributos
denominados por Z, que descrevem a variação contínua da superfície (INPE, 2002).
Os dados do SIG contribuem para a elaboração de uma pesquisa mais profunda sobre
o local escolhido para averiguação, entre eles destaca-se os de serventia neste: dados
cadastrais que se distinguem dos temáticos no sentido de que cada elemento é considerado
como um objeto geográfico, possuindo atributos e podendo estar associados a várias
representações gráfica; e o BDG que através das colocações da autora efetua o seguinte
processo: construção BDG no SIG inicia-se com a modelagem de dados, que visa uma
18
estrutura otimizada que possibilita disponibilizar, através dos dados armazenados,
informações para que os usuários desenvolvam suas aplicações. A constituição de uma base
de dados é uma etapa onerosa, seja relativa ao tempo ou recursos financeiros, porém de
fundamental importância, pois os dados armazenados viabilizam a realização de cruzamentos,
análises, monitoramento, atualização cartográfica, entre outros, procedimentos úteis no
desenvolvimento do turismo.
Em NODARI et al.(2006) tem-se a implementação de um SIG que dispõe informações
turísticas do município de Joaçaba, bem como a disponibilização de um servidor de mapas,
que pode ser acessado pela web de forma interativa, mostrando os pontos turísticos
georeferenciados num mapa, assim como informações referentes aos pontos, sendo estas
armazenadas num banco de dados.
Para o desenvolvimento do SIG foram usadas ferramentas freewares, que segundo o
autor suprem as necessidades do projeto, porém requerem mais dedicação no aprendizado.
Assim escolheram a utilizar o Spring, pois o mesmo possui licença gratuita e as funções
necessárias para o desenvolvimento do referido sistema.
Para disponibilização de mapas dinâmicos e interativos na internet fez-se necessário o
uso de um servidor de mapas, sendo escolhido o software SpringWeb, tendo em vista o fato
de sua distribuição ser gratuita.
Para HENKE-OLIVEIRA (2003), “um SIG deve conter cinco componentes: os
equipamentos (computador, GPS, etc), os softwares (os SIGs propriamente ditos), os dados
(informações brutas e derivadas, imagens de satélites, fotografias aéreas, mapas e tabelas), os
recursos humanos (especialistas) e os procedimentos (modelos operacionais que articulem os
múltiplos componentes com vistas ao cumprimento dos objetivos de implantação do SIG)”.
Para o desenvolvimento dos trabalhos foram utilizados equipamentos e softwares
disponíveis no Laboratório de Topografia da UNOESC - Campus de Joaçaba.
19
Equipamentos:
· GPS Garmin eTrex Summit;
· Computador Pentium III – Sistema operacional: Windows 2000 Professional.
Softwares
· GPS TrackMaker-Pro;
· SPRING;
· Mozilla Composer;
· SpringWeb;
· Microsoft Word;
· Microsoft Excel.
A base dados foi formada pelo banco de dados da Universidade do Oeste de Santa
Catarina (UNOESC) a base cartográfica, ou seja, o mapa do município de Joaçaba com o
sistema viário urbano. Em seguida, visando uma representação gráfica tridimensional, obteve-
se as curvas de nível no banco de dados on-line da Empresa de Pesquisa Agropecuária e
Extensão Rural de Santa Catarina S.A (EPAGRI).
Com a finalidade de georeferenciar os pontos turísticos da cidade, utilizou-se um GPS,
a partir do acervo de informações listadas na “Análise de cenários para planejamento turístico
da Rota da Amizade”, trabalho realizado pela empresa Effal de Planejamento e Consultoria,
com a colaboração de acadêmicos do curso de Turismo e Hotelaria da UNOESC, onde foram
identificados os pontos de interesse turístico do município. A tabela 1 apresenta exemplos de
pontos de interesse turístico inseridos no cadastro.
TABELA 1 - EXEMPLO DE PONTOS TURÍSTICOS QUE FORAM IMPLEMENTADOS NO SISTEMA
Ponto de interesse turístico EndereçoPousada Sítio do Pica Pau Verde Linha AbattiComunidade Santa Clara -Reserva Florestal do IBAMA BR 282MR Locadora de Veículos Rua Dr. Antonio Nunes Varela, 1063, Vila
Pedrini
20
Universidade do Oeste de Santa Catarina Rua Getúlio Vargas, 2125Ginásio de Esportes Silveirão Rua Luiz Specht, 299Escola de Samba Aliança Rua Rodolfo LindnerRestaurante Kilão Av. XV de Novembro, 409Restaurante Avenida Grill Av. Santa Terezinha, 229Hotel Romani Av. XV de Novembro, 667Restaurante Perreti Rua 13 de Maio, 12Sorveteria Ponto N Rua Felipe Schmidt, 184Terra Brazilis Rua Duque de Caxias, 641
Fonte: NODARI et al. (2006)
Após o processo de constituição do banco de dados partiu-se para construção do SIG,
ou seja, a introdução e manipulação de dados no programa SPRING.
A divulgação do SIG na Web incluiu a construção de uma página contendo o
aplicativo SpringWeb, também conhecido com servidor de mapas, e páginas adicionais com
instruções para o uso do mesmo e informações suplementares a respeito do município de
Joaçaba.
O resultado foi à obtenção de um SIG cadastral, como a possibilidade de atualização
das informações espacialmente georreferenciadas, e uma página da Web que disponibiliza
esses dados. Na figura 1 observa-se a página inicial disponibilizada.
FIGURA 1 : PÁGINA DA WEB
FONTE: NODARI ET AL. (2006)
21
Com o SIG cadastral podem-se realizar consultas aos pontos turísticos para obter
informações referentes à localização, endereço, telefone, etc. Na figura 2, observa-se a
consulta aos pontos turísticos. O servidor de mapas possibilita o acesso de milhões de
usuários da Internet aos mapas e banco de dados georreferenciado.
FIGURA 2 : CONSULTA AOS PONTOS TURÍSTICOS E SUAS INFORMAÇÕES
FONTE: NODARI ET AL. (2006)Em DIAS et al. (2006) tem-se um SIG que visa auxiliar a gestão do turismo a partir de
um banco de dados geográficos (BDG) e de uma aplicação WEBGIS, visando à integração de
informações relacionadas à atividade turística no Município de Aracaju.
O BDG foi composto por dados de cartografia básica obtidos na Secretaria de
Planejamento do Estado de Sergipe (SEPLAN/SE) e dados que compõem a cartografia do
turismo levantados em campo com receptor GPS código C/A.
Os dados foram processados e integrados no Sistema de Processamento de
Informações Georreferenciadas (SPRING) versão 4.3. A composição da aplicação WEBGIS
foi realizada através do MapServer 4.6.1 com a utilização da linguagem Php 5.0.5.
A construção do BDG seguiu basicamente os seguintes passos:
a) modelagem conceitual orientada para plataforma SPRING: a modelagem dos dados
corresponde à estruturação do BDG considerando as características do Banco de dados, do
projeto, dos modelos de dados e dos planos de informação que serão gerados dentro desses
modelos. Nesta etapa definiram-se os atributos dos planos de informação e sua vinculação aos
22
modelos de dados apropriados.
b) pré-processamento (nível CAD): Nesta etapa procedeu-se o tratamento dos dados
cedidos pela SEPLAN/SE correspondentes à área de abrangência do projeto, ou seja, o
Município de Aracaju. Um primeiro tratamento foi realizado no software QCAD (ver fig. 3).
Devido à abrangência do recorte espacial da pesquisa, considerando a articulação geral do
levantamento aerofotogramétrico, foi necessário fazer a junção das folhas que abrangem o
Município de Aracaju. A partir disso realizou-se uma limpeza gráfica, preservando os temas
relevantes definidos na modelagem conceitual.
FIGURA 3. PROCESSAMENTO NÍVEL CAD NO SOFTWARE QCAD.FONTE: DIAS ET AL. (2006)
c) montagem do projeto (SPRING): com base na modelagem, definida na etapa “a”,
procedeu-se a montagem do projeto no SPRING, com a definição dos modelos de dados e
planos de informação.
d) importação, processamento e alimentação (nível SIG): Neste nível os dados foram
importados para o SPRING e, através das ferramentas de edição topológica, realizou-se um
segundo processamento para eliminação de ambigüidades e duplicações de dados, bem como
23
os ajustes topológicos entre os vetores (ver fig. 4). As fotografias aéreas ortorretificadas
serviram de base para a identificação de informações turísticas não contempladas no
levantamento em campo, reduzindo custos operacionais.
FIGURA 4. PROCESSAMENTO NÍVEL SIG NO SOFTWARE SPRING 4.2.FONTE: DIAS ET AL. (2006)
Por sua vez, para o desenvolvimento da aplicação WEBGIS, foram definidas as
seguintes etapas:
a) configuração do ambiente Mapserver: Seguindo a metodologia proposta por
KANEGAE (2003), a configuração do ambiente Mapserver segue as etapas, a saber: 1.
instalação do Apache Webserver; 2. instalação do PHP language script; 3. instalação
biblioteca PROJ 4; 4. instalação do Mapserver e do PHP mapscript.
b) exportação dos temas no formato shapefile (SPRING): os shapefiles exportados a
partir do SPRING foram armazenados na pasta do servidor web, garantindo um correto
armazenamento das informações e um acesso eficaz a partir do mapserver.
c) criação dos arquivos MAP: os arquivos MAP contêm as configurações necessárias
ao acesso aos dados do shapefile. É através do mapfile que os mapas são de fato gerados e
recuperados em um arquivo template do tipo HTML.
24
d) definição de ferramentas e funcionalidades: a partir de observação de aplicações
webmapping existentes, verificaram-se as ferramentas e funcionalidades disponibilizadas de
forma predominante. Para esta etapa inicial da pesquisa, desenvolveram-se as ferramentas de
navegação básica (zoom in, zoom out, zoom extents, e pan) e um módulo de consulta a
feições.
e) definição de interface de usuário (HTML e PHP): para interface do usuário, o layout
do website foi traçado visando fácil navegabilidade entendimento e manuseio das
ferramentas. O arquivo-template foi baseado em linguagem HTML e alguns scripts PHP, e
corresponde à interface gráfica do website, a partir de onde o Mapserver lê os arquivos
shapefile armazenados no servidor e gera um resultado gráfico da solicitação feita pelo
usuário em forma de imagem.
f) verificação e testes de navegabilidade e funcionalidades: de acordo com os testes em
servidor web, as ferramentas apresentam um bom funcionamento, oferecendo uma resposta
eficiente na visualização dos dados espaciais georreferenciados.
25
3 MetodologiaOs dados espaciais podem ser organizados segundo dois formatos principais, o
formato "raster", que consiste em imagens formadas por tabelas de "pixels" aos quais são
atribuídos valores transformados em cores pelos softwares de processamento de imagens que
as interpretam. Sobre estas imagens é feito um georeferenciamento com a atribuição de
coordenadas geográficas a alguns "pixels" da imagem, segundo um sistema de projeção. Um
sistema de projeção é usado para projetar no plano a superfície geóide da terra. Normalmente
ocorre alguma distorção no processo de projeção, sendo que os diferentes sistemas de
projeção preservam algumas propriedades originais em detrimento de outras, como por
exemplo, preservar ângulos e distorcer áreas. Outro formato de dados espaciais é o formato
vetorial, que consiste em primitivas gráficas, como ponto e seguimento de reta, isoladas ou
combinadas, as quais são transformadas em imagens pelos softwares de computação gráfica
que as interpretam. Estas primitivas gráficas são posicionadas em relação a um referencial
segundo um sistema de projeção pré-definido. Dentre os formatos vetoriais, o ShapeFile é
bastante difundido pelas empresas de produção cartográfica. ShapeFile é um formato de dados
espaciais definido pela ESRI. Em um ShapeFile são armazenadas, em coordenadas vetoriais,
as geometrias e a localização no espaço dos objetos geográficos, como pontos e polígonos; e
os respectivos atributos descritivos, como nomes de municípios e de microrregiões. No
documento ESRI ShapeFile Technical Description, pode-se verificar que um ShapeFile é
composto por, pelo menos, três arquivos básicos, um arquivo principal (extensão shp) onde,
em cada registro de tamanho variável, há uma descrição de um objeto geográfico com uma
lista de vértices; um arquivo índice (extensão shx) onde cada registro contém um offset do
arquivo principal; e uma tabela dbase onde em cada registro estão contidos os atributos
descritivos dos objetos geográficos. Alguns formatos de dados proprietários tornaram-se
padrões internacionais “de fato”, como é o caso do ShapeFile. No Brasil, a equipe do INPE
26
criou um formato ASCII para o SPRING, sendo necessário o emprego de um conversor para
tornar compatíveis os principais formatos de dados de outros Sistemas de Informações
Geográficas (SIG) para o SPRING.
O mapa vetorial urbano do distrito de Marabá Pioneira encontra-se em formato dwg
que é uma extensão de arquivos de desenho em 2D e 3D nativa do software AutoCAD -
Computer Aided Design (projeto assistido por computador) — criado e comercializado pela
Autodesk, Inc. A base cartográfica de Marabá está na escala de 1:10.000 e foi manipulada no
AutoCAD, onde foi efetuado o processo de georeferenciamento, inserindo coordenadas UTM,
SAD 69. Foi efetuada a conversão do formato DWG para o formato DXF, que é um formato
de intercambio para modelos de CAD, este formato permitiu que as cartas fossem importadas
pelo Spring. O SPRING permitiu efetuar os processos de geração dos Layers (camadas) em
formato Shapefile para que fosse possível inserir estas camadas no Postgree/PostGIS.
3.1 FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA OBTER A BASE DE DADOS
No desenvolvimento inicial do projeto utilizou-se o software de geoprocessamento
SPRING (Figura 5) que é desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais –
INPE e tem livre distribuição. O SPRING é um SIG (Sistema de Informações Geográficas) no
estado-da-arte com desempenhos de: processamento de imagens, diagnóstico espacial,
modelagem numérica de terreno e consulta a bancos de dados espaciais. O mesmo pode ser
utilizado em ambientes Unix e Windows permitindo a administração tanto de dados vetoriais
como de dados matriciais (“raster”) e a consumação da integração de dados de sensoriamento
remoto em um SIG, entre outras.
27
FIGURA 5: SOFTWARE DE GEOPROCESSAMENTO SPRINGFONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
O SPRING é fundamentado em um modelo de dados orientado a objetos, do qual são
provenientes sua interface de menus e a linguagem espacial LEGAL (Linguagem Espaço-
Geográfica baseada em Álgebra). Algoritmos inovadores, como os utilizados para indexação
espacial, segmentação de imagens e geração de grades triangulares, garantem o desempenho
adequado para as mais variadas aplicações. Projetado para a plataforma RISC e interface
gráfica padrão OSF Motif, o SPRING apresenta interface altamente interativa e amigável,
além de documentação on-line, ambas escritas em português, facilitando extremamente sua
utilização e suporte.
Outra particularidade, considerada importante, é que a base de dados é única, isto é, a
estrutura de dados é a mesma quando você trabalha em um micro computador (IBM-PC) e em
uma máquina RISC (Estações de Trabalho UNIX), não havendo necessidade de conversão de
dados. O mesmo ocorre com a interface, que é exatamente a mesma, não existindo diferença
no modo de operar o produto SPRING.
28
3.2 FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA CRIAR O BANCO DE DADOS
Para modelagem do banco utilizamos uma das ferramentas para desenvolvimento da
base de conhecimento em ontologias, que são conhecidas como os editores de ontologias e
proporcionam a navegação, codificação e modificações de forma a facilitar as tarefas de
construção e manutenção. O ambiente de edição selecionado foi o Protégé-2000 (Figura 6),
desenvolvido na Universidade de Stanford, Departamento de Informática Médica – (SMI -
Stanford Medical Informatics). O Protégé é uma ferramenta computacional integrada tendo
como características básicas: a interoperabilidade com outros sistemas de representação do
conhecimento; facilidade configuração; arquitetura extensível; código aberto; escrita em Java
e tem livre distribuição. Seu modelo de conhecimento é representado por meio de classes
(conceitos no domínio de discurso e constituem uma hierarquia taxonômica).
FIGURA 6. TELA INICIAL DO AMBIENTE DE EDIÇÃO DO SOFTWARE PROTÉGÉ FONTE: WEITZEL ET AL.(2008)
O Banco de Dados utilizado no projeto é o PostgreSQL, versão 8.1.4, à qual foi
agregada a extensão PostGIS 1.1.3. O PostgreSQL é um SGBD objeto-relacional, gratuito e
29
distribuído sob a licença BSD. Ele teve sua origem no SGBD Postgres, que foi desenvolvido
entre 1986 e 1993 na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Em 1994, foi incorporado o
suporte à linguagem SQL, visto que curiosamente, até então, a sua linguagem de dados
original era o PostQUEL, diferente da maioria dos produtos concorrentes que seguiram o
padrão SQL. No mesmo ano, o seu código-fonte foi disponibilizado na web, onde um grupo
de desenvolvedores mundialmente distribuídos o vem mantendo e atualizando. O banco de
Dados é considerado bastante compatível com outros produtos existentes no mercado, e
bastante utilizado e reconhecido pela sua origem e qualidade acadêmica, bem como pela
abrangência de sua funcionalidade.
Embora possua suporte nativo a dados espaciais, seus recursos originais não são muito
abrangentes e eficientes. Para suprir essa deficiência e oferecer uma alternativa aos produtos
com licença proprietária, a empresa Refractions Research Inc. (http: //www.refractions.net)
desenvolveu e mantém a extensão espacial PostGIS, que é distribuída gratuitamente sob
licença GNU/GPL, e oferece ao PostgreSQL o suporte a objetos espaciais de acordo com a
especificação SFSSQL - Simple Features Specification For SQL.
Para a Escolha do Banco de Dados, este trabalho baseou-se em estudo produzido pela
OGC - Open GIS Consortion, que é uma organização internacional, que tem como objetivo o
desenvolvimento de padrões consensuais para serviços geoespaciais e de localização, propõe
com a SFSSQL, a especificação de um conjunto de geometrias e de operações topológicas
que geram novas geometrias em tipos de dados vetoriais. O seu principal objetivo, segundo
seus realizadores, é definir um padrão da linguagem SQL que suporte o armazenamento,
recuperação, consulta e atualização de dados geoespaciais, bem como de seus atributos
descritivos alfanuméricos. As funcionalidades dos recursos espaciais foram então ampliadas e
diversos produtos de grande penetração e renome no mercado de geoprocessamento, com
licença livre ou proprietária, possuem algum tipo de interface com essa solução.
30
O PostgreSQL é considerado um banco de dados robusto e confiável, ao nível de SQL
Server ou Oracle, ressaltando-se que este fator foi relevante, pois a extensão PostGIS obedece
aos padrões definidos pelo Open Geospatial Consortium, OGC – Consórcio Aberto
Geoespacial. Dentre as principais características destaca-se:
• Ser do tipo Relacional Orientada a Objetos – no PostgreSQL cada tabela
define uma classe. A hereditariedade é implementada entre tabelas, ou entre
classes. As funções e os operadores são polimórficos.
• Estar em conformidade com as normas – a sintaxe do PostgreSQL implementa
a maior parte do standard SQL92 e muitas especificações do SQL99. A maior
parte das diferenças na sintaxe são devidas a características exclusivas do
PostgreSQL.
• Preserva as propriedades ACID3 – O PostgreSQL verifica as propriedades
elementares no processamento de transações.
A extensão PostGIS concede ao PostgreSQL a capacidade de armazenar e recuperar
objetos geográficos de acordo com as “Simple Features Specification for SQL” do OGC
tendo recebido recentemente a certificação de conformidade com o perfil “Types and
Functions”. O PostGIS é licenciado nos termos da GNU - GPL (General Public License),
Licença Publica Geral.
As características do Postregre/Postgis em comparativo com outras ferramentas na
mesma área são apresentadas nas tabelas (1,2,3,4,5 e 6) a seguir:
3 Atomicidade, Consistência, Isolamento e Durabilidade, para informações detalhadas das propriedades ACID, ver (SILBERSCHATZ, 1999)
31
TABELA 2 - IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS QUE OFERECE SUPORTE A OBJETOS ESPACIAIS DE ACORDO COM A ESPECIFICAÇÃO
SFSSQL.
Fonte: MELO (2008)
TABELA 3 - ANALISA OS REQUISITOS DE SOFTWARE.
Fonte: MELO (2008)
32
TABELA 4 - ANALISA A COMPATIBILIDADE COM A SFSSQL
Fonte: MELO (2008)
33
TABELA 5 - ANALISA A FUNCIONALIDADE DOS SOFTWARES
Fonte: MELO (2008)
34
TABELA 6 - ANALISA A CONECTIVIDADE COM DIVERSOS SOFTWARES.
Fonte: MELO (2008)
Dentre as interfaces gráficas existentes para o PostgreSQL destaca-se o pgAdmin3
(Figura 7), plataforma para gestão e desenvolvimento que pode ser usada em Linux,
FreeBSD, Mac OS X e Windows. O seu desenvolvimento é mantido por uma comunidade de
especialistas em PostgreSQL sob a tutela da licença de Software Livre Artistic License.
35
FIGURA 7: ÁREA DE TRABALHO DO PGADMIN3FONTE: WEITZEL ET AL.(2007)
3.3 FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA CRIAR A INTERFACE
O desenvolvimento da interface do sistema será implementada na linguagem Java
utilizando a biblioteca Geotools versão 2.2-RC0, versão estável.
Java é uma linguagem que não se prende a nenhuma arquitetura e a nenhuma empresa,
é rápida e estável. Pode construir sistemas críticos, sistemas que precisam de velocidade e até
sistemas que vão para fora do planeta, como a sonda Spirit enviada pela Nasa para Marte.
Java tem um mar de projetos open source, que estão lá, esperando por usuários e
desenvolvedores. Java é multiplataforma, ou seja, aplicação é executada a partir de uma
maquina virtual, tornando a aplicação independente de sistemas operacionais.
O NetBeans é um projeto open source fundado pela Sun Microsystems em junho de
2000. A IDE NetBeans é um ambiente de desenvolvimento - uma ferramenta pra
programadores, que permite escrever, compilar, debugar e instalar programas. A IDE é
completamente escrita em Java, mas pode suportar qualquer linguagem de programação.
36
Existem também um grande número de módulos para estender a IDE NetBeans. A IDE
NetBeans é um produto livre, sem restrições de uso.
O GeoTools é uma biblioteca Java Open Source que fornece métodos para
manipulação de dados geo-espaciais, viabilizando, por exemplo, para a implementação de um
GIS (Geographic Information System). A biblioteca GeoTools implementa as especificações
da OGC (Open Geoespatial Consortium), em colaboração com o projeto GeoAPI, que é uma
comunidade de desenvolvedores que projetam e implementam, nesta linguagem, soluções de
interfaces derivadas de padrões da OGC/ISO para projetos de SIG desenvolvidos na
linguagem Java (Figura 8 e 9).
Entre os recursos deste conjunto de ferramentas, apresentamos algumas características
e potencialidades desta biblioteca:
• Suporte para inúmeros formatos vetoriais e matriciais:
o ESRI® Shapefile (escrita e leitura);
o GML (somente leitura em desenvolvimento);
o WFS (somente leitura em desenvolvimento);
o PostGIS (escrita e leitura);
o Oracle® Spatial (somente leitura);
o ESRI® ArcSDE (somente leitura);
o MySQL;
o GeoMedia (somente leitura);
o Tiger (somente leitura);
37
o VPF (somente leitura em desenvolvimento);
o MapInfo – par MIF e MID (somente leitura);
o ArcGrid – ArcInfo ASCII Grid e GRASS ASCII Grid (leitura/escrita);
o GeoTIFF (somente leitura em desenvolvimento);
o Imagens com georeferenciamento baseado em “arquivo de mundo”
(leitura/escrita);
o WMS (somente leitura em desenvolvimento).
• Análises topológicas sobre as geometrias (JTS –Java Topology Suite);
• Transformação de coordenadas;
• Implementações para renderização.
GeoTools é usado por muitos projetos, incluindo WFS (Web Feature Servers), WMS
(Web Map Servers) e aplicações desktop. Vejamos alguns dos projetos que implementam
Geotools:
• GeoServer – OGC Web Característica Serviço (WFS) implementação de
referência
• GeoVISTA Studio – Visualização de Códigos e ambiente de construção de
modelos
• MyMaps
• The Ballon Project
38
• uDig—User-friendly Desktop Internet GIS (Figura 8)
FIGURA 8: UDIG – USER-FRIENDLY DESKTOP INTERNET GISFONTE: RETIRADA DE HTTP://GEOTOOLS.CODEHAUS.ORG/
FIGURA 9: SIG DESENVOLVIDO UTILIZANDO GEOTOOLS EM NETBEANS
FONTE: RETIRADA DE HTTP://GEOTOOLS.CODEHAUS.ORG/
39
4 Estudo de CasoNo processo de construção de modelos busca-se abstrair aspectos relevantes de uma
totalidade deixando para segundo plano os aspectos menos importantes. Para cada nível de
abstração existe um modelo correspondente que o caracteriza. O Nível Conceitual a
informação em modelos conceituais. De um modo geral, os modelos conceituais de dados
permitem representar a realidade da aplicação. Definem como cada entidade será armazenada,
independente da tecnologia escolhida, apresentando como resultado final, o esquema do
banco de dados.
Até o aparecimento dos primeiros SIG, praticamente nada existia em termos de
representação específica em modelo de dados de entidades geográficas ou espaciais. Diversas
propostas foram sendo desenvolvidas, principalmente focalizadas em estender os modelos
criados para aplicações convencionais às aplicações geográficas. No entanto, modelos de
dados para aplicações geográficas têm necessidades adicionais, tanto com relação à abstração
de conceitos e entidades, quanto ao tipo de entidades representáveis e seu inter-
relacionamento. Para dar respaldo às características particulares da representação conceitual
de dados geo-espaciais, surgem as primeiras propostas de modelagem baseada em Ontologias.
Ontologias são abstrações que descrevem diferentes tipos de organização de dados
como tabelas relacionais, textos e imagens em um senso georeferenciado (Fonseca, 2001). A
expressividade oferecida pelas ontologias permite interoperar informações geográficas no
nível semântico.
Chama-se a atenção para o fato de que os SIG são sistemas multidisciplinares,
ou seja, podem ser utilizados por diferentes comunidades de usuários, cada uma com seus
interesses e conhecimentos próprios (geólogos, sociólogos, biólogos, engenheiros, etc.). Desta
forma, visões de conhecimento sobre uma mesma realidade precisam ser combinadas de
modo a atender às necessidades de cada comunidade. Pessoas com interesses diferentes
40
identificam de formas diferentes a mesma região geográfica. Um dos pontos básicos destas
diferenças é refletido nos nomes dados às entidades do mundo real. Estas entidades
geográficas, coletadas e armazenadas em BDG são chamadas de feições na literatura de
referência da área. Feições geográficas são coletadas e modeladas por um modelo conceitual.
Associado ao fator da multidisciplinaridade tem-se ainda que os SIG
manipulam diferentes formatos, tipos e semânticas de dados. Não existe consenso entre as
Instituições publicas ou privadas no sentido de padronizar conceitos e conteúdos, já que estas
instituições produzem seus próprios modelos semânticos.
Baseado neste contexto, optou-se por modelar conceitualmente a base de
conhecimento do sistema em ontologia. O objetivo da modelagem semântica baseada em
ontologia reside no fato de que o sistema possa adaptar, filtrar ou explicar a informação,
armazenada em sua base de dados, para os diferentes tipos de usuários. Por exemplo, o fato de
um SIG explicar para um sociólogo o significado de alguns conceitos geológicos pode ser
importante para que o sociólogo entenda a razão de determinadas decisões técnicas de um
geólogo. De maneira geral, uma ontologia tem como objetivo compartilhar conhecimento
comum sobre a estrutura da informação entre pessoas, sistemas, agentes de software e etc.
Além disso, permite a reutilização do conhecimento sobre um domínio, introduzindo padrões
que permitam a interoperabilidade entre aplicações (Pelazzo, 2006). A capacidade de integrar
múltiplos domínios com diferentes significados para os diferentes usuários (e sistemas) que
irão utilizá-los é chamada de interoperabilidade KASHYAP (1996), HARVEY (1999) APUD
FONSECA (2001). Ainda não existe um consenso na exata definição de ontologia.
GUARINO et al. (1995) descrevem diversas interpretações que vêm sendo utilizadas na
literatura:
Ontologia como uma disciplina filosófica;
Ontologia como um sistema conceitual informal;
41
Ontologia como um cálculo da semântica formal;
Ontologia como uma especificação de uma conceitualização caracterizada por:
Propriedades formais específicas e
Somente por propósitos específicos;
Ontologia como o vocabulário usado por uma teoria lógica;
Ontologia como uma especificação de uma teoria lógica (meta-level).
A geração da base de conhecimento em ontologia é feita a partir do processamento de
classes que representam o conhecimento dos usuários e de classes que representam o
conhecimento do SIG. As ontologias que representam o conhecimento do SIG são formadas
por conceitos manipulados pelo SIG. As ontologias que representam o conhecimento dos
usuários são formadas por conceitos que podem ser apresentados aos usuários pela interface
do SIG, e que os usuários tenham um entendimento claro do que os mesmos significam.
No caso da criação da classe Unidade, duas ontologias foram utilizadas, uma ontologia
urbana e uma ontologia geométrica. A ontologia urbana permite identificar as características
semânticas das classes do Plano de Informação Turismo, já a ontologia geométrica permite a
localização (coordenadas geográficas) e a geometria da classes (se é um polígono, linha ou
ponto).
42
Owl: Sigma-tur
ObjetoEspacial
ObjetoTemporal
ObjetoEspacoTemporal
AcomodacaoStatus
EventoCultural
Evento
PosicaoEspacoTemporal
Tempo
Posicao
É_um
É_um
É_um
É_um
É_um
É_um
TemPosicaoEspacial
TemPosicaoTemporal
TemPosicaoEspacoTemporal
É_um É_um
(X,Y, t )
Expoama:Feirade Agro-negócio
FeiraExposicoes
É_um InstânciaDe
InstânciaDe
TemPosicaoEspacoTemporal
FestaCírio
InstânciaDe
TemPosicaoEspacoTemporal
FIGURA10: ONTOLOGIA GEOGRÁFICA PARCIAL DO PLANO DE INFORMAÇÃO TURISMO PARA O MUNICÍPIO DE MARABÁ - OBJETOS ESPAÇO-TEMPORAIS
FONTE: WEITZEL ET AL.(2008)
OWL: SIGMA-TUR
ObjetoEspacial
ObjetoTemporal
ObjetoEspacoTemporal
PosicaoEspacoTemporal
Tempo
Posicao
É_um
É_um
É_um
É_um
É_um
TemPosicaoEspacial
TemPosicaoTemporal
TemPosicaoEspacoTemporal
(X,Y)
Praia TucunaréInstânciaDe
InstânciaDe
TemPosicaoEspacial
AtividadesTurísticas
Pescaria
É_um
TemPosicaoEspacoTemporal
InstânciaDe
(X,Y, t )TemPosicaoEspacoTemporal
InstânciaDe
AtributosNaturais
É_um
FIGURA 11: ONTOLOGIA GEOGRÁFICA PARCIAL DO PLANO DE INFORMAÇÃO TURISMO PARA O MUNICÍPIO DE MARABÁ- OBJETOS ESPACIAIS FONTE: WEITZEL ET AL.(2008)
43
Além das classes descritas na Figura 10, construídas utilizando o Protegé, foram
especificadas as classes que referenciam a geometria dos objetos (polígono, linha e ponto), a
divisão municipal em Distritos (Pioneiro, Cidade Nova, Industrial, de Expansão e Nova
Marabá), e os componentes dos distritos em Quadras, Lotes, Unidades e Ruas (e trechos de
ruas), Figura 12.
Owl:Sigma-tur
ObjetoEspacial
ObjetoTemporal
Distrito
PosicaoEspacoTemporal
Tempo
Posicao
É_um
É_um
É_um
É_um
É_um TemPosicaoEspacial
TemPosicaoTemporal
FazParteDe
Unidade
Quadra
Lote
Rua/TrechoRuaTemPosicaoEspacialFazParteDe
FazParteDeFazParteDe
Geometria
TemGeometria
Pioneiro
InstânciaDe
FIGURA 12: ONTOLOGIA GEOGRÁFICA PARCIAL DO PLANO DE INFORMAÇÃO TURISMO PARA O MUNICÍPIO DE MARABÁ- GEOMETRIA E OUTRAS CLASSES
FONTE: WEITZEL ET AL.(2008)
Uma ontologia OWL - Ontologies Web Language (Linguagem de Ontologias para
Web) pode incluir as decrições das classes, propriedades e suas instâncias. Abaixo na Figura
13 tem-se trechos da ontologia com as descrições das classes, propriedades dos objetos, dados
da propriedade e alguns objetos que foram instanciados, por simplificação foram omitidos
trechos da codificação.
44
....Ontology(<http://www.owl-ontologies.com/SIGMATUR.owl>Comment("Ontologia espaco-temporal do setor de turismo do Municipio de Maraba")
// Class: http://www.w3.org/2002/07/owl#Thing// Class: http://www.owl-ontologies.com/SIGMATUR.owl#AcomodacaoStatusEquivalentClasses(AcomodacaoStatusObjectOneOf(TresEstrelas,DuasEstrelas,UmaEstrels))// Class: http://www.owl-ontologies.com/SIGMATUR.owl#IntermediacaoServicoTurismoDeclaration(OWLClass(IntermediacaoServicoTurismo))SubClassOf(IntermediacaoServicoTurismo ObjetoEspacial)// Class: http://www.owl-ontologies.com/SIGMATUR.owl#RuaDeclaration(OWLClass(Rua))SubClassOf(Rua ObjetoEspacial)// Class: http://www.owl-ontologies.com/SIGMATUR.owl#Unidade).......// Object property: http://www.owl-ontologies.com/SIGMATUR.owl#TemPosicaoEspacoTemporalDeclaration(ObjectProperty(TemPosicaoEspacoTemporal))ObjectPropertyDomain(TemPosicaoEspacoTemporal ObjetoEspacoTemporal)// Object property: http://www.owl-ontologies.com/SIGMATUR.owl#TemStatusObjectPropertyDomain(TemStatus Acomodacao)ObjectPropertyRange(TemStatus AcomodacaoStatus)
FIGURA 13: ONTOLOGIA GEOGRÁFICA EM OWL (TRECHOS) FONTE: WEITZEL ET AL.(2008)
Foi utilizado a linguagem RDF (resource description format) e esquemas em RDF
como meios de atribuir semântica aos elementos estruturais. A RDF é codificada como
um conjunto de tripla: (assunto, verbo e objeto). Em RDF, um documento declara que uma
entidade em particular tem propriedades (é_um, tem_relacao_com) com outra entidade. Estas
triplas podem ser escritas em tags de XML (Dornfest et al (2001). Na figura 14 ilustra-se
apenas um exemplo dos construtores taxonômicos das classes RDF que foram gerados.
<!-- http://www.owl-ontologies.com/SIGMATUR.owl#TemAcomodacao --> <owl:ObjectProperty rdf:about="#TemAcomodacao"> <rdfs:range rdf:resource="#Acomodacao"/> <rdfs:domain rdf:resource="#Distrito"/> </owl:ObjectProperty> <!-- http://www.owl-ontologies.com/SIGMATUR.owl#TemAtividade --> <owl:ObjectProperty rdf:about="#TemAtividade"> <rdfs:range rdf:resource="#AtividadeTuristica"/> <rdfs:domain rdf:resource="#Distrito"/> </owl:ObjectProperty> <!-- http://www.owl-ontologies.com/SIGMATUR.owl#TemPosicaoEspacial -->
45
<owl:ObjectProperty rdf:about="#TemPosicaoEspacial"> <rdfs:domain rdf:resource="#ObjetoEspacial"/> </owl:ObjectProperty>
FIGURA 14: CONTRUTORES EM RDF (TRECHOS) FONTE: WEITZEL ET AL.(2008)
Na figura 15, apresentamos o diagrama de temas de aspectos turísticos de interesse do
projeto SIGMA – Cadastramento Georreferenciado de Informações Turísticas, de forma
hierarquizada, delimitando os tipos de informações relevantes neste sistema, baseando-se nos
interesses da atividade turística. O Diagrama apresenta os planos: transportes, praias, pontos
ecológicos, gastronomia, hospedagem, edificações, praças, diversão. Cada um destes planos
apresenta subdivisões, detalhando os serviços que são oferecidos em cada segmento. O mais
alto nível nesta hierarquia, é o distrito, neste caso, Marabá Pioneira.
46
FIGURA 15: DIAGRAMA DE TEMAS DE ASPECTOS TURÍSTICOS DE INTERESSE DO PROJETO
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA (2008)
47
As fases de implementação seguiram os passos descritos no diagrama a seguir (figura
16), inicialmente trabalhamos com o mapa no formato DXF, gentilmente cedido pelo grupo
de SIGMA (habitação), depois usamos o SPRING, para importação das layers, resultando nos
shapefiles, que por sua vez foram utilizados para elaboração do banco de dados geográfico no
Postgre/Postgis, este foi integrado com o API Geotools através de um API JDBC, e por fim
uma interface foi elaborada, apresentando de forma transparente a consulta dos locais e suas
respectivas localizações.
48
FIGURA 16. DIAGRAMA DAS FASES DE IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
API JDBCPostg
reSQLMapaAuto
CAD1º Passo
Coleta da Base de Dados
2º Passo
Criação do BDG
3º Passo
Implementação da
Interface de Aplicação
4º Passo
Implementação da
Interface Gráfica
SPRINGPostg
reSQL+
PostGIS Interface Gráfica JavaAPI GeotoolsShapefiles
49
Na fase inicial do projeto, a base cartográfica cedida pela prefeitura de Marabá, estava
no formato nativo do AutoCad, foi necessário fazer uma exportação para o formato DXF-
R12, com esta extensão foi possível trabalhar com o mapa no Spring, com a finalidade de
extrair separadamente as camadas do plano de informação turismo: quadras, unidades (que
referenciam as unidades turisticas, ou simplesmente turismo) lotes e vias, e fazer a exportação
dessas camadas no formato Shapefile. Para que fosse possível a exportação, criou-se um
banco de dados denominado “Turismo” no Spring, o passo seguinte foi a criação de um
projeto (figura 17). As informações contidas no projeto referentes à base cartográfica são:
Projeção: É a projeção da terra no plano, ou seja, o mapa. Quando se projeta uma
superfície esférica em um plano, como é o caso da terra, ela sofrerá deformações ou
alterações. Um exemplo é quando se tenta planificar (achatar) uma laranja cortada ao meio.
Por esse motivo, as projeções derivam de três tipos: cilíndricas, cônicas e planas ou
azimutais.
- Sistemas: UTM, trabalhamos com o sistema de projeção UTM (Universal Transverso
Mercator) derivada da projeção cilíndrica, caracteriza-se por seus paralelos e meridianos se
cruzarem em linha reta num ângulo de 90°, preservado a integridade dos ângulos, mas
ampliando exageradamente áreas extensas ou em latitudes elevadas. O sistema UTM divide o
mapa em 60 fusos ou zonas, de maneira que cada zona cobre a longitude de 6°.
- Modelos da Terra: SAD69, um datum caracteriza-se por uma superfície de referência
posicionada em relação a terra. O South American Datum ( SAD ) foi estabelecido como o
sistema geodésico regional para a América do Sul, desde 1969. O SGB (Sistema Geodésico
Brasileiro) integra o SAD69.
- Longitude: 0 51 0 0
- Zona: 22, referente a zona que se encontra a cidade de Marabá.
Retângulo Envolvente: Coordenadas x1, x2, y1,y2 do retângulo envolvente do mapa.
50
FIGURA 17: CRIAÇÃO DE PROJETO NO SPRING
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
Com o projeto ativo, criou-se o modelo de dados, neste caso optou-se pelo modelo de
dados cadastral.
A importação dos dados foi feita selecionando as camadas (layer), uma a uma e
associando-as a um plano de informação (figura 18). Esses planos de informação fazem parte
da categoria denominada Marabá, criada anteriormente no modelo de dados.
O passo seguinte foi mostrar o mapa, selecionando no painel de controle os layers e
clicando no botão desenhar (figura 19).
51
FIGURA 18: IMPORTAÇÃO DA BASE CARTOGRÁFICA
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
FIGURA 19: ILUSTRANDO OS LAYERS NA TELA
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
A importação foi realizada selecionado um layer no painel de controle e exportando-o
52
para o formato Shapefile. O Shapefile é composto de três arquivos
Através do PostGis, que é uma extensão espacial do PostGre, criou-se um banco de
dados denominado Turismo, que suporta tabelas espaciais e tabelas convencionais de dados.
Os shapefiles importados para a base de dados geraram automaticamente uma tabela espacial.
A importação foi realizada através da Interface de linha de comando do SGBD (Sistema
Gerenciador de Banco de Dados) utilizando o shp2pgsql, um carregador de dados que cria
uma tabela e insere dados do arquivo shapefile. A linha de comando para a importação é
composta dos seguintes parâmetros (figura 20):
shp2pgsql –s 4291 nome_do_shape nome_da_tabela > nome_do_arquivo.sql
O parâmetro –s faz correspondência à localização no Hemisfério Sul e o número 4291,
juntamente com o parâmetro anterior, faz referência ao SRID - (Identificador do Sistema de
Referência Espacial).
Os Shapefiles e o shp2pgsql devem estar em um mesmo diretório, neste caso, colocou-
se os arquivos na pasta shapes. A importação gera um arquivo .sql, que é executado no
pgAdmin, criando então a tabela.
FIGURA 20: IMPORTANDO O SHAPEFILE QUADRAS
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
As tabelas espaciais originadas pela importação dos shapefiles foram: Lotes, Quadras
53
e Unidades formadas por objetos espaciais do tipo polígono, e Vias formadas por objetos
espaciais do tipo linha, estas tabelas têm em comum os campos (figura 21):
- gid: chave primária do tipo inteiro e de auto incremento.
- sprarea: campo do tipo numérico que guarda informações da área do polígono
ou linha.
- sprperimet: campo do tipo numérico que guarda informações do perímetro do
polígono ou linha.
- sprclasse: campo do tipo string vazio.
- the_geom: campo do tipo geometry que guarda em hexadecimal as
coordenadas geográficas do polígono ou linha.
FIGURA 21: TABELA ESPACIAL DE LOTES
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
Para elaboração do banco de dados foi considerado o modelo conceitual baseado em
ontologias, sendo necessário à implementação das seguintes tabelas:
- Tabela Tipo atributos naturais: composta pelo campo código do tipo (chave
54
primária), e o campo nome (figura 22), sendo classificados da seguinte forma: 01 Parques, 02
Reservas, 03 Bosques, 04 Zoológicos e 05 Praias.
FIGURA 22. TABELA SUBTIPO ATRIBUTOS NATURAIS NO PGADMIN
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
- Tabela Atributos Naturais: composta pelos campos: código do atributo (chave
primária); código do tipo, chave estrangeira referente à tabela Tipo Atributos Naturais; o
nome que caracteriza o local, endereço, telefone, informações, horário de funcionamento, url
e o campo Gid (figura 23), que é o identificador geográfico, permitindo a pesquisa da sua
localização, uma chave estrangeira que referencia da tabela quadra.
FIGURA 23. TABELA ATRIBUTOS NATURAIS NO PGADMIN
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
- Tabela Tipo Atributos Culturais: composta pelo campo código do tipo (chave
primária), e o campo nome (figura 24), sendo classificados da seguinte forma: 01 Museus, 02
Praças, 03 Monumentos e 04 Mercados Municipais.
FIGURA 24. TABELA TIPO ATRIBUTOS CULTURAIS NO PGADMIN
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
- Tabela Atributos Culturais: composta pelos campos: código do atributo(chave
55
primária); código do tipo, chave estrangeira referente a tabela Tipo do Atributo Cultural; o
nome que o caracteriza, bem como o endereço, telefone, informações, horário de
funcionamento, url e o campos Gid (figura 25), também chaves estrangeira referenciando as
tabelas quadra e unidade.
FIGURA 25. TABELA ATRIBUTOS CULTURAIS NO PGADMIN
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
- Tabela Tipo Produtos de Turismo: composta pelo campo código do tipo (chave
primária), e o campo nome (figura 26), sendo classificados da seguinte forma: 01 Artesanato e
02 Gastronomia.
FIGURA 26. TABELA TIPO PRODUTO DE TURISMO NO PGADMIN
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
- Tabela Produtos de Turismo: composta pelos campos: código do produto de turismo
(chave primária); código do tipo, chave estrangeira referente a tabela Tipo Produto de
Turismo, o nome que o caracteriza, bem como o endereço, telefone, informações, horário de
funcionamento, url e o campo Gid (figura 27), também chave estrangeira referenciando a
56
tabela unidade.
FIGURA 27. TABELA PRODUTOS DE TURISMO NO PGADMIN
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
- Tabela Tipo Serviços de Apoio: composta pelo campo código do tipo (chave
primária), e o campo nome (figura 28), sendo classificados da seguinte forma: 01 Bancos, 02
Correios, 03 Hospitais e Delegacias.
FIGURA 28. TABELA TIPO SERVIÇOS DE APOIO NO PGADMIN
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
- Tabela Serviços de Apoio: composta pelos campos: código do produto de turismo
(chave primária); código do tipo, chave estrangeira referente a tabela Tipo Serviços de Apoio,
o nome que o caracteriza, bem como o endereço, telefone, informações, horário de
funcionamento, url e o campo Gid (figura 29), também chave estrangeira referenciando a
tabela unidade.
57
FIGURA 29. TABELA SERVIÇO DE APOIO NO PGADMIN
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
- Tabela Tipo Serviços de Turismo: composta pelo campo código do tipo (chave
primária), e o campo nome (figura 30), sendo classificados da seguinte forma: 01
Alimentação, 02 Hospedagem e 03 Intermediação de serviços.
FIGURA 30. TABELA TIPO SERVIÇOS DE TURISMO NO PGADMIN
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
- Tabela Subtipo Serviços de Turismo: composta pelo campo código do tipo (chave
primária); código do tipo, chave estrangeira referente a tabela Tipo Serviços de Turismo e o
campo nome (figura 31).
58
FIGURA 31. TABELA SUBTIPO SERVIÇOS DE TURISMO NO PGADMIN
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
- Tabela Serviços de Turismo: composta pelos campos: código do produto de turismo
(chave primária); código do subtipo, chave estrangeira referente a tabela Subtipo Serviços de
Apoio, o nome que o caracteriza, bem como o endereço, telefone, informações, horário de
funcionamento, url e o campo Gid (figura 32), também chave estrangeira referenciando a
tabela unidade.
FIGURA 32. TABELA SERVIÇO DE APOIO NO PGADMIN
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
Para a renderização, ou seja, a visualização do mapa contido no BDG, tal como os
59
dados em formato binário dispostos em campos geográficos, foi criada uma classe
denominada “PostGIS” a qual é responsável por esta renderização, assim como pela
manipulação do mapa que é apresentado. Para tal, esta classe instancia objetos estáticos e,
implementa métodos para a manipulação destes, seguindo os princípios do paradigma de
programação orientada a objetos.
Destacam-se como objetos importantes para o funcionamento da classe PostGIS os
pertencentes às classes: DataStore, FeatureSource, FeatureCollection, MapContext e
MapPane, as suas funções são descritas na tabela 7. O sistema utiliza diversos métodos (figura
33), aqui, optou-se apenas por descrever o funcionamento daqueles que realizam a
manipulação dos objetos descritos na tabela 8.
TABELA 7 - DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS OBJETOS DA CLASSE POSTGIS.Nº
NOME DO OBJETO FUNÇÃO CLASSE PACOTE
01 pgdatastore
este objeto funciona como uma ligação ou seja uma conexão com o banco de dados, no nosso caso, postgis
Datastore
02 feature
este objeto instancia uma tabela, ou seja um layer, que no banco de dados é representado por uma tabela.
Featuresource
03 collection
este objeto recebe o resultado da filtragem de um layer (objeto feature) para posteriormente ser adicionado ao objeto da classe mapcontext
Featurecollection
04 map
este objeto funciona como um container vetorial, que em cada posição do vetor armazena um objeto da classe featuresource ou collectionfactory, ou seja, armazena as layers de forma vetorial
Mapcontext
05 mappane este objeto funciona como um Mappane
60
painel, onde o objeto da classe mapcontext é adicionado. o objeto mappane é adicionado a um objeto da classe frame, ou seja, a janela de apresentação/interação com o usuário.
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
TABELA 8 - DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS MÉTODOS DA CLASSE POSTGIS.Nº NOME DESCRIÇÃO TIPO
RETORNO ARGUMENTS TIPOARGUMENT.
01 criaBanco
O método recebe em sua chamada parâmetros como: tipo de banco de dados, local do banco, schema, porta de comunicação, nome do banco de dados, usuário e senha e retorna um objeto da classe DataStore, o qual é uma conexão com o banco de dados
DataStore
dbtype String
host String
schema String
port int
database String
user String
passwd String
02 criaEstiloLinha
Cria um estilo de visualização para Linha, recebe como parâmetros a cor (cor), e a largura (width) da linha.
Style
color Color
width int
03 criaEstiloPoligono
Cria um estilo de visualização para Polígono, como parâmetro recebe a cor de apresentação deste.
Style color Color
04 adicionaLayer
Este método adiciona o layer (feature) ao objeto da classe MapContext de acordo com o objeto de estilo de visualização
Void
feature FeatureSource
estilo Style
61
05 removeLayer
Remove o layer do projeto, procurando a sua posição no objeto vetorial da classe MapContext
Void I int
06 atualizarMapa
Atualiza a visualização do objeto da classe MapPane, passando como parâmetro para este, o objeto atualizado da classe MapContext.
Void null null
07 selecionarMapa
Este método sobrecarregado, adiciona um layer, na cor indicada ao objeto da classe MapContext, para isso cria um objeto da Classe Feature Source a partir do nome da tabela, e um objeto da Classe Style na cor indicada na passagem dos parâmetros.
Void
tabela String
cor Color
08 selecionarMapa
Este método sobrecarregado, adiciona um layer, na cor indicada ao objeto da classe MapContext, para isso cria um objeto da classe Style na cor indicada na passagem dos parâmetros.
Void
feature FeatureCollection
cor Color
09 limparMapa Este objeto apaga todos os layers do objeto da classe MapContext, para
Void null Null
62
isso conta quantos layers existem neste, através do método nativo getLayerCount(), posteriormente excluindo a todos
10 carregarMapa
Adiciona ao objeto da classe MapContex os layers de vias, quadras, lotes e unidades, a partir da criação de objetos da classe FeatureSource.
Void null Null
11 recarregarMapa
Executa os métodos limparMapa() e carregarMapa() sucessivamente
Void null Null
12 filtrarLayer
Este método recebe como parâmetros: layer, criando a partir deste um objeto da classe FeatureCollection, filtrado em sua instanciação por um objeto da classe Filter, este por sua vez tem seus parâmetros originados no atributo denomindao cql (Common Language Query). finalmente este é apresentado com a chamada do método selecionarMapa()
Void
layer String
cql String
color Color
Fonte: Elaboração própria
63
FIGURA 33: MÉTODOS IMPLEMENTADOS.FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.
Para a implentação da classe PostGIS, descrita anteriormente, foi utilizada a API4 do
GeoTools versão 2.2-RC0, que é uma interface para desenvolvimento de aplicações
georefenciadas. Algumas das classes do pacote Geotools utilizam métodos da API JAI5.
Desta forma, fez-se necessário a importação de bibliotecas (figura 34), que são apresentadas
na tabela 9. Para melhor visualização, foram subdivididas hierarquicamente por domínio de
aplicação
TABELA 9 – PACOTES IMPORTADOS NA CLASSE POSTGISDOMÍNIO PACOTE CLASSE
java
Awt * (todas)awt.event * (todas)
Útil
HashMapCollectionCollectionsIteratorNoSuchElementExceptionMap
javax Swing * (todas)
4API (Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicativos) é um conjunto de rotinas e padrões para utilização de suas funcionalidades por programas e aplicativos, ou seja, suas funções são acessíveis somente via programação.5 JAI (Java Advanced Imaging), esta API tem como função incorporar o processamento de imagens a aplicativos baseados em Java
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org.apache batik.svggen.font.table Feature
org.geotools
Data
DataStoreDefaultQueryDataStoreFinderFeatureSource* (todas)
Feature FeatureCollectionFeature
gui.swing StyledMapPane
Map DefaultMapContextMapContext
renderer.j2d RenderedMapScale
Styling
GraphicLineSymbolizerMarkPointSymbolizerPolygonSymbolizerRuleStyleStyleBuilderSymbolizerTextSymbolizer
filter.text.cql2 CQLExceptionfilter.text.cql2 CQL
org.opengisFilter Filter
* (todas)filter.expression * (todas)filter.spatial * (todas)
Fonte: Elaboração própria
65
FIGURA 34: PACOTES IMPORTADOS.FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
A conexão da aplicação Java com o Banco de Dados, com finalidade de recuperar
dados não-geográficos (alfanuméricos), é realizada através da API JDBC para PostgreSQL.
Para operacionalizar a conexão foram implementadas duas classes:
1. Classe ConnectionFactory: implementa apenas um método e não recebe
parâmetros em sua assinatura, tem como função realizar a conexão com o banco de
dados da aplicação.O entendimento do processo dar-se-á da seguinte forma:
quando chamado o método getConnection() desta classe, o mesmo retorna um
objeto da classe Connection contendo a conexão com a banco de dados. Foi
necessário importar a todas as classes do pacote java.sql, pois este método utiliza
elementos do SQL.
2. Classe Consultas: tem como função requisitar a conexão com o banco de dados à
classe ConnectionFactory, através do método getConnection() e realizar consultas
ao banco de dados. Esta classe implementa métodos que encapsulam grande parte
66
da implementação SQL, pois utilizam instâncias da classe PreparedStatement,
possibilitando a montagem da query em tempo de execução, a partir dos
paramentos que são passados para os métodos. Para seu funcionamento, foi
necessário a importação de todas as classes dos pacotes java.sql, java.swing e
java.util.
A interface foi desenvolvida de forma a contemplar diversos tipos de usuários com
habilidades distintas, formações intelectuais e idades variadas, aspectos de relevância do
projeto. O Projeto da Interface do sistema de informações turísticas, apresenta uma tela de
fácil utilização e que possa ao mesmo tempo atender usuários com diferentes habilidades.
Para o desenvolvimento da interface foram levados em consideração também os
preceitos de Interface Usuário Máquina como os princípios da visibilidade e ergonomia. A
visibilidade afirma que, apenas os assuntos essenciais devem estar visíveis. É muito comum
em interfaces, a sobrecarga de controles de interação, e na maioria das vezes nem todos os
controles podem ser usados, aumentando desta forma, a complexidade da interação do
usuário. Já a ergonomia se interessa de maneira geral pelo melhoramento das condições de
trabalho e condições de utilização de um software por seus usuários. Para tal, é preciso
conhecer o usuário sob várias perspectivas. Destaca-se também a psicologia cognitiva que
aborda os fenômenos da aprendizagem, percepção, memória, representação de conhecimento,
a psicologia cognitiva permite uma compreensão maior do comportamento do usuário das
conseqüências das suas reações sobre a concepção de aplicações interativas.
A tela inicial de boas vindas contempla todos os planos de informações elaborados até
o momento, disponibilizando assim, uma gama maior de serviços em uma única aplicação. A
barra de título possui o nome do projeto, bem como os botões que permitem minimizar,
maximizar e fechar, respeitando-se as Normas da ABNT e ANSI. Ao centro existe o símbolo
do projeto SIGMA, logo acima uma mensagem de boas vindas ao sistema e ao lado direito, na
67
sua parte superior, existe o texto “selecione uma opção”, seguida dos botões referentes a cada
área em ordem alfabética, além do botão sair, que permite a finalização da aplicação. Para
facilitar a compreensão do usuário foi adicionado ao ponteiro do mouse uma caixa de texto,
que informa a necessidade de escolha de alguma das áreas disponíveis (figura 35).
FIGURA 35: TELA DE INICIAL DO SIGMA - TURFONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
Ao clicar em um botão, de determinado plano de informação, uma nova tela é
disponibilizada cada uma com características específicas. Ao escolher a opção turismo a tela
aparece conforme a figura 36. Agora o símbolo foi substituído pelo mapa do distrito da
Marabá Pioneira, apresentando em azul as quadras em que se concentram as atividades de
interesse, sendo que a especificação acontece com a seleção por parte do usuário a partir das
opções dispostas nas “combo boxes” (estes objetos permitem selecionar um campo dentre
vários) dispostas no lado direito da aplicação.
68
FIGURA 36: SIGMA – TURFONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
Cada opção apresenta as diferentes áreas que as correspondem, após a escolha deve-se
pressionar o botão pesquisar, para que o mapa seja renderizado com as características
desejadas, sendo que o mapa pode ser apresentado levando-se em conta somente a primeira
caixa de seleção, ou então, uma especificação que deve ocorrer na segunda caixa.
Para melhorar o entendimento do execução do sistema, duas simulações são
apresentadas. Na primeira, uma categoria, no caso “Artesanato”, é selecionada então o botão
pesquisar é pressionado e o mapa apresenta os estabelecimentos classificados nesta categoria
(ver figura 37). Outra opção oferecida é a apresentação de um relatório, sendo que um botão
com essa opção é apresentado no canto inferior direito, que permite a obtenção de todas as
entidades cadastradas referentes à categoria selecionada (figura 38). Apresenta ainda o botão
retornar, que direciona para tela inicial.
69
FIGURA 37: SELEÇÃO POR CATEGORIA
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
70
FIGURA 38: RELATÓRIO DA CATEGORIA ARTESANATO
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
Ao escolher determinada opção a segunda caixa é preenchida, respeitando as
características desta, a seguir o usuário pode clicar na caixa, que deslizará exibindo a
especificação dos locais, que possuem uma determinada localização no mapa, sendo esta
exibida a partir do clique no botão pesquisar em cor diferenciada (figura 39). Neste nível o
relatório apresenta informações sobre o objeto selecionado (figura 40).
71
FIGURA 39: RETORNO DA PESQUISA A PARTIR DO LOCAL ESCOLHIDO.FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.
FIGURA 40: RELATÓRIO DO ELEMENTO SELECIONADO
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA
72
5 ConclusãoA atividade turística tem impacto direto na economia de uma região como
gerador de emprego e renda. Desta forma, o SIGMA-TUR aproveita as características
intrínsecas para a atividade turística do Município, para alavancar o turismo regional. O
SIGMA-TUR além de ser uma ferramenta de apoio a gestão e tomada de decisão também
contribui para maior visibilidade dos pontos turísticas do município. O sistema auxilia tanto a
localização de pontos turísticos, quanto os serviços que são disponibilizados como, por
exemplo, hospedagem, alimentação e serviços de apoio (correios, bancos, casas de câmbio)
etc.
Deve-se ressaltar que o sistema introduz conceitos da modelagem espaço-temporal
baseado em ontologia no domínio turístico, e a implementação destes conceitos ainda são
raros na literatura.
Para trabalhos futuros, é possível a implementação deste sistema para outros Distritos
do Município e a sua integração para a WEB.
73
6 Referências Bibliográficas ABAV. Associação Brasileira de Agências de Viagens. Disponível em www.abav.com.br. Acesso 27 mai. 2008.
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