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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE UnB PLANALTINA FERNANDA GOMES KOTINIK PEIXOTO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO: O CASO DE UMA MICROEMPRESA DO AGRONEGÓCIO. PLANALTINA DF 2013

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE UnB PLANALTINA … · Ainda segundo os autores, definindo plano mestre de produção e citando a APICS1: “O plano antecipado de produção daqueles

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE UnB PLANALTINA

FERNANDA GOMES KOTINIK PEIXOTO

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO: O CASO DE

UMA MICROEMPRESA DO AGRONEGÓCIO.

PLANALTINA – DF

2013

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FERNANDA GOMES KOTINIK PEIXOTO

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO: O CASO DE UMA

MICROEMPRESA DO AGRONEGÓCIO.

Relatório final apresentado ao curso

de Gestão do Agronegócio, como

requisito parcial à obtenção do título

de bacharel em Gestão do

Agronegócio.

Orientador: Reinaldo

José de Miranda Filho.

Planaltina-DF.

2013

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Dedico esse trabalho ao meu filho João Eduardo.

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Agradecimentos

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por tudo que Ele me permite viver.

Agradeço ao meu filho, João Eduardo Gomes de Lima, por transformar

a minha vida.

Agradeço a minha mãe, Elda Gomes, pelo amor e apoio em todos os

momentos.

Agradeço a minha irmã Ana Carolina Gomes pelo companheirismo ao

longo da vida.

Agradeço a minha irmã Isabela Gomes, ao meu cunhado Davi Lima e

meu primo e compadre Heitor Castro pelo apoio e carinho.

Agradeço as minhas amigas Mariana Adjuto, Marina Lepesqueur e

Anna Maria Rigobelo por tornarem a caminhada da vida mais leve.

Agradeço ao professor Reinaldo Miranda pela grande ajuda e atenção

nessa etapa.

Agradeço a empresa concedente do estágio por me oferecer a chance

de aprender.

Agradeço aos meus colegas de trabalho que me ensinaram o valor de

trabalhar no campo.

Agradeço ao meu colega José Raimundo pelos ensinamentos sobre o

campo e o apoio nessa fase.

Por fim, agradeço a minha avó Maria Rosalina, minha madrinha Elza

Gomes e meu tio Joaquim Gomes por terem feito parte da minha vida e me

ensinarem valores que carrego mesmo sem a presença deles.

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Resumo

O planejamento e controle da produção busca equilibrar o suprimento e a

demanda com objetivo de atender as necessidades dos clientes. Essa função

apresenta grande relevância para os sistemas produtivos, inclusive os ligados ao

agronegócio. Sua implementação deveria acontecer independente do porte da

empresa, sendo que as micros e pequenas empresas devem ajustar as atividades

do planejamento e controle às características inerentes a esses tipos de

organização. Esse relatório é um estudo de caso sobre uma microempresa do

agronegócio e pretende apresentar como é realizado o planejamento e controle da

produção, analisando suas atividades de planejamento da produção a longo, médio

e curto prazo, sequenciamento, carregamento, programação, monitoramento e

controle e previsão da demanda.

Palavras-chaves: Planejamento; Planejamento e Controle da Produção;

Demanda.

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Abstract

The production planning and control aims to find the balance between

supply and demand with the intent to attend the client’s needs. This function presents

big relevance to productive systems, including those who are related to agribusiness.

It’s implantation should happen at big or small companies. The smaller companies

have to adjust the activities of planning and control to their realities. This is a case

study about one microenterprise of agribusiness and aims to present how the

production planning and control happens at this company, analyzing it’s activities of

long, medium and short term planning as well as their activities of routing,

scheduling, loading, corrective measures and demand forescast.

Keywords: Planning; Production Planning and Control; Demand.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 8

2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................. 8

2.1. SISTEMAS DE PRODUÇÃO .......................................................... 8

2.2. PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO ....................... 8

2.3. PLANEJAMENTO DE LONGO, MÉDIO E CURTO PRAZO. .......... 9

2.3.1. PLANEJAMENTO MESTRE DE OPERAÇÕES ..................... 10

2.4. DEMANDA ................................................................................... 11

2.4.1. DEMANDA DEPENDENTE OU DEMANDA INDEPENDENTE. 11

2.4.2. DEMANDA TEMPORAL. ........................................................ 11

2.4.3. DEMANDA IRREGULAR OU DEMANDA REGULAR. ........... 11

2.4.4. RESPOSTA À DEMANDA. ..................................................... 11

2.4.5. PREVISÃO DA DEMANDA. ................................................... 12

2.4.6. ERROS NA PREVISÃO DA DEMANDA. ................................ 12

2.5. CURVA 80-20 E CLASSIFICAÇÃO ABC. .................................... 13

2.6. ATIVIDADES DO PLANEJAMENTO E CONTROLE. ................... 13

2.6.1. CARREGAMENTO. ................................................................ 13

2.6.2. SEQUENCIAMENTO .............................................................. 14

2.6.3. PROGRAMAÇÃO ................................................................... 15

2.6.4. MONITORAMENTO E CONTROLE ....................................... 15

3. OBJETIVOS ....................................................................................... 16

3.1. OBJETIVO GERAL....................................................................... 16

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................ 16

4. JUSTIFICATIVA ................................................................................. 16

5. METODOLOGIA ................................................................................ 17

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6. CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA ............................................. 17

6.1. DADOS E HISTÓRICO DA EMPRESA. ....................................... 17

6.2. DEMANDA ................................................................................... 18

6.2.1. PREVISÃO DA DEMANDA: MÉTODO DE PREVISÃO E CURVA 80-20/CLASSIFICAÇÃO ABC. .............................................................. 18

6.3. PLANEJAMENTO E CONTROLE A LONGO, MÉDIO E CURTO PRAZO NA EMPRESA. ......................................................................................... 21

6.3.1. PLANEJAMENTO A MÉDIO E CURTO PRAZO. ................... 21

6.4. ATIVIDADES DO PCP NA EMPRESA: ........................................ 23

6.4.1. CARREGAMENTO E SEQUENCIAMENTO DAS ATIVIDADES. 23

6.4.2. PROGRAMAÇÃO ................................................................... 24

6.4.3. MONITORAMENTO E CONTROLE ....................................... 24

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................... 26

8. CONCLUSÃO .................................................................................... 27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 28

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1. Introdução

Sistemas de produção, sejam de grande ou pequeno porte, necessitam de

uma eficiente administração da produção. Dentro dessa função existe o

planejamento e controle da produção. Esse último, em específico, visa o equilíbrio

entre o suprimento e a demanda, preocupando-se também com os custos e recursos

de produção, assim contribuindo para a competitividade da empresa no mercado.

As atividades do planejamento e controle da produção (PCP) tratam do

carregamento, sequenciamento, programação e controle da produção e objetivam

direcionar a empresa para o atendimento das demandas de mercado.

2. Referencial teórico

2.1. Sistemas de produção

Segundo Hirakuri et al (2012), “o sistema de produção é composto pelo

conjunto de sistemas de cultivo e/ou de criação no âmbito de uma propriedade rural,

definidos a partir dos fatores de produção (terra, capital e mão-de-obra) e

interligados por um processo de gestão”. (HIRAKURI et al. 2012. p. 13).

2.2. Planejamento e controle da produção

O planejamento e controle tratam do gerenciamento das atividades da

operação produtiva garantindo que estas ocorram de maneira eficaz e eficiente e

que satisfaçam continuamente à demanda dos consumidores. O PCP também trata

da conciliação entre suprimento e demanda. (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON,

2008).

Pozo (2010) explica que o planejamento e controle da produção direciona o

processo produtivo para que este atenda aos objetivos dos clientes. A programação

é fase intermediária entre o controle e o planejamento. Esse último assume papel

dinâmico e de controle, já que a programação da produção deve atender às

necessidades do mercado e, a partir dele, todos os setores envolvidos passam a ter

obrigatoriedade em desenvolver o que foi programado. Explica ainda que “planejar a

produção ou estabelecer uma agenda de produção é tarefa que requer a

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consideração de uma multiplicidade de fatores que influem na decisão sobre o que,

quanto e quando produzir”. (POZO. 2010. p. 99).

Figura 1. Posição da programação nas atividades de planejamento e controle

da produção.

Fonte: adaptado de Pozo, 2010.

Figura 2. Perguntas a serem respondidas na programação da produção.

Fonte: adaptado de Pozo, 2010.

Apesar da divisão entre planejamento e controle não ser clara é possível

estabelecer características que ajudam a diferenciar os dois conceitos. De acordo

com Slack et al (2008) o plano é um conjunto de intenções do que se espera

acontecer e o controle são ações que monitoram e direcionam esse plano. (SLACK;

CHAMBERS; JOHNSTON, 2008).

2.3. Planejamento de longo, médio e curto prazo.

O horizonte do planejamento e controle pode ser de longo, médio e curto

prazo. No longo prazo o objetivo é atingir metas financeiras, para isso planos são

feitos para estimar recursos, objetivos que pretendem atingir e o que é pretendido

fazer. O planejamento de médio prazo é realizado com mais detalhes e pode ser

alterado, caso haja necessidade. Nesse momento ainda se olha para a demanda

global, porém de forma parcialmente desagregada. Também, são elaborados planos

contingenciais para permitir desvios do plano e facilitar o planejamento e controle a

curto prazo. (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2008).

O planejamento e controle a curto prazo olha para a demanda de forma

completamente desagregada. Apesar de grandes mudanças nos recursos serem

difíceis de serem realizadas nesse momento, é possível realizar intervenções a curto

prazo. Ao realizar essas intervenções, os gerentes buscam o equilíbrio entre

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qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custos. (SLACK; CHAMBERS;

JOHNSTON, 2008).

2.3.1. Planejamento mestre de operações

No processo de planejamento a médio e curto prazo é necessário que sejam

considerados os objetivos estratégicos da organização, ou seja, o planejamento

operacional deve estar alinhado com o planejamento estratégico. Segundo Corrêa

(2011), existe uma sequência hierárquica que deve ser considerada para elaboração

do planejamento operacional, e no caso do planejamento mestre de operações essa

sequência é:

Sales & operations planning ou Planejamento de vendas e operações (PVO).

Master production scheduling ou Programação mestre de produção (PMP).

O PVO é um processo de planejamento que integra diversas áreas funcionais

como marketing, manufatura, finanças e engenharia e desenvolvimento de produtos

nos horizontes de médio e curto prazo. Tem como objetivos, entre outros, gerenciar

mudanças e atender ao planejamento estratégico do negócio. O planejamento de

vendas e operações também permite que sejam resolvidos conflitos entre as áreas

funcionais e que os planos resultantes desses processos estabeleçam objetivos

claros para cada uma das áreas abordadas nele. (CORRÊA; CORRÊA. 2011).

O planejamento mestre de produção (PMP) tem natureza operacional e é

resultado da compatibilização entre o planejamento de vendas e operações com

uma programação e execução mais detalhada. Essa ação fica sob a

responsabilidade do nível gerencial intermediário, entre os níveis estratégicos e

táticos. (CORRÊA; CORRÊA. 2011).

Ainda segundo os autores, definindo plano mestre de produção e citando a

APICS1:

“O plano antecipado de produção daqueles itens a cargo do planejador

mestre. (...) Representa o que a empresa pretende produzir expresso em

configurações, quantidades e datas específicas." (CORRÊA, CORRÊA. 2011. p.

343).

1 APICS: American Production and Inventory Control Society.

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2.4. Demanda

Todos os planos de produção a serem executados em uma organização

devem estar alinhados com a demanda pelo produto. Visto que “o planejamento da

produção é um conjunto de ações inter-relacionadas que objetiva direcionar o

processo produtivo da empresa e coordená-lo com os objetivos dos clientes.”

(CORRÊA, CORRÊA. 2011. p. 98), faz-se necessário o conhecimento desses

objetivos para que o planejamento supra às necessidades do mercado.

2.4.1. Demanda dependente ou demanda independente.

A demanda pode ser classificada como dependente ou independente de

acordo com a previsibilidade da mesma. A demanda que pode ser prevista devido a

sua dependência de fatores conhecidos é a demanda dependente. Já a demanda

independente não conhece esses fatores e tenta avaliar a demanda futura e prever

recursos que possam satisfazê-la. Nesse caso, se faz necessário um ajuste rápido

da demanda prevista com a demanda real. (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON,

2008).

2.4.2. Demanda temporal.

A demanda pode ser analisada sob a óptica temporal. Vários fatores podem

influenciar na demanda ao longo do tempo, como a sazonalidade, e existem

métodos que trabalham com esse tipo de demanda, exemplo a série histórica.

2.4.3. Demanda irregular ou demanda regular.

Uma demanda regular é aquela que seus padrões podem ser divididos em

componentes aleatórios, sazonais ou de tendência. Já quando a demanda é

intermitente e incerta a demanda é irregular. (BALLOU. 2006)

2.4.4. Resposta à demanda.

As operações de produção respondem às demandas. Quando não se tem

confiança em uma demanda e não se constitui estoque anteriormente, o tipo de PCP

é resource-to-order, ou obter – recurso – contra – pedido.

Quando é possível conhecer a natureza da demanda é possível manter em

estoque parte dos recursos necessários à produção. Porém, a produção somente

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será planejada, executada e controlada depois de um compromisso de venda firme.

Esse tipo de PCP é o make-to-order, fazer – contra – pedido.

Já algumas operações produzem bens ou serviços antes de qualquer pedido

firme. Depois as firmas os vendem assumindo o risco de não concretizar a venda do

que têm em estoque. O planejamento e controle da produção nesse caso é o make-

to-stock, ou fazer-para-estoque. (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2008).

2.4.5. Previsão da demanda.

A previsão da demanda é informação vital para que a organização realize

planejamentos em suas respectivas áreas. Existem vários métodos de previsão e

esses são classificados em qualitativos, causais ou de projeção histórica.

Tabela 1. Quadro resumo dos métodos de previsão da demanda.

Fonte: Adaptado de Ballou (2006).

2.4.6. Erros na previsão da demanda.

Independente do método utilizado para prever a demanda, no geral, alguns

erros podem surgir. Corrêa e Corrêa (2011) listam os principais erros que porventura

podem surgir nos processos de previsão em geral.

Confundir previsões com metas.

Concentrar esforços em discussões acerca da previsão estar correta ou

errada e não no quanto esta previsão está errada e em como diminuir esses erros.

Métodos qualitativos Métodos de projeção histórica Métodos causais

"São aqueles que

recorrem a

julgamento, intuição,

pesquisas ou técnicas

comparativas a fim de

produzir estimativas

quantitativas sobre o

futuro." (BALLOU.

2006. p. 245).

"Quando se dispõe de um

número razoável de dados

históricos e a tendência e

variações sazonais nas séries

de tempo são estáveis e bem

definidas, a projeção desses

dados no futuro pode

representar uma maneira

eficiente de previsão de curto

prazo." (BALLOU. 2006. p. 245).

Esse método funciona bem

para séries de tempo no curto

prazo.

"A premissa básica que se

assentam os métodos causais

de previsão sustenta que o

nível da variável de previsão

é derivado do nível de outras

variáveis relacionadas."

(BALLOU. 2006. p. 248).

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Não considerar uma estimativa de erro dessa previsão.

Desistir ou não colocar esforços para melhorar os processos de previsão.

Importante ressaltar as afirmações dos autores sobre previsões: “elas estão

sempre erradas”. (CORRÊA, CORRÊA. 2011. p. 156). E “errar é normal em

previsões (...) o que interessa é quanto erramos”. (CORRÊA, CORRÊA. 2011. p.

157).

2.5. Curva 80-20 e classificação ABC.

A curva 80-20 é um conceito que pode ajudar a organização a entender quais

os produtos possuem maior participação em suas vendas. Esse conceito remete ao

fato de em muitas empresas a maior parte das vendas serem provenientes de

alguns poucos produtos. Está ligado também a lei de Pareto2. Ao classificar os

produtos na classificação ABC, a organização poderá identificar os produtos que

deverão receber tratamentos diferenciados de produção, distribuição e logística,

entre outros.

2.6. Atividades do planejamento e controle.

Sendo o planejamento e controle da produção a conciliação do suprimento e

da demanda, quatro atividades justapostas podem ser executadas:

2.6.1. Carregamento.

O carregamento é definido como a quantidade de trabalho que pode ser

alocado pra um centro de trabalho. Ele pode ser classificado em carregamento finito

ou infinito. Em operações em que é possível e necessário limitar a carga em um

centro de trabalho e o custo dessa limitação não é proibitivo, é aplicado o

carregamento finito. Na situação oposta, em que não é possível e tampouco

necessário limitar o carregamento e ainda, o custo dessa limitação seria proibitivo, é

aplicado o carregamento infinito. (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2008).

2 O francês educado na Itália Vilfredo Pareto descobriu em 1897 que uma grande porcentagem

da renda geral estava agregada em uma pequena parcela da população, chegando a uma proporção de quase 80% da renda em quase 20% da população.

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2.6.2. Sequenciamento

Segundo SLACK et al (2008), o sequenciamento é a ordem que as tarefas

são executadas de acordo com uma prioridade. Essa prioridade é estabelecida por

um conjunto de regras. Algumas dessas regras estão relacionadas abaixo:

Prioridade ao consumidor: o sequenciamento das atividades é feito de acordo

com a prioridade do consumidor, independente da ordem de chegada do consumidor

ou item. Esse tipo de sequenciamento pode acarretar em diminuição da qualidade

do serviço para os consumidores não priorizados, pode diminuir a qualidade e

produtividade da operação como um todo.

Restrições físicas: a natureza física dos materiais processados e dos

equipamentos utilizados pode determinar a sequência das atividades.

Data prometida: a sequência do trabalho é determinada de acordo com a data

prometida de entrega. Essa regra pode propiciar um aumento da percepção de

confiabilidade na empresa pelo cliente e permite flexibilidade com trabalhos

urgentes. Apesar das vantagens ela pode acarretar em diminuição da produtividade.

Lifo e Fifo: o Lifo (Last In First Out, Último a Entrar, Primeiro a Sair). Essa

regra tem efeito adverso na rapidez e na confiabilidade da entrega. Já o método Fifo

(First in, First out, Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair). Nessa regra, a rapidez a e a

confiabilidade da entrega podem não estar em seu nível mais alto e é difícil ser

flexível se os consumidores tem conhecimento da ordem.

Operação mais longa/Tempo total mais longo da tarefa primeiro: trata do

sequenciamento dos trabalhos mais longos em primeiro lugar. Pode ser vantajoso

onde o pessoal está sob algum incentivo para manter o nível de utilização alto.

Porém, essa regra de sequenciamento não leva em conta os objetivos de

desempenho rapidez, confiabilidade ou a flexibilidade de entrega e sim o custo.

Operação mais curta/tempo total mais curto da tarefa primeiro: quando se tem

um problema de fluxo de caixa pode ser interessante implementar essa regra de

sequenciamento visto que os pedidos mais curtos serão processados mais

rapidamente e assim serão faturados, portanto os pagamentos serão recebidos

resolvendo o problema de liquidez do caixa. Porém, esse tipo de sequenciamento

pode afetar a produtividade total e ainda, pode prejudicar a entrega para os

consumidores maiores.

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É válido ressaltar que “embora diferentes regras tenham diferentes

desempenhos, dependendo das circunstâncias do problema de sequenciamento, na

prática a regra da operação mais curta geralmente possui melhor desempenho”.

(SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2008, p. 329).

2.6.3. Programação

Após a determinação do carregamento e da sequência das operações é

necessário estabelecer o momento em que estas devem acontecer. É a

programação que irá estabelecer quando uma operação começa e termina e qual

será seu volume. Trata-se de uma das tarefas mais complexas no gerenciamento da

produção. É possível chegar a inúmeras programações para uma mesma situação,

porém a sua maioria não será factível na prática. Essa tarefa deve ser repetida com

frequência para evitar que gargalos movimentem-se pela unidade produtiva. A

programação pode ser para frente ou para trás. A programação para frente inicia o

trabalho assim que ele chega. Já a programação para trás inicia o trabalho no último

momento possível tomando cuidado para ele não sofrer atraso. A escolha entre um

e outro será feita dependendo das circunstâncias. O Just in Time o Material

Requirements Planning geralmente utilizam a programação para trás. (SLACK;

CHAMBERS; JOHNSTON, 2008).

Em casos específicos em que o recurso dominante é o pessoal, é necessário

programar padrões de trabalho, ou seja, os tempos de trabalho despendidos para

uma operação. Essa determinação irá ditar a capacidade da operação. Portanto,

nesse tipo de programação o objetivo é garantir que a demanda poderá ser atendida

através do número suficiente de pessoal naquela atividade. (SLACK; CHAMBERS;

JOHNSTON, 2008).

2.6.4. Monitoramento e controle

A execução do plano de carregamento, sequenciamento e programação

necessita de acompanhamento e monitoramento para verificar se as determinações

estão sendo realizadas. Se for identificado um desvio no plano é necessário um

replanejamento. E a intervenção necessária ao centro de trabalho para corrigir o

desvio é realizada. Caso seja identificado outro desvio do plano é realizado outro

replanejamento e assim sucessivamente.

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O controle pode ser classificado de acordo como a intervenção ao desvio é

realizada. Trata-se do controle empurrado ou puxado. Se a intervenção é realizada

de maneira que empurra o trabalho ao longo dos processos da operação então é

classificada como controle empurrado. Esse tipo de controle não leva em

consideração a capacidade do próximo centro de trabalho em absorver essa

produção. Ao contrário, no planejamento e controle puxado o centro de trabalho

subsequente irá determinar o ritmo da transferência do trabalho da operação

anterior. No geral, “a demanda é transmitida para trás ao longo das etapas, a partir

do ponto de demanda original pelo consumidor original.” (SLACK; CHAMBERS;

JOHNSTON, 2008, p. 335).Tema

O planejamento e controle da produção influencia na produtividade de uma

empresa, seja ela de grande ou pequeno porte. Apesar de esta função acontecer no

setor de produção da empresa, ela se comunica com outros setores como

financeiro, marketing e pesquisa e desenvolvimento. Por muitas vezes em uma

pequena empresa esses setores não possuem uma clara divisão. Ainda assim, é

necessário que o PCP esteja alinhado com as funções citadas.

3. Objetivos

3.1. Objetivo geral

O objetivo geral desse trabalho é apresentar o planejamento e controle da

produção de uma empresa de pequeno porte do agronegócio.

3.2. Objetivos específicos

Descrever a função de planejamento e controle da produção da empresa.

Analisar a função de planejamento e controle da produção da empresa.

4. Justificativa

O planejamento e controle da produção é determinante para a eficiência

produtiva de uma empresa e influencia diretamente na produtividade e no

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atendimento às necessidades dos clientes. Independente do porte da empresa é

necessário que as atividades do PCP aconteçam e atendam ao seu objetivo

principal: conciliar a demanda e o suprimento.

5. Metodologia

A metodologia adotada para esse trabalho foi qualitativa e o método escolhido

foi o estudo de caso. Os dados foram coletados in loco.

6. Contextualização da empresa

6.1. Dados e histórico da empresa.

A empresa concedente do estágio é classificada como microempresa

localizada no Distrito Federal, na área rural de Planaltina. Iniciou suas atividades no

final do ano de 2010. Ela conta com dois negócios principais: produção e venda de

mudas nativas do bioma Cerrado e prestação de serviços ambientais.

É importante explicar que esse trabalho está voltado para o agribusiness de

produção agrícola e vendas do produto “Mudas Nativas do Cerrado”.

Área de atuação da aluna na empresa.

A aluna trabalha na gestão administrativa e de produção. Esse setor é

responsável pela gestão financeira, de recursos humanos, de suprimentos e obras e

da gestão da função produção. Está subordinado à Diretoria.

A aluna realizou atividades de planejamento e controle da produção como:

Elaboração de formulários de PCP.

Previsão da demanda e elaboração de listas de produção.

Relatórios de planejamento e controle da produção.

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Planejamento, operacionalização e controle das quatro atividades de

planejamento e controle: carregamento, sequenciamento, programação e

monitoramento e controle.

Figura 3. Organograma da estrutura organizacional da empresa.

6.2. Demanda

6.2.1. Previsão da demanda: método de previsão e curva 80-20/classificação ABC.

A demanda pelo produto “muda nativa do Cerrado” foi analisada como

independente. Alguns fatores são conhecidos, como a obrigatoriedade de

recuperação de áreas degradadas e o ciclo de vendas apresentar certa

sazonalidade, porém, é impreciso estimar quantidades, espécies, volume de vendas

em um ciclo entre outras questões.

A previsão da demanda na empresa é feita através de método qualitativo e

tem auxílio da curva 80-20 e classificação ABC de seus produtos. Esses métodos

auxiliam a empresa a identificar quais os principais produtos comercializados.

Primeiro, os itens vendidos são relacionados de maneira decrescente, de acordo

com a participação nas vendas. Após essa etapa, é contabilizada a quantidade

vendida de cada item. Por fim, é feita a classificação de acordo com os parâmetros

escolhidos, sendo que estes devem ser aproximadamente 20% dos itens mais

vendidos para os produtos da classificação A, 30% para os produtos B e 50% para

os produtos C. Esse método é utilizado em diversas áreas, como logística.

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A Curva 80-20 e a classificação ABC foram realizadas com o intuito de

identificar quais os produtos com maior participação nas vendas da empresa. Por

ser uma organização há pouco tempo no mercado, e sendo que suas vendas de

mudas para varejo começaram no final de 2011, a utilização desse método foi útil

para que a empresa identificasse quais espécies apresentaram melhor desempenho

de vendas no período 2011-2012. Assim, foram levantadas as espécies que

deveriam ser priorizadas na produção para o ciclo de vendas de 2013-2014.

Tabela 2 - Curva 80-20 e Classificação ABC dos itens vendidos no ciclo de

vendas 2011-2012.

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ItemQuantidade

vendida

Participação

unitária nas

vendas

Participação

acumulada

nas vendas

Classifi-

cação

ABC

1 1252 17% 17% A

2 298 4% 21% A

3 239 3% 25% A

4 213 3% 28% B

5 197 3% 31% B

6 190 3% 34% B

7 190 3% 36% B

8 184 3% 39% B

9 181 3% 41% B

10 160 2% 43% B

11 160 2% 46% B

12 157 2% 48% B

13 145 2% 50% B

14 143 2% 52% B

15 131 2% 54% B

16 131 2% 56% B

17 131 2% 57% B

18 125 2% 59% C

19 97 1% 60% C

20 93 1% 62% C

21 89 1% 63% C

22 87 1% 64% C

23 82 1% 65% C

24 81 1% 66% C

25 81 1% 67% C

26 80 1% 69% C

27 73 1% 70% C

28 67 1% 71% C

29 59 1% 71% C

30 57 1% 72% C

31 56 1% 73% C

32 54 1% 74% C

33 53 1% 74% C

34 48 1% 75% C

35 46 1% 76% C

36 44 1% 76% C

37 41 1% 77% C

38 40 1% 77% C

39 39 1% 78% C

40 39 1% 79% C

41 38 1% 25% C

42 37 1% 79% C

43 36 0,5% 80% C

44 36 0,5% 80% C

45 33 0,5% 80% C

46 32 0,4% 81% C

47 32 0,4% 81% C

48 31 0,4% 82% C

49 31 0,4% 82% C

50 30 0,4% 83% C

51 29 0,4% 83% C

52 29 0,4% 83% C

53 29 0,4% 84% C

54 28 0,4% 84% C

55 28 0,4% 85% C

56 26 0,4% 85% C

57 26 0,4% 85% C

58 26 0,4% 86% C

59 25 0,3% 86% C

60 24 0,3% 86% C

61 24 0,3% 87% C

62 24 0,3% 87% C

63 24 0,3% 87% C

64 23 0,3% 88% C

65 22 0,3% 88% C

66 22 0,3% 88% C

ItemQuantidade

vendida

Participação

unitária nas

vendas

Participação

acumulada

nas vendas

Classifi-

cação

ABC

67 22 0,3% 89% C

68 21 0,3% 89% C

69 21 0,3% 89% C

70 21 0,3% 89% C

71 20 0,3% 90% C

72 20 0,3% 90% C

73 20 0,3% 90% C

74 19 0,3% 91% C

75 18 0,2% 91% C

76 18 0,2% 91% C

77 18 0,2% 91% C

78 18 0,2% 92% C

79 18 0,2% 92% C

80 17 0,2% 92% C

81 17 0,2% 92% C

82 17 0,2% 93% C

83 16 0,2% 93% C

84 16 0,2% 93% C

85 16 0,2% 93% C

86 16 0,2% 93% C

87 15 0,2% 94% C

88 15 0,2% 94% C

89 15 0,2% 94% C

90 15 0,2% 94% C

91 14 0,2% 94% C

92 14 0,2% 95% C

93 14 0,2% 95% C

94 14 0,2% 95% C

95 14 0,2% 95% C

96 13 0,2% 95% C

97 13 0,2% 96% C

98 13 0,2% 96% C

99 12 0,2% 96% C

100 12 0,2% 96% C

101 12 0,2% 96% C

102 12 0,2% 96% C

103 12 0,2% 97% C

104 11 0,2% 97% C

105 11 0,2% 97% C

106 10 0,1% 97% C

107 10 0,1% 97% C

108 10 0,1% 97% C

109 10 0,1% 97% C

110 9 0,1% 98% C

111 9 0,1% 98% C

112 8 0,1% 98% C

113 8 0,1% 98% C

114 8 0,1% 98% C

115 8 0,1% 98% C

116 7 0,1% 98% C

117 7 0,1% 98% C

118 7 0,1% 98% C

119 6 0,1% 99% C

120 6 0,1% 99% C

121 6 0,1% 99% C

122 6 0,1% 99% C

123 6 0,1% 99% C

124 6 0,1% 99% C

125 6 0,1% 99% C

126 5 0,1% 99% C

127 5 0,1% 99% C

128 5 0,1% 99% C

129 5 0,1% 99% C

130 5 0,1% 99% C

131 5 0,1% 99% C

132 4 0,1% 99% C

133 4 0,1% 100% C

Total 7223 100% 100%

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Fazem-se necessárias algumas explicações sobre as informações retiradas

desse método. Os lançamentos das vendas no sistema começaram a ser realizados

com detalhes após o início da comercialização das mudas. Existem lançamentos no

modelo “outras espécies” que foram realizadas para contabilizar a quantidade

retirada do estoque após as vendas e não especificaram o item, ou espécie,

comercializada. Assim, na curva 80-20 os lançamentos “outras espécies” aparecem

em primeiro lugar mais não foram consideradas na previsão da demanda, pois não

representam um item em específico e sim uma distorção no lançamento de

informações de vendas.

Esse tipo de situação chama a atenção para a importância do correto

lançamento de dados no sistema de registro de vendas. Erros no registro podem

acarretar desvios na previsão da demanda.

Além da classificação ABC foram analisadas informações comerciais

coletadas pelo setor comercial e considerações levantadas pela equipe técnica. As

informações geradas pelo setor comercial mostravam que havia demanda por

espécies que poderiam ser utilizadas para paisagismo em cenários rurais. E a

equipe técnica analisou espécies que apresentam potencial de crescimento em

recipientes limitados. A partir dessas três análises foi estabelecida uma lista

prioritária de produção para atender a essa previsão de demanda em específico.

6.3. Planejamento e controle a longo, médio e curto prazo na empresa.

A empresa não possui um planejamento formal de produção a longo prazo.

Em 2010, foi realizado o planejamento estratégico para a organização, porém nesse

não foi especificado questões de produção. Sabida a necessidade do planejamento

a longo prazo da produção, a gestão da produção está trabalhando no sentido de

adquirir as competências e conhecimentos necessários para realizá-lo.

6.3.1. Planejamento a médio e curto prazo.

As atividades de planejamento e controle da produção são executadas para o

médio e curto prazo na empresa segundo fluxograma abaixo:

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Figura 4. Fluxograma das atividades de planejamento e controle da produção na

empresa.

Após a análise da previsão de demanda é feito planejamento de produção de

médio prazo. A partir desse planejamento são geradas listas de produção. De

acordo com a prioridade de produção, determinada lista segue para a programação

de produção. É determinado o carregamento, sequenciamento e programado o

momento que a produção acontecerá. Ao longo do processo é feito a monitoramento

e controle através de auditoria dos formulários de produção diários. Nesse momento

é alinhada a produção declarada com a efetiva em campo e após essa fase é feito o

lançamento da produção no sistema.

É importante ressaltar que sistemas de produção ligados ao agronegócio

possuem dinâmica de produção diferente dos sistemas industriais. Na produção

agrícola existe forte dependência de fatores naturais, como por exemplo o clima,

para iniciar um processo produtivo. No caso específico de mudas, é necessária que

a produção esteja alinhada com a colheita de sementes já que as espécies arbóreas

produzem sementes em épocas diferentes.

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Tabela 3. Lista de produção para o varejo.

6.4. Atividades do PCP na empresa.

6.4.1. Carregamento e sequenciamento das atividades.

O carregamento e o sequenciamento das atividades de produção são

determinados semanalmente e explicitadas em tabelas. A lista de produção é

anexada a esse documento para que seja de conhecimento de todos envolvidos no

processo de produção. O carregamento e sequenciamento das atividades rotineiras

da função produção da empresa é explicitada nesse mesmo documento.

Nome científico Nome científico

1 Caryocar brasiliensis 26 Ingá Nobilis

2 Tabebuia aurea 27 Sterculia striata

3 Handroanthus serratifolius 28 Genipa americana

4 Handroanthus ochraceus 29 Psidium guineense

5 Tabebuia róseo-alba 30 Ingá edulis

6 Tabebuia rosea 31 Eugenia uniflora L.

7 Tabebuia impetiginosa 32 Psdium cattleianum

8 Tabebuia heptahylla 33 Psidium pohlianum

9 Tibouchina candolleana 34 Psidium firmum

10 Myracrodruon urundeuva 35 Cedrela fissiis

11 Delonix regia 36 Syagrus oleracea

12 Lecythis pisonis 37 Myrciaria trunciflora

13 Dipteryx alata 38 Euterpe edulis

14 Anadenanthera colubrina 39 Latani lontaroides

15 Campomanesia velutina 40 Eugenia uniflora L.

16 Inga laurina 41 Myrciaria cauliflora

17 Plathymenia foliosa 42 Myrciaria cauliflora

18 Mauritia flexuosa 43  Punica granatum

19 Anadenanthera falcata 44 Syagrus romanzoffiana

20 Hymenaea courbaril 45 Syzygium malaccense

21 Chorisia speciosa 46 Syzygium jambos

22 Licaniatomentosa 47 Tamarindus indica L.

23 Inga cylindrica 48 Spondias cytherea

24 Copaifera langsdoffii  49 Roystonea oleracea

25 Bauhinia Variegata 50 Vitis sp.

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O carregamento, ou seja, a quantidade de trabalho alocado em um centro de

trabalho, no caso da empresa um colaborador, é finito pois é necessário limitar a

carga devido a questões de segurança e bem estar no trabalho.

Tabela 4. Documento de declaração do carregamento, sequenciamento e

programação da produção e de atividades rotineiras da empresa.

6.4.2. Programação

A programação de produção é declarada no mesmo documento que mostra o

sequenciamento e carregamento. Nele é definido o dia que a atividade de produção

deverá acontecer. É necessário explicar que a mão de obra é alocada para serviços

externos também portanto o carregamento deve ser estabelecido de acordo com a

disponibilidade de pessoal.

6.4.3. Monitoramento e controle

Semanalmente é feita a auditoria de produção como forma de monitoramento

e controle. Esse procedimento é composto de duas atividades:

Auditoria das fichas de produção: é conferido em campo o que está declarado

nas fichas de produção e feitos os devidos ajustes.

Análise da produção: em um espaço de tempo maior que das auditorias, é

feito a análise da produção para verificar se a programação está alinhada com o

planejamento de produção de médio prazo.

Segunda, dia-

mês

Qtd. Mão de

obra por

atividade

Terça, dia-

mês

Qtd. Mão de

obra por

atividade

Quarta, dia-mês

Qtd. Mão de

obra por

atividade

Quinta, dia-mês

Qtd. Mão de

obra por

atividade

Sexta, dia-mês

Qtd. Mão de

obra por

atividade

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Tabela 5. Formulário de produção diária para colaborador.

Tabela 6. Formulário de auditoria para monitoramento da produção.

Formulário de produção diária (colaboradores)

Colabodores: preencher todo dia após produção e colocar de volta na pasta amarela.

Auditores: preencher e devolver para a pasta.

Saco

2 l

Saco

7 litros

Tubete

55 cm³

Tubete

110 cm³

Tubete

280 cm³

Canteir

o de

areia1 2 3

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Platô

Responsável

Embalagem

Nome colaborador:

Data Nome comum Nome científicoQtd. Produ-

zida

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Responsável

AuditoriaAuditoria geral Data

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7. Resultados e discussões

Essencialmente, as atividades de planejamento podem ser vistas a partir de

três horizontes conforme a figura:

Figura 5. Os 3 horizontes do planejamento.

A empresa realiza os planejamentos de médio e curto prazo da produção. O

planejamento de longo prazo ou estratégico foi realizado, porém o planejamento da

produção a longo prazo ainda não foi efetuado. Essa situação pode expor a empresa

às variações de mercado que podem não ser identificadas nos planejamentos com

horizonte mais curto. Contudo, tal planejamento está sendo elaborado.

O planejamento mestre de operações não é realizado de acordo com as

operações hierárquicas propostas por CORRÊA e CORRÊA (2011): primeiro o

planejamento vendas e operações e depois o planejamento mestre de produção.

Porém, é realizado planejamento de médio prazo que pretende atingir objetivos de

produção.

As atividades do planejamento e controle de produção estão sendo

realizadas. Devido ao porte da empresa poucos colaboradores condensam funções.

Assim, o fato de a programação da produção estar declarada no mesmo documento

que a programação operacional de atividades ainda não prejudica o andamento das

mesmas. É possível que em um futuro próximo os documentos tenham que ser

separados devido ao aumento da capacidade produtiva.

Nos métodos de previsão de demanda existe a possibilidade de acontecer

erros como confundir previsões com metas, concentrar esforços em discussões

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acerca da previsão estar correta ou errada e não no quanto esta previsão está

errada e em como diminuir esses erros, não considerar uma estimativa de erro

dessa previsão e desistir ou não colocar esforços para melhorar os processos de

previsão. No caso da empresa, apesar de acontecerem pontos de controle da

previsão e da produção, através da análise da produção e das novas variáveis de

mercado que se apresentaram entre a elaboração da lista de produção e a execução

dela, ainda é necessário considerar uma margem de erro na previsão da demanda.

8. Conclusão

A programação e controle da produção é atividade de grande relevância tanto

para as grandes e médias quanto para as pequenas e microempresas. Apesar da

literatura sobre o assunto, em sua maioria, estar voltada para o universo das

grandes corporações, é necessário que adaptações sejam feitas para que essa

atividade seja executada pelas empresas de menor porte.

A empresa está em seu estágio inicial de implementação da administração da

produção e em específico do planejamento e controle da produção. Apesar dos

desafios que se desenham a sua frente, esse passo inicial é de vital importância

para a consolidação dessa função e do sucesso ao atendimento das necessidades

dos seus clientes.

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Referências bibliográficas

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no contexto agrícola. Londrina. 2012. 24 p.

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produção em uma cooperativa do setor agroindustrial. In: XIII SIMPEP. 2006.

Bauru. Anais. Disponível em:<

http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/939.pdf>. Acesso em 10 de

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http://www.pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/dissertacoes/arquivos/65/Dissertacao.pdf>.

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POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma

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