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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL PROPOSTA DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL PARA O MUNICÍPIO DE LAGOA VERMELHA Aluna: Patrícia de Almeida Martins Passo Fundo, 2009

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

PROPOSTA DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL PARA

O MUNICÍPIO DE LAGOA VERMELHA

Aluna: Patrícia de Almeida Martins

Passo Fundo, 2009

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Aluna: Patrícia de Almeida Martins

Orientadora: Aline Ferrão Custódio Passini, DSc.

PROPOSTA DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL PARA

O MUNICÍPIO DE LAGOA VERMELHA

Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado para obtenção do título deEngenheiro Ambiental pela Universidadede Passo Fundo.

Passo Fundo, 2009

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RESUMO

Devido ao crescimento desordenado das cidades, a grande maioria apresenta graves

problemas de planejamento. Os mais constantes são: a geração exagerada de resíduos sólidos,

falta de local adequado para a disposição dos mesmos e a falta de conhecimento técnico para

a manutenção dos locais de disposição, o que acarreta em contaminações do solo, águas

superficiais e subterrâneas; o outro problema presente nos municípios é a inexistência de

tratamento para o efluente cloacal.

Assim, salientam-se ainda mais a importância de um planejamento e uma gestão

municipal preocupada com os efeitos que poluição está causando ao meio ambiente. Com

isso, é de extrema relevância a questão do Planejamento Ambiental nas cidades.

Através do Planejamento Ambiental é possível tomar decisões mais coerentes, para as

precauções de futuros desgastes ambientais. Podendo então propor soluções integradas, que

envolvam todas as áreas, fazendo com que todos os setores se envolvam na causa ambiental.

Visto isso, o presente trabalho objetivou a elaboração de sugestões a serem

implantadas no município de Lagoa Vermelha, relacionadas aos efluentes domésticos,

resíduos sólidos urbanos, água para abastecimento municipal e ainda outras ações que

melhorem a qualidade de vida das pessoas que aí residem.

Palavras-chaves: Planejamento Ambiental, Produção mais Limpa e Resíduos Sólidos

Urbanos.

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ABSTRACT

Due the disorderly growth of the cities, the majority shown bad problem of planning.

The more constant are: the creation exaggeration of trash; failure of appropriate place to the

disposal and a failure of technical knowledge to the maintenance of place of disposal, what

cause in contamination of soil, surface and underground water; the other problem in the

cities is the nonexistent of treat effluent.

Thus, accentuate still more the importance of a planning and a town management

preoccupy with the effects of pollution is cause to the environmental. In such case, is the more

importance the environmental planning in the cities.

In such case, the present work purpose the elaboration of suggestion to Lagoa

Vermelha city, with effluent, trash, water.and still other actions what better quality health of

people.

Keywords: Environmental Planning, Cleaner Production and trash

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Roteiro de trabalho para formulação do Planejamento Ambiental. ..........................17

Figura 2: Metodologia utilizada para elaboração de Mapa de Risco........................................20

Figura 3: Relação entre dimensões e princípios de sustentabilidade específicos para os

sistemas urbanos de abastecimento de água e esgotamento sanitário. .....................................23

Figura 4: Composição dos resíduos sólidos domiciliares em porcentagem em diferentes

países.........................................................................................................................................27

Figura 5: Fluxo simplificado de um sistema de gerenciamento integrado de resíduos sólidos

domiciliares...............................................................................................................................33

Figura 6: Fases do processo de compostagem..........................................................................35

Figura 7: Esquema de uma célula fotovoltaica.........................................................................38

Figura 8: Funcionamento da célula a combustível. ..................................................................39

Figura 9: Esquema de produção de hidrogênio a partir de diferentes formas de energia.........40

Figura 10: Ilustração da Produção mais Limpa. .......................................................................53

Figura 11: Fluxograma representativo do processo de confecção deste trabalho.....................58

Figura 12: Imagem informativa do município de Lagoa Vermelha. ........................................60

Figura 13: Distribuição dos distritos pertencentes à Lagoa Vermelha. ....................................61

Figura 14: Gráfico representativo do crescimento populacional do município........................64

Figura 15: Composição gravimétrica (%) dos resíduos coletados manualmente em duas

profundidades............................................................................................................................68

Figura 16: Composição gravimétrica (%) dos resíduos coletados com retroescavadeira em três

profundidades............................................................................................................................68

Figura 17: Gráfico que representa o Produto Interno Bruto de Lagoa Vermelha.....................71

Figura 18: Representação da vegetação presente na área do Estado. .......................................72

Figura 19: Representação da vegetação presente na área do Estado. .......................................73

Figura 20: Representação das Bacias Hidrográficas do Estado do Rio Grande do Sul............74

Figura 21: Delimitação da área da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas. ...................................75

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Figura 22: Imagem da área pertencente ao município de Lagoa Vermelha, destacando o Rio

Passinho Fundo. ........................................................................................................................76

Figura 23: Carta de geomorfologia do município.....................................................................77

Figura 24: Carta de suscetibilidade a erosão. ...........................................................................78

Figura 25: Biomas presentes no Estado do Rio Grande do Sul. ...............................................81

Figura 26: Container sugerido para o acondicionamento temporário de resíduos. ..................85

Figura 27: Localização dos coletores temporários propostos...................................................85

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Destino dos resíduos sólidos urbanos no ano de 2002 em porcentagem..................26

Tabela 2: Destinação final dos resíduos brasileiros..................................................................26

Tabela 3: Diretrizes para qualidade da água par irrigação........................................................46

Tabela 4: Principais problemas resultantes da falta de manejo na irrigação e drenagem não

sustentável e medidas mitigatórias apropriadas........................................................................47

Tabela 5: Parâmetros da qualidade da água no ponto de captação e após o tratamento...........66

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Padrão de cores orientadas de acordo com a Resolução do CONAMA no 257 de 25

de abril de 2001.........................................................................................................................30

Quadro 2: Classes de vulnerabilidade à contaminação para mapas hidrogeológicos...............42

Quadro 3: Resíduos Gerados e seus destinos............................................................................55

Quadro 4: Produção agrícola no município de Lagoa Vermelha..............................................71

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................10

2 JUSTIFICATIVA.................................................................................................12

3 OBJETIVOS .........................................................................................................14

3.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................14

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..........................................................................14

4 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................15

4.1 PLANEJAMENTO AMBIENTAL.................................................................16

4.1.1 Zoneamento Ambiental .............................................................................18

4.1.2 Sustentabilidade Municipal .......................................................................21

4.2 RESÍDUOS SÓLIDOS ...................................................................................24

4.2.1 Compostagem............................................................................................34

4.3 ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA..........................................37

4.4 EFLUENTE DOMÉSTICO ............................................................................40

4.5 RECURSOS HÍDRICOS ................................................................................43

4.6 ABASTECIMENTO DE ÁGUA ....................................................................49

4.7 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA .......................................................................52

4.8 PRODUÇÃO MAIS LIMPA ..........................................................................52

4.8.1 Produção mais Limpa na Indústria Moveleira ..........................................54

5 METODOLOGIA.................................................................................................58

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................60

6.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO .......................................................60

6.1.1 História ......................................................................................................62

6.2 ASPECTOS DE LAGOA VERMELHA ........................................................64

6.2.1 Abastecimento de Água ............................................................................64

6.2.2 Resíduos Sólidos .......................................................................................67

6.2.3 Energia ......................................................................................................70

6.2.4 Economia...................................................................................................70

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6.2.5 Recursos Hídricos .....................................................................................74

6.2.6 Caracterização do Solo..............................................................................76

6.2.7 Caracterização da Flora .............................................................................80

6.2.8 Caracterização da Fauna............................................................................82

6.3 ÁGUA DE ABASTECIMENTO ....................................................................82

6.4 ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO ..........................................................................83

6.5 PRODUÇÃO MAIS LIMPA ..........................................................................83

6.5.1 Certificação Municipal ..............................................................................83

6.5.2 Efluente Cloacal ........................................................................................83

6.5.3 Resíduos Sólidos .......................................................................................84

6.5.4 Bolsa de Alimentos ...................................................................................86

6.5.5 Indústria Movelereira ................................................................................86

7 CONCLUSÃO.......................................................................................................87

7.1 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS............................................87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................88

ANEXOS......................................................................................................................94

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1 INTRODUÇÃO

Percebe-se no panorama atual um grave problema com relação ao planejamento das

cidades. A maioria delas encontram-se com sérios problemas de zoneamento, fato que leva a

poluição e degradação de sistemas naturais, ou ainda, prejuízos financeiros às famílias, que

não poucas vezes, são aconselhadas a abandonarem suas casas por risco de enchente e

desmoronamento das encostas onde as residências são construídas.

Tendo em vista a necessidade de preservar os recursos naturais, o Código Florestal Lei

Federal 4.771 de 15/09/65, apresenta normas que visam à proteção das florestas e demais

formas de vegetação, instituindo as áreas de preservação permanente e a reserva legal. Esta

tem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade

geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico da fauna e flora, proteger o solo e assegurar o

bem-estar público. (CASAGRANDE, 2005)

A legislação ambiental bem como o estatuto das cidades, tem grande envolvimento na

questão ambiental, pois é através destes instrumentos que será possível a adequação ambiental

nos municípios, propiciando a preservação de áreas vulneráveis, a correta destinação dos

resíduos gerados nas localidades e regulará a implantação de indústrias.

A questão do planejamento municipal deve ser vista como forma de melhoramento da

vida dos munícipes, e uma oportunidade de preservação dos recursos naturais sendo possível

assim o cumprimento da legislação vigente.

O Planejamento, segundo Almeida et al. (1993) não é um produto acabado, mas um

processo político/administrativo. Propõe-se que o município e a população que nela reside,

envolvam-se como agentes de correção, adaptação e concretização das ações propostas.

Entre as estratégias prioritárias para a sustentabilidade das cidades brasileiras

encontram-se: “a necessidade de aperfeiçoamento no uso, ocupação e ordenamento territorial,

o desenvolvimento institucional e a gestão democrática, a mudança no padrão da produção e

consumo da cidade e o desenvolvimento e estímulo à aplicação de instrumentos econômicos

no gerenciamento de recursos naturais, visando à sustentabilidade urbana” (SABESP, 2005).

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Nesse contexto percebe-se a importância da introdução da sustentabilidade urbana nas

cidades brasileiras, apesar das enormes dificuldades encontradas para sua implementação que

se inserem na questão da aplicação da gestão urbana e ambiental.

Frente a essa problemática o presente trabalho está estruturado em Introdução,

Justificativa, Objetivos, Revisão Bibliográfica, Metodologia, Resultados e Conclusão.

Nos capítulos de Introdução, Justificativa e Objetivos, será esclarecido o tema do

trabalho e realizada uma pequena ilustração da discussão que será ampliada posteriormente.

No capítulo Revisão Bibliográfica será apresentado temas como Planejamento

Ambiental, Resíduos Sólidos, Efluentes Domésticos, Recursos Hídricos, Tratamento da Água

para Abastecimento e Produção mais Limpa. Tais assuntos servirão de base e referencial

teórico para propostas futuras ao município de Lagoa Vermelha.

O item Metodologia conterá os caminhos para elaboração dos resultados do trabalho,

bem como estudo da situação ambiental atual do município em questão.

Constará no capítulo Resultados à proposição de ações para o município dentro da

área de Produção mais Limpa com a reestruturação da geração e disposição dos resíduos

sólidos, reaproveitamento do efluente cloacal e a conscientização da população.

E por fim o capítulo de Conclusão irá dissertar sobre os resultados obtidos, fazendo

uma análise de sua relevância para o contexto em que o município está inserido.

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2 JUSTIFICATIVA

Uma rápida analise comparativa de qualidade de vida das pessoas há um século atrás e

hoje em dia, revela que houve significativas melhoras em alguns aspectos e pioras em outras,

à custa do crescente consumo do que se convencionou denominar recursos naturais. Face ao

crescimento populacional, as atividades humanas passaram a ser realizadas em grande escala,

desde o consumo de água potável, exploração de minérios, petróleo, madeiras nativas, e

outros, até as necessidades de espaço para construir e ampliar cidades, estradas, hidrelétricas,

dispor lixo, esgotos e muito mais. (TEIXEIRA, 1998)

O processo de explorar e reordenar parcelas da natureza para obter benefícios,

obrigatoriamente causa alterações nos ecossistemas, em vários graus de intensidade, criando

desequilíbrios ambientais indesejáveis, a chamada degradação ambiental, prejudicial ao

próprio ser humano.

Diante desses fatos, fica evidente a necessidade de se conhecer a capacidade de

suporte do ambiente as ações antrópicas, no sentido de se planejar, de forma técnica e

integrada, a sua utilização, o que significa adotar um desenvolvimento sustentado.

Nesse contexto, e considerando que as economias dos recursos naturais e da poluição

situam-se na esfera dos bens públicos, é absolutamente necessária a intervenção do Estado.

No sentido de restringir o livre acesso a certos recursos naturais e reduzir a geração de

externalidades negativas na utilização dos mesmos.

Passa então a ser competência do administrador público a preocupação de agir de

forma eficiente e eficaz, no âmbito de abrangência de sua instituição, para garantir que o

direito de todos a um ambiente ecologicamente equilibrado não seja violado pelo indivíduo.

(TEIXEIRA, 1998)

Apesar, da responsabilidade do setor público de assegurar à população um ambiente

saudável, por não poucas vezes esse encargo torna-se de certa forma um entrave para o

administrado, visto que em diversas localidades existe a dificuldade de possuir recursos

humanos capacitadas a esse tema.

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Nesse sentido, este trabalho mostra-se de grande valia, pois nele está presente

exemplos de planejamento municipais, que poderá ser aplicado em outros municípios com

características semelhantes ao de Lagoa Vermelha/RS.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem a finalidade de explorar as possibilidades de planejamento do

município de Lagoa Vermelha/RS, visto que, na maioria das cidades brasileiras existe a

carência de informações e pessoal realmente capacitado para elaboração de diretrizes para a

proteção ambiental do município.

O objetivo geral é apresentar possibilidades para melhoramento ambiental do

município de Lagoa Vermelha e também servir de guia para cidades de similar porte.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos detalhados do presente trabalho são os que seguem:

Elaborar um diagnóstico ambiental do município de Lagoa Vermelha;

Pesquisar na literatura soluções para os principais problemas de Lagoa

Vermelha;

Verificar a possibilidade das ações propostas na literatura.

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4 REVISÃO DE LITERATURA

Os planejamentos ambientais segundo Santos (2004) são organizados dentro de uma

estrutura que envolve pesquisa, análise e síntese. A pesquisa tem o objetivo de reunir e

organizar dados para facilitar sua interpretação. Após a organização, é feita a análise dos

dados obtidos. A síntese refere-se à aplicação dos conhecimentos alcançados para a tomada de

decisões.

Segundo Almeida et al. (1993) o planejamento tem uma série de etapas a seguir, sendo

expressas linearmente, sucedendo-se umas após as outras, o processo é cíclico e se realimenta

constantemente, gerando soluções e propostas num processo contínuo de tomada de decisões.

Teixeira (1998) avalia que problemas de recursos, energia, ambiente, população e

desenvolvimento só poderão ser corretamente percebidos quando examinados em suas

relações mútuas, o que implica em um quadro conceitual unificado de planejamento.

Esse quadro inclui ações nas áreas que remetem a sustentabilidade urbana, com

envolvimento nas áreas ambientais econômicas e sociais (MAGLIO, 2005).

Maglio (2005) ainda afirma que o meio ambiente é um sistema, composto por um

conjunto de partes que se integram, de tal forma que se tornem uma dependente das outras.

Esta complexidade por muitas vezes não é tratada de forma adequada, gerando problemas na

sustentabilidade urbana.

O mesmo autor identifica ameaças à sustentabilidade urbana no município de São

Paulo, dentre elas destacam-se: (MAGLIO, 2005).

Degradação do ambiente natural, com redução das áreas cobertas por

vegetação natural e perda de habitat;

Qualidade das águas, proteção a mananciais e escassez de recursos hídricos;

Insuficiência das redes de esgotos, e lançamento dos mesmos in natura em

recursos hídricos.

Como podem ser observados, os problemas apresentados são genéricos a maioria das

cidades brasileiras.

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Outra realidade presente nas áreas urbanas é a questão da urbanização, que para as

pessoas mais pobres ocorre à exclusão social e territorial, dificultando o acesso à infra-

estrutura. Fato que leva a ocupação de áreas com maior fragilidade ambiental, promovendo a

supressão de vegetação e alterações inadequadas do solo, que provocam deslizamentos,

inundações e outras formas de desastres.

Outro problema verificado nos municípios, mas principalmente em municípios de

porte maior, é a poluição do ar. Este fato deve-se as indústrias e automóveis que liberam

gases, partículas inaláveis, poluentes como óxidos nitrogênio (NOx), dióxido de enxofre

(SO2), monóxido de carbono (CO) e material particulado entre outros. A inalação dessas

substâncias causa doenças respiratórias e cardiovasculares.

A qualidade das águas de captação para o abastecimento da população também é um

fator determinante no planejamento ambiental, visto que, os recursos hídricos que provêm o

abastecimento, muitas vezes encontram-se deteriorados pela ocupação no entorno ser

inadequada, havendo indústrias ou prática de agricultura nas proximidades.

Os resíduos sólidos são a grande preocupação dos dirigentes municipais, devido ao

fato de não haver áreas propícias para a sua adequada disposição, ou formas de tratamentos

vantajosas financeiramente. Uma das causas dessa problemática é a falta de políticas públicas

que incentivem a redução na geração de resíduos domésticos, e sua separação para posterior

reciclagem (MAGLIO, 2005).

4.1 PLANEJAMENTO AMBIENTAL

O Planejamento Ambiental pode ser entendido como um processo, com

desenvolvimento de técnicas, elaborado como um sistema estruturado, que envolve etapas

distintas, identificando os objetivos e criando procedimentos e programas para atingi-los,

visando à melhoria da qualidade de vida em uma escala espacial e temporal, conciliando

desenvolvimento e qualidade ambiental (CASAGRANDE, 2005).

Em planejamentos ambientais, é fundamental entender a cultura e as formas

específicas com que as populações manejam seus recursos naturais. Também é fundamental

uma previsão acurada e integrada dos impactos oriundos de ações, manejos e projetos

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propostos para a área de planejamento, bem como a intensidade da pressão direta ou indireta

que eles impõem sobre o local (SANTOS, 2004).

Teixeira (1998) apresenta uma proposta de trabalho para o Planejamento Ambiental,

como pode ser verificado na Figura 1 seguinte.

Figura 1: Roteiro de trabalho para formulação do Planejamento Ambiental.

Fonte: Teixeira (1998)

De acordo com ilustração acima, na etapa de formulação e execução de políticas, as

mesmas, devem ser dinâmicas, exigindo a existência de uma estrutura permanente,

representativa da população e capacitada para tal.

Dentre os instrumentos e políticas que o governo usa para intervir e proteger da ação

degradadora do homem, o mais difundido e utilizado são as leis, cuja eficiência aumenta

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proporcionalmente ao nível das sanções previstas. Os instrumentos jurídicos procuram

estabelecer limitações legais às condutas e atividades que causam externalidades negativas ao

ambiente, induzidas pelo processo de licenciamento ambiental e pelas penalizações

administrativa, civil e penal aos infratores, sejam pessoas físicas, jurídicas, autoras, co-autoras

ou partícipes dos crimes.

A Educação Ambiental também é um instrumento para promoção da consciência

crítica da sociedade com relação à proteção ambiental, através de campanhas públicas,

seminários, palestras e material impresso, administrado pelo município.

Segundo Skinner et al. (1996) apud Teixeira (1998) consideram que os governos

locais possuem uma variedade de instrumentos econômicos à sua disposição que podem ser

empregados para alcançar objetivos ambientais. O elemento comum a todas estas ferramentas

é que elas usam as forças do mercado para encorajar comportamentos desejáveis para com o

meio ambiente. A maior parte destes instrumentos inclui:

Estrutura de preços de serviços públicos como água, esgoto e lixo, o que leva o

usuário a fazer escolhas ambientalmente saudáveis;

Cobrança de taxas ambientais e sobretaxas para práticas de altos custos

ambientais;

Incentivos e bonificações para comportamentos ambientais desejáveis.

A segunda etapa do processo de planejamento ambiental é o diagnóstico ambiental,

que consiste na identificação, caracterização e mapeamento de todos os ecossistemas naturais

e antrópicos que ocorrem no território municipal, constituídos por dois grupos de fatores:

fatores do ambiente físico e biótico.

É a partir da análise do diagnóstico que a equipe de planejamento identificará e

avaliará os impactos, elaborando alternativas e soluções.

Com o diagnóstico será possível definir zonas que devido a suas características

ambientais, possibilitem a realização de atividades diversas, atentando para os riscos e

fragilidades ambientais da área.

4.1.1 Zoneamento ambiental

O crescimento das cidades, no Brasil, têm sido intenso nas últimas décadas,

demandando medidas corretivas e de planejamento territorial na gestão das áreas urbanas e do

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município como um todo. Neste âmbito, a legislação federal exige que municípios com mais

de 20 mil habitantes elaborem o seu plano diretor (RODRIGUES; AUGUSTO, 2009).

Muitas das experiências de elaboração e aplicação, deste instrumento de planejamento,

já realizadas têm apresentado limitações diversas, e entre estas, a não consideração adequada

dos aspectos do meio físico, em particular os de natureza geotécnica, de terrenos ocupados ou

a serem ocupados pelas cidades (RODRIGUES; AUGUSTO, 2009).

As constantes mudanças no uso e cobertura do solo provocam alterações no balanço

de água, com reflexos nas camadas superficiais e sub-superficiais do solo, resultando em

erosão, transporte de sedimentos e elementos químicos, bem como causando modificações

nos ecossistemas e na qualidade da água (TOLEDO, 2001 apud CASAGRANDE, 2005).

A utilização do solo acima de sua capacidade e o uso e manejo inadequado do solo,

também aceleram o processo da erosão. A degradação do mesmo ainda pode ser acelerada

pela alta intensidade de gado, a qual conduz para a degradação da vegetação e altera a

compactação do solo (GOBIN et al., 2003).

Na área rural, o controle da erosão é muito complexo, por envolver questões tanto de

ordem técnica como sócio-econômica, que devem ser conjuntamente avaliadas, visando a

adoção de uma política que contemple a manutenção ou aumento de potencial produtivo de

terras. Nas questões técnicas destacam-se, a utilização adequada de práticas de conservação

do solo, visando o planejamento da ocupação agrícola, considerando a capacidade do uso das

terras (GUERRA et al., 1999).

Na zona urbana, de acordo com Chiquito (2006) o processo de expansão urbana

através da implantação de loteamentos, é considerado o principal responsável pelo

agravamento das voçorocas. Sua localização em áreas não apropriadas sob o ponto de vista

geotécnico, a deficiência na instalação de infra-estrutura, a abertura em períodos chuvosos e o

longo de período de exposição do mesmo, a deficiência do sistema de drenagem de águas

pluviais e servidas, traçado inadequado do sistema viário, agravado muitas vezes pela falta de

pavimentação, guias e sarjetas, são fatores que estão relacionados ao agravamento dos

processos erosivos.

O mapeamento geotécnico pode fornecer informações essenciais ao planejamento

urbano, tais como a seleção de área adequada à expansão urbana e/ou contribuição na

obtenção de um plano urbano e regional respeitando e protegendo o ambiente de forma

econômica (Mendes, 2001 apud RODRIGUES; AUGUSTO, 2009).

A Carta de Risco Potencial de Erosão tem a finalidade de subsidiar o processo de

planejamento municipal, com orientações para definição de áreas mais aptas a ocupação

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urbana, por exemplo, a escolha de futuras instalações de loteamentos, atualmente, as maiores

fontes potenciais de erosão. Tal procedimento pode ser orientado pela Figura 2.

Figura 2: Metodologia utilizada para elaboração de Mapa de Risco.

Fonte: IPT, 1998 apud Chiquito, 2006.

Três grupos de aspectos geotécnicos devem ser observados para melhor ocupação

urbana, são eles: Grupo A: relacionados aos fenômenos de geodinâmica externa, ou seja, os

processos como erosão pluvial e inundações que podem acarretar graves problemas para a

urbanização; Grupo B: são os que determinam as propriedades do terreno, descrevendo as

características dos materiais (rochas e solos), do relevo local e das condições de drenagem e

água subterrânea; Grupo C: relacionados às áreas que contenham jazidas minerais, às Áreas

de Proteção Permanente (APP), às Reservas Ambientais e às áreas de recarga de aqüíferos

(RODRIGUES; AUGUSTO, 2009).

Uma das formas de se obter informações sobre o uso e cobertura do solo é através do

mapeamento com sensores aerotransportados e orbitais. Assim, a fotointerpretação, que

consiste na utilização de métodos ou técnicas na análise de imagens e permite a obtenção de

informação significativas e confiáveis nos diferentes ramos da ciência da terra, tem como

finalidade examinar a imagem de um objeto para identificá-lo e deduzir o seu significado

(ROSA, 2001 apud CASAGRANDE, 2005).

De acordo com Dias, (2002) o mapa digital de Proximidades associado ao mapa digital

de Dados Básicos identifica e classifica o espaço urbano, alocando as vias de transporte,

rodovias, apresenta as áreas urbanas permitindo a visualização territorial, servindo de subsídio

para um planejamento territorial ordenado. Pode-se delimitar também a ocupação do solo

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criando meios que impeçam a proliferação de áreas com instabilidades ambientais e distinguir

áreas vocacionais, que propiciem um uso compatível ao seu potencial. Para geração desse

mapa foram adotados procedimentos como visitas de campo, interpretação de documentos

cartográficos, imagem Landsat TM e mapeamento por geoprocessamento. Os dados e

informações foram tratados segundo metodologia/tecnologia Sistema de Análise

Geoambiental SAGA/UFRJ de SILVA e CARVALHO (1993).

Uma das grandes utilidades da cartografia geotécnica é fornecer informações ao

planejamento urbano e regional, determinando o melhor uso e ocupação possível à área

estudada, e também promover a sustentabilidade ambiental adequada a atividades antrópicas

ao meio físico com o mínimo de danos (RODRIGUES; AUGUSTO, 2009).

4.1.2 Sustentabilidade municipal

O conceito do “Desenvolvimento Sustentável” foi definido pela Comissão Mundial de

Desenvolvimento e Meio Ambiente em 1987, que consiste em “atender as necessidades da

geração presente sem comprometer as habilidades das gerações futuras de atenderem as suas

próprias necessidades.”

O desenvolvimento sustentável é o grande desafio que se mostra ao ser humano no

novo milênio, em que a realidade que se apresenta é o intenso crescimento econômico e a

concentração de processos produtivos devido à economia de escala; à concentração

populacional e a urbanização desordenada; à escassez dos recursos naturais e o seu uso

racional; à industrialização e modernização, além de muitas outras ações. Esta realidade

desequilibra o tripé do desenvolvimento sustentável, que leva em consideração os aspectos

sociais, econômicos e ecológicos (KINLAW, 1997 apud SCHNEIDER, 2001).

O crescimento desordenado das cidades e as intensas atividades antrópicas,

transformam o meio ambiente, causando problemas de natureza física, social e econômica.

Neste contexto, a busca pela sustentabilidade nos municípios é cada vez maior, e para isto

criam-se instrumentos de planejamento e gestão de políticas públicas (RODRIGUES;

AUGUSTO, 2009).

A adoção de políticas públicas buscando a sustentabilidade urbana implica em

repensar o modelo de desenvolvimento adotado e as interfaces da questão ambiental com os

componentes sociais e econômicos. Trata-se, portanto, de uma gestão sustentável do espaço

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urbano, tendo em vista estratégias de inclusão social, equidade nos acessos aos recursos

ambientais e a realização da justiça ambiental (CEZARE; MALHEIROS; PHILIPPI, 2007).

A promoção da sustentabilidade deve seguir modelos cíclicos de aperfeiçoamento

contínuo, por meio de avaliação de processos e resultados, promovendo novos debates sobre

questões e necessidades chaves, reflexão e revisão da visão do desenvolvimento, tomada de

decisão e ajuste do sistema (CEZARE; MALHEIROS; PHILIPPI, 2007).

Para isso, é necessário que a administração municipal tenha um Diagnóstico

Ambiental de seu território, com uma perspectiva de longo prazo sobre os problemas que

estão enfrentando e os que estão por vir. E, a partir daí, desenvolver ações concretas para

solucionar os problemas atuais e prevenir os futuros (SCHNEIDER, 2001). Segundo a

FAMURS (1998) o governo municipal deve assumir integralmente a responsabilidade de

guiar o desenvolvimento sustentável, bem como os critérios de equidade social,

desenvolvimento econômico e proteção ambiental.

Pela abordagem de Braga et al. (2004), um município é considerado mais ou menos

sustentável à medida que é capaz de manter ou melhorar a saúde de seu sistema ambiental,

minorar a degradação e o impacto antrópico, reduzir a desigualdade social e prover os

habitantes de condições básicas de vida, bem como de um ambiente construído saudável e

seguro, e ainda de construir pactos políticos que permitam enfrentar desafios presentes e

futuros.

A avaliação da sustentabilidade é de extrema importância para promover o aumento da

qualidade de vida da população, garantindo saúde, acesso aos serviços, melhorias no sistema,

entre outros fatores, sendo possível a partir do monitoramento de indicadores para os sistemas

urbanos de água e esgoto (MIRANDE e TEIXEIRA, 2004).

Na Figura 3, apresentada na seqüência, é esclarecida a relação da infra-estrutura de

sistemas como abastecimento de água e esgoto na questão da sustentabilidade.

Em complementação a Figura 3, a questão dos resíduos sólidos também é muito

presente na administração municipal, pois tem sido responsável pela autuação de inúmeros

municípios pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), por inobservância à Lei

9.921 de 1993, que dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos. Esse fato deu origem a 28,59%

dos projetos (usina de reciclagem e compostagem, coleta seletiva e aterro sanitário). Como

órgão ambiental exige a apresentação de projeto, para fins de licenciamento, é alto o número

de prefeituras que tratou de elaborá-los, elas próprias, ou através de empresas de consultoria,

que são especializadas nos aspectos técnicos e familiarizadas com os procedimentos

protocolares legais, para aprovação na FEPAM (TEIXEIRA, 1998).

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23

.

Figura 3: Relação entre dimensões e princípios de sustentabilidade específicos para os

sistemas urbanos de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Fonte: Mirande e Teixeira (2004).

A seguir são apresentadas, boas sugestões de desenvolvimento sustentável em

municípios.

Na cidade de Curitiba, Paraná, que com o objetivo de conscientizar a população

carente, desenvolveu-se um projeto que merece destaque devido o seu caráter social. O

Programa Câmbio Verde beneficia 17.000 pessoas de baixa renda. A prefeitura troca quatro

quilos de lixo reciclável por sacolas de frutas e verduras, e em locais de difícil acesso de

coleta domiciliar, ocorre a troca de lixo não reciclável por alimento (SCHNEIDER, 2001).

Em Belo Horizonte desenvolve-se um sistema pioneiro de coleta, processamento e

distribuição de alimentos perecíveis próprios para o consumo humano, que não foram

comercializados em supermercados e sacolões e que são distribuídos para uma população

residente em áreas de extrema exclusão social (BESEN, 2005 apud JACOBI; BESEN, 2006).

Outro exemplo bem sucedido de estímulo a responsabilidade ambiental foi o adotado

pela cidade de Blumenau, Estado de Santa Catarina, criou-se um programa de Certificação

Ambiental, com a finalidade de controlar a poluição causada pelas empresas de pequeno porte

que não tem condições de investir em consultoria especializada. A adesão é voluntária, sem

custos para a empresa, com o compromisso de atingir os objetivos definidos pelo programa

(SCHNEIDER, 2001).

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Segundo Maimon (1996) a política ambiental de uma região depende, em primeiro

lugar, da preferência social pelo meio ambiente e da disponibilidade de recursos financeiros,

técnicos e humanos necessários a sua implantação. Esta preferência social pelo meio ambiente

demarca o nível de poluição socialmente aceitável, isto é, quanto de incômodo à sociedade

está disposta a suportar e, sobretudo, qual a contrapartida de recursos que está disposta a abrir

mão para melhorar seu ambiente.

Sendo assim, o planejamento ambiental, respeitando as limitações apresentadas pelo

meio físico à implantação das atividades humanas, é possível conciliar crescimento

econômico e preservação ambiental na tentativa de atender o “Desenvolvimento Sustentável”

(GUERRA et al. apud CASAGRANDE, 2005).

4.2 RESÍDUOS SÓLIDOS

Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas através da NBR 10.004/87, os

resíduos são divididos em três classes:

Resíduos classe I ou perigosos são os resíduos sólidos ou misturas de resíduos

que em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade e patogenicidade podem apresentar riscos a saúde

pública, provocando ou contribuindo para o aumento de mortalidade ou

incidência de doenças e/ou apresentar efeitos adversos ao meio ambiente

quando manuseados ou dispostos de forma inadequada;

Resíduos classe II A ou não perigosos e não inertes, são os resíduos sólidos ou

misturas de resíduos que são classificados segundo as características como

biodegrabilidade ou solubilidade em água;

Resíduos classe II B ou não perigosos e inertes, são resíduos que segundo a

NBR 10007 – amostragem de resíduos, e a NBR 10006 – solubilização de

resíduos, não tenham nenhum de seus constituintes solubilizados em

concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água.

Todos os tipos de resíduos, independente de sua classificação, exigem um controle de

quantidade, sua origem e seu destino final, através de instrumentos de gestão de resíduos.

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Enquanto o crescimento populacional passou de 146 para 170 milhões de habitantes

(16,4%), a geração de resíduos sólidos domiciliares passou de 100 a 140 mil toneladas por dia

(49%), ou seja, três vezes maior. A produção crescente dos resíduos sólidos resulta de vários

fatores: o crescimento demográfico acelerado e a longevidade, o processo intensivo de

industrialização, a concentração da população em cidades, e os padrões insustentáveis de

produção e consumo da sociedade moderna (JACOBI; BESEN, 2006).

A gestão e a disposição inadequada dos resíduos sólidos também causam impactos

socioambientais, principalmente: a degradação do solo, o comprometimento dos corpos

d’água e mananciais, a contribuição para a poluição do ar e proliferação de vetores de

importância sanitária nos centros urbanos, a catação de lixo em condições insalubres nos

logradouros públicos e nas áreas de disposição final (JACOBI; BESEN, 2006).

De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE (2003), 228.413 t/dia de resíduos sólidos

foram coletados no Brasil em 2000. A maior parte desses resíduos foi disposta no solo, seja de

forma adequada (aterros sanitários e compostagem) ou inadequada (lixões), representando o

equivalente a 22% do total coletado e 30% dos resíduos sólidos gerados no Brasil não

coletados. Embora essa pesquisa indique uma melhoria na situação dos resíduos sólidos do

País, a pesquisa anterior indicava que 76% dos resíduos sólidos urbanos eram dispostos em

lixões (IBGE, 2003 apud ZANCHETTA, 2007).

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geoestatística em 2000, 98 %

dos municípios que possuem coleta de lixo no país, o fazem de maneira simples, isto é, sem a

separação dos resíduos para posterior reciclagem. Na Tabela 1, observa-se a disparidade entre

países, apresentando a característica de países desenvolvidos terem como destino final dos

seus resíduos a incineração e realização de reciclagem, o que se contrapõe a situação

Brasileira em que o resíduo em quase toda sua totalidade é disposto em aterro ou lixões e uma

pequena porcentagem destinado a reciclagem.

Em escala nacional, o que se verifica é um sistema de gerenciamento de resíduos

sólidos que preconiza a tecnologia “fim de tubo”, ou seja, apresenta avanços limitados na

questão da minimização da geração dos resíduos, pois a preocupação maior das

administrações municipais ainda se concentra na destinação final dos resíduos e não na

prevenção da fonte geradora. Esse diagnóstico pode ser observado na Tabela 2 abaixo.

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Tabela 1: Destino dos resíduos sólidos urbanos no ano de 2002 em porcentagem.

País Disposição nosolo

(aterro/lixões)

Incineraçãocom

recuperação deenergia

Compostagem Reciclagem

Brasil 90,0 - 1,5 8,0México 97,6 - - 2,4

Estados Unidos 55,4 15,5 - 29,0Alemanha 50,0 30,0 5,0 15,0

França 48,0 40,0 - 12,0Suécia 40,0 52,0 5,0 3,0

Austrália 80,0 < 1 < 1 20,0Israel 87,0 - - 13,0Grécia 95,0 - - 5,0Itália 80,0 7,0 10,0 3,0

Reino Unido 83,0 8,0 1,0 8,0Holanda 12,0 42,0 7,0 39,0

Suíça 13,0 45,0 11,0 31,0Dinamarca 11,0 58,0 2,0 29,0

Fonte: CEMPRE 2004 apud Besen, 2006.

Tabela 2: Destinação final dos resíduos brasileiros

Unidades de destinação final

do lixo coletado

Municípios brasileiros

(total 8.381)

Vazadouro a céu aberto 5.993

Vazadouro em áreas alagadas 63

Aterro controlado 1.868

Aterro sanitário 1.452

Aterro de resíduos especiais 810

Usina de compostagem 260

Usina de reciclagem 596

Incineração 325

Fonte: IBGE (2000) modificado.

Existe uma correlação entre a quantidade e a qualidade de resíduos sólidos

domiciliares gerados e as condições econômicas dos países. Observa-se que em países de

baixa renda a geração de resíduos é menor, assim como a quantidade de material reciclável

encontrada em sua composição (OPS, 2005 apud BESEN, 2006).

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Fatores como: dia e semana do mês, condições climáticas, datas comemorativas e

desempenho da economia influenciam na quantidade de lixo gerado (BRAGA, et al. 2008).

A quantidade de resíduos gerados também é proporcional ao Produto Interno Bruto

(PIB) do local. Em geral, quanto maior o PIB de um país maior é a quantidade gerada de

resíduos sólidos e maior é a fração de materiais como o plástico, o papel, o alumínio, o vidro,

etc, sendo, portanto, menor a fração dos materiais orgânicos (ESCOSTEGUY, 2003 apud

ZANCHETTA, 2007). O fato mencionado pode ser verificado na Figura 4, a seguir.

Figura 4: Composição dos resíduos sólidos domiciliares em porcentagem em

diferentes países.

Fonte: CEMPRE (2004) apud Besen (2006).

A quantidade de resíduos sólidos gerados por habitante/dia varia de local para local e

até mesmo com a época do ano, mas em média assume-se que 0,7 kg/habitante/dia é gerado

no Brasil. A composição média dos resíduos sólidos brasileiros apresenta um maior teor de

matéria orgânica do que resíduos recicláveis, o que indica uma grande vocação para a

compostagem, sendo que esse processo também deve ser implantado em conjunto com outras

formas de tratamento (ESCOSTEGUY, 2003 apud ZANCHETTA, 2007).

A questão da quantidade de lixo gerado implica também na receita dos municípios,

pois quanto maior a geração de resíduo sólido maiores serão os gastos com recolhimento e

disposição dos mesmos, limitando a vida útil de aterros sanitários ou lixões. Por isso é

importante incentivar a redução na geração de resíduos (LOPES, 2003). Uma forma de

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política de redução é a implantação de educação ambiental em escolas, e distribuição de

panfletos informativos.

As administrações municipais têm dificuldades técnicas e gerenciais para a realização

da coleta, tratamento e destinação final de resíduos sólidos e para a cobrança adequada dos

munícipes, pelos serviços prestados para financiar os altos custos da coleta terceirizada e para

minimizar os impactos ambientais de seu tratamento (JACOBI; BESEN, 2006).

O fator limitante para implantação de uma usina de triagem e compostagem é a

rentabilidade econômica, que segundo D’Almeida e Vilhena (2000) apud Prado e Sobreira

(2007), dificilmente a venda dos recicláveis cobre as despesas operacionais e os investimentos

financeiros destas unidades, porém, os lucros ambientais obtidos e a redução de volume de

resíduos a serem aterrados devem ser avaliados positivamente quando se adota esse tipo

alternativo de tratamento.

Segundo mesmo autor, uma usina de triagem e compostagem, quando bem operada,

permitem diminuição de 50% do volume de resíduos sólidos destinados aos aterros,

permitindo com isso, redução de custos dos serviços e do aumento da vida útil dos aterros

sanitários ou controlados existentes.

O descrédito das usinas de triagem é também gerado pela ausência de gestão. Galvão

(1994) apud Prado e Sobreira (2007), após estudo de 56 usinas de tratamento e reciclagem de

Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no Brasil, diagnosticou a falta de qualidade dos produtos,

com presença de impurezas nos materiais recicláveis, contaminação e presença de fragmentos

de vidros e plásticos no composto, e o elevado percentual de rejeito gerado que fica na faixa

de 30%.

Apenas 451 (6,4%), dos 5.670 municípios brasileiros possuem programas de coleta

seletiva de materiais recicláveis; destes, cerca de 50% afirmam desenvolver programas em

parceria com catadores organizados e 96 municípios afirmam estar organizando catadores

(IBGE, 2000). Dentre estes, apenas 178 afirmam que a abrangência da coleta seletiva é de

100% da área urbana.

Para Lopes (2003) o êxito dos programas de coleta seletiva, as administrações devem

estar cientes de que é fundamental investir em conscientização das pessoas, quanto da redução

da geração de resíduos. Assim os programas devem ser integrados a Educação Ambiental,

propondo mudanças de hábitos e costumes, divulgando informações sobre o potencial de

reutilização e reciclagem de materiais.

De acordo com Bidone (1999) apud Lopes (2003) outros fatores devem ser observados

para que seja viável a reciclagem, tais como, proximidade da instalação de reprocessamento,

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custo de transporte do resíduo, volume dos resíduos disponíveis para processamento e custos

de estocagem no ponto de geração, os gastos com sua recuperação sejam menores que os

gastos com transportes, tratamento e disposição.

Deve-se atentar também para as condições de trabalho nas usinas de reciclagem. Em

estudo realizado na região metropolitana de São Paulo com relação ao uso de equipamentos

de proteção individual (EPIs), das 31 organizações de catadores 93,5% dispõem de luvas,

83,8% de botas, 80,6% de óculos e 58% de máscara, 40,6% de protetor auricular e duas não

ofereciam equipamentos. Quanto aos acidentes de trabalho 62,5% relataram a ocorrência de

acidentes, sendo estes na sua maioria, resultantes de cortes com vidro resultado da falta de uso

adequado de EPIs, o que indica uma provável falha de orientação para o uso do equipamento

(JACOBI; BESEN, 2006).

A divulgação permanente do programa de reciclagem é muito importante para se obter

a participação da população. Com o mesmo estudo realizado na região metropolitana de São

Paulo, obteve-se que 12,5% das organizações afirmam que a divulgação do programa só

ocorreu no seu início, 65,6% periodicamente, uma vez a cada três meses, e 15,6%

esporadicamente, uma vez por ano (JACOBI; BESEN, 2006).

Segundo dados obtidos da Prefeitura de Belo Horizonte (2002) apud Lopes (2003) as

principais vantagens da coleta seletiva são as que seguem

Diminuição da exploração de recursos naturais renováveis e não-renováveis;

Redução do consumo de energia;

Diminuição da poluição do solo, água e ar;

Diminuição da proliferação de doenças e a contaminação de alimentos;

Prolongamento da vida útil do aterro sanitário;

Melhoria na qualidade do composto produzido a partir da matéria orgânica;

Melhoria na limpeza da cidade;

Possibilidade de reciclagem de materiais que iriam para o lixo;

Diminuição do custo de produção com o aproveitamento de recicláveis pelas

indústrias;

Diminuição de desperdício;

Criação de oportunidades para o fortalecimento de organizações comunitárias;

Geração de renda pela comercialização de recicláveis;

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De acordo com dados apresentados pela TV Cultura (2001) na Série “Desafios do

Lixo” 1/3 do material coletado dos resíduos domiciliares é papel e vidro, 20% são plásticos e

80% alumínio.

Dos materiais encontrados nos RSU, os plásticos constituem um dos tipos de materiais

com maior potencial para a reciclagem, sendo que boa parte deles possui inscrições alusivas à

reciclabilidade e números que os distinguem (REMEDIO; MANCINI; ZANIN, 2002).

Lopes (2003) relaciona duas formas de recolhimento dos materiais com potencial

reciclável. A primeira é através da coleta de porta em porta na fonte geradora, qual é feita

através de caminhões específicos com freqüência semanal regular. A segunda forma de

recolhimento é nos “Ponto de Entrega Voluntária (PEVs)”, que são locais previamente

estabelecidos, onde a população leva seus materiais recicláveis separados e limpos.

Os locais de PEVs podem ser organizados em containers ou caçambas em pontos

estratégicos do município, a orientação para os tipos de materiais poderão seguir a Resolução

do CONAMA no 257 de 25 de abril de 2001. As respectivas cores indicativas do tipo de

material a ser depositado em um determinado recipiente, segue a orientação do Quadro 1.

Quadro 1: Padrão de cores orientadas de acordo com a Resolução do CONAMA no

257 de 25 de abril de 2001.

Cores Material

Azul Papel/papelão

Vermelho Plástico

Verde Vidro

Amarelo Metal

Preto Madeira

Laranja Resíduos perigosos

Branco Resíduos de serviços de saúde

Roxo Resíduos radioativos

Marrom Resíduos orgânicos

CinzaResíduos não reciclável, misturado ou

contaminado não passível de separação

Fonte: Ambiente Brasil (2009).

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31

Exemplos de coleta seletiva pelo globo são vários, pode-se destacar a Alemanha, como

um exemplo bem sucedido. Na Alemanha, o usuário paga uma tarifa individual, que varia

conforme o tamanho do vasilhame que ele adquiriu. Nos edifícios, containers são adquiridos

para o uso coletivo, neste caso os usuários dividem o valor da tarifa pelo tamanho do

apartamento. Um vasilhame de 240 litros é indicado para atender um conjunto de seis

residências, custando em Berlim o equivalente a US$ 335 (WIEDEMANN, 1999 apud

LOPES, 2003). Ainda em Berlim, os supermercados não oferecem sacolas práticas gratuitas,

incentivando o consumidor a enviar sua embalagem de casa ou pagar pelas sacolas do

supermercado.

No Brasil, como incentivo a reciclagem foi criado um sistema chamado de “Bolsa de

Resíduos”, através desse sistema de troca de informações, os interessados em vender, comprar

ou doar resíduos publicam-no na Bolsa, indicando o tipo, a composição química e quantidade

(CEMPRE, 2009).

A responsabilidade pela prestação de serviços de limpeza urbana no Brasil é de

responsabilidade do município. Ocorre que na maioria das cidades brasileiras, a coleta de lixo

é realizada pela iniciativa privada, e em muitos casos, as empresas responsáveis por esses

serviços não possui conhecimentos técnicos e de gestão suficientes. Fato também percebido

nas prefeituras, o que torna ainda mais oneroso o serviço. A população do município também

não se interessa pela destinação de seu resíduo, não havendo assim a cobrança de soluções

corretas.

Técnicas de engenharia também são aliadas imprescindíveis na preservação ambiental

de locais destinados a depósito de lixo. O tratamento de líquidos percolado, formado a partir

da decomposição da matéria orgânica misturada muitas vezes a água da chuva, bem como o

tratamento de gases, são essenciais para o bom funcionamento de aterros sanitários,

prevenindo impactos ambientais negativos e evitar efeitos estéticos indesejáveis (LOPES,

2003). A exemplo, do que acontece em Belo Horizonte no Estado de Minas Gerais, onde o

tratamento do líquido percolado (chorume), é feito em uma Estação de Tratamento de Esgoto

onde é tratado juntamente com o esgoto municipal.

O lixiviado é composto pela própria umidade do resíduo, umidade gerada pela

biodegradação e água que se infiltra através da superfície do aterro extraindo do resíduo

materiais dissolvidos e em suspensão (SCHUELER; MAHLER, 2008).

Os caminhos percorridos pelo contaminante podem ser subterrâneos ou superficiais.

Os subterrâneos, são basicamente influenciados pela permeabilidade do solo e pela espessura

da camada de solo acima do nível do lençol freático. Os caminhos superficiais sofrem

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influencia da topografia, que proporciona locais com alagamentos ou escoamento superficial.

Quando a alagamentos o lixiviado pode tanto infiltrar como evaporar contaminado solo e ar

(SCHUELER; MAHLER, 2008).

O gás produzido a partir da biodegradação do material orgânico presente no resíduo e

pode acumular-se criando bolsões com risco de explosão por combustão no interior do aterro.

Os principais gases identificados são o metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), monóxido

de carbono (CO), hidrogênio (H2), ácido sulfídrico (H2S), amônia (NH3), nitrogênio (N2) e

oxigênio (O2) presentes em grandes concentrações. Em condições normais a velocidade de

decomposição, medida pela produção de gás, chega ao máximo nos seus primeiros dois anos.

Depois disso, baixa lentamente, podendo os gases ser encontrados durante vinte trinta anos,

ou mais (TCHOBANOGLOUS, 1998 apud SCHUELER; MAHLER, 2008).

Lopes (2003) afirma que a contaminação de áreas de aterros e lixões poderia ser

evitada se os municípios elaborassem seu plano diretor e respeitassem as restrições e

fragilidades ambientais detectadas, auxiliando assim na escolha de locais apropriados para

esses e outros empreendimentos com alto potencial poluidor.

Schueler; Mahler (2008) afirma que mesmo após o encerramento das atividades, os

resíduos e seus efluentes continuam contaminando o meio.

O gerenciamento integrado se dá através de um conjunto articulado de ações

normativas, operacionais e financeiras, e de planejamento baseados em critérios sanitários,

ambientais e econômicos que são desenvolvidos para coletar, segregar, dispor e tratar o lixo

urbano (D’ALMEIDA e VILHENA, 2000 apud BESEN, 2006).

Na Figura 5 é apresentado um sistema simplificado de gerenciamento de resíduos

sólidos municipais.

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Figura 5: Fluxo simplificado de um sistema de gerenciamento integrado de resíduos

sólidos domiciliares.

Fonte: Aguiar (1999) apud Besen (2006).

O processo se inicia a partir da extração dos recursos naturais no ambiente. Em

seguida, ocorre a transformação destes em matéria-prima industrializada para o consumo, e

que após o uso, pode se transformar em lixo, ou material reciclável. Os materiais recicláveis

coletados podem ser destinados às centrais de triagem onde são separados por tipos e

vendidos às indústrias para reciclagem. O lixo é coletado e destinado a aterros sanitários

(BESEN, 2006).

A coleta e transporte de lixo deve ser estabelecido mediante um roteiro de coleta, na

prática, esse deve ser atendido por um veículo coletor durante uma jornada de trabalho,

podendo o mesmo efetuar mais que uma viagem de descarga até o destino final do lixo. Os

roteiros costumam observar aspectos administrativos do município (BRAGA, et al., 2008).

No sistema de limpeza urbana de uma cidade a coleta de lixo domiciliar pode

apresentar roteiros, considerados críticos, do ponto de vista de eficiência operacional, ou seja,

roteiros que necessitem de redimensionamento por contemplarem percursos improdutivos

com grandes extensões percorridas e pouco volume de lixo coletado. As condições de acesso

ao ponto de coleta também são aspectos que interferem na eficiência operacional (IPT, 2000

apud BRAGA, et al. 2008).

Considera-se que o melhor indicador do nível de produtividade com que a coleta é

efetuada é o MHC – Massa por Hora de Coleta, parâmetro que é bastante variável para as

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diferentes regiões de uma mesma cidade, e considera-se como principal condicionador da

produtividade horária da coleta, o nível de concentração dos resíduos no distrito, o qual é

medido pela taxa MKC – Massa por Quilômetro de Coleta (ASSEMAE, 1995 apud BRAGA,

et al., 2008).

Conforme IPT, 2000 para o dimensionamento de roteiros de coleta, deve ser estimado

os seguintes parâmetros operacionais:

Distância entre a garagem da empresa e o roteiro de coleta;

Distância entre o roteiro de coleta e o ponto de descarga;

Extensão total das vias do roteiro;

Velocidade média de coleta que dependerá do sistema viário, da topografia, do

tamanho da guarnição (caminhão), da quantidade de lixo a ser coletada por

unidade de distância e do carregamento do veículo;

IBAM (2001) define que os roteiros de trabalho devem ser planejados de forma que os

caminhões comecem no ponto mais distante do local de destinação final, reduzindo assim as

distâncias e o tempo de trabalho.

Considerando a CLT – Consolidação das Leis Trabalhista, Decreto-Lei no5452, de 1 de

Maio de 1943, e ainda, o estudo de ergonomia realizado em 2007 nos roteiros de coleta de

lixo de Manaus, pela Empresa CRL Métodos e Técnicas de Segurança, Saúde e Meio

Ambiente, conforme determinação do Tribunal Regional do Trabalho, o tempo máximo de

trabalho por jornada deve ser de 440 minutos, com mais 60 minutos de descanso, ou seja, o

tempo total da jornada diária de cada roteiro deve ser de 500 minutos.

4.2.1 Compostagem

Segundo foi definido por Escosteguy; Machado; Schneider (2005) a compostagem é

um método de decomposição aeróbica e controlada da fração orgânica putrescível dos

resíduos sólidos domiciliares, que resulta na obtenção de material orgânico bioestabilizado,

rico em húmus, denominado de composto orgânico.

A compostagem segundo Lopes (2003) apresenta as seguintes vantagens:

Economia de espaço físico em aterro sanitário;

Aproveitamento de matéria orgânica produzida;

Reciclagem dos nutrientes contidos no solo;

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Processo ambientalmente seguro;

Eliminação de patógenos.

De acordo com Escosteguy; Machado; Schneider (2005), antes de o resíduo orgânico

ser transformado em húmus, o mesmo passa por processos de bio-estabilização, chamado de

material intermediário. Nesse processo ocorrem dois fenômenos a digestão e humificação. Tal

fato pode ser constatado na Figura 6 em seqüência.

Durante o processo de digestão, as temperaturas devem ser elevadas, ou termófilas

para que ocorra a destruição de patogênicos mais resistentes. Quando termina a fase da

digestão, o material está bio-estabilizado, apresentando relação C/N menor que 18. Com a

humificação da matéria orgânica, essa relação se estreita, o que ocorre na fase de humificação,

onde ocorre temperatura mesófila e, no final, equilíbrio com a temperatura ambiente.

A temperatura da leira é um dos fatores que seleciona a população microbiana que

atua na compostagem. Quando a temperatura se eleva a valores maiores que 400C, os

microrganismos, mesófilos, na sua maioria bactérias (cerca de bilhões de células/grama),

tornam-se menos competitivos e são substituídos por microrganismos termófilos, na sua

maioria bacillus sp, os quais predominam em temperaturas menores que 600C, pois a partir

desse valor, eles são substituídos por espécies de bactérias do gênero Thermus. Como em

temperaturas maiores que 600C, ocorre a destruição de muitas bactérias e outros

microrganismos, deve-se controlar o processo de compostagem para que a temperatura não

exceda a 55°C, sendo isso obtido com o controle da aeração e, secundariamente, da umidade

das leiras (ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).

Figura 6: Fases do processo de compostagem.

Fonte: Escosteguy; Machado; Schneider (2005)

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Conforme o modo de aeração, o processo de compostagem pode ser realizado por dois

métodos (IPT/CEMPRE, 2000 apud ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005):

método natural: a fração orgânica do é levada para um pátio e disposta em

leiras. A aeração é feita por revolvimentos periódicos para que ocorra o

processo de decomposição biológica, tendo um tempo estimado de três a

quatro meses.

método acelerado: a aeração é forçada por tubulações perfuradas onde sobre

elas se colocam as leiras, ou em reatores dentro dos quais são colocados os

resíduos. Nesse último, os resíduos avançam no sentido contrário ao da

corrente de ar. Em ambos os casos, o ar é injetado sobre pressão. A duração

desse processo pode variar de dois a três meses.

A aeração das pilhas é um dos fatores fundamentais para que a compostagem ocorra

de forma eficiente, pois a velocidade desse processo aumenta a medida que a atividade

microbiana também aumenta, sendo essa última dependente da disponibilidade de oxigênio no

interior das pilhas. Quando as condições que controlam esse processo são adequadas, o

consumo de oxigênio é muito rápido (escala de horas), após a aeração das pilhas. Isso implica

que a aeração das pilhas deve ser feita periodicamente até que o processo complete a fase de

digestão, a qual se caracteriza por ser o período de maior degradação dos resíduos. Nos

primeiro dias de compostagem, a demanda de oxigênio é alta. Estima-se que nessa época,

cerca de 10 a 20 % de O2 são suficientes para atender a demanda da microbiota aeróbica,

sendo essa demanda reduzida para 5 a 10 %, à medida que o processo avança. Assim, teores

de 10 % de oxigênio são considerados ótimos para a manutenção da compostagem em

condições aeróbicas, principalmente, na fase de digestão (ESCOSTEGUY; MACHADO;

SCHNEIDER, 2005).

Lopes (2003) considera que a quantidade de material orgânico deve ser suficiente para

que os microorganismos possam decompor a matéria orgânica de forma rápida e sem

formação de odores.

O teor de umidade dos resíduos depende da granulometria da fração orgânica, bem

como da porosidade e grau de compactação da mesma. Para que haja uma compostagem

satisfatória, a umidade não deve exceder o máximo de 60% em massa, durante as fases de

digestão e humificação. Se houver um aumento da umidade a atividade biológica será

reduzida, pois haverá pouco oxigênio no interior da pilha, já que esse gás ocorre no mesmo

espaço (poros) que é ocupado pela água. Com excesso de água, forma-se o lixiviado, que é

um líquido negro, contendo alta carga orgânica, de odor característico, resultante da mistura

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da água com o chorume. Caso o local onde está sendo feita a compostagem for desprovido de

cobertura, o material estará sujeito às ações da chuva, o que permitirá uma maior produção de

lixiviado (ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).

Quando o percentual de carbono de um resíduo é muito alto em relação ao de

nitrogênio, ou seja, alta relação C/N, a velocidade de decomposição do resíduo é lenta, pois

falta nitrogênio para que a biomassa microbiana incorpore (metabolize) o carbono do resíduo

em suas células.

Como no processo de compostagem há uma queda acentuada do teor de carbono,

enquanto ocorre uma menor diminuição do teor de nitrogênio, Por outro lado, quando a

relação C/N é muito baixa, ou seja, alto percentual de nitrogênio no resíduo em relação ao

carbono, a velocidade de decomposição é alta, mas, como há mais nitrogênio do que a

demanda da biomassa microbiana, esse nutriente pode ser perdido, volatilizando ou lixiviando

da leira (ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).

Para Lopes (2003) a relação ideal entre carbono e nitrogênio (C/N) esteja em torno de

30/1, sendo que o teor de nitrogênio deva estar entre 1,2% a 1,5%. O composto final poderá

ser aplicado no solo, quando apresentar o teor máximo entre C/N igual a 18/1 no processo de

bio-estabilização ou valores inferiores a 12/1 no processo de humificação.

Existe, ainda, o método da vermicompostagem, na qual se utilizam minhocas para

digerir a matéria orgânica. A atividade das minhocas melhora a degradação pelo arejamento e

drenagem do material em fase de maturação (BIDONE e POVINELLI, 1999 apud

ESCOSTEGUY; MACHADO; SCHNEIDER, 2005).

4.3 ABASTECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA

Das necessidades básicas por que passa o ser humano, destaca-se como de grande

importância para a sua sobrevivência e para a satisfação de outros requisitos, como a saúde,

por exemplo, o acesso a energia elétrica, responsável também pela sua melhor qualidade de

vida. O grande consumo de combustíveis fósseis pela sociedade moderna tem levado o

planeta a uma degradação sem precedentes do seu meio ambiente, principalmente relacionada

ao efeito estufa (KASTRUP, 2006).

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No Brasil, a geração de energia elétrica é também causadora de impactos ambientais

consideráveis devido às grande áreas que precisam ser alagadas para a construção de usinas

hidrelétricas, retirando terras que além de servirem de local de sobrevivência para inúmeras

espécies, poderiam também ser usadas para a produção de alimentos e assentamentos

humanos. Além disso, muito se discute, nos meios acadêmicos, sobre impactos causados ao

clima no entorno dos grandes lagos formados pelas usinas hidrelétricas (KASTRUP, 2006).

Uma forma de obtenção de eletricidade mais sustentável é através da energia solar

fotovoltaica, que produz energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. O material mais

utilizado para a confecção das células que compõe um painel fotovoltaico é o silício. A

ilustração apresentada na Figura 7 mostra a estrutura descrita.

Figura 7: Esquema de uma célula fotovoltaica.

Fonte: Cresesb (2002) apud Kastrup (2006).

O excedente de energia gerada desta forma é aproveitado para energizar um

eletrolisador abastecido por água e responsável pela produção de hidrogênio. O hidrogênio é

então reservado em tanques, e na falta de energia solar fotovoltaica (durante a noite eu em

períodos com nebulosidade), o mesmo é introduzido em uma célula à combustível para a

geração de energia elétrica.

A célula de combustível é uma célula eletroquímica que converte continuamente a

energia química do combustível, como por exemplo, o hidrogênio, em energia elétrica,

usando o oxigênio como oxidante, gerando água e calor.

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Como a célula a combustível funciona alimentada por hidrogênio e oxigênio, que ao

final se recombinam para formar água, o sistema não gera gases estufa, como o gás carbônico,

monóxido de carbono, óxidos de enxofre, hidrocarbonetos, material particulado para

atmosfera. Na Figura 8 seguinte é apresentado um esquema de seu funcionamento.

Figura 8: Funcionamento da célula a combustível.

Fonte: Nogueira (2000) apud Kastrup (2006).

A energia solar também pode ser utilizada como uma fonte térmica, trata-se do

aproveitamento do calor que os corpos absorvem quando expostos a radiação solar. Utilizada

para o aquecimento da água.

O maior problema associado à produção de hidrogênio é a energia para produzi-lo.

Usando processos convencionais o hidrogênio requer pelo menos duas vezes mais energia

elétrica, duas vezes a quantidade de carvão ou o número de painéis fotovoltaicos. Portanto o

grande desafio é desenvolver métodos mais apropriados que utilizem fontes de energia

renovável (ALTERNATIVE ENERGY INSTITUTE, 2002). A Figura 9 apresenta de forma

esquemática, as diversas fontes de energia para a produção de hidrogênio.

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Figura 9: Esquema de produção de hidrogênio a partir de diferentes formas de energia.

Fonte: Perez (2002) apud Kastrup (2006).

Segundo o autor Kastrup (2006) o investimento necessário para a aquisição de painéis

fotovoltaicos e o sistema de armazenamento em células de combustíveis seria de R$

61.000,00.

4.4 EFLUENTE DOMÉSTICO

A regulamentação da prática do reuso no Brasil ocorreu a partir da publicação da

Resolução no 54 de 28 de novembro de 2005 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos

(CNRH), qual estabelece modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática do reuso

direto não potável da água. De acordo com essa Resolução, o reuso favorece a racionalização

e a conservação de recursos hídricos (GENERINO, 2006).

Na realidade o reuso da água gera “triplo impacto ambiental positivo”: redução no

consumo de água, não realização do transporte do ponto de captação até o consumidor e não

lançamento dos efluentes em corpos receptores (MÁXIMO e SOUZA, 2004).

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Santos (2000) apud Generino (2006) avaliou o reuso de efluentes finais de Estações de

Tratamento de Esgotos para diversos usos. Foram analisados parâmetros como: pH, DBO5,

alcalinidade, sólidos suspensos, alumínio solúvel, amônia e coliforme fecal. Esses parâmetros

foram comparados com diretrizes adotadas nos Estados Unidos da América (EUA) e

Organização Mundial de Saúde (OMS), e atestado que a maioria desses efluentes não possui

adequabilidade para reuso em agricultura e recreacional, mas que poderia ser facilmente

adequada após simples tratamento adicional.

Em estudo realizado por Silva (2004) apud Generino (2006) avaliou a viabilidade de

reuso de água para irrigação paisagística, analisaram-se o sistema solo-água-planta. Como

resultado a adubação tradicional apresentou piores condições de contaminação de água

subterrânea devido às altas concentrações de nitrato, já as plantas irrigadas com efluente

apresentaram produtividade maior que aquelas irrigadas com água de lago.

Fora do Brasil o reuso tem sido uma opção importante para o gerenciamento dos

recursos hídricos locais. Israel foi o país pioneiro em utilizar água de reuso na irrigação,

seguido por Tunísia, Chipre e Jordânia. Em Israel mais de 65% do esgoto é utilizado na

agricultura, pretendendo chegar a 90% na próxima década (ANGELAKIS e BONTOUX,

2001).

A ABNT apresenta o reuso como forma de diminuição do volume de esgoto a ser

encaminhado ao tratamento, conseqüente redução de custo de implantação e operação e forma

utilização de esgoto tratado. Informa quais os usos previstos, o volume de esgoto a ser

utilizado, o grau de tratamento necessário, como deve ser o sistema de armazenamento e

distribuição (ABNT, 1997)

A Environmental Agency Protection (EPA) publicou em 2004 parâmetros para reuso

de água e oportunidades de uso de efluentes, em seu documento intitulado de Guidelines for

Water Reuse, resumido no Anexo 1

Outra questão pertinente a definição para reuso de água é a vulnerabilidade do solo

local para contaminação de águas subterrâneas. Fato estudado pelos autores Campo e Freitas

(1998) apud Generino (2006), que trataram de forma integrada de questões relacionadas ao

solo, geologia, hidrogeologia e geomorfologia, contribuindo assim também para o

planejamento do solo. Tal estudo pode ser verificado no Quadro 2

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Quadro 2: Classes de vulnerabilidade à contaminação para mapas hidrogeológicos.

Vulnerabilidade Características

Elevada

Correspondem à região dos aqüíferos com vazões médias

superiores a 12.000 L/h e aonde a incidência de poços secos

ou com baixa vazão. A forma de relevo mais comum é

caracterizada por uma morfologia plana ou suavemente

ondulada, com declividades raramente superiores a 5%.

Possui solos bastantes permeáveis, que condicionam regiões

de excelentes recargas regionais.

Moderada

Representa áreas com vazões médias entre 7.000L/h a 12.000

L/h. o número de poços secos já é mais elevado. A paisagem é

geralmente marcada por declividades superiores a 15% e mais

localmente por chapadas rebaixadas. Os solos são variados,

compostos por latossolos espessos ou cambissolos mais

delgados.

Mediana

Compõe os aqüíferos com vazões entre 4.500 L/h a 7.000 L/h

associados à incidência de poucos poços secos. Nessa região

pode-se observar relevos movimentados, com altas

declividades, em áreas mais restritas a relevos mais planas. Os

solos podem ser diferenciados em dois grupos, sendo em

algumas áreas mais espessos (latossolos argilosos vermelhos)

e noutras mais delgados (cambissolos amarelos)

Baixa

Comporta os aqüíferos com vazões médias inferiores a 4.500

L/h. É a região com maior ocorrência de poços tubulares secos

com vazões muito limitadas. As coberturas podem ser

marcadas por latossolos argilosos espessos, ou por

cambissolosnum relevo moderado ondulado.

Fonte: Campo e Freitas (1998) apud Generino (2006)

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4.5 RECURSOS HÍDRICOS

Com o surgimento e a difusão do conceito de desenvolvimento sustentável, que

implica na possibilidade de que as próximas gerações possam satisfazer suas necessidades

assim como as gerações atuais a água passa a ser considerada um recurso esgotável e objeto

de grande preocupação em termos de sua disponibilidade (MIRANDE e TEIXEIRA, 2004).

Para que tais princípios possam se traduzir em políticas e ações concretas, é preciso

que haja instrumentos de gestão que possam detectar as tendências apresentadas pelos

diferentes componentes dos sistemas urbanos, entre eles os de abastecimento de água e de

esgotamento sanitário. Assim, surge a necessidade de se estabelecer indicadores de

sustentabilidade, que poderão dar suporte a políticas publicas que conduzam a sistemas mais

sustentáveis (SILVA, 2000; SUSTAINABLE SEATTLE, 1998 apud MIRANDE e

TEIXEIRA, 2004).

A Política Nacional de Recursos Hídricos prevê a formação de comitês e agências de

Bacias para tratarem dos problemas relacionados aos recursos hídricos de cada região. Esses

comitês e agências analisam a qualidade ambiental de toda Bacia Hidrográfica e podem

auxiliar na classificação dos corpos d’água (LOPES, 2003).

Os Comitês de Bacias Hidrográficas possuem instrumentos de gestão, dentre eles

destacam-se a cobrança pelo uso da água e o enquadramento dos corpos d’água. A cobrança

tem como objetivo incentivar o uso racional e atribuir um valor econômico a água, sendo essa

uma estratégia a ser adotada por indústrias, serviços municipais e irrigantes estimulando a

contenção de perdas. No enquadramento, regulado pela Resolução do Conselho Nacional de

Meio Ambiente (CONAMA) 357/2005 o recurso hídrico pode ser classificado em 5 classes,

não sendo necessário que a classe destinada a ele seja o sua qualidade atual, mas sim a

qualidade pretendida (LEITE, 1997 apud LOPES, 2003).

A classificação de água doce, de acordo com a Resolução do CONAMA 357/2005

define o uso de irrigação as classes I, II e III. A classe I define a irrigação de hortaliças que

são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas

cruas sem remoção de película. A classe II regulamenta a irrigação de hortaliças, plantas

frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer. Na classe III é permitida a irrigação

de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras.

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A mesma Resolução ainda define parâmetros de qualidade para as classes I, II e III.

Como é apresentado no Anexo 2.

Para um bom gerenciamento de recursos hídricos, é fundamental o tratamento do

esgoto doméstico e o tratamento do lixo, pois o liquido gerado pela decomposição do resíduo

juntamente com o esgoto podem contaminar as águas superficiais e subterrâneas. O

planejamento para implantação de uma área de aterro deve considerar a Bacia Hidrográfica

correspondente na região, a fim de evitar a contaminação de águas superficiais e subterrâneas

(LOPES, 2003).

Indicadores de disponibilidade e qualidade de recursos hídricos dão sinas efetivos de

deterioração e esgotamento da capacidade suporte do conjunto de funções do ecossistema

(CEZARE; MALHEIROS; PHILIPPI, 2007).

A abordagem mais utilizada para avaliar a disponibilidade de água é o índice de

estresse da água, medido como o volume de recursos hídricos renováveis anuais per capita

disponíveis para atender às necessidades nos usos domésticos, industriais e agrícolas. Abaixo

de 1.700 m³/per capita/ano os países iniciam a experiência de estresse hídrico, em que pode

haver impedimento do desenvolvimento e efeitos adversos a saúde humana; abaixo de 1.000

m³/per capita/ano ocorre escassez crônica de água; 100 m³/per capita/ano é o menor nível para

uso doméstico e comercial (EPA, 2004 apud GENERINO, 2006).

Aproximadamente um terço da população mundial vive em países que sofrem de

estresse hídrico, sendo o consumo de água superior a 10% dos recursos renováveis de água

doce. Para 2020 prevê-se que o uso da água aumentará em 40% e que será necessário um

adicional de 17% para a produção de alimentos, a fim de satisfazer o nível da população em

crescimento (PNUMA, 2002 apud GENERINO, 2006).

Á água é um dos recursos naturais mais importantes para a manutenção dos

ecossistemas. Entretanto, com o aumento de sua demanda em relação à disponibilidade

observa-se uma maior degradação de sua qualidade. Por outro lado a preocupação com a

preservação ambiental, especialmente com os ecossistemas aquáticos, aumentou entre os

setores usuários d`água, e um dos setores eu mais causa preocupação à sociedade e o setor

agrícola, através do uso da água na produção de alimentos por meio de irrigação (LUCAS,

2007).

A irrigação é uma prática que beneficia o aumento da produção de alimentos, fixa o

homem na zona rural, gera empregos diretos e indiretos e contribui para o crescimento

econômico. Por outro lado, quando não praticada corretamente ocasiona prejuízos ao

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ambiente dentre as quais se destacam a salinização dos solos, captação excessiva de água de

mananciais, percolação profunda, lixiviação de nutrientes, etc (LUCAS, 2007).

De acordo com FAO (1997) o impacto ambiental negativo advindo da irrigação pode

ocorrer dentro e fora da propriedade agrícola. Fora da propriedade o problema pode ocorrer à

montante, onde o rio pode ser represado para fins de fornecimento de água. A jusante da área

irrigada o problema ocorre em função da disposição da água, concentrações elevadas de sais,

dejetos orgânicos, organismos patogênicos e resíduos agroquímicos.

A natureza da irrigação por superfície geralmente produz escoamento superficial, o

qual pode ser imediatamente armazenado e reusado, bem como a percolação, a qual pode não

estar disponível para o reuso depois de um período de tempo. A percolação profunda é

reduzida com a irrigação por aspersão comparada com a irrigação convencional por

superfície, enquanto que com o gotejamento a percolação profunda pode ser reduzida

(LUCAS, 2007).

As preocupações mais diretas com os impactos são dentro da área irrigada, pois terras

irrigadas, especialmente em vales, tendem a elevação do lençol freático, exigindo drenagem,

ou seja, são áreas sujeitas ao processo de salinização e encharcamento (FAO, 2007).

As informações são indispensáveis para um adequado desenvolvimento dos recursos

hídricos nas bases sustentáveis. A melhor maneira de obter estas informações é através do

monitoramento qualitativo e quantitativo, instrumento que possibilita a avaliação da oferta

hídrica e a minimização de impactos ao ambiente (PORTO et al., 1991 apud LUCAS, 2007).

A qualidade da água depende diretamente da quantidade de água existente para dissolver,

diluir e transportar substâncias benéficas ou maléficas para o ecossistema (BRAGA et al.,

2002).

A irrigação também é dependente de água de boa qualidade necessitando também de

monitoramento periódico. Na Tabela 3 é apresentado as diretrizes para qualidade de água para

irrigação.

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Tabela 3: Diretrizes para qualidade da água par irrigação.

Parâmetro Valores Unidade

Salinidade

Condutividade elétrica 0 – 3000 µS.cm-1

Grau de restrição ao uso

nenhuma (< 700)

ligeira/moderada (700 – 3000)

severa (> 3000)

Total de sólidos dissolvidos 0 – 2000 mg.L-1

Cátions e ânions

Cálcio 0 – 800 mg.L-1

Magnésio 0 – 120 mg.L-1

Sódio 0 – 900 mg.L-1

Carbonato 0 – 6 mg.L-1

Bicarbonato 0 – 600 mg.L-1

Cloro 0 – 1100 mg.L-1

Sulfato 0 – 200 mg.L-1

Nutrientes

Nitrogênio – nitrato 0 – 10 mg.L-1

Nitrogênio amônio 0 – 5 mg.L-1

Fósforo fosfato 0 – 2 mg.L-1

Potássio 0 – 2 mg.L-1

Outros

Boro 0 – 2 mg.L-1

Ácido/base 6 – 8,5

Razão de adsorção de sódio 0 – 15

Fonte: Adaptado de Ayers e Westcot (1985) e Peterson, 1999 apud Lucas (2007).

Diferentes métodos de irrigação podem ter diferentes impactos. É preciso levar em

consideração aspectos como consumo de energia, qualidade da mão de obra utilizada

(DOUGHERTY; HALL, 1995 apud LUCAS, 2007). Na Tabela 4 abaixo são indicadas os

principais problemas causados pela irrigação e ações mitigatórias.

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Tabela 4: Principais problemas resultantes da falta de manejo na irrigação e drenagem

não sustentável e medidas mitigatórias apropriadas.

Problemas Medidas mitigatórias

Excesso ou déficit de aplicação de água; Adequação de quanto e quando saber

irrigar;

Sais oriundos do processo de drenagem;

Instalação de drenagem incluindo

disposição de bacias para evaporação

da água se a qualidade do fluxo do rio

é afetada adversamente pela água de

drenagem;

Evitar encharcamento; Fornecer água para lixiviação como

uma operação específica;

Acidificação do solo;

Organização ou ajuste da infra-

estrutura de manejo da irrigação para

assegurar suficientes recursos

financeiros para manter ambos os

sistemas de irrigação e drenagem;

Análise de solo e monitoramento de

mudanças para que potenciais

problemas possam ser manejados;

Baixa qualidade da água;

Definir níveis de qualidade de água

(incluindo monitoramento e

tratamento);

Redução na qualidade de irrigação; Desenvolvimento do controle de

qualidade de águas industriais;

Problemas da qualidade da água para

usuários à jusante causados pelo fluxo de

retorno de irrigação;

Designar terras para disposição de

água salina construindo canais de

disposição separados;

Instituir sistemas de saneamento

contra perigo de contaminação de

esgotos e pesticidas;

Monitorar a qualidade da água;

Degradação ecológica; Adequação de áreas em função da

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legislação;

Redução da biodiversidade;

Operação do sistema de gestão

visando a vista silvestre ao redor dos

reservatórios e com base que

permitam a manutenção de fauna e

flora em leis;

Danos ao ecossistema à jusante devido à

redução da quantidade e qualidade da

água;

Designar terras para várzeas e

disposição de água de drenagem;

Depleção da água subterrânea; Definir regulamentação;

Secamento de poços. Monitorar o nível de água

subterrânea;

Fonte: Adaptado de Dougherty; Hall (1995) apud Lucas (2007).

A qualidade da água de mananciais que compõe uma bacia hidrográfica está

relacionada com o uso do solo na bacia e com o grau de controle sobre as fontes de poluição.

A influência antrópica na qualidade da água inclui alterações nas concentrações de

substâncias químicas encontradas naturalmente, a entrada de novas substâncias sintéticas e

mudanças nos sedimentos carregados. Fontes pontuais, como lançamento de efluentes

indústrias e domésticos, podem ser identificadas mais facilmente. No entanto, geralmente é

mais difícil identificar e estimar as entradas resultantes de fontes difusas, como acréscimo de

nutrientes e agrotóxicos advindos da atividade agrícola (CASAGRANDE, 2005).

A poluição de origem agrícola desencadeia vários problemas nos ecossistemas

aquáticos, um deles é a entrada excessiva de nitrogênio e fósforo causando a eutrofização.

Podendo afetar a saúde da população que se abastece desses recursos hídricos

(CASAGRANDE, 2005).

A presença de vegetação no entorno dos recursos hídricos, constitui um fator

importante para mitigar a degradação da água, pois contribui para redução da erosão,

diminuindo a entrada de sedimentos e poluentes devido ao escoamento superficial. Um dos

parâmetros mais afetados pela entrada de sedimentos no meio é a turbidez. Águas com alta

turbidez afetam a entrada de luz, diminuindo a tacha de produção primária do ecossistema,

afetando a cadeia alimentar e alterando a produção e consumo de gases (SILVA, 2003).

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Um corpo d’água poluído por matéria orgânica biodegradável sofre um processo

natural de degradação chamado de autodepuração. O potencial poluidor, a vazão de diluição,

bem como, a concentração de oxigênio dissolvido influenciam nesse processo de recuperação

natural (BRAGA et al., 2002). Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias

aeróbias fazem o uso do oxigênio em seus processos respiratórios reduzindo sua

concentração, podendo configurar um indicativo de meio contaminado, com exceções.

Os coliformes fecais são um grupo de bactérias indicadoras de organismos originários

do trato intestinal humano e de outros animais de sangue quente. A percepção de altos níveis

de coliformes fecais indica poluição sanitária, é também um indicativo de possibilidade de

existência de microorganismos patógenos, responsáveis pela transmissão de doenças de

veiculação hídrica, como febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar e cólera (VON

SPERLING, 1996)

Para proteção dos recursos hídricos e redução do índice de vulnerabilidade social e

ambiental, é necessária a inserção da questão nas secretarias municipais, integração regional

de esforços, por parte dos atores governamentais (CEZARE; MALHEIROS; PHILIPPI,

2007).

4.6 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A água constitui uma necessidade fundamental para manutenção da vida. Porém, sabe-

se que a água destinada ao consumo humano apresenta um risco potencial para a saúde da

população devido à má qualidade dos mananciais superficiais ou subterrâneos (MEDRI e

COSTA, 2001).

As características da água em um sistema público de distribuição, em relação ao

aspecto qualitativo, podem sofrer alterações. A água pode estar totalmente clara, em sua

aparência, livre de sabores e odores peculiares e, no entanto, não estar adequada ao consumo

humano sob o ponto vista químico e/ou bacteriológico. Este fato tem preocupado as

autoridades responsáveis pelo setor da saúde, a quem cabe estabelecer normas de qualidade da

água para consumo humano (MEDRI e COSTA, 2001).

A água ao ser manipulada por estes sistemas de abastecimento e esgotamento, sofre

diversas modificações em suas características de qualidade, quantidade, velocidade de

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escoamento, entre outros, que se refletem numa diminuição de sua disponibilidade, tanto para

o uso humano, quanto para os processos ecológicos. A crescente e desordenada urbanização

tem agravado este quadro, comprometendo os recursos hídricos e prejudicando os sistemas

públicos já implantados, que passam a operar com sobrecargas e com deficiências

(MIRANDA e TEIXEIRA, 2004).

De acordo com Generino (2006) mais da metade dos principais rios do mundo

encontram-se poluídos. Muitos recebem contribuição de efluentes industriais e são utilizados

no abastecimento de água humano. O tratamento adotado para essas águas, do tipo

convencional, muitas vezes não propicia níveis de segurança adequados. Como resultado,

aumenta o risco de doenças crônicas provocados pro concentrações de micro poluentes nas

águas de abastecimento.

Mesmo que a qualidade da água tratada esteja em conformidade ao estipulado nas

normas, vários fatores podem ocorrer contribuindo para sua degradação na rede de

abastecimento e em reservatórios, alterando seu padrão estético, organoléptico e

principalmente bacteriológico. É importante e necessário que o controle da potabilidade da

água seja efetuado ao longo de todo o percurso de distribuição até chegar aos consumidores

(MEDRI e COSTA, 2001).

As medidas de manutenção da qualidade da água tratada ao longo da rede de

distribuição compreendem: o conhecimento das características da água e de sua possível

deterioração; aplicação de medidas curativas ou corretivas, como por exemplo descargas na

rede Berzin et al. (1988) e cloração, contra os agentes bacteriológicos causadores de

contaminação, biocorrosão ou degradação organoléptica; e utilização de medidas preventivas,

como por exemplo, o controle de nutrientes na rede e a qualidade dos materiais e/ou dos

revestimentos utilizados nas canalizações e reservatórios, evitando-se o desenvolvimento de

biofilmes nesses e a conseqüente deterioração da qualidade da água.

Estudos efetuados por Clark et al. (1993) constataram a grande variação de

concentração de cloro na rede de distribuição com o tempo, invalidando a caracterização da

qualidade da água pela simples verificação de parâmetros em apenas alguns pontos de coleta

fixos.

Dentro da perspectiva das políticas públicas de saneamento, os aspectos tecnológicos

apresentam um papel fundamental para a avaliação do desempenho dos serviços, o que os

relaciona diretamente com a quantidade e a qualidade dos serviços prestados à população. A

escolha de uma tecnologia adequada para uma região específica é fundamental para se

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atingirem níveis altos de cobertura com um serviço de boa qualidade (HELLER; SPERLING;

HELLER, 2009).

Von Sperling (2004) apud Heller; Sperling; Heller (2009) alerta que a decisão para a

escolha da tecnologia mais apropriada na implantação de infra-estrutura sanitária deve ser

tomada com independência de pressões externas, que poderiam estar direcionando a solução

para uma alternativa menos adequada à realidade específica. O autor enfatiza que não existe

uma solução global, ou seja, aplicável a todas as circunstâncias, e os decisores envolvidos

devem estar abertos à escolha da melhor solução local.

Em estudo comparativo realizado por Heller; Sperling; Heller (2009) foi analisado

aspectos qualitativos e quantitativos do tratamento de água de quatro municípios de Minas

Gerais. Percebeu-se com o estudo, maiores qualidades tecnológicas no tratamento feito pela

COPASA (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), na cidade de Nova Lima a captação

é feita de mananciais superficiais, o qual possui ameaça de contaminação por despejos de

esgotos sanitários e assoreamento, o tratamento efetuado é convencional com fluoretação

(100%). Já no município de Vespasiano a captação é feita tanto subterrânea como superficial,

as formas de tratamento são na primeira forma de captação por desinfecção e fluoretação

(45%), para captação superficial o tratamento é convencional com fluoretação (55%), não

existindo fonte de contaminação em nenhum dos dois pontos de captação.

O tratamento realizado pela Companhia Estadual apresentou melhores resultados em

relação ao tratamento prestado por autarquia municipal e prefeitura, nos aspectos de cobertura

da rede de abastecimento de água, por haver cadastros das redes atualizados e existência de

controle para as perdas na distribuição.

Em contrapartida o tratamento realizado nas cidades de Itabirito, responsabilidade de

autarquia municipal, e Ouro Preto, sob encargo da prefeitura, apresentaram melhores

resultados que os realizados pela COPASA. Nos quesitos: índices de perdas nas distribuições,

menores valores nas tarifas médias e porcentagem de análises fora do padrão da Portaria 518

de 2004 nos parâmetros de cloro residual e turbidez, dados correspondente à cidade de

Itabirito. Ouro Preto apresentou menores valores para porcentagem de análises fora do padrão

da Portaria 518 de 2004 nos parâmetros de coliformes totais em relação a Itabirito.

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4.7 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

Em grandes cidades, os dois principais causadores de poluição atmosféricas são os

veículos, que são em número expressivo, e as indústrias. Em cidades de menor porte, a

principal fonte de poluição atmosférica são os gases liberados na degradação do lixo

domiciliar em lixões ou aterros controlados. Lugares onde não existe a preocupação com

queimadores ou recuperação dos gases liberados.

O tratamento de resíduos pelo uso de incineradores pode ser uma fonte de geração de

poluentes atmosféricos, caso não exista o controle de queima. Queimas incompletas liberam

para o ambiente, dioxinas, furanos e outras substâncias altamente tóxicas. Sendo assim é

importante que essa atividade seja realizada por pessoas com conhecimento técnico

necessário.

Na Conferência de Johanesburgo, em 2002, no contexto das discussões sobre a

implementação do Protocolo de Kyoto, os projetos de recuperação de energia a partir do

aproveitamento dos resíduos sólidos domiciliares em aterros sanitários, passaram a se

constituir também numa oportunidade de negócios, como Mecanismos de Desenvolvimento

Limpo – MDL – instrumento inserido no Protocolo de Kyoto – que permitem aos países

desenvolvidos financiar projetos de diminuição da poluição, para atingir suas metas de

redução das emissões de carbono (GOLDENBERG, 2003).

4.8 PRODUÇÃO MAIS LIMPA

Em tempos de profundas preocupações com o meio ambiente, organizações de

diferentes setores industriais estão deixando de agir de forma reativa para agir de forma pró-

ativa com relação às questões ambientais. Diferentes metodologias de gestão ambiental

buscam sensibilizar diretores e níveis hierárquicos elevados dentro das organizações,

demonstrando a possibilidade de se obter lucro com o meio ambiente, entre elas a Produção

Mais Limpa, também conhecida pela sigla P+L (ARAUJO. 2002).

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De acordo com WBCSD/UNEP (1997), apud Sperandio e Donaire (2005) a Produção

mais Limpa é a aplicação contínua de uma estratégia ambiental integrada e preventiva

aplicada a processos, produtos e serviços, para aumentar a ecoeficiência e reduzir riscos para

o homem e para o meio ambiente.

Oliveira Filho (2001) apud Araujo (2002) descreve que a solução tecnológica do tipo

fim-de-tubo corre atrás dos prejuízos ambientais causados por um sistema produtivo,

remediando os seus efeitos, mas sem combater as causas que os produziram. Ao contrário, as

tecnologias de P+L contemplam mudanças nos produtos e processos produtivos a fim de

reduzir ou eliminar todo tipo de rejeitos antes que eles sejam criados.

Segundo Valle (1995) apud Araujo (2002), a minimização de resíduos objetiva reduzir

a geração de resíduos em uma instalação através de ações de cunho técnico e gerencial, sendo

que a mesma pode ser alcançada na fonte, evitando-se a formação do resíduo em sua origem,

como através de técnicas de reciclagem e reaproveitamento interno, impedindo que o resíduo

chegue a ser lançado no meio ambiente.

Essa mudança na forma de pensar nas questões ambientais, obriga a empresa a pensar

em soluções que substituam os processos fim-de-tubo. Esse pensamento é derivado da

Produção mai Limpa. A seguir na Figura 10 é apresentado um fluxograma que representa a

idéia de Produção mais Limpa.

Figura 10: Ilustração da Produção mais Limpa.

Fonte: Nascimento (2002) apud Sperandio e Donaire (2005).

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4.8.1 Produção mais Limpa na Indústria Moveleira

A indústria moveleira é a principal classe de indústrias presentes no município de

Lagoa Vermelha, por este fato ela será inserida no trabalho como exemplo no processo de

Produção mais Limpa, como pode ser verificado a seguir.

Oliveira e Araujo (2009) propuseram a uma indústria fabricante de móveis, localizada

na cidade de Ubá, procedimento de Produção mais Limpa. No Quadro 3 é apresentado os

resíduos gerados e sua destinação final.

Para diminuição do consumo de energia: desligamento da chave geral da subestação

ao final do último turno, monitoramento das medições da subestação a cada turno, maior

aproveitamento da iluminação natural e conscientização dos operários. Outras medidas

técnicas foram necessárias, como a substituição dos capacitores para correção do fator de

potência das máquinas e circuitos, substituição dos motores elétricos por outros mais

eficientes e também a modificação em alguns equipamentos, e ainda a instalação de sistemas

de acionamento de motores (termostatos, temporizadores) a fim de se evitar o funcionamento

contínuo e desnecessário.

Estudo realizado por Castro e Oliveira (s/ ano) mostra que empresa moveleira utiliza

algumas medidas visando o reaproveitamento de resíduos através de práticas de reciclagem

interna e externa. A reciclagem interna ocorre quando os resíduos são reutilizados dentro da

própria empresa, reaproveitando assim as peças refugadas, tocos de madeiras, peças que não

atingem o tamanho ideal. A reciclagem externa ocorre quando a empresa vende ou doa para outras

empresas os dejetos de madeiras provenientes dos processos produtivos, este é caso dos cavacos,

maravalhas e serragem. Existem também, medidas reparadoras quando parte dos resíduos são

estocados.

Esta mesma empresa passou a utilizar madeira de reflorestamento, mas para isso

precisou reorganização e padronizar o processo produtivo visando o melhor aproveitamento

da madeira e uma menor geração de resíduos. A padronização do processo de produção foi

implantada para aumentar a produtividade, melhorar a qualidade do produto e estabelecer

medidas máximas de matéria-prima a ser utilizada. A modificação nos processos produtivos é

também um ponto chave da produção mais limpa.

O reaproveitamento das peças curtas e estreitas tem como objetivo aproveitar as

madeiras que eram desclassificadas em função de não atingir o tamanho ou a largura mínima

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exigida. Este processo consiste em emendar as madeiras tanto na largura quanto no

comprimento para serem utilizadas no processo de fabricação.

A substituição de ferro por madeiras é outra estratégia de P+L adotada pela empresa.

Essa estratégia consiste na substituição dos parafusos da bancada que antes eram fabricados

em ferro pela substituição de parafusos fabricados em madeira que estavam desclassificadas

em função do tamanho. Segundo o gerente de produção, os parafusos em madeira foi um

diferencial, reduziu custos e contribuiu com o aproveitamento das peças desclassificadas,

além de eliminar os resíduos de ferro que eram gerados, tais como, cavacos e pontas de ferro.

A substituição de embalagens é outra prática adotada pela empresa para não gerar lixo.

As caixas de papelão que não eram aproveitadas pelo cliente foram substituídas por fio

sintético (sem danificar o produto), o custo da embalagem reduziu e eliminou-se o desperdício

de papel.

Outra iniciativa adotada pela empresa que visa a sustentabilidade é a criação de uma

linha de móveis antigos em estilo medieval, fabricados com madeiras recicladas, ou seja, são

madeiras advindas de demolição de casas, tulhas e barracões construídos em madeira de

peroba rosa de aproximadamente 50 até 100 anos. Estas casas são desmanchadas e as

madeiras são vendidas para a empresa, onde são lavadas, desinfetadas e tratadas com

bactericidas para, posteriormente, serem restauradas artesanalmente.

Quadro 3: Resíduos Gerados e seus destinos.

Processo produtivo Principais resíduos Destino

Preparação da madeira

bruta

Costaneiras (faces, cascas de

toras).

Ripas de madeira (que não

atinge a bitola utilizada).

Tocos de madeira (pedaços de

madeira até 200 mm).

Cavacos (resíduos de

madeiras de aprox. 50 x 20

mm).

Maravalha ou cepilhos

(resíduos de madeira acima de

2,5 mm).

Reutilizado

internamente.

Refilado e utilizado

internamente.

Parcialmente reutilizado

na fábrica os pedaços de

até de 100 mm, o restante

é vendido para lenha ou

doado e as vezes

estocados.

Vendidos para olarias e

cerâmicas.

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Vendidos para granja.

Corte / verificação

de medidas

Tocos de madeira (pedaços de

madeira de medidas diversas).

Cavacos (resíduos de

madeiras de aprox. 50 x 20

mm).

Serragem (resíduos de

madeira de 0,5 mm a 2,5

mm).

Parcialmente reutilizado

na fábrica os pedaços de

até de 100 mm, o restante

é vendido para lenha ou

doado e as vezes

estocados.

Vendidos para olarias e

cerâmicas.

Vendidos para granja.

Desempeno

Maravalha ou cepilhos

(resíduos de madeira acima de

2,5 mm).

Vendidos para granja.

Seleção Peças refugadas,

desclassificadas. Reutilizado internamente

Prensagem Este processo não gera

resíduos.

Desengrosso

Cavacos (resíduos de

madeiras de aprox. 50 x 20

mm).

Maravalha ou cepilhos

(resíduos de madeira acima de

2,5 mm).

Vendidos para olarias e

cerâmicas.

Vendidos para granja.

Encaixe/ emenda

Cavacos (resíduos de

madeiras de aprox. 50 x 20

mm).

Serragem (resíduos de

madeira de 0,5 mm a 2,5 mm)

Vendidos para olarias e

cerâmicas.

Vendidos para granja.

Furação

Serragem (resíduos de

madeira de 0,5 mm a 2,5

mm).

Maravalha ou cepilhos

(resíduos de madeira acima de

Vendidos para granja.

Vendidos para olarias e

cerâmicas.

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2,5 mm).

Montagem Peças danificadas e refugadas. Reutilizado

internamente.

Lixação Pó (resíduo de madeiras

menor que 0,5 mm). Vendidos para granja.

Acabamento Rebarbas de madeira. È vendido junto com a

serragem.

Pintura Partículas de produtos

químicos no ar.

Não existe nenhuma ação

reparadora, as partículas

são lançadas no ar.

Revisão Este processo não gera

resíduo.

Embalagem Restos de papelão, plásticos. Vão para o lixo.

Fonte: Castro e Oliveira (s/ ano)

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5 METODOLOGIA

O presente trabalho realizou-se através de pesquisas na literatura. Foi feito

levantamento de dados obtidos através de mapas, estudos, gráficos e entrevistas.

A partir desse recolhimento de informação buscou-se alternativas para o

melhoramento da qualidade ambiental para o município em estudo.

Abordou-se temas como soluções para os resíduos sólidos, proposição de instalação de

uma unidade de triagem para os resíduos recicláveis e áreas de compostagem para os resíduos

orgânicos.

Também se sugeriu uma solução para o efluente cloacal, visto que, o mesmo não

possui tratamento.

Salientou-se no estudo a importância da criação da consciência ambiental. Como

meio, sugeriu-se a criação do programa de Certificação Ambiental Municipal, a divulgação de

informação sobre o meio ambiente através de palestras e folhetos informativos para a

população.

Na Figura 11 seguinte é exemplificado o processo de confecção do trabalho.

Figura 11: Fluxograma representativo do processo de confecção deste trabalho.

Pesquisa em literatura;

Levantamento de dados;

Soluções para os

problemas ambientais

Melhoramento da

qualidade ambiental

Criação consciência

ambiental

Efluente doméstico;

Água;

Irrigação;

Resíduo sólido;

Indústria;

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A finalidade desta pesquisa foi a promoção de alternativas de ações ambientais

sustentáveis para o município de Lagoa Vermelha/RS.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

O município de Lagoa Vermelha tem um total de 27.434 habitantes, área de 1.262

km², segundo informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE de 2007.

Lagoa Vermelha pertence à região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul. Limita-

se ao Norte com Santo Expedito do Sul, Tupanci do Sul e parte de Esmeralda, a direção Sul

com André da Rocha e parte de Muitos Capões, à leste com Sananduva, Caseiros, Ibiraiaras,

São Jorge e Guabiju.

Figura 12: Imagem informativa do município de Lagoa Vermelha.

O município é constituído por sete distritos, Santa Luzia, Clemente Argolo,

Tupinanbá, Capão do Cedro, Boqueirão, Fátima, Campinas. Ainda fazem parte do território

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do município, povoados, tais como, Barreiro, Capão do Cipó, Capela do Divino, Fazenda da

Esperança, Fazenda das Candeias, Linha Soares, Navegantes, Pizzamiglio, Rincão de São

Francisco, São Brás, São Joaquim, São Jorge, São Judas e Sítio do Erval.

A localização dos distritos pertencentes ao município está indicada na Figura 13

abaixo.

Figura 13: Distribuição dos distritos pertencentes à Lagoa Vermelha.

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6.1.1 História

A partir do século XVI, o território foi ocupado por gado, trazido pelos jesuítas das

reduções. O rebanho, em pouco tempo, tornou-se bravio e selvagem, reproduzindo-se em

mais de um milhão de cabeças.

A localidade conhecida como fundos dos campos de Vacaria, era rota de tropeiros

vindos de diversos pontos do Estado em direção à Feira de Sorocaba e vice-versa. Por aqui

paravam para descansar antes de prosseguir viagem. Esse caminho teria sido aberto entre

1734 e 1736.

A quantidade de gado disperso, a beleza natural da região e a crise no comércio de

mulas, por volta de 1840, atraíram posseiros de São Paulo e do Paraná, que passaram a

dedicar-se à pecuária.

Logo começaram a surgir os problemas de legitimidade das posses. Foi este o caso das

terras do fazendeiro José Ferreira Bueno, que tinha posse de uma fazenda de alguns milhares

de hectares. José Ferreira Bueno era capitão da guarda nacional, com serviços prestados nas

campanhas guerreiras do Sul. Possuía uma fazenda na Lapa, estado do Paraná. Descobriu nas

suas andanças por estas bandas, os rebanhos de gado alçado e os campos propícios para a

criação intensiva. Não teve dúvidas em se deslocar com parentes para fundar aqui, outra

fazenda. Dois anos depois, por volta de 1842, o local foi escolhido para a fundação da vila,

que, posteriormente, tornou-se município.

Os pioneiros ergueram uma capela rústica com tábuas de pinheiro lascado a machado;

construíram uma senzala e uma pequena casa. José Ferreira Bueno procurou contato com uma

tribo de índios que habitava no local e foi incentivando o aprisionamento do gado, sem dono,

para criar e tropear.

Posteriormente, José Ferreira Bueno marcou a data oficial para a fundação da

povoação, no dia 25 de janeiro de 1845. Promoveu uma reunião de moradores e fazendeiros,

improvisou uma festa e fez a doação verbal da área de terreno com um milhão de metros

quadrados para a edificação da futura cidade, com o nome de São Paulo de Lagoa Vermelha

em homenagem ao padroeiro.

Os aborígines foram os primeiros habitantes da região e representavam os vários

ramos da raça guarani. Depois disso, começam a chegar os imigrantes italianos, alemães e

poloneses.

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Em 1850, é criado o município de Vacaria, mas sete anos depois voltava à condição de

freguesia. No mesmo ano, dia 17 de fevereiro, São Paulo de Lagoa Vermelha é elevado à

categoria de freguesia. Lagoa Vermelha e Vacaria passam, então, a pertencer a Santo Antônio

da Patrulha. A área dessa, no início do terceiro milênio, abrangia em torno de 63 municípios.

Vacaria foi desmembrada em 22 de outubro de 1850, incluindo em seu território

Lagoa Vermelha.

A euforia pela criação do município de Vacaria durou pouco. Em 26 de novembro de

1857, pela Lei estadual n° 391, foi suprimido, voltando com o território de Lagoa Vermelha

para Santo Antonio da Patrulha.

Em 17 de fevereiro de 1857, o Conselheiro Jerônimo Francisco Coelho, Presidente da

Província, sancionou a Lei n° 358, que levava à categoria de Freguesia a Capela de São Paulo

de Lagoa Vermelha. Com esta promoção tornou grande vulto a campanha para a criação do

município. Depois de incessantes trabalhos de pessoas influentes da região, foi criado, pela

Lei Provincial n° 1018 de 12 de abril de 1876, o município de Lagoa Vermelha,

compreendendo nele todo território do nordeste da Província, incluindo Vacaria. A Vila de

Lagoa Vermelha (município) só foi instalada no dia 18 de janeiro de 1877.

A reação em Vacaria contra o município de Lagoa Vermelha foi forte, os seus líderes

não se conformaram com a situação e, em 1° de abril de 1878, foi novamente criado o

município de Vacaria, suprimindo-se o de Lagoa Vermelha. A freguesia de Lagoa Vermelha,

pelo Ato de 15 de outubro de 1878, passou à condição de 3° Distrito de Vacaria. Assim,

Lagoa Vermelha conseguiu sua primeira emancipação,em 12 de abril de 1876, que durou até

1° de abril de 1878, (neste período a comunidade lagoense ficou sob a administração de uma

Câmara de Vereadores nomeada).

A emancipação de Lagoa Vermelha ocorreu em 10 de maio de 1881, pela Lei n° 1309

e sua instalação definitiva, em 26 de janeiro de 1883, até esta data ficou sob o comando de

Vacaria.

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6.2 ASPECTOS DE LAGOA VERMELHA

A população residente no município de Lagoa Vermelha é de 27.434 habitantes, sendo

50,5% desse total é constituído pelo sexo feminino. A taxa de crescimento municipal tem

sofrido decaimento nos últimos sete anos, como pode ser verificado na Figura 14 seguinte.

Figura 14: Gráfico representativo do crescimento populacional do município.

Fonte: IBGE (2007).

6.2.1 Abastecimento de Água

O abastecimento da população, em sua maior parte, é feito pela Companhia

Riograndense de Saneamento, CORSAN, são 6880 domicílios na área urbana e 190

domicílios na área rural. A captação de água também é feita através de poços tubulares

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profundos ou nascentes, sendo 142 em área urbana e 1592 na área rural, segundo Censo

Demográfico do IBGE de 2000.

A água para o abastecimento público é captada do Rio Passinho Fundo e tratada pela

CORSAN. A distância, em linha reta, do ponto de captação até a Estação de Tratamento de

Água (ETA) da CORSAN é de 500 metros.

É importante salientar que o ponto de captação está livre de qualquer poluição de

indústrias ou esgotos cloacais. Somente existe no entorno atividades de agricultura.

Segundo Lei Municipal de Lagoa Vermelha 5.899 de 2006 é proibida a aplicação de

defensivos agrícolas com aeronaves, inclusive manobras, numa faixa inferior a 5,00km (cinco

quilômetros) do perímetro urbano e na bacia de captação de água.

São consumidos 4.000.000 m³/d de água em Lagoa Vermelha, existe dois pontos de

armazenamento de água no município, um com capacidade de 5.050 m³ no Alto Pedregal e

outro no pátio da ETA com volume de água de 1.800 m³.

O tratamento realizado na ETA da CORSAN é do tipo convencional, segundo

informações prestadas do responsável técnico pela execução da ETA.

O tratamento consiste em três processos físicos, que são floculação, sedimentação e

filtração.

A água captada ao chegar na ETA, passa pela adição de um floculador, sulfato de

alumínio ferroso. Nessa etapa, ocorre o a formação de pequenas partículas, que se aglutinam

através de reações químicas. O processo dura aproximadamente 15 minutos.

Após a água é encaminhada ao tanque de sedimentação, onde os flocos decantam. Em

seguida a água passa para os filtros. Nesse processo há a eliminação de 100% das impurezas

químicas e bacteriológicas.

O filtro é composto de camada de areia, cascalho e porcelana, o diâmetro do meio

filtrante é de 80 milímetros. A lavagem do filtro é feita diariamente e são gastos 184.000 litros

de água a cada ação de lavagem.

Ainda é adicionado para cloração cloro à água. São utilizados para o tratamento diário

dez quilos de Cl2.

As redes de abastecimento de água são em sua maioria de PVC, mas ainda existe

canalizações antigas que são de amianto. Qual a mesma esta proibida e é responsável por

perdas de água.

A capacidade de operação da ETA no projeto é de 45 l/s, embora atualmente sua vazão

de funcionamento está em 90 l/s. O que esta ocasionando uma demora excedente no

tratamento da água.

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Na ETA são realizados testes de qualidade da água tratada. Os parâmetros de pH, cor e

turbidez, são feitos a cada hora. Oxigênio dissolvido, ferro, manganês, matéria orgânica e

Demanda Bioquímica de Oxigênio são efetuados com periodicidade semanal. Na Tabela 5 são

apresentados os valores para os parâmetros analisados.

Tabela 5: Parâmetros da qualidade da água no ponto de captação e após o tratamento.

Parâmetro Água bruta Água pós

tratamento

ph 7,3 – 7,5 6 – 7,9

Cor (UNT) 30 2

Turbidez 14 – 15 0,4 – 0,3

Alcalinidade (mg/l) 28 15 – 16

OD (mg/l) 8,6 9

Ferro (mg/l) 0,4 0,00

Manganês (mg/l) 0,00 0,00

MO (mg/l) 2,4 0,4 – 0,5

DBO (mg/l) 0,2 0,4

Fonte: Informações disponibilizadas pelo responsável técnico pela ETA.

Ainda são realizados teste de parâmetros de produtos fitossanitários, mas o resultado

dos mesmos não foi disponibilizado.

Em Lagoa Vermelha não é realizado o tratamento do esgoto cloacal, o mesmo após

coleta nas residências é encaminhado para o Rio Andava.

O efluente doméstico, segundo Censo do IBGE, é a maioria captado pela rede geral de

esgoto, na área urbana são 5.709 domicílios, na área rural são apenas 83. Em zona urbana, 172

residências utilizam como sistema de tratamento a fossa séptica, na zona rural são 57 famílias

que optam por esse tratamento. O despejo diretamente em rio é feito por 18 famílias na zona

urbana e em zona rural são 48 famílias que praticam essa atividade.

De acordo com a Lei 5.899 as redes de abastecimento de água são em sua maioria de

PVC, mas ainda existe canalizações antigas que são de amianto. Qual a mesma esta proibida e

é responsável por perdas de água.

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6.2.2 Resíduos Sólidos

Em estudo realizado por Zanchetta (2007) obteve-se a composição gravimétrica do

resíduo no município.

Na coleta manual, os materiais predominantes nas amostras obtidas nos sete pontos do

lixão, em ambas as profundidades (0-50 cm e 150-200 cm), foram a massa pastosa (33% e

37,4%, respectivamente) e o plástico filme (18,5% e 21,9%, respectivamente), apresentados

na Figura 15. Por outro lado, com auxílio da pá carregadeira da retro, nos nove pontos de

coleta de amostras e em todas as profundidades amostradas (0-100, 100-250 e 250-300 cm), o

principal material obtido na composição gravimétrica dos RSU também foi a massa pastosa

(58,5%, 42,4% e 32,4%, respectivamente). O segundo material mais freqüente na

composição dos RSU variou com a profundidade de amostragem. Na camada mais superficial

(100 cm), predominou o plástico filme (10,0%) e nas demais camadas (250 e 350 cm) a pedra

(16,7% e 21,0%, respectivamente), apresentados na Figura 16.

A comparação das médias obtidas nas diferentes profundidades, amostradas com o

método de coleta manual, mostra que houve variação expressiva do metal ferroso (aço) e da

madeira. A média de aço foi de 10,8%, na profundidade de 0-50 cm; enquanto que entre 150-

200 cm foi de 2,6%. Já o percentual de madeira predominou na profundidade de 150-200 cm

(1,4%) e diminuiu em 0-50 cm (0,3%). Nas coletas realizadas com auxílio da

retroescavadeira, a análise comparativa entre as médias, mostrou maior variação dos materiais

avaliados nas três profundidades de amostragens (100, 250 e 350 cm): plástico rígido (3,6%,

11,0% e 6,6%, respectivamente), aço (7,3%, 12,9% e 12,1%, respectivamente); tecido (5,0%,

0,8% e 1,6%, respectivamente), vidro (8,3%, 7,8% e 16,1%, respectivamente).

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Figura 15: Composição gravimétrica (%) dos resíduos coletados manualmente em

duas profundidades

Fonte: Zanchetta (2007).

Figura 16: Composição gravimétrica (%) dos resíduos coletados com retroescavadeira

em três profundidades.

Fonte: Zanchetta (2007).

De acordo com a Lei Municipal de Lagoa Vermelha 5.890 de 2006 os resíduos

urbanos de origem domiciliar, serão acondicionados devidamente fechados em sacos plásticos

ou embalagens permitidas, e colocados em recipientes resistentes e impermeáveis, podendo

ainda, serem identificados com rótulos diferenciados, pela cor, símbolo ou expressão

correspondente ao grupo de resíduos a que se destina.

Nas áreas rurais, segundo a mesma Lei, os usuários deverão seletivamente separar os

resíduos, sendo que os orgânicos deverão ser destinados na propriedade, mediante sistema de

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compostagem, e os secos deverão ser lavados, acumulados e destinados pelo proprietário até

os locais de coleta e em dias previamente definidos pela Administração Municipal.

A Lei 5.890 ainda define que antes do acondicionamento do lixo em sacos plásticos, o

usuário deverá separar o orgânico do inorgânico, eliminar os líquidos e embrulhar

convenientemente cacos de vidro, materiais contundentes e perfurantes, de modo a não causar

dano a quem deva manuseá-los.

Para os resíduos industriais e serviço de saúde a Lei 5.890 define respectivamente que

os resíduos sólidos industriais, comerciais e de serviços serão acondicionados e fechados em

recipientes padronizados, com identificação visível sobre o tipo de resíduo e o risco que

representarem para a saúde e ao meio ambiente. Já os resíduos de serviço de saúde

provenientes de hospitais, casas de saúde, sanatórios, clinicas médicas e odontológicas,

ambulatórios e similares, deverão ser segregados e acondicionados de acordo com sua

classificação, visando reduzir o volume de resíduos contaminados e o risco de acidentes.

Os resíduos sólidos industriais deverão ser cadastrados individualmente através de

formulários padronizados fornecidos pelo órgão ambiental estadual. Os formulários serão

preenchidos pelas proprietários ou responsáveis das indústrias, devendo conter dados sobre a

composição dos resíduos e todas as demais informações necessárias à sua perfeita

identificação e classificação, de modo a permitir uma adequada prestação dos serviços desde

o acondicionamento, coleta, transporte, armazenamento, tratamento até a destinação final.

Os resíduos apresentados à coleta fora do horário estabelecido e de forma incorreta

caracterizam-se como infração e é passível de multa (LEI 5.890, 2006).

A LEI 5.890 de 2006 ainda proíbe:

Lançamento in natura a céu aberto, tanto em áreas urbanas quanto rurais;

Queima a céu aberto, em recipientes improvisados ou em instalações ou

equipamentos considerados inadequados nos termos da legislação vigente;

Lançamento em cursos d’água, em terrenos baldios, em poços ou cavidades

subterrâneas, em rede de drenagem de águas pluviais, em esgotos ou em áreas

sujeitas a inundações;

Infiltração de resíduos ou efluentes no solo sem tratamento prévio.

Segundo dados do Estudo de Impacto Ambiental (2003) os resíduos sólidos foram

separados, segundo sua destinação, em: coleta, queimado em propriedade, enterrado em

propriedade, jogado em terreno baldio, jogado em rio. Em zona urbana o lixo é coletado em

6.527 domicílios, em 347 eles são queimados, em 61 residências são enterrados, 90

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domicílios optam por jogar em terreno baldio e 41 famílias fazem o despejo em rios. A

situação em zona rural possui uma nova configuração, visto que a maior parte, 1.298 são

queimados na propriedade, apenas 132 famílias encaminham para coleta, 253 domicílios

enterram seu lixo, 103 residências jogam em terreno baldio e 8 famílias efetuam o despejo em

rios. Os dados citados anteriormente foram levantados pelo Censo Demográfico do IBGE

2000.

6.2.3 Energia

Segundo informações coletadas do Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul

edição 2008, o consumo de energia no município de Lagoa Vermelha é 20.000 MWh a

300.000 MWh, sendo que a prestadora do serviço de energia elétrica é a Rio Grande Energia -

RGE. A forma de geração de energia é através de Centrais Geradoras Hidrelétricas. A maior

parte da energia gerada é distribuída à indústria 49%, as residências recebem 27% da energia

gerada, 13% quem recebe é o setor industrial e igualmente o setor rural.

6.2.4 Economia

A soma de todos os bens e valores monetários, circulados no município de Lagoa

Vermelha durante o período de 2007, foi em sua maior parte advinda dos serviços prestados

no município. A agricultura e as indústrias detêm a terça parte do PIB municipal. Essa

situação pode ser verificada na Figura 17, abaixo.

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Figura 17: Gráfico que representa o Produto Interno Bruto de Lagoa Vermelha.

Fonte: IBGE (2007).

A produção agrícola no município de Lagoa Vermelha é uma questão muito presente.

No Quadro 4 é possível verificar a produção de diferentes culturas ao longo dos anos de 2004

e 2006.

Quadro 4: Produção agrícola no município de Lagoa Vermelha.

Cultura Produção em toneladas entre 2004 e 2006

Soja 50.000 – 100.000

Milho 20.000 – 50.000

Trigo 10.070 – 54.066

Feijão 315 – 1.000

Mandioca 0 – 2.000

Erva-mate 500 – 5.000

Amendoim 0 – 15

Batata doce 0 – 500

Batata inglesa 3.123 – 10.000

Fonte: Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2008)

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A produção média de carvão vegetal no município foi de até 50 toneladas entre os

anos de 2004 e 2006.

A área do município como pode ser verificado na Figura 18 e Figura 19 é

predominantemente compostas por campos, onde é realizada a criação de bovinos, e em parte

pela agricultura no cultivo de culturas de inverno e verão.

Figura 18: Representação da vegetação presente na área do Estado.

Fonte: Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2008)

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Figura 19: Representação da vegetação presente na área do Estado.

Fonte: Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2008)

A pecuária na região de Lagoa Vermelha é predominantemente criação de bovinos.

Entre os anos de 2004 e 2006 a criação de bovinos obteve média de 10.000 cabeças a 100.000

cabeças. A criação de suínos, no mesmo ano foi menor, entorno de 62 e 10.000 cabeças.

A criação de aves, entre 2001 e 2003, foi entre 20.000 cabeças e 200.000 cabeças. A

criação de ovelhas é a atividade menos desenvolvida da região, tendo sido de até 500 cabeças

entre os mesmos anos.

A produção de leite foi na região de Lagoa Vermelha foi de 10.000 litros a 20.000

litros entre os anos de 2001 e 2003

A planta industrial do município possui.50 estabelecimentos, que geraram no ano de

2005 um Valor Adicionado Bruto ao município de 10.000 reais. Sendo que a principal classe

industrial presente no município é a indústria moveleira.

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O faturamento no setor alimentício, mecânico e vestuário geraram 1 milhão de reais no

ano de 1999. O setor imobiliário gerou um Valor Adicionado Bruto de 50.000 milhões de

reais.

A cidade de Lagoa Vermelha tem em média 500 estabelecimentos comerciais, sendo

este o setor que mais gera o Produto Interno Bruto ao município, como foi possível verificar

na Figura 17. Seu faturamento de Valor Adicionado Bruto, no ano de 1999, foi de 100.000

milhões de reais.

6.2.5 Recursos Hídricos

O município de Lagoa Vermelha pertence à Bacia Hidrográfica do Uruguai e Sub-

bacia do Taquari-Antas. As províncias geomorfológicas abrangidas pela bacia são: Planalto

Meridional e a Depressão Central, como apresentadas na Figura 20 e Figura 21 em seqüência.

Figura 20: Representação das Bacias Hidrográficas do Estado do Rio Grande do Sul.

Fonte: Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2008)

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Os principais corpos hídricos presentes na Bacia Taquari-Antas são o Rio das Antas,

Tainhas e Carreiro.

Figura 21: Delimitação da área da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas.

Fonte: Relatório anual de Recursos Hídricos (2008).

O Rio Passinho Fundo é o recurso hídrico mais próximo da urbanização do município.

O mesmo encontra-se a sudoeste do município. A localização exata pode ser verificada na

Figura 22 a seguir.

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Figura 22: Imagem da área pertencente ao município de Lagoa Vermelha, destacando

o Rio Passinho Fundo.

6.2.6 Caracterização do Solo

Predominam em Lagoa Vermelha, segundo estudo de Smaniotto (2001), litologias da

Formação da Serra Geral, Grupo São Bento, da idade Juro-Cretáceo, constituídas de rochas

que gradacionaram de tipos mais básicos. Em toda a área e ao redor do local investigado,

constatou-se a existência de um único tipo litológico, constituído de rochas de coloração que

variam do cinza claro ao cinza-escuro, às vezes avermelhados afaníticos e em geral alternados

na superfície. Em superfície os basaltos possuem como características em cerrado

fraturamento horizontal, podendo a zona basal de alguns derrames se apresentarem de forma

maciça, mas afetadas pela ação da tectônica rígida. Em toda a área são vistos os efeitos da

ação de um intenso fraturamento decorrente da tectônica rígida. Estando a rocha de

embasamento muito fraturada, o nível de alteração é acentuado, no entanto, o manto de

alteração é relativamente delgado com profundidade média variando de 2,00 a 4,00 metros.

Rio Passinho Fundo

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Tendo a seqüência basáltica da Formação Serra Geral, as composições químicas são

diversas, com a presença de cristais de calcita, zeólitas, quartzo e outros minerais

preenchendo zonas visiculares, fissuras e zonas brechadas, bem como uma significativa

variação de rochas básicas na base até rochas ácidas no topo, as águas contidas nos planos de

falhas percolando por essas rochas adquirem um caráter alcalino bicarbonatado pela

dissolução dos sais, absorção de elementos menores, etc, adquirindo dessa forma uma

classificação de água mineral. Os rios que banham o território são de pequeno porte, não

havendo cursos navegáveis e pertencem às bacias do Rio Pelotas e das Antas (SMANIOTTO,

2001).

O relevo como pode ser verificado na

Figura 23 é classificado como morrotes baixos, relevo ondulado onde predominam

amplitudes locais inferiores a 50 metros. Topos arredondados, vertentes com perfis convexos

e retilíneos. Possuem drenagem de alta intensidade, padrão subdentrítico, presença eventual

de área alagadas e declividade inferior a 10°.

Figura 23: Carta de geomorfologia do município.

Fonte: Engevix; Biodinâmica (2003).

Existem dois tipos de solo que se destacam na região de Lagoa Vermelha: Nitossolo

Háplico Intermediário para Nitossolo Vermelho Alumínico A e Latossolo Bruno

Intermediário para Latossolo Vermelho Alumínico A.

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O perfil do Nitossolo Háplico Intermediário para Nitossolo Vermelho Alumínico A é

do tipo A proeminente, Bt e C com baixo gradiente textural. As tonalidade de cores vão de

bruno-avermelhadas com matizes 2,5 YR a 4YR. A textura é muito argilosa com baixa

atividade das argilas. Os teores de Fe2O3 superam os 15%. Ainda possuem baixas reservas de

nutrientes e saturação com alumínio trocável superior a 50%.

Os Latossolo Bruno Intermediário para Latossolo Vermelho Alumínico A, são solos

minerais, não-hidromórficos profundos a muito profundos e bem drenados. A textura desse

tipo de solo é bastante argilosa, com teores de Fe2O3 superiores a 18%. A sua capacidade de

troca catiônica é maior que 6,5. Essa variação de solo são pobres quimicamente, com elevado

teores de alumínio trocável, ácidos e poucas reservas minerais.

A suscetibilidade a erosão na região de Lagoa Vermelha na direção Oeste é

considerada Moderada devido a sua textura muito argilosa e declividade entre 8 e 20%.

A tendência a processos erosivos nas áreas circundantes a região urbanizada do

município é considerada Ligeira, pois possui relevo com ondulações suaves e solos estáveis

devido ao tipo de solo presente no local.

Na região Leste a suscetibilidade é considerada Moderada/Forte, por estar situada em

uma região de solo Nitossolo Háplico Intermediário para Nitossolo Vermelho Alumínico

A descrição acima pode ser observada na

Figura 24 abaixo.

Figura 24: Carta de suscetibilidade a erosão.

Fonte: Engevix; Biodinâmica (2003).

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Para atender os requisitos de segurança com relação ao tipo de solo, declividade do

terreno, suscetibilidade a erosão a Lei Municipal de Lagoa Vermelha 5.898 de 2006 estabele

diretrizes para o parcelamento do solo, não sendo permitido o parcelamento em:

Em terrenos alagadiços, antes de tomadas as providências para assegurar o

escoamento das águas, e em terrenos sujeitos a inundações;

Em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública,

sem que sejam previamente saneados;

Em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo

quando atendidas exigências específicas quanto a contenção de terra;

Em terrenos onde as condições geológicas não aconselhem a edificação;

Em áreas de preservação ambiental ou naquelas onde a poluição impeça

condições sanitárias suportáveis, até sua correção.

Os loteamentos deverão atender pelo menos aos seguintes requisitos:

As áreas destinadas ao sistema de circulação, à implantação de equipamentos,

urbanos e comunitários, bem como a espaços livres de uso público, incluídas as

áreas verdes, serão proporcionais à gleba e nunca inferior a 35% (trinta e cinco

por cento) da área loteável;

As áreas verdes serão no mínimo iguais a 10% (dez por cento) da área loteável,

devendo o restante das áreas públicas serem destinados a equipamentos

comunitários e sistema viário;

Os lotes terão área mínima equivalente a 200m² (duzentos metros quadrados),

testada mínima igual a 8m (oito metros), respeitadas as demais exigências

previstas nesta Lei;

As vias projetadas deverão harmonizar-se com a topografia local;

Todas as ruas a serem projetadas e construídas deverão ter o declive mínimo de

0,3% (zero vírgula três por cento) e o máximo de 25% (vinte e cinco por

cento);

O comprimento das quadras dos loteamentos não poderá ser superior a 250 m

(duzentos e cinqüenta metros), devendo o arruamento ser compatível com as

ruas existentes e projetadas em seu entorno;

As áreas públicas a serem entregues ao Município terão no mínimo 30% (trinta

por cento) de seu total em um só perímetro, onde possa ser inscrito um círculo

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com raio mínimo de 10 m (dez metros), e em terreno com declividade inferior

a 30% (trinta por cento);

As tubulações que não passarem pelas vias públicas terão faixas sanitárias "non

aedificandi" com largura mínima de 3,00 m (três metros);

As servidões de passagem para acesso de um imóvel ao outrodeverão possuir

largura mínima igual a dois metros e meio.

6.2.7 Caracterização da Flora

Segundo dados do Engevix; Biodinâmica (2003) a vegetação na área do município de

Lagoa Vermelha é predominantemente a Floresta Ombrófila Mista ou Vegetação Secundária

em Estágio Avançado de Regeneração. Esse tipo de vegetação é encontrada bastante

fragmentada, em forma de capões. Sofreu fortes intervenções antrópicas e intercalados por

cultivos agrícolas.

As espécies predominantes são a Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro), Lithraea

brasilienses (bugreiro) e a Sebastiania commersoniana. Outras espécies também são

encontradas na área, ameaçadas de extinção: Clethra scabra, Gochnatia polymorpha,

Myrocarpus frondosus, Celtis tala e Drymis brasilienses.

Campos de Altitude Sulinos também são verificados na região, podem formar

mosaicos de Floresta Ombrófila Mista. Bastante utilizado para pastagem do gado. As espécies

encontradas na região são: Papalum notatum (grama-forquilha), Andropogon lateralis (capim-

caninha), Erianthus angustifolius (macega), Arsitida pallens (barba-de-bode), Baccahris

trimera (carquejas) e Eryngiun horridum (caraguatá).

São observadas na área em estudo, algumas espécies de vegetação de reflorestamento,

basicamente Pinus elliottii e Eucalyptus grandis. Também, são cultivadas na área espécies

frutíferas.

O município de Lagoa Vermelha, bem como, grande parte do Rio Grande do Sul

pertence ao Bioma de Mata Atlântica. Tal situação pode ser verificada na Figura 25 seguinte.

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Figura 25: Biomas presentes no Estado do Rio Grande do Sul.

Na Lei Municipal de Lagoa Vermelha 5.899 de 2006 ficam estabelecido as espécies

vegetais que são proibidas de serem plantadas no município, são elas:

Pequeno porte: o flamboyant, o urucum, a espirradeira, a bucha de garrafa e o

algodão;

Médio porte: o chorão, o falso chorão e o ligustro;

Grande porte: o flamboyant.

As espécies que deverão ter o seu uso e plantio incentivado são as seguintes:

Pequeno porte: a murta, o ipê, a extremosa, a primavera, o guabijú e a

pitangueira;

Médio porte: a quaresmeira, a pata-de-vaca, a cássia imperial, o cacho-de-ouro,

a extremosa, a magnólia amarela, a sibipiruna, o ipê e a pitangueira;

Grande porte: a sibipiruna, o jambolão, o pau-ferro, o ipê, o jacarandá, a

canforeira, a tipuana, o carvalho europeu, o angico e a corticeira.

A mesma Lei estabelece diretrizes para o plantio de árvores em passeio público.

Em passeios com largura inferior a 1,50m (um metro e meio) não será

permitido o plantio de árvores;

Em passeios com largura acima de 1,50m (um metro e meio), com rede de

energia elétrica, deverão ser plantadas espécies de pequeno porte;

Em passeios com largura acima de 1,50m (um metro e meio), sem rede de

energia elétrica, deverão ser plantadas espécies de pequeno e ou médio porte;

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Em passeios com largura acima de 3,00m (três metros), sem rede de energia

elétrica, poderão ser plantadas espécies de grande porte;

Em locais onde houver o plantio de árvores nos dois lados da rua, devem ser

plantadas árvores num lado da rua em posições intercaladas com as do outro

lado.

6.2.8 Caracterização da Fauna

De acordo com dados Engevix; Biodinâmica (2003) as espécies de animais presentes

na área de Floresta Ombrófila Mista, são compostas de roedores. Também é percebido a

presença de aves como o papagaio-charão, bem como, sazonalmente a presença de gralhas-

azuis. Espécies de corujas, pica-paus, papagaios-de-peito-roxo, azulinho entre outras espécies

podem ser avistadas na área.

Através de estudo realizado no local, foi possível estabelecer uma listagem de espécies

presentes. Nos quadros apresentados no Anexo 3, Anexo 4, Anexo 5, Anexo 6 deste trabalho

são identificados o nome popular e científico de cada espécie.

A partir das pesquisas realizadas sobre o município de Lagoa Vermelha , e pesquisas

de literatura para soluções dos principais problemas identificados na cidade foi possível

sugerir ações imediatistas para os seguintes itens listados na seqüência.

6.3 ÁGUA DE ABASTECIMENTO

Pelo fato de haver canalizações antigas de distribuição de água e de material impróprio

para a finalidade a qual esta sendo dirigida, e ainda haver perdas na distribuição da água,

sugere-se a troca dessas conexões antiquadas por canalização de PVC.

Propõe-se também o controle da qualidade da água nas canalizações, pois como foi

mencionado anteriormente existe a possibilidade de criação de biofilme no interior dos tubos

e acumulação de cloro, sendo que o mesmo é considerado causador de enfermidades quando

acumulado no organismo humano.

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6.4 ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO

Devido ao fato que a região no entorno do município tem vocação agrícola, sugere-se

que seja feita conferência mensal da qualidade da água de irrigação. Os parâmetros a serem

observados são os que constam no Anexo 2.

6.5 PRODUÇÃO MAIS LIMPA

6.5.1 Certificação Municipal

Propõem-se a criação de uma certificação ambiental municipal para as empresas que

realizarem alguma ação que seja benéfica ao meio ambiente. Este processo deverá ser livre de

despesas.

A principal finalidade dessa proposta é o incentivo a adoção de práticas

ambientalmente corretas gerando consciência ambiental tanto no empreendedor como no

consumidor, que poderá escolher por empresas ambientalmente responsáveis.

6.5.2 Efluente Cloacal

Devido à inexistência de tratamento do esgoto doméstico na cidade de Lagoa

Vermelha, sugere-se que após a captação do mesmo, o efluente seja coletado e armazenado

em lugar adequado, evitando assim a contaminação do solo e dos recursos hídricos, para

posterior aproveitamento na agricultura e jardins.

Para garantir a segurança da atividade proposta recomenda-se a adoção de coletas de

amostras do material, com periodicidade quinzenal, para confrontação com os parâmetros

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estabelecidos pela EPA, constante no Anexo desse trabalho, Anexo 1: Diretrizes sugeridas

pela EPA para reuso de água.

Caso não esteja adequado para a finalidade proposta realizar seu tratamento.

6.5.3 Resíduos Sólidos

Devido ao fato de a maior porcentagem do resíduo doméstico produzido no município

ser de características orgânicas, sugere-se a implantação de uma usina de compostagem, de

acordo com as especificações mencionadas no item 4.2.1.

Recomenda-se que o processo de compostagem do solo seja natural, com aeração

manual periódica, visto que o município de Lagoa Vermelha é considerado de pequeno porte,

não produzindo assim resíduos em grandes quantidades.

Para os resíduos domésticos recicláveis propõem-se a criação de usina de reciclagem,

para segregação do material recolhido nas residências. A segregação será feita através de

pessoas que farão parte de uma cooperativa. Nessa cooperativa serão ministrados cursos para

aperfeiçoamento e para a possibilidade de renda através da confecção de materiais a partir de

produtos recicláveis.

A coleta do lixo orgânico passará diariamente por todo o município e o recolhimento

do resíduo reciclável será duas vezes na semana, nos seguintes dias: segunda e quinta.

O acondicionamento temporário do resíduo será feito através de containeres alocados

distantes três quadras uns dos outros. A localização dos mesmos esta indicada na Figura 27.

Serão disponibilizados dois containeres, um para o resíduo orgânico na cor marrom e outro

para o reciclável na cor verde. A capacidade dos containeres é 660 litros. A Figura 26

exemplifica o recipiente para coleta de resíduo.

Para haver conscientização das pessoas para a importância de haver a segregação

correta, e diminuição da quantidade de resíduo gerado, serão confeccionados panfletos

informativos e realizar-se-á palestras em escolas sobre a importância de preservação do meio

ambiente.

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Figura 26: Container sugerido para o acondicionamento temporário de resíduos.

Figura 27: Localização dos coletores temporários propostos.

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6.5.4 Bolsa de Alimentos

Sugere-se também a criação de uma Bolsa de Alimentos para as pessoas carentes. Este

projeto funcionará através de doações de alimentos de restaurante em excesso, bem como de

fruteiras e mercados.

6.5.5 Indústria Movelereira

Em conseqüência do fato que o principal ramo da indústria presente no município, é o

moveleiro, propõe-se a criação de uma cartilha e o assessoramento para essas empresas, com

o objetivo de fomentar práticas de Produção mais Limpa no setor, como por exemplo:

Desligamento da chave geral de energia elétrica após o término do turno de

trabalho, melhor aproveitamento da luz natural para iluminação da fábrica para

diminuição no consumo de energia elétrica;

Aproveitamento de madeira de demolição para fabricação de peças

diferenciadas;

Utilização de madeiras de reflorestamento como matéria prima;

Utilização de parafuso de madeira no lugar ao de metal, reduzindo assim o

resíduo de metal e reaproveitando as madeiras que sobram na fábrica;

Informação sobre a correta destinação dos resíduos gerados, principalmente os

tóxicos, como tintas e vernizes.

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7 CONCLUSÃO

Através da realização do presente trabalho, foi possível desenvolver a percepção de

como a saúde ambiental dos municípios está vulnerável, motivados, principalmente, pela

precariedade dos planejamentos ambientais existentes.

Os dois principais problemas presentes nas cidades são o efluente cloacal e os resíduos

sólidos urbanos. O primeiro é pertinente, pelo motivo que na maioria das cidades inexiste o

tratamento adequado desse efluente, ou nem toda a população é atendida. O segundo

apontamento é preocupante pelo fato que, são poucos os municípios que mantém a disposição

correta dos seus resíduos, a maior parte os faz de forma inadequada, gerando riscos de

contaminação do solo, águas subterrâneas e superficiais que algumas vezes são as fontes de

abastecimento público.

Finaliza-se este trabalho com a certeza da necessidade de planejamentos ambientais

pertinentes e voltados para a preservação ambiental e a minimização dos impactos gerados

pela sociedade até o presente momento, devido a instalações inadequadas, atitudes

impensadas e não planejadas.

7.1 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

Como recomendação para trabalhos futuros, fica a sugestão da implementação das

ações propostas principalmente as relacionada aos resíduos sólidos.

Sugere-se também um levantamento detalhado das indústrias presentes no município

para posterior avaliação dos impactos que as mesmas estão causando, e ainda adoção de

práticas de Produção mais Limpa para as indústrias.

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ANEXOS

Anexo 1: Diretrizes sugeridas pela EPA para reuso de água.

Tipos de reuso Qualidade da água de reuso Distância de segurança(1) Comentários

Urbano; Agriculturairrestrita;

pH(9) = 6 a 9;DBO(8) = 10 mg/L;Turdidez = 2 UNT(2);CF = não detectável(3);Cl2 residual(11) = > 1mg/L(4);

15 m de poços paraabastecimento de águapotável;

Para água de reuso urbano amesma não deve possuir cor eodor;

Para agricultura irrestrita, altosníveis de nutrientes podemcausar efeitos adversos durantecertas fases de crescimento dasplantas;

Irrigação comacesso restrito; Agricultura comalimentos processadoscomercialmente; Agricultura de nãoprodução de alimentos;

pH(9) = 6 a 9;DBO(8) = 30 mg/L;SST(10) = 30 mg/L;CF = 200 CF/100ml(5,6);Cl2 residual(11) = > 1mg/L(4);

90 m de poços paraabastecimento de águapotável;

Para reuso na agricultura,30 m de áreas acessíveisao público (spray éutilizado);

Se a irrigação é feita com spraySST ≤ 30 mg/L;

Para reuso na agricultura, altosníveis de nutrientes podemcausar efeitos adversos durantecertas fases de crescimento dasplantas;

Agricultura de não produção dealimentos: animais leiteirosdevem ser proibidos de pastarapós o término da irrigação. Senão for seguido este tempo CF =14CF/100ml;

Represas utilizadaspara lazer (pesca

pH(9) = 6 a 9;DBO(8) = 10 mg/L;

150 m de poços paraabastecimento de água

Decloração pode ser necessáriapara proteger vida aquática;

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navegação e contatodireto);

Turdidez = 2 UNT(2);CF = não detectável(3);Cl2 residual(11) = > 1mg/L(4);

potável se o fundo dopoço não é selado;

Água de reuso não pode irritar apele, deve ser clara e sem odor enão conter níveis mensuráveisde patógenos viáveis;

Remoção de nutrientes pode sernecessária para evitar criação dealgas em represas;

Consumo de peixe é permitido;

Represas paracomposição de paisagem(não permitido contato); Ambiental (charco,pântano, aumento davazão de rio);

DBO(8) = 30 mg/L;SST(10) = 30 mg/L;CF = 200 CF/100ml(5,6);Cl2 residual(11) = > 1mg/L(4);

150 m de poços paraabastecimento de águapotável se o fundo dopoço não é selado;

Decloração pode ser necessáriapara proteger vida aquática;

Remoção de nutrientes pode sernecessária para evitar criação dealgas em represas;

Para reuso ambiental:possibilidade de efeitos noaqüífero deve ser avaliada e atemperatura não deve afetar oecossistema;

Potável indireto(aumento do suprimentosuperficial de água)

pH(9) = 6,5 a 8,5;Turdidez = 2 UNT(2);CF = não detectável(3);Cl2 residual(11) = > 1mg/L(4);COT = 3 mg/L(7)

Depende da localização;

O nível de tratamento éespecífico do lugar e depende defatores como: qualidade da água,tempo e distância do ponto delançamento, diluição esubseqüente tratamento antes desua distribuição para usospotáveis;

A água de reuso não deve conterníveis mensuráveis de patógenosviáveis.

(1) São recomendados para proteger os suprimentos de água potáveis de contaminação e os seres humanos de riscos desnecessários; (2) Deve ser alcançadoantes da desinfecção;(3) O número de Coliformes Fecais (CF) não deve exceder a 14/100ml em nenhuma amostra; (4) O total de cloro residual deve ser

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atingido após um tempo de contato mínimo de 30 minutos; (5) O número de CF não deve exceder a 800/100ml em nenhuma amostra; (6) Omonitoramento deve incluir compostos inorgânicos e orgânicos, ou classe de compostos, que são conhecidos ou suspeitos de serem tóxicos, carcinogênicos,teratogênicos, ou mutagênicos e não estão incluídos nos padrões de água potável; (7) COT: carbono oxigênio orgânico; (8) DBO:demanda bioquímica deoxigênio; (9) pH: potencial de hidrogênio; (10) SST: sólidos suspensos totais; (11) Cl2 residual: cloro residual.

Fonte: EPA, 2004

Anexo 2: Parâmetros de qualidade da água de acordo com a Resolução do CONAMA 357/2005.

Parâmetro Classe I Classe II Classe III

Clorofila α 10 µg/L 30 µg/L 60 µg/L

Densidade de cianobactérias 20.000 cel/mL 50.000 cel/mL 100.000 cel/mL

Sólidos dissolvidos totais 500 mg/L 500 mg/L 500 mg/L

Efeito tóxico não haver efeito crônico não haver efeito crônico não haver efeito agudo

Materiais flutuantes inclusive

espumas não naturaisvirtualmente ausentes virtualmente ausentes virtualmente ausentes

Óleos e graxas virtualmente ausentes virtualmente ausentes virtualmente ausentes

Substâncias que comuniquem gosto

ou odorvirtualmente ausentes virtualmente ausentes virtualmente ausentes

Corantes provenientes de fontes

antrópicasvirtualmente ausentes

permitidos desde que possam

ser removidos por coagulação,

sedimentação e filtração

permitidos desde que possam ser

removidos por coagulação,

sedimentação e filtração

Resíduos sólidos objetáveis virtualmente ausentes virtualmente ausentes virtualmente ausentes

Coliformes termotolerantes< 200 CT/100 ml em 80% ou

mais em pelo menos 6 amostras

< 1000 CT/100 ml em 80% ou

mais em pelo menos 6

< 4000 CT/100 ml em 80% ou

mais em pelo menos 6 amostras

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(durante um ano, com freqüência

bimestral)

amostras (durante um ano, com

freqüência bimestral)

(durante um ano, com freqüência

bimestral)

DBO5 < 3 mg/L O2; < 5 mg/L O2 < 10 mg/L O2

OD ≥ 6 mg/L O2 ≥ 5 mg/L O2 ≥ 4 mg/L O2

Turbidez < 40 UNT < 100 UNT < 100 UNT

Cor verdadeira Cor natural do corpo de água < 75 mg Pt/L < 75 mg Pt/L

pH 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0

Parâmetros inorgânicos

Arsênio total 0,14 µg/L As 0,14 µg/L As 0,033 mg/L As

Alumínio dissolvido 0,1 mg/L Al 0,1 mg/L Al 0,2 mg/L Al

Antimônio 0,005 mg/L Sb 0,005 mg/L Sb -

Bário total 0,7 mg/L Ba 0,7 mg/L Ba 1,0 mg/L Ba

Berílio total 0,04 mg/L Be 0,04 mg/L Be 0,1 mg/L Be

Boro total 0,5 mg/L B 0,5 mg/L B 0,75 mg/L B

Cádmio total 0,001 mg/L Cd 0,001 mg/L Cd 0,01 mg/L Cd

Chumbo total 0,01 mg/L Pb 0,01 mg/L Pb 0,033 mg/L Pb

Cianeto livre 0,005 mg/L CN 0,005 mg/L CN 0,022 mg/L CN

Cloreto total 250 mg/L Cl 250 mg/L Cl 250 mg/L Cl

Cloro residual total 0,01 mg/L Cl 0,01 mg/L Cl -

Cobalto total 0,05 mg/L Co 0,05 mg/L Co 0,2 mg/L Co

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Cobre dissolvido 0,009 mg/L Cu 0,009 mg/L Cu 0,013 mg/L Cu

Cromo total 0,05 mg/L Cr 0,05 mg/L Cr 0,05 mg/L Cr

Ferro dissolvido 0,3 mg/L Fe 0,3 mg/L Fe 5,0 mg/L Fe

Fluoreto total 1,,4 mg/L F 1,,4 mg/L F 1,4 mg/L F

Fósforo total (ambiente lêntico) 0,020 mg/L P 0,030 mg/L 0,05 mg/L P

Fósforo total (ambiente

intermediário, tribitário direto de

ambiente lêntico)

0,025 mg/L P 0,050 mg/L 0,075 mg/L P

Fósforo total (ambiente lótico e

tributários de ambiente

intermediário)

0,1 mg/L P 0,1 mg/L P 0,15 mg/L P

Lítio total 2,5 mg/L Li 2,5 mg/L Li 2,5 mg/L Li

Manganês total 0,1 mg/L Mn 0,1 mg/L Mn 0,5 mg/L Mn

Mercúrio total 0,0002 mg/L Hg 0,0002 mg/L Hg 0,002 mg/L Hg

Níquel total 0,025 mg/L Ni 0,025 mg/L Ni 0,025 mg/L Ni

Nitrato 10,0 mg/L N 10,0 mg/L N 10,0 mg/L N

Nitrito 1,0 mg/L N 1,0 mg/L N 1,0 mg/L N

Nitrogênio amoniacal total

3,7 mg/L N, para pH ≤ 7,5

2,0 mg/L N, para 7,5 < pH ≤ 8

1,0 mg/L N, para 8 < pH ≤ 8,5

3,7 mg/L N, para pH ≤ 7,5

2,0 mg/L N, para 7,5 < pH ≤ 8

1,0 mg/L N, para 8 < pH ≤ 8,5

13,3 mg/L N, para pH ≤ 7,5

5,6 mg/L N, para 7,5 < pH ≤8

2,2 mg/L N, para 8 < pH ≤8,5

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0,5 mg/L N, para pH > 8,5 0,5 mg/L N, para pH > 8,5 1,0 mg/L N, para pH > 8,5

Prata total 0,01 mg/L Ag 0,01 mg/L Ag 0,05 mg/L Ag

Selênio total 0,01 mg/L Se 0,01 mg/L Se 0,05 mg/L Se

Sulfato total 250 mg/L SO4 250 mg/L SO4 250 mg/L SO4

Sulfeto (H2S não dissociado) 0,002 mg/L S 0,002 mg/L S 0,3 mg/L S

Urânio total 0,02 mg/L U 0,02 mg/L U 0,02 mg/L U

Vanádio total 0,1 mg/L V 0,1 mg/L V 0,1 mg/L V

Zinco total 0,18 mg/L Zn 0,18 mg/L Zn 5 mg/L Zn

Parâmetros orgânicos

Acrilamida 0,5 µg/L 0,5 µg/L -

Alacloro 20 µg/L 20 µg/L -

Aldrin + dieldrin 0,005 µg/L 0,005 µg/L 0,03 mg/L

Atrazina 2 µg/L 2 µg/L 2 µg/L

Benzeno 0,005 µg/L 0,005 µg/L 0,005 mg/L

Benzidina 0,0002 µg/L 0,0002 µg/L -

Benzo(a)antraceno 0,018 µg/L 0,018 µg/L -

Benzo(a)pireno 0,018 µg/L 0,018 µg/L 0,7 µg/L

Benzo(b)fluoranteno 0,018 µg/L 0,018 µg/L -

Benzo(k)fluoranteno 0,018 µg/L 0,018 µg/L -

Carbaril 0,02 µg/L 0,02 µg/L 70,0 µg/L

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Clordano (cis + trans) 0,04 µg/L 0,04 µg/L 0,3 µg/L

2 – Clorofenol 0,1 µg/L 0,1 µg/L -

Criseno 0,018 µg/L 0,018 µg/L -

2,4 – D 4,0 µg/L 4,0 µg/L 30,0 µg/L

Demeton (demeton-O + demeton –

S)0,1 µg/L 0,1 µg/L 14,0 µg/L

Dibenzo(a,h)antraceno 0,018 µg/L 0,018 µg/L -

1,2 – Dicloroetano 0,01 mg/L 0,01 mg/L 0,01 mg/L

1,1 – Dicloroeteno 0,003 mg/L 0,003 mg/L 30 µg/L

2,4 – Diclorofenol 0,3 µg/L 0,3 µg/L -

Diclorometano 0,02 mg/L 0,02 mg/L -

DDT (p,p` – DDT + p,p` - DDE +

p,p`- DDD)0,002 µg/L 0,002 µg/L 1,0 µg/L

Dodecacloro pentaciclodecano 0,001 µg/L 0,001 µg/L 0,001 µg/L

3,3 – Diclorobenzidina 0,028 µg/L 0,028 µg/L -

Endossulfan (α + β + sulfato) 0,056 µg/L 0,056 µg/L 0,22 µg/L

Endrin 0,004 µg/L 0,004 µg/L 0,2 µg/L

Estireno 0,02 mg/L 0,02 mg/L -

Etilbenzeno 90,0 µg/L 90,0 µg/L -

Fenóis totais (reagem com 4 – 0,003 mg/L C6H5OH 0,003 mg/L C6H5OH 0,01 mg/L C6H5OH

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aminoantripirina)

Glifosato 65 µg/L 65 µg/L 280 µg/L

Gution 0,005 µg/L 0,005 µg/L 0,005 µg/L

Heptacloro epóxido + heptacloro 0,000039 µg/L 0,000039 µg/L 0,03 µg/L

Hexaclorobenzeno 0,00029 µg/L 0,00029 µg/L -

Indeno (1,2,3 - cd)pireno 0,018 µg/L 0,018 µg/L -

Lindano (γ – HCH) 0,02 µg/L 0,02 µg/L 2,0 µg/L

Malation 0,1 µg/L 0,1 µg/L 100,0 µg/L

Metalacloro 10 µg/L 10 µg/L -

Metoxicloro 0,03 µg/L 0,03 µg/L 20,0 µg/L

Paration 0,04 µg/L 0,04 µg/L 35,0 µg/L

PCBs – bifenilas policloradas 0,000064 µg/L 0,000064 µg/L 0,001 µg/L

Pentaclorofenol 3,0 µg/L 3,0 µg/L 0,009 mg/L

Simazina 2,0 µg/L 2,0 µg/L -

Substâncias tensoativas (reagem

com azul de metileno)0,5 mg/L LAS 0,5 mg/L LAS 0,5 mg/L LAS

2,4,5 – T 2,0 µg/L 2,0 µg/L 2,0 µg/L

Tetracloreto de carbono 1,6 µg/L 1,6 µg/L 0,003 mg/L

Tetracloroeteno 3,3 µg/L 3,3 µg/L 0,01 mg/L

Tolueno 2,0 µg/L 2,0 µg/L -

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Toxafeno 0,00028 µg/L 0,00028 µg/L 0,21 µg/L

2,4,5 – TP 10,0 µg/L 10,0 µg/L 10,0 µg/L

Tributilestanho 0,063 µg/L TBT 0,063 µg/L TBT 2,0 µg/L TBT

Triclorobenzeno (1,2,3 – TCB +

1,2,4 – TCB)0,02 mg/L 0,02 mg/L -

Tricloroeteno 0,03 mg/L 0,03 mg/L 0,03 mg/L

2,4,6-triclorofenol 2,4 µg/L 2,4 µg/L 0,01 mg/L

Trifluralina 0,2 µg/L 0,2 µg/L -

Xileno 300 µg/L 300 µg/L -

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Anexo 3: Relação de mamíferos existentes na área.

Nome científico Nome popular

Família Atelidae

Alouatta fusca Guariba

Família Canidae

Cerdocyon thous Graxaim

Família Cebidae

Cebus apella Macaco prego

Família Cervidae

Mazama americana veado

Mazama gouazoupira veado

Família Cuniculidae

Cuniculus pacas Paca

Família Dasypodidae

Dasypus novemcinctus Tatu-galinha

Família Dasyproctidae

Dasyprocta azarae Cotia

Família Didelphidae

Didelphis albiventris Mucura

Gracilinanus microtarsus Mucura

Monodelphis sp. Catita

Família Erethizontidae

Sphiggurrus Ouriço

Família Felidae

Herpailurus yaguarondi Gato-do-mato

Leopardus pardalis Jaguatirica

Panthera onca Onça pintada

Puma concolor Leão-baio

Família Myrmecophagidae

Tamanduá tetradactyla Tamanduá-mirim

Família Muridae – Sigmodontinae

Akodon sp.

Oryzomys angouya Rato

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Thaptommys nigrita

Família Mustelidae

Eira barbara Irara

Família Procyonidae

Nasua nasua Quati

Família Sciuridae

Sciurus Esquilo

Família Tayassuidae

Pecari tajacu Cateto

Família Tapiridae

Tapirus terrestris anta

Anexo 4: Relação de aves existentes na área.

Nome científico Nome popular

Família Accipitridae

Accipiter striatus Gaviãozinho

Accipiter superciliosus gaviãozinho

Buteo leucorrhous Gavião-de-sobre-branco

Buteo magnirostris Gavião-carijó

Buteogallus urubitiga urubutinga

Elanoides forficatus Gavião tesoura

Geranoetus melanoleucus Águia-chilena

Harpagus diodon gaviãozinho

Ictinia plumbea sovi

Leptodon cayanensis Gavião-gato

Spizaetus ornatus Gavião-penacho

Família Apodidae

Chaetura andrei Andorinhão-do-temporal

Chaetura cinereiventris Andorinhão-cinza

Cypseloides fumigatus Andorinhão-da-cascata

Streptoprocne biscutata Andorinhão-de-colera

Streptoprocne zonaris Andorinhão-de-colera

Família Caprimulgidae

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Lurocalis semitorquatus Tuju

Nyctidromus albicollis Curiango

Família Cathartidae

Cathartes aura Urubu-caçador

Coragyps atratus Urubu-preto

Sarcoramphus papa Urubu-rei

Família Coerebidae

Coereba flaveola Sebinho

Dacnis cayana Saí-azul

Família Columbide

Columba cayennensis Pomba-galega

Columba plumbea Pomba

Geotrygon montana Pariri

Leptotila rufaxilla Juriti-pupu

Leptotila verreauxi Juriti

Família Corvidae

Cyanocorax caeruleus Gralha-azul

Pachyrmphus castaneus Caneleirinho-castanho

Pachyrmphus polichopterus Caneleirinho-preto

Pachyramphus viridis Caneleirinho-verde

Pachyramphus validus Caneleiro

Pyroderus scutatus Pavó

Procnias nudicollis Araponga

Tityra cayana Anambé-branco

Tityra inquisitor Anambé

Família Cracidae

Penelope obscura Jacuaçu

Penelope superciliaris Jacupemba

Família Cuculidae

Piaya cayana Alma-de-gato

Família Dendrocolaptidae

Campylorhamphus falcularius Arapaçu-de-bico-torto

Dendrocincla turdina Arapaçu-liso

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Dendrocolaptes platyrostris Arapaçu-grande

Lepidocolaptes squamatus Arapaçu-escamado

Sittasomus griseicapillus Arapaçu-verde

Xiphocolaptes albicollis Arapaçu

Família Falconidae

Milvago cimachima Carrapateiro

Micrastur ruficollis Gavião-caburé

Micrastur semitorquatus Gavião-relógio

Família Formicariidae

Batara cinerea Matracão

Chamaeza campanisona Tovaca

Chamaeza ruficauda Tovaca-de-rabo-vermelho

Conopophaga lineata Chupa-dente

Drymophila rubricollis Trovoada

Drymophila marula Choquinha-carijó

Dysithammus mentalis Choquinha-lisa

Grallaria varia Tovacuçu

Hypoedaleus guttatus Chocão-carijó

Hylopezus ochroleucus Pinto-do-mato

Mackenziaena leachii Brujarara

Myrmeciza squamosa Choca-escamada

Pyriglena leucoptera Papa-taoca

Thamnophilus caerulescens Choca

Família Fringilidae

Amaurospiza moesta Negrinho-do-mato

Arremon semitorquatus Tico-tico-do-mato

Cyanocompsa glaucocaerulea Azulinho

Haplospiza unicolor Cigarra

Poospiza thoracica Peito-pinhão

Saltator maxilosus Bico-grosso

Saltator similis Trinca-ferro

Sporophila frontalis Chanchão

Família Furnariidae

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Cranioleuca obsoleta Arredio-oliváceo

Heliobletus contaminatus Trepadorzinho

Leptasthenura setaria Grimpeiro

Leptasthenura striolata Grimpeirinho

Lochmias nematura João-porcaria

Philydor atricapillus Limpa-folhas-coroada

Philydor lichteinsteini Limpa-folhas

Sclerurus scansor Vira-folhas

Synallaxis cinerascens João-tenenem

Syndactila rufosuperciliata Trepador

Xenops rutilans Bico-virado-carijó

Família Hirundinidae

Notiochelidon cyanoleuca Andorinha-de-casa

Progne chalibea Andorinha-de-casa-grande

Família Icteridae

Icterus cayanensis

Família Nyctibiidae

Nyctibius griséus Urutau

Família Parulidae

Basileuterus culicivorus Pula-pula

Basileuterus leucoblepharus Pula-pula-assobiador

Parula pitiayumi Mariquita

Família Phasianidae

Odonthophorus capueira Capoeira

Família Picidae

Campephilus robustus Pica-pau-rei

Chrysocolaptes melanochlorus Pica-pau-verde

Dryocopus lineatus Pica-pau-de-banda-branca

Melanerpes flavifrons Benedito-de-testa-amarela

Piculus aurulentus Pica-pau-dousardo

Picummus nebulosus Pica-pauzinho

Veniliornis spilogaster Pica-pau-pequeno

Família Pripidae

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Chiroxiphia caudata Tangará-dançarino

Família Psittacidae

Amazona pretrei Charão

Amazona vinacea Papagaio-do-peito-roxo

Ara maracana Maracanã

Brotogeris tirica Periquito-rico

Myiopsitta monachus Caturrita

Pionopsitta pileata Cuiú-Cuiú

Pionos maximiliani Maritaca

Pyrrhuara frontalis Tiriba

Família Ramphastidae

Ramphastos dicolorus Tucano-de-bico-verde

Selinidera maculirostris Dorminhoco

Família Rhinocryptidae

Scytalopus indigoticus Tapaculo

Scytalopus speluncae Tapaculo-cinza

Família Strigidae

Bubo virginianus Corujão-orelhudo

Ciccaba huhula Mocho-preto

Otus santacatarinae Corujinha-do-mato

Otus choliba Corujinha-do-mato

Pulsatryx koeniswaldiana Murucutu

Strix hylophila Coruja-listrada

Família Tersinidae

Tersina viridis Saí-andorinha

Família Thraupidae

Chlorophonia cyanea Saíra

Euphonia chalibea Gaturamo

Euphonia chlorotica Vi-vi

Euphonia musica Gaturamo

Habia rubica Tiê-do-mato

Hemithraupis guira Saíra-de-papo-preto

Piranga flava Tiê-laranja

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Pyrrhocoma ruficeps Cabecinha-castanha

Tachyphonus coronatus Tié-preto

Tangara seledon Saíra-sete-cores

Thraupis bonariensis Sanhaço-de-papo-laranjo

Thraupis cyanoptera Sanhaço-de-encontro-azul

Thraupis palmarum Sanhaço-do-coqueiro

Thraupis sayaca Sanhaço

Trycothraupis melanops Tié-de-espelho

Família Tinamidae

Crypturellus obsoletus Inambuguaçu

Tinamus solitarius Macuco

Família Tyrannidae

Colônia colonus Viuvinha

Corythopis delalandi Estalador

Empidonax euleri Enferrujado

Knipolegus cyanirostris Maria-preta-de-bico-azul

Leptopogon amaurocephalus Cabeçudo

Myiarchus swainsoni Maria-cavaleira

Myiodinastes maculatus Bem-te-vi-rajado

Myiormis auricularis Miudinho

Muscipipra vetula Tesourinha-cinzenta

Phyllomyias burmeisteri Papa-moscas

Phylloscartes eximius Barbudinho

Phylloscartes ventralis Borboletinha

Platyrhynchus mystaceus Patinho

Rhytipterma simplex Uissiá

Sirystes sibilator Suiriri-asobiador

Todirostrum plumbeiceps Tororó

Tolmomyias sulphurescens Bicho-chato-de-orelha-preta

Família Tytonidae

Tyto alba Suindra

Amazilia versicolor Beija-flor-verde

Leucochloris albicollis Beija-flor-de-papo-branco

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Lophormis magnífica Beija-flor-miudo

Melanotrochilus fuscus Beija-flor-de-cauda-branca

Phaethomis eurynome Beija-flor-de-bico-torto

Thalurania glaucopis Beija-flor-tesoura

Família Trogonidae

Trogon rufus Surucuá-de-barriga-amarela

Trogon surrucura Surucuá-de-barriga-vermelha

Família Turdidae

Platycichla flavipes Sabiaúna

Turdus albicollis Sabiá-de-coleira

Turdus leucomelas Sabiá-do-barranco

Turdus nigiceps Sabiá-ferreiro

Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira

Família Vireonidae

Cyclarhis gujanensis Gente-de-fora-vem

Hylophilus poicilotis Vite-vite

Vireo olivaceus Juruviara

Anexo 5: Lista de espécies de anfíbios presentes na área.

Nome científico Nome popular

Família Bufonidae

Melanophryniscus cambaraensis

Proceratophrys bigibbosa

Anexo 6: Lista de espécies répteis presentes na área.

Nome científico Nome popular

Família Amphisbaenidae

Hydromedusa tectifera Cágado

Família Colubrinae

Atractus reticulatus Cobra-da-terra

Atractus taeniatus Cobra-coral

Chironius bicarinatus Moadeira

Chironius exoletus Cobra-cipó

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Echinanthera cyanopleura Corrodeira

Elapomorphus quinquelineatus

Gomesophis brasiliensis Cobra-do-lodo

Liophis jaegeri Cobra-d`água-verde

Liophis miliaris Cobra-d`água

Liophis poecilogyrus Cobra-do-lixo

Liophis rginae Cobra-d`água

Mastigodryas bifossatus Jararaca-preta

Oxyrhopus clathratus Cobra-coral

Oxyrhopus rhombifer Cobra-coral

Philodryas aestivus Cobra-cipó

Philodryas arnaldoi Parelheira

Philodryas olfersii Cobra-cipó

Ptycophis flavovirgatus Cobra-d`água

Spilotes pullatus Caninana

Tantilla melanocephala Cobra-da-terra

Thaeniophalus affinis Cobra-de-capim

Thaeniophalus bilineata Corredeira

Thaeniophalus poecilopogon Corredeira

Thamnodynastes strigatus Corredeira

Thamnodynastes hypoconia Corredeira

Xenodon neuwiedii Quiriripá

Família Polychrotidae

Anisolepis grillii Papa-vento

Família Teiidae

Tupinanbis merianae Teju-açu

Família Testudinidae

Chelonoidis carbonaria Jabuti

Família Tropiduridae

Tropidurus torquatus Lagartixa-preta

Família Viperidae

Bothrops jararaca Jararaca

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