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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Centro de Energia Nuclear na Agricultura – CENA/USP Análise Diagnóstica de Organismos Geneticamente Modificados Biossegurança e Bioética Prof. Dra. Siu Mui Tsai Ellen Silva João Paulo Narita Júlia Silva Morosini Leonardo Sartori Menegatto

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULOCentro de Energia Nuclear na Agricultura – CENA/USP

Análise Diagnóstica de Organismos Geneticamente Modificados

Biossegurança e BioéticaProf. Dra. Siu Mui Tsai

Ellen SilvaJoão Paulo Narita

Júlia Silva MorosiniLeonardo Sartori Menegatto

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Ética• Orientação às atitudes,

à vida. • Responde aos

questionamentos do homem social (aquele que vive em sociedade) e do homem filosófico (pensamento, sabedoria).

• Norteamento de prática e vida.

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Conceito ético

• Dificuldade de conceituar o termo ética

• Na prática, implica comportamento e responsabilidade pessoal e insere-se em diversas esferas (das mais íntimas até as mais universais).

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Conceito ético• “Como seres de vontade, de

interesse e racionais, optamos pela vida do convencimento, que privilegia o discurso como lugar próprio que preserva os valores de autonomia, imparcialidade, universalidade e justiça, aos quais podemos referir e justificar nossas ações (Nogueira, A. H.)”

• Transcende a moral, pois há uma reflexão sobre ela

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Evolução do conceito ético• Aristóteles, Santo

Agostinho, Kant, Mills...• A ética relaciona-se à

liberdade e à determinação

• Concepção inicial: o homem é um ser que não tem garantido de antemão o seu próprio ser, mas deve conquistá-lo por empenho de sua própria liberdade.

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Ethos• Ethos: morada habitual,

maneira de ser, caráter. É um comportamento que resulta de um constante repetir-se dos mesmos atos. Processo genético do habito (hexis).

• O cotidiano respaldado em algum ato. A ética é a base da racionalidade (guia para atitudes, modo de vida, pensamentos lógicos)

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Ética enquanto base social

• Universalismo (Kant): metafísica – concepção ideal; ética maior do que a sociedade

• Utilitarismo (Mills): praxis – concepção racional apoiada no razoável da realidade

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Concepção comunitarianista

• Grupo de pessoas define o que é ético

• Pressão social: há um conjunto de valores formados e estabelecidos

• Julgamento de sociedades estranhas dificultado em relação à ética, pois há diferentes valores, culturas, conceitos.

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Bioética• Grego: bio (vida) + ethos

(relativo à ética)• Estudo transdisciplinar entre • biologia, medicina, filosofia

(ética) e direito (biodireito) que investiga as condições necessárias para uma administração responsável da vida humana, animal e responsabilidade ambiental

• Considera questões em que não há consenso moral (fertilização in vitro, aborto, clonagem...)

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Questão bioética

• Conceito progressivo, uma vez que o surgimento de questões, temas, debates e polêmicas é inerente ao desenvolvimento humano e esse sempre se projeta à frente da realidade do momento.

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Principialismo

• Prática bioética fundamentada em 4 princípios (abordagem prática): Autonomia, Beneficência, Não maleficência e Justiça

• Responsabilidade bioética

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Complexidade e impactos da bioética

• Tema extremamente ramificado

• Conflitos ideológicos• Dinâmica social e

mundialização: catalisadores da transmissão, formação e debate de opiniões – polemitização e complexialização dos temas

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Prática bioética

• Comitês bioéticos: finalidade de nortear ações biológicas

• Início na medicina• Transgenia como

questão central no ramo silvoagropecuário

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BiossegurançaConjunto de medidas necessárias para a manipulação adequada de agentes

•Biológicos, •Químicos, •Genéticos, •Físicos.

Finalidade:

•Prevenção de acidentes,•Redução de riscos,•Proteção da comunidade, ambiente e experimentos.

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Biossegurança

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Biossegurança

A palavra não se refere apenas a nichos onde a biotecnologia

moderna está presente

Há uma vertente que se confunde com engenharia de segurança, a

medicina do trabalho, a saúde do trabalhador, a higiene industrial, a engenharia clínica e a infecção

hospitalar

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Biossegurança

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• LEI 8974/95 - LEI DE BIOSSEGURANÇA - ESTABELECE AS DIRETRIZES PARA LEI 8974/95 - LEI DE BIOSSEGURANÇA - ESTABELECE AS DIRETRIZES PARA

O CONTROLE DAS ATIVIDADES E PRODUTOS ORIGINADOS PELA O CONTROLE DAS ATIVIDADES E PRODUTOS ORIGINADOS PELA

MODERNA BIOTECNOLOGIA, A TECNOLOGIA DO DNA RECOMBINANTE.MODERNA BIOTECNOLOGIA, A TECNOLOGIA DO DNA RECOMBINANTE.

• A COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA – CTNBIO – É A COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA – CTNBIO – É

DEFINIDA PELA LEI COMO O ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELO CONTROLE DEFINIDA PELA LEI COMO O ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELO CONTROLE

DESSA TECNOLOGIA NO BRASIL.DESSA TECNOLOGIA NO BRASIL.

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Lei de Biossegurança

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Legislação brasileira• Decreto 1752/95 - regulamentou a Lei 8974/95 e criou a CTNBio;

• Medida Provisória 2191-9/01- acresceu e alterou artigos da Lei 8974/95 e veio para fortalecer a CTNBio, esclarecer suas competências e convalidar os Comunicados e os pareceres técnicos emitidos até então pela CTNBio;

• Decreto 2871/01- disciplina a rotulagem de alimentos embalados que contenham ou sejam produzidos com OGMs (este Decreto foi revogado);

• Medida Provisória 113/03 – estabeleceu normas para comercialização da produção de soja da safra de 2003;

• Lei 10.688/03- conversão da Medida Provisória 113/03;

• Decreto 4680/03 – estabelece normas para rotulagem de alimentos e ingredientes destinados ao consumo humano ou animal

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Lei nº 11.105 – 24/03/2005•Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da Constituição Federal;

•Estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados - OGM e seus derivados;

•Cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS: os membros são os próprios ministros;

•Reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio;

•Dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB;

•Revoga a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10 e 16 da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências.

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Lei de Biossegurança• A CTNBio foi criada pela lei de biossegurança com a finalidade de testar e de debater os assuntos específicos relacionados à transgenia.

• É um órgão colegiado, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que atua desde 1996, constituída por 18 membros titulares e seus suplentes, que inclui cientistas nas áreas de saúde humana, animal, vegetal e ambiental, além de representantes dos Ministérios da Ciência e Tecnologia, Saúde, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Meio Ambiente, Educação e Relações Exteriores, totalizando 27 membros.

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CTNBio - Composição•12 (doze) especialistas de notório saber científico e técnico, em efetivo

exercício profissional, sendo:

•3 (três) da área de saúde humana;•3 (três) da área animal;•3 (três) da área vegetal;•3 (três) da área de meio ambiente;

•1 representante de cada um dos seguintes órgãos: MAPA, MCT, MMA, MS, MDIC, MRE, MDA, MD e SEP

•1 especialista em defesa do Consumidor;•1 especialista em Saúde;•1 especialista em Meio Ambiente•1 especialista em Biotecnologia•1 especialista em Agricultura Familiar •1 especialista em Saúde do Trabalhado

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Competências:

•emissão de parecer técnico sobre qualquer liberação de Organismo Geneticamente Modificado/ OGM no meio ambiente•acompanhar o desenvolvimento e o progresso técnico e científico na Biossegurança e áreas afins, objetivando a segurança dos consumidores e da população em geral, com permanente cuidado à proteção do meio ambiente.

Desta forma a CTNBio, órgão técnico do MCT deverá se pronunciar sobre qualquer atividade com OGMs no país, previamente a sua realização.

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Lei nº 11.105 – 24/03/2005•Toda instituição que utilizar técnicas e métodos de engenharia genética

deve ter uma CIBio: Comissão Interna de Biossegurança e, para cada projeto, um Pesquisador Responsável.

•A lei não se aplica quando a modificação genética por obtida de técnicas que não impliquem a utilização de OGM como receptor ou doador (mutagênese, fusão celular).