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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO SERVIÇOS A Visão dos Servidores Técnico-Administrativos acerca do Trabalho em Equipe no Centro de Educação a Distância da UDESC. Márcia Vieira São José 2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO SERVIÇOS

A Visão dos Servidores Técnico-Administrativos acerca do

Trabalho em Equipe no Centro de Educação a Distância da

UDESC.

Márcia Vieira

São José 2006

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MÁRCIA VIEIRA

A Visão dos Servidores Técnico-Administrativos acerca do

Trabalho em Equipe no Centro de Educação a Distância da

UDESC.

Trabalho de Conclusão de Curso - pesquisa teórico-empírica -

apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração da Universidade do Vale do

Itajaí.

Professor Orientador: Felipe de Faria Monaco

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MÁRCIA VIEIRA

A Visão dos Servidores Técnico-Administrativos acerca do

Trabalho em Equipe no Centro de Educação a Distância da

UDESC.

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final

pela Coordenação do Curso de Administração - Habilitação Serviços - da Universidade do

Vale do Itajaí, em 28 de junho de 2006.

Prof.a.MSc. Luciana Merlin Bervian Univali – CE São José

Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

Prof. MSc. Felipe de Faria Monaco

Univali – CE São José Orientador

Prof.a.MSc. Evelize Mara de Souza Gomes Martins

Univali – CE São José Membro

Prof.a.MSc. Kellen da Silva Coelho

Univali – CE São José Membro

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AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos ao orientador Felipe de Faria Monaco por dar-me à direção na concretização deste trabalho de conclusão de curso. Aos membros da banca, professoras Evelize Mara de Souza Gomes Martins e Kellen da Silva Coelho pelo carinho e apoio na realização deste trabalho.

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“A maioria das descobertas nasce da aproximação de duas verdades”

(MIRSHAWKA; MIRSHAWKA, 1992)

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RESUMO

Esse trabalho tem como principal objetivo investigar a compreensão dos servidores técnico-administrativos sobre o trabalho em equipe no Centro de Educação a Distância da UDESC-CEAD. Em termos de objetivos específicos pretendeu investigar, junto aos servidores técnico-administrativos, se o trabalho em equipe contribui para o comprometimento das pessoas no trabalho, assim como verificar o papel da liderança na criação de um ambiente favorável ao trabalho em equipe no CEAD, analisar a importância do trabalho em equipe para harmonização das relações interpessoais e, por último, averiguar junto aos servidores técnico-administrativos, se o trabalho em equipe contribui para o desenvolvimento da criatividade das pessoas no trabalho. O estudo é fundamentado na pesquisa do tipo teórico-empírica, sendo adotada, uma pesquisa do tipo descritivo com o objetivo de dar significado aos fenômenos humanos. O estudo nesse trabalho tem uma abordagem qualitativa e quantitativa. A estratégia adotada é o estudo de caso, pois o estudo trata de uma realidade singular e específica em profundidade: o caso do trabalho em equipe no CEAD/UDESC. A coleta dos dados da pesquisa foi realizada por meio de um censo, envolvendo todos os técnico-administrativos lotados no CEAD/UDESC. A análise do fenômeno foi realizada por meio de levantamento em fontes primárias e secundárias. A técnica utilizada para a coleta de dados, neste estudo, foi um questionário com perguntas abertas e fechadas. Para análise do conteúdo das questões abertas realizou-se a leitura vertical e horizontal. Os dados do estudo revelam que a maior parte dos pesquisados compreende o significado de trabalho em equipe, ao relacionarem os objetivos específicos do estudo com outras variáveis citadas pelos autores, como indispensáveis para o desenvolvimento do trabalho em equipe. Entretanto, na maior parte das vezes, os servidores desenvolvem suas atividades em nível individual.

Palavras-chave: Trabalho. Grupo. Equipe.

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ABSTRACT

The main goal of this work is to investigate how the technic-administrative servents

comprehend team work in UDESC’s Distant Education Centre (CEAD). The specific goals were, to investigate, with the technic-administrative servents, if team work helps to engage people with their works, to check the roll of leadership in the creation of a favourable environment to team work in CEAD, to analyze the importance of team work to interpersonal relations harmonization, to inquire, with the technic-administrative servents, if team work contributes to develop people’s creativity at work.The study is based on theorist and empirical researches, adopting a descritive research to give meaning to human phenomenon.The research, in this work, has a qualitative and quantitative approach. The strategy adopted is case study, as it deeply investigates a singular and specific reality: team work in CEAD/UDESC. The data compiling was made through a census. The phenomenon analysis was accomplished through primary and secondary sources survey. The technic that was used to compile the mentioned data was a half-structured questionary. To analyze the contents of those questions, it was used vertical and horizontal readings.The obtained information reveal that most part of the inquired people comprehend the meaning of team work when relating the study’s specific goals to other variant forms mentioned by the authors as essencial to team work development. Most part of the time, however, the servents perform their works in an individual level.

Key-words: Work. Group. Team.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Servidores técnico-administrativos lotados no CEAD/UDESC.................55

Quadro 2 - Categorias de análise do estudo sobre comprometimento no trabalho.......74

Quadro 3 - Categorias de análise sobre papel da liderança. .........................................82

Quadro 4 - Categorias de análise da harmonização das relações interpessoais............90

Quadro 5 - Categorias de análise do estudo a criatividade no trabalho........................97

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Faixa etária de idade....................................................................................62

Tabela 2 - Sexo .............................................................................................................63

Tabela 3 - Tempo de serviço ........................................................................................64

Tabela 4 - Nível de escolaridade ..................................................................................64

Tabela 5 - Objetivos compartilhados............................................................................67

Tabela 6 - Envolvimento em trabalhos de outras equipes ............................................68

Tabela 7 - Comprometimento dos colegas de trabalho ................................................69

Tabela 8 - Colaboração, solidariedade e apoio mútuo em uma equipe ........................70

Tabela 9 - Responsabilidades .......................................................................................71

Tabela 10 - Vínculo emocional e afetivo com o trabalho/instituição...........................71

Tabela 11 - Estímulo de opiniões divergentes..............................................................75

Tabela 12 - Tomada de decisões...................................................................................76

Tabela 13 - Feedback por parte da chefia.....................................................................77

Tabela 14 - Autonomia para tomadas de decisão .........................................................78

Tabela 15 - Reconhecimento e valorização por parte da liderança ..............................79

Tabela 16 - Organização e divisão do trabalho ............................................................79

Tabela 17 - Comunicação e troca de informações........................................................83

Tabela 18 - Respeito quanto as divergências e diferenças de opinião..........................84

Tabela 19 - Contribuição do conflito para solução de problemas ................................85

Tabela 20 – Cooperação, amizade, camaradagem e coesão .........................................86

Tabela 21 - Espírito de equipe ......................................................................................87

Tabela 22 - Desenvolvimento de outras atividades ......................................................91

Tabela 23 - Abertura e incentivo às idéias inovadoras .................................................92

Tabela 24 - Aprendizagem............................................................................................93

Tabela 25 - Difusão de idéias .......................................................................................94

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Tabela 26 - Interdisciplinaridade de conhecimento......................................................95

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Faixa etária de idade..................................................................................63

Gráfico 2 - Sexo...........................................................................................................63

Gráfico 3 - Tempo de serviço. .....................................................................................64

Gráfico 4 - Nível de escolaridade. ...............................................................................65

Gráfico 5 - Objetivos compartilhados..........................................................................67

Gráfico 6 - Envolvimento em trabalhos de outras equipes..........................................68

Gráfico 7 - Comprometimento dos colegas de trabalho. .............................................69

Gráfico 8 - Colaboração, solidariedade e apoio mútuo em uma equipe. .....................70

Gráfico 9 - Responsabilidades. ....................................................................................71

Gráfico 10 - Vínculo emocional e afetivo com o trabalho/instituição..........................72

Gráfico 11 - Estímulo de opiniões divergentes.............................................................75

Gráfico 12 - Tomada de decisões. ................................................................................76

Gráfico 13 - Feedback por parte da chefia. ..................................................................77

Gráfico 14 - Autonomia para tomadas de decisão........................................................78

Gráfico 15 - Reconhecimento e valorização por parte da liderança. ............................79

Gráfico 16 - Organização e divisão do trabalho. ..........................................................80

Gráfico 17 - Comunicação e troca de informações. .....................................................84

Gráfico 18 - Respeito quanto as divergências e diferenças de opinião. .......................85

Gráfico 19 - Contribuição do conflito para solução de problemas. ..............................86

Gráfico 20 – Cooperação, amizade, camaradagem e coesão........................................87

Gráfico 21 - Espírito de equipe.....................................................................................87

Gráfico 22 - Desenvolvimento de outras atividades.....................................................91

Gráfico 23 - Abertura e incentivo às idéias inovadoras................................................92

Gráfico 24 - Aprendizagem. .........................................................................................93

Gráfico 25 - Difusão de idéias. .....................................................................................94

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Gráfico 26 - Interdisciplinaridade de conhecimento. ...................................................95

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................14

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA-PROBLEMA.....................................................................................14 1.2 PERGUNTAS DE PESQUISA .........................................................................................................15 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA...........................................................................................................16 1.4 JUSTIFICATIVA...........................................................................................................................16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................18

2.1 A TEORIA ADMINISTRATIVA E SUA INTERFACE COM O TRABALHO EM EQUIPE.........................18 2.2 A DEFINIÇÃO DE GRUPO E A DIFERENÇA QUANTO AO CONCEITO DE TRABALHO EM EQUIPE....29 2.3 A IMPORTÂNCIA E OS DESAFIOS DO TRABALHO EM EQUIPE......................................................30 2.4 TIPOLOGIAS DAS EQUIPES E SUAS ESTRUTURAS........................................................................32 2.5 AS EQUIPES, A MOTIVAÇÃO E O COMPROMETIMENTO DAS PESSOAS NO TRABALHO ................34 2.6 O PAPEL DA LIDERANÇA NO TRABALHO EM EQUIPE .................................................................39 2.7 O TRABALHO EM EQUIPE E A CRIATIVIDADE NO TRABALHO.....................................................44 2.8 O TRABALHO EM EQUIPE E A BUSCA PELA HARMONIZAÇÃO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS 47

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ............................................................................52

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA...............................................................................................52

3.2 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO DE PESQUISA ...............................................................................54

3.3 TÉCNICAS DE COLETA, TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ..................................................55

3.4 DEFINIÇÕES DAS CATEGORIAS DE ANÁLISE ..............................................................................58

3.4.1 Definições constitutivas das categorias de análise ....................................................................58

3.4.2 Definições operacionais das categorias de analise ....................................................................58

3.4.3 Limitações da pesquisa..............................................................................................................59

4 RESULTADOS DO ESTUDO..................................................................................60

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .............................................................................................60

4.2 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ................................................................................62

4.2.1 Perfil da população pesquisada .................................................................................................62

4.2.2 Trabalho em equipe...................................................................................................................65

4.2.3 O trabalho em equipe e comprometimento no trabalho ............................................................67

4.2.4 Trabalho em equipe e o papel da liderança ...............................................................................75

4.2.5 Trabalho em equipe e a harmonização das relações interpessoais ............................................83

4.2.6 Trabalho em equipe e a criatividade no trabalho.......................................................................91

5 CONCLUSÕES............................................................................................................98

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REFERÊNCIAS .......................................................................................................103

APÊNDICE ...............................................................................................................108

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do Tema-Problema

Neste capítulo será apresentada uma visão geral sobre o tema de estudo: “o trabalho

em equipe”, considerando que as constantes e rápidas mudanças no ambiente organizacional

estão forçando as empresas a rever seus conceitos a respeito de gerenciamento de recursos

humanos, pois os colaboradores se tornaram o grande diferencial das organizações.

Nas organizações criadas antes do início de 1980, o trabalho e as responsabilidades

eram divididos. Os administradores somente planejavam e os trabalhadores executavam as

tarefas ordenadas. Hoje, porém, as organizações estão sendo redesenhadas de forma que os

trabalhadores tomem grande parte das decisões do trabalho (ROBBINS, 2001).

Em meio a um cenário competitivo, as empresas sentem a necessidade de reagir aos

constantes desafios. De acordo com Katzenbach e Smith (1994), os desafios enfrentados pelas

empresas, nos diversos setores, exigem uma reação rápida, maior velocidade, customização e

qualidade por parte destas. Então, as equipes podem se constituir numa estratégia de

organização de trabalho para enfrentar esses desafios e as transformações do ambiente. Uma

equipe, segundo Schermerhorn et al (1999), são pessoas que trabalham juntas com um

propósito comum pelo qual se consideram responsáveis.

Quando se exige uma performance com múltiplas habilidades, capacidade de

julgamento e experiências diversas, as equipes superam a performance de pessoas que atuam

sozinhas ou em agrupamentos organizacionais maiores (KATZENBACH; SMITH, 1994).

O trabalho em equipe vem se destacando como uma ferramenta indispensável para o

sucesso organizacional. Segundo Moscovici (1995), as habilidades de diagnóstico e

resoluções de problemas são incorporadas pelos grupos que se desenvolvem como equipe,

prevalecendo essas características em todos os processos grupais. Segundo Robbins e Finley

(1997), as equipes visam à flexibilidade, facilitando as soluções das dificuldades que são

geradas com as mudanças, se comparadas aos grupos de trabalho convencionais.

O presente estudo aborda o tema “trabalho em equipe”, sendo realizado na

Universidade do Estado de Santa Catarina, tendo como foco o Centro de Educação a

Distância-CEAD, envolvendo como população alvo os técnico- administrativos desse centro.

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Conforme VIEIRA (2005), no estudo diagnóstico realizado na disciplina de estágio do

sexto período, foi detectado que grande parte dos servidores técnico-administrativos do

CEAD trabalha de forma isolada. O ambiente de trabalho é bastante conflitante e os

servidores revelam dificuldades em encontrar soluções para os problemas que ocorrem dentro

da instituição. Por essa razão, alguns métodos de trabalho foram implementados pelas chefias,

os quais não funcionam na prática.

A partir da compreensão dos servidores técnico-administrativos acerca do trabalho em

equipe é possível se ter conhecimento em torno de indicativos para o desenvolvimento de

equipes na instituição.

Diante do exposto, busca-se neste trabalho, responder ao seguinte problema de

pesquisa:

“Qual a compreensão dos servidores técnico-administrativos acerca do trabalho

em equipe no Centro de Educação a Distância da UDESC?”.

1.2 Perguntas de Pesquisa

- Como o trabalho em equipe pode influenciar o comprometimento das pessoas no

trabalho?

- Qual o papel da liderança para criação de um ambiente favorável ao trabalho em

equipe?

- Qual a importância do trabalho em equipe para a harmonização das relações

interpessoais?

- O trabalho em equipe contribui para o desenvolvimento da criatividade das pessoas

no trabalho?

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16

1.3 Objetivos da pesquisa

Este tópico destina-se à apresentação dos objetivos do estudo tanto em termos mais

amplos como específicos.

1.3.1 Objetivo geral

Esta pesquisa teve como objetivo geral investigar a compreensão dos servidores

técnico-administrativos sobre o trabalho em equipe no CEAD.

1.3.2 Objetivos específicos

- Investigar, junto aos servidores técnico - administrativos, se o trabalho em equipe

contribui para o comprometimento das pessoas no trabalho;

-Verificar o papel da liderança na criação de um ambiente favorável ao trabalho em

equipe no CEAD;

-Analisar a importância do trabalho em equipe para harmonização das relações

interpessoais;

-Averiguar, junto aos servidores técnico-administrativos, se o trabalho em equipe

contribui para o desenvolvimento da criatividade das pessoas no trabalho.

1.4 Justificativa

O presente estudo, sobre o trabalho em equipe, é de suma importância para o contexto

administrativo da instituição objeto de estudo. As empresas estão buscando uma forma de se

adaptar rapidamente as mudanças. Dessa forma muitas empresas estão percebendo as

vantagens das equipes de trabalho (WELLINS, 1994).

O desenvolvimento do estudo que trata do trabalho em equipe é importante à

Universidade do Vale do Itajaí, pois esta é uma temática atual no âmbito da administração.

Desta forma, é relevante que os acadêmicos do Curso de Administração da Univali/São José

procurem encontrar subsídios teórico-empíricos para compreensão e aplicabilidade das novas

abordagens administrativas na prática das organizações. Além disso, contribui para que os

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objetivos propostos no projeto pedagógico do Curso de Administração sejam alcançados,

visto que saber trabalhar em equipe é uma das habilidades contempladas no referido projeto.

O estudo possibilita que outros acadêmicos da instituição tenham acesso a material de estudo,

relacionado ao tema pesquisado, proporcionando melhor conhecimento sobre novas

tendências no campo da administração.

Por outro lado, a organização analisada é beneficiada, pois, por meio do presente

estudo, torna-se possível o conhecimento acerca da compreensão que os técnico-

administrativos do CEAD têm sobre trabalho em equipe. Além disso, de posse dessas

informações, a organização pode tomar decisões importantes, visando a alcançar seus

objetivos.

Esse trabalho também é relevante para a acadêmica que tem a oportunidade de acessar

novas informações, aprofundando seus conhecimentos na área de estudo, mais

especificamente sobre gestão de pessoas e trabalho em equipe, estudo que tende a aumentar

suas chances de ascensão profissional dentro da instituição onde está inserida, lhe

proporcionando um diferencial para sua competitividade no mercado de trabalho dentro ou

fora do seu espaço de atuação.

O trabalho realizado encontra seu diferencial por ser desenvolvido em uma instituição

pública que oferece educação a distância. Em termos de viabilidade, os objetivos propostos

nesse trabalho foram alcançados no prazo determinado no cronograma, por meio de algumas

horas diárias dedicada ao estudo do tema.

A literatura existente sobre a temática de trabalho em equipe encontra-se disponível

no acervo das bibliotecas da grande Florianópolis, sendo de fácil acesso e entendimento. O

objeto de estudo para esse trabalho foi acessado pela acadêmica constantemente, pois a

instituição autorizou essa busca, permitindo acesso às fontes de consultas e a realização das

pesquisas que se fizeram necessárias.

O presente estudo é fundamentado de acordo com os conhecimentos adquiridos nas

fases anteriores do Curso de Administração, servindo assim, de base para o desenvolvimento

deste trabalho. A pesquisa não necessitou de grandes investimentos financeiros, uma vez que

os recursos materiais utilizados na pesquisa foram oferecidos pela instituição em que este

estudo foi realizado.

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18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesse capítulo, fez-se uma revisão da literatura sobre o trabalho em equipe.

Inicialmente, aborda-se a teoria administrativa e sua interface com o trabalho em equipe.

Posteriormente, contempla-se a definição de grupo e a diferença quanto ao conceito de

trabalho em equipe, como também, a importância, os desafios e as tipologias das equipes e

suas estruturas. Em seguida, destacam-se a motivação e o comprometimento das pessoas no

trabalho, bem como, o papel da liderança e a criatividade no trabalho em equipe. E por fim, o

trabalho em equipe e a busca pela harmonização nas relações interpessoais.

2.1 A teoria administrativa e sua interface com o trabalho em equipe

Conforme Silva (2002), ao longo do século, as organizações vêm se desenvolvendo e

adotando diferentes enfoques administrativos, relacionados a época, as atividades

desenvolvidas e as necessidades das organizações. Com o estudo das teorias da administração

e sua evolução, se torna possível conhecer as idéias e influências dos estudiosos no campo da

administração, bem como, as pessoas abordavam o assunto no decorrer da história.

O surgimento da teoria clássica da administração pode ter sido decorrente, do

crescimento desorganizado das empresas, que trabalhavam com o empirismo e improvisação,

e posteriormente sentiram a necessidade de adotar uma abordagem mais científica. Outro fator

que também pode ter gerado a perspectiva clássica, é o aumento da competição entre as

empresas, gerando a necessidade de um melhor rendimento dos recursos disponíveis (SILVA,

2002). De acordo com Stoner e Freeman (1999), a Teoria Clássica, surgiu devido a

necessidade de se encontrar soluções para a administração de organizações complexas.

A escola clássica, de acordo com Silva (2002), foi a primeira a surgir, iniciou com a

Teoria da Administração Científica, estabelecida por Frederico W. Taylor. Os princípios da

Teoria da Administração Científica eram baseados na estrutura formal e nos processos das

organizações. As pessoas na organização eram consideradas instrumentos de produção, sendo

utilizadas para alcançar a eficiência organizacional. O fator humano era minimizado ou

ignorado, pois os classistas acreditavam que as pessoas deveriam estar sob um sistema

autoritário. A autoridade era vista de cima para baixo, tendo-se uma visão pessimista do ser

humano. Na administração científica, o foco primário era o trabalho em si e não na pessoa que

realizava a tarefa. Taylor defendia o trabalho individual, pois acreditava que a produção

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19

diminuía, quando as recompensas e o trabalho eram realizados em grupo. A visão de Taylor

se contradiz com a tendência atual da teoria da administração, que enfatiza a tarefa em grupos.

A teoria da administração científica, conforme Stoner e Freeman (1999) era uma

abordagem que buscava determinar cientificamente os melhores métodos para a realização de

qualquer tarefa. A preocupação era para com o aumento da produtividade e do trabalho

individual. O modelo científico dizia que as pessoas eram racionais e motivadas

principalmente para satisfação de suas necessidades econômicas e físicas. Entretanto, o

modelo não enxergava o desejo humano de satisfação no trabalho e as necessidades sociais

dos trabalhadores em grupos, não eram consideradas as tensões criadas quando essas

necessidades eram frustradas.

Filho e Montedo (1995) afirmam que o taylorismo mudou a natureza do trabalho, por

meio da separação entre a inteligência e a execução desse trabalho. A organização passou a

determinar o conteúdo das tarefas, os movimentos a serem executados e o tempo necessário

para executar essas tarefas. O trabalhador era responsável por uma etapa do processo, não

precisando mais pensar e sim executar os mesmos movimentos com o ritmo e a forma que era

determinada pela chefia, não havendo espaço para trocas sociais e para tomada de decisões

sobre o seu trabalho. O taylorismo não permitia que os trabalhadores tivessem uma vivência

no trabalho capaz de motivá-los.

Silva (2002) comenta o princípio do espírito de equipe, onde os administradores que

enfatizassem a harmonia e a boa vontade geral entre os empregados, conquistariam uma

grande força organizacional. Apesar de um tema bastante discutido atualmente, Fayol já

destacava a importância do trabalho em equipe. Stoner e Freeman (1999) relatam que o

princípio de espírito de equipe daria um sentido de unidade à organização. Até mesmo

pequenos fatores poderiam ajudar a desenvolver esse espírito.

Conforme Park et al (2002), Fayol acreditava que os diferentes cargos dentro da

organização exigiam de seus ocupantes capacidades diferenciadas. Os operários deveriam

revelar excelente capacidade técnica e os executivos, grandes capacidades administrativas. A

importância das funções administrativas aumentava no nível hierárquico, à medida que a

função técnica diminuía.

Segundo Motta (1976), na administração científica, o administrador tinha a função de

analisar as diferentes fases do trabalho. Estudava os movimentos importantes e a maneira

mais rápida à sua execução, determinando assim a única maneira certa de executá-los, bem

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20

como, as pessoas certas para cada tipo de trabalho. Com o conhecimento do movimento e

tempos-padrão, os operários deveriam executar o trabalho como era ordenada, sem nenhum

questionamento. Posteriormente, a fixação dos padrões de produção, a Escola Clássica

sugeria como forma de alcançar os padrões estabelecidos, que fosse realizada uma seleção do

homem certo para cada tipo de trabalho, bem como, o treinamento de algumas operações

simples, já que o trabalho era padronizado. Era desejado que o controle por parte dos

supervisores fosse cerrado, fazendo com que o trabalho fosse realizado de uma única forma.

O sistema de incentivos seria o monetário, o trabalhador que produzisse mais receberia um

maior pagamento.

Motta (1976) comenta que a escola clássica, enfatizava a divisão do trabalho; o critério

de semelhança de objetivos, em que as tarefas seriam agrupadas em departamentos; as

chefias, que seriam responsáveis por um pequeno grupo de subordinados e as decisões

centralizadas, a fim de um maior controle. Os administradores não deveriam levar em conta

os problemas pessoais dos trabalhadores, e sim, priorizar mais a organização do que as

tarefas.

A condição gerada pelo taylorismo e caracterizada no modelo clássico da

administração não foi aceita pelos trabalhadores. Esses se manifestavam por meio de greves,

fazendo com que os estudiosos refletissem outras formas de organização do trabalho, com

concepção mais próxima dos seres humanos. Desta forma, surge a escola das relações

humanas onde se passa a considerar a importância das variáveis psicológicas para a

produtividade. A resistência ao taylorismo, fez com que se buscassem novas formas de

organização do trabalho, tendo-se como objetivos principais o resgate do conteúdo das tarefas

e da participação nas decisões, rompendo a separação entre quem planeja e quem executa o

trabalho (ROBBINS; FINLEY, 1997).

Conforme Morgan (1996), no mundo moderno as máquinas influenciam muitos

aspectos de nossa vida. As organizações com produção em massa operam de forma maquinal,

pois são planejadas à imagem das máquinas, desejando que seus empregados se comportem

como fizessem parte destas. Ao se considerar a organização como um processo racional e

técnico há uma tendência em subvalorizar os aspectos humanos da organização. Não se tendo

a visão que as atividades de uma organização são freqüentemente complexas, imprevisíveis e

mais difíceis do que aquelas que podem ser desempenhadas pelas máquinas.

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Os enfoques mecanicistas funcionam bem quando a tarefa desempenhada é contínua e

o ambiente é estável, assegurando que os produtos oferecidos sejam apropriados e se produza

sempre a mesma coisa. Como também quando se tem a precisão como meta e as partes

humanas se comportam como foi planejado. O enfoque mecanicista da organização tende a

limitar o desenvolvimento das atividades humanas. Os empregados perdem oportunidades de

crescimento e as organizações perdem contribuições criativas e inteligentes

(MORGAN, 1996).

De acordo com Park et al (2002), ao longo do tempo, percebeu-se que a organização

não sobreviveria sem satisfazer certos requisitos psicológicos dos trabalhadores e que o

trabalhador não era uma máquina isolada, que produzia resultados variáveis, e sim um ser

humano e membro de uma equipe. Dessa forma, Silva (2002) comenta que, nas teorias da

administração, as tarefas enfatizadas por Taylor, as estruturas por Fayol e a autoridade por

Weber, foram sendo transferidas com ênfase para as escolas das relações humanas, voltando-

se as pessoas que faziam parte da organização.

Conforme Morgan (1996), novas alternativas ao modelo burocrático começaram a

surgir, com a valorização da idéia que os empregados se envolveriam mais no trabalho se

sentissem mais úteis e importantes, com mais autonomia, responsabilidade e reconhecimento.

Pensando-se assim em uma nova alternativa a administração científica e a clássica onde a

orientação era desumana e autoritária. Essas poderiam dar espaço ao enriquecimento do

trabalho e a um estilo de liderança mais participativo. Com o decorrer do tempo, essas idéias

serviram de base para o desenvolvimento da administração de recursos humanos, onde os

empregados deveriam ser vistos como recursos valiosos que contribuiriam com as atividades

da organização caso tivessem oportunidades.

O surgimento da Escola das Relações Humanas se deve em parte ao fracasso das

tentativas de se relacionar as condições físicas do trabalho com a produtividade

(MOTTA 1976). Outro fator que favoreceu o aparecimento da Escola das Relações Humanas

foram os estudos e experiências realizadas por professores da Universidade de Harvard, na

fábrica de equipamentos telefônicos de Hawthorne. Esses se dispuseram a estudar as

condições que melhorariam o desempenho dos trabalhadores nas organizações (SILVA,

2002).

A experiência de Hawthorne possibilitou que os teóricos das organizações

percebessem que a motivação e o comportamento dos trabalhadores são afetados pelo

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trabalho de grupos, pelas atitudes e necessidades dos empregados. Como também, que o

aumento da produtividade não era decorrente de eventos físicos e sim por uma cadeia

emocional. A experiência de Hawthorne chegou a conclusões que contribuíram

significativamente para o desenvolvimento dos grupos de trabalho. Com essa experiência foi

possível se conhecer a influência que os grupos exerciam negativamente ou positivamente

sobre os indivíduos na organização (MOTTA, 1976).

Segundo Morgan (1996), no estudo de Hawthorne, houve uma preocupação em

relação às condições de trabalho, bem como, a ocorrência de fadiga e monotonia entre os

empregados. No decorrer da pesquisa foi abandonada a visão taylorista focalizando-se

aspectos como atitudes, preocupações dos empregados e fatores do ambiente social.

Os estudos de Hawthorne indicaram a importância das necessidades sociais no local de

trabalho bem como, o modo com que os grupos de trabalho podem satisfazer essas

necessidades. Como também mostraram que as atividades de trabalho são influenciadas

simultaneamente pela natureza dos seres humanos e pelo planejamento formal. Com o estudo,

a motivação no trabalho e as relações entre indivíduos e grupos se tornaram alvo de discussão.

Uma nova teoria da organização surgiu com a sustentação que indivíduos e grupos atuam

mais eficazmente quando as suas necessidades são satisfeitas (MORGAN, 1996).

De acordo com Silva (2002), na experiência de Hawthorne, verificou-se que além dos

fatores externos, os trabalhadores também são motivados por fatores psicológicos que afetam

a produtividade. Observou-se que as pausas no trabalho influenciavam a produtividade dos

trabalhadores, porém não poderiam ser analisadas isoladamente. O aumento da produtividade

foi favorecido com o relacionamento social entre os operários e a supervisão. Constatou-se

uma maior cooperação do grupo para superar as dificuldades de trabalho. O resultado da

produção e a intenção dos operários eram afetados pela satisfação ou insatisfação com as

tarefas realizadas.

Na experiência de Hawthorne, os resultados da produção foram mais afetados pelos

grupos informais do que pela alta administração. As diretrizes determinadas pelo grupo

afetavam fortemente o comportamento do indivíduo, ou seja, o grupo exercia enorme poder

sobre o indivíduo. A produção realizada por um empregado dependia em grande parte das

restrições do grupo que o mesmo pertencia e não da sua inteligência ou habilidade. Os

operários tinham uma visão negativa das inovações e melhorias técnicas realizadas pela

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administração. Esses julgavam que seriam explorados com o aumento da produção, caso

continuassem a receber o mesmo salário (SILVA, 2002).

De acordo com Motta (1976), a Escola das Relações Humanas, propôs a substituição

do homo economicus pelo modelo do homo social. O comportamento do homem não poderia

ser reduzido a um sistema simples e mecanicistas e sim deveria ser condicionado a um

sistema social e pelas demandas de ordem biológica. O homem possui necessidades de

segurança, afeto, aprovação social, prestígio e auto-realização. Em um estudo a respeito de

grupos informais verificou-se que este emerge dentro de uma organização, quando as

interações informais entre um determinado número de pessoas começam a se intensificar. Os

fatores que provocam as interações necessitam ser determinados, já que é a sua freqüência que

vai definir a existência de um grupo. Ao se reunir em grupos, os indivíduos buscam o

atendimento de suas necessidades, principalmente de segurança, aprovação social e afeto.

Motta (1976) comenta que os teóricos da Escola de Relações Humanas dão grande

importância ao grupo primário, onde o indivíduo adquire hábitos e atitudes, pois é nele que se

concretiza a educação do indivíduo. A personalidade humana é resultante da interação de

traços hereditários e culturais, sendo desta forma mais fácil mudar as atitudes dos grupos do

que dos indivíduos isoladamente.

A Escola de Relações Humanas, conforme Motta (1976) enfatizava a relação entre a

moral e a produtividade dos trabalhadores. A motivação era vista como o caminho para levar

o indivíduo a trabalhar de modo a alcançar os objetivos da organização. O trabalhador deveria

participar das decisões em relação às tarefas desenvolvidas, não sendo obrigado a

desempenhar tarefas cujos fins desconhecessem. A participação do trabalhador deveria variar

de acordo com a situação e o padrão de liderança adotado, sendo a liderança democrática a

mais indicada. A Escola de Relações Humanas fez toda uma análise em relação a organização

informal, ou seja, ao conjunto de relações sociais não previstas em regulamentos e

organogramas. A organização informal surgiu em conseqüência da impossibilidade de se

reduzir o comportamento humano a um conjunto de reações mecânicas e automáticas e

regulamentos restritos.

Stoner e Freeman (1999) afirmam que, no movimento das relações humanas, surgiram

as primeiras tentativas de se descobrir, sistematicamente, os fatores sociais e psicológicos

capazes de criar relações humanas eficazes. Foi dada mais atenção ao ensino de habilidades

de administração humana, e menos ao ensino de habilidades técnicas, levando-se a um novo

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interesse nas dinâmicas de grupo. Ao invés de se concentrarem apenas no indivíduo, os

administradores começaram a pensar em processos e em recompensas grupais.

O Behaviorismo estava de acordo com a maior parte da idéias da Escola das Relações

Humanas, porém não compartilhava a idéia que a eficiência organizacional dependia

isoladamente da satisfação do trabalhador. O Behaviorismo tinha como foco principal a

atenção à propriedade humana da adaptabilidade. Todos os behavioristas valorizavam a

organização informal, onde era necessário descobrir os fatores que levariam os trabalhadores

a cooperar, quando as suas atividades na empresa, viessem de encontro aos seus objetivos

pessoais (MOTTA, 1976).

Conforme Motta (1976), o Behaviorismo dava muita atenção ao processo de tomada

de decisão, que considerava central na administração. Este processo envolvia a escolha

consciente ou inconsciente de certas ações. Ao se tomar uma decisão, geralmente se

provocaria outras decisões, quanto mais ampla fosse a decisão tomada, a tendência é que

gradativamente mais decisões tivessem que ser tomadas em virtude desta. A hierarquia de

decisões estava ligada com a hierarquia de objetivos que se pretendia alcançar. É quase

impossível a realização completa de um objetivo por meio de decisões, pois o ambiente e as

condições internas limitam as alternativas. A decisão representaria a melhor solução

encontrada em determinado momento. Uma maior capacidade de decisão por parte da

organização faria com a mesma aumentassem suas chances de sobrevivência e

desenvolvimento.

A teoria Y de McGregor, contribuiu para o desenvolvimento do behaviorismo. A

teoria descrevia que era de responsabilidade da administração, a organização dos elementos

produtivos da empresa como o dinheiro, materiais, equipamentos e pessoas. As pessoas se

tornam resistentes às necessidades da organização devido a experiências passadas em outras

organizações. A administração era responsável em criar nas pessoas, condições para que as

mesmas reconhecessem e desenvolvessem características como: a motivação, o potencial de

desenvolvimento e a capacidade de assumir responsabilidades. Fazendo com que as pessoas

atingissem seus objetivos e dirigissem seus esforços a caminho dos objetivos da organização

(MOTTA, 1976).

De acordo com Stoner e Freeman (1999), a escola comportamental surgiu, em parte

porque a abordagem clássica não proporcionou suficiente eficiência de produção e harmonia

no local do trabalho. As pessoas nem sempre seguiam os padrões de comportamento previsto

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ou esperado. Segundo Silva (2002), a abordagem comportamental teve como base a Teoria

das Relações Humanas, direcionando as teorias da administração para uma maior valorização

do comportamento do trabalhador, reduzindo assim as posturas normativas e prescritivas. O

movimento focava o comportamento organizacional por meio do estudo dos indivíduos e

grupos.

De acordo com Silva (2002), com os estudos de Lewin, começou-se a experimentação

a fim de analisar a vida dos grupos. A essência do estudo focava os pequenos grupos

enfatizando-se a coesão grupal, a motivação, o processo decisório, a participação, os estilos de

lideranças, a produtividade e os padrões grupais. Ainda segundo o autor, a formação de um

grupo se apoiava tanto na base de concordância entre seus membros, quanto os objetivos e

meios para alcançá-los. O resultado deste consenso é a solidariedade grupal. O trabalho em

grupo proporciona vantagens à organização. A solidariedade grupal, também pode funcionar

de maneira oposta ao desejo da empresa, influenciando as pessoas na diminuição da produção

e na fixação de metas inferiores as que poderiam ser alcançadas, bem como, quando

desencadeiam uma resistência a mudanças.

Silva (2002) comenta que os princípios da dinâmica de grupos, desenvolvidos por

Darwi, referente aos instrumentos e metas de mudanças, pregavam que o senso de pertencer

ao mesmo grupo, deveria ser incorporado pelas pessoas que necessitavam mudar e por

aqueles que deveriam influenciar, fazendo assim com que as mudanças ocorressem. Ainda

segundo o autor, o grupo exerce maior influência sobre seus membros ao se tornar mais

atraente perante estes. O grupo tem uma maior influência nas mudanças de atitudes, valores

ou comportamentos, quando considera esses fatores importantes e atraentes para o grupo. A

influência de um membro é maior quando este tem um maior prestígio perante aos demais

membros.

Os princípios da dinâmica de grupos diziam que haveria uma maior resistência ao se

tentar mudar indivíduos ou partes do grupo, quando o objetivo é desviá-los das normas do

grupo. Uma fonte de pressão para mudanças pode surgir dentro do grupo, quando se cria uma

percepção conjunta por parte dos membros, que as mudanças são necessárias. Todas as

pessoas importantes no grupo devem participar das informações associadas a necessidade de

mudança, bem como, dos planos e conseqüências das mudanças. As mudanças efetuadas em

uma parte do grupo levam a tensão em outras partes, podendo ser minimizadas somente com a

eliminação da mudança ou reajustes nessas partes (SILVA, 2002).

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Silva (2002) ressalta que as Teorias da Motivação tem como objetivo conhecer as

razões que levam as pessoas a se comportarem de uma maneira ou outra, bem como conhecer

o processo que gera o comportamento. O autor cita a teoria da hierarquia das necessidades de

Maslow, onde o comportamento do indivíduo se dá de forma a suprir suas necessidades mais

imediatas. Em primeiro lugar as necessidades fisiológicas, relacionadas com a necessidade de

sobrevivência. Em segundo lugar a necessidade de segurança, onde o indivíduo busca a

proteção contra ameaças. Em seguida as necessidades sociais, sendo relacionadas com a

participação em grupos, afeto, amor, aceitação. Posteriormente na escala, está a necessidade

de estima, que é a maneira que o indivíduo se vê e se avalia. Por último, aparece a

necessidade de auto-realização, que ocorre só depois que todas as necessidades anteriores

forem supridas.

Morgan (1996, p. 45) comenta que a teoria da motivação de Abraham Maslow dizia

que “os seres humanos são motivados por uma hierarquia das necessidades que progride

através de diferentes tipos, a saber, fisiológicos, sociais, e psicológicos”. Essa teoria

considerava que as organizações burocráticas que desejavam motivar seus empregados com

dinheiro ou com segurança no emprego faziam com que o desenvolvimento humano estivesse

no nível mais baixo da hierarquia das necessidades.

Muitos teóricos em administração perceberam que para as organizações atingirem seus

propósitos e objetivos era necessário que os cargos e as relações interpessoais fossem

redesenhadas, criando-se dessa forma condições de crescimento pessoal para os trabalhadores.

Como conseqüência a idéia de integrar as necessidades individuais e organizacionais

começaram a ganhar força (MORGAN, 1996).

De acordo com Silva (2002, p. 252), os estudiosos, por meio de pesquisas, perceberam

a grande influência da liderança informal, que estabelece regras para a atuação dos grupos,

mantendo um controle intenso sobre o comportamento dos membros. A liderança “é o

processo de dirigir e influenciar as atividades de grupos, no sentido do alcance dos objetivos

em uma determinada situação”. A liderança pode ser formal quando exercida por pessoas

escolhidas e informal quando exercida por pessoas influentes por suas habilidades e que

suprem as necessidades das outras pessoas. A liderança é uma forma de comportamento

humano.

Conforme Silva (2002), McGregor por meio de seus estudos, argumenta que as ações

dos administradores são guiadas conforme as suas suposições sobre o comportamento

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humano. Na teoria x, McGregor ressalta que o homem era considerado por natureza

preguiçoso e não confiável, preferindo ser dirigido, já a teoria y descreve que o homem pode

se autodirigir e ser criativo no trabalho, deste que seja motivado. A teoria Y propõe a

integração das metas individuais com as da organização.

A abordagem sistêmica destaca que os administradores não devem se ater apenas ao

organograma tradicional, e sim devem ter a visão da organização como um sistema unificado

de partes inter-relacionadas (STONER; FREEMAN, 1999). Na abordagem sistêmica há uma

tendência em se destacar mais os papéis, ou seja, o conjunto de comportamentos relacionados

com as tarefas desempenhadas do que as pessoas. O problema é visto como um

reconhecimento das interdependências internas e influências ambientais. As partes da

organização só podem ser compreendidas quando existe relação desta com outras partes,

sendo que as organizações de negócios são sistemas que trabalham em conjunto para alcançar

os objetivos da organização e dos indivíduos que dela fazem parte (SILVA, 2002).

Morgan (1996) comenta que o enfoque sistêmico admite que os indivíduos, os grupos

e as organizações possuem necessidades que devem ser satisfeitas, dependendo assim de um

ambiente amplo. Ao contrário das teorias da administração clássica onde a organização era

considerada um sistema mecânico que se preocupava com o planejamento interno, na teoria

dos sistemas abertos o processo de organização deveria levar em conta o ambiente. Os

indivíduos na organização pertencem a grupos ou departamentos que pertence à divisão

organizacionais maiores e assim sucessivamente. A teoria contingencial conduz ao caminho

da liberdade do pensamento burocrático e a uma forma de organização que atenda os

requisitos do ambiente, onde as necessidades internas são equilibradas e satisfeitas. A melhor

forma de organizar depende do tipo de tarefa e do ambiente onde a organização esta inserida.

Conforme Motta e Vasconcelos (2005), no modelo de Likert, a organização é

visualizada como um sistema de interligação de grupos. Os grupos por sua vez são ligados por

indivíduos em posição-chave, que simultaneamente pertencem a dois ou mais grupos. Os

indivíduos são elos de ligação entre a organização e seu ambiente. O esforço coordenado dos

membros da organização é fundamental para o sucesso da organização. Sendo importante que

esse esforço seja direcionado de forma que haja uma compreensão das características

organizacionais físicas, como a estrutura, a comunicação, a tomada de decisões, o conjunto de

motivações e atitudes.

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De acordo com Silva (2002), na teoria contigencial cada situação exige práticas

diferentes para resolver os problemas organizacionais, não existindo assim um modo melhor

de organizar, pois a estrutura depende do ambiente em que a organização está inserida. Stoner

e Freeman (1999) relatam que, na abordagem contigencial, a melhor técnica de administração

dependerá da situação e das circunstâncias onde se focalizarão os pormenores das relações

entre as partes de um sistema, definindo-se quais são os fatores determinantes para uma

questão ou tarefa.

Conforme Morgan (1996), com o trabalho dos pesquisadores da universidade da

McGill, pode se constatar que os sistemas centralizados da máquina burocrática e a forma

departamentalizada, tende a tornar as organizações lentas e ineficazes quando o ambiente

sofre constantes mudanças.

Entretanto, segundo Morgan (1996), na burocracia profissional há uma modificação

do controle centralizado dando-se mais autonomia aos trabalhadores. Essa é mais apropriada

para situações relativamente estáveis e tarefas relativamente complicadas. Pode ser usada, por

exemplo, em estruturas de universidades, onde as pessoas precisam de grande autonomia e

liberdade nas suas escolhas, a fim de serem mais eficazes no seu trabalho. Na burocracia

profissional a estrutura tende a ser mais achatada e as hierarquias dão espaço para

descentralizado de autoridade. Já na estrutura simples a organização é informal e flexível,

porém seu funcionamento é centralizado na figura do presidente, sendo ideal para mudanças

rápidas.

A adhocracia é ideal para ambientes instáveis, onde são envolvidas geralmente equipes

de projeto que se formam a fim de desempenhar uma atividade, sendo desfeitas ao fim do

projeto, quando seus membros se reagrupam em outras equipes a fim de desenvolver outros

projetos (MORGAN, 1996).

Tendo em vista a evolução das teorias da administração, onde os autores relatam que a

ênfase nas tarefas, nas estruturas e na autoridade foram sendo substituídas pela ênfase nas

pessoas que faziam parte da organização e nas relações interpessoais, apresenta-se a seguir a

definição de grupo e de equipe, a fim de elucidar o tema e o problema de pesquisa.

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2.2 A definição de grupo e a diferença quanto ao conceito de trabalho em equipe

De acordo com Robbins (2001), um grupo de trabalho não se envolve em trabalhos

coletivos. Seu desempenho é a somatória das contribuições individuais de seus membros. Já

em uma equipe de trabalho, os esforços individuais têm como resultado um nível de

desempenho maior do que as somas das contribuições individuais.

No entanto, Wagner e Hollenbeck (2003) afirmam que, em um grupo, as pessoas

interagem entre si, influenciando e sendo influenciadas pelos outros membros. Os autores

afirmam que todas as equipes são grupos, porém, nem todos os grupos são equipes. Em uma

equipe, seus membros são altamente interdependentes, sendo responsáveis pelo desempenho

de diversas funções diferenciadas. A diferença de antecedentes, talentos, treinamentos e

acesso a recursos, fazem com que a distribuição de aptidões, conhecimentos, experiências e

informações se distribuam de forma diferenciada entre os membros da equipe.

Uma equipe pode ser considerada um grupo se deseja alcançar seus objetivos de forma

compartilhada. Em uma equipe, a comunicação ocorre de forma verdadeira. As opiniões

divergentes são desejadas e existe confiança e cooperação entre os membros que investem

constantemente no crescimento do grupo. Um grupo transforma-se em equipe quando se

preocupa com sua forma de operar, resolvendo os problemas que afetam seu funcionamento

(MOSCOVICI, 1995).

Entretanto, Gomes (1994) relata que grupo é um conjunto de indivíduos unidos para

atender um objetivo comum, com esforços individuais e sem preocupação com o todo. Porém,

equipe é um grupo que trabalha interativamente. Seus membros preocupam-se uns com os

outros, visando atender ao objetivo comum da organização.

Rodrigues (1997) comenta que a origem da equipe nasce quando o trabalhador adere

espontaneamente aos compromissos e metas da empresa, havendo assim uma integração do

indivíduo-organização. A equipe existe quando todos os membros do grupo estão

comprometidos com as mesmas metas definidas.

Segundo Schermerhorn et al (1999), equipe é um grupo de pessoas que trabalham

juntas, possuem habilidades complementares e desejam alcançar um propósito comum pelo

qual todos são responsáveis. No grupo pode se identificar uma equipe quando todos os

membros conhecem os problemas e as ferramentas de trabalho e se existe comprometimento

com uma determinada causa, projeto ou problema. A construção de um determinado ambiente

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de trabalho é alvo de preocupação entre todos os membros (BERSOU; BERSOU, 1997). De

acordo com Robbins e Finley (1997), uma equipe pode ser definida não por que ela faz e sim

pelo que seus membros se interessam e fazem juntos.

Considerando a discussão apresentada com base no referencial teórico, esse trabalho

encontra sustentação para caracterizar equipes e grupos por meio da variável,

“aprendizagem”. Conforme Senge (2003), com a aprendizagem em equipe os membros

alcançam os resultados que realmente desejam, por meio da visão compartilhada. Hoje existe

uma grande necessidade de se dominar a aprendizagem em equipe, indiferente do tipo de

equipe, pois a maioria das decisões são tomadas em equipe. Os indivíduos vivem em contínuo

aprendizado, porém a aprendizagem não ocorre em nível organizacional. Entretanto, nas

equipes a aprendizagem ocorre em toda a organização, pois as novas idéias são colocadas em

ação, podendo se difundir para outros indivíduos e equipes.

Diante do que foi exposto pelos autores adotados neste estudo, observa-se as

vantagens das equipes de trabalho para a competitividade da empresa e satisfação dos

trabalhadores. Dessa forma, apresenta-se na seqüência a importância e os desafios do trabalho

em equipe nas organizações.

2.3 A importância e os desafios do trabalho em equipe

Moscovici (1995) afirma que, segundo pesquisas, as equipes superam o desempenho

de indivíduos que agem sozinhos, ou em pequenos grupos, respondendo aos novos desafios

por meio da absorção e aplicação de conhecimentos da vida de seus membros. Por isso as

empresas estão sendo forçadas a tornar sua estrutura organizacional mais horizontal,

descentralizando, assim, seu processo de decisão, pois os problemas novos estão exigindo

soluções rápidas e inovadoras que não são mais solucionadas pelo processo tradicional da

administração (ALENCAR, 1996).

Conforme Kelley e Littman (2001, p.90) “se você não confia em equipe, pense no fato

que mesmo o inventor mais conceituado é em geral, uma equipe disfarçada”. Os

colaboradores solitários, muitas vezes ficam muito apegados a sua idéia, não divulgando e

nem permitindo que a mesma seja testada e aperfeiçoada. Dessa forma, pensam como

indivíduos e não como membros de equipe e por conseqüência, acabam não tendo êxito em

seus projetos.

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As empresas com visão de futuro reconhecem que seus colaboradores almejam

desafios, respeito, espírito empreendedor, confiança e decisões democráticas. As organizações

hierárquicas e autocráticas estão perdendo espaço na atual conjuntura. Por outro lado as

organizações que constroem novos locais de trabalho estão implantando as mudanças por

meio das equipes que estão presentes em todo o ambiente organizacional (WILSON et al,

1995).

De acordo com Wellins et al (1994), à medida que as empresas procuram se tornar

mais eficientes, não podem deixar de levar em consideração as vantagens da adoção de

equipes de trabalho flexíveis, autodisciplinadas e multiabilitadas. Como forma de se

manterem competitivas, as empresas necessitam oferecer serviços de qualidade, com custos

baixos e velocidade. Desta forma, como meio de se adaptar de forma rápida, muitas empresas

estão percebendo as vantagens das equipes de trabalho. Essas por sua vez possibilitam uma

melhor comunicação, oferecendo mais oportunidades, encontrando melhores soluções com

mais velocidade.

Wellins et al (1994) afirmam que o avanço da tecnologia está exigindo que os

trabalhadores tenham mais habilidades, criando uma maior interdependência entre as

atividades, fazendo com que os trabalhadores que antes trabalhavam sozinhos agora tenham

que trabalhar em conjunto. As organizações precisam contar com colaboradores cada vez

mais multiabilitados, capacitados a desempenhar diversas funções, possibilitando

revezamentos e substituição no trabalho. Assim, as equipes podem suprir suas necessidades,

já que são projetadas de forma a facilitar a divisão do trabalho. As empresas que almejam

reter os melhores talentos poderão contar com as equipes, pois estas proporcionaram maior

participação, desafio e desejo de realização nos seus colaboradores. Cada vez mais, um

número crescente de empresas vem demonstrando que as equipes de trabalho contribuem para

a melhoria da qualidade, do atendimento ao cliente e à produtividade.

A resistência individual é uma barreira à utilização das equipes de trabalho. Muitos

funcionários consideram as tarefas de se comunicar de maneira franca e honesta, de dar conta

de diferenças e resolver conflitos e de sublimar metas pessoais em favor da equipe, como

tarefas difíceis e, às vezes, impossíveis. Ainda segundo o autor, o desafio de se introduzir

equipes será maior em organizações que sempre valorizaram o trabalho individual. Nas

organizações onde os funcionários possuem fortes valores coletivistas, ou em organizações

novas que utilizam equipes como forma de estruturação de trabalho, o desafio de introdução

de equipes será menor (ROBBINS, 2001).

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Conforme Parker (1994), os líderes que almejam fazer do trabalho em equipe um

estilo de vida, necessitam pensar na equipe de trabalho antes de tomarem decisões

importantes. Os gerentes precisam atuar de maneira a dar apoio aos integrantes de equipes,

oferecendo oportunidades iguais a todos os membros quanto à avaliação de desempenho,

salários e promoções, demonstrando a importância do trabalho em equipe para o sucesso da

organização.

Os profissionais de recursos humanos necessitam incluir os conceitos de integrantes de

equipes em todas as normas e procedimentos da organização. Os treinamentos de

profissionais precisam incluir seminários e grupos de trabalho destinados a desenvolver as

habilidades de integrantes de equipe e de trabalho de equipe eficaz. O desafio de cada pessoa

é ser o melhor integrante de equipe, conhecendo os pontos fortes e minimizando os pontos

fracos (PARKER, 1994).

Nas equipes o diálogo é constante, indo além da compreensão individual, pois os

trabalhadores ganham novas perspectivas que não seriam conseguidos individualmente,

participam de um conjunto de significados comuns, explorando as questões de vários pontos

de vista, podendo levar a um grande aprendizado em grupo (SENGEL, 2003).

Segundo os autores consultados nesta pesquisa, as organizações com visão de futuro,

estão percebendo a importância das equipes de trabalho para o desempenho organizacional.

Diante do exposto, na seqüência apresentam-se as tipologias e as estruturas das equipes.

2.4 Tipologias das equipes e suas estruturas

De acordo com Robbins e Finley (1997), a estrutura da equipe e a sua configuração

são viáveis quando aplicadas à tarefa apropriada para a equipe. Mesmo que haja uma

combinação entre liderados e lideranças, é preciso que se adote o tipo certo de equipe para a

tarefa que se deseja realizar.

As equipes, segundo Wilson et al, (1995), podem variar conforme seu propósito ou

missão, podendo ser naturais quando trabalham a fim de produzir um bem ou serviço, de

desenvolvimento de produtos, quando são responsáveis por lançamento ou desenvolvimento

de novos produtos e equipe de melhoria da qualidade cuja finalidade é resolver problemas do

consumidor. As equipes podem variar conforme a sua permanência, pois as equipes naturais

geralmente trabalham juntas por um período de tempo indefinido. As equipes de melhoria da

qualidade podem se encontrar duas vezes por mês, sendo dissolvida, ao encontrarem, a

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solução adequada para um problema e, após a implementação da solução, pode também

diferir quanto ao poder que as equipes exercem.

Conforme Robbins (2001), as equipes podem ser classificadas em: 1- equipes de

solução de problemas; 2- equipes de trabalho autogeridas; 3- equipes interfuncionais. As

equipes de solução de problemas são formadas por pessoas que pertencem ao mesmo

departamento, que se reúnem para discutir melhorias na qualidade, na eficiência e no

ambiente de trabalho. As equipes de solução de problemas trocam idéias e apresentam

sugestão, porém raramente têm autoridade para implementar de modo unilateral as ações

sugeridas. As equipes de trabalho autogeridas são formadas por funcionários quase do mesmo

nível hierárquico, de diferentes áreas de trabalho, que juntos podem resolver problemas,

implementar soluções, assumindo responsabilidade total pelos resultados. Já as equipes

interfuncionais são formadas por funcionários com quase o mesmo nível hierárquico, porém

pertencentes a outras áreas de trabalho, que se reúnem com o objetivo de realizar uma tarefa,

podendo incluir membros de outras organizações.

Segundo Moscovici (1995), nas equipes de sugestões, a hierarquia é tradicional. As

equipes normalmente são temporárias e trabalham com um problema específico, tendo pouca

autoridade para tomar decisões. As equipes de resolução de problemas trabalham na

elaboração de soluções factíveis. As equipes semi-autônomas planejam, organizam e

controlam seu trabalho, mesmo respondendo a um supervisor. As equipes autogerenciáveis,

normalmente têm objetivos alinhados com os organizacionais. Essas definem e resolvem

problemas em sua área, tomam decisões conforme a autoridade que lhes foi dada podendo

planejar seu trabalho e contratar membros para sua equipe.

Entretanto, Schermerhorn et al (1999) afirmam que em um ambiente de trabalho pode-

se encontrar três tipos de equipes. As equipes que recomendam coisas e analisam problemas

específicos, recomendando soluções, sendo desativadas depois de atingir o objetivo desejado,

pois trabalham com um prazo estipulado. As equipes que fazem ou produzem coisas que são

os grupos funcionais que executam alguma tarefa em andamento. E por último, as equipes que

dirigem as coisas. Essas são formadas por pessoas que têm a responsabilidade formal de

liderar outros grupos.

De acordo com Mohrman (1995), as equipes primeiramente podem ter o propósito de

executar o trabalho da organização ou de melhorar os processos, sendo que uma equipe de

trabalho opera para transformar oportunidades organizacionais em produtos ou serviços ou

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para executar funções relevantes de apoio, controle ou direcionamento da transformação da

organização. Já as equipes voltadas para melhorias têm como tarefa o aumento da eficácia dos

processos da organização pelos quais o trabalho é obtido. As equipes podem ser temporárias

ou permanentes, sendo que as temporárias são estabelecidas para uma tarefa, como um

projeto, com data para acabar.

Conforme Cohen (1995), as organizações usam quatro tipos de equipes ou

configurações colaborativas. O primeiro é a estrutura colaborativa em rede, que são interações

e relacionamentos entre colaboradores interdependentes ou equipes de colaboradores que

cooperam para obtenção de um propósito. O segundo é a estrutura paralela que atua separada

das atividades do trabalho, por meio de equipes responsáveis pela recomendação da melhoria

da qualidade na área de desempenho e pela solução de problemas. O terceiro é a equipe de

projeto e desenvolvimento, sendo responsáveis pela complementação de projetos que

preencham os requisitos dos usuários num período definido. O quarto tipo é a equipe de

trabalho, responsável pela fabricação de um produto ou serviço ou pela prestação de um

serviço.

De acordo com os autores adotados neste estudo, as equipes influenciam as atividades

desenvolvidas e consequentemente a motivação e o comprometimento no trabalho. Diante

disso, apresenta-se a seguir a relação entre as equipes, a motivação e o comprometimento das

pessoas no trabalho.

2.5 As equipes, a motivação e o comprometimento das pessoas no trabalho

Conforme Bergamini (1990), as pessoas não realizam suas atividades pelas mesmas

razões. Dessa forma, em relação a motivação humana, não existe uma regra geral para

explicar as verdadeiras razões que levam as pessoas a agirem de determinada forma. Os

fatores que estão fora das pessoas são reforçadores de comportamentos, não sendo

considerados elementos que por si só aumentam a satisfação motivacional. Fatores como

salário, segurança, relacionamento interpessoal e condições ambientais de trabalho não

motivam os trabalhadores. Esses apenas fazem com que as pessoas busquem ou lutem por

algo que perderam. Sendo assim, são considerados fatores de condicionamento e movimento.

A motivação se encontra no interior de cada pessoa e os motivos almejados pelas

pessoas só poderão ser entendidos se forem relacionados a suas experiências anteriores. As

pessoas fazem coisas parecidas, porém as suas razões e a maneira de agir são diferentes, uma

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vez que elas trazem dentro de si potencial motivacional, necessidades e desejos. O nível

motivacional é determinado pela forma com que este conjunto é atendido (BERGAMINI

1990).

Ainda segundo Bergamini (1990), as pessoas podem ser motivadas pela participação

quando tem o desejo de contribuir ao máximo para a satisfação das outras pessoas. Para este

estilo de comportamento motivacional, a interação pessoal é desejada e as recompensas

almejadas consistem no contentamento em poder contribuir para as resoluções dos problemas

dos demais. Portanto, quando o norteador motivacional é a ação, a grande atração é a

oportunidade de agir para que as coisas aconteçam e para que os resultados sejam conhecidos

em curto prazo. Nesse estilo, a competência é uma qualidade indispensável e as oportunidades

devem ser aproveitadas o mais rápido possível. Já o estilo de manutenção tem como meta

principal a busca pela segurança, antes de qualquer ação, a fim de assegurar o sucesso do

passo seguinte. As pessoas com esse estilo garantem qualidade no processo decisório sem se

preocuparem com a velocidade. Quando o estilo norteador é o de conciliação, há uma busca

pelo entendimento entre as pessoas e a interação entre todos, tendo como característica uma

grande sociabilidade. Nesse estilo, busca-se descobrir o que os outros sentem e pensam para

facilitar o seu desempenho a partir do que mais valorizam. Todas as pessoas possuem

simultaneamente o estilo participativo de ação, de manutenção e o de conciliação. Porém, o

que diferencia uma pessoa da outra é a ênfase que é dada a cada um dos norteadores.

Bergamini (1990) comenta que a motivação é interna. Porém, o administrador pode

contribuir para criar um ambiente no qual as pessoas tenham um desejo interno para realizar

suas atividades. O empregado motivado assume as responsabilidades por que faz, resolvendo

os problemas que lhes são confiados. Sente-se satisfeito no próprio trabalho, não percebendo

as horas passarem. Está sempre presente, dando personalidade àquilo que faz. É objetivo

quando expõe seus problemas, só reclamando quando todas as suas alternativas já se

esgotaram. Sua vida pessoal e profissional se complementa, sem se confundirem.

Uma pessoa desmotivada só faz o que o seu cargo exige. Tem crises constantes de

desânimo, sempre reclama e cumpre o seu trabalho como se tivesse fazendo um favor. É uma

pessoa ausente, vive a desintegração entre o que gostaria de ser e o que se exigem dele. Desta

forma, a principal preocupação deveria ser com o que fazer para evitar a desmotivação, ao

invés de pensar o que fazer para motivar (BERGAMINI, 1990).

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A manutenção da motivação, mesmo nascendo no interior de cada indivíduo, não

depende somente do mesmo, pois o ambiente organizacional pode bloquear a energia

motivacional por meio da rigidez da administração tradicional de recursos humanos quando

não é adotada uma coordenação de esforços mais flexível que respeite a individualidade de

cada pessoa, não permitindo que a força individual interior flua e contribua para o aumento

dos níveis de satisfação motivacional (BERGAMINI, 1990).

De acordo com Spitzer (1997), a motivação envolve a interação das pessoas e seu

ambiente. A motivação é basicamente interna, apesar da necessidade de um elemento externo

para precipitá-la, pois nenhum fator externo é exclusivamente responsável pela motivação. O

alto desempenho acontece quando a motivação vem de dentro para fora, pois as pessoas

motivadas possuem seus próprios incentivos internos para agir, não esperando por forças

externas para motivá-las.

Um motivador é algum aspecto de trabalho que desperta emoções positivas, ou seja,

um desejo. Já um desmotivador é um dos aspectos do trabalho que desperta emoções

negativas como ressentimento, tédio, medo e raiva. Sabe-se que um número substancial de

motivadores e desmotivadores estão presentes em todos os contextos de trabalho. Dessa

forma, o desafio não é mudar cada funcionário individualmente e sim mudar o contexto de

seu trabalho. Quando o ambiente de trabalho é mais motivador, este possibilitará que os

funcionários pensem mais positivo e se sintam mais predispostos em relação ao seu trabalho

(SPITZER, 1997).

Ainda segundo Spitzer (1997), as pessoas são mais motivadas quando participam,

estando ativamente envolvidas, não sendo meros observadores passivos. Fazer parte de uma

equipe vencedora é um motivador. E para desenvolver equipes de produção supermotivadas é

importante que os funcionários queiram fazer parte da equipe. Para isso, o objetivo deve ser

claro para que todos os seus membros se concentrem para concretizá-lo.

As equipes necessitam de apoio para obtenção dos recursos necessários. As melhores

equipes são formadas por pessoas com formações diversas, pois a diversidade estimula a

criatividade e a motivação. As equipes mais eficazes têm um consenso sobre as regras básicas

que poderão influenciar no seu sucesso. As reuniões são dinâmicas e altamente envolventes,

assim os conflitos são resolvidos pronta e produtivamente. Os líderes são facilitadores e o

tempo é suficiente para que a equipe se torne verdadeira e conheça antecipadamente quando

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deve parar de operar. As equipes estão preparadas para o sucesso e esse sucesso é

comemorado (SPITZER, 1997).

Segundo Schermerhorn et al (1999), os membros das equipes necessitam estar

motivados a trabalhar ativamente com outras pessoas na realização de tarefas importantes.

Quando existe disposição dos membros da equipe em ouvir e reagir de forma construtiva às

opiniões dos demais, apoiando e reconhecendo seus interesses e realizações, há um aumento

significativo do comprometimento no trabalho.

Entretanto, de acordo com Kanaane (1999), a não participação do trabalhador no

processo produtivo afeta o comprometimento no trabalho, gerando impedimentos que atuam

em termos individuais e grupais. Porém à medida que o trabalho é desenvolvido, o problema

de falta de comprometimento no trabalho se amplia, ocasionando barreiras à organização e no

nível de satisfação dos funcionários, principalmente no que se refere à necessidade de

integração e reconhecimento. Nas organizações onde prevalece o poder burocrático, o clima

organizacional atua de forma a dificultar o processamento das atividades, causando

retrabalho, desperdícios financeiros e motivacionais.

Quando o clima organizacional satisfaz as necessidades de seus participantes,

canalizando seus comportamentos motivados para a realização dos objetivos da organização,

a conseqüência é a eficácia organizacional. Assim, as organizações estão buscando a

participação dos seus colaboradores para que esses se envolvam nos negócios da empresa,

recebendo informações, colaborando na realização do trabalho em equipe (KANAANE,

1999).

A construção de equipes depende de um ambiente de cordialidade e de

reconhecimento. As relações de trabalho precisam ser motivadas e reconhecidas, buscando-se

entender as necessidades de cada pessoa (BERSOU; BERSOU, 1997). A equipe quando

motivada, madura e hábil saberá enfrentar e superar os maiores desafios, mesmo estando

sujeitas a dificuldades e problemas (MOSCOVICI, 1995). A motivação para o trabalho é

afetada quando no ambiente de trabalho são ignoradas as necessidades de reconhecimento,

apoio e segurança (ALENCAR, 1998).

Abreu (2000) comenta que as inovações requerem esforços conjuntos, por meio do

trabalho em equipe. O pouco comprometimento da força do trabalho é prejudicial, podendo

interferir no processo de inovação. O novo cenário demanda colaboradores comprometidos,

que se identifiquem com os objetivos organizacionais. O comprometimento busca parcerias

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entre clientes e fornecedores internos. O exercício do autoconhecimento e do conhecimento

do outro no trabalho em equipe, permitirá o desenvolvimento de um processo de

conscientização e compromisso por parte dos colaboradores (GOMES, 1994).

Para Hersey e Blanchard (1976) é importante que os objetivos da organização estejam

integrados com os objetivos dos colaboradores, sendo que estes devem ser estabelecidos em

conjunto e aceitos antecipadamente. Quando os subordinados participam do processo de

planejamento é visível o aumento do compromisso destes com os objetivos estabelecidos.

Wellins et al (1994) comentam que os membros das equipes que se consideram como

parte da equipe e não como colaboradores autônomos, acima de seus objetivos pessoais, estão

compromissados com os objetivos do grupo. De acordo com Robbins e Finley (1997), os

membros de equipes eficazes definem as metas e os objetivos da equipe, assumindo

compromisso com o resultado. Conforme Alencar (1996), as organizações que apóiam os

colaboradores, reconhecendo suas habilidades e esforços, fazendo com que esses se sintam

satisfeitos e motivados no ambiente de trabalho, certamente poderão contar com mais

envolvimento e dedicação por parte destes.

De acordo com Weiss (1991), a responsabilidade de cada colaborador no ambiente de

trabalho necessita estar clara para todos, mesmo quando o trabalho é realizado em grupo ou

em equipe. Parte da motivação de uma pessoa vem do fato de a mesma saber que tem um

papel importante na organização e que existem outros colaboradores que contam com o seu

trabalho. Quando uma pessoa é responsável em realizar alguma atividade, é imprescindível

que esta saiba quais serão as conseqüências da tarefa, se bem desenvolvidas ou não, pois as

ações poderão afetar a equipe inteira e suas áreas de influência. Ao entrar na organização, as

pessoas chegam motivadas. Porém, quando a organização ignora suas necessidades ou frustra

seus interesses, a motivação se torna um problema, pois mesmo que a pessoa comece a

trabalhar com vontade de realizar um bom trabalho, seu desejo precisa ser renovado.

A equipe criativa é motivada por objetivos tangíveis e não por causas mais elevadas.

As equipes determinadas, compostas pelos melhores profissionais, necessitam ser desafiadas.

Dessa forma, essas terão oportunidades de alcançarem os melhores resultados, mostrando o

seu potencial (KELLEY; LITTMAN, 2001).

A necessidade do homem em se relacionar com outros indivíduos faz com que ele

procure e mantenha um conjunto de relações com outras pessoas. A motivação humana pode

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ser refletida por circunstâncias negativas, tanto no caso de conflitos, baixa produtividade e

greves, como também por circunstâncias positivas, como espírito corporativista, compromisso

com a organização e alta produtividade. A organização empreendedora busca motivar os seus

colaboradores em relação com o trabalho, criando situações de trabalho condizentes com o

aumento da satisfação humana (LAKATOS, 1997).

O trabalho em equipe permite que os trabalhadores tenham uma visão compartilhada,

e de acordo com Senge (2003), a visão compartilhada possibilita um maior comprometimento

por parte dos trabalhadores, pois reflete a visão de cada um deles.

Segundo os autores adotados nesse estudo, a motivação e o comprometimento no

trabalho são influenciados pela participação das pessoas no processo de planejamento. Diante

disso, apresenta-se na seqüência o papel da liderança no trabalho em equipe.

2.6 O papel da liderança no trabalho em equipe

Segundo Wilson et al (1995), as equipes, nos estágios iniciais, precisam de mais ajuda

do que os colaboradores individualmente precisariam em uma estrutura tradicional, pois

necessitam de mais treinamento e orientação, sendo assim imprescindível contar com a ajuda

dos líderes. A equipe se encontra em uma situação melhor quando o líder tem mais poder e

influência. O poder do líder se amplia quando o mesmo possibilita melhorias no processo,

bem como quando este tem facilidade para atrair recursos e remover barreiras, ajudando os

membros da equipe a usarem todo o seu potencial.

Quando os líderes visam seus interesses próprios, excluindo os interesses da equipe,

todos perdem. Porém, quando o líder deixa de dar ordens, determinando o que as pessoas têm

que fazer, e passam a dar direções, criando uma visão de metas compartilhadas, todos saem

ganhando. O líder que admite seus erros, apreendendo com os membros da equipe, consegue

o respeito desses com maior facilidade (WILSON et al, 1995).

Wilson et al (1995) comentam que os líderes de linha de frente e gerentes de nível

médio, necessitam assumir um compromisso com a mudança à medida que as organizações

implementam as equipes. As mudanças nas organizações estão forçando uma alteração na

forma de liderança, fazendo com que os líderes ajam mais como treinadores do que

comandantes. A função do líder é a de ajudar cada membro da equipe a relacionar a visão e os

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valores da organização com seus próprios desejos e metas individuais, pois a visão e os

valores devem guiar o comportamento da equipe.

De acordo com Robbins e Finley (1997), pode-se encontrar vários modelos de

liderança de equipes. As lideranças podem variar desde as tradicionais ou até atingirem vários

graus de autodireção. Assim sendo, as organizações podem optar pela ausência de liderança

ou então pelo revezamento da liderança a cada período, ou conforme a tarefa. Nela o líder

deve saber as necessidades dos colaboradores, contribuindo para que os mesmos satisfaçam

suas necessidades.

Os líderes autocráticos lideram com ênfase no controle e comando. Seu enfoque é que

o trabalho seja feito, não importando como, sendo esses responsáveis pela tomada de

decisões. Os empregados atuam individualmente, não participando de equipes e fazendo

apenas o que foi ordenado. Já os líderes participativos retêm para si a maior das

responsabilidades no que diz respeito à tomada de decisões, cuidando de todos os conflitos de

equipe, gerenciando as questões de desempenho, envolvendo-se no trabalho diário dos

membros da equipe, distribuindo tarefas e intervindo nos problemas. Os líderes participativos

solicitam contribuições e idéias dos seus empregados, porém ainda continuam decidindo se as

contribuições dos colaboradores serão utilizadas e de que forma isso pode acontecer

(WILSON et al, 1995).

Conforme Wilson et al (1995), quando os líderes participativos estão no nível dois,

muitos deles param de avançar, pois estão dispostos a compartilhar o poder só até um ponto

por se sentirem ameaçados. Já os empregados que estão sob a liderança de nível dois ou três,

esses gostam da sensação de trabalhar em equipe, aumentando a confiança entre líderes e

liderados, por meio da melhoria na comunicação que gera informações compartilhadas.

Ainda segundo Wilson et al (1995), os líderes de alto grau de envolvimento são

facilitadores e treinadores, buscando contribuições dos membros da equipe, desenvolvendo os

talentos, as habilidades e capacidades desses. Esse tipo de equipe é altamente integrada por

meio de intensa troca de informações e comunicação, sendo o líder responsável por assegurar

que a informação flua dentro da equipe. Nesse nível, os membros da equipe estão evoluindo

constantemente, aceitando a responsabilidade pela qualidade dos produtos e serviços,

compartilhando responsabilidades que até então eram somente dos líderes, tais como a

contratação de novos membros para a equipe, resoluções de conflitos da equipe e

programação de seu próprio trabalho.

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Em muitas organizações de nível quatro, ainda se tem a presença de um líder formal

permanentemente dentro da equipe, dando sinais que existe alguém encarregado. Porém, o

líder no nível cinco é aquele que se encontra fora da equipe, podendo ser comparado com um

conselheiro para a equipe, pois essa equipe assume a maior parte das responsabilidades de

liderança e os seus membros funcionam como líderes da equipe (WILSON et al, 1995).

De acordo com Wilson et al (1995), o treinamento e a comunicação devem ser as

maiores preocupações dos líderes que desejam trabalhar com liderança de alto envolvimento.

Além disso, a comunicação precisa ser eficaz e as informações e idéias devem ser

comunicadas de forma clara e eficaz. O líder deve dedicar seu tempo incentivando os

funcionários, pois mesmo as empresas que adotam equipes autogerenciáveis acabam deixando

os conflitos para que os líderes resolvam.

Mesmo que as equipes comecem a estabelecer suas próprias metas, se auto-avaliando

e resolvendo seus próprios conflitos, é importante que os líderes sirvam de modelo e treinem

os comportamentos apropriados, ajudando assim os membros da equipe. Como forma de

ganhar a confiança da equipe, os líderes de equipes e gerentes necessitam acreditar que os

membros das mesmas tomarão as decisões certas as quais desejam por em prática da melhor

maneira. Outro comportamento por parte da liderança, capaz de gerar confiança, é a

disposição para divulgar informações, pois, quanto mais as informações forem compartilhadas

entre o líder e os membros da equipe, maior será a confiança entre as partes. Os líderes devem

agir de acordo com o que falam, pois, do contrário, poderão perder a credibilidade perante os

membros da equipe (WILSON et al, 1995).

Para Wilson et al (1995), os líderes têm a função de indicar o caminho certo à equipe,

permitindo assim que estas tenham propósitos e metas, ligadas à visão geral da organização,

incentivando a iniciativa e o aprendizado, fazendo com que o fracasso seja visto como

experiência de aprendizado positivo, e os membros estejam dispostos a aceitar a contribuição

de todos.

Na maioria das organizações que adotam equipes autogerenciáveis, existe ainda algum

tipo de líder dentro da equipe que geralmente é um membro que deseja e tem condições de

coordenar algumas funções, funcionando na maioria dos casos como um porta voz,

coordenando as atividades da equipe junto a outros departamentos ou equipes, dedicando seu

tempo com o treinando de novos membros de equipe (WELLINS et al, 1994).

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Existem organizações que permitem apenas que o líder de equipe seja um facilitador

interno que ajude a decidir como as várias responsabilidades de liderança serão divididas

entre os membros, sendo que na maioria dos casos essa é permanente, em outras, os membros

da equipe revezam o cargo. É comum existir um líder fora da equipe, sendo este chamado de

líder de grupo. Os mesmos desenvolvem o papel de coordenadores e facilitadores, ajudando a

comunicação mútua entre as equipes (WELLINS et al, 1994).

Muitos líderes não estão preparados para trabalhar em equipe e isto se torna um

desafio para a maioria dos gerentes se tornarem líderes eficazes. Esses precisam apreender a

compartilhar informações, delegar autoridade, confiar nos membros da equipe e saber quando

intervir (ROBBINS, 2001). Para que as organizações possam contar com verdadeiras equipes,

os líderes precisam estabelecer relações afetuosas e reconhecidas com seus colaboradores,

tornando as equipes altamente identificadas com seus propósitos e da empresa (BERSOU;

BERSOU, 1997).

Contudo, Schermerhorn et al (1999) afirmam que as necessidades de tarefa e de

manutenção precisam ser satisfeitas para que os grupos atinjam o alto desempenho. A

responsabilidade de ajudar a satisfazer essas necessidades deve ser compartilhada por todos os

membros, mesmo que exista uma pessoa formalmente nomeada líder do grupo. Uma liderança

autêntica jamais será exercida por uma pessoa auto-suficiente, por mais competente que esta

seja na realização dos objetivos organizacionais (MOSCOVICI, 1995). Segundo Mohrman

(1995), a equipe pode requerer ou não o papel da liderança, porém, a equipe pode ficar sem

liderança. Entretanto, a tarefa de integração poderá ficar complexa, sendo necessária a criação

de papéis especiais.

Conforme Cohen (1995), nas equipes de configuração em redes, a liderança tende a

ser múltipla e distributiva. Os líderes múltiplos poderão dirigir atividades diferentes na rede e

a liderança poderá ser baseada no conhecimento e execução das tarefas, como também no

conhecimento funcional ou posição gerencial, podendo mudar de acordo com a fase do

projeto, dos requisitos técnicos e das necessidades dos clientes. Nas equipes paralelas, onde os

membros só podem fazer recomendações, é fundamental que as lideranças facilitem as

reuniões dos membros das equipes, fornecendo ligações à gerência e aos elementos externos,

orientando os membros da equipe, fornecendo treinamento e recursos. Nas equipes de projeto,

geralmente o líder do mesmo deverá ajudar a equipe a alinhar seus esforços com os objetivos

estratégicos da organização, tendo que agir, quando necessário, como mediador para acelerar

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a tomada de decisões. Nas equipes de trabalho, a posição e o papel do líder dependem da

distribuição de autoridade na organização, da sua cultura e da maturidade do grupo.

O supervisor imediato é definido como um treinador, sendo dado a ele um leque maior

de controle ou responsabilidade para coordenar mais de uma equipe. A posição do supervisor

poderá ser eliminada se a equipe se reportar diretamente ao gerente do nível superior seguinte.

Os membros da equipe poderão ser responsáveis pelo papel da liderança e as atribuições

poderão ser permanentes ou dadas em rodízio (COHEN, 1995).

Para Senge (1999), os líderes de linha em nível local, ou seja, aqueles com

responsabilidade por resultados e com autoridade para realizar mudanças na forma como o

trabalho é organizado e conduzido em âmbito local, quando criativos e comprometidos,

geralmente estão envolvidos em iniciativas de mudança bem-sucedida. Estes podem ser, por

exemplo, professores e diretores de instituição de ensino. Estes líderes são de vital

importância para a organização, somente eles e seus colegas podem proceder a experimentos

organizacionais, testando o resultado na prática das idéias e novas abordagens. Os líderes de

linha em nível local buscam gerar os melhores resultados, porém seu contato geralmente é

limitado fora de sua unidade de trabalho.

Ainda segundo Senge (1999), os networkers internos, “líderes de rede”, podem ser

funcionários como consultores internos, pessoal do departamento de treinamento e

desenvolvimento, pessoal da linha de frente como, por exemplo, o pessoal de venda. Os

Networkers internos são responsáveis por muitas práticas inovadoras difundidas nas empresas.

Estes líderes movimentando-se em âmbito bastante abrangente na organização, fazendo

alianças com outras pessoas com pensamento semelhante. Estes também ajudam os líderes

locais, assessorando-os e colocando-os em contato com outros que possam lhe ensinar algo,

inseminando novas idéias e práticas na organização, podendo assim conscientizar os líderes

executivos da importância de se apoiar às mudanças organizacionais. Os networkers

pertencem mais a redes sociais informais do que à hierarquia da empresa, não tendo assim

autoridade formal hierárquica.

Os líderes executivos podem, por exemplo, ser um diretor, um presidente ou um

superintendente de instituição acadêmica. Esses são imprescindíveis às mudanças profundas

na organização ao criarem um ambiente propício à contínua inovação e geração do

conhecimento. Possuem responsabilidade geral pelo desempenho organizacional, porém com

menos influencia direta sobre os processos de trabalho. Os líderes executivos projetam mais

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do que tomam decisões-chaves, procurando delegar as decisões em níveis inferiores, sempre

que possível. Os líderes executivos eficazes reconhecem que algumas de suas habilidades e

comportamentos tradicionais podem ser grandes obstáculos. Não podendo agir sozinhos,

precisando de parceiros (SENGE, 1999).

Os autores consultados neste estudo destacam que, a equipe de trabalho eficaz,

envolve todos os trabalhadores no processo de decisão, promovendo assim abertura às idéias

inovadoras. Dessa forma, apresenta-se na seqüência a relação entre o trabalho em equipe e a

criatividade no trabalho.

2.7 O trabalho em equipe e a criatividade no trabalho

De acordo com Bono (1994), a criatividade prática é imprescindível quando existe

uma real necessidade de uma nova idéia para que o processo possa continuar ou quando não

se necessita de uma nova idéia. A criatividade pode oferecer oportunidades, vantagens e

benefícios. Serve como um motivador, fazendo com que as pessoas se interesse pelas suas

atividades, provendo uma estrutura para se trabalhar em equipe.

As organizações criativas se caracterizam pela presença de líderes criativos e o cultivo

de um ambiente criativo. Dessa forma os líderes deveriam promover um ambiente de abertura

e apoio às idéias inovadoras. O indivíduo só não faz uso de sua energia criativa quando existe

excesso de burocracia, falta de espírito de equipe, falta de integração entre os setores e

precário sistema de informações (ALENCAR, 1998). A iniciativa a criatividade podem ser

desenvolvida quando os indivíduos têm apoio do grupo, sendo que o estímulo do grupo pode

fazer com que os colaboradores desenvolvam atividades que se apresentam como

desmotivantes, rotineiras e desinteressantes (MUNICUCCI, 2000). Os funcionários têm

comportamentos criativos quando vão além das exigências normais do seu cargo, tendo

iniciativa para resolver problemas, melhorar procedimentos de trabalho ou atender o cliente

de forma extraordinária (SPITZER, 1997).

Mohrman e Mohrman (1995) afirmam que os grupos de pessoas estão por traz da

maioria das inovações. Dessa maneira cabe a organização promover a liberdade para novas

experimentações, não fazendo pressões sobre as pessoas, como também não deve estipular

maneiras específicas de fazer as coisas, pois o forte controle organizacional não estimula a

inovação. Segundo os autores, a inovação pode ser promovida quando as estruturas

organizacionais são achatadas, se forem colocadas equipes de inovações bem próximas dos

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tomadores de decisão final, como também quando os contatos entre membros organizacionais

e grupos externos são freqüentes, havendo incentivos que promovam a tomada de riscos, o

trabalho de equipe e o estilo gerencial que promova liberdade.

Para Alencar (1998), a necessidade básica de reconhecimento, segurança e apoio são

muitas vezes ignorados no ambiente de trabalho. A presença do autoritarismo, bem como a

ausência do espírito de equipe e do apoio para se colocar novas idéias em prática, afeta a

motivação, contribuindo para manter adormecido o potencial de criatividade dos

colaboradores. O apoio da chefia por meio de uma postura de receptividade, flexibilidade,

aceitação e estímulo às novas idéias, bem como o diálogo e confiança entre os membros da

equipes, favorecem a criatividade. Todo ser humano é criativo, em intensidade diferente,

dependendo, assim, das condições que podem possibilitar um maior ou menor

desenvolvimento do potencial criador.

Gomes (1994) relata que o ambiente pode causar bloqueios à criatividade, quando os

chefes são tradicionais e lidam com o poder na base da repressão, não dando espaço para as

pessoas mostrarem o que realmente sabem, provocando assim falta de cooperação, como

também falta de segurança, de interação e de consenso no ambiente organizacional. É

importante que se propicie um ambiente de trabalho criativo que ajude as pessoas a descobrir

suas individualidades e a se desenvolverem, mostrando como essas podem contribuir com o

trabalho em equipe.

Conforme Alencar (1996), as características da cultura e do clima organizacional

determinam barreiras que tendem a bloquear a criatividade. O ambiente de trabalho é de

fundamental importância para que a criatividade aconteça. Sendo assim é enorme o desafio

em muitas organizações, marcadas por relações de desconfiança, normas rígidas e precário

sistema de comunicação. Para que novas idéias sejam desenvolvidas, é preciso que a realidade

e os problemas sejam vistos de diversos pontos e não somente de acordo com uma só visão e

concepção.

As habilidades de pensamento criativo e as orientações para experimentar e correr

risco podem ser fortalecidas, quando dentro da organização todos os níveis hierárquicos

encorajam e aceitam tal comportamento. Uma organização criativa reconhece o potencial

ilimitado dos seus colaboradores, cultiva a harmonia no grupo e estabelece expectativas

apropriadas, tolerando as diferenças. O desafio das organizações é conscientizar os indivíduos

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quanto a sua capacidade pessoal para criar, provendo mudanças nas relações interpessoais e

no clima do ambiente de trabalho (ALENCAR, 1996).

Ainda segundo Alencar (1996), a centralização inibe a inovação, pois a concentração

do poder e a baixa participação dos funcionários no processo decisório bloqueiam a iniciativa

de inovações e a circulação de novas idéias, devido às restrições dos canais de comunicação e

das informações disponíveis. Conforme a autora, nos seminários sobre criatividade, foram

solicitados aos participantes que apontassem fatores no seu ambiente de trabalho que

dificultavam a criatividade. Entre eles foram destacados: a aceitação de opiniões somente

preestabelecidas, a presença de grupos que defendem interesses restritos e não os da empresa

como um todo, o individualismo excessivo e a ausência de troca de informações e de espírito

de equipe, como também, as novas idéias vistas como descaso ou suspeita e falta de

reconhecimento do potencial do trabalhador.

Alguns obstáculos impedem a criatividade das pessoas. Entre eles, Alencar (1996)

destaca as características da chefia, quando essas não ouvem os colaboradores, não

valorizando suas idéias e não estimulando sua criatividade. A estrutura organizacional rígida e

burocrática, com normas pouco flexíveis, revelando excesso de hierarquias e falta de

diretrizes claras. Existindo restrições como a falta de liberdade e autonomia por parte dos

funcionários, quanto à tomada de decisões e a prática de idéias novas, afetando as relações

interpessoais. Quando há ausência de diálogo ou sua inexistência, resultando em poucas

atividades em grupo, como também a não aceitação de novas idéias por parte dos

colaboradores. A maioria das propostas inovadoras ocorre quando a organização propicia a

divergência de pontos de vista e novas propostas. Os grupos se caracterizam pela diversidade

de formação e experiência.

De acordo com Mirshawka e Mirshawka (1992), a maior parte do que é criado são

resultado e produto do meio ambiente. A competitividade, as melhorias e as mudanças

necessárias podem ser alcançadas por meio da criatividade do grupo, pois, a maioria das

descobertas nasce da aproximação de duas ou mais verdades.

Goleman et al (1992) comentam que uma inovação criativa, necessita ser útil e

valiosa, não basta que seja diferente do que foi feito antes e sim que ela funcione. As pessoas

criativas fazem as coisas de diversos modos, cometendo muitos erros, porém ao persistirem

obtém as respostas que procuram. O processo criativo exige que vejamos as coisas de um

ponto de vista novo, dessa forma é fundamental um questionamento constante. Nas fases

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iniciais do processo criativo é essencial a obtenção de informações precisas sobre o objeto

investigado, pois dessa forma aumentarão as chances de se chegar a uma solução.

As atividades das pessoas e o ambiente de trabalho estão sendo modificados devido a

urgência da criatividade no âmbito organizacional. O sucesso das empresas depende de como

as informações são adquiridas, interpretadas e processadas, sendo que este processo

desenvolvido pelos trabalhadores é tão importante como a própria informação, sendo a

interpretação um ato criativo. Em um ambiente de trabalho criativo os colaboradores se

dedicam integralmente, tendo entusiasmo em desenvolver suas atividades. O espírito criativo

pode se manifestar no ambiente de trabalho quando as classificações de cargos, restritivas e

burocráticas que limitam o desempenho dos funcionários são eliminadas, bem como, quando

os segredos tradicionais da empresa são eliminados, permitindo que os empregados

compreendam a realidade do negócio (GOLEMAN et al, 1992).

Goleman et al (1992) comentam que a inovação exige a criação e implantação de

novas idéias, sendo cada vez mais difícil um inventor sozinho colocá-la no mercado sem o

apoio de uma equipe. Cada vez mais cresce o número de inovações realizadas por esforços

conjuntos. Os negócios de hoje exigem um estilo de liderança que permite que os

colaboradores atuem e assumam riscos, tendo proteção para mostrarem seu potencial criativo.

Uma das alternativas para estimular a criatividade é fazer com que as pessoas sintam-se

seguras para manifestar idéias novas, sem medo de serem censuradas. Muitos trabalhadores

procuram um emprego que além de assegurar uma vida decente lhe proporcione uma

plataforma para a criatividade. As empresas que proporcionarem esse ambiente de trabalho

terão mais chances de conservar os melhores profissionais.

Os autores desse estudo afirmam que as trocas existentes entre os membros da equipe

contribuem para a criatividade no trabalho como também, influenciam nas relações

interpessoais. Diante do exposto apresenta-se a seguir a relação entre o trabalho em equipe e a

harmonização das relações interpessoais.

2.8 O trabalho em equipe e a busca pela harmonização nas relações interpessoais

Conforme Kanaane (1999), ao minimizar conflitos, as empresas estão buscando novas

formas de organização do trabalho, enfatizando a criação de grupos semi-autônomos e

operativos, implementando os modelos participativos. Segundo Moscovici (1995), os

conflitos entre os membros do grupo podem ser causados por escassez de recursos para

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satisfazer todas as necessidades e desejos individuais, principalmente de poder e afetividade.

As alternativas para controle do conflito podem ser descobertas com o diálogo, dando-se

atenção à resolução dos problemas.

Moscovici (1995) comenta que o desenvolvimento de equipes pode ser utilizado pelas

organizações para trabalhar conflitos intergrupais, desenvolvendo-se um processo de

integração entre as diversas unidades de trabalho. As relações e trocas entre as pessoas,

decorrentes dos processos grupais e da interação entre as pessoas, afetam as tarefas conjuntas,

podendo comprometer os resultados desejados.

Na maioria das vezes, o conflito apresenta efeitos indesejáveis para a organização.

Lakatos (1997) afirma que, perante o conflito, tanto os indivíduos como os grupos vêem seus

esforços bloqueados, criando assim um mal estar entre indivíduos ou grupos, sendo causa de

frustrações, estresses e hostilidade que prejudicam o desempenho das atividades. A energia

criada com o conflito pode ser consumida pelo próprio grupo. Esse começa a achar mais

importante ganhar o conflito, esquecendo do seu trabalho.

De acordo com Lakatos (1997), o conflito influencia o relacionamento entre os grupos

em oposição, criando estereótipos, motivos e intenções negativas, diminuindo a comunicação

do grupo, maximilizando seus efeitos negativos. Os conflitos também podem trazer resultados

positivos à organização, pois é capaz de tornar as pessoas mais atentas e comunicativas entre

si ao estimular a criatividade para solução de problemas e para as melhorias do desempenho

das tarefas, como também pode contribuir para que as pessoas se sintam como parte de um

grupo, aumentando a motivação para o trabalho. As diferenças nem sempre são indesejáveis,

pois organizações homogêneas sem disputa ou discussões podem apresentar baixo moral e

baixo índice de produção, como também desintegração.

Para Gomes (1994), transformar um conflito destrutivo em um consenso construtivo é

um dos segredos de uma boa gerência do processo de mudanças, pois o conflito é construtivo

quando há atração pelas diferenças e um respeito mútuo, havendo uma busca pelo consenso,

objetivando canalizar os conflitos de interesses, tornando-os construtivos. Para que a

organização obtenha um conflito construtivo é preciso encará-lo como uma realidade que

acompanha as mudanças. De acordo com Hersey e Blanchard (1976), como forma de impedir

o aparecimento de conflitos intergrupal, é importante que o administrador acentue o objetivo

total da organização e não se concentre nos objetivos de subgrupos, aumentando dessa forma

a comunicação e interações entre os grupos.

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Segundo Moscovici (1985), o processo de interação humana ocorre constantemente

entre as pessoas sob forma de sentimentos, comportamentos, pensamentos e reações mentais

ou/e físico corporais, sendo que a forma de comunicação mais freqüente e usual é o processo

de comunicação verbal ou não verbal. O relacionamento interpessoal e as atividades em

comum geralmente serão facilitados quando a primeira impressão é positiva para ambos os

lados. Porém, do contrário, quando há somente impacto positivo de um lado, haverá

necessidade que haja interesse de ambas as partes em mudar a percepção inicial.

Quando no ambiente de trabalho duas ou mais pessoas compartilham uma situação de

trabalho, existindo atividades predeterminadas a serem executadas, como também interações,

poderá haver diferença de sentimentos que poderão influenciar as interações como também a

própria atividade (MOSCOVICI, 1985).

Moscovici (1985) afirma que a forma como as diferenças individuais são abordadas

cria um clima entre as pessoas, influenciando as atividades em grupo. Ao participar de um

grupo, as pessoas apresentam toda uma base interna de diferenças, tais como: informações,

conhecimentos, preconceitos, atitudes, experiências anteriores, gostos, crenças, valores

ocasionando assim diferenças de percepções, opiniões e sentimentos em relação às situações

compartilhadas. As tarefas do grupo podem ser dificultadas quando seus membros

desempenham papéis não construtivos que correspondem a necessidades individualistas ou

problemas de personalidade ou então decorrentes de falhas de estruturação ou da dinâmica do

próprio grupo.

Ainda segundo Moscovici (1985), o relacionamento entre os membros do grupo

depende de como as diferenças são encaradas e tratadas, pois essas influenciam a vida em

grupo no que diz respeito aos processos de comunicação, no comportamento organizacional,

na produtividade e no relacionamento interpessoal. Um relacionamento interpessoal

harmonioso permite um trabalho em equipe com integração de esforços. E ao contrário, o

ambiente se torna tenso e conflitante podendo levar a dissolução do grupo.

Os membros do grupo desenvolvem competência interpessoal, a equipe adquire uma

expressão real e verdadeira. A interação permite o conhecimento mútuo entre os membros do

grupo e a identificação de alguns pontos comuns que servirão de base para elaboração de

normas na dinâmica do grupo. O conflito pode ser positivo, evitando a estagnação,

estimulando o interesse e a curiosidade pelo desafio, como também pode fazer com que os

problemas sejam conhecidos e solucionados (MOSCOVICI, 1985).

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Antes de se traçar qualquer plano e tipo de ação para solucionar o conflito, é

conveniente entender a dinâmica do conflito e suas variáveis a fim de se obter um diagnóstico

da situação. A resolução do conflito não é exclusivamente da responsabilidade do líder do

grupo, os membros do grupo são paralelamente responsáveis pelo rumo das divergências,

contribuindo desta forma para sua evolução e solução de forma construtiva ou destrutiva

(MOSCOVICI, 1985).

Moscovici (1985) comenta que o ‘feedback’ é um processo de ajuda para mudanças de

comportamento, fornecendo informações ao indivíduo ou grupo sobre sua atuação, ajudando,

assim, o grupo a melhorar seu desempenho e alcançar seus objetivos. O ‘feedback’ pode levar

a resoluções de problemas, possibilitando que seja descoberto e reconhecido algumas facetas

da personalidade que muitas vezes são evitadas. Todos necessitam receber ‘feedback’, seja

positivo quando é informado o que está sendo feito adequadamente, ou negativo, a fim de que

possam ser corrigidas as ineficiências.

O grupo pode receber ‘feedback’ dos membros que atuam como participantes

observadores, dos membros selecionados para a função especifica de observadores do grupo,

de consultores externos ou especialistas, por meio de formulários, questionários e entrevistas.

O ‘feedback’ possibilita que os membros processem as informações individuais e grupais em

um clima aberto, de apoio mútuo, levando à resolução dos problemas. O ‘feedback’ é uma

habilidade interpessoal indispensável ao bom funcionamento de um grupo independendo do

contexto em que o mesmo esteja inserido (MOSCOVICI, 1985).

De acordo com Mirshawka e Mirshawka (1992), a comunicação acontece quando

existe um respeito mútuo e quando um grupo de pessoas tem um trabalho em comum, porém

do contrário quando a comunicação é fraca, geralmente há sinal de pessoas desconfiadas,

inseguras, desmotivadas contrárias à cooperação.

Para se descobrir e resolver o conflito dentro da equipe é necessário que os membros

reconheçam as diferenças, negociando uma solução. As equipes eficazes têm a visão que a

diferença é positiva, sendo as opiniões dos membros respeitadas e usadas para beneficiar os

resultados da equipe. As equipes bem sucedidas reconhecem a diversidade natural,

esforçando-se para reconhecer e valorizar as diferenças entre seus membros (ROBBINS;

FINLEY, 1997).

Mirshawka e Mirshawka (1992) afirmam que para resolução de problemas é preciso

que se conheçam as suas naturezas e causas. Desta forma, os grupos que pretende solucionar

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problemas necessitam dedicar uma grande parte do seu tempo a fim de obter elementos

necessários que possibilitem a análise e o diagnóstico das causas, traçando posteriormente

idéias, a fim de resolver os respectivos problemas. Quando as pessoas trabalham juntas podem

surgir divergências, porém as discussões produtivas devem ser encorajadas e os conflitos

prejudiciais ao trabalho em equipe necessitam serem solucionados (WEISS, 1991).

Posteriormente a revisão da literatura, onde foram abordados assuntos relevantes ao

estudo do tema “trabalho em equipe”, serão apresentados, no próximo capítulo, os aspectos

metodológicos do estudo.

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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou práticos,

partindo de uma dúvida ou problema, buscando resposta ou soluções com o uso do método

cientifico (CERVO; BERVIAN, 2002). Neste sentido Oliveira (2004) menciona que o

objetivo da pesquisa é a descoberta de resposta para as indagações e questões existentes em

todos os ramos do conhecimento. Para ele, pesquisar significa planejar uma investigação com

as normas da metodologia cientifica. Posto isso, torna-se conveniente ressaltar a importância

na definição dos procedimentos metodológicos a serem adotados na realização de uma

pesquisa, relacionando-o com a realidade organizacional e tendo como suporte um referencial

teórico previamente elaborado. O método é a ordem que se deve impor aos diferentes

processos necessários para atingir um resultado desejado (CERVO; BERVIAN , 2002).

Na seqüência apresentam-se os aspectos metodológicos do estudo, escolhidos para a

condução deste trabalho, no que tange a caracterização da pesquisa, da qual se aborda o tipo, a

natureza e a abordagem da pesquisa. Posteriormente, se destaca a delimitação do universo

pesquisado; as técnicas de coleta, tratamento e análise dos dados; as definições das categorias

de análise e as limitações da pesquisa.

3.1 Caracterização da pesquisa

O trabalho é fundamentado na pesquisa do tipo teórico-empírica. Segundo Cervo e

Bervian (2002), nos estudos descritivos o pesquisador necessita delimitar as teorias que

orientarão a coleta e interpretação dos dados, bem como modelos, técnicas e métodos. Santos

(2000) afirma que a ação prática e ação teórica são indissociáveis.

Foi adotada, neste trabalho, uma pesquisa do tipo descritiva. Segundo Gil (2002), a

pesquisa descritiva tem como objetivo a descrição das características que determinam a

população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Lima (2004)

argumenta que só é possível dar significado aos fenômenos humanos por meio da

interpretação e compreensão do objeto.

A pesquisa descritiva busca conhecer relações e situações que ocorrem na vida social

do indivíduo, grupos e comunidades complexas, abordando dados e problemas cujos registros

não constam de documentos (CERVO; BERVIAN, 2002). Conforme Oliveira (2004), o

estudo descritivo é mais adequado quando há necessidade de obter-se melhor entendimento a

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respeito do comportamento de vários fatores e elementos que influenciam determinados

fenômenos. Dessa forma, a pesquisa descritiva encaixa-se no contexto deste trabalho, pois, o

mesmo busca a compreensão dos servidores técnico-administrativos da UDESC em relação às

características e à configuração do trabalho em equipe na organização.

De acordo com Triviños (1987), nos estudos descritivos ao se delimitar de forma

precisa as técnicas, métodos e teorias que orientam a coleta e interpretação de dados,

possibilita-se que as pesquisa adquiram maior validade científica.

O estudo, neste trabalho, tem uma abordagem qualitativa e quantitativa, em virtude de

levantar dados no questionário em apêndice A, com perguntas fechadas e por prevê

questionamentos com perguntas abertas. De acordo com Martins (1947), as perguntas

fechadas apresentam categorias ou alternativa de respostas fixas, entretanto as perguntas

abertas conduzem o informante a responder livremente frases ou orações.

Conforme Oliveira (2004), vários autores não fazem distinção entre os métodos

quantitativo e qualitativo, pois consideram que a pesquisa quantitativa também é qualitativa.

O método qualitativo não tem o objetivo de numerar ou medir unidades ou categorias

homogêneas. A abordagem qualitativa permite a compreensão e classificação dos processos

dinâmicos experimentados pelos grupos sociais, como também a interpretação das

particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos em maior profundidade.

Por isso, Lima (2004), afirma que, com apoio de exercícios de interpretação e

compreensão, é possível dar significado aos fenômenos humanos. O objetivo em geral é

esclarecer uma situação para que os sujeitos da pesquisa tomem consciência dos seus

problemas e das condições que os geraram, a fim de solucioná-los. Assim sendo, justifica-se a

adoção da abordagem qualitativa, porque este trabalho parte da compreensão dos próprios

sujeitos da pesquisa acerca das idiossincrasias que envolvem o trabalho em equipe na

organização objeto de estudo.

Entretanto, segundo Oliveira (1943), o método quantitativo significa quantificar

opiniões e dados, nas formas de coletas de informações, bem como o emprego de recursos e

técnicas estatísticas. É muito utilizado no desenvolvimento das pesquisas descritivas, na qual

se procura descobrir e classificar a relação entre as variáveis. Também podendo ser utilizado

no desenvolvimento de pesquisas de âmbito social. Nesse sentido, a abordagem qualitativa e

quantitativa se torna apropriada nesse trabalho, visto que trata de um assunto complexo em

que as pessoas têm concepções diferentes sobre a idéia de equipe.

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A estratégia de pesquisa adotada é o estudo de caso. De acordo com Gil (2002), o

estudo de caso é um estudo de um ou poucos objetos, de forma que se tenha seu amplo

detalhamento e conhecimento. Chizzotti (1991) afirma que o estudo de caso pode ser

caracterizado como uma variedade de pesquisas que coletam e registram dados de um ou

vários casos, cujo objetivo é o de organizar um relatório de experiências ou uma avaliação,

com a finalidade de tomar decisões ou propor alguma ação. Santos (2000) corrobora

descrevendo que um estudo de caso se caracteriza quando se seleciona um objeto de pesquisa

restrito, objetivando aprofundar-lhes aspectos característicos. É justamente a partir dessas

definições que se entende este trabalho, como um estudo de caso, pois tratará de uma

realidade singular e específica em profundidade: o caso do trabalho em equipe no

CEAD/UDESC.

Neste sentido, Fachin (2003), destaca que a principal função do estudo de caso é a

explicação dos fatos que ocorrem no contexto social e que se relacionam em geral com muitas

variáveis, podendo ser representados sob forma de tabelas e quadros estatísticos, por meio de

análise descritiva, considerando-se que um fenômeno em curso e seu contexto podem ser

pesquisados pelo delineamento de estudo de caso (LIMA, 2004).

Diante do exposto, na seqüência apresenta-se a delimitação do universo de pesquisa.

3.2 Delimitação do universo de pesquisa

A coleta de dados da pesquisa aconteceu por meio de censo. O objeto de estudo é

constituído de todos os servidores técnico-administrativos do CEAD. De acordo com Andrade

(1993), todos os elementos de uma classe ou população constituem um universo de pesquisa,

sendo a população o conjunto total. Um conjunto de indivíduos ou objetos pode ser

considerado população quando esse apresenta determinadas características definidas para

determinado estudo (MARTINS, 1990).

De acordo com Barbetta (2002), quando a população estudada for pequena, como, por

exemplo, cinqüenta pessoas, geralmente é mais conveniente se adotar na pesquisa, o tamanho

absoluto da amostra, do que a percentagem que ela representa na população. Dessa forma,

como a população de estudo é composta por dez pessoas, entende-se que é mais indicado

realizar a pesquisa com o total absoluto dos técnico-administrativos. Conforme Martins

(1990), o estudo de todos os elementos da população possibilita o preciso conhecimento das

variáveis que estão sendo pesquisadas.

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Corroborando as afirmações desses autores, para fins de definição da amostra, buscou-

se investigar todos os servidores técnico-administrativos no âmbito do CEAD.

Diante disso, apresenta-se a seguir no quadro 1 os dados pessoais dos servidores

técnico-administrativos lotados no CEAD/UDESC, segundo as características idade, sexo,

tempo de serviço e escolaridade.

TOTAL ABSOLUTO

IDADE SEXO TEMPO DE SERVIÇO

ESCOLARIDADE

01 37 Feminino 1 ano Pós-Graduação Completa

02 47 Masculino 20 anos Superior Incompleto

03 45 Masculino 10 meses Superior Completo

04 24 Masculino 2 anos Superior Incompleto

05 37 Feminina 2 anos Segundo Grau

06 44 Masculino 4 anos Segundo Grau

07 32 Feminina 2 anos Superior Incompleto

08 53 Feminina 2 anos Segundo Grau

09 32 Masculino 2 anos Superior Completo

10 38 Masculino 3 anos Pós-Graduação Completa Quadro 1 - Servidores técnico-administrativos lotados no CEAD/UDESC. Fonte: Setor Pessoal/UDESC.

3.3 Técnicas de coleta, tratamento e análise dos dados

Na análise do fenômeno, foram utilizadas informações levantadas em fontes primárias

e secundárias. A técnica para coleta de dados primários, neste estudo, foi um questionário

com perguntas fechadas e abertas. De acordo com Cervo e Bervian (1996), o questionário

possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja. Em geral, contém um conjunto de

questões relacionadas com um problema central. As perguntas abertas permitem obter

respostas livres, com informações mais ricas e variadas. Por outro lado, as perguntas fechadas

são padronizadas, sendo mais fácil aplicar, codificar e analisar.

O levantamento, em fontes secundárias, foi realizado por meio de documentos da

organização, artigos e livros. Segundo Cervo e Bervian (1996), a partir de referências teóricas,

publicadas em documentos, a pesquisa bibliográfica busca esclarecer um problema. As fontes

secundárias ajudam o pesquisador na busca, no conhecimento e análise das contribuições

culturais ou científicas do passado existente sobre um determinado assunto. De acordo com

Marcantonio et al (1993), nos documentos primários, a informação registrada apresenta

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resultados novos de pesquisa. Porém, nos documentos secundários há repetição de

conhecimentos já adquiridos.

De acordo com Roesch (1996), ao encerrar a coleta de dados em uma pesquisa

qualitativa, o pesquisador se vê diante de inúmeros depoimentos e notas de pesquisa que se

materializam em forma de texto. Essas terão que ser analisadas para depois serem

interpretadas. É nesse sentido que as pesquisas qualitativas proporcionam uma grande

amplitude de dados e informações relevantes.

As pesquisas qualitativas resultam em uma quantidade elevada de dados. Esses

precisam ser organizados e compreendidos. O pesquisador, à medida que vai coletando os

dados, procura identificar temas e relações, construindo, gerando e aperfeiçoando questões,

buscando novos dados para testar suas interpretações (ALVES-MAZZOTTI;

GEWANDSZNAJDER, 2001).

Após a coleta de dados, para tratamento e análise dos dados buscou-se realizar a

codificação, tabulação e análise dos dados advindo das questões fechadas do questionário.

Para análise das questões abertas foi realizada a análise do conteúdo. De acordo com Bardin

(2000), a análise de conteúdo pode ser definida como um conjunto de técnicas de análise das

comunicações. Essa técnica utiliza métodos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo

das mensagens. O autor afirma que qualquer comunicação, de um emissor para um receptor,

deveria ser escrita e decifrada pela técnica de análise de conteúdo.

Richardson (1999) afirma que a análise de conteúdo é particularmente mais usada para

estudar material do tipo qualitativo, que no presente estudo busca investigar a compreensão

dos servidores técnico administrativos sobre o trabalho em equipe no CEAD. Para tanto,

deve-se, inicialmente, fazer-se uma leitura para organização das idéias incluídas, para

posteriormente serem analisados os elementos e as regras que os determinam, devendo-se ter

como base os objetivos da pesquisa.

De acordo com Richardson (1999), os documentos que são trabalhados pelo

pesquisador podem ser naturais - quando reproduzidos espontaneamente na realidade - e

documentos suscitados quando advindos das necessidades do estudo. O analista, por meio do

tratamento das mensagens que manipula, deduz de maneira lógica as informações sobre o

emissor da mensagem ou o seu meio. As deduções lógicas podem responder quais as causas

ou antecedentes da mensagem e dos possíveis efeitos das mensagens. A análise de conteúdo

trabalha a palavra, ou seja, a prática da língua realizada por emissores identificáveis,

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procurando conhecer o que está por trás das palavras, buscando outras realidades através das

mensagens. A análise documental tem o objetivo de dar forma e representar de outro modo a

informação, sendo que a análise documental é a forma condensada da informação, para

posterior consulta e armazenagem (BARDIN, 2000).

Desta forma, coerentemente com a abordagem qualitativo-quantitativa adotada neste

estudo, e com a forma de interpretação dos dados, foram adotados os seguintes procedimentos

para o se atingir os seguintes objetivos:

1-Elaboração de um quadro analítico que apresenta as categorias que são orientadoras da

coleta e análise de dados;

2-Elaboração dos instrumentos de coletas de dados, visando investigar a compreensão dos

servidores técnico-administrativos sobre o trabalho em equipe no CEAD, com base nos

objetivos da pesquisa e nas categorias analíticas;

3- Condução das pesquisas por meio da aplicação de um questionário com perguntas abertas e

fechadas junto aos servidores técnico administrativos do CEAD/UDESC;

4- Tratamento e análise dos dados buscando-se realizar a codificação, tabulação e análise dos

dados advindo das questões fechadas do questionário. Para análise do conteúdo das questões

abertas realizou-se a leitura vertical e horizontal das mesmas, visando à padronização das

respostas e dos objetivos mais relevantes acerca da opinião dos sujeitos pesquisados.

5- Análise e interpretação dos conteúdos presentes no conjunto das respostas dos pesquisados,

e a posterior confrontação com o referencial teórico deste estudo.

Para elucidar a conceitualização das variáveis de pesquisa adotadas neste estudo,

apresentam-se a seguir as definições constitutivas e operacionais das categorias de análise.

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3.4 Definições das categorias de análise

De acordo com Kerlinger (1980), a definição constitutiva define as palavras com outras

palavras, sendo insuficientes para os propósitos científicos, entretanto as definições

operacionais oferecem um significado a uma variável, especificando as operações necessárias

para medir ou manipulá-la, representando um manual de instrução para o pesquisador.

3.4.1 Definições constitutivas das categorias de análise

Com base no referencial teórico, apresentam-se as conceitualizações em torno das

categorias em estudo.

Comprometimento: Comprometimento é um vínculo afetivo no qual o indivíduo

compartilha valores, oferece lealdade e defende a organização (BORGES et al, 1999).

Liderança: A liderança é a arte de mobilizar os outros para que eles queiram lutar por

aspirações compartilhadas (KOUZES; POSNER, 1995).

Harmonização das relações interpessoais: O relacionamento entre os membros do

grupo depende de como as diferenças são encaradas e tratadas, pois essas influenciam a vida

em grupo no que diz respeito aos processos de comunicação, no comportamento

organizacional, na produtividade e no relacionamento interpessoal (MOSCOVICI, 1985).

Criatividade: A maioria das descobertas nasce da aproximação de duas ou mais

verdades e a maior parte do que é criado são resultado e produto do meio ambiente

(MOSCOVICI, 1985).

3.4.2 Definições operacionais das categorias de analise

Comprometimento no trabalho: alcance dos objetivos; envolvimento nas atividades;

comprometimento dos colegas de trabalho; colaboração, solidariedade e apoio mútuo;

responsabilidades; vínculo emocional e afetivo com o trabalho/instituição; relação entre

trabalho em equipe e comprometimento no trabalho.

O papel da liderança: estímulo e abertura de opiniões; tomada de decisões; feedback;

autonomia; reconhecimento e valorização; organização e divisão do trabalho; a criação de um

ambiente favorável ao trabalho em equipe.

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Harmonização das relações interpessoais no trabalho: comunicação e troca de informações;

divergências de opiniões; conflito; existência de cooperação, amizade, camaradagem e

coesão; espírito de equipe; harmonização das relações interpessoais.

Desenvolvimento do potencial criativo: desenvolvimento das atividades; incentivo e abertura

as idéias; esfera da aprendizagem; disseminação de idéias; interdisciplinaridade de

conhecimento; desenvolvimento do potencial criativo.

3.4.3 Limitações da pesquisa

O estudo apresentou limitações, em virtude da restrição de tempo por parte dos

pesquisados. Os servidores técnico-administrativos, no período que a pesquisa estava sendo

aplicada, desenvolviam atividades além daquelas de costume, não dispondo de tempo

suficiente no horário de trabalho para responder ao questionário. Dessa forma, grande parte

dos questionários, foram respondidos em curto espaço de tempo, podendo assim, ter

influenciado nos resultados obtidos.

Além disso, por ser uma pesquisa com caráter também qualitativo, há a possibilidade

de intervenção por parte do pesquisador, estabelecendo um viés diante dos resultados.

Diante do que foi explanado pelos autores, no próximo capítulo apresenta-se os

resultados do estudo.

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4 RESULTADOS DO ESTUDO

Neste capítulo apresenta-se a caracterização da empresa, bem como os resultados da

pesquisa realizada na Universidade Estadual de Santa Catarina-UDESC, cujo objetivo geral

foi investigar a compreensão dos servidores técnico-administrativos sobre o trabalho em

equipe no CEAD.

4.1 Caracterização da empresa

De acordo com UDESC (1995), em 8 de maio de 1963 foi criado a Faculdade de

Educação, a primeira do Brasil com esta denominação, marco inicial da futura Universidade

do Estado. Sua missão era de proporcionar a qualificação pedagógica para o magistério e a

realização de estudos e pesquisas educacionais que identificassem e apresentassem soluções

aos problemas da Educação no Estado.

Com o objetivo de suprir a falta de profissionais qualificados para as empresas

catarinenses, em 1964, foi criada a Escola Superior de Administração e Gerência. No mesmo

ano, foi autorizada a Faculdade de Engenharia de Joinville, caracterizando-se numa das

maiores tentativas de interiorização do ensino superior (UDESC, 1995).

Conforme UDESC (1995), pelo Decreto N° 2.802, em 20 de maio de 1965 foi

instituída a Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (UDESC),

incorporando a Faculdade de Educação e Escola Superior de Administração e Gerência,

ambas em Florianópolis, e a Faculdade de Engenharia, em Joinville.

Em 1972, foi autorizado o funcionamento da Escola Superior de Medicina Veterinária

em Lages. Em 1973, foi criada a Escola Superior de Educação Física em Florianópolis. Em

1985, entrou em funcionamento o Centro de Artes, que incorporou o Curso de Educação

Artística. Em 1989, com a promulgação da Constituição Estadual, a UDESC passou a

oferecer ensino totalmente gratuito. Em 2003, foi criado um campus da Universidade, no

Oeste do Estado, com a missão de contribuir para o desenvolvimento humano e sócio-

ambiental da região (UDESC, 1995).

De acordo com a UDESC (1995), a Lei N° 8.902, de 1° de outubro de 1990,

transformou a Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina em

Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina, mantendo-se a sigla UDESC.

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61

A Universidade do Estado de Santa Catarina tem como visão “produzir e socializar o

conhecimento, preparando profissionais, através da indissociabilidade do ensino, pesquisa e

extensão, objetivando o desenvolvimento do individuo e da sociedade” (UDESC, 1995).

O presente estudo foi desenvolvido no Centro de Educação a Distância - CEAD, cuja

sede central situa-se no campus de Florianópolis. Esse Centro compreende o Curso de

Pedagogia, em nível de graduação, oferecendo as habilitações em Séries Iniciais do Ensino

Fundamental e Educação Infantil e Gestão Escolar.

De acordo com o Projeto do Centro de Educação a Distância (1997), o Centro de

Educação a Distância teve sua origem a partir do ano de 1991, quando alguns professores do

Centro de Ciências da Educação - FAED, envolvidos com as atividades pedagógicas de

capacitação, assessoria e consultoria, começaram a idealizar uma alternativa para capacitar os

professores, distribuídos em vários municípios do Estado de Santa Catarina. Dessa forma,

surgiu o Projeto Piloto em EaD, aprovado no ano de 1997. No ano de 1999, a UDESC

implantou o Projeto Piloto do Curso de Graduação em Pedagogia, na modalidade a distância,

configurando assim a primeira turma nesse curso de graduação, com 230 alunos, atendendo

aos 14 Municípios na região da Grande Florianópolis.

Ainda segundo o Projeto do Centro de Educação a Distância (1997), no ano de 2002,

foi criado o Centro de Educação a Distância – CEAD, pelo Decreto Nº 6033/ 2002, do Poder

Executivo de Santa Catarina. Em uma segunda etapa, no ano de 2002, abriram-se novas

turmas do Curso de Graduação em Pedagogia, na modalidade a distância, totalizando-se 3.700

alunos, em 86 Municípios do Estado de Santa Catarina. Na terceira etapa, no ano de 2003,

com 9.300 alunos matriculados, em 160 Municípios do Estado. O Centro de Educação a

Distância - CEAD procura desenvolver ações características da modalidade a distância, num

sistema misto de aulas presenciais e trabalhos pedagógicos, no ambiente virtual, com o apoio

de professores em função de tutoria, distribuídos em núcleos por todo Estado Catarinense.

Conforme o Projeto do Centro de Educação a Distância (1997), o Centro de Educação

a Distância – CEAD, além de atender programas e projetos de ensino, pesquisa, extensão e

prestação de serviços, dentro da UDESC, tem como finalidade contribuir para a consecução

dos objetivos educacionais da Universidade do Estado de Santa Catarina; formar, aperfeiçoar

e especializar recursos em educação na modalidade de Educação a Distância; promover o

desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão, voltado para a modalidade de

Educação a Distância; cooperar com o processo de desenvolvimento educacional e cultural na

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área de Educação a Distância; promover acordos, convênios e contratos, com entidades

públicas ou privadas, atividades relacionadas com ensino, pesquisa e extensão; realizar

estudos e pesquisas na área de EaD; manter intercâmbio com universidades e outras

instituições culturais nacionais e/ou estrangeiras que desenvolvem programas e/ou cursos na

área de EaD; coordenar, sob o ponto de vista administrativo e didático-pedagógico, os cursos

e atividades de educação a distância, no âmbito da Universidade.

4.2 Análise e interpretação dos dados

Objetivando investigar a compreensão dos servidores técnico-administrativos acerca

do trabalho em equipe no Centro de Educação a Distância da UDESC, foi realizada uma

pesquisa com os técnico-administrativos. Foram aplicados dez questionários com perguntas

abertas e fechadas, retornando 100% para análise.

Diante do exposto, neste capítulo serão apresentadas a análise e interpretação dos

dados referentes ao perfil da população pesquisada, bem como, o trabalho em equipe tal como

sua relação com comprometimento no trabalho, com a liderança, com a harmonização das

relações interpessoais no trabalho e com o desenvolvimento do potencial criativo.

4.2.1 Perfil da população pesquisada

A análise do perfil dos técnico-administrativos do CEAD/UDESC revelou que 90%

(9) dos servidores possuem mais de 30 anos. O resultado pode ser verificado na tabela 1 e no

gráfico 1. Ao analisar a tabela 1 e gráfico 1, observa-se no perfil da população pesquisada que

dos 10 respondentes, 10% (1) tem entre 20 a 30 anos, 50% (5), tem entre 31 a 40 anos e 40%

(4), tem mais de 40 anos.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

De 20 a 30 anos 1 10%

De 31 a 40 anos 5 50%

Mais de 40 anos 4 40%

TOTAL 10 100%

Tabela 1 - Faixa etária de idade

Fonte: Dados Primários

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Faixa etária de idade

10%

50%

40%

De 20 a 30anosDe 31 a 40anosMais de 40anos

Gráfico 1 - Faixa etária de idade.

Fonte: Dados Primários

A tabela 2 e o gráfico 2, mostram o perfil dos técnico-administrativos quanto ao sexo.

Observa-se que a maior parte dos pesquisados, 60% (6) são do sexo masculino. Conforme os

dados da tabela 2 e gráfico 2, na variável sexo dos 10 respondentes, 40 % (4) são mulheres e

60 % (6) são homens.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

FEMININO 4 40%

MASCULINO 6 60%

TOTAL 10 100%

Tabela 2 - Sexo Fonte: Dados Primários

sexo

40%

60%

FEMININOMASCULINO

Gráfico 2 - Sexo.

Fonte: Dados Primários

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Observando a tabela 3 e o gráfico 3, verifica-se que em relação ao tempo de serviço na

instituição, 80 % (8) dos servidores técnico-administrativos está entre 1 a 5 anos trabalhando

na instituição. Quanto ao tempo de serviço na instituição, a tabela 3 e o gráfico 3 mostram que

dos 10 respondentes, 10 % (1) tem menos de 01 ano de empresa, 80 % (8) tem de 1 a 5 anos

de empresa e que 10 % (1) tem mais de 10 anos de empresa.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

Menos de 1 ano 1 10%

De 1 a 5 anos 8 80%

De 6 a 10 anos 0 0

Mais de 10 anos 1 10%

TOTAL 10 100%

Tabela 3 - Tempo de serviço

Fonte: Dados Primários

Tempo de serviço

10%

80%

10%Menos de 1 ano

De 1 a 5 anos

Mais de 10 anos

Gráfico 3 - Tempo de serviço.

Fonte: Dados Primários

A tabela abaixo, ilustra o nível de escolaridade dos trabalhadores, conforme resultados

demonstrados na tabela 4 e no gráfico 4.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

Nível médio completo 3 30%

Nível superior incompleto 3 30%

Nível superior completo 2 20%

Pós-graduação incompleta 0 0%

Pós-graduação completa 2 20%

TOTAL 10 100%

Tabela 4 - Nível de escolaridade

Fonte: Dados Primários

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Escolaridade

30%

30%20%

20%

Nível médiocompletoNível superiorincompletoNível superiorcompletoPós graduaçãocompleta

Gráfico 4 - Nível de escolaridade.

Fonte: Dados Primários

Na tabela 4 e no gráfico 4 verifica-se que dos 10 respondentes, o nível de escolaridade

de 30 % (3) é o nível médio completo, 30 % (3) é o nível superior incompleto, 20 % (2) é o

nível superior completo e 20 % (2) pós-graduação completa. Observa-se que os servidores

técnico-administrativos possuem a tendência de procurar a sua capacitação, destacando-se a

busca pela formação de nível superior.

A seguir, apresentam-se os resultados da pesquisa, com a análise e interpretação dos

dados referentes a interpretação dos pesquisados em relação ao trabalho em equipe.

4.2.2 Trabalho em equipe

Para Schermerhorn et al. (1999), o trabalho em equipe pode ser definido como um

grupo de pessoas que trabalham juntas possui habilidades complementares e desejam alcançar

um propósito comum pelo qual todos são responsáveis.

Como forma de responder os objetivos do estudo, foi indagado aos pesquisados a

interpretação sobre trabalho em equipe. Para 5 pesquisados, o trabalho em equipe é definido

como busca de objetivos. Conforme relata um pesquisado, “trabalho em equipe é o

compartilhamento de objetivos comuns” (P 7). Para outro pesquisado, “trabalho em equipe

significa todos unidos para realizar os objetivos dispostos” (P 8). Na visão de um

respondente “trabalho em equipe é a participação de todos, com objetivo de se alcançar um

bem comum/geral” (P 10). Diante das respostas dos pesquisados, verifica-se que as

interpretações dos servidores sobre trabalho em equipe corroboram com as idéias de

Moscovici (1995), pois de acordo com a autora em uma equipe os objetivos são alcançados de

forma compartilhada.

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Continuando a interpretação da pesquisa, observa-se outras interpretações por parte

dos técnico-administrativos, sobre trabalho em equipe. Para um pesquisado “trabalho em

equipe é divisão de tarefas” (E 7). Reforçando a idéia, para outro pesquisado “o trabalho em

equipe significa a participação de todos em todas as tarefas” (E 10). Continuando, um

respondente define “trabalho em equipe é todos com poder de forma horizontal” (P 6). E na

interpretação de um pesquisado “o trabalho em equipe é um trabalho onde todos cooperam na

realização da tarefa”(P 2). Vindo ao encontro às idéias dos pesquisados, um respondente

considera que “no trabalho em equipe todos emitem suas opiniões” (P 8).

Na visão de um pesquisado “o trabalho em equipe busca a inovação e

desenvolvimento do trabalho” (E 4). Complementando a idéia, um pesquisado destaca que

“com o trabalho em equipe pode-se melhorar a qualidade e a eficácia do trabalho” (P 5). Na

visão de um pesquisado “no trabalho em equipe as pessoas se sentem motivadas” (P 4). De

acordo com Robbins (2001), em uma equipe de trabalho, os esforços individuais têm como

resultado um nível de desempenho maior do que as somas das contribuições individuais.

Entretanto outro pesquisado definiu que “trabalho em equipe é tal como um

casamento, têm suas vantagens, todavia exige uma troca de responsabilidade muito grande,

sendo necessário afinidade entre os parceiros” (P 5). A idéia pode se complementada com a

opinião de outro pesquisado que define “trabalho em equipe é um grupo onde existe a

colaboração, apoio entre as pessoas e também a compreensão das dificuldades” (P 1).

Moscovici (1995) afirma que, segundo pesquisas, as equipes superam o desempenho de

indivíduos que agem sozinhos, ou em pequenos grupos. De acordo com Robbins e Finley

(1997), uma equipe pode ser definida não por que ela faz e sim pelo que seus membros se

interessam e fazem juntos.

De acordo com Wellins et al (1994), as equipes possibilitam uma melhor

comunicação, oferecendo mais oportunidades, encontrando melhores soluções com mais

velocidade.

Na seqüência, apresentam-se os resultados da pesquisa com a análise e interpretação

dos dados referentes aos questionamentos sobre o trabalho em equipe e o comprometimento

no trabalho.

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4.2.3 O trabalho em equipe e comprometimento no trabalho

De acordo com Borges et al (1999), o comprometimento é um vínculo afetivo no qual

o indivíduo compartilha valores, oferece lealdade e defende a organização. Como foi

mencionado no capítulo dos procedimentos metodológicos, nesta pesquisa, tal categoria foi

analisada por meio dos indicadores: alcance dos objetivos; envolvimento nas atividades;

comprometimento dos colegas de trabalho; colaboração, solidariedade e apoio mútuo;

responsabilidades; vínculo emocional e afetivo com o trabalho/instituição; relação entre

trabalho em equipe e comprometimento no trabalho.

Os objetivos compartilhados referem-se a pessoas trabalhando juntas com um

propósito comum pelo qual se consideram responsáveis (SCHERMERHORN et al, 1999). Os

objetivos e metas são transformados em realidade por meio do sentimento de

responsabilidade, gerado pelo comprometimento no trabalho (SENGE, 2003). Wellins et al

(1994) comentam que os membros das equipes que se consideram como parte da equipe e não

como colaboradores autônomos, acima de seus objetivos pessoais, estão compromissados com

os objetivos do grupo.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 8 80 %

NÃO 2 20 %

TOTAL 10 100%

Tabela 5 - Objetivos compartilhados

Fonte: Dados Primários

Objetivos compartilhados

80%

20%

SIMNÃO

Gráfico 5 - Objetivos compartilhados. Fonte: Dados Primários

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Analisando as respostas dos pesquisados, observa-se na tabela 5 e no gráfico 5 que,

80 % (8) dos respondentes consideram que objetivos na sua equipe de trabalho são alcançados

de maneira compartilhada e 20 % (2) consideram que objetivos na sua equipe de trabalho não

são alcançados de maneira compartilhada. Percebe-se que a maior parte dos respondentes

consideram que os objetivos na sua equipe de trabalho são alcançados de maneira

compartilhada.

Quanto ao envolvimento em trabalhos de outras equipes, de acordo com Schermerhorn

et al (1999), quando existe disposição dos membros da equipe em ouvir e reagir de forma

construtiva às opiniões dos demais, apoiando e reconhecendo seus interesses e realizações, há

um aumento significativo do comprometimento no trabalho.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 4 40%

NÃO 6 60%

TOTAL 10 100%

Tabela 6 - Envolvimento em trabalhos de outras equipes

Fonte: Dados Primários

Envolvimento em trabalho de outras equipes

40%

60%

SIMNÃO

Gráfico 6 - Envolvimento em trabalhos de outras equipes. Fonte: Dados Primários

De acordo com os dados da tabela 6 e do gráfico 6, dos 10 respondentes, 40 % (4)

revelam que sua equipe de trabalho procura envolver-se em trabalho de outras equipes e 60 %

(6) revelam que sua equipe de trabalho não procura envolver-se em trabalho de outras

equipes. Observa-se que mais da metade dos pesquisados, não procura envolver-se em

trabalho de outras equipes.

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Em relação ao comprometimento dos colegas de trabalho, os membros das equipes

necessitam estar motivados a trabalhar ativamente com outras pessoas na realização de tarefas

importantes, para que aconteça o comprometimento no trabalho (SCHERMERHORN et al,

1999).

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 8 80%

NÃO 2 20%

TOTAL 10 100%

Tabela 7 - Comprometimento dos colegas de trabalho

Fonte: Dados Primários

Comprometimento dos colegas de trabalho

80%

20%SIMNÃO

Gráfico 7 - Comprometimento dos colegas de trabalho. Fonte: Dados Primários

Na tabela 7 e no gráfico 7 percebe-se que, 80% (8) dos pesquisados consideram que

seus colegas de trabalho estão comprometidos com as atividades de trabalho do grupo.

Entretanto, 20 % (2) responderam que seus colegas de trabalho não estão comprometidos com

as atividades de trabalho do grupo. Na pesquisa observou-se que grande parte dos técnico-

administrativos consideram que seus colegas de trabalho estão comprometidos com as

atividades de trabalho do grupo, vindo ao encontro às idéias dos autores adotados neste

trabalho, sobre comprometimento no trabalho.

Em relação a colaboração, solidariedade e apoio mútuo em uma equipe, conforme

Parker, (1994), o ambiente de trabalho deve proporcionar apoio aos integrantes de equipes,

oferecendo oportunidades iguais a todos os membros.

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OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 7 70%

NÃO 3 30%

TOTAL 10 100%

Tabela 8 - Colaboração, solidariedade e apoio mútuo em uma equipe

Fonte: Fonte: Dados Primários

Colaboração, solidariedade e apoio mútuo em uma equipe

70%

30%SIMNÃO

Gráfico 8 - Colaboração, solidariedade e apoio mútuo em uma equipe. Fonte: Dados Primários

Na tabela 8 e gráfico 8, verifica-se que 70 % (7) dos respondentes, ou seja, a

maioria concorda que em uma equipe existe colaboração, solidariedade e apoio mútuo no

desenvolvimento das atividades de trabalho das pessoas. Entretanto, 30% (3) não concordam

que em uma equipe existe colaboração, solidariedade e apoio mútuo no desenvolvimento das

atividades de trabalho das pessoas.

A responsabilidade refere-se a um sentimento gerado pelo comprometimento no

trabalho, transformando as metas e objetivos em realidade (SENGE, 1998). Robbins (2001)

comenta que nas organizações criadas antes do início de 1980, o trabalho e as

responsabilidades eram divididos. Os administradores somente planejavam e os trabalhadores

executavam as tarefas ordenadas. Hoje, porém, as organizações estão sendo redesenhadas de

forma que os trabalhadores tomem grande parte das decisões do trabalho.

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OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 3 30%

NÃO 7 70%

TOTAL 10 100%

Tabela 9 - Responsabilidades

Fonte: Dados Primários

Responsabilidades

30%

70%

SIMNÃO

Gráfico 9 - Responsabilidades. Fonte: Dados Primários

Nos dados da tabela 9 e do gráfico 9, percebe-se que 30 % (3) dos respondentes

afirmam que no seu ambiente de trabalho as responsabilidades são compartilhadas e

adequadamente distribuídas entre os servidores do grupo e 70 % (7) afirmam que no seu

ambiente de trabalho as responsabilidades não são compartilhadas e adequadamente

distribuídas entre os servidores do grupo. Nas respostas dos pesquisados, verifica-se que na

maioria das vezes, no ambiente de trabalho, as responsabilidades não são compartilhadas e

distribuídas adequadamente.

De acordo com Borges et al (1999), o vínculo afetivo permite que o indivíduo

compartilhe valores, ofereça lealdade e defenda a organização, levando ao comprometimento

no trabalho.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 7 70%

NÃO 3 30%

TOTAL 10 100%

Tabela 10 - Vínculo emocional e afetivo com o trabalho/instituição

Fonte: Dados Primários

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Vínculo emocional e afetivo com o trabalho/instituição

70%

30%SIMNÃO

Gráfico 10 - Vínculo emocional e afetivo com o trabalho/instituição. Fonte: Dados Primários

Nos dados da tabela 10 e no gráfico 10, observa-se que 70 % (7) dos respondentes se

sentem emocionalmente e afetivamente vinculados ao seu trabalho/Instituição. Por outro lado,

30 % (3) não se sentem emocionalmente e afetivamente vinculados ao seu trabalho/

Instituição. Diante das respostas dos pesquisados, é possível se visualizar que mais da metade

dos servidores técnico-administrativos se sentem emocionalmente e afetivamente vinculados

ao seu trabalho/Instituição.

Em uma segunda etapa do questionário aplicado com os 10 respondentes, foi

questionada a opinião dos servidores técnico-administrativos sobre a existência de uma

relação entre trabalho em equipe e comprometimento no trabalho. De acordo com 4

pesquisados1, a relação entre trabalho em equipe e comprometimento no trabalho pode ser

vista em termos de resultados. Como destaca um pesquisado “No trabalho em equipe o

resultado é creditado a toda a equipe” (P 8). Outro pesquisado relata que “existe uma relação

entre trabalho em equipe e comprometimento no trabalho, pois todos se tornam responsáveis

pela equipe, alcançando-se resultados mais positivos e elaborados” (P 10). Um pesquisado

tem a concepção que “existe uma relação, pois na hora das situações de crises o pessoal se

une e se ajuda objetivando melhorias nos resultados” (P 9). Conforme destaca um pesquisado

“com o trabalho em equipe se torna mais fácil alcançar os resultados” (P 5). No entanto,

na visão de 2 pesquisados, a relação entre trabalho em equipe e comprometimento no trabalho

pode ser relacionada com a idéia de membro de uma equipe. De acordo com um pesquisado

“o trabalho em equipe está interligado ao comprometimento, pois quando fazemos parte de

uma equipe nos sentimos importantes e valorizados, gerando comprometimento

1 P - pesquisados

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no trabalho” (P 4). Complementando a idéia, outro pesquisado destaca que “se você tem

espírito de equipe, no momento em que você participa de uma equipe, você está

automaticamente comprometido com o trabalho” (P 1).

Por outro lado, a relação entre trabalho em equipe e comprometimento no trabalho foi

relacionada por 2 pesquisados, com o quadro funcional da empresa. Conforme destaca um

pesquisado “o trabalho em equipe depende do comprometimento de cada um dos colegas de

trabalho” (P 3). Para outro pesquisado “o trabalho em equipe faz com que todos os

funcionários se sintam comprometidos, tornando-os mais participativos e responsáveis pelo

que fazem” (P 2).

Um outro funcionário tem uma concepção diferente sobre a relação de trabalho em

equipe e comprometimento no trabalho ao destacar que “sem uma ética profissional não há

trabalho em equipe e comprometimento no trabalho” (P 7).

De acordo com Kanaane (1999), a não participação do trabalhador no processo

produtivo afeta o comprometimento no trabalho, gerando impedimentos que atuam em termos

individuais e grupais. Á medida que o trabalho é desenvolvido, o problema de falta de

comprometimento no trabalho se amplia, ocasionando barreiras à organização e no nível de

satisfação dos funcionários, principalmente no que se refere à necessidade de integração e

reconhecimento.

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A seguir apresenta-se o quadro 2, com a categoria analítica, os indicadores e os

resultados do estudo, referente ao trabalho em equipe e o comprometimento das pessoas no

trabalho.

Categoria Analítica Indicadores Resultados Alcance dos objetivos

80% dos respondentes consideram que objetivos na sua equipe de trabalho são alcançados de maneira compartilhada.

Envolvimento nas atividades 60 % dos respondentes revelam que sua equipe de trabalho não procura envolver-se em trabalho de outras equipes.

Comprometimento dos colegas de trabalho

80% dos pesquisados responderam que seus colegas de trabalho estão comprometidos com as atividades de trabalho do grupo.

Colaboração, solidariedade e apoio mútuo

70% dos respondentes concordam que na sua equipe existe colaboração, solidariedade e apoio mútuo no desenvolvimento das atividades de trabalho das pessoas.

Responsabilidades 70 % dos respondentes afirmam que no seu ambiente de trabalho as responsabilidades não são compartilhadas e adequadamente distribuídas entre os servidores do grupo.

Vínculo emocional e afetivo com o trabalho/instituição

70 % dos respondentes se sentem emocionalmente e afetivamente vinculados ao seu trabalho/Instituição

COMPROMETIMENTO

Relação entre trabalho em equipe e comprometimento no trabalho

- Com os resultados

- Participação

- Responsabilidades

- Idéia de ser membro de uma equipe

- Ética profissional. Quadro 2 - Categorias de Análise do Estudo Sobre Comprometimento no Trabalho. Fonte: Dados Primários

Percebe-se no quadro 2, que uma parcela significativa de pesquisados considera que

existe comprometimento no trabalho por parte de seus colegas de trabalho, porém, o

comprometimento acontece geralmente na área de trabalho da equipe, não sendo expandido

para outras equipes de trabalho. A maior parte das variáveis explanadas pelos pesquisados

quanto a relação entre o trabalho em equipe e o comprometimento no trabalho são, segundo as

teorias estudadas neste trabalho, indispensáveis para o trabalho em equipe e o

comprometimento no trabalho.

A seguir apresentam-se os resultados da pesquisa com a análise e interpretação dos

dados referentes aos questionamentos sobre o trabalho em equipe e o papel da liderança.

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4.2.4 Trabalho em equipe e o papel da liderança

De acordo com Silva (2002, p. 252), a liderança “é o processo de dirigir e influenciar

as atividades de grupos, no sentido do alcance dos objetivos em uma determinada situação”.

Como foi mencionado nos procedimentos metodológicos, nesta pesquisa, tal categoria foi

analisada por meio dos indicadores: estímulo e abertura a opiniões; tomada de decisões;

feedback; autonomia; reconhecimento e valorização; organização e divisão do trabalho e a

criação de um ambiente favorável ao trabalho em equipe.

Quanto ao estímulo de opiniões divergentes, as equipes eficazes têm a visão que a

diferença é positiva, sendo as opiniões dos membros respeitadas e usadas para beneficiar os

resultados da equipe. As equipes bem sucedidas reconhecem a diversidade natural,

esforçando-se para reconhecer e valorizar as diferenças entre seus membros (ROBBINS;

FINLEY, 1997).

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 2 20%

NÃO 8 80%

TOTAL 10 100%

Tabela 11 - Estímulo de opiniões divergentes

Fonte: Dados Primários

Estímulo de opiniões divergentes

20%

80%

SIMNÃO

Gráfico 11 - Estímulo de opiniões divergentes.

Fonte: Dados Primários

Analisando os dados da tabela 11 e do gráfico 11, observa-se que dos 10 respondentes,

20 % (2) afirmam que na sua área de trabalho a liderança estimula as opiniões divergentes.

Por outro lado, 80 % (8) consideram que na sua área de trabalho as opiniões divergentes não

são estimuladas por parte da liderança. Por meio da análise dos dados obtidos percebe-se que

na área onde os técnico-administrativos atuam na maioria das vezes a liderança não estimula

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76

as opiniões divergentes. Dessa forma, o que vem ocorrendo na instituição se contradiz com as

idéias dos autores adotados neste trabalho em relação a aceitação de opiniões divergentes.

Quanto a tomada decisão no ambiente de trabalho, de acordo com Moscovici (1995),

as equipes superam o desempenho de indivíduos que agem sozinhos, ou em pequenos grupos,

respondendo aos novos desafios por meio da absorção e aplicação de conhecimentos da vida

de seus membros. Por isso as empresas estão sendo forçadas a tornar sua estrutura

organizacional mais horizontal, descentralizando, assim, seu processo de decisão, pois os

problemas novos estão exigindo soluções rápidas e inovadoras que não são mais solucionadas

pelo processo tradicional da administração (ALENCAR, 1996).

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 5 50%

NÃO 5 50%

TOTAL 10 100%

Tabela 12 - Tomada de decisões

Fonte: Dados Primários

Tomada de decisões

50%50%SIMNÃO

Gráfico 12 - Tomada de decisões.

Fonte: Dados Primários

De acordo com os dados da tabela 12 e do gráfico 12, percebe-se que 50 % (5) dos

respondentes consideram que no seu ambiente de trabalho a tomada de decisões é realizada de

maneira compartilhada e levando-se em consideração a opinião de todos os membros do

grupo e 50 % (5) tem opinião contrária. Os dados obtidos na pesquisa mostram que a tomada

de decisões no ambiente de trabalho é ainda bastante centralizada, não sendo assim

condizentes com as idéias dos autores estudados neste trabalho em relação a tomada de

decisões.

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77

O feedaback de acordo com Moscovici (1985) é um processo de ajuda para mudanças

de comportamento, fornecendo informações ao indivíduo ou grupo sobre sua atuação,

ajudando assim, o grupo a melhorar seu desempenho e alcançar seus objetivos. O ‘feedback’

pode levar a resoluções de problemas, possibilitando que seja descoberto e reconhecido

algumas facetas da personalidade que muitas vezes são evitadas. Todos necessitam receber

‘feedback’, seja positivo quando é informado o que está sendo feito adequadamente, ou

negativo, a fim de que possam ser corrigidas as ineficiências. O ‘feedback’ possibilita que os

membros processem as informações individuais e grupais em um clima aberto, de apoio

mútuo, levando à resolução dos problemas. O ‘feedback’ é uma habilidade interpessoal

indispensável ao bom funcionamento de um grupo independendo do contexto em que o

mesmo esteja inserido (MOSCOVICI, 1985).

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 2 20%

NÃO 8 80%

TOTAL 10 100%

Tabela 13 - Feedback por parte da chefia

Fonte: Dados Primários

Feedback por parte da chefia

20%

80%

SIMNÃO

Gráfico 13 - Feedback por parte da chefia.

Fonte: Dados Primários

De acordo com os dados da tabela 13 e do gráfico 13, 20 % (2) dos pesquisados

responderam que seu chefe oferece feedback freqüente aos funcionários, entretanto, 80 % (8)

responderam que não, que seu chefe não oferece feedback freqüente aos funcionários. Diante

da opinião dos respondentes, observa-se que na maior parte das vezes a chefia não oferece

feedback.

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78

Quanto a autonomia para tomada de decisões, os líderes precisam apreender a

compartilhar informações, delegar autoridade, confiar nos membros da equipe e saber quando

intervir (ROBBINS, 2001).

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 2 20%

NÃO 8 80%

TOTAL 10 100%

Tabela 14 - Autonomia para tomadas de decisão

Fonte: Dados Primários

Autonomia para tomadas de decisão

20%

80%

SIMNÃO

Gráfico 14 - Autonomia para tomadas de decisão Fonte: Dados Primários

Conforme a tabela 14 e o do gráfico 14, 20 % (2) dos pesquisados consideram que na

sua área de trabalho os membros do grupo têm autonomia para tomada de decisões e 80 % (8)

responderam que na sua área de trabalho os membros do grupo não têm autonomia para

tomada de decisões. Com os dados encontrados na pesquisa percebe-se que os servidores

técnico-administrativos têm pouca autonomia para tomada de decisões contradizendo as

idéias dos autores adotados neste trabalho no que diz respeito a autonomia no trabalho

Em relação ao reconhecimento e valorização por parte da direção, de acordo com

Bersou e Bersou (1997), para que as organizações possam contar com verdadeiras equipes, os

líderes precisam estabelecer relações afetuosas e reconhecidas com seus colaboradores,

tornando as equipes altamente identificadas com seus propósitos e da empresa. A construção

de equipes depende de um ambiente de cordialidade e de reconhecimento. As relações de

trabalho precisam ser motivadas e reconhecidas, buscando-se entender as necessidades de

cada pessoa. A equipe quando motivada, madura e hábil saberá enfrentar e superar os maiores

desafios, mesmo estando sujeitas a dificuldades e problemas (MOSCOVICI, 1995).

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OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 2 20%

NÃO 8 80%

TOTAL 10 100%

Tabela 15 - Reconhecimento e valorização por parte da liderança

Fonte: Dados Primários

Reconhecimento e valorização por parte da liderança

20%

80%

SIMNÃO

Gráfico 15 - Reconhecimento e valorização por parte da liderança.

Fonte: Dados Primários

Analisando as respostas dos pesquisados da tabela 15 e gráfico 15, percebe-se que

20 % (2) dos respondentes afirmam que no seu ambiente de trabalho as pessoas são

reconhecidas e valorizadas pela direção e 80 % (8) responderam que no seu ambiente de

trabalho as pessoas não são reconhecidas e valorizadas pela direção. Perante as opiniões dos

pesquisados, percebe-se que os servidores técnico-administrativos, na maior parte das vezes

não são reconhecidos e valorizados pela direção.

Wellins et al (1994) afirmam que quanto a organização e divisão do trabalho, as

equipes podem suprir essas necessidades, já que são projetadas de forma a facilitar a divisão e

organização do trabalho.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 4 40%

NÃO 6 60%

TOTAL 10 100%

Tabela 16 - Organização e divisão do trabalho

Fonte: Dados Primários

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80

Organização e divisão do trabalho

40%

60%

SIMNÃO

Gráfico 16 - Organização e divisão do trabalho.

Fonte: Dados Primários

De acordo com os dados da tabela 16 e gráfico 16, 60 % (6) dos pesquisados afirmam

que na sua área de trabalho, os servidores não estão preparados para a organização e divisão

do trabalho entre os membros do grupo, de maneira autônoma e sem a intervenção de uma

liderança formal e 40 % (4) têm opinião contrária. Diante do que foi exposto pelos

pesquisados, percebe-se que mais da metade dos respondentes, consideram que na sua área de

trabalho, os servidores não estão preparados para a organização e divisão do trabalho entre os

membros do grupo, de maneira autônoma e sem a intervenção de uma liderança formal.

Em outra parte do questionário aplicado com os 10 pesquisados, foi questionado qual é

o papel da liderança na criação de um ambiente favorável ao trabalho em equipe. Foi

destacado por 2 pesquisados que o papel da liderança na criação de um ambiente favorável ao

trabalho em equipe tem uma relação com os conflitos existentes no ambiente de trabalho. De

acordo com um pesquisado “a liderança tem o papel fundamental de mediar os conflitos”

(P 4). Um outro pesquisado destaca que “o papel da liderança é administrar os conflitos

existentes” (P 7).

Conforme Gomes (1994), transformar um conflito destrutivo em um consenso

construtivo é um dos segredos de uma boa gerência do processo de mudanças, pois o conflito

é construtivo quando há atração pelas diferenças e um respeito mútuo, havendo uma busca

pelo consenso, objetivando canalizar os conflitos de interesses, tornando-os construtivos. Para

que a organização obtenha um conflito construtivo é preciso encará-lo como uma realidade

que acompanha as mudanças. De acordo com Hersey e Blanchard (1976), como forma de

impedir o aparecimento de conflitos intergrupal, é importante que o administrador acentue o

objetivo total da organização e não se concentre nos objetivos de subgrupos, aumentando

dessa forma a comunicação e interações entre os grupos.

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Entretanto, para 3 pesquisados, o papel da liderança na criação de um ambiente

favorável ao trabalho em equipe pode ser relacionado com o tipo de liderança. Conforme um

pesquisado “a liderança tem o papel fundamental, pois é ela que irá comandar a equipe de

forma democrática, ouvindo e se fazendo ouvir” (P 4). Na visão de outro pesquisado “o líder

deve saber delegar funções para que a equipe possa agir sem que dependa sempre de

aprovação” (P 1). Para um pesquisado “a liderança tem que ser mais participativa, o

funcionário líder ou chefe tem que participar mais do trabalho. O líder deve evitar a postura

de quem dita ordens, dando certa autonomia aos funcionários” (P 2).

De acordo com Robbins e Finley (1997), a estrutura da equipe e a sua configuração

são viáveis quando aplicadas à tarefa apropriada para a equipe. Mesmo que haja uma

combinação entre liderados e lideranças, é preciso que se adote o tipo certo de equipe para a

tarefa que se deseja realizar.

Continuando a análise, observa-se que 2 pesquisados relacionam o papel da liderança

na criação de um ambiente favorável ao trabalho em equipe, com o respeito no ambiente de

trabalho. De acordo com um pesquisado “a liderança não pode ser intransigente esquecendo-

se do respeito mútuo no ambiente de trabalho” (P 5). Na visão de outro pesquisado “a

liderança precisa respeitar as divergências, limites e formas de trabalho” (P 7).

Continuando a análise das respostas dos 10 pesquisados, observou-se outros relatos

dos servidores técnico-administrativos, sobre o papel da liderança na criação de um ambiente

favorável ao trabalho em equipe. Para um pesquisado “o papel da liderança é ter a

sensibilidade de perceber e estimular as qualidades de cada um” (P 3). Entretanto, na visão

de outro pesquisado, “o papel da liderança é importantíssimo, dela depende o desempenho da

equipe” (P 10). Por outro lado, um pesquisado relata que “o papel da liderança é dar

oportunidades a novas idéias” (P 8). Em um outro relato um pesquisado comenta que “a

liderança tem o papel de ser um catalisador, um mediador no cotidiano das relações que se

desenvolvem no ambiente de trabalho” (P 8).

Wilson et al (1995) comentam que os líderes de linha de frente e gerentes de nível

médio, necessitam assumir um compromisso com a mudança à medida que as organizações

implementam as equipes. As mudanças nas organizações estão forçando uma alteração na

forma de liderança, fazendo com que os líderes ajam mais como treinadores do que

comandantes. A função do líder é a de ajudar cada membro da equipe a relacionar a visão e os

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valores da organização com seus próprios desejos e metas individuais, pois a visão e os

valores devem guiar o comportamento da equipe.

O quadro 3, apresenta a categoria analítica, os indicadores e os resultados do estudo,

referente ao papel da liderança na criação de um ambiente favorável ao trabalho em equipe.

Categoria Analítica

Indicadores Resultados

Estímulo e abertura a opiniões

80 % dos pesquisados consideram que na sua área de trabalho as opiniões divergentes não são estimuladas por parte da liderança.

Tomada de decisões 50 % dos respondentes consideram que no seu ambiente de trabalho a tomada de decisões não é realizada de maneira compartilhada e levando-se em consideração a opinião de todos os membros do grupo.

Feedback 80 % dos servidores afirmam que seu chefe não oferece feedback freqüente aos funcionários.

Autonomia 80 % dos pesquisados responderam que na sua área de trabalho os membros do grupo não têm autonomia para tomada de decisões.

Reconhecimento e valorização

80 % dos respondentes afirmam que no seu ambiente de trabalho as pessoas não são reconhecidas e valorizadas pela direção.

Organização e divisão do trabalho

60 % dos pesquisados responderam que na sua área de trabalho, os servidores não estão preparados para a organização e divisão do trabalho entre os membros do grupo, de maneira autônoma e sem a intervenção de uma liderança formal.

LIDERANÇA

Criação de um ambiente

favorável ao trabalho em

equipe

Está relacionado com:

- os conflitos no ambiente de trabalho

- o tipo de liderança

- o respeito no ambiente de trabalho

- a sensibilidade de perceber e estimular as qualidades de cada

servidor

- o desempenho da equipe

- oportunidades de expressar novas idéias

- a postura de catalisador e mediador no cotidiano das relações Quadro 3 - Categorias de análise sobre papel da liderança. Fonte: Dados Primários

O quadro 3 mostra que a maior parte dos pesquisados compreendem o papel da

liderança na criação de um ambiente favorável ao trabalho em equipe. Entretanto, verifica-se

nos questionamentos envolvendo o ambiente de trabalho como um todo, que o tipo de

liderança adotado pela instituição, segundo os autores pesquisados neste trabalho, não é o

mais indicado para o desenvolvimento de trabalho em equipe.

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Na seqüência apresentam-se os resultados da pesquisa com a análise e interpretação

dos dados referentes aos questionamentos sobre o trabalho em equipe e a harmonização das

relações interpessoais.

4.2.5 Trabalho em equipe e a harmonização das relações interpessoais

Segundo Moscovici (1985), o relacionamento entre os membros do grupo depende de

como as diferenças são encaradas e tratadas, pois essas influenciam a vida em grupo no que

diz respeito aos processos de comunicação, no comportamento organizacional, na

produtividade e no relacionamento interpessoal. Como foi mencionado no capítulo dos

procedimentos metodológicos, nesta pesquisa, tal categoria foi analisada por meio dos

indicadores: comunicação e troca de informações; divergências de opiniões; conflito;

existência de cooperação, amizade, camaradagem e coesão; espírito de equipe; harmonização

das relações interpessoais.

A comunicação e troca de informações acontece quando existe um respeito mútuo e

quando um grupo de pessoas tem um trabalho em comum, porém do contrário quando a

comunicação é fraca, geralmente há sinal de pessoas desconfiadas, inseguras, desmotivadas

contrárias à cooperação (MIRSHAWKA; MIRSHAWKA, 1992). De acordo com Robbins

(2001), a resistência individual é uma barreira à utilização das equipes de trabalho. Muitos

funcionários consideram as tarefas de se comunicar de maneira franca e honesta como uma

tarefa difícil e às vezes, impossíveis.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 2 20%

NÃO 8 80%

TOTAL 10 100%

Tabela 17 - Comunicação e troca de informações

Fonte: Dados Primários

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Comunicação e troca de informações

20%

80%

SIMNÃO

Gráfico 17 - Comunicação e troca de informações. Fonte: Dados Primários

Na tabela 17 e no gráfico 17, constata-se que dos 10 pesquisados, 20 % (2) afirmam

que na sua área de trabalho a comunicação e a troca de informações é realizada de maneira

clara, aberta e transparente e 80 % (8) afirmam que na sua área de trabalho a comunicação e a

troca de informações não é realizada de maneira clara, aberta e transparente. Em relação a

comunicação e a troca de informações, os pesquisados, na grande maioria, consideram que

essa não é realizada de maneira clara, aberta e transparente. Após a análise das respostas dos

pesquisados percebe-se que a comunicação na área de trabalho dos técnico-administrativos

não é a indicada pelos autores adotados neste trabalho.

As equipes bem sucedidas reconhecem a diversidade natural, esforçando-se para

reconhecer e valorizar as diferenças entre seus membros (ROBBINS; FINLEY (1997).

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 3 30%

NÃO 7 70%

TOTAL 10 100

Tabela 18 - Respeito quanto as divergências e diferenças de opinião

Fonte: Dados Primários

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Respeito quanto as divergências e diferenças de opinião

30%

70%

SIMNÃO

Gráfico 18 - Respeito quanto as divergências e diferenças de opinião.

Fonte: Dados Primários

Na análise dos dados da tabela 18 e no gráfico 18, verifica-se que 30 %(3) dos

pesquisados concordam que na instituição há respeito quanto as divergências e diferenças de

opinião entre os membros do grupo e 70 % (7) têm opinião contrária. Diante do que foi

exposto pelos respondentes, é possível visualizar-se que mais da metade dos pesquisados, tem

a mesma opinião, que dentro da instituição não existe respeito quanto as divergências e

diferenças de opinião entre os membros do grupo.

Em relação a contribuição do conflito para a solução de problemas, de acordo com

Robbins e Finley (1997), as equipes eficazes têm a visão que a diferença é positiva, sendo as

opiniões dos membros respeitadas e usadas para beneficiar os resultados da equipe. Para se

descobrir e resolver o conflito dentro da equipe é necessário que os membros reconheçam as

diferenças, negociando uma solução.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 3 30%

NÃO 7 70%

TOTAL 10 100%

Tabela 19 - Contribuição do conflito para solução de problemas

Fonte: Dados Primários

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Contribuição do conflito para solução de problemas.

30%

70%

SIMNÃO

Gráfico 19 - Contribuição do conflito para solução de problemas.

Fonte: Dados Primários

Os dados da tabela 19 e do gráfico 19 mostram que 30 % (3) dos pesquisados

concordam que na sua área de trabalho o conflito contribui para a solução de problemas e

70 % (7) têm opinião contrária. Por meio da pesquisa observou-se que os técnico-

administrativos na sua grande maioria consideram que os conflitos não contribuem para a

solução dos problemas, diferente assim da opinião dos autores adotados neste estudo no que

se refere aos conflitos organizacionais.

Quanto a cooperação, amizade, camaradagem e coesão entre os membros do grupo, de

acordo com Minicucci (1995), a atração por atividades conjuntas acontece à medida que o

grupo cresce, passando a estar mais ligados, unidos. Os laços de camaradagem, amizade e

lealdade são reforçados com a sensação de pertencer ao grupo e fazer parte dele.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 7 70%

NÃO 3 30%

TOTAL 10 100%

Tabela 20 – Cooperação, amizade, camaradagem e coesão

Fonte: Dados Primários

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Cooperação, amizade, camaradagem e coesão

70%

30%SIMNÃO

Gráfico 20 – Cooperação, amizade, camaradagem e coesão Fonte: Dados primários, 2006.

Analisando as respostas da tabela 20 e gráfico 20, percebe-se que 70 % (7) dos

respondentes concordam que no seu ambiente de trabalho existe cooperação, amizade,

camaradagem e coesão entre os membros do grupo e 30 % (3) têm opinião contrária. Com as

respostas obtidas, observa-se que mais da metade dos pesquisados tem a mesma opinião, que

no seu ambiente de trabalho existe cooperação, amizade, camaradagem e coesão entre os

membros do grupo.

Segundo Schermerhorn et al (1999) e Bersou e Bersou (1997), no grupo pode se

identificar uma equipe quando a construção de um determinado ambiente de trabalho é alvo

de preocupação entre todos os membros.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 5 50%

NÃO 5 50%

TOTAL 10 100%

Tabela 21 - Espírito de equipe

Fonte: Dados Primários

Espírito de equipe

50%50%SIMNÃO

Gráfico 21 - Espírito de equipe. Fonte: Dados Primários

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Observa-se que dos 10 respondentes, 50 % (5) afirmam que no seu ambiente de

trabalho existe espírito de equipe e 50 % (5) afirmam que no seu ambiente de trabalho não

existe espírito de equipe. Os dados obtidos mostram que a metade dos servidores técnico-

administrativos percebe que no seu ambiente de trabalho não existe espírito de equipe.

Na segunda parte do questionário, aplicado com os 10 pesquisados, foi questionada a

opinião dos técnico-administrativos sobre a importância do trabalho em equipe para a

harmonização das relações interpessoais no trabalho. Dos pesquisados, 4 destacaram que a

importância do trabalho em equipe para a harmonização das relações interpessoais no

trabalho, tem haver com o relacionamento existente entre as pessoas. De acordo com um

pesquisado “a importância de sentir um integrante de equipe tem como conseqüência um bom

relacionamento no trabalho” (P 4). Para outro pesquisado “o trabalho em equipe aproxima

as pessoas, fazendo com que essas não pensem em puxar o tapete das pessoas no trabalho”

(P 5). Na visão de um pesquisado “o trabalho em equipe faz com que as relações

interpessoais se tornem mais saudáveis e descomplicadas” (P 2). Conforme relata um

pesquisado “o trabalho em equipe é muito importante, pois é o grupo que vai fortalecer as

relações entre as pessoas” (P 9).

Segundo Moscovici (1985), o relacionamento entre os membros do grupo depende de

como as diferenças são encaradas e tratadas, pois essas influenciam a vida em grupo no que

diz respeito aos processos de comunicação, no comportamento organizacional, na

produtividade e no relacionamento interpessoal. Um relacionamento interpessoal harmonioso

permite um trabalho em equipe com integração de esforços. E ao contrário, o ambiente se

torna tenso e conflitante podendo levar a dissolução do grupo.

No decorrer da análise observa-se que dos 10 pesquisados, 3 destacaram a importância

do trabalho em equipe para a harmonização das relações interpessoais no trabalho tem uma

relação com a troca que ocorre no ambiente de trabalho. Um pesquisado relata que “quando

somos um integrante de uma equipe trocamos mais responsabilidades e conhecimentos,

contribuindo assim para a harmonização no trabalho” (P 4). Para outro pesquisado “em um

trabalho em equipe as pessoas trocam idéias e dividem dificuldades” (P 1). Na visão de um

pesquisado “a harmonização no trabalho só é possível quando trocamos experiências” (P

10).

Conforme Kanaane (1999), ao minimizar conflitos, as empresas estão buscando novas

formas de organização do trabalho, enfatizando a criação de grupos semi-autônomos e

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89

operativos, implementando os modelos participativos. Segundo Moscovici (1995), as

alternativas para controle do conflito podem ser descobertas com o diálogo, dando-se atenção

à resolução dos problemas. As relações e trocas entre as pessoas, decorrentes dos processos

grupais e da interação entre as pessoas, afetam as tarefas conjuntas, podendo comprometer os

resultados desejados.

Quando no ambiente de trabalho duas ou mais pessoas compartilham uma situação de

trabalho, existindo atividades predeterminadas a serem executadas, como também interações,

poderá haver diferença de sentimentos que poderão influenciar as interações como também a

própria atividade (MOSCOVICI, 1985).

Aprofundando a análise, dos 10 pesquisados, 2 destacaram que a importância do

trabalho em equipe para a harmonização das relações interpessoais no trabalho, está

relacionado com o coleguismo no ambiente de trabalho. Um pesquisado relata que “o

trabalho em equipe ajuda no respeito com o colega de trabalho” (P 7). “O trabalho em

equipe faz com que as pessoas sejam mais amigas, pois aproxima as pessoas, fazendo com

que se enxerguem as pessoas no trabalho como companheiros” (P 3).

Segundo Moscovici (1985), um relacionamento interpessoal harmonioso permite um

trabalho em equipe com integração de esforços. E ao contrário, o ambiente se torna tenso e

conflitante podendo levar a dissolução do grupo.

Continuando a análise, dos 10 pesquisados, obteve-se mais 4 respostas diferenciadas,

sobre a importância do trabalho em equipe para a harmonização das relações interpessoais no

trabalho. Na visão de um pesquisado “quando somos integrantes de uma equipe, visamos às

mesmas metas e objetivos, melhorando nossas relações no trabalho” (P 4). Entretanto outro

pesquisado destaca que “o trabalho em equipe torna mais democrática a distribuição de

tarefas” (P 2). Para um pesquisado “o trabalho em equipe faz com que haja um

enriquecimento pessoal e profissional de todos os trabalhadores” (P 10). Por outro lado um

pesquisado tem a visão que “no trabalho em equipe todos são importantes e todos devem ser

ouvidos para que haja um consenso” (P 8).

Mirshawka e Mirshawka (1992) afirmam que para resolução de problemas é preciso

que se conheçam as suas naturezas e causas. Desta forma, os grupos que pretende solucionar

problemas necessitam dedicar uma grande parte do seu tempo a fim de obter elementos

necessários que possibilitem a análise e o diagnóstico das causas, traçando posteriormente

idéias, a fim de resolver os respectivos problemas. Quando as pessoas trabalham juntas podem

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surgir divergências, porém as discussões produtivas devem ser encorajadas e os conflitos

prejudiciais ao trabalho em equipe necessitam serem solucionados (WEISS, 1991).

O quadro 4 apresenta a categoria analítica, os indicadores e o resultado do estudo,

referente a importância do trabalho em equipe para harmonização das relações interpessoais.

Categoria Analítica Indicadores Resultados

Comunicação e troca de informações

80 % dos pesquisados afirmam que na sua área de trabalho a comunicação e a troca de informações não é realizada de maneira clara, aberta e transparente

Divergências de opiniões 70 % dos servidores responderam que na instituição não há respeito quanto as divergências e diferenças de opinião entre os membros do grupo

Conflitos 70 % dos respondentes consideram que na sua área de trabalho o conflito não contribui para a solução de problemas.

Existência de cooperação, amizade, camaradagem e coesão

70 % dos pesquisados concordam que no seu ambiente de trabalho existe cooperação, amizade, camaradagem e coesão entre os membros do grupo.

Espírito de equipe 50 % dos servidores afirmam que no seu ambiente de trabalho não existe espírito de equipe.

HARMONIZAÇÃO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO TRABALHO

Harmonização das relações

interpessoais

Foi relacionado com:

- Relacionamento no trabalho

- A troca que ocorre no ambiente de trabalho

- O coleguismo no ambiente de trabalho

- Metas e objetivos

- Distribuição das tarefas

- Enriquecimento pessoal e profissional

-Todos sendo importantes Quadro 4 - Categorias de análise da harmonização das relações interpessoais. Fonte: Dados Primários

No quadro 4, observa-se que a maior parte dos pesquisados entende a importância do

trabalho em equipe para a harmonização das relações interpessoais ao relatarem variáveis

citadas pelos autores adotados neste estudo como essenciais para o trabalho em equipe e a

harmonização no trabalho. Por outro lado, nos questionamentos envolvendo o ambiente

trabalho como um todo, observa-se que as relações interpessoais na instituição, geralmente

não favorecem o trabalho em equipe.

Na seqüência apresentam-se os resultados da pesquisa com a análise e interpretação

dos dados referentes aos questionamentos sobre o trabalho em equipe e a criatividade no

trabalho.

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4.2.6 Trabalho em equipe e a criatividade no trabalho

Em relação a criatividade no trabalho, de acordo com Mirshawka e Mirshawka (1992),

a maioria das descobertas nasce da aproximação de duas ou mais verdades e a maior parte do

que é criado são resultado e produto do meio ambiente. A competitividade, as melhorias e as

mudanças necessárias podem ser alcançadas por meio da criatividade do grupo. Como foi

mencionada no capítulo destinado aos procedimentos metodológicos, nesta pesquisa, tal

categoria foi analisada por meio dos indicadores: desenvolvimento das atividades; incentivo e

abertura as idéias; esfera da aprendizagem; disseminação de idéias; interdisciplinaridade de

conhecimento; desenvolvimento do potencial criativo.

Em relação ao desenvolvimento de outras atividades, os funcionários têm

comportamentos criativos quando vão além das exigências normais do seu cargo, tendo

iniciativa para resolver problemas, melhorar procedimentos de trabalho ou atender o cliente

de forma extraordinária (SPITZER, 1997). Entretanto, uma pessoa desmotivada só faz o que o

seu cargo exige. Tem crises constantes de desânimo, sempre reclama e cumpre o seu trabalho

como se tivesse fazendo um favor. É uma pessoa ausente, vive a desintegração entre o que

gostaria de ser e o que se exigem dele (BERGAMINI, 1990).

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 8 80%

NÃO 2 20%

TOTAL 10 100%

Tabela 22 - Desenvolvimento de outras atividades

Fonte: Dados Primários

Desenvolvimento de outras atividades

80%

20%

SIMNÃO

Gráfico 22 - Desenvolvimento de outras atividades. Fonte: Dados Primários

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Conforme a tabela 22 e o gráfico 22, 80 % (8) dos respondentes concordam que na sua

área de trabalho, os servidores técnico-administrativos tem que desenvolver atividades além

daquelas que seu cargo exige e 20% (2) não concordam que na sua área de trabalho, o

servidor técnico-administrativos tem que desenvolver atividades além daquelas que seu cargo

exige. Os dados obtidos vêm ao encontro às opiniões dos autores adotados neste estudo sobre

o desenvolvimento da criatividade, pois a maior parte dos servidores técnico-administrativos

desenvolvem atividades além das exigências do seu cargo.

De acordo com Alencar (1998), as organizações criativas se caracterizam pela

presença de líderes criativos e o cultivo de um ambiente criativo. Dessa forma o ambiente

precisa promover abertura e apoio às idéias inovadoras. O indivíduo não faz uso de sua

energia criativa quando existe excesso de burocracia, falta de espírito de equipe, falta de

integração entre os setores e precário sistema de informações. A iniciativa a criatividade

podem ser desenvolvidas quando os indivíduos têm apoio do grupo, sendo que o estímulo do

grupo pode fazer com que os colaboradores desenvolvam atividades que se apresentam como

desmotivantes, rotineiras e desinteressantes (MUNICUCCI, 2000).

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 5 50%

NÃO 5 50%

TOTAL 10 100%

Tabela 23 - Abertura e incentivo às idéias inovadoras

Fonte: Dados Primários

Abertura e incentivo às idéias inovadoras

50%50%SIMNÃO

Gráfico 23 - Abertura e incentivo às idéias inovadoras. Fonte: Dados Primários

.

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Conforme a tabela 23 e o gráfico 23, dos 10 respondentes, 50 % (5) concordam que na

sua equipe de trabalho a abertura e incentivos às idéias inovadoras e 50 % (5) não concordam

que na sua equipe de trabalho a abertura e incentivos às idéias inovadoras.

No que refere-se a aprendizagem, conforme Senge (2003), na aprendizagem em equipe

os membros alcançam os resultados que realmente desejam, por meio da visão compartilhada.

Hoje existe uma grande necessidade de se dominar a aprendizagem em equipe, indiferente do

tipo de equipe, pois a maioria das decisões são tomadas em equipe. Os indivíduos vivem em

contínuo aprendizado, porém a aprendizagem não ocorre em nível organizacional. Entretanto

nas equipes a aprendizagem ocorre em toda a organização, pois as novas idéias são colocadas

em ação, podendo se difundir para outros indivíduos e equipes.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 8 80%

NÃO 2 20%

TOTAL 10 100%

Tabela 24 - Aprendizagem

Fonte: Dados Primários

Aprendizagem

80%

20%

SIMNÃO

Gráfico 24 - Aprendizagem. Fonte: Dados Primários

A tabela 24 e o gráfico 24 mostram que dos 10 pesquisados, 80 % (8) responderam

que o aprendizado dos servidores técnico-administrativos ocorre na maioria das vezes em

nível individual e 20 % (2) responderam ao contrário. Diante do que foi exposto pela maioria

dos pesquisados, fica evidente que o aprendizado dos mesmos, ocorre na maioria das vezes

em nível individual, não sendo a forma indicada pelos autores deste estudo.

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Quanto a disseminação de idéias, segundo Alencar (1996), a centralização inibe a

inovação, pois a concentração do poder e a baixa participação dos funcionários no processo

decisório bloqueiam a iniciativa de inovações e a circulação de novas idéias, devido às

restrições dos canais de comunicação e das informações disponíveis.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 2 20%

NÃO 8 80%

TOTAL 10 100%

Tabela 25 - Difusão de idéias

Fonte: Dados Primários

Difusão de idéias

20%

80%

SIMNÃO

Gráfico 25 - Difusão de idéias. Fonte: Dados Primários

De acordo com a tabela 25 e o gráfico 25, 20 % (2) dos pesquisados responderam que

as novas idéias geradas por sua equipe de trabalho, são geralmente difundidas a outras áreas

de trabalho dentro da instituição e 80 % (8) responderam ao contrário. A pesquisa mostra que

as novas idéias geradas pelas equipes de trabalho não são na grande maioria difundidas a

outras áreas de trabalho dentro da instituição, entretanto, os autores adotados neste estudo,

destacam a importância da difusão de idéias no ambiente de trabalho.

Em relação a interdisciplinaridade de conhecimento, as melhores equipes são

formadas por pessoas com formações diversas, pois a diversidade estimula a criatividade e a

motivação (SPITZER, 1997). Wellins et al (1994) afirmam que o avanço da tecnologia está

exigindo que os trabalhadores tenham mais habilidades, criando uma maior interdependência

entre as atividades, fazendo com que os trabalhadores que antes trabalhavam sozinhos agora

tenham que trabalhar em conjunto. As organizações precisam contar com colaboradores cada

vez mais multiabilitados, capacitados a desempenhar diversas funções, possibilitando

revezamentos e substituição no trabalho. As empresas que almejam reter os melhores talentos

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poderão contar com as equipes, pois estas proporcionaram maior participação, desafio e

desejo de realização nos seus colaboradores.

OPÇÃO DE RESPOSTA VALOR ABSOLUTO VALOR RELATIVO

SIM 5 50%

NÃO 5 50%

TOTAL 10 100%

Tabela 26 - Interdisciplinaridade de conhecimento

Fonte: Dados Primários

Interdisciplinaridade de conhecimento

50%50%SIMNÃO

Gráfico 26 - Interdisciplinaridade de conhecimento. Fonte: Dados Primários

Os dados da tabela 26 e o gráfico 26 mostram que, 50 % (5) dos respondentes afirmam

que no seu ambiente de trabalho existe interdisciplinaridade de conhecimento entre as pessoas

e 50 % (5) consideram que no seu ambiente de trabalho não existe interdisciplinaridade de

conhecimento entre as pessoas.

Na segunda parte do questionário aplicado com os 10 servidores técnico-

administrativos, foi questionado se o trabalho em equipe contribui para o desenvolvimento do

potencial criativo. Conforme 3 pesquisados, a contribuição do trabalho em equipe para o

desenvolvimento do potencial criativo esta relacionado com as idéias que são geradas no

ambiente de trabalho. Um pesquisado relata que “em uma equipe você tem liberdade para

expor suas idéias, sendo elas aceitas ou não, podendo as mesmas ser discutidas e

melhoradas” (P 1). Para outro pesquisado “através da troca de idéias aprendemos uns com os

outros e assim desenvolvemos o raciocínio que nos leva ao desenvolvimento da

criatividade/inovação”. Na visão de outro pesquisado “no trabalho em equipe difundimos

nossas idéias, idéias essas que nunca teríamos caso estivéssemos sozinhos” (P 3). De acordo

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com um pesquisado “no trabalho em equipe surgem novas idéias, novos conceitos e novas

alternativas” (P 8).

De acordo com Alencar (1998) a presença do autoritarismo, bem como a ausência do

espírito de equipe e do apoio para se colocar novas idéias em prática, afeta a motivação,

contribuindo para manter adormecido o potencial de criatividade dos colaboradores.

Goleman et al (1992) comentam que a inovação exige a criação e implantação de novas

idéias, sendo cada vez mais difícil um inventor sozinho colocá-las no mercado sem o apoio de

uma equipe.

Na análise sobre a contribuição do trabalho em equipe para o desenvolvimento do

potencial criativo, observa-se que 03 respostas destacaram a relação da variável com a visão

dos servidores. De acordo com um pesquisado “o trabalho em equipe supera os limites

individuais aumentando a visão compartilhada no trabalho” (P 10). Outro pesquisado destaca

que “o trabalho em equipe me fortalece, porque é na diversidade de opiniões que o meu ponto

de vista é enriquecido, indo além do meu eu individual” (P 9). Conforme um pesquisado “o

trabalho em equipe contribui para a criatividade, fazendo com que seja visto a equipe, o

trabalho ou setor como um todo” (P 2).

Conforme Alencar (1996) é enorme o desafio em muitas organizações, marcadas por

relações de desconfiança, normas rígidas e precário sistema de comunicação. Para que novas

idéias sejam desenvolvidas, é preciso que a realidade e os problemas sejam vistos de diversos

pontos e não somente de acordo com uma só visão e concepção.

Continuando a análise das respostas dos 10 pesquisados, encontrou-se algumas

opiniões diferenciadas, em relação a contribuição do trabalho em equipe para o

desenvolvimento do potencial criativo. Para um pesquisado “o trabalho em equipe contribui

a medida que nos deixa criar soluções para a problemática em questão”(P 7). Outro

pesquisado relata que “O trabalho em equipe só contribui para o desenvolvimento do

potencial criativo, quando as pessoas repassam o que sabem” (P 5). Entretanto para um

pesquisado “o trabalho em equipe contribui para nossa criatividade, pois desafia novos

valores” (P 10). Entretanto, segundo um pesquisado “O trabalho em equipe sobrecarrega

menos cada funcionário, despertando a criatividade no trabalho” (P 6).

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O quadro 5 apresenta a categoria analítica, os indicadores e o resultado do estudo,

referente a contribuição do trabalho em equipe para o desenvolvimento da criatividade das

pessoas no trabalho.

Categoria Analítica

Indicadores Resultados

Desenvolvimento das atividades

80 % dos respondentes concordam que na sua área de trabalho, os servidores técnico-administrativos tem que desenvolver atividades além daquelas que seu cargo exige

Incentivo e abertura as idéias

50 % dos pesquisados relatam que na sua equipe de trabalho não existe abertura e incentivos às idéias inovadoras

Esfera da aprendizagem 80 % dos respondentes afirmam que o aprendizado dos servidores técnico-administrativos ocorre na maioria das vezes em nível individual

Disseminação de idéias 80% dos servidores responderam que as novas idéias geradas por sua equipe de trabalho, não são geralmente difundidas a outras áreas de trabalho dentro da instituição

Interdisciplinaridade de conhecimento

50 % dos pesquisados afirmam que no seu ambiente de trabalho não existe interdisciplinaridade de conhecimento entre as pessoas

Criatividade

Desenvolvimento do

potencial criativo

Foi relacionado com:

- As idéias geradas no ambiente de trabalho

- A visão por parte dos servidores

- Soluções

- Divisão do trabalho

Quadro 5 - Categorias de Análise do Estudo a criatividade no trabalho. Fonte: Dados Primários

.

A tabela 5 mostra que os pesquisados entendem a contribuição do trabalho em equipe

para o desenvolvimento do potencial criativo, porém na maioria das vezes o potencial criativo

não é estimulado na instituição.

Com os resultados do estudo, percebe-se que os pesquisados compreendem o que é

trabalho em equipe quando foram questionados sobre as variáveis: comprometimento no

trabalho, liderança, harmonização das relações interpessoais e criatividade. Entretanto, no

ambiente de trabalho, as pessoas geralmente trabalham em grupo e não em equipe.

Com base nos resultados do estudo, apresenta-se a seguir as conclusões do trabalho

envolvendo: os objetivos do estudo, as recomendações para a instituição estudada e as sugestões

para trabalhos futuros.

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5 CONCLUSÕES

O presente estudo abordou o tema “trabalho em equipe”, sendo realizado na

Universidade do Estado de Santa Catarina, tendo como foco o Centro de Educação a

Distância-CEAD, envolvendo como população alvo os técnico-administrativos desse centro.

O objetivo geral deste trabalho foi investigar a compreensão dos servidores técnico-

administrativos sobre o trabalho em equipe no CEAD. Para isso, foi necessário investigar

junto aos servidores técnico-administrativos sobre a contribuição do trabalho em equipe para

o comprometimento das pessoas no trabalho. Também analisou-se a importância do trabalho

em equipe para harmonização das relações interpessoais, bem como, o papel da liderança na

criação de um ambiente favorável ao trabalho em equipe no CEAD. E por último, foi

averiguado junto aos servidores técnico-administrativos, sobre a contribuição do trabalho em

equipe para o desenvolvimento da criatividade das pessoas no trabalho.

Em relação ao comprometimento das pessoas no trabalho, nos questionamentos que

envolviam o ambiente de trabalho como um todo, observou-se que 80% dos pesquisados, ou

seja, a grande maioria dos servidores técnico-administrativos percebe que seus colegas de

trabalho estão comprometidos com as atividades de trabalho do grupo. Como também, 80 %

consideram que os objetivos na sua equipe de trabalho são alcançados de maneira

compartilhada.

Verificou-se que uma grande parte dos pesquisados (70%) dos servidores técnico-

administrativos sentem-se emocionalmente e afetivamente vinculados ao seu

trabalho/Instituição. Como também 70 % dos respondentes afirmam que em uma equipe existe

colaboração, solidariedade e apoio mútuo no desenvolvimento das atividades de trabalho das

pessoas. Por outro lado, 70% dos pesquisados têm a visão de que no ambiente de trabalho as

responsabilidades não são compartilhadas e adequadamente distribuídas entre os servidores do

grupo.

Ainda em relação ao comprometimento das pessoas no trabalho, na percepção de 70%

dos pesquisados, a sua equipe de trabalho não procura envolver-se em trabalho de outras

equipes. Dessa forma, diante das respostas anteriores, verifica-se que uma parcela significativa

de pesquisados considera que existe comprometimento no trabalho por parte de seus colegas de

trabalho, porém o comprometimento acontece geralmente na área de trabalho da equipe, não

sendo expandido para outras equipes de trabalho.

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Em uma pergunta aberta do questionário, foi solicitada a opinião dos pesquisados em

relação ao trabalho em equipe e comprometimento no trabalho. Estes revelaram entender o

significado da relação, ao citarem fatores como: resultados alcançados, idéia de ser um membro

de uma equipe, ética profissional, participação e responsabilidades. A maior parte das variáveis

explanadas pelos pesquisados são, segundo as teorias estudadas neste trabalho, indispensáveis

para o trabalho em equipe e o comprometimento no trabalho.

Quanto ao papel da liderança, a percepção da maioria dos pesquisados (80%) dos

servidores técnico-administrativos, é que na sua área de trabalho a liderança não estimula as

opiniões divergentes, não tendo autonomia para tomada de decisões. Para a maior parte dos

pesquisados, no ambiente de trabalho as pessoas comumente não são reconhecidas e valorizadas

pela direção, como também, as chefia não oferece feedback freqüente aos funcionários. Para

50% dos pesquisados, a tomada de decisões não é realizada de maneira compartilhada, levando-

se em consideração a opinião de todos os membros do grupo.

Segundo a percepção de mais da metade dos respondentes (60%), na sua área de

trabalho os servidores não estão preparados para a organização e divisão do trabalho entre os

membros do grupo de maneira autônoma e sem a intervenção de uma liderança formal. Dessa

forma, na concepção destes, a presença de uma liderança no ambiente de trabalho se faz

necessária.

Em uma pergunta aberta do questionário, foi solicitada a opinião dos pesquisados

sobre o papel da liderança na criação de um ambiente favorável ao trabalho em equipe. Os

pesquisados relacionaram o questionamento realizado com: os conflitos existentes no

ambiente de trabalho, o tipo de liderança, respeito no ambiente de trabalho, sensibilidade de

perceber e estimular as qualidades de cada pessoa, desempenho da equipe, oportunidades de

expressar novas idéias e a postura de catalisador e mediador no cotidiano das relações. Dessa

forma, percebe-se que a maior parte dos pesquisados compreendem o papel da liderança na

criação de um ambiente favorável ao trabalho em equipe. Por outro lado, verifica-se por meio

dos questionamentos envolvendo o ambiente de trabalho como um todo, que o tipo de

liderança adotado pela instituição, segundo os autores pesquisados neste trabalho, não é o

mais indicado para o desenvolvimento de trabalho em equipe.

Quanto a harmonização das relações interpessoais, na percepção de uma grande parte

dos pesquisados, (70%), na instituição não há respeito quanto as divergências e diferenças de

opinião entre os membros do grupo. Bem como, para 70% dos respondentes na sua área de

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trabalho, o conflito não contribui para a solução de problemas. Para a maioria dos pesquisados,

(80%), na sua área de trabalho, a comunicação e a troca de informações não são realizadas de

maneira clara, aberta e transparente. Como também, 50% consideram que no seu ambiente de

trabalho não existe espírito de equipe. Entretanto, a maioria dos pesquisados (70%), revelam

que no seu ambiente de trabalho existe cooperação, amizade, camaradagem e coesão entre os

membros do grupo.

Em uma questão aberta do questionário, foi solicitada a opinião dos pesquisados sobre

a importância do trabalho em equipe para a harmonização das relações interpessoais, onde

foram destacadas algumas variáveis como: relacionamento interpessoal, trocas no ambiente de

trabalho; amizade no ambiente de trabalho, metas e objetivos, distribuição das tarefas,

enriquecimento pessoal e profissional e a importância que é dependida a cada funcionário.

Dessa forma, verifica-se que a maior parte dos pesquisados entende a importância do trabalho

em equipe para a harmonização das relações interpessoais, ao relatarem variáveis que foram

estudadas neste trabalho como essenciais para o trabalho em equipe e a harmonização no

trabalho. Por outro lado, nos questionamentos envolvendo o ambiente trabalho como um todo,

percebe-se que as relações interpessoais na instituição, geralmente não favorecem o trabalho

em equipe.

Nos questionamentos sobre o desenvolvimento do potencial criativo, verifica-se que a

maioria dos pesquisados (80%) concordam que os servidores técnico-administrativos têm que

desenvolver atividades além daquelas que seu cargo exige. Bem como, 80 % dos respondentes

relatam que as novas idéias geradas pela sua equipe de trabalho, nem sempre são difundidas a

outras áreas de trabalho dentro da instituição. Para 80 % dos pesquisados o aprendizado dos

servidores técnico-administrativos ocorre na maioria das vezes em nível individual. Conforme

50% dos respondentes, na sua equipe de trabalho não existe abertura e incentivos às idéias

inovadoras. De acordo com 50 % dos servidores pesquisados no ambiente de trabalho não

existe interdisciplinaridade de conhecimento entre as pessoas.

Foi indagado aos pesquisados se o trabalho em equipe contribui para o

desenvolvimento do potencial criativo. Nas respostas dos pesquisados foram destacadas

algumas variáveis como: idéias geradas no ambiente de trabalho, a visão dos servidores,

soluções, troca de conhecimentos, desafio de novos valores e divisão do trabalho. Algumas

respostas dos pesquisados, vêem ao encontro das idéias dos autores destacadas neste estudo, no

que se refere ao trabalho em equipe e o desenvolvimento do potencial criativo. Verifica-se que

os servidores entendem a contribuição do trabalho em equipe para o desenvolvimento do

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potencial criativo, porém na maioria das vezes o potencial criativo não é estimulado na

instituição.

No estudo, foi questionada a interpretação dos pesquisados, sobre trabalho em equipe,

sendo destacadas por estes as seguintes variáveis: busca de objetivos, divisão de tarefas,

participação, poder de forma horizontal, cooperação, busca por inovação, motivação, troca de

responsabilidades, compreensão e apoio. Os respondentes revelaram entender o que é trabalho

em equipe. Entretanto, percebe-se que os servidores técnico-administrativos, na sua grande

maioria, compreendem o que é trabalho em equipe, porém desenvolvem suas atividades

normalmente em nível individual.

Recomenda-se que o Centro de Educação a Distância - CEAD direcione suas

estratégias para o desenvolvimento de equipes. Com o estudo verificou-se que há indicação de

desenvolvimento de equipe para a população pesquisada, haja vista que as atividades

desenvolvidas na instituição são interligadas e os servidores técnico-administrativos

compreendem o que é trabalho em equipe. Com os resultados da pesquisa percebe-se que a

liderança no ambiente de trabalho tende a ser autocrática. Dessa forma, recomenda-se que as

estratégias para o desenvolvimento de equipes focalizem primeiramente as lideranças no

ambiente de trabalho. Para que aconteça o desenvolvimento de equipes é importante que

aconteça uma parceria entre a liderança e liderados. Segundo Moscovici (1995), o

desenvolvimento de equipe é um programa destinado a grupos de pessoas interdependentes que

necessitam unir esforços na resolução de problemas e nos procedimentos de trabalho. Sugere-se

que sejam promovidas atividades de capacitação relacionadas ao tema “trabalho em equipe”,

envolvendo dinâmicas de grupo, jogos de empresa e dramatização, uma vez que estas técnicas

tendem a facilitar o desenvolvimento das relações interpessoais (MILKOVICH; BOUDREAN,

2000).

Com vistas a todos os resultados deste trabalho, acredita-se que seja interessante

futuros estudos no Centro de Educação a Distância - CEAD em relação a influência do trabalho

em equipe para o clima organizacional. Como também a realização do mesmo estudo,

envolvendo o tema “trabalho em equipe”, em outros Centros da UDESC.

Ao confrontar-se a teoria com a prática, conclui-se que os pesquisados compreendem

o significado de trabalho em equipe. Dessa forma, acredita-se que a área de recursos humanos

poderia planejar o desenvolvimento de atividades para fortalecimento do trabalho em equipe no

Centro de Educação a Distância da UDESC-CEAD e com isso contribuir para o

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desenvolvimento das pessoas e da organização, possibilitando a melhoria da qualidade dos

serviços prestados e influenciando na satisfação dos servidores técnico-administrativos no

trabalho.

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APÊNDICE

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO SOBRE TRABALHO EM EQUIPE

Gostaríamos que você respondesse as questões abaixo relacionadas. Não há

respostas certas ou erradas, por isso sinta-se à vontade para responder às questões de

maneira honesta e sincera. Os questionários não serão identificados, pois o intuito é

resgatar a visão geral dos servidores técnico-administrativos do CEAD. Desde já

agradecemos a sua colaboração.

Idade:

( ) Menos de 20 anos ( ) De 20 a 30 anos ( ) De 31 a 40 anos ( ) Mais de 40 anos

Sexo:

( ) Masculino ( ) Feminino

Tempo de serviço na instituição:

( ) Menos de 01 ano ( ) De 01 a 05 anos ( ) De 06 a 10 anos ( ) Mais de 10 anos

Nível de escolaridade:

( ) Nível fundamental incompleto ( ) Nível fundamental completo

( ) Nível médio grau incompleto ( ) Nível médio completo

( ) Nível superior incompleto ( ) Nível superior completo

( ) Pós graduação incompleta ( ) Pós graduação completa

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QUESTÃO SIM NÃO

1. Na sua equipe de trabalho os objetivos são alcançados de maneira compartilhada?

2. Na sua área de trabalho a liderança estimula as opiniões divergentes?

3. No seu ambiente de trabalho a tomada de decisões é realizada de maneira compartilhada e levando-se em consideração a opinião de todos os membros do grupo?

4. Na sua área de trabalho a comunicação e a troca de informações é realizada de maneira clara, aberta e transparente?

5. A sua equipe de trabalho procura envolver-se em atividades de outras equipes?

6. Os seus colegas de trabalho estão comprometidos com as atividades de trabalho do grupo?

7. Na sua área de trabalho, o servidor técnico-administrativo tem que desenvolver atividades além daquelas que o seu cargo exige?

8. O seu chefe oferece feedback freqüentemente aos funcionários?

9. Em uma equipe existe colaboração, solidariedade e apoio mútuo no desenvolvimento das atividades de trabalho das pessoas?

10. No seu ambiente de trabalho as responsabilidades são compartilhadas e adequadamente distribuídas entre os funcionários do grupo?

11. Na sua equipe de trabalho há abertura e incentivo às idéias inovadoras?

12. Na sua área de trabalho os membros do grupo têm autonomia para tomada de decisão?

13. Na instituição há respeito quanto as divergências e diferenças de opinião entre os membros do grupo?

14. No seu ambiente de trabalho as pessoas são reconhecidas e valorizadas pela direção?

15. Na sua área de trabalho o conflito contribui para a solução de problemas?

16. Você se sente emocionalmente e afetivamente vinculado ao seu trabalho/instituição?

17. Na sua área de trabalho, os servidores estão preparados para a organização e divisão do trabalho entre os membros do grupo, de maneira autônoma e sem a intervenção de uma liderança formal?

18. No seu ambiente de trabalho existe cooperação, amizade, camaradagem e coesão entre os membros do grupo?

19. A aprendizagem dos servidores técnico-administrativos ocorre na maioria das vezes em nível individual?

20. No seu ambiente de trabalho existe espírito de equipe?

21. As novas idéias geradas por sua equipe de trabalho, são geralmente difundidas a outras áreas de trabalho dentro da instituição?

22. No seu ambiente de trabalho existe interdisciplinaridade de conhecimento entre as pessoas?

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23. Qual a sua interpretação sobre trabalho em equipe? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

24. Na sua opinião existe uma relação entre trabalho em equipe e comprometimento no trabalho? Qual? Justifique. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

25. Qual é o papel da liderança na criação de um ambiente favorável ao trabalho em equipe? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

26. Na sua opinião qual é a importância do trabalho em equipe para a harmonização das relações interpessoais no trabalho? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

27. O trabalho em equipe contribui para o desenvolvimento do seu potencial criativo? Por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________