156
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO Aline de Macêdo da Silva Mourão ANÁLISE DO DESEMPENHO DO PROCESSO DE COMPRAS EM UMA EMPRESA PÚBLICA DE PESQUISA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO BIGUAÇU-SC 2017

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

1

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO

Aline de Macêdo da Silva Mourão

ANÁLISE DO DESEMPENHO DO PROCESSO DE COMPRAS EM UMA

EMPRESA PÚBLICA DE PESQUISA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

BIGUAÇU-SC

2017

Page 2: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

2

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO

Aline de Macêdo da Silva Mourão

ANÁLISE DO DESEMPENHO DO PROCESSO DE COMPRAS EM UMA

EMPRESA PÚBLICA DE PESQUISA

BIGUAÇU-SC

2017

Page 3: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

3

ALINE DE MACÊDO DA SILVA MOURÃO

ANÁLISE DO DESEMPENHO DO PROCESSO DE COMPRAS EM UMA

EMPRESA PÚBLICA DE PESQUISA

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Administração da Universidade do Vale do Itajaí, como requisito à obtenção do título de Mestre em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Sidnei Vieira Marinho

BIGUAÇU-SC,

2017

Page 4: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

4

Page 5: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

5

À minha mãe, meu esposo, minha filha e aos

meus irmãos pelo incentivo e presença

constantes. Ao meu pai (in memória), que de

onde estiver está orgulhoso, e vibrando com

mais uma conquista da sua filha como sempre

fez em vida.

OFEREÇO

Ao meu esposo pela compreensão, dedicação

e intensa participação no desenvolvimento de

minhas atividades acadêmicas, e auxiliar nos

cuidados da nossa filha quando precisei me

dedicar aos estudos.

DEDICO

Page 6: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

6

AGRADECIMENTO

Ao professor Dr. Sidnei Vieira Marinho, orientador desta dissertação, por todo

empenho, sabedoria e dedicação. Sua profunda participação por meio de discussões,

revisões e sugestões possibilitaram a elaboração e o término deste trabalho.

Aos colegas de trabalho, pelo incentivo e colaboração no preenchimento de

questionários e resposta à entrevista, em especial ao colega Alysson Veras, que

contribuiu com todo o seu conhecimento da área.

Aos Chefes Geral e de Administração, da minha unidade de trabalho, Marco Aurélio

Delmondes Bomfim e Fábio Soares Silva, que apoiaram quando das semanas de aula

permitindo a compensação de horas, e colaborando com o acesso a informação.

Possibilitando o cumprimento de todas as minhas obrigações profissionais e

acadêmicas.

Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda mútua.

À Universidade do Vale do Itajaí, em nome do professor Dr. Carlos Ricardo Rossetto

e da coordenadora do curso de Mestrado em Administração professora Dra. Rosilene

Marcon que proporcionaram o acesso ao mestrado através da abertura de uma turma

de Mestrado Interinstitucional em Administração no interior do estado do Ceará, e a

Faculdade Luciano Feijão, através da Professora Dra. Marcia Rodrigues, e do seu

proprietário Lúcio Feijão por intermediar e lutar pela abertura desta turma, oferecendo

a sua infraestrutura e dando o aporte necessário aos alunos.

Finalmente, agradeço a todos que participaram prontamente para a coleta de dados,

cuja colaboração foi de fundamental importância para a apresentação dos resultados.

Page 7: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

7

RESUMO

Diante da importância do processo de compras públicas para o Governo, das dificuldades de atingir a sua eficiência mediante a excessiva legislação, e da sua contribuição para a economia de recursos e eficiência no serviço público, essa dissertação se desenvolve com o objetivo de analisar o desempenho do processo de compras de uma empresa pública de pesquisa, pertencente ao governo federal, com representatividade em todos os estados da federação. Para analisar com mais profundidade o tema estudado, foram identificadas as atuais práticas de gestão de processos, onde se destaca a gestão de processos de negócios (BPM); as etapas básicas do processo de compras organizacional definidas pela literatura; o arcabouço legal e funcionamento do processo de compras públicas no Brasil; e a utilização da avaliação de desempenho como instrumento para ampliar a eficiência e a racionalização dos serviços públicos e seus processos. A pesquisa apresenta uma abordagem mista utilizando-se de métodos quantitativos e qualitativos. Na parte quantitativa foi usado um questionário próprio, com questões fechadas para realizar a avaliação do desempenho do processo de compras públicas, aplicado com 93 funcionários das 2 unidades do estado do Ceará de uma empresa pública de pesquisa. No aspecto qualitativo, foram analisados os documentos e normativas da empresa referente ao processo, realizado entrevista com o supervisor do setor de patrimônio e suprimentos de uma das unidades e relato da própria autora como supervisora do setor de patrimônio e suprimentos da outra unidade para descrever o processo da empresa e auxiliar a análise dos dados quantitativos. A confiabilidade do questionário medida pelo Alpha de Crombach, foi 0,9. Os dados foram analisados utilizando-se de medidas de estatística descritiva e correlação de Pearson, onde 56% das respostas apresentaram bom desempenho (média de 2,57, mediana de 3 e desvio padrão 0,96) considerando uma escala de 1 a 4. Das variáveis medidas, apresentaram bom desempenho: o retorno, a entrega, o serviço ao cliente, o processamento de pedido e o custo; já as variáveis processo e disponibilidade obtiveram baixo desempenho. Destacam-se como pontos positivos do processo o conhecimento e atendimento dos compradores, o sistema de processamento de pedidos e a realização de maneira correta do processo seguindo a legislação; e como oportunidades de melhoria os prazos longos, a qualidade dos produtos e serviços, os fornecedores, a gestão da informação, e a legislação, sendo elaborado um quadro com sugestões para solução desses itens, onde se propõe a implantação de um sistema integrado, a redução de algumas etapas do processo, a implantação de um plano de padronização, e a elaboração e implantação de nova norma com utilização da Lei 13.303.

Palavras-chave: Compras públicas. Licitações públicas. Avaliação de desempenho.

Melhoria de processo. Empresa pública.

Page 8: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

8

ABSTRACT

Given the importance of the public procurement process for the Government, the difficulties of achieving its efficiency through excessive legislation, and its contribution to the economy of resources and efficiency in the public service, this dissertation was carried out with the purpose of analyzing the performance of the purchasing process of a public research company belonging to the federal government, with representation in all states of the federation. In order to analyze the subject in more depth, this study identified the current practices of process management in which business process management (BPM) is highlighted; the basic steps of the organizational purchasing process defined in the literature; the legal framework and operation of public procurement process in Brazil; and the use of performance evaluation as an instrument to increase the efficiency and rationalization of public services and their processes. The research uses a mixed approach with quantitative and qualitative methods; in the quantitative part, a specially designed questionnaire was used, with closed questions to evaluate the performance of the public procurement process. This questionnaire was applied to 93 employees of the two units of the state of Ceará of a public research company. In the qualitative aspect, documents and regulations of the company in relation to the process, an interview with the manager of the purchasing area of Unit II, and reports of the author herself as manager of the area of purchases of Unit I, were analyzed in order to describe the company's process and support the quantitative data analysis. The reliability of the questionnaire measured by Cronbach's Alpha was 0.9. The data were analyzed through descriptive statistics and Pearson's correlation, where good performance was the option in 56% of the answers, with an average of 2.57, a median of 3 and a standard deviation of 0.96, on a scale of 1 to 4. Good performance was observed in the variables: return, delivery, customer service, order processing and cost; the process and availability variables obtained low performance. The positive points of the process were the knowledge and attention of the buyers, the order processing system, the correct fulfillment of the process in accordance the legislation; and as opportunities to improve the long deadlines, the quality of products and services, suppliers, information management, and legislation. In order to improve these items, a suggestion table was prepared, which proposes the implementation of an integrated system, the reduction of some stages of the process, the implementation of a standardization plan, and the elaboration and implementation of the new standard using Law 13,303.

Keywords: Public procurement. Public bids. Performance evaluation. Process improvement. Public company.

Page 9: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Estrutura do Trabalho .......................................................................... 22

Figura 2: Ciclo de vida do BPM .......................................................................... 25

Figura 3: Processo de compras .......................................................................... 29

Figura 4: Processo de compras .......................................................................... 30

Figura 5: Processo de compras ......................................................................... 31

Quadro 1: Processo de compras ........................................................................ 31

Quadro 2: Quadro comparativo das etapas do processo de compras ............... 32

Quadro 3: Fases e sequência do processo licitatório ........................................ 35

Quadro 4: Modalidades de licitação ................................................................... 36

Quadro 5: Comparativo do prazo para apresentação da proposta entre as leis

que regem as licitações ...................................................................................... 42

Quadro 6: Comparativo dos critérios de julgamento definidos pelas leis que

regem as licitações ............................................................................................. 43

Quadro 7: Comparativo dos procedimentos de licitação definidos por lei ......... 44

Quadro 8: Comparativo entre os limites para contratação por dispensa de

licitação .............................................................................................................. 45

Figura 6: Processo de compra/ contratação no setor público brasileiro ............ 46

Quadro 9: Atividades do processo de compra/ contratação no setor público

brasileiro ............................................................................................................ 47

Figura 7: Fluxo do processo de compras através do processo licitatório .......... 49

Quadro 10: Aperfeiçoamento burocrático do processo de compras públicas .... 50

Figura 8: Sistema de mensuração da cadeia de suprimentos ........................... 53

Quadro 11: Quadro sobre as métricas para a avaliação de desempenho

de uma cadeia de suprimentos .......................................................................... 53

Figura 9: Modelo SCOR ..................................................................................... 55

Figura 10: Algumas medições típicas para benchmarking do desempenho da

cadeia de suprimentos ....................................................................................... 56

Quadro 12: Aspectos sob os quais o desempenho no serviço ao cliente pode

ser avaliado e as variáveis envolvidas ............................................................... 57

Figura 11: Criando um scorecard logístico ......................................................... 57

Figura 12: Balanced scorecard .......................................................................... 58

Quadro 13: Itens da logística no serviço ao cliente ............................................ 59

Figura 13: Modelo conceitual de Vay ................................................................. 61

Figura 14: Quadro global para as ligações entre as dimensões de SCM,

desempenho SCM e desempenho organizacional ............................................. 62

Quadro 14: Quadro comparativo: variáveis para avaliação de desempenho da cadeia de suprimentos abordadas na literatura..................................................

63

Quadro 15: Definição das variáveis de avaliação de desempenho do processo de compras públicas ...........................................................................................

69

Page 10: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

10

Quadro 16: Instrumento de avaliação do desempenho do processo de compras públicas ..............................................................................................................

70

Figura 15: Roteiro para o alcance dos objetivos e produtos da dissertação...... 76

Quadro 17: Equipe do setor de patrimônio e suprimentos das unidades em estudo de uma empresa pública de pesquisa .....................................................

83

Figura 16: Fluxograma do processo de compras de uma empresa pública de pesquisa .............................................................................................................

85

Figura 17: Fluxograma do processo de compras públicas de uma empresa pública de pesquisa e as etapas básicas do processo de compras...................

87

Quadro 18: Atividades do processo de compras de uma empresa pública de pesquisa .............................................................................................................

88

Figura 18: Desempenho do processo de compras de uma empresa pública de pesquisa .............................................................................................................

118

Quadro 19: Oportunidades de melhoria x etapas do processo........................... 125

Quadro 20: Propostas de melhoria para o processo de compras de uma empresa pública de pesquisa .............................................................................

129

Page 11: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Avaliação do Alpha de Cronbach das variáveis................................... 93

Tabela 2: Alpha de Cronbach se o item for excluído........................................... 94

Tabela 3: Custos: medidas de estatística descritiva ............................................ 96

Tabela 4: Custo: avaliação da área de compras x clientes ................................ 98

Tabela 5: Processamento de pedido: medidas de estatística descritiva .............. 99

Tabela 6: Processamento de pedido: avaliação da área de compras x

clientes ............................................................................................................... 101

Tabela 7: Serviço ao Cliente: medidas de estatística descritiva ......................... 103

Tabela 8: Serviço ao cliente: avaliação da área de compras x

clientes ............................................................................................................... 105

Tabela 9: Disponibilidade: medidas de estatística descritiva ............................... 106

Tabela 10: Disponibilidade: avaliação da área de compras x

clientes ............................................................................................................... 108

Tabela 11: Entrega: medidas de estatística descritiva ......................................... 109

Tabela 12: Entrega: avaliação da área de compras x clientes ........................... 110

Tabela 13: Processo: medidas de estatística descritiva ...................................... 112

Tabela 14: Processo: avaliação da área de compras x clientes ........................ 114

Tabela 15: Retorno: medidas de estatística descritiva ....................................... 116

Tabela 16: Retorno: avaliação da área de compras x clientes .......................... 117

Tabela 17: Correlação entre os itens avaliados através do coeficiente de

correlação de Pearson ....................................................................................... 121

Page 12: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

12

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 14

1.1. OBJETIVOS .......................................................................................... 17

1.1.1. Objetivo Geral .................................................................................................. 17

1.1.2. Objetivo Específico .......................................................................................... 17

1.2. Justificativa do trabalho ......................................................................... 17

1.3. Estrutura do trabalho ............................................................................. 21

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 23

2.1. Gestão de processos administrativos ................................................... 23

2.2. O processo de compras organizacional ................................................ 27

2.3. Compras púbicas por meio do processo licitatório ................................. 33

2.3.1. Fases do processo licitatório ............................................................................. 35

2.3.2. Modalidades e tipos de licitação ........................................................................ 36

2.3.3. Sistema de Registro de Preço – SRP ................................................................ 39

2.3.4. Processo licitatório nas empresas públicas ....................................................... 41

2.3.5. O fluxo do processo de compras públicas ......................................................... 45

2.4. Avaliação de Desempenho nos processos da cadeia de

suprimentos ..................................................................................................... 50

2.4.1. Modelo de Stewart ............................................................................................. 52

2.4.2. Modelo de Beamon ............................................................................................ 52

2.4.3. Modelo de Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu ........................................................ 53

2.4.4. Modelo SCOR ……………………………………………………………………… 55

2.4.5. Modelos de Chistopher ...................................................................................... 56

2.4.6. Modelo de Chia, Goh e Hum .............................................................................. 58

2.4.7. Modelo de Ambe e Badenhorst-Weiss (2011) .................................................... 58

2.4.8. Modelo de Vay ................................................................................................... 59

2.4.9. Modelo de Deshpande ....................................................................................... 61

2.4.10. Análise comparativa dos modelos - medidas de desempenho para avaliação

da cadeia de suprimentos............................................................................................ 62

3. METODOLOGIA ......................................................................................... 65

3.1. Delineamento da Pesquisa .................................................................... 65

3.2. Escolha da instituição para o caso.......................................................... 66

3.3. Técnicas de coletas de dados ............................................................... 67

Page 13: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

13

3.4. O alinhamento entre os objetivos e as técnicas de coleta de

dados ............................................................................................................... 75

3.5. Análise e tratamento dos dados ............................................................. 77

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................. 79

4.1. Processo de compras em uma empresa pública de pesquisa .................. 79

4.2. Avaliação do desempenho do processo de compras de uma empresa

pública de pesquisa .......................................................................................... 92

4.2.1. Validação das variáveis ..................................................................................... 93

4.2.2. Análise descritiva da variável custo ................................................................... 95

4.2.3. Análise descritiva da variável processamento de pedido .................................. 98

4.2.4. Análise descritiva da variável serviço ao cliente ................................................ 102

4.2.5. Análise descritiva da variável disponibilidade .................................................... 106

4.2.6. Análise descritiva da variável entrega ................................................................ 109

4.2.7. Análise descritiva da variável processo ............................................................. 111

4.2.8. Análise descritiva da variável retorno ................................................................ 115

4.2.9. Avaliação do desempenho do processo de compras de uma empresa pública

de pesquisa.................................................................................................................. 117

4.3. Melhorias no processo de compras de uma empresa pública de

pesquisa ........................................................................................................... 124

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 133

6. REFERÊNCIAS ........................................................................................... 138

ANEXO I – Questionário para avaliação de desempenho do processo de

compras públicas ........................................................................................... 150

ANEXO II – Roteiro da entrevista................................................................... 155

Page 14: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

14

1. Introdução

O processo de compras está relacionado com a capacidade que a organização

possui de gerir os insumos para viabilizar suas atividades. Dentro do setor público,

esta atividade desempenha um papel extremamente importante, porque impacta na

qualidade e eficiência dos serviços oferecidos à sociedade.

A contratação pública é reconhecida como um conceito chave na gestão bem-

sucedida dos recursos, e assim vários países estão conscientes da sua importância,

instituindo esforços para integrar este processo numa posição estratégica no governo,

por ser uma área vulnerável à má gestão e corrupção (AMBE; BADENHORST-WEISS,

2012). Por esse motivo, a área está sujeita a regras especiais, a fim de assegurar que

os bens e serviços sejam adquiridos a preços competitivos, garantindo uma maior

transparência ao processo (ARLBJORN; FREYTAG, 2012).

No Brasil as compras realizadas pelos órgãos públicos devem respeitar as leis,

e passar por um processo licitatório para serem efetivadas. Nas últimas décadas

houve uma evolução nesse processo, principalmente com a promulgação da Lei 8.666

de 1993, que normatiza as compras públicas no país; e a Lei n° 10.520 de 2002, que

instituiu o pregão como modalidade licitatória, trazendo melhorias em relação a

burocracia e o tempo do processo (ARAÚJO, 2012; RESENDE, 2012).

Em 2016, entraram em vigor duas leis que impactam o processo, a Lei 13.243,

que institui algumas vantagens para as instituições públicas de pesquisa, quando se

fala em compra de produtos para pesquisa, alterando alguns incisos e artigos da Lei

8.666 (1993); e a Lei 13.303, que dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública,

da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, trazendo em seu texto

procedimentos próprios para as licitações nestas organizações.

O momento atual se caracteriza por novas demandas para as organizações

públicas, obrigando-as a buscarem padrões otimizados de desempenho, ética,

transparência e responsabilidade na gestão. Isto provoca uma urgência na gestão

pública em conhecer e melhorar seus processos, e modelos de gestão pública,

voltando-se para a eficiência, eficácia, efetividade e foco no resultado (PINA;

OLIVEIRA, 2013; RESENDE, 2012; MENEZES, 2012; ASSIS, 2015).

É neste sentido, que o estudo aborda a gestão do processo de compras

públicas, abrindo espaço para discutir a importância do seu desempenho para as

organizações governamentais.

Page 15: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

15

Uma série de inovações na área de compras foram promovidas pelo governo

para trazendo maior celeridade, economicidade e transparência ao processo, como o

desenvolvimento de portais de transações eletrônicas e a criação da modalidade

pregão. Sobretudo, não usam conceitos, modelos e suposições do campo teórico e

prático da administração (FERNANDES, 2016).

Mesmo com as melhorias promovidas no processo de compras públicas, a

morosidade e o excesso de burocracia ainda são presentes, porque no Brasil optou-

se por prever em leis e decretos tudo que rege os processos licitatórios e os contratos

públicos (ZYLBERMAN, 2015), o que traz longa duração para os mesmos (FIUZA;

MEDEIROS, 2014; FERRER, 2013), sem considerar a Lei não contempla o tempo

necessário ao planejamento da compra, que é estabelecido por cada órgão.

As inovações promovidas pelo governo se resumem a criação de sistemas,

portais, e atualização e criação de leis, que tratam apenas da fase externa do processo

de compras, que se trata das fases de concorrência, negociação, contratação e

publicação. Essas inovações não envolvem o planejamento de licitações, que trata da

fase interna do processo, o que envolve a definição de o que, quando e como comprar

e suas especificações.

Este estudo foi realizado em uma empresa pública de pesquisa com o objetivo

de promover a melhoria do desempenho da instituição com foco no resultado, que é

efetivado através da geração de novas tecnologias e sua transferência para a

sociedade, sem perder de vista os princípios da administração pública, afim de

justificar todo investimento feito na empresa ao longo da sua existência.

As aquisições na empresa são realizadas através de processo licitatório

conforme estabelecido por lei, de maneira descentralizada, ou seja, cada unidade é

responsável por realizar as suas compras, com respeito à lei e as normas da empresa.

Os clientes internos realizam suas solicitações, e cada unidade faz o seu

planejamento de compras conforme a demanda, a estratégia, os recursos que tem

disponível e a legislação vigente, dando início ao processo de compras. Após o

planejamento, as aquisições são realizadas através de processo licitatório.

As licitações da empresa são realizadas utilizando-se da modalidade pregão

eletrônico, através do portal Comprasnet, onde a concorrência é feita na forma de

sessão eletrônica, dando ampla concorrência ao processo. Somente as obras e

serviços de engenharia são licitadas através da modalidade tomada de preço, de

forma presencial.

Page 16: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

16

Ao longo das últimas décadas, a figura do Estado como comprador tem tomado

vulto no cenário mundial. Com isso, tornou-se necessária implantação de um controle

mais apurado das atividades do setor público (ENSSLIN; DUTRA; BINOTTO; DEZEM,

2016).

A finalidade primária das compras públicas é garantir ao governo o suprimento

de bens ou a prestação de serviços necessários ao seu funcionamento, e o uso

estratégico da demanda governamental pode aperfeiçoar a qualidade do serviço

público (SQUEFF, 2014).

Nesse sentido a melhoria contínua do processo de compras públicas se torna

importante para a economia de recursos públicos e maior eficiência do serviço. Neste

contexto, como parte da cadeia de suprimentos, Cuthbertson e Piotrowicz (2011)

reforçam que a avaliação de desempenho tem papel fundamental para a eficiência do

processo.

Martins (2014) cita que a aplicação de novos conceitos e procedimentos em

setores administrativos contribui para uma melhor eficiência das atividades

desenvolvidas no setor de compras. Além disso, em órgãos públicos, a implantação

de melhorias em seus fluxos de valor dá uma maior transparência e credibilidade.

Pina e Oliveira (2013), também falam da busca pela eficiência dos processos

em organizações públicas, que mesmo de forma mais lenta, também evoluem,

mudando e se ajustando às inovações e tecnologias disponíveis, guiadas pela gestão

eficiente dos recursos tributários coletados, para atender com maior eficácia o bem

comum.

Carvalho (2012), cita várias problemáticas presentes no processo de compras,

como: o gerenciamento dos documentos relacionados aos processos, as

especificidades de determinados materiais, a má especificação do que se quer

comprar por parte de quem solicita, a dificuldade de controle de inúmeras solicitações,

a dificuldade de controle dos contratos gerados, o relacionamento com o fornecedor,

a logística de entrega envolvida, as formas de pagamento utilizadas pelo governo e a

excessiva legislação envolvida.

Essas problemáticas têm afetado o desempenho do processo de compras

públicas em muitas organizações governamentais, e consequentemente a qualidade

do serviço oferecido à sociedade, incluindo as organizações de desenvolvimento de

tecnologias e inovação do governo, ramo no qual a empresa foco desse estudo atua.

Nesse sentido é que esta pesquisa procurará responder a seguinte questão: De que

Page 17: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

17

maneira o desempenho do processo de compras em uma empresa pública de

pesquisa pode ser analisado?

1.1. Objetivos

1.1.1. Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo geral analisar o desempenho do processo de

compras de uma empresa pública de pesquisa.

1.1.2. Objetivos específicos

Descrever o processo de compras de uma empresa pública de pesquisa com

suas etapas e marcos regulatórios.

Comparar o desempenho do processo de compras das unidades de uma

empresa pública de pesquisa, sob o ponto de vista de clientes e operadores do

processo.

Identificar desafios e possibilidades de melhoria do processo de compras

públicas, na percepção dos clientes e operadores do processo;

Propor um conjunto de recomendações para a melhoria do processo de

compras de uma empresa pública de pesquisa.

1.2. Justificativa do trabalho

Esta pesquisa justifica-se pela relevância estratégica que área de compras

públicas tem para os governos em função de suas implicações econômicas e políticas

e do seu papel no desempenho e êxito da gestão dos recursos públicos (AMBE;

BADENHORST-WEISS, 2012).

O poder público é o maior comprador de um país e suas compras são

relevantes para a economia (ZYLBERMAN, 2015; BRANDÃO, 2016; KANYARU;

MORONGE, 2017), por representar importante fração dos gastos públicos, devendo

ser realizadas com racionalidade e transparência (FERREIRA; MEDINA; REIS, 2014).

O gasto com compras públicas representa cerca de 10 a 15% do PIB (SILVEIRA, 2015;

BRANDÃO, 2016).

No ano de 2016, somente as compras realizadas e registradas no portal

compras do governo www.comprasgovernamentais.com.br, em sua maioria pelos

Page 18: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

18

órgãos públicos da administração federal, totalizaram aproximadamente 51,07 bilhões

(PORTAL DE COMPRAS DO GOVERNO FEDERAL, 2017), esse valor representou

cerca de 1,8% do orçamento geral da união para o ano, que foi de 2,9 trilhões,

publicado no Diário Oficial da União em 15 de janeiro de 2016 (BRASIL, 2016).

Analisar a eficiência do Estado quando este adquire bens e/ou contrata serviços

torna-se relevante em um ambiente onde a discussão sobre gastos públicos ganha

importância no cenário macroeconômico nacional (CARVALHO, 2012). A

complexidade da administração pública tem no departamento de compras o calcanhar

de Aquiles para potenciais falhas ocasionadas por ingerência ou improbidade

administrativa (CAPRONI, 2013), tornando-o um macroprocesso crítico na gestão

pública brasileira (ZYLBERMAN, 2015).

Há poucos estudos na área de compras públicas no Brasil (CARVALHO, 2012;

TRIDAPALLI; FERNANDES; MACHADO, 2011), principalmente focando o tema no

seu aspecto gerencial e discussões de possíveis aperfeiçoamentos operacionais

(MOTTA, 2010; ZYLBERMAN, 2015).

As pesquisas brasileiras seguem a tendência internacional, havendo certa

predominância do debate em torno de questões estratégicas, jurídicas e éticas

(MOTTA, 2010; ZYLBERMAN, 2015). Reflexões intelectualmente mais profundas

sobre racionalização de processos, melhor aproveitamento de mão-de-obra, redução

de custos ou aumento da eficiência nas aquisições, não tem sido frequente (MOTTA,

2010).

Em buscas realizadas nas bases de pesquisa, como Scielo, Portal Periódicos

Capes, Spell, Emerald Insight, Elsevier, dentre outros, foram encontrados estudos que

trabalharam o desempenho e a eficiência do processo de compras públicas utilizando-

se de dados secundários ou entrevistas, numa perspectiva mais qualitativa, porém

não foi identificado pesquisa de campo quantitativa envolvendo o tema e buscando

ouvir a opinião dos envolvidos no processo.

É com a intensão de preencher essa lacuna que esta pesquisa será realizada

objetivando analisar o desempenho do processo de compras públicas na perspectiva

do cliente interno e equipe de compras, identificando as variáveis do processo que

possuem um bom desempenho e aquelas que necessitam ser melhoradas, e

propondo ao final do trabalho melhorias para o processo, aumentando a sua

contribuição com os resultados organizacionais.

Alguns trabalhos importantes realizados sobre o desempenho do processo de

Page 19: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

19

compras públicas merecem destaque. Carvalho (2009) analisou a situação atual do

processo de compras da FIOCRUZ, com objetivo de identificar a viabilidade de

continuidade e aceitabilidade do processo existente, nas dimensões de recursos

humanos, técnica e estratégica, através de entrevistas estruturadas, identificando que

fluxo atual do procedimento de compra é eficiente, porém a relação entre os elementos

envolvidos (pessoas, processos e TI) ainda não atingiu o equilíbrio necessário, e para

melhorar essa relação o autor propôs um novo fluxo de trabalho gerenciado por um

sistema de informação gerencial. O trabalho realizado pelo autor é semelhante a

proposta desse estudo, porém utilizando-se de abordagem qualitativa, e o que se

pretende realizar é uma pesquisa quantitativa.

Paula (2011), procurou identificar melhorias para a gestão pública brasileira na

área de compras, buscando promover agilidade às aquisições, aproximando-a da

realidade do mercado privado. Na realização do trabalho, a autora utilizou-se de coleta

de dados secundários para identificar oportunidades de melhoria relacionadas com as

modalidades de licitação, processo de compra e o sistema de informação, propondo

um sistema de pregão permanente para os materiais mais consumidos pelo governo

federal, e a definição de indicadores de desempenho para a área de compras da

unidade em estudo. Assim como é a proposta desse trabalho, a autora, buscou a

identificação de oportunidades de melhorias para o processo de compras públicas,

porém utilizou-se de dados secundários para este fim, e não de pesquisa de campo.

Menezes (2012) realizou uma pesquisa com o objetivo de identificar a

percepção dos empregados sobre a relação da legislação de compras com o

desempenho da Embrapa Semiárido após a implantação do pregão, realizando

entrevistas com os pregoeiros e clientes com mais de 10 anos na empresa, onde o

verificou o grau de conhecimento dos entrevistados sobre a legislação, a eficiência

das aquisições realizadas antes e depois da implantação do pregão, o impacto dos

problemas de aquisição nos problemas de pesquisa, e sugestões para o processo. O

autor trabalhou a eficiência do processo após a implantação do pregão eletrônico e

não o desempenho do processo de compras como um todo como se pretende

trabalhar nesta pesquisa.

Amayi e Ngugi (2013), em seu estudo exploraram os vários fatores que

influenciaram o desempenho das compras no setor público do Quênia, usando como

caso o Ministério do Meio Ambiente, Água e Recursos Naturais, avaliando as

seguintes variáveis: estrutura legal, ética, tecnologia da informação, gestão de apoio,

Page 20: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

20

e políticas governamentais. Este trabalho apresentou um objetivo muito semelhante

ao que se pretende realizar neste estudo, porém, o foco não foi no processo em si,

mais sim nas práticas governamentais e seu impacto sobre o desempenho das

compras.

Oliveira (2015) em sua dissertação de mestrado avaliou através de dados

secundários, o planejamento de compras estabelecido pela UnB (Universidade de

Brasília), com a utilização do calendário de compras como ferramenta, afim de buscar

evidências que pudessem aclarar o questionamento inerente a sua eficiência e

eficácia para os processos licitatórios. Para atingir os seus objetivos o autor utilizou-

se de pesquisa de campo, porém para avaliar a utilização da ferramenta calendário

de compras e não o desempenho do processo de compras, que é o objetivo desse

trabalho.

Brito, Almeida e Brito (2016), desenvolveram um trabalho com o objetivo de

identificar oportunidades de melhoria após a implantação de uma ferramenta da

avaliação de desempenho e indicadores, nas unidades responsáveis pelas compras

de um hospital público federal. Os indicadores foram monitorados mensalmente

durante o ano de 2015, sendo identificadas oportunidades relacionadas diretamente

com a eficiência do processo, monitorando tempo, fases e até economicidade da

contratação. Neste trabalho o autor também fez um monitoramento do desempenho

do processo de compras, porém utilizando-se da implantação e medição de

indicadores, e não da opinião dos envolvidos com o processo, como é o objetivo dessa

pesquisa.

Fenili (2016), em sua tese de doutorado procurou identificar e analisar a relação

das práticas de gestão (manifestações culturais) e da inovação com o desempenho

processual das compras e contratações públicas da Câmara dos Deputados. O autor

elaborou um questionário e um roteiro de entrevistas, aplicando o questionário a todos

os servidores e entrevistando representantes dos diversos papéis envolvidos no

processo. Os instrumentos de coleta de dados desenvolvidos pelo autor

contemplaram a avaliação de desempenho do processo voltado para o atendimento

dos princípios legais que regem as compras públicas, as manifestações culturais e a

inovação e não o desempenho do processo de compras com foco em seu fluxo e

etapas, que é o caso desse trabalho.

Esta pesquisa preenche lacunas que não foram trabalhadas antes, que são a

avaliação do desempenho do processo de compras com foco nas suas etapas e

Page 21: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

21

procedimentos e a utilização de uma abordagem quantitativa para identificar

oportunidades de melhorias no fluxo e etapas do processo.

O estudo aqui apresentado também se justifica através da sugestão de alguns

autores, que demonstram a importância de se realizar avaliação do processo de

compras para alavancagem do resultado das organizações governamentais, como

Paula (2011), que sugere a identificação de novos medidores de desempenho que

possam gerar melhores resultados para a organização pública como um todo; Kiage

(2013), que recomenda mais pesquisas sobre medição do desempenho da aquisição

para investigar outros fatores que afetam esse desempenho; Zylberman (2015), que

em seu trabalho abriu espaço para pesquisas futuras de avaliação efetiva dos

resultados do modelo descentralizado de compras públicas, sejam eles financeiros,

de melhoria do controle ou transparência; e Nishiyama (2016), que recomenda a

análise de outras propostas de avaliação de desempenho do processo de compras e

suprimentos no setor público, por tratar-se de um amplo campo de estudo e há poucos

trabalhos que relacionam as ferramentas ou metodologias de avaliação de

desempenho com o processo de compras e suprimentos nas organizações públicas.

Além de sua contribuição acadêmica para os estudos na área de compras

governamentais e avaliação de desempenho, essa pesquisa possui uma contribuição

pratica relevante, pois ele ajuda a compreender a importância e o desempenho do

processo de compras públicas para o alcance do resultado e eficiência das

organizações governamentais, medindo o desempenho e propondo melhorias para

esse processo, que é altamente regimentado por lei, minimizando o impacto do

excesso de burocracia na eficiência órgãos públicos e prestação de serviço à

sociedade.

Para a empresa pública de pesquisa em estudo, esse trabalho ajudará a

encontrar oportunidades de melhoria para o fluxo e o planejamento de compras, a

estruturar da área que conduz esse processo, relacionar o desempenho do processo

de compras com o alcance dos resultados organizacionais, e entrega dos produtos e

serviços da empresa de forma mais eficiente e eficaz à sociedade.

1.3. Estrutura do trabalho

Para responder à questão de pesquisa e aos objetivos traçados neste trabalho,

o mesmo encontra-se estruturado em cinco capítulos, demonstrado através da figura

1, onde o primeiro capítulo que é este, faz a introdução do trabalho, com a definição

Page 22: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

22

dos objetivos, discriminação da justificativa e definição da estrutura.

O segundo capítulo é a fundamentação teórica, que fala sobre gestão de

processos, processo de compras, processo de compras públicas e avaliação de

desempenho, com o objetivo de montar o arcabouço teórico que servirá de base para

elaboração dos instrumentos de coleta de dados, análise dos resultados e alcance

dos objetivos de pesquisa.

O terceiro capítulo descreve a metodologia utilizada nesta pesquisa, os

métodos e técnicas para coleta de dados, e os procedimentos que serão usados para

a análise das informações obtidas. É neste capítulo também que será feito a

caracterização da empresa pública objeto dessa pesquisa.

O quarto capítulo contempla a descrição do processo de compras realizado

pela empresa, bem como a apresentação e análise do resultado da avaliação de

desempenho do processo. É nele também que serão identificadas as atividades

críticas do processo e realizada a proposição de melhorias.

O quinto e último capítulo apresentará as considerações finais da dissertação

e as limitações e sugestões de novas pesquisas. E por fim serão apresentadas todas

as referências citadas neste trabalho, apêndices e anexos.

Figura 1: Estrutura do trabalho

Fonte: Elaboração própria.

Page 23: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

23

2. Fundamentação Teórica

Este capítulo tem a finalidade de apresentar os temas que permeiam a

avaliação de desempenho no processo de compras públicas, dividido em quatro

tópicos: o primeiro aborda a gestão de processos administrativos; o segundo fala

sobre o processo de compras organizacional; o terceiro trata do processo de compras

públicas por meio do processo licitatório; e o quarto trabalha a avaliação de

desempenho nos processos da cadeia de suprimentos.

2.1. Gestão de processos administrativos

Por meio da análise do conceito de processos desenvolvido por vários autores,

ele pode ser definido como um conjunto de atividades que, através de ações físicas,

comportamentais e/ou informações, são executadas em coordenação num ambiente

organizacional e técnico, permitindo a agregação de valor a uma ou mais entradas e

transformando-as em uma ou mais saídas, que representam um estado diferenciado

do original, onde cada processo de negócio é realizado por uma única organização,

mas pode interagir com os processos de negócios realizados por outras organizações

(ABPM, 2013; MARTINS; CAMPOS, 2010; WESKE, 2013).

Independente do segmento de atuação, instituições públicas, privadas ou do

terceiro setor, só podem ser competitivas no que diz respeito à saúde financeira e

alcance de seus objetivos sociais, se apresentarem processos claros e bem definidos,

(CAPRONI, 2013), porque identificar as atividades, suas relações e representá-las por

modelos de processos de negócios, permite aos interessados se comunicarem sobre

estes processos de uma forma eficiente e eficaz, e o desenvolvimento de potenciais

melhorias (WESKE, 2013).

Através da análise da divisão de processos realizada por alguns autores,

constatou-se abordagens diferentes, onde alguns autores trabalham numa visão

tradicional de atendimento das necessidades do consumidor, e outros numa visão do

processo como agregador de valor para o cliente e para o alcance da missão

organizacional.

Dentro de uma visão de gestão de processos tradicional, Martins e Campos

(2010), classifica os processos entre: (1) processos produtivos, quando o resultado é

um produto final ou componente dele; (2) processos administrativos, quando se obtém

informações ou decisões que influenciam a gestão da empresa; e (3) processos

Page 24: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

24

comerciais, cujo objetivo é possibilitar o acesso do consumidor a um bem ou serviço.

Já a ABPM (2013), aborda a gestão de processos como agregado de valor para

o cliente, classificando-os em: (1) processos primários, que são aqueles que agregam

valor diretamente para o cliente, tidos como processos essenciais para a organização

cumprir sua missão; (2) processos de suporte, que são aqueles que existem para

prover suporte aos processos primários; e (3) processos de gerenciamento, que tem

o propósito de medir, monitorar e controlar as atividades, e administrar o presente e o

futuro do negócio.

A melhoria dos processos empresariais tornou-se uma prática comum. A

necessidade de as empresas serem mais competitivas e de mudarem a sua forma de

funcionar, levou ao que hoje se conhece por BPM (Business Process Management),

cujo conceito derivou de várias teorias de gestão, formuladas ao longo dos anos

(TEIXEIRA, 2013).

Dentre as teorias que deram origem ao BPM (Business Process Management),

podemos citar como principais o controle da qualidade total, que buscava o

aperfeiçoamento e qualidade de todo o processo produtivo, ocorrida durante os anos

70 e 80, com foco na eliminação de defeitos e consequente melhoria contínua; a

implementação em larga escala dos sistemas integrados de gestão, nos anos 80; e

a reengenharia na década de 90, que pregava a necessidade de reestruturar os

processos (PINA; OLIVEIRA, 2013).

Gerenciamento de processos de negócios (BPM), surgiu no final dos anos 90

com a proposta de que mudar o processo passa a ser mais relevante do que a

habilidade para o criar. O BPM foi encarado como uma forma de melhorar

drasticamente os processos, através da identificação, entendimento e redesenho dos

processos do negócio. O uso inovador das tecnologias de informação, juntamente

com a reestruturação do fluxo de trabalho eram, entre outros, fatores cruciais

(TEIXEIRA, 2013; PINA; OLVEIRA, 2013).

Nas últimas décadas, a tecnologia de gerenciamento de processos de negócios

(BPM) tem se tornado muito popular para automatizar processos, provando ter grande

potencial na gestão eficiente dos processos administrativos, por racionalizar e

coordenar as tarefas que devem ser executadas por vários atores (seres humanos ou

sistemas de informação administrativo) (VANDERFEESTEN; GREFEN, 2015).

A introdução do gerenciamento de processos de negócios em organizações

públicas no Brasil cresce por alguns motivos: pela necessidade de melhorar o modelo

Page 25: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

25

de gestão atual das organizações públicas, como consequência da introdução de uma

nova gestão pública; e pela exigência crescente de respostas mais eficazes às

demandas públicas, e o BPM (gerenciamento de processos de negócio) é uma forte

opção para melhoria na qualidade da gestão pública (SILVA, 2014).

A BPM é uma abordagem disciplinada para identificar, desenhar, executar,

documentar, medir, monitorar, controlar e melhorar processos de negócio

automatizados ou não, permitindo que uma organização alinhe seus processos de

negócio à sua estratégia organizacional, conduzindo a um desempenho eficiente em

toda a organização através de melhoria das atividades (PINA; OLIVEIRA, 2013).

A BPM constitui um comprometimento continuo da organização com o

gerenciamento de seus processos (ABPM, 2013), o que envolve um ciclo continuo

das atividades integradas descritas como: planejamento, análise, desenho e

modelagem, implantação, monitoramento e controle e refinamento (PINA; OLIVEIRA,

2013). Este ciclo está representado graficamente na figura 2.

Figura 2: Ciclo de vida do BPM

Fonte: ABPM, 2013.

A modelagem e desenho de processos é a fase mais visível do BPM, e o seu

propósito é criar uma representação do processo de maneira completa e precisa,

definindo o fluxo de atividades e o mapa de como as atividades contribuem para

produzir um produto ou serviço. As atividades e seus relacionamentos são

representados através de símbolos, onde há na literatura diversos padrões ou

Page 26: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

26

notações utilizadas para este fim (ABPM, 2013). No caso do ciclo do BPM é realizado

o desenho do estado atual, e estado futuro ou desejado.

A ABPM (2013) cita algumas notações comumente utilizadas para a

modelagem dos processos, onde as mais conhecidas são: BPMN (Business Process

Model and Notation), padrão criado pelo Object Management Group, que estabelece

padrões para sistema de informação, apresentando um conjunto robusto de símbolos

para modelagem de diferentes aspectos de processos de negócio; o fluxograma de

processo, padrão usado para descrever o fluxo de materiais, papéis e trabalho,

baseado em um conjunto simples de símbolos para representar os elementos do

processo; e o Mapeamento de fluxo de valor, utilizada em Lean, que expressa o

ambiente físico e o fluxo de materiais e produtos, baseado em um conjunto simples

de símbolos.

Para Caproni (2013) a consistência de um fluxo de trabalho eficiente está na

identificação dos pontos críticos de cada atividade, tanto por meio do detalhamento e

entendimento dos enlaces das atividades, como no apoio mútuo entre os agentes

envolvidos para a execução da rotina.

Quando se fala em processos administrativos, como é o caso das compras

governamentais, o mapeamento do fluxo de informação mostra o que deve ser

realizado em cada etapa do processo, sendo possível visualizar e compreender o fluxo

de materiais e informações e realizar a proposta de melhorias (MARTINS, 2014).

Outro passo no ciclo do BPM é a análise do processo, que consiste em

compreender as atividades dos processos e seus resultados em relação a sua

capacidade de atender as metas pretendidas, analisando também as rupturas e

restrições que interferem no desempenho do processo. É realizada por meio de várias

técnicas, como modelagem, entrevistas e simulações, constituindo a base para o

desenho do processo (ABPM, 2013).

As atividades relacionadas ao monitoramento do processo e do seu

desempenho, no ciclo do BPM, tem o objetivo de medir o rendimento dos processos

quanto ao tempo, custo, capacidade e qualidade, de forma que eles atinjam suas

metas, sendo realizadas por meio de diversos recursos, como o uso de indicadores e

métodos estatísticos. Há abordagens de gerenciamento de desempenho de

processos que podem auxiliar nessa medição, como o custeio baseado em atividades

(ABC), o controle estatístico de processos (SPC), o Balanced Scorecard (BSC), entre

outros, que são utilizadas à medida que a organização vai atingindo uma maior

Page 27: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

27

maturidade do seu processo (ABPM, 2013).

A pesquisa sobre a gestão de processos de negócios (BPM) e sistemas de

Informação voltados para processos (PAISs) resultou em muitas contribuições que

discutem opções para melhorar a qualidade, desempenho e viabilidade econômica do

negócio (LOHRMANN; REICHERT, 2016)

Implantar o BPM em qualquer organização requer a disposição para inovar,

criar, mudar, alterar o status quo, empreender na busca de inserir um modelo de

gestão para atingir um modelo idealizado. Evoluir em gestão por processo requer

tempo, maturidade para compreender e aprender com os próprios exemplos, com a

própria experiência do dia a dia, descobrir, redescobrir e aperfeiçoar-se

constantemente (SILVA, 2014).

2.2. O processo de compras organizacional

A área de compras em uma organização tem papel preponderante nos seus

resultados, pois para que ela possa movimentar-se adequadamente e eficazmente é

necessário que os materiais estejam disponíveis no momento certo e com as

especificações corretas (POZO, 2010). Para que isso aconteça é necessário que os

objetivos de compras estejam alinhados com os objetivos estratégicos da empresa

como um todo, visando o melhor atendimento ao cliente interno e externo (MARTINS;

CAMPOS, 2010).

Convencionalmente a área de compras se destinava a comprar os materiais na

qualidade certa, quantidade certa, e entregue no lugar certo, no momento certo. Esse

conceito transmite uma imagem reativa de compras, onde o foco é sobre as

transações e não nas relações, como também no nível operacional ou tático ao invés

de estratégico (APOSTOLOVA; KROON; RICHTER; ZIMMER, 2015).

O objetivo de uma organização de compras de classe mundial é se mover além

da crença tradicional de que a compra é a obtenção de bens e serviços em resposta

às necessidades internas. Compras é tudo, começando com os objetivos principais

de uma organização de compras de classe mundial, que são: 1) suprir continuamente;

2) gerenciar o processo de compras de maneira eficiente e eficaz; 3) desenvolver

gestão de base de fornecedor; 4) desenvolver metas alinhadas com os stakeholders

funcionais internos; 5) apoiar os objetivos organizacionais; 6) desenvolver estratégias

integradas de compras que suportem as estratégias organizacionais (MONCZKA;

HAND; GIUNIPERO; PATTERSON, 2014).

Page 28: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

28

Para atender esses objetivos a equipe de compras de classe mundial deve

trabalhar continuamente para melhorar a eficiência e eficácia do processo. É no

processo de compras que se identifica e avalia as necessidades dos clientes, se

seleciona fornecedores, assegura que o pagamento ocorra prontamente, determina

que a necessidade foi efetivamente cumprida e conduz a melhoria contínua

(MONCZKA; HAND; GIUNIPERO; PATTERSON, 2014).

A área de compras é uma área de importância estratégica para as organizações

porque são responsáveis por um percentual significativo dos custos, podendo

contribuir com a criação de vantagem competitiva através da redução de custos e

melhor utilização de recurso. No setor público a vantagem de custo obtida através da

função compras permite que os recursos sejam desviados para linha de frente dos

serviços, como hospitais e escolas. Isto significa melhor custo-benefício para o setor

público e acionistas, que são os contribuintes (AMBE; BADENHORST-WEISS, 2011).

A fim de atender as necessidades de seus usuários, o processo de compras

está estruturado em várias etapas. Arnold (1999) compõe o ciclo de compras com as

etapas a seguir: 1) receber e analisar as requisições de compras; 2) selecionar

fornecedores; 3) solicitação de cotações; 4) determinação do preço certo; 5) emissão

da ordem de compra; 6) seguimento e entrega; 7) recepção e aceitação das

mercadorias; e 8) aprovação da fatura do fornecedor para pagamento.

Viana (2009) desenvolveu um fluxo básico de compras, em que divide o

processo nas seguintes etapas: 1) a preparação do processo, que compreende o

recebimento do pedido de compra e a montagem do processo; 2) o planejamento da

compra, que consiste na pesquisa de fornecedores e elaboração das condições de

compras; 3) a seleção de fornecedores, que é selecionar os fornecedores para a

concorrência; 4) a concorrência, que compreende a análise e avaliação das propostas

e a negociação com fornecedores; 5) a contratação, que é onde se faz o julgamento

da concorrência, negociação e adjudicação do fornecedor; e 6) controle da entrega,

que consiste em diligenciar o fornecedor até o recebimento do material. Todas as

etapas foram representadas graficamente pelo autor através da figura 3.

Page 29: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

29

Figura 3: Processo de compras

Fonte: Viana (2009, p. 178).

No mesmo contexto, Monczka, Hand, Giunipero e Patterson (2014) dividem o

processo de compras nas etapas a seguir, representadas na figura 4: 1) previsão e

exigência de um plano; 2) Especificação da necessidade (requisição de compra); 3)

Identificação/ seleção de fornecedor; 4) Contrato/ compra/ geração de ordem 5)

Recebimento de material ou serviço e documentos; e 6) Liquidação, pagamento e

medição de desempenho do fornecedor.

Page 30: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

30

Figura 4: Processo de compras

Fonte: Monczka, Hand, Giunipero e Patterson (2014, p. 43).

Van Weele (2010) divide o processo de compras em seis fases, mostrando a

interligação das atividades, onde a saída de um estágio tem impacto sobre a entrada

da fase seguinte. O modelo, descrito na figura 5, se destina a ajudar gerentes a

estruturar o processo de compra para operação e tomada de decisão.

As seis fases são as seguintes: 1) especificação, que consiste em descrever os

requisitos para o produto ou serviço focal; 2) seleção do fornecedor, onde são

considerados a qualidade, custo, entrega, serviço e desempenho dos possíveis

fornecedores; 3) contratação, fase em que se define o quadro legal do relacionamento

com o fornecedor; 4) encomenda, momento em que se confirma a aquisição e é

definido quando e como se deseja receber o produto ou serviço contratado; 5)

expedição, etapa que o contratado faz a expedição do produto ao comprador, que

deve acompanhar o processo para garantir o estabelecido em contrato; 6) avaliação,

que consiste na avaliação do desempenho do fornecedor e do produto entregue (VAN

WEELE, 2010).

Page 31: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

31

Figura 5: Processo de compras

Fonte: Van Weele (2010, p. 9).

Apostolova, Kroon, Richter e Zimmer (2015) elaboraram sua obra baseada no

modelo de Van Weele (2010), se aprofundando em cada etapa do processo de

compras desenvolvido por ele.

Costa (2014), desenvolveu um quadro baseado em Baily (2000), em que

descreveu as principais etapas do processo de compras, dividido entre uma visão

tradicional e uma visão estratégica, como pode ser visto no quadro 1. Na visão

tradicional as atividades são desenvolvidas de uma forma reativa e na visão

estratégica o processo é realizado de forma proativa e integrada com a estratégia

competitiva da empresa.

Quadro 1: Processo de compras

Principais etapas do processo de compras

Visão Tradicional Visão Estratégica

Receber e analisar requisições de compras Contribuir com o planejamento da demanda

Selecionar fornecedores Planejar aquisições

Negociar preços Promover parcerias e desenvolver fornecedores

Emitir pedidos de compras Estabelecer negociações colaborativas

Acompanhar pedidos Gerenciar custos de aquisições

Receber mercadorias Gerenciar emissão de requisições de compras

Baixar pedidos atendidos Participar do processo de tomada de decisão

Fonte: Costa (2014, p. 35).

Analisando a divisão do processo de compras realizada pelos autores, que são

referência em gestão de compras, há semelhanças entre as etapas estabelecidas

para o processo. Essa similaridade está demonstrada no quadro 2, que compara a

visão dos autores em relação as etapas do processo de compras.

Page 32: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

32

Quadro 2: Quadro comparativo das etapas do processo de compras

Autores

Pla

ne

jam

ento

Requ

isiç

ão/

especific

ação d

o q

ue

com

pra

r

Sele

ção d

e

forn

eced

ore

s

Concorr

ência

Contr

ata

ção

Contr

ole

da e

ntr

eg

a

Recebim

ento

Ava

liação d

e

desem

pen

ho d

o

forn

eced

or

e p

roduto

Arnold (1999) X X X X X X

Viana (2009) X X X X X X X

Monczka, Hand, Giunipero e Patterson (2014)

X X X X X X X

X

Van Weele (2010) X X X X X X X

Costa (2014) X X X X X X X

Fonte: Elaboração própria.

Não há diferença entre as etapas do processo de compras definidas pelos

autores citados neste trabalho. Todos os autores entendem como etapas do processo

a requisição de compra, seleção de fornecedores, a concorrência, a contratação, o

controle de entrega e o recebimento, porém há autores como Viana (2009) e Costa

(2014), que incluem antes da requisição de compra o planejamento da demanda, já

Van Weele (2010) insere a avaliação de desempenho do fornecedor e produto,

enquanto Monckza, Hand, Giunipro e Patterson (2014), reforçam que tanto o

planejamento como a avaliação dos fornecedores devem compor o processo de

compras.

Um dos maiores avanços das últimas duas décadas no campo do suprimento,

é o reconhecimento de que uma boa aquisição não se encerra com a assinatura do

contrato entre comprador e fornecedor, mas se prolonga através da gestão do contrato

(MOTTA, 2010).

Seja em organizações públicas ou privadas, o setor de compras é um

componente importante para o alcance dos seus objetivos. É através de uma

aquisição eficiente que uma organização conseguirá atingir seus fins com menos

dispêndio de recursos financeiros e a satisfação de todos os envolvidos no processo

(CAMPOS, 2013).

As organizações públicas diferem das organizações privadas sobre a

formalização e burocracia nos processos, por estarem sujeitas à jurisdição, regras e

a autoridade das agências de regulação sobre a gestão de pessoal e gestão de

compras (RAINEY; BOZEMAN, 2012). Esta regulação está apresentada no próximo

tópico.

Page 33: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

33

2.3. Compras públicas por meio do processo licitatório

Em vários países as compras governamentais e outros processos da cadeia de

suprimento estão fazendo parte de reformas do Estado, cuja modernização foi

acelerada pela crise fiscal e a globalização (TRIDAPALLI; FERNANDES; MACHADO,

2011). Isso se dá principalmente pelo fato dos contratos públicos serem um importante

instrumento político para melhorar eficiência nos gastos públicos e uso efetivo de

recursos (ESTACHE; LIMI, 2012).

No Brasil, o processo de compras públicas ganhou maior importância com a

promulgação da Constituição Federal de 1988, que tornou o processo licitatório

obrigatório em qualquer obra, serviço, compra ou alienação pública, assegurando que

os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência e

isonomia se fizessem presentes em todo processo de aquisição de bens e/ou serviços

públicos, promovendo iguais condições entre todos os concorrentes (BRASIL, 1988).

As regras para a aquisição de bens e a contratação de serviços pelo setor

público brasileiro é a observância do rito de licitação pública, previsto na Constituição

Federal de 1988 e normatizado pela Lei nº 8.666 (1993) (Lei de licitações e Contratos),

e suas alterações posteriores (FENILI, 2016).

Dentre os dispositivos normativos que alteraram ou complementaram a Lei de

Licitações podem ser destacados: Lei nº 10.520 (2002) (instituiu no âmbito da União,

Estados, Distrito Federal e Municípios a modalidade de licitação pregão, para

aquisição de bens e serviços comuns); o Decreto nº 3.931(2010) e nº 7.892 (2013)

(ambos criados para regulamentar o Sistema de Registro de Preço, criado pela Lei

8.666) e a Lei nº 12.462 (2011) (sobre o Regime Diferenciado de Contratação - RDC)

(ASSIS, 2015).

Os dispositivos legais mais recentes foram a Lei 13.243 (2016), que altera Lei

8.666 (1993), na contratação de serviços e aquisições de materiais por dispensa de

licitação para empresas de pesquisa e inovação; e a Lei 13.303 (2016), que dispõe

sobre o estatuto jurídico de empresas públicas e sociedade de economia mista,

determinando procedimentos específicos para contratações e licitações nestas

organizações.

A promulgação dessas leis buscou disciplinar os procedimentos licitatórios e

controlar os atos dos gestores públicos (MENEZES, 2012), bem como flexibilizar as

ações, reduzindo a burocracia e os custos gerados pelos processos licitatórios,

Page 34: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

34

fazendo com que os agentes públicos se preocupem mais com o atendimento da

demanda, garantindo assim que seus procedimentos atinjam seus objetivos de modo

mais eficiente, atendendo ao interesse público (FERREIRA, 2015; ASSIS, 2015).

Além das melhorias já implantadas através da criação de leis que

complementaram e alteraram a Lei 8.666 (1993),foram desenvolvidas estratégias para

desburocratizar o processo de compras públicas através de inovações tecnológicas,

como a criação do sistema eletrônico de compras do Governo Federal, onde

trabalham de forma integrada o SIASG (Serviço Integrado de Administração de

Serviços Gerais), e o portal de compras do governo federal

www.comprasgovernamentais.com.br (BRANDÃO, 2016).

O portal de compras do governo federal, permite o desenvolvimento de todo o

procedimento legal e registro das contratações públicas nas diversas modalidades

licitatórias, bem como a publicação e acompanhamento de todos os atos

administrativos do processo de compras pela sociedade (BRANDÃO, 2016).

Gardenal, D’Angelo e Manzo (2013) reforçam que a adoção de compras

eletrônicas no setor público é muito mais do que apenas um desafio tecnológico,

incorpora um gerenciamento de mudanças em larga escala para criar uma cultura de

aquisição mais eficiente.

A compra pública é um procedimento que possibilita ao governo a obtenção de

serviços, materiais e equipamentos necessários ao seu funcionamento, e esta é

realizada em conformidade com as leis e normas em vigor (SQUEFF, 2014).

A Lei 8.666 (1993) estabelece em seu artigo segundo, que as obras, serviços,

inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da

administração pública, quando contratada com terceiros, serão necessariamente

precedidas de licitação (BRASIL,1993).

A licitação é um procedimento administrativo pelo qual a administração pública,

prevendo comprar materiais e serviços, realizar obras, alienar ou locar bens, convoca

os interessados, a fim de selecionar a proposta mais conveniente para a

administração pública, em conformidade com os princípios básicos de legalidade,

impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa,

vinculação do instrumento convocatório e julgamento objetivo (VIANA, 2009).

A execução do processo licitatório é realizada numa sequência de etapas,

dividido entre fase interna e fase externa, que estão discriminadas no tópico a seguir.

Page 35: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

35

2.3.1 . Fases do processo licitatório

As licitações possuem duas fases: interna e externa. A fase interna da licitação

engloba os atos iniciais e preparatórios praticados por cada órgão e entidade

administrativa para efetivação da licitação. De acordo com o artigo 38 da Lei 8.666

(1993), o procedimento tem seu início internamente, com a abertura do processo

dentro o órgão, a definição do objeto e a indicação dos recursos para a despesa. Já a

fase externa se inicia quando a licitação se torna pública (OLIVEIRA, 2015; LOBÃO,

2015). O quadro 3 apresenta de maneira resumida essas fases.

Quadro 3: Fases e sequência do processo licitatório

Fase Sequência Descrição

Fase

interna

Requisição do objeto É a etapa onde o agente descreve o objeto e requisita a sua contratação.

Estimativa do valor Nesta etapa se verifica o preço de mercado do objeto da futura contratação.

Autorização de despesa É onde o ordenador de despesa verifica a existência de recursos orçamentários para contratação do objeto.

Designação da comissão de licitação

Com no mínimo 3 membros, ela tem a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações.

Elaboração das minutas do instrumento convocatório e

do contrato

Definição dos requisitos do edital/convite e do contrato, contendo as regras que deverão ser observadas pela administração e pelos licitantes, no processo.

Análise jurídica das minutas do instrumento

convocatório e do contrato

A assessoria jurídica deve examinar e aprovar as minutas dos instrumentos convocatórios e contratos.

Fase

externa

Publicação do instrumento convocatório

Consiste na publicação do instrumento convocatório, com a convocação dos eventuais interessados para apresentarem suas propostas.

Habilitação É a fase da licitação em que a administração verifica a aptidão dos licitantes para celebração do futuro contrato.

Julgamento (tipos de licitação) e classificação

das propostas

A administração analisará as propostas apresentadas pelos licitantes habilitados. Tem como objetivo selecionar a melhor proposta, por meio de critérios objetivos definidos no instrumento convocatório.

Homologação e adjudicação

A homologação e a adjudicação da licitação são a etapa final da licitação, atribuídas à autoridade competente. A homologação é o ato administrativo que atesta a validade do procedimento e confirma o interesse na contratação; e a adjudicação é o ato por meio do qual a administração atribui ao licitante vencedor o objeto da licitação.

Fonte: Elaboração própria, baseado em Oliveira (2015)

As fases do processo licitatório determinam as etapas que serão realizadas,

já as modalidades de licitação, significa a decisão sobre o modo de operação do

processo, determinando a sequência que essas etapas serão executadas. De acordo

com a legislação vigente as modalidades de licitação são: pregão, concorrência,

Page 36: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

36

tomada de preço, convite, concurso e leilão, onde características e aplicabilidades

serão exploradas no tópico seguinte.

2.3.2. Modalidades e tipos de licitação

As modalidades de licitação são a maneira de realização do processo de

compra/aquisição a partir de critérios definidos em lei. Elas são estabelecidas em

razão do objeto, valor e requisitos que serão adotados pela administração pública,

sendo o valor estimado o principal critério de contratação (RESENDE, 2012).

Existem seis modalidades de licitação previstas na legislação vigente, cada

qual com suas características e peculiaridades, descritas no quadro 4, são elas:

concorrência, tomada de preço, convite, concurso, leilão e pregão presencial ou

eletrônico (LACERDA, 2012; LOBÃO, 2015; BRANDÃO, 2016). Todas as modalidades,

exceto o leilão, concurso e o pregão, foram delimitadas de acordo com os valores

gastos na contratação, ou seja, quanto maior o valor do objeto a ser licitado mais

complexa será a modalidade de licitação (ASSIS, 2015).

Quadro 4: Modalidades de licitação (Continua)

Modalidade Definição e utilização Limites de Contratação Lei

Concorrência

É a modalidade entre quaisquer interessados, que na fase preliminar de habilitação comprovem possuir requisitos mínimos exigidos no edital. Pode ser utilizada quando da concessão de direitos real de uso, contratação de obras e serviços públicos, compra de materiais e imóveis e licitações internacionais.

Contratos de compras e serviços acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), e obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais).

Lei 8.666 (1993)

Tomada de preço

É a modalidade entre interessados cadastrados, ou que atenderem todas as condições para o cadastramento até terceiro dia anterior à data de recebimento da proposta. Essa modalidade exige que os interessados comprovem os requisitos para participação da licitação. Pode ser utilizada para contratação de obras e serviços de engenharia, outros serviços e aquisição de material.

Quando se tratar de compra e serviços comuns, é utilizada para contratações entre R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), até R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais). No caso de obras e serviços de engenharia, o mínimo é de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) e máximo de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais).

Lei 8.666 (1993)

Page 37: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

37

(Conclusão)

Modalidade Definição e utilização Limites de Contratação Lei

Convite

Ocorre entre interessados cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa. O convite é estendido aos demais interessados cadastrados na correspondente especialidade, através da publicação do instrumento convocatório. Pode ser utilizado para contratação de obras e serviços de engenharia, outros serviços e aquisição de material

Para aquisição de material e serviços comuns até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); para obras e serviços de engenharia, até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).

Lei 8.666 (1993)

Concurso

É definido como a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes em edital, publicado na imprensa oficial, com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

Não há limites. Lei 8.666

(1993)

Leilão

É a modalidade através da qual é realizada a venda de bens móveis inservíveis para a administração, produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para alienação prevista no art. 19 da Lei nº 8.666 (1993), sendo o arrematante quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

Não há limites. Vincula-se ao objeto.

Lei 8.666 (1993)

Pregão

É a modalidade onde a disputa pelo fornecimento é efetuada através de propostas e lances em sessão pública presencial ou eletrônica. Deve ser adotado prioritariamente em detrimento das demais modalidades de licitação, visto a possibilidade de alcance de um maior número de licitantes, por utilizar a Internet como via de acesso do mercado às demandas da administração. É utilizado para a aquisição de bens e serviços comuns, independentemente do valor estimado, não podendo ser utilizado para contratação de obras e serviços de engenharia.

Não há limites.

Lei 10.520 (2002) e Decreto 5.450 (2005)

Fonte: Elaboração própria, baseado em Saraiva (2012); Lacerda (2012); Lobão (2015); Theiss (2016); Fenili (2016); Brandão (2016).

Hoje no Brasil a modalidade pregão eletrônico é a mais utilizada (FERREIRA,

2015), tendo como sistemas mais usados para sua operação o portal de compras do

governo federal www.comprasgovernamentais.com.br, administrado pelo Serpro

(Serviço federal de processamento de dados), e usado pela administração pública

federal; e o sistema do Banco do Brasil, que tem como principais usuários os governos

estaduais e municipais.

Page 38: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

38

A modalidade Pregão em sua forma eletrônica, vem sendo difundida como uma

medida inovadora, ousada e a mais importante modalidade de licitação adotada pelo

governo para controlar os processos de compras (OLIVEIRA, 2015).

Licitar é regra para a administração pública, porém existem exceções previstas

na Lei 8.666 (1993), que dispensa a licitação na aquisição, onde se pode utilizar da

compra direta com o fornecedor, desde que devidamente justificado na instrução

processual, estando suas características e aplicabilidades descritas a seguir:

Dispensa de licitação: ocorre quando é permitido a aquisição

diretamente com o fornecedor, sem a realização de processo licitatório,

através de pesquisa de preço com no mínimo três empresas. Pode ser

utilizada por diversos motivos previstos no artigo 24 da Lei 8.666 (1993),

em razão do valor, da situação, do objeto ou em razão da pessoa, sendo

mais utilizada para aquisição de pequena monta até o limite estabelecido

por lei; ou quando da ocorrência de situações de emergência,

calamidade, guerra; e quando o processo licitatório obtiver resultados

antieconômicos (CARVALHO,2009; LACERDA, 2012; OLIVEIRA,2015).

Cotação eletrônica: é uma dispensa de licitação realizada por meio

eletrônico, criada para aquisição de bens de pequeno valor (inferior a

R$ 8 mil), tendo funcionalidades similares ao pregão eletrônico

(CARVALHO, 2009). Ela favorece uma disputa mais ampla entre

concorrentes de diversos locais do país conectados à internet, evitando

direcionamento da compra para determinado fornecedor (PAULA,2011).

Inexigibilidade: é utilizada quando inexiste a possibilidade de

competição, tais como aquisição de bens que tenham um único

fornecedor ou contratações por notória especialização. Da mesma

maneira que a dispensa, é previsto em lei inúmeras situações que

justificam a compra por inexigibilidade, que é disciplinada pelo artigo 25

da lei 8.666 (CARVALHO,2009; LACERDA, 2012; OLIVEIRA,2015).

Além das modalidades, a Lei 8.666 (1993) também define os tipos de licitação,

que é o critério que se utiliza para realizar o julgamento das propostas nos processos

licitatórios, são eles: menor preço, melhor técnica, menor preço e melhor técnica e

maior lance ou oferta (RESENDE, 2012; CAMPOS, 2013; OLIVEIRA,2015).

No critério menor preço, onde prevalece o valor, o licitante vencedor é aquele

que apresenta a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e

Page 39: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

39

oferta o menor preço. O critério melhor técnica, é mais utilizado quando a natureza do

objeto é predominantemente intelectual, onde o edital estabelecerá o preço máximo a

ser pago, havendo a necessidade de negociação, conforme estabelece o inciso II,

artigo 46 da Lei de Licitações. Na melhor técnica e preço, a proposta mais vantajosa

para a administração é escolhida com base na maior média ponderada, considerando

as notas obtidas para a técnica e preço. O último critério é o maior lance e oferta, onde

prevalece o maior preço, sendo adotado nos casos de alienação de bens ou

concessão de direito real de uso (MOTTA, 2010; OLIVEIRA, 2015).

O Julgamento pelo menor preço é considerado a regra para os processos

licitatórios, tendo em vista o menor dispêndio de recursos financeiros para a

administração (BRANDÃO, 2016). A preocupação do governo é fazer uma

concorrência ampla e com condições isonômicas para poder reduzir o custo da

aquisição, partindo-se do pressuposto que um maior número de concorrentes

resultará em maiores descontos (ARAÚJO, 2012).

Em meio ao universo da Administração Pública, que adquire, contrata e aliena

bens, surge uma ferramenta para auxiliar o administrador público, o Sistema de

Registro de Preços (SRP) (OLIVEIRA, 2015). Criado e indicado pela Lei 8.666 (1993),

para processar as compras e dá mais flexibilidade a administração na contratação

daquilo que foi licitado, está sendo tratado de forma mais detalhada no tópico a seguir.

2.3.3. Sistema de Registro de Preço – SRP

O SRP(Sistema de Registro de Preço) é um procedimento administrativo por

meio do qual a administração pública seleciona as propostas mais vantajosas,

mediante concorrência ou pregão, que ficarão registradas perante a autoridade estatal

para futuras e eventuais contratações (OLIVEIRA, 2015; ZYLBERMAN,2015).

O SRP não é uma modalidade de licitação, é um conjunto de procedimentos

para registro formal de preços relativos a prestação de serviços e aquisição de bens

para contratações futuras (FERREIRA, 2015), criado pela Lei 8.666 (1993) e

regulamentado pelo Decreto 7.892 (2013).

A Lei 8.666 (1993) afirma em seu texto, no artigo 15, Inciso II que sempre que

possível as compras devem ser processadas através de Sistema de Registro de Preço

(SRP), devendo ser utilizado quando (PAULA, 2011; ZYLBERMAN, 2015):

Houver necessidade de contratações frequentes, de acordo com as

Page 40: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

40

caraterísticas do bem ou serviço;

For conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou

contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de

tarefa;

For conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para

atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo;

Pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a

ser demandado pela Administração.

Este procedimento foi regulamentado com o propósito de dar maior eficiência

às contratações (ASSIS, 2015), pois o SRP permite que a administração possa se

utilizar de previsões de consumo para definição do quantitativo a ser licitado, sem a

obrigatoriedade de contratar, o que possibilita aos órgãos o melhor planejamento de

suas aquisições, podendo realizar a contratação de maneira parcelada, pelo período

de um ano, até o limite do quantitativo licitado, no preço acordado no processo

licitatório (PAULA, 2011).

O sistema de registro de preços apresenta inúmeras vantagens em

comparação com o sistema de licitação convencional de compras, entre elas estão:

redução de estoque; melhor gerenciamento dos espaços físicos; e entregas

parceladas dos bens e serviços pelo fornecedor, evitando o fracionamento de

despesas. Tendo em vista essas vantagens pode-se dizer que o SRP se utiliza do

conceito de Just in time, amplamente utilizado na logística de produção da iniciativa

privada, que afirma que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes de

ser necessário (BRANDÃO, 2016).

Outra vantagem do SRP, é a possibilidade de realização de compra

centralizada pelos órgãos da administração pública, juntando a necessidade das suas

diversas unidades, possibilitando aos demais órgãos da administração aderirem ao

registro de preços já firmado, desde que o fornecedor aceite contratar com eles

também, não havendo necessidade de realização de outro processo licitatório,

gerando economia de tempo e dinheiro (PAULA, 2011).

O processo licitatório e as leis que o fundamenta vivem em constante revisão

para atender as necessidades da administração pública. Recentemente foi aprovada

a Lei 13.303 (2016) que dispõe sobre o estatuto das empresas públicas e sociedade

de economia mista, vem trazendo normas próprias para realização do processo

licitatório nessas instituições do governo, e essa norma vem sendo tratada no próximo

Page 41: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

41

tópico, por impactar diretamente a empresa pública objeto de estudo deste trabalho.

2.3.4. O processo licitatório nas empresas públicas

O processo licitatório nas empresas públicas, atualmente é regido pela Lei

13.303 (2016), que está regulamentada e em processo de implantação nas entidades

por ela afetadas. Esta lei terá impacto em todo o procedimento de compras realizado

pelas empresas públicas e sociedades de economia mista, que com exceção da

Petrobrás, até o dia 30 de junho de 2016, tinha seus procedimentos licitatórios e

contratos regidos pela Lei 8.666 (1993) e 10.520 (2002).

Estas organizações têm até o dia 30 de junho de 2018, prazo estabelecido na

própria lei, para realizar as adaptações em seus estatutos e normas para implantação

desse novo regimento jurídico. Enquanto isso elas, permanecem sendo regidas pela

“Lei de Licitações”, a Lei 8.666 (1993).

Algumas mudanças para os processos licitatórios das empresas públicas e

sociedade de economia mista, foram promovidas pela referida lei, e precisam ser

tratadas neste trabalho, pôr o objeto de pesquisa desse estudo ser uma empresa

pública.

Dentre as principais alterações, chamam atenção: os prazos para realização

de procedimentos licitatórios, as fases do processo de licitação, a ampliação dos tipos

de licitação ou critérios, e o aumento do limite para contratação por dispensa de

licitação.

A seguir serão apresentados uma sequência de quadros comparativos com

as principais alterações para os procedimentos licitatórios promovidos pela nova lei,

em comparação com a Lei 8.666 (1993) e 10.520 (2002), para as Empresas Públicas

e Sociedade de Economia Mista.

O comparativo entre as leis que regem o processo licitatório no Brasil, em

relação ao prazo que decorre entre a publicação do ato convocatório, que é a

comunicação a sociedade da ocorrência e regras de determinada contratação pública,

e a sessão de abertura da licitação, onde os fornecedores interessados irão

apresentar suas propostas e documentações está discriminado no quadro 5.

Page 42: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

42

Quadro 5: Comparativo do prazo para apresentação da proposta entre as leis que regem as licitações

Modalidade Tipo Objeto Julgamento Lei 8.666 Art. 21

Lei 10.520 Art. 4, Inc. V.

Lei 13.303 Art. 39

Pregão

Bens

Menor preço e maior desconto

8 dias 5 dias

Demais 8 dias 10 dias

Serviços

Menor preço e maior desconto

8 dias 15 dias

Demais 8 dias 30 dias

Concorrência

Bens, obras e serviços

Melhor técnica e técnica-preço

45 dias 45 dias

Bens

Menor preço e maior desconto

30 dias 5 dias

Demais 30 dias 10 dias

Obras e serviços

Menor preço e maior desconto

30 dias 15 dias

Demais 30 dias 30 dias

Tomada de preço

Bens, obras e serviços

Melhor Técnica e técnica-preço

30 dias 45 dias

Bens

Menor preço e maior desconto

15 dias 5 dias

Demais 15 dias 10 dias

Obras e serviços

Menor preço e maior desconto

15 dias 15 dias

Demais 15 dias 30 dias

Convite

Bens, obras e serviços

Melhor técnica e técnica-preço

5 dias 45 dias

Bens

Menor preço e maior desconto

5 dias 5 dias

Demais 5 dias 10 dias

Obras e serviços

Menor preço e maior desconto

5 dias 15 dias

Demais 5 dias 30 dias

Concurso Serviço

Melhor técnica e técnica-preço

45 dias 45 dias

Melhor conteúdo artístico

45 dias 30 dias

Leilão Bens

Maior oferta de preço;

Maior retorno econômico;

Melhor destinação de bens alienados

30 dias Não

especifica

Fonte: Elaboração própria, baseado em Brasil (1993); Brasil (2002); Brasil (2016).

Os prazos realização da sessão pública da licitação, decorrido a partir da

publicação do instrumento convocatório, passa a ser definido, com a nova lei, a partir

do tipo de objeto a ser contratado ou adquirido e o tipo de licitação (forma de

julgamento da proposta), enquanto as demais leis definem este prazo a partir da

modalidade de licitação.

Page 43: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

43

Pode-se perceber no quadro 5, que o prazo que decorre entre a publicação do

ato convocatório e a sessão de abertura da licitação, foi reduzido quando da aquisição

de bens que utilizam como critério o menor preço e o maior desconto, porém quando

da contratação de serviços e obras, esse prazo foi mantido ou acrescido, com exceção

da modalidade concorrência. Quando da utilização do critério melhor técnica e técnica

e preço, para a maioria das modalidades houve um aumento desse tempo.

A Lei 13.303 (2016) também promoveu uma ampliação dos critérios de

julgamento das propostas nos processos licitatórios, também denominados de tipos

de licitação, em relação a Lei 8.666 (1993), conforme demonstra o quadro 6.

Quadro 6: Comparativo dos critérios de julgamento definidos pelas leis que regem as licitações

Leis Lei 8.666, art. 45 (Lei de Licitações)

Lei 13.303, art. 54. (Empresa pública e sociedade de

economia mista).

Critérios de julgamento

I - Melhor técnica II - Técnica e preço

III - Menor preço IV - Maior lance ou oferta

I - Menor preço; II - Maior desconto;

III - Melhor combinação de técnica e preço;

IV - Melhor técnica; V - Melhor conteúdo artístico;

VI - Maior oferta de preço; VII - Maior retorno econômico;

VIII - Melhor destinação de bens alienados

Fonte: Elaboração própria, baseado em Brasil (1993); Brasil (2016).

A ampliação desses critérios, ou tipos de licitação, pode promover uma

melhoria no julgamento das propostas, de acordo as características e especificidades

de cada modalidade de licitação e particularidades de alguns objetos de contratação.

O quadro não traz a Lei 10.520 (2002), “Lei do pregão”, porque ela não definiu critérios

de julgamento, ou seja, a modalidade pregão utiliza-se dos critérios de julgamento

definidos pela Lei 8.666 (1993).

Outra importante mudança promovida com a implantação da Lei 13.303 (2016)

para as empresas públicas e sociedade de economia mista sobre os procedimentos

do processo licitatório, ou seja, as etapas a serem seguidas na realização de uma

licitação. O comparativo entre o que estabelece as leis que regem esse processo está

no quadro 7.

Page 44: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

44

Quadro 7: Comparativo dos procedimentos de licitação definidos por lei

Lei 8.666, Art. 43,

(Licitações) Lei 10.520, Art. 4,

(Pregão)

Lei 13.303, Art. 51, (Empresa pública e

sociedade de economia mista)

Modalidades de licitação

Concorrência, tomada de preço, convite, concurso, leilão

Pregão Concorrência, tomada

de preço, convite, concurso, leilão, pregão

Procedimento de licitação

1. Preparação do edital;

2. Publicação do edital;

3. Abertura da documentação de habilitação;

4. Habilitação dos concorrentes;

5. Prazo de recurso; 6. Abertura das

Propostas; 7. Classificação das

propostas; 8. Julgamento das

propostas; 9. Declaração do

vencedor; 10. Prazo de recurso; 11. Deliberação da

autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação.

1. Preparação do edital;

2. Publicação de edital;

3. Recebimento e abertura das propostas;

4. Fase de lances; 5. Julgamento da

proposta 6. Declaração do

vencedor; 7. Negociação; 8. Aceitabilidade; 9. Habilitação; 10. Interposição de

recurso; 11. Adjudicação do

objeto; 12. Homologação

do vencedor pela autoridade competente.

1. Preparação do edital;

2. Publicação do edital; 3. Apresentação de

lances ou propostas, conforme o modo de disputa adotado;

4. Julgamento da proposta;

5. Verificação de efetividade dos lances ou propostas;

6. Negociação; 7. Aceitabilidade 8. Habilitação; 9. Interposição de

recursos; 10. Adjudicação do

objeto; 11. Homologação do

resultado ou revogação do procedimento.

Fonte: Elaboração própria, baseado em Brasil (1993); Brasil (2002); Brasil (2016).

Com relação aos procedimentos de licitação, no quadro 7 percebe-se que a Lei

13.303 (2016), em seu art. 51 institui os procedimentos do pregão, escrito pela Lei

10.520 (2002) em seu art. 4, para todas as modalidades de licitação nas empresas

públicas e sociedade de economia mista. Porém desde que prevista em instrumento

convocatório, a lei 13.303 (2016) prevê que, a fase de habilitação poderá anteceder a

apresentação e julgamento das propostas.

Essa mudança desburocratiza o processo e reduz de tempo do certame, uma

vez que, pela Lei 8.666 (1993), primeiro se analisa a documentação de todos os

participantes, para em seguida abrir as propostas, e o tempo para recurso ocorre em

dois momentos, sendo necessário seguir os prazos definidos por lei para que as

empresas apresentem suas razões. Já seguindo os procedimentos das Leis 10.520

(2002) e 13.303 (2016), a fase de apresentação da proposta vem antes da habilitação,

onde é analisada a documentação somente daquele que venceu o certame, e o tempo

para interposição de recurso é aberto somente uma vez.

Page 45: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

45

A Lei 13.303 (2016) também promoveu uma alteração nos limites de

contratação por dispensa de licitação para as empresas públicas e sociedades de

economia mista, demonstrada no quadro 8.

Quadro 8: Comparativo entre os limites para contratação por dispensa de licitação

Limites para contratação por dispensa de licitação

Lei 8.666, art. 24, inc. I e II (Lei de

licitações)

Lei 13.303, art. 29, inc. I e II (Empresa pública e sociedade

de economia mista)

Obras e serviços de engenharia 15.000,00 100.000,00

Outros serviços e compras 8.000,00 50.000,00

Fonte: Elaboração própria, baseado em Brasil (1993); Brasil (2016).

O quadro demonstra que há uma ampliação significativa nos limites de valor

para contratação por dispensa para as empresas públicas e sociedade de economia

mista com a implantação da Lei 13.303 (2016), desde que devidamente justificada a

urgência ou contratação de caráter emergencial e que a compra se enquadre em um

dos incisos do art. 29 desta lei. Essa ampliação possibilita que essas organizações

possam realizar um montante maior de compra direta, desde que respeitada a

legislação.

2.3.5. O fluxo do processo de compras públicas

Em se tratando de procedimento licitatório, diversas são as ações que formam

o rito. Uma vez homologada a licitação, ainda se seguem algumas etapas até que haja

o pagamento ao vencedor do certame, após a execução do objeto. Os principais

elementos que compõem o processo de compra e contratação no setor público

brasileiro, contemplando as tarefas das fases interna e externa da licitação estão

dispostos na figura 6 (FENILI,2016).

Page 46: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

46

Figura 6: Processo de compra / contratação no setor público brasileiro

Fonte: Fenili (2016, p.190).

Fenili (2016) descreveu também o quadro 9, para explicar de que trata e quem

é o responsável pela execução de cada etapa do processo de compras públicas.

Page 47: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

47

Quadro 9: Atividades do processo de compra / contratação no setor público brasileiro

Atividade Descrição Responsável

pela execução

Justificativa da necessidade da

aquisição / contratação

Trata-se da exposição de motivos, em termos de mérito, capaz de embasar o pleito da unidade administrativa

solicitante (cliente). Em geral, a justificativa está atrelada às próprias incumbências institucionais do cliente.

Cliente

Justificativa do quantitativo demandado

Demonstração, em termos de cálculos de previsão de demanda, ou de descrição de demanda real, de que o

quantitativo pleiteado do bem ou do serviço de fato corresponde à necessidade da organização.

Cliente

Especificação do material /

serviço

Descrição pormenorizada do material a ser adquirido ou do serviço a ser contratado, contemplando as características

necessárias e suficientes para a compreensão pelo mercado. Especificador

Estimativa de despesa

Trata-se de estimar o gasto que será imputado à administração na futura aquisição / contratação do objeto

Responsável pela instrução do processo

Demais informações pertinentes

Refere-se à prestação de informações que complementam a instrução inicial do processo. Dizem respeito à informação

sobre a previsão orçamentária da despesa e a demais dados sobre o objeto pleiteado (local de entrega, justificativas para

indicação de marca, requisitos de sustentabilidade etc.).

Cliente/ especificador

Elaboração e análise jurídica da minuta do instrumento convocatório

Confecção das minutas dos editais ou das cartas-convites, bem como dos contratos ou das atas de registro de preços

que eventualmente comporão seus anexos. Uma vez confeccionados, segue-se sua análise jurídica, que, caso

não vislumbre vícios, culmina no encaminhamento dos autos para a autorização de abertura do certame.

Responsável pela instrução do processo /

Assessor jurídico

Publicação do instrumento convocatório

Trata-se da divulgação, para o mercado, da intenção de a Administração proceder a determinada aquisição ou

contratação. Chega-se, nesse ponto, ao fim da fase interna, e inicia-se a fase externa do procedimento licitatório.

Responsável pela instrução do processo

Realização da licitação

Abertura do certame, com a ocorrência de sua sessão pública.

Responsável pela instrução do processo

Homologação do

procedimento e autorização da

despesa

Reconhecimento, pela Administração, de que o procedimento se deu com observância à legalidade, de forma que é possível autorizar a despesa em favor do

vencedor da licitação. O processo licitatório é finalizado.

Ordenador de despesas

Entrega do material /

prestação do serviço

Cumprimento da obrigação principal pelo contratado ao órgão ou à entidade pública.

Contratado

Ateste

Reconhecimento de que o bem entregue ou o serviço prestado deu-se em conformidade com o demandado no instrumento convocatório. A declaração de conformidade (ateste) dá-se pelo setor público na nota fiscal / fatura do

contratado.

Cliente

Pagamento Verificação da conformidade do ateste na nota fiscal / fatura

e pagamento ao contratado.

Responsável pela liquidação /

pagamento

Fonte: Fenili (2016, p.190).

Fenili (2016) apresentou um fluxo do processo de compras do setor público,

demonstrando as etapas a serem executadas no processo, porém não expressou com

maiores detalhes as tomadas de decisão desse processo, como também juntou

Page 48: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

48

algumas etapas em um só item.

De acordo com Martins (2014), quando se fala em processos administrativos,

como é o caso das compras governamentais, o mapeamento do fluxo de informação

mostra o que deve ser realizado em cada etapa do processo, sendo possível visualizar

e compreender o fluxo de materiais e informações e realizar proposta de melhorias.

É justamente pela necessidade de visualização do processo em forma de

fluxo, considerando todas as decisões e fluxo de informações e materiais, não

demonstrado no fluxo elaborado por Fenili (2016), que foi elaborado um fluxo mais

detalhado, figura 7, que será usado posteriormente para análise dos dados desta

pesquisa, bem como para proposição de melhoria no processo da empresa em estudo.

Page 49: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

49

Figura 7: Fluxo do processo de compras através do processo licitatório

Fonte: Elaboração própria, baseado em Brasil (1993); Brasil (2002); Brasil (2016)

Page 50: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

50

As mudanças na legislação e nos meios utilizados para realização das

compras pelo governo, pouco ou em nada conseguiram alterar a lógica burocrática

das compras públicas. Os parâmetros burocráticos foram utilizados para promover a

modernização dos procedimentos (ASSIS, 2015). No quadro 10 foram resumidas as

principais legislações que normatizaram as compras públicas no Brasil, visando o

aperfeiçoamento burocrático dos procedimentos.

Quadro 10: Aperfeiçoamento burocrático do processo de compras públicas

Ano Regulamento Objetivo

1828 Art. 5º dentro de uma lei geral

Primeira norma que se preocupou com as compras públicas e averiguação da proposta mais benéfica para a Administração.

1931 Decreto nº 20.846 Criação da Comissão Central de Compras.

1967 Decreto nº 200 Nos artigos. 125 a 144, a licitação foi objeto de abordagem sistematizada.

1986 Decreto nº 2.300 Dispunha sobre as licitações e os contratos da Administração Federal.

1988 Constituição Federal Art. 37, XXI – institui como obrigatória a utilização de licitação para a realização de contratações da Administração Pública.

1993 Lei nº 8.666 Lei Nacional de Licitações.

2000 Decreto nº 3.555 Regulamenta a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns.

2001 Decreto nº 3.931 Regulamenta o Sistema de Registro de Preço.

2002 Lei nº 10.520 Instituiu no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a modalidade pregão, para aquisição de bens e

serviços comuns.

2005 Decreto nº 5.450 Regulamenta o pregão na forma eletrônica.

2011 Lei 12.463 Cria o Regime Diferenciado de Contratações usado para obras dos jogos olímpicos e copa do mundo.

2013 Decreto nº 7.892 Revogou o Decreto nº 3.931 e regulamenta atualmente o Sistema de Registro de Preço.

2016 Lei 13.303 Dispõe sobre o estatuto e novas regras de licitações e contratos, para as empresas públicas e sociedades de economia mista.

Fonte: Elaboração própria, baseado em Assis (2015, p.77).

2.4. Avaliação de desempenho nos processos da cadeia de suprimentos

O serviço público deve operar como um sistema eficiente, transparente e eficaz,

no entanto, estudos revelam que a implementação de práticas de gestão da cadeia

está longe de ser satisfatório (AMBE; BADENHORST-WEISS, 2011). Assim como

qualquer organização, governos têm que produzir um conjunto de bens e serviços

para seus ‘‘clientes ‘', ou seja, contribuintes (COSTANTINO; DOTOLI; FAKAGARIO;

SCIANCALEPORE, 2012), e fazer a gestão pública com foco no cidadão, aumentando

a qualidade dos serviços, com o menor custo.

É por meio de uma excelente aquisição de bens e serviços que uma instituição

pública conseguirá atingir seus fins com menos dispêndio de recurso e a satisfação

das partes interessadas (CAMPOS, 2013). A realização de compra e contratação

Page 51: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

51

pública, exige responsabilidade e uso adequado dos recursos públicos. Assim, a

melhoria da eficiência dessa área pode levar a vantagens competitivas, não só pela

redução de custos, mas também pela melhoria do desempenho do processo

(OLIVEIRA, 2015).

As ferramentas de avaliação de desempenho tornaram-se instrumentos chaves

para ampliar a eficiência e a racionalização dos serviços públicos. Por ser um

processo estratégico para o governo, a gestão de compras insere-se neste contexto,

e qualquer melhoria pela aplicação de novas práticas de gestão pode representar um

melhor desempenho da administração pública (NISHIYAMA, 2016).

Não se encontrou na literatura estudos ou métodos específicos voltados para

avaliação de desempenho do processo de compras públicas, nem do processo de

compras organizacional de onde se pudesse obter um instrumento pronto a ser

aplicado com o público dessa pesquisa.

Diante desse cenário sentiu-se a necessidade de ampliar a busca por

instrumentos e variáveis para medição de desempenho, por a área de compras se

tratar de um componente fundamental da logística e cadeia de suprimentos/

abastecimento, optou-se neste estudo bibliográfico levantar trabalhos e modelos de

avaliação de desempenho adaptados e aplicados por diversos autores para as áreas

de logística e cadeia de suprimentos/ abastecimento.

O desempenho da gestão da cadeia de suprimentos é definido como as várias

medidas de desempenho desenvolvidas pela organização para avaliar a capacidade

de a cadeia cumprir os objetivos de longo e curto prazo de uma organização. Esse

processo torna-se complexo por causa das diferentes entidades envolvidas, tais como

fornecedores, fabricantes, intermediários e clientes (DESHPANDE, 2012).

Embora existam vários estudos dedicados à avaliação de desempenho

logístico e da cadeia de suprimento/ abastecimento, os resultados de muitos deles

ainda são incipientes e empíricos. Não existem fórmulas prontas para avaliar a

performance da cadeia de suprimentos. Autores como Stewart (1995), Beamon (1999),

Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001), Christopher (2007), Chia, Goh e Hum (2009),

Cuthbertson e Piotrowicz (2011), Vay (2011), Deshpande (2012), entre outros,

desenvolveram estudos tendo por objetivo mensurar o desempenho logístico e da

cadeia de suprimentos/ abastecimento.

Page 52: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

52

Apenas Ambe e Badenhorst-Weiss (2011) desenvolveu um modelo de

avaliação de desempenho da cadeia de suprimentos no setor público, que envolve a

adaptação do BSC (Balenced Scorecard) para este fim.

A seguir estão descritos os modelos de avaliação de desempenho da cadeia

de suprimentos desenvolvidos pelos autores citados acima, por serem os mais citados

nos estudos de avaliação de desempenho da cadeia de suprimentos, e os que melhor

se adequam a avaliação de desempenho do processo de compras, podendo auxiliar

na construção do instrumento de pesquisa que será utilizado neste trabalho, bem

como na análise dos dados obtidos.

2.4.1. Modelo de Stewart

Stewart (1995) desenvolveu métricas para um elevado desempenho da cadeia

de suprimentos. São nove métricas divididas em quatro área chaves, conforme

discriminado abaixo (STEWART, 1995):

(1) O desempenho de entrega: entrega para a data do pedido; a entrega na

data prometida; e tempo de espera no atendimento da ordem.

(2) A flexibilidade e capacidade de resposta: flexibilidade de

produção; replanejamento do ciclo; e tempo de ciclo.

(3) Custos de logística: custo total da logística; e custos de gestão.

(4) Gestão de ativos: dias de fornecimento do material de estoque; e dias

compra em aberto.

2.4.2. Modelo de Beamon

Beamon (1999) identificou três tipos de medidas de desempenho que são

componentes necessários em qualquer cadeia de suprimentos: medidas de recursos

(R), medidas de saída (O), e medidas de flexibilidade (F), representadas na figura 8.

As medidas de recursos (R) estão relacionadas aos níveis de estoque,

necessidade de pessoal, utilização de equipamentos, uso de energia e custo. As

medidas de saída (O) estão relacionadas a capacidade de resposta ao cliente e a

qualidade e quantidade do produto final. Já as medidas de flexibilidade (F) se destinam

a medir a capacidade do sistema para acomodar flutuações de volume e o cronograma

dos fornecedores, fabricantes e clientes (BEAMON, 1999).

Page 53: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

53

Figura 8: Sistema de mensuração da cadeia de suprimentos

Fonte: Baseado em Beamon (1999, p. 281).

2.4.3. Modelo de Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu

Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001) desenvolveram um quadro para medir o

desempenho do nível estratégico, tático e operacional de uma cadeia de suprimentos,

bem como apresentaram uma lista de métricas dando ênfase sobre as medidas que

lidam com fornecedores, performance de entrega, de atendimento ao cliente, e os

custos de inventário e de logística, classificando-as entre métricas financeiras e não

financeiras, conforme discriminado no quadro 11.

Quadro 11: Quadro sobre as métricas para a avaliação de desempenho de uma cadeia de suprimentos

(Continua)

Nível Indicadores Financeiro Não

financeiro

Estratégico

Tempo total do ciclo da cadeia de suprimentos X

O tempo total de fluxo de caixa X X

Tempo de consulta ao cliente X X

Nível de valor do produto percebido pelo cliente X

O lucro líquido X índice de produtividade X

Taxa de retorno sobre o investimento X

Gama de produtos e serviços X

Variações em relação ao orçamento X

Tempo de espera da encomenda X

Flexibilidade dos sistemas de serviços para atender necessidades especiais do cliente

X X

Page 54: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

54

(Conclusão)

Nível Indicadores Financeiro Não

financeiro

Estratégico

Nível de parceria comprador-fornecedor X

Tempo de liderança do fornecedor X

Nível de entrega livres de defeitos do fornecedor X

Prazo de entrega X

Desempenho de entrega X X

Tático

Precisão de técnicas de previsão X

Tempo do ciclo de desenvolvimento de produto X

Métodos de entrada dos pedidos X

Eficácia dos métodos de entrega da fatura X

Tempo do ciclo do pedido de compra X

Tempo de ciclo do processo planejado X

Eficácia do programa mestre de produção X

Assistência do fornecedor na solução de problemas técnicos

X

Tático

Capacidade do fornecedor para responder a problemas de qualidade

X

Iniciativas de redução de custos com fornecedor X

Reserva do fornecedor em procedimentos X X

Confiabilidade de entrega X

Capacidade de resposta às entregas urgentes X X

Eficácia do cronograma de planejamento de distribuição X

Operacional

Custo operacional por hora de operação X

Custo de carregamento de informações X X

A utilização da capacidade X

Inventário total como: ± Nível de estoque de entrada ± Trabalhos em progresso Nível scrap ± ± Os produtos acabados em trânsito

X

Taxa de rejeição do fornecedor X X

Qualidade da documentação de entrega X

Eficiência do tempo de ciclo de ordem de compra X

Frequência de entrega X

Confiabilidade do driver para o desempenho X

Qualidade dos bens entregues X

Realização de entregas livres de defeitos X

Fonte: Baseado em Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu (2001, p. 83).

Page 55: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

55

2.4.4. Modelo SCOR

O Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP), propôs o

modelo SCOR (Supply Chain Operations Reference Models) em 2002, figura 9, para

medir e avaliar uma cadeia de suprimentos, onde apresenta indicadores para cinco

processos: planejamento, aquisição, fabricação, entrega e retorno, e procura definir

um padrão comum de linguagem entre as empresas de uma cadeia de suprimentos

(VAY, 2011).

Desempenho da maioria dos processos é medido a partir de 5 perspectivas:

confiabilidade, responsabilidade, flexibilidade, custo e ativos. Como o modelo mede a

cadeia do fornecedor ao cliente alinhada com a estratégia operacional, material, fluxos

de trabalho e informação (AGAMI; SALEH; RASMY, 2012). Para fazer a medição, os

processos devem ser mapeados e detalhados até o nível de atividades, definindo-se

indicadores de desempenho relativos aos clientes (externo) e à empresa (internos)

(VAY,2011).

Figura 9: Modelo SCOR

Fonte: CSCMP (2005, apud Vay, 2011, p. 45).

Os cinco processos de negócios do modelo SCOR, são definidos da seguinte

forma: (CAMARGO; ZANANDREA; PACHECO; MALAFAIA; MOTTA, 2013).

a) Plano: os processos que visam equilibrar a capacidade de recursos com a

demanda (Ex: medição de desempenho, a gestão de inventário, ativos e transporte);

b) Fonte: fornece os materiais para produzir nas modalidades: MTS (Make-to-

stock), MTO (Make-to-Order), ETO (Engineering-to-order), (Ex: seleção de

fornecedores, entrega, recibo de pagamento de produtos e autorização);

Page 56: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

56

c) Fazer: refere-se a programação interna da produção de curto prazo na

empresa dada a demanda atual e o planejado (Ex: recebimento de bens, fabricação e

testes de produtos, embalagem, armazenagem e expedição de produtos acabados);

d) Entregar: é o processo que inclui todas as informações necessárias da

empresa de produção para o consumidor final;

e) Retorno: é o processo referente a cadeia suprimentos reversa (Ex: políticas

de gestão para o retorno de bens, desempenho, medição, gestão de estoques e,

recolhimento dos dados).

2.4.5. Modelos de Christopher

A abordagem de medição do desempenho logístico baseado em custos e

benchmarking, desenvolvida por Christopher (2007) trabalha com um conjunto de

metas do serviço ao cliente que devem ser alcançadas através do sistema logístico,

dando enfoque na análise de custos e receitas, bem como na ideia de benchmarking,

em que deve ser realizada a medição interna e comparada com as melhores práticas

do mercado que a empresa atua. A figura 10 traz algumas medições típicas.

Figura 10: Algumas medições típicas para benchmarking do desempenho da cadeia de suprimentos

Fonte: Christopher (2007).

Além de apresentar um modelo para avaliação de desempenho logístico,

Christopher (2007) sugere uma abordagem especifica voltada para o controle e

avaliação de desempenho no serviço ao cliente, em que aborda os elementos de pré-

Page 57: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

57

transação, relacionados às políticas ou aos programas corporativos; de transação,

relacionados diretamente com no desempenho da função de distribuição física; e os

de pós-transação, geralmente relacionados ao suporte do produto em uso.

Chistopher (2007) indica este método para pesquisas que buscam identificar a

percepção do cliente sobre o serviço logístico, sugerindo algumas medidas,

discriminadas no quadro 12.

Quadro 12: Aspectos sob os quais o desempenho no serviço ao cliente pode ser avaliado e as variáveis envolvidas

Fases de transação com o cliente Indicadores de desempenho

Elementos da pré-transação Disponibilidade de estoque;

Metas para a data de entrega

Tempo de resposta às perguntas

Elementos da transação

Índice de atendimento dos pedidos

Entrega no prazo

Pedidos em atraso

Atrasos na remessa

Substituições de produto

Elementos da pós-transação

Índices de conserto de primeira chamada

Queixas do cliente

Devoluções/ reclamações

Erros na fatura

Disponibilidade de peças de reposição

Fonte: Elaboração própria, baseado em Christopher (2007, p. 76).

Christopher (2007) também indica a utilização do Balanced Scorecard (BSC)

para avaliação de desempenho logístico. O autor faz uma adaptação do BSC ao

gerenciamento da estratégia logística e da cadeia de suprimentos, demonstrada na

figura 11, em que propõe medir a qualidade do serviço, o tempo de processamento, o

custo, e o relacionamento dos clientes.

Figura 11: Criando um scorecard logístico

Fonte: Christopher (2007, p. 283).

Page 58: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

58

2.4.6. Modelo de Chia, Goh e Hum

Chia, Goh e Hum (2009), realizaram um estudo utilizando a abordagem BSC

estabelecida por Kaplan e Norton (1992), para examinar o que os executivos seniores

medem e como eles percebem o desempenho na sua cadeia de suprimentos,

encaixando essas medidas dentro das perspectivas do BSC, que são finanças,

processos internos de negócios, clientes e aprendizado e crescimento, representadas

na figura 12.

Figura 12: Balanced scorecard

Fonte: Baseado em Kaplan e Norton (1996, p. 54).

Ao final da pesquisa os autores concluíram que os indicadores de desempenho

da logística não-palpável, tais como a entrega no prazo, a satisfação do cliente e

redução de custo são percebidos como mais importantes, mas não são os indicadores

mais medidos. O foco maior ainda é em medidas financeiras tradicionais, como a

receita bruta, lucro, fiscal e redução de custos.

2.4.7. Modelo de Ambe e Badenhorst-Weiss

O autor propôs a adoção do BSC (Balanced Scorecard) como uma forma de

abordar a necessidade de um sistema de medição de desempenho da cadeia de

suprimentos dentro de organizações do setor público (AMBE; BADENHORST-WEISS,

2011).

Page 59: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

59

O autor fez uma adaptação da ferramenta e identificou como componentes do

BSC no setor público o cidadão atuando como cliente, finanças ou recursos,

processos internos e aprendizado e inovação.

2.4.8. Modelo de Vay

Vay (2011) desenvolveu o modelo conceitual de avaliação de desempenho

logístico sob a percepção do cliente, desenvolvido por um conjunto de cinquenta e

sete itens relacionados com a logística no serviço ao cliente, divididos dentro dos

atributos disponibilidade, qualidade de entrega, comunicação/ processamento de

pedidos e agilidade, disposto quadro 13.

Quadro 13: Itens da logística no serviço ao cliente (Continua)

Itens referentes ao atributo disponibilidade

1. Preenchimento (enchimento) dos pedidos solicitados (pedidos são fechados por completo, ou seja, na quantidade solicitada)

2. Disponibilidade dos produtos solicitados (itens solicitados estão sempre disponíveis)

3. Pendências de pedidos (ações do fornecedor, tempo de espera)

4. Pedido mínimo (condições, tamanho mínimo para o fornecedor aceitar um pedido)

5. Níveis de estoques do fornecedor para o atendimento de pedidos

6. Disponibilidade de um pedido único para entregas em datas programadas

Itens referentes ao atributo qualidade da entrega

7. Remessa dos produtos/mercadorias (embalagens) livre de danos no transporte

8. Frequência das entregas (habilidade do fornecedor para consolidar encomendas)

9. Embalagens (aspectos referentes à identificação/etiquetagem dos produtos)

10. Embalagens (aspectos sobre a qualidade, ou seja, durabilidade, proteção, e integridade das embalagens)

11. Agilidade e rapidez do transporte

12. Segurança do transporte

13. Confiabilidade e credibilidade do transporte (pontualidade, regularidade)

14. Tempo em trânsito dos produtos

15. Modal de transporte utilizado

16. Cordialidade e presteza na entrega

17. Cooperação do motorista e dos auxiliares na entrega

18. Quantidade dos produtos entregues (produtos são sempre entregues de acordo com a nota fiscal)

19. Ações sobre reclamações e queixas relacionadas com o transporte e as condições de serviço

Itens referentes ao atributo comunicação/processamento dos pedidos

20. Exatidão no preenchimento (entrada) dos pedidos (pedidos processados corretamente)

21. Conveniência na encomenda (Burocracia, facilidade, eficiência, rapidez e simplicidade necessárias para exigências legais na formalização de um pedido)

22. Tratamento nas reclamações devido a excessos, faltas ou erros no envio de produtos

23. Correção de pedidos (rapidez, facilidade, praticidade)

24. Entrada de pedidos (eficiência do sistema de processamento do pedido)

25. Informações antecipadas sobre atrasos e cancelamentos de pedidos

26. Fornecimento de informações sobre disponibilidade dos produtos no momento da colocação do pedido

27. Atendimento nos pedidos (cordialidade, presteza, facilidade etc.)

28. Status do pedido (disponibilidade de informações sobre a situação do pedido após a sua realização)

Page 60: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

60

(Conclusão) Itens referentes ao atributo agilidade

29. Comunicação sobre mudanças nas políticas comerciais da empresa

30. Faturamento e documentação (Precisão, exatidão, confiabilidade e competência)

31. Correção de erros no faturamento (rapidez, facilidade e praticidade)

32. Sistema de comunicação para consulta dos pedidos (eficiência, rapidez e praticidade na consulta de pedidos, visibilidade do pedido, situação do pedido)

33. Confiabilidade do processamento do pedido (o pedido é processado sempre sem problemas, correto)

34. Confirmação do pedido (tempo, rapidez)

35. Qualidade do atendimento (pedido facilitado, cordialidade, presteza etc.)

36. (Sistema de atendimento a solicitações de informações diversas sobre produtos/mercadorias

37. Informações antecipadas sobre previsões de variações nos preços dos produtos

38. Telefone 0800 gratuito para realização de pedidos

39. Telefone 0800 gratuito para questões técnicas, reclamações ou reparos

40. Atendimento a pedidos de emergência de forma rápida e responsiva

41. Alterações de pedidos (agilidade, esforço, habilidade e capacidade da empresa para atender mudanças nos pedidos)

42. Alterações de datas (agilidade e capacidade de atender ajustes solicitados na data da entrega)

43. Capacidade de ajustar as quantidades às variações na demanda

44. Atendimento e ações nas reclamações

45. Capacidade de dar respostas às exigências dos clientes

46. Logística reversa (rapidez e agilidade na devolução de produtos danificados ou com problemas)

47. Habilidade e capacidade da empresa para atender às solicitações (condições especiais de entregas, mudanças de embalagens, etc.)

48. Substituição de produtos (mercadorias) com problemas (agilidade, flexibilidade e rapidez)

49. Tempo de processamento do pedido (tempo que o fornecedor leva para acolher o pedido, receber o pedido)

50. Ciclo do pedido (Tempo total do ciclo do pedido, ou seja, desde a colocação do pedido até a entrega)

51. Tempo médio decorrido em cada atividade envolvida no ciclo do pedido

52. Consistência do prazo de entrega (capacidade de cumprir a entrega na data prometida)

53. Consistência no ciclo do pedido (coerência, coesão, harmonia e regularidade no ciclo do pedido)

54. Extensão do ciclo do pedido prometido (tempo prometido entre a execução do pedido e a entrega)

55. Tempo de espera para recebimento de pendências

56. Absorção de custos de frete e movimentação pelo fornecedor no retorno de produtos defeituosos ou errados

57. Capacidade do fornecedor de trabalhar com sua empresa na melhoria dos processos (fluxo de trabalho)

Fonte: Vay (2011, p.157).

Usando a estrutura das quatro perspectivas do Balanced scorecard (BSC), o

modelo foi desenvolvido incorporando quinze medidas de desempenho genéricas

para uma discussão detalhada das mesmas, sendo representado graficamente pela

figura 13.

Page 61: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

61

Figura 13: Modelo conceitual de Vay

Fonte: Vay (2011, p. 164).

2.4.9. Modelo de Deshpande

Deshpande (2012) desenvolveu o quadro global para as ligações entre as

dimensões do SCM (Supply Chain Management), desempenho do SCM e

desempenho organizacional. Inicialmente o autor identificou três importantes

dimensões de gestão da cadeia de suprimentos: relacionamentos de longo prazo,

engenharia simultânea e compras estratégicas. Em seguida identificou as três

principais medidas de desempenho da gestão da cadeia de suprimentos: flexibilidade

de entrega da cadeia de suprimentos, custo de inventário, e capacidade de resposta

ao cliente. Por fim, foram identificadas as medidas de desempenho organizacional:

desempenho financeiro e de mercado e a satisfação do cliente.

A partir do levantamento e identificação das dimensões e medidas de

desempenho da gestão da cadeia de suprimentos, e medidas de desempenho

organizacional, o autor desenvolveu um quadro integrado, figura 14, que fornece aos

gerentes uma visão global das medidas e suas inter-relações.

Page 62: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

62

Figura 14: Quadro global para as ligações entre as dimensões de SCM, desempenho SCM e desempenho organizacional

Fonte: Baseado em Deshpande (2012, p. 5).

2.4.10. Análise comparativa dos modelos - medidas de desempenho para

avaliação da cadeia de suprimentos

É possível observar que os indicadores de desempenho logístico variam de

empresa para empresa e que tendem a ser definidos a partir dos fatores considerados

como críticos para aquela organização ou cadeia. Entende-se que isso seja

admissível, contudo, vê-se a importância de direcionar esforços de pesquisa no

sentido de identificar indicadores que podem ser considerados comuns ou básicos em

sistemas de avaliação de desempenho logístico (BUSANELO, 2011).

Neste sentido é que, para encontrar as melhores métricas e medidas de

desempenho para realização deste estudo, se elaborou o quadro 14, comparando

todos os modelos de avaliação de desempenho discriminados neste capítulo, para

identificar as variáveis/ métricas mais utilizadas na avaliação de desempenho da

cadeia de suprimentos pelos estudos já realizados e citados neste trabalho.

Page 63: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

63

Quadro 14: Quadro comparativo: variáveis para avaliação de desempenho da cadeia de suprimentos abordadas na literatura

Autores Modelo

Cu

sto

Fle

xib

ilid

ad

e

En

treg

a

Pro

cess

am

en

to

de p

ed

ido

s

Dis

po

nib

ilid

ad

e

Serv

iço

ao

cli

en

te

Reto

rno

Pro

cesso

s

Melh

ori

a

Stewart (1995) Métricas para um elevado desempenho da cadeia de

fornecimento X X X X X

Beamon (1999) Sistema de mensuração da cadeia

de suprimentos X X X X

Gunasekaran, Patel e Tirtiroglu

(2001)

Quadro de métricas para a avaliação de desempenho de uma

cadeia de suprimentos X X X X X

CSCMP (2002) Modelo Scor X X X X X X X

Christopher (2007)

Abordagem de medição do desempenho logístico baseado em

custos e benchmarking X X X X X X X

Christopher (2007)

Medidas de serviço ao cliente X X X X X

Christopher (2007)

Balanced scorecard

X X X X X

Chia, Goh e Hum (2009)

X X X X X

Ambe e Badenhorst-Weiss (2011)

X X X X X

Vay (2011) Modelo conceitual de avaliação de

desempenho logístico X X X X X X X

Deshpande (2012)

Quadro global para as ligações entre as dimensões de SCM,

desempenho SCM e desempenho organizacional

X X X X X X

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando o quadro 14 pode-se identificar que as métricas mais usadas para

avaliação de desempenho de uma cadeia de suprimentos/ abastecimento são o

processamento de pedido, serviço ao cliente, entrega e custo, utilizadas por oito dos

nove autores estudados, seguidas da medida disponibilidade, trabalhada por seis

autores, seguida das métricas flexibilidade, processos e melhoria, sendo a métrica

menos utilizada o retorno.

As medidas que serão utilizadas para fazer a avaliação de desempenho do

processo de compras públicas foram selecionadas dos modelos de avaliação

apresentados neste capítulo, onde todas variáveis discriminadas no quadro 14 com

exceção da variável flexibilidade comporão o modelo.

Page 64: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

64

A razão da não utilização da flexibilidade como variável para compor o modelo

de avaliação se dá em função das compras públicas no Brasil ser regida por leis e

decretos, o que enrijece o processo, não dando flexibilidade para quem opera, e para

os órgãos e empresas da administração pública, que não possuem autonomia para

tomada de decisão fora o regimento legal.

Como os modelos estudados não são específicos para avaliação de

desempenho do processo de compras públicas, por não ter encontrado na literatura

um instrumento pronto para este fim, será desenvolvido o próprio instrumento a partir

das variáveis definidas, que são: custo, entrega, processamento de pedidos,

disponibilidade, serviço ao cliente, processos e melhoria.

Existem oportunidades de melhoria para as compras públicas relacionadas com

as modalidades de licitação, processo de compra e o sistema de informação de apoio

às aquisições, mais essas oportunidades só podem ser percebidas e implantadas uma

vez que é conhecido a situação atual do processo, para tanto, o mapeamento e

medição de desempenho do processo de compras é de fundamental importância

(STEWART,1995).

Kiage (2013) afirma que padrões de desempenho quando adotados podem

fornecer aos decisores do departamento de compras informações imparciais e

objetivas sobre o desempenho da função de aquisição.

Page 65: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

65

3. METODOLOGIA

Nesse capítulo será apresentado o método utilizado para o desenvolvimento

da pesquisa, visando o atendimento dos objetivos propostos. Na primeira parte se

realizará o delineamento da pesquisa, definindo-se a abordagem utilizada. Na

segunda parte será realizado a apresentação da empresa em estudo. Por fim, serão

apresentados o método e as técnicas de coleta de dados, o procedimento utilizado

para a análise dos dados e o alinhamento dos objetivos propostos com as técnicas

selecionadas.

3.1. Delineamento da Pesquisa

A proposta desta pesquisa é analisar o desempenho do processo de compras

de uma empresa pública de pesquisa e identificar oportunidades de melhoria no

processo. Para o atendimento dessa proposta optou-se por uma abordagem mista,

utilizando-se de métodos quantitativos e qualitativos.

Para Creswell e Clark (2013), os problemas de pesquisa adequados aos

métodos mistos são aqueles em que uma fonte de dados pode ser insuficiente, e os

resultados precisam ser explicados, sendo necessário a utilização de um segundo

método para melhorar o método primário.

Quanto a sua natureza, é considerada uma pesquisa aplicada, pois objetiva

gerar conhecimento para aplicação prática, dirigidos a solução de problemas

específicos e envolve interesses locais (GERHARDT E SILVEIRA, 2009), que nessa

pesquisa se dá através da análise do desempenho e proposição de melhorias para o

processo de compras públicas da empresa estudo.

O estudo também pode ser classificado como uma pesquisa descritiva,

porque tenta descrever o processo estudado, observando, registrando e analisando

os dados para compreender o fenômeno em estudo, que é o desempenho do processo

de compras pública. Investigações descritivas estão direcionadas a determinar como

são e como se manifestam as variáveis (ALVARENGA, 2012).

Como estratégia de pesquisa optou-se pelo estudo de caso único, pois a

pesquisa será realizada em uma única organização, sendo o questionário aplicado em

duas unidades desta empresa.

Page 66: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

66

3.2. Escolha da instituição para o caso

A pesquisa foi realizada em uma empresa pública de pesquisa. Sua escolha se

deu em função do tipo de questão de pesquisa proposto, que é: como analisar o

desempenho do processo de compras em empresa pública de pesquisa?

A empresa pública escolhida, entrega como produto para a sociedade,

tecnologias e inovações, tendo a área de compras púbica papel fundamental no

resultado desse processo, sendo essa uma das razões da sua escolha. Para esta

empresa o processo de compras tem um papel semelhante ao que tem para uma

indústria, ou seja, sem o suprimento de materiais e serviços, a organização não

consegue desenvolver seus produtos e entrega-lo a sociedade.

Outro fator que foi considerado para a escolha da empresa, foi o fato do autor

desta pesquisa fazer parte do seu quadro de empregados, tendo assim livre acesso a

toda documentação necessária para a realização da pesquisa.

A organização estudada tem mais de 40 anos de história, ajudando a

desenvolver a sua área de atuação, com foco na geração de conhecimento e

tecnologia. Para isso ela possui diversas unidades espalhadas pelo país, com

autonomia administrativa, patrimonial, financeira. É bastante conhecida no mercado

nacional e internacional no desenvolvimento de inovações para o setor que atua, e

tem importância estratégica para o governo.

Por meio de suas unidades, a empresa presta hoje cerca de 520 serviços à

sociedade brasileira, classificados em sete categorias:

Análise ou levantamento;

Consultoria;

Mapeamento ou zoneamento;

Monitoramento;

Serviço Web;

Sistema de Produção;

Treinamento ou capacitação;

A organização pública objeto desse estudo atua na área pesquisa,

desenvolvimento e inovação voltada a prover novos conhecimentos, traduzido em

produtos, processos e serviços para o setor que atua, em atendimento às demandas

produtivas e tecnológicas da população ou público a que se destinam. São novos

conhecimentos compartilhados por meio de artigos científicos, livros, periódicos

Page 67: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

67

técnicos, cursos, palestras, entre outros.

A empresa trabalha com dezenas de cadeias produtivas em projetos de

pesquisa, desenvolvimento e inovação, gerando benefícios não apenas econômicos,

mas de cunho social e ambiental para toda sociedade brasileira. A programação dos

projetos de pesquisa está organizada em temas estratégicos, e a gestão é realizada

com sistemas de informações gerenciais e instrumentos de apoio gerencial.

Tamanha a sua importância estratégica para o governo, que a empresa também

gera informações que contribuem para formulação e aprimoramento de políticas

públicas em áreas relacionadas a sua missão.

Os recursos para execução das atividades da empresa, que em boa parte são

designados para aquisição de materiais e contratação de serviços necessários aos

experimentos de pesquisa, são provenientes de convênios nacionais e internacionais;

ajustes ou contratos de prestação de serviços; dotações consignadas no Orçamento

Geral da União; créditos abertos em seu favor; os recursos de capital, inclusive os

resultantes da conversão, em espécie, de bens e direitos; renda de bens patrimoniais;

recursos de operações de crédito, decorrentes de empréstimos e financiamentos

obtidos; doações que lhe forem feitas; receitas operacionais, da exploração

de royalties e de direitos autorais e intelectuais; e outras modalidades de receita,

inclusive as decorrentes de comercialização de tecnologias, e produtos derivados de

pesquisa.

3.3. Técnicas de coleta de dados

Como uma pesquisa de método misto, aplicada, descritiva, e estudo de caso,

definiu-se como técnica de coleta de dados as seguintes: análise documental;

pesquisa bibliográfica; aplicação de um questionário desenvolvido pelo próprio autor,

elaborado a partir variáveis de avaliação de desempenho da cadeia de suprimentos

resumidas no quadro 14, e da literatura sobre compras públicas desenvolvida no

tópico 2.3; realização de entrevista com o supervisor do setor de patrimônio e

suprimentos da Unidade II e relato da própria autora sobre o processo de compras na

Unidade I.

A realização da entrevista e relato da própria experiência, foram inseridos nessa

pesquisa, após a análise dos dados do questionário, pois sentiu-se a necessidade de

utilizar-se de métodos de pesquisa qualitativo para proporcionar um entendimento

melhorado da pesquisa documental e quantitativa.

Page 68: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

68

Creswell e Clark (2013) afirmam que um dos motivos para realização de uma

pesquisa de método misto, é quando as fontes de dados são insuficientes, e sente-se

a necessidade da combinação de dados quantitativos e qualitativos para proporcionar

um entendimento mais completo do problema, pois os métodos qualitativos

proporcionam a compreensão detalhada de um problema e os quantitativos uma

percepção geral.

Para o alcance do objetivo dessa pesquisa, que é avaliar do desempenho do

processo de compras de uma empresa pública de pesquisa, definiu-se como primeiro

passo, a descrição do processo de compras públicas atualmente realizado pela

empresa, e para tal fim, foi utilizado como técnicas de coleta de dados a análise

documental das normas da empresa em conjunto com a legislação vigente para

processo, relato da própria experiência e entrevista com o supervisor do setor de

patrimônio e suprimentos da unidade II.

Em seguida tem-se como segundo objetivo específico avaliar o desempenho

do processo de compras de uma empresa pública de pesquisa de acordo com os

clientes e operadores do processo, e para o alcance deste objetivo, a técnica de coleta

de dados utilizada foi a aplicação de um questionário elaborado pela própria autora,

para extrair a percepção dos clientes e dos compradores sobre o desempenho do

mesmo.

O questionário foi elaborado a partir da análise do quadro 14, onde constatou-

se que o desempenho do processo de compras públicas, como componente da cadeia

de suprimentos pode ser medido levando em conta sete atributos (variáveis):

processamento de pedido, serviço ao cliente, entrega, custos, disponibilidade,

processos e retorno.

A variável flexibilidade, utilizada como uma das medidas de avaliação de

desempenho da cadeia de suprimentos, não será utilizado na avaliação do processo

de compras públicas, porque somente é permitido as empresas/ entidades/ órgãos

públicos a realização do processo em conformidade com o estabelecido na legislação.

Alexandre e Coluci (2011) afirmam que para construir a variedade de itens, o

pesquisador deve inicialmente definir o constructo de interesse e suas dimensões por

meio de pesquisa bibliográfica consultando estudiosos da área e representantes da

população de interesse, definindo que esse estágio de desenvolvimento de

instrumentos deve englobar três fases: identificação dos domínios, a formação dos

itens e a construção do instrumento.

Page 69: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

69

É nesse sentido, que para o melhor entendimento das variáveis medidas, foi

elaborado o quadro 15 com as definições constitutivas dos atributos de desempenho

do processo de compras públicas.

Quadro 15: Definição das variáveis de avaliação de desempenho do processo de compras públicas

Variável Definição

Custos

Capacidade da área de compras em adquirir os materiais e contratar seus serviços com qualidade, pelo menor preço (LACERDA, 2012).

Processamento

de pedido

Capacidade da área de compras em processar os pedidos de forma eficiente, livre de erros tanto de entrada como de saída, no tempo adequado, com qualidade no atendimento, nas alterações e nas reclamações, fornecendo informações precisas sobre a situação do pedido (VAY, 2011).

Serviço ao cliente

Capacidade da área de compras de responder a necessidade do cliente envolvendo o tempo de entrega, o tempo de colocação da ordem e atendimento (DESHPANDE, 2012).

Disponibilidade

Capacidade da área de compras em atender aos pedidos dos clientes por completo. Isso requer níveis de estoques, produtos disponíveis no momento necessário, condições mínimas para formulação de pedidos pelos clientes e ação no caso de pendências (VAY, 2011).

Entrega

Capacidade de a área de compras entregar os produtos aos clientes internos, incluindo a entrega na data solicitada/ data prometida e quantidade certa (STEWART, 1995).

Processos

Capacidade que a área de compras tem em atender os pedidos na qualidade certa, quantidade certa e no tempo adequado e selecionando os melhores fornecedores (APOSTOLOVA; KROON; RICHTER; ZIMMER, 2015), realizando o seu processo em conformidade com a legislação vigente.

Retorno

Capacidade de a área de compras ter ação sobre as reclamações e responsividade sobre os problemas com os produtos e a entrega (EMERSON; GRIM, 1996, apud VAY, 2011), através da identificação bons e maus fornecedores e ação na solução de problemas quando houver, como atraso na entrega, entrega de produtos fora da especificação, dentre outros.

Fonte: Elaboração própria.

Definido as variáveis, já que não se encontrou nas bases de dados nacionais e

internacionais estudos e pesquisas com um instrumento o pré-elaborado a ser

utilizado para avaliar o processo de compras de uma empresa pública, foi elaborado

pela própria autora as perguntas utilizadas no questionário.

Para a construção das questões do instrumento, a autora baseou-se nos

tópicos 2.3, referente a avaliação de desempenho da cadeia de suprimentos e 2.4,

referente ao processo de compras públicas, analisando a bibliografia usando a sua

experiência, como executora do processo.

Concluído a elaboração das perguntas, foi realizado um pré-teste do

questionário com o objetivo de verificar o entendimento das questões pelos

respondentes, solicitando uma análise crítica do instrumento. Foram escolhidas três

pessoas na empresa com um perfil apurado de análise, sendo um representante de

cada grupo de cargo, um pesquisador, que em sua grande maioria possuem nível de

Page 70: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

70

escolaridade de doutorado; um analista, cuja escolaridade é de nível superior; e um

técnico, que é um cargo de nível fundamental e médio. Após a realização do pré-teste,

a partir da análise das sugestões dos respondentes, foi realizado ajustes no

questionário, chegando-se as perguntas discriminadas no quadro 16.

O Pré-teste tem como objetivo refinar o instrumento, visando garantir que ele

realmente irá medir aquilo que se propõe. Na análise deve-se considerar se todas as

questões foram respondidas corretamente, se as respostas não indicam dificuldade

quanto ao entendimento da questão e a forma de preenchimento do questionário

(FREITAS; OLIVERA; SACCOL; MASACAROLA, 2000).

Quadro 16: Instrumento de avaliação do desempenho do processo de compras públicas (Continua)

Desempenho do processo de compras públicas

Variáveis Autor Questionamentos

Custo

Stewart (1995); Beamon (1999); Gunasekaran,

Patel e Tirtiroglu (2001);

CSCMP (2002); Christopher

(2007); Deshpande

(2012).

1. Como você avalia a observação do critério de menor preço na aquisição de produtos e serviços pela área de compras? (Você considera que o critério menor preço é observado no ato da licitação, e permite a aquisição de produtos com qualidade, conforme especificação do pedido)

2. Como você avalia a pesquisa de preço prévia feita antes da realização das licitações? (Ela é realizada para garantir um preço de referência condizente com a realidade de mercado)

3. Como você avalia a economia de preços dos materiais/ serviços contratados através do processo licitatório? (Você considera que os materiais/serviços contratados por meio de processos licitatórios possuem preços competitivos de acordo com a realidade de mercado)

Processamento de pedido

Stewart (1995); Gunasekaran,

Patel e Tirtiroglu (2001);

CSCMP (2002); Christopher

(2007); Chia, Goh e Hum

(2009); Vay (2011); Deshpande

(2012).

4. Como você se auto avalia em relação ao preenchimento das solicitações de compra? (Você realiza a descrição adequada dos produtos, para que a aquisição atenda às suas necessidades)

5. Como você avalia a eficiência do sistema de processamento de pedidos da empresa? (A empresa trabalha a entrada e processamento dos pedidos no setor de compras utilizando sistema de informação, ou o processo é feito através de e-mail ou papel)

6. Como você avalia a cordialidade, presteza e facilidade da área de compras no atendimento dos pedidos, considerando o respeito aos princípios legais? (A área de compras atende com cordialidade, presteza e facilidade mesmo respeitando as leis de licitação que regem o processo de compras públicas)

7. Como você avalia a disponibilidade de informações sobre o status do pedido antes, durante e após a realização da compra? (A área de compras informa o status do seu pedido a cada passo que realiza para aquisição do mesmo)

8. Como você avalia o processo de aquisição na empresa, os produtos/serviços solicitados são adquiridos corretamente? (As especificações dos produtos/serviços adquiridos estão em conformidade com o solicitado)

Page 71: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

71

(Continuação)

Desempenho do processo de compras públicas

Variáveis Autor Questionamentos

Processamento

de pedido

Stewart (1995); Gunasekaran,

Patel e Tirtiroglu (2001);

CSCMP (2002); Christopher

(2007); Chia, Goh e Hum

(2009); Vay (2011); Deshpande

(2012).

9. Como você avalia o envio da OCS (Ordem de compra ou serviço) ou contrato pela área de compras ao solicitante, como maneira de informar que seu produto/serviço foi adquirido? (Você recebe a OCS/contrato do produto/serviço solicitado e considera o recebimento desse documento relevante)

10. Como você avalia a sua participação na avaliação das propostas durante o processo licitatório? (Você é consultado para avaliar as propostas dos fornecedores durante o processo licitatório e considera essa participação relevante)

11. Como você avalia o tempo total do ciclo do pedido, ou seja, desde a colocação do pedido até a entrega? (Você considera o tempo que leva entre a colocação do seu pedido até o recebimento do produto/serviço solicitado adequado para atender as necessidades do seu projeto ou da sua área)

Serviço ao cliente

Beamon (1999); Gunasekaran,

Patel e Tirtiroglu (2001);

CSCMP (2002); Christopher

(2007); Chia, Goh e Hum (2009) Vay (2011); Deshpande

(2012).

12. Como você avalia o acompanhamento das aquisições/ contratações pela área de compras? (A área de compras realiza o acompanhamento dos produtos/ serviços adquiridos até a sua entrega total)

13. Como você se auto avalia em relação ao acompanhamento das suas solicitações de compras? (Você tem o hábito de acompanhar as suas solicitações, consultando a área de compras para saber se o produto/ serviço solicitado foi licitado, contratado e entregue)

14. Como você avalia o tempo de resposta da área de compras às perguntas referente a situação dos pedidos? (Eles respondem prontamente com as informações necessárias para o seu acompanhamento, como: foi licitado, contratado ou entregue)

15. Como você avalia a agilidade, flexibilidade e rapidez dos fornecedores na substituição de produtos (mercadorias) com problemas?

16. Como você avalia a qualidade dos produtos/ serviços adquiridos através do processo de compras públicas? (Os produtos/ serviços adquiridos atende as especificações do seu pedido com a qualidade esperada)

Disponibilidade

Stewart (1995); Beamon (1999); Gunasekaran,

Patel e Tirtiroglu (2001);

CSCMP (2002); Christopher

(2007); Vay (2011).

17. Como você avalia a disponibilidade de informações sobre os produtos em estoque no ato da solicitação? (Você tem acesso as informações do estoque da empresa para que você possa analisar a necessidade de compra antes da colocação do pedido)

18. Como você avalia os recursos de tecnologia da informação disponibilizados pelo Governo para o processo de aquisição? (Por exemplo: sistema interno de aquisição, portal comprasnet, dentre outros)

19. Como você avalia a entrega dos produtos/ serviços em relação a sua disponibilidade no momento certo? (Os produtos solicitados são recebidos por você no momento em que você necessita)

Page 72: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

72

(Conclusão)

Desempenho do processo de compras públicas

Variáveis Autor Questionamentos

Entrega

Stewart (1995); Gunasekaran,

Patel e Tirtiroglu (2001);

CSCMP (2002); Christopher

(2007); Chia, Goh e Hum (2009); Vay (2011); Deshpande

(2012).

20. Como você avalia a entrega dos produtos/ serviços em relação a quantidade recebida? (Os produtos/serviços são entregues na quantidade certa, de acordo com o solicitado)

21. Como você avalia a entrega dos produtos/ serviços em relação a cumprimento do prazo contratado? (Os produtos/ serviços são entregues dentro do prazo estabelecido no contrato/ Ordem de compra (OCS))

Processos

CSCMP (2002); Christopher

(2007); Deshpande

(2012).

22. Como você avalia a capacitação técnica dos compradores da sua empresa? (Os compradores possuem capacitação técnica suficiente para desempenhar as atividades de compras, prestar informações e esclarecer dúvidas quanto ao processo e a legislação que o rege)

23. Como você avalia a quadro de pessoal envolvido com o processo de compras da sua empresa? (Você considera que a quantidade de pessoal envolvida para realização das aquisições é adequada para o atendimento da necessidade da sua empresa)

24. Como você avalia o desempenho da Lei de Licitações vigente na aquisição de produtos com qualidade? (Você considera que as licitações e toda a burocracia por ela imposta apresentam um bom desempenho na contratação de produtos com qualidade)

25. Como você avalia o desempenho da Lei de Licitações vigente em relação ao prazo de atendimento dos pedidos? (Você considera que as licitações e toda a burocracia por ela imposta apresentam um bom desempenho no prazo de atendimento dos pedidos, para que os produtos estejam disponíveis na empresa no momento necessário)

26. Como você avalia o desempenho da Lei de Licitações vigente na seleção e contratação de bons fornecedores? (Você considera que as licitações e toda a burocracia por ela imposta apresentam um bom desempenho na seleção e contratação com bons fornecedores, que atendam no prazo, quantidade e qualidade desejada)

Retorno CSCMP (2002);

Vay (2011).

27. Como você avalia a atuação da área de compras na identificação de bons e maus fornecedores, seguindo o estabelecido em lei? (É realizada a avaliação do fornecedor antes e após a contratação, e tomada as devidas medidas para afastá-los das próximas licitações)

28. Como você avalia a atuação da área de compras em relação aos fornecedores que não cumprem as condições de contrato? (Eles são devidamente notificados e quando necessário penalizados como instruído por lei assim que ocorre a falha)

Melhoria do processo de compras públicas

Fonte: Elaboração própria.

Para aplicação do questionário de avaliação do desempenho do processo de

Page 73: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

73

compras públicas, foram escolhidos como população todos os funcionários das

unidades localizadas no Ceará de uma empresa pública de pesquisa. São duas

unidades, sendo uma localizada no interior do estado, com 160 funcionários, que será

denominada de unidade I, e outra na capital, que será chamada de unidade II, e possui

189 funcionários, totalizando 349 funcionários as duas unidades selecionadas.

Esta pesquisa poderia ser aplicada em qualquer empresa ou órgão público do

país, mais por questões de acesso a população, viabilidade da realização da pesquisa

e importância do processo de compras para a entrega dos resultados no negócio, é

que se escolheu uma empresa pública como caso.

A empresa pública escolhida, atua na área de pesquisa e possui unidades por

todo o país, tendo um quadro de 9.329 funcionários. Por se tratar de uma população

relativamente grande e dispersa, seria inviável a aplicação do questionário com toda

a população, muito menos em uma amostra da população, por esse motivo se

escolheu as 2 unidades localizadas no estado do Ceará.

Outro fator que contribuiu para esta escolha, foi a facilidade que a pesquisadora

tem em acessar as pessoas para o preenchimento do questionário, bem como o fato

dessas unidades estarem na mesma região do país, e possuírem as mesmas

peculiaridades, facilidades e dificuldades para a aquisição de seus bens e contratação

de serviços, como acesso a fornecedores, distância entre o fornecedor e a empresa,

tempo para o recebimento do produto, dentre outras.

O método de amostragem usado para a seleção da população estudada foi a

amostra não probabilística por conveniência, pois utilizou-se critérios de escolha

intencional, sistematicamente utilizados para determinar as unidades da população

que fazem parte da amostra, trabalhando com um grupo de indivíduos que estejam

disponíveis, de onde pode-se extrair informações relevantes, mais os dados não

podem ser generalizar (CARMO; FERREIRA, 2008).

O questionário desta pesquisa foi enviado a todos os funcionários das duas

unidades selecionadas que possuem e-mails ativos, totalizando 334 questionários

enviados, porém nem todos os colaboradores tem o hábito ou necessidade de solicitar

compra. Os ocupantes do cargo de pesquisador são os principais demandantes, em

função da disponibilidade recursos financeiros para os experimentos de pesquisa.

O cálculo amostral foi feito a partir da fórmula:

Page 74: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

74

Onde:

n - amostra calculada

N - população

Z - variável normal padronizada associada ao nível de confiança

p - verdadeira probabilidade do evento

e - erro amostral

Esta fórmula pode ser utilizada em pesquisa com amostragem aleatória simples

sobre variáveis categóricas. Onde serão obtidas amostras que não são modelos

reduzidos da população total, mais estratos em proporções diferentes da proporção

da população total (FREITAS; MOSCAROLA, 2002).

O questionário foi enviado de forma eletrônica através do Google Docs., para

facilitar o envio aos participantes da pesquisa, bem como a tabulação dos dados.

Para a avaliação de desempenho do processo de compras públicas, realizada

através do questionário elaborado pela autora, foi utilizada escala de 4 pontos, onde

(1) baixo desempenho, (2) baixo a médio desempenho, (3) médio a alto desempenho,

e (4) elevado desempenho. Nesta escala os respondentes se posicionam de acordo

com uma medida de concordância atribuída ao item e, de acordo com esta afirmação,

se infere a medida do construto (SILVA; COSTA, 2014).

A primeira fase de aplicação do questionário, foi realizada no período de 31 de

outubro a 2 de dezembro, obtendo-se 69 respostas ao questionário. Como a meta não

foi alcançada, o mesmo foi reenviado a população no período de 26 de janeiro a 10

de fevereiro através de e-mail e entregue a versão impressa aqueles que ainda não

haviam respondido, obtendo-se mais 24 questionários respondidos. Ao final dos dois

períodos obteve-se 93 questionários respondidos, superior ao cálculo amostral que foi

78.

Alcançou-se um percentual de 28% respondentes e 38% dos analistas e

pesquisadores responderam à pesquisa, sendo importante reforçar os mesmos

ocupantes destes cargos responderam 82% dos 93 questionários.

A adesão dos pesquisadores e analistas a pesquisa, deve-se principalmente ao

fato de serem os principais demandantes da área de compras, e pelo grau de

escolaridade, pois enquanto estes possuem nível superior e pós-graduação (mestrado

Page 75: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

75

e doutorado); a maioria dos técnicos e assistentes possuem nível médio e

fundamental.

Quando da análise dos dados do questionário, sentiu-se a necessidade de

explicar melhor o funcionamento do processo de compra das duas unidades em que

foi aplicado o questionário, em função da diferença da resposta dos respondentes das

Unidades I e II. Para este fim, foi realizada uma entrevista com o supervisor do setor

de patrimônio e suprimentos da Unidade II, e utilizado a experiência da autora na

unidade I, utilizando-se de roteiro semiestruturado, descrito no anexo II deste trabalho.

Os estudos quantitativos podem gerar explicações gerais para o

relacionamento entre as variáveis, mas fica faltando o entendimento mais detalhado

do que os testes estatísticos ou as dimensões do efeito significam. Os dados e

resultados qualitativos podem ajudar a gerar esse entendimento (CRESWELL;

CLARK, 2013).

A entrevista baseada em roteiro é caracterizada pela preparação desse roteiro

e por dar ao entrevistador flexibilidade para ordenar e formular as perguntas durante

a entrevista (GODOI; MELLO; SILVA, 2010).

O objetivo da entrevista e do relato da experiência da autora, levantar

informações como a estrutura da área de compras, a forma de planejamento das

aquisições, a relação entre a área e o cliente interno, a disponibilidade de informações

da área para o cliente interno e os recursos que a área tem disponível para apoiar a

execução do processo.

3.4. O alinhamento entre os objetivos e as técnicas de coletas de dados

O roteiro metodológico que será seguido nesta pesquisa para o alcance dos

seus objetivos está descrito na figura 15.

Page 76: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

76

Figura 15: Roteiro para o alcance dos objetivos e produtos da dissertação

Fonte: Elaboração própria.

Com relação ao primeiro objetivo específico, descrever o processo de compras

pública realizado na empresa, com suas etapas e marcos regulatórios, as técnicas

utilizadas foram: a análise documental das normas da empresa; pesquisa bibliográfica

das leis que regem este processo, fazendo uma relação da norma da empresa com a

figura 6 (fluxo do processo de compras através do processo licitatório); entrevista com

o supervisor do área de compras da Unidade II; e o relato da própria experiência como

supervisora do setor na Unidade I.

Para o alcance do segundo objetivo especifico, avaliar o desempenho do

processo de compras em uma empresa pública de pesquisa de acordo clientes

internos e operadores do processo, a técnica utilizada foi a aplicação do questionário,

elaborado pela autora, usando as variáveis de avaliação do desempenho da cadeia

de suprimentos, descritas no quadro 14, e a legislação do processo de compras

pública, do tópico 2.3. Os dados obtidos foram analisados através das medidas de

estatística descritiva e correlação de Pearson, em conjunto com o referencial teórico.

Page 77: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

77

Para Identificação dos desafios e possibilidades de melhoria do processo de

compras públicas, que é o terceiro objetivo específico, a partir da análise dos dados

do questionário, foi elaborado um quadro com os itens que apresentaram um baixo

desempenho, relacionando-os com os demais itens do questionário e as etapas do

processo.

Por fim, uma vez identificados os elementos do fluxo do processo que

necessitam ser melhorados para a alavancagem do desempenho, foi construído um

quadro elencando as propostas de melhorias para processo de compras da empresa

pública de pesquisa escolhida como caso desse estudo, sendo este o quarto e último

objetivo especifico dessa pesquisa.

3.5. Análise e tratamento dos dados

Após a coleta de dados, é o momento de realizar a análise das variáveis e seu

desempenho, utilizando-se da estatística para este fim.

A primeira análise realizada foi a confiabilidade da escala utilizada para avaliar

as variáveis que mensuraram o desempenho do processo de compras da empresa

pública de pesquisa, através do Alpha de Cronbach, cujo o resultado foi de 0,9.

O valor mínimo aceitável para o Alfa de Cronbach é de 0,70; abaixo desse valor

a consistência interna da escala utilizada é considerada baixa. Em contrapartida, o

valor máximo esperado é 0,90; acima deste valor, pode-se considerar que há

redundância ou duplicação, devendo-se eliminar os itens redundantes (ALMEIDA;

SANTOS; COSTA, 2010; PINTO; CHAVEZ, 2012; HEREDIA; SANCHEZ; VARGAS,

2012).

Em seguida foi realizada a análise do resultado de cada uma das variáveis,

utilizando-se de técnicas de estatística descritiva para identificar o grau de avaliação

dos respondentes, de forma genérica e estratificada. Outra análise realizada, foi o

nível de correlação entre os itens do questionário, e para este fim foi utilizada a

correlação de Pearson. Estatísticas descritivas e histogramas são boas formas de

obter um retrato instantâneo da distribuição dos dados. E a correlação de Pearson

examina se existe uma associação entre variáveis categóricas (FIELD, 2009).

Na análise da correlação de Pearson, o coeficiente de +1 indica que as duas

variáveis são perfeitamente correlacionadas de forma positiva, assim, enquanto uma

variável aumenta, a outra aumenta proporcionalmente. Inversamente, um coeficiente

de −1 indica um relacionamento negativo perfeito: se uma variável aumenta, a outra

Page 78: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

78

diminui por um valor proporcional. Um coeficiente 0 indica ausência de relacionamento

linear, isto é, se uma variável muda, a outra permanece praticamente igual. Como o

coeficiente de correlação é uma medida padronizada de um efeito observado, ele é

uma medida comumente usada do tamanho de efeito, e que valores de ± 0,1

representam um efeito pequeno, ± 0,3, um efeito médio e ± 0,5 ou mais, um efeito

grande (FIELD, 2009).

Os resultados foram analisados e apresentados através dos softwares SPSS,

Microsoft Office ®, programas Excel ® e Word ®, e a interpretação das informações

obtidas realizada em conjunto com as teorias apresentadas no capítulo 2 desta

pesquisa.

Após a análise dos dados quantitativos, identificou-se divergência na avaliação

entre as unidades que participaram da pesquisa, gerando a necessidade de obter

mais informações sobre o funcionamento do processo de compras nas 2 unidades,

pois o levantamento realizado através de análise documental, foi insuficiente para o

entendimento do processo. Para obtenção dessas informações optou-se pela

realização de entrevista com o supervisor da área de compras na Unidade II e relato

da própria experiência como supervisora da área na unidade I.

As informações da entrevista e o relato da própria experiência foram

acrescentadas no tópico 4.1 deste trabalho complementam as informações obtidas a

partir das normas e documentos da empresa, para descrever o processo de compras

da empresa pública de pesquisa objeto desse estudo, que será utilizado para apoiar

na análise dos resultados quantitativos.

Como uma pesquisa de método misto de projeto exploratório, o tipo de análise

de dados de método misto mais adequado é a análise de dados conectados para

explicar os resultados, cujo objetivo é através de uma análise sequencial vincular os

temas qualitativos aos resultados quantitativos para o propósito de explicação

(CRESWELL; CLARK, 2013).

Os passos da análise de dados conectados para explicar os resultados são:

coleta de dados quantitativo, análise dos dados quantitativos, planejamento dos

elementos qualitativos baseado nos resultados quantitativos, coleta de dados

qualitativos e análise dos dados qualitativos (CRESWELL; CLARK, 2013).

Page 79: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

79

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo foi elaborado a partir da análise das informações obtidas das

documentações da empresa; entrevista com o supervisor da área de compras da

Unidade II; da experiência da autora, que é compradora e supervisora do setor na

Unidade I; bem como dos resultados do questionário de avaliação de desempenho do

processo de compras públicas.

O tópico 4.1 descreve o processo de compras atual da empresa, a partir da

análise das normas da empresa em conjunto com a legislação que rege o processo,

entrevista com o supervisor da área de compras da Unidade II e a própria experiência

de compradora e supervisora da área na Unidade I.

No tópico 4.2 será apresentado e analisado o resultado da avaliação de

desempenho do processo de compras da empresa pública de pesquisa, aplicado com

os empregados das duas unidades do estado do Ceará.

E finalmente, no tópico 4.3 serão identificadas oportunidades e proposto

melhorias para o processo de compras da empresa pública de pesquisa escolhida, a

partir da análise conjunta dos tópicos 4.1 e 4.2.

4.1. Processo de compras em uma empresa pública de pesquisa

Considerando a crescente cobrança e preocupação com a questão de compras

no setor público, há uma exigência que os gestores planejem suas atividades com a

finalidade de satisfazer os seus clientes, ou seja, a sociedade, que contribui por meio

dos tributos com a prestação dos serviços pelo governo, com o mínimo possível de

recursos, otimizando o desempenho logístico (OLIVEIRA, 2015).

O processo de compras na empresa pública escolhida, atualmente é

regimentado pela Lei.8.666 (1993), e 10.520 (2002), bem como por sua norma interna

que é estabelecida pelo departamento de compras e suprimentos da empresa, que

gerencia os setores de compras de todas as unidades e escritórios.

Até junho de 2018 a empresa terá que implantar a Lei 13.303 (2016), o que

inclui a alteração do seu estatuto e normas para implantação da nova legislação que

regulamenta o processo de compras públicas em empresas públicas e sociedade de

economia mista.

As normas internas foram criadas para orientar a aplicabilidade das leis que

regem este processo, bem como normatizar e padronizar o processo de compras na

Page 80: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

80

empresa, garantindo assim que todas as unidades tenham a mesma orientação na

realização das suas atividades e operacionalização do processo de compras. As

normas analisadas, falam: do processo licitatório, das autorizações para realização

das licitações, das documentações necessárias para se ter nos processos, e da

aplicação de sanções.

Essa orientação através de normas é extremamente importante também para

evitar interpretações diferentes da aplicabilidade das leis, bem como atuações

distintas das diferentes unidades na operacionalização de um mesmo processo.

Na empresa pública selecionada, não só para o processo de compras, como

todos os processos da empresa são normatizados, e possuem seus resultados

gerenciados pela sede através de softwares, reuniões e auditorias internas e externas,

pela necessidade de prestação de contas com a sociedade dos seus resultados.

No caso do processo de compras, já foi feito investimento em software

corporativo para o gerenciamento do processo, porém não se obteve êxito na

implantação, por consequência, as unidades gerenciam suas aquisições e seu

planejamento de compras através de softwares desenvolvidos internamente ou

adquiridos por cada uma delas, ou através de planilhas, tendo as unidades formas

distintas de trabalhar o planejamento de compras.

Na fase interna do processo de compras públicas, que envolve: requisição do

objeto, estimação de valor, autorização de despesa, designação da comissão de

licitação, elaboração das minutas de editais, e análise jurídica, as unidades trabalham

de forma distinta, em função da não disponibilidade de um sistema corporativo que as

auxiliem no planejamento de compras. Em relação as duas unidades em estudo,

ambas possuem um sistema informatizado para gestão de aquisição, desenvolvido

internamente por cada uma delas.

Sobre a gestão do processo de compras na unidade I, pode-se relatar, pela

própria experiência que, no ano de 2016, iniciou-se a implantação de um software

integrado para a gestão de orçamento, aquisição e almoxarifado, denominado

Imperium, permitindo o acesso de todos os empregados através da web. A sua

implantação está sendo realizada por etapas, cuja implantação deverá ser concluía

até final de 2017. O software já vem sendo utilizado desde 2016, com a implantação

da gestão de orçamento e solicitações de. No ano de 2017, já foi concluída a etapa

de gestão de processos e atas de registro de preço, faltando a implantação da gestão

de contratos/ OCS e almoxarifado.

Page 81: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

81

Na Unidade II, o supervisor da área de compras relatou que desde 2006 a

gestão das requisições de compras e de almoxarifado é feita através de sistema

informatizado. Porém, em 2014 a unidade iniciou no desenvolvimento de um novo

software para gerenciar todas as etapas do processo de compras e almoxarifado,

atuando de forma integrada com o sistema de gestão de orçamento e pessoal, pois o

atual não atende a todas essas funcionalidades. O software está na fase final de

desenvolvimento, devendo ser implantado até o final de 2017, através de etapa única,

devido a necessidade de transição entre os dois sistemas.

Em relação a disponibilidade de assessoria jurídica nas unidades para

realização da análise e parecer dos editais dos processos licitatórios e dos contratos

com os fornecedores, ambas as unidades possuem um assessor jurídico, porém o

assessor da Unidade I está lotado na Unidade II, o que faz com que ele não atenda

exclusivamente as demandas da Unidade a qual pertence.

Ainda sobre a fase interna do processo licitatório, o DPS (Departamento de

Patrimônio e Suprimentos) divulga um calendário anual para nortear o planejamento

de compras das unidades, determinado os prazos limites para conclusão dos editais,

operação das licitações, e empenho dos contratos, tendo em vista o prazo de

disponibilidade de recurso no ano em exercício.

As unidades por sua vez realizam o seu planejamento para o cumprimento

dos prazos instituídos e utilização dos recursos orçamentários. Nos últimos dois anos,

as unidades do Ceará têm estabelecido como prazo para recebimento das solicitações

de compras o primeiro semestre do ano, permitindo um melhor planejamento da área

para o atendimento da demanda.

Recebidas as solicitações de compras, a área vai iniciar elaboração dos termos

de referência para compor os editais de aquisição de material, e obter dos solicitantes

os termos de referência referente a contratação de serviços.

Sobre definição dos itens e quantidades a serem licitadas, o supervisor da

Unidade II relata que as solicitações de compra correspondem a 50% dos itens

licitados, e os outros 50% é vem planejamento das necessidades do almoxarifado,

que envia a demanda anual de estoque de material para a área de compras, que por

sua vez realiza as licitações utilizando-se do sistema de registro de preço, permitindo

entregas parceladas de material durante o ano. Na Unidade I, as licitações são

realizadas sob demanda, onde os solicitantes fazem o planejamento anual de seus

setores ou projetos e realizam as solicitações de compras.

Page 82: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

82

Com relação a elaboração das minutas de edital, termos de referência e sua

análise jurídica, são disponibilizados através da intranet minutas padrão, de acordo

com o tipo de objeto a ser contratado e a modalidade utilizada, devendo todas as

unidades utiliza-las na elaboração dos instrumentos convocatórios. Uma vez

elaborado a minuta do edital, as unidades deverão submeter a assessoria jurídica da

empresa para emissão de parecer, que tem um prazo de até 30 dias, porém há

unidades que conseguem mais agilidade pela disponibilidade de assessor jurídico

local, que é o caso das 2 unidades selecionadas.

Na fase externa do processo licitatório, que consiste a publicação do

instrumento convocatório, habilitação, julgamento e classificação das propostas,

homologação e adjudicação, todas as unidades trabalham com o Comprasnet (portal

de operação de compras do governo federal), e essas etapas e seus prazos estão

explícitos em Lei, ou seja, após a publicação do edital, segue-se o que ela determina

em relação a prazos e etapas.

Esses prazos podem variar a depender da elaboração do edital e da sessão

pública de licitação, podendo levar de 10 a 30 dias para se encerrar, em função de

impugnação ao edital, que pode provocar o adiamento da sessão; registro de intensão

de recurso, devendo se cumprir o prazo de apresentação de recurso e contrarrazão,

que são 5 dias úteis cada.

Encerrada a sessão pública da licitação e homologado os fornecedores

vencedores do processo, segue-se a fase de contratação, que é realizada

internamente, de acordo com o definido no instrumento convocatório (edital).

No caso da empresa pública objeto desta pesquisa, prioriza-se a realização de

licitação utilizando-se a modalidade pregão eletrônico através de Sistema de Registro

de Preço (SRP), tanto para aquisições corporativas quando para as aquisições nas

unidades descentralizadas.

No caso de licitação por Sistema de Registro de Preço (SRP), após o

encerramento do processo é elaborada e publicada a Ata de Registro de Preço,

registrando o preço licitado pelo período de 1 ano, e quando da disponibilidade de

recurso é realizada a contratação através de Ordem de Compra e Serviço.

No caso de licitação comum, as contratações precisam ser realizadas logo após

o encerramento do processo, que conforme estabelecido por lei, é de no mínimo 75%

do valor licitado, através de ordem de compra e serviço ou contrato.

Em ambas as unidades deste estudo o sistema informatizado que possuem não

Page 83: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

83

faz a emissão de ata de SRP, ordem de compra e serviço e contrato, tendo as

unidades que fazê-los usando o office Word e enviá-los aos fornecedores e

solicitantes através de e-mail e/ou correios.

Nas licitações por SRP, na Unidade I, contratações são realizadas quando o

solicitante sinaliza a necessidade de compra e disponibilidade de recurso, já na

Unidade II, utiliza-se a definição de estoque mínimo no almoxarifado para os itens em

estoque, e quando se chega nessa quantidade realiza-se a contratação, podendo

também acontecer contratação por indicação do solicitante.

Nas licitações comuns, em ambas as unidades, setor de patrimônio e

suprimentos emite as ordens de compra ou serviço, logo após o encerramento do

processo, seguindo por e-mail e/ou correios para o fornecedor e solicitante. No caso

de contrato, o processo é encaminhado para a área de contratos, que realiza todo o

trâmite necessário para sua formalização entre a unidade contratante, o contratado, a

assessoria jurídica e a sede da empresa.

O quadro 17, compara a equipe das duas unidades em estudo da empresa

pública de pesquisa, com a quantidade de pessoas responsável por cada função,

onde pode-se perceber que a unidade II possui um funcionário a menos no setor, e há

diferença na distribuição de funções entre as unidades.

Quadro 17: Equipe do setor de patrimônio e suprimentos das unidades em estudo de uma empresa pública de pesquisa

Função Unidade I Unidade II

Supervisor e comprador (pregoeiro) 1 1

Comprador (pregoeiro) 2 1

Comprador 0 1

Gestão de patrimônio 1 2

Gestão de almoxarifado 1 2

Gestão de informação do setor e comprador pregoeiro (organização e arquivamento de processos do setor)

1 0

Fonte: Elaboração própria.

O pregoeiro é o comprador, designado pela autoridade competente, que possui

capacitação profissional especifica para desenvolver essa atribuição (BRANDÃO,

2016), com a autorização junto ao SERPRO (Serviço Federal de Processamento de

Dados), para operar e registrar as informações de licitação no portal de compras do

governo federal através do site www.comprasgovernamentais.gov.br.

Com relação a utilização da Lei 13.303 (2016) nos processos licitatórios,

mesmo ela tendo impacto sobre o processo licitatório na empresa, e estar em vigor

desde junho de 2016, o decreto de nº 8.645 que a regulamenta, foi publicado apenas

Page 84: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

84

em 27 de dezembro de 2016, e muitas estatais, como é o caso da empresa em estudo,

estavam esperando a regulamentação da Lei, para alterar seus estatutos, planos,

normas e procedimentos e realizar os seus processos de compras a partir dos seus

preceitos.

As empresas públicas e sociedades de economia mista tem um prazo até junho

de 2018 para fazer as adequações de seus procedimentos internos e passar a utilizar

a Lei 13.303 (2016), e a empresa pública de pesquisa estudada, ainda não realizou o

ajuste de seus estatutos e normas.

Mesmo com a implantação da Lei 13.303 (2016), a depender da nova norma e

estatuto, o fluxo do processo pode permanecer o mesmo que acontece hoje, pois os

principais ganhos do marco legal são no tempo de realização do processo licitatório,

na forma de avaliação das propostas e maior flexibilidade nas aquisições por dispensa

de licitação.

A figura 16 retrata o fluxo do processo de compras da empresa pública de

pesquisa objeto desse trabalho, e foi elaborada usando como base a figura 7, e as

normas da empresa, representando o atual fluxo do processo de compras, sem a

utilização da Lei 13.303 (2016), por não está normatizada, e não está sendo utilizada

pela instituição na realização de suas compras até então.

Page 85: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

85

Figura 16: Fluxograma do processo de compras de uma empresa pública de pesquisa

Fonte: Elaboração própria.

Page 86: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

86

Analisando este fluxo do processo de compras da empresa pública de

pesquisa estudada, pela exigência de cumprimento da Lei, e das normas da empresa,

ele é um retrato do fluxo do processo de compras públicas estabelecido por lei, com

a inclusão de algumas etapas no processo para autorização de sua realização e

contratação.

É importante observar também que assim como as etapas do processo de

compras públicas da figura 6, o processo de compras da empresa segue claramente

as etapas básicas de um processo de compras estabelecidas por Viana (2009). Para

demonstrar essa relação, foi elaborado a figura 17 em que o fluxo do processo de

compras estabelecido pela empresa, foi dividido entre as etapas básicas do processo

de compras.

As etapas básicas do processo de compras estabelecidas por Viana (2009),

descreve o processo numa visão tradicional. Dentre os autores apresentados na

fundamentação, comparados no quadro 2, aquele que apresenta uma visão mais

completa do processo de compras, com uma abordagem mais moderna é Monczka,

Hand, Giunipero e Patterson (2014), que inclui a avaliação de desempenho do

fornecedor como etapa do processo de compras, além das já estabelecidas por Viana

(2009).

Page 87: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

87

Figura 17: Fluxo do processo de compras de uma empresa pública de pesquisa e as etapas básicas do processo de compras

Fonte: Elaboração própria.

Afim de promover o melhor entendimento do processo, e facilitar analises

posteriores, foi elaborado o quadro 18, para descrever como funciona cada etapa do

processo de compras da empresa pública de pesquisa em estudo, e esclarecer quem

são os responsáveis e o tempo médio necessário para execução, usando a própria

experiência, as normas da empresa, a análise bibliográfica da legislação e a entrevista

com o supervisor da área de compras da Unidade II.

Page 88: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

88

Quadro 18: Atividades do processo de compras de uma empresa pública de pesquisa (Continua)

Licitação

Atividade Descrição Responsável pela

execução

Tempo aproximado

Preparação dos processos – Requisição de compra

Trata-se da elaboração do documento de solicitação do material ou serviço, onde serão expostos os motivos para realização da contratação, a utilidade do serviço ou material; o local de entrega; e especificado o(s) item(s) a ser(em) adquirido(s) ou contratado(s), com as características necessárias para a compreensão do mercado e a quantidade.

Cliente 5 dias

Preparação dos processos – Estimativa

de valor

Trata-se de estimar o gasto que será imputado à administração na futura aquisição / contratação do objeto.

Equipe de compras

5 dias

Preparação do processo –

Fazer reserva orçamentária

Diz respeito à informação sobre a previsão orçamentária da despesa e a reserva do orçamento para realizar a aquisição.

Cliente/ Financeiro

1 dia

Preparação do processo –

Designação da comissão de

licitação

Trata-se da designação da comissão que realizará as licitações, que no caso da empresa, é competência do chefe geral de cada unidade, tendo validade de até 1 ano.

Chefe Geral 1 dia

Preparação do processo –

Definição da forma de aquisição

Trata-se da determinação da forma de aquisição dos materiais ou serviços solicitados. Se será realizada através do processo licitatório, ou será dispensado ou inexigido a licitação. Essa definição é feita pelos compradores a partir das informações contidas na requisição de compra.

Equipe de compras

0 dias

Preparação do processo –

Definição da modalidade de

licitação

Trata-se, no caso de processo licitatório, da definição da modalidade de licitação que será utilizada para a aquisição/ contratação dos materiais ou serviços solicitados, que é feita através da análise do objeto e seu valor estimado para contratação.

Equipe de compras

0 dias

Preparação do processo –

Definição do uso do SRP

Refere-se a definição, no caso das modalidades concorrência ou pregão, se a licitação utilizará do sistema de registro de preço (SRP).

Equipe de compras

0 dias

Preparação do processo –

autorização do processo

Trata-se da elaboração do documento de autorização do processo e envio do processo para a chefia administrativa autorizar a instrução do processo.

Área de compras/

Chefe administrativo

1 dia

Planejamento da compra –

Elaboração do edital

Consiste na confecção das minutas de editais ou cartas-convite, e os anexos que eventualmente comporão o processo como: termo de referência, minuta de contrato, modelo da proposta, modelo da ata de registro de preço, dentre outros.

Equipe de compras

3 dias

Planejamento de compra –

Parecer jurídico

É a análise jurídica das minutas de editas ou cartas-convite e seus anexos, para emissão parecer sobre a legalidade do instrumento convocatório.

Assessor jurídico

30 dias

Planejamento da compra –

Autorização de licitação

Trata-se da elaboração do documento de autorização da licitação e envio do processo para a chefia geral autorizar realização da licitação

Área de compras/

Chefe geral 1 dia

Page 89: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

89

(Continuação)

Licitação

Atividade Descrição Responsável pela

execução

Tempo aproximado

Planejamento da compra – Abrir prazo

para adesão a ata de SRP

No caso de uso do Sistema de Registro de Preço (SRP), o processo licitatório será lançado no portal www.comprasgovernamentais.gov.br, delimitando-se um prazo para que outras unidades da empresa ou outros órgãos façam adesão a ata de SRP.

Área de compras

7 dias

Planejamento de compra -

Publicação do instrumento convocatório

Trata-se da divulgação para o mercado, da intenção da Administração proceder aquisição ou contratação. Essa divulgação se dá através do lançamento e publicação do processo e seu instrumento convocatório no portal www.comprasgovernamentais.gov.br, diário oficial da união e demais meios de comunicação quando for o caso. Chega-se, nesse ponto, ao fim da fase interna, e inicia-se a fase externa do procedimento licitatório.

Área de compras

2 dias

Seleção de fornecedores e concorrência -

Certame

Decorrido o prazo estabelecido por lei, é realizado a abertura do certame, com a ocorrência de sua sessão pública.

Comissão de licitação/ Pregoeiro

0 dias

Seleção de fornecedores e concorrência – Julgamento da

proposta

Trata-se da análise das propostas dos participantes do processo licitatório. No caso do pregão eletrônico antes é realizada a fase de lances para se definir e conhecer o vencedor, através do critério menor preço, sendo analisada a proposta do primeiro colocado, analisando-se a dos demais fornecedores caso este não atenda as condições do edital. No caso das demais modalidades são julgadas todas as propostas daqueles fornecedores que foram habilitados.

Comissão de Licitação/ Cliente

5 dias

Seleção de fornecedores e concorrência –

Habilitação

É a análise da documentação exigida no instrumento convocatório afim de definir se o fornecedor está apto para a próxima fase, que no caso de pregão é a adjudicação, e para as demais modalidades é o julgamento da proposta.

Comissão de Licitação/ Pregoeiro

2 dias

Seleção de fornecedores e concorrência – Adjudicação

Trata-se da atribuição do objeto de licitação ao licitante detentor da melhor proposta aceita pela Administração.

Comissão de Licitação/ Pregoeiro

1 dia

Seleção de fornecedores e concorrência - Homologação

É o reconhecimento, pela Administração, de que o procedimento se deu com observância à legalidade, autorizando a despesa em favor do vencedor da licitação. É nessa fase que o processo licitatório é finalizado.

Ordenador de despesas

1 dia

Contratação – Elaboração da

ata de SRP

No caso de Sistema de Registro de Preço (SRP), é elaborada e assinada da Ata de SRP por ambas as partes, para registro do preço com fornecedor vencedor da licitação pelo período de 1 ano.

Área de compras

10 dias

Contratação – Autorização de

contratação

Trata-se da elaboração do documento de autorização da contratação e envio do processo para a autorização da chefia geral.

Área de compras/

Chefe Geral 1 dia

Contratação – Empenho

Refere-se ao registro da despesa, afim de formar compromisso com o fornecedor a ser contratado, assegurando a validade do contrato.

Financeiro 1 dia

Page 90: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

90

(Continuação)

Licitação

Atividade Descrição Responsável pela

execução

Tempo aproximado

Contratação – Elaboração do contrato/ OCS

É a elaboração e assinatura do instrumento de contratação, que pode ser feita através de contrato ou ordem de compra ou serviço (OCS), conforme estabelecido no Instrumento convocatório.

Área de compras

2 dias

Controle de entrega – Envio

do contrato/ OCS ao

solicitante.

Trata-se do envio do contrato/OCS ao solicitante, gestor do contrato ou almoxarifado, afim de mantê-los informados de que o produto ou serviço solicitado foi contratado.

Área de compras

0 dias

Controle de entrega –

Acompanhamento da entrega

Consiste no acompanhamento da entrega por parte do almoxarifado e/ou solicitante, que verifica o cumprimento das condições de entrega (prazo, transporte, acondicionamento e etc.).

Almoxarifado e cliente

0 dias

Controle de entrega –

Recebimento

É o cumprimento do objeto estabelecido em contrato pelo contratado com órgão ou entidade pública contratante, que realiza o devido recebimento do material e/ou serviço e a conferência de conformidade com o contrato.

Contratado, Cliente,

almoxarifado ou gestor do

contrato

30 dias

Controle de entrega –

Notificação e/ou penalização

Caso ocorra problemas com a entrega/ recebimento do material e/ou serviço contratado, deve-se notificar formalmente e/ou penalizar o fornecedor, sendo concedido um prazo de 5 dias para defesa ou cumprimento do contrato. Decorrido o prazo, não havendo manifestação do fornecedor, aplica-se as penalidades previstas.

Área de compras e

chefia administrativa

10 dias

Controle de entrega – Ateste

É o reconhecimento de que o bem entregue ou o serviço prestado deu-se em conformidade com o instrumento convocatório. A declaração de conformidade (ateste) dá-se pelo solicitante, gestor do contrato ou almoxarifado.

Cliente, almoxarifado ou gestor do

contrato

1 dia

Controle de entrega –

Pagamento

É a Verificação da conformidade do ateste na nota fiscal / fatura e pagamento ao contratado.

Financeiro 1 dia

Tempo Médio Total 111 dias

Dispensa/ Inexigibilidade/ Cotação eletrônica

Atividade Descrição Responsável

pela execução

Tempo aproximado

Preparação dos processos –

Requisição de compra

Trata-se da elaboração do documento de solicitação do material ou serviço, onde serão expostos os motivos para realização da contratação, a utilidade do serviço ou material; o local de entrega; e especificado o(s) item(s) a ser(em) adquirido(s) ou contratado(s), com as características necessárias para a compreensão do mercado e a quantidade.

Cliente 2 dias

Seleção de fornecedores e concorrência -

Cotação de preço eletrônica,

local ou com fornecedor(es) selecionados

Consiste na busca de cotação de preço diretamente com os fornecedores, através do portal www.comprasgovernamentais.gov.br; ou com os fornecedores locais ou selecionados, quando se tratar de produtos ou serviços específicos ou exclusivos de um representante.

Cliente e/ou área de compras

5 dias

Page 91: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

91

(Conclusão)

Dispensa/ Inexigibilidade/ Cotação eletrônica

Atividade Descrição Responsável

pela execução

Tempo aproximado

Seleção de fornecedores e concorrência - Elaboração do

ato de dispensa de licitação

Trata-se da elaboração do documento para formalização e autorização do processo e da despesa, contendo a justificativa para a contratação direta, a fundamentação legal, a justificativa da escolha do fornecedor e a finalidade da aquisição.

Área de compras e chefia geral

1 dia

Seleção de fornecedores e concorrência -

Parecer jurídico

Para os casos de dispensas com valores acima de R$ 16.000,00, ou inexigibilidade é necessária a análise jurídica do ato de dispensa ou inexigibilidade e documentação do processo, afim de emitir parecer sobre a legalidade da compra.

Assessor jurídico

15 dias

Contratação – Empenho

Refere-se ao registro da despesa, afim de formar compromisso com o fornecedor a ser contratado, assegurando a validade do contrato.

Financeiro 1 dia

Contratação – Elaboração do contrato/ OCS

É a elaboração e assinatura do instrumento de contratação, que no caso da empresa, pode ser feita através de contrato ou ordem de compra ou serviço.

Área de compras

2 dias

Controle de entrega – Envio

do contrato/ OCS ao

solicitante

Trata-se do envio do contrato/OCS ao solicitante, gestor do contrato ou almoxarifado, afim de mantê-los informados de que o produto ou serviço solicitado foi contratado.

Área de compras

0 dias

Controle de entrega –

Acompanhamento da entrega

Consiste no acompanhamento da entrega por parte do almoxarifado e/ou solicitante, que verifica o cumprimento das condições de entrega (prazo, transporte, acondicionamento e etc).

Almoxarifado e cliente

0 dias

Controle de entrega –

Recebimento

É o cumprimento do objeto estabelecido em contrato pelo contratado com órgão ou entidade pública contratante, que realiza o devido recebimento do material e/ou serviço, realizando a conferência de conformidade o contrato.

Contratado, Cliente,

almoxarifado ou gestor do

contrato

7 dias

Controle de entrega –

Notificação e/ou penalização

Caso ocorra problemas com a entrega/ recebimento do material e/ou serviço contratado, deve-se notificar formalmente e/ou penalizar o fornecedor. Na notificação é concedido um prazo de 5 dias ao contratado para defesa ou cumprimento do contrato, decorrido esse prazo, não havendo manifestação do fornecedor, aplica-se as penalidades previstas em lei.

Área de compras e

chefia administrativa

10 dias

Controle de entrega – Ateste

É o reconhecimento de que o bem entregue ou o serviço prestado deu-se em conformidade com o demandado. A declaração de conformidade (ateste) dá-se pelo solicitante, gestor do contrato ou almoxarifado.

Cliente, almoxarifado ou gestor do

contrato

1 dia

Controle de entrega –

Pagamento

É a Verificação da conformidade do ateste na nota fiscal / fatura e pagamento ao contratado.

Financeiro 1 dia

Tempo médio total para dispensas e inexigibilidades abaixo de R$ 16.000,00 20 dias

Tempo médio total para dispensas e inexigibilidades acima de R$ 16.000,00 45 dias

Fonte: Elaboração própria.

Analisando o quadro 18, constata-se a morosidade na realização das compras

Page 92: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

92

públicas, onde o tempo médio de um processo licitatório é de 111 dias e dos processos

de dispensa e inexigibilidade de licitação é de 20 dias. Identificou-se também que o

processo segue uma visão tradicional do fluxo de compras, onde o suprimento da

empresa é realizado de forma reativa, através da análise das requisições de compras

para determinação da previsão de quantidades e itens a serem adquiridos,

trabalhando apenas com o levantamento da demanda e não contribuindo com o

planejamento da demanda e não contribuindo com o seu planejamento, como propõe

Costa (2014), quando se refere ao processo de compras com atuação estratégica.

4.2. Avaliação do desempenho do processo de compras de uma empresa

pública de pesquisa

Para avaliação de desempenho do processo de compras da empresa pública

de pesquisa selecionada como caso desse estudo, foi utilizado um questionário

elaborado pela própria autora, por não ter encontrado na base de dados um

instrumento pronto que pudesse ser aplicado nesta pesquisa.

O Questionário foi aplicado com os clientes e operadores do processo, através

do Google Docs., afim de facilitar a aplicação e tabulação dos dados, onde se obteve

a adesão de 28% dos funcionários. A adesão dos analistas e pesquisadores, que são

os principais clientes do processo, foi de 38%, sendo que estes dois cargos

responderam 82% dos 93 questionários. A Unidade I, localizada no interior do estado,

foi responsável por 56% das respostas, enquanto a Unidade II, localizada na capital,

por 44%.

Os resultados serão apresentados por variável, afim de facilitar a análise e

interpretação dos dados, para em seguida se chegar ao resultado final dos itens que

precisam ser melhorados no processo.

A escala utilizada para avaliar o desempenho foi a do tipo Likert de 4 pontos,

onde os clientes tiveram que decidir entre o bom e o mal desempenho, em que o mal

desempenho foi representado pelas notas 1 e 2 e o bom desempenho pelas notas 3

e 4. Neste sentido a nota média de um questionário de 1 a 4 é de 2,5.

Inicialmente, será apresentado os dados referente a validação das variáveis

e em seguida feita a análise da avaliação de desempenho utilizando-se as medidas

de estatística descritiva, onde serão apresentadas as medidas de frequência, média,

mediana e desvio padrão.

Page 93: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

93

Na validação das variáveis serão apresentados o resultado do Alpha de

Crombach global das variáveis, bem como o Alpha de Cronbach se o item for excluído.

Quando da apresentação dos resultados do desempenho das variáveis, será

realizada uma análise comparativa dos resultados da Unidade I e II, afim de identificar

diferenças do desempenho do processo entre as unidades avaliadas; bem o realizado

o comparativo entre visão dos compradores e clientes, sem distinção entre as

unidades, afim de identificar se quem opera o processo o percebe da mesma forma

que os clientes.

4.2.1. Validação das variáveis

As variáveis foram testadas considerando os dados relacionados a cada

variável, no sentido de verificar a consistência de cada conjunto de questões para

mensurar o fenômeno. Para tanto, foi utilizado o coeficiente Alpha de Cronbach, cujos

resultados estão discriminados na Tabela 1.

Tabela 1: Avaliação do Alpha de Cronbach das variáveis

Variável Coeficiente

Alpha Avaliação

Custo 0,53 Fraco

Processamento de pedido 0,79 Excelente

Serviço ao cliente 0,65 Bom

Disponibilidade 0,57 Fraco

Entrega 0,68 Bom

Processo. 0,74 Muito bom

Retorno 0,74 Muito bom

Alpha de Cronbach global 0,91 Excelente

Fonte: Elaboração própria.

Verifica-se que a exceção das variáveis custo e disponibilidade, todas as

demais foram validadas, pois apresentaram resultado de Alpha entre 0,7 e 0,8, ou

próximo desses valores, destacando-se o processamento de pedido, que apresentou

uma excelente confiabilidade, seguido pelas variáveis processo e retorno,

classificados como muito bons. Quanto a variável disponibilidade, como o seu

resultado é próximo de 0,6, que para alguns autores é aceitável para estudos em

ciências sociais, a variável também será considerada válida.

Um instrumento ou teste é confiável quando o Alpha de Cronbach é pelo

menos 0,70. Contudo, em alguns cenários de investigação das ciências sociais, um

Alpha de Cronbach de 0,60 é considerado aceitável desde que os resultados obtidos

Page 94: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

94

com esse instrumento sejam interpretados com precaução e tenham em conta o

contexto de computação do índice (MAROCO; MARQUES, 2006).

Para avaliar com maior profundidade a confiabilidade da variáveis custo, foi

necessário calcular Alpha de Cronbach global com a exclusão do item, discriminado

na Tabela 2, onde se identificou que o valor global do alpha não varia muito, quando

se exclui o item do questionário, pois os resultados ficaram entre 0,90 e 0,91,

significando que a retirada de qualquer item do questionário não afeta grandemente a

confiabilidade (FIELD, 2009), o que inclui os itens 1, 2 e 3 que compõem a variável

custo.

Outra medida discriminada na Tabela 2, é a correlação de item total corrigida,

cujo resultado de cada item do questionário foi superior a 0,3, a exceção da questão

4, o que é considerado um bom resultado, significando que os valores do Alfa de

Cronbach se o item for deletado não aumentaria a confiabilidade do questionário

(FIELD, 2009).

Tabela 2: Alpha de Cronbach se o item for excluído (Continua)

Variável Item (Questão) Correlação de item total corrigida

Alfa de Cronbach

se o item for excluído

Custo 1. Observação critério menor preço na aquisição de produtos com qualidade e conforme o pedido

0,382 0,908

Custo 2. Pesquisa de preço prévia à licitação 0,437 0,907 Custo 3. Economia de preços nos contratos

realizados através de processo licitatório 0,395 0,907

Processamento de Pedido

4. Auto avaliação quanto ao preenchimento das solicitações

0,263 0,910

Processamento de Pedido

5. Eficiência do sistema de processamento de pedidos

0,587 0,904

Processamento de Pedido

6. Cordialidade, presteza e facilidade da área de compras no atendimento dos pedidos

0,604 0,904

Processamento de Pedido

7. Disponibilidade de informações quanto ao status do pedido

0,521 0,905

Processamento de Pedido

8. Conformidade dos produtos/serviços adquiridos com o especificado na solicitação

0,689 0,903

Processamento de Pedido

9. Informação de aquisição do produto/serviço através do envio de OCS/contrato ao solicitante

0,567 0,904

Processamento de Pedido

10. Participação do solicitante na avaliação das propostas

0,312 0,910

Processamento de Pedido

11. Tempo total de ciclo de pedido 0,520 0,906

Serviço ao Cliente

12. Acompanhamento das aquisições/ contratações pela área de compras

0,597 0,904

Serviço ao Cliente

13. Auto avaliação quanto ao acompanhamento do pedido pelo solicitante

0,342 0,909

Page 95: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

95

(Conclusão)

Variável Item (Questão) Correlação de item total corrigida

Alfa de Cronbach

se o item for excluído

Serviço ao Cliente

14. Tempo de resposta da área de compras `referente a situação dos pedidos

0,566 0,905

Serviço ao Cliente

15. Agilidade, flexibilidade e rapidez dos fornecedores na substituição de produtos

0,403 0,907

Serviço ao Cliente

16. Qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo licitatório

0,664 0,903

Disponibilidade 17. Disponibilidade de informações sobre os produtos em estoque

0,435 0,907

Disponibilidade 18. Recursos de tecnologia da informação usados no processo de aquisição

0,409 0,908

Disponibilidade 19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita)

0,552 0,905

Entrega 20. Entrega dos produtos/serviços na quantidade certa

0,490 0,906

(Entrega 21. Cumprimento do prazo de contrato pelos fornecedores

0,491 0,906

Processo 22. Capacitação técnica dos compradores 0,620 0,903 Processo 23. Quantidade de pessoal envolvida no

processo de compras 0,395 0,908

Processo 24. Desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade

0,610 0,904

Processo 25. Desempenho da Lei de Licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos

0,586 0,905

Processo 26. Desempenho da Lei de Licitações na seleção e contratação de bons fornecedores

0,618 0,904

Retorno 27. Realização de avaliação de desempenho dos fornecedores

0,548 0,905

Retorno 28. Notificação e penalização de maus fornecedores

0,456 0,907

Fonte: Elaboração própria (Extraído do SPSS).

Portando, de acordo com a análise feita dos resultados da tabela 2, que

apresenta o resultado do Alpha de Cronbach global com exclusão do item e a

correlação de item total corrigida, interpretada em conjunto com Field (2009), a

variável custo será considerada válida, pois a exclusão das questões que se referem

a esta variável não aumentou o Alpha de Crombach global, portanto retirá-las não

afeta a confiabilidade do instrumento.

4.2.2. Análise descritiva da variável Custo

A tabela 3 refere-se ao comparativo do resultado descritivo das duas unidades

na variável custo, medida através do questionário de avaliação de desempenho do

processo de compras públicas nas questões de 1 a 3.

Page 96: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

96

Tabela 3: Custos: medidas de estatística descritiva

Medidas descritivas

S

O (

Sem

op

iniã

o)

Baix

o d

esem

pen

ho

(1

e 2

)

Alt

o d

esem

pen

ho

(3

e 4

)

Méd

ia U

nid

ad

e I

Méd

ia U

nid

ad

e I

I

Méd

ia

Med

ian

a U

nid

ad

e I

Med

ian

a U

nid

ad

e II

Med

ian

a

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

I

Desvio

pad

rão

1. Observação do critério menor preço na aquisição de produtos com qualidade e conforme o pedido

5% 54% 41% 2,20 2,45 2,31 2,00 2,50 2,00 0,90 0,80 0,86

2. Pesquisa de preço prévia à licitação

9% 22% 70% 2,96 3,11 3,02 3,00 3,00 3,00 0,82 0,77 0,80

3. Economia de preços nos contratos realizados através de processo licitatório

9% 49% 42% 2,16 2,64 2,36 2,00 3,00 2,00 0,90 0,83 0,90

Custo 7,5% 41,5% 51% 2,43 2,72 2,56 2,00 3,00 3,00 0,94 0,84 0,91

Fonte: Elaboração própria.

Considerando que em uma escala de 1 a 4, o ponto médio é 2,5, e que as

notas 1 e 2 do questionário estão relacionadas ao baixo desempenho, e as notas de

3 e 4 ao bom desempenho, na análise das variáveis será considerado bom

desempenho os itens com média e mediana acima de 2,5 e mal desempenho os itens

que apresentaram média e mediana abaixo de 2,5.

Analisando o resultado descritivo desta variável, identificou-se que de maneira

geral o desempenho da variável foi bom, com média e mediana de 2,56 e 3

respectivamente.

Com relação aos itens que compõem esta variável, o item realização de

pesquisa de preço antes da licitação, apresentou bom desempenho, com média e

mediana de 3,03 e 3 respectivamente, porém os itens economia de preços nos

contratos realizados através de processo licitatório, e observação do critério menor

preço na aquisição dos produtos solicitados com qualidade e em conformidade com o

pedido apresentaram resultado de média e mediana inferior a 2,5, o que representa

um baixo desempenho.

No comparativo entre os resultados das unidades I e II, houve uma

divergência entre as unidades, onde a média e mediana da Unidade I foram

respectivamente 2,43 e 2,00, o que representa baixo desempenho; e a Unidade II

Page 97: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

97

apresentou uma média e mediana de 2,72 e 3,00 respectivamente, o que representa

bom desempenho. O item que levou a essa divergência na variável foi a economia de

preços através dos processos licitatórios.

Quanto aos itens: observação do critério menor preço na aquisição de

produtos com qualidade e conforme o pedido e pesquisa de preço prévia à licitação,

ambas as unidades concordaram na avaliação.

A visão dos respondentes de que não percebem uma economia de preços nos

contratos advindos de processos licitatórios corrobora com a de Carvalho (2012) e

Tridapalli e Bornelli (2015), que em seus trabalhos constataram que o sistema de

compras públicas brasileiro, em função da necessidade de controle dos atos do estado,

mesmo fazendo uso de pregão eletrônico, pagam mais caro que as instituições

privadas quando adquirem os mesmos bens.

Sendo o pregão eletrônico a modalidade de licitação mais utilizada pela

empresa pública de pesquisa em estudo, em relação economia de preços advinda do

processo licitatório o baixo desempenho nessa pesquisa é contrário à conclusão de

Ferreira, Medina e Reis (2014) de que o pregão eletrônico proporciona economia e

redução de custo e tempo, favorecendo a eficiência nos contratos administrativos.

Estache e Limi (2012), citam que alguns países, como o Brasil, estão mais

interessados em omitir alguns dos padrões de qualidade e perseguir preços, indo ao

encontro do que Paula (2011), Resende (2012) e Araújo (2012) afirmam em seus

trabalhos, que a administração pública brasileira trabalha na maior parte de suas

compras, com o menor preço, por força da Lei, o que prejudica a qualidade das

aquisições, por não se preocupar com a qualidade do produto ofertado ou a reputação

do licitante vencedor, afetando diretamente a eficácia da compra.

Uma outra visão dos dados interessante, é o comparativo da avaliação da

área de compras com a dos clientes, sem a distinção entre cargos e unidade, realizado

na tabela 4. Essa divisão dos dados foi possível porque no questionário foi perguntado

se a pessoa pertence a área de compras, sendo selecionados como área de compras

os que responderam sim à pergunta, e como clientes os demais.

Page 98: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

98

Tabela 4: Custo: avaliação da área de compras x clientes

Medidas descritivas

Item Méd

ia á

rea d

e c

om

pra

s

Méd

ia c

lien

te

Med

ian

a á

rea d

e

co

mp

ras

Med

ian

a c

lien

te

Desvio

pad

rão

áre

a d

e

co

mp

ras

Desvio

pad

rão

clien

te

1. Observação do critério menor preço na aquisição de produtos com qualidade e conforme o pedido

3,50 2,22 3,50 2,00 0,55 0,82

2. Pesquisa de preço prévia à licitação 3,33 3,00 3,00 3,00 0,52 0,82

3. Economia de preços nos contratos realizados através de processo licitatório

2,83 2,33 3,00 2,00 0,75 0,90

Fonte: Elaboração própria.

Analisando a tabela, é perceptível que a avaliação das pessoas que operam

o processo é superior à dos clientes, sendo importante ressaltar que entre as duas

unidades há apenas 6 pessoas atuando como compradores, e todas responderam o

questionário.

Houve concordância entre os compradores e clientes no item a realização de

pesquisa de preço prévia à licitação. Quanto a observação do critério menor preço na

aquisição de produtos com qualidade, e economia de preços nos contratos realizados

através dos processos licitatórios, houve discordância, onde os clientes avaliaram com

baixo desempenho e os compradores com bom desempenho.

Menezes (2012), em sua pesquisa constatou também uma divergência entre

a percepção dos compradores e clientes da empresa estudada em relação à

economia de preços advinda de processos licitatórios, em que os compradores

afirmam que com a implantação do pregão foi possível uma economia média de 20%

em relação aos preços estimados, já para os clientes, essa economia não é perdida,

pois há perda de orçamento em muitos casos, ocasionado pela não entrega do

material licitado pelo fornecedor que ganhou a licitação.

4.2.3. Análise descritiva da variável processamento de pedido

A variável processamento de pedidos foi analisada de acordo com as medidas

de estatística descritiva, tendo sido avaliada pelos respondentes através das questões

4 a 11 do instrumento, e o comparativo do resultado das 2 unidades estudadas pode

Page 99: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

99

ser visualizado na tabela 5.

Tabela 5: Processamento de pedido: medidas de estatística descritiva

Medidas descritivas

SO

(S

em

op

iniã

o)

Baix

o d

esem

pen

ho

(1

e 2

)

Alt

o d

esem

pen

ho

(3

e 4

)

Méd

ia U

nid

ad

e I

Méd

ia U

nid

ad

e I

I

Méd

ia

Med

ian

a U

nid

ad

e I

Med

ian

a U

nid

ad

e II

Med

ian

a

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

I

Desvio

pad

rão

4. Auto avaliação quanto ao preenchimento das solicitações

10% 12% 78% 2,95 3,38 3,15 3,00 3,00 3,00 0,65 0,63 0,67

5. Eficiência do sistema de processamento de pedidos

5% 33% 61% 2,77 2,63 2,70 3,00 3,00 3,00 0,86 0,87 0,86

6. Cordialidade, presteza e facilidade da área de compras no atendimento dos pedidos

3% 12% 85% 3,29 3,32 3,30 3,00 3,00 3,00 0,71 0,79 0,74

7. Disponibilidade de informações quanto ao status do pedido

4% 49% 46% 2,51 2,10 2,33 3,00 2,00 2,00 0,98 0,93 0,97

8. Conformidade dos produtos/serviços adquiridos com o especificado na solicitação

3% 27% 70% 2,70 3,10 2,88 3,00 3,00 3,00 0,71 0,67 0,72

9. Informação de aquisição do produto/serviço através do envio da OCS/contrato ao solicitante

8% 26% 67% 3,02 2,79 2,92 3,00 3,00 3,00 0,81 0,99 0,90

10. Participação do solicitante na avaliação das propostas

15% 29% 56% 2,60 2,97 2,77 3,00 3,00 3,00 0,90 0,88 0,91

11. Tempo total de ciclo de pedido

4% 70% 26% 2,04 1,80 1,93 2,00 2,00 2,00 0,89 0,76 0,84

Processamento de pedido 7% 31% 62% 2,73 2,75 2,75 3,00 3,00 3,00 0,88 0,97 0,92

Fonte: Elaboração própria.

A variável processamento de pedido apresentou uma média de 2,75 e

mediana de 3,00, resultado acima do ponto médio da escala, o que representa bom

desempenho.

Houve concordância entre as unidades em todos os itens dessa variável,

destacando-se como itens bem avaliados o autopreenchimento das solicitações de

compras, a eficiência do sistema de processamento de pedido, a cordialidade e

Page 100: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

100

presteza da área de compras no atendimento, a conformidade dos produtos e serviços

em relação ao solicitado, o envio da ordem de compra/ contrato ao solicitante, e a

participação do solicitante na avaliação das propostas. Apenas 2 itens tiveram

resultado abaixo de 2,5, são eles: disponibilidade de informação quanto ao status do

pedido e o tempo total do ciclo de pedido.

O baixo desempenho no tempo total do ciclo, item 11, corrobora com o

resultado de Carvalho (2009), Resende (2012) e Fenili (2016), que em suas pesquisas,

identificaram o processo de compras públicas como moroso e com tempo de ciclo

muito elevado, podendo levar e 30 a 95 dias para ser concluído. Na empresa pública

estudada, o tempo médio para realização da compra pode levar de 20 a 111 dias.

Paula (2011), afirma que uma das causas para essa demora é quantidade de

atividades do processo licitatório e a necessidade de agrupamento de pedidos em

atendimento à legislação, que determina que não haja fracionamento de despesa no

exercício financeiro, devendo a Administração identificar os objetos de natureza

semelhante que serão necessários ao longo do exercício financeiro e contratá-los

através de uma única licitação.

Outro ponto que merece destaque é a disponibilidade de informação quanto

ao status do pedido. Alguns autores também identificaram a problemática de fluxo de

informação entre os envolvidos no processo e a ausência de feedbacks no processo

de compras púbicas, como Frossard (2011), Carvalho (2012), Lobão (2015) e Ferreira

(2015).

Amayi e Ngugi (2013), concluíram que o feedback, o apoio da alta

administração e o uso da tecnologia da informação tem forte influência no

desempenho de aquisições, estando a tecnologia da informação empregada no

serviço público inadequadamente implantada. Frossard (2011) cita falta de Sistema

informatizado para realizar o trabalho operacional de compras, controle de estoque e

distribuição, como uma possível causa para o problema do fluxo de informação.

Na empresa pública de pesquisa estudada, uma das causas da avaliação ruim

do item disponibilidade de informação do status do pedido, é a ausência de um

sistema informatizado corporativo para realização e acompanhamento dos pedidos de

compras, operando cada unidade da sua maneira.

O sistema informatizado de gestão das requisições de compras atual das duas

unidades não permite ao usuário o acompanhamento do status dos seus pedidos,

apesar de que, quando emitida a Ordem de Compra/ Contrato, a mesma é enviada

Page 101: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

101

por e-mail para o fornecedor e solicitante.

A implantação de um sistema com algum nível de integração, que faça

interface com: planejamento, compras, estoque, patrimônio, contabilidade, jurídico,

auditoria e, sobretudo, que gere relatórios gerenciais e customizáveis, torna-se

imprescindível para melhoria do desempenho, facilitando os procedimentos de

compras, e a verificação “full time” da situação do processo por parte de qualquer

solicitante interessado (MENEZES, 2012).

Fazendo uma outra divisão dos dados, através do comparativo entre a visão

dos compradores e clientes em relação ao processo, demonstrado na Tabela 6, é

possível perceber mais uma vez, uma avaliação do processo pela área de compras

superior à dos clientes.

Tabela 6: Processamento de pedido: avaliação da área de compras x clientes

Medidas descritivas

Item

Méd

ia á

rea d

e

co

mp

ras

Méd

ia c

lien

te

Med

ian

a á

rea d

e

co

mp

ras

Med

ian

a c

lien

te

Desvio

pad

rão

áre

a

de c

om

pra

s

Desvio

pad

rão

clien

te

4. Auto avaliação quanto ao preenchimento das solicitações

3,00 3,16 3,00 3,00 1,00 0,66

5. Eficiência do sistema de processamento de pedidos

3,00 2,68 3,00 3,00 0,89 0,86

6. Cordialidade, presteza e agilidade da área de compras no atendimento dos pedidos

3,67 3,27 4,00 3,00 0,52 0,75

7. Disponibilidade de informações quanto ao status do pedido

2,83 2,29 3,00 2,00 1,17 0,96

8. Conformidade dos produtos/serviços adquiridos com o especificado na solicitação

3,17 2,86 3,00 3,00 0,75 0,71

9. Informação de aquisição do produto/serviço através do envio da OCS/contrato ao solicitante

3,17 2,90 3,00 3,00 0,75 0,91

10. Participação do solicitante na avaliação das propostas

3,00 2,76 3,00 3,00 0,00 0,93

11. Tempo total do ciclo de pedido 2,50 1,89 2,50 2,00 0,55 0,84

Fonte: Elaboração própria.

Analisando a Tabela 6, é possível identificar a discordância entre a área de

compras e clientes no item disponibilidade de informação sobre o status do pedido,

em que os clientes avaliaram como baixo desempenho e a área de compras como

Page 102: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

102

bom desempenho.

Pela experiência da autora e a entrevista com o supervisor da área de

compras na Unidade II, essa divergência existe porque a área de compras entende

que o cliente é responsável por acompanhar e buscar informação da situação da sua

solicitação, e que quando ela envia a ordem de compra ou contrato ao solicitante no

ato da contratação, ela já está informando o status da compra do que foi solicitado.

Por outro lado, o cliente tem a expectativa que a área de compras o informe da

situação de cada item solicitado, à medida que for avançando o processo de compra,

como: produto foi licitado, houve sucesso ou não na aquisição, foi contratado, foi

entregue.

Menezes (2012), em sua pesquisa referente ao processo de compras públicas

na Embrapa Seminário, identificou a falta feedback, retorno, e satisfação para o

solicitante sobre a situação dos itens solicitados, sugerindo como solução a

implantação de um sistema integrado que permita o acompanhamento do status dos

pedidos pelos solicitantes e a gestão integrada do planejamento, compras, estoque,

patrimônio, contabilidade, jurídico e auditoria.

4.2.4. Análise descritiva da variável serviço ao cliente

O Serviço ao cliente foi analisado, e o comparativo das medidas de estatística

descritiva das duas unidades pesquisadas estão discriminadas na Tabela 7, tendo sido

avaliada pelos respondentes através das questões 12 a 16 do questionário.

Page 103: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

103

Tabela 7: Serviço ao cliente: medidas de estatística descritiva

Medidas descritivas

S

O (

Sem

op

iniã

o)

Baix

o d

esem

pen

ho

(1

e 2

)

Alt

o d

esem

pen

ho

(3

e 4

)

Méd

ia U

nid

ad

e I

Méd

ia U

nid

ad

e I

I

Méd

ia

Med

ian

a U

nid

ad

e I

Med

ian

a U

nid

ad

e II

Med

ian

a

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

I

Desvio

pad

rão

12. Acompanhamento das aquisições/contratações pela área de compras

14% 43% 43% 2,33 2,71 2,49 2,00 3,00 2,50 0,79 0,97 0,89

13. Auto avaliação quanto ao acompanhamento do pedido pelo solicitante

12% 32% 56% 2,71 2,84 2,77 3,00 3,00 3,00 0,79 0,83 0,81

14. Tempo de resposta da área de compras referente a situação dos pedidos

6% 27% 67% 3,02 2,87 2,95 3,00 3,00 3,00 0,73 0,86 0,79

15. Agilidade, flexibilidade e rapidez dos fornecedores na substituição de produtos

25% 58% 17% 1,83 2,20 1,99 2,00 2,00 2,00 0,78 0,96 0,88

16. Qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo licitatório

5% 43% 52% 2,47 2,66 2,56 2,00 3,00 3,00 0,75 0,73 0,74

Serviço ao cliente 12% 41% 47% 2,49 2,67 2,57 2,50 3,00 3,00 0,85 0,88 0,87

Fonte: Elaboração própria.

O Resultado da média e mediana desta variável foram respectivamente 2,57

e 3, o que significa que a variável apresentou um bom desempenho na pesquisa. Dos

cinco itens avaliados, apenas dois tiveram média significativamente superior a 2,5,

que foram a auto avaliação dos solicitantes em relação ao acompanhamento dos

pedidos e o tempo de resposta da área de compras quando solicitado alguma

informação referente a situação do pedido.

A avaliação do item acompanhamento dos pedidos pela área de compras ficou

com média e mediada de 2,5, não tendo como definir seu desempenho. O item

qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo licitatório, apresentou

bom desempenho da avaliação dos respondentes, porém com diferença discreta para

a média da escala. Quanto a agilidade, flexibilidade e rapidez dos fornecedores na

substituição de produtos, o resultado foi abaixo desempenho, porém 25% dos

respondentes não emitiram opinião.

Page 104: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

104

Não se encontrou outros estudos que avaliassem a flexibilidade e rapidez dos

fornecedores na substituição de produtos defeituosos. Pela própria experiência pode-

se elencar como causas dos problemas relacionados a substituição de produtos

defeituosos pelos fornecedores a má especificação do produto no instrumento

convocatório; a análise inadequada da proposta de preço, aceitando itens que não

atendem a especificação do edital; e a distância entre os fornecedores e o órgão/

entidade pública contratante, o que gera demora e atraso no recebimento do produto.

Menezes (2012) constatou em sua pesquisa que a descrição dos produtos

solicitados é mal feita, ou realizada de forma que o comprador e o fornecedor têm que

adivinhar o que os clientes estão solicitando, e esta falha faz com que as fases do

processo de compras não sejam cumpridas de forma satisfatória.

Quanto ao acompanhamento das solicitações pela área de compras, item 12

do questionário, a média e mediana da avaliação foi igual ao ponto médio da escala,

não havendo definição do seu desempenho. Este item tem relação com item 7 da

variável processamento de pedido, que se refere a disponibilidade de informações

quanto ao status do pedido, que obteve avaliação baixa, por esse motivo, mesmo sem

definição do seu desempenho, ele deve ser analisado para sugestão de melhoria.

Quanto a qualidade dos produtos adquiridos através do processo licitatório,

item 13 do questionário, o resultado da média foi bem próximo de 2,5, e a mediana foi

3, o que indica um bom desempenho, porém, quando avaliamos este item em conjunto

com o item 1 da variável custo, onde os clientes avaliaram a utilização do critério

menor para aquisição de produtos com qualidade, cujo resultado foi de baixo

desempenho, devemos considerá-lo como ponto para melhoria, pois o bom

desempenho não foi significativamente superior à média.

Menezes (2012) e Fenili (2016), em suas pesquisas, obtiveram critica na

qualidade dos bens comprados por processo licitatório, principalmente em virtude da

adoção do critério menor preço na modalidade pregão eletrônico. Ferreira, Medida e

Reis (2014), não validaram a variável qualidade, em sua pesquisa sobre o pregão

eletrônico e a eficiência dos gastos públicos, por reflexo de aquisições de produtos de

qualidade e durabilidade inferior a desejada, e pela dúvida dos clientes em relação a

legitimidade dos produtos oferecido pelas empresas participantes do certame.

As unidades discordaram na avaliação dos itens: acompanhamento das

aquisições/contratações pela área de compras e qualidade dos produtos/serviços

adquiridos através do processo licitatório, onde a Unidade I avaliou com baixo

Page 105: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

105

desempenho e a Unidade II com bom desempenho.

Essa diferença ocorre, possivelmente pela maneira como as unidades

trabalham os processos licitatórios, pois a Unidade II realiza a gestão de estoque

determinando o estoque mínimo para os itens armazenados no almoxarifado,

mantendo a unidade abastecida, evitando a falta dos materiais necessários, dando

uma sensação ao cliente de atendimento das necessidades. Já a Unidade I não

trabalha com definição de parâmetros de controle de estoque, realizando o

atendimento das necessidades sob demanda, o que pode levar a falta de material, e

quando da necessidade do demandante este não está disponível.

Analisando os dados distribuídos de maneira diferente, trazendo agora o

comparativo entre a avaliação dos compradores e clientes em relação ao processo,

tabela 8, mais uma vez é identificado que os operadores avaliam o processo melhor

que os clientes, com exceção do item 13 que trata da autoavaliação do solicitante

quanto ao acompanhamento do pedido.

Tabela 8: Serviço ao cliente: avaliação da área de compras x clientes

Medidas descritivas

Item Méd

ia á

rea d

e c

om

pra

s

Méd

ia c

lien

te

Med

ian

a á

rea d

e

co

mp

ras

Med

ian

a c

lien

te

Desvio

pad

rão

áre

a d

e

co

mp

ras

Desvio

pad

rão

clien

te

12. Acompanhamento das aquisições/contratações pela área de compras

2,83 2,46 3,00 2,00 0,75 0,89

13. Auto avaliação quanto ao acompanhamento do pedido pelo solicitante

2,60 2,78 3,00 3,00 0,55 0,82

14. Tempo de resposta da área de compras referente a situação dos pedidos

3,50 2,91 3,50 3,00 0,55 0,79

15. Agilidade, flexibilidade e rapidez dos fornecedores na substituição de produtos

2,00 1,98 2,00 2,00 0,71 0,89

16. Qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo licitatório

3,00 2,53 3,00 3,00 0,71 0,74

Fonte: Elaboração própria.

Na variável serviço ao cliente, também ocorreu uma avaliação dos

compradores superior à dos clientes, com exceção do item, acompanhamento do

pedido por parte do solicitante, havendo discordância entre as partes.

Page 106: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

106

Com relação ao desempenho da área de compras referente ao

acompanhamento dos itens solicitados, houve uma discordância entre os clientes e

compradores. Enquanto a área percebe que tem um bom desempenho nesse item, os

clientes o avaliaram com desempenho. Esse resultado possivelmente é consequência

falta de informação sobre a situação dos pedidos, identificado através do item 7 do

questionário, onde a disponibilidade de informações quanto ao status do pedido,

também apresentou desempenho baixo na avaliação.

Menezes (2012) identificou em sua pesquisa que há o compromisso do setor

de compras no final do ano em comprar os materiais e se fazer cumprir o orçamento,

mas os entrevistados, mesmo percebendo essa disposição, cobram o compromisso

do setor ao longo do ano e não somente nos dois últimos meses, acompanhando a

entrega e tomando as devidas providências com os maus fornecedores.

4.2.5. Análise descritiva da variável disponibilidade

A variável disponibilidade foi avaliada pelos respondentes através das

questões 17 a 19, e o comparativo do resultado das medidas de estatística descritiva

das duas unidades avaliadas está discriminado na tabela 9.

Tabela 9: Disponibilidade: medidas de estatística descritiva

Medidas descritivas

SO

(S

em

op

iniã

o)

Baix

o d

esem

pen

ho

(1

e 2

)

Alt

o d

esem

pen

ho

(3

e 4

)

Méd

ia U

nid

ad

e I

Méd

ia U

nid

ad

e I

I

Méd

ia

Med

ian

a U

nid

ad

e I

Med

ian

a U

nid

ad

e II

Med

ian

a

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

I

Desvio

pad

rão

17. Disponibilidade de informações sobre produtos em estoque

13% 43% 44% 2,00 2,95 2,44 2,00 3,00 3,00 1,05 1,01 1,13

18. Recursos de tecnologia da informação usados no processo de aquisição

30% 24% 46% 2,62 2,89 2,74 3,00 3,00 3,00 0,79 0,83 0,82

19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita)

8% 61% 31% 2,19 2,18 2,19 2,00 3,00 2,00 0,71 0,79 0,74

Disponibilidade 17% 43% 41% 2,25 2,62 2,43 2,00 3,00 2,00 0,89 0,95 0,93

Fonte: Elaboração própria.

Page 107: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

107

Esta variável obteve um baixo desempenho na avaliação, com resultado da

média e mediana abaixo do ponto médio da escala. Dos três itens que compõem a

validação desta variável, apenas o item 18, que trata dos recursos de tecnologia da

informação disponibilizados pelo governo para uso na aquisição de materiais, que

obteve bom desempenho na avaliação dos respondentes.

Com relação ao item 18, mesmo ele tendo obtido média e mediana com

resultado acima do ponto médio da escala, esse resultado pode não estar retratando

a realidade, em função do alto índice de respostas sem opinião, que totalizou em 30%,

o que reforça o desconhecimento do cliente sobre os recursos de informática

disponibilizados pelo governo para realização das atividades de compras.

As unidades estudadas possuem um sistema de informação para o

gerenciamento das atividades de planejamento de compras, porém são diferentes,

possuindo funcionalidades distintas, e nenhum dos dois atualmente permite o

acompanhamento da compra pelo solicitante.

As unidades avaliadas discordaram na avaliação do item 17, disponibilidade

de informação sobre os produtos em estoque, onde o resultado da Unidade I foi baixo

desempenho, e o da Unidade II bom desempenho. Essa divergência se deve porque,

na Unidade II, o software de gestão de estoque está disponível na web, permitindo ao

usuário o acompanhamento e consulta do nível de estoque dos itens, enquanto na

Unidade I, o software utilizado só está disponível para uso e consulta no almoxarifado,

em função de sua plataforma de desenvolvimento. O novo software de aquisição

pretende suprir essa deficiência, mais esse modulo ainda não está implantado.

Com relação ao item 19, que trata da entrega dos produtos e serviços no

momento certo, o baixo desempenho alcançado é consequência do tempo total do

ciclo pedido (item 11), que é longo, e não é adequado na percepção dos avaliadores,

o que faz com que produtos/serviços solicitados não estejam na empresa no tempo

desejado. Esse resultado vai ao encontro do de Carvalho (2009) e Fenili(2016), que

também identificaram a lentidão no processo de compras e contratações públicas.

Fenili (2016) destaca que os motivos que contribuem para a falta de agilidade

do processo de compras são: o excesso de tramitações que não agregam valor à

instrução, burocracia disfuncional, e a falta de uma estrutura de apoio às unidades

específicas de compras, relegada a segundo plano em decorrência do favorecimento

às atividades finalísticas do órgão.

Na empresa pública avaliada, os motivos que contribuem para a lentidão do

Page 108: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

108

processo, não são diferentes dos elencados por Fenili (2016), pois as normas da

empresa instituem burocracias além do instituído pela Lei, atividades estas que não

agregam valor a instrução do processo, como por exemplo a autorização do processo,

autorização de licitação e autorização de contratação por parte da chefia. Outro ponto

identificado é o tamanho da equipe de compras, que é considerada pequena pela

Unidade I e compradores, e a falta de um sistema integrado de compras, reforçando

que a estrutura de apoio à área de compras é relegada.

Fazendo agora o comparativo entre a avaliação dos compradores e clientes

em relação a variável disponibilidade, discriminado na tabela 10, percebe-se que a

avaliação dos compradores nesta variável apresentou resultados menores do que as

demais, apesar de ainda ser maior que a dos clientes.

Tabela 10: Disponibilidade: avaliação da área de compras x clientes

Medidas Descritivas

Item Méd

ia á

rea d

e c

om

pra

s

Méd

ia C

lien

te

Med

ian

a á

rea d

e c

om

pra

s

Med

ian

a C

lien

te

Desvio

Pad

rão

áre

a d

e

co

mp

ras

Desvio

pad

rão

clien

te

17. Disponibilidade de informações sobre produtos em estoque 2,67 2,43 3,00 3,00 1,51 1,10

18. Recursos de tecnologia da informação usados no processo de aquisição 3,17 2,69 3,00 3,00 0,75 0,81

19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita) 2,60 2,16 3,00 2,00 0,55 0,75

Fonte: Elaboração própria.

Houve concordância entre compradores e clientes na avaliação do item 18,

recurso de tecnologia da informação usados no processo de aquisição, e discordância,

nos itens 17, que está relacionado a disponibilidade de informação dos produtos em

estoque, e item 19, que se refere a disponibilidade do produto no momento necessário.

Em relação a disponibilidade do produto no momento certo, item 19, Fenili

(2016) constatou em sua pesquisa, que um processo moroso pode gerar ônus

indiretos à Administração, seja pela indisponibilidade do bem ou do serviço no

momento em que eram necessários, seja pela sua aquisição / contratação tardia. A

morosidade do processo na empresa pública estudada pode ser identificada no

Page 109: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

109

quadro 19, que informa o tempo médio de duração do processo de compras até a

chegada do material, que pode variar de 20 dias, no caso de contratações direta, a

111 dias para licitações.

Com relação a disponibilidade de informação dos produtos em estoque, pelo

fato da Unidade I não possuir um sistema informatizado que permita a consulta dos

itens em estoque por todos os funcionários, impactou significativamente no resultado.

Menezes (2012) retrata que a busca de um sistema integrado é fundamental para

evitar a falta ou atraso na entrega de material e reduzir custos internos com as

aquisições, evitando a compra desnecessária de material e aumento do custo de

manutenção de estoque.

4.2.6. Análise descritiva da variável entrega

A variável entrega, e o comparativo do resultado estatístico das duas unidades

estudadas está apresentado na tabela 11, tendo sido avaliada pelos respondentes

através dos itens 20 e 21 do questionário.

Tabela 11: Entrega: medidas de estatística descritiva

Medidas Descritivas

SO

Baix

o d

esem

pen

ho

(1

e 2

)

Alt

o d

esem

pen

ho

(3

e 4

)

Méd

ia U

nid

ad

e I

Méd

ia U

nid

ad

e I

I

Méd

ia

Med

ian

a U

nid

ad

e I

Med

ian

a U

nid

ad

e II

Med

ian

a

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

I

Desvio

pad

rão

20. Entrega dos produtos/serviços na quantidade certa

5% 15% 80% 3,06 3,17 3,11 3,00 3,00 3,00 0,70 0,80 0,75

21. Cumprimento do prazo de contrato pelos fornecedores

11% 53% 37% 2,37 2,32 2,35 2,00 2,00 2,00 0,68 0,75 0,71

Entrega 8% 34% 58% 2,72 2,76 2,74 3,00 3,00 2,00 0,77 0,88 0,82

Fonte: Elaboração própria.

O resultado da variável entrega, com média de 2,74, e mediana 2,00, foi

inconclusivo, pois o resultado da mediana ficou abaixo do ponto médio da escala, que

é 2,5, e o da média acima. As unidades avaliadas concordaram em sua avaliação,

porém dos dois itens que compõem esta variável, um apresentou bom desempenho e

Page 110: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

110

o outro baixo desempenho.

O item que merece destaque nesta variável é o item 20, que trata da

conformidade na quantidade dos itens entregues pelos fornecedores, porém o item

21, que se refere ao cumprimento do prazo contratado pelo fornecedor obteve baixo

desempenho, corroborando com o resultado de Resende (2012), de que a utilização

do pregão eletrônico, pode gerar transtorno na entrega de itens, principalmente em

função da distância geográfica dos fornecedores.

O resultado do item 21 influencia na lentidão do processo, no tempo do ciclo

dos pedidos e na sensação percebida pelos clientes que os produtos não estão na

unidade no momento certo, todos esses itens apresentaram um baixo desempenho

no processo de avaliação, tornando questão de prazos e tempo de processo até aqui

o ponto de maior atenção.

Assim como feito na análise das variáveis anteriores, foi elaborada a tabela

12, para fazer o comparativo entre a avaliação dos compradores e clientes referente

a variável entrega.

Tabela 12: Entrega: avaliação da área de compras x clientes

Medidas Descritivas

Item Méd

ia á

rea d

e c

om

pra

s

Méd

ia c

lien

te

Med

ian

a á

rea d

e

co

mp

ras

Med

ian

a c

lien

te

Desvio

pad

rão

áre

a d

e

co

mp

ras

Desvio

pad

rão

cli

en

te

20. Entrega dos produtos/serviços na quantidade certa

3,40 3,10 3,00 3,00 0,55 0,76

21. Cumprimento do prazo de contrato pelos fornecedores

2,80 2,32 3,00 2,00 0,84 0,69

Fonte: Elaboração própria.

Através da análise da tabela 12, é possível perceber que houve uma

discordância dos clientes e compradores em relação ao cumprimento do prazo de

contrato pelos fornecedores, onde os clientes, que são os principais atingidos,

avaliaram esse item com desempenho ruim e os compradores com bom desempenho.

Kiage (2013) afirma em sua pesquisa, que para que o processo de aquisição

publica alcance sua eficiência deve-se evitar atrasos na oferta e a prestação de

Page 111: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

111

serviços por parte dos fornecedores.

De acordo com a própria experiência e relato do supervisor da Unidade II,

cerca de 70% dos produtos são entregues no prazo. Acredita-se essa percepção de

que os fornecedores não cumprem o prazo contratado, é em função do tempo de ciclo

do processo de compras, que é longo, e o prazo de entrega estipulado nas licitações,

que gira em torno de 30 dias após o recebimento do contrato/ Ordem de compra.

Carvalho (2009), Resende (2012) e Fenili (2016), em suas pesquisas,

identificaram também em suas pesquisas que o processo de compras públicas é

moroso e com tempo de ciclo muito elevado, podendo levar e 30 a 95 dias para ser

concluído, Resende (2012) afirma que ainda existe a possibilidade do produto não ser

comprado devido à descrição incompleta, preço estimado em desacordo ou ausência

de fornecedores para negociar, o que gera um novo processo com os mesmos prazos,

o que pode elevar esse prazo de conclusão para quase 150 dias.

4.2.7. Análise descritiva da variável processo

Com relação ao processo, esta variável foi medida através dos itens 22 a 26

pelos respondentes do questionário, e o comparativo do resultado das unidades da

empresa pública de pesquisa estudada pode ser visto na tabela 13.

Page 112: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

112

Tabela 13: Processo: medidas de estatística descritiva

Medidas Descritivas

S

O

Baix

o D

esem

pen

ho

(1 e

2)

Alt

o D

esem

pen

ho

(3 e

4)

Méd

ia U

nid

ad

e I

Méd

ia U

nid

ad

e I

I

Méd

ia

Med

ian

a U

nid

ad

e I

Med

ian

a U

nid

ad

e II

Med

ian

a

Desvio

Pad

rão

Un

idad

e I

Desvio

Pad

rão

Un

idad

e II

Desvio

Pad

rão

22. Capacitação técnica dos compradores

9% 13% 78% 3,11 3,18 3,14 3,00 3,00 3,00 0,63 0,80 0,71

23. Quantidade de pessoal envolvida no processo de compras

8% 38% 55% 2,21 3,29 2,69 2,00 3,00 3,00 0,94 0,73 1,01

24. Desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade

9% 70% 22% 1,78 1,89 1,82 2,00 2,00 2,00 0,87 0,89 0,88

25. Desempenho da Lei de Licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos

8% 76% 16% 1,82 1,73 1,78 2,00 2,00 2,00 0,75 0,69 0,73

26. Desempenho da Lei de Licitações da seleção e contratação de bons fornecedores

10% 72% 18% 1,88 1,91 1,89 2,00 2,00 2,00 0,83 0,70 0,78

Processo 8% 54% 38% 2,15 2,41 2,27 2,00 2,00 2,00 0,86 0,98 0,99

Fonte: Elaboração própria.

O processo foi a variável que apresentou o resultado de mais baixo

desempenho na avaliação dos respondentes, com média de 2,27 e mediana de 2,00,

sendo que dos cinco itens que compõem essa variável, apenas 2 deles apresentaram

média e mediana acima do ponto médio da escala. Os outros três itens, que tratam

do desempenho da Lei de Licitações na aquisição de materiais com qualidade e no

prazo, através da seleção de bons fornecedores, apresentaram resultado da mediana

2,00 e da média abaixo de 2,00.

Houve concordância entre as unidades pesquisadas nos itens: Capacitação

técnica dos compradores, e desempenho da Lei de Licitações na aquisição de

materiais em relação a qualidade, prazo e seleção de fornecedores; porém

discordaram quanto a quantidade de pessoal envolvida no processo de compras, onde

a Unidade I avaliou como bom desempenho e a Unidade II como baixo desempenho.

Em relação ao item quantidade de pessoal da área de compras, a área de

compras da unidade II, que foi bem avaliada neste item, possui um funcionário a

Page 113: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

113

menos que a Unidade I, que apresentou baixo desempenho, havendo diferença na

divisão de atividades/ funções.

Em entrevista com o supervisor do setor de patrimônio e suprimentos da

unidade II, identificou-se que todos os funcionários do setor possuem formação de

pregoeiro, mesmo aqueles que não realizam atividade de comprador, o que faz com

que o gestor da área tenha possibilidade de mobilidade de pessoal quando do período

de maior volume de compras, enquanto que na Unidade I apenas o supervisor e um

dos compradores possui a formação de pregoeiro, e todas as licitações se concentram

nessas duas pessoas.

O desempenho da Lei de Licitações na aquisição de materiais com qualidade

e no prazo, através da seleção de bons fornecedores, foi avaliada nos itens 24, 25 e

26 dessa variável, e o resultado de desempenho desses itens na avaliação foi

consideravelmente baixo, corroborando com os resultados de Menezes (2012), em

que a legislação e demais regulamentos normativos internos foram indicados como o

problema central na atividade de compras e contratações.

Em relação a legislação e normativa da empresa, Menezes (2012) identificou

como principais pontos criticados pelos entrevistados: a documentação exigida do

fornecedor, a impossibilidade de aumentar as quantidades acima do limite de 25%, a

impossibilidade de contratar fornecimentos por mais de 12 meses, a preocupação

apenas com o controle burocrático.

O Impacto da Lei na situação de tensão entre os requisitos do processo

administrativo de compras no contexto governamental e os requisitos de eficiência

também foi percebida pelos participantes da pesquisa realizada por Frossard (2011).

Essa visão é confirmada por Amayi e Ngugi (2013), quando afirma de que as políticas

governamentais têm influência no desempenho de aquisição.

Paula (2011) e Resende (2012), reforçam que as instituições públicas têm

muitas limitações em suas aquisições, por força da legislação, que tem o interesse de

preservar o patrimônio público, e não vem acompanhando a velocidade da tecnologia

da informação.

Com relação a má qualidade dos produtos adquiridos através de processo

licitatório, avaliado através do item 24 nesta variável, Resende (2012) e Menezes

(2012) em suas pesquisas, destacam que a utilização do pregão eletrônico com uso

do critério menor preço, leva muitas vezes a compra de produtos com características

inferiores ao solicitado, uma vez que não se pode exigir marca, acarretando o

Page 114: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

114

desgaste rápido dos produtos adquiridos, ou a não utilização do mesmo, o que deixa

o cliente final insatisfeito, impactando nos resultados da empresa e acelerando uma

nova compra.

Quanto ao impacto da lei no prazo de atendimento dos pedidos, avaliado

através do item 25, é a mais citada como problema nos estudos, onde podemos citar

os de Frossard (2011), Resende (2012), Carvalho (2012). Ferreira (2015), que

apontam que uma das principais causas da visão de ineficiência e morosidade do

serviço público brasileiro, no que diz respeito a aquisição de bens e serviços, é o

excesso de rigor nas compras públicas, imposto pela legislação.

Ainda sobre o impacto da legislação no desempenho do processo de compras

públicas, Ambe e Badenhorst-Weiss (2011), afirmam que contratos públicos se

baseiam na legislação, política e processo, colocando maior ênfase na prestação de

contas e transparência, não dando flexibilidade para negociar com os licitantes.

Os dados dessa variável também foram divididos afim de comparar a visão

dos avaliadores e compradores no processo, dispostos na tabela 14.

Tabela 14: Processo: avaliação da área de compras x clientes

Medidas Descritivas

Item

Méd

ia á

rea d

e c

om

pra

s

Méd

ia c

lien

te

Med

ian

a á

rea d

e c

om

pra

s

Med

ian

a c

lien

te

Desvio

pad

rão

áre

a d

e

co

mp

ras

Desvio

pad

rão

clien

te

22. Capacitação técnica dos compradores 3,67 3,10 4,00 3,00 0,52 0,71

23. Quantidade de pessoal envolvida no processo de compras

2,00 2,74 2,00 3,00 0,89 1,00

24. Desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade

2,67 1,76 3,00 2,00 1,03 0,84

25. Desempenho da Lei de Licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos

2,33 1,74 2,50 2,00 0,82 0,71

26. Desempenho da Lei de Licitações da seleção e contratação de bons fornecedores

2,33 1,86 2,00 2,00 1,03 0,75

Fonte: Elaboração própria.

Analisando a avaliação dos clientes e compradores, na tabela 14, percebe-se

Page 115: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

115

uma discordância em relação ao item 23, onde na percepção dos clientes a

quantidade de pessoal envolvida no processo é suficiente para atender a demanda, e

para os compradores não há suficiência. Essa percepção dos compradores, corrobora

com a visão dos clientes na Unidade I, como pode ser visto na Tabela 13.

Mesmo a Unidade II tendo avaliado esse item com bom desempenho, o

supervisor do setor da área de compras da unidade, relatou que, considera o quadro

compradores insuficiente para o atendimento da demanda.

Ambas as unidades possuem apenas 3 pessoas envolvidas com as atividades

de compra, e no período de pico de licitações, que acontece no segundo semestre de

cada ano, muitas vezes um pregoeiro chega a operar até 2 ou 3 pregões em um

mesmo dia, podendo acarretar em atraso no encerramento do certame e erros na

análise de propostas e documentação de habilitação.

Houve também uma discordância no item 24 dessa variável, que avalia o

desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade, onde

para os clientes, a Lei de Licitações não apresenta um bom desempenho na aquisição

de itens de boa qualidade, e para os compradores essa percepção é contraria.

A literatura estudada concorda com a percepção dos clientes, sendo

importante ressaltar que essa problemática também pode ser causada pelo próprio

solicitante quando da descrição do material que será licitado ou quando da análise da

proposta do vencedor. Lobão (2015) constatou em seu estudo que as imprecisões das

especificações de produtos e serviços, representam um fator de entrave do processo.

4.2.8. Análise descritiva da variável retorno

A variável retorno foi medida através dos itens 27 e 28 do questionário, onde

o objetivo foi verificar a capacidade da área de compras de avaliar e identificar bons e

mais fornecedores e agir rapidamente na solução de problemas quando houver, nesse

sentido, os resultados obtidos foram analisados, e o comparativo da Unidade I e II da

empresa pública de pesquisa está disposto na tabela 15.

Page 116: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

116

Tabela 15: Retorno: medidas de estatística descritiva

Medidas descritivas

S

O

Baix

o d

esem

pen

ho

(1

e 2

)

Alt

o d

esem

pen

ho

(3

e 4

)

Méd

ia U

nid

ad

e I

Méd

ia U

nid

ad

e I

I

Méd

ia

Med

ian

a U

nid

ad

e I

Med

ian

a U

nid

ad

e II

Med

ian

a

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

Desvio

pad

rão

Un

idad

e I

I

Desvio

pad

rão

27. Avaliação de desempenho dos fornecedores

19% 29% 52% 2,64 2,71 2,67 3,00 3,00 3,00 0,70 0,71 0,70

28. Notificação e penalização dos fornecedores

26% 26% 48% 2,80 2,88 2,83 3,00 3,00 3,00 0,79 0,88 0,82

Retorno 23% 27% 50% 2,71 2,79 2,74 3,00 3,00 3,00 0,74 0,79 0,76

Fonte: Elaboração própria.

A variável retorno obteve um bom desempenho por parte dos avaliadores,

com os resultados de média e mediana de todos os itens, acima do ponto médio da

escala. Constata-se também que os respondentes da avaliação das Unidades I e II

concordaram em todos os itens da variável.

Foi percebido pelos respondentes que é realizada a avaliação de

desempenho dos fornecedores e que os mesmos são penalizados quando não

cumprem o contratado, porém, essa variável apresentou um alto índice de respostas

sem opinião, o que pode indicar um desconhecimento por parte dos avaliadores sobre

os procedimentos realizados pela área de compras para avaliar o desempenho e

penalizar dos fornecedores.

Pela própria experiência, pode-se afirmar que a empresa não possui uma

ferramenta para avaliar os fornecedores, e nem há uma preocupação com isso,

apenas acompanha o prazo de entrega e realiza a penalização dos mesmos quando

do não cumprimento do contratado.

Normalmente na aquisição de materiais, a penalização acontece após um

atraso superior a 30 dias, e após várias tentativas de negociações e conversa com o

fornecedor. No caso de serviço e obras de engenharia, só há penalização quando o

fornecedor se nega a cumprir alguma etapa do serviço.

Kiage (2013), identificou que a gestão de contrato influencia o desempenho

Page 117: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

117

da aquisição em grande medida, o que envolve o planejamento, organização, controle

e pagamento dos contratos advindos de processos de compras. Os autores afirmam

ainda que para evitar atrasos no fornecimento e prestação de serviços por parte dos

órgãos governamentais, os prazos dos contratos realizados por este órgão têm de ser

respeitados, bem como os planos de trabalho e períodos de contrato.

Sobre a relação entre governo e fornecedor e seu retorno, Resende (2012) e

Oliveira (2015) reforçam que a relação entre a área de compras púbicas e o fornecedor

é distante, o que pode desestimular a participação e a disputa nos processos de

compras, sendo necessário haver um estreitamento nessa relação.

Também foi realizado o comparativo do resultado da avaliação dos clientes

e compradores da variável retorno, através da tabela 16.

Tabela 16: Retorno: avaliação da área de compras x clientes

Medidas descritivas

Item Méd

ia á

rea d

e c

om

pra

s

Méd

ia c

lien

te

Med

ian

a á

rea d

e

co

mp

ras

Med

ian

a c

lien

te

Desvio

pad

rão

áre

a d

e

co

mp

ras

Desvio

pad

rão

clien

te

27. Avaliação de desempenho dos fornecedores 2,50 2,68 3,00 3,00 0,84 0,70

28. Notificação e penalização dos fornecedores 3,00 2,81 3,00 3,00 0,89 0,82

Fonte: Elaboração própria

Analisando a tabela 16, percebe-se que houve semelhança entre a avaliação

dos compradores e clientes, quando comparado com as demais variáveis, não sendo

identificada discordância. Apenas no item 27, que é a avaliação de desempenho dos

fornecedores, a média das notas dos compradores foi exatamente o meio da escala,

sendo uma das poucas vezes que a avaliação do comprador foi menor que a do cliente.

4.2.9. Avaliação do desempenho do processo de compras de uma empresa

pública de pesquisa

O desempenho do processo de compras públicas na empresa foi positivo,

com a frequência de boa avaliação em 56%, uma média global de 2,57, uma mediana

de 3 e desvio padrão de 0,92. Porém como pode-se perceber pelos números, apesar

Page 118: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

118

do bom resultado, que ele não tem uma distância tão significativa da frequência de

avaliação do baixo desempenho, que foi de 44%, bem como a média não se distanciou

significativamente do ponto médio da escala de 2,5. Isso significa que apesar do bom

resultado, há muito o que se melhorar para se alcançar um bom desempenho do

processo.

Para identificação das oportunidades de melhorias, além de toda a análise

realizada até aqui no capítulo 4, é importante visualizar o desempenho do processo

como um todo, considerando todas as variáveis e itens do questionário. Para tal fim,

a partir dos resultados e da análise estatística desses dados, apresentado nos tópicos

4.2.2 ao 4.2.8, foi construído o gráfico da figura 18, com o objetivo de resumir o

resultado de todas as tabelas apresentadas nesses tópicos.

Figura 18: Desempenho do processo de compras de uma empresa pública de pesquisa

Fonte: Elaboração própria

Analisando o gráfico, destaca-se como pontos positivos no processo de

compras da empresa os itens: 2) as pesquisas prévias de preço realizada antes dos

processo licitatório, o sistema de processamento de pedidos, 4) auto avaliação quanto

ao preenchimento das solicitações; 5) eficiência do sistema de processamento de

pedidos 6) atendimento da área de compras; 8) conformidade dos produtos/serviços

adquiridos com o especificado; 9) informação de aquisição do produto/serviço através

do envio de OCS/contrato ao solicitante; 10) participação do solicitante na avaliação

das propostas; 13) auto avaliação quanto ao acompanhamento do pedido pelo

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Média 2,3 3,0 2,3 3,1 2,7 3,3 2,3 2,8 2,9 2,7 1,9 2,4 2,7 2,9 1,9 2,5 2,4 2,7 2,1 3,1 2,3 3,1 2,6 1,8 1,7 1,8 2,6 2,8

Mediana 2,0 3,0 2,0 3,0 3,0 3,0 2,0 3,0 3,0 3,0 2,0 2,5 3,0 3,0 2,0 3,0 3,0 3,0 2,0 3,0 2,0 3,0 3,0 2,0 2,0 2,0 3,0 3,0

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

Ponto médio

Page 119: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

119

solicitante; 14) tempo de resposta da área de compras referente a situação dos

pedidos; 18) recursos de tecnologia da informação usados no processo de aquisição;

20) conformidade na quantidade dos produtos adquiridos com o solicitado; e 22) a

capacitação técnica dos compradores; e 28) notificação e penalização dos

fornecedores, onde as variáveis que apresentaram melhor resultado foram:

processamento de pedido, entrega e retorno.

Assim como nessa pesquisa, Motta (2010) e Lobão (2015) destacam que o

uso da tecnologia da informação é provavelmente o ponto de maior proximidade entre

os modelos privado e federal brasileiro, sendo o ponto de maior destaque do processo.

Com relação a capacitação dos servidores Lobão (2015) e Kiage (2013)

também relataram que um dos pontos fortes do processo de compras públicas é a

capacitação dos servidores, assim como foi constatado nesse trabalho.

Quanto aos itens que precisam de ser melhorados para a alavancarem do

desempenho do processo, pode-se descartar: 1) observação critério menor preço na

aquisição de produtos com qualidade e conforme o pedido; 3) economia de preços

nos contratos através de processo licitatório; 7) disponibilidade de informações quanto

ao status do pedido; 11) tempo total do ciclo de pedido; 12) acompanhamento das

aquisições/ contratações pela área de compras; 15) agilidade, flexibilidade e rapidez

dos fornecedores na substituição de produtos; 17) disponibilidade de informações

sobre produtos em estoque no ato da solicitação; 21) cumprimento do prazo de

contrato pelos fornecedores; 24) desempenho da Lei de Licitações para aquisição de

produtos com qualidade; 25) desempenho da Lei de Licitações em relação ao prazo

de atendimento dos pedidos; 26) desempenho da Lei de Licitações da seleção e

contratação de bons fornecedores. A variável que no resultado geral ficou com baixo

desempenho, foi o processo.

Fenili (2016), identificou assim como nessa pesquisa, como principais

oportunidades para melhoria da qualidade dos produtos adquiridos, ocasionado

principalmente pela utilização do critério menor preço; falta de feedback dos clientes

em relação a qualidade dos itens recebidos e a descrição de produtos realizada no

ato da solicitação; e a morosidade do processo e o tempo de ciclo, ocasionado

principalmente pelo excesso de tramitações que não agregam valor à instrução,

burocracia disfuncional, e a falta de uma estrutura de apoio às unidades específicas

de compras que não é priorizada.

Menezes (2012) também identificou como principais pontos para melhoria do

Page 120: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

120

processo de compras públicas o acompanhamento da entrega dos materiais pela área

de compras, a economia de preços dos processos licitatórios impactando na seleção

de fornecedores e cumprimento de entrega; a rigidez e burocracia das normas da

empresa e legislação; entregas de produtos inadequados, e de baixa qualidade que

não atende as necessidades de pesquisa; a descrição mal feita dos matérias nas

solicitações de compras; a ausência de sistema de compras compras/contratação

integrado, com capacitação e suporte “full time”; e o diálogo permanente entre o

empregado que está realizando a compra e o solicitante.

Outra informação importante para a análise dos resultados e proposição

de melhorias, é saber o nível de correlação dos itens avaliados. Para este fim, foi

gerado no SPSS a tabela 17, que correlaciona todos os itens do questionário de

avaliação do desempenho do processo de compras públicas, através do coeficiente

de correlação de Pearson.

A análise da correlação é importante para identificar quais itens tem efeito

sobre o outro. Na tabela 17, foram destacadas em verde as relações cujo resultado

indicou que a correlação é significativa e possuem um grande efeito sobre a outra, e

em amarelo os resultados que indicam uma correlação significativa e um efeito médio.

Page 121: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

121

Tabela 17 – Correlação entre os itens avaliados através do coeficiente de correlação de Pearson

Fonte: Elaboração própria

Page 122: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

122

Visualmente, na tabela 17, fica perceptível, que a maioria das variáveis

possuem um efeito de médio a alto umas sobre as outras, o que indica que há uma

correlação significativa, de média a boa entre os itens avaliados. Field (2009) afirma

que, quando há uma boa significância entre os itens, significa que a probabilidade

dessa correlação ser “um golpe de sorte” é muito baixa. Esse resultado demonstra

que os itens utilizados para avaliar o desempenho do processo de compras se

correlacionam e possuem efeito uns sobre os outros com uma boa significância nessa

relação.

Na análise da correlação, serão destacados apenas alguns itens,

considerando os que obtiveram uma boa correlação uns com os outros, a começar

pelo item 1, observação critério menor preço na aquisição de produtos com qualidade

e conforme o pedido, que possui uma boa correlação com o item 24, Desempenho da

Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade. Essa relação já foi

identificada por Resende (2012) e Menezes (2012) em suas pesquisas, onde

afirmaram que a utilização do pregão eletrônico com uso do critério menor preço, leva

muitas vezes a compra de produtos com características inferiores ao solicitado.

O item 2, pesquisa de preço prévia à licitação; item 3, economia de preços

nos contratos através de processo licitatório; item 15, agilidade, flexibilidade e rapidez

dos fornecedores na substituição de produtos; item 24, desempenho da Lei de

Licitações para aquisição de produtos com qualidade; item 25, desempenho da Lei de

Licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos; e item 26, desempenho

da Lei de Licitações na seleção e contratação de bons fornecedores, se correlacionam

bem.

Essa correlação é confirmada por Resende (2012), que afirma ser possível

que a pesquisa de mercado, não traduza um resultado real, já que na verdade se

compram produtos com características inferiores, pelos preços de produtos de boa

qualidade através de processos licitatórios; o autor afirma ainda que o uso do critério

menor preço pode acarretar na atração de maus fornecedores e aquisição de produtos

de baixa qualidade, percepção esta que também foi identificada no trabalho de Fenili

(2016).

Os Itens 4, auto avaliação quanto ao preenchimento das solicitações; 10,

participação do solicitante na avaliação das propostas; e 13, auto avaliação quanto ao

acompanhamento do pedido pelo solicitante, se correlacionam, porque falam da

Page 123: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

123

percepção que o avaliado tem sobre si mesmo e da sua participação no processo.

Os itens 5, eficiência do sistema de processamento de pedidos; 6,

cordialidade, presteza e facilidade da área de compras no atendimento dos pedidos;

7, disponibilidade de informações quanto ao status do pedido; 8, conformidade dos

produtos/serviços adquiridos conforme o especificado; 9, informação de aquisição do

produto/serviço através do envio de OCS/contrato ao solicitante, obtiveram um bom

coeficiente de correlação entre si, o que demonstra que um item tem efeito sobre o

outro, comprovando que medem a mesma variável, como de fato no questionário

foram usadas para medir a variável processamento de pedidos.

Os itens 20, entrega dos produtos/serviços na quantidade certa e o 21,

cumprimento do prazo de contrato pelos fornecedores, de acordo com o resultado da

correlação de Pearson, apresentaram uma boa correlação entre si, o que comprova

que estão relacionados a mesma variável, entrega.

Os itens 24, desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos

com qualidade; 25, desempenho da Lei de Licitações em relação ao prazo de

atendimento dos pedidos; e 26, desempenho da Lei de Licitações na seleção e

contratação de bons fornecedores tiveram uma excelente correlação entre eles, com

resultado do coeficiente de correlação de Pearson acima de 0,7, ou seja, próximo de

1, o que demonstram que esses itens possui um efeito quase perfeito sobre o outro.

Esse resultado demonstra que as práticas burocráticas do processo licitatório,

influenciam na qualidade dos produtos adquiridos, no prazo de entrega e na seleção

de bons fornecedores. Esse resultado corrobora com o estudo de Fenili (2016), que

constatou que as práticas ditas burocráticas são dominantes no processo de compras

pública, relegando a segundo plano o controle de resultados e a autonomia gerencial.

Amayi e Ngugi (2013) também identificaram uma forte correlação entre o quadro

jurídico e a execução de procedimentos de aquisição, relatando sua contribuição para

o mal desempenho do processo, devido à sua ambiguidade e burocracia.

Os itens 24, 25 e 26, pertencentes a variável processo e possuem uma boa

correlação com os itens 1, 2 e 3, pertencentes a variável custo e 27 e 28, pertencentes

a variável retorno. Esse resultado demonstra que as variáveis processo, custos e

retorno possuem efeito uns sobre os outros.

Essa relação entre as variáveis processo, custo e retorno, também foi

percebida por Menezes (2012), quando ele identificou que a unidade estudada tem

sido eficiente no momento da realização de suas aquisições por meio de pregão, visto

Page 124: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

124

que tem conseguido uma economia de 20% em relação ao preço de referência, porém

quando da realização da contratação tem ocorrido perdas de orçamento por

anulações de processos decorrentes de não entrega do material pelo fornecedor e da

má qualidade do material/ serviço recebido, aumentado os custos de aquisição.

O Item 12, acompanhamento das aquisições/contratações pela área de

compras, possui uma boa correlação com a variável retorno, itens 27 e 28, o que

significa que só é possível avaliar, notificar e penalizar os fornecedores, se realizado

um bom acompanhamento das compras.

Os Itens 4, auto avaliação quanto ao preenchimento das solicitações; 16,

qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo licitatório; o item 19,

entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita);

possuem uma boa correlação com os itens da variável entrega. Essa correlação

também foi identificada por Menezes (2012), que afirma que as falhas ocorridas no

preenchimento das solicitações de compra, faz com que as fases do processo de

compras não sejam cumpridas de forma satisfatória, mantendo dificuldade em atender

as expectativas dos clientes em relação a entrega do produto.

Diante de toda a análise realizada, pode-se concluir que de há correlação

entre os itens utilizados na avaliação, e principalmente entre os itens de uma mesma

variável, com destaque para variável processamento de pedido, processo, entrega e

retorno. Pode-se destacar também a correlação entre as variáveis custo, processo e

retorno.

4.3. Melhorias no processo de compras de uma empresa pública de pesquisa

Para facilitar a proposição de melhorias foi elaborado o quadro 19, onde estão

discriminados os itens avaliados que necessitam ser melhorados na percepção dos

avaliadores, qual variável ele pertence e com que outros itens ele se correlaciona,

bem como com qual etapa do processo ele está relacionado. Esse quadro auxiliará a

identificar qual item e etapa do processo cada proposta de melhoria irá trabalhar.

Page 125: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

125

Quadro 19: Oportunidades de melhoria x etapas do processo (Continua)

Variável Item a ser melhorado

Itens que tem boa correlação Etapas do processo

CU

ST

O

1. Observação critério menor

preço na aquisição de produtos com qualidade e conforme o

pedido

24. Desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade.

Preparação dos processos – requisição de compra;

Seleção de fornecedores e concorrência – Julgamento da proposta.

3. Economia de preços nos

contratos através processo licitatório

2. Pesquisa de preço prévia à licitação; 24. Desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade; e 26. Desempenho da Lei de Licitações na seleção e contratação de bons fornecedores.

Preparação dos processos – Estimativa de valor;

Seleção de fornecedores e concorrência – Julgamento da proposta.

PR

OC

ES

SA

ME

NT

O D

E P

ED

IDO

7. Disponibilidade de informações quanto ao status

do pedido

5. Eficiência do sistema de processamento de pedidos; 6. Cordialidade, presteza e facilidade da área de compras no atendimento dos pedidos; 9. Informação da aquisição do produto/serviço através do envio de OCS/contrato ao solicitante; 11. Tempo total do ciclo de pedido; e 19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita).

Controle de entrega – Acompanhar a entrega;

Controle de entrega - Envio da ordem de compra ao solicitante

11. Tempo total do ciclo de pedido

5. Eficiência do sistema de processamento de pedidos; 7. Disponibilidade de informações quanto ao status do pedido; 14. Tempo de resposta da área de compras referente a situação dos pedidos; e 19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita).

Todo o processo.

SE

RV

IÇO

AO

CLIE

NT

E

12. Acompanhamento

das aquisições/ contratações pela área de compras

6. Cordialidade, presteza e facilidade da área de compras no atendimento dos pedidos; 8. Conformidade dos produtos/serviços adquiridos com o especificado; 9. Informação de aquisição do produto/serviço através do envio de OCS/contrato ao solicitante; 22. Capacitação técnica dos compradores; 24. Desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade; 26. Desempenho da Lei de Licitações na seleção e contratação de bons fornecedores; e 28. Notificação e penalização dos fornecedores

Controle de entrega – Acompanhar a entrega.

15. Agilidade, flexibilidade e rapidez dos

fornecedores na substituição de

produtos

2. Pesquisa de preço prévia à licitação.

Controle de entrega – Acompanhamento da entrega;

Controle de entrega – Recebimento.

Page 126: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

126

(Continuação)

Variável Item a ser melhorado

Itens que tem boa correlação Etapas do processo

SE

RV

IÇO

AO

CLIE

NT

E

16. Qualidade dos produtos/serviços

adquiridos através do processo licitatório

5. Eficiência do sistema de processamento de pedidos; 6. Cordialidade, presteza e facilidade da área de compras no atendimento dos pedidos; 8. Conformidade dos produtos/serviços adquiridos com o especificado; 9. Informação de aquisição do produto/serviço através do envio de OCS/contrato ao solicitante; 14. Tempo de resposta da área de compras referente a situação dos pedidos; 17. Disponibilidade de informações sobre produtos em estoque no ato da solicitação; 20. Entrega dos produtos/serviços na quantidade certa; 21. Cumprimento do prazo de contrato pelos fornecedores; 22. Capacitação técnica dos compradores; e 23. Quantidade de pessoal envolvida no processo de compras.

Preparação dos processos – Requisição de compras;

Seleção de fornecedores e concorrência – Julgamento da proposta;

Planejamento de compra – Elaboração do edital;

Controle de entrega – Envio da OCS/ contrato ao solicitante;

Controle de entrega – Acompanhamento da entrega;

Controle de entrega – Recebimento.

DIS

PO

NIB

ILID

AD

E

17. Disponibilidade de informações sobre produtos em estoque no

ato da solicitação

8. Conformidade dos produtos/serviços adquiridos com o especificado; 16. Qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo licitatório; 19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita); 22. Capacitação técnica dos compradores; 23. Quantidade de pessoal envolvida no processo de compras; 17. Disponibilidade de informações sobre produtos em estoque no ato da solicitação; 20. Entrega dos produtos/serviços na quantidade certa; e 21. Cumprimento do prazo de contrato pelos fornecedores.

Preparação dos processos – Requisição de compras;

Seleção de fornecedores e concorrência – Julgamento da proposta;

Controle de entrega – Acompanhamento da entrega;

Controle de entrega – Recebimento.

19. Entrega dos produtos e serviços no

momento certo (em que o solicitante necessita)

7. Disponibilidade de informações quanto ao status do pedido; 9. Informação de aquisição do produto/serviço através do envio de OCS/contrato ao solicitante; 11. Tempo total de ciclo de pedido; 16. Qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo licitatório; 17. Disponibilidade de informações sobre produtos em estoque no ato da solicitação; 20. Entrega dos produtos/serviços na quantidade certa; 21. Cumprimento do prazo de contrato pelos fornecedores; e 25. Desempenho da Lei de Licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos.

Controle de entrega – Acompanhamento da entrega;

Controle de entrega – Recebimento;

Controle de entra – Envio da OCS/ contrato para o solicitante ou almoxarifado.

Page 127: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

127

(Continuação)

Variável Item a ser melhorado

Itens que tem boa correlação Etapas do processo

EN

TR

EG

A

21. Cumprimento do prazo de

contrato pelos fornecedores

5. Eficiência do sistema de processamento de pedidos; 16. Qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo licitatório; 19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita); e 20. Entrega dos produtos/serviços na quantidade certa.

Controle de entrega – Acompanhamento da entrega;

Controle de entrega – Recebimento.

PR

OC

ES

SO

23. Quantidade de pessoal

envolvida no processo de

compras

17. Disponibilidade de informações sobre produtos em estoque no ato da solicitação.

Todo o processo.

24. Desempenho da Lei de

Licitações para aquisição de produtos com

qualidade

1. Observação critério menor preço na aquisição de produtos com qualidade e conforme o pedido; 2. Pesquisa de preço prévia à licitação; 3. Economia de preços nos contratos através processo licitatório; 5. Eficiência do sistema de processamento de pedidos; 8. Conformidade dos produtos/serviços adquiridos com o especificado; 9. Informação de aquisição do produto/serviço através do envio de OCS/contrato ao solicitante; 12. Acompanhamento das aquisições/ contratações pela área de compras; 25. Desempenho da Lei de Licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos; 26. Desempenho da Lei de Licitações da seleção e contratação de bons fornecedores; e 27. Avaliação de desempenho dos fornecedores.

Preparação dos processos – Requisição de compra;

Preparação dos processos – Definição da modalidade;

Planejamento de compra – Elaboração do edital;

Seleção de fornecedores e concorrência – Julgamento da proposta;

Controle de entrega – Recebimento;

Controle de entrega – Notificação e/ou penalização de fornecedor.

25. Desempenho da Lei de

Licitações em relação ao prazo de atendimento

dos pedidos

2. Pesquisa de preço prévia à licitação; 8. Conformidade dos produtos/serviços adquiridos com o especificado; 9. Informação de aquisição do produto/serviço através do envio de OCS/contrato ao solicitante; 19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita); 24. Desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade; e 26. Desempenho da Lei de Licitações da seleção e contratação de bons fornecedores.

Seleção de fornecedores e concorrência – (Todas as etapas)

Controle de entrega – Acompanhamento da entrega;

Controle de entrega – Recebimento;

Controle de entrega – Notificação e/ou penalização de fornecedor.

Page 128: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

128

(Conclusão)

Variável Item a ser melhorado

Itens que tem boa correlação Etapas do processo

PR

OC

ES

SO

26. Desempenho da Lei de

Licitações da seleção e

contratação de bons

fornecedores

2. Pesquisa de preço prévia à licitação; 3. Economia de preços nos contratos através processo licitatório; 8. Conformidade dos produtos/serviços adquiridos com o especificado; 9. Informação de aquisição do produto/serviço através do envio de OCS/contrato ao solicitante; 12. Acompanhamento das aquisições/ contratações pela área de compras; 24. Desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade; 25. Desempenho da Lei de Licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos; e 27. Avaliação de desempenho dos fornecedores.

Seleção de fornecedores e concorrência – Julgamento da proposta;

Seleção de fornecedores e concorrência – Habilitação;

Controle de entrega – Acompanhamento da entrega;

Controle de entrega – Recebimento;

Controle de entrega – Notificação e/ou penalização de fornecedor.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Analisando o quadro acima as variáveis que possuem itens a serem

melhorados são: custo, serviço ao cliente, disponibilidade, processamento de pedido,

entrega e processo, podendo-se resumir as oportunidades de melhoria do processo

nos cinco tópicos a seguir:

1. Custo (economia de preços nos contratos através do processo licitatório);

2. Qualidade dos produtos (observação critério menor preço na aquisição de

produtos com qualidade e conforme o pedido; desempenho da Lei de

Licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos; desempenho

da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade; e

qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo licitatório);

3. Tempo (tempo total de ciclo de pedido; agilidade, flexibilidade e rapidez

dos fornecedores na substituição de produtos; entrega dos produtos e

serviços no momento certo (em que o solicitante necessita); cumprimento

do prazo de contrato pelos fornecedores; e desempenho da Lei de

Licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos)

4. Comunicação e relacionamento (acompanhamento das aquisições/

contratações pela área de compras; disponibilidade de informações sobre

produtos em estoque no ato da solicitação; e desempenho da Lei de

Licitações da seleção e contratação de bons fornecedores)

Page 129: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

129

5. Estrutura e normas (Tempo total de ciclo de pedido; e quantidade de

pessoal envolvida no processo de compras)

Uma vez definido os itens que precisam ser melhorados, é a vez de propor as

melhorias para alavancar o desempenho do processo contribuindo com os resultados

organizacionais, e relacionar qual item da avaliação essa proposta irá afetar e qual

etapa do processo ela irá trabalhar, para este fim, foi elaborado o quadro 22, onde

estão relacionadas todas as propostas de melhorias para o processo.

Quadro 20: Propostas de melhoria para o processo de compras de uma empresa pública de pesquisa

(Continua)

Sugestão de melhoria

Autor Item Etapa do processo

A) especificar melhor os produtos.

Ferreira, Medina e Reis (2014)

11. Tempo total do ciclo de pedido; 15. Agilidade, flexibilidade e rapidez dos fornecedores na substituição de produtos; 16. Qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo licitatório; 24. Desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade.

Preparação dos processos – Requisição de compra;

Seleção de fornecedores e concorrência – Julgamento da proposta.

B) elaborar plano de padronização, para os produtos mais relevantes para a empresa,

identificando aquelas marcas que atendem a necessidade da empresa para

elaboração das descrições.

Carvalho (2012)

11. Tempo total do ciclo de pedido; 15. Agilidade, flexibilidade e rapidez dos fornecedores na substituição de produtos; 16. Qualidade dos produtos/ serviços adquiridos através do processo licitatório; 24. Desempenho da Lei de Licitações para aquisição de produtos com qualidade;

Preparação dos processos – Requisição de compra

Seleção de fornecedores e concorrência – Julgamento da proposta.

C) Capacitação dos servidores solicitantes no que concerne a

compras públicas, para que estes

sejam envolvidos nesse contexto e apoiem o setor de

compras nas licitações.

Brandão (2016); Oliveira (2015)

3. Economia de preços nos contratos através processo licitatório; 7. Disponibilidade de informações quanto ao status do pedido; 11. Tempo total do ciclo de pedido; 12. Acompanhamento das aquisições/ contratações pela área de compras; 16. Qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo licitatório; 19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita); 24. Desempenho da Lei de licitações para aquisição de produtos com qualidade; 25. Desempenho da Lei de Licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos; 26. Desempenho da Lei de Licitações na seleção e contratação de bons fornecedores.

Preparação dos processos – Requisição de compra;

Seleção de fornecedores e concorrência – Julgamento da proposta;

Controle de entrega – Acompanhamento da entrega;

Controle de entrega – Recebimento;

Controle de entrega – Notificação e/ou penalização de fornecedor.

Page 130: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

130

(Continuação)

Sugestão de melhoria

Autor Item Etapa do processo

D) implantação de um sistema, ou upgrade do

sistema existente, facilitando,

ordenando e protocolando os

procedimentos de compra, para

verificação “full time” da situação do processo por

parte de qualquer solicitante

interessado, integrando

atividades de compras,

almoxarifado, gestão,

orçamento, dentre outras.

Carvalho (2009);

Menezes (2012)

3. Economia de preços nos contratos através processo licitatório; 7. Disponibilidade de informações quanto ao status do pedido; 11. Tempo total do ciclo de pedido. 12. Acompanhamento das aquisições/ contratações pela área de compras; 15. Agilidade, flexibilidade e rapidez dos fornecedores na substituição de produtos; 17. Disponibilidade de informações sobre produtos em estoque no ato da solicitação; 19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita); 21. Cumprimento do prazo de contrato pelos fornecedores; 23. Quantidade de pessoal envolvida no processo de compras; 25. Desempenho da Lei de licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos; e 26. Desempenho da Lei de licitações da seleção e contratação de bons fornecedores.

Todo o processo

E) redução da quantidade de

itens licitados por processo.

Carvalho (2012);

Brandão (2016)

3. Economia de preços nos contratos através processo licitatório; 7. Disponibilidade de informações quanto ao status do pedido; 11. Tempo total do ciclo de pedido; 12. Acompanhamento das aquisições/ contratações pela área de compras.

Seleção de fornecedores e concorrência – Julgamento da proposta;

Seleção de fornecedores e concorrência – Habilitação;

Planejamento de compra – Elaboração do edital; e

Seleção de fornecedores e concorrência – (todas as etapas).

F) abertura de processo

administrativo contra os

licitantes que não apresentarem a documentação

exigida no Edital.

Brandão (2016); Oliveira (2015)

26. Desempenho da Lei de licitações da seleção e contratação de bons fornecedores.

Controle de entrega – Notificação e/ou penalização de fornecedor.

G) estabelecer prazo de entrega para substituição

de produtos, realizando

acompanhamento para garantir o cumprimento.

Autor 15. Agilidade, flexibilidade e rapidez dos fornecedores na substituição de produtos.

Controle de entrega – Acompanhamento da entrega;

Controle de entrega – Recebimento; e

Controle de entrega – Notificação/penalização de fornecedor.

Page 131: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

131

(Conclusão)

Sugestão de melhoria

Autor Item Etapa do processo

H) eliminar as autorizações de

processo, licitação e

contratação, que são elaboradas

pela área de compras e

assinadas pela chefia.

Autor 11. Tempo total de ciclo de pedido.

Preparação do processo –autorização do processo;

Planejamento da compra – Autorização de licitação; e

Contratação – Autorização de contratação.

I) redistribuir as atividades da

equipe do setor de patrimônio e suprimentos da

Unidade I, fortalecendo a

área de compras e almoxarifado

Autor

11. Tempo total de ciclo de pedido; 12. Acompanhamento das aquisições/ contratações pela área de compras; 7. Disponibilidade de informações quanto ao status do pedido; 17. Disponibilidade de informações sobre produtos em estoque no ato da solicitação; 19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita); 21. Cumprimento do prazo de contrato pelos fornecedores; e 23. Quantidade de pessoal envolvida no processo de compras.

Todo o processo.

J) elaborar e implantar nova

norma de licitações e

contratos para a empresa com a utilização da Lei 13.303/2016, e

inclusão de critérios para pré-

qualificação de fornecedores.

Autor

1. Observação Critério Menor Preço na aquisição de produtos com qualidade e conforme o pedido; 3. Economia de preços nos contratos através processo licitatório; 11. Tempo total de ciclo de pedido; 19. Entrega dos produtos e serviços no momento certo (em que o solicitante necessita); 25. Desempenho da Lei de Licitações em relação ao prazo de atendimento dos pedidos; e 26. Desempenho da Lei de Licitações da seleção e contratação de bons fornecedores.

Todo o processo.

Fonte: Elaborado pelo autor.

É visível que a legislação que rege as licitações e o pregão eletrônico no Brasil

está defasada e não acompanha a velocidade da tecnologia da informação

(RESENDE, 2012), porém levantar como oportunidade de melhoria mudanças na

legislação não foi o foco desse estudo. Recentemente foi regulamentada uma nova lei

que estabelece regras para o processo de compras públicas para empresas públicas

e sociedade de economia mista, que ainda não foi nem implantada pela maioria

dessas instituições, e entende-se que é necessário primeiro promover essa

implantação das novas regras.

Todas as sugestões de melhoria apresentadas teve como objetivo melhorar o

Page 132: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

132

processo de compras da empresa em estudo, com foco nos itens que apresentaram

um baixo desempenho na avaliação realizada pelos clientes e operadores do

processo, no sentido de contribuir com os resultados da organização, porque, como

componente estratégico da logística de suprimentos, Araújo (2012) cita que o

processo de compras pode contribuir com as organizações públicas agregando valor

aos processos realizados e aos serviços oferecidos aos clientes.

Page 133: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

133

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo tratou de avaliar do desempenho do processo de compras de uma

empresa pública de pesquisa, a partir da percepção dos clientes e operadores do

processo, sendo utilizado como população as duas unidades localizadas no estado

do Ceará da referida empresa, denominadas de Unidade I e Unidade II.

Afim de atender a proposta do estudo foi realizada revisão bibliográfica em

livros, periódicos, sites da internet e a legislação brasileira sobre gestão de processos,

processo de compras, processo de compras públicas e avaliação de desempenho;

uma pesquisa de campo através da aplicação de questionário com todos os

empregados das 2 unidades de estudo, obtendo-se um índice de 28% de respostas;

a análise das normas da empresa; entrevista com gestor da área de compras da

Unidade II; e relato da experiência da autora como supervisora do setor na Unidade I.

Em função da diversidade de métodos utilizados, essa pesquisa caracteriza-se como

pesquisa de métodos misto.

Para alcançar o primeiro objetivo específico, que foi descrever o processo de

compras de uma empresa pública de pesquisa, com suas etapas e marcos

regulatórios, foram utilizados a lei que regulamenta esse processo, as normas da

empresa, o conhecimento da autora sobre o processo e uma entrevista com o

supervisor da área de compras da Unidade II, onde a partir de todas as informações

levantadas, foi elaborado o fluxo do processo de compras da empresa, que segue as

etapas básicas do processo de compras estabelecido por Viana (2009) e explicado o

funcionamento e a estrutura de apoio do processo nas duas unidades pesquisadas.

De acordo com as informações levantadas e o fluxo elaborado, constou-se

que a empresa cumpre o estabelecido na legislação, acrescentando apenas algumas

etapas internas de controle; não tem um padrão de ferramentas corporativas para

tratar e auxiliar as etapas internas do processo, que se refere a programação e

planejamento da aquisição e o controle de entrega, onde cada unidade trabalha da

sua maneira; e as atividades e quantidade de pessoas envolvidas no processo de

compras, também é definido pelas unidades descentralizadas.

As questões inerentes ao planejamento de compras e as rotinas de compras

implementadas também foram identificadas por Oliveira (2015), que afirma ser

imprescindível que o setor de compras reveja os procedimentos inerentes ao atual

planejamento de compras, no sentido de implementar rotinas que impliquem em maior

Page 134: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

134

celeridade, eficiência e eficácia para os processos de licitação; e Menezes (2012) que

afirma ser necessário adotar a visão sistêmica do processo de aquisição, partindo do

pressuposto de que diversos fatores organizacionais contribuem para a maior ou

menor eficiência das aquisições.

O segundo objetivo específico da pesquisa foi comparar o desempenho do

processo de compras das unidades de uma empresa pública de pesquisa, conforme

os clientes e operadores do processo, cujo resultado foi obtido através da aplicação

do questionário de avaliação de desempenho do processo de compras públicas com

os empregados das duas unidades selecionadas como população desta pesquisa.

Apresentaram bom desempenho as variáveis custo, processamento de pedido,

entrega e retorno, e baixo desempenho a disponibilidade e processo, onde o resultado

do desempenho da Unidade I foi inferior ao da Unidade II, havendo concordância entre

as unidades com o desempenho das variáveis processamento de pedido, serviço ao

cliente, entrega, processo e retorno.

Com relação ao desempenho dos itens, constatou-se que a empresa precisa

melhorar: o custo do processo de compras através da redução de preços dos itens

advindos dos processos licitatórios; o tempo do ciclo do processo, que envolve o

tempo de preparação, realização de compra e entrega do fornecedor; a qualidade dos

produtos advindos do processo licitatório; a comunicação e o relacionamento com os

solicitantes e fornecedores; e a estrutura da área e normas do processo.

Esse resultado vai ao encontro dos resultados de Menezes (2012), Fenili

(2016) e Resende (2012), que constataram a ausência de padronização dos

procedimentos, problemas de qualidade com produtos adquiridos através de

processos licitatórios, ausência de sistema de compras integrado que apoie no

planejamento de compras, o tempo elevado gasto para a aquisição de material no

serviço público, a defasagem da legislação que rege as licitações no Brasil, e

problemas de relacionamento e comunicação entre a área de compras e os clientes e

fornecedores.

Para alcançar o terceiro objetivo da pesquisa que é identificar os desafios e

possibilidades de melhoria do processo de compras públicas, na percepção dos

clientes e operadores do processo, foi identificado os itens que obtiveram baixo

desempenho na avaliação, a sua correlação com demais itens da avaliação, e com

etapas do processo de compras da empresa pública de pesquisa. As oportunidades

de melhorias levantadas nesse estudo se resumem nos tópicos custo, qualidade dos

Page 135: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

135

produtos, tempo, comunicação e relacionamento e estrutura e normas.

Por fim, para atender o último objetivo da pesquisa, que foi propor um conjunto

de recomendações visando a melhoria processo de compras de uma empresa pública

de pesquisa, aumentando a contribuição do processo com resultados organizacionais,

foi elaborado um quadro de propostas de melhoria, usando a literatura e o resultado

da avaliação de desempenho, onde se destacam como principais sugestões a

implantação de um plano de padronização, a eliminação das etapas de autorização

de processo, licitação e contratação, a implantação de um sistema integrado

envolvendo todos os processos referente a suprimentos e financeiro, a redistribuição

das atividades da equipe da unidade I e normatização e implantação da Lei 13.303/16.

Com relação ao objetivo geral deste trabalho, que é analisar o desempenho

do processo de compras de uma empresa pública de pesquisa, considerando a

avaliação dos operadores e clientes do processo das Unidades I e II, conclui-se que

o processo apresentou um bom desempenho, porém tem alguns itens que precisam

de atenção e melhoria. Os compradores possuem um bom conhecimento para operar

do processo e atendem bem os clientes, realizando as compras de maneira correta,

respeitando a legislação vigente, porém o processo é moroso, com prazos longos,

sendo passível a aquisição de produtos de má qualidade e contratação de maus

fornecedores, onde os clientes não são informados sobre situação da aquisição de

suas solicitações.

Essa visão corrobora com a de Ferreira (2015), que aponta como principais

entraves para a melhoria da qualidade do processo de compras públicas: a ausência

de treinamento e capacitação para os compradores públicos; a ausência de

padronização dos procedimentos para a realização das compras; falhas de

comunicação entre os setores solicitantes e o setor de compras nas instituições

públicas.

Essa pesquisa proporcionou contribuições no campo teórico científico, bem

como contribuições práticas relevantes. No que diz respeito às contribuições teóricas,

esta dissertação analisou o desempenho dos processos de compras e contratações

públicas, delimitando, com base na literatura da área e em normas legais aplicáveis,

variáveis para a análise desse construto. Em adição, como contribuição prática esta

pesquisa permitiu identificar a percepção dos indivíduos sobre o desempenho do

processo, relacionar as oportunidades de melhorias, e elaborar proposta para

melhorar o processo de compras da empresa pública de pesquisa objeto desse

Page 136: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

136

trabalho.

No campo metodológico, a elaboração de um instrumento de avaliação de

desempenho do processo de compras públicas utilizando-se as variáveis de já usadas

por outros autores na avaliação de desempenho da cadeia de suprimentos, pode ser

considerada uma contribuição, por ser passíveis de emprego (e adaptação) em outras

pesquisas com finalidades análogas.

As contribuições para fins gerenciais estão relacionadas ao ferramental

conferido ao gestor que almeja incrementar o desempenho do processo de compras

e contratações públicas, como a ferramenta de avaliação, o quadro de proposição de

melhorias apresentados, e medidas de desempenho das licitações públicas que

transcendam o foco em custos orçamentários e atendimento a legislação.

As limitações dessa pesquisa se apresentaram na não obtenção de

autorização, por parte da sede, para publicação dessa pesquisa com o nome da

empresa, por entenderem que no caso de resultado de desempenho negativo a

publicação desse trabalho pode afeta imagem organizacional.

Outra limitação entrada foi a dificuldade de encontrar instrumentos já pré-

elaborados para avaliação de desempenho do processo de compras públicas, com

foco nas etapas do processo, pois os estudos disponíveis nas bases cientificas sobre

avaliação de desempenho do processo de compras públicas focam a modalidade

pregão eletrônico e a legislação.

Pode-se citar também como limitação o período de aplicação do questionário,

onde se tinha uma quantidade grande de funcionários em férias ou com foco na

entrega dos resultados dos projetos, o que impactou na adesão das pessoas ao

preenchimento do questionário enviado.

Outra limitação identificada, foi que por processo de compras públicas ser de

ampla transversalidade, há a dificuldade de se delimitar com precisão a amostra a ser

pesquisada. Em uma área, por exemplo, pode ser que apenas um funcionário tenha

relação com o processo de compras e contratações, e em outra pode-se ter todos os

funcionários.

Por fim, identificou-se como fator limitante dessa pesquisa, a utilização de

amostra circunscrita a apenas duas unidades de uma grande uma organização pública,

o que faz com que a generalização dos resultados para a organização como um todo,

ou outras organizações públicas, seja limitada.

Como sugestão para próximas pesquisas seria relevante: a realização de

Page 137: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

137

novas pesquisas utilizando-se do instrumento elaborado em outros órgãos da

administração pública ou outras empresas ou instituições de pesquisa vinculadas ao

governo; o desenvolvimento e aplicação de outros instrumentos para avaliar o

desempenho do processo de compras públicas, considerando outras variáveis além

das abordadas nesse trabalho; novas pesquisas em outros setores com o instrumento

de pesquisa elaborado; e a realização de uma pesquisa qualitativa utilizando-se das

variáveis identificadas nesse trabalho.

Page 138: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

138

6. REFERÊNCIAS

ABPM – Association Of Business Process Professionals. BPM CBOK. 1. ed. Brasil,

ABPM, 2013.

AGAMI, N.; SALEH, M. E RASMY, M. Supply Chain Performance Measurement

Approaches: Review and Classification. Journal of Organizational Management

Studies. Vol. 2012, artigo ID 872753, p. 96, 2012. Disponível em

http://ibimapublishing.com/articles/JOMS/2012/872753/872753.pdf.

AMAYI, F.K; NGUGI, G.K. Determinants of Public Procurement Performance in Kenya.

Jornal Internacional de Ciências Sociais e Empreendedorismo. Vol.1, n. 5, p. 647-

667, 2013. Disponível em: http://www.open-science-repository.com/business-

administration-23050433.html.

ALEXANDRE, N. M. C. W; COLUCI, M. Z. O. Validade de conteúdo nos processos de

construção e adaptação de instrumentos de medidas. Revista de Ciências e saúde

coletiva [online]. Vol. 16, n. 7, p. 3061-3068, 2011. Disponível em

http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006.

ALMEIDA, D.; SANTOS, M. A. R. COSTA, A. F. B. Aplicação do coeficiente alfa de

cronbach nos resultados de um questionário para avaliação de desempenho da saúde

pública. XXX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Maturidade e

desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de

trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, 12 a15 de outubro de 2010.

ALVARENGA, E. M. Metodologia da Investigação quantitava e qualitativa: normas

técnicas de apresentação de trabalhos científicos. 1. ed. Paraguai. A4 Disenos, 2012.

AMBE, I. M.; BADENHORST-WEISS, J. A . Managing and Controlling Public

Sector Supply Chains, Supply Chain Management, Dr. pengzhong Li (Ed.), ISBN:

978-953-307-184-8, InTech, 2011, Disponível em:

http://www.intechopen.com/books/supply-chain-management/managing-and-

controlling-publicsector-supply-chains.

Page 139: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

139

AMBE, I M; BADENHORST-WEISS, J A. Procurement Challenges In The South

African Public Sector. Journal of Transport and Supply Chain Management. Vol. 6,

n. 1, p. 242-261, 2012. Disponível em

http://www.jtscm.co.za/index.php/jtscm/article/view/63.

APOSTOLOVA, B.Z.; KROON, M.J.; RICHTER, M.; ZIMMER, I.M.. Strategic

Purchasing: A Global Perspective. Global Edition, Groningen, 2015.

ARAÚJO, P. M. C. Processo licitatório tipo menor preço e eficiência em compras

públicas: um estudo de caso. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração, Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em

Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE), Vitória-Es, 2012.

ARLBJORN, J. S. e FREYTAG, P. V. Public procurement vs private purchasing.

International Journal of Public Sector Management. Vol. 25, Iss 3, p. 203 – 220,

2012. Disponível em http://dx.doi.org/10.1108/09513551211226539.

ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais. São Paulo: Atlas, 1999.

ASSIS, S. A. F. Modernização da burocracia das compras públicas: sistema de

registro de preços em uma instituição federal de ensino superior. Dissertação

apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração Pública,

Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG, 2015.

BEAMON, B.M. Measuring supply chain performance. International Journal of

Operations & Production Management. Vol. 19, n. 3, p. 275 – 292, 1999. Disponível

em http://dx.doi.org/10.1108/01443579910249714.

BRANDÃO, F. T. Eficiência na gestão de compras públicas: um estudo de caso da

modalidade pregão eletrônico nos processos licitatórios do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do sertão pernambucano. Dissertação apresentada

ao Programa de Pós-Graduação em Gestão de Processos Institucionais, Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2016.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.

Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.

Page 140: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

140

BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Brasília: Diário Oficial da União, 1993.

BRASIL. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Brasília: Diário Oficial da União, 2002.

BRASIL, Decreto nº 5.420, de 31 de maio de 2005, Brasília: Diário Oficial da União,

2005.

BRASIL, Lei nº 12.463, de 04 de agosto de 2011. Brasília: Diário Oficial da União, 2011.

BRASIL, Decreto nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013. Brasília: Diário Oficial da União,

2013

BRASIL. Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016. Brasília: Diário Oficial da União,

2016.

BRASIL. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016. Brasília: Diário Oficial da União, 2016.

BRASIL, Lei nº 13.255, de 14 de janeiro de 2016. Brasília: Diário Oficial da União,

2016.

BRASIL, Orçamento geral da união, de 15 de janeiro de 2016. Brasília: Diário Oficial

da União

BRITO, R. F.; ALMEIDA, V. L.; BRITO, A. C. T. da C. Indicadores de Desempenho em

Compras Públicas: o caso de um Hospital Universitário. I Congresso Nacional de

Mestrados Profissionais em Administração Pública. Curitiba/PR, 8 e 9 de

dezembro de 2016. Disponível em: http://www.profiap.org.br/profiap/eventos/2016/i-

congresso-nacional-de-mestrados-profissionais-em-administracao-publica/anais-do-

congresso/41382.pdf.

BUSANELO, E. C. Um panorama dos estudos sobre avaliação de desempenho

logístico – Indicadores e sistemas de mensuração. XXXV Encontro ENANPAD. Rio

de Janeiro/RJ, 4 a 7 de setembro de 2011.

CAMARGO, M. E.; ZANANDREA,G.; PACHECO, M. T. M.; MALAFAIA, C. M. E

MOTTA, M. E. V. Supply Chain Management Operations Reference (SCOR): Study

Page 141: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

141

Bibliometric. International Journal of Operations and Logistics Management. Vol.

2, n. 4, p. 1-13, Brasil, 2013.

CAMPOS, S. J. A. Compras públicas: estudo de caso da Universidade de Brasília.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Economia da Faculdade

de Economia, Administração e Contabilidade. Universidade de Brasília, Brasília-DF,

2013.

CAPRONI, T. V. Proposta de remodelação do processo de compras públicas

municipais. XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Salvador/BA,

08 a 11 de outubro de 2013.

CARMO, H.; FERREIRA, M. M. Metodologia da investigação, guia para a

autoaprendizagem. 2 ed. Lisboa. Universidade Aberta, 2008.

CARVALHO , A. L. Compras governamentais: uma proposta de dinamização do

fluxo de compras em instituições públicas em saúde. Dissertação de Mestrado

Profissional em Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde. Escola

Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo

Cruz. Rio de Janeiro, 2009.

CARVALHO, L. C. A configuração jurídica das compras governamentais por

padronização como concretização do princípio da eficiência. Tese de Doutorado

em Direito. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012.

CARVALHO, R. G. Compras Públicas X Compras Privadas: O que os dados da

aquisição de medicamentos nos dizem? Dissertação de mestrado em finanças e

economia empresarial. Escola de Pós-Graduação em Economia, Fundação Getúlio

Vargas. Rio de Janeiro, 2012.

CHIA, A.; GOH, M.; HUM, S. H. Performance measurement in supply chain entities:

balanced scorecard perspective. Benchmarking: An International Journal. Vol. 16,

n. 5, p. 605 – 620, 2009. http://dx.doi.org/10.1108/14635770910987832

Page 142: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

142

COSTA, D. A. Variáveis determinantes na decisão de compras: um estudo de caso.

Dissertação de mestrado apresentada ao mestrado profissional em administração.

Centro Universitário UNA. Belo Horizonte, 2014.

CRESWELL, J. W.; CLARK, V. L. P. Pesquisa de métodos mistos. 1 ed. São Paulo.

Penso, 2013.

CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. 2. ed.

São Paulo: Pioneira, 2007.

COSTANTINO, N., DOTOLI M.; FALAGARIO, M. E.; SCIANCALEPORE F. Balancing

the additional costs of purchasing and the vendor set dimension to reduce public

procurement costs. Journal of Purchasing and Supply Management. Vol. 18, n. 3,

p. 189-198, Brasil, 2012. Disponível em

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1478409212000325.

CUTHBERTSON, R.; PIOTROWICZ, W. Performance measurement systems in

supply chains a framework for contextual analysis. Jornal Internacional de

Produtividade e Performance Management. Vol. 60, n. 6, p. 583 -. 602, Oxford-UK,

2011. Disponível em http://dx.doi.org/10.1108/17410401111150760.

DESHPANDE, A. Supply Chain Management Dimensions, Supply Chain Performance

and Organizational Performance: An Integrated Framework. International Journal of

Business and Management. Vol. 7, n. 8, Canadá, 2012. Disponível em

http://www.ccsenet.org/journal/index.php/ijbm/article/view/14119.

ENSSLIN, L.; DUTRA , A.; BINOTTO M.; DEZEM V. Avaliação de desempenho de

compras públicas: Análise bibliométrica da literatura internacional. Revista Espacios.

Vol. 37, n. 20, p. 3, Brasil, 2016. Disponível em:

http://www.revistaespacios.com/a16v37n20/16372003.html.

ESTACHE, A.; LIMI, A. Quality or Price? Evidence from ODA-Financed Public

Procurement. Public Finance Review. Vol. 40, n. 4, p. 435-469, 2012. Disponível em:

https://ideas.repec.org/a/sae/pubfin/v40y2012i4p435-469.html.

FENILI, R. R. Desempenho em processos de compras e contratações públicas:

Page 143: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

143

um estudo a partir da inovação e das práticas organizacionais. Tese de doutorado

apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Faculdade de

Economia, Administração, Contabilidade e Ciências da Informação e Documentação.

Universidade de Brasília, Brasília-DF, 2016.

FERREIRA, C. B. Gestão de compras públicas: desafios, dilemas e perspectivas na

Universidade Federal de Viçosa. Dissertação de mestrado apresentada `curso de

Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública da Faculdade de

Educação. Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2015.

FERREIRA, M. A. M.; MEDINA, S. A. e REIS, A. O. Pregão Eletrônico e Eficiência nos

Gastos Públicos Municipais. Revista de Administração Pública e Gestão Social.

Vol. 6, n. 2, p. 74-81, Brasil, abr-jun, 2014, ISSN 2175-5787. Disponível em

http://www.spell.org.br/documentos/ver/29593/pregao-eletronico-e-eficiencia-nos-

gastos-publicos-municipais.

FERRER, F. Os desafios do setor público para construir um novo modelo de compras.

IV Congresso CONSAD de Gestão Pública. Brasília/DF, 16, 17 e 18 de abril de 2013.

FERNANDES, C. C. C. A organização da área de compras e contratações públicas na

administração pública federal brasileira: o elo frágil. Rev. Serv. Público. Vol. 67, n. 3,

p. 407-432, Brasília, jul/set 2016. Disponível em

http://www.spell.org.br/documentos/ver/42953/a-organizacao-da-area-de-compras-e-

contratacoes-publicas-na-administracao-publica-federal-brasileira--o-elo-fragil.

FIELD, A. Descobrindo a estatística usando o SPSS. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed,

2009.

FIUZA, E. P. S.; MEDEIROS, B. A. A agenda perdida das compras públicas: rumo

a uma reforma abrangente da lei de licitações e do arcabouço institucional. Texto

para discussão. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, Rio de Janeiro,

2014.

FREITAS, H.; OLIVEIRA, M.; SACCOL, A. Z.; MOSCAROLA, J. O método de pesquisa

survey. São Paulo-SP: Revista de Administração da USP. Vol. 35, n. 3, p. 105-112,

Page 144: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

144

Brasil, jul-set, 2000. Disponível em http://www.spell.org.br/documentos/ver/16542/o-

metodo-de-pesquisa-survey.

FREITAS, H.; MOSCAROLA, J. Gestão da informação – da observação à decisão:

métodos de pesquisa e de análise quantitativa e qualitativa de dados. RAE- eletrônica.

Vol. 1, n. 1, Brasil, jan-jun, 2002. Disponível em

http://www.spell.org.br/documentos/ver/30345/da-observacao-a-decisao--metodos-

de-pesquisa-e-de-analise-quantitativa-e-qualitativa-de-dados.

FROSSARD, L.B.M. Desafios da eficiência no contexto da gestão de compras de

medicamentos em hospital público: o caso do Hospital da Forças Armadas – HFA.

Dissertação de mestrado apresentada a Faculdade de Economia, Administração,

Contabilidade e Ciências da Informação. Universidade de Brasílica, Brasília-DF, 2011.

GARDENAL, F. A Model To Measure E-Procurement Impacts On Organizational

Performance. Journal of Public Procurement.. Vol. 13, n. 2, p. 215-242, 2013.

Disponível em: https://doi.org/10.1108/JOPP-13-02-2013-B003.

GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da

UFRGS, 2009.

GODOI, C. K.; MELLO, R. B.; SILVA, A. A pesquisa qualitativa em estudos

organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. 2. Ed, São Paulo: Saraiva,

2010.

GUNASEKARAN, A.; PATEL, C.;TIRTIROGLU, E. Performance measures and metrics

in a supply chain environment. International Journal of Operations & Production

Management, Vol. 21, n. ½, p. 71 – 87, 2001. Disponível em

http://dx.doi.org/10.1108/01443570110358468.

HEREDIA, L. P. D.; SÁNCHEZ, A. I. M.; VARGAS, D. Validade e confiabilidade do

Questionário de Espiritualidade de Parsian e Dunning em versão espanhola. Rev.

Latino-Am. Enfermagem. maio-jun. 2012 [acesso em: 01/04/2017];20(3):[8 telas].

Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n3/pt_a18v20n3.pdf.

KAPLAN, R.S. e NORTON, D.P. The balanced scorecard – measures that drive

performance. Harvard Business Review. Vol. 70, n. 1, p. 71-89, jan-fev, 1992.

Page 145: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

145

Disponpivel em: https://umei007-

fall10.wikispaces.com/file/view/Kaplan%26Nortonbalanced+scorecard.pdf.

KAPLAN, R.S. e NORTON, D.P. The Balanced Scorecard: Translating Strategy

into Action, Harvard Business School Press, Boston, MA, 1996.

KANYARU, G. M.; MORONGE, M. Determinants of public procurement legal

framework on the performance of public institutions in Kenya. A case of judicial service

commission. The Strategic Journal of Business & Change Management. Vol. 4, n.

3 (12), p. 148 - 163, Ago, 2017. ISSN 2312-9492(Online). Disponível em

http://strategicjournals.com/index.php/journal/article/view/499.

KIAGE, J. O. Factors Affecting Procurement Performance: A Case of Ministry of Energy.

International Journal of Business and Commerce. Vol. 3, n. 1, p. 54-70, set, 2013.

ISSN: 2225-2436. Disponível em:

https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/43313132/mtlokwa.pdf?AWSA

ccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1504514990&Signature=qOksSI

HoRH9NwIc5qOAM4UDIWfQ%3D&response-content-

disposition=inline%3B%20filename%3DFactors_Affecting_Procurement_Performanc.

pdf.

LACERDA, L. C. N. Uma análise da variabilidade dos preços adjudicados em

pregões eletrônicos na administração pública federal. Dissertação de Mestrado

apresentada à Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas. Fundação

Getúlio Vargas – FGV, Rio de Janeiro, 2012.

LOBÃO, J. C. S. A influência do contexto organizacional no desempenho das

compras públicas na UFBA. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares Sobre a Universidade. Universidade

Federal da Bahia, Salvador-BA, 2015.

LOHRMANN, M. E REICHERT, M. Effective application of process improvement

patterns to business processes. Software & Systems Modeling. Vol. 15, n. 2, p 353–

375, Mai, 2016. Disponível em https://link.springer.com/article/10.1007/s10270-014-

0443-z.

Page 146: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

146

MAROCO, J.; MARQUES, T. G. Qual a fiabilidade do alfa de Cronbach? Questões

antigas e soluções modernas?. ISPA- Instituto universitário, Laboratório de

Psicologia. Vol. 04, n. 1, p. 65-90, Lisboa-Portugal, 2006, ISSN Eletrônico: 1646-6004.

Disponível em http://publicacoes.ispa.pt/index.php/lp/article/viewFile/763/706.

MARTINS, P. G.; CAMPOS, P. R. Administração de materiais e recursos

patrimoniais. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

MARTINS, K. A. Melhoria de processos e informações via mapeamento de fluxo

de valor: uma pesquisa-ação. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação do Mestrado Profissional em Gestão Organizacional. Universidade

Federal de Goiás, Catalão, 2014.

MENEZES, L.M.S. Legislação de compras e desempenho em instituições

públicas de pesquisa: um estudo de caso na Embrapa Semiárido. Dissertação

apresentada à Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas. Fundação

Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2012.

MONCZKA, R. M.; HANDFIELD R. B.; GIUNIPERO, L. C.; PATTERSON, J. L.

Purchasing and Supply Chain Management. 6 ed. USA. South-Western Cengage

Learning, 2014.

MOTTA, A. R. Combate ao desperdício no gasto público: uma reflexão baseada na

comparação entre os sistemas de compra privado, público federal norte-americano e

brasileiro. Dissertação apresentada ao Instituto de Economia da Unicamp.

Universidade Estadual de Campinas, 2010.

NISHIYAMA, M. A. Gestão de compras no setor público: Uma proposta multicritério

para Avaliação de Desempenho. Dissertação submetida ao Programa de Pós-

graduação em Administração, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis-

SC, 2016

OLIVEIRA, M. DA C. Eficiência do calendário de compras para os processos de

licitação: estudo de caso da Universidade de Brasília. Dissertação apresentada

ao Curso de Mestrado Profissional em Economia, Universidade de Brasília. Brasília,

2015.

Page 147: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

147

OLIVEIRA, R.C.R. Licitações e contratos administrativos, teoria e prática. 4. Ed.

São Paulo: Método, 2015

PAULA, N. P. Aprimoramento das Aquisições na Administração Pública: um

Estudo de Caso. Dissertação de Mestrado em Engenharia da Produção. Pontifícia

Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2011.

PINA, E. C.; OLIVEIRA, A.A. Gressus: uma metodologia para implantação da BPM

como suporte ao e-gov. XXXVII Encontro da Anpad. Rio de Janeiro-RJ, 07 a 11 de

setembro de 2013.

PINTO, G. A.; CHAVEZ, J. R. A. O uso do coeficiente alfa de Cronbach nos resultados

de um questionário para avaliação dos serviços no setor de transporte urbano por

ônibus. XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da

Engenharia de Produção. Bento Gonçalves RS, 15 a 18 de outubro de 2012.

PORTAL DE COMPRAS DO GOVERNO FEDERAL. Painel dos processos de

compras 2016.. Disponível em:

https://paineldecompras.planejamento.gov.br/QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=P

aineldeCompras.qvw&host=QVS@17-0112-b-ias04&anonymous=true. Acesso em 28

de julho de 2017.

POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais. 5. ed. São Paulo:

Atlas, 2010.

RAINEY, H. G.; BOZEMAN B. Comparing Public and Private Organizations: Empirical

Research and the Power of the A Priori. Journal of Public Administration Research

and Theory. Vol. 10, n. 2, p. 447-469, 2000. Disponível em:

https://www.jstor.org/stable/3525651?seq=1#page_scan_tab_contents.

RESENDE, H. M. O processo eletrônico de compras públicas: o pregão eletrônico

como aliado na aquisição de bens e serviços. Dissertação apresentada ao Curso de

Mestrado em Administração da Faculdade de Ciências Empresariais. Universidade

FUMEC. Belo Horizonte-MG, 2012.

SARAIVA, M. C. L. Os impactos da modalidade do pregão eletrônico nas compras

Page 148: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

148

do Governo do Estado do Ceará. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado

Profissional em Economia do Curso de Pós-Graduação em Economia – CAEN.

Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-Ce, 2012.

SILVA JÚNIOR, S. D.; COSTA, F. J. Mensuração e escalas de verificação: uma análise

comparativa das escalas de Likert e Phrase Completion. XVII SEMEAD Seminários

em Administração. São Paulo-SP, 29, 30 e 31 de outubro de 2014.

SILVA, J. G. Gestão por processos em organizações públicas: Uma análise sobre

obstrutores e facilitadores do Mapeamento de Processo em Organizações

públicas. Dissertação de mestrado apresentada ao Curso de Mestrado Profissional

em Administração Pública, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas

do Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, Rio de

Janeiro-RJ, 2014.

SILVEIRA, T. B. M. Compras públicas: compatibilidade entre a legislação brasileira

sobre compras públicas e o tratado plurilateral de compras públicas da organização

mundial do comércio. Dissertação de mestrado apresentada no Curso de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Direito, Universidade Católica de Brasília, Brasília-DF,

2015.

SQUEFF, F. H. S. O poder de compras governamental como instrumento de

desenvolvimento tecnológico: análise do caso brasileiro. Texto para discussão.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada- IPEA, Rio de Janeiro, 2014.

STEWART, G. Supply chain performance benchmarking study reveals keys to supply

chain excellence. Logistics Information Management. Vol. 8, n. 2, p. 38 – 44, 1995.

Disponível em http://dx.doi.org/10.1108/09576059510085000.

TEIXEIRA, P. A. S. Gestão por processos numa instituição de ensino superior.

Dissertação apresentada a Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova

de Lisboa. Lisboa, 2013.

THEISS, G. G. Análise diagnóstica da fase preparatória de pregões na UDESC:

estudo sobre compras públicas. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Page 149: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

149

Graduação Profissional em Gestão Universitária, Universidade Federal de Santa

Catarina – UFSC, Florianópolis-SC, 2016.

TRIDAPALLI, J. P., FERNANDES, E., MACHADO, W. V. Gestão da cadeia de

suprimento do setor público: uma alternativa para controle de gastos correntes no

Brasil. Revista de Administração Pública. Vol. 45, n. 2, p.401-33, Rio de Janeiro,

mar-abr, 2011. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rap/v45n2/06.pdf.

TRIDAPALLI, J. P.; BORNELLI, B. Compras públicas: divergências de preços

praticados entre os níveis de governo e o mercado privado no estado do Amazonas.

VIII CONSAD (Congresso de Gestão Pública). Brasília-DF, 26, 27 e 28 de maio de

2015.

VANDERFEESTEN, I; GREFEN, P. Business Process Management Technology for

Discrete Manufacturing. Beta Working Paper series 486, setembro de 2015.

VAN WEELE, A.J. Purchasing and Supply Chain Management: Analysis, Strategy,

Planning and Practice, Fifth Edition. Hampshire: Cengage Learning, 2010.

VAY, I. H. Avaliação de desempenho logístico no serviço ao cliente baseada na

Teoria da resposta ao item. Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em

Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.

VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. 1. ed. São Paulo: Atlas,

2009.

WESKE, Mathias. Business Process Management Concepts, Languages,

Architectures. 1 ed. New York: Springer,2013.

ZYLBERMAN, M. A gestão das compras públicas dos estados brasileiros: a

experiência do rio de janeiro com a opção pela descentralização. Dissertação

de Mestrado profissional em Administração Pública. Escola Brasileira de

Administração Pública e de Empresas, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2015.

Page 150: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

150

ANEXO I – Questionário para avaliação de desempenho do processo de

compras públicas

A Pesquisa tem o objetivo de coletar informações sobre como você avalia o

desempenho do processo de compras da empresa na aquisição de materiais e

contratação de serviços.

Os dados coletados serão de uso restrito a pesquisa. Suas informações serão

mantidas em sigilo respeitando sempre os preceitos da ética. Antes de começar a

responder o questionário gostaríamos que respondesse as questões abaixo:

1) Qual o seu Nível de escolaridade a) ( ) Fundamental completo b) ( ) Ensino médio completo c) ( ) Ensino médio incompleto d) ( ) Superior completo e) ( ) Superior incompleto f) ( ) Pós-graduação g) ( ) Mestrado h) ( ) Doutorado

2) Qual o seu cargo

a) ( ) Analista b) ( ) Assistente c) ( ) Pesquisador d) ( ) Técnico

No Questionário estão listados itens em relação a gestão de compras, que influenciam

no seu desempenho, portanto, marque o número correspondente a sua opinião, de

acordo com a escala abaixo. No caso de não conseguir opinar sobre o assunto marque

a coluna SO (Sem Opinião).

1 Baixo Desempenho (Ruim)

2 Baixo a Médio Desempenho

3 Médio a Alto Desempenho

4 Elevado Desempenho (Ótimo)

SO Sem Opinião

Ao responder as questões, vale salientar que a Lei 8.666/93, Art. 2º determina que as obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com

Page 151: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

151

terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

Questões

1 2 3 4 SO

1. Como você avalia a observação do critério de menor preço na aquisição de produtos e serviços pela área de compras? (Você considera que o critério menor preço é observado no ato da licitação, e permite a aquisição de produtos com qualidade, conforme especificação do pedido)

2. Como você avalia a pesquisa de preço prévia feita antes da realização das licitações? (Ela é realizada para garantir um preço de referência condizente com a realidade de mercado)

3. Como você avalia a economia de preços dos materiais/ serviços contratados através do processo licitatório? (Você considera que os materiais/serviços contratados por meio de processos licitatórios possuem preços competitivos de acordo com a realidade de mercado)

4. Como você se auto avalia em relação ao preenchimento das solicitações de compra? (Você realiza a descrição adequada dos produtos, para que a aquisição atenda às suas necessidades)

5. Como você avalia a eficiência do sistema de processamento de pedidos da empresa? (A empresa trabalha a entrada e processamento dos pedidos no setor de compras utilizando sistema de informação, ou o processo é feito através de e-mail ou papel)

6. Como você avalia a cordialidade, presteza e facilidade da área de compras no atendimento dos pedidos, considerando o respeito aos princípios legais? (A área de compras atende com cordialidade, presteza e facilidade mesmo respeitando as leis de licitação que regem o processo de compras públicas)

7. Como você avalia a disponibilidade de informações sobre o status do pedido antes, durante e após a realização da compra? (A área de compras informa o status do seu pedido a cada passo que realiza para aquisição do mesmo)

8. Como você avalia o processo de aquisição na empresa, os produtos/serviços solicitados são adquiridos corretamente? (As especificações dos produtos/serviços adquiridos estão em conformidade com o solicitado)

Page 152: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

152

9. Como você avalia o envio da OCS (Ordem de Compra ou Serviço) ou contrato pela área de compras ao solicitante, como maneira de informar que seu produto/serviço foi adquirido? (Você recebe a OCS/contrato do produto/serviço solicitado e considera o recebimento desse documento relevante)

10. Como você avalia a sua participação na avaliação das propostas durante o processo licitatório? (Você é consultado para avaliar as propostas dos fornecedores durante o processo licitatório e considera essa participação relevante)

11. Como você avalia o tempo total do ciclo do pedido, ou seja, desde a colocação do pedido até a entrega? (Você considera o tempo que leva entre a colocação do seu pedido até o recebimento do produto/serviço solicitado adequado para atender as necessidades do seu projeto ou da sua área)

12. Como você avalia o acompanhamento das aquisições/contratações pela área de compras? (A área de compras realiza o acompanhamento dos produtos/serviços adquiridos até a sua entrega total)

13. Como você se auto avalia em relação ao acompanhamento das suas solicitações de compras? (Você tem o hábito de acompanhar as suas solicitações, consultando a área de compras para saber se o produto/serviço solicitado foi licitado, contratado e entregue)

14. Como você avalia o tempo de resposta da área de compras às perguntas referente a situação dos pedidos? (Eles respondem prontamente com as informações necessárias para o seu acompanhamento, como: foi licitado, contratado ou entregue)

15. Como você avalia a agilidade, flexibilidade e rapidez dos fornecedores na substituição de produtos (mercadorias) com problemas?

16. Como você avalia a qualidade dos produtos/serviços adquiridos através do processo de compras públicas? (Os produtos/serviços adquiridos atende as especificações do seu pedido com a qualidade esperada)

17. Como você avalia a disponibilidade de informações sobre os produtos em estoque no ato da solicitação? (Você tem acesso as informações do estoque da empresa para que você possa analisar a necessidade de compra antes da colocação do pedido)

Page 153: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

153

18. Como você avalia os recursos de tecnologia da informação disponibilizados pelo Governo para o processo de aquisição? (Por exemplo: sistema interno de aquisição, portal comprasnet, dentre outros)

19. Como você avalia a entrega dos produtos/serviços em relação a sua disponibilidade no momento certo? (Os produtos solicitados são recebidos por você no momento em que você necessita)

20. Como você avalia a entrega dos produtos/serviços em relação a quantidade recebida? (Os produtos/serviços são entregues na quantidade certa, de acordo com o solicitado)

21. Como você avalia a entrega dos produtos/serviços em relação a cumprimento do prazo contratado? (Os produtos/serviços são entregues dentro do prazo estabelecido no contrato/ Ordem de compra (OCS))

22. Como você avalia a capacitação técnica dos compradores da sua empresa? (Os compradores possuem capacitação técnica suficiente para desempenhar as atividades de compras, prestar informações e esclarecer dúvidas quanto ao processo e a legislação que o rege)

23. Como você avalia a quadro de pessoal envolvido com o processo de compras da sua empresa? (Você considera que a quantidade de pessoal envolvida para realização das aquisições é adequada para o atendimento da necessidade da sua empresa)

24. Como você avalia o desempenho da lei de licitações vigente na aquisição de produtos com qualidade? (Você considera que as licitações e toda a burocracia por ela imposta apresentam um bom desempenho na contratação de produtos com qualidade)

25. Como você avalia o desempenho da lei de licitações vigente no prazo de atendimento dos pedidos? (Você considera que as licitações e toda a burocracia por ela imposta apresentam um bom desempenho no prazo de atendimento dos pedidos, para que os produtos estejam disponíveis na empresa no momento necessário)

26. Como você avalia o desempenho da lei de licitações vigente na seleção e contratação de bons fornecedores? (Você considera que as licitações e toda a burocracia por ela imposta apresentam um bom desempenho para seleção e contratação com bons fornecedores, que atendam no prazo, quantidade e qualidade desejada)

Page 154: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

154

27. Como você avalia a atuação da área de compras na identificação de bons e maus fornecedores, seguindo o estabelecido em lei? (É realizada a avaliação do fornecedor antes e após a contratação, e tomada as devidas medidas para afastá-los das próximas licitações)

28. Como você avalia a atuação da área de compras em relação aos fornecedores que não cumprem as condições de contrato? (Eles são devidamente notificados e quando necessário penalizados como instruído por lei assim que ocorre a falha)

Page 155: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

155

ANEXO II – Roteiro da entrevista

1. Apresentação

De modo sintético, apresentar-se o objetivo pesquisa: avalia o desempenho do

processo de compras da empresa na aquisição de materiais e contratação de serviços,

bem como esclarecer o objetivo da entrevista que é conhecer o funcionamento do

processo de compras da Unidade II

Reforçar o sigilo na divulgação dos dados e na identificação do entrevistado.

2. Roteiro

1. Quantos empregados a unidade possui trabalhando no setor de patrimônio

suprimentos?

2. Quantos empregados trabalham em cada atividade do setor (compras, patrimônio

e almoxarifado?

2. Quantos pregoeiros possuem no setor?

3. Todos que trabalham com compras são pregoeiros?

4. Você entende que a equipe atual de compras é suficiente para o atendimento das

demandas da unidade?

5. Como funciona o fluxo do processo de compras na unidade?

6. A Unidade possui um sistema informatizado integrado para a realização da gestão

interna do processo de compras?

7. O sistema informatizado utilizado contempla todas as etapas do processo?

8. O sistema informatizado permite ao usuário o acompanhamento da situação dos

itens solicitados?

9. O sistema informatizado utilizado contempla também a gestão do almoxarifado e

orçamento e permite o acompanhamento do estoque pelos usuários?

10. Como a unidade realiza o seu planejamento de compras, baseado nas requisições

Page 156: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Aline de Macedo da Silva Mourão.pdf · Aos colegas de turma, pela intensa troca de informações e ajuda

156

dos solicitantes, gestão de estoque ou os dois?

11. As licitações são realizadas preferencialmente através de registro de preço?

12. A unidade elabora um calendário anual de compras?

13. É permitido ao usuário realizar requisições a qualquer período do ano ou há uma

data limite para recebimento das solicitações de compras pela área?

3. Fechamento

Agradecer novamente o(a) entrevistado(a);

Perguntar sobre a possibilidade de entrar novamente em contato no futuro, a fim de

dirimir dúvidas e/ou complementar aspectos da entrevista (anotar e-mail,

preferencialmente)