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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE ENGENHARIAS, ARQUITETURA E URBANISMO RENAN GUILHERME SANTOS VILELA PROJETO AERODINÂMICO DO DEMONSTRADOR SCRAMJET DE ADMISSÃO INTERNA PARA VOO ATMOSFÉRICO EM 30KM DE ALTITUDE EM VELOCIDADE CORRESPONDENTE À MACH 7 ________________________________________________________________________ Mário Triches Junior, Prof. Dr., UNIVAP de São José dos Campos (Orientador Acadêmico) ________________________________________________________________________ Paulo Gilberto de Paula Toro, Ph.D., Instituto de Estudos Avançados/DCTA (Orientador Externo) _____/_____/_____ DATA DA APROVAÇÃO FEAU - FACULDADE DE ENGENHARIAS, ARQUITETURA E URBANISMO Avenida Shishima Hifumi, 2911 - Bairro Urbanova -CEP 12244-000-Tel: (012) 39471006- São José dos Campos-SP

UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE … · Mário Triches Junior, ... Agradeço primeiramente a Deus, que sempre me ajudou, e me manteve forte e que me ... Alves dos Santos,

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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA

FACULDADE DE ENGENHARIAS, ARQUITETURA E URBANISMO

RENAN GUILHERME SANTOS VILELA

PROJETO AERODINÂMICO DO DEMONSTRADOR SCRAMJET DE ADMISSÃO

INTERNA PARA VOO ATMOSFÉRICO EM 30KM DE ALTITUDE EM

VELOCIDADE CORRESPONDENTE À MACH 7

________________________________________________________________________

Mário Triches Junior, Prof. Dr., UNIVAP de São José dos Campos

(Orientador Acadêmico)

________________________________________________________________________

Paulo Gilberto de Paula Toro, Ph.D., Instituto de Estudos Avançados/DCTA

(Orientador Externo)

_____/_____/_____

DATA DA APROVAÇÃO

FEAU - FACULDADE DE ENGENHARIAS, ARQUITETURA E URBANISMO

Avenida Shishima Hifumi, 2911 - Bairro Urbanova -CEP 12244-000-Tel:

(012) 39471006- São José dos Campos-SP

1

RENAN GUILHERME SANTOS VILELA

PROJETO AERODINÂMICO DO DEMONSTRADOR SCRAMJET DE ADMISSÃO

INTERNA PARA VOO ATMOSFÉRICO EM 30KM DE ALTITUDE EM

VELOCIDADE CORRESPONDENTE À MACH 7

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Faculdade de Engenharias,

Arquitetura e Urbanismo, da Universidade

do Vale do Paraíba, de São José dos

Campos, como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do título de

Engenheiro Aeronáutico do Curso de

Engenharia Aeronáutica e Espaço.

Orientadores: Dr. Mário Triches Junior

Paulo Gilberto de Paula Toro – Ph.D.

São José dos Campos

2013

2

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que sempre me ajudou, e me manteve forte e que me

permitiu chegar até aqui. Em especial agradeço aos meus Pais que nunca mediram esforços

para que meus objetivos fossem atingidos e por sempre me apoiarem em cada decisão, ao meu

Irmão por ser meu melhor amigo e parceiro sempre que precisei. Aos meus Avós que

ajudaram na minha educação e por me instruírem na verdade, e também aos meus Tios, Tias,

Primos e Primas. Sou muitíssimo grato também as amigas, Carla da Silva e Suellen Mara

Alves dos Santos, por sua amizade e por me servirem de suporte em todos os momentos

difíceis em que precisei de apoio. Agradeço ao orientador Dr. Paulo Gilberto de Paula Toro,

pela orientação de grande parte desta obra e por seu empenho nos seus ensinamentos para

permitir a conclusão do presente trabalho, por coordenar um excelente projeto de pesquisa em

tecnologia de ponta no país, e por sua amizade. Também agradeço ao orientador Prof. Dr.

Mario Triches, que sempre esteve disponível para me atender. Agradeço imensamente aos

grandes amigos do Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry T.

Nagamatsu: Alexandre Araújo Damião, Alexandre Kazuo Carvalhal, Álvaro Francisco Santos

Pivetta, André Reis Mariano, Arthur Freire Mantovani, Bruno Coelho Lima, David Romanelli

Pinto, Felipe Jean da Costa, Gustavo Jean da Costa, Jayme Rodrigues Teixeira da Silva, João

Felipe de Araújo Martos, José Adeildo dos Santos Assenção, Rafael Amaral de Castilho,

Ronaldo de Lima Cardoso, Sidney Bariani Cruzelles, Thiago Victor Cordeiro Marcos, Victor

Alves Barros Galvão, Cap. Eng. Tiago Cavalcanti Rolim, 1° Ten Eng. Giannino Ponchio

Camillo, 1° Ten Eng. Thiago Lima de Assunção, 1° Ten Eng. Fábio Henrique Eugênio

Ribeiro, 1º Ten Eng. Norton Demeterco Veras de Assis, Msc. Bruno Ferreira Porto, Dr. Israel

da Silveira Rêgo, Dr. Israel Irone Salvador, Marcos Zotti Justo Ferreira, Cel. Eng. Marco

Antonio Sala Minucci, Dr. Alberto Monteiro dos Santos, Ten Cel. Av. Roberto da Cunha

Follador, Dr.ª Valéria Serrano Faillace Oliveira Leite, Eng. José Brosler Chanes Junior, Dr.

Antonio Carlos de Oliveira, por serem um time de excelência e companheirismo inigualável.

3

“Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes.”

Isaac Newton

4

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi desenvolver a análise teórico-analítica, a simulação

teórico-numérica, além do projeto preliminar da seção de compressão (admissão do ar

atmosférico) de um demonstrador scramjet bidimensional de admissão interna, que

combinando com injeção axial de Hidrogênio na câmara de combustão, deverá operar em uma

missão com aceleração de 2 a 3km/s a 30 km de altitude. Tal demonstrador é iniciativa do

Instituto de Estudos Avançados (IEAv), o qual no início de 2012 propôs novas versões de

demonstradores scramjet, do demonstrador denominado de Veículo Hipersônico Aeroespacial

14-X, VHA 14-X. Neste projeto um escoamento compressível unidimensional descreve

prontamente as características da região de compressão do motor aspirado scramjet. O

demonstrador foi dividido em vários componentes, baseando-se nos padrões principais, para

avaliar seu desempenho. Os aspectos mais importantes para este projeto são a temperatura e a

velocidade do escoamento de ar na entrada da câmara de combustão, pois a compressão

deverá fornecer temperatura alta o suficiente para que a combustão supersônica ocorra nesta

seção. Por outro lado, temperaturas elevadas podem aumentar as cargas térmicas a níveis

impraticáveis. O Demonstrador scramjet de admissão interna foi projetado utilizando as

metodologias de análise teórico-analítica e simulação teórico-numérica, apresentando um

modelo bidimensional de admissão interna de um demonstrador scramjet para a investigação

experimental no túnel de choque hipersônico T3,este túnel está localizado no Laboratório de

Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu do IEAv/DCTA, podendo assim

validar os dados obtidos com as análises teórico-analítica e a simulação teórico-numérica.

Palavras-Chave: VHA 14-X, waverider, scramjet, Veículo Hipersônico Aeroespacial 14-X.

5

ABSTRACT

The objective of this work was to develop an analytical theoretical-analysis, numerical

theoretical-simulation, and preliminary design of the compression section (Inlet) of a two-

dimensional inward scramjet demonstrator, which combined axial injection of hydrogen and

one burner, work on an acceleration mission from 2 to 3 km/s at 30 km altitude This

demonstrator is the initiative of the Institute for Advanced Studies (IEAv) , which in early

2012 proposed new versions of scramjet demonstrators to be used in the Demonstrator of a

Hypersonic Vehicle 14-X, and one of them is the two-dimensional inward scramjet. In this

project one-dimensional compressible flow readily describes many features of the

compression region of the naturally aspirated engine. The demonstrator was divided into

several components based on the key standards to evaluate their performance. One of the most

important aspects for this project is the inlet temperature of the combustion chamber as the

compression must provide temperatures high enough for supersonic combustion in this

section. Moreover, high temperatures can increase the thermal loads to impractical levels. In

this work we assume the limitations of each material. At the end will be present a model of

two-dimensional inward scramjet for experimental research in hypersonic shock tunnel T3, at

the Laboratory of Aerothermodynamics and hypersonic Prof. Henry T. Nagamatsu IEAv /

DCTA , validating the data obtained from the analytical theoretical-analysis, numerical

theoretical-simulation.

Keywords: VHA 14-X, waverider, scramjet, Aerospace Hypersonic Vehicle 14-X.

6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

Motivação 7

Objetivo do Trabalho 8

Objetivo Geral 8

Objetivos Específicos 8

Proposta Metodológica 8

Apresentação do Trabalho 9

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 10

Sistema de Propulsão “scramjet” 10

Conceito de um scramjet de admissão interna 11

Projeto Aerodinâmico de um scramjet de admissão interna 15

Análise Teórico-Analítica 15

Simulação Teórico-Numérica 17

RESULTADOS E DISCUSSÕES 20

Análise Teórico-Analítica 20

Simulação Teórico-Numérica 23

PROJETO DE MODELO DO DEMONSTRADOR SCRAMJET DE

ADMISSÃO INTERNA PARA INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL 26

Modelo demonstrador scramjet de admissão interna 26

CONCLUSÕES 28

REFERÊNCIAS 29

ANEXOS 30

7

INTRODUÇÃO

Motivação

Em 2007, foi iniciado, no Laboratório de Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry

T. Nagamatsu, do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), a Pesquisa e Desenvolvimento do

Demonstrador Tecnológico denominado de Veículo Hipersônico Aeroespacial 14-X (Fig. 1),

VHA 14-X, utilizando sistema de propulsão “scramjet” para realização de vôo atmosférico em

30km de altitude na velocidade correspondente à Mach 10.

Figura 1: Veículo Hipersônico Aeroespacial 14-X, VHA 14-X. (Painel do IEAv)

Em Março de 2012, a Coordenadoria do projeto 14-X propôs novas versões de

demonstradores scramjet, entre elas o Demonstrador scramjet de admissão interna (Fig. 2).

Figura 2: Concepção artística da geometria de um Demonstrador scramjet de admissão

interna, acoplado a um motor foguete de combustível sólido. (Rolim e Lu [13])

8

Objetivo do Trabalho

Objetivo Geral

O objetivo geral deste Trabalho de Conclusão de Curso é desenvolver a Análise

Teórico-Analítica e a Simulação Teórico-Numérica da seção de compressão do Demonstrador

scramjet de admissão interna visando vôo atmosférico em 30km de altitude na velocidade

correspondente à Mach 7.

Objetivos Específicos

• Realizar pesquisa bibliográfica sobre projeto aerodinâmico de Veículos Hipersônicos

Aeroespaciais que utilizam tecnologia “scramjet”;

• Realizar Análise Teórico-Analítica da seção de compressão do Demonstrador scramjet

de admissão interna visando vôo atmosférico em 30km de altitude na velocidade

correspondente à Mach 7;

• Prover dados geométricos para implementação em códigos computacionais para

Simulação Teórico-Numérica da seção de compressão do Demonstrador scramjet de

admissão interna visando vôo atmosférico em 30km de altitude em velocidade

correspondente à Mach 7;

• Prover dados geométricos e aerodinâmicos para projeto de modelo (em escala) para

realização de Investigação Experimental no Túnel de Choque Hipersônico T3, em

condições próximas das condições de vôo atmosférico em 30km de altitude na

velocidade correspondente a Mach 7 do Demonstrador scramjet de admissão interna.

Proposta Metodológica

O presente Trabalho, intitulado “Projeto Aerodinâmico do Demonstrador scramjet de

admissão interna para vôo atmosférico em 30km de altitude na velocidade correspondente a

Mach 7”, integra o projeto 14-X, o qual está incluso no Plano de Desenvolvimento

Institucional do IEAv [5], classificado como pesquisa de natureza aplicada, em propulsão

hipersônica aspirada utilizando combustão supersônica (“scramjet”), que tem como objetivo o

voo atmosférico do demonstrador tecnológico em 30 km de altitude e velocidade

correspondente entre Mach 7 a 10.

9

Consequentemente, revisão bibliográfica foi realizada utilizando abordagem de pesquisa

qualitativa e descritiva dos procedimentos técnicos de demonstradores tecnológicos

desenvolvidos utilizando análise analítica, simulação numérica e investigação experimental

(em solo).

Apresentação do Trabalho

Este capítulo apresenta a motivação para a realização de pesquisa e desenvolvimento de

sistemas avançados de propulsão hipersônica aspirada utilizando o conceito de combustão

supersônica com o intuito de substituir os atuais, e convencionais, sistemas de propulsão

baseada em combustão química (propulsão sólida e/ou líquida). Os Ministérios da Defesa e da

Ciência e Tecnologia [11] possibilitam que o IEAv desenvolva o projeto de um demonstrador

tecnológico que utiliza a tecnologia da combustão supersônica “scramjet” para produzir

propulsão hipersônica aspirada. Com esta visão de futuro o Laboratório de

Aerotermodinâmica e Hipersônica Prof. Henry T. Nagamatsu tem o objetivo desenvolver o

projeto aerotermodinâmico do Demonstrador scramjet de admissão interna para vôo

atmosférico a 30 km de altitude e velocidade correspondente a número de Mach 7.

Os capítulos seguintes discutem a fundamentação teórica necessária para definir o

projeto do Demonstrador scramjet de admissão interna, para em futuro próximo realizar

investigação experimental no Túnel de Choque Hipersônico T3.

O próximo capítulo apresenta a fundamentação teórica para realização da Análise

Teórico-Analítica e Simulação Teórico-Numérica da seção de compressão do Demonstrador

scramjet de admissão interna.

Em seguida, baseado na fundamentação teórica são obtidos os resultados com as

metodologias Análise Teórico-Analítica e Simulação Teórico-Numérica aplicada à seção de

compressão do Demonstrador scramjet de admissão interna.

No quarto capítulo é realizado o projeto mecânico dimensional do Demonstrador

scramjet de admissão interna para realização de investigação experimental no Túnel de

Choque Hipersônico T3.

O capítulo quinto apresenta as conclusões do presente Trabalho de Conclusão de Curso,

com recomendação de atividades necessárias para o projeto de manufatura do Demonstrador

scramjet de admissão interna visando vôo atmosférico a 30 km de altitude e velocidade

correspondente a número de Mach 7.

10

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Sistema de Propulsão “scramjet”

A viabilidade de um sistema de propulsão hipersônico aspirado (scramjet) confiável está

sendo desenvolvida por diversos centros de pesquisa.

Entre os diversos projetos de pesquisa em veículos hipersônicos utilizando “scramjet”,

salienta-se que na década de 1980, um ambicioso projeto de uma aeronave hipersônica de um

único estágio a ser utilizada para vôo até a órbita terrestre, com diversos sistemas de

propulsão aspirada, reutilizável, denominada por NASP (“National Aero-Space Plane”) foi

lançado pelo Presidente Reagan, dos Estados Unidos, em discurso ao congresso norte

americano, Hallion [3] e Schweikart [14]. O programa foi colocado sob supervisão do

DARPA (“Defense Advance Research Projects Administration”) em meados de 1980.

Posteriormente, um consórcio foi formado por agências do governo americano (Força Aérea,

Marinha, DARPA e SDIO/ “Strategic Defense Initiative Organization”) para a realização do

programa NASP. O veículo NASP (Fig. 1 - Anexo) de configuração “waverider” constituía de

um único estágio, projetado para decolar de um aeroporto convencional, utilizar ciclo de

sistemas de propulsão aspirada para vôo ascendente e aceleração para velocidades

hipersônicas, para alcançar órbita baixa do planeta.

A superfície inferior (intradorso) de configuração “waverider” serviria como uma rampa

de compressão para que o ar atmosférico, previamente comprimido e em velocidade

supersônica, fosse direcionado para um motor “scramjet”, ou seja, a câmara onde o

combustível seria injetado na corrente de ar atmosférico em velocidade supersônica, com

conseqüente combustão.

Em 1993, foi realizado, pelo consórcio, a análise de redução de custo e, principalmente,

dos riscos técnicos (tais como: manobrabilidade do veículo, acoplamento de diversos sistemas

de propulsão aspirados de diversas tecnologias (turbinas a gás, ramjet, scramjet), materiais

para suportar altas temperaturas por longo período de tempo (horas); Os materiais atuais

suportam altas temperaturas por um período muito curto (minutos), utilizados nos atuais

veículos hipersônicos, por ex.: Space Shuttle) resultando no término do programa NASP em

1995. Entretanto, a enorme quantia de pesquisa de motores “scramjet” e “ramjet” criaram

condições de iniciar um projeto menos ambicioso, denominado de Programa X-43.

11

O Programa X-43 (conhecido como “Hyper-X”) foi um programa de pesquisa

(planejado para 6 anos, US $185 milhões), iniciado em 1996 após o término do programa

NASP, sido realizado em laboratório e em teste em vôo atmosférico sob supervisão da

“NASA Dryden Flight Research Center” (responsável pelo vôo) e da “NASA Langley

Research Center” (responsável pela pesquisa da tecnologia de combustão supersônica), tinha

o objetivo de demonstrar a tecnologia de motor à combustão supersônica “scramjet”,

propondo um aumento da capacidade de carga útil para futuros veículos hipersônicos

lançadores espaciais. O Demonstrador Tecnológico X-43, de configuração “waverider” [10]

tinha 3,66m de comprimento e 1,52m de largura (Fig. 2 - Anexo).

Um avião B-52 da “NASA Dryden” liberou, entre 5800 m e 13100 m de altitude o

foguete Pegasus o qual alcançou a altitude de aproximadamente 30 km, onde finalmente,

ocorreu a separação do veículo X-43 do foguete Pegasus. Em seguida o motor “scramjet”,

utilizando hidrogênio como combustível entrou em operação em vôo propulsado na atmosfera

terrestre (Fig. 3 - Anexo).

O 2º vôo (Fig. 4 - Anexo) e o 3º vôo do veículo X-43 foram realizados com sucesso, em

27 de Março de 2004 e 16 de Novembro de 2004, respectivamente. O 2º [8] e o 3º [9] voos do

veículo X-43 duraram 10s à velocidade de 2.107 m/s a 3.373 m/s, correspondendo a Mach 7 e

9,8, respectivamente.

O programa X-43 foi descontinuado pela NASA, após cumprimento dos objetivos,

sendo os resultados do veículo X-43 aplicados no veículo aeroespacial X-51.

Basicamente, existem dois tipos de técnicas para demonstração em vôo atmosférico de

tecnologias emergentes: vôo cativo ou autônomo.

Essencialmente, no vôo cativo projeta-se o sistema integrado do motor foguete (booster)

e o demonstrador tecnológico, com poucas modificações na aerodinâmica dos booster e no

sistema de controle. Em vôo autônomo, a integração do demonstrador tecnológico e o motor

foguete aumenta a complexidade do sistema, introduzindo a necessidade de uma análise

dinâmica inteiramente nova para o veículo completo (demonstrador tecnológico e motor

foguete), aumentando o risco de falha.

Conceito de um scramjet de admissão interna

A geometria de admissão interna foi adotada para o teste de voo de um demonstrador

tecnológico scramjet (Fig. 2) uma vez que a geometria de admissão interna minimiza os

12

efeitos dinâmicos do booster sobre o desempenho da admissão causado por pequenas

variações no ângulo de ataque, tais como a captura de massa de ar e pressão na entrada do

combustor [12;13].

Além disso, um sistema de rampas simétrico consegue produzir uma estrutura com

baixo produto de inércia, que tornam mais simples o desenvolvimento de sistema de controle.

Este tipo de admissão é preferível para um voo estabilizado por rotação, que em geral

ocorrem com os veículos que utilizam motor foguete (de trajetória balística).

Outra vantagem desse tipo de configuração é que ela usa um comprimento menor de

compressão quando comparada a geometrias assimétricas. Isso reduz não apenas o peso

estrutural, mas reduz também o caminho percorrido pelo escoamento, deste modo reduz a

espessura da camada limite e também o deslocamento de massa relatado na captura.

Finalmente, outro aspecto vantajoso para esse tipo de admissão é a ausência da interação de

choque-choque do tipo Edney IV [18;19] na região da carenagem que pode estar presente em

desenhos assimétricos e constitui um grande problema de proteção térmica.

Observa-se na (Fig. 2) um modelo para realizar vôo atmosférico a aproximadamente 2 a

3km/s a 30km de altitude do demonstrador scramjet de admissão interna cativo a um booster,

o qual é composto por rampas de admissão simétricas obliquas convergentes, seguida por

isolador, por combustor e por seção de expansão (Fig. 3).

Figura 3: Esquema um scramjet conceitual com simetria interna.

Análise teórico-analítica, simulação teórico-numérica (Dinâmica dos Fluidos

Computacional, CFD) e investigação experimental são as metodologias usadas para projetar

um demonstrador tecnológico, antes de realizar vôo através da atmosfera terrestre.

Em geral, na análise teórico-analítica o escoamento compressível permanente,

bidimensional, não-viscoso, sem condução de calor é aplicado para a determinação das

propriedades através de ondas de choque e de ondas de expansão. Ainda, códigos comerciais

de CFD possibilitam a simulação numérica do escoamento hipersônico turbulento

13

considerando ar como gás real (com efeitos de dissociação, ionização) em processo de

combustão com gás hidrogênio. Túneis de choque hipersônicos refletidos são instalações

experimentais em solo capazes de reproduzir as condições de voo atmosférico de veículos em

velocidades hipersônicas.

A nomenclatura apresentada por Heiser e Pratt [4], adequada para estudos com análise

analítica, simulação numérica e investigação experimental, é dividida em três componentes

principais (Fig. 4), e adaptada para o demonstrador scramjet de admissão interna (Fig. 5):

seção de compressão interna e externa (admissão), câmara de combustão (combustor) e seção

de expansão interna e externa (exaustão).

Figura 4: Veículo Hipersônico com motor scramjet integrado a estrutura e referência de

terminologia. (adapatada de Haiser e Pratt [4])

Salienta-se que as rampas de compressão (entre os pontos 0 e 1), oriundas no bordo de

ataque estabelecem ondas de choques oblíqua planas, as quais incidem na linha de simetria do

demonstrador scramjet de admissão interna (Fig. 5). Ambas as ondas de choque incidentes

refletem na superfície da rampa de compressão, que, novamente, refletem na linha de simetria

do demonstrador scramjet. Objetivando escoamento supersônico de ar sem trem de onda de

choque na câmara de combustão, impõe-se que toda a massa de ar capturada entre as rampas

de compressão do demonstrador scramjet de admissão interna passe na seção do combustor,

de forma que a última onda de choque refletida na linha de simetria incida na entrada da

câmara de combustão.

O combustível é injetado (entre os pontos 3 e 4) na seção da câmara de combustão, o

qual é misturado com o ar atmosférico em velocidade supersônica com pressão e temperatura

adequadas para ocorrer a ignição da mistura (Fig. 5). A 1ª rampa de expansão (entre os pontos

4 e 9) é necessária para a pré-expansão do escoamento dos produtos da combustão (adequada

para manter pressão constante e compensar camada limite). A 2ª rampa de expansão (entre os

14

pontos 9 e 10) gera a velocidade adequada para gerar o empuxo e também, contribui para a

sustentação do veículo hipersônico [4].

Figura 5: Estações de referência do demonstrador scramjet de admissão interna.

Este Trabalho visa o Projeto Aerodinâmico (somente) da seção de compressão que

fornece as condições de pressão e de temperatura na entrada da seção do combustor do

demonstrador scramjet de admissão interna (Fig. 6), o qual consiste em uma configuração

bidimensional [12;13], com seção transversal constante, onde as superfícies de admissão

(superior e inferior) estão alinhadas com o escoamento hipersônico de Mach 6.64 e com

ângulo de ataque zero. A admissão interna do scramjet bidimensional (superfície interna)

consiste em uma rampa com ângulo de 12°. A altura da seção transversal frontal do

demonstrador scramjet é de 200mm. A câmara de combustão tem comprimento de 300mm e

altura constante de 11.4mm entre as faces (5.7mm até a linha de centro, para acomodar o

escoamento de ar capturado pela área frontal bidimensional do scramjet de admissão interna).

Figura 6: Esquema de um modelo scramjet de admissão interna bidimensional para

investigação experimental.

15

Projeto Aerodinâmico de um scramjet de admissão interna

Análise Teórico-Analítica

A linha de simetria da geometria do scramjet de admissão interna (Fig. 5) é tomada

como uma rampa em forma de cunha com 12° e altura de 100mm na entrada e com 100mm de

largura. O combustor tem 5.7mm de altura até a linha de centro.

No equacionamento da análise teórico-analítica, os índices in e out são usados para

identificar as condições do escoamento a montante (antes) e a jusante (após), respectivamente,

de cada estação da linha de simetria do demonstrador scramjet de admissão interna (Fig. 7).

Para gás caloricamente e/ou termicamente perfeito ( RTp , 4.1constante ,

Kkgcp J 1004.5 ) as propriedades termodinâmicas (pressão estática, densidade estática,

temperatura estática e número de Mach) do escoamento após a onda de choque oblíqua e o

ângulo da onda de choque oblíqua (Fig. 7) são facilmente obtidas através de equações

fechadas das razões das propriedades termodinâmicas e da relação M [1].

O escoamento compressível permanente sem viscosidade (formação de camada limite),

em uma placa plana com decline positivo (Fig. 7) determina o estabelecimento de onda de

choque oblíqua, com número de Mach (velocidade) e as propriedades físicas após a onda de

choque oblíqua, considerando ar com comportamento de gás perfeito e escoamento não

viscoso [1], são dadas pelas equações demonstradas por Anderson [1]:

Figura 7: Geometria da onda de choque obliqua incidente sobre a cunha. Anderson [1]

16

1 1

21

2senM

p

pin

in

out (1)

2 1

1

2

2

senM

senM

in

in

in

out (2)

2

2

2

1

2 1

1 1

21

senM

senM

senMp

p

T

T

in

in

in

out

in

in

out

in

out (3)

s

in

in

outsen

senM

senM

M

1 1

2

1

2

2

2

(4)

onde: s , são os ângulos de deflexão (cunha) e da onda de choque, respectivamente.

Adicionalmente, o ângulo da onda de choque com respeito a direção do escoamento

local s pode ser obtida interativamente com a relação M dada pela equação (5):

22cos

1 cotg2

2

2

in

in

sM

senMtg (5)

Observa-se que, o escoamento através da onda de choque obliqua promove um aumento

de pressão, temperatura, e uma redução no número de Mach, entretanto o escoamento

continua supersônico/hipersônico e paralelo à superfície plana da seção da rampa de

compressão (Fig. 6) da linha de simetria do demonstrador scramjet de admissão interna.

Portanto, utilizando as razões das propriedades termodinâmica (Eqs. 1 a 4) e o ângulo

da onda de choque (Eq. 5) e conhecido as propriedades do escoamento não perturbado pela

onda de choque (atmosfera terrestre) é possível a determinação das propriedades

termodinâmicas após a onda de choque incidente estabelecida no bordo de ataque do

demonstrador scramjet de admissão interna (Fig. 6).

Considera-se para o presente projeto aerodinâmico que o demosntrador scramjet de

17

admissão interna desloca-se na velocidade de voo de 2km/s (Mach 6.64) em altitude

geométrica de 30km, onde as propriedades do escoamento não perturbado pela onda de

choque dadas pela pressão estática, temperatura estática, densidade estática e velocidade do

som são Pap 1197 , KT 5.226 , 301841.0 mkg , sma /301,7 , respectivamente [17].

Ainda, a metodologia da onda de choque obliqua incidente em cunha pode ser usada

para onda de choque refletida (Fig. 8). No presente caso, a linha de simetria do demonstrador

scramjet de admissão interna (Fig. 5) é semelhante à superfície de reflexão (Fig. 8).

Figura 8: Geometria da onda de choque obliqua refletida (Anderson [1]).

Simulação Teórico-Numérica

As equações de governo conhecidas como equações de Navier-Stokes, as quais

representam quantitativamente os princípios da natureza (conservação da massa, conservação

da quantidade de movimento e conservação da energia) podem ser utilizadas na Simulação

Teórico-Numérica do demonstrador scramjet de admissão interna em vôo atmosférico em

altitude geométrica de 30km com velocidade correspondente à Mach 6.64. As equações de

Navier-Stokes [1] são validas para meio contínuo (altitudes abaixo de aproximadamente 100

km), escoamento não permanente (transiente), incompressível e/ou compressível, laminar,

ignorando forças de campo, aquecimento volumétrico e difusão de massa, pode ser descrita,

em coordenadas cartesianas em duas dimensões (adequadas para o demonstrador scramjet de

admissão interna) e na forma conservativa dadas pelas equações (de 6 a 10) segundo [1]

18

0y

F

x

E

t

U (6)

onde: U é vetor solução, E e F são vetores dos termos de Fluxo dados por

tE

v

uU ,

xyxxxt

xy

xx

vuqupE

uv

puu

u

E

)(

,

yyyxyt

yy

yx

vuqvpE

pvv

vu

v

F

)(

(7)

Os termos viscosos são dados por

x

uVxx 2.

, yy Vv

y.

2 , xy yx

u

y

v

x (8)

Os termos de fluxo de calor por condução são dados por

x

Tkqx ,

y

Tkqy , (9)

Considerando Fluido Newtoniano,

3

2 (10)

Em geral, em regime de velocidades hipersônicas, número de Mach maior que 5, o ar

não se comporta como gás perfeito. Devem-se considerar os fenômenos físicos associados,

tais como: dissociação e ionização; equilíbrio químico não equilíbrio; variação das

propriedades térmicas com a temperatura, pressão e composição química; efeitos catalíticos

na parede.

À pressão atmosférica, o O2 começa a dissociar-se a uma temperatura de 2.000 K e a

4.000 K as moléculas de O2 estão totalmente dissociadas em átomos de O2. O N2 inicia o

processo de dissociação em torno de 4.000 K estando totalmente dissociado a 9.000 K [18].

Em 9.000 K inicia-se o processo de ionização tanto do oxigênio como do nitrogênio. Portanto,

acima de 9.000 K tem-se um plasma parcialmente ionizado consistindo principalmente de O,

O+, N, N

+ e elétrons. Esse plasma ionizado é responsável pelo “blackout” que ocorre em

vários veículos espaciais quando da reentrada atmosférica. Esses valores limites de

19

temperatura são válidos para pressão atmosférica. Entretanto, as condições de pressão e

temperatura existentes em torno do veículo, em vôo atmosférico, são funções da trajetória de

vôo.

O software comercial “Ansys Fluent ®”, o qual combina a física da dinâmica de fluido

computacional (CFD) e anos de desenvolvimento de especialistas em desafios de CFD,

comercializado pela empresa ANSYS, Inc., resolve as equações de conservação de massa,

momentum e energia (equações Navier-Stokes), considerando escoamento reativo (efeitos de

gás real, dissociação e /ou ionização). O “Ansys Fluent ®” inclui rotinas (solvers) que

simulam com precisão o comportamento de escoamento, monofásico e multifásico,

Newtoniano e não Newtoniano, em regime de velocidade desde subsônica até hipersônica.

Cada rotina é validada e otimizada para tempo de simulação rápida.

Este software comercial é adequado para estudo preliminar da Simulação Numérica do

demonstrador scramjet de admissão interna, considerando (Eqs. 6-10) escoamento em regime

permanente, compressível, bidimensional, não viscoso, sem condução de calor, ar com

comportamento de gás perfeito e discretização espacial de segunda ordem.

A geometria implementada neste software (Fig. 6) considera o demonstrador scramjet

de admissão interna, com uma rampa de compressão com bordo de ataque de 12º voando com

velocidade correspondente a Mach 6.64 através da atmosfera terrestre em 30km de altitude

geométrica.

20

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Análise Teórico-Analítica

Considerando demonstrador “scramjet” de admissão interna (Fig. 6) com rampa de

compressão (alinhada com o escoamento externo) de 12º voando com velocidade

correspondente a Mach 6,64 através da atmosfera terrestre em 30km de altitude geométrica, o

ângulo da onda de choque obliqua atada assim como os ângulos das ondas de choque obliquas

refletidas (Fig. 9) podem ser avaliadas pela relação fechada (gás perfeito) de choque oblíqua

M (Eq. 5).

Figura 9: Ondas de choque incidente e refletidas no demonstrador scramjet de admissão

interna.

Observa-se que foram aplicadas as seguintes restrições (Fig. 9): i) onda de choque

incidente estabelecida no bordo de ataque da rampa de 12º devido ao alinhamento da cunha

com o escoamento não perturbado, e ii) a última onda de choque refletida na linha de simetria

do demonstrador deve incidir na entrada da câmara de combustão, onde o escoamento na

câmara de combustão deve estar com pressão estática constante, temperatura estática

constante, densidade estática constante e escoamento supersônico constante (Tab. 1).

As razões das propriedades termodinâmicas (pressão, temperatura, densidade) e o

número de Mach do escoamento sobre a superfície interna e na entrada da câmara de

combustão do demonstrador “scramjet” de admissão interna (Fig. 9) após a onda de choque

oblíqua estabelecida no bordo de ataque de 12º, são determinadas pelas equações fechadas

(Eqs. 1-4) das razões das propriedades após a onda de choque oblíqua incidente e as

consequentes ondas de choque oblíquas refletidas (em relação à linha de simetria)

21

considerando o caso mais simples, escoamento compressível, não viscoso, ar com

comportamento de gás caloricamente perfeito ( 1.4 ) e motor scramjet sem queima de

Hidrogênio (Tab. 1).

As propriedades termodinâmicas do ar (Tab. 1) sobre a superfície do demonstrador

scramjet de admissão interna devem ser avaliadas pelas razões das propriedades

termodinâmicas (Eqs. 1 a 3) considerando a altitude geométrica (de voo atmosférico) em

30km, onde a pressão estática, temperatura estática, densidade estática e velocidade do som

são Pap 1197 , KT 5.226 , 301841.0 mkg , sma /301,7 , respectivamente [17].

Tabela 1: Propriedades termodinâmicas na seção de compressão e na câmara de

combustão do demonstrador scramjet de admissão interna, considerando escoamento

compressível, não viscoso, ar como gás perfeito RTp , 4.1 , sem injeção de combustível

Hidrogênio (H2).

Estação 0 Estação 1 Estação 3

Incidente 1ª reflexão 2ª reflexão 3ª reflexão

inM 6.64 6.64 4.717 3.6226 2.8754

in º 12 12 12 12

out º 18.7682 9.9375 25.6456 18.2029

outM 4.717 3.6226 2.8754 2.3078

outT K 226.5 408 613.5 838 1076.8

outp Pa 1197 6174 21340 57646 131111

out kg/m3

0.01841 0.05271 0.12117 0.23963 0.42417

outa m/s 301.7 404.9 496.5 580.3 657.8

outu m/s 2003.1 1909.9 1798.6 1668.5 1518

Conforme Heiser e Pratt [4], as condições do escoamento de ar na câmara de combustão

(Fig. 9) do demonstrador scramjet são caracterizadas pelo escoamento supersônico (do ar

22

comprimido pela seção de compressão) 3078.2 Ar

combustãodecâmaraM (Tab. 1) com

temperatura do ar na câmara de combustão KT Arcombustãodecâmara 8.1076 acima da

temperatura de ignição do Hidrogênio (H2) KTH

ignição 18.8452 Kuchta (1985) e inferior à

temperatura de dissociação do ar na pressão da câmara de combustão (Tab. 1) de

aproximadamente 1 atm (131111 Pa) KT dooDissociaçã 1700Arcombustão de câmara da pressão àAr .

Figura 10: Temperatura de dissociação para ar atmosférico [4].

A Análise Teórico-Analítica (escoamento permanente, bidimensional, compressível,

não viscoso, ar como gás perfeito) permite determinar não só as propriedades

aerotermodinâmicas (pressão, temperatura, densidade e velocidade) do escoamento de ar na

superfície como também determinar a geometria externa (projeto mecânico e dimensional) do

demonstrador scramjet de admissão interna (Fig. 9), alinhado ao escoamento externo,

considerando vôo atmosférico em 30km de altitude geométrica à velocidade correspondente à

Mach 6.64. Ainda, considera-se que a última onda de choque refletida incida na entrada da

câmara de combustão otimizando a massa de ar na câmara de combustão sendo igual à massa

de ar capturada pela seção frontal.

23

Simulação Teórico-Numérica

Para a presente simulação numérica foi considerado:

a) Geometria do demonstrador scramjet de admissão interna (Fig. 9) implementada no

software “Ansys Fluent ®”;

b) Escoamento de ar na seção de compressão (externa e interna) defletido para a entrada do

combustor (Fig. 9) em velocidade supersônica (pressão, densidade, temperatura e

numero de Mach constantes) e permanece constante na saída do combustor;

c) Não ocorrência da combustão do Oxigênio do ar atmosférico (em velocidade

hipersônica) com o Hidrogênio na câmara de combustão.

Note que as ondas de choque obliquas (atadas) estabelecidas no bordo de ataque da

rampa com deflexão de 12º, incidem em um mesmo ponto na linha de simetria do

demonstrador scramjet de admissão interna, promovendo um trem de choque refletido, sendo

que a última reflexão da onda de choque incide na entrada da câmara de combustão (Fig. 11).

O demonstrador scramjet de admissão interna com uma rampa com 12º de deflexão

(Fig. 6) é capaz de gerar escoamento de ar na câmara de combustão com número de Mach

supersônico 2M (Fig. 11) e temperatura estática > 1000K (Fig. 12), maior do que a

temperatura de ignição do Hidrogênio que é próxima de 845K [6].

Figura 11: Curvas de contorno de número de Mach.

24

Figura 12: Curvas de contorno de temperatura estática.

A densidade estática (Fig. 13) e a pressão estática (Fig. 14) através do demonstrador

scramjet de admissão interna mostram a existência de um trem de choque extremamente fraco

(Fig. 15) no inicio da camara de combustão, o qual caracteriza excelente otimização do

projeto da entrada da câmara de combustão, em que a taxa do fluxo de massa na entrada da

câmara de combustão é a mesma da entrada do demonstrador scramjet de admissão interna.

Adicionalmente, o gradiente de densidade estática (Fig. 13) através demonstrador

scramjet de admissão interna pode ser comparado com as fotografias schilieren a serem

obtidas na investigação experimental que poderá ser realizada em trabalhos futuros.

Figura 13: Curvas de contorno de densidade estática.

25

A distribuição de pressão estática (Fig. 14) pode ser utilizada como guia para mostrar o

material e a espessura da estrutura do demonstrador scramjet de admissão interna para

suportar a pressão dinâmica que ocorre quando em voo atmosférico.

Figura 14: Curvas de contorno de pressão estática.

Figura 15: Detalhamento do contorno de pressão estática na câmara de combustão.

As distribuições de pressão estática (Fig. 5 - Anexo), temperatura estática (Fig. 6 -

Anexo), densidade estática (Fig. 7 - Anexo) e número de Mach (Fig. 8 - Anexo) ao longo da

superfície do demonstrador scramjet com admissão interna obtida pela simulação numérica

são comparáveis com os resultados obtidos das distribuições correspondentes da análise

analítica (Tab. 1).

Ainda, observa-se a ocorrência de um trem de choque caracterizado pela oscilação das

respectivas propriedades aerotermodinâmicas na câmara de combustão do demonstrador

scramjet com admissão interna.

26

PROJETO DE MODELO DO DEMONSTRADOR SCRAMJET DE ADMISSÃO

INTERNA PARA INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL

Modelo Demonstrador scramjet de admissão interna

Baseado na Análise Teórico-Analítica (Tab. 1) e na Simulação Teórico-Numérica (Figs.

14 a 22) foi possível desenvolver o projeto geométrico (Fig. 9) para realizar a investigação

experimental de modelo do demonstrador scramjet de admissão interna, no Túnel de Choque

Hipersônico T3 (Fig. 9 - Anexo).

Modelo do demonstrador scramjet de admissão interna de 743,8mm de comprimento foi

projetado, e está sendo fabricado em aço inoxidável (Fig. 16), e instrumentado com vinte e

dois transdutores de pressão piezoelétricos instalados na superfície de compressão (12

transdutores de pressão) e na câmara de combustão (10 transdutores de pressão), o qual será

experimentalmente investigado (em futuro próximo) no Túnel de Choque Hipersônico T3

operado no modo equilíbrio de interface com escoamento de ar com velocidade

correspondentes a Mach entre 7 e 8.

Salienta-se que foi adicionado dispositivo modular instalado no inicio da câmara de

combustão visando a injeção de gás Hidrogênio para investigação experimental da combustão

supersônica. Ainda, após a injeção de combustível foi concebido seção transversal com

pequeno ângulo de inclinação, necessário não só para acomodar a camada limite, como

também para expandir os produtos da combustão entre o ar atmosférico, em velocidade

supersônica com temperatura acima da temperatura de ignição do Hidrogênio, e o gás

Hidrogênio.

27

Figura 16: Modelo do demonstrador scramjet de admissão interna.

O modelo do demonstrador scramjet de admissão interna será montado em um suporte de aço

carbono (Fig. 17), especialmente projetado para segurar com firmeza o modelo, na seção de

teste do Túnel de Choque Hipersônico T3 (Fig. 9 - Anexo). Duas janelas de quartzo,

simétricas instaladas na lateral da derivação horizontal do tanque de exaustão, serão utilizadas

como janelas de visualização do escoamento (Fig. 12 - Anexo) e obtenção de fotografias

schlieren.

Figura 17: Modelo do demonstrador scramjet de admissão interna instalado no suporte de aço.

28

CONCLUSÕES

A análise teórico-analítica e a simulação da dinâmica fluido computacional foram

aplicadas para avaliar as propriedades termodinâmicas do scramjet bidimensional de admissão

interna com bordo de ataque, na forma de cunha, de 12°, seção transversal constante, com

zero ângulo de ataque, câmara de combustão com 300mm de comprimento e 11,4mm de

altura total, voando através da atmosfera terrestre a 30km de altitude alinhado ao escoamento

livre hipersônico com Mach 6,64.

Os resultados das análises teórico-analíticas e da fluidodinâmica computacional

mostram que o motor scramjet de admissão interna e cunha de 12° é capaz de gerar

temperaturas estáticas próximas de 1000K no combustor com Mach supersônico maior que 2.

Tal temperatura é superior que a temperatura necessária para ignição do Hidrogênio, que é de

aproximadamente 845K.

Um modelo scramjet bidimensional de simetria interna para investigação experimental

no túnel de choque hipersônico T3 foi proposto baseado nos resultados da análise teórico-

analítica e da fluidodinâmica computacional.

O empreendedorismo de diversos centros de pesquisa no desenvolvimento de avançados

sistemas de propulsão hipersônica aspirada utilizando o conceito de combustão supersônica

“scramjet” com o intuito de substituir os atuais, e convencionais, sistemas de propulsão

baseada em combustão química (propulsão sólida e/ou líquida) motivaram o Instituto de

Estudos Avançados, IEAv, na Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de um demonstrador

tecnológico, denominado Veículo Hipersônico Aeroespacial 14-X, VHA 14-X, e suas

versões.

29

REFERÊNCIAS

[1] Anderson Jr., J. A. “Modern Compressible Flow, The Historical Perspective” McGraw-

Hill, Inc, 2003.

[2] Curran, E.T. e Murthy, S.N.B. Scramjet Propulsion. Progress in Astronautics and

Aeronautics, Vol. 189.EUA: AIAA, 2000.

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Technology. Vol. II. From Scramjet to the National Space-Plane (1964-1986). EUA. Air

Force History and Museums Program. 1998.

[4] Heiser, H. W. and Pratt, D. T (with Daley, D. H. and Mehta, U. B.). Hypersonic

Airbreathing Propulsion. Education Series. EUA. AIAA. 1994.

[5] IEAv. Plano de Desenvolvimento Institucional do IEAv. 2011.

[6] Kuchta, J. M., Investigation of Fire and Explosion Accidents in the Chemical, Mining, and

Fuel-Related Industries – a Manual, Bulletin 680, U.S. Bureau of Mines, 1985, Appendix A.

[7] Marren, D. and Lu, F. K., “Advanced Hypersonic Test Facilities”, Progress in

Astronautics and Aeronautics Series, Vol. 198, AIAA, 2002.

[8] Marshall, L.A., Corpening, G.P. e Sherrill, R. A. Chief Engineer's View of the NASA X-

43A Scramjet Flight Test. In: AIAA/CIRA 13th International Space Planes and Hypersonic

Systems and Technologies Conference, 2005 (AIAA 2005-3332), Capua, Italia. Anais…

2005.20f.

[9] Marshall, L.A., Bahm, C., Corpening, G.P. e Sherrill, R. Overview With Results and

Lessons Learned of the X-43A Mach 10 Flight. In: AIAA/CIRA 13th International Space

Planes and Hypersonic Systems and Technologies Conference, 2005 (AIAA 2005-3336),

Capua, Italia. Anais… 2005. 23f.

[10] Mcclinton, C.R., Rausch, D., Sitz, J. e Reukauf, P. Hyper-X Program Status. In:

AIAA/NAL-NASDA-ISAS 10th International Space Planes and Hypersonic Systems and

Technologies Conference, 2001 (AIAA 2001-1910), Kyoto, Japan. Anais… 2001. 12f.

[11] Ministério da Defesa/Ministério da Ciência e Tecnologia. Concepção Estratégica-

Ciência, Tecnologia e Inovação de Interesse da Defesa Nacional. Brasília: 2003.

[12] Rolim, T. C. and Lu, F. K., “Investigation of the Effects of Lateral Cowl Length in an

Inward Turning Scramjet Inlet”, 51st AIAA Aerospace Sciences Meeting, 2012.

[13] Rolim, T. C. and Lu, F. K., “Design and Stream Thrust Analysis of a Scramjet Engine for

Acceleration Mission from 2 to 3 km/s”, 51st AIAA Aerospace Sciences Meeting, 2012.

30

[14] Schweikart, L. The Hypersonic Revolution. Case Studies in the History of Hypersonic

Technology. Vol. III. The Quest for the Orbital Jet: The National Space-Plane Program

(1983-1995). EUA. Air Force History and Museums Program. 1998.

[15] Toro, P. G. P., Minucci, M. A. S., Chanes Jr., J. B., Pereira, A. L. and Nagamatsu, H. T.,

2005, “Development of a New Hypersonic Shock Tunnel Facility to Investigate basic

Supersonic Combustion and basic Electromagnetic Energy Addition for Flow Control”. 4th

International Symposium on Beamed Energy Propulsion, Japan.

[16] Toro, P. G. P., Minucci, M. A. S., Chanes Jr., J. B., Oliveira, A.C., Gomes, F. A. A.,

Myrabo, L. N., and Nagamatsu, H. T. (in Memoriam), 2007, “New Hypersonic Shock

Tunnel at the Laboratory of Aerothermodynamics and Hypersonics Prof. Henry T.

Nagamatsu”, 4th

International Symposium on Beamed Energy Propulsion, Hawaii.

[17] U.S. Standard Atmosphere, 1976. NASA TM-X 74335. National Oceanic and

Atmospheric Administration, National Aeronautics and Space Administration and United

States Air Force.

[18] Edney BE, 1968, Effects of shock impingement on the heat transfer around blunt

bBodies. AIAA J. 6:15–21

[19] Edney BE, 1968, Anomalous heat transfer and pressure distributions on blunt bodies at

hypersonic speeds in the presence of an impinging shock. FFA-115, The Aeronautical

Research Institute of Sweden

ANEXOS

Artigo Científico apresentado no COBEM 2013 - 22nd

International Congress of

Mechanical Engineering, 3-7 Novembro 2013, Ribeirão Preto, SP, Brazil

31

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

Divisão de Informação e Documentação

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Vilela, Renan Guilherme Santos. Projeto Aerodinâmico do Demonstrador scramjet de

admissão interna para vôo atmosférico à 30km de altitude em velocidade

correspondente a número de Mach 7. 2013. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso –

UNIVAP de São José dos Campos.

CESSÃO DE DIREITOS

NOME DO AUTOR: Renan Guilherme Santos Vilela

TÍTULO DO TRABALHO: Projeto Aerodinâmico do Demonstrador scramjet de admissão

interna para vôo atmosférico à 30km de altitude em velocidade correspondente a número de

Mach 7

TIPO DO TRABALHO/ANO: Trabalho de Conclusão de Curso / 2013

É concedida à UNIVAP de São José dos Campos permissão para reproduzir cópias deste

Trabalho e para emprestar ou vender cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos.

O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste Trabalho pode ser

reproduzida sem a autorização do autor.

____________________________________

Renan Guilherme Santos Vilela

Instituto de Estudos Avançados

Trevo Coronel Aviador José Alberto Albano do Amarante, no 1, Putim.

CEP 12228-001 – São José dos Campos - SP

Vilela, Renan Guilherme Santos

Projeto Aerodinâmico do Demonstrador scramjet de admissão interna para vôo atmosférico à 30km de

altitude em velocidade correspondente a número de Mach 7.

São José dos Campos, 2013.

30f.

Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Engenharia Aeronáutica e Espaço, UNIVAP de São

José dos Campos, 2013.

Orientadores: Dr. Mário Triches Junior

Paulo Gilberto de Paula Toro – Ph.D.

1. Engenharia Aeronáutica e Espaço. I. Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo.

UNIVAP de São José dos Campos. Divisão de Informação e Documentação. II. Projeto Aerodinâmico do

Demonstrador scramjet de admissão interna para vôo atmosférico à 30km de altitude em velocidade

correspondente a número de Mach 7.

32

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Veículo Hipersônico Aeroespacial 14-X, VHA 14-X. 10

Figura 2

Concepção artística da geometria de um Demonstrador scramjet de

admissão interna, acoplado a um motor foguete de combustível sólido de

dois estágios.

10

Figura 7 Esquema de um scramjet conceitual com simetria interna. 17

Figura 8 Veículo Hipersônico com motor scramjet integrado a estrutura e referência

de terminologia. 17

Figura 9 Estações de referência do demonstrador scramjet de admissão interna. 18

Figura 10 Esquema de um modelo scramjet de admissão interna bidimensional para

investigação experimental. 19

Figura 11 Geometria da onda de choque obliqua incidente sobre a cunha. 20

Figura 12 Geometria da onda de choque obliqua refletida. 21

Figura 13 Ondas de choque incidente e refletidas no demonstrador scramjet de

admissão interna. 24

Figura 14 Temperatura de dissociação para o ar atmosférico (Heiser and Pratt, 1994). 26

Figura 15 Curvas de contorno de número de Mach. 27

Figura 16 Curvas de contorno de temperatura estática. 28

Figura 17 Curvas de contorno de densidade estática. 28

Figura 18 Curvas de contorno de pressão estática. 29

Figura 19 Detalhamento do contorno de pressão estática na câmara de combustão. 29

FIGURAS ANEXAS

Figura 1 Veículo “National Aero-Space Plane” NASP. 34

Figura 2 Configuração do veículo X-43. 34

Figura 3 Trajetória de voo do veículo X-43. 35

Figura 4 2º voo atmosférico do veículo X-43, propulsado por scramjet. 35

Figura 5 Distribuição de pressão da simulação numérica e análise analítica ao longo

da superfície do demonstrador scramjet de admissão interna. 36

Figura 6 Distribuição de temperatura da simulação numérica e análise analítica ao

longo da superfície do demonstrador scramjet de admissão interna. 36

Figura 7 Distribuição de densidade da simulação numérica e análise analítica ao

longo da superfície do demonstrador scramjet de admissão interna. 37

Figura 8 Número de Mach da simulação numérica e análise analítica ao longo da

superfície do demonstrador scramjet de admissão interna. 37

Figura 9 Túnel de Choque Hipersônico T3. 38

Figura 10 Sistema óptico schilieren acoplado a câmara de alta velocidade cordin. 39

Figura 11 Montagem do sistema de visualização schilieren. 39

Figura 12 Modelo do demonstrador scramjet de admissão interna instalado na seção

de teste do Túnel de Choque Hipersônico T3. 40

33

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Propriedades termodinâmicas na seção de compressão e na câmara de

combustão do demonstrador scramjet de admissão interna, considerando

escoamento compressível, não viscoso, ar como gás perfeito, sem injeção de

combustível Hidrogênio.

21

34

Figura 1: Veículo “National Aero-Space Plane” NASP.

Figura 2: Configuração do veículo X-43.

35

Figura 3: Trajetória de vôo do veículo X-43.

Figura 4: 2º vôo atmosférico do veículo X-43, propulsado por “scramjet”.

36

Figura 5: Distribuição de pressão da simulação numérica e análise analítica ao longo da

superfície do demonstrador scramjet de admissão interna.

Figura 6: Distribuição de temperatura da simulação numérica e análise analítica ao longo da

superfície do demonstrador scramjet de admissão interna.

37

Figura 7: Distribuição de densidade da simulação numérica e análise analítica ao longo da

superfície do demonstrador scramjet de admissão interna.

Figura 8: Número de Mach da simulação numérica e análise analítica ao longo da superfície

do demonstrador scramjet de admissão interna.

38

Túnel de Choque Hipersônico T3

Muitas questões relacionadas à combustão supersônica ainda são matérias de

investigação e a maioria delas pode ser realizada em instalações hipersônicas terrestres, como

túneis de choque hipersônico refletido [2;4;7]. Túnel de choque hipersônico refletido é um

tubo de choque equipado com um bocal convergente-divergente para produzir número de

Mach elevados (acima de 5) e escoamento de alta entalpia na seção de teste, próximo às

condições encontradas durante o vôo do demonstrador scramjet com admissão interna em

velocidade hipersônica na atmosfera terrestre.

O Túnel de Choque Hipersônico T3 (Fig. 24) é um túnel de choque hipersônico

equipado com um bocal convergente-divergente com 0,60m de diâmetro de saída, financiado

pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP, processo nº

2004/00525-7), projetado por Toro et al [15;16], instalado no Laboratório de

Aerotermodinâmica e Hipersônica Professor Henry T. Nagamatsu, utilizado para Pesquisa e

Desenvolvimento (P&D) da investigação experimental da combustão supersônica aplicado a

propulsão aspirada de alta velocidade.

Figura 9: Túnel de Choque Hipersônico T3.

39

Câmara de alta velocidade (Figura 25) Cordin modelo 550 acoplada a sistema de

espelhos ópticos, montados em configuração em “Z” permite obter a visualização dinâmica da

variação da densidade (massa específica) do escoamento hipersônico, possibilitando observar

onda de choque estabelecida sobre o modelo, através do método de fotografia schlieren.

Figura 10: Sistema óptico schlieren acoplado a câmara de alta velocidade Cordin.

O sistema óptico utilizado para a visualização da interação da onda de choque com o

modelo (pelo método de schlieren) inclui: duas mesas ópticas (1200x2400x200 mm), dois

espelhos parabólico de 12 polegadas de diâmetro e dois espelhos planos diâmetro de 16

polegadas (Figura 26).

Figura 11: Montagem do sistema de visualização schlieren.

KE

MODEL

FT3

FT2

QW2

CC1

CC2

QW1

SLT

SRC

FT1

CCW

PC1 PC2

HSCSRC

SLT

CCW

FT1, 2, 3

CC1, 2

QW1, 2

PC1, 2

KE

HSC

– Light Source

– Optical Constrictor Slit

– Focusing Lens

– Flat Mirrors

– Concave Mirrors

– Quartz Windows

– Polycarbonate Side Panels

– Knife Edge

– High Speed Camera

NOZZLE

40

Figura 12: Modelo do demonstrador scramjet de admissão interna instalado na seção de teste

do Túnel de Choque Hipersônico T3.