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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS ARETUZA FERNANDES MOREIRA SILVA ANÁLISE DOS EFEITOS AGUDOS E/OU TARDIOS EM CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA CONFORMACIONAL PARA O TRATAMENTO DO LINFOMA DE HODGKIN CAMPINAS/SP 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

ARETUZA FERNANDES MOREIRA SILVA

ANÁLISE DOS EFEITOS AGUDOS E/OU TARDIOS EM CRIANÇAS,

ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA

CONFORMACIONAL PARA O TRATAMENTO DO LINFOMA DE HODGKIN

CAMPINAS/SP

2016

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ARETUZA FERNANDES MOREIRA SILVA

ANÁLISE DOS EFEITOS AGUDOS E/OU TARDIOS EM CRIANÇAS,

ADOLESCENTES E ADULTOS JOVENS SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA

CONFORMACIONAL PARA O TRATAMENTO DO LINFOMA DE HODGKIN

Dissertação apresentada à Faculdade de

Ciências Médicas da Universidade Estadual de

Campinas como parte dos requisitos exigidos

para a obtenção do título de mestra em

ciências, na área de concentração Saúde da

Criança e do Adolescente

Orientadora: Profª Dra. Simone dos Santos Aguiar

Este exemplar corresponde à versão final da dissertação defendida por Aretuza

Fernandes Moreira Silva e orientada pela Profª Dra. Simone dos Santos Aguiar

CAMPINAS – SP

2016

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BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO ARETUZA FERNANDES MOREIRA SILVA

ORIENTADOR: SIMONE DOS SANTOS AGUIAR

MEMBROS:

1. PROF. DR. SIMONE DOS SANTOS AGUIAR

2. PROF. DRA. CÉLIA BEATRIZ GIANOTTI ANTONELI

3. PROF. DRA.KATIA APARECIDA DE BRITO EID

Programa de Pós-Graduação em Saúde da criança e do adolescente da Faculdade de

Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas.

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca examinadora

encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

Data: DATA DA DEFESA 05/08/2016

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha

Família que tanto me incentivou

com muito amor

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AGRADECIMENTOS

Sou muito grata a todos àqueles que com amor e paciência me conduziram para a

realização desta dissertação.

Agradeço a Deus que em tantos momentos de dificuldade para escrever me inspirou

com seu amor de Pai.

À minha orientadora Profa. Dra. Simone dos Santos Aguiar que pacientemente me

guiou nesta longa jornada, colaborando na construção do meu conhecimento e

agregando sabedoria à minha profissão.

Ao meu esposo Ricardo pela dedicação, compreensão, ajuda, incentivo,

disponibilidade, amor e paciência durante todos esses anos de estudo, para que eu

pudesse concretizar mais esta etapa na minha carreira.

Ao meu filho Murilo que abdicou tantas vezes do meu aconchego por estar atarefada

entre artigos e pesquisas.

Aos meus pais pelo incentivo e por sempre confiarem em mim.

Às minhas irmãs, cunhado(a)s e sobrinha(o)s que souberam entender tantas vezes a

minha ausência para a conclusão deste sonho.

Aos sogros que muitas vezes realizaram minhas tarefas para que eu pudesse realizar

esta.

À minha companheira de Mestrado Camila Parentoni que dividia comigo as angústias

de tantos afazeres e estudos.

À amiga Vânia Biaggio pelo incentivo e bons conselhos nos momentos de desânimo.

À Maria Vedovato, Regina Holanda de Mendonça e Alessandra Salgado que souberam

transmitir com tranquilidade seus conhecimentos estatísticos.

Ao Centro Infantil Boldrini que permitiu meu crescimento profissional.

Por fim, a todos os colegas, professores e amigos que de alguma forma contribuíram

para a conclusão desta jornada.

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EPÍGRAFE

“Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo. Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.

Não viva de fotografias amareladas... Continue, quando todos esperam que desistas.

Não deixe que enferruje o ferro que existe em você. Faça com que em vez de pena,

tenham respeito por você. Quando não conseguir correr atrás dos anos, trote. Quando

não conseguir trotar, caminhe. Quando não conseguir caminhar, use uma bengala. Mas

nunca se detenha.”

Madre Teresa de Calcutá

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RESUMO Introdução: Taxas de sobrevida de cinco anos em pacientes tratados para o linfoma de Hodgkin (LH) chegam a quase 95%, entretanto, existe um risco aumentado do aparecimento de efeitos tardios relacionados ao tratamento com quimioterapia e radioterapia. Tumores da infância são altamente radiossensíveis por apresentarem alto grau de proliferação celular. Assim, a prática da radioterapia nestes pacientes é cercada de características peculiares devido aos efeitos colaterais aos diferentes órgãos e tecidos em desenvolvimento. Os efeitos agudos aparecem durante o tratamento ou em um período imediatamente posterior à radiação e em geral são reversíveis. Os efeitos tardios ocorrem meses ou anos após o fim da terapia, resultando em incapacidade permanente e piora da qualidade de vida. Objetivo: Verificar a ocorrência dos efeitos agudos e/ou tardios em pacientes pediátricos tratados com radioterapia conformacional para o tratamento do linfoma de Hodgkin. Material e Método: Estudo retrospectivo dos prontuários médicos e de enfermagem dos pacientes sobreviventes tratados com radioterapia conformacional para o linfoma de Hodgkin no período de julho de 2007 a dezembro de 2010 e que estão em acompanhamento na Clínica Após Término de Terapia (CATT). Os efeitos agudos e tardios foram avaliados através desta revisão, de acordo com os critérios da Radiation Therapy Oncology Group (RTOG). Resultados: O tempo de follow-up dos pacientes foi de 5,1 anos. Dos 53 pacientes analisados, 88,7% apresentaram um ou mais efeitos agudos relacionados à radioterapia, sendo a radiodermatite o efeito mais incidente, com 51,1% dos casos. Em relação aos efeitos tardios, 81,1% apresentaram alguma alteração permanente, sendo o mais comum o hipotireoidismo subclínico, com 74,4%. Não houve diferença estatística entre as doses de RT, idade e estadiamento. Houve associação significativa entre o sexo feminino e a radiodermatite, mucosite e xerostomia. A associação também ocorreu entre o campo torácico irradiado e a ocorrência de radiodermatite, odinofagia, tosse e vômito. Houve associação significativa entre o esquema 1 de QT e dose de RT cervical e o aparecimento de distúrbios da tireóide. Conclusão: 88,7% dos pacientes que receberam radioterapia conformacional para o LH apresentaram efeitos agudos, sendo o mais frequente a radiodermatite, seguido da odinofagia e náuseas/vômitos. 81,1% dos pacientes apresentaram efeitos tardios, com maior freqüência do hipotireoidismo subclínico. Palavras chaves: Linfoma de Hodgkin, radioterapia, toxicidade aguda, efeitos a longo-prazo

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ABSTRACT Introduction: Five year survival rates of patients treated for Hodgkin's lymphoma (HL) reaches almost 95%, however, there is an increased risk of late onset effects related to chemotherapy and radiotherapy for the treatment. Childhood tumors are highly radiosensitive for their high degree of cell proliferation. Thus, the practice of radiation therapy in these patients is surrounded by peculiar characteristics due to side effects to various organs and tissues in development. The acute effects appear during treatment or in a period immediately after radiation and generally are reversible. Late effects occur months or years after the treatment, resulting in permanent disability and poor quality of life. Objective: This study is to verify the occurrence of acute and / or late effects in children, adolescents and young adults undergoing conformal radiotherapy for Hodgkin's lymphoma. Material and Methods: A retrospective study of medical records of surviving patients treated with conformal radiotherapy for Hodgkin's lymphoma in the period July 2007 to December 2010 and followed at Clinical Therapy After Termination (CATT). The acute and late effects were evaluated through the review, according to the RTOG criteria. Results: The follow-up time of the patients was on average 5.1 years. Of the 53 survivors analyzed, 88.7% had some acute effects related to radiotherapy, radiodermatitis being the most prevalent effect in 51.1%. Regarding to late effects 81.1% had some permanent being, the most common subclinical hypothyroidism, 74.4%. There was no statistical difference between the RT doses, age and stage. There was no statistical difference between the RT doses, age and stage.There was a significant association between female and radiodermatitis, mucositis and xerostomia. The association also occurred between the irradiated thoracic field and the occurrence of radiodermatitis, sore throat, coughing and vomiting. There was a significant association between the scheme 1 QT and cervical RT dose and the appearance of thyroid disorders. Conclusion: 88.7% of patients receiving radiotherapy for conformational HL had acute effects being the most frequent radiodermatitis (51.1%), followed by odynophagia (48.9%) and nausea / vomiting (36.2%). 81.1% of patients had late effects, where the most frequent was subclinical hypothyroidism (96.9%). Key words: Hodgkin’s Lymphoma; Radiotherapy; Acute toxicity; Long-term effects

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LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1: Imunofenótipo dos subtipos histológicos do linfoma de Hodgkin 16

Tabela 2: Sistema de estadiamento de Ann Arbor para o linfoma de Hodgkin 19

Tabela 3: Distribuição da população estudada segundo sexo, efeitos agudos e efeitos tardios (n=53) 43

Tabela 4: Subtipo histológico da doença conforme idade da população analisada

45

Tabela 5: Estadio da doença conforme idade da população analisada 46

Tabela 6: Campos irradiados conforme sexo e estadio da doença da população analisada 47

Tabela 7: Incidência dos efeitos colaterais agudos na população analisada 48

Tabela 8: Incidência dos efeitos colaterais agudos em pacientes do sexo feminino (n=25) 49

Tabela 9: Incidência dos efeitos colaterais agudos em pacientes do sexo masculino (n=22) 50

Tabela 10: Incidência dos efeitos colaterais agudos em pacientes que realizaram boost

51

Tabela 11: Associações estatísticamente significativas (p valor) 52

Tabela 12: Incidência dos efeitos tardios e tempo médio em dias para ocorrência dos sintomas 53

Quadro 1: Critérios da RTOG para efeitos agudos da radioterapia 26

Quadro 2: Critérios da RTOG para efeitos tardios da radioterapia 30

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LISTA DE ABREVIATURAS

LH Linfoma de Hodgkin

CRS Células de Reed Sternberg

HIV Human Immunodeficiency Virus

EBV Epstein Barr Virus

PET-CT Positrons Emission Tomography

VHS Velocidade de Hemossedimentação

PCR Proteína C Reativa

RT Radioterapia

QT Quimioterapia

ET Efeitos tardios

ABVD Adriamicina, Bleomicina, Vimblastina, Dacarbazina

COPP Ciclofosfamida, Vincristina, Procarbazina, Prednisona

OPPA Vincristina, Procarbazina, Prednisona, Adriamicina

OEPA Vincristina, Etoposide, Prednisona, Adriamicina

VAMP Vimblastina, Doxorrubicina, Metotrexate, Prednisona

DBVE Doxorrubicina, Bleomicina, Vincristina, Etoposide

DNA Desoxyribunucleic Acid

3D Tridimensional

2D Bidimensional

IMRT Intensity Modulated Radiotherapy

VMAT Volumetric Arc Therapy

EA Efeitos Agudos

RTOG Radiation Therapy Oncology Group

CATT Clínica Após Término de Terapia

CIB Centro Infantil Boldrini

BEACOPP Bleomicina, Etoposide, Doxorrubicina, Ciclofosfamida,

Vincristina, Procarbazina, Prednisona

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LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

Figura 1: célula de Reed Sternberg multinucleada 15

Figura 2: Imagem de tomografia computadorizada evidenciando tumor em mediastino e

imagem de PET-CT com captação do FDG-18 no mesmo tumor 18

Figura 3: Imagem do PET com captação do FDG-18 na região cervical, supra e

infradiafragmática 20

Figura 4: Campo de irradiação mantle 24

Figura 5: Campo de irradiação supradiafragmático 24

Figura 6: Campo de irradiação baço 25

Gráfico 1: Distribuição entre os sexos da população analisada 43

Gráfico 2: Distribuição dos estadios da doença 44

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA 5

AGRADECIMENTOS 6

EPÍGRAFE 7

RESUMO 8

ABSTRACT 9

LISTA DE TABELAS E QUADROS 10

LISTA DE ABREVIATURAS 11

LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS 12

1. INTRODUÇÃO 14

2. JUSTIFICATIVA 36

3. OBJETIVO 37

3.1 Objetivo Geral 37

3.2 Objetivo Específico 37

4. MATERIAL E MÉTODO 38

4.1 Método para avaliação dos efeitos agudos e tardios: 40

4.2 Ética 41

5. RESULTADOS 42

6. DISCUSSÃO 55

7. CONCLUSÕES 63

8. REFERÊNCIAS 64

9. ANEXO 73

9.1 Tabelas dos cálculos estatísticos (p valor) 73

9.2. Parecer consubstanciado CEP 117

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1. INTRODUÇÃO

O linfoma de Hodgkin (LH) é uma doença maligna dos linfonodos e sistema

linfático. Ela foi descrita pela primeira vez em 1832 por Thomas Hodgkin, que

verificou que alguns dos seus pacientes apresentavam um crescimento anormal dos

linfonodos, e intitulou a doença como uma “aparição mórbida nas glândulas

absorventes (linfonodos) e baço”. Entretanto, os pesquisadores estavam

preocupados em diferenciar esta doença inflamatória da infecção ou hipertrofia

idiopática do sistema linfático.(1)

Até metade do século XIX, o diagnóstico da doença dependia da morfologia

microscópica, onde foi reconhecido que células gigantes anormais estavam

presentes no material do LH.

Em 1898 Sternberg e em 1902 Reed descrevem definitivamente a histologia

do LH. Reed particularmente descreve a célula gigante multinucleada, e refuta a

idéia de se tratar de uma forma incomum de tuberculose, apesar da frequente

associação das duas doenças no mesmo paciente.(1)

Com o passar dos anos, apesar do LH ser reconhecido como doença

maligna, atribuía-se a ele o potencial infeccioso ou de etiologia auto-imune. Porém,

com as técnicas bem sucedidas do cultivo das células de Reed-Sternberg (CRS),

demonstrou-se definitivamente a natureza maligna da célula e reforçou-se a

descrição de que o LH era realmente uma desordem maligna.(1)

As CRS, linfócitos, histiócitos e suas variações constituem as células

malignas do LH. Atualmente, sabe-se que as células malignas do LH correspondem

a 1% da população total de células do tumor. A maioria das neoplasias se compõe

de células de infiltrado inflamatório e fibrose. As CRS e suas variações são

importantes para realizar o diagnóstico do LH. Sua forma clássica é definida como

uma célula grande, de citoplasma abundante e núcleos múltiplos ou multilobulados,

com a formação de um halo claro ao redor dos nucléolos, com aspecto semelhante

aos “olhos da coruja”. Existem variações das CRS (células lacunares e pleomórficas)

e outras similares que podem aparecer em processos neoplásicos e reativos como a

mononucleose, linfoma não-Hodgkin e sarcomas.(2)

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Figura 1: célula de Reed Sternberg multinucleada – “olho

de Coruja” (Anatpat – Unicamp)

A descrição histopatológica do LH foi classificada pela primeira vez em 1944

por Jackson e Parker, de três formas: paragranuloma, granuloma e sarcoma,

equivalentes a predominância linfocitária, esclerose nodular e depleção linfocitária.

Atualmente são reconhecidos cinco subtipos histológicos: com a

denominação de linfoma de Hodgkin clássico (marcadores CD15 e 30 positivos)

estão agrupados os subtipos esclerose nodular, celularidade mista, depleção

linfocitária e rico em linfócitos. O subtipo predomínio linfocitário nodular constitui

menos de 5% dos casos (marcador CD20 positivo).(3,4)

Nos casos do subtipo rico em linfócitos, a organização do gânglio linfático

encontra-se parcial ou completamente destruída. A aparência benigna dos linfócitos

pode levar erroneamente ao diagnóstico de hiperplasia reacional.

O subtipo esclerose nodular se caracteriza pela variação lacunar das CRS,

cápsula do linfonodo, bandas de colágeno formando nódulos ganglionares,

geralmente cervicais, supraclaviculares e mediastinais.

No subtipo celularidade mista as CRS e suas variações são abundantes, com

um fundo inflamatório que agrega linfócitos, eosinófilos, plasmócitos, histiócitos e

células reticulares malignas, podendo ocorrer alguns pontos de necrose.

O subtipo depleção linfocitária, raro em crianças, é mais encontrado em

pacientes infectados pelo HIV. Caracteriza-se pela presença de múltiplas células

reticulares malignas, CRS e infiltrado linfocitário limitado.(2)

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Tabela 1: Imunofenótipo dos subtipos histológicos do linfoma de Hodgkin

Antígeno Predominância

Linfocitária

Esclerose

Nodular

Celularidade

Mista

Depleção

Linfocitária

CD45

(LCA)

+ - - -

CD30

(KI-1)

- (+) + + +

CD15 - + + +

CD20 + - (+) - (+) - (+)

EMA - + / - - -

ALK - - - -

Fonte: Adaptado WHO classification, 2008.

A distribuição dos subtipos histológicos varia entre grupos de idade, com

adultos jovens mostrando uma grande proporção de esclerose nodular comparados

com adultos mais velhos. O subtipo celularidade mista aparece em

aproximadamente 30% dos casos de LH infantil, sendo mais incidente em crianças

menores de 10 anos e em doenças mais avançadas.(2,6)

A incidência da patologia ocorre de três formas distintas: 1) infantil (pacientes

até 14 anos); 2) adultos jovens (pacientes de 15 a 34 anos); e 3) idosos (comum em

pacientes de 55 a 74 anos).(1)

O LH é raro, com uma incidência anual de cerca de 3 / 100 000 na maioria

dos países, embora nos de baixa renda, a prevalência é maior nas crianças,

mostrando uma associação com o vírus Epstein Barr (EBV) em cerca de 50% dos

casos nos países desenvolvidos, chegando a 100% nos países em

desenvolvimento, sendo mais comum em crianças menores de 10 anos e pacientes

idosos. Exposições ambientais como poluição, agrotóxicos, doenças virais e fatores

hereditários também podem estar associados a esta incidência. Nas crianças da

Europa e Reino Unido, a incidência nos meninos é duas vezes maior que nas

meninas, mas nos adolescentes há uma distribuição igual entre os sexos. A

incidência do LH geralmente tem correlação com o nível do desenvolvimento

econômico.(7,8)

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Os achados hematológicos e laboratoriais são inespecíficos. O hemograma

pode mostrar neutrofilia com aumento dos leucócitos, eosinófilos e monócitos.

Associações com doenças auto-imunes podem ocorrer em cerca de 2% dos casos.

Os níveis plasmáticos de fibrinogênio podem elevar-se no LH.

Hepatoesplenomegalia e anemia são também manifestações não específicas da

doença.(2,9)

Os pacientes com LH apresentam aumento indolor e progressivo dos

linfonodos, que inicialmente se dissemina somente pelo tecido linfático e

progressivamente acomete outros órgãos como fígado, baço, pulmão e medula

óssea. As adenopatias cervicais, de consistência firme e fibroelástica e de

crescimento progressivo, ocorrem em 80% das crianças e 60% apresentam massa

mediastinal ao diagnóstico, podendo apresentar dispnéia e obstrução de vias

aéreas. Cerca de 40% dos pacientes podem apresentar sintomas B, caracterizados

por febre acima de 38ºC, perda ponderal acima de 10% do peso corporal e sudorese

noturna. A confirmação da presença de massa mediastinal é feita através do raio-X,

tomografia computadorizada de tórax e PET-CT e o diagnóstico se completa através

do exame histopatológico.(2,6,10)

A biópsia é sempre exigida, as CRS encontradas são tipicamente células

gigantes multinucleadas, das quais, em 98% dos casos, são derivadas do centro

germinativo das células B periféricas.(10)

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Figura 2: Imagem de Tomografia Computadorizada com aumento do mediastino e PET

com captação do FDG-18 (Fonte: Centro Infantil Boldrini – setor de Imagem)

Ao diagnóstico as cadeias ganglionares supra e infradiafragmáticas devem

ser avaliadas através do exame clínico e ultrassonográfico com doppler, e quando

apresentam desarranjo arquitetural e/ou hiperfluxo são consideradas suspeitas de

malignidade. A partir deste achado deve-se prosseguir com a investigação das

cadeias suspeitas, com tomografia computadorizada ou ressonância magnética e

PET-CT quando há disponibilidade. Gânglios cervicais também devem ser avaliados

na tomografia de pescoço, verificando o anel de Waldeyer que pode estar

acometido.(2)

A biópsia de medula óssea avalia o comprometimento da medula óssea na

doença. Alguns autores sugerem que a biópsia pode ser dispensada nos casos em

que houver o PET-CT como exame diagnóstico.(4)

O estadiamento de Ann Arbor (tabela 2), adotado desde 1971, define as

regiões nodais e extranodais comprometidas, presença ou não de sintomas

sistêmicos da doença e disseminação em estruturas extranodais, variando de I a IV.

Pacientes com sudorese noturna, febre inexplicada e perda de peso acima de 10%

nos últimos 6 meses são portadores de sintomas B, e apresentam pior prognóstico.

Subestadio A caracteriza os pacientes que não apresentam estes sintomas,

subestadio E são os que apresentam doença extralinfática e subestadio S refere-se

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ao envolvimento do baço pela doença. A partir deste estadiamento baseia-se o

tratamento.(2,10)

Tabela 2: Sistema de estadiamento de Ann Arbor para o Linfoma de Hodgkin

ESTADIO DESCRIÇÃO

I Envolvimento de uma cadeia ganglionar ou estrutura linfoide

II Envolvimento de duas ou mais cadeias ganglionares

localizadas no mesmo lado do diafragma, que pode ter

contiguidade com um local extralinfático

III Envolvimento de gânglios linfáticos em ambos os lados do

diafragma, que pode estar associado a um local

extralinfático

IV Envolvimento disseminado de um ou mais órgãos

extralinfáticos, com ou sem envolvimento ganglionar, ou

ainda envolvimento de um local extralinfático com

envolvimento ganglionar à distância

Fonte: Adaptado Manual de Oncologia Clínica do Brasil, 9ª edição, 2011

O estadiamento cirúrgico com esvaziamento ganglionar e esplenectomia

foram abolidos devido aos riscos de complicações da laparotomia e também pela

evolução dos exames diagnósticos existentes atualmente, como a cintilografia com

gálio, tomografia computadorizada e PET-CT. A cintilografia óssea deve ser

reservada aos pacientes que apresentam queixas ósseas, aumento da fosfatase

alcalina e doença em estadio III, IV e doença extranodal. O PET-CT é útil para

diferenciar linfoma em atividade e tecido fibronecrótico.(2,12)

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Figura 3: Imagem do PET com captação do FDG-18 em regiões

cervical, supra e infradiafragmática (Fonte: Centro Infantil Boldrini - setor de Imagem)

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Os fatores prognósticos do LH são principalmente, medidas diretas da

atividade tumoral como estadio da doença, número de linfonodos envolvidos,

presença de massa tumoral na região do mediastino e presença de sintomas B; ou

ainda medidas secundárias indiretas com base em parâmetros laboratoriais da

hemoglobina e níveis de s-albumina. VHS (velocidade de hemossedimentação) e

PCR (proteína C reativa) podem ser utilizados como fatores prognósticos e resposta

ao tratamento. As características clínicas na apresentação da doença, assim como a

associação com o EBV, presença de anemia e leucocitose, e a ocorrência de recaída

também foram identificadas como fatores prognósticos em vários estudos.(13,14)

O tratamento mais indicado para a criança com LH vai depender da idade,

subtipo histológico, estadiamento da doença e da bulky disease, que se trata do

volume tumoral extenso, principalmente na região do mediastino, definido como

linfonodo ou conglomerado de linfonodos com diâmetro maior que 10 cm ou massas

mediastinais com tamanhos maiores que 1/3 do diâmetro torácico ao nível das

vértebras torácicas 5,6.(1,15)

A radioterapia (RT) exclusiva por muitos anos foi utilizada em crianças como

forma de tratamento curativo, utilizando grandes campos de radiação e altas doses,

o que ocasionava uma morbidade considerável a longo-prazo. As áreas irradiadas

não se desenvolviam normalmente e havia um aumento da disfunção tireoidiana

quando a RT era aplicada na região do mediastino. Assim, a quimioterapia (QT)

concomitante com a RT de baixa dose, tem sido utilizada nessa faixa etária, nos

pacientes bons respondedores.(1)

As propostas de combinação entre QT e RT visam à redução de efeitos

tardios (ET) e incremento nas taxas de sobrevida destes pacientes. Drogas clássicas

usadas no tratamento do LH são os agentes alquilantes, antibióticos antracíclicos e

alcalóides da vinca. O esquema ABVD (adriamicina, bleomicina, vimblastina e

dacarbazina) tem sido o mais utilizado em adolescentes e adultos jovens, e as suas

variações COPP (ciclofosfamida, vincristina, procarbazina e prednisona), OPPA

(vincristina, procarbazina, prednisona e adriamicina), OEPA (vincristina, etoposide,

prednisona e adriamicina) em crianças, além do VAMP (vimblastina, doxorrubicina,

metotrexate e prednisona) e DBVE (doxorrubicina, bleomicina, vincristina e

etoposide).(1,2)

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O LH é um dos cânceres mais curáveis em adultos e crianças. Para as

crianças a taxa de cura é aproximadamente de 90 a 100% em doenças no estágio IA

e IIA e aproximadamente de 70% no estágio IV.(16)

O LH ocorre em aproximadamente 9% de todos os cânceres da infância.

Taxas de sobrevivência de cinco anos em pacientes tratados chegam a quase 95%,

entretanto, estes pacientes apresentam risco aumentado de desenvolver uma série

de possíveis ET, tanto relacionado à terapia quanto à própria imunossupressão da

doença primária. O risco de ET associados à QT e RT, incluindo segunda neoplasia

e doenças cardíacas têm sido amplamente reconhecidas, e a decisão quanto ao

tratamento se baseia na minimização do risco dos ET e mortalidade. Atenção

especial deve ser dada ao paciente que recebeu RT na região cervical e do

mediastino, pois pode apresentar disfunção tireoidiana. Fibroses e sequelas

pulmonares podem aparecer em decorrência da RT pulmonar e uso de bleomicina.

Sequelas cardíacas podem advir do uso de antracíclicos.(2,17)

Atualmente, a RT utiliza como agente terapêutico a radiação ionizante, que ao

atingir a unidade celular, interage com as macro-moléculas vitais, levando a morte

celular ou inviabilidade biológica decorrente da perda da capacidade proliferativa. A

radiação ionizante é capaz de excitar e ionizar os átomos do meio com o qual

interage, pois possui energia superior a energia de ligação dos elétrons de um

átomo com o seu núcleo. A interação das radiações ionizantes com as moléculas

biológicas promove a retirada de elétrons dos átomos que compõe estas moléculas,

causando efeitos diretos e indiretos. No primeiro evento, a energia de radiação é

transferida para as biomoléculas modificando sua estrutura. Já no segundo evento, a

energia é transferida para uma molécula intermediária (geralmente a água)

ocasionando a formação de produtos altamente reativos como radicais livres e

espécies reativas de oxigênio, capazes de modificar a estrutura das biomoléculas,

dificultando ou impedindo sua posterior regeneração. Assim, o efeito global das

radiações ionizantes sobre o organismo é a soma destes dois eventos, causando a

morte celular.(18,19)

A RT e seu emprego para fins terapêuticos teve início logo após a descoberta

do raio X por Wilhelm Conrad Roentgen em 1895, porém aplicada em doses

elevadas que provocavam severas complicações. Com o progresso da física médica

na década de 30, foi possível estabelecer uma relação entre as doses de radiação e

os efeitos biológicos possíveis de serem observados, estabelecendo-se então o

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fracionamento da dose e estratégia de tratamento, permitindo o reparo do tecido

sadio. Na década de 50 iniciou-se a utilização de fontes de cobalto-60 e começava o

desenvolvimento de aceleradores lineares para tratamento de tecidos profundos,

reduzindo a dispersão da radiação para tecidos sadios adjacentes. Os Centros de

Radioterapia atuais que utilizam os aceleradores lineares agregaram vários

acessórios ao aparelho como colimadores e aplicativos de imagens tridimensionais,

gerando avanço clínico e tecnológico, visando à melhoria da qualidade de vida com

redução de efeitos colaterais.(18)

A RT tem a molécula de DNA como alvo crítico, sendo as células neoplásicas

mais radiossensíveis por apresentarem alta taxa de divisão mitótica. O tratamento

também leva em conta a sensibilidade do tumor às radiações, considerando sua

origem celular, grau de diferenciação, oxigenação e forma clínica. A morte celular

pode ocorrer então por vários mecanismos, desde a inativação de sistemas vitais

para a célula até a sua incapacidade de reprodução.(18)

Tumores da infância são altamente radiossensíveis por apresentarem alto

grau de proliferação celular. Entretanto, os tecidos normais da criança também estão

em processo proliferativo para promover o crescimento e desenvolvimento corporal.

Assim, a prática da RT nestes pacientes é cercada de características peculiares

devido aos efeitos colaterais aos diferentes órgãos e tecidos em desenvolvimento. A

definição do que é necessário e suficiente ao paciente, com o objetivo de curar com

o mínimo de sequelas tardias como cardíacas, pulmonares ou segunda neoplasia, é

preconizado em muitos protocolos.(12)

A RT conformacional utilizada para o tratamento do LH, utiliza alta tecnologia

a partir de aplicativos computacionais em terceira dimensão que possibilitam a

localização do alvo do tratamento e os órgãos de risco, ajustando a dose da RT ao

volume alvo do planejamento, evitando que os órgãos circunvizinhos à lesão

recebam uma dose tão grande quanto ao alvo, e sofra o mínimo dano possível. Para

tanto, é necessário um planejamento em com imagens tridimensionais (3D) de

tomografia computadorizada. As figuras abaixo exemplificam a conformação da dose

ao campo de tratamento.(20)

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Figura 4: Campo de irradiação Mantle (Fonte: Centro Infantil Boldrini –

Setor de Radioterapia)

Figura 5: Campo de irradiação Supradiafragmático (Fonte: Centro Infantil

Boldrini - Setor de Radioterapia)

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Figura 6: Campo de irradiação Baço (Fonte: Centro Infantil Boldrini –

setor de Radioterapia)

Os efeitos colaterais da RT vão depender da dose, do volume, local irradiado,

fracionamento, tipo de RT (2D, 3D, IMRT, VMAT), idade e condições clínicas da

criança. Os efeitos agudos (EA) aparecem durante o tratamento ou em um período

imediatamente posterior à radiação. Segundo os critérios do Radiation Therapy

Oncology Group (RTOG), toxicidades agudas são alterações ocorridas antes dos 90

dias do término do tratamento com RT e em geral são reversíveis.(19)

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Quadro 1: Critérios da RTOG para efeitos agudos da Radioterapia

Para todos: 0 - nenhum sintoma, 5 - a morte diretamente relacionada aos efeitos da radiação

Critérios RTOG Efeitos Agudos

Tecido grau 1 2 3 4

Pele

eritema folicular fraco ou maciço

epilação

descamação seca diminuição da transpiração

eritema brilhante doloroso

descamação úmida

edema moderado

descamação úmida confluente

edema

Ulceração

hemorragia

necrose

Membrana mucosa

Congestão

dor leve não necessitando de analgésico

mucosite localizada que pode produzir efusão serosanguinolenta pode sentir dor moderada exigindo analgesia

mucosite fibrinosa confluente

pode ter dor intensa que exige narcótico

Ulceração

necrose

hemorragia

Glândula salivar

leve secura da boca

saliva mais espessa

discreta alteração do paladar

sem alteração na alimentação

moderada a intensa secura da boca

saliva espessa e pegajosa

alteração do paladar

(Nenhum)

necrose aguda das glândulas salivares

Faringe e esôfago

disfagia leve ou odinofagia sem uso de analgésicos

disfagia moderada ou odinofagia, necessitando de analgésicos

pode exigir dieta pastosa

disfagia grave ou odinofagia com desidratação ou perda de peso > 15%, alimentos por sonda, líquidos IV/ hiperalimentação

obstrução completa

ulceração

perfuração

fístula

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Laringe

rouquidão leve ou intermitente

tosse não necessitando antitussígeno

eritema da mucosa

rouquidão persistente, mas capaz de vocalizar

edema e exsudato fibrinoso

tosse exigindo antitussígeno

afasia

exsudato fibrinoso confluente

edema

dispnéia acentuada

estridor

hemoptise

GI superior

anorexia com perda ≤ 5% do peso a partir da linha de base pré-tratamento

náuseas não necessitando de antieméticos

desconforto abdominal não necessitando de drogas

anorexia com perda ≤ 15% de perda de peso da linha de base pré-tratamento

náuseas e / ou vómitos exigindo antieméticos

dor abdominal requerendo analgésicos

anorexia com perda> 15% do peso a partir da linha de base pré-tratamento ou exigindo sonda para alimentação ou suporte parenteral

náuseas e / ou vómitos exigindo sonda ou suporte parenteral

dor abdominal, grave, apesar de medicação

hematêmese ou melena

distensão abdominal

obstrução aguda subaguda perfuração GI sangramento necessitando de transfusão

dor abdominal necessitando descompressão por sonda ou cirurgia

GI inferior / Pelvis

aumento da frequência ou mudança do hábito intestinal não necessitando de medicação

desconforto retal não necessitando de analgésicos

diarréia necessitando de medicação

descarga de muco não necessitando de absorventes higiênicos

dor retal necessitando de analgésicos

diarréia exigindo suporte parenteral

descarga de muco ou sangue necessitando de absorventes higiênicos

distensão abdominal

obstrução aguda ou subaguda

fístula ou perfuração

sangramento GI com necessidade de transfusão

dor abdominal ou tenesmo necessitando de descompressão por sonda ou cirurgia

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Pulmão

sintomas leves de tosse seca ou dispnéia aos esforços

tosse persistente exigindo antitussígenos

dispnéia com esforço mínimo, mas não em repouso

tosse grave que não responde ao antitussígeno narcótico

dispneia em repouso

pneumonite aguda com uso intermitente de oxigênio

insuficiência respiratória grave com uso contínuo de oxigênio ou ventilação assistida

Gênito

Urinário

aumento na frequência de micção ou nictúria

disúria, urgência

frequência de micção ou nictúria maior que a cada hora

disúria, urgência, espasmo vesical

freqüência ou nictúria menos do que a cada hora

disúria dor pélvica ou espasmos vesicais exigindo uso regular de medicação hematúria macroscópica com ou sem saída de coágulos

hematúria necessitando de transfusão

obstrução vesical aguda não relacionado a formação de coágulos

ulceração ou necrose

Coração

provas assintomáticas

ECG sem evidências de outras doenças cardíacas

sintomático com alterações ECG e achados radiológicos de insuficiência cardíaca congestiva ou doença pericárdica

nenhum tratamento específico exigido

insuficiência cardíaca congestiva

angina pectoris

doenças do pericárdio que respondem à medicação

insuficiência cardíaca congestiva

angina pectoris

doenças do pericárdio

arritmias que não respondem às medidas não-cirúrgicos

Fonte: Ações de enfermagem para o controle do câncer – INCA, 2013

https://en.wikibooks.org/wiki/Radiation_Oncology/Toxicity_grading/RTOG

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Os EA mais comuns de ocorrerem na terapia combinada para o LH são o

eritema e a hiperpigmentação da pele irradiada, conhecidos como radiodermatite.

Queda de cabelo no local irradiado, disfagia e xerostomia também podem ocorrer

devido à irradiação dos campos cervicais.(1)

Os ET, caracterizado por alterações na estrutura e funcionamento de tecidos

ou órgãos, ocorrem meses ou anos após o término do tratamento, transpondo a

barreira dos 90 dias do fim da terapia. São geralmente irreversíveis, resultando em

incapacidade permanente e piora da qualidade de vida. Os fatores predisponentes a

estes efeitos são as características da reparação e repopulação celular de cada

tecido, assim como a dose total de irradiação, a dose por fração e o volume de

tecido tratado. Entretanto, o aparecimento dos ET futuros pode estar relacionado à

história médica do paciente, sua história familiar e hábitos pessoais. Diferentemente

dos EA, não oferecem a oportunidade de ajuste de dose durante o tratamento.(1-

2,12,21)

Em paralelo às altas taxas de cura do paciente pediátrico com LH tratados

com QT e RT, existe também um incremento das taxas de complicações agudas e

tardias. As complicações tardias mais comuns de ocorrerem nas crianças tratadas

são distúrbios neurológicos, cardíacos, pulmonares e gonadal, redução de massa

óssea, desenvolvimento anormal dos tecidos moles e suscetibilidade a tumores

malignos secundários. Os distúrbios da tireóide como o hipotireoidismo,

hipertireoidismo, nódulos e câncer de tireóide são as complicações tardias mais

encontradas relacionadas ao tratamento com radioterapia na região

supradiafragmática, com doses a partir de 20Gy.(24)

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Quadro 2: Critérios da RTOG para efeitos tardios da Radioterapia

Para todos: 0 - nenhum sintoma, 5 - a morte diretamente relacionada aos efeitos da radiação

Critérios efeitos Tardios RTOG / EORTC

Tecido grau 1 2 3 4

Pele

discreta atrofia

leve alteração da pigmentação

epilação

atrofia moderada

telangiectasia moderada

perda total do cabelo

atrofia acentuada

telangiectasia importante

Ulceração

Tecido subcutâneo

fibrose discreta

perda de gordura subcutânea

fibrose moderada assintomática

leve contratura no campo de tratamento

fibrose grave com perda de tecido subcutâneo

contratura importante no campo de tratamento

Necrose

Membrana mucosa

discreta atrofia e secura

atrofia moderada e telangiectasia

atrofia acentuada com secura completa

telangiectasia importante

Ulceração

Glândulas salivares

leve secura da boca com boa resposta na estimulação

moderada secura da boca com má resposta na estimulação

secura completa da boca e nenhuma resposta ao estímulo

Fibrose

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Laringe rouquidão

leve edema de aritenóidea

Edema moderado de aritenóidea moderada

condrite

edema grave

condrite severa

Necrose

Pulmão

Sintomas leves ou assintomáticos (tosse seca)

discretas aparências radiográficas

fibrose sintomática moderada ou pneumonite (tosse severa)

febre baixa

aparências radiográficas irregulares

fibrose sintomática grave ou pneumonia

alterações radiográficas densas

insuficiência respiratória grave com uso de oxigênio contínuo ou ventilação assistida

Coração

sintomas leves assintomáticas

transitórias inversões de onda ST/taquicardia sinusal> 110 (em repouso)

angina moderada ao esforço

pericardite leve, tamanho normal do coração/onda T anormal

angina grave

derrame pericárdico

pericardite constritiva

insuficiência cardíaca moderada/hipertrofia cardíaca

insuficiência cardíaca

tamponamento grave

pericardite constritiva grave

Esôfago

fibrose leve

leve dificuldade em engolir sólidos

nenhuma dor ao engolir

incapaz de ingerir alimentos sólidos

dilatação pode ser indicada

fibrose grave capaz de ingerir apenas líquidos

pode ter dor ao engolir

dilatação necessária

necrose

fístula

perfuração

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Intestino delgado e grosso

diarréia e cólicas leves

evacuação 5 vezes ao dia

pequena descarga retal ou sangramento

diarréia e cólica moderada

evacuação> 5 vezes ao dia

muco retal excessivo ou hemorragia intermitente

obstrução ou sangramento que requer cirurgia

necrose

fístula

perfuração

Fígado

náuseas

dispepsia

função hepática discretamente anormal

sintomas moderados

alguns testes de função hepática anormais

albumina normal

testes de função hepática anormais

albumina baixa

edema ou ascite

necrose

coma hepático ou encefalopatia

Bexiga

leve atrofia do epitélio

telangiectasia menor (hematúria microscópica)

Frequência moderada

telangiectasia generalizada hematúria macroscópica intermitente

frequência e disúria grave

telangiectasia severa (muitas vezes com petéquias)

hematúria freqüente

redução da capacidade da bexiga (<150 cc)

necrose

bexiga contraída (capacidade <100 cc)

cistite hemorrágica severa

Fonte: Adaptado: Ações de enfermagem para o controle do câncer – INCA, 2013. https://en.wikibooks.org/wiki/Radiation_Oncology/Toxicity_grading/RTOG

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A maioria dos protocolos pediátricos empregados em crianças e adolescentes

com LH utilizam QT e se apresentam remissão completa (presença de resíduos

mínimos), a RT pode não ser indicada. Caso não tenha obtido uma remissão

completa segura pela QT (involução extensa mas não completa das estruturas

linfomatosas originais a partir de procedimentos de imagem), a RT é feita com uma

dose focal padrão de 2000cGy sobre todas as regiões linfáticas primariamente

acometidas (involved-field). Áreas que tenham resíduo tumoral maior que 25% do

volume inicial, a dose é elevada para 3000cGy e volumes residual > 50% e/ou acima

de 50 ml tem a dose aumentada para 3500cGy. Os campos de irradiação são

ajustados individualmente ao modelo de acometimento primário, e não

correspondem mais, incondicionalmente, aos campos padrões tradicionais.(25)

Sabe-se que as antraciclinas, utilizadas no tratamento dos linfomas

pediátricos, são cardiotóxicas e estão relacionadas à lesão miocárdica, dependendo

da dose utilizada, levando a insuficiência cardíaca. Diferentes séries pediátricas

demonstraram incidência de 7% a 8% de disfunção sistólica, aumentando para 40%

em adultos. Idade < 15 anos, sexo feminino e RT são fatores potenciais para o

desenvolvimento de doenças cardíacas pós tratamento.(26)

O tratamento ideal para pacientes pediátricos (QT isolada, RT isolada ou QT

e RT combinada) ainda é controverso. Critérios relevantes para a escolha incluem o

controle eficaz da doença, previsão de tratamento para aqueles que não obtiveram

resposta no primeiro tratamento, EA, ET e qualidade de vida. As neoplasias

secundárias são os mais graves efeitos tardios do tratamento. Elas são divididas em

três classes: leucemia aguda, linfoma não-Hodgkin e tumores sólidos.(8)

A leucemia aguda geralmente ocorre 3 a 5 anos após o tratamento com QT e

alcançou um risco cumulativo de 1% a 3% na maioria dos estudos. Os linfomas não-

Hodgkin ocorrem a uma taxa de cerca de 0,2% ao ano, ao redor do décimo ano do

término do tratamento, independentemente do tipo de terapia. Em geral, os tumores

sólidos ocorrem mais tarde, geralmente 5 a 20 anos após o tratamento, sem

evidência de um declínio na incidência após 20 anos.(8)

A incidência de segunda neoplasia é alta em pacientes tratados para o

linfoma de Hodgkin em comparação com outros cânceres, afetando ¼ dos

sobreviventes após 30 anos, sendo que a maioria consiste em tumores sólidos.

Fatores do tratamento, variação genética e deficiências imunes têm sido apontadas

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como responsáveis da alta taxa de segunda neoplasia. Além disso, o risco relativo

de desenvolvimento de tumores sólidos em crianças tratadas sem RT é ainda

desconhecido. Recente estudo demonstrou que crianças sobreviventes do LH que

foram tratadas com doses reduzidas de RT e QT, não apresentaram redução da

incidência de segunda neoplasia.(27)

A glândula tireóide é um órgão altamente radiossensível. A tireóide na

infância é particularmente vulnerável a efeitos oncogênicos da radiação,

principalmente com doses superiores a 3000cGy. Uma variedade de doenças da

tireóide tem sido diagnosticada em média seis anos após o tratamento para o LH.

Aqueles que receberam RT isolada no campo mantle (cervical e torácica),

desenvolvem a doença mais cedo em comparação àqueles que tiveram o tratamento

combinado com a QT, 2 anos e meio e 6 anos em média respectivamente.

Entretanto, existe uma grande dificuldade em diagnosticar esta complicação, já que

muitos centros de tratamento não permanecem com o follow-up por longos períodos,

impedindo o diagnóstico desta complicação.(28)

Tratamento com RT causam depleção de células germinativas e

anormalidades na função endócrina gonadal nos sobreviventes de câncer do sexo

masculino. A exposição dos testículos a doses de 0,1 a 600cGy fracionadas

resultam em perda germinal, diminuição do volume testicular e redução na produção

de esperma.(29)

Perda da função endócrina ovariana com deficiência das células germinativas

ocorre como ET da RT no sexo feminino. Os efeitos da RT são idade e dose-

dependentes. A insuficiência ovariana ocorre com doses fracionadas de 4 a 7Gy em

ambos os ovários em meninas com mais de 4 anos. Na pré puberdade os ovários

são relativamente radioresistentes e com doses mais altas (12 a 50Gy) a amenorréia

primária e o retardo da puberdade pode ocorrer em 68% das mulheres tratadas. A

amenorréia secundária resulta de doses menores de irradiação e é reversível em

alguns meses a quatro anos em cerca de 60% das pacientes (22). A ooforopexia

(transposição cirúrgica dos ovários para fora do campo de irradiação), pode ser

indicada em casos de RT pélvica localizada, na tentativa de proteger os ovários e

suas funções.(29)

Mulheres jovens tratadas com RT para o LH têm um risco elevado de

desenvolver câncer de mama comparado à população em geral. O câncer de mama

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representa o maior risco absoluto de segunda neoplasia em mulheres sobreviventes

do LH. Em um estudo, mulheres tratadas com RT até 25 anos de idade, com doses

≥ 40Gy, sem agentes alquilantes, mostrou um risco para câncer de mama após 30

anos de quase 35%. Os riscos relativos para câncer de mama são maiores para

àquelas pacientes tratadas com RT para o LH na infância e adolescência, embora

exista o risco de uma segunda neoplasia após o tratamento para a doença em

pacientes em idade adulta (jovens). O risco de câncer de mama tem sido atribuído à

RT supradiafragmática, Mulheres tratadas nos campos axilares, cervicais e

mediastinais (mantle) apresentam um risco 30 vezes maior para o câncer de mama

comparado com a população em geral. Contudo, outra questão que tem sido

investigada é o volume do tecido da mama exposta à radiação e seu efeito sobre o

risco para este câncer.(30)

Irradiação pulmonar pode levar a fibrose pulmonar e pneumonite, que se

caracteriza por febre, tosse, dispnéia e ocorre em 5 a 20% dos pacientes que

receberam doses superiores a 30Gy em mais de 50% dos pulmões. As alterações

obstrutivas podem ocorrer após a RT convencional.(24)

Os pacientes tratados com a radioterapia experimentam diversos efeitos

colaterais como dor, fadiga, alterações cutâneas, perda da auto-estima e confiança,

mudanças na mobilidade, confusão, ansiedade, angústia, medo, sentimentos de

isolamento e mudanças na rotina, apatia, depressão, desânimo, sensação de

desalento, hipersensibilidade emotiva, raiva e irritabilidade. A enfermagem ajuda

esses pacientes, famílias ou as comunidades a reduzir ou eliminar esses problemas,

diminuindo os fatores de risco, prevenindo os problemas, e promovendo estilos de

vida mais saudáveis. O papel da enfermagem, portanto, é ajudar os pacientes não

só a lidar com os efeitos colaterais como também com problemas emocionais

durante a radioterapia.(31)

Diante das evidências apresentadas, a aplicação da RT na infância requer

interação entre o radioterapeuta e a equipe multiprofissional, buscando propostas de

intervenção que permitirá as melhores taxas de cura e redução dos efeitos colaterais

agudos e tardios, incrementando as taxas de sobrevida e qualidade de vida

relacionada à saúde.(9)

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1. JUSTIFICATIVA

O tratamento do linfoma de Hodgkin pediátrico com radioterapia é eficaz em

80% dos casos, chegando a 100% quando tratado em estádios mais precoces.

Entretanto, o compromisso de curar esses pacientes esbarra nos efeitos

colaterais que esse tipo de terapia pode acarretar, e em especial as seqüelas

advindas da radiação.

Assim, o número de seqüelas descritas na literatura justifica o estudo, para

identificar os efeitos agudos e/ou tardios predominantes em crianças e adolescentes

tratadas com radioterapia conformacional para o Linfoma de Hodgkin.

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2. OBJETIVO

3.1 Objetivo Geral

Verificar a ocorrência dos efeitos agudos e/ou tardios em crianças,

adolescentes e adultos jovens, submetidos à radioterapia conformacional para o

tratamento do linfoma de Hodgkin.

3.2 Objetivo Específico

Verificar a associação do aparecimento dos efeitos agudos e tardios com a

idade, sexo, estadio da doença, local e dose de radioterapia aplicada.

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3. MATERIAL E MÉTODO

Análise retrospectiva de todos os pacientes diagnosticados e tratados com

radioterapia conformacional para o linfoma de Hodgkin no Centro Infantil Boldrini

(CIB), no período de julho de 2007 a dezembro de 2010, em acompanhamento na

Clínica Após Término de Terapia (CATT), que acompanha todos os casos de câncer

a partir do 3º ano após a conclusão da terapia oncológica. O último follow-up desta

casuística foi realizado em janeiro de 2016.

Foram excluídos da pesquisa:

• os pacientes que iniciaram algum protocolo de tratamento em outras

instituições;

• os que não realizaram radioterapia no CIB;

• e os que não foram acompanhados no CATT por abandono ou óbito

antes do 3º ano pós término do tratamento.

A coleta de dados foi realizada através da revisão de prontuários médicos e

de enfermagem dos pacientes tratados no período descrito, incluindo informações

como a idade ao diagnóstico, sexo, estadio e subtipo histológico da doença,

esquema de QT, dose e campo da RT, bem como os efeitos agudos ocorridos na

vigência do tratamento, até 90 dias do término do tratamento e os efeitos tardios

permanentes.

Todos os pacientes da análise receberam QT endovenosa e via oral antes da

RT. Devido ao grande número de esquemas terapêuticos e para análise estatística,

os esquemas de QT foram divididos em três, descritos a seguir:

Pacientes menores de 17 anos foram tratados com:

• Esquema 1: Para os estadios IA, IIA e IB, as pacientes do sexo

feminino receberam 2 ciclos de OPPA (adriamicina 40mg/m² dias 1 e

15, vincristina 1,5mg/m² dias 1, 8 e 15, procarbazina 100mg/m² dias 1 a

15, prednisona 60mg/m² dias 1 a 15). Os pacientes do sexo masculino

receberam 2 ciclos de OEPA (adriamicina 40mg/m² dias 1 e 15,

vincristina 1,5mg/m² nos dias 1, 8 e 15, etoposide 125mg/m² dias 3 a 6,

prednisona 60mg/m² nos dias 1 a 15) . O segundo ciclo inicia-se 2

semanas após o término do 1º ciclo.

Estadios IIB e IIIA, sexo feminino recebeu 2 ciclos de OPPA + 2 ciclos

de COPP (ciclofosfamida 500mg/m² dias 1 e 8, vincristina 1,5mg/m²

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dias 1 e 8, procarbazina 100mg/m² nos dias 1 a 15 e prednisona

40mg/m² nos dias 1 a 15) e sexo masculino 2 ciclos de OEPA + 2 ciclos

de COPP. O intervalo entre os respectivos ciclos terapêuticos é de 2

semanas.

Estadios IIIB, IVA e IVB do sexo feminino recebeu 2 ciclos de OPPA +

4 ciclos de COPP e os do sexo masculino 2 ciclos de OEPA + 4 ciclos

de COPP. Cada ciclo iniciou 2 semanas após o término do ciclo

anterior.

• Esquema 2: pacientes acima de 17 anos ao diagnóstico receberam: 6

ciclos de BEACOPP (bleomicina 10U/m² no dia 8, etoposide 200mg/m²

nos dias 1,2 e 3, doxorrubicina 35mg/m² no dia 1, ciclofosfamida

1200mg/m² dia 1, vincristina 1,4mg/m² no dia 8, procarbazina

100mg/m² no dia 1 a 8, prednisona 40mg/m² dia 1 a 14) independente

do sexo, com intervalo de 3 semanas entre os ciclos.

• Esquema 3: paciente de 18 anos recebeu: 2 ciclos de BEACOPP e 4

ciclos de ABVD (adriamicina 25mg/m², bleomicina10U/m², vimblastina

1,4mg/m², dacarbazina 375mg/m², todas as drogas administradas no

dia 1 e 15), com intervalo de 30 dias entre os ciclos.

Após a QT, os pacientes foram submetidos à tomografia computadorizada

para determinar a porcentagem da resposta ao tratamento quimioterápico. Os que

apresentaram remissão completa segura pela QT não realizaram RT e, portanto

foram excluídos do estudo.

Os pacientes que receberam esquema 1 de QT e não apresentaram remissão

completa segura pela QT, a radioterapia foi realizada com uma dose focal padrão de

2000cGy sobre todas as regiões linfáticas acometidas. Respostas menores de 75%

tiveram doses elevadas para 3000cGy. E respostas menores que 50% a dose

aumentou para 3500cGy. Para os órgãos extralinfáticos acometidos, as doses

tiveram suas doses de RT ajustadas de acordo com a resposta à QT.

Os pacientes que receberam esquema 2 de QT e apresentaram resposta (>

75%), realizaram RT na região da bulky disease, com dose de 3000cGy.

O paciente que recebeu esquema 3 de QT com remissão > 50% e < 75%

recebeu dose de RT de 3000cGy nas áreas acometidas e 3600cGy na região da

bulky disease.

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40

Os pacientes do estudo foram tratados com técnica conformacional em

aceleradores lineares (Varian / Elekta) com energia de 6Mv.

4.1 Método para avaliação dos efeitos agudos e tardios:

Na revisão dos prontuários médicos e de enfermagem, foram extraídas as

informações da presença de efeitos agudos ou tardios secundários à RT

conformacional, de forma descritiva. A partir daí, foram agrupadas de acordo com os

critérios da RTOG (quadros 1 e 2).

Os pacientes foram avaliados segundo os efeitos agudos e/ou tardios da RT

conformacional, incluindo distúrbios gastrintestinais (náuseas, vômitos, inapetência,

diarréia), alteração de pele e mucosas (odinofagia, esofagite, xerostomia,

radiodermatite, mucosite), disfunções da tireóide (hipotireoidismo, hipertireoidismo,

tumor secundário), pulmonares (pneumonite, fibrose pulmonar), cardíacas

(insufuciência de válvulas, fração de ejeção, hipofunção do miocárdio), bem como a

ocorrência de segunda neoplasia, de acordo com os critérios da RTOG.

Optou-se por agrupar os efeitos tardios por órgão acometido, com maior

probabilidade de ocorrência devido à terapêutica empregada: distúrbios da tireóide,

cardíacos e pulmonares.

Foi avaliada no estudo a associação entre a idade ao diagnóstico, o sexo, o

estádio e o subtipo histológico da doença, as cadeias acometidas, a dose de

radioterapia e a ocorrência do efeito agudo e/ou tardio.

A análise estatística foi realizada de acordo com os campos de tratamento

envolvidos, subtraídos dos relatórios dos radioterapeutas, agrupados em: cervical,

supra e infradiafragmática e boost, definido como dose adicional de RT dada aos

órgãos extralinfáticos acometidos.

A dose de RT aplicada variou de acordo com o estadio da doença e resposta

à quimioterapia.

Os resultados foram tabulados e estão demonstrados no anexo 9.2.

Foi utilizado o programa WinStat (version 2012.1 R. Fitch software, 2010)

para a análise estatística, e aplicados os testes de exato de Fisher e Chi-Quadrado

para verificar as associações significativas.

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41

4.2 Ética

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Infantil

Boldrini (CAAE:01401512500005376) (Anexo 1)

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42

4. RESULTADOS

Após análise dos prontuários médicos e de enfermagem, foram eleitos para o

estudo 60 pacientes que foram diagnosticados e tratados com RT conformacional no

CIB, e estavam em acompanhamento no CATT por estarem fora de terapia

oncológica há pelo menos 3 anos.

Dos 60 pacientes analisados, 7 (11,7%) foram excluídos por terem falecido, 5

desses por progressão da doença e 2 por toxicidade pulmonar pós tratamento, antes

de serem atendidos no CATT, com menos de 3 anos de seguimento.

Dessa forma, foram incluídos no estudo um total de 53 pacientes tratados

para o LH entre os anos de 2007 a 2010 e que continuam em acompanhamento no

CATT até janeiro de 2016, data da última avaliação do prontuário. Neste momento,

todos os pacientes estavam vivos e sem doença ativa. Desses, 25 são do sexo

feminino (47%) e 28 do sexo masculino (53%) (gráfico 1).

A idade ao diagnóstico variou de 4 a 20 anos (média 12,8; mediana 14 anos).

O tempo de follow-up variou entre 3 e 7 anos (média 5,1; mediana 5 anos).

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43

Gráfico 1: Distribuição entre os sexos da população analisada

Tabela 3: Distribuição da população estudada segundo sexo, efeitos agudos e efeitos

tardios (N = 53)

Variável N %

Sexo

Feminino

Masculino

25

28

47

53

Efeitos agudos

Sim

Não

47

06

88,7

11,3

Efeitos tardios

Sim

Não

43

10

81,1

18,9

N=25

2222

N=28

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O subtipo histológico da doença mais encontrado foi a esclerose nodular

(n=42), seguido por celularidade mista (n=6), predominância linfocítica (n=3) e

depleção linfocitária (n=2).

O estadio da doença dos pacientes estudados foram: IA (n=2), IIA (n=14), IIB

(n=12) IIIA (n=4), IIIB (n=7) IVA (n=1), IVB (n=13) (gráfico 2).

Gráfico 2: Distribuição dos estádios da doença

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45

Tabela 4: Subtipo histológico da doença conforme idade da população analisada

Subtipo histológico Idade ao diagnóstico Nº pacientes

Esclerose nodular 4 – 8 anos

9 -13 anos

≥ 14 anos

07

10

25

Celularidade mista 4 – 8 anos

9 -13 anos

≥ 14 anos

04

01

01

Depleção linfocitária 4 – 8 anos

9 -13 anos

≥ 14 anos

00

00

02

Predominância

linfocítica

4 – 8 anos

9 -13 anos

≥ 14 anos

01

01

01

Esses subtipos histológicos foram extraídos dos dados do anátomo-patológico

do prontuário, por esta razão não estão atualizados de acordo com os novos

critérios (tabela 4).

Todos os casos analisados foram estadiados de acordo com os critérios Ann

Arbor (tabela 2), embora ao analisarmos os campos irradiados, tivéssemos que

aceitar o descrito nos laudos radioterápicos, por tratar-se de estudo retrospectivo. O

serviço de RT do CIB emite os laudos de acordo com as regiões irradiadas e não os

campos.

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46

Tabela 5: Estadio da doença conforme idade da população analisada Estadio Idade ao diagnóstico Nº Pacientes

IA 4 – 8 anos

9 -13 anos

≥ 14 anos

00

01

01

IIA 4 – 8 anos

9 -13 anos

≥ 14 anos

06

03

05

IIB 4 – 8 anos

9 -13 anos

≥ 14 anos

03

02

07

IIIA 4 – 8 anos

9 -13 anos

≥ 14 anos

01

02

01

IIIB 4 – 8 anos

9 -13 anos

≥ 14 anos

01

02

04

IVA 4 – 8 anos

9 -13 anos

≥ 14 anos

00

00

01

IVB 4 – 8 anos

9 -13 anos

≥ 14 anos

01

02

10

72% dos pacientes do sexo feminino (n=18) apresentaram sintomas B com

idades entre 7 a 17 anos. Dos pacientes do sexo masculino, 14 (50%) tinham

sintoma B com idades entre 4 a 20 anos.

Dos 53 pacientes tratados, 4 pacientes foram irradiados somente em campo

cervical, 39 receberam radioterapia em campo cervical associado ao torácico, 11

tiveram a axila inclusa no campo supradiafragmático, 15 receberam radioterapia

supra e infradiafragmática e 1 em campo vertebral.

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Tabela 6: Campos irradiados conforme sexo e estadio da doença da população analisada

Sexo Estadio Campo Irradiado N

F

M

IA -

CVC

00

02

F

M

IIA

CVC / SDF

CVC / SDF

06

08

F

M

IIB CVC / SDF / IDF

SDF

09

03

F

M

IIIA

SDF / IDF

SDF / IDF

01

03

F

M

IIIB SDF / IDF

SDF / IDF

06

01

F

M

IVA

-

SDF

00

01

F

M

IVB SDF / IDF

SDF / IDF

03

10

Legenda: F – feminino M – masculino CVC – cervical SDF – supradiafragmatico

IDF - infradiafragmatico

Tanto os efeitos agudos quanto os tardios, foram extraídos dos prontuários

médicos e de enfermagem e interpretados de acordo com os critérios da RTOG.

Dos 53 pacientes avaliados, 11,3% dos casos (n=6) não apresentaram

nenhum efeito agudo na vigência ou após o término do tratamento. Dos 88,7%

(n=47) dos casos que relataram efeitos agudos, 51,1% (n=24) apresentaram

radiodermatite, 48,9% dos pacientes (n=23) queixaram odinofagia. Náuseas e

vômitos acometeram 36,2% dos pacientes (n=17). Observou-se que 31,9% dos

avaliados (n=15) apresentaram mucosite, variando entre os graus I e II. Em 25,5%

dos pacientes (n=12) houve a ocorrência de tosse. 27,7% (n=13) queixaram

inapetência, enquanto 17% dos pacientes (n=8) apresentaram esofagite. 8,5% dos

avaliados (n=4) apresentaram xerostomia, 12,8% (n=6) desenvolveram herpes

zoster no campo de tratamento. Pneumonite actínica ocorreu em 14,9% dos

pacientes (n=7), conforme tabela 7.

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48

Tabela 7: Incidência dos efeitos colaterais agudos na população estudada

Total de casos 53 %

Efeito Agudo 47 88,7

Sem Efeito 06 11,3

Radiodermatite 24 51,1

Odinofagia 23 48,9

Náuseas e vômitos 17 36,2

Mucosite 15 31,9

Inapetência 13 27,7

Tosse 12 25,5

Esofagite 08 17

Pneumonite 07

14,9

Herpes Zoster 06 12,8

Xerostomia 04 8,5

Dos 24 pacientes que apresentaram radiodermatite, 16 eram do sexo

feminino, com idades entre 4 a 18 anos (média 13,7; mediana 14,5 anos), sendo

que todas receberam radiação no campo supradiafragmático, com doses entre 1980

e 3600cGy.

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Tabela 8: Incidência dos efeitos colaterais agudos em pacientes do sexo feminino (n=25)

Tipo de efeito Total de casos N feminino Campo irradiado

Efeito Agudo 47 25 Supra e infra

Esofagite 08 06 Supra

Mucosite 15 11 Cervical

Radiodermatite 24 16 Supra

Náuseas 17 11 Supra

Vômitos 17 11 Supra

Pneumonite 07 04 Supra

Odinofagia 23 11 Cervical e supra

Náuseas e vômitos acometeram em sua grande maioria as pacientes do sexo

feminino (n=11). As doses de RT variaram entre 1980 a 3600cGy.

Pneumonite ocorreu em 57,1% (n=4) pacientes do sexo feminino, que

irradiaram o campo supradiafragmático, com doses entre 1980 e 3600cGy.

Os pacientes que apresentaram odinofagia, 21 foram irradiados no campo

cervical e supradiafragmático, com doses entre 1260 e 3600cGy.

Dos 15 pacientes que apresentaram mucosite, todos receberam radiação em

campo cervical, com doses entre 1080 a 3060cGy.

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Tabela 9: Incidência dos efeitos colaterais agudos em pacientes do sexo masculino (n=22)

Tipo de efeito Total de casos N masculino Campo irradiado

Efeito Agudo 47 22 Supra e infra

Inapetência 13 08 Supra e infra

Odinofagia 23 12 Supra

Pneumonite 07 03 Supra

Náuseas 17 06 Supra e infra

Vômitos 17 06 Supra e infra

Radiodermatite 24 08 Supra

Mucosite 15 04 Cervical

Esofagite 08 02 Supra

Conforme tabela 10 abaixo, a esofagite apareceu em 8 pacientes que

irradiaram o campo supradiafragmático, com doses entre 1980 e 3600cGy, sendo

que 6 destes pacientes realizaram boost em mediastino, com doses entre 540 e

1620cGy.

75% dos que apresentaram pneumonite realizaram boost em pulmão ou

mediastino, com dose entre 1200 a 1260cGy. Dos 7 pacientes que apresentaram

pneumonite actínica, 4 necessitaram de internação para antibióticoterapia.

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51

Tabela 10: Incidência dos efeitos colaterais agudos em pacientes que realizaram Boost

Local do

Boost

Total de

casos

% Esofagite

N (%)

Odinofagia

N (%)

Vômito

N (%)

Pneumonite

N (%)

Mediastino 13 68,4 06 (46,1) 08 (61,5) 06 (46,1) 01 (7,7)

Pulmão 06 31,5 02 (33,3) 04 (66,7) 03 (50) 02 (33,3)

Baço 02 10,5 01 (50) - 02 (100) -

Apenas 1 paciente que irradiou somente o campo cervical com dose de

2160cGy apresentou efeito agudo (náusea, mucosite e inapetência).

Dos 6 pacientes que não apresentaram efeito colateral agudo, 5 são do sexo

masculino, receberam doses de 2160cGy nas regiões cervicais, supra e

infradiafragmática.

A tabela 11 a seguir, mostra as associações estatisticamente significativas

que ocorreram na população analisada em relação aos efeitos agudos.

Houve associação estatisticamente significativa entre sexo feminino e

radiodermatite, o campo supradiafragmático, esquema 1 de QT e dose de RT

supradiafragmática acima de 3000cGy e o esquema 1 de QT e boost até 2500cGy.

Houve associação significativa entre o campo de irradiação

supradiafragmático e o vômito.

A associação também ocorreu entre os pacientes que realizaram esquema 1

de QT e boost com dose até 2500cGy e a ocorrência da esofagite.

O campo supradiafragmático apresentou associação estatisticamente

significativa com a ocorrência da odinofagia.

Houve associação estatisticamente significativa entre o sexo feminino e a

mucosite e a xerostomia.

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52

Tabela 11: Associações estatisticamente significativa (p valor)

Variável

Efeito

Radiodermatite

(p)

Vômito

(p)

Esofagite

(p)

Odinofagia

(p)

Mucosite

(p)

Xerostomia

(p)

Sexo

Feminino

0,013 - - - 0,039 0,043

Campo

supra

0,015 0,021 - 0,003 - -

Esq 1

QT + RT

supra

dose ≥

3000cGy

0,008

-

-

-

-

-

Esq 1

QT+

boost até

2500cGy

0,006

-

0,045

.

-

-

-

Em relação aos efeitos tardios, 17% dos pacientes (n=10) ainda não relataram

nenhuma queixa. Quando avaliados pelas regiões acometidas, 76,7% (n=33) dos

sobreviventes apresentaram distúrbios da tireóide. Em 18,6% (n=9) dos pacientes

houve o aparecimento de distúrbios pulmonares e em 16,3% (n=7) apresentaram

distúrbios cardíacos.

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Tabela 12: Incidência dos efeitos tardios e tempo médio em dias para ocorrência dos

sintomas

Total de casos 53 % Tempo em dias

(mediana)

Efeito Tardio 43 81,1 575

Sem Efeito Tardio 10 18,9 -

Distúrbio da

Tireóide

33 76,7 665

Distúrbio pulmonar 08 18,6 330

Distúrbio Cardíaco 07 16,3 330

Dos 10 pacientes que não apresentaram efeito tardio da RT, 7 são do sexo

masculino, estadios variando entre IIA e IVB, com idades entre 4 e 19 anos

(mediana 13 anos) e foram irradiados no campo supra e infradiafragmáticos com

doses entre1980 e 3120cGy.

Entre os distúrbios da tireóide, 32 pacientes apresentaram hipotireoidismo

subclínico, sendo 50% do sexo masculino, e foram irradiados no campo cervical ou

supradiafragmático, com doses entre 1260 a 3600cGy.

Houve associação significativa entre o esquema 1 de QT, dose de RT cervical

e o distúrbio da tireóide (p = 0,036). O tempo ocorrido entre o término do tratamento

e o aparecimento deste efeito variou entre 180 a 1915 dias (média 860, mediana 665

dias).

Apenas 1 paciente apresentou adenoma folicular da tireóide, sendo

submetido à tireoidectomia total. A dose total na região supradiafragmática foi de

3060cGy.

Em relação aos distúrbios pulmonares, 62,5% são do sexo feminino (n=5),

receberam doses de radiação entre 1980 e 3600cGy no campo supradiafragmático.

Estes distúrbios variaram entre pneumonite, hipertensão e fibrose pulmonar. O

aparecimento destes distúrbios variou entre 120 a 1460 dias (média 429; mediana

330 dias). A média de idade dos pacientes variou entre 14 e 18 anos (mediana 17

anos).

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Quanto aos distúrbios cardíacos, 7 pacientes apresentaram algum distúrbio

relacionado a este órgão. 5 destes pacientes (71,4%) são do sexo feminino e

receberam radioterapia no campo supradiafragmático. Quatro pacientes que

apresentaram distúrbios cardíacos receberam dose adicional de radiação em

mediastino variando de 540 e 1620cGy. O tempo para aparecimento dos sintomas

foi de 330 dias. A média de idade variou entre 13 e 18 anos (mediana 15 anos).

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5. Discussão

Devido aos avanços terapêuticos para o tratamento do LH, a doença tem sido

altamente curável, com taxas de sobrevida próximas de 95% para os estádios

iniciais e 75% para os estádios mais avançados. Entretanto, com o aumento da

sobrevida, tem-se observado a ocorrência dos efeitos permanentes que essa terapia

pode ocasionar.(32)

Os sobreviventes do LH são reconhecidos como de alto-risco para apresentar

efeitos adversos tardios, principalmente relacionados à RT. Os mais frequentes são

o câncer de mama e algum grau de disfunção cardíaca. Apesar de ser doença com

prognóstico extremamente favorável, nas recorrências, ao planejar-se nova terapia,

deve-se levar em consideração os efeitos tardios secundários à primeira terapia e

seu período de latência, ao redor de 20 anos.(33)

A incidência do LH no Brasil gira em torno de 32% de todos os casos de

linfoma, sendo que 76% deles são do subtipo histológico esclerose nodular. Este

subtipo histológico também é o predominante no Uruguai e Chile, tanto em adultos

jovens quanto na população pediátrica.(34)

Nos EUA a incidência do LH em crianças e adolescentes é de

aproximadamente 1200 casos/ano, dos cerca de 6000 casos totais /ano e com

grande influência do nível sócio econômico e fatores ambientais, com distribuição

bimodal (picos dos 15-30 anos e idosos), também com predomínio do subtipo

histológico esclerose nodular.(35)

No Brasil, segundo dados do INCA estima-se 2450 casos novos de LH / ano,

sendo 1450 homens e 1000 mulheres. Em regiões onde o acesso ao serviço médico

é mais difícil e culturalmente a população tem escolaridade mais baixa, há aumento

do número de casos com doença avançada.(36)

Neste estudo, não houve prevalência significativa entre os sexos (47% sexo

feminino e 53% sexo masculino), houve consonância com a literatura dessa

prevalência do subtipo histológico esclerose nodular, e a idade ao diagnóstico com

mediana de 14 anos e tempo médio de seguimento pós terapia de 5 anos. Talvez

esta seja a maior razão de termos encontrado poucos efeitos secundários pós

radioterapia, nesta casuística.

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As complicações mais frequentes nos sobreviventes do LH são 2ª neoplasia e

complicações cardiovasculares, e representam a segunda causa de morte nesses

pacientes. O diagnóstico precoce destes efeitos tardios pode significar a maior

chance de sobrevida.(37)

Em um estudo multicêntrico com 88 pacientes, a terapia para o LH

geralmente foi bem tolerada, com raros casos de toxicidade. Os efeitos agudos mais

comuns que ocorreram nesta casuística foram a dor neuropática (2%), náuseas e

vômitos (3%), neutropenia (60% dos pacientes durante a QT) e neutropenia febril

(2%). Quanto aos efeitos tardios, 9 pacientes (10%) desenvolveram hipotireoidismo

subclínico 16 a 30 meses após a terapia. Dois pacientes desenvolveram

osteonecrose e 2 osteopenia moderada. Vinte pacientes desenvolveram disfunção

pulmonar subclínica pós irradiação torácica e outros 2 pacientes apresentaram

disfunção ventricular esquerda assintomática após 35 meses do estudo.(38)

Neste estudo, entre os sobreviventes do LH, 88,7% apresentaram algum tipo

de efeito agudo secundário à radioterapia e 81,1% apresentaram efeito tardio do

tratamento. A média de tempo para o aparecimento dos efeitos tardios foi de 24

meses, variando entre 4 a 63 meses.

Um estudo retrospectivo, dos 377 pacientes que receberam radioterapia

conformacional com doses diárias de até 200cGy, apenas 4% não apresentaram

radiodermatite na vigência do tratamento. 361 pacientes desenvolveram

radiodermatite sendo o grau I a mais frequente.(39)

Uma análise prospectiva mostrou que 100% (n=28) dos pacientes que

receberam radioterapia na região cervical com doses acima de 5000cGy

apresentaram como efeito agudo a radiodermatite, porém ressalta que fatores

externos ao tratamento também contribuem para o aparecimento desta complicação,

como predisposição genética, estado nutricional do paciente, idade, comorbidades,

hábitos de vida, exposição solar, condições e cuidados com a pele.(40)

Neste trabalho, 51,1% pacientes apresentaram radiodermatite, sendo 66,7%

do sexo feminino (p=0,0135), e receberam radiação no campo supradiafragmático

(p=0,0153), com doses entre 1980 e 3600cGy. Não houve informação disponível no

prontuário médico e de enfermagem quanto à graduação da radiodermatite,

prejudicando nossa análise, destacando a necessidade da elaboração de melhores

fichas de seguimento durante e após a radioterapia. Vale ressaltar que apesar do

grande número da ocorrência da lesão de pele, medidas de prevenção e cuidados

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com a pele como hidratação com cremes sem álcool, banho mormo, proteção contra

o sol, são orientadas desde o início do tratamento. Através da consulta médica e de

enfermagem de rotinas, é possível verificar a adesão às orientações e a

necessidade de tomada de decisão para a suspensão ou continuidade do

tratamento.

Outro efeito agudo observado na maioria dos pacientes que realizaram RT

foram as náuseas e os vômitos. Um estudo de coorte com 368 pacientes observou

que 39% (n=145) dos casos a presença de náuseas após a aplicação de

radioterapia. O fator associado à ocorrência do sintoma foi aplicação do tratamento

em campo abdominal (63%) e experiência prévia de outros tratamentos. 15 dos 368

pacientes relataram náuseas moderadas durante a RT abdominal, enquanto os que

receberam em outros campos (n=104) relataram poucas náuseas. Dos 368

pacientes do estudo, 28 (7%) apresentaram vômitos e 9 destes irradiaram o campo

abdominal ou pélvico.(41)

Em nosso estudo, 36,2% (n=17) apresentaram náuseas e vômitos durante o

tratamento radioterápico, sendo 11 do sexo feminino, com mediana de idade de 15

anos. 4 delas receberam radioterapia na região infradiafragmática com doses entre

2160 a 3060cGy. Verificamos que a ocorrência de náuseas e vômitos pode estar

atribuída à experiência prévia ao tratamento, em decorrência dos esquemas

quimioterápicos aplicados, visto que um pequeno número dos que receberam RT

abdominal apresentaram este sintoma. Além dos protocolos de medicação

antieméticas instituídos, faz-se necessária a consulta de enfermagem para

esclarecimento e elucidação dos prováveis efeitos.

A mucosite, a xerostomia e a odinofagia, apesar de apresentarem associação

estatisticamente significativa com a radioterapia, não foram encontrados artigos que

demonstrassem essa associação com as doses de RT aplicadas para o LH. Esses

sintomas são comuns em pacientes que irradiam a região de cabeça e pescoço,

com doses superiores a 5000cGy, e talvez não fossem esperados em pacientes que

irradiaram com menores doses.

Poucos artigos foram encontrados acerca da ocorrência do Herpes Zoster

durante o tratamento para o linfoma de Hodgkin. Os estudos encontrados datam da

década de 70, 80 e 90, onde ainda era realizada a laparatomia exploratória para o

diagnóstico e esplenectomia.

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Em uma análise retrospectiva, das 181 crianças tratadas para o linfoma de

Hodgkin que receberam radioterapia, 34,8%(n=63) das crianças apresentaram

episódios da infecção viral, sendo 25,5% herpes zoster localizada (vesículas

agrupadas em um certo local), 7,7% disseminada (vesículas espalhadas em um

campo mais extenso, espalhado) e 1,5% tiveram varicela (infecção generalizada).

Os autores ressaltam que os pacientes que receberam quimioterapia associada à

radioterapia, tiveram um risco aumentado de desenvolver herpes zoster (56%, p<

0,01) em comparação àqueles que receberam somente radioterapia. (23,8%).

Campos menores de radioterapia também diminuíram o risco para a infecção a 11%,

independente da aplicação de quimioterapia.(42)

Em outra análise, a incidência do herpes zoster foi analisada em 127

pacientes, onde 53 destes desenvolveram a infecção (41,7%). Não houve correlação

entre idade e sexo. Houve um aumento na incidência do zoster entre os pacientes

portadores de celularidade mista comparados aos de esclerose nodular. 56

pacientes que receberam radioterapia no baço, 35% (n=20) desenvolveram a

infecção em um intervalo médio de 12 meses após o tratamento.(43)

Neste estudo, a ocorrência do herpes zoster foi de 11,3% (n=6), com

distribuição igual entre os sexos, estadios IIB,IIIB e IVB, com maior frequência da

esclerose nodular e idades entre 7 e 17 anos (mediana anos). As doses de

radioterapia variaram entre 1980 e 3600cGy nos campos cervical, supra e

infradiafragmático.

Um estudo retrospectivo com 55 pacientes pediátricos tratados para o LH,

com média de idade ao diagnóstico de 10 anos e média de follow-up de 5,5 anos,

25,5% (n=14) apresentaram algum distúrbio da tireóide. 78,6% (n=11) destes

pacientes foram diagnosticados com hipotireoidismo subclínico e 11,4% (n=3) com

hipotireoidismo. 90,9% (n=50) pacientes do estudo receberam radioterapia, 76,4%

(n=42) na região cervical e supradiafragmática (mantle). Dos que receberam doses

de radiação cervical e supradiafragmática, 22 pacientes receberam 2520cGy, 14

pacientes doses de 3060cGy e 6 pacientes 3600cGy. Neste estudo não houve

diferença significativa para distúrbios da tireóide entre tipo histológico, estadio, sexo

e tipo de quimioterapia.(44)

Estudo com 120 pacientes submetidos à radioterapia em região cervical, 27%

(n=32) apresentaram hipotireoidismo, 22% tiveram nódulo de tireóide e 2% (n=3)

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tumor maligno da tireóide. O tempo médio de desenvolvimento do hipotireiodismo foi

de 5 anos.(45)

Em nossa análise, 96,9% (n=32) dos pacientes apresentaram hipotireoidismo

subclínico, com distribuição igual entre os sexos. Todos foram irradiados em campo

cervical com doses entre 1260 a 3600cGy. Apenas 1 paciente apresentou adenoma

folicular da tireóide. Esta análise pode estar prejudicada devido ao curto tempo de

follow-up deste estudo.

Como as doenças cardiovasculares têm alta prevalência nos pacientes

tratados para o LH, em 2016 foi publicado um estudo de caso controle numa coorte

de 2617 pacientes, com pelo menos 5 anos de sobrevida pós tratamento, tratadas

entre 1965 e 1995. Estes pacientes tiveram doença coronariana com a primeira

manifestação de evento cardíaco pós tratamento do LH. Neste estudo foi analisado

a dose, campo e tipo de RT recebida na região do mediastino, a condição clínica do

paciente (diabetes, hipertensão arterial, aumento de colesterol e sedentarismo),

estes dados foram comparados aos dos pacientes sem RT em mediastino, e foram

determinados os fatores de risco para doenças cardiovasculares nesta população.(46)

Radioterapia com doses ≥ 30Gy na região do mediastino também pode ser

fator de risco para doença valvular cardíaca em pacientes tratados para o LH na

casuística de Cutter e colaboradores.(47)

Em um estudo retrospectivo com 1279 tratados para o LH entre 1969 e 1998

que receberam radioterapia mediastinal, 85 pacientes apresentaram arritmias

cardíacas, sendo que 34,1% tiveram mais de um tipo de distúrbio do ritmo. A média

de tempo para a ocorrência dos sintomas foi de 14,2 anos pós RT. A taxa de

incidência cumulativa para desenvolvimento da arritmia em 5, 10 e 15 anos foi de

1,1%, 2,1% e 4,2% respectivamente.(48)

Em relação a insuficiência de válvulas, 78 pacientes foram diagnosticados

com sintomas clinicamente significantes, em média, 16,1 anos pós RT. Entre as

doenças que mais ocorreram estão a insuficiência aórtica, mitral e tricúspide. A taxa

de incidência cumulativa para a doença em 5, 10 e 15 anos foi de 0,5%, 1,4% e

3,3% respectivamente.(48)

A doença pericárdica foi identificada em 9 pacientes, 18, 3 anos em média

pós RT. 5 pacientes apresentaram pericardite, 6 com derrame pericárdico e 2

tiveram ambos. A taxa de incidência cumulativa para a doença pericárdica em 5, 10

e 15 anos foi de 0,1%, 0,1% e 0,4% respectivamente. Neste estudo, houve diferença

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estatisticamente significativa entre os sexos masculino e feminino para o

aparecimento de evento cardíaco (p<0,007).(48)

Em outra análise, a média das doses para o aparecimento de doença valvular

cardíaca foi de 3700cGy comparado ao grupo controle que recebeu 3070cGy. Para

doses menores que 3000cGy, a taxa de incremento para doença valvular foi de

2,5%, aumentou para 6,5% com doses entre 3100 a 3500cGy, a para 11,2 com

doses entre 3600 a 4000cGy.(47)

Quanto aos distúrbios cardíacos, no nosso trabalho, 7 pacientes

apresentaram alguma anormalidade que variou entre insuficiência de válvula mitral,

tricúspide e aórtica (n=3), derrame pericárdico (n=2), arritmias supraventriculares

(n=1) e asma cardíaca (n=1). 5 pacientes (71,4%) são do sexo feminino e receberam

radioterapia no campo supradiafragmático com doses entre 1980 a 3600cGy. 4 dos

7 pacientes que apresentaram distúrbios cardíacos, receberam dose adicional de

radiação em mediastino variando de 540 e 1620cGy. Talvez em um

acompanhamento a longo prazo, essa incidência aumente, embora no CATT esses

pacientes sejam orientados a realizarem atividade física e ingerirem uma dieta mais

controlada para evitar o aumento do colesterol e triglicérides, além de serem

monitorados acerca da hipertensão arterial, diabetes e obesidade.

Diversos estudos estão sendo realizados para avaliar os fatores associados à

pneumonite actínica nos pacientes com LH tratados com RT. Pinnix e colaboradores

analisaram 150 pacientes com LH e linfoma não Hodgkin tratados com RT (IMRT)

em mediastino, de 2009 a 2015, utilizando os critérios RTOG. A RT foi aplicada em

110 casos novos e 40 pacientes com recidiva ou doença refratária. A incidência de

pneumonite actínica foi de 14% (grau 1-3, RTOG). Nos pacientes que receberam RT

pós recidiva ou doença refratária, a incidência da complicação foi de 25%, enquanto

os que receberam boost foi de 10% (p=0,019).(49)

Pneumonia aguda com manifestações radiológicas apresentadas por

consolidações, opacidades grosseiras tipo vidro fosco podem ocorrer de 3 a 4

semanas após a RT. Essas injúrias pulmonares, mesmo que ao redor do campo

irradiado podem evoluir para fibrose, bronquiectasia, distorção da arquitetura, perda

do volume e capacidade ventilatória, desenvolvidos a partir do 6º ao 12º mês pós RT

e tendem a estabilizar após 2 anos. Derrame pleural pode aparecer ao redor do 6º

mês pós terapia e mais tardiamente (aproximadamente 3 anos), o derrame

pericárdico surge como efeito tardio.(50)

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No estudo retrospectivo com 23 pacientes tratados com terapia combinada

para o LH, 3 pacientes (13%) desenvolveram pneumonite induzida pela radiação,

confirmada ao RX, necessitando de antibióticos e/ou corticóides até 4 semanas após

a radioterapia.(51)

Em uma análise prospectiva, dos 120 pacientes arrolados para a pesquisa,

8% (n=9) desenvolveram sinais de toxicidade pulmonar. Sintomas respiratórios

agudos iniciais apareceram em 5 pacientes (infiltrado intersticial ao RX e

mediastinite aguda), com intervalo pós término de RT variando de 2 a 12 semanas.

Sinais radiológicos tardios como fibrose mediastinal ocorreram em 6 pacientes e

fibrose pulmonar em 3 pacientes. Todos os pacientes que apresentaram efeitos

agudos ou tardios ao tratamento receberam irradiação mediastinal com doses entre

3600 a 4400cGy. A sequela pulmonar teve um intervalo de 50 a 123 semanas.(52)

Na casuística com 150 pacientes, 21 (14%) desenvolveram pneumonite, em

média 2 meses após completar a RT. A incidência de pneunonite severa foi de 6,7%.

Dos 110 pacientes que receberam radioterapia mediastinal, a incidência para

pneumonite foi de 10%. Neste mesmo estudo, dos 21 pacientes que desenvolveram

pneumonite, a média da dose aplicada de RT (Boost) foi de 1200cGy comparado

com os 1000cGy que não desenvolveram pneumonite.(49)

As manifestações pulmonares em nosso estudo ocorreram em 7 pacientes de

forma aguda, até 90 dias após a RT. Quatro deles necessitaram internação e uso de

antibióticos. Os pacientes que apresentaram pneumonite (75%) receberam boost em

pulmão ou região do mediastino com doses entre 1200 e 1260cGy. Como efeito

tardio, em média após 420 dias do tratamento, foi observado em 5 pacientes do

sexo feminino que receberam RT no campo supra diafragmático na dose de

1980cGy e 3600cGy algum grau de distúrbio pulmonar (pneumonite, hipertensão e

fibrose pulmonar). A média de idade dos pacientes foi de 16 anos (11-18 anos). O

aparecimento destes distúrbios variou entre 120 a 1460 dias (média 429 dias). A

média de follow-up foi de 5 anos.

O enfermeiro em uma unidade de Radioterapia tem o papel de promover e

difundir medidas de saúde preventivas e curativas, por meio da educação aos

pacientes e familiares, através da consulta de enfermagem – Resolução Cofen nº

211/1998.(31)

As orientações sobre procedimentos, efeitos colaterais, necessidade de

isolamento, assiduidade, controle de hemograma, sala de tratamento, assim como

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monitorização por câmeras, são atividades rotineiras de uma unidade de

radioterapia, e visam à educação dos pacientes e familiares, fornecendo

informações corretas, desfazendo mitos e corrigindo distorções a respeito do

tratamento. Essa ação é privativa do enfermeiro, requer tempo, conhecimento

específico na área e habilidade em comunicação.

O enfermeiro pode contribuir com a utilização do processo de enfermagem,

aplicado à realidade de uma unidade de radioterapia, podendo registrar dados

importantes que podem ser resgatados a qualquer momento, no sentido de avaliar

os pacientes em todos os momentos do seu tratamento, podendo acompanhá-los de

forma complexa e oferecer atendimento de qualidade. Assim, o enfermeiro é o

profissional mais habilitado e disponível para apoiar e orientar o paciente e a família

na vivência do processo de doença, tratamento e reabilitação, afetando

definitivamente a qualidade de vida futura.(53)

A consulta de enfermagem deve ser realizada no primeiro dia após

encaminhamento do médico ao aparelho, identificando as necessidades individuais

de cada criança, com o objetivo de traçar um plano assistencial para o tratamento.

Nas consultas de revisão, o enfermeiro deve avaliar o grau de compreensão do

familiar e da criança, investigando possíveis efeitos colaterais associados ao

tratamento como anemia, leucopenia, deficiência visual neurológica e sensório-

motora, náuseas, vômitos, reações da pele, associando ou não medicamentos para

dor.(53)

Assim, faz-se necessária a elaboração de instrumentos que permitam a

anotação eficaz dos efeitos agudos do tratamento para que, a equipe

multiprofissional tenha subsídios para práticas que visam o bem-estar, aumento da

sobrevida livre de doença e melhora na qualidade de vida.

Face à curabilidade do LH, é imperativo a adoção de novas propostas

terapêuticas limitando o uso da RT nestes pacientes, com vistas no incremento da

sobrevida e qualidade de vida. É vital o acompanhamento dos pacientes

sobreviventes, já que a grande maioria desenvolveu efeitos agudos e/ou tardios

decorrentes da terapia. Esse acompanhamento permitirá um aumento nas taxas de

sobrevivência, além da detecção precoce de outras complicações.

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6. CONCLUSÕES

88,7% dos pacientes que receberam radioterapia conformacional para o LH

apresentaram efeitos agudos na vigência ou 90 dias após a radioterapia;

O efeito agudo mais frequente entre os pacientes foi a radiodermatite (51,1%),

seguido da odinofagia (48,9%) e náuseas / vômitos (36,2%);

83% dos pacientes tratados apresentaram efeitos tardios;

O efeito tardio mais frequente foi o hipotireoidismo subclínico (74,4%);

Não houve diferença estatística entre as doses de RT, idade do paciente e

estadiamento do linfoma;

Houve associação significativa entre o sexo feminino e a radiodermatite,

mucosite e xerostomia (p= 0,013; 0,039; 0,043 respectivamente);

Houve associação significativa entre o campo torácico irradiado e a

ocorrência de radiodermatite, odinofagia e vômito (p= 0,015; 0,003; 0,021

respectivamente);

Houve associação significativa entre o esquema 1 de QT e dose de RT

cervical e o aparecimento de distúrbios da tireóide (p=0,036).

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8. ANEXO

9.1 Tabelas dos cálculos estatísticos (p valor)

Tabela 1. Análise da associação entre sexo e efeitos agudos da radioterapia

Efeito

Sexo

Valor p* Masculino Feminino

N ( %) N ( %)

Radiodermatite Sim 16 (30,2) 08 (15,1) Não 20 (37,8) 09 (16,9)

0,0135 Mucosite Sim 4 (7,5) 11 (20,8) Não 24 (45,3) 14 (26,4)

0,0308 Xerostomia Sim 0 (0) 4 (7,6) Não 28 (52,8) 21 (39,6)

0,0431 Náusea Sim 06 (11,3) 11 (20,8) Não 22 (51,5) 14 (26,4)

0,1394 Odinofagia Sim 12 (22,6) 11 (20,8) Não 16 (30,2) 14 (26,4)

0,9999

Esofagite Sim 2 (3,8) 6 (11,3) Não 26 (49,1) 19 (35,8)

0,1288 Tosse Sim 5 (9,4) 7 (13,2) Não 23 (43,4) 18 (34)

0,5141 Vômito Sim 6 (11,3) 11 (20,8)

Não 22 (41,5) 14 (26,4) 0,1395

Inapetência Sim 8 (15,1) 5 (9,5) Não 20 (37,7) 20 (37,7)

0,5355 Herpes Zoster Sim 3 (5,7) 3 (5,7) Não 25 (47,1) 22 (41,5) 1,0000 Pneumonite

Sim 3 (5,7) 4 (7,5) Não 25 (47,2) 21 (39,6) 0,6945 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 2. Análise da associação entre sexo e efeitos tardios da radioterapia

Efeito

Sexo

Valor p* Masculino Feminino

N ( %) N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 3 (5,7) 6 (11,3) Não 25 (47,2) 19 (35,8)

0,2784 Distúrbios da Tireóide Sim 16 (30,2) 17 (32,1) Não

12 (22,6) 8 (16) 0,5712

Distúrbios Cardíacos Sim 2 (3,8) 5 (9,4) Não 26 (49,1) 20 (37,7)

0,2343 * Teste Exato de Fisher

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75

Tabela 3. Análise da associação entre idade e os efeitos agudos da radioterapia

Efeito

Idade

Valor p*

0 - ≤ 5 anos

>5 - ≤ 9 anos

>9 - ≤ 13 anos

> 13 - ≤ 18 anos

> 18 - ≤ 24 anos

> 24 anos

N ( %) N ( %) N ( %) N ( %) N ( %) N ( %) Radiodermatite Sim 2 (3,8) 1 (1,9) 3 (5,7) 16(30,2) 2 (3,8) 0 (0) Não 2 (3,8) 7 (13,2) 5 (9,4) 11(20,7) 4 (7,5) 0 (0)

0,1864 Mucosite Sim 2 (3,8) 1 (1,9) 3 (5,7) 7 (13,2) 2 (3,8) 0 (0) Não 2 (3,8) 7 (13,2) 5 (9,4) 20(37,7) 4 (7,5) 0 (0)

0,6633 Xerostomia Sim 0 (0) 0 (0) 1 (1,9) 3 (5,7) 0 (0) 0 (0) Não 4 (7,5) 8 (15,1) 7 (13,2) 24(45,3) 6 (11,3) 0 (0)

0,6913 Náusea Sim 1(1,9) 0 (0) 1 (1,9) 12(22,6) 3 (5,7) 0 (0) Não 3 (5,7) 8 (15,1) 7 (13,2) 15(28,3) 3 (5,7) 0 (0)

0,0894 Odinofagia Sim 2 (3,8) 2 (3,8) 2 (3,8) 15(28,3) 2 (3,8) 0 (0) Não 2 (3,8) 6 (11,3) 6 (11,3) 12(22,6) 4 (7,5) 0 (0)

0,3864 Esofagite Sim 0 (0) 0 (0) 0 (0) 6 (11,3) 2 (3,8) 0 (0) Não 4 (7,5) 8 (15,1) 8 (15,1) 2 (39,6) 4 (7,5) 0 (0)

0,1859 Tosse Sim 1 (1,9) 2 (3,8) 1(1,9) 7(13,2) 1 (1,9) 0 (0) Não 3 (5,7) 6 (11,3) 7 (13,2) 20(37,7) 5 (9,4) 0 (0)

0,9389 Vômito Sim 1 (1,9) 2 (3,8) 0 (0) 12(22,6) 2 (3,8) 0 (0) Não 3 (5,7) 6 (11,3) 8 (15,1) 15(28,3) 4 (7,5) 0 (0)

0,2026 Inapetência Sim 2 (3,8) 3 (5,7) 2 (3,8) 5 (9,4) 1 (1,9) 0 (0) Não 2 (3,8) 5 (9,4) 6 (11,3) 22(41,5) 5 (9,4) 0 (0)

0,5820 Herpes Zoster

Sim 0 (0) 2 (3,8) 0 (0) 4 (7,5) 0 (0) 0 (0) Não 4 (7,5) 6 (11,3) 8 (15,1) 23(43,4) 6 (11,3) 0 (0)

0,3903 Pneumonite

Sim 4 (7,5) 0 (0) 1 (1,9) 3 (5,7) 1 (1,9) 0 (0) Não 2 (3,8) 8 (15,1) 7 (13,2) 24(45,3) 5 (9,4) 0 (0)

0,1910 * Teste do Chi-quadrado

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Tabela 4. Análise da associação entre idade e os efeitos tardios da radioterapia

Efeito

Idade

Valor p*

0 - ≤ 5 anos

>5 - ≤ 9 anos

>9 - ≤ 13 anos

> 13 - ≤ 18 anos

> 18 - ≤ 24 anos

> 24 anos

N ( %) N ( %) N ( %) N ( %) N ( %) N ( %) Distúrbios pulmonares Sim

Não 0 (0) 0 (0) 1 (1,9) 6 (11,3) 2 (3,8) 0 (0) 4 (7,5) 8 (15,1) 7 (13,2) 21(39,6) 4 (7,5) 0 (0)

0,3754 Distúrbios da Tireóide

Sim 3 (5,7) 7 (13,2) 3 (5,7) 18 (34) 2 (3,8) 0 (0) Não 1 (1,9) 1 (1,9) 5 (9,4) 9 (17) 4 (7,5) 0 (0)

0,1416 Distúrbios Cardíacos

Sim 0 (0) 0 (0) 0 (0) 6 (11,3) 1 (1,9) 0 (0) Não 4 (7,5) 8 (15,1) 8 (15,1) 21(39,6) 5 (9,4) 0 (0)

0,2852 * Teste do Chi-quadrado

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Tabela 5. Análise da associação entre o subtipo histológico e os efeitos agudos da radioterapia

Efeito

Subtipo Histológico

Valor p* Celularidade mista

N ( %)

Depleção linfocitária

N ( %)

Esclerose nodular

N ( %)

Predominância linfocítica

N ( %)

Radiodermatite Sim 0 (0) 1 (1,9) 23 (43,4) 0 (0) Não 6 (11,3) 1 (1,9) 19 (35,8) 3 (5,7)

0,0294 Mucosite Sim 1 (1,9) 0 (0) 14 (26,4) 0 (0) Não 5 (9,4) 2 (3,8) 28 (52,8) 3 (5,7)

0,4076 Xerostomia Sim 0 (0) 0 (0) 4 (7,5) 0 (0) Não 6 (11,3) 2 (3,8) 38 (71,7) 3 (5,7)

0,7691 Náusea Sim 1 (1,9) 1 (1,9) 15 (28,3) 0 (0) Não 5 (9,4) 1 (1,9) 27(50,9) 3 (5,7)

0,4539 Odinofagia Sim 3 (5,7) 1 (1,9) 19 (35,8) 0 (0) Não 3 (5,7) 1 (1,9) 23 (43,4) 3 (5,7)

0,4753 Esofagite Sim 0 (0) 1 (1,9) 7 (13,2) 0 (0) Não 6 (11,3) 1 (1,9) 35 (66) 3 (5,7)

0,3102 Tosse Sim 1 (1,9) 1 (1,9) 10 (18,9) 0 (0) Não 5 (9,4) 1 (1,9) 32 (60,4) 3 (5,7)

0,5960 Vômito

Sim 0 (0) 1 (1,9) 16 (30,2) 0 (0) Não 6 (11,3) 1 (1,9) 26 (49,1) 3 (5,7)

0,1548 Inapetência Sim 2 (3,8) 1 (1,9) 10 (18,9) 0 (0) Não 4 (7,5) 1 (1,9) 32 (60,4) 3 (5,7)

0,5852 Herpes Zoster Sim 2 (3,8) 1 (1,9) 3 (5,7) 0 (0) Não 4 (7,5) 1 (1,9) 39 (73,6) 3 (5,7)

0,0722 Pneumonite Sim 0 (0) 0 (0) 7 (13,2) 0 (0) Não 6 (11,3) 2 (3,8) 35 (66) 3 (5,7)

0,5494 * Teste do Chi-quadrado

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Tabela 6. Análise da associação entre o subtipo histológico e os efeitos tardios da radioterapia

Efeito

Subtipo Histológico

Valor p* Celularidade

mista

N ( %)

Depleção linfocitária

N ( %)

Esclerose nodular

N ( %)

Predominância linfocítica

N ( %)

Distúrbios pulmonares

Sim 0 (0) 1 (1,9) 8 (15,1) 0 (0) Não 6 (11,3) 1 (1,9) 34 (64,1) 3 (5,7)

0,3188 Distúrbios da Tireóide

Sim 4 (7,5) 1 (1,9) 26 (49) 2 (3,8) Não 2 (3,8) 1 (1,9) 16 (30,2) 1 (1,9)

0,9768 Distúrbios Cardíacos

Sim 0 (0) 1 (1,9) 6 (11,3) 0 (0) Não 6 (11,3) 1 (1,9) 36 (67,9) 3 (5,7)

0,2869 * Teste do Chi-quadrado

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Tabela 7. Análise da associação entre o estadio e os efeitos agudos da radioterapia

Efeito

Estadio

Valor p*

IA

N (%)

IIA

N ( %)

IIB

N ( %)

IIIA

N ( %)

IIIB

N ( %)

IVA

N ( %)

IVB

N ( %)

Radiodermatite Sim 0 ( 0) 6 (11,3) 6 (11,3) 1 (1,9) 5 (9,4) 0 (0) 6 (11,3) Não 2 (3,8) 8 (15,1) 6 (11,3) 3 (5,7) 1 (1,9) 2(3,8) 7 (13,2)

0,2668 Mucosite Sim 0 ( 0) 4 (7,5) 5 (9,4) 1 (1,9) 1 (1,9) 1 (1,9) 3 (5,7) Não 2 (3,8) 10(18,9) 7 (13,2) 3 (5,7) 5 (9,4) 1 (1,9) 10(18,9)

0,8204 Xerostomia Sim 0 ( 0) 2 (3,8) 1 (1,9) 0 ( 0) 1 (1,9) 0 ( 0) 0 ( 0) Não 2 (3,8) 12(22,6) 11(20,7) 4 (7,5) 5 (9,4) 2 (3,8) 13(24,5)

0,7636 Náusea Sim 0 ( 0) 3 (5,7) 5 (9,4) 0 ( 0) 3 (5,7) 1 (1,9) 5 (9,4) Não 2 (3,7) 11(20,7) 7 (13,2) 4 (7,5) 3 (5,7) 1 (1,9) 8 (15,1)

0,4825 Odinofagia Sim 0 ( 0) 7 (13,2) 3 (5,7) 1 (1,9) 3 (5,7) 2 (3,8) 7 (13,2) Não 2 (3,8) 7 (13,2) 9 ( 17) 3 (5,7) 3 (5,7) 0 ( 0) 6 (11,3)

0,2958 Esofagite Sim 0 ( 0) 1 (1,9) 1 (1,9) 0 ( 0) 2 (3,8) 0 ( 0) 4 (7,5) Não 2(3,8) 13(24,5) 11(20,7) 4 (7,5) 4 (7,5) 2 (3,8) 9 (17)

0,3604 Tosse Sim 0 ( 0) 1 (1,9) 3 (5,7) 1 (1,9) 3 (5,7) 0 ( 0) 4 (7,5) Não 2 (3,8) 13(24,5) 9 (17) 3 (5,7) 3 (5,7) 2 (3,8) 9 (17)

0,4016 Vômito Sim 0 ( 0) 2 (3,8) 2 (3,8) 2(3,8) 4(7,5) 1 (1,9) 6 (11,3) Não 2 (3,8) 12(22,6) 10(18,9) 2 (3,8) 2 (3,8) 1 (1,9) 7 (13,2)

0,1402 Inapetência Sim 0 ( 0) 2 (3,8) 5 (9,4) 2 (3,8) 2 (3,8) 0 ( 0) 2 (3,8) Não 2 (3,8) 12(22,6) 7 (13,2) 2 (3,8) 4 (7,5) 2 (3,8) 11(20,7)

0,3971 Herpes Zoster Sim 0 ( 0) 0 ( 0) 3 (5,7) 0 ( 0) 1 (1,9) 1 (1,9) 1 (1,9) Não 2 (3,8) 14(26,4) 9 (17) 4 (7,5) 5 (9,4) 1 (1,9) 12(22,6)

0,2300 Pneumonite

Sim 0 ( 0) 2 (3,8) 0 ( 0) 1 (1,9) 1 (1,9) 0 ( 0) 3 (5,7) Não 2 (3,8) 12(22,6) 12(22,6) 3 (5,7) 5 (9,4) 2 (3,8) 10(18,9)

0,6629 * Teste do Chi-quadrado

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80

Tabela 8. Análise da associação entre o estadio e os efeitos tardios da radioterapia

Efeito

Estadio

Valor p*

IA

N (%)

IIA

N ( %)

IIB

N ( %)

IIIA

N ( %)

IIIB

N ( %)

IVA

N ( %)

IVB

N ( %)

Distúrbios pulmonares

Sim 0 ( 0) 1 (1,9) 2 (3,8) 0 ( 0) 2 (3,8) 1 (1,9) 3 (5,7) Não 2 (3,8) 13(24,5) 10(18,9) 4 (7,5) 4(7,5) 1 (1,9) 10(18,9)

0,5163 Distúrbios da Tireóide

Sim 2 (3,8) 11(20,7) 7 (13,2) 2 (3,8) 3 (5,7) 2 (3,8) 6 (11,3) Não 0 ( 0) 3 (5,7) 5 (9,4) 2 (3,8) 3 (5,7) 0 ( 0) 7 (13,2)

0,4051 Distúrbios Cardíacos

Sim 0 ( 0) 1 (1,9) 1 (1,9) 0 ( 0) 2 (3,8) 0 ( 0) 3 (5,7) Não 2 (3,8) 13(24,5) 11(20,7) 4 (7,5) 4 (7,5) 2 (3,8) 10(18,9)

0,5260 * Teste do Chi-quadrado

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81

Tabela 9. Análise da associação entre os efeitos agudos da radioterapia e o campo de irradiação

Irradiação em campo axilar

Efeito Sim

N ( %) Não N ( %) Valor p*

Radiodermatite

Sim 5 (9,4) 19 (35,8) Não 6 (11,3) 23 (43,4)

1,0000 Mucosite

Sim 2 (3,8) 13 (24,5) Não 9 (17) 29 (54,7)

0,4821 Esofagite Sim 0 (0) 8 (15,1) Não 11 (20,7) 34 (64,1)

0,1813 Náusea Sim 4 (7,5) 13 (24,5) Não 7 (13,2) 29 (54,7)

1,0000 Odinofagia Sim 5 (9,4) 18 (34) Não 6 (11,3) 24 (45,3)

1,0000 Tosse Sim 2 (3,8) 10 (18,9) Não 9 (16,9) 32 (60,4) 0,9999 Xerostomia Sim 0 (0) 4 (7,5) Não 11 (20,7) 38 (71,7)

0,5688 Vômito Sim 4 (7,5) 13 (24,5) Não 7 (13,2) 29 (54,7)

1,0000 Inapetência Sim 1 (1,9) 12 (22,6) Não 10 (18,9) 30 (56,6)

0,2567 Herpes Zoster Sim 2 (3,8) 4 (7,5) Não 9 (16,9) 38 (71,7)

0,9999 Pneumonite

Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 11 (20,8) 35 (66)

0,3221

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82

Irradiação em campo torácico

Efeito Sim

N ( %) Não

N ( %) Valor p*

Radiodermatite Sim 23 (43,4) 1 (1,9) Não 20 (37,7) 9 (17)

0,0154 Mucosite Sim 13 (24,5) 2 (3,8) Não 30 (56,6) 8 (15,1)

0,7055 Xerostomia Sim 4 (7,5) 0 (0) Não 39 (73,6) 10 (18,9)

0,5786 Náusea Sim 15 (28,3) 2 (3,8) Não 28 (52,8) 8 (15,1)

0,4711 Odinofagia Sim 23 (43,4) 0 (0) Não 20 (37,7) 10 (18,9)

0,0029 Esofagite Sim 8 (15,1) 0 (0) Não 35 (66) 10 (18,9)

0,3269 Tosse Sim 12 (22,6) 0 (0) Não 31 (58,5) 10 (18,9)

0,0931 Vômito Sim 17 (32,1) 0 (0) Não 26 (49) 10 (18,9)

0,0209 Inapetência Sim 10 (18,9) 3 (5,6) Não 33 (62,3) 7 (13,2)

0,9999 Herpes Zoster

Sim 5 (9,4) 1 (1,9) Não 38 (71,7) 9 (17)

0,9999 Pneumonite

Sim 7 (13,2) 0 (0) Não 36 (67,9) 10 (18,9)

0,3234

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83

Irradiação em campo cervical

Efeito Sim

N ( %) Não N ( %)

Valor p*

Radiodermatite Sim 3 (5,7) 21 (39,6) Não 4 (7,5) 25 (47,2)

1,0000 Mucosite Sim 0 (0) 15 (28,3) Não 7 (13,2) 31 (58,5)

0,1715 Xerostomia Sim 1 (1,9) 3 (5,7) Não 6 (11,3) 43 (81,1)

0,9999 Náusea Sim 3 (5,7) 14 (26,4) Não 4 (7,5) 32 (60,4)

1,0000 Odinofagia Sim 2 (3,8) 21 (39,6) Não 5 (9,4) 25 (47,2)

0,6851 Esofagite Sim 1 (1,9) 7 (13,2) Não

6 (11,3) 39 (73,6) 0,9999

Tosse Sim 2 (3,8) 10 (18,9) Não

5 (9,4) 36 (67,9) 0,9999

Vômito Sim 3 (5,7) 14 (26,4) Não 4 (7,5) 32 (60,4)

1,0000 Inapetência Sim 1 (1,9) 12 (22,6) Não 6 (11,3) 34 (64,2)

0,6670 Herpes Zoster Sim 1 (1,9) 5 (9,4) Não 6 (11,3) 41 (77,4)

0,9999 Pneumonite

Sim 1 (1,9) 6 (11,3) Não 6 (11,3) 40 (75,5)

0,9999

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84

Irradiação em campo abdominal

Efeito Sim

N ( %) Não N ( %) Valor p*

Radiodermatite Sim 9 (17) 15 (28,3) Não 9 (17) 20 (37,7)

0,7720 Mucosite Sim 6 (11,3) 9 (17) Não 12 (22,6) 26 (49,1) 1,0000 Xerostomia Sim 2 (3,8) 2 (3,8) Não 16 (30,2) 33 (62,3)

0,9999 Náusea Sim 8 (15,1) 9 (17) Não 10 (18,9) 26 (49)

1,0000 Esofagite Sim 2 (3,8) 6 (11,3) Não 16 (30,2) 29 (54,7)

0,7011 Odinofagia Sim 6 (11,3) 17 (32,1) Não 12 (22,6) 18 (34)

0,3838 Tosse Sim 7 (13,2) 5 (9,4) Não 11 (20,8) 30 (56,6)

0,0798 Vômito Sim 8 (15,1) 9 (17)

Não 10 (18,9) 26 (49) 1,0000

Inapetência Sim 5 (9,4) 8 (15,1) Não 13 (24,5) 27 (51)

1,0000 Herpes Zoster Sim 2 (3,8) 4 (7,5) Não 16 (30,2) 31 (58,5)

1,0000 Pneumonite

Sim 3 (5,7) 4 (7,5) Não 15 (28,3) 31 (58,5)

1,0000

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85

Irradiação em campo vertebral

Efeito Sim

N ( %) Não N ( %)

Valor p*

Radiodermatite Sim 0 (0) 24 (45,3) Não 1 (1,9) 28 (52,8)

1,0000 Mucosite Sim 0 (0) 15 (28,3) Não 1 (1,9) 37 (69,8)

0,9999 Xerostomia Sim 0 (0) 4 (7,5) Não 1 (1,9) 48 (90,6)

1,0000 Náusea Sim 0 (0) 17 (32,1) Não 1 (1,9) 35 (66)

0,9999 Esofagite Sim 0 (0) 8 (15,1) Não 1 (1,9) 44 (83)

0,9999 Odinofagia Sim 0 (0) 23 (43,4) Não 1 (1,9) 29 (54,7)

1,0000 Tosse Sim 0 (0) 12 (22,6) Não 1 (1,9) 40 (75,5)

0,9999 Vômito

Sim 0 (0) 17 (32,1) Não 1 (1,9) 35 (66)

0,9999 Inapetência Sim 0 (0) 13 (24,5) Não 1 (1,9) 39 (73,6)

0,9999 Herpes Zoster Sim 0 (0) 6 (11,3) Não 1 (1,9) 46 (86,8)

1,0000 Pneumonite

Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 1 (1,9) 45 (84,9)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 10. Análise da associação entre os efeitos tardios da radioterapia e o campo de irradiação

Irradiação em campo axilar

Efeito Sim

N ( %) Não N ( %) Valor p*

Distúrbios pulmonares

Sim 1 (1,9) 8 (15,1) Não 10 (18,9) 34 (64,1)

0,6651 Distúrbios da Tireóide Sim 6 (11,3) 27 (50,9) Não 5 (9,4) 15 (28,3)

1,0000 Distúrbios Cardíacos Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 11 (20,8) 35 (66)

0,3221

Irradiação em campo torácico

Efeito Sim

N ( %) Não

N ( %) Valor p*

Distúrbios pulmonares

Sim 9 (17) 0 (0) Não 34 (64,1) 10 (18,9)

0,1804 Distúrbios da Tireóide Sim 27 (50,9) 6 (11,3) Não 16 (30,2) 4 (7,6)

1,0000 Distúrbios Cardíacos Sim 7 (13,2) 0 (0) Não 36 (67,9) 10 (18,9)

0,3234

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87

Irradiação em campo cervical

Efeito Sim

N ( %) Não N ( %)

Valor p*

Distúrbios pulmonares

Sim 1 (1,9) 8 (15,1) Não 6 (11,3) 38 (71,7)

0,9999 Distúrbios da Tireóide Sim 2 (3,8) 31 (58,5) Não 5 (9,4) 15 (28,3)

0,0896 Distúrbios Cardíacos

Sim 2 (3,8) 5 (9,4) Não

5 (9,4) 41 (77,4) 0,9999

Irradiação em campo abdominal

Efeito Sim

N ( %) Não N ( %) Valor p*

Distúrbios pulmonares

Sim 5 (9,4) 4 (7,6) Não 13 (24,5) 31 (58,5)

0,2448 Distúrbios da Tireóide Sim 8 (15,1) 25 (47,1) Não 10 (18,9) 10 (18,9)

0,0753 Distúrbios Cardíacos

Sim 2 (3,8) 5 (9,4) Não 16 (30,2) 30 (56,6)

1,0000

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Irradiação em campo vertebral

Efeito Sim

N ( %) Não N ( %)

Valor p*

Distúrbios pulmonares

Sim 0 (0) 9 (17) Não 1 (1,9) 43 (81,1)

0,9999 Distúrbios da Tireóide Sim 0 (0) 33 (62,3) Não 1 (1,9) 19 (35,8)

0,3773 Distúrbios Cardíacos Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 1 (1,9) 45 (84,9)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 11. Análise da associação entre a dose de radioterapia até 2500cGy em região cervical e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito

Dose até 2500cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Radiodermatite Sim 3 (5,7) 21 (39,6) Não 4 (7,5) 25 (47,2)

1,0000 Mucosite Sim 3 (5,7) 12 (22,6) Não 4 (7,5) 34 (64,1)

0,9999 Xerostomia Sim 2 (3,8) 2 (3,8) Não 5 (9,4) 44 (83)

0,9999 Náusea Sim 4 (7,5) 13 (24,5) Não 3 (5,7) 33 (62,3)

0,1927 Esofagite Sim 1 (1,9) 7 (13,2) Não 6 (11,3) 39 (72,6)

0,9999 Odinofagia Sim 2 (3,8) 21 (39,6) Não 5 (9,4) 25 (47,2)

0,6851 Tosse Sim 0 (0) 12 (22,6) Não 7 (13,2) 34 (64,2)

0,3290 Vômito

Sim 1 (1,9) 16 (30,2) Não 6 (11,3) 30 (56,6)

0,4075 Inapetência Sim 3 (5,7) 10 (18,9) Não 4 (7,5) 36 (67,9)

0,9999 Herpes Zoster Sim 0 (0) 6 (11,3) Não 7 (13,2) 40 (74,5)

0,5820 Pneumonite Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 7 (13,2) 39 (73,6)

0,5746 * Teste Exato de Fisher

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Nenhum paciente submetido ao Esquema 1 de quimioterapia

(OPPA/OEPA/COOP) recebeu radioterapia com dose entre 2500cGy e 3000cGy em

região cervical.

Tabela 12. Análise da associação entre a dose de radioterapia até 2500cGy em região cervical e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito

Dose até 2500cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 0 (0) 9 (17) Não 7 (13,2) 37 (69,8)

0,3342 Distúrbios da Tireóide Sim 7 (13,2) 26 (49,1) Não 0 (0) 20 (37,7)

0,0365 Distúrbios Cardíacos Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 7 (13,2) 39 (73,6)

0,5746 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 13. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região cervical e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Radiodermatite Sim 0 (0) 24 (45,3) Não 3 (5,7) 26 (49)

0,2423 Mucosite Sim 1 (1,9) 14 (26,4) Não 2 (3,8) 36 (67,9)

0,9999 Xerostomia Sim 0 (0) 4 (7,5) Não 3 (5,7) 46 (86,8)

0,9999 Náusea Sim 0 (0) 17 (32) Não 3 (5,7) 33 (62,3)

0,5428 Esofagite

Sim 0 (0) 8 (15, 1) Não 3 (5,7) 42 (79,2)

0,9999 Odinofagia Sim 2 (3,8) 21 (39,6) Não 1 (1,9) 29 (54,7)

0,5729

Tosse Sim 2 (3,8) 10 (18,9) Não 1 (1,9) 40 (75,4)

0,1249 Vômito Sim 1 (1,9) 16 (30,2) Não 2 (3,8) 34 (64,1)

0,9999 Inapetência Sim 1 (1,9) 12 (22,6) Não 2 (3,8) 38 (71,7)

0,9999 Herpes Zoster Sim 1 (1,9) 5 (9,4) Não 2 (3,8) 45 (84,9)

0,9999 Pneumonite Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 3 (5,7) 43 (81,1)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 14. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região cervical e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 0 (0) 9 (17) Não 3 (5,7) 41 (77,3)

0,9999 Distúrbios da Tireóide Sim 3 (5,7) 30 (56,6) Não 0 (0) 20 (37,7)

0,2815 Distúrbios Cardíacos Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 3 (5,7) 43 (81,1)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 15. Análise da associação entre a dose de radioterapia até 2500cGy em região supradiafragmática e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito

Dose até 2500cGy

Valor p*

Sim N ( %)

Não N ( %)

Radiodermatite Sim 10 (18,7) 14 (26,4) Não 14 (26,4) 15 (28,3)

0,7826 Mucosite Sim 7 (13,2) 8 (15,1) Não 17(32,1) 21 (39,6)

1,0000 Xerostomia Sim 1 (1,9) 3 (5,7) Não 23 (43,4) 26 (49)

0,6173 Náusea Sim 7 (13,2) 10 (18,9) Não 17 (32,1) 19 (35,8)

0,7720 Esofagite Sim 3 (5,7) 5 (9,4) Não 21 (39,6) 24 (45,3)

0,7152 Odinofagia Sim 12 (22,6) 11 (20,8) Não 12 (22,6) 18 (34)

0,4160 Tosse Sim 5 (9,4) 7 (13,2) Não 19 (35,8) 22 (41,6)

1,0000 Vômito Sim 10 (18,9) 7 (13,2) Não 14 (26,4) 22 (41,5)

0,2396 Inapetência Sim 5 (9,4) 8 (15,1) Não 19 (35,9) 21 (39,6)

0,7503 Herpes Zoster Sim 2 (3,8) 4 (7,5) Não 22 (41,5) 25 (47,2)

0,6778 Pneumonite Sim 2 (3,8) 5 (9,4) Não 22 (41,5) 24 (45,3)

0,4362 * Teste Exato de Fisher

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94

Tabela 16. Análise da associação entre a dose de radioterapia até 2500cGy em região supradiafragmática e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito

Dose até 2500cGy

Valor p*

Sim N ( %)

Não N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 2 (3,8) 7 (13,2) Não 22 (41,5) 22 (41,5)

0,1595 Distúrbios da Tireóide Sim 15 (28,3) 18 (34) Não 9 (17) 11 (20,7)

1,0000 Distúrbios Cardíacos Sim 3 (5,7) 4 (7,5) Não 21 (39,6) 25 (47,2)

1,0000 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 17. Análise da associação entre a dose de radioterapia de 2500cGy a 3000cGy em região supradiafragmática e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose de 2500 a 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Radiodermatite Sim 1 (1,9) 23 (43,4) Não 0 (0) 29 (54,7)

0,4528 Mucosite Sim 0 (0) 15 (28,3) Não 1 (1,9) 37 (69,8)

0,9999 Xerostomia Sim 0 (0) 4 (7,5) Não 1 (1,9) 48 (90,6)

1,0000 Náusea Sim 0 (0) 17 (32,1) Não 1 (1,9) 35 (66)

0,9999 Esofagite Sim 0 (0) 8 (15,1) Não 1 (1,9) 44 (83)

0,9999 Odinofagia Sim 1 (1,9) 22 (41,5) Não 0 (0) 30 (56,6)

0,4339 Tosse Sim 1 (1,8) 11 (20,8) Não 0 (0) 41 (77,4)

0,2264 Vômito Sim 0 (0) 17 (32,1) Não 1 (1,9) 35 (66)

0,9999 Inapetência Sim 0 (0) 13 (24,5) Não 1 (1,9) 39 (73,6)

0,9999 Herpes Zoster Sim 0 (0) 6 (11,3) Não 1 (1,9) 46 (86,8)

1,0000 Pneumonite Sim 1 (1,9) 6 (11,3)

Não 0 (0) 46 (86,8) 0,1320

* Teste Exato de Fisher

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Tabela 18. Análise da associação entre a dose de radioterapia de 2500cGy a 3000cGy em região supradiafragmática e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose de 2500 a 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 0 (0) 9 (17) Não 1 (1,9) 43 (81,1)

0,9999 Distúrbios da Tireóide Sim 1 (1,9) 32 (60,4) Não 0 (0) 20 (37,7)

0,9999 Distúrbios Cardíacos Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 1 (1,9) 45 (84,9)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 19. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região supradiafragmática e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não

N ( %)

Radiodermatite Sim 13 (24,5) 11 (20,8) Não 5 (9,4) 24 (45,3)

0,0081 Mucosite Sim 5 (9,4) 10 (18,9) Não 13 (24,5) 25 (47,2)

1,0000 Xerostomia Sim 3 (5,7) 1 (1,9) Não 15 (28,3) 34 (64,1)

0,1079 Náusea Sim 7 (13,2) 10 (18,9) Não 11 (20,7) 25 (47,2)

1,0000 Esofagite Sim 3 (5,7) 5 (9,4) Não 15 (28,3) 30 (56,6)

1,0000 Odinofagia Sim 7 (13,2) 16 (30,2) Não 11 (20,8) 19 (35,8)

0,7720 Tosse Sim 4 (7,5) 8 (15,1) Não 14 (26,4) 27 (51)

1,0000 Vômito Sim 6 (11,3) 11 (20,8) Não 12 (22,6) 24 (45,3)

1,0000 Inapetência Sim 4 (7,5) 9 (17) Não 14 (26,4) 26 (49,1)

1,0000 Herpes Zoster Sim 2 (3,8) 4 (7,5) Não 16 (30,2) 31 (58,5)

1,0000 Pneumonite Sim 3 (5,7) 4 (7,5) Não 14 (26,4) 32 (60,4)

0,2110 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 20. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região supradiafragmática e os efeitos, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 5 (9,4) 4 (7,6) Não 13 (24,5) 31 (58,5)

0,2448 Distúrbios da Tireóide Sim 11 (20,8) 22 (41,5) Não 7 (13,2) 13 (24,5)

1,0000 Distúrbios Cardíacos Sim 2 (3,8) 5 (9,4) Não 16 (30,2) 30 (56,6)

1,0000 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 21. Análise da associação entre a dose de radioterapia até 2500cGy em região infradiafragmática e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose até 2500cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não

N ( %)

Radiodermatite Sim 7 (13,2) 17 (32,1) Não 6 (11,3) 23 (43,4)

0,5335 Mucosite Sim 5 (9,4) 10 (18,9) Não 8 (15,1) 30 (56,6)

1,0000 Xerostomia Sim 2 (3,8) 2 (3,8) Não 11 (20,7) 38 (71,7)

0,9999 Náusea Sim 5 (9,4) 12 (22,7) Não 8 (15,1) 28 (52,8)

1,0000 Esofagite Sim 1 (1,9) 7 (13,2) Não 12 (22,6) 33 (62,3)

0,6622 Odinofagia

Sim 5 (9,4) 18 (34) Não 8 (15,1) 22 (41,6)

0,7557 Tosse Sim 5 (9,4) 7 (13,2) Não 8 (15,1) 33 (62,3)

1,0000 Vômito Sim 4 (7,5) 13 (24,5) Não 9 (17) 27 (51)

1,0000 Inapetência Sim 3 (5,7) 10 (18,9) Não 10 (18,9) 30 (56,6)

1,0000 Herpes Zoster Sim 2 (3,8) 4 (7,5) Não 11 (20,8) 36 (67,9)

0,9999 Pneumonite Sim 2 (3,8) 5 (9,4) Não 11 (20,8) 35 (66)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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100

Nenhum paciente submetido ao Esquema 1 de quimioterapia

(OPPA/OEPA/COOP) recebeu radioterapia com dose entre 2500cGy e 3000cGy em

região infradiafragmática.

Tabela 22. Análise da associação entre a dose de radioterapia até 2500cGy em região infradiafragmática e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose até 2500cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não

N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 4 (7,6) 5 (9,4) Não 9 (17) 35 (66)

0,9999 Distúrbios da Tireóide Sim 6 (11,3) 27 (51) Não 7 (13,2) 13 (24,5)

0,1998 Distúrbios Cardíacos Sim 1 (1,9) 6 (11,3) Não 12 (22,6) 34 (65,2)

0,6670 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 23. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região infradiafragmática e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose até 2500cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não

N ( %)

Radiodermatite Sim 1 (1,9) 23 (43,4) Não 1 (1,9) 28 (52,8)

1,0000 Mucosite Sim 0 (0) 15 (28,3) Não 2 (3,8) 36 (67,9)

0,9999 Xerostomia Sim 0 (0) 4 (7,5) Não 2 (3,8) 47 (88,7)

0,9999 Náusea

Sim 1 (1,8) 16 (30,2) Não 1 (1,9) 35 (66,1)

0,5428 Esofagite Sim 0 (0) 8 (15,1) Não 2 (3,8) 43 (81,1)

0,9999 Odinofagia Sim 1 (1,9) 22 (41,5) Não 1 (1,9) 29 (54,7)

1,0000 Tosse Sim 1 (1,9) 11 (20,7) Não 1 (1,9) 40 (75,5)

0,4049 Vômito Sim 2 (3,8) 15 (28,3) Não 0 (0) 36 (67,9)

0,0986 Inapetência Sim 1 (1,9) 12 (22,6) Não 1 (1,9) 39 (73,6)

0,4339 Herpes Zoster Sim 0 (0) 6 (11,3) Não 2 (3,8) 45 (84,9)

0,9999 Pneumonite Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 2 (3,8) 44 (83)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 24. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região infradiafragmática e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose até 2500cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não

N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 0 (0) 9 (17) Não 2 (3,8) 42 (79,2)

0,9999 Distúrbios da Tireóide Sim 1 (1,9) 32 (60,4) Não 1 (1,9) 19 (35,8)

0,9999 Distúrbios Cardíacos Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 2 (3,8) 44 (83)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 25. Análise da associação entre a dose de radioterapia até 2500cGy em boost e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose até 2500cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não

N ( %)

Radiodermatite Sim 12 (22,6) 12 (22,6) Não 4 (7,6) 25 (47,2)

0,0065 Mucosite Sim 6 (11,3) 9 (17) Não 10 (18,9) 28 (52,8)

1,0000 Xerostomia Sim 1 (1,9) 3 (5,7) Não 15 (28,3) 34 (64,1)

0,9999 Náusea Sim 6 (11,3) 11 (20,7) Não 10 (18,9) 26 (49,1)

1,0000 Esofagite Sim 5 (9,4) 3 (5,7) Não 11 (20,7) 34 (64,2)

0,0448 Odinofagia Sim 9 (17) 14 (26,4) Não 7 (13,2) 23 (43,4)

0,2422 Tosse Sim 5 (9,4) 7 (13,2) Não 11 (20,8) 30 (56,6)

1,0000 Vômito Sim 8 (15,1) 9 (17) Não 8 (15,1) 28 (52,8)

0,1077 Inapetência Sim 3 (5,7) 10 (18,9) Não 13 (24,5) 27 (50,9)

0,7309 Herpes Zoster Sim 1 (1,9) 5 (9,4) Não 15 (28,3) 32 (60,4)

0,6547 Pneumonite

Sim 4 (7,5) 3 (5,7) Não 12 (22,6) 34 (64,2)

0,1794 * Teste Exato de Fisher

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Nenhum dos pacientes submetidos ao Esquema 1 de quimioterapia

(OPPA/OEPA/COOP) recebeu radioterapia em boost com dose acima de 2500cGy .

Dentre os pacientes que foram submetidos ao Esquema 2 de quimioterapia

(BEACOOP), nenhum deles recebeu dose de radioterapia de até 3000cGy em

região cervical.

Tabela 26. Análise da associação entre a dose de radioterapia até 2500cGy em boost e os efeitos

tardios, em pacientes submetidos ao esquema 1 de quimioterapia (OPPA/OEPA/COOP)

Efeito Dose até 2500cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não

N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 3 (5,7) 6 (11,3) Não 13 (24,5) 31 (58,5)

1,0000 Distúrbios da Tireóide Sim 13 (24,5) 20 (37,7) Não 3 (5,7) 17 (32,1)

0,0728 Distúrbios Cardíacos Sim 3 (5,7) 4 (7,5) Não 13 (24,5) 33 (62,3)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 27. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região cervical e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 2 de quimioterapia (BEACOOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Radiodermatite Sim 0 (0) 24 (45,3) Não 2 (3,8) 27 (50,9)

0,4949 Mucosite Sim 0 (0) 15 (28,3) Não 2 (3,8) 36 (67,9)

0,9999 Xerostomia

Sim 0 (0) 4 (7,5) Não 2 (3,8) 47 (88,7)

0,9999 Náusea Sim 1 (1,9) 16 (30,2) Não 1 (1,9) 35 (66)

0,5428 Esofagite Sim 0 (0) 8 (15,1) Não 2 (3,8) 43 (81,1)

0,9999 Odinofagia Sim 0 (0) 23 (43,4) Não 2 (3,8) 28 (52,8)

0,4992 Tosse Sim 0 (0) 12 (22,6) Não 2 (3,8) 39 (73,6)

0,9999 Vômito Sim 0 (0) 17 (32,1) Não 2 (3,8) 34 (64,1)

0,9999 Inapetência Sim 0 (0) 13 (24,5) Não 2 (3,8) 38 (71,7)

0,9999 Herpes Zoster Sim 0 (0) 6 (11,3) Não 2 (3,8) 45 (84,9)

0,9999 Pneumonite Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 2 (3,8) 44 (83)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Dentre os pacientes que foram submetidos ao Esquema 2 de quimioterapia

(BEACOOP), nenhum deles recebeu dose de radioterapia de até 3000cGy em

região suprafragmática.

Tabela 28. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região cervical e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao Esquema 2 de quimioterapia (BEACOOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 0 (0) 9 (17) Não 2 (3,8) 42 (79,2)

0,9999 Distúrbios da Tireóide Sim 0 (0) 33 (62,3) Não 2 (3,8) 18 (33,9)

0,1378 Distúrbios Cardíacos Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 2 (3,8) 44 (83)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 29. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região supradiafragmática e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 2 de quimioterapia (BEACOOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Radiodermatite Sim 0 (0) 24 (45,3) Não 1 (1,9) 28 (52,8)

1,0000 Mucosite Sim 0 (0) 15 (28,3) Não 1 (1,9) 37 (69,8)

0,9999 Xerostomia Sim 0 (0) 4 (7,5) Não 1 (1,9) 48 (90,6)

1,0000 Náusea Sim 0 (0) 17 (32,1) Não 1 (1,9) 35 (66)

0,9999 Esofagite Sim 1 (1,9) 7 (13,2) Não 0 (0) 45 (84,9)

0,1509 Odinofagia Sim 1 (1,9) 22 (41,5) Não 0 (0) 30 (56,6)

0,4339 Tosse Sim 0 (0) 12 (22,6) Não 1 (1,9) 40 (75,5)

0,9999 Vômito Sim 0 (0) 17 (32,1) Não 1 (1,9) 35 (66)

0,9999 Inapetência Sim 1 (1,9) 12 (22,6) Não 0 (0) 40 (75,4)

0,2452 Herpes Zoster Sim 1 (1,9) 5 (9,4) Não 0 (0) 47 (88,7)

0,1132 Pneumonite Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 1 (1,9) 45 (82,9)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Dentre os pacientes que foram submetidos ao Esquema 2 de quimioterapia

(BEACOOP), nenhum deles recebeu dose de radioterapia de até 3000cGy em

região infradiafragmática.

Tabela 30. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região supradiafragmática e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao esquema 2 de quimioterapia (BEACOOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 1 (1,9) 8(15,1) Não 0 (0) 44 (83)

0,1698 Distúrbios da Tireóide Sim 0 (0) 33 (62,3) Não 1 (1,9) 19 (35,8)

0,3773 Distúrbios Cardíacos Sim 1 (1,9) 6 (11,3) Não 0 (0) 46 (86,8)

0,1320 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 31. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região infradiafragmática e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 2 de quimioterapia (BEACOOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Radiodermatite Sim 0(0) 24 (45,3) Não 2 (3,8) 27 (50,9)

0,4949 Mucosite Sim 0 (0) 15 (28,3) Não 2 (3,8) 36 (67,9)

0,9999 Xerostomia Sim 0 (0) 4 (7,5) Não 2 (3,8) 47 (88,7)

0,9999 Náusea Sim 1 (1,9) 16 (30,2) Não 1 (1,9) 35 (66)

0,5428 Esofagite Sim 0 (0) 8 (15,1) Não 2 (3,8) 43 (81,1)

0,9999 Odinofagia Sim 0 (0) 23 (43,4) Não 2 (3,8) 28 (52,8)

0,4992 Tosse Sim 0 (0) 12 (22,6) Não 2 (3,8) 39 (73,6)

0,9999 Vômito Sim 0 (0) 17 (32,1) Não 2 (3,8) 34 (64,1)

0,9999 Inapetência Sim 0 (0) 13 (24,5) Não 2 (3,8) 38 (71,7)

0,9999 Herpes Zoster Sim 0 (0) 6 (11,3) Não 2 (3,8) 45 (84,9)

0,9999 Pneumonite Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 2 (3,8) 44 (83)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Dentre os pacientes que foram submetidos ao Esquema 2 de quimioterapia

(BEACOOP), nenhum deles recebeu dose de radioterapia de até 3000cGy em boost

Tabela 32. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região infradiafragmática e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao esquema 2 de quimioterapia (BEACOOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 0 (0) 9 (17) Não 2 (3,8) 42 (79,2)

0,9999 Distúrbios da Tireóide Sim 0 (0) 33 (62,3) Não 2 (3,8) 18 (33,9)

0,1378 Distúrbios Cardíacos Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 2 (3,8) 44 (83)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 33. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em boost e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 2 de quimioterapia (BEACOOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Radiodermatite Sim 0 (0) 24 (45,3) Não 1 (1,9) 28 (52,8)

1,0000 Mucosite Sim 0 (0) 15 (28,3) Não 1 (1,9) 37 (69,8)

0,9999 Xerostomia Sim 0 (0) 4 (7,5) Não 1 (1,9) 48 (90,6)

1,0000 Náusea

Sim 0 (0) 17 (32,1) Não 1 (1,9) 35 (66)

0,9999 Esofagite Sim 0 (0) 8 (15,1) Não 1 (1,9) 44 (83)

0,9999 Odinofagia Sim 0 (0) 23 (43,4) Não 1 (1,9) 29 (54,7)

1,0000 Tosse Sim 0 (0) 12 (22,6) Não 1 (1,9) 40 (75,5)

0,9999 Vômito Sim 0 (0) 17 (32,1) Não 1 (1,9) 35 (66)

0,9999 Inapetência Sim 0 (0) 13 (24,5) Não 1 (1,9) 39 (73,6)

0,9999 Herpes Zoster Sim 0 (0) 6 (11,3) Não

1 (1,9) 46 (86,8) 1,0000

Pneumonite Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 1 (1,9) 45 (84,9)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Dentre os pacientes que foram submetidos ao Esquema 3 de quimioterapia

(BEACOOP/ABVD), nenhum deles recebeu radioterapia em região cervical.

Nenhum paciente submetido ao Esquema 3 de quimioterapia

(BEACOOP/ABVD) recebeu dose de radioterapia de até 3000cGy em região

supradiafragmática.

Tabela 34. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em boost e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao esquema 2 de quimioterapia (BEACOOP)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 0 (0) 9 (17) Não 1 (1,9) 43 (81,1)

0,9999 Distúrbios da Tireóide Sim 0 (0) 33 (62,3) Não 1 (1,9) 19 (35,8)

0,3773 Distúrbios Cardíacos Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 1 (1,9) 45 (84,9)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 35. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região supradiafragmática e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 3 de quimioterapia (BEACOOP/ABVD)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Radiodermatite Sim 0 (0) 24 (45,3) Não 1 (1,9) 28 (52,8)

1,0000 Mucosite Sim 1 (1,9) 14 (26,4) Não 0 (0) 38 (71,7)

0,2830 Xerostomia Sim 0 (0) 4 (7,5) Não 1 (1,9) 48 (90,6)

1,000 Náusea Sim 1 (1,9) 16 (30,2) Não 0 (0) 36 (97,9)

0,3207 Esofagite Sim 1 (1,9) 7 (13,2) Não 0 (0) 45 (84,9)

0,1509 Odinofagia Sim 0 (0) 23 (43,4) Não 1 (1,9) 29 (54,7)

1,0000 Tosse Sim 1 (1,9) 11 (20,7) Não 0 (0) 41 (77,4)

0,2264 Vômito Sim 1 (1,9) 16 (30,2) Não 0 (0) 36 (67,9)

0,3207 Inapetência Sim 1 (1,9) 12 (22,6) Não 0 (0) 40 (75,5)

0,2452 Herpes Zoster Sim 0 (0) 6 (11,3) Não 1 (1,9) 46 (86,8)

1,0000 Pneumonite Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 1 (1,9) 45 (88,9)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Dentre os pacientes que foram submetidos ao Esquema 3 de quimioterapia

(BEACOOP/ABVD), nenhum deles recebeu dose de radioterapia de até 3000cGy em

região infradiafragmática.

Tabela 36. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região supradiafragmática e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao esquema 3 de quimioterapia (BEACOOP/ABVD)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não

N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 1 (1,9) 8 (15,1) Não 0 (0) 44 (83)

0,1698 Distúrbios da Tireóide Sim 0 (0) 33 (62,3) Não 1 (1,9) 19 (35,8)

0,3773 Distúrbios Cardíacos Sim 1 (1,9) 6 (11,3) Não 0 (0) 46 (86,8)

0,1320 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 37. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região infrafragmática e os efeitos agudos, em pacientes submetidos ao esquema 3 de quimioterapia (BEACOOP/ABVD)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Radiodermatite Sim 0 (0) 24 (45,3) Não 1 (1,9) 28 (52,8)

1,0000 Mucosite Sim 1 (1,9) 14 (26,4) Não 0 (0) 38 (71,7)

0,2830 Xerostomia Sim 0 (0) 4 (7,5) Não 1 (1,9) 48 (90,6)

1,0000 Náusea Sim 1 (1,9) 16 (30,2) Não 0 (0) 36 ((67,9)

0,3207 Esofagite

Sim 1 (1,9) 7 (13,2) Não 0 (0) 45 (84,9)

0,1509 Odinofagia Sim 0 (0) 23 (43,4) Não 1 (1,9) 29 (54,7)

1,0000 Tosse Sim 1 (1,9) 11 (20,7) Não 0 (0) 41 (77,4)

0,2264 Vômito Sim 1 (1,9) 16 (30,2) Não 0 (0) 36 (97,9)

0,3207 Inapetência Sim 1 (1,9) 12 (22,6) Não 0 (0) 40 (75,5)

0,2452 Herpes Zoster Sim 0 (0) 6 (11,3) Não 1 (1,9) 46 (86,8)

1,0000 Pneumonite Sim 0 (0) 7 (13,2) Não 1 (1,9) 45 (84,9)

0,9999 * Teste Exato de Fisher

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Tabela 38. Análise da associação entre a dose de radioterapia acima de 3000cGy em região infrafragmática e os efeitos tardios, em pacientes submetidos ao esquema 3 de quimioterapia (BEACOOP/ABVD)

Efeito Dose acima de 3000cGy

Valor p* Sim

N ( %) Não N ( %)

Distúrbios pulmonares Sim 1 (1,9) 8 (15,1) Não 0 (0) 44 (83)

0,1698 Distúrbios da Tireóide Sim 0 (0) 33 (62,3) Não 1 (1,9) 19 (35,8)

0,3773 Distúrbios Cardíacos Sim 1 (1,9) 6 (11,3) Não 0 (0) 46 (86,8)

0,1320 * Teste Exato de Fisher

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8.2 Parecer consubstanciado CEP

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