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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE BIOLOGIA MICHELI SEVERO SIELSKI “EFEITO DOS GLICOSAMINOGLICANOS: HEPARINA, HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR E DERMATAN SULFATO NA TROMBOSE ARTERIAL E NA FORMAÇÃO DA CAMADA NEOINTIMA EM CAMUNGONGOSCAMPINAS 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE BIOLOGIA

MICHELI SEVERO SIELSKI

“EFEITO DOS GLICOSAMINOGLICANOS: HEPARINA, HEPARINA DE

BAIXO PESO MOLECULAR E DERMATAN SULFATO NA TROMBOSE

ARTERIAL E NA FORMAÇÃO DA CAMADA NEOINTIMA EM

CAMUNGONGOS”

CAMPINAS

2019

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MICHELI SEVERO SIELSKI

EFEITO DOS GLICOSAMINOGLICANOS: HEPARINA, HEPARINA DE BAIXO

PESO MOLECULAR E DERMATAN SULFATO NA TROMBOSE ARTERIAL E NA

FORMAÇÃO DA CAMADA NEOINTIMA EM CAMUNGONGOS

ORIENTADORA: PROF(A). DR(A). CRISTINA PONTES VICENTE

CAMPINAS

2019

Tese de doutorado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Biologia Celular e Estrutural do

Instituto de Biologia da Universidade

Estadual de Campinas como parte dos

requisitos exigidos para a obtenção do

título de Doutora em Biologia Celular

e Estrutural, na Área de BIOLOGIA

CELULAR

Este arquivo digital corresponde à

versão final da Tese defendida pela

candidata Micheli Severo Sielski e

orientada pela profa. Dra. Cristina

Pontes Vicente

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Campinas, 12 de dezembro de 2019

COMISSÃO EXAMINADORA

Dra. Cristina Pontes Vicente (Orientadora)

Dr. Mauro Sérgio Gonçalves Pavão

Dra. Silvia Borges Pimentel de Oliveira

Dra. Juliana Aparecida Preto de Godoy

Dra. Maria Andréia Delbin

Os membros da Comissão Examinadora acima assinaram a Ata de Defesa, que se

encontra no processo de vida acadêmica do aluno.

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no

SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa de Biologia

Celular e Estrutural do Instituto de Biologia.

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AGRADECIMENTOS

Ao Pai eterno, criador, gratidão pela vida, pela família, pelos amigos, por pessoas

maravilhosas que tem colocado em meu caminho. Pelas dificuldades que nos tornam

mais fortes, pelos momentos bons que trazem leveza.

A minha família amada ...Ao meu pai, que ensinou tudo o que pode, sempre fez o

melhor por nós. Pai os ensinamentos foram muitos, e irei levá-los comigo, falhas

tivemos, mas ficaram para trás, e apenas os momentos bons ficaram guardados. A

minha mãe, meu alicerce, meu exemplo de ser humano, paciência e amor. Sem você eu

não conseguiria. Ao meu irmão, amigo e conselheiro, meu presente. Tenho muito

orgulho de ti e da bondade que leva em teu coração. Amo muito vocês.

Á minha orientadora, Cristina, por ter aberto as portas de seu laboratório, pela

confiança depositada, mas principalmente pela paciência, carinho e dedicação que

ensinou e me orientou. Cris minha eterna e sincera gratidão.

Aos meus colegas e amigos de laboratório Luiz e Andressa. Pela ajuda nos

experimentos, troca de ideias, discussões, mas principalmente pelas risadas, palavras

de conforto, por serem um ombro amigo, companhia nos almoços, cafés e conversas.

Vocês fizeram e fazem meus dias melhores.

Aos amigos que de alguma forma estiveram presentes nos últimos 4 anos, e fizeram

parte dessa caminhada: Carol, Andres, Leonardo, Kaleb. Michel.

Ao Toni, pela amizade, ajuda no laboratório, preparo de soluções, conversas e pelas

comidinhas que trouxe, deixando nossos intervalos mais doce (rsrsr).

A amiga Karin, seu incentivo, palavras de conforto foram fundamentais. Pode contar

comigo sempre.

Camila e Eric, pela amizade, ajuda, por todas as comidinhas maravilhosas que fizeram

e me convidaram, por sempre me receberem tão carinhosamente em sua casa, podem

continuar me convidando (rsrsrs).

Giane, minha querida amiga, pela companhia nos cafés da tarde, pelas ideias trocadas,

paciência, ensinamentos, sempre disposta a ajudar.

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Juliana, toda sua ajuda foi fundamental na minha caminhada, seu incentivo,

conhecimento compartilhado, contribuiu muito para minha aprendizagem e

crescimento. Sou muito grata a você por toda ajuda e carinho.

A minha família de coração, a qual me adotou e me recebeu tão carinhosamente... Vó

Lurdinha obrigado pela preocupação, pelos cafezinhos quentinhos cheios de carinho.

Japa pela sua amizade tão sincera e verdadeira. Layza e Emily pela companhia e

carinho. Amo vocês.

Aos amigos Cris e Rick, por me acolherem e me ajudarem. Me fortalecer em momentos

difíceis, pelas conversar, viagens. Rick por todas as comidinhas gostosas que fez e

lembrava de mim, pelos cheesecakes, deixando minha estadia aí mais doce. Cris por me

oferecer sua amizade, por toda ajuda, no laboratório e dia-a-dia, pelas experiências

trocadas, conselhos e até pelos puxões de orelha. Vizinho (rsrsr), eu nunca mais vou

esquecer de anotar TUDO no caderno de protocolo.

A Maria B Grant, por abrir as portas de seu laboratório, confiança depositada, sempre

disponível para conversar e ajudar.

Ao time da Drª Grant: Mariana, Sérgio, Cris, Jason, Yvonne, Bright, Rum, Chao,

Dibyendu pelos ensinamentos, ajuda no laboratório, conselhos. Mari, Jason, Cris e

Yvonne pela companhia nas “lectures” e “lunch provided”. Meus 6 meses não teria o

mesmo sentido e alegria sem vocês.

A amiga Ana, pelo carinho e por toda a palavra de conforto nos momentos difíceis.

Dani, obrigada por guardar minha bagunça.

Ao Professor Dr. Claudio, pelas contribuições nos trabalhos, pelo uso de

equipamentos, pelos cafés.

Neto pela ajuda no laboratório, preparo de soluções, conversas trocadas.

Ao Laboratório Multiusuário de Biologia Celular e Molecular (OCRC), pelo

empréstimo do microscópio de fluorescência BX51, Olympus.

Ao Laboratório do Professor Dr. Alexandre Leite Rodrigues de Oliveira, pelo

empréstimo do Criostato.

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Aos Laboratórios dos professores Dr. Hernandes Carvalho, Dr. Edson Rosa Pimentel,

Dr. Murilo Geraldo, pelo empréstimo de equipamentos e reagente.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 (bolsa

PDSE número do processo 88881.190062/2018-01).

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (processo

número 168696/2017-7) pela concessão de parte da bolsa de estudo.

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RESUMO

A trombose arterial é caracterizada pela formação de um coágulo no lúmen do vaso em

decorrência a uma ativação ou ruptura endotelial. Após a formação do trombo ocorre o

remodelamento do vaso podendo resultar na proliferação exacerbada das células

musculares lisas (CML) com consequente formação da camada neointima e reestenose

do vaso. Os principais tratamentos para a trombose envolvem a ação de anticoagulantes

como a heparina não fracionada (HNF) e a heparina de baixo peso molecular (HBPM),

estes são glicosaminoglicanos (GAGs) que inibem a cascata de coagulação, mas

apresentam algumas limitações em sua utilização. Desta forma é necessário o estudo de

tratamentos alternativos, como o uso do Dermatan sulfato (DS) que atua como

anticoagulante e vem sendo estudado como tratamento alternativo. Nosso objetivo é

comparar o efeito da HNF, HBPM e do DS, na proliferação e migração das CML

isoladas de aorta de camundongos, e o efeito dos mesmos na trombose arterial e

formação da camada neointima em camundongos. Para tal, isolou-se as CML e testou-

se in vitro sua proliferação e capacidade de migração. Foram feitas também análises in

vivo, onde induziu-se a trombose na carótida com uma sonda metálica e os animais

foram tratados com HNF, HBPM ou DS. Os animais foram sacrificados 3 e 21 dias após

a cirurgia para análise do trombo e da camada neointima. Como resultados, observamos

que todos os GAGs promoveram uma diminuição na proliferação das CML, quando

tratadas por 24 horas, mas não alteram a migração das mesmas. Nas análises in vivo,

houve uma diminuição na área do trombo em todos os grupos tratados em relação ao

grupo controle, sendo que a HBPM e o DS apresentaram valores similares. Na resposta

inflamatória dos vasos 3 dias após a lesão nos diferentes tratamentos, verificou-se uma

diminuição das células marcadas com Ly6G e CD11b, nos grupos tratados com HNF e

DS. Para a molécula de adesão ICAM-1, o grupo tratado com DS, apresentou

diminuição na expressão desta proteína. Sobre o remodelamento da matriz extracelular,

o DS diminuiu a expressão de da MMP-2 latente e ativa e a HNF diminuiu a MMP-2

ativa. Na formação da camada neointima, 21 após a lesão, ocorreu uma diminuição

significativa nos grupos tratados com HNF e DS em relação aos grupos controle e com

HBPM. Nós concluímos que todos os GAGs reduzem a proliferação de CML in vitro e

diminuem a área de trombo após 3 dias. HNF e DS, atuaram no processo inflamatório

diminuindo a presença de células inflamatórias e no remodelamento da matriz

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extracelular diminuindo a expressão da MMP-2 ativa, reduzindo deste modo a formação

da camada neointima. Embora o DS apresente uma menor atividade anticoagulante em

relação a HNF e HBPM, ele demonstrou similar resposta anti-inflamatória e de

diminuição da camada neointima com a HNF podendo se sugerir sua utilização como

uma droga coadjuvante no tratamento da trombose arterial e recuperação do vaso após

lesão arterial.

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ABSTRACT

Arterial thrombosis is characterized by the obstruction of the artery lumen by the

formation of a clot, which occurs in response to an endothelial injury or activation.

After the formation of the thrombus, remodeling of the vessel occurs, which may result

in the exacerbated proliferation of smooth muscle cells (SMC) with consequent

formation of the neointimal layer and restenosis of the vessel. The main treatments for

thrombosis involve the action of anticoagulants such as unfractionated heparin (UFH)

and low molecular weight heparin (LMWH), these are glycosaminoglycans (GAGs) that

inhibit the coagulation cascade but have some limitations in their use. Thus, it is

necessary to study alternative treatments, such as the use of Dermatan sulfate (DS),

which acts as an anticoagulant and has been studied as an alternative anticoagulant

treatment. The objective of our study is to evaluate and compare the effect of UFH,

LMWH and DS on smooth muscle cell (SMC) proliferation and migration in vitro, and

in arterial thrombosis and neointimal layer in mice. For this purpose, SMC were isolated

and their proliferation and migration capacity were tested in vitro. In the in vivo

analyzes, carotid thrombosis was induced with a metal probe and the animals were

treated with UFH, LMWH or DS. The animals were sacrificed 3 and 21 days after

surgery for analysis of the thrombus and neointimal layer. As results, we observed that

all GAGs decreased SMC proliferation in vitro and there was no difference in cell

migration after 24 hours of treatments. In animals submitted to arterial injury, we

observed a decrease in thrombus area in all treated groups when compared to controls,

with LMWH and DS with similar values. We observed a decrease in the presence of

Ly6G e CD11b positive cells, which are the main markers of inflammatory cells in the

UFH and DS. For the adhesion molecule ICAM-1, the group treated with DS showed a

decrease in the expression of this protein. DS also decreased the expression of latent and

active MMP-2 and UFH decreased active MMP-2. In the formation of the neointimal

layer, 21 after the injury, there was a significant decrease in the groups treated with

UFH and DS compared to the control and LMWH groups.

We conclude that all GAGs can act in SMC cell proliferation in vitro and have reduced

the thrombus area. UFH and DS after 3 days. HNF e DS, decrease the presence of

inflammatory cells ancd acted in matrix remodeling decreasing the expression of active

MMP-2 reducing the formation of the neointimal layer. Although DS has a lower

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anticoagulant activity in relation to UFH and LMWH, it demonstrated similar anti-

inflammatory response and capacity to decreased neointimal layer to UFH

demonstrating that it can be used as an adjunct treatment in the treatment of arterial

thrombosis and vessel recovery after injury.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Artéria carótida ........................................................................................................ 21

Figura 2: Esquema do rompimento da placa de ateroma e formação do trombo arterial . 24

Figura 3: Visão geral da cascata de coagulação sanguínea ................................................... 26

Figura 4: Novo modelo da cascata de coagulação .................................................................. 28

Figura 5: Esquema dos principais eventos envolvidos na formação da camada neointima.

..................................................................................................................................................... 31

Figura 6: Unidade dissacarídica da heparina. ........................................................................ 35

Figura 7: Imagem ilustrativa dos locais de atuação da antitrobina na cascata de

coagulação .................................................................................................................................. 36

Figura 8: Fórmula química dos fragmentos da HBPM ......................................................... 39

Figura 9: Imagem ilustrativa do local de atuação da HBPM na cascata de coagulação, ... 40

Figura 10: Molécula de dissacarídeo que compõe o Dermatan sulfato. ............................... 41

Figura 11: Modelo da ativação do HCII, ................................................................................ 42

Figura 13: Desenho experimental do estudo. .......................................................................... 52

Figura 14: Imagem das células de músculo liso isoladas da artéria aorta de camundongos.

..................................................................................................................................................... 56

Figura 15: Imunofluorescência das células de músculo liso.. ................................................ 57

Figura 18: Proliferação celular por MTT ............................................................................... 60

Figura 19 : Cicatrização das células de músculo liso in vitro ................................................ 61

Figura 20: Zimografia in vitro para atividade das gelatinases nas células de músculo liso

extraídas da aorta de camundongo .......................................................................................... 62

Figura 21: Tempo de TTPa ...................................................................................................... 64

Figura 22: Tempo de trombina (TP) do plasma dos camundongos, ..................................... 65

Figura 23: Cortes transversais das artérias carótidas de camundongos C57Bl6 ................ 66

Figura 24: Porcentagem da área de trombo das artérias carótidas 3 dias após a lesão

arterial ........................................................................................................................................ 67

Figura 25: Número de células marcada para ICAM-1. ......................................................... 68

Figura 26: Imunofluorescência para ICAM-1 ........................................................................ 69

Figura 27: Número de células marcadas para Ly6G no lúmen das artérias carótidas. ...... 70

Figura 28: Imunofluorescência para LY6g ............................................................................. 71

Figura 29: Número de células marcadas para CD11b nas artérias carótidas ..................... 72

Figura 30:Imunofluorescência para CD11b de artérias carótidas lesionadas de

camundongos C57Bl06 .............................................................................................................. 73

Figura 31: Número de células marcadas para CD34 nas artérias carótidas, 3 dias após a

lesão ............................................................................................................................................ 74

Figura 32:Imunofluorescência para CD34 de artérias carótidas lesionadas de

camundongos C57Bl06. ............................................................................................................. 75

Figura 33: Zimografia para MMP-2 e MMP-9 na artéria carótida de camundongo

C57BL06 3 dias após lesão........................................................................................................ 76

Figura 34: Zimografia para MMP-9 ativa. ............................................................................. 77

Figura 35: Zimografia para MMP-2 latente. ......................................................................... 78

Figura 36: Zimografia para MMP-2 ativa. ............................................................................. 79

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Figura 37: Cortes transversais das artérias carótidas de camundongos .............................. 80

Figura 38: Porcentagem da área de neointima das artérias carótidas 21 dias após a lesão

arterial ........................................................................................................................................ 81

Figura 39:Imunofluorescêsncia para CD31 ............................................................................ 82

Figura 40: Número de células CD31 positivas nas artérias carótidas de camundongos ..... 83

Figura 41: Zimografia in situ da artéria carótida de camundongo C57Bl6, 21 dias após a

lesão ............................................................................................................................................ 85

Figura 42: Atividade in situ das gelatinases nas artéria carótida de camundongos, 21 dias

após a lesão. ................................................................................................................................ 85

Figura 43: Formação do trompo após lesão arterial. ............................................................. 96

Figura 45: Formação do trombo e a atuação da HBPM ........................................................ 97

Figura 46: Formação do trombo e a atuação do DS .............................................................. 97

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LISTA DE ABREVIATURAS

ApoB- Apolipoproteína B

AT- Antitrombina

AVC- Acidente vascular cerebral

BSA- Albumina de soro bovino

CD34- Cluster of Differentiation 34

CD11b- Cluster of Differentiation 11b

CD31- Cluster of Differentiation 31

C57bl/6- Camundongo da linhagem black 6

DAPI- 4`6 diamino -2 fenilindole

DMEM- meio de cultura Eagle modificado por Dulbecco

DS- Dermatan sulfato

FITC- Isotiocianato de Fluoresceína (Fluorescein isothiocyanate)

FT- Fator tecidual

GAG- Glicosaminoglicano

HBPM- Heparina de baixo peso molecular

HCII- Cofator II da heparina

HIT- Trombocitopenia induzida por heparina

HNF- heparina não fracionada

ICAM-1 – Molécula de adesão intercelular (CD54)

LDL- Lipoproteína de baixa densidade

Ly6g- Antígeno linfocitário do complexo 6, locus G

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MEC- Matriz extra-celular

MMP- Metaloproteinases

OMS- Organização mundial de saúde

PK- Prekallikrein

PAI-1 - Inibidor do ativador de plasminogênio tipo 1

PDGF- Fator de crescimento derivado de plaquetas

PF4- Fator de plaqueta 4

SRB- sulforadamina B

SFB- Soro fetal bovino

TIMPs- Inibidores teciduais de metaloproteinases

tPA- Ativador do plasminogênio tecidual

uPA- Ativador de plasminogênio uroquinase

UFH- Heparina não fracionada

VCAM-1- Proteína de adesão celular 1

vWF- Fator de willebrand

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Sumário

I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 19

1. Doenças cardiovasculares ................................................................................................... 19

2. A estrutura dos vasos sanguíneos ....................................................................................... 20

3. Principais fatores de risco indutores de trombose ............................................................. 21

4. Trombose ............................................................................................................................ 23

5. Cascata de coagulação ........................................................................................................ 25

6. Trombose e inflamação ....................................................................................................... 28

7. Reestenose e neointima ...................................................................................................... 29

8. Ação das metaloproteinases no remodelamento vascular ................................................. 31

9. Efeito dos glicosaminoglicanos na cascata de coagulação.................................................. 33

9.1 Heparina ........................................................................................................................ 34

9.2 Heparina de baixo peso molecular ................................................................................ 38

9.3 Dermatan sulfato........................................................................................................... 40

10. Modelo de lesão arterial ................................................................................................... 42

II. OBJETIVO ............................................................................................................................. 44

III. OBJETIVO ESPECÍFICOS .................................................................................................... 44

IV. MATERAIS E MÉTODOS .......................................................................................................... 45

V. EXPERIMENTOS IN VITRO COM CULTURA CELULAR ............................................................... 45

1. Animais ............................................................................................................................ 45

2. Isolamento e cultivo das células de músculo liso ................................................................ 45

3. Caracterização das células de músculo liso ......................................................................... 46

4. Ensaio de proliferação com sulforodamina B ..................................................................... 47

5. Ensaio de proliferação com MTT ......................................................................................... 47

6. Ensaio de cicatrização ......................................................................................................... 48

7. Zimografia para gelatinases em células de músculo liso .................................................... 48

VI. EXPERIMENTOS COM ANIMAIS .............................................................................................. 49

1. Lesão arterial ................................................................................................................... 49

2. Divisão dos grupos .............................................................................................................. 51

3. Tempo parcial de tromboplastina ativada (TTPa) ............................................................... 52

4. Tempo de Protrombina (TP) ................................................................................................ 53

5. Determinação da presença de células progenitoras e de células inflamatórias por

imunofluorescência ................................................................................................................. 53

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6. Zimografia para gelatinases dos tecidos ............................................................................. 54

7. Zimografia in situ ................................................................................................................. 55

8. Análise estatística ................................................................................................................ 55

VII. RESULTADOS ......................................................................................................................... 56

VIII. RESULTADOS COM CÉLULAS ................................................................................................ 56

1.Caracterização das células de músculo liso por imunohistoquimica ................................... 56

2. Efeito dos glicosaminoglicanos na proliferação celular de células de músculo liso por

sulforodamina B ...................................................................................................................... 57

3. Efeito dos glicosaminoglicanos na proliferação celular de células de músculo liso por MTT

.........................................................................................................................................59

4. Papel dos glicosaminoglicanos na cicatrização celular ....................................................... 60

5. Efeito dos glicosaminoglicanos na atividade das gelatinases in vitro em células de músculo

liso ........................................................................................................................................61

IX. RESULTADOS COM ANIMAIS .................................................................................................. 63

1. O tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) ........................................................ 63

2. O tempo de Protrombina (TP) ........................................................................................ 64

1. Os glicosaminoglicanos diminuíram a área de trombo ................................................... 65

2. Efeito dos glicosaminoglicanos no processo inflamatório .............................................. 67

3. O número de células progenitoras CD34 não é aumentando pelo tratamento com os

diferentes GAGs ...................................................................................................................... 74

4. A HNF e o DS foram capazes de diminuir a atividade da MMP-2 ativa, 3 dias após a

lesão arterial ............................................................................................................................ 76

4.1 A HNF e o DS foram capazes de diminuir a área da camada neointima, 21 dias após a

lesão ........................................................................................................................................ 79

5. Os GAGs não foram capazes de aumentar a reendotelização nas artérias 21 dias após a

lesão ........................................................................................................................................ 81

6. Os GAGs não alteraram a atividade gelatinolítica 21 dias após a lesão ......................... 83

X. DISCUSSÃO .............................................................................................................................. 86

XI. RESUMO DOS RESULTADOS ................................................................................................... 95

XII. ESQUEMA DOS RESULTADOS OBTIDOS IN VIVO ................................................................... 96

XIII. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 98

XIII. BIBLIGRAFIA .......................................................................................................................... 99

XIV. ANEXOS .............................................................................................................................. 114

1. Comitê de ética ............................................................................................................. 114

2. Carta de mudança do projeto ....................................................................................... 115

3. Certificado de mudança de nome de projeto ............................................................... 116

4. Declaração ..................................................................................................................... 117

5. Declaração ..................................................................................................................... 118

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6. Estágio PDSE .................................................................................................................. 119

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19

I. INTRODUÇÃO

1. Doenças cardiovasculares

Segundo a organização mundial da saúde (OMS), em 2016, as doenças

cardiovasculares foram uma das principais causas de mortes prematuras (indivíduos

com menos de 70 anos), representando 31% dos óbitos globais, sendo que destas 85%

ocorreram em decorrência a ataques cardíacos e infarto do miocárdio. A maior parte dos

óbitos ocorreram em países subdesenvolvidos. No Brasil estas doenças foram

responsáveis por 28% das mortes prematuras (OMS, 2016).

Associação Americana do Coração, estima que em 2035, nos EUA 45,1% da

população apresentará alguma forma de doença cardiovascular e os custos diretos com

estas doenças podem chegar a 1,1 trilhão de dólares. Além disso, o acidente vascular

cerebral (AVC), a hipertensão e doenças do coração estão entre as 15 doenças que mais

geram incapacidades em pacientes, sendo essa incapacidade relacionada a dificuldade

em realizar atividades diárias, limitação funcional e limitação na capacidade de realizar

trabalhos domésticos e em empregos, isso tem por consequência a geração de mais

gastos diretos e indiretos com pacientes que apresentam doenças cardiovasculares [1].

Dentre as doenças cardiovasculares, a trombose é a doença subjacente mais

comum, e está relacionada ao tromboembolismo, à trombose venosa profunda, AVC e

ao infarto agudo do miocárdio. Estas duas últimas são as que levam mais pacientes à

óbito e estão associadas a trombose arterial - por essa razão a trombose que acomete as

artérias é a que tem maior impacto [2]. Devido às altas taxas de mortalidade, à

diminuição da expectativa de vida, à perda da produtividade e aos gastos exorbitantes

com a saúde, justifica-se a necessidade de mais pesquisas que visem a profilaxia e o

tratamento das doenças arteriais.

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2. A estrutura dos vasos sanguíneos

O sistema cardiovascular é formado pelo coração e pelos vasos sanguíneos

(artérias e veias), sendo estes os responsáveis por levar oxigênio e nutrientes para todos

os tecidos do corpo [3].

Estruturalmente falando, as artérias e veias são organizadas em três camadas: a

íntima, média e a adventícia (Figura 1).

A camada íntima é a mais interna do vaso e está diretamente em contato com o

sangue [4, 5], sendo formada por uma monocamada de células endoteliais, também

conhecida como camada endotelial. Ela desempenha diversas funções, incluindo tráfego

e fluidez do sangue, angiogênese [6], regulação da hemostasia e a formação de trombos

em caso de dano endotelial. Esta camada medeia também a troca de solutos entre o

sangue e os tecidos, inibe a inflamação, adesão de moléculas, plaquetas e a proliferação

de células de musculo lisa da camada média [7]. A disfunção desta camada, causada por

fatores como a aterosclerose, diabetes e inflamação leva a um aumento da expressão de

moléculas de adesão, síntese de fatores pró inflamatórios e pró trombóticos [8], ativação

plaquetária e produção de citocinas tendo como consequência o desenvolvimento de

doenças como a aterosclerose, trombose, hipertensão e síndromes inflamatórias [9].

A camada média tem como função dar resistência e elasticidade aos vasos

sanguíneos auxilinado na regulação da pressão arterial [10]. Ela é formada pelas

laminas elásticas [11] e por células de músculo liso, circundadas por matriz

extracelular, composta por colágeno dos tipos I e III, fibronectina e proteoglicanos [12-

14]. As células musculares apresentam fenótipo contrátil e quiescente, porém se

receberem algum estímulo, podem adquirir fenótipo proliferativo e migratório, o que

pode causar o estreitamento do vaso sanguíneo. [10, 15]. Este tipo de mudança de

fenótipo pode ocorrer devido a liberação de quimiocinas e fatores de crescimento como

resposta a um dano endotelial causado por cirurgias de angioplastia [16].

A camada mais externa dos vasos é adventícia formada pelos fibroblastos e o

tecido conjuntivo. Nesta camada são encontrados microvasos responsáveis por nutrir a

camada média [17].

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Figura 1: Artéria carótida (A) Fotografia com microscópio contraste de fase, de um

corte transversal de uma artéria carótida de camundongo, corada com hematoxilina

eosina (HE). Camada íntima representada pela letra (a), camada média (b) e camada

adventícia (c). Aumento 20x.

3. Principais fatores de risco indutores de trombose

A trombose é caracterizada pela formação de um coágulo nos vasos sanguíneos,

levando a oclusão destes, parcialmente ou totalmente, impedindo o fluxo sanguíneo e

oxigenação dos tecidos, podendo levar a necrose e a isquemias dos tecidos [18]. A

aterosclerose acomete as artérias e também pode ser um gatilho para trombose arterial,

enquanto a trombose acomete as artérias e as veias, e pode ser causada pela exposição a

vários fatores de risco.

A aterosclerose, um dos principais fatores de risco para a trombose arterial, se

desenvolve pelo acumulo de lipídios nas paredes das artéria de médio e grande calibre

como carótida, aorta, artérias coronárias e cerebrais [19], ocorre predominantemente em

locais de maior fluxo sanguíneo, ramos e bifurcações de artérias e arcos aórticos [20].

Tem como fator de risco o aumento da concentração sanguínea de apoliproteína B (Apo

B), e da lipoproteína de baixa densidade (LDL) [21].

Nesta doença a disfunção endotelial, leva a expressão de moléculas de adesão

pelo endotélio, como P-selectina e a molécula de adesão vascular -1 (VCAM-1) [22],

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promovendo a permeabilidade de lipoproteínas para camada subendotelial e a adesão de

monócitos e linfócitos circulantes à parede do vaso [23, 24]. Na camada íntima, os

monócitos irão amadurecer em macrófagos, que irão internalizar as moléculas de LDL

presentes no espaço subendotelial onde irão se transformar em células espumosas [25].

Em paralelo, os macrófagos se proliferam e aumentam a expressão de fatores e citocinas

inflamatórias, sendo esta caracterizada como a fase inicial da aterosclerose [26].

Na progressão da doença ocorre a infiltração de macrófagos e células T, no local

das placas de ateroma, as células de músculo liso sintetizam matriz extracelular (MEC),

estimuladas pela liberação de fatores de crescimento e ocorre a migração das células de

músculo liso da camada média para a camada íntima do vaso, fazendo com que as

lesões evoluam de uma placa rica em lipídeos para uma lesão fibrótica e posteriormente

para formação de placas calcificadas associadas à parede do vaso sanguíneo. [24].

Locais onde a capa fibrosa é menos espessa e são encontrados uma maior

infiltração de macrófagos espumosos [27] tem uma perda das células de músculo liso

levando a diminuição da produção de colágeno e ao estreitamento da capa fibrosa,.

Estes locais são mais propensos a sofrerem rupturas que desencadeiam processos

trombóticos vasculares [28, 29]. Além disso, os macrófagos liberam metaloproteinases

capazes de degradar todos os componentes da matriz extracelular (MEC) aumentando a

possibilidade de ruptura destas placas[20, 28].

Em resposta a ruptura, que leva a perda da integridade vascular e exposição da

camada subendotelial, ocorre o estímulo para a formação do trombo [26]. Os principais

determinantes para a formação de trombos nestes locais são: a trombogenicidade de

material exposto, alteração no fluxo sanguíneo e a propensão trombótica sistêmica [21].

Outro fator de risco indutor de trombose é o câncer, muito associado a trombose

venosa, pacientes com câncer tem 30% mais chances de desenvolverem trombos e isso

pode estar associado com a agressividade do tumor [30] e ocorre pela liberação de

fatores produzidos pelas células tumorais capazes de ativar o sistema homeostático,

entre eles o fator tecidual (TF), micropartículas oriundas de células tumorais, moléculas

de adesão e citosinas inflamatórias [31].

A gravidez, aumenta o risco em 4 ou 5 vezes das chances de trombose, devido a

hipercoagulabilidade do sangue pelo aumento dos fatores VII, VIII, X, vWF e

fibrinogênio circulantes envolvidos na coagulação no sangue, os riscos de trombose são

maiores nos primeiro trimestre e após o nascimento, sendo esta uma adaptação do corpo

da mulher para evitar hemorragias [32].

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Outros fatores como idade, tratamentos hormonais, imobilidade, diabetes,

obesidade, cirurgias, o uso de bebidas alcoólicas e tabaco estão associados ao risco de

desenvolver trombos [33].

Como consequência, os trombos podem interromper o fluxo sanguíneo, levando

à necrose dos tecido ou se deslocar e chegar ao coração, cérebro, membros inferiores e a

outros órgãos [34, 35], tendo como consequência infarto do miocárdio, acidente

vascular cerebral ou embolia pulmonar [18].

4. Trombose

O médico alemão Rudolf Virchow, cunhou o termo trombose e foi o primeiro

médico a demostrar uma relação entre a trombose venosa e embolia pulmonar, a ele foi

atribuída a chamada tríade de Virchow, que descreve os três grupos de fatores

trombogênicos; hipercoagulabilidade (estimulada pela alteração da produção de fatores

envolvidos na coagulação sanguínea), alteração no fluxo sanguíneo (estase, por

exemplo) e a disfunção ou perda endotelial [36].

A trombose é a formação de um coágulo dentro do lúmen do vaso, que pode

obstruir total ou parcialmente o lúmen do vaso, resultando na diminuição do fluxo

sanguíneo nos órgãos e tecidos distais, restringindo a entrega de nutrientes e oxigênio

podendo levar a necrose dos tecidos. Estes trombos também podem se deslocar e obtruir

vasos de menor calibre , o que pode culminar em distúrbios locais ou crônicos [18].

Esta doença acomete veias e artérias, e estes trombos diferem em sua

composição e causa. Os trombos venosos, possuem uma maior quantidade de células

vermelhas e fibrina, e são também conhecidos como coágulos vermelhos. Entre as

principais causas da trombose venosa estão hipercoagulabilidade, estase do sangue,

imobilidade e cirurgias. Alguns fatores de risco como tabagismo, gravides, câncer,

idade, uso de hormônios aumentam os risco de desenvolvimento de trombos venosos

[37].

Já os trombos arteriais apresentam uma maior quantidade de plaquetas, por isso

podem ser chamados de trombos brancos [37]. Ocorrem principalmente em

consequência a uma lesão endotelial, decorrente de uma ruptura de placa de ateroma ou

cirurgia de revascularização [38].

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O dano endotelial leva a exposição de proteínas da matriz subendotelial como o

fator de von Willebrand (vWF), fibras de colágeno, fibronectina e laminina, levando à

ativação e adesão de plaquetas no local da lesão a fim de evitar a perda sanguínea,

iniciando a formação do trombo (Figura 2) [38]. A adesão de plaquetas dará o suporte

necessário para o complexo de coagulação sanguínea, que levará a ativação de trombina

e da fibrina (Figura 2). Além da formação de fibrina, a ativação da trombina também é

responsável por uma maior ativação plaquetária, sendo assim responsável pelo

crescimento e estabilidade de trombo [39].

Figura 2: Esquema do rompimento da placa de ateroma e formação do trombo arterial.

Imagem adaptada de Koupenova at al. [40]

A fibrina insolúvel, juntamente com as plaquetas, formam o trombo, que é o

resultado de uma série de ativações de proteínas solúveis no sangue, principalmente por

enzimas do tipo serino-proteases. Esta sequência de ativações caracteriza a cascata de

coagulação sanguínea [41].

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5. Cascata de coagulação

A cascata de coagulação é didaticamente dividida em duas vias: a via intrínseca

e a via extrínseca. As duas vias resultam numa via comum, que leva a formação do

coágulo de fibrina (Figura 3) [42, 43].

Na via extrínseca ocorre a exposição do fator tecidual (FT), uma proteína

integral de membrana, que atua como receptor e cofator para o fator VII, que é

encontrado em células que circundam o lúmen do vaso, como células de músculo liso,

fibroblastos, plaquetas, monócitos, neutrófilos e em micropartículas celulares [43, 44].

Alguns estudos mostram, que em pacientes com câncer, este fator está aumentado e por

isso estes pacientes tem mais chance a desenvolverem trombos [45]. Quando o FT é

exposto ele se liga ao fator VIIa formando o complexo (FT:FVIIa) que irá ativar o fator

X (FXa) [42, 46], entrando então na via comum entre a extrínseca a e intrínseca.

A via intrínseca ou via de contato, é iniciada pela exposição de moléculas e

superfícies negativas, mudando a conformação do fator XII, ativando-o (FXIIa), essa

enzima então converte o pré-calicreína plasmática (PK) na sua forma ativa, a calicreína

gerando um feedback positivo. A calicreína é o ativador mais eficiente do fator XII, e

sua atividade é aumentada com a ação de seu cofator, o cinogênio (HK) de alto peso

molecular [47]. Assim, o XIIa, ativa o seu substrato o XIa, e este por sua vez ativa o

fator IX, ativando o fator X (FXa) [41].

Com a ativação do fator X, em FXa as duas vias tornam-se comuns (Figura 3),

levando a ativação da protrombina (II) em trombina (IIa), e o fibrinogênio em fibrina,

resultando na formação do coágulo de fibrina, este ajuda dar estabilidade ao trombo

[48].

Após a formação do coágulo de fibrina ocorre a fibrinólise, onde o trombo é

degradado. A plasmina é a responsável pela quebra da fibrina, ela circula no sangue na

forma inativa de plasminogênio, na presença da fibrina o tPA (ativador de plasmina)

cliva o plasminogênio em plasmina. O tPA é uma serino-protease, sintetizado por

células endoteliais [49]. O plaminogênio também pode ser ativado pelo uPA (ativador

de plaminogênio uroquinase) produzido por monócitos e macrófagos.

Ambos os ativadores tem uma meia vida curta na circulação sanguínea devido à

presença de altas concentrações do seu inibidor, o inibidor de plasminogênio-1 (PAI-1)

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[50]. O PAI-1 é liberado por plaquetas ativadas dentro e no entorno do trombo, para

impedir a fibrinólise prematura [49, 51].

Além de degradar a fibrina, a plasmina também é responsável por degradar o

fibrinogênio e os fatores: VIII, IX, XI e XII, que podem prejudicar o potencial

homeostático. A plasmina é inativada pela alfa2- antiplasmina, este se liga ao seu sítio

ativo inativando-a [51].

Figura 3: Visão geral da cascata de coagulação sanguínea. Via intrínseca, ou via de

contato onde ocorre a ativação do fator XIIa, que resulta na ativação do FXIa, em

seguida do FIXa e do fator Xa. Via extrínseca, onde ocorre a exposição do fator

tecidual, este se liga ao fator VIIa, formando o complexo FT-VIIA, este complexo ativa

o fator Xa. Via comum da cascata de coagulação, onde o fator Xa, ativa a protrombina

em trombina, este ativa o fibrinogênio em fibrina, levando a formação do coágulo de

fibrina. Figura adaptada de Robertson, 2018. [48]

Nos últimos anos, novas descobertas foram feitas relacionadas com a cascata de

coagulação in vivo. Dessa forma foi proposto um novo modelo de cascata de

coagulação, este se baseia na expressão de TF em superfícies celulares [52]. (Figura 4)

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Neste modelo, as células que expressam em sua superfície a glicoproteína TF

são expostas, o TF se liga ao fator FVII do sangue ativando-o e formando o complexo

FVIIa/TF, que irá ativar pequenas quantidades dos fatores FIX e FX. O FXa se associa

ao seu cofator, FVa, formando um complexo na superfície celular chamado de

protrombinase. O FV também pode ser ativado por proteínas não coagulantes resultando

na ativação do FVa e formando o complexo protrombinase [52].

Este complexo ativará pequenas quantidades de protrombina (FII) em trombina,

estas quantidades não são suficientes para ativação do fibrinogênio em fibrina, porém

este processo é importante na fase de amplificação da cascata. Assim a coagulação

sanguínea irá para fase de amplificação apenas quando ocorre a lesão vascular [53, 54].

Com a lesão vascular, ocorre a exposição do vWF e do colágeno, levando a

ativação plaquetária formando o plug primário. Nesta fase, a trombina ativada pelo

complexo FVIIa/TF interage com o vWF e as plaquetas resultando na formação da

fibrina estável. A trombina ativada pelo complexo protrombinase é importante para uma

ativação plaquetária máxima, permitindo a entrada de íons cálcio e a liberação de

quimosinas que atraem mais fatores da coagulação. [55].

Na fase de propagação o FXa se associa ao FVa ligado as plaquetas, resultando

na formação da protrombinase e a uma maior conversão da protrombina em trombina,

fibrinogênio em fibrina [56].

Com a formação do trombo, alguns anticoagulantes naturais são ativados para

evitar a total obstrução do lúmen do vaso, são estes a proteína C, proteína S, a

antitrombina (AT) e o inibidor da via do TF (TFPI) [52]. Estas moléculas regulam a

formação do trombo e quando estimuladas cessão a ativação da cascata de coagulação.

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Figura 4: Novo modelo da cascata de coagulação, fase de iniciação, amplificação e

propagação. Figura adaptada[52].

Esse novo formato de apresentação da cascata de coagulação busca correlacionar

as 2 vias, demonstrando que ao invés de duas vias separadas, elas estão diretamente

correlacionadas e não devem acontecer de forma isolada durante a coagulação

sanguínea.

6. Trombose e inflamação

A inflamação é uma característica central envolvida em praticamente todas as

patologias que atingem o sistema vascular [57], responsável por ativar o endotélio sendo

assim um risco para a trombose [58].

O recrutamento de plaquetas é umas das primeiras respostas do endotélio ativado

ou de uma lesão arterial. [59]. As plaquetas ativadas liberam fatores pró-inflamatórios,

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e se ligam a leucócitos circulantes recrutando-os para o local da lesão [60]. Além disso,

o endotélio ativado, aumenta sua permeabilidade e expressa moléculas de adesão P e E-

selectina, mediando a adesão, rolagem e transmigração dos leucócitos para o endotélio,

aumentando ainda mais a inflamação na parede do vaso e as chance de trombose [61-

63].

A ativação da trombina também gera no local da lesão um ambiente pró-

inflamatório, tendo efeito direto nos monócitos, células de músculo liso, linfócitos e

células endoteliais [64]. A expressão de moléculas importantes na migração e adesão de

leucócitos como ICAM-1, VCAM-1, P- selectina e E-selectina estão aumentadas na

presença da trombina, que afetam a regeneração do vaso e podem em caso de excesso

de ativação podem levar a produção de neoíntima [65, 66]. ICAM-1 é uma proteína

transmembrana que medeia o acoplamento de leucócitos nas células endoteliais na

resposta imune e seus níveis também estão correlacionadas com a síndrome pós

trombótica [67].

Além disso, a integrina CD11b desempenha um papel importante na inflamação

por mediar a adesão e migração de macrófagos durante a inflamação [68], e a proteína

de superfície de membrana Ly6G expresso por neutrófilos, [69] também tem importante

papel na inflamação, assim estas proteínas podem ser utilizadas como marcadores

inflamatórias e ser utilizados como marcadores para quantificar a inflamação no local

das lesões.

7. Reestenose e neointima

A reestenose é o estreitamento do lúmen dos vasos sanguíneos pela formação da

camada neointima, está é formada pela proliferação exacerbada das CML, promovida

pela cicatrização de lesões no tecido vascular [70]. O aparecimento da restenose é uma

das principais limitações de cirurgias de revascularização e atinge cerca de 30% a 40%

dos pacientes submetidos a este tipo de cirurgia [71]. Estas lesões possuem uma

constituição e morfologia diferente das placas de ateromas, sendo constituídas

principalmente de MEC e células de músculo liso [72].

Após uma lesão vascular, em decorrência de uma angioplastia ou colocação de

stent (Figura 5), acontece a fase inicial a formação do trombo pós stent e a inflamação

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vascular, iniciada pela adesão plaquetária e formação de coágulo de fibrina, neste

momento também serão recrutados monócitos para o local [70, 73], ocorrendo a

liberação de fatores de crescimento pelos monócitos e também pelas plaquetas que

liberam por exemplo o fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), envolvido

na proliferação das células de músculo liso [74].

Na segunda fase (Figura 5), ocorre a migração das células endoteliais e de

músculo liso cobrindo a superfície no local lesionado, estas células secretam MEC e

proteoglicanos, caracterizando a fase granular da cicatrização [70]. As principais células

que proliferam nesta fase são as de músculo liso. Elas apresentam dois fenótipos, um

contrátil e quiescente e um migratório e proliferativo. O primeiro está presente na

camada média do tecido vascular normal, contribuindo para vasomotricidade e suporte

dos vasos e não responsivo aos fatores de crescimento [70]. Já o fenótipo migratório e

proliferativo aparece quando ocorre a lesão vascular, em respostas a liberação dos

fatores de crescimento[7]. Nele está aumentada a proliferação e migração destas células

da camada média para o lúmen do vaso, promovendo um crescimento exacerbado e

diminuição do lúmen, levando a estenose vascular, pela formação desta camada interna

que chamamos de neointima. [75, 76].

Em camundongos, observou-se que após 7 dias da colocação de stent, inicia-se a

formação da camada neointima, neste período ela está associada ao trombo e tecido

inflamatório, aumentando de tamanho progressivamente na terceira e quarta semanas

após lesão vascular[77]. Em estudos feitos em humanos, foi observada a formação da

neointima entre 6 meses e 1 ano após cirurgia de revascularização[78].

A terceira fase da cicatrização dos vasos é a de remodelamento e síntese, e se

caracteriza pela secreção e deposição de MEC, formada de proteoglicanos e colágeno,

pelas células de músculo liso [70, 79]. A MEC é responsável pelo aumento desta

camada, sendo que apenas 11% desta camada é formada por células [80].

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Sendo a reestenose do vaso uma complicação comum e perigosa da cirurgias de

revascularização, tratamentos e estudos que visam inibir ou diminuir este processo são

importantes para o sucesso das cirurgias vasculares e no reparo do endotélio

lesionado[81].

Figura 5: Esquema dos principais eventos envolvidos na formação da camada

neointima. (A) Formação da placa de ateroma na parede de uma artéria, com

estreitamento do lúmen do vaso sanguíneo prejudicando a oxigenação dos tecidos, (B)

cirurgia de revascularização como a colocação do stent, para recuperação do lúmen do

vaso, causando uma trombose pós-stent; (C) lesão endotelial causada pelo stent, com

formação do trombo e posteriormente da camada neointima, em resposta a injuria

endotelial, tendo como consequência a restenose do vaso. Imagem adaptada de Finney

2018 [82].

8. Ação das metaloproteinases no remodelamento vascular

Com a colocação do stent, ocorre inicialmente a denudação endotelial e

formação do trombo, pós-stent, o trombo é degradado, e inicia-se a fase de migração e

proliferação, das células de músculo liso, devido a liberação de citocinas e mitógenos

pelas plaquetas, células inflamatórias e células endoteliais, então inicia-se a fase de

remodelamento [83, 84].

No remodelamento vascular estão envolvidos processos como a degradação e

reorganização da MEC, pela atividade enzimáticas das metaloproteinases (MMPs) [85].

As MMPs também conhecidas como matrixinas, são uma família de endoproteases

zinco-dependentes capazes de degradar diferentes componentes da MEC. São secretadas

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por diferentes tipos de células e tecidos, como o tecido conjuntivo, fibroblastos,

osteoblastos, células endoteliais, de músculo liso, macrófagos, neutrófilos e linfócitos

[86].

As atividades destas enzimas estão envolvidas em processos como proliferação,

migração, diferenciação, angiogênese e reparo de tecidos. Alterações nas atividades das

MMPs podem ser observadas em processos fisiológicos e patológicos, tais como;

gravidez, cicatrização de feridas, progressão e invasão tumoral, doenças

cardiovasculares, aterosclerose, aneurismas e infarto do miocárdio [87]. Estas atividades

podem ser reguladas por diferentes vias, como pela ativação pós-transcricional de

zimogênios e pela atividade de inibidores teciduais das metaloproteinasses (TIMPs)

[88].

No tecido vascular, estas enzimas participam do remodelamento vascular,

vascularização, angiogênese, migração e crescimento celular [86]. Neste tecido

alterações nas atividades das MMPs estão relacionadas principalmente a processos

patológicos tais como: aterosclerose, reestenose, dilatação aneurismática e ruptura de

placas ateroscleróticas [89].

A reestenose, após uma intervenção vascular, ocorre em dois processos distintos

como a hiperplasia da íntima e o remodelamento construtivo, sendo que as MMPs

podem estar envolvidas nos dois processos [90]. A hiperplasia da íntima é o

espessamento da camada íntima normal, tendo como consequência o estreitamento do

lúmen do vaso, acompanhada pela a degradação da membrana basal do vaso, permitindo

assim, a migração das células de músculo liso, essencial neste processo. Em um estudo

envolvendo porcos e um modelo de enxerto de ponte de safena foi demonstrado que um

aumento da atividade de MMP-2 e MMP-9 estava relacionado com o aumento da

migração de células de músculo liso e a formação da camada neointima [91]. MMPs do

tipo 2 e 9, são gelatinases muito estudadas no tecido vascular, sendo responsáveis pela

degradação da membrana basal, do colágeno do tipo IV, da laminina e elastina[92].

A atividade de MMP-2, está envolvida com a migração e proliferação de células

de músculo liso, quando colocado estas células em cultura com o PDFG, houve um

aumento na atividade da MMP-2 aumentando a migração e proliferação [93], além

disso em camundongos Knockout para MMP-2 e MMP-9, foi observada uma

diminuição da camada neointima, com 14 dias após lesão por ligamento na artéria

carótida, esta diminuição foi mantida 28 dias após a lesão, dando suporte para a ideia de

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que a MMP-9 e 2, influenciam na reestenose do vaso. [94] Em humanos a atividade de

MMP-2 e MMP-9 está relacionada com a instabilidade da placa de ateroma[95] e

consequente a inicialização da trombose.

O remodelamento construtivo é o resultado de alterações no metabolismo do

colágeno e elastina devido a alterações na atividade das MMPs após uma cirurgia de

angioplastia, os mecanismos deste processo ainda não são bem conhecidos [90, 96].

Estas alterações levam a perda do diâmetro do vaso [89, 97].

9. Efeito dos glicosaminoglicanos na cascata de coagulação

Os glicosaminoglicanos (GAGs) são polímeros de açúcares, em geral não

encontrados livres no organismo, mas estão ligados covalentemente a um core proteico

formando os proteoglicanos, estes são sintetizados pelas células e secretados na MEC

onde desempenham as mais variadas funções, [98].

Os GAGs são polissacarídeos de cadeias longas e lineares presentes na

superfície celular e MEC. Alguns deles como o heparan sulfato (HS), heparina (HNF) e

dermatan sulfato (DS), estão envolvidos no controle da coagulação sanguínea, onde eles

se ligam as serpinas (inibidores de serino-proteases), tais como a antitrombina (AT) e o

cofator II da heparina (HCII) aumentando sua capacidade de inibir diferentes serino-

proteases envolvidas na cascata de coagulação. Sendo que, o HS e a heparina se ligam à

antitrombina (AT) e o DS ao cofator II da heparina (HCII) [99].

A heparina vem sendo utilizada na clínica e prevenção de distúrbios

trombóticos desde 1930, quando foi purificada de fígado e pulmão bovino [99, 100],

porém seu uso apresenta alguns efeitos colaterais, tais como hemorragias,

trombocitopenia, osteoporose, necroses na pele [101, 102], estes efeitos foram

minimizados, quando do surgimento da heparina de baixo peso molecular (HBPM), que

é uma porção da heparina convencional, produzida através da degradação química da

heparina. Comercialmente a HBPM é vendida com diversos nomes comerciais como:

Dalteparina (Fragmin) [103], Enoxaparina (Clexane) [104], Enoxaparina (Lovenox)

[105]. Porém, seu alto custo é um limitante no uso deste medicamento, e por esta razão

a HNF continua sendo a mais utilizada na profilaxia de tromboembolismo [106].

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O Danaparoide, é outro medicamento utilizado como anticoagulante, sendo este

composto de diferentes GAGs, como o HS (84%), o DS (12%) e o condroitin sulfato

(4%). Este medicamento é responsável por inativar o fator Xa, da cascata de

coagulação, consequentemente a formação de trombina e fibrina, também atua na

agregação plaquetária [107]. Este pode ser utilizados em tratamento como da

trombocitopenia induzida por heparina, pois ele interrompe o complexo PF4- heparina

[108]. Seu uso também é indicado em pacientes com retinopatias e nefropatias [107].

9.1 Heparina

A heparina ou heparina não fracionada (HNF) é um glicosaminoglicano (GAG)

sulfatado de cadeia linear, carregado negativamente. A estrutura da heparina consiste

em um polissacarídeo linear, altamente sulfatado de unidades dissacarídicas repetitivas

de ácido α-L-idurônico ou β-D-glucurônico ligados à α-D-glucosamina por ligações do

tipo α-1,4. Apresenta sulfatação no C2 do ácido L-idurônico (70-90%), sendo raramente

sulfatada no ácido D-glucurônico. A glucosamina é usualmente sulfatada nas posições

N- e C6. As ligações intradissacarídicas são do tipo -1,4 para o ácido idurônico e -1,4

para o ácido glucurônico (Figura 6) [109]. O padrão de sulfatação e a quantidade de

sulfatação dos GAGs esta diretamente relacionada com sua atividade biológica,

mediando sua interação com diferentes moléculas.

A heparina é muito utilizada como uma droga anticoagulante, sendo uma das

principais escolhas no tratamento de doenças trombóticas [110], foi descoberta em 1916

por Jay McLean [111].

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Figura 6: Unidade dissacarídica da heparina, figura adaptada [112].

Sua atividade antitrombótica ocorre por sua interação com a antitrombina III

(AT-III). A AT-III é uma glicoproteína presente no plasma em concentrações

aproximadas de 150µg/ml (2,6µM), é a molécula anticoagulante mais importante

encontrada nos mamíferos, sintetizada pelo fígado, possui uma meia vida de 3 dias,

após esse período é degradada [113], pertence à família das serpinas (serino-proteases).

Esta molécula inibe principalmente a atividade da trombina e do fator Xa, e mais

fracamente inibe a ação dos fatores XIIa, XIa e IXa da cascata de coagulação (Figura 7)

[114].

Ela circula no sangue com baixa atividade inibitória, mas seu potencial

anticoagulante é aumentado 1000 vezes na presença da heparina. São encontradas duas

isoformas na circulação, a alpha e a beta, sendo que a β-isoforma apresenta uma maior

afinidade pela heparina [115].

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Figura 7: Imagem ilustrativa dos locais de atuação da antitrobina na cascata de

coagulação. Nela, mostramos onde ocorre a atuação com o complexo AT-heparina,

setas com a letra (a) indicam onde a interação ocorre fracamente e setas indicadas pela

letra (b), onde a interação é mais forte. Figura adaptada [116, 117].

A ativação da AT-III, requer a ligação de uma sequência especifica do domínio

pentassacarídico da heparina ao domínio desta serpina, essa interação provoca uma

mudança na conformação de AT-III resultando numa forte ligação entre essas moléculas

e acelerando a inibição do FXa [115]. Além dessa interação, a trombina requer uma

ligação com a HNF formando um complexo ternário, inibindo e aumentando em 2000

vezes a inibição deste fator [118].

Além do seu papel anticoagulante, a AT-III tem um importante efeito anti-

inflamatório, podendo se ligar ao endotélio promovendo a liberação de prostaciclina,

um vasodilatador, que é inibidor plaquetário, e da adesão de leucócitos [115].

A HNF é amplamente utilizada na prevenção e tratamento de doenças

trombóticas, suas vantagens são baixo custo, reversibilidade, seu efeito é reversível com

protamina, que é uma proteína básica que interage com a heparina e desfaz seu efeito

catalítico com a AT, por isso é utilizado como um neutralizador da heparina [119].

Além disso é de fácil acesso, diminui o tempo de coagulação em pacientes que recebem

diálise. Sua meia-vida é curta e sua atividade de fácil monitoramento, pelo teste de

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tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) [120, 121], também podem ser

utilizados o teste de tempo de protrombina (PT), contagem de plaquetas, atividade anti-

Xa e níveis de fibrinogênio [122].

O TTPa é um teste de coagulação que mede principalmente a via intrínseca da

cascata de coagulação, foi descrito pela primeira vez em 1953, modificado em 1958 e

1961, porém continua sendo muito utilizado, muitas instituições optam pelo uso deste

teste para o monitoramento da atividade da HNF, por ser um teste de baixo custo em

relação a outros e fácil manuseio, o resultado deste ser utilizado para ajustar a dosagem

da heparina[123, 124].

Apesar destas vantagens, o uso continuado da heparina pode causar alguns

efeitos colaterais [101]. Como a trombocitopenia induzida por heparina (HIT), que é

caracterizada pela diminuição na contagem de plaquetas em mais de 50%, em relação a

quantidade de plaquetas no início do tratamento [108]. Nesta patologia ocorre a geração

induzida pela heparina, de anticorpos IgG, que reconhecem o complexo fator 4 de

plaquetas (PF4) e heparina na superfície das plaquetas, resultando numa ativação

plaquetária e formação de micropartículas favorecendo reações de coagulação, as

plaquetas ativadas também irão liberar PF4 levando a um ciclo progressivo na ativação

plaquetária e coagulação [125, 126].

Esta complicação atinge de 8% a 50% dos pacientes tratados com este

anticoagulante, sendo que 50% destes apresentam complicação como trombose nos

membros inferiores, embolia pulmonar, trombose periférica arterial e AVC [108, 127,

128]. De 10 a 20% dos pacientes começam desenvolver a HIT nos primeiros quatro dias

de terapia, porém é mais comum entre os dias 5 a 10 de tratamento [125]. Quando

diagnosticados, devido aos riscos de desenvolver trombose, mesmo após suspender o

uso da heparina é necessário o uso de um anticoagulante alternativo e de ação rápida

[127].

O risco de desenvolver HIT depende do tipo da heparina utilizada, ocorre mais

frequentemente em pacientes que sofreram uma cirurgia de grande porte em relação a

pequenas cirurgias [129]. A incidência desta complicação é 10 vezes maior, em

pacientes que receberam heparina em relação aos tratados com heparina de baixo peso

molecular [130].

Outra complicação do tratamento com heparina, é a hemorragia, menos comum

e independente da HIT [131], no entanto, essa complicação pode ser muito grave e

inclui hemorragias retro-peritoneal, gastrointestinal ou adrenal. Pacientes que se

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submeteram a cirurgias de revascularização são mais propensos a desenvolverem este

tipo de complicação [125]. Minimizar a exposição de pacientes a heparina, utilizando

um anticoagulante alternativo é a melhor forma de prevenir os efeitos colaterais

causados por este tratamento.

Outras funções da heparina também são conhecidas como a capacidade de se

ligar a moléculas de adesão como as selectinas e integrinas, expostas no

desenvolvimento do processo inflamatório. Já foi descrito que ela reduz o recrutamento

de leucócitos no local de lesão, é capaz de inibir a proliferação de células de músculo

liso na lesão vascular, pode inibir a liberação de espécies reativas de oxigênio, e estudos

indicam também a capacidade de inibir a angiogênese e metástases nos tumores [132].

9.2 Heparina de baixo peso molecular

No final da década de 1970 e início de 1980 [133], foi introduzida a heparina de

baixo peso molecular (HBPM), essa vem sendo utilizada como um tratamento

alternativo a HNF, já que seus efeitos colaterais são menores em relação a heparina

convencional. Ela é produzida por uma despolimerização enzimática ou química da

HNF, produzindo fragmentos de cadeias médias (Figura 8). Dessa forma, assim como a

heparina, é um GAG formado por cadeias de um ácido idurônico ou glicurônico e uma

glicosamina [134]. Esta redução química reduz o peso molecular da heparina não

fracionada de aproximadamente 18 000 Dáltons para 4000 Dáltons e introduz um

resíduo de ácido urônico não saturado e resíduos 1,6 anidroaçucares em algumas

cadeias de da HBPM [135]. As HBPM são vendidas comercialmente com diferentes

nomes, em nosso trabalho utilizamos a Enoxaparina (Clexane) produzida pela Sanofis-

Aventis.

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Figura 8: Fórmula química dos fragmentos da HBPM, obtidos por reações de

despolimerização, Enoxaparina e Dalteparina. Imagem adaptada [136].

Entre as vantagens em relação a HNF: sua resposta em relação a dose é mais

previsível e sua meia vida no plasma sanguíneo é maior [137]. Apresenta um menor

risco de desenvolver trombocitopenia, podendo ser utilizadas por pacientes que

precisam fazer tratamento de anticoagulantes em casa, já que não depende de

monitoramento laboratorial [138, 139]. As chances de um quadro hemorrágico são

menores, sendo que quadro hemorrágicos graves atingem de 0- 3%, e hemorragias fatais

de 0- 0,8% dos pacientes [140], sua atuação na inibição plaquetária é menor em relação

a HNF [141] e pode ser administrada via oral [142].

A HBPM é muito utilizada a trombose associada ao câncer [143], pacientes que

precisam fazer tratamento para trombose venosa profunda em casa [144], durante a

gravidez e no tratamento preventivo em arritmias cardíacas[145].

Sua atividade anticoagulante é similar com a heparina, se dá pela interação da

sequência pentassacarídica com a antitrombina, provocando uma mudança

conformacional nesta molécula, acelerando a inibição em 1000 vezes do FXa da cascata

de coagulação. A principal diferença com a heparina, é pelo fato das cadeias de HBPM

não terem tamanho suficiente para interagir com a trombina e formar o complexo

ternário, assim sua principal atividade está em inativar o FXa (Figura 9) [134].

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Figura 9: Imagem ilustrativa do local de atuação da HBPM na cascata de

coagulação, indicando onde ocorre a atuação com o complexo AT-HBPM (seta) Figura

adaptada [117].

Apesar de apresentar algumas vantagens em relação a HNF, a HBPM apresenta

algumas limitações, como seu alto custo [106] não é indicada em pacientes com

doenças renais, por ela ser excretada pelo rim, também pode ser bioacumulada neste

órgão e aumentar o risco de sangramento [146, 147] e não tem agente de reversão [121].

Diferentemente da HNF a HBPM não é neutralizada pela protamina, isso pode estar

relacionado com o tamanho da molécula da HBPM e seu grau de sulfatação, já que um

estudo relacionou o grau de sulfatação com a atividade de neutralização pela protamina

[148]. Além disso os valores de TTPa, podem variar conforme o tipo de HBPM, um

estudo ex vivo mostrou que na concentração de 1U/ml, quando utilizado a Enoxaparina

os valores de TTPa ficaram aproximadamente de 54 e 69 segundos, cerca do dobro do

valor normal e enquanto na mesma concentração a Tinzaparina os valores foram de 101

e 140 s [149].

9.3 Dermatan sulfato

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O dermatan sulfato (DS), inicialmente conhecido como condroitin sulfato B, é

um glicosaminoglicano de cadeia linear, sulfatado, formado por dissacarídeos repetidos

de galactosamina e um ácido glicurônico ou um ácido idurônico (Figura 10), sendo que

o tamanho da cadeia e o grau de sulfatação são variáveis, e o grau de sulfatação

influenciam na sua função anticoagulante [150]. Em nosso estudo o DS (sigma)

utilizado foi extraído de mucosa intestinal de suínos, com sulfatações no carbono 4.

Conforme o organismo em que é extraído, o Dermatan sulfato pode apresentar

diferenças no grau, posição das sulfatações e na sua função anticoalulante. Por exemplo

o DS extraído de Ascídias, como a Ascidia nigra e Styela plicata apresentam diferenças

na sulfatação quando comparados a mamíferos e a elas mesmo. A Ascidia nigra possui

uma sulfatação, [4--L-IdoA(2SO4)-13--D-GalNAc(6SO4)-1], sendo sua atividade baixa

no teste de aPTT e apresenta baixa capacidade de potencializar o HCII, já o DS extraído

de Styela plicata, [4--L-IdoA(2SO4)-13-(-D-GalNAc(4SO4)-1], é um potente ativador

de HCII e pode aumentar o aPTT em 4 vezes [151].

Figura 10: Molécula de dissacarídeo que compõe o Dermatan sulfato. Figura

adaptada[152].

Produzido por vários tipo celulares, estando localizado na superfície celular, é

um dos principais componentes da MEC de tecido conjuntivo [153] de tecidos fibrosos

e conjuntivos; como pele, tendão, músculos, vasos sanguíneos, ossos e cartilagens

[154]. Na MEC, tem função estrutural, já na superfície celular são receptores para

fatores de crescimento e citocinas [150], atuam como reguladores enzimáticos e

moléculas sinalizadoras em resposta a um dano celular, cicatrização de feridas e

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infecções [155]. Uma atividade que vem sendo bastante estudada é sua função

anticoagulante e antitrombótica [156].

O efeito anticoagulante do DS, ocorre pela interação com o cofator II da

heparina (HCII). O HCII é uma serpina (inibidor de serina protease), presente no plasma

em concentrações de 1µmol/l aproximadamente a metade da concentração de AT 2,6

µmol, e tem meia vida de 2 a 3 dias [157, 158] , capaz de interagir e inativar a trombina,

é um homólogo a AT [159], sua ação é muito lenta, mas na presença do DS a taxa de

inibição é aumentada em 1000 vezes [160, 161]. Essa interação ocorre pela sequência

de 6 sacarídeos do DS, que tem alta afinidade com HCII [162] (Figura 11). O DS

também atua aumentando o efeito da proteína C ativada, está inibe alguns dos fatores da

cascata de coagulação [163].

Figura 11: Modelo da ativação do HCII, in vivo com a interação com do DS,

endógeno e exógeno, e sua atuação na cascata de coagulação, onde o complexo HCII e

DS interagem e inibem a trombina. Modelo adaptado de Tollefsen 2010 [157].

10. Modelo de lesão arterial

Estudos com modelos de lesões arteriais in vivo que resultem na formação de

trombos e também da camada neointima são muito utilizados para entender os

mecanismos envolvidos nesta doença e a atuação dos fármacos nestes processos. Uma

das maiores limitações destes modelos, é tentar simular a trombose de forma

relacionada aos processos envolvidos nos seres humanos. Os principais modelos

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utilizados para a indução da trombose, são; lesão mecânica, eletroquímica, fotoquímica

e lesão química [164].

O modelo de lesão mecânica, simula uma cirurgia de angioplastia e resulta em

uma resposta morfológica similar a observada em pacientes submetidos a angioplastia

coronariana [165]. Nesta cirurgia de revascularização (angioplastia), um cateter com um

balão e um stent na ponta é introduzido no paciente, este percorre os vasos sanguíneos

até o local onde a artéria está com o lúmen do vaso prejudicado, neste local, o balão

existente é inflado, de forma que o stent seja expandido e recupere o lúmen do vaso

[166]. O modelo animal utiliza uma sonda metálica de maior calibre que a artéria, a

sonda é inserida no lúmen vaso e passada três vezes pelo mesmo antes de ser removida,

devido a sonda ter maior calibre que o vaso, ela provoca uma lesão na camada íntima

levando a denudação endotelial. Com este modelo também foi observada a migração e

proliferação das células de músculo liso para o lúmen do vaso levando a formação da

camada neointima e o estreitamento do mesmo [167]. Foi observado em camundongos

que 8 dias após a lesão a camada neointima já estava formada, e após a segunda e

terceira semana a mesma aumentou de tamanho podendo alcançar 100% do lúmem do

vaso [165, 167].

A angioplastia pode causar complicações como a trombose (stent trombose), que

pode ocorrer na fase inicial, até 30 dias após a cirurgia, ou em estágio tardio, 30 dias

após o procedimento. Nas primeiras 24 horas, é classificada como trombose aguda e

após as primeiras 24 horas até o dia 30, subaguda. A trombose causada pela colocação

de stens tem uma incidência de morte de 20 a 40% dos pacientes submetidos a cirurgia

de revascularização do miocárdio, este índice aumenta para 50 a 70%, se o paciente

repetir a cirurgia [168]. Sendo assim é importante o uso de um anticoagulante, que pode

ser combinado com tratamentos antiplaquetários neste tipo de procedimento [169].

A reestenose da artéria submetida a angioplastia, é um problema que leva ao

estreitamento do lúmen do vaso e aparece nos pacientes, 6 meses após a cirurgia é

consequência de uma série de alterações causada pela intervenção cirúrgica, como

ruptura da lâmina elástica, desnudação do endotélio e liberação de citocinas por células

inflamatórias [170].

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II. OBJETIVO

Estudar o efeito do DS, HBPM e Heparina na proliferação de células musculares

in vitro e comparar a atividade destes glicosaminoglicanos: na trombose arterial e

verificar a influência dos mesmo na formação da camada neointima em camundongos

C57BL6.

III. OBJETIVO ESPECÍFICOS

Experimentos in vitro:

Isolar e caracterizar células de músculo liso da aorta dos camundongos C57Bl6.

Avaliar in vitro a proliferação e migração nas células de músculo liso após a

exposição aos glicosaminoglicanos.

Avaliar a atividades das MMPs-2 e 9 nas células de músculo liso.

Avaliar o processo de cicatrização in vitro

Análises in vivo:

Comparar o efeito dos diferentes glicosaminoglicanos na trombose arterial por

análise histoquímica, na coagulação pela análise do TTPa e TT, na inflamação

local por inunohistoquímica pela presença de células CD11b e ICAM-1

positivas, e do remodelamento da matriz extracelular pela atividade das MMPs-2

e 9, envolvidas na reestenose dos vasos 3 dias após a lesão arterial.

Analisar e comparar o efeito dos glicosaminoglicanos na formação da camada

neointima por análise histoquímica e na reendotelização por imunohistoquímica

com CD31 (marcador de células endoteliais) do vaso lesionado, 21 dias após a

lesão arterial.

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IV. MATERAIS E MÉTODOS

V. EXPERIMENTOS IN VITRO COM CULTURA CELULAR

1. Animais

Para os experimentos foram utilizados camundongos machos selvagens da

linhagem C57BL/6J com 8 semanas de idade adquiridos do CEMIB/Unicamp, pesando

aproximadamente 25±2 gramas. Os experimentos foram aprovados pelo comitê de ética

em experimentação Animal/Unicamp (CEUA), sob o número de protocolo 4027-1. Os

camundongos foram mantidos no biotério do Departamento de Biologia Celular e

Estrutural, sob responsabilidade da Profª Dra Cristina Pontes Vicente, em gaiolas micro-

isoladoras, receberam água e ração (NUVILAB) ad libitum, e foram colocados em ciclo

claro e escuro de 12 horas. Os animais foram utilizados para isolar as células de

músculo liso e divididos em grupos com lesão arterial.

2. Isolamento e cultivo das células de músculo liso

As células de músculo liso foram isoladas da artéria aorta de camundongos

C57BL/6J, para isto adaptou-se o protocolo de Ray, J. at. al [171]. Resumidamente, os

camundongos foram eutanasiados com aprofundamento de anestesia (quetamina,

500mg/kg). Após fez-se uma incisão na região torácica para dissecar a artéria aorta, em

seguida removeu-se a camada adventícia com o auxílio de pinças, e fez-se um corte

longitudinal e uma raspagem com auxílio de bisturi na região interna da aorta afim de

evitar a contaminação por outros tipos celulares.

Em seguida lavou-se a aorta em PBS acrescido de 1% de penicilina, após o

tecido foi colocada em placas petri contendo colagenase II 1mg/mL (Sigma) e tripsina

(Nutricell) 1:5 em meio DMEM (Nutricell) onde as artérias foram cortadas em pedaços

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de 1- 2mm com bisturi, após este procedimento o material foi passado para tubos falcon

de 15ml, colocados em estufa de CO2 a 37ºC por 50 min para digestão do tecido, os

tubos eram homogeneizados a 10min. Após este período o material foi centrifugado á

1500rpm por 10min, o precipitado foi homogeneizado com DMEM suplementado de

15% de soro fetal bovino (SFB) (Nutricell), 1% de penicilina e plaqueados em placas de

6well, mantidos em estufa úmida de CO2 a 37ºC. Após 72h foi acrescido 500ul de

DMEM 15% SFB. A troca de meio foi feita a cada 48h até as células atingirem a

confluência. Quando confluentes, as culturas foram passadas por tripsinização e

utilizadas para os experimentos entre a 6º e 8º passagem.

3. Caracterização das células de músculo liso

Para a caracterização das células musculares e confirmação do seu fenótipo foi feito

uma imunofluorescência, do modo descrito a seguir. As células foram cultivadas em

placa de 24 poços com lamínulas. Após a confluência, as células foram fixadas, com

paraformaldeído (4%) e Triton X-100 (0,6%) por 20 minutos a 4ºC, em seguida

permeabilizadas com Tween 20 (0,1%) em PBS por 5 min, bloqueou-se com PBS/BSA

(soro albumina bovina) (2%) acrescido de Triton X-100 (0,8%) por 1h. O anticorpo

primário alfa-actina (Invitrogen), para células de músculo liso, foi diluído (1:100) e

incubado overnight a 4ºC. Após a incubação, as células foram lavadas 3x de 5min com

PBS para retirar o excesso de anticorpo primário, incubou-se com o anticorpo

secundário, anti-rabbit Alexa Fluor 594 (Invitrogen), diluído 1:250 por 1h a temperatura

ambiente. Lavou-se 3x com PBS e para a marcação dos núcleos foi utilizado com DAPI

(0,5 μg/mL em metanol), incubados por 10 minutos a 37ºC, lavou-se 3x em PBS. As

lâminas foram montadas, em meio para fluorescência, observadas em Microscópio de

Fluorescência (Olympus BX60, câmera QColor 3) e capturadas pelo programa

QCapture 4.0.

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4.Ensaio de proliferação com sulforodamina B

Para o ensaio de proliferação, 1x103 células de músculo liso/poço, foram

plaqueadas em placas de 96 poços, com 150µL de DMEM suplementado com 15%

SFB, após 24h de cultivo, fez-se a troca do meio e foram adicionados os tratamentos.

No grupo controle as células foram mantidas em DMEM com 15% de SFB, para os

tratamentos adicionou-se; Heparina (50 e 25µg/mL), HBPM (50 e 25 µg/mL) e DS (50

e 25µg/mL), após 24h ou 48h fez-se o ensaio de sulforrodamina B.

Este ensaio mede a densidade celular baseado no teor de proteína celular [172].

O corante sulforodamina B é um corante rosa brilhante com dois grupos sulfônicos que

têm a capacidade de se ligar elestrostaticamente aos resíduos básicos dos aminoácidos,

permitindo então uma dosagem de proteínas totais na cultura celular [173].

Para este ensaio, as células foram fixadas em ácido tricloroacético 50% (TCA),

por 1h à 4ºC, em seguida adicionou-se o corante sulforrodamina B (0,4%), por 30min a

4ºC, lavou-se as células 4x com ácido acético glacial, para remover o excesso do

corante e o mesmo foi solubilizado com 150µl de trizma base 10uM, a leitura

espectrofotométrica da absorbância foi realizada em 940 nm em um leitor de

microplacas (Biotek® - Synergy/USA). A partir deste ensaio escolheu-se o tempo e a

concentração dos tratamentos.

5. Ensaio de proliferação com MTT

Realizamos o ensaio de MTT (brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2yl) -2,5-difenil

tetrazolium), este também é um ensaio muito utilizado para medir a proliferação celular.

Para a realização do MTT as células foram plaqueadas, cultivadas e tratadas da mesma

forma que no ensaio anterior. Porém para este o ensaio foi realizado apenas na

concentração de 25µg/mL durante 24 horas.

No ensaio de MTT o substrato foi acrescido nas células numa concentração de

5mg/mL e incubado no escuro por 3 horas a 37ºC, em seguida removeu-se o meio de

cultura e adicionado 100ul de solvente DMSO, agitou-se por 15min fez-se a leitura da

placa em leitor de ELISA a um comprimento de onda de 595nm.

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6. Ensaio de cicatrização

O ensaio de cicatrização foi realizado da seguinte maneira: as células de

músculo liso foram semeadas em placas de 24 poços, em um n=3/grupo, numa

densidade de 5x104 células/poço, estas cresceram em meio DMEM com 15% de SFB,

até atingirem confluência. Em seguida, simulou-se uma lesão em linha paralela ao longo

do diâmetro da placa, com o auxílio de uma ponteira de 200µl estéril, trocou-se o meio,

adicionando-se os tratamentos com os GAGs, o grupo controle foi adicionado apenas

DMEM suplementado com SFB.

Foram realizados, três tratamentos diferentes, Heparina (25µg/mL), HBPM (25

µg/mL) e DS (25µg/mL), as drogas foram adicionadas ao meio DMEM com 1% de

SFB, para o controle foi adicionado apenas DMEM com 1% de SFB. Após a lesão, as

placas foram fotografadas em microscopia utilizando time lapse (a cada 30 minutos por

24 horas) no microscópio Zeiss Observer Z.1 (Zeiss, Alemanha), através do software

Zeiss Zen, em aumento de 200x. A análise da cicatrização foi feita pelo software Fiji

Image J nos tempos 0, 6, 12, 18 e 24h.

7. Zimografia para gelatinases em células de músculo liso

Para a extração de proteínas das células de músculo liso trabalhamos com placas

de 10cm² confluentes para cada tratamento e o controle. Os tratamentos foram feitos

numa concentração de 25µg/mL durante 24h, após este período, as células foram

tripsinizadas e a extração proteica realizada com tampão de extração (Tris 50nM, NaCl

0,2M, Triton X-100, CaCl2, pH 7,4 com coquetel anti-protease), para cada placa

utilizou-se 100ul. As células foram homogeneizadas com auxílio de sonicador, e as

amostras foram colocadas em gelo por 2h para extração das proteínas. As amostras

foram centrifugadas a 4ºC, numa velocidade de 8000rpm por 20 min, o sobrenadante foi

coletado e quantificado por Bradford. Utilizou-se 20ug de proteína em cada poço para

cada tratamento analisado.

O gel de poliacrilamida de 10% contendo 1% de gelatina foi desenvolvido a 4ºC

após o final da eletroforese foi lavado por 2x de 30min sob agitação, numa solução de

2,5% de Triton X-100 e incubado a 37ºC por 24h sob agitação em uma solução de Tris

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HCL50mM, NaCl 0,1M, CaCl2, ácida sódica 0,02%, pH7,4. O gel foi corado com

Coomassie brilhant blue R-250 (Sigma) por 30min. Depois disso os géis foram lavados

com uma solução contendo etanol 30% e ácido acético 10% para observação das bandas

com atividade das enzimas. As bandas em imagem negativa foram quantificadas usando

o software ImageJ.

VI. EXPERIMENTOS COM ANIMAIS

1. Lesão arterial

Para a lesão arterial, fez-se uma adaptação do protocolo de Leidenfrost et. al

[174], resumidamente, os camundongos machos C57BL6 com 8 semanas de idade,

foram anestesiados com uma injeção intramuscular com 16 mg/kg de xilazina e 100

mg/kg de quetamina, fez-se uma incisão na cervical média para isolar a artéria carótida

comum esquerda (Figura 12, A), interrompeu-se o fluxo sanguíneo da artéria utilizando

um clamp atraumático na região distal da carótida comum e na carótida interna, a

carótida externa foi puncionada com uma agulha 30G e uma sonda metálica de 0,63mm

de diâmetro foi introduzida através dela até a artéria carótida comum. Repetiu-se esse

movimento 3x. Este procedimento provoca uma dilatação do vaso de cerca de 2,5 vezes

do seu tamanho (Figura 12, B e E), o que leva a uma lesão arterial devido a desnudação

do endotélio. Após este procedimento, a sonda foi retirada e a carótida externa foi ligada

nos dois lados da arteriotomia. Em seguida, removeu-se os grampos e o fluxo foi

restaurado (Figura 12, C). Os animais foram suturados (Figura 12, D) com fio de sutura

sintético absorvível 6.0 e mantidos por 3 dias para observação do trombo ou por 21 dias

após a lesão, para observação da camada neointima.

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Figura 12: Modelo de lesão arterial na carótida. (A) isolamento da artéria carótida,

(B) colocação da sonda no vaso, (C) artéria carótida ligada nos dois lados da

arteriotomia, carótida externa (seta menor), carótida comum (seta maior), (D)

camundongo suturado após o procedimento, (E) sonda utilizada na lesão, (F) injeção do

PBS ou dos tratamentos feita pela veia da cauda do camundongo.

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2. Divisão dos grupos

Para os experimentos os animais foram divididos nos seguintes grupos:

1- Grupo lesionado: animais com lesão arterial, injetados com PBS e sacrificados 3

dias após a lesão.

2- Grupo lesionado e tratado com heparina: animais com lesão arterial tratados com

heparina e sacrificados 3 dias após a lesão

3- Grupo lesionado e tratado com HBPM: animais com lesão arterial tratados com

HBPM e sacrificados 3 dias após a lesão.

4- Grupo lesionado e tratado com DS: animais com lesão arterial tratados com DS

e sacrificados 3 dias após a lesão.

5- Grupo lesionado: animais com lesão arterial injetados com PBS e sacrificados

21 dias após a lesão.

6- Grupo lesionado e tratado com heparina: animais com lesão arterial tratados com

heparina e sacrificados 21 dias após a lesão.

7- Grupo lesionado e tratado com HBPM: animais com lesão arterial tratados com

HBPM e sacrificados 21 dias após a lesão.

8- Grupo lesionado e tratado com DS: animais com lesão arterial tratados com DS

e sacrificados 21 dias após a lesão.

Após a lesão arterial os animais receberam injeções com PBS nos grupos

controle ou com os GAGs nos grupos tratados. As injeções foram ministradas

15min, 12h, 24h e 48h após a indução do trombo, nas seguintes concentrações: DS

de mucosa intestinal de porco (Sigma catálogo n: 3788) 10mg/kg, HBPM 1mg/kg

(Clexane, Sanofi-Aventis, Brasil) e heparina (Cristália, SP) 1mg/kg. Estas doses

foram escolhidas baseadas em trabalhos anteriores do laboratório[175].

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Figura 13: Desenho experimental do estudo. Divisão dos grupos, tratamentos e doses

utilizados, período após lesão arterial.

3. Tempo parcial de tromboplastina ativada (TTPa)

O TTPa determina o tempo de coagulação do plasma citratado (3,8% citrato de

sódio). Para isso é adicionado um ativador plasmático e fosfolipídios no plasma este é

incubado, após a incubação ocorre a ativação com cloreto de cálcio. É medido o tempo

de formação do coágulo após adição do cálcio. Este teste avalia os fatores da via

intrínseca da cascata de coagulação.

Para este teste, 3 dias após a lesão arterial os animais dos diferentes grupos: CT,

HNF, HBPM e DS, foram anestesiados e o sangue coletado, pela veia cava dos animais,

com seringas de 1ml e agulhas de 26g com 10% de citrato (3,8%), após o sangue foi

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centrifugado a 3000rpm por 10 min para separação do plasma, o TTPa foi medido com

a utilização de Kit.

O Kit utilizado foi TTPa Clot (BIOS Diagnósica), o teste foi realizado da

seguinte maneira: incubou-se 50 µl de amostra à 37ºC em bloco térmico, foi adicionado

50µl do reagente TTPa clot (e incubou-se por 2min a 37ºC, em seguida adicionou-se

50µl de cloreto de cálcio (pré-aquecido a 37ºC) e iniciou-se a medição do tempo no

coagulômetro CLOTimer (Clot S.P, Brasil). O teste foi realizado em duplicada (n=3),

nos grupos controle ou tratados sacrificados 72horas após lesão.

4. Tempo de Protrombina (TP)

O TP avalia os fatores da via extrínseca da cascada de coagulação. O teste

consiste em avaliar o tempo de formação do coágulo de fibrina após a adição do fator

tissular e cálcio. O fator tissular ou fator III é responsável por ativar o fator X da cascata

de coagulação resultando na formação do coágulo de fibrina. Foi coletado o sangue

venoso dos camundongos, como descrito acima, com 3,8% de citrato de sódio

(proporção de 1:9), o sangue foi centrifugado à 3000rpm por 10min e coletou-se o

plasma. Para o teste utilizou-se o kit TP CLOT (BIOS Diagnósica), o ensaio foi

realizado da seguinte maneira: pipetou-se em uma cubeta pré-aquecida 50ul do plasma e

incubou-se por 1min, adicionou-se 100ul do reagente para o teste protrombina

previamente aquecido à 37ºC. A medição do tempo formação do coágulo foi realizada

no coagulômetro CLOTimer (Clot S.P, Brasil). Realizou-se os testes em duplicada

(n=3), nos grupos controle ou tratados sacrificados 72 horas após lesão.

5. Determinação da presença de células progenitoras e de células

inflamatórias por imunofluorescência

Para a análise imunofluorescência, as lâminas contendo os cortes histológicos

da artéria carótida, de todos os grupos foram descongeladas por 20 minutos em

temperatura ambiente e fixadas em metanol, durante 20 minutos a 4ºC. Em seguida

lavou-se as lâminas 2 vezes com PBS por 5 minutos cada, e incubou-se com PBS/ BSA

1% durante 1 hora para o bloqueio de antígenos inespecíficos, as lâminas foram lavadas

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novamente com PBS (2 vezes de 5 minutos) e incubou-se com o anticorpo primário

overnight, a 4ºC.

Na marcação de células inflamatórias foi utilizado o anticorpo Ly6G anti-mouse

(Sigma) na concentração 1:80, este marcador é expresso principalmente por neutrófilos,

mas também por eosinófilos e monócitos. Também foi utilizado o CD11b anti-mouse

(invitrogen) na concentração 1:80, este marcador é expresso por células inflamatórias

como granulócitos, monócitos/macrófagos. Para a análise da expressão de ICAM-1,

uma molécula de adesão expressa por células endoteliais ativadas, utilizou-se o

anticorpo ICAM-1 anti-mouse, (R&D system) na diluição de 1:100.

O anticorpo CD 34 (ebioscience) na diluição de 1:100 foi utilizado para a

marcação de células tronco hematopoiéticas, o anticorpo CD31, (invitrogen), na

diluição de 1:100, foi utilizado para avaliar a presença de células endoteliais no vaso,

estudando o processo de reendotelização da artéria.

Após a incubação com o anticorpo primário as lâminas foram lavadas 3 vezes

em PBS, durante 5 minutos cada, e incubadas com o anticorpo secundário anti-Rat

AlexaFluor 488, (1:250) durante 1 hora, e lavados por 3 vezes por 5 minutos com PBS.

A marcação dos núcleos foi feita com DAPI (0,5µg/ml) durante 10 minutos à 37ºC. As

lâminas foram montadas com meio de montagem para fluorescência Vectashield e

fotografados em microscópio de fluorescência BX51, Olympus e analisados pelo

software CellSens. Para contagem utilizou-se o programa ImageJ®.

6. Zimografia para gelatinases dos tecidos

As artérias carótidas lesionadas e tratada com os diferentes glicosaminoglicanos,

3 dias após a lesão foram coletadas e fez-se a extração de proteínas, com tampão de

extração (Tris 50nM, NaCl 0,2M, Triton X-100, CaCl2, pH 7,4 com coquetel anti-

protease), foi utilizado 100µl para um pool de 3 carótidas por grupo. Os tecidos foram

homogeneizados com auxílio de sonicador, e as amostras foram colocadas em gelo por

2h sob agitação. O material centrifugou-se o material a 4ºC, numa velocidade de

8000rpm por 20 min, o sobrenadante foi coletado e quantificado por Bradford. Utilizou-

se 20ug de proteína em cada poço para cada tratamento analisado.

Este protocolo de zimografia de gelatinases dos tecidos foi o mesmo utilizado

para a zimografia em células de músculo liso.

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7. Zimografia in situ

As artérias carótidas, dos animais lesionados, com e sem tratamento, 21 dias

após a lesão, foram coletadas e embebidas em OCT (Tissue-Tek Optimal Cutting

temperature Compound, Torrance-USA), armazenadas em biofreezer -80 e processadas

em criostato, para obtenção dos cortes histológicos na espessura de 8µm de espessura. A

atividade gelatinolítica foi medida in situ, nos cortes das artérias carótidas utilizando a

DQ Gelatin (Invitrogen, Carlsbad-USA), este reagente é um substrato de gelatinases

conjugado com fluorescência que é liberada nos locais onde ocorre clivagem enzimática

deste. Para a zimografia as lâminas foram descongeladas, por 20min em temperatura

ambiente, lavadas por 10min em PBS para remoção do OCT e incubadas com o

reagente DQ Gelatin (12,5-100 µg/ml) preparado no tampão de reação (10mM CaCl2, 1

mM ZnCl2, 50 mM Tris, pH 7.6) no escuro por 2 horas, a 37ºC. Depois, as lâminas

foram lavadas por 2x de 5min em PBS, e os núcleos corados com DAPI por 15min. As

lâminas foram analisadas em microscópio de fluorescência (Observer Z.1, Zeiss,

Oberkochen, Germany) em aumento de 20x utilizando o software AxioZision 4.8. A

atividade proteolítica foi detectada pelo aumento da intensidade de fluorescência devido

a atividade enzimática, pela degradação do substrato e liberação da fluorescência, as

análises foram feitas com o programa Image J (densidade integrada), subtraindo-se a

autofluorescência da lâmina elástica, lâmina branco incubada apenas com o tampão de

incubação.

8. Análise estatística

Análise estatística foi realizada com One-Way ANOVA, seguido de pós teste

turkey. Valores de p menores ou igual a 0,05 (p≤0,05) foram considerados

significativos.

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VII. RESULTADOS

VIII. RESULTADOS COM CÉLULAS

1- Caracterização das células de músculo liso por imunohistoquimica

As células de músculo liso isoladas das artérias aorta de camundongos, levaram

aproximadamente 15 dias para atingir a confluência em placas de 6 poços, sendo que

eram observadas a adesão das primeiras células com 5 dias de cultura e com 7 dias a

formação de pequenas colônias (Figura 14). Após atingirem confluência as células eram

tripsinizadas e os experimentos foram feitos entre a 3ª e 8ª passagem.

Figura 14: Imagem das células de músculo liso isoladas da artéria aorta de

camundongos. 7 dias de cultivo. Fotografia obtida em microscópio contrate de fase,

aumento 20x.

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A confirmação de fenótipo das células foi feita por imunohistoquímica com o

anticorpo alfa-actina para células de músculo liso, como mostrada na figura abaixo

(Figura 15).

Figura 15: Imunofluorescência das células de músculo liso. DAPI (A), anticorpo

alfa-actina conjugado com AlexaFluor 594 (B) e sobreposição das imagens(C).

Aumento 20x.

2. Efeito dos glicosaminoglicanos na proliferação celular de células de

músculo liso por sulforodamina B

Para o ensaio de proliferação celular, as células de músculo liso, isoladas das

artérias aortas dos camundongos foram semeadas em placas de 96 well, e tratadas com:

heparina, heparina de baixo peso molecular ou dermatan sulfato, durante 24h e 48h, em

duas concentrações diferentes destes GAGs 25µg/ml e 50µg/ml.

Após 24 horas de tratamento os grupos tratados com os diferentes GAGs

apresentaram uma diminuição na proliferação celular em relação ao grupo controle (sem

tratamento), nas duas concentrações utilizadas (25µg/ml e 50µg/ml), sendo que não foi

observado diferença entre os diferentes glicosaminoglicanos. (Figura 16). Os valores da

absorbância para o grupo controle foram de 0,918±0,048, o grupo tratado com HNF

apresentou 0,612±0,02 (25µg/ml) e 0,662±0,07 (50µg/ml), para a HBPM os valores

encontrados foram de 0,667±0,03 (25µg/ml) e 0,601±0,02 (50µg/ml) , e para o DS os

valores foram de 0,703±,04 (25µg/ml) e 0,626±0,02 (50µg/ml) (P≤0,0001).

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Ab

so

rb

ân

cia

CT

R

HN

F (

25u

g/m

l)

HN

F (

50u

g/m

l)

HB

PM

(25u

g/m

l)

HB

PM

(50u

g/m

l)

DS

(25u

g/m

l)

DS

(50u

g/m

l)

0 .0

0 .5

1 .0

1 .5

** *

**

*

Figura 16: Proliferação das células de músculo liso, com sulforodamina B. 24 horas

de cultivo células com os tratamentos HNF, HBPM e DS e no grupo controle (CTR),

nas concentrações de 25 e 50ug/ml. Valores estatísticos significativos *, P≤0,05, n=5.

(ANOVA).

Com 48 horas de tratamento não foi observada diferença significativa entre os

grupos tratados em relação ao controle, e aos diferentes tratamentos. As diferentes

concentrações também não demostraram diferença significativa (Figura 17).

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59

Ab

so

rb

ân

cia

CT

R

HN

F (

25u

g/m

l)

HN

F (

50u

g/m

l)

HB

PM

(25u

g/m

l)

HB

PM

(50u

g/m

l)

DS

(25u

g/m

l)

DS

(50u

g/m

l)

0 .0

0 .2

0 .4

0 .6

0 .8

Figura 17: Proliferação das células de músculo liso, com sulforodamina. A

proliferação foi analisada durante 48 horas de tratamento (HNF, HBPM e DS) nos

grupos controle (CTR) e nas concentrações de 25 e 50ug/ml. n=5. (ANOVA).

Estes dados nos indicam que os glicosaminoglicanos, nas concentrações de 25 e

50µg/ml foram capazes de diminuir a proliferação de células de músculo liso durante 24

horas, porém com 48 horas este resultado não foi mantido. A dosagem de HNF e HBPM

usada in vivo corresponde a aproximadamente 25µg/mL plasma e de DS 250 µg/mL

plasma em um animal de 25g.

3. Efeito dos glicosaminoglicanos na proliferação celular de células de

músculo liso por MTT

Para o ensaio de proliferação celular com MTT foi escolhida apenas a

concentração de 25µg/ml, tendo em vista que as diferentes concentrações dos GAGs

não apresentaram diferença significativa no experimento anterior. Este foi realizado no

tempo de 24 horas de tratamento, pois no ensaio anterior não verificamos diferença

significativa com 48 horas de tratamento.

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O teste de proliferação por MTT confirmou que as células de músculo liso

isoladas da artéria aorta dos camundongos, apresentam uma diminuição significativa de

cerca de 36 % na proliferação quanto tratadas com os diferentes GAGs em relação ao

grupo controle, os valores da absorbância para o grupo controle foram de 0,336±0,08, o

grupo tratado com HNF apresentou 0,205±0,005, para o tratamento com HBPM os

valores foram de 0,209±0,01 e com DS os resultados foram de 0,206±0,02, sendo que

não foi observado diferença significativa entre os tratamentos (P≤0,05). (Figura 18).

Figura 18: Proliferação celular por MTT, durante 24 horas, grupo controle (CTR) e

nos grupos tratados com HNF, HBPM e DS, na concentração de 25ug/ml. Diferença

significativa **, P≤0,005 (ANOVA). n=3.

4. Papel dos glicosaminoglicanos na cicatrização celular

Para o ensaio de cicatrização células, as CML foram plaqueadas em placas de 24

well, após confluentes foi feito uma lesão com auxílio de uma ponteira (P200) em

seguida foram adicionados os GAGs na concentração de 25 ug/ml, e a migração das

células foi monitorada durante 24 horas. Não foi observada diferença significativa na

cicatrização destas células entre os tratamentos ou grupo controle (Figura 19).

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M ig r a ç ã o

T e m p o (h o ra s )

Ta

ma

nh

o d

a l

es

ão

(%

)

0h

6h

12h

18h

24h

0

5 0

1 0 0

1 5 0

C TR

H N F

H B P M

D S

Figura 19 : Cicatrização das células de músculo liso in vitro, com os diferentes

GAGs e grupo controle, durante 24 na concentração de 25µg/ml. Não houve diferença

significativa (ANOVA).

5. Efeito dos glicosaminoglicanos na atividade das gelatinases in vitro em

células de músculo liso

Para o ensaio de zimografia para gelatinases, as células de músculo liso, foram

cultivadas com os diferentes glicosaminoglicanos na concentração de 25µg/ml em

DMEM e SFB, durante 24 horas, no grupo controle as células foram cultivadas com o

meio de cultivo. Após o tratamento, fez-se a extração de proteínas com as células

tripsinizadas.

Foi possível observar apenas a atividade da gelatinase MMP-2 nestas células, em

todos os grupos, e não foi observado diferença significativa da atividade gelatinolítica

dos tratamentos em relação ao grupo controle e entre os tratamentos. (Figura 20).

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62

Figura 20: Zimografia in vitro para atividade das gelatinases nas células de

músculo liso extraídas da aorta de camundongo. (A) atividade da banda MMP-2

ativa (62 KDa). (B) Análise da intensidade das bandas com software imageJ, nos grupos

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63

tratados e grupo controle. N=5. Não há diferença significativa entre os grupos.

(ANOVA)

IX. RESULTADOS COM ANIMAIS

1. O tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) já está

normalizado 3 dias após o tratamento com os diferentes GAGs.

O TTPa foi realizado no plasma dos camundongos tratados com 4 doses dos

glicosaminoglinanos sendo elas 15mim, 12, 24 e 48 horas após a indução do trombo e

sacrificados 72 horas após a lesão, ou seja, os animais foram sacrificados e o plasma

coletado, 24 horas após o término dos tratamentos. E neste tempo não foi observada

diferença significativa no TTPa, entre os grupos tratados ou controle. (Figura 21)

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Figura 21: Tempo de TTPa, do plasma dos camundongos tratados com os

glicosaminoglicanos e no grupo controle, 72 horas após a lesão arterial. Grupos não

apresentam diferença significativa. (ANOVA). N=3

2. O tempo de Protrombina (TP) já está normalizado 3 dias após o

tratamento com os diferentes GAGs.

O tempo de TP foi medido no plasma dos camundongos, nos grupos tratados ou

no grupo controle, 72 horas depois da indução do trombo, onde eles receberam 4 doses

dos diferentes tratamentos, sendo elas 15 minutos, 12, 24 e 48 horas após lesão arterial.

Neste tempo de 72 duas após lesão e 24 horas após o término do tratamento, o TP do

plasma não apresentou diferença significativa em comparação com os grupos tratados

ou controle. (Figura 22)

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Figura 22: Tempo de trombina (TP) do plasma dos camundongos, 72 horas após a

lesão, nos grupos tratado com os diferentes GAGs e grupo controle. Não foi observada

diferença significativa entre os grupos. (ANOVA). N=3.

1. Os glicosaminoglicanos diminuíram a área de trombo de forma

similar, 3 dias após a lesão arterial

As artérias lesionadas foram isoladas, cortadas em cortes seriados, e coradas

com hematoxilina eosina em diferentes porções, para área de trombo escolheu-se a

imagens com a maior porção do trombo. (Figura 23 e 24). A área de trombo foi

calculada para os diferentes tratamentos e grupo controle, 3 dias após a lesão arterial.

A figura 24 indica a porcentagem da área de trombo em relação a área total do

vaso, foi verificado que em todos os tratamentos com os GAGs houve uma diminuição

significativa na área de trombo em relação ao grupo controle, sendo que entre os

tratamentos não se observou diferença significativa.

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Para o grupo controle os valores da área de trombo são 81,22 ± 10,9%, para o

grupo tratado com heparina os valores são 27,5 ± 20,0%, no grupo tratado com HBPM

os valores encontrados são 35,61 ± 17,05% e no grupo tratado com DS os valores são

38,84 ± 21,02%. Ocorreu uma redução de 66, 56,2 e 52,18% da área de trombo nos

tratamentos de heparina, HBPM e DS respectivamente em relação a área de trombo do

grupo controle.

Estes resultados nos mostram que os GAGs utilizados diminuem a área de

trombo 3 dias após a lesão arterial, sendo que a heparina foi o anticoagulante que

apresentou o melhor resultado neste aspecto.

Figura 23: Cortes transversais das artérias carótidas de camundongos C57Bl6, 3

dias após a lesão, coradas com hematoxilina e eosina, 3 dias após a lesão arterial. (A)

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Carótida controle, (B) carótida tratada com heparina, (C) carótida tratada com HBPM e

(D) carótida tratada com DS. Barra= 50µm. Aumento 20x.

Figura 24: Porcentagem da área de trombo das artérias carótidas 3 dias após a

lesão arterial, tratadas com Heparina, HBPM, DS e grupo controle. n=5, **p<0,005 e

***p<0,0005 (ANOVA).

2. Efeito dos glicosaminoglicanos no processo inflamatório

2.1 O DS diminui o número de células ICAM-1 positivas na parede do vaso

Para verificar a presença da molécula de adesão intercelular -1 (ICAM-1) foi

realizada uma imunofluorescência, nos grupos tratados e no grupo controle, 3 dias após

a lesão arterial. A ICAM-1, é uma molécula de adesão expressa por células do sistema

imune e células endoteliais ativadas.

Para a molécula de ICAM-1 foi observado uma diminuição significativa no grupo

tratado com DS, em relação ao grupo controle e ao grupo tratado com HBPM (Figuras

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25 e 26), sendo que ocorreu uma diminuição de 44,5% em relação ao grupo controle e

40,2% em relação ao grupo tratado com HBPM.

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Figura 25: Número de células marcada para ICAM-1, na parede das artérias

carótidas, 3 dias após a lesão arterial, nos grupos controle e nos grupos tratados. n=3.

Diferença significativa no grupo tratado com DS em relação ao grupo controle

*p<0,05(ANOVA).

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Figura 26: Imunofluorescência para ICAM-1, de artéria carótidas lesionadas de

camundongos C57Bl06, 3 dias após a lesão, Os cortes foram analizados utilizando-se o

anticorpo anti-ICAM- 1 e o anticorpo secundário marcado com fluoresceína (FITC)

verde. (A) CTR grupo controle, (B) grupo tratado com heparina, (C) grupo tratado com

HBPM e (C) grupo tratado com DS. Núcleos corado com DAPI. Setas indicam LY6g

positivas. Aumento de 20x. Barra 100 µm.

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2.2 O número de células inflamatórias no lúmen do vaso (LY6G) é diminuído

pelo tratamento com todos os 3 GAGs

Para verificar o efeito dos glicosaminoglicanos na inflamação, foi medido por

imunofluorescência a presença de LY6g, um antígeno presente em monócitos,

granulócitos e macrófagos.

Foi observado uma diminuição significativa do número de células marcados com

LY6g no lúmen do vasos, 3 dias após lesão arterial, nos grupos tratados com o GAGs.

No grupo tratado com HNF essa diminuição foi de 45%, com HBPM 55%, e no com

DS 63%. Sendo que não houve diferença significativa entre os diferentes tratamentos

(Figuras 27 e 28).

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Figura 27: Número de células marcadas para Ly6G no lúmen das artérias

carótidas, 3 dias após a lesão, no grupo controle e nos grupos tratados. n=3, **p<0,005

e *p<0,05 (ANOVA). Diferença significativa entre os tratamentos em relação ao grupo

tratado.

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Figura 28: Imunofluorescência para LY6g, de artérias carótidas lesionadas de

camundongos C57Bl06. Artérias carótidas 3 dias após a lesão. (A) CTR grupo controle,

(B) grupo tratado com heparina, (C) grupo tratado com HBPM e (C) grupo tratado com

DS. Núcleos corado com DAPI. Setas indicam LY6g positivas. Aumento de 20x. Barra

100 µm.

2.3 O número de células inflamatórias CD11b no lúmen do vaso é diminuído

pelo tratamento com HNF e DS

As células inflamatórias do lúmen do vaso também foram quantificadas com o

marcador CD11b, este é expresso na superfície das membranas de células como os

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monócitos, neutrófilos, macrófagos e granulócitos. Esta proteína tem por função regular

a adesão e migração das células mediante a um processo inflamatório.

Utilizando este marcador nas carótidas 3 dias após lesão arterial, nós observamos

uma diminuição significativa no grupo que foram tratados com HNF e DS em relação

ao grupo controle e ao grupo tratado com HBPM.

Em relação ao grupo controle nós obtivemos uma diminuição de células marcadas

para CD11b, de 56% para o grupo tratado com HNF e de 55% para o grupo tratado com

DS. Já em relação ao grupo que foi tratado com HBPM nós pudemos observar uma

diminuição de 51% nos animais tratados com HNF e de 48% no grupo que recebeu o

tratamento de DS (Figura 29e 30).

Com esses resultados foi verificado que os tratamentos com HNF e DS, são capazes

de diminuir a quantidade de células inflamatórias CD11b no local da lesão. Sendo que o

grupo que recebeu o tratamento com HBPM demostrou o mesmo perfil para estas

células que o grupo controle.

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Figura 29: Número de células marcadas para CD11b nas artérias carótidas, 3 dias

após a lesão, grupo controle (CTR) e nos grupos tratados com HNF, HBPM e DS. n=3,

(ANOVA). Diferença significativa p≤0,05.

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Figura 30:Imunofluorescência para CD11b de artérias carótidas lesionadas de

camundongos C57Bl06. Artérias carótidas 3 dias após a lesão. (A) CTR grupo

controle, (B) grupo tratado com heparina, (C) grupo tratado com HBPM e (C) grupo

tratado com DS. Núcleos corado com DAPI, setas indicam células cd11b positivas.

Aumento de 20x, barra 100 µm.

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3. O número de células progenitoras CD34 não é aumentando pelo

tratamento com os diferentes GAGs

A fim de verificar a presença de células tronco de origem hematopoiética no lúmen

e parede do vaso, foi realizado uma imunofluorescência utilizando-se o anticorpo CD34,

no grupo controle e nos grupos tratados com HNF, HBPM e DS, 3 dias após a lesão

arterial.

Neste período, de 72 horas após a lesão, não foi encontrada diferença significativa

no número de células CD34 positivas entre os grupos (Figuras 31 e 32). Sendo assim os

tratamentos não influenciam na migração de células tronco hematopoiéticas da medula

óssea para o local da lesão.

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Figura 31: Número de células marcadas para CD34 nas artérias carótidas, 3 dias

após a lesão. No grupo controle e nos grupos tratados. n=3, (ANOVA). Sem diferença

significativa entre os grupos.

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Figura 32:Imunofluorescência para CD34 de artérias carótidas lesionadas de

camundongos C57Bl06. Artérias carótidas 3 dias após a lesão.(A) CTR grupo controle,

(B) grupo tratado com heparina, (C) grupo tratado com HBPM e (C) grupo tratado com

DS. Núcleos corado com DAPI, setas indicam células CD34 positivas. Aumento de 20x,

barra 100 µm.

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4. A HNF e o DS foram capazes de diminuir a atividade da MMP-2 ativa, 3

dias após a lesão arterial

A análise da atividade das gelatinases MMP-2 e MMP-9, nas artérias carótidas dos

camundongos 3 dias após a lesão arterial. Foi realizado com gel de acrilamida com um

pool de carótidas (n=3), para cada um dos grupos (CTR, HNF, HBPM e DS).

Foi possível identificar as seguintes MMPs por meio da zimografia (Figura 33),

MMP-2 ativa (62 kDa), MMP-9 latente (92 kDa) e MMP-9 ativa (83kDa).

Figura 33: Zimografia para MMP-2 e MMP-9 na artéria carótida de camundongo

C57BL06 3 dias após lesão. A banda de 83kDa correspondente a MMP-9 ativa. Na

sequência observamos a presença da banda de 72KDa, correspondente a MMP-2 latente

e a banda de 62 kDa, correspondente a MMP-2 ativa.

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A atividade da MMP-9 ativa, apresentou o mesmo perfil para os diferentes

grupos (Figura 34). No grupo controle a intensidade das bandas foi de 38175,5 ± 7401

(pixels), para o grupo tratado com HNF a intensidade foi de 31759,91 ± 7476 (pixels), o

grupo tratado com HBPM os valores foram de 41732,88 ± 7400 (pixels) e para o grupo

tratado com DS os valores foram de 30755,94 ± 2737 (pixels) (Figura 34).

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Figura 34: Zimografia para MMP-9 ativa. Análise da intensidade das bandas,

analisadas pelo software ImageJ. Não há diferença significativa entre os grupos.

(ANOVA). N=3.

Para a atividade da MMP-2 latente o grupo tratado com DS, apresentou uma

diminuição significativa em relação ao grupo CTR, e aos tratamentos com HNF e

HBPM (Figura 35). Entre os outros grupos, CTR, HNF e HBPM não foram observadas

diferenças na atividade da MMP-2 latente. Sendo os valores encontrados para o grupo

controle de 530045,83 ± 4382, o grupo tratado com HNF com 49923,24 ± 1060, o

grupo tratado com HBPM 50929,91 ± 5911, e o grupo que recebeu tratamento com DS

37181,82 ± 3356.

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***

Figura 35: Zimografia para MMP-2 latente. Análise da intensidade das bandas, pelo

software ImageJ. N=3. Diferença significativa **p<0,005 e *p<0,05 (ANOVA).

Na análise da MMP-2 ativa, observamos uma diminuição significativa da

atividade desta gelatinase nos grupos tratados com HNF e DS em relação ao grupo

tratado com HBPM (Figura 36), não se observou diferença estatística dos grupos

tratados em relação o grupo controle. Os valores do grupo controle foram de 33229,95 ±

5548, para o grupo tratado com HNF 25169,07 ± 3322, no grupo que recebeu a HBPM

45723,15 ± 9251, e o grupo tratado com DS 24012,76 ± 4217.

Com estes dados nos observamos que não houve diferença na atividade da

MMP-9 ativa nos grupos estudados, a MMP-2 latente apresentou uma diminuição

apenas no grupo tratado com DS, e foi encontrada uma diminuição da atividade da

MMP-2 ativa nos grupos tratado com HNF e DS.

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Figura 36: Zimografia para MMP-2 ativa. Análise da intensidade das bandas, pelo

software ImageJ. N=3. Diferença significativa**p<0,005 (ANOVA).

4.1 A HNF e o DS foram capazes de diminuir a área da camada

neointima, 21 dias após a lesão

As artérias foram isoladas 21d após as lesões, cortadas e coradas com

hematoxilina eosina (Figura 37). A área de neointima foi calculada nos diferentes

tratamentos e no grupo controle.

A porcentagem da área de neointima em relação a área total do vaso, foi

calculada para os diferentes glicosaminoglicanos, foi observada uma diminuição

significativa desta nos animais tratados com heparina e DS em relação ao grupo

controle, o grupo tratado com HBPM não mostrou diferença estatística comparado com

o controle. Em comparação com os tratamentos, os grupos tratados com heparina e DS

apresentaram uma diminuição significativa em relação ao grupo tratado com HBPM.

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Para o grupo controle os valores da área de neointima são 93,5 ± 6,2%, para o

grupo tratado com heparina os valores são 34 ± 23,0%, no grupo tratado com HBPM os

81,06 ± 21% e no grupo tratado com DS 45,7 ± 24,02% (Figura 38).

Os grupos tratados com heparina e DS apresentaram uma porcentagem de área

de neointima de 63,45 e 50,8% menor em relação ao grupo controle, respectivamente.

Em relação ao grupo tratado com HBPM essa porcentagem foi de 58% para os animais

tratados com heparina e 43% para os animais tratados com DS.

Estes resultados indicam que a heparina e o DS foram capazes de diminuir a

formação da camada neointima 21dias após a lesão arterial, e a HBPM não teve

influência sobre está camada.

Figura 37: Cortes transversais das artérias carótidas de camundongos: 21 dias após

a lesão arterial, coradas com hematoxilina e eosina. (A) Carótida controle, (B) carótida

tratada com heparina, (C) carótida tratada com HBPM e (D) carótida tratada com DS.

Barra= 50µm. Aumento de 20x

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*** **

Figura 38: Porcentagem da área de neointima das artérias carótidas 21 dias após a

lesão arterial, tratadas com os glicosaminoglicanos Heparina, HBPM, DS e grupo

controle. n=5, **p<0,005 e ***p<0,0005 (ANOVA).

5. Os GAGs não foram capazes de aumentar a reendotelização nas artérias 21

dias após a lesão

Para verificar se os GAGs utilizados aumentam a migração das células

endoteliais e a reendotelização do tecido, foram realizados nos cortes histológicos

das artérias 21 dias após a lesão arterial. Foram realizadas análises de

imunofluorescência com o anticorpo CD31, que é expresso por células endoteliais e

por essa razão é utilizado como um marcador de endotélio.

Em nossos resultados, os GAGs utilizados nos tratamentos não aumentaram a

presença das células endoteliais (Figuras 39 e 40).

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Figura 39:Imunofluorescêsncia para CD31, 21 dias após lesão arterial, grupo

controle (CTR), grupo tratado com HNF, HBPM e DS.

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Figura 40: Número de células CD31 positivas nas artérias carótidas de

camundongos, 21 dias após a lesão arterial. Sem diferença significativa. (ANOVA).

6. Os GAGs não alteraram a atividade gelatinolítica 21 dias após a lesão

A atividade das gelatinases foi medida através do ensaio de zimografia in situ,

nos cortes histológicos das artéria carótidas, nos diferentes grupos tratados e no controle

21 dias após a lesão arterial.

Os valores encontrados foram de 30,31 ± 5,38 para o grupo controle, 60,93 ±

17,67 para o grupo tratado com HNF, 69,83 ± 39,18 nos animais tratados com HBPM e

59,76 ± 24, 07 no grupo tratado com DS (Figura 41 e 42). Neste período os grupos não

apresentaram diferença significativa entre eles.

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Figura 41: Zimografia in situ da artéria carótida de camundongo C57Bl6, 21 dias

após a lesão: (A) branco sem adição de DQ gelatin, (B) artéria carótida não lesionada,

(C) lesionado 21 dias sem tratamento, (D) lesionado 21 dias tratado com heparina, (E)

lesionado 21 dias tratado com HBPM e (F) lesionado 21 dias tratados com DS.

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Figura 42: Atividade in situ das gelatinases nas artéria carótida de camundongos,

21 dias após a lesão. Sem lesão, grupo controle, lesionado e não tratado e grupos

tratados com heparina, HBPM e DS respectivamente. N=3. Os grupos não apresentaram

diferença significativa entre eles.

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X. DISCUSSÃO

A proliferação e migração de células de músculo liso da camada média para o

lúmen do vaso causando a reestenose do vaso é um problema que atinge cerca de 20-

30% dos pacientes submetidos a colocação de stents metálicos e 10% pacientes que

receberam stents farmacológicos, e apesar da incidência desta patologia ter diminuído

com o uso de stents farmacológicos, ele ainda atinge muitos pacientes submetidos à

cirurgia de revascularização [7], gerando consequências, como maior gasto com a saúde

e a perda de produtividade e qualidade de vida destes estes indivíduos.

Deste modo, neste trabalho buscamos estudar o efeito dos glicosamminoglicanos

na proliferação das células musculares lisas de artérias in vivo e in vitro, buscando

entender seu papel na restenose após lesão arterial. Para tal, isolamos células de

músculo liso da aorta de camundongos C57Bl6, e analisamos, se os

glicosamnoglicanos: HNF, HBPM e DS, seriam capazes de diminuir a migração e

proliferação destas células in vitro. Foram utilizadas as concentração de 25 e 50µg/ml

dos GAGs em cultura celular, estas concentrações foram baseadas em estudos anteriores

do laboratório [176], onde foram testados diferentes doses de HNF e DS na proliferação

e migração de células progenitoras endoteliais (CPE) e HUVEC, e as concentrações de

25 e 50µg/ml foram capazes de aumentar a proliferação das CPE e HUVECs, nos tempo

de 48 horas, e com 72 horas, a concentração de 50µg/ml inibiu a proliferação destas

linhagens [176]. Estas doses estão também relacionadas as doses in vivo que são de

cerca de 25µg/mL plasma para a HNF e para a HBPM e de 250µg/mL para o DS.

Nossos resultados in vitro, mostraram uma redução na proliferação das células

de músculo liso isoladas da artéria aorta de camundongo, quando tratadas por 24 horas,

nas concentrações de 25 e 50 µg/ml com os GAGs (HNF, HBPM e DS).

Yang et al. (2012), demostrou que células de músculo liso isoladas de cordão

umbilical humano (HUASMC), quando colocadas em uma superfície revestida com

HNF, apresentaram inibição na adesão e proliferação. Neste mesmo trabalho, foi

verificado que a linhagem HUVECs (células endoteliais de cordão umbilical)

apresentou um aumento da proliferação, adesão e migração quando cultivada em

superfície coberta com heparina. Sugerindo, que a HNF, pode estar atuando na inibição

das CML e ao mesmo tempo na reendotelização do tecido lesionado, e desta forma

contribuindo in vivo para a diminuição da camada neointima [177].

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Beamish et al. [178], em um experimento onde cultivou células de músculo liso

de artéria coronária humana, sobre um hidro gel contendo heparina, observou a inibição

da proliferação das mesmas, e quando cultivadas com a HNF as células expressavam

um maior número de marcador para o fenótipo contrátil. Ao expressarem mais

marcadores para o fenótipo contrátil, estas células seriam menos propensas a

desenvolver o fenótipo proliferativo e migratório, o que seria positivo para diminuição

da camada neointima.

Gu at al (2010) [179], demonstrou que a HBPM também foi capaz de inibir a

proliferação de CML isoladas de aorta de ratos, e esta inibição era maior e mais

prolongada quando este anticoagulante estava associado a um sistema de entrega de

drogas. Quando a HBPM estava associada a este sistema, também era possível observar

uma diminuição da migração destas células com 1 e 3 dias de tratamento. Estes dados

corroboram com os resultados obtidos neste trabalho.

Com estes dados, o objetivo foi verificar, se in vivo, os diferentes GAGs eram

capazes de inibir a proliferação das CML, inibindo a formação da camada neointima.

Também verificamos e comparamos o efeito dos anticoagulantes na trombose arterial in

vivo. Para isto foi utilizado um modelo de lesão mecânica para a indução da trombose e

reestenose.

Os modelos animais, são importantes para entender e avaliar os mecanismos das

doenças, e o efeito das drogas sobre elas. Sendo assim para avaliar o efeito dos GAGs in

vivo, nós escolhemos um modelo de trombose arterial mecânico, que simula uma

cirurgia de angioplastia, além da formação do trombo neste modelo ocorre o

crescimento das células de músculo liso da camada média para o lúmen do vaso,

caracterizando a reestenose do vaso pela formação da camada neointima [165].

Outros modelos animais também são capazes de induzir a formação do trombo e

neoítima, como o modelo de lesão química por cloreto férrico, também utilizado em

outros trabalho do laboratório [180]. Apesar deste modelo ser de fácil manuseio, e

monitoramento, capaz de formar trombos oclusivo e a camada neoíntima, ele também

apresenta algumas desvantagens, já que os mecanismos de formação de trombo não são

bem conhecidos e são divergentes [181]. Em nosso trabalho optamos por um modelo

mecânico por ele ter uma resposta morfológica similar a pacientes submetidos a

angioplastia [165].

Os camundongos foram divididos em quatro grupos, para avaliarmos o efeito

dos GAGs na trombose arterial, o grupo controle, recebeu PBS- Controle (1), o tratado

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com HNF (2), HBPM (3) e DS (4). Estes animais receberam quatro doses de tratamento,

15 minutos, 12, 24 e 48 horas após a lesão arterial. Estes períodos de tratamentos foram

estabelecidos baseados em estudos anteriores do laboratório, onde Godoy et al (2015)

[182], demonstraram que o tratamento com DS, ministrado nestes tempos, diminuiu a

área de trombo arterial 1 e 3 dias após a lesão.

As doses utilizadas nos tratamentos foram de 1 mg/ml para a HNF e HBPM, e

10 mg/ml para o DS. A escolhas destas foram baseadas em dados anteriores do

laboratório, onde Silva, 2017 [175], verificou que estas doses prolongavam o tempo de

formação de trombo arterial, em modelo de trombose com cloreto férrico em

camundongos. O cofator II da heparina, no qual o DS se liga para atuar na cascata de

coagulação está em uma concentração menor no plasma em relação a ATIII, sendo

1,2µM e 2,6µM respectivamente [158], justificando a utilização de uma dosagem maior

para o DS.

A utilização de anticoagulantes requer testes que ajudem a monitorar os fatores

de coagulação no sangue, e evitar problemas como sangramentos. Dois dos testes

utilizados são os de TTPa e TP. Estes são utilizados para verificar a coagulação

sanguínea, e determinar a tendência de sangramentos ou de coagulação do sangue. O

TTPa é utilizado para medir a via intrínseca da cascata de coagulação e o TP para medir

os fatores da via extrínseca [183, 184].

Para monitorar o efeito anticoagulante dos GAGs no plasma dos camundongos,

realizamos o teste de TTPa e TP, nos diferentes grupos (CTR, HNF, HBPM e DS), três

dias após a lesão arterial. Neste tempo, os teste de TTPa e TP apresentavam valores

normais. A HBPM possui uma meia vida plasmática de duas a quatro horas, quando

injetada intravenosamente, de três a seis horas quando administrada de forma

subcutânea. O tempo de meia-vida da HNF é ainda mais curto, cerca de 20 min [134] e

o DS também é relatado em literatura, tendo uma meia vida curta, de 1 a 3horas,

quando injetados em dose única intravenoso [185]. Considerando que nossos animais

foram sacrificados 72 horas após a lesão, ou seja, 24 horas após receberem as últimas

doses de tratamento, se justifica o fato do TTPa e TP não terem sido alterados em

relação ao grupo controle.

Porém quando estes GAGs são administrados pouco tempo antes da realização

dos testes, prolongaram o tempo de TTPa, [186, 187]. O DS, prolongou o tempo de

TTPa em humanos, esse efeito é dose dependente e em menos de três os efeitos

desaparecem, com 5 minutos após a administração de DS já possível ver o

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prolongamento de teste de TTPA, estes valores variaram de 41s para uma dose de

0,5mg/kg e 53s em doses de 2 mg/kg, 1 hora após eles valores caíram para 35 e 45s

segundo respectivamente e com 3 horas os valores foram de 33 e 35s, similar ao valor

inicial de 33s.[188] A heparina quando administrada na concentração de 12 U/Kg

prolonga o tempo de TTPa para 130s, nas primeiras 6 horas quando administrada em

pacientes[189]. Em ratos, a HNF na concentração de 0,3mg/Kg prolonga o TTPa de

forma acentuada, enquanto a HBPM na dose de 0,3mg/kg e o DS 3 mg/kg prolongam o

tempo levemente em doses não hemorrágicas [190].

Em nossos resultados com a área de trombo, nos grupos sacrificados três dias

após lesão arterial, foi observado que todos os grupos que receberam tratamentos com

os GAGs, apresentaram uma diminuição no tamanho do trombo, em relação ao grupo

controle. Os animais tratados com HNF foram os que apresentaram uma maior

diminuição da área de trombo, e os grupos que receberam HBPM e DS apresentaram

resultados muitos semelhantes.

Em literatura também é relatado que estes GAGs, são capazes de inibir ou

prolongar o tempo de formação de trombo em diferentes modelos de trombose.

Em um modelo de trombose arterial por estimulação elétrica, em ratos Wistar, a

HNF, na concentração de 300U/kg, foi capaz de reduzir o peso seco dos trombos

arteriais, quando administrada 10 minutos antes da indução do coágulo. Neste mesmo

estudo, foi verificado que a HNF, também diminuiu o peso seco de trombo venoso,

induzido na veia cava de ratos, em modelo de cloreto férrico, quando injetada três

minutos antes do formação do trombo venoso na concentração de 300U/Kg [186].

A administração de HBPM, de forma intravenosa ou subcutânea, 15 minutos ou

2 horas antes da indução da lesão arterial respectivamente, foi capaz de diminuir o peso

do trombo induzido em artérias carótidas de ratos no modelo de lesão por de cloreto

férrico [191].

Em outro estudo, realizado com ratos, quando a trombose foi induzida na veia

jugular, a HBPM administrada de forma oral em dose única ou em doses repetidas, foi

capaz de reduzir a incidência de trombo em pelo menos 50% em relação aos animais

controle, tratados com solução salina, os trombos dos animais tratados também eram

mais estáveis que os controles. Neste mesmo trabalho, o grupo mediu a quantidade de

HBPM no endotélio da veia cava, em animais tratados com doses repetidas do

anticoagulante e verificou uma correlação negativa entre a quantidade de HBPM

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encontrado no endotélio com a porcentagem da incidência de trombo e de trombos

estáveis [192].

Vicente et. al (2004) [187], também observou a atividade antitrombótica do DS,

neste trabalho foi induzida a trombose arterial na carótida de camundongos, com um

modelo de rosa de bengala. Os animais tratados com DS receberam as injeções 15

minutos antes, da indução do trombo por rosa de bengala, em concentrações diferentes

(2,5 a 20 mg/Kg), e o fluxo sanguíneo foi monitorado com uma sonda de ultrassom até

a formação do trombo, verificou-se um aumento no tempo de formação do trombo nos

animais tratados com DS, este aumento foi dose dependente até a dose de 10mg/Kg,

sendo que com a dose de 20 mg/kg não se observou uma diferença significativa.

Neste mesmo trabalho, realizou-se a indução do trombo com o rosa de bengala

na artéria carótida em animais knockout para o cofator II da heparina (HCII), estes

animais tiveram uma redução no tempo de oclusão do vaso quando comparados com os

animais HCII+/+, quando o HCII foi restaurado nos animais knockout o tempo de

formação de trombo voltava aumentar. Mostrando que a atividade antitrombótica do DS

é dependente de sua ligação com o HCII [187].

Kozlowski et al. (2011) [193], em um experimento utilizando o modelo de

trombose por cloreto férrico na artéria carótida de camundongos, mostrou que o DS

quando administrado 10 minutos antes da indução do trombo, foi capaz de prolongar o

tempo de oclusão do vaso sanguíneo, e que os animais tratados com este GAG

apresentaram uma área de trombo menor, e na composição destes coágulos a quantidade

de plaquetas estava reduzida.

Como mostrado neste trabalho e em outros, os GAGs diminuem a área de

trombo e inibem a sua formação, isto ocorre devido principalmente a sua atuação na

cascata de coagulação sanguínea.

A HNF atua se ligando a AT, dessa forma inibe vários dos fatores de coagulação

sanguínea, principalmente o fator Xa e a trombina, ela também é capaz de se ligar a

HCII, porém sua afinidade maior está em formar o complexo com AT [194]. A HBPM,

também forma um complexo com a AT, aumentando a atividade desta serpina, inibindo

a trombina, por ter um tamanho menor que a HNF, este complexo inibe o fator Xa de

forma moderada. Já o DS, atua na cascata, formando um complexo com o HCII,

inibindo a trombina [195].

Os GAGs ao se ligarem as serpinas, aumentando sua atuação e inibindo os

fatores citados acima, irão impedir a atuação e formação da trombina e a conversão do

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fibrinogênio em fibrina, inibindo o aumento do trombo, além disso, ao inibir a

trombina, impedirá uma maior ativação plaquetária refletindo no tamanho do coágulo.

Em nossos cortes histológicos, corados com HE, foi observado a presença de

células nos trombos, a partir disso fomos investigar quais eram as células presentes nos

vasos. Para isso, realizou-se a técnica de imunofluorescência utilizando marcadores para

células inflamatória, LY6g, CD11b, ICAM-1 (expresso por células endoteliais

ativadas), e o CD 34 expresso por células tronco de origem hematopoiética.

Em nossos resultados, a HNF diminuiu a quantidade das células inflamatórias

LY6G e CD 11b, em relação ao grupo controle. O grupo tratado com HBPM apresentou

uma diminuição das células LY6g e os animais que receberam DS apresentaram uma

diminuição das células marcadas com ICAM-1, LY6g e CD11b. A marcação com

CD34, não apresentou diferença significativa entre os grupos.

O efeito anti-inflamatório da HNF e da HBPM, já vem sendo relatado em

literatura. Foi demostrado que a administração de TNF-alfa, intraperitoneal em

camundongos induz uma resposta inflamatória, onde, duas horas após a injeção, ocorre

um aumento de leucócitos rolantes, e após cinco horas ocorre uma interação entre

leucócitos e células endoteliais, e que o pré-tratamento com 500U /Kg de HNF diminuiu

a rolagem e adesão de leucócitos, após duas horas da administração de TNF-alfa[196].

Porém, neste mesmo trabalho, a administração da heparina não foi capaz de inibir a

expressão das moléculas inflamatórias como P-selectina, ICAM e V-CAM [196], o que

corrobora com nossos dados, já que a HNF não foi capaz de diminuir a expressão de

ICAM-1. Ao induzir a expressão de CD11b por leucócitos, o grupo verificou que a

resposta de adesão dos leucócitos, diminuía significativamente, sugerindo que a

heparina interfere neste processo pela sua iteração com a molécula CD11b [196] Este

dado também está de acordo com nossos resultados, pois foi observado uma diminuição

de células positivas para CD11b, no grupo tratado com HNF.

Downing et al. [197], em um modelo de trombose venosa por ligadura em ratos,

também observou a diminuição de neutrófilos e de células inflamatórias totais nos

trombos dos animais tratados com HNF e com HBPM.

Godoy at al [198], verificou que o tratamento com DS, foi capaz de reduzir a

expressão de P-selectina, 1 dia após a lesão arterial, e com três dias após lesão houve

uma redução das células CD45+ no trombo, isto pode estar relacionado com a inibição

da trombina, em decorrência da formação do complexo DS+HCII. Estes dados estão de

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acordo com o nosso trabalho, onde verificamos a diminuição da inflamação local nos

animais tratados com DS.

Como consequência da lesão arterial ocorreu a formação do trombo, a

inflamação local e então o tecido passa pelo remodelamento, neste processo estão

envolvidos principalmente a atividades mas MMPs responsáveis pela degradação da

matriz extracelular, no remodelamento vascular as MMPs mais envolvidas são a MMP-

2 e MMP-9 [199].

Em nossos resultados, com três dias após a lesão, não foi observada alteração da

expressão da MMP-9 em nenhum dos tratamentos, no entanto, ocorreu uma diminuição

da MMP-2 ativa nos animais que receberam heparina em relação ao grupo tratado com

HBPM, e o grupo que recebeu o DS apresentou uma diminuição da expressão de MMP-

2 latente em relação aos grupos controle, HNF e HBPM e uma diminuição da MMP-2

ativa, quando comparado com os animais tratados com HBPM.

Wang et al. 2011 [200], demostrou em cultura de células de músculo liso de

aorta de ratos, que o aumento da expressão da MMP-2 por estas células está envolvido

com uma maior migração, sugerindo que o aumento da expressão de MMP-2 ativa pode

estar envolvida na reestenose da artéria após cirurgia de angioplastia.

Li et al. 2014[201], em experimentos com modelo de angioplastia em ratos,

analisou o efeito da água do mar profundo, na formação da camada neointima 14 dias

após a lesão na carótida, o trabalho mostrou que o tratamento com esta água reduz a

camada neointima, e a expressão da MMP-2 na camada média. Sugerindo que a

diminuição desta MMP pode estar relacionada com a inibição da formação da camada

neointima. Em cultura de células de músculo liso de aorta de rato, o grupo verificou,

que a água do mar profundo, diminui a migração destas células por diminuir a atividade

da MMP-2.

Em nossos resultados os grupos tratados com HNF e DS diminuíram a atividade

da MMP-2, sugerindo que a diminuição desta pode estar relacionada com a diminuição

da formação da camada neointima.

Avaliamos o efeito dos GAGs na formação da camada neointima, para isto os

animais foram sacrificados 21dias após a lesão arterial, este período foi baseado no

trabalho de Godoy et al. [198], onde foi observado a reestenose do vaso 21 dias após a

lesão mecânica e também foi relatado a diminuição desta camada quando os animais

foram tratados com DS, e com a combinação de DS e células mononucleares. Em

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nossos resultados a HNF e o DS diminuíram a formação da camada neointima em

relação ao grupo controle e ao tratado com HBPM.

Ahn et al. [202], isolou a artéria carótida de porcos, e fez uma cirurgia de

angioplastia com a colocação de stents metálicos ou cobertos com heparina, com 4

semanas após a cirurgia os animais foram sacrificados e a artéria coletada para analise

histológica. Em seus resultados, Ahn et al, mostrou que os stents cobertos com HNF,

foram capazes de inibir a formação da camada neoitima, e que esta inibição pode estar

ligada a atividade anti-proliferativa da heparina.

Por outro lado, pacientes submetidos a colocação de stens cobertos ou não com

heparina, ao serem avaliados por angiografia não mostraram diferença significativa na

presença de reestenose do vaso entre os dois grupos, sugerindo se o tipo e marca do

stent escolhido pode ter influenciado no resultado [203].

Hanke at al [204], estudou efeito da HBPM em coelhos submetidos a

angioplastia, e em seus resultados, o grupo observou uma diminuição do número de

células de músculo liso 3 e 7 dias após a cirurgia nos grupos tratados, no entanto,

quando os animais submetidos a angioplastia foram sacrificados com 28 dias a camada

neointima dos animais tratado com HBPM não apresentava diferença em relação ao

grupo controle, sugerindo um efeito limitado da HBPM em relação a inibição da

reestenose do vaso.

Takamori et al. [205], relacionou a incidência de reestenose após a colocação de

stents, com os níveis de HCII. Para o estudo 134 pacientes foram divididos, em três

grupos, classificados em níveis altos, normal e baixo de HCII circulante, após 6 meses

foi medido a estenose do vaso, e o grupo classificado com um nível alto de HCII

apresentou a menor taxa de estenose em relação ao grupo normal e ao grupo com baixos

níveis de HCII. O grupo sugere que maiores níveis de HCII se ligam ao DS encontrado

no tecido vascular, formando o complexo HCII/DS, que inativa a trombina e também é

eficiente em inativar a migração de células de músculo liso.

Resultados similares aos estudos anteriores foram encontrados em nosso

trabalho, a HNF e o DS foram capazes de inibir a proliferação da camada neoitima, já os

grupos tratados com HBPM não apresentaram diferença estatística.

Analisamos a atividade gelatinolítica 21 dias após lesão arterial, e neste período

não houve alteração no perfil das gelatinases em nenhum dos tratamentos em relação ao

grupo controle.

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Em um estudo de cicatrização de feridas em ratos, foi observada a atividade da

MMP-9 ao longo do tempo, e com 24 dias não foi mais observado a atividade desta

MMP no local da lesão [206]. Este dado corrobora com os nosso já que observamos

atividade de MMPs com 3 dias após lesão arterial, mas com 21 dias a lesão a atividade

foi igual ao grupo não lesionado.

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XI. RESUMO DOS RESULTADOS

Resumos dos resultados in vitro

As CML foram isoladas da artéria aorta de camundongos C57bl6 e

caracterizadas.

Todos os GAGs estudados, inibiram a proliferação das CML isoladas, 24 após

os tratamentos nas concentrações de 25 e 50 µg/ml

Os GAGs, não foram capazes de alteração a migração de CLM

As CML, apresentaram atividade de MMP-2 ativa, porém os tratamentos não

alteração o perfil desta expressão.

Resumos dos resultados in vivo

A HNF, HBPM e o DS foram capazes de atuar inibindo a formação do trombo,

induzido por lesão mecânica em camundongos três dias após a lesão arterial. Os

animais tratados com heparina apresentaram uma maior diminuição na área do

trombo.

O TTPa e o TP, não apresentaram diferença entre os grupos, três dias após a

lesão (24 horas após a última dose de tratamento).

Os três GAGs estudados foram capazes de diminuir a presença de células LY6g

no trombo, a HNF e o DS também diminuíram a presença de células CD11b

positivas e apenas o DS inibiu a expressão da molécula de ICAM-1 no endotélio

inflamado. O DS obteve o melhor resultado em relação a inflamação no local da

lesão.

Em relação as células CD34 positivas, nenhum dos GAGs foi capaz de aumentar

a mobilização de células para o local lesionado.

A HNF e o DS diminuíram a atividade da MMP-2 ativa, mas nenhum dos

tratamentos foi capaz de alterar o perfil da MMP-9, 3 dias após a lesão arterial.

A HNF e o DS foram capazes de inibir a formação da camada neointima, 21 dias

após a lesão arterial. Sendo que a HNF apresentou o melhor resultado.

Os tratamentos com os GAGs não foram capazes de aumentar a reendotelização

nos vasos lesionados.

A atividade gelatinolítica não foi alterada em nenhum dos tratamentos 21 dias

após o vaso ser lesionado.

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XII. ESQUEMA DOS RESULTADOS OBTIDOS IN VIVO

Figura 43: Formação do trombo após lesão arterial.

Figura 44: Formação do trombo e os efeitos da Heparina

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Figura 45: Formação do trombo e a atuação da HBPM

Figura 46: Formação do trombo e a atuação do DS

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XIII. CONCLUSÃO

Neste trabalho comparamos os efeitos de diferentes GAGs: HNF, HBPM e DS,

em CML isoladas da artéria aorta de camundongos (in vitro), e utilizamos um modelo

de lesão arterial mecânico capaz de simular os processos fisiológicos envolvidos na

colocação de stents coronarianos, sendo eles a formação de trombo pós stent e a

formação da camada neoítima (In vitro).

A HNF e HBPM são anticoagulantes muito utilizados na clínica médica no

tratamento e prevenção de doenças trombóticas, já o DS também tem atividade

anticoagulante descrita porém ainda não é utilizado na clínica médica.

Em nosso trabalho, o DS mostrou ser capaz de inibir a formação de trombos,

inflamação e formação da camada neointima, tendo resultados semelhantes ou até mais

significativos que a HBPM. Sendo assim nosso grupo acredita que ele possa ter

potencial para ser utilizados em tratamentos humanos como um tratamento alternativo,

tendo em vista as limitações da HNF e HBPM.

In vitro, nossos resultados mostraram que os GAGs utilizados podem, diminuir a

proliferação das CML, podendo resultar em uma diluição da camada neointima e

redução da reestenose do vaso.

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XIV. ANEXOS

1. Comitê de ética

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2. Carta de mudança do projeto

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3. Certificado de mudança de nome de projeto

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4. Declaração

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5. Declaração

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6. Estágio PDSE

Diferenciação de IPSC de pacientes saudáveis e pacientes diabéticos em ECFC

O objetivo da realização do PDSE, foi aprender novas técnicas de cultura,

diferenciação e caracterização celular, considerando que alguns trabalhos do laboratório

utilizam as EPC (antiga nomenclatura para ECFC) no reparo vascular após indução da

trombose.

As ECFCs (células endoteliais formadoras de colônias), são células encontradas

no cordão umbilical ou no sangue periférico[207]. São altamente proliferativas e tem a

capacidade de formar novos vasos in vivo e in vitro. Estudos mostram que elas migram

para locais de lesão endotelial participando da reendotelização, melhoram o fluxo

sanguíneo após infarto do miocárdio, isquemias e derrames [208].

Apesar de serem encontrados no sangue periférico, elas estão em uma população

muito pequena, e fatores como idade, doenças coronárias e diabetes este número é ainda

menor[207] .

As IPSC são células tronco pluripotentes induzidas, capazes de se diferenciar em

varias tipo celulares e participar do reparo dos tecidos [209].

Com isso nosso objetivo foi diferenciar células IPSC de pacientes saudáveis e

diabéticos, e verificar in vitro sua capacidade de formar vasos.

Metodologia

Diferenciação de IPSC em ECFC

As IPSC de pacientes saudáveis e diabéticos, foram cultivadas em meio mTeSR,

após a formação de pequenas colônias se iniciava o processo de diferenciação celular.

Na diferenciação as células eram cultivadas em meio Stemline II, acrescido dos fatores

de crescimento Activin A, VEGF, FGF e BMP4. Esses meio era trocado um dia sim

outro não, e cresciam por 12 dias[210].

No dia 12, elas eram marcadas com os anticorpos CD31, CD144 e NRP-1 elas

eram passada na citometria de fluxo (cell sorting) para separação das células

marcadas[210].

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Cultivo das ECFC

Após o sorting essas células eram semeadas em colágeno tipo II, e cultivadas em

meio 50% Stemline II e 50% EGM-2 nas primeiras 48h, após este meio era trocado por

meio 25% Stemine II e 75% EGM-2 e após 48h com esse meio, o trocava-se o meio

para 100% EGM-2, permanecendo neste até atingirem a confluência, quando eram

tripsinizadas e expandidas [210].

Caracterização por citometria

Após a segunda passagem as células eram caracterizadas por citometria de fluxo,

com os principais marcadores para ECFC. Foram utilizados os anticorpos CD31,

CD144, NRP-1, CD 146 e o KDR [211] .

Ensaio de formação de tubos

Após serem caracterizados eram feitos os ensaio de formação de tubo em

matrigel. Onde 100k de células eram colocadas em placas de 48 well com matrigel

previamente preparado. As células eram cultivadas de 6 a 8 horas em estufa de CO2,

após eram tiradas fotos em contraste de fase.

Resultados

Caracterização celular

As células IPSC de pacientes saudáveis e de pacientes diabéticos, foram capazes

de se diferenciar em ECFC e apresentaram os principais marcadores para esta linhagem,

como o CD31, CD144, NRP-1, CD146 e KDR. Não foi encontrado diferenças entre

estes marcadores para as células de origem de pacientes saudáveis ou diabéticos.

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Figura 47: Análise com citometria de fluxo dos principais marcadores para ECFC. Não

foi encontrada diferença significativa na expressão dos marcadores para ECFC

derivadas de pacientes saudáveis e de pacientes diabéticos (ANOVA)

Formação de tubos

As células de pacientes saudáveis e pacientes diabéticos, formaram estruturas

semelhante a vasos quando cultivadas em matrigel, e não foi observado diferença na

formação destes tubos, quanto ao comprimento dos tubos quando comparados os

controles dos diabéticos.

Figura 48: Fotografias em microscópio contraste de fase do ensaio in vitro da formação

de estruturas semelhantes a vasos, de ECFC derivadas de pacientes saudáveis (A) e de

pacientes diabéticos (B) Aumento 20x. (C) Gráfico do comprimento dos tubos, não foi

observado diferença significava. (Anova)

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Figura 49: Fotografias em microscópio contraste de fase do ensaio in vitro da formação

de estruturas semelhantes a vasos, de ECFC derivadas de pacientes saudáveis (A) e de

pacientes diabéticos (B) Aumento 20x. (C) Gráfico do comprimento dos tubos, não foi

observado diferença significava. (Anova).

Conclusão

As células de pacientes saudáveis e de paciente diabéticos foram capazes de se

diferenciar em ECFC e foram funcionais em estudo in vitro, a diferenciação de IPSC em

ECFC pode ser uma boa estratégia para terapia celular autólogas, células de origem de

pacientes saudáveis ou de pacientes com patologias são capazes de diferenciar da

mesma forma.

Com este estágio foi alcançado o objetivo de aprender novas técnicas com

cultura celular, as quais podem ser implementadas no laboratório. Além das técnicas

aprendidas, a experiência trouxe muito conhecimento pessoal, novos amigos e o

aprendizado com uma nova cultura, recomendo para todos que tiverem a oportunidade.