32
Oséias de Santana Ferreira Renato José da Silva “Modelo econométrico do Crescimento do PIB em relação ao consumo e a formação bruta de capital fixo, sob a ótica do modelo cruzado de keynes , no Brasil: 1994 -2008” Trabalho econométrico, desenvolvido no período de setembro a outubro de 2010, apresentado por Renato José da Silva e Oséias de Santana Ferreira, ao professor Carlos Roberto Ferreira, como parte do cronograma da disciplina de econometria. Orientador: Professor Carlos Roberto Ferreira Alunos: Oséias de Santana Ferreira 1

Universidade Estadual de Londrina 2

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Universidade Estadual de Londrina 2

Oséias de Santana Ferreira

Renato José da Silva

“Modelo econométrico do Crescimento do PIB em relação ao consumo e a formação bruta de capital fixo, sob a ótica do

modelo cruzado de keynes , no Brasil: 1994 -2008”

Trabalho econométrico, desenvolvido no período de setembro a outubro de 2010, apresentado por Renato José da Silva e

Oséias de Santana Ferreira, ao professor Carlos Roberto Ferreira,como parte do cronograma da disciplina de econometria.

Orientador: Professor Carlos Roberto Ferreira

Alunos: Oséias de Santana Ferreira

Renato José da Silva

1

Page 2: Universidade Estadual de Londrina 2

SUMÁRIO

1. Introdução ........................................................................................................03

1.1 Justificativa.................................................................................................04

1.2 Objetivos.....................................................................................................04

1.2.1 Objetivos gerais...................................................................................04

1.2.2 Objetivos Específicos...........................................................................05

2. Metodologia.......................................................................................................06

2.1 Modelo Teórico...........................................................................................07

2.1.2 O sistema Keynesiano.........................................................................07

2.1.3 A contribuição de Paul Samuelson......................................................11

2.2 Modelo Empírico.........................................................................................12

2.3 Modelo econométrico..................................................................................13

2.3.1 Especificação do modelo e seus Pressupostos....................................13

2.3.2 Especificação das formas funcionais....................................................15

2.3.2.1 Modelo Linear....................................................................................15

2.3.2.2 Modelo Semi-Log...............................................................................15

2.3.2.3 Modelo duplo - log.............................................................................16

2.4 Estimação do Modelo por Duplo-log...........................................................16

3. Resultados e Discussões.................................................................................16

3.1 Critérios Estatísticos..................................................................................16

3.2 Critérios Econométricos.............................................................................18

3.3 Modelo Corrigido........................................................................................20

3.3.1 Inferência estatística do novo modelo .................................................21

3.4 Critérios Econômicos.................................................................................21

4. Considerações Finais.......................................................................................22

5. Referências.......................................................................................................23

2

Page 3: Universidade Estadual de Londrina 2

1. INTRODUÇÃO

A estabilidade econômica é almejada por todas as economias. Para isso é

necessário um conjunto de políticas e ações econômicas por parte dos governos. A

demanda agregada é um componente essencial para análise do comportamento da

economia. As variáveis que constituem a demanda agregada que são consumo,

investimento, gastos do governo e exportações líquidas determinam o PIB ou renda

nacional e é um fator essencial para análise macroeconômica.

Para o equilíbrio interno o consumo e o investimento são válvulas

impulsionadoras para o crescimento. Atualmente cerca de 70% do PIB brasileiro é

determinado pelo consumo. O consumo das famílias está cada vez maior devido

principalmente, há melhora da distribuição de renda e da elevação de famílias para

classes sociais superiores. O governo nos últimos anos está com programas de

elevação dos gastos como meio de política expansionista, mas esse fator não será

analisado no presente trabalho, no qual o enfoque Keynesiano se embasa na

premissa de desconsiderar os gastos do governo.

Embora o investimento seja uma parcela relativamente menor do PIB, nos

últimos anos esse fator vem experimentando crescimento com taxas crescentes. A

formação bruta de capital fixo está em patamares mais elevados, devido

principalmente ao progresso tecnológico. No longo prazo o investimento é crucial,

para o desenvolvimento da economia e para o seu progresso social. No presente

trabalho que segue o enfoque Keynesiano de investimento estará em análise à

compra de maquinas e equipamentos no Brasil no período que será estudado.

3

Page 4: Universidade Estadual de Londrina 2

1.1 JUSTIFICATIVA

Desde meados da década de 90 o Brasil vem passando por um período de

transformação e desenvolvimento econômico. Com o plano Real o país venceu o

grande obstáculo da inflação que o estagnou durante a década de 80, e começou

um novo tempo de desenvolvimento econômico.

Com a abertura comercial o Brasil vem se modernizando em seu setor

industrial e também na agricultura, com isso os investimentos foram alavancados no

país com inovações tecnológicas e com isso aumento da produtividade do trabalho.

Bonelli e Fonseca (1998) em estudos concluíram que até 1997 a contribuição do

capital para o crescimento do PIB foi elevado. No mesmo raciocínio com a

estabilidade da moeda o poder aquisitivo das famílias aumentou, o comercio interno

se aqueceu consideravelmente aumentando o nível de emprego e por um efeito

multiplicador o consumo, não só das famílias como agregado (empresas e famílias).

Nos anos 2000 a taxa de investimento possui uma trajetória ascendente 16,3% do

PIB em 2005 e atualmente esta na projeção de 19%, tendo forte impacto na renda

nacional. O consumo como na maior parte dos países possui impacto elevado na

renda nacional, no Brasil atualmente representa pouco mais de 70% do PIB, com

grande aumento nos anos 2000.

A teoria que servira de base para esse trabalho, crescimento econômico

Cruzado Keynesiano (1968), explica o crescimento do produto através do

crescimento do consumo e dos investimentos.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivos gerais

Como objetivo geral este trabalho pretende verificar como se deu o

crescimento econômico brasileiro entre os anos de 1994 há 2008, sob a ótica do

modelo Keynesiano cruzado, ou seja, uma análise empírica de como o consumo e a

formação bruta de capital fixo contribuíram para o crescimento no período, dado os

pressupostos do modelo cruzado de Keynes.

4

Page 5: Universidade Estadual de Londrina 2

Coletados os dados, consideram-se os gastos do governo e o comércio

internacional constantes.

O foco principal é como a formação bruta de capital (compra de bens) no

modelo de Keynes, esta afetando o PIB brasileiro desde a sua abertura comercial

nos anos 90 e como o consumo (empresas e famílias) – ótica de Keynes – está

contribuindo para o crescimento da renda, e por conseguinte analisar se o modelo

cruzado é aplicável ao Brasil.

1.2.2 Objetivos Específicos

Dentro dos objetivos gerais, existem objetivos mais específicos, como:

Estimar (Excel), analisar e avaliar um modelo econométrico, tendo como base

o modelo cruzado de Keynes, no qual a renda (PIB) é função do consumo e

do investimento para o período em análise.

Fazer teste de especificação do modelo nos dados estudados.

Fazer os testes estatísticos e econométricos para verificar se o modelo esta

de acordo com a teoria.

Analisar se o modelo é compatível para explicar a fase de crescimento da

economia brasileira nos período compreendido no trabalho (1994 há 2008),

observando se o modelo econométrico obedece aos pressupostos do modelo

teórico.

Verificar qual das variáveis, obteve maior peso significativo para o

crescimento do PIB no período.

Correção do modelo econométrico em caso de problemas de inferência

econométrica.

Apresentação dos dados.

Analisar e interpretar os resultados obtidos.

5

Page 6: Universidade Estadual de Londrina 2

2. METODOLOGIA Para as analises realizados nesta pesquisa, foi realizado estudos sobre a

teoria Keynesiana aqui empregada e também da teoria da demanda agregada de

Paul Samuelson. Também se inclui sites de instituições tais como IBGE, Banco

Central do Brasil e Ipeadata.

As séries temporais utilizadas neste trabalho foram obtidos nos sites:

www.bcb.gov.br/?BOLETIM e www.ipeadata.gov.br. Todos os dados utilizados são

do período de 1994 há 2008 em períodos anuais. Os dados da série utilizada foram

deflacionados e estão a preços do ano 2000.

Para as variáveis Produto Interno Bruto (PIB), Formação Bruta de Capital

(FBK), e Consumo, foi usado como deflator o IPCA – Índice de Preços ao

Consumidor Amplo. A escolha desse índice de inflação se deu devido a ele ser o

índice usado como meta para inflação e em toda a política econômica do governo. O

IPCA é um índice calculado nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador,

Fortaleza, Belém, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre

e nas cidades de Goiânia e Brasília. Os dados coletados para consumo se referem

ao consumo das empresas e famílias no Brasil no período estudado. Os dados

coletados para o investimento se referem à compra de máquinas e equipamentos no

Brasil no período estudado.

A partir do modelo teórico desenvolvido por Keynes, desenvolveu-se o

modelo empírico no qual atualmente é conhecido como demanda agregada, usada

em vários modelos macroeconômicos, esse modelo foi formulado em suas diretrizes

por Keynes e aperfeiçoada por Paul Samuelson, mas para fins deste trabalho não

consideremos os gastos do governo e o comercio internacional e a partir desse

modelo empírico estimamos o modelo econométrico utilizando o software Excel.

O modelo econométrico, estimado a partir de séries temporais, poderá

apresentar alguns erros ou problemas de inferência estatística, para a correção

desse viés utilizaremos alguns teste para detectar e corrigir tais problemas

estatísticos. Com base nos resultados, foram aplicados testes que garantem a não

violação de pressupostos do modelo de regressão.

6

Page 7: Universidade Estadual de Londrina 2

Para detectar a Multicolinearidade será aplicado o exame dos coeficientes de

correlação de ordem zero e a significância estatística dos parâmetros com os testes

F e T-student, Será também analisado o fator de inflação da variância (FIV) e o

indicador de Tolerância (TOL) e por fim o teste de Klein. Para detectar a

heterocedasticidade será realizado o teste de Park, teste de Glesjer e teste de

White. Para detectar a autocorrelaçao será aplicado o modelo de teste d de Durbin-

Watson e para sua correção caso exista, será utilizado o método das

transformações generalizadas. Será também realizado teste da forma funcional do

modelo de regressão através do teste de RESET.

2.1 MODELO TEÓRICO

A atual teoria da demanda agregada foi formulada em sua raiz por John

Maynard Keynes, e aperfeiçoada por Paul Samuelson. Keynes em seu livro The

General Theory, desenvolveu uma moderna teoria econômica, no qual foi um marco

para a economia em sua época, porque ele tratou de um problema urgente de sua

época: Desemprego e a depressão. (Stanley L. Brue 2005).

Conceitos Keynesianos como a função de consumo; propensão marginal a

consumir; função poupança; propensão marginal a poupar; demanda de transação

preventiva e especulativa por moeda; política fiscal e monetária e analise IS-LM são

alguns exemplos da contribuição de Keynes na teoria econômica. (Stanley L. Br3ue

2005).

2.1.2 O sistema Keynesiano (modelo cruzado de Keynes)

Função Consumo:

“Homens tendem, como regra e na média, a aumentar o consumo à medida

que a renda aumenta, mas não tanto quanto o aumento da renda”. (Keynes, The

General theory pg 96)

Existe uma relação positiva entre consumo (C) e renda nacional (Y).

7

Page 8: Universidade Estadual de Londrina 2

C = f (Y)

A propensão marginal a consumir se da com a seguinte razão

PMC = ∆C∆Y

(PMC) é positiva e menor que um.

Segundo Keynes, isso vem a implicar que a poupança (S), também surge com a renda, sendo também uma funçao positiva:

S = f (Y)

Assim a propensão marginal a poupar se da:

PMS = ∆S∆Y

(PMS) é positivo e menor que um.

Gráfico: A função de Consumo

A medida que a renda aumenta, o consumo também se eleva, mas não na mesma proporção.

Função Investimento: Definição Keynesiana de investiemento: Keynes define o investimento como a

compra de bens de capital e desconsidera o investimento financeiro como, por

exemplo, aplicações em títulos ou em ações. Segundo a visão Keynesiana as

empresas investem em capital com o intuito de obterem maiores lucros. Segundo o

autor a renda esperada depende de:

8

Y

C = a + bY

C

Y= C

Y0

45°

Page 9: Universidade Estadual de Londrina 2

1- da produtividade do capital

2- do preço de venda dos seus produtos

3- das despesas do uso do capital e do salário adicional

Keynes em sua teoria para a função investimento também considera

eficiência marginal de capital, como sendo igual à taxa de desconto que torna o valor

atual da serie de retornos esperados exatamente igual a taxa de desconto que torna

o valor atual da série de retornos esperados exatamente igual ao preço da oferta do

ativo de capital.( Stanley L. Brue 2005). Isso é algebricamente expresso como:

Ks = R1

(1+r )+ R2

(1+r ) 2… ..+ Rn

(1+r )n

Ks é o preço da oferta de capital, R é o retorno esperado do capital em um ano e r é

a eficiência marginal do capital.

Segundo Keynes ocorrera investimentos até o ponto no qual a eficiência

marginal do capital seja igual à taxa de juros, ou seja, se, por exemplo, a eficiência

marginal do capital for 4,5% não haverá investimentos há uma taxa de juros de 5%,

mas se houver uma taxa de juros menor que a eficiência marginal do capital, como

por exemplo, 4%, ocorrerá o investimento, pois o retorno do capital será maior que o

custo de investir. As mudanças nas expectativas das pessoas em relação aos lucros

futuros dos investimentos ira ocasionar flutuações na eficiência marginal do capital.

As idéias de Keynes sobre a demanda por investimento que é afetada pela

eficiência marginal do capital, pode ser demonstrada graficamente em uma curva I =

f (i)

Gráfico: A curva de demanda por investimento

9

0 I

I

I = f (i)

Page 10: Universidade Estadual de Londrina 2

A curva de demanda por investimento I = f(i) é decresente, refletindo uma relação inversa com a taxa de juros (i) e a quantidade demanda I.

Renda e emprego:

Keynes em sua teoria revela uma forte correlação entre a renda (PIB) e o

nível de emprego. Obs: A ótica de Keynes é em relação ao curto prazo.

A curto prazo, não considerando outros fatores que podem afetar o emprego

tais como tecnologia, Keynes assume que a renda determina o nível de emprego.

Como pressuposto do modelo, se ignorar o comércio internacional e o

governo, a renda e, por conseguinte o emprego será determinado no curto prazo

pelo consumo e investimento. Essas duas variáveis constituíram as despesas

agregadas da economia. Temos:

Y = C + I

Pode-se definir a poupança como:

S = Y – C Na renda de equilíbrio temos:

S = I Pode-se apresentar o modelo cruzado de Keynes graficamente. As despesas

agregadas (DA) revelam-se a combinação de consumo e investimento em cada nível

de renda.

Gráfico: Modelo Cruzado de Keynes

10

45°

AE

C= f(Y)

Renda (Y)

(C) e (I)

Page 11: Universidade Estadual de Londrina 2

As despesas agregadas (AE) consistem em C + I no modelo Keynesiano

cruzado. A renda de equilíbrio ocorre quando a curva AE cruza a linda de 45°,

indicando que (C + I) são iguais ao nível de renda (Y).

2.1.3 A contribuição de Paul Samuelson

O modelo cruzado de Keynes foi uma invenção de Samuelson, pois grande

parte da determinação álgebra da determinação da renda é originaria de Samuelson.

Vejamos as contribuições de Samuelson para a determinação da demanda

agregada:

Y = C + I + G + X - M

Y= RendaC= consumo I = InvestimentoG = Gastos do governoX = exportaçõesM = Importações

Os gastos com consumo, investimento, arrecadação de impostos e

importações aumenta quando a renda cresce. As exportações e a as despesas do

governo são independentes do nível de renda.

Vejamos a contribuição matemática de Samuelson nas variáveis

investimento e consumo:

Derivação da equação relacionada ao consumo:

C = a + bY

Função consumo: (a) representa o total de gastos com consumo e b é a

propensão marginal a consumir.

Samuelson revela que o consumo será afetado pelos impostos, com um

efeito negativo de como se espera, portanto a equação ficara da seguinte maneira:

C = a + bY – bT

No qual bT representa a propensão marginal a taxação.

11

Page 12: Universidade Estadual de Londrina 2

Derivação da equação relacionada ao investimento:

I = I0 + zY

Função investimento: I0 representa os investimentos que são independentes

da renda e z representa a propensão marginal a poupar. O termo z revela as

alterações do investimento que ocorre quando a renda aumenta.

2.2 MODELO EMPÍRICO

O presente trabalho consiste em verificar se o modelo Cruzado Keynesiano é

aplicável para a economia brasileira nos períodos de 1994 há 2008, ou seja, se o

consumo e o investimento - dada a hipótese de desconsiderar o comercio

internacional e gastos do governo – estão afetando positivamente a renda nacional

através de um modelo econométrico. A análise esta focado no curto prazo assim

como a teoria Keynesiana.

O crescimento da renda ou PIB possui uma ligação direta com o consumo,

pois as pessoas após receberem sua renda e pagos os impostos, possuem o que

chamamos de renda disponível. Quando a renda disponível aumenta o consumo

também aumenta e por conseqüência gera maior renda nacional e aumento da

demanda via efeito multiplicador.

O crescimento da renda também possui relação direta com os investimentos,

através da formação bruta de capital, variações no estoque de capital e

investimentos financeiros. Na ótica de Keynes o investimento (compra de capital)

quando é estimulado com baixos juros, ou quando existe eficiência marginal do

capital gera aumento da demanda agregada e, por conseguinte aumento da renda

nacional via efeito multiplicador.

No modelo empírico:

Y = C + I + G + X – M

Com as hipóteses do modelo Keynesiano Cruzado:

Y = C + IY = f (C e I)

12

Page 13: Universidade Estadual de Londrina 2

Y = Renda nacional (PIB)C = Consumo I = Formação bruta de capital fixo

Função de regressão linear para o modelo.

Yt = β0 + β1Ct + β2It

2.3 MODELO ECONOMÉTRICO

2.3.1 Especificação do modelo e seus Pressupostos

Neste trabalho utiliza-se o método dos mínimos quadrados ordinários para

estimar a série temporal de dados usados. Esse método é atribuído a Carl Friedrich

Gauss, um matemático alemão. Sob certas premissas o MQO, tem algumas

propriedades estatísticas atraentes, se tornando assim um dos métodos de analise

de regressão mais precisos. (Gujarati 2006).

O método consiste em:

1°- Minimizar o erro: ∑ûi ²=∑¿2i− β̂ 3 X3i ¿ ² no qual ûi² são os resíduos elevados ao

quadrado.

2°- Obter as equações normais:

∑Yi X 2i= β̂ 1∑ X2i+ β̂2∑ X ² 2 i+¿ β̂3∑ X 2 i X 3 i¿

∑Yi X 3i= β̂ 1∑ X3i+ β̂2∑ X 2 i X 3 i+¿ β̂3∑ X ² 3 i¿

3°- Obter os estimadores dos mínimos quadrados ordinários

β̂� 2=(∑ y i x 2i)(∑x ² 3 i) – (∑ y i x 3i)(∑x2 i x 3 i)¿¿

β̂� 3=(∑ y i x 3i)(∑x ² 2i)– (∑ y i x 2i)(∑x2 i x 3 i)¿¿

13

Page 14: Universidade Estadual de Londrina 2

4°- Variâncias e erros- padrões dos estimadores de MQO.

Ep (β̂2¿=+√var ( β̂2) Var ( β̂2 )= σ ²

∑X2 2i(1−r223)

Ep (β̂3¿=+√var ( β̂3) Var ( β̂3 )= ∑X ² 2i

(∑X2 2i ) (∑ X23 i )−(∑x2 i x 3 i) ² ¿¿σ

Teorema da Gauss – Markov: “O modelo dos mínimos quadrados ordinários

são (BLUE), ou seja, respeitando as premissas do modelo clássico de regressão

linear, os estimadores são da classe dos estimadores lineares não tendenciosos têm

variância mínima, isto é, são o melhor estimador linear não tendencioso”. (Gujarati

2006 pg 64).

Para se estimar um modelo econométrico se torna necessário o cumprimento

de alguns pressupostos:

1 – Normalidade: Ui tem distribuição normal

2 – Média zero: E (ui) = 0

3 – Homocedasticidade = E (ui)2 = σ²

4 – Não autocorrelação dos resíduos: E (ui uj) = 0 onde: i ≠ j

5 – X e I não estocásticos. As variáveis explicativas são não estocásticas com

valores fixos.

6 – Linearidades dos parâmetros

A forma funcional utilizada no trabalho será na forma logarítmica. Um

aspecto atraente de tal modelo, que o tornou difundido nos trabalhos empíricos, é

que o coeficiente angular β2 mede a elasticidade de Y em relação a X.

LnΔYt = β1 + β2lnΔC + β3lnΔI

Expectativas dos parâmetros.

0 < β2 <1

0 < β3 <114

Page 15: Universidade Estadual de Londrina 2

O coeficiente de regressão parcial β2 fornece a elasticidade do consumo em

relação ao PIB e o coeficiente de regressão parcial β3 fornece a elasticidade do

investimento em relação ao PIB.

2.3.2 Especificação das formas funcionais

Atualmente os econometristas, usam em suas analises de regressão modelos

que pressupõem relações lineares entre as variáveis. Segundo (Gujarati 2006) a

escolha da forma funcional é complexa e depende do fenômeno que se esta

analisando ou de uma justificativa a priori que muitas vezes é de modelos

econométricos e empíricos semelhantes.

2.3.2.1 Modelo Linear

ΔYi = β1 + β2ΔC + β3ΔI

ΔYi = -941940,6414 + 1,198986 + 599,59284Ep = (206044,408) (0,0117391) (132,883746) T = (-4,571) (102,136) (4,512)

R²= 0,9994 d= 1,2893 F= 10734,39

A relação entre a variável dependente Y (PIB) e cada uma das variáveis

explanatórias (C e I) é linear. Pode-se observar que nesse modelo a equação não

obedecem a expectativa dos parâmetros.

2.3.2.2 Modelo Semi-Log

LnΔYi = β1 + β2ΔI + β3ΔX

LnΔYi = 12,525 + 1,1635 - 0,000272 Ep = (8,3638) (4,7652) (0,005394) T = (1,497) (2,441) (-0,0505)

R²= 0,4830 d= 0,97408 F= 5,605

O Regressando Y (PIB) esta na forma linear e as variáveis explanatórias (C e

I) são lineares. Pode-se observar que existe também nesse modelo o erro de sinal

do coeficiente B2 e não corresponde as expectativas dos parâmetros.

15

Page 16: Universidade Estadual de Londrina 2

2.3.2.3 Modelo Log- Log

LnΔYi = β1 + β2 lnΔC + β3 lnΔI

LnΔYi = -2,9547 + 0,9888 + 0,4466Ep = (0,68292) (0,0029) (0,09479) T = (-4,326) (330,869) (4,712)

R² = 0,9999 d= 0,83280 F= 71300,60

O Regressor Y (PIB) esta na forma logarítmica em conjunto com as variáveis

explanatórias (C e I). O coeficiente angular B2 mede a elasticidade de Y em relação

a C e B3 mede a elasticidade de Y em relação a I. Pode-se observar que os sinais

dos parâmetros estão corretos com a teoria econômica e correspondem as

expectativas dos parâmetros.

2.4 ESTIMÇÃO DO MODELO POR DUPLO - LOG

Tendo em vista ser o modelo que melhor se adéqua a teoria econômica

keynesiana ao caso brasileiro, a equação utilizada no presente trabalho para análise

do modelo cruzado de Keynes no Brasil de 1994 há 2008 será dado a seguir:

LnΔYi = β0 + β1 lnΔC + β2 lnΔILnΔYi = -2,9547 + 0,9888 + 0,4466Ep = (0,68292) (0,0029) (0,09479) T = (-4,326) (330,869) (4,712) gl = 12

R² = 0,9999 d= 0,83280 F= 71300,60

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 CRITÉRIOS ESTATISTÍCOS

Coeficiente de Determinação – R²

Indica a proporção das variações na variável dependente que são explicadas

pelas variações das variáveis independentes. O modelo que usamos indica que

99,9% das variações no PIB são explicadas pelas variações no consumo e no

investimento.

16

Page 17: Universidade Estadual de Londrina 2

Teste de significância global da regressão – F

O teste F demonstra se as variáveis explicativas, em conjunto afetam a

variável Y. As hipóteses do teste são:

H0 : β1 = β2 = β3 = 0, e

H1 = pelo menos um dos parâmetros é diferentes de zero.

Como F é maior que F critico, com probabilidade de erro de no máximo 5%

rejeita-se a hipótese nula e aceita-se a hipótese alternativa, ou seja, pelo menos um

parâmetro explica as modificações de Y e ao menos uma das variáveis

explanatórias é diferente de zero.

Teste “t” Student - Teste t

O teste tem como objetivo verificar a significância estatística dos coeficientes

individuais do modelo. As hipóteses são:

H0 : β1 = 0 H0 : β2 = 0 H0 : β3 = 0

H1: β1 ≠ 0 H1: β2 ≠ 0 H1: β3 ≠ 0

.

Como o teste t é maior que o t critico em todas as hipóteses, rejeita-se a

hipótese nula e aceita-se a hipótese alternativa, ou seja, todos os parâmetros

estimados são estatisticamente diferente de zero.

Intervalos de confiança

Intervalo de confiança para β1.

Pr [ -4,442723 ≤ β1 ≤ -1,4667 ] = 95%

O intervalo revela que existe no mínimo 95% de chance de o valor de β1

pertencer a esse intervalo. Como se percebe o zero não está presente no intervalo o

que corrobora a conclusão do teste t realizado com H0 : β1 = 0 deve ser rejeitada.

17

Page 18: Universidade Estadual de Londrina 2

Intervalo de confiança para β2

Pr [0,98236 ≤ β2 ≤ 0,99538] = 95%

O intervalo revela que existe no mínimo 95% de chance de o valor de β2

pertencer a esse intervalo. Como se percebe o zero não está presente no intervalo o

que corrobora a conclusão do teste t realizado com H0 : β2 = 0 deve ser rejeitada.

Intervalo de confiança para β3

Pr [0,24013≤ β3 ≤ 0,65319 ] = 95%

O intervalo revela que existe no mínimo 95% de chance de o valor de β3

pertencer a esse intervalo. Como se percebe o zero não está presente no intervalo o

que corrobora a conclusão do teste t realizado com H0 : β3 = 0 deve ser rejeitada.

Coeficiente De Correlação de ordem zero

r 12 = Existe uma forte correlação positiva entre PIB e consumo de 0,9998

r 13 = Existe uma correlação positiva entre PIB e investimento de 0,4819

r 23 = Existe uma correlação positiva entre Consumo e investimento de 0,4710

A tabela de dados pode ser encontrada nos anexos

3.2 CRITÉRIOS ECONOMÉTRICOS

Teste de Multicolinearidade

A multicolinearidade é uma situação em que há uma relação linear exata ou

aproximadamente exata entre as variáveis X. O coeficiente de determinação R²

elevado está seguido com os testes t significativos. O teste de Klein obteve um

coeficiente de determinação menor que o coeficiente geral. O fator de inflação de

variância está baixo com o valor de 1,28. A tolerância (TOL) se mostra com valor de

0,7781 e por fim o coeficiente de correlação de ordem zero das variáveis

explanatórias estão abaixo de 0,50. Conclui-se após os testes de regras práticas, a

ausência de multicolinearidade no modelo, conforme os resultados que se

encontram nos anexos.

18

Page 19: Universidade Estadual de Londrina 2

Teste de Heterocedasticidade

É a violação do pressuposto de variância constante e igual

(homocedasticidade).

Os testes de White, Park e Glesjer evidenciaram a homocedasticidade

dos resíduos do modelo estimado, conforme resultados nos anexos.

Teste de especificação do modelo

Para detectar problemas quanto a erros de especificação do modelo foi

realizado o teste RESET. O teste evidenciou que o modelo está especificado

corretamente. O que corrobora com o objetivo do trabalho que está embasado na

teoria Keynesiana, ou seja, as variáveis explanatórias estão especificamente

corretas como nos diz a teoria e confirmado pelo teste de RESET. A forma funcional

também se encontra correta no qual nos informa a elasticidade de Y em relação as

variáveis X. O teste de RESET se encontra nos anexos.

Teste de Autocorrelação

Verifica se um termo de erro em um dado período é positivamente

correlacionado com o termo de erro do período anterior, nesse caso, há evidências

de um problema de autocorrelação. Ou seja, quebra o pressuposto de que os erros

são aleatórios e não correlacionados.

Para detectar a presença de autocorrelaçao pode usar a avaliação de

Durbin-Watson através ou representada pela régua de Durbin.

Autocorrelação Inconclusivo não Autocorrelação Inconclusivo Autocorrelação

Com o modelo original estimado por duplo-log foi detectada a presença de

autocorrelação serial positiva. O valor da estatística de Durbin foi de 0,8328,

aceitando a hipótese de autocorrelação, conforme a figura acima.

19

4020,946 1,543 2,457 3,0540,832

8

Page 20: Universidade Estadual de Londrina 2

d = 0,8328 n = 15 k’ = 3

Correção da autocorrelação

Como o modelo está especificamente correto conforme o teste de RESET,

podemos detectar que o problema é de autocorrelação pura. Para a correção do

modelo foi adotado o método de Cochrane – Orcut para estimar o valo de Ρ (Rô)

que nos da a medida de interdependência dos termos de erro. Esse mecanismo é

conhecido como esquema Auto Regressivo (1). Sendo estimado valor de Rô que no

modelo adotado foi de 0,5873, o problema da autocorrelação foi resolvido através do

procedimento de diferenças generalizadas utilizando o valor de (Rô). No novo

modelo a estatística de Durbin Watson foi de 1,56 aceitando agora a hipótese de

ausência de autocorrelação serial, como se pode ver na figura abaixo.

Autocorrelação Inconclusivo não Autocorrelação Inconclusivo Autocorrelação

d = 1,5625 n = 15 k’ = 3

3.3 MODELO CORRIGIDO APÓS AUTOCORRELAÇÃO SERIAL

LnΔYi = β0 + β1 lnΔC + β2 lnΔILnΔYi = -1,5368 + 0,9870 + 0,5534Ep = (0,0428) (0,0063) (0,0058) T = (-35,905) (155,276) (95,407) gl= 12

R² = 0,9996 d= 1,5625 F= 16745,97

O Novo modelo apresentado esta corrido da autocorrelação após a

inferência econométrica da multicolinearidade, heterocedasticidade e viés de

especificação, no qual o modelo se mostrou consistente e será a equação utilizada

para o modelo brasileiro no período analisado.

20

0,946 1,543 2 2,547 3,054 401,562

Page 21: Universidade Estadual de Londrina 2

3.3.1 INFERÊNCIA ESTATÍSTICA DO NOVO MODELO

LnΔYi = -1,5368 + 0,9870 + 0,5534

O coeficiente de determinação se manteve estável no novo modelo, que

estimamos, no qual indica que 99,96% das variações no PIB são explicadas pelas

variações no consumo e no investimento. O teste de significância global (F)

apresentou um valor elevado 16745,97 dada a probabilidade do F ser

estatisticamente significante rejeita-se a hipótese nula, ou seja, pelo menos um

parâmetro estimado é diferente de zero. Com o teste t de student para o modelo de

regressão estimado as probabilidades estatísticas se apresentam significativas, ou

seja, todos os parâmetros estimados são estatisticamente diferentes de zero. Os

intervalos de confiança corroboram os resultados do teste t de student no qual não

contem zero em nenhum dos parâmetros, ou seja, os estimadores são diferentes de

zero e o intervalo revela que existe no mínimo 95% de chance de o verdadeiro valor

dos parâmetros estimados pertencerem a esse intervalo.

3.4 CRITÉRIOS ECONÔMICOS (COM O MODELO CORRIGIDO)

Os resultados apresentados mostram que todos os coeficientes foram

estatisticamente significativos ao nível de significância de 5%.Como esperado há

uma relação positiva entre a renda nacional e consumo e investimentos, conforme a

teoria econômica, ou seja, os sinais estão coerentes. Mantido constante o

investimento, um aumento de 1% no consumo provoca um aumento de cerca de

O,9870% no PIB. Da mesma forma, um aumento de 1% no investimento, mantido o

consumo constante, provoca um aumento de 0,5534% no PIB.

.

21

Page 22: Universidade Estadual de Londrina 2

4. CONSIDERAÇÔES FINAIS

Os resultados podem assim ser analisados:

Foi verificado que os pressupostos ausência da colinearidade,

homocedasticidade e ausência de viés de especificação não foram violadas. O

modelo apresentou correlação serial detectado através do teste d de Durbin –

Watson e foi corrigido através do procedimento de diferenças generalizadas

utilizando o valor de (Rô) calculado por Cochrane-Orcut.

Sob o âmbito estatístico o modelo obteve bom desempenho, com a aceitação

dos parâmetros estimados pelos testes de significância individual e amostral, com

um coeficiente de determinação consideravelmente bom.

Sob o âmbito econômico, a estimativa confirma a teoria do modelo keynesiano no

qual a renda nacional possui uma relação positiva entre consumo e investimento. No

modelo duplo-log estimado, revela-se a elasticidade das variáveis explanatórias, ou

seja, mede a elasticidade de Y em relação a X, isso é a variação percentual de Y

correspondente a dada variação percentual em X.

A conclusão geral do presente trabalho é que o modelo de crescimento

econômico estimado para o país no período de 1994 há 2008, com uma abordagem

embasada no modelo Keynesiano cruzado, é aplicável ao Brasil no período

estudado. Pode-se dizer que o crescimento do PIB esta intimamente relacionada

com o consumo (Famílias e empresas) e a Formação bruta de Capital fixo ( compra

de equipamentos de capital), como especificado na Teoria Keynesiana.

22

Page 23: Universidade Estadual de Londrina 2

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GUJARATI, Damodar N., Econometria Básica – Pearson Education - São Paulo,2006.

Bonelli, R; Fonseca, R. “ Ganhos de Produtividade e de eficiência: Novos resultados para a economia Brasileira”, Pesquisa e Planejamento econômico. Rio de Janeiro: IPEA, v 28, n.2, 1998.

Hisória do pensamento economico; Stanley L Brue; ( tradução Luciana Penteado Miquelino). – São Paulo : Pioneira Thomsom Learning, 2005.

KEYNES, John Maynard. The General theory of employment. Fevereiro de 1937.

23