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Universidade Estadual de Londrina
Centro de Ciências Exatas Departamento de Geociências
JÚLIA LUCIANA PEREIRA DAS DORES
AGLOMERADOS SUBNORMAIS DE LONDRINA - PR: regularização fundiária e políticas públicas
LONDRINA - PARANÁ 2005
2
JÚLIA LUCIANA PEREIRA DAS DORES
AGLOMERADOS SUBNORMAIS DE LONDRINA - PR: regularização fundiária e políticas públicas
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina, tendo em vista a obtenção do grau de bacharel em Geografia.
Orientadora: Profª Drª Alice Yatiyo Asari
LONDRINA - PARANÁ 2005
3
JÚLIA LUCIANA PEREIRA DAS DORES
AGLOMERADOS SUBNORMAIS DE LONDRINA - PR: regularização fundiária e políticas públicas
COMISSÃO JULGADORA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL
Orientadora: __________________________________________ Profª Drª Alice Yatiyo Asari
2ª Examinadora: __________________________________________
Profª Drª Mirian Vizintim Fernandes Barros 3ª Examinadora: __________________________________________
Profª Ms. Rosely Maria Lima
Londrina, ____de________________de 2005
4
AGRADECIMENTOS
Registro aqui meus agradecimentos a todos aqueles que ajudaram e colaboraram
de alguma forma para a realização e desenvolvimento desta Pesquisa, em especial:
A Deus por ter colocado em meu caminho pessoas maravilhosas e por dado força,
saúde, para conclui-lo;
A minha Família, meus pais (José e Marilanda), minha irmã Angela, meu cunhado
Paulino, meus sobrinhos (José Paulo e Mariana Júlia), que entenderam os momentos de ausência,
bem como por todo carinho, apoio, e também aos demais familiares, em particular aos tios Edison
(Dido) e Lúcia, e primos Elyne, Victor Luiz, e especialmente a minha prima Lya Carolina, por toda a
atenção, carinho, compreensão e ajuda em alguns momentos;
Ao César Tsuneyoshi Okamura, companheiro e amigo, me ajudou a olhar vida de outra
maneira, e contribuiu muito com sua atenção, seu amor, e também pelas contribuições e discussões
geográficas que tínhamos.
A Alice pela orientação, pelas riquíssimas contribuições e discussão realizada para o
desenvolvimento deste trabalho, e aos demais professores do Bacharelado pelas informações e
discussões realizadas em suas disciplinas, que fizeram com que eu, muitas vezes em silêncio,
refletisse sobre o tema aqui trabalhado;
Aos amigos e colegas, pelas conversas e trocas de informações que muito foram
valiosas para o enriquecimento desta pesquisa;
E aos funcionários da COHAB-LD, Prefeitura Municipal de Londrina e demais
instituições e órgãos públicos visitados pelos dados e informações cedidas.
Obrigada a todos!
5
RESUMO
A problemática habitacional no Brasil tornou-se objeto de análise em diversos
trabalhos e pesquisas das mais distintas categorias profissionais, tanto em nível acadêmico quanto em
instituições e entidades públicas como prefeituras e companhias de habitação dentre outras. No caso
da Geografia essa temática envolve a discussão das condições presenciadas e vivenciadas por
famílias de baixa renda em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, caracterizando o chamado
fenômeno da “favelização”. Embora este fenômeno seja característica marcante em grandes cidades,
sua expansão está direcionando-se também para cidades de diferentes portes demográficos.
Dentro desta perspectiva é que este trabalho se insere, tecendo uma discussão
sobre as condições dos chamados aglomerados subnormais – favelas, assentamentos urbanos e
ocupações irregulares, relacionando-as ao funcionamento do processo de regularização fundiária
destas áreas na cidade de Londrina-PR, a partir da análise dos bairros Jardim União da Vitória e
Jardim Maracanã. Além disso, foram analisadas as políticas públicas, principalmente as habitacionais,
implantadas nestes locais, buscando com isso compreender o papel e a intervenção dos órgãos
públicos municipais, averiguando se estas políticas seriam uma alternativa de regularização fundiária
destas áreas.
Palavras-chave: regularização fundiária, políticas públicas, aglomerados subnormais, Londrina
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................10
1 – AGLOMERADOS SUBNORMAIS: UMA OPÇÃO DE MORADIA POPULAR ...........................13
2 – REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA ............................38
3 – POLÍTICAS PÚBLICAS................................................................................................................50
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................58
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................................62
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................66
7
LISTAS
Mapas e Cartogramas
Mapa 01: Estado do Paraná: localização do Município de Londrina .................................................14
Cartograma 01: Planta Cadastral de Londrina: localização das áreas de pesquisa ......................... 26
Cartograma 02: Jardim União da Vitória: divisão por setores ...........................................................28
Fotos
01: Jardim União da Vitória – setor 1 .................................................................................................29
02: Unidade habitacional de alvenaria situada no setor 1- Jardim União da Vitória .........................29
03: Jardim União da Vitória – setor 2 .................................................................................................30
04: Unidade habitacional mista situada no setor 2 - Jardim União da Vitória ...................................30
05: Jardim União da Vitória – setor 3 .................................................................................................31
06: Jardim União da Vitória – setor 4 .................................................................................................31
07: Jardim União da Vitória – setor 5 .................................................................................................32
08: Jardim União da Vitória – setor 6 .................................................................................................32
09: Unidade habitacional de madeira situada no setor 6 - Jardim União da Vitória ..........................33
10: Vista panorâmica do Jardim Maracanã ........................................................................................34
11: Unidade habitacional de alvenaria - Jardim Maracanã ................................................................35
12: Unidade habitacional mista - Jardim Maracanã ...........................................................................36
13: Unidade habitacional de lona - Jardim Maracanã ........................................................................36
8
Quadros
01: Situação dos Aglomerados Subnormais em Londrina – PR – situação 2005 .............................22
02: Infra-estrutura dos Aglomerados Subnormais – situação 2005 ..................................................24
03: Instrumentos de regularização fundiária ......................................................................................43
Tabelas
01: Legalização do terreno/casa – Jardim União da Vitória ..............................................................46
02: Legalização do terreno/casa – Jardim Maracanã ........................................................................47
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SIGLAS
APP – Área de Preservação Permanente
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
BNH – Banco Nacional de Habitação
CAIC – Centro de Atendimento Integrado à Criança
CDRU – Concessão do Direito Real de Uso
CEF – Caixa Econômica Federal
COHAB-LD – Companhia de Habitação de Londrina
COHAPAR – Companhia de Habitação do Paraná
COPEL – Companhia Paranaense de Energia
DI – Desenvolvimento Institucional
HBB – Habitar Brasil Bid
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPPUL – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano
LD – Londrina
PEMAS-LD – Plano Estratégico Municipal para Assentamentos Subnormais de Londrina
PML – Prefeitura Municipal de Londrina
PR – Paraná
SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná
SERCOMTEL – Serviço de Comunicações Telefônicas de Londrina
10
SFH – Sistema Financeiro de Habitação
UAS – Urbanização de Assentamentos Subnormais
UEL – Universidade Estadual de Londrina
UBS – Unidade Básica de Saúde
ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social
11
INTRODUÇÃO
A questão habitacional no Brasil tornou-se alvo de intervenções e análises no
período recente da história brasileira, embora seja considerado um problema que acompanha o
desenvolvimento do país há dezenas de anos. Os problemas urbanos brasileiros têm a habitação como
um elemento fundamental da atuação do Poder Público, através da elaboração e implementação de
políticas públicas direcionadas à redução das desigualdades sociais, à erradicação da pobreza e à
garantia dos direitos das pessoas que residem nas cidades, como ressalta SAULE JUNIOR (1999).
Ainda sobre esta questão vale lembrar as colocações de Alfonsin (1999), afirmando
que a problemática habitacional no Brasil não é algo inusitado, mas permeia boa parte da história de
sua população. A partir do momento que a cidade começa a adquirir autonomia institucional em relação
às atividades desenvolvidas no campo, constitui-se uma forma de ocupação e uso do solo urbano,
ocorrendo a estruturação deste espaço de maneira diferenciada e hierarquizada.
Dessa forma, considerando a intensificação do processo de urbanização, a cidade
de Londrina-PR também passou a conviver com diversos problemas conseqüentes deste processo,
principalmente no que se refere à questão de moradias voltadas para atender a população de baixa
renda. Diante de suas condições sócio-econômicas este segmento mais carente da população
“escolhe” como opção de moradia os aglomerados subnormais.
O crescimento destes aglomerados constitui-se em uma dinâmica complexa, pois,
por um lado, é decorrente da ação do poder público que procura “esconder” a pobreza da cidade e
erradicar as áreas consideradas favelas. Por outro lado, na visão da população atingida, essas áreas
representam a busca de melhores condições de vida – moradia e emprego, diante da situação
socioeconômica precária em que vivem.
Quanto à regularização fundiária, a COHAB-LD classifica estes aglomerados em
várias categorias: áreas aptas à regularização, áreas regularizadas e áreas irregulares. Isso levou à
12
busca pela compreensão do funcionamento desse processo de regularização fundiária nestes locais,
bem como entender, diante da complexidade deste processo, qual a situação atual destas áreas,
relacionando-as com a implantação de políticas públicas e a atuação do poder público municipal. Note-
se que muitas dessas propostas de elaboração e implantação de políticas públicas voltadas para
habitação, apresentam dados insatisfatórios quanto aos resultados obtidos. O equivoco estaria, não na
implementação desses programas sociais, mas sim na forma como vem sendo elaboradas
Frente a esse quadro, optou-se, neste trabalho, por desenvolver um estudo pautado
na análise do processo de regularização fundiária, considerando a implantação de políticas públicas na
cidade de Londrina – PR e compreender a atuação dos órgãos públicos municipais, diante da
constituição dos chamados aglomerados subnormais, principalmente nos Assentamentos Urbanos,
tendo como objeto de análise os bairros Jardim União da Vitória e Jardim Maracanã.
Já os objetivos específicos consistem na investigação das formas de regularização
fundiária e a situação dos aglomerados subnormais através dos cadastros da COHAB-LD e da
Prefeitura e compreensão desse processo de regularização, analisando as concepções da COHAB-LD
e da Prefeitura, quanto as principais políticas públicas existentes e implantadas na cidade, que buscam
solucionar o problema habitacional das famílias carentes.
É importante ressaltar que a escolha destes assentamentos para análise levou em
conta, primeiramente a existência de duas dissertações de Mestrado1 que abordaram questões
relevantes ao processo de regularização e políticas públicas; e segundo, por serem dois exemplos de
intervenção do Poder Público com a implantação de políticas públicas, no caso especifico do Jardim
Maracanã, e, do Jardim União da Vitória por ser o primeiro bairro a ter a denominação de
assentamento urbano.
1 DORES, Júlia Luciana Pereira das. Exclusão Social, Políticas Públicas e Representações Sociais: um olhar sobre o Assentamento Urbano Jardim Maracanã. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2005; e FERREIRA, Maria E. G. A saúde e o ambiente no Assentamento Urbano Jardim União da Vitória – Londrina – PR. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2001.
13
Além disso, a metodologia utilizada neste trabalho baseou-se na pesquisa
documental e bibliográfica. Para atingir os objetivos propostos, foram realizadas também atividades que
envolveram os seguintes procedimentos metodológicos: 1. levantamento, leituras, fichamentos e
discussão bibliográfica, pertinente ao tema; 2. levantamento junto a COHAB-LD e Prefeitura dos
cadastros de regularização e do IPTU dos Aglomerados Subnormais; 3. aplicação de
questionário/entrevista junto a instituições e órgãos governamentais (COHAB-LD); 4. consulta de
documentos disponíveis em órgãos públicos; e 5. sistematização, mapeamento e análise dos dados.
Para a obtenção das informações necessárias recorreu-se também à consulta de
documentos disponíveis em órgãos públicos municipais, como a Companhia de Habitação de Londrina
(COHAB-LD), Instituto de Pesquisa e Planejamento de Londrina (IPPUL), Secretaria Municipal de
Planejamento e de Fazenda de Londrina, Biblioteca Pública de Londrina, Biblioteca Central e Setorial
da Universidade Estadual de Londrina.
Diante dos resultados obtidos, este trabalho está estruturado em três capítulos. O
primeiro intitulado Aglomerados Subnormais: uma opção de moradia popular, apresenta a
caracterização das moradias populares de baixa renda na cidade de Londrina considerando a
intensificação da implementação dos aglomerados subnormais e enfatizando a intervenção do Poder
Público, a começar pelas classificações e definições por ele empregadas.
O segundo capítulo, Reflexões sobre o processo de regularização fundiária,
enfatiza a questão da ilegalidade, faz uma análise conceitual do processo de regularização fundiária e
seus instrumentos, visando dar subsídios para as análises das políticas públicas desenvolvidas na
cidade de Londrina – PR, nas áreas objeto de pesquisa.
Finalmente, no terceiro capítulo Políticas Públicas, são apresentadas as diferentes
formas de aplicação das políticas públicas associadas à questão habitacional, especificamente as
relacionadas ao processo de regularização fundiária dos aglomerados subnormais analisados, visando
também a busca por soluções ao problema analisado.
14
1 – AGLOMERADOS SUBNORMAIS: uma opção de moradia popular
Este capítulo tem como objetivo analisar a situação dos aglomerados subnormais,
entendidas como moradias populares2 de baixa renda, presentes na cidade de Londrina-PR, levando
em conta sua formação e principais características. Como ponto de partida destaca-se que esta
categoria habitacional está sendo alvo de análise, em vários trabalhos, no período recente frente à sua
expansão e proliferação, principalmente por ser caracterizada como uma alternativa para a população
carente, para suprir suas necessidades básicas de moradia e amenizar seus problemas sócio-
econômicos.
Londrina, município localizado ao norte do Estado do Paraná, conforme demonstra
o Mapa 01, caracteriza-se por apresentar uma forma singular na organização e produção do seu
espaço urbano, estimulando a busca para compreender a formação e a intensificação do processo de
constituição de áreas destinadas a população de baixa renda, e, como são produzidos social e
juridicamente os aglomerados subnormais, uma vez que a situação dessas áreas reflete as condições
e as conseqüências presenciadas em habitações precárias das grandes metrópoles brasileiras.
Segundo Dores (2005), o intenso processo de urbanização suscitou a discussão da
problemática habitacional brasileira como questão social, caracterizada pelo desequilíbrio entre o
crescimento populacional e a oferta de moradias acompanhadas da implantação de infra-estrutura,
resultando no surgimento de moradias populares de baixa renda, que na maioria das vezes são
produzidas ilegalmente no espaço urbano, decorrente da não possibilidade de seus moradores de
pagarem aluguel, frente ao estado de desemprego, desqualificação profissional entre outros fatores.
Essas aglomerações subnormais acabam perpetuando as desigualdades sociais no espaço urbano.
2 Considera-se neste trabalho como moradias populares os chamados Aglomerados Subnormais – Favelas, Assentamentos Urbanos e Ocupações Irregulares.
16
Considerando os padrões e definições das favelas presentes na cidade de São
Paulo e Rio de Janeiro, bem como todo o processo de favelização que configura o espaço urbano
destas localidades, verifica-se que na cidade de Londrina, aparentemente, não existiria o que se
convencionou chamar de favelas. Entretanto, a subnormalidade das habitações populares e das
condições das famílias carentes é bastante evidente, e, remete a uma análise no que tange as formas
e classificações destas localidades.
Ao discutir sobre a questão da favela nos dias atuais há que se refletir sobre esta
alternativa de moradia. Existem muitas diferenças que devem ser levadas em conta, como por exemplo
o número de famílias, situação socioeconômica da população, infra-estrutura, situação dos
loteamentos, condições das unidades habitacionais, entre outros. Estes fatores refletem na constituição
destas áreas que acabam sendo produzidas de forma desigual no espaço urbano, apresentando
características peculiares a cada cidade que se instalam. Sendo que
as definições que se referiam às características dos barracos estão paulatinamente mudando, já que os barracos de madeira, construídos com sucata, tem sido gradativamente substituídos pelos barracos de ‘madeirit’ ou por blocos. Uma outra característica que se tem alterado é a que se refere à forma de ocupação: vielas de traçado irregular estão se transformando em vielas que muitas vezes permitem a passagem de veículos. Esta mudança está vinculada à urbanização e melhorias das favelas, com a introdução de alguns serviços básicos como luz e água. (RODRIGUES, 2001, p. 38)
Partindo dessas considerações e diante da diversidade, várias instituições entre
elas o IBGE e a COHAB estão buscando novas formas de conceituar esses tipos de habitações e suas
múltiplas concretizações no espaço urbano, utilizando, diante desta circunstância, o termo
Aglomerados Subnormais para caracterizar estas áreas.
Os bairros analisados neste trabalho apresentam essa diversidade entre as
moradias destinadas a população de baixa renda, por isso não podemos considerar a existência de
favelas e assemelhados, conforme definições estipuladas para a situação presente nas metrópoles
brasileiras, optando-se por manter a denominação de aglomerado subnormal.
17
Optou-se por manter essa nomenclatura aglomerado subnormal, para referir-se às
moradias populares de baixa renda, por ser um conceito utilizado pela COHAB-LD3, sendo este órgão
público umas das principais fontes de dados e informações referentes a essas categorias habitacionais
na cidade de Londrina.
A categoria habitacional Aglomerado Subnormal foi usada pela primeira vez para
substituir o termo favela no Censo do IBGE de 2000, significando assim, um conjunto de favelas e
assemelhados constituídos por unidades habitacionais dispostas de forma desordenada e densa,
apresentando carências de serviços públicos essenciais (IBGE, 2000). Para a COHAB-LD, o termo
refere-se aos assentamentos urbanos, favelas e ocupações irregulares, que apresentam características
e condições fora dos padrões normais e legais de moradia.
Segundo Bessa e Soares (1997), o processo de favelização nas metrópoles
brasileiras tem seu início no final do século XIX, mas somente a partir da década de 1930 assume uma
maior importância no contexto das cidades. Num primeiro momento, a favela representa um problema
apenas para os grandes centros, tais como: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte. No entanto, a
partir dos anos 1950, essa problemática passa a se impor no cotidiano das cidades médias4.
O fenômeno de expansão dos Aglomerados Subnormais caracteriza-se por ser um
processo continuo que se mantém, apesar das constantes tentativas de erradicação através das ações
desenvolvidas pelas políticas de controle e de organização do espaço urbano elaboradas polo Poder
Público, mas ainda reflete o empobrecimento geral desta população residente nesse tipo de moradia.
3 A COHAB-LD foi criada em 26 de agosto de 1965 com o objetivo de produzir e comercializar unidades habitacionais e desenvolver programas , aquisição, urbanização, administração e venda de imóveis, destinados principalmente à população carente. Sua atuação engloba também áreas limítrofes ao município de Londrina, como o Jardim Campos Verdes, Cambé. 4 O critério mais utilizado para classificar o tamanho das cidades ainda é o fator demográfico. Assim, “aceita-se, para a urbanização brasileira atual, a idéia de que são ‘cidades médias’ aquelas que possuem entre 100 mil e 500 mil habitantes, ainda que não se possa encontrar consenso em torno dessas referências demográficas”. (SPOSITO, M. 2001 p. 612)
18
Frente a essas características torna-se fundamental diferenciar as categorias
habitacionais que constituem os Aglomerados Subnormais para entender a subnormalidade existente
na cidade de Londrina, do ponto de vista oficial. Assim, de acordo com a classificação da COHAB-LD
(PML, 2001), tem-se as seguintes definições:
• Favela: núcleo de gênese espontânea, desordenado, produto de ocupação organizada gradativa
ou não, em área pública ou privada, mas que já passou por processo de urbanização básica, como
demarcação de lotes, abertura de ruas, implantação de sistema de abastecimento de água potável
e energia elétrica, via de regra executado pela administração pública (COHAB-LD), visando à
futura regularização fundiária. As habitações (barracos ou similares) normalmente não são objeto
de intervenção, havendo apenas a realocação dentro da mesma área. Em função do adensamento
inicial, quando da demarcação dos lotes, geralmente há um excedente de famílias que podem ser
assentadas em outro local, dependendo de negociação.
• Assentamento Urbano: núcleo planejado pela Administração Pública (COHAB-LD), em área
pública, cuja demanda normalmente é formada por ocupação na própria área ou proveniente de
outra. No primeiro caso, as famílias são retiradas, para a execução da urbanização básica, como
demarcação de lotes, abertura de ruas, implantação de sistema de abastecimento de água potável
e energia elétrica, pavimentação primária ou asfáltica, via de regra executada pela administração
pública (COHAB-LD), e que vão sendo assentadas de forma organizada, podendo receber
excedentes de outros núcleos ou são constituídas de famílias carentes dispersas pela cidade. No
segundo caso, vão sendo remanejadas e assentadas, conforme o término das obras, tendo como
objetivo também a futura regularização fundiária, podendo ser regularizada ou não, conforme a
fase do processo de regularização. As habitações são objeto de intervenção, sendo reconstruídas
ou reformadas, pela COHAB-LD dependendo da viabilização de recursos, pelos próprios
moradores através do sistema de autoconstrução.
19
• Ocupações irregulares: são produto de ocupação de áreas legalmente impróprias de serem
regularizadas, apresentam-se insalubres, encontram-se em locais de risco e/ou de preservação
permanente, como também em áreas destinadas a equipamentos comunitários, ruas, lixões,
possuem terrenos alta declividade, solo instável e se constituem em fundos de vales, podendo ser
de domínio público ou privado.
Embora sejam definidos distintamente fazem parte de um conjunto considerados
aglomerados subnormais, apresentando-se na forma de ocupações em áreas ilegais, construções de
casas e barracos em terrenos públicos, com carência de estruturas físicas, mostrando-se diferentes
internamente, não sendo possível tratá-los como sinônimos, uma vez que diferem na organização e na
forma de atuação pelo poder Público.
Ainda sobre o termo favela, é importante ressaltar a colocação de Rodrigues (2001)
com base na definição apresentada pelo IBGE, que considera favela:
um aglomerado de pelo menos cinqüenta domicílios – na sua maioria carentes de infra-estrutura – e localizadas em terrenos não pertencentes aos moradores. O que distingue a favela de outros locais de moradia, também sem infra-estrutura é a natureza da ocupação das terras. (...) A favela se constitui numa ocupação juridicamente ‘ilegal’ de terras. (RODRIGUES, 2001, p. 36)
Rodrigues (2001) acrescenta que na favela, a ocupação da terra ocorre de forma
individual, ou seja, pessoas que não tem onde morar, buscam um local para instalar-se com sua
família, com informações conseguidas através de conversas com moradores da favela, encontram um
terreno e constroem seu “barraco” ou compram um pronto. Quanto às ocupações irregulares, salienta
que estas ocorrem em bloco, isto é, um determinado número de famílias se organiza e juntas buscam
uma área para instalar-se. A instalação dos barracos é responsabilidade de cada família, podendo
existir os “mutirões” entre eles.
20
Já com relação ao termo assentamento urbano, este é utilizado, principalmente,
pela Prefeitura Municipal de Londrina e COHAB-LD5, tendo sido criado na gestão municipal do Prefeito
Antonio Casemiro Belinati, que iniciou um processo de transferência da população das áreas de
ocupação ilegal para outras áreas, mas que possuem praticamente as mesmas características de uma
favela - baixa presença de meios de consumo coletivo e residências construídas com material misto –
constituindo-se em uma manobra política para conseguir votos junto a população que não possui
esclarecimento suficiente para perceber que não estavam tendo nenhuma melhora no padrão de vida.
(SILVA, W., 2002)
Embora seja evidente uma política desenvolvida em meados da década de 1980 e
no inicio da década de 1990, observar que algumas famílias ainda continuam ocupando áreas públicas
e ilegais, como por exemplo as ocupações em fundos de vale, bem como possível verificar a atuação
do Poder Público, através da COHAB-LD, em remover e transferir estas famílias para os
Assentamentos Urbanos.
Um exemplo da atuação da COHAB-LD, reforçando o controle e a influência na
organização dos assentamentos urbanos, foi a transferência de 20 famílias que haviam ocupado uma
área de fundo de vale no Conjunto Cafezal – Zona Sul para o Jardim Maracanã, conforme mostra
reportagem publicada pela Folha de Londrina de 05 de junho de 2003, transcrita abaixo:
(...) vinte famílias foram transferidas ontem à tarde de uma área de fundo de vale no Conjunto Cafezal (zona sul) para o Jardim Maracanã (zona oeste), onde foram assentadas em terrenos oferecidos pela Companhia de Habitação (Cohab). (...) eles teriam uma fonte de água disponível em terreno próximo e poderão entrar em contato posterior com a Copel e Sanepar para regularizar as ligações. (...) Eles poderão regularizar a situação para ficar com os lotes, pagando taxas mensais que variam entre R$ 25 e R$ 30. (FARO, 2003)
5 Este termo também é utilizado em pesquisas e projetos desenvolvidos pelo IPPUL e COHAPAR.
21
Essa reportagem reforça a característica da formação dos assentamentos urbanos
na cidade. Para o engenheiro e assessor de comercialização da COHAB-LD, Heleno Rabello6 os
assentamentos urbanos são bairros ordenados, divididos em lotes com área medindo 120 m2,
pertencente a COHAB-LD, e que são “comercializados” para as famílias já residentes no local,
mediante cadastro nesta companhia, no valor de R$ 20,00 mensais, financiados em até 10 anos. São
áreas munidas de arruamento, com grande déficit na infra-estrutura básica (asfalto, iluminação pública
e energia elétrica (COPEL), água encanada (SANEPAR e telefones públicos (SERCOMTEL), péssimas
condições de moradia, alimentação, saúde, educação. São construídos em áreas planas ou levemente
onduladas, sendo constituídos por habitações de alvenaria na porção mais antiga e de barracos de
madeira ou unidades habitacionais mistas, e, até barracos de lona, nas mais recentes.
Diante do exposto, tem-se que as principais diferenças entre tais categorias
habitacionais são o tipo de ocupação, a organização interna dos bairros e o grau de intervenção do
poder público. Pode-se dizer que elas apresentam situação equivalente às características colocadas
por Souza (2004) ao referir-se ao termo “politicamente” correto de favela, na qual relata que
está se lidando com áreas de ocupação ilegal, que demandam regularização fundiária. Esta é, aliás, a sua característica mais importante, sob o ângulo conceitual, pois, embora outras características, tanto sócio-econômicas (pobreza) quanto morfológicas (precariedade das habitações, carência de infra-estrutura, malha viária “caótica” etc) possam ser associadas a elas, nenhuma delas possui uma vocação tão nítida para funcionar como denominador comum de todas as favelas quanto ao status jurídico (afinal, dependendo da cidade, na maioria das favelas as habitações, ainda que pobres, não são “barracos” ou habitações improvisadas, e sim casas de alvenaria; a carência de infra-estrutura, por seu turno, pode variar bastante de favela para favela, e a própria pobreza se apresenta, às vezes, de maneira muito heterogênea). Seja como for, as favelas são, tipicamente, áreas carentes – ainda que em grau variável – de infra-estrutura técnica e social, a começar pelo saneamento básico, demandando, portanto, aquilo que, no Brasil, é designado por urbanização (de favelas) ...”. (SOUZA, 2004, p. 263)
De acordo com o levantamento realizado junto a COHAB-LD (junho de 2005) foram
identificados em Londrina, frente às essas características, 65 aglomerados subnormais,
6 Entrevista realizada em setembro de 2001.
22
correspondendo a 9581 unidades habitacionais abrigando o equivalente a 47951 pessoas residindo
nestas áreas, ou seja, mais de 10% da população total do município.
Os aglomerados subnormais referenciados estão distribuídos em 12 favelas
urbanizadas, aptas a regularização, 3 favelas urbanizadas regularizadas, 9 assentamentos urbanos
aptos à regularização, 7 assentamentos urbanos regularizados, e 34 ocupações irregulares, conforme
mostra o quadro 01 referente à síntese da situação destes aglomerados, em relação ao número de
unidades habitacionais (lotes ou famílias), número de pessoas, com a distribuição por zonas da cidade.
Para a COHAB-LD as áreas regularizadas são aquelas que foram submetidas a
aprovação da Secretaria de Obras do Município e estavam dentro dos parâmetros exigidos pelas leis
municipais e federais. Já as áreas aptas a serem regularizadas são aquelas que já contam com infra-
estrutura básica, o terreno parcelado e ainda é de propriedade da Companhia.
23
Quadro 01: Situação dos Aglomerados Subnormais em Londrina – PR – situação 2005
Fonte: Situação das favelas, assentamentos, e ocupações, urbanas de Londrina. Levantamento realizado junto a COHAB-LD em junho de 2005 Org.: Júlia Luciana Pereira das Dores
Favelas urbanizadas aptas à regularização
Favelas urbanizadas regularizadas
Assentamentos urbanos aptos à
regularização
Assentamentos urbanos regularizados
Ocupações Irregulares Total Localização
Nº Nº de famílias
Nº de pessoas
Nº Nº de famílias
Nº de pessoas
Nº Nº de famílias
Nº de pessoas
Nº Nº de famílias
Nº de pessoas
Nº Nº de famílias
Nº de pessoas
Nº Nº de famílias
Nº de pessoas
Zona Norte 2 253 1265 - - - 2 171 855 2 794 4016 6 426 2130 12 1644 8266 Zona Sul 2 296 1480 2 397 1985 5 383 1915 1 1956 9780 7 492 2460 17 3524 17620 Zona Leste 5 250 1250 - - - 1 29 145 1 356 1780 13 910 4550 20 1545 7725
Zona Oeste 1 197 985 1 280 1400 1 345 1725 2 1457 7285 2 107 535 7 2386 11930 Área Central 1 68 340 - - - - - - 1 38 190 1 102 510 3 208 1040 Outros 1 24 120 - - - - - - - - - 5 250 1250 6 274 1370 Total 12 1088 5440 3 677 3385 9 928 4640 7 4601 23051 34 2287 11435 65 9581 47951
24
O quadro 02 apresenta as características dos aglomerados subnormais
considerando a situação da infra-estrutura básica que foi implantada pelo Poder Público nestas
categorias habitacionais, como por exemplo abertura de ruas, iluminação pública, situação dos lotes,
equipamentos coletivos.
25
Quadro 02: Infra-estrutura dos Aglomerados Subnormais – situação 2005
Fonte: Situação das favelas, assentamentos, e ocupações, urbanas de Londrina. Levantamento realizado junto a COHAB-LD em junho de 2005 Org.: Júlia Luciana Pereira das Dores
Categoria Nº
lotes ou
família
Nº pessoas
Abertura de ruas
Rede de
água
Rede energia iluminação
pública
esgoto Pavimentação asfalto
Coleta de lixo
telefones Lotes regularizados
Lotes irregulares
Lotes clandestinos
Escola e
creche
Centro comunitário
Posto de
saúde
Favela urbanizada
apta à regularização
12
1088
5440
12
12
12
2
8
12
12
-
12
-
3
4
-
Favela urbanizada regularizada
3
677
3385
3
3
3
3
3
3
3
3
-
-
3
1
-
Assentamento apto à
regularização
9
928
4640
8
8
8
3
3
6
7
1
7
-
2
1
1
Assentamento regularizados
7
4601
23051
7
6
7
4
4
7
7
4
3
-
4
1
1
Ocupações irregulares
34
2287
11435
11
21
22
2
13
24
24
-
3
29
5
1
3
Total
65
9581
47951
41
50
52
14
31
52
53
8
25
29
17
8
5
26
Frente a este quadro de subnormalidade optou-se por estudar a situação de dois
bairros que são classificados como Assentamentos Urbanos. Em relação a esta categoria Fresca
(2002), considera que esses assentamentos são constituídos por grupos sociais excluídos e que
proliferaram nos anos 1990, vinculados ao forte arrefecimento da oferta de moradias pelo poder público
local, pelas mudanças das regras para comercialização dos imóveis financiados, pelo rebaixamento
sucessivo do poder aquisitivo da população, dentre outros.
Além disso, os assentamentos urbanos seriam considerados áreas que possuem
elementos de exclusão social, constituídos de moradias precárias e péssima infra-estrutura. A
formação dessas áreas tem como principal motivo o deslocamento de famílias carentes em busca de
melhores condições de vida e oportunidade de moradia e emprego, fazendo parte de uma estratégia
política, de ações públicas do Estado para amenizar a problemática da pobreza e suas conseqüências.
(DORES; GOES, 2002)
A proliferação dos assentamentos urbanos ocorreu na década de 1990, quando se
tornaram alvo das ações do poder público local. Entre os principais assentamentos urbanos da cidade
de Londrina estão o Jardim São Jorge (Zona Norte), o Jardim União da Vitória (Zona Sul), o Jardim
João Turquino e o Jardim Maracanã (Zona Oeste) e representam áreas de miséria, violência,
discriminação, inadequação ou limitação da intervenção estatal. Esta é materializada nos
assentamentos urbanos, sobretudo quando se avalia a questão do acesso à cidadania e seus direitos.
Alguns são tidos como peças fundamentais nas ações do Poder Público frente as suas características.
A análise está pautada na apresentação de dois bairros da categoria Assentamento
Urbano, o Jardim União da Vitória e o Jardim Maracanã, localizados na Zona Sul e Zona Oeste da
cidade, respectivamente conforme apresentado no Cartograma 01. Também serão destacados
brevemente seus fatores históricos e a situação em que se encontram diante do processo de
regularização fundiária e da implantação de políticas públicas, visando dar subsídios para o
entendimento desses dois elementos que serão discutidos posteriormente.
28
O Assentamento Urbano Jardim União da Vitória7 está localizado na zona sul da
cidade de Londrina, entre a Rodovia PR-445 (que liga Londrina a Curitiba) e a Estrada de acesso ao
distrito de Maravilha. Esta área foi adquirida pela COHAB-Ld em 14 de dezembro de 1977,
constituindo-se no primeiro bairro a ser denominado de assentamento urbano na cidade e servindo de
local para a futura remoção de famílias que se encontravam em situação de risco ambiental e
socioeconômico que estavam residindo em locais degradados e em lotes ilegais.
Porém, as primeiras manifestações de ocupação deste local ocorreram somente em
meados de 1985 com a chegada de algumas famílias formadas por trabalhadores rurais e famílias
desempregadas provenientes de outras cidades e de outros bairros da própria cidade de Londrina, que
tinham por objetivo utilizar o terreno para o uso agrícola. Além disso, a área foi ocupada também por
moradores da Favela OK (atual Nova Conquista) que foram desalojados deste local e transferidos para
o União da Vitória.
Quanto à caracterização do bairro com relação à estruturação das unidades
habitacionais e formas de ocupação do local, este está dividido em 6 setores, de acordo com Ferreira
(2001), que apresenta tais divisões levando em conta a evolução histórica da ocupação das áreas que
constituem o bairro, como também a estrutura das moradias, instalação de serviços públicos e
equipamentos coletivos, transportes, entre outros. A Cartograma 02 tem como objetivo mostrar a
organização interna do Jardim União da Vitória frente à sua divisão em setores.
7 Para maiores informações sobre este bairro consultar Ferreira (2001).
29
Cartograma 02: Jardim União da Vitória: divisão por setores
Fonte: FERREIRA, Maria E. G. A saúde e o Ambiente no Assentamento Urbano Jardim União da Vitória – Londrina – PR. 2001. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2003
30
O setor 1 (foto 01) está localizado na porção norte do bairro, ocupando uma área
que contém 21 quadras, em 461 lotes. Foi o primeiro a ser entregue pela COHAB-LD (1985) e possui
melhor infra-estrutura, as habitações são de alvenaria (foto 02), contam com água encanada,
iluminação pública, demarcação de ruas, escola, creche, e o CAIC - Zona Sul, além de
estabelecimentos comerciais como açougue, sacolão, mercearias e bares.
Foto 01: Jardim União da Vitória – setor 1 Foto: Maria Eunice Ferreira Fonte: Ferreira, 2001
Foto 02: Unidade habitacional de alvenaria situada no setor 1 Jardim União da Vitória Foto: Maria Eunice Ferreira Fonte: Ferreira, 2001
O setor 2 (foto 03) conta com 26 quadras e 610 lotes, abrigando uma população
mais carente que os demais setores (1,3 e 4). Caracterizando-se por unidades habitacionais mistas e
31
irregulares (foto 04), algumas ruas não foram demarcadas por estar localizado num terreno íngreme. O
setor 3 (foto 05) possui 10 quadras e 192 lotes os quais foram legalizados pela COHAB-LD em 1990;
possui topografia suave e habitações com melhor padrão de construção e boa infra-estrutura – asfalto,
água encanada, iluminação pública.
Foto 03: Jardim União da Vitória – setor 2 Foto: Maria Eunice Ferreira Fonte: Ferreira, 2001
Foto 04: Unidade habitacional mista situada no setor 2 Jardim União da Vitória Foto: Maria Eunice Ferreira Fonte: Ferreira, 2001
32
Foto 05: Jardim União da Vitória – setor 3 Foto: Maria Eunice Ferreira Fonte: Ferreira, 2001
O setor 4 (foto 06) possui 16 quadras com 432 lotes também legalizados pela
COHAB-LD em 1990, porém não possui boa infra-estrutura, por estar localizado em área de várzea.
Neste setor encontra-se instalada a Unidade Básica de Saúde - USB para atender a população local.
Já o setor 5 (foto 07) possui 10 quadras dos quais foram demarcados 205 lotes reconhecidos pela
COHAB-LD, tendo ruas estreitas que não permite o acesso ao transporte coletivo. Este setor abriga o
grupo de famílias recém chegadas no local, sendo a área de intervenção do Poder Público e local para
onde foram transferidas famílias, com base na política de desfavelamento.
Foto 06: Jardim União da Vitória – setor 4 Foto: Maria Eunice Ferreira Fonte: Ferreira, 2001
33
Foto 07: Jardim União da Vitória – setor 5 Foto: Maria Eunice Ferreira Fonte: Ferreira, 2001
O último, o setor 6 (foto 08) foi formado entre 1997 e 1999, possuindo 5 quadras e
122 lotes, nem todos demarcados devido a constante construção de barracos (foto 09) nas encostas
próximas as ruas demarcadas. Apresenta precárias condições de infra-estrutura, não tendo asfalto,
rede de esgoto, água, energia elétrica e iluminação pública.
Foto 08: Jardim União da Vitória – setor 6 Foto: Maria Eunice Ferreira Fonte: Ferreira, 2001
34
Foto 09: Unidade habitacional de madeira situada no setor 6 Jardim União da Vitória Foto: Maria Eunice Ferreira Fonte: Ferreira, 2001
De forma geral, pode-se dizer que o Jardim União da Vitória possui em sua
estrutura e organização uma forte atuação da Associação de Moradores que sempre está em busca de
melhorias para o bairro. É também visível na estrutura física do local a presença de ruas com asfalto e
de terra, água encanada, luz elétrica, escola, posto de saúde, linhas de ônibus, pequenos comércios,
residências de alvenaria, barracos de madeira e unidades habitacionais mistas, áreas com declividade
suave e outras bem acentuadas constituindo-se em risco para as famílias moradoras neste setor e na
várzea.
Após a constituição do Jardim União da Vitória em 1985, outros assentamentos
urbanos foram criados na cidade, tanto para a legalização de áreas já ocupadas, quanto através do
processo de loteamento de uma nova área para a transferência de famílias, como foi o caso do Jardim
Maracanã. Trata-se de uma política de desfavelamento que consistiu na formação deste bairro. Após o
início da ocupação no local, a COHAB-LD começou a intervir implantando infra-estrutura e procedendo
a transferência de famílias.
O Assentamento Urbano Jardim Maracanã8 está localizado na zona oeste da cidade
de Londrina, próximo a divisa com o Município de Cambé. As primeiras ocupações ocorreram em 1997
8 Para maiores informações sobre este bairro consultar Dores (2005).
35
com cerca de 100 famílias provenientes do fundo de vale do assentamento vizinho João Turquino.
Porém, foi apenas no ano de 1999 que essas ocupações se intensificaram passando a ser alvo de
intervenção do Poder Público, neste caso a COHAB-LD, que adquiriu a área de 241.613,17 m2, em 19
de dezembro de 2000.
O local onde está instalado o Jardim Maracanã foi inserido no perímetro urbano do
Município de Londrina pela Lei Municipal nº. 7.4849 de 20 de julho de 1998, sendo que o parcelamento
dos lotes, devidamente aprovado pela Secretaria de Obras do Município, foi protocolado para registro
sob o nº. 24.189, somente em 09 de junho de 2002, contendo 639 lotes destinados a habitação, dos
quais 497 estão ocupados por unidades habitacionais, 48 em processo de edificação e 94 encontram-
se vazios e reservados. (COHAB-LD, 2002)
Após este período, a COHAB-LD realizou a abertura de ruas, instalando os
sistemas de água e iluminação pública. Quanto à organização interna do bairro, este está dividido em
Maracanã I e II, apresentando diferenciações nos aspectos socioeconômicos de seus moradores e
também na infra-estrutura das unidades habitacionais e na própria característica das duas áreas. (foto
10).
Foto 10: Vista panorâmica do Jardim Maracanã - a parte superior é o Maracanã I e o Maracanã II encontra-se na parte inferior (local sem construções) Foto: Alves, 2003
9 Lei que define o Perímetro da Zona Urbana e da Zona de Expansão Urbana do Distrito Sede do Município de Londrina, fazendo parte das leis que compõem o Plano Diretor de Londrina (1998).
36
A partir da observação das fotos de ambos os bairros é possível identificar a
disparidade social e a precariedade da própria estrutura interna dos mesmos. É evidente a existência
de unidades habitacionais construídas em madeira e mistas junto com as de alvenaria, bem como ruas
asfaltadas e outras de terra, sem arruamento e sem demarcação dos lotes.
Dessa forma, identificou-se no Maracanã I moradias de alvenaria, com bom estado
de conservação (acabamento e pintura), com divisão interna dos cômodos, possuindo poste de energia
elétrica e terreno cercado, conforme pode ser observado na foto 11. No Maracanã II foi possível
observar a presença marcante de unidades de madeira ou mista (fotos 12), apresentando precárias
condições de moradia e de infra-estrutura, embora algumas possuíssem poste de energia elétrica;
presença de unidades abandonadas e de alguns barracos de lona, característica de famílias recém
chegadas no local (foto 13).
Foto 11: Unidade habitacional de alvenaria - Jardim Maracanã I Foto: Júlia Luciana Pereira das Dores Fonte: Dores, 2005
37
Foto 12: Unidade habitacional mista - Jardim Maracanã II Foto: Júlia Luciana Pereira das Dores Foto: Dores, 2003
Foto 13: Unidade Habitacional de lona - Jardim Maracanã II Foto: Júlia Luciana Pereira das Dores Fonte: Dores, 2005
De acordo com Dores (2005) embora exista uma determinada hierarquia entre as
moradias que constituem os dois segmentos do Jardim Maracanã, não existe um padrão de construção
das unidades habitacionais, possuindo casas de tamanhos e estilos variados, além de diferentes níveis
de acabamento das construções, que se encontram em constante edificação.
38
Com isso, este capítulo buscou apresentar algumas considerações sobre os
aglomerados subnormais e mostrar a caracterização de dois assentamentos urbanos da cidade de
Londrina, visando dar subsídios para a compreensão do processo de regularização fundiária dessas
áreas, tema do capítulo seguinte.
39
2 – REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
Tratar de assuntos que remetem à cidade ou ao espaço urbano brasileiro nos dias
atuais, especificamente no final do século XX e início do século XXI, é ocasião para refletir sobre
alguns fatos históricos e transformações que permearam o desenvolvimento socioeconômico, político e
espacial do Brasil.
Estas mudanças geraram problemas nas cidades brasileiras como por exemplo a
urbanização associada à evolução tecnológica e industrial, intensificando a queda da qualidade de vida
da população de baixa renda e a intensificação da construção de moradias populares e entre elas os
aglomerados subnormais, conforme apresentado anteriormente.
Assim, no que tange a essa urbanização, por exemplo em cidades como Londrina,
é importante ressaltar que parte significativa da população que se dirigiu para os centros urbanos,
independente de sua origem (rural ou urbano)10, buscava solucionar seus problemas e suprir suas
necessidades básicas, alojando-se em áreas tidas como inadequadas para moradia, contribuindo
dessa forma para o surgimento e expressividade do que se convencionou chamar de cidade ilegal,
frente à propriedade da terra e demais direitos, constituindo os aglomerados subnormais.
Tendo como pano de fundo esta situação, este capítulo tem como principal objetivo
desenvolver uma discussão centrada na abordagem teórica do processo de regularização fundiária,
bem como a visão do Poder Público, representado por instituições, como PML (Prefeitura Municipal de
Londrina) e COHAB-LD (Companhia de Habitação de Londrina).
10 É importante ressaltar que o perfil dos deslocamentos internos não é caracterizado apenas pelo fluxo rural urbano, mas também passaram a sobressair os deslocamentos urbano/urbanos e os intra-urbanos.
40
Quando o assunto se restringe à discussão sobre o processo de regularização
fundiária, alguns pontos metodológicos devem ser levados em conta para melhor entender o cerne da
análise aqui proposta. Além disso é fundamental remeter à analise teórica do processo de ilegalidade
e/ou irregularidade urbana dentro do contexto da produção do espaço urbano, uma vez que tais
fenômenos estão diretamente ligados ao processo de regularização fundiária e toda sua forma de
implantação.
Outro ponto a ser ressaltado é que se tratará de regularização fundiária voltada
para o estudo de áreas onde se encontram moradias populares de baixa renda, considerando os
aglomerados subnormais, deixando claro que existem outros espaços onde também é visível a
ilegalidade do uso e ocupação do solo urbano, porém nossa preocupação está pautada nesse
segmento social .
A situação vivida pela população de baixa renda nas cidades brasileiras apresenta-
se problemática. Porém, existem evidências de que o período mais recente, considerando as duas
últimas décadas, está profundamente marcado por esse problema urbano. Frente as suas prioridades
de subsistência, bem como a situação sócio-econômica em que se encontram, a população de baixa
renda é obrigada, de certa forma, a se abrigar de maneira precária e até ilegal, diante da legislação e
dos padrões urbanísticos.
Tendo como base trabalhos e pesquisas da área de Direito é possível compreender
um pouco mais sobre esse processo crescente da ilegalidade que permeou a atual produção do
espaço urbano de inúmeras cidades brasileiras. Partindo deste contexto, tem-se que a ilegalidade
avança sobre as relações de trabalho, o fornecimento de produtos e serviços e a provisão de infra-estrutura urbana, por exemplo. Mas é, sem dúvida, na produção da cidade e sobretudo das moradias dos pobres urbanos que a inadequação de uma legislação elitista e excludente mostra sua face mais cruel, deixando milhões de pessoas não apenas à margem da lei, mas segregados do acesso a todos os bens (materiais e simbólicos) que a cidade oferece. (FERNANDES; ALFONSIN, 2003, p. xi)
41
No caso brasileiro, não estar dentro dos trâmites legais, ou seja, inserido nos
padrões impostos pela legislação, significa estar excluído socialmente. Uma outra questão que
preocupa a análise dessa situação é a própria conceituação e o entendimento, por esse segmento
social, do que seja a ilegalidade e irregularidade e também o significado de posse e propriedade dos
terrenos ocupados. Esses elementos interferem nos movimentos de regularização fundiária, uma vez
que os aglomerados subnormais, são caracterizados, fundamentalmente como:
loteamentos irregulares porque não satisfazem às normas técnicas de urbanismo editadas pela lei municipal e ilegais porque não conseguiram da prefeitura a autorização prévia de abertura e não podem também ser registrados a posteriori por causa das irregularidades técnicas. O problema de irregularidade e ilegalidade se coloca, além disso, para cada casa que, teoricamente, precisa conseguir uma autorização de construção e não pode ser registrada sem um titulo de propriedade fundiária (impossível de se conseguir num loteamento irregular) e sem uma construção que obedeça às normas vigentes. (SACHS, 1999, p. 73)
Diante da complexidade do processo de regularização fundiária, buscou-se
desenvolver algumas idéias a partir das contribuições de diversos autores sobre a temática. Souza
(2004) em seu livro Mudar a cidade, coloca que entre as coisas fundamentais para resgatar a dignidade
e auto-estima da população residente em aglomerados subnormais seria “regularizar fundiariamente e
dotar de infra-estrutura favelas e loteamentos irregulares, (...), desde que isso seja realizado de modo
sério, transparente, participativo e tecnicamente correto.” (SOUZA, 2004: p. 294)
Na concepção de Alfonsin, o processo de regularização fundiária pode ser
entendido como sendo o
processo de intervenção pública, sob os aspectos jurídico, físico e social, que objetiva legalizar a permanência de populações moradoras de áreas urbanas ocupadas em desconformidade com a lei para fins de habitação, implicando acessoriamente melhorias no ambiente urbano do assentamento, no resgate da cidadania e da qualidade de vida da população beneficiária. (ALFONSIN, 1999, p. 163)
Tal consideração remete a análise da real conceituação do processo de
regularização fundiária. Via de regra esta seria o direito de posse da propriedade, ou seja, possuir
legalmente o titulo de propriedade dentro dos trâmites legais - pagamento dos impostos, título de
42
compra e venda do lote/terreno; arcar com as despesas como água, energia elétrica, asfalto, entre
outros serviços públicos prestados ao local.
No caso da cidade de Londrina, o órgão responsável pela questão habitacional em
áreas consideradas aglomerados subnormais é a COHAB-LD, juntamente com a Prefeitura. Para a
companhia de habitação, a regularização fundiária ocorre quando há o cadastro das famílias que
ocuparam o terreno, bem como a implantação de infra-estrutura básica (asfalto, instalação de água e
energia elétrica, ônibus, posto de saúde em alguns casos, centro comunitário, telefone, entre outros).
De acordo com Heleno Rabello (COHAB-LD), o cadastro contém o registro de informações das famílias
que residem nestas áreas, para futuras intervenções e para o próprio controle da COHAB-LD diante de
novas ocupações.
Somente após a implementação das benfeitorias é que a COHAB-LD inicia o
processo de regularização fundiária. Segundo Conti (1996) o processo de regularização fundiária
desenvolvido pela COHAB-LD consiste na legalização da posse da terra, através da regulamentação
do loteamento e regularização da propriedade dos lotes, a partir de contratos particulares de Promessa
de Compra e Venda e/ou Concessão de Direito Real de Uso.
No caso da classificação pela COHAB-LD de aglomerados subnormais em áreas
regularizadas, significa que são áreas que foram submetidas a aprovação da Secretaria de Obras do
Município e estavam dentro dos parâmetros exigidos pela legislação (municipal e federal). Já as áreas
aptas à regularização são aquelas que possuem infra-estrutura básica, terreno parcelado e é de
propriedade da Companhia11.
A Prefeitura e a própria COHAB-LD, ao reconhecer a problemática da ilegalidade,
entendem que essa regularização fundiária permite aos moradores o direito de possuir um endereço
oficial (rua, número, cep, bairro, etc....), pagamento do IPTU após quitação das prestações e de posse
da escritura do imóvel, ter um imóvel para referência de crédito em instituição bancária e comercial,
11 Informações passadas por Heleno Rabello – COHAB-LD, em novembro de 2005.
43
bem como para reconhecimento administrativo e atendimento pelos serviços públicos da prefeitura,
levando o bairro como um todo a sair, portanto, da condição de cidade ilegal.
Para subsidiar a atuação do poder público diante do crescimento dos aglomerados
subnormais, a Prefeitura e a COHAB-LD contam com os chamados instrumentos de regularização
fundiária, tendo como, além da legislação federal, suporte no Plano Diretor12, buscando promover a
oficialização da posse de lotes públicos utilizados para moradia como aglomerados subnormais e
regularizar os parcelamentos e os loteamentos tidos como irregulares, fornecendo assessoria jurídica
necessária para os moradores de terrenos particulares, quando a COHAB-LD compra tal imóvel.
O processo de regularização fundiária é constituído de vários instrumentos que
possibilitam sua efetivação, sendo os principais o usucapião e a concessão de direito real de uso13,
tendo como objetivo a legalização de áreas urbanas ocupadas em desconformidade com a lei,
significando a integração da população residente nestas áreas ao espaço urbano, aumentando sua
qualidade de vida e resgatando sua cidadania. (ALFONSIN, et al, 2002)
Para tornar efetiva a proteção ao direito à moradia, o Estatuto da Cidade (Lei
10257/2001) arrola como instrumentos da política de regularização fundiária: as Zonas Especiais de
interesse social, a concessão de direito real de uso, a concessão de uso especial para fins de moradia,
o usucapião especial de imóvel urbano e a assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades
e grupos sociais menos favorecidos. (BRASIL, 2002)
12 Leis do Plano Diretor de Londrina - 1998 13 De acordo com Souza (2004), os demais instrumentos de regularização fundiária são delimitação de ZEIS, desapropriação, requisição urbanística, direito de preempção e direito de superfície. No que se refere ao direito de preempção este consiste “na possibilidade legal que permite ao Poder Público municipal (no caso da lei) exercer o direito de preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares (art. 25).” (MUKAI, 2001, p. 21)
44
O Estatuto da Cidade ainda propõe a regularização fundiária de imóveis ocupados
por moradias populares, através de alguns instrumentos que possibilitam novas formas de legalização
para ocupações feitas pela população de baixa renda em áreas que não lhes pertence legalmente. No
caso brasileiro, Alfonsin destaca os seguintes instrumentos, conforme é apresentado no quadro a
seguir.
Quadro 03: Instrumentos de regularização fundiária
Instrumento utilizado Objeto Conceito ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social
Assentamentos habitacionais surgidos espontaneamente caracterizados por irregularidades jurídicas ou urbanísticas na ocupação do solo urbano
Flexibilização dos parâmetros urbanísticos quanto ao uso, ocupação e parcelamento do solo, diante do reconhecimento das tipicidades locais, para facilitação da regularização fundiária do assentamento
Concessão do Direito Real de Uso
Posse de terras públicas Contrato feito pelo município com os moradores de terrenos próprios desta pessoa jurídica, para utilização dos mesmos como moradia, por um determinado tempo
Usucapião urbano Posse de terras privadas Aquisição de direito real (propriedade) em relação à área privada sobre a qual se tem a posse durante, no mínimo, 5 anos contínuos para fins de moradia, em lote não superior a 250 m2
Lei Federal nº 6.766/79 e leis municipais de regularização de loteamentos
Loteamentos irregulares ou clandestinos
Regularização do loteamento e posterior titulação dos lotes, assumidos pelo município, sem prejuízo de ação regressiva contra o loteador
Fonte: ALFONSIN, 1999 Org.: Júlia Luciana Pereira das Dores
Segundo Heleno Rabello (COHAB-LD), no Jardim União da Vitória e no Jardim
Maracanã, foi implantado o instrumento de regularização denominado Concessão do Direto Real de
Uso - CDRU e um contrato de compra e venda. O documento faz parte da estratégia do Poder Público
para demonstrar que estas áreas, que constituem os aglomerados subnormais, estão regularizadas, e
mostrar que o Estado está intervindo nestes locais através de benefícios para a população. Benefícios
estes, que muitas vezes não é alcançado pelos mesmos, por descaso do governo.
De acordo com Turra (2003) a CDRU seria um instrumento passível de utilização
para que se possibilite a regularização de favelas e sua integração plena a cidade. Já para Saule Junior
45
(1999) tem-se que no caso onde ocorre a aplicação do CDRU, o Poder Público transfere o direito de
uso para as famílias que estão na posse da área pública, para fins de moradia, sem a transferência da
propriedade. Completa Vieira (2003) que os contratos estabelecidos no CDRU podem ter duração de
50 anos, podendo ser renovados por igual período, sendo que estes contratos são registrados em
cartórios e tal direito pode ser transferido aos herdeiros em caso de morte do “concessionário”,
existindo a possibilidade de alienação da concessão, desde que seja previamente solicitada. Além
disso, tem-se que:
a concessão do Direito Real de Uso poderá ser remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, contratada por instrumento público ou induzido a simples termo administrativo e, ainda, passível ou não de transmissão por ato inter vivos. Desde sua inscrição no Registro de Imóveis, o concessionário fruirá plenamente do terreno para os fins estabelecidos no contrato e responderá por todos os encargos civis, administrativos e tributários que venham a incidir sobre o imóvel e suas rendas. (TURRA, 2003, p. 35/36)
Levando em conta estas considerações, de acordo com os dados levantados por
Ferreira (2001) no que tange a legalização dos terrenos que constituem os vários setores do Jardim
União da Vitória, tem-se que a COHAB-LD
procedeu a legalização do ‘loteamento’ de forma gradativa, conforme ocorriam às ampliações, face às ações dos ‘invasores’ no local. Esta companhia conseguiu legalizar a maior parte destes lotes, fornecendo aos moradores cadastrados um contrato que dá direito a compra e venda. Porém, ainda há muitos moradores que não possuem os respectivos documentos, pois, conseguiram o lote através da compra (não oficial) do mesmo, em que o imóvel foi negociado com objetos domésticos e/ou em dinheiro. Neste sentido, apesar do lote estar cadastrado na COHAB-LD como legalizado, muitos moradores estão em situação irregular. (FERREIRA, 2001, p. 44)
Esta legalização consiste na aquisição de um loteamento pela COHAB-LD, ocupado
por famílias, ou que tendem a ser ocupados, sendo portanto, uma área de domínio público; quando o
local é de propriedade particular, a companhia negocia o local junto ao proprietário, comprando-a. O
loteamento é parcelado e é implantada a infra-estrutura básica e o arruamento, para que possa ser
ocupado por famílias, que devem passar pelo cadastramento no setor de assessoria e a regularização
46
fundiária dessa companhia. Ressalta-se que esta legalização não leva em conta a legislação
urbanística no que tange a questão habitacional.
Para o caso do Jardim Maracanã a COHAB-LD adotou algumas medidas para a
comercialização e a regularização dos lotes, tal como o Instrumento Particular de Promessa de Compra
e Venda, segundo o qual os moradores beneficiados pagariam um valor mensal de R$ 20,00 durante
300 meses, sendo que as prestações poderiam ser reajustadas conforme a variação do salário mínimo,
tendo o morador a possibilidade de quitar o lote e proceder a aquisição legal do mesmo. Para isso, a
companhia confeccionou um cartão de identificação das famílias cadastradas nas unidades
habitacionais e o documento deve ser utilizado em futuras implantações de obras e serviços públicos,
bem como será utilizado posteriormente quando do processo de regularização fundiária. (DORES,
2005)
Nos bairros analisados constatou-se que seus moradores não fazem o pagamento
do IPTU. O Jardim União da Vitória e o Jardim Maracanã constam como cadastrados na Prefeitura,
porém não são cobrados impostos, por existir uma “barreira” entre o Poder Público e os moradores do
local, segundo informações do setor de cadastro de IPTU da Prefeitura Municipal de Londrina14,
acrescentando que estas áreas de aglomerados subnormais são considerados como “espaços vazios”
do município, ou seja, existe apenas o loteamento sem as unidades habitacionais e sem contingente
populacional morando nas mesmas.
14 levantamento realizado em setembro de 2005
47
O que aconteceu é que esta política permaneceu e se expandiu para os moradores
dos demais assentamentos, que hoje não aceitam a cobrança das prestações e conseqüentemente do
imposto. Embora estas áreas estejam inscritas no setor de cadastro de IPTU da Prefeitura Municipal de
Londrina, não é possível, de acordo com informações, regularizar estas áreas, pois existe resistência
da população do local em preencher o cadastramento para o término do pagamento das prestações na
COHAB-LD, para então poder ser lançado o IPTU, e efetivamente poderem ter a escritura do terreno.
Mas diante das dificuldades, estas áreas, embora cadastradas na Prefeitura, e sendo alvo de
intervenções da COHAB-LD, ainda continuam sendo consideradas ilegais, no que diz respeito a
regularização fundiária no seu real conceito.
Nas áreas objeto de análise, no que se refere ao processo de regularização dos
terrenos, obteve-se os seguintes resultados: a tabela 01 refere-se aos dados do Jardim União da
Vitória, enquanto que a tabela 02 mostra os dados do Jardim Maracanã. Observa-se em ambos os
casos, que é expressiva a presença da COHAB-LD nas respostas quanto a regularização das áreas.
Tabela 01: Legalização do terreno/casa – Jardim União da Vitória
Situação Número de unidades % Recebeu o contrato de compra e venda após ir a COHAB-LD
77 51,33
A propriedade não está legalizada 29 19,33 A casa é de outra pessoa, não sabe se tem documentação
18 12,00
Tem o direito de morar, dado pela COHAB-LD, sem direito a venda
10 6,67
Já fez a escritura em cartório, pagando as taxas
8 5,33
Tem contrato de compra e venda no nome do dono anterior
6 4,00
O documento está no arquivo da COHAB-LD
2 1,33
Total 150 100 Fonte: Ferreira (2001) Org.: Júlia Luciana Pereira das Dores
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Tabela 02: Legalização do terreno/casa – Jardim Maracanã
Situação Número de unidades % Regularizada (Cohab-Ld) 51 51 Não regularizada 35 35 Não sabe 12 12 Não declarou 2 2 Total 100 100
Fonte: Dores (2005) Org.: Júlia Luciana Pereira das Dores
É importante ressaltar que todas as ações referentes ao loteamento de alguma área
visam atender as exigências previstas na Lei 6766/79, que impõe a regularização de todos os
loteamentos irregulares, abrindo espaço para atuações eficazes do Poder Público, conforme enfatiza
Conti (1996). Sendo importante ressaltar que
no tocante à regularização fundiária, a Lei n. 6766/79 possibilita aos adquirentes suspender o pagamento das prestações restantes e depositá-las no Registro de Imóveis, no caso de ser o loteamento irregular. Se a regularização for assumida pela Prefeitura, ela poderá receber estas quantias para ressarcir-se do valor despendido. Porém, isso raramente ocorre porque a irregularidade do parcelamento, em geral, só é conhecida quando o comprador tenta receber a escritura definitiva, ao término do pagamento das prestações. (OSÓRIO, 2003, p. 103)
A promulgação da Lei n. 9785/99, em 1 de fevereiro de 1999, fixou novas diretrizes
para o parcelamento do solo urbano alterando a Lei n. 6766/79. Alterou ainda parcialmente o Decreto-
lei n. 3365/41 referente à desapropriação por utilidade pública e a Lei n. 6015/73 sobre os registros
públicos15. Dentre as alterações destaca-se: reafirmação da autonomia e da responsabilidade dos
municípios para definir, legislar no interesse local e executar a política urbana, passando à
competência da legislação municipal a definição dos usos permitidos, dos índices urbanísticos e das
porcentagens de áreas de uso comum do povo, e consideraram de interesse público parcelamentos
associados a programas habitacionais de iniciativa das prefeituras, facilitando o acesso a regularização
fundiária das áreas subnormais em beneficio de seus moradores. (OSÓRIO, 2003)
15 Registros públicos: “dispensa da necessidade de apresentação do título de propriedade para fins do registro do parcelamento popular de área desapropriada, desde que o Poder Público já tenha obtido a imissão provisória na posse do imóvel.” (FAVRETO; FUHRO, 2003, p. 89)
49
A efetiva atuação dos órgãos e entidades/instituições governamentais ou não, e/ou
instituições e associações (Administração Municipal e Associação de Moradores), na participação de
assembléias, reuniões, palestras, manifestações, podem e exercem papel fundamental no processo de
regularização fundiária, principalmente quando a população atingida é considerada de baixa renda e
encontra-se residindo em áreas de risco sócio-ambiental-econômica.
Quanto a isso, Alfonsin et al (2002) ressaltam que a administração municipal
promove a regularização das áreas ocupadas pela população de baixa renda assegurando o uso e
ocupação do solo de forma adequada às necessidades da população, combater a desigualdade social
dos moradores em áreas ilegais.
Já com relação à Associação de Moradores, esta deve ser responsável pela
organização de assembléias e reuniões na comunidade, visando informar sobre a documentação e os
demais procedimentos para efetivar a regularização fundiária e acompanhar todo o processo de
regularização, deve participar das negociações com outros órgãos envolvidos, reivindicando a
realização de campanhas públicas buscando esclarecimentos dos seus direitos, bem como solicitar a
prestação de serviços de assistência técnica e jurídica e demais benefícios.
Verifica-se que a existência de entidades como as associações de moradores nos
bairros analisados, é vista como um fator importante, garantindo a participação efetiva da população
atingida, visando encaminhar para as instituições e administração responsáveis, as reivindicações de
melhorias para o bairro e seus moradores.
Na época da pesquisa de campo desenvolvida por Dores (2005) não havia
associação de moradores específica do bairro. Quem dava assistência, em alguns casos ocorridos no
Jardim Maracanã, era o Presidente da Associação do Bairro João Turquino. Esta ausência de
Associação de Moradores está relacionada a grande incidência de atos violentos – homicídios no
interior do bairro, envolvendo lideranças do local o que acarretou vários problemas para o bairro, pois
muitas reivindicações de melhorias para atender as necessidades da população residente deixaram de
50
ser implantadas, pois dentro deste contexto violento que o bairro estava passando, ninguém queria se
candidatar a presidente do bairro, e assim, os moradores não tinham seus representantes.
No caso do Jardim União da Vitória destaca-se outras formas de organização das
famílias no bairro, entre eles o Conselho de Saúde da Zona Sul, que teve forte influência na
estruturação do local, bem com na reivindicação de melhorias para as famílias, principalmente no que
tange a assistência de saúde e acompanhamento da população local.
Partindo das concepções analisadas, o próximo capítulo tratará das políticas
públicas, visando compreendê-las considerando que é uma forma de proporcionar a regularização
fundiária, entre outros direitos, aos moradores dos aglomerados subnormais.
51
3 – POLÍTICAS PÚBLICAS
Este capítulo busca discutir algumas teorias do que se tem denominado políticas
públicas e analisar a atuação do Estado, no que tange a problemática habitacional e ao processo de
regularização fundiária, enfatizando os programas de habitação desenvolvidos ou em fase de
implantação nos Aglomerados Subnormais de Londrina.
Embora seja uma conceituação simples, é importante apresentar algumas
concepções do que se entende por políticas públicas. Assim, para Bucci (2002), elas fariam parte de
um conjunto de programas de ação governamental visando coordenar os meios à disposição do Estado
e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente
determinados.(BUCCI, 2002, p. 241)
São, portanto, de um lado formas de coordenação das ações orientadas pelo Poder
Público e implicariam na elaboração de metas, de diretrizes ou de planos governamentais que se
inserem na função política do governo e são executadas pela administração pública, neste caso a
COHAB. Por outro lado, são tidas como ações coletivas que viabilizam a busca pelas reivindicações
dos direitos declarados e garantidos por lei.
Quanto à atuação do Poder Público, e isso também é valido para os aglomerados
subnormais de Londrina, verifica-se que
as formas de intervenção nas favelas são normalmente postas e impostas pelo Poder Público. No entanto, estas evoluíram bastante nos últimos anos, principalmente nas administrações ditas populares, (...), pois buscam viabilizar formas alternativas de solução para essa problemática. As três formas básicas de intervenção tem sido: remoção e reinstalação, remoção e implantação em áreas legais, urbanização de favelas. (BESSA, SOARES, 1997, p. 151)
Ressalte-se que estas intervenções bem como todo o processo de elaboração e
implementação de políticas públicas, em especial às voltadas para a questão habitacional, estão
52
intimamente ligadas às crises econômicas e políticas de governo que marcaram profundamente os
momentos históricos do país.
O Brasil vem desenvolvendo várias políticas públicas de habitação, principalmente
a partir da década de 1940, com a criação da Fundação da Casa Própria (FCP). Criada em 1946 esta
fundação foi registrada como sendo a primeira intenção do Poder Público na tentativa de solucionar a
crise habitacional, atuando até 1953.
Entretanto a expressividade deste tipo de política pública ocorreu com a criação do
Banco Nacional da Habitação – BNH. Criado em 1964 visava promover a aquisição da casa própria
para a população de baixa renda (de 3 a 5 salários mínimos) que poderiam obter financiamento através
de empresas públicas como as COHABs. Segundo Valladares (1983), o BNH apresentou como
principal inovação a introdução do sistema de correção monetária nos financiamentos habitacionais,
como também se distinguiu por se tratar de um banco e assim, ser um órgão que articula o setor
público, como financiador principal e executor da política habitacional.
Entre 1964 e 1967 este banco passou pela fase de implantação e estruturação do
órgão central do Sistema Financeiro da Habitação (SFH)16, fase esta marcada pela escassez de
recursos financeiros, dificultando a implementação dos primeiros programas. De 1967 a 1971, o BNH
sofreu transformações operacionais, ampliando suas funções e privilegiando os financiamentos de
moradias para população de renda superior, passando entre 1971 a 1978 a atuar como banco de
segunda linha, ou seja, deixando de operar diretamente, cabendo aos agentes de repassar os créditos
por ele concedidos e se responsabilizar pelas operações.
O período que compreende os anos 1979 e 1983 foi considerado o momento de
crise do BNH, frente a organização e reivindicações das famílias inseridas neste programa, em busca
de novas moradias e melhores condições dos locais, e, o barateamento das prestações do BNH,
surgindo assim, em todo país, as ocupações em áreas ilegais da cidade.
16 Para maiores detalhes sobre esse assunto consultar Valladares (1983) e Bastos (2001).
53
Entre os anos 1983 e 1986 foi o período em que se deu a extinção do mesmo,
passando suas responsabilidades para a Caixa Econômica Federal – CEF. Completa Bastos que
após a extinção do BNH houve uma queda significativa na produção habitacional formal evidenciando-se a ausência de políticas voltadas para o problema habitacional e uma tendência para a municipalização dessas políticas. As administrações municipais passaram a desenvolver projetos e programas locais até meados dos anos 1990. (BASTOS, 2001, p 102)
Dessa forma, tem-se que a década de 1990 foi marcada pelo fortalecimento da
diversidade de programas de governo direcionados para atender a população de baixa renda em nível
local, caracterizando um momento de expansão dos assentamentos urbanos em Londrina, que faziam
parte desta política, mostrando a expressividade dos problemas urbanos relacionados a questão
habitacional e a ilegalidade das mesmas.
A COHAB-LD a partir de então passa a direcionar suas ações no provimento de
moradias a população carente. Esse atendimento foi feito através de programas voltados à comunidade
que constituem os aglomerados subnormais, a partir de trabalhos de urbanização, reurbanização e
regularização fundiária, sendo utilizados recursos financeiros da própria COHAB-LD adquiridos através
da venda de terrenos e de alguns programas de incentivo à construção de novas unidades
habitacionais e de comercialização de lotes populares, contando com ajuda do governo estadual e/ou
federal.
Além disso, estão entre as políticas desenvolvidas pela COHAB-LD a construção de
moradias, produção de lotes urbanizados com instalação de infra-estrutura, urbanização de favelas,
intervenção em cortiços e habitações coletivas de aluguel, reforma e recuperação de unidades
habitacionais, cedendo em alguns casos um kit de material de construção, construção e/ou reforma de
equipamentos comunitários associados a projetos habitacionais, promoção do processo de
regularização fundiária, aquisição de imóvel e serviço de assistência técnica e jurídica, entre outras.
Vários são os programas que constituem as políticas habitacionais na cidade de
Londrina. Quanto a isso, destaca-se entre os programas de habitação desenvolvidos pela Companhia
54
de Habitação de Londrina (COHAB-LD)17: Programa Morar Melhor (1993-1996), consiste na
urbanização de favelas; Programa Vida Melhor (1995-1999), fomento à construção de novas unidades
habitacionais; Projeto Renascer (1998-2002), atendimento a demanda habitacional e visa integração
social, educacional, ambiental, da população; Programa Poupalar (1998-2000), caderneta de poupança
na CEF, com destino a habitação – 10% da renda das famílias, entre outros18.
Desde sua criação, em 1965, a COHAB-LD vem efetivando a construção de
conjuntos habitacionais direcionados à parcela mais carente da população londrinense. A política da
COHAB-LD não ficou restrita somente a construção de unidades habitacionais, mas também buscou
proporcionar aos aglomerados subnormais a infra-estrutura necessária, através de parcerias com
outras instituições (Universidade, Secretaria de Ação Social, PROVOPAR). Alguns dos conjuntos
construídos por este órgão público tiveram como objetivo abrigar famílias provenientes de favelas,
através dos programas de desfavelamento e/ou urbanização das favelas. (IPPUL, 1996)
Hoje, a COHAB-LD atua com os mesmos propósitos e objetivos, na construção dos
conjuntos habitacionais para população de baixa renda. Porém, foram acrescidas em suas
intervenções, a formação, a manutenção dos Assentamentos Urbanos, sendo também responsável
pelas atividades habitacionais desenvolvidas nos aglomerados subnormais.
Quanto a isso, Valladares (1983) apresenta a existência de dois tipos de
implantação de políticas públicas aplicadas à problemática habitacional. São eles: o processo de
desfavelização ou remoção de famílias implicando na transferência de moradores para outras áreas,
visando erradicar as favelas e assemelhados e de urbanização das favelas, prevendo a permanência
dos moradores na área ocupada e implantando melhorias de infra-estrutura básica, bem como a
divisão da favela em lotes.
17 A Cohab-Ld foi criada pela Lei Municipal n.º 1008, de 26 de agosto de 1965, sofrendo alterações impostas pela Lei Municipal n.º 3936, de 24 de dezembro de 1986. 18 Para maiores informações sobre os Programas desenvolvidos pela COHAB-LD ver PML (2001)
55
Nos casos analisados, observou-se esse tipo de atuação do Poder Público. No
Jardim União da Vitória verificou-se que diante de várias ocupações em áreas ilegais ou de fundos de
vales na cidade, a COHAB-LD resolveu transferir as famílias para este bairro, iniciando com isso um
programa de desfavelamento criado pelo Poder Público Municipal, a partir da construção de
Assentamento Urbano, principalmente em meados da década de 1990.
Essas políticas consistiam no financiamento dos loteamentos pela COHAB-LD para
a população, incluindo nas prestações o valor do terreno, como também o material para a construção
dos barracos – de caráter provisório, visando resolver, de imediato, a problemática habitacional.
Além desse, outros programas destinados ao processo de desfavelização da cidade
de Londrina já haviam sido desenvolvidos anteriormente. Um exemplo que se apresentou no espaço
urbano, foi a implantação expressiva dos chamados Conjuntos Habitacionais durante a década de
1970, como destaca Silva, W. (2002)
Conforme Dores (2005), vários foram os conjuntos habitacionais construídos pela
COHAB-LD na década de 1970 na cidade de Londrina, na tentativa de solucionar a falta de habitação
popular, e em décadas posteriores passaram a ser desenvolvidos e implantados assentamentos
urbanos com a mesma finalidade. Percebe-se que estas áreas, se considerar o processo de
regularização fundiária, são mais um problema a ser resolvido e não uma solução para resolver a
questão habitacional das famílias menos favorecidas, evidenciando o caráter político do Estado de
camuflar e afastar tal situação do restante da cidade.
Recentemente, de acordo com os dados apresentados por Dores (2005), um
programa que vem sendo articulado na cidade e implantado pela COHAB-LD, em especial no Jardim
Maracanã, mas que ainda não apresenta resultados satisfatórios, por estar em fase inicial das obras, é
o Programa Habitar Brasil.
Trata-se de um programa de nível nacional que apresenta como principal objetivo
contribuir para melhorar a qualidade de vida das famílias de baixa renda que residem em favelas,
56
ocupações irregulares e áreas semelhantes. Visa também a produção de moradias para o
remanejamento de famílias que se encontram em áreas institucionais e de preservação ambiental,
prevendo a futura regularização fundiária de todos os lotes localizados na área de abrangência, ficando
as famílias incumbidas de realizar o pagamento das taxas mínimas necessárias a regularização.
Para o Poder Público, o programa busca fortalecer as condições administrativas e
institucionais dos municípios para dotá-los de maior capacidade de atuação e controle, revitalizando
estas áreas através de políticas públicas para evitar a ocorrência de novas ocupações. Para a
implementação, o programa conta com recursos de R$ 6.321.690,67 da União e do Banco
Interamericano de Desenvolvimento – BID e está subdividido em: subprograma de desenvolvimento
institucional – DI e subprograma de urbanização de assentamentos subnormais – UAS.
Segundo Scantamburgo (2002), o programa Habitar Brasil atua em duas frentes:
aparelhamento de prefeituras e regularização de moradias subnormais, desenvolvido com recursos municipais e federais, através da Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano e Caixa Econômica Federal, onde serão investidos R$ 4,2 milhões em assentamentos do município, na construção de casas e fossas sépticas, além de infra-estrutura social com asfalto e galerias pluviais. (SCANTAMBURGO, 2002, p. 22)
Assim, sua implementação ocorreu mediante a elaboração do Plano Estratégico
Municipal para Assentamentos Subnormais – PEMAS/LD (2001), e que está sendo executado pela
COHAB-LD, com o objetivo de viabilizar a implantação de programas direcionados para atender a
demanda habitacional da população de baixa renda e buscar a redução da subnormalidade e dos
índices de violência , entre outros fatores (educação, segurança).
Para a implantação do Programa Habitar Brasil - BID, foi realizado um levantamento
da situação das áreas subnormais urbanas, representadas pelas favelas, assentamentos urbanos e
ocupações irregulares. A equipe responsável por estes levantamentos contava com a participação do
IPPUL (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano), Secretaria de Obras do Município de Londrina e
COHAB-LD. (DORES, 2005)
57
A partir dos dados obtidos, foi elaborada uma classificação das áreas subnormais, o
que permitiu a avaliação das ações do poder público e a implantação de políticas públicas de controle
de novas ocupações (PML, 2001). Certos critérios19 foram levados em conta para a escolha das áreas
a serem contempladas com este projeto e no processo de seleção foram escolhidos 43 aglomerados
subnormais, entre os quais se priorizou a remoção de famílias que se encontram em APP (Área de
Preservação Permanente), bem com as que apresentam risco social associado à renda da família.
Com isso, nota-se que as políticas públicas, em particular as direcionadas para a
regularização fundiária, não podem ser formuladas de maneira isolada e necessitam ser combinadas
com outras políticas públicas preventivas. Isso requer intervenção direta e investimentos públicos para
produzir novas opções de moradia, entre outros. Além disso, elas podem influenciar na criação de
programas de regularização em áreas de interesse social a partir da intervenção nas áreas ilegais,
aplicando os instrumentos de regularização fundiária nestas áreas, implantando infra-estrutura nestes
locais, produzindo lotes urbanizados e criando oferta de material de construção, entre outros.
Além do mais, quando se fala de políticas públicas é importante ressaltar qual o seu
processo de implantação, uma vez que se trata de uma intervenção na comunidade, com cunho social
e político. Assim, a regularização fundiária associada a estas políticas não implica apenas em
regularizar o terreno/lote das unidades habitacionais, mas sim associá-la a um programa de caráter
social que motive as famílias a permanecerem no local e que possam adquirir estabilidade
socioeconômica.
Observa-se assim que o caráter imprimido pelas políticas públicas em Londrina e
em particular aquelas que estão sendo implantadas no Jardim Maracanã e no Jardim União da Vitória,
revelam sua ineficiência frente às carências e necessidades, mesmo imediatas, de seus moradores.
Mesmo assim, devem ser considerados como caminhos que permitirão proporcionar dignidade à sua
população e futura regularização fundiária destas áreas e devem ser pensadas de maneira integrada,
19 Tais critérios são: área de preservação permanente invadida; degradação social – criminalidade; degradação ambiental; facilidade da área ser regularizada; renda familiar, entre outros; (PML, 2001)
58
ou seja, é preciso a elaboração de políticas públicas integradas para que se possa obter resultados
satisfatórios, buscando efetivamente atender as necessidades da população de baixa renda.
Muitas vezes as próprias políticas públicas de cunho habitacional tornam-se um
incentivo para a ocorrência de novas ocupações ilegais, na medida em que o poder Público visualiza a
o problema da habitação isoladamente, não existindo a integração com outras políticas, visando dar
subsídios para que as famílias possam permanecer no local, e poder integrar-se a “cidade legal”, tanto
no que tange a moradia, quanto ao setor de emprego e outros direitos.
Grostein coloca uma questão que torna nossa análise pertinente: a grande
dificuldade nos processos de integração da cidade informal na cidade formal, estaria no fato de que a
regularização fundiária e urbanística não apresenta elementos suficientes para a integração social e
econômica das áreas atingidas. Ou seja,
os programas devem promover a possibilidade de combinação de ações econômicas, sociais, urbanísticas e ambientais e, principalmente, deslocar a ótica da atuação pública: de um loteamento ou favela, para a reconstrução de bairros precários; do proprietário do lote, para a comunidade beneficiada. Enfim, atender aos interesses dos moradores e à necessidade dos bairros, condicionados pelos interesses difusos da população e da cidade.” (GROSTEIN, 2001, p. 18)
Para solucionar tal problemática é preciso desenvolver um projeto de avaliação
dessas políticas implantadas nos aglomerados subnormais, verificando se os moradores destas áreas
estão sendo realmente beneficiados por tais programas, e se estes estão sendo cumpridos conforme
objetivos estabelecidos no projeto inicial.
É necessário que estas políticas públicas venham acopladas de projetos de
integração atendendo a população atingida em todos os aspectos – saúde, moradia, emprego,
educação, verificando também quais as ações e/ou atividades estão sendo bem sucedidas e que
poderiam estar servindo como exemplo para serem implantadas em outras áreas de características
equivalentes ou semelhantes, bem como averiguar as políticas que merecem ser revisadas e
analisadas.
59
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos aglomerados subnormais procurou destacar as situações em que os
mesmos se encontram em relação ao processo de regularização fundiária e as políticas públicas
elaboradas e implantadas nestas áreas, principalmente as relacionadas à questão habitacional,
focando os programas de desfavelização e/ou urbanização de favelas, tomando como exemplo dois
bairros – Jardim União da Vitória e Jardim Maracanã.
Embora o fenômeno da favelização seja um fato evidente e expressivo nas grandes
cidades, percebe-se que este processo está atingindo também núcleos urbanos de diferentes
tamanhos demográficos, principalmente os de porte médio, mostrando-se de forma diferenciada, mas
com características semelhantes. Para o caso de Londrina, a ênfase foi dada para a rápida expansão
dos chamados aglomerados subnormais que nada mais são do que um conjunto de favelas e
assemelhados, que se formam em curto intervalo de tempo, sendo a princípio abrigo para a população
migrante proveniente do meio rural e posteriormente para atender a demanda do migrante intra-urbano
e oriundo de outros centros urbanos menores, que buscam a cidade visando melhores condições de
vida, provocando, dessa forma, uma série de problemas urbanos.
De acordo com Kowarick (1979), estes problemas urbanos, especificamente os
habitacionais, devem ser entendidos no âmbito de processos sócio-econômicos e políticos
abrangentes, que determinam a produção do espaço de uma cidade e refletem sobre a terra urbana,
caracterizando a excludente dinâmica dos segmentos sociais.
Levando em consideração os elementos presentes nos aglomerados subnormais,
tem-se que a regularização fundiária e a implantação de políticas públicas nestes locais seriam fatores
essenciais para resgatar a dignidade e a representatividade das famílias que residem nos aglomerados
urbanos, frente aos demais segmentos sociais, uma vez que a regularização através das políticas
60
públicas permite que os moradores tenham, entre seus direitos, o arruamento com endereço oficial,
atendimento pelos serviços da prefeitura, entre outros.
A partir deste panorama, tem-se que no contexto atual os aglomerados subnormais
deixaram de ser um estágio para famílias migrantes que buscavam melhores condições de vida e
passaram a constituir-se em um local de moradia definitivo para a população de baixa renda, bem
como contribuiu para a expressividade das áreas ilegais da cidade.
Segundo Maricato (2000) os resultados divulgados pelo Censo IBGE – 2000,
mostraram que entre 1991 e 2000 o número de favelas cresceu 22% em todo o Brasil, levando em
conta que este órgão não considera a contagem dos núcleos com menos de 50 unidades habitacionais.
A maior dificuldade está na identificação da situação fundiária dos aglomerados subnormais, já que
nem mesmo o poder público tem esse conhecimento de forma clara.
Os aglomerados subnormais revelam, portanto, significativas divergências entre os
demais moradores da cidade, pois são vistos como segmentos sociais excluídos por estarem
localizados em áreas de ocupação ilegal, pelas situações precárias de habitabilidade e condições
sócio-econômicas de seus moradores. Além disso, verificou-se que diante das dificuldades enfrentadas
por seus moradores, como a discriminação no trabalho (a maioria encontra-se em empregos informais,
sem registro em carteira), as políticas públicas apresentam-se como solução e uma das alternativas,
encontradas por estas famílias, para a regularização fundiária destas áreas.
No caso brasileiro, em especial o de Londrina, verificou-se que a regularização
fundiária pode ser de responsabilidade do governo federal juntamente com órgãos locais, e para isso o
Poder Público vem buscando novas estratégias para sanar a problemática habitacional no espaço
urbano, através de elaboração e implementação de políticas públicas – programas habitacionais – para
subsidiar e amenizar os problemas da população que reside nestas áreas.
Ao tratar dos assentamentos urbanos percebeu-se que o que difere de outras
categorias habitacionais que compõem os aglomerados subnormais é que esses possuem planta do
61
bairro com arruamento, divisão e ordenamento dos lotes, forma ordenada de ocupação após a
intervenção do poder público, ou seja as famílias são orientadas para quais lotes devem ocupar,
recebendo assistência básica, como transporte para a mudança, madeira e lona para a construção dos
barracos.
Quanto aos assentamentos urbanos analisados, estes estão um pouco longe de
saírem da condição de ilegais, embora possuam infra-estrutura como asfalto, abertura de ruas, centro
comunitário, postos de saúde. Verificou-se que no Jardim União da Vitória foram poucas as medidas
tomadas pelo Poder Público frente as necessidades do local que, continua sendo uma área de
constante ocupação ilegal, principalmente nas encosta e fundo de vale. Outro fato relevante, é sobre a
regularização fundiária deste local, que ainda não conseguiu a legalização – escritura dos lotes, das
unidades habitacionais, após 20 anos de existência.
E, as políticas públicas inseridas nesta áreas não levam em conta as condições
econômicas das famílias, pois estabelecem financiamento de casas, exigindo do beneficiado uma
determinada renda para o pagamento das prestações, que o mesmo não possui. Entretanto, muitas
reivindicações de seus moradores são atendidas através de políticas públicas viabilizadas pelas
organizações de bairro junto ao Poder Público, como por exemplo as oficinas de costura, a pastoral da
criança, a horta comunitária, entre outros.
Já o Jardim Maracanã não foge muito das características do União da Vitória, mas
está sendo alvo de intervenção pública através do HBB que visa, entre outros, a regularização
fundiária. O que difere é que no HBB existem vários outros programas integrados que permitem a
população de pagar suas prestações, como por exemplo as diversas oficinas e os programas de
geração de renda e emprego.
Dentre as dificuldades encontradas no levantamento dos dados neste trabalho é
importante ressaltar a atenção dada pelo Poder Público no que se refere as informações cedidas
quanto a questão habitacional. Para o caso de Londrina as informações constantes neste trabalho
62
foram basicamente levantadas na COHAB-LD. Porém, observou-se certa insegurança, bem como uma
seleção das informações e dos materiais cedidos. Embora relevantes, as informações repassadas
omitiram certos dados referente à regularização fundiária e políticas públicas desenvolvidas nos
aglomerados subnormais.
Sendo assim, é importante destacar que um dos trabalhos que mais subsidiou esta
pesquisa no cerne das discussões sobre a regularização fundiária e políticas públicas desenvolvidas
pela COHAB-LD foi a monografia desenvolvida por Verena Conti (1996) denominada De invasores a
cidadãos: o processo de regularização fundiária desenvolvido pela Cohab-Ld. Tal pesquisa engloba
várias facetas da atuação da companhia, bem como as concepções da mesma em relação aos temas
tratados aqui, e que não foram repassadas por nenhum funcionário da COHAB-LD. Tais informações
contidas no trabalho de Conti, foram consultadas devido a mesma ter sido estagiária do Serviço Social
na COHAB-LD, o que facilitou o acesso aos materiais referentes a regularização fundiária voltada para
atender os bairros constituídos pela população de baixa renda.
Finalizando tem-se que este trabalho proporcionou ainda a melhor compreensão
destes processos – regularização fundiária e políticas públicas - na cidade de Londrina-PR , levando
em conta a situação dos Aglomerados Subnormais e refletir na questão habitacional como um todo, em
especial a problemática que atinge a população de baixa renda, salientando que a partir da existência
de uma integração entre as atividades desempenhadas pelo Poder Público para atender estas famílias,
como também proporcionar a participação da comunidade na elaboração e efetivação das políticas
públicas, poder-se-á ter uma condição de vida melhor para estas famílias residentes nestas áreas
excluídas social e economicamente.
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