72
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS JULIÂN DA TRINDADE PONTES EFEITO DO CORTISOL SOBRE O DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE FOLÍCULOS OVARIANOS PRÉ-ANTRAIS CAPRINOS FORTALEZA - CEARÁ 2015

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE …uece.br/ppgcv/dmdocuments/JuliânTrindade_Dissertação.pdf · Ao prof. José Ricardo de Figueiredo e à profa. Ana Paula Ribeiro

  • Upload
    haphuc

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

VETERINÁRIAS

JULIÂN DA TRINDADE PONTES

EFEITO DO CORTISOL SOBRE O DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE FOLÍCULOS OVARIANOS PRÉ-ANTRAIS CAPRINOS

FORTALEZA - CEARÁ

2015

2

JULIÂN DA TRINDADE PONTES

EFEITO DO CORTISOL SOBRE O DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE FOLÍCULOS OVARIANOS PRÉ-ANTRAIS CAPRINOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências Veterinárias.

Área de Concentração: Reprodução e Sanidade Animal.

Linha de Pesquisa: Reprodução e Sanidade de Pequenos Ruminantes.

Orientador: Prof. Dr. Claudio Cabral Campello.

FORTALEZA – CEARÁ

2015

3

4

JULIÂN DA TRINDADE PONTES

EFEITO DO CORTISOL SOBRE O DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE FOLÍCULOS OVARIANOS PRÉ-ANTRAIS CAPRINOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Veterinárias.

Aprovado em :15/12/2015.

BANCA EXAMINADORA

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, nosso Pai celestial, pelo dom da vida, por suas misericórdias que a

cada manhã se renovam e seu imensurável amor. A cada manhã que nos levantamos é a

oportunidade ideal para louvar e adorar o nome do Senhor, porque o nosso Deus merece

o nosso perfeito louvor e a nossa melhor adoração. Se não fosse por Ele não

existiríamos, por isso é bom nos lembrarmos d´Ele, porque d´Ele e por Ele, para Ele são

todas as coisas (ROMANOS 11.36).

À Universidade Estadual do Ceará (UECE) e ao Programa de Pós-graduação em

Ciências Veterinárias (PPGCV) por minha formação e capacitação profissional.

Agradeço em especial a minha querida esposa Pâmela Katrine da Silva Nogueira que foi

a base mais sólida que eu poderia ter, que me proporcionou todo apoio e ombro amigo

para que eu continuasse forte nesses dois anos de mestrado.

Ao meu pai Juarêz, e a minha mãe Adeliana, professora dedicada que me proporcionou

o melhor ensino que alguém pode dar o viver de uma vida honesta e digna. Agradeço a

minha esposa Pâmela, esposa dedicada que o Senhor preparou para ser a minha eterna

namorada, pelo seu imenso amor, apoio e incentivos e por cuidar de mim todos os dias.

Aos meus irmãos Andréa e Jonatas, pelo amor em família. Agradeço à minha Família,

pelo apoio em todos esses anos de vida, pela educação que com muito amor me deram

ensinamentos na vida acadêmica e na vida pessoal.

Agradeço ao Prof. Dr. Rodrigo Tenório Padilha, pelo incentivo em busca de uma

melhor qualificação profissional e por indicar o LAMOFOPA para realizar este

mestrado. A Prof. Dra. Déborah Padilha e a Dra. Valdevane Araújo pelo apoio durante a

realização deste mestrado.

À Carolina Maside Mielgo, por toda sua contribuição, incentivo, entusiasmo e amizade

durante a finalização deste trabalho!

À professora Maria Helena Tavares Matos e ao Biofov pela contribuição na realização

deste trabalho.

Aos funcionários do PPGCV, em especial a Adriana, ao Sr. João e ao Cesár que desde o

início me acolheram com carinho.

6

Ao meu orientador, professor Cláudio Cabral, por quem tenho tamanha admiração,

obrigada por toda a paciência, confiança e ensinamentos transmitidos.

Ao prof. José Ricardo de Figueiredo e à profa. Ana Paula Ribeiro Rodrigues, por todo

auxílio e incentivo profissional, pela confiança depositada em mim.

Aos membros da banca Dra. Deborah de Melo Magalhães Padilha, Dra. Carolina

Maside Mielgo e Dra. Jamily Bezerra Bruno, pelo auxílio na finalização desse trabalho

e por gentilmente terem aceitado ao convite de participar da minha banca examinadora.

Ao grupo de estudo bíblico formado por irmãos em Cristo pós-graduando do Lamofopa.

A toda equipe do Lamofopa, e aos que aqui não foram citados que contribuíram direta

ou indiretamente para que essa dissertação fosse feita, por toda a amizade e carinho.

7

RESUMO

O objetivo deste estudo foi identificar a expressão do receptor de glicocorticóides em

folículos ovarianos caprino e o efeito do cortisol em diferentes concentrações no cultivo

in vitro de folículos pré-antrais inclusos em tecido ovariano caprino. Fragmentos

ovarianos foram cultivados por 7 dias na ausência ou presenta de cortisol a diferentes

concentrações (0, 1, 5 e 10 ng/ml). Após o cultivo, a identificação da expressão do

receptor de glucocorticoids (NR3C1) em tecido ovariano mediante analises

inmunohistoquímicos assim como a morfologia, viabilidade, ativação e diâmetro

folicular e oocitário foram analisados. Em oócitos, NR3C1 foi fortemente expresso em

folículos primordiais e antrais. Foi observado um aumento progressivo na marcação

para NR3C1 em células da granulosa desde folículos primordiais a antrais,

independentemente do tratamento e tempo do cultivo. Após cultivo, houve uma redução

significativa no percentual de sobrevivência de folículos pré-antrais normais no

tratamento com 10 ng/ml de cortisol em relação aos demais tratamentos. Além disso, o

diâmetro folicular e oocitário diminuíram significativamente em todos os tratamentos

(cortisol 0, 1, 5 e 10 ng/ml) quando comparados com o controle fresco sem diferenças

entre os tratamentos. No entanto, os percentuais de ativação foram significativamente

superiores quando os folículos foram expostos ao cortisol (1, 5 e 10 ng/ml). Em

conclusão, pode-se observar a presença do NR3C1 no oócito e nas células da granulosa

em todas as categorias foliculares, com um papel mais importante nos estádios mais

avançados da foliculogênese. O cultivo in vitro demonstrou que, uma alta concentração

do cortisol (10 ng/ml), exerce um efeito deletério na sobrevivência folicular, reduzindo

o percentual de morfologia normal e o diâmetro folicular e oocitário.

Palavras-chave: Caprino, estresse, cortisol,NR3C1, folículos pré-antrais

8

ABSTRACT

The aim of this study was to identify the glucocorticoid receptor expression in goat

ovarian follicles and the effect of the cortisol in different concentrations on in vitro

culture of preantral follicles included in goat ovarian tissue (in situ). Ovarian fragments

were cultured for 7 days in the absence or presence of different concentrations of

cortisol (1, 5 and 10 ng/ml). After the culture, the expression of the glucocorticoids

receptor (NR3C1) was analysed in ovarian tissue by inmunohistoquimico analysis.

Moreover, the endpoints morphology, viability, activation and follicular and oocyte

diameter were also analyzed. The NR3C1 was strongly expressed in oocytes of antral

and primary follicle. A progressive increase in labeling for NR3C1 in granulosa cells

from primordial follicles to antral was seen regardless of the treatment and the culture

period. After the culture, it was observed a significant (P <0.05) reduction in the

percentage of survival of normal preantral follicles in the treatment with 10 ng/ml

cortisol when compared to the other treatments. Moreover, follicular and oocyte

diameter significantly (P <0.05) decreased in all treatments (cortisol 0, 1, 5 and 10

ng/ml) when compared to the fresh controls. However, there was no differences

between treatments. After 7 days of culture, the activation rate increased (P <0.05)

when the follicles were exposed to cortisol (1, 5 and 10 ng/ml). In conclusion, it was

observed the presence of NR3C1 in the oocyte and granulosa cells in all folicular

categories with a more important role in the late stages of folliculogenesis. The in vitro

culture showed that high concentrations of cortisol (10 ng/ml) exerts a deleterious effect

on follicular survival, reducing the percentage of normal morphology and follicular and

oocyte diameter.

Keywords: Caprine, stress, cortisol, NR3C1, preantral follicles.

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Ilustração do ovário mamífero e suas estruturas..............................

Figura 2- Caracterização dos folículos ovarinos................................................

Figura 3- Principais avanços obtidos com a utilização de oócitos oriundos de

folículos pré-antrais de mamíferos cultivados in vitro.....................

16

17

23

10

LISTA DE ABREVIATURAS

ACTH Adrenocorticotropic Hormone (Hormônio Adrenocorticotrófico)

ATP Adenosia Trifosfato

BSA Bovine Serum Albumin (Albumina Sérica Bovina)

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CE Ceará

CG Células da Granulosa

CGP Célula da Granulosa Primordial

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CO2 Dióxido de Carbono

COCs Cumulus-oocyte complex (Complexo cululus-oocito)

CRH Corticotropin Releasing Hormone (Hormônio Liberador de

Corticotropina)

CT Células da Teca

CYP17 Cytocrome P450 17 - alpha hydroxylase

CYP19A1 (Aromatase)

DAB Diaminobenzina

DNA Desoxynucleic Acid (Ácido Desoxirribonucleico)

Dr. Doutor

Dra. Doutora

EGF Epidermal Growth Factor (Fator de Crescimento Epidermal)

ERK Extracellular Signal-regulate Kinases (Kinases Regulada por

Sinais Extracelulares)

11

E2 Estradiol

FSH Follicle Stimulated Hormone (Hormônio Folículo Estimulante)

FAVET Faculdade de Veterinária

FIG. Figura

GBC Globulin Binding Corticosteroid (Globulina Ligadora de

Corticosteróide)

GnRH Gonadotropin-releasing Hormone (Hormônio Liberador de

Gonadotropina)

GR Glucocorticóide Receptor (Receptor de Glicocorticoids)

H Horas

HC Histologia Clássica

HPA Hipothalamic-pituitary-adrenal (Hipotálamo-Pituitário-Adrenal)

HSP Heta Shock Portein (Porteína de Choque Térmico)

IgG Imunoglobolina G

IHC Immunohistochemistry (Imunohistoquímica)

IVM In vitro Maturation (Maturação in vitro)

LAMOFOPA Laboratório de Manipulação de Oócitos e Folículos Pré-Antrais

LH : Luteinizing Hormone (Hormônio Luteinizante)

MAPK Mitogen-activated Protein Kinases (Kinases Ativados por

Mitógeno)

MEM Minimal Essential Medium (Meio Essencial Mínimo)

MET Microscopia Eletrônica de Transmissão

Mg Miligramas

12

MOIFOPA Manipulação de Oócitos Inclusos em Folículos Ovarianos Pré-

antrais

mRNA Messenger ribonucleic acid (Ácido ribonucléico mensageiro)

MII Metaphase II (Metáfase II)

NA Not Applicable (Não Aplicável)

NR3C1 Nuclear Receptor Subfamily 3, Group C, Member 1 (Receptor

Nuclear Subfamília-3, Grupo –C, Membro -1)

PBS Phospate Buffered Saline (Tampão Fosfato-salino)

pH Potencial de Hidrogênio

RNAm Ribonucleic Acid Messenger (Ácido Ribonucleico mensageiro)

RT-PCR Reverse Transcription Polymerase Chain Reaction (Transcrição

Reversa – Reação em Cadeia da Polimerase)

Vol. Volume

ZP Zona Pelúcida

% Porcentagem

3βHSD 3β – hydroxysteroid dehydrogenase

2D Bidimensional

3D Tridimensional

GDF-9

TCM Tissue Cultered Medium (Meio de Cultivo de Tecido)

p. página

PPGCV Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias

PVN Paraventricular Nucleos of Hipothalamus (Núcleo Paraventricular

13

do Hipotálamo)

P34cdc2 Cyclin-dependent Kinase 1 (Ciclina Dependente de Kinase 1)

P<0.05 Probabilidade de Erro Menor do que 5%

SAS Statistical Analysis System (Sistema de Análise Estatística)

SEM Standard Erros of Means (Erro Padrão da Média)

StAR Steroidogenic Acute Regularoty protein (Proteína Reguladora

Aguda da Esteroidogenese)

UECE Universidade Estadual do Ceará

α-MEM Alpha Minimal Essential Medium (Meio Essencial Mínimo

Alpha)

µg Microgramas

µL Micolitros

µm Micrômetro

µM Micromolar

~ Aproximadamente

< Menor

= Igual

> Maior

± Mais ou Menos

≥ Maior ou igual

14

.

Sumário

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................16

2.1 OVÁRIO MAMÍFERO.............................................................................................16

2.2 OOGÊNESE E FOLICULOGÊNESE.......................................................................17

2.3 POPULAÇÃO E ATRESIA FOLICULAR..............................................................19

2.4 ESTEROIDOGÊNESE FOLICULAR......................................................................20

2.5 CORTISOL................................................................................................................21

2.6 CULTIVO IN VITRO DE FOLÍCULOS PRÉ-ANTRAIS.......................................22

2.7 SISTEMAS DE CULTIVO.......................................................................................23

2.8 IMPORTÂNCIA DO MEIO DE CULTIVO.............................................................24

2.9 TÉCNICAS PARA AVALIAÇÃO DO CULTIVO IN VITRO...............................25

3 CAPÍTULO I – PAPEL DO CORTISOL NA FOLICULOGÊNESE

OVARIANA................................................................................................................27

4 JUSTIFICATIVA......................................................................................................42

5 HIPÓTESE CIENTÍFICA........................................................................................43

6 OBJETIVOS...............................................................................................................44

6.1 OBJETIVOS GERAL................................................................................................44

6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................................44

7 CAPÍTULO II - IMMUNOLOCALIZATION FOR GLUCOCORTICOID

RECEPTOR AND EFFECT OF CORTISOL ON IN VITRO DEVELOPMENT

OF CAPRINE PREANTRAL FOLLICLES………………………………………...45

8 CONCLUSÃO……………………………………………………………………….65

9 PERSPECTIVA……………………………………………………….…………..66

REFERÊNCIAS…………………………........………………...………………....67

15

1 INTRODUÇÃO

As técnicas de reprodução assistida passaram a ser uma prerrogativa

fundamental para o aumento da eficiência reprodutiva em animais de produção. Nesta

categoria animal, especialmente os ruminantes domésticos como a espécie caprina, a

utilização de biotécnicas reprodutivas estão sendo utilizadas com sucesso para contornar

os baixos índices de reprodução. Esses baixos índices são reflexos de um manejo

inadequado que, por sua vez, expõe cada vez mais os animais a situações de estresse

elevando os níveis de cortisol comprometendo a função reprodutiva (CHAVES et al.,

2013). Uma alternativa para avaliar os possíveis efeitos que o cortisol causa nos ovários

é a MOIFOPA (manipulação de oócitos inclusos em folículos pré-antrais), biotécnica

bastante utilizada para o estudo da foliculogênese, identificando os mecanismos pelos

quais diferentes substâncias atuam no ovário mamífero (FIGUEREDO et al., 2008).

Na reprodução, uma gama de fatores atua no desempenho reprodutivo, como o

estado nutricional, genética do animal e a produção hormonal, entre os hormônios

destaca-se o cortisol. Geralmente caracterizado como o hormônio do estresse, o cortisol

é produzido na zona fasciculada no córtex da glândula adrenal e desempenha um papel

importante em diversos processos fisiológicos como o sistema imunológico, metabólico

e reprodução (MICAHEL et al., 2003). No sistema reprodutivo, a produção excessiva de

cortisol afeta diretamente o eixo hipotalâmico-hipofisário inibindo a secreção do

hormônio liberador de gonadotrofinas - GnRH, como consequência disto, ocorre um

bloqueio na liberação de hormônios hipofisário, hormônio folículo estimulante –FSH e

hormônio luteinizante - LH) (MACFARLANE et al., 2000; BREEN et al., 2005) e,

diretamente nos ovários, o cortisol inibe a secreção de hormônios produzidos

localmente pelos folículos com o estradiol - E2 (BREEN et al., 2005), comprometendo a

qualidade do desenvolvimento folicular.

Dado a importância deste estudo, para uma melhor compreensão da sua

relevância, a seguir serão abordados os aspectos relacionados à estrutura do ovário,

oogênese e foliculogênese, população e atresia folicular, MOIFOPA, cultivo in vitro de

folículos pré- antrais e cortisol.

16

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 OVÁRIO MAMÍFERO

O ovário é o principal órgão do sistema reprodutor feminino, o qual é

constituído de duas regiões distintas: a medular e a cortical. Na maioria das espécies a

região medular localiza-se mais internamente no ovário, sendo composta de tecido

conjuntivo, nervos, artérias e veias, responsáveis pela sustentação e nutrição deste órgão

(SILVA, 2005). O córtex ovariano por sua vez, é a porção mais externa do ovário,

considerado a porção funcional, sendo composta por células germinativas (oócitos) e

somáticas (células da granulosa - CG, da teca – CT e do estroma), as quais interagem e

organizam a formação dos folículos ovarianos (MCGEE; HSUEH, 2000). Em

decorrência da ovulação, o folículo ovariano sofre transformação na sua estrutura dando

origem ao corpo lúteo, estrutura também presente no córtex. O ovário desempenha duas

importantes funções fisiológicas, a saber: gametogênica e endócrina. A função

gametogênica está relacionada à produção de oócitos maturos (ovulação) aptos a serem

fecundados (BARNETT et al., 2006) enquanto que a função endócrina esta relacionada

a produção de hormônios, fatores de crescimento e peptídeos (HIRSHFIELD, 1991). A

interação destas duas funções é essencial para a manutenção da fertilidade.

Figura 1: Ilustração do ovário mamífero e suas estruturas. Adaptado de

http://www.angelfire.com/rings/juls/page2.html.

17

2.2 OOGÊNESE E FOLICULOGÊNESE

Segundo VAN DEN HURK; ZHAO, (2005) a oogênese consiste na formação e

diferenciação das células germinativas primordiais (CGP) culminando com a formação

do oócito haploide fecundado. A foliculogênese por sua vez, pode ser compreendida

pelo processo de formação e desenvolvimento (crescimento e maturação) folicular, o

qual se inicia na vida intrauterina/pré-natal em ruminantes e primatas (BEZERRA et al.,

1998). Este processo é decorrente da diferenciação das células germinativas primordiais

(CGP) e formação dos folículos primordiais culminando com o estágio de folículos pré-

ovulatórios (VAN DEN HURK; ZHAO, 2005).

O folículo ovariano é a unidade morfológica e funcional do ovário de

mamíferos, é responsável por proporcionar um ambiente ideal capaz de assegurar a

viabilidade, nutrição e desenvolvimento (crescimento e maturação) no oócito nele

incluso (CORTVRINDT; SMITZ, 2001) e produzir hormônios e peptídeos (ADASH,

1994). No interior dos folículos ovarianos encontra-se um oócito imaturo circundado

por células somáticas (granulosas e tecais), estes folículos podem ser classificados em

pré-antrais ou não cavitários (primordiais, transição, primários e secundários) e antrais

ou cavitários (terciários ou pré-ovulatórios) de acordo com o grau de evolução.

(FIGUEIREDO et al., 2008).

Figura 2: Caracterização dos folículos ovarinos: Folículos pré-antrais (1-3). Folículo

primordial (1). Folículo primário (2). Folículo secundário (3). Folículos terciário (4).

Folículos pré-ovulatório (5).

18

Os folículos primordiais representam o pool de reserva dos folículos ovarianos,

sendo que estes folículos representam 95% da população folicular do ovário. No interior

dos folículos primordiais encontra-se um oócito imaturo em estado de quiescência

circundado por uma camada de células da pré-granulosa deforma pavimentosa

(JUENGEL et al., 2002). As características morfológicas que marcam o início do

crescimento de folículos primordiais são: aumento do diâmetro oocitário, proliferação

das células da granulosa e transformação do formato destas células de pavimentoso para

cúbico. Durante esta fase, os folículos que apresentam células da granulosa de ambos os

formatos pavimentoso e cúbico são denominados intermediários ou de transição

(BARNETT et al., 2006). A fase de transição de transição de folículo primordial para

folículo primário caracteriza a ativação folicular e, alguns estudos tem demostrados que

é uma fase pouco dependente de gonadotrofinas, sendo sua regulação mediada por

fatores intraovarianos (VAN DEN HURK & ZHAO, 2005).

Os folículos primários são o primeiro estádio de crescimento após a saída do

pool de reserva, são morfologicamente caracterizados pela presença de uma única

camada completa de células da granulosa de forma cúbica em torno do oócito (SILVA,

2005). Neste estádio de desenvolvimento há o aparecimento da Zona Pelúcida (ZP), a

qual é formada por três glicoproteínas denominadas ZP1, ZP2 e ZP3 produzidas pelo

próprio oócito, com função de protegê-lo. Este evento é uma característica notável neste

estádio de desenvolvimento (RANHIN et al., 2001).

Os folículos secundários são caracterizados pelo aumento do oócito e

proliferação das células da granulosa, as quais formam duas ou mais camadas completas

de células com formato cúbico. Neste estádio também surgem as primeiras células da

teca (SILVA et al., 2004). As células da granulosa apresentam uma extensiva rede de

comunicações denominadas junções do tipo Gap. Essas junções do tipo Gap são canais

membranários que promovem a interação entre o oócito e as células da granulosa. As

junções do tipo Gap são compostas por proteínas denominadas Conexinas, ocorrem em

locais de próxima aposição celular, são estruturas de comunicação intercelular que

permitem a passagem de nutrientes, íons inorgânicos, segundos mensageiros e pequenos

metabólitos entre as células até chegar ao oócito que esta em constante crescimento

(KIDDER; MHAWI, 2002). Sabe-se que a interação entre o oócito e as células da

granulosa via junções do tipo Gap, é essencial para o crescimento do oócito, maturação

citoplasmática, comunicação intercelular, e inclusive para a liberação de fatores como o

19

GDF-9 e BMP originários do oócito, que tem ação anti-apoptótica sobre as células da

granulosa (HUSSEIN et al., 2005).

Os folículos antrais são formados a partir de uma intensa proliferação e

organização em várias camadas das células da granulosa resulta no crescimento dos

folículos, como consequência um aumento da atividade metabólica por estes tipos

celulares culmina com a produção em grandes quantidades de substâncias, que se

acumulam entre as células da granulosa caracterizando a formação de uma cavidade

repleta de líquido denominada antro folicular (DRIANCOURT, 2001). O fluido

folicular que preenche esta cavidade contém água, eletrólitos, proteínas séricas e alta

concentração de hormônios esteróides secretados pelas células da granulosa

(BARNETT et al., 2006).

2.3 POPULAÇÃO FOLICULAR E ATRESIA

A população de folículos ovarianos vária de entre espécies e entre indivíduos em

função de inúmeros fatores como: raça (CAHILL; MARIANA; MAULÉON, 1979),

idade (ERICKSON, 1966; RÜSSE, 1983), produção hormonal (PETERS, 1976),

genética (ERICKSON, 1966) e status reprodutivo e nutricional (ERICKSON;

REYNOLDS; MURPHREE, 1976; SCARAMUZZI et al., 1993). É sabido que o total

de folículos presentes no ovário é definido na vida intrauterina em ruminantes

(KNIGHT; GLISTER, 2006) e poucos dias após o nascimento em roedores (OJEDA et

al., 2000), sendo de 285.000 em bovinos (SILVA-SANTOS et al., 2011), 33.000 em

ovinos (AMORIM et al., 2000), 45.000 em caprinos (LUCCI et al., 1999) e

aproximadamente 2.000.000 na mulher (ERICKSON, 1986).

Apesar do grande população folicular presente no ovário mamífero, é sabido

que aproximadamente 99,9% dos folículos são eliminados pelo processo fisiológico

conhecido como atresia folicular, diminuindo assim o potencial reprodutivo das fêmeas.

A atresia ocorre por um processo de morte celular programada conhecido por apoptose

(TSAFIRI; BRAW, 1984). O destino final dos folículos ovarianos, sendo ovulação ou

atresia, é dependente de um balanço entre diferentes fatores endócrinos, parácrinos e

autócrinos que promovem a sobrevivência e aqueles que induzem a apoptose (HSU;

HSUEH, 2000).

Diante disso, visando evitar a enorme perda folicular que ocorre naturalmente in

vivo pela atresia, nas últimas décadas têm sido desenvolvidos vários sistemas de cultivo

20

in vitro de folículos pré-antrais e antrais que possibilitam o estudo dos fatores que

controlam a atresia e o crescimento folicular.

2.4 ESTEROIDOGÊNESE FOLICULAR

A produção de hormônios esteróides no ovário é importante para assegurar o

desenvolvimento normal do folículo. Sendo assim, o controle da produção hormonal

pelo ovário é orquestrado pela interação entre folículos e oócitos com a hipófise, nos

quais os hormônios de origem ovariana exercem uma retro-alimentação negativa ou

positiva sobre a produção e secreção de gonadotrofinas pela hipófise. A ação dos

esteroides nas suas células-alvo ocorre através receptores nucleares específicos, as

quais já foram localizados nos ovários (estroma, CG e CT) ovinos (JUENGEL et al.,

2006)

A biossíntese de esteróides é iniciada a partir do colesterol, sendo o precursor

desses hormônios. Deste modo, as células foliculares especializaram-se em sintetizar

o colesterol, uma vez que estas células expressam as enzimas do complexo

enzimático P450. A proteína StAR é responsável pelo transporte do colesterol da

membrana externa da mitocôndria para a interna, onde se localiza a enzima

desmolase, participante da conversão do colesterol em pregnenolona (GIOMETTI et

al., 2009). A pregnonelona sob ação da enzima 3β hidroxidesidrogenase é convertida

em progesterona que pode servir de substrato para a produção de androstenediona

via enzima 17,20-liase ou apresentar ação biológica (VALDEZ et al., 2005;

MIZRACHI E AUCHUS, 2009). A androstenediona quando não é destinada a

exercer sua função, pode ser convertida em testosterona pela enzima 17β- redutase,

que por sua vez, converter-se em dihidrotestosterona pela enzima 5α-redutase ou

penetrar nas células da granulosa ou estradiol pela enzima aromatase (DRUMMOND

E FINDLAY, 1999; YARAK et al., 2005; STOCCO, 2008). O estradiol também

pode ser produzido por uma segunda via, na qual a androstenediona sofre

aromatização nas células da granulosa e é convertida em estrona, e esta em estradiol,

pela enzima 17β-redutase (YARAK et al., 2005).

O estradiol – E2 juntamente com o estriol e estrona compõem os hormônios

estrogênios sendo o mais potente deles. Os folículos começam a sintetizar estradiol nos

estádios de pré-antrais avançados (Drummond e Findlay, 1999). E a ação desses

21

hormônios são mediadas são mediadas nos tecidos específicos por, pelo menos, dois

tipos de receptores (ER) denominados ERα e ERβ (Tomic et al., 2007). Altos níveis de

estradiol normalmente acarretam uma redução na secreção de FSH nas células da

granulosa em momentos próximos a ovulação, sendo então relacionados à redução da

fertilidade. Devido o inicio do processo de ovulação, inicia-se a luteinização das células

induzindo a produção de progesterona. A progesterona, por sua vez, é secretada pelas

células da granulosa e teca e células estroma ovariano, além de células luteais. Duas

forma de receptores de progesterona são descritos, a PRA e PRB (GAVA et al., 2004).

Existe ainda, a hipótese de a progesterona exerce uma ação luteotrópica local,

estimulando a sua própria produção e liberação (ROTHCHILD et al., 1991).

Desta forma, estradiol e progesterona são importantes hormônios reguladores da

foliculogênese, que atuam de forma isolada ou conjunta com outras hormônios atuando

diretamente nas células via receptores.

2.5 CORTISOL

O cortisol é produzido na zona fasciculada no córtex da glândula adrenal.

Pertencente à classe dos hormônios esteróides, os glicocorticoides, com o principal

representante o cortisol, diferem dos outros hormônios esteróides por apresentarem

receptores específicos. A biodisponibilidade do cortisol na corrente sanguínea se dá

através da associação com proteínas plasmáticas (ROSNER, 1991). Sendo que 96%

deste hormônio encontra-se ligado a glubulinas ligadoras de corticosteróides (CGB) ou

Transcortina e a albumina e dessa forma o cortisol encontra-se inativo. Apenas 4% do

cortisol encontra-se na forma livre (desassociado de proteínas) caracterizando-o como

biologicamente ativo (MICHAEL, 2003).

As ações do cortisol são mediadas através do receptor de glicocorticoides

(glucocorticoids receptor - GR) presente no interior das células. O GR pertencente à

superfamília de receptores nucleares – NR3C1 e já foram detectados na maioria dos

tecidos (ADCOCK, 2000), inclusive em tecido ovariano de camundongas (ILLERA et

al., 2005). É sabido que a biodisponibilidade do cortisol depende da ação da enzima

11β-hidroxiesteróide desidrogenase (11β-HSD) tipo 1 e 2, que tornam o cortisol ativo

ou inativo no interior das células. Quando ligado ao seu receptor, o cortisol é

translocado para o núcleo onde atua como fator de transcrição.

22

Em níveis basais, o cortisol é essencial para preservar a homeostasia e o

equilíbrio interno de funções como o sistema imunológico, metabólico e reprodutivo

(ANDERSEN, 2002). No entanto, o aumento nos níveis plasmáticos desse hormônio é

oriundo de condições estressantes. Em animais estressados, a função reprodutiva é

comprometida, uma vez que o aumento dos níveis de cortisol inibe a secreção de GnRH

no hipotálamo, bem como a liberação de FSH, além de reduzir a frequência do pulso

LH, bem como uma diminuição no pico pré-ovulatório de LH em ovelhas

(MACFARLANE et al., 2000; BREEN et al., 2005). A nível folicular, o cortisol pode

inibir a secreção de estradiol, isso contribuirá para interrupção do desenvolvimento

folicular e ovulação (BREEN et al., 2005). No tocante a morfologia folicular, em

animais estressados ocorre uma redução no diâmetro de folículos dominantes

acarretando danos a sua estrutura, porém alguns folículos podem completar seu

desenvolvimento chegando a ovular oócitos subférteis (LUCY et al., 2001).

Portanto, o cortisol é um importante hormônio ligado ao estresse e sua influência

na reprodução tem sido pesquisada, no entanto os efeitos que esse hormônio faz na

reprodução ainda não são totalmente conhecidos, podendo atuar em vários níveis do

sistema reprodutivo.

2.6 CULTIVO IN VITRO DE FOLÍCULOS PRÉ-ANTRAIS

O cultivo in vitro de folículos pré-antrais, também conhecido como “Ovário

Artificial”, é uma importante etapa da MOIFOPA que vem sendo largamente

empregada com o intuito de avaliar o efeito de diferentes substâncias, em diferentes

concentrações e em diferentes fases do desenvolvimento folicular, desde a ativação até a

produção de oócitos maturados (FIGUEIREDO et al., 2011). Sendo assim, o cultivo in

vitro destaca-se como uma importante técnica para elucidar mecanismos que controlam

a foliculogênese e atresia folicular.

A MOIFOPA consiste no isolamento ou regate de folículos pré-antrais do

ambiente ovariano, seguido da conservação por curto (resfriamento) ou longo período

(congelamento) e/ou cultivo folicular, visando-se a estocagem, bem como o

crescimento, maturação e fecundação in vitro dos oócitos inclusos em folículos

ovarianos pré-antrais (FIGUEIREDO et al., 2008). Atualmente, esta biotécnica tem

contribuído para elucidar a foliculogênese inicial, no entanto, para alcançar o objetivo

final com a produção de crias vivas é necessário garantir crescimento folicular,

23

maturação oocitária adequada e posterior fecundação dos oócitos pré-antrais através de

um sistema de cultivo eficiente. Com uma perspectiva futura desta técnica, a MOIFOPA

poderá contribuir para a multiplicação de animais de alto valor zootécnico ou em via de

extinção através do fornecimento de um grande número de oócitos provenientes de um

mesmo animal, os quais poderão ser destinados aos programas de produção in vitro de

embriões ou clonagem e posterior transferência de embriões (FIGUEIREDO et al.,

2008).

Figura 3: Principais avanços obtidos com a utilização de oócitos oriundos de folículos

pré-antrais de mamíferos cultivados in vitro. (Chaves et al., 2010)

2.7 SISTEMAS DE CULTIVO

Para alcançar sucesso no cultivo in vitro de folículos é necessário o uso de

métodos que permitam o isolamento folicular adequado sem que haja danos na estrutura

folicular. Além disso, o sistema de cultivo adotado tem como objetivo promover um

crescimento in vitro adequado que possibilite a manutenção da viabilidade de folículos

pré-antrais e a obtenção de oócitos aptos à fertilização, diversos sistemas de cultivo têm

sido desenvolvidos para atender a esse objetivo (VAN DEN HURK et al., 2000).

Atualmente dois sistemas de cultivos são comumente empregados em estudos no cultivo

in vitro de folículos pré-antrais, no entanto a escolha do sistema de cultivo é

determinada de acordo com os objetivos a serem estudados.

24

O sistema de cultivo in situ é caracterizado pelo cultivo de folículos pré-antrais

inclusos no próprio tecido ovariano, utilizando pequenos fragmentos do córtex ovariano

ou ainda utilizando o ovário inteiro. Este sistema torna-se bastante prático uma vez que

permite a manutenção da integridade tridimensional natural dos folículos, bem como a

interação destes com as células do estroma ovariano. No modelo isolado os folículos

podem ser cultivados de maneira bidimensional, aderidos diretamente à placa de cultivo

ou a uma monocamada de substrato e ainda na forma tridimensional (DEMEESTERE et

al., 2005). Este sistema de cultivo possibilita acompanhar de forma individual os

folículos durante o cultivo, favorecendo a perfusão do meio e o fornecimento de

nutrientes.

Existe ainda o sistema de cultivo em dois passos, neste modelo é efetuado

inicialmente o cultivo dos folículos no córtex ovariano (in situ), maximizando a

ativação folicular e o crescimento dos folículos primordiais até o estádio de secundários

e em sequência o isolamento e o cultivo dos folículos secundários isolados (TELFER et

al.,2008). Utilizando o modelo de cultivo em dois passos, possibilitou avanços obtidos

no cultivo in vitro de folículos pré-antrais, com resultados satisfatórios obtidos na

espécie murina, com a obtenção de crias viáveis a partir do cultivo de oócitos oriundos

de folículos pré-antrais (O’BRIEN et al., 2003). No entanto, nas espécies domésticas, as

taxas de maturação e produção de embriões oriundos do cultivo in vitro de folículos

pré-antrais ainda são variáveis. Em caprinos, por exemplo, foram obtidos apenas três

embriões após a fertilização in vitro de oócitos oriundos de folículos pré-antrais

cultivados in vitro (SARAIVA et al., 2010; MAGALHÃES et al., 2011).

2.8 IMPORTÂNCIA DO MEIO DE CULTIVO

O sucesso no desenvolvimento, crescimento e maturação folicular in vitro

depende de vários fatores, com destaque para a composição do meio no qual serão

cultivados os folículos. Diferentes meios comerciais podem influenciar o cultivo in vitro

de folículos ovarianos, estimulando a sobrevivência e o crescimento folicular (LIMA et

al., 2012). Dentre os meios podemos destacar o meio essencial mínimo (MEM) e suas

modificações (α-MEM, MEM Glutamax, etc.), o meio de cultivo de tecido (TCM 199),

além de outros meios como o McCOy’s, Waymouth, Leibowitz e Menezo B2 (ROCHA,

2013). A maioria dos meios de cultivo de base é suplementada com tampões,

antibióticos, antioxidantes e fontes protéicas (FIGUEIREDO et al., 2008). Outras

25

substâncias também são adicionadas ao meio de cultivo como: insulina, transferrina,

selênio, hormônio folículo estimulante (MAGALHÃES et al., 2009), proteína

morfogenética óssea-7 (ARAÚJO et al., 2011) e albumina sérica bovina (RODRIGUES

et al., 2010). Sendo assim, avaliar o efeito de diversas substâncias, por exemplo, o

cortisol o desenvolvimento folicular poderá contribuir para elucidação da

foliculogênese.

2.9 TÉCNICAS PARA AVALIAÇÃO DO CULTIVO IN VITRO

Atualmente existem várias técnicas disponíveis que permitem a avaliação da

qualidade folicular. As principais técnicas utilizadas permitem observar a ativação

folicular, mudanças na morfologia do folículo e oócito e produção de hormônios e

esteroides pelo folículo durante o crescimento in vitro. Para cada parâmetro a ser

avaliado existe uma técnica específica, porém a associação de mais de uma técnica

permite observar de forma mais precisa a qualidade folicular (MATOS et al., 2007).

As principais técnicas utilizadas para detectar alteração ou degeneração folicular

são: Histologia Clássica (HC) e Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET).

A Histologia Clássica (HC) permite verificar mudanças na morfologia do

citoplasma e do núcleo, mais especificamente permite verificar o número e a mudança

no formato das células da granulosa através da ativação folicular e avaliar a integridade

do oócito e das células da granulosa. A Histologia Clássica é uma técnica quantitativa,

pois possibilita avaliar um grande número de folículos (MATOS et al., 2004), porém,

não é possível avaliar a integridade das organelas citoplasmáticas ou atividade

enzimática dos folículos ovarianos (GOSDEN, 2000).

No tocante a integridade das organelas citoplasmáticas ou avaliar a atividade

enzimática dos folículos ovarianos utiliza-se a Microscopia Eletrônica de Transmissão

(MET) uma técnica qualitativa que permite a avaliação de mudanças ultra-estruturais

corridas durante a atresia folicular, sendo destacada sua importância após conservação

in vitro de folículos pré-antrais caprinos e ovinos, mostrando que folículos considerados

normais, após a avaliação histológica, podem apresentar alterações degenerativas na sua

ultraestrutura (MATOS et al., 2004; SANTOS et al., 2006).

Existem outras técnicas que permitem a avaliação da viabilidade folicular e

apoptose com o uso de microscopia de fluorescência e corantes vitais. Esta técnica

26

utiliza marcadores fluorescentes que, ao serem excitados com radiação de baixo

comprimento de onda, absorvem energia e emitem luz de comprimento de onda maior

(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). Por ser uma técnica rápida, confiável e prática para

avaliação da viabilidade folicular antes ou após estudos de cultivo in vitro

(CORTVRINDT; SMITZ, 2001; LOPES et al., 2009), a microscopia de fluorescência

vem sendo comumente adotada para análise de folículos pré-antrais e oócitos após a

maturação in vitro (MIV) (ROSSETTO et al., 2009; BRUNO et al., 2009; CELESTINO

et al., 2011; MAGALHÃES-PADILHA et al., 2012). A calceína acetoximetil (calceína-

AM), o etídio homodímero-1 (EthD-1) e o Hoescht 33342 são os corantes mais

utilizados na microscopia de fluorescência.

Outras técnicas que vêm sendo bastante utilizadas são as técnicas de biologia

molecular, que podem ser realizadas antes, durante e após o cultivo in vitro de folículos

pré-antrais, com o intuito de identificar e quantificar o local de atuação e produção de

cada substância (ligante e receptor) envolvidas nas diferentes etapas do

desenvolvimento folicular. Uma técnica bastante utilizada é a Reação de Transcriptase

Reversa em Cadeia de Polimerase em tempo real (qRT-PCR) (KREUZER; MASSEY,

2002) que permite uma análise da quantificação relativa da expressão gênica em

determinado tecido ou amostra biológica, utilizando um sistema fluorescente em

plataforma capaz de detectar a luz oriunda da reação de amplificação de um

determinado gene no momento real da amplificação (BUSTIN, 2002). Através desta

técnica e da RT-PCR convencional, tornou-se possível identificar diferentes

substâncias, como hormônios e fatores de crescimento, presentes em folículos ovarianos

caprinos (CELESTINO et al., 2011; FROTA et al., 2011; ALMEIDA et al., 2012;

MAGALHÃES et al., 2012).

Além das técnicas citadas, a dosagem hormonal também é uma ferramenta que

auxilia na avaliação do cultivo in vitro. Hormônios esteroides, tais como progesterona, e

estradiol podem ser mensurados em meio de descarte, ou seja, meios retirados durante

as trocas, podendo ou não, serem avaliados utilizando radioimunoensaio ou ensaio

imunoenzimático (enzime-linked immunosorbent assay- ELISA).

27

Capitulo I

PAPEL DO CORTISOL NA FOLICULOGÊNESE NOS

MAMÍFEROS

28

Resumo Os glicocorticóides são hormônios essenciais para a manutenção do equilíbrio de

funções vitais para o organismo como a função imunológica e especialmente a

reprodutiva. O cortisol é o principal glicocorticoide produzido na glândula adrenal, sua

produção e liberação segue o ritmo circadiano, resultando em níveis basais. Porém

frente a situações de estresse que provoca um aumento acentuado nas concentrações de

cortisol, desta forma o excesso desse hormônio é prejudicial para todas as funções do

organismo. Em tecidos alvos, o cortisol é ativado pela enzima 11βHSD e desta forma,

se liga ao receptor de glicocorticóide presente no citoplasma das células. Após a ligação

com o receptor, o cortisol é translocado para o núcleo onde atua como fator de

transcrição. Alguns indícios sugerem que o receptor de glicocorticóide esta presente no

ovário, uma vez que esse que o cortisol foi identificado no fluido folicular, bem como a

sua associação com a maturação oocitária, resultado da presença de maiores

concentrações de cortisol com a maturação de oócitos em humanos. Porém, grandes

concentrações de cortisol podem interromper o desenvolvimento folicular,

principalmente a esteroidogênese folicular, suprimindo a produção de hormônios

esteróides pelos folículos. Além disso, A longa exposição ao estresse pode interromper

a função reprodutiva. Desta forma, visto a importância deste hormônio para o

organismo, principalmente o sistema reprodutivo, são necessários mais estudos visando

elucidar o papel do cortisol na função reprodutiva.

29

INTRODUÇÃO

Na reprodução, uma gama de fatores atua no desempenho reprodutivo, como o

estado nutricional, genética do animal e a produção hormonal, entre os hormônios

destaca-se o cortisol. Geralmente caracterizado como o hormônio do estresse o cortisol

é produzido na zona fasciculada no córtex da glândula adrenal e desempenha um papel

importante em diversos processos fisiológicos como o sistema imunológico, metabólico

e reprodução (MICAHEL et al., 2003). No sistema reprodutivo, a produção excessiva de

cortisol afeta diretamente o eixo hipotalâmico-hipofisário inibindo a secreção d

hormônio liberador de gonadotrofinas - GnRH, como consequência disto, ocorre um

bloqueio na liberação de hormônios hipofisário, hormônio folículo estimulante –FSH e

hormônio luteinizante - LH (MACFARLANE et al., 2000; BREEN et al., 2005) e

diretamente nos ovários, o cortisol inibe a secreção de hormônios produzidos

localmente pelos folículos com o estradiol - E2 (BREEN et al., 2005) comprometendo a

qualidade do desenvolvimento folicular.

A detecção de níveis de cortisol no fluído folicular (FATEH, 1989; ACOSTA,

2005) e a presença de receptores de glicocorticoides em células ovarianas de

camundongas (ILLERA et al., 2005) são indicativo da participação deste hormônio no

processo da foliculogênese ovariana. Com base nas informações apresentadas, a

presente revisão objetivou abordar de maneira geral alguns aspectos relacionando a

influencia dos glicocorticóides, em especial o cortisol, caracterizando sua síntese,

receptores, mecanismo de ação e enfatizando sua ação no sistema reprodutivo feminino.

CORTISOL

O cortisol (C21H30O5) é o principal hormônio representante da classe dos

hormônios glicocorticóides, este hormônio é sintetizado na zona fasciculada no córtex

da glândula suprarrenal. Após a produção do cortisol, sua liberação na corrente

sanguínea é regida sob controle neuroendócrino através do eixo hipotalâmico-

hipofisário-adrenal (HPA) e sua disponibilidade se dá através da ligação com proteínas

plasmáticas, dentre elas as globulinas ligadoras de corticosteróides (CGB) ou

Transcortina, a albumina e por último, pode ser encontrado na forma livre, a qual é

considerada a fração biologicamente ativa (ESCHER et al., 1997; ANDERSEN, 2003).

Em células alvos a ação dos glicocorticóides é mediada pelo receptor de

30

glicocorticóides (GR) um membro da superfamília dos receptores nucleares (NR3C1)

(GRIEKSPOOR et al., 2007)

Os glicocorticóides são hormônios esteróides essenciais para manter a

homeostasia, comumente envolvidos no controle de numerosas funções fisiológicas

vitais, tanto através da regulação do metabolismo celular genômico e do ciclo celular,

bem como através de efeitos não genômicos sobre o metabolismo das células e

sinalização (SCHONEVELD et al., 2004; OGIAS et al., 2009; BORSKI, 2000). Entre

essas funções, a saber, o metabolismo, ações anti-inflamatórias e imunossupressoras e o

sistema reprodutivo. Níveis endógenos de cortisol são controlados pela ativação do eixo

HPA, enquanto que níveis intracelulares deste hormônio além de estarem sob controle

deste eixo também são controlados pelas enzimas 11-β hidroxiesteróide desidrogenase

(11βHSD) que ativa (11βHSD1) ou inativa (11βHSD2).

LOCAL DE PRODUÇÂO

Sendo um dos principais hormônios que regem funções fisiológicas vitais, a

síntese de cortisol pela glândula adrenal esta sob controle do eixo hipotálamo-hipófise-

adrenal que depois de ativado tem como produto final a produção de cortisol. Devido ao

intenso metabolismo, o organismo torna-se carente deste hormônio. A síntese de

cortisol ocorre naturalmente de acordo com a necessidade do organismo ou em

decorrência a distúrbios envolvendo os sistemas que controlam sua produção.

Em um estado de homeostase, o organismo produz inúmeras substâncias em

níveis adequados para manter a capacidade de se adaptar ao meio. Em níveis adequados

as catecolaminas ativam neurônios parvocelulares situados no núcleo paraventricular do

hipotálamo (PVN). Estes neurônios estão relacionados no controle da atividade

simpática e cardiovascular, bem como, na liberação de hormônios que atuam na hipófise

anterior. Posteriormente a ativação dos neurônios do núcleo paraventricular no

hipotálamo, ocorre à produção do hormônio liberador de corticotropina (CRH). Este por

sua vez, controla a atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal pela ação na hipófise

anterior controlando a liberação do hormônio adrenocorticotrófico (adrenocorticotropic

hormone-ACTH) produzido pelas células corticotróficas da hipófise anterior. Ao ser

liberado o ACTH chega via corrente sanguínea na glândula adrenal e atua sobre a região

cortical iniciando a síntese e liberação de glicocorticóides em especial o cortisol,

estimulando também o aumento dessa região mantendo a integridade da mesma.

31

No interior do córtex adrenal na zona fasciculada a síntese de cortisol assim

como todos os hormônios esteróides inicia com uma molécula precursora de colesterol é

convertido em diferentes esteróides. O primeiro passo da esteroidogênese ocorre dentro

da mitocôndria quando o colesterol presente no interior das células da zona fasciculada

é transportado para interior da membrana mitocondrial pela proteína StAR

(steroidogenic acute regulatory proteis-StAR), o colesterol é convertido a pregnonelona

pela enzima P450 de clivagem de cadeia lateral (side-chain cleavage P450 - P450scc)

uma enzima mitocondrial membro da superfamília de enzimas citocromo P450 de gene

CYP11A1. A seguir a enzima 17α-hidroxilase (CYP17A1) atua sobre a pregnonelona

desta vez fora da mitocôndria, no retículo endoplasmático, convertendo-a em 17α-

hidroxipregnonelona que por sua vez é degradada em 17-hidroxiprogesterona em

resposta a ação da 3β-hidroxiesteróide desidrogenase (3β-HSD). Seguindo a via

esteroidogênica da síntese de cortisol, a formação de 11-Deoxicortisol é resultado da

ação da enzima 21-hidroxilase (CYP21) e por último, como resultado final a enzima

11β-hidroxilase (CYP11B1) presente nas células da zona fasciculada atua promovendo

a hidroxilação do carbono na posição 11 (C11) do composto 11-Deoxicortisol formando

cortisol.

Figura 1: Síntese de cortisol.

32

RECEPTOR DE GLICOCORTICÓIDES

Os glicocorticóides diferenciam-se dos demais hormônios esteróides por

apresentarem receptores específicos que são encontrados em quase todos tecidos. Nas

células alvos existem numerosos sítios de ligação dos glicocorticóides que variam de

2.000 a 30.000 por célula (ADCOCK, 2000), possibilitando ampla ação em diversas

funções fisiológicas. Estes hormônios unem-se a seus receptores presentes no citosol.

Após a entrada na célula sem a necessidade de um receptor transmembranário,

características dos hormônios lipossolúveis. Os glicocorticóides posteriormente são

translocados para o núcleo, onde atuam como fatores de transcrição.

Os receptores de glicocorticoides são proteínas intracelulares pertencente à

superfamília de receptores nucleares, mais especificamente denominados receptor

nuclear da superfamília 3, grupo C, membro 1 (nuclear receptor 3, group C, member 1 –

NR3C1). Esta classe compreende três domínios funcionais: um domínio N-terminal, um

domínio de ligação ao DNA e um domínio de ligação com o ligante C-terminal

(OAKLEY AND CIDLOWSKI, 2011). No citoplasma, na ausência do ligante, o

receptor de glicocorticóides está associado a proteínas de choque-térmico (heat-chock

protein – HSP), característica atribuída aos receptores de hormônios esteróides

(AGARWAL AND MIRSHASHI, 1999). As HSP estão comumente presente no

citoplasma não apenas associadas ao receptor de glicocorticóides, como também a

outras proteínas. Um complexo proteico é formado quando o receptor de

glicocorticóides é associado às proteínas HSP-90 e HSP70 (PRATT et al., 1993;

ADCOCK, 2000) e imunofilinas que participam da sinalização dos glicocorticóides

(DAVIES et al., 2002). As proteínas de choque térmico atuam retendo o receptor de

glicocorticóides no citoplasma, além de manter a capacidade ligação com o hormônio.

Após a ligação do cortisol no seu receptor, um complexo receptor-ligante é

formado e transloca-se para o núcleo onde se liga a elementos de resposta ao hormônio

na região promotor de gene alvo para atuar como um fator de transcrição.

11β-HIDROXISTEROIDE DESIDROGENASE

O acesso do cortisol biologicamente ativo no receptor de glicocorticóides nas

células alvo é regulado por duas enzimas desidrogenases, 11β-Hidroxisteróide

Desidrogenase tipo 1 e tipo 2. A ativação do cortisol é regulada pela enzima tipo 1 (11β-

33

HSD1), uma enzima de baixa afinidade para o cortisol que predominantemente atuar

como uma redutase dependente de NADPH catalisando a conversão de cortisona (uma

forma inativa do cortisol) em cortisol. Em contraste, a enzima tipo 2 (11βHSD2) atua

inativando cortisol convertendo-o em cortisona por ter uma atividade NAD+

dependente de alta afinidade para o cortisol (AGARWAL et al., 1994; ALBISTON et

al., 1994). A enzima 11β-HSD1 é altamente expressa no fígado, pulmão, tecido adiposo,

SNC e principalmente nos ovários, também nesses locais há uma expressão significante

dos receptores de glicocorticóides (SECKL AND WALKER, 2001). Em quanto que a

enzima 11β-HSD2 é expressa em tecidos alvos de aldosterona como cólon, nefrons

distal e glândulas sudoríparas. No entanto ambos os mRNAs das duas enzimas 11β-

HSD1 e 11β-HSD2 foram identificados no ovário bovino (TETSUKA et al., 2003), e a

sua expressão e atividade têm sido associados com o desenvolvimento e maturação

folicular (TETSUKA et al., 2010; THURSTON et al., 2007).

Após a ligação com o hormônio, ocorre uma alteração conformacional no

receptor de glicocorticóides que induz à dissociação do receptor de glicocorticóides com

as proteínas de choque-térmico, formando um complexo hormônio-receptor. Após a

formação do complexo hormônio-receptor, este é translocado para o núcleo. Uma vez

no núcleo, ocorre a dimerização do GR antes da sua ligação com o DNA (MARCEL et

al., 2003) seguido da ligação a elementos responsivos a glicocorticoides (GRES)

estimulando a expressão de genes alvos.

AÇÃO DO CORTISOL NA FOLICULOGÊNESE

Altas concentrações de glicocorticóides, especialmente o cortisol configuram a

perda da homeostasia pelo organismo, deste modo, um quadro de estresse é

caracterizado. Geralmente associado como hormônio do estresse, no tocante a

reprodução o cortisol tem a capacidade de atuar de três formas: 1 hipotálamo, 2 hipófise

ou diretamente nas gônadas (ANDERSEN, 2003), porém, independente da via de

atuação, o cortisol exerce efeitos diretos na foliculogênese o que pode levar a supressão

da atividade gonadal, bem como a esterilidade e perda do estimulo sexual.

Na ausência de condições ideais para a reprodução, a influência do estresse

reflete no baixo desempenho reprodutivo em animais de reprodução. Pequenos

ruminantes como caprinos e ovinos representam uma fonte de lucro para o Nordeste

brasileiro, devido a grande concentração desses animais nessa região (IBGE, 2010),

34

porém são mais facilmente afetados pelos efeitos deletérios que o estresse pode causar

oriundo de inúmeras fontes como alimentação e manejo inadequado e altas temperaturas

(CHAVES et al., 2013; OZAWA, et al., 2005).

Levando em consideração que o processo de reprodução dos animais domésticos

está sobre controle do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, para obter sucesso é

necessário que os mecanismos envolvidos nesse eixo estejam em completa sincronia

nos eventos relacionados. Nesse sentido, é necessário desenvolver mais estudos sobre

como o cortisol oriundo do estresse pode interferir a função reprodutiva.

Diversos estudos tem demonstrado que o cortisol implica em várias funções

ovarianas como, maturação, esteroidogênese e diferenciação das células da granulosa

(GONZÁLES et al., 2010; BREEN et al., 2005 – ovinos, ANDERSEN et al., 2002 -

humanos). O aumento das concentrações desse hormônio em situações de estresse

durante fases críticas do ciclo estral pode interferir nos estímulos hormonais indutores

do comportamento sexual e da ovulação (PAPARGARIS et al., 2011).

Efeito dos glicocorticoides na esteroidogênese

Durante o estresse, ocorre a ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal,

esta ativação desencadeia mudanças em quase todo o sistema endócrino, como

resultados podemos observar que em ovinos altos níveis de cortisol inibem a secreção

pulsátil do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) pelo hipotálamo

(MACFARLANE et L., 2000), consequentemente, quantidades reduzidas de GnRH

exercem pouco efeito na hipófise, reduzindo a secreção do hormônio folículo

estimulante (FSH) que aliado ao efeito inibidor cortisol na hipófise torna insuficiente a

quantidade de FSH para promover o recrutamento dos folículos durante a fase folicular.

Uma vez que se instala o estresse há pouca oferta de FSH, assim, existe uma

menor mobilização de folículos em crescimento durante a nova onda folicular. Há estes

folículos dar-se-á a característica de pouco produtores de estradiol, uma vez que o

próprio cortisol inibe a produção de estradiol pelos folículos em crescimento

contribuindo para a interrupção do desenvolvimento folicular (BREEN et al., 2005). A

produção reduzida de estradiol torna-se insuficiente para o surgimento do LH, foi

demostrado que o cortisol inibe o feedback positivo do estradiol sobre a indução do pico

de LH (WAGENMAKER et al., 2009). Em adição, o comportamento sexual é

35

prejudicado através da inibição das ações do estradiol para estimular o estro não

havendo receptividade sexual na ovelha (PAPARGARIS et al., 2011).

Efeito dos glicocorticoides na foliculogênese e maturação

A maturação oocitária tem por objetivo a produção de um oócito meioticamente

competente, apto a ser fertilizado. Nas espécies mamíferas a maturação é decorrente de

um crescimento em condições adequadas do oócito no folículo ovariano, porém este

processo é extremamente sensível podendo resultar em falhas na maturação por ocasião

de alterações fisiológicas (MAO et al., 2014). No âmbito da maturação in vitro, alguns

estudos têm se concentrado na utilização de substâncias que possam aumentar as taxas

de maturação in vitro, por exemplo, fatores de crescimento e hormônios (ARAÚJO et

al., 2010; MAGALHÃES et al., 2009).

Desde a década de 1980, alguns estudos se propuseram a investigar os efeitos

que os glicocorticóides podem causar na maturação oocitária, bem como a relação

destes hormônios com este evento final da foliculogênese. Um estudo pioneiro em

mulheres foi observado que após a aspiração folicular para a obtenção de oócitos para

fertilização in vitro, após a obtenção de oócitos maturados a concentração de cortisol no

fluido folicular foi duas vezes maior em relação ao fluido folicular de folículos

contendo oócitos imaturos, sugerindo uma correlação positiva entre o cortisol e a

maturação oocitária (FATEH, 1989). Semelhantemente, HARLOW, (1997) observou

que durante o surgimento da onda pré-ovulatória de LH há um aumento na concentração

de cortisol, deste modo o cortisol pode exercer um papel fisiológico na maturação e

ovulação.

Os mecanismos pelo qual o cortisol pode atuar na maturação ainda não são

claros, porém algumas hipóteses são levantadas como uma possível forma de ação deste

hormônio. Durante a retomada da meiose é necessário um fornecimento de energia

através da beta-oxidação de ácidos graxos livres presente nas células do cúmulos, assim

sendo, os lipídios são uma grande fonte de energia para a maturação (VALSANGKAR

et al., 2013). Mulheres em tratamento para fertilização in vitro, o cortisol promoveu a

mobilização de moléculas de lipídios presente em células do cúmulos como fonte de

energia, uma vez que este hormônio tem propriedades lipofílicas em outros tecidos

(CARMAN, 2012). Nesse estudo foi observada uma correlação positiva entre os níveis

36

de cortisol no fluido folicular com a maturação oocitária, portanto o cortisol no fluido

folicular pode promover o fornecimento de energia necessária para a retomada da

meiose através da beta-oxidação de ácidos graxos livres (SIMERMAN et al., 2015).

Estudos anteriores sugeriram que altos níveis de cortisol podem atuar em outros

mecanismos no controle da maturação Na maturação de oócitos suínos, cortisol e a

dexametasona inibiram a retomada da meiose (YANG et al, 1999). Durante a retomada

da meiose o fator promotor da maturação (MPF) é ativado através da desfosforilação da

tirosina p34cdc2 e síntese da ciclina B (NURSE, 1990). Deste modo, foi observado a

influência desses glicocorticóides na expressão da p34cdc2 e ciclina B1 durante a

maturação. Verificou-se que a exposição a 1 µg/ml de dexametasona reduziu i nível da

ciclina B1, mas não teve efeito na p34 cdc2. A exposição a dexametasona também

reduziu o complexo p34cdc2-ciclina B1, sugerindo que a ação dos glicocorticóides na

maturação pode ser atribuída a diminuição deste complexo.

Sobre um possível efeito dos glicocorticoides em outras vias de sinalização, na

maturação de oócitos ovinos, cortisol e dexametasona diminuíram o percentual de

oócitos maturados através da inibição da ativação das cinases reguladas por sinais

extracelulares (ERKS), ERK-1 e ERK-2 na presença de altas concentrações

(GONZÁLES et al., 2010). ERK-1 e 2 são membros da família das proteínas quinases

ativadas por mitógenos (MAPKs), as MAPKs são importantes reguladores da maturação

do oócito associada à organização dos microtúbulos e condensação da cromatina (FAN

and SUN, 2004). Para testar a hipótese de que os glicocorticoides afetam a maturação

oocitária, GONZÁLES (2010), utilizou oócitos de ovelhas para avaliar o efeito in vitro

do cortisol e dexametasona na via MAP kinase durante a maturação oocitária. Ambos os

glicocorticoides inibiram a ativação das ERK-1 e 2 durante o período de maturação,

resultando na diminuição do percentual de oócitos maturados in vitro na presença de

altas concentrações, sugerindo que níveis fisiológicos de glicocorticoides não acometem

danos à maturação do oócito.

Em conclusão, nota-se a importância do cortisol para diversos sistemas do

organismo incluindo a reprodução. Em níveis fisiológicos, este hormônio contribui para

equilíbrio natural do organismo preservando a homeostasia, especialmente na função

reprodutiva, o cortisol pode participar do processo de maturação oocitária. No entanto, o

aumento das concentrações de cortisol ocasionado por um estímulo estressante, acarreta

37

danos na função reprodutiva, principalmente na esteroidogênese folicular e o

desenvolvimento do folículo, além disso, ocorrendo estresse por um longo período o

cortisol pode até suprimir a função reprodutiva.

REFERÊNCIAS

ACOSTA, T.J.; TETSUKA, M.; MATSUI, M.; SHIMIZU, T.; BERISHA, B.;

SCHAMS, D.;

MIYAMOTO, A. In vivo evidence that local cortisol production increases in

the preovulatory follicle of the cow. J Reprod Dev v. 51, p.483–489, 2005

ADCOCK, I.M. Molecular Mechanisms of Glucocorticosteroid Actions. Pulmonary

Pharmacology & Therapeutics. vol. 13, p. 115–126. 2000.

AGARWAL, A.K.; MONDER, C.; ECKSTEIN, B.; WHITE, P.C. Cloning and

�expression of rat cDNA encoding corticosteroid 11 -dehydrogenase. Journal of

Biological Chemistry 264 18939–18943. 1998

AGARWAL, A.K.; MUNE, T.; MONDER, C.; WHITE, P.C. NAD+- dependent

�isoform of 11 -hydroxysteroid dehydrogenase. Journal of Biological Chemistry 269

25959–25962. 1994

ALBISTON, AL.; OBEYESEKERE, V.R.; SMITH, R.E.; KROZOWSKI, Z.S. Cloning

�and tissue distribution of the human 11 -hydroxysteroid dehydrogenase type 2 enzyme.

Molecular and Cellular Endocrinology. v. 105, p.11:17, 1994

ANDERSEN, C.Y. Possible new mechanism of cortisol action in female

reproductive organs: physiological implications of the free hormone

hypothesis. J. Endocrinol. v. 173. P. 211–217. 2002

VALDEVANE R. ARAÚJO, V.R.; SILVA, C.M.G.; MAGALHÃES, D.M.; SILVA,

G.M.; BÁO, S;N.;

SILVA, J.R.V.; FIGUEIREDO, J.R.; RODRIGUES, A.P.R. Effect of Bone

Morphogenetic Protein-7 (BMP-7) on in

vitro survival of caprine preantral follicles. Pesq. Vet. Bras. v. 30. p. 305:310, 2010

38

BORSKI, R.J. Nongenomic membrane actions of glucocorticoids in vertebrates. Trends

Endocrinol Metab. v. 11, p.427:36, 2000

BREEN, K.M.; BILLINGS, H.J.; WAGENMAKER, E.R.; WESSINGER, E.W.;

KARSCH, F.J. Endocrine basis for disruptive

effect of cortisol on preovulatory events. Endocrinology, v. 146,

n. 4, p. 2107-2115, 2005.

CHEN, W.Y.; YANG, J.G.; LI, P.S. Effect of dexamethasone on the expression of

p34cdc2 and cyclin B1 in pig oocytes in vitro. Molecular Reproduction and

Development. v. 56, p.74:79, 2000

DAVIES, T.H.; NING, Y.M.; SÁNCHEZ, E.R. A new fi rst step in activation of steroid

receptors: hormone-induced switching of fkbp51 and fkbp52 immunophilinso. The

Journal of Biological Chemistry. v. 277, p. 4597:4600, 2002

ESCHER G.; GALLI, E. VISHWANATH, B.S.; FREY, B.; FELIX, F.J. Tumor

necrosis factor alpha and interleukin i beta enhance the cortisol/cortisone suttle. Journal

of Experimental Medicine. v. 186, p. 189:198, 1997

FAN, H.Y.; SUN, Q.Y. Involvement of mitogen-activated protein kinase cascade during

oocyte maturation and fertilization in mammals. Biology of Reproduction v.70,

p.535;:47, 2004

FATEH, M; BEN-RAFAEL, Z; BENADIVA, C.A; MASTROIANNI, L. JR;

FLICKINGER, G.L. Cortisol levels in human follicular fluid. Fertil Steril. Vol. 51. P.

538-41. 1989

GONZÁLEZ, R; RUIZ-LEÓN, Y; GOMENDIO, M; ROLDAN, E.R.S. The effect of

glucocorticoids on ERK-1/2 phosphorylation during maturation of lamb oocytes and

their subsequent fertilization and cleavage ability in vitro. Reproductive Toxicology. V

29, p. 198–205, 2010.

GRIEKSPOOR, A.; ZWART, W.; NEEFJES, J.; MICHALIDES, R. Visualizing the

action of steroid hormone receptors in living cells. Nucl. Recept. Signal. v. 5, p. 003.

2002

39

HARLOW, C.R.; JENKINS, J.M.; WINSTON, R.M. Increased follicular fluid total and

free cortisol levels during the luteinizing hormone surge. Fertil Steril. v. 68(1), p.48:53.

1997

HUANG, T.J.; LI, P.S. Dexamethasone inhibits luteinizing hormone-induced synthesis

of steroidogenic acute regulatory protein in cultured rat preovulatory follicles. Biology

of Reproduction v. 64, p.163:170, 2001.

ILLERA,J.C.; G. SILVÁN, C.; MARTÍNEZ, M.; BLASS, A.; PEÑA, L. The effect of

dexamethasone on disruption of ovarian steroid levels and receptors in female rats. J.

Physiol. Biochem., 61 (3), 429-438, 2005.

MACFARLANE, M. S.; BREEN, K. M.; SAKURAI, H.; ADAMS,

B. M.; ADAMS, T. E. Effect of duration of infusion of stress-like

concentrations of cortisol on follicular development and the preovulatory surge of LH in

sheep. Animal Reproduction Science,

v. 63, p. 167-175, 2000.

MAGALHÃES, D.M.; ARAÚJO, V.R.; LIMA-VERDE, I.B.; MATOS, M.H.T.;

SILVA, R.C.; LUCCI, C.M.; BÁO, S.N.; CAMPELLO, C.C.; FIGUEIREDO, J.R.

Different FollicleStimulating Hormone (FSH) sources influence caprine preantral

follicle viability and development in vitro. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. 5, 378-386.

2009

MAO, L.; LOU, H.; LOU, Y.; WANG, N.; JIN, F. Behaviour of cytoplasmic organelles

and cytoskeleton during oocyte maturation. Reprod Biomed Online. 28: 284-299. 2014

MICHAEL, A.E.; THURSTON, L.M.; RAE, M.T. Glucocorticoid metabolism and

reproduction: a tale of two enzymes. Reproduction. v. 126, p.425:441, 2003

NURSE, P. (1990). Universal control mechanism regulating onset of M-phase. Nature,

344:503-508

OAKLEY, R.H.; CIDLOWSKI, J.A. Cellular Processing of the Glucocorticoid

Receptor Gene and Protein: New Mechanisms for Generating Tissue-specific Actions of

Glucocorticoids. J Biol Chem. v. 286, p. 3177:3184, 2011

40

ONARD, J.L.M.; SCHONEVELD, INGRID, C. GAEMERS, WOUTER H. LAMERS.

Mechanisms of glucocorticoid signalling. Biochimica et Biophysica Acta. v. 1680, p.

114:128, 2004

OZAWA, M.; TABAYASHI, D.; LATIEF, T.A.; SHIMIZU, T.; OSHIMA, I; KANAI,

Y. Alterations in follicular dynamics and steroidogenic abilities induced by heat stress

during follicular recruitment in goats. Reproduction. v. 129, p. 621:630, 2005

PAPARGARIS, M.M; RIVALLAND, E.T .A; HEMSWORTH, P. H; MORRISEY, A.

D; TILBROOK, A. J. Acute and chronic stress-like levels of cortisol inhibit the

oestradiol stimulus to induce sexual receptivity but have no effect on sexual attractivity

or proceptivity in female sheep. Hormones and Behavior. V. 60. N.4. p.336-345. 2011

PRATT, W.B. The role of heat shock proteins in regulating the function, folding, and

trafficking of the glucocorticoid receptor. J. Biol. Chem. 268:21455- 21458, 1993.

ROSNER W. Plasma steroid-binding proteins. Endocrinol Metab Clin North Am.

20(4):697-720, 1991

SCHONEVELD, O.J.; GAEMERS, I.C.; LAMERS, W.H. Mechanisms of

glucocorticoid signalling. Biochim Biophys Acta. v. 1680, p.114:128, 2004

SECKL, J.R.; WALKER, B.R Minireview: 11b-Hydroxysteroid Dehydrogenase Type

1— A Tissue-Specific Amplifier of Glucocorticoid Action. Endocrinology. v. 142, p.

1371;1376, 2001

SIMERMAN, A.A.; HILL, D.L.; GROGAN, T.R.; ELASHOFF, D.; CLARCK, N.J.;

GOLDSTEIN, E.H.; MANRRIQUEZ, A.N.; CAZENBALK, G.D.; DUMESIC, D.A.

Intrafolliclar cortisol levels inversely correlate with cumulus cell lipid content as a

possible energy source during oocyte meiotic resumption in women undergoing ovarian

stimulation for in vitro fertilization. Fertility and Sterility®. v. 103, p.249-257, 2015

TETSUKA, M.; YAMAMOTO, S.; HAYASHIDA, N.; HAYASHI, K.G.; HAYASHI,

M.; ACOSTA, T.J.; MIYAMOTO, A. Expression of 11 beta-hydroxysteroid

dehydrogenases in bovine follicle and corpus luteum. J Endocrinol. v. 177, p.445–452,

2010

41

THURSTON, L.M.; ABAYASEKARA, D.R.; MICHAEL, AE. 11 Betahydroxysteroid

dehydrogenase expression and activities in bovine granulosa cells and corpora lutea

implicate corticosteroids in bovine ovarian physiology. J Endocrinol. v. 193, p. 299:310,

2007

TOMLINSON, J.W.; STEWART, P.M. �Cortisol metabolism and the role of 11 -

hydroxysteroid dehydrogenase. Best Practice and Research Clinical Endocrinology and

Metabolism. v. 15, p.61;78, 2001

VALSANGKAR, D.; STEPHEN, M.D. A Requirement for Fatty Acid Oxidation in the

Hormone-Induced Meiotic Maturation of Mouse Oocytes. BIOLOGY OF

REPRODUCTION. v. 89, 43 .p. 1:9, 2013

WAGENMAKER, E.R; BREEN, K.M.; OAKLEY, A.E.; TILBROOK, A.J.; KARSCH,

F.J. Psychosocial stress inhibits amplitude of gonadotropin-releasing hormone pulses

independent of cortisol action on the type II glucocorticoid receptor. Endocrinology.

v. 150, p. 762–769. 2009.

42

4 JUSTIFICATIVA

a. Escolha da espécie:

A caprinocultura tem grande importância no contexto da pecuária brasileira. A

região Nordeste ganha destaque com a expansão da caprinocultura concentrando mais

de 90% do plantel nacional, consolidando-se como a maior região produtora de carnes,

subprodutos e animais de alto valor zootécnico oriundos dessa espécie.

A espécie caprina apresenta melhor tolerância a nas regiões semi-áridas como o

Nordeste, porém o manejo reprodutivo inadequado aliado a temperaturas elevadas

refletem em um baixo desempenho reprodutivo dessa espécie.

b. Relevância do protocolo:

Estudos in vitro avaliando o efeito dos glicocorticóides, naturais e sintéticos

possibilitaram identificar os mecanismos pelos quais cortisol e dexametasona atuam

durante a maturação oocitária de folículos crescidos in vivo, elucidando o efeito dos

glicocorticoides durante a maturação no final da foliculogênese. Entretanto, na

foliculogênese pré-antral, folículos primários e secundários, não existe relato de como

os glicocorticoides atuam durante o desenvolvimento. Deste modo, o cultivo in vitro do

córtex ovariano em diferentes concentrações de cortisol poderá fornecer informações

importante de como esse hormônio atua nessa fase da foliculogênese.

c. Originalidade do trabalho:

Até o presente momento não existe relato da ação dos glicocorticóides na

foliculogênese pré-antral de caprinos. Portanto, a originalidade deste trabalho foi à

investigação dos efeitos do cortisol durante o desenvolvimento de folículos pré-antrais

caprinos cultivados in vitro visando elucidar como esse hormônio atua na

foliculogênese.

43

5 HIPÓTESES

O cortisol atua na função ovariana mediante o receptor de glicocorticóides

presente nos folículos ovariano em todas as categorias foliculares, além disso, esse

hormônio afeta o desenvolvimento e a viabilidade de folículos pré-antrais de uma forma

concentração-dependente.

44

6 OBJETIVOS

6.1 OBJETIVO GERAL

Identificar a imunolocalização do receptor dos glicocorticoides NR3C1 assim

como avaliar o efeito do hormônio cortisol sobre o desenvolvimento in vitro de

folículos ovarianos pré-antrais inclusos em tecido ovariano caprino.

6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Avaliar a expressão da proteína do receptor de glicocorticoides, NR3C1 em

folículos ovarianos incluso no tecido ovariano caprino;

- Verificar efeito do hormônio cortisol em diferentes concentrações (0, 1, 5 e 10

ng/ml) na ativação, morfologia e a viabilidade folicular bem como no diâmetro folicular

e oocitário de folículos ovariano caprino cultivados por 7 dias.

45

Capitulo II

IMMUNOLOCALIZATION FOR GLUCOCORTICOID RECEPTOR AND

EFFECT OF CORTISOL ON IN VITRO DEVELOPMENT OF CAPRINE

PREANTRAL FOLLICLES

PONTES, J.T.1,*; MASIDE, C.1; LIMA, L.F.1; MAGALHÃES-PADILHA, D.M.2;

MATOS, M.H.T.3; FIGUEIREDO, J.R.1; CAMPELLO, C.C.1

1Laboratory of Manipulation of Oocytes Enclosed in Preantral Follicles (LAMOFOPA), Faculty, State University of Ceará, Av. Paranjana, 1700, Campus do Itaperi, Fortaleza, 60740-000, CE, Brazil.

2Postgraduate biotechnology, Potiguar University / Laureate International Universities, Av. Senador Salgado Filho, 1610, Lagoa Nova, Natal, 59056-000, CE, Brazil

3Nucleus of Biotechnology Applied to Ovarian Follicle Development, Federal University of San Francisco Valley, Petrolina, PE, Brazil

*Correspondence should be addressed to: Faculty of Veterinary Medicine. Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV). Laboratório de Manipulação de Oócitos e Folículos Pré-Antrais (LAMOFOPA). Universidade Estadual do Ceará (UECE) Av. Paranjana, 1700, Campus do Itaperi. Fortaleza – CE – Brasil. CEP: 60740 903 Tel.: +55.85. 3101.9852; Fax: +55.85.3101.9840 E-mail address: [email protected]

46

Abstract

The aim of this study was to evaluate the immunolocalization for glucocorticoid

receptor (NR3C1) in goat ovarian follicles and the effect of cortisol on in vitro

development of caprine preantral follicles. Ovarian fragments were cultured for 7 days

under different cortisol concentrations (0, 1, 5 and 10 ng/ml). Before and after culture,

the protein expression of NR3C1 was analyzed in ovarian tissue by

immunohistochemical analysis. Moreover, the end points follicular morphology,

viability, activation as well as follicular and oocyte diameter were also analyzed. The

NR3C1 was strongly expressed in oocytes of primary and antral follicles. A progressive

increase of immunostaining for NR3C1 in granulosa cells from primordial to antral

follicles was observed regardless of the treatment. After culture, it was observed a

reduction in the rate of normal preantral follicles rate in the 10 ng/ml cortisol treatment

when compared to the other treatments (P <0.05). Moreover, follicular and oocyte

diameter significantly decreased in all treatments (cortisol 0, 1, 5 and 10 ng/ml)

compared to the fresh control. After culture, the activation rate increased when the

follicles were exposed to 1, 5 and 10 ng/ml cortisol compared to the fresh control (P

<0.05). In conclusion, it was observed the presence of NR3C1 in the oocyte and

granulosa cells in all follicular categories. The in vitro culture showed that high cortisol

concentrations (10 ng/ml) exerts a deleterious effect on follicular survival, reducing the

percentage of normal follicles as well as follicular and oocyte diameter.

Keywords: Caprine, stress, cortisol, NR3C1, preantral follicles.

47

INTRODUCTION

Goat production is economically and socially important activity with an

increasing interest in milk, meat and skin production around the world. Although, goats

are well adapted to many different environments, improper handling and feeding

practices may produce stress reducing their productivity and profitability (18).

Conditions of stress lead to an increase of cortisol inducing suppression of reproductive

system function (15, 28) with subsequent economic impact on the livestock.

Cortisol, commonly known as hormone stress, is produced in the adrenal gland

and is responsible for the regulation of several physiological processes, including

metabolism, immunological response, and female reproductive function. High level of

cortisol in response to stress, acts directly or indirectly on the reproductive functionality

resulting in low reproductive rates (11, 28). The rise of cortisol acts on the

hypothalamic -pituitary suppressing GnRH secretion which in turn inhibits of FSH

release and reduce the LH surge frequency in sheep (7,20). Furthermore, excessive

cortisol levels can inhibit the estradiol secretion, inducing the disruption of the follicular

development and ovulation (7).

In physiological conditions, several studies have demonstrated the role of

cortisol on the ovary during the oocyte maturation as well as granulosa cell

differentiation and steroidogenesis (7, 13 sheep 3 - human). Moreover, this hormone is

associated with oocyte maturation in human because human follicular fluid from

matured oocytes had greater cortisol level than immature oocytes (12). In addition,

cortisol increases lipid metabolism in pre-ovulatory follicle and promoting meiotic

resumption in human (26).

48

Despite numerous studies reporting the role of cortisol in reproduction, it is

unclear the effect of this hormone on the early folliculogenesis (primordial and primary

follicles). In addition, at least for goats, there is no information on the localization of

cortisol receptor in the ovarian follicles. Therefore, the aims of this study were to

investigate the immunolocatization for cortisol receptor, NR3C1, and the effect of

cortisol on the survival and activation of caprine preantral follicles cultured in vitro.

MATERIAL AND METHODS

Chemicals

Unless mentioned otherwise, all chemicals used in the present study were

purchased from Sigma Chemical Co. (St. Louis, MO, USA).

Source of ovaries

Ovaries (n=10) from 5 adults, mixed-breed goats between 1 to 3 years old were

collected at a local slaughterhouse. Immediately after slaughter, the ovaries were

washed in 70% ethanol, followed by two washes in washing medium consisting of

Minimum Essential Medium (MEM) buffered with 25mM HEPES (MEM-HEPES)

supplemented with 100 µg/ml penicillin and 100 µg/ml streptomycin. Ovaries were

transported to the laboratory within 1 hour in 50 ml tubes containing wash medium at 4

ºC (10).

Immunohistochemical localization of glucocorticoid receptor (NR3C1)

In the laboratory, before culture (fresh control) and after 7 days of culture, all of

the ovarian fragments cultured with different concentration of cortisol (0, 1, 5, 10

ng/ml) were fixed in 4% paraformaldehyde for 12 h, dehydrated, and embedded in

paraffin. For detections of NR3C1, immunohistochemistry was performed according to

49

the protocol described previously by Sales et al. (24). Briefly, sections of 5 µm from

each block were obtained and mounted in poly- L-lysine slides and dried overnight at

37 ºC, deparaffinised in xylene and rehydrated in graded ethanol series, followed by

antigen retrieval with citric acid buffered solution (pH 6.0) and Tween 20. After

blocking solution endogenous peroxidase activity with 3% hydrogen peroxide and

methanol for 10 min, the sections were incubated for 1 h with blocking solution (25 ml

PBS containing 1.25% bovine serum albumin and 3% Triton X) at room temperature

and overnight with rabbit polyclonal primary antibody (NR3C1) (1:800 Abcam Inc.,

USA) at 4 °C. After repeated washing in PBS for 5 min, slides were incubated with

secondary antibody Rabbit anti-rabbit IgG (1:500 Abcam Inc., USA) for 30 minutes at

room temperature followed by washing in PBS for 5 minutes. Then the sections were

incubated with horseradish peroxidase-conjugated avidin (ABC kit, Vector

Laboratories, Burlingame, CA, USA). The positive reactions were visualized with 3,3’ -

diaminobenzidine tetrahydrochloride (DAB) solution. Finally, the sections were

counterstained with hematoxylin, dehydrated, and mounted in Depex. Replacing the

primary antibody for IgG of the same species in which the primary antibody was

produced performed negative controls. The preantral follicles were classified as

primordial (oocyte surrounded by one layer of squamous granulosa cells), primary

(oocyte surrounded by one layer of cuboidal granulosa cells), or secondary (oocyte

surrounded by two or more layers of cuboidal granulosa cells). The presence of small

antral follicles (presence of cavity filled with follicular fluid and well-developed layers

of granulosa cells) was also noted. In the various follicular compartments (oocyte,

granulosa or theca cells), the immunostaining was classified as absent (−), weak (+),

moderate (++) or strong (+++).

50

In vitro culture of goat preantral follicle

In vitro culture of caprine follicles was performed according to the protocol

described previously by Chaves et al. (10). Briefly, in the laboratory, the surrounding

fatty tissues and ligaments were stripped from the ovaries. Ovarian cortical slices

(3x3x1 mm) were cut from the ovarian surface using a surgical blade under sterile

conditions and subsequently placed in holding medium consisting of MEM-HEPES

with antibiotics (100 mg/mL penicillin and 100 mg/mL streptomycin). Subsequently,

half the ovarian fragments were randomly fixed for histological analysis (fresh control

or noncultured fragments). The remaining fragments were cultured individually in vitro

in 24-well culture dishes (Corning, Corning, NY, USA) containing 1mL culture

medium at 39◦C in presence of 5% CO2 in air for 7 days. The basic culture medium

consisted of α-MEM (pH 7.2–7.4) supplemented with 10 ng/ml insulin, 5.5 ng/ml

transferrin, 5 ng/ml selenium, 2 mM glutamine, 2 mM hypoxanthine and 1.25 mg/ml

bovine serum albumin This medium was called MEM+ and was supplemented with

different cortisol (Hydrocortisone) concentrations (0, 1, 5 and 10 ng/ml). Before (fresh

control) and after culture, the samples were fixed and destined for histological analysis.

Fresh medium was prepared immediately before use. Every 2 days, the culture medium

was replaced by fresh medium. Before (fresh control) and after in vitro culture for 7

days, ovarian fragments were processed as described below to evaluate the morphology

of goat preantral follicles.

Morphological analysis of goat preantral follicles

Ovarian fragments from each treatment, including the fresh control or non-

cultured fragments, were fixed individually in 4% paraformaldehide for 12 h.

Subsequently, fragments were dehydrated in a graded series of ethanol, clarified with

51

xylene and embedded in paraffin wax (8). Tissues were sectioned serially at a thickness

of 7μm and sections were stained using standard protocols with periodic acid-Schiff and

haematoxylin (PAS staining system; Sigma). Sections were examined by light

microscopy (Zeiss, Jena, Germany) at 400× magnification.

Preantral follicles were counted and evaluated in the section where the oocyte

nucleus was visible. According to the developmental stage, preantral follicles were

classified as primordial (oocyte surrounded by one layer of flattened pre-granulosa

cells) or developing, with the latter category further subdivided into intermediate

(oocyte surrounded by one layer of flattened pregranulosa and cuboidal granulosa cells),

primary (oocyte surrounded by one layer of cuboidal granulosa cells) or secondary

(oocyte surrounded by two or more layers of cuboidal granulosa cells). Each follicle

was evaluated according to the following morphological parameters: (1) integrity of

oocyte and granulosa cells; (2) the presence or absence of pyknotic bodies; (3)

ooplasmic retraction; and (4) the organisation of granulosa cells. Based on this

evaluation, preantral follicles were classified as normal, when a morphologically normal

oocyte with a non-pyknotic nucleus was surrounded by granulosa cells organised in

discrete layers. Degenerated follicles were defined as those with a retracted oocyte, with

a pyknotic nucleus and/or surrounded by disorganised granulosa cells, which were

detached from the basement membrane. The tissue was performed by a single player

using the same optical microscope (Nikon, Tokyo, Japan). Slide analysis was made

blind reading (reviewing the slides without knowledge of treatment group).

Primordial follicle activation and growth

To evaluate primordial follicle activation and growth, only intact follicles with a

visible oocyte nucleus were recorded and the proportion of primordial and developing

52

follicles was calculated for fresh control and for all treatments where the ovarian

fragments were cultured for 7 days with different cortisol concentrations (0, 1, 5 and 10

ng/ml). In addition, for each follicle category, oocyte and follicle diameters were

measured using an ocular micrometer and the average of the minor and major axes was

reported as oocyte and follicle diameter, respectively.

Statistical analisys

Data were initially submitted to Shapiro-Wilk and Bartlett tests to verify

normality of residues distribution and homoscedasticity, respectively. Confirmed both

requirements underlying analysis of variance (ANOVA), it was performed according to

a completely randomized design using General Linear Model Procedure (GLM) of SAS

(2002) and Student-Newman-Keuls (SNK) test was applied to compare means when a

significant effect of treatment (cortisol concentration) was present. Results were

expressed as mean ± standard deviation and differences were considered significant

when p <0.05.

RESULTS

Immunohistochemical localization of glucocorticoid receptor (NR3C1) in the caprine

ovarian tissue

The results from immunohistochemistry demonstrated the presence of the

NR3C1 in all ovarian follicular categories in caprine, varying only the intensity and

location. There was no difference in the intensity of immunoreaction NR3C1 among the

treatments. However, when it was evaluated the follicular structures in preantral follicle,

the oocyte of primordial follicles showed a moderate immunostaining in the cytoplasm

and strong immunoreaction in the nucleus; a weak immunostaining in the oocyte

(cytoplasm and nucleus) of primary follicles and a moderate immunostaining in the

53

oocytes of secondary follicles (cytoplasm and nucleus) was detected. Regarding to the

granulosa cells, there was a progressive increase of immunostaning for NR3C1 in

primordial, primary and secondary follicles, which were classified as absent, weak and

moderate immunoreaction, respectively (Tab. 1). In antral follicles, there was a strong

immunoreaction in the oocyte (cytoplasm and nucleus) as well in the granulosa cells. In

theca cells, it was not detected the presence of NR3C1 in the secondary follicles,

however, the antral follicles had a weak immunoreaction.

Table. 1: Relative intensity of immunohistochemical staining for NR3C1 in caprine

ovarian follicles.

Follicular category

Follicular

structure

Primordial Primary Secondary Antral

Oocyte +++ + ++ +++

Granulosa - + ++ +++

Theca NA NA - +

NA, not applicable. (-) absent; (+) weak; (++) moderate; (+++) strong immunoreaction.

54

A B

C

F E D

G H I

Effect of cortisol on follicular survival, activation and growth

A total of 4.470 preantral follicles were analyzed. After seven days of culture,

regardless of the presence or absence of cortisol, a reduction (P <0.05) in the percentage

of normal follicles was observed when compared to the fresh control. Among the

treatments, the 10ng/ml cortisol treatment showed the lowest (P <0.05) percentage of

J Fig. 1: Immunohistochemical detection of NR3C1 in caprine follicles ovarian tissue. (A), primordial follicles. (B,C), higher magnification of area A. (D), secondary follicle. (E,F), higher magnification of area D. (G), antral follicle. (H,I), higher magnification of area G. (J), Negative control.

55

morphologically normal follicles at day 7 of culture (Fig. 1). With respect to the

follicular activation, a significant increase in the percentage of activated follicles

(transition and primary) after 7 days of culture was observed in all treatments when

compared to the fresh control (Fig.3). Furthermore, the percentage of activated follicles

in all treatments containing cortisol was significantly higher than that observed in the 0

ng/ml cortisol treatment.

Fig. 2: Effect of different cortisol concentrations on the percentage of normal caprine

preantral follicles after 7 days of in vitro culture.

* Significant difference compared to the fresh control. (P<0.05).

a,b Significant difference among treatments. (P<0.05).

Fig. 3: Effect of different cortisol concentrations on the activation of caprine preantral

follicles after 7days of in vitro culture.

*a *a *a

*b

*b

*a *a *a

56

* Significant difference compared to the fresh control. (P<0.05).

a,b Significant difference among treatments. (P<0.05).

The oocyte and follicular diameters in the fresh control and in the ovarian tissue

cultured are shown (table 2). There was a decrease (P <0.05) in the follicular and oocyte

diameters in all treatments when compared to the fresh control. However, no significant

difference (P >0.05) in follicular and oocyte diameters was observed among the cultured

treatments.

Table 2: Effect of different cortisol concentrations on follicular and oocyte diameters of

caprine preantral follicles during in vitro culture.

Treatment Follicle Oocyte

FRESH CONTROL 36,95 ± 6,93 24,09 ± 3,19

CORTISOL 0 ng/ml 30,62 ± 5,20* 19,44 ± 3,28*

CORTISOL 1 ng/ml 31,72 ± 6,37* 19,37 ± 3,83*

CORTISOL 5 ng/ml 29,71 ± 6,49* 17,94 ± 2,99*

CORTISOL 10 ng/ml 26,77 ± 6,06* 17,72 ± 3,72*

* Significant difference compared to the fresh control. (P<0.05).

DISCUSSION

The caprine species is adapted to different environments, but due to high

temperatures, improper handling and feeding suffer due to stress, causing a rise in

cortisol concentration (18) disturbing ovarian function, such as oocyte maturation as

well as granulosa cell differentiation and steroidogenesis (7, 13- sheep, 3 - humans).

Despite numerous studies reporting the role of cortisol in reproduction, it is unclear the

effect of this hormone on the early folliculogenesis (primordial and primary follicles).

57

The current study showed for the first time the immunolocalization for NR3C1

in goat ovarian follicles. After the receptor is bound to cortisol, this protein is activated

and translocated to the nucleus acting as transcription factor (15). The mRNA for

glucocorticoid receptor has been detected in other species (27), using the RT-PCR.

However, in goats, there was no studied about glucocorticoid receptor in the ovary. The

current study was the first one that demonstrated the presence of glucocorticoid receptor

NR3C1 in the caprine ovary. NR3C1 was expressed in all follicular categories and

compartments, especially in the oocyte (nucleus and cytoplasm) and in the granulosa

cells of secondary and antral follicles. The NR3C1 expression increased in advanced

stages of folliculogenesis. In bovine, mRNA was detected for the glucocorticoid

receptor in all follicular categories, both in granulosa and theca cells (27). Furthermore,

in primordial follicles, our results showed that NR3C1 was expressed with a strong

immunoreaction in the oocyte, suggesting an important role for the maintenance of

follicular quiescence or activation. In the secondary follicles, granulosa cells express the

protein receptor for glucocorticoids, however it was not possible to classify the intensity

of the immunostaining in the theca cells, probably due to the reduction in cytoplasmic

volume during the histology procedure (2).

The present study was the first to demonstrate the effect of different

concentrations of cortisol on in vitro culture of goat preantral follicles. After the culture,

it was observed that cortisol affected in concentration-dependent manner the follicular

survival and growth. Regarding the survival, the exposure to 10 ng/ml cortisol resulted

in a lower percentage of normal preantral follicles when compared to the other

treatments and the fresh control. One explanation for this fact is that the glucocorticoids

may deregulate ovarian steroidogenesis, inhibiting the biosynthesis of steroids in

granulosa cells, probably by a decreased expression of StAR protein (16, 6). In cattle,

58

during induction of stress by ACTH administration, there was a decrease in the

expression of P450 aromatase and CYP17 enzyme, reducing the production of estradiol

and androstenedione (5), and therefore contribute to the reduction of follicle viability.

The data from the current study were consistent with previous in vivo studies about the

effect of cortisol caused by the stress. In sheep, the cortisol was correlated with the

inhibition of follicular recruitment and selection phase in the first half of the follicular

phase (29).

In the current study, a significant increase in the percentage of activated follicles

after in vitro culture was observed in all treatments in the presence of cortisol. This

suggests that this hormone can act affecting primordial follicle category and promoting

their activation. Moreover, a strong immunoreaction in oocytes of primordial follicles

was observed in the present study.

One of the alternatives to assess the growth of follicles after in vitro culture is

the measurement of follicle and oocyte diameter. In the present study, it was observed a

significant reduction in the follicle and oocyte diameter of preantral follicles cultured in

the presence of cortisol when compared to the fresh control. It is known that in the

preovulatory follicle, the stress induces a reduction in the diameter of the dominant

follicle (19), however, even with damage caused by stress, the follicles continue to grow

and may ovulate subfertile oocytes (19).

In conclusion, it was observed the presence of NR3C1 in the oocyte and

granulosa cells in all follicular categories. The in vitro culture showed that high cortisol

concentrations (10 ng/ml) exerts a deleterious effect on follicular survival, reducing the

percentage of normal follicles as well as follicular and oocyte diameter. percentage of

normal.

59

References

1. Adcock IM (2000) Molecular Mechanisms of Glucocorticosteroid Actions.

Pulmonary Pharmacology & Therapeutics 13:115–126

2. Almeida AP, Saraiva MVA, Alves Filho JG, Silva GM, Gonçalves RFB, Brito IR,

Silva AWB, Lima AKF, Cunha RMS, Silva JRV, Figueiredo JR (2011) Gene

expression and Immunolocalization of Fibroblast Growth Factor 2 in the Ovary and Its

Effects on the In vitro Culture Of Caprine Preantral Ovarian Follicle. Reprod. Dom.

Anim. 10:1439-0531

3. Andersen CY (2002) Possible new mechanism of cortisol action in female

reproductive organs: physiological implications of the free hormone

hypothesis. J. Endocrinol. 173:211–217

4. Badinga L, Thacher WW, Diaz T, Drost M, Wolfenson D (1993) Effect of

environmental heat stress on follicular development and steroidogenesis in lactating

Holstein cows. Theriogenology, 39:797-810

5. Biran D, Braw-Tal R, Gendelman M, Lavon Y, Roth Z (2015) ACTH administration

during formation of preovulatory

follicles impairs steroidogenesis and angiogenesis in

association with ovulation failure in lactating cows. Domestic Animal Endocrinology.

53:52-59

6. Breen K.M, Billings HJ, Debus N, Karsch FJ (2004) Endotoxin inhibits the surge

secretion of gonadotropin-releasing hormone via a prostaglandin-independent pathway.

Endocrinology. 145:221–7

60

7. Breen KM, Billings HJ, Wagenmaker ER, Wessinger EW, Karsch FJ (2005)

Endocrine basis for disruptive

effect of cortisol on preovulatory events. Endocrinology. 146:2107-2115

8. Bruno JB, Lima-Verde IB, Martins FS, Matos MHT, Lopes CAP, Maia-JR JE, Báo

SN, Nobre Junior HV, Maia FD, Pessoa C, Moraes MO,

Silva JRV, Figueiredo JR, Rodrigues APR (2008) Característica histológica, ultra-

estrutural e produção de nitrito de folículos pré-antrais

caprinos cultivados in vitro na ausência ou presença de soro. Arq. Bras. Med. Vet.

Zootec. 60:1329-1337

9. Charmandari E, Tsigos C, Chrousos GP (2005) Endocrinology of the stress response.

Annu Rev Physiol. 67:259–284

10. Chaves RN, Martins FS, Saraiva MVA, Celestino JJH, Lopes CAP, Correia JC,

Lima-Verde IB, Matos MHT, Báo SN, Name KPO, Campello CC, Silva JRV,

Figueiredo JR (2008) Chilling ovarian fragments during transportation improves

viability and growth of goat preantral follicles cultured in vitro. Reprod. Fert. Dev.

20:640–647

11. Chaves, Ricardo De Macêdo et al . Influência das estações seca e chuvosa na

capacidade de desenvolvimento de oócitos e produção in vitro de embriões da espécie

caprina. Ciênc. anim. bras. Goiânia, v. 14, n. 1, p. 135-142, Mar. 2013. Available from

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-

68912013000100017&lng=en&nrm=iso, access on 19 Aug. 2015.

http://dx.doi.org/10.5216/cab.v12il.9375.

12. Fateh M, Ben-Rafael Z, Benadiva CA, Mastroianni LJR, Flickinger GL (1989)

Cortisol levels in human follicular fluid. Fertil Steril. 51:538-41

61

13. González R, Ruiz-León Y, Gomendio M, Roldan ERS (2010) The effect of

glucocorticoids on ERK-1/2 phosphorylation during maturation of lamb oocytes and

their subsequent fertilization and cleavage ability in vitro. Reproductive Toxicology.

29:198–205

14. Gougeon A (1996) Regulation of ovarian follicular development in primates: facts

and hypotheses. Endocr Rev. 17:121–54

15. Griekspoor A, Zwart W, Neefjes J, Michalides R (2002) Visualizing the action of

steroid hormone receptors in living cells. Nucl. Recept. Signal. 5:003

16. Huang TJ, Li PS 2001 Dexamethasone Inhibits Luteinizing Hormone-Induced

Synthesis of Steroidogenic Acute Regulatory Protein in Cultured Rat Preovulatory

Follicles. Biology of Reproduction. 64:163-170

17. Illera JC, Silván GM, MartínezM , Blass A, Peña L (2005) The effect of

dexamethasone on disruption of ovarian steroid levels and receptors in female rats. J.

Physiol. Biochem. 61:429-438

18. Kaushish SK, et al (1987) Effect of heat and water restriction on physiological

responses of Beetal and Black Bengal goats. Indian Journal of Animal Science. 57:461-

65

19. Lucy MC, (2001) Estratégias de manejo de vacas leiteiras para melhoria dos índices

reprodutivos durante o verão. Anais do V curso "Novos enfoques na produção e

reprodução de bovinos, p.12-18

20. Macfarlane MS, Breen KM, Sakurai H, Adams BM, Adams TE (2000) Effect of

duration of infusion of stress-like

62

concentrations of cortisol on follicular development and the preovulatory surge of LH in

sheep. Animal Reproduction Science. 63:167-175

21. Papargaris MM, Rivalland ET, Hemsworth PH, Morrisey AD, Tilbrook AJ (2011)

Acute and chronic stress-like levels of cortisol inhibit the oestradiol stimulus to induce

sexual receptivity but have no effect on sexual attractivity or proceptivity in female

sheep. Hormones and Behavior. 60:336-345

22. Reddy TE, Pauli F, Sprouse RO, Neff NF, Newberry KM, Garabedian MJ, et al

(2009) Genomic determination of the glucocorticoid response reveals unexpected

mechanisms of gene regulation. Genome Research. 19:2163-71

23. Ristić N, Nestorović N, Manojlović-Stojanoski M, Filipović B, Šošić-Jurjević B,

Milosević V, Sekulić M (2008) Maternal Dexamethasone Treatment Reduces Ovarian

Follicle Number in Neonatal Rat Offspring. J. Microsc. 232:549-557

24. Sales AD, Brito IR, De Lima LF, Lobo CH, Duarte AB, et al (2014). Expression and

localization of Aquaporin 3 (AQP3) in folliculogenesis of ewes. Acta Histochem.

116:831–837

25. Schaaf MJ, Cidlowski JA (2002) Molecular mechanisms of glucocorticoid action

and resistance. J Steroid Biochem Mol Biol. 83:37–48

26. Simerman AA, Hill DL, Grogan TR, Elashoff D, Clarck NJ, Goldstein EH,

Manrriquez AN, Cazenbalk GD, Dumesic DA (2015) Intrafolliclar cortisol levels

inversely correlate with cumulus cell lipid content as a possible energy source during

oocyte meiotic resumption in women undergoing ovarian stimulation for in vitro

fertilization. Fertility and Sterility® 103:249-257.

63

27. Tetsuka M, Nishimoto H, Myamoto A, Okuda K, Hamano S (2010) Gene

Expression of 11β-HSD and Glucocorticoids Receptor in the Bovine (Bos Taurus)

Follicle During Follicular Maturation and Atresia:The Role of Follicular Stimulating

Hormone. Journal of Reproduction and Development. 56:616-622

28. Tilbrook1 AJ,Turner AI, Clarke IJ (2000) Effects of stress on reproduction in non-

rodent mammals: the role of glucocorticoids and sex differences. Review of

Reproduction. 5:105-113

29. Wagenmaker ER, Breen KM, Oakley AE, Tilbrook AJ, Karsch FJ (2009)

Psychosocial stress inhibits amplitude of gonadotropin-releasing hormone pulses

independent of cortisol action on the type II glucocorticoid receptor. Endocrinology.

150:762–769

64

8 CONCLUSÃO

Em conclusão, através da imunohistoquímica, pode-se observar a presença da

proteína para o receptor de glicocorticóides NR3C1 no ovário caprino em todas as

categorias foliculares mediando à ação do cortisol na foliculogênese caprina, com um

papel mais importante nos estádios mais avançados da foliculogênese. No entanto, o

cortisol, em altas concentrações (10 ng/ml), exerce efeito deletério na sobrevivência

folicular durante o desenvolvimento in vitro, reduzindo o percentual de morfologia

normal, bem como o diâmetro folicular e oocitário. Além disso, nos estádios iniciais, o

cortisol, independente da concentração, foi capaz de promover a ativação de folículos

pré-antrais cultivados in vitro.

65

9 PERSPECTIVAS

Devido à importância dos glicocorticóides na reprodução, mais estudos são

necessários para avaliar o efeito desses hormônios na foliculogênese in vitro, em

especial na esteroidogênese, uma vez que o cortisol exerce efeitos diretos nas enzimas

esteroidogênicas.

66

REFERÊNCIAS

ACOSTA, T.J.; TETSUKA, M.; MATSUI, M.; SHIMIZU, T.; BERISHA, B.;

SCHAMS, D.;

MIYAMOTO, A. In vivo evidence that local cortisol production increases in

the preovulatory follicle of the cow. J Reprod Dev v. 51, p.483–489, 2005

ADCOCK, I.M. Molecular Mechanisms of Glucocorticosteroid Actions. Pulmonary

Pharmacology & Therapeutics. vol. 13, p. 115–126. 2000.

AGARWAL, A.K.; MONDER, C.; ECKSTEIN, B.; WHITE, P.C. Cloning and

�expression of rat cDNA encoding corticosteroid 11 -dehydrogenase. Journal of

Biological Chemistry 264 18939–18943. 1998

AGARWAL, A.K.; MUNE, T.; MONDER, C.; WHITE, P.C. NAD+- dependent

�isoform of 11 -hydroxysteroid dehydrogenase. Journal of Biological Chemistry 269

25959–25962. 1994

ALBISTON, AL.; OBEYESEKERE, V.R.; SMITH, R.E.; KROZOWSKI, Z.S. Cloning

and tissue distribution of the human 11�-hydroxysteroid dehydrogenase type 2 enzyme.

Molecular and Cellular Endocrinology. v. 105, p.11:17, 1994

ALMEIDA, A.P.; SARAIVA, M.V.A.; ALVES FILHO, J.G.; SILVA, G.M.;

GONÇALVES, R.F.B.; BRITO, I.R.; SILVA, A.W.B.; LIMA, A.K.F.; CUNHA,

R.M.S.; SILVA, J.R.V.; FIGUEIREDO, J.R. Gene expression and Immunolocalization

of Fibroblast Growth Factor 2 in the Ovary and Its Effects on the In vitro Culture Of

Caprine Preantral Ovarian Follicle. Reprod. Dom. Anim. v. 10, p. 1439:0531, 2011

ANDERSEN, C.Y. Possible new mechanism of cortisol action in female

reproductive organs: physiological implications of the free hormone

hypothesis. J. Endocrinol. v. 173. P. 211–217. 2002

ARAÚJO, V.R.; SILVA, C.M.G.; MAGALHÃES, D.M.; SILVA, G.M.; BÁO, S;N.;

SILVA, J.R.V.; FIGUEIREDO, J.R.; RODRIGUES, A.P.R. Effect of Bone

Morphogenetic Protein-7 (BMP-7) on in

vitro survival of caprine preantral follicles. Pesq. Vet. Bras. v. 30. p. 305:310, 2010

67

BADINGA, L.; THACHER, W.W.; DIAZ, T.; DROST, M.; WOLFENSON, D. Effect

of environmental heat stress on follicular development and steroidogenesis in lactating

Holstein cows. Theriogenology. v. 39, p.797:810, 1993

BIRAN, D.; BRAW-TAL, R.; GENDELMAN, M.; LAVON, Y.; ROTH, Z. ACTH

administration during formation of preovulatory

follicles impairs steroidogenesis and angiogenesis in

association with ovulation failure in lactating cows. Domestic Animal Endocrinology. v.

53, p.52:59, 2015

BORSKI, R.J. Nongenomic membrane actions of glucocorticoids in vertebrates. Trends

Endocrinol Metab. v. 11, p.427:36, 2000

BREEN, K.M.; BILLINGS, H.J.; DEBUS, N.; KARSCH, F.J. Endotoxin inhibits the

surge secretion of gonadotropin-releasing hormone via a prostaglandin-independent

pathway. Endocrinology. v. 145, p. 221:7, 2004

BREEN, K.M.; BILLINGS, H.J.; WAGENMAKER, E.R.; WESSINGER, E.W.;

KARSCH, F.J. Endocrine basis for disruptive

effect of cortisol on preovulatory events. Endocrinology, v. 146,

n. 4, p. 2107-2115, 2005.

BRUNO, J.B.; LIMA-VERDE, I.B.; MARTINS, F.S.; MATOS, M.H.T.; LOPES,

C.A.P.; MAIA-JR, J.E.; BÁO, S.N.; NOBRE JUNIOR, H.V.; MAIA, F.D.; PESSOA,

C.; MORAES, M.O.;

SILVA, J.R.V.; FIGUEIREDO, J.R.; RODRIGUES, A.P.R. Característica histológica,

ultra-estrutural e produção de nitrito de folículos pré-antrais

caprinos cultivados in vitro na ausência ou presença de soro. Arq. Bras. Med. Vet.

Zootec. v. 60, p. 1329:1337, 2008

CHARMANDARI, E.; TSIGOS, C.; CHROUSOS, G.P. Endocrinology of the stress

response. Annu Rev Physiol. v. 67, p. 259:284, 2005

CHAVES, R.N.; MARTINS, F.S.; SARAIVA, M.V.A.; CELESTINO, J.J.H.; LOPES,

C.A.P.; CORREIA, J.C.; LIMA-VERDE, I.B.; MATOS, M.H.T.; BÁO, S.N.; NAME,

K.P.O.; CAMPELLO, C.C.; SILVA, J.R.V.; FIGUEIREDO, J.R. Chilling ovarian

68

fragments during transportation improves viability and growth of goat preantral follicles

cultured in vitro. Reprod. Fert. Dev. v. 20, p. 640:647, 2008

CHAVES, R.M. et al . Influência das estações seca e chuvosa na capacidade de

desenvolvimento de oócitos e produção in vitro de embriões da espécie caprina. Ciênc.

anim. bras. Goiânia, v. 14, n. 1, p. 135-142, Mar. 2013. Available from

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-

68912013000100017&lng=en&nrm=iso, access on 19 Aug. 2015.

http://dx.doi.org/10.5216/cab.v12il.9375.

CHEN, W.Y.; YANG, J.G.; LI, P.S. Effect of dexamethasone on the expression of

p34cdc2 and cyclin B1 in pig oocytes in vitro. Molecular Reproduction and

Development. v. 56, p.74:79, 2000

DAVIES, T.H.; NING, Y.M.; SÁNCHEZ, E.R. A new fi rst step in activation of steroid

receptors: hormone-induced switching of fkbp51 and fkbp52 immunophilinso. The

Journal of Biological Chemistry. v. 277, p. 4597:4600, 2002

ESCHER G.; GALLI, E. VISHWANATH, B.S.; FREY, B.; FELIX, F.J. Tumor

necrosis factor alpha and interleukin i beta enhance the cortisol/cortisone suttle. Journal

of Experimental Medicine. v. 186, p. 189:198, 1997

FAN, H.Y.; SUN, Q.Y. Involvement of mitogen-activated protein kinase cascade during

oocyte maturation and fertilization in mammals. Biology of Reproduction v.70,

p.535;:47, 2004

FATEH, M; BEN-RAFAEL, Z; BENADIVA, C.A; MASTROIANNI, L. JR;

FLICKINGER, G.L. Cortisol levels in human follicular fluid. Fertil Steril. Vol. 51. P.

538-41. 1989

GONZÁLEZ, R; RUIZ-LEÓN, Y; GOMENDIO, M; ROLDAN, E.R.S. The effect of

glucocorticoids on ERK-1/2 phosphorylation during maturation of lamb oocytes and

their subsequent fertilization and cleavage ability in vitro. Reproductive Toxicology. V

29, p. 198–205, 2010

GOUGEON, A. Regulation of ovarian follicular development in primates: facts and

hypotheses. Endocr Rev. v. 17, p. 121:54, 1996

69

GRIEKSPOOR, A.; ZWART, W.; NEEFJES, J.; MICHALIDES, R. Visualizing the

action of steroid hormone receptors in living cells. Nucl. Recept. Signal. v. 5, p. 003.

2002

HARLOW, C.R.; JENKINS, J.M.; WINSTON, R.M. Increased follicular fluid total and

free cortisol levels during the luteinizing hormone surge. Fertil Steril. v. 68(1), p.48:53.

1997

HUANG, T.J.; LI, P.S. Dexamethasone inhibits luteinizing hormone-induced synthesis

of steroidogenic acute regulatory protein in cultured rat preovulatory follicles. Biology

of Reproduction v. 64, p.163:170, 2001.

ILLERA,J.C.; G. SILVÁN, C.; MARTÍNEZ, M.; BLASS, A.; PEÑA, L. The effect of

dexamethasone on disruption of ovarian steroid levels and receptors in female rats. J.

Physiol. Biochem., 61 (3), 429-438, 2005

KAUSHISH, S.K., et al. Effect of heat and water restriction on physiological responses

of Beetal and Black Bengal goats. Indian Journal of Animal Science. v. 57, p, 461:65,

1987

LUCY, M.C. Estratégias de manejo de vacas leiteiras para melhoria dos índices

reprodutivos durante o verão. Anais do V curso "Novos enfoques na produção e

reprodução de bovinos, p.12-18, 2001

MACFARLANE, M. S.; BREEN, K. M.; SAKURAI, H.; ADAMS,

B. M.; ADAMS, T. E. Effect of duration of infusion of stress-like

concentrations of cortisol on follicular development and the preovulatory surge of LH in

sheep. Animal Reproduction Science,

v. 63, p. 167-175, 2000.

MAGALHÃES, D.M.; ARAÚJO, V.R.; LIMA-VERDE, I.B.; MATOS, M.H.T.;

SILVA, R.C.; LUCCI, C.M.; BÁO, S.N.; CAMPELLO, C.C.; FIGUEIREDO, J.R.

Different FollicleStimulating Hormone (FSH) sources influence caprine preantral

follicle viability and development in vitro. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. 5, 378-386.

2009

70

MAO, L.; LOU, H.; LOU, Y.; WANG, N.; JIN, F. Behaviour of cytoplasmic organelles

and cytoskeleton during oocyte maturation. Reprod Biomed Online. 28: 284-299. 2014

MICHAEL, A.E.; THURSTON, L.M.; RAE, M.T. Glucocorticoid metabolism and

reproduction: a tale of two enzymes. Reproduction. v. 126, p.425:441, 2003

NURSE, P. (1990). Universal control mechanism regulating onset of M-phase. Nature,

344:503-508

OAKLEY, R.H.; CIDLOWSKI, J.A. Cellular Processing of the Glucocorticoid

Receptor Gene and Protein: New Mechanisms for Generating Tissue-specific Actions of

Glucocorticoids. J Biol Chem. v. 286, p. 3177:3184, 2011

ONARD, J.L.M.; SCHONEVELD, INGRID, C. GAEMERS, WOUTER H. LAMERS.

Mechanisms of glucocorticoid signalling. Biochimica et Biophysica Acta. v. 1680, p.

114:128, 2004

OZAWA, M.; TABAYASHI, D.; LATIEF, T.A.; SHIMIZU, T.; OSHIMA, I; KANAI,

Y. Alterations in follicular dynamics and steroidogenic abilities induced by heat stress

during follicular recruitment in goats. Reproduction. v. 129, p. 621:630, 2005

PAPARGARIS, M.M; RIVALLAND, E.T .A; HEMSWORTH, P. H; MORRISEY, A.

D; TILBROOK, A. J. Acute and chronic stress-like levels of cortisol inhibit the

oestradiol stimulus to induce sexual receptivity but have no effect on sexual attractivity

or proceptivity in female sheep. Hormones and Behavior. V. 60. N.4. p.336-345. 2011

PRATT, W.B. The role of heat shock proteins in regulating the function, folding, and

trafficking of the glucocorticoid receptor. J. Biol. Chem. 268:21455- 21458, 1993.

REDDY, T.E.; PAULI, F.; SPROUSE, R.O.; NEFF, N.F.; NEWBERRY, K.M.;

GARABEDIAN, M.J.; et al. Genomic determination of the glucocorticoid response

reveals unexpected mechanisms of gene regulation. Genome Research. v. 19, p.

2163:71, 2009

RISTIĆ, N.; NESTOROVIĆ, N.; MANOJLOVIĆ-STOJANOSKI, M.; FILIPOVIĆ, B.;

ŠOŠIĆ-JURJEVIĆ, B.; MILOSEVIĆ, V.; SEKULIĆ, M. Maternal Dexamethasone

Treatment Reduces Ovarian Follicle Number in Neonatal Rat Offspring. J. Microsc. v.

232, p. 549:557, 2008

71

SALES, A.D.; BRITO, I.R.; DE LIMA, L.F.; LOBO, C.H.; DUARTE, A.B.; et al

Expression and localization of Aquaporin 3 (AQP3) in folliculogenesis of ewes. Acta

Histochem. 116:831–837, 2014

SCHAAF, M.J.; CIDLOWSKI, J.A. Molecular mechanisms of glucocorticoid action

and resistance. J Steroid Biochem Mol Biol. 83:37–48, 2002

ROSNER W. Plasma steroid-binding proteins. Endocrinol Metab Clin North Am.

20(4):697-720, 1991

SCHONEVELD, O.J.; GAEMERS, I.C.; LAMERS, W.H. Mechanisms of

glucocorticoid signalling. Biochim Biophys Acta. v. 1680, p.114:128, 2004

SECKL, J.R.; WALKER, B.R Minireview: 11b-Hydroxysteroid Dehydrogenase Type

1— A Tissue-Specific Amplifier of Glucocorticoid Action. Endocrinology. v. 142, p.

1371;1376, 2001

SIMERMAN, A.A.; HILL, D.L.; GROGAN, T.R.; ELASHOFF, D.; CLARCK, N.J.;

GOLDSTEIN, E.H.; MANRRIQUEZ, A.N.; CAZENBALK, G.D.; DUMESIC, D.A.

Intrafolliclar cortisol levels inversely correlate with cumulus cell lipid content as a

possible energy source during oocyte meiotic resumption in women undergoing ovarian

stimulation for in vitro fertilization. Fertility and Sterility®. v. 103, p.249-257, 2015

TETSUKA, M.; YAMAMOTO, S.; HAYASHIDA, N.; HAYASHI, K.G.; HAYASHI,

M.; ACOSTA, T.J.; MIYAMOTO, A. Expression of 11 beta-hydroxysteroid

dehydrogenases in bovine follicle and corpus luteum. J Endocrinol. v. 177, p.445–452,

2010

THURSTON, L.M.; ABAYASEKARA, D.R.; MICHAEL, AE. 11 Betahydroxysteroid

dehydrogenase expression and activities in bovine granulosa cells and corpora lutea

implicate corticosteroids in bovine ovarian physiology. J Endocrinol. v. 193, p. 299:310,

2007

TILBROOK, A.J.; TURNER, A.I.; CLARKE, I.J. Effects of stress on reproduction in

non-rodent mammals: the role of glucocorticoids and sex differences. Review of

Reproduction. v. 5, p.105:113, 2000

72

TOMLINSO �N, J.W.; STEWART, P.M. Cortisol metabolism and the role of 11 -

hydroxysteroid dehydrogenase. Best Practice and Research Clinical Endocrinology and

Metabolism. v. 15, p.61;78, 2001

VALSANGKAR, D.; STEPHEN, M.D. A Requirement for Fatty Acid Oxidation in the

Hormone-Induced Meiotic Maturation of Mouse Oocytes. BIOLOGY OF

REPRODUCTION. v. 89, 43 .p. 1:9, 2013

WAGENMAKER, E.R; BREEN, K.M.; OAKLEY, A.E.; TILBROOK, A.J.; KARSCH,

F.J. Psychosocial stress inhibits amplitude of gonadotropin-releasing hormone pulses

independent of cortisol action on the type II glucocorticoid receptor. Endocrinology.

v. 150, p. 762–769. 2009.